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8º ENCONTRO

A. Planejamento das atividades de


leitura do texto

Professor(a),

Como bem sabemos, a leitura é um processo de interação entre o leitor e o


texto. É, portanto, um processo que deve ser construído. Mas essa construção
deve ser feita pelo aluno. Para isso, você deve se colocar como um guia, um
mediador e não como um detentor do saber.

Neste ENCONTRO, iniciaremos nossas atividades com um planejamento


da leitura fazendo algumas propostas para desenvolver a leitura do texto “A
costureira das fadas”.

Se possível, peça aos alunos para fazerem, com antecedência, uma pesquisa
sobre roupas de festas. Eles podem trazer também fotos de pessoas da família
e de amigos com roupas de festa. Eles podem também fazer um mural com
textos da pesquisa e com as fotos.

Antes de pedir que os alunos façam a primeira leitura, coloque apenas o


título no quadro e comece a averiguar o que eles já sabem sobre o assunto.

O que são as fadas?


Elas pertencem ao nosso mundo?
Vocês acreditam em fadas?

Nesse momento, você pode fazer antecipações com os alunos.

Que história será essa? Será um conto de fadas?


Haverá príncipe e princesa?
Como terminará essa história?

Agora, mostre o texto aos alunos e procure articular essas informações com
outras, como:

Quem escreveu esse texto?


Qual a relação do título com o texto?
Esse texto é um conto, uma lenda ou uma fábula?

Essa é a hora da primeira leitura do texto, que pode ser silenciosa. Leitura
feita, vamos levar os alunos a buscar o sentido das palavras que constam do
Glossário. Caso haja muitas dúvidas ou divergências entre eles, convide-os a
consultar o dicionário.

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Ao término dessa atividade, peça aos alunos que falem sobre as impressões
do que leram (livremente) para que você tenha uma ideia do perfil de cada
aluno/leitor. Em seguida, você pode fazer um exercício de compreensão do
texto, uma exploração topográfica, isto é, um exame parágrafo a parágrafo, linha
a linha, enfim, de tudo o que compõe visualmente o texto, com as seguintes
perguntas:

Quem era a costureira das fadas?


Quem levou Narizinho à casa da costureira?
Como se chamava o pó que a Narizinho usou?
De onde veio a rosa do vestido de Narizinho?
Quem havia transformada a “costureira” em aranha?

Depois dessa primeira leitura, você pode ler o texto em voz alta, ou fazer uma
leitura compartilhada e, em seguida, pode levá-los a fazer algumas inferências,
ou seja, a construir novos sentidos para o texto. É o plano da interpretação do
texto, em que se usam estratégias que caracterizam o comportamento reflexivo,
de nível consciente do leitor.

Por que será que D. Aranha tornou-se costureira?


Por que Narizinho achou que estava num “céu aberto”?
Que poderes tinham as fadas da história?
Que poderes tinha o espelho de Dona Aranha?

Você pode aproveitar a leitura para relacionar o texto à época atual.

Esse sonho maravilhoso da Narizinho pode acontecer hoje


de forma diferente?
Que tipo de fadas existem nos dias atuais?
Vocês conhecem alguma costureira?

Outras estratégias de leitura podem ser adotadas. Estas representam apenas


algumas sugestões. Passemos, então, às atividades complementares que
deverão ser realizadas após a leitura do texto.

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8º ENCONTRO

A costureira
das fadas
Depois do jantar o príncipe levou
Narizinho à casa da melhor costureira
do reino. Era uma aranha de Paris,
que sabia fazer vestidos lindos, lindos
até não poder mais! Ela mesma tecia
a fazenda, ela mesma inventava as
modas.
— Dona Aranha — disse o príncipe
— quero que faça para esta ilustre dama
o vestido mais bonito do mundo. Vou
dar uma grande festa em sua honra e
quero vê-la deslumbrar a corte.
Disse e retirou-se. Dona Aranha
tomou da fita métrica e, ajudada
por seis aranhinhas muito espertas,
principiou a tomar as medidas.
Depois teceu, depressa, depressa, uma
fazenda cor-de-rosa com estrelinhas
douradas, a coisa mais linda que se
possa imaginar.
Teceu também peças de fitas e peças de renda e peças de entremeio
— até carretéis de linha de seda fabricou.
— Que beleza! — ia exclamando a menina, cada vez mais admirada dos
prodígios da costureira.
— Conheço muitas aranhas em casa de vovó, mas todas só sabem fazer
teias de pegar moscas. Nenhuma é capaz de fazer nem um paninho de avental...
— É que tenho mil anos de idade — explicou dona Aranha, — e sou a
costureira mais velha do mundo. Aprendi a fazer todas as coisas. Já trabalhei
durante muito tempo no reino das fadas; fui quem fez o vestido de baile de
Cinderela e quase todos os vestidos de casamento de quase todas as meninas
que se casaram com príncipes encantados.
— E para Branca de Neve também costurou?
— Como não? Pois foi justamente quando eu estava tecendo o véu de noiva
de Branca que fiquei aleijada. A tesoura caiu-me sobre o pé esquerdo, rachando
o osso aqui neste lugar. Fui tratada pelo doutor Caramujo, que é um médico
muito bom. Sarei, embora ficasse manca pelo resto da vida.
— Acha que esse tal doutor Caramujo é capaz de curar uma boneca que
nasceu muda? — perguntou a menina.
— Cura, sim. Ele tem umas pílulas que curam todas as doenças, exceto
quando o doente morre.

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Enquanto conversavam, dona Aranha ia trabalhando no vestido.
— Está pronto — disse ela por fim. Vamos prová-lo.
Narizinho vestiu-se, indo ver-se ao espelho.
— Que beleza! — exclamou, batendo palmas. — Estou que nem um céu
aberto!...
E estava mesmo linda. Linda, tão linda no seu vestido de teia cor-de-rosa
com estrelinhas de ouro, que até o espelho arregalou os olhos, de espanto.
Trazendo em seguida o seu cofre de joias, dona Aranha pôs na cabeça
da menina um diadema de orvalho, e braceletes de rubis do mar nos braços,
e anéis de brilhantes do mar nos dedos, e fivelas de esmeraldas do mar nos
sapatos, e uma grande rosa do mar no peito.
Mais linda ainda ficou Narizinho, tão mais linda que o espelho arregalou
um pouco mais os olhos, começando a abrir a boca.
— Pronto? — perguntou a menina, deslumbrada.
— Espere — respondeu dona Aranha Costureira. — Faltam os pós de
borboleta.
E ordenou às suas seis filhinhas que trouxessem as caixas de pó de
borboleta.
Escolheu o mais conveniente, que era o famoso pó furta-todas-as-cores,
de tanto brilho que parecia pó de céu sem nuvens misturado com pó de
sol-que-acaba-de-nascer.
Polvilhada com ele a menina ficou tal qual um sonho dourado! Linda,
tão linda, tão mais, mais, mais linda, que o espelho foi arregalando ainda mais
os olhos, mais, mais, mais, até que — craque!... rachou de alto a baixo em seis
fragmentos!
Em vez de ficar danada com aquilo, como Narizinho esperava, dona Aranha
pôs-se a dançar de alegria.
— Ora graças! — exclamou num suspiro de alívio. – Chegou afinal o dia da
minha libertação. Quando nasci, uma fada rabugenta, que detestava minha
pobre mãe, virou-me em aranha, condenando-me a viver de costuras a vida
inteira. No mesmo instante, porém, uma fada boa surgiu, e me deu esse espelho
com estas palavras: “No dia em que fizeres o vestido mais lindo do mundo,
deixarás de ser aranha e serás o que quiseres.”

LOBATO, Monteiro. Disponível no site <http://eixodoleitorcrateus.blogspot.com/2018/12/a-costureira-das-fadas.html>


Acesso em 13/12/2012. Fragmento.

Glossário
Para ajudá-lo a compreender o texto, procure inferir o sentido das palavras
abaixo:

iIustre (l. 9): que adquiriu celebridade; conhecido, famoso.


deslumbrar (l. 12): impressionar ou causar encantamento.
prodígios (l. 24): coisa ou feito fora do comum ou sobrenatural; MARAVILHA.
entremeio (l. 21): tira bordada, de renda sem recortes, costurada dos dois lados,
que enfeita uma peça de roupa branca.

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B. Planejamento das atividades


complementares

1 Desenvolvendo habilidades de leitura

1. Dona Aranha era muito


A) competente.
B) descuidada.
C) invejosa.
D) vaidosa.
D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.

2. Dona Aranha fez o vestido de Narizinho a pedido


A) de Branca de Neve.
B) de Narizinho.
C) do doutor Caramujo.
D) do príncipe.
D1 – Localizar informações explícitas em um texto.

3. Dona Aranha ficou aleijada porque


A) deixou cair uma tesoura no seu pé.
B) era a costureira mais velha do mundo.
C) fazia quase todos os vestidos de casamento.
D) trabalhou muitos anos no reino das fadas.
D8 – Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.

4. A conjunção destacada em “Pois foi justamente quando eu estava tecendo


o véu de noiva de Branca que fiquei aleijada.”, (l. 33-34), dá ideia de
A) adição.
B) alternância.
C) explicação.
D) oposição.
D12 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por
conjunções, advérbios, etc.

5. Qual personagem dessa história ia ter uma festa em sua honra?


A) Cinderela.
B) Narizinho.
C) Dr. Caramujo.
D) Branca de Neve.
D7 – Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a
narrativa.

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6. O sinal de exclamação em “Estou que nem um céu aberto!...”, (l. 44-45),
expressa
A) aprovação.
B) espanto.
C) gratidão.
D) satisfação.
D14 – Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras
notações.

2 Compreendendo o texto

7. Quem era a costureira das fadas?


Uma aranha de Paris.

8. Quem levou Narizinho à casa da costureira?


O príncipe.

9. De onde veio a rosa do vestido de Narizinho?


Do mar.

10. Quem havia transformado a “costureira” em aranha?


Uma fada rabugenta.

3 Interpretando o texto

11. Por que será que D. Aranha tornou-se costureira?


Uma fada transformou-a em aranha, condenando-a a viver de costuras.

12. Por que Narizinho achou que estava num “céu aberto”?
Porque estava com um vestido muito lindo com estrelinhas de ouro.

13. Que poderes tinha a fada rabugenta da história?


Tinha o poder de transformar pessoas em bichos.

14. Que ação o espelho de D. Aranha fez e que é própria dos seres humanos?
Arregalar os olhos.

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4 Pensando sobre o texto

15. Narizinho ficou encantada com o vestido feito pela Dona Aranha. Que
trecho do texto comprova isso?

“— Que beleza! — exclamou, batendo palmas. — Estou que nem um céu


aberto!...”

16. Qual o motivo da alegria da Narizinho?


Ter ficado tão linda com o vestido.

17. A fada disse para a aranha: “No dia em que fizeres o vestido mais lindo do
mundo, deixarás de ser aranha e serás o que quiseres.”. Como no nosso
mundo real não há fadas, como podemos nos transformar? Dê, pelo
menos, um exemplo.

(Resposta pessoal)

5 Explorando a gramática no texto

Substantivos – Flexões de gênero

Segundo o gênero, os substantivos são agrupados em masculinos e femininos.


Em tese, são masculinos todos os substantivos aos quais se pode antepor o
artigo definido “o(s)” e são femininos todos os que admitem o artigo definido
“a(as)”.

o sapato – os sapatos a sandália – as sandálias

18. Reescreva o trecho “Depois do jantar o príncipe levou Narizinho à casa da


melhor costureira do reino.”, (l. 1-3), substituindo as palavras destacadas
por outro gênero (feminino/masculino). Ao final, verifique se teve que
fazer outras mudanças por causa da substituição.

Depois do jantar a princesa levou Narizinho à casa do melhor costureiro


do reino.

Tal qual
Veja que no trecho “Polvilhada com ele a menina ficou tal qual um sonho
dourado!”, (l. 62), o narrador comparou Narizinho com um sonho dourado.

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19. Que outra palavra/expressão poderia ser usada no lugar da que está em
destaque? Reescreva o trecho com ela.

Pode-se usar como.


Polvilhada com ele a menina ficou como um sonho dourado!
Mas ainda pode-se reescrever assim:
Polvilhada com ele a menina ficou igual a um sonho dourado!
Polvilhada com ele a menina ficou igualzinho a um sonho dourado!

Desenvolvendo a escrita
6 Atividade para casa

www.pexels.com

Dê continuidade à história. Se a Dona Aranha foi transformada em aranha


quando nasceu, o que será que ela era? Em que ela gostaria de se transformar?
Dê asas à sua imaginação e mostre o que aconteceu com ela.

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7 Conhecendo o gênero textual

Literatura infantojuvenil
A literatura infantojuvenil é um ramo da literatura, dedicada
especialmente às crianças e jovens adolescentes. Nisto se incluem
histórias fictícias infantis e juvenis, biografias, novelas, poemas, obras
folclóricas e/ou culturais, ou simplesmente obras contendo/explicando
fatos da vida real (ex: artes, ciências, matemática, etc).

8 Conhecendo o autor

Monteiro Lobato
Nasceu em Taubaté, São Paulo, em 1882, no dia 18 de abril, dia em que,
homenageando seu nascimento, é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil.
Escreveu para jornais e revistas, publicou vários contos, mas destacou-se escrevendo
para crianças. Ele acreditava que elas poderiam mudar o futuro, razão pela
qual produziu várias obras infantis como: A Menina do Nariz Arrebitado, O Saci,
Fábulas do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho, O
Pó de Pirlimpimpim, Reinações de Narizinho, As Caçadas de Pedrinho, Emília
no País da Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde, O Pica-Pau
Amarelo e A Chave do Tamanho.

Sugestões de leitura
1. Caçadas de 2. Memórias da
Pedrinho, Emília,

C M
Monteiro Lobato, Monteiro Lobato,
Editora Brasiliense. Editora Brasiliense.

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