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A coleção Histórias que rendem boas conversas destina-se ao público infantil de 6 a 10 anos
de idade. Cada história foi cuidadosamente pensada, levando em consideração o desenvolvimento
sócio-cognitivo e os temas de interesse dessas faixas etárias.
O objetivo das histórias é provocar o prazer de manusear e de ler o livro, de conversar sobre
fenômenos e curiosidades que põem a criança em contato consigo mesma, com o mundo e com os outros.
Os contos fazem referências a uma ou mais histórias de domínio popular, estimulando o
professor a trazer essas outras leituras para a sala de aula, ampliando o repertório fantástico e
criativo, necessário para o exercício do pensamento filosófico nessa fase de tantas e
surpreendentes descobertas.
Cada volume apresenta três histórias independentes1, mas com um nó, apresentado na
primeira história, que só se resolve na terceira e última. A opção por esse formato baseia-se no fato
de que cada volume deverá ser tratado como história–eixo, e, como tal, além de manter a
curiosidade quanto a um problema inicial, deve apresentar unidades curtas.O formato de contos
possibilita a fruição sem que se esvazie o encantamento e o prazer pelo texto.
O texto é em prosa–poética: o cuidado com a melodia e a sonoridade das palavras
fundamenta-se no prazer que essa criança tem pela musicalidade.
Aproveitando-se dessa característica é que este material vem propor a repetição da leitura
por várias vezes, em momentos distintos, em respeito ao apelo incondicional que vem da própria
criança quando ouve uma história “bem contada”:“Conta de novo!”
Nessa repetição a criança vai se apropriando da história e pontuando suas questões e
hipóteses.
Os temas abordados propõem experimentação sensorial, visto que as sensações permeiam
todas as tramas, como eixo temático principal, aliado à amizade e à identidade.
Os títulos da coleção estão apresentados quanto aos temas específicos:
• Uma história de Joaninha – 6 anos – Identidade, sensações, amizade, natureza
• Um peixe fora d’água – 7 anos – Identidade, sensações, amizade, fantasia
• O menino e o dragão – 8 anos – Identidade, sensações, amizade, coragem
• Tem mesmo uma bruxa dentro de mim? – 9 anos – Identidade , sensações, descobertas,
amizade, convivência
• Como formigas caminhando numa trilha – 10 anos – Identidade, sensações , amizade,
convivência, cidadania, mídia
Como já dito,

É na literatura que a criança encontra a possibilidade de ver a si e ao mundo de maneira


criativa e criadora, descobrindo verdades e fantasiando vivências que lhes darão instrumentos
para o crescimento íntegro como cidadãos plenos e felizes, capazes de ler o mundo.

Boas histórias e boas conversas!

1.No volume Uma história de Joaninha, há duas histórias porque a terceira será construída pela(s) criança(s). 3
No primeiro encontro, o professor lê a história A hora do dragão, explorando a expressividade
da fala, dos gestos, de materiais diversos. Pode-se propor a montagem de uma maquete ou de um mural
com a paisagem que se imagina a partir da pequena descrição do vilarejo.
A criança recebe seu livro após a leitura pela professora e poderá ter um tempo só para
exploração deste. É importante deixar que vejam e que expressem suas sensações ao manusearem
o livro.

Após a exploração de cada nó, o professor deve entregar os livros para as crianças
acompanharem a leitura que ele fará novamente. Essa retomada da história visa garantir o
eixo narrativo e permitir o encantamento, degustação e confronto da criança com o texto,
enquanto provoca sempre novas conversas.

A seguir, os nós sugeridos como início de conversa e sugestões de encaminhamentos de


aulas para o primeiro texto do volume O Menino e o Dragão:

1º NÓ: A regra do dragão


• Discutir as regras da classe: para que servem? Como seria conviver sem elas?
• Onde mais há regras? Em que favorecem a convivência?
• Quem as cria?
• Entre os animais existem regras?
• Quebrar a regra é possível? Quando? Quais as conseqüências?

2º NÓ: Histórias de arrepiar


• Você conhece histórias de arrepiar?
• Vamos contar e criar histórias:
Existem histórias de arrepiar que são reais?
Existem histórias de arrepiar que são pura imaginação?
O professor lista no quadro as personagens citadas pelas crianças, depois propõe a criação
em grupos de histórias que podem ser contadas ou dramatizadas para a classe. Pode-se propor
confecção de material e/ou cenários para essa apresentação.
• Após as apresentações, relacionar a história mostrada e o tema proposto: houve coerência?
Deixar que as crianças opinem sobre as criações dos colegas, sempre apoiadas em justificativas.
• Outras histórias: Lendas brasileiras - Leitura de lendas e de mitos do nosso folclore, com
posterior conversa sobre as impressões que as histórias causam e a possível origem delas:
o que motivou essas criações? (Levantamento de hipóteses)
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3º NÓ: Dizem que...
O que dizem é o que é de fato?
• Conversar sobre as relações entre fatos e impressões. “Quem conta um conto, aumenta
um ponto”- de que maneiras isso se dá em nosso meio?
• Discutir uma notícia de jornal e suas relações com a verdade: é possível contar algo sem
modificar os fatos? Pode-se dizer a mesma coisa, com outras palavras, sem mudar o
sentido? Criar e recriar frases para fazer essa experiência.
• Experimentando: em grupos, as crianças escrevem relatos de fatos ocorridos na escola, ou que
viraram notícia recentemente. Uma criança de cada grupo troca de grupo para ler o que o outro
escreveu, depois retorna a seu grupo para contar o que leu, enquanto o grupo-autor acompanha
o relato. Fazer a discussão do que se manteve e do que se modificou, verificando a veracidade
dos relatos, pela fidelidade ao conteúdo deles, e não necessariamente às palavras usadas.

Filme:
• A bela e a fera
Disney

Após o filme, conversar sobre o que as personagens diziam umas das outras: o que era “fofoca”
e o que era fato.
Por exemplo: A fera era cruel e impiedosa (fofoca)
A fera sofria e vivia infeliz (fato)

4º NÓ: O medo vem do perigo...


Onde afinal mora o perigo?
• Conceituar medo, deixando que as crianças se expressem sem exemplos.
• Exemplificar medos: de que temos medo? Listar os medos citados e propor uma conversa
sobre os sentimentos que eles nos causam.
• Ilustrar, num grande painel, os medos de todos, propondo desenhos, recortes, frases,
intitulando o painel: nossos medos.
• Conceituar perigo e listar situações de perigo de acordo com as possibilidades da turma: na
escola, nas ruas, em casa, no lazer, etc. Focar um ou outro espaço de interesse da turma e
discutir os perigos que ele sugere, apresentando soluções preventivas. Este pode ser um
trabalho em pequenos grupos, com levantamento de dados através de pesquisa e de observação
e posterior apresentação de síntese no formato de cartazes e/ou de mini-seminários.
• Este será um bom momento para se conversar sobre preservação da vida, cuidados essenciais
com a saúde, a segurança em casa, nas ruas, no trânsito, etc. O tema mais fervoroso no grupo
pode virar uma campanha de conscientização, após pesquisa pela classe para maiores
informações. A campanha pode ser produzida no formato de cartazes, de pequenos
seminários, de cartas-abertas a serem entregues para a comunidade escolar, ou através de
dramatizações-relâmpagos que poderão ser apresentadas às demais turmas da escola, no
recreio, na entrada, ou em horários combinados pela professora.

Outros textos:
• Pedro e o Lobo
Fábula ( texto ou cd da coleção “Disquinho”)

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Ler para as crianças o texto e refletir sobre a atitude do menino que zombou do perigo e da
iniciativa de socorro. Propor a reescrita da história de modo a dar outros finais possíveis, a critério
das crianças.
Refletir em debate: todo final de história é feliz? Deixar que se manifestem através das
possibilidades desse tema.

Filme:
• ET, o extraterrestre
Pode-se assistir ao filme para se discutir o medo do que é desconhecido, como ocorre com
as personagens centrais.

5º NÓ: ...a família que tinha...


Os irmãos se provocam na hora do jantar, após terem brincado juntos no quintal. Discutir as
relações familiares, e o papel de cada um na família, deixando que as crianças desenhem sua família e
apresente as principais características de cada membro dela.
• Conversar sobre os diferentes modelos de família e a necessidade dos vínculos afetivos
para que se cresça com dignidade e amor-próprio.
– Qual é seu lugar favorito em casa?
– O que gosta de fazer em casa quando está alegre?
E triste?
E sozinho?
E com todos os familiares?
E nos finais de semana?
– O lar é o primeiro espaço de reconhecimento do eu e do outro. O que há em sua casa que
é de todos? O que há em sua casa que é só seu? Que regras existem em sua casa para os
diferentes momentos do dia? Deixar que as crianças conversem e confrontem
realidades semelhantes e diferentes.
• Propor a criação de maquetes com sucatas que revelem espaços e hábitos das famílias da
turma, com posterior explicação das realidades representadas.
• A comida mostra um pouco de como é cada família: hábitos, costumes, tradições: abrir
espaço para se conversar sobre esses hábitos, trazer receitas e/ou degustação e propor a
expressão das sensações que os sabores provocam, através de comparações e de relações:
– Este alimento me faz lembrar...
– Isto se parece com...
– Quando como isto, penso em...
– Este gosto me faz lembrar de quando...

6º NÓ: O escuro e seus mistérios...


• Discutir as relações entre luz e dia / escuro e noite.
Para onde vai a luz quando chega a noite? Para onde vai o escuro quando chega a luz do dia?
• Momento interessante para a observação, pesquisa e relatos escritos, ilustrados e
moldados em massa de modelar acerca dos movimentos da Terra e de sua vizinhança no
espaço ( Sistema Solar).
• Quando é dia , o espaço todo fica claro?
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• Quando é noite, o espaço todo escurece?As hipóteses levantadas podem virar histórias no
formato de lendas, gênero já discutido anteriormente, que serão lidas para a classe e discutidas
quanto à coerência dos argumentos e criatividade de seus autores. Pode-se agrupar os textos
num livrão sob o título “lendas do dia e da noite”, ou outro sugerido pela classe.
• Há seres diurnos e seres noturnos; pode-se propor uma pesquisa acerca de animais que
dormem de dia e se alimentam à noite, e vice-versa. O resultado pode virar um grande
álbum ilustrado com capa feita em mosaico composto de pequenos desenhos de todos.

7º NÓ: Caco sonhava em acordar


sem o medo do dragão a atormentar...
Assim como Caco, cada um de nós sonha com um mundo melhor...
Quais são os nossos sonhos?
• Após elencar no quadro de giz os sonhos apontados pelos alunos, o professor propõe uma
classificação deles entre: possíveis, improváveis e impossíveis, de modo a que sejam
apresentados argumentos que justifiquem essa categorização.
• Essa categorização pode ser feita uma através de fichas escritas colocadas ao chão, para
onde cada criança, tendo previamente registrado seu sonho em uma folha, dirige-se,
deposita sua escrita e justifica sua opção.
• Em pequenos grupos, as crianças podem levantar estratégias (traçar planos) para que seja
realizado determinado sonho de interesse particular (de pequeno grupo) ou coletivo,
conforme discussão em classe.

Ì Parte 2: Uma idéia puxa a outra... Ë


Leitura do texto pela professora seguida de manuseio, exploração, releitura comentada pelas
crianças.
• Pode-se solicitar que releiam espontaneamente em voz alta os trechos mais significativos
ou interessantes.
• Voltar à história sempre que se fizer necessário, para garantir o eixo narrativo.

8º NÓ: Caco faz uma provocação através


de uma hipótese: “e se...”
• Deixar que as crianças brinquem com a idéia provocada por caco, buscando hipóteses
que aliviem o medo do menino. E se ele sumisse à noite? E se... etc.
• Propor que imaginem conseqüências para as hipóteses criadas.
• O amigo de Caco, Iago, preocupa-se com a atitude de enfrentamento a que Caco parece
estar disposto e procura aconselhar. Este é um bom momento para se discutir a relação de
amizade e as influências que temos uns sobre os outros.
• Pode-se propor um exercício de observação recíproca: tira-se um amigo secreto e as crianças
terão um prazo (até a próxima aula de filosofia, por exemplo) para observar essa pessoa que
ela “tirou”. No dia combinado, cada criança descreve gestos, ações, reações notadas e
anotadas nesse período e não nomeia o(a) colega observado(a), para que a classe tente
apontar. Vai ser um interessante exercício de atenção, de observação e de descobertas.
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9º NÓ: O olhar curioso não disfarçava a intenção...
• Propor uma conversa sobre descobertas que o homem já realizou e qual teria sido a
curiosidade que a despertou.
• Curiosidade: conceituar o termo.
Há situações em que ela é uma aliada da descoberta; e, outros momentos, pode ser confronto
com o perigo.
• Propor coleta de dados, leituras e feitura de mural sobre grandes inventores e
descobridores da história da humanidade, deixar que as crianças falem deles e
apresentem suas histórias à classe em rodas de conversa previamente agendadas.

Filme:
• O jovem Einstein
As crianças assistem ao filme até onde o professor considerar de interesse do grupo, depois
conversam sobre as relações entre natureza, observação e descoberta.

Outro texto:
• A roupa nova do rei
Coleção Disquinho
Após ouvir a história, conversar sobre a curiosidade e o bom-senso: o que levou o rei e
expor-se de maneira ridícula? O que você faria no lugar do rei, diante de um tecido que não
enxergava?

• Experimentar por curiosidade pode ter conseqüências boas ou ruins. Exemplificar essas
situações através de desenhos.

10º NÓ: Há coisas em que acreditamos sem ver


Existir:
• Que coisas são essas?
• Pode existir coisa que não consigo ver?
• Posso ver coisa que não existe?
• Para uma coisa existir, ela tem que ser vista?
• Para uma coisa existir, ela tem que ser percebida?
• Pode existir agora algo que ninguém viu ainda?
• O que ninguém descobriu ainda existe ou não existe?

Acreditar:
• Há coisas em que você acredita e que nunca viu?
• Há coisas em que você não acredita porque nunca viu?
• Só se pode acreditar naquilo que se vê? Dê exemplos.
• É possível acreditar no que não se vê? Dê exemplos.

Pode-se propor uma listagem de seres e de fatos em que há quem acredite e há quem não
acredite. Em grupos, as crianças procurarão listar argumentos que comprovem, ou não, sua existência.

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Exemplos:
• O homem pisou na Lua.
• Deus
• Papai Noel
• Alma
• Anjo
• Saci Pererê
Esta será uma conversa bastante rica cujo objetivo é identificar a consistência dos
argumentos e o confronto de opiniões.

11º NÓ: ...enquanto desenhavam o dragão...


Caco fica sem ação diante da folha porque não sabe como desenhar o dragão que não
conhece.
• Propor o desenho do dragão como as crianças imaginam que seja, usando as cores que
quiserem. Expor os trabalhos num grande mural.
• Um dragão em ação: propor a montagem em grupos de um dragão em sucata,com direito
a pintura com tinta e criação de uma ação (dramatização) utilizando o boneco.
• Trabalhando com cores:
O professor sensibiliza a turma para trabalhar com cores, pintando numa folha:
– a cor do medo
– a cor da festa
– a cor da amizade
– a cor da tristeza
– a cor do recreio
– a cor da bronca
– a cor do abraço
• Cada criança escolhe o tema que mais agradou e faz uma pintura em sulfite 40 (ou papel sulfite)
com uso de tinta , com predomínio da cor-tema. Pode-se fazer moldura com palitos de sorvete e
montar uma exposição dos quadros. Pode-se propor, ainda,escrita de acrósticos sobre o tema
pintado, exemplo:
Me dá um arrepio
E corro sem parar
Dou gritos, pulo, gemo
Ou chamo alguém pra me salvar!!!

12º NÓ: Um plano...


Caco sai da escola com um plano...Qual é esse plano?
Deixar que as crianças levantem hipóteses e a desenvolvam em etapas:
1. O plano
2. Preparação: de que Caco vai precisar? Como vai se organizar ?
3. Execução do plano:como? Onde?
4. Resultado: o que vai acontecer?

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Outro texto:
• Kiriku
Desenho animado
Propor que observem o medo, as virtudes da personagem principal, os perigos e riscos que
enfrenta . Qual era o inimigo? Como ele o conheceu?

Ì Parte 3: O menino e o dragão Ë


Leitura do texto pela professora seguida de manuseio, exploração, releitura comentada pelas
crianças.
• Pode-se solicitar que releiam espontaneamente em voz alta os trechos mais significativos
ou interessantes. Muitos comentários vão surgir porque finalmente Caco vai conhecer o
inimigo. Deixar que expressem seu encantamento, suas impressões, suas expectativas,
oralmente ou no formato que o professor achar conveniente.
• Voltar à história sempre que se fizer necessário, para garantir o eixo narrativo.

13º NÓ: Caco pôs o plano em ação...


• Propor o levantamento de riscos a que ele se expôs: ele foi corajoso? Ele foi teimoso?
• Herói: conceituar e dar exemplos.
Deixar que as crianças façam uma lista das virtudes que um herói deve ter. O mesmo com
relação aos defeitos.Comparar a lista à personagem Caco e concluir coletivamente: ele é ou não
um herói?
• Heróis da ficção. Quem são eles?
• Propor um projeto de pesquisa sobre heróis dos quadrinhos, com direito a coleta de
dados, montagem de texto coletivo sobre sua história, figuras, fantasias, filmes , etc.
Pode-se sugerir que, no dia da apresentação dos trabalhos, as crianças usem máscaras
confeccionadas com material de que a classe disponha, ou, mesmo fantasias, para apresentação
dos trabalhos.
Heróis reais existem: quem são eles?
• Propor um levantamento de profissões que exigem heroísmo, ou mesmo altruísmo e
solidariedade (Conceituar esses termos).
• Propor pesquisa sobre essas personalidades e/ou profissões, para feitura de um debate
em classe. Pode-se convidar profissionais da área da saúde, do corpo de bombeiros, da
segurança, para fazerem um relato de vida para as crianças.
• No filme Vida de inseto (Disney/Pixar – que foi proposto para o livro Uma História de
Joaninha desta coleção) há uma abordagem interessante do que é ser herói e de como se
pode ser herói, mesmo sendo apenas o que se é.

14º NÓ: Caco seguia em direção às colinas sob a luz do luar


Neste trecho há uma bonita descrição do espaço físico em que ficava o vilarejo. Seria
interessante deixar que as crianças recriem com argila, e demais materiais de que se disponha, o
vale, as colinas as casas, de modo a poderem brincar com bonequinhos, feitos por eles ou não,
repetindo o trajeto de Caco, e observando a maquete de diferentes perspectivas: O Caco veria da
rua, olhando para o alto?O que veria da colina olhando para baixo? 11
• Pode-se aproveitar e trabalhar com as crianças as noções de relevo, enquanto se modela a
grande maquete coletiva.
• Propor uma caminhada pela escola , para observação de determinado aspecto do prédio
para registro, através de desenho, de diferentes perspectivas dessa mesma face: de baixo
para cima, de cima para baixo, etc.

15º NÓ: Caco deixou um bilhete


• Discutir diferentes formas de comunicação escrita.Qual a importância da escrita em nossa
vida?Que outros recursos Caco poderia ter usado para deixar o aviso de sua partida?
• Deixar que escrevam bilhetes, cartas e que criem um sistema de correio dentro da sala de
aula, com uma caixa que será aberta sempre ao término do período, para que o “carteiro” do
dia distribua os bilhetes e as cartas, que deverão ser depositadas num horário previamente
combinado pelo professor. O correio da classe poderá funcionar o tempo que a turma estiver
motivada para tal, pois será, também, um estímulo ao exercício da escrita informal.

16º NÓ: “O que direi para mim mesmo


sem um adulto para me orientar...”
• Há coisas que crianças não podem fazer. Há coisas que crianças não devem fazer.
Conversar sobre a sutil diferença entre não poder (não conseguir) e não dever fazer
(conseguir,mas ser inadequado) algo:
• O que você sabe fazer, mas seus pais não permitem?
• O que você gostaria de poder fazer, mas não consegue ainda?
• O que você pode fazer, mas sabe que não deve fazer?
• Esta é uma oportunidade para se falar em crescimento,talentos, habilidades. Pode-se estender
a conversa para as aptidões e talentos, de modo que se pudesse apresentar para os colegas o
que é que se sabe fazer fora da escola, numa pequena mostra cultural dentro da própria sala de
aula. Seria importante que as crianças que se dispusessem a apresentar suas aptidões,
falassem sobre os desafios e as superações que precisaram encarar para desenvolvê-las, ou
mesmo o tempo de que precisam dispor para realizar determinada atividade.
• Há coisas que adultos fazem e que não deveriam fazer.
• Há coisas que adultos não fazem e que deveriam fazer.
Este seria um outro rumo interessante que se poderia dar para a conversa, permitindo que as
crianças se posicionassem, por exemplo, frente a questões da atualidade que poderiam ser “julgadas”,
com a apresentação de sugestões que mudariam determinadas decisões ou situações observadas.
• Ação e conseqüência: deixar que as crianças relatem experiências em que percebam
conseqüências de suas ações.

17º NÓ: ...Essa não! Por essa eu não esperava!


Caco se surpreende ao se deparar com um inimigo bem diferente do que se pensava...
Muitas vezes fazemos o mesmo, julgando as pessoas sem conhecê-las.
• Há comportamentos que se esperam só de meninos. Há comportamentos que se esperam
só de meninas. O que você acha disso?
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Deixar que as crianças façam listas de coisas e de gestos só de meninos e de coisas e gestos
só de meninas. Abrir um debate sobre essas opiniões e deixar que confrotem suas idéias, sempre
com argumentos.
• Preconceito:
– Levantar exemplos de situações em que se verifica preconceito.
Discussão:
• Quem começa o pensamento que depois vira preconceito?
• O preconceito aprisiona o pensamento? Como?
• O que é preconceito afinal?

Propor um painel-síntese com recortes de revistas que mostrem um mundo onde todos
deveriam ter espaço. Esse debate pode se estender e gerar outras pesquisas de opinião conforme a
maturidade de cada turma.

Outro texto:
• Shrek (filme – Dreamworks):
Discutir os modelos com os quais ele rompe:
• O que se esperava de um ogro? O que este nos revela sobre si?
• O que se esperava da “princesa”? O que ela revela sobre sua identidade e características?
Por exemplo, sobre a beleza exterior da princesa: O que se esperava? O que ela revelou?

18º NÓ: O nome da gente faz cada um diferente...


• Caco dá um nome a seu novo amigo, o que o individualiza, o faz único.
Conversar sobre a importância de nossos nomes e pedir que cada aluno apresente de forma
bem criativa seu próprio nome, criando livretos, crachás gigantes, cartazes, bonecos, ou que for de
interesse da turma, para que todos tenham espaço para contar a própria história , e a história de seu
nome: quem o escolheu? Por quê?
• Pode-se criar brincadeiras com rimas, usando os nomes dos colegas de maneira
respeitosa e bem-humorada.
• Tudo tem nome. Pode-se propor uma observação cuidadosa dos nomes dos objetos que
nos cercam, por exemplo, na escola. Que outros nomes poderiam ter?
Um dicionário divertido pode ser proposto; seria um momento interessante para se pensar
na relação significante/significado/referente:
• Significante: a palavra , exemplo: árvore.
• Significado: a idéia da palavra, exemplo: ser vivo do reino vegetal, grande, composto por um
tronco e uma ramagem, a copa.(a figura da árvore que temos mentalmente, seja ela qual for).
• Referente: a árvore propriamente dita, real.
O dicionário poderia ser confeccionado em pequenos grupos, com direito a ilustração e a
leitura para a classe.
• Que nome você daria ao dragão? Por quê?

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19º NÓ: A cidade se mobilizava para salvar o menino...
Gente quando está em turma faz coisas de se estranhar!
• Caco teme pelo amigo e resolve protegê-lo.
Você faria o mesmo?
E se Caco estivesse enganado?
E se Frederico estivesse em fase de crescimento?
E se não vivesse sozinho?
O que fez com que Caco sentisse carinho por Frederico?
• Deixar que as crianças vasculhem no próprio texto elementos que respondam a essas
questões.
• Propor a reflexão sobre a força de se estar em grupo:
Quando isso pode ser bom?
Quando isso pode ser ruim?
• Se pertenço a um grupo que tomou uma atitude bacana, sou responsável pelo que
fizemos?Em que medida?
• Se pertenço a um grupo que tomou uma atitude inadequada, sou responsável pelo que
fizemos?Em que medida?
• Discutir a relação atitude/culpa. Propor criação de histórias em que se perceba essa relação.

20º NÓ: O dia seguinte chegou diferente...


• O que mudou? Conversar sobre a rotina nova e os hábitos velhos da vila. Para quem
haveria diferença?
• Que nome você daria para aquele lugar?
• Somente os filhos de Caco e de seus amigos teriam liberdade para brincar. Por que teve
que ser assim?
• Como seria a vida deles no futuro, você consegue imaginar?
Propor a continuação da história, com direito a ilustração e /ou feitura de fantoches com
saco de pão e colagens.

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