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a solução para o seu concurso!

CAMPREV-SP
INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
DE CAMPINAS DO ESTADO
DE SÃO PAULO

Agente
Administrativo

EDITAL Nº 01/2022

CÓD: SL104DZ-22
7908433230762
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários)........................................................................... 7
2. Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras............................................................................................... 20
3. Pontuação.................................................................................................................................................................................... 21
4. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e
sentido que imprimem às relações que estabelecem. Emprego de tempos e modos verbais.......................................................... 23
5. Concordância verbal e nominal.................................................................................................................................................... 27
6. Regência verbal e nominal........................................................................................................................................................... 27
7. Colocação pronominal.................................................................................................................................................................. 28
8. Crase............................................................................................................................................................................................ 28
9. Ortografia.................................................................................................................................................................................... 29
10. Acentuação gráfica...................................................................................................................................................................... 30
11. Vozes do verbo............................................................................................................................................................................ 30
12. Sintaxe: termos essenciais, integrantes e acessórios da oração.................................................................................................. 31

Matemática/Raciocínio Lógico
1. Resolução de situações-problema, envolvendo: adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação ou radiciação com
números racionais, nas suas representações fracionária ou decimal.............................................................................................. 39
2. Porcentagem................................................................................................................................................................................ 41
3. Razão e proporção....................................................................................................................................................................... 42
4. Regra de três simples ou composta.............................................................................................................................................. 43
5. Equações do 1º ou do 2º graus; Sistema de equações do 1.º grau.............................................................................................. 45
6. Grandezas e medidas (quantidade, tempo, comprimento, superfície, capacidade e massa).............................................................. 49
7. Relação entre grandezas (tabela ou gráfico); Leitura e interpretação de tabelas e gráficos.............................................................. 54
8. Tratamento da informação (média aritmética simples)................................................................................................................ 58
9. Estimativa e probabilidade........................................................................................................................................................... 59
10. Raciocínio Lógico......................................................................................................................................................................... 60

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ÍNDICE

Conhecimentos Específicos
Agente Administrativo
1. Rotina Administrativa: Conhecimentos básicos de Administração Pública: princípios constitucionais da Administração
Pública; princípios explícitos e implícitos................................................................................................................................... 87
2. Ética na Administração Pública................................................................................................................................................... 94
3. Organização administrativa........................................................................................................................................................ 98
4. Organização de arquivos: conceitos fundamentais da arquivologia. Gestão de documentos. Protocolo. Tipos de arquivo....... 98
5. Organização do trabalho na repartição pública: utilização da agenda, uso e manutenção preventiva de equipamentos,
economia de suprimentos.......................................................................................................................................................... 108
6. Comunicação interpessoal.......................................................................................................................................................... 113
7. Solução de conflitos.................................................................................................................................................................... 121
8. Relações pessoais no ambiente de trabalho: hierarquia............................................................................................................. 123
9. Excelência no atendimento ao cidadão; o enfoque na qualidade; o atendimento presencial e por telefone........................... 125
10. Redação Oficial: Documentos oficiais, tipos, composição e estrutura. Aspectos gerais da redação oficial. Correspondência
oficial: definição, formalidade e padronização; impessoalidade, linguagem dos atos e comunicações oficiais (ofício,
memorando, declarações, e-mail, mensagem), concisão e clareza, editoração de textos (Manual de Redação da Presidência
da República – 3ª edição, revista, atualizada e ampliada).......................................................................................................... 136
11. RPPS: Seguridade Social e Regime Próprio de Previdência Social.............................................................................................. 145
12. Lei nº 9.717 de 27 de Novembro de 1998 – Dispõe sobre regras gerais para a organização e o funcionamento dos regimes
próprios de previdência social.................................................................................................................................................... 145
13. Lei Complementar Municipal nº 10, de 30 de Junho de 2004 – Cria e organiza o Instituto de Previdência Social do Município de
Campinas – CAMPREV................................................................................................................................................................ 147
14. Lei nº 58 de 09 de janeiro de 2014 – Dispõe sobre a criação de cargos do Instituto de Previdência Social do Município de
Campinas – CAMPREV................................................................................................................................................................. 167
15. Lei nº 1.399 de 08 de novembro de 1955 – Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Campinas............................ 168
16. Ética Profissional no Serviço Público........................................................................................................................................... 180
17. Noções de Direito Constitucional: Princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988................................................... 182
18. Direitos e garantias fundamentais............................................................................................................................................... 183
19. Organização do Estado e dos Poderes.......................................................................................................................................... 194
20. Noções de Direito Penal: Dos crimes contra a Administração Pública – arts. 312 a 327 do Código Penal..................................... 198

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LÍNGUA PORTUGUESA

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEX-


TOS (LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS)

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o
seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz. • Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo palavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro. verbal com a não-verbal.
A interpretação é quando você entende o que está implícito,
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto
ou que faça com que você realize inferências.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença?

Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que
facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela
pode ser escrita ou oral.

Além de saber desses conceitos, é importante sabermos


identificar quando um texto é baseado em outro. O nome que
damos a este processo é intertextualidade.

Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar
a uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao
subentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos
prévios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens, texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra. uma relação com a informação já possuída, o que leva ao
crescimento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma
apreciação pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido,
afetando de alguma forma o leitor.
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analítica
e, por fim, uma leitura interpretativa.
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É muito importante que você: tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja,
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo
estado, país e mundo; significativo, que é o texto.
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões); texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
ortográficas, gramaticais e interpretativas; o assunto que será tratado no texto.
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
polêmicos; que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas. comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
Dicas para interpretar um texto: pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
– Leia lentamente o texto todo. Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo. o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias. cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada estudos?
parágrafo e compreender o desenvolvimento do texto. Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
– Sublinhe as ideias mais importantes. reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
principal e das ideias secundárias do texto. CACHORROS
– Separe fatos de opiniões.
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
mutável). seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
– Retorne ao texto sempre que necessário.
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
enunciados das questões.
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
– Reescreva o conteúdo lido.
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos,
outro e a parceria deu certo.
tópicos ou esquemas.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
palavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
são uma distração, mas também um aprendizado. do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
compreensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora As informações que se relacionam com o tema chamamos de
nosso foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
do texto. Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é capaz de identificar o tema do texto!
a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se
as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se-
ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões cundarias/
apresentadas na prova.
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM
significado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso TEXTOS VARIADOS
o candidato só precisa entendê-la – e não a complementar com
algum valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e Ironia
nunca extrapole a visão dele. Ironia  é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- novo sentido, gerando um efeito de humor.
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Exemplo: Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.

Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-
rer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico;
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente
acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.

Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).

Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
intenção são diferentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
Ironia de situação NERO EM QUE SE INSCREVE
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces- quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que principal. Compreender relações semânticas é uma competência
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
morte. Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
Ironia dramática (ou satírica) fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que Busca de sentidos
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten- Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado apreensão do conteúdo exposto.
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo citadas ou apresentando novos conceitos.
da narrativa. Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
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entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de
imagens.
Importância da interpretação
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter- opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-
específicos, aprimora a escrita. vencer o leitor a concordar com ele.
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre- Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi- entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações.
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes de destaque sobre algum assunto de interesse.
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen- za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es- crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató- os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários,
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para berdade para quem recebe a informação.
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. Fato
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes. do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
Diferença entre compreensão e interpretação ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do Exemplo de fato:
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- A mãe foi viajar.
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O
leitor tira conclusões subjetivas do texto. Interpretação
É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
Gêneros Discursivos quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- sas, previmos suas consequências.
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- ças sejam detectáveis.
dárias.
Exemplos de interpretação:
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- tro país.
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações do que com a filha.
encaminham-se diretamente para um desfecho.
Opinião
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O que fazemos do fato.
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de- Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
curto. pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.

Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para anteriores:
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
como horas ou mesmo minutos.
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A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér-
do que com a filha. Ela foi egoísta. bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião. sem coerência.
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên- Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta- Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
mos expressando nosso julgamento. trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião, mais direto.
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
analisamos um texto dissertativo. NÍVEIS DE LINGUAGEM

Exemplo: Definição de linguagem


A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
com o sofrimento da filha. ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos,
gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto. o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo
e o do leitor. social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
e caem em desuso.
Parágrafo
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é Língua escrita e língua falada
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela- parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
sentada na introdução. mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
Embora existam diferentes formas de organização de parágra- do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís- pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa- Linguagem popular e linguagem culta
rágrafos curtos, é raro haver conclusão. Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria o diálogo é usado para representar a língua falada.
prova.
Linguagem Popular ou Coloquial
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí- sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin-
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo-
nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação,
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular
e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas,
diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na
pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con- expressão dos esta dos emocionais etc.
clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento.
A Linguagem Culta ou Padrão
Outro aspecto que merece especial atenção são  os conecto- É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que
res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins-
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên-
ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do pe- cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem
ríodo, e o tópico que o antecede. escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial,
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas,
ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi-
para a clareza do texto. cas, noticiários de TV, programas culturais etc.
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Gíria Na rua dos bobos, número zero
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como (Vinícius de Moraes)
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam
a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa- TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos. A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe,
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os comportamentos, nas leis jurídicas.
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário Características principais:
de pequenos grupos ou cair em desuso. • Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver-
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”, bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro
“mina”, “tipo assim”. do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
• Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª
Linguagem vulgar pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar Exemplo:
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito-
comida”. ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se
na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi-
Linguagem regional nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa- que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou
drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala- suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su-
vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico, perior para formação de oficiais.
nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.
Tipo textual expositivo
Tipos e genêros textuais A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran- cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e pode ser expositiva ou argumentativa.
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás- sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns
Características principais:
exemplos e as principais características de cada um deles.
• Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
• O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
Tipo textual descritivo
mar.
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo
• Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma
• Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto,
de ponto de vista.
um movimento etc.
• Apresenta linguagem clara e imparcial.
Características principais:
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje- Exemplo:
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no
caracterizadora. questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu- pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de-
meração. terminado tema.
• A noção temporal é normalmente estática. Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta-
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini- ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa).
ção. Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as-
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo. sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente.
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún-
cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial. Tipo textual dissertativo-argumentativo
Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur-
Exemplo: sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias
Era uma casa muito engraçada apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade,
Não tinha teto, não tinha nada clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in-
Ninguém podia entrar nela, não tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor
Porque na casa não tinha chão (leitor ou ouvinte).
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede Características principais:
Ninguém podia fazer pipi • Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento
Porque penico não tinha ali e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté-
Mas era feita com muito esmero gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho
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de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo, Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su-
gestão/solução). Descritivo Diário
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações Relatos (viagens, históricos, etc.)
informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente Biografia e autobiografia
nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e Notícia
um caráter de verdade ao que está sendo dito. Currículo
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali- Lista de compras
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou Cardápio
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados. Anúncios de classificados
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o
Injuntivo Receita culinária
desenvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se ro-
Bula de remédio
deios. Manual de instruções
Regulamento
Exemplo:
Textos prescritivos
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol-
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente Expositivo Seminários
administração política (tese), porque a força governamental certa- Palestras
mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência Conferências
de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró- Entrevistas
poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os Trabalhos acadêmicos
traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo Enciclopédia
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula- Verbetes de dicionários
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato- Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Carta de opinião
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Resenha
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Artigo
cobrança efetiva (conclusão). Ensaio
Monografia, dissertação de
Tipo textual narrativo mestrado e tese de doutorado
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu- Narrativo Romance
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo, Novela
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo). Crônica
Contos de Fada
Características principais: Fábula
• O tempo verbal predominante é o passado. Lendas
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his-
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história – Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for-
onisciente). ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi-
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em nitos e mudam de acordo com a demanda social.
prosa, não em verso.
Argumentação
Exemplo: O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma
Solidão informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado,
o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe- ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz
liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se. seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de
Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni- convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que o
rem, um tirou do outro a essência da felicidade. texto diz e faça o que ele propõe.
Nelson S. Oliveira Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossur- texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o
reais/4835684 conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo
GÊNEROS TEXTUAIS tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de
Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes vista defendidos.
de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas
texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro- uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a
dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse
funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocutor
passíveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preser- a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que
vando características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio da
que apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recursos
textuais que neles predominam. de linguagem.

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Para compreender claramente o que é um argumento, é bom porque lá o futebol não é valorizado da mesma forma que no Brasil.
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa O poder persuasivo de um argumento está vinculado ao que é
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de valorizado ou desvalorizado numa dada cultura.
escolher entre duas ou mais coisas”.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e Tipos de Argumento
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado
argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um
entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse argumento.
caso, precisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável.
O argumento pode então ser definido como qualquer recurso que Argumento de Autoridade
torna uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber,
crer que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse
possível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. recurso produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de produtor do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do
enunciador está propondo. texto um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. e verdadeira.
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende Exemplo:
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
premissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos
postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para
dependem de crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há
apenas do encadeamento de premissas e conclusões. conhecimento. Nunca o inverso.
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento: Alex José Periscinoto.
A é igual a B. In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
A é igual a C.
Então: C é igual a B. A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais
importante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente, a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo.
que C é igual a A. Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem
Outro exemplo: acreditar que é verdade.
Todo ruminante é um mamífero.
A vaca é um ruminante. Argumento de Quantidade
Logo, a vaca é um mamífero. É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior
número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior
Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento
também será verdadeira. desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele, largo uso do argumento de quantidade.
a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-
se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais Argumento do Consenso
plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo- É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se
se mais confiável do que os concorrentes porque existe desde a em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como
chegada da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo- verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que
nos que um banco com quase dois séculos de existência é sólido o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia
e, por isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao
a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta tem indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que
peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de um banco. não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo,
Portanto é provável que se creia que um banco mais antigo seja as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de
mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos. que as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos.
Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos
impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer argumentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as
as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante frases carentes de qualquer base científica.
entender bem como eles funcionam.
Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso Argumento de Existência
acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar
auditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas
fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o
crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer argumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na
um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas mão do que dois voando”.
que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais
que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem (fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas
com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica.
Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria efeito, Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o
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exército americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos
ser vista como propagandística. No entanto, quando documentada episódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e
pela comparação do número de canhões, de carros de combate, de não outras, etc. Veja:
navios, etc., ganhava credibilidade. “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras
trocavam abraços afetuosos.”
Argumento quase lógico
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
são chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
lógicos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a Além dos defeitos de argumentação mencionados quando
C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão
amigo” não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu
provável. contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente,
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia)
concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação do
do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se meio ambiente, injustiça, corrupção).
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais - Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são
indevidas. ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir
o argumento.
Argumento do Atributo - Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do
É aquele que considera melhor o que tem propriedades típicas contexto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e
daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite
que é mais grosseiro, etc. que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido,
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir
celebridades recomendando prédios residenciais, produtos de outros à sua dependência política e econômica”.
beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o
consumidor tende a associar o produto anunciado com atributos A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situação
da celebridade. concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvidos
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, o
competência linguística. A utilização da variante culta e formal assunto, etc).
da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística Convém ainda alertar que não se convence ninguém com
socialmente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo
texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o mentir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas
modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz. feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é
Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de evidente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer,
saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o
maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais enunciador deve construir um texto que revele isso. Em outros
adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria termos, essas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação.
certa estranheza e não criaria uma imagem de competência do A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer
médico: verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a
- Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz.
conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um
por bem determinar o internamento do governador pelo período ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui
de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001. a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir.
- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações
alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é
hospital por três dias. um processo de convencimento, por meio da argumentação, no
qual procura-se convencer os outros, de modo a influenciar seu
Como dissemos antes, todo texto tem uma função pensamento e seu comportamento.
argumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão
para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de válida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia
comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que ou proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo
pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa. do raciocínio empregado na argumentação. A persuasão não
A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante válida apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares,
traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um chantagens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a
homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo inflexão de voz, a mímica e até o choro.
ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza. Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades,
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expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a favor A forma de argumentação mais empregada na redação
e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresenta acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas,
dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos que contém três proposições: duas premissas, maior e menor,
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma e a conclusão. As três proposições são encadeadas de tal forma,
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na dissertação, que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A
ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse premissa maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, alguns não caracteriza a universalidade.
debate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução
a possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade (silogística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar do particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo
um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos é o silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se
fundamentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de em uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva
vista. à conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais,
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude de verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação
argumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de de fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa
discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia. para o efeito. Exemplo:
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas vezes, Fulano é homem (premissa menor = particular)
a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre, Logo, Fulano é mortal (conclusão)
essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício
para aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseiase
desenvolver as seguintes habilidades: em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse caso,
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor de as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, parte de
uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconhecidos. O
totalmente contrária; percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os O calor dilata o ferro (particular)
argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresentaria O calor dilata o bronze (particular)
contra a argumentação proposta; O calor dilata o cobre (particular)
- refutação: argumentos e razões contra a argumentação O ferro, o bronze, o cobre são metais
oposta. Logo, o calor dilata metais (geral, universal)

A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido
argumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas
válidas, como se procede no método dialético. O método dialético também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos
não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas. fatos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma
Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição
de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa
em questão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe
sociedade. má fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o
Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se chamar
o método de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra-se um
parte do simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo:
são a mesma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a - Você concorda que possui uma coisa que não perdeu?
conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em - Lógico, concordo.
partes, começando-se pelas proposições mais simples até alcançar, - Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
por meio de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio - Claro que não!
cartesiana, é fundamental determinar o problema, dividi-lo em - Então você possui um brilhante de 40 quilates...
partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os
seus elementos e determinar o lugar de cada um no conjunto da Exemplos de sofismas:
dedução.
A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a Dedução
argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro Todo professor tem um diploma (geral, universal)
regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma Fulano tem um diploma (particular)
série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
da verdade:
- evidência; Indução
- divisão ou análise; O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor.
- ordem ou dedução; (particular)
- enumeração. Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular)
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades.
A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral
e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o – conclusão falsa)
encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
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Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão pode Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são professores; canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor. Comete- sabiá, torradeira.
se erro quando se faz generalizações apressadas ou infundadas. A Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
“simples inspeção” é a ausência de análise ou análise superficial Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados nos Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
sentimentos não ditados pela razão. Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não
fundamentais, que contribuem para a descoberta ou comprovação Os elementos desta lista foram classificados por ordem
da verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer
existem outros métodos particulares de algumas ciências, que critérios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem
adaptam os processos de dedução e indução à natureza de uma de importância, é uma habilidade indispensável para elaborar
realidade particular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja
método próprio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A crescente, do fato mais importante para o menos importante, ou
análise, a síntese, a classificação a definição são chamadas métodos decrescente, primeiro o menos importante e, no final, o impacto
sistemáticos, porque pela organização e ordenação das ideias visam do mais importante; é indispensável que haja uma lógica na
sistematizar a pesquisa. classificação. A elaboração do plano compreende a classificação
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados; das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.)
o todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na
depende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para
a síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém, expressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara
que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém e racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as
reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu justificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão e
o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também
todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combinadas, os pontos de vista sobre ele.
seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, o A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da
relógio estaria reconstruído. linguagem e consiste na enumeração das qualidades próprias
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento
por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica que
conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie.
análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição
decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo em é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências.
partes. As operações que se realizam na análise e na síntese podem A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às
ser assim relacionadas: palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir. metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir. tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos:
- o termo a ser definido;
A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias - o gênero ou espécie;
a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação de - a diferença específica.
abordagens possíveis. A síntese também é importante na escolha
dos elementos que farão parte do texto. O que distingue o termo definido de outros elementos da
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou mesma espécie. Exemplo:
informal. A análise formal pode ser científica ou experimental;
é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e Na frase: O homem é um animal racional classifica-se:
experimentais. A análise informal é racional ou total, consiste
em “discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos
constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou
fenômeno. Elemento especie diferença
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabelece a ser definido específica
as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se É muito comum formular definições de maneira defeituosa,
confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos: por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em
análise é decomposição e classificação é hierarquisação. partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenômenos é advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é
por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importante
classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973,
menos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”.
são empregados de modo mais ou menos convencional. A Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos:
classificação, no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, - o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em
gêneros e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está
características comuns e diferenciadoras. A classificação dos realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta
variados itens integrantes de uma lista mais ou menos caótica é ou instalação”;
artificial.
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- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes,
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; depois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente,
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem” respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição, interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição de se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar
expandida;d uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) + mesma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente.
cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as Para estabelecer contraste, empregam-se as expressões: mais que,
diferenças). menos que, melhor que, pior que.
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar
As definições dos dicionários de língua são feitas por meio o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se:
de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade
que consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma
palavra e seus significados. afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a
A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais
Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira no corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao
e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos
com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional na linha de raciocínio que ele considera mais adequada para
do mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento
fundamentação coerente e adequada. tem mais caráter confirmatório que comprobatório.
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam
clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido
julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é por consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural.
clara e pode reconhecer-se facilmente seus elementos e suas Nesse caso, incluem-se
relações; outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se - A declaração que expressa uma verdade universal (o homem,
de modo livre, misturando-se na estrutura do argumento. Por isso, mortal, aspira à imortalidade);
é preciso aprender a reconhecer os elementos que constituem um - A declaração que é evidente por si mesma (caso dos
argumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar postulados e axiomas);
se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar - Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de
se o argumento está expresso corretamente; se há coerência e natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria
adequação entre seus elementos, ou se há contradição. Para isso razão desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto
é que se aprende os processos de raciocínio por dedução e por não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda
indução. Admitindo-se que raciocinar é relacionar, conclui-se que que parece absurdo).
o argumento é um tipo específico de relação entre as premissas e
a conclusão. Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação: concretos, estatísticos ou documentais.
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação. Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica:
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
nesse tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações,
maior relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opiniões
acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada,
os dados apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que
apresentação de causas e consequências, usando-se comumente as expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na
expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade
por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de. dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra-
Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é explicar argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-
ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar argumentação:
esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpretação. Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação
Na explicitação por definição, empregamse expressões como: quer demonstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a
dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o
melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme, cordeiro”;
segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses
entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga
interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece, verdadeira;
assim, desse ponto de vista.
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Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a mais a sociedade.
universalidade da afirmação;
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: Conclusão
consiste em refutar um argumento empregando os testemunhos de - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/
autoridade que contrariam a afirmação apresentada; consequências maléficas;
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador apresentados.
baseou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou
inconsequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de
meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico produz o redação: é um dos possíveis.
desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
Para contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade
desenvolvimento é que gera o controle demográfico”. como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem
desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em
ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em que ela é inserida.
seguida, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
para a elaboração de um Plano de Redação. não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
tecnológica cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da textos caracterizada por um citar o outro.
resposta, justificar, criando um argumento básico; A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando
- Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e um texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira,
construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação se utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos
que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la – a fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero
(rever tipos de argumentação); ou de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos
- Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias diferentes. Assim, como você constatou, uma história em
que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias quadrinhos pode utilizar algo de um texto científico, assim como
podem ser listadas livremente ou organizadas como causa e um poema pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de
consequência); opinião pode mencionar um provérbio conhecido.
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
argumento básico; outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que outras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se tomá-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao
em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do ironizá-lo ou ao compará-lo com outros.
argumento básico; Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos,
sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo desenhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos
às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou expressamos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que
menos a seguinte: já foram formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los
ou mesmo contradizê-los. Em outras palavras, não há textos
Introdução absolutamente originais, pois eles sempre – de maneira explícita ou
- função social da ciência e da tecnologia; implícita – mantêm alguma relação com algo que foi visto, ouvido
- definições de ciência e tecnologia; ou lido.
- indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
Tipos de Intertextualidade
Desenvolvimento A intertextualidade acontece quando há uma referência
- apresentação de aspectos positivos e negativos do explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode
desenvolvimento tecnológico; ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme,
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a
condições de vida no mundo atual; intertextualidade.
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo,
tecnologicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um
países subdesenvolvidos; diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do
passado; apontar semelhanças e diferenças; Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar,
urbanos; reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer
com outras palavras o que já foi dito.
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A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros – exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para
textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso a compreensão do conteúdo.
é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes.
Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original PONTO DE VISTA
é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos
esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos de vista diferentes. É considerado o elemento da narração que
e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e compreende a perspectiva através da qual se conta a história.
da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa Trata-se da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar
arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados de existir diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma
de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também narrativa, considera-se dois pontos de vista como fundamentais: O
reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante. narrador-observador e o narrador-personagem.
A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos
científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que Primeira pessoa
consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto
relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos
“epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e o livro com a sensação de termos a visão do personagem podendo
“graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma
Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas
a.C.): “A cultura é o melhor conforto para a velhice”. vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e
só descobrimos ao decorrer da história.
A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa
produção textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem Segunda pessoa
expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um
autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação diálogo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se
sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o sinta quase como outro personagem que participa da história.
termo “citação” (citare) significa convocar.
Terceira pessoa
A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois observasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). em primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como
alguém que estivesse apenas contando o que cada personagem
Pastiche é uma recorrência a um gênero. disse.

A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será
a recriação de um texto. transmitida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história
é contada por mais de um ser fictício, a transição do ponto de
Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao vista de um para outro deve ser bem clara, para que quem estiver
“conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, acompanhando a leitura não fique confuso.
comum ao produtor e ao receptor de textos.
A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito
amplo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO E FIGURA-
remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
DO DAS PALAVRAS
além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
daquela citação ou alusão em questão.

Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita Significação de palavras


A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação.
implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte, E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem cuida
ou seja, se mais direta ou se mais subentendida. dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os
significados das palavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos
A intertextualidade explícita: que compõem este estudo.
– é facilmente identificada pelos leitores;
– estabelece uma relação direta com o texto fonte; Antônimo e Sinônimo
– apresenta elementos que identificam o texto fonte; Começaremos por esses dois, que já são famosos.
– não exige que haja dedução por parte do leitor;
– apenas apela à compreensão do conteúdos. O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras.
Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o signi-
A intertextualidade implícita: ficado de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com
– não é facilmente identificada pelos leitores; homem que é antônimo de mulher.
– não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
– não apresenta elementos que identificam o texto fonte;
– exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por
parte dos leitores;
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Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos é muito im-
portante para produções textuais, porque evita que você fique repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando os mesmos exemplos,
para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/contentamento e homem é sinônimo de macho/varão.

Hipônimos e Hiperônimos
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperônimo
designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, cachorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E animais domés-
ticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com substantivo
coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das palavras, beleza?!?!

Outros conceitos que agem diretamente no sentido das palavras são os seguintes:

Conotação e Denotação
Observe as frases:
Amo pepino na salada.
Tenho um pepino para resolver.

As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo, não!
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja, a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, dicionarizado.
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo conotativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do con-
texto para ser entendida.
Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conotativo começa com C de contexto.

Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propagandas:

Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/

Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja, por
estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma palavra,
frase ou textos inteiros.

PONTUAÇÃO

Pontuação
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a organi-
zar as relações e a proporção das partes do discurso e das pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as funções da
sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BECHARA, 2009, p. 514)
A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns sinais
gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], ponto e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reticências [ ...
]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos [ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ], travessão duplo
[ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]).
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Ponto ( . ) Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo.
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pau-
sa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo Vírgula
de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden-
reticências. ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes
Estaremos presentes na festa. disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à
vírgula:
Ponto de interrogação ( ? ) 1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti-
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogati- mos” o momento certo de fazer uso dela.
va ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica. 2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em
Você vai à festa? alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, o
leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal,
Ponto de exclamação ( ! ) cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?!
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclama- 3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de tex-
tiva. tos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que ela é
Ex: Que bela festa! menos importante e que pode ser colocada depois.
Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma or-
Reticências ( ... ) dem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Verbo >
Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj).
porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com Maria foi à padaria ontem.
breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor Sujeito Verbo Objeto Adjunto
nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo.
Ex: Essa festa... não sei não, viu. Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocor-
re por alguns motivos:
Dois-pontos ( : ) 1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado.
Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. 2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos.
Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma citação 3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do
(discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo, verbo e o adjunto.
distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva.
Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa. Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem
comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula
Ponto e vírgula ( ; ) é necessária:
Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o Ontem, Maria foi à padaria.
ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgulas, Maria, ontem, foi à padaria.
para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enume- À padaria, Maria foi ontem.
ração (frequente em leis), etc.
Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam- Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é neces-
bém uma linda decoração e bebidas caras. sário:
• Separa termos de mesma função sintática, numa enumera-
Travessão ( — ) ção.
Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a
o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta- serem observadas na redação oficial.
-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir • Separa aposto.
vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão inter- Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.
calada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição de • Separa vocativo.
um diálogo, com ou sem aspas. Brasileiros, é chegada a hora de votar.
Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão. • Separa termos repetidos.
Aquele aluno era esforçado, esforçado.
Parênteses e colchetes ( ) – [ ]
Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico • Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli-
mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior in- ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo,
timidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parên- ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com
tese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente ligados efeito, digo.
aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são utiliza-
O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara,
dos quando já se acham empregados os parênteses, para introduzi-
ou seja, de fácil compreensão.
rem uma nova inserção.
Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo go-
• Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen-
vernador)
tos).
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particula-
Aspas ( “ ” )
res. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares)
As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido
particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação
especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para • Separa orações coordenadas assindéticas.
apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ain- Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as
da, para marcar o discurso direto e a citação breve. ideias na cabeça...

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• Isola o nome do lugar nas datas. SUBSTANTIVOS COLETIVOS: Elenco (de atores)/
Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006. referem-se a um conjunto acervo (de obras artísticas)/
de seres da mesma espécie, buquê (de flores)
• Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa mesmo quando empregado
forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, expressões no singular e constituem um
conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas infor- substantivo comum.
mações comprovam, etc.
Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame- NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
nizar o problema. QUE NÃO ESTÃO AQUI!

Flexão dos Substantivos


• Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculi-
no e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou
CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, ADJETIVO, NUME-
uniformes
RAL, ARTIGO, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta
E CONJUNÇÃO: EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRIMEM ÀS
uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o
RELAÇÕES QUE ESTABELECEM. EMPREGO DE TEMPOS E
presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina
MODOS VERBAIS
– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única
forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em
epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
Substantivo a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariá-
São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi- veis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira
nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen- macho/palmeira fêmea.
timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata.  b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto
que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a
Classificação dos substantivos testemunha (o testemunha), o individuo (a individua).
c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto
para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente,
SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/
o/a estudante, o/a colega.
apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/
• Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1).
sua estrutura. macaco/sabão
– Singular: anzol, tórax, próton, casa.
SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: Macacos-prego/ – Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.
são formados por mais de um porta-voz/
radical em sua estrutura. pé-de-moleque • Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau
SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS: Casa/ diminutivo.
são os que dão origem a mundo/ – Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
outras palavras, ou seja, ela é população – Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
a primeira. /formiga – Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
– Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula. 
SUBSTANTIVOS DERIVADOS: Caseiro/mundano/
são formados por outros populacional/formigueiro Adjetivo
radicais da língua. É a palavra variável que especifica e caracteriza o substantivo:
SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: Rodrigo imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão com-
designa determinado ser /Brasil posta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo por
entre outros da mesma /Belo Horizonte/Estátua da preposição com o mesmo valor e a mesma função que um adjetivo:
espécie. São sempre iniciados Liberdade golpe de mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal vesper-
por letra maiúscula. tino).
SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/ Flexão do Adjetivos
referem-se qualquer ser de cachorro/prima • Gênero:
uma mesma espécie. – Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o femini-
SUBSTANTIVOS CONCRETOS: Leão/corrente no: homem feliz, mulher feliz.
nomeiam seres com existência /estrelas/fadas – Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra
própria. Esses seres podem /lobisomem para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria
ser animadoso ou inanimados, /saci-pererê japonesa, aluno chorão/ aluna chorona. 
reais ou imaginários.
• Número:
SUBSTANTIVOS ABSTRATOS: Mistério/
– Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de
nomeiam ações, estados, bondade/
número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namorado-
qualidades e sentimentos que confiança/
res, japonês/ japoneses.
não tem existência própria, ou lembrança/
– Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas
seja, só existem em função de amor/
branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.
um ser. alegria

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• Grau:
– Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso quanto o seu.
– Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssimo.
– Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito famoso.
– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o mais famoso de todos.
– Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é menos famoso de todos.

Artigo
É uma palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
• Classificação e Flexão do Artigos
– Artigos Definidos: o, a, os, as.
O menino carregava o brinquedo em suas costas.
As meninas brincavam com as bonecas.
– Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Um menino carregava um brinquedo.
Umas meninas brincavam com umas bonecas.

Numeral
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade:
Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.

Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela,  Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Vossa Senhoria Empregado nas correspondências e textos escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.

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Pronomes de Tratamento Emprego


Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo
ou no espaço.

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pouco,
pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário, vá-
Variáveis
ria, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais,
um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.

• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas.

Classificação Pronomes Interrogativos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.

• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição. Eles também podem ser va-
riáveis e invariáveis.

Classificação Pronomes Relativos


Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Invariáveis quem, que, onde.

Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo.

• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é dividido
em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, subjetividade) e imperativo (ordem, pedido).
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: presente,
passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: presente, pre-
térito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles amaram).
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• Formas nominais do verbo
Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exer-
cem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infi-
nitivo (terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particí-
pio (terminado em –DA/DO).

• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação
com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa
quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo
sujeito. Veja:
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas
recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz Conjunção
passiva analítica é formada por: É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
+  verbo principal da ação conjugado no particípio  + preposição orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que li-
por/pelo/de + agente da passiva. gam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é
A casa foi aspirada pelos rapazes determinante e o outro é determinado).

A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva prono- • Conjunções Coordenativas
minal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plu- Tipos Conjunções Coordenativas
ral) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento. Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
contudo, entretanto, mas, não obstante, no
Advérbio Adversativas
entanto, porém, todavia...
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro ad-
vérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circuns- já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…,
Alternativas
tância. As circunstâncias dos advérbios podem ser: quer…
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, ama- assim, então, logo, pois (depois do verbo), por
nhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem, Conclusivas
conseguinte, por isso, portanto...
brevemente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-
pois (antes do verbo), porquanto, porque,
-dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez Explicativas
que...
em quando, em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém,
perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em • Conjunções Subordinativas
cima, à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapi- Tipos Conjunções Subordinativas
damente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, Embora, conquanto, ainda que, mesmo
Concessivas
efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc.  que, posto que, etc.
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo al- Se, caso, quando, conquanto que, salvo
gum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc. Condicionais
se, sem que, etc.
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, as-
saz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco, Conforme, como (no sentido de confor-
Conformativas
de todo, etc. me), segundo, consoante, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, por- Para que, a fim de que, porque (no
ventura, etc. Finais
sentido de que), que, etc.
À medida que, ao passo que, à
Preposição Proporcionais
proporção que, etc.
É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo com-
plete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes: Quando, antes que, depois que, até
Temporais
que, logo que, etc.
Que, do que (usado depois de mais,
Comparativas
menos, maior, menor, melhor, etc.
Que (precedido de tão, tal, tanto), de
Consecutivas
modo que, De maneira que, etc.
Integrantes Que, se.

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Interjeição O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplau-
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, sos.
apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações • Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pes-
das pessoas. soa gramatical que está subentendida no contexto.
O povo temos memória curta em relação às promessas dos po-
• Principais Interjeições líticos.
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!

Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas


é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
função de cada classe de palavras, não terá dificuldades para enten-
der o estudo da Sintaxe.
• Regência Nominal 
A regência nominal estuda os casos em que nomes (substan-
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL tivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar-
-lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu comple-
mento é estabelecida por uma preposição.
Concordância Nominal • Regência Verbal
Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o
concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido). 
referem. Isto pertence a todos.
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amisto-
sa. Regência de algumas palavras
Casos Especiais de Concordância Nominal
• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio: Esta palavra combina com Esta preposição
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam Acessível a
alerta.
Apto a, para
• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na forma- Atencioso com, para com
ção de palavras compostas:
Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso. Coerente com
Conforme a, com
• Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de
Dúvida acerca de, de, em, sobre
acordo com o substantivo a que se referem:
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas. Empenho de, em, por
Fácil a, de, para,
• Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando
pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quan- Junto a, de
do advérbios: Pendente de
Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./
Usou meia dúzia de ovos. Preferível a
Próximo a, de
• Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio:
Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem. Respeito a, com, de, para com, por
Situado a, em, entre
• É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o
substantivo estiver determinado por artigo: Ajudar (a fazer algo) a
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados. Aludir (referir-se) a
Aspirar (desejar, pretender) a
Concordância Verbal
O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa: Assistir (dar assistência) Não usa preposição
O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enor- Deparar (encontrar) com
mes.
Implicar (consequência) Não usa preposição
Concordância ideológica ou silepse Lembrar Não usa preposição
• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gêne-
ro gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no Pagar (pagar a alguém) a
contexto. Precisar (necessitar) de
Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas.
Blumenau estava repleta de turistas. Proceder (realizar) a
• Silepse de número trata-se da concordância feita com o nú- Responder a
mero gramatical (singular ou plural) que está subentendido no con-
texto.
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Visar ( ter como objetivo a Dir-lhe-ei toda a verdade.


pretender) Far-me-ias um favor?

NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de
QUE NÃO ESTÃO AQUI! qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
Eu lhe direi toda a verdade.
Tu me farias um favor?

Colocação do pronome átono nas locuções verbais


COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da Exemplos:
frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono- Devo-lhe dizer a verdade.
me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma Devo dizer-lhe a verdade.
culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
após o verbo – ênclise. Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes
De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini- do auxiliar ou depois do principal.
cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua- Exemplos:
gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita, Não lhe devo dizer a verdade.
formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele. Não devo dizer-lhe a verdade.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise,
não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju- o pronome átono ficará depois do auxiliar.
dique a eufonia da frase. Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.

Próclise Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do


Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. auxiliar.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa- Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
cientemente. do infinitivo.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: Exemplos:
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus. Hei de dizer-lhe a verdade.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui. Tenho de dizer-lhe a verdade.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa? Observação
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante- Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor! Devo-lhe dizer tudo.
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita! Estava-lhe dizendo tudo.
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se- Havia-lhe dito tudo.
jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
tudo dá.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
tentos são para nos prejudicarem. CRASE

Ênclise
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a
é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do demonstrativo.
indicativo: Trago-te flores. a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s)
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre- • Devemos usar crase:
posição em: Saí, deixando-a aflita. – Antes palavras femininas:
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com Iremos à festa amanhã
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise: Mediante à situação.
Apressei-me a convidá-los. O Governo visa à resolução do problema.

Mesóclise – Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de”


Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas
locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas por a:
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no Os frangos eram feitos à moda da casa imperial.
futuro do pretérito que iniciam a oração.
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Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substanti- Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas
vos masculinos, o que pode fazer você pensar que não rola a crase. continuam com acento: Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
Mas... há crase, sim!
Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir- – Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no
-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniversariante. u tônicos quando vierem depois de um ditongo.

– Expressões fixas Como era Como fica


Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de
crase: baiúca baiuca
à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à von- bocaiúva bocaiuva
tade, à venda, à mão armada, à beça, à noite, à tarde, às vezes, às
pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em
direita, à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à mão, às escon- posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos:
didas, à medida que, à proporção que. tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
• NUNCA devemos usar crase:
– Antes de substantivos masculinos: – Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem
Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a e ôo(s).
pé.

– Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou Como era Como fica


plural) usado em sentido generalizador: abençôo abençoo
Depois do trauma, nunca mais foi a festas.
Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a ho- crêem creem
mem.
– Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/
– Antes de artigo indefinido “uma” para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Iremos a uma reunião muito importante no domingo.
Atenção:
– Antes de pronomes • Permanece o acento diferencial em pôde/pode.
Obs.: A crase antes de pronomes possessivos é facultativa. • Permanece o acento diferencial em pôr/por.
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural
Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela. dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter,
A quem vocês se reportaram no Plenário? reter, conter, convir, intervir, advir etc.).
Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um crítico. • É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as
palavras forma/fôrma.
– Antes de verbos no infinitivo
A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar. Uso de hífen
Regra básica:
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-ho-
mem.

ORTOGRAFIA Outros casos


1. Prefixo terminado em vogal:
– Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
ORTOGRAFIA OFICIAL – Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto,
• Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram rein- semicírculo.
troduzidas as letras k, w e y. – Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracis-
O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O mo, antissocial, ultrassom.
PQRSTUVWXYZ – Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-on-
• Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a das.
letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue,
gui, que, qui. 2. Prefixo terminado em consoante:
– Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-
Regras de acentuação -bibliotecário.
– Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das – Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, su-
palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima persônico.
sílaba) – Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.

Observações:
Como era Como fica • Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra
alcatéia alcateia iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras iniciadas por h perdem
essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
apóia apoia • Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de pala-
apóio apoio vra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento,
mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, coope- VOZES DO VERBO
rar, cooperação, cooptar, coocupante.
• Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-al-
mirante.
São três as vozes verbais: Ativa, Passiva e Reflexão.
• Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam
a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva,
Voz ativa: apresenta sujeito agente, que pratica a ação expres-
pontapé, paraquedas, paraquedista.
sa pelo verbo, a qual recai em um termo paciente (objeto direto).
• Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró,
usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar,
Exemplo
recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.
O professor instruiu os alunos sobre o trabalho.
Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominando
Voz passiva: apresenta sujeito paciente, que recebe a ação ex-
muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! Por isso
pressa pelo verbo.
vamos passar para mais um ponto importante.
Exemplo
A igreja foi construída por escravos no século 16.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA Voz reflexiva: o sujeito pratica a ação expressa pelo verbo, a
qual recai sobre o próprio sujeito.

Exemplo
Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons
O cozinheiro cortou-se com a faca.
com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para
indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras.
A voz reflexiva é sempre construída com o verbo acompanhado
Vejamos um por um:
de pronome obliquo de pessoa igual à que o verbo se refere.
Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
aberto. Pronomes reflexivos
Já cursei a Faculdade de História. me: a mim mesmo nos: a nos mesmos
Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre te: a ti mesmo vos: a vos mesmos
fechado. se: a si mesmo  se: a si mesmos  
Meu avô e meus três tios ainda são vivos.
Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este Voz reflexiva recíproca
caso afundo mais à frente). Podem indicar a noção de reciprocidade, ação mutua ou corres-
Sou leal à mulher da minha vida. pondida. Os verbos aparecem no plural e podem vir reforçados por
expressões como “um ao outro”, “reciprocamente”, “mutuamente”.
As palavras podem ser:
– Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu- Exemplo
-já, ra-paz, u-ru-bu...) Os dois abraçavam-se apaixonadamente.
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa,
sa-bo-ne-te, ré-gua...) Os pronomes oblíquos nas construções reflexivas e reciprocas
– Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima funcionam, como objeto direto ou objeto indireto, dependendo da
(sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…) regência do verbo.
As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos: Exemplos
• São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico, Objeto direto reflexivo
íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...) Eu me feri com o martelo.
• São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N,
R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter, Objeto indireto reflexivo
fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...) Ela se pôs a chorar copiosamente.
• São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S),
E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu, Objeto direto recíproco
dói, coronéis...) Os torcedores abraçavam-se a cada gol marcado.
• São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais
(aí, faísca, baú, juízo, Luísa...) Objeto indireto recíproco
Deram-se as mãos e aguardaram o resultado.
Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei-
nar e fixar as regras. Formação da Voz Passiva
Existem dois processos: Analítico e Sintético.

Voz Passiva Analítica: Verbo Ser + particípio (-ado / -ido) do


verbo principal.
O jogador será substituído.
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LÍNGUA PORTUGUESA
O agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição Termos da oração
por, e às vezes de.
A ilha ficou cercada de pássaros.
Termos sujeito
1.    
Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja explí- essenciais predicado
cito na frase: A loja será inaugurada em breve.

A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar “ser”, pois o


seu particípio é invariável.
Observe: complemento objeto
verbal direto
Termos
Ele faz o conserto. (presente do indicativo) 2. complemento objeto
integrantes
O conserto é feito por ele. (presente do indicativo) nominal indireto
agente da passiva  
Em frases com locuções verbais, o verbo “ser” assume o mes-  
mo tempo e modo do verbo principal da voz ativa.    
Voz Passiva Sintética: verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome Adjunto
apassivador “se”: Termos adnominal
3.    
Ouviram-se as rajadas de vento. acessórios adjunto adverbial
Vendeu-se a última caixa de produtos. aposto
4. Vocativo        
Geralmente, o agente não vem expresso na voz passiva sinté-
tica. Diz-se que sujeito e predicado são termos “essenciais”, mas
note que o termo que realmente é o núcleo da oração é o verbo:
Chove. (Não há referência a sujeito.)
SINTAXE: TERMOS ESSENCIAIS, INTEGRANTES E ACESSÓ- Cansei. (O sujeito e eu, implícito na forma verbal.)
RIOS DA ORAÇÃO Os termos “acessórios” são assim chamados por serem supos-
tamente dispensáveis, o que nem sempre é verdade.

Sujeito e predicado
Frase Sujeito é o termo da oração com o qual, normalmente, o verbo
É todo enunciado capaz de transmitir a outrem tudo aquilo que concorda.
pensamos, queremos ou sentimos.
Exemplos
Exemplos A notícia corria rápida como pólvora. (Corria está no singular
Caía uma chuva. concordando com a notícia.)
Dia lindo. As notícias corriam rápidas como pólvora. (Corriam, no plural,
concordando com as notícias.)
Oração
É a frase que apresenta estrutura sintática (normalmente, su- O núcleo do sujeito é a palavra principal do sujeito, que encerra
jeito e predicado, ou só o predicado). a essência de sua significação. Em torno dela, como que gravitam
as demais.
Exemplos Exemplo: Os teus lírios brancos embelezam os campos.  (Lí-
Ninguém segura este menino. (Ninguém: sujeito;  segura  este rios é o núcleo do sujeito.)
menino: predicado)
Havia muitos suspeitos. (Oração sem sujeito; havia muitos sus- Podem exercer a função de núcleo do sujeito o substantivo e
peitos: predicado) palavras de natureza substantiva. Veja:
O medo salvou-lhe a vida. (substantivo)
Os medrosos fugiram. (Adjetivo exercendo papel de substanti-
vo: adjetivo substantivado.)

A definição mais adequada para sujeito é: sujeito é o termo da


oração com o qual o verbo normalmente concorda.

Sujeito simples: tem um só núcleo.


Exemplo: As flores morreram.

Sujeito composto: tem mais de um núcleo.


Exemplo: O rapaz e a moça foram encostados ao muro.

Sujeito elíptico (ou oculto): não expresso e que pode ser de-


terminado pela desinência verbal ou pelo contexto.
Exemplo: Viajarei amanhã. (sujeito oculto: eu)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Sujeito indeterminado: é aquele que existe, mas não podemos Predicado verbal
ou não queremos identificá-lo com precisão. Ocorre quando o núcleo é um verbo. Logo, não apresenta pre-
Ocorre: dicativo. E formado por verbos transitivos ou intransitivos.
- quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, sem referência a Exemplo: A população da vila  assistia  ao embarque. (Núcleo
nenhum substantivo anteriormente expresso. do sujeito: população; núcleo do predicado: assistia, verbo transi-
Exemplo: Batem à porta. tivo indireto)

- com verbos intransitivo (VI), transitivo indireto (VTI) ou de li- Verbos intransitivos
gação (VL) acompanhados da partícula SE, chamada de índice de São verbos que não exigem complemento algum; como a ação
indeterminação do sujeito (IIS). verbal não passa, não transita para nenhum complemento, rece-
Exemplos: bem o nome de verbos intransitivos. Podem formar predicado sozi-
Vive-se bem. (VI) nhos ou com adjuntos adverbiais.
Precisa-se de pedreiros. (VTI) Exemplo: Os visitantes retornaram ontem à noite.
Falava-se baixo. (VI)
Era-se feliz naquela época. (VL) Verbos transitivos
São verbos que, ao declarar alguma coisa a respeito do sujei-
Orações sem sujeito to, exigem um complemento para a perfeita compreensão do que
São orações cujos verbos são impessoais, com sujeito inexis- se quer dizer. Tais verbos se denominam transitivos e a pessoa ou
tente. coisa para onde se dirige a atividade transitiva do verbo se denomi-
na objeto. Dividem-se em: diretos, indiretos e diretos e indiretos.
Ocorrem nos seguintes casos:
- com verbos que se referem a fenômenos meteorológicos. Verbos transitivos diretos: Exigem um objeto direto.
Exemplo: Chovia. Ventava durante a noite. Exemplo: Espero-o no aeroporto.

- haver no sentido de existir ou quando se refere a tempo de- Verbos transitivos indiretos: Exigem um objeto indireto.
corrido. Exemplo: Gosto de flores.
Exemplo: Há duas semanas não o vejo. (= Faz duas semanas)
Verbos transitivos diretos e indiretos: Exigem um objeto direto
- fazer  referindo-se a  fenômenos meteorológicos  ou a tempo e um objeto indireto.
decorrido. Exemplo: Os ministros  informaram  a nova política econômi-
Exemplo: Fazia 40° à sombra. ca aos trabalhadores. (VTDI)

- ser nas indicações de horas, datas e distâncias. Complementos verbais


Exempl: São duas horas. Os complementos verbais são representados pelo objeto direto
(OD) e pelo objeto indireto (OI).
Predicado nominal
O núcleo, em torno do qual as demais palavras do predicado Objeto indireto
gravitam e que contém o que de mais importante se comunica a É o complemento verbal que se liga ao verbo pela preposição
respeito do sujeito, e um nome (isto é, um substantivo ou adjetivo, por ele exigida. Nesse caso o verbo pode ser transitivo indireto ou
ou palavra de natureza substantiva). O verbo e de ligação (liga o nú- transitivo direto e indireto. Normalmente, as preposições que ligam
cleo ao sujeito) e indica estado (ser, estar, continuar, ficar, perma- o objeto indireto ao verbo são a, de, em, com, por, contra, para etc.
necer; também andar, com o sentido de estar; virar, com o sentido Exemplo: Acredito em você.
de transformar-se em; e viver, com o sentido de estar sempre).
Exemplo: Objeto direto
Os príncipes viraram sapos muito feios. (verbo de ligação mais Complemento verbal que se liga ao verbo sem preposição obri-
núcleo substantivo: sapos) gatória. Nesse caso o verbo pode ser transitivo direto ou transitivo
direto e indireto.
Verbos de ligação Exemplo: Comunicaram o fato aos leitores.
São aqueles que, sem possuírem significação precisa, ligam um
sujeito a um predicativo. São verbos de ligação: ser, estar, ficar, pa- Objeto direto preposicionado
recer, permanecer, continuar, tornar-se etc. É aquele que, contrariando sua própria definição e característi-
Exemplo: A rua estava calma. ca, aparece regido de preposição (geralmente preposição a).
O pai dizia aos filhos que adorava a ambos.
Predicativo do sujeito
É o termo da oração que, no predicado, expressa qualificação Objeto pleonástico
ou classificação do sujeito. É a repetição do objeto (direto ou indireto) por meio de um
Exemplo: Você será engenheiro. pronome. Essa repetição assume valor enfático (reforço) da noção
contida no objeto direto ou no objeto indireto.
- O predicativo do sujeito, além de vir com verbos de liga- Exemplos
ção, pode também ocorrer com verbos  intransitivos  ou com ver- Ao colega, já lhe perdoei. (objeto indireto pleonástico)
bos transitivos. Ao filme, assistimos a ele emocionados. (objeto indireto pleo-
nástico)

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LÍNGUA PORTUGUESA
Predicado verbo-nominal O período é simples quando só traz uma oração, chamada
Esse predicado tem dois núcleos (um verbo e um nome), é for- absoluta; o período é composto quando traz mais de uma oração.
mado por predicativo com verbo transitivo ou intransitivo. Exemplo: Comeu toda a refeição. (Período simples, oração absolu-
Exemplos: ta.); Quero que você leia. (Período composto.)
A multidão assistia ao jogo emocionada. (predicativo do sujei- Uma maneira fácil de saber quantas orações há num período
to com verbo transitivo indireto) é contar os verbos ou locuções verbais. Num período haverá tan-
A riqueza tornou-o orgulhoso. (predicativo do objeto com ver- tas orações quantos forem os verbos ou as locuções verbais nele
bo transitivo direto) existentes.
Há três tipos de período composto: por coordenação, por su-
Predicativo do sujeito bordinação e por coordenação e subordinação ao mesmo tempo
O  predicativo do sujeito, além de vir com verbos de ligação, (também chamada de misto).
pode também ocorrer com verbos intransitivos ou transitivos. Nes-
se caso, o predicado é verbo-nominal. Período Composto por Coordenação
Exemplo: A criança brincava alegre no parque. As três orações que formam esse período têm sentido próprio
e não mantêm entre si nenhuma dependência sintática: são inde-
Predicativo do objeto pendentes. Há entre elas uma relação de sentido, mas uma não de-
Exprime qualidade, estado ou classificação que se referem ao pende da outra sintaticamente.
objeto (direto ou indireto). As orações independentes de um período são chamadas de
orações coordenadas (OC), e o período formado só de orações co-
Exemplo de predicativo do objeto direto: ordenadas é chamado de período composto por coordenação.
O juiz declarou o réu culpado. As orações coordenadas podem ser assindéticas e sindéticas.
Exemplo de predicativo do objeto indireto: As orações são coordenadas assindéticas (OCA) quando não
Gosto de você alegre. vêm introduzidas por conjunção. Exemplo:
Os jogadores correram, / chutaram, / driblaram.
Adjunto adnominal OCA OCA OCA
É o termo acessório que vem junto ao nome (substantivo), res-
tringindo-o, qualificando-o, determinando-o (adjunto: “que vem - As orações são coordenadas sindéticas (OCS) quando vêm in-
junto a”; adnominal: “junto ao nome”). Observe: troduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo:
Os meus três grandes amigos [amigos: nome substantivo] vie- A mulher saiu do prédio / e entrou no táxi.
ram me fazer uma visita [visita: nome substantivo] agradável on- OCA OCS
tem à noite.
São adjuntos adnominais os (artigo definido), meus (pronome As orações coordenadas sindéticas se classificam de acordo
possessivo adjetivo), três (numeral), grandes (adjetivo), que estão com o sentido expresso pelas conjunções coordenativas que as in-
gravitando em torno do núcleo do sujeito, o substantivo  amigos; troduzem. Pode ser:
o mesmo acontece com uma (artigo indefinido) e agradável (adje-
tivo), que determinam e qualificam o núcleo do objeto direto, o - Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não só...
substantivo visita. mas também, não só... mas ainda.
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expressa
O adjunto adnominal prende-se diretamente ao substantivo, ideia de acréscimo ou adição com referência à oração anterior, ou
ao passo que o predicativo se refere ao substantivo por meio de seja, por uma conjunção coordenativa aditiva.
um verbo.
- Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas, porém,
Complemento nominal todavia, contudo, entretanto, no entanto.
É o termo que completa o sentido de substantivos, adjetivos e A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expressa
advérbios porque estes não têm sentido completo. ideia de oposição à oração anterior, ou seja, por uma conjunção
- Objeto – recebe a atividade transitiva de um verbo. coordenativa adversativa.
- Complemento nominal – recebe a atividade transitiva de um
nome. - Orações coordenadas sindéticas conclusivas: portanto, por
O complemento nominal é sempre ligado ao nome por prepo- isso, pois, logo.
sição, tal como o objeto indireto. A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expres-
Exemplo: Tenho necessidade de dinheiro. sa ideia de conclusão de um fato enunciado na oração anterior, ou
seja, por uma conjunção coordenativa conclusiva.
Adjunto adverbial
É o termo da oração que modifica o verbo ou um adjetivo ou - Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou, ou... ou,
o próprio advérbio, expressando uma circunstância: lugar, tempo, ora... ora, seja... seja, quer... quer.
fim, meio, modo, companhia, exclusão, inclusão, negação, afirma- A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que estabele-
ção, duvida, concessão, condição etc. ce uma relação de alternância ou escolha com referência à oração
anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa alternativa.
Período
Enunciado formado de uma ou mais orações, finalizado por: - Orações coordenadas sindéticas explicativas: que, porque,
ponto final ( . ), reticencias (...), ponto de exclamação (!) ou ponto pois, porquanto.
de interrogação (?). De acordo com o número de orações, classifi- A 2ª oração é introduzida por uma conjunção que expressa
ca-se em: ideia de explicação, de justificativa em relação à oração anterior, ou
Apresenta apenas uma oração que é chamada absoluta. seja, por uma conjunção coordenativa explicativa.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Período Composto por Subordinação - Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela que
Nesse período, a segunda oração exerce uma função sintática exerce a função de aposto de um termo da oração principal. Obser-
em relação à primeira, sendo subordinada a ela. Quando um perío- ve: Ela tinha um objetivo: a felicidade de todos. (aposto)
do é formado de pelo menos um conjunto de duas orações em que
uma delas (a subordinada) depende sintaticamente da outra (prin- Orações Subordinadas Adjetivas
cipal), ele é classificado como período composto por subordinação. Exercem a função de adjunto adnominal de algum termo da
As orações subordinadas são classificadas de acordo com a função oração principal.
que exercem. As orações subordinadas adjetivas são sempre introduzidas por
um pronome relativo (que, qual, cujo, quem, etc.) e são classifica-
Orações Subordinadas Adverbiais das em:
Exercem a função de adjunto adverbial da oração principal - Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas quando
(OP). São classificadas de acordo com a conjunção subordinativa restringem ou especificam o sentido da palavra a que se referem.
que as introduz: - Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicativas quan-
- Causais: Expressam a causa do fato enunciado na oração prin- do apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se referem,
cipal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que, visto esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem restringi-lo ou
que. especificá-lo.
- Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para a ocor-
rência do que foi enunciado na principal. Conjunções: se, contanto Orações Reduzidas
que, a menos que, a não ser que, desde que. São caracterizadas por possuírem o verbo nas formas de gerún-
- Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao da oração dio, particípio ou infinitivo. Ao contrário das demais orações subor-
principal, sem, no entanto, impedir sua realização. Conjunções: em- dinadas, as orações reduzidas não são ligadas através dos conecti-
bora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais que, mesmo que. vos. Há três tipos de orações reduzidas:
- Conformativas: Expressam a conformidade de um fato com
outro. Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo. - Orações reduzidas de infinitivo:
- Temporais: Acrescentam uma circunstância de tempo ao que Infinitivo: terminações –ar, -er, -ir.
foi expresso na oração principal. Conjunções: quando, assim que,
logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal (=assim que). Reduzida: Meu desejo era ganhar na loteria.
- Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que foi enun- Desenvolvida: Meu desejo era que eu ganhasse na loteria.
ciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de que, por- (Oração Subordinada Substantiva Predicativa)
que (=para que), que.
- Consecutivas: Expressam a consequência do que foi enuncia- - Orações Reduzidas de Particípio:
do na oração principal. Conjunções: porque, que, como (= porque), Particípio: terminações –ado, -ido.
pois que, visto que.
- Comparativas: Expressam ideia de comparação com referên- Reduzida: A mulher sequestrada foi resgatada.
cia à oração principal. Conjunções: como, assim como, tal como, Desenvolvida: A mulher que sequestraram foi resgatada. (Ora-
(tão)... como, tanto como, tal qual, que (combinado com menos ou ção Subordinada Adjetiva Restritiva)
mais).
- Proporcionais: Expressam uma ideia que se relaciona pro- - Orações Reduzidas de Gerúndio:
porcionalmente ao que foi enunciado na principal. Conjunções: à Gerúndio: terminação –ndo.
medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto
menos. Reduzida: Respeitando as regras, não terão problemas.
Desenvolvida: Desde que respeitem as regras, não terão pro-
Orações Subordinadas Substantivas blemas. (Oração Subordinada Adverbial Condicional)
São aquelas que, num período, exercem funções sintáticas pró-
prias de substantivos, geralmente são introduzidas pelas conjun-
ções integrantes que e se.
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: É aquela QUESTÕES
que exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal.
Observe: O filho quer a sua ajuda. (objeto direto)
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: É aquela 1. Leia o texto abaixo para responder a questão.
que exerce a função de objeto indireto do verbo da oração princi- A lama que ainda suja o Brasil
pal. Observe: Preciso de sua ajuda. (objeto indireto) Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br)
- Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É aquela que
exerce a função de sujeito do verbo da oração principal. Observe: É A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um
importante sua ajuda. (sujeito) dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasilei-
- Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal: É ra: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de
aquela que exerce a função de complemento nominal de um ter- um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio
mo da oração principal. Observe: Estamos certos de sua inocência. Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de recu-
(complemento nominal) peração efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tam-
- Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É aquela que pouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela
exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal, vindo anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplica-
sempre depois do verbo ser. Observe: O principal é sua felicidade. ção da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de
(predicativo) que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a calha pro-
funda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro,
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34
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica, — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem
se tornou uma bomba relógio na região.” o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos
Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem riscos outros.
de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Segun- — Mas você é orgulhosa.
do o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos 16 — Decerto que sou.
barragens de mineração em todo o País apresentam condições de — Mas por quê?
insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar ór-
gãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, do ama, quem é que os cose, senão eu?
senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora
tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo mar- que quem os cose sou eu, e muito eu?
co regulatório da mineração, por sua vez, também concede priori- — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pe-
dade à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos daço ao outro, dou feição aos babados…
judiciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). Com puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e
o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis podem ocorrer. mando…
FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA MA+- — Também os batedores vão adiante do imperador.
QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL — Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
Observe as assertivas relacionadas ao texto lido: balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o
I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
fato. Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa.
II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que
gênero textual editorial. tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a
III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en-
que se trata de uma reportagem. fiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando
IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre
se trata de um editorial. os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a
isto uma cor poética. E dizia a agulha:
Analise as assertivas e responda: — Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
(A) Somente a I é correta. Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é
(B) Somente a II é incorreta. que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo
(C) Somente a III é correta e acima…
(D) A III e IV são corretas. A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela
agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe
2. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que ain- o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que
da suja o Brasil”: ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era
I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-pli-
no desenvolvimento do assunto. c-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a
II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro- costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até
blemas no uso de conjunções e preposições. que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que
de palavras e da ordem sintática. a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para
IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão
dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da
temática e bom uso dos recursos coesivos.
bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali,
alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha,
Analise as assertivas e responda:
perguntou-lhe:
(A) Somente a I é correta.
— Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da
(B) Somente a II é incorreta.
baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que
(C) Somente a III é correta.
vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para
(D) Somente a IV é correta.
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?
3. Leia o texto abaixo para responder as questões. Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de ca-
UM APÓLOGO beça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
Machado de Assis. — Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é
que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha: como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam,
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola- fico.
da, para fingir que vale alguma coisa neste mundo? Contei esta história a um professor de melancolia, que me dis-
— Deixe-me, senhora. se, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está muita linha ordinária!
com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me
der na cabeça.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de Assis 6. De acordo com a temática geral tratada no texto e, de modo
e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as persona- metafórico, considerando as relações existentes em um ambiente
gens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, indique de trabalho, aponte a opção que NÃO corresponde a uma ideia pre-
a opção em que a fala não é compatível com a associação entre os sente no texto:
elementos dos textos: (A) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(B) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(C) O texto indica que, em um ambiente coletivo de trabalho,
cada sujeito possui atribuições próprias.
(D) O texto sugere que o reconhecimento no ambiente cole-
tivo de trabalho parte efetivamente das próprias atitudes do
sujeito.
(E) O texto revela que, em um ambiente coletivo de trabalho,
frequentemente é difícil lidar com as vaidades individuais.

7. (IF BAIANO - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO –  IF-BA –


2019)
Acerca de seus conhecimentos em redação oficial, é correto
afirmar que o vocativo adequado a um texto no padrão ofício desti-
nado ao presidente do Congresso Nacional é
(A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda en- (A) Senhor Presidente.
rolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (L.02) (B) Excelentíssimo Senhor Presidente.
(B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. (C) Presidente.
Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?” (L.06) (D) Excelentíssimo Presidente.
(C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, (E) Excelentíssimo Senhor.
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço
e mando...” (L.14-15) 8. (CÂMARA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - AUXILIAR
(D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? ADMINISTRATIVO - INSTITUTO AOCP - 2019 )
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; Referente à aplicação de elementos de gramática à redação ofi-
eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando cial, os sinais de pontuação estão ligados à estrutura sintática e têm
abaixo e acima.” (L.25-26) várias finalidades. Assinale a alternativa que apresenta a pontuação
(E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela que pode ser utilizada em lugar da vírgula para dar ênfase ao que
e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de se quer dizer.
costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. (A) Dois-pontos.
Onde me espetam, fico.” (L.40-41) (B) Ponto-e-vírgula.
(C) Ponto-de-interrogação.
4. O diminutivo, em Língua Portuguesa, pode expressar outros (D) Ponto-de-exclamação.
valores semânticos além da noção de dimensão, como afetividade,
pejoratividade e intensidade. Nesse sentido, pode-se afirmar que 9. (UNIR - TÉCNICO DE LABORATÓRIO - ANÁLISES CLÍNICAS-
os valores semânticos utilizados nas formas diminutivas “unidi- AOCP – 2018) 
nha”(L.26) e “corpinho”(L.32), são, respectivamente, de: Pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder
(A) dimensão e pejoratividade; Público redige atos normativos e comunicações. Em relação à reda-
(B) afetividade e intensidade; ção de documentos oficiais, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO,
(C) afetividade e dimensão; os itens a seguir.
(D) intensidade e dimensão; A língua tem por objetivo a comunicação. Alguns elementos
(E) pejoratividade e afetividade. são necessários para a comunicação: a) emissor, b) receptor, c) con-
teúdo, d) código, e) meio de circulação, f) situação comunicativa.
5. Em um texto narrativo como “Um Apólogo”, é muito comum Com relação à redação oficial, o emissor é o Serviço Público (Minis-
uso de linguagem denotativa e conotativa. Assinale a alternativa tério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção). O assunto
cujo trecho retirado do texto é uma demonstração da expressivida- é sempre referente às atribuições do órgão que comunica. O desti-
de dos termos “linha” e “agulha” em sentido figurado. natário ou receptor dessa comunicação ou é o público, o conjunto
(A) “- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros
ama, quem é que os cose, senão eu?” (L.11) Poderes da União.
(B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. ( ) CERTO
Agulha não tem cabeça.” (L.06) ( ) ERRADO
(C) “- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um
pedaço ao outro, dou feição aos babados...” (L.13) 10. (IF-SC - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO- IF-SC - 2019 )
(D) “- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordi- Determinadas palavras são frequentes na redação oficial. Con-
nária!” (L.43) forme as regras do Acordo Ortográfico que entrou em vigor em
(E) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?” 2009, assinale a opção CORRETA que contém apenas palavras gra-
(L.25) fadas conforme o Acordo.
I. abaixo-assinado, Advocacia-Geral da União, antihigiênico, ca-
pitão de mar e guerra, capitão-tenente, vice-coordenador.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
II. contra-almirante, co-obrigação, coocupante, decreto-lei, di-
retor-adjunto, diretor-executivo, diretor-geral, sócio-gerente.
ANOTAÇÕES
III. diretor-presidente, editor-assistente, editor-chefe, ex-dire-
tor, general de brigada, general de exército, segundo-secretário. ______________________________________________________
IV. matéria-prima, ouvidor-geral, papel-moeda, pós-graduação,
pós-operatório, pré-escolar, pré-natal, pré-vestibular; Secretaria-Geral. ______________________________________________________
V. primeira-dama, primeiro-ministro, primeiro-secretário, pró-
-ativo, Procurador-Geral, relator-geral, salário-família, Secretaria- ______________________________________________________
-Executiva, tenente-coronel.
______________________________________________________
Assinale a alternativa CORRETA:
______________________________________________________
(A) As afirmações I, II, III e V estão corretas.
(B) As afirmações II, III, IV e V estão corretas. ______________________________________________________
(C) As afirmações II, III e IV estão corretas.
(D) As afirmações I, II e IV estão corretas. ______________________________________________________
(E) As afirmações III, IV e V estão corretas.
______________________________________________________
11. ( PC-MG - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - FUMARC – 2018)
Na Redação Oficial, exige-se o uso do padrão formal da língua. ______________________________________________________
Portanto, são necessários conhecimentos linguísticos que funda-
______________________________________________________
mentem esses usos.
Analise o uso da vírgula nas seguintes frases do Texto 3: ______________________________________________________
1. Um crime bárbaro mobilizou a Polícia Militar na Região de
Venda Nova, em Belo Horizonte, ontem. ______________________________________________________
2. O rapaz, de 22 anos, se apresentou espontaneamente à 9ª
Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) e deu detalhes do crime. ______________________________________________________
3. Segundo a polícia, o jovem informou que tinha um relaciona-
mento difícil com a mãe e teria discutido com ela momentos antes ______________________________________________________
de desferir os golpes.
______________________________________________________
INDIQUE entre os parênteses a justificativa adequada para uso
______________________________________________________
da vírgula em cada frase.
( ) Para destacar deslocamento de termos. ______________________________________________________
( ) Para separar adjuntos adverbiais.
( ) Para indicar um aposto. ______________________________________________________

A sequência CORRETA, de cima para baixo, é: ______________________________________________________


(A) 1 – 2 – 3.
(B) 2 – 1 – 3. ______________________________________________________
(C) 3 – 1 – 2.
______________________________________________________
(D) 3 – 2 – 1.
______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
_____________________________________________________

_____________________________________________________
1 C
2 D ______________________________________________________

3 E ______________________________________________________
4 D ______________________________________________________
5 D ______________________________________________________
6 D
______________________________________________________
7 B
______________________________________________________
8 B
9 A ______________________________________________________
10 E ______________________________________________________
11 C ______________________________________________________
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

ANOTAÇÕES

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MATEMÁTICA/
RACIOCÍNIO LÓGICO

Z*- = {… -4, -3, -2, -1}: conjunto dos números inteiros não posi-
RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES-PROBLEMA, ENVOLVENDO: tivos e não nulos.
ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, POTEN-
CIAÇÃO OU RADICIAÇÃO COM NÚMEROS RACIONAIS, NAS Conjunto dos Números Racionais (Q)
SUAS REPRESENTAÇÕES FRACIONÁRIA OU DECIMAL Números racionais são aqueles que podem ser representados
em forma de fração. O numerador e o denominador da fração preci-
sam pertencer ao conjunto dos números inteiros e, é claro, o deno-
— Conjuntos Numéricos minador não pode ser zero, pois não existe divisão por zero.
O grupo de termos ou elementos que possuem características O conjunto dos números racionais é representado pelo Q. Os
parecidas, que são similares em sua natureza, são chamados de números naturais e inteiros são subconjuntos dos números racio-
conjuntos. Quando estudamos matemática, se os elementos pare- nais, pois todos os números naturais e inteiros também podem ser
cidos ou com as mesmas características são números, então dize- representados por uma fração. Além destes, números decimais e
dízimas periódicas também estão no conjunto de números racio-
mos que esses grupos são conjuntos numéricos1.
nais.
Em geral, os conjuntos numéricos são representados grafica-
Vejamos um exemplo de um conjunto de números racionais
mente ou por extenso – forma mais comum em se tratando de ope-
com 4 elementos:
rações matemáticas. Quando os representamos por extenso, escre-
Qx = {-4, 1/8, 2, 10/4}
vemos os números entre chaves {}. Caso o conjunto seja infinito, ou
seja, tenha incontáveis números, os representamos com reticências
Também temos subconjuntos dos números racionais:
depois de colocar alguns exemplos. Exemplo: N = {0, 1, 2, 3, 4…}.
Q* = subconjunto dos números racionais não nulos, formado
Existem cinco conjuntos considerados essenciais, pois eles são pelos números racionais sem o zero.
os mais usados em problemas e questões no estudo da Matemáti- Q+ = subconjunto dos números racionais não negativos, forma-
ca. São eles: Naturais, Inteiros, Racionais, Irracionais e Reais. do pelos números racionais positivos.
Q*+ = subconjunto dos números racionais positivos, formado
Conjunto dos Números Naturais (N) pelos números racionais positivos e não nulos.
O conjunto dos números naturais é representado pela letra N. Q- = subconjunto dos números racionais não positivos, forma-
Ele reúne os números que usamos para contar (incluindo o zero) e do pelos números racionais negativos e o zero.
é infinito. Exemplo: Q*- = subconjunto dos números racionais negativos, formado
N = {0, 1, 2, 3, 4…} pelos números racionais negativos e não nulos.

Além disso, o conjunto dos números naturais pode ser dividido Conjunto dos Números Irracionais (I)
em subconjuntos: O conceito de números irracionais é dependente da definição
N* = {1, 2, 3, 4…} ou N* = N – {0}: conjunto dos números natu- de números racionais. Assim, pertencem ao conjunto dos números
rais não nulos, ou sem o zero. irracionais os números que não pertencem ao conjunto dos racio-
Np = {0, 2, 4, 6…}, em que n ∈ N: conjunto dos números natu- nais.
rais pares. Em outras palavras, ou um número é racional ou é irracional.
Ni = {1, 3, 5, 7..}, em que n ∈ N: conjunto dos números naturais Não há possibilidade de pertencer aos dois conjuntos ao mesmo
ímpares. tempo. Por isso, o conjunto dos números irracionais é complemen-
P = {2, 3, 5, 7..}: conjunto dos números naturais primos. tar ao conjunto dos números racionais dentro do universo dos nú-
meros reais.
Conjunto dos Números Inteiros (Z) Outra forma de saber quais números formam o conjunto dos
O conjunto dos números inteiros é representado pela maiús- números irreais é saber que os números irracionais não podem ser
cula Z, e é formado pelos números inteiros negativos, positivos e o escritos em forma de fração. Isso acontece, por exemplo, com deci-
zero. Exemplo: Z = {-4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4…} mais infinitos e raízes não exatas.
O conjunto dos números inteiros também possui alguns sub- Os decimais infinitos são números que têm infinitas casas de-
conjuntos: cimais e que não são dízimas periódicas. Como exemplo, temos
Z+ = {0, 1, 2, 3, 4…}: conjunto dos números inteiros não nega- 0,12345678910111213, π, √3 etc.
tivos.
Z- = {…-4, -3, -2, -1, 0}: conjunto dos números inteiros não po- Conjunto dos Números Reais (R)
sitivos. O conjunto dos números reais é representado pelo R e é forma-
Z*+ = {1, 2, 3, 4…}: conjunto dos números inteiros não negati- do pela junção do conjunto dos números racionais com o conjunto
vos e não nulos, ou seja, sem o zero. dos números irracionais. Não esqueça que o conjunto dos racionais
é a união dos conjuntos naturais e inteiros. Podemos dizer que en-
tre dois números reais existem infinitos números.
1 https://matematicario.com.br/
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
Entre os conjuntos números reais, temos: • Múltiplos de 4
R*= {x ∈ R│x ≠ 0}: conjunto dos números reais não-nulos. Como vimos, para determinar os múltiplos do número 4, deve-
R+ = {x ∈ R│x ≥ 0}: conjunto dos números reais não-negativos. mos multiplicar o número 4 por números inteiros. Assim:
R*+ = {x ∈ R│x > 0}: conjunto dos números reais positivos. 4·1=4
R– = {x ∈ R│x ≤ 0}: conjunto dos números reais não-positivos. 4·2=8
R*– = {x ∈ R│x < 0}: conjunto dos números reais negativos. 4 · 3 = 12
4 · 4 = 16
— Múltiplos e Divisores 4 · 5 = 20
Os conceitos de múltiplos e divisores de um número natural 4 · 6 = 24
estendem-se para o conjunto dos números inteiros2. Quando tra- 4 · 7 = 28
tamos do assunto múltiplos e divisores, referimo-nos a conjuntos 4 · 8 = 32
numéricos que satisfazem algumas condições. Os múltiplos são en- 4 · 9 = 36
contrados após a multiplicação por números inteiros, e os divisores 4 · 10 = 40
são números divisíveis por um certo número. 4 · 11 = 44
Devido a isso, encontraremos subconjuntos dos números in- 4 · 12 = 48
teiros, pois os elementos dos conjuntos dos múltiplos e divisores
são elementos do conjunto dos números inteiros. Para entender o ...
que são números primos, é necessário compreender o conceito de
divisores. Portanto, os múltiplos de 4 são:
M(4) = {4, 8, 12, 16, 20. 24, 28, 32, 36, 40, 44, 48, … }
Múltiplos de um Número
Sejam a e b dois números inteiros conhecidos, o número a é Divisores de um Número
múltiplo de b se, e somente se, existir um número inteiro k tal que Sejam a e b dois números inteiros conhecidos, vamos dizer que
a = b · k. Desse modo, o conjunto dos múltiplos de a é obtido multi- b é divisor de a se o número b for múltiplo de a, ou seja, a divisão
plicando a por todos os números inteiros, os resultados dessas mul- entre b e a é exata (deve deixar resto 0).
tiplicações são os múltiplos de a. Veja alguns exemplos:
Por exemplo, listemos os 12 primeiros múltiplos de 2. Para isso – 22 é múltiplo de 2, então, 2 é divisor de 22.
temos que multiplicar o número 2 pelos 12 primeiros números in- – 63 é múltiplo de 3, logo, 3 é divisor de 63.
teiros, assim: – 121 não é múltiplo de 10, assim, 10 não é divisor de 121.
2·1=2
2·2=4 Para listar os divisores de um número, devemos buscar os nú-
2·3=6 meros que o dividem. Veja:
2·4=8 – Liste os divisores de 2, 3 e 20.
2 · 5 = 10 D(2) = {1, 2}
2 · 6 = 12 D(3) = {1, 3}
2 · 7 = 14 D(20) = {1, 2, 4, 5, 10, 20}
2 · 8 = 16
2 · 9 = 18 Observe que os números da lista dos divisores sempre são di-
2 · 10 = 20 visíveis pelo número em questão e que o maior valor que aparece
2 · 11 = 22 nessa lista é o próprio número, pois nenhum número maior que ele
2 · 12 = 24 será divisível por ele.
Por exemplo, nos divisores de 30, o maior valor dessa lista é o
Portanto, os múltiplos de 2 são: próprio 30, pois nenhum número maior que 30 será divisível por
M(2) = {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24} ele. Assim:
D(30) = {1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 30}.
Observe que listamos somente os 12 primeiros números, mas
poderíamos ter listado quantos fossem necessários, pois a lista de Propriedade dos Múltiplos e Divisores
múltiplos é dada pela multiplicação de um número por todos os Essas propriedades estão relacionadas à divisão entre dois in-
inteiros. Assim, o conjunto dos múltiplos é infinito. teiros. Observe que quando um inteiro é múltiplo de outro, é tam-
Para verificar se um número é ou não múltiplo de outro, de- bém divisível por esse outro número.
vemos encontrar um número inteiro de forma que a multiplicação Considere o algoritmo da divisão para que possamos melhor
entre eles resulte no primeiro número. Veja os exemplos: compreender as propriedades.
– O número 49 é múltiplo de 7, pois existe número inteiro que, N = d · q + r, em que q e r são números inteiros.
multiplicado por 7, resulta em 49.
49 = 7 · 7 Lembre-se de que:
N: dividendo;
– O número 324 é múltiplo de 3, pois existe número inteiro d, divisor;
que, multiplicado por 3, resulta em 324. q: quociente;
324 = 3 · 108 r: resto.

– O número 523 não é múltiplo de 2, pois não existe número – Propriedade 1: A diferença entre o dividendo e o resto (N – r)
inteiro que, multiplicado por 2, resulte em 523. é múltipla do divisor, ou o número d é divisor de (N – r).
523 = 2 · ?” – Propriedade 2: (N – r + d) é um múltiplo de d, ou seja, o nú-
mero d é um divisor de (N – r + d).
2 https://brasilescola.uol.com.br/matematica/multiplos-divisores.htm
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MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
Veja o exemplo: Divisão pelo número primo 7:
Ao realizar a divisão de 525 por 8, obtemos quociente q = 65 e
resto r = 5.
Assim, temos o dividendo N = 525 e o divisor d = 8. Veja que
as propriedades são satisfeitas, pois (525 – 5 + 8) = 528 é divisível
por 8 e:
528 = 8 · 66

— Números Primos
Os números primos são aqueles que apresentam apenas dois
divisores: um e o próprio número3. Eles fazem parte do conjunto
dos números naturais. Divisão pelo número primo 11:
Por exemplo, 2 é um número primo, pois só é divisível por um
e ele mesmo.
Quando um número apresenta mais de dois divisores eles são
chamados de números compostos e podem ser escritos como um
produto de números primos.
Por exemplo, 6 não é um número primo, é um número com-
posto, já que tem mais de dois divisores (1, 2 e 3) e é escrito como Observe que chegamos a uma divisão não exata cujo quociente
produto de dois números primos 2 x 3 = 6. é menor que o divisor. Isso comprova que o número 113 é primo.
Algumas considerações sobre os números primos:
– O número 1 não é um número primo, pois só é divisível por
ele mesmo;
– O número 2 é o menor número primo e, também, o único PORCENTAGEM
que é par;
– O número 5 é o único número primo terminado em 5;
– Os demais números primos são ímpares e terminam com os A porcentagem representa uma razão cujo denominador é 100,
algarismos 1, 3, 7 e 9. ou seja, .

Uma maneira de reconhecer um número primo é realizando O termo por cento é abreviado usando o símbolo %, que
divisões com o número investigado. Para facilitar o processo, veja significa dividir por 100 e, por isso, essa razão também é chamada
alguns critérios de divisibilidade: de razão centesimal ou percentual4.
– Divisibilidade por 2: todo número cujo algarismo da unidade Saber calcular porcentagem é importante para resolver
é par é divisível por 2; problemas matemáticos, principalmente na matemática financeira
– Divisibilidade por 3: um número é divisível por 3 se a soma para calcular descontos, juros, lucro, e assim por diante.
dos seus algarismos é um número divisível por 3;
– Divisibilidade por 5: um número será divisível por 5 quando o — Calculando Porcentagem de um Valor
algarismo da unidade for igual a 0 ou 5. Para saber o percentual de um valor basta multiplicar a razão
centesimal correspondente à porcentagem pela quantidade total.
Se o número não for divisível por 2, 3 e 5 continuamos as divi- Exemplo: para descobrir quanto é 20% de 200, realizamos a
sões com os próximos números primos menores que o número até seguinte operação:
que:
– Se for uma divisão exata (resto igual a zero) então o número
não é primo.
– Se for uma divisão não exata (resto diferente de zero) e o quo-
ciente for menor que o divisor, então o número é primo.
– Se for uma divisão não exata (resto diferente de zero) e o
quociente for igual ao divisor, então o número é primo.

Exemplo: verificar se o número 113 é primo. Generalizando, podemos criar uma fórmula para conta de
Sobre o número 113, temos: porcentagem:
– Não apresenta o último algarismo par e, por isso, não é
divisível por 2;
– A soma dos seus algarismos (1+1+3 = 5) não é um número
divisível por 3;
– Não termina em 0 ou 5, portanto não é divisível por 5. Se preferir, você pode fazer o cálculo de porcentagem da
seguinte forma:
Como vimos, 113 não é divisível por 2, 3 e 5. Agora, resta saber 1º passo: multiplicar o percentual pelo valor.
se é divisível pelos números primos menores que ele utilizando a
operação de divisão. 20 x 200 = 4.000

2º passo: dividir o resultado anterior por 100.

3 https://www.todamateria.com.br/o-que-sao-numeros-primos/ 4 https://www.todamateria.com.br/calcular-porcentagem/
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Exemplo: Foi feito um aumento de 25% em uma mercadoria
que custava R$ 100. O valor final da mercadoria pode ser calculado
da seguinte forma:

Calculando Porcentagem de Forma Rápida 1º passo: encontrar a taxa de variação.


Alguns cálculos podem levar muito tempo na hora de fazer uma
prova. Pensando nisso, trouxemos dois métodos que te ajudarão a
fazer porcentagem de maneira mais rápida.

Método 1: Calcular porcentagem utilizando o 1% 2º passo: aplicar a taxa na fórmula do fator multiplicativo.
Você também tem como calcular porcentagem rapidamente Fator de multiplicação = 1 + 0,25.
utilizando o correspondente a 1% do valor. Fator de multiplicação = 1,25.

Vamos continuar usando o exemplo do 20% de 200 para 3º passo: multiplicar o valor inicial pelo fator multiplicativo.
aprender essa técnica.
1º passo: dividir o valor por 100 e encontrar o resultado que 100 x 1,25 = 125 reais.
representa 1%.
Um acréscimo de 25% fará com que o valor final da mercadoria
seja R$ 125.

Fator multiplicativo para desconto em um valor


2º passo: multiplicar o valor que representa 1% pela Para calcular um desconto de um produto, a fórmula do fator
porcentagem que se quer descobrir. multiplicativo envolve uma subtração.
Fator de multiplicação = 1 - 0,25.
2 x 20 = 40
Exemplo: Ao aplicar um desconto de 25% em uma mercadoria
Chegamos mais uma vez à conclusão que 20% de 200 é 40. que custa R$ 100, qual o valor final da mercadoria?
1º passo: encontrar a taxa de variação.
Método 2: Calcular porcentagem utilizando frações
equivalentes
As frações equivalentes representam a mesma porção do todo
e podem ser encontradas dividindo o numerador e o denominador
da fração pelo mesmo número natural. 2º passo: aplicar a taxa na fórmula do fator multiplicativo.
Fator de multiplicação = 1 - 0,25.
Veja como encontrar a fração equivalente de . Fator de multiplicação = 0,75.

3º passo: multiplicar o valor inicial pelo fator multiplicativo.

100 x 0,75 = 75 reais.

Se a fração equivalente de é , então para calcular RAZÃO E PROPORÇÃO


20% de um valor basta dividi-lo por 5. Veja como fazer:

A razão estabelece uma comparação entre duas grandezas,


sendo o coeficiente entre dois números5.
Já a proporção é determinada pela igualdade entre duas razões,
ou ainda, quando duas razões possuem o mesmo resultado.
Note que a razão está relacionada com a operação da divisão.
— Calcular porcentagem de aumentos e descontos Vale lembrar que duas grandezas são proporcionais quando formam
Aumentos e descontos percentuais podem ser calculados uma proporção.
utilizando o fator de multiplicação ou fator multiplicativo. Ainda que não tenhamos consciência disso, utilizamos
Fator espaço de espaço multiplicação espaço igual a espaço cotidianamente os conceitos de razão e proporção. Para preparar
1 espaço mais ou menos espaço ⅈ, onde i corresponde à taxa de uma receita, por exemplo, utilizamos certas medidas proporcionais
variação. entre os ingredientes.
Essa fórmula é diferente para acréscimo e decréscimo no preço Para encontrar a razão entre duas grandezas, as unidades de
de um produto, ou seja, o resultado será fatores diferentes. medida terão de ser as mesmas.
A partir das grandezas A e B temos:
Fator multiplicativo para aumento em um valor
Quando um produto recebe um aumento, o fator de Razão
multiplicação é dado por uma soma.
Fator de multiplicação = 1 + i.

5 https://www.todamateria.com.br/razao-e-proporcao/
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ou A : B, onde b ≠ 0. Essa propriedade é denominada de multiplicação cruzada.

Proporção 2. É possível trocar os extremos e os meios de lugar, por


exemplo:

onde todos os coeficientes são ≠ 0.


é equivalente
Exemplo: Qual a razão entre 40 e 20?

Lembre-se que numa fração, o numerador é o número acima e Logo, D. A = C . B.


o denominador, o de baixo.

REGRA DE TRÊS SIMPLES OU COMPOSTA

Se o denominador for igual a 100, temos uma razão do tipo — Regra de três simples e composta
porcentagem, também chamada de razão centesimal. A regra de três é a proporção entre duas ou mais grandezas, que
podem ser velocidades, tempos, áreas, distâncias, cumprimentos,
entre outros6.
É o método para determinar o valor de uma incógnita quando
são apresentados duas ou mais razões, sejam elas diretamente ou
inversamente proporcionais.

Além disso, nas razões, o coeficiente que está localizado acima As Grandezas
é chamado de antecedente (A), enquanto o de baixo é chamado de Dentro da regra de três simples e composta existem grandezas
consequente (B). diretamente e inversamente proporcionais.
Caracteriza-se por grandezas diretas aquelas em que o
acréscimo ou decréscimo de uma equivale ao mesmo processo na
outra. Por exemplo, ao triplicarmos uma razão, a outra também
será triplicada, e assim sucessivamente.

Qual o valor de x na proporção abaixo? Exemplo: Supondo que cada funcionário de uma microempresa
com 35 integrantes gasta 10 folhas de papel diariamente. Quantas
folhas serão gastas nessa mesma empresa quando o quadro de
colaboradores aumentar para 50?

x = 12 . 3
x = 36

Assim, quando temos três valores conhecidos, podemos


descobrir o quarto, também chamado de “quarta proporcional”.
Na proporção, os elementos são denominados de termos. A
primeira fração é formada pelos primeiros termos (A/B), enquanto
a segunda são os segundos termos (C/D). Ao analisarmos o caso percebemos que o aumento de
Nos problemas onde a resolução é feita através da regra de três, colaboradores provocará também um aumento no gasto de papel.
utilizamos o cálculo da proporção para encontrar o valor procurado. Logo, essa é uma razão do tipo direta, que deve ser resolvida através
da multiplicação cruzada:
— Propriedades da Proporção
1. O produto dos meios é igual ao produto dos extremos, por 35x = 50 . 10
exemplo: 35x = 500
x = 500/35
x = 14,3

Portanto, serão necessários 14,3 papéis para suprir as


demandas da microempresa com 50 funcionários.
Logo: A · D = B · C.
6 https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/matematica/regra-de-tres-
simples-e-composta
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Por outro lado, as grandezas inversas ocorrem quando o
aumento ou diminuição de uma resultam em grandezas opostas.
Ou seja, se uma é quadruplicada, a outra é reduzida pela metade,
e assim por diante.

Exemplo: Se 7 pedreiros constroem uma casa grande em 80


dias, apenas 5 deles construirão a mesma casa em quanto tempo? Observa-se que neste exemplo teremos uma regra de três
simples inversa, uma vez que ao diminuirmos a velocidade do
ônibus, o tempo de deslocamento irá aumentar. Então, pela regra,
uma das razões deverá ser invertida e transformada em direta.

Nesta situação, é preciso inverter uma das grandezas, pois


a relação é inversamente proporcional. Isso acontece porque
a diminuição de pedreiros provoca o aumento no tempo de
construção. 70x = 120 . 2
70x = 240
x = 240/70
x = 3,4 h

Regra de Três Composta


A regra de três composta é a razão e proporção entre três ou
mais grandezas diretamente ou inversamente proporcionais, ou
5x = 80 . 7 seja, as relações que aparecem em mais de duas colunas.
5x = 560
x = 560/5 Exemplo: Uma loja demora 4 dias para produzir 160 peças
x = 112 de roupas com 8 costureiras. Caso 6 funcionárias estiverem
trabalhando, quantos dias levará para a produção de 300 peças?
Sendo assim, serão 112 dias para a construção da casa com 5
pedreiros.

Regra de Três Simples


A regra de três simples funciona na relação de apenas
duas grandezas, que podem ser diretamente ou inversamente
proporcionais.
Inicialmente, deve-se analisar cada grandeza em relação ao
Exemplo 1: Para fazer um bolo de limão utiliza-se 250 ml do valor desconhecido, isto é:
suco da fruta. Porém, foi feito uma encomenda de 6 bolos. Quantos - Relacionando os dias de produção com a quantidade de peças,
limões serão necessários? percebe-se que essas grandezas são diretamente proporcionais,
pois aumentando o número de peças cresce a necessidade de mais
dias de trabalho.
- Relacionando a demanda de costureiras com os dias de
produção, observa-se que aumentando a quantidade de peças
o quadro de funcionárias também deveria aumentar. Ou seja, as
grandezas são inversamente proporcionais.

Reparem que as grandezas são diretamente proporcionais, já Após análises, organiza-se as informações em novas colunas:
que o aumento no pedido de bolos pede uma maior quantidade
de limões. Logo, o valor desconhecido é determinado pela
multiplicação cruzada:

x = 250 . 6
x = 1500 ml de suco

Exemplo 2: Um carro com velocidade de 120 km/h percorre um 4/x = 160/300 . 6/8
trajeto em 1 hora. Se a velocidade for reduzida para 70 km/h, em 4/x = 960/2400
quanto tempo o veículo fará o mesmo percurso? 960x = 2400 . 4
960x = 9600
x = 9600/960
x = 10 dias

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Vamos analisar os números que estão no mesmo lado da
EQUAÇÕES DO 1º OU DO 2º GRAUS. SISTEMA DE EQUA- incógnita, o 4 e o 2. O número 2 está somando e vai para o outro
ÇÕES DO 1.º GRAU lado da igualdade subtraindo e o número 4, que está multiplicando,
passa para o outro lado dividindo.

— Equação do 1° Grau
Na Matemática, a equação é uma igualdade que envolve uma
ou mais incógnitas7. Quem determina o “grau” dessa equação é
o expoente dessa incógnita, ou seja, se o expoente for 1, temos a
equação do 1º grau. Se o expoente for 2, a equação será do 2º grau;
se o expoente for 3, a equação será de 3º grau. Exemplos:
4x + 2 = 16 (equação do 1º grau)
x² + 2x + 4 = 0 (equação do 2º grau)
x³ + 2x² + 5x – 2 = 0 (equação do 3º grau)

A equação do 1º grau é apresentada da seguinte forma: 4° exemplo:


Esse exemplo envolve números negativos e, antes de passar
o número para o outro lado, devemos sempre deixar o lado da
incógnita positivo, por isso vamos multiplicar toda a equação por -1.
É importante dizer que a e b representam qualquer número real
e a é diferente de zero (a 0). A incógnita x pode ser representada por
qualquer letra, contudo, usualmente, utilizamos x ou y como valor
a ser encontrado para o resultado da equação. O primeiro membro
da equação são os números do lado esquerdo da igualdade, e o Passando o número 3, que está multiplicando x, para o outro
segundo membro, o que estão do lado direito da igualdade. lado, teremos:

Como resolver uma equação do primeiro grau


Para resolvermos uma equação do primeiro grau, devemos
achar o valor da incógnita (que vamos chamar de x) e, para que isso
seja possível, é só isolar o valor do x na igualdade, ou seja, o x deve
ficar sozinho em um dos membros da equação.
O próximo passo é analisar qual operação está sendo feita no — Propriedade Fundamental das Equações
mesmo membro em que se encontra x e “jogar” para o outro lado A propriedade fundamental das equações é também chamada
da igualdade fazendo a operação oposta e isolando x. de regra da balança. Não é muito utilizada no Brasil, mas tem
1° exemplo: a vantagem de ser uma única regra. A ideia é que tudo que for
feito no primeiro membro da equação deve também ser feito no
segundo membro com o objetivo de isolar a incógnita para se obter
o resultado. Veja a demonstração nesse exemplo:
Nesse caso, o número que aparece do mesmo lado de x é o 4 e
ele está somando. Para isolar a incógnita, ele vai para o outro lado
da igualdade fazendo a operação inversa (subtração):
Começaremos com a eliminação do número 12. Como ele
está somando, vamos subtrair o número 12 nos dois membros da
equação:

2° exemplo:

Para finalizar, o número 3 que está multiplicando a incógnita


O número que está do mesmo lado de x é o 12 e ele está será dividido por 3 nos dois membros da equação:
subtraindo. Nesse exemplo, ele vai para o outro lado da igualdade
com a operação inversa, que é a soma:

3° exemplo: — Equação do 2° Grau


Toda equação que puder ser escrita na forma ax2 + bx + c = 0
será chamada equação do segundo grau8. O único detalhe é que
a, b e c devem ser números reais, e a não pode ser igual a zero em
hipótese alguma.
7 https://escolakids.uol.com.br/matematica/equacao-primeiro-
grau.htm#:~:text=Na%20Matem%C3%A1tica%2C%20a%20 8 https://escolakids.uol.com.br/matematica/equacoes-segundo-grau.
equa%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9,equa%C3%A7%C3%A3o%20 htm#:~:text=Toda%20equa%C3%A7%C3%A3o%20que%20puder%20ser,a%20
ser%C3%A1%20de%203%C2%BA%20grau. zero%20em%20hip%C3%B3tese%20alguma.
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Uma equação é uma expressão que relaciona números — Quantidade de soluções de uma equação
conhecidos (chamados coeficientes) a números desconhecidos As equações do segundo grau podem ter até duas soluções
(chamados incógnitas), por meio de uma igualdade. Resolver uma reais10. Por meio do discriminante, é possível descobrir quantas
equação é usar as propriedades dessa igualdade para descobrir soluções a equação terá. Muitas vezes, o exercício solicita isso em
o valor numérico desses números desconhecidos. Como eles vez de perguntar quais as soluções de uma equação. Então, nesse
são representados pela letra x, podemos dizer que resolver uma caso, não é necessário resolvê-la, mas apenas fazer o seguinte:
equação é encontrar os valores que x pode assumir, fazendo com Se Δ < 0, a equação não possui soluções reais.
que a igualdade seja verdadeira. Se Δ = 0, a equação possui apenas uma solução real.
Se Δ > 0, a equação possui duas soluções reais.
— Como resolver equações do 2º grau?
Conhecemos como soluções ou raízes da equação ax² + bx + c = Isso acontece porque, na fórmula de Bhaskara, calcularemos a
0 os valores de x que fazem com que essa equação seja verdadeira9. raiz de Δ. Se o discriminante é negativo, é impossível calcular essas
Uma equação do 2º grau pode ter no máximo dois números reais raízes.
que sejam raízes dela. Para resolver equações do 2º grau completas,
existem dois métodos mais comuns: 3) Encontrar as soluções da equação
- Fórmula de Bhaskara; Para encontrar as soluções de uma equação do segundo
- Soma e produto. grau usando fórmula de Bhaskara, basta substituir coeficientes e
discriminante na seguinte expressão:
O primeiro método é bastante mecânico, o que faz com
que muitos o prefiram. Já para utilizar o segundo, é necessário o
conhecimento de múltiplos e divisores. Além disso, quando as
soluções da equação são números quebrados, soma e produto não
é uma alternativa boa.
Observe a presença de um sinal ± na fórmula de Bhaskara.
— Fórmula de Bhaskara Esse sinal indica que deveremos fazer um cálculo para √Δ positivo
e outro para √Δ negativo. Ainda no exemplo 4x2 – 4x – 24 = 0,
1) Determinar os coeficientes da equação substituiremos seus coeficientes e seu discriminante na fórmula de
Os coeficientes de uma equação são todos os números que não Bhaskara:
são a incógnita dessa equação, sejam eles conhecidos ou não. Para
isso, é mais fácil comparar a equação dada com a forma geral das
equações do segundo grau, que é: ax2 + bx + c = 0. Observe que
o coeficiente “a” multiplica x2, o coeficiente “b” multiplica x, e o
coeficiente “c” é constante.
Por exemplo, na seguinte equação:
x² + 3x + 9 = 0

O coeficiente a = 1, o coeficiente b = 3 e o coeficiente c = 9.

Na equação:
– x² + x = 0

O coeficiente a = – 1, o coeficiente b = 1 e o coeficiente c = 0.


2) Encontrar o discriminante Então, as soluções dessa equação são 3 e – 2, e seu conjunto de
O discriminante de uma equação do segundo grau é solução é: S = {3, – 2}.
representado pela letra grega Δ e pode ser encontrado pela seguinte
fórmula: — Soma e Produto
Δ = b² – 4·a·c Nesse método é importante conhecer os divisores de um
número. Ele se torna interessante quando as raízes da equação são
Nessa fórmula, a, b e c são os coeficientes da equação do números inteiros, porém, quando são um número decimal, esse
segundo grau. Na equação: 4x² – 4x – 24 = 0, por exemplo, os método fica bastante complicado.
coeficientes são: a = 4, b = – 4 e c = – 24. Substituindo esses números A soma e o produto é uma relação entre as raízes x1 e x2 da
na fórmula do discriminante, teremos: equação do segundo grau, logo devemos buscar quais são os
Δ = b² – 4 · a · c possíveis valores para as raízes que satisfazem a seguinte relação:
Δ= (– 4)² – 4 · 4 · (– 24)
Δ = 16 – 16 · (– 24)
Δ = 16 + 384
Δ = 400

10 https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/discriminante-uma-
9 https://www.preparaenem.com/matematica/equacao-do-2-grau.htm equacao-segundo-grau.htm
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Exemplo: Encontre as soluções para a equação x² – 5x + 6 = 0. Exemplo: Encontre as soluções da equação 2x² + 5x = 0.
1º passo: encontrar a, b e c. 1º passo: colocar x em evidência.
a=1 Reescrevendo a equação colocando x em evidência, temos que:
b = -5 2x² + 5x = 0
c=6 x · (2x + 5) = 0

2º passo: substituir os valores de a, b e c na fórmula. 2º passo: separar a equação produto em dois casos.
Para que a multiplicação entre dois números seja igual a zero,
um deles tem que ser igual a zero, no caso, temos que:
x · (2x + 5) = 0
x = 0 ou 2x + 5 = 0

3º passo: encontrar as soluções.


Já encontramos a primeira solução, x = 0, agora falta encontrar
o valor de x que faz com que 2x + 5 seja igual a zero, então, temos
que:
2x + 5 = 0
2x = -5
x = -5/2

3º passo: encontrar o valor de x1 e x2 analisando a equação. Então encontramos as duas soluções da equação, x = 0 ou x =
Nesse caso, estamos procurando dois números cujo produto -5/2.
seja igual a 6 e a soma seja igual a 5.
Os números cuja multiplicação é igual a 6 são: Quando b = 0
I. 6 x 1 = 6 Quando b = 0, encontramos uma equação incompleta do tipo
II. 3 x 2 =6 ax² + c = 0. Nesse caso, vamos isolar a variável x até encontrar as
III. (-6) x (-1) = 6 possíveis soluções da equação. Vejamos um exemplo:
IV. (-3) x (-2) = 6 Exemplo: Encontre as soluções da equação 3x² – 12 = 0.
Para encontrar as soluções, vamos isolar a variável.
Dos possíveis resultados, vamos buscar aquele em que a soma 3x² – 12 = 0
seja igual a 5. Note que somente a II possui soma igual a 5, logo as 3x² = 12
raízes da equação são x1 = 3 e x2 = 2. x² = 12 : 3
x² = 4
— Equação do 2º Grau Incompleta
Equação do 2º grau é incompleta quando ela possui b e/ou c Ao extrair a raiz no segundo membro, é importante lembrar que
iguais a zero4. Existem três tipos dessas equações, cada um com um existem sempre dois números e que, ao elevarmos ao quadrado,
método mais adequado para sua resolução. encontramos como solução o número 4 e, por isso, colocamos o
Uma equação do 2º grau é conhecida como incompleta quando símbolo de ±.
um dos seus coeficientes, b ou c, é igual a zero. Existem três casos x = ±√4
possíveis de equações incompletas, que são: x = ±2
- Equações que possuem b = 0, ou seja, ax² + c = 0; Então as soluções possíveis são x = 2 e x = -2.
- Equações que possuem c = 0, ou seja, ax² + bx = 0;
- Equações em que b = 0 e c = 0, então a equação será ax² = 0. Quando b = 0 e c = 0
Quando tanto o coeficiente b quanto o coeficiente c são iguais
Em cada caso, é possível utilizar métodos diferentes para a zero, a equação será do tipo ax² = 0 e terá sempre como única
encontrar o conjunto de soluções da equação. Por mais que seja solução x = 0. Vejamos um exemplo a seguir.
possível resolvê-la utilizando a fórmula de Bhaskara, os métodos Exemplo:
específicos de cada equação incompleta acabam sendo menos 3x² = 0
trabalhosos. A diferença entre a equação completa e a equação x² = 0 : 3
incompleta é que naquela todos os coeficientes são diferentes de 0, x² = 0
já nesta pelo menos um dos seus coeficientes é zero. x = ±√0
x = ±0
Como Resolver Equações do 2º Grau Incompletas x=0
Para encontrar as soluções de uma equação do 2º grau, é
bastante comum a utilização da fórmula de Bhaskara, porém Sistema do 1º grau
existem métodos específicos para cada um dos casos de equações Um sistema de equação de 1º grau com duas incógnitas é for-
incompletas, a seguir veremos cada um deles. mado por: duas equações de 1º grau com duas incógnitas diferen-
tes em cada equação. Veja um exemplo:
Quando c = 0
Quando o c = 0, a equação do 2º grau é incompleta e é uma
equação do tipo ax² + bx = 0. Para encontrar seu conjunto de
soluções, colocamos a variável x em evidência, reescrevendo essa
equação como uma equação produto. Vejamos um exemplo a
seguir.
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MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
• Resolução de sistemas Exemplos:
Existem dois métodos de resolução dos sistemas. Vejamos: (SABESP – APRENDIZ – FCC) Em uma gincana entre as três equi-
pes de uma escola (amarela, vermelha e branca), foram arrecada-
• Método da substituição dos 1 040 quilogramas de alimentos. A equipe amarela arrecadou
Consiste em escolher uma das duas equações, isolar uma das 50 quilogramas a mais que a equipe vermelha e esta arrecadou 30
incógnitas e substituir na outra equação, veja como: quilogramas a menos que a equipe branca. A quantidade de alimen-
tos arrecadada pela equipe vencedora foi, em quilogramas, igual a
(A) 310
Dado o sistema , enumeramos as equações. (B) 320
(C) 330
(D) 350
(E) 370

Resolução:
Amarela: x
Escolhemos a equação 1 (pelo valor da incógnita de x ser 1) e Vermelha: y
isolamos x. Teremos: x = 20 – y e substituímos na equação 2. Branca: z
3 (20 – y) + 4y = 72, com isso teremos apenas 1 incógnita. Re- x = y + 50
solvendo: y = z - 30
60 – 3y + 4y = 72 → -3y + 4y = 72 -60 → y = 12 z = y + 30
Para descobrir o valor de x basta substituir 12 na equação x =
20 – y. Logo:
x = 20 – y → x = 20 – 12 →x = 8
Portanto, a solução do sistema é S = (8, 12)
Substituindo a II e a III equação na I:
Método da adição
Esse método consiste em adicionar as duas equações de tal
forma que a soma de uma das incógnitas seja zero. Para que isso
aconteça será preciso que multipliquemos algumas vezes as duas
equações ou apenas uma equação por números inteiros para que a
soma de uma das incógnitas seja zero.
Substituindo na equação II
x = 320 + 50 = 370
z=320+30=350
Dado o sistema
A equipe que mais arrecadou foi a amarela com 370kg
Resposta: E
Para adicionarmos as duas equações e a soma de uma das in- (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABILIDADE – FCC) Em
cógnitas de zero, teremos que multiplicar a primeira equação por um campeonato de futebol, as equipes recebem, em cada jogo, três
– 3. pontos por vitória, um ponto em caso de empate e nenhum ponto
se forem derrotadas. Após disputar 30 partidas, uma das equipes
desse campeonato havia perdido apenas dois jogos e acumulado 58
pontos. O número de vitórias que essa equipe conquistou, nessas
30 partidas, é igual a
(A) 12
(B) 14
Teremos: (C) 16
(D) 13
(E) 15

Resolução:
Vitórias: x
Empate: y
Derrotas: 2
Adicionando as duas equações: Pelo método da adição temos:

Para descobrirmos o valor de x basta escolher uma das duas


equações e substituir o valor de y encontrado:
x + y = 20 → x + 12 = 20 → x = 20 – 12 → x = 8
Portanto, a solução desse sistema é: S = (8, 12). Resposta: E
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MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO

GRANDEZAS E MEDIDAS (QUANTIDADE, TEMPO, COMPRIMENTO, SUPERFÍCIE, CAPACIDADE E MASSA)

As unidades de medida são modelos estabelecidos para medir diferentes grandezas, tais como comprimento, capacidade, massa,
tempo e volume11.
O Sistema Internacional de Unidades (SI) define a unidade padrão de cada grandeza. Baseado no sistema métrico decimal, o SI surgiu
da necessidade de uniformizar as unidades que são utilizadas na maior parte dos países.

— Medidas de Comprimento
Existem várias medidas de comprimento, como por exemplo a jarda, a polegada e o pé.
No SI a unidade padrão de comprimento é o metro (m). Atualmente ele é definido como o comprimento da distância percorrida pela
luz no vácuo durante um intervalo de tempo de 1/299.792.458 de um segundo.
Assim, são múltiplos do metro: quilômetro (km), hectômetro (hm) e decâmetro (dam)12.
Enquanto são submúltiplos do metro: decímetro (dm), centímetro (cm) e milímetro (mm).
Os múltiplos do metro são as grandes distâncias. Eles são chamados de múltiplos porque resultam de uma multiplicação que tem
como referência o metro.
Os submúltiplos, ao contrário, como pequenas distâncias, resultam de uma divisão que tem igualmente como referência o metro. Eles
aparecem do lado direito na tabela acima, cujo centro é a nossa medida base - o metro.

— Medidas de Capacidade
As medidas de capacidade representam as unidades usadas para definir o volume no interior de um recipiente13. A principal unidade
de medida da capacidade é o litro (L).
O litro representa a capacidade de um cubo de aresta igual a 1 dm. Como o volume de um cubo é igual a medida da aresta elevada ao
cubo, temos então a seguinte relação:

1 L = 1 dm³

Mudança de Unidades
O litro é a unidade fundamental de capacidade. Entretanto, também é usado o quilolitro(kL), hectolitro(hL) e decalitro que são seus
múltiplos e o decilitro, centilitro e o mililitro que são os submúltiplos.
Como o sistema padrão de capacidade é decimal, as transformações entre os múltiplos e submúltiplos são feitas multiplicando-se ou
dividindo-se por 10.
Para transformar de uma unidade de capacidade para outra, podemos utilizar a tabela abaixo:

Exemplo: fazendo as seguintes transformações:


a) 30 mL em L
Observando a tabela acima, identificamos que para transformar de ml para L devemos dividir o número três vezes por 10, que é o
mesmo que dividir por 1000. Assim, temos:
30 : 1000 = 0,03 L

Note que dividir por 1000 é o mesmo que “andar” com a vírgula três casa diminuindo o número.

11 https://www.todamateria.com.br/unidades-de-medida/
12 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-comprimento/
13 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-capacidade/
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b) 5 daL em dL
Seguindo o mesmo raciocínio anterior, identificamos que para converter de decalitro para decilitro devemos multiplicar duas vezes
por 10, ou seja, multiplicar por 100.
5 . 100 = 500 dL

c) 400 cL em L
Para passar de centilitro para litro, vamos dividir o número duas vezes por 10, isto é, dividir por 100:
400 : 100 = 4 L

Medida de Volume
As medidas de volume representam o espaço ocupado por um corpo. Desta forma, podemos muitas vezes conhecer a capacidade de
um determinado corpo conhecendo seu volume.
A unidade de medida padrão de volume é o metro cúbico (m³), sendo ainda utilizados seus múltiplos (km³, hm³ e dam³) e submúltiplos
(dm³, cm³ e mm³).
Em algumas situações é necessário transformar a unidade de medida de volume para uma unidade de medida de capacidade ou vice-
versa. Nestes casos, podemos utilizar as seguintes relações:
1 m³ = 1 000 L
1 dm³ = 1 L
1 cm³ = 1 mL

Exemplo: Um tanque tem a forma de um paralelepípedo retângulo com as seguintes dimensões: 1,80 m de comprimento, 0,90 m de
largura e 0,50 m de altura. A capacidade desse tanque, em litros, é:
A) 0,81
B) 810
C) 3,2
D) 3200

Para começar, vamos calcular o volume do tanque, e para isso, devemos multiplicar suas dimensões:
V = 1,80 . 0,90 . 0,50 = 0,81 m³

Para transformar o valor encontrado em litros, podemos fazer a seguinte regra de três:

Assim, x = 0,81 . 1000 = 810 L.


Portanto, a resposta correta é a alternativa b.

Medidas de Massa
No Sistema Internacional de unidades a medida de massa é o quilograma (kg)14. Um cilindro de platina e irídio é usado como o padrão
universal do quilograma.
As unidades de massa são: quilograma (kg), hectograma (hg), decagrama (dag), grama (g), decigrama (dg), centigrama (cg) e miligrama
(mg).
São ainda exemplos de medidas de massa a arroba, a libra, a onça e a tonelada. Sendo 1 tonelada equivalente a 1000 kg.

• Unidades de medida de massa


As unidades do sistema métrico decimal de massa são: quilograma (kg), hectograma (hg), decagrama (dag), grama (g), decigrama (dg),
centigrama (cg), miligrama (mg).

Utilizando o grama como base, os múltiplos e submúltiplos das unidades de massa estão na tabela a seguir.

14 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-massa/
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Além das unidades apresentadas existem outras como a tonelada, que é um múltiplo do grama, sendo que 1 tonelada equivale a 1
000 000 g ou 1 000 kg. Essa unidade é muito usada para indicar grandes massas.
A arroba é uma unidade de medida usada no Brasil, para determinar a massa dos rebanhos bovinos, suínos e de outros produtos. Uma
arroba equivale a 15 kg.
O quilate é uma unidade de massa, quando se refere a pedras preciosas. Neste caso 1 quilate vale 0,2 g.

— Conversão de unidades
Como o sistema padrão de medida de massa é decimal, as transformações entre os múltiplos e submúltiplos são feitas multiplicando-
se ou dividindo-se por 1015.
Para transformar as unidades de massa, podemos utilizar a tabela abaixo:

Exemplos:
a) Quantas gramas tem 1 kg?
Para converter quilograma em grama basta consultar o quadro acima. Observe que é necessário multiplicar por 10 três vezes.
1 kg → g
1 kg x 10 x 10 x 10 = 1 x 1000 = 1.000 g

b) Quantos quilogramas tem em 3.000 g?


Para transformar grama em quilograma, vemos na tabela que devemos dividir o valor dado por 1.000. Isto é o mesmo que dividir por
10, depois novamente por 10 e mais uma vez por 10.
3.000 g → kg
3.000 g : 10 : 10 : 10 = 3.000 : 1.000 = 3 kg

c) Transformando 350 g em mg.


Para transformar de grama para miligrama devemos multiplicar o valor dado por 1.000 (10 x 10 x 10).
350 g → mg
350 x 10 x 10 x 10 = 350 x 1000 = 350.000 mg

— Medidas de Tempo
Existem diversas unidades de medida de tempo, por exemplo a hora, o dia, o mês, o ano, o século. No sistema internacional de
medidas a unidades de tempo é o segundo (s)16.

Horas, Minutos e Segundos


Muitas vezes necessitamos transformar uma informação que está, por exemplo, em minuto para segundos, ou em segundos para
hora.
Para tal, devemos sempre lembrar que 1 hora tem 60 minutos e que 1 minuto equivale a 60 segundos. Desta forma, 1 hora corresponde
a 3.600 segundos.
Assim, para mudar de hora para minuto devemos multiplicar por 60. Por exemplo, 3 horas equivalem a 180 minutos (3 . 60 = 180).
O diagrama abaixo apresenta a operação que devemos fazer para passar de uma unidade para outra.

15 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-massa/
16 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-tempo/
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Em algumas áreas é necessário usar medidas com precisão maior que o segundo. Neste caso, usamos seus submúltiplos.
Assim, podemos indicar o tempo decorrido de um evento em décimos, centésimos ou milésimos de segundos.
Por exemplo, nas competições de natação o tempo de um atleta é medido com precisão de centésimos de segundo.

Instrumentos de Medidas
Para medir o tempo utilizamos relógios que são dispositivos que medem eventos que acontecem em intervalos regulares.
Os primeiros instrumentos usados para a medida do tempo foram os relógios de Sol, que utilizavam a sombra projetada de um objeto
para indicar as horas.
Foram ainda utilizados relógios que empregavam escoamento de líquidos, areia, queima de fluidos e dispositivos mecânicos como os
pêndulos para indicar intervalos de tempo.

Outras Unidades de Medidas de Tempo


O intervalo de tempo de uma rotação completa da terra equivale a 24h, que representa 1 dia.
O mês é o intervalo de tempo correspondente a determinado número de dias. Os meses de abril, junho, setembro, novembro têm 30 dias.
Já os meses de janeiro, março, maio, julho, agosto, outubro e dezembro possuem 31 dias. O mês de fevereiro normalmente têm 28
dias. Contudo, de 4 em 4 anos ele têm 29 dias.
O ano é o tempo que a Terra leva para dar uma volta completa ao redor do Sol. Normalmente, 1 ano corresponde a 365 dias, no
entanto, de 4 em 4 anos o ano têm 366 dias (ano bissexto).
Na tabela abaixo relacionamos algumas dessas unidades:

Tabela de Conversão de Medidas


O mesmo método pode ser utilizado para calcular várias grandezas.
Primeiro, vamos desenhar uma tabela e colocar no seu centro as unidades de medidas bases das grandezas que queremos converter,
por exemplo:
Capacidade: litro (l)
Comprimento: metro (m)
Massa: grama (g)
Volume: metro cúbico (m3)

Tudo o que estiver do lado direito da medida base são chamados submúltiplos. Os prefixos deci, centi e mili correspondem
respectivamente à décima, centésima e milésima parte da unidade fundamental.
Do lado esquerdo estão os múltiplos. Os prefixos deca, hecto e quilo correspondem respectivamente a dez, cem e mil vezes a unidade
fundamental.

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Exemplos:
a) Quantos mililitros correspondem 35 litros?
Para fazer a transformação pedida, vamos escrever o número na tabela das medidas de capacidade. Lembrando que a medida pode
ser escrita como 35,0 litros. A virgula e o algarismo que está antes dela devem ficar na casa da unidade de medida dada, que neste caso
é o litro.

Depois completamos as demais caixas com zeros até chegar na unidade pedida. A vírgula ficará sempre atrás dos algarismos que
estiver na caixa da unidade pedida, que neste caso é o ml.

Assim 35 litros correspondem a 35000 ml.

b) Transformando 700 gramas em quilogramas.


Lembrando que podemos escrever 700,0 g. Colocamos a vírgula e o 0 antes dela na unidade dada, neste caso g e os demais algarismos
nas casas anteriores.

Depois completamos com zeros até chegar na casa da unidade pedida, que neste caso é o quilograma. A vírgula passa então para atrás
do algarismo que está na casa do quilograma.

Então 700 g corresponde a 0,7 kg.

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RELAÇÃO ENTRE GRANDEZAS (TABELA OU GRÁFICO). LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS

— Gráficos
Os gráficos são representações que facilitam a análise de dados, os quais costumam ser dispostos em tabelas quando se realiza
pesquisas estatísticas17. Eles trazem muito mais praticidade, principalmente quando os dados não são discretos, ou seja, quando são
números consideravelmente grandes. Além disso, os gráficos também apresentam de maneira evidente os dados em seu aspecto temporal.

Elementos do Gráfico
Ao construirmos um gráfico em estatística, devemos levar em consideração alguns elementos que são essenciais para sua melhor
compreensão. Um gráfico deve ser simples devido à necessidade de passar uma informação de maneira mais rápida e coesa, ou seja, em
um gráfico estatístico, não deve haver muitas informações, devemos colocar nele somente o necessário.
As informações em um gráfico devem estar dispostas de maneira clara e verídica para que os resultados sejam dados de modo coeso
com a finalidade da pesquisa.”

Tipos de Gráficos
Em estatística é muito comum a utilização de diagramas para representar dados, diagramas são gráficos construídos em duas
dimensões, isto é, no plano. Existem vários modos de representá-los. A seguir, listamos alguns.

• Gráfico de Pontos
Também conhecido como Dotplot, é utilizado quando possuímos uma tabela de distribuição de frequência, sendo ela absoluta
ou relativa. O gráfico de pontos tem por objetivo apresentar os dados das tabelas de forma resumida e que possibilite a análise das
distribuições desses dados.

Exemplo: Suponha uma pesquisa, realizada em uma escola de educação infantil, na qual foram coletadas as idades das crianças. Nessa
coleta foi organizado o seguinte rol:

Rol: {1, 1, 2, 2, 2, 2, 3, 3, 4, 4, 4, 4, 4, 4, 5, 5, 6}

Podemos organizar esses dados utilizando um Dotplot.

Observe que a quantidade de pontos corresponde à frequência de cada idade e o somatório de todos os pontos fornece-nos a
quantidade total de dados coletados.

• Gráfico de linha
É utilizado em casos que existe a necessidade de analisar dados ao longo do tempo, esse tipo de gráfico é muito presente em análises
financeiras. O eixo das abscissas (eixo x) representa o tempo, que pode ser dado em anos, meses, dias, horas etc., enquanto o eixo das
ordenadas (eixo y) representa o outro dado em questão.
Uma das vantagens desse tipo de gráfico é a possibilidade de realizar a análise de mais de uma tabela, por exemplo.

17 https://brasilescola.uol.com.br/matematica/graficos.htm
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Exemplo: Uma empresa deseja verificar seu faturamento em determinado ano, os dados foram dispostos em uma tabela.

Veja que nesse tipo de gráfico é possível ter uma melhor noção a respeito do crescimento ou do decrescimento dos rendimentos da
empresa.

• Gráfico de Barras
Tem como objetivo comparar os dados de determinada amostra utilizando retângulos de mesma largura e altura. Altura essa que deve
ser proporcional ao dado envolvido, isto é, quanto maior a frequência do dado, maior deve ser a altura do retângulo.

Exemplo: Imagine que determinada pesquisa tem por objetivo analisar o percentual de determinada população que acesse ou tenha:
internet, energia elétrica, rede celular, aparelho celular ou tablet. Os resultados dessa pesquisa podem ser dispostos em um gráfico como este:

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• Gráfico de Colunas
Seu estilo é semelhante ao do gráfico de barras, sendo utilizado para a mesma finalidade. O gráfico de colunas então é usado quando
as legendas forem curtas, a fim de não deixar muitos espaços em branco no gráfico de barra.

Exemplo: Este gráfico está, de forma genérica, quantificando e comparando determinada grandeza ao longo de alguns anos.

• Gráfico de Setor
É utilizado para representar dados estatísticos com um círculo dividido em setores, as áreas dos setores são proporcionais às
frequências dos dados, ou seja, quanto maior a frequência, maior a área do setor circular.

Exemplo: Este exemplo, de forma genérica, está apresentando diferentes variáveis com frequências diversas para determinada
grandeza, a qual pode ser, por exemplo, a porcentagem de votação em candidatos em uma eleição.

• Histograma
O Histograma é uma ferramenta de análise de dados que apresenta diversos retângulos justapostos (barras verticais)18.
Por esse motivo, ele se assemelha ao gráfico de colunas, entretanto, o histograma não apresenta espaço entre as barras.

18 https://www.todamateria.com.br/tipos-de-graficos/
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• Infográficos
Os infográficos representam a união de uma imagem com um texto informativo. As imagens podem conter alguns tipos de gráficos.

— Tabelas
As tabelas são usadas para organizar algumas informações ou dados. Da mesma forma que os gráficos, elas facilitam o entendimento,
por meio de linhas e colunas que separam os dados.

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Sendo assim, são usadas para melhor visualização de Exemplo 2:
informações em diversas áreas do conhecimento. Também são Determinar a mediana do conjunto de dados:
muito frequentes em concursos e vestibulares. {10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.

Solução:
Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-se:
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO (MÉDIA ARITMÉTICA (3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média aritmética
SIMPLES) entre os dois termos centrais do rol.

Logo:
Média aritmética de um conjunto de números é o valor que se
obtém dividindo a soma dos elementos pelo número de elementos Resposta: Md=15
do conjunto.
Representemos a média aritmética por . Moda (Mo)
A média pode ser calculada apenas se a variável envolvida na Num conjunto de números: x1 , x2 , x3 , ... xn, chama-se moda
pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a média aritméti- aquele valor que ocorre com maior frequência.
ca para variáveis quantitativas.
Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre diferen- Observação:
tes grupos, se for possível calcular a média, ficará mais fácil estabe- A moda pode não existir e, se existir, pode não ser única.
lecer uma comparação entre esses grupos e perceber tendências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das alturas dos Exemplo 1:
jogadores é: O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda igual a 8,
isto é, Mo=8.
1,85 + 1,85 + 1,95 + 1,98 + 1,98 + 1,98 + 2,01 + 2,01+2,07+2,07
+2,07+2,07+2,10+2,13+2,18 = 30,0 Exemplo 2:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.
Se dividirmos esse valor pelo número total de jogadores, obte-
remos a média aritmética das alturas: Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de tendência
central semelhantes podem apresentar características diversas.
Necessita-se de outros índices numéricas que informem sobre o
grau de dispersão ou variação dos dados em torno da média ou de
A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m. qualquer outro valor de concentração. Esses índices são chamados
medidas de dispersão.
Média Ponderada
A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à adi- Variância
ção e na qual cada elemento tem um “determinado peso” é chama- Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos de um
da média aritmética ponderada. conjunto de números em relação à sua média aritmética, e que é
chamado de variância. Esse índice é assim definido:
Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua
média aritmética. Chama-se variância desse conjunto, e indica-se
por , o número:

Mediana (Md)
Sejam os valores escritos em rol: x1 , x2 , x3 , ... xn

Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo xi tal que o núme-


ro de termos da sequência que precedem xi é igual ao número de Isto é:
termos que o sucedem, isto é, xi é termo médio da sequência (xn)
em rol.
Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela média arit-
mética entre os termos xj e xj +1, tais que o número de termos que
precedem xj é igual ao número de termos que sucedem xj +1, isto é,
a mediana é a média aritmética entre os termos centrais da sequ- E para amostra
ência (xn) em rol.

Exemplo 1:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}

Solução:
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se: (3, 7, 10,
12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse rol. Logo: Md=12
Resposta: Md=12.
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Exemplo 1: Exemplo:
Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresentou o se- As estaturas dos jogadores de uma equipe de basquetebol são:
guinte desempenho, descrito na tabela abaixo: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
a) A estatura média desses jogadores.
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.
JOGO NÚMERO DE PONTOS
Solução:
1 22
2 18 Sendo a estatura média, temos:
3 13
4 24
5 26
6 20
7 19 Sendo o desvio padrão, tem-se:

8 18

a) Qual a média de pontos por jogo?


b) Qual a variância do conjunto de pontos?

Solução:

a) A média de pontos por jogo é:


ESTIMATIVA E PROBABILIDADE

Experimento Aleatório
Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é imprevisível,
b) A variância é:
por depender exclusivamente do acaso, por exemplo, o lançamento
de um dado.

Espaço Amostral
Num experimento aleatório, o conjunto de todos os resultados
possíveis é chamado espaço amostral, que se indica por E.
No lançamento de um dado, observando a face voltada para
Desvio médio cima, tem-se:
E={1,2,3,4,5,6}
Definição
Medida da dispersão dos dados em relação à média de uma se- No lançamento de uma moeda, observando a face voltada para
quência. Esta medida representa a média das distâncias entre cada cima:
elemento da amostra e seu valor médio. E={Ca,Co}

Evento
É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que
Desvio padrão E={1,2,3,4,5,6}
Definição
Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua mé- Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}: Ocorrer
dia aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto, e indica-se um número par, tem-se {2,4,6}.
por , o número:
Exemplo
Considere o seguinte experimento: registrar as faces voltadas
para cima em três lançamentos de uma moeda.

a) Quantos elementos tem o espaço amostral?


Isto é: b) Descreva o espaço amostral.

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Solução E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6
a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lançamento,
há duas possibilidades. Sejam os eventos
A={2,4,6} n(A)=3
2x2x2=8 B={1,2,3,4} n(B)=4

b)
E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(C,R,R),(R,R,R)}

Probabilidade
Considere um experimento aleatório de espaço amostral E com
n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento com n(A) amostras.

Probabilidade Condicional
É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que ocorreu o
evento B, definido por:
Eventos complementares
Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A um even-
to de E. Chama-se complementar de A, e indica-se por , o evento
formado por todos os elementos de E que não pertencem a A.

E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}

Note que
Eventos Simultâneos
Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espaço amos-
tral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por:
Exemplo
Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas coloridas.
Sabe-se que a probabilidade de ter sido retirada uma bola vermelha
é .Calcular a probabilidade de ter sido retirada uma bola que não
seja vermelha.

Solução
RACIOCÍNIO LÓGICO

RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO


São complementares. Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver proble-
mas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das dife-
rentes áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura
de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte
consiste nos seguintes conteúdos:
Adição de probabilidades - Operação com conjuntos.
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, finito e não - Cálculos com porcentagens.
vazio. Tem-se: - Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geomé-
tricos e matriciais.
- Geometria básica.
- Álgebra básica e sistemas lineares.
- Calendários.
Exemplo - Numeração.
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de se obter - Razões Especiais.
um número par ou menor que 5, na face superior? - Análise Combinatória e Probabilidade.
- Progressões Aritmética e Geométrica.
Solução
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MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO
Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de Argumentação.

ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL


O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação tem-
poral envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
O mais importante é praticar o máximo de questões que envolvam os conteúdos:
- Lógica sequencial
- Calendários

RACIOCÍNIO VERBAL
Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar conclusões lógicas.
Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de habilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma vaga.
Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteligência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do conhecimento
por meio da linguagem.
Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirmações,
selecionando uma das possíveis respostas:
A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das informações ou opiniões contidas no trecho)
B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as informações ou opiniões contidas no trecho)
C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é verdadeira ou falsa sem mais informações)

ESTRUTURAS LÓGICAS
Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições. Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos atri-
buir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos. Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.

Elas podem ser:


• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.

- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições sim-
ples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Proposições Compostas – Conectivos


As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que po-
demos vê na tabela a seguir:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

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Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

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MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:
R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F

Resposta: Certo

Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensamentos,
isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a proposição
é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

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Classificação de uma proposição
Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?

Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

Conectivos (conectores lógicos)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

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Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.

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Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.

• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”

Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.

Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tauto-
logia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.

Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na qual
identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposições).
No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.

Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.

Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
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Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo por
“e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.

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Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.


Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argumen-
tos lógicos, tiverem valores verdadeiros.
Conectivo “ou” (v)
Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. (Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

Conectivo “ou” (v)


Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa).

• Mais sobre o Conectivo “ou”


– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeira
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MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplo:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→)


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer sol,
então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não disse o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia).
Temos então sua tabela verdade:

Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.

Conectivo “Se e somente se” (↔)


Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é con-
dição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somente se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela verdade:

Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as proposições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.

ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qualquer
questão referente ao assunto.

Ordem de precedência dos conectivos:


O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica matemática
prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:

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Em resumo: Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante
de uma CONTRADIÇÃO.
Resposta: C

A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,-


q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente
temos:

P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).
Exemplo:
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin-
operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbo- tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conec-
los (da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de tivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica
acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que pode ou não existir entre duas proposições.
que apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, res-
pectivamente. Exemplo:
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre- Observe:
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi- - Toda proposição implica uma Tautologia:
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa-
da pelo símbolo (→).
Resposta: B

CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais propo-
sições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente
do valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos: - Somente uma contradição implica uma contradição:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua
tabela-verdade:

Exemplo:
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo-
sição ~P ∧ P é:
(A) uma tautologia.
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p. Propriedades
(C) uma contradição. • Reflexiva:
(D) uma contingência. – P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
(E) uma disjunção. – Uma proposição complexa implica ela mesma.

Resolução: • Transitiva:
Montando a tabela teremos que: – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
P ~p ~p ^p P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
– Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
V F F
V F F Regras de Inferência
• Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
F V F
de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
F V F tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
sições verdadeiras já existentes.

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MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
Regras de Inferência obtidas da implicação lógica Observe que:
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.

Inferências

• Regra do Silogismo Hipotético


• Silogismo Disjuntivo

Princípio da inconsistência
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica
p ^ ~p ⇒ q
• Modus Ponens – Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo-
sição q.

A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a


condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

Lógica de primeira ordem


Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi-
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren-
te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira
• Modus Tollens ou falsa.

Vejamos algumas formas:


- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.

Onde temos que A e B são os termos ou características dessas


proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
categórica em afirmativa ou negativa.
Tautologias e Implicação Lógica – Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
• Teorema ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,q,r,...)

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.

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MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
• Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”
Teremos duas possibilidades.

Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no


conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o
“Todo B é A”. conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo
• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B” que Algum B não é A.
Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes- • Negação das Proposições Categóricas
mo que dizer “nenhum B é A”. Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as
Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia- seguintes convenções de equivalência:
grama (A ∩ B = ø): – Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos
uma proposição categórica particular.
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição
categórica particular geramos uma proposição categórica universal.
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos,
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca,
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre,
uma proposição de natureza afirmativa.

Em síntese:

• Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”


Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
posição:

Exemplos:
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
mação anterior é:
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A” (A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con- dos.
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo (B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. (C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
não miam alto.
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” (D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três (E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
representações possíveis: pardo.

Resolução:
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.

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MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo
o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
são pardos NÃO miam alto.
Resposta: C
Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem
(CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de nativas A, B e C.
vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
(A) Todos os não psicólogos são professores. cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
(B) Nenhum professor é psicólogo. Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
(C) Nenhum psicólogo é professor. negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
(D) Pelo menos um psicólogo não é professor. Resposta: D
(E) Pelo menos um professor não é psicólogo.
Diagramas lógicos
Resolução: Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega- mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra- argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo dem ser formadas por proposições categóricas.
menos um professor não é psicólogo.
Resposta: E ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para
conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.

• Equivalência entre as proposições Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:


Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na
resolução de questões.
TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS

TODO
A
AéB

Se um elemento pertence ao conjunto A,


então pertence também a B.

Exemplo:
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação NENHUM
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual E
AéB
a cinco”?
(A) Todo número natural é menor do que cinco.
Existe pelo menos um elemento que
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco.
pertence a A, então não pertence a B, e
(C) Todo número natural é diferente de cinco.
vice-versa.
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco.

Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
-se a sua negação.
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To-
dos e Nenhum, que também são universais.

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MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura

Existe pelo menos um elemento co-


mum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguin-
ALGUM tes formas:
I
AéB
- Existem teatros que não são cinemas

- Algum teatro é casa de cultura

ALGUM
O
A NÃO é B

Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC


Perceba-se que, nesta sentença, a aten- Segundo as afirmativas temos:
ção está sobre o(s) elemento (s) de A que (A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
não são B (enquanto que, no “Algum A é diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe pelo
B”, a atenção estava sobre os que eram B, menos um dos cinemas é considerado teatro.
ou seja, na intercessão).
Temos também no segundo caso, a dife-
rença entre conjuntos, que forma o con-
junto A - B

Exemplo:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema. (B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. mo princípio acima.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado,
Resolução: a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama nos
Vamos chamar de: afirma isso
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T

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MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
O silogismo...
P1: Todos os homens são pássaros.
P2: Nenhum pássaro é animal.
Q: Portanto, nenhum homem é animal.

... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um


argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
conclusão sejam totalmente questionáveis.
(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-
cativa é observada no diagrama da alternativa anterior. ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CON-
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor- TEÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que todo independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão!
cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também
não é cinema. • Como saber se um determinado argumento é mesmo váli-
do?
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé-
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar
essa frase da seguinte maneira:

Resposta: E
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.

Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-


mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-
lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é
de uma total dissociação entre os dois conjuntos.

Exemplo:
P1: Todos os cientistas são loucos.
P2: Martiniano é louco.
Q: Martiniano é um cientista.

O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento


formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.

Argumentos Válidos Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença


Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem “Nenhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em
construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató- comum.
ria do seu conjunto de premissas. Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas
vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:

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75
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO

Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:


NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas
será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não
necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con- gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este ar-
junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do gumento é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado
conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido! (se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
- É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de cho-
Argumentos Inválidos colate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não!
Dizemos que um argumento é inválido – também denominado Pode ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círcu-
ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade lo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)!
das premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclu- Enfim, o argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a
são. veracidade da conclusão!
Exemplo:
P1: Todas as crianças gostam de chocolate. Métodos para validação de um argumento
P2: Patrícia não é criança. Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate. possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada
Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO,
as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão. ALGUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
Patrícia pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois 2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada
a primeira premissa não afirmou que somente as crianças gostam quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocor-
de chocolate. re quando nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se
do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo arti- na construção da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para
fício, que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela pri- cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a des-
meira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”. vantagem de ser mais trabalhoso, principalmente quando envolve
várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e consi-
derando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a vali-
dade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibi-
lidade do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades.
Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobri-
remos o valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em
verdade, para que o argumento seja considerado válido.
4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, conside-
rando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do
terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da
Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é conclusão de maneira direta, mas somente por meio de análises
criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da mais complicadas.
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Pa-
trícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das
crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do
diagrama:
1º) Fora do conjunto maior;
2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
Em síntese:

Exemplo:
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido:

(p ∧ q) → r
_____~r_______
~p ∨ ~q

Resolução:
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum ou nenhum?
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos à pergunta seguinte.
- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposições simples?
A resposta também é não! Portanto, descartamos também o 2º método.
- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposição simples ou uma conjunção?
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos seguir
adiante com uma próxima pergunta, teríamos:
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta também
é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método!
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo 3º e pelo 4º métodos.

Resolução pelo 3º Método


Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão verdadeira. Teremos:
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa!
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa, concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma con-
junção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou ambas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores lógicos de
p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o argumento é ou
NÃO VÁLIDO.
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução pelo 4º Método 3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V).
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Tere- // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria
mos: vai ao cinema tem que ser V.
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda- 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D
deiro! = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas sai de casa tem que ser F.
verdadeiras! Teremos: 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V).
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são ver- // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode
dadeiros, então a primeira parte da condicional acima também é ser V ou F.
verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. Logo: 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
r é verdadeiro.
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi! cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos
dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no Resposta: Errado
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si-
multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que (PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma fada,
então Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então Monarca
Exemplos: é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tristeza é uma
(DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as bruxa.
seguintes proposições sejam verdadeiras. Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. (A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. (B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. (C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
• Quando Fernando está estudando, não chove. (D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
• Durante a noite, faz frio. (E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.

Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o Resolução:


item subsecutivo. Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando. bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão
( ) Certo o valor lógico (V), então:
( ) Errado (4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F)
→V
Resolução: (3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro
A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre- (F) → V
missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas: (2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F)
A = Chove →V
B = Maria vai ao cinema (1) Tristeza não é uma bruxa (V)
C = Cláudio fica em casa
D = Faz frio Logo:
E = Fernando está estudando Temos que:
F = É noite Esmeralda não é fada(V)
A argumentação parte que a conclusão deve ser (V) Bongrado não é elfo (V)
Lembramos a tabela verdade da condicional: Monarca não é um centauro (V)
Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verda-
deiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única
que contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elemen-
tos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Veja-
mos o passo a passo:

A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa, 01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia,
utilizando isso temos: Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles
O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernando trabalham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também
estava estudando. // B → ~E não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente
Iniciando temos: descobrir o nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome
4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B de suas esposas.
= V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove a) O médico é casado com Maria.
tem que ser F. b) Paulo é advogado.
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

2º passo – construir a tabela gabarito.


Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que ficam
meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca dos
grupos e elementos.

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos
Luís
Paulo

3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está resolvido:

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro Patrícia
Luís Médico Maria
Paulo Advogado Lúcia

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80
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo: Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
TRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, Luiz N S N N
todos para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curi- Arnaldo S N N N
tiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram,
Mariana N N S N
sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador; Paulo N N N S
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia; Resposta: B
− Luiz não viajou para Fortaleza.
Quantificador
É correto concluir que, em janeiro, É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan-
(A) Paulo viajou para Fortaleza. tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
(B) Luiz viajou para Goiânia. proposição aberta em uma proposição lógica.
(C) Arnaldo viajou para Goiânia.
(D) Mariana viajou para Salvador. QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA
(E) Luiz viajou para Curitiba.
Tipos de quantificadores
Resolução:
Vamos preencher a tabela: • Quantificador universal (∀)
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador; O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N
Arnaldo N
Mariana
Exemplo:
Paulo
Todo homem é mortal.
A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
− Mariana viajou para Curitiba; mortal.
Na representação do diagrama lógico, seria:
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Luiz N N
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N

− Paulo não viajou para Goiânia;


ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho-
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador mem.
Luiz N N A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões:
1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
Arnaldo N N 2ª) Se José é homem, então José é mortal.
Mariana N N S N
A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.
Paulo N N
A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
(x) (A (x) → B).
− Luiz não viajou para Fortaleza.
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclusão
de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicional.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador Aplicando temos:
Luiz N N N x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for-
ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x
Arnaldo N N + 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira?
Mariana N N S N A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador,
a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos jul-
Paulo N N
gar, logo, é uma proposição lógica.
Agora, completando o restante:
Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En-
tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
• Quantificador existencial (∃) (CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi-
O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas: ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V.

Resolução:
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R)
tal que x + y = x.
– 1º passo: observar os quantificadores.
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos
Exemplo: os valores de x devem satisfazer a propriedade.
“Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne-
é: cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade.
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos
x e y.
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais.
O elemento y pertence ao conjunto os números reais.
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x).
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x?
Existe sim! y = 0.
X + 0 = X.
O quantificador existencial tem a função de elemento comum. Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co- x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor-
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: (∃ reto.
(x)) (A (x) ∧ B). Resposta: CERTO

Aplicando temos:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) ∈ QUESTÕES
N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal que x
+ 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a sentença
será verdadeira?
1. PREFEITURA DE GUZOLÂNDIA/SP - ESCRITURÁRIO -
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador,
OMNI/2021
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos
Podemos definir um número primo, como um número natu-
julgar, logo, é uma proposição lógica.
ral, que é divisível por exatamente dois números naturais. Como os
números racionais são números escritos como a fração entre dois
ATENÇÃO:
números inteiros, assinale a opção CORRETA em relação aos núme-
– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é B”
ros primos e racionais.
é diferente de “Todo B é A”. (A) Os números primos não são racionais, já que não podemos
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é escrevê-los na forma de uma fração.
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”. (B) O único número primo e racional é o número 1.
(C) Todos os números primos também são racionais.
Forma simbólica dos quantificadores (D) Não existe número primo que seja par.
Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B).
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B). 2. PREFEITURA DE PAULÍNIA/SP - CARGOS DE NÍVEL FUNDA-
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B). MENTAL - FGV/2021
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B). Observe o exemplo seguinte.
O número 10 possui 4 divisores, pois os únicos números que
Exemplos: dividem 10 exatamente são: 1, 2, 5 e 10.
Todo cavalo é um animal. Logo, O número de divisores de 48 é
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo. (A) 6.
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal. (B) 7.
(C) Todo animal é cavalo. (C) 8.
(D) Nenhum animal é cavalo. (D) 9.
(E) 10.
Resolução:
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu- 3. PREFEITURA DE ITATIBA/SP - PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁ-
sões: SICA - AVANÇA SP/2020
– Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal. No que se refere aos Conjuntos Numéricos, julgue os itens a
– Se é cavalo, então é um animal. seguir e, ao final, assinale a alternativa correta:
Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça I – Reúnem diversos conjuntos cujos elementos são quase to-
de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma dos números.
de conclusão). II – São formados por números naturais, inteiros, racionais, ir-
Resposta: B racionais e reais.
III – O ramo da Matemática que estuda os conjuntos numéricos
é a Teoria dos Sistemas.
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
(A) Apenas o item I é verdadeiro. 8. PREFEITURA DE PIRACICABA/SP - PROFESSOR - VUNESP/2020
(B) Apenas o item II é verdadeiro. Do número total de candidatos inscritos em um processo
(C) Apenas o item III é verdadeiro. seletivo, apenas 30 não compareceram para a realização da prova.
(D) Apenas os itens I e III são verdadeiros. Se o número de candidatos que fizeram a prova representa 88%
(E) Todos os itens são verdadeiros. do total de inscritos, então o número de candidatos que realizaram
essa prova é
4. PREFEITURA DE ARAPONGAS/PR - FISCAL AMBIENTAL - FAFI- (A) 320.
PA/2020 (B) 300.
O conjunto dos números reais (ℝ) é formado pela união de ou- (C) 250.
tros conjuntos numéricos: naturais (ℕ), inteiros (ℤ), racionais (ℚ) e (D) 220.
irracionais. Das alternativas a seguir, qual representa um conjunto (E) 200.
de múltiplos de um número real e, ao mesmo tempo, um subcon-
junto dos números naturais? 9. PREFEITURA DE PIRACICABA/SP - PROFESSOR - VUNESP/2020
(A) {1, 5, 7, 9, 11, 13}. Uma escola tem aulas nos períodos matutino e vespertino.
(B) {−1, 5, −7, 9, −11, 13}. Nessa escola, estudam 400 alunos, sendo o número de alunos do
(C) {1, −5, 7, −9, 11, −13}. período vespertino igual a 2/3 do número de alunos do período
(D) {⋯ , 27, 36, 45, 54, 63, 72, ⋯ }. matutino. A razão entre o número de alunos do período vespertino
(E) {1, 5, 7, −9, −11, −13}. e o número total de alunos dessa escola é:
(A) 1/4
5. CRMV/AM - SERVIÇOS GERAIS – QUADRIX/2020 (B) 1/3
(C) 2/5
(D) 3/5
(E) 2/3

10. UEPA - TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR - FADESP/2020


Doze funcionários de um escritório de contabilidade trabalham
8 horas por dia, durante 25 dias, para atender a um certo número de
clientes. Se dois funcionários adoecem e precisam ser afastados por
tempo indeterminado, o total de dias que os funcionários restantes
levarão para atender ao mesmo número de pessoas, trabalhando 2
horas a mais por dia, no mesmo ritmo de trabalho, será de:
(A) 23 dias.
(B) 24 dias.
(C) 25 dias.
(D) 26 dias.

11. COMUR DE NOVO HAMBURGO/RS - AGENTE DE


A partir dos números escritos no quadro acima, julgue o item. ATENDIMENTO E VENDAS - FUNDATEC/2021 Qual o resultado da
Os números 13 e 17 são primos. equação de primeiro grau 2x - 7 = 28 - 5x?
( ) CERTO (A) 3.
( ) ERRADO (B) 5.
(C) 7.
6. PREFEITURA DE MINISTRO ANDREAZZA/RO - AGENTE ADMI- (D) -4,6.
NISTRATIVO - IBADE/2020 (E) Não é possível resolver essa equação.
Em uma determinada loja de departamentos, o fogão custava
R$ 400,00. Após negociação o vendedor aplicou um desconto de R$ 12. PREFEITURA DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON/PR -
25,00. O valor percentual de desconto foi de: ARQUITETO - INSTITUTO UNIFIL/2021
(A) 5,57% Considerando a equação do segundo grau {2x2 – 9x + 7 = 0},
(B) 8,75% assinale a alternativa que representa o resultado do produto das
(C) 12,15% raízes desta equação.
(D) 6,25% (A) 5,0
(E) 6,05% (B) 4,6
(C) 4,4
7. ALEPI - CONSULTOR LEGISLATIVO - COPESE - UFPI/2020 (D) 3,5
Marina comprou 30% de uma torta de frango e 80% de um bolo
em uma padaria. Após Marina deixar a padaria, Pedro comprou o 13. PREFEITURA DE VILA VELHA/ES - PROFESSOR - IBADE/2020
que sobrou da torta de frango por 14 reais e o que sobrou do bolo A cidade de Vila Velha é separada da capital, Vitória, pela Baía
por 6 reais, o valor que Marina pagou em reais é: de Vitória, mas unidas por pontes. A maior delas é a monumental,
(A) 28 Terceira Ponte, com 3,33 km de extensão, um cartão postal das duas
(B) 30 cidades.
(C) 32 O comprimento da ponte, em metros, corresponde a:
(D) 34 (A) 0,333
(E) 36 (B) 33,3
(C) 333
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MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
(D) 3.330
(E) 33.300

14. CREFONO - 1ª REGIÃO - AGENTE FISCAL - QUADRIX/2020


Com base nessa situação hipotética, julgue o item.
Supondo-se que um cachorro de pequeno porte precise de 600 mL de água por dia para se manter hidratado e que 1 g de água ocupe
o volume de 1 cm3, é correto afirmar que a quantidade de água necessária para um cachorro de pequeno porte se manter hidratado é
superior a meio quilo.
( ) CERTO
( ) ERRADO

15. AVAREPREV/SP - OFICIAL DE MANUTENÇÃO E SERVIÇOS - VUNESP/2020


A capacidade de uma caixa d´água é de 8,5 m³. Essa capacidade em litros é de:
(A) 8,5.
(B) 85.
(C) 850.
(D) 8500.

16. PREFEITURA DE JAGUARIÚNA/SP - DENTISTA - VUNESP/2021


O gráfico representa a distribuição da quantidade de pessoas que responderam “sim” a quatro perguntas apresentadas em uma
pesquisa.

Sabendo que o ângulo central do setor que representa a pergunta 4 mede 135º, é correto afirmar que o número de pessoas que
respondeu a essa pergunta foi:
(A) 70.
(B) 75.
(C) 80.
(D) 85.
(E) 90.

17. PREFEITURA DE SÃO ROQUE/SP - INSPETOR DE ALUNOS - VUNESP/2020


Uma faculdade realizará a Semana da Educação. Veja no gráfico as inscrições que foram realizadas para cada modalidade oferecida
na Semana da Educação.

As modalidades que tiveram menos e mais inscrições, respectivamente, foram


(A) Sarau e Palestra.
(B) Sarau e Apresentações de trabalho.
(C) Oficinas e Palestra.
(D) Oficinas e Minicursos.
(E) Minicursos e Apresentações de trabalho.
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MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO
18. (TJM/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU- 10 B
NESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a questão.
A tabela apresenta o número de acertos dos 600 candidatos 11 B
que realizaram a prova da segunda fase de um concurso, que conti- 12 D
nha 5 questões de múltipla escolha
13 D
NÚMERO DE ACERTOS NÚMERO DE CANDIDATOS 14 CERTO
5 204 15 D
4 132 16 E
3 96 17 D
2 78 18 B
1 66 19 D
0 24 20 B

A média de acertos por prova foi de


(A) 3,57. ANOTAÇÕES
(B) 3,43
(C) 3,32.
(D) 3,25. ______________________________________________________
(E) 3,19.
______________________________________________________
19. PREFEITURA DE TAUBATÉ/SP - ESCRITURÁRIO - VUNESP/2022
Um mestre de obras precisa de um pedaço de madeira cortada ______________________________________________________
em formato de triângulo retângulo, com o maior lado medindo 37
______________________________________________________
cm, e o menor lado medindo 12 cm. O perímetro desse pedaço de
madeira triangular deve ser de: ______________________________________________________
(A) 81 cm.
(B) 82 cm. ______________________________________________________
(C) 83 cm.
(D) 84 cm. ______________________________________________________
(E) 85 cm.
______________________________________________________
20. CÂMARA DE IPIRANGA DO NORTE/MT - ASSISTENTE
ADMINISTRATIVO - OBJETIVA/2022 ______________________________________________________
Um terreno retangular com comprimento de 16m e largura de ______________________________________________________
12m será dividido ao meio por uma de suas diagonais. Supondo-
se que será utilizado uma cerca para fazer essa divisão, ao todo, ______________________________________________________
quantos metros de cerca serão necessários?
(A) 18m ______________________________________________________
(B) 20m
(C) 22m ______________________________________________________
(D) 24m
______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 C
______________________________________________________
2 E
______________________________________________________
3 B
4 D ______________________________________________________
5 CERTO ______________________________________________________
6 D
______________________________________________________
7 B
8 D ______________________________________________________

9 C _____________________________________________________

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MATEMÁTICA/RACIOCÍNIO LÓGICO

ANOTAÇÕES

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CONHECIMENTOS
LÍNGUA PORTUGUESA
ESPECÍFICOS
Agente Administrativo
c. Serviço público: resume-se em toda atividade que a Admi-
ROTINA ADMINISTRATIVA: CONHECIMENTOS BÁSICOS nistração Pública executa, de forma direta ou indireta, para satis-
DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PRINCÍPIOS CONSTITU- fazer os anseios e as necessidades coletivas do povo, sob o regime
CIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; PRINCÍPIOS jurídico e com predominância pública. O serviço público também
EXPLÍCITOS E IMPLÍCITOS regula a atividade permanente de edição de atos normativos e con-
cretos sobre atividades públicas e privadas, de forma implementati-
va de políticas de governo.
Administração pública
A finalidade de todas essas funções é executar as políticas de
Conceito governo e desempenhar a função administrativa em favor do in-
Administração Pública em sentido geral e objetivo, é a ativida- teresse público, dentre outros atributos essenciais ao bom anda-
de que o Estado pratica sob regime público, para a realização dos mento da Administração Pública como um todo com o incentivo das
interesses coletivos, por intermédio das pessoas jurídicas, órgãos e atividades privadas de interesse social, visando sempre o interesse
agentes públicos. público.
A Administração Pública pode ser definida em sentido amplo e A Administração Pública também possui elementos que a com-
estrito, além disso, é conceituada por Di Pietro (2009, p. 57), como põe, são eles: as pessoas jurídicas de direito público e de direito
“a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob re- privado por delegação, órgãos e agentes públicos que exercem a
gime jurídico total ou parcialmente público, para a consecução dos função administrativa estatal.
interesses coletivos”.
Nos dizeres de Di Pietro (2009, p. 54), em sentido amplo, a — Observação importante:
Administração Pública é subdividida em órgãos governamentais e Pessoas jurídicas de direito público são entidades estatais aco-
órgãos administrativos, o que a destaca em seu sentido subjetivo, pladas ao Estado, exercendo finalidades de interesse imediato da
sendo ainda subdividida pela sua função política e administrativa coletividade. Em se tratando do direito público externo, possuem
em sentido objetivo. a personalidade jurídica de direito público cometida à diversas na-
Já em sentido estrito, a Administração Pública se subdivide em ções estrangeiras, como à Santa Sé, bem como a organismos inter-
órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos que praticam funções nacionais como a ONU, OEA, UNESCO.(art. 42 do CC).
administrativas em sentido subjetivo, sendo subdividida também No direito público interno encontra-se, no âmbito da adminis-
na atividade exercida por esses entes em sentido objetivo. tração direta, que cuida-se da Nação brasileira: União, Estados, Dis-
Em suma, temos: trito Federal, Territórios e Municípios (art. 41, incs. I, II e III, do CC).
No âmbito do direito público interno encontram-se, no campo
SENTIDO Sentido amplo {órgãos governamentais e órgãos da administração indireta, as autarquias e associações públicas (art.
SUBJETIVO administrativos}. 41, inc. IV, do CC). Posto que as associações públicas, pessoas jurídi-
cas de direito público interno dispostas no inc. IV do art. 41 do CC,
SENTIDO Sentido estrito {pessoas jurídicas, órgãos e
pela Lei n.º 11.107/2005,7 foram sancionadas para auxiliar ao con-
SUBJETIVO agentes públicos}.
sórcio público a ser firmado entre entes públicos (União, Estados,
SENTIDO Sentido amplo {função política e Municípios e Distrito Federal).
OBJETIVO administrativa}.
SENTIDO Sentido estrito {atividade exercida por esses Princípios da administração pública
OBJETIVO entes}. De acordo com o administrativista Alexandre Mazza (2017),
princípios são regras condensadoras dos valores fundamentais de
Existem funções na Administração Pública que são exercidas um sistema. Sua função é informar e materializar o ordenamento
pelas pessoas jurídicas, órgãos e agentes da Administração que são jurídico bem como o modo de atuação dos aplicadores e intérpre-
subdivididas em três grupos: fomento, polícia administrativa e ser- tes do direito, sendo que a atribuição de informar decorre do fato
viço público. de que os princípios possuem um núcleo de valor essencial da or-
Para melhor compreensão e conhecimento, detalharemos cada dem jurídica, ao passo que a atribuição de enformar é denotada
uma das funções. Vejamos: pelos contornos que conferem à determinada seara jurídica.
a. Fomento: É a atividade administrativa incentivadora do de- Desta forma, o administrativista atribui dupla aplicabilidade
senvolvimento dos entes e pessoas que exercem funções de utilida- aos princípios da função hermenêutica e da função integrativa.
de ou de interesse público. Referente à função hermenêutica, os princípios são amplamen-
b. Polícia administrativa: É a atividade de polícia administrati- te responsáveis por explicitar o conteúdo dos demais parâmetros
va. São os atos da Administração que limitam interesses individuais legais, isso se os mesmos se apresentarem obscuros no ato de tute-
em prol do interesse coletivo. la dos casos concretos. Por meio da função integrativa, por sua vez,

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solução para
para oo seu
seu concurso!
concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
os princípios cumprem a tarefa de suprir eventuais lacunas legais b) Em relação à sua própria atuação, administrador deve exe-
observadas em matérias específicas ou diante das particularidades cutar atos de forma impessoal, como dispõe e exige o parágrafo
que permeiam a aplicação das normas aos casos existentes. primeiro do art. 37 da CF/88 ao afirmar que: ‘‘A publicidade dos
Os princípios colocam em prática as função hermenêuticas e in- atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
tegrativas, bem como cumprem o papel de esboçar os dispositivos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social,
legais disseminados que compõe a seara do Direito Administrativo, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que carac-
dando-lhe unicidade e coerência. terizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.’’
Além disso, os princípios do Direito Administrativo podem ser – Princípio da Moralidade: Dispõe que a atuação administrati-
expressos e positivados escritos na lei, ou ainda, implícitos, não po- va deve ser totalmente pautada nos princípios da ética, honestida-
sitivados e não escritos na lei de forma expressa. de, probidade e boa-fé. Esse princípio está conexo à não corrupção
na Administração Pública.
— Observação importante:
Não existe hierarquia entre os princípios expressos e implíci- O princípio da moralidade exige que o administrador tenha
tos. Comprova tal afirmação, o fato de que os dois princípios que conduta pautada de acordo com a ética, com o bom senso, bons
dão forma o Regime Jurídico Administrativo, são meramente im- costumes e com a honestidade. O ato administrativo terá que obe-
plícitos. decer a Lei, bem como a ética da própria instituição em que o agen-
Regime Jurídico Administrativo: é composto por todos os prin- te atua. Entretanto, não é suficiente que o ato seja praticado apenas
cípios e demais dispositivos legais que formam o Direito Adminis- nos parâmetros da Lei, devendo, ainda, obedecer à moralidade.
trativo. As diretrizes desse regime são lançadas por dois princípios – Princípio da Publicidade: Trata-se de um mecanismo de con-
centrais, ou supraprincípios que são a Supremacia do Interesse Pú- trole dos atos administrativos por meio da sociedade. A publicidade
blico e a Indisponibilidade do Interesse Público. está associada à prestação de satisfação e informação da atuação
pública aos administrados. Via de regra é que a atuação da Admi-
nistração seja pública, tornando assim, possível o controle da socie-
Conclama a necessidade da
SUPREMACIA DO dade sobre os seus atos.
sobreposição dos interesses da
INTERESSE PÚBLICO
coletividade sobre os individuais.
Ocorre que, no entanto, o princípio em estudo não é abso-
Sua principal função é orientar a luto. Isso ocorre pelo fato deste acabar por admitir exceções pre-
INDISPONIBILIDADE
atuação dos agentes públicos para vistas em lei. Assim, em situações nas quais, por exemplo, devam
DO INTERESSE
que atuem em nome e em prol dos ser preservadas a segurança nacional, relevante interesse coletivo e
PÚBLICO
interesses da Administração Pública. intimidade, honra e vida privada, o princípio da publicidade deverá
ser afastado.
Ademais, tendo o agente público usufruído das prerrogativas Sendo a publicidade requisito de eficácia dos atos administra-
de atuação conferidas pela supremacia do interesse público, a in- tivos que se voltam para a sociedade, pondera-se que os mesmos
disponibilidade do interesse público, com o fito de impedir que tais não poderão produzir efeitos enquanto não forem publicados.
prerrogativas sejam utilizadas para a consecução de interesses pri- – Princípio da Eficiência: A atividade administrativa deverá ser
vados, termina por colocar limitações aos agentes públicos no cam- exercida com presteza, perfeição, rendimento, qualidade e econo-
po de sua atuação, como por exemplo, a necessidade de aprovação micidade. Anteriormente era um princípio implícito, porém, hodier-
em concurso público para o provimento dos cargos públicos. namente, foi acrescentado, de forma expressa, na CFB/88, com a
EC n. 19/1998.
Princípios Administrativos
Nos parâmetros do art. 37, caput da Constituição Federal, a Ad- São decorrentes do princípio da eficiência:
ministração Pública deverá obedecer aos princípios da Legalidade, a. A possibilidade de ampliação da autonomia gerencial, orça-
Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. mentária e financeira de órgãos, bem como de entidades adminis-
trativas, desde que haja a celebração de contrato de gestão.
Vejamos: b. A real exigência de avaliação por meio de comissão especial
– Princípio da Legalidade: Esse princípio no Direito Administra- para a aquisição da estabilidade do servidor Efetivo, nos termos do
tivo, apresenta um significado diverso do que apresenta no Direito art. 41, § 4º da CFB/88.
Privado. No Direito Privado, toda e qualquer conduta do indivíduo
que não esteja proibida em lei e que não esteja contrária à lei, é Princípios Implícitos
considerada legal. O termo legalidade para o Direito Administrati-
vo, significa subordinação à lei, o que faz com que o administrador Princípio da Supremacia Do Interesse Público
deva atuar somente no instante e da forma que a lei permitir. Este princípio consiste na sobreposição do interesse público
— Observação importante: O princípio da legalidade considera em face do interesse particular. Havendo conflito entre o interesse
a lei em sentido amplo. Nesse diapasão, compreende-se como lei, público e o interesse particular, aquele prevalecerá.
toda e qualquer espécie normativa expressamente disposta pelo Podemos conceituar interesse público como o somatório dos
art. 59 da Constituição Federal. interesses individuais desde que represente o interesse majoritário,
ou seja, a vontade da maioria da sociedade, resultando em vontade
– Princípio da Impessoalidade: Deve ser analisado sob duas coletiva.
óticas: Este princípio é um dos dois pilares do denominado regime
a) Sob a ótica da atuação da Administração Pública em relação jurídico-administrativo, fundamentando a existência das prerroga-
aos administrados: Em sua atuação, deve o administrador pautar tivas e dos poderes especiais conferidos à Administração Pública
na não discriminação e na não concessão de privilégios àqueles que para que esta esteja apta a atingir os fins que lhe são impostos pela
o ato atingirá. Sua atuação deverá estar baseada na neutralidade e Constituição e pelas leis.
na objetividade.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O princípio da Supremacia do Interesse Público não está ex- a) com a anulação de atos ilegais e contrários ao ordenamento
presso em nosso ordenamento jurídico. Nenhum artigo de lei fala, jurídico, e
dele, porém tal princípio encontra-se em diversos institutos do Di- b) a revogação de atos em confronto com os interesses da Ad-
reito Administrativo. Vejamos alguns exemplos práticos: ministração, cuja manutenção se afigura inoportuna e inconvenien-
- a nossa Constituição garante o direito à propriedade (art. 5º, te.
XXII), mas com base no princípio da Supremacia do Interesse Públi-
co, a Administração pode, por exemplo, desapropriar uma proprie- No entanto, essa autotutela apresenta algumas limitações ob-
dade, requisitá-la ou promover o seu tombamento, suprimindo ou jetivas e subjetivas, decorrentes do princípio da segurança jurídica.
restringindo o direito à propriedade. Importante destacar a Súmula no 473 do STF: “A administração
- a Administração e o particular podem celebrar contratos ad- pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
ministrativos, mas esses contratos preveem uma série de cláusulas tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-
exorbitantes que possibilitam a Administração, por exemplo, modi- -los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
ficar ou rescindir unilateralmente tal contrato. direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
- o poder de polícia administrativa que confere à Administração judicial”.
Pública a possibilidade, por exemplo, de determinar a proibição de
venda de bebida alcoólica a partir de determinada hora da noite Princípio da Igualdade
com o objetivo de diminuir a violência. Também conhecido como Princípio da Isonomia, considera que
a Administração Pública deve se preocupar em tratar igualmente
Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público as partes no processo administrativo, sem que haja discriminações
Este princípio é o segundo pilar do regime jurídico-administra- não permitidas.
tivo, funcionando como contrapeso ao princípio da Supremacia do O objetivo é tratar o administrado com urbanidade, com equi-
Interesse Público. dade, com congruência.
Ao mesmo tempo em que a Administração tem prerrogativas No processo administrativo, busca-se uma decisão legal e justa,
e poderes exorbitantes para atingir seus fins determinados em lei, pois se deve tratar igualmente os iguais e desigualmente os desi-
ela sofre restrições, limitações que não existem para o particular. guais, na exata medida de suas desigualdades.
Essas limitações decorrem do fato de que a Administração Pública
não é proprietária da coisa pública, não é proprietária do interesse Princípio da Razoabilidade e Equidade
público, mas sim, mera gestora de bens e interesses alheios que O princípio da razoabilidade visa estruturar a aplicação de ou-
pertencem ao povo. tras normas, princípios ou regras, de modo que sejam aplicadas de
Em decorrência deste princípio, a Administração somente pode forma razoável e justa. Consiste em agir com bom senso, modera-
atuar pautada em lei. A Administração somente poderá agir quando ção e ter atitudes coerentes. Deve ser levada em conta a proporcio-
houver lei autorizando ou determinando a sua atuação. A atuação nalidade entre os meios empregados e a finalidade a ser alcançada
da Administração deve, então, atender o estabelecido em lei, único e, também, as circunstâncias que envolvem a prática do ato.
instrumento capaz de retratar o que seja interesse público.
Princípio da Finalidade
Princípio da Segurança Jurídica A Administração Pública deve satisfazer a pretensão do interes-
A Segurança Jurídica garante aos cidadãos os seus direitos na- se público, caso não seja satisfeita a vontade, leva-se à invalidade
turais, como por exemplo, direito à liberdade, à vida, à propriedade, do ato praticado pelo administrador.
entre outro. A finalidade da atuação da Administração situa-se no atendi-
Em sentido amplo ela refere-se ao sentido geral de garantia, mento do interesse público e o desvirtuamento dessa finalidade
proteção, estabilidade de situação ou pessoa em vários campos. suscita o vício do desvio de poder ou desvio de finalidade.
Em sentido amplo está ligada à garantia real de direitos que
possuem amparo na Constituição Federal, como por exemplo os Princípio da Probidade
que são reconhecidos pelo artigo 5º, do citado diploma legal. Consiste na honradez, caráter íntegro, honestidade e lealdade.
Em sentido estrito, a segurança jurídica assume o sentido de Configura a retidão no agir, permitindo uma atuação na administra-
garantia de estabilidade e de certeza dos negócios jurídicos, admite ção de boa qualidade. .
que as pessoas saibam previamente que, uma vez envolvidas em
certa relação jurídica, está se mantém estável, mesmo se alterar a Princípio da Motivação
base legal sob a qual se institui. A motivação é um dos critérios entre a discricionariedade e a
Não permite que os envolvidos sofram alterações em razão de arbitrariedade, levando-se a conclusão de que o que não é motiva-
constante mudança legislativa. É mais voltada ao aspecto formal, do é arbitrário.
típico do Estado de Direito Liberal e característico dos sistemas jurí- Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello1 nos seguintes ter-
dicos positivados, reconhecendo o momento exato em que uma lei mos:
entra em vigor e quando pode ser revogado. “Dito princípio implica para a Administração o dever de justifi-
car seus atos, apontando-lhes os fundamentos de direito e de fato,
Princípio da autotutela assim como a correlação lógica entre os eventos e situações que
A autotutela permite que o Poder Público anule ou revogue deu por existentes e a providência tomada, nos casos em que este
seus atos administrativos, quando forem inconvenientes com a lei. último aclaramento seja necessário para aferir-se a consonância da
Para tanto, não será necessária a intervenção do Poder Judiciário. conduta administrativa com a lei que lhe serviu de arrimo”.
Impõe-se a Administração Pública o zelo pela regularidade de
sua atuação (dever de vigilância), ainda que para tanto não tenha
sido provocada.
A autotutela pressupõe a prática de controle interno pela Ad-
1 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio, Curso de Direito Administrativo, 29ºEdi-
ministração Pública e se dá em dois momentos:
ção, 2012.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Por meio da motivação a autoridade administrativa deve de- Ocorre a desconcentração administrativa tanto na administra-
monstrar as razões que permitiram tomar determinada decisão. ção direta como na administração indireta de todos os entes fede-
Sem a explicitação dos motivos impossibilita verificar a correção do rativos do Estado. Pode-se citar a título de exemplo de desconcen-
que foi decidido impossibilitando seu controle. tração administrativa no âmbito da Administração Direta da União,
A falta de motivação no ato discricionário é o que permite a os vários ministérios e a Casa Civil da Presidência da República; em
ocorrência de desvio de poder e até mesmo de abuso, devido a im- âmbito estadual, o Ministério Público e as secretarias estaduais,
possibilidade de controle judicial, pois como dito anteriormente, a dentre outros; no âmbito municipal, as secretarias municipais e
motivação é o que permite aferir a intenção do agente. as câmaras municipais; na administração indireta federal, as várias
agências do Banco do Brasil que são sociedade de economia mista,
Princípio da Continuidade do Serviço Público ou do INSS com localização em todos os Estados da Federação.
Visa a manutenção dos serviços básicos e essências prestados Ocorre que a desconcentração enseja a existência de vários
pela Administração Pública aos cidadãos, com o objetivo de não órgãos, sejam eles órgãos da Administração Direta ou das pessoas
prejudicar o atendimento à população uma vez que os serviços es- jurídicas da Administração Indireta, e devido ao fato desses órgãos
senciais não podem ser interrompidos. estarem dispostos de forma interna, segundo uma relação de su-
Ribeiro Bastos2 (in), é um dos doutrinadores que defende a não bordinação de hierarquia, entende-se que a desconcentração admi-
interrupção do serviço público essencial: nistrativa está diretamente relacionada ao princípio da hierarquia.
“O serviço público deve ser prestado de maneira continua, Registra-se que na descentralização administrativa, ao invés
o que significa dizer que não é passível de interrupção. Isto ocor- de executar suas atividades administrativas por si mesmo, o Estado
re pela própria importância de que o serviço público se reveste, o transfere a execução dessas atividades para particulares e, ainda a
que implica ser colocado à disposição do usuário com qualidade e outras pessoas jurídicas, de direito público ou privado.
regularidade, assim como com eficiência e oportunidade”... “Essa Explicita-se que, mesmo que o ente que se encontre distribuin-
continuidade afigura-se em alguns casos de maneira absoluta, quer do suas atribuições e detenha controle sobre as atividades ou ser-
dizer, sem qualquer abrandamento, como ocorre com serviços que viços transferidos, não existe relação de hierarquia entre a pessoa
atendem necessidades permanentes, como é o caso de fornecimen- que transfere e a que acolhe as atribuições.
to de água, gás, eletricidade. Diante, pois, da recusa de um serviço
público, ou do seu fornecimento, ou mesmo da cessação indevida Criação, extinção e capacidade processual dos órgãos públicos
deste, pode o usuário utilizar-se das ações judiciais cabíveis, até as Os arts. 48, XI e 61, § 1º da CFB/1988 dispõem que a criação
de rito mais célere, como o mandado de segurança e a própria ação e a extinção de órgãos da administração pública dependem de lei
cominatória”.
de iniciativa privativa do chefe do Executivo a quem compete, de
forma privada, e por meio de decreto, dispor sobre a organização
Administração direta e indireta
e funcionamento desses órgãos públicos, quando não ensejar au-
A princípio, infere-se que Administração Direta é correspon-
mento de despesas nem criação ou extinção de órgãos públicos
dente aos órgãos que compõem a estrutura das pessoas federativas
(art. 84, VI, b, CF/1988). Desta forma, para que haja a criação e ex-
que executam a atividade administrativa de maneira centralizada. O
tinção de órgãos, existe a necessidade de lei, no entanto, para dis-
vocábulo “Administração Direta” possui sentido abrangente vindo a
por sobre a organização e o funcionamento, denota-se que poderá
compreender todos os órgãos e agentes dos entes federados, tanto
ser utilizado ato normativo inferior à lei, que se trata do decreto.
os que fazem parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do
Poder Judiciário, que são os responsáveis por praticar a atividade Caso o Poder Executivo Federal desejar criar um Ministério a mais,
administrativa de maneira centralizada. o presidente da República deverá encaminhar projeto de lei ao Con-
Já a Administração Indireta, é equivalente às pessoas jurídicas gresso Nacional. Porém, caso esse órgão seja criado, sua estrutu-
criadas pelos entes federados, que possuem ligação com as Admi- ração interna deverá ser feita por decreto. Na realidade, todos os
nistrações Diretas, cujo fulcro é praticar a função administrativa de regimentos internos dos ministérios são realizados por intermédio
maneira descentralizada. de decreto, pelo fato de tal ato se tratar de organização interna do
Tendo o Estado a convicção de que atividades podem ser exer- órgão. Vejamos:
cidas de forma mais eficaz por entidade autônoma e com persona-
lidade jurídica própria, o Estado transfere tais atribuições a particu- ÓRGÃO — é criado por meio de lei.
lares e, ainda pode criar outras pessoas jurídicas, de direito público ORGANIZAÇÃO INTERNA — pode ser feita por DECRETO, des-
ou de direito privado para esta finalidade. Optando pela segunda de que não provoque aumento de despesas, bem como a criação
opção, as novas entidades passarão a compor a Administração Indi- ou a extinção de outros órgãos.
reta do ente que as criou e, por possuírem como destino a execução ÓRGÃOS DE CONTROLE — Trata-se dos prepostos a fiscalizar e
especializado de certas atividades, são consideradas como sendo controlar a atividade de outros órgãos e agentes”. Exemplo: Tribu-
manifestação da descentralização por serviço, funcional ou técnica, nal de Contas da União.
de modo geral.
Pessoas administrativas
Desconcentração e Descentralização Explicita-se que as entidades administrativas são a própria Ad-
Consiste a desconcentração administrativa na distribuição in- ministração Indireta, composta de forma taxativa pelas autarquias,
terna de competências, na esfera da mesma pessoa jurídica. Assim fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
sendo, na desconcentração administrativa, o trabalho é distribuído mista.
entre os órgãos que integram a mesma instituição, fato que ocorre De forma contrária às pessoas políticas, tais entidades, nao são
de forma diferente na descentralização administrativa, que impõe reguladas pelo Direito Administrativo, não detendo poder político
a distribuição de competência para outra pessoa, física ou jurídica. e encontram-se vinculadas à entidade política que as criou. Não
existe hierarquia entre as entidades da Administração Pública in-
direta e os entes federativos que as criou. Ocorre, nesse sentido,
2 Bastos, Celso Ribeiro, Curso de direito administrativo, 2. ed. – São Paulo: Sarai- uma vinculação administrativa em tais situações, de maneira que os
va, 1996, p. 165.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
entes federativos somente conseguem manter-se no controle se as Ressalta-se que ao passo que as empresas estatais explorado-
entidades da Administração Indireta estiverem desempenhando as ras de atividade econômica estão sob a égide, no plano constitu-
funções para as quais foram criadas de forma correta. cional, pelo art. 173, sendo que a sua atividade se encontra regida
pelo direito privado de maneira prioritária, as empresas estatais
Pessoas políticas prestadoras de serviço público são reguladas, pelo mesmo diploma
As pessoas políticas são os entes federativos previstos na Cons- legal, pelo art. 175, de maneira que sua atividade é regida de forma
tituição Federal. São eles a União, os Estados, o Distrito Federal e os exclusiva e prioritária pelo direito público.
Municípios. Denota-se que tais pessoas ou entes, são regidos pelo
Direito Constitucional, vindo a deter uma parcela do poder político. Observação importante: todas as empresas estatais, sejam
Por esse motivo, afirma-se que tais entes são autônomos, vindo a prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade eco-
se organizar de forma particular para alcançar as finalidades aven- nômica, possuem personalidade jurídica de direito privado.
çadas na Constituição Federal.
Assim sendo, não se confunde autonomia com soberania, pois, O que diferencia as empresas estatais exploradoras de ativida-
ao passo que a autonomia consiste na possibilidade de cada um dos de econômica das empresas estatais prestadoras de serviço público
entes federativos organizar-se de forma interna, elaborando suas leis é a atividade que exercem. Assim, sendo ela prestadora de serviço
e exercendo as competências que a eles são determinadas pela Cons- público, a atividade desempenhada é regida pelo direito público,
nos ditames do artigo 175 da Constituição Federal que determina
tituição Federal, a soberania nada mais é do que uma característica
que “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou
que se encontra presente somente no âmbito da República Federati-
sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação,
va do Brasil, que é formada pelos referidos entes federativos.
a prestação de serviços públicos.” Já se for exploradora de atividade
econômica, como maneira de evitar que o princípio da livre con-
Autarquias
corrência reste-se prejudicado, as referidas atividades deverão ser
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno,
reguladas pelo direito privado, nos ditames do artigo 173 da Consti-
criadas por lei específica para a execução de atividades especiais e
tuição Federal, que assim determina:
típicas da Administração Pública como um todo. Com as autarquias, Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a
a impressão que se tem, é a de que o Estado veio a descentralizar exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será per-
determinadas atividades para entidades eivadas de maior especia- mitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
lização. ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A
As autarquias são especializadas em sua área de atuação, dan- lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da socieda-
do a ideia de que os serviços por elas prestados são feitos de forma de de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade
mais eficaz e venham com isso, a atingir de maneira contundente a econômica de produção ou comercialização de bens ou de presta-
sua finalidade, que é o bem comum da coletividade como um todo. ção de serviços, dispondo sobre:
Por esse motivo, aduz-se que as autarquias são um serviço público I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela
descentralizado. Assim, devido ao fato de prestarem esse serviço sociedade;
público especializado, as autarquias acabam por se assemelhar em II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas priva-
tudo o que lhes é possível, ao entidade estatal a que estiverem ser- das, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, tra-
vindo. Assim sendo, as autarquias se encontram sujeitas ao mesmo balhistas e tributários;
regime jurídico que o Estado. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alie-
as autarquias são uma “longa manus” do Estado, ou seja, são exe- nações, observados os princípios da Administração Pública;
cutoras de ordens determinadas pelo respectivo ente da Federação IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de Admi-
a que estão vinculadas. nistração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
As autarquias são criadas por lei específica, que de forma obri- V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabili-
gacional deverá ser de iniciativa do Chefe do Poder Executivo do dade dos administradores
ente federativo a que estiver vinculada. Explicita-se também que
a função administrativa, mesmo que esteja sendo exercida tipica- Vejamos em síntese, algumas características em comum das
mente pelo Poder Executivo, pode vir a ser desempenhada, em re- empresas públicas e das sociedades de economia mista:
gime totalmente atípico pelos demais Poderes da República. Em tais • Devem realizar concurso público para admissão de seus em-
situações, infere-se que é possível que sejam criadas autarquias no pregados;
âmbito do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, oportunidade na • Não estão alcançadas pela exigência de obedecer ao teto
qual a iniciativa para a lei destinada à sua criação, deverá, obriga- constitucional;
toriamente, segundo os parâmetros legais, ser feita pelo respectivo • Estão sujeitas ao controle efetuado pelos Tribunais de Contas,
Poder. bem como ao controle do Poder Legislativo;
• Não estão sujeitas à falência;
Empresas Públicas • Devem obedecer às normas de licitação e contrato adminis-
trativo no que se refere às suas atividades-meio;
Sociedades de Economia Mista • Devem obedecer à vedação à acumulação de cargos prevista
São a parte da Administração Indireta mais voltada para o di- constitucionalmente;
reito privado, sendo também chamadas pela maioria doutrinária de • Não podem exigir aprovação prévia, por parte do Poder Legis-
empresas estatais. lativo, para nomeação ou exoneração de seus diretores.
Tanto a empresas públicas, quanto as sociedades de economia
mista, no que se refere à sua área de atuação, podem ser divididas Fundações e outras entidades privadas delegatárias
entre prestadoras diversas de serviço público e plenamente atuan- Identifica-se no processo de criação das fundações privadas,
tes na atividade econômica de modo geral. Assim sendo, obtemos duas características que se encontram presentes de forma contun-
dois tipos de empresas públicas e dois tipos de sociedades de eco- dente, sendo elas a doação patrimonial por parte de um instituidor
nomia mista. e a impossibilidade de terem finalidade lucrativa.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O Decreto 200/1967 e a Constituição Federal Brasileira de 1988 Organizações da sociedade civil de interesse público
conceituam Fundação Pública como sendo um ente de direito pre- São conceituadas como pessoas jurídicas de direito privado,
dominantemente de direito privado, sendo que a Constituição Fe- sem fins lucrativos, nas quais os objetivos sociais e normas estatu-
deral dá à Fundação o mesmo tratamento oferecido às Sociedades tárias devem obedecer aos requisitos determinados pelo art. 3º da
de Economia Mista e às Empresas Públicas, que permite autoriza- Lei n. 9.790/1999. Denota-se que a qualificação é de competência
ção da criação, por lei e não a criação direta por lei, como no caso do Ministério da Justiça e o seu âmbito de atuação é parecido com
das autarquias. o da OS, entretanto, é mais amplo. Vejamos:
Entretanto, a doutrina majoritária e o STF aduzem que a Fun- Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em
dação Pública poderá ser criada de forma direta por meio de lei qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no res-
específica, adquirindo, desta forma, personalidade jurídica de direi- pectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferi-
to público, vindo a criar uma Autarquia Fundacional ou Fundação da às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos
Autárquica. objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
I – promoção da assistência social;
Observação importante: a autarquia é definida como serviço II – promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio
personificado, ao passo que uma autarquia fundacional é conceitu- histórico e artístico;
ada como sendo um patrimônio de forma personificada destinado III – promoção gratuita da educação, observando-se a forma
a uma finalidade específica de interesse social. complementar de participação das organizações de que trata esta
Lei;
Vejamos como o Código Civil determina: IV – promoção gratuita da saúde, observando-se a forma com-
Art. 41 - São pessoas jurídicas de direito público interno:(...) plementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; V – promoção da segurança alimentar e nutricional;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e
promoção do desenvolvimento sustentável; VII – promoção do vo-
No condizente à Constituição, denota-se que esta não faz dis- luntariado;
tinção entre as Fundações de direito público ou de direito privado. VIII – promoção do desenvolvimento econômico e social e com-
O termo Fundação Pública é utilizado para diferenciar as fundações bate à pobreza;
da iniciativa privada, sem que haja qualquer tipo de ligação com a IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos sociopro-
Administração Pública. dutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego
No entanto, determinadas distinções poderão ser feitas, como e crédito;
por exemplo, a imunidade tributária recíproca que é destinada so- X – promoção de direitos estabelecidos, construção de novos
mente às entidades de direito público como um todo. Registra-se direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
que o foro de ambas é na Justiça Federal. XI – promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos hu-
manos, da democracia e de outros valores universais;
Delegação Social XII – estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias al-
ternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos
Organizações sociais técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas
As organizações sociais são entidades privadas que recebem neste artigo.
o atributo de Organização Social. Várias são as entidades criadas A lei das Oscips apresenta um rol de entidades que não podem
por particulares sob a forma de associação ou fundação que de- receber a qualificação. Vejamos:
sempenham atividades de interesse público sem fins lucrativos. Ao Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações
passo que algumas existem e conseguem se manter sem nenhuma da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de
ligação com o Estado, existem outras que buscam se aproximar do qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
Estado com o fito de receber verbas públicas ou bens públicos com I – as sociedades comerciais;
o objetivo de continuarem a desempenhar sua atividade social. Nos II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação
parâmetros da Lei 9.637/1998, o Poder Executivo Federal poderá de categoria profissional;
constituir como Organizações Sociais pessoas jurídicas de direito III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação
privado, que não sejam de fins lucrativos, cujas atividades sejam de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tec- IV – as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
nológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à fundações;
saúde, atendidos os requisitos da lei. Ressalte-se que as entidades V – as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar
privadas que vierem a atuar nessas áreas poderão receber a quali- bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
ficação de OSs. VI – as entidades e empresas que comercializam planos de saú-
Lembremos que a Lei 9.637/1998 teve como fulcro transferir os de e assemelhados;
serviços que não são exclusivos do Estado para o setor privado, por VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas
intermédio da absorção de órgãos públicos, vindo a substituí-los mantenedoras;
por entidades privadas. Tal fenômeno é conhecido como publiciza- VIII – as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gra-
ção. Com a publicização, quando um órgão público é extinto, logo, tuito e suas mantenedoras;
outra entidade de direito privado o substitui no serviço anterior- IX – as Organizações Sociais;
mente prestado. Denota-se que o vínculo com o poder público para X – as cooperativas;
que seja feita a qualificação da entidade como organização social é
estabelecido com a celebração de contrato de gestão. Outrossim, as Por fim, registre-se que o vínculo de união entre a entidade
Organizações Sociais podem receber recursos orçamentários, utili- e o Estado é denominado termo de parceria e que para a qualifi-
zação de bens públicos e servidores públicos. cação de uma entidade como Oscip, é exigido que esta tenha sido
constituída e se encontre em funcionamento regular há, pelo me-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
nos, três anos nos termos do art. 1º, com redação dada pela Lei n. Convém mencionar que, como as entidades do Terceiro Setor
13.019/2014. O Tribunal de Contas da União tem entendido que são constituídas sob a forma de pessoa jurídica de direito privado,
o vínculo firmado pelo termo de parceria por órgãos ou entidades seu regime jurídico, normalmente, via regra geral, é de direito pri-
da Administração Pública com Organizações da Sociedade Civil de vado. Acontece que pelo fato de estas gozarem normalmente de
Interesse Público não é demandante de processo de licitação. De algum incentivo do setor público, também podem lhes ser aplicá-
acordo com o que preceitua o art. 23 do Decreto n. 3.100/1999, veis algumas normas de direito público. Esse é o motivo pelo qual a
deverá haver a realização de concurso de projetos pelo órgão es- conceituada professora afirma que o regime jurídico aplicado às en-
tatal interessado em construir parceria com Oscips para que venha tidades que integram o Terceiro Setor é de direito privado, podendo
a obter bens e serviços para a realização de atividades, eventos, ser modificado de maneira parcial por normas de direito público.
consultorias, cooperação técnica e assessoria.
Serviços sociais autônomos
Entidades de utilidade pública São pessoas jurídicas de direito privado, criados por intermé-
O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado trouxe em dio de autorização legislativa. Tratam-se de entes paraestatais de
seu bojo, dentre várias diretrizes, a publicização dos serviços esta- cooperação com o Poder Público, possuindo administração e patri-
tais não exclusivos, ou seja, a transferência destes serviços para o mônio próprios.
setor público não estatal, o denominado Terceiro Setor. Para ficar mais fácil de compreender, basta pensar no sistema
Podemos incluir entre as entidades que compõem o Terceiro “S”, cujo o qual resulta do fato destas entidades ligarem-se à es-
Setor, aquelas que são declaradas como sendo de utilidade pública, trutura sindical e terem sua denominação iniciada com a letra “S”
os serviços sociais autônomos, como SESI, SESC, SENAI, por exem- – SERVIÇO.
plo, as organizações sociais (OS) e as organizações da sociedade civil Integram o Sistema “S:” SESI, SESC, SENAC, SEST, SENAI, SENAR
de interesse público (OSCIP). e SEBRAE.
É importante explicitar que o crescimento do terceiro setor Estas entidades visam ministrar assistência ou ensino a algu-
está diretamente ligado à aplicação do princípio da subsidiarieda- mas categorias sociais ou grupos profissionais, sem fins lucrativos.
de na esfera da Administração Pública. Por meio do princípio da São mantidas por dotações orçamentárias e até mesmo por contri-
subsidiariedade, cabe de forma primária aos indivíduos e às orga- buições parafiscais.
nizações civis o atendimento dos interesses individuais e coletivos. Ainda que sejam oficializadas pelo Estado, não são partes inte-
Assim sendo, o Estado atua apenas de forma subsidiária nas de- grantes da Administração direta ou indireta, porém trabalham ao
mandas que, devido à sua própria natureza e complexidade, não lado do Estado, seja cooperando com os diversos setores as ativida-
puderam ser atendidas de maneira primária pela sociedade. Dessa des e serviços que lhes são repassados.
maneira, o limite de ação do Estado se encontraria na autossufici-
ência da sociedade. Entidades de Apoio
Em relação ao Terceiro Setor, o Plano Diretor do Aparelho do As entidades de apoio fazem parte do Terceiro Setor e são pes-
Estado previa de forma explícita a publicização de serviços públicos soas jurídicas de direito privado, criados por servidores públicos
estatais que não são exclusivos. A expressão publicização significa para a prestação de serviços sociais não exclusivos do Estado, pos-
a transferência, do Estado para o Terceiro Setor, ou seja um setor suindo vínculo jurídico com a Administração direta e indireta.
público não estatal, da execução de serviços que não são exclusivos Atualmente são prestadas no Brasil através dos serviços de lim-
do Estado, vindo a estabelecer um sistema de parceria entre o Es- peza, conservação, concursos vestibulares, assistência técnica de
tado e a sociedade para o seu financiamento e controle, como um equipamentos, administração em restaurantes e hospitais univer-
todo. Tal parceria foi posteriormente modernizada com as leis que sitários.
instituíram as organizações sociais e as organizações da sociedade O bom motivo da criação das entidades de apoio é a eficiência
civil de interesse público. na utilização desses entes. Através delas, convênios são firmados
O termo publicização também é atribuído a um segundo sen- com a Administração Pública, de modo muito semelhante com a
tido adotado por algumas correntes doutrinárias, que corresponde celebração de um contrato
à transformação de entidades públicas em entidades privadas sem
fins lucrativos. Associações Públicas
No que condizente às características das entidades que com- Tratam-se de pessoas jurídicas de direito público, criadas por
põem o Terceiro Setor, a ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro enten- meio da celebração de um consórcio público com entidades fede-
de que todas elas possuem os mesmos traços, sendo eles: rativas.
1. Não são criadas pelo Estado, ainda que algumas delas te- Quando as entidades federativas fazem um consórcio público,
nham sido autorizadas por lei; elas terão a faculdade de decidir se essa nova pessoa criada será de
2. Em regra, desempenham atividade privada de interesse pú- direito privado ou de direito público. Caso se trate de direito públi-
blico (serviços sociais não exclusivos do Estado); co, caracterizar-se-á como Associação Pública. No caso de direito
3. Recebem algum tipo de incentivo do Poder Público; privado, não se tem um nome específico.
4. Muitas possuem algum vínculo com o Poder Público e, por A finalidade da associação pública é estabelecer finalidades
isso, são obrigadas a prestar contas dos recursos públicos à Admi- de interesse comum entre as entidades federativas, estabelecendo
nistração uma meta a ser atingida.
5. Pública e ao Tribunal de Contas; Faz parte da administração indireta de todas as entidades fede-
6. Possuem regime jurídico de direito privado, porém derroga- rativas consorciadas.
do parcialmente por normas direito público;
Conselhos Profissionais
Assim, estas entidades integram o Terceiro Setor pelo fato de Trata-se de entidades que são destinadas ao controle e fiscali-
não se enquadrarem inteiramente como entidades privadas e tam- zação de algumas profissões regulamentadas. Eis que tem-se uma
bém porque não integram a Administração Pública Direta ou Indi- grande controvérsia, quanto à sua natureza jurídica.
reta.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O STF considera que como se trata de função típica do Estado, As leis, além de normatizarem determinado assunto, trazem,
o controle e fiscalização do exercício de atividades profissionais não em seu conteúdo, penalidades de advertência, suspensão e reclu-
poderia ser delegado a entidades privadas, em decorrência disso, são do servidor público que infringir dispositivos previstos na legis-
chegou-se ao entendimento que os conselhos profissionais pos- lação vigente. Uma das mais comentadas na atualidade é a Lei de
suem natureza autárquica. Responsabilidade Fiscal, que estabelece normas de finanças públi-
Assim, não estamos diante de entes de colaboraçao, mas sim cas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.
de pessoas jurídicas de direito público. Já os códigos de ética trazem, em seu conteúdo, o conjunto de
Fazendo-se um comparativo, a Constituição Federal não admite normas a serem seguidas e as penalidades aplicáveis no caso do
que esses conselhos tenham personalidade jurídica de direito pri- não cumprimento das mesmas. Normalmente, os códigos lembram
vado, gozando de prerrogativas que são conferidas ao Estado. Os aos funcionários que estes devem agir com dignidade, decoro, zelo
conselhos profissionais com natureza autárquica é uma forma de e eficácia, para preservar a honra do serviço público. Enfatizam que
descentralizar a atividade administrativa que não pode mais ser de- é dever do servidor ser cortês, atencioso, respeitoso com os usu-
legada a associações profissionais de caráter privado. ários do serviço público. Também, é dever do servidor ser rápido,
assíduo, leal, correto e justo, escolhendo sempre aquela opção que
beneficie o maior número de pessoas. Os códigos discorrem, ainda,
ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA sobre as obrigações, regras, cuidados e cautelas que devem ser ob-
servadas para cumprimento do objetivo maior que é o bem comum,
prestando serviço público de qualidade à população. Afinal, esta
A insatisfação com a conduta ética no serviço público é um fato última é quem alimenta a máquina governamental dos recursos
que vem sendo constantemente criticado pela sociedade brasilei- financeiros necessários à prestação dos serviços públicos, através
ra. De modo geral, o país enfrenta o descrédito da opinião pública do pagamento dos tributos previstos na legislação brasileira – res-
a respeito do comportamento dos administradores públicos e da salta-se, aqui, a grande carga tributária imposta aos contribuintes
classe política em todas as suas esferas: municipal, estadual e fede- brasileiros. Também, destaca-se nos códigos que a função do servi-
ral. A partir desse cenário, é natural que a expectativa da sociedade dor deve ser exercida com transparência, competência, seriedade e
seja mais exigente com a conduta daqueles que desempenham ati- compromisso com o bem estar da coletividade.
vidades no serviço e na gestão de bens públicos. Os códigos não deixam dúvidas quanto às questões que envol-
Para discorrer sobre o tema, é importante conceituar moral, vem interesses particulares, as quais, jamais, devem ser prioriza-
moralidade e ética. A moral pode ser entendida como o conjunto das em detrimento daquelas de interesses públicos, ainda mais se
de regras consideradas válidas, de modo absoluto, para qualquer forem caracterizadas como situações ilícitas. Dentre as proibições
tempo ou lugar, grupo ou pessoa determinada, ou, ainda, como a elencadas, tem-se o uso do cargo para obter favores, receber pre-
ciência dos costumes, a qual difere de país para país, sendo que, sentes, prejudicar alguém através de perseguições por qualquer
em nenhum lugar, permanece a mesma por muito tempo. Portan- que seja o motivo, a utilização de informações sigilosas em proveito
to, observa-se que a moral é mutável, variando de acordo com o próprio e a rasura e alteração de documentos e processos. Todas
desenvolvimento de cada sociedade. Em consequência, deste con- elas evocam os princípios fundamentais da administração pública:
ceito, surgiria outro: o da moralidade, como a qualidade do que é legalidade, impessoalidade, publicidade e moralidade – este últi-
moral. A ética, no entanto, representaria uma abordagem sobre as mo princípio intimamente ligado à ética no serviço público. Além
constantes morais, aquele conjunto de valores e costumes mais ou desses, também se podem destacar os princípios da igualdade e da
menos permanente no tempo e uniforme no espaço. A ética é a probidade.
ciência da moral ou aquela que estuda o comportamento dos ho- Criada pelo Presidente da República em maio de 2000, a Co-
mens na sociedade. missão de Ética Pública entende que o aperfeiçoamento da conduta
A falta de ética, tão criticada pela sociedade, na condução do ética decorreria da explicitação de regras claras de comportamento
serviço público por administradores e políticos, generaliza a todos, e do desenvolvimento de uma estratégia específica para a sua im-
colocando-os no mesmo patamar, além de constituir-se em uma vi- plementação. Na formulação dessa estratégia, a Comissão conside-
são imediatista. ra que é imprescindível levar em conta, como pressuposto, que a
É certo que a crítica que a sociedade tem feito ao serviço público, base do funcionalismo é estruturalmente sólida, pois deriva de va-
seja ela por causa das longas filas ou da morosidade no andamento lores tradicionais da classe média, onde ele é recrutado. Portanto,
de processos, muitas vezes tem fundamento. Também, com referência qualquer iniciativa que parta do diagnóstico de que se está diante
ao gerenciamento dos recursos financeiros, têm-se notícia, em todas de um problema endêmico de corrupção generalizada será inevita-
as esferas de governo, de denúncias sobre desvio de verbas públicas, velmente equivocada, injusta e contraproducente, pois alienaria o
envolvendo administradores públicos e políticos em geral. funcionalismo do esforço de aperfeiçoamento que a sociedade está
A questão deveria ser conduzida com muita seriedade, porque a exigir. Afinal, não se poderia responsabilizar nem cobrar algo de
desfazer a imagem negativa do padrão ético do serviço público bra- alguém que sequer teve a oportunidade de conhecê-lo.
sileiro é tarefa das mais difíceis. Do ponto de vista da Comissão de Ética Pública, a repressão, na
Refletindo sobre a questão, acredita-se que um alternativa, prática, é quase sempre ineficaz. O ideal seria a prevenção, através
para o governo, poderia ser a oferta à sociedade de ações educati- de identificação e de tratamento específico, das áreas da adminis-
vas de boa qualidade, nas quais os indivíduos pudessem ter, desde tração pública em que ocorressem, com maior freqüência, condu-
o início da sua formação, valores arraigados e trilhados na moralida- tas incompatíveis com o padrão ético almejado para o serviço públi-
de. Dessa forma, seriam garantidos aos mesmos, comportamentos co. Essa é uma tarefa complicada, que deveria ser iniciada pelo nível
mais duradouros e interiorização de princípios éticos. mais alto da administração, aqueles que detém poder decisório.
Outros caminhos seriam a repreensão e a repressão, e nesse A Comissão defende que o administrador público deva ter Có-
ponto há de se levar em consideração as leis punitivas e os diversos digo de Conduta de linguagem simples e acessível, evitando termos
códigos de ética de categorias profissionais e de servidores públi- jurídicos excessivamente técnicos, que norteie o seu comporta-
cos, os quais trazem severas penalidades aos maus administrado- mento enquanto permanecer no cargo e o proteja de acusações
res. infundadas. E vai mais longe ao defender que, na ausência de re-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
gras claras e práticas de conduta, corre-se o risco de inibir o cidadão daqueles que estiverem envolvidos na vida pública, entretanto não
honesto de aceitar cargo público de relevo. Além disso, afirma ser basta que haja padrão, tão somente, é necessário que esse padrão
necessária a criação de mecanismo ágil de formulação dessas re- seja ético, acima de tudo .
gras, assim como de sua difusão e fiscalização. Deveria existir uma O fundamento que precisa ser compreendido é que os padrões
instância à qual os administradores públicos pudessem recorrer em éticos dos servidores públicos advêm de sua própria natureza, ou
caso de dúvida e de apuração de transgressões, que seria, no caso, seja, de caráter público, e sua relação com o público. A questão da
a Comissão de Ética Pública, como órgão de consulta da Presidência ética pública está diretamente relacionada aos princípios funda-
da República. mentais, sendo estes comparados ao que chamamos no Direito, de
Diante dessas reflexões, a ética deveria ser considerada como “Norma Fundamental”, uma norma hipotética com premissas ide-
um caminho no qual os indivíduos tivessem condições de escolha ológicas e que deve reger tudo mais o que estiver relacionado ao
livre e, nesse particular, é de grande importância a formação e as comportamento do ser humano em seu meio social, aliás, podemos
informações recebidas por cada cidadão ao longo da vida. invocar a Constituição Federal. Esta ampara os valores morais da
A moralidade administrativa constitui-se, atualmente, num boa conduta, a boa fé acima de tudo, como princípios básicos e es-
pressuposto de validade de todo ato da administração pública. A senciais a uma vida equilibrada do cidadão na sociedade, lembran-
moral administrativa é imposta ao agente público para sua conduta do inclusive o tão citado, pelos gregos antigos, “bem viver”.
interna, segundo as exigências da instituição a que serve, e a finali- Outro ponto bastante controverso é a questão da impessoali-
dade de sua ação: o bem comum. O administrador público, ao atu- dade. Ao contrário do que muitos pensam, o funcionalismo público
ar, não poderia desprezar o elemento ético de sua conduta. e seus servidores devem primar pela questão da “impessoalidade”,
A ética tem sido um dos mais trabalhados temas da atualidade, deixando claro que o termo é sinônimo de “igualdade”, esta sim é a
porque se vem exigindo valores morais em todas as instâncias da questão chave e que eleva o serviço público a níveis tão ineficazes,
sociedade, sejam elas políticas, científicas ou econômicas. não se preza pela igualdade. No ordenamento jurídico está claro e
É a preocupação da sociedade em delimitar legal e ilegal, moral expresso, “todos são iguais perante a lei”.
e imoral, justo e injusto. Desse conflito é que se ergue a ética, tão E também a idéia de impessoalidade, supõe uma distinção
discutida pelos filósofos de toda a história mundial. entre aquilo que é público e aquilo que é privada (no sentido do
interesse pessoal), que gera portanto o grande conflito entre os in-
Mas afinal, o que é ética??? teresses privados acima dos interesses públicos. Podemos verificar
Contemporaneamente e de forma bastante usual, a palavra éti- abertamente nos meios de comunicação, seja pelo rádio, televisão,
ca é mais compreendida como disciplina da área de filosofia e que jornais e revistas, que este é um dos principais problemas que cer-
tem por objetivo a moral ou moralidade, os bons costumes, o bom cam o setor público, afetando assim, a ética que deveria estar acima
comportamento e a boa fé, inclusive. Por sua vez, a moral deveria de seus interesses.
estar intrinsecamente ligada ao comportamento humano, na mes- Não podemos falar de ética, impessoalidade (sinônimo de
ma medida, em que está o seu caráter, personalidade, etc; presu- igualdade), sem falar de moralidade. Esta também é um dos prin-
mindo portanto, que também a ética pode ser avaliada de maneira cipais valores que define a conduta ética, não só dos servidores
boa ou ruim, justa ou injusta, correta ou incorreta. públicos, mas de qualquer indivíduo. Invocando novamente o or-
Num sentido menos filosófico e mais prático podemos enten- denamento jurídico podemos identificar que a falta de respeito ao
der esse conceito analisando certos comportamentos do nosso dia padrão moral, implica portanto, numa violação dos direitos do cida-
a dia, quando nos referimos por exemplo, ao comportamento de dão, comprometendo inclusive, a existência dos valores dos bons
determinados profissionais podendo ser desde um médico, jorna- costumes em uma sociedade.
lista, advogado, administrador, um político e até mesmo um profes- A falta de ética na Administração Publica encontra terreno fértil
sor; expressões como: ética médica, ética jornalística, ética adminis- para se reproduzir , pois o comportamento de autoridades públicas
trativa e ética pública, são muito comuns. estão longe de se basearem em princípios éticos e isto ocorre devi-
do a falta de preparo dos funcionários, cultura equivocada e espe-
Podemos verificar que a ética está diretamente relacionada cialmente, por falta de mecanismos de controle e responsabilização
ao padrão de comportamento do indivíduo, dos profissionais e adequada dos atos anti-éticos.
também do político, como falamos anteriormente. O ser humano A sociedade por sua vez, tem sua parcela de responsabilidade
elaborou as leis para orientar seu comportamento frente as nossas nesta situação, pois não se mobilizam para exercer os seus direitos
e impedir estes casos vergonhosos de abuso de poder por parte do
necessidades (direitos e obrigações) e em relação ao meio social,
Pode Público. Um dos motivos para esta falta de mobilização social
entretanto, não é possível para a lei ditar nosso padrão de compor-
se dá, devido á falta de uma cultura cidadã, ou seja, a sociedade
tamento e é aí que entra outro ponto importante que é a cultura,
não exerce sua cidadania. A cidadania Segundo Milton Santos “ é
ficando claro que não a cultura no sentido de quantidade de conhe-
como uma lei”, isto é, ela existe mas precisa ser descoberta , apren-
cimento adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta
dida, utilizada e reclamada e só evolui através de processos de luta.
pode ser usada em prol da função social, do bem estar e tudo mais
Essa evolução surge quando o cidadão adquire esse status, ou seja,
que diz respeito ao bem maior do ser humano, este sim é o ponto
quando passa a ter direitos sociais. A luta por esses direitos garante
fundamental, a essência, o ponto mais controverso quando trata-
um padrão de vida mais decente. O Estado, por sua vez, tenta refre-
mos da questão ética na vida pública, á qual iremos nos aprofundar ar os impulsos sociais e desrespeitar os indivíduos, nessas situações
um pouco mais, por se tratar do tema central dessa pesquisa. a cidadania deve se valer contra ele, e imperar através de cada pes-
soa. Porém Milton Santos questiona, se “há cidadão neste pais”?
A questão da ética no serviço Público. Pois para ele desde o nascimento as pessoas herdam de seus pais
Quando falamos sobre ética pública, logo pensamos em cor- e ao longa da vida e também da sociedade, conceitos morais que
rupção, extorsão, ineficiência, etc, mas na realidade o que devemos vão sendo contestados posteriormente com a formação de idéias
ter como ponto de referência em relação ao serviço público, ou na de cada um, porém a maioria das pessoas não sabem se são ou não
vida pública em geral, é que seja fixado um padrão a partir do qual cidadãos.
possamos, em seguida julgar a atuação dos servidores públicos ou
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A educação seria o mais forte instrumento na formação de ci- 5. Em princípio as leis se baseiam nos princípios da dignidade
dadão consciente para a construção de um futuro melhor. humana, dos bons costumes e da boa fé.
No âmbito Administrativo, funcionários mal capacitados e 6. Maior impessoalidade (igualdade), maior moralidade = me-
sem princípios éticos que convivem todos os dias com mandos e lhor padrão de ética.
desmandos, atos desonestos, corrupção e falta de ética tendem a
assimilar por este rol “cultural” de aproveitamento em beneficio Ética do Servidor Público
próprio. Os servidores públicos são profissionais que possuem um vín-
Se o Estado, que a principio deve impor a ordem e o respeito culo de trabalho profissional com órgãos e entidades do governo.
como regra de conduta para uma sociedade civilizada, é o primeiro Dentro do setor público, todas as atividades do governo afetam
a evidenciar o ato imoral, vêem esta realidade como uma razão, a vida de um país. Por isso, é necessário que os servidores apliquem
desculpa ou oportunidade para salvar-se, e , assim sendo, através os valores éticos para que os cidadãos possam acreditar na eficiên-
dos usos de sua atribuição publica. cia dos serviços públicos.
A consciência ética, como a educação e a cultura são aprendi- Existem normas de conduta que norteiam o comportamento
das pelo ser humano, assim, a ética na administração publica, pode do servidor, dentre elas estão os códigos de ética municipais e o
e deve ser desenvolvida junto aos agentes públicos ocasionando Código de Ética da Administração do Poder Executivo Federal. As-
assim, uma mudança na administração publica que deve ser senti- sim, é missão deles serem leais aos princípios éticos e as leis acima
da pelo contribuinte que dela se utiliza diariamente, seja por meio das vantagens financeiras do cargo e ou qualquer outro interesse
da simplificação de procedimentos, isto é, a rapidez de respostas e particular.
qualidade dos serviços prestados, seja pela forma de agir e de con- Esses interesses podem ser os desvios de verbas públicas, po-
tato entre o cidadão e os funcionários públicos. líticos que se beneficiam de programas e situações para ganhar
A mudança que se deseja na Administração pública implica votos, produção de leis que vão contra os princípios da sociedade,
numa gradativa, mas necessária “transformação cultura” dentro da corrupção, etc.
estrutura organizacional da Administração Pública, isto é, uma rea- As próprias leis possuem sanções e mecanismos que penalizam
valiação e valorização das tradições, valores, hábitos, normas, etc, servidores públicos que agem em desacordo com suas atividades,
que nascem e se forma ao longo do tempo e que criam um deter- um exemplo é a Lei de Improbidade Administrativa.
minado estilo de atuação no seio da organização.
Conclui-se, assim, que a improbidade e a falta de ética que Código de Ética dos Servidores Públicos
nascem nas máquinas administrativas devido ao terreno fértil en- Os códigos de ética tanto o federal, quanto os municipais, são
contrado devido à existência de governos autoritários, governos um conjunto de normas que dizem respeito a conduta dos servido-
regidos por políticos sem ética, sem critérios de justiça social e que, res dentro de seu serviço, além de penalidades a serem aplicadas
mesmo após o advento de regimes democrático, continuam conta- pelo não cumprimento dessas normas. Ambos possuem uma Co-
minados pelo “vírus” dos interesses escusos geralmente oriundos missão de Ética responsável por julgar os casos referentes à ética
de sociedades dominadas por situações de pobreza e injustiça so- no serviço público.
cial, abala a confiança das instituições, prejudica a eficácia das orga- Os códigos informam os princípios e deveres dos servidores
nizações, aumenta os custos, compromete o bom uso dos recursos públicos como decoro, zelo, dignidade, eficácia e honra, além de
públicos e os resultados dos contratos firmados pela Administração outras qualidades do servidor, suas obrigações que visam o bem
Pública e ainda castiga cada vez mais a sociedade que sofre com estar da população, bem como as proibições e punições derivadas
a pobreza, com a miséria, a falta de sistema de saúde, de esgoto, do serviço irregular de suas funções, que relembram os princípios
habitação, ocasionados pela falta de investimentos financeiros do fundamentais da administração pública.
Governo, porque os funcionários públicos priorizam seus interesses
pessoais em detrimento dos interesses sociais. Código de Ética do Poder Executivo Federal
Essa situação vergonhosa só terá um fim no dia em que a so- O Código de Ética dos Servidores Públicos Civil do Poder Execu-
ciedade resolver lutar para exercer os seus direitos respondendo tivo Federal foi aprovado pelo decreto n° 1.171 de 22 de junho de
positivamente o questionamento feito por Milton Santos “HÁ CI- 1994, destinado aos servidores públicos federais.
DADÃOS NESTE PAÍS?” e poderemos responder em alto e bom som A Comissão de Ética Pública é um colegiado, criado em 1999 e
que “ SIM. Há cidadão neste pais. E somos todos brasileiros.”. vinculado à Presidência da República, responsável por supervisio-
Finalizando, gostaríamos de destacar alguns pontos básicos, nar e revisar as normas referentes a ética na Administração Pública
que baseado neste estudo, julgamos essenciais para a boa conduta, do Poder Executivo Federal.
um padrão ético, impessoal e moralístico:
1. Podemos conceituar ética, também como sendo um padrão Veja os Princípios Gerais do Serviço Público
de comportamento orientado pelos valores e princípio morais e da - Os servidores públicos devem ser leais as suas Constituições,
dignidade humana. leis e princípios éticos acima dos interesses privados;
2. O ser humano possui diferentes valores e princípios e a - Os servidores não poderão ter interesses financeiros que cau-
“quantidade” de valores e princípios atribuídos, determinam a sem conflitos ao desempenho de sua atividade;
“qualidade” de um padrão de comportamento ético: Maior valor - Os servidores deverão usar de sigilo, não utilizando informa-
atribuído (bem), maior ética; Menor valor atribuído (bem), menor ções governamentais para seu próprio interesse. Além disso não
ética. poderão fazer promessas não autorizadas que comprometam o go-
3. A cultura e a ética estão intrinsecamente ligadas. Não nos verno;
referimos a palavra cultura como sendo a quantidade de conheci- - Os servidores deverão ser honestos no cumprimento de suas
mento adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta pode funções;
ser usada em prol da função social, do bem estar e tudo mais que - Os servidores não poderão aceitar presente ou item de valor
diz respeito ao bem maior do ser humano . de qualquer pessoa ou instituição em busca de benefícios, nem rea-
4. A falta de ética induz ao descumprimento das leis do orde- lizar atividades não reguladas ou permitidas pelo órgão do servidor;
namento jurídico.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Os servidores não poderão usar seu cargo para ganhos pri- ninguém. Ser humilde é ter a consciência de que nunca se tem todo
vados; o conhecimento necessário e que é preciso buscar melhorar sem-
- Os servidores devem agir com imparcialidade e não devem pre. Esse tipo de colaborador consegue evoluir constantemente e
dar tratamento diferenciado a nenhuma organização individual ou sabe identificar com mais facilidade as habilidades dos outros.
privada;
- Os servidores deverão proteger e conservar o patrimônio do Organização
Estado, não os utilizando para fins não autorizados; Não adianta ter todas as características citadas e ser uma óti-
- Os servidores deverão confessar fraudes, corrupção, desper- ma pessoa no trabalho, se você não consegue ser organizado. Isso
dícios e abusos as autoridades responsáveis. impede que as tarefas fluam no dia a dia, e pode prejudicar tanto o
- Os servidores deverão de boa fé satisfazer suas obrigações de seu rendimento quanto o dos colegas.
cidadãos, incluindo obrigações financeiras; Especialistas indicam que, para ser uma pessoa bem-sucedida,
- Os servidores deverão apoiar todos os regulamentos e leis o desenvolvimento profissional e pessoal devem caminhar juntos.
que asseguram oportunidades iguais para todos;
- Os servidores deverão evitar toda a ação que crie a aparência Valores para o trabalho e para a vida
de que estão violando as leis ou normas éticas.3 Especialistas indicam que, para ser uma pessoa bem-sucedida,
o desenvolvimento profissional e pessoal devem caminhar juntos.
COMPORTAMENTO PROFISSIONAL Tentar desenvolver esses valores e colocá-los em prática no seu em-
O modo como você age no dia a dia determina quem você é prego é uma forma de atingir esse equilíbrio e consequentemente
e ainda estabelece o que as pessoas ao seu redor podem pensar o sucesso em todas as esferas da vida.
ao seu respeito. Não estou falando apenas de pontos isolados ou
somente do seu lado pessoal. O conjunto formado a partir das suas Como ter atitudes adequadas
características pessoais e das atitudes tomadas no seu ambiente de Uma sequência de comportamentos pode formar a definição
trabalho, por exemplo, determina qual é a sua postura profissional. que as outras pessoas do trabalho têm a seu respeito. Selecionei
algumas das principais atitudes interessantes para fazer e não fazer
Um profissional com ótima formação, diversas habilidades téc- em um ambiente profissional. Veja:
nicas e boa experiência: esse certamente é o perfil de colaborador Estudar e se informar sobre sua área e o mercado de trabalho.
que toda empresa procura. No entanto, isso pode não ser o sufi- Evoluir constantemente faz parte de um ser humano que deseja ser
ciente para conquistar a vaga dos sonhos. Afinal, os empregadores melhor todos os dias.
também buscam outros valores importantes, como um comporta- Ler bastante e seja capaz de desenvolver satisfatoriamente
mento profissional exemplar. Comprometimento, respeito e cola- uma conversa com ideias e perguntas construtivas.
boração são, por exemplo, alguns fatores que as companhias têm Demonstrar interesse em progredir, pois oportunidades po-
observado na hora de contratar novos funcionários. dem surgir e você poderá ser beneficiado caso se esforce.
Manter boas relações interpessoais com os colegas. Não pre-
Principais valores analisados pelas organizações cisa ser melhor amigo, apenas ser educado e solidário com todos,
Cada vez mais as empresas têm procurado por profissionais sem preconceitos.
colaborativos, ou seja, indivíduos capazes de ir além para alcançar Não falar mal da empresa para colegas ou em redes sociais
objetivos e metas e para ter um bom relacionamento dentro do dentro ou fora do horário de trabalho. Lembre-se de que mesmo
ambiente de trabalho. Num processo seletivo, essa característica os perfis públicos podem ser acessados por pessoas especializadas
não elimina deficiências de formação, mas garante pontos positivos seja qual forem suas configurações de privacidade.
para a carreira profissional do candidato. Se a empresa em que você trabalha permite que você navegue
Os valores que os empregadores procuram são simples, veja em sites ou redes sociais que não estão relacionadas ao seu escopo,
alguns deles: faça isso com moderação;
Não atender telefonemas pessoais com frequência.
Respeito Sempre cumprir com os prazos e os horários. Entregue seus
É a principal característica analisada, já que algumas pessoas documentos nos dias certos e procure chegar alguns minutos antes
tendem a subjugar outros funcionários e a tratá-los de forma des- das reuniões começarem. Em caso de atrasos, avise as pessoas en-
respeitosa quando assumem um cargo mais elevado, criando um volvidas para não causar transtornos aos seus colegas de trabalho.
ambiente de trabalho ruim e desmotivador para os colegas. E, é claro, tenha uma justificativa honesta.
Saber esperar as pessoas concluírem as ideias para depois ex-
Cooperação por as suas. Não atropele a fala dos outros para não ser atropelado
O que se espera de qualquer funcionário dentro de uma em- também.
presa é que ele cumpra com suas tarefas. Entretanto, algumas pes- Escutar com atenção e tranquilidade todas as opiniões sem
soas podem encontrar maior dificuldade em determinadas ativi- levantar polêmicas ou conflitos desnecessários. Isso sim é escuta
dades, por isso, quem demonstra disposição em contribuir com o ativa!
colega é bem-visto pelas empresas. Afinal, são esses gestos mais Ficar atento às regras gramaticais da língua portuguesa em
humanos que tornam o cotidiano menos pesado e colaboram para e-mails e documentos. Gafes demonstram falta de atenção ou de
o desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo. leitura.
Saber identificar quais brincadeiras são saudáveis, o momento
Humildade propício de fazê-la e quem é receptível a elas para evitar constrangi-
Ninguém nasce sabendo tudo, mas algumas pessoas simples- mentos. Ninguém merece aquelas piadas preconceituosas com cor,
mente não conseguem reconhecer isso. Assim, tornam-se arrogan- orientação sexual, classe social ou identidade de gênero. Na dúvida,
tes e passam a acreditar que não precisam de mais nada e de mais não faça a brincadeira!
3 Fonte: www.codigo-de-etica.info/www.direitonet.com.br/www.portal.meto-
dista.br
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Como você pode perceber, essas são dicas básicas de como se comportar dentro de um ambiente de trabalho e, é claro, na sociedade.
Não estou falando apenas de uma seção de julgamentos infundados que as pessoas ao seu redor podem fazer a seu respeito, mas de você
dentro de um contexto profissional. O respeito às outras pessoas, a dedicação aos seu ofício e a sua força de vontade em querer evoluir
diariamente são essenciais.
Ressalta-se ainda que, em se tratando de servidor público, fundamental é que este tenha um comportamento adequadamente inse-
rido no contexto ético, como vimos nos tópicos anteriores, sendo este, um dever colocado para este profissional.4

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

Para que a Administração Pública possa executar suas atividades administrativas de forma eficiente com o objetivo de atender os
interesses coletivos é necessária a implementação de tecnicas organizacionais que permitam aos administradores públicos decidirem,
respeitados os meios legias, a forma adequada de repartição de competencias internas e escalonamento de pessoas para melhor atender
os assuntos relativos ao interesse público.
Celso Antonio Bandeira de Mello, em sua obra Curso de Direito Administrativo assim afirma: “...o Estado como outras pessoas de Di-
reito Público que crie, pelos múltiplos cometimentos que lhe assistem, têm de repartir, no interior deles mesmos, os encargos de sua alçada
entre diferentes unidades, representativas, cada qual, de uma parcela de atribuições para decidir os assuntos que lhe são afetos...”

A Organização Administrativa é a parte do Direito Administrativo que normatiza os órgãos e pessoas jurídicas que a compõem, além
da estrutura interna da Administração Pública.
Em âmbito federal, o assunto vem disposto no Decreto-Lei n. 200/67 que “dispõe sobre a organização da Administração Pública Fede-
ral e estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa”.
O certo é que, durante o exercício de suas atribuições, o Estado pode desenvolver as atividades administrativas que lhe compete por
sua própria estrutura ou então prestá-la por meio de outros sujeitos.
A Organização Administrativa estabelece as normas justamente para regular a prestação dos encargos administrativos do Estado bem
como a forma de execução dessas atividades, utilizando-se de técnicas administrativas previstas em lei.

ORGANIZAÇÃO DE ARQUIVOS: CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA ARQUIVOLOGIA. GESTÃO DE DOCUMENTOS. PROTO-


COLO. TIPOS DE ARQUIVO

A arquivística é uma ciência que estuda as funções do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem observados durante a atu-
ação de um arquivista sobre os arquivos e, tem por objetivo, gerenciar todas as informações que possam ser registradas em documentos
de arquivos.
A Lei nº 8.159/91 (dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e entidades privadas e dá outras providências) nos dá sobre
arquivo:
“Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições
de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que
seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos.”

Á título de conhecimento segue algumas outras definições de arquivo.


“Designação genérica de um conjunto de documentos produzidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
caracterizado pela natureza orgânica de sua acumulação e conservado por essas pessoas ou por seus sucessores, para fins de prova ou
informação”, CONARQ.
“É o conjunto de documentos oficialmente produzidos e recebidos por um governo, organização ou firma, no decorrer de suas ativi-
dades, arquivados e conservados por si e seus sucessores para efeitos futuros”, Solon Buck (Souza, 1950) (citado por PAES, Marilena Leite,
1986).
“É a acumulação ordenada dos documentos, em sua maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua ativida-
de, e preservados para a consecução dos seus objetivos, visando à utilidade que poderão oferecer no futuro.” (PAES, Marilena Leite, 1986).

De acordo com uma das acepções existentes para arquivos, esse também pode designar local físico designado para conservar o acer-
vo.

A arquivística está embasada em princípios que a diferencia de outras ciências documentais existentes.

4 Fonte: www.sbcoaching.com.br
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Vejamos:

O princípio de proveniência nos remete a um conceito muito importante aos arquivistas: o Fundo de Arquivo, que se caracteriza como
um conjunto de documentos de qualquer natureza – isto é, independentemente da sua idade, suporte, modo de produção, utilização e
conteúdo– reunidos automática e organicamente –ou seja, acumulados por um processo natural que decorre da própria atividade da ins-
tituição–, criados e/ou acumulados e utilizados por uma pessoa física, jurídica ou poruma família no exercício das suas atividades ou das
suas funções.
Esse Fundo de Arquivo possui duas classificações a se destacar.
Fundo Fechado – quando a instituição foi extinta e não produz mais documentos estamos.
Fundo Aberto - quando a instituição continua a produzir documentos que se vão reunindo no seu arquivo.

Temos ainda outros aspectos relevantes ao arquivo, que por alguns autores, podem ser classificados como princípios e por outros,
como qualidades ou aspectos simplesmente, mas que, independente da classificação conceitual adotada, são relevantes no estudo da
arquivologia. São eles:
- Territorialidade: arquivos devem ser conservados o mais próximo possível do local que o gerou ou que influenciou sua produção.
- Imparcialidade: Os documentos administrativos são meios de ação e relativos a determinadas funções. Sua imparcialidade explica-se
pelo fato de que são relativos a determinadas funções; caso contrário, os procedimentos aos quais os documentos se referem não funcio-
narão, não terão validade. Os documentos arquivísticos retratam com fidelidade os fatos e atos que atestam.
- Autenticidade: Um documento autêntico é aquele que se mantém da mesma forma como foi produzido e, portanto, apresenta o
mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua produção.

Por finalidade a arquivística visa servir de fonte de consulta, tornando possível a circulação de informação registrada, guardada e
preservada sob cuidados da Administração, garantida sua veracidade.

Costumeiramente ocorre uma confusão entre Arquivo e outros dois conceitos relacionados à Ciência da Informação, que são a Bi-
blioteca e o Museu, talvez pelo fato desses também manterem ali conteúdo guardados e conservados, porém, frisa-se que trata-se de
conceitos distintos.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O quadro abaixo demonstra bem essas distinções:

Arquivos Públicos
Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art.7º, Capítulo II:
“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos
de âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal, em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias”.
Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo artigo diz:
“§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por entidades
privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades.
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua documentação à institui-
ção arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora.»
Todos os documentos produzidos e/ou recebidos por órgãos públicos ou entidades privadas (revestidas de caráter público – mediante
delegação de serviços públicos) são considerados arquivos públicos, independentemente da esfera de governo.

Arquivos Privados
De acordo com a mesma Lei citada acima:
“Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decor-
rência de suas atividades.”
Para elucidar possíveis dúvidas na definição do referido artigo, a pessoa jurídica a qual o enunciado se refere diz respeito à pessoa
jurídica de direito privado, não se confundindo, portanto, com pessoa jurídica de direito público, pois os órgãos que compõe a adminis-
tração indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, são também pessoas jurídicas, destituídas de poder político e dotadas de
personalidade jurídica própria, porém, de direito público.
Exemplos:
• Institucional: Igrejas, clubes, associações, etc.
• Pessoais: fotos de família, cartas, originais de trabalhos, etc.
• Comercial: companhias, empresas, etc.

A arquivística é desenvolvida pelo arquivista, profissional com formação em arquivologia ou experiência reconhecida pelo Estado. Ele
pode trabalhar em instituições públicas ou privadas, centros de documentação, arquivos privados ou públicos, instituições culturais etc.
Ao arquivista compete gerenciar a informação, cuidar da gestão documental, conservação, preservação e disseminação da informa-
ção contida nos documentos, assim como pela preservação do patrimônio documental de um pessoa (física ou jurídica), institução e, em
última instância, da sociedade como um todo.
Também é função do arquivista recuperar informações ou elaborar instrumentos de pesquisas arquivisticas.5

GESTÃO DE DOCUMENTOS
Um documento (do latim documentum, derivado de docere “ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo gráfico, que compro-
ve a existência de um fato, a exatidão ou a verdade de uma afirmação etc. No meio jurídico, documentos são frequentemente sinônimos
de atos, cartas ou escritos que carregam um valor probatório.
Documento arquivístico: Informação registrada, independente da forma ou do suporte, produzida ou recebida no decorrer da ativida-
de de uma instituição ou pessoa e que possui conteúdo, contexto e estrutura suficientes para servir de prova dessa atividade.
Administrar, organizar e gerenciar a informação é uma tarefa de considerável importância para as organizações atuais, sejam essas
privadas ou públicas, tarefa essa que encontra suporte na Tecnologia da Gestão de Documentos, importante ferramenta que auxilia na
gestão e no processo decisório.
5Adaptado de George Melo Rodrigues
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A gestão de documentos representa um conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso,
avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para a guarda permanente.
Através da Gestão Documental é possível definir qual a politica arquivistica adotada, através da qual, se constitui o patrimônio arqui-
vistico. Outro aspecto importante da gestão documental é definir os responsáveis pelo processo arquivistico.
A Gestão de Documentos é ainda responsável pela implantação do programa de gestão, que envolve ações como as de acesso, preser-
vação, conservação de arquivo, entre outras atividades.
Por assegurar que a informação produzida terá gestão adequada, sua confidencialidade garantida e com possibilidade de ser rastrea-
da, a Gestão de Documentos favorece o processo de Acreditação e Certificação ISO, processos esses que para determinadas organizações
são de extrema importância ser adquirido.
Outras vantagens de se adotar a gestão de documentos é a racionalização de espaço para guarda de documentos e o controle deste a
produção até arquivamento final dessas informações.
A implantação da Gestão de Documentos associada ao uso adequado da microfilmagem e das tecnologias do Gerenciamento Ele-
trônico de Documentos deve ser efetiva visando à garantia no processo de atualização da documentação, interrupção no processo de
deterioração dos documentos e na eliminação do risco de perda do acervo, através de backup ou pela utilização de sistemas que permitam
acesso à informação pela internet e intranet.
A Gestão de Documentos no âmbito da administração pública atua na elaboração dos planos de classificação dos documentos, TTD
(Tabela Temporalidade Documental) e comissão permanente de avaliação. Desta forma é assegurado o acesso rápido à informação e pre-
servação dos documentos.
Protocolo: recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedição de documentos.
Esse processo acima descrito de gestão de informação e documentos segue um tramite para que possa ser aplicado de forma eficaz,
é o que chamamos de protocolo.
O protocolo é desenvolvido pelos encarregados das funções pertinentes aos documentos, como, recebimento, registro, distribuição e
movimentação dos documentos em curso.
A finalidade principal do protocolo é permitir que as informações e documentos sejam administradas e coordenadas de forma conci-
sa, otimizada, evitando acúmulo de dados desnecessários, de forma que mesmo havendo um aumento de produção de documentos sua
gestão seja feita com agilidade, rapidez e organização.
Para atender essa finalidade, as organizações adotam um sistema de base de dados, onde os documentos são registrados assim que
chegam à organização.
A partir do momento que a informação ou documento chega é adotado uma rotina lógica, evitando o descontrole ou problemas de-
correntes por falta de zelo com esses, como podemos perceber:

Recebimento:
Como o próprio nome diz, é onde se recebe os documentos e onde se separa o que é oficial e o que é pessoal.
Os pessoais são encaminhados aos seus destinatários.
Já os oficiais podem sem ostensivos e sigilosos. Os ostensivos são abertos e analisados, anexando mais informações e assim encami-
nhados aos seus destinos e os sigilosos são enviados diretos para seus destinatários.

Registro:
Todos os documentos recebidos devem ser registrados eletronicamentecom seu número, nome do remetente, data, assunto dentre
outras informações.
Depois do registro o documento é numerado (autuado) em ordem de chegada.
Depois de analisado o documento ele é classificado em uma categoria de assuntopara que possam ser achados. Neste momento
pode-se ate dar um código a ele.

Distribuição:
Também conhecido como movimentação, é a entrega para seus destinatários internos da empresa. Caso fosse para fora da empresa
seria feita pela expedição.

Tramitação:
A tramitação são procedimentos formais definidas pela empresa.É o caminho que o documento percorre desde sua entrada na em-
presa até chegar ao seu destinatário (cumprir sua função).Todas as etapas devem ser seguidas sem erro para que o protocolo consiga
localizar o documento. Quando os dados são colocados corretamente, como datas e setores em que o documento caminhou por exemplo,
ajudará aagilizar a sua localização.

Expedição de documentos:
A expedição é por onde sai o documento. Deve-se verificar se faltam folhas ou anexos. Também deve numerar e datar a correspon-
dência no original e nas cópias, pois as cópias são o acompanhamento da tramitação do documento na empresa e serão encaminhadas ao
arquivo. As originais são expedidas para seus destinatários.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Sistemas de classificação De acordo com a extensão da atenção
O conceito de classificação e o respectivo sistema classificativo Os arquivos se dividem em:
a ser adotado, são de uma importância decisiva na elaboração de - ARQUIVO SETORIAL - localizado junto aos órgãos operacio-
um plano de classificação que permita um bom funcionamento do nais, cumprindo as funções de um arquivo corrente.
arquivo. - ARQUIVO CENTRAL OU GERAL - destina-se a receber os docu-
Um bom plano de classificação deve possuir as seguintes ca- mentos correntes provenientes dos diversos órgãos que integram a
racterísticas: estrutura de uma instituição.
- Satisfazer as necessidades práticas do serviço, adotando cri- De acordo com a natureza de seus documentos
térios que potenciem a resolução dos problemas. Quanto mais - ARQUIVO ESPECIAL - guarda documentos de variadas for-
simples forem as regras de classificação adotadas, tanto melhor se mas físicas como discos, fitas, disquetes, fotografias, microformas
efetuará a ordenação da documentação; (fichas microfilmadas), slides, filmes, entre outros. Eles merecem
- A sua construção deve estar de acordo com as atribuições do tratamento adequado não apenas quanto ao armazenamento das
organismo (divisão de competências) ou em última análise, focando peças, mas também quanto ao registro, acondicionamento, contro-
a estrutura das entidades de onde provém a correspondência; le e conservação.
- Deverá ter em conta a evolução futura das atribuições do ser- - ARQUIVO ESPECIALIZADO – também conhecido como arquivo
viço deixando espaço livre para novas inclusões; técnico, é responsável pela guarda os documentos de um determi-
- Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou classifica- nado assunto ou setor/departamento específico.
ções mal efetuadas, e promover a sua atualização sempre que se
entender conveniente. De acordo com a natureza do assunto
- OSTENSIVO: aqueles que ao serem divulgados não prejudicam
A classificação por assuntos é utilizada com o objetivo de agru- a administração;
par os documentos sob um mesmo tema, como forma de agilizar - SIGILOSO: em decorrência do assunto, o acesso é limitado,
sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacionadas com divulgação restrita.
com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, recolhimento
e acesso a esses documentos, uma vez que o trabalho arquivístico De acordo com a espécie
é realizado com base no conteúdo do documento, o qual reflete a - ADMINISTRATIVO: Referente às atividades puramente admi-
atividade que o gerou e determina o uso da informação nele conti- nistrativas;
da. A classificação define, portanto, a organização física dos docu- - JUDICIAL: Referente às ações judiciais e extrajudiciais;
mentos arquivados, constituindo-se em referencial básico para sua - CONSULTIVO: Referente ao assessoramento e orientação jurí-
recuperação. dica. Busca dirimir dúvidas entre pareceres, busca alternativas para
Na classificação, as funções, atividades, espécies e tipos docu- evitar a esfera judicial.
mentais distribuídos de acordo com as funções e atividades desem-
penhadas pelo órgão. De acordo com o grau de sigilo
A classificação deve ser realizada de acordo com as seguintes - RESERVADO: Dados ou informações cuja revelação não-au-
características: torizada possa comprometer planos, operações ou objetivos neles
previstos;
De acordo com a entidade criadora - SECRETO: Dados ou informações referentes a sistemas, ins-
- PÚBLICO – arquivo de instituições públicas de âmbito federal talações, projetos, planos ou operações de interesse nacional, a
ou estadual ou municipal. assuntos diplomáticos e de inteligência e a planos ou detalhes, pro-
- INSTITUCIONAL – arquivos pertencentes ou relacionados à gramas ou instalações estratégicos, cujo conhecimento não auto-
instituições educacionais, igrejas, corporações não-lucrativas, so- rizado possa acarretar dano grave à segurança da sociedade e do
ciedades e associações. Estado;
- COMERCIAL- arquivo de empresas, corporações e compa- - ULTRASSECRETO: Dados ou informações referentes à sobera-
nhias. nia e à integridade territorial nacional, a plano ou operações mi-
- FAMILIAR ou PESSOAL - arquivo organizado por grupos fami- litares, às relações internacionais do País, a projetos de pesquisa
liares ou pessoas individualmente. e desenvolvimento científico e tecnológico de interesse da defesa
. nacional e a programas econômicos, cujo conhecimento não autori-
De acordo com o estágio de evolução (considera-se o tempo zado possa acarretar dano excepcionalmente grave à segurança da
de vida de um arquivo) sociedade e do Estado.
- ARQUIVO DE PRIMEIRA IDADE OU CORRENTE - guarda a docu-
mentação mais atual e frequentemente consultada. Pode ser man- Arquivamento e ordenação de documentos
tido em local de fácil acesso para facilitar a consulta. O arquivamento é o conjunto de técnicas e procedimentos que
- ARQUIVO DE SEGUNDA IDADE OU INTERMEDIÁRIO - inclui visa ao acondicionamento e armazenamento dos documentos no
documentos que vieram do arquivo corrente, porque deixaram de arquivo.
ser usados com frequência. Mas eles ainda podem ser consultados Uma vez registrado, classificado e tramitado nas unidades com-
pelos órgãos que os produziram e os receberam, se surgir uma situ- petentes, o documento deverá ser encaminhado ao seu destino
ação idêntica àquela que os gerou. para arquivamento, após receber despacho final.
- ARQUIVO DE TERCEIRA IDADE OU PERMANENTE - nele se en- O arquivamento é a guarda dos documentos no local esta-
contram os documentos que perderam o valor administrativo e cujo belecido, de acordo com a classificação dada. Nesta etapa toda a
uso deixou de ser frequente, é esporádico. Eles são conservados atenção é necessária, pois um documento arquivado erroneamente
somente por causa de seu valor histórico, informativo para compro- poderá ficar perdido quando solicitado posteriormente.
var algo para fins de pesquisa em geral, permitindo que se conheça O documento ficará arquivado na unidade até que cumpra o
como os fatos evoluíram. prazo para transferência ao Arquivo Central ou sua eliminação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
As operações para arquivamento são: 2. Método alfabético
1. Verificar se o documento destina-se ao arquivamento; Uma das mais conhecidas técnicas de arquivamento de docu-
2. Checar a classificação do documento, caso não haja, atribuir mentos é o método alfabético, que consiste em organizar os docu-
um código conforme o assunto; mentos arquivados de acordo com a ordem alfabética desses, per-
3. Ordenar os documentos na ordem sequencial; mitindo uma consulta mais intuitiva e eficiente.
4. Ao arquivar o documento na pasta, verificar a existência de Como a própria denominação já indica, nesse esquema o ele-
antecedentes na mesma pasta e agrupar aqueles que tratam do mento principal considerado é o nome. Estamos falando sobre um
mesmo assunto, por consequência, o mesmo código; método muito usado nas empresas por apresentar a vantagem de
5. Arquivar as pastas na sequência dos códigos atribuídos – usar ser rápido e simples.
uma pasta para cada código, evitando a classificação “diversos”; No entanto, quando se armazena um número muito grande de
6. Ordenar os documentos que não possuem antecedentes de informações, é comum que existam alguns erros. Isso acontece de-
acordo com a ordem estabelecida – cronológica, alfabética, geográ- vido à grande variedade de grafia dos nomes e também ao cansaço
fica, verificando a existência de cópias e eliminando-as. Caso não visual do funcionário.
exista o original manter uma única cópia;
7. Arquivar o anexo do documento, quando volumoso, em cai- Para que a localização e o armazenamento dos documentos
xa ou pasta apropriada, identificando externamente o seu conteúdo se tornem mais rápidos, é possível combinar esse método com a
e registrando a sua localização no documento que o encaminhou. escolha de cores. Dessa forma, fica mais simples encontrar a letra
8. Endereçamento - o endereço aponta para o local onde os procurada.
documentos/processos estão armazenados. Esse método é conhecido como Variadex e utiliza as cores
como elementos auxiliares, com o objetivo de facilitar a localização
Devemos considerar duas formas de arquivamento: A horizon- e a recuperação dos documentos. Vale lembrar que essa é somen-
tal e a vertical. te uma variação do método alfabético. É possível, ainda, combinar
- Arquivamento Horizontal: os documentos são dispostos uns esse método ao de arquivamento por assunto, usando a ordem al-
sobre os outros, ―deitados, dentro do mobiliário. É indicado para fabética para subdividir a organização.
arquivos permanentes e para documentos de grandes dimensões,
pois evitam marcas e dobras nos mesmos. 3. Método numérico
- Arquivamento Vertical: os documentos são dispostos uns O método numérico é outra opção de arquivamento e uma óti-
atrás dos outros dentro do mobiliário. É indicado para arquivos ma escolha para empresas que lidam com um grande volume de
correntes, pois facilita a busca pela mobilidade na disposição dos documentos. Ele consiste em determinar um número sequencial
documentos. para cada documento, permitindo sua consulta de acordo com um
índice numérico previamente determinado.
Para o arquivamento e ordenação dos documentos no arqui- Como o próprio nome indica, esse método é aquele usado
vo, devemos considerar tantos os métodos quanto os sistemas. Os quando os documentos são ordenados por números. É possível es-
Sistemas de Arquivamento nada mais são do que a possibilidade colher três formas distintas de utilizá-lo: numérico simples, crono-
ou não de recuperação da informação sem o uso de instrumentos. lógico ou dígito-terminal.
Tudo o que isso quer dizer é apenas se precisa ou não de uma
ferramenta (índice, tabela ou qualquer outro semelhante) para lo- - Método numérico simples
calizar um documento em um arquivo. Esse método é usado quando o modo de organizar é feito pelo
Quando NÃO HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema número da pasta ou do documento em que ele foi arquivado. É mui-
direto de busca e/ou recuperação, como por exemplo, os métodos to utilizado na organização de prontuários médicos, filmes, proces-
alfabético e geográfico. sos e pastas de funcionários.
Quando HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema indi-
reto de busca e/ou recuperação, como são os métodos numéricos. - Método numérico cronológico
Um método usado para fazer a organização dos documentos
A ORDENAÇÃO é a reunião dos documentos que foram classifi- por data. É extremamente utilizado para organizar documentos fi-
cados dentre de um mesmo assunto. nanceiros, fotos e outros arquivos em que a data é o elemento es-
Sua finalidade é agilizar o arquivamento, de forma organizada e sencial para buscar a informação.
categorizada previamente para posterior arquivamento.
Para definir a forma da ordenação é considerada a natureza dos - Método numérico dígito-terminal
documentos, podendo ser:6 A partir do momento em que se faz uso de números maiores,
com diversos dígitos, o método simples não é eficiente. Isso ocorre
1. Arquivamento por assunto porque ele acaba se tornando trabalhoso e lento. Por isso, nesse
Uma das técnicas mais utilizadas para a gestão de documentos caso, o mais indicado é utilizar o método dígito-terminal.
é o arquivamento por assunto. Como o próprio nome já adianta, Nesse método, a ordenação é realizada com base nos dois últi-
essa técnica consiste em realizar o arquivamento dos documentos mos dígitos. Quando esses são idênticos, a ordenação é dada a par-
de acordo com o assunto tratado neles. tir dos dois dígitos anteriores. Isso acaba tornando o arquivamento
Isso permite agrupar documentos que tratem de assuntos cor- mais ágil e eficiente.
relatos e permite encontrar informações completas sobre deter-
minada matéria de forma simples e direta, sendo especialmente 4. Método eletrônico
interessante para empresas que lidam com um grande volume de O método eletrônico consiste em arquivar os documentos de
documentos de um mesmo tema. forma eletrônica, realizando sua digitalização — o que permite não
só organizá-los de diversas formas distintas e de acordo com o mé-
todo que mais se encaixa na organização e nas necessidades da em-
presa, mas fazer sua gestão online e até mesmo remota.
6Adaptado de www.agu.gov.br
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
5. Método geográfico
Esse método é aquele usado quando os documentos apresentam a sua organização por meio do local, isto é, quando a empresa esco-
lhe classificar os documentos a partir de seu local de origem.
No entanto, de acordo com a literatura arquivística, duas normas precisam ser empregadas para que o método geográfico seja utili-
zado de forma adequada. Confira!

- Norma do método geográfico 1


Quando os documentos são organizados por país ou por estado, eles precisam ser ordenados alfabeticamente. Dessa forma, fica mais
fácil localizá-los depois. Isso vale também para as cidades de um mesmo país ou estado: sempre postas em ordem alfabética. Nesse caso,
as capitais precisam aparecer no início da lista, uma vez que elas são, normalmente, as mais procuradas, tendo uma quantidade maior de
documentos.

- Norma do método geográfico 2


Ao realizar um arquivamento por cidades, quando não existe separação por estado, não há a exigência de que as capitais fiquem no
início. A ordem vai ser simplesmente alfabética. Entretanto, ao final de cada cidade, o estado a que ela corresponde precisa aparecer na
identificação.

6. Método temático
Esse é um método que propõe a organização dos documentos por assunto. Assim, a classificação é elaborada pelos assuntos e temas
básicos, que podem admitir diversas composições.

7. Índice onomástico (opcional)


Índice de nomes próprios que aparecem no texto. Deve ser utilizado quando o Coordenador da coleção assim o decidir. Deve ser or-
ganizado da mesma maneira que o índice remissivo.

Tabela de temporalidade
Instrumento de destinação, que determina prazos e condições de guarda tendo em vista a transferência, recolhimento, descarte de
documentos, com a finalidade de garantir o acesso à informação a quantos dela necessitem.
É um instrumento resultante da atividade de avaliação de documentos, que consiste em identificar seus valores (primário/adminis-
trativo ou secundário/histórico) e definir prazos de guarda, registrando dessa forma, o registra o ciclo de vida dos documentos.
Para que a tabela tenha validade precisa ser aprovada por autoridade competente e divulgada entre os funcionários na instituição.
Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos e recebidos por uma instituição no
exercício de suas atividades, os prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação final – eliminação ou guarda permanen-
te, além de um campo para observações necessárias à sua compreensão e aplicação.
Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utilização do instrumento:

1. Assunto: Apresenta-se aqui os conjuntos documentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos de acordo com as
funções e atividades desempenhadas pela instituição.
Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que contém os conjuntos documentais ordenados alfabeticamente para agili-
zar a sua localização na tabela.

2. Prazos de guarda: Trata-se do tempo necessário para arquivamento dos documentos nas fases corrente e intermediária, visando
atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou.
Deve ser objetivo e direto na definição da ação – exemplos: até aprovação das contas; até homologação daaposentadoria; e até qui-
tação da dívida.
- Os prazos são preferencialmente em ANOS
- Os prazos são determinados pelas: - Normas
- Precaução
- Informações recaptulativas
- Frequência de uso

3. Destinação final: Registra-se a destinação estabelecida que pode ser:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
4. Observações: Neste campo são registradas informações complementares e justificativas, necessárias à correta aplicação da tabela.
Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do suporte da informação e aspectos elucidativos quanto à destinação dos documentos,
segundo a particularidade dos conjuntos documentais avaliados.

A definição dos prazos de guarda devem ser definidos com base na legislação vigente e nas necessidades administrativas.

ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO


Nos processos de produção, tramitação, organização e acesso aos documentos, deverão ser observados procedimentos específicos,
de acordo com os diferentes gêneros documentais, com vistas a assegurar sua preservação durante o prazo de guarda estabelecido na
tabela de temporalidade e destinação.

Não podemos nos esquecer dos documentos eletrônicos, que hoje em dia está cada vez mais presente. As alternativas são diversas,
como dispositivos externos de gravação,porém, o mais indicado hoje, é armazenar os dados em nuvem, que oferece além da segurança,
a facilidade de acesso.

Armazenamento

Áreas de armazenamento

Áreas Externas
A localização de um depósito de arquivo deve prever facilidades de acesso e de segurança contra perigos iminentes, evitando-se, por
exemplo:
- áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e de inundações, como margens de rios e subsolos;
- áreas de risco de incêndios, próximas a postos de combustíveis, depósitos e distribuidoras de gases, e construções irregulares;
- áreas próximas a indústrias pesadas com altos índices de poluição atmosférica, como refinarias de petróleo;
- áreas próximas a instalações estratégicas, como indústrias e depósitos de munições, de material bélico e aeroportos.

Áreas Internas
As áreas de trabalho e de circulação de público deverão atender às necessidades de funcionalidade e conforto, enquanto as de arma-
zenamento de documentos devem ser totalmente independentes das demais.

Condições Ambientais
Quanto às condições climáticas, as áreas de pesquisa e de trabalho devem receber tratamento diferenciado das áreas dos depósitos,
as quais, por sua vez, também devem se diferenciar entre si, considerando-se as necessidades específicas de preservação para cada tipo
de suporte.
A deterioração natural dos suportes dos documentos, ao longo do tempo, ocorre por reações químicas, que são aceleradas por
flutuações e extremos de temperatura e umidade relativa do ar e pela exposição aos poluentes atmosféricos e às radiações luminosas,
especialmente dos raios ultravioleta.
A adoção dos parâmetros recomendados por diferentes autores (de temperatura entre 15° e 22° C e de umidade relativa entre 45%
e 60%) exige, nos climas quentes e úmidos, o emprego de meios mecânicos sofisticados, resultando em altos custos de investimento em
equipamentos, manutenção e energia.
Os índices muito elevados de temperatura e umidade relativa do ar, as variações bruscas e a falta de ventilação promovem a ocorrên-
cia de infestações de insetos e o desenvolvimento de microorganismos, que aumentam as proporções dos danos.
Com base nessas constatações, recomenda-se:
- armazenar todos os documentos em condições ambientais que assegurem sua preservação, pelo prazo de guarda estabelecido, isto
é, em temperatura e umidade relativa do ar adequadas a cada suporte documental;
- monitorar as condições de temperatura e umidade relativa do ar, utilizando pessoal treinado, a partir de metodologia previamente
definida;
- utilizar preferencialmente soluções de baixo custo direcionadas à obtenção de níveis de temperatura e umidade relativa estabilizados
na média, evitando variações súbitas;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos quando Os papéis e cartões empregados na produção de caixas e invó-
os equipamentos de climatização não puderem ser mantidos em lucros devem ser alcalinos e corresponder às expectativas de pre-
funcionamento sem interrupção; servação dos documentos.
- proteger os documentos e suas embalagens da incidência di- No caso de caixas não confeccionados em cartão alcalino, reco-
reta de luz solar, por meio de filtros, persianas ou cortinas; menda-se o uso de invólucros internos de papel alcalino, para evitar
- monitorar os níveis de luminosidade, em especial das radia- o contato direto de documentos com materiais instáveis.7
ções ultravioleta;
- reduzir ao máximo a radiação UV emitida por lâmpadas fluo- PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUI-
rescentes, aplicando filtros bloqueadores aos tubos ou às luminá- VO
rias; A manutenção dos documentos pelo prazo determinado na ta-
- promover regularmente a limpeza e o controle de insetos ras- bela de temporalidade dependem de três aspectos:
teiros nas áreas de armazenamento;
- manter um programa integrado de higienização do acervo e Fatores de deterioração em acervos de arquivos
de prevenção de insetos; Conhecendo-se a natureza dos materiais componentes dos
- monitorar as condições do ar quanto à presença de poeira e acervos e seu comportamento diante dos fatores aos quais estão
poluentes, procurando reduzir ao máximo os contaminantes, uti- expostos, torna-se bastante fácil detectar elementos nocivos e tra-
lizando cortinas, filtros, bem como realizando o fechamento e a çar políticas de conservação para minimizá-los.
abertura controlada de janelas; A grande maioria dos arquivos é constituída de documentos
- armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios magnéticos impressos, e o papel é basicamente composto por fibras de celulo-
e ópticos em condições climáticas especiais, de baixa temperatura se, portanto, identificar os principais agentes nocivos da celulose e
e umidade relativa, obtidas por meio de equipamentos mecânicos descobrir soluções para evita-los é um grande passo na preservação
bem dimensionados, sobretudo para a manutenção da estabilidade e na conservação documental.
dessas condições, a saber: fotografias em preto e branco T 12ºC ± Essa degradação à qual os acervos estão sujeitos não se limita
1ºC e UR 35% ± 5% fotografias em cor T 5ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5% a um único fator, pelo contrário, são várias as formas dessa degra-
filmes e registros magnéticos T 18ºC ± 1ºC e UR 40% ± 5%. dação ocorrer, como veremos a seguir:

Acondicionamento 1. Fatores ambientais


Os documentos devem ser acondicionados em mobiliário e in- São os agentes encontrados no ambiente físico do acervo,
vólucros apropriados, que assegurem sua preservação. como por exemplo, Temperatura, Umidade Relativa do Ar, Radiação
A escolha deverá ser feita observando-se as características fí- da Luz, Qualidade do Ar.
sicas e a natureza de cada suporte. A confecção e a disposição do
mobiliário deverão acatar as normas existentes sobre qualidade e - Temperatura e umidade relativa
resistência e sobre segurança no trabalho. O calor e a umidade contribuem significativamente para a des-
O mobiliário facilita o acesso seguro aos documentos, promove truição dos documentos, principalmente quando em suporte-pa-
a proteção contra danos físicos, químicos e mecânicos. Os docu- pel. O desequilíbrio de um interfere no equilíbrio do outro. O calor
mentos devem ser guardados em arquivos, estantes, armários ou acelera a deterioração. A velocidade de muitas reações químicas, é
prateleiras, apropriados a cada suporte e formato. dobrada a cada aumento de 10°C. A alteração da umidade relativa
Os documentos de valor permanente que apresentam grandes proporciona as condições necessárias para desencadear intensas
formatos, como mapas, plantas e cartazes, devem ser armazenados reações químicas nos materiais.
horizontalmente, em mapotecas adequadas às suas medidas, ou A circulação do ar ambiente representa um fator bastante im-
enrolados sobre tubos confeccionados em cartão alcalino e acon- portante para amenizar os efeitos da temperatura e umidade rela-
dicionados em armários ou gavetas. Nenhum documento deve ser tiva elevada.
armazenado diretamente sobre o chão.
As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de compu- - Radiação da luz
tador, devem ser armazenadas longe de campos magnéticos que Toda fonte de luz, emite radiação nociva aos materiais de acer-
possam causar a distorção ou a perda de dados. O armazenamento vos, provocando consideráveis danos através da oxidação.
será preferencialmente em mobiliário de aço tratado com pintura Algumas medidas podem ser tomadas para proteção dos acer-
sintética, de efeito antiestático. vos:
As embalagens protegem os documentos contra a poeira e da- - As janelas devem ser protegidas por cortinas ou persianas que
nos acidentais, minimizam as variações externas de temperatura e bloqueiem totalmente o sol;
umidade relativa e reduzem os riscos de danos por água e fogo em - Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no controle
casos de desastre. da radiação UV, tanto nos vidros de janelas quanto em lâmpadas
As caixas de arquivo devem ser resistentes ao manuseio, ao fluorescentes.
peso dos documentos e à pressão, caso tenham de ser empilhadas.
Precisam ser mantidas em boas condições de conservação e limpe- - Qualidades do ar
za, de forma a proteger os documentos. O controle da qualidade é muito importante porque os gases e
As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem respeitar for- as partículas sólidas contribuem muito para a deterioração de ma-
matos padronizados, e devem ser sempre iguais às dos documentos teriais de bibliotecas e arquivos, destacando que esses poluentes
que irão abrigar, ou, caso haja espaço, esses devem ser preenchidos podem tanto vir do ambiente externo como podem ser gerando no
para proteger o documento. próprio ambiente.
Todos os materiais usados para o armazenamento de docu-
mentos permanentes devem manter-se quimicamente estáveis ao
longo do tempo, não podendo provocar quaisquer reações que afe-
tem a preservação dos documentos.
7Adaptado de CONARQ - Conselho Nacional de Arquivos/ www.eboxdigital.com.br
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
2. Agentes biológicos Por isso, qualquer tratamento que se queira aplicar exige um
Os agentes biológicos de deterioração de acervos são, entre conhecimento das características individuais dos documentos e dos
outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os roedores e os fun- materiais a serem empregados no processo de conservação.
gos, cuja presença depende quase que exclusivamente das condi-
ções ambientais reinantes nas dependências onde se encontram os 4. Problemas no manuseio de livros e documentos
documentos. O manuseio inadequado dos documentos é um fator de degra-
dação muito frequente em qualquer tipo de acervo.
- Fungos O manuseio abrange todas as ações de tocar no documento,
Como qualquer outro ser vivo, necessitam de alimento e umi- sejam elas durante a higienização pelos funcionários da instituição,
dade para sobreviver e proliferar. O alimento provém dos papéis, na remoção das estantes ou arquivos para uso do pesquisador, nas
amidos (colas), couros, pigmentos, tecidos etc. A umidade é fator foto-reproduções, na pesquisa pelo usuário etc.
indispensável para o metabolismo dos nutrientes e para sua proli-
feração. Essa umidade é encontrada na atmosfera local, nos mate- 5. Fatores de deterioração
riais atacados e na própria colônia de fungos. Além da umidade e Como podemos ver, os danos são intensos e muitos são irrever-
nutrientes, outras condições contribuem para o crescimento das síveis. Apesar de toda a problemática dos custos de uma política de
colônias: temperatura elevada, falta de circulação de ar e falta de conservação, existem medidas que podemos tomar sem despender
higiene. grandes somas de dinheiro, minimizando drasticamente os efeitos
As medidas para proteger o acervo de infestação de fungos são: desses agentes. Alguns investimentos de baixo custo devem ser fei-
- estabelecer política de controle ambiental, principalmente tos, a começar por:
temperatura, umidade relativa e ar circulante - treinamento dos profissionais na área da conservação e pre-
- praticar a higienização tanto do local quanto dos documen- servação;
tos, com metodologia e técnicas adequadas; - atualização desses profissionais (a conservação é uma ciência
- instruir o usuário e os funcionários com relação ao manuseio em desenvolvimento constante e a cada dia novas técnicas, mate-
dos documentos e regras de higiene do local; riais e equipamentos surgem para facilitar e melhorar a conserva-
- manter vigilância constante dos documentos contra acidentes ção dos documentos);
com água, secando-os imediatamente caso ocorram. - monitoração do ambiente – temperatura e umidade relativa
em níveis aceitáveis;
- Roedores - uso de filtros e protetores contra a luz direta nos documentos;
A presença de roedores em recintos de bibliotecas e arquivos - adoção de política de higienização do ambiente e dos acervos;
ocorre pelos mesmos motivos citados acima. Tentar obstruir as pos- - contato com profissionais experientes que possam assessorar
síveis entradas para os ambientes dos acervos é um começo. As is- em caso de necessidade.
cas são válidas, mas para que surtam efeito devem ser definidas por
especialistas em zoonose. O produto deve ser eficiente, desde que 6. Características gerais dos materiais empregados em con-
não provoque a morte dos roedores no recinto. A profilaxia se faz servação
nos mesmos moldes citados acima: temperatura e umidade relativa Nos projetos de conservação/preservação de acervos de biblio-
controladas, além de higiene periódica. tecas, arquivos e museus, é recomendado apenas o uso de mate-
riais de qualidade arquivística, isto é, daqueles materiais livres de
- Ataques de insetos quaisquer impurezas, quimicamente estáveis, resistentes, duráveis.
Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto revestimen- Suas características, em relação aos documentos onde são aplica-
tos, provocam perdas de superfície e manchas de excrementos. As dos, distinguem-se pela estabilidade, neutralidade, reversibilidade
baratas se reproduzem no próprio local e se tornam infestação mui- e inércia.Dentro das especificações positivas, encontramos vários
to rapidamente, caso não sejam combatidas. materiais: os papéis e cartões alcalinos, os poliésteres inertes, os
Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos imensos adesivos alcalinos e reversíveis, os papéis orientais, borrachas plás-
em acervos, principalmente em livros. A fase de ataque ao acervo ticas etc., usados tanto para pequenas intervenções sobre os docu-
é a de larva. Esse inseto se reproduz por acasalamento, que ocorre mentos como para acondicionamento.
no próprio acervo. Uma vez instalado, ataca não só o papel e seus
derivados, como também a madeira do mobiliário, portas, pisos e 7. Critérios para a escolha de técnicas e de materiais para a
todos os materiais à base de celulose. conservação de acervos
O ataque causa perda de suporte. A larva digere os materiais Como já enfatizamos anteriormente, é muito importante ter
para chegar à fase adulta. Na fase adulta, acasala e põe ovos. Os conhecimentos básicos sobre os materiais que integram nossos
ovos eclodem e o ciclo se repete. acervos para que não corramos o risco de lhes causar mais danos.
Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não só para Vários são os procedimentos que, apesar de simples, são de
as coleções como para o prédio em si. Os cupins percorrem áreas grande importância para a estabilização dos documentos.
internas de alvenaria, tubulações, conduítes de instalações elétri-
cas, rodapés, batentes de portas e janelas etc., muitas vezes fora do 8. Higienização
alcance dos nossos olhos. A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os docu-
Chegam aos acervos em ataques massivos, através de estantes mentos. A sujidade não é inócua e, quando conjugada a condições
coladas às paredes, caixas de interruptores de luz, assoalhos etc. ambientais inadequadas, provoca reações de destruição de todos
os suportes num acervo. Portanto, a higienização das coleções deve
3. Intervenções inadequadas nos acervos ser um hábito de rotina na manutenção de bibliotecas ou arquivos,
Trata-se de procedimentos de conservação que realizamos em razão por que é considerada a conservação preventiva por excelên-
um conjunto de documentos com o objetivo de interromper ou me- cia.
lhorar seu estado de degradação e que as vezes, resultam em danos
ainda maiores.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Processos de higienização estado de conservação dos documentos. Caso esses critérios não
- Limpeza de superfície - o processo de limpeza de acervos de sejam obedecidos, o risco de aumentar os danos é muito grande e
bibliotecas e arquivos se restringe à limpeza de superfície e, por- muitas vezes de caráter irreversível.
tanto, é mecânica, feita a seco, com o objetivo de reduzir poeira, Os livros raros e os documentos de arquivo mais antigos de-
partículas sólidas, incrustações, resíduos de excrementos de insetos vem ser tratados por especialistas da área. Os demais documentos
ou outros depósitos de superfície. permitem algumas intervenções, de simples a moderadas. Os ma-
- Avaliação do objeto a ser limpo - cada objeto deve ser avalia- teriais utilizados para esse fim devem ser de qualidade arquivística
do individualmente para determinar se a higienização é necessária e de caráter reversível. Da mesma forma, toda a intervenção deve
e se pode ser realizada com segurança. No caso de termos as condi- obedecer a técnicas e procedimentos reversíveis. Isso significa que,
ções abaixo, provavelmente o tratamento não será possível: caso seja necessário reverter o processo, não pode existir nenhum
obstáculo na técnica e nos materiais utilizados.
• Fragilidade física do suporte Toda e qualquer procedimento acima citada obrigatoriamente
• Papéis de textura muito porosa deve ser feito com o uso dos EPIs – Equipamentos de Proteção Indi-
- Materiais usados para limpeza de superfície - a remoção da vidual – tais como avental, luva, máscara, toucas, óculos de prote-
sujidade superficial (que está solta sobre o documento) é feita ção e pró-pé/bota, a fim de evitar diversas manifestações alérgicas,
através de pincéis, flanela macia, aspirador e inúmeras outras fer- como rinite, irritação ocular, problemas respiratórios, protegendo
ramentas que se adaptam à técnica, como bisturi, pinça, espátula, assim a saúde do profissional.8
agulha, cotonete;

- Limpeza de livros
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NA REPARTIÇÃO PÚBLI-
- Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha, pincel ma-
CA: UTILIZAÇÃO DA AGENDA, USO E MANUTENÇÃO
cio, aspirador, flanela macia, conforme o estado da encadernação;
PREVENTIVA DE EQUIPAMENTOS, ECONOMIA DE SU-
- Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela lombada,
PRIMENTOS
apertando o miolo. Com uma trincha ou pincel, limpar os cortes,
começando pela cabeça do livro, que é a área que está mais exposta
à sujidade. Quando a sujeira está muito incrustada e intensa, utili-
zar, primeiramente, aspirador de pó de baixa potência ou ainda um Equipamentos
pedaço de carpete sem uso; Diante da necessidade de organizar, gerenciar, os recursos de
- O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha, numa primei- suporte e manutenção utilizados pelos usuários, surgiu o Departa-
ra higienização; mento de Suporte e Manutenção, que tem como objetivo atender
- Oxigenar as folhas várias vezes. às necessidades no que diz respeito ao correto uso e manuseiode
equipamentos de informática e outros, como os de comunicação
- Higienização de documentos de arquivo - materiais arquivís- áudio visual, permitindo a qualidade dos mesmos e a adequação de
ticos têm os seus suportes geralmente quebradiços, frágeis, distor- transporte, instalação e configuração. Além disso trabalha com os
cidos ou fragmentados. Isso se deve principalmente ao alto índice pedidos de manutenção, instalação e configuração de equipamen-
de acidez resultante do uso de papéis de baixa qualidade. As más tos obedecendo programação e avaliação dos serviços.
condições de armazenamento e o excesso de manuseio também A Seção de Suporte tem como objetivo gerenciar, administrar
contribuem para a degradação dos materiais. Tais documentos têm e operar os equipamentos de uso comum aos usuários, bem como
que ser higienizados com muito critério e cuidado. prestar suporte aos usuários nos serviços oferecidos e auxiliar na
implantação e execução da política de operação e zelo.
- Documentos manuscritos - os mesmos cuidados para com os
livros devem ser tomados em relação aos manuscritos. O exame
Manutenção:
dos documentos, testes de estabilidade de seus componentes para
A Função de Manutenção tem por objetivo prover a manuten-
o uso dos materiais de limpeza mecânica e critérios de intervenção
ção e assistência técnica dos equipamentos
devem ser cuidadosamente realizados.
Esta função ainda tem como objetivo a manutenção preventiva
- Documentos em grande formato
e corretiva dos equipamentos, promovendo uma vida útil por mais
- Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura (no ge-
tempo aos mesmos através das aplicações devidas conforme carac-
ral em papel vegetal) podem ser limpos com pó de borracha, após
terísticas de cada equipamento.
testes. Pode-se também usar um cotonete - bem enxuto e embebi- Os equipamentos têm sofrido ao longo dos tempos evoluções
do em álcool. Muito sensíveis à água, esses papéis podem ter dis- importantes:
torções causadas pela umidade que são irreversíveis ou de difícil - Os equipamentos são cada vez mais automatizados. Tornam-
remoção. -se mais compactos, mais complexos e são utilizados de forma mais
- Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters são muito intensa.
frágeis. Não se recomenda limpar a área pictórica. Todo cuidado é - Os equipamentos são mais “caros” (investimentos mais eleva-
pouco, até mesmo na escolha de seu acondicionamento. dos) com períodos de amortização mais pequenos.
- Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma atenção es- - A exigência imposta por novos métodos de gestão da produ-
pecial na limpeza. Em mapas impressos, desde que em boas condi- ção, o “Just-in-Time” exige a eliminação total dos problemas e ava-
ções, o pó de borracha pode ser aplicado para tratar grandes áreas. rias das máquinas.

9. Pequenos reparos A tendência do mundo atual é das pessoas passarem mais tem-
Os pequenos reparos são diminutas intervenções que pode- po em seu ambiente de trabalho do que no aconchego do seu lar.
mos executar visando interromper um processo de deterioração Por mais que o ambiente de trabalho se torne quase como uma se-
em andamento. Essas pequenas intervenções devem obedecer a gunda “casa”, o funcionário não deve confundir como deve se com-
critérios rigorosos de ética e técnica e têm a função de melhorar o
8Adaptado de Norma Cianflone Cassares
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
portar ou utilizar os equipamentos da empresa, tudo deve seguir Fax
uma linha profissional. O computador utilizado no serviço deve ser Funciona também como telefone, mas com uma vantagem: re-
usado exclusivamente para o auxílio e para o desempenho de suas cebe e envia dados escritos. Ainda é utilizado em algumas empresas
tarefas durante a carga horária de trabalho. Portanto, a empresa para recebimento de cópias de diversos documentos, cotações e
pode monitorar os passos do funcionário, desde que o mesmo es- comprovantes.
teja ciente disso. A ocorrência mais comum é o monitoramento do O aparelho deve ser recarregado com bobinas de papel especí-
histórico de navegação, tendo unicamente o objetivo de garantir a fico. Para haver a transmissão de documentos via fax, é necessário
produtividade e impedir a contaminação por vírus ou o extravio de que seja liberado, por parte do destinatário, um sinal eletrônico.
documentação e informações confidenciais. Com a crescente utili- Portanto, o funcionário deve conhecer também o funcionamento
zação da internet em práticas ilícitas, as empresas estão dispensan- deste equipamento.
do um cuidado maior para que esse tipo de prática não ocorra em
suas dependências. Fotocopiadoras ou xerox
Utilizar os equipamentos da empresa para fins pessoais como Servem para fazer cópias de documentos. É importante que
gravar músicas, filmes, fotos pessoais, etc., podem ser visto com o funcionário domine seu funcionamento, sabendo, por exemplo,
desconfiança pelas empresas, pois podem contaminar o equipa- como substituir tintas ou tonners e recarregar as folhas de papel. Al-
mento com qualquer tipo de vírus ou fazer com que a máquina se guns modelos de fotocopiadoras possuem portas USB e trabalham
torne mais lenta por causa do excesso de arquivos. em rede, funcionando também como impressora.
Vale lembrar que, em caso de mau uso dos equipamentos, a
empresa está amparada pela lei (artigo 462, parágrafo 1º da CLT) Deverá estar em local propício, prático e de livre acesso, para
para efetuar descontos nos salários “em caso de dano causado que não atrapalhe a rotina.
pelo empregado, desde que esta possibilidade tenha sido acordada
(termo de responsabilidade pela integridade dos bens da empresa Calculadoras
assinado no ato da contratação) ou na ocorrência de dolo de sua São importantes por realizar operações matemáticas de forma
parte”.9 rápida. No caso da secretária ou secretário, que fica muitas vezes
responsável pelo pagamento e recebimento de contas, é indispen-
Os principais materiais existentes num escritório sável ter uma calculadora sempre àmão.
• Computadores: são utilizados para finalidades diversas, sen-
do estas, por exemplo, contabilidade, envio de e-mails, apresenta- Agenda
ções e outras. A agenda representa o trabalho da escritório, é a organização
evidenciada em páginas. É responsável por lembrar eventos, provi-
Atualmente, tamanhos e modelos são vários, o que deverá ser dências, pagamentos e tudo mais que o funcionário não daria conta
dimensionado de acordo com o propósito do escritório. de lembrar se não houvesse o registro.
Alguns objetos como canetas, blocos de anotações, furadores,
• Impressoras e máquinas de retalhar de papel (fragmentado-
grampeadores, carimbos, clips e tesouras são muito úteis e devem
ras): impressoras são completamente vitais para a impressão de
estar sempre acessíveis na rotina diária do escritório. São pequenos
documentos importantes, e uma máquina retalhamento é um equi-
no tamanho, mas tornam-se importantes, principalmente, em tare-
pamento de destruição de informações classificadas.
fas simples e que requerem rapidez.
• Calculadoras: serve para fazer cálculos mais rápidos.
• Máquina de fax: serve para o envio mais rápido e mais fácil de
Organizar uma agenda não é uma tarefa tão fácil quanto pare-
um documento importante. A realidade da digitalização, vale lem-
ce. É preciso que as partes envolvidas trabalhem em conjunto para
brar, ainda não se faz presente em boa parte dos escritórios. que ela funcione perfeitamente.
• Gavetas e mesas: para guardar documentos e relatórios e, Um secretário não pode organizar a agenda de seu diretor sozi-
desse modo, auxiliar na organização do escritório. Devem também nha, ela precisa da colaboração dele para que todos os compromis-
ser dimensionadas de acordo com propósito do escritório, sem, sos sejam cumpridos conforme a necessidade.
portanto, perturbar seu bom funcionamento. Alguns executivos costumam decidir seus compromissos sem-
• Cadeiras: devem ser confortáveis e resistentes, o que irá asse- pre de ultima hora. E quem acaba prejudicada é a secretária, que
gurar um confortável cenário de trabalho e contribuirá para melhor precisa reorganizar novamente todos os compromissos.
produtividade. Mas se seu diretor costuma seguir sua agenda a risca, segue
• Telefones: importante para a comunicação dentro e fora do algumas dicas importantes antes de confirmar um compromisso:
escritório. * Precisa confirmar a presença dele em uma reunião? Antes de
• Material de escrita e papel: o papel físico ainda é uma forma- dizer “sim, ele estará presente.” É necessário que você o comunique
lidade presente nos escritórios. primeiro. Assim, você não corre o risco de confirmar justamente
nos dias que ele estará ausente do escritório.
Telefone * Não sabe quanto tempo vai durar a reunião? No dia que for
Essencial, é um dos aliados mais importantes da comunicação agendar já se informe qual será o prazo necessário para a mesma,
entre o profissional do secretariado e seus contatos para coleta e assim você consegue deixar tempo suficiente.
envio de informações. * Lembre de deixar 15 minutos a mais, geralmente reuniões de
Ele deve ficar sobre a mesa, ao alcance fácil. E, no caso de ser negócios costumam se estender um pouco mais.
uma central PABX, o profissional deve ter acesso à lista com os ra- * Deixe um pequeno intervalo de 15 minutos a cada duas ho-
mais dos outros setores para transmitir e atender várias ligações. ras de compromissos. Neste tempo você consegue passar um reca-
O profissional deve, portanto, se informar primeiramente so- do importante, seu diretor uma ligação que seja necessária ou até
bre o funcionamento adequado do aparelho para, assim, evitar sua mesmo tomar um cafezinho.
má ou subutilização. * Logo que chegar ao escritório, revise toda a agenda e passe os
compromissos para seu diretor. Alguns preferem receber via e-mail,
9 Fonte: www.brasilescola.uol.com.br telefone, mensagem no celular e até a tradicional agenda de papel.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PARA O PROFISSIONAL SE ORGANIZAR MELHOR eventuais na sua lista de compromissos. Assim, pelo menos, você
pode ter uma ideia do que é necessário finalizar e de quais serão os
1. Coloque tudo no papel períodos mais conturbados.
O primeiro passo para o profissional se organizar melhor é colo- Isso é especialmente positivo para aquelas pessoas que têm
car tudo no papel, preferencialmente em uma agenda. Isso permi- mania de deixar tudo para a última hora. Se você escolher cumprir
tirá que você minimize as chances de esquecer algum compromisso apenas uma tarefa indispensável nos primeiros dias da semana, por
e ainda dará a possibilidade de consultar as suas tarefas, procurar exemplo, saberá ao certo o número de dias pelos quais poderá dis-
por números de telefone ou observar os detalhes de seus afazeres. tribuir o restante de seus compromissos. Isso reduz a pressão e o
O ideal mesmo é que você consiga fazer isso no dia anterior ou, desgaste do seu ofício.
no máximo, de manhã cedo, antes de uma reunião, por exemplo.
Quanto mais antecedência, mais tempo você terá para elaborar o 7. Fique de olho no calendário
seu planejamento e menores serão as chances de que você se es- Para planejar em longo prazo, você precisa ficar de olho no ca-
queça de algo. Escolha a alternativa que melhor se encaixa no seu lendário. E, por isso mesmo, o ideal é ter uma folhinha na sua mesa
gosto pessoal. de trabalho, seja no home-office ou no escritório da empresa. Use-a
para marcar os dias em que tem algo importante.
2. Defina bem as prioridades Não é preciso anotar os detalhes nas suas páginas, pois você já
Outra ação importante para o profissional se organizar melhor terá feito isso no papel ou na agenda. No entanto, apenas sinalizar
é traçar uma boa definição de suas prioridades, percebendo quais que tem alguma tarefa ou evento naquele dia já é de grande valia.
tarefas são realmente essenciais e quais não são. Não fique com a Manter essa visualização acessível faz com que você não se esqueça
consciência pesada por fazer isso, pois nem todos os compromissos de nada!
agendados têm a mesma importância para você e para o sucesso do
seu empreendimento. 8. Conte com os aplicativos
Quando estiver definindo a sua lista, determine quais são os A tecnologia pode ser uma forte aliada da sua rotina e, para
assuntos de maior relevância. Uma boa ideia é colocar números à modernizar ainda mais esse processo de organização do seu dia a
frente dos seus afazeres, em ordem crescente de relevância. Não dia, você pode utilizar aplicativos instalados no seu smartphone
gaste horas preciosas e nem priorize temas que pouco tendem a ou tablet. A maioria desses programas é integrada, fornecendo a
aumentar a sua produtividade, por exemplo. função de calendário e agenda, com lembretes, listas de tarefas e
anotações.
3. Use as listas a seu favor O próprio Google oferece a ferramenta Google Agenda, que é
Como dissemos, definir suas prioridades é fundamental e, para gratuita e integra seu e-mail no computador, sincronizando seu dis-
fazer isso de maneira correta, você pode usar listas. Comece pelas positivo móvel, com lembretes personalizados por e-mail, SMS ou
atividades recorrentes e importantes, como contato com os clien- pop-up, por exemplo. Vale a pena pesquisar e escolher o melhor
tes, pagamento de contas mensais e outras. Depois, organize as ta- aplicativo para a sua necessidade.
refas por prioridades, separando o que precisa ser feito em cada dia
e o que é mais flexível. 9. Organize o seu espaço
Para finalizar essa etapa, crie checklists com o que deve ser Além de organizar a agenda por meio de todas essas atitudes, é
concluído e aproveite para assinalar, no papel, quando cumprir es- muito importante que você tenha um espaço bem-arranjado para o
sas tarefas. Você pode listar, por exemplo, todas as contas e ir mar- cumprimento adequado de suas tarefas, tanto no trabalho quanto
cando as que já foram pagas. em casa. Um ambiente limpo e sem bagunça diminui a perda de
tempo com distrações ou mesmo com a procura de itens que você
4. Não ignore os detalhes não sabe onde estão.
Outra atitude primordial para o profissional se organizar me- Documentos importantes, por exemplo, devem ser guarda-
lhor é dar o devido valor para os detalhes. Mesmo com a necessi- dos em gavetas de fácil acesso, porém seguras, de forma que você
dade de manter uma perspectiva abrangente no seu dia a dia, você evite perder toda essa papelada. Além disso, vale a pena apostar
precisa dar uma atenção especial para alguns pormenores. Procure nos documentos digitais, que não gastam papel ou espaço e ficam
descrever os seus compromissos de forma detalhada e sistemática, acessíveis a um clique, em qualquer local que tenha conexão com
para que nada seja deixado para trás. a internet.

5. Tenha uma agenda organizada 10. Divida bem o seu tempo


A melhor maneira de organizar sua rotina é registrar todas as É fundamental que você divida o seu tempo entre trabalho, la-
atividades diárias e os compromissos do mês. Tenha uma agenda zer e família. Não dá para sacrificar um ou outro: então, organize-se
organizada, seja ela do tipo caderno para anotações ou digital, no de forma a não prejudicar nenhum dos pilares de sua vida. Se o seu
celular, smartphone ou tablet. horário é comercial, não leve trabalho para casa fora desse período.
Lembre-se de que o importante é ter onde anotar tudo. É fun- Já se a sua agenda tem mais flexibilidade ou é imprevisível, se-
damental registrar os compromissos em seus respectivos horários e pare momentos do dia para passar com a família e os amigos. Tam-
datas, com os tempos de duração correspondentes. bém é importante que você não exagere na quantidade de compro-
Por meio dessa estratégia, você consegue ter uma gestão me- missos. Muitas vezes, pecamos por querer fazer tudo de uma vez e,
lhor da sua atividade e ainda é possível programar lembretes horas como consequência, acabamos não realizando nada.
ou dias antes dela, evitando que se esqueça de algo. Não duvide: Pouco adianta se programar para muitas coisas se, depois, você
agendas são sempre ótimas opções! não conseguir cumprir metade delas. Mire em um número possível
de ser cumprido e vá experimentando a sua capacidade diária de
6. Planeje em longo prazo produtividade.
Organizar o tempo é mais difícil se pensarmos apenas nos mo-
mentos imediatos. Por isso mesmo, planejar em longo prazo é sem-
pre uma boa estratégia, mesmo que seja preciso fazer mudanças
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
11. Estipule uma hora para terminar
Especialmente quando se começa a empreender ou quando trabalha como autônomo, a tentação de esticar o período de expediente
é imensa, pois é você que precisará arcar com prejuízos ou experimentará os louros da lucratividade. No entanto, por mais que seja difícil,
é muito importante estipular uma hora para terminar e, principalmente, cumprir essa determinação.
Aumentar demasiadamente suas horas de trabalho não terá os efeitos que você imagina, pois invariavelmente haverá uma queda no
desempenho devido ao cansaço e ao estresse. Para alcançar melhores resultados, é importante que você conheça os seus limites e não os
ultrapasse de forma corriqueira.

EQUIPAMENTOS DE ESCRITÓRIO

Pen drive
O pen drive é um dispositivo portátil que armazena arquivos de computador. Com uma quantidade razoável de espaço para guardar
documentos em formato digital, os pen drives têm se tornado essenciais na rotina do profissional da secretaria.
Com ele, é possível transferir arquivos para outros computadores, além de guardar modelos de cartas e demais documentos neces-
sários na rotina secretarial.

Computador
O computador é uma ferramenta essencial para melhorar o desempenho do profissional num escritório. Ligado em rede e conectado
à internet, alcança outros setores do local de trabalho e outras empresas através de sites e e-mails.
Para usufruir ao máximo dos recursos do computador, é necessário que a secretária ou secretário tenha, ao menos, conhecimentos
básicos na área de informática.

Impressoras
São utilizadas em conjunto com o computador e servem para imprimir diversos documentos. O profissional deverá, também, saber
manusear essa ferramenta.
Geralmente, estão conectadas ao computador e ficam próximas deste. No caso de ser utilizada em rede, é necessário que, imediata-
mente após enviar a solicitação de impressão pelo computador, o funcionário vá até o local de saída do documento que foi impresso. Há
opções de impressões em preto e branco e coloridas.

Equipamentos para eventos


Além de conhecer os equipamentos usados em sua rotina diária, o funcionário precisa dominar o funcionamento de alguns equipa-
mentos usados em eventos como congressos, reuniões, apresentações e etc.
Tais equipamentos tornam as apresentações e reuniões mais objetivas, atrativas e organizadas. Veja a seguir alguns equipamentos
usados nestes eventos:

Flip chart
O flip chart (ou cavalete) é utilizado em apresentações menores. Corresponde a um grande bloco de papel, colocado em frente ao
público, onde o apresentador, com um pincel atômico, expõe suas ideias.

Notebook
Trata-se de um computador portátil e recarregável por bateria. Sendo assim, é mais leve e compacto. Pode ser transportado e utilizado
em diferentes lugares com facilidade.
Geralmente, contém tela de LCD (cristal líquido), acoplando teclado, mouse (touchpad), unidade de disco rígido, portas para conec-
tividade USB e de rede, saída para VGA, HDMI, portabilidade para fax/modem e gravadores de CD/DVD. Em várias atividades, é utilizado
como substituto do computador convencional.

Retroprojetor
É, com certeza, o recurso mais moderno para se utilizar em apresentações. Geralmente, trabalha em conjunto com o notebook ou
computador, refletindo em uma tela o projeto criado pelo usuário. Essa apresentação pode conter vídeos, imagens, sons, textos e tudo o
mais que seja necessário demonstrar no evento.

Aparelho de DVD
Desde seu lançamento, os aparelhos de DVD se aprimoraram em substituir com sucesso os videocassetes. A tecnologia trouxe uma
melhor sincronização entre áudio e vídeo, além de oferecer uma variedade de recursos para atender as mais atuais e diversas necessida-
des, como conexão HDMI, entrada USB, leitura de arquivos de música e imagem.
Portanto, ele pode também ser utilizado numa reunião, ou apresentação para demonstração de arquivos de vídeo, som ou imagem.

Microfones
O uso de microfones é essencial na maioria das apresentações, principalmente se o público for grande. É importante garantir o bom
funcionamento do equipamento, no mínimo, um dia antes da apresentação. Caso haja algum problema, providencie a solução o mais
rápido possível.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Programas e sistemas do computador
Além dos equipamentos, o funcionário muitas vezes precisa utilizar sistemas de computador específicos para seu atendimento e agen-
damento. Ele deve, portanto, ser capacitado no programa usado em sua empresa e, sempre que tiver dúvidas, entrar em contato com o
responsável pelo suporte do sistema usado.
Como exemplo, há os programas administrativos de agendamento e controle financeiro, que muitas vezes, o próprio funcionário precisa
utilizar para agendar compromissos, consultas de pacientes, programar pagamentos e recebimentos relacionados à sua atividade e etc.
Como visto, é importante que o funcionário tenha acesso a diferentes tipos de equipamentos e conheça o funcionamento dos siste-
mas usados em seu computador para otimizar seu trabalho e seu apoio ao executivo da empresa.10

Uma visão geral do software

Uso e conservação
Diante da necessidade de organizar, gerenciar, os recursos de suporte e manutenção utilizados pelos usuários, surgiu o Departamento
de Suporte e Manutenção, que tem como objetivo atender às necessidades no que diz respeito ao correto uso e manuseio de equipa-
mentos de informática e outros, como os de comunicação áudio visual, permitindo a qualidade dos mesmos e a adequação de transporte,
instalação e configuração. Além disso trabalha com os pedidos de manutenção, instalação e configuração de equipamentos obedecendo
programação e avaliação dos serviços.
A Seção de Suporte tem como objetivo gerenciar, administrar e operar os equipamentos de uso comum aos usuários, bem como pres-
tar suporte aos usuários nos serviços oferecidos e auxiliar na implantação e execução da política de operação e zelo.

Cadeia de suprimento no setor público, como funciona?


Cadeia de suprimento no setor público: O setor público é um dos maiores consumidores de bens e serviços. Mas ao contrário da ini-
ciativa privada, que tem mais liberdade para gerir sua cadeia de suprimentos, o setor público tem que seguir os ditames da Lei de Licitação
e Contratos Administrativos (Lei Federal 8.666/93) e Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/00).
Os gestores não podem gastar o dinheiro público sem prestar contas à sociedade. Cabe aos gestores públicos atender as demandas
da população no menor tempo e custo possível e com qualidade total, mas só podem fazer o que a legislação autoriza (ato vinculado).

Logística na organização pública


O papel da logística é fazer a gestão do fluxo de bens e serviços ao longo da cadeira produtiva para que as mercadorias e serviços
cheguem ao consumidor final no momento certo, empregando todos os métodos e tecnologias necessárias para reduzir os custos opera-
cionais.
Na administração pública a logística é de suma importância, dada a necessidade de atender as demandas da população no tempo
certo, com eficiência e eficácia. Como os processos de contratações públicas são mais lentos – quando comparados com as compras da
iniciativa privada – é fundamental manter uma gestão efetiva de suprimentos para não deixar de atender a população devido à falta de
materiais, equipamentos e serviços terceirizados.
Cada processo precisa ser otimizado para se alcançar os resultados desejados. Isto implica em efetividade na gestão de estoques e
contratos, pois os processos licitatórios são demorados e as compras e contratações emergenciais não devem ser uma rotina da gestão
pública.

Cadeia de suprimento no setor público


A cadeia de suprimentos no setor público envolve os canais:
- Compras de matérias-primas;
- Bens e serviços;
- Produção;
- Estocagem;
- Distribuição.
10 Fonte: www.grancursosonline.com.br
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Em cada etapa, há fluxo de informações e sistemas operacio- Um dos objetivos do gerenciamento da cadeia de suprimentos
nais, os quais garantem a entrega de bens e serviços ao destino do setor público é encontrar as fontes de abastecimento sempre
certo. Como a cadeia de suprimentos no setor público é sistêmica, que for necessário adquirir produtos e serviços para atender as de-
planejamento e controle são essenciais para a continuidade de pro- mandas da administração pública, nas áreas de saúde, educação,
cessos em cada etapa da cadeia de suprimentos no setor público. alimentação escolar, limpeza urbana, atendimento ao cidadão, ser-
O gerenciamento da cadeia de suprimentos do setor público viços de engenharia, entre outras.
torna-se mais efetivo quando combina Tecnologia de Informação e Por esta razão, é fundamental manter um cadastro de fornece-
as ferramentas do Governo Eletrônico. dores efetivo, capaz de gerar relatórios importantes para agilizar os
processos de compras governamentais. Isto é possível com o uso de
Processo de compras públicas tecnologias de informação e sistemas integrados. O e-fornecedor é
As contratações governamentais são realizadas através de pro- um desses recursos que otimizar os registros cadastrais para com-
cessos licitatórios. A Lei de Licitações (Lei Federal 8.666/93) define pras futuras.
as modalidades e tipos de licitações que devem ser realizadas pelo A modernização da administração pública proporciona diversos
setor público com a finalidade de contratar bens e serviços. Há di- benefícios, entre os quais a transparência na gestão, otimização dos
versas etapas a serem cumpridas, desde a solicitação de compras processos da cadeia de suprimentos, economia de tempo e recur-
até o fornecimento dos bens e/ou serviços contratados. sos públicos.
Quando não existe eficiência na gestão de suprimentos e con- Com uma plataforma virtual, o setor público é capaz de man-
tratos os órgãos públicos não conseguem realizar plenamente suas ter um cadastro de fornecedores bem completo, atualizado e ainda
funções, deixando a população, muitas vezes, sem atendimentos bá- consegue reduzir a quantidade de arquivos de documentos impres-
sicos nos serviços de saúde, educação, limpeza pública, entre outros. sos.
Além disso, como os fornecedores não terão que comparecer
Modalidades de licitação ao órgão público para efetuar o cadastro os funcionários poderão
As modalidades de licitação são as seguintes: concorrência pú- dedicar o tempo que seria usado no atendimento pessoal para exe-
blica, tomada de preços, carta-convite, pregão (eletrônico ou pre- cutar outras tarefas. O e-fornecedor reduz a burocracia e proporcio-
sencial), leilão e concurso. As propostas são julgadas com base no na mais agilidade ao serviço público.
menor preço, melhor técnica, técnica e preço e maior lance (lei-
lões). Como as compras públicas são realizadas através de licita-
ções, não existe um processo de negociação com fornecedores. As
propostas são analisadas por uma comissão e todos os processos COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL
são fiscalizados pelo poder legislativo e tribunal de contas estadual.
Existe também o Sistema de Registro de Preços, utilizado nas
modalidades de concorrência pública e pregão. Para compor esse
Ser um comunicador habilidoso é essencial para ser um bom
banco de dados também é necessário fazer licitações para selecio-
administrador e líder de equipe. Mas a comunicação também deve
nar as empresas que poderão ser convocadas para fornecer produ-
ser administrada em toda a organização. A cada minuto de cada dia,
tos e serviços a órgãos públicos.
incontáveis bits de informação são transmitidos em uma organiza-
ção. Serão discutidas as comunicações de cima para baixo, de baixo
Registro Cadastral de Fornecedores
para cima, horizontal e informal nas organizações.
O artigo 34 da Lei de Licitações estabelece que os órgãos e as
entidades governamentais devem fazer os registros cadastrais de
Comunicação de Cima Para Baixo
fornecedores. O Certificado de Registro Cadastral é um documento,
válido por 12 meses, que reúne informações gerais sobre empresas A comunicação de cima para baixo refere-se ao fluxo de infor-
que desejam fornecer a órgãos públicos. As informações contidas no mação que parte dos níveis mais altos da hierarquia da organização,
CRC referem-se à habilitação jurídica, regularidade fiscal e tributária. chegando aos mais baixos. Entre os exemplos estão um gerente pas-
sando umas atribuições a sua secretária, um supervisor fazendo um
Como gerenciar o cadastro de fornecedores do setor público? anúncio a seus subordinados e o presidente de uma empresa dando
O gerenciamento do cadastro de fornecedores é mais efetivo uma palestra para sua equipe de administração. Os funcionários de-
quando é realizado através de um programa computacional inte- vem receber a informação de que precisam para desempenhar suas
grado a outros bancos de dados para a validação de informações funções e se tornar (e permanecer) membros leais da organização.
importantes como CNPJ, CPF e endereço da empresa. Muitas vezes, os funcionários ficam sem a informação adequa-
O e-fornecedor é um software que possibilita o cadastramento da. Um problema é a sobrecarga de informação: os funcionários
online de fornecedores do setor público. O programa consulta os são bombardeados com tanta informação que não conseguem ab-
bancos de dados das Receitas Federal e Estadual para validar os da- sorver tudo. Grande parte da informação não é muito importante,
dos relativos ao CNPJ e Inscrição Estadual, e o banco de dados dos mas seu volume faz com que muitos pontos relevantes se percam.
Correios para validar informações relativas ao endereço e CEP. Quanto menor o número de níveis de autoridade através dos
Com o e-fornecedor é possível atualizar automaticamente di- quais as comunicações devem passar, tanto menor será a perda ou
versas certidões de fornecedores. As informações armazenadas distorção da informação.
pelo e-fornecedor formam um histórico de pessoas físicas e jurídi-
cas que desejam fornecer produtos e serviços a órgãos públicos. É Administração da comunicação de cima para baixo
um sistema seguro e eficaz, que organiza o cadastro de fornecedo- Os administradores podem fazer muitas coisas para melhorar a
res de maneira efetiva. comunicação de cima para baixo. Em primeiro lugar, a administra-
O e-fornecedor é aderente à Lei de Licitações (Lei 8.666/93). O ção deve desenvolver procedimentos e políticas de comunicação.
software pode ser customizado conforme as necessidades do ente Em segundo lugar, a informação deve estar disponível àqueles que
público e possui várias opções de configuração. Com o e-fornecedor dela necessitam. Em terceiro lugar, a informação deve ser comu-
é possível melhorar o processo de registro cadastral. nicada de forma adequada e eficiente. As linhas de comunicação
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
devem ser tão diretas, breves e pessoais quanto possível. A infor- Isso parece lógico, mas é surpreendente quantos gerentes
mação deve ser clara, consistente e pontual - nem muito precoce adiam continuamente a avaliação enquanto se concentram em
nem (o que é um problema mais comum) muito atrasada. atribuições urgentes mas, em última análise, menos importantes.
Quando a avaliação é adiada, os prazos também são prorrogados,
Comunicação de Baixo Para Cima porque funcionários começam a sentir que pontualidade e qualida-
A comunicação de baixo para cima vai dos níveis mais baixos de não são importantes. Quando o desempenho cai, mais respon-
da hierarquia para os mais altos. sabilidades são deslocadas para o gerente - que, assim, tem ainda
Os administradores devem facilitar a comunicação de baixo menos tempo para direcionar e avaliar funcionários.
para cima.
Mas os administradores devem também motivar as pessoas a Conduzir eficientemente processos de comunicação interpes-
fornecer informações valiosas. soal e trocar feedback de forma motivadora têm sido um grande
desafio na liderança de equipes e grupos de trabalho em geral.
Comunicação Horizontal Sendo assim, o profissional precisa aprender a administrar:
Muita informação precisa ser partilhada entre pessoas do mes- - A correta utilização da comunicação verbal e não verbal
mo nível hierárquico. Essa comunicação horizontal pode ocorrer - A comunicação como elemento de integração e motivação na
entre pessoas da mesma equipe de trabalho. Outro tipo de comuni- empresa
cação importante deve ocorrer entre pessoas de departamentos di- - Competências técnicas e humanas
ferentes. Por exemplo, um agente de compras discute um problema - Como o ouvinte percebe a sua comunicação
com um engenheiro de produção, ou uma força-tarefa de chefes de - Gerenciamento de relações
departamento se reúne para discutir uma preocupação particular. - Resolução de conflitos
Especialmente em ambientes complexos, nos quais as decisões - Como ouvir melhor: a arte de esclarecer e confirmar
de uma unidade afetam a outra, a informação deve ser partilhada - Como especificar méritos e sugerir mudanças
horizontalmente. - A importância de argumentar para os valores do outro

Comunicação Formal e Informal Processo comunicacional


As comunicações organizacionais diferem em sua formalidade. O processo comunicacional tem como maior objetivo a intera-
As comunicações formais são oficiais, episódios de transmissão de ção humana, buscando o estabelecimento das relações e o entendi-
informação sancionados pela organização. Podem mover-se de bai- mento entre os indivíduos.
xo para cima, de cima para baixo ou horizontalmente, muitas vezes Desde os tempos antigos, Aristóteles já dizia que:
envolvendo papel. (...) devemos olhar para três ingredientes na comunicação:
quem fala, o discurso e a audiência. Ele quis dizer que cada um des-
A comunicação informal é menos oficial. tes elementos é necessário à Comunicação e que podemos organi-
zar nosso estudo do processo sob estes três títulos:
A função de controle está relacionada com as demais funções
do processo administrativo: o planejamento, a organização e a di- 1) a pessoa que fala;
reção repercutem nas atividades de controle da ação empresarial. 2) o discurso que faz;
Muitas vezes se torna necessário modificar o planejamento, a orga- 3) a pessoa que ouve.
nização ou a direção, para que os sistemas de controle possam ser
mais eficazes. É interessante notar que praticamente todos os modelos atu-
A avaliação intimida. É comum os gerentes estarem ocupados ais de processos comunicacionais são parecidos com o de Aristó-
demais para se manterem a par daquilo que as pessoas estão fa- teles, sendo que o que mudou foi a complexidade com que eles
zendo e com qual grau de eficiência. É quando gerentes não sabem estão sendo abordados.
o que seu pessoal está fazendo, não podem avaliar corretamente. As primeiras abordagens da Comunicação defendiam um pro-
Como resultado, sentem-se incapazes de substanciar suas impres- cesso comunicacional constituído por apenas quatro elementos
sões e comentários sobre desempenho - por isso evitam a tarefa. fundamentais: emissor, receptor, mensagem e meio. Já as abor-
Mas quando a seleção e o direcionamento são feitos correta- dagens mais recentes da Comunicação, defendem que o processo
mente, a avaliação se torna um processo lógico de fácil implemen- é desencadeado por oito elementos, são eles: objetivos, emissor,
tação. Se você sabe o que seu pessoal deveria fazer e atribui tare- mensagem, meio, receptor, significado, resposta e situação.
fas, responsabilidades e objetivos com prazos a cada funcionário Todos os elementos do processo são interdependentes e de-
especificamente, então você terá critérios com os quais medir o de- vem seguir uma ordem, para que haja uma integração lógica entre
sempenho daquele indivíduo. Nessa situação, a avaliação se torna esses elementos e o próprio processo comunicacional.
uma simples questão de determinar se, e com que eficiência, uma
pessoa atingiu ou não aquelas metas. A seguir, os componentes do processo serão especificados um
Os gerentes costumam suor que se selecionarem boas pessoas a um:
e as direcionarem naquilo que é esperado, as coisas serão bem fei-
tas. Eles têm razão. As coisas serão feitas, mas se serão bem feitas e Situação:
quanto tempo levará para fazê-las são fatores incertos. A avaliação A situação pode ser considerada a circunstância na qual as
permite que se determine até que ponto uma coisa foi bem feita e mensagens são passadas do emissor ao receptor. “Todos os pro-
se foi realizada no tempo certo. De certa forma, a avaliação é como cessos de Comunicação acontecem em determinada situação, seja
um guarda de trânsito. Você pode colocar todas as placas indica- ela favorável ou desfavorável. A situação real que deve ser conside-
doras de limite de velocidade do mundo: não serão respeitadas a rada, no processo de Comunicação, é aquela percebida e sentida
não ser que as pessoas saibam que as infrações serão descobertas pelo receptor e não aquela vivida ou sentida pelo emissor”. Para
e multadas. que a transmissão da mensagem seja considerada eficaz, deve-se
procurar a situação mais favorável, pois se o emissor procurar co-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
municar-se em uma situação desfavorável poderá acontecer que o as não verbais, podem ser gestuais (mímicas, movimentos corpo-
receptor não lhe dará a atenção devida e, consequentemente, não rais), vocais (timbre de voz e entonação) e espaciais (local físico e
entenderá a mensagem que lhe foi transmitida. layout).
(...) não há uma forma melhor do que a outra. A escolha da
Objetivos: forma depende de um conjunto de fatores, dentre os quais os mais
Podem ser caracterizados como os estímulos que levam o emis- relevantes são: rapidez requerida (na transmissão da mensagem,
sor a transmitir a mensagem. Como a Comunicação é um processo na obtenção das respostas); quantidade de receptores; localização
de interação, na qual as pessoas integram-se umas com as outras, geográfica dos receptores; necessidade de formalizar a mensagem;
os objetivos podem ser considerados como “os interesses” que le- necessidade de consultas posteriores sobre a mensagem; comple-
varam o emissor a interagir com o receptor. Alguns exemplos de xidade do assunto tratado; facilidade de retenção da mensagem
objetivos: ouvir opiniões a respeito de algo ou dar um aviso sobre o (lembrança)
churrasco de fim do final de semana.
Além dos objetivos serem um interesse que o emissor tem em Além disso, também se destaca que um único processo pode
relação ao receptor, alguns autores lançam uma reflexão intrínseca utilizar mais de uma forma de Comunicação. Um exemplo de con-
de que os objetivos também devem chamar a atenção de quem re- teúdo e formas diferentes de se transmitir a mensagem pode ser:
cebe a mensagem, porque senão o receptor não se sentirá atraído demissão de um colaborador da Organização (conteúdo) – comuni-
e também não verá utilidade alguma na mensagem. Desta forma, cada por e-mail a todos os outros colaboradores (forma não verbal)
para que o receptor perceba a utilidade da mensagem, o emissor ou na reunião pelo gerente (forma verbal).
deve conhecer as necessidades, os gostos, ações, pensamentos,
crenças e valores de quem vai receber a mensagem, pois só assim Meio:
a Comunicação valerá a pena. É imprescindível a clareza dos objeti- Pode ser chamado, também, de canal ou veículo de transmis-
vos, pois sem isso, o processo não ocorre eficazmente. são. Como a própria denominação já diz, o meio é o recurso utiliza-
do pelo emissor para transmitir a mensagem. O meio “é determina-
Emissor: do pelos requisitos de forma da mensagem a ser transmitida e da
É o agente do processo de Comunicação, ou seja, é a pessoa resposta a ser obtida.” Ou seja, o meio de Comunicação está asso-
que tem uma mensagem para comunicar. Ele é a fonte ou a ori- ciado à forma verbal ou não verbal de transmissão da mensagem,
gem do processo de Comunicação. Além disso, é quem vai tomar isso quer dizer que, dependendo das situações específicas de cada
a iniciativa de se comunicar e buscar a interação com as outras mensagem, o meio pode ser caracterizado de várias formas, desde
pessoas, a fim de alcançar o seu objetivo. a voz humana à televisão e até pelo fax ou pelo e-mail.
Para alcançar a eficácia da Comunicação o emissor tem que ter Vale ressaltar que não existe um meio ou uma forma melhor
como requisitos fundamentais: que o outro, existe, sim, um mais adequado, de acordo com as
- Habilidades: para que possa falar, ler, ouvir e raciocinar; características da mensagem a ser transmitida. “O requisito fun-
damental na escolha do meio é que ele não provoque ruído” nas
- Atitudes: por influenciar o comportamento e por estarem re-
mensagens, pois o ruído é uma interferência que prejudica a trans-
lacionadas a ideias pré-concebidas, quanto a vários assuntos, as co-
missão da mensagem, comprometendo a recepção da mesma, ou
municações são influenciadas por determinados tipos de atitudes
seja, a decodificação da mensagem pelo receptor. Para que haja um
que as pessoas tomam; melhor entendimento do significado de ruído, vale a pena exem-
- Conhecimento: a extensão e profundidade do conhecimento plificar: uma linha cruzada do telefone, um documento sujo ou
das pessoas sobre borrado, alguém que fale muito baixo, um ambiente de trabalho
- Um assunto pode restringir (se o assunto não é de conheci- desconfortável, etc.
mento do emissor) ou ampliar (quando o receptor não compreende
a mensagem que está sendo transmitida) o campo comunicacional; Receptor:
- Sistema sociocultural: a situação cultural em que o emissor se É quem recebe a Comunicação, ou seja, é o foco da comuni-
situa, com suas cação. É ele quem vai reagir ao estímulo promovido pelo emissor.
- Crenças, valores e atitudes influencia o tempo todo a sua fun- Sem o receptor, não há Comunicação, pois se o receptor não
ção de comunicador. faz parte do processo, o emissor não tem para quem comunicar a
sua mensagem e, consequentemente, não terá uma resposta.
Um requisito significativo no contexto organizacional é a repre- Sendo assim, pode-se dizer que todo o processo de Comunica-
sentatividade do emissor, ou seja, a posição hierárquica exercida ção deve ser direcionado de acordo com as características do recep-
pelo emissor, que é de fundamental importância para a credibilida- tor. A seguir algumas características que, assim como o emissor, o
de da mensagem a ser comunicada. receptor necessita ter, para que a Comunicação seja eficaz:
(...)assim como o emissor foi limitado por suas habilidades, ati-
Mensagem: tudes, conhecimento e sistema sociocultural, o receptor é restringi-
É o que vai ser comunicado pelo emissor. Deve estar adequa- do da mesma maneira. Assim como o emissor deve ter habilidades
da ao nível cultural, técnico e hierárquico do receptor. É composta de escrever ou falar, o receptor deve ser hábil em ler ou ouvir, e
por conteúdo e forma. ambos devem ser capazes de raciocinar. O conhecimento, atitudes
O conteúdo representa o que será transmitido e depende dos e formação cultural de alguém influenciam a sua capacidade de re-
objetivos do processo comunicacional. Não deve ser insuficiente ou ceber, assim como o fazem com a capacidade de enviar mensagens.
excessivo, deve comunicar o essencial, frente aos objetivos a se-
rem alcançados pelo emissor. O conteúdo também “deve ter uma Significado:
sequencia lógica, ou seja, um início (objetivos), um meio e um É a compreensão da mensagem, no seu sentido correto. É o
fim (conclusões).” A forma é a maneira pela qual a mensagem é ‘entendimento comum’ da mensagem entre o emissor e o recep-
tor. Isto ocorre quando o emissor e o receptor entendem da mes-
transmitida. As formas básicas são as verbais e as não verbais. As
ma forma a mensagem.
verbais podem ser orais e escritas (palavras, letras, símbolos). Já
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Portanto, quando o receptor interpreta a mensagem da mesma Abordagem sociológica
forma que o emissor quis transmiti-la, pode-se dizer que o receptor As barreiras podem ser divididas em seis grupos:
captou o significado da mensagem. - Barreiras pessoais;
- Barreiras sociais;
Quando a mensagem é transmitida pelo emissor, ela é codifica- - Barreiras fisiológicas;
da e quando é recebida pelo receptor, ela é decodificada. As codifi- - Barreiras da personalidade;
cações e decodificações são compostas por um conjunto de signos, - Barreiras da linguagem;
utilizados pelas pessoas para representar seus pensamentos, a rea- - Barreiras psicológicas.
lidade em que vivem etc.
Barreiras pessoais:
Os signos devem expressar a mesma coisa para o emissor e 1. Nível de conhecimento: está ligada à profundidade de co-
para o receptor, ou seja, o significado que o objeto porta para o nhecimento que as pessoas têm e revelam, no decorrer do proces-
emissor deve ser o mesmo que o doreceptor. Caso isso não ocorra, so comunicacional. Pode também ser atribuído pelas outras pesso-
a mensagem não será transmitida eficazmente, já que a interpreta- as que fazem parte do processo, por perceberem o conhecimento
ção do receptor não é a correta ou a esperada pelo emissor. e o reconhecerem. “Este aspecto pode conduzir à maior ou menor
Mas, mesmo que o significado seja o mesmo, para o emissor credibilidade ao emissor e trazer-lhe um estatuto que pode marcar
e para o receptor, não se pode dizer que as questões referentes o desempenho do seu papel enquanto comunicador.” Algumas pes-
ao processo de Comunicação foram resolvidas, pois, “a compreen- soas, por conhecerem profundamente um assunto, não gostam ou
são, através da comunhão do significado, não quer dizer, necessa- se incomodam em conversar com alguém que não tem o mesmo
riamente, acordo. Posso compreender uma ideia, sem concordar domínio do assunto e vice-versa.
com ela.” Portanto, não é apenas o entendimento do significado, 2. Aparência: a forma de se vestir e se cuidar pode determinar
por ambas as partes, que assegura a eficácia da Comunicação. Em o jeito com que as pessoas se comunicarão umas com as outras.
relação a isso, podemos dizer ainda que, “ainda que o significado Dias (2001) coloca que tanto as expectativas provocadas, como as
comum não assegure sozinho, a eficácia do processo de Comunica- primeiras impressões, são determinantes para um processo comu-
ção como um todo, é um requisito fundamental para promover o nicacional eficaz. Por exemplo, um homem de terno e gravata tem
entendimento.” muito mais facilidade de receber atenção do que um homem de
bermuda e tênis.
Resposta: 3. Postura corporal: deve ser estabelecida de acordo com o que
Pode ser chamada, também, de feedback ou comportamento se quer comunicar. Alguns teóricos da Sociologia dizem que a postu-
esperado, pois é a reação do receptor à mensagem recebida. É o úl- ra também deve ser adequada, de acordo com o grupo com o qual
timo objetivo do processo, pois é o desejado pelo emissor, ao emitir se está comunicando.
uma mensagem. 4. Movimento corporal: certos movimentos podem ser favorá-
veis ou não para um processo eficaz. Podemos citar o livro “O corpo
A resposta pode ser considerada como a efetivação do recebi- fala”, que aborda a questão de que o corpo também se comunica,
mento da mensagem, determinando, ou não, o sucesso da mesma. as expressões corporais manifestam a ansiedade, a atração, o ner-
vosismo, a tristeza, etc.
É por meio da comunicação oral que as pessoas personificam 5. Contato visual: a forma como as pessoas se olham demons-
seu ser tra como uma está se sentindo em relação à outra, além de infor-
mar o grau de atenção que está sendo dirigida à pessoa que está
Comunicação é tornar algo comum, compartilhar, dividir, tro- falando. O direcionamento, o tempo, o contexto, a oportunidade, a
car... intensidade, o status de quem olha ou de quem é olhado, impõem
Enfim, é o processo de transmitir uma informação a outra pes- um quadro interpretativo que cada cultura se encarrega de transmi-
soa, no entanto, o que caracteriza a comunicação é a compreensão tir aos seus membros pelo processo de socialização.”
e não o simplesmente informar. 6. Expressão facial: é determinante, pois é uma forma de de-
Daí a diferença de comunicação (que é a informação sendo monstrar o interesse das pessoas pela mensagem que está sendo
transmitida) e comunicabilidade (que é o ato comunicativo otimi- transmitida.
zado) 7. Fluência: a articulação das palavras, a modulação (intensida-
de dos sons), o ritmo e o timbre da voz fazem diferença, em termos
Barreiras à comunicação eficaz – alguns elementos prejudicam da maneira como são utilizados para a eficácia da transmissão da
a transmissão e a compreensão da comunicação, entre eles pode- mensagem.
mos citar:
Ruídos Barreiras sociais:
Sobrecarga de informações 1. Educação: os princípios e valores adquiridos pelos indivídu-
Tipos de informações os também fazem parte do processo comunicacional.
Fonte de informações 2. Cultura: a Comunicação, como já foi visto, muda de cultura
Localização Física para cultura. Por conseguinte, se as pessoas têm culturas muito dis-
Defensidade tintas, a Comunicação ficará prejudicada.
3. Crenças, normas sociais e dogmas religiosos: assim como em
Além desses, as barreiras são um conjunto de fatores que im- relação à cultura, se as pessoas que estão se comunicando diver-
pedem ou dificultam a recepção da mensagem, no processo comu- gem com muita intensidade nessas questões, os processos comuni-
nicacional. cacionais serão prejudicados ou a mensagem não será transmitida
A seguir, serão abordadas as teorias da Sociologia e da Adminis- adequadamente.
tração, em relação às barreiras, especificando-as:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Barreiras fisiológicas: 2. Falta de clareza de objetivos: ocorre quando a mensagem
As deficiências do aparelho fonoaudiológico e do aparelho vi- não tem conteúdo e forma bem definidos. Exemplo: uma reunião
sual criam dificuldades na Comunicação. em que ninguém consegue entender o porquê de estar acontecen-
do.
Barreiras da personalidade: 3. Texto fora do contexto: quando a comunicação é feita, ape-
1. Autossuficiência: ocorre quando a pessoa acha que sabe nas, sobre um determinado acontecimento, sem dizer o contexto
tudo, ou seja, a pessoa acha que o que ela sabe e conhece é o sufi- no qual ele está inserido. Acontece quando uma decisão é simples-
ciente. Esta barreira ocorre de duas maneiras: ‘julgamento do todo mente comunicada, sem que se expliquem os porquês e motivos
pela parte’ – acontece quando a pessoa julga outras pessoas e/ou em questão.
coisas pelo que ela conhece; intolerância, acontece quando a pes- 4. Filtragem: ocorre quando o emissor manipula a mensagem,
soa não aceita o ponto de vista das outras pessoas, pois ele julga de acordo com os seus objetivos e interesses, de forma que a men-
que o único ponto de vista correto é o seu próprio. sagem favoreça o seu ponto de vista ou o que ele deseja que o re-
2. Congelamento das avaliações: acontece quando a pessoa ceptor decodifique.
acredita que as pessoas e as coisas não mudam, ou seja, quando a 5. Percepção seletiva: o emissor vê e ouve, apenas, ou mais
pessoa supõe que as circunstâncias sempre serão as mesmas, inde- acuradamente aquilo que lhe interessa, ou seja, faz uma seleção
pendente das mudanças que surgirem com as pessoas e coisas. Fa- das mensagens relacionadas com suas necessidades, motivações,
zem parte dessas avaliações os preconceitos e a insegurança que as referências, etc. As pessoas “não veem a realidade; em vez disso,
pessoas têm frente a algumas situações e frente às outras pessoas interpretam o que veem e chamam de realidade.” Pode ser prejudi-
3. Comportamento Humano – aspectos objetivos e subjetivos: cial, à medida que a pessoa tende a perceber só aquilo que lhe con-
está no conflito personalidade subjetiva (interior de cada pessoa vém e isso não permite uma percepção neutra dos acontecimentos,
ou as opiniões próprias) X personalidade objetiva (o que é exterio- coisas e pessoas.
rizado para as outras pessoas ou a realidade concreta). Quando se 6. Defensiva: “Quando as pessoas se sentem ameaçadas, ge-
diz personalidade, toma-se como princípio a caracterização da per- ralmente respondem de forma que atrapalha a Comunicação.” A
sonalidade por processos comportamentais, que são estabelecidos partir do momento em que a pessoa se sente ameaçada, ela não
pela interação das reações individuais com o meio social. “A Comu- consegue decodificar e nem transmitir as mensagens com eficácia.
nicação Humana baseia-se na concepção da personalidade proje- 7. Uso inadequado dos meios: como já foi falado anteriormente,
tiva, na evidência de que na sociedade humana, o homem precisa não existe um meio mais adequado para ser utilizado na transmis-
‘vender’ a sua personalidade.” Para tanto, ele precisa torná-la so- são de diferentes tipos de mensagem, sendo que o que vai determi-
cialmente aceitável, e aí está o conflito, pois a pessoa tem que estar nar se o meio é o mais adequado, ou não, é a situação específica de
o tempo todo tornando a sua personalidade vendível, para que o cada mensagem. A Comunicação Oral tem a tendência de aumentar
outro possa aceitar se comunicar com ela. Exemplificando, ocorre a eficácia da Comunicação, quando bem utilizada, pois proporciona
quando alguém tem uma determinada opinião negativa sobre o uma resposta imediata, além de estimular o pensamento do recep-
aborto, mas ao conversar com alguém que acabou de conhecer e tor, no momento em que a mensagem está sendo transmitida e por
que é a favor do aborto, deixa de expressar a sua opinião e conversa dar um toque mais pessoal à mensagem e ao processo como um
com a outra pessoa como se não tivesse uma opinião bem formada todo. Deve ser mais usada, quando se quer comunicar mensagens
a respeito do assunto. mais complexas e difíceis de serem transmitidas. Já a comunicação
4. Geografite: está relacionada com as atitudes das pessoas escrita, tem a tendência de ser mal entendida, porque quem escre-
que se comovem mais com os “mapas” do que com os “territó- veu pode não ter sido suficientemente claro ou não ter expressado
rios”. Mapas são os sentimentos, imaginações, palpites, hipóteses, o que queria corretamente.
pressentimentos, preconceitos, inferências, etc. Já os territórios 8. Linguagem: pode ser considerada uma das barreiras mais
são os objetos, as pessoas, as coisas, os acontecimentos, etc. Isso comuns, pois ocorre o tempo todo, no dia-a-dia das pessoas, em
é relevado, devido ao fato de que, atualmente, as pessoas têm se uma Organização. Como as pessoastendem a achar que os significa-
envolvido, constantemente, com quaisquer tipos de sugestionabili- dos que as palavras têm para elas são os mesmos significados que
dades, tornando-se exageradamente crédulas ou pela forma como outras pessoas atribuem, uma barreira acaba surgindo no processo.
as pessoas vêm distorcendo a realidade, como por exemplo, através 9. Efeito status: A hierarquia dentro das organizações pode
dos horóscopos, das coisas sobrenaturais, das profecias, etc. Essas criar barreiras nas comunicações. Esta barreira está ligada a outra
questões, ocasionam uma certa falta de civilização, ou seja, falta barreira, a filtragem, que já foi citada anteriormente. Quando os
de equilíbrio racional para lidar com os acontecimentos e com as colaboradores têm que comunicar algo aos gerentes das Organiza-
coisas e pessoas. ções, eles tendem a filtrar a mensagem, de forma que ela seja trans-
5. Tendência à complicação: essa é uma das barreiras mais co- mitida e decodificada, no intuito de agradar os gerentes.
muns, pois está concebida no fato de que as pessoas têm o hábito 10. Impertinência da mensagem: quando as mensagens são
de restringir e complicar coisas e acontecimentos simples, o tempo transmitidas em momentos inoportunos e desagradáveis, o proces-
todo, até mesmo quando se trata de sistematização e pensamento so se prejudica pela inadequação da situação escolhida.
lógico.
Barreiras da linguagem
Abordagem da Administração Confusões entre:
As barreiras mais destacadas neste campo de estudos são: a) Fatos X Opiniões: As pessoas estão o tempo todo se referindo
1. Falta de comunicação: “é um dos problemas mais frequen- a fatos, como se estivessem emitindo opiniões e vice-versa. “Fato
tes nas empresas e que gera as consequências mais graves.” Pode é acontecimento; é coisa ou ação feita. Opinião é modo de ver, é
ser causada por: interpretações distorcidas dos fatos; falta de ade- conjectura”. Pode-se dizer que uma das coisas mais ameaçadoras
são a uma decisão e às mudanças; desmotivação das pessoas pela do processo comunicacional é a transformação de uma opinião em
não participação e pelo desconhecimento do que se passa na Orga- fato, pois, a partir do momento em que a pessoa se convence de
nização; conflitos entre pessoas e departamentos, etc. que sua suposição realmente aconteceu, ela perde a noção dos
verdadeiros acontecimentos e divulga para outras pessoas as suas
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
opiniões sobre os fatos, como sendo os próprios acontecimentos, tão, já que o processo comunicacional precisa de no mínimo duas
causando distorções na realidade. Exemplificando: o gerente de de- pessoas para acontecer, pode-se imaginar o quão complexo é a
partamento chegou duas horas atrasado no trabalho (fato). Patrícia Comunicação entre diversas pessoas.
diz que foi porque ele acordou atrasado; já Fabíola diz que foi por “A palavra é a maneira de traduzir ideias ou pensamentos.” Por-
razão de algum problema pessoal (opiniões). tanto, cada indivíduo tende a transmitir as mensagens “carregadas”
b) Inferências X Observações: trata-se de considerar as infe- de palavras com suas percepções das coisas. Essa barreira está lado
rências como observações e vice-versa. Inferir é deduzir e observar a lado com a barreira de desencontros, pois as duas abordam as
é prestar atenção, olhar algo que está acontecendo. “As inferências diferenças de percepções de cada indivíduo.
são menos prováveis do que as observações; (...) as inferências nos Tem uma palavra que serve de exemplo desta barreira, qual
oferecem certezas relativas; as observações nos oferecem certezas seja: abacaxi pode ser uma fruta ou um problema, que para ser re-
absolutas.” O tempo todo as pessoas fazem inferências. Quando solvido, dá muito trabalho.
leem um jornal, por exemplo, inferem o que realmente ocorreu. O
problema desta barreira está no fato das pessoas tomarem sempre Barreiras verbais
como lei as inferências e não se utilizarem mais de observações. São aquelas provocadas por palavras e expressões causadoras
de antagonismos, ou seja, são as causadoras de oposições de ideias.
Descuidos nas palavras abstratas
“Atrás de uma palavra nem sempre está uma coisa. Palavras Barreiras psicológicas
não são coisas; são representações de coisas, quase sempre especí- 1. Efeito de Halo: de acordo com Schermerhorn (1999, p. 260),
ficas, e por isso, difíceis de serem transmitidas, com fidelidade, de ocorre “quando um atributo é usado para desenvolver uma impres-
uma cabeça para outra.” E como as palavras abstratas fazem parte são geral de uma pessoa ou situação”.
do repertório específico de cada um, fica difícil um processo comu- Exemplificando, ao conhecer uma pessoa nova e ela se mostrar
nicativo eficaz, sem uma pré-definição dessas palavras, já que elas bastante ranzinza, pode-se ter a percepção negativa dessa pessoa,
possibilitam muitos equívocos. pois as pessoas podem generalizar essa característica que ela apre-
sentou determinado dia. Pode-se generalizar desde expressões fa-
Desencontros ciais, passando pelo modo ou estilo de se vestir, até a maneira de
Esta barreira pode ser caracterizada como a diferença de per- falar.
cepção de cada indivíduo, ou seja, a subjetividade de cada um. Uma 2. Tipos pré-determinados: é o agrupamento das pessoas em
determinada palavra, para um indivíduo, tem um significado A; já grupos sociais e/ou profissionais.
para outro indivíduo, a mesma palavra tem um significado B, e isso
ocorrerá com todos os indivíduos, pois ninguém percebe as coisas Aqui entram também os preconceitos (homofobia, racismo,
da mesma forma, cada um tem a sua forma de perceber e significar machismo, entre outros) e também os estereótipos que prejudicam
as coisas, palavras, etc. Caso não aconteça um consenso e/ou es- a interação entre as pessoas, pelo constrangimento que estes po-
clarecimento das questões a serem comunicadas, o processo ficará dem promover.
comprometido e cheio de equívocos de compreensão.
Tais questões criam barreiras na comunicação pois causam do-
Indiscriminação res e situações desconfortáveis, sobretudo para os interlocutores,
Ocorre quando há uma rotulação das coisas, pessoas e acon- ou seja, para aqueles que recebem a mensagem que está sendo
tecimentos, onde a percepção está focada, apenas, nas semelhan- transmitida.
ças ou em alguns padrões (ou clichês) criados por cada indivíduo,
não havendo um discernimento entre as diferenças. Em relação à Como melhorar a comunicação interpessoal
indiscriminação, a Comunicação Humana é prejudicada por alguns Habilidades de transmissão
fatores, são eles: abuso dos ditados populares e a crença de que “a Linguagem apropriada
voz do povo é a voz de Deus.” Informações claras
Canais múltiplos
Polarização: Comunicação face a face sempre que possível
“Há polarização quando tratamos os contrários como se fos-
sem contraditórios. Polarização é a tendência a reconhecer apenas É notório que problemas de comunicação são de difícil inter-
os extremos, negligenciando as posições intermediárias.” O proces- venção e por isso demandam do emissor um enorme cuidado ao
so comunicacional fica bastante prejudicado, quando os pontos de transmitir a mensagem necessária de forma clara e objetiva.
vistas são extremistas, pois dificilmente encontra-se um meio ter- Existem três fontes de sinais de comunicação e cada uma re-
mo, sem causar grandes discussões ou fugir aos objetivos do pro- presenta um percentual deste processo:
cesso. - comunicação verbal: palavras expressas 7%
- comunicação vocal: entonação, o tom e timbre de voz 38%
Falsa identidade baseada em palavras - expressão facial e corporal 55%
Acontece quando uma pessoa percebe coisas em comum entre
duas ou mais coisas e conclui que essas coisas são idênticas. Um A falta de comunicação adequada pode gerar problemas de diver-
exemplo claro disso é: os cariocas são flamenguistas. Camila é fla- sos tipos e com consequências variadas, entre as quais podemos citar:
menguista. Por conseguinte, Camila é carioca. A palavra tem uma - confusão entre os envolvidos;
força fora do comum, podendo beneficiar ou prejudicar alguém por - perda na prestação do serviço ou na confecção do produto;
meio dessas conclusões das semelhanças entre as coisas. - comprometer a imagem da empresa;
- desmotivação;
Polissemia - retrabalho;
É a reunião de vários sentidos em apenas uma palavra. Cada - falta de procedimentos e ordens claras;
um tem um repertório de palavras e significados e uma mesma - insatisfação de uma forma geral.
palavra pode ter vários significados para um mesmo indivíduo. En-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Um princípio fundamental para a boa comunicação é a disposi- Abaixo, o “Modelo de Quatro Elementos”, comprovado e apli-
ção e a sabedoria em ouvir. cado por Philip Walser, como uma das ferramentas das quais pode-
Toda a eficácia do processo depende, essencialmente, de saber mos dispor.
ouvir e entender a mensagem que foi transmitida inicialmente, para Os quatro elementos são: “Framing” – “Advocating” – “Inqui-
então começar um processo de comunicação. ring” –“Illustrating”:
- Framing: é definir o tema a ser abordado durante uma con-
Formas de comunicação versa logo no começo. Pode ser necessário redefinir o tema durante
A comunicação vem sofrendo evoluções ao longo do tempo, o andamento (“Re-framing”), mas deve-se evitar que a conversa vá
assim como todo o processo que sofra influência do mundo globali- para lugares distantes que não têm nada a ver com o assunto.
zado. As formas mais tradicionais de comunicação englobam: - Advocating: é explicar o seu próprio ponto de vista de forma
- manual; clara e objetiva, não deixando de lado os porquês deste ponto de
- revista; vista, ou seja, não engolir sapos, mas mencionar os valores que são
- jornal; à base deste seu ponto de vista.
- boletim; - Inquiring: até mais importante do que esclarecer o seu, é im-
- quadro de aviso. portante entender o ponto de vista do outro. Isto se faz através de
perguntas benevolentes que não tem o objetivo de interrogar.
Com o desenvolvimento dos meios de comunicação, figuram - Illustrating: é resumir os diversos pontos de vista, procurar
novos métodos efetivos para desenvolvê-la, tais como: pontos em comum, colocar assuntos polêmicos na mesa, visando
- intranet; uma solução sendo flexível e contando com a flexibilidade do outro,
- correio eletrônico; diminuir complexidade para focar o que realmente está no centro
- comunicação face a face; da conversa.
- telão.
Observar, ouvir e dar importância para o outro é determinan-
Em linhas gerais, torna-se necessário que o profissional exer- te para a eficácia da comunicação.
cite tanto a linguagem verbal como a linguagem não verbal, que De qualquer forma, a comunicação começa pelos sentidos
forçam o tempo todo as habilidades de comunicação. (visão, audição, tato, olfação e gustação). Uma maneira prática de
identificar a forma como uma pessoa está pensando é prestar aten-
Alguns itens são vitais na linguagem não verbal e devem ser ção às palavras que ela utiliza, pois nossa linguagem está repleta de
compreendidos para a sua melhor utilização: sinais, gestos, posturas e palavras baseados nos sentidos. Observar,
- gestos; ouvir e dar importância para o outro é determinante para a eficácia
- postura; da comunicação.
- movimentos do corpo;
- tom da voz e velocidade da fala; É preciso abandonar a ilusão de que há solução fácil ou impro-
- movimentação entre receptor /emissor. visada na construção de métricas que avaliem nosso trabalho. Não
se deve supor que a outra parte entendeu, ou julgar que já deveria
A linguagem não verbal é considerada vital para o processo de entender a mensagem. O que deve ser feito para que a comunica-
comunicação, tendo em vista que esta não ocorre apenas por meio ção seja adequada, é investigar se a outra parte compreendeu a
de palavras, sendo um processo muito mais complexo do que se mensagem.
imagina.
No momento da comunicação é necessário decodificar as men- Comunicação Interpessoal Eficaz: Cinco Elementos Críticos
sagens não verbais, pois quando isso não ocorre estima-se que há Há cinco componentes que distinguem claramente os bons dos
uma perda de 65% do que é comunicado. maus comunicadores. Tais componentes são Autoimagem, Saber
No momento em que o profissional domina as mensagens não Ouvir, Clareza de Expressão, Capacidade para lidar com sentimen-
verbais, ele passa a conduzir o processo de comunicação de forma tos de contrariedade (irritação) e autoabertura.
eficaz e consegue atingir os objetivos propostos.
Em suma, é necessário para o profissional aprenda a utilizar AUTOIMAGEM (ou autoconceito)
sinais não verbais no processo de comunicação, bem como domi- O fator isolado mais importante que afeta a comunicação entre
nar a linguagem verbal. Na ausência destas habilidades, existirá um pessoas é a sua autoimagem: a imagem que têm de si mesmas e
desnível significativo no processo de comunicação entre emissor / das situações que vivenciam. Enquanto as situações podem variar
receptor. em função do momento ou do lugar, as crenças que as pessoas pos-
suem acerca de si próprias estão sempre determinando seus com-
Eficácia na Comunicação portamentos na comunicação. O “eu” é a estrela em todo ato de
Comunicar-se eficazmente é proporcionartransformação e mu- comunicação.
dança na atitude das pessoas. Se a comunicação apenas muda as Cada um tem, literalmente, milhares de conceitos a respeito de
ideias das pessoas, mas não muda suas atitudes, então a comunica- si mesmo: quem é, o que significa, onde existe, o que faz e não faz,
ção não atingiu seu resultado. Ela não foi eficaz. o que valoriza, no que acredita. Estas autopercepções variam em
A clareza e a certeza de que se foi entendido, representam um clareza, precisão e importância de pessoa para pessoa.
dos pilares de um projeto bem sucedido e essa sempre foi uma das
principais preocupações de todas as empresas. Varias são as vezes A importância da Autoimagem
que apenas informamos e não formamos a ideia do que queremos A autoimagem de alguém é quem ele é. É o centro do seu uni-
que a outra parte faça. verso, seu quadro referencial, sua realidade pessoal, o seu ponto de
Existem algumas ferramentas e regras que ajudam na conscien- vista particular. É um visor através do qual ele percebe, ouve, avalie
tização sobre o próprio nível de comunicação. a compreende todas as coisas. É o seu filtro individual do mundo
que o cerca.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A autoimagem de uma pessoa afeta sua maneira de se comu- Diversos princípios podem servir de auxílio para o aprimora-
nicar com os outros. Um autoconceito forte, positivo, é necessário mento das habilidades essenciais para saber ouvir:
para haver interações hígidas e satisfatórias. Por outro lado, uma 1. O ouvinte deve ter uma razão ou propósito de ouvir;
autoimagem fraca, inferior, frequentemente distorce a percepção 2. É importante que, inicialmente, o ouvinte suspenda julga-
do indivíduo relativamente a como os outros o veem, o que gera mentos;
sentimentos de insegurança no seu relacionamento interpessoal. 3. O ouvinte deve resistir a distrações – barulhos, pessoas,
Alguém que tenha a seu próprio respeito uma impressão negativa olhares – e focalizar o interlocutor;
poderá encontrar dificuldades em conversar com outros, em admi- 4. O ouvinte deve esperar antes de responder ao seu interlocu-
tir que esteja errado, em expressar seus sentimentos, em aceitar tor. As respostas imediatas reduzem a eficácia do ouvir;
críticas construtivas que lhe forem feitas ou em apresentar ideias 5. O ouvinte deve repetir palavra por palavra aquilo que o in-
diferentes das dos outros. Sua insegurança o leva a temer que os terlocutor está dizendo;
outros deixem de apreciá-lo se discordar deles. 6. O ouvinte deve recolocar em suas próprias palavras o conte-
Pelo fato de sentir-se desvalorizado, inadequado e inferior ele údo e o sentimento daquilo que o outro está dizendo, para que o
não tem confiança e pensa que suas ideias não interessam aos ou- interlocutor confirme se a mensagem que transmitiu foi realmente
tros e que não vale a pena comunica-las. Ele pode tornar-se arredio recebida;
e defensivo em sua comunicação, renegando suas próprias ideias. 7. O ouvinte deve buscar os temas, os pontos centrais daqui-
lo que o interlocutor está dizendo, ouvindo “através” das palavras
Formação da Autoimagem para atingir sua real significação;
Da mesma forma que o autoconceito de alguém afeta sua ca- 8. O ouvinte deve utilizar o tempo diferencial entre a velocida-
pacidade de se comunicar, a comunicação que trava com outros de do pensamento (400 a 500 palavras por minuto) para “refletir”
modela também sua autoimagem. Uma vez que o homem é, antes sobre o conteúdo e “buscar” o seu significado;
de tudo, um animal social, ele forma os mais relevantes conceitos 9. O ouvinte deve estar pronto para reagir aos comentários do
acerca do seu próprio eu a partir de suas experiências com outros interlocutor.
seres humanos.
Os indivíduos aprendem a se reconhecer pela maneira como CLAREZA DE EXPRESSÃO
são tratados pelas pessoas importantes de sua vida – pessoas estas Ouvir eficazmente é uma habilidade necessária e negligenciada
às vezes denominadas “os outros significativos”. Mediante a comu- na comunicação, porém muitas pessoas consideram igualmente di-
nicação verbal e não verbal com esses outros significativos, cada um fícil dizer aquilo que querem dizer ou expressar aquilo que sentem.
passa a reconhecer se é apreciado ou não, se é aceito ou rejeitado, É que com frequência elas presumem simplesmente que o outro
se é merecedor de respeito ou desdém, se é um sucesso ou um compreende a sua mensagem, mesmo que sejam descuidadas ou
fracasso. confusas em sua fala. Parecem achar que as pessoas deveriam ser
capazes de ler as mentes uns dos outros: “Se está claro para mim,
Para que um indivíduo venha a ter uma sólida autoimagem ele deve estar claro para você também”. Esta suposição é uma das
precisa de amor, respeito e aceitação dos outros significativos de maiores barreiras ao êxito da comunicação humana. O comunica-
sua vida. dor deficiente deixa que o ouvinte adivinhe o que ele quer dizer,
O autoconceito, portanto, constitui um fator crítico para que partindo da premissa de que está, de fato, comunicando. Por sua
alguém seja um comunicador eficaz. Em essência, a autoimagem vez, o ouvinte age de acordo com suas adivinhações. O resultado
de um indivíduo é delineada por aqueles que o tiverem amado ou óbvio disto é um mal entendido recíproco.
pelos que não o tiverem amado. Para se chegar a resultados objetivos planejados – desde a exe-
cução da rotina diária de trabalho, até a comunhão mais profunda
SABER OUVIR com alguém – as pessoas precisam ter um meio de se comunicarem
Toda a aprendizagem relativa à comunicação tem focalizado satisfatoriamente.
as habilidades de expressão oral e de persuasão; até a bem pouco
tempo dava-se pouca atenção à capacidade de ouvir. Esta ênfase CAPACIDADE PARA LIDAR COM SENTIMENTOS DE CONTRA-
exagerada dirigida para a habilidade de expressão levou a maioria RIEDADE (irritação)
das pessoas a subestimarem a importância da capacidade de ouvir A incapacidade de alguém para lidar com manifestações de ir-
em suas atividades diárias de comunicação. ritação e contrariedade resulta, com frequência em curtos-circuitos
O ouvir, naturalmente, é algo muito mais intrincado e compli- na comunicação.
cado do que o processo físico da audição, ou de escutar. A audição Expressão. A exteriorização das emoções é importante para
se dá através do ouvido, enquanto que o ouvir implica num proces-
construir bons relacionamentos com os outros. As pessoas preci-
so intelectual e emocional que integra dados (inputs) físicos, emo-
sam expressar seus sentimentos de tal modo que elas influenciem,
cionais e intelectuais na busca de significados e de compreensão. O
remodelem e modifiquem a si próprias e aos outros. Elas precisam
ouvir eficaz ocorre quando o “destinatário” é capaz de discernir e
aprender a expressar sentimentos de ira de forma construtiva e não
compreender o significado da mensagem do remetente. O objetivo
destrutivamente. As seguintes orientações podem ser úteis:
da comunicação só assim é atingido.
1. Esteja alerta para suas emoções;
O “Terceiro Ouvido”: Reik refere-se ao processo de ouvir efi-
2. Admita suas emoções. Não as ignore ou renegue;
cazmente como sendo “ouvir com o terceiro ouvido”. O ouvinte efi-
caz escuta não só as palavras em si como também seus significados 3. Seja dono de suas emoções. Assuma responsabilidade por
subjacentes. Seu terceiro ouvido, diz Reik, ouve aquilo que é dito aquilo que fizer;
entre as sentenças e sem palavras, aquilo que se expressa silencio- 4. Investigue suas emoções. Não procure “vencer” uma discus-
samente, o que o emissor fala e pensa. são na base do revide, ou de “dar o troco”;
Logicamente, o ouvir com eficácia não é um processo passivo. 5. Relate suas emoções. A comunicação congruente significa
Ele desempenha um papel ativo na comunicação. O ouvinte eficaz uma combinação satisfatória entre o que você está dizendo e aquilo
interage com o interlocutor no sentido de desenvolver os significa- que está vivenciando;
dos e chegar à compreensão.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
6. Integre suas emoções, o seu intelecto e a sua vontade. Dê Etapas da gestão de conflitos
uma oportunidade a você mesmo de aprender e crescer como pes- 1. Identificar o problema: Saber se as pessoas envolvidas estão
soa. As emoções não podem ser reprimidas. Elas devem ser iden- conscientes do problema e dispostas a buscar a solução;
tificadas, observadas, relatadas e integradas. Aí então as pessoas 2. Analisar e escolher a melhor solução: Transformar o negativo
podem fazer instintivamente os ajustamentos necessários, à luz de em positivo, diversidade de ideias, respeito às características indivi-
seus próprios conceitos de crescimento. Eles podem acompanhar a duais, conciliar os opostos.
vida e mudar com ela. 3. Colocar em prática;
4. Avaliar os resultados;
AUTOABERTURA 5. Manutenção;
A capacidade de falar total e francamente a respeito de si mes-
mo – é necessária à comunicação eficaz. O indivíduo não pode se Para solucionar um conflito é necessário:
comunicar com outro ou chegar a conhecê-lo a menos que se esfor- Saber comunicar;
ce pela autoabertura. Saber ouvir;
Saber perguntar.
A capacidade de alguém para se autorrevelar é um sintoma de
personalidade sadia. Estilos de Administração de Conflitos
Competição: busca satisfação dos interesses, tenta convencer a
Pode-se dizer que um indivíduo compreenderá tanto a respeito outra parte, leva a outra parte a aceitar a culpa.
de si próprio quanto ele estiver disposto a comunicar a outra pes- Colaboração: contempla os interesses das partes envolvidas,
soa. busca resultado benéfico para ambas.
Evitação: evita todo e qualquer envolvimento com o conflito.
Obstáculos à autorrevelação. Para que se conheçam a si pró- Acomodação: tende a apaziguar a situação, chegando a colocar
prias e para que consigam relações interpessoais satisfatórias, as as necessidades e interesses da outra parte acima dos seus.
pessoas precisam revelar-se aos outros. Ainda assim, a autorrevela- Compromisso: uma das partes do conflito desiste de alguns
ção é obstruída por muitos. pontos ou itens, levando a distribuir os resultados entre ambas as
partes.
A comunicação eficaz, então, tem por base estes cinco compo-
nentes: uma autoimagem adequada; capacidade de ser bom ouvin- Dicas para uma boa Administração de Conflitos
te; habilidade de expressar claramente os próprios pensamentos e 1. Procure soluções, não culpados;
ideias; capacidade de lidar com emoções, tais como a ira, de manei- 2. Analise a situação;
ra funcional e a disposição para se expor, para se revelar aos outros 3. Mantenha um clima de respeito;
4. Aperfeiçoe a habilidade de ouvir e falar;
5. Seja construtivo ao fazer uma crítica;
6. Procure a solução Ganha-ganha;
SOLUÇÃO DE CONFLITOS 7. Aja sempre no sentido de eliminar os conflitos;
8. Evite preconceitos;
9. Mantenha a calma;
A área de Recursos Humanos deve estar totalmente alinhada à 10. Quando estiver errado, reconheça;
cultura da empresa, pois a compreensão dos vínculos construídos 11. Não varra os problemas para debaixo do tapete.
dentro do ambiente de trabalho é a etapa inicial para o desafio de
O manejo de situações de conflito é essencial para as pessoas
gerir as pessoas. Para Soledade (2007), é através do entendimento
e as organizações como fonte geradora de mudanças, pois das ten-
dos elementos constituintes da cultura que é possível compreen-
sões conflitivas, dos diferentes interesses das partes envolvidas é
der os mecanismos de interação entre os colaboradores e as tarefas
que nascem as oportunidades de crescimento mútuo.
que executam. Dentre os fatores críticos de sucesso, salienta-se o
desenvolvimento de lideranças capazes de alinhar as expectativas
De acordo com Chiavenato (2009, p.361), conflito e coopera-
do grupo com os objetivos da empresa, criando as condições de
ção constituem elementos integrantes da vida das organizações.
reciprocidade essenciais para atingir um desempenho que atenda Ambos têm recebido atenção por parte das recentes teorias da or-
às pressões internas e externas da organização. As lideranças de- ganização, considerando-se hoje cooperação e conflito como dois
vem ser legitimadas tanto pelo enfoque do empregado quanto pelo aspectos de atividade social ou, melhor dizendo, dois lados de uma
da empresa, para que possam efetivamente atuar como elos entre mesma moeda. Ambos estão inseparavelmente ligados na prática.
estes dois polos, buscando atuar de maneira conciliatória na resolu- Tanto que a resolução do conflito é muito mais entendida como
ção dos conflitos surgidos. uma fase de esquema conflito-cooperação do que como uma reso-
A Administração de Conflitos consiste exatamente na escolha lução final do conflito.
e implementação das estratégias mais adequadas para se lidar com Assim, “o conflito é um processo que se inicia quando uma par-
cada tipo de situação. Lidar com o conflito consiste em trabalhar te – seja indivíduo, o grupo ou a organização – percebe que a outra
com grupos e tentar romper alguns estereótipos vigentes na orga- parte – seja o indivíduo, o grupo ou a organização – frustrou ou pre-
nização. Criar tarefas a serem executadas em conjunto por grupos tende frustrar um interesse seu” (CHIAVENATO, 2009, p.362). Se-
diferentes é uma forma de garantir que seu cumprimento seja reco- gundo este autor, os conflitos surgem a partir de três condições ine-
nhecido pelo trabalho dos grupos. rentes à vida organizacional: diferenciação de atividades; recursos
Mediador: mobiliza as partes em conflito para um acordo. Aju- compartilhados; atividades interdependentes. E são decorrentes de
da as partes envolvidas a discutir e resolver as situações de conflito. duas condições desencadeantes: percepção da incompatibilidade
Facilitador do processo. de objetivos; percepção da oportunidade de interferência. “Como
consequência, a parte afetada se engaja em um comportamento de
conflito” (CHIAVENATO, 2009, p.363).
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
De acordo com Chiavenato, “a maneira pela qual um conflito A seguir, é possível acompanhar a evolução dos conflitos e suas
é resolvido influencia os resultados – construtivos ou destrutivos – características:
que ele produz e, portanto, os futuros episódios de conflito” (2009, Nível 1 – Discussão: é o estágio inicial do conflito; caracteriza-se
p.365). Segundo o autor, o conflito pode ser resolvido de três ma- normalmente por ser racional, aberta e objetiva;
neiras (sendo que nas duas primeiras tende-se a uma continuidade Nível 2 – Debate: neste estágio, as pessoas fazem generaliza-
do conflito): ções e buscam demonstrar alguns padrões de comportamento. O
1. Resolução ganhar/perder – uma das partes vence o conflito grau de objetividade existente no nível 1 começa a diminuir;
e frustra a outra; Nível 3 – Façanhas: as partes envolvidas no conflito começam a
2. Resolução perder/perder – cada parte desiste de seus obje- mostrar grande falta de confiança no caminho ou alternativa esco-
tivos e ambas perdem; lhidos pela outra parte envolvida;
3. Resolução ganhar/ganhar – as partes identificam soluções Nível 4 – Imagens fixas: são estabelecidas imagens preconcebi-
que permitem a ambas atingirem seus objetivos. das com relação à outra parte, fruto de experiências anteriores ou
de preconceitos que trazemos, fazendo com que as pessoas assu-
O pensamento administrativo tem-se preocupado profunda- mam posições fixas e rígidas;
mente com os problemas de obter cooperação e de sanar conflitos. Nível 5 – Loss of face (ficar com a cara no chão.): trata-se da
O conflito não é nem casual nem acidental, mas é inerente à vida postura de “continuo neste conflito custe o que custar e lutarei até
organizacional ou, em outros termos, é inerente ao uso do poder. o fim”, o que acaba por gerar dificuldades para que uma das partes
O texto a seguir, oriundo de curso da Polícia Militar de Pernam- envolvidas se retire;
buco, apresenta os principais aspectos do gerenciamento de con- Nível 6 – Estratégias: neste nível começam a surgir ameaças e
flitos. a punições ficam mais evidentes. O processo de comunicação, uma
das peças fundamentais para a solução de conflitos, fica cada vez
Administração de Conflitos mais restrito;
Os conflitos surgem por razões tipo competição entre as pes- Nível 7 – Falta de humanidade: no nível anterior evidenciam-se
soas, por recursos disponíveis, mas escassos; pela divergência de as ameaças e punições. Neste, aparecem com muita frequência os
alvos entre as partes; e pelas tentativas de autonomia ou libertação primeiros comportamentos destrutivos e as pessoas passam a se
de uma pessoa em relação a outra, assim como podem ser atendi- sentir cada vez mais desprovidas de sentimentos;
dos como fontes de conflito: direitos não atendidos ou não conquis- Nível 8 – Ataque de nervos: nesta fase, a necessidade de se
tados; mudanças externas acompanhadas por tensões, ansiedades auto-preservar e se proteger passam a ser a única preocupação. A
e medo; luta pelo poder; necessidade de status, desejo de êxito principal motivação é a preparação para atacar e ser atacado;
econômico; exploração de terceiros (manipulação); necessidades Nível 9 – Ataques generalizados: neste nível chega-se às vias de
individuais não atendidas; expectativas não atendidas; carências de fato e não há alternativa a não ser a retirada de um dos dois lados
informação, tempo e tecnologia; escassez de recursos; marcadas envolvidos ou a derrota de um deles.
diferenças culturais e individuais; divergência e metas; tentativa de Um conflito, como já se viu, frequentemente pode surgir de
autonomia; emoções não expressas/inadequadas; obrigatoriedade uma pequena diferença de opiniões, podendo se agravar e atingir
de consenso; meio-ambiente adverso e preconceitos. um nível de hostilidade que chamamos de conflito destrutivo, para
No dia a dia das organizações e até mesmo de nossas vidas pes- lidar com estes é importante conhecê-los, saber qual é sua amplitu-
soal vivemos o conflito de diferentes maneiras: quantas vezes as de e como estamos preparados para trabalhar com eles;
pessoas não atravessam nosso caminho, dificultando ou mesmo im-
pedindo o atingimento de nossos objetivos? Assim, o conflito não Existem inúmeros tipos de conflitos e sua identificação pode
deve ser visto apenas como impulsionador de agressões, disputas auxiliar a detectar a estratégia mais adequada e talvez possamos a
ou ataques físicos, mas como um processo que começa na nossa partir destas informações, saber como superá-los ou utilizá-lo como
percepção e terminam com a adoção de uma ação adequada e po- um auxilio de crescimento na organização:
sitiva, os conflitos surgem e nosso dever é estarem situados quanto • Conflito latente: não é declarado e não há, mesmo por parte
às causas dos mesmos normalmente estes se dão, por muitos as- dos elementos envolvidos, uma clara consciência de sua existência.
pectos, logo abaixo estaremos citando alguns: Eventualmente nem precisam ser trabalhados.
• Pela experiência de frustração de uma ou ambas as partes, • Conflito percebido: os elementos envolvidos percebem, ra-
ou seja, a incapacidade de atingir uma ou mais metas ou realizar os cionalmente, a existência do conflito, embora não haja ainda mani-
seus desejos, por algum tipo de interferência ou limitação pessoal, festações abertas do mesmo;
técnica ou comportamental. • Conflito sentido: é aquele que já atinge ambas as partes, e em
• Diferenças de personalidades, que são invocadas como ex- que há emoção e forma consciente;
plicação para as desavenças tanto no ambiente familiar como no • Conflito manifesto: trata-se de conflito que já atingiu ambas
ambiente de trabalho, e reveladas no relacionamento diário através as partes, já é percebido por terceiros e pode interferir na dinâmica
de algumas características indesejáveis na outra parte envolvida; da organização.
• Metas diferentes, pois é comum estabelecermos ou receber- • Os conflitos interpessoais se dão entre duas ou mais pessoas
mos metas a serem atingidas e que podem ser diferentes dos de ou- e podem ocorrer por vários motivos: diferenças de idade, sexo, va-
tras pessoas e de outros departamentos, o que nos leva à geração lores, crenças, por falta de recursos materiais, financeiros, e por di-
de tensões em busca de seu alcance; ferenças de papeis, podemos dividir este tipo de conflitos em dois:
• Diferenças em termos de informações e percepções, costu- • Hierárquicos: colocam em jogo as relações com a autoridade
meiramente tendemos a obter informações e analisá-las à luz dos existente. Ocorre quando a pessoa é responsável por algum gru-
nossos conhecimentos e referenciais, sem levar em conta que isto po, não encontrando apoio junto aos seus subordinados e vice-ver-
ocorre também com o outro lado com quem temos de conversar ou sa. Neste caso, as dificuldades encontradas no dia-a-dia deixam a
apresentar nossas ideias, e que este outro lado pode ter uma forma maior parte das pessoas envolvidas desamparada quanto à decisão
diferente de ver as coisas. a ser tomada.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Pessoais: dizem respeito ao indivíduo, à sua maneira de ser, agir, falar e tomar decisões. As “rixas pessoais” fazem com que as pesso-
as não se entendam e, portanto, não se falem. Em geral esses conflitos surgem a partir de pequenas coisas ou situações nunca abordadas
entre os interessados. O resultado é um confronto tácito que reduz em muito a eficiência das relações.
• Todos os conflitos podem ser resolvidos, mas nem todos os conflitos irão ser resolvidos”. A afirmação paradoxal é de George Kohl-
rieser, psicólogo especializado em comportamento organizacional. Desta forma, ele quer demonstrar que não há limites para quem está
disposto a se esforçar para atingir seus objetivos.

Consequências do conflito
Podemos identificar em algumas situações, vários aspectos do conflito que podem ser considerados como negativos e aparecem com
frequência dentro das organizações.
• Quando desviam a atenção dos reais objetivos, colocando em perspectiva os objetivos dos grupos envolvidos no conflito e mobili-
zando os recursos e os esforços para a sua solução;
• Quando tornam a vida uma eterna derrota para os grupos de “perdedores habituais”, interferindo na sua percepção e na socialização
daqueles que entram na organização;
• Quando favorecem a percepção estereotipada a respeito dos envolvidos, como ocorre frequentemente em organizações. Se por
um lado existem os estereótipos genéricos referentes às categorias profissionais, dentro de cada organização, além dos tipos que fazem
parte de sua cultura individual, como seus heróis, mitos, tipos ideais, começam a surgirem seus “perdedores”, “ganhadores”, “culpados”
e “inimigos”.

No entanto temos potenciais de efeitos benéficos dos conflitos, a saber:


• São bons elementos de socialização, pois oferecem aos novos participantes de um grupo a sensação de envolvimento com alguma
causa;
• Ajudam a equilibrar as relações de poder dentro da organização, pois qualquer episódio de conflito pode haver diferente ganhador
(independentemente das percepções anteriores);
• Propiciam a formação de alianças com o objetivo de ganhar num conflito específico, mas também de garantir mais poder.

Mas para que a administração de conflitos possa ocorrer com sucesso, é necessário que ambas as partes saibam se comunicar, ouvir,
e perguntar, pois sem diálogo, não há comunicação nem solução possível para os problemas, a maioria dos erros, omissões, irritações,
atrasos e conflitos são causados por uma comunicação inadequada.
Sejam eles positivos ou negativos, os conflitos podem ser considerados úteis pelo papel que desempenham na vida das pessoas,
portanto é possível constatar que nenhuma organização está livre de conflitos, pois praticamente toda a empresa sofre e se beneficia com
eles.
Os conflitos são responsáveis por sérias ameaças à estabilidade da organização, mas também podem agir de maneira construtiva
estimulando o potencial de inovação.
O manejo de situações de conflito é essencial para as pessoas e as organizações como fonte geradora de mudanças, pois das tensões
conflitivas, dos diferentes interesses das partes envolvidas é que nascem oportunidades de crescimento mútuo.
A administração moderna deve encarar o conflito como uma força constante dentro da organização e procurar administrá-la para que
estes atuem de maneira construtiva através das técnicas da administração de conflitos.

RELAÇÕES PESSOAIS NO AMBIENTE DE TRABALHO: HIERARQUIA

A organização consiste em um conjunto de posições funcionais e hierárquicas orientado para o objetivo econômico de produzir bens
ou serviços.
Além de uma estrutura de funções especializada, a organização precisa também de uma estrutura hierárquica para dirigir as operações
dos níveis que lhe estão subordinados.
Em toda organização formal existe uma hierarquia que divide a organização em camadas ou níveis de autoridade.
Na medida em que se sobe na escala hierárquica, aumenta o volume de autoridade do administrador.

Quanto maior a organização, maior tende a ser o número de níveis hierárquicos da estrutura.

Organograma: é um gráfico que representa a estrutura formal de uma organização.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Autoridade
Para Max Weber, a Autoridade poderia se manifestar sobre três formas: Para Max Weber a Autoridade ou Dominação se manifesta
quando há a influência de alguém sobre outrem de forma legítima. Nesse ponto cabe uma distinção sutil com o conceito de Poder, que, de
uma forma bem simplificada e reduzida, seria a capacidade de influência de alguém sobre outrem, mas, sem, propriamente, legitimidade
- quem tem autoridade tem poder mas quem tem poder não necessariamente teria autoridade.

1) A autoridade tradicional
Baseia-se nos costumes e tradições culturais de um determinado grupo ou sociedade, sendo melhor representada pelas figuras de
patriarcas, anciãos, clãs em sociedades antigas, ou pelo senhor feudal na Idade Média ou mesmo pela família. A legitimação deste tipo de
autoridade decorre dos mitos, costumes, hábitos e tradições, que passam de geração para geração ou é delegado, dependente da crença
na santidade dos hábitos. A principal característica é o patrimonialismo.

2) A autoridade carismática
Sua fonte decorre dos traços pessoais de um indivíduo, ou seja, é algo personalístico, místico, arbitrário, baseado no carisma. Não é
racional, herdada ou delegável, já que própria de alguém. Quem melhor representa este tipo de autoridade são profetas, heróis, líderes,
guerreiros, que acabam por se manifestar em grupos revolucionários, partidos políticos, nações em revolução. Devido à essas caracterís-
ticas, não é uma autoridade estável ou constante, pois a lealdade decorre da devoção ou reconhecimento de que os traços pessoais são
legítimos e, não propriamente as qualificações do indivíduo. Tão logo essas características não sejam mais reconhecidas como legítimas,
a autoridade é perdida.

3) A autoridade racional-legal
Esta é a única autoridade considerada racional por Weber, sendo fundamentada nas regras e normas estabelecidas por um regulamen-
to reconhecido e aceito por uma determinada comunidade, grupo ou sociedade. É a base do Estado moderno, assumindo características
impessoais, formais e meritocráticas. Sua legitimidade decorre da lei, da justiça. Toda organização formal (Estado, empresas, exércitos, etc)
tem como base este tipo de autoridade, que cria “figuras de autoridade” com direitos e obrigações.
Os três tipos expostos são ideais, não no sentido de que deveriam ser estes os existentes na realidade, mas no sentido de serem proje-
ções “utópicas”, que não podem ser encontradas de forma pura na realidade, apresentando-se, frequentemente, combinados. O propósito
de Weber era fazer uma construção intelectual, exagerando alguns aspectos da realidade, possibilitando uma melhor compreensão da
Sociedade em que vivemos..

A autoridade se distingue por três características:


1. Autoridade é alocada em posições da organização e não em pessoas. Os administradores têm autoridade devido às posições que
ocupam. Outros administradores nas mesmas posições têm a mesma autoridade.
2. Autoridade é aceita pelos subordinados. Os subordinados aceitam a autoridade dos superiores porque acreditam que eles têm o
direito legítimo, transmitido pela organização, de dar ordens e esperar o seu cumprimento.
3. Autoridade flui abaixo por meio da hierarquia verticalizada. A autoridade flui do topo até a base da organização e as posições do
topo têm mais autoridade do que as posições da base.

O grau de autoridade é proporcional ao grau de responsabilidade assumida pela pessoa. Para os autores neoclássicos, a responsabi-
lidade provém da relação superior-subordinado e do fato de alguém ter autoridade para exigir determinadas tarefas de outras pessoas. A
autoridade emana do superior para o subordinado, enquanto a responsabilidade é a obrigação exigida do subordinado para que realize
tais deveres.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Nos idiomas alfabéticos, a pronúncia adequada exige que se
EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO AO CIDADÃO; O ENFO- use o som correto para cada letra ou combinação de letras. Quando
QUE NA QUALIDADE; O ATENDIMENTO PRESENCIAL E o idioma segue regras coerentes, como é o caso do espanhol, do
POR TELEFONE grego e do zulu, a tarefa não é tão difícil. Contudo, as palavras es-
trangeiras incorporadas ao idioma às vezes mantêm uma pronúncia
parecida à original. Assim, determinadas letras, ou combinações de
letras, podem ser pronunciadas de diversas maneiras ou, às vezes,
Quando se fala em comunicação interna organizacional, auto-
simplesmente não ser pronunciadas. Você talvez precise memorizar
maticamente relaciona ao profissional de Relações Públicas, pois
as exceções e então usá-las regularmente ao conversar. Em chinês,
ele é o responsável pelo relacionamento da empresa com os seus
a pronúncia correta exige a memorização de milhares de caracteres.
diversos públicos (internos, externos e misto).
Em alguns idiomas, o significado de uma palavra muda de acordo
As organizações têm passado por diversas mudanças buscan-
com a entonação. Se a pessoa não der a devida atenção a esse as-
do a modernização e a sobrevivência no mundo dos negócios. Os
pecto do idioma, poderá transmitir ideias erradas.
maiores objetivos dessas transformações são: tornar a empresa
Se as palavras de um idioma forem compostas de sílabas, é im-
competitiva, flexível, capaz de responder as exigências do mercado,
portante enfatizar a sílaba correta. Muitos idiomas que usam esse
reduzindo custos operacionais e apresentando produtos competiti-
tipo de estrutura têm regras bem definidas sobre a posição da sí-
vos e de qualidade.
laba tônica (aquela que soa mais forte). As palavras que fogem a
A reestruturação das organizações gerou um público interno
essas regras geralmente recebem um acento gráfico, o que torna
de novo perfil. Hoje, os empregados são muito mais conscientes,
relativamente fácil pronunciá-las de maneira correta. Contudo, se
responsáveis, inseridos e atentos às cobranças das empresas em to-
houver muitas exceções às regras, o problema fica mais complica-
dos os setores. Diante desse novo modelo organizacional, é que se
do. Nesse caso, exige bastante memorização para se pronunciar
propõe como atribuição do profissional de Relações Públicas ser o
corretamente as palavras.
intermediador, o administrador dos relacionamentos institucionais
Em alguns idiomas, é fundamental prestar bastante atenção
e de negócios da empresa com os seus públicos. Sendo assim, fica
aos sinais diacríticos que aparecem acima e abaixo de determina-
claro que esse profissional tem seu campo de ação na política de
das letras, como: è, é, ô, ñ, ō, ŭ, ü, č, ç.
relacionamento da organização.
Na questão da pronúncia, é preciso evitar algumas armadilhas.
A comunicação interna, portanto, deve ser entendida como
A precisão exagerada pode dar a impressão de afetação e até de
um feixe de propostas bem encadeadas, abrangentes, coisa signi-
esnobismo. O mesmo acontece com as pronúncias em desuso. Tais
ficativamente maior que um simples programa de comunicação
coisas apenas chamam atenção para o orador. Por outro lado, é
impressa. Para que se desenvolva em toda sua plenitude, as empre-
bom evitar o outro extremo e relaxar tanto no uso da linguagem
sas estão a exigir profissionais de comunicação sistêmicos, abertos,
quanto na pronúncia das palavras. Algumas dessas questões já fo-
treinados, com visões integradas e em permanente estado de alerta
ram discutidas no estudo “Articulação clara”.
para as ameaças e oportunidades ditadas pelo meio ambiente.
Em alguns idiomas, a pronúncia aceitável pode diferir de um
Percebe-se com isso, a multivariedade das funções dos Rela-
país para outro — até mesmo de uma região para outra no mesmo
ções Públicas: estratégica, política, institucional, mercadológica,
país. Um estrangeiro talvez fale o idioma local com sotaque. Os di-
social, comunitária, cultural, etc.; atuando sempre para cumprir os
cionários às vezes admitem mais de uma pronúncia para determi-
objetivos da organização e definir suas políticas gerais de relacio-
nada palavra. Especialmente se a pessoa não teve muito acesso à
namento.
instrução escolar ou se a sua língua materna for outra, ela se bene-
Em vista do que foi dito sobre o profissional de Relações Públi-
ficiará muito por ouvir com atenção os que falam bem o idioma lo-
cas, destaca-se como principal objetivo liderar o processo de comu-
cal e imitar sua pronúncia. Como Testemunhas de Jeová queremos
nicação total da empresa, tanto no nível do entendimento, como no
falar de uma maneira que dignifique a mensagem que pregamos e
nível de persuasão nos negócios.
que seja prontamente entendida pelas pessoas da localidade.
No dia-a-dia, é melhor usar palavras com as quais se está bem
Pronúncia correta das palavras
familiarizado. Normalmente, a pronúncia não constitui problema
Proferir as palavras corretamente. Isso envolve:
numa conversa, mas ao ler em voz alta você poderá se deparar com
Usar os sons corretos para vocalizar as palavras;
palavras que não usa no cotidiano.
Enfatizar a sílaba certa;
Dar a devida atenção aos sinais diacríticos
Maneiras de aprimorar
Muitas pessoas que têm problemas de pronúncia não se dão
Por que é importante?
conta disso.
A pronúncia correta confere dignidade à mensagem que prega-
Em primeiro lugar, quando for designado a ler em público, con-
mos. Permite que os ouvintes se concentrem no teor da mensagem
sulte num dicionário as palavras que não conhece. Se não tiver prá-
sem ser distraídos por erros de pronúncia.
tica em usar o dicionário, procure em suas páginas iniciais, ou finais,
a explicação sobre as abreviaturas, as siglas e os símbolos fonéticos
Fatores a considerar
usados ou, se necessário, peça que alguém o ajude a entendê-los.
Não há um conjunto de regras de pronúncia que se aplique a
Em alguns casos, uma palavra pode ter pronúncias diferentes, de-
todos os idiomas. Muitos idiomas utilizam um alfabeto. Além do
pendendo do contexto. Alguns dicionários indicam a pronúncia de
alfabeto latino, há também os alfabetos árabe, cirílico, grego e he-
letras que têm sons variáveis bem como a sílaba tônica. Antes de
braico. No idioma chinês, a escrita não é feita por meio de um al-
fechar o dicionário, repita a palavra várias vezes em voz alta.
fabeto, mas por meio de caracteres que podem ser compostos de
Uma segunda maneira de melhorar a pronúncia é ler para al-
vários elementos. Esses caracteres geralmente representam uma
guém que pronuncia bem as palavras e pedir-lhe que corrija seus
palavra ou parte de uma palavra. Embora os idiomas japonês e co-
erros.
reano usem caracteres chineses, estes podem ser pronunciados de
Um terceiro modo de aprimorar a pronúncia é prestar atenção
maneiras bem diferentes e nem sempre ter o mesmo significado.
aos bons oradores.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Pronúncia de números telefônicos Identificar e utilizar o nome do interlocutor: ninguém gosta de
O número de telefone deve ser pronunciado algarismo por al- falar com um interlocutor desconhecido, por isso, o atendente da
garismo. chamada deve identificar-se assim que atender ao telefone. Por ou-
Deve-se dar uma pausa maior após o prefixo. tro lado, deve perguntar com quem está falando e passar a tratar o
Lê-se em caso de uma sequencia de números de tres em tres interlocutor pelo nome. Esse toque pessoal faz com que o interlo-
algarismos, com exceção de uma sequencia de quatro numeros jun- cutor se sinta importante;
tos, onde damos uma pausa a cada dois algarismos. assumir a responsabilidade pela resposta: a pessoa que aten-
de ao telefone deve considerar o assunto como seu, ou seja, com-
O número “6” deve ser pronunciado como “meia” e o número prometer-se e, assim, garantir ao interlocutor uma resposta rápida.
“11”, que é outra exceção, deve ser pronunciado como “onze”. Por exemplo: não deve dizer “não sei”, mas “vou imediatamente
Veja abaixo os exemplos saber” ou “daremos uma resposta logo que seja possível”. Se não
011.264.1003 – zero, onze – dois, meia, quatro – um, zero – for mesmo possível dar uma resposta ao assunto, o atendente de-
zero, tres verá apresentar formas alternativas para o fazer, como: fornecer o
021.271.3343 – zero, dois, um – dois, sete, um – tres, tres – número do telefone direto de alguém capaz de resolver o problema
quatro, tres rapidamente, indicar o e-mail ou numero da pessoa responsável
031.386.1198 – zero, tres, um – tres, oito, meia – onze – nove, procurado. A pessoa que ligou deve ter a garantia de que alguém
oito confirmará a recepção do pedido ou chamada;
Não negar informações: nenhuma informação deve ser nega-
Exceções da, mas há que se identificar o interlocutor antes de a fornecer, para
110 - cento e dez confirmar a seriedade da chamada. Nessa situação, é adequada a
111 – cento e onze seguinte frase: vamos anotar esses dados e depois entraremos em
211 – duzentos e onze contato com o senhor
118 – cento e dezoito Não apressar a chamada: é importante dar tempo ao tempo,
511 – quinhentos e onze ouvir calmamente o que o cliente/usuário tem a dizer e mostrar
0001 – mil ao contrario que o diálogo está sendo acompanhado com atenção, dando fee-
dback, mas não interrompendo o raciocínio do interlocutor;
Atendimento telefônico Sorrir: um simples sorriso reflete-se na voz e demonstra que o
Na comunicação telefônica, é fundamental que o interlocutor atendente é uma pessoa amável, solícita e interessada;
se sinta acolhido e respeitado, sobretudo porque se trata da utili- Ser sincero: qualquer falta de sinceridade pode ser catastrófica:
zação de um canal de comunicação a distância. É preciso, portanto, as más palavras difundem-se mais rapidamente do que as boas;
que o processo de comunicação ocorra da melhor maneira possível Manter o cliente informado: como, nessa forma de comunica-
para ambas as partes (emissor e receptor) e que as mensagens se- ção, não se estabele o contato visual, é necessário que o atendente,
jam sempre acolhidas e contextualizadas, de modo que todos pos- se tiver mesmo que desviar a atenção do telefone durante alguns
sam receber bom atendimento ao telefone. segundos, peça licença para interromper o diálogo e, depois, peça
desculpa pela demora. Essa atitude é importante porque poucos
Alguns autores estabelecem as seguintes recomendações para segundos podem parecer uma eternidade para quem está do outro
o atendimento telefônico: lado da linha;
• não deixar o cliente esperando por um tempo muito longo. Ter as informações à mão: um atendente deve conservar a in-
É melhor explicar o motivo de não poder atendê-lo e retornar a formação importante perto de si e ter sempre à mão as informações
ligação em seguida; mais significativas de seu setor. Isso permite aumentar a rapidez de
• o cliente não deve ser interrompido, e o funcionário tem de resposta e demonstra o profissionalismo do atendente;
se empenhar em explicar corretamente produtos e serviços; Estabelecer os encaminhamentos para a pessoa que liga: quem
• atender às necessidades do cliente; se ele desejar algo que o atende a chamada deve definir quando é que a pessoa deve voltar
atendente não possa fornecer, é importante oferecer alternativas; a ligar (dia e hora) ou quando é que a empresa ou instituição vai
• agir com cortesia. Cumprimentar com um “bom-dia” ou “bo- retornar a chamada.
a-tarde”, dizer o nome e o nome da empresa ou instituição são ati- Todas estas recomendações envolvem as seguintes atitudes no
tudes que tornam a conversa mais pessoal. Perguntar o nome do atendimento telefônico:
cliente e tratá-lo pelo nome transmitem a ideia de que ele é im- Receptividade - demonstrar paciência e disposição para servir,
portante para a empresa ou instituição. O atendente deve também como, por exemplo, responder às dúvidas mais comuns dos usuá-
esperar que o seu interlocutor desligue o telefone. Isso garante que rios como se as estivesse respondendo pela primeira vez. Da mes-
ele não interrompa o usuário ou o cliente. Se ele quiser comple- ma forma é necessário evitar que interlocutor espere por respostas;
mentar alguma questão, terá tempo de retomar a conversa. Atenção – ouvir o interlocutor, evitando interrupções, dizer pa-
lavras como “compreendo”, “entendo” e, se necessário, anotar a
No atendimento telefônico, a linguagem é o fator principal mensagem do interlocutor);
para garantir a qualidade da comunicação. Portanto, é preciso que Empatia - para personalizar o atendimento, pode-se pronunciar
o atendente saiba ouvir o interlocutor e responda a suas demandas o nome do usuário algumas vezes, mas, nunca, expressões como
de maneira cordial, simples, clara e objetiva. O uso correto da língua “meu bem”, “meu querido, entre outras);
portuguesa e a qualidade da dicção também são fatores importan- Concentração – sobretudo no que diz o interlocutor (evitar dis-
tes para assegurar uma boa comunicação telefônica. É fundamental trair-se com outras pessoas, colegas ou situações, desviando-se do
que o atendente transmita a seu interlocutor segurança, compro- tema da conversa, bem como evitar comer ou beber enquanto se
misso e credibilidade. fala);
Além das recomendações anteriores, são citados, a seguir, pro- Comportamento ético na conversação – o que envolve também
cedimentos para a excelência no atendimento telefônico: evitar promessas que não poderão ser cumpridas.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Atendimento e tratamento Abaixo 16 dicas para aprimorar o atendimento telefônico, de
O atendimento está diretamente relacionado aos negócios de modo a atingirmos a excelência, confira:
uma organização, suas finalidades, produtos e serviços, de acordo 1 - Profissionalismo: utilize-se sempre de uma linguagem for-
com suas normas e regras. O atendimento estabelece, dessa forma, mal, privilegiando uma comunicação que transmita respeito e se-
uma relação entre o atendente, a organização e o cliente. riedade. Evite brincadeiras, gírias, intimidades, etc, pois assim fa-
zendo, você estará gerando uma imagem positiva de si mesmo por
A qualidade do atendimento, de modo geral, é determinada conta do profissionalismo demonstrado.
por indicadores percebidos pelo próprio usuário relativamente a: 2 - Tenha cuidado com os ruídos: algo que é extremamente
• competência – recursos humanos capacitados e recursos tec- prejudicial ao cliente são as interferências, ou seja, tudo aquilo que
nológicos adequados; atrapalha a comunicação entre as partes (chieira, sons de aparelhos
• confiabilidade – cumprimento de prazos e horários estabele- eletrônicos ligados, etc.). Sendo assim, é necessário manter a linha
cidos previamente; “limpa” para que a comunicação seja eficiente, evitando desvios.
• credibilidade – honestidade no serviço proposto; 3 - Fale no tom certo: deve-se usar um tom de voz que seja
• segurança – sigilo das informações pessoais; minimamente compreensível, evitando desconforto para o cliente
• facilidade de acesso – tanto aos serviços como ao pessoal de que por várias vezes é obrigado a “implorar” para que o atendente
contato; fale mais alto.
• comunicação – clareza nas instruções de utilização dos ser- 4 - Fale no ritmo certo: não seja ansioso para que você não co-
viços. meta o erro de falar muito rapidamente, ou seja, procure encontrar
o meio termo (nem lento e nem rápido), de forma que o cliente
Fatores críticos de sucesso ao telefone: entenda perfeitamente a mensagem, que deve ser transmitida com
A voz / respiração / ritmo do discurso clareza e objetividade.
A escolha das palavras 5 - Tenha boa dicção: use as palavras com coerência e coesão
A educação para que a mensagem tenha organização, evitando possíveis erros
de interpretação por parte do cliente.
Ao telefone, a sua voz é você. A pessoa que está do outro lado 6 - Tenha equilíbrio: se você estiver atendendo um cliente sem
da linha não pode ver as suas expressões faciais e gestos, mas você educação, use a inteligência, ou seja, seja paciente, ouça-o aten-
transmite através da voz o sentimento que está alimentando ao tamente, jamais seja hostil com o mesmo e tente acalmá-lo, pois
conversar com ela. As emoções positivas ou negativas, podem ser assim, você estará mantendo sua imagem intacta, haja vista, que
reveladas, tais como: esses “dinossauros” não precisam ser atacados, pois, eles se matam
Interesse ou desinteresse, sozinhos.
Confiança ou desconfiança, 7 - Tenha carisma: seja uma pessoa empática e sorridente para
Alerta ou cansaço, que o cliente se sinta valorizado pela empresa, gerando um clima
Calma ou agressividade, confortável e harmônico. Para isso, use suas entonações com criati-
Alegria ou tristeza, vidade, de modo a transmitir emoções inteligentes e contagiantes.
Descontração ou embaraço, 8 - Controle o tempo: se precisar de um tempo, peça o cliente
Entusiasmo ou desânimo. para aguardar na linha, mas não demore uma eternidade, pois, o
cliente pode se sentir desprestigiado e desligar o telefone.
O ritmo habitual da comunicação oral é de 180 palavras por
9 - Atenda o telefone o mais rápido possível: o ideal é atender
minuto; ao telefone deve-se reduzir para 120 palavras por minuto
o telefone no máximo até o terceiro toque, pois, é um ato que de-
aproximadamente, tornando o discurso mais claro.
monstra afabilidade e empenho em tentar entregar para o cliente
A fala muito rápida dificulta a compreensão da mensagem e
a máxima eficiência.
pode não ser perceptível; a fala muito lenta pode o outro a julgar
10 - Nunca cometa o erro de dizer “alô”: o ideal é dizer o nome
que não existe entusiasmo da sua parte.
da organização, o nome da própria pessoa seguido ainda, das tra-
O tratamento é a maneira como o funcionário se dirige ao dicionais saudações (bom dia, boa tarde, etc.). Além disso, quando
cliente e interage com ele, orientando-o, conquistando sua simpa- for encerrar a conversa lembre-se de ser amistoso, agradecendo e
tia. Está relacionada a: reafirmando o que foi acordado.
Presteza – demonstração do desejo de servir, valorizando pron- 11 - Seja pró ativo: se um cliente procurar por alguém que não
tamente a solicitação do usuário; está presente na sua empresa no momento da ligação, jamais peça
Cortesia – manifestação de respeito ao usuário e de cordiali- a ele para ligar mais tarde, pois, essa é uma função do atendente,
dade; ou seja, a de retornar a ligação quando essa pessoa estiver de volta
Flexibilidade – capacidade de lidar com situações não-previs- à organização.
tas. 12 - Tenha sempre papel e caneta em mãos: a organização é um
dos princípios para um bom atendimento telefônico, haja vista, que
A comunicação entre as pessoas é algo multíplice, haja vista, é necessário anotar o nome da pessoa e os pontos principais que
que transmitir uma mensagem para outra pessoa e fazê-la com- foram abordados.
preender a essência da mesma é uma tarefa que envolve inúmeras 13 – Cumpra seus compromissos: um atendente que não tem
variáveis que transformam a comunicação humana em um desafio responsabilidade de cumprir aquilo que foi acordado demonstra
constante para todos nós. desleixo e incompetência, comprometendo assim, a imagem da
E essa complexidade aumenta quando não há uma comunica- empresa. Sendo assim, se tiver que dar um recado, ou, retornar
ção visual, como na comunicação por telefone, onde a voz é o único uma ligação lembre-se de sua responsabilidade, evitando esqueci-
instrumento capaz de transmitir a mensagem de um emissor para mentos.
um receptor. Sendo assim, inúmeras empresas cometem erros pri- 14 – Tenha uma postura afetuosa e prestativa: ao atender o te-
mários no atendimento telefônico, por se tratar de algo de difícil lefone, você deve demonstrar para o cliente uma postura de quem
consecução. realmente busca ajudá-lo, ou seja, que se importa com os proble-

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
mas do mesmo. Atitudes negativas como um tom de voz desinteres- Nunca faça a transferência ligeiramente, sem informar ao seu
sado, melancólico e enfadado contribuem para a desmotivação do interlocutor o que vai fazer, para quem vai transferir a ligação, man-
cliente, sendo assim, é necessário demonstrar interesse e iniciativa tenha-o ciente dos passos desse atendimento.
para que a outra parte se sinta acolhida.
15 – Não seja impaciente: busque ouvir o cliente atentamente, Não se deve transferir uma ligação apenas para se livrar dela.
sem interrompê-lo, pois, essa atitude contribui positivamente para Deve oferecer-se para auxiliar o interlocutor, colocar-se à disposi-
a identificação dos problemas existentes e consequentemente para ção dele, e se acontecer de não ser possível, transfira-o para quem
as possíveis soluções que os mesmos exigem. realmente possa atendê-lo e resolver sua solicitação. Transferir o
16 – Mantenha sua linha desocupada: você já tentou ligar para cliente de um setor para outro, quando essa ligação já tiver sido
alguma empresa e teve que esperar um longo período de tempo transferida várias vezes não favorece a imagem da empresa. Nesse
para que a linha fosse desocupada? Pois é, é algo extremamente caso, anote a situação e diga que irá retornar com as informações
inconveniente e constrangedor. Por esse motivo, busque não delon- solicitadas.
gar as conversas e evite conversas pessoais, objetivando manter, na - Se o ramal estiver ocupado quando você fizer a transferência,
medida do possível, sua linha sempre disponível para que o cliente diga à pessoa que chamou: “O ramal está ocupado. Posso anotar
não tenha que esperar muito tempo para ser atendido. o recado e retornar a ligação.” É importante que você não deixe
Buscar a excelência constantemente na comunicação huma- uma linha ocupada com uma pessoa que está apenas esperando a
na é um ato fundamental para todos nós, haja vista, que estamos liberação de um ramal. Isso pode congestionar as linhas do equipa-
nos comunicando o tempo todo com outras pessoas. Infelizmente mento, gerando perda de ligações. Mas caso essa pessoa insista em
algumas pessoas não levam esse importante ato a sério, compro- falar com o ramal ocupado, você deve interromper a outra ligação e
metendo assim, a capacidade humana de transmitir uma simples dizer: “Desculpe-me interromper sua ligação, mas há uma chamada
mensagem para outra pessoa. Sendo assim, devemos ficar atentos urgente do (a) Sr.(a) Fulano(a) para este ramal.
para não repetirmos esses erros e consequentemente aumentar- O (a) senhor (a) pode atender?” Se a pessoa puder atender ,
mos nossa capacidade de comunicação com nosso semelhante. complete a ligação, se não, diga que a outra ligação ainda está em
andamento e reafirme sua possibilidade em auxiliar.
Resoluções de situações conflitantes ou problemas quanto ao
atendimento de ligações ou transferências Lembre-se :
O agente de comunicação é o cartão de visita da empresa.. Por Você deve ser natural, mas não deve esquecer de certas for-
isso é muito importante prestar atenção a todos os detalhes do seu malidades como, por exemplo, dizer sempre “por favor” , “Queira
trabalho. Geralmente você é a primeira pessoa a manter contato desculpar”, “Senhor”, “Senhora”. Isso facilita a comunicação e induz
com o público. Sua maneira de falar e agir vai contribuir muito para a outra pessoa a ter com você o mesmo tipo de tratamento.
a imagem que irão formar sobre sua empresa. Não esqueça: a pri- A conversa: existem expressões que nunca devem ser usadas,
meira impressão é a que fica. tais como girias, meias palavras, e palavras com conotação de inti-
Alguns detalhes que podem passar despercebidos na rotina do midade. A conversa deve ser sempre mantida em nível profissional.
seu trabalho:
- Voz: deve ser clara, num tom agradável e o mais natural possí- Equipamento básico
vel. Assim você fala só uma vez e evita perda de tempo. Além da sala, existem outras coisas necessárias para assegurar
- Calma: Ás vezes pode não ser fácil mas é muito importante o bom andamento do seu trabalho:
que você mantenha a calma e a paciência . A pessoa que esta cha- - Listas telefônicas atualizadas.
mando merece ser atendida com toda a delicadeza. Não deve ser - Relação dos ramais por nomes de funcionários (em ordem al-
apressada ou interrompida. Mesmo que ela seja um pouco grossei- fabética).
ra, você não deve responder no mesmo tom. Pelo contrário, procu- - Relação dos números de telefones mais chamados.
re acalmá-la. - Tabela de tarifas telefônicas.
- Interesse e iniciativa: Cada pessoa que chama merece aten- - Lápis e caneta
ção especial. E você, como toda boa telefonista, deve ser sempre - Bloco para anotações
simpática e demonstrar interesse em ajudar. - Livro de registro de defeitos.
- Sigilo: Na sua profissão, às vezes é preciso saber de detalhes
importantes sobre o assunto que será tratado. Esses detalhes são O que você precisa saber:
confidenciais e pertencem somente às pessoas envolvidas. Você O seu equipamento telefônico não é apenas parte do seu mate-
deve ser discreta e manter tudo em segredo. A quebra de sigilo nas rial de trabalho. É o que há de mais importante. Por isso você deve
ligações telefônicas é considerada uma falta grave, sujeita às pena- saber como ele funciona. Tecnicamente, o equipamento que você
lidades legais. usa é chamado de CPCT - Central Privada de Comunicação Telefôni-
ca, que permite você fazer ligações internas (de ramal para ramal) e
O que dizer e como dizer externas. Atualmente existem dois tipos: PABX e KS.
Aqui seguem algumas sugestões de como atender as chama- - PABX (Private Automatic Branch Exchange): neste sistema,
das externas: todas as ligações internas e a maioria das ligações para fora da em-
- Ao atender uma chamada externa, você deve dizer o nome da presa são feitas pelos usuários de ramais. Todas as ligações que en-
sua empresa seguido de bom dia, boa tarde ou boa noite. tram, passam pela telefonista.
- Essa chamada externa vai solicitar um ramal ou pessoa. Você - KS (Key System): todas as ligações, sejam elas de entrada, de
deve repetir esse número ou nome, para ter certeza de que enten- saída ou internas, são feitas sem passar pela telefonista
deu corretamente. Em seguida diga: “ Um momento, por favor,” e
transfira a ligação. Informações básicas adicionais
Ao transferir as ligações, forneça as informações que já possui; - Ramal: são os terminais de onde saem e entram as ligações
faça uso do seu vocabulário profissional; fale somente o necessário telefônicas. Eles se dividem em:
e evite assuntos pessoais.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
* Ramais privilegiados: são os ramais de onde se podem fazer 4ª – O Cliente não está entendendo – o que fazer?
ligações para fora sem passar pela telefonista Concentre-se para entender o que realmente o Cliente quer ou,
* Ramais semi-privilegiados: nestes ramais é necessário o auxi- exatamente, o que ele não está entendendo e o porquê.
lio da telefonista para ligar para fora. Caso necessário, explique novamente, de outro jeito, até que
* Ramais restritos: só fazem ligações internas. o Cliente entenda.
-Linha - Tronco: linha telefônica que liga a CPCT à central Tele- Alguma dificuldade maior? Peça Ajuda! Chame o gerente,
fônica Pública. o chefe, o encarregado, mas evite, na medida do possível, que o
- Número-Chave ou Piloto: Número que acessa automatica- Cliente saia sem entender ou concordar com a resolução.
mente as linhas que estão em busca automática, devendo ser o úni-
co número divulgado ao público. 5ª – Discussão com o Cliente
- Enlace: Meio pelo qual se efetuam as ligações entre ramais e Em uma discussão com o Cliente, com ou sem razão, você sem-
linhas-tronco. pre perde!
- Bloqueador de Interurbanos: Aparelho que impede a realiza- Uma maneira eficaz de não cair na tentação de “brigar” ou “dis-
ção de ligações interurbanas. cutir” com um cliente é estar consciente – sempre alerta -, de forma
- DDG: (Discagem Direta Gratuita), serviço interurbano fran- que se evite SINTONIZAR na mesma frequência emocional do Clien-
queado, cuja cobrança das ligações é feita no telefone chamado. te, quando esta for negativa.
- DDR : (Discagem direta a Ramal) , as chamadas externas vão
direto para o ramal desejado, sem passar pela telefonista . Isto só é Exemplos:
possível em algumas CPCTs do tipo PABX.
- Pulso : Critério de medição de uma chamada por tempo, dis-
O Cliente está... Reaja de forma oposta
tância e horário.
- Consultores: empregados da Telems que dão orientação às Falando alto, gritando. Fale baixo, pausadamente.
empresas quanto ao melhor funcionamento dos sistemas de tele- Irritado Mantenha a calma.
comunicações.
- Mantenedora: empresa habilitada para prestar serviço e dar Desafiando Não aceite. Ignore o desafio.
assistência às CPCTs. Diga-lhe que é possível resolver o
- Serviço Noturno: direciona as chamadas recebidas nos horá- Ameaçando problema sem a necessidade de
rios fora do expediente para determinados ramais. Só é possível em uma ação extrema.
CPCTs do tipo PBX e PABX.
Diga-lhe que o compreende, que
Ofendendo gostaria que ele lhe desse uma
Em casos onde você se depara com uma situação que repre-
oportunidade para ajudá-lo.
sente conflito ou problema, é necessário adequar a sua reação à
cada circunstância. Abaixo alguns exemplos.
6ª – Equilíbrio Emocional
1ª - Um cliente chega nervoso – o que fazer? Em uma época em que manter um excelente relacionamento
Não interrompa a fala do Cliente. Deixe-o liberar a raiva. com o Cliente é um pré-requisito de sucesso, ter um alto coeficien-
Acima de tudo, mantenha-se calmo. te de IE (Inteligência Emocional) é muito importante para todos os
Por nenhuma hipótese, sintonize com o Cliente, em um estado profissionais, particularmente os que trabalham diretamente no
de nervosismo. atendimento a Clientes.
Jamais diga ao Cliente: “Calma, o (a) senhor (a) está muito ner-
voso (a), tente acalmar-se”. Você exercerá melhor sua Inteligência Emocional à medida que:
Use frases adequadas ao momento. Frases que ajudam acal- For paciente e compreensivo com o Cliente.
mar o Cliente, deixando claro que você está ali para ajudá-lo Tiver uma crescente capacidade de separar as questões pesso-
ais dos problemas da empresa.
2ª – Diante de um Cliente mal-educado – o que fazer? Entender que o foco de “fúria” do Cliente não é você, mas, sim,
O tratamento deverá ser sempre positivo, independentemente a empresa. Que você só está ali como uma espécie de “para-raios”.
das circunstâncias. Não fizer pré julgamentos dos clientes.
Não fique envolvido emocionalmente. Aprenda a entender que Entender que cada cliente é diferente do outro.
você não é o alvo. Entender que para você o problema apresentado pelo cliente
Reaja com mais cortesia, com suavidade, cuidando para não é um entre dezenas de outros; para o cliente não, o problema é
parecer ironia. Quando você toma a iniciativa e age positivamente, único, é o problema dele.
coloca uma pressão psicológica no Cliente, para que ele reaja de Entender que seu trabalho é este: atender o melhor possível.
modo positivo. Entender que você e a empresa dependem do cliente, não ele
de vocês.
3ª – Diante de erros ou problemas causados pela empresa Entender que da qualidade de sua REAÇÃO vai depender o fu-
ADMITA o erro, sem evasivas, o mais rápido possível. turo da relação do cliente com a empresa.
Diga que LAMENTA muito e que fará tudo que estiver ao seu
alcance para que o problema seja resolvido. POSTURA DE ATENDIMENTO - (Conduta/Bom senso/Cordia-
CORRIJA o erro imediatamente, ou diga quando vai corrigir. lidade)
Diga QUEM e COMO vai corrigir o problema.
EXPLIQUE o que ocorreu, evitando justificar. A FUGA DOS CLIENTES
Entretanto, se tiver uma boa justificativa, JUSTIFIQUE, mas com As pesquisas revelam que 68% dos clientes das empresas fo-
muita prudência. O Cliente não se interessa por “justificativas”. Este gem delas por problemas relacionados à postura de atendimento.
é um problema da empresa.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Numa escala decrescente de importância, podemos observar Os três passos do verdadeiro profissional de atendimento:
os seguintes percentuais: 01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de compre-
68% dos clientes fogem das empresas por problemas de postu- ender e atender as necessidades dos clientes, fazer com que ele
ra no atendimento; seja bem recebido, ajudá-lo a se sentir importante e proporcioná-lo
14% fogem por não terem suas reclamações atendidas; um ambiente agradável. Este profissional é voltado completamente
9% fogem pelo preço; para a interação com o cliente, estando sempre com as suas ante-
9% fogem por competição, mudança de endereço, morte. nas ligadas neste, para perceber constantemente as suas necessida-
des. Para este profissional, não basta apenas conhecer o produto ou
A origem dos problemas está nos sistemas implantados nas serviço, mas o mais importante é demonstrar interesse em relação
organizações, muitas vezes obsoletos. Estes sistemas não definem às necessidades dos clientes e atendê-las.
uma política clara de serviços, não definem o que é o próprio ser- 02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as necessidades
viço e qual é o seu produto. Sem isso, existe muita dificuldade em dos clientes, aguçando a capacidade de perceber o cliente. Para
satisfazer plenamente o cliente. entender o lado humano, é necessário que este profissional tenha
Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes, não contra- uma formação voltada para as pessoas e goste de lidar com gente.
tam profissionais com características básicas para atender o públi- Se espera que ele fique feliz em fazer o outro feliz, pois para este
co, não treinam estes profissionais na postura adequada, não criam profissional, a felicidade de uma pessoa começa no mesmo instante
um padrão de atendimento e este passa a ser realizado de acordo em que ela cessa a busca de sua própria felicidade para buscar a
com as características individuais e o bom senso de cada um. felicidade do outro.
A falta de noção clara da causa primária da perda de clientes 03. Entender a necessidade de manter um ESTADO DE ESPÍRITO
faz com que as empresas demitam os funcionários “porque eles não POSITIVO, cultivando pensamentos e sentimentos positivos, para
sabem nem atender o cliente”. Parece até que o atendimento é a ter atitudes adequadas no momento do atendimento. Ele sabe que
tarefa mais simples da empresa e que menos merece preocupação. é fundamental separar os problemas particulares do dia a dia do
Ao contrário, é a mais complexa e recheada de nuances que perpas- trabalho e, para isso, cultiva o estado de espírito antes da chegada
sam pela condição individual e por condições sistêmicas. do cliente. O primeiro passo de cada dia, é iniciar o trabalho com a
Estas condições sistêmicas estão relacionadas a: consciência de que o seu principal papel é o de ajudar os clientes
1. Falta de uma política clara de serviços; a solucionarem suas necessidades. A postura é de realizar serviços
2. Indefinição do conceito de serviços; para o cliente.
3. Falta de um perfil adequado para o profissional de atendi-
mento; Os requisitos para contratação deste profissional
4. Falta de um padrão de atendimento; Para trabalhar com atendimento ao público, alguns requisitos
5. Inexistência do follow up; são essenciais ao atendente. São eles:
6. Falta de treinamento e qualificação de pessoal. Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz.
Gostar de lidar com gente.
Nas condições individuais, podemos encontrar a contratação Ser extrovertido.
de pessoas com características opostas ao necessário para atender Ter humildade.
ao público, como: timidez, avareza, rebeldia... Cultivar um estado de espírito positivo.
Satisfazer as necessidades do cliente.
SERVIÇO E POSTURA DE ATENDIMENTO Cuidar da aparência.
Observando estas duas condições principais que causam a vin-
culação ou o afastamento do cliente da empresa, podemos separar Com estes requisitos, o sinal fica verde para o atendimento.
a estrutura de uma empresa de serviços em dois itens: os serviços e
a postura de atendimento. A POSTURA pode ser entendida como a junção de todos os as-
O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas organizações e, pectos relacionados com a nossa expressão corporal na sua totali-
como tal, está diretamente relacionado ao próprio negócio. dade e nossa condição emocional.
Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de servi- Podemos destacar 03 pontos necessários para falarmos de
ços, a sua própria definição e filosofia. Aqui, também são tratados POSTURA. São eles:
os aspectos gerais da organização que dão peso ao negócio, como: 01. Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se caracteriza por um
o ambiente físico, as cores (pintura), os jardins. Este item, portan- posicionamento de humildade, mostrando-se sempre disponível
to, depende mais diretamente da empresa e está mais relacionado para atender e interagir prontamente com o cliente. Esta POSTURA
com as condições sistêmicas. DE ABERTURA do atendente suscita alguns sentimentos positivos
Já a POSTURA DE ATENDIMENTO, que é o tratamento dispensa- nos clientes, como por exemplo:
do às pessoas, está mais relacionado com o funcionário em si, com a) postura do atendente de manter os ombros abertos e o peito
as suas atitudes e o seu modo de agir com os clientes. Portanto, está aberto, passa ao cliente um sentimento de receptividade e acolhi-
ligado às condições individuais. mento;
É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas políticas b) deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente inclinado
das empresas, o treinamento, a definição de um padrão de aten- transmite ao cliente a humildade do atendente;
dimento e de um perfil básico para o profissional de atendimento, c) o olhar nos olhos e o aperto de mão firme traduzem respeito
como forma de avançar no próprio negócio. Dessa maneira, estes e segurança;
dois itens se tornam complementares e inter-relacionados, com de- d) a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de afetividade
pendência recíproca para terem peso. e calorosidade.
Para conhecermos melhor a postura de atendimento, faz-se
necessário falar do Verdadeiro profissional do atendimento. 02. Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO CORPORAL: que se
caracteriza pela existência de uma unidade entre o que dizemos e o
que expressamos no nosso corpo.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos e confor- Alguns exemplos são:
táveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir os nossos senti- 1. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o carrinho de
mentos e eles fluem livremente. Dessa forma, nos sentimos mais limpeza e o hóspede sai do seu apartamento. Ela prontamente olha
livres do stress, das doenças, dos medos. para ele e diz com um sorriso: “bom dia!”.
2. O caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no momento
03. As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos extrair dois as- do pagamento;
pectos: o expressivo, ligado aos estados emocionais que elas tradu- 03. O frentista do posto de gasolina que se aproxima ao ver o
zem e a identificação destes estados pelas pessoas; e a sua função carro entrando no posto e faz uma sudação...
social que diz em que condições ocorreu a expressão, seus efeitos
sobre o observador e quem a expressa. A INVASÃO
Podemos concluir, entendendo que, qualquer comportamento Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver com INVA-
inclui posturas e é sempre fruto da interação complexa entre o or- SÃO DE TERRITÓRIO.
ganismo e o seu meio ambiente. Vamos entender melhor isso.
Todo ser humano sente necessidade de definir um TERRITÓ-
O olhar RIO, que é um certo espaço entre si e os estranhos. Este território
Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através do não se configura apenas em um espaço físico demarcado, mas prin-
olhar, podemos passar para as pessoas os nossos sentimentos mais cipalmente num espaço pessoal e social, o que podemos traduzir
profundos, pois ele reflete o nosso estado de espírito. como a necessidade de privacidade, de respeito, de manter uma
Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos prender so- distância ideal entre si e os outros de acordo com cada situação.
mente a ele, mas a fisionomia como um todo para entendermos o Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cortes na
real sentido dos olhos. privacidade, o que normalmente traz consequências negativas.
Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de acolhi- Podemos exemplificar estas invasões com algumas situações corri-
mento, de interesse no atendimento das suas necessidades, de von- queiras: uma piada muito picante contada na presença de pessoas
tade de ajudar. Ao contrário, um olhar apático, traduz fraqueza e estranhas a um grupo social; ficar muito próximo do outro, quase se
desinteresse, dando ao cliente, a impressão de desgosto e dissabor encostando nele; dar um tapinha nas costas...
pelo atendimento. Nas situações de atendimento, são bastante comuns as inva-
sões de território pelos atendentes. Estas, na sua maioria, causam
Mas, você deve estar se perguntando: O que causa este brilho mal-estar aos clientes, pois são traduzidas por eles como atitudes
nos nossos olhos ? A resposta é simples: grosseiras e poucos sensíveis. Alguns são os exemplos destas atitu-
Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro, gostar des e situações mais comuns:
de ajudar o próximo. Insistência para o cliente levar um item ou adquirir um bem;
Para atender ao público, é preciso que haja interesse e gosto, Seguir o cliente por toda a loja;
pois só assim conseguimos repassar uma sensação agradável para O motorista de taxi que não pára de falar com o cliente passa-
o cliente. Gostar de atender o público significa gostar de atender geiro;
as necessidades dos clientes, querer ver o cliente feliz e satisfeito. O garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerindo pratos sem
ser solicitado;
Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode transmitir: O funcionário que cumprimenta o cliente com dois beijinhos e
01. Interesse quando: tapinhas nas costas;
Brilha; O funcionário que transfere a ligação ou desliga o telefone sem
Tem atenção; avisar.
Vem acompanhado de aceno de cabeça.
Estas situações não cabem na postura do verdadeiro profissio-
02. Desinteresse quando: nal do atendimento.
É apático;
É imóvel, rígido; O sorriso
Não tem expressão. O SORRISO abre portas e é considerado uma linguagem uni-
versal.
O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o gelo. O olhar Imagine que você tem um exame de saúde muito importante
nos olhos dá credibilidade e não há como dissimular com o olhar. para receber e está apreensivo com o resultado. Você chega à clí-
nica e é recebido por uma recepcionista que apresenta um sorriso
A aproximação - raio de ação caloroso. Com certeza você se sentirá mais seguro e mais confiante,
A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao conceito de
diminuindo um pouco a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi in-
RAIO DE AÇÃO, que significa interagir com o público, independente
terpretado como um ato de apaziguamento.
deste ser cliente ou não.
Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3 metros
O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de espírito das
de distância do público e de um tempo imediato, ou seja, pronta-
pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas sorridentes são ava-
mente.
liadas mais favoravelmente do que as não sorridentes.
Além do mais, deve ocorrer independentemente do funcioná-
O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de comu-
rio estar ou não na sua área de trabalho. Estes requisitos para a
interação, a tornam mais eficaz. nicação não-verbal . Como tal, expressa as emoções e geralmente
Esta interação pode se caracterizar por um cumprimento ver- informa mais do que a linguagem falada e a escrita. Dessa forma,
bal, uma saudação, um aceno de cabeça ou apenas por um aceno podemos passar vários tipos de sentimentos e acarretar as mais di-
de mão. O objetivo com isso, é fazer o cliente sentir-se acolhido e versas emoções no outro.
certo de estar recebendo toda a atenção necessária para satisfazer
os seus anseios.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ir ao encontro do cliente A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto importante
Ir ao encontro do cliente é um forte sinal de compromisso no para criar uma relação de proximidade e confiança entre o cliente
atendimento, por parte do atendente. Este item traduz a importân- e o atendente.
cia dada ao cliente no momento de atendimento, na qual o aten-
dente faz tudo o que é possível para atender as suas necessidades, Cumprimento caloroso
pois ele compreende que satisfazê-las é fundamental. Indo ao en- O que você sente quando alguém aperta a sua mão sem fir-
contro do cliente, o atendente demonstra o seu interesse para com meza ?
ele. Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se conhece al-
guém, a sua integridade moral, pela qualidade do seu aperto de
A primeira impressão mão.
Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase: A PRIMEI- O aperto de mão “ frouxo “ transmite apatia, passividade, baixa
RA IMPRESSÃO É A QUE FICA. energia, desinteresse, pouca interação, falta de compromisso com
Você concorda com ela? o contato.
No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil a empre- Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo que machuca
sa ter uma segunda chance para tentar mudar a impressão inicial, a mão, ao invés de trazer uma mensagem positiva, causa um mal
se esta foi negativa, pois dificilmente o cliente irá voltar. estar, traduzindo hiperatividade, agressividade, invasão e desres-
É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta o clien- peito. O ideal é ter um cumprimento firme, que prenda toda a mão,
te perdido, aquele que foi mal atendido ou que não teve os seus mas que a deixe livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão demons-
desejos satisfeitos. tra interesse pelo outro, firmeza, bom nível de energia, atividade e
Estes clientes perdem a confiança na empresa e normalmen- compromisso com o contato.
te os custos para resgatá-la, são altos. Alguns mecanismos que as É importante lembrar que o cumprimento deve estar associado
empresas adotam são os contatos via telemarketing, mala-direta, ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os ombros e o peito abertos,
visitas, mas nem sempre são eficazes. totalizando uma sintonia entre fala e expressão corporal.
A maioria das empresas não têm noção da quantidade de clien- Não se esqueça: apesar de haver uma forma adequada de cum-
tes perdidos durante a sua existência, pois elas não adotam meca- primentar, esta jamais deverá ser mecânica e automática.
nismos de identificação de reclamações e/ou insatisfações destes Tom de voz
clientes. Assim, elas deixam escapar as armas que teriam para re- A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz uma onda de
forçar os seus processos internos e o seu sistema de trabalho. intensa vibração. O tom de voz e a maneira como dizemos as pala-
Quando as organizações atentam para essa importância, elas vras, são mais importantes do que as próprias palavras.
passam a aplicar instrumentos de medição. Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair hoje do
Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem a realida- conserto, mas por falta de uma peça, ela só estará pronta na próxi-
de, pois muitas vezes trazem perguntas vagas, subjetivas ou pedem ma semana “. De acordo com a maneira que dizemos e de acordo
a opinião aberta sobre o assunto. com o tom de voz que usamos, vamos perceber reações diferentes
Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não colher as do cliente.
informações reais. Se dizemos isso com simpatia, naturalmente nos desculpando
A saída seria criar medidores que traduzissem com fatos e da- pela falha e assumindo uma postura de humildade, falando com
dos, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o serviço e o produto calma e num tom amistoso e agradável, percebemos que a reação
adquiridos da empresa. do cliente será de compreensão.
Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma mecânica,
Apresentação pessoal estudada, artificial, ríspida, fria e com arrogância, poderemos ter
Que imagem você acha que transmitimos ao cliente quando o um cliente reagindo com raiva, procurando o gerente, gritando...
atendemos com as unhas sujas, os cabelos despenteados, as roupas As palavras são símbolos com significados próprios. A forma
mal cuidadas... ? como elas são utilizadas também traz o seu significado e com isso,
O atendente está na linha de frente e é responsável pelo conta- cada palavra tem a sua vibração especial.
to, além de representar a empresa neste momento. Para transmitir
confiabilidade, segurança, bons serviços e cuidado, se faz necessá- Saber escutar
rio, também, ter uma boa apresentação pessoal. Você acha que existe diferença entre OUVIR e ESCUTAR? Se
você respondeu que não, você errou.
Alguns cuidados são essenciais para tornar este item mais com- Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o verdadeiro
pleto. São eles: sentido, compreendendo e interpretando a essência, o conteúdo da
01. Tomar um BANHO antes do trabalho diário: além da função comunicação.
higiênica, também é revigorante e espanta a preguiça; O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado com a nossa
02. Cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas limpas, cabelos capacidade de perceber o outro. E, para percebermos o outro, o
cortados e penteados, dentes cuidados, hálito agradável, axilas as- cliente que está diante de nós, precisamos nos despojar das bar-
seadas, barba feita; reiras que atrapalham e empobrecem o processo de comunicação.
03. Roupas limpas e conservadas; São elas:
04. Sapatos limpos; * os nossos PRECONCEITOS;
05. Usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local visível pelo * as DISTRAÇÕES;
cliente. * os JULGAMENTOS PRÉVIOS;
* as ANTIPATIAS.
Quando estes cuidados básicos não são tomados, o cliente se
questiona : “ puxa, se ele não cuida nem dele, da sua aparência Para interagirmos e nos comunicarmos a contento, precisamos
pessoal, como é que vai cuidar de me prestar um bom serviço ? “ compreender o TODO, captando os estímulos que vêm do outro,
fazendo uma leitura completa da situação.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Precisamos querer escutar, assumindo uma postura de recepti- Postura inadequada
vidade e simpatia, afinal, nós temos dois ouvidos e uma boca, o que A postura inadequada é abrangente, indo desde a postura física
nos sugere que é preciso escutar mais do que falar. ao mais sutil comentário negativo sobre a empresa na presença do
Quando não sabemos escutar o cliente - interrompendo-o, fa- cliente.
lando mais que ele, dividindo a atenção com outras situações - tira- Em relação à postura física, podemos destacar como inadequa-
mos dele, a oportunidade de expressar os seus verdadeiros anseios do, o atendente:
e necessidades e corremos o risco de aborrecê-lo, pois não iremos * se escorar nas paredes da loja ou debruçar a cabeça no seu
conseguir atende-las. birô por não estar com o cliente (esta atitude impede que ele inte-
A mais poderosa forma de escutar é a empatia ( que vamos raja no raio de ação);
conhecer mais na frente ). Ela nos permite escutar de fato, os sen- * mascar chicletes ou fumar no momento do atendimento;
timentos por trás do que está sendo dito, mas, para isso, é preciso * cuspir ou tirar meleca na frente do cliente (estas coisas só
que o atendente esteja sintonizado emocionalmente com o cliente. devem ser feitas no banheiro);
Esta sintonia se dá através do despojamento das barreiras que já * comer na frente do cliente (comum nas empresas que ofere-
falamos antes. cem lanches ou têm cantina);
* gritar para pedir alguma coisa;
Agilidade * se coçar na frente do cliente;
Atender com agilidade significa ter rapidez sem perder a quali- * bocejar (revela falta de interesse no atendimento).
dade do serviço prestado.
A agilidade no atendimento transmite ao cliente a idéia de res- Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar:
peito. Sendo ágil, o atendente reconhece a necessidade do cliente * se achar íntimo do cliente a ponto de lhe pedir carona, por
em relação à utilização adequada do seu tempo. exemplo;
Quando há agilidade, podemos destacar: * receber presentes do cliente em troca de um bom serviço;
o atendimento personalizado; * fazer críticas a outros setores, pessoas, produtos ou serviços
a atenção ao assunto; na frente do cliente;
o saber escutar o cliente; * desmerecer ou criticar o fabricante do produto que vende, o
cuidar das solicitações e acompanhar o cliente durante todo o parceiro da empresa, denegrindo a sua imagem para o cliente;
seu percurso na empresa. * falar mau das pessoas na sua ausência e na presença do clien-
te;
O calor no atendimento * usar o cliente como desabafo dos problemas pessoais;
O atendimento caloroso evita dissabores e situações constran- * reclamar na frente do cliente;
gedoras, além de ser a comunhão de todos os pontos estudados * lamentar;
sobre postura. * colocar problemas salariais;
O atendente escolhe a condição de atender o cliente e para * “ lavar a roupa suja “ na frente do cliente.
isto, é preciso sempre lembrar que o cliente deseja se sentir impor-
LEMBRE-SE: A ÉTICA DO TRABALHO É SERVIR AOS OUTROS E
tante e respeitado. Na situação de atendimento, o cliente busca ser
NÃO SE SERVIR DOS OUTROS.
reconhecido e, transmitindo calorosidade nas atitudes, o atendente
satisfaz as necessidades do cliente de estima e consideração.
Usar chavões
Ao contrário, o atendimento áspero, transmite ao cliente a
O mau profissional utiliza-se de alguns chavões como forma de
sensação de desagrado, descaso e desrespeito, além de retornar ao
fugir à sua responsabilidade no atendimento ao cliente. Citamos
atendente como um bumerangue. O EFEITO BUMERANGUE é bas-
aqui, os mais comuns:
tante comum em situações de atendimento, pois ele reflete o nível
de satisfação, ou não, do cliente em relação ao atendente. PARE E REFLITA: VOCÊ GOSTARIA DE SER COMPARADO A ESTE
Com este efeito, as atitudes batem e voltam, ou seja, se você ATENDENTE?
atende bem, o cliente se sente bem e trata o atendente com respei- * o senhor como cliente TEM QUE ENTENDER...
to. Se este atende mal, o cliente reage de forma negativa e hostil. * o senhor DEVERIA AGRADECER O QUE A EMPRESA FAZ PELO
O cliente não está na esteira da linha de produção, merecendo ser SENHOR...
tratado com diferenciação e apreço. * o CLIENTE É UM CHATO QUE SEMPRE QUER MAIS...
Precisamos ter em atendimento, pessoas descontraídas, que * AÍ VEM ELE DE NOVO...
façam do ato de atender o seu verdadeiro sentido de vida, que é
SERVIR AO PRÓXIMO. Estas frases geram um bloqueio mental, dificultando a libera-
Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostilidade, re- ção do lado bom da pessoa que atende o cliente.
tratam bem a falta de calor do atendente. Com estas atitudes, o Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna um círculo
atendente parece estar pedindo ao cliente que este se afaste, vá vicioso na postura inadequada, pois, o atendente usa os chavões
embora, desapareça da sua frente, pois ele não é bem vindo. Assim, (pensa dessa forma em relação ao cliente e a situação de atendi-
o atendente esquece que a sua MISSÃO é SERVIR e fazer o cliente mento ), o cliente se aborrece e descarrega no atendente, ou sim-
FELIZ. plesmente não volta mais.

As gafes no atendimento Para quebrar este ciclo, é preciso haver uma mudança radical
Depois de conhecermos a postura correta de atendimento, no pensamento e postura do atendente.
também é importante sabermos quais são as formas erradas, para
jamais praticá-las. Quem as pratica, com certeza não é um verdadei- Impressões finais do cliente
ro profissional de atendimento. Podemos dividi-las em duas partes, Toda a postura e comportamento do atendente vai levar o
que são: cliente a criar uma impressão sobre o atendimento e, consequente-
mente, sobre a empresa.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Duas são as formas de impressões finais mais comuns do clien- usá-la de forma adequada para satisfazer as exigências do cliente.
te: Dessa forma, classificamos 03 itens básicos ligados a palavra e as
1) MOMENTO DA VERDADE: através do contato direto (pesso- atitudes, como fundamentais na formação da TELEIMAGEM.
al) e/ou telefônico com o atendente;
São eles:
2) TELEIMAGEM: através do contato telefônico. Vamos conhe- 01. O tom de voz: é através dele que transmitimos interesse e
cê-las com mais detalhes. atenção ao cliente. Ao usarmos um tom frio e distante, passamos
ao cliente, a ideia de desatenção e desinteresse.
Momentos da verdade Ao contrário, se falamos com entusiasmo, de forma decidida e
Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é qualquer epi- atenciosamente, satisfazemos as necessidades do cliente de sentir-
sódio no qual o cliente entra em contato com qualquer aspecto da -se assistido, valorizado, respeitado, importante.
organização e obtem uma impressão da qualidade do seu serviço. 02. O uso de PALAVRAS ADEQUADAS: pois com elas o atenden-
O funcionário tem poucos minutos para fixar na mente do te passa a ideia de respeito pelo cliente. Aqui fica expressamente
cliente a imagem da empresa e do próprio serviço prestado. Este é PROIBIDO o uso de termos como: amor, bem, benzinho, chuchu,
o momento que separa o grande profissional dos demais. mulherzinha, queridinha, colega...
Este verdadeiro profissional trabalha em cada momento da
verdade, considerando-o único e fundamental para definir a satis- 03. As ATITUDES CORRETAS: dando ao cliente, a impressão de
fação do cliente. Ele se fundamenta na chamada TRÍADE DO ATEN- educação e respeito. São INCORRETAS as atitudes de transferir a li-
DIMENTO OU TRIÂNGULO DO ATENDIMENTO, que é composto de gação antes do cliente concluir o que iniciou a falar; passar a ligação
elementos básicos do processo de interação, que são: para a pessoa ou ramal errado ( mostrando com isso que não ouviu
o que ele disse ); desligar sem cumprimento ou saudação; dividir a
A ) a pessoa atenção com outras conversas; deixar o telefone tocar muitas vezes
A pessoa mais importante é aquela que está na sua frente. En- sem atender; dar risadas no telefone.
tão, podemos entender que a pessoa mais importante é o cliente
que está na frente e precisa de atenção. Aspectos psicológicos do atendente
No Momento da Verdade, o atendente se relaciona diretamen- Nós falamos sobre a importância da postura de atendimento.
te com o cliente, tentando atender a todas as suas necessidades. Porém, a base dela está nos aspectos psicológicos do atendimento.
Não existe outra forma de atender, a não ser pelo contato direto e, Vamos a eles.
portanto, a pessoa fundamental neste momento é o cliente.
Empatia
O termo empatia deriva da palavra grega EMPATHÉIA, que sig-
B ) a hora
nifica entrar no sentimento. Portanto, EMPATIA é a capacidade de
A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o presente,
nos colocarmos no lugar do outro, procurando sempre entender
pois somente nele podemos atuar.
as suas necessidades, os seus anseios, os seus sentimentos. Dessa
O passado ficou para atrás, não podendo ser mudado e o fu-
forma, é uma aptidão pessoal fundamental na relação atendente -
turo não nos cabe conhecer. Então, só nos resta o presente como
cliente. Para conseguirmos ser empáticos, precisamos nos despojar
fonte de atuação. Nele, podemos agir e transformar. O aqui e agora dos nossos preconceitos e preferências, evitando julgar o outro a
são os únicos momentos nos quais podemos interagir e precisamos partir de nossas referências e valores.
fazer isto da melhor forma. A empatia alimenta-se da autoconsciência, que significa estar-
mos abertos para conhecermos as nossas emoções. Quanto mais
C ) a tarefa isto acontece, mais hábeis seremos na leitura dos sentimentos dos
Para finalizar, falamos da tarefa. A nossa tarefa mais importante outros. Quando não temos certeza dos nossos próprios sentimen-
diante desta pessoa mais importante para nós, na hora mais impor- tos, dificilmente conseguimos ver os dos outros.
tante que é o aqui e o agora, é FAZER O CLIENTE FELIZ, atendendo E, a chave para perceber os sentimentos dos outros, está na
as suas necessidades. capacidade de interpretar os canais não verbais de comunicação
Esta tríade se configura no fundamento dos Momentos da Ver- do outro, que são: os gestos, o tom de voz, as expressões faciais...
dade e, para que estes sejam plenos, é necessário que os funcioná- Esta capacidade de empatizar-se com o outro, está ligada ao
rios de linha de frente, ou seja, que atendem os clientes, tenham envolvimento: sentir com o outro é envolver-se. Isto requer uma
poder de decisão. É necessário que os chefes concedam autonomia atitude muito sublime que se chama HUMILDADE. Sem ela é impos-
aos seus subordinados para atuarem com precisão nos Momentos sível ser empático.
da Verdade. Quando não somos humildes, vemos as pessoas de maneira
deturpada, pois olhamos através dos óculos do orgulho e do egoís-
Teleimagem mo, com os quais enxergamos apenas o nosso pequenino mundo.
Através do telefone, o atendente transmite a TELEIMAGEM da O orgulho e o egoísmo são dois males que atacam a humanida-
empresa e dele mesmo. de, impedindo-a de ser feliz.
TELEIMAGEM, então, é a imagem que o cliente forma na sua
mente ( imagem mental ) sobre quem o está atendendo e , con- Com eles, não conseguimos sair do nosso mundinho , crian-
sequentemente, sobre a empresa ( que é representada por este do uma couraça ao nosso redor para nos proteger. Com eles, nós
atendente). achamos que somos tudo o que importa e esquecemos de olhar
Quando a TELEIMAGEM é positiva, a facilidade do cliente enca- para o outro e perguntar como ele está, do que ele precisa, em que
minhar os seus negócios é maior, pois ele supõe que a empresa é podemos ajudar.
comprometida com o cliente. No entanto, se a imagem é negativa, Esquecemos de perceber principalmente os seus sentimentos
vemos normalmente o cliente fugindo da empresa. Como no aten- e necessidades. Com o orgulho e o egoísmo, nos tornamos vaidosos
dimento telefônico, o único meio de interação com o cliente, é atra- e passamos a ver os outros de acordo com o que estes óculos regis-
vés da palavra e sendo a palavra o instrumento, faz-se necessário tram: os nossos preconceitos, nossos valores, nossos sentimentos...
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Sendo orgulhosos e egoístas não sabemos AMAR, não sabemos Dessa forma, o estado interior está ligado aos pensamentos e
repartir, não sabemos doar. sentimentos cultivados pelo atendente. E estes, dão suporte as ati-
Só queremos tudo para nós, só “amamos” a nós mesmos, só tudes frente ao cliente.
lembramos de nós. É aqui que a empatia se deteriora, quando os Se o estado de espírito supõe sentimentos e pensamentos ne-
nossos próprios sentimentos são tão fortes que não permitem har- gativos, relacionados ao orgulho, egoísmo e vaidade, as atitudes
monização com o outro e passam por cima de tudo. advindas deste estado, sofrerão as suas influências e serão:
OS EGOÍSTAS E ORGULHOSOS NÃO PODEM TRABALHAR COM * Atitudes preconceituosas;
O PÚBLICO, POIS ELES NÃO TÊM CAPACIDADE DE SE COLOCAR NO * Atitudes de exclusão e repulsa;
LUGAR DO OUTRO E ENTENDER OS SEUS SENTIMENTOS E NECES- * Atitudes de fechamento;
SIDADES. * Atitudes de rejeição.

Ao contrário dos egoístas, os empáticos são altruístas, pois É necessário haver um equilíbrio interno, uma estabilidade,
as raízes da moralidade estão na empatia. Para concluir, podemos para que o atendente consiga manter uma atitude positiva com os
lembrar a frase de Saint-Exupéry no livro O Pequeno Príncipe: “Só clientes e as situações.
se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos“. Isto é
empatia. O ENVOLVIMENTO
A demonstração de interesse, prestando atenção ao cliente e
PERCEPÇÃO voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é o caminho para o
PERCEPÇÃO é a capacidade que temos de compreender e cap- verdadeiro sentido de atender.
tar as situações, o que exige sintonia e é fundamental no processo Na área de serviços, o produto é o próprio serviço prestado,
de atendimento ao público. Para percebermos melhor, precisamos que se traduz na INTERAÇÃO do funcionário com o cliente. Um ser-
passar pelo “esvaziamento” de nós mesmos, ficando assim, mais viço é, então, um resultado psicológico e pessoal que depende de
próximos do outro. Mas, como é isso? Vamos ficar vazios? É isso fatores relacionados com a interação com o outro. Quando o aten-
mesmo. Vamos ficar vazios dos nossos preconceitos, das nossas an- dente tem um envolvimento baixo com o cliente, este percebe com
tipatias, dos nossos medos, dos nossos bloqueios, vamos observar clareza a sua falta de compromisso. As preocupações excessivas, o
as situações na sua totalidade, para entendermos melhor o que o trabalho estafante, as pressões exacerbadas, a falta de liderança, o
cliente deseja. Vamos ilustrar com um exemplo real: certa vez, em nível de burocracia, são fatores que contribuem para uma intera-
uma loja de carros, entra um senhor de aproximadamente 65 anos, ção fraca com o cliente. Esta fraqueza de envolvimento não permite
usando um chapéu de palha, camiseta rasgada e calça amarrada na captar a essência dos desejos do cliente, o que se traduz em insatis-
cintura por um barbante. Ele entrou na sala do gerente, que imedia- fação. Um exemplo simples disso é a divisão de atenção por parte
tamente se levantou pedindo para ele se retirar, pois não era permi- do atendente. Quando este divide a atenção no atendimento entre
tido “pedir esmolas ali “. O senhor com muita paciência, retirou de o cliente e os colegas ou outras situações, o cliente sente-se desres-
um saco plástico que carregava, um “bolo“ de dinheiro e disse: “eu peitado, diminuído e ressentido. A sua impressão sobre a empresa
quero comprar aquele carro ali”. é de fraqueza e o Momento da Verdade é pobre.
Este exemplo, apesar de extremo, é real e retrata claramente o Esta ação traz consequências negativas como: impossibilidade
que podemos fazer com o outro quando pré-julgamos as situações. de escutar o cliente, falta de empatia, desrespeito com o seu tem-
Precisamos ver o TODO e não só as partes, pois o todo é muito po, pouca agilidade, baixo compromisso com o atendimento.
mais do que a soma das partes. Ele nos diz o que é e não é harmôni- Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutura ade-
co e com ele percebemos a essência dos fatos e situações. quada para o atendimento ao público, obrigando o atendente a di-
Ainda falando em PERCEPÇÃO, devemos ter cuidado com a vidir o seu trabalho entre atendimento pessoal e telefônico, quando
PERCEPÇÃO SELETIVA, que é uma distorção de percepção, na qual normalmente há um fluxo grande de ambos no setor. Neste caso, o
vemos, escutamos e sentimos apenas aquilo que nos interessa. Esta ideal seria separar os dois tipos de atendimento, evitando proble-
seleção age como um filtro, que deixa passar apenas o que convém. mas desta espécie.
Esta filtragem está diretamente relacionada com a nossa condição Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são:
física-psíquica emocional. Como é isso? Vamos entender: * atender pessoalmente e interromper com o telefone
a)Se estou com medo de passar em rua deserta e escura, a * atender o telefone e interromper com o contato direto
sombra do galho de uma árvore pode me assustar, pois eu posso * sair para tomar café ou lanchar
percebê-lo como um braço com uma faca para me apunhalar; * conversar com o colega do lado sobre o final de semana, fé-
b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de um cheiro rias, namorado, tudo isso no momento de atendimento ao cliente.
agradável de comida;
c) Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a parte mais Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como um exibi-
amena da repreensão e reprimir a mais severa. cionismo funcional, o que não agrega valor ao trabalho. O cliente
deve ser poupado dele.
Em alguns casos, a percepção seletiva age como mecanismo
de defesa. Os desafios do profissional de atendimento
Mas, nem tudo é tão fácil no trabalho de atender. Algumas si-
O ESTADO INTERIOR tuações exigem um alto grau de maturidade do atendente e é nes-
O ESTADO INTERIOR, como o próprio nome sugere, é a condi- tes momentos que este profissional tem a grande oportunidade de
ção interna, o estado de espírito diante das situações. mostrar o seu real valor. Aqui estão duas destas situações.
A atitude de quem atende o público está diretamente relacio-
nada ao seu estado interior. Ou seja, se o atendente mantém um Encantando o cliente
equilíbrio interno, sem tensões ou preocupações excessivas, as suas Fazer apenas o que está definido pela empresa como sendo o
atitudes serão mais positivas frente ao cliente. seu padrão de atendimento, pode até satisfazer as necessidades do
cliente, mas talvez não ultrapasse o normal.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Encantar o cliente é exatamente aquele algo mais que faz a Senhoria, Vossa Magnificência, doutor, ilustre ou ilustríssimo, digno
grande diferença no atendimento. ou digníssimo e respeitável) foram retiradas e substituídas apenas
por: Senhor (a). Excepciona a nova regra quando o agente público
Atuação extra entender que não foi atendido pelo decreto e exigir o tratamento
A ATUAÇÃO EXTRA é uma forma de encantar o cliente que se diferenciado.
caracteriza por atitudes ou ações do atendente, não estabelecidas
nos procedimentos de trabalho. É produzir um serviço acima da ex- A redação oficial é
pectativa do cliente. A maneira pela qual o Poder Público redige comunicações ofi-
ciais e atos normativos e deve caracterizar-se pela: clareza e pre-
Autonomia cisão, objetividade, concisão, coesão e coerência, impessoalidade,
Na verdade, a autonomia não deveria estar no encantamento formalidade e padronização e uso da norma padrão da língua por-
do cliente; ela deveria fazer parte da estrutura da empresa. Mas, tuguesa.
nem sempre a realidade é esta. Colocamos aqui porque o consu-
midor brasileiro ainda se encanta ao encontrar numa loja, um bal- SINAIS E ABREVIATURAS EMPREGADOS
conista que pode resolver as suas queixas sem se dirigir ao gerente.
A AUTONOMIA está diretamente relacionada ao processo de • Indica forma (em geral sintática) inaceitável ou
tomada de decisão. Onde existir uma situação na qual o funcioná- agramatical
rio precise decidir, deve haver autonomia. § Parágrafo
No atendimento ao público, é fundamental haver autonomia
adj. adv. Adjunto adverbial
do pessoal de linha de frente e é uma das condições básicas para o
sucesso deste tipo de trabalho. arc. Arcaico
Mas, para ter autonomia se faz necessário um mínimo de poder art.; arts. Artigo; artigos
para atuar de acordo com a situação e esse poder deve ser conquista-
do. O poder aos funcionários serve para agilizar o negócio. Às vezes, a cf. Confronte
falta de autonomia se relaciona com fraca liderança do chefe. CN Congresso Nacional
Cp. Compare
Para o cliente, a autonomia traduz a ideia de agilidade, desbu-
rocratização, respeito, compromisso, organização. EM Exposição de Motivos
Com ela, o cliente não é jogado de um lado para o outro , não f.v. Forma verbal
precisa passear pela empresa, ouvindo dos atendentes: “Esse as-
fem. Feminino
sunto eu não resolvo; é só com o fulano; procure outro setor...”
A autonomia na ponta, na linha de frente, demonstra que a ind. Indicativo
empresa está totalmente voltada para o cliente, pois todo o siste- ICP - Brasil Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira
ma funciona para atendê-lo integralmente, e essa postura é vital,
visto que a imagem transmitida pelo atendente é a imagem que masc. Masculino
será gerada no cliente em relação à organização, dessa forma, ao obj. dir. Objeto direto
atender, o atendente precisa se lembrar que naquele cargo, ele re- obj. ind. Objeto indireto
presenta uma marca, uma instituição, um nome, e que todas as
suas atitudes devem estar em conformidade com a proposta de p. Página
visão que essa organização possui. p. us. Pouco usado
pess. Pessoa
pl. Plural
REDAÇÃO OFICIAL: DOCUMENTOS OFICIAIS, TIPOS,
COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA. ASPECTOS GERAIS DA pref. Prefixo
REDAÇÃO OFICIAL. CORRESPONDÊNCIA OFICIAL: DE- pres. Presente
FINIÇÃO, FORMALIDADE E PADRONIZAÇÃO; IMPESSO-
Res. Resolução do Congresso Nacional
ALIDADE, LINGUAGEM DOS ATOS E COMUNICAÇÕES
OFICIAIS (ATAS, MEMORANDOS, RELATÓRIOS, OFÍCIOS RICD Regimento Interno da Câmara dos Deputados
ETC.), CONCISÃO E CLAREZA, EDITORAÇÃO DE TEXTOS RISF Regimento Interno do Senado Federal
(MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚ-
BLICA – 3ª EDIÇÃO, REVISTA, ATUALIZADA E AM- s. Substantivo
PLIADA) s.f. Substantivo feminino
s.m. Substantivo masculino
SEI! Sistema Eletrônico de Informações
A terceira edição do Manual de Redação da Presidência da Re-
pública foi lançado no final de 2018 e apresenta algumas mudanças sing. Singular
quanto ao formato anterior. Para contextualizar, o manual foi criado tb. Também
em 1991 e surgiu de uma necessidade de padronizar os protocolos v. Ver ou verbo
à moderna administração pública. Assim, ele é referência quando
se trata de Redação Oficial em todas as esferas administrativas. v.g. verbi gratia
O Decreto de nº 9.758 de 11 de abril de 2019 veio alterar re- var. pop. Variante popular
gras importantes, quanto aos substantivos de tratamento. Expres-
sões usadas antes (como: Vossa Excelência ou Excelentíssimo, Vossa
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela cipal e quais são as secundárias. A objetividade conduz o leitor ao
escrita. Para que haja comunicação, são necessários: contato mais direto com o assunto e com as informações, sem sub-
a) alguém que comunique: o serviço público. terfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que
b) algo a ser comunicado: assunto relativo às atribuições do a objetividade suprime a delicadeza de expressão ou torna o texto
órgão que comunica. rude e grosseiro.
c) alguém que receba essa comunicação: o público, uma insti-
tuição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder Execu- Conciso é o texto que consegue transmitir o máximo de infor-
tivo ou dos outros Poderes. mações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma en-
tendê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar
Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a fina- passagens substanciais do texto com o único objetivo de reduzi-lo em
lidade do documento, para que o texto esteja adequado à situação tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras inúteis, redun-
comunicativa. Os atos oficiais (atos de caráter normativo) estabele- dâncias e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
cem regras para a conduta dos cidadãos, regulam o funcionamento É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atribu-
dos órgãos e entidades públicos. Para alcançar tais objetivos, em tos favorecem a conexão, a ligação, a harmonia entre os elementos de
sua elaboração, precisa ser empregada a linguagem adequada. O um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e coerência quando se lê
mesmo ocorre com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua um texto e se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão
é a de informar com clareza e objetividade. entrelaçados, dando continuidade uns aos outros. Alguns mecanismos
que estabelecem a coesão e a coerência de um texto são:
Atributos da redação oficial: • Referência (termos que se relacionam a outros necessários à
• clareza e precisão; sua interpretação);
• objetividade; • Substituição (colocação de um item lexical no lugar de outro
• concisão; ou no lugar de uma oração);
• coesão e coerência; • Elipse (omissão de um termo recuperável pelo contexto);
• impessoalidade; • Uso de conjunção (estabelecer ligação entre orações, perío-
• formalidade e padronização; e dos ou parágrafos).
• uso da norma padrão da língua portuguesa.
A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço pú-
blico e sempre em atendimento ao interesse geral dos cidadãos.
CLAREZA PRECISÃO
Sendo assim, os assuntos objetos dos expedientes oficiais não de-
Para a obtenção de clareza, su- O atributo da precisão com- vem ser tratados de outra forma que não a estritamente impessoal.
gere-se: plementa a clareza e caracte- As comunicações administrativas devem ser sempre formais,
a) utilizar palavras e expres- riza-se por: isto é, obedecer a certas regras de forma. Isso é válido tanto para as
sões simples, em seu sentido a) articulação da linguagem comunicações feitas em meio eletrônico, quanto para os eventuais
comum, salvo quando o texto comum ou técnica para a documentos impressos. Recomendações:
versar sobre assunto técnico, perfeita compreensão da • A língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra
hipótese em que se utilizará ideia veiculada no texto; a sua simplicidade;
nomenclatura própria da área; b) manifestação do pensa- • O uso do padrão culto não significa empregar a língua de
b) usar frases curtas, bem es- mento ou da ideia com as modo rebuscado ou utilizar figuras de linguagem próprias do estilo
truturadas; apresentar as ora- mesmas palavras, evitando literário;
ções na ordem direta e evitar o emprego de sinonímia • A consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na reda-
intercalações excessivas. Em com propósito meramente ção de um bom texto.
certas ocasiões, para evitar am- estilístico; e
biguidade, sugere-se a adoção c) escolha de expressão ou O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com
da ordem inversa da oração; palavra que não confira du- agentes públicos federais é “senhor”, independentemente do nível
c) buscar a uniformidade do plo sentido ao texto. hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião.
tempo verbal em todo o texto;
d) não utilizar regionalismos e Obs. O pronome de tratamento é flexionado para o feminino
neologismos; e para o plural.
e) pontuar adequadamente o
texto; São formas de tratamento vedadas:
f) explicitar o significado da I - Vossa Excelência ou Excelentíssimo;
sigla na primeira referência a II - Vossa Senhoria;
ela; e III - Vossa Magnificência;
g) utilizar palavras e expressões IV - doutor;
em outro idioma apenas quan- V - ilustre ou ilustríssimo;
do indispensáveis, em razão de VI - digno ou digníssimo; e
serem designações ou expres- VII - respeitável.
sões de uso já consagrado ou
de não terem exata tradução. Todavia, o agente público federal que exigir o uso dos prono-
Nesse caso, grafe-as em itálico. mes de tratamento, mediante invocação de normas especiais refe-
rentes ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor do mesmo
Por sua vez, ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se modo. Ademais, é vedado negar a realização de ato administrativo
deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para conseguir isso, ou admoestar o interlocutor nos autos do expediente caso haja erro
é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a ideia prin- na forma de tratamento empregada.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes pú- • Assunto: O assunto deve dar uma ideia geral do que trata
blicos federais não conterá pronome de tratamento ou o nome o documento, de forma sucinta. Ele deve ser grafado da seguinte
do agente público. Poderão constar o pronome de tratamento e o maneira:
nome do destinatário nas hipóteses de: a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o
I – A mera indicação do cargo ou da função e do setor da ad- conteúdo do documento, seguida de dois-pontos;
ministração ser insuficiente para a identificação do destinatário; ou b) descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do
II - A correspondência ser dirigida à pessoa de agente público documento deve ser escrita com inicial maiúscula, não se deve utili-
específico. zar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
c) destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o títu-
Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos de expe- lo, deve ser destacado em negrito;
dientes que se diferenciavam antes pela finalidade do que pela for- d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto;
ma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o objetivo de uniformizá- e) alinhamento: à margem esquerda da página.
-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas, que sigam
o que chamamos de padrão ofício. • Texto:

Consistem em partes do documento no padrão ofício: NOS CASOS EM QUE QUANDO FOREM USADOS
• Cabeçalho: O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página NÃO SEJA USADO PARA PARA ENCAMINHAMENTO
do documento, centralizado na área determinada pela formatação. ENCAMINHAMENTO DE DOCUMENTOS, A
No cabeçalho deve constar o Brasão de Armas da República no topo DE DOCUMENTOS, O ESTRUTURA É MODIFICADA:
da página; nome do órgão principal; nomes dos órgãos secundá- EXPEDIENTE DEVE CONTER
rios, quando necessários, da maior para a menor hierarquia; espa- A SEGUINTE ESTRUTURA:
çamento entrelinhas simples (1,0). Os dados do órgão, tais como
endereço, telefone, endereço de correspondência eletrônica, sítio a) introdução: em que é a) introdução: deve iniciar com
eletrônico oficial da instituição, podem ser informados no rodapé apresentado o objetivo da referência ao expediente que
do documento, centralizados. comunicação. Evite o uso das solicitou o encaminhamento.
formas: Tenho a honra de, Se a remessa do documento
• Identificação do expediente: Tenho o prazer de, Cumpre-me não tiver sido solicitada, deve
a) nome do documento: tipo de expediente por extenso, com informar que. Prefira empregar iniciar com a informação do
todas as letras maiúsculas; a forma direta: Informo, motivo da comunicação, que
b) indicação de numeração: abreviatura da palavra “número”, Solicito, Comunico; é encaminhar, indicando a
padronizada como Nº; b) desenvolvimento: em que o seguir os dados completos
c) informações do documento: número, ano (com quatro dí- assunto é detalhado; se o texto do documento encaminhado
gitos) e siglas usuais do setor que expede o documento, da menor contiver mais de uma ideia (tipo, data, origem ou
para a maior hierarquia, separados por barra (/); sobre o assunto, elas devem signatário e assunto de que se
d) alinhamento: à margem esquerda da página. ser tratadas em parágrafos trata) e a razão pela qual está
distintos, o que confere maior sendo encaminhado;
• Local e data: clareza à exposição; e b) desenvolvimento: se o autor
a) composição: local e data do documento; c) conclusão: em que é da comunicação desejar fazer
b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido o afirmada a posição sobre o algum comentário a respeito
documento, seguido de vírgula. Não se deve utilizar a sigla da uni- assunto. do documento que encaminha,
dade da federação depois do nome da cidade; poderá acrescentar parágrafos
c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do de desenvolvimento. Caso
mês e em numeração cardinal para os demais dias do mês. Não se contrário, não há parágrafos
deve utilizar zero à esquerda do número que indica o dia do mês; de desenvolvimento em
d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula; expediente usado para
e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; encaminhamento de
f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem documentos.
direita da página.
Em qualquer uma das duas estruturas, o texto do documento
• Endereçamento: O endereçamento é a parte do documento deve ser formatado da seguinte maneira:
que informa quem receberá o expediente. Nele deverão constar : a) alinhamento: justificado;
a) vocativo; b) espaçamento entre linhas: simples;
b) nome: nome do destinatário do expediente; c) parágrafos: espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após
c) cargo: cargo do destinatário do expediente; cada parágrafo; recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem
d) endereço: endereço postal de quem receberá o expediente, esquerda; numeração dos parágrafos: apenas quando o documento
dividido em duas linhas: primeira linha: informação de localidade/ tiver três ou mais parágrafos, desde o primeiro parágrafo. Não se
logradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo órgão, numeram o vocativo e o fecho;
informação do setor; segunda linha: CEP e cidade/unidade da fede- d) fonte: Calibri ou Carlito; corpo do texto: tamanho 12 pontos;
ração, separados por espaço simples. Na separação entre cidade e citações recuadas: tamanho 11 pontos; notas de Rodapé: tamanho
unidade da federação pode ser substituída a barra pelo ponto ou 10 pontos.
pelo travessão. No caso de ofício ao mesmo órgão, não é obriga- e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indicadas,
tória a informação do CEP, podendo ficar apenas a informação da pode-se utilizar as fontes Symbol e Wingdings.
cidade/unidade da federação;
e) alinhamento: à margem esquerda da página.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Fechos para comunicações: O fecho das comunicações ofi-
ciais objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar
o destinatário.
a) Para autoridades de hierarquia superior a do remetente, in-
clusive o Presidente da República: Respeitosamente,
b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia infe-
rior ou demais casos: Atenciosamente,

• Identificação do signatário: Excluídas as comunicações assi-


nadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações
oficiais devem informar o signatário segundo o padrão:
a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado em le-
tras maiúsculas, sem negrito. Não se usa linha acima do nome do
signatário;
b) cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigi-
do apenas com as iniciais maiúsculas. As preposições que liguem as
palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser centra-
lizada na página. Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar
a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para essa
página ao menos a última frase anterior ao fecho.

• Numeração de páginas: A numeração das páginas é obrigató-


ria apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser
centralizada na página e obedecer à seguinte formatação:
a) posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm
da margem inferior; e
b) fonte: Calibri ou Carlito.

Quanto a formatação e apresentação, os documentos do pa-


drão ofício devem obedecer à seguinte forma:
a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
c) margem lateral direita: 1,5 cm;
d) margens superior e inferior: 2 cm;
e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da mar-
gem superior do papel;
f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
g) impressão: na correspondência oficial, a impressão pode
ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as margens es-
querda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares
(margem espelho);
h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta em pa-
pel branco, reservando-se, se necessário, a impressão colorida para
gráficos e ilustrações;
i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o
negrito. Deve-se evitar destaques com uso de itálico, sublinhado,
letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer
outra forma de formatação que afete a sobriedade e a padroniza-
ção do documento;
j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafa-
das em itálico;
k) arquivamento: dentro do possível, todos os documentos
elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve
ser utilizado, preferencialmente, formato de arquivo que possa ser
lido e editado pela maioria dos editores de texto utilizados no servi- Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com
ço público, tais como DOCX, ODT ou RTF. algumas possíveis variações:
l) nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão en-
arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do docu- via o mesmo expediente para mais de um órgão receptor. A sigla na
mento + número do documento + ano do documento (com 4 dígi- epígrafe será apenas do órgão remetente.
tos) + palavras-chaves do conteúdo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um g) Mensagem de abertura da sessão legislativa.
órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para um único h) Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epí- i) Comunicação de veto.
grafe. j) Outras mensagens remetidas ao Legislativo, ex. Apreciação
c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando de intervenção federal.
mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para
mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes cons- As mensagens contêm:
tarão na epígrafe. a) brasão: timbre em relevo branco;
b) identificação do expediente: MENSAGEM Nº, alinhada à
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o margem esquerda, no início do texto;
órgão remetente poderá inserir no rodapé as siglas ou nomes dos c) vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o
órgãos que receberão o expediente. pronome de tratamento e o cargo do destinatário, com o recuo de
parágrafo dado ao texto;
Exposição de motivos (EM) d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo;
É o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice- e) local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinha-
Presidente para: dos à margem direita. A mensagem, como os demais atos assinados
a) propor alguma medida; pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signa-
b) submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou tário.
c) informa-lo de determinado assunto.
A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática
A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República comum, não só em âmbito privado, mas também na administra-
por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto tratado en- ção pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos.
volva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada Dependendo do contexto, pode significar gênero textual, endere-
por todos os ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada ço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica.
de interministerial. Independentemente de ser uma EM com ape- Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documen-
nas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica to oficial, assim como o ofício. Portanto, deve-se evitar o uso de
das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina linguagem incompatível com uma comunicação oficial. Como en-
dentro de um mesmo ano civil. dereço eletrônico utilizado pelos servidores públicos, o e-mail deve
A exposição de motivos é a principal modalidade de comunica- ser oficial, utilizando-se a extensão “.gov.br”, por exemplo. Como
ção dirigida ao Presidente da República pelos ministros. Além disso, sistema de transmissão de mensagens eletrônicas, por seu baixo
pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacio- custo e celeridade, transformou-se na principal forma de envio e
nal ou ao Poder Judiciário. recebimento de documentos na administração pública.
O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto
(Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a elaboração, a re- de 2001, para que o e-mail tenha valor documental, isto é, para
dação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a ge- que possa ser aceito como documento original, é necessário existir
rência das exposições de motivos com as propostas de atos a serem certificação digital que ateste a identidade do remetente, segundo
encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República. os parâmetros de integridade, autenticidade e validade jurídica da
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatá- Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICPBrasil.
rio são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail sem
do ministro que assinou a exposição de motivos e do consultor jurí- certificação digital ou com certificação digital fora ICP-Brasil; con-
dico que assinou o parecer jurídico da Pasta. tudo, caso haja questionamento, será obrigatório a repetição do
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os ato por meio documento físico assinado ou por meio eletrônico re-
Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas conhecido pela ICP-Brasil. Salvo lei específica, não é dado ao ente
pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar público impor a aceitação de documento eletrônico que não atenda
sobre fato da administração pública; para expor o plano de gover- os parâmetros da ICP-Brasil.
no por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua
ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de flexibilidade. Assim, não interessa definir padronização da mensa-
suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer comunicações do que gem comunicada. O assunto deve ser o mais claro e específico pos-
seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação. sível, relacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim, quem
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios irá receber a mensagem identificará rapidamente do que se trata;
à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação fi- quem a envia poderá, posteriormente, localizar a mensagem na cai-
nal. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso xa do correio eletrônico.
Nacional têm as seguintes finalidades: O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma sau-
a) Encaminhamento de proposta de emenda constitucional, dação. Quando endereçado para outras instituições, para recepto-
de projeto de lei ordinária, de projeto de lei complementar e os res desconhecidos ou para particulares, deve-se utilizar o vocativo
que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, or- conforme os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Se-
çamentos anuais e créditos adicionais. nhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado Senhor”, “Prezada
b) Encaminhamento de medida provisória. Senhora”.
c) Indicação de autoridades.
d) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden- Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais.
te da República se ausentarem do país por mais de 15 dias. Com o uso do e-mail, popularizou-se o uso de abreviações como
e) Encaminhamento de atos de concessão e de renovação de “Att.”, e de outros fechos, como “Abraços”, “Saudações”, que, ape-
concessão de emissoras de rádio e TV. sar de amplamente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não
f) Encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior. devem ser utilizados em e-mails profissionais.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Sugere-se que todas as instituições da administração pública adotem um padrão de texto de assinatura. A assinatura do e-mail deve
conter o nome completo, o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens de diversos formatos é uma das vantagens do e-mail. A mensagem que
encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre o conteúdo do anexo.
Os arquivos anexados devem estar em formatos usuais e que apresentem poucos riscos de segurança. Quando se tratar de documento
ainda em discussão, os arquivos devem, necessariamente, ser enviados, em formato que possa ser editado.
A correção ortográfica é requisito elementar de qualquer texto, e ainda mais importante quando se trata de textos oficiais. Muitas
vezes, uma simples troca de letras pode alterar não só o sentido da palavra, mas de toda uma frase. O que na correspondência particular
seria apenas um lapso na digitação pode ter repercussões indesejáveis quando ocorre no texto de uma comunicação oficial ou de um ato
normativo. Assim, toda revisão que se faça em determinado documento ou expediente deve sempre levar em conta também a correção
ortográfica.

HÍFEN ASPAS ITÁLICO NEGRITO E SUBLINHADO


Emprega-se itálico em:
a) títulos de publicações
O hífen é um sinal usado para:
As aspas têm os seguintes (livros, revistas, jornais,
a) ligar os elementos de
empregos: periódicos etc.) ou títulos de
palavras compostas: vice-
a) antes e depois de uma congressos, conferências,
ministro;
citação textual direta, quando slogans, lemas sem o uso de Usa-se o negrito para realce
b) para unir pronomes átonos
esta tem até três linhas, sem aspas (com inicial maiúscula de palavras e trechos. Deve-se
a verbos: agradeceu-lhe; e
utilizar itálico; em todas as palavras, exceto evitar o uso de sublinhado para
c) para, no final de uma
b) quando necessário, para nas de ligação); realçar palavras e trechos em
linha, indicar a separação
diferenciar títulos, termos b) palavras e as expressões comunicações oficiais.
das sílabas de uma palavra
técnicos, expressões fixas, em latim ou em outras
em duas partes (a chamada
definições, exemplificações e línguas estrangeiras não
translineação): com-/parar,
assemelhados. incorporadas ao uso comum
gover-/no.
na língua portuguesa ou não
aportuguesadas.

PARÊNTESES E TRAVESSÃO USO DE SIGLAS E ACRÔNIMOS


Os parênteses são empregados para intercalar, em um texto, Para padronizar o uso de siglas e acrônimos nos atos
explicações, indicações, comentários, observações, como por normativos, serão adotados os conceitos sugeridos pelo Manual
exemplo, indicar uma data, uma referência bibliográfica, uma sigla. de Elaboração de Textos da Consultoria Legislativa do Senado
O travessão, que é representado graficamente por um hífen Federal (1999), em que:
prolongado (–), substitui parênteses, vírgulas, dois-pontos. a) sigla: constitui-se do resultado das somas das iniciais de um
título; e
b) acrônimo: constitui-se do resultado da soma de algumas
sílabas ou partes dos vocábulos de um título.

Sintaxe é a parte da Gramática que estuda a palavra, não em si, mas em relação às outras, que, com ela, se unem para exprimir o
pensamento. Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos elementos que compõem uma oração:

SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO + ADJUNTO ADVERBIAL

O sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a ação enunciada na oração. De acordo com a gramática normativa, o sujeito da
oração não pode ser preposicionado. Ele pode ter complemento, mas não ser complemento.
Embora seja usada como recurso estilístico na literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos textos oficiais, pois muitas
vezes dificulta a compreensão.
A omissão de certos termos, ao fazermos uma comparação, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na língua escrita, pois
compromete a clareza do texto: nem sempre é possível identificar, pelo contexto, o termo omitido. A ausência indevida de um termo pode
impossibilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma frase.
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de todo texto oficial,
deve-se atentar para as construções que possam gerar equívocos de compreensão. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar-se a que palavra se refere um pronome que possui mais de um antecedente na terceira pessoa.
A concordância é o processo sintático segundo o qual certas palavras se acomodam, na sua forma, às palavras de que dependem.
Essa acomodação formal se chama flexão e se dá quanto a gênero e número (nos adjetivos – nomes ou pronomes), números e pessoa (nos
verbos). Daí, a divisão: concordância nominal e concordância verbal.

CONCORDÂNCIA VERBAL CONCORDÂNCIA NOMINAL


O verbo concorda com seu sujeito em pessoa e número. Adjetivos (nomes ou pronomes), artigos e numerais concordam
em gênero e número com os substantivos de que dependem.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Regência é, em gramática, sinônimo de dependência, subordi- É importante lembrar que o idioma está em constante muta-
nação. Assim, a sintaxe de regência trata das relações de depen- ção. A própria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da
dência que as palavras mantêm na frase. Dizemos que um termo política, enfim da vida social em geral, impõe a criação de novas
rege o outro que o complementa. Numa frase, os termos regentes palavras e de formas de dizer.
ou subordinantes (substantivos, adjetivos, verbos) regem os termos
regidos ou subordinados (substantivos, adjetivos, preposições) que A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações,
lhes completam o sentido. nem incorporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabula-
Os sinais de pontuação, ligados à estrutura sintática, têm as se- res, por um lado, elas devem sempre ser usadas com critério, evi-
guintes finalidades: tando-se aquelas que podem ser substituídas por vocábulos já de
a) assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entoação) na lei- uso consolidado sem prejuízo do sentido que se lhes quer dar.
tura; De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto pu-
b) separar palavras, expressões e orações que, segundo o au- rismo, a linguagem das comunicações oficiais fique imune às cria-
tor, devem merecer destaque; e ções vocabulares ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez
c) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambiguidades. do desenvolvimento tecnológico, por exemplo, impõe a criação de
inúmeros novos conceitos e termos, ditando de certa forma a ve-
A vírgula serve para marcar as separações breves de sentido locidade com que a língua deve incorporá-los. O importante é usar
entre termos vizinhos, as inversões e as intercalações, quer na ora- o estrangeirismo de forma consciente, buscar o equivalente portu-
ção, quer no período. O ponto e vírgula, em princípio, separa es- guês quando houver ou conformar a palavra estrangeira ao espírito
truturas coordenadas já portadoras de vírgulas internas. É também da Língua Portuguesa.
usado em lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer dizer. O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou emprega-
Emprega-se este sinal de pontuação para introduzir citações, dos em contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo
marcar enunciados de diálogo e indicar um esclarecimento, um re- desconhecimento da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela in-
sumo ou uma consequência do que se afirmou. corporação acrítica do estrangeirismo.
O ponto de interrogação, como se depreende de seu nome, • A homonímia é a designação geral para os casos em que pa-
é utilizado para marcar o final de uma frase interrogativa direta. lavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos
O ponto de exclamação é utilizado para indicar surpresa, espanto, homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos homófonos).
admiração, súplica etc. Seu uso na redação oficial fica geralmente • Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como
restrito aos discursos e às peças de retórica. nos exemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta)
O uso do pronome demonstrativo obedece às seguintes cir- e manga (de camisa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo
cunstâncias: (pedido) e apelo (com e aberto, 1ª pess. Do sing. Do pres. Do ind. Do
a) Emprega-se este(a)/isto quando o termo referente estiver verbo apelar), consolo (alívio) e consolo (com o aberto, 1ª pess. Do
próximo ao emissor, ou seja, de quem fala ou redige. sing. Do pres. Do ind. Do verbo consolar), com pronúncia diferente.
b) Emprega-se esse(a)/isso quando o termo referente estiver Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto
próximo ao receptor, ou seja, a quem se fala ou para quem se re- em que são empregados.
dige. • Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com
c) Emprega-se aquele(a)/aquilo quando o termo referente es- palavras semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pro-
tiver distante tanto do emissor quanto do receptor da mensagem. núncia. É fonte de muitas dúvidas, como entre descrição (ato de
d) Emprega-se este(a) para referir-se ao tempo presente; descrever) e discrição (qualidade do que é discreto), retificar (corri-
e) Emprega-se esse(a) para se referir ao tempo passado; gir) e ratificar (confirmar).
f) Emprega-se aquele(a)/aquilo em relação a um tempo passa-
do mais longínquo, ou histórico. No Estado de Direito, as normas jurídicas cumprem a tarefa
g) Usa-se este(a)/isto para introduzir referência que, no texto, de concretizar a Constituição. Elas devem criar os fundamentos de
ainda será mencionado; justiça e de segurança que assegurem um desenvolvimento social
h) Usa-se este(a)para se referir ao próprio texto; harmônico em um contexto de paz e de liberdade. Esses complexos
i) Emprega-se esse(a)/isso quando a informação já foi mencio- objetivos da norma jurídica são expressos nas funções:
nada no texto. I) de integração: a lei cumpre função de integração ao com-
pensar as diferenças jurídico-políticas no quadro de formação da
A Semântica estuda o sentido das palavras, expressões, frases vontade do Estado (desigualdades sociais, regionais);
e unidades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe II) de planificação: a lei é o instrumento básico de organização,
são atribuídos. Ao considerarmos o significado de determinada pa- de definição e de distribuição de competências;
lavra, levamos em conta sua história, sua estrutura (radical, prefi- III) de proteção: a lei cumpre função de proteção contra o arbí-
xos, sufixos que participam da sua forma) e, por fim, o contexto em trio ao vincular os próprios órgãos do Estado;
que se apresenta. IV) de regulação: a lei cumpre função reguladora ao direcionar
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto condutas por meio de modelos;
oficial, deve-se atentar para a tradição no emprego de determina- V) de inovação: a lei cumpre função de inovação na ordem ju-
da expressão com determinado sentido. O emprego de expressões rídica e no plano social.
ditas de uso consagrado confere uniformidade e transparência ao
sentido do texto. Mas isso não quer dizer que os textos oficiais de- Requisitos da elaboração normativa:
vam limitar-se à repetição de chavões e de clichês. • Clareza e determinação da norma;
Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo • Princípio da reserva legal;
utilizadas. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias • Reserva legal qualificada (algumas providências sejam prece-
ou redundâncias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para didas de específica autorização legislativa, vinculada à determinada
as palavras repetidas; mas se sua substituição for comprometer o situação ou destinada a atingir determinado objetivo);
sentido do texto, tornando-o ambíguo ou menos claro, não hesite • Princípio da legalidade nos âmbitos penal, tributário e admi-
em deixar o texto como está. nistrativo;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Princípio da proporcionalidade; no sistema jurídico como um todo. Essa sistematização expressa
• Densidade da norma (a previsão legal contenha uma discipli- uma característica da cientificidade do Direito e corresponde às
na suficientemente concreta); exigências mínimas de segurança jurídica, à medida que impedem
• Respeito ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coi- uma ruptura arbitrária com a sistemática adotada na aplicação do
sa julgada; Direito. Costuma-se distinguir a sistemática da lei em sistemática
• Remissões legislativas (se as remissões forem inevitáveis, se- interna (compatibilidade teleológica e ausência de contradição ló-
jam elas formuladas de tal modo que permitam ao intérprete apre- gica) e sistemática externa (estrutura da lei).
ender o seu sentido sem ter de compulsar o texto referido). Regras básicas a serem observadas para a sistematização do
texto do ato normativo, com o objetivo de facilitar sua estruturação:
Além do processo legislativo disciplinado na Constituição (pro- a) matérias que guardem afinidade objetiva devem ser tratadas
cesso legislativo externo), a doutrina identifica o chamado processo em um mesmo contexto ou agrupamento;
legislativo interno, que se refere à forma de fazer adotada para a b) os procedimentos devem ser disciplinados segundo a ordem
tomada da decisão legislativa. cronológica, se possível;
Antes de decidir sobre as providências a serem tomadas, é es- c) a sistemática da lei deve ser concebida de modo a permitir
sencial identificar o problema a ser enfrentado. Realizada a iden- que ela forneça resposta à questão jurídica a ser disciplinada; e
tificação do problema em decorrência de impulsos externos (ma- d) institutos diversos devem ser tratados separadamente.
nifestações de órgãos de opinião pública, críticas de segmentos
especializados) ou graças à atuação dos mecanismos próprios de • O artigo de alteração da norma deve fazer menção expressa
controle, o problema deve ser delimitado de forma precisa. ao ato normativo que está sendo alterado.
A análise da situação questionada deve contemplar as causas • Na hipótese de alteração parcial de artigo, os dispositivos que
ou o complexo de causas que eventualmente determinaram ou não terão o seu texto alterado serão substituídos por linha ponti-
contribuíram para o seu desenvolvimento. Essas causas podem ter lhada, cujo uso é obrigatório para indicar a manutenção e a não
influências diversas, tais como condutas humanas, desenvolvimen- alteração do trecho do artigo.
tos sociais ou econômicos, influências da política nacional ou inter-
nacional, consequências de novos problemas técnicos, efeitos de O termo “republicação” é utilizado para designar apenas a hi-
leis antigas, mudanças de concepção etc. pótese de o texto publicado não corresponder ao original assina-
Para verificar a adequação dos meios a serem utilizados, deve- do pela autoridade. Não se pode cogitar essa hipótese por motivo
-se realizar uma análise dos objetivos que se esperam com a apro- de erro já constante do documento subscrito pela autoridade ou,
vação da proposta. A ação do legislador, nesse âmbito, não difere, muito menos, por motivo de alteração na opinião da autoridade.
fundamentalmente, da atuação do homem comum, que se caracte- Considerando que os atos normativos somente produzem efeitos
riza mais por saber exatamente o que não quer, sem precisar o que após a publicação no Diário Oficial da União, mesmo no caso de re-
efetivamente pretende. publicação, não se poderá cogitar a existência de efeitos retroativos
A avaliação emocional dos problemas, a crítica generalizada com a publicação do texto corrigido. Contudo, o texto publicado
e, às vezes, irrefletida sobre o estado de coisas dominante acabam sem correspondência com aquele subscrito pela autoridade poderá
por permitir que predominem as soluções negativistas, que têm por ser considerado inválido com efeitos retroativos.
escopo, fundamentalmente, suprimir a situação questionada sem Já a retificação se refere aos casos em que texto publicado
contemplar, de forma detida e racional, as alternativas possíveis ou corresponde ao texto subscrito pela autoridade, mas que continha
as causas determinantes desse estado de coisas negativo. Outras lapso manifesto. A retificação requer nova assinatura pelas autori-
vezes, deixa-se orientar por sentimento inverso, buscando, pura e dades envolvidas e, em muitos casos, é menos conveniente do que
simplesmente, a preservação do status quo. a mera alteração da norma.
Essas duas posições podem levar, nos seus extremos, a uma A correção de erro material que não afete a substância do ato
imprecisa definição dos objetivos. A definição da decisão legislati- singular de caráter pessoal e as retificações ou alterações da de-
va deve ser precedida de uma rigorosa avaliação das alternativas nominação de cargos, funções ou órgãos que tenham tido a deno-
existentes, seus prós e contras. A existência de diversas alternativas minação modificada em decorrência de lei ou de decreto superve-
para a solução do problema não só amplia a liberdade do legislador, niente à expedição do ato pessoal a ser apostilado são realizadas
como também permite a melhoria da qualidade da decisão legis- por meio de apostila. O apostilamento é de competência do setor
lativa. de recurso humanos do órgão, autarquia ou fundação, e dispensa
Antes de decidir sobre a alternativa a ser positivada, devem- nova assinatura da autoridade que subscreveu o ato originário.
-se avaliar e contrapor as alternativas existentes sob dois pontos de Atenção: Deve-se ter especial atenção quando do uso do apos-
vista: a) De uma perspectiva puramente objetiva: verificar se a aná- tilamento para os atos relativos à vacância ou ao provimento de-
lise sobre os dados fáticos e prognósticos se mostra consistente; b) corrente de alteração de estrutura de órgão, autarquia ou funda-
De uma perspectiva axiológica: aferir, com a utilização de critérios ção pública. O apostilamento não se aplica aos casos nos quais a
de probabilidade (prognósticos), se os meios a serem empregados essência do cargo em comissão ou da função de confiança tenham
mostram-se adequados a produzir as consequências desejadas. De- sido alterados, tais como nos casos de alteração do nível hierárqui-
vem-se contemplar, igualmente, as suas deficiências e os eventuais co, transformação de atribuição de assessoramento em atribuição
efeitos colaterais negativos. de chefia (ou vice-versa) ou transferência de cargo para unidade
O processo de decisão normativa estará incompleto caso se en- com outras competências. Também deve-se alertar para o fato que
tenda que a tarefa do legislador se encerre com a edição do ato nor- a praxe atual tem sido exigir que o apostilamento decorrente de
mativo. Uma planificação mais rigorosa do processo de elaboração alteração em estrutura regimental seja realizado na mesma data da
normativa exige um cuidadoso controle das diversas consequências entrada em vigor de seu decreto.
produzidas pelo novo ato normativo. A estrutura dos atos normativos é composta por dois elemen-
É recomendável que o legislador redija as leis dentro de um tos básicos: a ordem legislativa e a matéria legislada. A ordem legis-
espírito de sistema, tendo em vista não só a coerência e a harmonia lativa compreende a parte preliminar e o fecho da lei ou do decreto;
interna de suas disposições, mas também a sua adequada inserção a matéria legislada diz respeito ao texto ou ao corpo do ato.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A lei ordinária é ato normativo primário e contém, em regra, tação de emendas a qualquer projeto de lei oriundo de iniciativa re-
normas gerais e abstratas. Embora as leis sejam definidas, normal- servada é autorizada, desde que não implique aumento de despesa
mente, pela generalidade e pela abstração (lei material), estas con- e que tenha estrita pertinência temática.
têm, não raramente, normas singulares (lei formal ou ato normati-
vo de efeitos concretos). A Constituição não impede a apresentação de emendas ao pro-
As leis complementares são um tipo de lei que não têm a ri- jeto de lei orçamentária. Elas devem ser, todavia, compatíveis com
gidez dos preceitos constitucionais, e tampouco comportam a re- o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias e devem
vogação por força de qualquer lei ordinária superveniente. Com a indicar os recursos necessários, sendo admitidos apenas aqueles
instituição de lei complementar, o constituinte buscou resguardar provenientes de anulação de despesa. A Constituição veda a propo-
determinadas matérias contra mudanças céleres ou apressadas, situra de emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias que
sem deixá-las exageradamente rígidas, o que dificultaria sua modifi- não guardem compatibilidade com o plano plurianual.
cação. A lei complementar deve ser aprovada pela maioria absoluta A votação da matéria legislativa constitui ato coletivo das Casas
de cada uma das Casas do Congresso Nacional. do Congresso. Realiza-se, normalmente, após a instrução do proje-
Lei delegada é o ato normativo elaborado e editado pelo Pre- to nas comissões e dos debates no plenário. A sanção é o ato pelo
sidente da República em decorrência de autorização do Poder Le- qual o Chefe do Executivo manifesta a sua anuência ao projeto de
gislativo, expedida por meio de resolução do Congresso Nacional e lei aprovado pelo Poder Legislativo. Verifica-se aqui a fusão da von-
dentro dos limites nela traçados. Medida provisória é ato normativo tade do Congresso Nacional com a do Presidente, da qual resulta a
com força de lei que pode ser editado pelo Presidente da República formação da lei.
em caso de relevância e urgência. Decretos são atos administrativos O veto é o ato pelo qual o Chefe do Poder Executivo nega san-
de competência exclusiva do Chefe do Executivo, destinados a pro- ção ao projeto – ou a parte dele –, obstando à sua conversão em lei.
ver as situações gerais ou individuais, abstratamente previstas, de Dois são os fundamentos para a recusa de sanção:
modo expresso ou implícito, na lei. a) inconstitucionalidade; ou
• Decretos singulares ou de efeitos concretos: Os decretos po- b) contrariedade ao interesse público.
dem conter regras singulares ou concretas (por exemplo, decretos
referentes à questão de pessoal, de abertura de crédito, de desa- O veto deve ser expresso e motivado, e oposto no prazo de 15
propriação, de cessão de uso de imóvel, de indulto, de perda de dias úteis, contado da data do recebimento do projeto, e comunica-
nacionalidade, etc.). do ao Congresso Nacional nas 48 horas subsequentes à sua oposi-
• Decretos regulamentares: Os decretos regulamentares são ção. O veto não impede a conversão do projeto em lei, podendo ser
atos normativos subordinados ou secundários. superado por deliberação do Congresso Nacional.
• Decretos autônomos: Limita-se às hipóteses de organização A promulgação e a publicação constituem fases essenciais da
e funcionamento da administração pública federal, quando não im- eficácia da lei. A promulgação das leis compete ao Presidente da
plicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos pú- República. Ela deverá ocorrer dentro do prazo de 48 horas, decor-
blicos, e de extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. rido da sanção ou da superação do veto. Nesse último caso, se o
Presidente não promulgar a lei, competirá a promulgação ao Pre-
Portaria é o instrumento pelo qual Ministros ou outras autori- sidente do Senado Federal, que disporá, igualmente, de 48 horas
dades expedem instruções sobre a organização e o funcionamento para fazê-lo; se este não o fizer, deverá fazê-lo o Vice-Presidente do
de serviço, sobre questões de pessoal e outros atos de sua compe- Senado Federal, em prazo idêntico.
tência. O período entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor é
chamado de período de vacância ou vacatio legis. Na falta de dis-
O processo legislativo abrange não só a elaboração das leis posição especial, vigora o princípio que reconhece o decurso de um
propriamente ditas (leis ordinárias, leis complementares, leis de- lapso de tempo entre a data da publicação e o termo inicial da obri-
legadas), mas também a elaboração das emendas constitucionais, gatoriedade (45 dias).
das medidas provisórias, dos decretos legislativos e das resoluções. Podem-se distinguir seis tipos de procedimento legislativo:
A iniciativa é a proposta de edição de direito novo. A iniciati- a) procedimento legislativo normal: Trata da elaboração das
va comum ou concorrente compete ao Presidente da República, a leis ordinárias (excluídas as leis financeiras e os códigos) e comple-
qualquer Deputado ou Senador, a qualquer comissão de qualquer mentares.
das Casas do Congresso, e aos cidadãos – iniciativa popular. A Cons- b) procedimento legislativo abreviado: Este procedimento
tituição confere a iniciativa da legislação sobre certas matérias, dispensa a competência do Plenário, ocorrendo, por isso, a deli-
privativamente, a determinados órgãos, denominada de iniciativa beração terminativa sobre o projeto de lei nas próprias Comissões
reservada. A Constituição prevê, ainda, sistema de iniciativa vincu- Permanentes.
lada, na qual a apresentação do projeto é obrigatória. Nesse caso, o c) procedimento legislativo sumário: Entre as prerrogativas
Chefe do Executivo Federal deve encaminhar ao Congresso Nacio- regimentais das Casas do Congresso Nacional existe a de conferir
nal os projetos referentes às leis orçamentárias (plano plurianual, urgência a certas proposições.
lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual). d) procedimento legislativo sumaríssimo: Existe nas duas Ca-
A disciplina sobre a discussão e a instrução do projeto de lei é sas do Congresso Nacional mecanismo que assegura deliberação
confiada, fundamentalmente, aos Regimentos das Casas Legislati- instantânea sobre matérias submetidas à sua apreciação.
vas. e) procedimento legislativo concentrado: O procedimento le-
Emenda é a proposição apresentada como acessória de outra gislativo concentrado tipifica-se, basicamente, pela apresentação
proposição. Nem todo titular de iniciativa tem poder de emenda. das matérias em reuniões conjuntas de deputados e senadores. Ex.
Essa faculdade é reservada aos parlamentares. Se, entretanto, for para leis financeiras e delegadas.
de iniciativa do Poder Executivo ou do Poder Judiciário, o seu titular f) procedimento legislativo especial: Nesse procedimento,
também pode apresentar modificações, acréscimos, o que fará por englobam-se dois ritos distintos com características próprias, um
meio de mensagem aditiva, dirigida ao Presidente da Câmara dos destinado à elaboração de emendas à Constituição; outro, à de có-
Deputados, que justifique a necessidade do acréscimo. A apresen- digos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
V - cobertura exclusiva a servidores públicos titulares de cargos
RPPS: SEGURIDADE SOCIAL E REGIME PRÓPRIO DE PRE- efetivos e a militares, e a seus respectivos dependentes, de cada
VIDÊNCIA SOCIAL ente estatal, vedado o pagamento de benefícios, mediante convê-
nios ou consórcios entre Estados, entre Estados e Municípios e en-
tre Municípios;
VI - pleno acesso dos segurados às informações relativas à ges-
Prezado(a), tão do regime e participação de representantes dos servidores pú-
A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico blicos e dos militares, ativos e inativos, nos colegiados e instâncias
será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área de decisão em que os seus interesses sejam objeto de discussão e
é reservada para a inclusão de materiais que complementam a deliberação;
apostila, sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos VII - registro contábil individualizado das contribuições de cada
relacionados a este material, e que, devido a seu formato ou ta- servidor e dos entes estatais, conforme diretrizes gerais;
manho, não cabem na estrutura de nossas apostilas. VIII  -  identificação e consolidação em demonstrativos finan-
ceiros e orçamentários de todas as despesas fixas e variáveis com
Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são pessoal inativo civil, militar e pensionistas, bem como dos encargos
organizados de acordo com o título do tópico a que se referem e po- incidentes sobre os proventos e pensões pagos;
dem ser acessados seguindo os passos indicados na página 2 deste IX - sujeição às inspeções e auditorias de natureza atuarial, con-
material, ou por meio de seu login e senha na Área do Aluno. tábil, financeira, orçamentária e patrimonial dos órgãos de controle
interno e externo.
X - vedação de inclusão nos benefícios, para efeito de percep-
ção destes, de parcelas remuneratórias pagas em decorrência de
LEI Nº 9.717 DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 – DISPÕE local de trabalho, de função de confiança ou de cargo em comissão,
SOBRE REGRAS GERAIS PARA A ORGANIZAÇÃO E O exceto quando tais parcelas integrarem a remuneração de contri-
FUNCIONAMENTO DOS REGIMES PRÓPRIOS DE PREVI- buição do servidor que se aposentar com fundamento no  art. 40
DÊNCIA SOCIAL da Constituição Federal, respeitado, em qualquer hipótese, o limite
previsto no § 2o do citado artigo; (Redação dada pela Lei nº 10.887,
de 2004)
LEI Nº 9.717, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 XI - vedação de inclusão nos benefícios, para efeito de percep-
ção destes, do abono de permanência de que tratam o § 19 do art.
Conversão da MPv nº 1.723, de 1998 40 da Constituição Federal, o § 5º do art. 2º e o § 1º do art. 3º da
Vide Decreto nº 3.048, de 1999 Dispõe sobre regras gerais Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003. (Reda-
para a organização e o funcionamento dos regimes próprios de pre- ção dada pela Lei nº 10.887, de 2004)
vidência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do § 1º Aplicam-se adicionalmente aos regimes próprios de previ-
Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do dência social as disposições estabelecidas no art. 6º desta Lei rela-
Distrito Federal e dá outras providências. tivas aos fundos com finalidade previdenciária por eles instituídos.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.846, de 2019)
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: § 2º Os regimes próprios de previdência social da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios operacionalizarão
Art. 1º Os regimes próprios de previdência social dos servido- a compensação financeira a que se referem o § 9º do art. 201 da
res públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- Constituição Federal e a Lei nº 9.796, de 5 de maio de 1999, entre
cípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal deverão ser si e com o regime geral de previdência social, sob pena de incidirem
organizados, baseados em normas gerais de contabilidade e atuá- nas sanções de que trata o art. 7º desta Lei.(Incluído pela Lei nº
ria, de modo a garantir o seu equilíbrio financeiro e atuarial, obser- 13.846, de 2019)
vados os seguintes critérios: Art. 1o-A. O servidor público titular de cargo efetivo da União,
I - realização de avaliação atuarial inicial e em cada balanço uti- dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios ou o militar dos
lizando-se parâmetros gerais, para a organização e revisão do plano Estados e do Distrito Federal filiado a regime próprio de previdência
de custeio e benefícios; (Redação dada pela Medida Provisória nº social, quando cedido a órgão ou entidade de outro ente da fede-
2.187-13, de 2001) ração, com ou sem ônus para o cessionário, permanecerá vincula-
II  -  financiamento mediante recursos provenientes da União, do ao regime de origem. (Redação dada pela Medida Provisória nº
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e das contribui- 2.187-13, de 2001)
ções do pessoal civil e militar, ativo, inativo e dos pensionistas, para Art. 2o  A contribuição da União, dos Estados, do Distrito Fe-
os seus respectivos regimes; deral e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, aos
III - as contribuições e os recursos vinculados ao Fundo Previ- regimes próprios de previdência social a que estejam vinculados
denciário da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- seus servidores não poderá ser inferior ao valor da contribuição do
pios e as contribuições do pessoal civil e militar, ativo, inativo, e dos servidor ativo, nem superior ao dobro desta contribuição.(Redação
pensionistas, somente poderão ser utilizadas para pagamento de dada pela Lei nº 10.887, de 2004)
benefícios previdenciários dos respectivos regimes, ressalvadas as § 1o A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são
despesas administrativas estabelecidas no art. 6º, inciso VIII, desta responsáveis pela cobertura de eventuais insuficiências financeiras
Lei, observado os limites de gastos estabelecidos em parâmetros do respectivo regime próprio, decorrentes do pagamento de bene-
gerais; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001) fícios previdenciários. (Redação dada pela Lei nº 10.887, de 2004)
IV - cobertura de um número mínimo de segurados, de modo § 2o A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios pu-
que os regimes possam garantir diretamente a totalidade dos riscos blicarão, até 30 (trinta) dias após o encerramento de cada bimestre,
cobertos no plano de benefícios, preservando o equilíbrio atuarial demonstrativo financeiro e orçamentário da receita e despesa pre-
sem necessidade de resseguro, conforme parâmetros gerais; videnciárias acumuladas no exercício financeiro em curso.(Redação
dada pela Lei nº 10.887, de 2004)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 3o (revogado)(Redação dada pela Lei nº 10.887, de 2004) Art. 7º O descumprimento do disposto nesta Lei pelos Estados,
§ 4o (revogado)(Redação dada pela Lei nº 10.887, de 2004) Distrito Federal e Municípios e pelos respectivos fundos, implicará,
§ 5o (revogado)(Redação dada pela Lei nº 10.887, de 2004) a partir de 1º de julho de 1999:
§ 6o (revogado)(Redação dada pela Lei nº 10.887, de 2004) I - suspensão das transferências voluntárias de recursos pela
§ 7o (revogado)(Redação dada pela Lei nº 10.887, de 2004) União;
Art. 2o-A.(Revogado pela Lei nº 10.887, de 2004) II - impedimento para celebrar acordos, contratos, convênios
Art. 3o As alíquotas de contribuição dos servidores ativos dos ou ajustes, bem como receber empréstimos, financiamentos, avais
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para os respectivos e subvenções em geral de órgãos ou entidades da Administração
regimes próprios de previdência social não serão inferiores às dos direta e indireta da União;
servidores titulares de cargos efetivos da União, devendo ainda ser III - suspensão de empréstimos e financiamentos por institui-
observadas, no caso das contribuições sobre os proventos dos inati- ções financeiras federais.
vos e sobre as pensões, as mesmas alíquotas aplicadas às remune- IV - (Revogado pela Lei nº 13.846, de 2019)
rações dos servidores em atividade do respectivo ente estatal. (Re-  Art. 8º Os responsáveis pelos poderes, órgãos ou entidades do
dação dada pela Lei nº 10.887, de 2004) ente estatal, os dirigentes da unidade gestora do respectivo regime
Art. 4º (Revogado pela Lei nº 10.887, de 2004) próprio de previdência social e os membros dos seus conselhos e
Art. 5º Os regimes próprios de previdência social dos servido- comitês respondem diretamente por infração ao disposto nesta Lei,
res públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- sujeitando-se, no que couber, ao regime disciplinar estabelecido na
cípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal não poderão Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001, e seu regulamen-
conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Pre- to, e conforme diretrizes gerais. (Redação dada pela Lei nº 13.846,
vidência Social, de que trata a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, de 2019)
salvo disposição em contrário da Constituição Federal. § 1º As infrações serão apuradas mediante processo adminis-
Parágrafo único.Fica vedada a concessão de aposentadoria es- trativo que tenha por base o auto, a representação ou a denúncia
pecial, nos termos do § 4º do art. 40 da Constituição Federal, até positiva dos fatos irregulares, assegurados ao acusado o contraditó-
que lei complementar federal discipline a matéria. (Redação dada rio e a ampla defesa, em conformidade com diretrizes gerais. (Re-
pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001) numerado do parágrafo único pela Lei nº 13.846, de 2019)
Art. 6º Fica facultada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e § 2º São também responsáveis quaisquer profissionais que
aos Municípios, a constituição de fundos integrados de bens, direi- prestem serviços técnicos ao ente estatal e respectivo regime pró-
tos e ativos, com finalidade previdenciária, desde que observados prio de previdência social, diretamente ou por intermédio de pes-
os critérios de que trata o artigo 1º e, adicionalmente, os seguintes soa jurídica contratada.(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
preceitos: Art. 8º-A Os dirigentes do ente federativo instituidor do regi-
I -(Revogado pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001) me próprio de previdência social e da unidade gestora do regime
II - existência de conta do fundo distinta da conta do Tesouro e os demais responsáveis pelas ações de investimento e aplicação
da unidade federativa; dos recursos previdenciários, inclusive os consultores, os distribui-
III - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001) dores, a instituição financeira administradora da carteira, o fundo
IV - aplicação de recursos, conforme estabelecido pelo Conse- de investimentos que tenha recebido os recursos e seus gestores
lho Monetário Nacional; e administradores serão solidariamente responsáveis, na medida
de sua participação, pelo ressarcimento dos prejuízos decorrentes
V - vedação da utilização de recursos do fundo de bens, direitos
de aplicação em desacordo com a legislação vigente a que tiverem
e ativos para empréstimos de qualquer natureza, inclusive à União,
dado causa. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a entidades da
Art. 8º-B Os dirigentes da unidade gestora do regime próprio
administração indireta e aos respectivos segurados;
de previdência social deverão atender aos seguintes requisitos mí-
VI - vedação à aplicação de recursos em títulos públicos, com
nimos: (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
exceção de títulos do Governo Federal;
I - não ter sofrido condenação criminal ou incidido em al-
VII - avaliação de bens, direitos e ativos de qualquer natureza
guma das demais situações de inelegilidade previstas no inciso
integrados ao fundo, em conformidade com a Lei 4.320, de 17 de I do  caput  do art. 1º da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio
março de 1964 e alterações subseqüentes; de 1990, observados os critérios e prazos previstos na referida Lei
VIII - estabelecimento de limites para a taxa de administração, Complementar; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
conforme parâmetros gerais; II - possuir certificação e habilitação comprovadas, nos termos
IX - constituição e extinção do fundo mediante lei. definidos em parâmetros gerais;  (Incluído pela Lei nº 13.846, de
Parágrafo único. No estabelecimento das condições e dos limi- 2019)
tes para aplicação dos recursos dos regimes próprios de previdência III - possuir comprovada experiência no exercício de atividade
social, na forma do inciso IV do caput deste artigo, o Conselho Mo- nas áreas financeira, administrativa, contábil, jurídica, de fiscaliza-
netário Nacional deverá considerar, entre outros requisitos: (Incluí- ção, atuarial ou de auditoria; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
do pela Lei nº 13.846, de 2019) IV - ter formação superior. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
I - a natureza pública das unidades gestoras desses regimes e Parágrafo único. Os requisitos a que se referem os incisos I e
dos recursos aplicados, exigindo a observância dos princípios de II do  caput  deste artigo aplicam-se aos membros dos conselhos
segurança, proteção e prudência financeira;  (Incluído pela Lei nº deliberativo e fiscal e do comitê de investimentos da unidade ges-
13.846, de 2019) tora do regime próprio de previdência social. (Incluído pela Lei nº
II - a necessidade de exigência, em relação às instituições públi- 13.846, de 2019)
cas ou privadas que administram, direta ou indiretamente por meio  Art. 9º Compete à União, por intermédio da Secretaria Especial
de fundos de investimento, os recursos desses regimes, da obser- de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, em relação
vância de critérios relacionados a boa qualidade de gestão, ambien- aos regimes próprios de previdência social e aos seus fundos previ-
te de controle interno, histórico e experiência de atuação, solidez denciários:(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
patrimonial, volume de recursos sob administração e outros desti- I - a orientação, a supervisão, a fiscalização e o acompanha-
nados à mitigação de riscos. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) mento;(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
II - o estabelecimento e a publicação de parâmetros, diretrizes TÍTULO I
e critérios de responsabilidade previdenciária na sua instituição, or- DA INSTITUIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO INSTITUTO DE PREVI-
ganização e funcionamento, relativos a custeio, benefícios, atuária, DÊNCIA SOCIAL DO MUNICÍPIO DE CAMPINAS - CAMPREV
contabilidade, aplicação e utilização de recursos e constituição e
manutenção dos fundos previdenciários, para preservação do cará- CAPÍTULO I
ter contributivo e solidário e do equilíbrio financeiro e atuarial; (Re- DA FINALIDADE E SEDE
dação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
III - a apuração de infrações, por servidor credenciado, e a apli- Art. 2º  O CAMPREV atenderá aos seguintes objetivos:
cação de penalidades, por órgão próprio, nos casos previstos no art. I - captação e formação de um patrimônio de ativos financeiros
8º desta Lei;(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) de co-participação entre os patrocinadores e os participantes;
IV - a emissão do Certificado de Regularidade Previdenciária II - administração de recursos e sua aplicação visando ao incre-
(CRP), que atestará, para os fins do disposto no art. 7º desta Lei, mento e à elevação das reservas técnicas;
o cumprimento, pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, dos III - gerenciamento dos recursos repassados para o custeio das
critérios e exigências aplicáveis aos regimes próprios de previdên- folhas de pagamento dos servidores municipais que passarem à ina-
cia social e aos seus fundos previdenciários.  (Incluído pela Lei nº tividade;
13.846, de 2019) IV - análise e decisão dos requerimentos de benefícios previ-
Parágrafo único.   A União, os Estados, o Distrito Federal e os denciários;
Municípios encaminharão à Secretaria Especial de Previdência e V - pagamento da folha dos pensionistas e inativos abrangidos
Trabalho do Ministério da Economia, na forma, na periodicidade e por esta Lei, assim como dos demais benefícios previdenciários pre-
nos critérios por ela definidos, dados e informações sobre o regime vistos em lei.
próprio de previdência social e seus segurados.(Redação dada pela
Lei nº 13.846, de 2019) CAPÍTULO II
Art. 10. No caso de extinção de regime próprio de previdên- DA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA
cia social, a União, o Estado, o Distrito Federal e os Municípios
assumirão integralmente a responsabilidade pelo pagamento dos Art. 3º  Compõem a estrutura administrativa do CAMPREV, os
benefícios concedidos durante a sua vigência, bem como daqueles seguintes órgãos:
benefícios cujos requisitos necessários a sua concessão foram im- I - Conselho Municipal de Previdência;
plementados anteriormente à extinção do regime próprio de pre- II - Diretoria Executiva, com sua estrutura organizacional;
vidência social. III - Conselho Fiscal;
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. IV - Junta de Recursos.

Brasília, 27 de novembro de 1998; 177o  da Independência e SEÇÃO I


110o da República. DO CONSELHO MUNICIPAL DE PREVIDÊNCIA

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Art. 4º  O Conselho Municipal de Previdência Social do Muni-
Waldeck Ornélas cípio de Campinas será composto por 12 (doze) membros titulares,
sendo:
I - 7 (sete) membros eleitos pelos servidores, sendo 05 (cinco)
representando os ativos, escolhidos entre seus pares e 02 (dois) re-
LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL Nº 10, DE 30 DE JU- presentando os inativos, escolhidos entre seus pares;
NHO DE 2004 – CRIA E ORGANIZA O INSTITUTO DE II - 2 (dois) membros indicados pelo Chefe do Poder Executivo
PREVIDÊNCIA SOCIAL DO MUNICÍPIO DE CAMPINAS – Municipal;
CAMPREV III - 2 (dois) membros indicados pelo Poder Legislativo Munici-
pal, sendo necessariamente, contribuintes do CAMPREV;”
IV - 1 (um) membro indicado pela sociedade civil, a convite do
LEI COMPLEMENTAR Nº 10, DE 30 DE JUNHO DE 2004 Poder Executivo.
§ 1º Os membros titulares do Conselho Municipal de Previdên-
Institui o Regime de Previdência Complementar para os servi- cia escolherão entre si o seu Presidente e Vice- Presidente, cabendo
dores públicos do Município de Campinas ao Presidente o voto de qualidade.
Cria e organiza o Instituto de Previdência Social do Município § 2º O Presidente será substituído pelo Vice-Presidente duran-
de Campinas - CAMPREV e dá outras providências. te seus afastamentos.
A Câmara Municipal aprova e eu, Prefeita do município de § 3º Os mandatos dos membros do Conselho Municipal de Pre-
Campinas, sanciono a seguinte lei complementar: vidência terão a duração de 04 (quatro) anos, não coincidentes com
o período de duração dos mandatos dos cargos eletivos dos Pode-
Art. 1º  Fica criado, como órgão descentralizado da Administra- res Executivo e Legislativo Municipais, permitida a sua recondução
ção Pública Municipal, o Instituto de Previdência Social do Municí- por uma única vez.
pio de Campinas - CAMPREV, com personalidade jurídica própria, § 4º Não poderão ser indicados ou eleitos servidores que este-
de natureza autárquica, com patrimônio e administração autôno- jam em estágio probatório.
mos, que atuará, na forma e nos limites estabelecidos na lei federal § 5º Não poderá ser indicado pela sociedade civil servidor pú-
que trata das normas gerais dos regimes próprios dos servidores blico municipal.
públicos. § 6º Os membros indicados pelo Poder Executivo, pelo Poder
Parágrafo único. O CAMPREV tem como sede a cidade de Cam- Legislativo, pela sociedade civil e 04 (quatro) dos membros eleitos
pinas. deverão, para a posse no cargo, comprovar experiência técnica ou
formação universitária, nas áreas de seguridade, administração,
economia, finanças, contabilidade ou direito.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 7º Os suplentes dos servidores ativos e inativos serão os ime- II - 1 (um) Diretor Financeiro;
diatamente mais votados no processo eleitoral que elegeu os mem- III - 1(um) Diretor Administrativo;
bros titulares, observado o disposto no regimento interno. IV - 1 (um) Diretor Previdenciário.
Art. 5º  Compete ao Conselho Municipal de Previdência: § 1º O Diretor Presidente será de livre nomeação e exoneração
I - aprovar a política de investimentos, alienacão de bens e a pelo Prefeito Municipal, escolhido dentre os servidores segurados.
proposta orçamentária anual, bem como suas respectivas altera- § 2º Os integrantes das Diretorias Financeira, Administrativa e
ções, elaboradas pela Diretoria do CAMPREV; Previdenciária serão nomeados dentre os servidores participantes,
II - aprovar a contratação de instituição financeira privada ou da administração direta, suas autarquias e fundações públicas e da
pública que se encarregará da administração da carteira de inves- Câmara Municipal, através de eleição direta, em atendimento à lei
timentos do CAMPREV por proposta da Diretoria, respeitando os federal que trata das normas gerais dos regimes próprios de previ-
princípios da qualidade e da fiel observância dos procedimentos in- dência social dos servidores públicos.
ternos, assegurando total transparência na alocação e administra- § 3º É requisito para ocupar os cargos de diretor referidos nos
ção dos Recursos Garantidores das Reservas Técnicas da Entidade, incisos deste artigo, ter, no mínimo, 10 (dez) anos de contribuição
respeitada a legislação pertinente a licitações e contratos adminis- ao regime próprio de previdência social do Município de Campinas
trativos; ou à Caixa de Previdência da Câmara Municipal.
III - aprovar a contratação de consultoria externa técnica para §  4º  Os Diretores Administrativo e Previdenciário que não ti-
desenvolvimento de serviços técnicos especializados necessários verem experiência comprovada nas áreas específicas serão subme-
ao CAMPREV, com indicação da Diretoria, respeitada a legislação tidos, no início do mandato, a curso de capacitação custeado pelo
pertinente a licitações e contratos administrativos; CAMPREV, mediante aprovação do Conselho Municipal de Previ-
IV - funcionar como órgão de aconselhamento à Diretoria do dência.
CAMPREV nas questões por ela suscitadas; § 5º Compete ao CAMPREV o pagamento da remuneração da
V - aprovar a celebração de convênios para prestação de servi- sua Diretoria e de seus servidores, nos casos de opção nesse sen-
ços, quando integrados ao elenco de atividades a serem desenvol- tido.
vidas pelo CAMPREV; § 6º O Diretor Presidente e o Diretor Financeiro deverão obri-
VI - proceder à aprovação das avaliações atuariais e auditorias gatoriamente ter experiência comprovada na área e formação su-
contábeis anuais encaminhadas pela Diretoria do CAMPREV; perior, preferencialmente em Administração, Finanças, Economia,
VII - elaborar seu regimento interno;  (ver  Regimento Interno Contabilidade, Ciências Atuariais ou Seguridade.
s/nº de 09/08/2005-CMP) ; (ver Resolução nº 01, de 19/01/2017- § 7º Os mandatos dos membros da Diretoria Executiva, exce-
CMP (novo regimento) tuando-se o Diretor Presidente, terão duração de 04 (quatro) anos,
VIII - resolver os casos omissos ou que lhes for encaminhados não coincidentes com o período de duração dos mandatos dos car-
pelo Diretor Presidente; gos eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo Municipais.
IX - deliberar sobre o preenchimento das vagas do quadro per- § 8º Conforme dispuser o Regimento Interno do CAMPREV, as
manente de pessoal e dos cargos de livre provimento solicitados matérias de competência própria das diretorias que extrapolarem o
pela Diretoria Executiva; limite de alçada destas estarão sujeitas a decisão, por maioria sim-
X - deliberar sobre os cursos de capacitação necessários para ples, do colegiado formado pelo Diretor Presidente do CAMPREV e
o desempenho das funções do Diretor Administrativo e do Diretor pelos Diretores Financeiro, Administrativo e de Previdência e pelo
Previdenciário. Presidente do Conselho Municipal de Previdência. (ver Regimento
§ 1º Cada membro do Conselho Municipal de Previdência será Interno s/nº , de 09/08/2005-DE)
remunerado com 100 (cem) unidades de referência fiscal do Muni- § 9º No caso de férias, licença ou impedimento do Diretor Pre-
cípio de Campinas, por reunião de que participar. sidente, assumirá interina e cumulativamente, o Diretor Financeiro,
§ 2º As reuniões do Conselho Municipal de Previdência reali- percebendo exclusivamente os vencimentos do cargo de origem.
zar-se-ão: § 10. No caso de férias, licença ou impedimento dos Diretores
I - ordinariamente, uma vez por mês; ou Financeiro, Administrativo e de Previdência, responderá interina e
II - extraordinariamente, desde que haja convocação prévia cumulativamente, o Diretor Presidente percebendo exclusivamente
pelo Presidente do Conselho ou mediante solicitação do Diretor os vencimentos do cargo de origem.
Presidente do CAMPREV. § 11. Quando o afastamento do titular ultrapassar 60 dias, as-
§ 3º O conselheiro perderá o mandato, assumindo o conselhei- sumirá em definitivo o suplente de cada cargo, devendo ser indica-
ro suplente, nas seguintes condições: do o candidato imediatamente mais votado.
I - faltar a mais de 3 (três) reuniões consecutivas ou 5 (cinco) §  12.  Os servidores ocupantes dos cargos de Presidente, Di-
alternadas, sem justa causa; retor Financeiro, Administrativo e de Previdência, serão afastados
II - deixar de declarar os impedimentos previstos no Regimento do cargo, respeitada a opção quanto à percepção dos vencimentos
Interno; conforme § 4º, de que são detentores junto à Administração Direta,
III - tiver a decisão de perda de mandato decretada em proces- Indireta e da Câmara Municipal, sendo o tempo de serviço prestado
so administrativo; junto ao CAMPREV contado para todos os efeitos legais, inclusive
IV - nas condições previstas no artigo 181 desta lei para promoção na carreira.
§ 13. Os servidores inativos que ocuparem os cargos de Presi-
SEÇÃO II dente, Diretor Financeiro, Administrativo e de Previdência, deverão
DA DIRETORIA EXECUTIVA optar entre os proventos de aposentadoria e a remuneração destes
cargos.
Art. 6º   A Diretoria Executiva, órgão responsável pela dire- Art. 7º   O CAMPREV contará com uma Procuradoria Jurídica,
ção, gerenciamento e administração do CAMPREV, compõe-se responsável por sua advocacia contenciosa e administrativa, e por
de:  (ver  Decreto nº 14.849 , de 06/08/2004) (ver  Edital s/nº, de sua assessoria e consultoria jurídica, como órgão subordinado à
09/08/2004 - SRH) Presidência.
I - 1 (um) Diretor Presidente; Art. 8º  Compete ao Diretor Presidente:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I - a administração geral do CAMPREV; VI - efetuar a elaboração do orçamento anual e plurianual de
II - cumprir e fazer cumprir as deliberações do Conselho Muni- investimentos, bem como todas as resoluções atinentes à matéria
cipal de Previdência e do Conselho Fiscal; orçamentária ou financeira e o acompanhamento da respectiva
III - encaminhar ao Conselho Municipal de Previdência a pro- execução;
posta orçamentária anual do CAMPREV, bem como suas alterações VII - apresentar e publicar no Diário Oficial do Município, bi-
e as propostas de sua política de investimentos; mestralmente os quadros, dados estatísticos e balancetes, a fim de
IV - encaminhar as avaliações atuariais e as auditorias contá- que se permita o acompanhamento das tendências orçamentárias;
beis de balanço, após devidamente aprovadas pelo Conselho Muni- VIII - providenciar a abertura de créditos adicionais, quando
cipal de Previdência, ao Ministério de Previdência Social, conforme houver necessidade, em conjunto com os demais membros da Di-
disposto na legislação vigente; retoria e Conselhos;
V - decidir, após o devido trâmite do processo administrativo, o IX - efetuar tomada de caixa, em conjunto com os demais mem-
pedido de concessão de beneficio previdenciário, nos casos de au- bros da Diretoria e Conselhos;
xílio doença, salário maternidade, auxílio reclusão e salário-família; X - assinar, juntamente com o Diretor Presidente, os cheques e
VI - encaminhar, após o devido trâmite do processo administra- requisições junto às entidades financeiras;
tivo, o pedido de concessão de beneficio previdenciário; XI - propor ao Diretor Presidente a política de investimentos
VII - organizar o quadro de pessoal de acordo com o orçamento do CAMPREV, respeitados os princípios da qualidade e da fiel ob-
aprovado, podendo, quanto aos seus servidores: servância dos procedimentos internos, assegurando total transpa-
a) nomeá-los a cargo efetivo, após regular aprovação em con- rência na alocação e administração dos Recursos Garantidores das
curso público de provas ou de provas e títulos; Reservas Técnicas da entidade, zelando pela promoção de elevados
b) promovê-los e movimentá-los, observando a legislação pró- padrões éticos nas operações e controle dos recursos do CAMPREV;
pria; XII - submeter ao Diretor Presidente as propostas de investi-
c) nomeá-los e exonerá-los a pedido, ou de ofício, quando ocu- mentos dos recursos do CAMPREV;
pantes de cargo de livre provimento e exoneração; XIII - adotar todas as medidas necessárias para que as aplica-
d) aplicar as penas disciplinares, conforme o Estatuto dos Servi- ções financeiras do CAMPREV tenham a melhor rentabilidade, com
dores Públicos Municipais de Campinas; liquidez e segurança;
VIII - propor ao Conselho Municipal de Previdência o preenchi- XIV - acompanhar e controlar as aplicações financeiras do
mento das vagas do quadro permanente de pessoal e dos cargos de CAMPREV, encaminhando relatórios periódicos à Presidência sobre
livre provimento; a situação dos investimentos;
IX - expedir instruções e ordens de serviço; XV - responder pelos aspectos contábeis e financeiros da admi-
X - organizar os serviços de prestação previdenciária do CAM- nistração do CAMPREV;
PREV; XVI - outras atribuições conferidas em lei, bem como as neces-
XI - assinar e responder pelos atos, fatos e interesses do CAM- sárias ou correlatas ao fiel cumprimento de suas funções, ainda que
PREV, em juízo e fora dele, ressalvada a competência prevista no não mencionadas, observando-se os princípios da legalidade, im-
art. 7º desta lei; pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência administrativa.
XII - assinar, em conjunto com o Diretor Financeiro, os cheques Art. 10.  Compete ao Diretor Administrativo:
e demais documentos do CAMPREV, movimentando os fundos exis- I - baixar ordens de serviços relacionadas aos assuntos admi-
tentes; nistrativos;
XIII - submeter ao Conselho Municipal de Previdência e ao II - manter os serviços de protocolo, expediente e arquivo;
Conselho Fiscal os assuntos a eles pertinentes e facilitar o acesso III - administrar os serviços relacionados com o pessoal do
de seus membros aos órgãos, informações e documentos do CAM- CAMPREV, inclusive os pertinentes ao concurso público, ao aperfei-
PREV, para o desempenho de suas atribuições; çoamento, ao treinamento e à assistência;
XIV - assinar os instrumentos contratuais e ordenar as despesas IV - manter os serviços relacionados com a aquisição, recebi-
deles decorrentes; mento, guarda e controle de materiais;
XV - promover as avaliações atuariais anuais, determinada pela V - fiscalizar o consumo de material, primando pela economia;
legislação; VI - manter arquivo cronológico das licitações, dos contratos e
XVI - propor ao Conselho Municipal de Previdência, a contra- de seus aditamentos, observada a legislação própria;
tação de gestores de carteiras de investimentos do CAMPREV, de VII - supervisionar o serviço de relações públicas e os de natu-
consultores técnicos especializados e outros serviços de interesse reza interna;
do órgão previdenciário. VIII - assinar juntamente com o Diretor Presidente todos os
Art. 9º  Compete ao Diretor Financeiro: atos administrativos referentes ao ingresso, demissão, exoneração,
I - baixar ordens de serviços relacionadas a assuntos financei- dispensa, licenças, férias, afastamento e aplicação de penas discipli-
ros; nares de servidores da autarquia;
II - providenciar, até o quinto dia útil de cada mês, o forneci- IX - supervisionar o setor de documentação de segurados e
mento dos informes necessários à elaboração do balancete do mês pensionistas;
anterior; X - supervisionar o setor de compras, almoxarifado e patrimô-
III - manter a contabilidade financeira, econômica e patrimonial nio do CAMPREV, através de controles e chapeamento de bens;
em sistemas adequados e sempre atualizados, elaborando balance- XI - organizar e formar a Comissão Permanente, criada pelo
tes e balanços, além de demonstrativos das atividades econômicas CAMPREV, com a função de receber, examinar e julgar os procedi-
desta autarquia; mentos relativos às licitações e ao cadastro de licitantes;
IV - promover arrecadação, registro e guarda de rendas e quais- XII - fiscalizar a conservação do material permanente da autar-
quer valores devidos ao CAMPREV, bem como a publicidade da mo- quia;
vimentação financeira; XIII - praticar os atos administrativos concernentes à homolo-
V - processar e liquidar as despesas e seus respectivos paga- gação, adjudicação dos objetos pertinentes às respectivas licitações
mentos, inclusive dos proventos, dos benefícios e da folha de pa- a serem procedidas no CAMPREV, bem como proceder à respectiva
gamento; lavratura dos contratos administrativos e instrumentos similares; e
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XIV - outras atribuições conferidas em lei, bem como as neces- § 1º  O conselheiro perderá o mandato, assumindo o conselhei-
sárias ou correlatas ao fiel cumprimento de suas funções, ainda que ro suplente, nas seguintes condições:
não mencionadas, observando-se os princípios da legalidade, im- I - faltar a mais de 3 (três) reuniões consecutivas ou 5 (cinco)
pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência administrativa. alternadas, sem justa causa;
Art. 11.  Compete ao Diretor de Previdência: II - deixar de declarar os impedimentos previstos no Regimento
I - baixar ordens de serviços relacionadas aos assuntos previ- Interno;
denciários; III - tiver a perda de mandato decidida em processo adminis-
II - supervisionar e gerenciar as atividades de concessão, atua- trativo;
lização e cancelamento de benefícios; IV - nas condições previstas no artigo 181 desta lei;
III - propor ao Diretor Presidente a política de seguridade do V - outras hipóteses previstas no Regimento Interno. (ver Regi-
CAMPREV; mento Interno s/nº, de 09/08/2005-CF)
IV - planejar, coordenar e controlar os assuntos administrativos § 2º   Os suplentes dos servidores ativos e inativos serão os
ligados ao segurados do CAMPREV; imediatamente mais votados no processo eleitoral que elegeu os
V - promover o relacionamento entre o CAMPREV e seus se- membros titulares.
gurados; § 3º  Cada membro do Conselho Fiscal será remunerado com
VI - administrar e operacionalizar o passivo do CAMPREV; 100 (cem) unidades de referência fiscal do Município de Campinas,
VII - fornecer os dados necessários às avaliações atuariais anu- por reunião de que participar.
ais, determinada pela legislação; Art. 15.  Compete ao Conselho Fiscal:
VIII - criar e manter atualizado o banco de dados dos partici- I - acompanhar e analisar a organização dos serviços técnicos e
pantes, beneficiários e dos dependentes; o ingresso de pessoal;
IX - emitir o extrato anual individualizado, de prestação de con- II - acompanhar e analisar a execução orçamentária do CAM-
tas; e PREV, conferindo a classificação dos fatos e examinando a sua pro-
X - outras atribuições conferidas em lei, bem como as necessá- cedência e exatidão;
rias ou correlatas ao fiel cumprimento de suas funções, ainda que III - examinar as prestações dos serviços previdenciários efeti-
não mencionadas, observando-se os princípios da legalidade, im- vados pelo CAMPREV aos servidores e dependentes e a respectiva
pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência administrativa. tomada de contas dos responsáveis;
Art. 12.   Os Diretores perderão o mandato, assumindo o su- IV - proceder, face aos documentos comprobatórios de reali-
plente, nas seguintes condições: zação de receita e despesa, à verificação dos balancetes mensais,
I - afastar-se de suas atividades por período superior a 60 dias os quais deverão estar instruídos com devidos esclarecimentos e
ininterruptos, sem apresentar ao Conselho Municipal de Previdên- parecer, para posterior encaminhamento ao Conselho Municipal de
cia a garantia de retorno até o prazo de 03 (três) dias úteis após o Previdência;
término do período do afastamento; V - encaminhar ao Prefeito Municipal, anualmente, até o dia 28
II - deixar de declarar os impedimentos previstos no Regimento de fevereiro, acrescido de parecer técnico, o relatório do exercício
Interno; anterior da Diretoria Executiva, o processo de tomada de contas, o
III - tiver a perda de mandato decidida em processo adminis- balanço anual e o inventário a ele referente, e o relatório dos bene-
trativo; fícios prestados;
IV - nas condições previstas no artigo 181 desta lei; VI - requisitar ao Diretor Presidente e ao Presidente do Con-
selho Municipal de Previdência as informações e providenciar as
SEÇÃO III diligências que julgar convenientes e necessárias ao desempenho
DO CONSELHO FISCAL de suas atribuições, bem como notificá-los para correção de irre-
gularidades verificadas, informando ao Prefeito Municipal os fatos
Art. 13.   O Conselho Fiscal do CAMPREV será composto por ocorridos;
5 (cinco) membros titulares, sendo:  (ver  Decreto nº 14.849 , de VII - propor ao Diretor Presidente do CAMPREV as medidas que
06/08/2004) (ver Edital s/nº, de 09/08/2004 - SRH) julgar de interesse para resguardar a lisura, transparência e eficiên-
I - 2 (dois) membros titulares eleitos pelos servidores ativos, cia da administração do órgão;
escolhidos entre seus pares; VIII - acompanhar e analisar o recolhimento mensal das contri-
II - 2 (dois) membros titulares eleitos pelos servidores inativos, buições para que sejam efetuadas no prazo legal, notificar e interce-
escolhidos entre seus pares; der junto ao Prefeito Municipal e demais titulares de órgãos filiados
III - 1 (um) membro indicado pelo Conselho Regional de Conta- da esfera municipal, na ocorrência de irregularidades, alertando-os
bilidade ou por órgão de representação contábil de Campinas. para os riscos envolvidos;
§ 1º Não poderão ser indicados ou eleitos servidores que este-
IX - proceder à verificação dos valores em depósito na tesoura-
jam em estágio probatório.
ria, nos bancos, nas administradoras de carteira de investimentos e
§ 2º Os membros titulares do Conselho Fiscal escolherão entre
atestar sua correção ou denunciar irregularidades constatadas;
si o seu Presidente e o Vice-Presidente, cabendo ao Presidente o
X - examinar e dar parecer prévio nos contratos, acordos e convê-
voto de qualidade.
nios a serem celebrados pelo CAMPREV, por solicitação da Diretoria;
§ 3º O Presidente será substituído pelo Vice-Presidente duran-
XI - pronunciar-se sobre a alienação de bens imóveis do CAM-
te seus afastamentos.
PREV;
§ 4º Os candidatos eleitos para o Conselho Fiscal deverão, para
a posse no cargo, comprovar formação técnica ou universitária com XII - acompanhar e analisar a aplicação das reservas, fundos e
experiência comprovada em uma das seguintes áreas: seguridade, provisões garantidores dos benefícios previstos nesta lei, notada-
administração, economia, finanças ou contabilidade. mente no que concerne à observância dos critérios de segurança,
Art. 14.   Os membros integrantes do Conselho Fiscal terão rentabilidade e liquidez, e de limites máximos de concentração de
mandato de 3 (três) anos, permitida a recondução por uma única recursos;
vez, observada, quanto aos representantes do servidores ativos e XIII - rever as suas próprias decisões, fundamentando qualquer
inativos, a eleição. possível alteração;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XIV - emitir parecer sobre as Avaliações Contábeis e Atuariais TITULO II
realizadas. DAS FINALIDADES, DEFINIÇÕES E PRINCÍPIOS DO REGIME
§ 1º Compete, ainda, a todos os membros do Conselho Fiscal, PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DO MUNICÍPIO DE CAM-
individualmente, o direito de exercer fiscalização dos serviços do PINAS
CAMPREV, não lhes sendo permitido envolver-se na direção e admi-
nistração desta autarquia. CAPÍTULO I
§ 2º As reuniões do Conselho Fiscal realizar-se-ão: DAS FINALIDADES
I - ordinariamente, uma vez por mês; ou
II - extraordinariamente, desde que haja convocação prévia Art. 19.  O CAMPREV visa dar cobertura previdenciária, incluin-
pelo Presidente do Conselho ou mediante solicitação do Diretor do os riscos a que estão sujeitos os segurados e compreende um
Presidente do CAMPREV. conjunto de benefícios previstos nesta Lei, a serem custeados pelos
patrocinadores, participantes e beneficiários, na forma dos instru-
SEÇÃO IV mentos normativos correspondentes e que atendam às seguintes
DA JUNTA DE RECURSOS finalidades:
I - garantir meios de subsistência nos casos de aposentadoria,
Art. 16.  A Junta de Recursos do CAMPREV será composta por invalidez, doença, acidente em serviço, idade avançada para os par-
4 (quatro) membros titulares, servidores participantes, com forma- ticipantes e reclusão e morte para os beneficiários;
ção superior em direito, nomeados por portaria do Executivo Mu- II - proteção à maternidade e à família.
nicipal, com a seguinte composição:  (ver  Decreto nº 14.849 , de Parágrafo único. Os recursos vinculados ao CAMPREV e às con-
06/08/2004) (ver Edital s/nº, de 09/08/2004 - SRH) tribuições dos Patrocinadores e dos segurados somente poderão
I - 2 (dois) membros titulares e seus suplentes, eleitos pelos ser utilizados para o pagamento de benefícios previdenciários, res-
servidores; salvadas as despesas administrativas estabelecidas no artigo 145
II - 2 (dois) membros titulares e seus suplentes, indicados pelo desta lei.
Chefe do Poder Executivo Municipal.
§ 1º  O Presidente da Junta de Recursos, será escolhido entre os CAPÍTULO II
seus pares e terá direito a voto de qualidade. DAS DEFINIÇÕES
§ 2º  Não poderão ser indicados ou eleitos servidores que este-
jam em estágio probatório. Art. 20.  Para os efeitos desta Lei, definem-se como:
§ 3º   Quando requisitados pelo Diretor Presidente do CAM- I - participante: o servidor público estatutário e o aposentado
PREV, em pedido devidamente fundamentado, os membros ficarão da administração direta, autárquica e fundacional pública e da Câ-
à disposicão da Junta em período integral, sem prejuízo dos venci- mara do Município de Campinas;
mentos e da carreira. II - beneficiário: a pessoa que, na qualidade de dependente do
Art. 17.  Cabe à Junta de Recursos julgar, em instância recursal, participante, pode exigir o gozo dos benefícios especificados nesta
no prazo de 45 dias, prorrogável por igual período: Lei;
I - os recursos interpostos por segurados e demais interessados III - segurados: o conjunto de participantes e beneficiários do
contra as decisões que lhes sejam desfavoráveis, proferidas pelo CAMPREV;
Diretor Presidente, em procedimentos de concessão de benefícios IV - plano de benefícios: especificação dos benefícios atribuí-
previdenciários; dos por esta Lei aos seus participantes e beneficiários;
II - os recursos de ofício interpostos pelo Diretor Presidente; V - plano de custeio: regulamento e especificação das regras re-
III - outras representações ou recursos que lhe forem encami- lativas às fontes de receita do Regime Próprio de Previdência Social
nhados referentes às decisões da Diretoria Executiva.
necessárias ao custeio dos seus benefícios;
§ 1º  Os recursos a que se refere o inciso I e II deverão ser in-
VI - hipóteses atuariais: conjunto de parâmetros técnicos ado-
terpostos no prazo de 30 dias, contados da ciência do interessado.
tados para a elaboração da avaliação atuarial necessária à quanti-
§ 2º  As reuniões ordinárias realizar-se-ão sempre que houver
ficação das reservas técnicas e elaboração do plano de custeio do
recursos encaminhados à Junta, para análise e julgamento, e as ex-
Regime Próprio de Previdência Social;
traordinárias, desde que haja convocação prévia.
VII - reserva técnica: corresponde às reservas matemáticas
§ 3º   Cabe aos membros da Junta elaborar o seu regimento
totais acrescidas do  superávit  ou  déficit  . Esta reserva tem valor
interno. (ver Regimento Interno s/nº,  de 09/08/2005-JR)
Art. 18.  Os membros integrantes da Junta de Recursos terão equivalente ao ativo líquido do plano, ou seja, parcela do ativo do
mandato de 3 (três) anos, podendo ser reconduzidos ou reeleitos, Regime Próprio de Previdência Social destinada à cobertura dos be-
conforme o caso, por igual período. nefícios previdenciários;
§ 1º  Os membros da Junta de Recursos não serão remunerados VIII - reserva matemática: expressão dos valores atuais das
pelas suas atividades junto ao CAMPREV. obrigações do Regime Próprio de Previdência Social relativas a be-
§ 2º   Os suplentes dos servidores ativos e inativos serão os nefícios concedidos, no caso de participantes que recebam ou pos-
imediatamente mais votados no processo eleitoral que elegeu os sam exercer direitos perante o Regime, e a benefícios a conceder,
membros titulares. no caso dos que não implementaram os requisitos para solicitar be-
§ 3º  O membro da Junta perderá o mandato, assumindo o su- nefícios especificados nesta Lei;
plente, nas seguintes condições: IX - recursos garantidores integralizados: conjunto de bens e
I faltar a mais de 3 (três) reuniões consecutivas ou 5 (cinco) direitos integralizados ao Regime Próprio de Previdência Social para
alternadas, sem justa causa; o pagamento de suas obrigações previdenciárias;
II - deixar de declarar os impedimentos previstos no Regimento X - reservas por amortizar: parcela das reservas técnicas a in-
Interno; tegralizar através de um plano suplementar de amortização do Re-
III - tiver a decisão de perda de mandato decretada em proces- gime Próprio de Previdência Social, podendo ser por contribuição
so administrativo; suplementar temporária;
IV - nas condições previstas no artigo 181 desta lei;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XI - remuneração de contribuição: estipêndio correspondente Art. 23.  É vedado o pagamento de benefícios mediante convê-
ao vencimento, ao subsídio, ao provento ou aos benefícios de salá- nios e consórcios com outros entes da federação e regimes próprios
rio maternidade e auxílio-doença, recebidos pelo participante ou de previdência social.
beneficiário, acrescido, quando for o caso, das vantagens pecuniá- Art. 24.  O plano de custeio do Regime Próprio de Previdência
rias permanentes estabelecidas em lei, dos adicionais de caráter in- Social, compreendendo o regime de constituição de reservas por
dividual, ou demais vantagens de qualquer natureza, incorporadas amortizar e de contribuições ordinárias, será estabelecido obser-
ou incorporáveis, sobre o qual incide o percentual de contribuição vando-se o equilíbrio atuarial com o plano de benefícios, de acordo
ordinária para o plano de custeio; com análise técnica que deverá ser realizada anualmente.
XII - percentual de remuneração de contribuição: expressão Art. 25.   A gestão econômico-financeira dos recursos garan-
percentual, calculada atuarialmente, considerada necessária e su- tidores será realizada mediante atos e critérios que prestigiem a
ficiente ao custeio ordinário do plano de benefícios mediante a sua máxima segurança, rentabilidade, solvência e liquidez dos recursos,
incidência sobre a remuneração de contribuição; garantindo-se a permanente correspondência entre as disponibili-
XIII - contribuições ordinárias: montante de recursos devidos dades e exigibilidades do Regime Próprio de Previdência Social.
pelos entes patrocinadores, pelos participantes e beneficiários do § 1º  Será assegurado pleno acesso do participante às informa-
Regime Próprio de Previdência Social para o custeio do respecti- ções relativas à gestão do CAMPREV.
vo plano de benefícios, resultante da aplicação dos percentuais de § 2º  Deverá ser realizado registro contábil individualizado por
contribuição ordinária sobre a respectiva remuneração de contri- participante das contribuições.
buição; § 3º  O participante será cientificado das informações constan-
XIV - contribuição definida: contribuição condizente com um tes do seu registro individualizado, mediante extrato anual de pres-
plano ou um benefício estruturado no modelo técnico-atuarial que tação de contas.
atribui ao participante e beneficiário um benefício atuarialmente
calculado resultante das contribuições realizadas durante o período TÍTULO III
de diferimento do referido benefício; DOS REGIMES DE ATRIBUIÇÃO DE BENEFÍCIOS
XV - índice atuarial: indicador econômico adotado na definição
e elaboração do plano de custeio para atualização monetária das CAPÍTULO I
suas exigibilidades; DOS PARTICIPANTES E BENEFICIÁRIOS
XVI - taxa de juros técnico atuarial: taxa de juros real adotada
como premissa na elaboração do plano de custeio, definida como SEÇÃO I
taxa de remuneração real presumida dos bens e direitos acumula- DOS PARTICIPANTES
dos e por acumular do Regime Próprio de Previdência Social;
XVII - equilíbrio atuarial: correspondência técnica entre as exi- Art. 26.   São participantes do Regime Próprio de Previdência
gibilidades decorrentes dos planos de benefícios e as reservas ma- Social do Município de Campinas, o servidor público estatutário e
temáticas resultantes do plano de custeio; o inativo da Administração Pública Direta, das Fundações Públicas
XVIII - patrocinadores: o Poder Executivo Municipal de Cam- Municipais, das Autarquias e da Câmara Municipal.
pinas, suas autarquias e fundações públicas, e o Poder Legislativo Parágrafo único. Na hipótese da acumulação remunerada, pre-
Municipal; e vista no Inciso XVI do Art. 37 da Constituição da República Federa-
XIX - benefício definido: modelo de custeio previdenciário onde tiva do Brasil, o servidor mencionado neste artigo será participante
as alíquotas de contribuição são definidas em função dos benefícios obrigatório em relação a cada um dos cargos ocupados.
previstos. Art. 27.  O Regime instituído por esta lei não abrange:
XX - folha líquida de benefícios: total da despesa previdenciá-
I - o Prefeito Municipal, o Vice Prefeito e os Vereadores da Câ-
ria, deduzidas as contribuições dos participantes.
mara Municipal de Campinas, salvo se servidores públicos estatutá-
rios do Município de Campinas, obedecidos os critérios, as remune-
CAPÍTULO III
rações e os requisitos vinculados à condição de servidor;
DOS PRINCÍPIOS
II - o servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, bem como de
Art. 21.  Os recursos garantidores integralizados ao Regime Pró-
outro cargo temporário ou emprego público, ainda que aposentado
prio de Previdência Social têm a natureza de direito coletivo dos
participantes. pelo Regime Próprio de Previdência Social do Município de Campi-
§ 1º  O gozo individual pelo participante, ou por seus benefici- nas.
ários, do direito de que trata o caput deste artigo fica condicionado Art. 28.  Permanece filiado ao Regime Próprio de Previdência
ao implemento de condição suspensiva correspondente à satisfa- Social do Município de Campinas, na qualidade de participante, o
ção dos requisitos necessários à percepção dos benefícios estabe- servidor ativo que estiver:
lecidos nesta Lei; I - cedido, com ou sem ônus para o cessionário, para outro ór-
§ 2º   A retirada, voluntária ou normativa, do participante do gão ou entidade da Administração direta e indireta da União, dos
Regime Próprio de Previdência Social não atribui direito a parcela Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios; (ver Instrução Nor-
ideal dos recursos garantidores. mativa nº 01 , de 30/06/2005)
Art. 22.  É vedado alterar o equilíbrio atuarial do Regime Pró- II - afastado ou licenciado temporariamente do cargo, sem re-
prio de Previdência Social mediante: cebimento de subsídio, vencimento ou remuneração do Município;
I - a criação ou assunção de benefícios sem o anterior ajuste do III - afastado para cumprimento de mandato eletivo.
plano de custeio e a prévia integralização de reservas para benefí- Art. 29.  O servidor requisitado junto a União, aos Estados, ao
cios concedidos; Distrito Federal ou a outros Municípios permanece filiado ao regi-
II - a alteração do regime de pagamento de recursos garantido- me previdenciário de origem.
res por amortizar; ou
III - a desafetação, total ou parcial, dos recursos garantidores,
integralizados ou por amortizar.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SEÇÃO II V - enteado: certidão de casamento do participante e de nasci-
DOS BENEFÍCIOS mento do dependente;
VI - menores: documento de outorga de guarda ou tutela ao
Art. 30.   São beneficiários do Regime Próprio de Previdência participante e certidão de nascimento do dependente;
Social do Município de Campinas: VII - pais: certidão de nascimento do participante e documen-
I - na condição de dependente presumido do participante: tos de identidade de seus progenitores;
a) o cônjuge; VIII - convivente de mesmo sexo: contrato de condomínio de
b) o companheiro ou a companheira; bens, móveis e imóveis, firmado entre o participante e seu convi-
c) o ex-cônjuge, separado judicialmente ou divorciado, ou ex- vente, com cláusula de coabitação e fruição comum de bens, exclu-
-companheiro ou ex-companheira do participante, desde que per- sivas em relação a terceiros, subscrito por advogado regularmente
cebendo pensão alimentícia; inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, com registro em Car-
d) os filhos ou equiparados, quando: tório;
I considerados menores pelo Código Civil; IX - irmãos inválidos: certidão de nascimento e laudo médico;
II - independente da idade, forem inválidos para o exercício de § 2º  Para comprovação do vínculo e da dependência econô-
atividade profissional, desde que devidamente comprovada tal in- mica e financeira, conforme o estabelecido no parágrafo 7º deste
validez em perícia da Junta Médica Oficial do CAMPREV ou outro artigo, poderão ser apresentados os seguintes documentos:
órgão por ele credenciado; I - declaração do imposto de renda do participante em que
e) os conviventes de mesmo sexo; conste o interessado como seu dependente;
II - na condição de dependente econômico do participante: II - disposições testamentárias;
a) os pais; III - anotação constante na Carteira Profissional ou na Carteira
b) os menores, assim definidos em lei civil, sob guarda ou tutela de Trabalho e Previdência Social, feita pelo órgão competente;
do participante; e IV - declaração específica feita perante tabelião;
c) os irmãos inválidos; V - prova de mesmo domicílio;
§ 1º  A comprovação da qualidade de dependente deverá ocor- VI - registro em associação de qualquer natureza em que cons-
rer em todos os casos, mediante os critérios estabelecidos no artigo te o interessado como dependente do participante;
32 desta Lei. VII - apólice de seguro da qual conste o participante como ins-
§ 2º  Para os efeitos desta Lei, os enteados equiparam-se aos tituidor do seguro e a pessoa interessada como sua beneficiária;
filhos, se comprovada sua dependência econômica ao participante. VIII - escritura de compra e venda de imóvel pelo participante
§ 3º   Para efeitos desta Lei, considera-se convivente pessoa em nome de dependente; ou
de mesmo sexo com habitação, propriedade e fruição de bens em IX - quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a
comum com o participante e exclusiva em relação a terceiros, res- comprovar.
salvados os direitos da paternidade, maternidade e os deveres da § 3º  Qualquer fato superveniente à filiação do participante que
tutela. implique exclusão ou inclusão de dependente deverá ser comunica-
§ 4º  Considera-se companheiro ou companheira a pessoa que, do de imediato ao CAMPREV, mediante requerimento escrito acom-
sem ser casada, mantém união estável com o participante não ca- panhado dos documentos exigíveis em cada caso.
sado, de acordo com a legislação em vigor. § 4º  O participante casado não poderá realizar a inscrição de
§ 5º  A existência de dependente presumido exclui o direito de convivente ou de companheira.
inscrição dos dependentes econômicos. § 5º  Somente será exigida a certidão judicial de adoção quan-
do esta for anterior a 14 de outubro de 1990, data do início de vi-
CAPÍTULO II gência da Lei Federal nº 8.069, de 1990.
DA INSCRIÇÃO DO PARTICIPANTE E DOS SEUS DEPENDENTES § 6º  Sem prejuízo do disposto no inciso II do § 1º deste artigo,
os documentos enumerados nos incisos I, II, IV e VII do § 2º consti-
Art. 31.  A filiação do participante ao Regime Próprio de Previ- tuem prova suficiente ao deferimento da inscrição.
dência Social é automática a partir do exercício das funções próprias § 7º  Observado o disposto no parágrafo anterior, a prova da
do servidor e a dos seus dependentes será feita mediante inscrição . dependência econômica e financeira far-se-á com a entrega de, no
Art. 32.  Incumbe ao participante, no momento em que ocorrer mínimo, dois dos documentos enumerados no § 2º, a serem corro-
o fato que justifica a pretensão, e sem prejuízo do disposto no art. borados, quando necessário, por justificação administrativa proces-
33 desta Lei, inscrever seus dependentes mediante o fornecimento sada na forma desta Lei.
dos dados e cópias autenticadas dos documentos necessários. § 8º   No caso de dependente inválido, para fins de inscrição
§ 1º   Constituem documentos necessários à inscrição de de- e concessão de benefício, a invalidez será comprovada mediante
pendente: exame médico-pericial a cargo do CAMPREV.
I - cônjuge e filhos: respectivamente, certidões de casamento § 9º  Os dependentes, excluídos desta qualidade em razão de
e de nascimento; lei, terão suas inscrições canceladas automaticamente.
II - companheira ou companheiro: documento de identidade Art. 33.  Ocorrendo o falecimento do participante sem que te-
e certidão de casamento com averbação da separação judicial ou nha sido feita a inscrição de dependente, cabe a este promovê-la,
divórcio, quando um dos companheiros, ou ambos já tiverem sido por si ou por representantes, para recebimento de parcelas futuras,
casados, ou de óbito do excônjuge; satisfazendo as exigências dispostas no artigo 32 desta lei.
III - ex-cônjuge: certidão de casamento com o participante, com Art. 34.  Os pais ou os menores que estavam sob tutela do par-
averbação da separação ou divórcio e certidão de objeto e pé do ticipante, estes últimos por seu novo representante legal, no caso
processo que culminou na sentença de separação ou divórcio e es- de habilitação tardia deverão declarar a inexistência de dependen-
tabelecimento de pensão alimentícia; tes presumidos perante o CAMPREV, sob as penas da lei.
IV - ex-companheiro ou ex-companheira: certidão de objeto e
pé do processo que culminou na sentença que estabeleceu a pen-
são alimentícia;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CAPÍTULO III g) no caso de casamento ou de estabelecimento de união es-
DA PERDA DA QUALIDADE DE PARTICIPANTE, DEPENDENTE E tável.
DE BENEFICIÁRIO
CAPÍTULO IV
SEÇÃO I DOS BENEFÍCIOS, BASE DE CÁLCULO E ATUALIZAÇÃO
DO PARTICIPANTE
SEÇÃO I
Art. 35.   A perda da qualidade de participante do CAMPREV DOS BENEFÍCIOS
ocorrerá por:
I - Morte; Art. 37.  O Regime Próprio de Previdência Social do Município
II - Exoneração ou demissão; de Campinas compreende os seguintes benefícios:
III - Cassação de aposentadoria, quando esta ensejar a demis- I - quanto ao participante:
são do servidor. a) aposentadoria por invalidez;
§ 1º  Na hipótese dos incisos II e III do art. 28 desta Lei, o ser- b) aposentadoria compulsória;
vidor mantém a qualidade de participante do Regime Próprio de c) aposentadoria por tempo de contribuição e idade;
Previdência Social do Município de Campinas, responsabilizando-se d) aposentadoria por idade;
pelas contribuições previdenciárias próprias, contribuindo como se e) aposentadoria especial, nos casos admitidos na Constituição
no exercício estivesse, e pelas relativas ao órgão ou entidade de vin- da República Federativa do Brasil;
culação. f) auxílio-doença;
§ 2º  A perda da condição de participante prevista nos incisos g) salário-família;
II e III do caput deste artigo, implica o automático cancelamento da h) auxílio-maternidade; e
inscrição de seus dependentes. II - quanto ao dependente:
§ 3º  A perda da condição de participante não ensejará a devo- a) pensão por morte; e
lução das contribuições recolhidas ao Regime Próprio de Previdên- b) auxílio-reclusão.
cia Social do Município de Campinas, assegurada a contagem de Art. 38.  É vedada a adoção de requisitos e critérios diferencia-
tempo de contribuição. dos para a concessão de aposentadoria aos abrangidos por esta Lei,
ressalvados os casos de atividades exercidas exclusivamente sob
SEÇÃO II condições especiais que prejudiquem a saúde ou integridade física,
DO DEPENDENTE E DO BENEFICIÁRIO definidos em Lei Complementar Federal.

Art. 36.  A perda da qualidade de dependente ou beneficiário, SEÇÃO II


para os fins do Regime Próprio de Previdência Social do Município DA BASE DE CÁLCULO
de Campinas, ocorre:
I - para o cônjuge: Art. 39.   Para o cálculo dos benefícios será considerada a re-
a) pela separação judicial ou divórcio, quando não lhe for asse- muneração de contribuição de que trata o artigo 20, inciso XI, da
gurada a prestação de alimentos; presente lei.
b) pela anulação judicial do casamento; Art. 40.  Para o cálculo dos proventos de aposentadoria serão
c) pelo óbito; e consideradas as remunerações utilizadas como base para as contri-
d) por decisão judicial transitada em julgado; buições do servidor a Regimes Próprios de Previdência Social e ao
II - para o companheiro ou companheira, por requerimento do Regime Geral de Previdência Social, na forma da lei.
participante, pela cessação da união estável com o participante, Parágrafo único. Os valores de remuneração considerados
quando não lhe for assegurada a prestação de alimentos; no caput serão devidamente atualizados, na forma da lei.
III - para o cônjuge, companheira ou companheiro de partici-
pante falecido, por outro casamento ou pelo estabelecimento de SEÇÃO III
outra união estável; DA ATUALIZAÇÃO
IV - Para o filho ao atingir a maioridade, nos termos da legisla-
ção civil, salvo se inválido, ou pela emancipação, ainda que inválido, Art. 41.   É assegurado o reajustamento dos benefícios previ-
exceto, neste caso, se a emancipação for decorrente de colação de denciários, conforme critérios estabelecidos em lei, respeitando-se,
grau científico em curso de ensino superior; no que couber, a data base e o índice de reajuste geral dos servido-
V - para o convivente de mesmo sexo: por requerimento do res ativos.
participante ou pelo rompimento ou descumprimento do contrato
de condomínio de bens, mencionado no inciso VIII, do § 1º, do ar- CAPÍTULO V
tigo 32 desta Lei; DA ESPECIFICAÇÃO DOS BENEFÍCIOS
VI para os dependentes e beneficiários, em geral:
a)pela cessação da invalidez; SEÇÃO I
b) pela cessação da guarda ou tutela; DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PERMANENTE
c) pela cessação da dependência econômica e financeira ou
mediante requerimento do participante; Art. 42.   A aposentadoria por invalidez será devida ao parti-
d) pelo seu falecimento; cipante que for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação
e) por decisão judicial transitada em julgado; e para o exercício das funções essenciais a que está obrigado por lei,
f) no caso de terem sido autores, co-autores ou partícipes de ensejando o pagamento de proventos a este título enquanto o par-
homicídio doloso, ou tentativa deste, contra o participante, ou, se ticipante permanecer neste estado.
o caso, contra seu cônjuge, companheiro ou companheira, filhos ou § 1º  A aposentadoria por invalidez será ordinariamente prece-
convivente na forma definida nesta Lei; dida de auxílio doença.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 2º  A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da § 4º  Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis
verificação da situação de incapacidade mediante perícia de Junta aquelas definidas pelo Regime Geral de Previdência Social e que
Médica e a sua manutenção dependerá de reavaliação da perícia a serão regulamentadas através de Decreto Municipal.
cada 02 (dois) anos, podendo o servidor, às suas expensas, fazer-se Art. 45.   Verificada a recuperação da capacidade de trabalho
acompanhar de médico de sua confiança. do aposentado por invalidez, o beneficio cessará de imediato para
§ 3º  Em caso de doença que impuser afastamento compulsó- o participante que tiver direito a retornar à atividade que desem-
rio, com base em laudo conclusivo de medicina especializada, rati- penhava ao se aposentar, valendo como documento, para tal fim, o
ficado pela Junta Médica Oficial do Município, a aposentadoria por certificado de capacidade laboral fornecido pelo CAMPREV.
invalidez independerá de auxílio doença e será devida a partir da Art. 46.  O participante que retornar à atividade poderá requerer,
publicação do ato de sua concessão. a qualquer tempo, novo benefício, tendo este processamento normal.
§ 4º  A doença ou lesão de que o participante já era portador ao
filiar-se ao Regime Próprio de Previdência Social não lhe conferirá SEÇÃO II
direito a aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade DA APOSENTADORIA COMPULSÓRIA
sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença
ou lesão. Art. 47.  O participante será automaticamente aposentado ao
Art. 43.  A aposentadoria por invalidez, quando não decorrente completar a idade limite definida no inciso II, do parágrafo 1º, do
de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, con- artigo 40 da Constituição da República Federativa do Brasil, com
tagiosa ou incurável, na forma da Lei, terá proventos proporcionais proventos proporcionais ao tempo de contribuição, respeitado o
ao tempo de contribuição, respeitado o valor mínimo estabelecido valor mínimo estabelecido no artigo 90, II, desta Lei.
no artigo 90, II, desta Lei. § 1º  A aposentadoria será declarada por ato, com vigência a
Art. 44.  A aposentadoria decorrente de acidente em serviço, partir do dia imediato àquele em que o servidor atingir a idade-li-
moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável terá mite de permanência no serviço.
proventos integrais.
§ 1º  Acidente em serviço é aquele ocorrido no exercício do car- SEÇÃO III
go ou que se relaciona, direta ou indiretamente com as atribuições DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E POR
deste, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que IDADE
cause a perda ou redução, permanente ou temporária, da capaci-
dade para o trabalho. Art. 48.  A aposentadoria voluntária por tempo de contribuição
§ 2º  Equiparam-se ao acidente em serviço para os efeitos desta lei: e por idade será devida ao participante, desde que cumprido o tem-
I - o acidente ligado ao serviço que embora não tenha sido a po mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cin-
causa única, haja contribuído diretamente para a redução ou per-
co anos no cargo em que se dará a aposentadoria, com proventos
da de sua capacidade para o trabalho ou produzido lesão que exija
calculados na forma do art. 40 e seu parágrafo único, quando imple-
atenção médica para a sua recuperação;
mentado os seguintes requisitos: sessenta anos de idade e trinta e
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do
cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade
trabalho, em consequência de:
e trinta de contribuição, se mulher. (ver Emenda Constitucional nº
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por ter-
47, de 05/07/2005)
ceiro ou companheiro de serviço;
Art. 49.  Os requisitos de idade e de tempo de contribuição se-
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiros, por motivo
de disputa relacionada ao serviço; rão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no caput do
c) ato de imprudência, negligência ou de imperícia de terceiro artigo anterior, para o professor que comprove exclusivamente
ou de companheiro de serviço; tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação
d) ato de pessoa privada do uso da razão; infantil e no ensino fundamental e médio.
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos Parágrafo único.  Para fins do disposto no caput deste artigo,
ou decorrentes de força maior; considera-se função de magistério a atividade docente do professor
III - a doença proveniente de contaminação acidental do segu- exercida exclusivamente em sala de aula.
rado no exercício do cargo;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e SEÇÃO IV
horário de serviço: DA APOSENTADORIA POR IDADE
a) na execução de ordem ou na realização de serviço relacio-
nado ao cargo; Art. 50.  A aposentadoria voluntária por idade, será devida ao
b) na prestação espontânea de qualquer serviço ao município participante desde que cumprido o tempo mínimo de dez anos de
para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo em que
c) em viagem de serviço ou no interesse do serviço, inclusi- se dará a aposentadoria, com proventos calculados na forma do art.
ve para estudo, quando financiada ou autorizada pelo Município 40 e seu parágrafo único, assim que implementados sessenta e cin-
dentro de seus planos para capacitação de mão-de-obra ou para co anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher.
atendimento de interesse público, independentemente do meio
de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do par- SEÇÃO V
ticipante; DO AUXÍLIO-DOENÇA
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste
para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veí- Art. 51.  O auxílio-doença será devido ao participante que ficar
culo de propriedade do participante. incapacitado para a atividade de seu cargo por mais de quinze dias
§ 3º   Nos períodos destinados a refeição e descanso ou por consecutivos.
ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao participan-
de trabalho ou durante este, o servidor é considerado no exercício te que se filiar ao Regime Próprio de Previdência Social do Muni-
do cargo. cípio de Campinas já portador de doença ou lesão invocada como
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
causa para a concessão do benefício, salvo quando a incapacidade § 1º  Se o participante não apresentar o atestado de vacinação
sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença obrigatória e a comprovação de frequência escolar do filho ou equi-
ou lesão . parado nas datas definidas pelo CAMPREV, o benefício do salário-
Art. 52.   O auxílio-doença consiste em renda mensal corres- -família será suspenso, até que a documentação seja apresentada.
pondente à integralidade da remuneração do participante, sendo § 2º  Não é devido o salário-família no período entre a suspen-
devido a contar do décimo sexto dia do afastamento a este título. são do benefício motivada pela falta de comprovação da frequência
Art. 53.  Durante os primeiros quinze dias consecutivos de afas- escolar e o seu reativamento, salvo se provada a frequência escolar
tamento da atividade por motivo de doença, incumbe ao Municí- regular no período.
pio, às suas autarquias e fundações e à Câmara Municipal pagar ao § 3º  A comprovação de frequência escolar será feita mediante
participante os seus vencimentos. apresentação de documento emitido pela escola, na forma de le-
§ 1º  Quando a incapacidade ultrapassar quinze dias consecu- gislação própria, em nome do aluno, em que conste o registro de
tivos, o participante será encaminhado à perícia médica do CAM- frequência regular ou de atestado do estabelecimento de ensino
PREV. comprovando a regularidade da matrícula e a frequência escolar
§ 2º  Se o participante afastar-se do trabalho durante quinze do aluno.
dias por motivo de doença, retornando à atividade no décimo sexto Art. 61.  A invalidez do filho ou equiparado, maior de quatorze
dia, e se dela voltar a se afastar pela mesma doença, dentro de ses- anos de idade, deve ser verificada em exame médico-pericial a car-
senta dias desse retorno, fará jus ao auxílio-doença a partir da data go do CAMPREV.
do novo afastamento. Art. 62.  Ocorrendo divórcio, separação judicial, separação de
§ 3º  Os afastamentos que não se enquadrarem no previsto no fato dos pais ou em caso de abandono legalmente caracterizado ou,
parágrafo anterior serão custeados pelo órgão ou entidade a que se ainda, perda do pátrio poder, o salário-família passará a ser pago
vincule o participante. diretamente àquele a cujo cargo ficar o sustento do menor ou à
Art. 54.   O CAMPREV deverá processar de ofício o benefício, pessoa indicada em decisão judicial específica.
quando tiver ciência da incapacidade do participante, ainda que Art. 63.  O direito ao salário-família cessa automaticamente:
este não tenha requerido auxílio-doença. I - por morte do filho ou equiparado, a contar do mês seguinte
Art. 55.   O participante em gozo de auxílio-doença está obri- ao do óbito;
gado, independentemente de sua idade e sob pena de suspensão II - quando o filho ou equiparado completar quatorze anos de
do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo do CAMPREV. idade, salvo se inválido, a contar do mês seguinte ao da data do
Parágrafo único. No caso da impossibilidade efetiva da reali- aniversário; ou
zação do exame a cargo do CAMPREV, por motivo de força maior, III - pela recuperação da capacidade do filho ou equiparado in-
deixará de ser aplicada a pena mediante requerimento justificador válido, a contar do mês seguinte ao da cessação da incapacidade.
e a apresentação de laudo médico a ser submetido à perícia médica Art. 64.   Para efeito de concessão e manutenção do salário-
-família, o participante deve firmar termo de responsabilidade em
do CAMPREV.
que se comprometa a comunicar ao CAMPREV qualquer fato ou cir-
Art. 56.  O auxílio-doença cessa pela recuperação da capacida-
cunstância que determine a perda do direito ao benefício, ficando
de para o trabalho ou pela transformação em aposentadoria por
sujeito, em caso do não cumprimento, às sanções penais e adminis-
invalidez permanente.
trativas consequentes.
Art. 57.  O participante, em gozo de auxílio-doença insuscetí-
Art. 65.  A falta de comunicação oportuna de fato que implique
vel de recuperação para sua atividade habitual, deverá submeter-se
cessação do salário-família, bem como a prática, pelo participante,
a processo de reabilitação profissional, a cargo do CAMPREV, para
de fraude de qualquer natureza para o seu recebimento, autoriza
exercício mitigado de sua funções essenciais, não cessando o bene- o CAMPREV a descontar dos pagamentos de cotas devidas com re-
fício até que seja dado como habilitado para o desempenho desta lação a outros filhos ou, na falta delas, dos vencimentos do par-
nova atividade mitigada. ticipante ou da renda mensal do seu benefício, o valor das cotas
Parágrafo único.  Quando o participante for considerado não- indevidamente recebidas.
-recuperável será aposentado por invalidez.
SEÇÃO VII
SEÇÃO VI DO AUXÍLIO-MATERNIDADE
DO SALÁRIO-FAMÍLIA
Art. 66.   O auxílio-maternidade, que será pago diretamente
Art. 58.  O salário-família será devido, mensalmente, aos parti- pelo CAMPREV, é devido à participante durante cento e vinte dias,
cipantes, nas mesmas bases e nos exatos valores estabelecidos para com início vinte e oito dias antes e término noventa e um dias de-
o Regime Geral de Previdência Social, na proporção do respectivo pois do parto, podendo ser prorrogado na forma prevista neste ar-
número de filhos ou equiparados, menores de quatorze anos ou tigo.
inválidos, não sendo incorporável aos vencimentos ou a qualquer § 1º À participante que adotar ou obtiver guarda judicial para
outro benefício. fins de adoção de criança, devidamente comprovada através da
Parágrafo único.   Quando o pai e a mãe forem participantes, apresentação do termo judicial de guarda à adotante ou guardiã,
ambos perceberão o benefício. será concedido auxílio-maternidade pelo período de 120 (cento e
Art. 59.  O salário-família será dividido proporcionalmente ao vinte) dias, se a criança tiver até 1 (um) ano de idade, de 60 (sessen-
número de filhos sob guarda, em caso de participantes separados ta) dias, se a criança tiver entre 1 (um) e 4 (quatro) anos de idade,
de fato ou judicialmente. e de 30 (trinta) dias, se a criança tiver de 4 (quatro) a 8 (oito) anos
Art. 60.  O pagamento do salário-família será devido a partir da de idade. (ver Emenda nº 46 , de 23/03/2010 LOM) (ver Decreto nº
data da apresentação da certidão de nascimento do filho ou da do- 17.077 , de 24/05/2010)
cumentação relativa ao equiparado, estando condicionado à apre- § 2º Para a participante observar-se-ão, no que couber, as si-
sentação anual de atestado de vacinação obrigatória, até seis anos tuações e condições previstas no Estatuto do Servidor Público Mu-
de idade, e de comprovação semestral de frequência à escola do nicipal ou em legislação municipal ordinária, quanto à proteção a
filho ou equiparado, a partir dos sete anos de idade. maternidade.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 3º Em casos excepcionais, os períodos de repouso anterior e § 1º Verificado o reaparecimento do participante, o pagamento
posterior ao parto podem ser aumentados de mais duas semanas, da pensão cessará imediatamente, desobrigados os dependentes
mediante atestado fornecido pelo CAMPREV. da reposição dos valores recebidos, exceto em caso de má-fé.
§ 4º Também no caso de parto antecipado, a participante tem § 2º A pensão provisória transformar-se-á em definitiva decor-
direito aos cento e vinte dias previstos neste artigo. ridos 10 (dez) anos de sua vigência, ressalvado o eventual reapare-
§ 5º  Para fins de concessão de auxílio-maternidade, conside- cimento do participante, hipótese em que o benefício será automa-
ra-se parto o evento ocorrido a partir da 23ª semana > (6º mês) de ticamente cancelado.
gestação, inclusive em caso de natimorto. Art. 78.  O benefício, cujo fato gerador venha a ocorrer ao tem-
§ 6º Em caso de aborto não criminoso, comprovado mediante po em que o participante cumprir mandato eletivo, terá como base
atestado médico, a participante terá direito ao salário maternidade de cálculo a remuneração de contribuição do cargo, função ou em-
correspondente a 2 (duas) semanas. prego através do qual estava vinculado o participante ao CAMPREV,
§ 7º  Será devido, juntamente com a última parcela paga em como se no exercício estivesse.
cada exercício, o abono trezeno correspondente ao auxílio-materni-
dade, proporcional ao período de duração do benefício. SEÇÃO IX
Art. 67.  O auxílio-maternidade consistirá em renda mensal cor- DO AUXÍLIO-RECLUSÃO
respondente a remuneração integral da participante.
Art. 68.  Compete ao serviço médico do CAMPREV ou a profis- Art. 79.  O auxílio-reclusão será devido ao conjunto dos depen-
sional por ele credenciado fornecer os atestados médicos necessá- dentes, enumerados no artigo 30 desta Lei, do participante reco-
rios para o gozo de auxílio-maternidade. lhido à prisão que não receber remuneração ou subsídio nem es-
Parágrafo único.   Quando o parto ocorrer sem acompanha- tiver em gozo de auxíliodoença ou aposentadoria, desde que a sua
mento médico, o atestado será fornecido pela perícia médica do última remuneração tenha sido inferior ou igual às mesmas bases
CAMPREV. estabelecidas para a concessão do benefício no Regime Geral de
Art. 69.  No caso de acumulação permitida de cargos públicos, Previdência Social.
a participante fará jus ao auxílio-maternidade relativo a cada cargo § 1º O pedido de auxílio-reclusão deve ser instruído com certi-
ou emprego, se ambos forem remunerados pelos patrocinadores. dão do efetivo recolhimento do participante à prisão, firmada pela
Art. 70.  Nos meses de início e término, o auxílio-maternidade autoridade competente.
da participante será proporcional aos dias de afastamento do tra- § 2º  No caso de qualificação de dependentes após a prisão,
balho. reclusão ou detenção do participante, aplicam-se as normas refe-
Art. 71.  O auxílio-maternidade não pode ser acumulado com rentes à pensão por morte, sendo necessária a preexistência da de-
benefício por incapacidade. pendência econômica e financeira.
Parágrafo único.   Quando ocorrer incapacidade em conco- § 3º O termo inicial da percepção do benefício corresponderá
mitância com o período de pagamento do auxíliomaternidade, o à data do efetivo recolhimento do participante ao estabelecimento
benefício por incapacidade, conforme o caso, deverá ser suspenso penitenciário, quando requerido até trinta dias após seu encarce-
enquanto perdurar o referido pagamento, ou terá sua data de início ramento.
adiada para o primeiro dia seguinte ao término do período de cento § 4º Se o requerimento a que se reporta o parágrafo anterior
e vinte dias. se der após trinta dias do encarceramento do participante, o termo
Art. 72.   A participante aposentada que retornar à atividade inicial da percepção do benefício corresponderá à data de protoco-
fará jus ao recebimento de auxílio-maternidade, na forma do dis- lização do pedido.
posto nesta Seção . Art. 80.   O auxílio-reclusão será mantido enquanto o partici-
pante permanecer preso, detento ou recluso, exceto nas hipóteses
SEÇÃO VIII de trânsito em julgado de condenação que implique a perda do car-
DA PENSÃO POR MORTE go público e de perda da qualidade de participante.
Art. 81.   O beneficiário deverá apresentar trimestralmente
Art. 73.  A concessão do benefício de pensão por morte será atestado de que o participante continua preso, detido ou recluso,
igual ao valor da totalidade da remuneração ou dos proventos do firmado pela autoridade competente.
servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefí- Parágrafo único.  No caso de fuga, o benefício será suspenso,
cios do Regime Geral de Previdência Social, acrescido de 70% (se- somente sendo restabelecido se houver recaptura do participante,
tenta) por cento da parcela estipendiária excedente deste limite a partir da data em que esta ocorrer, desde que esteja ainda manti-
que, porventura, fosse percebida pelo servidor falecido. da a qualidade de participante.
Art. 74.  A concessão da pensão por morte não será protelada Art. 82.  Falecendo o participante preso, detido ou recluso, o
pela falta de habilitação de outro possível dependente, e qualquer auxílio-reclusão que estiver sendo pago será automaticamente con-
inscrição ou habilitação posterior que implique inclusão de depen- vertido em pensão por morte.
dente só produzirá efeito a contar da data da inscrição ou habilita-
ção, quando estas forem deferidas. SEÇÃO X
Art. 75.  A pensão por morte, havendo pluralidade de pensio- DO ABONO TREZENO
nistas, será rateada em partes iguais.
Parágrafo único.  Observado o disposto no caput deste artigo, a Art. 83.  Será devido abono trezeno ao participante ou ao bene-
quota daquele cujo direito à pensão cessar, reverterá proporcional- ficiário que, durante o ano, recebeu auxílio doença, aposentadoria,
mente em favor dos demais. pensão por morte, auxílio-maternidade ou auxílio-reclusão.
Art. 76.  Extingue-se a pensão quando extinta a parte devida ao Art. 84.   O abono trezeno será calculado, no que couber, da
último pensionista. mesma forma que o 13º (décimo terceiro) salário dos servidores,
Art. 77.  Será concedida pensão provisória por morte presumi- tendo por base o valor dos benefícios a que faz jus o participante ou
da do participante, quando esta for declarada em decisão judicial. dependente no mês de dezembro de cada ano.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CAPÍTULO VI IV - pensões alimentícias decorrentes de sentença judicial; e
DAS REGRAS GERAIS APLICÁVEIS À CONCESSÃO DE APO- V - mensalidades de associações e demais entidades de apo-
SENTADORIAS, PENSÕES E AO CÁLCULO DOS RESPECTIVOS sentados legalmente reconhecidas, desde que autorizadas.
PROVENTOS § 1º  O desconto a que se refere o inciso V deste artigo, de-
penderá da conveniência administrativa do setor de benefícios do
Art. 85.  Concedida a aposentadoria ou pensão, será o ato pu- CAMPREV.
blicado no Diário Oficial do Município. § 2º A restituição de importância recebida indevidamente por
Art. 86.  A aposentadoria vigorará a partir da data da concessão segurado do Regime Próprio de Previdência Social do Município de
do referido benefício, exceto no caso de aposentadoria compulsó- Campinas, nos casos comprovados de dolo, fraude ou má-fé, deve-
ria. rá ser feita de uma só vez, devidamente atualizada, independen-
Art. 87.  Os proventos de aposentadoria e as pensões, por oca- temente da aplicação de quaisquer apenamentos previstos em lei.
sião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração ou o § 3º Caso o débito seja originário de erro do CAMPREV, o se-
subsídio do respectivo servidor, no cargo em que se deu a aposen- gurado, usufruindo de benefício regularmente concedido, poderá
tadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão. devolver o valor de forma parcelada, monetariamente atualizado
Art. 88.  O Regime Próprio de Previdência Social do Município pelos índices de correção da caderneta de poupança, devendo cada
de Campinas observará, no que couber, os requisitos e critérios fi- parcela corresponder a no máximo 10% (dez por cento) do valor
xados para o Regime Geral de Previdência Social. líquido do benefício em manutenção e ser descontado em número
Art. 89.  Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos de meses necessários à liquidação do débito.
acumuláveis na forma da Constituição da República Federativa do Art. 93.  No caso de revisão de benefícios de que resultar valor
Brasil, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta superior ao que vinha sendo pago, em razão de erro do CAMPREV, o
do CAMPREV. valor resultante da diferença verificada entre o pago e o devido será
Art. 90. Os proventos, pensões ou outros benefícios a ser cus- objeto de atualização, nos mesmos moldes do parágrafo anterior.
teados pelo Instituto de Previdência Social do Município de Campi- Art. 94.  Será fornecido ao segurado demonstrativo minucioso
nas, percebidos cumulativamente ou não, com a remuneração e o das importâncias pagas, discriminando-se o valor da mensalidade,
subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos de as diferenças eventualmente pagas, o período a que se referem e os
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e descontos efetuados.
dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais Art. 95.  O benefício será pago diretamente ao participante ou
agentes políticos, incluídas todas as vantagens pessoais ou de qual- ao beneficiário, salvo em caso de ausência, moléstia contagiosa ou
quer outra natureza, terão como limite: impossibilidade de locomoção, quando será pago a procurador,
I máximo, o subsídio mensal recebido, em espécie, pelo Chefe cujo mandato não terá prazo superior a seis meses, podendo ser
do Poder Executivo Municipal. renovado ou revalidado pelos setores de benefícios do CAMPREV.
II mínimo, 100% (cem por cento) do menor vencimento padrão Parágrafo único.  O procurador do beneficiário deverá firmar,
pago pela Administração Direta da Prefeitura Municipal de Campi- perante o CAMPREV, termo de responsabilidade mediante o qual se
nas. comprometa a comunicar qualquer evento que possa retirar eficá-
§ 1º Para o efeito do disposto no caput deste artigo, observar- cia da procuração, principalmente o óbito do outorgante.
-se-á, para apuração do limite máximo, a soma total dos benefícios Art. 96.  O CAMPREV apenas poderá negar-se a aceitar procu-
previdenciários e destes com os valores percebidos em decorrência ração quando se verificar indício de falsidade do documento ou de
de cargos acumuláveis na forma da Constituição Federal, cargo em inidoneidade do mandatário, sem prejuízo, no entanto, das provi-
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, bem dências que se fizerem necessárias.
como de outras atividades sujeitas à contribuição para o Regime Art. 97.  Somente será aceita a constituição de procurador com
Geral de Previdência Social. mais de uma procuração, ou procurações coletivas, nos casos de
§ 2º Ficam o Instituto de Previdência do Município de Campi- representantes credenciados de leprosários, sanatórios, asilos e
nas CAMPREV e todos os órgãos da administração municipal direta, outros estabelecimentos congêneres, nos casos de parentes de pri-
autárquica e fundacional e do Poder Legislativo Municipal obriga- meiro grau ou, em outros casos, a critério do CAMPREV.
dos a, periodicamente, verificar o atendimento do limite máximo Art. 98.  O benefício devido ao participante ou dependente ci-
de remuneração previsto no caput e que deve ser aplicado à soma vilmente incapaz será pago, na ausência de determinação judicial
da remuneração ou ao subsídio de cargo acumulável na forma da específica, ao cônjuge, pai, mãe, tutor ou curador, conforme o caso.
Constituição Federal e os benefícios a serem custeados pelo CAM- Art. 99.  Na ausência do cônjuge, pai, mãe, tutor ou curador,
PREV. tratados no artigo anterior, por período não superior a seis meses,
o pagamento será efetuado a herdeiro necessário, mediante termo
CAPÍTULO VII de compromisso firmado no ato do recebimento.
DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS RELATIVAS ÀS PRESTAÇÕES DO Art. 100.  A impressão digital do segurado incapaz de assinar,
REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL aposta na presença de servidor do CAMPREV, vale como assinatura
para quitação de pagamento de benefício.
Art. 91.   Nenhum benefício do CAMPREV poderá ser criado, Art. 101.  O valor não recebido em vida pelo participante so-
majorado ou estendido, sem a correspondente fonte de custeio to- mente será pago aos seus dependentes habilitados à pensão por
tal. morte ou, na falta deles, aos seus sucessores na forma da lei civil.
Art. 92.  O CAMPREV efetuará, sobre o valor mensal dos pro- Art. 102.  Os benefícios poderão ser pagos mediante depósito
ventos e demais benefícios previdenciários, os seguintes descontos: em conta corrente.
I - contribuições devidas pelos participantes e beneficiários ao Parágrafo único.   Os benefícios poderão ser pagos mediante
Regime Próprio de Previdência Social; qualquer outra forma de pagamento definida pelo CAMPREV.
II - pagamentos de benefícios além dos devidos, observado o Art. 103.  Salvo no caso das aposentadorias decorrentes de car-
disposto nesta Lei; gos acumuláveis na forma da Constituição da República Federativa
III - imposto de renda na fonte; do Brasil, não é permitido o recebimento conjunto, a custo do Re-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
gime Próprio de Previdência Social do Município de Campinas ou Art. 112.  Prescreve em cinco anos, a contar da data em que
do Tesouro Municipal, dos seguintes benefícios, inclusive quando deveriam ter sido pagas, todo e qualquer direito de revisão admi-
decorrentes de acidente de trabalho: nistrativa para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições
I - aposentadoria com auxílio-doença; ou diferenças devidas pelo Regime Próprio de Previdência Social,
II - mais de uma aposentadoria; salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma da le-
III - auxílio-maternidade com auxílio-doença; gislação civil.
IV - mais de uma pensão deixada por cônjuge; Parágrafo único O prazo de prescrição acima estabelecido não
V - mais de uma pensão deixada por companheiro, companhei- se aplica aos atos administrativos inexistentes ou nulos de pleno
ra ou convivente; direito.
VI - aposentadoria com abono de permanência em serviço; Art. 113.  Os pedidos de aposentadoria, exoneração e licença
VII - mais de um auxílio-doença; para tratar de interesses particulares ou afastamento sem remune-
VIII - auxílio-doença com qualquer aposentadoria ração, a qualquer título, e suas prorrogações, de servidores públicos
Parágrafo único.  No caso dos incisos IV e V é facultado ao de- da administração direta, das autarquias, das fundações e do Poder
pendente optar pela pensão mais vantajosa. Legislativo do Município de Campinas, serão obrigatoriamente ins-
Art. 104.  Os pagamentos dos benefícios de prestação continu- truídos com certificado de regularidade de situação perante o CAM-
ada não poderão ser antecipados. PREV.
Art. 105.   Os exames médicos para concessão e manutenção Parágrafo único.  No caso de exoneração, o certificado referido
de benefícios devem ser preferencialmente atribuídos a médicos neste artigo será expedido no prazo máximo de 05 (cinco) dias úteis
especializados em perícia para verificação de incapacidade, garan- e nos demais casos no prazo máximo de 15 dias úteis, contados da
tida a revisão e a convalidação do laudo por médico do CAMPREV, data do protocolo.
observando-se os mesmos preceitos quando forem realizados por Art. 114.   Serão submetidos a periódico recadastramento e
médicos credenciados. concomitante comprovação de vida: (Ver Ordem de Serviço nº 01,
Art. 106.  Fica o CAMPREV obrigado a emitir e a enviar aos se- de 13/06/2022-CAMPREV)
gurados aviso de concessão de benefício, além da memória de cál- I - os servidores inativos, a cada 12 (doze) meses; e
culo do valor dos benefícios concedidos. II - os beneficiários, a cada 6 (seis) meses.
Art. 107.  O pagamento das parcelas relativas a benefícios efe- § 1º O não cumprimento do disposto neste artigo, nos prazos
tuados com atraso por responsabilidade do CAMPREV será atualiza- estabelecidos nos seus incisos, importará a suspensão dos benefí-
do no período compreendido entre o mês em que deveria ter sido cios até a regularização por parte do interessado, sem prejuízo da
pago e o mês do efetivo pagamento. prescrição estabelecida no artigo 112 desta lei.
Parágrafo único.  O prazo para a concessão e pagamento dos § 2º A documentação necessária para promoção do recadastra-
benefícios previdenciários deverá constar em Ordem de Serviço a mento, será estabelecida através de Ordem de Serviço.
ser expedida pelo CAMPREV e a atualização prevista no caput será
devida apenas a partir do término do período regularmente esta- CAPÍTULO VIII
belecido. DA CONTAGEM RECÍPROCA DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
Art. 108.   A apresentação de documentação incompleta não
pode constituir motivo de recusa de requerimento de benefício. Art. 115.  O participante terá direito de computar, para fins de
Parágrafo único.  Na hipótese do caput deste artigo, o requeri- concessão e revisão dos benefícios do Regime Próprio de Previdên-
mento será indeferido caso o segurado não cumpra a exigência de cia Social do Município de Campinas, o tempo de contribuição em
regularização no prazo de trinta dias. qualquer dos Poderes da Administração Pública Federal, Estadual,
Art. 109.  O CAMPREV manterá programa permanente de revi- Distrital ou Municipal, bem como ao Regime Geral de Previdência
são da concessão e da manutenção dos benefícios, a fim de apurar Social.
irregularidades e falhas eventualmente existentes. § 1º O tempo de serviço prestado até que lei discipline a maté-
Art. 110.  Havendo indício de irregularidade na concessão ou ria será considerado tempo de contribuição, exigível, em qualquer
na manutenção de benefício, o CAMPREV notificará o segurado caso, a apresentação da respectiva certidão original expedida por
para apresentar no prazo de trinta dias defesa, provas ou documen- instituição de previdência social oficial ou por órgão responsável da
tos de que dispuser. administração direta e indireta da União, Estados, Distrito Federal
§ 1º A notificação a que se refere o caput deste artigo far-se-á e Municípios.
por via postal com aviso de recebimento, sem prejuízo da publica- § 2º No caso do trabalhador que tenha se vinculado a órgão da
ção no Diário Oficial do Município. administração direta e indireta da União, Estados, Distrito Federal
§ 2º  Decorrido o prazo concedido pela notificação postal ou e Municípios, submetendo-se ao Regime da Consolidação das Leis
pelo edital, sem que tenha havido resposta, ou caso seja esta con- do Trabalho, somente será aceita a certidão de tempo de serviço
siderada pelo CAMPREV como insuficiente ou improcedente, o be- original que for expedida pelo órgão responsável pelo Regime Geral
nefício será corrigido, dando-se conhecimento da decisão ao segu- de Previdência Social.
rado. Art. 116.  Para efeitos de concessão de aposentadoria ou qual-
Art. 111.  A perda da qualidade de participante importa a cadu- quer outro benefício fica vedada contagem de tempo de contribui-
cidade dos direitos inerentes a essa qualidade. ção fictício.
§ 1º A perda da qualidade de participante não prejudica o direi- Art. 117.  O tempo de contribuição será contado de acordo com
to à aposentadoria, desde que tenham sido preenchidos todos os a legislação pertinente, observadas as seguintes normas:
requisitos para a obtenção do referido benefício, segundo a legisla- I - não será admitida a contagem em dobro ou em outras con-
ção então vigente. dições especiais ou fictícias;
§ 2º Não será concedida pensão por morte aos dependentes II - é vedada a contagem de tempo de contribuição no serviço
do participante que falecer após a perda desta qualidade, salvo se público com tempo de contribuição na atividade privada, quando
preenchidos os requisitos para obtenção de aposentadoria. concomitantes;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
III - somente será aceita a certidão de tempo de contribuição II - dos registros em Carteira Profissional ou Carteira de Tra-
original. balho e Previdência Social, complementados, quando for o caso,
Art. 118.   A certidão de tempo de contribuição, para fins de por declaração do Estabelecimento de Ensino em que foi exercida
averbação do tempo em outros regimes de previdência, somente a atividade, devendo na extinção deste ser atestado pela Diretoria
será expedida pelo CAMPREV após a comprovação da quitação de de Ensino.
todos os valores devidos, inclusive de eventuais parcelamentos de
débito. CAPÍTULO IX
§ 1º  O CAMPREV deverá promover o levantamento do tempo DA JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA
de contribuição para o Regime Próprio de Previdência Social do Mu-
nicípio de Campinas, à vista dos assentamentos internos ou, quan- Art. 124.  A justificação administrativa constitui recurso utiliza-
do for o caso, de outros meios de prova admitidos em direito. do para suprir a falta ou a insuficiência de documento ou para pro-
§ 2º  A expedição de certidão de tempo de contribuição pelo duzir prova de fato ou circunstância de interesse dos participantes
CAMPREV importará a baixa do referido tempo nos assentamentos ou beneficiários, perante o CAMPREV.
individuais do servidor. § 1º Não será admitida a justificação administrativa quando o
§ 3º  Deverá constar em prontuário próprio o registro da expe- fato a comprovar exigir registro público de casamento, de idade ou
dição da certidão de tempo de contribuição, mencionada no pará- de óbito, ou de qualquer ato jurídico para o qual a lei prescreva
grafo anterior, constando o período averbado e a finalidade para a forma especial.
qual foi expedida. § 2º  O processo de justificação administrativa é antecedente
§ 4º O interessado dará recibo da certidão de tempo de contri- ao pertinente à concessão de benefícios concedidos por esta lei,
buição expedida pelo CAMPREV, o qual implicará sua concordância devendo ser apensado ao processo principal.
quanto ao tempo certificado. Art. 125.  A justificação administrativa somente produzirá efei-
§ 5º  A reutilização do tempo de contribuição baixado pelo to quando baseada em início de prova material, não sendo admitida
CAMPREV somente dar-se-á com a entrega da referida certidão de prova exclusivamente testemunhal.
tempo de contribuição original expedida por este órgão, mediante § 1º  É dispensado o início de prova material quando houver
declaração, sob as penas da lei, de que este tempo não está sendo ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito.
utilizado para quaisquer fins previdenciários junto a outro órgão ou § 2º  Caracteriza-se motivo de força maior ou caso fortuito a
instituição de previdência. verificação de ocorrência notória, tais como incêndio, inundação ou
§ 6º Os dados constantes da certidão de tempo de contribui- desmoronamento que tenha atingido os documentos ou os dados
que poderiam comprovar o tempo de serviço ou de contribuição
ção serão estabelecidos através de Ordem de Serviço, a ser expe-
para o órgão ou entidade na qual o participante alegue ter traba-
dida pelo Instituto de Previdência Social do Município de Campinas
lhado, devendo ser comprovada mediante registro da ocorrência
CAMPREV.
policial feito em época própria ou apresentação de documentos
Art. 119.  O tempo de contribuição para outros regimes de pre-
contemporâneos aos fatos e verificada a correlação com o fato ou
vidência somente pode ser aproveitado junto a este Regime Próprio
situação que se pretende provar.
de Previdência Social mediante a entrega de certidão de tempo de
Art. 126.  Para o processamento de justificação administrativa,
contribuição original fornecida:
o interessado deverá apresentar requerimento em que exponha,
I - pelo setor competente da administração federal, estadual, clara e minuciosamente, os pontos que pretende justificar, juntan-
distrital e municipal, de suas autarquias e fundações, relativamen- do as provas materiais que possuir e indicando as testemunhas idô-
te ao tempo de contribuição para o respectivo regime próprio de neas, em número não superior a seis, cujos depoimentos possam
previdência, devidamente confirmada por certidão do respectivo levar à convicção da veracidade do que se pretende comprovar.
Tribunal de Contas, quando for o caso; ou § 1º  As testemunhas, no dia e hora marcados, serão inquiri-
II - pelo setor competente do Instituto Nacional do Seguro So- das a respeito dos pontos que forem objeto da justificação, indo o
cial - INSS, relativamente ao tempo de contribuição para o Regime processo concluso, a seguir, ao Diretor Previdenciário, a quem com-
Geral de Previdência Social. petirá homologar ou não a justificação realizada, cabendo desta de-
Art. 120.   Considera-se tempo de contribuição, o contado de cisão, em caso de indeferimento, total ou parcial, recurso, no prazo
data a data, desde o início do exercício de cargo até a data do reque- de 10 (dez) dias úteis, à Junta de Recursos.
rimento de aposentadoria ou do desligamento, conforme o caso, § 2º A justificação administrativa apresentada sem a observân-
descontados os períodos legalmente estabelecidos como de sus- cia dos requisitos indicados no  caput  deste artigo será indeferida
pensão de exercício e de desligamento da atividade. sem exame do mérito, podendo o interessado desta decisão pedir
Art. 121.  São contados, em relação ao serviço público federal, reconsideração para a mesma autoridade que houver proferido o
estadual, distrital ou municipal, ou ao Regime Geral de Previdên- indeferimento do pedido, desde que cumpra os requisitos formais
cia Social, como tempo de contribuição neste Regime Próprio de do referido processo de justificação.
Previdência Social todo aquele que esta Lei também considerar em Art. 127.   Não podem ser testemunhas as pessoas absoluta-
relação ao tempo prestado exclusivamente pelo servidor para este mente incapazes e os ascendentes, descendentes ou colaterais, até
Município. o terceiro grau, por consanguinidade ou afinidade.
Art. 122.  Não será admitida prova exclusivamente testemunhal Art. 128.  A justificação administrativa será avaliada globalmen-
para efeito de comprovação de tempo de contribuição ou de servi- te quanto à forma e ao mérito, valendo perante o CAMPREV para os
ço, quando for o caso, salvo na ocorrência de motivo de força maior fins especificamente visados, caso seja homologada.
ou caso fortuito, observado o disposto nesta lei. Art. 129.   A justificação administrativa será processada sem
Art. 123.  A comprovação das funções de magistério, far-se-á ônus para o interessado e nos termos das instruções do CAMPREV.
mediante a apresentação: Art. 130.  Somente será admitido o processamento de justifica-
I - do respectivo diploma registrado nos órgãos competentes ção administrativa na hipótese de ficar evidenciada a inexistência
federais e estaduais ou de qualquer outro documento que com- de outro meio capaz de configurar a verdade do fato alegado e o
prove a habilitação para o exercício do magistério, na forma de lei início de prova material apresentado levar à convicção do que se
específica; e pretende comprovar.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
TÍTULO IV V - controlar a aderência às normas e ao enquadramento dos
DA CONTABILIDADE E FINANÇAS DO CAMPREV investimentos impostos pela legislação vigente e pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN), inclusive risco;
Art. 131.  O CAMPREV deverá manter os seus registros contá- VI - avaliar a política de investimentos, propondo alterações
beis próprios, criando o seu plano de contas, que espelhe com fide- julgadas necessárias;
dignidade a sua situação econômica e financeira de cada exercício, VII - zelar pela promoção de elevados padrões éticos na condu-
evidenciando, ainda, as despesas e receitas previdenciárias, patri- ção das operações relativas as aplicações dos recursos da entidade.
moniais, financeiras e administrativas, além de sua situação ativa e Art. 134.  O CAMPREV na condição de autarquia municipal au-
passiva, observando as seguintes normas gerais de contabilidade, tônoma, prestará contas anualmente ao Tribunal de Contas do Esta-
aplicando-se, no que couber, a legislação pertinente: do de São Paulo, respondendo seus gestores pelo fiel desempenho
I - a escrituração deverá incluir todas as operações que envol- de suas atribuições e mandatos, na forma da lei.
vam direta ou indiretamente a responsabilidade do Regime Próprio Art. 135.   O CAMPREV deverá implementar o registro indivi-
de Previdência Social do Município de Campinas e que modifiquem dualizado das contribuições dos servidores da Prefeitura, de suas
ou possam vir a modificar seu patrimônio; autarquias e fundações e da Câmara Municipal, conforme previsto
II - as receitas e as despesas operacionais e administrativas se- nesta lei, onde deverão constar, do servidor, os seguintes dados:
rão escrituradas em regime de competência; I - nome;
III - a escrituração será feita de forma autônoma em relação às II - matrícula;
contas do ente público; III - remuneração;
IV - o exercício contábil tem a duração de um ano civil, com IV - valores mensais e acumulados no período, da contribuição
término no último dia útil de cada ano; previdenciária;
V - o CAMPREV deverá elaborar, com base em sua escrituração V - valores mensais e acumulados do recolhimento previdenci-
contábil, 4 (quatro) demonstrações financeiras que expressem com ário do respectivo ente estatal referente ao servidor.
clareza a situação do patrimônio durante o exercício contábil e as Parágrafo único.  O segurado será cientificado das informações
variações ocorridas no exercício, a saber: constantes de seu registro individualizado mediante extrato anual
a) balanço patrimonial; de prestação de contas.
b) demonstração do resultado do exercício; Art. 136.  Na Avaliação Atuarial prevista no § 1º, do artigo 138
c) demonstração financeira das origens das aplicações dos re- desta Lei serão observadas as normas gerais de atuária e os parâ-
cursos; metros da legislação pertinente.
d) demonstração analítica dos investimentos. § 1º A Prefeitura Municipal, a Câmara Municipal, as autarquias
VI - deverá o CAMPREV adotar registros contábeis auxiliares e fundações, conforme previsto nesta lei, deverão acatar as orien-
para apuração de depreciações, de avaliações dos investimentos, tações contidas no parecer técnico atuarial anual, tomando as me-
da evolução das reservas e da demonstração dos resultados do didas necessárias, em conjunto com a Diretoria do CAMPREV, para
exercício; implantação imediata das recomendações dele constantes, contan-
VII - deverá o CAMPREV complementar suas demonstrações do, ainda, com todo o apoio e empenho dos Conselhos Municipal
financeiras por notas explicativas e outros quadros demonstrativos de Previdência e do Conselho Fiscal.
necessários ao minucioso esclarecimento da situação patrimonial e § 2º A Avaliação Atuarial descrita no caput deste artigo deverá
dos resultados do exercício; estar disponível para conhecimento e acompanhamento do Minis-
VIII - os investimentos em imobilizações para o uso ou renda tério da Previdência Social, até 31 de março do ano subsequente.
devem ser corrigidos e depreciados pelos critérios adotados pelo Art. 137.  O regime de financiamento dos benefícios previden-
Banco Central do Brasil. ciários abrangidos pelo CAMPREV, será o de:
§ 1º  Deverá ser realizada auditoria contábil, em cada balan- I - repartição simples, para os participantes e seus beneficiários,
ço, por entidades regularmente inscritas em órgão competente da segurados do Regime Próprio de Previdência Social do Município de
União, observadas as normas estabelecidas por este órgão fiscali- Campinas e da Caixa de Assistência e Previdência dos Servidores da
zador. Câmara Municipal de Campinas, até a data de publicação desta lei;
§ 2º A auditoria contábil prevista no parágrafo anterior deverá II - capitalização, para os participantes segurados do CAMPREV,
ser encaminhada ao Ministério da Previdência Social para conhe- que ingressarem a partir da data de publicação desta lei e seus be-
cimento e acompanhamento, até o dia 31 de março do ano subse- neficiários.
quente. § 1º  Na aplicação da revisão da segregação da massa prevista
Art. 132.  A vigência da Política de Investimentos, a que se re- nesta Lei Complementar, com a transferência de segurados e das
fere o artigo 9º, XI, desta lei, terá validade de até 06 (seis) meses, respectivas obrigações do Fundo Financeiro para o Previdenciário, o
podendo ser alterada a qualquer momento, mediante aprovação regime de financiamento aplicável aos benefícios deste grupo será
do Conselho Municipal de Previdência. alterado de repartição simples para o de capitalização. (acrescido
Art. 133.  Compete aos gestores de investimentos: pela  Lei Complementar nº 260, de 18/06/2020) (Regulamentado
I - determinar e manter as aplicações financeiras, observado o pelo Decreto nº 21.012, de 20/08/2020 ; Ver Decreto nº 22.411, de
disposto na Política de Investimentos; 27/09/2022) 
II - definir os limites globais de aplicações em cotas de Fundos § 2º  O Fundo Financeiro constitui-se de grupo fechado e em
de Investimentos por gestor, observando-se que os limites deverão processo de extinção, sendo vedada a migração de segurados e
estar sempre acompanhados de análise técnica elaborada por es- das respectivas obrigações financeiras e atuariais advindas do Fun-
pecialistas ou empresas reconhecidas pelo mercado; do Previdenciário.  (acrescido pela  Lei Complementar nº 260, de
III - orientar, em termos gerais, os investimentos com base em 18/06/2020)
análise dos cenários políticos, econômicos e financeiros;
IV - controlar a aderência ao mandato, através de “reports”
(composição, limites e requisitos da carteira) emitidos pelo admi-
nistrador-gestor;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
TÍTULO V § 1º  O percentual da contribuição será de 14% (quatorze por
DO CUSTEIO DO REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL cento) sobre os proventos de aposentadorias e pensões conforme
DO MUNICÍPIO DE CAMPINAS o limite estabelecido no caput deste artigo, nos termos do § 4º do
art. 9º e do caput do art. 11 da Emenda Constitucional nº 103, de
Art. 138. A alíquota de contribuição ordinária dos servidores 2019. (nova redação de acordo com a Lei Complementar nº 259, de
ativos para o custeio do Regime Próprio de Previdência Social do 28/04/2020)
Município de Campinas corresponderá a 14% (quatorze por cento), § 2º  A alíquota e a base contributiva previstas neste artigo se-
atendendo ao disposto no § 4º do art. 9º e no caput do art. 11 da rão revistas por lei complementar de iniciativa do Poder Executi-
Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019, e in- vo, com o objetivo de adequá-las aos parâmetros que assegurem
cidirá sobre a remuneração de contribuição de que trata o inciso o equilíbrio financeiro e atuarial do Regime Próprio de Previdência
XI do art. 20 desta Lei Complementar, a ser descontada e recolhida Social do Município de Campinas.  (nova redação de acordo com
pelo órgão ou entidade a que se vincule o servidor. (nova redação a Lei Complementar nº 259, de 28/04/2020)
de acordo com a Lei Complementar nº 259, de 28/04/2020) Art. 141. A alíquota de contribuição ordinária dos órgãos e enti-
§ 1º  O Poder Executivo, anualmente, após aprovação pelo Con- dades da Administração Pública municipal do Poder Executivo e do
selho Municipal de Previdência de estudo atuarial que indique a Poder Legislativo do Município de Campinas corresponderá a 28%
necessidade de revisão da alíquota de que trata o caput deste arti- (vinte e oito por cento) da totalidade das parcelas de remuneração
go, encaminhará à Câmara Municipal proposta de lei complementar de contribuição dos servidores ativos. (nova redação de acordo com
com o objetivo de adequar o percentual e a base contributiva pre- a Lei Complementar nº 259, de 28/04/2020)
vistos no caput , bem como do plano de custeio previsto nesta Lei § 1º  Ficam autorizados os órgãos e as entidades da Adminis-
Complementar, em atendimento aos dispositivos da Emenda Cons- tração Pública municipal do Poder Executivo e do Poder Legislativo
titucional nº 103, de 2019, a fim de assegurar o equilíbrio financeiro do Município de Campinas a realizar contribuição previdenciária
e atuarial do Regime Próprio de Previdência Social do Município de patronal suplementar ou aporte em caráter temporário e adicional
Campinas.  (nova redação de acordo com a  Lei Complementar nº às alíquotas ordinárias de custeio do Regime Próprio de Previdência
259, de 28/04/2020) Social - RPPS, que serão distribuídos de forma proporcional às obri-
§ 2º  A avaliação financeira e atuarial do Regime Próprio de gações dos respectivos segurados, para a cobertura da insuficiência
Previdência Social - RPPS deverá ser realizada por profissional ha- financeira originada pelo pagamento dos benefícios previdenciá-
bilitado, regularmente inscrito na entidade de classe, ser elaborada rios. (nova redação de acordo com a Lei Complementar nº 259, de
conforme normas gerais de atuária e a legislação pertinente, e ser 28/04/2020)
encaminhada à Secretaria Nacional de Previdência - SPREV no prazo § 2º A contribuição ou aporte temporários previstos neste arti-
previsto na legislação federal pertinente. (nova redação de acordo go serão calculados em estudo atuarial e vigorarão até que a legis-
com a Lei Complementar nº 259, de 28/04/2020) lação municipal estabeleça um novo modelo de custeio do Regime
Art. 139.  As contribuições dos participantes em atividade são Próprio de Previdência Social - RPPS decorrente da aplicação dos
devidas mesmo que se encontrem sob o regime de disponibilidade dispositivos previstos na Emenda Constitucional nº 103, de 2019,
ou gozo de benefícios. (Regulamentado pelo Decreto nº 18.463, de em especial aqueles constantes do art. 149 da Constituição Fede-
02/09/2014)  ral. (nova redação de acordo com a Lei Complementar nº 259, de
Parágrafo único.   A contribuição previdenciária, sem prejuízo 28/04/2020)
das regras gerais desta lei, observará, ainda, os seguintes preceitos: § 3º  Os efeitos da medida prevista no caput deste artigo serão
I em caso de cessão, com prejuízo de seus vencimentos, o res- aplicados a partir do orçamento do exercício de 2020. (nova reda-
pectivo termo deverá estabelecer o regime de transferência dos ção de acordo com a Lei Complementar nº 259, de 28/04/2020)
valores atinentes ao participante e ao órgão ou entidade cessioná- Art. 142.  Fica criado o Fundo Previdenciário, de natureza con-
ria, sendo o repasse destes valores de responsabilidade do órgão tábil e caráter permanente, para custear na forma legal, as despe-
cessionário, devendo a contribuição previdenciária ter como base sas previdenciárias relativas aos servidores participantes admitidos
a remuneração de contribuição do participante junto ao órgão ce- a partir da data de publicação desta lei.
dente, como se na ativa estivesse; (ver Instrução Normativa 001 , § 1º  O Fundo Previdenciário será constituído pelas seguintes
de 30/06/2005 - Camprev) receitas:
II em caso de afastamento para cumprimento de mandato ele- I - contribuições previstas nos artigos 138, 139 e no inciso I, do
tivo, a respectiva portaria deverá designar os valores de contribui- artigo 140 desta lei, no tocante aos servidores referidos no caput do
ção do servidor e do órgão, devendo a contribuição previdenciá- presente artigo;
ria ter como base a remuneração de contribuição do participante, II - de rendimentos e acréscimos resultantes da aplicação de
como se na ativa estivesse; seus recursos;
III em caso de afastamento, com prejuízo de seus vencimentos, III - de créditos decorrentes do repasse oriundo do Regime Ge-
incumbe ao participante promover o recolhimento tempestivo das ral de Previdência Social, sob a forma de compensação previdenciá-
contribuições previdenciárias próprias e das relativas ao órgão ou ria, nos termos da Lei Federal que rege a matéria;
entidade de vinculação, até a data do término de seu afastamento, IV - de créditos decorrentes do repasse oriundo de outros regi-
devendo a contribuição previdenciária ter como base a remunera- mes próprios de previdência de servidores públicos, sob a forma de
ção de contribuição do participante, como se na ativa estivesse. compensação previdenciária, na forma que dispuser a lei;
Art. 140. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposen- V - contribuições ou aportes extraordinários, se apurada a ne-
tadorias e pensões concedidas pelo Instituto de Previdência Social cessidade por avaliação atuarial.
do Município de Campinas - CAMPREV, com percentual igual ao es- VI - de contribuições adicionais dos patrocinadores neces-
tabelecido para os servidores titulares em atividade, sobre os pro- sárias para custear e financiar os benefícios dos participantes se-
ventos de aposentadorias e pensões que superem o limite máximo gurados do CAMPREV.  (acrescido pela  Lei Complementar nº 154,
estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência de 22/11/2017)   (Efeitos suspensos de acordo com  ADI 2231529-
Social. (nova redação de acordo com a Lei Complementar nº 259, 29.2017.8.26.0000)
de 28/04/2020)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 143.  Fica criado o Fundo Financeiro, de natureza contábil e (nova redação de acordo com  a  Lei Complementar nº 154,
caráter temporário, para custear, paralelamente aos recursos orçamen- de 22/11/2017)   (Efeitos suspensos de acordo com  ADI 2231529-
tários e às respectivas contribuições dos patrocinadores, dos partici- 29.2017.8.26.0000)
pantes e dos beneficiários, as despesas previdenciárias relativas aos § 3º Quando os recursos do Fundo Financeiro tiverem sido to-
servidores participantes admitidos até a data de publicação desta lei. talmente utilizados, o Poder Executivo Municipal, suas autarquias,
§ 1º  O Fundo Financeiro será constituído pelas seguintes re- fundações e o Poder Legislativo Municipal assumirão a integraliza-
ceitas: ção da folha líquida de benefícios.
I de contribuições adicionais dos patrocinadores necessárias Art. 144. A segregação da massa prevista no art. 137 desta Lei
para custear e financiar os benefícios do Regime Próprio de Previ- Complementar poderá ser revista mediante prévio estudo técnico
dência Social de que trata esta lei; que demonstre a existência de superávit financeiro e atuarial no
II de saldos existentes no Fundo de Caixa Previdenciário, no Fundo Previdenciário, desde que atendidos os parâmetros da legis-
Fundo de Reserva Previdenciária e no Fundo de Custeio dos Benefí- lação federal quanto aos critérios de solvência, liquidez e seguran-
cios Previdenciários, criados pela Lei Municipal nº 8442 , de 15 de ça, possibilitando alocação mais eficiente dos recursos previdenciá-
agosto de 1995; rios. (nova redação de acordo com a Lei Complementar nº 260, de
III de bens que integravam o patrimônio do Instituto de Previ- 18/06/2020)
dência dos Municipiários de Campinas IPMC; Parágrafo único.  O superávit financeiro e atuarial que viabilize
IV - de bens e recursos integrantes do patrimônio da Caixa de a revisão da segregação da massa e da margem de segurança, nos
Previdência dos Servidores da Câmara Municipal de Campinas; moldes previstos no caput deste artigo, poderá se dar pelo aporte
V de créditos decorrentes do repasse oriundo do Regime Geral de bens, direitos e ativos de qualquer natureza. (acrescido pela Lei
de Previdência Social, sob a forma de compensação previdenciária, Complementar nº 260, de 18/06/2020)
nos termos da Lei Federal que rege a matéria; Art. 144-A.  O Poder Executivo do município transferirá a ti-
VI de créditos decorrentes do repasse oriundo de outros regi- tularidade de bens, direitos e ativos de qualquer natureza, para o
mes próprios de previdência de servidores públicos, sob a forma de CAMPREV integralizá-los ao Fundo Previdenciário, até o montante
compensação previdenciária, na forma que dispuser a lei; que corresponda ao total do passivo atuarial a descoberto do Fun-
VII de rendimentos e acréscimos resultantes da aplicação de do Financeiro, destinados à revisão da segregação da massa e da
seus recursos; margem de segurança prevista no art. 144 desta Lei Complemen-
VIII - do superávit gerado pela contribuição dos participantes tar. (acrescido pela Lei Complementar nº 260, de 18/06/2020)
e beneficiários referidos no caput em relação à despesa previden- § 1º  Para o atendimento da finalidade prevista no caput deste
ciária, enquanto a despesa previdenciária for inferior ao montante artigo, ficam transferidos ao CAMPREV os seguintes bens, direitos e
arrecadado por estas contribuições; ativos, constantes do rol a seguir descrito:
IX - do superávit gerado pela contribuição dos patrocinadores I - os juros sobre capital próprio e dividendos anuais da Socie-
em relação à contribuição referente aos participantes admitidos até dade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A - Sanasa Campi-
a data de publicação desta Lei, enquanto a despesa previdenciária nas, a partir da apuração da competência de 2020 até 2095;
for inferior às respectivas contribuições dos servidores ativos, inati- IV - os recebíveis decorrentes da alienação da folha de paga-
vos e pensionistas e dos respectivos patrocinadores; mento e da gestão de recursos, ativos e haveres dos entes da Admi-
X dos recursos de utilização e do produto da alienação de bens nistração Pública direta e indireta do município e do Poder Legislati-
e direitos do Regime Próprio de Previdência Social do Município de vo, a partir do exercício de 2025 até o exercício de 2095.
Campinas ou a este transferido pelos patrocinadores; § 2º  Os recursos previstos no § 1º deste artigo a serem apor-
XI dos recursos provenientes da carteira habitacional previstos tados ao CAMPREV são os previstos no Anexo I desta Lei Comple-
no artigo 10, inciso IV , e das ações previstas no artigo 13 da Lei mentar, o qual contém a discriminação dos itens e dos valores, que
Municipal nº 8.442, de 15 de agosto de 1995; serão reajustados anualmente pela variação do Índice Nacional de
XII - de superávits obtidos pelo Instituto de Previdência Social Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, do Instituto Brasileiro de Geo-
do Município de Campinas, obedecidas as normas da legislação fe- grafia e Estatística - IBGE, ou índice que venha a substituí-lo.
deral regente e o regulamento geral do sistema; § 3º  A fim de garantir a solvência e liquidez da revisão da se-
XIII - de doações e legados; gregação da massa prevista nesta Lei Complementar, na hipótese
XIV - do superávit financeiro do Fundo Previdenciário, aponta- de frustração parcial ou total de quaisquer das receitas vinculadas
do nos cálculos atuariais. (acrescido pela Lei Complementar nº 154,
constantes da tabela prevista no § 2º deste artigo, o Tesouro Mu-
de 22/11/2017)  (Declarado inconstitucional de acordo com a  ADI
nicipal ficará obrigado a proceder à complementação até o valor
2231529-29.2017.8.26.000)
faltante.
§ 2º  Quando as despesas previdenciárias forem superiores à
§ 4º  O Poder Executivo realizará inventário do seu patrimônio
arrecadação das suas contribuições, previstas nos arts. 138 e 140, e
imobiliário e, à luz da análise da oportunidade e conveniência e da
das contribuições previstas no inciso II do art. 141, será assim efetiva-
legislação de regência, poderá transferir a titularidade de bens do
da a necessária integralização da folha de benefícios: (nova redação
referido acervo ou o produto de sua alienação para o CAMPREV, vi-
de acordo com a Lei Complementar nº 154, de 22/11/2017)  (Efei-
tos suspensos de acordo com ADI 2231529-29.2017.8.26.0000) sando à destinação e observados os limites previstos no caput deste
I - 50% (cinquenta por cento) da complementação da des- artigo.
pesa será oriunda dos valores acumulados no Fundo Financei- § 5º  Ficam transferidos ao Fundo Previdenciário os bens imó-
ro; (nova redação de acordo com a Lei Complementar nº 154, de veis previstos no inciso III do § 2º do art. 173 desta Lei Complemen-
22/11/2017)   (Efeitos suspensos de acordo com  ADI 2231529- tar, pertencentes ao Fundo de Assistência à Saúde - FAS e ao Fundo
29.2017.8.26.0000) de Assistência à Saúde da Câmara - FASC, competindo ao CAMPREV
II - 50% (cinquenta por cento) da complementação da despesa atualizá-los a valor de mercado e integralizá-los para a fi nalidade
será oriunda de recursos orçamentários de todos os entes patro- prevista no caput deste artigo.
cinadores, estabelecidos na forma legal instituída para o procedi- § 6º  O CAMPREV fica autorizado a promover atos de gestão, in-
mento orçamentário, observada a previsão de despesa apurada em clusive a alienação dos imóveis previstos nos §§ 4º e 5º deste artigo,
avaliação atuarial. relacionados no Anexo II desta Lei Complementar.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 7º  A transferência de bens, direitos e ativos a serem vincula- da Constitucional nº 41/ 03, contribuirão para o custeio do Regime
dos ao CAMPREV depende de aceitação nos termos desta Lei Com- Próprio de Previdência Social do Município de Campinas com per-
plementar e realizar-se-á em caráter incondicional após o ato de centual igual ao estabelecido para os servidores públicos estatutá-
formalização. rios em atividade.
§ 8º  Fica vedada ao Município qualquer reivindicação ou rever- Parágrafo único.  A contribuição previdenciária a que se refere
são posterior ao ato de cessão, exceto a anulação por ilegalidade. o caput incidirá apenas sobre a parcela dos proventos e das pen-
Art. 144-B.  Observadas as disposições previstas nos arts. 144 sões que supere 50% (cinquenta por cento) do limite máximo esta-
e 144-A, o Fundo  Previdenciário poderá absorver obrigações do belecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
Fundo Financeiro por transferência de segurados, em contraparti- Art. 147.   Os proventos de aposentadoria e as pensões dos
da à apuração de superávit atuarial na data de transferência, que dependentes referidos no artigo anterior serão revistos na mesma
se realizará com periodicidade mínima anual, e mediante o aporte proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remune-
por lotes de bens, ativos e direitos transferidos. (acrescido pela Lei ração dos servidores em atividade, sendo também estendido aos
Complementar nº 260, de 18/06/2020) aposentados e pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens
§ 1º  A transferência de segurados prevista no caput deste arti- posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive
go se dará até que o montante da respectiva provisão matemática quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo
se equipare ao superávit atuarial previsto no art. 144, com a ga- ou função em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referên-
rantia da margem de segurança exigível pelo índice de cobertura cia para a concessão da pensão, na forma da lei.
estabelecido na legislação federal.
§ 2º  A Presidência do CAMPREV submeterá proposta tecnica- SEÇÃO II
mente fundamentada da revisão da segregação da massa à aprecia- DAS DISPOSIÇÕES PARA QUEM CUMPRIU OS CRITÉRIOS PARA
ção do Conselho Municipal de Previdência, a qual deverá abranger: A CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DE APOSENTADORIA E PEN-
I - avaliação atuarial específica, demonstrando como se efetiva- SÃO POR MORTE ATÉ 30/12/2003
rá a transferência de segurados e respectivas reservas matemáticas; (PARIDADE E INTEGRALIDADE AOS SERVIDORES QUE INGRES-
II - avaliação dos bens, direitos e ativos transferidos, a valor de SARAM NO SERVIÇO PÚBLICO ATÉ 31/12/2003 - EMENDA
mercado, quanto à qualidade e à liquidez, com o objetivo de gerar CONSTITUCIONAL Nº 41/2003)
o melhor resultado para o fundo e para o Regime Próprio de Previ-
dência Social; Art. 148.  É assegurada a concessão, a qualquer tempo, de aposen-
III - atendimento dos critérios objetivos de risco, tais como ida- tadoria aos servidores públicos participantes, bem como pensão aos
de, tempo de contribuição, carreira e outros aplicáveis; seus dependentes, que, até a data de publicação da Emenda Constitu-
IV - demonstração das obrigações orçamentárias, financeiras, cional nº 41/03, tenham cumprido todos os requisitos para a obtenção
contábeis e atuariais dos recursos e das obrigações corresponden- desses benefícios, com base nos critérios da legislação então vigente.
tes a cada grupo de segurados transferidos. § 1º Os proventos da aposentadoria a ser concedida aos servi-
§ 3º  A avaliação prevista no inciso II do § 2º deste artigo deverá dores públicos referidos no caput , em termos integrais ou propor-
ser aprovada pelo Conselho Municipal de Previdência, na forma da cionais ao tempo de contribuição já exercido até a data de publi-
legislação federal pertinente. cação da Emenda Constitucional nº 41/03, bem como as pensões
§ 4º  O regulamento detalhará os critérios necessários para a de seus dependentes, serão calculados de acordo com a legislação
operacionalização da revisão da segregação da massa prevista nesta em vigor à época em que foram atendidos os requisitos nela esta-
Lei Complementar, observada a legislação federal afeta à matéria. belecidos para a concessão desses benefícios ou nas condições da
Art. 144-C.  O CAMPREV, a fim de garantir eficiência à rentabi- legislação vigente.
lização e à monetização das reservas do Fundo Previdenciário, fica § 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões dos depen-
autorizado, na forma da legislação pertinente, a:  (acrescido pela Lei dentes referidos no caput serão revistos na mesma proporção e na
Complementar nº 260, de 18/06/2020) mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servi-
I - contratar empresas especializadas na gestão de ativos; dores em atividade, sendo também estendidos aos aposentados
II - constituir fundos de investimento imobiliário; e e pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente
III - construir sociedades de propósito específico. concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decor-
Art. 145.   As despesas administrativas do Regime Próprio de rentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em
Previdência Social do Município de Campinas não poderão exceder que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a con-
a 2% (dois por cento) do valor total da remuneração, proventos e cessão da pensão, na forma da lei.
pensões dos participantes e beneficiários vinculados, ficando o re- Art. 149.  O servidor de que trata esta Seção que opte por per-
passe sob responsabilidade dos patrocinadores. manecer em atividade tendo completado as exigências para apo-
sentadoria voluntária e que conte com, no mínimo, vinte e cinco
TÍTULO VI anos de contribuição, se mulher, ou trinta anos de contribuição, se
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS homem, fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor
da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para
CAPÍTULO I aposentadoria compulsória.
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
SEÇÃO III
SEÇÃO I DAS DISPOSIÇÕES PARA QUEM INGRESSOU NO SERVIÇO
DAS DISPOSIÇÕES PARA OS SERVIDORES INATIVOS E PENSIO- PÚBLICO COMO TITULAR DE CARGO ESTATUTÁRIO ATÉ
NISTAS EM GOZO DE BENEFÍCIO EM 30/12/2003 15/12/1998

Art. 146.   Os participantes inativos e pensionistas do Poder Art. 150. Ressalvado o direito de opção à aposentadoria pelas
Executivo Municipal, suas autarquias, fundações e Poder Legislativo normas estabelecidas no Capítulo V do Título III desta Lei, é assegu-
Municipal, em gozo de benefícios na data de publicação da Emen- rado o direito à aposentadoria voluntária com proventos calculados
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
na forma do art. 40 e seu parágrafo único, àquele que tenha ingres- I - sessenta anos de idade, se homem, e cinquenta e cinco anos
sado regularmente em cargo estatutário no Poder Executivo Muni- de idade, se mulher;
cipal, suas autarquias, fundações ou Poder Legislativo Municipal até II - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos
a data de publicação da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de de- de contribuição, se mulher;
zembro de 1998, e ainda não cumpriu os requisitos de elegibilidade III - vinte anos de efetivo exercício no serviço público; e
de que trata a Seção anterior, quando o servidor, cumulativamente: IV - dez anos de carreira e cinco anos de efetivo exercício no
I - tiver cinquenta e três anos de idade, se homem, e quarenta cargo em que se der a aposentadoria.
e oito anos de idade, se mulher; Art. 154.  Os requisitos de idade e tempo de contribuição serão
II - tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto nos incisos I e II
a aposentadoria; respectivamente, do artigo anterior, para o professor que comprove
III - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de: exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magisté-
a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher; e rio na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
b) um período adicional de contribuição equivalente a vinte por Parágrafo único.  Para fins do disposto no caput deste artigo,
cento do tempo que, na data da publicação da Emenda Constitucio- considera-se função de magistério a atividade docente do professor
nal nº 20, de 15 de dezembro de 1998, faltaria para atingir o limite exercida exclusivamente em sala de aula.
de tempo constante da alínea anterior. Art. 155.  Os proventos das aposentadorias concedidas confor-
§ 1º O servidor de que trata este artigo que cumprir as exigên- me os artigos 153 e 154 serão revistos na mesma proporção e na
cias para aposentadoria na forma do caput terá os seus proventos mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servido-
de inatividade reduzidos para cada ano antecipado em relação aos res em atividade, na forma da lei.
limites de idade estabelecidos pelos artigos 48 e 49 desta lei, na
seguinte proporção: CAPÍTULO II
I - três inteiros e cinco décimos por cento, para aquele que DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
completar as exigências para aposentadoria na forma do caput até
31 de dezembro de 2005; Art. 156.  Entrando em vigor a presente Lei, o Chefe do Poder
II - cinco por cento, para aquele que completar as exigências Executivo Municipal regulamentará, através de Decreto Municipal,
para aposentadoria na forma do caput a partir de 1º de janeiro de a eleição do Conselho Municipal de Previdência, dos Membros
2006. da Diretoria Executiva, do Conselho Fiscal e da Junta de Recur-
§ 2º O professor, servidor do Município, incluídas suas autar- sos.  (ver  Decreto nº 14.849 , de 06/08/2004) (ver  Edital s/nº, de
quias e fundações, que, até a data de publicação da Emenda Cons- 09/08/2004 - SRH)
titucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, tenha ingressado, § 1º  Fica o Departamento de Previdência dos Servidores, da
regularmente, em cargo estatutário de magistério e que opte por Secretaria Municipal de Recursos Humanos, como o órgão respon-
aposentar-se na forma do disposto no caput , terá o tempo de ser- sável pela coordenação e realização das eleições, no prazo de 90
viço exercido até a publicação da Emenda Constitucional n.º 20, de (noventa) dias.
15 de dezembro de 1998, contado com o acréscimo de dezessete § 2º Os Membros da Diretoria Executiva assim nomeados, em
por cento, se homem, e de vinte por cento, se mulher, desde que conjunto com o Presidente interino nomeado na forma do artigo
se aposente, exclusivamente, com tempo de efetivo exercício das 159 da presente lei, incumbir-se-ão de adotar as medidas necessá-
funções de magistério, observado o disposto no parágrafo 1º. rias visando à transição do Departamento de Previdência do Servi-
§ 3º Para fins do disposto no parágrafo anterior, considera-se dor e da Caixa de Previdência dos Servidores da Câmara Municipal
função de magistério a atividade docente do professor exercida ex-
de Campinas para o Instituto de Previdência Social do Município de
clusivamente em sala de aula.
Campinas - CAMPREV.
Art. 151.  O servidor de que trata o artigo 150, que tenha com-
§ 3º Os atuais integrantes do Conselho de Supervisão Financei-
pletado as exigências para aposentadoria ali estabelecidas, e que
ra e do Conselho de Orientação, criados pela Lei nº 8.442 , de 15
opte por permanecer em atividade, fará jus a um abono de perma-
de agosto de 1995, igualmente participarão da equipe de transição,
nência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até
respondendo no que couber, pelas atribuições do Conselho Muni-
completar as exigências para aposentadoria compulsória.
cipal de Previdência e do Conselho Fiscal criados pela presente Lei.
Art. 152.   É assegurado o reajustamento das aposentadorias
concedidas de acordo com o artigo 150, conforme critérios estabe- Art. 157.  O Conselho Municipal de Previdência, o Conselho Fis-
lecidos em lei. cal e a Junta de Recursos, deverão ser instalados no prazo máximo
de 30 (trinta) dias, contados da homologação da eleição.
SEÇÃO IV Art. 158.  O primeiro mandato do Conselho Municipal de Previ-
DAS DISPOSIÇÕES PARA QUEM INGRESSOU NO SERVIÇO dência, do Conselho Fiscal da Junta de Recursos e da Diretoria Exe-
PÚBLICO COMO TITULAR DE CARGO ESTATUTÁRIO ATÉ cutiva, excetuando-se do Diretor Presidente, criados pela presente
30/12/2003 lei, findar-se-á em janeiro de 2007.    (Revogado pela  Lei Comple-
mentar nº 16 , de 13/02/2007)
Art. 153.  Ressalvado o direito de opção à aposentadoria pe- Art. 159.  O Diretor do Departamento de Previdência dos Servi-
las normas estabelecidas no Capítulo V do Título III ou pelas regras dores será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo Municipal para
da Seção anterior, é assegurado o direito à aposentadoria volun- exercer interinamente a Presidência do CAMPREV, a fim de realizar
tária com proventos integrais, que corresponderão à totalidade a transição do Departamento de Previdência dos Servidores para
da remuneração do servidor no cargo estatutário em que se der o Instituto de Previdência Social do Município de Campinas (CAM-
a aposentadoria, na forma da lei, àquele que tenha ingressado re- PREV).
gularmente em cargo estatutário no Poder Executivo Municipal, Parágrafo único.  A nomeação interina de que trata o caput ces-
suas autarquias, fundações e no Poder Legislativo Municipal, até a sará em 31 de dezembro de 2004, ocasião em que será empossado
data de publicação da Emenda Constitucional nº 41/03, e ainda não o Presidente do CAMPREV, cuja nomeação dar-se-á de acordo com
cumpriu os requisitos de elegibilidade de que trata a Seção II, desde a regulamentação constante do artigo 6º da presente lei.
que preencha, cumulativamente, as seguintes condições: 
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 160.   Lei própria disporá sobre o quadro de pessoal do Art. 169.  O Município responderá subsidiariamente pelo paga-
CAMPREV. mento das aposentadorias e pensões concedidas na forma da lei,
§ 1º A remuneração dos cargos de Presidente, Diretor do CAM- na hipótese de extinção ou insolvência do Regime Próprio de Previ-
PREV, observará a seguinte composição: dência Social do Município de Campinas - CAMPREV.
I - Presidente: equiparado ao valor atribuído aos presidentes de Art. 170.  Os atos de ordem normativa e o expediente do CAM-
autarquias do município de Campinas; PREV serão obrigatoriamente publicados no órgão de imprensa
II - Diretor: equiparado aos valores atribuídos aos diretores oficial do município, com as mesmas prerrogativas e vantagens dis-
de departamento da administração pública direta do município de pensadas à administração direta, sendo expressamente vedada a
Campinas. divulgação ou publicidade de caráter personalístico.
§ 2º  Enquanto não forem criados e providos os cargos inte- Art. 171.  O Regime Próprio de Previdência Social do Município
grantes do quadro de pessoal do CAMPREV, serão comissionados, de Campinas somente poderá ser extinto através de lei complemen-
sem prejuízo dos seus vencimentos e vantagens, para exercerem tar.
as funções correspondentes, servidores da Administração Pública Art. 172.  Os Fundos de Caixa Previdenciário, de Reserva Pre-
Municipal Direta e Indireta. videnciária e de Custeio dos Benefícios Previdenciários, de que tra-
§ 3º Para os fins previstos no parágrafo segundo poderão ser tam os artigos 3º , 4º , 9º e 14 da Lei Municipal nº 8.442, de 15
aproveitados os servidores lotados no Departamento de Previdên- de agosto de 1995 e o artigo 65, da Lei Municipal 8.219, de 23 de
cia do Servidor da Secretaria Municipal de Recursos Humanos, os dezembro de 1994, serão extintos na data de publicação desta Lei,
quais igualmente integrarão, nos trabalhos de assessoria e apoio, observado o disposto no art. 143, desta Lei.
a equipe de transição referida no parágrafo 2º, do artigo 156 desta Art. 173.  Fica o Fundo de Pensões e de Assistência à Saúde, de
lei. que trata o Art. 6º da Lei Municipal nº 8.442, de 15 de agosto de
Art. 161.   Os créditos do CAMPREV constituirão dívida ativa, 1995, transformado em Fundo de Assistência à Saúde FAS , e criado
considerada líquida e certa quando estiver devidamente inscrita em o fundo de Assistência à Saúde da Câmara FASC.
registro próprio, com observância dos requisitos exigidos na legis- § 1º O Fundo de Assistência à Saúde FAS - fica destinado exclu-
lação adotada pelo Poder Público, para o fim de execução judicial. sivamente à cobertura médico-hospitalar e odontológica aos inati-
Art. 162.  As despesas decorrentes da aplicação da presente lei vos, aposentados pela Prefeitura Municipal de Campinas até março
correrão por conta de verbas próprias já consignadas nos orçamen- de 1992 e seus dependentes e, o Fundo de Assistência à Saúde da
tos da Prefeitura Municipal, da Câmara Municipal, das Autarquias e Câmara - FASC -, destinado exclusivamente à cobertura médico-hos-
Fundações instituídas pelo Município, para o exercício financeiro de pitalar aos beneficiários da CAPSCMC - ativos, inativos e pensionis-
2004, a serem suplementadas, se necessário. tas - existentes até a data da publicação desta lei, que optarem pela
Art. 163.  Serão de responsabilidade exclusiva dos patrocinado- participação no FASC, e seus dependentes.
res, sem qualquer participação financeira do CAMPREV, os débitos: § 2º O FAS e o FASC serão custeados, respectivamente, através
I - relativos à compensação previdenciária entre os diversos de:
regimes de previdência, na hipótese de mudança da subordinação I Contribuição mensal de 5% (cinco por cento) dos inativos,
previdenciária de servidor ativo para o Regime Geral da Previdência aposentados pela Prefeitura Municipal de Campinas, até março de
Social ou para o Regime Próprio de Previdência Social de outro ente 1992, devida na forma da legislação vigente até a data de publica-
estatal, que venham ocorrer até a publicação desta lei; e ção da presente lei, e de 5% (cinco por cento) do valor da referência
II - oriundos de decisões judiciais, na hipótese em que, nas res- do cargo do servidor ativo ou do cargo efetivo em que se deu a
pectivas ações, os patrocinadores figurarem como sucumbentes. aposentadoria do servidor da Câmara Municipal;
Art. 164.  No caso de extinção do Regime Próprio de Previdên- II Contribuição mensal de 5% (cinco por cento) sobre o valor
cia Social, estabelecido nesta Lei, ou cessação, interrupção, supres- das pensões concedidas até março de 1992, devida na forma da
são ou redução de benefícios, o Município, Autarquias, Fundações legislação vigente até a data da publicação da presente lei, e de 5%
Públicas e Câmara Municipal assumirão integralmente a responsa- (cinco por cento) sobre o valor da referência do cargo efetivo que
bilidade pelo pagamento dos benefícios já concedidos aos seus res- serviu para a concessão da pensão, dos pensionistas da Caixa de
pectivos servidores, bem como aqueles benefícios cujos requisitos Assistência e Previdência dos Servidores da Câmara Municipal de
necessários à sua concessão tenham sido implementados anterior- Campinas CAPSCMC;
mente à extinção do CAMPREV. III Bens imóveis da Prefeitura Municipal de Campinas, oriundos
Art. 165.  Enquanto o CAMPREV não dispuser de quadro pró- do extinto Instituto de Previdência dos Municipiários de Campinas
prio de procuradores, o Poder Executivo Municipal disponibilizará, IPMC -, e 20% (vinte por cento) do patrimônio financeiro e dos bens
no mínimo 3 (três) Procuradores Municipais, para, exclusivamente, imóveis da CAPSCMC existentes até a data da publicação desta lei ,
prestar a advocacia contenciosa, assessoria e consultoria jurídicas. que serão revertidos para o Fundo Financeiro criado pela presente
Art. 166.  Fica o Poder Executivo autorizado a vincular, em cada lei, assim que extinto o quadro de beneficiários dos fundos de as-
exercício, parcela da repartição do produto de que trata o art. 159, sistência à saúde.
I, “b”, da Constituição Federal, necessária a garantir o pagamento § 3º  Os bens imóveis a que se refere o inciso III do § 2º en-
das contribuições consideradas tecnicamente devidas, podendo contram-se expressamente elencados no Anexo II desta Lei Com-
para tal fim formalizar os instrumentos necessários à efetividade da plementar.  (nova redação de acordo com a  Lei Complementar nº
mencionada garantia. 260, de 18/06/2020)
Art. 167.  Em caso de insuficiência da capacidade financeira do
§ 4º No caso dos recursos dispostos neste serem insuficientes
CAMPREV para liquidação dos benefícios previstos nesta Lei, a res-
para o custeio dos fundos de assistência à saúde, os Poderes Execu-
ponsabilidade pelo adimplemento da complementação do custeio
tivo e Legislativo Municipal assumirão a diferença apurada relativa
será das respectivas entidades patrocinadoras, na proporção de
aos seus servidores.
suas participações.
Art. 174.  O Fundo de Pecúlio Especial de que tratam os artigos
Art. 168.  O pagamento das licenças-saúde e licenças-materni-
3º e 52 da Lei Municipal nº 8.442, de 15 de agosto de 1995, e os
dade verificadas durante o período de 3 (três) meses após a data
fundos de assistência à saúde definidos no artigo anterior, a com-
da publicação desta lei será de responsabilidade dos entes patro-
cinadores. plementação de aposentadoria e pensão dos servidores aposenta-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
dos pelo Regime Geral de Previdência Social e as indenizações (pen- Art. 178.  As fontes de custeio dos Fundos de Caixa Previdenci-
sões judiciais), ficarão sob responsabilidade gerencial do CAMPREV, ário, do Fundo de Reserva Previdenciária e do Fundo de Custeio dos
devendo ter contabilidade, custos e contribuição distintos do Fundo Benefícios Previdenciários, extintos pela presente lei, reverterão
Previdenciário e do Fundo Financeiro de que tratam os artigos 142 para o Fundo Financeiro.
e 143 desta lei. Art. 179.  Nenhum servidor do CAMPREV será colocado à dis-
§ 1º  O custeio do Fundo de Pecúlio Especial de que trata posição de outro órgão, com ônus para o referido Instituto.
o caput deste artigo observará as regras dos artigos 52, 53 e 54 da Art. 180.  É vedado ao CAMPREV prestar empréstimo, fiança,
Lei Municipal nº 8.442, de 15 de agosto de 1995. aval, aceite ou coobrigar-se a qualquer título.
§ 2º O custeio da complementação de aposentadoria e pensão Art. 181.  Fica a Diretoria Executiva do CAMPREV autorizada a
e das indenizações (pensões judiciais) dar-se-á através de: tomar as providências necessárias para a adequação da administra-
I - 11% (onze por cento) do excedente de 50% (cinquenta por ção, durante o período de transição aludido no § 2º do artigo 156,
cento) do limite máximo do benefício do Regime Geral de Previdên- inclusive do FAS e do FASC, mediante edição de ato próprio.
cia Social, no tocante ao valor motivado a título de complementa- Art. 182.  As entidades patrocinadoras do CAMPREV serão res-
ção. ponsáveis por efetuar o aporte financeiro necessário à cobertura do
II Recursos oriundos do Tesouro da Prefeitura Municipal de passivo atuarial relativo aos benefícios previdenciários concedidos
Campinas, das suas autarquias, fundações e Poder Legislativo Mu- e a conceder aos segurados vinculados ao Regime Próprio de Previ-
nicipal. dência Social do Município de Campinas. (nova redação de acordo
§ 3º A Prefeitura e a Câmara Municipal de Campinas poderão com a Lei Complementar nº 154, de 22/11/2017)  (Efeitos suspen-
designar servidores de seus quadros de funcionários para ficarem à sos de acordo com ADI 2231529-29.2017.8.26.0000)
disposição do CAMPREV a fim de colaborar no gerenciamento das § 1º Fica igualmente autorizadas as entidades patrocinadoras
respectivas contas relativas aos fundos de assistência à saúde. a transferir para o CAMPREV os recursos, bens e direitos indispen-
Art. 175.  A extinção do Conselho de Supervisão Financeira e sáveis à composição das reservas técnicas necessárias ao custeio,
do Conselho de Orientação do Sistema de Previdência do Servidor total ou parcial, dos planos de benefícios do Regime Próprio de Pre-
Público Municipal de Campinas, previstos na Lei nº 8.442 , de 15 de vidência Social do Município de Campinas.
agosto de 1995, ocorrerá com a instalação do Conselho Municipal § 2º Poderão ser aportados em regime progressivo, a critério
de Previdência, do Conselho Fiscal e da Junta de Recursos previstos dos patrocinadores, os recursos referentes ao tempo passado, as-
na presente lei. segurada a viabilidade técnico-atuarial do plano.
Art. 176.  Fica extinta a Caixa de Assistência e Previdência dos Art. 183.  É vedado ao CAMPREV assumir atribuições, respon-
Servidores da Câmara Municipal de Campinas. sabilidades e obrigações estranhas às suas finalidades.
Art. 177.  Ficam assegurados os benefícios obrigatórios cons- Art. 184.   Não poderão ser designados como membros do
tantes na Resolução nº 313, de 24 de maio de 1965 criação da CAP- Conselho Municipal de Previdência, do Conselho Fiscal, da Jun-
SCMC -, e na Lei nº 4.725, de 20 de junho de 1977 e, até a assunção, ta de Recursos e da Diretoria Executiva do CAMPREV as pessoas
por parte do Fundo de Assistência à Saúde da Câmara FASC -, de que tenham sido definitivamente condenadas por crime contra o
que trata o art. 173 desta lei, das coberturas médico-hospitalares, patrimônio, administração pública e tenham sido definitivamente
será observado o seguinte: responsabilizadas por ato de improbidade administrativa, enquanto
I - Os contratos, credenciamentos e convênios médicos e hos- perdurar o cumprimento da pena.
pitalares existentes serão vigentes por 3 (três) meses, podendo ser Art. 185.   Esta lei entra em vigor na data de sua publicação,
prorrogados; revogadas as disposições em contrário.
II - As internações, os atendimentos e acompanhamentos mé-
dico-hospitalares não terão solução de continuidade; Campinas, 30 de junho de 2004
III - As guias para consulta e internações continuarão a ser ex-
pedidas pelo CAMPREV, nos mesmos moldes que vinham sendo, IZALENE TIENE
podendo ser utilizados os impressos existentes em nome da CAP- Prefeita Municipal
SCMC;
IV - O CAMPREV poderá optar por gestão própria ou não do
FASC, mantendo-se os parâmetros de assistência até então ofere-
cidos; LEI Nº 58 DE 09 DE JANEIRO DE 2014 – DISPÕE SOBRE A
V - Os beneficiários da CAPSCMC serão contatados pelo CAM- CRIAÇÃO DE CARGOS DO INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA
PREV para exercerem seus direitos de participar do FASC; SOCIAL DO MUNICÍPIO DE CAMPINAS – CAMPREV
VI - O CAMPREV fará o contato por meio de cartas registradas
com AR e o beneficiário deverá fazer sua opção no prazo aventado
pela entidade; LEI COMPLEMENTAR Nº 58, DE 09 DE JANEIRO DE 2014
VII - Fica vedada a participação, no Fundo, de beneficiário que (PUBLICAÇÃO DOM 10/01/2014: 02)
não optou;
VIII Consideram-se válidos, sem direito a reembolso, os des- Dispõe sobre a criação de cargos do Instituto de Previdência
contos efetuados para o FASC até o momento da opção. O bene- Social do Município de Campinas - CAMPREV e dá outras providên-
ficiário, querendo, poderá antecipar sua opção pela não participa- cias.
ção, manifestando-se, por escrito, ao departamento de pessoal da A Câmara Municipal aprovou e eu, Prefeito do Município de
Câmara ou, se pensionista, ao CAMPREV, antes de ser contatado Campinas, sanciono e promulgo a seguinte Lei Complementar:
nesse sentido.
IX - O beneficiário da CAPSCMC poderá, a qualquer momento, Art. 1º Fica criado o Quadro de Servidores do Instituto de Pre-
pedir seu desligamento do Fundo, ficando vedado o reingresso. vidência Social do Município de Campinas - CAMPREV, instituído
Parágrafo único.  As mesmas providências poderão ser obser- nos termos da Lei Complementar nº 10 , de 30 de junho de 2004 e
vadas, naquilo que couber, pelo Fundo de Assistência à Saúde FAS. na forma constante desta Lei.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 2º O ingresso nos cargos iniciais da carreira far-se-á através c) Setor de gestão de Pessoas, Protocolo e Serviços Auxiliares;
de concurso público de provas ou provas e títulos. d) Assessoria Técnica.
Art. 3º O Quadro de Servidores do CAMPREV é constituído dos III - A Diretoria Financeira contém as seguintes unidades:
cargos constantes do Anexo I desta Lei, com suas respectivas de- a) Coordenadoria Setorial de Finanças;
nominações, quantitativos e requisitos de ingresso e com os venci- b) Setor de Programação Orçamentária, Execução Financeira e
mentos fixados no Anexo III. Tesouraria;
§ 1º Os servidores do CAMPREV serão regidos pela Lei nº 1.399, c) setor de Contabilidade Analítica e Liquidação de Despesas;
de 08 de novembro de 1955 - Estatuto dos Funcionários Públicos do d) Assessoria Técnica;
Município de Campinas. e) ANALISTA DE MERCADO - 1 cargo; ATUÁRIO - 1 cargo; e mais
§ 2º Aplicam-se aos servidores do CAMPREV os mesmos direi- um cargo de CONTADOR.
tos e impedimentos aplicáveis aos servidores da Administração Di- IV - A Diretoria Previdenciária contém as seguintes unidades:
reta do Município de Campinas. a) Coordenadoria Setorial de Benefícios Previdenciários;
Art. 4º As atribuições dos cargos constantes no Anexo II desta b) Setor de Atendimento, Análises e Concessão de Benefícios;
Lei correspondem à descrição genérica do conjunto de tarefas e res- c) Setor de Cadastro, Atualizações, Revisão de Benefícios e Fo-
ponsabilidades cometidas ao servidor público, em razão do cargo lha de Pagamento;
em que está investido, e serão regulamentadas através de ato do d) Setor de Serviço Social;
Diretor Presidente do CAMPREV. e) Assessoria Técnica.
Art. 5º Ficam criados no CAMPREV os cargos em comissão e Art. 10. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei corre-
as funções gratificadas, com suas denominações e tabela de venci- rão à conta de recursos próprios do Instituto de Previdência Social
mentos, constantes dos Anexos IV e V desta Lei. do Município de Campinas - CAMPREV, consignados em dotações
Parágrafo Único. É vedada a nomeação de ex-diretor do CAM- do orçamento vigente, suplementadas se necessário.
PREV para, no quatriênio subsequente ao do término de seu man- Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
dato, exercer cargos em comissão ou função gratificada do Quadro
de Cargos do CAMPREV. Campinas, 09 de janeiro de 2014
Art. 6º Os cargos em comissão vinculados às Diretorias Finan-
ceiras, Administrativa e Previdenciária somente deverão ser provi- JONAS DONIZETTE
dos por servidores ocupantes de cargo de provimento efetivo, es- Prefeito Municipal
táveis e contribuintes do Regime Próprio de Previdência Social do
Município de Campinas.
§ 1º Os cargos em comissão de Assessor Técnico ficam assim
distribuídos e vinculados: (ver Despacho s/nº., de 24/09/2021-CAM- LEI Nº 1.399 DE 08 DE NOVEMBRO DE 1955 – ESTATU-
PREV) TO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DE
I - 02 (dois) cargos na Presidência. (Ver Decreto nº 19.386, de CAMPINAS
01/02/2017)
II - 01 (um) na Diretoria Financeira. (Ver Decreto nº 19.386, de
01/02/2017) LEI Nº 1.399 DE 08 DE NOVEMBRO DE 1955
III - 01 (um) na Diretoria Administrativa (Ver Decreto nº 19.386, (PUBLICAÇÃO DIÁRIO DO POVO 10/11/1955)
de 01/02/2017)
IV - 01 (um) na Diretoria Previdenciária (Ver Decreto nº 19.386, Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos do Municí-
de 01/02/2017) pio de Campinas.
§ 2º Aos servidores municipais quando em exercício de cargo A Câmara Municipal decreta e eu, Prefeito do Município de
de provimento em comissão do quadro do CAMPREV, inclusive de Campinas, promulgo a seguinte lei:
Diretor, serão pagas as vantagens pessoais a que façam jus.
Art. 7º Os servidores aos quais seja atribuída função gratificada TÍTULO I 
receberão, além de seus vencimentos e vantagens pessoais, o valor DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
correspondente a essa gratificação, conforme estabelecido no Ane-
xo V que integra esta Lei. Art. 1ºEsta Lei institui o regime jurídico dos funcionários do
Parágrafo Único. Ao término do exercício da função o mesmo Município de Campinas.  (ver  Lei 6.880 , de 23/12/1991) (ver  Lei
deixará de receber a gratificação. 8.219 , de 23/12/1994)
Art. 8º O Procurador-Chefe será indicado e nomeado pelo Di- Art. 2ºPara os efeitos deste Estatuto, funcionário é a pessoa
retor Presidente, dentre os integrantes da carreira de Procurador, legalmente investida em cargo público.
facultada a nomeação de ocupante de cargo de Procurador do Mu- Art. 3ºCargo público, para os efeitos deste Estatuto, é o criado
nicípio, em caráter efetivo, estável, participante e contribuinte do por Lei, em número certo, com denominação própria e pago pelos
Regime Próprio de Previdência Social do Município de Campinas. cofres do Município.
Art. 9º A Presidência e as Diretorias Administrativa, Financeira Art. 4ºO vencimento dos cargos públicos obedecerá a padrões
e Previdenciária organizam-se da forma a seguir: fixados em Lei.
I - A Presidência contém as seguintes unidades: Parágrafo único.Para efeito da fixação dos padrões de venci-
a) Secretaria Executiva; mentos não se consideram idênticas as funções dos cargos da Pre-
b) Assessoria de Comunicação Social; feitura e da Câmara, mesmo quando da mesma denominação e de
c) Assessorias Técnicas; atribuições semelhantes.
d) Ouvidoria. Art. 5º  É vedada a prestação de serviços gratuitos por funcio-
II - A Diretoria Administrativa contém as seguintes unidades: nário. (nova redação de acordo com a Lei nº 9.922, de 30/11/1998)
a) Coordenadoria Setorial de Administração; Art. 6ºOs cargos são considerados de carreira ou isolados.
b) Setor de Compras, Contratos, Convênios e Patrimônio;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1º São de carreira os que se integram em classes e correspon- c)  Em cargo vago de classe inicial de carreira, para o qual não
dem a uma profissão; isolados, os que não se podem integrar em haja candidato legalmente habilitado.
classes e correspondem a certa e determinada função. Parágrafo único.A nomeação interina não excederá de 2 (dois)
§ 2º(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004) anos, exceto:
§ 3º (revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004) a)  Abrindo-se concurso para o provimento do cargo, em cujo
§ 4º(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004) exercício o ocupante interino poderá permanecer até a homologa-
§ 5º (revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004) ção do mesmo;
§ 6º É vedado atribuir-se ao funcionário encargos ou serviços b)  No caso de substituição em cargo isolado, cujo titular esteja
diferentes dos que os próprios de sua carreira ou cargo, e que, afastado por impedimento legal.
como tais, sejam definidas em Lei ou Regulamento. Art. 14.A nomeação obedecerá a ordem de classificação dos
§ 7º (revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004) candidatos habilitados em concurso.
Art. 7ºQuadro é um conjunto de carreira e cargos isolados. Art. 15.Estágio probatório é o período de 1 (um) ano de efetivo
Art. 8ºOs cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros, exercício do funcionário nomeado em virtude de concurso. (ver Art.
observadas as condições prescritas em Lei ou Regulamento. 141  da LOM) (ver  arts. 87 e  88 deste Estatuto) (ver  Decreto nº
Art. 9ºOs cargos de carreira serão de provimento efetivo. Os 11.340 , de 09/11/1993) (ver art. 6º da EmendaConstitucional 19,
isolados serão de provimento efetivo ou em Comissão, segundo a de 04/06/1998 - estabilidade após 3 anos) ; (verDecreto nº 21.019,
Lei que os criar. de 25/08/2020)
§ 1º No período de estágio apurar-se-ão os seguintes requisi-
TÍTULO II tos:
DO PROVIMENTO E DA VACÂNCIA I - Idoneidade moral;
II - Assiduidade;
CAPÍTULO I III - Disciplina;
DO PROVIMENTO IV - Eficiência.
§ 2º Os Diretores de Departamento, o Inspetor Fiscal e o Se-
Art. 10.Provimento é o ato de preenchimento de cargo público. cretário Geral da Câmara, em cujas repartições sirvam funcionários
Art. 11.Os cargos serão providos por: sujeitos ao estágio probatório, tendo em vista os requisitos enu-
I - Nomeação; merados nos itens I e IV do § anterior, prestarão informações aos
II -(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004) órgãos de Pessoal da Prefeitura ou da Câmara, a fim de que sejam
III -(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004) anotados na ficha do estágio.
IV - Reintegração; § 3º O órgão do Pessoal, 30 (trinta) dias antes de decorrido o
V - Readmissão; prazo do estágio, fornecerá ao Prefeito ou à Mesa da Câmara infor-
VI - Reversão; mações sobre a conveniência ou não da confirmação de sua nome-
VII - Aproveitamento. ação.
Art. 12.São requisitos para o provimento em cargo público: § 4º Dessa informação, se contrária, será dada vista ao estagiá-
I - Ser brasileiro; rio, pelo prazo de 5 (cinco) dias.
II - Ter completado 18 (dezoito) anos de idade; § 5º Julgando a informação ou parecer e a defesa, o Prefeito
III - Estar no gozo dos direitos políticos; se julgar aconselhável a exoneração do funcionário, determinará a
IV - Estar quites com as obrigações militares; lavratura dos respectivos decretos.
V - Ter boa conduta; § 6º Se a decisão do Prefeito for favorável à permanência do
VI - Gozar de boa saúde, comprovada em exame médico; funcionário, a confirmação não dependerá de qualquer novo ato.
VII - Possuir aptidão para o exercício da função; § 7º A apuração dos requisitos de que trata o § 1º deverá pro-
VIII - Ter atendido às condições especiais prescritas para deter- cessar-se de modo que a exoneração do funcionário possa ser feita
minados cargos ou carreiras; antes de findo o período do estágio.
IX - Ter-se habilitado previamente em concurso, ressalvadas as § 8º A conclusão do estágio importará na efetivação automáti-
exceções previstas em Lei. ca do funcionário.

CAPÍTULO II SEÇÃO II
DA NOMEAÇÃO DO CONCURSO

SEÇÃO I Art. 16.Concurso é o processo de seleção intelectual exigido


DISPOSIÇÕES PRELIMINARES para o ingresso no funcionalismo público. 
Art. 17.Para o preenchimento das vagas de cargos isolados de
Art. 13.A nomeação é o ato pelo qual a autoridade munici- provimento efetivo e daqueles de classe inicial de carreira serão ad-
pal admite o cidadão para o exercício de cargo público, e será fei- mitidos exclusivamente, elementos habilitados em concurso.
ta: (ver Lei 15.810, de 07/10/2019) Parágrafo único.O exercício interino de cargo, cujo provimento
I - Em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado ou de dependa de concurso, não isenta dessa exigência para nomeação
carreira; efetiva o seu ocupante, qualquer que seja o tempo de serviço.
II - Em Comissão, quando se tratar de cargo isolado que em Art. 18. (revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004)
virtude de Lei, assim deva ser provido; Art. 19.(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004)
III - Interinamente: Art. 20.(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004)
a) Em substituição, no impedimento do ocupante efetivo do Art. 21.(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004)
cargo isolado ou de carreira; Art. 22.O prazo de validade dos concursos e os limites de idade
b)  Na vaga deixada pelo ocupante efetivo do cargo isolado; para inscrição serão fixados em Lei ou Regulamento.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Parágrafo  único.  Independerá de limite de idade, a inscrição SEÇÃO V
em concurso, de ocupante de cargo da Prefeitura de Campinas. DO EXERCÍCIO
Art. 23.Encerradas as inscrições, legalmente processadas para
o concurso e a investidura de qualquer cargo, não se abrirão novas, Art. 32.O exercício é a prática de atos inerentes à função públi-
antes de sua realização. ca, caracterizando-se pela frequência e pela prestação de serviços
Art. 24. (revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004) no cargo.
Art. 33.O início, a interrupção e o reinicio do exercício serão
SEÇÃO III registrados no assentamento individual do funcionário.
DA POSSE Art. 34.Os Diretores de Departamento, o Inspetor Fiscal e o
Secretário Geral da Câmara são autoridades competentes para dar
Art. 25.Posse é a investidura em cargo público. (Ver Decreto nº exercício ao funcionário lotado em suas repartições.
10.643, de 03/12/1991) Art. 35.O exercício do cargo terá início no prazo de 10 (dez)
Parágrafo único.Não haverá posse nos casos de promoção e dias contados:  (nova redação de acordo com a  Lei nº 7.358, de
reintegração. 03/12/1992)
Art. 26.São competentes para dar posse: I - Da data da posse;
I - O Prefeito, aos Diretores de Departamento, ao Inspetor Fis- II - Da data da publicação oficial do ato, em qualquer outro caso.
cal e aos funcionários de seu Gabinete; a Mesa da Câmara, ao Se- § 1º O prazo previsto neste artigo, poderá ser prorrogado por
cretário Geral; solicitação do interessado e a juízo da autoridade competente até o
II - Os Diretores de Departamento, o Inspetor Fiscal e o Secre- máximo de 30 (trinta) dias.
tário Geral da Câmara, aos servidores que lhes sejam subordinados. § 2º O prazo inicial para o funcionário em férias ou licenciado
Art. 27.A posse verificar-se-á mediante assinatura pela auto- será contado da data em que voltar ao serviço.
ridade competente e pelo funcionário, de um termo em que este Art. 36.o funcionário nomeado deverá ter exercício na reparti-
prometa cumprir fielmente os deveres do cargo e as exigências des- ção em cuja lotação houver claro.
te Estatuto. § 1º O funcionário promovido poderá continuar em exercício
§ 1º No ato da posse, o funcionário fará, em caráter confiden- na repartição em que estiver servindo, desde que seja procedida a
cial, a sua declaração de bens. (VerLei nº 14.660, de 24/07/2013) relotação do cargo dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da
(Ver Decreto 19.391, de 07/02/2017) data do provimento.
§ 2º A declaração será apresentada em envelope lacrado, au- § 2º  O funcionário interino só poderá ter exercício no cargo
tenticado pelo funcionário e pela autoridade competente para em- para o qual tenha sido nomeado.
possar e guardado em arquivo especial no órgão encarregado do Art. 37.Nenhum funcionário poderá ter exercício em serviço
pessoal. ou repartição diferente daquela em que estiver lotado, salvo nos
§ 3º(revogado pela Lei nº 14.660, de 24/07/2013) casos previstos neste Estatuto, ou mediante prévia autorização do
§ 4º A transgressão ao que estatui o parágrafo anterior envolve Prefeito ou da Mesa da Câmara. (ver arts. 52 - 53 da Lei nº 8.219,
responsabilidade sujeita a penalidade administrativa. de 23/12/1994)
§ 5º (revogado pela Lei nº 14.660, de 24/07/2013) Parágrafo único.Nesta última hipótese o afastamento do fun-
Art. 28.A autoridade que der posse deverá verificar, sob pena cionário só será permitido para fim determinado e por prazo certo.
de responsabilidade, se foram satisfeitas as condições estabeleci- Art. 38.Entende-se por lotação, o número de servidores que
das em Lei ou Regulamento para a investidura no cargo. devem ter exercício em cada repartição.
Art. 29.A posse deverá verificar-se no prazo de 15 (quinze) dias, Art. 39.Ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao órgão
contados da data de publicação do ato de provimento. (nova reda- competente os elementos necessários ao assentamento individual.
ção de acordo com a Lei nº 7.358 , de 03/12/1992) Art. 40.O funcionário que não entrar em exercício dentro do
§ 1º O prazo inicial para o servidor em férias ou licenciado, ex- prazo estabelecido neste Estatuto será exonerado do cargo.
ceto no caso de licença para tratar de interesse particular, será con- Art. 41.Salvo os casos previstos no presente Estatuto, o fun-
tado da data do retorno ao serviço. (nova redação de acordo com cionário que interromper o exercício por mais de 30 (trinta) dias
a Lei nº 7.358 , de 03/12/1992) consecutivos será demitido por abandono do cargo.
§ 2º Se a posse não se der dentro do prazo previsto neste ar- Art. 42.O funcionário preso preventivamente, pronunciado
tigo, o ato de nomeação será revogado. (nova redação de acordo por crime comum ou denunciado por crime funcional, ou ainda,
com a Lei nº 7.358 , de 03/12/1992) condenado por crime inafiançável em processo no qual não haja
pronúncia, será considerado afastado do exercício, até decisão final
SEÇÃO IV passada em julgado.
DA FIANÇA
CAPÍTULO III
Art. 30.Fiança é a garantia dada pelo funcionário que tenha di- DA PROMOÇÃO
nheiro público sob sua guarda ou responsabilidade.
Art. 31.O funcionário nomeado para o cargo cujo provimento Art. 43.(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004)
dependa de fiança, não poderá entrar em exercício sem a prévia Art. 44.(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004)
satisfação dessa exigência. Art. 45.(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004)
§ 1º A Fiança poderá ser prestada: Art. 46.(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004)
I - Em dinheiro; Art. 47.(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004)
II - Em títulos da dívida pública; Art. 48.(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004)
III - Em apólice de seguros de fidelidade funcional, emitidas por Art. 49.(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004)
instituto oficial ou empresa legalmente autorizada. Art. 50.(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004)
§ 2º Não se admitirá o levantamento da fiança, antes de toma- Art. 51.(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004)
das as contas do funcionário. Art. 52.(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 53.As normas para o processamento das promoções serão Art. 70.A reversão dará direito para os fins de aposentadoria e
objeto de Lei Especial. disponibilidade, à contagem do tempo em que o funcionário esteve
aposentado.
CAPÍTULO IV Art. 71.Em casos especiais, a juízo do Prefeito e respeitada a
DA TRANSFERÊNCIA E DA REMOÇÃO habilitação profissional, poderá o aposentado reverter ao serviço
em outro cargo de vencimento ou remuneração igual aos proventos
Ver Emenda L.O.M. nº 19 , de 27/12/1994 da inatividade.
Art. 54. (Revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994)
Art. 55.(Revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994) CAPÍTULO VIII
Art. 56.(Revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994) DO APROVEITAMENTO
Art. 57. (Revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994)
Art. 58. (Revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994) Art. 72. (Revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994)
Art. 59.(Revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994) Art. 73. (Revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994)
§ 1º (Revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994) Art. 74.(Revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994)
§ 2º(Revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994)
Art. 60. (Revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994) CAPÍTULO IX
DA READAPTAÇÃO
CAPÍTULO V
DA REINTEGRAÇÃO Art. 75. (Revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994)
Art. 76. (Revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994)
Verart. 6 da Lei nº 7.521, de 18/06/1993
Art. 61.A reintegração, que decorrerá de decisão administrativa CAPÍTULO X 
ou judiciária é o reingresso no serviço público, com ressarcimento DA SUBSTITUIÇÃO
das vantagens atinentes ao cargo. 
Art. 62.A reintegração será feita no cargo anteriormente ocu- Ver O.S. 539, de 08/06/1994 (normas para substituição)
pado; se este houver sido transformado, no cargo resultante da Art. 77. (Revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994)
transformação e, se extinto, em cargo de vencimento ou remune- Art. 78. (Revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994)
ração e funções equivalentes, atendida a habilitação profissional.
Art. 63.Reintegrado, o funcionário que estiver ocupando o car- CAPÍTULO XI
go será reconduzido ao de que era titular, sem direito a indenização, DA VACÂNCIA
ou será destituído de plano se não ocupava cargo anterior no servi-
ço público municipal. Art. 79.Vacância é o estado de um cargo público que não tem
Art. 64.O funcionário reintegrado será submetido à inspeção pessoal. (ver art. 8º da Lei nº 8.219 , de 23/12/1994)
médica e aposentado quando incapaz. Art. 80.A vacância do cargo decorrerá de:
I - Exoneração;
CAPÍTULO VI II - Demissão;
DA READMISSÃO III - (revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004)
IV - (revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004)
Verart. 6 da Lei nº 7.521, de 18/06/1993 V - Disponibilidade;
Art. 65.Readmissão é o ato pelo qual o funcionário demitido VI - Aposentadoria;
ou exonerado, reingressa no serviço público, sem direito a ressarci- VII - Posse em outro cargo;
mento de prejuízos. VIII - Falecimento;
§ 1º O readmitido contará o tempo de serviço público anterior Art. 81.Dar-se-á a exoneração:
para efeito de disponibilidade e aposentadoria. I - A pedido;
§ 2º A readmissão dependerá de prova de capacidade, median- II - Ex-ofício:
te inspeção médica. a)  Quando se tratar de cargo em comissão;
Art. 66.A readmissão deverá ser feita em cargo inicial da carrei- b)  Quando não satisfeitas as condições de estágio probatório.
ra ou em cargo isolado de provimento efetivo, compatíveis com a Art. 82.A demissão aplicar-se-á como penalidade.
habilitação profissional do readmitido.
TÍTULO III 
CAPÍTULO VII DOS DIREITOS E VANTAGENS
DA REVERSÃO
CAPÍTULO I 
Art. 67.Reversão é o ato pelo qual o aposentado reingressa no DO TEMPO DE SERVIÇO
serviço público, após verificação de que não subsistem os motivos
determinantes da aposentadoria. Art. 83.Será feita em dias a apuração do tempo de serviço.
Parágrafo Único - A reversão far-se-á a pedido ou ex-ofício. § 1º O número de dias será convertido em anos, considerado o
Art. 68.A reversão ex-ofício far-se-á de preferência no mesmo cargo. ano de 365 dias.
Parágrafo Único.A reversão ex-ofício não poderá ter lugar em § 2º Feita a conversão, os dias restantes, até 182, não serão
cargo de vencimento ou remuneração inferior ao provento da ina- computados, arredondando-se para 1 (um) ano, quando excede-
tividade. rem esse número, nos casos de cálculo para efeito de aposentado-
Art. 69.A reversão a pedido só poderá ser feita em cargo inicial ria e adicional por tempo de serviço. (nova redação de acordo com
de carreira ou cargo isolado, observada a habilitação profissional a Lei nº 4.695, de 04/01/1977)
do requerente.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 84.Será considerado de efetivo exercício o afastamento em CAPÍTULO III
virtude de: DAS FÉRIAS
I - Férias;
II - Casamento até 8 dias; Art. 89.Férias é o período de descanso anual do funcionário
III -(revogado pela Lei nº 6.562, de 11/07/1991) municipal.
IV - (revogado pela Lei nº 6.562, de 11/07/1991) Art. 90.O funcionário gozará obrigatoriamente, trinta (30)
V - Exercício em outro cargo municipal de provimento em co- dias de férias anuais, de acordo com a escala organizada pelo che-
missão; fe da repartição. (nova redação de acordo com a Lei nº 4.743, de
VI - Convocação para o serviço militar; 28/10/1977)
VII - Júri e outros serviços obrigatórios por lei; § 1º É proibido levar à conta de férias qualquer falta ao traba-
VIII - Desempenho de função legislativa federal, estadual ou lho.
municipal; § 2º Somente depois do primeiro ano de exercício adquirirá o
IX - Licença-prêmio; funcionário direito às férias.
X - Licença à funcionária gestante; § 3º  Atendido o interesse do serviço, o funcionário poderá
XI - Licença a funcionário acidentado em serviço ou atacado de gozar férias de uma só vez ou em dois períodos iguais. (Acrescido
doença profissional ou moléstias enumeradas no artigo 110; pela Lei nº 4.743, de 28/10/1977)
XII - Missão ou estudos noutros pontos do território nacional Art. 91.É proibido a acumulação de férias, salvo imperiosa ne-
ou no estrangeiro, quando o afastamento tiver sido expressamente cessidade de serviço e pelo máximo de 2 (dois) anos.
autorizado pelo Prefeito ou pela Mesa da Câmara; Art. 92.VETADO
XIII - Afastamento em virtude de candidatura a cargo eletivo; Art. 93.Ao entrar em gozo de férias o funcionário terá direito a
XIV - Nascimento de filho, um dia, no decorrer da primeira se- perceber adiantadamente, o seu vencimento. 
mana. (acrescido pela Lei nº 4.781, de 10/05/1978) Art. 94.Ao entrar em férias, o funcionário comunicará ao Chefe
XV - No caso de doação voluntária de sangue, devidamente da repartição o seu endereço eventual.
comprovada. (acrescido pela Lei nº 8.435, de 20/07/1995) (ver Lei
nº 8.299, de 24/02/1995 - Abono Assiduidade) (ver  Decreto nº CAPÍTULO IV
18.630, de 23/01/2015) DAS LICENÇAS
Art. 85.Para efeito de aposentadoria e disponibilidade, compu-
tar-se-á integralmente: Ver Lei nº 5.750 , de 18/12/1986 (Licença em caso de adoção)
I - O tempo de serviço público federal, estadual, municipal; Ver Lei nº 9.225 , de 07/03/1997 (Licença para participação em
II - O período de serviço ativo nas forças armadas, prestadas eventos)
durante a paz, computando-se pelo dobro o tempo em operações Ver Lei Complementar nº 314, de 29/10/2021 (Licença parter-
de guerra; nidade)
III - O tempo de serviço prestado como extranumerário ou sob Art. 95.Conceder-se-á licença ao funcionário efetivo ou em co-
qualquer forma de admissão, desde que remunerada pelos cofres missão:
públicos; I - Para tratamento de saúde;
IV - O tempo de serviço prestado em autarquias municipais; II - Por motivo de doença em pessoa da família;
V -(revogado pela Lei nº 4.760 , de 28/12/1977) III - Para repouso à gestante;
VI - O tempo em que o funcionário esteja em disponibilidade IV - Para serviço militar obrigatório;
ou aposentado. V - Para o trato de interesses particulares;
Art. 86.É vedada a acumulação de tempo de serviço prestado VI - Em caráter especial, como prêmio à assiduidade;
concorrentemente nos serviços públicos ou entidades enumeradas VII - Para o desempenho de mandato eletivo.
no artigo 85. Art. 96.Ao funcionário interino não se concederá, nessa quali-
dade, licença para o trato de interesses particulares.
CAPÍTULO II  Art. 97.A licença dependente de inspeção médica, será conce-
DA ESTABILIDADE dida pelo prazo indicado no laudo ou atestado.
Parágrafo Único.Findo o prazo, haverá nova inspeção e o ates-
Art. 87.O funcionário ocupante de cargo de provimento efetivo tado ou laudo médico concluirá pela volta ao serviço, pela prorro-
adquire estabilidade após 2 (dois) anos de efetivo exercício. (ver art. gação da Licença ou pela aposentadoria.
6º da Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/1998 - 3 anos) Art. 98 . Terminada a licença, o funcionário reassumirá imedia-
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica aos cargos em co- tamente o exercício, ressalvado o disposto no § único do artigo 99.
missão. Art. 99.A licença poderá ser prorrogada ex-ofício ou a pedido.
§ 2º A estabilidade diz respeito ao serviço público e não ao car- Parágrafo Único.O pedido deverá ser apresentado antes de fin-
go. do o prazo da licença; se indeferido, contar-se-á como licença o pe-
Art. 88.O funcionário perderá o cargo: ríodo compreendido entre a data do término e a do conhecimento
I - Quando estável, em virtude de sentença judiciária; ou me- oficial do despacho.
diante processo administrativo, em que se lhe tenha assegurada Art. 100.As licenças concedidas dentro de 60 (sessenta) dias,
ampla defesa; contados da terminação da anterior serão consideradas como pror-
II - Quando em estágio probatório, só será demitido do cargo rogação.
após a observância do artigo 15 e seus parágrafos ou mediante in- Art. 101.O funcionário não poderá permanecer em licença por
quérito administrativo, quando este se impuser antes de concluído prazo superior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos casos previs-
o estágio, ressalvada sempre a defesa do interessado. tos no item IV do art. 95, na hipótese do artigo 174 e nos casos das
moléstias previstas no artigo 110.
Art. 102.(revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 103.O funcionário em gozo de licença comunicará ao Chefe SEÇÃO IV
da repartição o local onde pode ser encontrado. DA LICENÇA À GESTANTE
Art. 104.As licenças por tempo superior a 15 (quinze) dias, só
poderão ser concedidas pelo Prefeito ou pela Mesa da Câmara; as ver Lei nº 5.750 , de 18/12/1986 (Licença adoção)
de tempo inferior poderão ser despachadas pelos Diretores, Inspe- ver Lei nº 11.262 , de 04/06/2002 (Amamentação)
tor Fiscal e pelo Secretário Geral. Art. 113.À funcionária gestante será concedida, mediante ins-
peção médica, licença por 4 (quatro) meses, com vencimento ou re-
SEÇÃO II muneração. (ver art. 5º da Lei nº 6.021, de 13/12/1988) (ver Emen-
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE da à LOM nº 46 , de 23/03/2010)  (ver  Decreto nº 17.077, de
24/05/2010)
Ver arts. 54 ao 58 da Lei nº 8.219 , de 23/12/1994 Parágrafo Único.  Salvo prescrição médica em contrário, a licen-
Art. 105.A licença para tratamento de saúde será a pedido ou ça será concedida a partir do 8º mês de gestação.
ex-ofício.
Parágrafo Único - Num e noutro caso, é indispensável a inspe- SEÇÃO V
ção médica, que deverá realizar-se sempre que necessário na resi- DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR
dência do funcionário.
Art. 106.Para a licença até 60 (sessenta) dias, as inspeções de- Art. 114.Ao funcionário que for convocado para o serviço mili-
verão ser feitas por médicos oficiais, admitindo-se quando não for tar e outros encargos da segurança nacional, será concedida licença
possível, atestado passado por médico particular com firma reco- com vencimento ou remuneração.
nhecida. § 1º A licença será concedida à vista de documento oficial que
§ 1º No caso da parte final deste artigo o atestado só produzirá prove a incorporação.
efeito depois de homologado pela Divisão de Assistência Médica do § 2º Do vencimento ou remuneração, descontar-se-á a impor-
D.A.A.P. da Prefeitura Municipal. tância que o funcionário perceber na qualidade de incorporação,
§ 2º Em caso de não ser homologada a licença, o funcionário salvo se optar pelas vantagens do serviço militar.
será obrigado a reassumir o exercício do cargo, sendo considerados § 3º Ao funcionário desincorporado, conceder-se-á prazo não
como faltas justificadas os dias em que deixou de comparecer ao excedente de 30 (trinta) dias para que reassuma o exercício, sem
serviço por esse motivo, ficando, no caso, caracterizada a responsa- perda do vencimento ou remuneração.
bilidade do médico atestante. Art. 115.Ao funcionário, oficial da reserva das forças armadas,
Art. 107.A licença superior a 60 (sessenta) dias, dependerá de será também concedida licença com vencimento ou remuneração
inspeção por junta médica oficial. durante os estágios previstos pelos regulamentos militares, quando
Art. 108.Será punido disciplinarmente o funcionário que se re- pelo serviço militar, não perceber qualquer vantagem pecuniária.
cusar a inspeção médica, cessando os efeitos da pena, logo que se Parágrafo Único.Quando o estágio for remunerado assegurar-
verifique a inspeção. -se-á o direito de opção.
Art. 109.Considerado apto em inspeção médica, o funcionário
reassumirá o exercício, sob pena de se apurarem como faltas os dias SEÇÃO VI
de ausência. DA LICENÇA PARA TRATO DE INTERESSES PARTICULARES
Parágrafo Único - No curso da licença, poderá o funcionário re-
querer inspeção médica, caso se julgue em condições de reassumir ver Lei nº 7.524, de 23/06/1993 (4 meses para defesa de tese)
o exercício. ver Lei nº 9.225 , de 07/03/1997 (licença para participação em
Art. 110.A licença a funcionário acometido de tuberculose eventos)
ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia malígna, ce- ver O.S.nº 567 de 03/04/1998-GP (licença sem vencimentos)
gueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopa- Art. 116.Depois de 2 (dois) anos de efetivo exercício, o funcio-
tia grave, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, doença nário poderá obter licença, sem vencimento ou remuneração, para
de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave e tratar de interesses particulares.
estados avançados do mal de Paget (osteíte deformante) será con- § 1º A licença será negada quando o afastamento do funcioná-
cedida quando a inspeção médica não concluir pela concessão da rio for inconveniente ao interesse do serviço.
aposentadoria. (nova redação de acordo com a Lei nº 10.070, de § 2º O funcionário deverá aguardar em exercício a concessão
29/04/1999) da licença.
Art. 111.Será integral o vencimento ou remuneração do funcio- § 3º A licença não excederá de 2 (dois) anos.
nário licenciado para tratamento de saúde, acidentado em serviço, Art. 117.Não será concedida licença para tratar de interesses
atacado de doença profissional ou das moléstias indicadas no artigo particulares ao funcionário nomeado, removido ou transferido an-
anterior. tes de assumir o exercício.
Art. 118.Poderá ser concedido mais um período de licença
SEÇÃO III  pelo prazo de 2 (dois) anos, desde que tenha sido esgotado o prazo
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍ- máximo previsto no § 3º do artigo 116.  (nova redação de acordo
LIA com a Lei nº 5.248, de 10/05/1982) (ver O.S. 521, de 30/07/1992)
(ver O.S. nº 567, de 03/04/1998)
Ver arts. 59 a 61 da Lei nº 8.219 , de 23/12/1994 Art. 119.O funcionário poderá, a qualquer tempo, reassumir o
Art. 112. (revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994) exercício, desistindo da licença.
§ 1º(revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994)
§ 2º (revogado pela Lei nº 8.219, de 23/12/1994) 

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SEÇÃO VII Art. 127.A concessão de Licença-Prêmio caducará quando o
DA LICENÇA ESPECIAL OU LICENÇA-PRÊMIO funcionário não iniciar o seu gozo dentro de 30 (trinta) dias conta-
dos da publicação do ato que o houver concedido.
Art. 120.Após cada quinquênio de efetivo exercício, o funcio- Art. 128.Ao entrar em gozo de Licença-Prêmio o funcionário
nário gozará de Licença-prêmio de 90 dias corridos, com todos os terá direito a receber, antecipadamente, os vencimentos corres-
direitos e vantagens de seu cargo.  (nova redação de acordo com pondentes ao tempo da licença.
a Lei nº 1.777, de 24/06/1957)
§ 1º  No cômputo do tempo de serviço público efetivo serão CAPÍTULO V
observadas as seguintes normas: DO VENCIMENTO OU DA REMUNERAÇÃO E DAS VANTAGENS
I - Entende-se como tempo de serviço público efetivo o que
tenha prestado à União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Mu- SEÇÃO I
nicípios, em cargo ou função civil ou militar, ininterruptamente ou DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
não, em órgãos de administração direta ou autárquicas, apurado à
vista dos registros de frequência, certidões, folhas de pagamento Art. 129.Além do vencimento ou remuneração poderão ser de-
ou dos elementos regularmente averbados no assentamento indi- feridas as seguintes vantagens:
vidual do funcionário; I - Diárias;
II - A contagem de tempo de serviço será feita em dias e o total II - Auxílio para diferença de caixa;
apurado convertido em anos, sem arredondamento, considerado III - Salário-Família;
de efetivo exercício o afastamento em virtude de: IV - Auxílio-Doença; (Ver art. 14 da Lei nº 8442 , de 15/08/l995)
a)  Férias; V - Gratificações.
b)  Casamento; Art. 130.O vencimento ou remuneração ou provento do funcio-
c)  Luto; nário não poderão sofrer outros descontos que não forem os obri-
d)  Exercício de outro cargo de provimento em comissão; gatórios ou autorizados em Lei. (ver Lei nº 13.511, de 23/12/2008)
e)  Convocação para serviço militar;
f)  Júri e outros serviços obrigatórios por Lei; SEÇÃO II
g)  Exercício de função ou cargo de governo ou administração, DO VENCIMENTO OU REMUNERAÇÃO
em qualquer parte do Território Nacional;
h)  Desempenho de função legislativa da União, dos Estados, do Art. 131.(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004)
Distrito Federal ou dos Municípios; Art. 132.(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004)
i)  Licença especial; Art. 133.Somente nos casos previstos em Lei, poderá perce-
j)  Licença à funcionária gestante, ao funcionário acidentado ber vencimento ou remuneração, o funcionário que não estiver no
em serviço ou atacado de doença profissional, na forma dos artigos exercício do cargo.
84, inciso XI e 110; (nova redação de acordo com a Lei nº 2.266, de Art. 134.O funcionário perderá:
22/02/1960) I - O vencimento ou remuneração do dia, se não comparecer ao
l)  Missão ou estudo no estrangeiro, quando o afastamento serviço, salvo os casos previstos neste Estatuto;
houver sido autorizado pela autoridade competente; II - Um terço do vencimento ou remuneração diária, quando
m)  Exercício, em comissão, de cargos de chefia nos serviços comparecer ao serviço, dentro da hora seguinte à marcada para o
dos Estados, Distrito Federal, Municípios ou Territórios. início dos trabalhos, ou quando se retirar antes de findo o período
III  É vedada a acumulação de tempo de serviço prestado cor- de trabalho;
rentemente em dois ou mais cargos ou funções da União, Estados, III - Um terço do vencimento ou remuneração durante o afas-
Distrito Federal e Municípios ou Autarquias e Sociedades de Econo- tamento por motivo de prisão preventiva, pronúncia por crime
mia Mista.
comum ou ainda denúncia por crime funcional, ou, ainda, conde-
§ 2º Para que o funcionário em comissão goze da Licença-Prê-
nação por crime inafiançável, em processo no qual não haja pro-
mio, com as vantagens desse cargo, deve ter nele 2 (dois) anos de
núncia, com direito à diferença, se absolvido;
estágio.
IV - Dois terços do vencimento ou remuneração durante o perí-
Art. 121.Não se concederá Licença-Prêmio, se houver o funcio-
odo do afastamento em virtude de condenação, por sentença defi-
nário, em cada quinquênio:
nitiva, a pena que não determine demissão.
I - Sofrido pena de suspensão;
Art. 135.As reposições e indenizações ao erário municipal, se-
II - Faltar ao serviço por mais de 30 (trinta) dias.
Art. 122.O pedido de Licença-Prêmio será instituído com cer- rão descontadas em parcelas mensais, não excedentes da 10ª (déci-
tidão de tempo de serviço, expedida pelo órgão competente mu- ma) parte do vencimento ou remuneração.
nicipal. Parágrafo Único - Não caberá o desconto parcelado quando o
Art. 123.A Licença-Prêmio será despachada pelo Prefeito Muni- funcionário solicitar exoneração ou abandonar o cargo.
cipal ou pela Mesa da Câmara. Art. 136.Ponto é o registro pelo qual se verificarão, diariamen-
Art. 124.A pedido do funcionário, a Licença-Prêmio poderá ser te, entrada e saída do funcionário em serviço.
gozada em 3 (três) parcelas não inferiores a 1 (um) mês. Parágrafo Único.Todos os funcionários estão, obrigatoriamen-
Art. 125.É facultado à autoridade competente, tendo em vista te, sujeitos ao ponto, salvo aqueles que, em atenção às atribuições
as razões de ordem pública, devidamente fundamentadas, deter- que desempenham, forem dispensados dessa exigência pelo Prefei-
minar, dentro dos 12 (doze) meses seguintes à apuração do direito, to ou pelo Presidente da Câmara.
a data do início do gozo da Licença-Prêmio, bem como decidir se Art. 137.Nos dias úteis, só por determinação do Prefeito Mu-
poderá ser concedida por inteiro ou parceladamente. nicipal, poderão deixar de funcionar as repartições públicas, ou se-
Parágrafo Único.Os dias de Licença-Prêmio que deixar de gozar rem suspensos os seus trabalhos.
no respectivo período, serão acrescidos ao período subsequente.
Art. 126.O funcionário deverá aguardar em exercício a conces-
são da Licença-Prêmio.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SEÇÃO III IV - Pela execução de trabalho de natureza especial com risco
DAS DIÁRIAS de vida ou saúde;
V - Pela participação em órgãos de deliberação coletiva;
Art. 138.Ao servidor municipal que, por determinação do Pre- VI - Pelo exercício de encargo de auxiliar ou de membro de
feito ou do Presidente da Câmara, se deslocar temporariamente banca ou de Comissão de concurso ou de membro de Comissão de
deste Município no desempenho de suas atribuições será concedi- Inquérito administrativo;
da, além do transporte a diária a título de indenização das despesas VII - Adicional por tempo de serviço.
de alimentação e pousada, nas bases fixadas em Decreto.(regula- Parágrafo Único.O disposto nos itens III, V e VI deste artigo, apli-
mentado pelo Decreto nº 20.645, de 20/12/2019) car-se-á quando o serviço for executado fora do período normal ou
extraordinário a que estiver sujeito o funcionário no desempenho
SEÇÃO IV de seu cargo. (regulamentado pelo Decreto 2.629, de 20/08/1965)
DO AUXÍLIO PARA DIFERENÇA DE CAIXA Art. 149.A gratificação adicional será sempre proporcional aos
vencimentos e acompanhar-lhes-á as suas oscilações.
Art. 139.A diferença de Caixa é a bonificação de 10% (dez por Art. 150.A gratificação por tempo de serviço será devida ao fun-
cento) concedida aos Tesoureiros e Caixas que, no desempenho de cionário após cada período de 5 (cinco) anos à razão de 5%. (nova
suas atribuições, paguem ou recebam em moeda corrente. redação de acordo com a Lei nº 4.765, de 29/12/1977)§ 1º No côm-
puto do tempo de serviço público efetivo, serão observadas as mes-
SEÇÃO V mas normas do artigo 120 e §§ desta Lei. (nova redação de acordo
DO SALÁRIO-FAMÍLIA com a Lei nº 1.777, de 24/06/1957)
§ 2º Os adicionais de que trata este artigo se incorporam para
Art. 140.O Salário-Família será concedido a todo servidor mu- todos os efeitos aos vencimentos e serão pagos juntamente com
nicipal ativo ou inativo: estes ou com a remuneração. 
I - Por filhos menores de 18 (dezoito) anos; § 3º Ao Departamento de Serviços Internos, pela sua Seção de
II - Por filho inválido. Pessoal, competirá a contagem de tempo de serviço a pedido dos
Parágrafo Único.Compreende-se neste artigo os filhos de qual- interessados.
quer condição, os enteados, os adotivos e o menor que viver sob a Art. 151. (revogado pela Lei 3.606, de 21/09/1967)
guarda e sustento do funcionário. Parágrafo Único.(revogado pela Lei 3.606, de 21/09/1967)
Art. 141.Quando o pai e a mãe forem funcionários ou inativos Art. 152.Terá direito a gratificação por serviço extraordinário,
e viverem em comum, os salários-família serão concedidos ao pai. o funcionário que for convocado para prestação de trabalhos fora
§ 1º Se não viverem em comum, será concedido ao que tiver do horário normal de expediente a que estiver sujeito.  (ver  art.
dependentes sob sua guarda. 29 da Lei 8.219, de 23/12/1994)
§ 2º  Se ambos os tiverem, será concedido a um e outro dos Parágrafo Único.As horas trabalhadas aos domingos, feria-
pais, de acordo com a distribuição dos dependentes. dos nacionais e locais, bem como no período noturno, terão um
Art. 142.Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta, acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o Salário-Hora
e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes. normal. (acrescido pela Lei 2.577, de 10/10/1961) (Regulamentado
Art. 143.O servidor e o inativo são obrigados a comunicar ao pelo Decreto nº 2.944, de 28/04/1967)
Prefeito, dentro de 15 (quinze) dias, qualquer alteração que se ve- Art. 153.A gratificação pela prestação de serviços extraor-
rifique na situação dos dependentes, da qual decorra supressão ou dinários será determinada pelos Secretários Municipais e pelo
redução no salário-família. Secretário Geral da Câmara e pagos por hora de trabalho pror-
Parágrafo Único.A inobservância desta disposição determinará rogado ou antecipado.  (nova redação de acordo com a  Lei nº
a responsabilidade do servidor ou inativo. 3.269, de 03/06/1965) (Regulamentado pelo Decreto nº 2.944, de
Art. 144.O Salário-Família será pago juntamente com os venci- 28/04/1967)
mentos, remuneração, salário ou provento. § 1º Em se tratando de serviço extraordinário noturno, o valor
Art. 145.O Salário-Família será pago independentemente de da hora será acrescido de 25%.
frequência e produção do funcionário e não poderá sofrer qualquer § 2º  As gratificações aos funcionários adidos ao Gabinete do
desconto, nem ser objeto de transação e consignação em folhas de Prefeito serão por ele determinadas.
pagamento, nem sobre ele será baseada qualquer contribuição. § 3º Serviço noturno é o prestado no período compreendido
entre 18 horas e 6 horas.
SEÇÃO V § 4º A remuneração por hora de trabalho será o resultado da
DO AUXÍLIO-DOENÇA relação entre o valor do padrão do cargo, mais o valor do adicional
por tempo de serviço e o divisor 143 (cento e quarenta e três) des-
Art. 146.  (ver revogação pelo  Art. 67 - da  Lei 8.219,  de prezadas as frações inferiores a Cz$0,10 (dez centavos) 
23/12/1994) (ver art. 1ºe 14 da Lei 8.442, de 15/08/1995) Art. 154.VETADO
Art. 147.(ver revogação pelo  Art. 67 - da  Lei 8.219,  de Art. 155.A gratificação pela execução ou colaboração de tra-
23/12/1994) (ver art. 1ºe 14 da Lei 8.442, de 15/08/1995) balhos técnicos ou científicos de utilidade para o serviço público,
será arbitrada pelo Chefe do Poder Executivo, após sua conclusão
SEÇÃO VII ou previamente quando for o caso.
DAS GRATIFICAÇÕES Art. 156.A gratificação nos casos previstos nos itens IV, V e VI
será fixada pelo Prefeito, observado o disposto no artigo 148 e seu
Art. 148.Conceder-se-á gratificação: §. (regulamentado pelo Decreto 2.629, de 20/08/1965)
I - Pelo exercício do magistério;
II - Pela prestação de serviço extraordinário;
III - Pela execução ou colaboração em trabalhos técnicos ou
científicos fora das atribuições normais do cargo;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CAPÍTULO VI Art. 170.O funcionário que se dirigir ao Poder Judiciário, ficará
DAS CONCESSÕES obrigado a comunicar essa iniciativa ao seu Chefe imediato, para
que este providencie a remessa do processo, se houver, ao Juiz
Art. 157.Ao funcionário licenciado para tratamento de saúde, competente, como peça instrutiva da ação judicial.
poderá ser concedido transporte, inclusive para as pessoas de sua
família, descontando-se em 10 (dez) prestações mensais as despe- CAPÍTULO IX
sas realizadas. DA DISPONIBILIDADE
Art. 158.A família do funcionário falecido, em exercício, em dis-
ponibilidade ou aposentado ou a pessoa que provar ter feito as des- Art. 171.Extinguindo-se o cargo, o funcionário estável ficará em
pesas com o seu enterramento, será concedido, a título de auxílio disponibilidade com provento igual ao vencimento ou remuneração
funeral, a importância correspondente a um mês de vencimento, até seu obrigatório aproveitamento em outro cargo de natureza e
remuneração ou provento.  (ver art. 2º do  Decreto nº 13.122, de vencimento compatíveis com o que ocupava. (ver art. 6º da Emen-
26/04/1999 - extinção) (ver art. 4º da Lei nº 14.630, de 19/06/2013 da Constitucional nº 19, de 04/06/1998)
- concessão) Parágrafo Único.Restabelecido o cargo ainda que modificada
§ 1º A despesa ocorrerá por dotação própria do cargo, não po- sua denominação, será obrigatoriamente aproveitado nele o fun-
dendo, por esse motivo, o novo ocupante entrar em exercício antes cionário posto em disponibilidade quando da sua extinção.
do transcurso de 30 (trinta) dias. Art. 172.O funcionário em disponibilidade poderá ser aposen-
§ 2º O pagamento será efetuado pelo Tesouro mediante auto- tado.
rização do Prefeito ou da Mesa da Câmara, após a apresentação do
atestado de óbito e dos documentos de despesas. CAPÍTULO X
DA APOSENTADORIA
CAPÍTULO VII 
DA ASSISTÊNCIA Ver Lei 8.442, de 15/08/1995 (criação do SPS)
Ver Lei Complementar nº 10, de 30/06/2004 (criação do CAM-
Art. 159.  (ver revogação pelo  Art. 67 - da  Lei 8.219,  de PREV)
23/12/1994) (ver art. 1ºe 14 da Lei 8.442, de 15/08/1995) Art. 173.O funcionário será aposentado:
Art. 160.  (ver revogação pelo  Art. 67 - da  Lei 8.219,  de I - Compulsoriamente aos 70 (setenta) anos de idade;
23/12/1994) (ver art. 1ºe 14 da Lei 8.442, de 15/08/1995) II - A pedido, quando completar 30 (trinta) anos de efetivo exer-
Art. 161.(ver revogação pelo  Art. 67 - da  Lei 8.219,  de cício;
23/12/1994) (ver art. 1ºe 14 da Lei 8.442, de 15/08/1995) III - Por invalidez.
Art. 174.O funcionário será aposentado com vencimento ou
CAPÍTULO VIII remuneração integral:
DO DIREITO DE PETIÇÃO I - Quando completar 30 (trinta) anos de efetivo exercício;
II - Quando invalidado em consequência de acidentes no exercí-
Art. 162.É assegurado ao funcionário o direito de requerer ou cio de suas atribuições ou em virtude de doença profissional;
representar. III - Quando acometido das moléstias especificadas no artigo
Art. 163.O requerimento será endereçado à autoridade com- 110, na base das conclusões da medicina especializada;
petente para decidi-lo e a ela encaminhado por intermédio da que IV - Quando tiver 20 (vinte) anos ou mais de efetivo exercício e
estiver imediatamente subordinado o requerente. 70 (setenta) anos de idade, concomitantemente.
Art. 164.O pedido de reconsideração será dirigido à autoridade § 1º Acidente é o evento danoso que tiver como causa mediata
que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não ou imediata o exercício das atribuições inerentes ao cargo.
podendo ser renovado. § 2º Equipara-se à acidente a agressão sofrida e não provocada
Parágrafo Único.O requerimento e o pedido de reconsideração pelo funcionário no exercício de suas atribuições.
de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no § 3º A prova do acidente será feita em processo especial, deter-
prazo de 5 (cinco) dias e decidido dentro de 30 (trinta) dias impror- minado pelo Prefeito ou pela Mesa da Câmara. 
rogáveis. § 4º Para a conceituação da doença profissional serão adotados
Art. 165.Ao Prefeito Municipal caberá recurso do indeferimen- os critérios da legislação federal da previdência social. (nova reda-
to do pedido de reconsideração. ção de acordo com a Lei nº 4.482, de 09/04/1975)
Parágrafo Único.No encaminhamento do recurso, observar-se- § 5º Ao funcionário interino, aplicar-se-á o disposto neste arti-
-á o disposto na parte final do artigo 163. go, quando invalidado nos termos dos itens II e III.
Art. 166.O pedido de reconsideração e o recurso não têm efeito Art. 175.O funcionário que em virtude de moléstia se incapa-
suspensivo; e o que for provido retroagirá, em seus efeitos à data citar para o exercício de qualquer função pública, será afastado do
do impugnado. cargo com todos os vencimentos, até o prazo máximo de 4 (quatro)
Art. 167.O direito de pleitear na esfera administrativa prescre- anos. Findo esse prazo se perdurar a incapacidade total, será apo-
verá: sentado com vencimentos integrais, qualquer que seja o seu tempo
I - Em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de que decorrerem de- de serviço, possibilitada a reversão.
missão, cassação de aposentadoria e disponibilidade; Art. 176.Fora dos casos previstos no artigo 174 o provento será
II - Em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos. proporcional ao tempo de serviço, na razão 1/20 (um vinte avos)
Art. 168.O prazo de prescrição contar-se-á da data de publica- por ano.
ção oficial do ato impugnado, ou, quando este for de natureza re- Parágrafo Único.O provento da aposentadoria não será supe-
servada, da data da ciência do interessado. rior ao vencimento ou remuneração da atividade nem inferior a 1/3
Art. 169.O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabí- (um terço).
veis, interrompem a prescrição uma só vez. Art. 177.O provento da inatividade será revisto:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a) Sempre que houver modificação geral de vencimento ou re- III - Promover manifestação de apreço ou de desapreço, fa-
muneração; zer circular ou subscrever lista de donativos no recinto da reparti-
b) Quando o funcionário inativo for acometido das moléstias ção; (ver O.S nº 298, de 07/07/1977) (Ver O.S nº 560, de 08/09/1997)
previstas no artigo 110, positivadas em inspeção médica, passando, IV - Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal;
então, a ter como provento o vencimento ou remuneração que per- V - Coagir ou aliciar subordinados com objetivos de natureza
cebia na atividade. partidária;
Art. 178. (revogado pela Lei 7.802 , de 29/03/1994) VI - Participar da gerência ou da administração de empresas in-
Art. 179.O funcionário que contar 35 (trinta e cinco) anos de dustrial ou comercial, salvo quando estiver de licença para tratar de
serviço será aposentado com vencimentos de padrão imediatamen- interesses particulares ou em disponibilidade e durante o período
te superior ao do cargo que ocupar. (Vedado pela Constituição Fe- de afastamento;
deral - artigo 102 § 2º). VII - Praticar a usura em qualquer das formas;
Art. 180.A aposentadoria dependente de inspeção médica, só VIII - Pleitear como Procurador, ou intermediário, junto às Re-
será decretada depois de verificada a impossibilidade de readapta- partições Públicas Municipais, salvo quando se tratar de percepção
ção do funcionário. de vencimentos ou vantagens de parente até 2º grau;
Art. 181.É automático a aposentadoria compulsória. IX - Receber propinas, comissões, presentes e vantagens de
Parágrafo Único.O retardamento do Decreto que declarar a qualquer espécie em razão das atribuições;
aposentadoria compulsória, não impedirá que o funcionário se X - Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos pre-
0afaste do exercício no dia imediato ao que atingir a idade limite. vistos em Lei, o desempenho de cargo que lhe competir ou a seus
subordinados.
TÍTULO IV
DO REGIME DISCIPLINAR CAPÍTULO IV
DA RESPONSABILIDADE
CAPÍTULO I
DA ACUMULAÇÃO Art. 186.Pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcio-
nário responde civil, penal e administrativamente.
Art. 182.(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004) Art. 187.A responsabilidade civil decorre de procedimento do-
Art. 183.(revogado pela Lei nº 12.012, de 29/06/2004) loso ou culposo, que importem em prejuízo para a Fazenda Munici-
pal ou de terceiros.
CAPÍTULO II  § 1º  A indenização de prejuízos causados poderá ser liquida-
DOS DEVERES da mediante o desconto em prestações mensais, não excedente
da 10a (décima) parte do vencimento ou remuneração, na falta de
Art. 184.São deveres dos funcionários: (Ver Decreto nº 17.405, outros bens que respondam pela indenização. (ver O.S nº 580, de
de 22/09/2011 - art. 5º) 30/03/1999-GP)
I - Assiduidade; § 2º Tratando-se de danos causados a terceiros, responderá o
II - Pontualidade; funcionário perante a Fazenda Municipal, em ação regressiva pro-
III - Discreção; posta depois de transitar em julgado a decisão de última instância
IV - Urbanidade; que houver condenado a Fazenda a indenizar o terceiro prejudica-
V - Lealdade às instituições constitucionais e administrativas a do.
que servir; Art. 188.A responsabilidade penal abrange os crimes e contra-
VI - Observância das normas legais e regulamentares; venções imputados ao funcionário nessa qualidade.
VII - Obediência às ordens superiores exceto quando manifes- Art. 189.A responsabilidade administrativa resulta de atos ou
tadamente ilegais; omissões praticados no desempenho das atribuições funcionais.
VIII - Levar ao conhecimento da autoridade superior irregulari- Art. 190.As cominações civis, penais, disciplinares, poderão
dade de que tiver ciência em razão do cargo; acumular-se sendo umas e outras independentes entre si, bem as-
IX - Zelar pela economia e conservação do material que lhe for sim as instâncias civil, penal e administrativa.
confiado;
X - Providenciar para que esteja sempre em ordem no assenta- CAPÍTULO V
mento individual, a sua declaração de família; DAS PENALIDADES
XI - Atender prontamente:
a) às requisições para defesa da Fazenda Pública; Art. 191.São penas disciplinares:  (ver  Decreto nº 14.070, de
b) à expedição das certidões requeridas para a defesa de di- 10/09/2002 - competência do Secretário de Assuntos Jurídicos)
reito. I - Advertência;
II - Repreensão;
CAPÍTULO III III - Multas;
DAS PROIBIÇÕES IV - Suspensão;
V - Demissão;
Art. 185.Ao funcionário é proibido: (Ver Decreto nº 17.405, de VI - Cassação de aposentadoria e disponibilidade.
22/09/2011 - art. 6º) Art. 192.Na aplicação das penas disciplinares serão considera-
I - Referir-se de modo depreciativo em informação, parecer ou das a natureza e a gravidade da infração e os danos que dela provie-
despacho às autoridades e atos da administração pública, podendo, rem para o serviço público.
porém em trabalho assinado, criticá-los do ponto de vista doutriná- Art. 193.Será punido o funcionário que, sem justa causa, dei-
rio ou de organização do serviço; xar de submeter-se à inspeção médica determinada por autoridade
II - Retirar sem prévia autorização da autoridade competente, competente.
qualquer documento ou objeto da repartição;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 194.A pena de advertência será aplicada verbalmente em IV - Praticou usura em qualquer das suas formas.
casos de natureza leve, de desobediência ou falta de cumprimento Parágrafo Único.Será igualmente cassada a disponibilidade ao
dos deveres, devendo constar somente do assentamento pessoal. funcionário que não assumir no prazo legal o exercício do cargo em
Art. 195.No caso de abandono de cargo, o Chefe da Repartição que for aprovado.
ou serviço onde tenha exercício o funcionário promoverá a publica- Art. 203.Será aplicada a pena de disponibilidade ao funcionário
ção do Edital de chamamento, pelo prazo de 20 (vinte) dias. em gozo de estabilidade, quando a conveniência do serviço público
Parágrafo Único.Findo o prazo fixado neste artigo e não tendo aconselhar o seu afastamento.
sido feita prova de força maior, o Chefe de repartição ou Serviço Art. 204.Prescreverá:
proporá a expedição de Decreto de demissão. I - Em 2 (dois) anos a falta sujeita a repreensão, multa ou sus-
Art. 196.A pena de repreensão será aplicada por escrito, aos pensão;
casos de desobediência ou falta de cumprimento dos deveres. II - Em 4 (quatro) anos as faltas sujeitas:
Art. 197.A pena de suspensão, que não excederá de 90 (noven- a) A pena de demissão no caso do § 2º do artigo 198;
ta) dias, será aplicada em casos de falta grave ou reincidência. b) Cassação de aposentadoria e disponibilidade.
Parágrafo Único.Quando houver conveniência para o serviço, Parágrafo Único.A falta também prevista na Lei Penal como cri-
a pena de suspensão poderá ser convertida em multa de até 50 % me, prescreverá juntamente com estes.
(cinquenta por cento) por dia do vencimento ou remuneração, obri-
gado, neste caso, o funcionário a permanecer em serviço. CAPÍTULO VI 
Art. 198.A pena de demissão será aplicada nos casos de: DA PRISÃO ADMINISTRATIVA
I - Crime contra a administração pública;
II - Abandono do cargo; Art. 205.Cabe ao Prefeito ou à Mesa da Câmara ordenar a pri-
III - Incontinência pública e escandalosa e embriaguez habitual; são administrativa de qualquer responsável pelos valores e dinhei-
IV - Insubordinação grave em serviço; ros pertencentes à Fazenda Municipal, ou que se acharem sob a
V - Ofensa física em serviço contra o funcionário ou particular, guarda desta, nos casos de alcance ou emissão em efetuar as entra-
salvo em legítima defesa; das nos devidos prazos.
VI - Aplicação irregular dos dinheiros públicos; § 1º O Prefeito ou a Mesa da Câmara comunicará o fato imedia-
VII - Lesão aos cofres públicos e delapidação do patrimônio municipal; tamente à autoridade judicial competente para os devidos efeitos,
VIII - Corrupção passiva nos termos da Lei Penal; e, providenciará no sentido de ser realizado com urgência o proces-
IX - Transgressão de qualquer dos itens IV a X do artigo 185. so de tomada de contas.
§ 1º Considera-se abandono de cargo a ausência em serviço, § 2º A prisão administrativa não poderá exceder a 90 (noventa)
sem justa causa, por mais de 30 (trinta) dias consecutivos ou en- dias.
tradas atrasadas ou saídas antecipadas na forma prevista no item
II do artigo 134, desde que em número superior a 90 (noventa), CAPÍTULO VII
ocorridas consecutivamente. (nova redação de acordo com a Lei nº DA SUSPENSÃO PREVENTIVA
3.441, de 09/03/1966)
§ 2º  Será ainda demitido o servidor que, durante o ano, faltar Art. 206.O afastamento preventivo, pelo prazo de até 60 (Ses-
ao serviço 60 (sessenta) dias interpoladamente, sem causa justifi- senta) dias, prorrogáveis por mais 30(trinta) dias, poderá ser deter-
cada, ou apresentar, consecutivamente ou não, entradas atrasadas minado pelo Prefeito Municipal, em despacho motivado, afim de
ou saídas antecipadas em número superior a 30% (trinta por cento) que o funcionário não venha a infruir na apuração da irregularida-
do total de entradas ou saídas no ano, de acordo com a jornada de de a ele imputada.  (nova redação de acordo com a  Lei 9.520,  de
trabalho, a saber: (nova redação de acordo com o art. 69 da Lei nº 03/12/1997) (ver Decreto nº 14.070, de 10/09/2002 - competência
8.219, de 23/12/1994) do Secretário de Assuntos Jurídicos)
I - 8/40 horas ......................................... mais de 120 entradas/ Parágrafo Único.Findo o prazo do afastamento, cessarão os
saídas seus efeitos, ainda que não incluído o processo.(acrescido pela Lei
II - inferior a 8 e superior a 4 horas .......... mais de 60 entradas/ 9.520, de 03/12/1997)
saídas Art. 207.O funcionário terá direito:  (nova redação de acordo
III - plantões .......................................... mais de 15 entradas/ com a Lei 9.520, de 03/12/1997)
saídas” I - Ao pagamento do vencimento ou da remuneração durante o
Art. 199.O ato de demissão mencionará sempre a causa da pe- período em que estiver afastado preventivamente;
nalidade. II - À contagem de tempo de serviço relativa ao período em que
Art. 200.Atenta a gravidade da falta a demissão poderá ser apli- tenha estado afastado, quando do processo não houver resultado,
cada com a nota “A bem do serviço público”. pena disciplinar ou esta se limitar a repreensão;
Art. 201.Para a imposição da pena disciplinar, são competen- III - À contagem do tempo de serviço correspondente ao pe-
tes: (ver Decreto nº 14.070, de 10/09/2002 - competência do Secre- ríodo de afastamento excedente ao prazo da pena de suspensão
tário de Assuntos Jurídicos) efetivamente aplicada. 
I - O Prefeito Municipal nos casos de demissão, multa, cassa-
ção de aposentadoria e disponibilidade e suspensão por mais de TÍTULO V 
30 (trinta) dias; DO PROCESSO ADMINISTRATIVO E SUA REVISÃO
II - O Diretor do Departamento e Inspetor Fiscal, nos demais casos.
Art. 202.Será cassada a Aposentadoria e disponibilidade se fi- CAPÍTULO I 
car provado que o inativo: DO PROCESSO
I - Praticou falta grave no exercício do cargo;
II - Aceitou ilegalmente cargo ou função pública; Art. 208.A autoridade que tiver ciência de irregularidade no
III - Aceitou representação de Estado estrangeiro sem prévia serviço público, é obrigada a promover-lhe a apuração imediata em
autorização do Presidente da República; processo administrativo, assegurando-se ao acusado ampla defesa.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Parágrafo Único.O processo precederá à aplicação das penas Art. 221.Tratando-se de crime, o Prefeito ou a Mesa da Câmara
de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, demissão e cassação de providenciará a instauração de Inquérito policial.
aposentadoria e disponibilidade. Art. 222.O funcionário só poderá ser exonerado a pedido, após
Art. 209.Compete ao Prefeito ou à Mesa da Câmara determinar a conclusão do processo administrativo a que responder, desde que
a instauração de processo administrativo, mencionando no ato a reconhecida a sua inocência.
falta ou irregularidade a ser apurada.
Art. 210.O processo administrativo será realizado por uma co- CAPÍTULO II
missão designada pelo Prefeito ou a Mesa da Câmara e composta DA REVISÃO
de 3 (três) funcionários. (ver art. 10 da Lei 4.645, de 02/09/1976 -
Comissão Permanente de Processos Administrativos) Art. 223.A qualquer tempo poderá ser requerida a revisão do
§ 1º O Prefeito ou a Mesa da Câmara indicará, no ato da desig- processo administrativo de que resultou a pena disciplinar, quando
nação, um dos funcionários para dirigir, como Presidente, o traba- se aduzem fatos ou circunstâncias susceptíveis a justificar a inocên-
lho da Comissão. cia do requerente.
§ 2º O Presidente da Comissão designará um funcionário para Parágrafo Único.Tratando-se de funcionário falecido ou desa-
secretariá-lo. parecido, a revisão poderá ser requerida por qualquer das pessoas
Art. 211.A Comissão, sempre que necessário, dedicará todo o constantes do assentamento individual.
tempo aos trabalhos do inquérito ficando seus membros, em tais Art. 224.Correrá a revisão em apenso ao processo originário.
casos, dispensados dos serviços na repartição, durante o curso das Parágrafo Único.Não constitui fundamento para a revisão, a
diligências e elaboração do relatório.  (Ver  Decreto nº 17.405, de simples alegação de injustiça da penalidade.
22/09/2011 - art. 7º - motivos de impedimentos ao agente público Art. 225.O requerimento será dirigido ao Prefeito Municipal,
de atuar em processo administrativo) que determinará a uma Comissão, composta de 3 (três) funcioná-
Parágrafo Único.O prazo para inquérito será de 60 (sessenta) rios, de sua nomeação, o reexame do processo.
dias, prorrogado por mais 30 (trinta), mediante autorização do Pre- Art. 226.Na inicial, o requerente pedirá dia e hora para inquiri-
feito, nos casos de força maior. ção das testemunhas que arrolar.
Art. 212.A Comissão procederá a todas as diligências necessá- Art. 227.Concluído o encargo da Comissão, em prazo que não
rias, recorrendo quando preciso, à técnica ou peritos. excederá de 30 (trinta) dias, será o processo com o respectivo rela-
Art. 213.O indiciado será citado pela Comissão a fim de que tório encaminhado ao Prefeito ou à Mesa da Câmara, que o julgará
nossa possa acompanhar todas as fases do processo. no prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 228.Julgada procedente a revisão, tornar-se-á sem efeito
Art. 214.Ultimado o inquérito, a Comissão apreciará todos os
a penalidade imposta, restabelecendo-se todos os direitos por ela
elementos do processo apresentando o seu relatório, no qual pro-
atingidos.
porá, justificadamente, a absolvição ou punição do indiciado, nessa
hipótese, indicando a pena que couber.
TÍTULO VI 
Art. 215.Apresentado o relatório, o indiciado será citado para,
DISPOSIÇÕES FINAIS
no prazo de (dez) dias, apresentar sua defesa, sendo-lhe facultada
vista do processo na repartição.
Art. 229.Continua em vigor o Decreto-Lei Municipal nº 338,
§ 1º Havendo 2 (dois) ou mais indiciados, o prazo será comum
de 02 de agosto de 1946, que dispõe sobre Aposentadoria de fun-
e de 20 (vinte) dias. cionários contribuintes de Institutos ou Caixas de Aposentadoria e
§ 2º Achando-se o indiciado em lugar incerto, será citado por Pensões.
Edital com prazo de 15 (quinze) dias. Art. 230.O dia 28 de outubro será consagrado ao funcionário
§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro para público municipal.
diligências reputadas imprescindíveis. Art. 231.É vedado ao funcionário trabalhar sob direção imedia-
Art. 216.O indiciado poderá constituir Procurador para tratar ta do cônjuge ou parente até 2º grau, salvo em função de confiança
de sua defesa. ou livre escolha, não podendo exceder de (dois) o seu número.
Art. 217.No caso de revelia será designado ex-ofício, pelo Pre- Art. 232.VETADO.
sidente da Comissão, um funcionário que se incumba da defesa. § 1º VETADO.
Art. 218.O relatório da Comissão e a defesa, se houver, serão § 2º VETADO.
conclusos ao Prefeito ou à Mesa da Câmara no prazo de 48 (qua- Art. 233.Contar-se-ão por dias corridos os prazos previstos nes-
renta e oito) horas. te Estatuto.
Art. 219.A Comissão ficará à disposição do Prefeito ou da Mesa Parágrafo Único.Na contagem dos prazos, salvo disposições em
da Câmara para prestação de qualquer esclarecimento julgado ne- contrário, excluir-se-á o dia do começo e incluir-se-á o do vencimen-
cessário, dissolvendo-se automaticamente após a publicação da to. Se esse dia cair em feriado, sábado, domingo ou ponto facultati-
rescisão. vo, o prazo considerar-se-á prorrogado até o primeiro dia útil.
Art. 220.O Prefeito ou a Mesa da Câmara, deverá proferir o Art. 234.São isentos de selo os requerimentos, certidões e ou-
julgamento no prazo de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por mais 10 tros papéis que na ordem administrativa interessarem a qualidade
(dez) , importando em crime de responsabilidade a inobservân- de servidor público municipal, ativo ou inativo.
cia desta disposição. (nova redação de acordo com a Lei 1.422, de Art. 235.Por motivo de convicção filosófica, religiosa ou polí-
29/11/1955) tica, nenhum funcionário poderá ser privado de qualquer de seus
§ 1º Não decidindo o processo no prazo deste artigo, o indicia- direitos, nem sofrer alteração em sua atividade funcional.
do reassumirá automaticamente o exercício do cargo, aguardando Art. 236.É vedado exigir atestado de ideologia como condição
aí o julgamento. para posse ou exercício do cargo ou função pública.
§ 2º No caso de alcance ou malversão de dinheiro público, apu- Art. 237.Nenhum funcionário poderá ser transferido ex-ofício
rados no inquérito, o afastamento se prolongará até a decisão final no período de 6 (seis) meses anterior e no de 3 (três) meses poste-
do processo administrativo. rior às eleições.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 238.É vedada a transferência ou remoção ex-ofício ao fun-
cionário investido em cargo eletivo, desde a expedição do diploma ÉTICA PROFISSIONAL NO SERVIÇO PÚBLICO
até o término do mandato.
Art. 239.Tratando-se de promoção, é livre ao funcionário per-
manecer na repartição onde estiver lotado durante os prazos esta-
DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994
belecidos nos artigos 237 e 238.
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
Art. 240.O funcionário, candidato a cargo eletivo no município
Poder Executivo Federal.
de Campinas, que ocupe cargo de chefia ou esteja comissionado
em cargo de confiança, será afastado sem vencimentos, 30 (trinta)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe
dias antes do pleito, até o dia seguinte ao pleito. (nova redação de
confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto
acordo com a  Lei 2.848, de 31/05/1963)  (ver  Decreto 11.552, de
no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n°
01.07.1994)
8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n°
Art. 241.O provimento nos cargos e a transferência, a substitui-
8.429, de 2 de junho de 1992,
ção e as férias dos membros do magistério municipal, continuam a
DECRETA:
ser reguladas pelas respectivas leis especiais aplicadas subsidiaria-
mente às disposições deste Estatuto.
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor
Art. 242.Ao Corpo Municipal de Bombeiros, entidade de cons-
Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa.
tituição distinta, com Regulamento próprio à natureza de suas fun-
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal
ções, fica assegurada aos seus componentes, no que for aplicado, as
direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências
disposições deste Estatuto.
necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante
Art. 243.O Poder Executivo, dentro do prazo de 12 (doze)
a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três
meses, providenciará a elaboração do anteprojeto que disponha
servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego
sobre o Regime Jurídico do Extranumerário.  (ver  Lei nº 1.822, de
permanente.
21/10/1957)
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será co-
Art. 244.O Poder Executivo expedirá a regulamentação neces-
municada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da
sária à perfeita execução deste Estatuto, observados os princípios
República, com a indicação dos respectivos membros titulares e
gerais nele consignados e de conformidade com as exigências, pos-
suplentes.
sibilidades e recursos do Município.
Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 245.Fica extinto o regime de remuneração variável, esta-
belecido pela legislação vigente, incorporando-se aos vencimentos
Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106°
dos funcionários submetidos àquele regime como direito de natu-
da República.
reza pessoal, a parte correspondente às porcentagens, obedecidos
os limites fixados pelo artigo 32 da Lei 758, de 03 de outubro de
ITAMAR FRANCO
1952.
Parágrafo Único.Todos os aumentos de vencimentos que por-
ventura ocorrerem, de futuro, serão calculados exclusivamente so-
ANEXO
bre os vencimentos do padrão, inclusive adicionais por tempo de
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO
serviço.
CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL
Art. 246.(revogado pela Lei 5.767, de 16/01/1987)
Art. 247.Este Estatuto entrará em vigor na data de sua publica-
CAPÍTULO I
ção, revogadas as disposições em contrário. (renumerado pela Lei
nº 4.758, de 28/12/1977)
SEÇÃO I
DAS REGRAS DEONTOLÓGICAS
Paço Municipal de Campinas, aos 9 de novembro de 1955.
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos
(A) A. MENDONÇA DE BARROS
princípios morais são primados maiores que devem nortear o ser-
vidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já
Publicada no Departamento do Expediente da Prefeitura Muni-
que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus
cipal, aos 8 de novembro de 1955.
atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preser-
vação da honra e da tradição dos serviços públicos.
O DIRETOR
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento
( a ) ADMAR MAIA
ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o
legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente,
o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e
o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°,
da Constituição Federal.
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à dis-
tinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que
o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a
finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar
a moralidade do ato administrativo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tribu- b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimen-
tos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e to, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações
por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade adminis- procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer ou-
trativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua tra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que
aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência, em exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;
fator de legalidade. c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integri-
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a dade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de
comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição es-
desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio. sencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional cargo;
e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoan-
Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua do o processo de comunicação e contato com o público;
vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios
vida funcional. éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços pú-
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações poli- blicos;
ciais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, res-
a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, peitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuá-
nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo rios do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou
constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho
comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes
a negar. dano moral;
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de re-
omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria presentar contra qualquer comprometimento indevido da estrutu-
pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado ra em que se funda o Poder Estatal;
pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábi- i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de
to do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer fa-
mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. vores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedica- imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;
dos ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências espe-
mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente cíficas da defesa da vida e da segurança coletiva;
significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua
qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativa-
por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao mente em todo o sistema;
equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qual-
de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas quer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as provi-
esperanças e seus esforços para construí-los. dências cabíveis;
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solu- n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, se-
ção que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo guindo os métodos mais adequados à sua organização e distribui-
a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na ção;
prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a éti- o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com
ca ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a reali-
aos usuários dos serviços públicos. zação do bem comum;
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao
de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, exercício da função;
assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de ser-
e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e viço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções
pública. superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possí-
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de tra- vel, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em
balho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase boa ordem.
sempre conduz à desordem nas relações humanas. s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura or- de direito;
ganizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais
e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente
a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos juris-
da Nação. dicionados administrativos;
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder
SEÇÃO II ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mes-
DOS PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO mo que observando as formalidades legais e não cometendo qual-
quer violação expressa à lei;
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe so-
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou bre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral
emprego público de que seja titular; cumprimento.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SEÇÃO III XXI -(Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
DAS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de
Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo
XV - E vedado ao servidor público; parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do fal-
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, po- toso.
sição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou XXIII -(Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
para outrem; XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, en-
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servido- tende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei,
res ou de cidadãos que deles dependam; contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição
com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer ór-
de sua profissão; gão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas,
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de
regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse
ou material; do Estado.
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu al- XXV - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
cance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos,
paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com
o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL: PRINCÍPIOS
hierarquicamente superiores ou inferiores; FUNDAMENTAIS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo
de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou van-
tagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa,
para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servi- — Princípios fundamentais
dor para o mesmo fim; Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encami- indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, consti-
nhar para providências; tui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do aten- I - a soberania;
dimento em serviços públicos; II - a cidadania
j) desviar servidor público para atendimento a interesse par- III - a dignidade da pessoa humana;
ticular; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autoriza- nº 13.874, de 2019).
do, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio V - o pluralismo político.
público; Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de ami- Constituição.
gos ou de terceiros;
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitual- Os princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988
mente; estão previstos no art. 1º da Constituição e são:
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra A soberania, poder político supremo, independente interna-
a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; cionalmente e não limitado a nenhum outro na esfera interna. É o
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a poder do país de editar e reger suas próprias normas e seu ordena-
empreendimentos de cunho duvidoso. mento jurídico.
A cidadania é a condição da pessoa pertencente a um Estado,
CAPÍTULO II dotada de direitos e deveres. O status de cidadão é inerente a todo
DAS COMISSÕES DE ÉTICA jurisdicionado que tem direito de votar e ser votado.
A dignidade da pessoa humana é valor moral personalíssimo
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública inerente à própria condição humana. Fundamento consistente no
Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer respeito pela vida e integridade do ser humano e na garantia de
órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder condições mínimas de existência com liberdade, autonomia e igual-
público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de dade de direitos.
orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tra- Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, pois é atra-
tamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo- vés do trabalho que o homem garante sua subsistência e contribui
-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento para com a sociedade. Por sua vez, a livre iniciativa é um princípio
susceptível de censura. que defende a total liberdade para o exercício de atividades econô-
XVII - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) micas, sem qualquer interferência do Estado.
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos O pluralismo político que decorre do Estado democrático de
encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os Direito e permite a coexistência de várias ideias políticas, consubs-
registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e funda- tanciadas na existência multipartidária e não apenas dualista. O
mentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios Brasil é um país de política plural, multipartidária e diversificada e
da carreira do servidor público. não apenas pautada nos ideais dualistas de esquerda e direita ou
XIX-(Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) democratas e republicanos.
XX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Importante mencionar que união indissolúvel dos Estados, Mu- Princípio da legalidade e liberdade de ação:
nicípios e do Distrito Federal é caracterizada pela impossibilidade II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
de secessão, característica essencial do Federalismo, decorrente da coisa senão em virtude de lei;
impossibilidade de separação de seus entes federativos, ou seja, o Como ser livre, todo ser humano só está obrigado a fazer ou
vínculo entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios é indis- não fazer algo que esteja previsto em lei.
solúvel e nenhum deles pode abandonar o restante para se trans-
formar em um novo país. Vedação de práticas de tortura física e moral, tratamento de-
Quem detém a titularidade do poder político é o povo. Os go- sumano e degradante:
vernantes eleitos apenas exercem o poder que lhes é atribuído pelo III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desu-
povo. mano ou degradante;
Além de ser marcado pela união indissolúvel dos Estados e É vedada a prática de tortura física e moral, e qualquer tipo
Municípios e do Distrito Federal, a separação dos poderes estatais de tratamento desumano, degradante ou contrário à dignidade
– Executivo, Legislativo e Judiciário é também uma característica humana, por qualquer autoridade e também entre os próprios
do Estado Brasileiro. Tais poderes gozam, portanto, de autonomia e cidadãos. A vedação à tortura é uma cláusula pétrea de nossa
independência no exercício de suas funções, para que possam atuar Constituição e ainda crime inafiançável na legislação penal
em harmonia.  brasileira.
Fundamentos, também chamados de princípios fundamentais
(art. 1º, CF), são diferentes dos objetivos fundamentais da Repú- Liberdade de manifestação do pensamento e vedação do ano-
blica Federativa do Brasil (art. 3º, CF). Assim, enquanto os funda- nimato, visando coibir abusos e não responsabilização pela veicu-
mentos ou princípios fundamentais representam a essência, cau- lação de ideias e práticas prejudiciais:
sa primária do texto constitucional e a base primordial de nossa IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano-
República Federativa, os objetivos estão relacionados à destinação, nimato;
ao que se pretende, às finalidades e metas traçadas no texto cons- A Constituição Federal pôs fim à censura, tornando livre a mani-
titucional que a República Federativa do Estado brasileiro anseia festação do pensamento. Esta liberdade, entretanto, não é absoluta
alcançar. não podendo ser abusiva ou prejudicial aos direitos de outrem. Daí,
O Estado brasileiro é democrático porque é regido por normas a vedação do anonimato, de forma a coibir práticas prejudiciais sem
democráticas, pela soberania da vontade popular, com eleições identificação de autoria, o que não impede, contudo, a apuração de
livres, periódicas e pelo povo, e de direito porque pauta-se pelo crimes de denúncia anônima.
respeito das autoridades públicas aos direitos e garantias funda-
mentais, refletindo a afirmação dos direitos humanos. Por sua vez, Direito de resposta e indenização:
o Estado de Direito caracteriza-se pela legalidade, pelo seu sistema V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
de normas pautado na preservação da segurança jurídica, pela se- além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
paração dos poderes e pelo reconhecimento e garantia dos direitos O direito de resposta é um meio de defesa assegurado à pes-
fundamentais, bem como pela necessidade do Direito ser respeito- soa física ou jurídica ofendida em sua honra, e reputação, conceito,
so com as liberdades individuais tuteladas pelo Poder Público. nome, marca ou imagem, sem prejuízo do direito de indenização
por dano moral ou material.

Liberdade religiosa e de consciência:


DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for-
ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
— Gerações de Direitos Fundamentais (Teoria de Vasak): VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
Direitos Fundamentais de 1ª Geração: liberdade individual – di- religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
reitos civis e políticos; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença re-
Direitos Fundamentais de 2ª Geração: igualdade – direitos so- ligiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para
ciais e econômicos; eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
Direitos Fundamentais de 3ª Geração: fraternidade ou solida- prestação alternativa, fixada em lei;
riedade – direitos transindividuais, difusos e coletivos. O Brasil é um Estado laico, que não possui uma religião oficial,
mas que adota a liberdade de crença e de pensamento, assegurada
— Direitos e deveres individuais e coletivos a variedade de cultos, a proteção dos locais religiosos e a não priva-
Os direitos e deveres individuais e coletivos são todos aqueles ção de direitos em razão da crença pessoal.
previstos nos incisos do art. 5º da Constituição Federal, que trazem A escusa de consciência é o direito que toda pessoa possui de
alguns dos direitos e garantias fundamentais. se recusar a cumprir determinada obrigação ou a praticar determi-
nado ato comum, por ser ele contrário às suas crenças religiosas ou
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- à sua convicção filosófica ou política, devendo então cumprir uma
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros re- prestação alternativa, fixada em lei.
sidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Liberdade de expressão e proibição de censura:
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí-
Princípio da igualdade entre homens e mulheres: fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos Aqui, temos uma vez mais consubstanciada a liberdade de ex-
termos desta Constituição; pressão e a vedação da censura.
Como o próprio nome diz, o princípio prega a igualdade de di-
reitos e deveres entre homens e mulheres.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Proteção à imagem, honra e intimidade da pessoa humana: XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma-
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a necer associado;
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano XXI - as entidades associativas, quando expressamente auto-
material ou moral decorrente de sua violação; rizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
Com intuito da proteção, a Constituição Federal tornou inviolá- extrajudicialmente;
vel a imagem, a honra e a intimidade pessoa humana, assegurando No Brasil, é plena a liberdade de associação e a criação de as-
o direito à reparação material ou moral em caso de violação. sociações e cooperativas para fins lícitos, não podendo sofrer inter-
venção do Estado. Nossa Segurança Nacional e Defesa Social é atri-
Proteção do domicílio do indivíduo: buição exclusiva do Estado, por isso, as associações paramilitares
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo (milícias, grupos ou associações civis armadas, normalmente com
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran- fins político-partidários, religiosos ou ideológicos) são vedadas.
te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência). Direito de propriedade e sua função social:
XXII - é garantido o direito de propriedade;
Proteção do sigilo das comunicações: XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações Além da ideia de pertencimento, toda propriedade ainda que
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no úl- privada deve atender a interesses coletivos, não sendo nociva ou
timo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei es- causando prejuízo aos demais.
tabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996). Intervenção do Estado na propriedade:
A Constituição Federal protege o domicílio e o sigilo das co- XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
municações, por isso, a invasão de domicílio e a quebra de sigilo por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me-
telefônico só pode se dar por ordem judicial. diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos nesta Constituição;
Liberdade de profissão: XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade com-
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis- petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro-
são, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; prietário indenização ulterior, se houver dano;
É livre o exercício de qualquer trabalho ou profissão.
Essa liberdade, entretanto, não é absoluta, pois se limita às O direito de propriedade não é absoluto. Dada a supremacia do
qualificações profissionais que a lei estabelece. interesse público sobre o particular, nas hipóteses legais é permiti-
da a intervenção do Estado na propriedade.
Acesso à informação:
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguar- Pequena propriedade rural:
dado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des-
O direito à informação é assegurado constitucionalmente, ga- de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
rantido o sigilo da fonte. pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis-
pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
Liberdade de locomoção, direito de ir e vir: A pequena propriedade rural é impenhorável e não responde
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, por dívidas decorrentes de sua atividade produtiva.
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane-
cer ou dele sair com seus bens; Direitos autorais:
Todos são livres para entrar, circular, permanecer ou sair do ter- XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
ritório nacional em tempos de paz. publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei-
ros pelo tempo que a lei fixar;
Direito de reunião: XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo- a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e
cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o desportivas;
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com- b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das
petente; obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér-
Os cidadãos podem se reunir livremente em praças e locais de pretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
uso comum do povo, desde que não venham a interferir ou atrapa- XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais pri-
lhar outra reunião designada anteriormente para o mesmo local. vilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às cria-
ções industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas
Liberdade de associação: e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
a de caráter paramilitar; Além da Lei de Direitos Autorais, a Constituição prevê uma
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de coope- ampla proteção às obras intelectuais: criação artística, científica,
rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência musical, literária etc. O Direito Autoral protege obras literárias (es-
estatal em seu funcionamento; critas ou orais), musicais, artísticas, científicas, obras de escultura,
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi- pintura e fotografia, bem como o direito das empresas de rádio
das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo- fusão e cinematográficas. A Constituição Federal protege ainda a
-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; propriedade industrial, esta difere da propriedade intelectual e não
é objeto de proteção da Lei de Direitos Autorais, mas sim da Lei
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
da Propriedade Industrial. Enquanto a proteção ao direito autoral Tribunal de exceção:
busca reprimir o plágio, a proteção à propriedade industrial busca XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
conter a concorrência desleal. O juízo ou tribunal de exceção seria aquele criado exclusiva-
mente para o julgamento de um fato específico já acontecido, onde
Direito de herança: os julgadores são escolhidos arbitrariamente. A Constituição veda
XXX - é garantido o direito de herança; tal prática, pois todos os casos devem se submeter a julgamento
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será dos juízos e tribunais já existentes, conforme suas competências
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos pré-fixadas.
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal
do “de cujus”; Tribunal do Júri:
O direito de herança ou direito sucessório é ramo específico XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização
do Direito Civil que visa regular as relações jurídicas decorrentes do que lhe der a lei, assegurados:
falecimento do indivíduo, o de cujus, e a transferência de seus bens a) a plenitude de defesa;
e direitos aos seus sucessores. b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
Direito do consumidor: d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con- a vida;
sumidor;
O Direito do Consumidor é o ramo do direito que disciplina O Tribunal do Júri é o instituto jurisdicional destinado exclusi-
as relações entre fornecedores e prestadores de bens e serviços vamente para o julgamento da prática de crimes dolosos contra a
e o consumidor final, parte hipossuficiente econômica da relação vida.
jurídica. As relações de consumo, além do amparo constitucional,
encontram proteção no Código de Defesa do Consumidor e na legis- Princípio da legalidade, da anterioridade e da retroatividade
lação civil e no Procon, órgão do Ministério Público de cada estado, da lei penal:
responsável por coordenar a política dos órgãos e entidades que XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
atuam na proteção do consumidor. sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
Direito de informação, petição e obtenção de certidão junto Para ser crime, tem que estar expressamente previsto na lei pe-
aos órgãos públicos: nal. Se a conduta não está prescrita no Código Penal, não é crime e
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos infor- não há pena. Uma nova lei penal não retroage, não se aplica a con-
dutas praticadas antes de sua entrada em vigor, mas se a lei nova for
mações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral,
mais benéfica, esta sim poderá ser aplicada para beneficiar o réu.
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
Princípio da não discriminação:
sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011).
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direi-
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do paga-
tos e liberdades fundamentais;
mento de taxas:
Decorre do princípio da igualdade.
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi-
tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; Crimes inafiançáveis, imprescritíveis e insuscetíveis de graça
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa e anistia:
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
Todo cidadão, independentemente de pagamento de taxa, tem critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
direito à obtenção de informações, protocolo de petição e obtenção XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
de certidões junto aos órgãos públicos, de acordo com suas necessi- graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecen-
dades, salvo necessidade de sigilo. tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion-
dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
Princípio da proteção judiciária ou da inafastabilidade do con- podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento).
trole jurisdicional: XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e
ou ameaça a direito; o Estado Democrático.
Por este princípio o, Poder Judiciário não pode deixar de apre- • Crimes inafiançáveis e imprescritíveis: Racismo e ação de
ciar as causas de lesão ou ameaça a direito que chegam até ele. grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado Demo-
crático;
Segurança jurídica: • Crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça e anistia: Prá-
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico tica de Tortura, Tráfico de drogas e entorpecentes, terrorismo e cri-
perfeito e a coisa julgada; mes hediondos.
Direito adquirido é aquele incorporado ao patrimônio jurídico
de seu titular e cujo exercício não pode mais ser retirado ou tolhido. Os crimes inafiançáveis são aqueles que não admitem fiança,
Ato jurídico perfeito é a situação ou direito consumado e defi- ou seja, que não dão ao acusado o direito de responder seu
nitivamente exercido, sem nulidades perante a lei vigente. processo em liberdade até a sentença condenatória, mediante
Coisa julgada é a matéria submetida a julgamento, cuja sen- pagamento de determinada quantia pecuniária ou cumprimento
tença transitou em julgado e não cabe mais recurso, não podendo, de determinadas obrigações;
portanto, ser modificada. Crimes imprescritíveis são aqueles que não prescrevem e po-
dem ser julgados e punidos em qualquer tempo, independente-
mente da data em que foram cometidos;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Crimes insuscetíveis de graça e anistia são aqueles que não per- LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime
mitem a exclusão do crime com a rescisão da condenação e extin- político ou de opinião;
ção total da punibilidade (anistia), nem a extinção da punibilidade, A extradição é um ato oficial de cooperação internacional que
ainda que parcial (graça). consiste na entrega de uma pessoa – o extraditando, acusado ou
condenada pela prática de um ou mais crimes em território estran-
Princípio da intranscendência da pena: geiro, ao país que o reclama. A Constituição determina que não ha-
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden- verá extradição de brasileiro nato em nenhuma hipótese, e o natu-
do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de ralizado somente nas exceções previstas.
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; Direito ao julgamento pela autoridade competente
A aplicação da pena deve ser sempre pessoal e não pode ser LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela au-
cumprida por pessoa diversa da pessoa do condenado. toridade competente;

Individualização da pena: Devido Processo Legal:


XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
outras, as seguintes: devido processo legal;
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens; Contraditório e a ampla defesa:
c) multa; LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
d) prestação social alternativa; acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
e) suspensão ou interdição de direitos; com os meios e recursos a ela inerentes;
Ninguém poderá ser punido ou condenado sem o devido pro-
Pela individualização da pena, é garantida a fixação das penas, cesso legal, onde deverá ser assegurado, sob pena de nulidade ab-
observado o histórico pessoal a atuação individual, de modo que soluta, o direito de resposta e ampla defesa, com sentença transita-
cada indivíduo possa receber apenas a punição que lhe é devida. da em julgado (que não cabe mais recurso) prolatada pelo juízo ou
autoridade judiciária competente.
Proibição de penas:
XLVII – não haverá penas: Provas ilícitas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
art. 84, XIX; meios ilícitos;
b) de caráter perpétuo; Provas ilícitas são aquelas obtidas por meio ilegal ou fraudulen-
c) de trabalhos forçados; to, ou que infrinja as normas e princípios básicos de direito, motivo
d) de banimento; pelo qual não são aceitas no processo judicial.
e) cruéis.
Presunção de inocência:
Como afirmativa dos direitos humanos e da dignidade da pes- LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em jul-
soa humana, a Constituição Federal de 1988 veda a pena de morte, gado de sentença penal condenatória;
pena perpétua, de banimento e de trabalhos forçados e cruéis. Todo cidadão é considerado inocente até que se prove o con-
trário, com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Estabelecimentos para cumprimento de pena:
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos,
Identificação criminal:
de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identifi-
cação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento).
Respeito à Integridade Física e Moral dos Presos:
A identificação criminal será feita diante de fundada suspeita
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física
da validade e veracidade dos documentos cíveis apresentados ou
e moral;
quando já se tem notícias reputadas a pessoa civilmente identifi-
cada sobre uso de diversos nomes e fraude em registros policiais.
Direito de permanência e amamentação dos filhos pela presi-
diária mulher:
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que pos- Ação Privada Subsidiária da Pública:
sam permanecer com seus filhos durante o período de amamenta- LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se
ção; esta não for intentada no prazo legal;
Também em atenção à dignidade da pessoa humana, a Cons-
tituição Federal de 1988 determina que as penas sejam cumpridas A ação penal privada subsidiária da pública é admitida nos ca-
em diferentes tipos de estabelecimento de acordo com a gravidade sos em que a lei não prevê a ação como privada, mas sim como
e natureza do delito, a idade e o sexo do apenado, respeitando-se pública (condicionada ou incondicionada). Entretanto, o Ministério
sua integridade física e moral, garantindo ainda à apenada mulher, Público, titular da ação penal, permanece inerte e não apresenta a
o direito de permanecer com os filhos e ter condições dignas de denúncia no prazo legal, abrindo-se a possibilidade para que o ofen-
amamenta-los. dido, seu representante legal ou seus sucessores ingressem com a
ação penal privada subsidiária da pública.
Extradição:
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, A publicidade dos atos processuais e o segredo de Justiça:
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e dro- quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
gas afins, na forma da lei;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Em regra, todos os atos processuais são públicos, salvo o se- - Preceito constitucional que necessite de norma regulamenta-
gredo de justiça, que pode ser determinado de ofício pelo juiz da dora: Mandado de Injunção
causa, para segurança jurídica das partes, proteção dos interesses
de menor, interesse social ou demanda de grande repercussão etc., Habeas corpus:
ou a requerimento justificado das partes do processo. LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda-
Legalidade da prisão: de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or-
dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, Mandado de Segurança:
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi- LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger di-
litar, definidos em lei; reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas
Salvo flagrante delito, o cidadão só pode ser levado preso por data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade policial, mediante ordem judicial escrita e devidamente autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atri-
fundamentada. buições do Poder Público;
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
Comunicabilidade da prisão: por:
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre a) partido político com representação no Congresso Nacional;
serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal-
do preso ou à pessoa por ele indicada; mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
defesa dos interesses de seus membros ou associados;
Informação ao preso:
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o Mandado de Injunção:
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí- LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
lia e de advogado; de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à naciona-
Identificação dos responsáveis pela prisão: lidade, à soberania e à cidadania;
LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por
sua prisão ou por seu interrogatório policial; Habeas data:
LXXII – conceder-se-á habeas data:
Na ocasião de prisão, são direitos do preso a comunicação de a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à
sua prisão e o local onde se encontra à sua família e ao juízo com- pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados
petente, bem como conhecer as autoridades policiais responsáveis de entidades governamentais ou de caráter público;
por sua prisão e interrogatório. b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo
por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
Relaxamento da prisão ilegal:
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autori- Ação Popular:
dade judiciária; LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
O relaxamento da prisão consiste em que o acusado seja posto popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
em liberdade, pela incidência de alguma ilegalidade no ato de sua entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
prisão. ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
Garantia da liberdade provisória: da sucumbência;
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a A Ação Popular é o instrumento constitucional adequado, por
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; meio do qual qualquer cidadão pode vir a questionar a validade de
A liberdade provisória é o instituto processual que garante ao atos que considera lesivos ao patrimônio público, à moralidade ad-
acusado o direito de aguardar em liberdade o transcorrer do pro- ministrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
cesso criminal até o trânsito em julgado de sua sentença penal con-
denatória, mediante o estabelecimento ou não de determinadas Assistência Judiciária:
condições e a colaboração com as investigações. LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita
aos que comprovarem insuficiência de recursos;
Prisão civil: Todos aqueles que não podem arcar com as custas judiciárias
LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável sem prejuízo de seu sustento pessoal e de sua família, para se ter o
pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação acesso à justiça, têm direito à assistência judiciária gratuita.
alimentícia e a do depositário infiel;
A Constituição Federal de 1988 extinguiu, em regra, a prisão Indenização por erro judiciário:
civil por dívidas, salvo a do alimentante inadimplente (pensão ali- LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as-
mentícia). E, a Súmula Vinculante 25, STF tornou ilícita a prisão civil sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
Gratuidade de serviços públicos:
São remédios constitucionais em casos de violação de: LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na
- Liberdade: Habeas Corpus forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
- Direito Líquido e certo: Mandado de Segurança a) o registro civil de nascimento;
- Informações: Habeas data b) a certidão de óbito;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, — Direitos sociais
e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania Os chamados Direitos Sociais são aqueles que visam garantir
(Regulamento). qualidade de vida, a melhoria de suas condições e o desenvolvi-
A Constituição Federal traz como direito fundamental a gratui- mento da personalidade. São meios de se atender ao princípio basi-
dade de serviços públicos – registro civil, a obtenção de certidão lar da dignidade humana e estão previstos no art. 6º, CF.
de óbito, as ações de Habeas corpus e Habeas data aos economica-
mente hipossuficientes. Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimenta-
ção, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a
Princípio da Celeridade Processual: previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assis-
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse- tência aos desamparados, na forma desta Constituição (Redação
gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015).
celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004). Do direito ao trabalho
É fundamental a garantia da razoável duração do processo, de Os direitos relativos aos trabalhadores podem ser de duas or-
forma a evitar que direitos se percam no transcorrer processual dens:
pela demora do Judiciário. - Direitos individuais, previstos no art. 7º, CF;
- Direitos coletivos dos trabalhadores, previstos nos arts. 9º a
Aplicabilidade das normas de direitos e garantias fundamen- 11, CF.
tais:
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias Os direitos individuais dos trabalhadores são aqueles
fundamentais têm aplicação imediata. destinados a proteger a relação de trabalho contra uma profunda
Assim, todas as normas relativas aos direitos e garantias funda- desigualdade, de modo a compatibilizar a função laboral com a
mentais são autoaplicáveis. dignidade e o bem-estar do trabalhador que é a parte hipossuficiente
da relação trabalhista.
Rol é exemplificativo: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição outros que visem à melhoria de sua condição social:
não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por
ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Proteção contra despedida arbitrária ou sem justa causa:
Federativa do Brasil seja parte. I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária
O rol dos direitos elencados no art. 5º da CF/88 não é taxativo, ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
mas sim exemplificativo. Os direitos e garantias ali expressos não indenização compensatória, dentre outros direitos;
excluem outros de caráter constitucional, decorrentes de princípios Os contratos de trabalho são, em regra, por prazo indetermi-
constitucionais, do regime democrático, ou de tratados internacio- nado e a legislação protege a continuidade das relações laborais
nais. Assim, os direitos fundamentais podem ser esparsos, consubs- contra dispensa imotivada.
tanciados em toda legislação nacional, inclusive infraconstitucional.
Seguro-Desemprego:
Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Humanos II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos O seguro desemprego é o direito de todo trabalhador à assis-
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso tência financeira temporária, que tenha prestado serviços laborais
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos a empregador e sido dispensado sem justa causa, por mais de seis
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído meses. Nos termos do art. 4º da Lei do seguro desemprego, o be-
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na nefício será concedido ao trabalhador desempregado, por período
forma deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de 2009, máximo variável de 3 (três) a 5 (cinco) meses, de forma contínua ou
DLG 261, de 2015, DEC 9.522, de 2018). alternada, a cada período aquisitivo, contados da data de dispensa
Com a Emenda Constitucional n° 45 de 2004, as normas de que deu origem à última habilitação, nos seguintes critérios:
tratados internacionais sobre direitos humanos passaram a ser re-
conhecidas como normas de hierarquia constitucional, porém, so- SEGURO DESEMPREGO
mente se aprovadas pelas duas casas do Congresso por 3/5 de seus
membros em dois turnos de votação. 1ª Solicitação:
Parcelas Tempo de trabalho
Submissão à Jurisdição do Tribunal Penal Internacional:
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal 4 (quatro) 12 a 23 meses
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído 5 (cinco) 24 meses ou mais
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
2ª Solicitação:
O Brasil se submeteu expressamente à jurisdição do Tribunal Parcelas Tempo de trabalho
Penal Internacional, também conhecido por Corte ou Tribunal de 3 (três) 9 a 11 meses
Haia, instituído pelo Estatuto de Roma e ratificado em 20 de junho
de 2002 pelo Brasil. A Emenda Constitucional n° 45/2004, deu a 4 (quatro) 12 a 23 meses
esta adesão força constitucional. O objetivo do TPI é identificar e 5 (cinco) 24 meses ou mais
punir autores de crimes contra a humanidade.
3ª Solicitação:
Parcelas Tempo de trabalho

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

3 (três) 6 a 11 meses Considera-se trabalho noturno:


– entre às 22h de um dia até às 5h do dia seguinte para traba-
4 (quatro) 12 a 23 meses lhadores urbanos;
5 (cinco) 24 meses ou mais – entre às 21h de um dia e às 5h do dia seguinte, para os traba-
lhadores rurais da agricultura; e
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS): – entre às 20h de um dia e às 4h do dia seguinte, para os traba-
III – fundo de garantia do tempo de serviço; lhadores rurais pecuária.
Pode-se dizer que o FGTS é uma espécie de conta poupança
compulsória do trabalhador, gerida pela Caixa Econômica Federal Proteção do salário contra retenção dolosa:
e regida pela Lei 8.036/1990. Mensalmente, o os empregador deve X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua
depositar nas contas vinculadas de seus funcionários o valor cor- retenção dolosa;
respondente a 8% (oito por cento) do salário de cada trabalhador. É vedada a retenção salarial dolosa, sendo permitidos apenas
os descontos salariais autorizados em Lei.
Salário mínimo:
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, Participação nos lucros:
capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fa- XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da re-
mília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, muneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empre-
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos sa, conforme definido em lei;
que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação A Participação nos Lucros e Resultados da empresa correspon-
para qualquer fim; de a uma recompensa pelo reconhecimento do bom desempenho
O salário mínimo é o estabelecido para jornada padrão de 44 e produtividade, pago a todos os funcionários de determinada em-
horas semanais, podendo ser proporcional, em caso de jornada in- presa sobre o lucro excedente de determinado período de suas ati-
ferior. vidades.

Piso salarial: Salário-família:


V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalha-
trabalho; dor de baixa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda
O piso salarial corresponde ao menor salário que determinada Constitucional nº 20, de 1998).
categoria profissional pode receber pela sua jornada de trabalho, O salário-família é um benefício da previdência social corres-
considerando a extensão e complexidade do trabalho desenvolvido pondente ao valor pago ao empregado de baixa renda, que receba
e devendo ser sempre superior ao salário-mínimo nacional. salário no valor de até R$ 1.655,98, inclusive ao doméstico e ao tra-
balhador avulso, e possua filhos menores de 14 anos de idade ou
Irredutibilidadade do salário: portadores de deficiência, sem limite de idade.
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção
ou acordo coletivo; Jornada de Trabalho:
A irredutibilidade salarial garante que o empregado não venha XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas
a ter o seu salário reduzido arbitrariamente pelo empregador, du- diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de
rante todo o período do contrato de trabalho. É uma garantia à es- horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
tabilidade econômica do trabalhador. coletiva de trabalho; (Vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943).
A Constituição Federal garante ao trabalhador jornada de tra-
Proteção aos que percebem remuneração variável: balho não superior a oito horas diárias ou quarenta e quatro horas
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que semanais, facultada a compensação e a redução.
percebem remuneração variável;
Os empregados que recebem salários com valores variáveis, Jornada especial para turnos ininterruptos de revezamento:
como comissões sobre vendas etc, nunca devem receber salário in- XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ferior ao mínimo. Como o salário mínimo mensal estipulado em lei ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
corresponde a uma jornada laboral mensal de 220 horas, a garantia O trabalho em turno ininterrupto de revezamento é aquele
mínima aqui estipulada terá como parâmetro o salário mínimo-ho- prestado por trabalhadores que se revezam nos postos de traba-
ra. lho nos horários diurno e noturno. É bastante comum em empresas
que funcionam em tempo integral, sem pausas. A jornada do traba-
Décimo Terceiro Salário ou Gratificação Natalina: lhador de turnos ininterruptos deve ser de seis horas diárias.
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral
ou no valor da aposentadoria; Repouso (ou descanso) semanal remunerado (DSR):
O 13º salário é a garantia do recebimento de um salário inte- XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do-
gral (ou proporcional ao período trabalhado, se for o caso) por oca- mingos;
sião das comemorações de final de ano a todos os trabalhadores, O Descanso ou Repouso Semanal Remunerado corresponde a
aposentados e pensionistas do INSS. um dia de folga semanal remunerado ao trabalhador a ser concedi-
do preferencialmente aos domingos.
Remuneração superior por trabalho noturno:
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; Pagamentos de horas extras:
Uma vez que a a redução do sono regular pode comprometer XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mí-
a saúde, o trabalho noturno tem remuneração superior em 20% a nimo, em cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59
mais sobre a hora diurna trabalhada para os trabalhadores urbanos § 1º).
e 25%, para os trabalhadores rurais.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O pagamento de horas extras caracteriza-se pela remunera- Redução dos riscos do trabalho:
ção superior em, no mínimo, 50% das horas trabalhadas, além da XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de
jornada diária, lembrando que a legislação trabalhista permite o normas de saúde, higiene e segurança;
excedente em apenas 2 horas extraordinárias diárias, totalizando É dever da empregadora a redução dos riscos inerentes às
10 horas diárias trabalhadas, salvo condições excepcionais. É lici- atividades desempenhadas por seus colaboradores, através do
ta também a compensação de jornada (banco de horas), quando cumprimento de todas as normas regulamentadoras de saúde,
ao invés de receber o acréscimo salarial que lhe é devido, o tra- higiene e segurança, bem como do fornecimento de equipamentos
balhador passa a ter direito a usufruir a compensação das horas de proteção individual e da exigência da execução de todas as
excedentes em períodos de folga para descanso e lazer, mediante o normas da empresa por seus funcionários, sob pena de justa causa.
cumprimento de alguns requisitos legais pela empregadora.
Adicional por atividades penosas, insalubres ou perigosas:
Férias remuneradas: XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas,
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um insalubres ou perigosas, na forma da lei;
terço a mais do que o salário normal; O trabalho penoso é aquele considerado extremamente des-
Após um ano de trabalho efetivo (período aquisitivo), todo gastante para a pessoa humana, em que o trabalhador depreende
trabalhador passa a ter direito a um período de até 30 dias para um esforço além do normal para o desempenho de suas atividades.
descanso e lazer, com percebimento de salário integral, acrescido Não há regulamentação de um adicional.
de 1/3 constitucional. As férias são concedidas a critério do empre- O trabalho insalubre é aquele em que o empregado, no exer-
gador, que após o término do período aquisitivo, tem até um ano cício de suas atividades, expõe-se a qualquer agente físico, químico
para concedê-las (período concessivo). ou biológico, nocivo à saúde, e que com o passar do tempo podem
ocasionar uma doença ocupacional. O adicional de insalubridade
Licença à gestante: pode variar entre:
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salá- - 10% (dez por cento) em grau mínimo;
rio, com a duração de cento e vinte dias; - 20% (vinte por cento) em grau médio;
Também chamada de Licença maternidade, corresponde ao - 40% (quarenta por cento) em grau máximo de exposição, cal-
período em que a mulher está prestes a ter um filho, acabou de culado sob o salário mínimo, nos termos da lei.
ganhar um bebê ou adotou uma criança. Nesses contextos, a mu-
lher tem direito a permanecer afastada do seu trabalho e receber o São exemplos de atividades insalubres as exercidas por profis-
salário maternidade, benefício previdenciário pago à pessoa nessas sionais da saúde, radiologistas, mineradores, entre outros.
condições. Em regra, a licença maternidade é de 120 dias, podendo E, por fim, o trabalho perigoso é aquele que envolve constante
ser ampliado para 180 dias, nos casos em que a empregadora for risco à integridade física do trabalhador. Como exemplos, temos as
aderente ao Programa Empresa Cidadã. atividades profissionais com inflamáveis, explosivos, energia elétri-
ca, segurança pessoal ou patrimonial, com o uso de motocicleta,
Licença-paternidade: entre outros. O adicional de periculosidade é correspondente a
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 30% (trinta por cento) sobre o salário-base.
A Licença-paternidade é período de 5 dias, que se inicia no A insalubridade é diferente da periculosidade e os adicionais
primeiro dia útil após o nascimento da criança em que o pai tem não são cumulativos!
direito a afastar-se de suas atividades laborais, sem prejuízo de seu
salário. Nos casos em que a empresa esteja cadastrada no progra- Aposentadoria:
ma Empresa Cidadã, o prazo poderá ser estendido por mais 15 dias, XXIV – aposentadoria;
totalizando 20 dias. A aposentadoria é o benefício concedido pela Previdência So-
cial ao trabalhador segurado da previdência que preencher os requi-
Proteção da mulher no mercado de trabalho: sitos legais para sua concessão, consistente na prestação pecuniária
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante recebida mensalmente pelo aposentado, calculada conforme suas
incentivos específicos, nos termos da lei; contribuições à previdência ao longo de toda a sua vida laboral.
A proteção ao trabalho da mulher é questão de ordem pública,
com vias a garantir a isonomia de condições laborais. Assim, são Assistência aos filhos pequenos:
vedadas diferenciações arbitrárias, salvo quando a natureza da ati- XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
vidade, pública ou notoriamente o exigir. São vedadas as diferen- nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
ciações em razão do gênero para fins de remuneração, formação (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
profissional e possibilidades de ascensão. A proteção à gravidez, A Constituição Federal, com vistas a proteção do trabalho dos
proibição de revistas íntimas ou práticas que venham a ferir a digni- genitores de filhos e dependentes pequenos, garante assistência
dade feminina são alguns dos exemplos de medidas de proteção do gratuita a seus filhos e dependentes, entretanto, tal dispositivo,
mercado de trabalho da mulher. ainda depende de regulamentação para o seu pleno exercício.

Aviso Prévio: Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de tra-


XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no balho:
mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de
Nas relações de emprego, o aviso prévio consiste na comunica- trabalho;
ção da rescisão do contrato de trabalho por uma das partes, empre- Por este inciso, a Constituição Federal reconheceu as conven-
gador ou empregado, que decide extingui-lo, com a antecedência ções e acordos coletivos como instrumentos com força de lei entre
mínima de 30 dias. O aviso prévio pode ser trabalhado ou indeniza- as partes, desde que conformes com o texto constitucional.
do, quando concedido por qualquer uma das partes.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Proteção em face da automação: Empregados domésticos:
XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei; Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhado-
A proteção em face da automação consiste em proteger a res domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X,
classe trabalhadora do desemprego pela automação abusiva, bem XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII
como em garantir de forma efetiva a saúde e a segurança no meio e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a sim-
ambiente de trabalho automatizado. plificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiarida-
Seguro contra acidentes de trabalho: des, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empre- a sua integração à previdência social (Redação dada pela Emenda
gador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando Constitucional nº 72, de 2013).
incorrer em dolo ou culpa;
O seguro contra acidentes de trabalho é uma garantia ao em- Os Direitos Coletivos dos Trabalhadores “são aqueles exerci-
pregado, às expensas do empregador, que assume os riscos da ativi- dos pelos trabalhadores, coletivamente ou no interesse de uma co-
dade laboral, mediante pagamento de um adicional sobre folha de letividade” (LENZA, 2019, p. 2038) e compreendem:
salários de seus empregados, com administração atribuída à Previ-
dência Social. Tal seguro tem função de seguridade por ser destina- Liberdade de Associação Profissional Sindical: prerrogativa
do a beneficiários atingidos por doença ou acidente, que estejam dos trabalhadores para defesa de seus interesses profissionais e
associados ao sistema previdenciário. O Seguro contra acidentes de econômicos.
trabalho está regulamentado pela Lei 8.212/91.
Direito de Greve: direito de abstenção coletiva e simultânea
Ação trabalhista nos prazos prescricionais: do trabalho, de modo organizado para defesa de interesses dos
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações trabalhadores. Importante mencionar que serviços considerados
de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os essenciais e inadiáveis à sociedade não podem ser paralisados to-
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a talmente para o exercício do direito de greve. Ademais, o STF (2017)
extinção do contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda entende que servidores que atuam diretamente na área de segu-
Constitucional nº 28, de 2000). rança pública não podem entrar em greve em nenhuma hipótese.
A todo trabalhador é garantido o direito de propor Reclama-
tória (ou Reclamação) Trabalhista, dentro dos prazos processuais Direito de Participação Laboral: assegura a participação dos
legais. O prazo prescricional de uma reclamação trabalhista é de 02 trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos
anos, a partir da rescisão do contrato de trabalho! Esse é o prazo em que interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de
para que o trabalhador possa ingressar com a Ação Trabalhista. O discussão.
prazo prescricional de 05 anos, previsto no mesmo inciso da Consti-
tuição, refere-se ao período cujos direitos podem ser questionados, Direito de Representação na Empresa: Nos termos do art. 11,
ou seja, o funcionário pode reclamar apenas dos direitos corres- CF: nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada
pondentes aos últimos 05 (cinco) anos trabalhados. a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de
promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
Não discriminação:
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de fun- — Direitos de nacionalidade
ções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou A nacionalidade é a condição de sujeito natural do Estado, que
estado civil; pode participar dos atos pertinentes à nação. A atribuição da nacio-
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário nalidade se dá por dois critérios:
e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; Jus solis: será brasileiro todo aquele nascido em território na-
cional;
Proibição de distinção do trabalho: Jus sanguinis: será brasileiro todo filho de nacional, mesmo
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e
nascido no exterior.
intelectual ou entre os profissionais respectivos;
O Brasil adota, em regra, o critério do jus solis, mitigado por cri-
térios do jus sanguinis. O art. 12 da Constituição Federal elenca os
Trabalho do menor:
direitos da nacionalidade, dividindo os brasileiros em dois grandes
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a
grupos: os brasileiros natos e os naturalizados.
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Re-
Art. 12 São brasileiros:
dação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998).
- De 14 a 16 anos: Só pode trabalhar na condição de aprendiz. I - natos:
- De 16 a 18 anos: É vedado o exercício de trabalho noturno, a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de
perigoso ou insalubre. pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
- A partir de 18 anos: Trabalho normal. b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasilei-
ra, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federa-
Igualdade ao trabalhador avulso: tiva do Brasil;
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra-
empregatício permanente e o trabalhador avulso. sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira com-
O trabalhador avulso é aquele que presta serviços a uma petente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
empresa de maneira eventual e que, apesar de não possuir vínculo optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
empregatício, possui os mesmos direitos que os trabalhadores com nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
vínculo e a sua prestação de serviços deve obrigatoriamente ser in- nal nº 54, de 2007).
termediada por um sindicato de sua categoria. II - naturalizados:

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, Segundo o Ministério da Justiça (2021), a extradição é um ato
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas resi- de cooperação internacional que consiste na entrega de uma pes-
dência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; soa, acusada ou condenada por um ou mais crimes, ao país que
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Re- a reclama. Não haverá extradição de brasileiro nato. Também não
pública Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de
sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade bra- opinião.
sileira (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, Repatriação é medida administrativa consistente no processo
de 1994). de devolução voluntária de uma pessoa ao seu local de origem ou
de cidadania, por estar impedida de permanecer em território bra-
Cargos privativos do brasileiro nato: (art. 12, § 3º, CF) sileiro após determinado período.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: A deportação será aplicada nas hipóteses de entrada ou esta-
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; da irregular de estrangeiros no território nacional e a repatriação
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; ocorre quando o clandestino é impedido de ingressar em território
III - de Presidente do Senado Federal; nacional pela fiscalização fronteiriça e aeroportuária brasileira.
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; A expulsão consiste em medida administrativa de retirada com-
V - da carreira diplomática; pulsória de migrante ou visitante do território nacional, conjugada
VI - de oficial das Forças Armadas. com o impedimento de reingresso por prazo determinado, configu-
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda rado pela prática de crimes em território brasileiro.
Constitucional nº 23, de 1999). O banimento, que é a entrega de um brasileiro para julgamento
no exterior, prática comum na época da ditadura militar, é vedado
Naturalização pela Constituição.
A naturalização é um meio derivado, de aquisição secundária
da nacionalidade brasileira, permitida ao estrangeiro ou apátrida — Direitos políticos
que preencher determinados requisitos. Os Direitos Políticos visam assegurar a participação do cidadão
Também chamado de heimatlos, o apátrida é aquele que não na vida política e estrutural de seu Estado, garantindo-lhe o acesso
possui nenhuma nacionalidade, já o polipátrida é aquele que tem à condução da coisa pública. Abrangem o poder que qualquer ci-
mais de uma nacionalidade. dadão tem na condução dos destinos de sua coletividade, de uma
A Lei nº 13.445/2017, que institui a Lei de Migração trata de forma direta ou indireta, ou seja, sendo eleito ou elegendo repre-
diversas questões acerca da nacionalidade e do processo de natu- sentantes junto aos poderes públicos.
ralização, sendo vedada a diferenciação arbitrária entre brasileiros Cidadania e nacionalidade são conceitos distintos, logo nacio-
natos e naturalizados. nal é diferente de cidadão. A condição de nacional é um pressupos-
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros to para a de cidadão. A cidadania em sentido estrito é o status de
natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. nacional acrescido dos direitos políticos, isto é, o poder participar
do processo governamental, sobretudo pelo voto.
Portugueses: Nos termos do art. 14 da Constituição Federal a soberania po-
Aos portugueses com residência permanente no país serão pular é exercida pelo sufrágio (voto) universal, direto e secreto, com
atribuídos os mesmos direitos dos brasileiros, desde que haja re- valor igual para todos. Ademais, estabelece também os instrumen-
ciprocidade. tos de participação semidireta pelo povo.
Plebiscito: manifestação popular do eleitorado que decide
Art. 12 acerca de uma determinada questão. Assim, em termos práticos, é
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se feita uma pergunta à qual responde o eleitor. É uma consulta prévia
houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os à elaboração da lei.
direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Cons- Referendo: manifestação popular, em que o eleitor aprova ou
tituição (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº rejeita uma atitude governamental, normalmente uma lei ou proje-
3, de 1994). to de lei já existente.
Iniciativa Popular: é o direito de uma parcela da população (1%
Perda da Nacionalidade: do eleitorado) apresentar ao Poder Legislativo um projeto de lei
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: que deverá ser examinado e votado. Os eleitores também podem
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em usar deste instrumento em nível estadual e municipal.
virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:(Redação Alistamento eleitoral (direitos políticos ativos):
dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994). Consiste na capacidade de votar, participar de plebiscito e re-
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei es- ferendo, subscrever projeto de lei de iniciativa popular e de propor
trangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de ação popular e se dá através do alistamento eleitoral, obrigatório
1994). para os maiores de dezoito anos e facultativo para os maiores de
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao dezesseis e menores de dezoito, para os analfabetos e para os maio-
brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para res de setenta anos.
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; São inalistáveis os estrangeiros e os conscritos durante serviço
(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994). militar obrigatório, ou seja, aqueles que se alistaram no exército e
foram convocados a prestar serviço militar.
Extradição, repatriação, deportação e expulsão
A extradição, repatriação, deportação e expulsão são medidas
do Estado soberano para enviar uma pessoa que se encontra refu-
giada em seu território a outro Estado estrangeiro.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Elegibilidade eleitoral (direitos políticos passivos): O Mandato Eletivo pode ser impugnado:
Os direitos políticos passivos consistem na possibilidade de ser § 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça
votado, ou seja, na elegibilidade que é a capacidade eleitoral passi- Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruí-
va consistente na possibilidade de o cidadão pleitear determinados da a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou
mandatos políticos, mediante eleição popular, desde que preenchi- fraude;
dos os devidos requisitos. § 11 A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo
de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: manifesta má-fé.
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos; Suspensão e Perda dos Direitos Políticos
III - o alistamento eleitoral; A perda e a suspensão dos direitos políticos podem-se dar,
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; respectivamente, de forma definitiva ou temporária. Ocorrerá a
V - a filiação partidária; Regulamento. perda quando houver cancelamento da naturalização por sentença
VI - a idade mínima de: transitada em julgado, no caso de recusa em cumprir obrigação a
a) 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e todos imposta ou prestação alternativa (é o caso do serviço militar
Senador; obrigatório). Por sua vez, a suspensão dos direitos políticos se dá
b) 30 para Governador e Vice-Governador de Estado e do Dis- enquanto persistirem os motivos desta, ou seja, enquanto não re-
trito Federal; toma a capacidade civil, o indivíduo terá seus direitos políticos sus-
c) 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distri- pensos; readquirindo-a, alcançará, novamente o status de cidadão.
tal, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; Também são passíveis de suspensão os condenados criminalmente
d) 18 anos para Vereador. (com sentença transitado em julgado). Cumprida a pena, readqui-
rem os direitos políticos; no caso de improbidade administrativa, a
Inelegibilidades: suspensão será, da mesma forma, temporária.
A Constituição não menciona exaustivamente todas hipóteses
de inelegibilidade, apenas fixa algumas. Em regra: Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em
Há também a inelegibilidade derivada do casamento ou do pa- julgado;
rentesco com o Presidente da República, com os Governadores de II - incapacidade civil absoluta;
Estado e do Distrito Federal e com os Prefeitos, ou com quem os III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto du-
haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito. rarem seus efeitos;
§7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau alternativa, nos termos do art. 5º, VIII
ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se — Partidos Políticos
já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. Partidos políticos são associações de pessoas de ideologia e in-
teresses comuns, com a finalidade de exercer o poder a partir da
Quanto à reeleição e desincompatibilização, a Emenda Consti- vontade popular, determinando o governo e a orientação política
tucional nº 16 trouxe a possibilidade de reeleição para o chefe dos nacional. Juridicamente, são verdadeiras instituições, pessoas jurí-
Poderes Executivos federal, estadual, distrital e municipal. Ao con- dicas de direito privado, constituídas na forma da lei civil, perante
trário do sistema americano de reeleição, que permite apenas a re- o Registro Civil de Pessoas Jurídicas e que gozam de imunidade e
condução por um período somente, no Brasil, após o período de um autonomia para gerir sua organização interna.
mandato, o governante pode voltar a se candidatar para o posto. No Brasil, o pluralismo político é um dos fundamentos da Repú-
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do blica, e diferente de outras nações aqui não foi instituído o dualis-
Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substi- mo. (direita e esquerda ou democratas e republicanos). Os partidos
tuído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único políticos têm liberdade de organização partidária, sendo livres a
período subsequente. (Redação dada pela Emenda Constitucional criação, fusão, incorporação e a sua extinção, observados o caráter
nº 16, de 1997). nacional, a proibição de subordinação e recebimento de recursos
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da Repú- financeiros de entidades ou governo estrangeiros, a vedação da uti-
blica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos lização de organização paramilitar, além do dever de prestar contas
devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do à Justiça Eleitoral e do funcionamento parlamentar de acordo com
pleito. a lei.
De acordo com a Lei das Eleições, coligações partidárias são
Por sua vez, o militar é elegível, se cumpridos alguns requisitos: permitidas.
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes con- Os partidos políticos, uma vez devidamente constituídos e re-
dições: gistrados no TSE, têm direito a recursos do fundo partidário e aces-
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se so gratuito ao rádio e à televisão para fins de propaganda eleitoral.
da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
da diplomação, para a inatividade.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Princípios que regem a República Federativa do Brasil nas re-
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E DOS PODERES lações internacionais
O art. 4.º, CF/88 dispõe que a República Federativa do Brasil é
regida nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
- independência nacional;
— Estado federal brasileiro, União, Estados, Distrito Federal,
- prevalência dos direitos humanos;
municípios e territórios
- autodeterminação dos povos;
- não intervenção;
Estado Federal Brasileiro
- igualdade entre os Estados;
São elementos do Estado a soberania, a finalidade, o povo e o
- defesa da paz;
território. Assim, Dalmo de Abreu Dallari (apud Lenza, 2019, p. 719)
- solução pacífica dos conflitos;
define Estado como “a ordem jurídica soberana que tem por fim o
- repúdio ao terrorismo e ao racismo;
bem comum de um povo situado em determinado território”. - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
Soberania é o poder político supremo e independente que o - concessão de asilo político.
Estado detém consistente na capacidade para editar e reger suas
próprias normas e seu ordenamento jurídico. Competências
A finalidade consiste no objetivo maior do Estado que é o bem Competência é o poder, normalmente legal, de uma autorida-
comum, conjunto de condições para o desenvolvimento integral da de pública para a prática de atos administrativos e tomada de deci-
pessoa humana. sões. As competências dos entes federativos podem ser:
Povo é o conjunto de indivíduos, em regra, com um objetivo Materiais ou administrativas, que se dividem em: exclusivas e
comum, ligados a um determinado território pelo vínculo da nacio- comuns;
nalidade. Legislativas, que compreendem as privativas e as concorrentes,
Território é o espaço físico dentro do qual o Estado exerce seu complementares e suplementares;
poder e sua soberania. Onde o povo se estabelece e se organiza Exclusiva, que é aquela conferida exclusivamente a um dos en-
com ânimo de permanência. tes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), com
A Constituição de 1988 adotou a forma republicana de gover- exclusão dos demais.
no, o sistema presidencialista de governo e a forma federativa de Privativa, que é aquela enumerada como própria de um ente,
Estado. Note tratar-se de três definições distintas. com possibilidade, entretanto, de delegação para outro.
Concorrente, que é a competência legislativa conferida em co-
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: mum a mais de um ente federativo.
• Forma de Estado: Federação Na complementar, o ente federativo tem competência naqui-
• Forma de Governo: República lo que a norma federal (superior) lhe dê condição de atuar e na
• Regime de Governo: Democrático suplementar, por sua vez, o ente federativo supre a competência
• Sistema de Governo: Presidencialismo federal não exercida, porém, se esta o exercer, o ato aditado com
base na competência suplementar perde a eficácia, naquilo que lhe
O federalismo é a forma de Estado marcado essencialmente for contrário.
pela união indissolúvel dos entes federativos, ou seja, pela impossi- Sempre que falarmos em competência comum ou exclusiva,
bilidade de secessão, separação. São entes da federação brasileira: devemos excluir a ideia de “legislar”. Sempre que falarmos em le-
a União; os Estados-Membros; o Distrito Federal e os Municípios. gislar, estaremos tratando necessariamente de uma competência
Brasília é a capital federal e o Estado brasileiro é considerado lai- privativa ou concorrente.
co, mantendo uma posição de neutralidade em matéria religiosa,
admitindo o culto de todas as religiões, sem qualquer intervenção. Entes Federativos

Fundamentos da República Federativa do Brasil União


O art. 1.º enumera, como fundamentos da República Federa- A União é o ente federativo com dupla personalidade. Inter-
tiva do Brasil: namente, é uma pessoa jurídica de direito público interno, com
- soberania; autonomia financeira, administrativa e política e capacidade de au-
- cidadania; to-organização, autogoverno, autolegislação e autoadministração.
- dignidade da pessoa humana; Internacionalmente, a União é soberana e representa a República
- valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa; Federativa do Brasil a quem cabe exercer as prerrogativas da so-
- pluralismo político. berania do Estado brasileiro. Os bens da União são todos aqueles
elencados, no art. 20, CF.
Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil São bens da União:
Os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser
não se confundem com os fundamentos e estão previstos no art. atribuídos;
3.º da CF/88: II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras,
- construir uma sociedade livre, justa e solidária; das fortificações e construções militares, das vias federais de comu-
- garantir o desenvolvimento nacional; nicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
- erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigual- III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de
dades sociais e regionais; seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites
com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele
- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, exclu-
ídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aque-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
las áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e interna-
e as referidas no art. 26, II; Redação dada pela Emenda Constitucio- cional de passageiros;
nal nº 46, de 2005). f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público
econômica exclusiva; do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Ter-
VI - o mar territorial; ritórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012)
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; (Produção de efeito)
VIII - os potenciais de energia hidráulica; XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polí-
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; cia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execu-
e pré-históricos; ção de serviços públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geo-
Como ente federativo, a União possui competências adminis- grafia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
trativas que lhe são exclusivas (art. 21, CF), competências legisla- XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões
tivas privativas (art. 22, CF), competências administrativas comuns públicas e de programas de rádio e televisão;
com Estados, Distrito Federal e Municípios (art. 23, CF) e competên- XVII - conceder anistia;
cias legislativas concorrentes com Estados, Distrito Federal e Muni- XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as cala-
cípios (art. 24, CF). midades públicas, especialmente as secas e as inundações;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos
Competências hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; (Re-
Comuns e Exclusivas Arts. 21 e 23, CF gulamento)
Administrativas
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusi-
Competências Privativas e ve habitação, saneamento básico e transportes urbanos;
Arts. 22 e 24, CF
Legislativas Concorrentes XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional
de viação;
Competência administrativa exclusiva da União: art. 21, CF XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária
Art. 21. Compete à União: e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de de 1998)
organizações internacionais; XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer
II - declarar a guerra e celebrar a paz; natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o
III - assegurar a defesa nacional; enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comér-
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que for- cio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes
ças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele perma- princípios e condições:
neçam temporariamente; a) toda atividade nuclear em território nacional somente será
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a interven- admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso
ção federal; Nacional;
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a
bélico; utilização de radioisótopos para pesquisa e uso agrícolas e industriais;
VII - emitir moeda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de 2022)
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, a co-
operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, mercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso
câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência médicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de
privada; 2022)
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordena- d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da
ção do território e de desenvolvimento econômico e social; existência de culpa; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 49, de
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 2006)
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da
que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um ór- atividade de garimpagem, em forma associativa.
gão regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados
Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95) pessoais, nos termos da lei.
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão
ou permissão: Competências administrativas comuns da União, Estados, Dis-
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Re- trito Federal e Municípios: art. 23, CF:
dação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95) Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distri-
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveita- to Federal e dos Municípios:
mento energético dos cursos de água, em articulação com os Esta- I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições
dos onde se situam os potenciais hidroenergéticos; democráticas e conservar o patrimônio público;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeropor- II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garan-
tuária; tia das pessoas portadoras de deficiência; (Vide ADPF 672)
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre por- III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
tos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limi- histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais
tes de Estado ou Território; notáveis e os sítios arqueológicos;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e
obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cul- ferroviária federais;
tural; XXIII - seguridade social;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação dada pela XXV - registros públicos;
Emenda Constitucional nº 85, de 2015) XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qual- XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as
quer de suas formas; modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abaste- obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e
cimento alimentar; sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Re-
IX - promover programas de construção de moradias e a me- dação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
lhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; (Vide XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima,
ADPF 672) defesa civil e mobilização nacional;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginali- XXIX - propaganda comercial.
zação, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; XXX - proteção e tratamento de dados pessoais. (Incluído pela
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos Emenda Constitucional nº 115, de 2022)
de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Esta-
territórios; dos a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segu- neste artigo.
rança do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a Competência Legislativa concorrente da União, Estados e Dis-
cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Muni- trito Federal: art. 24, CF:
cípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-es- Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal le-
tar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional gislar concorrentemente sobre:
nº 53, de 2006) I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e ur-
banístico; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
Competências Legislativas privativas da União: art. 22, CF: II - orçamento;
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: III - juntas comerciais;
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, IV - custas dos serviços forenses;
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; V - produção e consumo;
II - desapropriação; VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, de-
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e fesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e
em tempo de guerra; controle da poluição;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turís-
V - serviço postal; tico e paisagístico;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consu-
metais; midor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turís-
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de va- tico e paisagístico;
lores; IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia,
VIII - comércio exterior e interestadual; pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emen-
IX - diretrizes da política nacional de transportes; da Constitucional nº 85, de 2015)
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas
aérea e aeroespacial; causas;
XI - trânsito e transporte; XI - procedimentos em matéria processual;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; (Vide ADPF
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; 672)
XIV - populações indígenas; XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de
estrangeiros; deficiência;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições XV - proteção à infância e à juventude;
para o exercício de profissões; XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da
Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios,
União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. (Vide Lei nº 13.874,
bem como organização administrativa destes; (Redação dada pela
de 2019)
Emenda Constitucional nº 69, de 2012)
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia
não exclui a competência suplementar dos Estados. (Vide Lei nº
nacionais;
13.874, de 2019)
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
popular;
XX - sistemas de consórcios e sorteios; exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, peculiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
garantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das po- § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais
lícias militares e dos corpos de bombeiros militares; (Redação dada suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. (Vide
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Lei nº 13.874, de 2019).

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Estados V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces-
O Brasil é composto de estados federados que gozam de uma são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o
autonomia, consubstanciada na capacidade de auto-organização, de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
auto legislação, autogoverno e autoadministração. VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e
Os Estados podem se formar a partir de incorporação, subdi- do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamen-
visão ou desmembramento, que por sua vez, pode se dar por ane- tal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
xação ou formação. A incorporação ou fusão é a junção de dois ou VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e
mais Estados para formação de um único Estado novo. A cisão ou do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
subdivisão é a separação de um Estado em dois ou mais Estados VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territo-
autônomos e independentes. E, o desmembramento consiste na rial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e
separação de parte de um Estado para formação de um novo Estado da ocupação do solo urbano;
(formação) ou anexação a outro Estado já existente. IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local,
As competências estaduais estão previstas no art. 25, CF e os observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
bens dos Estados estão elencados no art. 26, CF:
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constitui- A fiscalização financeira e orçamentária dos Municípios se dá
ções e leis que adotarem, observados os princípios desta Constitui- sob duas modalidades: controle externo, exercido pela Câmara Mu-
ção. nicipal e o controle interno, exercido pelo próprio executivo munici-
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes pal, nos termos do art. 31, CF.
sejam vedadas por esta Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante Distrito Federal e Territórios
concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, O Distrito Federal é reconhecido como ente integrante da Fe-
vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. deração e goza de autonomia política, embora não se enquadre
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995). nem como estado-membro ou município. Sua principal função é
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir servir como sede do Governo Federal e não pode haver divisões em
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, municípios. O Distrito Federal não possui constituição, mas lei orgâ-
constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para nica própria, que define os princípios básicos de sua organização,
integrar a organização, o planejamento e a execução de funções suas competências e a organização de seus poderes governamen-
públicas de interesse comum. tais, nos termos do art. 32, CF.
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios,
I - As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício
e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorren- mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legisla-
tes de obras da União; tiva, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no Constituição.
seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências
ou terceiros; legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; § 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União. as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a
dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual
Municípios duração.
O Município, que também é um ente federado que possui au- § 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se
tonomia administrativa (autoadministração) e política (auto-organi- o disposto no art. 27.
zação, autogoverno e capacidade normativa própria). E, vinculado § 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do
ao Estado onde se localiza, depende na sua criação, incorporação, Distrito Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar
fusão ou desmembramento, de lei estadual dentro do período de- e do corpo de bombeiros militar (Redação dada pela Emenda
terminado por lei complementar federal, além da realização de ple- Constitucional nº 104, de 2019).
biscito.
Sua capacidade de auto-organização consiste na possibilidade Atualmente, não existe no Brasil nenhum Território. Com a
da elaboração da lei orgânica própria. O município possui o Poder CF/88, os territórios de Roraima e Amapá foram transformados em
Executivo, exercido pelo Prefeito e o Poder Legislativo, exercido Estados e Fernando de Noronha foi incorporado ao Estado de Per-
pela Câmara Municipal. Entretanto, não há Poder Judiciário na es- nambuco.
fera municipal. É regido por lei orgânica, nos termos do art. 29, CF.
A Constituição prevê ainda a composição das Câmaras Municipais
e o subsídio dos vereadores, de acordo com a quantidade de habi-
tantes do município.
A competência dos municípios está elencada no art. 30, CF.
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem
como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de pres-
tar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
estadual;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Peculato Impróprio ou Peculato Furto (Art. 312, § 1º, CP)
NOÇÕES DE DIREITO PENAL: DOS CRIMES CONTRA A A diferença entre este caso e o Peculato Próprio, é que aqui,
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ARTS. 312 A 327 DO CÓDI- apesar do funcionário público valer-se de seu cargo para subtrair
GO PENAL ou concorrer para que o bem se subtraia, ele não retém a posse
desse bem.

Dos crimes contra a administração pública Peculato Culposo (Art. 312, § 2º, CP)
Ocorre quando, de forma culposa (por negligência, imprudên-
Dos crimes praticados por funcionário público contra a admi- cia ou imperícia), apesar de não possuir vontade para que se ocorra
nistração em geral a subtração ou apropriação do bem, o funcionário público cria uma
oportunidade para que um outro funcionário público ou um tercei-
Peculato – Art. 312 ro pratique o crime.
O Título XI, Capítulo I do Código Penal refere-se aos crimes pró-
prios de funcionários públicos contra a Administração em geral. Peculato mediante erro de outrem - Art. 313
No caso, particulares podem participar dos mesmos apenas Este crime também é chamado de Peculato Estelionato, onde o
como coautores, caso concorram de qualquer modo para realização funcionário público, no exercício de seu cargo, se apropria de bens
de um desses crimes. ou valores que recebeu de outrem, mediante erro.
Tais crimes são denominados de crimes funcionais, já que são
praticados por pessoas que se dedicam à realização das funções ou Inserção de dados falsos em sistema de informações - Art. 313-
atividades estatais, exigindo a qualidade do sujeito ativo, como fun- A e Modificação ou alteração não autorizada de sistema de infor-
cionário público e a intenção de dolo. Também são denominados mações - Art. 313-B
como crimes de responsabilidade.
Lembrando que o conceito de funcionário público para efeitos É a principal diferença entre esses dois crimes, conhecidos
penais encontra-se disposto no Art. 327 do CP. como Peculato via informática, o fato do funcionário público, no
caso do Art. 313-A, ser autorizado para o exercício daquela função,
Crimes Funcionais onde aproveita-se para cometer o crime.
Dividem-se em: Exemplo: o funcionário público autorizado a preencher o painel
→ Crime Funcional Próprio: para a caracterização do crime é eletrônico do Congresso Nacional, viola o mesmo e altera o cômpu-
indispensável que o mesmo seja realizado por funcionário público to dos votos dos parlamentares.
(função de cargo público). Exemplo: Crime de Prevaricação, previsto Já no caso do Art. 313-B, o funcionário público não possui au-
no Art. 319 do CP, se este crime não for praticado por funcionário torização ou solicitação de autoridade competente para realização
público, será inexistente, pois o fato torna-se irrelevante. da atividade onde cometeu o crime.
→ Crime Funcional Impróprio: o sujeito ativo destes crimes é
funcionário público, assim, eles recebem uma denominação espe- Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento -
cífica pelo exercício da função. Porém, se tais crimes forem cometi- Art. 314
dos por particulares, sem investimento de cargo público, receberão A ação física deste crime divide-se em três hipóteses:
outra denominação. → Extraviar, ou seja, mudar o destino ou o fim, para onde o
Exemplo: Crime de Peculato (Art. 312 do CP), quando não pra- livro ou documento público deveria ser encaminhado;
ticado por funcionário público no exercício de sua função, recebe a → Sonegar, ou seja, não apresentar o livro ou documento pú-
denominação de Apropriação Indébita (Art. 168 do CP). blico no local devido, cometendo sua ocultação intelectual ou frau-
No caso exemplificado acima, ambos crimes se caracterizam dulenta;
pela apropriação de coisa alheia, sendo a Apropriação Indébita, cri- → Inutilizar, ou seja, tornar o livro ou documento público im-
me comum, praticado por qualquer pessoa, enquanto o Peculato, prestável, estraga-lo, arruína-lo, seja no todo ou parcialmente.
trata-se de crime próprio, praticado apenas por funcionário público.
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas - Art. 315
Peculato Próprio (Art. 312 CP) Neste crime, ao invés de ocorrer a destinação das verbas ou
Cometerá o crime de Peculato, o funcionário público que, apro- rendas públicas, aos entes públicos determinados, ocorre um des-
priar-se (para ele mesmo, ou desviar para outra pessoa), dinheiro vio daquelas, dentro da própria administração, de modo que as
ou qualquer outro bem, que recebeu em razão de seu cargo públi- mesmas se destinam para local diverso do previsto.
co.
Neste caso, o funcionário público tem a posse, ou seja, o bem Concussão – Art. 316
específico encontra-se em suas mãos, de modo que, dolosamente, Este crime também é conhecido como extorsão praticada por
ele transforma tal posse em domínio, para si mesmo ou para ou- funcionário público no exercício de sua função, ou a pretexto da
trem, dando assim, ao objeto material, destinação diversa da que mesma.
lhe foi confiada. Ele ocorre quando o funcionário público exige, seja para si
mesmo ou para outrem, uma vantagem indevida de alguém, apro-
Sujeito ativo veitando-se do cargo ou função que exerça para formular esta exi-
Como em todos os demais crimes, dispostos no referido capí- gência.
tulo do Código Penal, trata-se do funcionário público, sendo cabível Neste caso, mesmo que o funcionário público não esteja pre-
apenas a participação de pessoas que não o sejam. sente naquele momento no exercício de sua função, ou até mesmo
ainda não a tenha assumido, caso a exigência de vantagem indevida
Sujeito passivo tenha sido em razão desta função, já se configura o crime de con-
Como em todos os demais crimes, dispostos no referido capítu- cussão.
lo do Código Penal, trata-se do Estado e do particular prejudicado.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A diferença entre os crimes de Concussão e Extorsão, é que É importante se atentar ao fato de que o crime de Condescen-
apesar de ambos serem caracterizados pela exigência da vantagem dência é muito parecido com o crime de Prevaricação. Na verdade,
indevida, a Concussão trata-se de crime próprio, apenas podendo este seria uma forma especial do outro, pois aqui também há uma
ser praticada por funcionário público. omissão (deixar de praticar) algo, com o objetivo de atender a um
sentimento pessoal (indulgência, piedade, condescendência, etc.).
Corrupção Passiva – Art. 317
Da mesma forma que o crime de Concussão seria a Extorsão Advocacia administrativa – Art. 321
praticada por funcionário público no exercício da sua função, a Cor- A partir da análise doutrinária, pode-se verificar que a conduta
rupção seria o Rufianismo (Art. 230 CP) praticado pelo mesmo. praticada pelo agente, apta a configurar o crime de advocacia admi-
Para a caracterização do crime de Corrupção Passiva não é nistrativa, não consiste em uma atividade de “advogado”, tal como
necessário que o funcionário público receba a vantagem indevida, o termo “advocacia administrativa” em um primeiro momento su-
bastando apenas solicitar a mesma. gere, mas sim em um ato de funcionário público que “advoga”, ou
Aqui também não faz diferença se aquilo solicitado ou recebido seja, patrocina, pleiteia em favor de outrem, valendo-se de sua con-
seja uma vantagem indevida, mas já é suficiente a simples aceitação da dição, de funcionário público, em interesse de terceiro particular.
promessa de vantagem pelo servidor para a caracterização do crime. A conduta típica vem expressa pelo verbo “patrocinar”, que sig-
Há uma sutil diferença entre os crimes de Concussão e Corrup- nifica advogar, proteger, beneficiar, favorecer, defender. O agente
ção Passiva. Se há exigência, há Concussão, porém, se há simples deve valer-se das facilidades que a qualidade de funcionário público
solicitação, há Corrupção Passiva. lhe proporciona.
O patrocínio pode ser direto, quando o funcionário público
Diferença entre Corrupção Passiva e Corrupção Ativa pessoalmente advoga os interesses privados perante a Administra-
A Corrupção Passiva é um crime praticado por funcionário pú- ção Pública, ou indireto, quando o funcionário se vale de interposta
blico, onde o mesmo solicita ou recebe vantagem indevida de al- pessoa para a defesa dos interesses privados perante a Administra-
guém; ção Pública.
Já a Corrupção Ativa (Art. 333 CP), é um crime praticado por “Interesse privado” é qualquer vantagem a ser obtida pelo par-
particular contra a administração, consistindo na oferta ou promes- ticular, legítima ou ilegítima, perante a Administração. Se o interes-
sa de vantagem indevida deste particular ao servidor público, para se for ilegítimo, a pena será maior.
determina-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. Entretanto, prevalece na doutrina e na jurisprudência o en-
Em outras palavras, seria o suborno do funcionário público. tendimento de que somente caracteriza o delito o patrocínio, pelo
funcionário público, de interesse “alheio” perante a administração.
Facilitação de contrabando ou descaminho - Art. 318 Caso o interesse seja “próprio” do funcionário, não estará configu-
Trata-se de crime próprio de funcionário público, que em sua rado o delito, podendo ocorrer mera infração funcional.
função, facilita a prática de contrabando ou descaminho.
→ Contrabando refere-se a entrada ou saída de produtos no Violência arbitrária – Art. 322
País, cuja comercialização dos mesmos não é permitida, ou seja, O tipo penal que compõe o crime de violência arbitrária tutela o
refere-se à importação ou exportação de mercadorias ilegais e proi- bem jurídico Administração Pública, sobretudo no que diz respeito à
bidas. moralidade do serviço, bem como o bem jurídico, integridade física.
→ Descaminho refere-se a comercialização permitida de pro- O objeto material do delito será o administrado, submetido ao
poder estatal, contra o qual é praticada a violência ilegal perpetrada
dutos, no entanto, estes adentram o País de forma ilegal, com a
pelo funcionário público.
finalidade do não pagamento dos impostos devidos.
Como núcleo do crime, temos o verbo praticar que é sinônimo
de exercer ou cometer. A violência, por sua vez, deve ser entendida
Prevaricação – Art. 319
somente como a vis corporalis, abrangendo vias de fato, lesão cor-
Este crime consiste em praticar, ou deixar de praticar, indevi-
poral ou homicídio.
damente, ato de ofício, ou praticar o mesmo contra disposição ex-
O emprego da violência deve ser arbitrário, não se englobando
pressa em lei, para a satisfação de interesse ou sentimento pessoal.
situações, como por exemplo, de legitima defesa ou estrito cumpri-
O crime de Prevaricação é um crime demasiadamente come- mento do dever legal.
tido no funcionalismo público, verificando-se quando o funcioná-
rio público, por qualquer sentimento pessoal (inveja, ciúmes, ódio, Abandono de função – Art. 323
amor, pena, etc.), ou para satisfazer seu interesse pessoal (promo- O crime de Abandono de função trata-se de crime contra a Ad-
ção, recebimento de comissão legal, vantagem funcional na carrei- ministração Pública que se configura quando o funcionário público
ra, proteção de um direito seu, seja na vida particular, familiar ou de se afasta do seu cargo por tempo juridicamente relevante, colocan-
amizade, etc.), indevidamente pratica, retarda ou deixa de praticar, do em risco a regularidade dos serviços prestados.
algum ato de seu ofício, contrariamente a uma expressa disposição
de lei. Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado –
É importante observarmos que se o funcionário público agir ce- Art. 324
dendo a pedido de outrem e impelido por promessa de vantagem Este crime pode ser tipificado por dois verbos: entrar ou con-
indevida, ele cometerá o crime de Corrupção Passiva. tinuar.
O verbo entrar no exercício, significa iniciar o desempenho de
Condescendência criminosa - Art. 320 determinada atividade pública antes mesmo de satisfeitas as exi-
Condescendência refere-se à aceitação, conivência, indulgên- gências legais, ou seja, antes da investidura (nomeação, posse) legal
cia, ou seja, consiste no superior hierárquico, prover-se de senti- do cargo de funcionário público.
mento de pena, e a partir deste sentimento, omitir determinado Já o verbo continuar a exercê-la, significa prosseguir no desem-
ato, que configurou um delito de seu subordinado, com a finalidade penho de determinada atividade, sem autorização, depois do fun-
de se evitar a punição do mesmo. Seria o vulgo “coleguismo” ou cionário público ser oficialmente notificado de que foi exonerado,
“apadrinhamento”. removido, substituído ou suspenso daquele cargo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Violação de sigilo funcional – Art. 325 Importante ressaltar que, ainda que a função pública seja exer-
O crime de Violação de sigilo funcional ocorre quando um fun- cida transitoriamente e sem remuneração, poderá o agente ser con-
cionário público revela fato de que tem ciência em razão do cargo e siderado funcionário público para fins penais. Por isso, jurados e
que deva permanecer em segredo, ou facilita a sua revelação. mesários eleitorais não estão afastados do conceito.
A conduta caracteriza-se quando o funcionário público revela Segue abaixo os dispositivos legais do Código Penal referentes
o sigilo funcional de forma intencional (este crime não admite a ao presente tópico:
forma culposa), dando ciência de seu teor a terceiro, por escrito,
verbalmente, mostrando documentos, etc. TÍTULO XI
A conduta de facilitar a divulgação do segredo, também deno- DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
minada divulgação indireta, dá-se quando o funcionário público,
querendo que o fato chegue a conhecimento de terceiro, adota de- CAPÍTULO I
terminado procedimento que torna a descoberta acessível a outras DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
pessoas. CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
A Lei nº 9.983/2000 criou no § 1º do artigo 325 algumas in-
frações penais equiparadas, punindo com as mesmas penas do Peculato
“caput” quem: Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem
empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pesso- a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou
as não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da alheio:
Administração Pública; Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embo-
O § 2º estabelece uma qualificadora, prevendo pena de reclu- ra não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou con-
são, de dois a seis anos, e multa, se da ação ou omissão resultar corre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valen-
dano à Administração ou a terceiro. do-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

Violação do sigilo de proposta de concorrência – Art. 326 Peculato culposo


Quanto ao crime de Violação do sigilo de proposta de concor- § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de
rência, devemos nos atentar ao fato de que, com o advento da Lei outrem:
n° 8.666/93 (Lei de Licitações), o mesmo foi tacitamente revogado Pena - detenção, de três meses a um ano.
por seu art. 94: § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedi- precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é
mento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: posterior, reduz de metade a pena imposta.
Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
Peculato mediante erro de outrem
Por revogação tácita designa-se a eliminação da vigência de Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que,
uma norma por apresentar-se incompatível com outra norma pos- no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
terior, em um determinado caso concreto. Assim, a revogação tácita Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
ocorre quando o aplicador constata que disposições contraditórias
foram publicadas em momentos diferentes. Inserção de dados falsos em sistema de informações
Desse modo, esta revogação tem lugar quando normas suces- Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inser-
sivas no tempo apresentam contradição uma em relação à outra. ção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corre-
Para resolver o conflito, emprega-se o chamado critério cronológico tos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administra-
(critério da lex posterior). ção Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para
Conforme dispõe a LINDB, art. 2º, deve-se entender que a nor- outrem ou para causar dano:
ma anterior foi revogada pela posterior, ainda que não expressa Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
(descrita no tipo literal) esta revogação.
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de infor-
Funcionário público – Art. 327 mações
São considerados funcionários públicos, para fins penais, quem Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de infor-
exerce cargo, emprego ou função pública. mações ou programa de informática sem autorização ou solicitação
Cargos públicos: são as mais simples e indivisíveis unidades de de autoridade competente:
competência a serem expressadas por um agente, previstas em um Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a
jurídicas de direito público e criadas por lei; metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Admi-
Empregos públicos: são núcleos de encargos de trabalho a se- nistração Pública ou para o administrado.
rem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los,
sob relação trabalhista. O regime jurídico é o trabalhista (contratu- Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
al), embora pontualmente derrogado por normas de direito públi- Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que
co, sobretudo as que diretamente constam do texto constitucional. tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou
É a forma de contratação própria das pessoas jurídicas de direito parcialmente:
privado; Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui
Funções públicas: são as funções de confiança e as exercidas crime mais grave.
pelos agentes públicos contratados por tempo determinado para
atender à necessidade temporária de excepcional interesse público.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da
estabelecida em lei: Violência arbitrária
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretex-
to de exercê-la:
Concussão Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena cor-
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamen- respondente à violência.
te, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão
dela, vantagem indevida: Abandono de função
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos
dada pela Lei nº 13.964, de 2019) em lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Excesso de exação § 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fron-
cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: teira:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de ou-
trem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres pú- Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado
blicos: Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de sa-
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. tisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autori-
zação, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido,
Corrupção passiva substituído ou suspenso:
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal Violação de sigilo funcional
vantagem: Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato
da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de prati- não constitui crime mais grave.
car qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. § 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e
de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pesso-
influência de outrem: as não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Administração Pública;
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
Facilitação de contrabando ou descaminho § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pú-
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de blica ou a outrem:
contrabando ou descaminho (art. 334): Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
Prevaricação Violação do sigilo de proposta de concorrência
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência públi-
ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfa- ca, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
zer interesse ou sentimento pessoal: Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente pú- Funcionário público
blico, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos pe-
telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com ou- nais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce
tros presos ou com o ambiente externo: cargo, emprego ou função pública.
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para
Condescendência criminosa empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsa- execução de atividade típica da Administração Pública.
bilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores
quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em
autoridade competente: comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. administração direta, sociedade de economia mista, empresa públi-
ca ou fundação instituída pelo poder público.
Advocacia administrativa
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado
perante a administração pública, valendo-se da qualidade de fun-
cionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
4. Sobre os arquivos públicos, considere os itens abaixo e assi-
QUESTÕES nale a alternativa correta.
I. Os conjuntos de documentos oriundos de arquivos provisó-
rios que aguardam remoção para depósitos temporários são deno-
minados de sistemáticos.
1. Quanto à aplicação do conceito de qualidade no serviço pú-
II. Os conjuntos de documentos oriundos de arquivos correntes
blico, assinale a alternativa correta.
que aguardam remoção para depósitos temporários são denomina-
(A) O trabalho com qualidade significa realizar as atividades de
dos de Intermediários.
acordo com as normas preestabelecidas, independentemente
III. Os conjuntos de documentos atuais, em curso, que são ob-
dos resultados obtidos.
jeto de consultas e pesquisas frequentes denominam- se Correntes.
(B) A qualidade depende apenas do esforço e do trabalho indi-
IV. Os conjuntos de documentos de valor históricos, científico
vidual de cada servidor, independentemente de outros recur-
ou cultural que devem ser preservados indefinidamente são cha-
sos disponíveis.
mados de Permanentes.
(C) Segundo William Edwards Deming, o pai da qualidade, a
maioria das falhas nos processos de produção de serviços é
Está(ão) correto(s) o(s) item(ns):
de responsabilidade direta das pessoas (causas especiais), en-
(A) I, apenas;
quanto a menor parte pode ser atribuída à má administração
(B)I e II, apenas;
(causas comuns).
(C) I, III e IV, apenas;
(D) A qualidade é um conceito da década de 1970, já ultrapas-
(D) II, III e IV, apenas;
sado e que não mais se aplica à nova gestão.
(E) I, II, III e IV.
(E) O trabalho com qualidade significa ter zelo e cuidado com
aquilo que se faz, sabendo com clareza para que serve, a quem
5. Todos os itens abaixo corresponde a acessórios do arquivo,
se destina e quais níveis de controle são indispensáveis para
exceto:
que se alcance o máximo de resultados com menor esforço,
(A) notações
atingindo metas, objetivos e finalidades.
(B) pastas
(C) guias
2. Em uma repartição pública, o atendimento ao público deve
(D) bilhetes
se traduzir em uma relação entre o servidor e o cidadão, pautada
(E) tiras de inserção
por cortesia, interesse, atenção, eficiência, presteza, discrição, to-
lerância e objetividade. Com relação ao exposto, assinale a alter-
6. A autonomia de sentido é uma das mais importantes carac-
nativa que indica uma situação que viola o que é esperado como
terísticas dos documentos
atendimento de qualidade num órgão público.
(A) de arquivos intermediários.
(A) Um cidadão, que se endereça erroneamente a uma reparti-
(B) de arquivos correntes.
ção pública, recebe informações acerca de como proceder para
(C) iconográficos.
alcançar os serviços buscados.
(D) de arquivos permanentes.
(B) Um cidadão pertencente ao um grupo prioritário (como
(E) de biblioteca.
idosos, grávidas e pessoas acompanhadas de crianças de colo,
por exemplo) recebe atendimento mediante procedimentos
7. A constituição dos acervos das bibliotecas e dos museus en-
idênticos àqueles exigidos do cidadão médio.
volve, quase sempre, mecanismos de compra, doação ou permu-
(C) Um cidadão com orientação sexual diferente dos padrões
ta. No caso dos arquivos institucionais, em que os documentos são
hegemônicos acede aos serviços públicos mediante procedi-
acumulados em razão das atividades da entidade produtora, os me-
mentos idênticos àqueles demandados aos cidadãos de orien-
canismos de constituição dos acervos consistem, basicamente, em
tação sexual hegemônica.
(A) ingresso e incorporação.
(D) O cidadão que se declara analfabeto recebe orientações
(B) avaliação e seleção.
e atendimento que o habilitem a compreender os documen-
(C) transferência e recolhimento.
tos que lhe compete assinar e as normativas que lhe compete
(D) aquisição e remessa.
cumprir.
(E) recolhimento e depósito legal.
(E) O cidadão com dificuldade de locomoção recebe atendi-
mento em local ou instalações diferenciadas daqueles ofereci-
8. Acerca dos princípios e conceitos arquivísticos, marque a al-
dos ao cidadão médio.
ternativa correta.
(A) O historiador francês Natalis de Wailly promulgou o prin-
3. Todos os itens abaixo são características do método de arqui-
cípio do ciclo vital dos documentos, que passou a ser aplicado
vamento alfabético, EXCETO:
em muitos países.
(A) específico ou por assunto;
(B) O Decreto de Messidor da legislação de arquivos da Revolu-
(B)Geográfico;
ção Francesa é considerado como o princípio da acessibilidade
(C) Duplex;
dos arquivos públicos.
(D) Mnemônico;
(C) O princípio da Proveniência sagrou-se com o fim da II Guer-
(E) Variadex.
ra Mundial, quando ocorreu um grande aumento no volume de
documentos nas instituições.
(D) O conceito de gestão de documentos nasceu com a criação
do Arquivo Nacional da França, quando começaram a valorizar
os traços administrativos do documento.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
9. Sua condição no tempo e no espaço faz com que o documen- Em consonância com as correntes atuais do pensamento arqui-
to de arquivo possua a especificidade de sua produção em série, vístico, está(ão) correta(s)
que corresponde às atividades da entidade, formando um organis- (A) apenas I.
mo total, um corpo vivo. (B) apenas II.
(Bellotto, 2014 Com adaptações.) (C) apenas I e III.
(D) apenas II e III.
Na citação anterior, a autora refere-se a qual princípio da ar- (E) I, II e III.
quivologia?
(A) Unicidade. 12. Vigência é a qualidade pela qual determinados documentos
(B) Providência. (A) permanecem efetivos e válidos.
(C) Organicidade . (B) seguem à risca a norma legal.
(D) Indivisibilidade. (C) perdem vigor e são extintos.
(D) têm precedência sobre outros.
10. Tendo em vista as recomendações para construção de ar-
quivos, considere as afirmativas a seguir. (E) são tempestivos e oportunos.
I → No que diz respeito à localização do edifício sobre o terre- 13. Em relação às funções arquivísticas, considere as afirmati-
no, deve-se observar a influência que o ambiente externo exercerá vas a seguir.
sobre o interno, ou seja, o projeto de construção deve considerar o I → A avaliação dos documentos refere-se ao ato de elaborar
posicionamento da construção em relação à incidência de luz solar, documentos em razão das atividades específicas de um órgão.
além da localização da vegetação nos arredores, que pode causar II → A aquisição contempla a entrada de documentos nos ar-
riscos de raios, térmitas, danos estruturais pelas raízes, queda de quivos corrente, intermediário e permanente; refere-se ao arqui-
folhas, galhos e frutos e incidência de sombras, que poderão oca- vamento corrente e aos procedimentos de transferência e recolhi-
sionar acúmulo de umidade nas paredes. mento de acervo.
II → Os espaços projetados devem ser distribuídos pensando III → Classificação é a sequência de operações que, de acordo
em suas funções: depósitos (inclusive para acervos especiais), áreas com as diferentes estruturas, funções e atividades da entidade pro-
para o público e áreas de trabalho (gabinetes, recepção, seleção, dutora, visam a distribuir os documentos de um arquivo.
higienização, restauração, entre outras). IV → A descrição torna os documentos acessíveis e promove
III → As construções espaçosas, com grandes vãos ou abertas sua consulta mediante publicações, exposições, conferências, servi-
são mais eficientes quanto à manutenção das condições ambientais ços educativos e outras atividades.
e de segurança necessárias para a preservação do que espaços me-
nores, fragmentados e compactos. Está(ão) correta(s)
IV → O projeto do edifício deverá levar em conta as condições (A) apenas III.
e dimensões do terreno; os regulamentos e tradições locais; as con- (B) apenas I e IV.
dições climáticas; o fluxo de trabalho e de atendimento ao público; (C) apenas I e III.
as características físicas e formatos dos documentos; o volume do (D) apenas II e III.
acervo e a expectativa de crescimento. (E) apenas II e IV.

Estão corretas 14. Documento é o suporte da informação. Então, informação é


(A) apenas I e II. (A).a idéia ou mensagem contida em um documento.
(B) apenas I e III. (B) todo documento escrito, como livro, revista, relatório etc.
(C) apenas III e IV. (C) um conjunto de documentos que tratam do mesmo assunto.
(D) apenas I, II e IV. (D) a parte material de que os documentos são feitos.
(E) apenas II, III e IV. (E) aquele documento que foi considerado de valor.

11. Recentemente, estudiosos, pensadores e profissionais têm 15. Quando uma autoridade determina a guarda de um docu-
discutido princípios da ciência arquivística que, por muito tempo, mento que já cumpriu a sua tramitação, esse documento deve ser
foram considerados inexoráveis para o estudo e a prática dos arqui- (A)descartado.
vos. Sob esta perspectiva, considere as afirmativas a seguir. (B) arquivado.
I→O modelo arquivístico vigente não se encaixa aos organis- (C) despachado.
mos vivos que são os arquivos hoje. A problemática reside em refi- (D)reproduzido.
nar a informação baseada na proveniência geral, sem obscurecer a (E) expedido.
conexão documento- atividade.
II → O arquivista atua como mediador entre documento e usu- 16.As pesquisas comportamentais difundem conhecimentos
ário, devendo, para tanto, possuir formação sólida em áreas como sobre personalidade e atitudes positivas nos grupos. Sobre o assun-
história, idiomas e diplomática, que lhe permitam ler e compreen- to, é correto afirmar:
der os documentos, dominando uma série de detalhes técnicos por (A) Traços como fluência verbal, coalisão e introversão tendem
meio de extensos esforços práticos. a correlacionar-se com flexibilidade, parcerias e maturidade do
III → Os processos de avaliação constituem um elemento vital grupo.
do contexto em que os arquivos históricos são formados. Guiados (B) Traços de dominação, convencionalismo e autoritarismo
pelos valores de sua sociedade, os arquivistas acham-se implicados tendem a correlacionar-se com qualidade produtividade e efi-
na formação dos arquivos que sua época legará ao futuro. cácia do grupo.
(C) Traços como sociabilidade, autoconfiança e independência
tendem a estar relacionados com produtividade, moral e coe-
são do grupo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
(D) Traços como autoconfiança, clareza e independência ten- 21. (AOCP/BRDE) A comunicação e relação interpessoal são
dem a estar negativamente relacionados com produtividade, apresentadas como habilidade interpessoal e comunicação, tam-
moral e participação do grupo. bém chamadas de habilidades humanas e são consideradas extre-
(E) Traços como autoritarismo, dominação e não convencionis- mamente necessárias na vida de um administrador, em função de
mo são variáveis independentes correlacionadas com tomada proporcionar
de decisão, conservadorismo e poder no grupo. (A) trabalho com eficácia e esforços cooperativos na direção
dos objetivos estabelecidos.
17. As atitudes e a personalidade podem afetar profundamente (B) visão sistêmica da organização com envolvimento das pes-
o local de trabalho. A empatia configura-se como um componente soas.
de personalidade em que se pode afirmar como correto o seguinte (C) trabalho com eficácia, empregabilidade e polivalência.
significado: (D) visão sistêmica da organização e facilidade no uso de téc-
(A) Relacionar-se positivamente com outras pessoas, imitando nicas específicas.
gestos e voz. (E) trabalho com eficácia e esforços individualizados na dire-
(B) Preservar amizades, ser aceito pelas pessoas e sentir-se ção dos objetivos estabelecidos.
bem entre as pessoas.
(C) Responder às emoções e influências diversas sem discrimi- 22. (INSTITUTO AOCP/Prefeitura de Angra dos Reis-RJ) Qual é
nações culturais ou religiosas. a atividade que compreende um conjunto de operações e procedi-
(D) Manter afinidades e proximidade com colega, nutrir senti- mentos, visando ao controle dos documentos que ainda tramitam
mentos em relação ao outro, fazer criticas construtivas. no órgão, de modo a garantir a sua imediata localização e recupe-
(E) Colocar-se no lugar do outro, reconhecer os sentimentos do ração?
outro sem expressas palavras, mas no tom de voz, linguagem (A) Atividade de classificação de documentos.
corporal e expressão facial. (B) Atividade de distribuição de documentos.
(C) Atividade de recepção de documentos.
18. (CONSULPLAN/TSE) Em relação à comunicação nas orga- (D) Atividade de protocolo de documentos.
nizações, analise. (E) Atividade de registro de documentos.
I. Uma comunicação eficaz é um processo horizontal, em que
todos os envolvidos mantêm uma ética relacional. 23. (TJ-DFT - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Re-
II. É possível melhorar a comunicação por meio de treinamen- moção - CESPE – 2019). No âmbito da atuação pública, faz-se neces-
to e desenvolvimento de pessoal. sário que a administração pública mantenha os atos administrati-
III. A comunicação é elemento acessório no processo de busca vos, ainda que estes sejam qualificados como antijurídicos, quando
de qualidade nas organizações. verificada a expectativa legítima, por parte do administrado, de
estabilização dos efeitos decorrentes da conduta administrativa. A
Assinale interrupção dessa expectativa violará o princípio da
(A)se apenas a afirmativa I estiver correta. (A) legalidade.
(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. (B) confiança.
(C) se apenas a afirmativa II estiver correta. (C) finalidade.
(D) se apenas a afirmativa III estiver correta. (D) continuidade.
(E) presunção de legitimidade.
19. (FCC/MPE-AP) - Para o atendimento ao público ser consi-
derado ideal ou próximo ao ideal, existem regras, que inclusive no
caso brasileiro, têm Decreto e Lei regularizando ou estabelecendo
regras mínimas.
Um atendente deve estar à disposição do consumidor em até  GABARITO
(A) 180 segundos, obrigatoriamente
(B) 90 segundos, obrigatoriamente
(C) 90 segundos, se ele assim solicitar 1 E
(D) 60 segundos, obrigatoriamente
(E) 60 segundos, se ele assim solicitar 2 B
3 C
20. (FCC/AL-SP) Um dos fatores de qualidade no atendimento
ao público é a empatia. Empatia é 4 D
(A) a capacidade de transmitir sinceridade, competência e 5 D
confiança ao público.
6 E
(B) a capacidade de cumprir, de modo confiável e exato, o que
foi prometido ao público 7 C
(C) o grau de cuidado e atenção individual que o atendente de- 8 B
monstra para com o público, colocando-se em seu lugar para
um melhor entendimento do problema. 9 C
(D) a intimidade que o atendente manifesta ao ajudar pronta- 10 D
mente o cidadão
(E) a habilidade em definir regras consensuais para o efetivo 11 C
atendimento 12 A
13 D

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

14 A ANOTAÇÕES
15 B
16 C ______________________________________________________
17 E ______________________________________________________
18 C
______________________________________________________
19 D
20 E ______________________________________________________
21 B ______________________________________________________
22 C
______________________________________________________
23 B
______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ANOTAÇÕES

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