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DOUGLAS FELIPE DE VARGAS

RETROFIT DE UMA IMPRESSORA 3D CLIEVER CL2 PRO

Porto Alegre
2023
DOUGLAS FELIPE DE VARGAS

RETROFIT DE UMA IMPRESSORA 3D CLIEVER CL2 PRO

Monografia apresentada a Faculdade de


Tecnologia SENAI Porto Alegre, como
requisito parcial para a obtenção do título
de Tecnólogo em Automação Industrial.
Orientador: Prof. Leandro José Cassol

Porto Alegre
2023
CIP – CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO

VARGAS, Douglas Felipe de

Retrofit de uma impressora 3D Cliever CL2 Pro /


Douglas Felipe de Vargas; orientação [por] Leandro José
Cassol. – Porto Alegre: Faculdade de Tecnologia SENAI
Porto Alegre, 2023.
40 f.: il.
1. Automação Industrial. 2. Retrofit. 3. Impressora 3D.
I. Cassol, Leandro José. II. Título.

FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI PORTO ALEGRE


Diretor: Fabiano Prato Rath
Coordenador: Leandro José Cassol
Bibliotecária: Gilmara Freitas Gomes
Douglas Felipe de Vargas

RETROFIT DE UMA IMPRESSORA 3D CLIEVER CL2 PRO

Monografia apresentada ao curso de Automação Industrial na Faculdade de


Tecnologia SENAI Porto Alegre, como requisito parcial para obtenção do título de
Tecnólogo em Automação Industrial.

Porto Alegre, ___/____/____.

_________________________________
Prof. Me. Leandro José Cassol (orientador)

_________________________________
Prof. Me./Dr... (avaliador)

_________________________________
Prof. Me. Leandro José Cassol (coordenador)
Dedico esse trabalho à minha família que sempre
esteve ao meu lado.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus pelas oportunidades e conquistas já realizadas.

Agradeço à minha família, que sempre me apoiou em minhas decisões e me orientou


quando necessário, nunca me deixaram faltar nada e fizeram o possível para me
possibilitar tudo de bom e de melhor.

Agradeço ao Profº Leandro Cassol que me orientou e ajudou nas partes mais difíceis.

Agradeço muito à instituição SENAI e todos os professores que fizeram parte desta
jornada acadêmica. Todos muito dedicados e capacitados, instituição sempre com
laboratórios e salas completas. Acredito muito em todo o sistema SENAI, comecei no
mercado de trabalho em curso básico de Elétrica Predial e Industrial, depois no técnico
em Eletrônica e Eletrotécnica e hoje o superior de Tecnólogo em Automação
Industrial, realmente o SENAI fez a diferença na minha vida e sei que faz a diferença
na vida de muitas outras pessoas.
Aprenda uma coisa, você, e somente você,
pode lutar por sua vida.

Karyne Santiago.
RESUMO

A Manufatura Aditiva (MA), também chamada de impressão 3D, traz diversas


contribuições para o design de produtos, porque permite a materialização de ideias e
projetos. Por isso, se torna uma importante ferramenta na indústria, ajudando na
validação e aperfeiçoamento de projetos. Uma das impressora 3D (modelo Cliever
CL2 Pro) da Faculdade de Tecnologia SENAI Porto Alegre apresentava alguns
problemas impedindo o seu uso. Com isso, foram verificados os defeitos que a
impressora estava apresentando. Entre os problemas encontrados estão: o display do
LCD não funciona, a placa da controladora está queimada e um dos bocais da
extrusora está entupido. Para solucionar estes problemas, foram substituídas as
peças que apresentavam defeitos, além de atualizar a programação do firmeware.
Logo, o objetivo geral deste trabalho é realizar o retrofit da impressora 3D para que os
alunos da faculdade possam utilizá-la durante suas aulas. Para o desenvolvimento
deste trabalho foi feito uma análise das condições da impressora 3D, que estava num
depósito, fora de uso. Nesta análise foi verificada a integridade dos cabos e conexões,
bem como o funcionamento da extrusora, do display e da placa da controladora. Com
isso, foi verificado que a placa da controladora estava queimada, o display não
funcionava e a extrusora estava entupida. Com os defeitos encontrados, foi possível
realizar o reparo ou substituições das peças defeituosas, envolvendo a limpeza e a
substituição de componentes. Nesse trabalho foi realizada a parte de pesquisa,
montagem e aplicação, pode-se dizer que o trabalho proposto foi concluído com êxito,
ele está em funcionamento por completo, todos os objetivos propostos foram
alcançados.

Palavras-chave: Automação Industrial. Retrofit. Impressora 3D.


ABSTRACT

Additive Manufacturing (AM), also called 3D printing, makes several contributions to


product design, because it allows the materialization of ideas and projects. Therefore,
it becomes an important tool in the industry, helping to validate and improve projects.
One of the 3D printers (model Cliever CL2 Pro) at the SENAI Porto Alegre Faculty of
Technology presented some problems preventing its use. With this, the defects that
the printer was presenting were verified. Among the problems encountered are: the
LCD display does not work, the controller board is burned and one of the extruder
nozzles is clogged. To solve these problems, defective parts were replaced, in addition
to updating the firmware programming. Therefore, the general objective of this work is
to retrofit the 3D printer so that college students can use it during their classes. To
develop this work, an analysis of the condition of the 3D printer was carried out, which
was in a warehouse, out of use. In this analysis, the integrity of the cables and
connections was verified, as well as the functioning of the extruder, display and
controller board. As a result, it was found that the controller board was burned, the
display did not work and the extruder was clogged. With the defects found, it was
possible to repair or replace the defective parts, involving cleaning and replacing
components. In this work, the research, assembly and application part was carried out,
it can be said that the proposed work was completed successfully, it is fully operational,
all proposed objectives were achieved.

Keywords: Industrial Automation. Retrofit. 3D printer.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Impressão 3D ........................................................................................... 13


Figura 2 – Esquema básico do método FDM ............................................................ 15
Figura 3 – Impressora 3D Cliever CL2 Pro................................................................ 16
Figura 4 – Especificações técnicas da impressora 3D .............................................. 17
Figura 5 – Arduino ..................................................................................................... 19
Figura 6 – Fluxograma .............................................................................................. 25
Figura 7 – Peça para adaptar o display ..................................................................... 26
Figura 8 – Peça para adaptar o Arduino ................................................................... 26
Figura 9 – Peça para incluir o sensor ........................................................................ 27
Figura 10 – Controladora queimada .......................................................................... 27
Figura 11 – Arduino Mega e Ramps 1.6 .................................................................... 28
Figura 12 – Display queimado ................................................................................... 28
Figura 13 – Display funcional .................................................................................... 28
Figura 14 – Sensor de nivelamento adaptado ........................................................... 29
Figura 15 – Desobstrução do bocal da extrusora 1 ................................................... 29
Figura 16 – Hot end isolada ...................................................................................... 30
Figura 17 – Inversão dos coolers .............................................................................. 30
Figura 18 – Dissipador solto ...................................................................................... 31
Figura 19 – Dissipador fixado .................................................................................... 31
Figura 20 – Polias e correia antes da troca ............................................................... 34
Figura 21 – Polias e correia depois da troca ............................................................. 34
Figura 22 – Medição do diâmetro da polia ................................................................ 35
Figura 23 – Polias e correia novas ............................................................................ 35
Figura 24 – Impressora 3D funcional ........................................................................ 36
Figura 25 – Peças impressas na extrusora 1 ............................................................ 37
Figura 26 – Peças impressas na extrusora 2 ............................................................ 37
LISTA DE SIGLAS

CAD Computer-Aided Design


PF3D Processo de Fabricação através da Impressão 3D
FDM Fused Depositon Modeling
FLM Fused Layer Modeling
MJM Multi-Jet Modeling
MJS Multiphase Jet Solidification
PLA Poliácido Lático
PVA Álcool Polivinílico
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 12
2.1 IMPRESSÃO 3D ............................................................................................... 12
2.2 IMPRESSORA 3D CLIEVER CL2 PRO ............................................................ 15
2.3 SISTEMA DE CONTROLE ............................................................................... 18
2.3.1 Core XY ............................................................................................................ 18
2.3.2 Shield Ramps 1.6.............................................................................................. 18
2.3.3 Arduino ............................................................................................................. 19
2.3.4 Firmeware ......................................................................................................... 19
2.4 SISTEMA MECÂNICO ...................................................................................... 20
2.4.1 Problemas mecânicos comuns nas impressoras 3D ........................................ 20
2.4.2 Sistema de manutenção ................................................................................... 22
2.4.3 Polia ................................................................................................................. 23
2.4.4 Correia.............................................................................................................. 24
3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO .............................................................. 25
3.1 ETAPA 1 – IMPRESSÕES 3D DAS PEÇAS .................................................... 26
3.2 SUBSTITUIÇÃO DA CONTROLADORA E DO LCD ........................................ 27
3.3 ETAPA 3 – INCLUSÃO DE UM SENSOR DE ALTO NIVELAMENTO ............. 29
3.4 ETAPA 4 – DESOBSTRUÇÃO DO BOCAL DA EXTRUSORA......................... 29
3.6 ETAPA 6 – TESTES APÓS AS CORREÇÕES FEITAS ................................... 32
3.7 ETAPA 7 – SUBSTITUIÇÃO DA CORREIA E DAS POLIAS ............................ 34
4 APLICAÇÃO E RESULTADOS........................................................................ 36
5 COMENTÁRIOS FINAIS .................................................................................. 38
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 39
11

1 INTRODUÇÃO

A Manufatura Aditiva (MA), também chamada de impressão 3D, traz diversas


contribuições para o design de produtos, porque permite a materialização de ideias e
projetos. Por isso, se torna uma importante ferramenta na indústria, ajudando na
validação e aperfeiçoamento de projetos.
Uma impressora 3D é completamente diferente das que se usa para
impressões em papel, como as impressoras matriciais, a laser ou em jatos de tinta.
Conforme Cossetti (2018) “a impressora 3D é uma tecnologia inovadora e que permite
criar um objeto físico com rapidez e precisão, a partir de um modelo digital no
computador”.
Uma das impressora 3D (modelo Cliever CL2 Pro), da Faculdade de Tecnologia
SENAI Porto Alegre, apresenta problemas que impedem o seu uso. Entre os
problemas encontrados estão o display LCD que não funciona, a placa da
controladora está queimada, um dos bocais da extrusora está entupido e a impressora
não tem sensor de alto nivelamento para zeramento eixo Z.
Para solucionar estes problemas, foram substituídas as peças que
apresentavam defeitos, além de atualizar a programação do firmeware.
Logo, o objetivo geral deste trabalho é realizar o retrofit da impressora 3D para
que os alunos da faculdade possam utilizá-la durante suas aulas. E os objetivos
específicos são:
- Substituir e adaptar a controladora;
- Substituir e adaptar o display;
- Programar o firmeware;
- Incluir um sensor de alto nivelamento;
- Substituir as correias e polias;
- Desentupir o bocal da extrusora;
- Validar, por meio de impressões, os ajustes realizados.
12

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesse capítulo será apresentada a revisão bibliográfica sobre os assuntos


tratados no trabalho.

2.1 IMPRESSÃO 3D

O primeiro registro de objetos impressos em 3D é de 1860, através da técnica


de fotoescultura. O francês François Willème trabalhou uma técnica que criava
esculturas em 3D, para tanto, colocou 24 câmeras em círculo, espaçadamente,
criando esculturas fotográficas de pessoas vivas. “Cada câmera captava uma posição
(perfil) da pessoa e, ao juntar todas as 24 posições, obtinha, de modo rudimentar, uma
representação em três dimensões” (Lira, 2021, p. 21).
Já a tecnologia do processo de fabricação através da impressão 3D (PF3D) foi
implementada em 1987. Os altos custos das máquinas PF3D e o elevado tempo do
processo de impressão nessa época, além da limitada disponibilização de materiais e
a pouca precisão das peças dificultavam sua aceitação no sistema industrial e
aplicação em outras áreas (Lira, 2021). Contudo, esses desafios contribuíram no
aprimoramento dos sistemas do PF3D.
Assim, foi criado o princípio de fabricação baseado na adição de material,
denominado de Manufatura Aditiva ou impressão 3D. Conforme Volpato (2017, p. 16)
“pode ser definida como um processo de fabricação por meio da adição sucessiva de
material na forma de camadas, com informações obtidas diretamente de uma
representação geométrica computacional 3D do componente”. Essa representação,
geralmente, se origina de um sistema computer-aided design (CAD) e é num modelo
geométrico. O processo de fabricação das peças é automatizado e rápido, onde as
camadas adicionadas são planas ou seguindo a geometria das peças.
Segundo Volpato (2017, p. 16) “esse processo aditivo permite fabricar
componentes físicos a partir de vários tipos de materiais, em diferentes formas e a
partir de diversos princípios”. O processo ocorre com o modelo 3D sendo “fatiado”
eletronicamente, onde são geradas as curvas de nível em 2D, que definirão onde será
adicionado material, em cada camada.
13

A impressora 3D permite a criação de objetos a partir de um modelo digital no


computador:

Criado esse modelo tridimensional, basta enviá-lo ao software da impressora


3D, definindo dimensões e detalhes de texturas. O desenho em 3D desse
objeto será fatiado em várias camadas de impressão e produzido uma a uma
até que se forme por completo. Em geral, as impressoras 3D trabalham como
um injetor de matéria quente (um filamento plástico) ou emissão de luzes
sobre um material moldável. As aplicações mais comuns são fusão a laser,
fundição a vácuo e moldagem por injeção (Cossetti, 2018).

Logo, a impressão 3D é criada a partir de um modelo, feito em software de


CAD, técnica conhecida como prototipagem rápida. Esta técnica revolucionou a
indústria, pois, antes dela, para se produzir um protótipo era necessário modelar
uma peça manualmente, criando assim, uma matriz de produção (Cossetti, 2018).
A Figura 1 apresenta uma peça sendo impressa na impressora 3D.

Figura 1 – Impressão 3D

Fonte: Cossetti, 2018.

Na impressão 3D ainda ocorrem alguns problemas no processo. Segundo Dias


(2021) os defeitos mais comuns de acontecer durante a impressão 3D são:
- Defeitos na primeira camada de impressão: quando a primeira camada
forma a base sobre a qual deve ser depositado mais plástico. Isso é
importante, porque se esta camada não aderir bem à superfície de
impressão, pode haver deslocamento antes da conclusão, levando a uma
falha;
- Algumas camadas estão faltando (sub-extrusão): ocorre quando é
aplicado pouco filamento durante a impressão. Assim, pode gerar
lacunas, ausência de camadas ou buracos nas camadas;
14

- Buracos na superfície superior da impressão (pillowing): esse defeito é


causado quando é inadequado o resfriamento das camadas superiores da
impressão, causando buracos ou irregularidades;
- Fios soltos na impressão (stringing/cabelos de anjo): ocorre com a
movimentação do bico da impressora, abrindo um espaço para chegar ao
próximo ponto, muitas vezes vazando plástico derretido, que se solidifica
e fica grudado nas partes impressas;
- Empenamento das bordas (warping): é o processo de encolhimento do
material na impressão, quando os cantos da impressão são levantados e
se soltam da plataforma de impressão.

2.1.1 Dispositivos dos processos de impressão 3D

As máquinas de impressão 3D acompanham manuais com instruções de uso


e alguns fornecedores até oferecem treinamentos e consultoria, porém, é importante
que o usuário conheça as principais funcionalidades dos dispositivos. Com isso, pode-
se “realizar uma escolha consciente dos parâmetros do processo, para um projeto
adequado do próprio produto a ser fabricado em função das características do
processo, e, assim, obter os melhores resultados e usufruir das vantagens do
processo de impressão 3D” (Lira, 2021, p. 91).
Atualmente, as impressoras 3D que usam a tecnologia por extrusão de material
têm sido bastante utilizadas. “Graças ao vencimento das primeiras patentes da
empresa Stratasys, precursora da tecnologia, várias startups puderam disponibilizar
impressoras com custo reduzido” (Higashiyama, 2021, p. 12).
Em processos de impressão 3D por extrusão de material fundido a partir de
filamento, os processos do tipo fused layer modeling (FLM) ocorrem a partir da
fabricação camada por camada das peças, no sistema de adição de material
fundido:

Entre os principais processos com essa abordagem temos o FDM (fused


depositon modeling) e o MJM (multi-jet modeling). A diferença básica entre
ambos é a forma de deposição do material: nos métodos FDM e MJS
(multiphase jet solidification), o material é depositado na forma de filamento,
extrudado por um cabeçote, e no método MJM o material é depositado na
forma de gotículas, injetadas por um cabeçote. Em ambos os métodos o
material está, inicialmente, no estado sólido e é necessário aquecimento para
se fazer a deposição (Lira, 2021, p. 96).
15

O esquema básico de um sistema de prototipagem rápida, pelo método FDM,


é apresentado na Figura 2.

Figura 2 – Esquema básico do método FDM

Fonte: Lira, 2021.

Observa-se no esquema, que o processo é bastante complexo, envolvendo:


“[...] extrusão, deposição do filamento, resfriamento, adesão entre os filamentos para
compor a peça, ou seja, exigindo conhecimentos de mecânica, hidrodinâmica,
termodinâmica, transferência de calor reologia, tribologia, entre outras áreas” (Lira,
2021, p. 97). Enfim, os processos principais são:
- mecânico de extrusão;
- termodinâmico de resfriamento;
- adesão entre os filamentos.

2.2 IMPRESSORA 3D CLIEVER CL2 PRO

A impressoras 3D Cliever, já estão na terceira geração, com “uma linha voltada


ao uso profissional da tecnologia, projetada para aqueles que presam pela alta
precisão, qualidade e acabamento de seus projetos” (Cliever, 2023). Possui uma área
de impressão maior, que possibilita a utilização de diversos materiais, ambiente de
impressão fechado e a impressão em até duas cores.
16

Na Figura 3, pode-se visualizar o modelo de impressora 3D.

Figura 3 – Impressora 3D Cliever CL2 Pro

Fonte: Cliever, 2023.

O Quadro 1 apresenta as especificações da impressora 3D Cliever CL2 Pro.

Quadro 1 – Especificações da impressora 3D

Modelo: CL2 Pro


Tecnologia: FFF/FDM (Fabricação por Filamento Fundido): Extrusão de termoplástico
Dimensões da máquina: 510mm (L) x 440mm (P) x 540mm (A)
Cabeças de impressão (extrusores): Possibilidade de 1 ou 2 extrusores
Área de impressão com 1 extrusor: 300mm (L) x 230mm (P) x 200mm (A)
Área de impressão com 2 extrusores: 230mm (L) x 230mm (P) x 200mm (A)
Peso impressora (caixa): 34kg
Peso impressora (líquido): 29kg
Alimentação: Bivolt (127V/220V) manual – Chave seletora na fonte
Potência: 360W
Materiais de impressão: PLA; ABS; PET-G; TPU (Flex); – Filamento com diâmetro de
1,75mm
Diâmetro do bico: 0,4mm
Resolução / Altura de camada: 100 a 300 mícrons (0,1mm a 0,3mm)
Tolerância dimensional: 0,2mm
Mesa de impressão: Plataforma de vidro aquecida
Cor disponível: Preta/Verde
Estrutura metálica: Aço carbono com pintura epóxi
Temperatura de operação: 15ºC a 30ºC
Garantia: 1 ano
Software/ Sistema Operacional: Cliever Studio/ Windows 7+
Formato de arquivo para impressão: STL (requer preparação para impressão via SD)
Conectividade: USB e cartão SD (funcionamento independente de computador)
Fonte: Cliever, 2023.
17

Conforme Cliever (2023), fabricante da impressora, os seguintes insumos são


recomendados no uso do modelo CL2 Pro:
- Filamento PLA (Poliácido Lático);
- Filamento PVA (Álcool Polivinílico);
- Spray Adesivo.
Sendo que o spray adesivo é uma cola spray que auxilia na aderência da peça
na mesa de impressão.
Na Figura 4 estão ilustradas as especificações técnicas da impressora 3D
Cliever CL2 Pro.

Figura 4 – Especificações técnicas da impressora 3D

Fonte: Cliever, 2023.


18

2.3 SISTEMA DE CONTROLE

2.3.1 Core XY

“Core XY é um sistema de movimentação por eixo cartesiano desenvolvido pelo


MIT afim de substituir o sistema H-bot, tem seu princípio pela interpolação de dois
motores sendo o mais rápido sistema de movimentação” (MOYER, 2023).
O princípio da operação do Core XY, ocorre da seguinte maneira:
- Numa mesa de desenho padrão, tem uma régua que pode ser movida
para cima e para baixo, em uma barra horizontal, onde o padrão cruzado
dos cabos é estabilizado, mantendo a barra na horizontal;
- Pode-se conectar a uma das polias um motor de passo, quando a barra
horizontal passa a se mover para cima e para baixo, controlado pelo
computador, podendo ser chamado de estágio CNC de eixo único;
- Este efeito ocorre quando é seguida a direção do movimento dos dois
cabos do mecanismo, onde as setas verticais apontam na mesma direção;
- Para converter o mecanismo, deve-se modificá-lo para um estágio CNC
de dois eixos, quando ambos os motores são girados na mesma direção,
resultando em movimento horizontal ou se ambos os motores giram em
direções opostas, o resultado é em movimento vertical (MOYER, 2023).

2.3.2 Shield Ramps 1.6

A Shield Ramps 1.6 é uma única placa, utilizada para montar a impressora 3D
utilizando Arduino Mega. Ela suporta até 5 controladores de motor de passo. “O
Shield tem conexões auxiliares, conexões para motores, chaves de fim de curso e
conexão para extrusora, sendo totalmente compatível com drivers RAMPS. Sua
estrutura modular permite a rápida troca de componentes em caso de necessidade”
(Datacombr, 2023). Abaixo estão as especificações da Shield Ramps 1.6:
- Shield impressora 3D para Arduino Mega;
- Compatível com Arduino Mega;
- Soquete para até 5 drivers A4988 ou outros;
- Drivers não inclusos;
- Botão de reset.
19

2.3.3 Arduino

Arduino é uma plataforma open-source (software livre), que é distribuído com o


seu código-fonte, dando liberdade para o usuário estudar, adaptar e modificar o
software (Stevan Júnior, 2015).

Essa plataforma é baseada em microcontroladores, que são unidades de


processamento com diversos periféricos internos ao mesmo circuito
integrado, que possibilitam que esse dispositivo possa interagir com o
ambiente e ter controle sobre atuadores no mesmo, por possuir internamente,
além de uma unidade central de processamento, periféricos como memórias
(tanto de dados quanto de programa), comunicação serial, conversores
analógico-digitais, dispositivos PWM, comparadores, entre outros.
Diferentemente de um microprocessador, um microcontrolador dispõe de
praticamente tudo que precisa para operar sozinho, bastando interligar as
interfaces com o meio e programá-lo com as funções desejadas (Stevan
Júnior, 2015, p. 125).

O Arduino pode ser visualizado na Figura 5.

Figura 5 – Arduino

Fonte: Mamute Eletrônica, 2023.

2.3.4 Firmeware

Conforme Souza (2023) “firmware é um tipo de software que é armazenado em


um dispositivo eletrônico e que controla o funcionamento deste dispositivo”,
gerenciando as funções básicas do hardware, como a comunicação com outros
dispositivos, o processamento e a entrada/saída de dados.

O firmware também pode ser usado para adicionar novas funcionalidades a


um dispositivo, como suporte a novos protocolos de rede ou recursos de
hardware. Ele é geralmente armazenado em um chip ROM (memória
somente leitura) ou em um cartão de memória, o que o torna difícil de ser
alterado ou excluído por usuários comuns. No entanto, os fabricantes de
dispositivos geralmente disponibilizam atualizações de firmware para corrigir
erros ou adicionar novas funcionalidades (Souza, 2023).
20

Dependendo do dispositivo e do propósito, o firmware pode ser escrito em


diversas linguagens de programação (C, C++ e Assembly) e ainda em linguagens de
alto nível (Java e C#). Conforme Souza (2023) “a linguagem de programação
escolhida depende da complexidade do dispositivo, da quantidade de recursos
disponíveis e do propósito do firmware”. Enfim, o firmware faz parte da tecnologia
moderna e é uma importante ferramenta para o bom funcionamento de diversos
dispositivos eletrônicos.

2.4 SISTEMA MECÂNICO

2.4.1 Problemas mecânicos comuns nas impressoras 3D

Abaixo, estão elencados os problemas mecânicos mais comuns que as


impressoras 3D apresentam.

2.4.1.1 Perpendicularidade dos eixos

É um problema que ocorre pela incorreta montagem da impressora 3D, e


normalmente nas impressoras adquiridas em forma de kit. Geralmente, não causam
falhas de impressão, mas deformações nas peças. O problema pode ser identificado
pela falta de perpendicularidade nas bordas das peças, sendo que a solução é verificar
novamente a montagem do equipamento. “No caso das impressoras coreXY, a
perperdicularidade dos eixos pode ser devida a uma diferença excessiva na tensão
entre as duas correias” (Filament2Print, 2022).

2.4.1.2 Lubrificação deficiente em veios ou sujidade em veios

Quando as hastes ou guias lineares dos eixos são mal lubrificadas, ocorre um
aumento do ruído durante a impressão.

Em alguns casos, a falta de lubrificação combinada com a sujidade que entra


nos rolamentos pode causar atrito excessivo que pode levar à perda do passo
do motor e ao deslocamento da camada. É aconselhável limpar e lubrificar
regularmente todos os componentes móveis, assegurando que todos eles se
movimentam correctamente e sem fricção (Filament2Print, 2022).
21

2.4.1.3 Mau estado das correias

São as correias que fazem a transmissão do movimento para os eixos, por esse
motivo, é essencial que se verifique o seu estado com frequência.

Uma das principais causas de deslocamentos de camadas ou desvios


dimensionais é uma má regulação da tensão da correia. As correias com
baixa tensão resultam frequentemente em má qualidade superficial das peças
devido a linhas e marcas, enquanto as correias com tensão excessiva podem
aumentar a carga de trabalho do motor resultando em perdas de passo e
deslocamentos de camadas (Filament2Print, 2022).

Nas impressoras coreXY, a tensão diferente entre as duas correias pode


ocasionar uma perda de perpendicularidade entre os eixos. Logo, é importante o
ajuste das correias à tensão apropriada e garantir que ambas tenham tensões
semelhantes (Filament2Print, 2022).

2.4.1.4 Folga do fuso em Z

É comum durante as retrações que a impressora 3D faça um movimento Z rápido


para cima e para baixo. Se houver movimento entre os fios do fuso e a porca, ocorrerá
uma perda de precisão, que refletirá na superfície da peça. Para Filament2Print (2022)
“este fenómeno é conhecido como retrocesso e resulta frequentemente em defeitos
em forma de linha nas superfícies das peças de trabalho. A única solução é substituir
os fusos e as porcas por outros de maior qualidade ou utilizar porcas anti-backlash”.

2.4.1.5 Posição e estado dos sensores de fim de curso

Os sensores mecânicos ou ópticos são usados na detecção do fim de curso


dos eixos X e Y. Conforme Filament2Print (2022), estes sensores podem falhar,
especialmente os mecânicos, porque são usados repetidas vezes durante o processo.
Observa-se o erro, quando há colisão da cabeça durante a homming, sendo as causas
mais comuns:
- Posição incorreta: provoca a colisão da cabeça antes de ativar o sensor. É
aconselhável verificar periodicamente a sua posição movendo
manualmente a cabeça ou a base e verificar se não há nada que o impeça
de ativar o sensor;
- Falhas na ligação: um cabo solto ou uma má ligação fará com que o circuito
permaneça continuamente aberto e, portanto, o sensor não será ativado.
Este é um problema comum, pelo que, para evitar colisões que possam
danificar a impressora, é aconselhável utilizar interruptores de fim de curso
22

em configuração normalmente fechada (NC), de modo a que se houver uma


falha na ligação, o sensor salte e o problema possa ser facilmente
detectado;
- Um sensor danificado: isto é comum com os sensores mecânicos, que têm
uma vida de fadiga. Nestes casos, a única solução é substituir o sensor
(Filament2Print, 2022).

2.4.2 Sistema de manutenção

A manutenção preventiva em impressoras 3D evita muitos problemas e faz com


que a máquina esteja sempre disponível para o uso. Conforme 3DLab (2023), é
importante que se tenha alguns cuidados, como:
- Realizar a inspeção visual periódica: algumas coisas que podem causar
problemas nas impressoras podem ser percebidas a olho nu, como:
materiais residuais e poeira. Isso porque, a sujeira em excesso é a
principal responsável pelos problemas nas impressoras;
- Manter as correias esticadas e eixos lubrificados: com o passar do tempo,
as correias sofrem deformação e ficam frouxas, por isso, é importante
manter o tensionamento adequado. E, os eixos lineares com rolamentos
devem ser lubrificados e limpos para manter movimentos suaves do
extrusor, reduzindo a carga nos motores e os ruídos;
- Verificar e limpar o conjunto extrusor: as extrusoras tem um papel
fundamental no processo de impressão 3D, uma vez que, o filamento que
é derretido passa pelo bico da impressora reduzindo seu diâmetro. Por
isso, é importante que o bico não esteja entupido com resíduos, que
muitas vezes se acumulam na superfície do filamento pelo mal
acondicionamento;
- Verificar a engrenagem do extrusor: durante o uso, os dentes da
engrenagem no filamento se desgastam e impedem tracionamento
correto do filamento, causando subestrusão. Quando ocorre desgaste
excessivo, é necessária a troca da engrenagem;
- Verificar a tensão do tracionador: o tracionador “é formado por um sistema
móvel composto por uma mola, um rolamento e uma engrenagem fixa no
motor”. A pressão no conjunto ocorre a partir do aperto do parafuso que
prende a mola, empurrando o filamento no sentido da engrenagem e
23

conduzindo o material para o bico aquecido, se ele não estiver com a


pressão correta o filamento não é extrusado corretamente;
- Trocar o teflon: o tubo de teflon sofre desgaste e deformação, obstruindo
a passagem de filamento, pois, trabalha em altas temperaturas e pode ter
ao longo de sua extensão o acúmulo de material residual;
- Revisar se os parafusos e conectores estão no lugar: as impressoras 3D
têm muitas peças mecânicas em movimento, que causam vibrações
durante a operação. Por isso, os componentes de fixação devem ser
revisados regularmente evitandos desencaixes e ruídos;
- Manter a mesa nivelada, plana e limpa: é importante que a mesa esteja
plana e perfeitamente paralela ao lado e à profundidade da máquina, para
que a primeira camada de impressão fique aderida corretamente à
superfície de impressão, garantindo o sucesso final do projeto;
- Fazer a inspeção dos coolers: o mal funcionamento do cooler da placa
causa um super aquecimento do micro controlador (travando a
impressora) e dos drivers dos motores de passo (ocasionando perda de
passo). Enquanto, o mal funcionamento do cooler do hot end causa
entupimentos no bico, pois, o dissipador do hot end atinge altas
temperaturas, inchando o filamento da impressora. Logo, os coolers
devem estar sempre limpos, e com o fluxo de ar adequado. Não sendo
recomendada a lubrificação dos coolers, porque o óleo irá diminuir a sua
rotação. O ideal, é que sejam substituídos (3DLab, 2023).

2.4.3 Polia

A Polia GT2 20 Dentes é uma excelente opção para a manutenção de


Impressoras 3D, pois tem ampla compatibilidade. “Ela conta com 20 dentes com passo
de 2mm, sendo especialmente projetada para trabalhar em conjunto com a correia
GT2 com 6mm de espessura, permitindo movimentos livres e eficazes” (Usinainfo,
2023). Esta polia é produzida inteiramente em alumínio, facilitando os movimentos por
apresentar estrutura rígida e muito leve. Ela também, alcança maior durabilidade
porque não está sujeita a oxidação.
24

Conforme Usinainfo (2023) a polia GT2 20 dentes, possui perfuração com 8mm
de diâmetro, isso é muito importante, pois, garante conexão com motores de passo,
contando com pequenos parafusos para fazer o respectivo aperto do eixo.
Suas características são:
- Polia GT2 20 Dentes;
- Passo GT2 2mm;
- Produzida em Alumínio;
- Fixação por meio de parafusos (Inclusos);
- Furo 8mm;
- Compatível com Correias GT2 largura de 6mm (Usinainfo, 2023).
E, tem as seguintes especificações:
- Modelo: GT2;
- Material: Alumínio;
- Quantidade de dentes: 20;
- Passo: 2mm;
- Perfuração: 8mm;
- Distância máx. para Correia: 7,5mm;
- Dimensões (DxA): 16x16mm;
- Peso: 4,4g (Usinainfo, 2023).

2.4.4 Correia

A Correia 6mm GT2 Pu Alma de Aço para Impressora 3D e CNC (por metro) é
bastante usada na construção de impressoras 3D, e também na substituição da
correia dentada original da máquina. Ela é do modelo dentada aberta, assim, pode ser
adaptada em diversos tamanhos e nas mais variadas situações. “Por ser fabricada de
borracha com alma de aço, esse modelo de correia possui maior resistência à tração,
além de poder ser utilizado em ambientes com maior temperatura e umidade”
(Autocore Robótica, 2023).
As especificações da Correia 6mm GT2 Pu Alma de Aço são:
- Modelo: GT2 6mm;
- Material: Borracha Com Alma de Aço;
- Largura: 6mm;
- Passo: 2mm (Autocore Robótica, 2023).
25

3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

Para o desenvolvimento deste trabalho foi adotada a metodologia experimental,


realizando uma análise das condições da impressora 3D, que estava num depósito,
fora de uso. Nesta análise foi verificada a integridade dos cabos e conexões, bem como
o funcionamento da extrusora, do display e da placa da controladora. Com isso, foi
verificado que a placa da controladora estava queimada, o display não funcionava e a
extrusora estava entupida. Com os defeitos encontrados, foi possível realizar o reparo
ou substituições das peças defeituosas, envolvendo a limpeza e a substituição de
componentes, como as correias e polias.
Na Figura 6 é apresentado o fluxograma das etapas do trabalho.

Figura 6 – Fluxograma

Início

Análise dos defeitos da


impressora 3D

Substituição da
controladora e do LCD

Inclusão de um sensor de
alto nivelamento

Desobstrução do bocal
da extrusora

Substituição da correia e
das polias

Testes após as correções


feitas

Fim

Fonte: Próprio autor.


26

A partir do levantamento dos defeitos foram feitas as correções, conforme


etapas que são apresentadas a seguir.

3.1 ETAPA 1 – IMPRESSÕES 3D DAS PEÇAS

Foram feitas peças impressas em 3D, em outra impressora, para adaptar na


impressora deste projeto. Na Figura 7 é apresentada a peça para adaptar o display.

Figura 7 – Peça para adaptar o display

Fonte: Próprio autor.

Na Figura 8 é apresentada a peça que foi impressa para adaptar o Arduino.

Figura 8 – Peça para adaptar o Arduino

Fonte: Próprio autor.


27

Na Figura 9 é apresentada a peça que foi impressa para incluir o sensor de alto
nivelamento.

Figura 9 – Peça para incluir o sensor

Fonte: Próprio autor.

3.2 SUBSTITUIÇÃO DA CONTROLADORA E DO LCD

Na Figura 10 é apresentada a controladora que estava queimada na


impressora 3D.

Figura 10 – Controladora queimada

Fonte: Próprio autor.


28

A controladora foi substituída pelo Arduino Mega, com Ramps 1.6 (Figura 11).

Figura 11 – Arduino Mega e Ramps 1.6

Fonte: Próprio autor.

O display da impressora 3D estava queimado, conforme ilustra a Figura 12.

Figura 12 – Display queimado

Fonte: Próprio autor.

Foi substituído por um display que estava funcionando, conforme Figura 13.

Figura 13 – Display funcional

Fonte: Próprio autor..


29

3.3 ETAPA 3 – INCLUSÃO DE UM SENSOR DE ALTO NIVELAMENTO

O sensor de alto nivelamento (bl touch) foi incluído na impressora para controlar
a mesa, com a programação do firmeware, conforme demonstrado na Figura 14.

Figura 14 – Sensor de nivelamento adaptado

Fonte: Próprio autor.

3.4 ETAPA 4 – DESOBSTRUÇÃO DO BOCAL DA EXTRUSORA

Na Figura 15 é ilustrado o objeto que estava obstruindo o bico da impressora.

Figura 15 – Desobstrução do bocal da extrusora 1

Fonte: Próprio autor.


30

Para desentupir o bocal da extrusora 1 foi elevada a temperatura para aquecer


o bocal e com isso o material ficou flexível, para a remoção do filamento que estava
obstruindo.
Na Figura 16 é ilustrada a peça hot end que foi isolada com a fita Kapton para
suportar altas temperaturas.

Figura 16 – Hot end isolada

Fonte: Próprio autor.

Além de realizada a desobstrução, também foram invertidos de lugar os coolers,


com o objetivo de ter um melhor resfriamento no bico da extrusora (Figura 17).

Figura 17 – Inversão dos coolers

Fonte: Próprio autor.


31

3.5 ETAPA 5 – FIXAÇÃO DO DISSIPADOR

Ao verificar a impressora, na placa da controladora (Arduino) foi encontrada


uma peça solta que é o dissipador. Estava causando erros nas impressões, nas duas
extrusoras, porque estava solta. Conforme demonstrado na Figura 18.

Figura 18 – Dissipador solto

Fonte: Próprio autor.

O dissipador foi fixado na placa do Arduino e as impressões saíram


corretamente, conforme demonstrado na Figura 19.

Figura 19 – Dissipador fixado

Fonte: Autoria própria.


32

3.6 ETAPA 6 – TESTES APÓS AS CORREÇÕES FEITAS

Foram realizadas impressões para verificar se a impressora estava imprimindo


corretamente nas extrusoras 1 e 2.
No Quadro 2 são apresentados os parâmetros das extrusoras 1 e 2, na
impressão do cubo 20x20 mm.

Quadro 2 – Parâmetros da extrusora 1 e 2 – Cubo 20x20 mm

Tamanho 20x20 mm
Tempo estimado 35min.
Número de camadas 166
Linhas totais 33.918
Filamento necessário 1.434 mm
Temperatura da extrusora 190°C
Temperatura da cama 60°C
Fonte: Próprio autor.

No Quadro 3 são apresentados os parâmetros das extrusoras 1 e 2, na


impressão do cubo 30x30 mm.

Quadro 3 – Parâmetros da extrusora 1 e 2 – Cubo 30x30 mm

Tamanho 30x30 mm
Tempo estimado 1h20min.
Número de camadas 249
Linhas totais 55.567
Filamento necessário 3.452 mm
Temperatura da extrusora 190°C
Temperatura da cama 60°C
Fonte: Próprio autor.

No Quadro 4 são apresentados os parâmetros das extrusoras 1 e 2, na


impressão do cubo 40x40 mm.
33

Quadro 4 – Parâmetros da extrusora 1 e 2 – Cubo 40x40 mm

Tamanho 40x40 mm
Tempo estimado 2h27min.
Número de camadas 333
Linhas totais 76.559
Filamento necessário 6.594 mm
Temperatura da extrusora 190°C
Temperatura da cama 60°C
Fonte: Próprio autor.

No Quadro 5 são apresentados os parâmetros da extrusora 2, na impressão do


Yoda 33x20 mm.

Quadro 5 – Parâmetros da extrusora 2 – Yoda 33x20 mm

Tamanho (altura x largura) 33x20 mm


Tempo estimado 38min.
Número de camadas 274
Linhas totais 114.957
Filamento necessário 1.422 mm
Temperatura da extrusora 190°C
Temperatura da cama 60°C
Fonte: Próprio autor.

No Quadro 6 são apresentados os parâmetros da extrusora 1, na impressão do


Yoda 43x33 mm.

Quadro 6 – Parâmetros da extrusora 1 – Yoda 43x33 mm

Tamanho (altura x largura) 43x33 mm


Tempo estimado 1h10min.
Número de camadas 366
Linhas totais 195.630
Filamento necessário 2.723 mm
Temperatura da extrusora 190°C
Temperatura da cama 60°C
Fonte: Próprio autor.
34

3.7 ETAPA 7 – SUBSTITUIÇÃO DA CORREIA E DAS POLIAS

Foram substituídas as correias e as 8 polias novas, que estava sendo utilizada


a correia GT3, foi colocada a GT2. O passo da correia era que foi colocada é menor,
assim vai ter mais precisão nas impressões feitas.
A Figura 20 demonstra a correia e as polias antes da substituição.

Figura 20 – Polias e correia antes da troca

Fonte: Autoria própria.

A Figura 21 demonstra a correia e as polias depois da substituição.

Figura 21 – Polias e correia depois da troca

Fonte: Autoria própria.


35

Nesta substituição foi feita a medição do diâmetro da polia utilizada e contado


o número de dentes da polia. Assim, foi feito um cálculo no software específico para
saber a polia correta para a substituição. Conforme Figura 22.

Figura 22 – Medição do diâmetro da polia

Fonte: Autoria própria.

Figura 23 – Polias e correia novas

Fonte: Autoria própria.


36

4 APLICAÇÃO E RESULTADOS

A controladora, o display e o sensor de alto nivelamento foram instalados e


estão funcionais. O firmeware Marlin 2.1.1 precisou de pequenos ajustes de
configuração. Conforme visualizado na Figura 24.

Figura 24 – Impressora 3D funcional

Fonte: Próprio autor.

Após feitas as melhorias na impressora, foram realizados testes de impressões,


para verificar se estava saindo corretamente as impressões.
Analisando as impressões foi verificado que está acontecendo uma defasagem
de tempo das impressões, o que está previsto no software não corresponde com a
duração das impressões feitas. Conforme Tabela 1.

Tabela 1 – Testes das impressões

Previsão Levou
Cubo 20x20 mm 35min. 49min.
Cubo 30x30 mm 1h20min. 1h50min.
Cubo 40x40 mm 2h27min. 2h56min.
Yoda 33x20 mm 38 min. 57min.
Yoda 43x33 mm 1h10min. 1h50min.
Fonte: Próprio autor.
37

Durante os testes das impressões na extrusora 1 foi constatado que não


apresentou defeitos. Conforme demonstrado na Figura 25.

Figura 25 – Peças impressas na extrusora 1

Cubo 20x20 mm Cubo 30x30 mm

Cubo 40x40 mm Yoda 43x33 mm

Fonte: Próprio autor.

Porém, no uso da extrusora 2 apresentou o seguinte defeito: buracos na


superfície superior da impressão (Pillowing), conforme demonstrado na Figura 26.

Figura 26 – Peças impressas na extrusora 2

Cubo 20x20 mm Cubo 30x30 mm Yoda 33x20 mm

Fonte: Próprio autor.


38

5 COMENTÁRIOS FINAIS

Nesse trabalho foi realizada a parte de pesquisa, montagem e aplicação, pode-


se dizer que o trabalho proposto foi concluído com êxito, ele está em funcionamento
por completo, todos os objetivos propostos foram alcançados.
Assim foi constatado que após a troca da correia e das polias as impressões
ficaram mais precisas, com uma visualização melhor.
Para trabalhos futuros sugere-se procedimentos que possam resultar em
menor tempo de impressão.
39

REFERÊNCIAS

3DLAB. Aprenda como fazer a manutenção preventiva em impressoras 3D! 12


out. 2023. Disponível em: https://3dlab.com.br/manutencao-preventiva-em-
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CNC (por metro). Disponível em: https://www.autocorerobotica.com.br/correia-6mm-
gt2-pu-alma-de-aco-para-impressora-3d-e-cnc-por-metro Acesso em: 18 out. 2023.

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1.amazonaws.com/vnda-cockpit/cliever-vnda-com-
br/2020/06/02/5ed6a28de6d20Manual-CL2-Pro-1-e-2-2.pdf. Acesso em: 23 set.
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es%20e%20detalhes%20de%20texturas. Acesso em: 06 out. 2023.

DATACOMBR. Shield Arduino Mega RAMPS 1.6. Disponível em:


https://datacombr.com.br/index.php?route=product/product&product_id=194 Acesso
em: 06 out. 2023.

DIAS, Brayam. 5 principais defeitos na impressão 3D e como resolver. 22 nov.


2021. Disponível em: https://www.wishbox.net.br/blog/defeitos-impressao-3d/ Acesso
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FILAMENT2PRINT. Problemas mecânicos mais comuns em impressoras 3D


FDM. 24 ago. 2022. Disponível em:
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HIGASHIYAMA, Marcel Eiji. Retrofit do sistema de alimentação de uma


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LIRA, Valdemir Martins. Processos de fabricação por impressão 3D: tecnologia,


equipamentos, estudo de caso e projeto de impressora 3D. São Paulo: Blucher,
2021. E-book.

MAMUTE ELETRÔNICA. Placa compatível Arduino MEGA ATMEGA2560 R3


CH340 com cabo USB. Disponível em: https://www.mamuteeletronica.com.br/placa-
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MARLIN. Download Marlin. Disponível em: https://marlinfw.org/meta/download/


Acesso em: 20 jun. 2023.
40

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5169.html Acesso em: 04 out. 2023.

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