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SPTC-GO
SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍCIA CIENTÍFICA DO
ESTADO DO GOIÁS
EDITAL 001/2023
CÓD: SL-037FV-23
7908433232391
INTRODUÇÃO
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!
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Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados: compreensão literal e inferencial. Tipos e gêneros
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textuais.................................................................................................................................................................................
2. Domínio da ortografia oficial. Emprego das letras. Emprego da acentuação gráfica........................................................... 17
3. Domínio dos mecanismos de coesão textual. Emprego/correlação de tempos e modos verbais. Emprego de elementos de
referenciação, substituição e repetição, de conectores e outros elementos de sequenciação textual. Reescritura de períodos, 19
coerência e utilização de estratégias coesivas. ....................................................................................................................
4. Domínio da estrutura morfossintática do período. Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração.Relações
de subordinação entre orações e entre termos da oração. Emprego dos sinais de pontuação. Concordância verbal e nominal. 21
Emprego do sinal indicativo de crase. Colocação dos pronomes átonos. . ..........................................................................
5. Substituição de palavras e(ou) expressões. Retextualização de diferentes gêneros e níveis de formalidade. ................... 36
6. Correspondência oficial conforme Manual de Redação do Governo do Estado de Goiás e respectivas atualizações. . ...... 37
7. Adequação da linguagem ao tipo de documento. Adequação do formato do texto ao gênero........................................... 37
Informática Básica
1. Conceito de Internet e intranet. Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e pro-
cedimentos associados à Internet/intranet. Ferramentas e aplicativos comerciais de navegação, de correio eletrônico, de
grupos de discussão, de busca e pesquisa. ................................................................................................................................ 51
2. Acesso a distância a computadores, transferência de informação e arquivos, aplicativos de áudio, vídeo, multimídia. .......... 58
3. Conceitos de proteção e segurança............................................................................................................................................ 59
4. Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos de informática: tipos de
computadores, conceitos de hardware e de software; Instalação de periféricos. . ................................................................... 63
5. Procedimentos, aplicativos e dispositivos para armazenamento de dados e para realização de cópia de segurança
(backup)...................................................................................................................................................................................... 66
6. Conceitos de organização e gerenciamento de arquivos, pastas e programas........................................................................... 67
7. Noções básicas dos principais aplicativos comerciais e softwares livres para: edição de textos e planilhas, geração de material
escrito, visual, sonoro e outros................................................................................................................................................... 70
Editora
Legislação Especial
1. Lei Federal n° 13.675/2018, que disciplina a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela Segurança Públi-
ca, cria a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS) e institui o Sistema Único de Segurança Pública
(SUSP).......................................................................................................................................................................................... 291
2. Lei Federal n° 11.343/2006, que institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – SISNAD –, prescreve medi-
das para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, estabelece normas
para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, define crimes e dá outras providências.................... 302
3. Lei Federal n° 13.869/2019, que dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade.................................................................... 315
4. Lei Federal n° 9.455/1997, que define os crimes de tortura....................................................................................................... 318
5. Lei Federal n° 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente)............................................................................................. 319
6. Lei Federal n° 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento).......................................................................................................... 359
7. Lei Federal n° 9.605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais).............................................................................................................. 365
8. Lei Federal n° 8.072/1990 (Lei dos Crimes Hediondos)............................................................................................................... 371
9. Crimes de Trânsito (art. 291 a 312-B da Lei Federal n° 9.503/1997)........................................................................................... 373
10. Lei Federal n° 12.030/2009, que dispõe sobre as perícias oficiais e dá outras providências....................................................... 375
11. Bancos de Perfis Genéticos (Lei Federal n° 12.654/2012 e Lei Federal n° 13.964/2019)............................................................. 376
LÍNGUA PORTUGUESA
Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objeti-
vo de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que nos
é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação, a res-
posta será localizada no próprio no texto, posteriormente, ocorre
a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada em
nossos conhecimentos prévios.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
CACHORROS
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos- Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex- dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo Ironia verbal
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. intenção são diferentes.
As informações que se relacionam com o tema chamamos de Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- Ironia de situação
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
capaz de identificar o tema do texto! vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-i- vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-
deias-secundarias/ so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a
morte.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Ironia dramática (ou satírica) Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Busca de sentidos
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- apreensão do conteúdo exposto.
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
da narrativa. relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o citadas ou apresentando novos conceitos.
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- do que com a filha.
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações Opinião
encaminham-se diretamente para um desfecho. A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a que fazemos do fato.
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de- cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
curto.
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para anteriores:
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
como horas ou mesmo minutos. A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- do que com a filha. Ela foi egoísta.
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
imagens. Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- mos expressando nosso julgamento.
vencer o leitor a concordar com ele. É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. analisamos um texto dissertativo.
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
de destaque sobre algum assunto de interesse. Exemplo:
A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali- com o sofrimento da filha.
za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS
os professores a identificar o nível de alfabetização delas. Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do
Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as
de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li- ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto.
berdade para quem recebe a informação. Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento
DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO e o do leitor.
Parágrafo
Fato O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma-
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto
uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei- dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela-
ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro. cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre-
Exemplo de fato: sentada na introdução.
A mãe foi viajar.
Embora existam diferentes formas de organização de parágra-
Interpretação fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís-
É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em
quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau- três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem
sas, previmos suas consequências. a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa-
Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon- rágrafos curtos, é raro haver conclusão.
tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen- Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz
ças sejam detectáveis. uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo
Exemplos de interpretação: escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou- prova.
tro país.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Outro aspecto que merece especial atenção são os conecto- A Linguagem Culta ou Padrão
res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins-
ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do perí- truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên-
odo, e o tópico que o antecede. cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial,
ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas,
para a clareza do texto. conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi-
Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér- cas, noticiários de TV, programas culturais etc.
bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro, Gíria
sem coerência. A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como
Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta- arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam
tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores. a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa-
Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es- gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos.
trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam
mais direto. o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os
NÍVEIS DE LINGUAGEM novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode
Definição de linguagem acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário
Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias de pequenos grupos ou cair em desuso.
ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos, Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”,
gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo “mina”, “tipo assim”.
da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa Linguagem vulgar
linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal). Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco
As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar
o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na
incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo comida”.
social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
e caem em desuso. Linguagem regional
Língua escrita e língua falada Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa-
A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala-
falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico,
parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.
ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na Tipos e genêros textuais
conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran-
do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem
pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li- como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e
berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante. explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás-
Linguagem popular e linguagem culta sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou
Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua- dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns
gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala, exemplos e as principais características de cada um deles.
nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
o diálogo é usado para representar a língua falada.
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LÍNGUA PORTUGUESA
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Expositivo Seminários
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Palestras
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Conferências
cobrança efetiva (conclusão). Entrevistas
Trabalhos acadêmicos
Tipo textual narrativo Enciclopédia
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta Verbetes de dicionários
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu-
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo, Dissertativo-argumen- Editorial Jornalístico
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo). tativo Carta de opinião
Resenha
Características principais: Artigo
• O tempo verbal predominante é o passado. Ensaio
Monografia, dissertação de
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his-
mestrado e tese de doutorado
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história –
onisciente). Narrativo Romance
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em Novela
prosa, não em verso. Crônica
Contos de Fada
Exemplo: Fábula
Solidão Lendas
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era
o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe- Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for-
liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se. ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi-
Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni- nitos e mudam de acordo com a demanda social.
rem, um tirou do outro a essência da felicidade.
ARGUMENTAÇÃO
Nelson S. Oliveira
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurre- — Definição
ais/4835684 Argumentação é um recurso expressivo da linguagem empre-
gado nas produções textuais que objetivam estimular as reflexões
GÊNEROS TEXTUAIS críticas e o diálogo, a partir de um grupo de proposições. A elabora-
Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes ção de um texto argumentativo requer coerência e coesão, ou seja,
de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um clareza de ideia e o emprego adequado das normas gramaticais.
texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro- Desse modo, a ação de argumentar promove a potencialização das
dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem capacidades intelectuais, visto que se pauta expressão de ideias e
funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são pas- em pontos de vista ordenados e estabelecidos com base em um
síveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preservan- tema específico, visando, especialmente, persuadir o receptor da
do características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela que mensagem. É importante ressaltar que a argumentação compreen-
de, além das produções textuais escritas, as propagandas publicitá-
apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos textu-
rias, os debates políticos, os discursos orais, entre outros.
ais que neles predominam.
Os tipos de argumentação
Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais – Argumentação de autoridade: recorre-se a uma personali-
Descritivo Diário dade conhecida por sua atuação em uma determinada área ou a
Relatos (viagens, históricos, uma renomada instituição de pesquisa para enfatizar os conceitos
etc.) influenciar a opinião do leitor. Por exemplo, recorrer ao parecer de
Biografia e autobiografia um médico infectologista para prevenir as pessoas sobre os riscos
Notícia de contrair o novo corona vírus.
Currículo – Argumentação histórica: recorre-se a acontecimentos e mar-
Lista de compras cos da história que remetem ao assunto abordado. Exemplo: “A
Cardápio desigualdade social no Brasil nos remete às condutas racistas de-
Anúncios de classificados sempenhadas instituições e pela população desde o início do século
XVI, conhecido como período escravista.”
Injuntivo Receita culinária
Bula de remédio
Manual de instruções
Regulamento
Textos prescritivos
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“Isso é presente de grego” – alusão à mitologia em que os troia- “A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu,
nos caem em armadilhada armada pelos gregos durante a Guerra mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre
de Troia. aquilo que todo mundo vê.”
Arthur Schopenhause
4 – Citação: trata-se da reescrita literal de um texto, isto é, con-
siste em extrair o trecho útil de um texto e copiá-lo em outro. A
citação está sempre presente em trabalhos científicos, como arti- DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL. EMPREGO DAS
gos, dissertações e teses. Para que não configure plágio (uma falta LETRAS. EMPREGO DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA
grave no meio acadêmico e, inclusive, sujeita a processo judicial), a
citação exige a indicação do autor original e inserção entre aspas.
Exemplo: — Definições
“Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”,
(Lavoisier, Antoine-Laurent, 1773). “exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome
dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que
5 – Crossover: com denominação em inglês que significa “cru- indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refe-
zamento”, esse tipo de intertextualidade tem sido muito explorado re às práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como
nas mídias visuais e audiovisuais, como televisão, séries e cinema. adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortogra-
Basicamente, é a inserção de um personagem próprio de um uni- fia são: o emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas,
verso fictício em um mundo de ficção diferente. Freddy & Jason” é abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave);
um grande crossover do gênero de horror no cinema. os sinais de pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e
decorrentes dessas funções, entre outros.
Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre a qual
recaem, para que palavras com grafia similar possam ter leituras
diferentes, e, por conseguinte, tenham significados distintos. Re-
sumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da vogal mais
aberto), circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz com que o
som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase).
O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão estabele-
cidos os sinais gráficos e os sons representados por cada um dos
sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes.
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LÍNGUA PORTUGUESA
As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras – Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas
foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma português bra- que divergem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e “gos-
sileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico. As to” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome de-
possibilidades da vogal Y e das consoantes K e W são, basicamente, monstrativo).
para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:
– Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km ACENTUAÇÃO GRÁFICA
(quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma).
– Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus deri- — Definição
vados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova York. A acentuação gráfica consiste no emprego do acento nas pala-
vras grafadas com a finalidade de estabelecer, com base nas regras
Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos da língua, a intensidade e/ou a sonoridade das palavras. Isso quer
do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais re- dizer que os acentos gráficos servem para indicar a sílaba tônica de
gras: uma palavra ou a pronúncia de uma vogal. De acordo com as regras
gramaticais vigentes, são quatro os acentos existentes na língua
«ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos: portuguesa:
– Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum, – Acento agudo: Indica que a sílaba tônica da palavra tem som
abacaxi. aberto. Ex.: área, relógio, pássaro.
– Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa. – Acento circunflexo: Empregado acima das vogais “a” e” e
– Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar. “o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada. Ex.: acadêmico, ân-
– Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer, mexe- cora, avô.
rica. – Acento grave/crase: Indica a junção da preposição “a” com
o artigo “a”. Ex: “Chegamos à casa”. Esse acento não indica sílaba
s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos: tônica!
– Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa, ver- – Til: Sobre as vogais “a” e “o”, indica que a vogal de determina-
minose. da palavra tem som nasal, e nem sempre recai sobre a sílaba tônica.
– Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem adjeti- Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que indica que a
vos. Exemplo: amazonense, formosa, jocoso. sílaba forte é “o” (ou seja, é acento tônico), e um til (˜), que indica
– Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título ou que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro exemplo se-
nacionalidade. Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holandesa, melhante é a palavra bênção.
burguês/burguesa.
– Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”. — Monossílabas Tônicas e Átonas
Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar. Mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer alte-
ração de intensidade de voz na sua pronúncia. Exemplo: observe o
Porque, Por que, Porquê ou Por quê? substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração da pre-
– Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja, posição “de” + artigo “o”). Ao comparar esses termos, perceber-
indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto, mos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja, temos
toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de uma monossílaba tônica e uma átona, respectivamente. Diante de
que o emprego do porque estará correto. Exemplo: Não choveu, palavras monossílabas, a dica para identificar se é tônica (forte) ou
porque/pois nada está molhado. fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como abaixo:
– Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado “Sinto grande dó ao vê-la sofrer.”
para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”, “Finalmente encontrei a chave do carro.”
para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração.
Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do can- Recebem acento gráfico:
celamento do show. – As monossílabas tônicas terminadas em: -a(s) → pá(s), má(s);
– Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e, -e(s) → pé(s), vê(s); -o(s) → só(s), pôs.
por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome – As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis,
ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento -éu, -ói. Ex: réis, véu, dói.
do show.
– Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao Não recebem acento gráfico:
fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente. – As monossílabas tônicas: par, nus, vez, tu, noz, quis.
Por quê? – As formas verbais monossilábicas terminadas em “-ê”, nas
quais a 3a pessoa do plural termina em “-eem”. Antes do novo acor-
Parônimos e homônimos do ortográfico, esses verbos era acentuados. Ex.: Ele lê → Eles lêem
– Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na leem.
pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver
(perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e Exceção! O mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos
apreender (capturar). terminados em “-em”, já que a terceira pessoa termina em “-êm”.
Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem →
Eles têm; Ele vem → Eles vêm.
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Acentuação das palavras Oxítonas 2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas.
As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide
as oxítonas com sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e – alcaloide; assembléia – assembleia; asteróide – asteroide; euro-
-o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé, péia – europeia.
vocês. Logo, não se acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”.
Ex.: caqui, urubu. 3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas.
Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo – taois-
Acentuação das palavras Paroxítonas mo.
São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima sílaba
é tônica. De acordo com a regra geral, não se acentuam as pala- 4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que pos-
vras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados abai- suem -e tônico em hiato.
xo. Observe as exceções: Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo
– Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis, ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem – leem; relêem – releem;
hóquei, jóquei, pônei, saudáveis. revêem.
– Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex,
esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil, tórax. 5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua por-
– Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis, tuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; enxágüe – enxágue; linguïça
grátis, júri, lápis, oásis, táxi. – linguiça.
– Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus,
tônus. 6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma
– Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons. grafia, mas apresentam significados diferentes. Exemplo: o verbo
– Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns, PARAR: pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo
quórum, quóruns. “parar” era acentuada para que fosse diferenciada da preposição
– Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs, órfã, “para”.
órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos. Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim:
Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo / pre-
Acentuação das palavras Proparoxítonas posição]
Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo / pre-
tônica, e todas recebem acento, sem exceções. Ex.: ácaro, árvore, posição]
bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro,
tática, trânsito.
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Perceba que a diferença entre a referência e a substituição é – O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem
evidente principalmente no fato de que a substituição adiciona ao de saberes adquirida ao longo da vida e que é arquivada na nos-
texto uma informação nova. No exemplo usado para a referência, o sa memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts
pronome pessoal retoma as pessoas “Ana e Sara”, sem acrescentar (roteiros, tal como normas de etiqueta), planos (planejar algo com
quaisquer informações ao texto. um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de funcio-
namento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã, sair
– Elipse: trata-se da omissão de um componente textual – no- para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc.
minal, verbal ou frasal – por meio da figura denominando eclipse. Exemplo:
Exemplo: “Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!”
“Preciso falar com Ana. Você a viu?” Aqui, é o contexto que
proporciona o entendimento da segunda oração, pois o leitor fica O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na
ciente de que o locutor está procurando por Ana. frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são elementos, os cha-
mados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e nada
– Conjunção: é o termo que estabelece ligação entre as ora- têm a ver com o Natal.
ções.
Exemplo:
“Embora eu não saiba os detalhes, sei que um acidente aconte-
ceu.” Conjunção concessiva.
DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO. RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TER-
MOS DA ORAÇÃO. RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO. EMPREGO DOS SINAIS
DE PONTUAÇÃO. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL. EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE. COLOCAÇÃO DOS PRO-
NOMES ÁTONOS
CLASSES DE PALAVRAS
— Definição
Classes gramaticais são grupos de palavras que organizam o estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua portuguesa
condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida em razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades de cada classe
gramatical.
— Artigo
É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo, podendo flexionar em número e em gênero.
NÚMERO/
MASCULINO FEMININO EXEMPLOS
GÊNERO
Preciso de um pe-
dreiro.
Singular Um Uma
Vi uma moça em
frente à casa.
Localizei uns docu-
mentos antigos.
Plural Umas Umas
Joguei fora umas
coisas velhas.
Indicação de posse: antes de palavras que atribuem parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode exprimir relação de
posse. Por exemplo:
“No momento em que ela chegou, o marido já a esperava.”
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido do sujeito “ela”, omitindo o pronome possessivo dela.
Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de generalização, o artigo indefinido inserido antes de numeral indica valor
aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse emprego dos artigos indefinidos representa expressões como “por volta de” e
“aproximadamente. Observe:
“Faz em média uns dez anos que a vi pela última vez.”
“Acrescente aproximadamente umas três ou quatro gotas de baunilha.”
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PREPOSIÇÃO
de em a per/por
ARTIGOS masculino singular o do no ao pelo
DEFINIDOS
plural os dos nos aos pelos
feminino singular a da na à pela
plural as das nas às pelas
ARTIGOS masculino singular um dum num
INDEFINIDOS plural uns duns nuns
feminino singular uma duma numa
plural umas dumas numas
— Substantivo
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais, qualidades, sentimentos, seres mitológicos e espirituais). Os substan-
tivos se subdividem em:
Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que nomeiam algo específico, como nomes de pessoas (Pedro, Paula) ou lugares
(São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na sua generalidade (garoto, caneta, cachorro).
Primitivos ou derivados: se não for formado por outra palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se formado por outra palavra,
é substantivo derivado (carruagem, planetário).
Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres reais ou imaginativos, são concretos (cavalo, unicórnio); os que nomeiam
sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.
Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres pertencentes ao mesmo grupo. Exemplos: manada (rebanho de gado), conste-
lação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de cães).
— Adjetivo
É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar o seu significado, atribuindo-lhe caracterização conforme uma quali-
dade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade ou extensão à palavra, locução, oração, pronome, enfim, ao que quer que
seja nomeado.
Os tipos de adjetivos
Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo simples (bonito, grande, esperto, miúdo, regular); apresenta mais de um
radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente, amarelo-limão).
Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos é primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos originados de verbo,
substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.: substantivo morte → adjetivo mortal; adjetivo lamentar → adjetivo
lamentável).
Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou origem de uma pessoa (paulista, brasileiro, mineiro, latino).
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Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.
Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”
Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada).
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:
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Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)
— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
lugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:
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— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso, esta-
belecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos conectados,
as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras palavras, as
conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado uma maior mais clareza e precisão ao enuncia-
do.
No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.
Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.
Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:
1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, comple-
mento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:
«É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”
2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:
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— Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma sequência. Os nu-
merais podem ser: cardinais (um, dois, três), ordinais (primeiro, segundo, terceiro), fracionários (meio, terço, quarto) e multiplicativos (do-
bro, triplo, quádruplo). Antes de nos aprofundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais, que tem três principais finalidades:
1 – Indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados os
numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); Parágrafo 10 (Parágrafo 10).
2 – Indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do primeiro
dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal. Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto.
3 – Indicar capítulos, séculos, capítulos, reis e papas: após o substantivo emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o décimo
utiliza-se o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV (quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis).
Os tipos de numerais
Cardinais: são os números em sua forma fundamental e exprimem quantidades.
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil.
– Alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, quinhentos/quinhentas).
– Alguns números cardinais variam em número, como é o caso: milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante.
– Apalavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste,
mas os dois/ambos foram reprovados.
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Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro, segun- Exemplo 2 – “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Fina-
do, décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a ordem de lizei o quadro com textura.” Perceba que nas duas fases, a mesma
sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de objetos. preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/
– Os numerais ordinais variam em gênero (masculino e femi- instrumento; na segunda, exprime companhia. Por isso, afirma-se
nino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/primeira, que a preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao
primeiros/primeiras, décimo/décimos, décima/décimas, trigésimo/ valor estrutural (gramática).
trigésimos, trigésima/trigésimas.
– Alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. Exem- Classificação das preposições
plo: A carne de segunda está na promoção. Preposições acidentais: são aquelas que, originalmente, não
apresentam função de preposição, porém, a depender do contexto,
Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas re- podem assumir essa atribuição. São elas: afora, como, conforme,
duzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. Exem- durante, exceto, feito, fora, mediante, salvo, segundo, visto, entre
plos: meio ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três quartos outras.
(¾), 1/12 avos. Exemplo: ”Segundo o delegado, os depoimentos do suspeito
– Os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino apresentaram contradições.” A palavra “segundo”, que, normal-
e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de mente seria um numeral (primeiro, segundo, terceiro), ao ser in-
leite, meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo. serida nesse contexto, passou a ser uma preposição acidental, por
tem o sentido de “de acordo com”, “em conformidade com”.
Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre
um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma Locuções prepositivas
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e em-
Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo. prego de uma preposição. As principais locuções prepositivas são
– Em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando constituídas por advérbio ou locução adverbial acrescido da pre-
atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número posição de, a ou com. Confira algumas das principais locuções pre-
e gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios, positivas.
duplos sentidos.
abaixo de de acordo junto a
Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem
quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12 uni- acerca de debaixo de junto de
dades). acima de de modo a não obstante
– Os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/
unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas. a fim de dentro de para com
à frente de diante de por debaixo de
— Preposição
antes de embaixo de por cima de
Essa classe de palavras cujo objetivo é marcar as relações gra-
maticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e advér- a respeito de em cima de por dentro de
bios) exercem no discurso. Por apenas marcarem algumas relações atrás de em frente de por detrás de
entre as unidades linguísticas dentro do enunciado, as preposições
não possuem significado próprio se isoladas no discurso. Em razão através de em razão de quanto a
disso, as preposições são consideradas classe gramatical dependen- com respeito a fora de sem embargo de
te, ou seja, sua função gramatical (organização e estruturação) é
principal, embora o desempenho semântico, que gera significado e — Interjeição
sentido, esteja presente, possui um valor menor. É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que
manifestam por parte do emissor do enunciado uma surpresa, uma
Classificação das preposições hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc., por
Preposições essenciais: são aquelas que só aparecem na língua parte do emissor do enunciado. São as chamadas unidades autô-
propriamente como preposições, sem outra função. São elas: a, an- nomas, que usufruem de independência em relação aos demais
tes, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por elementos do enunciado. As interjeições podem ser empregadas
(ou per, em dadas variantes geográficas ou históricas), sem, sob, também para chamar exigir algo ou para chamar a atenção do in-
sobre, trás. terlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como:
– Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras
Exemplo 1 – ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.” Em que, associadas, assumem o valor de interjeição. Exemplos: “Ai de
ambas as sentenças, a preposição de manteve-se sempre sendo mim!”, “Minha nossa!” Cruz credo!”.
preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades lin- – Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!”
guísticas diferentes, garantindo-lhes classificações distintas confor- – Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!»
me o contexto.
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A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada, 1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração
a disposição das palavras na frase também é fundamental para a Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual
compreensão da informação escrita, e deve seguir os padrões da se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por
Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já vai falar.” isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos
Pode ser modificada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” , respectivos exemplos a seguir:
sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”,
já professora vai.” , apesar da combinação das palavras, não poderá que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração
ser compreendida pelo interlocutor. sobre o sujeito).
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Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto), – Predicados nominais: são aqueles que têm um nome (subs-
podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após tantivo ou adjetivo) como cujo núcleo significativo da oração. Ade-
o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos mais, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade, e é
respectivos casos: composto por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito.
“Fred fez um lindo discurso.” – Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características
“Um lindo discurso Fred fez.” ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo: em “Marta é inteligen-
“Fez um lindo discurso, Fred.” te.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja, é sua
característica de estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo “ser”
– Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela (é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica atual.
concordância verbal. Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo, mas
– Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo liga- pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo um substantivo ou pala-
do ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”. vra substantivada.
– Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos. – Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre
Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.” um predicativo do sujeito associado a uma ação do sujeito acresci-
da de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo
– Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na da aula. Por isso, estavam contentes.
oração, mas a frase é dotada de entendimento. Ex.: “Passamos no O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair”
teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a con- e também o adjetivo “contentes”. Logo, “estavam contentes” é o
cordância do verbo o destaca de forma indireta. predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”.
– Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração e,
diferente do caso anterior, não há concordância verbal para deter- 2 – Termos integrantes da oração
miná-lo. Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma
oração, atribuindo sentindo a ela. Eles podem ser complementos
Esse sujeito pode aparecer com: verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva.
– Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”. – Complementos Verbais: como sugere o nome, esses termos
– Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se completam o sentido de verbos, e se classificam da seguinte forma:
padeiro.”». – Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não exi-
– Verbo no infinitivo impessoal: “Vai ser mais fácil se você es- gindo preposição.
tiver lá.” – Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos,
isto é, aqueles que dependem de preposição para que seu sentido
– Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado, seja compreendido.
e sua mensagem está centralizada no verbo, que é impessoal. Essas
orações podem ter verbos que constituam fenômenos da natureza, Quanto ao objeto direto, podemos ter:
ou os verbos ser, estar, haver e fazer quando indicativos de fenôme- – Um pronome substantivo: “A equipe que corrigiu as provas.”
no meteorológico ou tempo. Observe os exemplos: – Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o aconte-
“Choveu muito ontem”. cido.”
“Era uma hora e quinze”. – Um substantivo ou expressão substantivada: “Ele consertou
os aparelhos.»
– Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e ver-
bo, ou entre verbo e complementos. Os verbos, por sua vez, tam- – Complementos Nominais: esses termos completam o senti-
bém recebem sua classificação, conforme abaixo: do de uma palavra, mas não são verbos; são nomes (substantivos,
– Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adian- adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe
te para passar a informação adequada. Em outras palavras, é o ver- os exemplos:
bo que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa – “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que
compreensão, esse trânsito do verbo, o complemento pode ser di- “satisfeita” é adjetivo, e “com seus resultados” é complemento no-
reto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e minal.
complemento. Ex.: “Quero comprar roupas.”. No segundo, verbo e – “O entregador atravessou rapidamente pela viela. – “rapida-
complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.” mente” é advérbio de modo.
– Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de – “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um
sentido completo. São exemplos: morrer, acordar, nascer, nadar, substantivo.
cair, mergulhar, correr.
– Verbo de ligação: servem para expressar características de – Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que prati-
estado ao sujeito, sendo eles: estado permanente (“Pedro é alto.”), cam a ação expressa pelo verbo, quando este está na voz passiva.
estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação Assim, estão normalmente acompanhados pelas preposições de e
(“Pedro esteve enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro conti- por. Observe os exemplos do item anterior modificados para a voz
nua esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”). passiva:
– “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.”
– “O cachorro foi alvo do meu medo.”
– “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.”
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EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO “Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.”
7 – Separar o complemento pleonástico antecipado:
— Visão Geral “Estas alegações, não as considero legítimas.”
O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais gráfi-
cos que, em um período sintático, têm a função primordial de indi- 8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas
car um nível maior ou menor de coesão entre estruturas e, ocasio- por conjunções)
nalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias) em um “Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.”
discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os gestos e as
expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a compreen- 9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas:
são da frase. “São Paulo, 16 de outubro de 2022”.
O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades:
– Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos 10 – Marcar a omissão de um termo:
tipos textuais; “Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo “fa-
– Garantir os efeitos de sentido dos enunciados; zer”).
– Demarcar das unidades de um texto;
– Sinalizar os limites das estruturas sintáticas. • Entre as sentenças
1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas
— Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um “Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.”
enunciado
2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéti-
Vírgula cas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”:
De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado “Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos
para indicar que os termos por ela isolados, embora compartilhem ajudasse.”
da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas,
se, ao contrário, houver relação sintática entre os termos, estes não 3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a
devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo tem- principal:
po que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em outras, “Quando será publicado, ainda não foi divulgado.”
ela é vetada. Confira os casos em que a vírgula deve ser empregada:
4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvi-
• No interior da sentença das ou reduzidas, especialmente as que antecedem a oração prin-
1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição: cipal:
ENUMERAÇÃO
Por ser sempre assim, ninguém dá
Reduzida
Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate. atenção!
Paguei as contas de água, luz, telefone e gás. Porque é sempre assim, já ninguém dá
Desenvolvida
atenção!
REPETIÇÃO
Os arranjos estão lindos, lindos! 5 – Separar as sentenças intercaladas:
“Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu
Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada.
leito, até que você se recupere por completo.”
2 – Isolar o vocativo
• Antes da conjunção “e”
“Crianças, venham almoçar!”
1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire valo-
“Quando será a prova, professora?”
res que não expressam adição, como consequência ou diversidade,
por exemplo.
3 – Separar apostos
“Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.”
“O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.”
2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sem-
4 – Isolar expressões explicativas:
“As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi res- pre que a conjunção “e” é reiterada com com a finalidade de desta-
ponsabilizado.” car alguma ideia, por exemplo:
“(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede;
5 – Separar conjunções intercaladas e dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o
“Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.” esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha)
6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado: 3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas
“Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos funcionários apresentam sujeitos distintos, por exemplo:
do setor.” “A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.”
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O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito 3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o
e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto adnominal, nome objetivo de prolongar o raciocínio:
e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas
substantiva e oração subordinada (desde que a substantivo não seja faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar).
apositiva nem se apresente inversamente).
4 – Suprimem palavras em uma transcrição:
Ponto “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros -
1 – Para indicar final de frase declarativa: Raimundo Fagner).
“O almoço está pronto e será servido.”
Ponto de Interrogação
2 – Abrevia palavras: 1 – Para perguntas diretas:
– “p.” (página) “Quando você pode comparecer?”
– “V. Sra.” (Vossa Senhoria)
– “Dr.” (Doutor) 2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para
destacar o enunciado:
3 – Para separar períodos: “Não brinca, é sério?!”
“O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”
Ponto de Exclamação
Ponto e Vírgula 1 – Após interjeição:
1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou ora- “Nossa Que legal!”
ções coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
“Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG; nos- 2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva
sa amiga, de praticar esportes.” “Infelizmente!”
2 – Para introduzirem citação direta: 2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos:
“Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente “— Vou partir em breve.
muito conhecido: “Nada se cria, nada se perde, tudo se transfor- — Vá com Deus!”
ma’.”
3 – Para iniciar fala de personagens: 3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários:
“Ele gritava repetidamente: “Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.”
– Sou inocente!”
4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicati-
Reticências vas:
1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta sintati- “Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.”
camente:
“Quem sabe um dia...” Aspas
1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta,
2 – Para indicar hesitação ou dúvida: como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos, arca-
“Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar ísmos, palavrões, e neologismos.
ainda.” “Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
“A reunião será feita ‘online’.”
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2 – Para indicar uma citação direta: – “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.”
“A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de – “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos
Assis) do que ocorreria.”
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo, ou
faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou perma-
Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal nece na 3a pessoa do singular:
estudam a sintonia entre os componentes de uma oração. – “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.»
– Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao su-
jeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar em Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo con-
número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a, 2a, ou corda com o termo que antecede o pronome:
3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é flexiona- – “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.»
do para concordar com o sujeito. – “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.»
– Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero
(flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes Concordância verbal com a partícula de indeterminação do
da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa
e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas do singular sempre que a oração for constituída por verbos intran-
formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal con- sitivos ou por verbos transitivos indiretos:
cordância ocorre em gênero e pessoa – «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”
Casos específicos de concordância verbal Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo
Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três si- concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito
tuações em que o verbo no infinitivo é flexionado: paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
I – Quando houver um sujeito definido; – Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.”
II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração fo- Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria,
rem distintos. a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com
a 3° pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode
Observe os exemplos: ser empregada:
“Eu pedir para eles fazerem a solicitação.” – “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos en-
“Isto é para nós solicitarmos.” traram.”
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das
Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão pessoas entenderam.”
verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito
da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo em Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve
locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos impe- concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo,
rativos. mas também concordar com a forma no masculino plural:
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
Exemplos: – “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.”
“Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
“Foram proibidos de realizar o atendimento.” Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo
concorda em gênero e número com os pronomes pessoais:
Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos, – “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular, – “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”
tendo em vista que não existe um sujeito.
Observe os casos a seguir: Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois
– Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer, ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular,
nevar, amanhecer. se houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o
Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.» substantivo deve estar no plural:
– O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas – “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o
professoras vigiando as crianças.” xadrez.”
– O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz – “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e
duas horas que estamos esperando.” xadrez.”
Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas
tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância ver- expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
bal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer no houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista esse
singular ou no plural: artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino singu-
lar:
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– “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É 3 – Troque o termo regente da preposição a por um que es-
proibido circulação de pessoas não identificadas.” tabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada se façam contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas
de crianças acompanhadas.” pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá.
Concordância nominal com menos: a palavra menos perma- Exemplos:
nece é invariável independente da sua atuação, seja ela advérbio “Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta
ou adjetivo: de estudar / Insiste em estudar.”
– “Menos pessoas / menos pessoas”. “Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua filha
– “Menos problema /menos problemas.” / Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.”
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você / Gos-
Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe, ba- to de você / Penso em você.”
rato, meio e caro: esses termos instauram concordância em gênero
e número com o substantivo quando exercem função de adjetivo: 4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que ex-
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.” pressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada se
– “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”. a locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como nú-
– “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes. cleo uma palavra feminina, ocorrerá crase.
Exemplos:
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE “Tudo às avessas.”
“Barcos à deriva.”
Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou
“contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial, em 5 – Outros casos envolvendo locuções e crase:
palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a (preposi- Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão
ção) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela (pronome “moda de”, ficando somente o à explícito.
demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) + aquilo (prono- Exemplos:
me demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção das vogais, a “Arroz à (moda) grega.”
crase, como regra geral, ocorre diante de palavras femininas, sendo “Bife à (moda) parmegiana.”
a única exceção os pronomes demonstrativos aquilo e aquele, que
recebem a crase por terem “a” como sua vogal inicial. Crase não é Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso
o nome do acento, mas indicação do fenômeno de união represen- de horas especificadas e definidas: Exemplos:
tado pelo acento grave. “À uma hora.”
A crase pode ser a contração da preposição a com: “Às cinco e quinze”.
– O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não assis-
tiu às aulas.” COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS
– O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.”
– Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da
“Retorne àquele mesmo local.” frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
– O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma
quais devemos o maior respeito e consideração”. culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
após o verbo – ênclise.
Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini-
duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua-
construção sintática. gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita,
Técnicas para o emprego da crase formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe se- Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
melhante. Se a combinação ao aparecer, ocorrerá crase diante da as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas
palavra feminina. não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
Exemplos: dique a eufonia da frase.
“Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.”
“Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.” Próclise
“Comprei o carro / a moto.” Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
“Irei ao evento / à festa.”
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir, Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa-
chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da, cientemente.
ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise:
deve ser empregado. Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Exemplos: Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
“Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.” Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.” Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
“Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.”
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LÍNGUA PORTUGUESA
Ênclise
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. SUBSTITUIÇÃO DE PALAVRAS E(OU) EXPRESSÕES. RETEX-
TUALIZAÇÃO DE DIFERENTES GÊNEROS E NÍVEIS DE FOR-
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do MALIDADE
indicativo: Trago-te flores.
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre- A reescrita é tão importante quanto a escrita, visto que, difi-
posição em: Saí, deixando-a aflita. cilmente, sobretudo para os escritores mais cuidadosos, chegamos
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com ao resultado que julgamos ideal na primeira tentativa. Aquele que
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise: observa um resultado ruim na primeira versão que escreveu terá,
Apressei-me a convidá-los. na reescrita, a possibilidade de alcançar um resultado satisfatório.
A reescrita é um processo mais trabalhoso do que a revisão, pois,
Mesóclise nesta, atemo-nos apenas aos pequenos detalhes, cuja ausência não
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. implicaria em uma dificuldade do leitor para compreender o texto.
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no Quando reescrevemos, refazemos nosso texto, é um proces-
futuro do pretérito que iniciam a oração. so bem mais complexo, que parte do pressuposto de que o autor
Dir-lhe-ei toda a verdade. tenha observado aquilo que está ruim para que, posteriormente,
Far-me-ias um favor? possa melhorar seu texto até chegar a uma versão final, livre dos er-
ros iniciais. Além de aprimorar a leitura, a reescrita auxilia a desen-
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de volver e melhorar a escrita, ajudando o aluno-escritor a esclarecer
qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise. melhor seus objetivos e razões para a produção de textos.
Eu lhe direi toda a verdade.
Tu me farias um favor? Nessa perspectiva, esse autor considera que reescrever seja
um processo de descoberta da escrita pelo próprio autor, que passa
Colocação do pronome átono nas locuções verbais a enfocá-la como forma de trabalho, auxiliando o desenvolvimento
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal do processo de escrever do aluno.
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal. Operações linguísticas de reescrita:
Exemplos: A literatura sobre reescrita aponta para uma tipologia de ope-
Devo-lhe dizer a verdade. rações linguísticas encontradas neste momento específico da cons-
Devo dizer-lhe a verdade. trução do texto escrito.
- Adição, ou acréscimo: pode tratar-se do acréscimo de um ele-
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes mento gráfico, acento, sinal de pontuação, grafema (...) mas tam-
do auxiliar ou depois do principal. bém do acréscimo de uma palavra, de um sintagma, de uma ou de
Exemplos: várias frases.
Não lhe devo dizer a verdade. - Supressão: supressão sem substituição do segmento suprimi-
Não devo dizer-lhe a verdade. do. Ela pode ser aplicada sobre unidades diversas, acento, grafe-
mas, sílabas, palavras sintagmáticas, uma ou diversas frases.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise, - Substituição: supressão, seguida de substituição por um ter-
o pronome átono ficará depois do auxiliar. mo novo. Ela se aplica sobre um grafema, uma palavra, um sintag-
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade. ma, ou sobre conjuntos generalizados.
- Deslocamento: permutação de elementos, que acaba por mo-
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do dificar sua ordem no processo de encadeamento.
auxiliar.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
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LÍNGUA PORTUGUESA
As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de for- – no sentido de, com vistas a.
malismo existente na situação de comunicação; com o modo de Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista.
expressão, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; com a
sintonia entre interlocutores, que envolve aspectos como graus de – pois (no início da oração).
cortesia, deferência, tecnicidade (domínio de um vocabulário espe- Opção: já que, porque, uma vez que, visto que.
cífico de algum campo científico, por exemplo).
– principalmente.
Expressões que demandam atenção Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular.
– acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se
– aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar,
aceito
– acendido, aceso (formas similares) – idem CORRESPONDÊNCIA OFICIAL CONFORME MANUAL DE RE-
– à custa de – e não às custas de DAÇÃO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS E RESPECTI-
– à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, con- VAS ATUALIZAÇÕES
forme
– na medida em que – tendo em vista que, uma vez que
– a meu ver – e não ao meu ver Prezado(a),
– a ponto de – e não ao ponto de
– a posteriori, a priori – não tem valor temporal A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico
– em termos de – modismo; evitar será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área é re-
– enquanto que – o que é redundância servada para a inclusão de materiais que complementam a apostila,
– entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos relaciona-
– implicar em – a regência é direta (sem em) dos a este material, e que, devido a seu formato ou tamanho, não
– ir de encontro a – chocar-se com cabem na estrutura de nossas apostilas.
– ir ao encontro de – concordar com
– se não, senão – quando se pode substituir por caso não, se- Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são
parado; quando não se pode, junto organizados de acordo com o título do tópico a que se referem e po-
– todo mundo – todos dem ser acessados seguindo os passos indicados na página 2 deste
– todo o mundo – o mundo inteiro material, ou por meio de seu login e senha na Área do Aluno.
– não pagamento = hífen somente quando o segundo termo
for substantivo Bons estudos!
– este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo
presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está tratando)
– esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte ADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM AO TIPO DE DOCUMENTO.
(tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do pre- ADEQUAÇÃO DO FORMATO DO TEXTO AO GÊNERO
sente, ou distante ao já mencionado e a ênfase).
tear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. Não se concebe a) da ausência de impressões individuais de quem comunica:
que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Che-
obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transpa- fe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público
rência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibili- que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padro-
dade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que nização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes
um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade setores da Administração guardem entre si certa uniformidade;
implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. Além de atender b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com
à disposição constitucional, a forma dos atos normativos obedece duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre
a certa tradição. Há normas para sua elaboração que remontam ao concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos,
período de nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigato- temos um destinatário concebido de forma homogênea e impes-
riedade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de soal;
1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o número de anos c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o uni-
transcorridos desde a Independência. Essa prática foi mantida no verso temático das comunicações oficiais se restringe a questões
período republicano. Esses mesmos princípios (impessoalidade, cla- que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe
reza, uniformidade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se qualquer tom particular ou pessoal. Desta forma, não há lugar na
às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única in- redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exem-
terpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige
plo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de
o uso de certo nível de linguagem. Nesse quadro, fica claro também
jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser
que as comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois
isenta da interferência da individualidade que a elabora. A concisão,
há sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor
a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para
dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso de
expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja
cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público). alcançada a necessária impessoalidade.
Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações
oficiais foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos A necessidade de empregar determinado nível de linguagem
expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio ca-
para comunicações oficiais, regulados pela Portaria no 1 do Ministro ráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalida-
de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio de. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normati-
século de vigência, foi revogado pelo Decreto que aprovou a primei- vo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam
ra edição deste Manual. Acrescente-se, por fim, que a identificação o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em
que se buscou fazer das características específicas da forma oficial sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo
de redigir não deve ensejar o entendimento de que se proponha se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de
a criação – ou se aceite a existência – de uma forma específica de informar com clareza e objetividade. As comunicações que partem
linguagem administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e
se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar
redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há
do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases. dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita,
A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com im- sua compreensão dificultada. Ressalte-se que há necessariamente
pessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extrema-
que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do mente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de
texto jornalístico, da correspondência particular, etc. Apresentadas costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que
essas características fundamentais da redação oficial, passemos à auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc. Para
análise pormenorizada de cada uma delas. mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distân-
A Impessoalidade
cia. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transforma-
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela
ções, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de
escrita. Para que haja comunicação, são necessários:
si mesma para comunicar. A língua escrita, como a falada, compre-
a) alguém que comunique,
ende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por
b) algo a ser comunicado, e
c) alguém que receba essa comunicação. exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer de deter-
minado padrão de linguagem que incorpore expressões extrema-
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço mente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de
Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Di- estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos
visão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se
relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa faz da língua, a finalidade com que a empregamos. O mesmo ocorre
comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro ór- com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade
gão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União. Perce- de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o
be-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão cul-
assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: to é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal,
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e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princí-
do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do pio de economia linguística, à mencionada fórmula de empregar
padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está aci- o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de
ma das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é,
modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de
por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras
os cidadãos. inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já
Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade foi dito. Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em
de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de ex- todo texto de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias
pressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica empre- secundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas de-
go de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e talhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias
figuras de linguagem próprios da língua literária. Pode-se concluir, que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior
então, que não existe propriamente um “padrão oficial de lingua- relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas. A
gem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme
oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como
expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das for- claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor.
mas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se con- No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende
sagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão estritamente das demais características da redação oficial. Para ela
burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre concorrem:
sua compreensão limitada. A linguagem técnica deve ser empre- a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações
gada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;
indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vo- b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de en-
cabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento tendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação
por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, restrita, como a gíria e o jargão;
portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a impres-
órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. cindível uniformidade dos textos;
Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologis- d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguís-
mo e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica. ticos que nada lhe acrescentam.
Formalidade e Padronização
É pela correta observação dessas características que se redige
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é,
com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo
obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exi-
texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros
gências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é
e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitu-
imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata
ra que torna possível sua correção. Na revisão de um expediente,
somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou da-
deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu
quele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível
destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por
(v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento);
terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em de-
mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade
no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. corrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre
uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técni-
una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo cos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos
padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Ma- que não possam ser dispensados. A revisão atenta exige, necessa-
nual, exige que se atente para todas as características da redação riamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comu-
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. A clareza nicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve pro-
datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a ceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão.
correta diagramação do texto são indispensáveis para a padroniza- “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima.
ção. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
normas específicas para cada tipo de expediente.
As comunicações oficiais
Concisão e Clareza A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, se-
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do guir os preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da
texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máxi- Redação Oficial. Além disso, há características específicas de cada
mo de informações com um mínimo de palavras. Para que se redija tipo de expediente, que serão tratadas em detalhe neste capítulo.
com essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de conheci- Antes de passarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns
mento do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para a quase todas as modalidades de comunicação oficial: o emprego
revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes dos pronomes de tratamento, a forma dos fechos e a identificação
se percebem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias do signatário.
de ideias.
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Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinha-
dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Se- mento à direita:
nhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores Exemplo:
religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos 13
e demais religiosos. Brasília, 15 de março de 1991.
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel
em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos. branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos
Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos e ilustrações;
a estrutura é a seguinte: l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser
– Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo
sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu- Rich Text nos documentos de texto;
nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem
do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e as- ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou apro-
sunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, veitamento de trechos para casos análogos;
segundo a seguinte fórmula: o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem
“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, enca- ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do
minho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Depar- documento + palavras-chaves do conteúdo Ex.: “Of. 123 - relatório
tamento Geral de Administração, que trata da requisição do servi- produtividade ano 2002”
dor Fulano de Tal. ” Ou “Encaminho, para exame e pronunciamento,
a anexa cópia do telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do Aviso e Ofício
Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de — Definição e Finalidade
projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste. ” Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial pratica-
– Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer mente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expe-
algum comentário a respeito do documento que encaminha, pode- dido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de
rá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas
não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de
encaminhamento. assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e,
no caso do ofício, também com particulares.
f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações);
— Forma e Estrutura
g) assinatura do autor da comunicação; e Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão
ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1
h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Signa- Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula.
tário). Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República
Forma de diagramação Senhora Ministra
Os documentos do Padrão Ofício5 devem obedecer à seguinte Senhor Chefe de Gabinete
forma de apresentação: Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguin-
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo tes informações do remetente:
12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; – Nome do órgão ou setor;
b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman po- – Endereço postal;
der-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; – telefone E endereço de correio eletrônico.
c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número
da página; Memorando
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impres-
sos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda — Definição e Finalidade
e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades
espelho”); administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquica-
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distân- mente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto,
cia da margem esquerda; de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode ter
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no míni- caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a ex-
mo, 3,0 cm de largura; posição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; 5 O determinado setor do serviço público. Sua característica principal é
constante neste item aplica-se também à exposição de motivos e à a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve
mensagem (v. 4. Exposição de Motivos e 5. Mensagem). pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos buro-
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de cráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comuni-
6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não cações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio
comportar tal recurso, de uma linha em branco; documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação.
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, Esse procedimento permite formar uma espécie de processo sim-
letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer plificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões,
outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no
documento; memorando.
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motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5o), que co-
providência proposta: por que deve ser adotada e como resolverá manda as sessões conjuntas. As mensagens aqui tratadas coroam o
o problema. Nos casos em que o ato proposto for questão de pes- processo desenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange
soal (nomeação, promoção, ascensão, transferência, readaptação, minucioso exame técnico, jurídico e econômico-financeiro das ma-
reversão, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, térias objeto das proposições por elas encaminhadas. Tais exames
exoneração, demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), materializam-se em pareceres dos diversos órgãos interessados no
não é necessário o encaminhamento do formulário de anexo à ex- assunto das proposições, entre eles o da Advocacia-Geral da União.
posição de motivos. Mas, na origem das propostas, as análises necessárias constam da
Ressalte-se que: exposição de motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. Exposição
– A síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico de Motivos) – exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem
não dispensa o encaminhamento do parecer completo; de encaminhamento ao Congresso.
– O tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos b) encaminhamento de medida provisória.
pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição,
comentários a serem ali incluídos. o Presidente da República encaminha mensagem ao Congresso,
dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secretário do
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que Senado Federal, juntando cópia da medida provisória, autenticada
a atenção aos requisitos básicos da redação oficial (clareza, conci- pela Coordenação de Documentação da Presidência da República.
são, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão c) indicação de autoridades.
culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação
a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da de pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos
República pelos Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser Tribunais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do
encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário Banco Central, Procurador-Geral da República, Chefes de Missão Di-
ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou em plomática, etc.) têm em vista que a Constituição, no seu art. 52, inci-
parte. sos III e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência
privativa para aprovar a indicação. O curriculum vitae do indicado,
Mensagem devidamente assinado, acompanha a mensagem.
d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden-
— Definição e Finalidade te da República se ausentarem do País por mais de 15 dias. Trata-
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos -se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a
Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe autorização é da competência privativa do Congresso Nacional. O
do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a
da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada
da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas.
matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de
veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja concessão de emissoras de rádio e TV. A obrigação de submeter
de interesse dos poderes públicos e da Nação. Minuta de mensa- tais atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso XII
gem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presidência da Re- do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a
pública, a cujas assessorias caberá a redação final. As mensagens outorga ou renovação da concessão após deliberação do Congresso
mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as se- Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na mensagem
guintes finalidades: a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complemen- art. 223 já define o prazo da tramitação. Além do ato de outorga
tar ou financeira. Os projetos de lei ordinária ou complementar são ou renovação, acompanha a mensagem o correspondente processo
enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência administrativo.
(Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). Cabe lembrar que o projeto pode f) encaminhamento das contas referentes ao exercício ante-
ser encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de rior. O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a
nova mensagem, com solicitação de urgência. Em ambos os casos, abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as
a mensagem se dirige aos Membros do Congresso Nacional, mas é contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV),
encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da para exame e parecer da Comissão Mista permanente (Constitui-
República ao Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para ção, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a
que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput). Quan- tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedimento disci-
to aos projetos de lei financeira (que compreendem plano plurianu- plinado no art. 215 do seu Regimento Interno.
al, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicio- g) mensagem de abertura da sessão legislativa.
nais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação
do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao do País e solicitação de providências que julgar necessárias (Cons-
Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é que o art. 166 tituição, art. 84, XI). O portador da mensagem é o Chefe da Casa
da Constituição impõe a deliberação congressual sobre as leis fi- Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere das demais
nanceiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma do porque vai encadernada e é distribuída a todos os Congressistas em
regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso Nacional está forma de livro.
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h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos). d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e
Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacio- horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita.
nal, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente
se originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou da República, não traz identificação de seu signatário.
a lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos,
nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de san- Telegrama
ção.
i) comunicação de veto. — Definição e Finalidade
Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os proce-
§ 1o), a mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é dimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda
parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Por
vai publicado na íntegra no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos
Estrutura), ao contrário das demais mensagens, cuja publicação se e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegra-
restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo. (v. 19.6.Veto) ma apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio
j) outras mensagens. eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, tam-
Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência bém em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação
mensagens com: deve pautar-se pela concisão (v. 1.4. Concisão e Clareza).
– Encaminhamento de atos internacionais que acarretam en-
cargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I); — Forma e Estrutura
– Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às opera- Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura
ções e prestações interestaduais e de exportação dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio
(Constituição, art. 155, § 2o, IV); na Internet.
– Proposta de fixação de limites globais para o montante da
dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI); Fax
– Pedido de autorização para operações financeiras externas
(Constituição, art. 52, V); e outros. — Definição e Finalidade
Entre as mensagens menos comuns estão as de: O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é uma for-
– Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constitui- ma de comunicação que está sendo menos usada devido ao desen-
ção, art. 57, § 6o); volvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensa-
– Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da gens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo
República (art. 52, XI, e 128, § 2o); conhecimento há premência, quando não há condições de envio do
– Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobi- documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele
lização nacional (Constituição, art. 84, XIX); segue posteriormente pela via e na forma de praxe. Se necessário
– Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com
(Constituição, art. 84, XX);
o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapida-
– Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua
mente.
prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o);
– Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Cons-
— Forma e Estrutura
tituição, art. 137);
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura
– Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio
que lhes são inerentes. É conveniente o envio, juntamente com o
ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
documento principal, de folha de rosto, i. é., de pequeno formulário
– Proposta de modificação de projetos de leis financeiras
com os dados de identificação da mensagem a ser enviada, confor-
(Constituição, art. 166, § 5o);
me exemplo a seguir:
– Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem
despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou re-
jeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, Correio Eletrônico
§ 8o);
– Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públi- — Definição e finalidade
cas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1o); etc. Correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade,
transformou-se na principal forma de comunicação para transmis-
— Forma e Estrutura são de documentos.
As mensagens contêm:
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizon- — Forma e Estrutura
talmente, no início da margem esquerda: Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua
Mensagem no flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua es-
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo trutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatí-
do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda; vel com uma comunicação oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal, Comunicações Oficiais). O campo assunto do formulário de correio
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo; eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a or-
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ganização documental tanto do destinatário quanto do remetente. 15 casamento… Até que Elsa ouve um chamado. Os elementos
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, prefe- – ar, terra, fogo e água – se rebelam
rencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha al- 16 e e...pulsam os moradores da casa deles. A trupe parte para
gum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo. uma aventura perigosa na floresta,
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de 17 que está imersa numa névoa eterna. Durante a jornada, vão
leitura. Caso não seja disponível, deve constar na mensagem o pe- descobrir mais sobre a família real,
dido de confirmação de recebimento. 18 inclusive a respeito de uma relação complicada com o povo
nativo e sobre os poderes de Elsa.
—Valor documental 19 “Fomos inspirados por uma viagem que fizemos ___ Finlân-
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de dia, onde conhecemos o folclore
correio eletrônico tenha valor documental, i. é, para que possa ser 20 envolvendo os espíritos da natureza e a conexão com o ho-
aceito como documento original, é necessário existir certificação di- mem”, conta ___ diretora.
gital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida 21 Frozen 2 tem cenas deslumbrantes. Encanta a representa-
em lei. ção dos elementos da natureza.
22 O ar, por exemplo, é brincalhão, e a água toma a forma de
um cavalo no meio do oceano. Como
23 o primeiro longa, este também é musical, apesar de ter mais
QUESTÕES cenas de ação. Os pais, livres,
24 estão na canção-tema, que virou sensação. Mas pode se
preparar para uma nova música chiclete,
1. (CESGRANRIO – BNDES – ADVOGADO – 2004) No título do 25 Into the Unknown (“Ao desconhecido”, em tradução livre),
artigo “A tal da demanda social”, a classe de palavra de “tal” é: com agudos que vão desafiar os
(A) pronome; 26 cantores mirins.
(B) adjetivo; 27 Nos filmes que Jennifer Lee escreveu (Detona Ralph, com
(C) advérbio; seu amigo de faculdade Phil
(D) substantivo; 28 Johnston, Frozen, Uma Dobra no Tempo, com Jeff Stockwell,
(E) preposição. e Frozen 2), as personagens
29 femininas têm destaque. A princesa Anna pode até encon-
2. (FUNDATEC - 2020 - PREFEITURA DE BAGÉ - RS - ATENDEN- trar um par romântico, mas seu grande
TE - EDUCAÇÃO INFANTIL) . Leia o texto a seguir: 30 amor é a irmã, Elsa, bem diferente das princesas Disney de
antigamente. “Os filmes refletem a
A mulher de um bilhão de dólares 31 época em que foram feitos. Tenho muito respeito por eles”,
Por Mariane Morisawa diz. Seu favorito é Cinderela,
01 A a...ensão no cinema foi meteórica, em menos de dez anos. 32 personagem que persevera, apesar do bullying intenso que
Jennifer Lee, 48 anos, teve sofre. Jennifer já declarou que
02 seu primeiro crédito como roteirista em Detona Ralph, em 33 encarou o mesmo problema quando criança. “Recorro a ela
2003. Hoje, é diretora de criação quando preciso de força.” Para a
03 dos Estúdios de Animação Disney, a primeira mulher nessa 34 diretora, Anna e Elsa são princesas mais atuais. “São um
posição. Ela também foi pioneira ao exemplo da responsabilidade que os
04 dirigir, no mesmo estúdio, um longa de animação, Frozen – 35 líderes carregam. Eu me inspirei em Elizabeth II, rainha da
Uma Aventura Congelante, em Inglaterra.”
05parceria com Chris Buck. É ainda a primeira mulher a dirigir 36 Sua missão profissional hoje é, por meio dos filmes, refletir
uma produção que ultrapassou 1 de forma mais ampla as várias
06 bilhão de dólares nas bilheterias. “Fiquei lison...eada de ser 37 culturas do mundo. “Queremos que as histórias sejam con-
a primeira, claro, mas, ao mesmo tadas por pessoas de todas as partes”,
07 tempo, achei revelador sobre nossa realidade o fato de estar 38 diz. A próxima animação, Raya and the Last Dragon (“Raya e
sozinha nessas posições e também o último dragão”), se passa no
08 de ter demorado tanto para uma mulher alcançá-las”. 39 Sudeste Asiático. Além dela, mais quatro produções vão
09 Não estava nos planos a continuação da trama, mas as pes- acontecer em 2020 – duas delas
soas ficavam perguntando 40 dirigidas por mulheres. “O talento é universal; o acesso nem
10 como surgiram os poderes de Elsa e falando que ela carrega- sempre”, afirma, referindo-se ___
va o peso do mundo. “Vimos que 41 responsabilidade de abrir mais espaço para outras mulheres
11 havia mais para contar. E acho que até surpreendemos o nas salas onde as decisões são
estúdio ao dizer que tínhamos uma 42 tomadas. Jennifer lembra-se de um encontro com a atriz e
12 ideia para a sequência”, explica Jennifer. roteirista Emma Thompson em que,
13 O filme mostra um pouco do passado de Elsa e Anna, quan- 43 depois de declarar-se inspirada por ela, ouviu: “Fui inspirada
do seus pais ainda eram vivos. pela atriz Angela Lansbury. Você
14 Na trama, Arendelle está em paz, Olaf não derrete e sabe ler 44 se inspirou em mim. Agora é sua vez de inspirar alguém”. E
e Kristoff vai pedir Anna em Jennifer leva isso a sério.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação (D) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo po-
morfológica do pronome “alguém” (l. 44). der do soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o
(A) Pronome demonstrativo. corpo dos supliciados.
(B) Pronome relativo. (E) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um
(C) Pronome possessivo. campo de práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer con-
(D) Pronome pessoal. trole e aferir lucro ilícito, mas que se torna manejável por sua
(E) Pronome indefinido. organização em delinqüência.
3. (IADES - 2019 - SEASTER - PA - TÉCNICO DE ENFERMA- 6. (FCC – METRÔ/SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JÚNIOR –
GEM) Observe o texto: 2012) A frase que apresenta INCORREÇÕES quanto à ortografia é:
(A) Quando jovem, o compositor demonstrava uma capacidade
1.A abordagem social constitui-se em um processo de trabalho extraordinária de imitar vários estilos musicais.
planejado (B) Dizem que o músico era avesso à ideia de expressar senti-
2. de aproximação, escuta qualificada e construção de vínculo mentos pessoais por meio de sua música.
de confiança com (C) Poucos estudiosos se despõem a discutir o empacto das
3. pessoas e famílias em situação de risco pessoal e social nos composições do músico na cultura ocidental.
espaços (D) Salvo algumas exceções, a maioria das óperas do compo-
4. públicos para atender, acompanhar e mediar acesso à rede sitor termina em uma cena de reconciliação entre os persona-
de proteção social. gens.
(E) Alguns acreditam que o valor da obra do compositor se
Disponível em: <http://www.mds.gov.br/>. deve mais à árdua dedicação do que a arroubos de inspiração.
Acesso em: 5 jul.2018, com adaptações.
7. (CESGRANRIO – SEPLAG/BA – PROFESSOR PORTUGUÊS –
Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na ora- 2010) Estabelece relação de hiperonímia/hiponímia, nessa ordem,
ção “A abordagem social constitui-se em um processo de trabalho o seguinte par de palavras:
planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos sublinhados (A) estrondo – ruído;
classificam-se, respectivamente, em (B) pescador – trabalhador;
(C) pista – aeroporto;
(A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo. (D) piloto – comissário;
(B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo. (E) aeronave – jatinho.
(C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome.
(D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo. 8. (VUNESP – SEAP/SP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA
(E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio. PENITENCIÁRIA – 2012) No trecho – Para especialistas, fica uma
questão: até que ponto essa exuberância econômica no Brasil é
4. (FDC – PROFESSOR DE PORTUGUÊS II – 2005) Marque a série sustentável ou é apenas mais uma bolha? – o termo em destaque
em que o hífen está corretamente empregado nas cinco palavras: tem como antônimo:
(A) pré-nupcial, ante-diluviano, anti-Cristo, ultra-violeta, infra- (A) fortuna;
-vermelho. (B) opulência;
(B) vice-almirante, ex-diretor, super-intendente, extrafino, in- (C) riqueza;
fra-assinado. (D) escassez;
(C) anti-alérgico, anti-rábico, ab-rupto, sub-rogar, antihigiênico. (E) abundância.
(D) extraoficial, antessala, contrassenso, ultrarrealismo, con-
trarregra. 9. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualidade é
(E) co-seno, contra-cenar, sobre-comum, sub-humano, infra- a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que NÃO
-mencionado. se fundamenta em intertextualidade é:
(A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morrido
5. (ESAF – SRF – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – 2003) há muito tempo.”
Indique o item em que todas as palavras estão corretamente em- (B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se
pregadas e grafadas. mete onde não é chamada.”
(A) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o po- (C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a gente
der de infringir punições legais a cidadãos aparece livre de mesmo!”
qualquer excesso e violência. (D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo,
(B) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exata- tudo bem.”
mente nem juízes, nem professores, nem contramestres, nem (E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.”
suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um pouco de tudo
isso, num modo de intervenção específico.
(C) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o
poder técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violento
em um e de arbitrário no outro, atenuando os efeitos de revol-
ta que ambos possam suscitar.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Leia o texto abaixo para responder a questão. IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão
A lama que ainda suja o Brasil temática e bom uso dos recursos coesivos.
Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br)
Analise as assertivas e responda:
A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um (A) Somente a I é correta.
dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasilei- (B) Somente a II é incorreta.
ra: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de (C) Somente a III é correta.
um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio (D) Somente a IV é correta.
Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de recu-
peração efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tam- Leia o texto abaixo para responder as questões.
pouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela
anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplica- UM APÓLOGO
ção da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de Machado de Assis.
que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a calha pro-
funda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro, Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica, — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola-
sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos da, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
se tornou uma bomba relógio na região.” — Deixe-me, senhora.
Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem riscos — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está
de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Segun- com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me
do o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos 16 der na cabeça.
barragens de mineração em todo o País apresentam condições de — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar ór- Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem
gãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos
Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, do outros.
senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um — Mas você é orgulhosa.
tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo mar- — Decerto que sou.
co regulatório da mineração, por sua vez, também concede priori- — Mas por quê?
dade à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
judiciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz ama, quem é que os cose, senão eu?
Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora
Com o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis po- que quem os cose sou eu, e muito eu?
dem ocorrer. — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pe-
FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA daço ao outro, dou feição aos babados…
MA+QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e
10. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido: mando…
I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um — Também os batedores vão adiante do imperador.
fato. — Você é imperador?
II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
gênero textual editorial. balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o
III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
que se trata de uma reportagem. Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa.
IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que
se trata de um editorial. tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a
costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en-
Analise as assertivas e responda: fiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando
(A) Somente a I é correta. orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre
(B) Somente a II é incorreta. os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a
(C) Somente a III é correta isto uma cor poética. E dizia a agulha:
(D) A III e IV são corretas. — Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é
11. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo
ainda suja o Brasil”: e acima…
I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas
no desenvolvimento do assunto.
II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro-
blemas no uso de conjunções e preposições.
III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes
de palavras e da ordem sintática.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela (E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela
agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de
o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.
ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era Onde me espetam, fico.” (L.40-41)
tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-pli-
c-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a 13. O diminutivo, em Língua Portuguesa, pode expressar outros
costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até valores semânticos além da noção de dimensão, como afetividade,
que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. pejoratividade e intensidade. Nesse sentido, pode-se afirmar que
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que os valores semânticos utilizados nas formas diminutivas “unidi-
a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para nha”(L.26) e “corpinho”(L.32), são, respectivamente, de:
dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da (A) dimensão e pejoratividade;
bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, (B) afetividade e intensidade;
alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, (C) afetividade e dimensão;
perguntou-lhe: (D) intensidade e dimensão;
— Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da (E) pejoratividade e afetividade.
baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que 14. Em um texto narrativo como “Um Apólogo”, é muito co-
vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para mum uso de linguagem denotativa e conotativa. Assinale a alterna-
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? tiva cujo trecho retirado do texto é uma demonstração da expressi-
Vamos, diga lá. vidade dos termos “linha” e “agulha” em sentido figurado.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de ca- (A) “- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
beça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: ama, quem é que os cose, senão eu?” (L.11)
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é (B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze Agulha não tem cabeça.” (L.06)
como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, (C) “- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um
fico. pedaço ao outro, dou feição aos babados...” (L.13)
Contei esta história a um professor de melancolia, que me dis- (D) “- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordi-
se, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a nária!” (L.43)
muita linha ordinária! (E) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?”
(L.25)
12. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de Assis
e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as persona- 15. De acordo com a temática geral tratada no texto e, de modo
gens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, indique metafórico, considerando as relações existentes em um ambiente
a opção em que a fala não é compatível com a associação entre os de trabalho, aponte a opção que NÃO corresponde a uma ideia pre-
elementos dos textos: sente no texto:
(A) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(B) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(C) O texto indica que, em um ambiente coletivo de trabalho,
cada sujeito possui atribuições próprias.
(D) O texto sugere que o reconhecimento no ambiente cole-
tivo de trabalho parte efetivamente das próprias atitudes do
sujeito.
(E) O texto revela que, em um ambiente coletivo de trabalho,
frequentemente é difícil lidar com as vaidades individuais.
GABARITO
(A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda en-
rolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (L.02)
(B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. 1 A
Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?” (L.06)
(C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, 2 E
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço 3 B
e mando...” (L.14-15)
(D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? 4 D
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; 5 B
eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando
6 C
abaixo e acima.” (L.25-26)
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7 E ______________________________________________________
8 D ______________________________________________________
9 E ______________________________________________________
10 C
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11 D
12 E ______________________________________________________
13 D ______________________________________________________
14 D
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15 D
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________
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