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9° Seminário de Inovação e Tecnologia do IFSul

fifth Innovation and Technology Seminar IFSul


7 a 9 de Novembro / November 8th to 10th, 2019
Sapucaia do Sul – RS – Brasil ISSN 2446-7618

DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO ON-GRID


RESIDENCIAL CONSIDERANDO A SAZONALIDADE ANUAL DA
IRRADIAÇÃO SOLAR NA CIDADE DE SAPUCAIA DO SUL/RS
Gomes, W.R.C.1

1 Doutorando em Engenharia de Minas, Materiais e Metalurgia, William Roger Carvalho Gomes,


Universidade Federal do Rio Grande do Sul, william.gomes@senairs.org.br.

Resumo
Atualmente, há uma busca de produção de energia elétrica que minimize a
degradação do meio ambiente. No Brasil, desde a criação da Resolução Normativa n°
687 que traz a possibilidade de compensação de energia pelo consumidor, a
implementação de sistemas fotovoltaicos se tornou possíveis nas residências. O
objetivo deste texto é dimensionar um sistema fotovoltaico on-grid, tomando como
base a sazonalidade da incidência solar do ano de 2018 em uma residência na cidade
de Sapucaia do sul/RS. Neste trabalho foram levantadas diversas informações
técnicas e financeiras a respeito do uso da energia fotovoltaica para a viabilidade de
sua implementação. A partir da conta de energia elétrica de um consumidor da cidade
de Sapucaia do Sul, foi dimensionado um sistema de geração composto por 11
módulos fotovoltaicos, com potência de 340 W cada, e 1 inversor, com potência de 3
kW. O sistema projetado tem a previsão de gerar 4.9 MWh por ano e retorno do
investimento em 5 anos e meio, a um investimento inicial de R$18450,00. O retorno
financeiro sem contabilizar o investimento inicial, apresentou uma redução dos gastos
de 90,39% em torno de 25 anos. Quando contabilizado o valor de investimento inicial
mais o valor pago a concessionária, o valor aproxima-se de 81,74% de redução ao
valor pago pelo consumo de energia.

Palavras-chave: fotovoltaico; solar; dimensionamento; sistema.

DIMENSIONING OF A RESIDENTIAL ON-GRID PHOTOVOLTAIC SYSTEM


CONSIDERING THE ANNUAL SEASONALITY OF SOLAR IRRADIATION IN THE
CITY OF SAPUCAIA DO SUL / RS

Abstract
Currently, there is a search for electricity production that minimizes the degradation of
the environment. In Brazil, since the creation of Normative Resolution No. 687 that
brings the possibility of energy compensation by the consumer, the implementation of
photovoltaic systems has become possible in homes. The objective of this paper is to
scale an on-grid photovoltaic system, based on the solar incidence seasonality of 2018
in a residence in the city of Sapucaia do sul / RS. In this work several technical and
financial information about the use of photovoltaic energy for the feasibility of its
implementation were raised. From the electricity bill of a consumer in the city of
Sapucaia do Sul, a generation system consisting of 11 photovoltaic modules, with
power of 340 W each, and 1 inverter, with power of 3 kW, was dimensioned. The
projected system is expected to generate 4.9 MWh per year and return on investment
in 5 and a half years, at an initial investment of R $ 18450.00. The financial return
without accounting for the initial investment, showed a reduction of expenses of
90.39% around 25 years. When the initial investment value plus the amount paid to

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the concessionaire is accounted for, the amount approximates 81.74% of the reduction
paid for the energy consumption.

Key words: photovoltaic; solar; sizing; system.

1 INTRODUÇÃO

A cada ano, a energia elétrica tem onerado financeiramente o consumidor,


porém, frente a essa taxa inflacionária, o sistema fotovoltaico surge como uma
alternativa economicamente viável, proporcionando uma melhora no consumo
sustentável, preservando o meio ambiente, bem como, ajudando a contribuir com a
redução das emissões de CO2 na atmosfera geradas por outras fontes de
energia. (RENOWATT, 2019).
Visando sempre à máxima produção de energia, as empresas fabricantes dos
sistemas fotovoltaicos vêm ampliando seus conhecimentos e estudos para uma
melhor produção, esta tecnologia está focada em gerar energia por um período maior
de tempo com uma captação máxima de raios solares. (RÔSSA,2014).
Um dos fatores mais importantes para gerar o máximo de energia elétrica pelo
sistema foto voltaico é a irradiação solar. Este fator incide em uma placa fotovoltaica
de três formas diferentes: direta, difusa e albedo. Na irradiação direta, os raios solares
incidem diretamente na placa, não sendo desviados ou refletidos em seu curso. Na
irradiação difusa, uma parcela dos raios solares é desviada ou refletida. Já na
irradiação de albedo, a parcela dos raios solares que incidem no solo, é refletida,
atingindo posteriormente as placas fotovoltaicas (SATTLER, 2017).
No dimensionamento de um sistema fotovoltaico é importante conhecer a
sazonalidade da produção da energia fotovoltaica. Deste modo, a irradiação solar é
menor nos meses do inverno, principalmente no Rio grande do Sul, e por conseguinte
maior, nos meses de verão. Sendo que neste período, a energia fotovoltaica
apresenta os valores unitários mais baixos, tornando este sistema mais atrativo.
O surgimento das bandeiras tarifárias vermelhas e amarela também pode valorizar a
opção em instalar um sistema fotovoltaico, no qual elas representam um acréscimo
na conta da energia elétrica, em virtude das condições de geração de eletricidade,
que por coincidência ocorre no período de inverno, que em teoria é período de baixo
período de chuva no ano (DANTAS; POMPERMAYER, 2018).
Então tomando como base as premissas levantadas, o objetivo deste trabalho
é dimensionar um sistema fotovoltaico on-grid, tomando como base a sazonalidade
da incidência solar do ano de 2018 em uma residência na cidade de Sapucaia do
sul/RS.
Na metodologia será dimensionado um sistema fotovoltaico ON GRID para uma
residência na cidade de Sapucaia do Sul, considerando o plano norte com angulação
azimutal de 22°. Para executar as ações mencionadas serão propostas 7 etapas no
dimensionamento proposto.

1º Etapa: Estudo do consumo anual (kwh/ano) proposto;


2º Etapa: Análise do valor de HSP (Hora solar Pico de Sapucaia do Sul/RS;
3º Etapa: Determinação das perdas do sistema;
4º Etapa: Dimensionamento da Potência do sistema;
5º Etapa: Dimensionamento da quantia de placas e suas potências;
6º Etapa: Seleção do inversor;
7º Etapa: Estudo da Viabilidade econômica do sistema.

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2 MATERIAIS E MÉTODOS

Diante do objetivo estabelecido, foi desenvolvida um estudo do consumo anual


(kwh/ano) proposto, analisando a fatura de energia referente ao ano de 2018. Para
exemplificar a atividade proposta os dados foram obtidos de uma residência, Latitude
(--29.8168392,), Longitude (-51.1534448), rua São José, Bairro Piratini, Sapucaia do
Sul/RS. Na Figura 1 é apresentado o consumo de cada mês.

Figura 1: Consumo Residencial – Ano de 2018

Para efeito de dimensionamento, é necessário conhecer a HSP (horas de sol


pleno) do Município de Sapucaia do Sul/RS. A HSP é o número de horas em que a
irradiação solar deve ser constante e igual a 1000W/m² (ALVES, 2016). De acordo
com Pinho e Galdino (2014) o valor da irradiação solar incidente em um plano
orientado na direção do equador e com uma inclinação igual a latitude local, permitindo
calcular a energia elétrica que pode ser convertida por um sistema fotovoltaico
instalado nessas condições. De acordo com o CRESESB (2019), aponta os valores
correspondentes de irradiação solar no plano inclinado, referente ao município em
questão, tomando como base o plano azimutal de 22° na direção norte. Na Figura 2
apresenta os valores correspondente da irradiação solar Irradiação solar diária média
mensal [kWh/m2.dia].

Figura 2: Consumo Residencial – Ano de 2018


Fonte: Adaptado CRESESB (2019)

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Em sistemas fotovoltaicos é necessário considerar em seu dimensionamento,


problemas relacionados com intemperes ambientais e perda de eficiência no processo
de geração de energia. As intemperes podem estar relacionadas com acumulo de
sujeira, poeira e resíduos causados por animais nos módulos pode ser um fator de
perca de desempenho na geração de energia, com isso estimasse uma limpeza
periódica semestral nos painéis fotovoltaicos. (ARAÚJO; RANK; BUENO, 2016).
Como os painéis fotovoltaicos são instalados em sua grande maioria aos
telhados das residências, existe um problema com uma refrigeração apropriada,
gerando assim o aquecimento das placas, reduzindo o percentual de eficiência de 7%
a 24% de cada placa de acordo com o clima e irradiação de cada localidade.
(ARAÚJO; RANK; BUENO, 2016).
A diminuição de eficiência também ocorre no sistema elétrico da instalação,
visto que um condutor quando aquecido por uma corrente elétrica, ocorre a
transformação de energia elétrica em energia térmica, este fenômeno ocorre devido
ao encontro dos elétrons da corrente elétrica com as partículas do condutor (efeito
joule), tal efeito ocasiona perdas de eficiência de acordo com a especificação de cada
cabo(ESTEVÃO, 2019).
Os inversores assim como outros equipamentos possuem uma eficiência
energética pré-determinada pelo seu fabricante. Esta eficiência é determinada porque
existe uma relação de perda na inversão de corrente continua que é produzida pelas
placas, para corrente alternada a ser encaminhada para a rede (ARAÚJO; RANK;
BUENO, 2016). No caso de inversores com MPPT (rastreamento de ponto de potência
máxima) podem limitar as potências de entrada em situações que a potência gerada
pelo painel fotovoltaico ultrapassar a máxima potência de entrada do equipamento.
(ALVES,2016).
A Diff (diferença de produção entre os módulos) a quantidade de energia
geradas por dois ou mais módulos dentro de um arranjo fotovoltaico, pode operar em
seu ponto de máxima potência individual, isto se deve porque a corrente é forçada a
ser igual em todos os módulos da string, ao invés do sistema disponibilizar uma
potência ideal ele acaba por gerar uma potência real. (SOUZA, 2019).
Com base nos fatores já apresentados estima-se de perdas apresentadas na
Tabela 1.

Tabela 1 - Percentual da Perda de eficiência em Sistema Fotovoltaico


Componente da perda % da Perda
Sujeira 1%
DIFF entre Módulos 1%
Temperatura 12%
Efeito Joule 1%
Fator de Transformação CC/CA 4%
MPPT 1%
Total de Perda Estimada 20%

Conforme a Neosolar (2019) o projeto fotovoltaico inicia-se pela definição da


quantidade de energia a ser produzida, considerando o consumo de energia em KWh
da residência. O sistema fotovoltaico deve ser dimensionado para produzir

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aproximadamente 100% da energia média consumida, lembrando que o consumidor


não será remunerado pelo excesso de produção de energia, sendo que a sobra da
produção deve usada em até sessenta meses ou creditada na fatura de uma outra
unidade consumidora, desde que seja atendida pela mesma concessionaria e
vinculado ao mesmo CPF. O tamanho do sistema também fica restrito a área
disponível para instalação dos painéis.
Para que seja dimensionado um sistema fotovoltaico é necessária a verificação
de consumo do suposto cliente, verifica-se assim a média dos últimos 12 meses e
subtrai-se o consumo mínimo para verificação da potência desejada. (ENERMAC,
2019).
Para consumidores do grupo A, usa-se o mesmo dimensionamento, porém se
pega a média do consumo de ponta mais o consumo fora de ponta, sempre evitando
que a potência do sistema não ultrapasse a demanda contratada em 20%.
(ENERMAC, 2019). A Eq. 1 determina a potência do sistema.

𝑃𝐷
Eq.1
𝑃𝑓𝑣 = (HTOT x30)η

onde PD é a quantidade de energia estimada que o sistema irá gerar (kWh/mês),


baseado no histórico, HTOT é a irradiação solar diária média (kWh/m². Dia), ɳ é o
rendimento do sistema e o valor constante de 30, é a conversão de valor do dado de
dia para valor mensal.
Para o cálculo de projeção de painéis fotovoltaico, foi considerado um potência
da placa de 340 Wp. A Eq.2 determina o número de módulos do sistema de acordo
com a potência do sistema. (ENERMAC, 2019).

𝑃𝑓𝑣 𝑥 1000 Eq.2


Nmd(calculado) =
𝑃𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎

onde PFV a potência do sistema, Pplaca é a potência das placas, Nmd é o número de
placas calculado. Após o número de placas ser determinado, arredonda-se o valor e
recalcula-se a potência do sistema com o número de placas adotado. (ENERMAC,
2019). A Eq.3 determina a potência final do sistema.

𝑁𝑚𝑑 𝑥 𝑃𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 Eq.3


PFV(real) =
1000

onde Pplacas é a potência escolhida das placas, Nmd é o número de placas escolhido,
PFV é a potência real do sistema. Após determinar a nova potência do sistema,
calcula-se quanto o mesmo irá gerar em média de energia. (ENERMAC, 2019). A Eq.4
determina geração do sistema.

𝐸 = 𝑃𝐹𝑉(𝑟𝑒𝑎𝑙). (𝐻𝑇𝑂𝑇𝑥30). 𝜂 Eq.4

onde E o geração média do sistema.


Para escolher um inversor, adota-se uma porcentagem do quanto o inversor
irá trabalhar abaixo da potência do sistema. De acordo com a ENERMAC (2019)
recomenda-se um máximo de 20%. A Eq.6 determina a potência do inversor

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𝜂 Eq. 5
PInv = PFV(real)
100

onde Pinv é a potência escolhida do inversor, ɳ é o rendimento do sistema, PFV(real) é


a potência final do sistema.
No estudo de viabilidade econômica do sistema, será considerado uma taxa
energética inflacionaria conservadora anual de 8%. Esse valor aproxima-se dos dados
históricos, que a Coimbra (2019) apresenta que a tarifa média nominal, sofreu um
aumento médio de 230% nos últimos 18 anos, segundo os dados apresentados pela
ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). De acordo com Coimbra (2019), a
esse aumento na tarifa se intensificou a partir de 2012, quando a tarifa cresceu 20,4%
em termos reais até 2018.
De acordo com CPFL (2019), concessionaria de energia que administra o
município de Sapucaia do Sul/RS, os valores praticados em TUSD (uso da rede de
distribuição) para consumidores residenciais classe B1 é de R$290,26 por MWh. Para
TE (o custo de energia elétrica para revenda) na bandeira verde aproxima-se de
R$270,01 por MWh, já bandeira amarela o valor atinge R$285,01 por MWh. Por fim
na bandeira vermelha o valor chega a R$310,01 por MWh. Para facilitar o cálculo,
considerando a fatura a ser estudada, foi considerada um valor médio de R$ 0,55
kWh.
A previsão de estudo foi baseada em ciclo de vida médio de 25 anos de
utilização dos painéis fotovoltaicos (ANEEL. Resolução Nº 482, 2012). Segundo
Dantas e Pompermayer (2018), não existem dados referentes aos custos de
manutenção e operação do sistema fotovoltaico, visto que é necessário a remoção de
sujeira e poeira das placas. Considerando uma eficiência do sistema de 70%, o tempo
ideal para a limpeza nos painéis pode ser executado entre 9 a 10 meses. Modificando
o valor da taxa de desempenho para 72%, o tempo ideal precisa ser de 5 a 6 meses
(GAIO; CAMPOS, 2017).
Para concluir a análise de viabilidade econômica é necessário apresentar os
custos relativos à operação e de manutenção, porém, estes dois custos são
relativamente muito inferiores aos custos do Kit como um todo, representando
aproximadamente um custo anual de 0,5% a 1,5% da quantidade investida
inicialmente (UC, 2012).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A média do consumo residencial encontrada foi de 406 kWh, sendo que o mês
de julho/2018 apresentou um valor fora do padrão de consumo, mas devido a época
do ano exigir muito de equipamentos térmicos, o valor foi mantido para realização da
média de consumo desta residência. Para o cálculo da potência necessária o valor da
irradiação solar diária média foi considerado de 4,62 kWh/m². dia. De acordo com a
Eq. 4 apresenta o cálculo da potência teórica do sistema.

406 [kWh]
𝑃𝑓𝑣 = kWh = 3,66 [kWp] Eq.4
(𝟒,𝟔𝟐 [ .dia]x30).0,8
m2

Na Eq. 5 apresenta o cálculo necessário de números de painéis solares,


baseando-se na potência teórica calculada do sistema.

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3,66 [kWp]𝑥 1000 Eq.5


Nmd(calculado) = = 10,76 ≅ 11 𝑚ó𝑑𝑢𝑙𝑜𝑠
340 [𝑊𝑝]

Após o número de placas ser determinado, foi arredondado o valor e


recalculado a potência do sistema com o número de placas adotado. A Eq.6 determina
a potência final do sistema.

11 𝑥 340 [𝑊𝑝] Eq.6


PFV(real) = = 3,74 [𝑘𝑊𝑝]
1000

Com a nova potência do sistema, foi calculado a geração média de energia


da energia. A Eq.7 determinou a geração do sistema.
kWh Eq.7
𝐸 = 3,74 [kWp]. (𝟒, 𝟔𝟐 [ m2 . dia]𝑥30). 0,8= 414,69 [kWh]

Para escolher um inversor, adotou uma porcentagem de trabalho do inversor


menor em relação a potência do sistema. Para dimensionamento do inversor foi
determinado uma eficiência de 80%. A Eq.8 determina a potência do inversor.

80 Eq. 8
PInv = 3,74 [𝑘𝑊𝑝] = 2,99 [𝑘𝑊] ≅ 3[𝑘𝑊]
100

Na Figura 3, são apresentados os valores que se estima obter com a


instalação fotovoltaica em cada mês, isso levando-se em conta a radiação solar
fornecida pela CRESESB (2019), não considerando a diminuição na eficiência das
células ao longo do seu período útil.

Figura 3 – Consumo x Geração

Nota-se que na Figura 3, os valores apresentados entre os meses de maio a


setembro a capacidade de geração de energia é menor do que o consumo. Já nos

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meses de outubro a abril, a expectativa de geração supera ao consumo mensal. No


agregado anual a capacidade de geração tem um valor de 2,1% a mais que o consumo
anual. Foi realizada uma cotação da implementação deste sistema na residência, e
os valor ofertado ficou em R$18450,00.
Considerando o valor de implementação a Tabela 2 apresenta a correlação
dos valores de ganho com a geração fotovoltaica em relação ao investimento inicial,
durante 25 anos. Neste cálculo foi contabilizado os valores de taxa inflacionaria de 8%
a.a, custo semestral de Manutenção e operação de 0,5% sobre o investimento Inicial,
ainda sendo contabilizado sobre este, um valor de inflação de 4% a.a.
Também foram considerados nos cálculos uma perde de eficiência 0,5% ao
longo dos 25 anos de operação. De acordo com Reis (2015), alguns sistemas mais
antigos estão a perder potência, em torno de 0,5% ao ano, aproximando-se de 80%
da sua capacidade operacional próximo dos 25 a 30 anos de funcionamento.

Tabela 2 - Correlação dos valores de ganho com a geração fotovoltaica em relação


ao investimento inicial
Inflação Tarifa Fluxo de Caixa
Ano Economia Anual [R$] Manutenção [R$]
Energética [%] (R$/kWh) [R$]

0 8% R$ 0,55 R$ 2.736,95 - -R$ 18.450,00


1 8% R$ 0,59 R$ 2.941,13 R$ 191,88 -R$ 15.713,05
2 8% R$ 0,64 R$ 3.160,46 R$ 199,56 -R$ 12.963,80
3 8% R$ 0,69 R$ 3.396,06 R$ 207,54 -R$ 10.002,89
4 8% R$ 0,75 R$ 3.649,12 R$ 215,84 -R$ 6.814,37
5 8% R$ 0,81 R$ 3.920,95 R$ 224,47 -R$ 3.381,09
6 8% R$ 0,87 R$ 4.212,91 R$ 233,45 R$ 315,39
7 8% R$ 0,94 R$ 4.526,49 R$ 242,79 R$ 3.664,07
8 8% R$ 1,02 R$ 4.863,27 R$ 252,50 R$ 7.947,76
9 8% R$ 1,10 R$ 5.224,98 R$ 262,60 R$ 12.558,54
10 8% R$ 1,19 R$ 5.613,43 R$ 273,11 R$ 17.520,92
11 8% R$ 1,28 R$ 6.030,60 R$ 284,03 R$ 22.861,25
12 8% R$ 1,38 R$ 6.478,59 R$ 295,39 R$ 28.607,82
13 8% R$ 1,50 R$ 6.959,66 R$ 307,21 R$ 34.791,02
14 8% R$ 1,62 R$ 7.476,24 R$ 319,49 R$ 41.443,47
15 8% R$ 1,74 R$ 8.030,92 R$ 332,27 R$ 48.600,21
16 8% R$ 1,88 R$ 8.626,52 R$ 345,57 R$ 56.298,86
17 8% R$ 2,04 R$ 9.266,00 R$ 359,39 R$ 64.579,81
18 8% R$ 2,20 R$ 9.952,60 R$ 373,76 R$ 73.486,43
19 8% R$ 2,37 R$ 10.689,75 R$ 388,71 R$ 83.065,26
20 8% R$ 2,56 R$ 11.481,14 R$ 404,26 R$ 93.366,30
21 8% R$ 2,77 R$ 12.330,75 R$ 420,43 R$ 104.443,18
22 8% R$ 2,99 R$ 13.242,81 R$ 437,25 R$ 116.353,49
23 8% R$ 3,23 R$ 14.221,88 R$ 454,74 R$ 129.159,05
24 8% R$ 3,49 R$ 15.272,86 R$ 472,93 R$ 142.926,19
25 108% R$ 3,77 R$ 16.400,97 R$ 491,85 R$ 157.726,12

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Como é possível verificar entre o 5º e 6º ano da implementação do sistema


fotovoltaico é possível ter o retorno do investimento inicial, contabilizando também as
taxas inflacionarias, bem com o gasto com o processo de manutenção e limpeza do
sistema.
Na Figura 4 é apresentado os valores a serem pagos a concessionária ao
longo de 25 anos.

Figura 4 – Valores pagos a concessionária com e sem o Sistema fotovoltaico

Na Figura 4 é apresentado os valores que seriam pagos para a concessionária


com e sem o Sistema fotovoltaico. Sem contabilizar o investimento inicial, a redução
dos gastos com energia durante 25 anos, os valores se aproximam de uma redução
de 90,39%. Contabilizando o valor de investimento inicial mais o valor pago a
concessionária, o valor aproxima-se de 81,74% de redução ao valor pago para o
consumo de energia.

4 CONCLUSÃO

Este texto propôs um estudo de caso de um dimensionamento do sistema


fotovoltaico residencial, considerando a sazonalidade da irradiação solar no município
de Sapucaia do Sul/RS. Parte do estudo visou responder questões sobre a viabilidade
econômica, considerando a taxa de retorno de investimento. É possível afirmar que
este tipo de geração de energia se apresenta de maneira mais sustentável, possuindo
como a principal vantagem de ser uma energia limpa, não degradando grandes áreas
e também é uma forma de energia renovável. O Brasil é um país tropical, tornando
este sistema praticamente viável em todo território. Mesmo que existe uma variação
da quantidade produzida de acordo com a situação do clima, e os painéis ainda
apresentam uma excelente taxa de retorno. Uma grande desvantagem é que o custo
para inserção de um sistema fotovoltaico hoje é um pouco alto, mas como mostra o
dimensionamento do sistema o valor de R$18.450,00 com o retorno do investimento
em aproximadamente 5 anos e meio. A compensação dos valores pagos a
concessionaria, não liquida totalmente a fatura, pois ainda é necessário o pagamento

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de uma taxa mínima para a concessionaria, como por exemplo a taxa de distribuição
da rede e de iluminação pública.
Como sugestões de trabalhos futuros, pode ser analisado o investimento
inicial e seu payback em comparação a outros meios de investimento de taxa fixa,
como por exemplo, CDB, Imóvel, Tesouro direto e poupança.

Agradecimentos

A Enermac, que proporcionou oportunidades de crescimento e conhecimento.


Ao professor Mauro César Rabuski Garcia e ao professor Tomaz Fantin, do Instituto
Federal Sul Riograndense, que ao ministrar a disciplina de Projeto Integrador III, que
propiciou a oportunidade de realizar este trabalho.

REFERÊNCIAS

1 RENOWATT (Rio Grande do Sul). Energias renováveis e


soluções. Disponível em: <https://renowatt.eng.br/>. Acesso em: 06 ago. 2019.
2 RÔSSA, Carlos Henrique. Simulação computacional e análise da produção
de energia para sistemas fotovoltaicos em conexão com a rede
elétrica. 2014. 86 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Mecânica,
Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2014.
3 SATTLER, Miguel Aloysio. DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA
FOTOVOLTAICO: ESTUDO DE CASO DA REVITALIZAÇÃO DE UMA
EDIFICAÇÃO. 2017. 113 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil,
Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 2017.
4 DANTAS, Stefano Giacomazzi; POMPERMAYER, Fabiano Mezadre.
VIABILIDADE ECONÔMICA DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS NO BRASIL E
POSSÍVEIS EFEITOS NO SETOR ELÉTRICO. Ipea, Rio de Janeiro, p.1-48,
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5 PINHO, J. T.; GALDINO M. A. (Rio de Janeiro). Cepel-cresesb (Org.). Manual
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