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SPTC-GO
SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍCIA CIENTÍFICA DO
ESTADO DO GOIÁS

Perito Criminal de 3ª Classe


VOLUME 1

EDITAL 001/2023

CÓD: SL-037FV-23
7908433232391
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados: compreensão literal e inferencial. Tipos e gêneros
9
textuais.................................................................................................................................................................................
2. Domínio da ortografia oficial. Emprego das letras. Emprego da acentuação gráfica........................................................... 17
3. Domínio dos mecanismos de coesão textual. Emprego/correlação de tempos e modos verbais. Emprego de elementos de
referenciação, substituição e repetição, de conectores e outros elementos de sequenciação textual. Reescritura de períodos, 19
coerência e utilização de estratégias coesivas. ....................................................................................................................
4. Domínio da estrutura morfossintática do período. Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração.Relações
de subordinação entre orações e entre termos da oração. Emprego dos sinais de pontuação. Concordância verbal e nominal. 21
Emprego do sinal indicativo de crase. Colocação dos pronomes átonos. . ..........................................................................
5. Substituição de palavras e(ou) expressões. Retextualização de diferentes gêneros e níveis de formalidade. ................... 36
6. Correspondência oficial conforme Manual de Redação do Governo do Estado de Goiás e respectivas atualizações. . ...... 37
7. Adequação da linguagem ao tipo de documento. Adequação do formato do texto ao gênero........................................... 37

Informática Básica
1. Conceito de Internet e intranet. Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e pro-
cedimentos associados à Internet/intranet. Ferramentas e aplicativos comerciais de navegação, de correio eletrônico, de
grupos de discussão, de busca e pesquisa. ................................................................................................................................ 51
2. Acesso a distância a computadores, transferência de informação e arquivos, aplicativos de áudio, vídeo, multimídia. .......... 58
3. Conceitos de proteção e segurança............................................................................................................................................ 59
4. Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos de informática: tipos de
computadores, conceitos de hardware e de software; Instalação de periféricos. . ................................................................... 63
5. Procedimentos, aplicativos e dispositivos para armazenamento de dados e para realização de cópia de segurança
(backup)...................................................................................................................................................................................... 66
6. Conceitos de organização e gerenciamento de arquivos, pastas e programas........................................................................... 67
7. Noções básicas dos principais aplicativos comerciais e softwares livres para: edição de textos e planilhas, geração de material
escrito, visual, sonoro e outros................................................................................................................................................... 70

Realidade Étnica, Social, Histórica, Geográfica, Cultural,


Política E Econômica Do Estado De Goiás E Do Brasil
1. Formação econômica de Goiás: a mineração no século XVIII, a agropecuária nos Séculos XIX e XX, a estrada de ferro e a
modernização da economia goiana, as transformações econômicas com a construção de Goiânia e Brasília, industrialização,
infraestrutura e planejamento. . ................................................................................................................................................ 79
2. Modernização da agricultura e urbanização do território goiano. ............................................................................................ 81
3. A população goiana: povoamento, movimentos migratórios e densidade demográfica. . ........................................................ 86
4. Economia goiana: industrialização e infraestrutura de transportes e comunicação.................................................................. 92
5. As regiões goianas e as desigualdades regionais. ...................................................................................................................... 96
6. Aspectos físicos do território goiano: vegetação, hidrografia, clima e relevo. . ......................................................................... 101
7. Aspectos da História Política de Goiás: a independência em Goiás, o Coronelismo na República Velha, as oligarquias, a
Revolução de 1930, a administração política de 1930 até os dias atuais. ................................................................................. 103

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8. Aspectos da História Social de Goiás: o povoamento branco, os grupos indígenas, a escravidão e cultura negra, os
movimentos sociais no campo e a cultura popular. ................................................................................................................... 108
9. Atualidades econômicas, políticas e sociais do Brasil, especialmente do Estado de Goiás........................................................ 112

Noções de Direito Administrativo


1. Estado, governo e administração pública: conceitos; elementos; poderes; organização; natureza; fins; princípios................... 119
2. Organização administrativa da União: administração direta e indireta....................................................................................... 122
3. Agentes públicos: espécies e classificação, poderes, deveres e prerrogativas, cargo, emprego e funções públicas .................. 126
4. Regime jurídico dos servidores públicos civis do Estado de Goiás (Lei Estadual n. 20.576/2020)............................................... 139
5. Sanções aplicáveis em virtude da prática de atos de improbidade administrativa (Lei Federal n. 8.429/1992)......................... 177
6. Lei de licitações e contratos administrativos (Lei Federal n. 14.133/2021)................................................................................. 186
7. Poderes administrativos: poderes hierárquico, disciplinar e regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder. .............. 205
8. Atos administrativos: conceitos, requisitos, atributos, classificação, espécies e invalidação...................................................... 212
9. Controle e responsabilização da administração: controles administrativo, judicial e legislativo................................................. 223
10. responsabilidade civil do Estado.................................................................................................................................................. 228

Noções De Direito Processual Penal


1. Princípios. ................................................................................................................................................................................. 235
2. Inquérito policial: histórico; natureza; conceito; finalidade; características; fundamento; titularidade; grau de cognição;
valor probatório; formas de instauração; notitia criminis; delatio criminis; procedimentos investigativos; indiciamento;
garantias do investigado; conclusão; prazos. ............................................................................................................................ 237
3. Prova: exame de corpo de delito, da cadeia de custódia e das perícias em geral; ................................................................... 240
4. Interrogatório do acusado; da confissão; do ofendido; das testemunhas; do reconhecimento de pessoas e coisas; da
acareação; dos documentos; indícios; da busca e apreensão. ................................................................................................. 241
5. Restrição de liberdade: prisão em flagrante; ............................................................................................................................ 243
6. Prisão preventiva; ..................................................................................................................................................................... 244
7. Prisão temporária (Lei Federal n. 7.960/1989).......................................................................................................................... 245

Noções de Direito Penal


1. Princípios constitucionais aplicáveis ao Direito Penal............................................................................................................... 251
2. A lei penal no tempo e no espaço; tempo e lugar do crime; lei penal excepcional, especial e temporária; territorialidade e
extraterritorialidade da lei penal; interpretação da lei penal; analogia; irretroatividade da lei penal; conflito aparente de
normas penais. . ....................................................................................................................................................................... 252
3. Infração penal: elementos; espécies; sujeito ativo e sujeito passivo.O fato típico e seus elementos: crime consumado
e tentado; pena de tentativa; concurso de crimes; ilicitude e causas de exclusão; culpabilidade (elementos e causas de
exclusão).Imputabilidade penal. Concurso de pessoas............................................................................................................ 253
4. Crimes: crimes contra a pessoa; .............................................................................................................................................. 260
5. Crimes contra o patrimônio; .................................................................................................................................................... 268
6. Crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos; ................................................................................... 273
7. Crimes contra a dignidade sexual; ........................................................................................................................................... 273
8. Crimes contra a incolumidade pública; . .................................................................................................................................. 275
9. Crimes contra a fé pública; ...................................................................................................................................................... 277
10. Crimes contra a administração pública..................................................................................................................................... 278

Legislação Especial
1. Lei Federal n° 13.675/2018, que disciplina a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela Segurança Públi-
ca, cria a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS) e institui o Sistema Único de Segurança Pública
(SUSP).......................................................................................................................................................................................... 291
2. Lei Federal n° 11.343/2006, que institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – SISNAD –, prescreve medi-
das para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, estabelece normas
para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, define crimes e dá outras providências.................... 302
3. Lei Federal n° 13.869/2019, que dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade.................................................................... 315
4. Lei Federal n° 9.455/1997, que define os crimes de tortura....................................................................................................... 318
5. Lei Federal n° 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente)............................................................................................. 319
6. Lei Federal n° 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento).......................................................................................................... 359
7. Lei Federal n° 9.605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais).............................................................................................................. 365
8. Lei Federal n° 8.072/1990 (Lei dos Crimes Hediondos)............................................................................................................... 371
9. Crimes de Trânsito (art. 291 a 312-B da Lei Federal n° 9.503/1997)........................................................................................... 373
10. Lei Federal n° 12.030/2009, que dispõe sobre as perícias oficiais e dá outras providências....................................................... 375
11. Bancos de Perfis Genéticos (Lei Federal n° 12.654/2012 e Lei Federal n° 13.964/2019)............................................................. 376
LÍNGUA PORTUGUESA

A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE GÊNE-
ROS VARIADOS: COMPREENSÃO LITERAL E INFERENCIAL.
TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS

Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objeti-
vo de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que nos
é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação, a res-
posta será localizada no próprio no texto, posteriormente, ocorre
a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada em
nossos conhecimentos prévios.

Compreensão de Textos “A Constituição garante o direito à educação para todos e a


Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem. deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso da menos severas.”
capacidade de entender, atinar, perceber, compreender. Compre-
ender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem trans- A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
mitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a decodi- (A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
ficação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo, ao ouvir- 1988.
mos uma notícia, automaticamente compreendemos a mensagem (B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
transmitida por ela, assim como o seu propósito comunicativo, que severas.
é informar o ouvinte sobre um determinado evento. (C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
ou não.
Interpretação de Textos (D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser in-
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os re- cluídos socialmente.
sultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias e, (E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar é
decodificar o sentido de um texto por indução. Comentário da questão:
A interpretação de textos compreende a habilidade de se che- Em “A” – Errado: o texto é sobre direito à educação, incluindo
gar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de texto, as pessoas com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na socie-
seja ele escrito, oral ou visual. dade.
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado Em “B” – Certo: o complemento “mais ou menos severas” se
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado refere à “deficiências de toda ordem”, não às leis.
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva, Em “C” – Errado: o advérbio “também”, nesse caso, indica a
podendo ser diferente entre leitores. inclusão/adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à
educação, além das que não apresentam essas condições.
Exemplo de compreensão e interpretação de textos Em “D” – Errado: além de mencionar “deficiências de toda or-
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de dem”, o texto destaca que podem ser “permanentes ou temporá-
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em rias”.
um texto misto (verbal e visual): Em “E” – Errado: este é o tema do texto, a inclusão dos defi-
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Esco- cientes.
lar Especial > 2015 Resposta: Letra B.
Português > Compreensão e interpretação de textos

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IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM


O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia TEXTOS VARIADOS
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- Ironia
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
significativo, que é o texto. com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre novo sentido, gerando um efeito de humor.
o assunto que será tratado no texto. Exemplo:
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atra-
ído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS

Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma


espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
outro e a parceria deu certo.

Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos- Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex- dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo Ironia verbal
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. intenção são diferentes.
As informações que se relacionam com o tema chamamos de Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- Ironia de situação
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
capaz de identificar o tema do texto! vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-i- vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-
deias-secundarias/ so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a
morte.
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Ironia dramática (ou satírica) Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Busca de sentidos
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- apreensão do conteúdo exposto.
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
da narrativa. relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o citadas ou apresentando novos conceitos.
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.

Humor Importância da interpretação


Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- específicos, aprimora a escrita.
rer algo fora do esperado numa situação. Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
acessadas como forma de gerar o riso. pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apre-
Exemplo: ensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não
estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira alea-
tória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários,
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão,
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.

Diferença entre compreensão e interpretação


A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ- leitor tira conclusões subjetivas do texto.
NERO EM QUE SE INSCREVE
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que Gêneros Discursivos
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter- Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso-
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto. novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No
Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual- romance nós temos uma história central e várias histórias secun-
quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia dárias.
principal. Compreender relações semânticas é uma competência
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
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Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- do que com a filha.
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações Opinião
encaminham-se diretamente para um desfecho. A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a que fazemos do fato.
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de- cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
curto.
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para anteriores:
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
como horas ou mesmo minutos. A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- do que com a filha. Ela foi egoísta.
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
imagens. Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- mos expressando nosso julgamento.
vencer o leitor a concordar com ele. É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. analisamos um texto dissertativo.
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
de destaque sobre algum assunto de interesse. Exemplo:
A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali- com o sofrimento da filha.
za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS
os professores a identificar o nível de alfabetização delas. Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do
Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as
de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li- ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto.
berdade para quem recebe a informação. Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento
DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO e o do leitor.
Parágrafo
Fato O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma-
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto
uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei- dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela-
ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro. cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre-
Exemplo de fato: sentada na introdução.
A mãe foi viajar.
Embora existam diferentes formas de organização de parágra-
Interpretação fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís-
É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em
quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau- três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem
sas, previmos suas consequências. a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa-
Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon- rágrafos curtos, é raro haver conclusão.
tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen- Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz
ças sejam detectáveis. uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo
Exemplos de interpretação: escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou- prova.
tro país.
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Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e Linguagem Popular ou Coloquial


ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí- Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin-
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo
– erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo-
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação,
e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular
diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas,
pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con- irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na
clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento. expressão dos esta dos emocionais etc.

Outro aspecto que merece especial atenção são os conecto- A Linguagem Culta ou Padrão
res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins-
ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do perí- truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên-
odo, e o tópico que o antecede. cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial,
ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas,
para a clareza do texto. conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi-
Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér- cas, noticiários de TV, programas culturais etc.
bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro, Gíria
sem coerência. A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como
Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta- arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam
tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores. a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa-
Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es- gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos.
trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam
mais direto. o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os
NÍVEIS DE LINGUAGEM novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode
Definição de linguagem acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário
Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias de pequenos grupos ou cair em desuso.
ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos, Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”,
gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo “mina”, “tipo assim”.
da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa Linguagem vulgar
linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal). Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco
As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar
o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na
incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo comida”.
social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
e caem em desuso. Linguagem regional
Língua escrita e língua falada Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa-
A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala-
falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico,
parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.
ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na Tipos e genêros textuais
conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran-
do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem
pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li- como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e
berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante. explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás-
Linguagem popular e linguagem culta sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou
Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua- dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns
gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala, exemplos e as principais características de cada um deles.
nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
o diálogo é usado para representar a língua falada.
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Tipo textual descritivo A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-


A descrição é uma modalidade de composição textual cujo sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto,
um movimento etc. Características principais:
Características principais: • Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje- • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função mar.
caracterizadora. • Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu- • Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
meração. de ponto de vista.
• A noção temporal é normalmente estática. • Apresenta linguagem clara e imparcial.
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini-
ção. Exemplo:
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo.
O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún-
questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial.
pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de-
terminado tema.
Exemplo:
Era uma casa muito engraçada Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta-
Não tinha teto, não tinha nada ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa).
Ninguém podia entrar nela, não Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as-
Porque na casa não tinha chão sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente.
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede Tipo textual dissertativo-argumentativo
Ninguém podia fazer pipi Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur-
Porque penico não tinha ali sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias
Mas era feita com muito esmero apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade,
Na rua dos bobos, número zero clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in-
(Vinícius de Moraes) tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor
(leitor ou ouvinte).
TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe, Características principais:
instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o • Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento
tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté-
comportamentos, nas leis jurídicas. gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo,
Características principais: enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su-
• Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver- gestão/solução).
bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro • Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações
do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas). informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente
• Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e
pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc. um caráter de verdade ao que está sendo dito.
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali-
Exemplo:
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou
Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito-
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados.
ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o de-
na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi-
nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde senvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios.
que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou
suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su- Exemplo:
perior para formação de oficiais. A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol-
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente
Tipo textual expositivo administração política (tese), porque a força governamental certa-
A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio- mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência
cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição, de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró-
discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os
pode ser expositiva ou argumentativa. traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula-
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato-
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-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Expositivo Seminários
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Palestras
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Conferências
cobrança efetiva (conclusão). Entrevistas
Trabalhos acadêmicos
Tipo textual narrativo Enciclopédia
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta Verbetes de dicionários
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu-
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo, Dissertativo-argumen- Editorial Jornalístico
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo). tativo Carta de opinião
Resenha
Características principais: Artigo
• O tempo verbal predominante é o passado. Ensaio
Monografia, dissertação de
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his-
mestrado e tese de doutorado
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história –
onisciente). Narrativo Romance
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em Novela
prosa, não em verso. Crônica
Contos de Fada
Exemplo: Fábula
Solidão Lendas
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era
o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe- Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for-
liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se. ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi-
Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni- nitos e mudam de acordo com a demanda social.
rem, um tirou do outro a essência da felicidade.
ARGUMENTAÇÃO
Nelson S. Oliveira
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurre- — Definição
ais/4835684 Argumentação é um recurso expressivo da linguagem empre-
gado nas produções textuais que objetivam estimular as reflexões
GÊNEROS TEXTUAIS críticas e o diálogo, a partir de um grupo de proposições. A elabora-
Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes ção de um texto argumentativo requer coerência e coesão, ou seja,
de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um clareza de ideia e o emprego adequado das normas gramaticais.
texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro- Desse modo, a ação de argumentar promove a potencialização das
dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem capacidades intelectuais, visto que se pauta expressão de ideias e
funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são pas- em pontos de vista ordenados e estabelecidos com base em um
síveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preservan- tema específico, visando, especialmente, persuadir o receptor da
do características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela que mensagem. É importante ressaltar que a argumentação compreen-
de, além das produções textuais escritas, as propagandas publicitá-
apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos textu-
rias, os debates políticos, os discursos orais, entre outros.  
ais que neles predominam.
Os tipos de argumentação
Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais – Argumentação de autoridade: recorre-se a uma personali-
Descritivo Diário dade conhecida por sua atuação em uma determinada área ou a
Relatos (viagens, históricos, uma renomada instituição de pesquisa para enfatizar os conceitos
etc.) influenciar a opinião do leitor. Por exemplo, recorrer ao parecer de
Biografia e autobiografia um médico infectologista para prevenir as pessoas sobre os riscos
Notícia de contrair o novo corona vírus.  
Currículo – Argumentação histórica: recorre-se a acontecimentos e mar-
Lista de compras cos da história que remetem ao assunto abordado. Exemplo: “A
Cardápio desigualdade social no Brasil nos remete às condutas racistas de-
Anúncios de classificados sempenhadas instituições e pela população desde o início do século
XVI, conhecido como período escravista.”
Injuntivo Receita culinária
Bula de remédio
Manual de instruções
Regulamento
Textos prescritivos

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– Argumentação de exemplificação: recorre a narrativas do INTERTEXTUALIDADE


cotidiano para chamar a atenção para um problema e, com isso,
auxiliar na fundamentação de uma opinião a respeito. Exemplo: — Definições gerais
“Os casos de feminicídio e de agressões domésticas sofridas pelas Intertextualidade é, como o próprio nome sugere, uma relação
mulheres no país são evidenciados pelos sucessivos episódios de entre textos que se exerce com a menção parcial ou integral de ele-
violência vividos por Maria da Penha no período em que ela esteve mentos textuais (formais e/ou semânticos) que fazem referência a
casada com seu ex-esposo. Esses episódios motivaram a criação de uma ou a mais produções pré-existentes; é a inserção em um texto
uma lei que leva seu nome, e que visa à garantia da segurança das de trechos extraídos de outros textos. Esse diálogo entre textos não
mulheres.” se restringe a textos verbais (livros, poemas, poesias, etc.) e envol-
– Argumentação de comparação: equipara ideias divergentes ve, também composições de natureza não verbal (pinturas, escul-
com o propósito de construir uma perspectiva indicando as diferen- turas, etc.) ou mista (filmes, peças publicitárias, música, desenhos
ças ou as similaridades entre os conceitos abordados. Exemplo: No animados, novelas, jogos digitais, etc.).
reino Unido, os desenvolvimentos na educação passaram, em duas
décadas, por sucessivas políticas destinadas ao reconhecimento do — Intertextualidade Explícita x Implícita
professor e à sua formação profissional. No Brasil, no entanto, ain- – Intertextualidade explícita: é a reprodução fiel e integral
da existe um um déficit na formação desses profissionais, e o piso da passagem conveniente, manifestada aberta e diretamente nas
nacional ainda é muito insuficiente.” palavras do autor. Em caso de desconhecimento preciso sobre a
– Argumentação por raciocínio lógico: recorre-se à relação de obra que originou a referência, o autor deve fazer uma prévia da
causa e efeito, proporcionando uma interpretação voltada direta- existência do excerto em outro texto, deixando a hipertextualidade
mente para o parecer defendido pelo emissor da mensagem. Exem- evidente.
plo: “Promover o aumento das punições no sistema penal em di- As características da intertextualidade explícita são:
versos países não reduziu os casos de violência nesses locais, assim, – Conexão direta com o texto anterior;
resultados semelhantes devem ser observados se o sistema penal – Obviedade, de fácil identificação por parte do leitor, sem ne-
do Brasil aplicar maiores penas e rigor aos transgressores das leis.” cessidade de esforço ou deduções;
– Não demanda que o leitor tenha conhecimento preliminar
Os gêneros argumentativos do conteúdo;
– Texto dissertativo-argumentativo: esse texto apresenta um – Os elementos extraídos do outro texto estão claramente
tema, de modo que a argumentação é um recurso fundamental de transcritos e referenciados.
seu desenvolvimento. Por meio da argumentação, o autor defende
seu ponto de vista e realiza a exposição de seu raciocínio. Resenhas, – Intertextualidade explícita direta e indireta: em textos aca-
ensaios e artigos são alguns exemplos desse tipo de texto.   dêmicos, como dissertações e monografias, a intertextualidade ex-
– Resenha crítica: a argumentação também é um recurso fun- plícita é recorrente, pois a pesquisa acadêmica consiste justamente
damental desse tipo de texto, além de se caracterizar pelo pelo ju- na contribuição de novas informações aos saberes já produzidos.
ízo de valor, isto é, se baseia na exposição de ideias com grande Ela ocorre em forma de citação, que, por sua vez, pode ser direta,
potencial persuasivo. com a transcrição integral (cópia) da passagem útil, ou indireta, que
– Crônica argumentativa: esse tipo de texto se assemelha aos é uma clara exploração das informações, mas sem transcrição, re-e-
artigos de opinião, e trata de temas e eventos do cotidiano. Ao con- laborada e explicada nas palavras do autor.
trário das crônicas cômicas e históricas, a argumentativa recorre ao – Intertextualidade implícita: esse modo compreende os tex-
juízo de valor para acordar um dado ponto de vista sempre com tos que, ao aproveitarem conceitos, dados e informações presentes
vistas ao convencimento e à persuasão do leitor.   em produções prévias, não fazem a referência clara e não reprodu-
– Ensaio: por expor ideias, pensamentos e pontos de vista, esse zem integralmente em sua estrutura as passagens envolvidas. Em
texto caracteriza-se como argumentativo. Recebe esse nome exata- outras palavras, faz-se a menção sem revelá-la ou anunciá-la. De
mente por estar relacionado à ação de ensaiar, isto é, demonstrar qualquer forma, para que se compreenda o significado da relação
as proposições argumentativas com flexibilidade e despretensão. estabelecida, é indispensável que o leitor seja capaz de reconhecer
– Texto editorial: dentre os textos jornalísticos, o editorial é as marcas intertextuais e, em casos mais específicos, ter lido e com-
aquele que faz uso da argumentação, pois se trata de uma produ- preendido o primeiro material. As características da intertextualida-
ção que considera a subjetividade do autor, pela sua natureza crítica de implícita são: conexão indireta com o texto fonte; o leitor não a
e opinativa. reconhece com facilidade; demanda conhecimento prévio do leitor;
– Artigos de opinião: são textos semelhantes aos editoriais, exigência de análise e deduções por parte do leitor; os elementos
por apresentarem a opinião ao autor acerca de assuntos atuais, po- do texto pré-existente não estão evidentes na nova estrutura.
rém, em vez de uma síntese do tema, esses textos são elaborados
por especialistas, pois seu objetivo é fazer uso da argumentação — Tipos de Intertextualidade
para propagar conhecimento. 1 – Paródia: é o processo de intertextualidade que faz uso da
crítica ou da ironia, com a finalidade de subverter o sentido original
do texto. A modificação ocorre apenas no conteúdo, enquanto a
estrutura permanece inalterada. É muito comum nas músicas, no
cinema e em espetáculos de humor. Observe o exemplo da primei-
ra estrofe do poema “Vou-me embora pra Pasárgada”, de Manuel
Bandeira:

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TEXTO ORIGINAL Exemplo:


“Vou-me embora para Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei?”

PARÓDIA DE MILLÔR FERNANDES


“Que Manoel Bandeira me perdoe, mas vou-me embora de Pa-
sárgada
Sou inimigo do Rei
Não tenho nada que eu quero
Não tenho e nunca terei”

2 – Paráfrase: aqui, ocorre a reafirmação sentido do texto ini-


cial, porém, a estrutura da nova produção nada tem a ver com a
primeira. É a reprodução de um texto com as palavras de quem
escreve o novo texto, isto é, os conceitos do primeiro texto são
preservados, porém, são relatados de forma diferente. Exemplos:
observe as frases originais e suas respectivas paráfrases:

“Deus ajuda quem cedo madruga” – A professora ajuda quem


muito estuda. Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br
“To be or not to be, that is the question” – Tupi or not tupi, that
is the question. 6) Epígrafe: é a transição de uma pequena passagem do texto
de origem na abertura do texto corrente. Em geral, a epígrafe está
3 – Alusão: é a referência, em um novo texto, de uma dada localizada no início da página, à direita e em itálico. Mesmo sendo
obra, situação ou personagem já retratados em textos anteriores, uma passagem “solta”, esse tipo de intertextualidade está sempre
de forma simples, objetiva e sem quaisquer aprofundamentos. Veja relacionado ao teor do novo texto.
o exemplo a seguir: Exemplo:

“Isso é presente de grego” – alusão à mitologia em que os troia- “A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu,
nos caem em armadilhada armada pelos gregos durante a Guerra mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre
de Troia. aquilo que todo mundo vê.”
Arthur Schopenhause
4 – Citação: trata-se da reescrita literal de um texto, isto é, con-
siste em extrair o trecho útil de um texto e copiá-lo em outro. A
citação está sempre presente em trabalhos científicos, como arti- DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL. EMPREGO DAS
gos, dissertações e teses. Para que não configure plágio (uma falta LETRAS. EMPREGO DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA
grave no meio acadêmico e, inclusive, sujeita a processo judicial), a
citação exige a indicação do autor original e inserção entre aspas.
Exemplo: — Definições
“Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”,
(Lavoisier, Antoine-Laurent, 1773). “exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome
dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que
5 – Crossover: com denominação em inglês que significa “cru- indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refe-
zamento”, esse tipo de intertextualidade tem sido muito explorado re às práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como
nas mídias visuais e audiovisuais, como televisão, séries e cinema. adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortogra-
Basicamente, é a inserção de um personagem próprio de um uni- fia são: o emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas,
verso fictício em um mundo de ficção diferente. Freddy & Jason” é abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave);
um grande crossover do gênero de horror no cinema. os sinais de pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e
decorrentes dessas funções, entre outros.  
Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre a qual
recaem, para que palavras com grafia similar possam ter leituras
diferentes, e, por conseguinte, tenham significados distintos.  Re-
sumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da vogal mais
aberto), circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz com que o
som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase).
O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão estabele-
cidos os sinais gráficos e os sons representados por cada um dos
sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes.  
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As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras – Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas
foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma português bra- que divergem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e “gos-
sileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico. As to” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome de-
possibilidades da vogal Y e das consoantes K e W são, basicamente, monstrativo).
para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:  
– Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km ACENTUAÇÃO GRÁFICA
(quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma).
– Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus deri- — Definição
vados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova York.   A acentuação gráfica consiste no emprego do acento nas pala-
vras grafadas com a finalidade de estabelecer, com base nas regras
Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos da língua, a intensidade e/ou a sonoridade das palavras. Isso quer
do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais re- dizer que os acentos gráficos servem para indicar a sílaba tônica de
gras: uma palavra ou a pronúncia de uma vogal. De acordo com as regras
gramaticais vigentes, são quatro os acentos existentes na língua
«ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos: portuguesa:
– Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum, – Acento agudo: Indica que a sílaba tônica da palavra tem som
abacaxi.   aberto. Ex.: área, relógio, pássaro.
– Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa. – Acento circunflexo: Empregado acima das vogais “a” e” e
– Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar. “o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada. Ex.: acadêmico, ân-
– Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer, mexe- cora, avô.
rica.    – Acento grave/crase: Indica a junção da preposição “a” com
o artigo “a”. Ex: “Chegamos à casa”. Esse acento não indica sílaba
s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos: tônica!
– Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa, ver- – Til: Sobre as vogais “a” e “o”, indica que a vogal de determina-
minose. da palavra tem som nasal, e nem sempre recai sobre a sílaba tônica.
– Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem adjeti- Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que indica que a
vos. Exemplo: amazonense, formosa, jocoso. sílaba forte é “o” (ou seja, é acento tônico), e um til (˜), que indica
– Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título ou que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro exemplo se-
nacionalidade. Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holandesa, melhante é a palavra bênção.  
burguês/burguesa.
– Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”. — Monossílabas Tônicas e Átonas
Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar. Mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer alte-
ração de intensidade de voz na sua pronúncia. Exemplo: observe o
Porque, Por que, Porquê ou Por quê? substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração da pre-
– Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja, posição “de” + artigo “o”).  Ao comparar esses termos, perceber-
indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto, mos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja, temos
toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de uma monossílaba tônica e uma átona, respectivamente. Diante de
que o emprego do porque estará correto. Exemplo: Não choveu, palavras monossílabas, a dica para identificar se é tônica (forte) ou
porque/pois nada está molhado.   fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como abaixo:
– Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado “Sinto grande dó ao vê-la sofrer.”
para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”, “Finalmente encontrei a chave do carro.”
para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração.
Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do can- Recebem acento gráfico:  
celamento do show.   – As monossílabas tônicas terminadas em: -a(s) → pá(s), má(s);
– Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e, -e(s) → pé(s), vê(s); -o(s) → só(s), pôs.
por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome – As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis,
ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento -éu, -ói. Ex: réis, véu, dói.
do show.  
– Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao Não recebem acento gráfico:
fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente. – As monossílabas tônicas: par, nus, vez, tu, noz, quis.
Por quê?   – As formas verbais monossilábicas terminadas em “-ê”, nas
quais a 3a pessoa do plural termina em “-eem”. Antes do novo acor-
Parônimos e homônimos do ortográfico, esses verbos era acentuados. Ex.: Ele lê → Eles lêem
– Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na leem.
pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver
(perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e Exceção! O mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos
apreender (capturar). terminados em “-em”, já que a terceira pessoa termina em “-êm”.
Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem →
Eles têm; Ele vem → Eles vêm.

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Acentuação das palavras Oxítonas 2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas.
As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide
as oxítonas com sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e – alcaloide; assembléia – assembleia; asteróide – asteroide; euro-
-o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé, péia – europeia.
vocês. Logo, não se acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”.
Ex.: caqui, urubu. 3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas.
Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo – taois-
Acentuação das palavras Paroxítonas mo.
São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima sílaba
é tônica. De acordo com a regra geral, não se acentuam as pala- 4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que pos-
vras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados abai- suem -e tônico em hiato.
xo. Observe as exceções: Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo
– Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis, ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem – leem; relêem – releem;
hóquei, jóquei, pônei, saudáveis. revêem.
– Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex,
esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil, tórax.   5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua por-
– Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis, tuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; enxágüe – enxágue; linguïça
grátis, júri, lápis, oásis, táxi. – linguiça.
– Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus,
tônus.   6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma
– Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons. grafia, mas apresentam significados diferentes. Exemplo: o verbo
– Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns, PARAR: pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo
quórum, quóruns.   “parar” era acentuada para que fosse diferenciada da preposição
– Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs, órfã, “para”.
órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos.   Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim:
Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo / pre-
Acentuação das palavras Proparoxítonas posição]
Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo / pre-
tônica, e todas recebem acento, sem exceções. Ex.: ácaro, árvore, posição]
bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro,
tática, trânsito.

Ditongos e Hiatos DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL. EM-


Acentuam-se: PREGO/CORRELAÇÃO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS.
– Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”, EMPREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO, SUBSTI-
“_éi” ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”. Ex.: anéis, fiéis, herói, TUIÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES E OUTROS ELE-
mausoléu, sóis, véus. MENTOS DE SEQUENCIAÇÃO TEXTUAL. REESCRITURA DE
– As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de PERÍODOS, COERÊNCIA E UTILIZAÇÃO DE ESTRATÉGIAS
um hiato e estejam isoladas ou sucedidas por “_s” na sílaba. Ex.: caí COESIVAS
(ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú).

Não se acentuam: — Definições e diferenciação


– A letra “_i”, sempre que for sucedida por de “_nh”. Ex.: moi- Coesão e coerência são dois conceitos distintos, tanto que
nho, rainha, bainha. um texto coeso pode ser incoerente, e vice-versa. O que existe em
– As letras “_i” e o “_u” sempre que aparecerem repetidas. Ex.: comum entre os dois é o fato de constituírem mecanismos funda-
juuna, xiita. xiita. mentais para uma produção textual satisfatória. Resumidamente,
– Hiatos compostos por “_ee” e “_oo”. Ex.: creem, deem, leem, a coesão textual se volta para as questões gramaticais, isto é, na
enjoo, magoo. articulação interna do texto. Já a coerência textual tem seu foco na
articulação externa da mensagem.
O Novo Acordo Ortográfico
Confira as regras que levaram algumas palavras a perderem — Coesão Textual
acentuação em razão do Acordo Ortográfico de 1990, que entrou Consiste no efeito da ordenação e do emprego adequado das
em vigor em 2009: palavras que proporcionam a ligação entre frases, períodos e pará-
grafos de um texto. A coesão auxilia na sua organização e se realiza
1 – Vogal tônica fechada -o de -oo em paroxítonas. por meio de palavras denominadas conectivos.
Exemplos: enjôo – enjoo; magôo – magoo; perdôo – perdoo;
vôo – voo; zôo – zoo.

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As técnicas de coesão — Coerência Textual


A coesão pode ser obtida por meio de dois mecanismos princi- A Coerência é a relação de sentido entre as ideias de um texto
pais, a anáfora e a catáfora. Por estarem relacionados à mensagem que se origina da sua argumentação – consequência decorrente dos
expressa no texto, esses recursos classificam-se como endofóricas. saberes conhecimentos do emissor da mensagem. Um texto redun-
Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora o antecipa, dante e contraditório, ou cujas ideias introduzidas não apresentam
contribuindo com a ligação e a harmonia textual. conclusão, é um texto incoerente. A falta de coerência prejudica a
As regras de coesão fluência da leitura e a clareza do discurso. Isso quer dizer que a falta
Para que se garanta a coerência textual, é necessário que as de coerência não consiste apenas na ignorância por parte dos inter-
regras relacionadas abaixo sejam seguidas. locutores com relação a um determinado assunto, mas da emissão
de ideias contrárias e do mal uso dos tempos verbais.
Referência Observe os exemplos:
– Pessoal: emprego de pronomes pessoais e possessivos. “A apresentação está finalizada, mas a estou concluindo até o
Exemplo: momento.” Aqui, temos um processo verbal acabado e um inaca-
«Ana e Sara foram promovidas. Elas serão gerentes de depar- bado.
tamento.” Aqui, tem-se uma referência pessoal anafórica (retoma
termo já mencionado). “Sou vegana e só como ovos com gema mole.” Os veganos não
consomem produtos de origem animal.
– Comparativa: emprego de comparações com base em seme-
lhanças. Princípios Básicos da Coerência
Exemplo: – Relevância: as ideias têm que estar relacionadas.
“Mais um dia como os outros…”. Temos uma referência compa- – Não Contradição: as ideias não podem se contradizer.
rativa endofórica. – Não Tautologia: as ideias não podem ser redundantes.

– Demonstrativa: emprego de advérbios e pronomes demons- Fatores de Coerência


trativos. – As inferências: se partimos do pressuposto que os interlo-
Exemplo: cutores partilham do mesmo conhecimento, as inferências podem
“Inclua todos os nomes na lista, menos este: Fred da Silva.” Te- simplificar as informações.
mos uma referência demonstrativa catafórica. Exemplo:
“Sempre que for ligar os equipamentos, não se esqueça de que
– Substituição: consiste em substituir um elemento, quer seja voltagem da lavadora é 220w”.
nome, verbo ou frase, por outro, para que ele não seja repetido.
Analise o exemplo: Aqui, emissor e receptor compartilham do conhecimento de
“Iremos ao banco esta tarde, elas foram pela manhã.” que existe um local adequado para ligar determinado aparelho.

Perceba que a diferença entre a referência e a substituição é – O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem
evidente principalmente no fato de que a substituição adiciona ao de saberes adquirida ao longo da vida e que é arquivada na nos-
texto uma informação nova. No exemplo usado para a referência, o sa memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts
pronome pessoal retoma as pessoas “Ana e Sara”, sem acrescentar (roteiros, tal como normas de etiqueta), planos (planejar algo com
quaisquer informações ao texto. um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de funcio-
namento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã, sair
– Elipse: trata-se da omissão de um componente textual – no- para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc.
minal, verbal ou frasal – por meio da figura denominando eclipse. Exemplo:
Exemplo: “Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!”
“Preciso falar com Ana. Você a viu?” Aqui, é o contexto que
proporciona o entendimento da segunda oração, pois o leitor fica O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na
ciente de que o locutor está procurando por Ana. frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são elementos, os cha-
mados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e nada
– Conjunção: é o termo que estabelece ligação entre as ora- têm a ver com o Natal.
ções.
Exemplo:
“Embora eu não saiba os detalhes, sei que um acidente aconte-
ceu.” Conjunção concessiva.

– Coesão lexical: consiste no emprego de palavras que fazem


parte de um mesmo campo lexical ou que carregam sentido apro-
ximado. É o caso dos nomes genéricos, sinônimos, hiperônimos,
entre outros.
Exemplo:
“Aquele hospital público vive lotado. A instituição não está dan-
do conta da demanda populacional.”
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DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO. RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TER-
MOS DA ORAÇÃO. RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO. EMPREGO DOS SINAIS
DE PONTUAÇÃO. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL. EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE. COLOCAÇÃO DOS PRO-
NOMES ÁTONOS

CLASSES DE PALAVRAS

— Definição
Classes gramaticais são grupos de palavras que organizam o estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua portuguesa
condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida em razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades de cada classe
gramatical.

— Artigo
É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo, podendo flexionar em número e em gênero.

A classificação dos artigos


Artigos definidos: servem para especificar um substantivo ou para referirem-se a um ser específico por já ter sido mencionado ou por
ser conhecido mutuamente pelos interlocutores. Eles podem flexionar em número (singular e plural) e gênero (masculino e feminino).
Artigos indefinidos: indicam uma generalização ou a ocorrência inicial do representante de uma dada espécie, cujo conhecimento não
é compartilhado entre os interlocutores, por se tratar da primeira vez em que aparece no discurso. Podem variar em número e gênero.
Observe:

NÚMERO/
MASCULINO FEMININO EXEMPLOS
GÊNERO
Preciso de um pe-
dreiro.
Singular Um Uma
Vi uma moça em
frente à casa.
Localizei uns docu-
mentos antigos.
Plural Umas Umas
Joguei fora umas
coisas velhas.

Outras funções do artigo


Substantivação: é o nome que se dá ao fenômeno de transformação de adjetivos e verbos em substantivos a partir do emprego do
artigo. Observe:  
– Em “O caminhar dela é muito elegante.”, “caminhar”, que teria valor de verbo, passou a ser o substantivo do enunciado.

Indicação de posse: antes de palavras que atribuem parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode exprimir relação de
posse. Por exemplo:
“No momento em que ela chegou, o marido já a esperava.”
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido do sujeito “ela”, omitindo o pronome possessivo dela.

Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de generalização, o artigo indefinido inserido antes de numeral indica valor
aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse emprego dos artigos indefinidos representa expressões como “por volta de” e
“aproximadamente. Observe:
“Faz em média uns dez anos que a vi pela última vez.”
“Acrescente aproximadamente umas três ou quatro gotas de baunilha.”

Contração de artigos com preposições


Os artigos podem fazer junção a algumas preposições, criando uma única palavra contraída. A tabela abaixo ilustra como esse proces-
so ocorre:

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PREPOSIÇÃO
de em a per/por
ARTIGOS masculino singular o do no ao pelo
DEFINIDOS
plural os dos nos aos pelos
feminino singular a da na à pela
plural as das nas às pelas
ARTIGOS masculino singular um dum num
INDEFINIDOS plural uns duns nuns
feminino singular uma duma numa
plural umas dumas numas

— Substantivo
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais, qualidades, sentimentos, seres mitológicos e espirituais). Os substan-
tivos se subdividem em:
Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que nomeiam algo específico, como nomes de pessoas (Pedro, Paula) ou lugares
(São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na sua generalidade (garoto, caneta, cachorro).
Primitivos ou derivados: se não for formado por outra palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se formado por outra palavra,
é substantivo derivado (carruagem, planetário).
Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres reais ou imaginativos, são concretos (cavalo, unicórnio); os que nomeiam
sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.  
Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres pertencentes ao mesmo grupo. Exemplos: manada (rebanho de gado), conste-
lação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de cães).  

— Adjetivo
É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar o seu significado, atribuindo-lhe caracterização conforme uma quali-
dade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade ou extensão à palavra, locução, oração, pronome, enfim, ao que quer que
seja nomeado.

Os tipos de adjetivos
Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo simples (bonito, grande, esperto, miúdo, regular); apresenta mais de um
radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente, amarelo-limão).  
Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos é primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos originados de verbo,
substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.: substantivo morte → adjetivo mortal; adjetivo lamentar → adjetivo
lamentável).
Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou origem de uma pessoa (paulista, brasileiro, mineiro, latino).  

O gênero dos adjetivos


Uniformes: possuem forma única para feminino e masculino, isto é, não flexionam seu termo. Exemplo: “Fred é um amigo leal.” /
“Ana é uma amiga leal.”  
Biformes: os adjetivos desse tipo possuem duas formas, que variam conforme o gênero. Exemplo: “Menino travesso.” / “Menina
travessa”.

O número dos adjetivos


Por concordarem com o número do substantivo a que se referem, os adjetivos podem estar no singular ou no plural. Assim, a sua
composição acompanha os substantivos. Exemplos: pessoa instruída → pessoas instruídas; campo formoso → campos formosos.

O grau dos adjetivos


Quanto ao grau, os adjetivos se classificam em comparativo (compara qualidades) e superlativo (intensifica qualidades).

Comparativo de igualdade: “O novo emprego é tão bom quanto o anterior.”  


Comparativo de superioridade: “Maria é mais prestativa do que Luciana.”
Comparativo de inferioridade: “O gerente está menos atento do que a equipe.”   
Superlativo absoluto: refere-se a apenas um substantivo, podendo ser:
– Analítico - “A modelo é extremamente bonita.”
– Sintético - “Pedro é uma pessoa boníssima.”

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Superlativo relativo: refere-se a um grupo, podendo ser de: Pronomes pessoais


– Superioridade - “Ela é a professora mais querida da escola.” Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso (pes-
– Inferioridade - “Ele era o menos disposto do grupo.”   soas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto (de-
sempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos
Pronome adjetivo (atuam como complemento), sendo que, para cada caso reto, existe
Recebem esse nome porque, assim como os adjetivos, esses um correspondente oblíquo.
pronomes alteram os substantivos aos quais se referem. Assim,
esse tipo de pronome flexiona em gênero e número para fazer con- CASO RETO CASO OBLÍQUO
cordância com os substantivos. Exemplos: “Esta professora é a mais
querida da escola.” (o pronome adjetivo esta determina o substan- Eu Me, mim, comigo.
tivo comum professora). Tu Te, ti, contigo.

Locução adjetiva Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.


Uma locução adjetiva é formada por duas ou mais palavras, Nós Nos, conosco.
que, associadas, têm o valor de um único adjetivo. Basicamente,
Vós Vos, convosco.
consiste na união preposição + substantivo ou advérbio.
Exemplos: Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.
– Criaturas da noite (criaturas noturnas).
– Paixão sem freio (paixão desenfreada). Observe os exemplos:
– Associação de comércios (associação comercial). – Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível
é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.  
— Verbo – Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome
É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo, fenô- “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.
meno da natureza e estado. Os verbos se subdividem em:
Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados, não Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los,
têm seu radical modificado e preservam a mesma desinência do las, no, na nos, e nas desempenham apenas a função de objeto di-
verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação), reto.  
“-er” (segunda conjugação) ou “-ir” (terceira conjugação).  Observe
o exemplo do verbo “nutrir”: Pronomes possessivos
– Radical: nutr (a parte principal da palavra, onde reside seu Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a
significado). pessoa do discurso.
– Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e,
tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a, 2a, 3a), número (singu- PESSOA DO DISCURSO PRONOME
lar ou plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo
(pretérito, presente ou futuro). Perceba que a conjugação desse no 1 pessoa – Eu
a
Meu, minha, meus, minhas
presente do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações, 2 pessoa – Tu
a
Teu, tua, teus, tuas
tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro;
tu nutre; ele/ela nutre; nós nutrimos; vós nutris; eles/elas nutrem. 3 pessoa–
a
Seu, sua, seus, suas
– Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos
regulares, têm seu radical modificado quando conjugados e /ou Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o
têm desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma. objeto pertence à 1ª pessoa (nós).
Exemplo: analise o verbo dizer conjugado no pretérito perfeito do
indicativo: Eu disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos; vós Pronomes de tratamento
dissestes; eles/elas disseram. Nesse caso, o verbo da segunda con- Tratam-se termos solenes que, em geral, são empregados
jugação (-er) tem seu radical, diz, alterado, além de apresentar duas em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles
desinências distintas do verbo paradigma”. Se o verbo dizer fosse têm a função de promover uma referência direta do locutor para
regular, sua conjugação no pretérito perfeito do indicativo seria: interlocutor (parceiros de comunicação). São divididos conforme o
dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram. nível de formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome
de tratamento específico. Apesar de expressarem interlocução (di-
— Pronome álogo), à qual seria adequado o emprego do pronome na segunda
O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem pessoa do discurso (“tu”), no caso dos pronomes de tratamento, os
fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto verbos devem ser usados em 3a pessoa.
e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em
número e gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo
ou acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome
substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em:
pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e
relativos.

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PRONOME USO ABREVIAÇÕES


Você situações informais V./VV
Senhor (es) e Sr. Sr.a (singular) e Srs. , Sra.s.
pessoas mais velhas
Senhora (s) (plural)
Vossa Senhoria em correspondências e outros textos redigidos V. S.a/V.Sas
altas autoridades, como Presidente da República, senadores,
Vossa Excelência V. Ex.a/ V. Ex.as
deputados, embaixadores
Vossa Magnificência reitores das Universidades V. Mag.a/V. Mag.as
Vossa Alteza príncipes, princesas, duques V.A (singular) e V.V.A.A. (plural)
Vossa Reverendíssima sacerdotes e religiosos em geral V. Rev. m.a/V. Rev. m. as
Vossa Eminência cardeais V. Ex.a/V. Em.as
Vossa Santidade Papa V.S.

Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.

PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO


1a pessoa Este, esta, estes, estas, isto. Os seres ou objetos estão próximos da pessoa que fala.
Os seres ou objetos estão próximos da pessoa com quem
2a pessoa Esse, essa, esses, essas, isso.
se fala.
Aquele, aquela, aqueles, aquelas,
3a pessoa Com quem se fala.
aquilo.

Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”

Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada).
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS


VARIÁVEIS Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo, um, tanto, quanto, bastante, vários, quantos, todo.
INVARIÁVEIS Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais, outrem, tudo.
Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, sendo importante, portanto, para
prevenir a repetição indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).

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CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS


VARIÁVEIS O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.

Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS


VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.

— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
lugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:

CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAIS TERMOS EXEMPLOS


Bem, mal, assim, melhor, pior, depressa,
devagar.
“Coloquei-o cuidadosamente no berço.”
ADVÉRBIO DE MODO Grande parte das palavras terminam em
“Andou depressa por causa da chuva”
“-mente”, como cuidadosamente, calmamente,
tristemente.
“O carro está fora.”
ADVERBIO DE LUGAR Perto, longe, dentro, fora, aqui, ali, lá e atrás. “Foi bem no teste?”
“Demorou, mas chegou longe!”
Antes, depois, hoje, ontem, amanhã sempre, “Sempre que precisar de algo, basta chamar-me.”
ADVÉRBIO DE TEMPO
nunca, cedo e tarde. “Cedo ou tarde, far-se-á justiça.”
“Eles formam um casal tão bonito!”
ADVÉRBIO DE
Muito, pouco, bastante, tão, demais, tanto. “Elas conversam demais”
INTENSIDADE
“Você saiu muito depressa”
Sim e decerto e palavras afirmativas com
“Decerto passaram por aqui”
ADVÉRBIO DE o sufixo “-mente” (certamente, realmente).
“Claro que irei!”
AFIRMAÇÃO Palavras como claro e positivo, podem ser
“Entendi, sim.”
advérbio, dependendo do contexto.
Não e nem. Palavras como negativo, “Jamais reatarei meu namoro com ele.”
ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO nenhum, nunca, jamais, entre outras, podem ser “Sequer pensou para falar.”
advérbio de negação, conforme o contexto. “Não pediu ajuda.”
Talvez, quiçá, porventura e palavras que “Quiçá seremos recebidas.”
ADVÉRBIO DE DÚVIDA expressem dúvida acrescidas do sufixo “-mente”, “Provavelmente sairei mais cedo.”
como possivelmente. “Talvez eu saia cedo.”
“Por que vendeu o livro?” (oração interrogativa
Quando, como, onde, aonde, donde, por direta, que indica causa)
ADVÉRBIO DE que. Esse advérbio pode indicar circunstâncias “Quando posso sair?” (oração interrogativa
INTERROGAÇÃO de modo, tempo, lugar e causa. É usado somente direta, que indica tempo)
em frases interrogativas diretas ou indiretas. “Explica como você fez isso.”
(oração interrogativa indireta, que indica modo).

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— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso, esta-
belecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos conectados,
as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras palavras, as
conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado uma maior mais clareza e precisão ao enuncia-
do.

Conjunções coordenativas: observe o exemplo:


“Eles ouviram os pedidos de ajuda. Eles chamaram o socorro.” – “Eles ouviram os pedidos de ajuda e chamaram o socorro.”

No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.

Conjunções subordinativas: analise este segundo caso:


“Não passei na prova, apesar de ter estudado muito.”

Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.

Classificação das conjunções


Além da classificação que se baseia no grau de dependência entre os termos conectados (coordenação e subordinação), as conjunções
possuem subdivisões.
Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função o
sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


Estabelecer relação de adição (positiva ou “No safári, vimos girafas, leões e zebras.” /
C o n j u n ç õ e s
negativa). As principais conjunções coordenativas “Ela ainda não chegou, nem sabemos quando vai
coordenativas aditivas
aditivas são “e”, “nem” e “também”. chegar.”
Estabelecer relação de oposição. As “Havia flores no jardim, mas estavam
C o n j u n ç õ e s
principais conjunções coordenativas adversativas murchando.” /
coordenativas
são “mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”, “Era inteligente e bom com palavras, entretanto,
adversativas
“entretanto”. estava nervoso na prova.”
“Pode ser que o resultado saia amanhã ou
C o n j u n ç õ e s Estabelecer relação de alternância. As
depois.” /
coordenativas principais conjunções coordenativas alternativas
“Ora queria viver ali para sempre, ora queria
alternativas são “ou”, “ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”..
mudar de país.”
C o n j u n ç õ e s Estabelecer relação de conclusão. As “Não era bem remunerada, então decidi trocar
coordenativas principais conjunções coordenativas conclusivas de emprego.” /
conclusivas são “portanto”, “então”, “assim”, “logo”. “Penso, logo existo.”
C o n j u n ç õ e s Estabelecer relação de explicação. As “Quisemos viajar porque não conseguiríamos
coordenativas principais conjunções coordenativas explicativas descansar aqui em casa.” /
explicativas são “porque”, “pois”, “porquanto”. “Não trouxe o pedido, pois não havia ouvido.”

Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:  

1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, comple-
mento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:  
«É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”   
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”

2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:
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CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


São empregadas para introduzir a oração que Que e se. Analise:
cumpre a função de sujeito, objeto direito, ob- “É obrigatório que o senhor compareça na data agen-
Conjunções Integrantes
jeto indireto, predicativo, complemento nominal dada.” e
ou aposto de outra oração. “Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada que deno- Porque, pois, por isso que, uma vez que, já que, visto
causais ta causa. que, que, porquanto.
Estabelecer relação de alternância. As principais
Conjunções subornativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, Conforme, segundo, como, consoante.
conformativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”..
Introduzem uma oração subordinada em que é
Conjunções subornativas indicada uma hipótese ou uma condição neces- Se, caso, salvo se, desde que, contanto que, dado
condicionais sária para que seja realizada ou não o fato prin- que, a menos que, a não ser que.
cipal.
Mais, menos, menor, maior, pior, melhor, seguidas de
Conjunções subornativas Introduzem uma oração que expressa uma com- que ou do que. Qual depois de tal. Quanto depois de
comparativas paração. tanto. Como, assim como, como se, bem como, que
nem.
Indicam uma oração em que se admite um fato
Conjunções subornativas Por mais que, por menos que, apesar de que, embo-
contrário à ação principal, mas incapaz de impe-
concessivas ra, conquanto, mesmo que, ainda que, se bem que.
dí-la.
Introduzem uma oração, cujos acontecimentos
Conjunções subornativas são simultâneos, concomitantes, ou seja, ocor- À proporção que, ao passo que, à medida que, à pro-
proporcionais rem no mesmo espaço temporal daqueles conti- porção que.
dos na outra oração.
Depois que, até que, desde que, cada vez que, todas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada indicadora
as vezes que, antes que, sempre que, logo que, mal,
temporais de circunstância de tempo.
quando.
Introduzem uma oração na qual é indicada a Tal, tão, tamanho, tanto (em uma oração, seguida
Conjunções subornativas
consequência do que foi declarado na oração pelo que em outra oração). De maneira que, de forma
consecutivas
anterior. que, de sorte que, de modo que.
Conjunções subornativas Introduzem uma oração indicando a finalidade
A fim de que, para que.
finais da oração principal.

— Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma sequência. Os nu-
merais podem ser: cardinais (um, dois, três), ordinais (primeiro, segundo, terceiro), fracionários (meio, terço, quarto) e multiplicativos (do-
bro, triplo, quádruplo). Antes de nos aprofundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais, que tem três principais finalidades:
1 – Indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados os
numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); Parágrafo 10 (Parágrafo 10).
2 – Indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do primeiro
dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal. Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto.
3 – Indicar capítulos, séculos, capítulos, reis e papas: após o substantivo emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o décimo
utiliza-se o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV (quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis).

Os tipos de numerais
Cardinais: são os números em sua forma fundamental e exprimem quantidades.
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil.  
– Alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, quinhentos/quinhentas).
– Alguns números cardinais variam em número, como é o caso: milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante.
– Apalavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste,
mas os dois/ambos foram reprovados.

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Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro, segun- Exemplo 2 – “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Fina-
do, décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a ordem de lizei o quadro com textura.” Perceba que nas duas fases, a mesma
sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de objetos. preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/
– Os numerais ordinais variam em gênero (masculino e femi- instrumento; na segunda, exprime companhia. Por isso, afirma-se
nino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/primeira, que a preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao
primeiros/primeiras, décimo/décimos, décima/décimas, trigésimo/ valor estrutural (gramática).
trigésimos, trigésima/trigésimas.  
– Alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. Exem- Classificação das preposições
plo: A carne de segunda está na promoção.   Preposições acidentais: são aquelas que, originalmente, não
apresentam função de preposição, porém, a depender do contexto,
Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas re- podem assumir essa atribuição.  São elas: afora, como, conforme,
duzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. Exem- durante, exceto, feito, fora, mediante, salvo, segundo, visto, entre
plos: meio ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três quartos outras.
(¾), 1/12 avos.   Exemplo: ”Segundo o delegado, os depoimentos do suspeito
– Os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino apresentaram contradições.” A palavra “segundo”, que, normal-
e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de mente seria um numeral (primeiro, segundo, terceiro), ao ser in-
leite, meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo.    serida nesse contexto, passou a ser uma preposição acidental, por
tem o sentido de “de acordo com”, “em conformidade com”.  
Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre
um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma Locuções prepositivas
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e em-
Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo.   prego de uma preposição. As principais locuções prepositivas são
– Em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando constituídas por advérbio ou locução adverbial acrescido da pre-
atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número posição de, a ou com. Confira algumas das principais locuções pre-
e gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios, positivas.
duplos sentidos.
abaixo de de acordo junto a
Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem
quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12 uni- acerca de debaixo de junto de
dades). acima de de modo a não obstante
– Os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/
unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas. a fim de dentro de para com
à frente de diante de por debaixo de
— Preposição
antes de embaixo de por cima de
Essa classe de palavras cujo objetivo é marcar as relações gra-
maticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e advér- a respeito de em cima de por dentro de
bios) exercem no discurso. Por apenas marcarem algumas relações atrás de em frente de por detrás de
entre as unidades linguísticas dentro do enunciado, as preposições
não possuem significado próprio se isoladas no discurso. Em razão através de em razão de quanto a
disso, as preposições são consideradas classe gramatical dependen- com respeito a fora de sem embargo de
te, ou seja, sua função gramatical (organização e estruturação) é
principal, embora o desempenho semântico, que gera significado e — Interjeição
sentido, esteja presente, possui um valor menor. É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que
manifestam por parte do emissor do enunciado uma surpresa, uma
Classificação das preposições hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc., por
Preposições essenciais: são aquelas que só aparecem na língua parte do emissor do enunciado. São as chamadas unidades autô-
propriamente como preposições, sem outra função. São elas: a, an- nomas, que usufruem de independência em relação aos demais
tes, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por elementos do enunciado. As interjeições podem ser empregadas
(ou per, em dadas variantes geográficas ou históricas), sem, sob, também para chamar exigir algo ou para chamar a atenção do in-
sobre, trás. terlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como:
– Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras
Exemplo 1 – ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.” Em que, associadas, assumem o valor de interjeição. Exemplos: “Ai de
ambas as sentenças, a preposição de manteve-se sempre sendo mim!”, “Minha nossa!” Cruz credo!”.
preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades lin- – Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!”
guísticas diferentes, garantindo-lhes classificações distintas confor- – Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!»
me o contexto.

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Os tipos de interjeição Oração


De acordo com as reações que expressam, as interjeições po- É uma unidade sintática que se estrutura em redor de um ver-
dem ser de: bo ou de uma locução verbal. Uma frase pode ser uma oração, des-
de que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem
ADMIRAÇÃO “Ah!”, “Oh!”, “Uau!” sempre consta em uma oração, assim como o sentido completo. O
importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem.
ALÍVIO “Ah!, “Ufa!” Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é.
“Coragem!”, “Força!”, 1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não con-
ANIMAÇÃO tém verbo.
“Vamos!”
2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase
APELO “Ei!”, “Oh!”, “Psiu!” como oração.
APLAUSO “Bravo!”, “Bis!”
Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma oração
“Alô!”, “Oi!”, “Salve!”,
DESPEDIDA/SAUDAÇÃO é formada por cada um dos termos, que, por sua vez, estabelecem
“Tchau!”
relação entre si para dar atribuir sentido à frase. No exemplo supra-
DESEJO “Tomara!” citado, a palavra “quero” deve unir-se às palavras “Eu” e “silêncio”
DOR “Ai!”, “Ui!” para que o receptor compreenda a mensagem. Dessa forma, cada
palavra desta oração recebe o nome de termo ou unidade sintática,
DÚVIDA “Hã?!”, “Hein?!”, “Hum?!” desempenhando, cada qual, uma função sintática diferente.
ESPANTO “Eita!”, “Ué!”
Classificação das orações: as orações podem ser simples ou
I M PA C I Ê N C I A compostas. As orações simples apresentam apenas uma frase; as
“Puxa!”
(FRUSTRAÇÃO) compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração. Ana-
IMPOSIÇÃO “Psiu!”, “Silêncio!” lise os exemplos abaixo e perceba que a oração composta tem duas
frases, e cada uma tem seu próprio sentido.
SATISFAÇÃO “Eba!”, “Oba!”
– Oração simples: “Eu quero silêncio.”
SUSPENSÃO “Alto lá!”, “Basta!”, “Chega!” – Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o no-
ticiário”.

ESTRUTURA DA ORAÇÃO E DO PERÍODO (SINTAXE) Período


É a construção composta por uma ou mais orações, sempre
Definição: sintaxe é a área da Gramática que se dedica ao es- com sentido completo. Assim como as orações, o período também
tudo da ordenação das palavras em uma frase, das frases em um pode ser simples ou composto, que se diferenciam em razão do nú-
discurso e também da coerência (relação lógica) que estabelecem mero de orações que apresenta: o período simples contém apenas
entre si. Sempre que uma frase é construída, é fundamental que uma oração, e o composto mais de uma. Lembrando que a oração é
ela contenha algum sentido para que possa ser compreendida pelo uma frase que contém um verbo. Assim, para não ter dúvidas quan-
receptor. Por fazer a mediação da combinação entre palavras e ora- to à classificação, basta contar quantos verbos existentes na frase.
ções, a sintaxe é essencial para que essa compreensão se efetive. – Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” -
Para que se possa compreender a análise sintática, é importante apresenta apenas um verbo.
retomarmos alguns conceitos, como o de frase, oração e período. – Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou
Vejamos: ficarei preocupada.” - contém dois verbos.
— Análise Sintática
Frase É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a
Trata-se de um enunciado que carrega um sentido completo estrutura de um período e das orações que compõem um período.
que possui sentido integral, podendo ser constituída por somen- Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem
te uma ou várias palavras podendo conter verbo (frase verbal) ou sentido a uma frase verbal. A reunião desses elementos forma o
não (frase nominal). Uma frase pode exprimir ideias, sentimentos, que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais
apelos ou ordens. Exemplos: “Saia!”, “O presidente vai fazer seu se subdividem em: essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe
discurso.”, “Atenção!”, “Que horror!”. a seguir as especificidades de cada tipo.

A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada, 1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração
a disposição das palavras na frase também é fundamental para a Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual
compreensão da informação escrita, e deve seguir os padrões da se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por
Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já vai falar.” isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos
Pode ser modificada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” , respectivos exemplos a seguir:
sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”,
já professora vai.” , apesar da combinação das palavras, não poderá que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração
ser compreendida pelo interlocutor. sobre o sujeito).

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Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto), – Predicados nominais: são aqueles que têm um nome (subs-
podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após tantivo ou adjetivo) como cujo núcleo significativo da oração. Ade-
o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos mais, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade, e é
respectivos casos: composto por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito.
“Fred fez um lindo discurso.” – Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características
“Um lindo discurso Fred fez.” ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo: em “Marta é inteligen-
“Fez um lindo discurso, Fred.” te.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja, é sua
característica de estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo “ser”
– Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela (é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica atual.
concordância verbal. Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo, mas
– Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo liga- pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo um substantivo ou pala-
do ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”. vra substantivada.
– Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos. – Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre
Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.” um predicativo do sujeito associado a uma ação do sujeito acresci-
da de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo
– Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na da aula. Por isso, estavam contentes.
oração, mas a frase é dotada de entendimento. Ex.: “Passamos no O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair”
teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a con- e também o adjetivo “contentes”. Logo, “estavam contentes” é o
cordância do verbo o destaca de forma indireta. predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”.
– Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração e,
diferente do caso anterior, não há concordância verbal para deter- 2 – Termos integrantes da oração
miná-lo. Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma
oração, atribuindo sentindo a ela. Eles podem ser complementos
Esse sujeito pode aparecer com: verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva.
– Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”. – Complementos Verbais: como sugere o nome, esses termos
– Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se completam o sentido de verbos, e se classificam da seguinte forma:
padeiro.”». – Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não exi-
– Verbo no infinitivo impessoal: “Vai ser mais fácil se você es- gindo preposição.
tiver lá.” – Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos,
isto é, aqueles que dependem de preposição para que seu sentido
– Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado, seja compreendido.
e sua mensagem está centralizada no verbo, que é impessoal. Essas
orações podem ter verbos que constituam fenômenos da natureza, Quanto ao objeto direto, podemos ter:
ou os verbos ser, estar, haver e fazer quando indicativos de fenôme- – Um pronome substantivo: “A equipe que corrigiu as provas.”
no meteorológico ou tempo. Observe os exemplos: – Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o aconte-
“Choveu muito ontem”. cido.”
“Era uma hora e quinze”. – Um substantivo ou expressão substantivada: “Ele consertou
os aparelhos.»
– Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e ver-
bo, ou entre verbo e complementos. Os verbos, por sua vez, tam- – Complementos Nominais: esses termos completam o senti-
bém recebem sua classificação, conforme abaixo: do de uma palavra, mas não são verbos; são nomes (substantivos,
– Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adian- adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe
te para passar a informação adequada. Em outras palavras, é o ver- os exemplos:
bo que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa – “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que
compreensão, esse trânsito do verbo, o complemento pode ser di- “satisfeita” é adjetivo, e “com seus resultados” é complemento no-
reto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e minal.
complemento. Ex.: “Quero comprar roupas.”. No segundo, verbo e – “O entregador atravessou rapidamente pela viela. – “rapida-
complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.” mente” é advérbio de modo.
– Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de – “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um
sentido completo. São exemplos: morrer, acordar, nascer, nadar, substantivo.
cair, mergulhar, correr.
– Verbo de ligação: servem para expressar características de – Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que prati-
estado ao sujeito, sendo eles: estado permanente (“Pedro é alto.”), cam a ação expressa pelo verbo, quando este está na voz passiva.
estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação Assim, estão normalmente acompanhados pelas preposições de e
(“Pedro esteve enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro conti- por. Observe os exemplos do item anterior modificados para a voz
nua esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”). passiva:
– “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.”
– “O cachorro foi alvo do meu medo.”
– “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.”

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3 – Termos acessórios da oração — Estudo da relação entre as orações


Diversamente dos termos essenciais e integrantes, os termos Os períodos compostos são formados por várias orações. As
acessórios não são fundamentais o sentido da oração, mas servem orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de su-
para complementar a informação, exprimindo circunstância, deter- bordinação.
minando o substantivo ou caracterizando o sujeito. Confira abaixo – Período composto por coordenação: é formado por orações
quais são eles: independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções ou vírgu-
– Adjunto adverbial: são os termos que modificam o sentido las, as orações coordenadas podem ser entendidas individualmen-
do verbo, do adjetivo ou do advérbio. Analise os exemplos: te porque apresentam sentidos completos. Acompanhe a seguir a
“Dormimos muito.” classificação das orações coordenadas:
– Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os
O termo acessório “muito” classifica o verbo “dormir”. doces.”
“Ele ficou pouco animado com a notícia.” – Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não
preparei os doces.”
O termo acessório “pouco” classifica o adjetivo “animado” – Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou pre-
“Maria escreve bastante bem.” paro os doces.”
– Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante,
O termo acessório “bastante” modifica o advérbio “bem”. logo, passou no exame.”
– Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame por-
Os adjuntos adverbiais podem ser: que estudou bastante.”
– Advérbios: pouco, bastante, muito, ali, rapidamente longe,
etc. – Período composto por subordinação: são constituídos por
– Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc. orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas
– Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas de
tempo). forma separada. As orações subordinadas são divididas em subs-
tantivas, adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos:
– Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo, – Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado
com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado por que o suspeito era realmente o culpado.”
adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou prono- – Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não que-
mes adjetivos. Analise o exemplo: ria que isso acontecesse.”
“O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega – Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “É obriga-
de escola.” tório de que todos os estudantes sejam assíduos.”
– Sujeito: “jovem apaixonado” – Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Tenho
– Núcleo do predicado verbal: “presenteou” expectativa de que os planos serão melhores em breve!”
– Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê” – Oração subordinada substantiva predicativa: “O que importa
– Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais: é que meus pais são saudáveis.”
no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam o
“jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo” – Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba dis-
fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração to: que tudo esteja organizado quando eu voltar!”
da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os – Oração subordinada adverbial causal: “Não posso me demo-
adjuntos adnominais de “colega”. rar porque tenho hora marcada na psicóloga.”
– Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão feli-
– Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para carac- zes que pulamos de alegria.”
terizá-lo, contribuindo para a complementação uma informação já – Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando
completa. Observe os exemplos: para que nós chegássemos a casa em segurança.”
“Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.” – Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu che-
“Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.” guei, eles iniciaram o trabalho.”
– Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo,
– Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem espero por você.»
com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento – Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que estives-
ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa se cansado, concluiu a maratona.”
do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a – Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia
quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de como se ainda vivesse no interior.”
apelo. Observe: – Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme
“Ei, moça! Seu documento está pronto!” combinamos anteriormente, entregarei o produto até amanhã.”
“Senhor, tenha misericórdia de nós!” – Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais
“Vista o casaco, filha!” me exercito, mais tenho disposição.”
– Oração subordinada adjetiva explicativa: “Meu filho, que pas-
sou no concurso, mudou-se para o interior.”
– Oração subordinada adjetiva restritiva: “A aluna que esteve
enferma conseguiu ser aprovada nas provas.”
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EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO “Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.”
7 – Separar o complemento pleonástico antecipado:
— Visão Geral “Estas alegações, não as considero legítimas.”
O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais gráfi-
cos que, em um período sintático, têm a função primordial de indi- 8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas
car um nível maior ou menor de coesão entre estruturas e, ocasio- por conjunções)
nalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias) em um “Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.”
discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os gestos e as
expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a compreen- 9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas:
são da frase. “São Paulo, 16 de outubro de 2022”.
O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades:
– Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos 10 – Marcar a omissão de um termo:
tipos textuais; “Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo “fa-
– Garantir os efeitos de sentido dos enunciados; zer”).
– Demarcar das unidades de um texto;
– Sinalizar os limites das estruturas sintáticas. • Entre as sentenças
1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas
— Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um “Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.”
enunciado
2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéti-
Vírgula cas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”:
De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado “Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos
para indicar que os termos por ela isolados, embora compartilhem ajudasse.”
da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas,
se, ao contrário, houver relação sintática entre os termos, estes não 3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a
devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo tem- principal:
po que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em outras, “Quando será publicado, ainda não foi divulgado.”
ela é vetada. Confira os casos em que a vírgula deve ser empregada:
4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvi-
• No interior da sentença das ou reduzidas, especialmente as que antecedem a oração prin-
1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição: cipal:

ENUMERAÇÃO
Por ser sempre assim, ninguém dá
Reduzida
Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate. atenção!
Paguei as contas de água, luz, telefone e gás. Porque é sempre assim, já ninguém dá
Desenvolvida
atenção!
REPETIÇÃO
Os arranjos estão lindos, lindos! 5 – Separar as sentenças intercaladas:
“Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu
Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada.
leito, até que você se recupere por completo.”
2 – Isolar o vocativo
• Antes da conjunção “e”
“Crianças, venham almoçar!”
1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire valo-
“Quando será a prova, professora?”
res que não expressam adição, como consequência ou diversidade,
por exemplo.
3 – Separar apostos
“Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.”
“O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.”
2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sem-
4 – Isolar expressões explicativas:
“As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi res- pre que a conjunção “e” é reiterada com com a finalidade de desta-
ponsabilizado.” car alguma ideia, por exemplo:
“(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede;
5 – Separar conjunções intercaladas e dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o
“Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.” esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha)

6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado: 3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas
“Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos funcionários apresentam sujeitos distintos, por exemplo:
do setor.” “A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.”

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O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito 3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o
e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto adnominal, nome objetivo de prolongar o raciocínio:
e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas
substantiva e oração subordinada (desde que a substantivo não seja faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar).
apositiva nem se apresente inversamente).
4 – Suprimem palavras em uma transcrição:
Ponto “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros -
1 – Para indicar final de frase declarativa: Raimundo Fagner).
“O almoço está pronto e será servido.”
Ponto de Interrogação
2 – Abrevia palavras: 1 – Para perguntas diretas:
– “p.” (página) “Quando você pode comparecer?”
– “V. Sra.” (Vossa Senhoria)
– “Dr.” (Doutor) 2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para
destacar o enunciado:
3 – Para separar períodos: “Não brinca, é sério?!”
“O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”
Ponto de Exclamação
Ponto e Vírgula 1 – Após interjeição:
1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou ora- “Nossa Que legal!”
ções coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
“Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG; nos- 2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva
sa amiga, de praticar esportes.” “Infelizmente!”

2 – Para separar os itens de uma sequência de itens: 3 – Após vocativo


“Os planetas que compõem o Sistema Solar são: “Ana, boa tarde!”
Mercúrio;
Vênus; 4 – Para fechar de frases imperativas:
Terra; “Entre já!”
Marte;
Júpiter; Parênteses
Saturno; a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases
Urano; intercaladas de valor explicativo, podendo substituir o travessão ou
Netuno.” a vírgula:
“Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como sem-
Dois Pontos pre)
1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas, enumera- quem seria promovido.”
ções ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem ideias
anteriores. Travessão
“Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.” 1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto:
“Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela “O rapaz perguntou ao padre:
grande ofensa.” — Amar demais é pecado?”

2 – Para introduzirem citação direta: 2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos:
“Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente “— Vou partir em breve.
muito conhecido: “Nada se cria, nada se perde, tudo se transfor- — Vá com Deus!”
ma’.”
3 – Para iniciar fala de personagens: 3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários:
“Ele gritava repetidamente: “Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.”
– Sou inocente!”
4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicati-
Reticências vas:
1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta sintati- “Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.”
camente:
“Quem sabe um dia...” Aspas
1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta,
2 – Para indicar hesitação ou dúvida: como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos, arca-
“Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar ísmos, palavrões, e neologismos.
ainda.” “Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
“A reunião será feita ‘online’.”
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2 – Para indicar uma citação direta: – “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.”
“A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de – “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos
Assis) do que ocorreria.”

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo, ou
faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou perma-
Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal nece na 3a pessoa do singular:
estudam a sintonia entre os componentes de uma oração. – “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.»
– Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao su-
jeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar em Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo con-
número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a, 2a, ou corda com o termo que antecede o pronome:
3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é flexiona- – “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.»
do para concordar com o sujeito. – “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.»
– Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero
(flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes Concordância verbal com a partícula de indeterminação do
da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa
e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas do singular sempre que a oração for constituída por verbos intran-
formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal con- sitivos ou por verbos transitivos indiretos:
cordância ocorre em gênero e pessoa – «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”

Casos específicos de concordância verbal Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo
Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três si- concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito
tuações em que o verbo no infinitivo é flexionado: paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
I – Quando houver um sujeito definido; – Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.”
II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração fo- Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria,
rem distintos. a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com
a 3° pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode
Observe os exemplos: ser empregada:
“Eu pedir para eles fazerem a solicitação.” – “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos en-
“Isto é para nós solicitarmos.” traram.”
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das
Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão pessoas entenderam.”
verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito
da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo em Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve
locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos impe- concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo,
rativos. mas também concordar com a forma no masculino plural:
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
Exemplos: – “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.”
“Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
“Foram proibidos de realizar o atendimento.” Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo
concorda em gênero e número com os pronomes pessoais:
Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos, – “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular, – “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”
tendo em vista que não existe um sujeito.
Observe os casos a seguir: Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois
– Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer, ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular,
nevar, amanhecer. se houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o
Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.» substantivo deve estar no plural:

– O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas – “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o
professoras vigiando as crianças.” xadrez.”
– O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz – “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e
duas horas que estamos esperando.” xadrez.”

Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas
tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância ver- expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
bal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer no houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista esse
singular ou no plural: artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino singu-
lar:
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– “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É 3 – Troque o termo regente da preposição a por um que es-
proibido circulação de pessoas não identificadas.” tabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada se façam contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas
de crianças acompanhadas.” pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá.
Concordância nominal com menos: a palavra menos perma- Exemplos:
nece é invariável independente da sua atuação, seja ela advérbio “Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta
ou adjetivo: de estudar / Insiste em estudar.”
– “Menos pessoas / menos pessoas”. “Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua filha
– “Menos problema /menos problemas.” / Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.”
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você / Gos-
Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe, ba- to de você / Penso em você.”
rato, meio e caro: esses termos instauram concordância em gênero
e número com o substantivo quando exercem função de adjetivo: 4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que ex-
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.” pressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada se
– “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”. a locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como nú-
– “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes. cleo uma palavra feminina, ocorrerá crase.
Exemplos:
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE “Tudo às avessas.”
“Barcos à deriva.”
Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou
“contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial, em 5 – Outros casos envolvendo locuções e crase:
palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a (preposi- Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão
ção) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela (pronome “moda de”, ficando somente o à explícito.
demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) + aquilo (prono- Exemplos:
me demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção das vogais, a “Arroz à (moda) grega.”
crase, como regra geral, ocorre diante de palavras femininas, sendo “Bife à (moda) parmegiana.”
a única exceção os pronomes demonstrativos aquilo e aquele, que
recebem a crase por terem “a” como sua vogal inicial. Crase não é Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso
o nome do acento, mas indicação do fenômeno de união represen- de horas especificadas e definidas: Exemplos:
tado pelo acento grave. “À uma hora.”
A crase pode ser a contração da preposição a com: “Às cinco e quinze”.
– O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não assis-
tiu às aulas.” COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS
– O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.”
– Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da
“Retorne àquele mesmo local.” frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
– O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma
quais devemos o maior respeito e consideração”. culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
após o verbo – ênclise.
Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini-
duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua-
construção sintática. gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita,
Técnicas para o emprego da crase formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe se- Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
melhante. Se a combinação ao aparecer, ocorrerá crase diante da as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas
palavra feminina. não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
Exemplos: dique a eufonia da frase.
“Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.”
“Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.” Próclise
“Comprei o carro / a moto.” Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
“Irei ao evento / à festa.”
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir, Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa-
chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da, cientemente.
ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise:
deve ser empregado. Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Exemplos: Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
“Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.” Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.” Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
“Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.”
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Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante- Exemplos:


posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor! Hei de dizer-lhe a verdade.
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita! Tenho de dizer-lhe a verdade.
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se-
jam reduzidas: Percebia que o observavam. Observação
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando, Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
tudo dá. Devo-lhe dizer tudo.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in- Estava-lhe dizendo tudo.
tentos são para nos prejudicarem. Havia-lhe dito tudo.

Ênclise
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. SUBSTITUIÇÃO DE PALAVRAS E(OU) EXPRESSÕES. RETEX-
TUALIZAÇÃO DE DIFERENTES GÊNEROS E NÍVEIS DE FOR-
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do MALIDADE
indicativo: Trago-te flores.
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre- A reescrita é tão importante quanto a escrita, visto que, difi-
posição em: Saí, deixando-a aflita. cilmente, sobretudo para os escritores mais cuidadosos, chegamos
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com ao resultado que julgamos ideal na primeira tentativa. Aquele que
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise: observa um resultado ruim na primeira versão que escreveu terá,
Apressei-me a convidá-los. na reescrita, a possibilidade de alcançar um resultado satisfatório.
A reescrita é um processo mais trabalhoso do que a revisão, pois,
Mesóclise nesta, atemo-nos apenas aos pequenos detalhes, cuja ausência não
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. implicaria em uma dificuldade do leitor para compreender o texto.

É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no Quando reescrevemos, refazemos nosso texto, é um proces-
futuro do pretérito que iniciam a oração. so bem mais complexo, que parte do pressuposto de que o autor
Dir-lhe-ei toda a verdade. tenha observado aquilo que está ruim para que, posteriormente,
Far-me-ias um favor? possa melhorar seu texto até chegar a uma versão final, livre dos er-
ros iniciais. Além de aprimorar a leitura, a reescrita auxilia a desen-
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de volver e melhorar a escrita, ajudando o aluno-escritor a esclarecer
qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise. melhor seus objetivos e razões para a produção de textos.
Eu lhe direi toda a verdade.
Tu me farias um favor? Nessa perspectiva, esse autor considera que reescrever seja
um processo de descoberta da escrita pelo próprio autor, que passa
Colocação do pronome átono nas locuções verbais a enfocá-la como forma de trabalho, auxiliando o desenvolvimento
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal do processo de escrever do aluno.
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal. Operações linguísticas de reescrita:
Exemplos: A literatura sobre reescrita aponta para uma tipologia de ope-
Devo-lhe dizer a verdade. rações linguísticas encontradas neste momento específico da cons-
Devo dizer-lhe a verdade. trução do texto escrito.
- Adição, ou acréscimo: pode tratar-se do acréscimo de um ele-
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes mento gráfico, acento, sinal de pontuação, grafema (...) mas tam-
do auxiliar ou depois do principal. bém do acréscimo de uma palavra, de um sintagma, de uma ou de
Exemplos: várias frases.
Não lhe devo dizer a verdade. - Supressão: supressão sem substituição do segmento suprimi-
Não devo dizer-lhe a verdade. do. Ela pode ser aplicada sobre unidades diversas, acento, grafe-
mas, sílabas, palavras sintagmáticas, uma ou diversas frases.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise, - Substituição: supressão, seguida de substituição por um ter-
o pronome átono ficará depois do auxiliar. mo novo. Ela se aplica sobre um grafema, uma palavra, um sintag-
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade. ma, ou sobre conjuntos generalizados.
- Deslocamento: permutação de elementos, que acaba por mo-
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do dificar sua ordem no processo de encadeamento.
auxiliar.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.

Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois


do infinitivo.

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Graus de Formalismo – dito.


São muitos os tipos de registros quanto ao formalismo, tais Opção: citado, mencionado.
como: o registro formal, que é uma linguagem mais cuidada; o colo-
quial, que não tem um planejamento prévio, caracterizando-se por – enquanto.
construções gramaticais mais livres, repetições frequentes, frases Opção: ao passo que.
curtas e conectores simples; o informal, que se caracteriza pelo uso
de ortografia simplificada e construções simples ( geralmente usado – inclusive (a não ser quando significa incluindo-se).
entre membros de uma mesma família ou entre amigos). Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também.

As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de for- – no sentido de, com vistas a.
malismo existente na situação de comunicação; com o modo de Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista.
expressão, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; com a
sintonia entre interlocutores, que envolve aspectos como graus de – pois (no início da oração).
cortesia, deferência, tecnicidade (domínio de um vocabulário espe- Opção: já que, porque, uma vez que, visto que.
cífico de algum campo científico, por exemplo).
– principalmente.
Expressões que demandam atenção Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular.
– acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se
– aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar,
aceito
– acendido, aceso (formas similares) – idem CORRESPONDÊNCIA OFICIAL CONFORME MANUAL DE RE-
– à custa de – e não às custas de DAÇÃO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS E RESPECTI-
– à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, con- VAS ATUALIZAÇÕES
forme
– na medida em que – tendo em vista que, uma vez que
– a meu ver – e não ao meu ver Prezado(a),
– a ponto de – e não ao ponto de
– a posteriori, a priori – não tem valor temporal A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico
– em termos de – modismo; evitar será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área é re-
– enquanto que – o que é redundância servada para a inclusão de materiais que complementam a apostila,
– entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos relaciona-
– implicar em – a regência é direta (sem em) dos a este material, e que, devido a seu formato ou tamanho, não
– ir de encontro a – chocar-se com cabem na estrutura de nossas apostilas.
– ir ao encontro de – concordar com
– se não, senão – quando se pode substituir por caso não, se- Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são
parado; quando não se pode, junto organizados de acordo com o título do tópico a que se referem e po-
– todo mundo – todos dem ser acessados seguindo os passos indicados na página 2 deste
– todo o mundo – o mundo inteiro material, ou por meio de seu login e senha na Área do Aluno.
– não pagamento = hífen somente quando o segundo termo
for substantivo Bons estudos!
– este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo
presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está tratando)
– esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte ADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM AO TIPO DE DOCUMENTO.
(tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do pre- ADEQUAÇÃO DO FORMATO DO TEXTO AO GÊNERO
sente, ou distante ao já mencionado e a ênfase).

Expressões não recomendadas O que é Redação Oficial1


Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira
– a partir de (a não ser com valor temporal). pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações.
Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se de... Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. A reda-
ção oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão
– através de (para exprimir “meio” ou instrumento). culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de, se- Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que
gundo... dispõe, no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou
fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
– devido a. Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de lega-
Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de. lidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”.
Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de
toda administração pública, claro está que devem igualmente nor-
1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm
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tear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. Não se concebe a) da ausência de impressões individuais de quem comunica:
que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Che-
obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transpa- fe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público
rência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibili- que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padro-
dade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que nização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes
um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade setores da Administração guardem entre si certa uniformidade;
implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. Além de atender b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com
à disposição constitucional, a forma dos atos normativos obedece duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre
a certa tradição. Há normas para sua elaboração que remontam ao concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos,
período de nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigato- temos um destinatário concebido de forma homogênea e impes-
riedade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de soal;
1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o número de anos c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o uni-
transcorridos desde a Independência. Essa prática foi mantida no verso temático das comunicações oficiais se restringe a questões
período republicano. Esses mesmos princípios (impessoalidade, cla- que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe
reza, uniformidade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se qualquer tom particular ou pessoal. Desta forma, não há lugar na
às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única in- redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exem-
terpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige
plo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de
o uso de certo nível de linguagem. Nesse quadro, fica claro também
jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser
que as comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois
isenta da interferência da individualidade que a elabora. A concisão,
há sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor
a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para
dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso de
expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja
cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público). alcançada a necessária impessoalidade.
Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações
oficiais foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos A necessidade de empregar determinado nível de linguagem
expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio ca-
para comunicações oficiais, regulados pela Portaria no 1 do Ministro ráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalida-
de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio de. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normati-
século de vigência, foi revogado pelo Decreto que aprovou a primei- vo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam
ra edição deste Manual. Acrescente-se, por fim, que a identificação o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em
que se buscou fazer das características específicas da forma oficial sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo
de redigir não deve ensejar o entendimento de que se proponha se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de
a criação – ou se aceite a existência – de uma forma específica de informar com clareza e objetividade. As comunicações que partem
linguagem administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e
se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar
redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há
do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases. dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita,
A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com im- sua compreensão dificultada. Ressalte-se que há necessariamente
pessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extrema-
que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do mente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de
texto jornalístico, da correspondência particular, etc. Apresentadas costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que
essas características fundamentais da redação oficial, passemos à auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc. Para
análise pormenorizada de cada uma delas. mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distân-
A Impessoalidade
cia. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transforma-
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela
ções, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de
escrita. Para que haja comunicação, são necessários:
si mesma para comunicar. A língua escrita, como a falada, compre-
a) alguém que comunique,
ende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por
b) algo a ser comunicado, e
c) alguém que receba essa comunicação. exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer de deter-
minado padrão de linguagem que incorpore expressões extrema-
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço mente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de
Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Di- estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos
visão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se
relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa faz da língua, a finalidade com que a empregamos. O mesmo ocorre
comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro ór- com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade
gão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União. Perce- de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o
be-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão cul-
assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: to é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal,
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e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princí-
do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do pio de economia linguística, à mencionada fórmula de empregar
padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está aci- o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de
ma das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é,
modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de
por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras
os cidadãos. inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já
Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade foi dito. Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em
de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de ex- todo texto de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias
pressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica empre- secundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas de-
go de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e talhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias
figuras de linguagem próprios da língua literária. Pode-se concluir, que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior
então, que não existe propriamente um “padrão oficial de lingua- relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas. A
gem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme
oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como
expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das for- claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor.
mas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se con- No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende
sagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão estritamente das demais características da redação oficial. Para ela
burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre concorrem:
sua compreensão limitada. A linguagem técnica deve ser empre- a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações
gada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;
indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vo- b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de en-
cabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento tendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação
por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, restrita, como a gíria e o jargão;
portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a impres-
órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. cindível uniformidade dos textos;
Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologis- d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguís-
mo e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica. ticos que nada lhe acrescentam.
Formalidade e Padronização
É pela correta observação dessas características que se redige
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é,
com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo
obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exi-
texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros
gências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é
e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitu-
imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata
ra que torna possível sua correção. Na revisão de um expediente,
somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou da-
deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu
quele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível
destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por
(v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento);
terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em de-
mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade
no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. corrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre
uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técni-
una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo cos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos
padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Ma- que não possam ser dispensados. A revisão atenta exige, necessa-
nual, exige que se atente para todas as características da redação riamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comu-
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. A clareza nicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve pro-
datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a ceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão.
correta diagramação do texto são indispensáveis para a padroniza- “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima.
ção. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
normas específicas para cada tipo de expediente.
As comunicações oficiais
Concisão e Clareza A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, se-
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do guir os preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da
texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máxi- Redação Oficial. Além disso, há características específicas de cada
mo de informações com um mínimo de palavras. Para que se redija tipo de expediente, que serão tratadas em detalhe neste capítulo.
com essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de conheci- Antes de passarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns
mento do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para a quase todas as modalidades de comunicação oficial: o emprego
revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes dos pronomes de tratamento, a forma dos fechos e a identificação
se percebem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias do signatário.
de ideias.
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Pronomes de Tratamento b) do Poder Legislativo:


Deputados Federais e Senadores;
Breve História dos Pronomes de Tratamento Ministro do Tribunal de Contas da União;
O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem Deputados Estaduais e Distritais;
larga tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
serem incorporados ao português os pronomes latinos tu e vos, Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
“como tratamento direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a
palavra”, passou-se a empregar, como expediente linguístico de dis- c) do Poder Judiciário:
tinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de Ministros dos Tribunais Superiores;
pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor: “Outro modo de Membros de Tribunais;
tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a palavra a um Juízes;
atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria superior, e Auditores da Justiça Militar.
não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com
o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos
o tratamento ducal de vossa excelência e adotou-se na hierarquia Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respec-
eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência, tivo:
vossa santidade. ” A partir do final do século XVI, esse modo de Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
tratamento indireto já estava em voga também para os ocupantes Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e de- Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Fede-
pois para o coloquial você. E o pronome vós, com o tempo, caiu em ral.
desuso. É dessa tradição que provém o atual emprego de pronomes
de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos às autorida- As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor,
des civis, militares e eclesiásticas. seguido do cargo respectivo:
Senhor Senador,
Concordância com os Pronomes de Tratamento Senhor Juiz,
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) Senhor Ministro,
apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, Senhor Governador,
nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gra-
matical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comuni- No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às
cação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:
concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo
sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelên- A Sua Excelência o Senhor
cia conhece o assunto”. Da mesma forma, os pronomes possessivos Fulano de Tal
referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pes- Ministro de Estado da Justiça
soa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vos- 70.064-900 – Brasília. DF
so...”). Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero
gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e A Sua Excelência o Senhor
não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso in- Senador Fulano de Tal
terlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefa- Senado Federal
do”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa 70.165-900 – Brasília. DF
Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”.
A Sua Excelência o Senhor
Emprego dos Pronomes de Tratamento Fulano de Tal
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece Juiz de Direito da 10a Vara Cível
a secular tradição. São de uso consagrado: Rua ABC, no 123
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: 01.010-000 – São Paulo. SP

a) do Poder Executivo; Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento


Presidente da República; digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dig-
Vice-Presidente da República; nidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público,
Ministros de Estado; sendo desnecessária sua repetida evocação.
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Fe- Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e
deral; para particulares. O vocativo adequado é:
Oficiais-Generais das Forças Armadas; Senhor Fulano de Tal,
Embaixadores; (...)
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de
cargos de natureza especial; No envelope, deve constar do endereçamento:
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Ao Senhor
Prefeitos Municipais. Fulano de Tal
Rua ABC, nº 123
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70.123 – Curitiba. PR Identificação do Signatário


Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da Repú-
Como se depreende do exemplo acima fica dispensado o em- blica, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e
prego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assina-
o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o tura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
uso do pronome de tratamento Senhor. Acrescente-se que doutor
não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo (espaço para assinatura)
indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em NOME
comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem Chefe da Secretária-geral da Presidência da República
concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por
doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em (espaço para assinatura)
Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a dese- NOME
jada formalidade às comunicações. Mencionemos, ainda, a forma Ministro de Estado da Justiça
Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comu-
nicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura
vocativo: em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao me-
nos a última frase anterior ao fecho.
Magnífico Reitor,
(...) O Padrão Ofício
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela fi-
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a nalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com
hierarquia eclesiástica, são: o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única,
que siga o que chamamos de padrão ofício. As peculiaridades de
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O voca- cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas seme-
tivo correspondente é: lhanças.
Santíssimo Padre,
(...) Partes do documento no Padrão Ofício
O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em co- partes:
municações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo: a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que
Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou o expede:
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal, Exemplos:
(...) Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME

Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinha-
dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Se- mento à direita:
nhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores Exemplo:
religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos 13
e demais religiosos. Brasília, 15 de março de 1991.

Fechos para Comunicações c) assunto: resumo do teor do documento


O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade Exemplos:
óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos Assunto: Produtividade do órgão em 2002.
para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Por- Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
taria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze
padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para to- a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o en-
das as modalidades de comunicação oficial: dereço.
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Re-
pública: e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento
Respeitosamente, de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia in- – Introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura,
ferior: na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o
Atenciosamente, uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-
-me informar que”, empregue a forma direta;
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a au- – Desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto
toridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, de- contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas
vidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;
Relações Exteriores. – Conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresen-
tada a posição recomendada sobre o assunto.
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Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel
em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos. branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos
Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos e ilustrações;
a estrutura é a seguinte: l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser
– Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo
sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu- Rich Text nos documentos de texto;
nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem
do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e as- ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou apro-
sunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, veitamento de trechos para casos análogos;
segundo a seguinte fórmula: o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem
“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, enca- ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do
minho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Depar- documento + palavras-chaves do conteúdo Ex.: “Of. 123 - relatório
tamento Geral de Administração, que trata da requisição do servi- produtividade ano 2002”
dor Fulano de Tal. ” Ou “Encaminho, para exame e pronunciamento,
a anexa cópia do telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do Aviso e Ofício
Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de — Definição e Finalidade
projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste. ” Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial pratica-
– Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer mente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expe-
algum comentário a respeito do documento que encaminha, pode- dido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de
rá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas
não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de
encaminhamento. assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e,
no caso do ofício, também com particulares.
f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações);
— Forma e Estrutura
g) assinatura do autor da comunicação; e Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão
ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1
h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Signa- Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula.
tário). Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República
Forma de diagramação Senhora Ministra
Os documentos do Padrão Ofício5 devem obedecer à seguinte Senhor Chefe de Gabinete
forma de apresentação: Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguin-
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo tes informações do remetente:
12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; – Nome do órgão ou setor;
b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman po- – Endereço postal;
der-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; – telefone E endereço de correio eletrônico.
c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número
da página; Memorando
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impres-
sos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda — Definição e Finalidade
e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades
espelho”); administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquica-
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distân- mente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto,
cia da margem esquerda; de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode ter
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no míni- caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a ex-
mo, 3,0 cm de largura; posição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; 5 O determinado setor do serviço público. Sua característica principal é
constante neste item aplica-se também à exposição de motivos e à a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve
mensagem (v. 4. Exposição de Motivos e 5. Mensagem). pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos buro-
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de cráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comuni-
6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não cações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio
comportar tal recurso, de uma linha em branco; documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação.
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, Esse procedimento permite formar uma espécie de processo sim-
letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer plificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões,
outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no
documento; memorando.

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— Forma e Estrutura 1. Síntese do problema ou da situação que reclama providên-


Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão cias
ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencio- 2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na
nado pelo cargo que ocupa. medida proposta
Exemplos: 3. Alternativas existentes às medidas propostas
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subche- Mencionar:
fe para Assuntos Jurídicos - Se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
- Se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
Exposição de Motivos - Outras possibilidades de resolução do problema.

— Definição e Finalidade 4. Custos


Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da Mencionar:
República ou ao Vice-Presidente para: - Se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orça-
a) informá-lo de determinado assunto; mentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la;
b) propor alguma medida; ou - Se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário,
c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo. especial ou suplementar;
- Valor a ser despendido em moeda corrente;
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da
República por um Ministro de Estado.
5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Mi-
se o ato proposto for medido provisória ou projeto de lei que deva
nistério, a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os
Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de intermi- tramitar em regime de urgência)
nisterial. Mencionar:
- Se o problema configura calamidade pública;
— Forma e Estrutura - Por que é indispensável a vigência imediata;
Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do - Se se trata de problema cuja causa ou agravamento não te-
padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha a nham sido previstos;
exposição de motivos que proponha alguma medida ou apresente - Se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já
projeto de ato normativo, segue o modelo descrito adiante. A ex- prevista.
posição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas
formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter 6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medi-
exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma da proposta possa vir a tê-lo)
medida ou submeta projeto de ato normativo. 7. Alterações propostas
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmen- 8. Síntese do parecer do órgão jurídico
te leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República, Com base em avaliação do ato normativo ou da medida pro-
sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício. posta à luz das questões levantadas no item 10.4.3.
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Pre- A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acar-
sidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada retar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil,
ou a que lhe apresente projeto de ato normativo – embora sigam a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o
também a estrutura do padrão ofício –, além de outros comentá- exame ou se reformule a proposta. O preenchimento obrigatório do
rios julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, anexo para as exposições de motivos que proponham a adoção de
apontar: alguma medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade:
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca
medida ou do ato normativo proposto; resolver;
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do pro-
aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e even-
blema e dos efeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição
tuais alternativas existentes para equacioná-lo;
do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou
na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Exe-
qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema.
cutivo (v. 10.4.3.).
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte
modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas
de 2002. na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo,
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se e
ou órgão equivalente) nº de 200. formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação pro-
funda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção de
certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema a
ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos
e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de
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motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5o), que co-
providência proposta: por que deve ser adotada e como resolverá manda as sessões conjuntas. As mensagens aqui tratadas coroam o
o problema. Nos casos em que o ato proposto for questão de pes- processo desenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange
soal (nomeação, promoção, ascensão, transferência, readaptação, minucioso exame técnico, jurídico e econômico-financeiro das ma-
reversão, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, térias objeto das proposições por elas encaminhadas. Tais exames
exoneração, demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), materializam-se em pareceres dos diversos órgãos interessados no
não é necessário o encaminhamento do formulário de anexo à ex- assunto das proposições, entre eles o da Advocacia-Geral da União.
posição de motivos. Mas, na origem das propostas, as análises necessárias constam da
Ressalte-se que: exposição de motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. Exposição
– A síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico de Motivos) – exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem
não dispensa o encaminhamento do parecer completo; de encaminhamento ao Congresso.
– O tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos b) encaminhamento de medida provisória.
pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição,
comentários a serem ali incluídos. o Presidente da República encaminha mensagem ao Congresso,
dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secretário do
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que Senado Federal, juntando cópia da medida provisória, autenticada
a atenção aos requisitos básicos da redação oficial (clareza, conci- pela Coordenação de Documentação da Presidência da República.
são, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão c) indicação de autoridades.
culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação
a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da de pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos
República pelos Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser Tribunais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do
encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário Banco Central, Procurador-Geral da República, Chefes de Missão Di-
ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou em plomática, etc.) têm em vista que a Constituição, no seu art. 52, inci-
parte. sos III e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência
privativa para aprovar a indicação. O curriculum vitae do indicado,
Mensagem devidamente assinado, acompanha a mensagem.
d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden-
— Definição e Finalidade te da República se ausentarem do País por mais de 15 dias. Trata-
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos -se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a
Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe autorização é da competência privativa do Congresso Nacional. O
do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a
da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada
da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas.
matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de
veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja concessão de emissoras de rádio e TV. A obrigação de submeter
de interesse dos poderes públicos e da Nação. Minuta de mensa- tais atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso XII
gem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presidência da Re- do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a
pública, a cujas assessorias caberá a redação final. As mensagens outorga ou renovação da concessão após deliberação do Congresso
mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as se- Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na mensagem
guintes finalidades: a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complemen- art. 223 já define o prazo da tramitação. Além do ato de outorga
tar ou financeira. Os projetos de lei ordinária ou complementar são ou renovação, acompanha a mensagem o correspondente processo
enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência administrativo.
(Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). Cabe lembrar que o projeto pode f) encaminhamento das contas referentes ao exercício ante-
ser encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de rior. O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a
nova mensagem, com solicitação de urgência. Em ambos os casos, abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as
a mensagem se dirige aos Membros do Congresso Nacional, mas é contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV),
encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da para exame e parecer da Comissão Mista permanente (Constitui-
República ao Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para ção, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a
que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput). Quan- tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedimento disci-
to aos projetos de lei financeira (que compreendem plano plurianu- plinado no art. 215 do seu Regimento Interno.
al, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicio- g) mensagem de abertura da sessão legislativa.
nais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação
do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao do País e solicitação de providências que julgar necessárias (Cons-
Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é que o art. 166 tituição, art. 84, XI). O portador da mensagem é o Chefe da Casa
da Constituição impõe a deliberação congressual sobre as leis fi- Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere das demais
nanceiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma do porque vai encadernada e é distribuída a todos os Congressistas em
regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso Nacional está forma de livro.
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h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos). d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e
Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacio- horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita.
nal, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente
se originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou da República, não traz identificação de seu signatário.
a lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos,
nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de san- Telegrama
ção.
i) comunicação de veto. — Definição e Finalidade
Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os proce-
§ 1o), a mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é dimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda
parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Por
vai publicado na íntegra no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos
Estrutura), ao contrário das demais mensagens, cuja publicação se e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegra-
restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo. (v. 19.6.Veto) ma apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio
j) outras mensagens. eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, tam-
Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência bém em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação
mensagens com: deve pautar-se pela concisão (v. 1.4. Concisão e Clareza).
– Encaminhamento de atos internacionais que acarretam en-
cargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I); — Forma e Estrutura
– Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às opera- Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura
ções e prestações interestaduais e de exportação dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio
(Constituição, art. 155, § 2o, IV); na Internet.
– Proposta de fixação de limites globais para o montante da
dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI); Fax
– Pedido de autorização para operações financeiras externas
(Constituição, art. 52, V); e outros. — Definição e Finalidade
Entre as mensagens menos comuns estão as de: O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é uma for-
– Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constitui- ma de comunicação que está sendo menos usada devido ao desen-
ção, art. 57, § 6o); volvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensa-
– Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da gens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo
República (art. 52, XI, e 128, § 2o); conhecimento há premência, quando não há condições de envio do
– Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobi- documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele
lização nacional (Constituição, art. 84, XIX); segue posteriormente pela via e na forma de praxe. Se necessário
– Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com
(Constituição, art. 84, XX);
o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapida-
– Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua
mente.
prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o);
– Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Cons-
— Forma e Estrutura
tituição, art. 137);
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura
– Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio
que lhes são inerentes. É conveniente o envio, juntamente com o
ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
documento principal, de folha de rosto, i. é., de pequeno formulário
– Proposta de modificação de projetos de leis financeiras
com os dados de identificação da mensagem a ser enviada, confor-
(Constituição, art. 166, § 5o);
me exemplo a seguir:
– Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem
despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou re-
jeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, Correio Eletrônico
§ 8o);
– Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públi- — Definição e finalidade
cas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1o); etc. Correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade,
transformou-se na principal forma de comunicação para transmis-
— Forma e Estrutura são de documentos.
As mensagens contêm:
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizon- — Forma e Estrutura
talmente, no início da margem esquerda: Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua
Mensagem no flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua es-
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo trutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatí-
do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda; vel com uma comunicação oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal, Comunicações Oficiais). O campo assunto do formulário de correio
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo; eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a or-
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ganização documental tanto do destinatário quanto do remetente. 15 casamento… Até que Elsa ouve um chamado. Os elementos
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, prefe- – ar, terra, fogo e água – se rebelam
rencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha al- 16 e e...pulsam os moradores da casa deles. A trupe parte para
gum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo. uma aventura perigosa na floresta,
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de 17 que está imersa numa névoa eterna. Durante a jornada, vão
leitura. Caso não seja disponível, deve constar na mensagem o pe- descobrir mais sobre a família real,
dido de confirmação de recebimento. 18 inclusive a respeito de uma relação complicada com o povo
nativo e sobre os poderes de Elsa.
—Valor documental 19 “Fomos inspirados por uma viagem que fizemos ___ Finlân-
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de dia, onde conhecemos o folclore
correio eletrônico tenha valor documental, i. é, para que possa ser 20 envolvendo os espíritos da natureza e a conexão com o ho-
aceito como documento original, é necessário existir certificação di- mem”, conta ___ diretora.
gital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida 21 Frozen 2 tem cenas deslumbrantes. Encanta a representa-
em lei. ção dos elementos da natureza.
22 O ar, por exemplo, é brincalhão, e a água toma a forma de
um cavalo no meio do oceano. Como
23 o primeiro longa, este também é musical, apesar de ter mais
QUESTÕES cenas de ação. Os pais, livres,
24 estão na canção-tema, que virou sensação. Mas pode se
preparar para uma nova música chiclete,
1. (CESGRANRIO – BNDES – ADVOGADO – 2004) No título do 25 Into the Unknown (“Ao desconhecido”, em tradução livre),
artigo “A tal da demanda social”, a classe de palavra de “tal” é: com agudos que vão desafiar os
(A) pronome; 26 cantores mirins.
(B) adjetivo; 27 Nos filmes que Jennifer Lee escreveu (Detona Ralph, com
(C) advérbio; seu amigo de faculdade Phil
(D) substantivo; 28 Johnston, Frozen, Uma Dobra no Tempo, com Jeff Stockwell,
(E) preposição. e Frozen 2), as personagens
29 femininas têm destaque. A princesa Anna pode até encon-
2. (FUNDATEC - 2020 - PREFEITURA DE BAGÉ - RS - ATENDEN- trar um par romântico, mas seu grande
TE - EDUCAÇÃO INFANTIL) . Leia o texto a seguir: 30 amor é a irmã, Elsa, bem diferente das princesas Disney de
antigamente. “Os filmes refletem a
A mulher de um bilhão de dólares 31 época em que foram feitos. Tenho muito respeito por eles”,
Por Mariane Morisawa diz. Seu favorito é Cinderela,
01 A a...ensão no cinema foi meteórica, em menos de dez anos. 32 personagem que persevera, apesar do bullying intenso que
Jennifer Lee, 48 anos, teve sofre. Jennifer já declarou que
02 seu primeiro crédito como roteirista em Detona Ralph, em 33 encarou o mesmo problema quando criança. “Recorro a ela
2003. Hoje, é diretora de criação quando preciso de força.” Para a
03 dos Estúdios de Animação Disney, a primeira mulher nessa 34 diretora, Anna e Elsa são princesas mais atuais. “São um
posição. Ela também foi pioneira ao exemplo da responsabilidade que os
04 dirigir, no mesmo estúdio, um longa de animação, Frozen – 35 líderes carregam. Eu me inspirei em Elizabeth II, rainha da
Uma Aventura Congelante, em Inglaterra.”
05parceria com Chris Buck. É ainda a primeira mulher a dirigir 36 Sua missão profissional hoje é, por meio dos filmes, refletir
uma produção que ultrapassou 1 de forma mais ampla as várias
06 bilhão de dólares nas bilheterias. “Fiquei lison...eada de ser 37 culturas do mundo. “Queremos que as histórias sejam con-
a primeira, claro, mas, ao mesmo tadas por pessoas de todas as partes”,
07 tempo, achei revelador sobre nossa realidade o fato de estar 38 diz. A próxima animação, Raya and the Last Dragon (“Raya e
sozinha nessas posições e também o último dragão”), se passa no
08 de ter demorado tanto para uma mulher alcançá-las”. 39 Sudeste Asiático. Além dela, mais quatro produções vão
09 Não estava nos planos a continuação da trama, mas as pes- acontecer em 2020 – duas delas
soas ficavam perguntando 40 dirigidas por mulheres. “O talento é universal; o acesso nem
10 como surgiram os poderes de Elsa e falando que ela carrega- sempre”, afirma, referindo-se ___
va o peso do mundo. “Vimos que 41 responsabilidade de abrir mais espaço para outras mulheres
11 havia mais para contar. E acho que até surpreendemos o nas salas onde as decisões são
estúdio ao dizer que tínhamos uma 42 tomadas. Jennifer lembra-se de um encontro com a atriz e
12 ideia para a sequência”, explica Jennifer. roteirista Emma Thompson em que,
13 O filme mostra um pouco do passado de Elsa e Anna, quan- 43 depois de declarar-se inspirada por ela, ouviu: “Fui inspirada
do seus pais ainda eram vivos. pela atriz Angela Lansbury. Você
14 Na trama, Arendelle está em paz, Olaf não derrete e sabe ler 44 se inspirou em mim. Agora é sua vez de inspirar alguém”. E
e Kristoff vai pedir Anna em Jennifer leva isso a sério.

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Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação (D) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo po-
morfológica do pronome “alguém” (l. 44). der do soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o
(A) Pronome demonstrativo. corpo dos supliciados.
(B) Pronome relativo. (E) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um
(C) Pronome possessivo. campo de práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer con-
(D) Pronome pessoal. trole e aferir lucro ilícito, mas que se torna manejável por sua
(E) Pronome indefinido. organização em delinqüência.

3. (IADES - 2019 - SEASTER - PA - TÉCNICO DE ENFERMA- 6. (FCC – METRÔ/SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JÚNIOR –
GEM) Observe o texto: 2012) A frase que apresenta INCORREÇÕES quanto à ortografia é:
(A) Quando jovem, o compositor demonstrava uma capacidade
1.A abordagem social constitui-se em um processo de trabalho extraordinária de imitar vários estilos musicais.
planejado (B) Dizem que o músico era avesso à ideia de expressar senti-
2. de aproximação, escuta qualificada e construção de vínculo mentos pessoais por meio de sua música.
de confiança com (C) Poucos estudiosos se despõem a discutir o empacto das
3. pessoas e famílias em situação de risco pessoal e social nos composições do músico na cultura ocidental.
espaços (D) Salvo algumas exceções, a maioria das óperas do compo-
4. públicos para atender, acompanhar e mediar acesso à rede sitor termina em uma cena de reconciliação entre os persona-
de proteção social. gens.
(E) Alguns acreditam que o valor da obra do compositor se
Disponível em: <http://www.mds.gov.br/>. deve mais à árdua dedicação do que a arroubos de inspiração.
Acesso em: 5 jul.2018, com adaptações.
7. (CESGRANRIO – SEPLAG/BA – PROFESSOR PORTUGUÊS –
Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na ora- 2010) Estabelece relação de hiperonímia/hiponímia, nessa ordem,
ção “A abordagem social constitui-se em um processo de trabalho o seguinte par de palavras:
planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos sublinhados (A) estrondo – ruído;
classificam-se, respectivamente, em (B) pescador – trabalhador;
(C) pista – aeroporto;
(A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo. (D) piloto – comissário;
(B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo. (E) aeronave – jatinho.
(C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome.
(D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo. 8. (VUNESP – SEAP/SP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA
(E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio. PENITENCIÁRIA – 2012) No trecho – Para especialistas, fica uma
questão: até que ponto essa exuberância econômica no Brasil é
4. (FDC – PROFESSOR DE PORTUGUÊS II – 2005) Marque a série sustentável ou é apenas mais uma bolha? – o termo em destaque
em que o hífen está corretamente empregado nas cinco palavras: tem como antônimo:
(A) pré-nupcial, ante-diluviano, anti-Cristo, ultra-violeta, infra- (A) fortuna;
-vermelho. (B) opulência;
(B) vice-almirante, ex-diretor, super-intendente, extrafino, in- (C) riqueza;
fra-assinado. (D) escassez;
(C) anti-alérgico, anti-rábico, ab-rupto, sub-rogar, antihigiênico. (E) abundância.
(D) extraoficial, antessala, contrassenso, ultrarrealismo, con-
trarregra. 9. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualidade é
(E) co-seno, contra-cenar, sobre-comum, sub-humano, infra- a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que NÃO
-mencionado. se fundamenta em intertextualidade é:
(A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morrido
5. (ESAF – SRF – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – 2003) há muito tempo.”
Indique o item em que todas as palavras estão corretamente em- (B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se
pregadas e grafadas. mete onde não é chamada.”
(A) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o po- (C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a gente
der de infringir punições legais a cidadãos aparece livre de mesmo!”
qualquer excesso e violência. (D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo,
(B) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exata- tudo bem.”
mente nem juízes, nem professores, nem contramestres, nem (E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.”
suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um pouco de tudo
isso, num modo de intervenção específico.
(C) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o
poder técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violento
em um e de arbitrário no outro, atenuando os efeitos de revol-
ta que ambos possam suscitar.
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Leia o texto abaixo para responder a questão. IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão
A lama que ainda suja o Brasil temática e bom uso dos recursos coesivos.
Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br)
Analise as assertivas e responda:
A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um (A) Somente a I é correta.
dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasilei- (B) Somente a II é incorreta.
ra: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de (C) Somente a III é correta.
um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio (D) Somente a IV é correta.
Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de recu-
peração efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tam- Leia o texto abaixo para responder as questões.
pouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela
anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplica- UM APÓLOGO
ção da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de Machado de Assis.
que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a calha pro-
funda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro, Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica, — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola-
sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos da, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
se tornou uma bomba relógio na região.” — Deixe-me, senhora.
Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem riscos — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está
de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Segun- com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me
do o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos 16 der na cabeça.
barragens de mineração em todo o País apresentam condições de — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar ór- Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem
gãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos
Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, do outros.
senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um — Mas você é orgulhosa.
tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo mar- — Decerto que sou.
co regulatório da mineração, por sua vez, também concede priori- — Mas por quê?
dade à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
judiciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz ama, quem é que os cose, senão eu?
Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora
Com o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis po- que quem os cose sou eu, e muito eu?
dem ocorrer. — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pe-
FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA daço ao outro, dou feição aos babados…
MA+QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e
10. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido: mando…
I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um — Também os batedores vão adiante do imperador.
fato. — Você é imperador?
II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
gênero textual editorial. balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o
III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
que se trata de uma reportagem. Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa.
IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que
se trata de um editorial. tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a
costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en-
Analise as assertivas e responda: fiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando
(A) Somente a I é correta. orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre
(B) Somente a II é incorreta. os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a
(C) Somente a III é correta isto uma cor poética. E dizia a agulha:
(D) A III e IV são corretas. — Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é
11. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo
ainda suja o Brasil”: e acima…
I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas
no desenvolvimento do assunto.
II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro-
blemas no uso de conjunções e preposições.
III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes
de palavras e da ordem sintática.
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A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela (E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela
agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de
o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.
ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era Onde me espetam, fico.” (L.40-41)
tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-pli-
c-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a 13. O diminutivo, em Língua Portuguesa, pode expressar outros
costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até valores semânticos além da noção de dimensão, como afetividade,
que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. pejoratividade e intensidade. Nesse sentido, pode-se afirmar que
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que os valores semânticos utilizados nas formas diminutivas “unidi-
a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para nha”(L.26) e “corpinho”(L.32), são, respectivamente, de:
dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da (A) dimensão e pejoratividade;
bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, (B) afetividade e intensidade;
alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, (C) afetividade e dimensão;
perguntou-lhe: (D) intensidade e dimensão;
— Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da (E) pejoratividade e afetividade.
baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que 14. Em um texto narrativo como “Um Apólogo”, é muito co-
vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para mum uso de linguagem denotativa e conotativa. Assinale a alterna-
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? tiva cujo trecho retirado do texto é uma demonstração da expressi-
Vamos, diga lá. vidade dos termos “linha” e “agulha” em sentido figurado.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de ca- (A) “- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
beça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: ama, quem é que os cose, senão eu?” (L.11)
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é (B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze Agulha não tem cabeça.” (L.06)
como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, (C) “- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um
fico. pedaço ao outro, dou feição aos babados...” (L.13)
Contei esta história a um professor de melancolia, que me dis- (D) “- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordi-
se, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a nária!” (L.43)
muita linha ordinária! (E) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?”
(L.25)
12. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de Assis
e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as persona- 15. De acordo com a temática geral tratada no texto e, de modo
gens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, indique metafórico, considerando as relações existentes em um ambiente
a opção em que a fala não é compatível com a associação entre os de trabalho, aponte a opção que NÃO corresponde a uma ideia pre-
elementos dos textos: sente no texto:
(A) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(B) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(C) O texto indica que, em um ambiente coletivo de trabalho,
cada sujeito possui atribuições próprias.
(D) O texto sugere que o reconhecimento no ambiente cole-
tivo de trabalho parte efetivamente das próprias atitudes do
sujeito.
(E) O texto revela que, em um ambiente coletivo de trabalho,
frequentemente é difícil lidar com as vaidades individuais.

GABARITO
(A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda en-
rolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (L.02)
(B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. 1 A
Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?” (L.06)
(C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, 2 E
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço 3 B
e mando...” (L.14-15)
(D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? 4 D
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; 5 B
eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando
6 C
abaixo e acima.” (L.25-26)
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7 E ______________________________________________________

8 D ______________________________________________________
9 E ______________________________________________________
10 C
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11 D
12 E ______________________________________________________
13 D ______________________________________________________
14 D
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15 D
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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