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1º ENCONTRO

A. Planejamento das atividades de


leitura do texto

Professor(a),
Como bem sabemos, a leitura é um processo de interação entre o leitor e o texto.
É, portanto, um processo que deve ser construído. Mas essa construção deve ser
feita pelo aluno. Para isso, você deve se colocar como um guia, um mediador e não
como um detentor do saber.
Neste ENCONTRO, iniciaremos nossas atividades com um planejamento da
leitura fazendo algumas propostas para desenvolver a leitura do texto “Bruxa
Onilda vai a Paris”.
Você pode pedir aos alunos para fazerem, como tarefa de casa, uma pesquisa
sobre os principais pontos turísticos de Paris: Torre Eiffel, Rio Sena, Moulin Rouge,
Museu do Louvre, Catedral de Notre-Dame, Champs-Élysées, Arco do Triunfo. No
dia da aula, peça que eles falem sobre os principais pontos turísticos. Você pode
dividi-los em grupos, passando a tarefa para cada grupo pesquisar dois lugares.
Antes de pedir que os alunos façam a primeira leitura, coloque apenas o título
no quadro e comece a averiguar o que eles já sabem sobre o assunto.

Quem acredita em bruxa?


Já ouviram alguém chamar uma pessoa de bruxa? Comentem.
Na nossa sociedade, o que é ser bruxa?

Nesse momento, você pode fazer antecipações com os alunos.

Será que a autora vai falar de uma bruxa de mentirinha?


Como será essa bruxa?
Por que será que ela vai a Paris?

Agora, mostre o texto aos alunos e procure articular essas informações com
outras, como:

Quem escreveu esse texto?


Ele é escrito em prosa ou em verso? Tem diálogos?

Essa é a hora da primeira leitura do texto, que pode ser silenciosa. Leitura feita,
vamos levar os alunos a buscar o sentido das palavras que constam do Glossário.
Caso haja muitas dúvidas ou divergências entre eles, convide-os a consultar o
dicionário.

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Ao término dessa atividade, peça aos alunos que falem sobre as impressões
do que leram (livremente) para que você tenha uma ideia do perfil de cada
aluno/ leitor. Em seguida, você pode fazer um exercício de compreensão do texto,
uma exploração topográfica, isto é, um exame parágrafo a parágrafo, linha a linha,
enfim, de tudo o que compõe visualmente o texto, com as seguintes perguntas:

Por que a bruxa queria ir a Paris?


Qual o meio de transporte que a bruxa usou?
A bruxa conseguiu o que queria em Paris?

Depois dessa primeira leitura, você pode ler o texto em voz alta, ou fazer uma
leitura compartilhada e, em seguida, pode levá-los a fazer algumas inferências, ou
seja, a construir novos sentidos para o texto. É o plano da interpretação do texto,
em que se usam estratégias que caracterizam o comportamento reflexivo, de nível
consciente do leitor.

Qual a melhor qualidade da bruxinha?


Por que a aventura da bruxa foi toda atrapalhada?
O que levou os jurados a votarem na bruxinha?

Você pode aproveitar a leitura para relacionar o texto à época atual.

Hoje em dia ainda se usam enciclopédias? Quais são os


meios de pesquisa mais utilizados?
Por qual meio de comunicação, além de uma carta, vocês
poderiam fazer uma inscrição nos dias de hoje?

Outras estratégias de leitura podem ser adotadas. Estas representam apenas


algumas sugestões. Passemos, então, às atividades complementares que deverão
ser realizadas após a leitura do texto.

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Bruxa Onilda vai a Paris

1 Tudo começou quando certo dia, no cabeleireiro, li que em Paris estavam


organizando um concurso de modas de bruxas e fantasmas. Entusiasmada,
mandei uma carta solicitando minha inscrição e fui comprar uns metros de pano
numa butique muito fina, onde sempre me davam algum desconto.
5 Comecei a trabalhar imediatamente. Queria fazer uma roupa simples, mas
muito original, confortável e elegante. Eu mesma iria apresentá-la. Tinha certeza
de que iria ganhar. Estava tão animada que, depois do vestido, resolvi fazer um
casaco para a viagem. Naquela época do ano fazia frio em Paris.
Fiquei tão entretida que acabei saindo de casa em cima da hora. Nem deu
10 tempo de passar no mecânico para fazer uma revisão na vassoura e trocar as velas.
Saí ventando para Paris. Oh lá lá, Paris! A cidade da luz, do amor e das omeletes à
francesa...
Caramba! Depois de algumas horas de viagem, com um trânsito aéreo
infernal, a vassoura começou a fazer um barulhinho estranho e dar uns saltos
15 impressionantes. Talvez eu a tivesse forçado demais...
Ainda bem que já estava sobrevoando a Torre Eiffel! Mas a maldita vassoura...
Completamente descontrolada, fui girando e descendo, até bater contra uma
janela do Museu do Louvre. Como não é permitido entrar nos museus pela janela,
todos os alarmes puseram-se a soar.
20 Então, os guardas começaram a me procurar. Mas eu estava com muita
pressa e não queria ser presa, para não perder tempo dando explicações. Tentando
despistar meus perseguidores, fui me escondendo pelo museu. Primeiro me
escondi atrás de um quadro famoso... Depois, atrás de uma estátua... Mas acho que
escolhi a estátua errada, porque todo mundo olhava para ela com cara de espanto.

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25 Finalmente, quando parei para descansar um pouco, os guardas me
descobriram. Ser presa, com a pressa que eu estava... De jeito nenhum! Sem
pensar duas vezes, tomei a vassoura da mão deles e saí em disparada por uma
janela. Mas a vassoura estava falhando, e não consegui controlá-la. Depois de dar
uns pinotes, caí no Sena. Que desastre!
30 “Com tantas peripécias, vou acabar chegando atrasada para o concurso!”, eu
pensei. E saí correndo feito louca pelas ruas de Paris.
Quando cheguei ao Centro Pompidou, onde estava se realizando o concurso,
minha aparência não estava das melhores, mas era tarde demais para desistir.
Tirei a roupa molhada e vesti meu modelito.
35 Disparei pelos corredores e acabei chegando bem na hora do desfile.
Com toda a elegância, fui andando lentamente pela passarela... Não há dúvida de
que eu tenho uma certa graça ao andar, mas não esperava fazer um sucesso tão
estrondoso. Todos aplaudiram, todos assobiavam, todos pulavam entusiasmados.
Ganhei o primeiro prêmio, é claro. Só que não foi pelo vestido, que na pressa
40 acabou ficando arregaçado, mas pela roupa de baixo, que ficou aparecendo por
trás.
Os jurados disseram que nunca tinham visto uma calcinha tão molhada e com
desenhos tão curiosos como a minha. Ganhei então o primeiro prêmio de roupa
íntima, que consistia nos sete volumes da Grande Enciclopédia Universal de Magia
45 e Encantamentos, e preparei-me para voltar.
Pena que tive de voltar de carona nas asas de um avião, porque não houve
meio de fazer a vassoura funcionar. Nem mesmo com uma fórmula mágica
para fazer voar vassouras quebradas, que tinha acabado de aprender na minha
enciclopédia nova.

E. Larreula & R. Capdevila. Bruxa Onilda vai a Paris. Tradução de Mônica Stahel. Editora Scipione. Fragmento.

Glossário
Para ajudá-lo a compreender o texto, procure inferir o sentido das
palavras abaixo:
entretida (l. 9): distraída; que teve sua atenção completamente desviada por
alguma coisa.

velas (l. 10): Uma vela de ignição é um dispositivo elétrico que se encaixa à cabeça
do cilindro num motor de combustão interna e inflama a mistura comprimida
de ar/combustível por meio de uma faísca elétrica.

Museu do Louvre (l. 18): O Museu do Louvre é o maior museu de arte do mundo
e um monumento histórico em Paris, França. Um marco central da cidade,
localizado na margem direita do rio Sena. Aproximadamente 38.000 objetos,
da pré-história ao século XXI, são exibidos em uma área de 72.735 metros
quadrados.

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Sena (l. 29): O rio Sena é um rio do norte de França que banha a capital, Paris e
que deságua no Oceano Atlântico. Tem uma extensão de 776 km.

Centro Pompidou (l. 32): O Centro Cultural Georges Pompidou é um complexo


cultural parisiense projetado pelos arquitetos Renzo Piano e Richard Rogers.

B. Planejamento das atividades


complementares

1 Desenvolvendo habilidades de leitura


Simulado Pratique

1. Nesse texto, o fato que deu origem à história foi


A) a notícia sobre o concurso de modas de bruxas e fantasmas. vídeo da
B) a falha misteriosa da maldita vassoura da Bruxa Onilda. questão
C) a batida da vassoura de Bruxa Onilda na janela do museu.
D) a chegada de Bruxa Onilda ao Centro Pompidou, em Paris.
D7 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a
narrativa.

2. Quanto ao resultado do concurso, Bruxa Onilda estava


A) ansiosa.
B) confiante. vídeo da
questão
C) hesitante.
D) indecisa.
D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.

3. Em “Saí ventando para Paris” (l. 11), a palavra destacada sugere


A) confusão.
B) desordem. vídeo da
C) motivação. questão
D) urgência.
D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

4. Nesse texto, em “Eu mesma iria apresentá-la.” (l. 6), o pronome destacado
se refere à
vídeo da
A) “carta”. (l. 3) questão
B) “inscrição”. (l. 3)
C) “butique”. (l. 4)
D) “roupa”. (l. 5)
D2 – Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou
substituições que contribuem para a continuidade de um texto.

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5. Em “Oh lá lá, Paris!” (l. 11), o ponto de exclamação foi usado para indicar
A) alegria.
B) ansiedade. vídeo da
C) confiança. questão
D) curiosidade.
D14 – Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da
pontuação e de outras notações.

6. Nesse texto, em “fui andando lentamente pela passarela...” (l. 36), a palavra
destacada indica
A) a causa de a Bruxa Onilda ter desfilado. vídeo da
B) a intensidade da emoção da Bruxa Onilda. questão
C) o lugar onde a Bruxa Onida desfilou.
D) o modo como a Bruxa Onilda desfilou.
D12 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por
conjunções, advérbios, etc.

2 Compreendendo o texto

7. Por que a bruxa queria ir a Paris?


Porque queria participar de um concurso de modas de bruxas e fantasmas.

8. Qual o meio de transporte que a bruxa usou?


A vassoura.

9. A bruxa conseguiu o que queria em Paris? Comente.


Sim. Depois de muita confusão ganhou o primeiro prêmio.

3 Interpretando o texto

10. Qual a melhor qualidade da bruxinha?


Insistência (Perseverança).

11. Por que a aventura da bruxa foi toda atrapalhada?


Porque ela não fez revisão na vassoura; a vassoura pifou e bateu na janela do
Museu do Louvre.
12. O que levou os jurados a votarem na bruxinha?
A sua roupa de baixo, que aparecia e mostrava desenhos curiosos.

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4 Pensando sobre o texto

13. Por que a Bruxa Onilda não queria ser presa?


Porque ela estava com pressa para participar do concurso.

14. Existe uma frase popular que diz “A pressa é inimiga da perfeição”. A
ideia contida nessa frase se aplica a essa história? Justifique.

Sim. Porque se a bruxa não tivesse tanta pressa teria feito a revisão na
vassoura.

15. O que você achou da atitude de Bruxa Onilda de viajar sem fazer revisão
na vassoura?

Ela foi descuidada e imprudente.

5 Explorando a gramática no texto

Substantivo comum de dois gêneros


São substantivos que possuem uma única forma gráfica para os dois gêneros,
mas se faz a distinção do masculino e do feminino pela utilização dos artigos “o,
a, os, as, um, uns, uma, umas”.

o/a jornalista o/a colega o/a estudante


o/a pedinte o/a jovem o/a motorista

De acordo com o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), da


Academia Brasileira de Letras, a palavra “omelete” é um substantivo comum de
dois gêneros.

Observe:

“A cidade da luz, do amor e das omeletes à francesa...”. (l. 11-12)

16. Marque com um X as frases que contêm, em destaque, substantivos


comuns de dois gêneros.

( x ) Os guardas começaram a procurar a bruxinha.


( ) Os membros da Comissão premiaram a bruxinha.
( x ) A jovem bruxinha conseguiu chegar a tempo para o desfile.
( x ) O diplomata ficou boquiaberto com o desempenho da bruxa Onilda.

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Acento tônico
Em português, a sílaba tônica só recai na última, na penúltima e na
antepenúltima sílaba de um vocábulo. Daí os vocábulos serem classificados em
três categorias: oxítonos, paroxítonos e proparoxítonos.

Oxítonos
São os vocábulos cuja sílaba tônica recai na última, como em: café, timidez,
papel, condor, refém, amém.

17. Retire do 6º parágrafo três palavras oxítonas.


Então, museu, atrás.

18. Marque com um X as frases que contêm palavras oxítonas.


( x ) Paris deve ser uma cidade linda.
( ) Os juízes ficaram impressionados com a beleza da bruxinha.
( x ) Gostaria de visitar o Museu do Louvre.
( x ) A timidez não era uma característica da bruxinha.

Desenvolvendo a escrita
6 Atividade para casa

www.pexels.com

Você leu que a Bruxa Onilda voltou para casa nas asas de um avião. Como
terá sido essa viagem? Será que ela aprontou mais alguma? Escreva um texto
contando como foi a volta dessa bruxinha para casa.
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7 Conhecendo o gênero textual

Conto
O conto é uma narrativa curta. Corresponde a um momento da vida
do personagem, ou dos personagens. O conto cria um universo de seres
e acontecimentos, de fantasia ou imaginação. Como todos os textos de
ficção, o conto apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e
enredo. Classicamente, diz-se que o conto se define pela sua pequena
extensão. Mais curto que a novela ou o romance, o conto tem uma
estrutura fechada, desenvolve uma história e tem apenas um clímax.
Num romance, a trama desdobra-se em conflitos secundários, o que não
acontece com o conto. O conto é conciso.

8 Conhecendo o autor

Enric Larreula
Nasceu em Barcelona, em 1941. É escritor e ilustrador. Quando pequeno,
divertia-se desenhando histórias em quadrinho, de sua autoria. De família
operária, fez curso técnico e estudou desenho por correspondência. Trabalhou
na Editora Bruguera, desenhando histórias de índios e cawboys. Um acidente
que provocou o descolamento de sua retina o impediu de continuar como
ilustrador profissional. Tentou várias carreiras até que, na década de sessenta,
aos trinta e cinco anos, começou a estudar catalão, formando-se em Filologia
Catalã. O exercício da língua catalã o levou a praticar a escrita. Autor versátil
e amplamente premiado, tem suas obras traduzidas para diversos idiomas.
Atualmente leciona catalão nas Faculdades de Educação e na Autônoma de
Barcelona.

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Roser Capdevila i Valls
Nasceu em Barcelona, em 1939. É escritora e ilustradora de livros infantis. Come-
çou a desenhar quando criança. Estudou belas artes com ênfase na pintura a
óleo e na aquarela. Em 1980, começou a escrever e a ilustrar principalmente livros
infantis. Trabalha também com propaganda e entretenimento. Paralelamen-
te, em 1990, começou a produção da série de desenhos animados Las Tres
Mellizas. Suas obras foram traduzidas do catalão para as principais línguas
modernas. Em fevereiro de 2010, ganhou a Medalha de Ouro em Belas Artes,
dada pelo Conselho de Ministros da Espanha. Foi também condecorada com a
medalha de Honra do Parlamento da Catalunha.

Sugestões de leitura
1. As férias de Bruxa 2. A bruxinha e o
Onilda, Gregório,

A A
E. Larreula & R. Eva Furnari, Editora
Capdevila, Editora Ática.
Scipione.

Jogos educativos
Escaneie o QR code e teste as
habilidades trabalhadas no encontro.

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