Você está na página 1de 56

índice

Modos de usar 04

Mandamentos para se divertir à beça em um museu 06

Você sabia que... 08

Um passeio pelas obras de Velázquez

“Felipe IV” (1623/27) 10

“El triunfo de Baco” (1628/29) 12

Paisagens Italianas (1630)


“Vista del Jardin de la Villa Médicis, en Roma” 14

“Cristo crucificado” (1631/32) 16

“San Antonio Abad y San Pablo, Primer Ermitaño” (1633) 18

“Pablo de Valladolid” (1635) 20

Os anões (1635/40) 22

“Felipe IV” (1653) 23

‘“La reina doña Mariana de Austria” (1652/53) 24

“Las Hilanderas” ou “La Fábula de Aracne” (1657) 26

“Las Meninas” (1656) 28

“Las Lanzas” ou “La Rendición de Breda” (1634/35) 31

Cenas eqüestres (1635/36)


“Felipe IV a caballo”, “La reina doña Isabel de Francia,
a caballo” e “El príncipe Baltasar Carlos, a caballo”. 33
Um passeio pelas obras de Goya

“El Cacharrero” (1779) 35

“La familia de Carlos IV” (1800) 36

Las Majas
“La maja desnuda” (1797/1800) e “La maja vestida” (1800/1805) 38

“El dos de mayo de 1808 en Madrid” e


“El tres de mayo de 1808 en Madrid” (1814) 40

Um passeio pelas obras de Hieronymus Bosch

“El Jardín de las Delicias” (1500/1505) 43

“La mesa de los pecados capitales” (1480) 46

“La extracción de la piedra de la locura” (1490) 48

“El carro del heno” (1515) 50

O Prado na hora H 52
Este guia pretende funcionar como um

Modos aumenta-prazer. O quê? Isto mesmo!


Eu escrevi uma tese sobre museus.

de Usar Durante 10 anos estive fazendo


visitas técnicas a estas instituições.
Em muitas delas, observei visitantes
literalmente acabados. Gente que
parecia estar exausta e nada feliz. Eu
achava aquilo tão estranho, porque
eu simplesmente entro em êxtase
quando sei que vou a um museu.

Pensei com meus botões, queria tanto


que as pessoas se divertissem tanto
quanto eu! Prá começar, pensei em
regrinhas básicas. Coisas bem fáceis
de fazer e que podem aumentar
teus níveis de alegria durante a
visita. Servem para qualquer tipo de
museu. Estão enumeradas como:
Mandamentos para se divertir à beça
em um museu.

Depois disso, comecei a pensar


em museus concretos. Resolvi que
iria fazer guias dos meus museus
favoritos no mundo. O primeiro deles
seria do país onde moro atualmente
- a Espanha. Entre tantos, escolhi o
museu de arte mais visitado do país
e o 11º. do mundo - o Museu Nacional
do Prado.
4
5

Para ficar por dentro do Prado.


Separei dados e fatos interessantes
sobre o museu, que estão na seção:
Você sabia que…

Todo grande museu tem certas obras


ou objetos que você não vai poder ver
em nenhum outro lugar. Costumam
ser obras consideradas peças-chave
para entender uma época ou um
estilo. Em outros casos, um museu
possui uma coleção de quadros de
um artista que permite ao visitante
entender melhor a trajetória do pintor.
Na seção: Imperdível no Prado, você
fará um passeio por estas obras que
de uma forma ou de outra são a alma
deste museu.

Você pode ler antes


ou durante sua visita.
Ou quem sabe ler e reler
diante de cada quadro.
Você decide!

Museu
Por fim, para organizar a parte prática
da visita, leia a seção: “O Prado na
hora H”. Vai encontrar os horários do
museu, preços, dicas de serviços e os
melhores acessos. do Prado
Mandamentos
para se divertir à
beça em um museu

branças serão confusas. Aqui


vale a máxima, menos é mais.
1. Um museu por dia. Numa primeira visita, vá aos
imprescindíveis do museu. Aquilo
Por mais que você esteja gastando que a instituição tem de melhor
em euros ou em dólares tente evi- e que você não poderá ver em
tar a tentação. Nada de saturação. nenhum outro museu do mundo ou
Vai acabar sendo obrigação, e não naquela viagem! Acontece que às
diversão! Para começar bem... vezes o museu tem tanta coisa boa,
então o melhor é...
2. Estude o mapa do museu
antes ou tomando um café 4. Estipular um tempo
depois de passar pela para a visita.
bilheteria.
Esta atitude diminui a ansiedade. É
Um ato simples que vai ser um super estressante olhar aquelas galerias
remédio contra um dos primeiros enormes, que parecem não ter fim!
elementos estressantes de um Determinando o tempo que você
grande museu: a sensação de estar vai ficar por lá, isso vai fazer você
perdido e de não ter a mínima idéia ir direito “ao grão” e aproveitar bem
por onde começar. Entre, pegue o cada minuto. Afinal aquela visita
mapa, sente confortavelmente e não será “ad eternum”. Leve em
dedique 3 minutinhos para “estudá- conta que a maioria dos adultos
lo”. Você vai se sentir menos pato, apenas assimila o que vê nos
menos perdido e economizar cami- primeiros 45 minutos da visita.
nhadas sem sentido pelo museu. Uma solução é...
Vai ter a sensação de ser um velho
conhecido, e todo mundo sabe como 5. Faça um lanche no meio.
é gostoso este sentimento. Para ser Muitos museus oferecem cafete-
ainda mais efetivo... rias, restaurantes-bar sensacionais.
3. Escolha antes o que Alguns até gerenciados por chefs
pretende ver. premiados. Após a primeira hora,
hora e meia de visita vá tomar um
Passar os olhos pelo museu para café ou almoçar. Se estiver acom-
dizer: “Eu fui” não tem muito sentido. panhado, é o melhor momento para
Pode ter certeza que suas lem- trocar idéias, impressões. Se esti-
Série Viajando na Arte 7

ver sozinho, é hora de exercitar boas. A arte também pode dar


o “people watching” ou ler este nojo, vontade de chorar, igualzinho
guia. Também... quando vemos um filme. Também
não esqueça que...
6. Deixe um tempo
para a lojinha. 9. Ninguém é obrigado
Primeiro por motivos óbvios, levar a fazer nada, muito
uma lembrança. Depois porque é menos nas férias.
extremamente satisfatório passar os Se vai entrar no museu só para
olhos pelos produtos e reconhecer tirar uma foto na frente da obra X,
as obras. Sem contar, que tudo é economize seu tempo e dinheiro.
tão fofo e cheio de estilo, você vai Vá fazer algo que realmente tenha
se sentir super “in” quando esteja vontade. Ninguém é obrigado a
em casa e olhe para o que comprou gostar de museu. Caso tenha sido
naquele Museu X. Será teu ativador “abduzido” pelo marido, mulher, tio,
de memória! Vai lembrar que... amiga, a entrar no museu, lembre
que...
7. Não deve rejeitar
nada de plano. 10. Ao vivo e a cores
Ui, museu de arte contemporânea, é sempre melhor
eu não entendo nada, não vou. Deixe de lado teu trauma das aulas
Ou museu de artes decorativas chatas e cheias de slides de Artes.
é coisa de mulher. Vá de mente Um museu é um bicho cheio de vida.
aberta. Deixe-se surpreender. Seja
explorador. Muitas vezes quem
julga é nosso medo de não entender
Uma pesquisa realizada na
nada, de nos sentir estúpidos. Noruega descobriu que ir
Ninguém nasceu sabendo tudo. a galerias de arte melhora
Sem contar que... a saúde, já que diminui a
ansiedade e o stress.
8. Museu não é sinônimo
de coisa bonita. Assim, se você come até aquela
Há obras que não foram criadas verdura gosmenta e sem sabor para
para estar na sala da tua casa. Nem viver mais, que custa andar um
sempre nos produzem sensações pouco entre umas obras de arte?!
você
sabia
que...

• O Prado abriu em 1819, como Museu


Real de Pinturas.

• O local escolhido para construir o


edifício foi o “prado” ocupado pelo
mosteiro vizinho de São Jerônimo,
e daí vem o nome do museu.

• A princípio se construiu o edifício


para abrigar o Museu e Academia
de História Natural.
• O artista com mais trabalhos expos-
• Devido à Revolução Francesa a tos é Goya com 116 obras.
construção foi abandonada. Quando
o Rei Fernando VII resolveu terminá- • As obras mais visitadas são: “Las
lo, acabou convertendo o que seria Meninas”, de Velázquez; as “Majas”,
um museu de história natural num de Goya e o “Jardim das Delícias”,
museu de arte. de Bosch.
• O museu nasceu como lugar para • Apenas se expõe 1/7 do acervo do
expor a Coleção Real, ou seja, as museu, conformado por: 8.800
obras de arte que pertenciam ao rei pinturas, 5.000 desenhos, 2.000
espanhol. gravuras, 1.000 moedas/medalhas
e 700 objetos de artes decorativas.
• O edifício original era comprido e
estreito, porque ainda não existia • As menores obras são duas mini-
a luz elétrica e, portanto, toda a aturas pintadas por Goya de 8,5 cm
iluminação provinha das janelas que de diâmetro.
davam à rua.
• A maior obra é um quadro pintado
• Em 2010, o museu recebeu por Strobel, o Jovem. Intitulado
2.732.000 visitantes, convertendo- “A Decapitação de São João
se no 11º. museu de arte mais vis- Batista”, que mede 9,5 metros de
itado do mundo. comprimento e 2,8 metros de altura!
Museu do Prado

• A obra “O Barbeiro do Papa” (1650) • Durante a Guerra Civil Espanhola,


realizada por Velázquez, foi comprada o Prado fechou suas portas e suas
pelo Governo Espanhol em 2003 obras foram levadas à Genebra para
pela bagatela de 23 milhões de que estivessem protegidas. O museu
euros dos antiquários novaiorquinos reabriu no dia 7 de julho de 1939.
Wildenstein & Company.
• Durante o curto governo republicano,
• O Prado possui a maior coleção de Pablo Picasso foi nomeado diretor
obras de: El Greco, Velázquez, Patinir, do Museu do Prado, isto ocorreu no
Goya, Ribera, Rubens e Tiziano. dia 20 de setembro de 1.936 (ele
nunca assumiu o cargo).
• Na sua inauguração estavam
expostas 311 obras. Os visitantes • O “Guernica” de Picasso permane-
podiam entrar no local de 2 a 3 ceu anos no museu até ser levado
vezes por semana. Mas se em ao seu atual “domicílio”, o Museu
algum destes dias chovia, o museu Reina Sofia.
não abria!

• A primeira exposição temporária


do Prado aconteceu em 1902 e era
sobre El Greco.

Série Viajando na Arte 9


Imperdível
no Prado “Felipe IV” (1623/27)

Você vai visitar o Prado


pela primeira vez. É
certo que o museu
tem muita coisa legal,
mas você não terá
outra oportunidade em
nenhum outro museu de
ver as melhores obras
de 3 artistas: Velázquez,
Goya e Bosch. Por isso,
vamos ao ataque!

Sem dúvida nenhuma,


a super estrela do Prado
é Velázquez. Ele pintou
pouco, uns 120 quadros,
dos quais 50 estão no
museu. Entre eles “Las
Meninas” que já foi
considerada uma das
obras mais importantes
do mundo por um júri
nos idos de 1985!
Série Viajando na Arte 11

Um passeio pelas
obras de Velázquez

Velásquez nasceu em Sevilha no ano O fundo é neutro, mas existem


de 1.599. Nesta cidade começou sua símbolos no quadro que indicam a
formação de pintor com o cara que condição de monarca do retratado,
acabou sendo seu sogro. Com apenas sabe quais?
24 aninhos já estava em Madri. Era
pintor da corte do Rei Felipe IV, que • O tosão de ouro da cintura, que era
você vê neste retrato. a representação de uma ordem de
cavaleiros. Esta ordem foi criada
Felipe IV foi um grande mecenas pelos reis espanhóis em 1422.
(pessoa que financia e ajuda artistas) Portanto, sua presença no retrato
e também um grande colecionador indica a Monarquia Hispânica.Que
de arte. Dá para dizer que sem ele raios é um tosão de ouro? É a lã de
dificilmente o Museu do Prado seria ouro do cordeiro alado Crisómalo: o
o que é hoje! Durante seu reinado que velo de ouro da mitologia grega.
durou 44 anos, reuniu para a Coleção
Real aproximadamente 800 quadros. • O papel branco que o rei tem em
Muitos deles foram selecionados por sua mão esquerda representa a
Diego Velázquez. administração.

• A espada representa a defesa do


Este foi o primeiro retrato de reino.
corpo inteiro que Velázquez
fez do rei. Basicamente o
que se vê é a figura de um
rei jovem, com idade entre
18 e 22 anos.

Curiosidade: O artista às vezes realizava mudanças posteriores em seus


quadros, já que a tinta a óleo permite estes “arrependimentos”. Aqui, se pode
apreciar que Velázquez alterou a forma da capa, e a colocação do pé esquerdo
do rei, talvez para que a figura parecesse mais esbelta. Ainda se pode ver
como uma sombra a posição anterior do pé.
“El triunfo de Baco” (1628/29)

12
Velázquez não levava uma vida O pintor tratou este tema de forma
fácil. Não era SÓ pintor. Tinha que realista, utilizou homens saídos
fazer muitas outras coisas na Corte. diretamente das ruas da Madrid
Estas outras coisas lhe permitiram do século 17 (época que pintou o
ter uma vida mais estável e um certo quadro). E assim, aproximou o mito
status. Por quê? Neste momento, as das pessoas normais.
profissões manuais não estavam bem
vistas. Eram consideradas inferiores. Além disso, neste quadro ele repre-
sentou as diferentes fases de uma
Se por um lado ele levava uma vida bebedeira, veja só:
mais sossegada por causa de seus
múltiplos trabalhos na corte. Por • O homem de chapéu que olha ao
outro lado, não tinha todo o tempo do espectador seria a primeira fase,
mundo para pintar. Por isso realizou a euforia. Suas bochechas estão
apenas 120 telas durante toda sua vermelhas, e parece oferecer a taça
vida. Das quais, 50 estão aqui, no a quem observa ao quadro, como
Museu do Prado. nos convidando a entrar na festa.

Tudo que ele pintava, fosse retrato, • O homem ao seu lado, é a exaltação
tema religioso ou mitológico, ele sem- da amizade, tocando o ombro do
pre inovava em algo. Nada de fazer o amigo, demonstra seu carinho.
que todo mundo fazia!
• O seguinte, coberto pela capa
marrom, já mostra os efeitos da
Aqui nesta tela, vemos um intoxicação alcoólica, e parece que
poderíamos derrubá-lo com apenas
tema mitológico. Está Baco um toque.
com o peito desnudo olhando
para o lado, coroando a um
dos seus fiéis. Mas olhe para
a Corte de Baco, parecem
personagens saídos da
Antiga Grécia?

Série Viajando na Arte 13


Paisagens
Italianas (1630)

“Vista del
Jardin de la
Villa Médicis,
en Roma”.

Velázquez é considerado um pintor estâncias, pintou. Não se sabe ao certo


Barroco. Que foi um período artístico se estas duas pequenas paisagens
que veio logo após o Renascimento. foram realizadas na primeira ou na
segunda viagem.
Nesta época, os pintores
De qualquer maneira, elas são um
viajavam para Itália grande avanço para a época, por quê?
para estar frente a
frente com as obras de • Qual é o tema que o artista pintou
Michelangelo, Leonardo nas duas telas?
Da Vinci & cia. Era um
ritual importante para a Ok, paisagens, e quê? Nesta época
as paisagens emolduravam cenas
formação de cada artista.
narrativas. Por exemplo, de dois
homens caçando, de um exército em
Velázquez viajou duas vezes à Itália. batalha, etc. Aqui como você mesmo
Nas duas vezes se hospedou na Villa observou, o tema em si é a paisagem.
Médicis, em Roma. Na segunda vez Veja que as pessoas não foram
foi com a missão de comprar obras de pintadas com detalhe, não podemos
arte para a coleção real. Durante suas nem ver seus rostos.
• Aproxime-se do quadro com os uma técnica moderna que vai voltar
arcos. Como pintou as folhas? com toda força séculos mais tarde,
e vai mudar a forma de se ver e
São pinceladas curtas sem nenhum fazer arte. Aqui nestas pinturas, já
detalhe, tanto que de perto são como se vê um germe deste novo estilo, o
manchas verdes. impressionismo!
• Agora, distancie-se do quadro. Você
continua vendo as folhas. Esta é
15
“Cristo crucificado” (1631/32)
No barroco era comum a temática Observe que ao fundo escuro se
religiosa. Até porque este estilo contrapõe uma figura banhada de luz.
surgiu dentro de um movimento da Esta técnica aumenta a dramaticidade
Igreja Católica contra a Reforma da cena, é típica do barroco – conhecida
Protestante. Mas Velázquez tinha como: contraste claro-escuro. Com ela
tantas atribuições na corte, que não se pretendia que os fiéis se sentissem
teve tempo para pintar muitos quadros envolvidos pela cena quase teatral, e
com este tema. não abandonassem a fé católica em
prol da protestante.
Este Cristo Crucificado foi realizado
para o Convento das Beneditinas de Voltando ao Cristo, sabemos que ele
Madri. Contam as más-línguas que havia passado por um calvário. Mas
o Rei Felipe IV pediu que o pintor fora os pregos de mãos e pés. Parece
realizasse esta obra ao convento. que ele ainda sofre? Até o cabelo tem
Para tentar se redimir da culpa que um “q” de dramático e teatral, cobrindo
sentia, por ter se apaixonado por uma metade do rosto do personagem.
freira de lá!

Fofocas à parte, encare esta tela, o


que você sente?

Ela impacta, mas ao mesmo tempo é


tão serena.

O fundo, sem nada que nos


distraía. Sem paisagem,
somente um tom verdoso,
mas não plano. Observe
que ele trabalhou o fundo
com diferentes nuances da
cor, porque se simplesmente
passasse a cor na tela, a
figura pareceria chapada,
sem volume.

Série Viajando na Arte 17


“San Antonio Abad y San Pablo, Primer Ermitaño” (1633)
Outra obra de temática religiosa. O céu é outro ponto alto
Realizada para uma pequena igreja desta pintura. O uso das
dos Jardins do Retiro. Pode parecer linhas circulares dá mais
um quadro simples sobre a visita que
São Paulo realizou a Santo Antônio.
dinamismo a toda cena.
Mas é uma telenovela, o quê? E faz um contraponto a
arvore do lado direito,
O artista conta toda a viagem na tela: porque sua linha vertical
indica espiritualidade,
• Bem no fundo do quadro, em uma tranqüilidade, e não por
imagem diluída está São Paulo. acaso se encontra ao lado
Perguntando o caminho a um
centauro (cabeça e torso de homem, dos dois personagens
com corpo de cavalo). principais.
• Depois ele pergunta a um sátiro
(metade homem, metade bode -
na mitologia personifica o culto à
natureza). A imagem se vê do lado
esquerdo.

• A terceira cena, está do lado direito,


bem atrás da figura principal de
Santo Antônio. É o momento que
São Paulo toca na porta da caverna
onde vive o outro santo.

• Em seguida, os dois santos se


reúnem. Esta é a cena que aparece
em destaque no quadro. Nela está
o corvo, que todos os dias trazia
um pedaço de pão a Santo Antônio.
Sabendo que o santo tinha visita
(olha que esperto!) naquele dia
levava dois pedaços!

• A última cena se encontra no canto


esquerdo. São Paulo reza ao lado
do corpo sem vida de seu amigo, e
se vêem os leões cavando a tumba
do santo.

Série Viajando na Arte 19


“Pablo de Valladolid” (1635)
Velázquez fez muitos retratos. Não Manet (pintor do final do século XIX,
só da Corte Real, mas também início do XX) ao admirar este quadro
de pessoas que transitavam no afirmou: “quem sabe este troço de
palácio. Dedicou muitas pinturas aos pintura seja o mais assombroso que
chamados homens do prazer. Eram os jamais se tenha pintado”. Este quadro
bufões, os “bobos da corte”. Estavam lhe inspirou na sua obra “Pífano”.
no palácio para entreter a família real,
daí seu nome. Na época do barroco,
muitos destes homens do prazer
apresentavam deficiências físicas ou
psíquicas.

O interessante é que muitos deles


chegaram a ocupar cargos com certo
status social. Um destes homens
do prazer foi Pablo de Valladolid,
que declamava textos teatrais e
aparece neste quadro. Um retrato
extraordinário. O que você percebe de
mais diferente nesta tela?

Olhe o fundo e depois onde


se apóia o personagem. O
que você vê? Cor, e nada
mais. Somente o retratado
cercado de cor. O que faz
Velázquez, para que não
tenhamos a sensação que a
figura flutua neste espaço?
Projeta a sombra que se vê
atrás da figura, e trabalha
com nosso velho conhecido
– o contraste claro-escuro.

Série Viajando na Arte 21


Os anões (1635/40)

“Don Sebastián
de Mora”.

“Francisco
Lezcano, el niño
de Vallecas”.

Os mais famosos “homens do


prazer” eram os anões. Alguns
tinham funções nada dignas,
como servir de bonecas aos
herdeiros da coroa. Eram
motivo de riso e chacota,
mas Velázquez pintou estes
homens com a dignidade,
que em muitas ocasiões lhe
era negada. Foram vários os
retratos que realizou, pare
um pouco diante destes dois
exemplos. Pense na vida que
eles levavam!
“Felipe IV”
(1653)

Lembra do primeiro retrato do rei de Observe:


corpo inteiro? Agora dá uma olhada
neste. Aqui não tinha nem 50 anos. • O queixo e o tratamento que dá ao
Mas repare nos olhos cansados e cavanhaque, com poucas pinceladas
na melancolia de quem parece estar obtém um lindo efeito.
segurando todo o peso do mundo nas
costas. • Como a gola branca ilumina grande
parte do rosto do rei. Outra vez aqui,
Diferente do primeiro, onde apareciam o contraste claro-escuro.
muitos símbolos da monarquia. Aqui
não se vê nada. Um retrato que • Que na roupa se podem ver as
mostra o estado de espírito do rei, e pinceladas do pintor, ou seja, o
nada mais. Que estava totalmente próprio gesto do artista. É uma
abalado pelas guerras, pela perda de marca pessoal.
Portugal, de Holanda, pela morte de
sua esposa Isabel e do seu único filho
homem e herdeiro, Baltasar Carlos.

Série Viajando na Arte 23


‘“La reina doÑa Mariana de Austria” (1652/53)
Os nobres se casavam entre si Acontece que com a morte do seu
para que sua fortuna e seu poder prometido, e da esposa do rei. A Coroa
não fossem sendo diluídos com o Espanhola necessitava um herdeiro. O
tempo. Isto gerava muitos problemas que fizeram? Casaram a sobrinha com
nos descendentes. Como Felipe IV o tio, isso mesmo. Mariana casou com
e a Rainha Isabel eram parentes, Felipe IV.
perderam muitos filhos que nasceram
fracos e não sobreviveram. Entre eles, Voltando ao quadro:
o herdeiro do trono, Baltasar Carlos.
Que estava destinado a casar com • Aproxime-se da tela, veja que a roupa
a retratada neste quadro: sua prima, está construída com manchas de
Mariana. cor. Pequenas e poucas pinceladas
mais estruturadas. O mesmo efeito
utiliza no lenço branco que ostenta
Este retrato foi uma na mão esquerda e com o enfeite do
encomenda de seu pai. cabelo.
Retratada quando era
adolescente, mas pensem
que já tinha seu destino
totalmente decidido! Como
estava predestinada a ser
a futura rainha de Espanha
se utilizaram os elementos
dos retratos oficiais: a
cortina vermelha e esta
cadeira, que se conhece
como “frailuno” (própria
de frade). Dois símbolos de
nobreza e poder.

Série Viajando na Arte 25


“Las Hilanderas” ou “La Fábula de Aracne” (1657)

26
Na época de Velázquez, a igreja A deusa fica uma fera e lança um
proibia as pinturas mitológicas. Por- feitiço contra Aracne. Transforma a
que tratavam de temas pagãos. Este jovem em aranha, fadada a tecer
quadro foi uma encomenda dos reis, durante toda sua vida! Esta cena
pelo que estava protegido desta aparece na tapeçaria no fundo
proibição. Conta a história de Minerva do quadro. Suba as escadas da
e Aracne. pintura e veja!

Aracne era fiandeira, realizava tão


bem seu trabalho, que chegou a dizer O que temos diante
que era melhor que a Deusa Minerva de nós, é o recurso do
(Protetora das artes e inventora da roca quadro dentro do quadro,
de tecer). Minerva irada, convocou um
concurso. A cena do primeiro plano
algo bastante utilizado
mostra o concurso. Minerva aparece no barroco. Sem contar,
como uma senhora, simbolizando a que o pintor inverte a
sabedoria (lado esquerdo). Aracne importância dos fatos, o
se encontra em pleno trabalho e de que é mais trivial aparece
costas ao espectador, de blusa branca em primeiro plano, e o que
do lado direito.
seria o ponto central da
O problema todo começa quando fábula em segundo plano.
Aracne vence o concurso, com uma
tapeçaria que contava a história do
“Rapto de Europa”. Que história é
essa? É a que narra quando o pai A iluminação ajuda a mostrar esta
de Minerva (Zeus) aparece como um diferença de importância entre as
cavalo para raptar a ninfa Europa. Ou cenas. No primeiro plano uma luz vem
seja, quando o pai de Minerva trai sua da direita e ilumina a Aracne, dando
mãe! A deusa que já estava brava importância a um personagem que
por perder o concurso, entende que se encontra de costas ao espectador.
o tema utilizado por Aracne é uma Na segunda cena a luz vem do lado
forma de tirar sarro dela. oposto (esquerdo) de uma janela, que
ilumina de forma mais equilibrada
toda a cena, o que demonstra seu
caráter central.

Série Viajando na Arte 27


“Las Meninas” (1656)

28
Em 1985, este quadro Atrás deles, meio na penumbra, uma
foi escolhido por um juri mulher que não é uma freira, e sim
de especialistas como uma viúva. Este era o traje utilizado
na época pelas viúvas. É Marcela de
a maior obra de arte
Ulloa, guarda-damas que conversa
realizada por um ser com um senhor.
humano. É a “jóia do
Prado” e se encontra
Já ao fundo, José Nieto, aposentador
na principal sala do real (uma espécie de mordomo de
antigo edifício. luxo), abre ou fecha a porta do fundo
do estúdio. Na parte superior da tela
se vêem quadros que decoram ou
Primeiro, deixe-se emocionar. Cami- inspiram ao pintor. E um espelho.
nhe em sua direção, e pare pelo
menos por um minuto diante desta O espectador
enorme tela. Desfrute com a cara dos e o espelho
demais visitantes e tenha em mente
que foi pintada em 1656! Tente se colocar na frente do espelho,
desta maneira você estaria no mesmo
A cena lugar que os reis, que aparecem
refletidos: Felipe IV e sua segunda
Estamos no atelier do pintor, antigo
esposa, a Rainha Mariana. Não é
quarto do falecido herdeiro, Baltasar
Carlos. Velázquez aparece no canto genial? Desta maneira o artista te
esquerdo pintando uma tela enorme. convida a formar parte do próprio
Ao seu lado, o grupo que acompanha quadro, é como se formássemos
a Infanta Margarita. Em Espanha, as parte da cena, e pudéssemos nos ver
infantas são as filhas dos reis. Ao lado refletidos naquele espelho.
da Infanta suas duas damas de com-
panhia, María Augustina Sarmiento
O nome e seu
que lhe oferece água e do outro lado
olhando para nós, Isabel de Velasco. lugar no palácio
Com elas, ainda no primeiro plano, O primeiro nome do quadro foi “A
estão dois anões, a alemã – Maribár- Família”, depois se utilizou o nome
bola e o italiano Nicolasito Pertusato português: Meninas. O rei colocou
que molesta o cachorro, um “mastín” este quadro nas suas dependências
espanhol, raça que existe em terras privadas e por muito tempo esteve
espanholas há mais de 4.000 anos. oculto dos olhos do mundo!

Série Viajando na Arte 29


A iluminação se quase de igual para igual. E isto
O quadro tem 3 fontes de iluminação, só foi possível, porque Velázquez era
e por que isto é importante? A luz um gênio respeitado pelo rei. E mais
condiciona toda a composição, e a do que isso, em certo ponto, alguém
partir dela se constroem os volumes muito próximo do rei. Se é certo que
e se obtém esta sensação de pintou pouco em razão das suas
tridimensionalidade. outras atividades no palácio, também
é, que se não tivesse o status social
A primeira fonte de luz vem da janela concedido por estas outras atividades,
da parede da direita, que ilumina todo o quem sabe não poderia ter realizado
grupo da infanta. E deixa na penumbra uma obra como esta.
Marcela e seu acompanhante. A
segunda vem da última janela do A Ordem de Santiago
lado direito que quebra um pouco a No traje de Velázquez se vê uma cruz
escuridão, e a terceira da porta onde vermelha, que representa a Ordem
se encontra José Nieto, e que projeta de Santiago. Uma ordem de nobres
uma luz em diagonal. que não era nada fácil de entrar. A
vida dos candidatos era investigada
O que estaria a fundo. Primeiro, sua ascendência.
pintando Velázquez Como Velázquez tinha parentes que
Será que pintava os reis, ou a infanta? não nasceram católicos, o rei teve que
Não se sabe e isto aumenta mais o pedir ao papa que dispensasse este
mistério do quadro. requisito para que o pintor pudesse
recebê-la. Mas não pararam aí as
Montes e montes exigências, como era pintor, teve que
de interpretações ir frente a um tribunal afirmar que
Este quadro já foi interpretado por esta era uma atividade secundária,
muita gente. Alguns dizem que seria que vivia de suas outras funções no
um conjunto de retratos diretos e palácio. Por fim, conseguiu a ordem,
indiretos (o retrato dos reis no espelho). mas em 1658, dois anos depois que
Mais a interpretação mais bonita e mais pintou o quadro. Portanto, a cruz foi
aceita, é que seria uma homenagem pintada posteriormente em seu traje.
à pintura em si. Ao ato de pintar e a
dignificação daquele que pinta.

Naquela época, ser pintor era ter uma


função de segunda categoria porque
utilizava as mãos no processo. Por
isso, foi uma ousadia do pintor retratar-
se junto aos reis e à infanta. Colocar- “Las Meninas” (1656)

30
“Las Lanzas” ou “La Rendición de Breda” (1634/35)

Sabe o parque que está atrás do destaque é o Salão dos Reinos. Era
Prado? Antigamente formava parte utilizado para festas e cerimônias. Para
do Palácio do Retiro, eram os jardins. sua decoração se encomendaram
O palácio se construiu durante o uma série de pinturas para diferentes
reinado de Felipe IV. Acontece que artistas, entre eles Velázquez.
construíram com tanta pressa e com
uns materiais “meia boca” que muita Em uma das paredes queriam cenas
coisa não agüentou e não chegou de importantes batalhas vencidas pela
até nossos dias. Do que sobrou, um Monarquia Espanhola. Por exemplo, a

Série Viajando na Arte 31


Rendição de Breda. Velázquez pintou Velázquez teria se inspirado para
esta cena, mas nada de batalha e realizar este quadro na obra de
sangue. Ele retrata o momento que teatro escrita por Calderón de La
os holandeses entregavam a chave Barca (El sitio de Breda), onde
da cidade de Breda ao comandante Ambrosio recita os seguintes
espanhol, após sua rendição. versos: “Justino, eu as recebo (as
chaves da cidade) e reconheço que
Ao fundo se vêem as cinzas remanes- valente és”.
centes da batalha, mas a cena princi-
pal enfoca outro momento. O ato de Como no mundo da arte também há
clemência do comandante espanhol, fofocas, dizem que o personagem
Ambrosio Spínola, diante do vencido bem na direita do quadro, entre o
Justino de Nassau. Ele se encontra que seria a moldura e o cavalo, é o
prestes a ajoelhar-se em uma posição próprio Velázquez.
de reverência ao vencedor, quando
é impedido por Ambrosio. Tanta é a
humildade do vencedor, que desce do Veja um papel em branco
seu cavalo, que se encontra de cos- no canto direito da tela,
tas ao espectador e trata à Justino de normalmente os pintores
igual para igual. utilizavam este recurso
para assinar o quadro.
Do lado dos holandeses, se vêem os
soldados cabisbaixos e em posturas Mas Velázquez deixou em
diferentes. Do lado espanhol, os sol- branco. Como dizendo:
dados mantém as lanças levantadas “Tá na cara que esta tela é
em sinal de ordem e poder. minha. É possível dizer isto,
sem que eu precise colocar
minha assinatura!!!
“Las Lanzas” ou “La
Rendición de Breda”
(1634/35)

32
Cenas eqüestres (1635/36)
“Felipe IV a caballo”
“La reina doña Isabel de Francia, a caballo”
“El príncipe Baltasar Carlos, a caballo”.

Para outra parede do Salão dos Reinos,


Velázquez realizou retratos da família
real a cavalo – retratos equestres.
Estavam dispostos de maneira a
representar a continuidade dinástica.
Os pais do rei – Felipe III e a Rainha
Margarita de Austria, e em frente
Felipe IV e sua esposa, Isabel. Entre os
dois em cima de uma porta, o herdeiro
Baltasar Carlos (claro que Isabel e
Baltasar ainda estavam vivos, quando
Velázquez realizou estes quadros!).

Felipe IV aparece vestido como general


e ao fundo uma paisagem da serra de
Guadarrama, a 60 Km de Madri. Com
o bastão de comando, que era utilizado

33
durante as batalhas para fazer sinais
ao exército, e a faixa de general. O
cavalo aparece em pleno movimento,

Imperdível
mas Felipe mantém sua altivez e
tranqüilidade, passando a mensagem
de que estava preparado para tudo.

Ao seu lado, a Rainha Isabel. Entre


eles, o que seria o futuro da monarquia,
no Prado
seu filho Baltasar Carlos. Que levava a
mesma faixa de general e também um
bastão de comando, olha só a cara
altiva e firme do menino que contava
então com 6 ou 7 anos!
Francisco de Goya
Agora detenha teus olhos no corpo do y Lucientes nasceu
cavalo do príncipe, tem algo estranho?
Tudo bem com as patas dianteiras? no ano de 1746, em
Fuendetodos. Uma
Não, você não está enganado, o
cavalo está meio gordinho, e as patas cidade pequena pertinho
dianteiras parecem meio curtas. Sabe de Zaragoza. E foi em
por quê?
Zaragoza que estudou
Velázquez fez esta pintura arte ajudado pelo padre
para ser vista de baixo para de sua cidade natal.
cima. Ela estaria colocada
bem acima do espectador. Em Zaragoza estudou e
Assim quando olhássemos
para cima, teríamos a virou amigo de Ramón
sensação de que o príncipe Bayeu. Acontece que
estava prestes a saltar Ramón era irmão de
sobre nossa cabeça! um importante pintor
da época - Francisco
Bayeu. Goya acabou
Cenas eqüestres
(1635/36) casando com a irmã dos
caras, Josefa. Quando o
Há outras obras de Velázquez, se pintor tinha 29 anos, eles
quiser passar os olhos, fique à von-
tade. Porque nosso próximo artista é se mudaram a Madrid.
outro espanhol: Goya!
Série Viajando na Arte 35

Um passeio pelas obras de GOYA

“El Cacharrero” (1779)

Foram os contatos de Francisco que


levaram Goya a trabalhar para a Real
Fábrica de Tapeçaria, na capital. Esta
obra foi realizada para esta fábrica.
O artista realizava um quadro, e eles
realizavam uma “tapeçaria” utilizando
como modelo o quadro. Goya realizou
muitas obras com este fim. Esta é uma
das mais famosas - “El Cacharrero”,
que significa “louceiro”, a pessoa que
vende louça. Vejam as peças de louça
no chão!

Esta obra pertence a uma série de


sete quadros pintados entre 1778 e
1779 destinados ao quarto do príncipe
de Asturias. Na Espanha, o filho
primogênito do rei, que é o herdeiro
natural à coroa, recebe o título de
“Príncipe de Asturias”. A partir das
tapeçarias, Goya ficou famoso na corte.

O que vemos no quadro é uma


cena de mercado onde muita coisa O artista contrapõe duas
acontece. Duas mulheres analisam cenas diferentes. Num
as mercadorias expostas pelo
“cacharrero”. Uma senhora mais velha primeiro plano uma cena
ao lado está perplexa e sua expressão mais estática, e no segundo
está congelada. Uma carruagem plano uma carruagem em
passa ao fundo, dentro dela uma pleno movimento, portanto
mulher parece olhar diretamente ao muito mais dinâmica. Veja
espectador. como Goya pinta a figura
humana com formas mais
arredondadas...
“La familia de Carlos IV” (1800)

36
Em 1799, Goya com 53 anos, é • María Isabel, filha dos reis.
nomeado primeiro pintor de câmara do
rei, que era o principal pintor da casa • Rainha Maria Luisa.
real. O que fez com que todo mundo
quisesse ser retratado pelo artista. Ou • Francisco de Paula, filho dos reis.
seja, ele estava na crista da onda.
• Rei Carlos IV.
Neste quadro de 1800, ele pinta a
família do Rei Carlos IV. Esta obra tem • Antonio Pascual, irmão do rei
algo em comum com “As Meninas” de (bem atrás do rei).
Velázquez. Sabe o que é???
• E olha quem estava a seu lado,
Goya também se retratou no quadro. Carlota Joaquina, sim a nossa
Ele aparece ao fundo com sua tela (do Carlota, Rainha de Portugal e
lado esquerdo). E quem mais aparece a filha mais velha dos reis (só
na tela? Vamos ver, da esquerda para aparece seu rosto).
a direita:
• Luis de Borbon, genro dos reis.
• Carlos María, filho do rei, e segundo
na sucessão. • E sua esposa, a Infanta Maria
Luisa, segurando a Carlos Luis.
• Fernando, o Príncipe de Asturias,
ou seja filho do rei e o primeiro na Outra vez veja as formas
sucessão.
arredondadas utilizadas por
• María Josefa, irmã do rei. Goya. Agora me diga de
onde vem a luz do quadro?
• Mulher não identificada, que seria Da esquerda ou da direita?
a futura esposa de Fernando VII
(Príncipe de Asturias), que ainda não
havia sido escolhida. Fernando VII
achou que Goya estava rindo dele Da esquerda, possivelmente de uma
ao pintar a que seria sua prometida janela que não se vê. Esta tela é
com o rosto virado. Como querendo bem grande, e antes de se enfrentar
dizer que nenhuma princesa a um trabalho tão colossal, o artista
européia ia querer casar com ele. realizou estudos em telas menores de
Meio neurótico este príncipe, não?! cada integrante do quadro.

Série Viajando na Arte 37


Las Majas
“La maja desnuda” (1797/1800)
“La maja vestida” (1800/1805)

Você está vendo duas majas, ou Mas todo o mistério da obra não acaba
a mesma linda mulher (daí maja) aí. Não se sabe ao certo quem foi a
pintada em duas ocasiões. Goya modelo que posou para o pintor. Uns
pintou primeiro a “Maja Desnuda”. Um dizem que teria sido a suposta amante
dos seus quadros mais polêmicos. E de Goya, a Duquesa de Alba. Outros
olha que este quadro não foi mostrado que seria a amante do próprio Godoy.
ao público logo após o artista terminá-
lo. Porque estava na galeria particular Fofocas à parte. Observe como pintou
do Primeiro Ministro espanhol – os lençóis, as almofadas, a riqueza de
Godoy. Meio que escondida, porque detalhes. O corpo da mulher também
naquela época a Igreja proibia este tem o mesmo tratamento, olhe os
tipo de obras. dedos dos pés. Agora, suba até o
rosto, não é tão detalhado, qual é tua
Mas como a “maja” chegou até a galeria impressão ao observá-lo?
de Godoy? Existem duas teorias. Uma
diz que foi uma encomenda que Alguns estudiosos pensam que foi
Godoy realizou diretamente ao pintor. pintado depois do corpo, como se o
E outra, que a Duquesa de Alba deu artista quisesse esconder a identidade
de presente o quadro a Godoy. da modelo. Agora olhe o corpo e o
fundo, o que vê? São da mesma cor?

38
O fundo é escuro e o corpo Quando Godoy é retirado do poder,
mais claro, isto chamamos descobrem sua galeria privada
contraste claro-escuro. e imagina o escândalo. A Santa
Inquisição chama Goya diante de
Ajuda a aumentar a seu tribunal para um interrogatório
sensação de profundidade e onde deveria responder quem havia
atrai o olhar do espectador encomendado tal obscenidade e
para onde o pintor deseja. quem tinha posado. Goya se nega a
Para onde? Para o rosto da responder às duas perguntas!
modelo. Não parece que
Os quadros foram confiscados, e
ela nos encara?! E que não apenas a maja vestida foi inicialmente
tem vergonha nenhuma de exposta ao público. Bem nesta época
estar peladona!? quando pintava as “majas”, Goya
sofreu uma doença que praticamente
lhe deixou surdo.

Série Viajando na Arte 39


“El dos de mayo de 1808 en Madrid”
“El tres de mayo de 1808 en Madrid” (1814)
Estes quadros mostram dois episódios mostram cara de perplexidade e
ocorridos durante a Guerra da Inde- medo. Não te dá a sensação que até
pendência. Esta guerra aconteceu em os cavalos querem fugir dali!?
1808. O povo espanhol não queria
que Napoleão I colocasse no trono a Na mesma madrugada do dia 3 de
seu irmão José Bonaparte. Por quê? maio, os franceses começaram a
executar os rebeldes em diferentes
Tudo isto começou antes, em 1807. partes da cidade. É o que se vê na
Quando Espanha e França assinaram pintura em frente. Toda a luz do quadro
o Tratado de Fointanebleau. Decidiram vai em direção ao homem com braços
conquistar Portugal e governá-lo em estendidos, de joelhos e com cara de
conjunto. Só que Napoleão decide resignação. Ele se enfrenta naquele
tirar do jogo a Espanha, e convertê- instante à sua execução.
la de certa maneira em sua colônia.
Começa retirando de Espanha todos O artista utiliza duas fontes de luz, o
aqueles que por sangue pudessem que significa isso? Quando um artista
ter direito à reclamar o trono - os pinta, pensa de onde vem a luz, porque
herdeiros reais. O povo fica sabendo esta informação lhe mostra como
dos planos franceses e se amotina deve construir as sombras. Existe
para evitar a retirada de Madri do filho uma fonte de luz no quadro que sai
menor do Rei Carlos IV (lembra do de cima do monte do lado esquerdo,
retrato familiar!?). Isto aconteceu no já que vemos as sombras projetadas
dia 2 de maio, e é este enfrentamento dos executores. E outra fonte de
que você vê na primeira tela. luz que sai de cima dos mesmos
executores. É esta luz que atinge de
Os espanhóis revoltados com as cheio ao homem de joelhos e provoca
pretensões francesas atacam suas as sombras do canto esquerdo do
tropas. Os soldados que levam quadro. Goya utilizou estas 2 fontes
turbantes eram egípcios incorporados de luz para aumentar a dramaticidade
à Guarda Imperial de Napoleão. No do quadro.
centro, um deles está morto em cima
de um cavalo, já meio caído. Olha que Estas duas obras não
louco, mesmo assim o outro homem prestam homenagem a
que está a seu lado continua com
as punhaladas. Goya com isso quer vencedores ou a vencidos.
mostrar a falta de lógica da guerra. Mostram a loucura que
desata a guerra. Uma
Vamos ao fundo. As caras de raiva e loucura que presenciou o
ira da multidão de madrilenhos. Os artista, que nesta época
que estão mais metidos na batalha
morava no centro de Madri.

Série Viajando na Arte 41


todos os demais. É uma
A agonia do artista de se ver metido
no meio da guerra, a hipocrisia da oportunidade para ver
corte, a surdez que lhe abatia, levarão uma pintura que se
Goya a realizar obras mais escuras
e com temas nos quais existe uma encaixa perfeitamente
explosão dos defeitos humanos. São entre a Idade Média
as pinturas negras.
e o Renascimento, e
Se você estiver meio cansado deixe
sobretudo, moralista.
para vê-las depois de passear pelas Mostra onde o homem
obras de nosso próximo artista. Ou
quem sabe chegou a hora de tomar pode chegar ao deixar
algo na cafeteria do museu antes de
continuar teu passeio. que os pecados lhe
conduzam!? Uau!!! Meio
“El dos de mayo macabro, né!? Mas é
de 1808 en Madrid” esta mistura entre o bem
“El tres de mayo
e o mal que é a coisa
en Madrid” (1814) mais legal da obra deste
holandês.

O rei espanhol Felipe II


Imperdível no Prado adorava os quadros de
Bosch. Após sua morte,
comprou vários, e por
isso o Prado possui 7
Bosch foi um artista obras do artista. Levando
único. Pintou seres de sua em consideração, que
própria imaginação, ou apenas se atribuem a
saídos de textos religiosos Bosch entre 30 e 40
e literários. Algumas obras, sete é um número
vezes recebeu o apelido bem alto! Sem contar,
de criador de monstros. que no Prado encontram-
De qualquer maneira, se a maioria das suas
um pintor diferente de obras mais famosas!
Série Viajando na Arte 43

Um passeio pelas obras de


Hieronymus Bosch, na Espanha
conhecido como El Bosco.

“El Jardín de las Delicias” (1500/1505)

Nesta obra, Bosch utiliza um formato Eram abertos para decorar e reforçar o
bem comum na Idade Média, um discurso dos padres durante as missas.
tríptico. Quando está fechado o que Esta obra aberta revela três mundos
vemos é o terceiro dia da Criação bem diferentes. No centro, o jardim
do Mundo, pintado em tons verdes e que dá nome ao quadro. Num princípio
cinzas. Na parte superior esquerda se pode pensar que é um local de
aparece Deus e o escrito: “Ipse dixit amor e diversão, mas em verdade é
et facta sunt, ipse mandavit et creata um engano. Um local de pecado que
sunt” – “Porque Ele disse, e foi feito; vai conduzir o homem ao Inferno. No
Ele mandou, e assim foi”. Normalmente século 13, o poema “Romance da
quando não havia missa, estes trípticos Rosa” falava sobre os jardins do amor.
permaneciam fechados. Lugares de encontros dos amantes.
Portanto, estes jardins são retratos que Mas antes de chegar a este jardim, o
descrevem a vida sexual, ou seja, o homem e a mulher estavam no Paraíso
pecado da Luxúria. da esquerda. Deus estava criando a
mulher e Adão observava sentado.
Basta com observar algumas imagens Neste Éden aparece um elefante, uma
para que possamos entender que relação com a Índia, lugar onde se
Bosch nesta parte central usou como pensava que estava o Paraíso Perdido.
tema este pecado. O ambiente está Mas nem no paraíso, o pessoal tinha
cheio de fontes d´água, rios e um sossego. Os animais estranhos que
estanque. A água estava associada com estão na parte debaixo avisam dos
o amor e os jogos amorosos. No lago perigos que se aproximam.
ao fundo do quadro, nadam homens e
mulheres. Agora observe o estanque Como o homem não segue os
circular mais ou menos no centro. Nele ensinamentos de Cristo e cai nas
vemos apenas mulheres, agora olhe ao tentações deste falso jardim do amor.
redor. Apenas homens circundam este O pecado leva o homem diretinho pro
estanque. Estes homens vão montados Inferno. Bosch pintou outros infernos,
em animais, e a cena das mulheres mas este é o mais perverso. Procure
parece que lhes excita. Por que estão um pássaro azul no lado inferior direito
cavalgando? A ação de cavalgar é uma com uma espécie de vaso verde na
metáfora do ato sexual, e os animais cabeça. Encontrou? O que ele faz?
estavam relacionados com os instintos
mais primitivos do homem. Lembre Come pessoas, e as defeca em um poço
que nesta época, o sexo sem intenção onde outros vomitam e fazem suas
de procriação estava muito mal visto. próprias necessidades. Ao lado deste
Uma mulher começa a sair da água, na monstro podemos ver representados 3
Idade Média se pregava que a mulher pecados capitais:
conduzia o homem à libertinagem, tal
qual Eva fez com Adão. Quer dizer, • O guloso que é obrigado a vomitar
tudo era culpa da mulher! no poço - o pecado da gula.

Algumas mulheres arrancam frutas no • O preguiçoso que recebe a visita de


centro à direita, que era outra metáfora um monstro - o pecado da preguiça.
para o ato sexual. Aparecem muitos • A dama orgulhosa que vê sua
morangos, um padre havia relacionado imagem refletida nas nádegas de
esta fruta com os prazeres passageiros. um monstro - o pecado da Soberbia.
Como é passageira a alegria de todos
aqueles que estão neste jardim, porque No inferno reina um caos louco, onde
à morte lhes espera. Algo pior que a objetos do cotidiano se convertem
morte em si, o Inferno. em instrumentos de tortura.Um

44
exemplo? Os instrumentos musicais
do lado esquerdo. Estes instrumen-
Para saber como são as figuras
tos estavam relacionados com a de Bosch chegue o mais perto
Luxúria porque eram utilizados possível da tela. Parece que
pelos trovadores que viajavam e as figuras humanas são reais?
tocavam nas tabernas e induziam Parece que elas pesam? Esta é
à libertinagem. Tocar o alaúde era uma característica de Bosch, a
uma metáfora para “fazer amor”. maneira que ele constrói estas
figuras esbranquiçadas, meio
Chama atenção este homem meio etéreas, que parecem que não
ovo com corpo de árvore. Há muitas pesam nadica de nada.
teorias sobre ele, em uma delas,
se diz que este homem olha ao
espectador como dizendo: “Você
não escapará!”.

Agora se coloque no lugar


de uma pessoa do século
16, cercada por restrições
religiosas. Imagina como se
sentia ao ver materializado
este Inferno diante de seus
olhos. Um lugar em que
nunca se alcançava a paz,
porque ali ninguém morria,
o sofrimento era eterno!
Cruz credo!!!

“El Jardín de las


Delicias” (1500/1505)

Série Viajando na Arte 45


“La mesa de los pecados capitales” (1480)

46
Esta mesa deve ter sido 4) A soberbia – uma mulher
utilizada como ponto admira seu chapéu e nem se
de apoio para reflexão dá conta que quem segura o
espelho é um diabo.
antes da confissão, tudo
a ver né?! Assim você 5) A ira - dois homens brigam.
podia lembrar se tinha
cometido algum pecado, 6) A avareza - um juiz aceita
subornos.
ao vê-los ilustrados bem
ali na tua frente! 7) A inveja: um pretendente
rejeitado que olha com ciúmes
a seu rival.
Olhe para o centro do quadro, este Na parte superior da mesa, está escri-
círculo do qual saem as linhas to: “Porque é um povo que nada com-
representa o olho de Deus. Na sua preende e não tem visão, porque caso
pupila está Cristo. Ao redor da pupila fossem inteligentes entenderiam isto
se lê: “Atenção, Atenção, Deus vê”. O (o que está na mesa) e se preparariam
que quer dizer nas entrelinhas: “Por para seu fim”.
isso tenha cuidado, principalmente
com os sete pecados capitais”, que Na parte inferior: “Esconderei deles
estão representados na parte mais meu rosto e lhes observarei no mo-
exterior do círculo. Ache o primeiro e mento final”. Este final se representa
depois veja os demais no sentido anti- nos outros 4 círculos dispostos em
horário. cada canto da mesa: a morte, o juízo
final, o céu e o inferno. Possivelmente
1) A gula – dois homens comem estes círculos não foram pintados
loucamente. por Bosch, e sim por seus discípulos
porque a técnica não é tão apurada.
2) A preguiça – um cavaleiro bem
Observe bem e veja esta diferença!
alimentado dorme junto ao
fogo.

3) A luxúria – dois casais de


amantes dentro de uma
cabana.

Série Viajando na Arte 47


“La extracción de la piedra de LA locura” (1490)
Um médico extrai uma pedra da
cabeça de um homem que está preso
na cadeira. A cena é observada por
um monge e uma freira. A retirada da
pedra curaria a pessoa da estupidez, e
provavelmente Bosch quer representar
a prática dos curandeiros.

Na parte de cima há uns escritos,


que dizem: “Mestre, tire-me a pedra,
chamo-me Lubbert Das”. Na literatura
holandesa, o nome Lubbert se utiliza
para indicar aquelas pessoas com alto
grau de estupidez.

O que sai da cabeça do


homem, não é uma pedra,
é uma flor, igual a que está
sobre a mesa.

Não se sabe por que o artista pintou o


funil, o livro sobre a cabeça da freira,
e nem porque ela e o monge estão
na cena.

Série Viajando na Arte 49


“El carro del heno” (1515)

Outro tríptico de Bosch.


Na verdade este quadro
tem duas versões, a
outra também está na
Espanha, no Palácio do
Escorial (bem pertinho de
Madri). O quadro recebe
este nome por causa da
cena central.

50
Uma carroça de feno é seguida por No século 16, empurrar um carro de
um séquito dos mais importantes: feno era uma metáfora para dizer que
um imperador, um papa e cavaleiros alguém estava enganando, ludibriando
(na parte central do lado esquerdo). a outra pessoa. E este engano, leva o
Enquanto isso, as massas arrancam homem para onde?
uns troços de feno ou brigam entre
si. Cristo resignado com o que vê Diretinho para o Inferno, que está
aparece na parte superior da cena. do lado direito. É cruel, mas não tão
Apenas um anjo em cima da carroça cruel como aquele do “Jardim das
percebe sua presença. A multidão não Delícias”. Chama atenção um homem
vê a Cristo, e tampouco que a carroça sobre uma vaca, teria sido tirado de
está sendo conduzida por um exército um texto religioso do século 12, onde
de monstros, em direção ao Inferno. o personagem conta sua passagem
pelo Céu e o Inferno por 3 dias da
A carroça de feno é uma metáfora das mão de um anjo. No Inferno narra
coisas sem valor, mas que os homens que teve que atravessar uma perigosa
dão tanta importância, e que não ponte montado em uma vaca, porque
lhes servirão de nada no Juízo Final. teria roubado um animal de seu
Estas coisas mundanas que levam ao vizinho. Que na ponte se encontravam
pecado. também ladrões de igrejas, daí que
Bosch tenha colocado na mão do
Como por exemplo, o pecado da personagem um cálice eucarístico,
Avareza. Que se representa na parte daqueles utilizados durante as missas.
debaixo da cena. Procure um homem
com chapéu junto a uma bandeira Olhe para a torre que está sendo
com um coração. É um médico que construída, não parece com um rosto
engana ao paciente, algo parecido mutilado, onde as janelas são as
com o quadro anterior da “Extração narinas e a porta é a boca?!
da Pedra”. Dá para perceber que ele
cobrou muito dinheiro, porque seu Do lado oposto, está o Paraíso. Lembra
bolso está cheio de feno. que no “Jardim das Delícias”, no
primeiro plano aparecia a criação da
E lá vem mais pecado da Avareza, mulher? Aqui não, no primeiro plano
olha lá as freiras enchendo de feno vemos a expulsão de Adão e Eva por
um saco enquanto um monge gordo um anjo. Na parte superior Deus, daí
lhes supervisiona. vem a criação da mulher e no centro
o pecado original. Oh, my god, a
O pecado da Luxúria está representado serpente tem cabeça de mulher!
pelos amantes em cima da carroça.
Que leva também um diabo azul, esta
cor representa o engano.

Série Viajando na Arte 51


Que tipo de
O Prado entrada comprar

na hora H Se você quer ver as obras que per-


tencem ao Prado, compre a entrada
para a COLECCIÓN. Seria o acervo do
museu. Mas se já conhece o acervo
e está interessado em algumas das
exposições que na maioria das vezes
Esta parte vai mostram obras emprestadas de ou-
dos serviços e da tras instituições, e até mesmo de
particulares, compre a entrada para
infra-estrutura as EXPOSICIONES TEMPORALES.
que o museu Se quiser ver tanto o acervo como
as exposições temporárias especiais,
oferece. compre a ENTRADA COMBINADA.

Comprando a
entrada por Internet
A única entrada que tem desconto por
Internet é para a coleção. O desconto
é de 1€. No caso das exposições tem-
porárias, muitas vezes eles controlam
o número de pessoas que as visitam
por dia, para não ficar chupando o
dedo sem entrada, o melhor é com-
prá-la antecipadamente. Na hora da
compra deve escolher o horário da
visita. Se vai estar em Madrid vários
dias, pode arriscar comprar a entradas
para as temporárias na própria bilhe-
teria do museu.
52
Série Viajando na Arte 53

Para comprar por Quando o


Internet entre em: museu é grátis
www.entradasprado.com De terça-feira a sábado das
18:00 às 20:00 horas, e
Em setembro de 2011, aos domingos das 17:00 às
valor da entrada: 20:00 horas.
De 10 a 12€. O valor
pode variar dependendo A entrada também é gratuita
da exposição temporária para menores de 18 anos. Os
em cartaz. estudantes que não pertencem à
União Européia, menores de 25
anos, pagam meia entrada.

Os horários do museu
Abre de terça-feira a domingo das
09:00 às 20:00 horas.

Para chegar ao museu


com transporte público
Ônibus: 9, 10, 14, 19, 27, 34, 37
e 45. Metrô: Linha 2 (parada:
Banco de Espanha) e Linha 1
(parada: Atocha).
Serviços Guias de artistas
Há pouco tempo ampliaram o Museu Estão à venda uns pequenos guias
do Prado. Desde então, a maioria dos coloridos, veja os títulos:
serviços estão reunidos na entrada da
Porta dos Jerônimos. Obras-primas do Museu do Prado,
”Bosch e a Pintura Flamenca”,
Lojas e livraria “Tiziano e a Pintura Veneziana”,
“El Greco”, “Velázquez”, “Goya” e
A grande loja do museu fica junto à
“Goya - Pinturas Negras”.
entrada da “Puerta de los Jerónimos”.
Aqui você vai encontrar desde Custam 2€ e são excelentes sou-
pequenos souvenirs até livros hiper venirs. Podem ser adquiridos junto
ultra especializados. Há outras à Porta de Jerônimos ou em cada
pequenas lojas normalmente nas sala onde estão expostas às obras
saídas das exposições temporárias e que tratam os guias, através de
na parte mais antiga do museu. máquinas dispensadoras.
Café-Prado Educação
Na hora do almoço servem um “menu”, Quando entrar pela Porta dos
durante todo o dia funciona como uma Jerônimos vá no balcão da Educa-
cafeteria com alguns pratos quentes. ção. Costumam oferecer atividades
gratuitas, geralmente relacionadas
Audioguia
com as exposições temporárias.
Dá para alugar nos 3 acessos do
museu: Jerônimos, Sala das Musas e Também pode
na Entrada de Goya. Os preços são os encontrar no Prado:
seguintes: Sala de lactância, lugar para trocar
os bebês tanto nos banheiros
Coleção, femininos como nos masculinos,
permanente: 3,50€ empréstimo gratuito de cadeiras
de bebê, assim como de cadeiras
Exposições de roda. Em todos os acessos,
temporárias: 3,50€ encontrará lugar para deixar
casacos, bem como bolsas e
Combinado: mochilas.
Coleção + Exposição
Temporária (1): 5€ Para quem está visitando o Prado
com crianças menores de 8 anos,
Combinado especial: vale a pena passar por algum
Coleção + Exposições ponto de informação e pedir o
Temporárias (2): 6€ “Juego de Pistas”. É gratuito.

Serviço oferecido em espanhol, inglês,


francês, italiano e alemão.
EXPEDIENTE Autora do Guia do Museu do Prado,
Patricia de Camargo é doutora
em turismo cultural e museus.
Escritora de viagens e produtora de
material didático de artes.
Editora dos sites:
www.turomaquia.com
www.artetropia.blogspot.com
www.viajandonaarte.com

Para entrar em contato:


turomaquia@gmail.com ou
contato@viajandonaarte.com

Projeto Gráfico, Diagramação:


ddq design
www.ddq.com.br

Esta é uma publicação dos sites


Turomaquia e Viajando na Arte.
Todos os direitos de edição desta
publicação são reservados à
Turomaquia. É terminantemente
proibido, sem limitações, reproduzir
qualquer material contido
nesta publicação. Informações
atualizadas até agosto de 2011.

Série Viajando na Arte 55


Museu do Prado - Madri

www.turomaquia.com

Você também pode gostar