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ESCURO
SINOPSE
Labirinto no escuro é uma história criativa que aguça a nossa curiosidade a
cada página. Luís Dill faz com que o inexplicável aconteça diante dos nossos
olhos e conduz a narrativa a um final surpreendente.
APRESENTAÇÃO
Nicolas, o protagonista desse romance, meteu-se em uma grande enrascada. Ao
acordar, ele não sabe onde está nem por que a lembrança dos acontecimentos
recentes virou fumaça. Desorientado e angustiado, tudo o que sabe é que está
preso a uma cama, num quarto asséptico, inteiro branco.
Labirinto no escuro revela, no próprio título, o que a mente diabólica de Luís Dill
arquitetou para seu jovem herói e para seus corajosos leitores: uma armadilha
perigosa.
Capítulo após capítulo, a situação de Nicolas ficará cada vez mais complicada.
Então, estejam preparados para experimentar a desorientação e a angústia que
tomam conta do rapaz. Não confiem em ninguém. Nem em vocês mesmos. Os
cinco sentidos e a memória também podem enganar.
Dill é um de nossos mestres na arte da intriga e do suspense. Seus romances
plantam no leitor um estado de paranoia quase insuportável. Mas também muito
prazeroso, por mais incrível que essa contradição possa parecer.
— por LUIZ BRAS
LABIRINTO NO Luís Dill
ESCURO
FICHA TÉCNICA
Ilustrador: Fernando Vilela
Formato: 15 x 23 cm
Número de páginas: 128
ISBN: 978-85-385-6993-0
Indicação: a partir de 13 anos
O mito de Teseu
Teseu, cujo nome significa “o homem forte por excelência”, era filho de Egeu,
tirano de Atenas, e de Etra, filha do rei de Trezena, e tornou-se um herói da
mitologia grega, por matar o Minotauro. A história começa com a guerra entre
Egeu e Minos, rei da ilha de Creta. Minos havia cercado Atenas com uma
poderosa esquadra. Durante a guerra, uma peste enviada por Zeus contra os
atenienses provocou a derrota de Egeu, o que levou o rei Minos a cobrar uma
taxa dos vencidos a cada nove anos. A taxa era em forma de sete rapazes e sete
moças atenienses enviados para Creta, onde seriam colocados no labirinto para
serem devorados pelo seu filho monstruoso, o Minotauro. Na terceira remessa
de jovens, Teseu estava presente e resolveu intervir para poupar o sacrifício de
vidas humanas. Trocou de lugar com um dos jovens que iriam ser sacrificados e
partiu para Creta a fim de invadir o labirinto. Na partida usou em seu navio velas
pretas para navegar e seu pai entregou-lhe um jogo de velas brancas, para usar
caso saísse vitorioso na missão.
A linda Ariadne, filha do poderoso Minos, apaixonou-se por Teseu e combinou
com ele um meio de encontrar a saída do terrível labirinto: o uso de um novelo
de lã.
Ariadne ficaria à entrada do palácio, segurando o novelo que Teseu iria
desenrolando à medida que fosse avançando pelo labirinto. Para voltar ao ponto
de partida, teria apenas que ir seguindo o fio que Ariadne seguraria firmemente.
Teseu entrou, encontrou o Minotauro e matou o monstro com um só golpe na
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cabeça. Depois conseguiu sair do labirinto, conforme planejado com Ariadne. Até
hoje, “o fio de Ariadne” é uma expressão usada inclusive na ciência matemática
para significar “um método simples para resolver problemas complicados”
• Com base nessas informações, peça aos alunos que observam a capa do
livro e pergunte se existe algo nessa capa que lembre um labirinto. Quais
são as dificuldades para conseguir sair de um labirinto no escuro?
• Antes da leitura do livro, você pode ler – ou pedir a um aluno que leia –
a apresentação feita por Luiz Bras. É um momento para concluir o que a
narrativa pode trazer.
• Escreva em tiras de papel algumas frases da apresentação que você
considere que estimulem a imaginação dos leitores. Divida a turma em
grupos, dê a cada grupo uma frase e peça a eles que desenvolvam com
exemplos, com fotos, com letras de canções, com citação de filmes o que
a frase pode significar. Por exemplo: “meteu-se numa grande enrascada”,
“uma armadilha perigosa”, “experimentar a desorientação e a angústia”,
“arte da intriga e do suspense”. Depois, cada grupo apresenta para a turma
a frase e o que fizeram com ela. Guarde os resultados para comparar mais
tarde.
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EXPLORAÇÃO DA LEITURA
Trata-se de uma narrativa de suspense que intencionalmente omite
informações e as revela pouco a pouco. O dicionário Aurélio define esse termo
como “momento de tensão forte no enredo de um filme, uma peça de teatro, um
romance, etc.”.
Além disso, Labirinto no escuro apoia-se em personagens enigmáticas que
mantêm o leitor em dúvida sobre seus comportamentos.
A ambiguidade e o suspense presentes na composição literária são criados
por alguns elementos da narrativa. Veja como eles são organizados.
Foco narrativo e modo de narrar
A narração é feita por um narrador em terceira pessoa. Ele não se identifica,
mas domina todo o conhecimento do que está sendo contado. É o denominado
narrador onisciente. Ele sabe o que se passa dentro e fora do quarto, ele
conhece presente e passado de todos os personagens. É capaz de relatar o que
se passa na mente de Nícolas. Controla as revelações sobre comportamentos
dos personagens e as apresenta em momentos escolhidos da narrativa.
• Como Nícolas fica sabendo quem é Amaury?
• Como Nícolas descobre o que aconteceu em dias anteriores?
• Como o personagem e o leitor ficam sabendo quem é a sensual enfermeira?
No entanto, o narrador não esclarece totalmente o que se passa no instituto.
O leitor só fica sabendo que é um instituto psiquiátrico. Quem fala sobre ele são
os personagens, que são todos dignos de desconfiança. Não há confirmação de
qual seja o experimento, mas há dicas e avaliação sobre ele. Para isso, serve-se
novamente dos personagens que não são dignos de confiança.
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Personagens e conflito
• Solicite aos alunos que, individualmente ou em grupo, confeccionem
em cartolina um perfil para cada personagem: Nícolas, Verônica,
Dr. Pontes, Amaury, Floyd. Os alunos podem desenhar como eles
concebem visualmente o personagem ou colar um recorte de
revista, por exemplo. De um lado haverá o desenho/foto/recorte
com um espaço para escrita; o outro ficará em branco. Esse perfil
será recortado e colado em uma vareta para que possa ser girado.
• No lado em que houver a figura, os alunos escreverão as
qualidades e os defeitos do personagem esclarecidos pela
narrativa. No lado em branco deverão ser escritos qualidades e
defeitos que a narrativa não apresentou inicialmente e que serão
revelados a Nícolas pouco a pouco. O manuseio desses retratos
em cartolina mostrará concretamente a complexidade de caráter
dos personagens.
• Em seguida, pergunte aos alunos qual é o conflito principal do livro
e que tem Nícolas como protagonista. Os outros personagens
viverão conflitos particulares que ajudam a entender aquele vivido
pelo rapaz?
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Ambiente/espaço
• O espaço é fundamental neste livro. Ele é limitador e de reclusão. Verifique
com seus alunos como eles interpretam a cor branca. E as janelas fechadas?
As correias e a simplicidade dos objetos do quarto? Todo hospital é assim?
Por que é usada apenas a palavra Instituto sem identificação? Esses
elementos colaboram com o ambiente estranho e sufocante percebido por
Nícolas? Portas e janelas são aberturas para o exterior: é dessa maneira que
aparecem no livro? Por quê?
• Seus alunos podem pesquisar na internet ou em sua cidade, se houver, o
que é um hospital para recuperação psiquiátrica.
- Que tratamentos ali são desenvolvidos?
- Que tipo de pacientes estão ali internados?
- Qual a semelhança e qual a diferença com a narrativa ficcional de
Labirinto no escuro?
• Se o ambiente é todo branco, por que a narrativa ficcional fala em “escuro”?
É possível atribuir ao lugar em que Nícolas está a noção de labirinto – um
espaço de saída praticamente impossível? O estudo do espaço pode, assim,
levar a uma melhor compreensão do espaço. Não se esqueça, porém, de
levar o símbolo do labirinto para os aspectos ideológicos do livro, que veremos
logo mais.
• Como é a movimentação de Nícolas pelo espaço da instituição? Por quais
lugares ele passa? Há repetição deles? Há idas e voltas? O que as proibições
indicam? Os demais personagens circulam pelos mesmos espaços? Com as
mesmas intenções e percepções?
LABIRINTO NO Luís Dill
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como um de seus objetivos investigar essa memória. Dr. Pontes indaga, logo no
início: “Consegue se lembrar de alguma coisa?” (p. 16). Nícolas passará todo o
tempo da narrativa em busca dessa “alguma coisa”.
Informe a seus alunos que existem sete diferentes tipos de memória:
- memória sensorial: preserva informações obtidas pelos cinco sentidos
por muito pouco tempo.
- memória auditiva-visual: preserva por longo prazo informações obtidas
por esses canais de contato com o mundo.
- memória de curto prazo: lembra informações por algumas horas, muito
relacionada com a área do trabalho: ordens do chefe, recomendações
do professor, etc .
- memória semântica: preserva os conhecimentos da realidade traduzidos
em palavras.
- memória episódica: guarda os fatos vividos.
- memória processual: preserva aptidões e processos motores de forma
automática, como andar de bibicleta e escovar os dentes.
- memória implícita ou priming: preserva uma rede de relações e seu
acesso se dá por associação de palavras ou sensações.
Com essas informações, peça aos alunos que procurem averiguar a que
tipo de memórias Nícolas recorre quando se lembra dos pais, da namorada,
dos conhecimentos e das informações e quando Amaury se lembra de poemas.
Pergunte qual o tipo de memória que o Dr. Pontes quer que Nícolas ative e por
quê.
• Leve em conta o experimento que o Dr. Pontes está fazendo com os
pacientes. A memória é raiz, é alimento, é a soma do que vivemos, pensamos
e sentimos. O que significa perdê-la? Ouça e preserve o que seus alunos
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