Você está na página 1de 10

15º ENCONTRO

A. Planejamento das atividades de


leitura do texto
Professor(a),

Como bem sabemos, a leitura é um processo de interação entre o leitor e o


texto. É, portanto, um processo que deve ser construído. Mas essa construção
deve ser feita pelo aluno. Para isso, você deve se colocar como um guia, um
mediador e não como um detentor do saber.

Neste ENCONTRO, iniciaremos nossas atividades com um planejamento da


leitura fazendo algumas propostas para desenvolver a leitura do texto “Ynari, A
Menina das Cinco Tranças”.

Para iniciar este ENCONTRO, você pode passar esse vídeo para que os alunos
tenham uma visão geral da menina Ynari: http://bit.ly/2m4wCNG

Você pode, também, dividir a turma em grupos de 4 alunos, sendo que um


será o homem baixinho, o mágico. Peça para as mães fazerem chapéus de
mágicos para os “alunos-mágicos” escolhidos. Cada um dos três de cada grupo
perguntará o significado de uma palavra ao “mágico”. Se a palavra for positiva o
“mágico” dirá seu significado; se a palavra for negativa, ele dirá: “Esta não serve
para nada.” Você poderá levar alguns dicionários para ajudar os “mágicos”.

Antes de pedir que os alunos façam a primeira leitura, coloque apenas o


título no quadro e comece a averiguar o que eles já sabem sobre o assunto.

Vocês conhecem alguma lenda sobre crianças? Quantas


lendas vocês conhecem?
É comum encontrar meninas de trança, hoje em dia? Por quê?

Nesse momento, você pode fazer antecipações com os alunos.

Essa menina pode ter sido a autora?


De onde será essa menina?
Será que ela é uma menina levada?

Agora, mostre o texto aos alunos e procure articular essas informações com
outras, como:

Quem escreveu esse texto?


Esse texto é uma lenda, uma fábula ou um conto?

167
Essa é a hora da primeira leitura do texto, que pode ser silenciosa. Leitura
feita, vamos levar os alunos a buscar o sentido das palavras que constam do
Glossário. Caso haja muitas dúvidas ou divergências entre eles, convide-os a
consultar o dicionário.

Ao término dessa atividade, peça aos alunos que falem sobre as impressões
do que leram (livremente) para que você tenha uma ideia do perfil de cada
aluno/leitor. Em seguida, você pode fazer um exercício de compreensão do
texto, uma exploração topográfica, isto é, um exame parágrafo a parágrafo, linha
a linha, enfim, de tudo o que compõe visualmente o texto, com as seguintes
perguntas:

Quem a menina encontrou no seu passeio?


O mágico convidou Ynari a fazer o quê?
Ao final, a menina ficou fazendo o quê?

Depois dessa primeira leitura, você pode ler o texto em voz alta, ou fazer
uma leitura compartilhada e, em seguida, pode levá-los a fazer algumas
inferências, ou seja, a construir novos sentidos para o texto. É o plano da
interpretação do texto, em que se usam estratégias que caracterizam o
comportamento reflexivo, de nível consciente do leitor.

O que demonstra que a menina gostava de aprender?


O que acontecia de ruim na vida da menina?
Que palavras demonstram a sua preocupação com o mundo em que vivia?
Que outro tipo de “explosão” positiva pode haver no mundo?

Você pode aproveitar a leitura para relacionar o texto à época atual.

A preocupação da menina com seu mundo é a mesma


preocupação que uma criança pode ter em relação ao mundo de
hoje? Por quê?
Essa história poderia se referir ao Brasil? Por quê?

Outras estratégias de leitura podem ser adotadas. Estas representam apenas


algumas sugestões. Passemos, então, às atividades complementares que
deverão ser realizadas após a leitura do texto.

168
15º ENCONTRO

Ynari, a Menina das Cinco


Tranças
A menina das cinco tranças acordou muito cedo nesse dia.
Caminhou em direção ao rio. As suas águas estavam calmas e Ynari pensou que
se calhar os peixes ainda estavam a dormir, e talvez estivessem mesmo a sonhar.
Dos capins altos saiu, mais uma vez, o homem pequeno e mágico.
— Bom dia, homem pequeno e mágico — sorriu Ynari. — Estou contente por te
ver!
— Bom dia, menina das cinco tranças. Eu também estou contente por te ver.
— Sabes, esta noite tive mais um sonho.
— E queres contar-me? — sentou-se o homem pequeno e mágico.
— Sonhei primeiro com um velho muito velho que explica o
significado das palavras.
— Sim, sei quem é.
— E ele explicou-me o significado da palavra
“permuta”... Mas eu também queria perguntar coisas
sobre a palavra “guerra”. Eu até sei como usam essa
palavra, mas... para que serve a palavra “guerra”?
— Sabes, Ynari, embora eu não seja o velho
muito velho que explica o significado das palavras,
também eu tenho guardado no meu coração o
significado de algumas palavras. E eu acho que a
palavra “guerra” não serve para nada!
— E a palavra “explosão”?
— Eu acho que a palavra “explosão” só
devia ser usada noutras situações, não em
situações de guerra.
— Em que situações? — perguntou
Ynari, enquanto olhava para o rio,
porque os peixes já saltavam, já tinham
acordado.
— Queres pensar comigo? — disse o
homem pequeno e mágico.

107 169
LIVRO DO
ALUNO
— Começa tu — pediu Ynari.
— Então, eu acho que a palavra “explosão” podia ser mais utilizada entre as
estrelas. Quando elas se chocam, nós aqui no planeta Terra vemos uma coisa linda
acontecer no céu...
— Ah!, que bonito — exclamou Ynari. — E uma “explosão de alegria”, pode ser?
— Claro! — riu bem alto o homem pequeno e mágico. — E uma “explosão de
cores”?
— Também... Também pode ser.
Estiveram um bom tempo em silêncio observando os peixes que nadavam e
os pássaros que voavam. Realmente, quando se sabe ver as coisas simples da vida,
descobre-se que o mundo é muito, muito bonito.
Disponível em <http://planeta-eclipse.blogspot.com.br/2007/05/ynari.html> Acesso em 14/12/2012. Fragmento.

Glossário
Para ajudá-lo a compreender o texto, procure inferir o sentido das palavras
abaixo:
calhar (l. 3): coisa ou acontecimento que surgiu em momento oportuno; coincidir;
permuta (l. 14): troca, mudança.
guerra (l. 15): luta armada entre nações ou entre partidos do mesmo povo.
explosão (l. 22): 1. Ação ou efeito de explodir, estourar violentamente -
2. Manifestação súbita de emoções.

B. Planejamento das atividades


complementares

1 Desenvolvendo habilidades de leitura

1. Nesse texto, o fato que deu origem à história foi


A) a caminhada da menina em direção ao rio.
B) a reflexão sobre o significado da palavra “guerra”.
C) o relato da menina de tranças sobre o sonho.
D) o surgimento do homem pequeno e mágico.
D7 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a
narrativa.

170 108
LIVRO DO
ALUNO
15º ENCONTRO

2. Com base nesse texto, pode-se dizer que a menina


A) conhecia o homem pequeno e mágico.
B) ficava surpresa ao encontrar o mágico.
C) ignorava os conselhos do mágico.
D) tinha medo das histórias do mágico.
D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.

3. Nesse texto, a frase que mostra que a menina concorda com uma ideia do
homem pequeno e mágico é
A) “— Sabes, esta noite tive mais um sonho”. (l. 8)
B) “— E a palavra “explosão”?”. (l. 22)
C) “— Em que situações?”. (l. 26)
D) “— Também... Também pode ser.”. (l. 39)
D1 – Localizar informações explícitas em um texto.

4. Nesse texto, em “— Claro! — riu bem alto o homem pequeno e mágico”


(l. 37), a palavra destacada indica
A) a causa da risada do homem.
B) a forma da risada do homem.
C) a frequência da risada do homem.
D) a intensidade da risada do homem.
D12 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por
conjunções, advérbios, etc.

5. Em relação ao fato de que as palavras deveriam ser usadas em


determinadas situações positivas, há uma opinião do mágico em
A) “... eu tenho guardado no meu coração o significado de algumas palavras.”
(l. 19-20)
B) “... eu acho que a palavra 'explosão' podia ser mais utilizada entre as estrelas.”
(l. 33-34)
C) “— Ah!, que bonito — exclamou Ynari. — E uma 'explosão de alegria', pode ser?”
(l. 36)
D) “— Claro! — riu bem alto o homem pequeno e mágico. — E uma 'explosão de cores?'"
(l. 37-38)
D11 - Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.

108/109 171
LIVRO DO
ALUNO
2 Compreendendo o texto

6. Quem a menina encontrou no seu passeio?


Ela encontrou o homem pequeno e mágico.

7. O mágico convidou Ynari a fazer o quê?


O mágico convidou Ynari a pensar junto com ele.

8. Ao final, a menina ficou fazendo o quê?


Ficou observando os peixes que nadavam e os pássaros que voavam.

3 Interpretando o texto

9. O que demonstra que a menina gostava de aprender?


As perguntas que ela fazia ao homem pequeno.

10. O que acontecia de ruim na vida da menina?


A menina vivia em tempo de guerra.

11. Que palavras demonstram a sua preocupação com o mundo em que vivia?
Guerra e explosão.

12. Que outro tipo de “explosão” positiva pode haver no mundo?


Explosão de alegria, de coisas boas.

4 Pensando sobre o texto

13. Pela leitura do texto, podemos perceber que Ynari já havia contado
outros sonhos para o homem pequeno e mágico. Retire do texto um
trecho que comprove essa afirmação.

“— Sabes, esta noite tive mais um sonho.”

14. Por que Ynari gostava de contemplar a natureza?


Porque observando a natureza, ela conseguia ver que o mundo era muito
bonito. (Sugestão)

172 109/110
LIVRO DO
ALUNO
15º ENCONTRO

15. Ynari reflete sobre o sentido da palavra “guerra” e “explosão”. Você


concorda com as ideias da menina? Comente.

(Resposta pessoal)

5 Explorando a gramática no texto

Ponto de exclamação
É o sinal de pontuação empregado depois de interjeições, palavras ou frases
com o intuito de expressar admiração, espanto, surpresa, afeto, cólera, ou seja,
estados emotivos. Às vezes aparecem juntos o ponto de exclamação e o ponto
de interrogação, imprimindo à frase tanto um caráter exclamativo quanto um
caráter interrogativo.

Que coisa boa!

Ela disse o quê!?

Observe o uso do ponto de exclamação nos trechos abaixo.

a) — Ah!, que bonito — exclamou Ynari. — E uma "explosão de alegria", pode ser?

b) — Claro! — riu bem alto o homem pequeno e mágico. — E uma "explosão de cores"?

Você percebeu que o uso do ponto de exclamação revela sentimentos


diferentes nos dois trechos?

16. Escreva o que expressa a exclamação em cada trecho.


Trecho a) Admiração.
Trecho b) Constatação, concordância.

Sentido denotativo e sentido conotativo


O sentido denotativo é aquele dado pelo dicionário. Na denotação, o
sentido é referencial, próprio, usual ou literal.

A menina gostava de observar as estrelas.

O sentido conotativo é o sentido que a palavra ganha no texto por força


geralmente de comparações, associação de ideias.

As estrelas da festa foram as aniversariantes.

110/111 173
LIVRO DO
ALUNO
Observe:

“— Bom dia, homem pequeno e mágico — sorriu Ynari.”

17. Em que sentido o autor empregou a palavra “mágico”?


Conotativo.

18. Ao lado dos trechos abaixo, escreva sentido denotativo ou sentido


conotativo, de acordo com o sentido das palavras destacadas.

(Sentido denotativo) Fui ao circo e vi um mágico maravilhoso.

(Sentido conotativo) Meu pai é mágico. Ele consegue fazer a gente ficar
feliz.

Desenvolvendo a escrita
6 Atividade para casa

www.pexels.com

Você já viu a apresentação de um mágico? Imagine seu encontro com um


mágico muito trapalhão! O que você pediria a ele? As mágicas dariam certo?
Narre esse encontro e leia sua história para a turma!

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

174 111/112
LIVRO DO
ALUNO
15º ENCONTRO

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

113 175
LIVRO DO
ALUNO
7 Conhecendo o gênero textual

Conto
O conto é uma narrativa curta. Corresponde a um momento da vida
do personagem, ou dos personagens. O conto cria um universo de seres
e acontecimentos, de fantasia ou imaginação. Como todos os textos de
ficção, o conto apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e
enredo. Classicamente, diz-se que o conto se define pela sua pequena
extensão. Mais curto que a novela ou o romance, o conto tem uma
estrutura fechada, desenvolve uma história e tem apenas um clímax.
Num romance, a trama desdobra-se em conflitos secundários, o que não
acontece com o conto. O conto é conciso.

8 Conhecendo o autor

Ondjaki
Nasceu em Luanda, em 1977. Prosador e poeta, também escreve para
cinema e realizou um documentário sobre a cidade de Luanda (“Oxalá
cresçam pitangas – histórias de Luanda”, 2006). É membro da União
dos Escritores Angolanos e da Associação Protectora do Anonimato dos
Gambuzinos. Alguns livros seus foram traduzidos para francês, espanhol,
italiano, alemão, inglês, sérvio, sueco e chinês.

Sugestões de leitura
1. Os da minha 2. África para 3. Ynari, a
rua, crianças: histórias e menina de

O A Y
Ondjaki, CoEditora culturas africanas na cinco tranças,
Língua Geral. educação infantil, Ondjaki, Editora
Íris Amâncio, Caminho, 2004.
Nandyala, 2007.

176 114
LIVRO DO
ALUNO

Você também pode gostar