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a solução para o seu concurso!

SANTOS-SP
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS-
SÃO PAULO

Inspetor de Alunos

EDITAL Nº 20/2023

CÓD: SL-130MA-23
7908433236474
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Ortografia.................................................................................................................................................................................... 7
2. Plural de substantivos e adjetivos. ............................................................................................................................................. 7
3. Conjugação de verbos................................................................................................................................................................. 11
4. Concordância entre adjetivo e substantivo e entre o verbo e seu sujeito.................................................................................. 21
5. Confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas. . ................................................................................................. 22
6. Pontuação................................................................................................................................................................................... 22
7. Compreensão de textos.............................................................................................................................................................. 24
8. Separação silábica. ..................................................................................................................................................................... 29
9. Acentuação. ............................................................................................................................................................................... 29
10. Emprego das classes de palavras (classificação e sentido que imprime às relações entre as orações): substantivo, adjetivo,
numeral, pronome, verbo advérbio, preposição, conjunção...................................................................................................... 30

Matemática
1. Operações com números naturais e fracionários: adição, subtração, multiplicação e divisão. Problemas envolvendo as quatro
operações................................................................................................................................................................................... 47
2. Sistema monetário brasileiro...................................................................................................................................................... 49
3. Regra de três simples.................................................................................................................................................................. 51
4. Porcentagem e juro simples - Resolvendo problemas Sistema Monetário Brasileiro................................................................. 52
5. Sistema Decimal de Medidas: comprimento, superfície, volume, massa, capacidade e tempo (transformação de unidades e
problemas).................................................................................................................................................................................. 55
6. Figuras Geométricas Planas: perímetros e áreas - problemas.................................................................................................... 60

Conhecimentos Básicos de Legislação Municipal


1. Lei Orgânica do Município de Santos (atualizado e/ou alterado)............................................................................................... 71
2. Estatuto dos Funcionários Públicos Municipais de Santos (atualizado e/ou alterado)............................................................... 101

Conhecimentos Específicos
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1. Noções básicas de ética e cidadania........................................................................................................................................... 121
2. A importância do movimento e do posicionamento adequados................................................................................................ 122
3. Estimulação da criança e do adolescente na sua rotina diária................................................................................................... 124
4. Noções básicas de higiene pessoal............................................................................................................................................. 131
5. Cuidados essenciais: alimentação, repouso, higiene e proteção................................................................................................ 136
6. Postura no Ambiente de Trabalho.............................................................................................................................................. 140
7. Trabalho em equipe.................................................................................................................................................................... 142
8. Ética profissional......................................................................................................................................................................... 149

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ÍNDICE

9. Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (LEI 8.069, DE 13.07.1990).................................................................................... 150


10. Noções de primeiros socorros.................................................................................................................................................... 188

Noções de Informática
1. Sistema Operacional Microsoft Windows................................................................................................................................... 209
2. Microsoft Office: Editor de textos Word e Planilha Excel; Microsoft Office (versões 2010, 2013 e/ou 2016)............................ 240
3. Internet e ferramentas................................................................................................................................................................ 281

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LÍNGUA PORTUGUESA

– Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem adjetivos.


ORTOGRAFIA. Exemplo: amazonense, formosa, jocoso.
– Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título ou
nacionalidade. Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holandesa,
— Definições burguês/burguesa.
Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”, – Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”.
“exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar.
dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que
indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refere Porque, Por que, Porquê ou Por quê?
às práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como – Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja,
adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortografia indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto,
são: o emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas, toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de
abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave); que o emprego do porque estará correto. Exemplo: Não choveu,
os sinais de pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e porque/pois nada está molhado.  
decorrentes dessas funções, entre outros.   – Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado
Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”,
a qual recaem, para que palavras com grafia similar possam para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração.
ter leituras diferentes, e, por conseguinte, tenham significados Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do
distintos.  Resumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da cancelamento do show.  
vogal mais aberto), circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz – Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e,
com que o som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase). por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome
O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento
estabelecidos os sinais gráficos e os sons representados por cada do show.  
um dos sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes.   – Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao
As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente.
foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma português Por quê?  
brasileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico.
As possibilidades da vogal Y e das consoantes K e W são, basicamente, Parônimos e homônimos
para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:   – Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na
– Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver
(quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma). (perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e
– Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus apreender (capturar).
derivados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova – Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas
York.   que divergem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e
“gosto” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome
Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos demonstrativo).
do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais
regras:
PLURAL DE SUBSTANTIVOS E ADJETIVOS.
«ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos:
– Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum,
abacaxi.   Substantivo é a palavra que dá nomes aos seres. Inclui os nomes
– Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa. de pessoas, de lugares, coisas, entes de natureza espiritual ou mi-
– Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar. tológica: vegetação, sereia, cidade, anjo, árvore, respeito, criança.
– Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer,
mexerica.    Classificação
- Comuns: nomeiam os seres da mesma espécie. Ex.: menina,
s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos: piano, estrela, rio, animal, árvore.
– Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa, - Próprios: referem-se a um ser em particular. Ex.: Brasil, Améri-
verminose. ca do Norte, Deus, Paulo, Lucélia.

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- Concretos: são aqueles que têm existência própria; são independentes; reais ou imaginários. Ex.: mãe, mar, água, anjo, alma, Deus,
vento, saci.
- Abstrato: são os que não têm existência própria; depende sempre de um ser para existir. Designam qualidades, sentimentos, ações,
estados dos seres: dor, doença, amor, fé, beijo, abraço, juventude, covardia. Ex.: É necessário alguém ser ou estar triste para a tristeza
manifestar-se.

Formação
- Simples: são aqueles formados por apenas um radical: chuva, tempo, sol, guarda.
- Compostos: são os que são formados por mais de dois radicais: guarda-chuva, girassol, água-de-colônia.
- Primitivos: são os que não derivam de outras palavras; vieram primeiro, deram origem a outras palavras. Ex.: ferro, Pedro, mês, queijo.
- Derivados: são formados de outra palavra já existente; vieram depois. Ex.: ferradura, pedreiro, mesada, requeijão.
- Coletivos: os substantivos comuns que, mesmo no singular, designam um conjunto de seres de uma mesma espécie. Ex.:

Álbum de fotografias Colmeia de abelhas


Alcateia de lobos Concílio de bispos em assembleia
Antologia de textos escolhidos Conclave de cardeais
Arquipélago ilhas Cordilheira de montanhas

Reflexão do Substantivo
Os substantivos apresentam variações ou flexões de gênero (masculino/feminino), de número (plural/singular) e de grau (aumentati-
vo/diminutivo).

Gênero (masculino/feminino)
Na língua portuguesa há dois gêneros: masculino e feminino. A regra para a flexão do gênero é a troca de o por a, ou o acréscimo da
vogal a, no final da palavra: mestre, mestra.

Formação do Feminino
O feminino se realiza de três modos:
- Flexionando-se o substantivo masculino: filho, filha / mestre, mestra / leão, leoa;
- Acrescentando-se ao masculino a desinência “a” ou um sufixo feminino: autor, autora / deus, deusa / cônsul, consulesa / cantor,
cantora / reitor, reitora.
- Utilizando-se uma palavra feminina com radical diferente: pai, mãe / homem, mulher / boi, vaca / carneiro, ovelha / cavalo, égua.

Substantivos Uniformes
- Epicenos: designam certos animais e têm um só gênero, quer se refiram ao macho ou à fêmea. – jacaré macho ou fêmea / a cobra
macho ou fêmea.
- Comuns de dois gêneros: apenas uma forma e designam indivíduos dos dois sexos. São masculinos ou femininos. A indicação do sexo
é feita com uso do artigo masculino ou feminino: o, a intérprete / o, a colega / o, a médium / o, a pianista.
- Sobrecomuns: designam pessoas e têm um só gênero para homem ou a mulher: a criança (menino, menina) / a testemunha (homem,
mulher) / o cônjuge (marido, mulher).

Alguns substantivos que mudam de sentido, quando se troca o gênero:


o lotação (veículo) - a lotação (efeito de lotar);
o capital (dinheiro) - a capital (cidade);
o cabeça (chefe, líder) - a cabeça (parte do corpo);
o guia (acompanhante) - a guia (documentação).

São masculinos: o eclipse, o dó, o dengue (manha), o champanha, o soprano, o clã, o alvará, o sanduíche, o clarinete, o Hosana, o
espécime, o guaraná, o diabete ou diabetes, o tapa, o lança-perfume, o praça (soldado raso), o pernoite, o formicida, o herpes, o sósia, o
telefonema, o saca-rolha, o plasma, o estigma.

São femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a aluvião, a análise, a cal, a gênese, a entorse, a faringe, a cólera (doença), a cataplasma,
a pane, a mascote, a libido (desejo sexual), a rês, a sentinela, a sucuri, a usucapião, a omelete, a hortelã, a fama, a Xerox, a aguardente.

Número (plural/singular)
Acrescentam-se:
- S – aos substantivos terminados em vogal ou ditongo: povo, povos / feira, feiras / série, séries.
- S – aos substantivos terminados em N: líquen, liquens / abdômen, abdomens / hífen, hífens. Também: líquenes, abdômenes, hífenes.
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- ES – aos substantivos terminados em R, S, Z: cartaz, cartazes - verbo + substantivo: saca-rolha = saca-rolhas / arranha-céu
/ motor, motores / mês, meses. Alguns terminados em R mudam = arranha-céus / bate-bola = bate-bolas / guarda-roupa = guarda-
sua sílaba tônica, no plural: júnior, juniores / caráter, caracteres / -roupas / guarda-sol = guarda-sóis.
sênior, seniores. - elemento invariável + palavra variável: sempre-viva = sem-
- IS – aos substantivos terminados em al, el, ol, ul: jornal, jornais pre-vivas / abaixo-assinado = abaixo-assinados / recém-nascido =
/ sol, sóis / túnel, túneis / mel, meles, méis. Exceções: mal, males / recém-nascidos / ex-marido = ex-maridos / autoescola = autoesco-
cônsul, cônsules / real, reais. las.
- ÃO – aos substantivos terminados em ão, acrescenta S: cida- - palavras repetidas: o reco-reco = os reco-recos / o tico-tico =
dão, cidadãos / irmão, irmãos / mão, mãos. os tico-ticos / o corre-corre = os corre-corres.
- substantivo composto de três ou mais elementos não ligados
Trocam-se: por preposição: o bem-me-quer = os bem-me-queres / o bem-te-vi
- ão por ões: botão, botões / limão, limões / portão, portões / = os bem-te-vis / o fora-da-lei = os fora-da-lei / o ponto-e-vírgula =
mamão, mamões. os ponto e vírgulas / o bumba meu boi = os bumba meu bois.
- ão por ãe: pão, pães / charlatão, charlatães / alemão, alemães - quando o primeiro elemento for: grão, grã (grande), bel: grão-
/ cão, cães. -duque = grão-duques / grã-cruz = grã-cruzes / bel-prazer = bel-pra-
- il por is (oxítonas): funil, funis / fuzil, fuzis / canil, canis / pernil, zeres.
pernis.
- por eis (paroxítonas): fóssil, fósseis / réptil, répteis / projétil, Somente o primeiro elemento vai para o plural:
projéteis.
- m por ns: nuvem, nuvens / som, sons / vintém, vinténs / atum, - substantivo + preposição + substantivo: água de colônia =
atuns. águas-de-colônia / mula-sem-cabeça = mulas-sem-cabeça / pão-
- zito, zinho - 1º coloca-se o substantivo no plural: balão, balões. -de-ló = pães-de-ló / sinal-da-cruz = sinais-da-cruz.
2º elimina-se o S + zinhos. - quando o segundo elemento limita o primeiro ou dá ideia de
Balão – balões – balões + zinhos: balõezinhos. tipo, finalidade: samba-enredo = sambas-enredo / pombo-correio
Papel – papéis – papel + zinhos: papeizinhos. = pombos-correio / salário-família = salários-família / banana-maçã
Cão – cães - cãe + zitos: Cãezitos. = bananas-maçã / vale-refeição = vales-refeição (vale = ter valor de,
substantivo+especificador)
Alguns substantivos terminados em X são invariáveis (valor fo-
nético = cs): os tórax, os tórax / o ônix, os ônix / a fênix, as fênix / Os dois elementos ficam invariáveis quando houver:
uma Xerox, duas Xerox / um fax, dois fax.
- verbo + advérbio: o ganha-pouco = os ganha-pouco / o cola-
Substantivos terminados em ÃO com mais de uma forma no -tudo = os cola-tudo / o bota-fora = os bota-fora
plural: - os compostos de verbos de sentido oposto: o entra-e-sai = os
aldeão, aldeões, aldeãos; entra-e-sai / o leva-e-traz = os leva-e-traz / o vai-e-volta = os vai-e-
verão, verões, verãos; -volta.
anão, anões, anãos;
guardião, guardiões, guardiães; Os dois elementos, vão para o plural:
corrimão, corrimãos, corrimões;
ancião, anciões, anciães, anciãos; - substantivo + substantivo: decreto-lei = decretos-leis / abelha-
ermitão, ermitões, ermitães, ermitãos. -mestra = abelhas-mestras / tia-avó = tias-avós / tenente-coronel =
tenentes-coronéis / redator-chefe = redatores-chefes.
Metafonia - apresentam o “o” tônico fechado no singular e - substantivo + adjetivo: amor-perfeito = amores-perfeitos / ca-
aberto no plural: caroço (ô), caroços (ó) / imposto (ô), impostos (ó). pitão-mor = capitães-mores / carro-forte = carros-fortes / obra-pri-
ma = obras-primas / cachorro-quente = cachorros-quentes.
Substantivos que mudam de sentido quando usados no plural: - adjetivo + substantivo: boa-vida = boas-vidas / curta-metra-
Fez bem a todos (alegria); Houve separação de bens. (Patrimônio); gem = curtas-metragens / má-língua = más-línguas /
Conferiu a féria do dia. (Salário); As férias foram maravilhosas. (Des- - numeral ordinal + substantivo: segunda-feira = segundas-fei-
canso). ras / quinta-feira = quintas-feiras.

Substantivos empregados somente no plural: Arredores, be- Composto com a palavra guarda só vai para o plural se for
las-artes, bodas (ô), condolências, cócegas, costas, exéquias, férias, pessoa: guarda-noturno = guardas-noturnos / guarda-florestal =
olheiras, fezes, núpcias, óculos, parabéns, pêsames, viveres, idos, guardas-florestais / guarda-civil = guardas-civis / guarda-marinha =
afazeres, algemas. guardas-marinha.

Plural dos Substantivos Compostos Plural dos nomes próprios personalizados: os Almeidas / os Oli-
veiras / os Picassos / os Mozarts / os Kennedys / os Silvas.
Somente o segundo (ou último) elemento vai para o plural:
Plural das siglas, acrescenta-se um s minúsculo: CDs / DVDs /
- palavra unida sem hífen: pontapé = pontapés / girassol = gi- ONGs / PMs / Ufirs.
rassóis / autopeça = autopeças.
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Grau (aumentativo/diminutivo) - eruditos: significa “relativo a”, “próprio de”, “da cor de”, “se-
Os substantivos podem ser modificados a fim de exprimir inten- melhante a”. Exemplos: açúcar - sacarino; águia - aquilino; anel -
sidade, exagero ou diminuição. A essas modificações é que damos o anular; astro - sideral; fogo - ígneo; guerra - bélico;homem - viril.
nome de grau do substantivo. Os graus aumentativos e diminutivos
são formados por dois processos: Locução Adjetiva: é a expressão que tem o mesmo valor de um
adjetivo. É formada por preposição + um substantivo. Vejamos al-
- Sintético: com o acréscimo de um sufixo aumentativo ou dimi- gumas locuções adjetivas:
nutivo: peixe – peixão; peixe-peixinho; sufixo inho ou isinho.
Angelical de anjo Etário de idade
- Analítico: formado com palavras de aumento: grande, enor-
me, imensa, gigantesca (obra imensa / lucro enorme / carro grande Abdominal de abdômen Fabril de fábrica
/ prédio gigantesco); e formado com as palavras de diminuição (di- Apícola de abelha Filatélico de selos
minuto, pequeno, minúscula, casa pequena, peça minúscula, saia
diminuta). Aquilino de águia Urbano da cidade

- Sem falar em aumentativo e diminutivo alguns substantivos Flexões do Adjetivo


exprimem também desprezo, crítica, indiferença em relação a cer- Como palavra variável, sofre flexões de gênero, número e grau:
tas pessoas e objetos: gentalha, mulherengo, narigão, gentinha,
coisinha, povinho, livreco. Gênero
- Já alguns diminutivos dão ideia de afetividade: filhinho, Toni-
nho, mãezinha. - uniformes: têm forma única para o masculino e o feminino.
- Em consequência do dinamismo da língua, alguns substantivos Funcionário incompetente = funcionária incompetente.
no grau diminutivo e aumentativo adquiriram um significado novo: - biformes: troca-se a vogal “o” pela vogal “a” ou com o acrés-
portão, cartão, fogão, cartilha, folhinha (calendário). cimo da vogal “a” no final da palavra: ator famoso = atriz famosa /
- As palavras proparoxítonas e as palavras terminadas em síla- jogador brasileiro = jogadora brasileira.
bas nasal, ditongo, hiato ou vogal tônica recebem o sufixo zinho(a):
lâmpada (proparoxítona) = lampadazinha; irmão (sílaba nasal) = Os adjetivos compostos recebem a flexão feminina apenas no
irmãozinho; herói (ditongo) = heroizinho; baú (hiato) = bauzinho; segundo elemento: sociedade luso-brasileira / festa cívico-religiosa
café (voga tônica) = cafezinho. / são – sã.
- As palavras terminadas em s ou z, ou em uma dessas consoan- Às vezes, os adjetivos são empregados como substantivos ou
tes seguidas de vogal recebem o sufixo inho: país = paisinho; rapaz como advérbios: Agia como um ingênuo. (adjetivo como substanti-
= rapazinho; rosa = rosinha; beleza = belezinha. vo: acompanha um artigo). A cerveja que desce redondo. (adjetivo
- Há ainda aumentativos e diminutivos formados por prefixação: como advérbio: redondamente).
minissaia, maxissaia, supermercado, minicalculadora.
Número
Adjetivo
O plural dos adjetivos simples flexiona de acordo com o subs-
Adjetivo é a palavra variável em gênero, número e grau que tantivo a que se referem: menino chorão = meninos chorões / garo-
modifica um substantivo, atribuindo-lhe uma qualidade, estado, ou ta sensível = garotas sensíveis.
modo de ser: laranjeira florida; céu azul; mau tempo. Os adjetivos
classificam-se em: - quando os dois elementos formadores são adjetivos, só o se-
- simples: apresentam um único radical, uma única palavra em gundo vai para o plural: questões político-partidárias, olhos casta-
sua estrutura: alegre, medroso, simpático. nho-claros, senadores democrata-cristãos.
- compostos: apresentam mais de um radical, mais de duas pa- - composto formado de adjetivo + substantivo referindo-se a co-
lavras em sua estrutura: estrelas azul-claras; sapatos marrom-es- res, o adjetivo cor e o substantivo permanecem invariáveis, não vão
curos. para o plural: terno azul-petróleo = ternos azul-petróleo (adjetivo
- primitivos: são os que vieram primeiro; dão origem a outras azul, substantivo petróleo); saia amarelo-canário = saias amarelo-
palavras: atual, livre, triste, amarelo, brando. -canário (adjetivo, amarelo; substantivo canário).
- derivados: são aqueles formados por derivação, vieram depois - as locuções adjetivas formadas de cor + de + substantivo, fi-
dos primitivos: amarelado, ilegal, infeliz, desconfortável. cam invariáveis: papel cor-de-rosa = papéis cor-de-rosa / olho cor-
- pátrios: indicam procedência ou nacionalidade, referem-se a -de-mel = olhos cor-de-mel.
cidades, estados, países. Amapá: amapaense; Amazonas: amazo- - são invariáveis os adjetivos raios ultravioleta / alegrias sem-
nense ou baré; Anápolis: anapolino; Angra dos Reis: angrense; Ara- -par, piadas sem-sal.
cajú: aracajuano ou aracajuense; Bahia: baiano.
Grau
Pode-se utilizar os adjetivos pátrios compostos, como: afro-
-brasileiro; Anglo-americano, franco-italiano, sino-japonês (China O grau do adjetivo exprime a intensidade das qualidades dos
e Japão); Américo-francês; luso-brasileira; nipo-argentina (Japão e seres. O adjetivo apresenta duas variações de grau: comparativo e
Argentina); teuto-argentinos (alemão). superlativo.

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O grau comparativo é usado para comparar uma qualidade entre dois ou mais seres, ou duas ou mais qualidades de um mesmo ser.
Pode ser de igualdade, de superioridade e de inferioridade:

- de igualdade: iguala duas coisas ou duas pessoas: Sou tão alto quão / quanto / como você. (As duas pessoas têm a mesma altura)

- de superioridade: iguala duas pessoas / coisas sendo que uma é mais do que a outra: Minha amiga Manu é mais elegante do que /
que eu. (Das duas, a Manu é mais) Podem ser:
Analítico: mais bom / mais mau / mais grande / mais pequeno: O salário é mais pequeno do que justo (salário pequeno e justo). Quan-
do comparamos duas qualidades de um mesmo ser, podemos usar as formas: mais grande, mais mau, mais bom, mais pequeno.
Em comparação de qualidades ou atributos, use mais bom, mais mau: O homem é mais bom que mau.
O mesmo vale para grande e pequeno. Use mais grande e mais pequeno, em vez de maior e menor, em casos como: A cidade é mais
pequena que grande (e não menor que maior).1
Sintético: bom, melhor / mau, pior / grande, maior / pequeno, menor: Esta sala é melhor do que / que aquela.

- de inferioridade: um elemento é menor do que outro: Somos menos passivos do que / que tolerantes.

O grau superlativo apresenta característica intensificada. Pode ser absoluto ou relativo:

- Absoluto: atribuída a um só ser; de forma absoluta. Pode ser:


Analítico: advérbio de intensidade muito, intensamente, bastante, extremamente, excepcionalmente + adjetivo (Nicola é extremamen-
te simpático).
Sintético: adjetivo + issimo, imo, ílimo, érrimo (Minha comadre Mariinha é agradabilíssima).

- o sufixo -érrimo é restrito aos adjetivos latinos terminados em r; pauper (pobre) = paupérrimo; macer (magro) = macérrimo;
- forma popular: radical do adjetivo português + íssimo (pobríssimo);
- adjetivos terminados em vel + bilíssimo: amável = amabilíssimo;
- adjetivos terminados em eio formam o superlativo apenas com i: feio = feíssimo / cheio = cheíssimo.
- os adjetivos terminados em io forma o superlativo em iíssimo: sério = seriíssimo / necessário = necessariíssimo / frio = friíssimo.

Usa-se também, no superlativo:

- prefixos: maxinflação / hipermercado / ultrassonografia / supersimpática.


- expressões: suja à beça / pra lá de sério / duro que nem sola / podre de rico / linda de morrer / magro de dar pena.
- adjetivos repetidos: fofinho, fofinho (=fofíssimo) / linda, linda (=lindíssima).
- diminutivo ou aumentativo: cheinha / pequenininha / grandalhão / gostosão / bonitão.
- linguagem informal, sufixo érrimo, em vez de íssimo: chiquérrimo, chiquetérrimo, elegantérrimo.

- Relativo: ressalta a qualidade de um ser entre muitos, com a mesma qualidade. Pode ser:
De Superioridade: Wilma é a mais prendada de todas as suas amigas. (Ela é a mais de todas)
De Inferioridade: Paulo César é o menos tímido dos filhos.

CONJUGAÇÃO DE VERBOS.

Emprego dos Tempos do Indicativo


- Presente do Indicativo: para enunciar um fato momentâneo. Ex.: Estou feliz hoje. Para expressar um fato que ocorre com frequência.
Ex.: Eu almoço todos os dias na casa de minha mãe. Na indicação de ações ou estados permanentes, verdades universais. Ex.: A água é
incolor, inodora, insípida.
- Pretérito Imperfeito: para expressar um fato passado, não concluído. Ex.: Nós comíamos pastel na feira; Eu cantava muito bem.
- Pretérito Perfeito: é usado na indicação de um fato passado concluído. Ex.: Cantei, dancei, pulei, chorei, dormi...
- Pretérito Mais-Que-Perfeito: expressa um fato passado anterior a outro acontecimento passado. Ex.: Nós cantáramos no congresso
de música.
- Futuro do Presente: na indicação de um fato realizado num instante posterior ao que se fala. Ex.: Cantarei domingo no coro da igreja
matriz.
- Futuro do Pretérito: para expressar um acontecimento posterior a um outro acontecimento passado. Ex.: Compraria um carro se
tivesse dinheiro

1 https://www12.senado.leg.br/manualdecomunicacao/redacao-e-estilo/estilo/mais-bom-mais-mau.
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1ª Conjugação: -AR
Presente: danço, danças, dança, dançamos, dançais, dançam.
Pretérito Perfeito: dancei, dançaste, dançou, dançamos, dançastes, dançaram.
Pretérito Imperfeito: dançava, dançavas, dançava, dançávamos, dançáveis, dançavam.
Pretérito Mais-Que-Perfeito: dançara, dançaras, dançara, dançáramos, dançáreis, dançaram.
Futuro do Presente: dançarei, dançarás, dançará, dançaremos, dançareis, dançarão.
Futuro do Pretérito: dançaria, dançarias, dançaria, dançaríamos, dançaríeis, dançariam.

2ª Conjugação: -ER
Presente: como, comes, come, comemos, comeis, comem.
Pretérito Perfeito: comi, comeste, comeu, comemos, comestes, comeram.
Pretérito Imperfeito: comia, comias, comia, comíamos, comíeis, comiam.
Pretérito Mais-Que-Perfeito: comera, comeras, comera, comêramos, comêreis, comeram.
Futuro do Presente: comerei, comerás, comerá, comeremos, comereis, comerão.
Futuro do Pretérito: comeria, comerias, comeria, comeríamos, comeríeis, comeriam.

3ª Conjugação: -IR
Presente: parto, partes, parte, partimos, partis, partem.
Pretérito Perfeito: parti, partiste, partiu, partimos, partistes, partiram.
Pretérito Imperfeito: partia, partias, partia, partíamos, partíeis, partiam.
Pretérito Mais-Que-Perfeito: partira, partiras, partira, partíramos, partíreis, partiram.
Futuro do Presente: partirei, partirás, partirá, partiremos, partireis, partirão.
Futuro do Pretérito: partiria, partirias, partiria, partiríamos, partiríeis, partiriam.

Emprego dos Tempos do Subjuntivo


- Presente: é empregado para indicar um fato incerto ou duvidoso, muitas vezes ligados ao desejo, à suposição. Ex.: Duvido de que
apurem os fatos; Que surjam novos e honestos políticos.
- Pretérito Imperfeito: é empregado para indicar uma condição ou hipótese. Ex.: Se recebesse o prêmio, voltaria à universidade.
- Futuro: é empregado para indicar um fato hipotético, pode ou não acontecer. Quando você fizer o trabalho, será generosamente
gratificado.

1ª Conjugação –AR
Presente: que eu dance, que tu dances, que ele dance, que nós dancemos, que vós danceis, que eles dancem.
Pretérito Imperfeito: se eu dançasse, se tu dançasses, se ele dançasse, se nós dançássemos, se vós dançásseis, se eles
dançassem.
Futuro: quando eu dançar, quando tu dançares, quando ele dançar, quando nós dançarmos, quando vós dançardes, quando
eles dançarem.

2ª Conjugação -ER
Presente: que eu coma, que tu comas, que ele coma, que nós comamos, que vós comais, que eles comam.
Pretérito Imperfeito: se eu comesse, se tu comesses, se ele comesse, se nós comêssemos, se vós comêsseis, se eles co-
messem.
Futuro: quando eu comer, quando tu comeres, quando ele comer, quando nós comermos, quando vós comerdes, quando eles
comerem.

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3ª conjugação – IR
Presente: que eu parta, que tu partas, que ele parta, que nós partamos, que vós partais, que eles partam.
Pretérito Imperfeito: se eu partisse, se tu partisses, se ele partisse, se nós partíssemos, se vós partísseis, se eles partissem.
Futuro: quando eu partir, quando tu partires, quando ele partir, quando nós partirmos, quando vós partirdes, quando eles par-
tirem.

Emprego do Imperativo

Imperativo Afirmativo
- Não apresenta a primeira pessoa do singular.
- É formado pelo presente do indicativo e pelo presente do subjuntivo.
- O Tu e o Vós saem do presente do indicativo sem o “s”.
- O restante é cópia fiel do presente do subjuntivo.

Presente do Indicativo: eu amo, tu amas, ele ama, nós amamos, vós amais, eles amam.
Presente do subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele ame, que nós amemos, que vós ameis, que eles amem.
Imperativo afirmativo: ama tu, ame ele, amemos nós, amai vós, amem vocês.

Imperativo Negativo
- É formado através do presente do subjuntivo sem a primeira pessoa do singular.
- Não retira os “s” do tu e do vós.

Presente do Subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele ame, que nós amemos, que vós ameis, que eles amem.
Imperativo negativo: não ames tu, não ame você, não amemos nós, não ameis vós, não amem vocês.

Além dos três modos citados (Indicativo, Subjuntivo e Imperativo), os verbos apresentam ainda as formas nominais: infinitivo – impes-
soal e pessoal, gerúndio e particípio.

Infinitivo Impessoal2
Quando se diz que um verbo está no infinitivo impessoal, isso significa que ele apresenta sentido genérico ou indefinido, não relacio-
nado a nenhuma pessoa, e sua forma é invariável. Assim, considera-se apenas o processo verbal. Ex.: Amar é sofrer.
Podendo ter valor e função de substantivo. Ex.: Viver é lutar. (= vida é luta); É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Ex.: É preciso ler este livro;
Era preciso ter lido este livro.
Observe que, embora não haja desinências para a 1ª e 3ª pessoas do singular (cujas formas são iguais às do infinitivo impessoal), elas
não deixam de referir-se às respectivas pessoas do discurso (o que será esclarecido apenas pelo contexto da frase). Ex.: Para ler melhor, eu
uso estes óculos. (1ª pessoa); Para ler melhor, ela usa estes óculos. (3ª pessoa)

O infinitivo impessoal é usado:


- Quando apresenta uma ideia vaga, genérica, sem se referir a um sujeito determinado. Ex. Querer é poder. Fumar prejudica a saúde.
É proibido colar cartazes neste muro.
- Quando tem valor de Imperativo. Ex. Soldados, marchar! (= Marchai!) Esquerda, volver!
- Quando é regido de preposição (geralmente precedido da preposição “de”) e funciona como complemento de um substantivo, ad-
jetivo ou verbo da oração anterior. Ex.: Eles não têm o direito de gritar assim. As meninas foram impedidas de participar do jogo. Eu os
convenci a aceitar.

No entanto, na voz passiva dos verbos “contentar”, “tomar” e “ouvir”, por exemplo, o Infinitivo (verbo auxiliar) deve ser flexionado.
Exs.:
Eram pessoas difíceis de serem contentadas.
Aqueles remédios são ruins de serem tomados.
Os jogos que você me emprestou são agradáveis de serem jogados.

- Nas locuções verbais. Ex.: Queremos acordar bem cedo amanhã. Eles não podiam reclamar do colégio. Vamos pensar no seu caso.
- Quando o sujeito do infinitivo é o mesmo do verbo da oração anterior. Ex. Eles foram condenados a pagar pesadas multas. Devemos
sorrir ao invés de chorar. Tenho ainda alguns livros por (para) publicar.

2 https://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf69.php
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Observação: quando o infinitivo preposicionado, ou não, preceder ou estiver distante do verbo da oração principal (verbo regente),
pode ser flexionado para melhor clareza do período e também para se enfatizar o sujeito (agente) da ação verbal. Exs.:
Na esperança de sermos atendidos, muito lhe agradecemos.
Foram dois amigos à casa de outro, a fim de jogarem futebol.
Para estudarmos, estaremos sempre dispostos.
Antes de nascerem, já estão condenadas à fome muitas crianças.

- Com os verbos causativos “deixar”, “mandar” e “fazer” e seus sinônimos que não formam locução verbal com o infinitivo que os
segue. Ex.: Deixei-os sair cedo hoje.
- Com os verbos sensitivos “ver”, “ouvir”, “sentir” e sinônimos, deve-se também deixar o infinitivo sem flexão. Ex.: Vi-os entrar atrasa-
dos. Ouvi-as dizer que não iriam à festa.

Infinitivo Pessoal
É o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desinências, assumindo a mesma
forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2ª pessoa do singular: radical + ES. Ex.: teres (tu)
1ª pessoa do plural: radical + mos. Ex.: termos (nós)
2ª pessoa do plural: radical + dês. Ex.: terdes (vós)
3ª pessoa do plural: radical + em. Ex.: terem (eles)

Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

Quando se diz que um verbo está no infinitivo pessoal, isso significa que ele atribui um agente ao processo verbal, flexionando-se.
O infinitivo deve ser flexionado nos seguintes casos:

- Quando o sujeito da oração estiver claramente expresso. Exs.:


Se tu não perceberes isto...
Convém vocês irem primeiro.
O bom é sempre lembrarmos (sujeito desinencial, sujeito implícito = nós) desta regra.

- Quando tiver sujeito diferente daquele da oração principal. Exs.:


O professor deu um prazo de cinco dias para os alunos estudarem bastante para a prova.
Perdoo-te por me traíres.
O hotel preparou tudo para os turistas ficarem à vontade.
O guarda fez sinal para os motoristas pararem.

- Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na terceira pessoa do plural). Exs.:


Faço isso para não me acharem inútil.
Temos de agir assim para nos promoverem.
Ela não sai sozinha à noite a fim de não falarem mal da sua conduta.

- Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação. Exs.:


Vi os alunos abraçarem-se alegremente.
Fizemos os adversários cumprimentarem-se com gentileza.
Mandei as meninas olharem-se no espelho.

Gerúndio
Pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Ex.: Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (Função de advérbio); Nas ruas, havia crianças
vendendo doces. (Função adjetivo)
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta, uma ação concluída. Ex.: Trabalhando, aprenderás o
valor do dinheiro; Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.

Particípio
Quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o resultado de uma ação terminada,
flexionando-se em gênero, número e grau. Ex.: Terminados os exames, os candidatos saíram. Quando o particípio exprime somente es-
tado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo (adjetivo verbal). Ex.: Ela foi a aluna escolhida para
representar a escola.

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1ª Conjugação –AR
Infinitivo Impessoal: dançar.
Infinitivo Pessoal: dançar eu, dançares tu; dançar ele, dançarmos nós, dançardes vós, dançarem eles.
Gerúndio: dançando.
Particípio: dançado.

2ª Conjugação –ER
Infinitivo Impessoal: comer.
Infinitivo pessoal: comer eu, comeres tu, comer ele, comermos nós, comerdes vós, comerem eles.
Gerúndio: comendo.
Particípio: comido.

3ª Conjugação –IR
Infinitivo Impessoal: partir.
Infinitivo pessoal: partir eu, partires tu, partir ele, partirmos nós, partirdes vós, partirem eles.
Gerúndio: partindo.
Particípio: partido.

Verbos Auxiliares
Ser
Modo Indicativo

Pretérito Pretérito
Pretérito
Presente Perfeito Perf.
Imperfeito
Simples Composto
Eu sou era fui tenho sido
Tu és eras foste tens sido
Ele é era foi tem sido
Nós somos éramos fomos temos sido
Vós sois éreis fostes tendes sido
Eles são eram foram têm sido

Futuro do Futuro do Pretérito Futuro


Pret. Mais que Perfei- Pret. Mais que Perfeito
Pretérito Composto do Presente
to Simples Composto
Simples
Eu fora tinha sido seria terei sido serei
Tu foras tinhas sido serias terias sido serás
Ele fora tinha sido seria teria sido será
Nós fôramos tínhamos sido seríamos teríamos sido seremos
Vós fôreis tínheis sido seríeis teríeis sido sereis
Eles foram tinham sido seriam teriam sido serão

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Modo Subjuntivo

Pretérito Pretérito Mais que Futuro


Presente Futuro Simples
Imperfeito Perfeito Composto Composto
Eu Que eu seja Se eu fosse Se eu tivesse sido Quando eu for Quando eu tiver sido
Tu Que tu sejas Se tu fosses Se tu tivesses sido Quando tu fores Quando tu tiveres sido
Ele Que ele seja Se ele fosse Ser ele tivesse sido Quando ele for Quando ele tiver sido
Quando nós tivermos
Nós Que nós sejamos Se nós fôssemos Se nós tivéssemos sido Quando nós formos
sido
Quando vós tiverdes
Vós Que vós sejais Se vós fôsseis Se vós tivésseis sido Quando vós fordes
sido
Quando eles tiverem
Eles Que eles sejam Se eles fossem Se eles tivessem sido Quando eles forem
sido

Modo Imperativo

Imperativo Imperativo Infinitivo


Afirmativo Negativo Pessoal
Eu ------ ------ Por ser eu
Tu Sê tu Não sejas tu Por seres tu
Ele Seja ele Não sejas ele Por ser ele
Nós Sejamos nós Não sejamos nós Por sermos nós
Vós Sedes vós Não sejais vós Por serdes vós
Eles Sejam eles Não sejam eles Por serem eles

Formas Nominais
- Infinitivo: ser
- Gerúndio: sendo
- Particípio: sido

Estar
Modo Indicativo

Pretérito Pretérito Perf. Pretérito Perf.


Presente
Imperfeito Simples Composto
Eu estou estava estive tenho estado
Tu estás estavas estiveste tens estado
Ele está estava esteve tem estado
Nós estamos estávamos estivemos temos estado
Vós estais estáveis estivestes tendes estado
Eles estão estavam estiveram têm estado

Pret. Mais que Perfeito Pret. Mais que Perfeito Com- Futuro do Presente Futuro do Presente
Simples posto Simples Composto
Eu estivera tinha estado estarei terei estado
Tu estiveras tinhas estado estarás terás estado
Ele estivera tinha estado estará terá estado
Nós estivéramos tínhamos estado estaremos teremos estado
Vós estivéreis tínheis estado estareis tereis estado
Eles estiveram tinham estado estarão terão estado

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Futuro do Pret. Simples Futuro do Pret. Composto


Eu estaria teria estado
Tu estarias terias estado
Ele estaria teria estado
Nós estaríamos teríamos estado
Vós estaríeis teríeis estado
Eles estariam teriam estado

Modo Subjuntivo

Pretérito Pretérito Mais que Per- Futuro


Presente Futuro Simples
Imperfeito feito Composto Composto
Eu Que eu esteja Se eu estivesse Se eu tivesse estado Quando eu estiver Quando eu tiver estado
Tu Que tu estejas Se tu estivesses Se tu tivesses estado Quando tu estiveres Quando tu tiveres estado
Ele Que ele esteja Se ele estivesse Ser ele tivesse estado Quando ele estiver Quando ele tiver estado
Se nós estivés- Quando nós estiver-
Nós Que nós estejamos Se nós tivéssemos estado Quando nós tivermos estado
semos mos
Vós Que vós estejais Se vós estivésseis Se vós tivésseis estado Quando vós estiverdes Quando vós tiverdes estado
Se eles estives-
Eles Que eles estejam Se eles tivessem estado Quando eles estiverem Quando eles tiverem estado
sem

Modo Imperativo

Imperativo Imperativo Infinitivo


Afirmativo Negativo Pessoal
Eu ----- ------ Por estar eu
Tu está tu Não estejas tu Por estares tu
Ele esteja ele Não esteja ele Por estar ele
Nós estejamos nós Não estejamos nós Por estarmos nós
Vós estai vós Não estejais vós Por estardes vós
Eles estejam eles Não estejam eles Por estarem eles

Formas Nominais
- Infinitivo: estar
- Gerúndio: estando
- Particípio: estado

Ter
Modo Indicativo

Pretérito Pretérito
Pretérito
Presente Perfeito Perf.
Imperfeito
Simples Composto
Eu tenho tinha tive tenho tido
Tu tens tinhas tiveste tens tido
Ele tem tinha teve tem tido
Nós temos tínhamos tivemos temos tido
Vós tendes tínheis tivestes tendes tido
Eles têm tinham tiveram têm tido

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Pret. Mais que Perfeito


Pret. Mais que Perfeito Composto Futuro do Presente Simples
Simples
Eu tivera tinha tido terei
Tu tiveras tinhas tido terás
Ele tivera tinha tido terá
Nós tivéramos tínhamos tido teremos
Vós tivéreis tínheis tido tereis
Eles tiveram tinham tido terão

Futuro do Pret. Simples Futuro do Pret. Composto


Eu teria teria tido
Tu terias terias tido
Ele teria teria tido
Nós teríamos teríamos tido
Vós teríeis teríeis tido
Eles teriam teriam tido

Modo Subjuntivo

Pretérito Pretérito Mais que Futuro


Presente Futuro Simples
Imperfeito Perfeito Composto Composto
Eu Que eu tenha Se eu tivesse Se eu tivesse tido Quando eu tiver Quando eu tiver tido
Tu Que tu tenhas Se tu tivesses Se tu tivesses tido Quando tu tiveres Quando tu tiveres tido
Ele Que ele tenha Se ele tivesse Ser ele tivesse tido Quando ele tiver Quando ele tiver tido
Nós Que nós tenhamos Se nós tivéssemos Se nós tivéssemos tido Quando nós tivermos Quando nós tivermos tido
Vós Que vós tenhais Se vós tivésseis Se vós tivésseis tido Quando vós tiverdes Quando vós tiverdes tido
Eles Que eles tenham Se eles tivessem Se eles tivessem tido Quando eles tiverem Quando eles tiverem tido

Modo Imperativo

Imperativo Imperativo Infinitivo


Afirmativo Negativo Pessoal
Eu ----- ------ Por ter eu
Tu tem tu Não tenhas tu Por teres tu
Ele tenha ele Não tenha ele Por ter ele
Nós tenhamos nós Não tenhamos nós Por termos nós
Vós tende vós Não tenhais vós Por terdes vós
Eles tenham eles Não tenham eles Por terem eles

Formas Nominais
- Infinitivo: ter
- Gerúndio: tendo
- Particípio: tido

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Haver
Modo Indicativo

Pretérito Pretérito
Pretérito
Presente Perfeito Perf.
Imperfeito
Simples Composto
Eu hei havia houve tenho havido
Tu hás havias houveste tens havido
Ele há havia houve tem havido
Nós havemos havíamos houvemos temos havido
Vós haveis havíeis houvestes tendes havido
Eles hão haviam houveram têm havido

Pret. Mais que Perfei- Pret. Mais que Perfeito Futuro do Presente Futuro do Presente Com-
to Simples Composto Simples posto
Eu houvera tinha havido haverei terei havido
Tu houveras tinhas havido haverás terás havido
Ele houvera tinha havido haverá terá havido
Nós houvéramos tínhamos havido haveremos teremos havido
Vós houvéreis tínheis havido havereis tereis havido
Eles houveram tinham havido haverão terão havido

Futuro do Pret. Simples Futuro do Pret. Composto


Eu haveria teria havido
Tu haverias terias havido
Ele haveria teria havido
Nós haveríamos teríamos havido
Vós haveríeis teríeis havido
Eles haveriam teriam havido

Modo Subjuntivo

Pretérito Pretérito Mais que Futuro


Presente Futuro Simples
Imperfeito Perfeito Composto Composto
Eu Que eu haja Se eu houvesse Se eu tivesse havido Quando eu houver Quando eu tiver havido
Quando tu tiveres
Tu Que tu hajas Se tu houvesses Se tu tivesses havido Quando tu houveres
havido
Ele Que ele haja Se ele houvesse Ser ele tivesse havido Quando ele houver Quando ele tiver havido
Se nós tivéssemos Quando nós houver- Quando nós tivermos
Nós Que nós hajamos Se nós houvéssemos
havido mos havido
Quando vós houver- Quando vós tiverdes
Vós Que vós hajais Se vós houvésseis Se vós tivésseis havido
des havido
Se eles tivessem Quando eles houve- Quando eles tiverem
Eles Que eles hajam Se eles houvessem
havido rem havido

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Modo Imperativo

Imperativo Imperativo Infinitivo


Afirmativo Negativo Pessoal
Eu ----- ------ Por haver eu
Tu há tu Não hajas tu Por haveres tu
Ele haja ele Não haja ele Por haver ele
Nós hajamos nós Não hajamos nós Por havermos nós
Vós havei vós Não hajais vós Por haverdes vós
Eles hajam eles Não hajam eles Por haverem eles

Formas Nominais
Infinitivo: haver
Gerúndio: havendo
Particípio: havido

Verbos Regulares

Não sofrem modificação no radical durante toda conjugação (em todos os modos) e as desinências seguem as do verbo paradigma
(verbo modelo)
AMAR: (radical: am) Amo, Amei, Amava, Amara, Amarei, Amaria, Ame, Amasse, Amar.
COMER: (radical: com) Como, Comi, Comia, Comera, Comerei, Comeria, Coma, Comesse, Comer.
PARTIR: (radical: part) Parto, Parti, Partia, Partira, Partirei, Partiria, Parta, Partisse, Partir.

Verbos Irregulares
São os verbos que sofrem modificações no radical ou em suas desinências.
DAR: dou, dava, dei, dera, darei, daria, dê, desse, der
CABER: caibo, cabia, coube, coubera, caberei, caberia, caiba, coubesse, couber.
AGREDIR: agrido, agredia, agredi, agredira, agredirei, agrediria, agrida, agredisse, agredir.

Anômalos
São aqueles que têm uma anomalia no radical.

Ir
Modo Indicativo

Pretérito Pretérito Pretérito


Presente
Imperfeito Perfeito Mais que Perfeito
Eu vou ia fui fora
Tu vais ias foste foras
Ele vai ia foi fora
Nós vamos íamos fomos fôramos
Vós ides íeis fostes fôreis
Eles vão iam foram foram

Futuro do Presente Futuro do Pretérito


Eu irei iria
Tu irás irias
Ele irá iria
Nós iremos iríamos
Vós ireis iríeis
Eles irão iriam

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Modo Subjuntivo

Pretérito
Presente Futuro
Imperfeito
Eu Que eu vá Se eu fosse Quando eu for
Tu Que tu vás Se tu fosses Quando tu fores
Ele Que ele vá Se ele fosse Quando ele for
Nós Que nós vamos Se nós fôssemos Quando nós formos
Vós Que vós vades Se vós fôsseis Quando vós fordes
Eles Que eles vão Se eles fossem Quando eles forem

Modo Imperativo

Imperativo Imperativo Infinitivo


Afirmativo Negativo Pessoal
Eu ----- ------ para ir eu
Tu vai tu Não vás tu para ires tu
Ele vá ele Não vá ele para ir ele
Nós vamos nós Não vamos nós para irmos nós
Vós ide vós Não vades vós para irdes vós
Eles vão eles Não vão eles para irem eles

Formas Nominais:
- Infinitivo: ir
- Gerúndio: indo
- Particípio: ido

CONCORDÂNCIA ENTRE ADJETIVO E SUBSTANTIVO E ENTRE O VERBO E SEU SUJEITO.

– Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero (flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes da
oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas formas
relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal concordância ocorre em gênero e pessoa
Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo, mas
também concordar com a forma no masculino plural:
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.”

Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais:
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”

Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular, se
houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o substantivo deve estar no plural:

– “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o xadrez.”


– “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e xadrez.”

Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que houver
um artigo determinando o substantivo. Caso não exista esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino singular:
– “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É proibido circulação de pessoas não identificadas.”
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada de crianças acompanhadas.”
Concordância nominal com menos: a palavra menos permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela advérbio ou
adjetivo:
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– “Menos pessoas / menos pessoas”. Para evitar esses erros, é importante ler bastante, praticar a
– “Menos problema /menos problemas.” escrita constantemente e buscar ajuda de ferramentas de correção
de texto.
Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe,
barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em — A importância da revisão
gênero e número com o substantivo quando exercem função de
adjetivo: Além de reconhecer erros gramaticais, é importante revisar o
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.” texto antes de entregá-lo. A revisão permite corrigir erros de digita-
– “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”. ção, verificar se as ideias foram expostas de forma clara e coerente,
– “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.” além de identificar possíveis repetições ou informações desneces-
sárias.
Para revisar um texto, é importante deixá-lo “descansar” por
CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES CORRETAS algumas horas ou até mesmo um dia, para que o autor possa ter
E INCORRETAS. uma visão mais crítica e objetiva sobre ele. Durante a revisão, é im-
portante também utilizar recursos como o dicionário e a gramática,
além de pedir ajuda de colegas ou profissionais especializados em
A redação é uma habilidade que requer prática constante e
revisão de texto.
atenção aos detalhes. Um dos principais desafios para os escritores
é o confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas. Afi-
— Conclusão
nal, uma única palavra mal colocada ou uma pontuação equivocada
podem alterar completamente o sentido de uma frase.
Confrontar e reconhecer frases corretas e incorretas é funda-
Para evitar erros de gramática, ortografia e pontuação, é impor-
mental para a escrita de um bom texto. Dominar as regras grama-
tante estar atento às regras básicas da língua portuguesa e praticar
ticais é importante, mas não basta para escrever com qualidade.
a leitura e escrita constantemente. Neste texto, abordaremos algu-
É preciso também compreender a lógica da construção textual, a
mas dicas para confrontar e reconhecer frases corretas e incorretas.
coesão e coerência das ideias e ter um bom repertório vocabular.
— O papel da gramática na escrita
Por isso, é importante para quem está se preparando para um
concurso público, ou mesmo para quem deseja aprimorar suas ha-
A gramática é a base da escrita. Dominar as regras gramaticais
bilidades na escrita, dedicar-se a leitura de bons livros e a prática
é fundamental para a construção de frases corretas e para a com-
constante de produção textual. Além disso, é importante estar sem-
preensão das estruturas da língua. Além disso, a gramática também
pre atento às regras gramaticais, e reconhecer quando uma frase
ajuda a tornar a escrita mais clara e precisa.
está incorreta ou não.
Porém, é importante lembrar que a gramática não é a única
responsável pela qualidade da escrita. A criatividade, a originalida-
O confronto entre frases corretas e incorretas é uma prática
de e a capacidade de comunicação do autor também são funda-
que pode ajudar nesse processo de aprendizado e aprimoramento
mentais para a escrita de um bom texto.
da escrita. Com a prática constante, é possível identificar com mais
facilidade os erros e produzir textos de qualidade, que cumpram
— Reconhecendo erros gramaticais
com eficiência os objetivos comunicativos.
Para confrontar e reconhecer frases corretas e incorretas, é
preciso conhecer as principais regras gramaticais. Alguns dos erros PONTUAÇÃO.
mais comuns na escrita são:

• Erros de concordância: quando o sujeito e o verbo não con- — Visão Geral


cordam em número ou pessoa. Exemplo: “O menino fomos ao ci- O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais
nema”. gráficos que, em um período sintático, têm a função primordial
de indicar um nível maior ou menor de coesão entre estruturas
• Erros de ortografia: quando as palavras são escritas de forma e, ocasionalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias)
incorreta. Exemplo: “Casa branca” ao invés de “Casa Branca”. em um discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os
gestos e as expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a
• Erros de pontuação: quando os sinais de pontuação são uti- compreensão da frase.
lizados de forma equivocada. Exemplo: “Eu gosto de pizza, batata O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades:
frita e refrigerante.” ao invés de “Eu gosto de pizza, batata frita, e – Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos
refrigerante.” tipos textuais;
– Garantir os efeitos de sentido dos enunciados;
• Erros de regência: quando o uso da preposição é inadequado. – Demarcar das unidades de um texto;
Exemplo: “Ele assistiu a filme” ao invés de “Ele assistiu ao filme”. – Sinalizar os limites das estruturas sintáticas.

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— Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um • Entre as sentenças


enunciado 1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas
“Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.”
Vírgula
De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado 2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e
para indicar que os termos por ela isolados, embora compartilhem assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”:
da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas, “Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos
se, ao contrário, houver relação sintática entre os termos, estes ajudasse.”
não devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo
tempo que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em 3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a
outras, ela é vetada. Confira os casos em que a vírgula deve ser principal:
empregada: “Quando será publicado, ainda não foi divulgado.”

• No interior da sentença 4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvidas


1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição: ou reduzidas, especialmente as que antecedem a oração principal:

ENUMERAÇÃO Por ser sempre assim, ninguém dá


Reduzida
Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate. atenção!

Paguei as contas de água, luz, telefone e gás. Porque é sempre assim, já ninguém dá
Desenvolvida
atenção!

REPETIÇÃO 5 – Separar as sentenças intercaladas:


Os arranjos estão lindos, lindos! “Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu
leito, até que você se recupere por completo.”
Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada.
• Antes da conjunção “e”
2 – Isolar o vocativo 1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire
“Crianças, venham almoçar!” valores que não expressam adição, como consequência ou
“Quando será a prova, professora?” diversidade, por exemplo.
“Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.”
3 – Separar apostos
“O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.” 2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sempre
que a conjunção “e” é reiterada com com a finalidade de destacar
alguma ideia, por exemplo:
4 – Isolar expressões explicativas: “(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede;
“As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi e dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o
responsabilizado.” esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha)

5 – Separar conjunções intercaladas 3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas


“Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.” apresentam sujeitos distintos, por exemplo:
“A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.”
6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado:
“Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito
funcionários do setor.” e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto adnominal, nome
“Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.” e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração
7 – Separar o complemento pleonástico antecipado: substantiva e oração subordinada (desde que a substantivo não seja
“Estas alegações, não as considero legítimas.” apositiva nem se apresente inversamente).

8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas Ponto


por conjunções) 1 – Para indicar final de frase declarativa:
“Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.” “O almoço está pronto e será servido.”

9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas: 2 – Abrevia palavras:


“São Paulo, 16 de outubro de 2022”. – “p.” (página)
– “V. Sra.” (Vossa Senhoria)
10 – Marcar a omissão de um termo: – “Dr.” (Doutor)
“Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo
“fazer”). 3 – Para separar períodos:
“O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”
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Ponto e Vírgula Ponto de Exclamação


1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou 1 – Após interjeição:
orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula: “Nossa Que legal!”
“Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG;
nossa amiga, de praticar esportes.” 2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva
“Infelizmente!”
2 – Para separar os itens de uma sequência de itens:
“Os planetas que compõem o Sistema Solar são: 3 – Após vocativo
Mercúrio; “Ana, boa tarde!”
Vênus;
Terra; 4 – Para fechar de frases imperativas:
Marte; “Entre já!”
Júpiter;
Saturno; Parênteses
Urano; a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases
Netuno.” intercaladas de valor explicativo, podendo substituir o travessão ou
a vírgula:
Dois Pontos “Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como
1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas, sempre)
enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem quem seria promovido.”
ideias anteriores.
“Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.” Travessão
“Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela 1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto:
grande ofensa.” “O rapaz perguntou ao padre:
— Amar demais é pecado?”
2 – Para introduzirem citação direta:
“Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente 2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos:
muito conhecido: “Nada se cria, nada se perde, tudo se “— Vou partir em breve.
transforma’.” — Vá com Deus!”
3 – Para iniciar fala de personagens:
“Ele gritava repetidamente: 3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários:
– Sou inocente!” “Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.”

Reticências 4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:


1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta “Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.”
sintaticamente:
“Quem sabe um dia...” Aspas
1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta,
2 – Para indicar hesitação ou dúvida: como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos,
“Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar arcaísmos, palavrões, e neologismos.
ainda.” “Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
“A reunião será feita ‘online’.”
3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o
objetivo de prolongar o raciocínio: 2 – Para indicar uma citação direta:
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas “A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de
faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar). Assis)

4 – Suprimem palavras em uma transcrição:


“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - COMPREENSÃO DE TEXTOS.
Raimundo Fagner).
Definição Geral
Ponto de Interrogação
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
1 – Para perguntas diretas:
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
“Quando você pode comparecer?”
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
destacar o enunciado:
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
“Não brinca, é sério?!”
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.
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Compreensão de Textos (A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de


Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do 1988.
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem. (B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso severas.
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender. (C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem ou não.
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a (D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser in-
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo, cluídos socialmente.
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos (E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito Comentário da questão:
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado Em “A” – Errado: o texto é sobre direito à educação, incluindo as
evento. pessoas com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade.
Em “B” – Certo: o complemento “mais ou menos severas” se
Interpretação de Textos refere à “deficiências de toda ordem”, não às leis.
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os Em “C” – Errado: o advérbio “também”, nesse caso, indica a
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias inclusão/adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar educação, além das que não apresentam essas condições.
é decodificar o sentido de um texto por indução. Em “D” – Errado: além de mencionar “deficiências de
A interpretação de textos compreende a habilidade de se toda ordem”, o texto destaca que podem ser “permanentes ou
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de temporárias”.
texto, seja ele escrito, oral ou visual. Em “E” – Errado: este é o tema do texto, a inclusão dos
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado deficientes.
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado Resposta: Letra B.
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva, Identificando o tema de um texto
podendo ser diferente entre leitores. O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
Exemplo de compreensão e interpretação de textos identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen-
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja,
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo
um texto misto (verbal e visual): significativo, que é o texto.
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
Especial > 2015 título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
Português > Compreensão e interpretação de textos o assunto que será tratado no texto.
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social. que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS
“A Constituição garante o direito à educação para todos e a Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
menos severas.” zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta. precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros

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podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da Ironia verbal


casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
outro e a parceria deu certo. nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos- intenção são diferentes.
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex- Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo Ironia de situação
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
As informações que se relacionam com o tema chamamos de uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi morte.
capaz de identificar o tema do texto! Ironia dramática (ou satírica)
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos tex-
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se- tos literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações
cundarias/ do que tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre
intenções de outros personagens. É um recurso usado para apro-
Identificação de efeitos de ironia ou humor em textos varia- fundar os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando
dos captado pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo
comédia, visto que um personagem é posto em situações que ge-
Ironia ram conflitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência
Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que do todo da narrativa.
está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o
ou com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem). que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-
A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex- recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-
pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história
novo sentido, gerando um efeito de humor. irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
Exemplo: longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.

Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-
rer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico;
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente
acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.
Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
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Análise e a interpretação do texto segundo o gênero em que Diferença entre compreensão e interpretação
se inscreve A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter- ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao leitor tira conclusões subjetivas do texto.
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto. INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS
Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia Definição
principal. Compreender relações semânticas é uma competência Ao contrário das informações explícitas, que são expressadas
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos. pelo autor no texto, as informações implícitas não são expressadas
Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode- da mesma forma. Em muitos casos, para que se faça uma leitura
-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro- eficiente, é necessário que se vá além do que está mencionado,
fissional, mas também o desenvolvimento pessoal. sendo necessário preciso inferir as informações de um texto, ou
seja, decifrar suas entrelinhas.  
Busca de sentidos Inferência: quer dizer concluir alguma coisa com base em
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo outra já conhecida. Fazer inferências é uma habilidade essencial
os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na para a interpretação correta dos enunciados e dos textos. As
apreensão do conteúdo exposto. principais informações que podem ser inferidas recebem o nome
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma de subtendidas e pressupostas.   
relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
citadas ou apresentando novos conceitos. Informação pressuposta: é aquela cujo enunciado depende
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici- para fazer que consiga gerar sentido. Analise o seguinte exemplo:
tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder “Arnaldo retornará para casa?”, O enunciado, nesse caso, somente
espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas fará sentido se for levada em consideração que Arnaldo saiu de casa,
entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer pelo menos provisoriamente – e essa é a informação pressuposta.
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- O fato de Arnaldo se encontrar em casa invalidará o enunciado.
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. Observe que as informações pressupostas estão assinaladas por
meio de termos e expressões expostos no próprio enunciado e
Importância da interpretação implicam de um critério lógico. Desse modo, no enunciado “Arnaldo
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se ainda não retornou para casa”, o termo “ainda” aponta que o
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter- retorno de Arnaldo para casa é dado como certo pelos enunciados.  
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
específicos, aprimora a escrita. Informação subtendida: diversamente à informação
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa- pressupostas, a subentendida não é assinalada no enunciado,
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre- sendo, portanto, apenas uma sugestão, isto é, pode ser percebida
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi- como insinuações. O emprego de subentendidos “camufla” o
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, enunciado por trás de uma declaração, pois, nesse caso, ele não
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes quer se comprometer com ela. Em razão disso, pode-se afirmar
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de que as informações são de responsabilidade do receptor da fala,
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais ao passo que as pressupostas são comuns tanto aos falantes
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen- quanto aos receptores. As informações subentendidas circundam
são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es- nosso dia-a-dia nas as anedotas e na publicidade por exemplo;
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató- enquanto a primeira consiste em um gênero textual cujos sentido
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, está profundamente submetido à ruptura dos subentendidos, a
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, segunda se baseia nos pensamentos e comportamentos sociais
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. para produzir informações subentendidas.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para INTERTEXTUALIDADE
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você — Definições gerais
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que Intertextualidade é, como o próprio nome sugere, uma relação
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. entre textos que se exerce com a menção parcial ou integral de
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, elementos textuais (formais e/ou semânticos) que fazem referência
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes. a uma ou a mais produções pré-existentes; é a inserção em um texto
de trechos extraídos de outros textos. Esse diálogo entre textos
não se restringe a textos verbais (livros, poemas, poesias, etc.) e
envolve, também composições de natureza não verbal (pinturas,
esculturas, etc.) ou mista (filmes, peças publicitárias, música,
desenhos animados, novelas, jogos digitais, etc.).
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— Intertextualidade Explícita x Implícita 2 – Paráfrase: aqui, ocorre a reafirmação sentido do texto


– Intertextualidade explícita: é a reprodução fiel e integral inicial, porém, a estrutura da nova produção nada tem a ver com
da passagem conveniente, manifestada aberta e diretamente nas a primeira. É a reprodução de um texto com as palavras de quem
palavras do autor. Em caso de desconhecimento preciso sobre a escreve o novo texto, isto é, os conceitos do primeiro texto são
obra que originou a referência, o autor deve fazer uma prévia da preservados, porém, são relatados de forma diferente. Exemplos:
existência do excerto em outro texto, deixando a hipertextualidade observe as frases originais e suas respectivas paráfrases:
evidente.
As características da intertextualidade explícita são: “Deus ajuda quem cedo madruga” – A professora ajuda quem
– Conexão direta com o texto anterior; muito estuda.
– Obviedade, de fácil identificação por parte do leitor, sem “To be or not to be, that is the question” – Tupi or not tupi, that
necessidade de esforço ou deduções; is the question.
– Não demanda que o leitor tenha conhecimento preliminar
do conteúdo; 3 – Alusão: é a referência, em um novo texto, de uma dada
– Os elementos extraídos do outro texto estão claramente obra, situação ou personagem já retratados em textos anteriores,
transcritos e referenciados. de forma simples, objetiva e sem quaisquer aprofundamentos. Veja
o exemplo a seguir:
– Intertextualidade explícita direta e indireta: em textos
acadêmicos, como dissertações e monografias, a intertextualidade “Isso é presente de grego” – alusão à mitologia em que os
explícita é recorrente, pois a pesquisa acadêmica consiste troianos caem em armadilhada armada pelos gregos durante a
justamente na contribuição de novas informações aos saberes já Guerra de Troia.
produzidos. Ela ocorre em forma de citação, que, por sua vez, pode
ser direta, com a transcrição integral (cópia) da passagem útil, ou 4 – Citação: trata-se da reescrita literal de um texto, isto é,
indireta, que é uma clara exploração das informações, mas sem consiste em extrair o trecho útil de um texto e copiá-lo em outro.
transcrição, re-elaborada e explicada nas palavras do autor. A citação está sempre presente em trabalhos científicos, como
– Intertextualidade implícita: esse modo compreende os textos artigos, dissertações e teses. Para que não configure plágio (uma
que, ao aproveitarem conceitos, dados e informações presentes em falta grave no meio acadêmico e, inclusive, sujeita a processo
produções prévias, não fazem a referência clara e não reproduzem judicial), a citação exige a indicação do autor original e inserção
integralmente em sua estrutura as passagens envolvidas. Em entre aspas. Exemplo:
outras palavras, faz-se a menção sem revelá-la ou anunciá-la. “Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.”
De qualquer forma, para que se compreenda o significado da
relação estabelecida, é indispensável que o leitor seja capaz de (Lavoisier, Antoine-Laurent, 1773).
reconhecer as marcas intertextuais e, em casos mais específicos,
ter lido e compreendido o primeiro material. As características da 5 – Crossover: com denominação em inglês que significa
intertextualidade implícita são: conexão indireta com o texto fonte; “cruzamento”, esse tipo de intertextualidade tem sido muito
o leitor não a reconhece com facilidade; demanda conhecimento explorado nas mídias visuais e audiovisuais, como televisão, séries
prévio do leitor; exigência de análise e deduções por parte do leitor; e cinema. Basicamente, é a inserção de um personagem próprio de
os elementos do texto pré-existente não estão evidentes na nova um universo fictício em um mundo de ficção diferente. Freddy &
estrutura. Jason” é um grande crossover do gênero de horror no cinema.
Exemplo:
— Tipos de Intertextualidade
1 – Paródia: é o processo de intertextualidade que faz uso da
crítica ou da ironia, com a finalidade de subverter o sentido original
do texto. A modificação ocorre apenas no conteúdo, enquanto a
estrutura permanece inalterada. É muito comum nas músicas, no
cinema e em espetáculos de humor. Observe o exemplo da primeira
estrofe do poema “Vou-me embora pra Pasárgada”, de Manuel
Bandeira:

TEXTO ORIGINAL
“Vou-me embora para Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei?”

PARÓDIA DE MILLÔR FERNANDES


“Que Manoel Bandeira me perdoe, mas vou-me embora de
Pasárgada
Sou inimigo do Rei
Não tenho nada que eu quero
Não tenho e nunca terei” Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br
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6) Epígrafe: é a transição de uma pequena passagem do texto • Tritongo: encontro de uma semivogal, uma vogal e uma semi-
de origem na abertura do texto corrente. Em geral, a epígrafe está vogal na mesma sílaba (Pa-ra-guai, quais-quer, a-ve-ri-guou...)
localizada no início da página, à direita e em itálico. Mesmo sendo • Dígrafo: quando duas letras emitem um único som na pala-
uma passagem “solta”, esse tipo de intertextualidade está sempre vra. Não separamos os dígrafos ch, lh, nh, gu e qu (fa-cha-da, co-
relacionado ao teor do novo texto. -lhei-ta, fro-nha, pe-guei...)
Exemplo: • Encontros consonantais inseparáveis: re-cla-mar, psi-có-lo-
“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, -go, pa-trão...)
mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre
aquilo que todo mundo vê.” Deve-se separar:
• Hiatos: vogais que se encontram, mas estão é sílabas vizinhas
Arthur Schopenhause (sa-ú-de, Sa-a-ra, ví-a-mos...)
• Os dígrafos rr, ss, sc, e xc (car-ro, pás-sa-ro, pis-ci-na, ex-ce-
-ção...)
SEPARAÇÃO SILÁBICA. • Encontros consonantais separáveis: in-fec-ção, mag-nó-lia,
rit-mo...)
Sílaba: A sílaba é um fonema ou conjunto de fonemas que emi-
tido em um só impulso de voz e que tem como base uma vogal. ACENTUAÇÃO.
A sílabas são classificadas de dois modos:

Classificação quanto ao número de sílabas: — Definição


As palavras podem ser: A acentuação gráfica consiste no emprego do acento nas
– Monossílabas: as que têm uma só sílaba (pé, pá, mão, boi, palavras grafadas com a finalidade de estabelecer, com base nas
luz, é...) regras da língua, a intensidade e/ou a sonoridade das palavras.
– Dissílabas: as que têm duas sílabas (café, leite, noites, caí, Isso quer dizer que os acentos gráficos servem para indicar a sílaba
bota, água...) tônica de uma palavra ou a pronúncia de uma vogal. De acordo com
– Trissílabas: as que têm três sílabas (caneta, cabeça, saúde, as regras gramaticais vigentes, são quatro os acentos existentes na
circuito, boneca...) língua portuguesa:
– Polissílabas: as que têm quatro ou mais sílabas (casamento, – Acento agudo: Indica que a sílaba tônica da palavra tem som
jesuíta, irresponsabilidade, paralelepípedo...) aberto. Ex.: área, relógio, pássaro.
– Acento circunflexo: Empregado acima das vogais “a” e” e
Classificação quanto à tonicidade “o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada. Ex.: acadêmico,
As palavras podem ser: âncora, avô.
– Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu- – Acento grave/crase: Indica a junção da preposição “a” com
-já, ra-paz, u-ru-bu...) o artigo “a”. Ex: “Chegamos à casa”. Esse acento não indica sílaba
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa, tônica!
sa-bo-ne-te, ré-gua...) – Til: Sobre as vogais “a” e “o”, indica que a vogal de
– Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima determinada palavra tem som nasal, e nem sempre recai sobre a
(sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…) sílaba tônica. Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que
indica que a sílaba forte é “o” (ou seja, é acento tônico), e um til
Lembre-se que: (˜), que indica que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro
Tônica: a sílaba mais forte da palavra, que tem autonomia fo- exemplo semelhante é a palavra bênção.  
nética.
Átona: a sílaba mais fraca da palavra, que não tem autonomia — Monossílabas Tônicas e Átonas
fonética. Mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer
Na palavra telefone: te-, le-, ne- são sílabas átonas, pois são alteração de intensidade de voz na sua pronúncia. Exemplo: observe
mais fracas, enquanto que fo- é a sílaba tônica, já que é a pronun- o substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração
ciada com mais força. da preposição “de” + artigo “o”).   Ao comparar esses termos,
percebermos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja,
Agora que já sabemos essas classificações básicas, precisamos temos uma monossílaba tônica e uma átona, respectivamente.
entender melhor como se dá a divisão silábica das palavras. Diante de palavras monossílabas, a dica para identificar se é tônica
(forte) ou fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como
Divisão silábica abaixo:
A divisão silábica é feita pela silabação das palavras, ou seja, “Sinto grande dó ao vê-la sofrer.”
pela pronúncia. Sempre que for escrever, use o hífen para separar “Finalmente encontrei a chave do carro.”
uma sílaba da outra. Algumas regras devem ser seguidas neste pro-
cesso: Recebem acento gráfico:  
Não se separa: – As monossílabas tônicas terminadas em: -a(s) → pá(s), má(s);
• Ditongo: encontro de uma vogal e uma semivogal na mesma -e(s) → pé(s), vê(s); -o(s) → só(s), pôs.
sílaba (cau-le, gai-o-la, ba-lei-a...)
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– As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis, – As letras “_i” e o “_u” sempre que aparecerem repetidas. Ex.:
-éu, -ói. Ex: réis, véu, dói. juuna, xiita. xiita.
– Hiatos compostos por “_ee” e “_oo”. Ex.: creem, deem, leem,
Não recebem acento gráfico: enjoo, magoo.
– As monossílabas tônicas: par, nus, vez, tu, noz, quis.
– As formas verbais monossilábicas terminadas em “-ê”, nas O Novo Acordo Ortográfico
quais a 3a pessoa do plural termina em “-eem”. Antes do novo Confira as regras que levaram algumas palavras a perderem
acordo ortográfico, esses verbos era acentuados. Ex.: Ele lê → Eles acentuação em razão do Acordo Ortográfico de 1990, que entrou
lêem leem. em vigor em 2009:

Exceção! O mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos 1 – Vogal tônica fechada -o de -oo em paroxítonas.
terminados em “-em”, já que a terceira pessoa termina em “-êm”. Exemplos: enjôo – enjoo; magôo – magoo; perdôo – perdoo;
Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem → vôo – voo; zôo – zoo.
Eles têm; Ele vem → Eles vêm.
2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas.
Acentuação das palavras Oxítonas Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide
As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas – alcaloide; assembléia – assembleia; asteróide – asteroide;
as oxítonas com sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e européia – europeia.
-o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé,
vocês. Logo, não se acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”. 3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas.
Ex.: caqui, urubu. Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo –
taoismo.
Acentuação das palavras Paroxítonas
São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima 4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que
sílaba é tônica. De acordo com a regra geral, não se acentuam as possuem -e tônico em hiato.
palavras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo
abaixo. Observe as exceções: ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem – leem; relêem – releem;
– Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis, revêem.
hóquei, jóquei, pônei, saudáveis.
– Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex, 5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua
esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil, tórax.   portuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; enxágüe – enxágue;
– Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis, linguïça – linguiça.
grátis, júri, lápis, oásis, táxi.
– Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus, 6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma
tônus.   grafia, mas apresentam significados diferentes. Exemplo: o verbo
– Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons. PARAR: pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo
– Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns, “parar” era acentuada para que fosse diferenciada da preposição
quórum, quóruns.   “para”.
– Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs, Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim:
órfã, órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos.   Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo /
preposição]
Acentuação das palavras Proparoxítonas Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo /
Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é preposição]
tônica, e todas recebem acento, sem exceções. Ex.: ácaro, árvore,
bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro,
tática, trânsito. EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS (CLASSIFICAÇÃO
E SENTIDO QUE IMPRIME ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORA-
Ditongos e Hiatos ÇÕES): SUBSTANTIVO, ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME,
Acentuam-se: VERBO ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO, CONJUNÇÃO.
– Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”,
“_éi” ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”. Ex.: anéis, fiéis, herói,
— Definição
mausoléu, sóis, véus.
Classes gramaticais são grupos de palavras que organizam
– As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de
o estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua
um hiato e estejam isoladas ou sucedidas por “_s” na sílaba. Ex.: caí
portuguesa condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida
(ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú).
em razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades
de cada classe gramatical.
Não se acentuam:
– A letra “_i”, sempre que for sucedida por de “_nh”. Ex.:
moinho, rainha, bainha.

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— Artigo
É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo, podendo flexionar em número e em gênero.

A classificação dos artigos


Artigos definidos: servem para especificar um substantivo ou para referirem-se a um ser específico por já ter sido mencionado ou por
ser conhecido mutuamente pelos interlocutores. Eles podem flexionar em número (singular e plural) e gênero (masculino e feminino).
Artigos indefinidos: indicam uma generalização ou a ocorrência inicial do representante de uma dada espécie, cujo conhecimento não
é compartilhado entre os interlocutores, por se tratar da primeira vez em que aparece no discurso. Podem variar em número e gênero.
Observe:

NÚMERO/GÊNERO MASCULINO FEMININO EXEMPLOS


Preciso de um pedreiro.
Singular Um Uma
Vi uma moça em frente à casa.
Localizei uns documentos antigos.
Plural Umas Umas
Joguei fora umas coisas velhas.

Outras funções do artigo


Substantivação: é o nome que se dá ao fenômeno de transformação de adjetivos e verbos em substantivos a partir do emprego do
artigo. Observe:  
– Em “O caminhar dela é muito elegante.”, “caminhar”, que teria valor de verbo, passou a ser o substantivo do enunciado.

Indicação de posse: antes de palavras que atribuem parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode exprimir relação de
posse. Por exemplo:
“No momento em que ela chegou, o marido já a esperava.”

Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido do sujeito “ela”, omitindo o pronome possessivo dela.

Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de generalização, o artigo indefinido inserido antes de numeral indica valor
aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse emprego dos artigos indefinidos representa expressões como “por volta de” e
“aproximadamente. Observe:
“Faz em média uns dez anos que a vi pela última vez.”
“Acrescente aproximadamente umas três ou quatro gotas de baunilha.”

Contração de artigos com preposições


Os artigos podem fazer junção a algumas preposições, criando uma única palavra contraída. A tabela abaixo ilustra como esse processo
ocorre:

PREPOSIÇÃO
de em a per/por
singular o do no ao pelo
masculino
ARTIGOS plural os dos nos aos pelos
DEFINIDOS singular a da na à pela
feminino
plural as das nas às pelas
singular um dum num
masculino
ARTIGOS plural uns duns nuns
INDEFINIDOS singular uma duma numa
feminino
plural umas dumas numas

— Substantivo

Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado em tópicos anteriores.

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— Adjetivo
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado em tópicos anteriores.

— Verbo
É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo, fenômeno da natureza e estado. Os verbos se subdividem em:
Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados, não têm seu radical modificado e preservam a mesma desinência do
verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação), “-er” (segunda conjugação) ou “-ir” (terceira conjugação).  Observe o
exemplo do verbo “nutrir”:
– Radical: nutr (a parte principal da palavra, onde reside seu significado).
– Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e, tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a, 2a, 3a), número (singular ou
plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo (pretérito, presente ou futuro). Perceba que a conjugação desse no presente
do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações, tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro; tu nutre; ele/
ela nutre; nós nutrimos; vós nutris; eles/elas nutrem.
– Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos regulares, têm seu radical modificado quando conjugados e /ou têm
desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma. Exemplo: analise o verbo dizer conjugado no pretérito perfeito do indicativo: Eu
disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos; vós dissestes; eles/elas disseram. Nesse caso, o verbo da segunda conjugação (-er) tem seu
radical, diz, alterado, além de apresentar duas desinências distintas do verbo paradigma”. Se o verbo dizer fosse regular, sua conjugação
no pretérito perfeito do indicativo seria: dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram.

— Pronome
O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto
e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em número e gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo ou
acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em:
pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e relativos.

Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso (pessoas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto
(desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos (atuam como complemento), sendo que, para cada caso reto, existe
um correspondente oblíquo.

CASO RETO CASO OBLÍQUO


Eu Me, mim, comigo.
Tu Te, ti, contigo.
Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.
Nós Nos, conosco.
Vós Vos, convosco.
Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.

Observe os exemplos:
– Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.  
– Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.

Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na nos, e nas desempenham apenas a função de objeto direto.  

Pronomes possessivos
Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a pessoa do discurso.

PESSOA DO DISCURSO PRONOME


1 pessoa – Eu
a
Meu, minha, meus, minhas
2 pessoa – Tu
a
Teu, tua, teus, tuas
3 pessoa–
a
Seu, sua, seus, suas

Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o objeto pertence à 1ª pessoa (nós).

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Pronomes de tratamento
Tratam-se termos solenes que, em geral, são empregados em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles têm a
função de promover uma referência direta do locutor para interlocutor (parceiros de comunicação). São divididos conforme o nível de
formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome de tratamento específico. Apesar de expressarem interlocução (diálogo), à qual
seria adequado o emprego do pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no caso dos pronomes de tratamento, os verbos devem ser
usados em 3a pessoa.

PRONOME USO ABREVIAÇÕES


Você situações informais V./VV
Senhor (es) e
pessoas mais velhas Sr. Sr.a (singular) e Srs. , Sra.s. (plural)
Senhora (s)
Vossa Senhoria em correspondências e outros textos redigidos V. S.a/V.Sas
altas autoridades, como Presidente da República, senadores,
Vossa Excelência V. Ex.a/ V. Ex.as
deputados, embaixadores
Vossa Magnificência reitores das Universidades V. Mag.a/V. Mag.as
Vossa Alteza príncipes, princesas, duques V.A (singular) e V.V.A.A. (plural)
Vossa Reverendíssima sacerdotes e religiosos em geral V. Rev. m.a/V. Rev. m. as
Vossa Eminência cardeais V. Ex.a/V. Em.as
Vossa Santidade Papa V.S.

Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.

PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO


1a pessoa Este, esta, estes, estas, isto. Os seres ou objetos estão próximos da pessoa que fala.
Os seres ou objetos estão próximos da pessoa com quem se
2a pessoa Esse, essa, esses, essas, isso.
fala.
3a pessoa Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. Com quem se fala.

Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”

Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada).
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS


VARIÁVEIS Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo, um, tanto, quanto, bastante, vários, quantos, todo.
INVARIÁVEIS Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais, outrem, tudo.

Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, sendo importante, portanto, para
prevenir a repetição indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).

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Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS


VARIÁVEIS O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.

Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS


VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.

— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
lugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:

CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAIS TERMOS EXEMPLOS


Bem, mal, assim, melhor, pior, depressa,
devagar.
“Coloquei-o cuidadosamente no berço.”
ADVÉRBIO DE MODO Grande parte das palavras terminam em
“Andou depressa por causa da chuva”
“-mente”, como cuidadosamente, calmamente,
tristemente.
“O carro está fora.”
ADVERBIO DE LUGAR Perto, longe, dentro, fora, aqui, ali, lá e atrás. “Foi bem no teste?”
“Demorou, mas chegou longe!”
Antes, depois, hoje, ontem, amanhã sempre, “Sempre que precisar de algo, basta chamar-me.”
ADVÉRBIO DE TEMPO
nunca, cedo e tarde. “Cedo ou tarde, far-se-á justiça.”
“Eles formam um casal tão bonito!”
ADVÉRBIO DE INTENSIDADE Muito, pouco, bastante, tão, demais, tanto. “Elas conversam demais”
“Você saiu muito depressa”
Sim e decerto e palavras afirmativas com o
“Decerto passaram por aqui”
sufixo “-mente” (certamente, realmente).
ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO “Claro que irei!”
Palavras como claro e positivo, podem ser
“Entendi, sim.”
advérbio, dependendo do contexto.
Não e nem. Palavras como negativo, nenhum, “Jamais reatarei meu namoro com ele.”
ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO nunca, jamais, entre outras, podem ser “Sequer pensou para falar.”
advérbio de negação, conforme o contexto. “Não pediu ajuda.”
Talvez, quiçá, porventura e palavras que “Quiçá seremos recebidas.”
ADVÉRBIO DE DÚVIDA expressem dúvida acrescidas do sufixo “Provavelmente sairei mais cedo.”
“-mente”, como possivelmente. “Talvez eu saia cedo.”

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“Por que vendeu o livro?” (oração interrogativa


Quando, como, onde, aonde, donde, por que. direta, que indica causa)
ADVÉRBIO DE Esse advérbio pode indicar circunstâncias de “Quando posso sair?” (oração interrogativa direta,
INTERROGAÇÃO modo, tempo, lugar e causa. É usado somente que indica tempo)
em frases interrogativas diretas ou indiretas. “Explica como você fez isso.”
(oração interrogativa indireta, que indica modo).

— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso,
estabelecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos
conectados, as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras
palavras, as conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado uma maior mais clareza e precisão
ao enunciado.

Conjunções coordenativas: observe o exemplo:


“Eles ouviram os pedidos de ajuda. Eles chamaram o socorro.” – “Eles ouviram os pedidos de ajuda e chamaram o socorro.”

No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.

Conjunções subordinativas: analise este segundo caso:


“Não passei na prova, apesar de ter estudado muito.”

Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.

Classificação das conjunções


Além da classificação que se baseia no grau de dependência entre os termos conectados (coordenação e subordinação), as conjunções
possuem subdivisões.
Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função o
sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


Estabelecer relação de adição (positiva
“No safári, vimos girafas, leões e zebras.” /
Conjunções coordenativas ou negativa). As principais conjunções
“Ela ainda não chegou, nem sabemos quando vai
aditivas coordenativas aditivas são “e”, “nem” e
chegar.”
“também”.
Estabelecer relação de oposição. As principais
“Havia flores no jardim, mas estavam murchando.” /
Conjunções coordenativas conjunções coordenativas adversativas
“Era inteligente e bom com palavras, entretanto,
adversativas são “mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”,
estava nervoso na prova.”
“entretanto”.
Estabelecer relação de alternância. As principais “Pode ser que o resultado saia amanhã ou depois.” /
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, “Ora queria viver ali para sempre, ora queria mudar
alternativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”.. de país.”
Estabelecer relação de conclusão. As principais “Não era bem remunerada, então decidi trocar de
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas conclusivas são emprego.” /
conclusivas
“portanto”, “então”, “assim”, “logo”. “Penso, logo existo.”
Estabelecer relação de explicação. As principais “Quisemos viajar porque não conseguiríamos
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas explicativas são descansar aqui em casa.” /
explicativas
“porque”, “pois”, “porquanto”. “Não trouxe o pedido, pois não havia ouvido.”

Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:  

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1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo,
complemento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:  
«É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”   
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”

2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


São empregadas para introduzir a oração que Que e se. Analise:
cumpre a função de sujeito, objeto direito, “É obrigatório que o senhor compareça na data
Conjunções Integrantes
objeto indireto, predicativo, complemento agendada.” e
nominal ou aposto de outra oração. “Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada que Porque, pois, por isso que, uma vez que, já que, visto
causais denota causa. que, que, porquanto.
Estabelecer relação de alternância. As principais
Conjunções subornativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, Conforme, segundo, como, consoante.
conformativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”..
Introduzem uma oração subordinada em que
Conjunções subornativas é indicada uma hipótese ou uma condição Se, caso, salvo se, desde que, contanto que, dado
condicionais necessária para que seja realizada ou não o fato que, a menos que, a não ser que.
principal.
Mais, menos, menor, maior, pior, melhor, seguidas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração que expressa uma de que ou do que. Qual depois de tal. Quanto depois
comparativas comparação. de tanto. Como, assim como, como se, bem como,
que nem.
Indicam uma oração em que se admite um Por mais que, por menos que, apesar de que,
Conjunções subornativas
fato contrário à ação principal, mas incapaz de embora, conquanto, mesmo que, ainda que, se bem
concessivas
impedí-la. que.
Introduzem uma oração, cujos acontecimentos
Conjunções subornativas são simultâneos, concomitantes, ou seja, À proporção que, ao passo que, à medida que, à
proporcionais ocorrem no mesmo espaço temporal daqueles proporção que.
contidos na outra oração.
Depois que, até que, desde que, cada vez que, todas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada indicadora
as vezes que, antes que, sempre que, logo que, mal,
temporais de circunstância de tempo.
quando.
Introduzem uma oração na qual é indicada a Tal, tão, tamanho, tanto (em uma oração, seguida
Conjunções subornativas
consequência do que foi declarado na oração pelo que em outra oração). De maneira que, de
consecutivas
anterior. forma que, de sorte que, de modo que.
Conjunções subornativas Introduzem uma oração indicando a finalidade
A fim de que, para que.
finais da oração principal.

— Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma sequência. Os
numerais podem ser: cardinais (um, dois, três), ordinais (primeiro, segundo, terceiro), fracionários (meio, terço, quarto) e multiplicativos
(dobro, triplo, quádruplo). Antes de nos aprofundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais, que tem três principais finalidades:
1 – Indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados os
numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); Parágrafo 10 (Parágrafo 10).
2 – Indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do primeiro
dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal. Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto.
3 – Indicar capítulos, séculos, capítulos, reis e papas: após o substantivo emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o décimo
utiliza-se o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV (quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis).

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Os tipos de numerais Classificação das preposições


Cardinais: são os números em sua forma fundamental e Preposições essenciais: são aquelas que só aparecem na língua
exprimem quantidades. propriamente como preposições, sem outra função. São elas: a,
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil.   antes, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante,
– Alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, por (ou per, em dadas variantes geográficas ou históricas), sem,
quinhentos/quinhentas). sob, sobre, trás.
– Alguns números cardinais variam em número, como é o caso: Exemplo 1 – ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.” Em
milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante. ambas as sentenças, a preposição de manteve-se sempre sendo
– Apalavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades
significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste, linguísticas diferentes, garantindo-lhes classificações distintas
mas os dois/ambos foram reprovados. conforme o contexto.

Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro, segundo, Exemplo 2 – “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Finalizei
décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a ordem de o quadro com textura.” Perceba que nas duas fases, a mesma
sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de objetos. preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/
– Os numerais ordinais variam em gênero (masculino e instrumento; na segunda, exprime companhia. Por isso, afirma-se
feminino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/ que a preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao
primeira, primeiros/primeiras, décimo/décimos, décima/décimas, valor estrutural (gramática).
trigésimo/trigésimos, trigésima/trigésimas.  
– Alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. Classificação das preposições
Exemplo: A carne de segunda está na promoção.   Preposições acidentais: são aquelas que, originalmente, não
apresentam função de preposição, porém, a depender do contexto,
Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas podem assumir essa atribuição.  São elas: afora, como, conforme,
reduzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. durante, exceto, feito, fora, mediante, salvo, segundo, visto, entre
Exemplos: meio ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três outras.
quartos (¾), 1/12 avos.   Exemplo: ”Segundo o delegado, os depoimentos do
– Os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino suspeito apresentaram contradições.” A palavra “segundo”, que,
e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de normalmente seria um numeral (primeiro, segundo, terceiro), ao
leite, meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo.    ser inserida nesse contexto, passou a ser uma preposição acidental,
por tem o sentido de “de acordo com”, “em conformidade com”.  
Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre um
grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma Locuções prepositivas
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e
Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo.   emprego de uma preposição. As principais locuções prepositivas
– Em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando são constituídas por advérbio ou locução adverbial acrescido da
atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número preposição de, a ou com. Confira algumas das principais locuções
e gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios, prepositivas.
duplos sentidos.
abaixo de de acordo junto a
Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem
quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12 acerca de debaixo de junto de
unidades). acima de de modo a não obstante
– Os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/
unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas. a fim de dentro de para com
— Preposição à frente de diante de por debaixo de
Essa classe de palavras cujo objetivo é marcar as relações
antes de embaixo de por cima de
gramaticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e
advérbios) exercem no discurso. Por apenas marcarem algumas a respeito de em cima de por dentro de
relações entre as unidades linguísticas dentro do enunciado, atrás de em frente de por detrás de
as preposições não possuem significado próprio se isoladas no
discurso. Em razão disso, as preposições são consideradas classe através de em razão de quanto a
gramatical dependente, ou seja, sua função gramatical (organização com respeito a fora de sem embargo de
e estruturação) é principal, embora o desempenho semântico, que
gera significado e sentido, esteja presente, possui um valor menor. — Interjeição
É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que
manifestam por parte do emissor do enunciado uma surpresa, uma
hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc.,
por parte do emissor do enunciado. São as chamadas unidades
autônomas, que usufruem de independência em relação aos demais

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elementos do enunciado. As interjeições podem ser empregadas fariam com um estranho, a menos que eu seja muito severa desde o
também para chamar exigir algo ou para chamar a atenção do primeiro momento. Mas eu não acredito que uma professora deva
interlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como: ser severa. Ai, parece tanta responsabilidade!
– Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras — Creio que vamos nos sair bem — apaziguou Jane. [...] — O
que, associadas, assumem o valor de interjeição. Exemplos: “Ai de mais importante é manter a ordem, e um professor tem que ser um
mim!”, “Minha nossa!” Cruz credo!”. pouco severo para isso. Se meus alunos não fizerem o que digo, eu
– Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!” os castigarei.
– Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!» — Como?
— Dando-lhes uma boa palmatória, é claro.
Os tipos de interjeição — Jane, você não faria isso! — Lamentou Anne, chocada. —
De acordo com as reações que expressam, as interjeições Você não poderia! [...] Eu jamais conseguiria bater em uma criança.
podem ser de: — Replicou Anne, igualmente decidida. — Não acredito de forma
alguma nesse método. A senhorita Stacy nunca surrou nenhum
ADMIRAÇÃO “Ah!”, “Oh!”, “Uau!” de nós, e ela mantinha a ordem perfeitamente; e o senhor Phillips
estava sempre fazendo isso e não tinha nenhum controle sobre a
ALÍVIO “Ah!, “Ufa!” classe. Não, se eu não conseguir dar aulas sem palmatória, desistirei
ANIMAÇÃO “Coragem!”, “Força!”, “Vamos!” de lecionar. [...]
Trecho do livro Anne de Avonlea, de Lucy Maud Montgomery.
APELO “Ei!”, “Oh!”, “Psiu!”
APLAUSO “Bravo!”, “Bis!” Considerando as classes de palavras, no trecho “Ai, parece
tanta responsabilidade!”, a palavra destacada é:
DESPEDIDA/SAUDAÇÃO “Alô!”, “Oi!”, “Salve!”, “Tchau!” (A) Um advérbio.
(B) Uma conjunção.
DESEJO “Tomara!” (C) Uma interjeição.
DOR “Ai!”, “Ui!” (D) Uma preposição.

DÚVIDA “Hã?!”, “Hein?!”, “Hum?!” 2. FADCT - 2022 - Prefeitura de Ibema - PR - Assistente Adminis-
ESPANTO “Eita!”, “Ué!” trativo- A frase “ O estudante foi convidado para assistir os debates
políticos.” apresenta, de acordo com a norma padrão da Língua por-
IMPACIÊNCIA tuguesa, um desvio de:
“Puxa!”
(FRUSTRAÇÃO) (A) Concordância nominal.
IMPOSIÇÃO “Psiu!”, “Silêncio!” (B) Concordância verbal.
(C) Regência verbal.
SATISFAÇÃO “Eba!”, “Oba!”
(D) Regência nominal
SUSPENSÃO “Alto lá!”, “Basta!”, “Chega!”
3. FUNCERN - 2019 - Prefeitura de Apodi - RN - Professor de
Ensino Fundamental I ( 1º ao 5º ano)-
QUESTÕES Os pontos cegos de nosso cérebro e o risco eterno de aciden-
tes
Luciano Melo
1. CÂMARA DE ITAUÇU-GO – PROFESSOR NÍVEL III – ITAME – O motorista aguarda o momento seguro para conduzir seu
2019 carro e atravessar o cruzamento. Olha para os lados que atravessará
Texto 1: e, estático, aguarda que outros veículos deixem livre o caminho pela
via transversal à sua frente. Enquanto espera, olha de um lado a ou-
Opiniões diferentes tro a vigiar a pista quase livre. Finalmente não avista mais nenhum
veículo que poderá atrapalhar seu planejado movimento. É hora de
Em um fim de tarde, ao pôr do sol, Jane Andrews, Gilbert Blythe dirigir, mas, no meio da travessia, ele é surpreendido por uma grave
e Anne Shirley se encontraram junto a uma cerca, à sombra dos colisão. Uma motocicleta atinge a traseira de seu veículo.
galhos de abetos que uma brisa balançava gentilmente, onde um
atalho no bosque conhecido como Rosa das Bétulas se juntava à Eu tomo a defesa do motorista: ele não viu a moto se aproxi-
estrada principal. Jane havia passado a tarde com Anne, que agora mar. Presumo que vários dos leitores já passaram por situação se-
acompanhava a amiga até uma parte do caminho de volta, e, ao melhante, mas, caso você seja exceção e acredite que enxergaria
passarem pela cerca, depararam-se com Gilbert. Os três estavam a motocicleta, eu o convido a assistir a um vídeo que existe sobre
conversando sobre a fatídica manhã do dia seguinte, que seria a isso. O filme prova quão difícil é perceber objetos que de repente
primeira de setembro, quando as escolas voltam a abrir suas portas. somem ou aparecem em uma cena.
[...] Nossa condição humana está casada com uma inabilidade de
— Vocês dois têm certa vantagem — suspirou Anne. perceber certas mudanças. Claro que notamos muitas alterações à
— Vão lecionar para crianças que não conhecem, enquanto nossa volta, especialmente se olharmos para o ponto alvo da modi-
eu terei que dar aulas para os meus antigos colegas, e a senhora ficação no momento em que ela ocorrerá. Assim, se olharmos fixa-
Lynde disse que tem medo de que eles não me respeitem como mente para uma janela cheia de vasos de flores, poderemos assistir
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à queda de um deles. Mas, se desviarmos brevemente nossos olhos 4. MPE-GO - 2022 - MPE-GO - Oficial de Promotoria - Edital nº
da janela, justamente no momento do tombo, é possível que nem 006
notemos a falta do enfeite. O fenômeno se chama cegueira para A importância dos debates
mudança: nossa incapacidade de visualizar variações do ambiente
entre uma olhada e outra. É promissor que os candidatos ao governo gaúcho venham
No mundo real, mudanças são geralmente antecedidas por dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo de inte-
uma série de movimentos. Se esses movimentos superam um limiar resse específico dos eleitores
atrativo, vão capturar nossa atenção que focará na alteração consi- O primeiro confronto direto entre os candidatos Eduardo Leite
derada dominante. Por sua vez, modificações que não ultrapassam (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB), que disputam o governo do Estado
o limiar não provocarão divergência da atenção e serão ignoradas. em segundo turno, reafirmou a importância dessa alternativa de-
Quando abrimos nossos olhos, ficamos com a impressão de mocrática para ajudar os eleitores a fazer suas escolhas. Uma das
termos visão nítida, rica e bem detalhada do mundo que se estende vantagens do sistema de votação em dois turnos, instituído pela
por todo nosso campo visual. A consciência de nossa percepção não Constituição de 1988, é justamente a de propiciar um maior de-
é limitada, mas nossa atenção e nossa memória de curtíssimo prazo talhamento dos programas de governo dos dois candidatos mais
são. Não somos capazes de memorizar tudo instantaneamente à votados na primeira etapa.
nossa volta e nem podemos nos ater a tudo que nos cerca. Nossa in- Foi justamente o que ocorreu ontem entre os postulantes ao
trospecção da grandiosidade de nossa experiência visual confronta Palácio Piratini. Colocados frente a frente nos microfones da Rá-
com nossas limitações perceptivas práticas e cria uma vivência rica, dio Gaúcha, ambos tiveram a oportunidade de enfrentar questões
porém efêmera e sujeita a erros de interpretações. Dimensiona um importantes ligadas ao cotidiano dos eleitores. A viabilidade de as
gradiente entre o que é real e o que se presume, algo que favorece principais demandas dos gaúchos serem contempladas vai depen-
os acidentes de trânsito. der acima de tudo da estratégia de cada um para enfrentar a crise
Podemos interpretar que o acidente do exemplo do início do das finanças públicas.
texto se deu porque o motorista convergiu sua atenção às partes Diferentemente do que os eleitores estão habituados a assistir
centrais da pista, por onde os carros preferencialmente circulam no horário eleitoral obrigatório e a acompanhar por postagens dos
sob velocidade mais ou menos previsível. Assim que o último carro candidatos nas redes sociais, debates se prestam menos para pro-
passou, ficou fácil pressupor que o centro da pista permaneceria paganda pessoal, estratégias de marketing e para a disseminação
vazio por um intervalo de tempo seguro para a travessia. As late- de informações inconfiáveis e notícias falsas, neste ano usadas lar-
rais da pista, locais em que motocicletas geralmente trafegam, não gamente em campanhas. Além disso, têm a vantagem de desafiar
tiveram a atenção merecida, e a velocidade da moto não estava no os candidatos com questionamentos de jornalistas e do público. As
padrão esperado. respostas, inclusive, podem ser conferidas por profissionais de im-
O mundo aqui fora é um caos repleto de acontecimentos, e prensa, com divulgação posterior, o que facilita o discernimento por
nossos cérebros têm que coletar e reter alguns deles para que pos- parte de eleitores sobre o que corresponde ou não à verdade.
samos compreendê-lo e, assim, agirmos em busca da nossa sobre- O Rio Grande do Sul enfrenta uma crise fiscal no setor público
vivência. Mas essas informações são salpicadas, incompletas e mu- que, se não contar com uma perspectiva de solução imediata, pra-
táveis. Traçar uma linha que contextualize todos esses dados não é ticamente vai inviabilizar a implantação de qualquer plano de go-
simples. Eventualmente, esse jogo mental de ligar pontinhos cria verno. Por isso, é promissor que, enquanto em outros Estados pre-
armadilha para nós mesmos, pois por vezes um ponto que deveria dominam denúncias e acusações, os candidatos ao governo gaúcho
ser descartado é inserido em uma lógica apenas por ser chamativo. venham dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo
E outro, ao contrário, deveria ser considerado, mas é menospreza- de interesse específico dos eleitores.
do, pois à primeira vista não atendeu a um pressuposto. Democracia se faz com diálogo e transparência. Sem discus-
Essas interpretações podem provocar outras tragédias além de sões amplas, perdem os cidadãos, que ficam privados de informa-
acidentes de carro. ções essenciais para fazer suas escolhas com mais objetividade e
Disponível em:<https://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 20 abr. menos passionalismo.
2019. (texto adaptado) (A IMPORTÂNCIA dos debates. GaúchaZH, 17 de outubro de 2018. Dis-
No trecho “[...]poderemos assistir à queda de um deles.”, a ponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br. Acesso em: 30 de agosto
ocorrência do acento grave é justificada de 2022)
(A) pela exigência de artigo do termo regente, que é um ver- No segundo parágrafo do texto, há a frase: “Colocados frente
bo, e pela exigência de preposição do termo regido, que é um a frente nos microfones da Rádio Gaúcha, ambos tiveram a oportu-
nome. nidade de enfrentar questões importantes ligadas ao cotidiano dos
(B) pela exigência de preposição do termo regente, que é um eleitores.” Conforme se observa, na expressão em destaque, não há
nome, e pela exigência de artigo do termo regido, que é um ocorrência da crase.
verbo. Assim, seguindo a regra gramatical acerca da crase, assinale a
(C) pela exigência de artigo do termo regente, que é um nome, alternativa em que há o emprego da crase indevidamente:
e pela exigência de artigo do termo regido, que é um verbo. (A) cara a cara; às ocultas; à procura.
(D) pela exigência de preposição do termo regente, que é um (B) face a face; às pressas; à deriva.
verbo, e pela exigência de artigo do termo regido, que é um (C) à frente; à direita; às vezes.
nome. (D) à tarde; à sombra de; a exceção de.

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5. INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para responder à questão que a ele se refere.
Texto 01

Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/38102601. Acesso em: 18 set. 2022.


De acordo com o texto, “[...] sair de um acidente em alta velocidade pelo vidro da frente” indica uma
(A) solução.
(B) alternativa.
(C) prevenção.
(D) consequência.
(E) precaução.

6. FGV - 2022 - TJ-DFT - Oficial de Justiça Avaliador Federal- “Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento dos fatos,
às vezes chega-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores.” O raciocínio abaixo que deve ser considerado como indutivo é:
(A) Os funcionários públicos folgam amanhã, por isso meu marido ficará em casa;
(B) Todos os juízes procuram julgar corretamente, por isso é o que ele também procura;
(C) Nos dias de semana os mercados abrem, por isso deixarei para comprar isso amanhã;
(D) No inverno, chove todos os dias, por isso vou comprar um guarda-chuva;
(E) Ontem nevou bastante, por isso as estradas devem estar intransitáveis.

7. FGV - 2022 - TJ-DFT - Analista Judiciário - Segurança da Informação- “Também leio livros, muitos livros: mas com eles aprendo
menos do que com a vida. Apenas um livro me ensinou muito: o dicionário. Oh, o dicionário, adoro-o. Mas também adoro a estrada, um
dicionário muito mais maravilhoso.”
Depreende-se desse pensamento que seu autor:
(A) nada aprende com os livros, com exceção do dicionário;
(B) deve tudo que conhece ao dicionário;
(C) adquire conhecimentos com as viagens que realiza;
(D) conhece o mundo por meio da experiência de vida;
(E)constatou que os dicionários registram o melhor da vida.

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8. COTEC - 2022 - Prefeitura de Paracatu - MG - Técnico Higiene Dental - INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 a seguir para
responder à questão que a ele se refere.
Texto 01

Disponível em: http://bichinhosdejardim.com/triste-fim-relacoes-afetivas/. Acesso em: 18 set. 2022.


A vírgula, na fala do primeiro quadro, foi usada de acordo com a norma para separar um
(A) vocativo.
(B) aposto explicativo.
(C) expressão adverbial.
(D) oração coordenada.
(E) predicativo.

9. CESPE / CEBRASPE - 2022 - Prefeitura de Maringá - PR - Médico Texto CG1A1


Por muitos séculos, pessoas surdas ao redor do mundo eram consideradas incapazes de aprender simplesmente por possuírem
uma deficiência. No Brasil, infelizmente, isso não era diferente. Essa visão capacitista só começou a mudar a partir do século XVI, com
transformações que ocorreram, num primeiro momento, na Europa, quando educadores, por conta própria, começaram a se preocupar
com esse grupo.
Um dos educadores mais marcantes na luta pela educação dos surdos foi Ernest Huet, ou Eduard Huet, como também era conhe-
cido. Huet, acometido por uma doença, perdeu a audição ainda aos 12 anos; contudo, como era membro de uma família nobre da França,
teve, desde cedo, acesso à melhor educação possível de sua época e, assim, aprendeu a língua de sinais francesa no Instituto Nacional
de Surdos-Mudos de Paris. No Brasil, tomando-se como inspiração a iniciativa de Huet, fundouse, em 26 de setembro de 1856, o Impe-
rial Instituto de SurdosMudos, instituição de caráter privado. No seu percurso, o instituto recebeu diversos nomes, mas a mudança mais
significativa se deu em 1957, quando foi denominado Instituto Nacional de Educação dos Surdos – INES, que está em funcionamento até
hoje! Essa mudança refletia o princípio de modernização da década de 1950, pelo qual se guiava o instituto, com suas discussões sobre
educação de surdos.
Dessa forma, Huet e a língua de sinais francesa tiveram grande influência na língua brasileira de sinais, a Libras, que foi ganhando
espaço aos poucos e logo passou a ser utilizada pelos surdos brasileiros. Contudo, nesse mesmo período, muitos educadores ainda defen-
diam a ideia de que a melhor maneira de ensinar era pelo método oralizado, ou seja, pessoas surdas seriam educadas por meio de línguas
orais. Nesse caso, a comunicação acontecia nas modalidades de escrita, leitura, leitura labial e também oral. No Congresso de Milão, em
11 de setembro de 1880, muitos educadores votaram pela proibição da utilização da língua de sinais por não acreditarem na efetividade
desse método na educação das pessoas surdas.
Essa decisão prejudicou consideravelmente o ensino da Língua Brasileira de Sinais, mas, mesmo diante dessa proibição, a Libras
continuou sendo utilizada devido à persistência dos surdos. Posteriormente, buscou-se a legitimidade da Língua Brasileira de Sinais, e os
surdos continuaram lutando pelo seu reconhecimento e regulamentação por meio de um projeto de lei escrito em 1993. Porém, apenas
em 2002, foi aprovada a Lei 10.436/2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão
no país.
Internet:: <www.ufmg.br>(com adaptações)
Assinale a opção correta a respeito do emprego das formas verbais e dos sinais de pontuação no texto CG1A1.
(A) A correção gramatical e a coerência do texto seriam preservadas, caso a vírgula empregada logo após o vocábulo “mas” (primeiro
período do quarto parágrafo) fosse eliminada.
(B) A forma verbal “tiveram” (primeiro período do terceiro parágrafo) poderia ser substituída por “obtiveram” sem prejuízo aos sen-
tidos e à correção gramatical do texto.
(C) A forma verbal “continuou” (primeiro período do quarto parágrafo) está flexionada no singular para concordar com o artigo
definido “a”, mas poderia ser substituída, sem prejuízo à correção gramatical, pela forma verbal “continuaram”, que estabeleceria
concordância com o termo “Libras”.
(D) A forma verbal “acreditarem” (quarto período do terceiro parágrafo) concorda com “educadores” e por isso está flexionada no
plural.

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(E) No primeiro período do terceiro parágrafo do texto, é facul- 12. Unoesc - 2022 - Prefeitura de Maravilha - SC - Agente Admi-
tativo o emprego da vírgula imediatamente após “Libras”. nistrativo - Edital nº 2- Considerando a acentuação tônica, assinale
as alternativas abaixo com (V) verdadeiro ou (F) falso.
10. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário ( ) As palavras “gramática” e “partir” são, respectivamente,
- Área Judiciária- A chama é bela proparoxítona e oxítona.
Nos anos 1970 comprei uma casa no campo com uma ( ) “Nós” é uma palavra oxítona.
bela lareira, e para meus filhos, entre 10 e 12 anos, a experiência do ( ) “César” não é proparoxítona, tampouco oxítona.
fogo, da brasa que arde, da chama, era um fenômeno absolutamen- ( ) “Despretensiosamente” é uma palavra proparoxítona.
te novo. E percebi que quando a lareira estava acesa eles deixavam ( ) “Café” é uma palavra paroxítona.
a televisão de lado. A chama era mais bela e variada do que qual- A sequência correta de cima para baixo é:
quer programa, contava histórias infinitas, não seguia esquemas (A) F, V, V, F, V.
fixos como um programa televisivo. (B) V, V, F, V, F.
(C) V, F, V, F, V.
O fogo também se faz metáfora de muitas pulsões, do infla- (D) V, V, V, F, F.
mar-se de ódio ao fogo da paixão amorosa. E o fogo pode ser a luz
ofuscante que os olhos não podem fixar, como não podem encarar 13. CESPE / CEBRASPE - 2022 - TCE-PB - Médico- Texto CB1A1-I
o Sol (o calor do fogo remete ao calor do Sol), mas devidamente A história da saúde não é a história da medicina, pois apenas
amestrado, quando se transforma em luz de vela, permite jogos de de 10% a 20% da saúde são determinados pela medicina, e essa
claro-escuro, vigílias noturnas nas quais uma chama solitária nos porcentagem era ainda menor nos séculos anteriores. Os outros
obriga a imaginar coisas sem nome... três determinantes da saúde são o comportamento, o ambiente e a
biologia – idade, sexo e genética. As histórias da medicina centradas
O fogo nasce da matéria para transformar-se em substância no atendimento à saúde não permitem uma compreensão global
cada vez mais leve e aérea, da chama rubra ou azulada da raiz à cha- da melhoria da saúde humana. A história dessa melhoria é uma his-
ma branca do ápice, até desmaiar em fumaça... Nesse sentido, a na- tória de superação. Antes dos primeiros progressos, a saúde huma-
tureza do fogo é ascensional, remete a uma transcendência e, con- na estava totalmente estagnada. Da Revolução Neolítica, há 12 mil
tudo, talvez porque tenhamos aprendido que ele vive no coração da anos, até meados do século XVIII, a expectativa de vida dos seres
Terra, é também símbolo de profundidades infernais. É vida, mas é humanos ocidentais não evoluíra de modo significativo. Estava pa-
também experiência de seu apagar-se e de sua contínua fragilidade. ralisada na faixa dos 25-30 anos. Foi somente a partir de 1750 que
(Adaptado de: ECO, Umberto. Construir o inimigo. Rio de Janeiro: o equilíbrio histórico se modificou positivamente. Vários elementos
Record, 2021, p. 54-55) alteraram esse contexto, provocando um aumento praticamente
Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase: contínuo da longevidade. Há 200 anos, as suecas detinham o re-
(A) Os filhos do autor diante da lareira, não deixaram de se es- corde mundial com uma longevidade de 46 anos. Em 2019, eram as
pantar, com o espetáculo inédito daquelas chamas bruxulean- japonesas que ocupavam o primeiro lugar, com uma duração média
tes. de vida de 88 anos. Mesmo sem alcançar esse recorde, as popula-
(B) Como metáfora, o fogo por conta de seus inúmeros atribu- ções dos países industrializados podem esperar viver atualmente
tos, chega mesmo a propiciar expansões, simbólicas e metafó- ao menos 80 anos. Desde 1750, cada geração vive um pouco mais
ricas. do que a anterior e prepara a seguinte para viver ainda mais tempo.
(C) Tanto como a do Sol, a luz do fogo, uma vez expandida, Jean-David Zeitoun. História da saúde humana: vamos viver
pode ofuscar os olhos de quem, imprudente, ouse enfrentá-la. cada vez mais?
(D) O autor do texto em momentos descritivos, não deixa de Tradução Patrícia Reuillard. São Paulo: Contexto, 2022, p. 10-11 (com
insinuar sua atração, pela magia dos poderes e do espetáculo adaptações).
do fogo. No que se refere a aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, jul-
(E) Disponíveis metáforas, parecem se desenvolver quando, gue o item seguinte.
por amor ou por ódio extremos somos tomados por paixões A inserção de uma vírgula imediatamente após o termo “au-
incendiárias. mento” (nono período) prejudicaria a correção gramatical e o sen-
tido original do texto.
11. AGIRH - 2022 - Prefeitura de Roseira - SP - Enfermeiro 36 ( )Certo
horas - Assinale o item que contém erro de ortografia. ( )Errado
(A) Na cultura japonesa, fica desprestigiado para sempre quem
inflinge as regras da lealdade. 14. CESPE / CEBRASPE - 2022 - Prefeitura de Maringá - PR - Mé-
(B) Não conseguindo prever o resultado a que chegariam, sen- dico- Texto CG1A1
tiu-se frustrado. Por muitos séculos, pessoas surdas ao redor do mundo eram
(C) Desgostos indescritíveis, porventura, seriam rememorados consideradas incapazes de aprender simplesmente por possuírem
durante a sessão de terapia. uma deficiência. No Brasil, infelizmente, isso não era diferente. Essa
(D) Ao reverso de outros, trazia consigo autoconhecimento e visão capacitista só começou a mudar a partir do século XVI, com
autoafirmação. transformações que ocorreram, num primeiro momento, na Euro-
pa, quando educadores, por conta própria, começaram a se preo-
cupar com esse grupo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Um dos educadores mais marcantes na luta pela educação 16. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário
dos surdos foi Ernest Huet, ou Eduard Huet, como também era co- - Área Judiciária
nhecido. Huet, acometido por uma doença, perdeu a audição ainda
aos 12 anos; contudo, como era membro de uma família nobre da O meu ofício
França, teve, desde cedo, acesso à melhor educação possível de sua O meu ofício é escrever, e sei bem disso há muito tempo.
época e, assim, aprendeu a língua de sinais francesa no Instituto Espero não ser mal-entendida: não sei nada sobre o valor daquilo
Nacional de Surdos-Mudos de Paris. No Brasil, tomando-se como que posso escrever. Quando me ponho a escrever, sinto-me extra-
inspiração a iniciativa de Huet, fundouse, em 26 de setembro de ordinariamente à vontade e me movo num elemento que tenho
1856, o Imperial Instituto de SurdosMudos, instituição de caráter a impressão de conhecer extraordinariamente bem: utilizo instru-
privado. No seu percurso, o instituto recebeu diversos nomes, mas mentos que me são conhecidos e familiares e os sinto bem firmes
a mudança mais significativa se deu em 1957, quando foi denomi- em minhas mãos. Se faço qualquer outra coisa, se estudo uma lín-
nado Instituto Nacional de Educação dos Surdos – INES, que está gua estrangeira, se tento aprender história ou geografia, ou tricotar
em funcionamento até hoje! Essa mudança refletia o princípio de uma malha, ou viajar, sofro e me pergunto como é que os outros
modernização da década de 1950, pelo qual se guiava o instituto, conseguem fazer essas coisas. E tenho a impressão de ser cega e
com suas discussões sobre educação de surdos. surda como uma náusea dentro de mim.
Dessa forma, Huet e a língua de sinais francesa tiveram gran-
de influência na língua brasileira de sinais, a Libras, que foi ganhan- Já quando escrevo nunca penso que talvez haja um modo
do espaço aos poucos e logo passou a ser utilizada pelos surdos bra- mais correto, do qual os outros escritores se servem. Não me im-
sileiros. Contudo, nesse mesmo período, muitos educadores ainda porta nada o modo dos outros escritores. O fato é que só sei escre-
defendiam a ideia de que a melhor maneira de ensinar era pelo mé- ver histórias. Se tento escrever um ensaio de crítica ou um artigo
todo oralizado, ou seja, pessoas surdas seriam educadas por meio sob encomenda para um jornal, a coisa sai bem ruim. O que escrevo
de línguas orais. Nesse caso, a comunicação acontecia nas modali- nesses casos tenho de ir buscar fora de mim. E sempre tenho a sen-
dades de escrita, leitura, leitura labial e também oral. No Congresso sação de enganar o próximo com palavras tomadas de empréstimo
de Milão, em 11 de setembro de 1880, muitos educadores votaram ou furtadas aqui e ali.
pela proibição da utilização da língua de sinais por não acreditarem
na efetividade desse método na educação das pessoas surdas. Quando escrevo histórias, sou como alguém que está em seu
Essa decisão prejudicou consideravelmente o ensino da país, nas ruas que conhece desde a infância, entre as árvores e os
Língua Brasileira de Sinais, mas, mesmo diante dessa proibição, a muros que são seus. Este é o meu ofício, e o farei até a morte. Entre
Libras continuou sendo utilizada devido à persistência dos surdos. os cinco e dez anos ainda tinha dúvidas e às vezes imaginava que
Posteriormente, buscou-se a legitimidade da Língua Brasileira de podia pintar, ou conquistar países a cavalo, ou inventar uma nova
Sinais, e os surdos continuaram lutando pelo seu reconhecimento máquina. Mas a primeira coisa séria que fiz foi escrever um conto,
e regulamentação por meio de um projeto de lei escrito em 1993. um conto curto, de cinco ou seis páginas: saiu de mim como um mi-
Porém, apenas em 2002, foi aprovada a Lei 10.436/2002, que re- lagre, numa noite, e quando finalmente fui dormir estava exausta,
conhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de atônita, estupefata.
comunicação e expressão no país. (Adaptado de: GINZBURG, Natalia. As pequenas virtudes. Trad. Maurí-
Internet:: <www.ufmg.br>(com adaptações) cio Santana Dias. São Paulo: Cosac Naify, 2015, p, 72-77, passim)
A conjunção “contudo”, no segundo período do segundo pará- As normas de concordância verbal encontram-se plenamente
grafo do texto CG1A1, poderia ser substituída, mantidas a coesão e observadas em:
a coerência textuais, por (A) As palavras que a alguém ocorrem deitar no papel acabam
(A) destarte. por identificar o estilo mesmo de quem as escreveu.
(B) entretanto. (B) Gaba-se a autora de que às palavras a que recorre nunca
(C) ademais. falta a espontaneidade dos bons escritos.
(D) embora. (C) Faltam às tarefas outras de que poderiam se incumbir a fa-
(E) portanto. cilidade que encontra ela em escrever seus textos.
(D) Os possíveis entraves para escrever um conto, revela a au-
15. OBJETIVA - 2022 - Prefeitura de Dezesseis de Novembro - tora, logo se dissipou em sua primeira tentativa.
RS - Controlador Interno- Considerando-se a concordância nominal, (E) Não haveria de surgir impulsos mais fortes, para essa escri-
marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assi- tora, do que os que a levaram a imaginar histórias.
nalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
( ) Agora que tudo passou, sinto que tenho menas tristezas na 17 SELECON - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Técnico em
minha vida. Nutrição Escolar- Considerando a regência nominal e o emprego do
( ) Posso pedir teu bloco e tua caneta emprestada? acento grave, o trecho destacado em “inerentes a esta festa” está
( ) É proibido a entrada de animais na praia. corretamente substituído em:
(A) C - E - C. (A) inerentes à determinado momento
(B) C - E - E. (B) inerentes à regras de convivência
(C) E - E - C. (C) inerentes à regulamentos anteriores
(D) E - C - E. (D) inerentes à evidência de incorreções

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18. Assinale a frase com desvio de regência verbal. ano?). De nada vai adiantar essa dança das cadeiras ministeriais para
(A) Informei-lhe o bloqueio do financiamento de pesquisas. agradar a um ou outro partido. Não são eles os mosquitos vetores
(B) Avisaram-no a liberação de recursos para ciência e tecno- que contaminaram o Brasil com uma ziquizira da qual será muito
logia. difícil sair. O da Saúde, Marcelo Castro, formado em psiquiatria,
(C) Os acadêmicos obedecem ao planejamento estratégico. depois de espalhar piadinhas de mau gosto com mulheres grávidas,
(D) Todos os homens, por natureza, aspiram ao saber. cometeu o pecado fatal: foi sincero. Marcelo Castro disse que o
(E) Assistimos ao filme que apresentou a obra daquele grande Brasil “está perdendo feio” a guerra contra o mosquito – e isso é o
cientista. fim da picada, não é, presidente?
Dilma não convive com a sinceridade. Seu governo não erra.
19. MPE-GO - 2022 - MPE-GO - Oficial de Promotoria - Edital Aliás, “se erra”, como admitiu há alguns meses, erra pouco e sem
nº 007- Sendo (C) para as assertivas corretas e (E) para as erradas, maldade – e tudo tem conserto. Erra porque foi vítima. Suas amigas,
assinale a alternativa com a sequência certa considerando a obser- do gênero Erenice Guerra, também sempre acertam. Se erram, é
vância das normas da língua portuguesa: por ingenuidade ou por falta de memória. A ex-ministra Erenice é
( ) O futebol é um esporte de que o povo gosta. ingênua, dá para sentir. E nem lembra quem pagou viagens aéreas
( ) Visitei a cidade onde você nasceu. dela. Dilma também já se esqueceu de muitas canetadas nessa
( ) É perigoso o local a que você se dirige. roda-viva de Petrobras, Casa Civil, Presidência da República. Seu
( ) Tenho uma coleção de quadros pela qual já me ofereceram problema não foi o mosquito, mas a mosca azul.
milhões. Para a mosca azul não há antídoto nem vacina. A mosca, num
(A) E – E – E – C passe de mágica, tira as contas do vermelho num gráfico ilusório,
(B) C – C – C – E com a sua, a nossa ajuda. Uns bilhões do FGTS aqui, outros da CPMF
(C) C – E – E – E ali, e pronto. O país fica cor-de-rosa, a cor dos programas eleitorais
(D) C – C – C – C do PT. Só que não, a conta não fecha mesmo assim, porque o Estado
brasileiro é voraz e gigantesco. Não há foco na redução do tamanho.
20. PREFEITURA DE SANTANA DO DESERTO-MG – Só no aumento de taxas, impostos e contas de serviços públicos. A
FISIOTERAPEUTA – PREFEITURA DE SANTANA DO DESERTO-MG – dívida pública federal terminou 2015 em R$ 2.793 trilhões. A dívida
2019 – assim como o Brasil – não vai parar.
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto abaixo para responder Diante do Conselhão de quase uma centena de empresários,
à questão que se segue. empreendedores, banqueiros e autoridades – sem a presença
A zica do Planalto incômoda da imprensa –, Dilma lançou um plano de sete medidas
Zica com “c” é uma gíria brasileira que significa mau agouro, para liberar R$ 83 bilhões em crédito para habitação, agricultura,
azar, maldição, momento de baixoastral, quando tudo dá errado. infraestrutura, pequenas e médias empresas. A maior parte desse
A origem da palavra não se sabe ao certo, mas há quem jure que dinheiro viria do FGTS. Crédito para um país em recessão, que não
seria uma contração da palavra ziquizira. Faz sentido. Não tem nada acredita na capacidade do governo para enfrentar a crise. Dilma
a ver com a zika, triste doença transmitida pelo mosquito Aedes disse que, para “a travessia a um porto seguro”, a CPMF é “a melhor
aegypti. Triste porque infecta o cérebro de bebês no útero materno, solução disponível”.
triste porque atesta nossa incompetência de país subdesenvolvido Não existe nem espaço para o crédito moral, quando se vê
diante do mosquito que também transmite a dengue, triste porque Lula, o fiador de Dilma, acuado por delações que o envolvem em
pode atingir 1,5 milhão de pessoas no Brasil neste ano, segundo a reformas milionárias e obscuras de imóveis como o tríplex do
Organização Mundial da Saúde (OMS). Guarujá ou o sítio de Atibaia – hoje amaldiçoados. Na vida real, os
Cada fala da presidente Dilma Rousseff sobre a zika vira uma juros batem recorde e famílias endividadas precisam refinanciar
festa para humoristas e um constrangimento para a maioria da seus débitos porque não podem lançar mão do dinheiro alheio.
população – não, claro, para os militantes dilmistas, que a perdoam O Solaris não nasce para todos. A zica que contaminou o país tem
sempre e atribuem esses lapsos à pressão da dieta argentina ou da origem na Capital.
“inquisição medieval” contra ela e contra Lula. Dilma já chamou o (Disponível em : https://oglobo.globo.com/epoca/colunas-e-blogs/
mosquito de vírus. Dilma já chamou a zika de vetor. Dilma já disse ruth-de)
que a doença é transmitida por ovos infectados por vírus. Dilma já
inventou um outro inseto que seria especializado em zika, e que Considere o trecho: “Zica com “c” é uma gíria brasileira que
não seria o mesmo da dengue. significa mau agouro, azar, maldição, momento de baixo-astral,
Dilma também disse que “o Brasil não parou e nem vai parar” – quando tudo dá errado. A origem da palavra não se sabe ao certo,
e não vai mesmo parar de piorar enquanto ela achar que o inferno mas há quem jure que seria uma contração da palavra ziquizira. Faz
são os outros. A microcefalia do Planalto não permite que criatura sentido. Não tem nada a ver com a zika, triste doença transmitida
e criador caiam na real. Dilma e Lula estão juntos na saúde e na pelo mosquito Aedes aegypti. ” (Parágrafo 1º)
doença, na alegria e na tristeza. Juntos no idioma maltratado. Juntos Tendo em vista a significação das palavras, é CORRETO afirmar
na solidariedade a Zé Dirceu, o consultor-modelo que mais voou que as palavras negritadas são:
em jatinhos de empreiteiros e lobistas, abastecidos por propinas. (A) Homônimas homógrafas.
Juntos no discurso de perseguição da “mídia”, da Lava Jato e dos (B) Parônimas.
delatores premiados. (C) Homônimas homófonas.
Pode continuar a trocar o ministro da Saúde, o ministro da (D) Sinônimas.
Fazenda, o ministro do Planejamento, o ministro da Educação (aliás,
por onde anda Aloizio Mercadante, qual será seu bloco escolar este
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GABARITO
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1 C
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2 C
3 D ______________________________________________________
4 D ______________________________________________________
5 D
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6 E
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7 D
8 A ______________________________________________________
9 D ______________________________________________________
10 C
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11 A
12 D ______________________________________________________

13 CERTO ______________________________________________________
14 B
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15 D
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16 B
17 D ______________________________________________________
18 B ______________________________________________________
19 D
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20 C
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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MATEMÁTICA

Z*- = {… -4, -3, -2, -1}: conjunto dos números inteiros não posi-
OPERAÇÕES COM NÚMEROS NATURAIS E FRACIONÁRIOS: tivos e não nulos.
ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO. PRO-
BLEMAS ENVOLVENDO AS QUATRO OPERAÇÕES Conjunto dos Números Racionais (Q)
Números racionais são aqueles que podem ser representados
em forma de fração. O numerador e o denominador da fração preci-
— Conjuntos Numéricos sam pertencer ao conjunto dos números inteiros e, é claro, o deno-
O grupo de termos ou elementos que possuem características minador não pode ser zero, pois não existe divisão por zero.
parecidas, que são similares em sua natureza, são chamados de O conjunto dos números racionais é representado pelo Q. Os
conjuntos. Quando estudamos matemática, se os elementos pare- números naturais e inteiros são subconjuntos dos números racio-
cidos ou com as mesmas características são números, então dize- nais, pois todos os números naturais e inteiros também podem ser
mos que esses grupos são conjuntos numéricos1. representados por uma fração. Além destes, números decimais e
Em geral, os conjuntos numéricos são representados grafica- dízimas periódicas também estão no conjunto de números racio-
mente ou por extenso – forma mais comum em se tratando de ope- nais.
rações matemáticas. Quando os representamos por extenso, escre- Vejamos um exemplo de um conjunto de números racionais
vemos os números entre chaves {}. Caso o conjunto seja infinito, ou com 4 elementos:
seja, tenha incontáveis números, os representamos com reticências Qx = {-4, 1/8, 2, 10/4}
depois de colocar alguns exemplos. Exemplo: N = {0, 1, 2, 3, 4…}.
Existem cinco conjuntos considerados essenciais, pois eles são Também temos subconjuntos dos números racionais:
os mais usados em problemas e questões no estudo da Matemáti- Q* = subconjunto dos números racionais não nulos, formado
ca. São eles: Naturais, Inteiros, Racionais, Irracionais e Reais. pelos números racionais sem o zero.
Q+ = subconjunto dos números racionais não negativos, forma-
Conjunto dos Números Naturais (N) do pelos números racionais positivos.
O conjunto dos números naturais é representado pela letra N. Q*+ = subconjunto dos números racionais positivos, formado
Ele reúne os números que usamos para contar (incluindo o zero) e pelos números racionais positivos e não nulos.
é infinito. Exemplo: Q- = subconjunto dos números racionais não positivos, forma-
N = {0, 1, 2, 3, 4…} do pelos números racionais negativos e o zero.
Q*- = subconjunto dos números racionais negativos, formado
Além disso, o conjunto dos números naturais pode ser dividido pelos números racionais negativos e não nulos.
em subconjuntos:
N* = {1, 2, 3, 4…} ou N* = N – {0}: conjunto dos números natu- Conjunto dos Números Irracionais (I)
rais não nulos, ou sem o zero. O conceito de números irracionais é dependente da definição
Np = {0, 2, 4, 6…}, em que n ∈ N: conjunto dos números natu- de números racionais. Assim, pertencem ao conjunto dos números
rais pares. irracionais os números que não pertencem ao conjunto dos racio-
Ni = {1, 3, 5, 7..}, em que n ∈ N: conjunto dos números naturais nais.
ímpares. Em outras palavras, ou um número é racional ou é irracional.
P = {2, 3, 5, 7..}: conjunto dos números naturais primos. Não há possibilidade de pertencer aos dois conjuntos ao mesmo
tempo. Por isso, o conjunto dos números irracionais é complemen-
Conjunto dos Números Inteiros (Z) tar ao conjunto dos números racionais dentro do universo dos nú-
O conjunto dos números inteiros é representado pela maiús- meros reais.
cula Z, e é formado pelos números inteiros negativos, positivos e o Outra forma de saber quais números formam o conjunto dos
zero. Exemplo: Z = {-4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4…} números irreais é saber que os números irracionais não podem ser
O conjunto dos números inteiros também possui alguns sub- escritos em forma de fração. Isso acontece, por exemplo, com deci-
conjuntos: mais infinitos e raízes não exatas.
Z+ = {0, 1, 2, 3, 4…}: conjunto dos números inteiros não nega- Os decimais infinitos são números que têm infinitas casas de-
tivos. cimais e que não são dízimas periódicas. Como exemplo, temos
Z- = {…-4, -3, -2, -1, 0}: conjunto dos números inteiros não po- 0,12345678910111213, π, √3 etc.
sitivos.
Z*+ = {1, 2, 3, 4…}: conjunto dos números inteiros não negati-
vos e não nulos, ou seja, sem o zero.
1 https://matematicario.com.br/
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MATEMÁTICA

Conjunto dos Números Reais (R) – O número 49 é múltiplo de 7, pois existe número inteiro que,
O conjunto dos números reais é representado pelo R e é forma- multiplicado por 7, resulta em 49.
do pela junção do conjunto dos números racionais com o conjunto 49 = 7 · 7
dos números irracionais. Não esqueça que o conjunto dos racionais
é a união dos conjuntos naturais e inteiros. Podemos dizer que en- – O número 324 é múltiplo de 3, pois existe número inteiro
tre dois números reais existem infinitos números. que, multiplicado por 3, resulta em 324.
Entre os conjuntos números reais, temos: 324 = 3 · 108
R*= {x ∈ R│x ≠ 0}: conjunto dos números reais não-nulos.
R+ = {x ∈ R│x ≥ 0}: conjunto dos números reais não-negativos. – O número 523 não é múltiplo de 2, pois não existe número
R*+ = {x ∈ R│x > 0}: conjunto dos números reais positivos. inteiro que, multiplicado por 2, resulte em 523.
R– = {x ∈ R│x ≤ 0}: conjunto dos números reais não-positivos. 523 = 2 · ?”
R*– = {x ∈ R│x < 0}: conjunto dos números reais negativos.
• Múltiplos de 4
— Múltiplos e Divisores Como vimos, para determinar os múltiplos do número 4, deve-
Os conceitos de múltiplos e divisores de um número natural mos multiplicar o número 4 por números inteiros. Assim:
estendem-se para o conjunto dos números inteiros2. Quando tra- 4·1=4
tamos do assunto múltiplos e divisores, referimo-nos a conjuntos 4·2=8
numéricos que satisfazem algumas condições. Os múltiplos são en- 4 · 3 = 12
contrados após a multiplicação por números inteiros, e os divisores 4 · 4 = 16
são números divisíveis por um certo número. 4 · 5 = 20
Devido a isso, encontraremos subconjuntos dos números in- 4 · 6 = 24
teiros, pois os elementos dos conjuntos dos múltiplos e divisores 4 · 7 = 28
são elementos do conjunto dos números inteiros. Para entender o 4 · 8 = 32
que são números primos, é necessário compreender o conceito de 4 · 9 = 36
divisores. 4 · 10 = 40
4 · 11 = 44
Múltiplos de um Número 4 · 12 = 48
Sejam a e b dois números inteiros conhecidos, o número a é
múltiplo de b se, e somente se, existir um número inteiro k tal que ...
a = b · k. Desse modo, o conjunto dos múltiplos de a é obtido multi-
plicando a por todos os números inteiros, os resultados dessas mul- Portanto, os múltiplos de 4 são:
tiplicações são os múltiplos de a. M(4) = {4, 8, 12, 16, 20. 24, 28, 32, 36, 40, 44, 48, … }
Por exemplo, listemos os 12 primeiros múltiplos de 2. Para isso
temos que multiplicar o número 2 pelos 12 primeiros números in- Divisores de um Número
teiros, assim: Sejam a e b dois números inteiros conhecidos, vamos dizer que
2·1=2 b é divisor de a se o número b for múltiplo de a, ou seja, a divisão
2·2=4 entre b e a é exata (deve deixar resto 0).
2·3=6 Veja alguns exemplos:
2·4=8 – 22 é múltiplo de 2, então, 2 é divisor de 22.
2 · 5 = 10 – 63 é múltiplo de 3, logo, 3 é divisor de 63.
2 · 6 = 12 – 121 não é múltiplo de 10, assim, 10 não é divisor de 121.
2 · 7 = 14
2 · 8 = 16 Para listar os divisores de um número, devemos buscar os nú-
2 · 9 = 18 meros que o dividem. Veja:
2 · 10 = 20 – Liste os divisores de 2, 3 e 20.
2 · 11 = 22 D(2) = {1, 2}
2 · 12 = 24 D(3) = {1, 3}
D(20) = {1, 2, 4, 5, 10, 20}
Portanto, os múltiplos de 2 são:
M(2) = {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24} Observe que os números da lista dos divisores sempre são di-
visíveis pelo número em questão e que o maior valor que aparece
Observe que listamos somente os 12 primeiros números, mas nessa lista é o próprio número, pois nenhum número maior que ele
poderíamos ter listado quantos fossem necessários, pois a lista de será divisível por ele.
múltiplos é dada pela multiplicação de um número por todos os Por exemplo, nos divisores de 30, o maior valor dessa lista é o
inteiros. Assim, o conjunto dos múltiplos é infinito. próprio 30, pois nenhum número maior que 30 será divisível por
Para verificar se um número é ou não múltiplo de outro, de- ele. Assim:
vemos encontrar um número inteiro de forma que a multiplicação D(30) = {1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 30}.
entre eles resulte no primeiro número. Veja os exemplos:

2 https://brasilescola.uol.com.br/matematica/multiplos-divisores.htm
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

Propriedade dos Múltiplos e Divisores Se o número não for divisível por 2, 3 e 5 continuamos as divi-
Essas propriedades estão relacionadas à divisão entre dois in- sões com os próximos números primos menores que o número até
teiros. Observe que quando um inteiro é múltiplo de outro, é tam- que:
bém divisível por esse outro número. – Se for uma divisão exata (resto igual a zero) então o número
Considere o algoritmo da divisão para que possamos melhor não é primo.
compreender as propriedades. – Se for uma divisão não exata (resto diferente de zero) e o quo-
N = d · q + r, em que q e r são números inteiros. ciente for menor que o divisor, então o número é primo.
– Se for uma divisão não exata (resto diferente de zero) e o
Lembre-se de que: quociente for igual ao divisor, então o número é primo.
N: dividendo;
d, divisor; Exemplo: verificar se o número 113 é primo.
q: quociente; Sobre o número 113, temos:
r: resto. – Não apresenta o último algarismo par e, por isso, não é
divisível por 2;
– Propriedade 1: A diferença entre o dividendo e o resto (N – r) – A soma dos seus algarismos (1+1+3 = 5) não é um número
é múltipla do divisor, ou o número d é divisor de (N – r). divisível por 3;
– Propriedade 2: (N – r + d) é um múltiplo de d, ou seja, o nú- – Não termina em 0 ou 5, portanto não é divisível por 5.
mero d é um divisor de (N – r + d).
Veja o exemplo: Como vimos, 113 não é divisível por 2, 3 e 5. Agora, resta saber
Ao realizar a divisão de 525 por 8, obtemos quociente q = 65 e se é divisível pelos números primos menores que ele utilizando a
resto r = 5. operação de divisão.
Assim, temos o dividendo N = 525 e o divisor d = 8. Veja que
as propriedades são satisfeitas, pois (525 – 5 + 8) = 528 é divisível Divisão pelo número primo 7:
por 8 e:
528 = 8 · 66

— Números Primos
Os números primos são aqueles que apresentam apenas dois
divisores: um e o próprio número3. Eles fazem parte do conjunto
dos números naturais.
Por exemplo, 2 é um número primo, pois só é divisível por um
e ele mesmo.
Quando um número apresenta mais de dois divisores eles são
chamados de números compostos e podem ser escritos como um Divisão pelo número primo 11:
produto de números primos.
Por exemplo, 6 não é um número primo, é um número com-
posto, já que tem mais de dois divisores (1, 2 e 3) e é escrito como
produto de dois números primos 2 x 3 = 6.
Algumas considerações sobre os números primos:
– O número 1 não é um número primo, pois só é divisível por
ele mesmo;
– O número 2 é o menor número primo e, também, o único Observe que chegamos a uma divisão não exata cujo quociente
que é par; é menor que o divisor. Isso comprova que o número 113 é primo.
– O número 5 é o único número primo terminado em 5;
– Os demais números primos são ímpares e terminam com os
SISTEMA MONETÁRIO BRASILEIRO
algarismos 1, 3, 7 e 9.

Uma maneira de reconhecer um número primo é realizando O primeiro dinheiro do Brasil foi à moeda-mercadoria. Durante
divisões com o número investigado. Para facilitar o processo, veja muito tempo, o comércio foi feito por meio da troca de mercado-
alguns critérios de divisibilidade: rias, mesmo após a introdução da moeda de metal.
– Divisibilidade por 2: todo número cujo algarismo da unidade As primeiras moedas metálicas (de ouro, prata e cobre) chega-
é par é divisível por 2; ram com o início da colonização portuguesa. A unidade monetária
– Divisibilidade por 3: um número é divisível por 3 se a soma de Portugal, o Real, foi usada no Brasil durante todo o período co-
dos seus algarismos é um número divisível por 3; lonial. Assim, tudo se contava em réis (plural popular de real) com
– Divisibilidade por 5: um número será divisível por 5 quando o moedas fabricadas em Portugal e no Brasil. O Real (R) vigorou até 07
algarismo da unidade for igual a 0 ou 5. de outubro de 1833. De acordo com a Lei nº 59, de 08 de outubro
de 1833, entrou em vigor o Mil-Réis (Rs), múltiplo do real, como
unidade monetária, adotada até 31 de outubro de 1942.

3 https://www.todamateria.com.br/o-que-sao-numeros-primos/
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49
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MATEMÁTICA

No século XX, o Brasil adotou nove sistemas monetários ou O Banco do Brasil executava as funções de banco do governo, e
nove moedas diferentes (mil-réis, cruzeiro, cruzeiro novo, cruzeiro, o Tesouro Nacional era o órgão emissor de papel-moeda.
cruzado, cruzado novo, cruzeiro, cruzeiro real, real).
Por meio do Decreto-Lei nº 4.791, de 05 de outubro de 1942, Cruzeiro
uma nova unidade monetária, o cruzeiro – Cr$ veio substituir o mil- 1000 réis = Cr$1(com centavos) 01.11.1942
-réis, na base de Cr$ 1,00 por mil-réis. O Decreto-Lei nº 4.791, de 05 de outubro de 1942 (D.O.U. de 06
A denominação “cruzeiro” origina-se das moedas de ouro (pesa- de outubro de 1942), instituiu o Cruzeiro como unidade monetária
das em gramas ao título de 900 milésimos de metal e 100 milésimos brasileira, com equivalência a um mil réis. Foi criado o centavo, cor-
de liga adequada), emitidas na forma do Decreto nº 5.108, de 18 de respondente à centésima parte do cruzeiro.
dezembro de 1926, no regime do ouro como padrão monetário. Exemplo: 4:750$400 (quatro contos, setecentos e cinquenta
mil e quatrocentos réis) passou a expressar-se Cr$ 4.750,40 (quatro
O Decreto-Lei nº 1, de 13 de novembro de 1965, transformou mil setecentos e cinquenta cruzeiros e quarenta centavos)
o cruzeiro – Cr$ em cruzeiro novo – NCr$, na base de NCr$ 1,00 por
Cr$ 1.000. A partir de 15 de maio de 1970 e até 27 de fevereiro de Cruzeiro
1986, a unidade monetária foi novamente o cruzeiro (Cr$). (sem centavos) 02.12.1964
Em 27 de fevereiro de 1986, Dílson Funaro, ministro da Fa- A Lei nº 4.511, de 01de dezembro de1964 (D.O.U. de 02 de de-
zenda, anunciou o Plano Cruzado (Decreto-Lei nº 2.283, de 27 de zembro de 1964), extinguiu a fração do cruzeiro denominada centa-
fevereiro de 1986): o cruzeiro – Cr$ se transformou em cruzado – vo. Por esse motivo, o valor utilizado no exemplo acima passou a ser
Cz$, na base de Cz$ 1,00 por Cr$ 1.000 (vigorou de 28 de fevereiro escrito sem centavos: Cr$ 4.750 (quatro mil setecentos e cinquenta
de 1986 a 15 de janeiro de 1989). Em novembro do mesmo ano, o cruzeiros).
Plano Cruzado II tentou novamente a estabilização da moeda. Em
junho de 1987, Luiz Carlos Brésser Pereira, ministro da Fazenda, Cruzeiro Novo
anunciou o Plano Brésser: um Plano Cruzado “requentado” avaliou Cr$1000 = NCr$1(com centavos) 13.02.1967
Mário Henrique Simonsen. O Decreto-Lei nº 1, de 13 de novembro de1965 (D.O.U. de 17
Em 15 de janeiro de 1989, Maílson da Nóbrega, ministro da de novembro de 1965), regulamentado pelo Decreto nº 60.190, de
Fazenda, anunciou o Plano Verão (Medida Provisória nº 32, de 15 08 de fevereiro de1967 (D.O.U. de 09 de fevereiro de 1967), insti-
de janeiro de 1989): o cruzado – Cz$ se transformou em cruzado tuiu o Cruzeiro Novo como unidade monetária transitória, equiva-
novo – NCz$, na base de NCz$ 1,00 por Cz$ 1.000,00 (vigorou de 16 lente a um mil cruzeiros antigos, restabelecendo o centavo. O Con-
de janeiro de 1989 a 15 de março de 1990). selho Monetário Nacional, pela Resolução nº 47, de 08 de fevereiro
de 1967, estabeleceu a data de 13.02.67 para início de vigência do
Em 15 de março de 1990, Zélia Cardoso de Mello, ministra da novo padrão.
Fazenda, anunciou o Plano Collor (Medida Provisória nº 168, de 15 Exemplo: Cr$ 4.750 (quatro mil, setecentos e cinquenta cru-
de março de 1990): o cruzado novo – NCz$ se transformou em cru- zeiros) passou a expressar-se NCr$ 4,75(quatro cruzeiros novos e
zeiro – Cr$, na base de Cr$ 1,00 por NCz$ 1,00 (vigorou de 16 de setenta e cinco centavos).
março de 1990 a 28 de julho de 1993). Em janeiro de 1991, a infla-
ção já passava de 20% ao mês, e o Plano Collor II tentou novamente Cruzeiro
a estabilização da moeda. De NCr$ para Cr$ (com centavos) 15.05.1970
A Medida Provisória nº 336, de 28 de julho de1993, transfor- A Resolução nº 144, de 31 de março de 1970 (D.O.U. de 06 de
mou o cruzeiro – Cr$ em cruzeiro real – CR$, na base de CR$ 1,00 abril de 1970), do Conselho Monetário Nacional, restabeleceu a de-
por Cr$ 1.000,00 (vigorou de 29 de julho de 1993 a 29 de junho de nominação Cruzeiro, a partir de 15 de maio de 1970, mantendo o
1994). centavo.
Em 30 de junho de 1994, Fernando Henrique Cardoso, ministro Exemplo: NCr$ 4,75 (quatro cruzeiros novos e setenta e cinco
da Fazenda, anunciou o Plano Real: o cruzeiro real – CR$ se trans- centavos) passou a expressar-se Cr$ 4,75(quatro cruzeiros e setenta
formou em real – R$, na base de R$ 1,00 por CR$ 2.750,00 (Medida e cinco centavos).
Provisória nº 542, de 30 de junho de 1994, convertida na Lei nº
9.069, de 29 de junho de 1995). Cruzeiros
O artigo 10, I, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, (sem centavos) 16.08.1984
delegou ao Banco Central do Brasil competência para emitir papel- A Lei nº 7.214, de 15 de agosto de 1984 (D.O.U. de 16.08.84),
-moeda e moeda metálica, competência exclusiva consagrada pelo extinguiu a fração do Cruzeiro denominada centavo. Assim, a im-
artigo 164 da Constituição Federal de 1988. portância do exemplo, Cr$ 4,75 (quatro cruzeiros e setenta e cinco
Antes da criação do BCB, a Superintendência da Moeda e do centavos), passou a escrever-se Cr$ 4, eliminando-se a vírgula e os
Crédito (SUMOC), o Banco do Brasil e o Tesouro Nacional desempe- algarismos que a sucediam.
nhavam o papel de autoridade monetária.
A SUMOC, criada em 1945 e antecessora do BCB, tinha por Cruzado
finalidade exercer o controle monetário. A SUMOC fixava os per- Cr$ 1000 = Cz$1 (com centavos) 28.02.1986
centuais de reservas obrigatórias dos bancos comerciais, as taxas O Decreto-Lei nº 2.283, de 27 de fevereiro de 1986 (D.O.U. de
do redesconto e da assistência financeira de liquidez, bem como os 28 de fevereiro de 1986), posteriormente substituído pelo Decreto-
juros. Além disso, supervisionava a atuação dos bancos comerciais, -Lei nº 2.284, de 10 de março de 1986 (D.O.U. de 11 de março de
orientava a política cambial e representava o País junto a organis- 1986), instituiu o Cruzado como nova unidade monetária, equiva-
mos internacionais.
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MATEMÁTICA

lente a um mil cruzeiros, restabelecendo o centavo. A mudança de números 457 (D.O.U. de 30 de março de 1994) e 482 (D.O.U. de 29
padrão foi disciplinada pela Resolução nº 1.100, de 28 de fevereiro de abril de 1994) e convertida na Lei nº 8.880, de 27 de maio de
de 1986, do Conselho Monetário Nacional. 1994 (D.O.U. de 28 de maio de 1994).
Exemplo: Cr$ 1.300.500 (um milhão, trezentos mil e quinhen- Exemplo: CR$ 11.000.000,00 (onze milhões de cruzeiros reais)
tos cruzeiros) passou a expressar-se Cz$ 1.300,50 (um mil e trezen- passou a expressar-se R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
tos cruzados e cinquenta centavos).
Banco Central (BC ou Bacen) - Autoridade monetária do País
Cruzado Novo responsável pela execução da política financeira do governo. Cuida
Cz$ 1000 = NCz$1 (com centavos) 16.01.1989 ainda da emissão de moedas, fiscaliza e controla a atividade de to-
A Medida Provisória nº 32, de 15 de janeiro de 1989 (D.O.U. de dos os bancos no País.
16 de janeiro de 1989), convertida na Lei nº 7.730, de 31 de janeiro
de 1989 (D.O.U. de 01 de fevereiro de 1989), instituiu o Cruzado Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - Órgão in-
Novo como unidade do sistema monetário, correspondente a um ternacional que visa ajudar países subdesenvolvidos e em desenvol-
mil cruzados, mantendo o centavo. A Resolução nº 1.565, de 16 de vimento na América Latina. A organização foi criada em 1959 e está
janeiro de 1989, do Conselho Monetário Nacional, disciplinou a im- sediada em Washington, nos Estados Unidos.
plantação do novo padrão.
Banco Mundial - Nome pelo qual o Banco Internacional de
Exemplo: Cz$ 1.300,50 (um mil e trezentos cruzados e cinquen- Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) é conhecido. Órgão inter-
ta centavos) passou a expressar-se NCz$ 1,30 (um cruzado novo e nacional ligado a ONU, a instituição foi criada para ajudar países
trinta centavos). subdesenvolvidos e em desenvolvimento.

Cruzeiro Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BN-


De NCz$ para Cr$ (com centavos) 16.03.1990 DES) - Empresa pública federal vinculada ao Ministério do Desen-
A Medida Provisória nº 168, de 15 de março de 1990 (D.O.U. volvimento, Indústria e Comércio Exterior que tem como objetivo
de 16 de março de 1990), convertida na Lei nº 8.024, de 12 de abril financiar empreendimentos para o desenvolvimento do Brasil.
de 1990 (D.O.U. de 13 de abril de 1990), restabeleceu a denomi-
nação Cruzeiro para a moeda, correspondendo um cruzeiro a um
cruzado novo. Ficou mantido o centavo. A mudança de padrão foi REGRA DE TRÊS SIMPLES
regulamentada pela Resolução nº 1.689, de 18 de março de 1990,
do Conselho Monetário Nacional. Regra de três simples
Exemplo: NCz$ 1.500,00 (um mil e quinhentos cruzados novos)
passou a expressar-se Cr$ 1.500,00 (um mil e quinhentos cruzeiros). Regra de três simples é um processo prático para resolver pro-
blemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos três
Cruzeiro Real deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já
Cr$ 1000 = CR$ 1 (com centavos) 01.08.1993 conhecidos.
A Medida Provisória nº 336, de 28 de julho de 1993 (D.O.U. de
29 de julho de 1993), convertida na Lei nº 8.697, de 27 de agosto Passos utilizados numa regra de três simples:
de 1993 (D.O.U. de 28 agosto de 1993), instituiu o Cruzeiro Real, a 1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma
partir de 01 de agosto de 1993, em substituição ao Cruzeiro, equi- espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de
valendo um cruzeiro real a um mil cruzeiros, com a manutenção do espécies diferentes em correspondência.
centavo. A Resolução nº 2.010, de 28 de julho de 1993, do Conselho 2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamen-
Monetário Nacional, disciplinou a mudança na unidade do sistema te proporcionais.
monetário. 3º) Montar a proporção e resolver a equação.
Exemplo: Cr$ 1.700.500,00 (um milhão, setecentos mil e qui- Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h,
nhentos cruzeiros) passou a expressar-se CR$ 1.700,50 (um mil e faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria
setecentos cruzeiros reais e cinquenta centavos). esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fosse de 480km/h?
Real Solução: montando a tabela:
CR$ 2.750 = R$ 1(com centavos) 01.07.1994
A Medida Provisória nº 542, de 30 de junho de 1994 (D.O.U. de 1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)
30 de junho de 1994), instituiu o Real como unidade do sistema mo-
netário, a partir de 01 de julho de 1994, com a equivalência de CR$ 400 ----- 3
2.750,00 (dois mil, setecentos e cinquenta cruzeiros reais), igual à 480 ----- X
paridade entre a URV e o Cruzeiro Real fixada para o dia 30 de junho
de 1994. Foi mantido o centavo. 2) Identificação do tipo de relação:
Como medida preparatória à implantação do Real, foi criada a
VELOCIDADE Tempo
URV - Unidade Real de Valor - prevista na Medida Provisória nº 434,
publicada no D.O.U. de 28 de fevereiro de 1994, reeditada com os 400 ↓ ----- 3↑
480 ↓ ----- X↑

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MATEMÁTICA

Obs.: como as setas estão invertidas temos que inverter os nú-


meros mantendo a primeira coluna e invertendo a segunda coluna PORCENTAGEM E JURO SIMPLES - RESOLVENDO PROBLE-
ou seja o que está em cima vai para baixo e o que está em baixo na MAS SISTEMA MONETÁRIO BRASILEIRO
segunda coluna vai para cima
A porcentagem representa uma razão cujo denominador é 100, ou
VELOCIDADE Tempo
seja, .
400 ↓ ----- 3↓
480 ↓ ----- X↓ O termo por cento é abreviado usando o símbolo %, que sig-
nifica dividir por 100 e, por isso, essa razão também é chamada de
480x=1200 razão centesimal ou percentual4.
X=25 Saber calcular porcentagem é importante para resolver proble-
mas matemáticos, principalmente na matemática financeira para
Regra de três composta calcular descontos, juros, lucro, e assim por diante.
Regra de três composta é utilizada em problemas com mais de
duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais. — Calculando Porcentagem de um Valor
Para saber o percentual de um valor basta multiplicar a razão
Exemplos: centesimal correspondente à porcentagem pela quantidade total.
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de areia. Em Exemplo: para descobrir quanto é 20% de 200, realizamos a se-
5 horas, quantos caminhões serão necessários para descarregar guinte operação:
125m³?

Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as


grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de es-
pécies diferentes que se correspondem:
HORAS CAMINHÕES VOLUME
8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↑
Generalizando, podemos criar uma fórmula para conta de por-
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↑
centagem:
A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde
está o x.

Observe que:
Aumentando o número de horas de trabalho, podemos dimi- Se preferir, você pode fazer o cálculo de porcentagem da se-
nuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversamente guinte forma:
proporcional (seta para cima na 1ª coluna). 1º passo: multiplicar o percentual pelo valor.
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número
de caminhões. Portanto a relação é diretamente proporcional (seta 20 x 200 = 4.000
para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o
termo x com o produto das outras razões de acordo com o sentido 2º passo: dividir o resultado anterior por 100.
das setas.
Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

HORAS CAMINHÕES VOLUME


8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↓ Calculando Porcentagem de Forma Rápida
Alguns cálculos podem levar muito tempo na hora de fazer uma
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↓ prova. Pensando nisso, trouxemos dois métodos que te ajudarão a
fazer porcentagem de maneira mais rápida.
Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna ficando:
Método 1: Calcular porcentagem utilizando o 1%
HORAS CAMINHÕES VOLUME Você também tem como calcular porcentagem rapidamente
utilizando o correspondente a 1% do valor.
8 ----- 20 ----- 160
5 ----- X ----- 125 Vamos continuar usando o exemplo do 20% de 200 para apren-
der essa técnica.
1º passo: dividir o valor por 100 e encontrar o resultado que
representa 1%.
Logo, serão necessários 25 caminhões 4 https://www.todamateria.com.br/calcular-porcentagem/
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Fator de multiplicação = 1,25.

3º passo: multiplicar o valor inicial pelo fator multiplicativo.

2º passo: multiplicar o valor que representa 1% pela porcenta- 100 x 1,25 = 125 reais.
gem que se quer descobrir.
Um acréscimo de 25% fará com que o valor final da mercadoria
2 x 20 = 40 seja R$ 125.

Chegamos mais uma vez à conclusão que 20% de 200 é 40. Fator multiplicativo para desconto em um valor
Para calcular um desconto de um produto, a fórmula do fator
Método 2: Calcular porcentagem utilizando frações equiva- multiplicativo envolve uma subtração.
lentes Fator de multiplicação = 1 - 0,25.
As frações equivalentes representam a mesma porção do todo
e podem ser encontradas dividindo o numerador e o denominador Exemplo: Ao aplicar um desconto de 25% em uma mercadoria
da fração pelo mesmo número natural. que custa R$ 100, qual o valor final da mercadoria?
1º passo: encontrar a taxa de variação.
Veja como encontrar a fração equivalente de .

2º passo: aplicar a taxa na fórmula do fator multiplicativo.


Fator de multiplicação = 1 - 0,25.
Fator de multiplicação = 0,75.
Se a fração equivalente de é , então para calcular 20%
de um valor basta dividi-lo por 5. Veja como fazer: 3º passo: multiplicar o valor inicial pelo fator multiplicativo.

100 x 0,75 = 75 reais.

JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Os juros simples e compostos são cálculos efetuados com o ob-


— Calcular porcentagem de aumentos e descontos jetivo de corrigir os valores envolvidos nas transações financeiras,
Aumentos e descontos percentuais podem ser calculados utili- isto é, a correção que se faz ao emprestar ou aplicar uma determi-
zando o fator de multiplicação ou fator multiplicativo. nada quantia durante um período de tempo5.
O valor pago ou resgatado dependerá da taxa cobrada pela
operação e do período que o dinheiro ficará emprestado ou aplica-
do. Quanto maior a taxa e o tempo, maior será este valor.

— Diferença entre Juros Simples e Compostos


Essa fórmula é diferente para acréscimo e decréscimo no preço
Nos juros simples a correção é aplicada a cada período e consi-
de um produto, ou seja, o resultado será fatores diferentes.
dera apenas o valor inicial. Nos juros compostos a correção é feita
em cima de valores já corrigidos.
Fator multiplicativo para aumento em um valor
Por isso, os juros compostos também são chamados de juros
Quando um produto recebe um aumento, o fator de multiplica-
sobre juros, ou seja, o valor é corrigido sobre um valor que já foi
ção é dado por uma soma.
corrigido.
Fator de multiplicação = 1 + i.
Sendo assim, para períodos maiores de aplicação ou emprésti-
Exemplo: Foi feito um aumento de 25% em uma mercadoria
mo a correção por juros compostos fará com que o valor final a ser
que custava R$ 100. O valor final da mercadoria pode ser calculado
recebido ou pago seja maior que o valor obtido com juros simples.
da seguinte forma:

1º passo: encontrar a taxa de variação.

2º passo: aplicar a taxa na fórmula do fator multiplicativo.


Fator de multiplicação = 1 + 0,25.
5 https://www.todamateria.com.br/juros-simples-e-compostos/
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MATEMÁTICA

Agora que fizemos a identificação de todas as grandezas, pode-


mos substituir na fórmula dos juros:

Entretanto, observe que essa taxa é mensal, pois usamos o pe-


ríodo de 1 mês. Para encontrar a taxa anual precisamos multiplicar
esse valor por 12, assim temos:

A maioria das operações financeiras utiliza a correção pelo sis- i = 2,5.12= 30% ao ano
tema de juros compostos. Os juros simples se restringem as opera-
ções de curto período. — Fórmula de Juros Compostos
O montante capitalizado a juros compostos é encontrado apli-
— Fórmula de Juros Simples cando a seguinte fórmula:
Os juros simples são calculados aplicando a seguinte fórmula:

Sendo:
Sendo: M: montante.
J: juros. C: capital.
C: valor inicial da transação, chamado em matemática financei- i: taxa de juros.
ra de capital. t: período de tempo.
i: taxa de juros (valor normalmente expresso em porcentagem).
t: período da transação. Diferente dos juros simples, neste tipo de capitalização, a fór-
mula para o cálculo do montante envolve uma variação exponen-
Podemos ainda calcular o valor total que será resgatado (no cial. Daí se explica que o valor final aumente consideravelmente
caso de uma aplicação) ou o valor a ser quitado (no caso de um para períodos maiores.
empréstimo) ao final de um período predeterminado.
Esse valor, chamado de montante, é igual a soma do capital Exemplo: Calcule o montante produzido por R$ 2 000,00 apli-
com os juros, ou seja: cado à taxa de 4% ao trimestre, após um ano, no sistema de juros
compostos.

Solução: Identificando as informações dadas, temos:


Podemos substituir o valor de J, na fórmula acima e encontrar
a seguinte expressão para o montante: C = 2 000
i = 4% ou 0,04 ao trimestre
t = 1 ano = 4 trimestres
M=?

Substituindo esses valores na fórmula de juros compostos, te-


A fórmula que encontramos é uma função afim, desta forma, o mos:
valor do montante cresce linearmente em função do tempo.

Exemplo: Se o capital de R$ 1 000,00 rende mensalmente R$


25,00, qual é a taxa anual de juros no sistema de juros simples?
Solução: Primeiro, vamos identificar cada grandeza indicada no
problema.
Observação: o resultado será tão melhor aproximado quanto o
C = R$ 1 000,00
número de casas decimais utilizadas na potência.
J = R$ 25,00
Portanto, ao final de um ano o montante será igual a
t = 1 mês
R$ 2 339,71.
i=?

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MATEMÁTICA

SISTEMA DECIMAL DE MEDIDAS: COMPRIMENTO, SUPERFÍCIE, VOLUME, MASSA, CAPACIDADE E TEMPO (TRANSFORMA-
ÇÃO DE UNIDADES E PROBLEMAS)

As unidades de medida são modelos estabelecidos para medir diferentes grandezas, tais como comprimento, capacidade, massa,
tempo e volume6.
O Sistema Internacional de Unidades (SI) define a unidade padrão de cada grandeza. Baseado no sistema métrico decimal, o SI surgiu
da necessidade de uniformizar as unidades que são utilizadas na maior parte dos países.

— Medidas de Comprimento
Existem várias medidas de comprimento, como por exemplo a jarda, a polegada e o pé.
No SI a unidade padrão de comprimento é o metro (m). Atualmente ele é definido como o comprimento da distância percorrida pela
luz no vácuo durante um intervalo de tempo de 1/299.792.458 de um segundo.
Assim, são múltiplos do metro: quilômetro (km), hectômetro (hm) e decâmetro (dam)7.
Enquanto são submúltiplos do metro: decímetro (dm), centímetro (cm) e milímetro (mm).
Os múltiplos do metro são as grandes distâncias. Eles são chamados de múltiplos porque resultam de uma multiplicação que tem
como referência o metro.
Os submúltiplos, ao contrário, como pequenas distâncias, resultam de uma divisão que tem igualmente como referência o metro. Eles
aparecem do lado direito na tabela acima, cujo centro é a nossa medida base - o metro.

— Medidas de Capacidade
As medidas de capacidade representam as unidades usadas para definir o volume no interior de um recipiente8. A principal unidade
de medida da capacidade é o litro (L).
O litro representa a capacidade de um cubo de aresta igual a 1 dm. Como o volume de um cubo é igual a medida da aresta elevada ao
cubo, temos então a seguinte relação:

1 L = 1 dm³

Mudança de Unidades
O litro é a unidade fundamental de capacidade. Entretanto, também é usado o quilolitro(kL), hectolitro(hL) e decalitro que são seus
múltiplos e o decilitro, centilitro e o mililitro que são os submúltiplos.
Como o sistema padrão de capacidade é decimal, as transformações entre os múltiplos e submúltiplos são feitas multiplicando-se ou
dividindo-se por 10.
Para transformar de uma unidade de capacidade para outra, podemos utilizar a tabela abaixo:

Exemplo: fazendo as seguintes transformações:


a) 30 mL em L

6 https://www.todamateria.com.br/unidades-de-medida/
7 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-comprimento/
8 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-capacidade/
Editora
55
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

Observando a tabela acima, identificamos que para transformar de ml para L devemos dividir o número três vezes por 10, que é o
mesmo que dividir por 1000. Assim, temos:
30 : 1000 = 0,03 L

Note que dividir por 1000 é o mesmo que “andar” com a vírgula três casa diminuindo o número.

b) 5 daL em dL
Seguindo o mesmo raciocínio anterior, identificamos que para converter de decalitro para decilitro devemos multiplicar duas vezes
por 10, ou seja, multiplicar por 100.
5 . 100 = 500 dL

c) 400 cL em L
Para passar de centilitro para litro, vamos dividir o número duas vezes por 10, isto é, dividir por 100:
400 : 100 = 4 L

Medida de Volume
As medidas de volume representam o espaço ocupado por um corpo. Desta forma, podemos muitas vezes conhecer a capacidade de
um determinado corpo conhecendo seu volume.
A unidade de medida padrão de volume é o metro cúbico (m³), sendo ainda utilizados seus múltiplos (km³, hm³ e dam³) e submúltiplos
(dm³, cm³ e mm³).
Em algumas situações é necessário transformar a unidade de medida de volume para uma unidade de medida de capacidade ou vice-
-versa. Nestes casos, podemos utilizar as seguintes relações:
1 m³ = 1 000 L
1 dm³ = 1 L
1 cm³ = 1 mL

Exemplo: Um tanque tem a forma de um paralelepípedo retângulo com as seguintes dimensões: 1,80 m de comprimento, 0,90 m de
largura e 0,50 m de altura. A capacidade desse tanque, em litros, é:
A) 0,81
B) 810
C) 3,2
D) 3200

Para começar, vamos calcular o volume do tanque, e para isso, devemos multiplicar suas dimensões:
V = 1,80 . 0,90 . 0,50 = 0,81 m³

Para transformar o valor encontrado em litros, podemos fazer a seguinte regra de três:

Assim, x = 0,81 . 1000 = 810 L.


Portanto, a resposta correta é a alternativa b.

Medidas de Massa
No Sistema Internacional de unidades a medida de massa é o quilograma (kg)9. Um cilindro de platina e irídio é usado como o padrão
universal do quilograma.
As unidades de massa são: quilograma (kg), hectograma (hg), decagrama (dag), grama (g), decigrama (dg), centigrama (cg) e miligrama
(mg).
São ainda exemplos de medidas de massa a arroba, a libra, a onça e a tonelada. Sendo 1 tonelada equivalente a 1000 kg.

• Unidades de medida de massa


As unidades do sistema métrico decimal de massa são: quilograma (kg), hectograma (hg), decagrama (dag), grama (g), decigrama (dg),
centigrama (cg), miligrama (mg).
9 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-massa/
Editora
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56
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MATEMÁTICA

Utilizando o grama como base, os múltiplos e submúltiplos das unidades de massa estão na tabela a seguir.

Além das unidades apresentadas existem outras como a tonelada, que é um múltiplo do grama, sendo que 1 tonelada equivale a 1
000 000 g ou 1 000 kg. Essa unidade é muito usada para indicar grandes massas.
A arroba é uma unidade de medida usada no Brasil, para determinar a massa dos rebanhos bovinos, suínos e de outros produtos. Uma
arroba equivale a 15 kg.
O quilate é uma unidade de massa, quando se refere a pedras preciosas. Neste caso 1 quilate vale 0,2 g.

— Conversão de unidades
Como o sistema padrão de medida de massa é decimal, as transformações entre os múltiplos e submúltiplos são feitas multiplicando-
-se ou dividindo-se por 1010.
Para transformar as unidades de massa, podemos utilizar a tabela abaixo:

Exemplos:
a) Quantas gramas tem 1 kg?
Para converter quilograma em grama basta consultar o quadro acima. Observe que é necessário multiplicar por 10 três vezes.
1 kg → g
1 kg x 10 x 10 x 10 = 1 x 1000 = 1.000 g

b) Quantos quilogramas tem em 3.000 g?


Para transformar grama em quilograma, vemos na tabela que devemos dividir o valor dado por 1.000. Isto é o mesmo que dividir por
10, depois novamente por 10 e mais uma vez por 10.
3.000 g → kg
3.000 g : 10 : 10 : 10 = 3.000 : 1.000 = 3 kg

c) Transformando 350 g em mg.


Para transformar de grama para miligrama devemos multiplicar o valor dado por 1.000 (10 x 10 x 10).
350 g → mg
350 x 10 x 10 x 10 = 350 x 1000 = 350.000 mg

— Medidas de Tempo
Existem diversas unidades de medida de tempo, por exemplo a hora, o dia, o mês, o ano, o século. No sistema internacional de medi-
das a unidades de tempo é o segundo (s)11.

Horas, Minutos e Segundos


Muitas vezes necessitamos transformar uma informação que está, por exemplo, em minuto para segundos, ou em segundos para
hora.
Para tal, devemos sempre lembrar que 1 hora tem 60 minutos e que 1 minuto equivale a 60 segundos. Desta forma, 1 hora corres-
ponde a 3.600 segundos.
Assim, para mudar de hora para minuto devemos multiplicar por 60. Por exemplo, 3 horas equivalem a 180 minutos (3 . 60 = 180).

10 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-massa/
11 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-tempo/
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

O diagrama abaixo apresenta a operação que devemos fazer para passar de uma unidade para outra.

Em algumas áreas é necessário usar medidas com precisão maior que o segundo. Neste caso, usamos seus submúltiplos.
Assim, podemos indicar o tempo decorrido de um evento em décimos, centésimos ou milésimos de segundos.
Por exemplo, nas competições de natação o tempo de um atleta é medido com precisão de centésimos de segundo.

Instrumentos de Medidas
Para medir o tempo utilizamos relógios que são dispositivos que medem eventos que acontecem em intervalos regulares.
Os primeiros instrumentos usados para a medida do tempo foram os relógios de Sol, que utilizavam a sombra projetada de um objeto
para indicar as horas.
Foram ainda utilizados relógios que empregavam escoamento de líquidos, areia, queima de fluidos e dispositivos mecânicos como os
pêndulos para indicar intervalos de tempo.

Outras Unidades de Medidas de Tempo


O intervalo de tempo de uma rotação completa da terra equivale a 24h, que representa 1 dia.
O mês é o intervalo de tempo correspondente a determinado número de dias. Os meses de abril, junho, setembro, novembro têm 30
dias.
Já os meses de janeiro, março, maio, julho, agosto, outubro e dezembro possuem 31 dias. O mês de fevereiro normalmente têm 28
dias. Contudo, de 4 em 4 anos ele têm 29 dias.
O ano é o tempo que a Terra leva para dar uma volta completa ao redor do Sol. Normalmente, 1 ano corresponde a 365 dias, no en-
tanto, de 4 em 4 anos o ano têm 366 dias (ano bissexto).
Na tabela abaixo relacionamos algumas dessas unidades:

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

Tabela de Conversão de Medidas


O mesmo método pode ser utilizado para calcular várias grandezas.
Primeiro, vamos desenhar uma tabela e colocar no seu centro as unidades de medidas bases das grandezas que queremos converter,
por exemplo:
Capacidade: litro (l)
Comprimento: metro (m)
Massa: grama (g)
Volume: metro cúbico (m3)

Tudo o que estiver do lado direito da medida base são chamados submúltiplos. Os prefixos deci, centi e mili correspondem respecti-
vamente à décima, centésima e milésima parte da unidade fundamental.
Do lado esquerdo estão os múltiplos. Os prefixos deca, hecto e quilo correspondem respectivamente a dez, cem e mil vezes a unidade
fundamental.

Exemplos:
a) Quantos mililitros correspondem 35 litros?
Para fazer a transformação pedida, vamos escrever o número na tabela das medidas de capacidade. Lembrando que a medida pode
ser escrita como 35,0 litros. A virgula e o algarismo que está antes dela devem ficar na casa da unidade de medida dada, que neste caso
é o litro.

Depois completamos as demais caixas com zeros até chegar na unidade pedida. A vírgula ficará sempre atrás dos algarismos que esti-
ver na caixa da unidade pedida, que neste caso é o ml.

Assim 35 litros correspondem a 35000 ml.

b) Transformando 700 gramas em quilogramas.


Lembrando que podemos escrever 700,0 g. Colocamos a vírgula e o 0 antes dela na unidade dada, neste caso g e os demais algarismos
nas casas anteriores.

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

Depois completamos com zeros até chegar na casa da unidade pedida, que neste caso é o quilograma. A vírgula passa então para atrás
do algarismo que está na casa do quilograma.

Então 700 g corresponde a 0,7 kg.

FIGURAS GEOMÉTRICAS PLANAS: PERÍMETROS E ÁREAS - PROBLEMAS

A geometria é uma área da matemática que estuda as formas geométricas desde comprimento, área e volume12. O vocábulo geome-
tria corresponde a união dos termos “geo” (terra) e “metron” (medir), ou seja, a “medida de terra”.
A Geometria é dividida em três categorias:
- Geometria Analítica;
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial;

Assim, a geometria analítica, também chamada de geometria cartesiana, une conceitos de álgebra e geometria através dos sistemas
de coordenadas. Os conceitos mais utilizados são o ponto e a reta.
Enquanto a geometria plana ou euclidiana reúne os estudos sobre as figuras planas, ou seja, as que não apresentam volume, a
geometria espacial estuda as figuras geométricas que possuem volume e mais de uma dimensão.

— Geometria Plana
É a área da matemática que estuda as formas que não possuem volume. Triângulos, quadriláteros, retângulos, circunferências são
alguns exemplos de figuras de geometria plana (polígonos)13.
Para geometria plana, é importante saber calcular a área, o perímetro e o(s) lado(s) de uma figura a partir das relações entre os
ângulos e as outras medidas da forma geométrica.
Algumas fórmulas de geometria plana:

— Teorema de Pitágoras
Uma das fórmulas mais importantes para esta frente matemática é o Teorema de Pitágoras.
Em um triângulo retângulo (com um ângulo de 90º), a soma dos quadrados dos catetos (os “lados” que formam o ângulo reto) é igual
ao quadrado da hipotenusa (a aresta maior da figura).
Teorema de Pitágoras: a² + b² = c²

— Lei dos Senos


Lembre-se que o Teorema de Pitágoras é válido apenas para triângulos retângulos. A lei dos senos e lei dos cossenos existe para
facilitar os cálculos para todos os tipos de triângulos.
Veja a fórmula abaixo. Onde a, b e c são lados do triângulo.
Para qualquer triângulo ABC inscrito em uma circunferência de centro O e raio R, temos que:

12 https://www.todamateria.com.br/matematica/geometria/#:~:text=A%20geometria%20%C3%A9%20uma%20%C3%A1rea,Geometria%20
Anal%C3%ADtica
13 https://bityli.com/BMvcWO
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

— Lei dos Cossenos


A lei dos cossenos pode ser utilizada para qualquer tipo de triângulo, mesmo que ele não tenha um ângulo de 90º. Basta conhecer o
cosseno de um dos ângulos e o valor de dois lados (arestas) do triângulo.
Veja a fórmula abaixo. Onde a, b e c são lados do triângulo.
Para qualquer triângulo ABC, temos que:

— Relações Métricas do Triângulo Retângulo


As relações trigonométricas no triângulo retângulo são fórmulas simplificadas. Elas podem facilitar a resolução das questões em que
o Teorema de Pitágoras é aplicável.
Para um triângulo retângulo, sua altura relativa à hipotenusa e as projeções ortogonais dos catetos, temos o seguinte:
- Onde a é hipotenusa;
- b e c são catetos;
- m e n são projeções ortogonais;
- h é altura.

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

— Teorema de Tales
O Teorema de Tales é uma propriedade para retas paralelas.

Se as retas CC’, BB’ e AA’ são paralelas, então:

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MATEMÁTICA

— Fórmulas Básicas de Geometria Plana

Polígonos
O perímetro é a soma de todos os lados da figura, ou seja, o comprimento do polígono.
Onde A é a área da figura, veja as principais fórmulas:

Fórmulas da Circunferência

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

Conversão para radiano, comprimento e área do círculo:


Conversão de unidades: π rad corresponde a 180°.
Comprimento de uma circunferência: C = 2 · π · R.
Área de uma circunferência: A = π · R²

— Geometria Espacial
É a frente matemática que estuda a geometria no espaço. Ou seja, é o estudo das formas que possuem três dimensões: comprimento,
largura e altura.
Apenas as figuras de geometria espacial têm volume.
Uma das primeiras figuras geométricas que você estuda em geometria espacial é o prisma. Ele é uma figura formada por retângulos,
e duas bases. Outros exemplos de figuras de geometria espacial são cubos, paralelepípedos, pirâmides, cones, cilindros e esferas. Veja a
aula de Geometria espacial sobre prisma e esfera.

— Fórmulas de Geometria Espacial


Fórmula do Poliedro: Relação de Euler
Para saber a quantidade de vértices e arestas de uma figura espacial, utilize a Relação de Euler:
Onde V é o número de vértices, F é a quantidade de faces e A é a quantidade de arestas, temos:

V+F=A+2

Fórmulas da Esfera

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MATEMÁTICA

Fórmulas do Cone
Onde r é o raio da base, g é a geratriz e H é a altura.
Área lateral do cone: Š = π · R . g
Área da base do cone: A = π · R²
Área da superfície total do cone: S = Š + A
Volume do cone: V = 1/3 . A . H

Fórmulas do cilindro

Área da base de um cilindro: Ab = π · r².


Área da superfície lateral de um cilindro: Al = 2 · π · r · h.
Volume de um cilindro: V = Ab · h = π · r² · h.
Secção meridiana: corte feito na “vertical”; a área desse corte será 2r · h.

Fórmulas do Prisma
O prisma é um sólido formado por laterais retangulares e duas bases. Na imagem a seguir, o prisma tem base retangular, sendo um
paralelepípedo. O cubo é um paralelepípedo e um prisma.

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

Fórmulas do Tetraedro Regular


Diagonal de um paralelepípedo: . Para o tetraedro regular de aresta medindo a, temos:
Área total de um paralelepípedo:
.
Volume de um paralelepípedo: .
Prismas retos são sólidos cujas faces laterais são formadas por
retângulos.
Volume de um prisma:

Fórmulas da Pirâmide Regular

Altura da face =

Altura do tetraedro =

Área da face: AF =

Área total: AT =

Volume do tetraedro:
Para uma pirâmide regular reta, temos:
Área da Base (AB): área do polígono que serve de base para a
— Geometria Analítica
pirâmide.
A geometria analítica utiliza coordenadas e funções do plano
Área Lateral (AL): soma das áreas das faces laterais, todas
cartesiano para solucionar perguntas matemáticas. É a área da
triangulares.
matemática que relaciona a álgebra com a geometria. A álgebra
Área Total (AT): soma das áreas de todas as faces: AT = AB + AL.
utiliza variáveis para representar os números e u utiliza fórmulas
Volume (V): V = . AB . h. matemáticas.
Conhecer essa frente da matemática também é importante
E sendo a (apótema da base), h (altura), g (apótema da para resolver questões de Física. Por exemplo, o cálculo da área em
pirâmide), r (raio da base), b (aresta da base) e t (aresta lateral), um plano cartesiano pode informar o deslocamento (ΔS) se o eixo x
temos pela aplicação de Pitágoras nos triângulos retângulos. e o eixo y informarem a velocidade e o tempo.
O primeiro passo para estudar essa matéria é aprender o
h² + r² = t² conceito de ponto e reta.
- Um ponto determina uma posição no espaço.
h² + a² = g² - Uma reta é um conjunto de pontos.
- Um plano é um conjunto infinito com duas dimensões.

Entender a relação entre ponto, reta e plano é importante


para resolver questões com coordenadas no plano cartesiano, mas
também para responder perguntas sobre a definição de ponto, reta
e plano, e a posição relativa entre retas, reta e plano e planos.
Para representar um ponto (A, por exemplo) em um plano
cartesiano, primeiro você deve indicar a posição no eixo x (horizontal)
e depois no eixo y (vertical). Assim, segue as coordenadas seguem
o modelo A (xa,ya).

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

— Equação Fundamental da Reta


A equação fundamental da reta que passa pelo ponto P (x0, y0) e tem coeficiente angular m é:

y – y0 = m . (x – x0)

Equação Reduzida e Equação Geral da Reta


• Equação reduzida: y = mx + q e m = tgα.
• Equação geral: ax + by + c = 0.

— Distância entre Dois Pontos


O ponto médio M do segmento de extremos A(xA, yA) e B(xB, yB) é dado por:

A distância d entre os pontos A(xA, yA) e B(xB, yB) é dada por:

QUESTÕES

1. PREFEITURA DE JAGUARIÚNA/SP - DENTISTA - VUNESP/2021


O gráfico representa a distribuição da quantidade de pessoas que responderam “sim” a quatro perguntas apresentadas em uma pes-
quisa.

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

Sabendo que o ângulo central do setor que representa a per- 4. PREFEITURA DE ICAPUÍ/CE - AGENTE ADMINISTRATIVO - CE-
gunta 4 mede 135º, é correto afirmar que o número de pessoas que TREDE/2021
respondeu a essa pergunta foi: Se tenho R$150,00 em julho e aplico essa quantia a juros sim-
(A) 70. ples de 3% ao mês, qual o valor que terei em outubro?
(B) 75. (A) R$133,50.
(C) 80. (B) R$163,50.
(D) 85. (C) R$173,00.
(E) 90. (D) R$183,50.
(E) R$193,00.
2. PREFEITURA DE SÃO ROQUE/SP - INSPETOR DE ALUNOS - VU-
NESP/2020 5. PREFEITURA DE LARANJAL PAULISTA/SP - AUXILIAR ADMINIS-
Uma faculdade realizará a Semana da Educação. Veja no gráfico TRATIVO - AVANÇA SP/2021
as inscrições que foram realizadas para cada modalidade oferecida Um pai e uma mãe, no dia do nascimento do seu filho, resol-
na Semana da Educação. veram aplicar uma determinada quantia em um investimento. Esse
dinheiro será resgatado quando o filho fizer 18 anos. Considerando
que o valor aplicado foi de R$ 15.000,00 com taxa de juros simples
de 1,5 % ao mês, qual será o valor do resgate?
(A) R$ 48.600,00
(B) R$ 63.600,00
(C) R$ 78.600,00
(D) R$ 83.600,00
(E) R$ 98.600,00

As modalidades que tiveram menos e mais inscrições, respec- 6. CREF - 21ª REGIÃO (MA) - AUXILIAR ADMINISTRATIVO - QUA-
tivamente, foram DRIX/2021
(A) Sarau e Palestra. O ser humano pode carregar, no máximo, 10% do seu peso,
(B) Sarau e Apresentações de trabalho. sem prejudicar sua coluna. Em uma loja, um funcionário que pesa
(C) Oficinas e Palestra. 80 kg transportou 1.000 pacotes de folhas de papel de uma estante
(D) Oficinas e Minicursos. A para uma estante B. Cada pacote contém 100 folhas de papel e
(E) Minicursos e Apresentações de trabalho. cada folha pesa 5 g.
Com base nessa situação hipotética e sabendo-se que o funcio-
3. PREFEITURA DE SÃO ROQUE/SP - INSPETOR DE ALUNOS - VU- nário não prejudicou sua coluna, é correto afirmar que o número
NESP/2020 mínimo de vezes que ele se deslocou da estante A para a estante
No município de Linda Flor há cinco escolas de Ensino Funda- B é igual a:
mental. Veja na tabela a seguir a quantidade de alunos matricula- (A) 61.
dos em cada etapa do Ensino Fundamental nessas escolas. (B) 62.
(C) 63.
(D) 64.
(E) 65.

7. PREFEITURA DE BOA VISTA/RR - NUTRICIONISTA - SELE-


CON/2020
Para calcular a capacidade de um caldeirão, usa-se a fórmula V
= π x R² x h (altura). Considerando-se que o caldeirão possui 1 metro
de diâmetro e 0,50 cm de altura, a capacidade média em litros é
(considere π = 3,14):
(A) 252,5
(B) 302,6
De acordo com a tabela, a escola de Ensino Fundamental do (C) 337,5
município de Linda Flor que possui a maior quantidade de alunos (D) 392,5
matriculados é:
(A) Carlos Silva. 8. COMUR DE NOVO HAMBURGO/RS - AGENTE DE ATENDI-
(B) Dulce da Costa. MENTO E VENDAS - FUNDATEC/2021
(C) Mário Gomes. Qual o resultado da equação de primeiro grau 2x - 7 = 28 - 5x?
(D) Nilce Modesto. (A) 3.
(E) Osvaldo Bastos. (B) 5.
(C) 7.
(D) -4,6.

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68
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

(E) Não é possível resolver essa equação. 14. PREFEITURA DE LARANJAL PAULISTA/SP - PEB II - AVANÇA
SP/2022
9. IBGE – 2022- Sabendo que o valor lógico da proposição sim- Raquel deseja comprar 15 litros de uma bebida vendida na se-
ples p: “Carlos acompanhou o trabalho da equipe” é verdadeira e guinte embalagem:
que o valor lógico da proposição simples q: “O recenseador visitou
todos os locais” é falso, então é correto afirmar que o valor lógico
da proposição composta:
(A) p disjunção q é falso
(B) p conjunção q é falso
(C) p condicional q é verdade
(D) p bicondicional q é verdade
(E) p disjunção exclusiva q é falso

10. PC – BA- “O acidente foi investigado e o autor foi encon-


trado”. De acordo com a lógica proposicional, a negação da frase é
descrita como:
(A) “o acidente não foi investigado e o autor não foi encontra-
Quantas embalagens iguais a essa, no mínimo, devem ser ad-
do”
quiridas?
(B) “o acidente não foi investigado ou o autor não foi encon-
(A) 15 embalagens.
trado”
(B) 30 embalagens.
(C) “o acidente não foi investigado e o autor foi encontrado”
(C) 34 embalagens.
(D) “o acidente foi investigado e o autor não foi encontrado”
(D) 45 embalagens.
(E) “o acidente não foi investigado ou o autor foi encontrado”
(E) 53 embalagens.
11. CRF – GO 2022- Julgue o item:
15. CRF/GO - ADVOGADO - QUADRIX/2022
A frase “Dois mil mais vinte mais dois” não é uma proposição.
Considerando uma esfera com 36 π metros cúbicos de volume,
( ) CERTO
julgue o item.
( ) ERRADO
O raio dessa esfera é igual a 3 metros.
( ) CERTO
12. PREFEITURA DE TAUBATÉ/SP - ESCRITURÁRIO - VU-
( ) ERRADO
NESP/2022
Um mestre de obras precisa de um pedaço de madeira cortada
em formato de triângulo retângulo, com o maior lado medindo 37
GABARITO
cm, e o menor lado medindo 12 cm. O perímetro desse pedaço de
madeira triangular deve ser de:
(A) 81 cm.
(B) 82 cm. 1 E
(C) 83 cm.
(D) 84 cm. 2 C
(E) 85 cm. 3 B
13. CÂMARA DE IPIRANGA DO NORTE/MT - ASSISTENTE ADMI- 4 B
NISTRATIVO - OBJETIVA/2022 5 B
Um terreno retangular com comprimento de 16m e largura de
12m será dividido ao meio por uma de suas diagonais. Supondo-se
6 C
que será utilizado uma cerca para fazer essa divisão, ao todo, quan- 7 D
tos metros de cerca serão necessários?
8 D
(A) 18m
(B) 20m 9 B
(C) 22m
(D) 24m
10 B
11 CERTO
12 D
13 B
14 C
15 CERTO
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES
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70
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

§ 3º São princípios administrativos do Município, presentes


LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE SANTOS (ATUALIZADO em todos os seus atos:
E/OU ALTERADO) I - transparência e publicidade de atos e ações;(Inciso com
Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 13, de 19 de abril
de 1993)
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE SANTOS/SP. II - moralidade;
III - participação popular;
PREÂMBULO IV - descentralização administrativa.
Art. 2º São poderes do Município, independentes e harmôni-
SOB A PROTEÇÃO DE DEUS, O GRANDE ARQUITETO DO cos entre si, o Legislativo e o Executivo.
UNIVERSO, E EM HOMENAGEM AOS QUE FIZERAM A NOS- Art. 3º São símbolos do Município: o brasão de armas, a ban-
SA HISTÓRIA, AOS QUE FAZEM O NOSSO TEMPO E AOS QUE deira e o hino.
ACREDITAM NO FUTURO, OS VEREADORES CONSTITUINTES,
REAFIRMANDO A DIVISA GRAVADA NO BRASÃO DO MUNI- SEÇÃO II
CÍPIO: “PATRIAM CHARITATEM ET LIBERTATEM DOCUI”, QUE DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
LEMBRA: “À PÁTRIA ENSINEI A CARIDADE E A LIBERDADE”,
PROMULGAM A LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE SANTOS Art. 4º O Município de Santos, unidade territorial do Estado
de São Paulo, é pessoa de direito público interno, com sede no
TÍTULO I distrito de Santos.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Parágrafo Único - Qualquer alteração territorial do Municí-
CAPÍTULO I pio só poderá ser feita na forma da lei complementar estadual,
DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO preservando a continuidade e a unidade histórico-cultural do am-
SEÇÃO I biente urbano, e dependerá de consulta prévia, mediante plebis-
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS cito, às populações diretamente interessadas.(Parágrafo 1º revo-
gado pela Emenda à Lei Orgânica nº 28 de 09 de outubro de 1995,
Art. 1º O Município de Santos, em união indissolúvel ao Es- renumerando-se o atual § 2º para “Parágrafo Único”)
tado de São Paulo e à República Federativa do Brasil, constituído,
dentro do Estado Democrático de Direito em esfera de governo SEÇÃO III
local, no pleno uso de sua autonomia política, administrativa e fi- DOS BENS
nanceira, reger-se-á por esta Lei Orgânica, votada e aprovada pela
Câmara Municipal, nos termos assegurados pelas Constituições Art. 5º São bens do Município:
Federal e Estadual. I - todas as coisas móveis e imóveis, direitos e ações que, a
§ 1º A ação municipal desenvolve-se em todo seu território, qualquer título, pertençam ao Município;
sem privilégios de distritos e bairros, eliminando as desigualdades II - as terras devolutas situadas em seu território.
regionais e sociais, promovendo o bem-estar de seus habitantes,
sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer SEÇÃO IV
outras formas de discriminação. DA COMPETÊNCIA PRIVATIVA
§ 2º A soberania popular manifesta-se quando a todos são
asseguradas condições dignas de existência e será exercida: Art. 6º Compete ao Município:
I - pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto com I - legislar sobre assuntos de interesse local;
valor igual para todos; II - instituir e arrecadar os tributos de sua competência;
II - pelo plebiscito, a respeito de questões relevantes, quando III - aplicar suas rendas, prestando contas e publicando balan-
pelo menos um por cento do eleitorado do Município o requerer cetes, nos prazos fixados em lei;
ao Tribunal Regional Eleitoral, ouvida a Câmara; IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
III - pelo referendo, quando ao menos um por cento do eleito- estadual;
rado do Município o requerer à Câmara; V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces-
IV - pelo veto; são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído
V - pela iniciativa popular, no processo legislativo; o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI - pela participação popular nas decisões do Município e no VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União
aperfeiçoamento democrático de suas instituições; e do Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino fun-
VII - pela ação fiscalizadora sobre a Administração Pública. damental;
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VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e SEÇÃO VI


do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; DA COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento terri-
torial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamen- Art. 8º Ao Município compete suplementar as legislações fe-
to e da ocupação do solo urbano; deral e estadual no que couber e naquilo que disser respeito ao
IX - promover a proteção do patrimônio histórico e cultural, seu peculiar interesse, visando a adaptá-las à realidade local.
observadas a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual;
X - elaborar e executar a política de desenvolvimento urbano, CAPÍTULO II
com o objetivo de ordenar as funções sociais das áreas habitadas DAS VEDAÇÕES
no Município, e garantir o bem-estar de seus habitantes;
XI - elaborar e executar o plano diretor, como instrumento Art. 9º É vedado ao Município:
básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana; I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,
XII - constituir a Guarda Civil Municipal, destinada à pro­teção embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus re-
de seus bens, serviços e instalações, além de proteção e fiscaliza- presentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na
ção ao meio ambiente, ao patrimônio histórico, cultu­ral, ecológi- forma da lei, a colaboração de interesse público;
co, paisagístico e às posturas do município, confor­me dispuser a II - recusar fé aos documentos públicos;
lei; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 72/2016) III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
XIII - planejar e promover a defesa permanente contra as ca-
lamidades públicas; TÍTULO II
XIV - legislar sobre licitação e contratação, em todas as moda- DO PODER LEGISLATIVO
lidades, para a administração pública municipal, direta e indireta,
inclusive as fundações públicas municipais e empresas sob seu CAPÍTULO I
controle, observadas as normas gerais da legislação federal. DISPOSICÕES GERAIS

SEÇÃO V Art. 10 O Poder Legislativo do Município é exercido pela Câ-


DA COMPETÊNCIA COMUM mara Municipal.
Parágrafo Único - O Presidente da Câmara representa o Poder
Art. 7º É da competência do Município, concorrentemente Legislativo.
com a União e o Estado:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições SEÇÃO I
democráticas e conservar o patrimônio público; DA CÂMARA MUNICIPAL
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garan-
tia das pessoas portadoras de deficiência; Art. 11 A Câmara Municipal é composta de Vereadores eleitos
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor pelo sistema proporcional, com mandato de quatro anos.
histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens natu- Parágrafo Único - Cada legislatura terá a duração de quatro
rais notáveis e os sítios arqueológicos; anos, compreendendo, cada ano, uma sessão legislativa.
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de Art. 12 As sessões, deliberações e votações da Câmara e de
obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico e cul- suas Comissões serão públicas e tomadas por maioria de votos,
tural; presente a maioria absoluta de seus membros, salvo disposições
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e em contrário, expressamente previstas nesta Lei Orgânica.
à ciência; Parágrafo Único - Dependem do voto favorável de dois terços
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em dos membros da Câmara:
qualquer de suas formas; I - As leis concernentes a:
VII - preservar as florestas, a fauna, a flora, as praias, os man- a) aprovação a alteração do Plano Diretor de Desenvolvimen-
guezais e os costões; to e Expansão Urbana;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abaste- b) zoneamento urbano;
cimento alimentar; c) concessão de serviços públicos;
IX - promover programas de construção de moradias e a me- d) concessão de direito real de uso;
lhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; e) alienação de bens imóveis;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginaliza- f) aquisição de bens imóveis por doação com encargo;
ção, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; g) obtenção de empréstimo de particular;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direi- II - REVOGADO;(Inciso revogado pela Emenda à Lei Orgânica
tos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais, em nº 43, de 25 de fevereiro de 2002)
seu território; III - destituição de componentes da Mesa.
XII - estabelecer e implantar a política de educação para a se-
gurança do trânsito.
Parágrafo Único - A cooperação do Município com a União
e o Estado, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do
bem-estar na sua área territorial, será feita na conformidade de lei
complementar federal fixadora dessas normas.
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SEÇÃO II d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público ele-


DO NÚMERO DE VEREADORES tivo.
Art. 17 Perderá o mandato o Vereador:
Art. 13 A Câmara terá vinte e um Vereadores, limite máximo I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no ar-
previsto na Constituição Federal, de acordo com a faixa popula- tigo anterior;
cional do Município, existente na data da promulgação desta Lei II - cujo procedimento for declarado incompatível com o de-
Orgânica. coro parlamentar;
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à
SEÇÃO III terça parte das sessões ordinárias da Câmara, salvo licença ou
DA POSSE missão por esta autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
Art. 14 A Câmara reunir-se-á em sessão de instalação legisla- V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos constitu-
tiva, a 1º de janeiro do ano subseqüente às eleições, às dezessete cionalmente previstos;
horas, para a posse de seus membros, do Prefeito e do Vice-Pre- VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada
feito e eleição da Mesa e das Comissões Permanentes.(“Caput” em julgado;
com Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 20, de 14 de VII - que fixar residência fora do Município;
março de 1994) VIII - que se utilizar do mandato para a prática de atos de cor-
§ 1º Os Vereadores deverão apresentar, no ato da posse, de rupção ou de improbidade administrativa.
seis em seis meses e no término do mandato declarações públicas § 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos ca-
de bens, que serão publicadas na imprensa local e ficarão arqui- sos definidos no Regimento Interno, o abuso das prerrogativas as-
vadas na Câmara, constando de ata o seu resumo.(Parágrafo com seguradas aos Vereadores ou a percepção de vantagens indevidas.
Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 19, de 07 de feve- § 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato é
reiro de 1994) decidida pela Câmara, pelo voto de 2/3 (dois terços) de seus
§ 2º O Vereador que não tomar posse na sessão prevista nes- membros, mediante provocação da Mesa, de partido político re-
te artigo deverá fazê-lo no prazo de quinze dias, salvo motivo jus- presentado na Casa, de eleitor e da Comissão de Ética, Decoro e
to, aceito pela Câmara. Corregedoria Parlamentar, assegurada ampla defesa, aplicando-
§ 3º Os Vereadores deverão autorizar a liberação do sigilo -se, no que couber, o Decreto-lei nº 201/67, ouvida a Comissão
bancário de suas contas correntes e investimentos.(Parágrafo Permanente de Ética, Decoro e Corregedoria Parlamentar, e após
acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 19, de 07 de fevereiro pronunciamento da Comissão de Justiça e Redação da Câmara,
de 1994) quanto ao preenchimento dos requisitos legais à instauração do
competente processo.(Parágrafo com Redação dada pela Emenda
SEÇÃO IV à Lei Orgânica nº 35, de 29 de setembro de 1997)
DOS VEREADORES § 3º Nos casos previstos nos incisos III, IV, V e VII, a perda
será declarada pela Mesa, de ofício ou mediante provocação de
Art. 15 Os Vereadores são invioláveis por suas opiniões, pala- qualquer Vereador ou de partido político representado na Casa,
vras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Mu- assegurada ampla defesa.
nicípio. Art. 18 Não perderá o mandato o Vereador:
Parágrafo Único - Os Vereadores não serão obrigados a teste- I - investido no cargo de Secretário Municipal ou equivalente,
munhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do bem assim em qualquer outro cargo administrativo, de confiança,
exercício do mandato nem sobre as pessoas que lhes confiarem nos governos estadual e federal, hipótese em que será automa-
ou deles receberem informações. ticamente licenciado, podendo optar pela remuneração;(Inciso
Art. 16 Os Vereadores não poderão: com Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 25, de 23 de
I - desde a expedição do diploma: janeiro de 1995)
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito II - licenciado pela Câmara por motivo de doença, gestação ou
público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mis- para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que,
ta ou empresa concessionária de serviço público municipal, salvo neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por
quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; sessão legislativa.
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunera- § 1º O suplente será convocado nos casos de vaga ou licença,
do, inclusive os que sejam demissíveis “ad nutum”, nas entidades devendo tomar posse, no prazo de quinze dias, contados da data
constantes da alínea anterior, salvo se nelas já se encontravam an- da convocação, salvo justo motivo, aceito pela Câmara, quando se
tes da diplomação e houver compatibilidade entre o horário nor- prorrogará o prazo.
mal daquelas entidades e as atividades no exercício do mandato; § 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, se faltarem
II - desde a posse: mais de quinze meses para o término do mandato, a Câmara re-
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa presentará à Justiça Eleitoral, para a realização de eleições, a fim
que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de de preenchê-la.
direito público municipal ou nela exercer função remunerada; Art. 19. No exercício de seu mandato, o Vereador terá livre
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis “ad nu- acesso às repartições públicas da Administração Direta e Indire-
tum”, nas entidades referidas no inciso I, “a”; ta, concessionárias de serviços públicos e de obras públicas, em-
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das en- presas privadas signatárias de parceiras público-privadas (PPP),
tidades a que se refere o inciso I, “a”; entidades conveniadas ou qualquer outra que seja financiada ou
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subsidiada com recursos públicos municipais, ainda que sediadas XVII - autorizar a transferência temporária da sede do Gover-
em outro município, podendo consultar e requisitar documentos no Municipal;
desde que referentes a contratos celebrados com o Município de XVIII - autorizar a criação, transformação e extinção de cargos,
Santos empregos e funções públicas e fixar-lhes a respectiva remunera-
§ 1º O Vereador, no exercício do mandato, também terá livre ção;
acesso às obras, aos equipamentos e às instalações integrantes do XIX - autorizar a criação, transformação, extinção e estrutura-
serviço decorrentes de publicizações, parceiras público-privadas e ção de empresas públicas, sociedades de economia mista, autar-
demais concessões. quias e fundações;
§ 2º Nas Unidades de Saúde, o acesso às Unidades de Terapia XX - autorizar convênios com entidades públicas ou particula-
Intensiva (UTI), aos Centros de Terapia Intensiva (CTI) e demais res e consórcios que acarretem encargos ou compromissos gravo-
áreas de acesso controlado deverão observar as obrigações im- sos ao patrimônio municipal;
postas pelos órgãos de saúde. (Redação dada pela Emenda à Lei XXI - autorizar a criação, as atribuições e a extinção de Secre-
Orgânica nº 88/2021) tarias Municipais e de órgãos da administração direta e indireta.
(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021)
CAPÍTULO II Art. 21 Compete, privativamente, à Câmara:
DAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA I - eleger a Mesa, destituí-la e constituir as Comissões, na for-
ma regimental;
Art. 20. Cabe à Câmara, com a sanção do Prefeito, ressalvadas II - elaborar seu Regimento Interno;
as especificadas nos artigos 21 e 36, dispor acerca de todas as III - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia,
matérias de competência do Município, especialmente: (Redação criação, transformação ou extinção de cargos, empregos e funções
dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 92/2023) de seus serviços e fixação da respectiva remuneração, observados
I - legislar sobre tributos municipais, arrecadação e distribui- os parâmetros estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias;
ção de suas rendas, isenções, anistias fiscais, remissão de dívidas IV - dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito, conhecer de sua
e parcelamento de débitos fiscais; renúncia ou afastá-los, definitivamente, do cargo;
II - legislar sobre plano plurianual, diretrizes orçamentárias, V - autorizar o Prefeito e o Vice-Prefeito a se ausentarem do
orçamento anual, operações de crédito e dívida pública; Município, quando o afastamento exceder a quinze dias;
III - legislar sobre Plano Diretor de Desenvolvimento e Expan- VI - conceder licença ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e aos Ve-
são Urbana, normas urbanísticas relativas ao zoneamento e par- readores;
celamento do solo, perímetro urbano, Código de Edificações e de VII - mudar, temporariamente, sua sede;
Posturas; VIII - fixar a remuneração dos Vereadores, do Prefeito e do Vi-
IV - normatizar a iniciativa popular a projetos de lei de interes- ce-Prefeito, em cada legislatura, para a subseqüente, observados
se do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação o que dispõe o artigo 67, XII, desta Lei Orgânica e a paridade de
de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado, garantida a defesa vencimentos entre os Chefes dos Poderes;
nas Comissões Permanentes da Câmara, por um dos signatários, IX - julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Prefeito e
pelo prazo de quinze minutos; apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;
V - conferir e alterar denominação de próprios, vias e logra- X - proceder à tomada de contas do Prefeito, quando não
douros públicos; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº apresentadas à Câmara, dentro de sessenta dias, após a abertura
92/2023) da sessão legislativa;
VI - legislar sobre criação, organização e supressão de distri- XI - fiscalizar e controlar, diretamente, os atos do Poder Execu-
tos, observada a legislação estadual; tivo, incluídos os da administração indireta;
VII - autorizar a alteração de denominação de próprios, vias e XII - zelar pela preservação de sua competência legislativa,
logradouros públicos, após consulta popular. (Redação dada pela em face da atribuição normativa do Poder Executivo;
Emenda à Lei Orgânica nº 92/2023) XIII - representar ao Ministério Público, por dois terços de
VIII - autorizar a fixação e modificação do efetivo da Guar­ seus membros, e instaurar processo contra o Prefeito, Vice-Pre-
da Civil Municipal; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº feito e os Secretários Municipais, pela prática de crime contra a
72/2016) Administração Pública, de que tiver conhecimento;
IX - autorizar planos e programas municipais de desenvolvi- XIV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
mento; XV - declarar perda de mandato do Prefeito;
X - autorizar abertura de créditos suplementares, especiais e XVI - criar comissões especiais de inquérito;
extraordinários; XVII - requisitar informações aos Secretários Municipais;
XI - autorizar concessão de auxílios e subvenções; XVIII - solicitar ao Prefeito informações sobre assuntos refe-
XII - autorizar concessão de serviços públicos; rentes à Administração;
XIII - autorizar concessão de direito real de uso de bens mu- XIX - julgar os Vereadores, o Prefeito e o Vice-Prefeito;
nicipais; XX - conceder título honorífico a pessoas que tenham, reco-
XIV - autorizar concessão administrativa de uso de bens mu- nhecidamente, prestado serviços ao Município, mediante decreto
nicipais; legislativo aprovado por dois terços de seus membros;
XV - autorizar alienação de bens imóveis; XXI - Julgar o Prefeito e Vereadores por infração político-admi-
XVI - autorizar aquisição de bens imóveis, salvo quando se tra- nistrativa, aplicando-se, no que couber, o Decreto-lei nº 201/67.
tar de doação sem encargo; Inciso com Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 35, de 29
de setembro de 1997)
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Art. 22. A Câmara e qualquer de suas Comissões, com a devi- Art. 28 A eleição para renovação da Mesa realizar-se-á em
da anuência do plenário, poderá convocar o Prefeito; Vice-Prefei- data a ser fixada pelo Regimento Interno da Câmara Municipal de
to; Secretários Municipais, Presidentes de Fundações, Autarquias Santos.(Artigo com Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
e de Empresas controladas pelo Município; e Presidentes e/ou Di- 36, de 13 de outubro de 1998)
retores de Empresas Permissionárias ou Concessionárias de Ser- Art. 29 À Mesa, dentre outras atribuições, compete:
viços Públicos para que, no prazo de 8 (oito) dias, preste pessoal- I - propor projetos de lei que criem ou extingam cargos dos
mente esclarecimentos sobre assunto previamente determinado. serviços da Câmara e fixem os respectivos vencimentos;
(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 90/2022) II - elaborar e expedir, mediante ato, a discriminação analíti-
§ 1º Os Secretários Municipais podem comparecer à Câmara ca das dotações orçamentárias da Câmara, bem como alterá-la,
ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e após apro- quando necessário;
vação pelo Plenário, para exporem assunto de relevância de sua III - apresentar projetos de lei dispondo sobre abertura de
Secretaria. créditos suplementares ou especiais, através de anulação parcial
§ 2º A Mesa da Câmara, após aprovação pelo Plenário, enca- ou total da dotação da Câmara;
minhará pedidos escritos de informação aos Secretários Munici- IV - suplementar, mediante ato, as dotações do orçamento
pais. da Câmara, observado o limite da autorização constante da lei
Art. 23 Aos cargos de Diretor e Chefe do Gabinete de Asses- orçamentária, desde que os recursos para sua cobertura sejam
soria Técnico-Legislativa são assegurados os mesmos vencimentos provenientes de anulação total ou parcial de suas dotações orça-
percebidos pelos Secretários Municipais. mentárias;
V - devolver à Tesouraria da Prefeitura o saldo de caixa exis-
SEÇÃO I tente na Câmara ao final do exercício;
DAS REUNIÕES VI - enviar ao Prefeito, até o dia primeiro de março, as contas
do exercício anterior;
Art. 24 A Câmara reunir-se-á, anualmente, em sua sede, de 1º VII - nomear, promover, comissionar, conceder gratificações,
de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15 de dezembro. licenças, por em disponibilidade, exonerar, demitir, aposentar e
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas punir funcionário ou servidores da Secretaria da Câmara, nos ter-
para o primeiro dia útil subseqüente, quando recaírem em sába- mos da lei;
dos, domingos ou feriados. VIII - apresentar ao Plenário, até o dia vinte de cada mês, ba-
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprova- lancete relativo aos recursos e às despesas do mês anterior.
ção do projeto de lei de diretrizes orçamentárias. Art. 30 A Câmara terá Comissões Permanentes e Temporárias,
Art. 25 A convocação extraordinária da Câmara far-se-á pelo constituídas na forma e com as atribuições previstas no Regimen-
Presidente, pelo Prefeito ou a requerimento da maioria absoluta to Interno ou no ato de que resultar sua criação.
dos Vereadores, em caso de urgência ou de interesse público re- Parágrafo Único - Às Comissões, em razão da matéria de sua
levante, com notificação pessoal ou escrita aos Vereadores, com competência, cabe:
antecedência mínima de vinte e quatro horas. I - realizar, periodicamente, audiências públicas, com entida-
§ 1º Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara somente des da comunidade;
deliberará sobre a matéria para a qual foi convocada. II - convocar Prefeito, Vice-Prefeito, Secretários Municipais,
§ 2º REVOGADO.(Parágrafo revogado pela Emenda à Lei Orgâ- dirigentes de autarquias, empresas públicas, sociedades de eco-
nica nº 07, de 24 de agosto de 1992) nomia mista e fundações, instituídas ou mantidas pelo Poder
Público, para prestarem informações sobre assuntos inerentes a
SEÇÃO II suas atribuições, previamente determinados, no prazo de quinze
DA MESA E DAS COMISSÕES dias, sujeitando-se, pelo não comparecimento sem justificativa
adequada, às penas da lei;
Art. 26 Imediatamente depois da posse, os Vereadores reu- III - receber petições, reclamações, representações ou quei-
nir-se-ão sob a presidência do mais votado dentre os presentes xas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades
e, havendo maioria absoluta dos membros da Câmara, elegerão públicas municipais;
os componentes da Mesa, que ficarão automaticamente empos- IV - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
sados. V - apreciar programas de obras, planos municipais de desen-
§ 1º Não havendo número legal, o Vereador mais votado den- volvimento e sobre eles emitir parecer.
tre os presentes permanecerá na presidência e convocará sessões Art. 31 As Comissões Especiais de Inquérito, que terão po-
diárias, até que seja eleita a Mesa. deres de investigação próprios das autoridades judiciais, além de
§ 2º Para substituir o Presidente, em suas faltas, impedimen- outros previstos no Regimento Interno, serão criadas mediante
tos e licenças, haverá o 1º e 2º Vice-Presidentes.(Parágrafo com requerimento de um terço dos Vereadores que compõem a Câma-
Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 28, de 09 de outubro ra, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo
de 1995) suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Pú-
Art. 27 Os membros da Mesa serão eleitos para um mandato blico, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos
de dois anos. infratores.
§ 1º A eleição far-se-á, em primeiro escrutínio, pela maioria Art. 32 As comissões processantes serão constituídas, especi-
absoluta da Câmara. ficamente, para os casos de cassação de mandato, na forma da lei.
§ 2º É vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição
imediatamente subseqüente.
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Art. 33 Na constituição da Mesa e de cada comissão é asse- Art. 39 São de iniciativa privativa do Prefeito as leis que:
gurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos I - disponham sobre:
partidos ou dos blocos parlamentares que participam da Câmara. a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na admi-
Art. 34 Na última sessão ordinária de cada período legislativo, nistração direta e autárquica e fixação de sua remuneração;
o Presidente da Câmara publicará a escala dos membros da Mesa b) servidores públicos do Município, seu regime jurídico, pro-
e seus substitutos, que responderão pelo expediente do Poder Le- vimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;
gislativo durante o recesso seguinte, com as atribuições definidas c) criação, atribuições e extinção das Secretarias Municipais
no Regimento Interno. e órgãos da administração direta e indireta; (Redação dada pela
Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021)
CAPÍTULO III d) plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos
DO PROCESSO LEGISLATIVO anuais e créditos adicionais.
II - fixem ou modifiquem o efetivo da Guarda Civil Mu­nicipal;
Art. 35 O processo legislativo compreende a elaboração de: (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 72/2016)
I - emendas à Lei Orgânica; Art. 40 Serão objeto de lei complementar, dentre outras pre-
II - leis complementares; vistas nesta Lei Orgânica:
III - leis ordinárias; I - Código Tributário do Município;
IV - decretos legislativos; II - Código de Edificações;
V - resoluções. III - Plano Diretor Físico do Município;
Parágrafo Único - A elaboração, redação, alteração e conso- IV - Código de Posturas;
lidação de leis dar-se-ão na conformidade da lei complementar V - Estatuto dos Servidores Públicos Municipais;
federal, desta Lei Orgânica e do Regimento Interno. VI - criação de cargos, funções ou empregos públicos;
VII - criação, transformação, fusão, cisão, incorporação, priva-
SEÇÃO I tização ou extinção de fundações, autarquias e órgãos da adminis-
DAS EMENDAS À LEI ORGÂNICA tração indireta.
Art. 41 Não será admitido aumento da despesa prevista:
Art. 36 Esta Lei Orgânica poderá ser emendada, mediante I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Prefeito, ressalvado
proposta: o disposto no artigo 115, desta lei;
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara; II - nos projetos sobre a organização da Secretaria da Câmara,
II - do Prefeito Municipal; de iniciativa privativa da Mesa.
III - de cidadãos, mediante proposta subscrita por, no mínimo, Art. 42 O Prefeito poderá solicitar urgência para apreciação
cinco por cento do eleitorado. dos projetos de sua iniciativa.
§ 1º A proposta será discutida e votada em dois turnos, com § 1º Se a Câmara não se manifestar, em até quarenta e cinco
interstício mínimo de dez dias, considerando-se aprovada se obti- dias, sobre a proposição, será esta incluída na Ordem do Dia, so-
ver, em cada um, dois terços dos membros da Câmara. brestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos, para que
§ 2º Na hipótese do inciso III, a proposta deverá conter, após se ultime a votação, excetuados os casos do artigo 120 que serão
cada uma das assinaturas e de modo legível, o nome do signatá- preferenciais na ordem numerada.
rio, o número de seu título eleitoral, zona e seção em que vota, § 2º O prazo previsto no parágrafo anterior não corre nos pe-
podendo ser apresentada Inclusive através da rede mundial de ríodos de recesso nem se aplica aos projetos de código.
computadores - internet - na forma da lei. (Redação dada pela Art. 43 Nas hipóteses em que se exige quorum qualificado
Emenda à Lei Orgânica nº 68/2015) para aprovação de qualquer proposição legislativa, repetir-se-á a
§ 3º A proposta deverá conter, ainda, indicação do responsá- votação quando for obtida apenas maioria relativa de votos favo-
vel pela coleta de assinaturas. ráveis.
§ 4º As emendas à Lei Orgânica serão promulgadas pela Mesa § 1º Se na segunda votação ainda não for obtida a maioria
da Câmara, com o respectivo número de ordem. qualificada de votos favoráveis, considerar-se-á prejudicada a pro-
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada posição, ressalvados os projetos sobre plano plurianual, diretrizes
não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legis- orçamentárias e orçamento anual.
lativa. § 2º Nas hipóteses ressalvadas no parágrafo anterior, a vota-
ção será renovada tantas vezes quantas se fizerem necessárias,
SEÇÃO II até que se alcance a maioria qualificada.
DAS LEIS Art. 44 O projeto de lei aprovado pela Câmara será enviado,
dentro de dez dias úteis, como autógrafo ao Prefeito que, aquies-
Art. 37 A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe cendo, o sancionará.
a qualquer Vereador ou Comissão, ao Prefeito e ao eleitorado do § 1º Se o Prefeito considerar o projeto, no todo ou em parte,
Município, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica. inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total
Parágrafo Único - Não serão suscetíveis de iniciativa popular ou parcialmente no prazo de quinze dias úteis, contados da data
matérias de iniciativa exclusiva ou privativa, definidas nesta Lei do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas,
Orgânica. ao Presidente da Câmara, os motivos do veto.
Art. 38 A iniciativa de leis complementares e ordinárias, pelos § 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de arti-
cidadãos, observará o disposto no inciso III e nos parágrafos 2º e go, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
3º do artigo 36 desta lei.
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§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Prefeito TÍTULO III


importará sanção. DO PODER EXECUTIVO
§ 4º O veto será apreciado pela Câmara, dentro de trinta dias,
a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto Art. 50 O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito Municipal,
da maioria absoluta dos Vereadores. auxiliado por Secretários Municipais.
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado ao Parágrafo Único - São asseguradas a participação popular nas
Prefeito para promulgação. decisões do Poder Executivo e a realização, periodicamente, de
§ 6º Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido no § 4º, audiências públicas com entidades da comunidade.
o veto será colocado na Ordem do Dia da sessão imediata, sobres-
tadas as demais proposições, até sua votação final. CAPÍTULO ÚNICO
§ 7º Se a lei não for promulgada, dentro de quarenta e oito DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO
horas, pelo Prefeito, nos casos dos §§ 3º e 5º, o Presidente da Câ-
mara promulgará e, se este não o fizer, em igual prazo, caberá ao Art. 51 A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito, para mandato
Vice-Presidente fazê-lo obrigatoriamente. de quatro anos, dá-se mediante pleito direto, realizado noventa
§ 8º O prazo para apreciação do veto não corre nos períodos dias antes do término do mandato de seus antecessores, observa-
de recesso da Câmara. do, quanto ao mais, o disposto nos parágrafos 1º e 5º do artigo 77
§ 9º Os motivos do veto, total ou parcial, serão resu­midamente da Constituição da República.
publicados no Diário Oficial, no mesmo prazo de quarenta e oito Art. 52 O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse em sessão
horas que o Prefeito tem para comunicá-los ao Presidente da Câ- da Câmara, no dia 1º de janeiro do ano subseqüente à eleição,
mara Municipal, conforma § 1º deste artigo. (Redação acrescida às dezessete horas, prestando compromisso de manter, defender
pela Emenda à Lei Orgânica nº 69/2016) e cumprir a Lei Orgânica, observar as Constituições Federal e Es-
Art. 45 A matéria constante de projeto de lei rejeitado somen- tadual, promover o bem geral dos munícipes e exercer o cargo
te poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão le- sob a inspiração da democracia, da legitimidade e da legalidade.
gislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros da (“Caput” com Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 28, de
Câmara. 09 de outubro de 1995)
Parágrafo Único - O disposto neste artigo não se aplica aos Parágrafo Único - Se, decorridos dez dias da data fixada para a
projetos de iniciativa exclusiva do Prefeito, que serão submetidos posse, o Prefeito ou o Vice-Prefeito, salvo motivo de força maior,
à deliberação da Câmara. aceito pela Câmara, não tiver assumido o cargo, este será decla-
Art. 46 As leis complementares serão aprovadas por maioria rado vago.
absoluta. Art. 53 Substituirá o Prefeito, no caso de impedimento, e su-
Art. 47 Nenhum projeto de lei que implique a criação ou o au- ceder-lhe-á, no caso de vaga, o Vice-Prefeito.
mento de despesa pública será sancionado sem que dele conste § 1º O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe forem
a indicação dos recursos disponíveis, próprios para atender aos conferidas por lei complementar, auxiliará o Prefeito, sempre que
novos encargos. por ele convocado para missões especiais.
Parágrafo Único - O disposto neste artigo não se aplica a cré- § 2º A investidura do Vice-Prefeito em Secretaria Municipal
ditos extraordinários. não impedirá as funções previstas no parágrafo anterior.
Art. 54 Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Pre-
SEÇÃO III feito, ou vacância dos respectivos cargos, serão, sucessivamente
DOS DECRETOS LEGISLATIVOS E DAS RESOLUÇÕES chamados, ao exercício do cargo de Prefeito, o Presidente da Câ-
mara e o Secretário de Assuntos Jurídicos.
Art. 48 As proposições destinadas a regular matéria político- Art. 55 Vagando os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito, far-se-á
-administrativa de competência exclusiva da Câmara são: eleição, noventa dias depois de aberta a última vaga.
a) decreto legislativo, de efeitos externos; § 1º Ocorrendo a vacância, nos últimos dois anos de manda-
b) resolução, de efeitos internos. to, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois de
Parágrafo Único - Os projetos de decreto legislativo e de reso- aberta a última vaga, pela Câmara, na forma da lei.
lução, aprovados pelo Plenário em um só turno de votação, não § 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o
dependem de sanção do Prefeito, sendo promulgados pelo Presi- período dos antecessores.
dente da Câmara. Art. 56 O Prefeito e o Vice-Prefeito não poderão, sem licen-
ça da Câmara, ausentar-se do Município, por período superior a
CAPÍTULO IV quinze dias, sob pena de perda do cargo.
DO EXAME PÚBLICO DAS CONTAS MUNICIPAIS § 1º O Prefeito poderá licenciar-se quando:
I - impossibilitado de exercer o cargo, por motivo de doença
Art. 49 As contas do Município ficarão à disposição de qual- devidamente comprovada, ou gestação;
quer cidadão durante sessenta dias, a partir de sua apresentação, II - em gozo de férias;
para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legiti- III - a serviço ou em missão de representação do Município.
midade, na forma da lei. § 2º O Prefeito, regularmente licenciado, receberá a remune-
Parágrafo Único - Vencido o prazo do parágrafo anterior, as ração integral.
contas e as questões levantadas serão enviadas ao Tribunal de § 3º O Prefeito gozará férias anuais de trinta dias sem prejuízo
Contas para emissão de parecer prévio. da remuneração, ficando a seu critério a época para usufruir do
descanso.
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Art. 56-A Quando o Prefeito se ausentar do Município por XV - prestar anualmente à Câmara, dentro de sessenta dias
prazo inferior a quinze dias dará publicidade no Diário Oficial e após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exer-
comunicará à Câmara, com antecedência de, no mínimo, vinte e cício anterior;
quatro horas, o período em que o Vice-Prefeito responderá pela XVI - prover e extinguir os cargos públicos municipais, na for-
Administração. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº ma da lei, salvo os de competência da Câmara;
45/2004) XVII - decretar, nos termos da lei, a desapropriação por neces-
Art. 57 O Prefeito e o Vice-Prefeito deverão apresentar, no ato sidade, utilidade pública ou interesse social;
de posse, de seis em seis meses e no término do mandato decla- XVIII - prestar, à Câmara, obrigatoriamente, dentro de quin-
rações públicas de bens, que serão publicadas na imprensa local ze dias, informações sobre qualquer matéria solicitada, inclusive
e ficarão arquivadas na Câmara, constando de ata o seu resumo. fornecer certidões de inteiro teor de assunto de interesse do Mu-
Parágrafo Único - O Prefeito e o Vice-Prefeito deverão autori- nicípio, salvo prorrogação, a seu pedido e por igual período, em
zar a liberação do sigilo bancário de suas contas correntes e inves- face da complexidade do assunto ou da dificuldade da obtenção,
timentos.(Artigo com Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nas respectivas fontes, dos dados pleiteados;Inciso com Redação
nº 19, de 07 de fevereiro de 1994) dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 24, de 13 de outubro de 1994)
XIX - prover os serviços e as obras da Administração Pública;
SEÇÃO I XX - colocar à disposição da Câmara, dentro de dez dias de
DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO sua requisição, as quantias que devem ser despendidas de uma só
vez, e, até o dia vinte de cada mês, os recursos correspondentes
Art. 58 Compete, privativamente, ao Prefeito: às suas dotações orçamentárias, compreendendo os créditos su-
I - representar o Município nas suas relações jurídicas, políti- plementares e especiais;
cas e administrativas; XXI - resolver sobre os requerimentos, as reclamações ou re-
II - exercer, com auxílio dos Secretários Municipais, a direção presentações que lhe forem dirigidos;
superior da Administração Municipal; XXII - contrair empréstimo e realizar operações de crédito,
III - nomear e exonerar os Secretários Municipais e o Procura- mediante prévia autorização da Câmara;
dor Geral do Município; XXIII - desenvolver o sistema viário do Município;
IV - nomear e exonerar os dirigentes de autarquias e funda- XXIV - conceder auxílios, prêmios e subvenções, nos limites
ções; das respectivas dotações orçamentárias, mediante autorização da
V - fixar ou alterar os quadros, vencimentos e as vantagens Câmara;
do pessoal das fundações instituídas ou mantidas pelo Município, XXV - fazer publicar os atos oficiais;
nos termos da lei; XXVI - aprovar projetos de edificações, planos de roteamento,
VI - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previs- arruamento e zoneamento urbano;
tos nesta Lei Orgânica; XXVII - repassar para a Caixa de Pecúlios e Pensões dos Servi-
VII - indicar diretores de sociedades de economia mista, de dores Municipais de Santos as quantias, previstas na legislação, a
empresas públicas e fundações, escolhidos preferencialmente ela devidas, até o dia 10 do mês subseqüente ao do recolhimento
dentre os funcionários de seus respectivos quadros; e, após essa data, devidamente corrigidas pelo IGP-M/FGV - Índi-
VIII - praticar os demais atos da administração, nos limites da ce Geral de Preços de Mercado;Inciso acrescentado pela Emenda
competência do Executivo; à Lei Orgânica nº 08, de 09 de novembro de 1992 renumerando-se
IX - subscrever ou adquirir ações, realizar ou aumentar capi- o seguint
tal, desde que haja recursos hábeis, de sociedades de economia XXVIII - exercer outras atribuições previstas nesta Lei Orgâ-
mista ou empresas públicas, bem como dispor, a qualquer título, nica.
no todo ou em parte, de ações ou capital que tenha subscrito, Parágrafo Único - Os projetos a que se refere o inciso XXVI se-
adquirido, realizado ou aumentado, mediante autorização da Câ- rão enviados à Câmara, para conhecimento, no prazo de dez dias,
mara; contados da data de expedição do ato de aprovação.
X - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, na imprensa Art. 58-A O Prefeito, eleito ou reeleito, apresentará o Progra-
oficial do Município e, na ausência desta, na imprensa local, bem ma de Metas de sua gestão, até 90 (noventa) dias após sua posse,
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; que conterá as prioridades, as ações estratégicas, os indicadores e
XI - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; metas quantitativas para cada uma das secretarias da Administra-
XII - dispor, mediante decreto, sobre: ção Pública Municipal, observando, no mínimo, as diretrizes e os
a) organização e funcionamento da administração pública objetivos do Programa de Governo apresentado durante a cam-
municipal, quando não implicar aumento de despesa nem criação panha eleitoral, alinhados com as normas do Plano Diretor e do
ou extinção de órgãos públicos; Piano Plurianual. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Re- nº 75/2016)
dação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021) § 1º O Programa de Metas será amplamente divulgado, por
XIII - comparecer ou remeter mensagem e plano de governo meio eletrônico, pela mídia impressa, radiofónica e televi­siva e
à Câmara, por ocasião da abertura de sessão legislativa, expondo publicado no Diário Oficial do Município no dia imedia­tamente
a situação do Município e solicitando as providências que julgar seguinte ao término do prazo a que se refere o caput deste artigo.
necessárias; (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 75/2016)
XIV - enviar à Câmara projetos de lei relativos ao plano pluria-
nual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, dívida pública e
operações de crédito;
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§ 2º O Poder Executivo enviará ao Legislativo, no dia imedia- SEÇÃO II


tamente seguinte ao termino do prazo a que se refere o caput des- DA RESPONSABILIDADE DO PREFEITO
te artigo, o Programa de Metas. (Redação acrescida pela Emenda
à Lei Orgânica nº 75/2016) Art. 59 A Câmara, tomando conhecimento de qualquer ato
§ 3º O Poder Executivo comparecerá, dentro de 30 (trinta) do Prefeito que possa configurar infração penal comum ou crime
dias, após o término do prazo previsto no caput deste artigo, em de responsabilidade, nomeará Comissão Processante, para apurar
audiência pública na Câmara Municipal de Santos para de­bate so- os fatos que, no prazo de trinta dias, deverão ser apreciados pelo
bre o Programa de Metas. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Plenário.
Orgânica nº 75/2016) § 1º Se o Plenário, por dois terços de seus membros, entender
S 4º O Poder Executivo divulgará semestralmente os in­ procedentes as acusações, determinará o envio do apurado à Pro-
dicadores de desempenho relativos à execução dos diversos itens curadoria Geral da Justiça; se não, determinará o arquivamento.
do Programa de Metas. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Or- Em qualquer dos casos, serão publicadas a decisão e suas razões.
gânica nº 75/2016) § 2º Recebida a denúncia, o Prefeito ficará suspenso de suas
§ 5º O Poder Executivo poderá proceder a alterações pro­ funções, e a Câmara decidirá sobre a designação de advogado
gramáticas no Programa de Metas sempre em conformidade com para assistente de acusação.
o Plano Diretor e do Plano Plurianual, justificando-as por escrito § 3º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamen-
e divulgando-as amplamente pelos meios de comunica­ção previs- to não estiver concluído, cessará o afastamento do Prefeito, sem
tos neste artigo. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica prejuízo do regular prosseguimento do processo.
nº 75/2016)
§ 6º Os indicadores de desempenho serão elaborados e fi- SEÇÃO III
xados conforme os seguintes critérios: (Redação acrescida pela DOS AUXILIARES DIRETOS DO PREFEITO
Emenda à Lei Orgânica nº 75/2016)
a) promoção do desenvolvimento ambientalmente, so­ Art. 60 Os Secretários Municipais, como agentes públicos, se-
cialmente e economicamente sustentável; (Redação acrescida rão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no
pela Emenda à Lei Orgânica nº 75/2016) exercício dos direitos políticos.
b) inclusão social, com redução das desigualdades re­gionais Parágrafo Único - Compete aos Secretários Municipais, além
e sociais; (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº de outras atribuições estabelecidas nesta Lei Orgânica e na lei re-
75/2016) ferida no artigo 61:
c) atendimento das funções sociais da cidade com me­lhoria I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos
da qualidade de vida urbana; (Redação acrescida pela Emenda à e entidades da Administração Municipal, na área de sua compe-
Lei Orgânica nº 75/2016) tência, e referendar os atos e decretos assinados pelo Prefeito;
d) promoção do cumprimento da função social da pro­ II - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem
priedade; (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº outorgadas ou delegadas pelo Prefeito;
75/2016) III - expedir instruções para a execução das leis, dos decretos
e) promoção e defesa dos direitos fundamentais individu­ais e e regulamentos;
sociais de toda pessoa humana; (Redação acrescida pela Emenda IV - apresentar ao Prefeito relatório anual de sua gestão na
à Lei Orgânica nº 75/2016) Secretaria.
f) promoção de meio ambiente ecologicamente equilibra­do e Art. 61. Lei Complementar disporá sobre a criação, atribui-
combate a poluição sob todas as suas formas; (Redação acrescida ções e extinção das Secretarias Municipais. (Redação dada pela
pela Emenda à Lei Orgânica nº 75/2016) Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021)
g) universalização do atendimento dos serviços públicos mu- Art. 62 Os Secretários Municipais, auxiliares diretos e da con-
nicipais com observância das condições de regularidade, continui- fiança do Prefeito, serão responsáveis pelos atos que praticarem
dade, eficiência, rapidez e cortesia no atendimento ao cidadão, ou referendarem no exercício do cargo.
segurança, atualidade com as melhores técnicas, métodos, pro- Art. 63 Os Secretários Municipais e os ocupantes de cargos
cessos e equipamentos, e modicidade das tarifas e preços públi- em Comissões não pertencentes ao quadro do funcionalismo fa-
cos que considerem diferentemente as condições econômicas da rão declarações públicas de bens, no ato da posse, de seis em seis
população. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº meses e no término do exercício do cargo, e terão os mesmos im-
75/2016) pedimentos estabelecidos nesta Lei Orgânica para os Vereadores,
§ 7º Ao final de cada ano, o Prefeito divulgara o relatório da enquanto permanecerem em suas funções.(“Caput” com Reda-
execução do Programa de Metas, o qual será disponibilizado in- ção dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 19, de 07 de fevereiro
tegralmente petos meios de comunicação previstos neste artigo. de 1994)
(Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 75/2016) Parágrafo Único - As declarações de bens mencionadas neste
§ 8º Na primeira quinzena de dezembro de cada ano, o Prefei- artigo deverão ser publicadas na imprensa local.
to comparecerá em audiência pública na Câmara Munici­pal, para Art. 63-A Os Secretários municipais comparecerão, anual-
prestar informações sobre a execução do Programa de Metas. (Re- mente, em audiência pública, perante as Comissões Permanentes
dação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 75/2016) da Câmara Municipal que tratam dos assuntos correspondentes
as suas pastas, com a finalidade de prestar esclarecimentos acerca
de sua gestão administrativa e demonstrar e avaliar o desenvolvi-
mento das ações, programas e metas pertinentes à Secretaria que
representam.
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Parágrafo único. As audiências públicas serão realiza­das na II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
sede da Câmara Municipal, no último trimestre de cada ano. (Re- aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
dação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 76/2016) títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão, decla-
rado em lei de livre nomeação e exoneração;
SEÇÃO IV III - O prazo de validade do concurso público será de até dois
DA PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO anos, prorrogável uma vez, por igual período. A nomeação do can-
didato aprovado obedecerá à ordem de classificação; (Redação
Art. 64 A Procuradoria Geral do Município é instituição de na- dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 79/2017)
tureza permanente, essencial à Administração Pública Municipal, IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de con-
vinculada diretamente ao Prefeito, responsável pela advocacia e vocação, o aprovado em concurso público de provas ou de provas
consultoria do Poder Executivo, sendo orientada pelos princípios e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados
da legalidade e da indisponibilidade do interesse público. para assumir cargo ou emprego, na carreira;
§ 1º A direção superior da Procuradoria Geral do Município V - os cargos em comissão e as funções de confiança serão
compete ao Procurador Geral do Município, nomeado pelo Prefei- exercidos, nos casos e nas condições previstos em lei, preferen-
to, em comissão, entre os Procuradores Municipais que integram cialmente por servidores estatutários ocupantes de cargos de car-
o quadro efetivo, em exercício no Poder Executivo Municipal, exi- reira técnica ou profissional, que tenham domicílio eleitoral neste
gindo-se, para seu provimento, cinco anos no cargo de Procurador. município, há mais de dois anos;
§ 2º O Procurador Geral do Município deverá apresentar de- VI - é garantido ao servidor público municipal o direito à livre
claração de bens no ato da posse e no ato de sua exoneração. associação sindical, obedecido o disposto no artigo 8º da Consti-
Parágrafo com Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n 18, de tuição Federal;
18 de outubro de 193) VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
§ 3º Todos os cargos de direção, chefia ou assessoramento definidos em lei complementar federal;
que integram a Procuradoria deverão ser preenchidos por Procu- VIII - o servidor e o empregado público gozarão de estabilida-
radores do quadro efetivo, em exercício no Poder Executivo Mu- de no cargo ou emprego, desde o registro de sua candidatura para
nicipal. o exercício de cargo de representação sindical, ou no caso previsto
§ 4º Lei Complementar organizará a Procuradoria Geral do no inciso XXXI deste artigo, até um ano após o término do manda-
Município, disciplinará sua competência e disporá sobre o regime to, se eleito, salvo se cometer falta grave definida em lei;
jurídico dos integrantes da carreira de Procurador Municipal, res- IX - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
peitado o disposto nos artigos 132 e 135 da Constituição Federal. para os portadores de deficiências, garantindo as adaptações ne-
Art. 65 O ingresso na carreira de Procurador Municipal far-se- cessárias para a sua participação nos concursos públicos e definirá
-á mediante concurso público de provas e títulos para os cargos os critérios de sua admissão;
existentes ou que vierem a ser criados, assegurada a participa- X - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
ção da 2ª Subseção de Santos da Ordem dos Advogados do Brasil, terminado, para atender a necessidade temporária de excepcio-
inclusive na elaboração do programa e dos quesitos das provas, nal interesse público;
observada, nas nomeações, a ordem de classificação. XI - a revisão geral da remuneração dos servidores públicos
far-se-á sempre na mesma data;(Inciso com Redação dada pela
TÍTULO IV Emenda à Lei Orgânica nº 26, de 03 de abril de 1995)
DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL XII - a lei fixará o limite máximo e a relação de valores entre a
maior e a menor remuneração dos servidores públicos, observa-
CAPÍTULO I dos, como limites máximos, os valores percebidos como remune-
DISPOSIÇÕES GERAIS ração, em espécie, a qualquer título, pelo Prefeito;
XIII - até que se atinja o limite a que se refere o inciso ante-
Art. 66. A administração pública direta, as au­tarquias, socie- rior, é vedada a redução de salários que implique a supressão das
dades de economia mista, empre­sas públicas, companhias, coo- vantagens de caráter individual adquiridas. Atingindo o referido
perativas habitacio­nais e fundações públicas mantidas ou instituí- limite, a redução se aplicará independentemente da natureza das
das pelo Poder Público obedecerão aos princípios de legalidade, vantagens auferidas pelo servidor;
impessoalidade, moralidade, publici­dade, eficiência e interesse XIV - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não po-
público. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 81/2017) derão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
XV - é vedada a vinculação ou equiparação de vencimentos,
SEÇÃO I para efeito de remuneração de pessoal do serviço público munici-
DA ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO pal, ressalvado o disposto no inciso anterior e no artigo 73, § 1º;
XVI - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor pú-
Art. 67 Para a organização da administração pública direta, blico não serão computados nem acumulados para fins de con-
das autarquias, sociedades de economia mista, empresas públi- cessão de acréscimos ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico
cas, companhias, cooperativas habitacionais e fundações públicas fundamento;
mantidas ou instituídas pelo Poder Público é obrigatório o cumpri- XVII - os vencimentos dos servidores públicos municipais são
mento das seguintes normas: irredutíveis e a remuneração mensal obedecerá o que dispõem os
I - os cargos, empregos e as funções públicas são acessíveis incisos XI, XII, XIV e XV deste artigo;
aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei; XVIII - é vedada a acumulação remunerada de cargos públi-
cos, exceto quando houver compatibilidade de horários:
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a) de 02 (dois) cargos de professor; XXIX - as reclamações relativas à prestação dos serviços muni-
b) de 01 (um) cargo de professor com outro técnico ou cien- cipais serão disciplinadas em lei;
tífico; XXX - nenhum servidor será designado para funções não
c) a de 02 (dois) cargos ou empregos privativos de profissio- constantes das atribuídas ao cargo que ocupa, a não ser em subs-
nais de saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada tituição e, se acumulada, com gratificação de lei;
pela Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021) XXXI - nas autarquias, sociedades de economia mista e fun-
XIX - a proibição de acumular, a que se refere o inciso ante- dações instituídas ou mantidas pelo Poder Público é obrigatória
rior, estende-se a empregos e funções e abrange administração a criação de um Conselho de Representantes de servidores e em-
pública direta, autarquias, sociedades de economia mista, empre- pregados, constituído através de eleição, cabendo à lei definir os
sas públicas, companhias, cooperativas habitacionais e fundações limites de sua competência e atuação.
públicas mantidas ou instituídas pelo Poder Público; XXXII - os Programas Participação Direta nos Resultados - PDR
XX - a administração fazendária e seus servidores fiscais, aos e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - ODS Santos2030
quais compete exercer, privativamente, a fiscalização de tributos, são políticas públicas obrigatórias e permanentes do Município
terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, prece- e devem ser implementados anualmente, com metas, planos de
dência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; ação e indicadores objetivos, assegurada a inclusão dos compro-
XXI - a criação, transformação, fusão, cisão, incorporação, pri- missos do Plano de Governo e do Programa de Metas. (Redação
vatização ou extinção de autarquias, sociedades de economia mis- acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 91/2023)
ta, empresas públicas, companhias, cooperativas habitacionais e § 1º A inobservância do disposto nos incisos II, III e IV deste
fundações públicas mantidas ou instituídas pelo Poder Público artigo implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade res-
dependem de prévia aprovação da Câmara, por meio de lei com- ponsável, nos termos da lei.
plementar específica; § 2º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri-
XXII - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- vado, prestadoras de serviços públicos, responderão pelos danos
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegu-
assim como a participação de qualquer delas em empresa priva- rado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo
da; ou culpa.
XXIII - é assegurada a participação dos servidores públicos § 3º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
municipais, por eleição, nos colegiados da Administração Pública campanhas da administração pública direta, das autarquias, so-
em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam ob- ciedades de economia mista, empresas públicas, companhias,
jeto de discussão e deliberação; cooperativas habitacionais e fundações mantidas ou instituídas
XXIV - São obrigatórias a declaração de bens, a ser publicada pelo Poder Público deverá ter caráter educacional, informativo e
na imprensa local, antes da posse, de seis em seis meses e depois de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos
do desligamento, e a autorização para liberação do sigilo bancá- e imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
rio das contas correntes e de investimentos de todo o dirigente servidores públicos, bem como agremiações partidárias.
de sociedade de economia mista, empresa pública, companhia, § 4º O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser rea-
cooperativa habitacional e fundação pública mantida ou instituída daptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabili-
pelo Poder Público;Inciso com Redação dada pela Emenda à Lei dades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em
Orgânica nº 19, de 07 de fevereiro de 1994) sua capacidade física ou mental enquanto permanecer nessa con-
XXV - os órgãos da administração direta e indireta ficam obri- dição, desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade
gados a constituir Comissão Interna de Prevenção de Acidentes exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do car-
- CIPA - e, quando assim o exigirem suas atividades, Comissão de go de origem, conforme disposto em lei complementar.(Redação
Controle Ambiental, visando à proteção da vida, do meio ambien- acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021)
te e das condições de trabalho de seus servidores, na forma da lei; § 5º A aposentadoria concedida com a utilização de tempo
XXVI - ao servidor público que tiver sua capacidade de traba- de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
lho reduzida em decorrência de acidente de trabalho ou doença inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rom-
do trabalho, será garantida a transferência para locais ou ativida- pimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.
des compatíveis com sua situação; (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021)
XXVII - é vedada, salvo as exceções que a lei fixar, a estipula- § 6º A definição das metas e indicadores do Programa Parti-
ção de limite de idade para ingresso por concurso público na ad- cipação Direta nos Resultados - PDR deve ser precedida de con-
ministração direta, nas autarquias, sociedades de economia mis- sulta aos Conselhos Municipais e demais órgãos representativos
ta, empresas públicas, companhias, cooperativas habitacionais e da sociedade civil, com etapas de discussão pública amplamente
fundações públicas mantidas ou instituídas pelo Poder Público, divulgadas. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
respeitando-se ainda o limite constitucional para a aposentadoria 91/2023)
compulsória; Art. 68 As contratações efetuadas pela administração direta,
XXVIII - os recursos provenientes dos descontos compulsórios autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e
dos servidores públicos, bem como a contrapartida da Municipa- fundações municipais deverão ser publicadas na imprensa oficial,
lidade, destinados à formação de fundo próprio de previdência, no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de nulidade.Artigo com Re-
deverão ser postos, mensalmente, à disposição da entidade mu- dação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 14, de 19 de abril de
nicipal responsável pela prestação do benefício, na forma que a 1992 (Jornal “A Tribuna” de 24/04/1993)
lei dispuser;

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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Art. 69 Os Poderes Executivo e Legislativo, as entidades da ad- § 4º É vedada a incorporação de vantagens de caráter tempo-
ministração indireta, inclusive fundações instituídas ou mantidas rário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de car-
pelo Poder Público, autarquias, empresas públicas da administra- go em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Redação dada
ção e sociedades de economia mista, publicarão, mensalmente, pela Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021)
quadro com o número de funcionários ativos e inativos, licencia- § 4º (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021)
dos, comissionados e servidores admitidos sob qualquer regime. § 5º O funcionário público estatutário que tiver incorporado
Artigo com Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 22, de 30 vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de
de junho de 1994) função de confiança ou cargo em comissão, até 12 de novembro
de 2019, quando investido em cargo em comissão ou em função
SEÇÃO II gratificada de Chefia, poderá optar pela remuneração que lhe for
DA GUARDA CIVIL MUNICIPAL (REDAÇÃO DADA PELA mais conveniente. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 72/2016) 89/2021)
§ 6º Ao funcionário público estatutário é assegurado o perce-
Art. 70. A Guarda Civil Municipal, órgão de natureza perma- bimento do adicional por tempo de serviço, concedido no mínimo
nente da Administração Pública Municipal, tem por fi­nalidade por quinqüênio, e vedada a sua limitação, bem como a sexta par-
precípua a proteção dos bens, serviços e instalações municipais, te dos vencimentos integrais, concedida aos vinte anos de efeti-
podendo, quando solicitada, funcionar em apoio às ações da Se- vo exercício, que se incorporarão aos vencimentos para todos os
cretaria de Negócios da Segurança Pública do Estado. efeitos, observado o disposto no artigo 67, XVI, desta Lei Orgânica.
Parágrafo único. Os Guardas Civis Municipais que forem re- § 7º Os vencimentos, vantagens ou qualquer parcela remune-
quisitados para funcionar como força auxiliar da Secretaria de ratória dos servidores, que forem pagos com atraso, serão corrigi-
Negócios da Segurança Pública do Estado de São Paulo, deverão, dos monetariamente, de acordo com os índices oficiais aplicáveis
antes do Início da função, passar por ampla capa­citação, visando à espécie.
à relação de proteção da comunidade que irão servir. (Redação § 8º Fica assegurada aos funcionários públicos estatutários
dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 72/2016) aposentados ou que venham a aposentar-se com proventos pro-
Art. 71. Serão definidos a organização, o funcionamento, o porcionais, nos termos da legislação em vigor, a contagem da fra-
acesso, os direitos, os deveres, as vantagens e o regime de traba- ção do quinqüênio incompleto, até a data da aposentadoria, para
lho da Guarda Civil Municipal e de seus integrantes, obedecendo- efeito de cálculo e pagamento do benefício proporcionalmente ao
-se aos preceitos da lei federal. (Redação dada pela Emenda à Lei tempo de serviço trabalhado.
Orgânica nº 72/2016) § 9º Para efeito de percepção e incorporação, as vantagens
concedidas ao funcionário público estatutário, aí incluídos os adi-
SEÇÃO III cionais, a sexta parte e a gratificação de um terço, serão calcula-
DO SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL das sobre o valor do nível do cargo efetivo ou do símbolo do cargo
em comissão que estiver exercendo, se na ativa, ou sobre o valor
Art. 72 Os cargos públicos serão criados por lei, em número assegurado para base de cálculo dos proventos da aposentadoria,
certo, com denominação própria, atribuições específicas e venci- se inativo o funcionário.
mentos correspondentes. § 10 A lei assegurará ao funcionário público estatutário, que
Art. 73 O regime jurídico único dos servidores da administra- tenha exercido cargo ou função gratificada por um período de três
ção pública direta, das autarquias e das fundações públicas é o mil, seiscentos e cinqüenta dias, alternados ou não, a incorpora-
estatutário, instituído por lei, vedada qualquer outra vinculação ção da maior função ou símbolo, para efeito de aposentadoria.
de trabalho.
§ 1º A lei assegurará aos servidores da administração direta § 11 Fica vedada a extensão do benefício da sexta parte, pre-
isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou as- visto no parágrafo 6º deste artigo, aos servidores integrantes de
semelhados do mesmo Poder, ou entre servidores dos Poderes planos de cargos, correios e vencimentos. (Redação dada pela
Legislativo e Executivo, ressalvadas as vantagens de caráter indivi- Emenda à Lei Orgânica nº 62/2013)
dual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho. § 13 Não poderão ser cedidos os servidores municipais de
§ 2º Aplica-se aos servidores municipais o disposto no artigo Santos, sem prejuízo dos vencimentos, para prestar servi­ços em
7º, IV, VI, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII, XXIII órgãos ou entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e
e XXX da Constituição Federal. de outros Municípios. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Or-
§ 3º A lei assegurará: gânica nº 80/2017)
I - ao funcionário público estatutário, a opção de converter
em pecúnia dois terços da licença-prêmio; § 14 Não se aplica a vedação prevista no parágrafo anterior
II - ao servidor municipal, em geral, férias remuneradas com, nos casos de cessão dos servidores municipais de Santos para
pelo menos, cinqüenta por cento a mais do que o salário normal; prestar serviço na Junta Comercial do Estado de São Paulo, Justiça
III - às servidoras municipais em geral, em caso de adoção, Eleitoral, nas unidades descentralizadas da Secretaria do Patrimô-
licença especial de cento e vinte dias, a partir do ato da adoção, nio da União localizada no Município de Santos e/ou na Delegacia
sem prejuízo do emprego, do salário e as promoções inerentes ao de Defesa da Mulher de Santos, desde que devidamente demons-
cargo ou função. trado, em processo administrativo, o interesse público. (Redação
dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021)

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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

§ 15 Fica vedada a permuta dos servidores municipais de San- § 2º Os ocupantes do cargo de professor terão a idade míni-
tos, para qualquer outro órgão da administração pública direta ma reduzida em 05 (cinco anos) em relação àquelas previstas no
ou indireta da União, dos Estados ou Distrito Federal e de outros inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exer-
municípios. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº cício das funções de magistério na educação infantil, no ensino
89/2021) fundamental ou médio, nos termos fixados em lei.
Art. 74 A lei assegurará, ao funcionário público estatutário § 3º As regras para concessão de benefícios previdenciários,
que tenha completado ou venha a completar oito anos de efetivo suas formas de cálculo e reajustes, bem como as contribuições e
exercício em cargo do mesmo nível de vencimentos, uma gratifi- demais elementos para custeio do RPPS-Santos, serão disciplina-
cação correspondente à diferença entre o nível de vencimentos dos por lei complementar.
do cargo que ocupa e o imediatamente superior.(“Caput” com § 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para pre-
Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 05, de 30 de março servar - lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme crité-
de 1992) rios estabelecidos em lei.
§ 1º Será permitido apenas o cômputo de um período, pelo § 5º É vedada qualquer forma de contagem de tempo de con-
funcionário que for beneficiado por este artigo. tribuição fictício.
§ 2º No caso de ocupante de cargo enquadrado no maior ní- § 6º O rol de benefícios do Regime Próprio de Previdência
vel de vencimentos, a gratificação será igual à diferença entre esse Social de Santos fica limitado às aposentadorias e à pensão por
nível e o imediatamente inferior.(Parágrafo com Redação dada morte, concedidas conforme regras e critérios estabelecidos em
pela Emenda à Lei Orgânica nº 05, de 30 de março de 1992) lei complementar, observado o disposto nesta Lei Orgânica. (Re-
§ 3º O disposto no “caput” deste artigo não beneficia o fun- dação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021)
cionário que já tenha obtido gratificação com base na legislação Art. 78 Fica assegurada, para efeito de aposentadoria, a con-
anterior. tagem recíproca do tempo de serviço nas atividades públicas ou
§ 4º A transformação ou reclassificação do cargo não inter- privadas, inclusive de tempo do trabalho comprovadamente exer-
rompe a contagem do prazo. cido pelo funcionário na qualidade de autônomo, fazendo-se a
§ 5º Fica assegurado o benefício aos funcionários públicos es- compensação financeira, segundo critérios estabelecidos em lei.
tatutários inativos que tenham preenchido o tempo necessário. Art. 79 Aplica-se aos servidores públicos municipais, para
§ 6º Fica vedada a extensão da gratificação prevista neste arti- efeito de estabilidade, o disposto no artigo 41 da Constituição Fe-
go aos servidores integrantes de planos de cargos, carreiras e ven- deral.
cimentos. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 62/2013) Art. 80 O Município responsabilizará os seus servidores por
Art. 75 O exercício de mandato eletivo por servidor público alcance e outros danos causados à administração, ou por paga-
far-se-á com observância do artigo 38 da Constituição Federal. mento efetuado em desacordo com as normas legais, nos termos
Art. 76 Aos servidores públicos eleitos para ocupar, em sindi- da lei.
cato de categoria, os cargos de direção, cujo número e atribuições Art. 81 O servidor, durante o exercício do mandato de verea-
a lei definir, será assegurado o direito de afastamento, durante o dor, será inamovível.
tempo em que estiverem no exercício dessas funções, recebendo Art. 82 A lei assegurará à servidora gestante mudança de fun-
integralmente seus vencimentos e vantagens. ção, nos casos em que for recomendada, sem prejuízo de seus
Parágrafo Único - O tempo de gestão sindical será computado vencimentos ou salário e demais vantagens do cargo ou função.
para todos os efeitos legais. Art. 83 (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021)
Art. 77. O Regime Próprio de Previdência Social dos servido- Art. 84 Os cargos de Chefe de Departamento e as gratifica-
res municipais titulares de cargos efetivos terá caráter contribu- ções pelo exercício de Chefias de Divisão, Seção, bem como desig-
tivo e solidário, mediante contribuição dos poderes Executivo e nação para Presidente de Comissões Permanentes e da Junta de
Legislativo, assim como das autarquias e fundações públicas do Recursos Fiscais, poderão ser atribuídos aos servidores públicos
Município, de servidores ativos, de aposentados e de pensionis- do Quadro Permanente da Administração.
tas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e Art. 85 A lei que dispuser sobre férias garantirá o seu gozo,
atuarial. que em nenhum caso - salvo o de dispensa - será substituído por
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de pecúnia.
que trata este artigo serão aposentados:
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em CAPÍTULO II
que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipó- DOS ATOS MUNICIPAIS
tese em que será obrigatório realizar avaliações periódicas para
verificar a continuidade das condições que ensejaram a concessão Art. 86 As leis e atos administrativos externos deverão ser pu-
da aposentadoria, na forma da lei; blicados nos órgãos de imprensa oficial ou não, para que produ-
II - compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade; zam os seus efeitos regulares.
III - voluntariamente, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, Parágrafo único. As leis municipais, ao serem publicadas na
se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, Imprensa oficial, deverão conter, entre a epígrafe e a ementa, os
observados o tempo de contribuição e os demais requisitos esta- seguintes dados:
belecidos em lei complementar. I - número da propositura e;
II - nome do autor do projeto (Prefeito, Vereador, Mesa Dire-
tora da Câmara, Comissão ou iniciativa Popular). (Redação acres-
cida pela Emenda à Lei Orgânica nº 71/2016)

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Art. 87 Os atos administrativos, decretos legislativos, resolu- SEÇÃO III


ções e outros trabalhos legislativos apresentados pelos Vereado- DAS INFORMAÇÕES, DO DIREITO DE PETIÇÃO E DAS
res poderão ser publicados no Diário Oficial do Legislativo, a ser CERTIDÕES
criado por lei.
Art. 90 A Administração é obrigada a fornecer a qualquer ci-
SEÇÃO I dadão, para defesa de seus direitos e esclarecimento de situações
DO REGISTRO de seu interesse pessoal, no prazo máximo de quinze dias úteis,
certidões de atos, contratos, decisões ou pareceres, sob pena de
Art. 88 O Município terá os livros que forem necessários aos responsabilidade da autoridade ou servidor que negar ou retardar
seus serviços e, obrigatoriamente, os de: a sua expedição. No mesmo prazo, deverá atender às requisições
I - termo de compromisso de posse; judiciais, se outro não for fixado pela autoridade judiciária.
II - declaração de bens; Parágrafo Único - A obtenção de certidões para defesa de di-
III - registro de leis, decretos, resoluções, regulamentos, ins- reitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal, bem
truções e portarias; como a apresentação de requerimentos independem do paga-
IV - atas das sessões da Câmara; mento de taxas, inclusive as referentes a protocolo.
V - cópia de correspondência oficial;
VI - protocolo, índice de papéis e livros arquivados; CAPÍTULO III
VII - licitações e contratos para obras e serviços; DA ADMINISTRAÇÃO DOS BENS MUNICIPAIS
VIII - contrato de servidores;
IX - contratos em geral; Art. 91 Cabe ao Prefeito a administração dos bens municipais,
X - contabilidade e finanças; respeitada a competência da Câmara quanto àqueles utilizados
XI - concessões e permissões de bens imóveis e de serviços; em seus serviços.
XII - tombamento de bens imóveis; Art. 92 Todos os bens municipais deverão ser cadastrados,
XIII - registro de loteamentos aprovados. com a identificação respectiva, numerando-se os móveis, segun-
§ 1º Os livros serão abertos, rubricados e encerrados pelo do o que for estabelecido em regulamento.
Prefeito e pelo Presidente da Câmara, conforme o caso, ou por Art. 93 O uso de bens municipais por terceiros poderá ser
funcionário designado para tal fim. feito mediante concessão, permissão ou autorização, conforme o
§ 2º Os livros referidos neste artigo poderão ser substituídos caso e quando o interesse público exigir.
por fichas ou outro sistema, convenientemente autenticados. § 1º A concessão administrativa dos bens públicos de uso
especial e dominicais dependerá de lei e concorrência, e far-se-á
SEÇÃO II mediante contrato, sob pena de nulidade do ato. A concorrência
DA FORMA poderá ser dispensada, mediante lei, quando o uso se destinar
a concessionária de serviço público, a entidades assistenciais, ou
Art. 89 Os atos administrativos de competência do Prefeito quando houver interesse público relevante, devidamente justifi-
devem ser expedidos com observância das seguintes normas: cado.
I - decreto, numerado em ordem cronológica, nos seguintes § 2º A concessão administrativa de bens públicos de uso co-
casos: mum somente poderá ser outorgada para finalidades escolares,
a) regulamentação de lei; de assistência social ou turísticas, mediante autorização legisla-
b) instituição, modificação e extinção de atribuições não pri- tiva.
vativas de lei; § 3º A permissão, que poderá incidir sobre qualquer bem pú-
c) abertura de créditos especiais e suplementares, até o limite blico, será feita a título precário, por decreto.
autorizado por lei, assim como de créditos extraordinários; § 4º A autorização, que poderá incidir sobre qualquer bem
II - portaria, nos seguintes casos: público, será feita por portaria, para atividades ou usos específi-
a) provimento e vacância dos cargos públicos e demais atos cos e transitórios, pelo prazo máximo de sessenta dias.
de efeitos individuais; Art. 94 A alienação de bens municipais, subordinada à exis-
b) designação, lotação ou relotação nos quadros de pessoal; tência de interesse público devidamente justificado, será sempre
c) autorização para contrato e dispensa de servidores sob o precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
regime de legislação trabalhista; I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e
d) abertura de sindicâncias e processos administrativos, apli- concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
cação de penalidades e demais atos individuais de efeitos inter- a) doação, devendo constar obrigatoriamente do contrato os
nos; encargos do donatário, o prazo de seu cumprimento e a cláusula
e) outros casos determinados em lei ou decreto. de retrocessão, sob pena de nulidade do ato;
§ 1º O decreto é o ato característico e privativo do Prefeito, b) permuta;
assim como a lei, o decreto legislativo e a resolução o são da Câ- II - quando móveis, dependerá de licitação, dispensada esta
mara. nos seguintes casos:
§ 2º A portaria, o regulamento e os despachos com outras a) doação, que será permitida exclusivamente para fins de in-
denominações poderão ser editados pelas autoridades dos Pode- teresse social;
res Legislativo e Executivo, conforme dispuserem a lei ou o regi- b) permuta;
mento. c) ações, que serão vendidas em Bolsa.

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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

§ 1º O Município, preferentemente à venda ou doação de empresas que não atendam às normas relativas à saúde e a segu-
seus bens imóveis, outorgará concessão de direito real de uso, rança no trabalho, que não cumpram a legislação especifica sobre
mediante prévia autorização legislativa e concorrência. A concor- creches nos locais de trabalho bem como reproduzam práticas
rência poderá ser dispensada por lei, quando o uso se destinar discriminatórias de origem, raça, cor, credo e ideologia. (Redação
a concessionária de serviço público, a entidades assistenciais, ou dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 78/2017)
quando houver relevante interesse público, devidamente justifi- § 2º O contratado, sem prejuízo das responsabilidades con-
cado. tratuais e legais, poderá subcontratar, desde que os subcontrata-
§ 2º A venda aos proprietários de imóveis lindeiros de áreas dos comprovem idoneidade, competência na execução da obra,
urbanas, remanescentes e inaproveitáveis para edificação, resul- serviço ou fornecimento e atenda às condições previstas no § 1º
tantes de obra pública, dependerá apenas de prévia avaliação e (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 78/2017)
autorização legislativa. As áreas resultantes de modificação de Art. 99 A prestação de serviços públicos, pelo Município, dire-
alinhamento serão alienadas nas mesmas condições, quer sejam tamente ou sob regime de concessão ou permissão, será regulada
aproveitáveis ou não. em lei complementar que assegurará:
§ 3º Na doação dos bens móveis e imóveis, deverá ser avalia- I - exigência de licitação, em todos os casos;
do o interesse da coletividade. II - definição do caráter especial dos contratos de concessão
§ 4º A doação de bem imóvel a outro órgão ou entidade da ad- ou permissão, casos de prorrogação, condições da caducidade,
ministração pública, de qualquer esfera do governo, su­bordinada forma de fiscalização e rescisão;
à existência de interesse público devidamente justi­ficado, depen- III - direitos dos usuários;
derá de avaliação prévia e autorização legislativa, devendo cons- IV - política tarifária;
tar obrigatoriamente do contrato a finalidade da doação e cláusu- V - obrigação de manter serviço adequado.
la de retrocesso, sob pena de nulidade do ato. (Redação acrescida Parágrafo Único - O Município manterá órgãos especializados,
pela Emenda à Lei Orgânica nº 67/2015) incumbidos de exercer ampla fiscalização dos serviços públicos
Art. 95 Os bens patrimoniais do Município deverão ser clas- por ele concedidos e revisão de suas tarifas.
sificados: Art. 100 Os serviços concedidos ou permitidos ficarão sempre
I - pela sua natureza; sujeitos à regulamentação e fiscalização do Poder Público e pode-
II - em relação a cada serviço. rão ser retomados quando não atenderem satisfatoriamente aos
§ 1º - Deverá ser feita, anualmente, a conferência da escritu- seus fins ou às condições do contrato.
ração patrimonial com os bens existentes e, na prestação de con- Parágrafo único revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº. 70,
tas de cada exercício, será incluído o inventário de todos os bens de 25 de fevereiro de 2016 (Publicada no DOM de 03/03/2016).
municipais. (Parágrafo Único transformado em § 1º pela Emenda
à Lei Orgânica nº 86/2020) TÍTULO V
§ 2º O inventário de todos os bens municipais será encami- DA TRIBUTAÇÃO, DAS FINANÇAS E DOS ORÇAMENTOS
nhado, anualmente, à Câmara. (Redação acrescida pela Emenda à
Lei Orgânica nº 86/2020) CAPÍTULO I
Art. 96 A aquisição de bens imóveis, por compra ou permuta, DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS
dependerá de prévia avaliação e autorização legislativa.
Art. 97 Poderão ser cedidos a particular, para serviços transi- PRINCÍPIOS GERAIS
tórios, máquinas e operadores da Prefeitura, desde que não haja
prejuízo para os trabalhos do Município e o interessado recolha Art. 101 O Município poderá instituir os seguintes tributos:
previamente a remuneração arbitrada e assine termo de respon- I - impostos;
sabilidade pela conservação e devolução dos bens recebidos. II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela
Parágrafo Único - A lei definirá a forma, condição e requisitos utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e
para que a cessão, prevista neste artigo, se faça de modo isonô- divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;
mico. III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal
CAPÍTULO IV e serão graduados segundo a capacidade econômica do contri-
DAS OBRAS E SERVIÇOS MUNICIPAIS buinte, facultado à administração tributária, especialmente para
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os
Art. 98 Ressalvados os casos especificados em lei, as obras, direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendi-
os serviços, as compras e alienações serão contratados median- mentos e as atividades econômicas do contribuinte.
te processo de licitação pública que assegure igualdade de con- § 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de im-
dições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam postos.
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da pro- § 3º A legislação municipal tributária respeitará as disposi-
posta, nos termos da lei, a qual somente permitirá as exigências ções da lei complementar federal quanto a:
de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do I - conflito de competência;
cumprimento das obrigações. II - regulamentação às limitações constitucionais ao poder de
§ 1º É vedada a administração pública direta, autarquias, tributar;
sociedades de economia mista, empresas públicas, companhias, III - normas gerais sobre:
cooperativas habitacionais e fundações públicas mantidas ou ins- a) definição de tributos e suas espécies, bem como fatos gera-
tituídas pelo Poder Público a contratação de serviços e obras de dores, bases de cálculo e contribuintes de impostos;
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência § 4º A lei determinará medidas para que os consumidores se-
tributários; jam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre merca-
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo prati- dorias e serviços.
cado pelas sociedades cooperativas.
§ 4º O Município poderá instituir contribuição, cobrada de § 5º Qualquer anistia ou remissão que envolva matéria tri-
seus servidores, para custeio, em benefício destes, de sistema de butária ou previdenciária só poderá ser concedida mediante lei
previdência e assistência social. específica municipal.
Art. 102 A lei disporá sobre a isenção do recolhimento dos
Impostos Predial e Territorial Urbano às sociedades de melhora- SEÇÃO III
mentos, nas áreas ocupadas por suas sedes. DOS IMPOSTOS

SEÇÃO II Art. 104 Compete ao Município instituir impostos sobre:


DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato onero-
Art. 103 Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao con- so, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos
tribuinte, é vedado ao Município: reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
I - exigir ou aumentar tributos sem lei que o estabeleça; direitos à sua aquisição;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se III - vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exce-
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção to óleo diesel;
em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, IV - serviços de qualquer natureza não compreendidos no
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, artigo 155, I, “b”, da Constituição Federal e definidos em lei com-
títulos ou direitos; plementar.
III - cobrar tributos: § 1º O imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo,
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da nos termos do Código Tributário Municipal, de forma a assegurar
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; o cumprimento da função social da propriedade.
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada § 2º O imposto previsto no inciso III não exclui a incidência do
a lei que os instituiu ou aumentou. imposto estadual sobre a mesma operação.
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; § 3º As alíquotas dos impostos previstos nos incisos III e IV
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por não poderão ultrapassar o limite fixado em lei complementar fe-
meio de tributos intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedá- deral.
gio pela utilização de meios de ligação na forma de túneis, balsas Art. 105 Todas as entidades beneficiadas com isenção de im-
ou pontes entre as áreas insular e continental de Santos e inter- postos ficarão obrigadas a encaminhar aos Poderes Executivo e
municipais; Legislativo, até 30 de junho, relatório circunstanciado das ativida-
VI - instituir impostos sobre: des do ano anterior, especificando pormenorizadamente a aplica-
a) patrimônio, renda ou serviços da União ou do Estado; ção de receita e despesa.
b) templos de qualquer culto; Art. 106 O Município divulgará, até o último dia do mês sub-
c) patrimônio, renda ou serviços de partidos políticos, inclusi- seqüente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tri-
ve suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das butos arrecadados, os recursos recebidos e os valores de origem
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrati- tributária que lhe forem entregues pela União e pelo Estado.
vos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impres- SEÇÃO IV
são. DA RECEITA E DA DESPESA
VII - estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de
qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. Art. 107 A receita municipal constituir-se-á da arrecadação
§ 1º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias, dos tributos municipais, da participação em tributos da União e
cooperativas habitacionais e fundações públicas instituídas ou do Estado, dos recursos resultantes do Fundo de Participação dos
mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à Municípios e da utilização de seus bens, serviços, atividades e de
renda e aos serviços, vinculados às suas atividades essenciais ou outros ingressos.
às delas decorrentes. Art. 108 A fixação de preços públicos, devidos pela utilização
§ 2º As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior de bens, serviços e atividades municipais, será estabelecida pelo
não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados Prefeito, mediante edição de decreto.
com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas Parágrafo Único - Os preços públicos deverão cobrir os seus
aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contra- custos, sendo reajustáveis quando se tornarem deficientes ou ex-
prestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem cedentes.
exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto Art. 109 Nenhum contribuinte será obrigado ao pagamento
relativo ao bem imóvel. de qualquer tributo lançado pela Prefeitura, sem prévia notifica-
§ 3º As vedações expressas no inciso VI, “b” e “c”, compreen- ção.
dem somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados § 1º Considera-se notificação a entrega do aviso de lançamen-
com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. to do domicílio fiscal do contribuinte, nos termos da legislação
federal pertinente.
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§ 2º Do lançamento do tributo cabe recurso ao Prefeito, asse- § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de for-
gurado para sua interposição o prazo de quinze dias, contados da ma regionalizada, as diretrizes e metas da Administração Munici-
data do recebimento da notificação. pal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para
Art. 110 A despesa pública atenderá aos princípios estabele- as relativas aos programas de duração continuada.
cidos na Constituição Federal e às normas de direito financeiro. § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as me-
Art. 111 Nenhuma despesa será ordenada ou satisfeita sem tas e prioridades da Administração Pública Municipal, incluindo
que exista recurso disponível, crédito votado pela Câmara e em- as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente,
penho prévio, salvo a que ocorrer por conta de crédito extraordi- orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre
nário. as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de
Art. 112 As disponibilidades de caixa do Município, de suas fomento.
autarquias e fundações e das empresas por ele controladas serão § 2º-A A Lei de Diretrizes Orçamentárias deverá reservar o
depositadas em instituições financeiras oficiais, salvo casos pre- percentual de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) a 2%
vistos em lei. (dois por cento) da receita líquida a ser prevista no Projeto de Lei
Orçamentária encaminhado pelo Poder Executivo, para atender
CAPÍTULO II às emendas parlamentares dos vereadores com investimentos
DAS FINANÇAS em obras, equipamentos e serviços, além de subvenção, auxílio
e/ou contribuição, através da celebração de parcerias, por meio
Art. 113 A despesa com pessoal ativo e inativo do Município de termo de cooperação ou de fomento, nos casos de entidades
não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar privadas sem fins lucrativos. (Redação dada pela Emenda à Lei Or-
federal. gânica nº 93/2023)
Parágrafo Único - A concessão de qualquer vantagem ou au- § 2º-B A metade do percentual destinado às emendas par-
mento de remuneração, a criação de cargos ou alteração de es- lamentares será destinada, obrigatoriamente, a ações e serviços
trutura de carreiras, bem como a admissão de pessoal, a qualquer públicos de saúde. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica
título, pelos órgãos e entidades da administração direta, autar- nº 85/2019)
quias, sociedades de economia mista, empresas públicas, compa- § 2º-C É vedada a destinação dos recursos das emendas par-
nhias, cooperativas habitacionais e fundações instituídas ou man- lamentares para ações ou serviços que acarretem aumento de
tidas pelo Poder Público só poderão ser feitas: despesas continuadas. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Or-
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para gânica nº 85/2019)
atender a projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela § 2º-D Não poderão ser apresentadas emendas parlamenta-
decorrentes; res com valor inferior a 1% (um por cento) do valor total destinado
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orça- a cada vereador. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica
mentárias, ressalvadas as empresas públicas, sociedades de eco- nº 85/2019)
nomia mista, autarquias, companhias, cooperativas habitacionais § 2º-E Os recursos oriundos de emendas parlamentares po-
e fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público. derão ser remanejados, inclusive, de um órgão para outro da Ad-
Art. 114 O Poder Executivo publicará e enviará ao Legislativo, ministração Municipal, desde que com a devida autorização do
até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório Vereador Autor da emenda. (Redação acrescida pela Emenda à Lei
resumido da execução orçamentária e relatório circunstanciado Orgânica nº 85/2019)
dos gastos com publicidade da administração direta, indireta e § 2º-F É obrigatória a execução orçamentária e financeira das
fundacional.(“Caput” com Redação dada pela Emenda à Lei Orgâ- programações a que se refere o § 2º - A deste artigo, salvo nos ca-
nica nº 10, de 23 de novembro de 1992) sos dos impedimentos de ordem técnica. (Redação acrescida pela
§ 1º Até dez dias antes do encerramento do prazo de que tra- Emenda à Lei Orgânica nº 85/2019)
ta este artigo, as autoridades nele referidas remeterão ao Poder § 2º-G No caso de impedimento de ordem técnica, no empe-
Executivo as informações necessárias. nho de despesa que integre a programação, na forma do parágra-
§ 2º O Poder Legislativo publicará seu relatório, nos termos fo anterior deste Art, serão adotadas as seguintes medidas:
deste artigo. I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orça-
§ 3º O numerário correspondente às dotações orçamentárias mentária, o Poder Executivo enviará ao Poder Legislativo a justifi-
do Poder Legislativo, compreendidos os créditos suplementares e cativa do impedimento;
especiais sem vinculação a qualquer tipo de despesa, será entre- II - até 180 (cento e oitenta) dias após o término do prazo pre-
gue em duodécimos, até o dia vinte de cada mês em cotas estabe- visto no inciso I, o Vereador Autor da emenda indicará ao Poder
lecidas na programação financeira. Executivo o remanejamento da programação ao cujo impedimen-
to seja insuperável, autorizando o remanejamento;
CAPÍTULO III III - Se após o término do prazo previsto no inciso II, o Verea-
DOS ORÇAMENTOS dor Autor da emenda não se manifestar sobre o remanejamento,
será esse implementado por ato do Poder Executivo. (Redação
SEÇÃO I acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 85/2019)
§ 2º-H Após o prazo previsto no inciso III do § 2º G, as progra-
Art. 115 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: mações orçamentárias previstas no § 2º - F não serão de execução
I - plano plurianual; obrigatória, nos casos dos impedimentos justificados na notifica-
II - as diretrizes orçamentárias; ção prevista no inciso I do § 2º - G. (Redação acrescida pela Emen-
III - os orçamentos anuais. da à Lei Orgânica nº 85/2019)
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§ 2º-I As proposições de despesas públicas dos Vereadores, I - o início de programas e projetos não incluídos na lei orça-
incluídas no Orçamento Anual, cujas previsões orçamentárias ex- mentária anual;
cedem o percentual estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentá- II - a realização de despesas ou assunção de obrigações dire-
rias poderão ser transferidas ou remanejadas para outra categoria tas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
econômica de programação ou de um órgão para outro da Admi- III - a realização de operações de crédito que excedam o mon-
nistração Municipal, na forma de legislação vigente no exercício tante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas median-
finan ceiro. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº te créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
85/2019) aprovados pela Câmara por maioria absoluta;
§ 2º-J Nos Projetos de Lei encaminhados para a execução IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
das emendas parlamentares deverão constar o nome do Verea- despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos
dor Autor da emenda e o número da emenda parlamentar cor- impostos e que se referem os artigos 158 e 159 da Constituição
respondente. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº Federal, a destinação de recursos para manutenção e desenvol-
85/2019) vimento do ensino, como determinado pelo artigo 212 da Consti-
§ 2º-K Ficam obrigadas as Secretarias que receberem emen- tuição Federal e a prestação de garantias às operações de crédito
das parlamentares a apresentar Relatório Analítico com as infor- por antecipação da receita, previstas no artigo 165, § 8º, da Cons-
mações sobre o andamento das emendas parlamentares execu- tituição Federal;
tadas e não executadas, na primeira quinzena dos meses de abril, V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia
agosto e novembro do ano de execução orçamentária. (Redação autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspon-
acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 85/2019) dentes;
§ 3º Os planos e programas municipais, distritais, de bairros, VI - a transposição, remanejamento ou transferência de re-
regionais e setoriais previstos nesta Lei Orgânica serão elaboradas cursos de uma categoria de programa para outra ou de um órgão
em consonância com o plano plurianual e apreciados pela Câma- para outro, sem prévia autorização legislativa;
ra. VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
§ 4º A lei orçamentária anual compreenderá: VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes Legislativo e Exe- recursos do orçamento anual, para suprir necessidade ou cobrir
cutivo, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e déficit de empresas da administração indireta, das autarquias,
indireta, inclusive fundações instituídas pelo Poder Público; sociedades de economia mista, empresas públicas, companhias,
II - o orçamento de investimentos das empresas em que o cooperativas habitacionais e fundações públicas ou fundos do
Município, direta ou indiretamente, detenha a maioria de capital Município;
social, com direito a voto. IX - a instituição de fundos de qualquer natureza sem prévia
§ 5º O orçamento anual conterá dotação específica destinada autorização legislativa.
ao atendimento de entidades, desde que sejam consideradas de § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exer-
utilidade pública e que cuidem de pessoas deficientes de qual- cício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano
quer natureza, na forma do que dispuser a lei. plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime
§ 6º Cabe à lei complementar, com observância da legislação contra a administração.
federal: § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no
I - dispor sobre o exercício financeiro a vigência, os prazos, a exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de
elaboração e a organização do plano plurianual, da Lei de Diretri- autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele
zes Orçamentárias e da Lei Orçamentária anual; exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente.
administração direta ou indireta, bem como condições para a ins- § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será ad-
tituição e funcionamento de fundos. mitida para atender às despesas imprevisíveis e urgentes, decor-
§ 7º As leis orçamentárias a que se refere este artigo deve- rentes de calamidade pública, devendo o Prefeito submetê-lo de
rão incorporar as prioridades e ações estratégicas do Pro­grama imediato à Câmara que, estando em recesso, será convocada ex-
de Metas. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº traordinariamente para se reunir no prazo de cinco dias, a fim de
75/2016) apreciar a solicitação, cuja aprovação deverá ocorrer por maioria
§ 8º As diretrizes do Programa de Metas serão incorpora­das absoluta.
ao projeto de lei que visar a instituição do Plano Plurianual dentro
do prazo legal definido para a sua apresentação à Câ­mara Munici- SEÇÃO III
pal. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 75/2016) DOS PROJETOS ORÇAMENTÁRIOS

SEÇÃO II Art. 118. O Prefeito encaminhará à Câmara, até o dia trinta


DAS VEDAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS de setembro de cada ano, o projeto de lei orçamentária. (Redação
dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 52/2007)
Art. 116 A lei orçamentária anual não conterá dispositivos Art. 119 O projeto de lei orçamentária será acompanhado de
estranhos à previsão da receita e à fixação da despesa, não se demonstrativo regionalizado do efeito sobre receitas e despesas
incluindo, na proibição, a autorização para abertura de créditos decorrentes de isenção, anistias, remissões e benefícios de natu-
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que reza financeira e tributária.
por antecipação da receita.
Art. 117 São vedados:
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Art. 120 Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às Art. 122 O controle externo, a cargo da Câmara, será exerci-
diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adi- do com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo,
cionais serão apreciados pela Câmara na forma do Regimento In- através de parecer prévio sobre as contas que o Prefeito deverá
terno, respeitadas as disposições deste artigo. prestar à Câmara.
§ 1º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos § 1º As contas serão apresentadas dentro de noventa dias
projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: após o encerramento do exercício financeiro.
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de § 2º Se até esse prazo não tiverem sido apresentadas as con-
diretrizes orçamentárias; tas, a Câmara comunicará de imediato ao Tribunal de Contas do
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os Estado de São Paulo.
provenientes de anulação de despesas, excluídas as que incidam § 3º Somente pela decisão de dois terços dos membros da
sobre: Câmara, deixará de prevalecer o parecer prévio do Tribunal de
a) dotação para pessoal e seus encargos; Contas.
b) serviço da dívida. Art. 123 O Poder Legislativo criará, no âmbito de sua compe-
III - sejam relacionadas: tência, Comissão Permanente de Fiscalização, composta de três
a) com correção de erros ou omissões; vereadores eleitos na forma do Regimento Interno da Câmara.
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. Parágrafo Único - Compete à Comissão Permanente de Fisca-
§ 2º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias lização verificar todas as irregularidades praticadas pela adminis-
não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano tração direta, autarquias, sociedades de economia mista, empre-
plurianual. sas públicas, companhias, cooperativas habitacionais e fundações
§ 3º O Prefeito poderá enviar mensagem à Câmara para pro- instituídas ou mantidas pelo Poder Público.
por modificações nos projetos a que se refere este artigo, enquan- Art. 124 A Comissão Permanente de Fiscalização, diante de
to não iniciada a votação, em Plenário, da parte cuja alteração é indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de
proposta. investimentos não programados ou de subsídios e subvenções
§ 4º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes or- não aprovadas, poderá solicitar da autoridade responsável que,
çamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Prefeito, à no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.
Câmara, nos termos da lei complementar a que se refere o artigo § 1º Não prestados os esclarecimentos ou considerados estes
115, § 6º, I, desta Lei. insuficientes, a Comissão Permanente de Fiscalização solicitará ao
§ 5º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no Tribunal de Contas pronunciamento conclusivo sobre a matéria,
que não contrariar o disposto nesta Seção, as demais normas rela- em caráter de urgência.
tivas ao processo legislativo. § 2º Entendendo o Tribunal de Contas irregular a despesa, a
§ 6º Não iniciados no prazo previsto na lei complementar re- Comissão Permanente de Fiscalização, se julgar que o gasto possa
ferida no artigo 115, § 6º, I, desta Lei a Câmara elaborará, nos trin- causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, propo-
ta dias seguintes, os projetos e propostas de que trata este artigo. rá à Câmara a sua sustação
§ 7º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou Art. 125 Os Poderes Legislativo e Executivo manterão, de for-
rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem des- ma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
pesas correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plu-
mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e es- rianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos
pecífica autorização legislativa. do Município;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à
CAPÍTULO IV eficácia da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos ór-
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMEN- gãos e entidades da administração municipal, bem como da apli-
TÁRIA cação de recursos públicos municipais por entidades de direito
privado;
Art. 121 A fiscalização contábil, financeira e orçamentária, III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garan-
operacional e patrimonial do Município e das entidades da ad- tias, bem como dos direitos e haveres do Município;
ministração direta, autarquias, sociedades de economia mista, IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão ins-
empresas públicas, companhias, cooperativas habitacionais e titucional.
fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público, § 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem co-
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das nhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, darão
subvenções e renúncia de receitas, será exercida pela Câmara, ciência à Comissão Permanente de Fiscalização da Câmara, sob
mediante controle externo e pelo sistema de controle interno de pena de responsabilidade solidária.
cada Poder. § 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindi-
Parágrafo Único - Prestará contas qualquer pessoa física ou cato é parte integrante e legítima para, na forma da lei, denunciar
jurídica que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre di- irregularidades ou ilegalidades perante a Comissão Permanente
nheiro, bens e valores públicos pelos quais o Município responda de Fiscalização da Câmara.
ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza pecu- § 3º A Comissão Permanente de Fiscalização da Câmara, to-
niária. mando conhecimento de irregularidades ou ilegalidades, poderá
solicitar à autoridade responsável que, no prazo de cinco dias,
preste os esclarecimentos necessários, agindo na forma prevista
no § 1º do artigo interior.
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§ 4º Entendendo o Tribunal de Contas pela irregularidade ou § 1º O Município deverá criar órgão de assistência e encami-
ilegalidade, a Comissão Permanente de Fiscalização proporá à Câ- nhamento de mão-de-obra ociosa.
mara as medidas que julgar convenientes à situação. § 2º Serão isentas de impostos e taxas as respectivas comuni-
Art. 126 O movimento de caixa do dia anterior será publica- dades e organizações.
do diariamente, por edital afixado no edifício da Prefeitura e da Art. 135 O Município dará tratamento diferenciado, através
Câmara. de lei complementar, ao comércio ambulante, resguardados os
Art. 127 Mensalmente, até o dia vinte, o balancete relativo à direitos dos comerciantes legalmente estabelecidos.
receita e à despesa do mês anterior será encaminhado à Câmara,
afixado mediante edital no edifício da Prefeitura e da Câmara e SEÇÃO I
publicado no órgão oficial ou não da imprensa do Município. DO DESENVOLVIMENTO URBANO

TÍTULO VI Art. 136 A política de desenvolvimento urbano, a ser implan-


DAS POLÍTICAS MUNICIPAIS tada pelo Poder Executivo, conforme diretrizes fixadas em lei, será
resultante de uma ação integrada entre o Executivo e o Legislati-
CAPÍTULO I vo, consultas e audiências públicas com entidades organizadas, e
DA POLÍTICA ECONÔMICA terá por objetivo o pleno desenvolvimento social e a garantia do
bem-estar da comunidade. (O artigo 136 foi revogado pela Emen-
DISPOSIÇÕES GERAIS da à Lei Orgânica nº 28, de 09 de outubro de 1995 renumerando-
-se os demai
Art. 128 O Município, dentro de sua competência, organizará Art. 137 No estabelecimento das diretrizes relativas ao desen-
a ordem econômica, conciliando a liberdade de iniciativa com os volvimento urbano, o Município assegurará:
superiores interesses da coletividade. I - justa distribuição dos benefícios, minimizando naturais
Art. 129. A ação do Município, no domínio econômico, terá ônus decorrentes do processo de urbanização;
por objetivo estimular, orientar e democratizar as relações da so- II - às pessoas portadoras de deficiência física, acesso nos
ciedade, visando à defesa dos interesses da coletividade, promo- transportes coletivos, a edificações públicas e particulares, de fre-
vendo a justiça social e fomentando as ações de economia solidá- qüência aberta ao público, e a logradouros públicos;
ria. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 3/2014) III - mediante mecanismos definidos em lei específica, consul-
Art. 130 O Município criará, mediante lei complementar, Con- ta e aprovação prévia da população local, nos casos de desafeta-
selho de Desenvolvimento Econômico, integrado por represen- ção de bens de uso comum do povo;
tantes dos Poderes Executivo e Legislativo, além dos empresários IV - espaços físicos adequados à execução de uma política
e técnicos dos diferentes setores de atividade, o qual terá como ordenada de expansão das atividades portuárias, retroportuárias
objetivo apresentar subsídios para o planejamento econômico na e industriais não poluentes, às quais garantirá especial atenção,
sua jurisdição. salvaguardando locais de controle ambiental;
Art. 131 A exploração direta da atividade econômica, pelo V - prioridade aos estudos técnicos visando à integração do
Município, só será permitida em caso de relevante interesse cole- território do Município, envolvendo, inclusive, a possibilidade de
tivo, na forma da lei complementar que, dentre outras, especifica- participação da iniciativa privada a ser definida em lei;
rá as seguintes exigências para as empresas públicas e sociedades VI - especial atenção ao patrimônio histórico e cultural, aos
de economia mista ou entidade que criar ou mantiver: sítios arqueológicos, à criação de subzonas de preservação am-
I - regime jurídico das empresas privadas; biental e à proteção de referenciais urbanísticos característicos da
II - proibição de privilégios fiscais não extensivos ao setor pri- memória cultural da cidade.
vado; Art. 138 O Poder Executivo criará o Conselho Municipal de
III - adequação da atividade ao plano diretor, ao plano pluria- Desenvolvimento Urbano, através de lei específica.
nual e às diretrizes orçamentárias;
IV - orçamento anual aprovado pelo Prefeito. SEÇÃO II
Parágrafo Único - A lei reprimirá o abuso do poder econômico DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO E EXPANSÃO
que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrên- URBANA
cia e ao aumento arbitrário dos lucros.
Art. 132 Na aquisição de bens e serviços, o Poder Público dará Art. 139 O Plano Diretor de Desenvolvimento e Expansão Ur-
tratamento preferencial, na forma a lei, a empresas brasileiras de bana abrange a totalidade do território do Município, contendo
capital nacional. objetivos da comunidade e Governo, prioridades, estratégias para
Art. 133 O Município dispensará à microempresa e à empre- alcançar as finalidades pretendidas, aspectos e diretrizes econô-
sa de pequeno porte, assim definidas em lei federal, tratamento mico-financeiras e administrativas, e compreende:
jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de I - atividades econômicas do Município;
suas obrigações administrativas e tributárias, no seu âmbito, por II - situação e perspectiva das atividades portuárias, retropor-
meio de lei. tuárias, turísticas e correlatas;
Art. 134 O Município criará lei específica referente aos traba- III - exigências fundamentais de ordenação do Município, in-
lhadores portadores de deficiência física, às comunidades rurais, cluindo:
artesanais e indígenas, e à sua organização, procurando propor- a) adequação entre as funções urbanas e as atividades por-
cionar-lhes, entre outros benefícios, meios de produção e de tra- tuárias;
balho, saúde e bem-estar social.
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b) revitalização de áreas degradadas, com especial atenção Art. 145 As ações do Poder Público para o setor da habita-
às encortiçadas; ção serão desenvolvidas mediante levantamento periódico das
c) conservação e recuperação do meio ambiente, eliminando necessidades habitacionais do Município e prioritariamente ob-
as fontes agressoras; jetivarão:
d) especial atenção às áreas de risco geológico, mangues, res- I - planejamento e a execução de programas de construção de
tingas, comunidades indígenas, praias, região do estuário, Mata moradias populares, definidos em lei;
Atlântica e mata ciliar; II - garantia de condições habitacionais e de infra-estrutura,
IV - normas para produção, uso e ocupação do solo, aplicadas em especial as de saneamento básico, escola pública, posto de
a áreas urbanas, de expansão urbana e de interesse urbano, tais saúde e transporte;
como bacias de mananciais, sítios naturais de interesse turístico, III - adoção de política de produção, em alta escala, de com-
zona do porto e retroporto; ponentes básicos para a construção de moradias, os quais possam
V - fixação do perímetro urbano e de expansão urbana. ser repassados aos projetos a preço de custo;
§ 1º O Plano Diretor de Desenvolvimento e Expansão Urbana IV - recuperação de regiões deterioradas, transformando-as
deve ser elaborado e/ou revisto no primeiro ano de mandato do em centros habitacionais para famílias de baixa renda;
Prefeito, definindo-se as linhas mestras da política de sua admi- V - acesso da população aos vazios urbanos com vocação ha-
nistração. bitacional, através de adoção de mecanismos que não causem
§ 2º O Plano Diretor de Desenvolvimento e Expansão Urba- ônus ao Município, preferencialmente;
na deve orientar a elaboração dos orçamentos anual e plurianual, VI - adoção de medidas que viabilizem projetos residenciais,
bem como do plano de ação do Governo. destinados aos idosos.
§ 3º As leis de parcelamento e zoneamento somente poderão VII - garantia de moradia à população de baixa renda, através
ser alteradas uma vez a cada ano. do Programa de Locação Social.(Inciso acrescentado pela Emenda
§ 4º A elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento e Ex- à Lei Orgânica nº 31, de 08 de abril de 1996)
pansão Urbana deve envolver a participação de entidades repre- Art. 146 É obrigatória a manutenção atualizada, pelo Poder
sentativas, conforme lei específica, através de consultas e debates Público, dos respectivos cadastros imobiliários e de terras públi-
nas várias etapas do processo de análise e decisão. cas, abertos à consulta dos cidadãos, como forma de dinamizar a
Art. 140 - Em cumprimento ao disposto no artigo anterior, o aquisição de áreas para fins habitacionais.
Município adequará a legislação existente e, em especial, a refe- § 1º As terras públicas municipais serão prioritariamente des-
rente ao Plano Diretor Físico, ao Código de Edificações e ao Código tinadas ao assentamento da população de baixa renda e à instala-
de Posturas.(“Caput” renumerado e com nova Redação dada pela ção de equipamentos coletivos, na forma da lei.
Emenda à Lei Orgânica nº 28, de 09 de outubro de 1995) § 2º As áreas definidas em projeto de loteamento como áreas
Parágrafo Único - As alterações do Plano Diretor de Desen- verdes, áreas de riscos geológicos ou áreas de especial interesse
volvimento e Expansão Urbana, no que concerne às atividades histórico, urbanístico, ambiental e turístico não poderão ter alte-
modificadoras do meio ambiente, ficam sujeitas aos controles e rados seus fins, objetivos e destinação originalmente estabeleci-
restrições determinados pelas legislações federal e estadual. dos, em qualquer hipótese.
Art. 141 O Município poderá exigir, mediante lei específica Art. 147 O Município consignará, anualmente, no orçamen-
para área incluída no Plano Diretor, nos termos da Lei Federal, to, percentual a ser aplicado no setor habitacional, com vistas a
do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou garantir a produção e o acesso à moradia às populações de baixa
não utilizado, que promova o seu adequado aproveitamento, sob renda, através de sistema municipal de financiamento, articulado
pena de, sucessivamente: com a obtenção de recursos junto a outros órgãos governamen-
I - parcelamento ou edificação compulsórios; tais.
II - imposto sobre propriedade predial e territorial urbana, Parágrafo Único - O montante de despesas com habitação
progressivo no tempo; não poderá ser inferior a 5% (cinco por cento) das despesas glo-
III - desapropriação, com pagamento mediante título da dí- bais do orçamento anual do município.(Parágrafo único com Re-
vida pública, de emissão previamente aprovada pelo Senado Fe- dação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 33, de 21 de novembro
deral, com prazo de até dez anos, em parcelas anuais iguais e su- de 1996)
cessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. Art. 148 O Poder Executivo criará o Fundo de Incentivo à
Art. 142 Será isento de imposto sobre propriedade predial e Construção de Habitação Popular, através de lei específica.
territorial urbana o prédio ou terreno destinado à morada do pro- Art. 149 - O Poder Executivo criará o Fundo de Incentivo à
prietário de pequenos recursos, que não possua outro imóvel, nos Construção de Habitação Popular, através de lei específica, cuja
termos e no limite do valor que a lei fixar. administração será fiscalizada pelo Conselho Municipal de Habita-
ção.(Artigo com Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 30,
SEÇÃO III de 08 de abril de 1996)
DA HABITAÇÃO

Art. 143 A habitação é função social do Município e será exer-


cida mediante política de ações que visem a assegurar a todos o
direito à moradia.
Art. 144 O Município, através de política fiscal, deverá criar
mecanismo que incentive a função social da propriedade.

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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

SEÇÃO IV VI - proteger a flora e a fauna, vedada, na forma da lei, as prá-


DOS TRANSPORTES ticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
extinção de espécies ou submetam animais à crueldade;
Art. 150 Compete ao Município organizar e prestar, direta- VII - proteger a comunidade contra a poluição sonora e visual,
mente ou sob regime de concessão ou permissão, o serviço de causada por atividades industriais, comerciais, de lazer e outras;
transporte coletivo, que tem caráter essencial, na forma do inciso VIII - dar destinação final adequada aos resíduos urbanos e
V do artigo 30, da Constituição Federal. hospitalares;
Art. 151 A prestação do serviço de transporte coletivo deve IX - disciplinar, em lei, o horário e o itinerário a ser percorri-
ter como objetivo: do, nas vias do Município, por veículos transportadores de car-
a) acessibilidade a todo cidadão; gas perigosas de qualquer natureza ou potencialmente nocivas à
b) valor da tarifa condizente com o poder aquisitivo da po- população e ao meio ambiente, bem como o acondicionamento
pulação; dessas cargas;
c) boa qualidade do serviço; X - proibir o transporte de rejeitos tóxicos nas vias públicas
d) garantia de rentabilidade do capital empregado. do Município;
Art. 152 A lei disporá sobre as condições, os requisitos e in- XI - proibir, no território municipal, a utilização de qualquer
centivos que facilitem a prestação do serviço de táxis, transporte área para servir de depósito de lixo químico;
coletivo de escolares, autolotação em peruas e demais meios de XII - disciplinar, na forma da lei, a implantação de áreas verdes
transporte alternativo do Município. nas construções em geral.
Art. 153 Compete ao Município avaliar as condições, os requi- Art. 155 O Município garantirá a preservação do meio am-
sitos e incentivos que facilitem a implementação e alteração do biente no seu território, evitando reflexos negativos sobre o am-
sistema de transporte intermodal e intramodal. biente regional.
Parágrafo Único - O exercício da competência a que se refere Art. 156 O Município consignará, anualmente, no orçamento,
este artigo pode abranger a organização e gerência de: percentual para preservação e recuperação do meio ambiente.
a) tráfego local; Art. 157 O Poder Público apoiará, através de seus próprios
b) estacionamentos; dispositivos legais, as ações da Polícia Florestal na defesa do meio
c) atividades de carga e descarga; ambiente.
d) transporte coletivo local de passageiros por hidrovias; Art. 158 O Município estimulará a pesquisa e utilização de
e) transporte coletivo de passageiros por ferrovias; fontes energéticas alternativas e limpas, como o gás natural, a
f) implantação do sistema de ciclovias. energia solar e a eólia.
Art. 159 Os manguezais, os costões, a Mata Atlântica, a Serra
SEÇÃO V do Mar, as margens dos rios, as encostas dos morros, a região do
DO MEIO AMBIENTE estuário, o Vale do Quilombo, as praias e seus jardins e os canais
de drenagem ficam sob a proteção do Município, dentro de con-
Art. 154 Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamen- dições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive
te equilibrado, bem de uso comum do povo essencial à sadia qua- quanto ao uso dos recursos naturais.
lidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à comunidade o Parágrafo Único - O Município deverá promover medidas de
dever de defendê-lo e preservá-lo. ação judicial ou policial, interditando obras ou atividades seme-
Parágrafo Único - Para assegurar a efetividade desse direito, lhantes que se instalarem nesses locais, executando sua imediata
incumbe ao Município: remoção.
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e Art. 160 É assegurado a todos o livre acesso às praias do Mu-
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; nicípio, que serão consideradas patrimônio público inalienável e
II - definir, em lei complementar, os espaços territoriais do reservado perpetuamente à população.
Município a serem especialmente protegidos, bem como seus § 1º Sempre que, por qualquer motivo, for impedido ou difi-
componentes, vedada qualquer utilização que comprometa a sua cultado o acesso às praias, o Município adotará providências ime-
integridade; diatas para garantia desse direito.
III - exigir, na forma da lei, para instalação de obra, atividade § 2º O Município deverá utilizar-se da desapropriação para
ou parcelamento do solo potencialmente causadores de significa- abertura do acesso a que se refere este artigo.
tiva degradação do meio ambiente, relatório de impacto ambien- Art. 161 O Município estabelecerá consórcio com outros Mu-
tal, a que se dará publicidade e se discutirá em audiência pública, nicípios, objetivando a solução de problemas comuns relativos à
após análise do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente proteção ambiental, particularmente quanto à preservação dos
e da Câmara; recursos hídricos e ao uso equilibrado dos recursos naturais.
IV - controlar a produção, a comercialização, a estocagem e Art. 162 As áreas declaradas de utilidade pública, para fins de
o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem desapropriação, objetivando a implantação de unidade de con-
risco efetivo ou potencial à vida, à qualidade de vida e ao meio servação ambiental, serão consideradas espaços territoriais espe-
ambiente, fiscalizando-os na forma da lei;(Inciso com Redação cialmente protegidos, não sendo nelas permitidas atividades que
dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 12, de 1º de março de 1993) degradem o meio ambiente ou que, por qualquer forma, possam
V - tornar obrigatória a educação ambiental em sua rede de comprometer a integridade das condições ambientais que moti-
ensino, bem como promover a conscientização da comunidade varam a expropriação.
para a preservação do meio ambiente; Parágrafo Único - Serão garantidos, anualmente, no orçamen-
to, recursos para conservação das áreas de que trata este artigo.
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Art. 163 Aquele que explorar recursos minerais, inclusive a III - a proteção das águas contra ações que possam compro-
extração de areia, cascalho ou pedreiras, somente o fará após a meter o seu uso atual e futuro;
apresentação de relatório de impacto ambiental, na forma da lei, IV - a defesa contra eventos críticos, que ofereçam riscos à
e de respectiva licença de instalação e funcionamento, ficando saúde e segurança pública e prejuízos econômicos ou sociais;
obrigado a recuperar o meio ambiente degradado de acordo com V - a gestão das águas de interesse exclusivamente local.
a solução técnica exigida pelo órgão público competente. Art. 173 Para proteger e conservar as águas e prevenir seus
Art. 164 As condutas e atividades consideradas lesivas ao efeitos adversos, o Município adotará medidas no sentido:
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídi- I - da instituição de áreas de preservação das águas utilizáveis
cas, às sanções administrativas e penais, independentemente da para abastecimento às populações e da implantação, conservação
obrigação de reparar os danos causados. e recuperação de matas ciliares;
Art. 165 O Poder Público manterá o Conselho Municipal de II - do zoneamento de áreas inundáveis, com restrições a usos
Defesa do Meio Ambiente, órgão autônomo deliberativo, e ga- incompatíveis nas sujeitas a inundações freqüentes, e da manu-
rantirá a participação da comunidade em geral, com atribuições tenção da capacidade de infiltração do solo;
definidas em lei. III - da implantação de sistema de alerta e defesa civil, para
Art. 166 O Município criará fundo para preservação e recu- garantir a segurança e a saúde públicas, quando de eventos hidro-
peração do meio ambiente, através de lei, com o objetivo de pro- lógicos indesejáveis;
mover a captação de recursos financeiros destinados à proteção e IV - da instituição de programas permanentes de racionali-
recuperação do meio ambiente. zação do uso das águas destinadas ao abastecimento público e
industrial e à irrigação, assim como de combate às inundações e
SEÇÃO VI à erosão.
DE METROPOLIZAÇÃO Art. 174 O Município deverá promover, em conjunto com o
Estado e de maneira sistemática, levantamentos geológicos bási-
Art. 167 O Município direcionará esforços para compatibilizar cos do seu território e executar programa permanente de cadas-
a sua linha de desenvolvimento aos princípios de metropolização tramento de áreas de risco, movimentos de massa-erosão, estabi-
estabelecidos no artigo 153 da Constituição Estadual, em busca lidade de encostas e de construção de obras civis.
de uma ação integrada com os demais Municípios definidos na
legislação estadual. SEÇÃO VIII
Art. 168 A compatibilização prevista no artigo anterior, no que DO SANEAMENTO
couber, inclui a ordenação de planos, programas, orçamentos, in-
vestimentos e ações com as metas, diretrizes e objetivos estabe- Art. 175 As ações de saneamento, executadas em consonân-
lecidos nos planos e programas estaduais, regionais e setoriais de cia com o Estado, devem prever a utilização racional da água, do
desenvolvimento econômico-social e de ordenação territorial. solo e do ar, de modo compatível com a preservação e melhoria
Art. 169 Para vinculação ao processo e desenvolvimento inte- da qualidade da saúde pública e do meio ambiente.
grado, o Município destinará recursos específicos, nos respectivos Art. 176 A lei estabelecerá política de ações, visando a impe-
planos plurianuais e orçamentos, para desempenho das funções dir que loteamentos e conjuntos habitacionais sejam construídos
públicas de interesse comum. e ocupados sem o funcionamento adequado das redes de água
Art. 170 Dentro dos princípios de integração desenvolvimen- potável e dos sistemas coletores de esgotos, com seus respectivos
tista, o Município atuará no conselho de caráter normativo e deli- tratamentos e drenagem.
berativo a ser criado pelo Estado, mediante lei complementar, na
forma do artigo 154, § 1º, da Constituição Estadual. CAPÍTULO II
Parágrafo Único - Em obediência à legislação estadual, o Mu- DA POLÍTICA SOCIAL
nicípio assegurará a participação da população no processo de
planejamento e tomada de decisões, bem como na fiscalização DISPOSIÇÕES GERAIS
da realização de serviços ou funções públicas em nível regional,
dentro de orientações específicas no seu âmbito. Art. 177 O Município, dentro de sua competência, assegurará
Art. 171 O Município poderá buscar o desenvolvimento inte- o bem-estar social e garantirá o pleno acesso aos bens e serviços
grado com outros Municípios por meio da formação de consór- essenciais ao desenvolvimento individual e coletivo.
cios, convênios e associações criados com objetivo de interesse Art. 178 A ordem social tem por base o primado do trabalho,
comum, mediante lei específica. garantindo a todos, no âmbito da competência municipal, o direi-
to ao emprego e à justa remuneração, que proporcionem existên-
SEÇÃO VII cia digna na família e na sociedade.
DOS RECURSOS HÍDRICOS E MINERAIS Art. 179 O Município assegurará, em seus orçamentos anuais,
percentual nunca inferior a um por cento para financiar progra-
Art. 172 O Município participará do sistema integrado de ge- mas relativos à promoção social e ao bem-estar da população.
renciamento dos recursos hídricos, através do qual se assegurará
meios financeiros e institucionais para:
I - a utilização racional das águas superficiais e subterrâneas e
sua prioridade para abastecimento da população;
II - o aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos e o rateio
dos custos das respectivas obras, na forma da lei;
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SEÇÃO I política municipal de saúde e aprovar a composição do Conselho


DA SAÚDE Municipal de Saúde, convocada pelo Prefeito Municipal ou, ex-
traordinariamente, por este ou pelo Conselho de Saúde.
(Seção alterada pela Emenda à Lei Orgânica nº 32, de 10 de § 2º O Conselho Municipal de Saúde, paritário e triparte,
outubro de 1996) composto por representantes dos usuários, de prestadores de
(Artigos renumerados pela Emenda à Lei Orgânica nº 38, de serviços, profissionais de saúde e Executivo Municipal tem por
09 de dezembro de 1999) objetivo formular e controlar a execução da política municipal de
saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros.
Art. 180 A saúde é direito de todos e dever do Poder Público, § 3º Os representantes dos usuários, que constituem a meta-
assegurada mediante políticas sociais, econômicas e ambientais de da composição do Conselho Municipal de Saúde, serão eleitos
que visem ao bem-estar físico, mental e social do indivíduo e da por entidades, associações ou movimentos dos próprios usuários
coletividade, à redução do risco de doença e de outros agravos e, então, nomeados pelo Prefeito Municipal.
e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços, para sua VI - a implementação dos serviços de atendimento odonto-
promoção, proteção e recuperação. lógico e de prótese dentária que visem à reabilitação social do
Art. 181 As ações de saúde são de relevância pública, deven- indivíduo.(Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 40, de
do sua execução ser feita, diretamente, através de terceiros, ou 17 de abril de 2000)
por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. Art. 186 Os serviços públicos municipais que compõem o Sis-
Art. 182 O Município constitui, com a União e o Estado, o tema Unificado de Saúde observarão as seguintes normas:
Sistema Único de Saúde, organizado de acordo com as seguintes I - a instalação de quaisquer novos serviços deve ser discutida
diretrizes: e aprovada pelo Conselho Municipal de Saúde, segundo as dire-
I - descentralização, com direção do Poder Público Municipal trizes deliberadas na última Conferência de Saúde e, levando-se
em sua esfera de governo; e consideração a demanda, cobertura, distribuição geográfica e
II - atendimento integral, com ações de saúde adequadas às articulação do sistema.
realidades epidemiológicas e sociais, com prioridade para as ativi- II - o fechamento ou desativação de qualquer serviço ou pro-
dades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; grama de saúde só poderá ocorrer após avaliação e aprovação
III - participação da comunidade na formulação, controle e pela Conferência Municipal de Saúde.
fiscalização da política municipal de saúde; Art. 187 Fica criado a nível das unidades de saúde o Conselho
IV - gratuidade dos serviços prestados, vedada a cobrança aos Gestor da Unidade, com a finalidade de definir e controlar a exe-
usuários de despesas e taxas, sob qualquer título. cução da política municipal de saúde no âmbito de abrangência
Art. 183 O Sistema Único de Saúde no plano municipal, será da unidade.
financiado, nos termos do artigo 195 da Constituição Federal, com Parágrafo Único - O Conselho Gestor será composto de 50%
recursos do orçamento do Município, do Estado, da União e da de usuários, 25% de profissionais de saúde e de 25% de represen-
Seguridade Social, além de outras fontes. tantes do Executivo, cada setor eleito pelos seus pares.
§ 1º O conjunto dos recursos destinados às ações e serviços Art. 188 Compete ao Município:
de saúde no Município constituem o Fundo Municipal de Saúde I - a direção do Sistema Único de Saúde no âmbito do municí-
conforme lei municipal. pio, através da Secretaria de Higiene e Saúde;
§ 2º O Município aplicará anualmente, em ações e serviços II - a assistência integral à saúde, respeitadas as necessidades
públicos de saúde, no mínimo 15% (quinze por cento) do produto específicas de todos os segmentos da população, em especial à
da arrecadação dos impostos, a que se refere o art. 156 e dos re- saúde do adulto, do idoso, da mulher, da criança e do adolescen-
cursos de que tratam os artigos 158 e 159, inciso I, alínea b e pa- te, da pessoa portadora de deficiência, a saúde mental e bucal dos
rágrafo 3º, da Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda à portadores de HIV;
Lei Orgânica nº 87/2021) III - a identificação e o controle dos fatores determinantes e
Art. 184 A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. condicionantes da saúde individual e coletiva, mediante, especial-
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma mente, ações referentes a vigilância sanitária, vigilância epidemio-
complementar do Sistema Único de Saúde, segundo diretrizes lógica e saúde do trabalhador;
deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo IV - a celebração de contratos e convênios com o setor priva-
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. do de saúde, de forma complementar aos serviços públicos, além
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios do controle e avaliação de sua execução, garantindo a qualidade
ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. da assistência;
§ 3º As instituições privadas de saúde ficarão sob a fiscaliza- V - a formulação e implementação da política de recursos hu-
ção do setor público nas questões de controle de qualidade e de manos na esfera municipal, com instituição de planos de carreira
informações conforme as normas do Sistema Único de Saúde. para os profissionais de saúde e incentivo à dedicação exclusiva
Art. 185 Ficam criados no âmbito do Município, duas instân- e tempo integral, capacitação e reciclagem permanentes e con-
cias de caráter deliberativo: a Conferência e o Conselho Municipal dições adequadas de trabalho para a execução de suas ativida-
de Saúde. des, bem como a busca de isonomia plena entre os profissionais
§ 1º A Conferência Municipal de Saúde, reunir-se-á a cada atuando na saúde do município;
dois anos com ampla representação dos vários segmentos sociais
para avaliar a situação de saúde no município, fixar as diretrizes da

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VI - a elaboração anual e a atualização periódica do Plano Mu- XXI - à planificação necessária para a progressiva extinção dos
nicipal de Saúde e da proposta orçamentária do SUS para o mu- leitos de características manicomiais; substituindo por ações pre-
nicípio, de acordo com as diretrizes estabelecidas na Conferência ventivas e assistenciais, através de serviços alternativos ao hospi-
Municipal de Saúde, o qual deverá ser aprovado pelo Conselho tal psiquiátrico como núcleos de apoio psicossocial, que preser-
Municipal de Saúde; vem e valorizem a dignidade e a reintegração social do doente
VII - a administração do Fundo Municipal de Saúde, com fisca- mental;
lização do Conselho Municipal de Saúde; XXII - assegurar o direito ao acesso às praticas alternativas de
VIII - o estabelecimento de um sistema que garanta aos usuá- saúde e promover a informação sobre os seus procedimentos e
rios acesso às informações de interesse da saúde, e a divulgação benefícios;
obrigatória de qualquer dado que coloque em risco a saúde indi- XXIII - assegurar ações de prevenção das deficiências nos ser-
vidual ou da coletividade, além do fornecimento de informações viços próprios e mediante supervisão nos demais, através de um
de forma permanente, que contribuam para a melhoria da cons- primeiro exame clínico e pesquisa laboratorial de doença congê-
ciência sanitária da comunidade; nita no recém-nascido.
IX - a participação na formulação das ações de proteção ao XXIV - a assistência odontológica integral e uni­versal, incluin-
meio ambiente e de saneamento básico no âmbito do município; do a prevenção, recuperação e rea­bilitação individual e coletiva.
X - a celebração de consórcios ou convênios intermunicipais (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 84/2018)
para a execução de ações ou programas de saúde quando hou- § 1º A internação psiquiátrica compulsória deverá ser obriga-
ver indicação técnica e consenso das partes, devendo os mesmos toriamente comunicada, nos termos da lei, ao Ministério Público,
serem avaliados e aprovados pelo Conselho Municipal de Saúde; que emitirá parecer sobre a legalidade de internação.
XI - a organização e integração dos serviços de saúde segundo § 2º É vedada, no âmbito do Município, a utilização de celas
os princípios da regionalização, baseados no perfil epidemiológi- fortes e outras ações violentas contra o doente mental.
co das diferentes áreas, objetivando o desenvolvimento de ações § 3º É vedada a instalação de novos hospitais psiquiátricos ou
adequadas a essa realidade; qualquer serviço que contribua para a estigmatização e ou exclu-
XII - o acompanhamento, avaliação e divulgação dos indica- são social do doente mental.
dores de morbi-mortalidade no âmbito do município e, com base § 4º A assistência odontológica de que trata o inciso XXIV será
neles, a adoção de medidas e programas ou ações que visem a prestada, prioritariamente, a pes­soas desprovidas de dentição na-
sua melhoria; tural, aos porta­dores de condições clínicas especiais, às pessoas
XIII - o controle e a fiscalização de procedimentos, produtos e com deficiência e aos pacientes internados em Unidades de Tera-
substâncias de interesse para a saúde; pia Intensiva ou com permanên­cia hospitalar prolongada. (Reda-
XIV - a participação no controle e fiscalização da produção, ção acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 84/2018)
manipulação, transporte, comercialização, guarda e utilização de Art. 189 Os sistemas e serviços de saúde privativos de fun-
medicamentos, substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e ra- cionários da administração direta e indireta deverão ser financia-
dioativos; dos pelos seus usuários, sendo vetada a transferência de recursos
XV - o planejamento e a execução das ações de fiscalização e públicos (do SUS) ou qualquer tipo de incentivo fiscal direto ou
controle das condições e dos ambientes de trabalho, bem como indireto para os mesmos.
dos problemas de saúde com eles relacionados, assegurando a Art. 190 Cabe à rede pública de saúde, pelo seu corpo clínico
participação dos sindicatos de trabalhadores nas ações de vigilân- especializado, prestar o atendimento para a prática de aborto nos
cia desenvolvidas nos locais de trabalho; casos previstos no Código Penal.
XVI - a fiscalização e inspeção dos alimentos, compreendido
o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e água para SEÇÃO II
consumo humano, assegurando o controle da água de abasteci- DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL
mento público (potabilidade, fluoretação, etc.);
XVII - a manutenção de políticas preventivas em saúde bucal Art. 191 O Município, no âmbito de sua competência, assegu-
em escolas, creches e unidades de saúde, assegurando-se progra- rará ao servidor público plano de previdência e assistência social,
mas que garantam a distribuição gratuita dos insumos necessários a ser definido em lei.
(escovas, pasta, etc.); Parágrafo Único - A lei assegurará pensão ao cônjuge supérs-
XVIII - O desenvolvimento de ampla política de prevenção às tite ou, na falta deste, aos herdeiros ou beneficiários do servidor
DST, Aids e Hepatites Virais, bem como a adequada assistência público falecido.
aos portadores destas en­fermidades, que inclua tratamento am- Art. 192 A assistência social será prestada a quem dela ne-
bulatorial, do­miciliar, hospitalar, medicamentos específicos e exa­ cessitar, independentemente de contribuição à seguridade social.
mes laboratoriais próprios, nos termos da lei; (Redação dada pela
Emenda à Lei Orgânica nº 63/2014) SEÇÃO III
XIX - o desenvolvimento de uma política pública de prevenção DA PROMOÇÃO SOCIAL
ao abuso de drogas lícitas e ilícitas, bem como a oferta de trata-
mento adequado e voluntário para químico dependentes; Art. 193 O Município planejará, executará e regulamentará as
XX - a intervenção em toda e qualquer situação que coloque ações na área da promoção social, com base nos seguintes prin-
em risco a integridade, individual e coletiva, e em casos de infrin- cípios:
gência grave à legislação sanitária, nos termos da lei; I - participação da comunidade;

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II - descentralização administrativa, respeitada a legislação fe- b) prestação de contas à sociedade sobre a utilização dos re-
deral, considerado o Município e as comunidades como instâncias cursos destinados à educação;
básicas para o atendimento e realização dos programas; c) instituição de conselhos deliberativos, em caráter perma-
III - integração das ações dos órgãos e entidades da adminis- nente, em todas as unidades escolares, formados por estudantes,
tração em geral, compatibilizando programas e recursos e evi- professores, pais e funcionários, com o objetivo de acompanhar
tando a duplicidade de atendimento entre as esferas municipal o nível pedagógico da escola e extinguir toda e qualquer discrimi-
e estadual. nação ou estereotipia no sistema regular de ensino público mu-
Art. 194 O plano de promoção social do Município terá por nicipal;
objetivos principais: d) preservação da memória social, promovendo a interação
I - a atenção à família, à maternidade, à infância, à adolescên- entre educação básica e os diferentes contextos culturais, além da
cia e à velhice; utilização de museus, arquivos, monumentos históricos, artísticos
II - o atendimento ao migrante e à mendicância; e ecológicos como recursos educacionais;
III - a prevenção do abandono do idoso; e) promoção de atividades curriculares interdisciplinares que
IV - a profissionalização do adolescente; visem ao reconhecimento e valorização do patrimônio cultural,
V - outros programas sociais necessários em função da de- contribuindo para a sua preservação.
manda social. Art. 200 É vedada a cessão de uso de próprios públicos muni-
Art. 195 O Município criará o Conselho Municipal da Promo- cipais para o funcionamento de estabelecimentos de ensino priva-
ção Social, composto de representantes da comunidade em geral, do de qualquer natureza, com fins lucrativos.
com funções e regulamentos definidos em lei. Art. 201 O Município manterá os profissionais de ensino em
nível econômico e social à altura de suas funções, proporcionan-
SEÇÃO IV do-lhes oportunidades de atualização e valorização, garantindo,
DA EDUCAÇÃO na forma da lei, planos de carreira e piso salarial compatível com
suas atribuições.
Art. 196 A educação, direito de todos e dever do Poder Pú- Art. 202 A lei criará o Conselho Municipal de Educação, ór-
blico e da família, promovida e incentivada com a colaboração gão normativo, consultivo e deliberativo do sistema de ensino do
da sociedade, deve ser ministrada com base nos artigos 2 05 e Município.
seguintes da Constituição Federal e inspirada nos princípios de li- Art. 203 O Município aplicará, anualmente, para a manuten-
berdade, solidariedade e respeito aos direitos humanos, visando ção e o desenvolvimento do ensino, trinta por cento, no mínimo,
ao pleno desenvolvimento da pessoa e à formação do cidadão, da receita resultante de impostos, compreendida, inclusive, a pro-
eliminando estereótipos existentes nos livros didáticos. veniente de transferências, procedentes da União e do Estado.
§ 1º Em cumprimento ao disposto no “caput” deste artigo, Parágrafo Único - A lei definirá as despesas que se caracteri-
constará do conteúdo programático das disciplinas, nas escolas zam como manutenção e desenvolvimento do ensino.
da rede municipal, o estudo da história política do Município, do Art. 204 As crianças e adolescentes deficientes físicos e men-
funcionamento de suas instituições, partidos políticos e sindica- tais, que, pelo seu grau de deficiência, não tenham condições de
tos, da constituição e funcionamento do Poder Público, bem como acompanhar o processo de escolaridade nas salas de aula co-
noções das leis que regem a vida do munícipe. muns, poderão se atendidos em estabelecimentos especializados,
§ 2º A rede municipal de ensino público, com vistas a preser- mediante bolsas de estudo oferecidas pelo Poder Público, desde
var a memória social, fará constar de seu currículo básico estudos que provada a carência de recursos da família.
sobre a contribuição do negro e do índio, resgatando a verdadeira Art. 205 O ensino religioso, de matrícula facultativa, consti-
história dessas culturas e repudiando qualquer forma de discri- tuirá disciplina nos horários normais da rede municipal de ensino.
minação.
Art. 197. O Município responsabilizar-se-á prioritariamente SEÇÃO V
pela educação infantil em creches e pré-escolas, e, da mesma DA CULTURA
forma, pelo ensino fundamental, inclusive para os que a ele não
tiveram acesso na idade própria. Art. 206 O Município garantirá a todos o pleno exercício dos
§ 1º O sistema de ensino, municipal assegurará aos alunos direitos culturais e o acesso às fontes de cultura, apoiará e in-
necessitados condições de eficiência escolar, de permanência na centivará a valorização e a difusão de suas manifestações, com
escola, bem como manterá classes no período noturno, preferen- prioridade para as diretamente ligadas à história de Santos, à sua
cialmente aos alunos trabalhadores. comunidade e aos seus bens.
§ 2º O Município procederá, preferencialmente, à matrícu- Art. 207 O Poder Público incentivará a livre manifestação cul-
la dos alunos, priorizando aqueles com deficiência, na escola da tural mediante:
rede municipal mais próxima de sua residência. (Redação dada I - criação e manutenção de espaços públicos devidamente
pela Emenda à Lei Orgânica nº 64/2014) equipados e capazes de garantir a produção, divulgação e apre-
Art. 198 Será estimulada a prática do civismo nas escolas mu- sentação das manifestações culturais e artísticas;
nicipais, como complemento à formação do indivíduo. II - desenvolvimento de intercâmbio cultural e artístico, inte-
Art. 199 A gestão democrática do ensino público municipal gração de programas culturais e apoio à instalação de casas de
atenderá às seguintes diretrizes: cultura e de bibliotecas públicas;
a) participação da sociedade na formulação e execução da III - acesso aos acervos das bibliotecas, dos museus, arquivos
política educacional; e congêneres;

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IV - promoção do aperfeiçoamento e valorização dos profis- Art. 215 O Município, no prazo de cento e vinte dias, estabele-
sionais da cultura; cerá a política para atividades turísticas, através do Plano Diretor
V - planejamento e gestão do conjunto das ações, garantida a de Turismo.
participação de representantes da comunidade;
VI - compromisso de resguardar e defender, em seu territó- SEÇÃO VII
rio, a integridade, pluralidade, independência e autenticidade das DOS ESPORTES E LAZER
culturas brasileiras;
VII - cumprimento de política cultural não intervencionista, Art. 216 O Município apoiará e incentivará as práticas despor-
visando à participação de todos na vida cultural; tivas como direito de todos, dando prioridade aos alunos de sua
VIII - preservação dos documentos, das obras e demais regis- rede de ensino e estimulando a promoção de esportes nos clubes
tros de valor histórico e científico. locais.
Art. 208 - O Poder Público manterá o Conselho Municipal de Parágrafo Único - Passa a ser considerada como atividade des-
Cultura, órgão normativo, consultivo e deliberativo das ações cul- portiva e de lazer a capoeira.
turais, assegurada a participação popular paritária por meio de Art. 217. O Município incentivará o lazer como forma de pro-
organizações populares e civis representativas.(Artigo acrescenta- moção social e a prática de atividades físicas com o obje­tivo de
do pela Emenda à Lei Orgânica nº 17, de 23 de agosto de 1993) promover o bem-estar, a saúde e a qualidade de vida dos muníci-
Art. 209 O Poder Público manterá o Conselho de Defesa do pes. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 73/2016)
Patrimônio Cultural de Santos, órgão autônomo e deliberativo, Art. 218. As ações do Poder Público e a destinação de recur-
composto por representantes de entidades culturais e da comu- sos orçamentários para o setor darão prioridade:
nidade em geral que, dentre outras atribuições definidas em lei, I - ao esporte educacional, ao esporte comunitário e ao espor-
deverá: te olímpico e não-olímpico;
a) deliberar sobre tombamento de bens materiais; II - à Iniciação esportiva de crianças e adolescentes;
b) adotar medidas necessárias à produção dos efeitos do III - à prática de atividades físicas e ao lazer popular;
tombamento; IV - à construção e manutenção de espaços devidamente
c) pesquisar, identificar, proteger e valorizar o patrimônio cul- equipados para o lazer, práticas esportivas e atividades físicas;
tural santista. V - à promoção, orientação e ao estímulo á prática e difusão
Art. 210 Constituem patrimônio municipal e deverão ser pro- da Educação Física em todas as faixas etárias dos munícipes;
tegidos pelo Poder Público os documentos, as obras e outros bens VI - à adequação dos locais já existentes, disciplinando seu
materiais e imateriais de valor histórico, artístico e cultural, os uso, com vistas a proporcionar oportunidades para todos;
monumentos, as paisagens naturais notáveis, os conjuntos e sítios VII - â previsão de medidas necessárias quando da construção
arqueológicos, paleontológicos, ecológicos e científicos tombados de novos espaços, tendo em vista a prática de es­portes, atividades
pelo Poder Público, com tratamento idêntico para os bens tomba- físicas e lazer por parte dos portadores de deficiência, idoso e ges-
dos pela União ou pelo Estado, mediante convênio. tantes de maneira integrada aos demais cidadãos. (Redação dada
Art. 211 A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas pela Emenda à Lei Orgânica nº 73/2016)
de alta significação para o Município. Art. 219 A lei regulará a composição, o funcionamento e as
Art. 212 O Município criará, na forma da lei, fundo para a atribuições do Conselho Municipal de Esportes, que será consti-
preservação e restauração do patrimônio histórico, com suporte tuído por representantes do Poder Público e da comunidade em
financeiro para o desenvolvimento das ações que visem à preser- geral.
vação ou restauração de imóveis de propriedades do Município,
que possuam valor histórico ou artístico. SEÇÃO VIII
Parágrafo Único - Constituirão receita do fundo: DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
a) dotações consignadas no orçamento do Município e crédi-
tos adicionais que lhe sejam destinados; Art. 220 O Município incentivará o desenvolvimento científi-
b) auxílios, subvenções, contribuições, transferências e parti- co, a pesquisa e a capacitação tecnológica, nos termos das Consti-
cipações em convênios e ajustes; tuições Estadual e Federal.
c) doações de qualquer natureza;
d) rendimentos, acréscimos, juros e correções monetárias SEÇÃO IX
provenientes de aplicação de seus recursos; DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
e) outras receitas.
Art. 221 O Município, na área da comunicação social, desen-
SEÇÃO VI volverá sua ação com base nos princípios constitucionais.
DO TURISMO
SEÇÃO X
Art. 213 O Município promoverá e incentivará o turismo DA DEFESA DO CONSUMIDOR
como atividade prioritária, fator de desenvolvimento econômico
e social. Art. 222 O Poder Público criará o Serviço Municipal de Pro-
Art. 214 O Poder Público estimulará os diversos segmentos teção ao Consumidor, que atuará em conjunto com o Centro de
ligados direta e indiretamente ao turismo e os projetos que visem Apoio ao Consumidor, com atribuições, composição e funciona-
ao desenvolvimento do setor, através de incentivos fiscais e con- mento definidos em lei.
cessões a serem definidos no Plano Diretor de Turismo.
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Art. 223 Fica assegurada a criação do Conselho Municipal de I - a promoção de eventos culturais, esportivos e de lazer, gra-
Defesa do Consumidor, com atribuições e composição definidas tuitos e direcionados às pessoas com idade igual ou superior a
em lei. sessenta anos;
II - a inclusão, no planejamento escolar das disciplinas, em
SEÇÃO XI todos os níveis, de conteúdo sobre a respeitabilidade ao idoso e
DA PROTEÇÃO ESPECIAL sua importância na sociedade.
Art. 234 O Município assegurará gratuidade, no transporte
Art. 224 O Município assegurará, no âmbito de sua compe- coletivo urbano, às pessoas com idade igual ou superior a sessen-
tência, o funcionamento de setores da comunidade não institu- ta e cinco anos.
cionalmente organizados. Art. 235 Fica assegurada a criação do Conselho Municipal do
Art. 225 O Poder Público promoverá e incentivará o desen- Idoso, com atribuições, composição e funcionamento definidos
volvimento da família, assegurando-lhe, dentro do que couber, o em lei.
direito à saúde, à cultura, à alimentação, ao respeito, ao lazer, à Art. 236 É dever do Município estabelecer legislação específi-
assistência social, à liberdade e à convivência comunitária. ca que exija padrões mínimos e normas uniformes para o atendi-
Art. 226 A família será sempre o espaço preferencial para o mento em instituições e estabelecimentos que acolham o idoso,
atendimento da criança, do adolescente e do idoso. de modo a garantir-lhe melhor qualidade de vida.
Art. 227 O Poder Público assegurará à criança e ao adolescen- Art. 237 O Município deverá:
te condições ideais para o seu pleno desenvolvimento. I - criar programas de reabilitação, integração e atendimento
Art. 228 Para cumprir o disposto no artigo anterior o Municí- pedagógico especializado para os portadores de deficiência física,
pio garantirá: sensorial, mental e múltipla, obrigatoriamente na rede regular de
I - a assistência integral à saúde da criança e do adolescente, ensino, incluindo o fornecimento de material e equipamentos ne-
elaborando, inclusive, programas de prevenção e atendimento cessários, sem limite de idade;
especializado aos dependentes de entorpecentes e drogas afins; II - implantar sistema “braille” e de audiolivro em estabeleci-
II - a permanência da mãe, nos internamentos de crianças até mentos da rede oficial de ensino, bem como nas bibliotecas, de
doze anos, em hospitais e enfermarias; forma a atender às necessidades educacionais e sociais dos porta-
III - o funcionamento de centro de recebimento e encami- dores de deficiência visual;
nhamento de denúncias referentes a violências praticadas contra III - celebrar convênio com entidades filantrópicas e comuni-
crianças e adolescentes, inclusive no âmbito familiar; tárias, para a cessão de profissionais especializados;
IV - a prestação de orientação e informação sobre a sexualida- IV - estabelecer convênio com entidades especializadas no
de humana e conceitos básicos da entidade familiar, sempre que treinamento, na habilitação e reabilitação de portadores de defi-
possível, de forma integrada aos conteúdos curriculares; ciência, no sentido de dar a estes formação profissional e prepa-
V - a colocação de adolescentes carentes de quatorze a de- ração para o trabalho;
zoito anos incompletos, para estágio supervisionado, educativo e V - obrigar as empresas e instituições que recebam do Muni-
profissionalizante, dentro das empresas sob seu controle; cípio recursos materiais ou financeiros para a realização de pro-
VI - à criança e ao adolescente trabalhadores, inclusive àque- gramas, projetos e atividades culturais, educacionais, esportivas
les na condição de aprendiz, todos os direitos sociais previstos na e de lazer, a preverem o acesso e a participação dos portadores
Constituição Federal; de deficiência;
VII - o estímulo, através de incentivos fiscais, às entidades que VI - conceder incentivos, na forma da lei, às empresas que
acolherem crianças ou adolescentes carentes. adaptarem seus equipamentos para o trabalho de portadores de
Art. 229 É vedada ao Poder Público a transferência, para ou- deficiência;
tros Municípios e Estado, que não os de sua origem, de crianças VII - conceder gratuidade nos transportes coletivos urbanos
e adolescentes atendidos diretamente por instituições oficiais, vi- aos portadores de deficiência, bem como seu acompanhante,
sando a garantir a unidade familiar, salvo em casos excepcionais quando o deficiente tiver reconhecida dificuldade de locomoção;
em que o Município não possua a especialização necessária ao VIII - garantir às pessoas portadoras de deficiência o percen-
atendimento. tual de 5% (cinco por cento) das unidades dos conjuntos habita-
Art. 230 Fica assegurada a criação do Conselho Municipal dos cionais que vierem a ser construídos no Município, efetuando-se
Direitos da Criança e do Adolescente, com atribuições, composi- as devidas adaptações, se necessárias.(Inciso com Redação dada
ção e funcionamento definidos em lei. pela Emenda à Lei Orgânica nº 03, de 05 de março de 1992)
Art. 231 O Município estimulará e desenvolverá amplo pro- Art. 238 O Município criará serviço especializado, dotado de
grama de combate aos entorpecentes e drogas afins, através do aparelhagem específica que permita a correção, diminuição e
Conselho Municipal Antidrogas, a ser criado por lei. superação das limitações dos portadores de deficiência, inclusi-
Art. 232 O Poder Público deverá garantir à pessoa idosa con- ve estabelecendo programas de assistência integral para os não
dições de vida apropriada, direito à saúde, freqüência e participa- reabilitáveis, incentivando a pesquisa e a aplicação de novas tec-
ção nos serviços, programas culturais, educacionais, esportivos, nologias.
recreativos e de lazer, defendendo sua respeitabilidade e dignida- Art. 239 A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros,
de e visando à sua integração à sociedade. dos edifícios de uso público e dos veículos de transporte coletivo
Art. 233 Para viabilizar a convivência social do idoso, o Poder atualmente existentes, a fim de garantir acesso adequado às pes-
Público garantirá: soas portadoras de deficiência.

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Art. 240 O Município assegurará às pessoas portadoras de Art. 248 A Imprensa Oficial do Município promoverá a edição
deficiência, exclusivamente residentes em Santos, prioridade na do texto integral desta Lei Orgânica que, gratuitamente, será colo-
concessão de licença, no que tange ao comércio ambulante, bem cada à disposição de todos os interessados.
como isenção das taxas e tributos correspondentes. Art. 249 Na denominação de bens e serviços públicos só po-
Art. 241 O Município criará o Conselho Municipal para Assun- derão ser utilizados nomes de pessoas ilustres já falecidas.
tos da Mulher, composto de representantes da comunidade em § 1º Para os fins deste artigo, somente após um ano do faleci-
geral, com atribuições definidas em lei e garantirá o acompanha- mento poderá ser homenageada qualquer pessoa, salvo persona-
mento e a fiscalização da política de assistência integral da mu- lidades marcantes, que hajam atuado de modo relevante na vida
lher, assegurando:(“Caput” com Redação dada pela Emenda à Lei artística, cultural, esportiva ou política do Município, do Estado ou
Orgânica nº 41, de 10 de agosto de 2000) do País.(Parágrafo com Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica
I - assistência à saúde, de acordo com sua especificidade; nº 23, de 05 de setembro de 1994)
II - direito a auto-regulação de fertilidade, com livre decisão § 2º O disposto no “caput” deste artigo não se aplica à deno-
da mulher, do homem ou do casal para exercer a procriação ou minação de vias e logradouros públicos.
para evitá-la, vedada qualquer forma coercitiva de indução; § 3º O Poder Executivo poderá, mediante decreto, denomi-
III - atendimento à mulher vítima de violência, conjugando nar próprios, vias e logradouros públicos. (Redação acrescida pela
esforços com os órgãos estaduais competentes, no sentido de as- Emenda à Lei Orgânica nº 92/2023)
segurar: Art. 250 Fica proibido o depósito de material atômico no Mu-
a) atendimento jurídico; nicípio.
b) criação e manutenção de abrigos. Art. 251 O Município fica autorizado a firmar convênio com
o 6º Grupamento de Incêndio, concedendo subsídio anual à cor-
TÍTULO VIII poração.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 252 O Município criará órgão de Assistência Judiciária, a
ser regulamentado por lei, para fins de atender a pessoas de baixa
Art. 242 Incumbe ao Município: renda.
I - auscultar, permanentemente, a opinião pública; Art. 253 Esta Lei Orgânica, aprovada e assinada pelos Verea-
II - facilitar, no interesse educacional do povo, a difusão de dores à Câmara, bem como suas Disposições Transitórias, entram
jornais e outras publicações periódicas, assim como das transmis- em vigor na data da promulgação, revogadas as disposições em
sões pelo rádio e pela televisão; contrário.
III - adotar medidas para assegurar a celeridade na tramita-
ção e solução de expedientes administrativos, punindo, discipli- TÍTULO VIII
narmente nos termos da lei, os servidores faltosos. DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Parágrafo Único - Os Poderes Executivo e Legislativo divulga-
rão, sempre que o interesse público não aconselhar o contrário, os Art. 1º Os servidores municipais da administração direta, so-
projetos de lei para recebimento de sugestões. ciedade de economia mista e autarquias, que não tenham sido ad-
Art. 243 Fica assegurada a criação de creches para os filhos mitidos na forma regulada pelo artigo 37 da Constituição Federal,
dos servidores da administração pública direta, indireta e funda- são considerados estáveis no serviço público, desde que contem
ções. cinco anos continuados e estejam em exercício na data da promul-
Art. 244 (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021) gação desta Lei Orgânica.
Art. 245 Ficam declarados feriados municipais os dias 26 de § 1º Para efeito do disposto no “caput” deste artigo será com-
janeiro (Dia da Cidade), Sexta-feira Santa, 8 de setembro (Dia de putado o tempo de serviço prestado na administração direta, so-
Nossa Senhora do Monte Serrate) e 2 de novembro (Finados).(Ar- ciedades de economia mista e autarquias.
tigo com Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 01, de 14 § 2º O tempo de serviço dos servidores referidos neste artigo
de março de 1991, suprimindo-se o parágrafo únic será contado como título, quando se submeterem a concurso para
Art. 246 Os jardins das praias de Santos e a plataforma do fins de efetivação, na forma da lei.
emissário submarino do Município são considerados patrimônio § 3º O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes de
inalienável da coletividade. cargos, funções e empregos de confiança ou em comissão, nem
Parágrafo Único - As modificações que visem a alterar suas aos que a lei declare de livre exoneração, cujo tempo de serviço
características, composição estética e utilização só poderão ser não será computado para os fins do “caput” deste artigo, exceto
efetuadas após autorização da Câmara. se se tratar de servidor.
Art. 247 Os conselhos, fundos, entidades e órgãos previstos § 4º Para os integrantes das carreiras docentes do magistério
nesta Lei Orgânica, não existentes na data da sua promulgação, municipal não se considera, para os fins previstos neste artigo, a
serão criados mediante lei de iniciativa do Poder Executivo, que interrupção ou descontinuidade de exercício por prazo igual ou
terá o prazo de cento e oitenta dias para remeter à Câmara os inferior a cento e vinte dias, exceto nos casos de dispensa ou exo-
projetos. neração solicitadas pelo servidor.
§ 1º Os conselhos, fundos, entidades e órgãos já existentes § 5º A lei fixará os critérios para a realização dos concursos
deverão ser adaptados às normas a que se refere o “caput” deste referidos no § 2º deste artigo.
artigo, encaminhando-se à Câmara os projetos de lei. § 6º Fica assegurado aos docentes do magistério municipal,
§ 2º A lei disciplinará a inclusão, nos Conselhos Municipais com portaria de substituição até 08 de fevereiro de 1990, o apro-
que contem com a participação comunitária, de representantes veitamento em associações, sociedades ou entidades convenia-
dos grupos ou organizações de mulheres. das com a Prefeitura, conforme a disponibilidade de classes que
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ainda não tenham sido providas por professores estatutários, ga- Parágrafo Único - O sistema mencionado neste artigo, no
rantindo-se a contagem do tempo de serviço prestado à Munici- mesmo prazo, igualmente garantirá recursos financeiros, huma-
palidade. nos, técnicos e materiais destinados a campanhas educativas de
Art. 2º Os professores em exercício, de 5ª a 8ª séries do 1º prevenção de deficiências.
grau e de lª a 3ª séries do 2º grau, que, anteriormente às contrata- Art. 11 As sociedades de economia mista, autarquias e funda-
ções pelo regime celetista, tenham tido vínculo empregatício com ções instituídas ou mantidas pelo Poder Público incorporarão aos
o Município, inclusive na condição de servidores extranumerários, seus estatutos as normas desta Lei Orgânica que digam respeito
terão também seus direitos e deveres iguais aos dos servidores às suas atividades e serviços.
municipais estatutários, ficando-lhes garantido o direito de trans- Art. 12 A anistia concedida nos termos do artigo 8º das Dispo-
ferência para o regime estatutário único, na forma prevista no pa- sições Transitórias da Constituição Federal aplica-se aos servido-
rágrafo único do artigo 6º das Disposições Transitórias desta lei. res públicos municipais e aos empregados em todos os níveis de
Art. 3º O pagamento do adicional por tempo de serviço e da governo ou em fundações, autarquias ou empresas sob controle
sexta parte, na forma prevista no artigo 73, § 5º, será devido a municipal, nos termos lá explicitados, no que couber.
partir do primeiro dia do mês seguinte ao da publicação deste Lei Art. 13 Até que seja promulgada a lei complementar a que se
Orgânica, vedada sua acumulação com vantagem já percebida por refere a artigo 7º, I, da Constituição Federal, fica vedada a dispen-
esses títulos. sa arbitrária ou sem justa causa:
Art. 4º O Município editará leis a fim de que sejam estabele- a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões
cidos critérios para a compatibilização de seus quadros de pessoal internas de prevenção de acidentes, desde o registro de sua can-
ao disposto no artigo 39 da Constituição Federal e à reforma ad- didatura até um ano após o final de seu mandato;
ministrativa dela decorrente, no prazo previsto na Constituição. b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez
Art. 5º Os servidores autárquicos da Caixa de Pecúlios e Pen- até cinco meses após o parto.
sões dos Servidores Municipais de Santos, que foram admitidos Art. 14 O Poder Executivo avaliará todos os incentivos fiscais
após aprovação em concurso público realizado nos termos da Lei de natureza setorial ora em vigor, propondo ao Poder Legislativo
Municipal nº 3.357, de 18 de novembro de 1966, têm garantida a as medidas cabíveis.
transferência para o regime estatutário único, computado o tem- Art. 15 Os vencimentos, a remuneração, as vantagens e os
po de serviço prestado àquela autarquia como de efetivo serviço adicionais, bem como os proventos de aposentadoria que estejam
municipal, para todos os efeitos legais. sendo percebidos em desacordo com o disposto na Constituição
Parágrafo Único - No prazo de sessenta dias da data da pro- Federal, promulgada em 05 de outubro de 1988, serão imediata-
mulgação desta lei, o Poder Executivo encaminhará à Câmara pro- mente reduzidos aos limites dela decorrentes, não se admitindo,
jeto de lei dispondo sobre a criação dos cargos correspondentes, neste caso, invocação de direito adquirido ou percepção de exces-
que serão ocupados pelos servidores autárquicos referidos neste so a qualquer título.
artigo. Art. 16 Os Poderes Legislativo e Executivo criarão condições
Art. 6º Os professores aprovados nos concursos públicos para estruturais e econômicofinanceiros que forneçam para Bertioga a
Professor “A”, Professor “A” - Educação Infantil e Professor de Edu- efetivação de sua emancipação pelo menos nos limites mínimos
cação Especial, que foram convocados para o exercício do magis- da arrecadação do distrito.
tério municipal, mediante regime jurídico diverso do estatutário e Parágrafo Único - Será permitido o acesso das entidades le-
cujo vínculo era existente em 5 de outubro de 1988, têm garanti- galmente constituídas e interessadas na emancipação às informa-
do o direito de transferência para o regime estatutário único. ções controladas pelo Poder Executivo.
Parágrafo Único - No prazo de sessenta dias da data da pro- Art. 17 Até a entrada em vigor da lei complementar a que se
mulgação desta lei, o Poder Executivo encaminhará à Câmara refere o artigo 165, § 9º, I e II, da Constituição Federal, serão obe-
projeto de lei dispondo sobre a criação dos cargos necessários à decidas as seguintes normas:
nomeação dos professores abrangidos neste artigo. I - O projeto de lei do plano Plurianual, para vigência até o
Art. 7º Os professores estáveis nos termos do artigo 1º, § 4º, final do primeiro exercício financei­ro do mandato subseqüente,
das Disposições Transitórias desta lei terão assegurada a continui- será encaminhado até oito meses antes do encerramento do pri-
dade do exercício de suas atuais funções. meiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerra-
Art. 8º Ficam assegurados aos servidores públicos municipais, mento do primeiro período da sessão legislativa; (Redação dada
além dos direitos estabelecidos nesta Lei Orgânica, os previstos na pela Emenda à Lei Orgânica nº 52/2007)
Lei nº 4623, de 12 de junho de 1984, e na legislação complemen- II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encami-
tar instituidora de direitos e vantagens funcionais. nhado até oito meses antes do encer­ramento do exercício finan-
Art. 9º Até o ano 2000, bienalmente, o Município promoverá ceiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro
e publicará censo que aferirá os índices de analfabetismo e sua período da sessão legislativa; (Redação dada pela Emenda à Lei
relação com a universalização do ensino fundamental, de con- Orgânica nº 52/2007)
formidade com o preceito estabelecido no artigo 60, do Ato das III - no exercício de 1990, o prazo de que trata o inciso II deste
Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal. artigo será prorrogado até o dia 31 de maio.
Art. 10 No prazo de cinco anos, a contar da promulgação da Art. 18 Revogado.(Artigo revogado pela Emenda à Lei Orgâni-
Constituição do Estado, o sistema de ensino municipal tomará to- ca nº 11, de 14 de dezembro de 1992)
das as providências necessárias à efetivação dos dispositivos nela Art. 19 Os servidores extranumerários estáveis do Município
previstos, relativos à formação e reabilitação dos portadores de terão direitos e deveres exatamente iguais aos dos servidores mu-
deficiência, em especial, e quanto aos recursos financeiros, huma- nicipais estatutários.
nos, técnicos e materiais.
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Art. 20 O pagamento dos vencimentos dos servidores em § 2º Os vencimentos dos cargos públicos corresponderão a
geral, que prestam serviços à Municipalidade, e das pensões da níveis ou símbolos, previamente fixados em Lei.
Caixa de Pecúlios e Pensões dos Servidores Municipais de Santos Art. 4º Observar-se-á o princípio de paridade na remuneração
será efetuado em duas parcelas mensais, respectivamente nos dos funcionários do Executivo e Legislativo do Município.
dias 15 e 25 do mês corrente ou dias úteis próximos.(“Caput” com Art. 5º Os cargos públicos são de carreira ou isolados.
Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 21, de 16 de junho § 1º São de carreira os que se integram em classes e corres-
de 1994) pondem à mesma natureza de trabalho; isolados os que não se
Parágrafo Único - A parcela relativa ao dia 15, ou dia útil próxi- podem integrar classes e correspondem a certa e determinada
mo, será de 40% (quarenta por cento) do nível de vencimento do função.
servidor ou da pensão, desde que não ultrapasse o valor máximo § 2º Os cargos de carreira serão de provimento efetivo. Os
de isenção de desconto do Imposto de Renda retido na fonte.(Pa- isolados serão de provimento efetivo ou de comissão, segundo as
rágrafo único com Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 6, leis que os criarem.
de 20 de agosto de 1992) Art. 6º Classe é o agrupamento de cargos da mesma denomi-
Art. 21. O servidor público estatutário, com mais de cinco nação e de nível de vencimentos.
anos de efetivo exercício, que, na data da publicação desta Emen- Art. 7º Carreira é o conjunto de classes da mesma natureza
da, estiver exer­cendo cargo em comissão que lhe proporcione re­ de trabalho, escalonadas segundo a responsabilidade e a comple-
muneração superior à do cargo de que seja titular, continuará a xidade das atribuições.
incorporar dois décimos dessa dife­rença até completar o quinto Art. 8º As exigências e atribuições para cada cargo serão defi-
em curso. nidas em lei ou decreto.
Parágrafo único. Após completar o quinto que estiver em Parágrafo único. É vedado atribuir-se ao funcionário encar-
curso na data da publicação desta Emenda, na forma prevista no gos ou serviços diferentes dos que os próprios de sua carreira ou
“caput”, aplicar-se-á ao servidor interessado, no período subse- cargo, ressalvadas as funções de chefia e direção a as comissões
quente em que exercer cargo em comissão, a regra defi­nida no § legais.
4º do artigo 73 da Lei Orgânica do Muni­cípio. (Redação acrescida Art. 9º Quadro é um conjunto de carreiras e de cargos isola-
pela Emenda à Lei Orgânica nº 82/2017) dos.
Art. 10. Não haverá equivalência entre as diferentes carreiras,
Sala das Sessões, em 05 de abril de 1990. nem entre cargos isolados, quanto às suas atribuições funcionais.
Art. 11. É vedada a prestação de serviços gratuitos.

ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS MUNICIPAIS DE TÍTULO II


SANTOS (ATUALIZADO E/OU ALTERADO) DO PROVIMENTO, DO EXERCÍCIO E DA VACÂNCIA DE
CARGOS

LEI MUNICIPAL Nº 4.623, DE 12 DE JUNHO DE 1984 CAPÍTULO I


DO PROVIMENTO
Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Municipais
de Santos, e dá outras providências. SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Dr. Paulo Gomes Barbosa, Prefeito Municipal de Santos/SP,
faço saber que a Câmara Municipal aprovou na sessão realizada Art. 12. Os cargos públicos serão providos por:
em 31 de maio de 1984 e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: I - nomeação;
II - promoção;
TÍTULO I III - acesso;
IV - transferência;
CAPÍTULO ÚNICO V - reintegração;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES VI - readmissão;
VII - reversão;
Art. 1º Esta Lei institui o regime jurídico dos funcionários pú- VIII - aproveitamento.
blicos municipais de Santos. Parágrafo único. A portaria de provimento deverá conter, ne-
Parágrafo único. As suas disposições aplicam-se, no que cou- cessariamente, as seguintes condições, sob pena de nulidade do
ber, aos funcionários da Secretaria da Câmara Municipal. ato:
Art. 2º Para os efeitos deste Estatuto, funcionário público é a I - o cargo, com todos os elementos de identificação, o motivo
pessoa legalmente investida em cargo público. da vacância, o nome do ex-ocupante, se ocorrer a hipótese em
Art. 3º Cargo público é aquele criado por Lei, em número cer- que possam ser atendidos esses últimos elementos;
to, com denominação própria, remunerado pelos cofres munici- II - o caráter da investidura;
pais, ao qual corresponde um conjunto de atribuições e responsa- III - o fundamento legal, bem como a identificação do nível de
bilidades cometidas a funcionário público. vencimento do cargo;
§ 1º Os cargos públicos são acessíveis a todos s brasileiros, IV - a indicação de que o exercício do cargo se fará cumulativa-
observadas as condições de capacidade prescritas em Leis, regula- mente com outro cargo público, quando for o caso.
mentos e instruções baixadas pelos órgãos competentes.
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Art. 13. Só poderá ser investido em cargo público quem satis- Art. 16. A realização dos concursos será centralizada na Co-
fazer os seguintes requisitos: missão de Serviço Civil.
I - ser brasileiro; Parágrafo único. Para a realização de concurso, poderá a Co-
II - ter completado 18 (dezoito) anos de idade; missão, se entender necessário, solicitar a colaboração de órgão
III - estar no gozo dos direitos políticos; técnico especializado.
IV - estar quites com as obrigações militares; Art. 17. As normas gerais para a realização dos concursos se-
V - ter boa conduta; rão estabelecidas em decreto e cada concurso será regido por ins-
VI - gozar de boa saúde e não ser portador de deficiência físi- truções especiais expedidas pela Comissão de Serviço Civil.
ca incompatível com o exercício do cargo; (Vide Lei Complementar Art. 18. Os limites de idade para a inscrição em concurso se-
nº 201/1995) rão fixados de acordo com a natureza das atribuições da carreira
VII - possuir habilitação profissional para o exercício do cargo, ou cargo.
quando for o caso; § 1º O candidato portador de defeito físico poderá inscrever-
VIII - ter sido previamente habilitado em concurso, ressalvas -se desde que tenha condições de adaptação para o exercício do
as exceções legalmente previstas; cargo.
IX - atender às condições especiais, prescritas em Lei ou De- § 2º Não ficarão sujeitos a limite de idade, para a inscrição em
creto, para determinados cargos. concurso, os ocupantes de cargo efetivo ou função pública muni-
Art. 14. Entre os candidatos ao provimento de cargo no ser- cipal.
viço público municipal, terá preferência, em igualdade de condi- Art. 19. O prazo de validade do concurso será fixado nas res-
ções: (Vide Lei Complementar nº 259/1986) pectivas instruções especiais e não excederá a 2 (dois) anos, con-
a) o candidato portador de defeito físico, casado, separado, tado a partir da data da publicação de sua homologação, prorro-
divorciado ou viúvo, que tiver filhos; gável, no máximo, por igual período, a critério da Administração.
b) o candidato casado, separado, divorciado ou viúvo que ti-
ver maio números de filhos; SEÇÃO III
c) o candidato casado portador de defeito físico; DA NOMEAÇÃO.
d) o candidato casado;
e) e candidato solteiro, portador de defeito físico, que tiver Art. 20. A nomeação será feita:
filhos reconhecidos; I - em comissão, quando se tratar de cargo que, em virtude de
f) o candidato solteiro que tiver filhos reconhecidos; Lei, assim deva ser provido;
g) o candidato solteiro, portador de defeito físico; II - em caráter efetivo, nos demais casos.
h) o candidato mais idoso; Art. 21. A aprovação em concurso não cria direitos à nomea-
§ 1º Não serão considerados, para efeito deste artigo, os fi- ção, mas essa, quando se der, respeitará a ordem de classificação
lhos maiores e os que exerçam qualquer atividade remunerada. dos candidatos habilitados.
§ 2º Também não será considerado, para os mesmos efeitos,
o estado de casado, desde que ambos os cônjuges sejam servido- SEÇÃO IV
res públicos. DA ESTABILIDADE.

SEÇÃO II Art. 22. São estáveis após 3 (três) anos de efetivo exercício os
DO CONCURSO PÚBLICO servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtu-
de de concurso público e que tenham sido aprovados no estágio
Art. 15 A primeira investidura em cargo ou emprego público probatório.
municipal dependerá de aprovação prévia em concurso público § 1º Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo
de provas, ou de provas e títulos. de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório, nas con-
§ 1º Serão computados como títulos nos concursos públicos dições estabelecidas em decreto.
de provas e títulos: § 2º Na avaliação do servidor durante o estágio probatório
I - título de doutor na área de atribuições do cargo a ser pro- serão observados os seguintes fatores:
vido - 5,0 pontos; I - eficiência;
II - título de mestre na área de atribuições do cargo a ser pro- II - dedicação ao serviço;
vido - 2,5 pontos; III - assiduidade e pontualidade;
III - (Revogado pela Lei Complementar nº 567/2006) IV - disciplina;
§ 2º Somente serão aceitos os títulos mediante a apresenta- V - subordinação;
ção do documento original. VI - boa conduta;
§ 3º Os diplomas ou certificados deverão ser expedidos por VII - participação em cursos, treinamentos e atividades de for-
instituição oficial de ensino. mação e aperfeiçoamento oferecidos por entidades definidas pela
§ 4º A pontuação de títulos dos candidatos habilitados fica Administração Pública.
limitada a 10% (dez por cento) do total de pontos atribuídos às § 3º Encerrado o processo de avaliação, expedir-se-á o ato
provas, desprezando-se os pontos excedentes. declaratório de estabilidade ou de exoneração do servidor, na
§ 5º Não será computado como título o curso de especializa- forma do regulamento. (Redação dada pela Lei Complementar nº
ção ou graduação que constituir requisito específico para a con- 1163/2022)
corrência à investidura em cargo ou emprego público (Redação Art. 23. O servidor público estável só perderá o cargo:
dada pela Lei Complementar nº 433/2001) I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
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II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu- SEÇÃO VI


rada ampla defesa; DA TRANSFERÊNCIA
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
penho, na forma estabelecida em decreto, assegurada ampla de- Art. 30. O funcionário poderá ser transferido de um para ou-
fesa. (Redação dada pela Lei Complementar nº 1163/2022) tro cargo de provimento efetivo.
Art. 24. Enquanto não adquirir estabilidade, poderá o funcio- Art. 31. As transferências, de qualquer natureza, serão feitas
nário ser exonerado no interesse do serviço público nos seguintes a pedido do funcionário ou “ex-offício”, atendida sempre a conve-
caso: niência do serviço e os requisitos necessários ao aproveitamento
§ 1º Ocorrendo a hipótese prevista neste artigo, o chefe ime- do cargo.
diato do funcionário representará à autoridade competente, a Parágrafo único. A transferência a pedido para cargo de car-
qual deverá dar visitas ao funcionário, a fim de que o mesmo pos- reira só poderá ser feita para vaga que tenha de ser provida me-
sa apresentar sua defesa, no prazo de 10 (dez) dias. diante promoção por merecimento.
§ 2º A representação prevista neste artigo deverá ser forma- Art. 32. A transferência só poderá ser feita para cargo do mes-
lizada pelo menos 6 (seis) meses antes do término do período fi- mo nível de vencimento.
xado no art. 22. Art. 33. A transferência por permuta será procedida a pedido
I - inassiduidade; escrito dos interesses e de acordo com o disposto nesta Seção.
II - ineficiência; Parágrafo único. A permuta de funcionários da Prefeitura e da
III - indisciplina; Câmara só poderá ser efetuada com o prévio consentimento das
IV - insubordinação; autoridades a que estejam subordinados os interessados, obser-
V - falta de dedicação ao serviço, e; vadas as disposições desta Seção.
VI - má conduta.
SEÇÃO VII
SEÇÃO V DA REINTEGRAÇÃO.
DA POSSE.
Art. 34. A reintegração, que decorrerá sempre de decisão
Art. 25. Posse é o ato pelo qual a pessoa é investida em cargo administrativa ou judiciária, é o reingresso no serviço público, de
público. funcionário demitido, com o ressarcimento dos prejuízos decor-
Parágrafo único. Não haverá posse nos casos de promoção ou rentes do afastamento.
de reintegração. Art. 35. A reintegração será feita no cargo anteriormente ocu-
Art. 26. A posse verificar-se-á mediante a assinatura, pela au- pado
toridade competente e pelo funcionário, do termo pelo qual este § 1º Se o cargo anteriormente ocupado houver sido transfor-
se compromete a observar fielmente os deveres e atribuições do mado, a reintegração se dará no cargo resultante, se houver sido
cargo, bem como as exigências deste Estatuto. extinto, em cargo de vencimento e habilitação profissional equi-
§ 1º Na ocasião da posse, o funcionário declarará se exercer valente.
ou não outo cargo ou função pública remunerada, inclusive em- § 2º Não sendo possível a reintegração na forma prescrita
prego em autarquias, empresas públicas e sociedades de econo- nesse artigo, será o funcionário posto em disponibilidade no cargo
mia mista. que exercia, com provimento igual ao vencimento ou remunera-
§ 2º A posse poderá ser tomada por procuração, quando se ção que percebia na data do afastamento.
tratar de funcionário ausente do Município, em comissão de Go- § 3º O funcionário reintegrado, será submetido à inspeção
verno, ou em casos especiais, a critério da autoridade competen- médica . Verificada a incapacidade para o exercício do cargo, será
te. aposentado no cargo em que houver sido reintegrado.
§ 3º A lei especificará os casos em que, no ato da posse, será Art. 36. O funcionário reintegrado, será submetido à inspeção
exigida também declaração de bens. médica . Verificada a incapacidade para o exercício do cargo, será
Art. 27. A Lei especificará os casos em que, no ato da posse, aposentado no cargo em que houver sido reintegrado.
será exigida também declaração de bens.
I - o Prefeito, os Secretários Municipais e autoridades a estes SEÇÃO VIII
equiparadas; DA READMISSÃO
II - o responsável pelo órgão do pessoal, nos demais casos.
Parágrafo único. A autoridade que der posse deverá verificar, Art. 37. Readmissão é o ato pelo qual o funcionário exonera-
sob pena de responsabilidade, se foram satisfeitas as condições do reingressa no serviço público, sem direito a qualquer ressarci-
legais para a investidura no cargo. mento e sempre por conveniência da Administração.
Art. 28. A posse deverá se verificar no prazo de 30 (trinta) § 1º A readmissão dependerá da existência de vaga e da ob-
dias, contados da publicação oficial do ato de provimento. servância das exigências legais quanto à primeira investidura.
§ 1º O prazo previsto neste artigo poderá ser prorrogado por § 2º A readmissão dar-se-á de preferência no cargo anterior-
igual período, a juízo da autoridade competente para dar posse. mente ocupado, podendo, no entanto, verificar-se em outro de
§ 2º O termo inicial do prazo para a posse de funcionário em igual nível de vencimento, respeitada a habilitação profissional.
férias ou licença, exceto no caso de licença para tratar de interes- § 3º Tratando-se de cargo de carreira, a readmissão só poderá
ses particulares, será o da data em que voltar ao serviço. ser feita em vaga que devesse ser preenchida mediante promoção
Art. 29. Se a posse não se der dentro do prazo legal, o ato de por merecimento, desde que não tenha sido publicado o edital
provimento será tornado sem efeito. para o concurso de promoção.
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Art. 38. A readmissão dependerá sempre de inspeção médica, § 5º Será aposentado no cago anteriormente ocupado o fun-
que promove a capacidade para o exercício do cargo. cionário em disponibilidade que for julgado, incapaz, em inspeção
médica. Para cálculo da aposentadoria será levado em conta o pe-
SEÇÃO IX ríodo da disponibilidade.
DA REVERSÃO. Art. 45. Havendo mais de um concorrente à mesma vaga,
terá preferência o que contar mais tempo de disponibilidade e,
Art. 39. Reversão é o ato pelo qual o funcionário aposentado em igualdade de condições, o de maior tempo de serviço público
reingressa no serviço público, a seu pedido ou “ex-offício”. municipal.
§ 1º A reversão “ex-offício” será feita quando insubsistentes
as razões que determinaram a aposentadoria. SEÇÃO XI
§ 2º Será tornada sem efeito a reversão “ex-offício” e cassada DA READAPTAÇÃO
a aposentadoria do funcionário que reverter e não tomar posse
ou não entrar em exercício dentro do prazo legal. Art. 46. Readaptação é o aproveitamento do funcionário em
§ 3º A reversão a pedido, que será feita a critério da Admi- cargo mais compatível com a sua capacidade física ou intelectual.
nistração; dependerá da existência de cargo vago, bem como da (Vide Decreto nº 4083/2003)
comprovação de capacidade para o exercício do cargo mediante Art. 47. A readaptação, que dependerá sempre de inspeção
inspeção médica. médica, far-se-á:
§ 4º Não poderá reverter à atividade, a pedido, o aposentado I - quando se verificarem modificações no estado físico ou
que tiver mais de 58 (cinquenta e oito) anos de idade. psíquico, ou nas condições de saúde do funcionário, que lhe dimi-
Art. 40. A reversão far-se-á em cargo de idêntica denomina- nuam a eficiência para o exercício do cargo;
ção à daquele ocupado por ocasião da aposentadoria ou, se trans- II - quando se comprovar, em processo administrativo, que a
formado, no cargo resultante da transformação. capacidade intelectual do funcionário não corresponde às exigên-
§ 1º A reversão far-se-á em cargo de idêntica denominação cias do exercício do cargo.
à daquele ocupado por ocasião da aposentadoria ou, se transfor- Art. 48. A readaptação não acarretará diminuição nem au-
mado, no cargo resultante da transformação. mento de vencimento.
§ 2º A reversão “ex-offício” não poderá ter lugar em cargo de Art. 49. A readaptação que será objeto de regulamentação
vencimento ou remuneração inferior ao provento da inatividade. especial, se fará pela atribuição de novos cargos ao funcionário,
§ 3º A reversão, a pedido, a cargo de carreira, dependerá da respeitadas as funções inerentes a carreira a que pertencer ou
existência de vaga que deva ser preenchida mediante promoção mediante transferência.
por merecimento, desde que não tenha sido publicado no Edital
para Concurso de Promoção. CAPÍTULO II
Art. 41. Será contado, para fins de nova aposentadoria, o tem- DO EXERCÍCIO
po em que o funcionário revertido esteve aposentado.
Art. 42. O funcionário revertido após a vigência desta Lei, não SEÇÃO I
poderá ser novamente apresentado, com maiores proventos, an- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
tes de decorridos 5 (cinco) anos de sua reversão, salvo se sobre-
vier moléstia que o incapacite para o serviço público. Art. 50. Exercício é o desempenho das atribuições e respon-
sabilidades do cargo.
SEÇÃO X § 1º O início a interrupção, o reinício e a cessação do exercício
DO APROVEITAMENTO serão registrados no assentamento individual do funcionário.
§ 2º O início do exercício e as alterações que nele ocorrerem
Art. 43. Aproveitamento é a volta do funcionário em disponi- serão comunicados ao órgão de pessoal pelo chefe imediato do
bilidade ao exercício de cargo público. funcionário.
Art. 44. O funcionário em disponibilidade será obrigatoria- Art. 51. O chefe imediato do funcionário é a autoridade com-
mente aproveitado no preenchimento de vaga existente ou que petente para dar-lhe exercício.
se verificar nos quadros do funcionalismo. Art. 52. O exercício do cargo terá início dentro do prazo de 30
§ 1º O aproveitamento far-se-á pedido ou “ex-offício”, respei- (trinta) dias contados:
tada sempre a habilitação profissional. I - da data da posse;
§ 2º O aproveitamento dar-se-á em cargo equivalente, por II - da data da publicação oficial do ato, em qualquer outro
sua natureza e vencimento, ao que o funcionário ocupava quando caso.
posto em disponibilidade. § 1º O prazo referido neste artigo poderá ser prorrogado, por
§ 3º Em nenhum caso poderá efetuar-se o aproveitamento solicitação do interessado e a juízo da autoridade competente,
sem que, mediante inspeção médica, fique aprovada a capacida- desde que a prorrogação não exceda a mais de 30 (trinta) dias.
de para o exercício do cargo. § 2º O funcionário transferido ou removido, quando afastado,
§ 4º Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a em virtude de férias, casamento ou luto, ou quando licenciado,
disponibilidade do funcionário que, aproveitado, não tomar posse exceto no caso de licença para tratar de interesses particulares,
ou não entrar em exercício dentro dos prazos legais. terá 30 (trinta) dias, a partir do término do impedimento, para
entrar em exercício.
§ 3º O funcionário que não entrar em exercício dentro do pra-
zo será exonerado do cargo.
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Art. 53. Nenhum funcionário poderá ter exercício em unidade Art. 62. A remoção prevista no item I do artigo anterior será
diferente daquela em que for designado, salvo nos casos previstos feita mediante Portaria do Prefeito; a prevista no item II, mediante
neste Estatuto ou mediante prévia autorização do Prefeito. ato do respectivo Secretário.
Art. 54. Salvo nos casos previstos no presente Estatuto, o fun- Art. 63. A remoção permuta será processada a pedido dos in-
cionário que interromper o exercício por mais de 30 (trinta) dias teressados, com a concordância das respectivas chefias, a critério
consecutivos, sem motivo justificado, será demitido por abando- da Administração, atendidos os requisitos desta Seção.
no de cargo, após o competente processo administrativo. Art. 64. O funcionário removido deverá assumir de imediato
Art. 55. O afastamento do funcionário para participação em o exercício na unidade para a qual foi deslocado, salvo quando
congressos, certames desportivos, culturais ou científicos poderá em férias ou licença, hipótese em que deverá apresentar-se no
ser autorizado pelo Prefeito ou autoridade competente na forma primeiro dia útil após o término do impedimento.
estabelecida em decreto.
Art. 56. Nenhum funcionário poderá ausentar-se do Municí- SEÇÃO III
pio, para estudo ou missão de qualquer natureza, com ou sem DA SUBSTITUIÇÃO.
ônus para os cofres públicos, sem autorização ou designação ex-
pressa do Prefeito ou autoridade competente. Art. 65. Só haverá substituição remunerada do impedimento
Art. 57. Salvo caso de absoluta conveniência, a juízo do Pre- legal e temporário do ocupante isolado, de provimento efetivo, ou
feito, ou autoridade competente, nenhum funcionário poderá em comissão e de função gratificada.
permanecer por mais de 2 (dois) anos em missão fora do Municí- Art. 66. A substituição remunerada dependente da expedição
pio, nem vir a exercer outra senão depois do decorridos 4 (quatro) de ato da autoridade competente para nomear ou designar e só
anos de exercício efetivo do Município, contados da data da data se efetuará quando imprescindível, em face das necessidades do
do regresso. serviço.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica ao § 1º O substituto, funcionário ou não, exercerá o cargo a fun-
funcionário em exercício de cargo em comissão nos governos da ção gratificada enquanto durar o impedimento do respectivo ocu-
União, dos Estados ou Municípios, hipótese em que poderá per- pante do cargo, sem que lhe caiba o direito de efetivação no cargo
manecer afastado da administração municipal enquanto perdurar ou função.
o comissionamento. § 2º O substituto, durante o tempo que exercerá o cargo ou a
Art. 58. O funcionário preso em flagrante ou preventivamen- função gratificada, terá direito a percebe o vencimento ou a gra-
te, ou recolhido à prisão em decorrência de pronúncia ou conde- tificação respectiva.
nação por crime inafiançável, será considerado afastado do exer- § 3º O substituto, se for funcionário, perderá, durante o tem-
cício do cargo, até a decisão final transitada em julgado. po de substituição, o vencimento ou a remuneração do cargo que
§ 1º Durante o afastamento, o funcionário perderá um terço é ocupante efetivo, se pelo mesmo, não optar. No caso de função
do vencimento ou remuneração, tendo o direito à diferença, se gratificada, percebê-lo-á, cumulativamente, com a gratificação
for, afinal absolvido. respectiva.
§ 2º No caso de condenação, e se esta não for de natureza Art. 67. Quando o ocupante de cargo isolado ou de função
que determine a demissão do funcionário, continuará o mesmo gratificada estiver afastado por medida disciplinar ou inquérito
afastado, na forma deste artigo, até o cumprimento total da pena, administrativo, será substituído por funcionário nomeado ou de-
com direito, apenas, a um terço do vencimento ou remuneração. signado para promover o cargo ou a função.
Art. 59. O funcionário investido em mandato eletivo federal Parágrafo único. O substituto receberá o vencimento ou re-
ou estadual ficará afastado do seu cargo. muneração do cargo ou a gratificação da função na forma do §3º
§ 1º O funcionário investido no mandato do Prefeito Munici- do artigo anterior.
pal será afastado do seu cargo, por todo o período do mandato,
sendo-lhe facultado optar pelo vencimento. SEÇÃO IV
§ 2º o funcionário investido no mandato de Vereador, haven- DA FIANÇA
do compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu
cargo, sem prejuízo dos subsídios a que fizer jus. Havendo incom- Art. 68. O funcionário investido em cargo cujo provimento,
patibilidade, dar-se-á o afastamento do cargo. por disposição legal ou regulamentar, dependendo da fiança, não
§ 3º O período de afastamento, para exercício do mandato, poderá entrar em exercício sem cumprir essa exigência.
será contado como tempo de serviço para todos os efeitos legais, § 1º A fiança poderá ser prestada:
exceto para promoção por merecimento. 1. em dinheiro;
2. em títulos da dívida pública;
SEÇÃO II 3. em apólices de seguro de fidelidade funcional, emitidas por
DA REMOÇÃO instituições oficiais ou empresas legalmente autorizadas.
§ 2º Não poderá ser autorizado o levantamento da fiança an-
Art. 60. Remoção é o deslocamento do funcionário de uma tes de tomadas as contas do funcionário.
unidade para outra. § 3º O responsável por alcance e desvio de material não fica-
Art. 61. A remoção, que se processará a pedido do funcioná- rá isento do procedimento administrativo e criminal que couber,
rio ou “ex-offício”, mediante ato autoridade competente, só po- ainda que o valor da fiança seja superior ao do prejuízo verificado.
derá ser feita:
I - de uma para outra Secretaria; e
II - de uma para outra unidade, dentro da mesma Secretaria.
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SEÇÃO V d) quando o funcionário não entrar em exercício dentro do


DA ACUMULAÇÃO prazo legal.
§ 2º A demissão será aplicada como penalidade.
Art. 69. É vedada a acumulação remunerada de cargos e fun- Art. 76. Ocorrendo a vaga, considerar-se-ão abertas, na mes-
ções públicas, exceto: ma data, as decorrentes de seu preenchimento.
IV - a de 2 (dois) cargos privativos de médico. Parágrafo único. A vaga ocorrerá na data:
I - a de juiz com cargo de professor; I - do falecimento;
II - a de 2 (dois) cargos de professor; II - imediata àquela em que o funcionário completar 70 (se-
III - a de 1 (um) cargo de professor com outro técnico ou cien- tenta) anos de idade, e;
tífico; ou III - da publicação:
§ 1º Em qualquer dos casos previstos neste artigo, a acumu- a) da lei que criar o cargo e conceder dotação para o seu pro-
lação somente será permitida havendo correlação de matérias e vimento ou da que determinar essa última medida, se o cargo es-
compatibilidade de horário. tiver criado;
§ 2º A proibição de acumular se estende a cargos, funções b) da portaria que promover, nomear por acesso, transferir,
e empregos em autarquias, empresas públicas e sociedades de aposentar, exonerar, demitir ou extinguir cargo excedente, cuja
economia mista. dotação permitir o preenchimento do cargo vago.
§ 3º A proibição de acumular proventos não se aplica aos apo- IV - da posse em outro cargo.
sentados quando o exercício de mandato eletivo, quanto ao de
um cargo em comissão, ou quanto ao contrato de prestação de TÍTULO III
serviços técnicos ou especializados. DO TEMPO DE SERVIÇO E DA PROGRESSÃO FUNCIONAL
Art. 70. O funcionário ocupante de cargo efetivo, ou em dis-
ponibilidade, poderá ser nomeado para cargo em comissão, per- CAPÍTULO I
dendo, durante o exercício de cargo, o vencimento ou a remune- DO TEMPO E SERVIÇO
ração do cargo efetivo ou o provento da disponibilidade, salvo se
optar pelo mesmo. Art. 77. A apuração de tempo de serviço será feita em dias,
Art. 71. Não se compreende na proibição de acumular, nem para todos os efeitos legais.
está sujeita a quaisquer limites desde que tenha correspondência § 1º Serão computados os dias de efetivo exercício, à vista do
com a função principal, a percepção das vantagens enumeradas registro de frequência ou da folha de pagamento.
no art. 110. § 2º O número de dias será convertido em anos, considerados
Art. 72. O funcionário não poderá perceber mais de uma fun- sempre este como de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.
ção gratificada, nem participar de mais de um órgão de delibera- § 3º Feita a conversão de que trata o parágrafo anterior, os
ção coletiva. dias restantes até 182 (cento e oitenta e dois) não serão compu-
Art. 73. Verificada a acumulação proibida, deverá o funcioná- tados, arredondando-se para uma ano, na promoção, na aposen-
rio optar por um dos cargos ou funções exercidas. tadoria compulsória ou na aposentadoria por invalidez, quando
Parágrafo único. Provada, em processo administrativo, a má excederem esse número.
fé o funcionário perderá o cargo ou função municipal, sem prejuí- Art. 78. Serão considerados de efetivo exercício os dias em
zo da restituição do que tiver recebido indevidamente. que o funcionário estiver afastado do serviço em virtude de:
Art. 74. As autoridades que tiverem conhecimento de qual- I - férias;
quer acumulação indevida comunicarão no artigo anterior, sob II - casamento, até 8 (oito) dias;
pena de responsabilidade. III - luto pelo falecimento do conjugue, filhos, pais, irmãos,
avós, netos e sogros, até 8 (oito) dias;
CAPÍTULO III IV - exercício de outro cargo no Município, de provimento em
DA VACÂNCIA DE CARGOS comissão;
V - convocação para serviço militar, juri e outros serviços obri-
Art. 75. A vacância de cargo decorrerá de: gatórios por lei;
a) exoneração; VI - exercício de funções de governo ou administração, em
b) demissão; órgão da União, dos Estados, dos Municípios, inclusive de suas
c) promoção; autarquias, sociedades de economia mista, empresas públicas e
d) acesso; fundações;
e) transferência; VII - exercício de função de governo ou administração, em
f) disponibilidade; qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presiden-
g) aposentadoria; te da República;
h) nomeação para outro cargo; VIII - desempenho de mandato legislativo ou Chefia do Poder
i) falecimento. Executivo;
§ 1º Dar-se-á a exoneração: IX - licença para qualquer tratamento de saúde; (Vide Lei
a) a pedido do funcionário; Complementar nº 201/1995)
b) a critério do Prefeito, ou autoridade competente quando X - licença à gestante;
se tratar de ocupante de cargo em comissão; XI - licença-prêmio;
c) quando o funcionário não satisfazer as condições previstas
no art. 24, e;
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XII - missão de estudos noutros pontos do território nacional Art. 90 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
ou no estrangeiro, quando o afastamento houver sido expressa- Art. 91 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
mente autorizado pelo Prefeito; Art. 92 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
XIII - faltas ao serviço, até 1 (um) dia por mês, não excedentes Art. 93 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
a 6 (seis) por ano, consideradas abonadas, observada a regula- Art. 94 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
mentação a ser editada pelo Executivo. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 29/1991) (Regulamentado pelo Decreto nº SEÇÃO II (REVOGADO PELA LEI COMPLEMENTAR Nº
6146/2012) 758/2012)
XIV - doação voluntária de sangue, devidamente comprova-
da por meio de atestado, no dia da contribuição, limitada a três Art. 96 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
doações a cada doze meses de trabalho, respeitado o intervalo
mínimo de três meses entre cada doação. (Redação dada pela Lei SEÇÃO III (REVOGADO PELA LEI COMPLEMENTAR Nº
Complementar nº 619/2008) 758/2012)
XV - afastamento por processo administrativo, se o funcioná-
rio for declarado inocente ou se a pena imposta for de repreensão Art. 98 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
ou multa; e, ainda, os dias que excederem o total da pena de sus- Art. 99 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
pensão efetivamente aplicada. Art. 100 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
XVI - licença-adoção. (Redação acrescida pela Lei Comple-
mentar nº 607/2007) CAPÍTULO III (REVOGADO PELA LEI COMPLEMENTAR Nº
Art. 79. Na contagem do tempo, para todos os efeitos desta 758/2012)
lei, computar-se-á integralmente: Art. 102 (Revogado pelas Leis Complementares nº 70/1992 e
a) o tempo de serviço em outro cargo ou função pública do nº 758/2012)
Município, anteriormente exercido pelo funcionário; Art. 103 (Revogado pelas Leis Complementares nº 70/1992 e
b) o período de serviço executivo ativo no Exército, na Arma- nº 758/2012)
da, nas Forças Armadas e nas auxiliares, prestado durante a paz, Art. 104 (Revogado pelas Leis Complementares nº 70/1992 e
computando-se pelo dobro, o tempo em operações de guerra; nº 758/2012)
c) o número em dias em que o funcionário houver trabalhado Art. 105 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
como extranumerário no Município; Art. 106 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
d) período em que o funcionário tiver desempenhado, me- Art. 107 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
diante autorização do Prefeito ou autoridade competente, cargos Art. 108 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
ou funções federais, estaduais ou municipais; e, Art. 109 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
e) o tempo de serviço prestado pelo funcionário às organiza-
ções autárquicas do Município. TÍTULO IV
Art. 80. O tempo de serviço público não prestado ao Municí- DOS DIREITOS E VANTAGENS DE ORDEM PECUNIÁRIA
pio, somente será computado à vista de certidão ou comunicação
de frequência passada pela autoridade competente. CAPÍTULO I
Art. 81. O tempo de mandato eletivo federal, estadual ou mu- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
nicipal, será contado apenas para fins de aposentadoria, disponi-
bilidade e promoção por antiguidade. Art. 110. Além do vencimento do cargo, o funcionário poderá
Art. 82. É vedada a acumulação de tempo de serviço simulta- ter direito às seguintes vantagens:
neamente prestado, em dois ou mais cargos em funções, à União, I - diárias;
estados ou municípios. (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006)
Parágrafo único. Em regime de acumulação de cargos, é ve- (Revogado pela Lei Complementar nº 1163/2022)
dado contar tempo de um dos cargos para reconhecimento dos (Revogado pelas Leis Complementares nº 592/2006 e nº
direitos ou vantagens do outro. 1163/2022)
Art. 83. Não será computado, para nenhum efeito, o tempo V - gratificações;
de serviço gratuito, exceto o previsto na Lei Municipal nº 4.193, VI - adicional por tempo de serviço;
de 13 de junho de 1978. VII - sexta parte;
VIII - outras vantagens ou concessões pecuniárias previstas
CAPÍTULO II em leis especiais ou neste Estatuto.
DA PROMOÇÃO Art. 111 (Revogado pela Lei Complementar nº 1163/2022)
Art. 112. É proibido, fora dos casos expressamente consigna-
SEÇÃO I (REVOGADO PELA LEI COMPLEMENTAR Nº dos neste Estatuto, ceder ou gravar vencimento, remuneração e
758/2012) quaisquer vantagens decorrentes do exercício de cargo público.

Art. 85 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)


Art. 86 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
Art. 87 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
Art. 88 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
Art. 89 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
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CAPÍTULO II Art. 119. As reposições devidas pelos funcionários e as indeni-


DO VENCIMENTO, DA REMUNERAÇÃO, DO HORÁRIO E zações por prejuízos causados à Fazenda Pública Municipal, serão
DO PONTO. descontadas em parcelas mensais não excedentes da décima par-
te do vencimento ou remuneração, ressalvados os casos especiais
Art. 113. Vencimento é a retribuição mensal paga ao funcio- previstos neste estatuto.
nário pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao nível fi- Parágrafo único. Não caberá o desconto parcelado, quando
xado em lei. o funcionário solicitar exoneração, for demitido, ou abandonar o
Art. 114. Remuneração é a soma do vencimento e demais cargo.
vantagens pagas ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo. Art. 120. Não incidirão descontos sobre o vencimento ou a
Art. 115. Somente nos casos previstos em lei poderá perce- remuneração do servidor, ressalvados: (Redação dada pela Lei
ber vencimento ou remuneração funcionário que não estiver no Complementar nº 726/2011) (Regulamentado pelo Decreto nº
exercício do cargo. 7766/2017)
Art. 116. O funcionário não sofrerá quaisquer descontos no I - os decorrentes de imposição legal ou ordem judicial; (Reda-
vencimento ou remuneração, nos casos previstos no art. 78. ção dada pela Lei Complementar nº 726/2011)
Art. 117. Perderá o vencimento ou remuneração do cargo efe- II - as consignações prévia e expressamente autorizadas pelo
tivo o funcionário: servidor para contratos ou convênios firmados em seu benefício
I - nomeado para cargo em comissão, salvo o direito de opção; pelo Município, suas autarquias e fundações ou pelos Sindicatos
II - quando designado para servir em qualquer órgão da União, representantes dos servidores públicos municipais de Santos. (Re-
dos Estados, dos Municípios e de suas autarquias, sociedades de dação dada pela Lei Complementar nº 726/2011)
economia mista, empresas públicas ou fundações, ressalvadas as § 1º Os descontos autorizados na forma do inciso II do “caput”:
exceções previstas em lei; I - não excederão a 40% (quarenta por cento) do valor líquido
III - nas demais hipóteses previstas em lei. mensal percebido pelo servidor, os quais podem ser distribuídos
Art. 118. O funcionário perderá: entre operações referentes a empréstimos ou financiamentos
I - o vencimento ou remuneração do período ou do dia quan- realizados perante instituições financeiras ou por intermédio de
do não comparecer ao serviço, salvo motivo legal, ou quando o cartão de crédito, amortização de despesas e aquisição de bens
fizer após a hora seguinte à marcada para o início dos trabalhos por meio de cartão de crédito, e entre as demais consignações
ou se retirar antes da última hora; autorizadas pelo servidor, inclusive para as operações de emprés-
II - o vencimento ou remuneração correspondente a uma timos pessoais.
hora diária de trabalho, quando comparecer ao serviço dentro da a) as operações realizadas por meio de cartão de crédito não
hora seguinte à marcada para o início dos trabalhos, ou quando se poderão ultrapassar o limite de 10% (dez por cento) e a soma das
retirar até a uma hora antes de findo o período de trabalho; demais operações não poderá ultrapassar o limite de 30% (trinta
III - 1/3 (um terço) do vencimento ou da remuneração diá- por cento);
ria, durante o afastamento por motivo de suspensão preventiva, b) deverá ser observado o mesmo percentual por ocasião da
prisão preventiva, prisão administrativa, pronúncia por crime co- renovação prevista no inciso II;
mum ou denúncia por crime funcional, ou ainda, condenação por c) a regulamentação das operações, limites e demais condi-
crime inafiançável em processo no qual não haja pronúncia, com ções será disciplinada por meio de decreto. (Redação dada pela
direito à diferença, se absolvido; Lei Complementar nº 1195/2023)
IV - 2/3 (dois terços) do vencimento ou da remuneração, du- II - poderão ser renovados, com permissão expressa do servi-
rante o período do afastamento, em virtude de condenação por dor. (Redação dada pela Lei Complementar nº 726/2011)
sentença definitiva, quando a pena não determine demissão; § 2º As importâncias descontadas mensalmente, em favor
V - os vencimentos totais durante o afastamento por moti- dos sindicatos, deverão ser repassadas até o décimo dia útil do
vo de suspensão definitiva, ou de suspensão preventiva ou prisão mês subsequente ao desconto, sob pena de incidir juros legais e
administrativa decretadas em caso de alcance ou malversação de encargos de atualização monetária. (Redação dada pela Lei Com-
dinheiros públicos. plementar nº 726/2011)
§ 1º No caso de faltas sucessivas, serão computados, para § 3º As averbações de consignações em folha de pagamen-
efeito de descontos, os dias intercalados, domingos, feriados e to, em especial aquelas relativas à amortização de empréstimos
aqueles em que não haja expediente. / financiamento, inclusive, os realizados por intermédio de cartão
§ 2º O funcionário que, por doença, não puder comparecer de crédito, poderão ser autorizados eletronicamente, através de
ao serviço, fica obrigado a fazer pronta comunicação de seu esta- comandos seguros e mecanismos eletrônicos desenvolvidos pelas
do ao chefe imediato, para o necessário exame médico. instituições financeiras que garantam o sigilo dos dados cadas-
§ 3º Se o médico que tiver examinado o funcionário declarar trais, a segurança e a comprovação da aceitação da operação rea-
expressamente a impossibilidade do seu comparecimento ao ser- lizada pelo servidor. (Redação acrescida pela Lei Complementar
viço, não perderá ele o vencimento ou remuneração, desde que as nº 898/2015)
faltas não excedam a três durante o mês. Art. 121. A partir da data da publicação da Portaria que o pro-
§ 4º Verificada, em qualquer tempo, ter sido graciosa a decla- mover, ao funcionário, licenciado ou não, ficarão assegurados os
ração médico, o órgão competente promoverá a responsabilidade direitos do vencimento ou remuneração decorrentes da promo-
dos faltosos, para a devida punição. ção.
§ 5º O comparecimento depois da primeira hora do expedien- Art. 122. O período de trabalho, nos casos de comprovada
te ou a retirada antes da última hora, serão computados como necessidade, poderá ser antecipadamente ou prorrogado pelos
ausências, para todos os efeitos legais. chefes das unidades.
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Parágrafo único. No caso de antecipação ou prorrogação, será CAPÍTULO IV


remunerado o trabalho extraordinário, na forma estabelecida no DO SALÁRIO-FAMÍLIA E DO SALÁRIO ESPOSA
Capítulo V do Título IV deste Estatuto.
Art. 123. As jornadas mínimas de trabalho diárias (4, 6 e 8 Art. 133 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006)
horas), que cada cargo de provimento efetivo está sujeito, são as Art. 134 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006)
previstas na legislação vigente. Art. 135 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006)
Art. 124. Nos dias úteis, só por determinação do Prefeito po- Art. 136 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006)
derão deixar de funcionar as repartições públicas, ou ser suspenso Art. 137 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006)
o expediente. Art. 138 (Revogado pela Lei Complementar nº 1163/2022)
Art. 125. A frequência do funcionário será apurada: Art. 139 (Revogado pela Lei Complementar nº 1163/2022)
I - pelo ponto; e,
II - pela forma determinada em regulamento, quanto aos fun- CAPÍTULO V
cionários não sujeitos ao ponto. DAS GRATIFICAÇÕES
Art. 126. Ponto é o registro que assinala o comparecimento
do funcionário ao serviço e pelo qual se verifica, diariamente, a Art. 140. Será concedida gratificação ao funcionário:
sua entrada e saída. I - pela função;
§ 1º Para registro de ponto serão usados, de preferência, II - pela prestação de serviço extraordinário;
meios mecânicos. III - pela representação de gabinete;
§ 2º Para registro de ponto serão usados, de preferência, IV - pelo exercício em determinadas zonas ou locais;
meios mecânicos. V - pela execução de trabalho de natureza especial, com risco
Art. 127. Aos funcionários que forem alunos de estabeleci- de vida ou saúde;
mentos de ensino de cursos de 1º e 2º graus, e superior, oficiais VI - pela elaboração ou execução de trabalho técnico ou cien-
ou oficializados, fica facultado assinar o ponto de entrada até 30 tífico, ou de utilidade para o serviço público;
(trinta) minutos após o início do expediente, quando frequenta- VII - por serviço ou estudo no estrangeiro;
rem as aulas no período da manhã, e saída até 30 (trinta) minutos VIII - pela participação em órgão de deliberação coletiva;
antes do término do expediente, quando frequentarem as aulas IX - por outros encargos previstos em lei.
no período noturno, desde que requeiram este benefício, acom- X - pelo exercício do encargo de auxiliar ou membro de banca
panhado de atestado comprobatório, subscrito pelo Diretor do e comissões de concurso; e
colégio no qual estejam matriculados. XI - por outros encargos previstos em lei.
Parágrafo único. Gozarão dos benefícios deste artigo os estu- Parágrafo único. O disposto no item X, deste artigo, aplicar-
dantes de estabelecimentos oficiais ou oficializados, sob fiscaliza- -se-á quando o serviço for executado fora do período normal ou
ção federal ou estadual, de cursos que, direta ou indiretamente, extraordinário a que tiver sujeito o funcionário, no desempenho
contribuam para o aperfeiçoamento intelectual dos servidores. de seu cargo.
Art. 141. Função gratificada é a instituída em lei para atender
CAPÍTULO III a encargos de chefia e outros que não justifiquem a criação de
DAS DIÁRIAS cargo.
Art. 142. O desempenho de função gratificada será atribuída
Art. 128. Ao funcionário que se deslocar temporariamente da ao funcionário mediante ato expresso.
respectiva sede, no desempenho de suas atribuições, poderá ser Art. 143. A gratificação de função será percebida cumulativa-
concedida, além do transporte, uma diária a título de indenização mente com os vencimentos ou remuneração do cargo.
das despesas de alimentação e pousada. Art. 144. Não perderá a gratificação de função o funcionário
§ 1º Entende-se por sede, a cidade ou localidade onde o fun- que se ausentar em virtude de fárias, luto, casamento, licença-
cionário tem exercício. -prêmio e nos afastamento remunerados previstos neste Estatuto,
§ 2º Entende-se por sede, a cidade ou localidade onde o fun- ou quando em serviços obrigatórios por lei ou de atribuições de-
cionário tem exercício. correntes de sua função.
Art. 129. O cálculo de diária será feito na base do valor do Art. 145. A gratificação pela prestação de serviço extraordiná-
nível do cargo. rio ou pelo exercício de cargos ou funções específicas, será:
Art. 130. A tabela de diárias, bem como as autoridade que a) previamente arbitrada pelo Prefeito, ou autoridade com-
as concederem, deverão constar de regulamento expedido pelo petente, e;
Prefeito, ou autoridade competente. b) paga por hora de trabalho prorrogado ou antecipado.
Art. 131. O funcionário que, indevidamente, receber diárias, § 1º A gratificação a que se refere a alínea “a”, não poderá
será obrigado a restituir, de uma só vez, a importância recebida, exceder a 1/3 (um terço) do vencimento mensal do funcionário.
ficando ainda sujeita à punição disciplinar. § 2º No caso de alínea “b”, a gratificação será paga por hora
Art. 132. É vedado conceder diárias com o objetivo de remu- de trabalho antecipada ou prorrogada, com o acréscimo de 25%
nerar outros encargos ou serviços. (vinte e cinco por cento).
Parágrafo único. Será punido com a pena de suspensão, e, na § 3º Esta gratificação não poderá exceder a 1/3 (um terço) do
reincidência, com a demissão a bem do serviço público, o funcio- vencimento de um dia.
nário que infringir o dispositivo neste artigo. § 4º Em se tratando de serviço extraordinário noturno, o valor
da hora será acrescido de 50% (cinquenta por cento).

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§ 5º Em se tratando de domingos e feriados, a gratificação CAPÍTULO VI


será paga em dobro. DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO.
§ 6º A supressão do pagamento da gratificação referida na
alínea “b” por um período ininterrupto superior a 6 (seis) meses Art. 154. O funcionário terá direito, após cada período de cin-
de efetivo exercício, assegura ao funcionário que a tiver recebido co anos, contínuos ou não, à percepção de adicional por tempo de
durante pelo menos 2 (dois) anos, o direito a indenização corres- serviço público municipal, calculado sobre o vencimento do cargo,
pondente ao valor de um mês da gratificação suprimida para cada da seguinte forma:
ano ou fração igual ou superior a seis meses, observando-se no I - de 5 (cinco) a 10 (dez) anos - 5% (cinco por cento);
cálculo, a média das horas extraordinárias efetivamente trabalha- II - de 10 (dez) a 15 (quinze) anos - 11% (onze por cento);
das nos últimos 12 (doze) meses da prestação de serviços extraor- III - de 15 (quinze) a 20 (vinte) anos - 16% (dezesseis por cen-
dinário do dia da supressão. (Redação dada pela Lei Complemen- to);
tar nº 465/2002) IV - de 20 (vinte) a 25 (vinte e cinco) anos - 22% (vinte e dois
§ 7º Ao funcionário beneficiado pelas disposições do parágra- por cento);
fos anterior, somente será permitido o pagamento de uma indeni- V - de 25 (vinte e cinco) a 30 (trinta) anos - 28% (vinte e oito
zação a cada 5 (cinco) anos. (Redação acrescida pela Lei Comple- por cento);
mentar nº 465/2002) VI - de 30 (trinta) a 35 (trinta e cinco) anos - 35% (trinta e
Art. 146. A gratificação atribuída na forma da alínea “a” do cinco por cento);
artigo anterior, será incorporada aos vencimentos do funcionário, VII - de mais de 35 (trinta e cinco) anos - 41% (quarenta e um
ou inativo para todos os efeitos legais, desde que tenha percebi- por cento).
do, esteja percebendo ou venha a venha percebê-la por período § 1º O adicional será calculado sobre vencimento do nível ou
mínimo de 2 (dois) anos ininterruptos, ou intercalados. do símbolo do cargo que estiver exercendo o funcionário, não se
§ 1º Os períodos de férias e de licença remuneradas não in- computando percentagens, gratificações ou outras vantagens.
terrompem a contagem do prazo, a que se refere este artigo. § 2º Os percentuais fixados neste artigo são mutuamente ex-
§ 2º A incorporação de que trata este artigo, dar-se-á auto- clusivos, não podendo ser percebidos cumulativamente.
maticamente, independentemente de despacho, a partir da data Art. 155. O adicional por tempo de serviço será devido a partir
da apresentação do requerimento na Seção de Protocolo Geral e do dia imediato àquele em que o funcionário tiver completado o
incidirá sempre sobre o valor do nível do cargo efetivo ocupado período aquisitivo.
pelo funcionário ou inativo. Art. 156. Para o efeito da percepção do adicional por tempo
Art. 147. A gratificação pelo exercício em determinadas zonas de serviço prestado antes da efetivação, a qualquer título, em ou-
ou locais será determinada em lei. tro lugar cargo público municipal ou como extranumerário muni-
Art. 148. Quando em serviço de natureza insalubre ou de pe- cipal.
riculosidade, os funcionários farão jús a um acréscimo percentual § 1º Em nenhuma hipótese, porém, qualquer que seja o tem-
em seus vencimentos ou no salário normal. po de serviço anterior à efetivação, poderá o funcionário perceber
Art. 149. A gratificação pela elaboração ou execução de tra- adicionais, senão a partir de sua nomeação efetiva.
balho técnico ou científico, ou de utilidade para o serviço público § 2º Não aproveitará para a percepção do adicional, o tempo
será arbitrada pelo Prefeito, após sua conclusão. de serviço prestado, a qualquer autarquia ou entidade paraesta-
Art. 150. A gratificação relativa ao exercício em órgão legal de tal.
deliberação coletiva, será fixada em lei. Art. 157. Será computado para efeito de percepção do adi-
Art. 151. A gratificação a título de representação, quando o cional todo o tempo em que o funcionário municipal permane-
funcionário for designado para serviço ou estudo fora do Municí- cer licenciado do exercício do cargo para qualquer tratamento de
pio, será arbitrada pelo Prefeito, podendo ser recebida cumulati- saúde.
vamente com a diária. Art. 158. O disposto neste Capítulo aplica-se aos inativos, no
Art. 152. É vedado conceder gratificação por serviço extraor- que couber.
dinário com o objetivo de remunerar outros serviços ou encargos. Art. 159. O Adicional por tempo de serviço previsto no art.
§ 1º O funcionário que receber importância relativa a serviço 154 incorpora-se ao vencimento para todos do efeitos legais, ob-
extraordinário que não prestou, será obrigado a restituí-la de uma servados a forma e o cálculo nele determinados.
só vez, ficando sujeito à punição disciplinar.
§ 2º A autoridade que infringir o disposto neste artigo será CAPÍTULO VII
responsabilizado. DA SEXTA PARTE DO VENCIMENTO
Art. 153. Será punido com pena de suspensão e, na reinci-
dência, com a demissão a bem do serviço público, o funcionário: Art. 160. O funcionário que completar 25 (vinte e cinco) anos
I - que afastar falsamente a prestação de serviço extraordi- de efetivo exercício público municipal perceberá importância
nário; equivalente à sexta parte do seu vencimento.
II - que se recusar, sem justo motivo, a prestação de serviço Parágrafo único. O benefício deste artigo é extensivo aos fun-
extraordinário. cionário aposentados.
Art. 161. A sexta-parte incorpora-se ao vencimentos para to-
dos os efeitos legais.

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CAPÍTULO VIII Art. 171. O funcionário terá preferência na locação de imóvel


DAS OUTRAS CONCESSÕES PECUNIÁRIAS pertencente ao Município, para sua moradia, desde que não seja
necessário aos serviços públicos.
Art. 162. Ao funcionário licenciado para tratamento de saúde
que, por exigência do laudo médico, tenha de se ausentar da sede TÍTULO V
do serviço será concedido transporte por conta da municipalida- DOS DIREITOS E VANTAGENS DE ORDEM GERAL.
de, inclusive para uma pessoa da família.
Art. 163. Ao funcionário estudante será permitido faltar ao CAPÍTULO I
serviço, sem prejuízo dos vencimentos ou outras vantagens do DAS FÉRIAS
cargo, para prestação de prova ou exame, cujo horário coincida
com o da unidade em que estiver lotado. Art. 172. O funcionário gozará, obrigatoriamente, férias
Art. 164. À família do funcionário ou do inativo falecido, será anuais de 30 (trinta) dias corridos.
concedido a título de auxílio-funeral importância correspondente § 1º É proibido levar à conta de férias, para compensação,
a um mês de vencimento ou remuneração, ou provento. qualquer falta ao trabalho.
§ 1º Na falta de pessoa da família, quem provar ter custeado § 2º O funcionário adquirirá o direito férias, após o decurso
o sepultamento do funcionário, será reembolsado das respectivas do primeiro ano de exercício.
despesas até o limite do vencimento ou remuneração § 3º É proibida a acumulação de férias, salvo por absoluta ne-
§ 2º Para efeito de pagamento, deverá ser apresentado re- cessidade de serviço e pelo máximo de dois anos consecutivos,
querimento instruído com atestado de óbito e comprovante de inclusive aos ocupantes de cargos em comissão. (Redação dada
despesas com o funeral. pela Lei Complementar nº 844/2014)
Art. 165. Quando o funcionário falecer fora de sua sede, no § 4º (Revogado pela Lei Complementar nº 844/2014)
desempenho de serviço, poderá ser concedido transporte, para § 5º Tendo em vista a proibição de acumulação de férias,
que sua família retorne ao local do seu domicílio. incorporarão em pena de responsabilidade as chefias que impe-
§ 1º Essa concessão poderá ser feita, ainda que o falecimento direm o gozo de férias aos funcionários em relação aos quais já
tenha se dado no estrangeiro. tenha sido permitida a acumulação máxima prevista no
§ 2º Só serão atendidos os pedidos de transporte formulados Art. 173. Anualmente, a Chefia de cada unidade organizará,
dentro do prazo de um ano, a partir da data em que houver fale- no mês de dezembro, e escala de férias para o ano seguinte, alte-
cido o funcionário. rável de acordo com a conveniência dos serviços.
Art. 166 (Revogado pela Lei Complementar nº 1163/2022) § 1º O Chefe da unidade, embora incluído na escala de férias,
Art. 167. Os funcionários que exerçam funções externas, po- não poderá gozá-la sem prévia autorização superior.
derão receber, a critério do Prefeito Municipal, levando-se em § 2º Organizada a escala, deverá ser dada ciência da mesma
conta a natureza do serviço a ser executado, uma importância aos funcionários.
mensal para atender às despesas de transportes. Art. 174. O funcionário promovido, transferido ou removido,
Parágrafo único. O pagamento de que trata este artigo, não quando em gozo de férias, não está obrigado a apresentar-se an-
será incorporado aos vencimentos dos funcionários para nenhum tes de terminá-las.
efeito, nem está sujeito à comprovação. Art. 175. Os dias de férias não gozadas, por necessidade de
Art. 168. Aos médicos, dentistas e demais integrantes de equi- serviço, poderão ser contados em dobro para todos os efeitos,
pes plantonistas que prestam serviços junto aos postos de pronto- mediante solicitação do funcionário.
-socorro em plantões de, no mínimo 12 (doze) horas diárias, será Parágrafo único. A contagem de férias em dobro tem caráter
atribuído uma importância mensal por plantão, para atender as irreversível.
despesas de refeição, que independem de comprovação.
Parágrafo único. O pagamento de que trata este artigo, não CAPÍTULO II
será incorporado os vencimentos dos funcionários para qualquer DAS LICENÇAS
efeito.
Art. 169. É assegurado a todo funcionário que contar um ou SEÇÃO I
mais anos de efetivo exercício, abono de Natal correspondente DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
ao nível ou símbolo de cargo que estiver ocupando, acrescido das
vantagens incorporadas, verba de representação e gratificações, Art. 176. Conceder-se-á licença: (Vide Lei Complementar nº
nessas incluídas, na proporção do valor médio anual, as que lhe 201/1995)
tenham sido pagas na forma do art. 145, alínea b, §§ 2º a 5º, desta I - para tratamento de saúde;
Lei. (Redação dada pela Lei Complementar nº 58/1992) II - quando acidentado no exercício de suas atribuições de
§ 1º O funcionário com menos de um ano de efetivo exercício, doença profissional;
receberá tantos duodécimos quantos forem os meses de serviços III - por motivo de doença em pessoa da família;
prestados desprezando-se as frações inferiores a 15 (quinze) dias. (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006)
§ 2º O pagamento do abono de que trata este artigo, será V - para cumprir serviços obrigatórios por lei;
feito da seguinte forma: 50% (cinquenta por cento) ao mês de no- VI - para tratar de interesses particulares;
vembro e 50% (cinquenta por cento) até o dia 24/12. VII - por motivo de afastamento de cônjuge, funcionário civil
Art. 170. O abono de Natal será concedido aos inativos na ou militar; e
mesma base e condições do artigo anterior. VIII - licença-prêmio.

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IX - por motivo de paternidade. (Redação acrescida pela Lei Art. 185. O funcionário licenciado nos termos do art. 183, terá
Complementar nº 883/2015) sua licença reavaliada a cada 3 (três) meses, por uma junta mé-
Art. 177. A licença dependente da inspeção médica, será con- dica, podendo ser readaptado para exercer funções compatíveis
cedida pelo prazo indicado no respectivo laudo, pelo órgão oficial com o seu estado físico ou mental. (Redação dada pela Lei Com-
competente. plementar nº 1163/2022)
Parágrafo único. Findo esse prazo, o funcionário será subme- Art. 186. O funcionário licenciado para tratamento de saúde
tido à nova inspeção e o laudo médico concluirá pela sua volta ao é obrigado a reassumir o exercício, ser for considerado apto em
serviço, pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria. inspeção médica, realizada.
Art. 178. Finda a licença, o funcionário deverá reassumir, ime-
diatamente, o exercício do cargo salvo prorrogação. SEÇÃO III
Art. 179. A licença poderá ser prorrogada “ex-offício” ou me- DA LICENÇA AO FUNCIONÁRIO ACIDENTADO NO EXERCÍ-
diante solicitação do funcionário. CIO DE SUAS ATRIBUIÇÕES OU ATACADO DE DOENÇA PROFIS-
§ 1º O pedido de prorrogação deverá ser apresentado pelo SIONAL
menos, 5 (cinco) dias antes de findo o prazo da licença.
§ 2º Se esse pedido for indeferido, contar-se-á como de licen- Art. 187. O funcionário acidentado no exercício de suas atri-
ça o período compreendido entre a data de determinação desta e buições, ou que tenha adquirido doença profissional, terá direito
a do conhecimento oficial do despacho denegatório. à licença com vencimento ou remuneração integral.
Art. 180. O funcionário licenciado nos termos dos incisos I e § 1º Entende-se por doença profissional a que se deve atri-
II do art. 177, não poderá dedicar-se a qualquer atividade remu- buir, com relação de efeito e causa, às condições inerentes ao ser-
nerada, sob pena de ser cassada a licença e de ser demitido por viço ou a fatos nele ocorridos.
abandono de cargo, caso não reassuma o seu exercício dentro do § 2º Acidente é o evento danoso que tenha com causa, me-
prazo de 30 (trinta) dias. diata ou imediata, o exercício das atribuições inerentes ao cargo.
§ 1º O funcionário ficará obrigado a seguir rigorosamente o (Vide Lei Complementar nº 201/1995)
tratamento médico adequado à doença, sob pena de lhe ser sus- § 3º Considera-se também acidente, agressão sofrida e não
penso o pagamento do vencimento ou remuneração. comprovada pelo funcionário no exercício de suas atribuições.
§ 2º O Serviço Médico do Pessoal fiscalizará a observância do (Vide Lei Complementar nº 201/1995)
disposto no parágrafo anterior. § 4º A comprovação do acidente, indispensável para a con-
Art. 181. O funcionário que recusar a submeter-se à inspe- cessão da licença, deverá ser feita em processo regular, no prazo
ção médica, quando julgada necessária, será punido com pena de máximo de 8 (oito) dias.
suspensão. § 5º O tratamento do acidentado em serviço correrá por con-
Parágrafo único. A suspensão cessará no dia em que se reali- ta dos cofres municipais ou de assistência social, mediante acordo
zar a inspeção. com o Município.
Art. 182. O funcionário poderá desistir da licença, desde que
em inspeção médica, fique comprovada a cessação dos motivos SEÇÃO IV
determinantes da licença. DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA
FAMÍLIA
SEÇÃO II
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE Art. 188. O funcionário poderá obter licença por motivo de
doença do cônjuge e de parentes até segundo grau, quando veri-
Art. 183. Ao funcionário que, por motivo de saúde, estiver im- ficada, em inspeção, em inspeção médica, ser indispensável a sua
possibilitado para o exercício do cargo, será concedida, a pedido assistência pessoal, impossível de ser prestada simultaneamente
ou “ex-offício”, licença para tratamento de saúde com vencimento com o exercício do cargo.
ou remuneração. Parágrafo único. A licença de que trata este artigo não poderá
§ 1º Num e outro caso é indispensável a inspeção médica, a ultrapassar o prazo de 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei
ser feita pelo Serviço Médico do Pessoal. Complementar nº 1163/2022)
§ 2º (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006) Art. 189. A licença será concedida com vencimento ou re-
§ 3º (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006) muneração integral por até 3 (três) meses, com 2/3 (dois ter-
§ 4º O atestado médico e o laudo deverão indicar minuciosa ços) do vencimento ou remuneração excedendo esse prazo até
e claramente a natureza e a sede do mal de que está atacado o 6 (seis) meses, e sem vencimento ou remuneração do sétimo até
funcionário. o décimo segundo mês. (Redação dada pela Lei Complementar nº
§ 5º Verificando-se, em qualquer tempo, ter sido gracioso 1163/2022)
atestado ou o laudo da junta, a Secretaria de Higiene e Saúde re-
presentará ao Prefeito no sentido de promover a responsabilidade SEÇÃO V
do funcionário beneficiário pela fraude. Igual procedimento será DA LICENÇA À GESTANTES
adotado quanto aos médicos, quando estes forem funcionários
do Município; aos demais médicos serão impostas as penalidades Art. 190 - À funcionária gestante será concedida, mediante
que lhes couberem nos termos da legislação vigente. inspeção médica, licença de 180 (cento e oitenta) dias, com venci-
Art. 184 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006) mento ou remuneração integral.

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Parágrafo Único - Salvo prescrição médica em contrário, a li- § 1º A licença será concedida mediante pedido, devidamente
cença será concedida a partir do início do oitavo mês de gestação. instruído com documento oficial que prove a transferência, e vigo-
(Redação dada pela Lei Complementar nº 626/2008) rará pelo prazo máximo de 24 (vinte e quatro) meses.
Art. 191 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006) § 2º Findo o prazo a que se refere o parágrafo anterior, a fun-
cionária será posta em disponibilidade, sem vencimento ou remu-
SEÇÃO VI neração, na forma do Capítulo III.
DA LICENÇA PARA CUMPRIR SERVIÇOS OBRIGATÓRIOS
POR LEI SEÇÃO IX
DA LICENÇA PRÊMIO
Art. 192. Ao funcionário que for convocado para o serviço mi-
litar ou estágios militares obrigatórios, bem como para o cumpri- Art. 199. Após cada quinquênio de efetivo e ininterrupto exer-
mento de outros serviços públicos obrigatórios por lei, será con- cício no serviço público municipal, ao funcionário que a requerer
cedida licença sem prejuízo de direitos e vantagens de seu cargo, conceder-se-á licença-prêmio, de 3 (três) meses, com todos os di-
com vencimento ou remuneração integral. reitos e vantagens do cargo que estiver ocupando.
Art. 193. O funcionário desincorporado reassumirá o exercí- § 1º Será contado para efeito desta licença, o tempo de ser-
cio do cargo dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da data viço anteriormente prestado como extranumérico do Município,
da desincorporação. desde que não tenha havido solução de continuidade.
Art. 194. Ao funcionário que houver feito curso para ser ad- § 2º Essa licença poderá ser concedida em parcelas não infe-
mitido oficial reserva das Forças Armadas será também concedida riores a 1 (um) mês.
licença sem vencimentos durante os estágios prescritos pelos re- § 3º O funcionário deverá aguardar em exercício a concessão
gulamentos militares. da licença.
§ 4º Não prescreve direito ao gozo da licença-prêmio.
SEÇÃO VII Art. 200. O funcionário autorizado a cumprir jornada de tra-
DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES balho superior a mínima fixada para seu cargo, somente poderá
gozar a licença-prêmio com vencimentos equivalentes a essa jor-
Art. 195. Depois de 3 (três) anos de efetivo exercício no cargo, nada, após o decurso de 5 (cinco) anos consecutivos de exercício
o funcionário estável poderá obter licença sem vencimento ou re- na mesma.
muneração, para tratar de interesses particulares. (Redação dada Art. 201. Não se concederá licença-prêmio se houver o fun-
pela Lei Complementar nº 1163/2022) cionário em cada quinquênio:
§ 1º A licença será concedida pelo prazo máximo de 1 (um) I - sofrido pena de suspensão;
ano, podendo ser prorrogada por mais 1 (um) ano, a pedido justi- II - faltado ao serviço, por mais de 10 (dez) dias, consecutivos
ficado, caso não prejudique o serviço público municipal. ou não, injustificadamente;
§ 2º O funcionário deverá aguardar em exercício a concessão III - gozado licença:
da licença. a) para tratamento de saúde por prazo superior a 90 (noven-
§ 3º A licença poderá ser negada, quando o afastamento for ta) dias consecutivos ou não, exceto se decorrente de acidente
inconveniente ao interesse do serviço. de trabalho; (Redação dada pela Lei Complementar nº 237/1996)
§ 4º O funcionário poderá desistir da licença, a qualquer tem- b) por motivo de doença em pessoa de família por mais de 30
po reassumido o cargo em seguida. (trinta) dias, consecutivos ou não;
Art. 196. Não será concedida licença para tratar de interesses c) para tratar de interesses particulares, por qualquer perío-
particulares ao funcionário nomeado, removido ou transferido, do;
antes de assumir o exercício do cargo. d) por motivo de afastamento do cônjuge, funcionário civil ou
Art. 197. Só poderá ser concedida nova licença depois de militar, por qualquer período.
decorridos dois anos da determinação da anterior, que ela tenha Art. 202. Para todos os efeitos legais, será cotado em dobro
sido gozada integralmente, quer tenha ocorrido desistência. o tempo de licença-prêmio que o funcionário não houver gozado.
Parágrafo único. Os ocupantes de cargos de professor somen- Art. 202-A Será concedida licença paternidade ao servidor
te poderão reassumir o exercício, desistindo da licença, desde que municipal, pelo prazo de 15 (quinze) dias.
o façam pelo menos com 30 (trinta) dias de antecedência do início § 1º A licença paternidade terá início no dia do nascimento
dos períodos de férias ou recessos escolares. do filho do servidor, ou no dia seguinte, se este ocorrer após o
término do expediente.
SEÇÃO VIII § 2º O período de licença paternidade será considerado para
DA LICENÇA À FUNCIONÁRIA CASADA COM FUNCIONÁ- todos os efeitos legais.
RIO PÚBLICO CIVIL OU COM MILITAR § 3º O servidor, ao retornar da licença, deverá apresentar ao
setor competente certidão comprobatória de nascimento do filho.
Art. 198. A funcionária casada com funcionário público civil I - O não cumprimento do disposto no parágrafo 3º acarre-
ou com militar, terá direito à licença, sem vencimento ou remune- tará a transformação do período de licença em faltas injustifica-
ração, quando o marido for mandado servir, independentemente das, com o consequente desconto ou devolução dos vencimentos
de solicitação, em outro ponto do território nacional ou estran- correspondentes ao período. (Redação acrescida pela Lei Comple-
geiro. mentar nº 883/2015)

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CAPÍTULO III b) o período de exercício na maior comissão ou maior função


DA DISPONIBILIDADE. gratificada tenha sido igual ou superior a 60 (sessenta) dias contí-
nuos. (Redação dada pela Lei nº 595/1989)
Art. 203. O funcionário estável poderá ser posto em disponi- Parágrafo único. Para efeito de aplicação do regime estabe-
bilidade: lecido nos incisos I e II, serão também considerados nos períodos
I - remunerada, quando o cargo for extinto por lei e não for de exercício em cargos ou funções transformados em comissões
possível o seu aproveitamento imediato em outro cargo equiva- ou funções gratificadas pelo Decreto-Lei nº 118, de 22 de maio
lente; de 1970.
II - Sem remuneração, no caso do § 2º do art. 198. Art. 214 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006)
Parágrafo único. No caso do inciso I, restabelecido o cargo, Art. 215 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006)
ainda que modificada a sua denominação, será obrigatoriamente Art. 216. Os proventos da inatividade serão revistos, na mes-
aproveitado nele o funcionário posto em disponibilidade quando ma proporção, sempre que, por motivo de alteração do poder
da sua extinção. aquisitivo da moeda, se modificarem os vencimentos dos funcio-
Art. 204. O provento da disponibilidade será revisto sempre nários em atividade.
que, por motivo de alteração do poder aquisitivo da moeda, se Art. 217. Ressalvado o disposto no artigo anterior, em caso
modificarem os vencimentos dos funcionários em atividade. nenhum os proventos da inatividade poderão exceder a remune-
Art. 205. No caso previsto no § 2º do art. 198, quando termi- ração percebida na atividade.
nar o motivo da licença, a funcionária será aproveitada na primei-
ra vaga que se der na classe a que se pertencia, que tenha de ser CAPÍTULO V
promovida mediante promoção por merecimento. DA ASSISTÊNCIA AO FUNCIONÁRIO
Art. 206. O funcionário em disponibilidade poderá ser apo-
sentado, calculando-se o prevento da aposentadoria sobre o ven- Art. 218. O Município poderá promover, na medida de suas
cimento ou remuneração que perceber, ou que recebia, no caso possibilidades e recursos, assistência ao funcionário e a sua famí-
do artigo anterior. lia, na forma que a lei estabelecer.
Art. 207. O período relativo à disponibilidade será contado Parágrafo único. A assistência de que trata este artigo com-
unicamente para efeito e aposentadoria. preenderá:
I - condições básicas de segurança, higiene e medicina do tra-
CAPÍTULO IV balho, mediante a implantação de sistema apropriado;
DA APOSENTADORIA II - previdência, assistência médica, dentária e hospitalar, sa-
natórios;
Art. 208 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006) III - cursos de aperfeiçoamento e especialização profissional,
Art. 209 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006) atualização e extensão cultura;
Art. 210 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006) IV - conferências, congressos, simpósios, seminários, círculos
Art. 211 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006) de debates, bem como publicações e trabalhos referentes ao ser-
Art. 212. Para efeito de aposentadoria do funcionário autori- viço público;
zado a cumprir jornada de trabalho superior a mínima fixada para V - viagens de estudo e visitas a serviços de utilidade pública
seu cargo, será observado o disposto no art. 5º da Lei Municipal para aperfeiçoamento e especialização profissional;
nº 4.315, de 7 de janeiro de 1980. VI - colônias de férias, creches, centros de educação física e
Parágrafo único. Nos casos de aposentadoria por invalidez, o cultural, para recreio e aperfeiçoamento moral e intelectual dos
pagamento será integral na jornada de trabalho que o funcionário funcionários e suas famílias, fora das horas de trabalho.
estiver cumprindo na ocasião. Art. 219. Os funcionários poderão fundar associações para os
Art. 213. Preenchidas as condições legais, a aposentadoria fins beneficentes, recreativos e de economia ou cooperativismo.
será concedida:
I - desde que o funcionário tenha permanecido ininterrupta- CAPÍTULO VI
mente por período igual ou superior a 730 (setecentos e trinta) DO DIREITO DE PETIÇÃO
dias, ou por período igual ou superior a 1.825 (um mil, oitocen-
tos e vinte e cinco) dias alternados, em cargo em comissão, em Art. 220. É assegurado ao funcionário o direito de requerer
função gratificada, inclusive em substituição, com as vantagens ou representar, pedir reconsideração e recorrer, desde que o faça
correspondentes à maior comissão ou à maior função gratificada, dentro das normas de urbanidade, observadas as seguintes re-
dentre as previstas para uma ou outra hipótese, que alcance um gras:
período, ininterrupto ou não, igual ou superior a 180 (cento e oi- I - nenhuma solicitação, qualquer que seja a sua forma, po-
tenta) dias; derá ser encaminhada sem conhecimento da autoridade a que o
II - com as vantagens correspondentes à maior comissão ou funcionário estiver direta e imediatamente subordinado;
maior função gratificada, dentre as exercidas, inclusive em substi- II - o pedido de reconsideração deverá ser dirigido à autorida-
tuição, desde que concomitantemente: de que houver expedido o ato ou preferido a decisão e somente
a) a soma dos períodos de serviços prestados, numa e noutra, será cabível quando tiver novos argumentos;
alcance no mínimo 3.650 (três mil, seiscentos e cinquenta) dias, III - nenhum pedido de reconsideração poderá ser renovado;
alternados ou não; IV - somente caberá recursos quando houver pedido de re-
consideração desatendido;

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V - o recurso será dirigido à autoridade imediatamente supe- II - referir-se depreciativamente em informação, parecer ou
rior a que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e, em última despacho, ou pela imprensa, ou por qualquer meio de divulgação,
instância, ao Prefeito; às autoridades constituídas e aos atos da Administração
VI - nenhum recurso poderá ser encaminhado mais de uma III - valer-se da sua qualidade de funcionário para obter pro-
vez à mesma autoridade. veito pessoal;
§ 1º O pedido de reconsideração e o recurso não têm efeito IV - coagir ou aliciar subordinados com objetivos de natureza
suspensivo, salvo nos casos previstos em lei. Os que forem provi- político partidária;
dos, porém, darão lugar às retificações necessárias, retroagindo V - exercer comércio entre companheiros de serviço, no local
os seus efeitos à data do ato impugnado, desde que a autoridade de trabalho;
competente não determine outras providências quanto aos efei- VI - constituir-se procurador de partes, ou servir de interme-
tos relativos ao passado. diário perante qualquer Repartição Pública, exceto quando se tra-
§ 2º As decisões do Prefeito, proferidas em grau de recurso ou tar de interesse do cônjuge ou de parentes até segundo grau;
em pedido de reconsideração de despacho, encerram a instância VII - cometer a pessoa estranha, fora dos casos previstos em
administrativa. lei, o desempenho de encargo que lhe competir ou que competir
Art. 221. Salvo disposição expressa em contrário, é de 60 (ses- a seus subordinados;
senta) dias o prazo para interposições de pedidos de reconsidera- VIII - entreter-se durante as horas de trabalho, em palestras,
ção ou recurso. leituras ou atividades estranhas ao serviço;
Parágrafo único. O prazo fixado neste oficial do ato impug- IX - empregar material do serviço público para fins particu-
nado. lares;
X - fazer circular ou subscrever rifas ou listas de donativos no
TÍTULO VI local de trabalho;
DOS DEVERES E DA AÇÃO DISCIPLINAR XI - receber estipêndios de fornecedores ou de entidades fis-
calizadas;
CAPÍTULO I XII - designar, para trabalhar sob suas ordens imediatas pa-
DOS DEVERES rentes até segundo grau, salvo quando se tratar de função de con-
fiança e livre escolha, não podendo, entretanto, exceder a dois o
Art. 222. São deveres do funcionário: número de auxiliares nessas condições.
I - ser assíduo e pontual; XIII - aceitar representação de Estado estrangeiros, sem auto-
II - cumprir as ordens superiores, representando quando fo- rização do Presidente da República;
rem manifestamente ilegais; XIV - fazer, com a Administração Direta ou Indireta, contratos
III - desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for de natureza comercial, industrial ou de prestação de serviços com
incumbido; fins lucrativos, por si ou como representante de outrem;
IV - guardar sigilo sobre os assuntos da Administração; XV - participar da gerência ou administração de empresas
V - tratar com urbanidade os companheiros de serviço e o bancárias ou industriais ou de sociedades comerciais ou admi-
público em geral; nistrativas com o Município, sejam por este subvencionadas, ou
VI - residir no Município ou, mediante autorização, em loca- estejam diretamente relacionadas com a finalidade da unidade ou
lidade próxima; serviço em que esteja lotado;
VII - manter sempre atualizada sua declaração de família, de XVI - exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego ou
residência e de domicílio; função em empresas, estabelecimentos ou instituições que te-
VIII - zelar pela economia do material do Município e pela nham relações com o Município, em matéria que se relacione com
conservação do que for confiado à sua guarda ou utilização; a finalidade da unidade ou serviço em que esteja lotado;
IX - apresentar-se convenientemente trajado em serviço, ou XVII - comerciar ou ter parte em sociedade comerciais nas
com o uniforme determinado, quando for o caso; condições mencionadas no inciso XVI deste artigo, podendo, em
X - cooperar e manter espírito de solidariedade com os com- qualquer caso, ser acionista, quotista ou comandatário;
panheiros de trabalho; XVIII - requerer ou promover a concessão de privilégio, garan-
XI - estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, ins- tias de juros ou outros favores semelhantes, estaduais ou munici-
truções e ordens de serviço que digam respeito às suas funções; pais, exceto privilégio de invenção própria;
XII - proceder, pública e particularmente, de forma que digni- XIX - trabalhar sob as ordens diretas do cônjuge ou de paren-
fique a função pública. tes até segundo grau, salvo quando se tratar de função de imedia-
ta confiança e de livre escolha.
CAPÍTULO II
DAS PROIBIÇÕES CAPÍTULO III
DA RESPONSABILIDADE
Art. 223. É proibida ao funcionário toda ação ou omissão ca-
paz de comprometer a dignidade e o decoro da função pública, Art. 224. O funcionário responde civil, penal e administrati-
ferir a disciplina e a hierarquia, prejudicar a eficiência do serviço vamente pelo exercício irregular de suas atribuições, sendo res-
ou causar dano à Administração Pública, especialmente: ponsável por todos os prejuízos que, nesta qualidade, causar á
I - referir-se depreciativamente em informação, parecer ou Fazenda Municipal, por dolo ou culpa, devidamente apurados.
despacho, ou pela imprensa, ou por qualquer meio de divulgação, Parágrafo único. Caracteriza-se especialmente a responsabi-
às autoridades constituídas e aos atos da Administração. lidade:
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I - pela sonegação de valores ou objetos confiados á sua guar- V - ofensas fiscais, em serviço ou em razão dele a servidores
da ou responsabilidade; ou particulares, salvo se em legítima defesa;
II - por não prestar contas ou por não as tomar, na forma e VI - transgressão dos incisos XII, XIII, XV, XVI, XVII e XVIII do
nos prazos estabelecidos em leis, regulamentos, regimentos, ins- art. 223;
truções e ordens de serviço; VII - ineficiência no serviço.
III - pelas faltas, danos, avarias, e quaisquer outros prejuízos § 1º Dar-se-á por configurado o abandono do cargo, quando
que sofrerem os bens e os materiais sob sua guarda ou sujeitos a o funcionário faltar ao serviço por mais de 30 (trinta) dias conse-
seu exame e fiscalização; cutivos.
IV - pela falta ou inexatidão das necessárias averbações nas § 2º A pena de demissão por ineficiência no serviço só será
notas de despachos, guias e outros documentos da receita ou que aplicada quando verificada a impossibilidade de readaptação.
tenham com eles relação; Art. 234. Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço
V - por qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda público ao funcionário que:
Municipal. I - praticar ato de incontinência pública e escandalosa, ou der-
Art. 225. Nos casos de indenização á Fazenda Municipal, o -se a vícios de jogos proibidos;
funcionário será obrigado a repor, de uma só vez e com os acrés- II - praticar crime contra a boa ordem e a administração pu-
cimos de lei e correção monetária, a importância do prejuízo cau- blica, e a Fazenda Municipal, ou crime previsto nas leis relativas á
sado em virtude de alcance, desfalque, remissão ou omissão em Segurança e á Defesa Nacional;
efetuar recolhimento ou entradas nos prazos legais. III - revelar segredos de que tenha conhecimento em razão
Art. 226. Excetuados os casos previstos no artigo anterior, do cargo ou função, desde que o faça dolosamente, com prejuízo
será admitido o pagamento singelo e parcelado, na forma do art. para o município ou para qualquer particular;
120. IV - praticar insubordinação;
Art. 227. A responsabilidade administrativa não exime o fun- V - lesar o patrimônio ou os cofres públicos:
cionário da responsabilidade civil ou criminal que no caso couber, VI - receber ou solicitar propinas, comissões ou vantagens de
nem o pagamento da indenização a que ficar obrigado o exime da qualquer espécie, diretamente ou por intermédio de outrem, ain-
pena disciplinar em que incorrer. da que fora de suas funções, mas em razão delas;
VII - pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer valores a
CAPÍTULO IV pessoas que tratem de interesse, ou que tenham na unidade de
DAS PENALIDADES trabalho, ou estejam sujeitas á sua fiscalização;
VIII - conceder vantagens ilícitas, valendo-se da função públi-
Art. 228. São penas disciplinares: ca;
I - repreensão; IX - exercer a advocacia administrativa.
II - suspensão; Art. 235. O ato de demitir o funcionário mencionará sempre a
III - multa; disposição legal em que se fundamente.
IV - demissão Art. 236. Será casada a aposentadoria ou a disponibilidade, se
V - demissão a bem do serviço público; ficar provado que o inativo:
VI - cassação de aposentadoria ou da disponibilidade. I - praticou, quando em atividade, falta grave para a qual, nes-
Art. 229. Na aplicação das penas disciplinares serão conside- te Estatuto, seja cominada pena de demissão a bem do serviço
radas a natureza e a gravidade da infração e os danos que dela público, desde que a apuração ocorra até 180 (cento e oitenta)
provierem para o serviço público. dias após a aposentadoria.
Art. 230. A pena de repreensão será aplicada por escrito, nos II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
casos de indisciplinas ou falta de cumprimento dos deveres fun- II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
cionais. III - aceitou a representação do estado estrangeiro, sem pré-
Parágrafo único. Havendo dolo ou má fé, a falta de cumpri- via autorização do Presidente da República, e;
mento dos deveres funcionais será punida com a pena de suspen- IV - praticou a usura em qualquer de suas formas.
são. Art. 237. As penalidades poderão ser abrandadas pela auto-
Art. 231. A pena de suspensão, que não excederá a 90 (no- ridade que as tiver de aplicar, levadas em conta as circunstâncias
venta) dias, será aplicada, igualmente, á violação das proibições da falta disciplinar e o anterior comportamento do funcionário.
consignadas neste Estatuto, bem como a reincidência em falta já Art. 238. Deverão constar do assentamento individual do fun-
punida com a repreensão. cionário todas as penas que lhe forem impostas.
Art. 232. O funcionário suspenso perderá, durante o período Art. 239. Uma vez submetido a inquérito administrativo, o
de cumprimento da suspensão, todos os direito se vantagens de- funcionário só poderá ser exonerado a pedido, depois de ocorrida
correntes do exercício do cargo. absolvição ou após o cumprimento da penalidade que lhe houver
Art. 233. Será aplicada ao funcionário a pena de demissão nos sido imposta.
casos de: Art. 240. A primeira infração e de acordo com a sua natureza,
I - abandono do cargo; poderá ser aplicada qualquer das penalidades do art. 228.
II - faltas ao serviço, sem justa causa, por mais de 60 (sessen- Art. 241. Para a aplicação das penalidades previstas no art.
ta) dias interpolados durante o ano; 228, são competentes:
III - procedimento irregular de natureza grave; I - o Prefeito, nos casos de demissão, multa, suspensão supe-
IV - acumulação proibida de cargos públicos, se provada a má rior a 30 (trinta) dias;
fé;
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

II - os Secretários Municipais ou autoridades equiparadas, até CAPÍTULO VI


a de suspensão, limitada até 30 (trinta) dias; DOS PROCEDIMENTOS DE NATUREZA DISCIPLINAR
III - os Chefes de Departamentos, até a de suspensão, limitada
até 15 (quinze) dias, e; (Vide Lei Complementar nº 406/2000) SEÇÃO I
IV - as demais chefias a que estiver subordinado o funcioná- DISPOSIÇÕES GERAIS
rio, nas hipóteses de repreensão e suspensão até 5 (cinco) dias.
Art. 242. O funcionário que, sem justa causa, deixar de aten- Art. 249. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no
der a qualquer exigência para cujo cumprimento seja marcado serviço público é obrigada a tomar providência objetivando a apu-
prazo certo, terá suspenso o pagamento de seu vencimento ou ração dos fatos e responsabilidades. (Vide Lei Complementar nº
remuneração, até que satisfaça essa exigência. 406/2000)
Art. 243. Prescreverá: § 1º As providências de apuração terão início logo em segui-
I - em 2 (dois) anos, a falta que sujeite ás penas de repreen- da ao conhecimento dos fatos e serão tomadas na unidade onde
são, multa ou suspensão; e, estes ocorreram, devendo consistir, no mínimo, em relatório cir-
II - em 5 (cinco) anos, as demais faltas. cunstanciado sobre o que se verificou.
Art. 244. A prescrição começa a correr da data em que a auto- § 2º A averiguação preliminar de que trata o parágrafo ante-
ridade tomar conhecimento da existência da falta. rior poderá ser cometida a funcionário ou comissão de funcioná-
§ 1º O curso da prescrição interrompe-se pela abertura do rios.
competente procedimento administrativo. SEÇÃO II
§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, do dia da interrupção. DO PROCESSO SUMÁRIO

CAPÍTULO V Art. 250. Instaura-se o processo sumário quando a falta disci-


DA PRISÃO ADMINISTRATIVA E DA SUSPENSÃO PREVEN- plinar, pelas proporções ou pela natureza, não comportar demis-
TIVA são, ressalvado o disposto no art. 230.
Parágrafo único. No processo sumário, após a instrução, dar-
Art. 245. O Prefeito ou autoridade competente poderá or- -se-á vista ao funcionário para apresentação de defesa em 5 (cin-
denar a prisão administrativa de funcionário responsável por di- co) dias, seguindo-se a decisão.
nheiro ou valores pertencentes á Fazenda Municipal, ou que se SEÇÃO III
acharem sob a guarda desta, nos casos de alcance, remissão ou DA SINDICÂNCIA.
omissão em efetuar as entradas no devido prazo.
§ 1º Ordenada a prisão, será ela requisitada à autoridade po- Art. 251. A sindicância é peça preliminar e informativa do in-
licial e comunicada imediatamente à autoridade judiciária com- quérito administrativo, devendo ser promovida quando os fatos
petente. não estiverem definidos ou faltarem elementos indicativos da au-
§ 2º A prisão administrativa não excederá a 90 (noventa) dias. toria.
Art. 246. O Prefeito ou autoridade competente poderá sus- Art. 252. A sindicância não comporta o contraditório e tem
pender preventivamente o funcionário, até 90 (noventa) dias, caráter sigiloso, devendo ser ouvidos, no entanto, os envolvidos
desde que o seu afastamento seja necessário para averiguação de nos fatos.
faltas cometidas, findos os quais cessarão os efeitos da suspensão, Art. 253. O relatório da sindicância conterá a descrição arti-
ainda que o processo administrativo não esteja concluído. culada dos fatos e proposta objetiva ante o que se apurou, reco-
Art. 247. Durante o período suspensão preventiva, o funcio- mendando o arquivamento do efeito ou a abertura do inquérito
nário perderá 1/3 (um terço) do vencimento ou remuneração. administrativo.
Art. 248. O funcionário terá direito: Parágrafo único. Quando recomendar abertura do inquérito
I - à diferença de vencimento ou remuneração à contagem do administrativo, o relatório deverá apontar os dispositivos legais
tempo de serviço relativo ao período da prisão ou da suspensão, infringidos e a autoria apurada.
quando do processo não resultar punição, ou esta se limitar às Art. 254. A sindicância deverá estar concluída no prazo de 30
penas de multa ou repreensão; (trinta) dias, que só poderá ser prorrogado justificação fundamen-
II - à diferença de vencimento ou remuneração e à contagem tada.
do tempo de serviço correspondente ao período do afastamento
excedente ao prazo da suspensão efetivamente aplicada; e, SEÇÃO IV
III - à contagem do período de prisão administrativa ou sus- DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO
pensão preventiva e ao pagamento do vencimento do exercício do
cargo, desde que reconhecida a sua inocência. Art. 255. Instaura-se inquérito administrativo quando a falta
disciplinar, por sua natureza, possa determinar a aplicação das pe-
nas de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, demissão e cassa-
ção de aposentadoria ou disponibilidade.
Art. 256. A determinação de instauração de inquérito admi-
nistrativo e sua decisão competem ao Prefeito, ou autoridade
competente.

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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Parágrafo único. O inquérito administrativo será conduzido CAPÍTULO VII


por Comissão Processante, permanente ou especial, composto DA REVISÃO DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO
sempre por funcionários efetivos e presidida obrigatoriamente
por funcionário com bacharelado em ciências jurídicas, inscrito na Art. 268. A revisão será recebida e processada mediante re-
OAB. (Redação dada pela Lei Complementar nº 180/1995) querimento quando:
Art. 257. O inquérito administrativo será iniciado no prazo de I - a decisão for manifestamente contrária a dispositivo legal,
5 (cinco) dias, contados do recebimento dos autos pela Comissão ou à evidência dos autos;
Processante e concluído no prazo de 90 (noventa) dias, contados II - a decisão se fundar em depoimento, exames periciais, vis-
do seu início. torias ou documentos, comprovadamente falsos ou eivados de
Parágrafo único. O prazo para conclusão do inquérito poderá erros;
ser prorrogada, a juízo da autoridade que determinou sua instau- III - surgirem, após a decisão, provas da inocência do punido.
ração, mediante justificação fundamentada. § 1º Não constitui fundamento para a revisão a simples alega-
Art. 258. Recebidos os autos, a Comissão promoverá o indi- ção de injustiça da penalidade.
ciamento do funcionário, apontando o dispositivo legal infringido. § 2º A revisão, que poderá verificar-se a qualquer tempo, não
Art. 259. O indiciado será citado para participar do processo autoriza a agravação da pena.
e se defender. § 3º Ocorrendo o falecimento do punido, o pedido de revisão
§ 1º A citação será pessoal e deverá conter a transcrição do poderá ser formulado pelo cônjuge ou parente até segundo grau.
indiciamento, bem como a data, hora e local, marcados para o Art. 269. O pedido de revisão será sempre dirigido ao Prefei-
interrogatório. to, ou autoridade competente, que decidirá sobre, o seu proces-
§ 2º Não sendo encontrado o indiciado, ou ignorando-se o samento.
seu paradeiro, a citação será feita por editais publicados no órgão Art. 270. Estará impedida de funcionar no processo revisional
oficial durante 3 (três) dias consecutivos. a Comissão que participou do processo disciplinar primitivo
§ 3º Se o indiciado não comparecer, será decretada sua re- Art. 271. Julgada procedente a revisão, a autoridade com-
velia e devolvido o prazo para a defesa. (Redação dada pela Lei petente determinará a redução, o cancelamento ou anulação da
Complementar nº 298/1997) pena.
Art. 260. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o Parágrafo único. A decisão deverá ser sempre fundamentada
processo pessoalmente, assistido por um advogado. e publicada no órgão oficial do Município.
Parágrafo único. Se o funcionário não constituir defensor ou Art. 272. Aplica-se ao processo de revisão, que couber, o pre-
for revel, ser-lhe-á nomeado um defensor dativo advogado. (Re- visto nesta Estatuto para o processo disciplinar.
dação dada pela Lei Complementar nº 298/1997)
Art. 261. O indiciado poderá estar presente a todos os atos do DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
processo e intervir, por seu defensor, nas provas e diligencias que
se realizarem. Art. 273. O dia 28 de outubro será consagrado ao “Funcioná-
Art. 262. De todas as provas e diligências será intimada a de- rio Público Municipal”.
fesa, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas. Art. 274. Salvo disposição expressa em contrário, a contagem
Art. 263. Realizadas as provas da Comissão, a defesa será de tempo e de prazo previstos neste Estatuto será feita em dias
intimada para indicar, em 3 (três) dias, as provas que pretende corridos, excluído-se o dia do começo e incluindo-se o do seu tér-
produzir. mino.
Art. 264. Encerrada a instrução, dar-se-á vista ao defensor Parágrafo único. Considera-se prorrogado o prazo até o pri-
para apresentação, por escrito e no prazo de 10 (dez) dias, das meiro dia útil se o término cair em sábado, domingo, feriado ou
razões de defesa do indiciado. em dia que:
Art. 265. Produzida a defesa escrita, a Comissão apresentará I - não houver expediente, e;
o relatório, no prazo de 10 (dez) dias. II - o expediente for encerrado antes da hora normal.
Art. 266. No relatório da Comissão serão apreciadas, em re- Art. 275. As disposições deste Estatuto aplicam-se aos inte-
lação a cada indiciado, as irregularidades imputadas, as provas grantes da correria do Magistério Público Municipal, no que não
colhidas e as razões da defesa, propondo-se justificadamente a contrariarem a legislação específica.
absolução ou punição, indicando-se neste caso, a pena cabível e Art. 276. Aplica-se disposto nos incisos I e II, do art. 213, aos
sua fundamentação legal. funcionários quando designados para exercerem cargos de Supe-
Parágrafo único. A Comissão deverá sugerir outras medidas rintendente em Autarquia Municipal ou de Diretor em Sociedade
que se fizerem necessárias ou forem de interesse público. de Economia Mista onde a Municipalidade seja acionista majori-
Art. 267. Recebido o processo com o relatório, a autoridade tária, ficando assegurada a percepção dos proventos equivalentes
competente proferirá a decisão por despacho fundamentado. aos vencimentos estipulados para aqueles cargos não podendo,
Parágrafo único. O julgamento poderá ser convertido em di- todavia, ultrapassar os do Símbolo CS do Quadro Permanente da
ligência. Prefeitura Municipal de Santos.
Art. 277. É assegurado ao funcionário que tiver tempo de
serviço público municipal prestado antes de 13 de maio de 1967,
o direito de computar esse tempo para efeito de aposentadoria,
proporcionalmente ao número de anos de serviço a que estava
sujeito, no regime anterior, para obtenção do benefício.

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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Art. 278. Fica assegurada ao funcionário municipal, a conta-


gem do tempo de serviço prestado à atividade privada, nos ter-
ANOTAÇÕES
mos da Lei Municipal nº 4.314, de 4 de janeiro de 1980, alterada
pela Lei Municipal nº 4.564, de 3 de outubro de 1983. ______________________________________________________
Art. 279. O Poder Executivo Municipal expedirá a regulamen-
tação necessária à perfeita execução deste Estatuto, observados ______________________________________________________
os princípios gerais nele consignados e de conformidade com as
exigências, possibilidades e recursos do Município. ______________________________________________________
Art. 280. Ao civil, ex-combatente da Força Expedicionária Bra-
sileira, da Força Aera Brasileira, da Marinha de Guerra e Marinha ______________________________________________________
Mercante ou de Força do Exército, que tenha participado efetiva-
______________________________________________________
mente de operações bélicas da Segunda Guerra Mundial são asse-
gurados os direitos previstos no art. 197 da Constituição Federal. ______________________________________________________
Art. 281. Os funcionários públicos municipais, no exercício
de suas atribuições, não estão sujeitos à ação penal por ofensa ______________________________________________________
irrogada em informações, pareceres ou quaisquer outros escritos
de natureza administrativa que para esse fim, são equiparados às ______________________________________________________
alegações produzidas em juízo.
Parágrafo único. Ao chefe imediato do funcionário cabe man- ______________________________________________________
dar riscar, a requerimento do interessado, as injúrias ou calúnias
______________________________________________________
porventura encontradas.
Art. 282. Salvo os casos expressamente previstos nesta Esta- ______________________________________________________
tuto, não será contado, em nenhuma hipótese, tempo em dobro.
Art. 283. O valor monetário dos vencimentos dos funciona- ______________________________________________________
lismo municipal será corrigido semestralmente, a partir de 1º de
agosto de 1985. (Vide Leis nº 86/1985, nº 87/1985, nº 452/1988 e ______________________________________________________
nº 567/1988) (Vide Decreto nº 628/1988)
§ 1º A correção de que trata este artigo será calculada com ______________________________________________________
base no total do Índice Nacional de Preços ao Consumidor fixado
pelo Governo Federal aplicável nos reajustes salariais relativos aos ______________________________________________________
meses de fevereiro e agosto.
______________________________________________________
§ 2º Em 1º de fevereiro se 1985, será concedido reajuste dos
vencimentos do funcionalismo municipal equivalente ao total do ______________________________________________________
Índice Nacional de Preços ao Consumidor, anual acumulado, fixa-
do pelo Governo Federal para o mês de dezembro de 1984. ______________________________________________________
Art. 284. As despesas com a execução desta Lei correrão por
conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se ne- ______________________________________________________
cessário.
Art. 285. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, ______________________________________________________
ficando revogadas as disposições em contrário, e em especial as
______________________________________________________
Lei Municipal nº 1.813, de 17 de janeiro de 1956; Lei Municipal nº
1.855, de 9 de agosto de 1956; Lei Municipal nº 2.298, de 12 de ______________________________________________________
setembro de 1960; Lei Municipal nº 2.975, de 23 de setembro de
1964; Lei Municipal nº 3.762, de 22 de maio de 1972; Lei Munici- ______________________________________________________
pal nº 3.927, de 18 de dezembro de 1974; Lei Municipal nº 4.305,
de 14 de dezembro de 1979 e Lei Municipal nº 4.425, de 24 de _____________________________________________________
agosto de 1981.
_____________________________________________________
Palácio “José Bonifácio”, em 12 de junho de 1984.
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CONHECIMENTOS
ESPECÍFICOS
Inspetor de Alunos

A ética é indispensável ao profissional, porque na ação humana


NOÇÕES BÁSICAS DE ÉTICA E CIDADANIA “o fazer” e “o agir” estão interligados. O fazer diz respeito à compe-
tência, à eficiência que todo profissional deve possuir para exercer
bem a sua profissão. O agir se refere à conduta do profissional, ao
A ética e cidadania estão relacionados com as atitudes dos in- conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de sua pro-
divíduos e a forma como estes interagem uns com os outros na so- fissão.
ciedade.
Cidadania
Ética Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos e obriga-
Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos ções e lutar para que sejam colocados em prática. Exercer a cidada-
morais. A palavra ética é derivada do grego, e significa aquilo que nia é estar em pleno gozo das disposições constitucionais. Preparar
pertence ao caráter. A palavra “ética” vem do Grego “ethos” que o cidadão para o exercício da cidadania é um dos objetivos da edu-
significa “modo de ser” ou “caráter”. cação de um país.
“A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos ho- Cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressa-la; po-
mens em sociedade. É a ciência da moral, isto é, de uma esfera do der votar em quem quiser sem constrangimento; poder processar
comportamento humano.” (VASQUEZ) um médico que age com negligencia; devolver um produto estra-
Conforme o dicionário Mini Aurélio (FERREIRA, 2010) o conceito gado e receber o dinheiro de volta; ter direito de ser negro, índio,
de ética é o “estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta homossexual, mulher sem ser descriminado; e de praticar uma reli-
humana do ponto de vista do bem e do mal; conjunto de normas e gião sem ser perseguido.
princípios que norteiam a conduta do ser humano.” Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios
A ética é uma característica inerente a toda ação humana e, por de cidadania: respeitar o sinal vermelho no transito, não jogar papel
esta razão, é um elemento vital na produção da realidade social. na rua, não destruir telefones públicos. Por trás desse comporta-
Todo homem possui um senso ético, uma espécie de “consciência mento está o respeito ao outro.
moral”, estando constantemente avaliando e julgando suas ações Conceito: No sentido etimológico da palavra, cidadão deriva da
para saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas. palavra civita, que em latim significa cidade, e que tem seu correla-
Existem sempre comportamentos humanos classificáveis sob a to grego na palavra politikos – aquele que habita na cidade.
ótica do certo e errado, do bem e do mal. Embora relacionadas com Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, “ci-
o agir individual, essas classificações sempre têm relação com as dadania é a qualidade ou estado do cidadão”, entende-se por cida-
matrizes culturais que prevalecem em determinadas sociedades e dão “o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um estado,
contextos históricos. ou no desempenho de seus deveres para com este”.
A ética está relacionada à opção, ao desejo de realizar a vida, Cidadania é a pertença passiva e ativa de indivíduos em um es-
mantendo com os outros relações justas e aceitáveis. Via de regra tado - nação com certos direitos e obrigações universais em um es-
está fundamentada nas ideias de bem e virtude, enquanto valores pecífico nível de igualdade (JANOSKI, 1998).
perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se traduz numa Um dos pressupostos da cidadania é a nacionalidade, pois desta
existência plena e feliz. forma ele pode cumprir os seus direitos políticos. No Brasil os direi-
tos políticos são orquestrados pela Constituição Federal. O conceito
A Ética no Trabalho de cidadania tem se tornado mais amplo com o passar do tempo,
A ética está ligada a verdade e este é o primeiro passo para porque está sempre em construção, já que cada vez mais a cidada-
aproximar-se do comportamento correto. No campo do trabalho, nia diz respeito a um conjunto de parâmetros sociais.
a ética tem sido cada vez mais exigida, provavelmente porque a A cidadania pode ser dividida em duas categorias: cidadania for-
humanidade evoluía em tecnologia, mas não conseguiu se desen- mal e substantiva. A cidadania formal é referente à nacionalidade
volver na mesma proporção naquilo que se refere à elevação de es- de um indivíduo e ao fato de pertencer a uma determinada nação.
pírito. A atitude ética vai determinar como um profissional trata os A cidadania substantiva é de um caráter mais amplo, estando rela-
outros profissionais no ambiente de trabalho, os consumidores de cionada com direitos sociais, políticos e civis. O sociólogo britânico
seus serviços: clientes internos e externos entre outros membros T.H. Marshall afirmou que a cidadania só é plena se for dotada de
da comunidade em geral. direito civil, político e social.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Com o passar dos anos, a cidadania no Brasil sofreu uma evolu- O movimento humano, portanto, é mais do que simples des-
ção no sentido da conquista dos direitos políticos, sociais e civis. No locamento do corpo no espaço: constitui-se em uma linguagem
entanto, ainda há um longo caminho a percorrer, tendo em conta que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem
os milhões que vivem em situação de pobreza extrema, a taxa de sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de
desemprego, um baixo nível de alfabetização e a violência vivida na seu teor expressivo.
sociedade. As maneiras de andar, correr, arremessar, saltar resultam das
A ética e a moral têm uma grande influência na cidadania, pois interações sociais e da relação dos homens com o meio; são mo-
dizem respeito à conduta do ser humano. Um país com fortes bases vimentos cujos significados têm sido construídos em função das
éticas e morais apresenta uma forte cidadania. diferentes necessidades, interesses e possibilidades corporais
Cidadania significa o conjunto de direitos e deveres pelo qual humanas presentes nas diferentes culturas em diversas épocas
o cidadão, o indivíduo está sujeito no seu relacionamento com a da história. Esses movimentos incorporam-se aos comportamen-
sociedade em que vive. O termo cidadania vem do latim, civitas que tos dos homens, constituindo-se assim numa cultura corporal.
quer dizer “cidade”. Dessa forma, diferentes manifestações dessa linguagem foram
Os direitos civis referem-se às liberdades individuais, como o surgindo, como a dança, o jogo, as brincadeiras, as práticas es-
direito de ir e vir, de dispor do próprio corpo, o direito à vida, à portivas etc., nas quais se faz uso de diferentes gestos, posturas
liberdade de expressão, à propriedade, à igualdade perante a lei, a e expressões corporais com intencionalidade.
não ser julgado fora de um processo regular, a não ter o lar violado. Ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, as
Os direitos políticos referem-se à participação do cidadão no crianças também se apropriam do repertório da cultura corporal
governo da sociedade, ou seja, à participação no poder. Entre eles na qual estão inseridas. Nesse sentido, as instituições de educa-
estão a possibilidade de fazer manifestações políticas, organizar ção infantil devem favorecer um ambiente físico e social onde as
partidos, votar e ser votado. O exercício desse tipo de direito confe- crianças se sintam protegidas e acolhidas, e ao mesmo tempo
re legitimidade à organização política da sociedade. seguras para se arriscar e vencer desafios. Quanto mais rico e
Os direitos sociais, assim como os demais, são constituídos his- desafiador for esse ambiente, mais ele lhes possibilitará a am-
toricamente e, portanto, produto das relações e conflitos de grupos pliação de conhecimentos acerca de si mesmas, dos outros e do
sociais em determinados momentos da história. Eles nasceram das meio em que vivem.
lutas dos trabalhadores pelo direito ao trabalho e a um salário dig- O trabalho com movimento contempla a multiplicidade de
no, pelo direito de usufruir da riqueza e dos recursos produzidos funções e manifestações do ato motor, propiciando um amplo
pelos seres humanos, como moradia, saúde, alimentação, educa- desenvolvimento de aspectos específicos da motricidade das
ção, lazer. crianças, abrangendo uma reflexão acerca das posturas corpo-
rais implicadas nas atividades cotidianas, bem como atividades
Referência voltadas para a ampliação da cultura corporal de cada criança.

UFRRJ. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO. Presença do movimento na educação infantil: ideias e prá-
INSTITUTO DE EDUCAÇÂO. DEPARTAMENTO DE TORIA E PLANEJA- ticas correntes
MENTO DE ENSINO. CURSO DE FORMAÇÃO DE AGENTES DE REFLO- A diversidade de práticas pedagógicas que caracterizam o
RESTAMENTO. Noções Básicas de Ética e Cidadania universo da educação infantil reflete diferentes concepções
FERRREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio: o dicio- quanto ao sentido e funções atribuídas ao movimento no coti-
nário da língua portuguesa. Coord. Marina Baird Ferreira. 8. ed. diano das creches, pré-escolas e instituições afins.
Curitiba: Positivo, 2010. É muito comum que, visando garantir uma atmosfera de
ordem e de harmonia, algumas práticas educativas procurem
simplesmente suprimir o movimento, impondo às crianças de
A IMPORTÂNCIA DO MOVIMENTO E DO POSICIONA- diferentes idades rígidas restrições posturais. Isso se traduz, por
MENTO ADEQUADOS exemplo, na imposição de longos momentos de espera — em
fila ou sentada — em que a criança deve ficar quieta, sem se
mover; ou na realização de atividades mais sistematizadas, como
Desenvolvimento da linguagem corporal de desenho, escrita ou leitura, em que qualquer deslocamento,
O movimento é uma importante dimensão do desenvolvi- gesto ou mudança de posição pode ser visto como desordem
mento e da cultura humana. As crianças se movimentam des- ou indisciplina. Até junto aos bebês essa prática pode se fazer
de que nascem adquirindo cada vez maior controle sobre seu presente, quando, por exemplo, são mantidos no berço ou em
próprio corpo e se apropriando cada vez mais das possibilidades espaços cujas limitações os impedem de expressar-se ou explo-
de interação com o mundo. Engatinham, caminham, manuseiam rar seus recursos motores.
objetos, correm, saltam, brincam sozinhas ou em grupo, com Além do objetivo disciplinar apontado, a permanente exi-
objetos ou brinquedos, experimentando sempre novas maneiras gência de contenção motora pode estar baseada na ideia de que
de utilizar seu corpo e seu movimento. Ao movimentarem-se, o movimento impede a concentração e a atenção da criança, ou
as crianças expressam sentimentos, emoções e pensamentos, seja, que as manifestações motoras atrapalham a aprendizagem.
ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e pos- Todavia, a julgar pelo papel que os gestos e as posturas de-
turas corporais. sempenham junto à percepção e à representação, conclui-se
que, ao contrário, é a impossibilidade de mover-se ou de ges-
ticular que pode dificultar o pensamento e a manutenção da
atenção.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Em linhas gerais, as consequências dessa rigidez podem choro pode ser de fome. Assim, a primeira função do ato motor
apontar tanto para o desenvolvimento de uma atitude de pas- está ligada à expressão, permitindo que desejos, estados íntimos
sividade nas crianças como para a instalação de um clima de e necessidades se manifestem.
hostilidade, em que o professor tenta, a todo custo, conter e Mas é importante lembrar que a função expressiva não é
controlar as manifestações motoras infantis. No caso em que as exclusiva do bebê. Ela continua presente mesmo com o desen-
crianças, apesar das restrições, mantêm o vigor de sua gestuali- volvimento das possibilidades instrumentais do ato motor. É
dade, podem ser frequentes situações em que elas percam com- frequente, por exemplo, a brincadeira de luta entre crianças de
pletamente o controle sobre o corpo, devido ao cansaço provo- cinco ou seis anos, situação em que se pode constatar o papel
cado pelo esforço de contenção que lhes é exigido. expressivo dos movimentos, já que essa brincadeira envolve in-
Outras práticas, apesar de também visarem ao silêncio e à tensa troca afetiva.
contenção de que dependeriam a ordem e a disciplina, lançam A externalização de sentimentos, emoções e estados íntimos
mão de outros recursos didáticos, propondo, por exemplo, se- poderão encontrar na expressividade do corpo um recurso privi-
quências de exercícios ou de deslocamentos em que a criança legiado. Mesmo entre adultos isso aparece frequentemente em
deve mexer seu corpo, mas desde que em estrita conformidade a conversas, em que a expressão facial pode deixar transparecer
determinadas orientações. Ou ainda reservando curtos interva- sentimentos como desconfiança, medo ou ansiedade, indicando
los em que a criança é solicitada a se mexer, para dispender sua muitas vezes algo oposto ao que se está falando. Outro exemplo
energia física. Essas práticas, ao permitirem certa mobilidade às é como os gestos podem ser utilizados intensamente para pon-
crianças, podem até ser eficazes do ponto de vista da manuten- tuar a fala, por meio de movimentos das mãos e do corpo.
ção da “ordem”, mas limitam as possibilidades de expressão da Cada cultura possui seu jeito próprio de preservar esses
criança e tolhem suas iniciativas próprias, ao enquadrar os ges- recursos expressivos do movimento, havendo variações na im-
tos e deslocamentos a modelos predeterminados ou a momen- portância dada às expressões faciais, aos gestos e às posturas
tos específicos. corporais, bem como nos significados atribuídos a eles.
No berçário, um exemplo típico dessas práticas são as ses- É muito grande a influência que a cultura tem sobre o de-
sões de estimulação individual de bebês, que com frequência senvolvimento da motricidade infantil, não só pelos diferentes
são precedidas por longos períodos de confinamento ao berço. significados que cada grupo atribui a gestos e expressões faciais,
Nessas atividades, o professor manipula o corpo do bebê, esti- como também pelos diferentes movimentos aprendidos no ma-
cando e encolhendo seus membros, fazendo-os descer ou subir nuseio de objetos específicos presentes na atividade cotidiana,
de colchonetes ou almofadas, ou fazendo-os sentar durante um como pás, lápis, bolas de gude, corda, estilingue etc.
tempo determinado. A forma mecânica pela qual são feitas as Os jogos, as brincadeiras, a dança e as práticas esportivas
manipulações, além de desperdiçarem o rico potencial de troca revelam, por seu lado, a cultura corporal de cada grupo social,
afetiva que trazem esses momentos de interação corporal, dei- constituindo-se em atividades privilegiadas nas quais o movi-
xam a criança numa atitude de passividade, desvalorizando as mento é aprendido e significado.
descobertas e os desafios que ela poderia encontrar de forma Dado o alcance que a questão motora assume na atividade
mais natural, em outras situações. da criança, é muito importante que, ao lado das situações plane-
O movimento para a criança pequena significa muito mais jadas especialmente para trabalhar o movimento em suas várias
do que mexer partes do corpo ou deslocar-se no espaço. A crian- dimensões, a instituição reflita sobre o espaço dado ao movi-
ça se expressa e se comunica por meio dos gestos e das mímicas mento em todos os momentos da rotina diária, incorporando os
faciais e interage utilizando fortemente o apoio do corpo. A di- diferentes significados que lhe são atribuídos pelos familiares e
mensão corporal integra-se ao conjunto da atividade da criança. pela comunidade.
O ato motor faz-se presente em suas funções expressiva, Nesse sentido, é importante que o trabalho incorpore a ex-
instrumental ou de sustentação às posturas e aos gestos. Quan- pressividade e a mobilidade próprias às crianças. Assim, um gru-
to menor a criança, mais ela precisa de adultos que interpretem po disciplinado não é aquele em que todos se mantêm quietos
o significado de seus movimentos e expressões, auxiliando-a na e calados, mas sim um grupo em que os vários elementos se
satisfação de suas necessidades. À medida que a criança cres- encontram envolvidos e mobilizados pelas atividades propostas.
ce, o desenvolvimento de novas capacidades possibilita que ela Os deslocamentos, as conversas e as brincadeiras resultan-
atue de maneira cada vez mais independente sobre o mundo à tes desse envolvimento não podem ser entendidos como dis-
sua volta, ganhando maior autonomia em relação aos adultos. persão ou desordem, e sim como uma manifestação natural das
Pode-se dizer que no início do desenvolvimento predomina crianças. Compreender o caráter lúdico e expressivo das mani-
a dimensão subjetiva da motricidade, que encontra sua eficácia festações da motricidade infantil poderá ajudar o professor a or-
e sentido principalmente na interação com o meio social, junto ganizar melhor a sua prática, levando em conta as necessidades
às pessoas com quem a criança interage diretamente. das crianças.
É somente aos poucos que se desenvolve a dimensão objeti-
va do movimento, que corresponde às competências instrumen- Referencias: Referencial Curricular Nacional para a Educação
tais para agir sobre o espaço e meio físico. Infantil volume 3.
O bebê que se mexe descontroladamente ou que faz caretas
provocadas por desconfortos terá na mãe e nos adultos respon-
sáveis por seu cuidado e educação parceiros fundamentais para
a descoberta dos significados desses movimentos. Aos poucos,
esses adultos saberão que determinado torcer de corpo significa
que o bebê está, por exemplo, com cólica, ou que determinado
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Para se organizar o cotidiano das crianças da Educação Infantil


ESTIMULAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NA se faz necessário antes de tudo, conhecer o grupo de crianças com
SUA ROTINA DIÁRIA os quais se irá trabalhar e consequentemente partir para o esta-
belecimento de uma sequência de atividades diárias conforme as
necessidades delas.
Tudo o que fazemos na vida exige de alguma forma planeja- O Referencial Curricular Nacional para a Educação (RCNEI)
mento, das coisas mais triviais e mais simples às mais complexas e traz orientações sobre como organizar o trabalho didático com a
importantes. Tocante à importância que tem o planejamento para criança para o estabelecimento da rotina e, explica que:
a vida nas suas distintas dimensões, as instituições educativas não A rotina representa, também, a estrutura sobre a qual será
fogem à regra. Organizar os espaços, tempos, rotinas e tudo que organizado o tempo didático, ou seja, o tempo de trabalho edu-
os compõem torna-se indispensável à medida que reconhecemos cativo realizado com as crianças. A rotina deve envolver os cuida-
que “na realidade, o homem se constitui nas relações sociais, cir- dos, as brincadeiras e as situações de aprendizagens orientadas.
cunscritas num determinado tempo e espaço.” (SERRÃO. 2003, P. A apresentação de novos conteúdos às crianças requer sempre
26) as mais diferentes estruturas didáticas, desde contar uma nova
Uma parte importante do trabalho do educador é a tomada história, propor uma técnica diferente de desenho até situações
de decisões sobre o que se vai propor às crianças, ou seja, sobre mais elaboradas, como, por exemplo, o desenvolvimento de um
o planejamento. O compromisso é a de buscar coerência entre o projeto, que requer um planejamento cuidadoso com um encadea-
que se pretende trabalhar e as reais necessidades e possibilida- mento de ações que visam a desenvolver aprendizagens específi-
des. Nesse sentido, é importante considerar: Como/por que pen- cas. Estas estruturas didáticas contêm múltiplas estratégias que
sar o planejamento na Educação Infantil? Como/por que pensar a são organizadas em função das intenções educativas expressas
organização da rotina nesses espaços? Questionamentos como es- no projeto educativo, constituindo-se em um instrumento para o
tes amparam nossas preocupações ante a temática aqui proposta. planejamento do professor. Podem ser agrupadas em três grandes
Apesar das muitas compreensões e pesquisas sobre o plane- modalidades de organização do tempo. São elas: atividades per-
jamento nas últimas décadas, especialmente na área de Didática, manentes, sequência de atividades e projetos de trabalho. (BRA-
ainda são poucas as produções sobre o planejamento para a Edu- SIL, 1989, p. 54-55, v.1).
cação Infantil. Isto justifica também a escolha aqui feita, do que Portanto, uma proposta pedagógica para o trabalho com as
advogamos que o planejamento seja pensado como auxilio para o crianças envolveria a organização de diferentes atividades com
levantamento de possibilidades de uma ação educativa. variados materiais e em espaços físicos determinados para cada
Já a rotina, considerada sobretudo enquanto organização grupo de crianças. Com o ambiente organizado a criança procura
do tempo, parte do princípio de que alguns momentos devem explorar e descobrir aquilo que é familiar e o que é novo desco-
ser planejados e organizados e, caso necessário, até repetidos nhecido, a criança age num clima de maior estabilidade e segu-
cotidianamente. E isto, leva a continuidade das atividades de- rança.
senvolvidas durante o tempo que está na escola. A rotina e o A rotina pode ser definida como uma sequência de diferentes
planejamento devem caminhar lado a lado, sempre juntos, a atividades que acontecem no dia-a-dia utilizada nas instituições
rotina serve para ajudar ao professor a escolher a metodologia educativas para auxiliar o trabalho do professor, principalmente,
que será utilizada e no tempo que será usado para as atividades para garantir um atendimento de qualidade para as crianças. Nas
contidas no planejamento. instituições de Educação Infantil, a rotina torna-se um elemento
Apesar da importância que tem, e isto parece posição unâni- de segurança, uma vez que orienta as atividades das crianças e
me entre pesquisadores e mesmo entre os atores que compõem dos professores possibilitando a previsão de acontecimentos. Bar-
o elenco da escola, em muitas instituições de Educação Infantil (e bosa afirma que: A rotina é compreendida como uma categoria
não apenas nelas) isto parece não representar uma preocupação pedagógica da Educação Infantil que opera como uma estrutura
enquanto currículo praticado. Destarte, é de suma importância básica organizadora da vida cotidiana diária em certo tipo de es-
que a incumbência de planejar o dia a dia escolar seja organizado paço social, creches ou pré-escola. Devem fazer parte da rotina
pelos docentes, em conjunto com a coordenação pedagógica da todas as atividades recorrentes ou reiterativas na vida cotidiana
escola. É necessário também, que se assegure que a rotina seja coletiva, mas nem por isso precisam ser repetitivas. (BARBOSA,
apropriada para a faixa etária de cada turma. 2006, p. 201). A rotina permite que a criança oriente-se na relação
A reflexão sobre planejamento e rotina torna-se necessária espaço/tempo, conhecendo seu andamento, dando sugestões e
quando pensamos numa ressignificação do tempo que as crianças sugerindo mudanças. Quando há uma rotina clara e bem definida,
passam dentro das instituições de Educação Infantil, sendo preci- a criança se sente mais segura no ambiente escolar. Os momen-
so repensar este tempo para que se construam novas e mais as- tos de rotina das crianças precisam permitir várias experiências.
sertivas práticas pedagógicas. É importante levar em consideração três diferentes necessidades
das crianças na organização da rotina: As necessidades biológicas,
A importância da rotina como as relacionadas ao repouso, à alimentação, à higiene e à
A organização do trabalho pedagógico na Educação Infantil sua faixa etária; as necessidades psicológicas, que se referem às
deve ser orientada pelo princípio básico de procurar proporcionar, diferenças individuais como, por exemplo, o tempo e o ritmo que
à criança, o desenvolvimento da autonomia, isto é, a capacidade cada um necessita para realizar as tarefas propostas; as necessi-
de construir as suas próprias regras e meios de ação, que sejam dades sociais e históricas que dizem respeito à cultura e ao estilo
flexíveis e possam ser negociadas com outras pessoas, sejam eles de vida, como as comemorações significativas para a comunidade
adultos ou crianças. onde se insere a escola e também as formas de organização ins-
titucional da escola infantil. (BARBOSA; HORN, 2001 p. 68). É im-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

prescindível que o professor compreenda que a criança é um ser O espaço escolar


social, cultural e histórico desde seu nascimento. Deste modo, se Muito se sabe da dificuldade de se trabalhar com a Educa-
faz indispensável que o tempo e o espaço sejam preparados res- ção Infantil no Brasil. As raízes disso são múltiplas desde a sua
peitando a lógica da vida humana em suas diversas dimensões. A procedência assistencial à falta de maiores investimentos. Em se
rotina na não deve ser pensada como um processo mecânico a ser tratando da organização dos espaços nas instituições de Educação
seguido pelo educador, mas como uma ferramenta que serve para Infantil, Zabalza (1998) considera que a organização dos espaços
dar segurança às crianças, tornando-se assim um instrumento pe- a Educação Infantil possui características muito particulares. Este
dagógico para o professor. A rotina na educação infantil pode ser particular aponta que estas instituições precisam de espaços am-
facilitadora ou cerceadora dos processos de desenvolvimento e plos, bem diferenciados, de fácil acesso e especializados. Em se
aprendizagem. Rotinas rígidas e inflexíveis desconsideram a crian- falando do espaço físico, não se deve pensar em modelos arquite-
ça, que precisa adaptar-se a ela e não ao contrário, como deveria tônicos únicos, pois estes devem se adaptar à cultura e aos usuá-
ser; desconsideram também o adulto, tornando seu trabalho mo- rios do espaço.
nótono, repetitivo e pouco participativo. Conforme o Referencial Falar de espaço não é tão simples. Há diferenças entre o am-
Curricular Nacional para a Educação Infantil. (BRASIL, 1998, p.63). biente educativo, o espaço físico e noção de espaço segundo a
É importante enfatizar que a rotina não precisa ser rígida e perspectiva da criança. Zabalza (1998 apud HORN, 2007, p. 35),
nem limitada, mas deve ser flexível, rica, alegre e prazerosa. Se- fala da distinção entre espaço e ambiente, apontando que:
gundo Bassedas, Huguet e Sole (1999): “[…] a palavra “rotina” [...] o termo espaço se refere aos locais onde as atividades são
tem, no seu sentido habitual, um caráter pejorativo, porque nos realizadas, caracterizados por objetos, móveis, materiais didáti-
faz pensar em conduta mecânica. Já falamos anteriormente sobre cos, decoração. O termo ambiente diz respeito ao conjunto desse
a importância dessas atividades do ponto de vista do desenvol- espaço físico e às relações que nele se estabelecem (HORN, 2007,
vimento. Tratam-se de situações de interação, importantíssimas, p.35).
entre a pessoa adulta e a criança, em que a criança parte de uma Nesta perspectiva o espaço escolar possibilita a construção
dependência total, evoluindo progressivamente a uma autonomia de conhecimento. Moura (2009) enfatiza que o espaço deve ser
que lhe é muito necessária.” (BASSEDAS, HUGUET e SOLE, 1999, sinônimo de grandes e diversas possibilidades de formação dos
p.2) Desta maneira compreende que rotina, não é algo negativo, pequenos. Para Edwards, C.; Forman, G. e Gandini, L. (1999, p.
como se fosse algo sistemático, que tem que seguir perfeitamen- 150) “o espaço reflete a cultura das pessoas que nele vivem de
te, a rotina, na realidade tem como propósito planejar o tempo e muitas formas e, em um exame cuidadoso, revela até mesmo
o espaço da educação infantil, de maneira que ela contribua nas camadas distintas dessa influência cultural”. Horn (2007), afirma
atividades que o professor deve realizar com a criança, como na que o espaço nunca é neutro e a forma como é organizado trans-
hora do banho, das brincadeiras do sono e da alimentação por mite uma mensagem. Se ele transmite determinada mensagem,
exemplo. tal mensagem será uma reflexão cultural, relacionada ao contexto
Levando em consideração esses aspectos, cabe a escola e ao social vigente.
educador tornar perceptível a importância de planejar situações Deste modo as instituições de Educação Infantil precisam
para ajudar as crianças a organizarem melhor suas informações pensar cuidadosamente sobre os espaços destinados às crianças,
e as estratégias que encontram para solucionar as situações-pro- já que são espaços detentores de cultura. É preciso que elas se
blema que acontecem no cotidiano. A rotina atua como organi- sintam felizes e seguras na escola. De acordo com Sousa (2006),
zadora das experiências das crianças nas instituições escolares. É para que isso seja possível no planejamento do ambiente se deve
indispensável que se desenvolva o hábito de planejar e colocar em levar em consideração o tamanho do espaço da sala de aula, a
prática, através da rotina, esse planejamento. Pois, trabalhar na área de lazer, a higiene, a iluminação, a segurança, a climatização,
organização dos espaços, fazendo com que a criança se reconheça se há espaços para as atividades livres, se é agradável o visual fí-
como parte do espaço faz com que para as crianças, a experiência sico, dentre outros.
na Educação Infantil seja mais tranquila. Organizar o espaço escolar é um aspecto importante de toda
A reflexão sobre planejamento e por conseguinte a rotina tem proposta pedagógica, pois é nesse espaço que a criança irá cons-
ampla importância quando se pensa na ressignificação do tempo truir o seu conhecimento. Assim sendo, o educador assume papel
que as crianças passam dentro das instituições de Educação Infan- de extrema importância na mediação da organização do espaço e
til, é preciso repensar este tempo para que se construam novas e em ajudar os alunos no desenvolvimento de suas atividades.
mais assertivas práticas pedagógicas. A coordenação pedagógica Para pensar na organização do espaço na educação infantil é
e o educador que fazem parte da Educação infantil, precisam ter essencial pensar nas crianças e em como aprendem e como o uti-
o comprometimento responsável de realizar o planejamento em lizam. Assim para a definição, planejamento e organização desse
detrimento das crianças ponderando sobre as leituras que falam espaço, em busca da qualidade, a criança é imprescindível não só
acerca do desenvolvimento infantil, a criticidade das crianças e por ser o foco da ação do professor, mas também pelo fato dessa
principalmente levar em consideração e debater as políticas vol- organização relacionar-se diretamente com a sua aprendizagem
tadas para esta etapa da educação básica. Em suma, por mais que e desenvolvimento. Já que o espaço não é o mesmo para cada
alguns educadores ignorem o planejamento e a rotina ambos são indivíduo, tudo depende de um contexto geral, depende ainda da
indispensáveis para o desenvolvimento intelectual e principal- subjetividade de cada criança.
mente, para o desenvolvimento da criança como sujeito social
independente. As atividades realizadas no espaço
É atributo da atividade profissional do educador a organiza-
ção e planejamento das atividades para os pequenos. Sendo as-
sim, segundo Nunes (2009) o trabalho pedagógico na instituição
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

infantil envolve momentos como o de preparar as atividades, de da autonomia, da segurança emocional e do equilíbrio do aluno.
organizar o espaço e orientar as crianças, com o objetivo de garan- Desta forma, oferecer materiais e mobiliários adequados é funda-
tir experiências significativas no cotidiano da instituição infantil. mental para um ensino e uma aprendizagem de qualidade.
Para Horn (2007), a prática pedagógica nas instituições de Deste modo é preciso ressaltar que as instituições que aten-
Educação Infantil, no cotidiano das crianças, implica a reflexão dem a educação infantil precisam se preocupar com a organização
de que o estabelecimento deve oferecer um sequencia básica de do espaço escolar a favor de uma rotina que favoreça o desenvol-
atividades diárias que são referenciadas pelas necessidades das vimento das experiências diversas das crianças.
crianças.
Sendo a brincadeira, uma das atividades mais importantes Espaços externos
realizadas nas instituições infantis, de acordo com o Referencial O espaço escolar não se restringe às paredes da sala de aula.
Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998), a organiza- Para Horn (2007) os espaços externos são considerados prolon-
ção do espaço deve ser feita em cooperação com a criança que gamentos dos espaços internos e precisam ser utilizados numa
brinca, pois na organização dos brinquedos e espaços a criança já perspectiva pedagógica. Sendo assim, outros todos os espaços
está imprimindo a sua personalidade, seus desejos e sonhos, mas escolares devem ser considerados.
também reconstruindo em pequena escala sua representação de Os espaços externos são equivocadamente pouco conside-
mundo. rados na maioria das escolas de Educação Infantil. Assim, o que
O brincar se faz importante, tanto em casa como no ambiente deveria ser uma extensão do espaço interno acaba não sendo va-
escolar. As instituições de Educação Infantil devem oferecer espa- lorizado como deveria.
ços adequados de atividades lúdicas. Para Vygotsky (1992): Um espaço externo que merece atenção é o parque porque
É na brincadeira que a criança se comporta além do compor- proporciona diversas formas de aprendizagem e interações so-
tamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diá- ciais. Os Parâmetros Básicos de Infraestrutura para instituições
rio. A criança vivência uma experiência no brinquedo como se ela de Educação Infantil (2006, p. 26) descrevem como devem ser os
fosse maior do que a realidade, o brinquedo fornece estrutura bá- pisos e os brinquedos dos parques, ressaltando que estes devem
sica para mudanças das necessidades e da consciência da criança ter “pisos variados, como, por exemplo, grama, terra e cimento.
(VYGOTSKY,1992, p.117). Havendo possibilidade, deve contemplar anfiteatro, casa em mi-
Como está no Art. 8º das DCNEI, as interações e as brincadei- niatura, bancos, brinquedos como escorregador, trepa-trepa, ba-
ras são os eixos norteadores da proposta curricular da Educação lanços, túneis, etc.”
Infantil. Nessa perspectiva o espaço tem papel fundamental, por- Os espaços construídos para a criança devem ser cultivados
que é nele que ocorrerão as brincadeiras, o espaço entra como a numa relação de aprendizagem, devido à sua importância na vida
dimensão física e a dimensão que possibilita que aquela atividade escolar do educando, já que é no espaço escolar que ela, também,
de imaginação e, também, de imitação seja concretizada. se desenvolve. Por esse motivo, o espaço escolar pode e deve es-
tar voltado para o desenvolvimento e a aprendizagem das crian-
Espaços e mobiliários ças e, assim, ser organizado e planejado, também pelas próprias
Assim, como o planejamento das aulas deve ser flexível, a or- crianças, sendo isso fator de qualidade na educação infantil.
ganização do espaço escolar também pode ser. Por isso mesmo,
a criança deve expressar seus desejos quanto a organização do Tempo
espaço escolar, principalmente com relação ao mobiliário. Em uma sociedade capitalista que gira no tempo de ter, ga-
Por isso mesmo, é conveniente que os espaços e o mobiliário nhar, fazer e conquistar sempre mais falar da relação que temos
da sala de aula favoreçam o aprendizado das crianças. De forma hoje com o tempo é algo controverso. Esse tempo que passa des-
que eles estejam ao alcance delas, que sejam adequados à idade percebido por todos nós, que se difunde no dia-a-dia, não é algo
dos alunos, que estejam organizados, higienizados etc. palpável ou até mesmo visível, no entanto ele está presente de
Como normalmente, a sala de aula é o lugar onde as crianças forma inexorável, na figura mais obsoleta: o relógio. Para o au-
passam a maior parte do tempo, Bassedas e Solé (2008, p.340), tor Elias (1998, p. 9) “os relógios são instrumentos construídos
destacam que a decoração e a ambientação da sala de aula são e utilizados pelos homens em função das exigências de sua vida
muito importantes e tem uma considerável influência no compor- comunitária, é fácil de entender”.
tamento e nas atitudes das crianças e das próprias professoras A utilização de mecanismos que permitissem “o medir o tem-
por isso é importante revisar e observar minuciosamente a sala de po” foi, e continua sendo, uma necessidade do ser humano para
aula, tentando adotar o ponto de vista das crianças. Para tanto, de se adequar as atribuições da vida em sociedade. Por consequente,
acordo com Tiriba (2008): a escola também cria o seu tempo. Para ACORSI (2007, p. 53), “a
Por fim, será necessário buscar a parceria das crianças nas escola inventa para si um tempo único- marcado de forma precisa
decisões sobre a organização e na decoração da escola, pois, se pelo relógio- no qual todos devem se enquadrar, e para viabilizar
as crianças são sujeitos de conhecimento e também de desejo, se esse objetivo, geometriza o espaço, determinando os lugares de
crescem e modificam seus interesses e possibilidades, também os cada sujeito”.
espaços podem ser por elas permanentemente modificados. (Tiri- Como consequência, a escola reinventa esse tempo prede-
ba, 2008, p. 43) terminado para moldar e criar seus sujeitos (alunos) que vão ser
Na escola em geral e na sala de aula, em particular, o mate- adequados àquele espaço escolar.
rial há de ser bem adaptado às crianças e planejado, pois a forma Nessa perspectiva, a escola condensa o tempo usando esse
como os materiais estão organizados influenciam os processos de mecanismo como uma forma de medida para ajustar “os pontei-
ensino e de aprendizagem podendo ou não auxiliar na construção ros” de cada sujeito que ali estiver. ACORSI (2007, p. 55), afirma

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

que “o tempo escolar educa, controla, determina aprendizagens. O acordar, dormir, almoçar, trabalhar são ações regidas pelo
Marcado pelo relógio, o tempo da escola é único, medido e deve tempo que mostra-se necessário para a construção de uma socie-
ser apre(e)ndido pelos sujeitos”. dade. Para reforçar esta ideia destacamos o que diz o autor Elias
Observando que a forma de medir o tempo surgiu a partir de (1998):
construções sociais, o presente trabalho propõe descrever sobre Nesse contexto, o “tempo”, ou, mais exatamente, sua deter-
a relação deste tempo com o processo de escolarização da Educa- minação, aparece como meio de orientação, elaborado pelos ho-
ção Infantil. mens com vistas a realizar certas tarefas sociais muito precisas,
Esse controle fica bem evidente quando se observa, principal- dentre as quais figura também a determinação dos movimentos
mente nas escolas de Educação Infantil, a hora da rodinha, hora dos corpos celestes (ELIAS, 1998, p. 67).
da atividade, hora de lavar as mãos, hora do lanche, ações bem Destaca-se, portanto, que o tempo é fator relevante na vida
definidas e muitas vezes exercidas somente pela escola. de qualquer sujeito. Segundo Garcia (1999, p. 114): “[...] o tem-
Assim, pode-se perceber que o tempo tem essa conotação po vivido é subjetivo, já que cada um tem o seu próprio tempo,
de delimitador, de algo estanque, predeterminado, pela própria influenciado pela fantasia, pela memória, pela imaginação, e tam-
capacidade que os seres humanos possuem de relacionar os sím- bém pelos contatos sociais”.
bolos frente às mudanças, aprendizagens e relações que temos na
sociedade. Para isso Elias (1998) reforça que: Ainda, Elias (1998) descreve que:
A particularidade do tempo está no fato de que se utilizam A expressão “tempo” remete a esse relacionamento de po-
símbolos — hoje em dia, símbolos essencialmente numéricos — sições ou segmentos pertencentes a duas ou mais sequências de
como meios de orientação no seio do fluxo incessante do devir, e acontecimentos em evolução contínua. Se as sequências em si são
isso em todos os níveis de integração, tanto física quanto biológi- perceptíveis, relacioná-las representa a elaboração dessas per-
ca, social e individual (ELIAS, 1998, p. 16). cepções pelo saber humano (ELIAS, 1998, p. 13).
No entanto, observa-se em algumas situações, que a escola A relação que o ser humano tem na realização de suas ati-
de Educação Infantil não está preocupada com o devir do seu alu- vidades diárias, não se difere na escola e na troca com o outro,
no, e sim em cumprir prazos, em “dar atividades”, em ocupar esse pois suas experiências contemporizam o que definimos de tempo.
sujeito, mantê-lo comportado naquele espaço por determinado As afinidades mantidas com cada um, bem como as vivências em
tempo, em conduzir o sujeito, “enquadrinhar”, de maneira que ele sociedade, fazem com que as pessoas se mantenham interligadas
se encaixe perfeitamente em um sistema de correção de corpo e com a relação do “ter tempo para tudo”. Elias (1998, p. 15) define
mente, ou seja, em um processo de disciplinamento. que nos dias atuais, “o “tempo” é um instrumento de orientação
Fabris (1999) reporta um pouco do surgimento desse tempo indispensável para realizarmos uma multiplicidade de tarefas va-
ajustado mediante a seguinte fala: riadas”.
Na Pré-Modernidade, no mundo feudal, tanto o espaço como E, justamente pensando nessas múltiplas tarefas, somos con-
o tempo eram finitos, isto é, eram vividos e percebidos na dimen- dicionados a não refletirmos na intenção ou na absorção que esse
são de um espaço familiar, imediato, conhecido e de tempo indivi- tempo produz em nós. Em quase nenhum momento do nosso
dual que tinha inicio no ato da criação e se desenvolvia até o juízo dia paramos e nos perguntamos: estou “usando” o meu tempo
final ( FABRIS, 1999, p. 38). de forma correta? Como usar o tempo de forma correta? Em que
No entanto, hoje, em um mundo capitalista, a forma de ga- momento ao longo das minhas vinte quatro horas vou realizar de-
nhar, e de ter, se resume no tempo em que temos para realizar- terminada tarefa? Por que determinada tarefa vai me acrescentar
mos todas essas ações. Barbosa (2006) define isso na seguinte algo de positivo?
consideração: Elias (1998) acrescenta que: “o tempo tornou-se, portanto, a
Vivemos uma época de aceleração permanente do tempo e, representação simbólica de uma vasta rede de relações que reú-
muitas vezes, não sabemos o exato sentido desse movimento. É o ne diversas sequências de caráter individual, social ou puramente
tempo do capital que assume sua prioridade, exercendo sua hege- físico” (p. 17). Também, reforça a capacidade dos seres humanos
monia sobre os distintos tempos, como o da família, das escolas, em aprender com as relações sociais e individuais.
das crianças, provocando, assim, conflitos entre estes modos de Ora, o tempo faz parte dos símbolos que os homens são ca-
ver e medir os tempos (BARBOSA, 2006, p. 141). pazes de aprender e com os quais em certa etapa da evolução da
Seguindo esse viés de medir, Manoel de Barros escreveu uma sociedade, são obrigados a se familiarizar, como meios de orienta-
frase que provoca o leitor ao dizer que: “que a importância de ção. Também nesse caso, podemos falar e da individualização de
uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças, nem um fato social (ELIAS, 1998, p. 20).
com barômetros, etc. Que a importância de uma coisa a de ser Nessa perspectiva pode-se ressaltar que as ações, tanto in-
medida pelo encantamento que coisa produza em nós”. dividuais quanto sociais, ditam de alguma forma a relação que o
Portanto, pode-se ousar dizer que o tempo é algo sim para ser tem com os símbolos que medem o tempo. Também, deve-se
sentir, usar, seja da forma mais singela que for. De que forma? Para observar que não existe um conceito que defina com exatidão de
que? Qual o sentido desse tempo “invisível”? Um tempo abstrato que forma o tempo pode ser utilizado, mas é possível ficar mais
que forma sujeitos ou molda pessoas de acordo com os interes- atento à forma mais expressiva das ações.
ses de outros ou conforme um modelo de sociedade. Nesse senti- Elias (1998) argumenta que:
do, Garcia descreve que “[...] a discussão sobre a instabilidade, a [...] o “tempo”, no contexto da física e, portanto, também no
mudança, o aperfeiçoamento, a evolução, a história, também são da tradição dominante na filosofia, é um conceito que represen-
acompanhados pela ideia de que não se pode prever o futuro da ta um nível altíssimo de síntese, ao passo que, na prática das so-
vida ou da sociedade [...]” (1999, p. 113).

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ciedades humanas, reduz-se a um mecanismo de regulação cuja ensino a distância é preciso que o aluno que esteja fazendo o EAD
força coercitiva percebemos quando chegamos atrasados a um (educação a distância) tenha acesso a internet, apesar de ainda
encontro importante (ELIAS, 1998, p. 39). haver EAD por correspondência (através de cartas via correio).
Desse ponto de vista, destaca-se a importância que o tempo O ensino como transmissão de conhecimentos baseia-se na
tem em relação as ações diárias das pessoas, podendo também percepção, principalmente através da oratória e da escrita. A ex-
acrescentar, o quão importante essa reflexão impacta nas atitu- posição do docente, o apoio em textos e as técnicas de participa-
des diárias. O sentido de refletir, aqui descrito, é o pensar de que ção e debate entre os estudantes são algumas das formas em que
maneira cada um pode usufruir do seu tempo durante a sua vida, se materializa o processo de ensino.
perceber a influência desse tempo nas ações diárias e como tor- Com o avanço científico, o ensino tem integrado as novas tec-
ná-lo benéfico ao longo das tarefas. nologias e recorrido a outros canais para transmitir o conhecimen-
Nesta perspectiva, pode-se destacar as palavras de Elias to, como o vídeo e a Internet. A tecnologia também tem vindo a
(1998) quanto a definição da palavra tempo: potenciar a aprendizagem à distância e a interação mais além do
[...] a palavra “tempo”, diríamos, designa simbolicamente a facto de partilhar um mesmo espaço físico.
relação que um grupo humano, ou qualquer grupo de seres vivos Temos o coaching que é uma forma de ensino não tradicio-
dotado de uma capacidade biológica de memória e de síntese, nal e que não requer uma sistemática ou um passo a passo. Ain-
estabelece entre dois ou mais processos, um dos quais é padroni- da assim, essa é considerada uma forma de ensino, mesmo que
zado para servir aos outros como quadro de referencia e padrão de forma indireta. Sendo que o objetivo principal de um coach
de medida (ELIAS, 1998, p. 39). (o profissional) é ajudar as pessoas a vencerem seus desafios e
O uso do tempo, frente às questões pessoais, profissionais, ou contribuir, assim, para o desenvolvimento dessas pessoas, ou seja,
mesmo na escola, requer de cada ser humano uma compreensão por meio dele é possível que uma pessoa consiga se aprimorar em
das suas necessidades e a captação dos acontecimentos externos diferentes áreas.
de mundo, pois o tempo passa à medida que as pessoas se tornam Ensino é ainda uma das conjugações do verbo “ensinar”. Nes-
mais suscetíveis às mudanças e abertos à novas aprendizagens. se caso, referente a primeira pessoa do singular, exemplo: “eu en-
Consequentemente, esse contexto não se esquiva da escola, pois sino matemática naquela escola”.
é dentro desse espaço que a própria escola define seu tempo na
busca de um tempo único e comum a todos. O que é Aprendizagem
Aprendizagem é um fenômeno ou um método relacionado
Conceito de ensino com o ato ou efeito de aprender. A aprendizagem estabelece li-
O ensino é a ação e o efeito de ensinar (instruir, doutrinar e gações entre certos estímulos e respostas equivalentes, causando
amestrar com regras ou preceitos). Trata-se do sistema e do méto- um aumento da adaptação de um ser vivo ao seu meio envolven-
do de instruir, constituído pelo conjunto de conhecimentos, prin- te.
cípios e ideias que se ensinam a alguém. Sendo um fenômeno que faz parte da pedagogia, a aprendi-
O ensino é uma forma de passar o conhecimento de uma pes- zagem é uma modificação do comportamento do indivíduo em
soa para outra de maneira sistemática. E esse sistema pode existir função da experiência. A aprendizagem escolar se distingue pelo
tanto em escolas e universidade como também dentro de deter- caráter sistemático e intencional e pela organização das atividades
minadas empresas, a fim de que seus colaboradores adquiram (estímulos) que a desencadeiam, atividades que se inserem em
habilidades necessárias para desempenharem suas atividades de um quadro de finalidades e exigências determinadas pela institui-
maneira ainda mais eficiente. ção escolar.
O ensino implica a interação de três elementos: o professor A investigação psicológica sobre a aprendizagem e as teorias
ou docente; o aluno, estudante ou discente; e o objeto de co- que daí surgiram tiveram forte repercussão na pedagogia, contri-
nhecimento. A tradição enciclopedista supõe que o professor é a buindo para a decadência do ensino tradicional. O ponto central
fonte do conhecimento e o aluno, um mero receptor ilimitado do do processo de ensino-aprendizagem passou a ser a atividade do
mesmo. Sob esta perspectiva, o processo de ensino é a transmis- aluno enquanto agente da sua aprendizagem, deixando, assim, de
são de conhecimentos do docente para o estudante, através de ser o agente passivo do ensino ministrado pelo professor.
diversos meios e técnicas. As dificuldades de aprendizagem resultam tanto de um fun-
Porém, para as correntes atuais como a cognitiva, o docente é cionamento deficiente da escola como são devidas a fatores de
um fornecedor do conhecimento, acuta como nexo entre este e o ordem psicológica ou sócio-cultural. As deficiências sensoriais e
estudante por intermédio de um processo de interação. Portanto, físicas (visual, auditiva, motora) e as perturbações fisiológicas ori-
o aluno compromete-se com a sua aprendizagem e toma a inicia- ginam tipos específicos de dificuldades na aprendizagem.
tiva na busca do saber. No ramo da etologia, a aprendizagem é a fixação na memória
O ensino como uma profissão tem níveis de estresse que es- das impressões ambientais. É baseada na modificação de meca-
tão muito elevados, são os maiores em vários países no mundo, o nismos do sistema nervoso central que, posteriormente, influem
estresse acaba afetando mais os alunos que os professores devido em pautas de conduta.
a pressão para tirarem, notas acima da média fazem os alunos A possibilidade ou disposição de aprendizagem depende do
necessitar de medicamentos. nível de desenvolvimento desses mecanismos e é determinada
O ensino a distância é uma forma de educação em que os pelo número de neurônios disponíveis. Quase todos os animais
alunos e professores não estão presentes fisicamente para que o podem aprender. Nos animais com um cérebro pequeno, a maior
processo de aprendizagem ocorra por completo. Para que aja o parte dos neurônios são utilizados no estabelecimento dos cir-
cuitos automáticos herdados e poucos ficam disponíveis para a
aprendizagem. Por outro lado, nos animais de cérebro grande (por
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

exemplo, nos mamíferos) o número de neurônios é suficiente para A teoria da instrução de Jerome Bruner (1991), um autênti-
permitir a formação de novos circuitos, o que possibilita a apren- co representante da abordagem cognitiva, traz contribuições sig-
dizagem. nificativas ao processo ensino-aprendizagem, principalmente à
aprendizagem desenvolvida nas escolas. Sendo uma teoria cogni-
Aprendizagem e desenvolvimento tiva, apresenta a preocupação com os processos centrais do pen-
Jean Piaget apresentou uma distinção entre aprendizagem e samento, como organização do conhecimento, processamento de
desenvolvimento, afirmando que muitas pessoas confundem os informação, raciocínio e tomada de decisão. Considera a aprendi-
dois conceitos. De acordo com o epistemólogo suíço, o desenvol- zagem como um processo interno, mediado cognitivamente, mais
vimento está relacionado não só ao desenvolvimento físico, mas do que como um produto direto do ambiente, de fatores externos
também se refere ao sistema nervoso e às funções mentais, estan- ao aprendiz. Apresenta-se como o principal defensor do método
do relacionado com a embriogênese e às estruturas do conheci- de aprendizagem por descoberta (insight).
mento. O conceito de aprendizagem é mais simples, pois acontece A teoria de Bruner apresenta muitos pontos semelhantes às
através de um intermediário (professor), sendo um processo limi- teorias de Gestalt e de Piaget. Bruner considera a existência de
tado a uma estrutura mais simples que o desenvolvimento. estágios durante o desenvolvimento cognitivo e propõe explica-
ções similares às de Piaget, quanto ao processo de aprendizagem.
Aprendizagem significativa Atribui importância ao modo como o material a ser aprendido é
A aprendizagem significativa é um conceito importante na disposto, assim como Gestalt, valorizando o conceito de estrutura
teoria da aprendizagem apresentada por David Ausubel. Segundo e arranjos de ideias. “Aproveitar o potencial que o indivíduo traz
o psicólogo da educação americano, a aprendizagem significativa e valorizar a curiosidade natural da criança são princípios que de-
implica que os novos conteúdos aprendidos pelo aluno são orga- vem ser observados pelo educador”.
nizados e formam uma hierarquia de conceitos, e se relacionam A escola não deve perder de vista que a aprendizagem de um
com o conhecimento previamente interiorizado pelo aluno. novo conceito envolve a interação com o já aprendido. Portanto,
as experiências e vivências que o aluno traz consigo favorecem
Aprendizagem organizacional novas aprendizagens. Bruner chama a atenção para o fato de que
A aprendizagem organizacional consiste na aprendizagem ab- as matérias ou disciplinas tais como estão organizadas nos currí-
sorvida por uma organização, ou seja, é a obtenção de conheci- culos, constituem-se muitas vezes divisões artificiais do saber. Por
mentos que capacitam a empresa a criar práticas que a ajudarão isso, várias disciplinas possuem princípios comuns sem que os alu-
a alcançar os resultados pretendidos. A aprendizagem de conhe- nos – e algumas vezes os próprios professores – analisem tal fato,
cimentos, valores e habilidades pode acontecer dentro ou fora do tornando o ensino uma repetição sem sentido, em que apenas
contexto da organização, de forma direta ou indireta, e contribui respondem a comandos arbitrários, Bruner propõe o ensino pela
para o sucesso da organização. descoberta. O método da descoberta não só ensina a criança a re-
solver problemas da vida prática, como também garante a ela uma
Aprendizagem motora compreensão da estrutura fundamental do conhecimento, possi-
A aprendizagem motora acontece quando certos processos bilitando assim economia no uso da memória, e a transferência da
cognitivos estão ligados a uma prática de movimentação e que aprendizagem no sentido mais amplo e total.
causa uma alteração constante no comportamento motor de um Segundo Bock (2001), a preocupação de Bruner é que a crian-
determinado indivíduo. ça aprenda a aprender corretamente, ainda que “corretamente”
A aprendizagem é um processo contínuo que ocorre durante assuma, na prática, sentidos diferentes para as diferentes faixas
toda a vida do indivíduo, desde a mais tenra infância até a mais etárias. Para que se garanta uma aprendizagem correta, o ensi-
avançada velhice. Normalmente uma criança deve aprender a an- no deverá assegurar a aquisição e permanência do aprendido
dar e a falar; depois a ler e escrever, aprendizagens básicas para (memorização), de forma a facilitar a aprendizagem subsequente
atingir a cidadania e a participação ativa na sociedade. Já os adul- (transferência). Este é um método não estruturado, portanto o
tos precisam aprender habilidades ligadas a algum tipo de traba- professor deve estar preparado para lidar com perguntas e situa-
lho que lhes forneça a satisfação das suas necessidades básicas, ções diversas. O professor deve conhecer a fundo os conteúdos a
algo que lhes garanta o sustento. As pessoas idosas embora nossa serem tratados. Deve estar apto a conhecer respostas corretas e
sociedade seja reticente quanto às suas capacidades de aprendi- reconhecer quando e porque as respostas alternativas estão er-
zagem podem continuar aprendendo coisas complexas como um radas. Também necessita saber esperar que os alunos cheguem
novo idioma ou ainda cursar uma faculdade e virem a exercer uma à descoberta, sem apressa-los, mas garantindo a execução de um
nova profissão. programa mínimo. Deve também ter cuidado para não promover
O desenvolvimento geral do indivíduo será resultado de suas um clima competitivo que gere, ansiedade e impeça alguns alunos
potencialidades genéticas e, sobretudo, das habilidades aprendi- de aprender.
das durante as várias fases da vida. A aprendizagem está direta- O modelo de ensino e aprendizagem de David P. Ausubel
mente relacionada com o desenvolvimento cognitivo. (1980) caracteriza-se como um modelo cognitivo que apresenta
As passagens pelos estágios da vida são marcadas por cons- peculiaridades bastante interessantes para os professores, pois
tante aprendizagem. “Vivendo e aprendendo”, diz a sabedoria po- centraliza-se, primordialmente, no processo de aprendizagem
pular. Assim, os indivíduos tendem a melhorar suas realizações tal como ocorre em sala de aula. Para Ausubel, aprendizagem
nas tarefas que a vida lhes impõe. A aprendizagem permite ao significa organização e integração do material aprendido na es-
sujeito compreender melhor as coisas que estão à sua volta, seus trutura cognitiva, estrutura esta na qual essa organização e inte-
companheiros, a natureza e a si mesmo, capacitando-o a ajustar- gração se processam.
-se ao seu ambiente físico e social.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Psicólogos e educadores têm demonstrado uma crescente Como o ato pedagógico de ensino-aprendizagem constitui-se,
preocupação com o modo como o indivíduo aprende e, desde ao longo prazo, num projeto de formação humana, propomos que
Piaget, questões do tipo: “Como surge o conhecer no ser huma- esta formação seja orientada por um processo de autonomia que
no? Como o ser humano aprende? O conhecimento na escola é ocorra pela produção autônoma do conhecimento, como forma
diferente do conhecimento da vida diária? O que é mais fácil es- de promover a democratização dos saberes e como modo de ela-
quecer?” atravessaram as investigações científicas. Assim, deve borar a crítica da realidade existente.
interessar à escola saber como criança, adolescentes e adultos Isto quer dizer que só há crítica se houver produção autôno-
elaboram seu conhecer, haja vista que a aquisição do conheci- ma do conhecimento elaborado através de uma prática efetiva da
mento é a questão fundamental da educação formal. pesquisa. Entendemos que é pela prática da pesquisa que exer-
A psicologia cognitiva preocupa responder estas questões citamos a reflexão sobre a realidade como forma de sistematizar
estudando o dinamismo da consciência. A aprendizagem é, por- metodologicamente nosso olhar sobre o mundo para podermos
tanto, a mudança que se preocupa com o eu interior ao passar agir sobre os problemas. Isto quer dizer que não pesquisamos por
de um estado inicial a um estado final. Implica normalmente uma pesquisar e nem refletimos por refletir. Tanto a reflexão quanto à
interação do indivíduo com o meio, captando e processando os pesquisa são meios pelos quais podemos agir como sujeitos trans-
estímulos selecionados. formadores da realidade social. Isto indica que nosso trabalho,
O ato de ensinar envolve sempre uma compreensão bem como professores, é o de ensinar a aprender para que o conhe-
mais abrangente do que o espaço restrito do professor na sala de cimento construído pela aprendizagem seja um poderoso instru-
aula ou às atividades desenvolvidas pelos alunos. Tanto o profes- mento de combate às formas de injustiças que se reproduzem no
sor quanto o aluno e a escola encontram-se em contextos mais interior da sociedade.
globais que interferem no processo educativo e precisam ser leva- Piaget (1969), foi quem mais contribuiu para compreender-
dos em consideração na elaboração e execução do ensino. mos melhor o processo em que se vivencia a construção do co-
Ensinar algo a alguém requer, sempre, duas coisas: uma visão nhecimento no indivíduo.
de mundo (incluídos aqui os conteúdos da aprendizagem) e pla- Apresentamos as ideias básicas de Piaget sobre o desenvolvi-
nejamento das ações (entendido como um processo de racionali- mento mental e sobre o processo de construção do conhecimen-
zação do ensino). A prática de planejamento do ensino tem sido to, que são adaptação, assimilação e acomodação.
questionada quanto a sua validade como instrumento de melhoria Piaget diz que o indivíduo está constantemente interagindo
qualitativa no processo de ensino como o trabalho do professor: com o meio ambiente. Dessa interação resulta uma mudança con-
[...] a vivência do cotidiano escolar nos tem evidenciado situa- tínua, que chamamos de adaptação. Com sentido análogo ao da
ções bastante questionáveis neste sentido. Percebe-se, de início, Biologia, emprega a palavra adaptação para designar o processo
que os objetivos educacionais propostos nos currículos dos cursos que ocasiona uma mudança contínua no indivíduo, decorrente de
apresentam confusos e desvinculados da realidade social. Os con- sua constante interação com o meio.
teúdos a serem trabalhados, por sua vez, são definidos de forma Esse ciclo adaptativo é constituído por dois subprocessos: as-
autoritária, pois os professores, via re regra, não participam dessa similação e acomodação. A assimilação está relacionada à apro-
tarefa. Nessas condições, tendem a mostrar-se sem elos signifi- priação de conhecimentos e habilidade. O processo de assimila-
cativos com as experiências de vida dos alunos, seus interesses e ção é um dos conceitos fundamentais da teoria da instrução e do
necessidades. ensino. Permite-nos entender que o ato de aprender é um ato de
De modo geral, no meio escolar, quando se faz referência a conhecimento pelo qual assimilamos mentalmente os fatos, fenô-
planejamento do ensino – aprendizagem, este se reduz ao proces- menos e relações do mundo, da natureza e da sociedade, através
so através do qual são definidos os objetivos, o conteúdo progra- do estudo das matérias de ensino. Nesse sentido, podemos dizer
mático, os procedimentos de ensino, os recursos didáticos, a sis- que a aprendizagem é uma relação cognitiva entre o sujeito e os
temática de avaliação da aprendizagem, bem como a bibliografia objetos de conhecimento.
básica a ser consultada no decorrer de um curso, série ou discipli- A acomodação é que ajuda na reorganização e na modifica-
na de estudo. Com efeito, este é o padrão de planejamento ado- ção dos esquemas assimilatórios anteriores do indivíduo para
tado pela maioria dos professores e que passou a ser valorizado ajustá-los a cada nova experiência, acomodando-as às estruturas
apenas em sua dimensão técnica. mentais já existentes. Portanto, a adaptação é o equilíbrio entre
Em nosso entendimento a escola faz parte de um contexto assimilação e acomodação, e acarreta uma mudança no indivíduo.
que engloba a sociedade, sua organização, sua estrutura, sua A inteligência desempenha uma função adaptativa, pois é
cultura e sua história. Desse modo, qualquer projeto de ensino através dela que o indivíduo coleta as informações do meio e as
– aprendizagem está ligado a este contexto e ao modo de cultura reorganiza, de forma a compreender melhor a realidade em que
que orienta um modelo de homem e de mulher que pretendemos vive, nela agi, transformando. Para Piaget (1969), a inteligência é
formar, para responder aos desafios desta sociedade. Por esta ra- adaptação na sua forma mais elevada, isto é, o desenvolvimento
zão, pensamos que é de fundamental importância que os profes- mental, em sua organização progressiva, é uma forma de adap-
sores saibam que tipo de ser humano pretendem formar para esta tação sempre mais precisa à realidade. É preciso ter sempre em
sociedade, pois disto depende, em grande parte, as escolhas que mente que Piaget usa a palavra adaptação no sentido em que é
fazemos pelos conteúdos que ensinamos, pela metodologia que usado pela Biologia, ou seja, uma modificação que ocorre no indi-
optamos e pelas atitudes que assumimos diante dos alunos. De víduo em decorrência de sua interação com o meio.
certo modo esta visão limitada ou potencializada o processo en-
sino-aprendizagem não depende das políticas públicas em curso,
mas do projeto de formação cultural que possui o corpo docente
e seu compromisso com objeto de estudo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Portanto, é no processo de construção do conhecimento e tempo. Hoje em dia, povos que não praticam a circuncisão não são
na aquisição de saberes que devemos fazer com que o aluno seja julgados menos higiênicos por isso. Assim, o conceito de higiene
motivado a desenvolver sua aprendizagem e ao mesmo tempo su- vem mudando ao longo da história da humanidade.
perar as dificuldades que sentem em assimilar o conhecimento Na sociedade ocidental, há muitos séculos, as normas de limpe-
adquirido. za e higiene vêm sendo modificadas. Nas casas dos ricos da Roma
antiga havia água corrente e banheiros com chuveiros. A partir da
Referência: queda do Império Romano, a Europa tornou-se imunda, pois o sis-
MOTA, M. S. G.; PEREIRA, F. E. L. Desenvolvimento e Apren- tema sanitário que aquela civilização havia construído foi destruí-
dizagem: Processo de construção do conhecimento e desenvolvi- do pelos invasores bárbaros. Na Idade Média, até os reis usavam a
mento mental do indivíduo. Disponível em: http://portal.mec.gov. água de poço e só lavavam as mãos e o rosto. Havia uma enorme
br/setec/arquivos/pdf3/tcc_desenvolvimento.pdf quantidade de pulgas e piolhos.
Em 1347, pulgas contaminadas chegaram ao Sul da Itália, mais
precisamente na Sicília, agarradas nos pêlos dos ratos. Elas se espa-
NOÇÕES BÁSICAS DE HIGIENE PESSOAL lharam de tal forma que, em poucas semanas, se estima que 25 por
cento da população local contraiu peste bubônica. A partir daí, por
causa das péssimas condições de higiene, a peste passou rapida-
HIGIENE E SEGURANÇA NAS ESCOLAS1 mente para o continente e devastou a Europa no século XIV.
O seguinte conteúdo é disponibilizado pelo Ministério da Edu- A circuncisão é uma operação cirúrgica que consiste na remo-
cação, onde os autores trazem em oito unidades, os conteúdos ção do prepúcio, uma prega que recobre a cabeça do pênis. Essa
fundamentais de higine e segurança para profissionais da educação remoção, chamada também exérese do prepúcio, peritomia (do
que atuam em escolas. O objetivo deste material é apresentado a grego peri, “em torno”, e tomia, “corte”) ou postectomia, é prati-
seguir: cada há mais de 5 mil anos, e realizada atualmente em clínicas com
condições de higiene e assepsia. Muitos homens no mundo são cir-
“Este módulo tem como objetivo central levar os(as) funcio- cuncidados, por motivos religiosos e também por razões de higiene.
nários(as) a refletirem sobre a higiene e a segurança na escola e A peste bubônica também é conhecida como peste negra. Esta
sobre seu papel na construção de uma escola onde educadores e denominação surgiu num dos momentos mais aterrorizantes da his-
educandos primem pela limpeza pessoal e do ambiente, bem como tória da humanidade. Esta doença dizimou cerca de 25 milhões de
se sintam seguros e responsáveis pela construção de uma cultura pessoas na Europa no século XIV. A peste é causada pela bactéria
de paz na escola e na comunidade. Visa também a familiarizar os Yersinia pestis e apesar de ser comum entre roedores, como ratos e
cursistas, que exercem hoje alguma função específica de manuten- esquilos, pode ser transmitida por suas pulgas para o homem.
ção da infraestrutura escolar (limpeza, vigilância, zeladoria), com Nessa época, o verão europeu era marcante por causa dos chei-
as alternativas de práticas que se incluem no papel mais amplo de ros fortes que envolviam cidades e vilarejos sem esgotos. Os france-
técnico em meio ambiente e infraestrutura as escolas.” ses combatiam essa cheiro ruim, não com banhos ou lavagens das
ruas, mas com perfumes fortes. Até hoje os franceses são famosos
Higiene: construção histórica do conceito por seus perfumes, no entanto a origem dessa fama não é tão ba-
Higiene é uma palavra que veio da Grécia. Vem de hygeinos, cana assim.
que significa, em grego, “o que é são”, “o que é sadio”. Antes, em Na Idade Média, um jarro servia para lavar as mãos à mesa. Ain-
sua origem, era um adjetivo usado para qualificar a saúde. As pes- da não existiam os talheres, mas, mesmo assim, as pessoas civili-
soas deviam ter uma “saúde higiênica”. Depois, a palavra virou um zadas tinham que higienizar as mãos. Os médicos da Idade Média
substantivo, um conjunto de hábitos que se deve ter para conseguir diziam que era suficiente, para a limpeza corporal, a lavagem das
o bem-estar e a saúde. mãos e do corpo. A preocupação das pessoas era manter asseado
A palavra higiene pode ser também entendida como a limpeza o que fosse visível. A atenção e a hospitalidade de quem recebia
corporal, o asseio. Pode denominar, ainda, uma parte da medicina uma pessoa em sua casa era demonstrada quando o dono da casa
que busca preservar a saúde, estabelecendo normas e recomenda- oferecia água para as mãos do visitante.
ções para prevenir as doenças. Havia, no período medieval, muitos mitos e fantasias a respeito
Algumas práticas religiosas muito antigas têm relação com a hi- da limpeza, da higiene e da saúde. Nem aristocratas nem pobres
giene e com a saúde. A circuncisão, por exemplo, teria surgido na gostavam de tomar banho. Uma rainha da Espanha, Isabella, orgu-
África há mais de 5 mil anos. Essa retirada cirúrgica do prepúcio é, lhava-se do fato de ter tomado apenas dois banhos na vida, um ao
até mesmo, relatada pela Bíblia. A circuncisão já era conhecida e nascer e outro no dia de seu casamento. Raramente, a população
praticada na época de Abraão e, ainda hoje, meninos judeus e mu- trocava de roupa. Pessoas refinadas usavam óleos perfumados de
çulmanos do mundo inteiro são circuncidados. rosa e madressilva. Para ter um bom hálito, era comum que as pes-
Para os antigos filósofos judeus, a circuncisão garantiria uma soas mascassem canela e erva-doce, entre outras.
maior higiene ao órgão genital masculino, evitando uma série de Nos séculos XVI e XVII, considerava-se que a água era capaz de
doenças. Para os judeus, a circuncisão tem importância religiosa. penetrar no corpo das pessoas e causar doenças. A água quente,
Para os mulçumanos, ela significa uma purificação corporal. Entre- ainda por cima, era apontada como capaz de enfraquecer o organis-
tanto, seja por imposições religiosas, seja por conseqüência de mu- mo, abrindo os poros para a entrada de ar doentio e impedindo o
danças culturais, as práticas de higiene alteram-se com o passar do crescimento das crianças. A rainha Elizabeth I, da Inglaterra, tomava
um banho a cada três meses e era considerada uma mulher de há-

1 http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profunc/higiene.pdf
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bitos estranhos. Luís XIII, da França, tomou seu primeiro banho aos gotamento dos dejetos. E você sabe que não são poucas as escolas
sete anos de idade. Nessa época, a população de seu país tomava, que possuem instalações sanitárias depredadas e maltratadas. Aqui
em média, um banho por ano. entre nós, não é verdade que, quando chega uma visita na escola,
No século XVII, até mesmo os critérios de limpeza eram defini- evitamos que ela utilize os banheiros de alunos?
dos pelos livros sobre boas maneiras. Não era um caso de higiene Por isso mesmo, os hábitos de limpeza do povo de nosso país
pessoal, como entendemos hoje. De acordo com as posses das pes- não podem ser considerados tão bons. Tomamos uma grande quan-
soas, as bacias e os jarros de lavar as mãos eram feitos de determi- tidade de banhos por ano. Consumimos muito sabonete e xampu.
nado material. Tanto poderiam ser feitos de simples barro cozido, O brasileiro é considerado um dos povos mais limpos do mundo.
como de porcelana, prata, estanho e até de ouro. Contudo, urinar em locais públicos, como praças, ruas e calçadas,
Como já foi dito, nesse período, os franceses já eram famosos não pode ser considerado um bom hábito. Muito menos entupir
pelos seus fortes perfumes. Luiz XIV, o Rei-Sol, por conta disso, dis- vasos sanitários e cestos de lixo com papel higiênico. E o nosso povo
farçou com perfumes a falta de banho. Ele adiou o máximo que ainda tem hábitos ruins como esses.
pode o seu primeiro banho. Os nobres, em vez de banharem-se, Nossa gente, como se diz, também não é muito chegada a es-
preferiam trocar de roupas, mais de uma vez por dia. Quem vivesse covar bem os dentes. Até a turma da classe média, com recursos
no século XVIII, além de tomar banho muito raramente, tinha que para comprar os melhores produtos, não sabe usar corretamente
colocar pó-de-arroz nos cabelos, em vez de lavá-los com água e sa- as escovas de dente. Usa a pasta de dentes por poucos segundos e
bão. Além disso, andavam pela rua aos saltos, para evitar pisar nos é só. Todavia, os dentistas consideram ideal um tempo mínimo de
excrementos. um minuto e meio de escovação bem feita. E isso não é a mesma
A palavra higiene, na sociedade ocidental, só teve um destaque coisa que fazer movimentos bagunçados com a escova só para criar
maior na vida das pessoas no início do século XIX. Nessa época, os espuma, perfumar a boca e fazer “aaaahhhh!”.
médicos passaram a escrever textos de higiene que incentivavam o Lavar as mãos após ir ao banheiro é um hábito que muita gente
uso do sabão. Mas, é bom que se diga, no Oriente, principalmente não tem. No Brasil, com tanta abundância de água, até nos hospi-
entre os muçulmanos, lavar o rosto, as mãos e os pés era, nessa tais e nos postos de saúde existe uma deficiência na higiene. Al-
época, um ritual religioso obrigatório, há muitos e muitos anos. gumas pesquisas estimam que apenas de 10 a 15 por cento dos
Então, é bom deixar bem claro que eram os europeus que tinham funcionários desses locais lavam as mãos adequadamente antes de
medo da água até o século XIX. Na verdade, os europeus da época executar suas tarefas. O brasileiro, em geral, ao lavar as mãos com
consideravam, quase que exclusivamente, o corpo como a origem água e sabão, tem pressa, mesmo depois de ir ao banheiro.
do pecado.
Como a Europa, em geral, até o século XIX, tinha esses seus cos-
tumes, eles chegaram ao Brasil com os portugueses. Mas, aqui, a
história foi diferente. Nossos colonizadores foram, aos poucos, ado-
tando o banho, influenciados pelos índios. Nossos antepassados in-
dígenas tomavam banho diariamente e, muitas vezes, mais de uma
vez por dia. Eles utilizavam os rios, os lagos e as cachoeiras para
seus banhos e, mesmo assim, não ficavam doentes. Ao contrário
dos portugueses da época, sujos e mal-cheirosos, os índios eram
fortes, saudáveis e asseados. O banho, até mesmo, está presente
em muitos rituais religiosos dos índios brasileiros.
Em muitas cidades brasileiras, no século XIX, já havia o banho
quente. Nas casas, o pessoal utilizava a bacia com água quente para
o banho, lavando o rosto e a cabeça, primeiro. Sentados, em segui-
da, lavavam o tronco. Em pé, novamente, lavavam pernas e pés. E,
assim, completavam um ritual que já era uma preocupação com a
higiene pessoal muito superior à de seus antepassados. “Faltando a estética, a higiene é inviável” Foto: Danilo Monle-
No início do século XX, banheiro dentro de casa era luxo de ri- vade.
cos. Somente a partir de 1920 houve uma melhoria, com a utiliza-
ção de encanamentos para os esgotos. A partir de então, as pessoas Higiene e educação
preocupadas com a higiene passaram a incluir os banheiros As doenças causadas pela água de má qualidade matam uma
de madeira nos lares. Depois vieram os banheiros construídos com criança a cada 15 segundos. Quem nos dá essa má notícia é o Fun-
ladrilhos de cerâmica e o ferro fundido esmaltado. Na década de do das nações Unidas para a infância (Unicef), uma agência das
1930 surgiram os conjuntos coloridos de pia, privada e bidê. Na dé- Nações Unidas que busca promover a defesa dos direitos das crian-
cada de 1950 passou-se a utilizar o plástico. ças em 158 países e é a única organização mundial que se dedica
Nos dias atuais, por conta da ligação cultural com nossos índios, especificamente às crianças. Por isso mesmo, torna-se preocupante
o brasileiro adora tomar banho. Mas, é claro, a higiene corporal não quando o Unicef afirma que essas doenças que chegam pela água
é apenas isso. Inclui também a lavagem rápida de partes do corpo; estão associadas a muitas outras e, também, à má nutrição.
o corte dos cabelos; a depilação; o corte das unhas; o trato de bar- São muitos os lugares do mundo nos quais os alunos faltam às
ba, bigode, cavanhaque e costeletas; o uso de roupas limpas. aulas ou saem da escola por causa dessas doenças que vêm na água
Tanto nas residências, quanto nos prédios públicos, e especial- que bebem. As mãos sujas por falta d’água também causam proble-
mente nas escolas, as instalações hidráulicas e sanitárias deveriam
ser capazes de fazer, com qualidade, a distribuição da água e do es-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mas do mesmo tipo. Crianças são as principais vítimas das baixas e saúde. Outra coisa é agir no sentido de que todos os que estão no
condições de higiene em um mundo onde centenas de milhões de ambiente escolar adquiram, reforcem ou melhorem hábitos, atitu-
pessoas lutam pela sobrevivência. des e conhecimentos relacionados com higiene e saúde.
Sem água de qualidade para consumo e sem acesso a instala- A comunidade escolar deve discutir a relação entre higiene,
ções sanitárias mínimas, as diarréias comuns afetam as crianças saúde e condição de vida. Como é um direito da população viver
menores de 5 anos das comunidades carentes em todo o mundo. em condições adequadas de higiene e saúde, a educação deve ser
Diariamente, mais do que a maioria das doenças, essas diarréias capaz de alterar os hábitos e os comportamentos dos cidadãos. A
matam muitas crianças. Elas são a segunda causa da mortalidade prática educativa deve abranger toda a comuni dade escolar, uma
infantil no planeta, causando a morte de aproximadamente 4.500 vez que devemos estar em condições de reivindicar nossos direitos.
crianças por dia. É preciso aumentar a competência dos indivíduos para tomar deci-
A qualidade da educação é profundamente ligada à disponibi- sões em todos os setores em que a participação das comunidades
lidade de água potável, por conta da importância da higiene. As é fundamental. A comunidade escolar deve ser preparada para dis-
doenças consomem energia das crianças e, conseqüentemente, cutir as relações entre saúde, higiene e alimentação, levando em
diminuem fortemente sua capacidade de aprendizagem. A falta consideração as condições de vida e os direitos dos cidadãos. Feita
de instalações sanitárias adequadas nas escolas é um obstáculo a de maneira crítica e contextualizada, a difusão dos conhecimentos
mais para crianças que buscam escapar da pobreza. Por causa de sobre esse tema beneficia toda a comunidade.
doenças que podem até levar à morte, as comunidades pobres Uma pesquisa realizada pela Escola Superior de Agricultura
diminuem a perspectiva de construírem um futuro melhor para “Luiz de Queiroz” (USP/Esalq), em Piracicaba, SP, no intuito de le-
seus filhos, mesmo matriculandoos em escolas. Daí a importância vantar dados quanto à aceitação da merenda escolar que é ofereci-
de não somente os prédios escolares serem higiênicos e servidos da aos alunos mostrou resultados interessantes. Aproximadamente
por água potável, como também de a proposta pedagógica incluir 33,6% dos escolares da amostra pertencem a famílias cuja renda
a educação ambiental e sanitária dos estudantes, com extensão às familiar per capita não atinge o salário-mínimo. Mas, mesmo entre
suas famílias e residências. os alunos que participam do programa, 66,2% declararam rejeitar
Caso contrário, o subdesenvolvimento torna-se crônico. Isso alguns pratos e, em geral, os estudantes optam pela refeição gratui-
quer dizer que essa pobreza é uma conseqüência do fato de que ta somente quando são atendidos em suas preferências. Os motivos
as crianças continuarão morrendo cedo, crescendo fracas. As pés- mais citados para a recusa da merenda escolar foram: “não gosto”
simas condições dos países em desenvolvimento fazem com que os (40,1%), “não tenho vontade/fome” (30,4%), “trago lanche de casa”
dias “perdidos” na escola e no trabalho representem uma perda de (5,5%), “compro lanche na cantina” (6,3%) e “tenho nojo” (5,9%).
produtividade anual de bilhões de dólares.
Nos países da América Latina existem imensas desigualdades “Análise do Impacto das Novas Diretrizes Estabelecidas pelo
nos serviços de água e saneamento. É possível constatar essas desi- Programa Nacional de Alimentação Escolar na Operacionalização
gualdades tanto entre as regiões de cada país, quanto entre os vá- e Atendimento do PúblicoAlvo”. Disponível em www. esalq.usp.br.
rios países da região. Os serviços de água e saneamento são muito
piores para as crianças nas áreas rurais do que para as que vivem À primeira vista, parece que somente a resposta “tenho nojo”
nas cidades. Em toda a região, a pobreza e a exclusão social signifi- tem a ver com higiene. Mas, pensando bem, podemos considerar
cam que os grupos indígenas e minoritários são privados, em muito bem provável que muitos alunos que responderam “não gosto”,
maior escala, do seu direito a estes serviços. “trago lanche de casa” ou “compro lanche na cantina” talvez façam
A saúde, conforme é entendida pela Organização Mundial de esse tipo de escolha por causa da higiene também. E, certamente,
Saúde (OMS), é um estado de completo bem-estar. Isso significa por motivos de falta de educação alimentar e de planejamento
estar bem nos aspectos físico, mental e social. Em outras palavras, científico dos cardápios. Ainda mais que 25% dos alunos reclamaram
saúde não é apenas a ausência de doenças e, sim, um bem que per- das características do refeitório e 20% rejeitam talheres, copos e
tence ao indivíduo e à coletividade. É, também, relacionada com a canecas, feitos de plástico, que são criticados (22%) por conta do
qualidade de vida da sua comunidade e de sua família. A legislação cheiro que apresentam com o passar do tempo. Os pratos, feitos de
brasileira deixa claro que a saúde é um direito de todos e um de- polipropileno, foram rejeitados por cerca de 60% dos entrevistados
ver do Estado (Constituição Federal, artigo 196), a ser garantida por e 13,4% condenaram as condições de higiene do refeitório. A
meio de políticas sociais e econômicas. Indiretamente, portanto, a maioria dos alunos declarou que adquire alimentos na cantina
legislação está falando da higiene e da educação. mesmo quando consomem a merenda.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma agência espe- Um estabelecimento que vende ou distribui alimentos, como a
cializada em saúde, fundada em 7 de abril de 1948 e subordinada à cantina escolar, está sujeito às normas sanitárias. Essas normas exi-
Organização das Nações Unidas. Sua sede é em Genebra, na Suíça. gem a presença de um responsável técnico pelo estabelecimento e
A OMS tem por objetivo desenvolver ao máximo possível o nível de pelo uso de práticas adequadas, tanto para lidar com os alimentos,
saúde de todos os povos. quanto com a higiene pessoal, bem como o correto armazenamen-
A educação deve ser um fator de promoção e proteção à saúde, to de produtos e descarte de lixo. E quando o estabelecimento de
bem como estimular a criação de estratégias para a conquista dos ensino permite que terceiros explorem sua cantina, também é res-
direitos de cidadania. Sendo assim, a escola deve ajudar a capacitar ponsável por ela.
os indivíduos para uma vida mais saudável. A educação não deve se A higiene alimentar protege os alimentos contra contaminações
limitar a apenas informar, pois somente se tornará efetiva quando que podem ser ocasionadas por organismos minúsculos, como as
promover mudanças de comportamentos. A comunidade escolar bactérias e as substâncias químicas tóxicas ou venenosas. Os cui-
não deve apenas contribuir para que os alunos adquiram conheci-
mentos relacionados com a saúde. Uma coisa seria ensinar higiene
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

dados no preparo dos alimentos - lavagem cuidadosa e cozimento Higiene no trabalho do funcionário
adequado, por exemplo - são capazes de eliminar organismos cau- As ações que praticamos para manter a saúde física e mental e
sadores de doenças sérias. prevenir doenças formam, em seu conjunto, aquilo que, de modo
Por isso mesmo, quem manipula alimentos deve se preocupar simplificado, se pode chamar de higiene. Desse modo, falar sobre
muito com a higiene. E estamos falando, também, da higiene pes- os hábitos higiênicos do funcionário em seu ambiente de trabalho
soal. Afinal, as bactérias podem chegar aos alimentos por meio de é, com certeza, falar sobre os hábitos de higiene pessoal do indiví-
mãos, braços, rosto e cabelos mal-lavados. Essas pessoas devem duo. Qualquer trabalhador é, também, cidadão. Não porque more
conhecer muito bem os procedimentos de higiene alimentar e de em uma cidade, mas porque ele possui direitos e deveres que são
higiene pessoal, além das causas e das conseqüências de uma in- definidos pelas leis do seu país.
toxicação alimentar. Devem, acima de tudo, ter consciência da sua Conforme já foi dito aqui, a saúde é um estado de completo
responsabilidade com uma permanente busca de um perfeito ma- bem-estar, ou seja, estar bem nos aspectos físico, mental e social.
nuseio dos alimentos. Ao contrário do que muita gente pensa, a saúde é um bem que
A falta de higiene em um estabelecimento de ensino pode cau- pertence ao indivíduo e à coletividade, fundamentalmente ligada à
sar a interdição da cantina e, conseqüentemente, a demissão de qualidade de vida das comunidades e das famílias. O direito consti-
funcionários do estabelecimento. A lei permite que sejam aplica- tucional à saúde deve ser garantido ao cidadão, mas, também, pelo
das multas pesadas para os proprietários e prevê o pagamento de cidadão.
indenizações às vítimas. Sempre é bom lembrar que a propagação Portanto, se, por um lado, cada brasileiro tem garantido seu di-
de epidemias pode ser facilitada pela falta de higiene e a escola não reito à saúde no texto da nossa Constituição, que deve ser materia-
é uma exceção. Ao contrário, pelas aglomerações comuns nos pá- lizado por meio de boas políticas sociais e econômicas, por outro
tios e nas salas de aulas, a falta de cuidados com a higiene pessoal, lado, ele, cidadão brasileiro, deve fazer sua parte. É isso mesmo,
alimentar e das instalações escolares pode ajudar uma doença a pois a higiene pessoal é uma contribuição do indivíduo para o bem-
espalhar-se. Pode causar, até mesmo, mortes na escola e fora dela. -estar da família, da coletividade e da sociedade como um todo.
A escola que possui condições sanitárias adequadas torna-se Muitos microorganismos habitam nosso corpo. Uns são úteis
um modelo para os alunos. E não só para eles. Professores, fun- para a nossa saúde, outros são nocivos. É possível que alguns que
cionários e toda a comunidade são influenciados pelo exemplo da são úteis passem a ser nocivos, dependendo das condições inter-
escola. Contudo, para que sejam obtidos bons resultados é preciso nas e externas ao nosso organismo. O contrário também é possível.
mudar hábitos, dando prioridades à combinação de educação, à hi- Tudo depende da manutenção de um equilíbrio entre a mente e o
giene e ao saneamento. Para isso, a disponibilidade e a manutenção corpo. Por isso, é necessário dar especial atenção às boas práticas
dos equipamentos escolares são essenciais. de higiene e ao bom comportamento pessoal, pois, desse modo,
Um bom programa de saneamento e higiene escolar deve in- estaremos cuidando do nosso interior e do nosso exterior. Afinal,
cluir o uso e a manutenção adequada das instalações, assim como sempre faremos parte do mundo exterior de outras pessoas.
a melhoria das instalações sanitárias. Isso implica a incorporação Para que possamos fazer a nossa parte, devemos:
dos funcionários na definição de metas a serem atingidas, na ela-
boração de atividades a serem executadas, na implementação e na Usar Sempre Roupas Limpas:
manutenção do programa. Você não imagina quantos microorganismos nocivos uma vesti-
Especial cuidado se deve ter com a correta destinação do lixo menta de qualquer natureza pode carregar. Recentemente, em um
produzido na escola. O ideal é a coleta seletiva, diária no caso dos programa de TV,1 uma reportagem alertou os espectadores quan-
“orgânicos”. O entorno da escola deve ser conservado limpo, como to ao perigo representado pelo hábito que muitos profissionais da
exemplo para a comunidade. “Xô mato, xô entulho!” saúde têm de sair do hospital usando o mesmo jaleco com o qual
trabalham. A reportagem mostrou que aquela peça do uniforme
profissional pode carregar microorganismos altamente nocivos à
saúde. A coisa é tão séria que o governo britânico vai proibir os
médicos do Reino Unido de usarem jalecos de manga comprida,
gravatas, relógios e jóias.
O programa mostrou que, na prática, bactérias e outros agen-
tes microscópicos de doenças pegam “carona” na roupa, principal-
mente nas mangas e nos bolsos do jaleco. O mau hábito pode fazer
com que doenças cheguem tanto da rua para os pacientes do hos-
pital quanto do hospital para pessoas fora dele. Você pode pensar:
“Ah, mas isso é no hospital, onde há muita gente que já está fraqui-
nha e, por isso, vulnerável às infecções”. E, na escola, na sua casa,
no ônibus, nas calçadas, nos elevadores, nos shoppings? Será que
você tem condição de saber quando alguém está mais frágil, a pon-
to de pegar uma doença transmitida por um microorganismo que
você carrega na sua roupa? Lembre-se que existem bactérias muito
resistentes a antibióticos, capazes de causar otites, faringites ou até
pneumonia. E elas podem estar nas suas roupas!

“Inclusão sim, entulho não!” Foto: Danilo Monlevade.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Usar Calçados Adequados: das, muitas mulheres acabam exagerando no cuidado ou fazendo-o
Isso depende da função que o profissional exerce. Para aque- de maneira inadequada, causando inflamações, irritações e até en-
les que manipulam alimentos, por exemplo, é importantíssimo o fraquecimento das unhas e deformidades.
asseio e os bons hábitos de higiene. Eles devem sempre estar com
uniforme de cor clara, proteção na cabeça, unhas aparadas e sem Tomar Banho Diariamente:
esmalte, sem relógios, sem pulseiras e, entre outras coisas, usan- Já falamos sobre o hábito do banho, em um capítulo anterior.
do calçados fechados. Porém, essa prática pode causar problemas Vimos que os nobres europeus preferiam encharcar-se de perfume
quanto à higiene dos pés. Isso porque, com o uso prolongado de a tomar banho e que, naquela época, as pessoas acreditavam que
calçados fechados, a umidade e o calor podem contribuir para o a água amolecia nosso corpo, provocando doenças e atrapalhando
surgimento de microorganismos nocivos, principalmente fungos, o crescimento das crianças e dos jovens. Para muitos, era um único
causadores das frieiras e micoses. banho por ano! No Brasil, dizem os historiadores, o rei dom João VI,
O pé precisa respirar. O popular chulé, que os médicos chamam pai de dom Pedro I, só concordou em tomar banho depois que teve
de bromidrose plantar, é causado pelo suor excessivo na planta dos uma ferida inflamada na perna, e o médico real o convenceu a se
pés e agravado pela falta de higiene. Os adolescentes sofrem mais banhar ou não ficaria curado.
com o chulé, mas ele é democrático. Para chulé não há diferença de
sexo, idade, condição financeira ou grau de instrução. O excesso de Nossa pele é uma barreira natural à entrada de microorganis-
suor nos pés pode estar relacionado com doenças, como hipertiroi- mos no corpo. A camada mais externa da pele, a epiderme, funcio-
dismo, diabetes e obesidade. Muitas vezes, o chulé vem acompa- na como se fosse uma capa. As células que a formam são cobertas
nhado de micoses, alergias e eczemas. por uma camada da substância denominada queratina, que não
Esse mau cheiro é o resultado da ação de bactérias que se ali- deixa passar água para o lado de dentro. Os poros são pequenos bu-
mentam do suor e de materiais que estão em cima da pele. Para raquinhos por onde sai o suor. As glândulas sebáceas estão na base
ficar livre do chulé, é preciso lavar muito bem os pés todos os dias dos nossos pêlos e recobrem toda a superfície do corpo, exceto a
e enxugá-los totalmente antes de colocar as meias, que devem ser palma da mão e a sola dos pés. Nossa pele é trocada, diariamente,
trocadas diariamente. Devemos secar os pés completamente, inclu- sendo que muitas células mortas devem ser eliminadas. Sobre nos-
sive entre os dedos, e usar meias de algodão, pois elas não retêm sa pele existem as bactérias comensais, isto é, bactérias que vivem
o suor. E atenção: se não quiser ter chulé, jamais use sapatos sem conosco e, em geral, não causam doenças. Elas, ao contrário, não
meias. Outra coisa: se o seu calçado já tem chulé, danou-se! Quan- permitem que outros microorganismos mais perigosos à saúde se
do o mau cheiro chega ao calçado, é melhor livrar-se dele. Lave agarrem na pele e, se forem poucas, podemos adoecer.
sempre seu calçado e deixe-o secar totalmente, de preferência ao
sol, pelo menos uma vez por mês. Quando não tomamos banho regularmente, permitimos que os
resíduos naturais da pele se acumulem. Eles são provenientes do
Manter as Mãos Sempre Limpas e as Unhas Curtas suor, do sebo e das células mortas. Nesse caso, as bactérias comen-
Mãos sujas e unhas mal-cuidadas transmitem doenças, como, sais podem multiplicar-se descontroladamente. Quando isso acon-
por exemplo, verminoses. Verminoses são doenças causadas por tece, nossa pele é danificada e passa a ser permitida a entrada de
vermes e protozoários. Esses visitantes indesejáveis costumam en- bactérias mais nocivas em nosso corpo. Dessa forma, abrem-se feri-
trar no nosso organismo e, pior, permanecer durante todo o tempo, das na nossa pele, permitindo a entrada de microorganismos inde-
causando muitas doenças. A contaminação ocorre de várias formas. sejados. Quando a gente começa a cheirar mal, pode ser que muitas
As principais são a ingestão de alimentos ou água contaminada e a bactérias e restos de pele tenham se acumulado. Assim, devemos
penetração na pele através de pequenos ferimentos. Unhas sujas e tomar banho não apenas para ficar cheirosos, mas, principalmente,
mal-tratadas são muito interessantes para esses sujeitos. por questões de saúde.
O número de casos dessas doenças é sempre bem maior nas
áreas de baixas condições socioeconômicas e carência de sanea- Cuidar da Higiene Bucal
mento básico. Por isso, devemos exigir das autoridades que essas A higiene bucal é a melhor forma de prevenção de cáries, infla-
deficiências sejam eliminadas. Porém, temos de, mais uma vez, fa- mação nas gengivas, mau hálito e outros problemas na boca. Ela
zer a nossa parte. Devemos lavar bem as mãos sempre que usar o é necessária para que as pessoas possam manter a saúde de seus
banheiro e antes das refeições. Conservar as mãos sempre limpas, dentes e boca. Os dentes, quando estão saudáveis, têm menos cá-
as unhas aparadas e evitar colocar a mão na boca. Beber somente ries, são limpos e não há quase nenhum depósito de placa bacteria-
água filtrada ou fervida. Lavar bem os alimentos antes do preparo, na. As gengivas saudáveis são rosas e firmes. Para que se possa atin-
principalmente aqueles consumidos crus. Andar calçados, manten- gir um estado de saúde bucal adequada, a escovação dos dentes
do a casa e o terreno em volta dela limpos, evitando a presença de deve ser freqüente e cuidadosa. O uso de fio dental, também, pois
moscas e outros insetos. Comer apenas carne bem passada. Não ele ajuda a prevenir o acúmulo das placas e do tártaro, que podem
deixar as crianças brincarem em terrenos baldios, com lixo ou água ocasionar cáries. Ainda mais que, se a cárie aparecer, o tratamento
poluída. Comer somente em lugares limpos e higiênicos. pode custar caro.
Tudo isso e mais: o aspecto das unhas conta na apresentação Os dentes devem ser escovados no mínimo duas vezes por dia,
de qualquer pessoa, especialmente no caso das mulheres. Os pro- de preferência sempre depois das refeições e antes de dormir. O
blemas que afetam as unhas e as cutículas, apesar de, na maioria uso da escova de dente é o meio mais eficaz e mais simples para a
das vezes, não serem graves, provocam desconforto e preocupação, higiene bucal. A escova deve ser lavada em água corrente, cada vez
pois são indícios da falta de asseio, além de ser um indicativo de que for usada, e guardada em local limpo. Em geral, ela deve ser
como “anda” a saúde. Na ânsia de manter as cutículas bem apara-

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

trocada a cada dois ou três meses de uso, pois quando as cerdas E se as enfermidades são a violência à saúde, e a higiene uma
estão amassadas e tortas não alcançam seu objetivo, que é limpar a das armas para combatê-la, quais serão nossas armas para vencer
superfície dos dentes e as gengivas a violência e a insegurança que assola nosso espaço de trabalho,
Quando vamos escovar os dentes, não é necessário colocar uma nosso espaço educativo?
grande quantidade de creme dental ou pasta de dentes. Isso só vai
aumentar sua despesa, pois não é a pasta que limpa os dentes e,
sim, a escova. A pasta apenas deixa na boca seu sabor e, na maior
parte dos casos, uma pequena quantidade de flúor. Esse elemento
químico ajuda a prevenir a formação de cáries.
O ideal é você escovar seus dentes após as refeições. Mas, se
não for possível, ao menos limpar os dentes ao acordar e antes de
dormir. Isso é o mínimo que você pode fazer para tentar manter
uma boa higiene bucal. Lembrese que as bactérias se aproveitam
do seu sono para ficar atacando seus dentes enquanto você dorme.
O essencial não é o número de vezes que se escova os dentes. O
importante é remover as placas bacterianas. Por isso, uma higiene
bucal bem feita só será conseguida quando dedicarmos cerca de 5
minutos para a escovação, com uma escova em bom estado e fazen-
do do jeito que o dentista ensina.
Resumindo, a higiene e a segurança no trabalho são duas ativi-
dades intimamente relacionadas. Ambas têm como objetivo pro-
porcionar condições de trabalho capazes de manter os trabalhado-
res com um bom nível de saúde.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a saúde como “O espaço escolar, sem higiene, não é espaço educativo.” Foto:
sendo “um estado de bem-estar físico, mental e social e não somen- Alessandro Guimarães Pereira.
te a ausência de doença e de enfermidade”.
A partir de um ponto de vista não necessariamente médico,
a higiene no trabalho combate as doenças profissionais, identifi- CUIDADOS ESSENCIAIS: ALIMENTAÇÃO, REPOUSO, HI-
cando os fatores que podem afetar tanto o ambiente de trabalho GIENE E PROTEÇÃO
quanto o trabalhador, procurando eliminar ou reduzir os riscos. Já a
segurança no trabalho, também de um ponto de vista não necessa-
riamente médico, combate os acidentes de trabalho, eliminando as CUIDADOS COM A CRIANÇA
condições perigosas e educando preventivamente os trabalhadores Tempos de Cuidar, Educar e Brincar
Quando pensamos no atendimento, nas necessidades e nos
cuidados com crianças pequenas nas instituições de educação in-
fantil, definir medidas de higiene e proteção é indispensável, toda-
via não é suficiente.
Para cuidar de crianças pequenas é preciso compreender o
ritmo vital e as emoções da criança, seus gestos, expressões e pa-
lavras de modo a atender suas necessidades; e do mesmo modo
oferecer-lhes carinho, conforto, bem-estar e oportunidades de vi-
venciar diversas experiências nos ambientes da instituição. Nessa
perspectiva, o adulto precisa estar com os bebês, observar, acolher
e desafiar.
Como destaca Barbosa (2010), crianças pequenas precisam de
tempo, longos tempos para brincar, para comer, para dormir, tem-
po para explorar o mundo, para observar, relacionar-se e para criar.
Nesse sentido, o tempo é um importante elemento para definição
da especificidade do trabalho com bebês.
Para promover a qualidade de vida, a aprendizagem e o de-
senvolvimento das crianças pequenas, é preciso ter muita atenção
“Higiene: ato individual ou ato coletivo?” Foto: Alessandro à organização dos tempos e das relações das crianças na Educação
Guimarães Pereira. Infantil, desde a acolhida até os momentos das refeições, brinca-
deiras, atividades de higiene, práticas de repouso e atividades em
A última unidade deste módulo será sobre segurança no traba- áreas externas. Nesses momentos, o cuidar, o educar e o brincar
lho. Mas, para chegar até lá, precisamos penetrar em uma reflexão devem estar integrados.
urgente a respeito de algo a que não nos acostumamos, por mais
que nos cerque e nos penetre, no campo, na cidade e na escola: a
violência, exatamente o contrário de segurança.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Adaptação Como lidar com a criança?


O período de adaptação das crianças pequenas nas unidades Ao entender que a chupeta é um objeto de apego e fundamen-
escolares requer cuidados específicos. tal para a adaptação na creche, busque os momentos mais ade-
Partimos do princípio que a criança precisa ser cuidada com quados para sugerir aos pequenos que ela não seja usada, como
afeto e respeitada em suas diversas necessidades; é preciso enten- durante as refeições, na hora do parque e das atividades, explican-
der que esse período de separação entre a mãe e sua criança pode do que ela atrapalha os movimentos e a fala. Nesses momentos
gerar sofrimentos e dificuldades no estabelecimento dessas rela- de ausência da chupeta, sempre oferecer um aconchego especial,
ções para ambas. É preciso tempo para acomodação. como o colo ou uma canção, para quem se mostrar mais sensível.
O Planejamento de rotina com horários flexíveis é fundamen- Quando o combinado é não usar a chupeta, algumas crianças
tal, especialmente na primeira semana, podendo se estender até podem não lidar bem com o fato, mesmo com você oferecendo
uma quinzena, dependendo de como está o processo de adaptação atenção e outros objetos de apego. Nesses casos de resistência, de-
em cada turma, e com cada criança individualmente. volva a chupeta para que elas não se sintam desamparadas.
É um período de extrema importância para que a criança e a
família se familiarizem com o contexto escolar e também para a Alimentação
formação de vínculos afetivos que venham a possibilitar um bom A situação de alimentação é foco de muitas aprendizagens em
relacionamento. que o cuidar e o educar acontecem de modo inseparável. O ato de
Nesse período, permitir a presença de um dos familiares da alimentar tem como objetivos, além de oferecer nutrientes para
criança na escola, pode em alguns casos se fazer necessário, para manutenção da vida e da saúde, proporcionar conforto ao saciar a
que tanto a criança como a família fortaleçam o vínculo e a segu- fome, prazer ao estimular o paladar e contribuir para a socialização
rança na escola. Normalmente uma semana é suficiente para essa ao revesti-lo de rituais (sentar-se à mesa, comer com o grupo, usar
permanência de um familiar junto à criança, sendo seu tempo gra- o local destinado a esse fim). Desse modo:
dualmente reduzido, à medida em que aumenta o tempo de per- -os bebês podem realizar as refeições junto às demais turmas.
manência da criança na escola, até ficar mais tranquilamente em Esse é um momento precioso de interação com as crianças maiores;
período integral, se for o caso. -o respeito às preferências e às necessidades das crianças indi-
Também é importante garantir para as crianças que precisa- ca que nunca devem ser forçadas a comer, embora possam ser aju-
rem, o direito de trazer um objeto querido de casa para ajudá-las dadas por meio da oferta de alimentos atraentes, bem preparados,
na adaptação à escola: uma boneca, um brinquedo, uma chupeta, oferecidos em ambientes afetivos, tranquilos e agradáveis;
um travesseiro. -o adulto deve ajudar as que recusam alimentos ou que apre-
Caso a criança tenha um irmãozinho maior que já está na es- sentem dificuldades para se alimentar sozinhas;
cola há mais tempo, procure criar condições para que este ajude o -os alimentos devem ser servidos em temperatura adequada
irmão menor em sua adaptação à escola. para a criança. A prática de o adulto soprar o alimento deve ser
Nunca deixe crianças inseguras, assustadas, chorando ou apá- abolida, a fim de evitar disseminação de microrganismos. Caso seja
ticasv, sem atenção e carinho; se necessário, gestores e outros fun- necessário, incentive as próprias crianças maiores a soprar sua co-
cionários podem e devem prestar auxílio à professora e às crianças mida;
em um momento mais crítico, como por exemplo, de choro cole- -as crianças têm maior necessidade de beber água que o adul-
tivo, buscando acalmá-los e reestabelecendo a tranquilidade de to, uma vez que têm maior percentual de água corporal. Portanto,
todas as crianças. devemos sempre oferecer água para elas, criando recursos para
No caso das crianças menores de 3 anos, procurar manter a que as maiores se sirvam com autonomia, incentivando-as sempre,
rotina que a criança tem em casa, especialmente quanto aos rituais pois, no meio das brincadeiras, dificilmente elas se lembram de pa-
para dormir, comer ou usar o banheiro. rar para beber água;
vPara as crianças maiores de 3 anos, é importante conversar -é preciso planejar e organizar as refeições de modo a favore-
sobre seus sentimentos, sobre a rotina, contar o que vai acontecer cer a participação e a autonomia das crianças, permitindo que as
com elas, ajudá-las a expressarem seus sentimentos e valorizálas crianças pequenas façam as primeiras tentativas de se alimentarem
enquanto pessoa, promovendo sua autoconfiança para lidar com sozinhas, e que os maiores se sirvam, escolham o que preferem
essa situação. comer e possam gradativamente adequar a quantidade necessária;
Diferentes são as reações e as questões que cada criança apre- -aleitamento materno: se a mãe tiver disponibilidade pode-
senta nesse período. Acreditamos que uma conversa aberta e fran- rá comparecer à instituição para amamentar o bebê. Esta deverá
ca com a família é o melhor caminho para superar as dificuldades acolher, disponibilizar um local destinado para esse fim e combinar
do período de adaptação. com a mãe uma rotina de alimentação do bebê. Caso não seja pos-
sível, deverá ordenhar o leite que será oferecido conforme orienta-
Uso de chupeta ções da Sociedade Brasileira de Pediatria;
Geralmente bebês e crianças pequenas chegam à creche fa- -as mamadeiras nunca devem ser oferecidas às crianças deita-
zendo uso de chupeta. das (nos berços ou colchonetes) ou andando pelo ambiente. Ofe-
Para algumas ela é importante na hora do sono, para outras recer sempre no colo e, para aquelas que já as seguram sozinhas,
quando acordam também. Para determinadas crianças, no momen- oferecer um apoio no qual fiquem confortáveis, semissentadas e
to do choro, a chupeta faz com que parem imediatamente, acal- sob as vistas da professora.
mando-as.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Higiene Troca de Fraldas


Para cuidar é preciso, antes de tudo, estar comprometido com Nunca adiar a troca de fralda, que deverá ser realizada de acor-
o outro, com sua singularidade, ser solidário com suas necessida- do com a necessidade individual da criança e nunca em horários
des. Para isso, é preciso a construção de um vínculo entre quem predeterminados.
cuida e quem é cuidado. Não deixar jamais a criança sozinha sobre o trocador, mesmo
que por segundos, para evitar quedas.
Cuidados corporais básicos Interagir com a criança durante a troca, explicando a ela o que
Lavar o rosto, secar as mãos e as primeiras tentativas de esco- está fazendo e possibilitando que participe do cuidado com o seu
var os dentes fazem parte dos cuidados corporais básicos que cola- corpo, de acordo com seu desenvolvimento.
boram para que a criança se sinta bem com ela mesma. Revela-se Organizar o momento da troca:
no rosto da criança um indiscutível prazer quando toma um banho -certificar-se de que todos os materiais estão preparados;
sem pressa e tem seu cabelo penteado por um adulto. Além disso, -lavar as mãos antes de limpar o bebê e após a realização desse
dizer a ela o quanto está bonita, enfatiza o valor desses cuidados procedimento;
minuciosos. -levar a criança ao fraldário e colocá-la em posição de troca (de-
cúbito dorsal);
Banho -retirar a fralda da criança e começar a limpeza com papel higi-
O banho é um ato de afeto que deve ser feito com calma. É um ênico /lenço umedecido para não sujar a água, sempre de cima para
momento precioso, onde um adulto interage individualmente com baixo, principalmente nas meninas, para evitar que as fezes entrem
uma criança. Esse momento deve ser de muita conversa, de olho no em contato com a região genital;
olho, de brincadeiras com a água. -após a limpeza, fechar a fralda suja com as próprias tiras ade-
Uma atitude que demonstra o nosso respeito pela criança é sivas e jogar em lixo apropriado;
sempre pedirmos licença para tocarmos seu corpo, explicando o -colocar o bebê na cuba e lavar as partes íntimas com água e
objetivo de cada gesto. sabão;
Toda criança deve ter seus utensílios de higiene pessoal separa- -secar bem a pele do bebê com uma toalha macia, usar poma-
dos e identificados e devem ser de uso individual. da preventiva contra assaduras.
Alguns aspectos devem ser observados no planejamento do
banho para que seja realizado com segurança e conforto: O local de troca e armazenamento de fraldas sujas precisa ser
-providenciar e organizar todo o material do banho; mantido bem arejado para evitar que os cheiros característicos do
-lavar as mãos antes de dar o banho na criança e após a realiza- xixi e do cocô incomodem a todos.
ção desse procedimento; O lixo onde são descartadas as fraldas contendo dejetos precisa
-ligar a ducha e examinar a temperatura da água com o dorso ser tampado e trocado com frequência.
da mão;
-encher a cuba e examinar, novamente, a temperatura da água Desfralde
com o dorso da mão; A prática do uso do banheiro geralmente inicia-se no fim do
-retirar a roupa da criança e colocá-la na cuba; segundo ano de vida e pode durar até os quatro anos dependendo
-caso tenha defecado antes do banho, fazer a higienização com da criança.
o papel higiênico/lenço umedecido, conforme as instruções dos Esse processo se dá de modo individual e deve ser feito em par-
procedimentos de troca de fraldas, antes de colocá-la na cuba; ceria com a família, com a mesma abordagem, para que a criança
-começar a higienização da cabeça (cabelos) e depois do corpo, não fique confusa.
parte de trás das orelhas, pescoço e axilas – locais em que se acu- A criança precisa ter algumas habilidades para começar a fi-
mulam detritos; car sem as fraldas, como, por exemplo, ficar sentada sozinha, andar
-lavar os braços e as pernas da criança, atentando-se para os com segurança, expressar-se para conseguir ir ao banheiro e tirar
dedos dos pés e das mãos; suas roupas.
-lavar o umbigo e, finalmente, a região inguinal, limpando-a É importante familiarizar a criança com o vaso sanitário, expli-
cuidadosamente e detalhadamente, principalmente nas meninas; cando-lhe quando e como usálo. No início, é importante oferecer o
-após o banho, enrolar a criança em uma toalha seca; banheiro constantemente, aumentando gradativamente os interva-
-enxugar a cabeça com movimentos suaves, evitando-se esfre- los de tempo.
gar; O adulto tem a responsabilidade de assegurar, pelo seu conta-
-enxugar bem as dobras e orelhas com a toalha; to com os pais, que a criança não seja colocada sob pressão. Esse
-passar pomada preventiva contra assadura e colocar uma treinamento deve ocorrer de forma gradativa e suave, sem causar
nova fralda descartável; traumas psicológicos.
-após enxugar a criança, trocá-la com roupas limpas e secas;
Higiene Bucal
No banho de chuveiro para as crianças maiores o chão deve ser O ensino da técnica de higiene bucal às crianças deve ser um
protegido por material antiderrapante que deve ser mantido sem- processo gradativo, estabelecido em parceria com os pais, com aju-
pre limpo, para evitar o acúmulo de germes. da da professora.
As crianças precisam aprender a manusear a escova e fazer mo-
vimentos corretos para higienizar os dentes, a boca e a língua. Até
os seis anos necessitam de supervisão dos adultos para realizar a
escovação de forma eficaz e estabelecer uma rotina.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Criança sem dentição: -os colchões devem ser dispostos com certa distância uns dos
-higienizar as mãos conforme procedimento já descrito; outros de modo a evitar o contato direto entre as crianças;
-enrolar uma gaze ou fralda de boca limpa no dedo indicador -os bebês não devem dormir em bebê conforto;
direito ou esquerdo, molhando-se em água filtrada ou fervida; -deixar o ambiente aconchegante, livre de fontes diretas de luz
-limpar a gengiva da criança, abordando a pele superior e infe- e ruídos externos. A luminosidade deve permitir escurecer um pou-
rior, a língua, e o céu da boca, isto é, toda cavidade bucal, após as co a sala, mas não ficar demasiadamente escuro para que a criança
principais refeições. diferencie o sono noturno do diurno;
-a ventilação na sala deve estar organizada de modo a promo-
Criança com dentição: ver a circulação do ar, sendo também necessário verificar se é pre-
-usar escova macia com a cabeça pequena em todos os dentes; ciso colocar umidificadores ou recipientes com água nos dias secos;
-usar creme dental infantil com flúor a partir do nascimento do -preparar a criança: tirando-lhe os sapatos, acessórios de cabe-
primeiro molar decíduo (de quinze a dezoito meses); lo, objetos ou roupas que apertam e, se necessário, fazendo a troca
-estimular a criança a cuspir a espuma da escovação; de roupas e fraldas;
-usar uma quantidade mínima (“sujar” a escova com quantida- -conversar com as crianças, desejando-lhes bom sono;
de de pasta semelhante a um grão de arroz); -colocar o bebê de barriga para cima com a cabeça virada para
-identificar todas as escovas com o nome do usuário; o lado para evitar acidentes no caso de regurgitar ou vomitar du-
-após o uso, bater a escova na pia para eliminar o excesso de rante o sono;
água, enxugá-la com papel toalha e acondicioná-la individualmen- -um ambiente tranquilo e seguro, com pessoas e objetos co-
te, preferencialmente com protetor de cerdas. nhecidos e o contato físico (carinhos nos cabelos ou nas costas,
massagens) são fundamentais para transmitir segurança e bem-es-
Higiene Nasal tar. Para as crianças que ainda necessitam de “objetos de transição”
Entre todas as formas de cuidado corporal que oferecemos à é importante que tenham em mãos um objeto pessoal, tal como: a
criança pequena, essa é provavelmente a mais difícil de fazer com chupeta para as crianças que fazem uso, o bichinho, o paninho ou
sensibilidade. É necessário atenção ao fazer a higiene nasal da outro objeto que possa deixar a criança mais tranquila;
criança, não fazê-lo de maneira áspera, pois a pele da narina é sen- -pensar em atividades para as crianças que dormem pouco ou
sível e geralmente fica irritada com muita facilidade. não querem mais dormir;
Um passo a ser dado em direção ao autocuidado consiste em - Durante o primeiro ano de vida as crianças vão regulando suas
orientar as crianças maiores a aprender a assoar seu próprio nariz, necessidades de sono. Alguns dormem logo que são colocados no
uma habilidade bastante complexa para dominar. colchonete, outros ficam balbuciando, outros ainda gostam de ser
O papel usado na higiene nasal deve ser descartado logo após embalados ou acalentados com toques e canções de ninar. Esses
o uso em local apropriado. rituais ajudam a controlar as ansiedades e a agitação, muitas vezes
desencadeadas pelo próprio cansaço.
Sono e Repouso - A organização do berçário com vários cantos estruturados
O atendimento às necessidades de sono e repouso, nas dife- com colchonetes e almofadas, que promovem a livre movimenta-
rentes etapas da vida da criança, tem um importante papel na saú- ção e exploração dos bebês e sua interação com objetos e com-
de em geral e no sistema nervoso em particular. As necessidades panheiros, possibilita maior liberdade de ação e ao mesmo tempo
e o ritmo de sono variam de indivíduo para indivíduo, mas sofrem períodos de relaxamento e acolhimento. Às vezes, algumas crian-
influências do clima, da idade, do estado de saúde e se estabelecem ças, dependendo do clima e do número de horas de sono à noite,
também em relação às demandas da vida social. precisam de um breve cochilo na instituição.
Em um espaço coletivo, prever momentos para descanso en-
tre períodos de atividades — o que nem sempre significa dormir Proteção, bem-estar e desenvolvimento da criança
— pode ser importante para crianças que necessitam descansar ou - O programa para as creches prevê educação e cuidado de
de maior privacidade. Os horários de sono e repouso não são de- forma integrada visando, acima de tudo, o bem-estar e o desen-
finidos a priori, mas dependem de cada caso ou de cada tipo de volvimento da criança[ Critérios para um atendimento em creches
atendimento. A frequência em instituições de educação infantil que respeite os direitos fundamentais das crianças / Maria Malta
acaba regulando e criando uma rotina. Mas é importante que haja Campos e Fúlvia Rosemberg. - 6.ed. Brasília: MEC, SEB, 2009.];
flexibilidade de horários e a existência de ambientes para sono ou - A melhoria da qualidade dos serviços oferecidos nas creches
para atividades mais repousantes, pois as necessidades das crianças é um objetivo do programa;
são diferentes. - As creches são localizadas em locais de fácil acesso, cujo en-
Para esse momento acontecer com qualidade, alguns cuidados torno não oferece riscos à saúde e segurança;
devem ser providenciados antes dos bebês e crianças pequenas - Os projetos de construção e reforma das creches visam, em
dormirem, como: primeiro lugar, o bem-estar e o desenvolvimento da criança;
-é importante utilizar alguns marcadores de rotina para que - A política de creche reconhece que os profissionais são ele-
as crianças consigam ter uma previsibilidade do que vai acontecer; mentos chave para garantir o bem-estar e o desenvolvimento da
uma música adequada, a leitura de um livro ou a narração de uma criança;
história pode auxiliar as crianças a se desligarem das demais ativi- - As creches dispõem de um número de profissionais suficien-
dades e estímulos; te para educar e cuidar de crianças pequenas;
-os momentos de sono ou descanso podem ser precedidos por - O programa dá importância à formação profissional prévia e
brincadeiras mais tranquilas ou atividades de relaxamento que con- em serviço do pessoal, bem como à supervisão;
tribuam para a diminuição da agitação;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- A formação prévia e em serviço concebe que é função do A importância da qualidade


profissional de creche educar e cuidar de forma integrada; As mudanças no mundo, em geral, estão cada vez mais contínu-
- Os profissionais dispõem de conhecimentos sobre desenvol- as aceleradas e, principalmente, diversificadas. Isso se deve ao
vimento infantil; fenômeno da globalização, aos avanços tecnológicos, à preocu-
- A política de creche reconhece que os adultos que traba- pação com a saúde e o meio ambiente, entre outros fatores.
lham com as crianças têm direito a condições favoráveis para seu Tanto os profissionais como as empresas precisam adequar seu
aperfeiçoamento pessoal, educacional e profissional; perfil para atender a essas novas mudanças, inclusive se ajustando
- A política de creche reconhece a importância da comunica- às exigências do mercado, cada vez maiores. Para superar os novos
ção entre famílias e educadores. desafios impostos pela realidade e atender às expectativas dos cli-
A pessoa responsável pelo cuidado diário da criança precisa entes, as empresas precisam de profissionais competentes e que
de ferramentas para identificar e atender necessidades específi- realizem suas atividades com qualidade.
cas, ou seja, conhecimento suficiente sobre o desenvolvimento Mas, afinal, o que é qualidade? Qualidade, na linguagem cor-
humano, sobre a articulação das práticas culturais com procedi- porativa, é uma das condições para se ter sucesso e, hoje em dia,
mentos adequados para ambientes coletivos, sobre os aspectos significa um dos diferenciais competitivos mais importantes. Ou
legais e éticos do processo de cuidar em ambiente educativo. seja, é um conjunto de características que distinguem, de forma
Outro desafio é o equilíbrio entre cuidado individualizado, positiva, um profissional ou uma empresa dos demais e que agre-
considerando a dinâmica do tempo e do espaço no coletivo e sua gam valor ao seu trabalho.
articulação com as brincadeiras e atividades diversificadas que Para se manter competitivo no mercado e ter um diferencial, o
têm objetivos educativos específicos. Este desafio é diário e supe- profissional precisa realizar suas atividades corretamente. Apenas
rado pela constante observação, avaliação e planejamento, ajus- a qualidade técnica, porém, não assegura o lugar no mercado. O
tando-se os ritmos e reorganizando-se os ambientes. grande desafio do profissional de qualquer área de atuação é saber
É preciso lembrar que os cuidados com a alimentação, con- se relacionar bem (tratar as pessoas adequadamente, mostrar-se
forto, proteção, quando organizados e operacionalizados no con- disponível e acessível, ser gentil), ter um comportamento compatív-
texto de diversos países, culturas e grupos sociais, podem dife- el com as regras e valores da empresa e se comunicar bem (se fazer
renciar-se na forma como permitem a participação da criança ou entender pelos outros, escrever bem, saber ouvir).
o acesso dela aos objetos, alimentos, ambientes, resultando em Por fim, vale ressaltar: estamos falando de um conceito dinâmi-
práticas diversas que influem na forma como ela desenvolve ha- co, ou seja, cada empresa tem o seu. Fique atento: o que representa
bilidades e constrói conhecimentos e como se mantém mais ou qualidade para uma empresa não necessariamente o é para outra.
menos dependente dos adultos. Portanto, ao iniciar qualquer experiência profissional, procure en-
Compartilhar cuidados com as famílias implica em acompa- tender quais são as competências valorizadas naquele ambiente de
nhar o processo de crescimento e desenvolvimento infantil, mi- trabalho. Investir nelas é o primeiro passo para realizar suas tarefas
nistrar, observar e registrar a evolução de um resfriado, a acei- com qualidade.
tação dos alimentos complementares por um lactente que inicia As novas exigências
o desmame ou está em processo de adaptação na creche; minis- Aqueles que pretendem ingressar no mercado de trabalho já
trar medicamentos orais ou aplicar pomadas e cremes para tra- devem ter escutado de professores, pais ou pessoas mais experi-
tamentos que a criança necessite, identificar sinais de mal-estar entes que “a concorrência está cada vez mais acirrada” e que “é
ou traumas manifestos pelas crianças quando sob seus cuidados, preciso se preparar”, e os recém-chegados ao mundo corporativo já
acalmando-as e providenciando os primeiros cuidados, até que podem ter constatado esse fato. Mas o que isso significa na prática?
sejam encaminhadas ao serviço de saúde e prestar os primeiros Há quem ache que “se preparar” está diretamente ligado à es-
cuidados diante de uma emergência; ensinar os cuidados com o colha do curso superior e ao desempenho na faculdade, mas não
corpo para propiciar conforto, segurança e bem-estar. é de todo verdade: isso é o primeiro passo, mas não garante uma
Para isto, o professor precisa contar com apoio dos gestores vaga no mercado. Dia após dia, surgem novas tecnologias e formas
e coordenadores que se responsabilizem pelas parcerias com os de se executar melhor uma tarefa e, com elas, relações de trabalho
serviços de saúde locais e programas de formação continuada. que exigem uma nova postura profissional — a de desenvolver as
É preciso refletir com os gestores de cada região do país, envol- “habilidades” necessárias para enfrentar os desafios propostos. Na
vendo as Secretarias de Saúde e Educação, a viabilidade de cada verdade, algumas dessas habilidades só ganharam destaque re-
creche e pré-escola ter o suporte técnico de um enfermeiro e, centemente, enquanto outras apenas mudaram de foco, atualizan-
quando necessário, de outros profissionais de saúde, para com- do-se. Vejamos algumas delas:
partilhar a formação e supervisão dos professores. • Seja parceiro da educação. Uma boa postura profissional exi-
ge uma boa educação, ou seja, respeitar os demais, saber se com-
portar em público, honrar os compromissos e prezar pela organiza-
POSTURA NO AMBIENTE DE TRABALHO ção no ambiente de trabalho.
• Mantenha sempre uma boa aparência. Não é necessário es-
tar sempre elegante, pois uma boa aparência significa saber usar
A postura profissional a roupa certa no lugar certo. Devemos saber nos vestir de acordo
É o comportamento adequado dentro das organizações, na com que o local de trabalho nos solicita, sabendo sempre o que é
qual busca seguir os valores da empresa para um resultado positivo. certo e o que é errado para cada ambiente.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Cumprir todas as tarefas. Isso não é somente uma questão pode acarretar retrabalho, gasto desnecessário de energia e recur-
de bom senso, mas também uma questão de comprometimento sos, não-cumprimento de prazos, burocratização e baixa competi-
profissional. Desenvolver as tarefas que lhe são atribuídas é um tividade. Em síntese: prejuízo para você e para a empresa.
ponto positivo que acaba também sendo avaliado por gestores do Portanto, para satisfazer às exigências do mercado, é cada vez
colaborador. mais importante possuir uma visão global do ambiente de trabalho.
• Ser pontual. Faça o seu trabalho de maneira correta e cumpra Conhecer a rotina da organização e manter atenção aos processos
os horários planejados, mantendo sempre a pontualidade para os só trazem ganhos para ambas as partes: para o profissional, maior
compromissos marcados. competitividade e possibilidade de agilizar soluções e, para a em-
• Respeitar os demais colegas de trabalho. Não é necessário presa, equipes mais integradas e que falam a mesma língua. Para o
ter estima por todos os colegas de trabalho, mas respeitá-lo é uma conjunto, melhores resultados.2
obrigação. Não apenas no ambiente de trabalho, mas em demais
situações cotidianas. Por isso, respeitar as diferenças e os limites no A aprendizagem, como já vimos, pressupõe uma busca criativa
relacionamento com os outros é fundamental. da inovação, ao mesmo tempo em que lida com a memória organ-
• Aceitar opiniões. É importante saber escutar, opinar e aceitar izacional e a reconstrói. Pressupõe, também, motivação para apren-
opiniões diferentes, pois essa atitude acaba levando as pessoas a der. E motivação só é possível se as pessoas se identificam e con-
também entenderem o seu ponto de vista, sem que este seja im- sideram nobres as missões organizacionais e se orgulham de fazer
posto ao demais. parte e de lutar pelos objetivos. Se há uma sensação de que é bom
• Autocrítica e interesse. Ao ter uma preocupação constante trabalhar com essa empresa, pode-se vislumbrar um crescimento
em melhorar, dificilmente se terá problemas com relação a postura conjunto e ilimitado. Se há ética e confiança nessa relação, se não
profissional, pois essa preocupação constante em melhorar é um há medos e se há valorização à livre troca de experiências e saberes.
ponto que leva a melhoria contínua nas carreiras profissionais. Nesse aspecto, é possível perceber que a comunicação organ-
• Espera-se que todo profissional tenha um preparo básico, izacional pode se constituir numa instância da aprendizagem pois,
mas o novo profissional deve demonstrar também esforço e inte- se praticada com ética, pode provocar uma tendência favorável à
resse incansáveis para aprender. participação dos trabalhadores, dar maior sentido ao trabalho, fa-
• É necessário ter um ânimo permanente, disposição para o vorecer a credibilidade da direção (desde que seja transparente),
trabalho e para correr atrás do que se quer. fomentar a responsabilidade e aumentar as possibilidades de mel-
• O profissional de hoje deve demonstrar disponibilidade e boa horia da organização ao favorecer o pensamento criativo entre os
administração do seu tempo e das suas tarefas. empregados para solucionar os problemas da empresa (Ricarte,
• Muitas organizações começam a mostrar interesse em inves- 1996).
tir na capacitação de seus funcionários, mas, para isso, é preciso Para Ricarte, um dos grandes desafios das próximas décadas
uma sólida relação de confiança mútua. será fazer da criatividade o principal foco de gestão de todas as em-
• A ética é fundamental no trabalho. Sem seriedade, nenhuma presas, pois o único caminho para tornar uma empresa competitiva
relação profissional pode dar certo. é a geração de ideias criativas; a única forma de gerar ideias é atrair
para a empresa pessoas criativas; e a melhor maneira de atrair e
Há, ainda, outras características que certamente podem contar manter pessoas criativas é proporcionando-lhes um ambiente ade-
pontos positivos na hora da contratação ou mesmo na convivência quado para trabalhar.
diária no ambiente de trabalho: uma boa rede de contatos; per- Esse ambiente adequado pressupõe liberdade e competência
sistência (uma vez que a vontade, por si só, às vezes não basta); para comunicar. Hoje, uma das principais exigências para o exercício
cuidado com a aparência; assiduidade e pontualidade. A Conexão da função gerencial é certamente a habilidade comunicacional. As
Profissional, na terceira edição da série Desafios para se tornar um outras habilidades seriam a predisposição para a mudança e para a
bom profissional, trata de mais um dos desafios dos recém-chega- inovação; a busca do equilíbrio entre a flexibilidade e a ética, a de-
dos ao mundo corporativo: a atenção aos processos e às rotinas nas sordem e a incerteza; a capacidade permanente de aprendizagem;
organizações. saber fazer e saber ser.
Ao integrar uma equipe de trabalho, um dos primeiros passos Essa habilidade comunicacional, porém, na maioria das empre-
a serem dados é procurar compreender a rotina da organização. sas, ainda não faz parte da job-description de um executivo. É ainda
Ter uma visão global das atividades que a organização desenvolve uma reserva do profissional de comunicação, embora devesse ser
é indispensável para um bom desempenho e, principalmente, encarada como responsabilidade de todos, em todos os níveis.
para a conquista da autonomia. Para tanto, é fundamental at- O desenvolvimento dessa habilidade pressupõe, antes de tudo,
enção contínua aos processos. Com isso, você pode compreender saber ouvir e lidar com a diferença. É preciso lembrar: sempre ap-
o seu papel na equipe e na organização, além de entender como enas metade da mensagem pertence a quem a emite, a outra meta-
os setores interagem e qual a função e inter-relação de cada um, de é de quem a escuta e a processa. Lasswell já dizia que quem
considerando o conjunto. decodifica a mensagem é aquele que a recebe, por isso a necessi-
Conhecer a rotina de sua equipe e da empresa permite otimizar dade de se ajustarem os signos e códigos ao repertório de quem vai
e sistematizar suas atividades. Além disso, você pode administrar processá-los.
melhor o seu tempo, identificar e solucionar eventuais problemas Pode-se afirmar, ainda, que as bases para a construção de um
com mais agilidade, bem como propor alternativas para aprimorar a ambiente propício à criatividade, à inovação e à aprendizagem es-
qualidade do trabalho, sempre com o foco nos resultados. tão na autoestima, na empatia e na afetividade. Sem esses elemen-
Sem a compreensão dos processos, é menos provável perceber tos, não se estabelece a comunicação nem o entendimento. Emb-
o seu papel na organização. Resultado: mais desperdício, menos ora durante o texto tenhamos exposto inúmeros obstáculos para o
produtividade. Evite sempre trabalhar no “piloto automático”. Isso 2 Por Rozilane Mendonça
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

advento dessa nova realidade e que poderiam nos levar a acredi-


tar, tal qual Luhman (1992), na improbabilidade da comunicação, TRABALHO EM EQUIPE
acreditamos que essa é uma utopia pela qual vale a pena lutar.
Mas é preciso ter cuidado. Esse ambiente de mudanças, que
traz consigo uma radical mudança no processo de troca de infor- Trabalhar em equipe não é apenas trabalhar em conjunto é
mações nas organizações e afeta, também, todo um sistema de preciso de compartilhamento. Os resultados nunca são alcança-
comunicação baseado no paradigma da transmissão controlada de dos apenas por uma pessoa, é preciso compartilhar com o outro
informações, favorece o surgimento e a atuação do que chamo de para chegar ao objetivo final.
novos Messias da comunicação, que prometem internalizarem nas Procurar desenvolver suas habilidades em equipe é se des-
pessoas os novos objetivos e conceitos, estimularem a motivação e tacar e dar espaço para a liderança. Empresas valorizam profis-
o comprometimento à nova ordem de coisas, organizarem rituais sionais capazes de gerir e motivar os colaboradores, buscando
de passagem em que se dá outro sentido aos valores abandonados sempre o desenvolvimento da equipe e os melhores resultados.
e introduz-se o novo. Confira algumas habilidades fundamentais para se trabalhar
Hoje, não é raro encontrar-se nos corredores das organizações em equipe:
profissionais da mudança cultural, agentes da nova ordem, verda-
deiros profetas munidos de fórmulas infalíveis, de cartilhas ilumin- Administrar conflitos: é importante saber lidar com os confli-
istas, capazes de minar resistências e viabilizar uma nova cultura e tos do dia a dia na empresa. Neste sentido, desenvolver a habili-
que se autodenominam reengenheiros da cultura. dade de conversar para esclarecer os fatos e conciliar as necessi-
Esses profissionais se aproveitam da constatação de que a dades é sempre a melhor opção nesse momento. Assim você gera
comunicação é, sim, instrumento essencial da mudança, mas se confiança e afeição da equipe.
esquecem de que o que transforma e qualifica é o diálogo, a ex-
periência vivida e praticada, e não a simples transmissão unilater- Comunicação: saber valorizar a comunicação entre você e os
al de conceitos, frases feitas e fórmulas acabadas tão próprias da outros colaboradores é fundamental para o trabalho em equipe.
chamada educação bancária descrita por Paulo Freire. Escutar e falar na hora certa também é uma habilidade importan-
E a viabilização do diálogo e da participação tem de ser uma te para que o ambiente se torne agradável e produtivo.
política de comunicação e de RH. A construção e a viabilização
dessa política é, desde já, um desafio aos estrategistas de RH e de Proatividade: tomar atitude é um ponto positivo. Estar sem-
comunicação, como forma de criar o tal ambiente criativo a que pre disposto a ajudar e a resolver os problemas ajuda no seu de-
Ricarte de referiu e viabilizar, assim, a construção da organização senvolvimento de sua equipe.
qualificante, capaz de enfrentar os desafios constantes de um mun-
do em mutação, incerto e inseguro. Inovar: procurar inovar é sempre importante para o cresci-
Em Sociologia, um grupo é um sistema de relações sociais, de mento da empresa e dos profissionais. Buscar soluções e alter-
interações recorrentes entre pessoas. Também pode ser definido nativas é fazer com que todos cheguem ao melhor resultado com
como uma coleção de várias pessoas que compartilham certas mais assertividade e o que é melhor, em pouco tempo.
características, interajam uns com os outros, aceitem direitos e
obrigações como sócios do grupo e compartilhem uma identidade Confiança: é fundamental desenvolver a confiança entre as
comum — para haver um grupo social, é preciso que os indivíduos pessoas que estão a sua volta. Gerar esse sentimento é ganhar um
se percebam de alguma forma afiliados ao grupo. espaço maior na equipe, pois você sempre será o apoio de cada
Segundo COSTA (2002), o grupo surgiu pela necessidade de um e saberá quando e como contar com cada colaborador.
o homem viver em contato com os outros homens. Nesta relação Essas habilidades citadas são formas de aprender a importân-
homem-homem, vários fenômenos estão presentes; comunicação, cia de cada gesto que você desenvolve em sua empresa. Buscar
percepção, afeição liderança, integração, normas e outros. À medi- líderes engajados e que consigam colocar em prática o seu traba-
da que nós nos observamos na relação eu-outro surge uma ampli- lho em equipe é essencial para o crescimento das organizações.
tude de caminhos para nosso conhecimento e orientação.
Cada um passa a ser um espelho que reflete atitudes e dá re-
torno ao outro, através do feedback. RELAÇÕES HUMANAS NO TRABALHO
Para encontrarmos maior crescimento, a disponibilidade em Vale dizer que as Relações Humanas se referem às Relações In-
aprender se faz necessária. Só aprendemos aquilo que queremos terpessoais, Intrapessoais e Intergrupais.
e quando queremos.
Nas relações humanas, nada é mais importante do que nos- Interpessoal: significa relativo a uma comunicação, ou uma re-
sa motivação em estar com outro, participar na coordenação de lação, que se estabelece entre duas ou mais pessoas. Implica uma
caminhos ou metas a alcançar. relação social, ou seja, um conjunto de normas comportamentais
Um fato merecedor de nossa atenção é que o homem necessi- que orientam as interações entre membros de uma sociedade. Este
ta viver com outros homens, pela sua própria natureza social, mas tipo de relacionamento é marcado pelo contexto onde ele está in-
ainda não se harmonizou nessa relação. serido, podendo ser um contexto familiar, escolar, de trabalho ou
Lewin (1965) considerou o grupo como o terreno sobre o qual de comunidade.
o indivíduo se sustenta e se satisfaz. Um instrumento para satis-
fação das necessidades físicas, econômicas, políticas, sociais, etc.·.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Intrapessoal: o prefixo “intra” exprime a noção de “interior”. tempo nem restringir sua produção. No entanto, um homem de pri-
Assim, intrapessoal significaria relativo a comunicação conosco meira classe pode tornar-se ineficiente se lhe faltarem incentivos ou
próprios. Remete para a aptidão de uma pessoa de se relacionar se sofrer pressão do grupo de trabalho para diminuir a produção.
com os seus próprios sentimentos e emoções e é de elevada im- Na burocracia apresentada por Weber, o que conta é o cargo
portância porque vai determinar como cada pessoa age quando é e não a pessoa, por isso devia-se evitar lidar com as emoções e as
confrontada com situações do dia a dia. Para ter um relacionamen- irracionalidades humanas. As pessoas devem ser promovidas por
to intrapessoal saudável, um indivíduo deve exercitar áreas como a mérito, e não por ligações afetivas. A autoridade decorre do cargo
autoafirmação, automotivação, autodomínio e autoconhecimento. ocupado e não da pessoa.

Intergrupal: relação desenvolvida entre distintos grupos (dife- Foi só na Escola das Relações Humanas, com o estudo de
rentes departamentos, distintas empresas, etc.). Hawthorne que o indivíduo começou a ser visto como pessoa
que age como membro de um grupo, trata-se de uma organiza-
Relações Indivíduo/Organização3 ção social.
Antes vamos conceituar cada um separadamente:
Quando a administração trata bem os funcionários, o desempe-
Organização: é uma coletividade com uma fronteira nho do grupo tende a ser positivo. A administração deve observar o
relativamente identificável, uma ordem normativa (regras), níveis comportamento dos grupos, e tratar os funcionários de forma cole-
de autoridade (hierarquia), sistemas de comunicação e sistemas tiva, ao incentivar o trabalho em equipe.
de coordenação dos membros (procedimentos); essa coletividade Dessa forma, as pessoas são dotadas de conhecimentos, habili-
existe em uma base relativamente contínua, está inserida em dades e atitudes, que variam de pessoa para pessoa, de acordo com
um ambiente e toma parte de atividades que normalmente se sua formação, experiências e oportunidades.
encontram relacionadas a um conjunto de metas; as atividades
acarretam consequências para os membros da organização, para a Portanto, o Movimento das Relações Humanas surge da crítica
própria organização e para a sociedade4. à Teoria da Administração Científica e à Teoria Clássica, porém o
modelo proposto não se contrapõe ao taylorismo. Combate o for-
Simplificando: malismo na administração e desloca o foco da administração para
os grupos informais e suas inter-relações, oferecendo incentivos
Uma organização é um sistema composto por uma coleti- psicossociais, por entender que o ser humano não pode ser reduzi-
vidade de recursos como pessoas, informações, conhecimento, do a esquemas simples e mecanicistas.
instalações, dinheiro, tempo, espaço, entre outros. As pessoas são
os recursos mais importantes, pois são os recursos humanos que Elton Mayo identificou dois tipos de organização, a formal e in-
processam os demais recursos buscando realizar objetivos. formal.

A Administração é o processo de tomar decisões que faz com Organização Formal: é a organização formalizada por meio de
que as organizações sejam capazes de utilizar corretamente seus normas e regulamentos escritos e detalhados, com desenho de
recursos para atingir seus objetivos. cargos, ou seja, a especificação dos requisitos e atribuições relati-
vas ao cargo, estes seguem uma estrutura hierárquica ou linha de
Indivíduo: os indivíduos são as pessoas. O modelo de gestão comando, que atua organizando as pessoas e os recursos a fim de
por competências apresenta que as pessoas são indivíduos dotados alcançar determinados objetivos. Na organização formal, as rotinas
de Conhecimentos, Habilidades e Atitudes. (CHÁ) de trabalho e os procedimentos são formalizados, de forma que os
funcionários saibam como exercer suas tarefas.
No entanto, sabemos que nem sempre a administração enxer-
gou as pessoas desse modo... Organização Informal: diferente da organização formal, que é
criada para atingir os objetivos da empresa, a organização informal
Na Administração Científica, por exemplo, o homem era tratado não possui normas e regulamentos formais. A organização informal
como uma extensão da máquina, o conceito de “homo economi- nasce dos relacionamentos das pessoas que possuem interesses em
cus”, cuja ideia principal é a de que a motivação fundamental da comum ou que compartilham valores semelhantes. A convivência
pessoa no trabalho é a remuneração. dos funcionários distribuídos nos diversos níveis hierárquicos reve-
lam amizades e diferenças entre as pessoas. A organização informal
Homem Médio e Homem de Primeira Classe: surge o estudo serve para atender às necessidades sociais, de relacionamento das
da administração de operações fabris, no qual Taylor distingue o pessoas. Por exemplo: a turma do cafezinho, o pessoal do futebol
homem médio do homem de primeira classe. de sábado, o pessoal do barzinho, etc.
Ao Homem de Primeira Classe deveria ser selecionado tarefa
que lhe fosse mais apropriada e incentivada financeiramente, pois Assim, com a integração, o que as organizações têm a ganhar é o
este é altamente motivado e realiza seu trabalho sem desperdiçar maior aproveitamento da energia humana de que dispõem. E, por-
3 Lacombe, B. B. A Relação Indivíduo-Organização: é Possível não se Identificar que o processo de integração implica cessão de ambas as partes,
com a Organização? In: Encontro de Estudos Organizacionais, Recife. Anais... o problema que se apresenta é a compreensão das mudanças que
Recife: Observatório da Realidade Organizacional: PROPAD/UFPE: ANPAD, 2002. a organização e o indivíduo terão que sofrer para alcançar a maior
1 CD. energia no esforço produtivo.
4 HALL, R. H. Organizações: estruturas, processos e resultados. Pearson, 2004.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

No pressuposto do autor, Elton Mayo, as bases para o maior seja, esse grupo surgiu com o objetivo de concluir um curso, mas
aproveitamento da energia humana, vale dizer: para a eficiência, pode naturalmente criar laços de amizade os quais irão além desse
residem na própria incompatibilidade que há entre os objetivos or- curso. Os colegas de sala podem se transformar em grandes amigos
ganizacionais e interesses individuais. e assim continuar por toda a vida.
Na verdade, é muito provável que isso tenha acontecido com
A vivência em grupo (e os objetivos deste) impõe a organiza- você ainda na sua infância, quando você era uma criança ou já ado-
ção e a institucionalização do trabalho, que cria papéis e padrões lescente. Na escola, iniciamos com um grupo secundário e esponta-
esperados de desempenho e comportamentos, estabelecendo uma neamente vamos formando grupos menores, de acordo com a afi-
teia de relações que podem ser de mando, de lealdade, de confian- nidade e identificação e, quando menos esperamos, esses simples
ça, de cooperação, servidão, e assim por diante, e posicionando as colegas de sala de aula passam a ser grandes amigos.
pessoas em relação a si próprias e em relação aos outros.
Grupos Formais e Informais
Nesse sentido, o exercício da atividade profissional não apenas Você, como aluno de uma determinada escola ou funcionário
expressa a singularidade do indivíduo, resultado das suas escolhas, de uma empresa pertence a que tipo de grupo? Formal ou infor-
mas também o posiciona no seu grupo social. A sua mobilidade ma- mal? Você escolheu as pessoas com as quais estuda na mesma sala
nifesta o desenvolvimento de suas habilidades e a valorização de de aula que você? Se você trabalha, pode dizer com quem gostaria
sua atividade em relação ao seu grupo5. de trabalhar? Sabemos que existem alguns grupos com os quais
nos sentimos muito bem, transmitem-nos paz, segurança e até nos
Comportamento Intergrupal e Grupal6 identificamos com as pessoas que o formam. Já em outros grupos
Conceituando Grupo ocorrem conflitos e às vezes não temos identificação com ele, nem
Para Bowditch e Buono, um grupo consiste em duas ou mais gostamos das pessoas que compõem o grupo. Então, como definir
pessoas que são psicologicamente conscientes umas das outras e esses grupos?
que interagem para atingir uma meta comum. Para esse autor, os Os grupos formais são aqueles que têm metas estabelecidas,
passageiros de um avião não seriam considerados um grupo, po- voltadas para objetivos, e que são explicitamente formados como
rém os participantes de uma excursão aérea seriam um grupo, pois parte da organização, tais como grupos de trabalho, departamen-
preenchem as condições necessárias para sê-lo, tais como: cons- tos, equipes de projeto. E os grupos informais são aqueles que sur-
ciência mútua e interação para atingir uma meta comum. gem com o passar do tempo, através da interação dos membros
da organização. Embora esses grupos não tenham quaisquer metas
Os Diferentes Tipos de Grupos... formalmente definidas, eles têm metas implícitas, que são frequen-
Você já tentou caracterizar o seu grupo da escola, do bate-bola temente recreativas e interpessoais.
no fim de semana ou da balada na sexta-feira? No nosso dia-a-dia
fazemos parte de vários grupos, do grupo da família; dos amigos Grupos Homogêneos e Heterogêneos
íntimos, dos colegas da escola e do trabalho, da igreja e de tantos Você tem a mesma idade dos colegas da escola? Ou dos seus
outros grupos que fazem parte da nossa vida. Mas como diferenciar amigos mais íntimos? Tem os mesmos gostos que eles? Provavel-
um grupo do outro? Quais os critérios para classificar um grupo e mente você está na mesma faixa etária que os seus colegas de sala
outro? Os estudiosos sobre comportamento em grupo definiram os ou seus amigos, mas quanto às suas preferências em relação a eles,
grupos em categorias distintas, as quais são as seguintes: grupos até podem ter gostos em comum, assim como pensamentos e dese-
primários e secundários; grupos formais e informais; grupos ho- jos, mas vocês também têm suas diferenças, seja em pequenas coi-
mogêneos e heterogêneos, grupos interativos ou nominais; grupos sas, como preferir macarrão e não arroz, como seu melhor amigo,
permanentes e temporários. ou tomar Coca-Cola e não guaraná. Você deve estar se perguntan-
do: quais os critérios para ser homogêneo ou heterogêneo?
Grupos Primários e Secundários É muito relativa essa classificação, pois quando falamos em
Lembra do grupo da família e dos amigos mais íntimos, cita- homogeneidade ou heterogeneidade estamos pensando em
dos anteriormente? São classificados como grupos primários, pois uma característica especificamente e não na totalidade das
estes são voltados para os relacionamentos interpessoais diretos, características. Para dizer se um grupo é homogêneo, precisamos
enquanto os grupos secundários são voltados principalmente para primeiro deixar claro qual a característica que está sendo observada.
atividades ou metas definidas. Como exemplo dos grupos secundá- Um exemplo disso pode ser o seu grupo da sala de aula, pois
rios, podemos pensar nos colegas da escola, com os quais nos reuni- dizemos que um grupo é homogêneo observando a faixa etária,
mos para realizar atividades escolares. Embora os grupos primários já que todos os alunos estão na faixa dos aos 0 anos. Mas esse
sejam diferentes dos secundários, os primeiros podem surgir do se- mesmo grupo pode ainda ser chamado de heterogêneo quanto ao
gundo. Um exemplo disso é um grupo de escola, ou seja, o grupo do gosto pelo esporte, pois o grupo é dividido: alguns alunos gostam
Cefet, do Curso Técnico em Comércio é um grupo secundário, tendo de jogar futebol, já outros, de jogar basquete, e um grupo menor
em vista ter metas e estar voltado para realização de atividades. adora nadar.
Desse grupo com objetivos definidos pode surgir uma relação mais
próxima entre alguns colegas de sala de aula, os quais se reúnem Grupos Interativos ou Nominais
todas as vezes em que é solicitada alguma atividade em grupo. Ou Para Bowditch e Buono, os grupos interativos são aqueles nos
5 ARGYRIS, C. A integração indivíduo-organização. São Paulo, Editora Atlas, jul. quais os participantes se envolvem diretamente, com algum tipo de
1975. intercâmbio entre si. E os grupos nominais são aqueles cujos mem-
6 OLIVEIRA, A. C. F. de. Comportamento intergrupal e grupal. Governo Federal, bros interagem indiretamente entre si.
Ministério da Educação.
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Grupo em que há relação entre você, aluno, e o professor a dis- Normas


tância constitui um grupo nominal, pois o contato é indireto, não Você segue normas? Na sua escola ou no seu trabalho você
existe contato presencial, a não ser através da figura do monitor das é obrigado a usar um fardamento? Caso utilize fardamento, esse
aulas e, se existir, será apenas em alguns encontros. E grupos como comportamento é decorrente de uma norma estabelecida pela or-
o do seu ambiente de trabalho, no qual os colegas têm contato fre- ganização e você, como membro dela, deve seguir a norma.
quente e constante são grupos interativos. Para Robbins, todos os grupos estabelecem normas, ou seja, pa-
drões aceitáveis de comportamento que são compartilhados por to-
Grupos Permanentes e Temporários dos os membros do grupo. As normas norteiam o comportamento
Sua família é um grupo permanente ou temporário? E seus ami- dos componentes, indicando o que deve ou não ser feito em grupo.
gos de infância? E aquele grupo que se reuniu apenas para ajudar
no combate à dengue no seu bairro ou escola? Todas as normas são iguais quanto a sua importância?
De acordo com Bowditch e Buono (00), um grupo temporário é Bowditch e Buono afirma que nem todas as normas têm o mes-
aquele formado com uma tarefa ou problema específico em mente mo peso. Existem as normas centrais, ou seja, aquelas consideradas
e cuja dispersão é algo esperado assim que o grupo concluir a tare- como particularmente importantes para o grupo ou para a organi-
fa. Já os grupos permanentes são aqueles de quem se espera conti- zação. E as normas periféricas, as quais não são tão importantes
nuidade ao longo de diversas tarefas e atividades. Então, podemos para os membros do grupo. A distinção do que é uma norma central
chegar à conclusão de que a sua família e seus amigos fazem parte ou periférica varia de grupo para grupo. E o desvio das normas pe-
de grupos permanentes, e o grupo de combate ao dengue consti- riféricas não é punido tão severamente quanto o das normas que o
tuem um grupo temporário. grupo considera como centrais por natureza.
Imaginemos que no seu trabalho ou na sua escola o fardamento
Atributos Básicos dos Grupos seja obrigatório e quem não vier fardado seja punido com a proi-
Os grupos de trabalho não são multidões desorganizadas. Eles bição da sua entrada no ambiente escolar ou de trabalho. Pode-
possuem uma estrutura que modela o comportamento de seus mos considerar como uma norma central, pois a punição foi severa,
membros e torna possível a explicação e a previsão de boa parte impediu o acesso à organização. Agora imagine que a norma de
dos indivíduos, bem como o desempenho do grupo em si. Quais uma loja de computadores diz aos seus funcionários que os que
são essas variáveis estruturais? Podemos citar entre elas os papéis, chegarem atrasados mais de duas vezes no mês serão punidos, não
as normas, o status, o tamanho do grupo e o seu grau de coesão. ganharão a cesta básica do mês. Esta é uma norma mais periférica
Para entender melhor a estrutura do grupo proposta por Rob- e não central.
bins vamos estudar sobre cada uma das variáveis citadas por ele.
Status
Papéis A posição social que é atribuída a uma pessoa ou a um grupo
O que você está fazendo agora? Estudando? Este é o seu papel é o que chamamos status. O status de um gerente é diferente do
no momento: você é um estudante. Mas ainda hoje você deverá status de um assistente; o status de um médico também é diferente
voltar a sua casa e assumir outros papéis como o de filho, irmão, do de um auxiliar de enfermagem. O status pode advir tanto da
neto ou até mesmo pai, se você já tem filhos, e se é casado, o papel posição formal como das qualidades individuais. Pensando no caso
de esposo e dono de casa. Perceba a quantidade de papéis que te- dos médicos, podemos presenciar enfermeiros com mais status que
mos ao longo da nossa vida. médicos em uma equipe de saúde, quando é esperado que os mé-
Para Bowditch e Buono, a definição de papel se refere aos dife- dicos tenham mais status pela posição que ocupam na hierarquia
rentes comportamentos que as pessoas esperam de um indivíduo de um hospital.
ou de um grupo numa certa situação. O status também pode ser de um determinado grupo, como
Vamos a um estudo de caso... exemplo, em uma empresa, o departamento de marketing pode
Bill Patterson é gerente da fábrica da Electrical Industries, um ter mais status que o departamento de compras, pois o primeiro
grande fabricante de equipamentos elétricos situado em Phoenix, participa de todas as reuniões estratégicas e de planejamento da
no Estado do Arizona. Ele desempenha diversos papéis em seu tra- empresa e tem poder de voz junto a diretoria.
balho: é funcionário da Eletrical Industries, membro da gerência
de nível médio, engenheiro eletricista e o principal porta-voz da O Tamanho do Grupo
empresa junto à comunidade. Fora do trabalho, Bill desempenha Na visão de Robbins, o tamanho do grupo afeta o desempenho
ainda outros papéis: marido, pai, católico, membro do Rotary Clu- deste, mas o efeito depende de quais variáveis dependentes você
be, jogador de tênis, sócio do Thunderbird Country Club e síndico vai considerar. Na concepção do autor citado, os grupos menores
do condomínio onde mora. Muitos desses papéis são compatíveis são mais rápidos na realização das tarefas. Mas se a questão for
entre si; outros geram conflitos. Por exemplo, de que maneira sua resolução de problemas, o mesmo autor afirma que grupos maiores
postura religiosa afeta suas decisões administrativas em assuntos conseguem melhores resultados.
como demissões, artifícios de contabilidade ou informações para os
órgãos governamentais? Uma recente oferta de promoções exige Coesão
que ele mude de cidade, embora sua família goste de morar em O conceito de coesão nos remete à ideia do grau de desejo que
Phoenix. Como conciliar as demandas de sua carreira profissional os membros de um grupo têm em permanecer juntos e à força de
com as demandas de seu papel como chefe de família? seus compromissos para com o grupo e suas metas. Porém, como
os grupos são muito diferentes, a coesão também pode ser maior

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ou menor em cada grupo, ou seja, a sintonia estabelecida entre liderança, uma vez que cada um se compromete com suas respon-
seus componentes não é uniforme. E para isso, Robbins faz as se- sabilidades as quais estão sendo trabalhadas. Cada um sabe a im-
guintes sugestões para aumentar a coesão: portância para o sucesso da tarefa.
1 - Reduzir o tamanho do grupo;
2 - Estimular a concordância sobre os estímulos do grupo; Para o bom funcionamento é necessário ter planejamento, or-
3 - Aumentar o tempo que os membros do grupo passam jun- ganização, controle. Estar sempre discutindo a participação ana-
tos; lisando o que influenciam uma equipe para atingir determinados
4 - Aumentar o status do grupo e a dificuldade percebida para objetivos em prol da qualidade da escola.
a admissão nele; Muitas pessoas estão trabalhando em grupo e não em equipe,
5 - Estimular a competição com outros grupos; onde o trabalho é individual e cada um se preocupa em realizar
6 - Dar recompensas ao grupo, em vez de recompensar seus apenas sua tarefa e pronto. No trabalho em equipe cada um sabe o
membros individualmente; que os outros estão fazendo e sabem também a importância para
7 - Isolar fisicamente o grupo. o sucesso da tarefa.
Todo o resultado do trabalho deve partir da parceria da admi-
Trabalho em Equipe7 nistração escolar e dos coordenadores, professores, funcionários
Falar em trabalho em equipe dentro da unidade de ensino é nos envolvidos, levando-os a indagar, criticar e refletir com a finalidade
colocar como seres inacabados em busca de conhecimentos, pois o de buscar soluções e encaminhar um trabalho que dê resultados
mesmo configura-se como um dos maiores desafios a ser vencidos positivos para que se chegue aos objetivos propostos.
pelos profissionais da educação. Autores como JAKEL e WILCZECKE, dizem que existem pelo me-
O trabalho em equipe tem como reflexo o bom andamento e nos quatro elementos contribuintes para o desenvolvimento do
a boa conduta do que se deseja alcançar no campo da educação. trabalho em equipe: são eles, o ambiente a ser trabalhado como
Sabemos que o ser humano necessita se socializar, buscar sempre si apoio. As habilidades e exigências, metas, recompensas coletivas.
melhorar, criar laços com outras pessoas. O ser humano irá sempre É preciso saber trabalhar em equipe, ter um bom relacionamento
precisar de outras pessoas para suprir suas necessidades, principal- com os colegas, saber ouvir, saber esperar, opinar, discutir ideias
mente, quando se trata de uma tarefa em equipe. para que se possa atingir os objetivos propostos.
Entende-se que qualquer equipe se forma quando dois ou mais Para trabalhar em equipe requer uma mudança de hábitos e
indivíduos interdependentes se juntam visando a obtenção de um estratégias no que se refere à aprendizagem, e há toda uma co-
determinado objetivo. Uma equipe é formada de indivíduos, cada letividade onde se pretende chegar a um objetivo em comum na
qual com sua personalidade e visão do mundo, sendo então neces- perspectiva da educação.
sário o respeito as diferentes formas de pensamento e ação dos Esse trabalho, essa união contribui para que se tenha êxito,
seus componentes em decorrência das dimensões culturais que expressando assim qualquer motivo de instabilidade, precisa-se
formam a sua personalidade enquanto pessoas e profissionais. lembrar que sozinho não se chega a lugar algum e que a única ma-
neira de superar os desafios é unindo forças, trocando experiên-
Acredita-se que o objetivo ao qual pretende-se chegar é de uma cias, deixando o egoísmo e se aliando ao grupo onde se trabalha
equipe capaz de ser reflexiva, criativa, ter senso crítico, habilidade, com a equipe é de fundamental importância que uma escola seja
abrindo assim espaços que favoreçam a compreensão onde se te- transformada em uma grande família que por sua vez seja capaz de
nha ação e reflexão sobre o mundo. Compreender a importância adquirir vínculos onde não haja espera e sim atitudes, e iniciativas
e responsabilidade de suas funções, bem como, as atividades de- para que se chegue a um ideal, que se construa alicerces, baseados
sempenhadas por outros. Portanto, observar-se que trabalhar em na dignidade, moral, bons princípios e humanidade. Toda equipe é
equipe não é uma tarefa fácil, é lenta e progressiva que demanda um grupo, porém, nem todo grupo é uma equipe.
esforço, paciência, persistência e tolerância. Segundo a Revista Nova Escola, grupo é um conjunto de pessoas
A atividade em equipe precisa ser entendida como resultado com objetivos comuns, em geral se reúnem por afinidades. No en-
de um esforço conjunto e, portanto, as vitórias e fracassos são res- tanto, esse grupo não é uma equipe. Pois, equipe é um conjunto de
ponsabilidades de todos os membros envolvidos. Muitas pessoas, pessoas com objetivos comuns atuando no cumprimento de metas
que atuam em diversas organizações, estão trabalhando em grupo específicas. Grupo são todas as pessoas que vão ao cinema para
e não em equipe, como se estivessem em uma linha de produção, assistir ao mesmo filme. Elas não se conhecem, não interagem entre
onde o trabalho é individual e cada um se preocupa em realizar si, mas o objetivo é o mesmo: assistir ao filme. Já equipe pode ser
apenas sua tarefa e pronto. o elenco do filme: Todos trabalham juntos para atingir uma meta
Dentro do ambiente escolar o trabalho em equipe requer criati- específica, que é fazer um bom trabalho, um bom filme.
vidade para busca de soluções de problemas encontrados no espa-
ço escolar e na aprendizagem do aluno, o que acontecerá quando O trabalho em equipe exige uma participação geral de todos.
houver mudanças radicais no ideário dos profissionais da educação Para trabalhar em grupo ou equipe não basta somente juntar vá-
possibilitando sairmos do comodismo. rias pessoas, é preciso respeitar o próximo para que o trabalho seja
Diferenciar grupo de equipe é importante. O trabalho em grupo produtivo. Caso isso não ocorra dificilmente irão poder atingir o ob-
possui exigência de si próprio para atingir determinados objetivos jetivo proposto.
ao qual se pretende alcançar. Já se tratando de equipe, não possui Trabalho em equipe é uma forma de organização de um grupo;
uma forma de compartilhar objetivos. Trabalho em equipe é aquele
7 MORIS, A. S.; ROCHA, M. A.; SOUZA, S. O. TRABALHO EM EQUIPE: Uma tipo de trabalho no qual se tenta conseguir que se realizem ativida-
Prática que precisa tornar uma Práxis no Interior da Escola. In Revista Científica des dependentes entre si, que podem sobrepor a soma de trabalho
Eletrônica de Ciências Sociais Aplicadas da EDUVALE. de cada um dos seus membros. No trabalho em equipe os objetivos
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

são compartilhados; as tarefas estão definidas de forma clara, po- Grupos de Trabalho Diferenciados no Ambiente Escolar8
rém ao mesmo tempo são adaptáveis de acordo com cada situação; Uma importante e premente discussão para a escola tem como
onde as tarefas de liderança também são compartilhadas. Uma das pauta central a ordenação dos conteúdos no trabalho escolar e a
vantagens do trabalho em equipe é o fato de que o ponto fraco de forma de enturmação dos alunos. Duas questões se colocam de
uma determinada área é suprido pelo ponto do outro, assim pra- maneira muito evidente para fundamentar essa discussão: a neces-
ticamente não há pontos fracos numa equipe unida em torno dos sidade de um olhar interdisciplinar aos problemas contemporâneos
mesmos objetivos. e a necessidade de lidar com as diversidades, sejam elas de ordem
Equipes, assim como grupos, devem possuir algumas caracte- social, cultural ou outras, sejam de ordem subjetiva, como os ritmos
rísticas básicas para que possam atuar entre si de forma otimizada: diferentes de aprendizagem, tornando o processo educativo mais
almejar objetivos comuns, senso de identidade compartilhado, par- formador e a escola menos excludente. A escola, para isso, precisa
ticipação e oportunidades de interação. (re)ordenar seus tempos e espaços para formar grupos de trabalho
diferenciados, lidando com sua cultura de organização dos tempos
Um espaço onde cada um é individualista não gera laços, não escolares por disciplina e de formação de turmas, com níveis e rit-
possui história, não se constrói humanidade. A equipe é a respon- mos supostamente semelhantes. Essa ordenação redimensiona,
sável pelos bons frutos pretendidos, precisa-se reconhecer a real inclusive, a própria definição de utilização dos tempos e espaços
necessidade de se ter pessoas que não sejam comandadas, mas escolares.
sim, direcionadas para que só assim seja construído o direito, a au- A organização de Grupos de Trabalho Diferenciados - GTD -
tonomia democrática. pode estar relacionada com a opção da lógica disciplinar (multidis-
A troca de informações entre os coletivos da escola contribui ciplinar) ou de vínculos de outra natureza entre as disciplinas: como
para a eficácia do desenvolvimento humano, que por sua vez se tor- a de um enfoque mais globalizado ou globalizador. Para SANTOMÉ,
na suporte imprescindível em sua trajetória de vida, trabalhando convivemos com a necessidade de elaboração de um currículo inte-
com a coletividade dos trabalhos torna-se mais proveitoso e traz grado, com um enfoque interdisciplinar, para responder às deman-
motivação onde cada um precisa ser valorizado. das de uma sociedade global. Vale reiterar que reflexões na mesma
O saber é importante, por consequência, tem que ser cons- direção são feitas por MORIN, ao propor uma lógica da complexida-
tantemente buscado pelo educador enquanto instrumento de sua de para dar conta da complexidade da realidade (assumir a incer-
ação educativa, embora a posse do domínio do saber formal, não teza para enfrentar as interações e contradições que ocorrem entre
permita ao educador negar, descaracterizar, tampouco sobrepor- os diferentes fenômenos tecidos juntos). Essa demanda atual de
-se a todo um saber já existente na pratica de vida dos segmentos enxergar a humanidade como destino planetário coloca inúmeros
populares, ao contrário, trata-se de recuperar um conhecimento já desafios à escola. Um deles é a necessidade de desenvolvimento de
existente fora da escola. um pensamento sistêmico, isto é, pensar em termos de conexões,
Ou seja, o saber sempre será importante, pois, tanto o professor relações, contexto, interações entre os elementos de um todo;
necessita buscar conhecimentos quanto o aluno precisa adquirir
parar a vida. O pensamento complexo demanda um olhar mais global e uma
PILETTI descreve que: É praticamente impossível realizar organização mais relevante dos conteúdos. Na lógica disciplinar, são
isoladamente seu trabalho educativo, com base nesta afirmação as estruturas internas das disciplinas que orientam os sequenciados
vemos a necessidade e a significância do trabalho do supervisor das atividades escolares; na lógica do enfoque globalizador, o eixo
junto aos educadores não só para o bom andamento do ensino- deve ser a aprendizagem dos alunos, e as disciplinas são colocadas
aprendizagem, mas para o desenvolvimento global das experiências como meios para desenvolver as potencialidades desses alunos.
educativas em questão, e para a avaliação da mesma e das pessoas Trata-se de uma definição importantíssima para a escola. Através
que estão envolvidas de um mesmo objetivo. dela se estruturam os tempos, espaços e os agrupamentos dos alu-
nos.
Assim, ninguém no mundo consegue se educar sozinho, sem- Os tempos e espaços não podem ser discutidos em separado
pre precisa de alguém para buscar novos conhecimentos, obter da lógica dessa ordenação social da escola. ZABALA evidencia es-
crescimento. Trabalhar em equipe em um ambiente escolar ou em sas ordenações do conteúdo mostrando que a escola tem os tem-
qualquer outro setor é superar seus anseios e preocupações. Todos pos como tempos de disciplinas, e assim ordena seu trabalho por
devem saber qual o objetivo do trabalho para que o esforço seja fei- turmas, normalmente buscando pontos comuns que possibilitem
to na mesma direção. A comunicação deve ser clara e fundamental o trabalho entre os alunos de cada turma, ou busca outros critérios
para alcançar os objetivos necessários. Principalmente em relação para enturmações e realização das intenções educativas explicitada
ao aluno se sentindo amparado por uma equipe certamente cons- no projeto pedagógico. Nesse tipo de opção teórico-metodológica,
truirá nele a autoestima em um autoconceito formado em fatos a ordenação do trabalho por turmas não tem-se baseado na no-
concretos e positivos. ção de trabalho diferenciado e sim, de atividade semelhante para
Neste sentido, é preciso que os atores que dão vida a escola toda a turma. Essa organização baseia-se em um pressuposto de
(equipe gestora, educadores, vigilantes, auxiliares de serviços diver- aprendizagem de toda a turma, nas mesmas situações educativas
sos) compreendam a importância do trabalho em equipe para con- planejadas, num único ritmo. As escolas em que os tempos são das
tribuição da formação do ser ativo, que contribui para as mudanças disciplinas, normalmente seguem a lógica do sistema seriado. Nela
que requer a sociedade para deixar de ser seletiva, excludente que são operacionalizados vários tipos de agrupamentos como: toda a
respeite e convive com as indiferenças de crença, cor gênero para a escola, em alguns momentos comemorativos; a turma, como gran-
superação da desigualdade social. de grupo, como equipes fixas e em agrupamentos móveis. Percebe-
8 DURSO, R. Grupos de trabalhos diferenciados. Centro de Referência Virtual do
Professor, 2006.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

-se que prevalece a lógica da classe como referência de encontros bais, em que, com o fim de conhecer melhor um tema, prepara-se
dos alunos e espaço onde se desenvolvem as situações educativas. um dossiê com pesquisas individuais ou grupais, com resultado pes-
Nesse caso, desde o início do ano a escola ordena os alunos dentro soal e/ou de equipe.
dos critérios já tradicionais para a formação de turmas: ou a lógica O estudo do meio do Movimento de Cooperazione Educativa
da série ou das idades, e divide os tempos das disciplinas em que de Itália - MCE - já é um trabalho que busca a utilização do método
são desenvolvidos os conteúdos escolares. Nessa perspectiva os científico com problema, hipótese e experimentação. Ele se dife-
grupos de trabalho ficam limitados a atividades por disciplina. rencia na realização, na intenção e nas fases que segue, que desen-
volve.
Zabalza apresenta ainda a possibilidade de trabalhar a classe É importante conhecer essas possibilidades para definir
como um grande grupo ou ordenar equipes fixas ou móveis para a quais grupos de trabalho a escola pretende realizar, com quais
realização de projetos ou atividades diferentes. O trabalho da classe intenções, com quais fases. Outra necessidade é caracterizar
como grande grupo é o mais comum, mas, pela especificidade da como os alunos vivenciarão o desenvolvimento de procedimentos,
ordenação, é mais adequado para o ensino de fatos, difícil para a conceitos e atitudes, uma vez que o trabalho em equipes facilitará
aprendizagem de princípios e conceitos, impossível para a apren- a aprendizagem de todas as dimensões do conhecimento. Outra
dizagem de procedimentos e insuficiente para a aprendizagem de consideração importante é que a formação das equipes não parte
atitudes, uma vez que o funcionamento do grande grupo implica o da lógica dos conteúdos anteriores adquiridos, mas de outros
estabelecimento de controles que, muitas vezes, são autoritários e critérios, como a idade, os interesses dos alunos e mesmo a
desrespeitam as necessidades e interesses de alguns participantes. diversidade na formação, rompendo com o pressuposto falso da
Outra forma de a escola ordenar o seu trabalho é através da homogeneidade, que não existe nem em cursos de pós-graduação.
realização de atividades ou projetos com equipes fixas. Para o de-
senvolvimento desse agrupamento, o melhor critério é o da diversi- Uma vivência atual na transição de uma organização curricular
dade. Nesse caso, a formação de grupos de trabalho diferenciados é por disciplinas para uma mais transdisciplinar tem sido na prática
mais fácil. Nele, os grupos são formados para o trabalho em tempo de projetos e atividades em oficinas.
pré-definido (que pode variar de um trimestre, a um semestre ou
mesmo um ano), para a realização de trabalhos, atendendo a todas Oficinas: Uma Possibilidade de Organizar na Escola Grupos de
as especificidades que facilitarão a aprendizagem dos conteúdos Trabalho Diferenciados
conceituais, procedimentais e atitudinais. Para alunos menores, O termo vem do latim officina-ae, e na escola vem sendo usado
de Educação Infantil, por exemplo, essas equipes são menores (en- relacionado a ofício - ocupação de habilidade útil ou especializada.
tre três e quatro alunos) e maiores (entre cinco e oito alunos) nas Assim, planeja-se e executa-se uma oficina na escola, quando se
idades em que os alunos estão com a capacidade de atuação mais pretende criar momentos para ter contatos e desenvolver habili-
autônoma. dades. A ideia de oficina está ligada ao fazer, ao aprender fazendo.
A lógica mais flexível dos tempos e espaços escolares precisa Tem uma dimensão artesanal. No final de uma oficina, sempre se
ser pensada quando se quer definir um trabalho que envolva a rea- espera algum produto, algo que tenha sido fruto das habilidades
lização de atividades escolares diferenciadas. Para implantar essa desenvolvidas durante o tempo de trabalho. Assim, podem ser rea-
lógica, algumas escolas vêm experimentando propostas organiza- lizadas oficinas de cartão de natal, de pintura, de bordado, de argila,
tivas tais como: os centros de interesse, os complexos russos ou de macarrão, como também oficinas de matemática, de leitura e
complexos temáticos (que são trabalhados por temas ou tópicos), escrita, de teatro, de produção de jornal. Algumas escolas têm tra-
os projetos de trabalho e projetos de pesquisa. balhado com oficinas de leitura e escrita, como um projeto de ciclo,
envolvendo adolescentes de faixa etária variada, com um encontro
Os centros de interesse de Decroly partem de um núcleo temá- semanal, com o objetivo de escrever, representar, resumir, sinte-
tico de interesse dos alunos, que os envolve, e passa pelos proces- tizar a partir de situações e textos variados. Nesse caso, a oficina
sos de observação, associação e expressão, integrando as áreas glo- possibilita também o desenvolvimento de práticas de enturmação
balizadoras, o sistema de complexos da escola de trabalho soviético diferenciadas. Quando a escola já está experimentando essas ativi-
(e adotado como complexos temáticos na escola cidadã em ciclos, dades, o critério de enturmação dessas oficinas pode ser o da or-
em Porto Alegre) e os complexos de interesse de Freinet. Percebe- dem de chegada dos alunos, do interesse ou desejo do aluno, da
-se que há um movimento teórico sustentando essa lógica de orde- turma ou número de alunos.
nação nos conteúdos, tendo como princípios uma relativização do Os alunos podem ser enturmados em equipes fixas, para rea-
valor educativo das disciplinas em relação à sua capacidade de con- lizar um tipo de projeto da escola, dando a esse agrupamento o
tribuir para o desenvolvimento humano no trabalho escolar. Relati- nome de OFICIN. Algumas escolas têm-se organizado assim em um
vização que apenas desloca o eixo do ensino, colocando o aluno e dia da semana, colocando para os alunos uma ordenação diferente
a sua formação como protagonistas. Esse movimento data do início dos trabalhos nesse dia. Para operacionalizar esse trabalho, os tem-
do século XX, tendo em Claparède e em Decroly dois propositores. pos podem corresponder a todos os horários do dia (4 ou 5, depen-
Para Decroly, o objetivo da educação é favorecer a passagem das dendo da escola), ou mesmo dividindo-se o turno em dois tempos
percepções que são globais, para uma compreensão mais profunda maiores, separados pelo recreio, e com equipes fixas diferentes,
da realidade através da análise. O papel das disciplinas entraria no realizando atividades e oficinas diversificadas. Para realizar esse
movimento dessa passagem. trabalho, a escola precisa ter bem definidos em seu projeto suas
O método de projetos em Kilpatrick baseia-se na elaboração e intenções educativas, e as oficinas precisam ser planejadas, ofere-
produção de um objeto de montagem (um viveiro, uma horta, uma cidas e desenvolvidas de acordo com essas intenções. Esse tipo de
máquina, um jornal), e é diferente dos projetos de trabalhos glo- trabalho exige, também, um tempo coletivo para os professores.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A escola pode realizar diferentes oficinas ao longo do ano escolar, Na definição dos tempos das disciplinas, é importante relacio-
desde que defina com antecedência quais serão elas, se funciona- nar os tempos de aula, ou módulos-aula. É importante que essa dis-
rão com equipes fixas ou móveis. cussão seja feita para que se defina o tempo do professor, o tempo
As oficinas podem também ser ordenadas especialmente em dos alunos e o que fazer nesses tempos.
equipes móveis sempre definidas pelo trabalho ou habilidades que Passa-se à definição, portanto, de quais enfoques terão as dis-
se pretende desenvolver. Os alunos são agrupados, e, quando se ciplinas, qual o seu tempo de duração, qual a sua periodicidade (se
termina aquela atividade, o grupo se desfaz. Isso significa que os semanal, de quantas horas semanais, em que dia da semana). E dis-
alunos que realizam essas atividades de equipes flexíveis não ne- cute-se como serão as equipes, se fixas ou móveis, com quais obje-
cessariamente precisam ser da mesma classe. tivos. Imaginemos que a escola quer manter, ao longo de um ano,
Caso se trabalhe com equipes fixas, deve-se definir o tempo ou de um ciclo, duas oficinas semanais para todos os alunos. Ela
em que serão realizadas atividades daquele grupo e quais funções deve discutir a duração dessas oficinas, para que sejam planejados
serão desenvolvidas pelos alunos. O melhor critério é o da diver- os trabalhos. Uma escola pode manter ao longo de um ciclo de três
sidade. O tempo trimestral ou anual permite um relacionamento anos, duas oficinas semestrais, que serão finalizadas com um pro-
interpessoal que garante o desenvolvimento também de conteúdos duto definido. Isso significa que os alunos, em cada ciclo, poderão
atitudinais. frequentar seis oficinas.
No caso das equipes flexíveis, a definição dos critérios de entur- Outra definição importante para a escola é de como as discipli-
mação pode variar em relação à necessidade de diversidade para nas entrarão nas oficinas. Quais disciplinas estarão mais trabalha-
o das equipes fixas. Podem-se usar critérios de homogeneidade, das em cada ciclo e por quê. A discussão que viabilizará essa defini-
pois o tempo das atividades será mais limitado. Pode-se buscar a ção é formadora para os professores, e não deve ser externa a eles.
similaridade de sexos ou de níveis de interesse, ou se orientar mes- A organização da escola para a constituição das oficinas, nesse caso,
mo pela diversidade. Podem-se, portanto, formar equipes móveis implica a redefinição dos tempos e espaços escolares.
baseadas em critérios mais homogêneos e outros mais heterogê-
neos. Em Belo Horizonte, temos relato de escola que implantou
inicialmente, no segundo ciclo, dezesseis oficinas para enfrentar o ÉTICA PROFISSIONAL
fracasso escolar e a repetência, instituindo trabalhos com inglês,
informática, dança, capoeira, produção de vídeo.
As oficinas podem ser temporárias com equipes móveis ou mes- O tema da ética tornou-se central na reflexão pedagógica da
mo fixas. A ordenação por equipes que se encontram de maneira atualidade. O grande número de publicações que, em nível nacional
diversificada nas oficinas possibilita desenvolver a socialização e a e internacional, vem aparecendo, dá um claro testemunho disso. A
convivência com novos colegas. principal causa deste fator é a crescente preocupação com prob-
Imaginemos uma escola funcionando com oficinas e com tur- lemas sociais, comportamentais e ecológicos muito concretos que
mas de referência para os alunos. O que ela deve fazer? Primeira- se originam, de um lado, do enorme poder de intervenção científi-
mente, discutir os critérios de enturmação dos alunos, problema- co-tecnológico e, de outro, da desestabilização dos valores tradicio-
tizando a lógica que sustenta a ordenação das classes no regime nais que serviam de orientação para a relação dos homens com a
seriado. Os professores precisam discutir o que consideram impor- natureza e dos homens entre si.
tante para o relacionamento dos alunos com o conhecimento, para Atualmente vivemos uma crise de valores, cujo teor foi descrito
facilitar os processos que deverão ser vivenciados. Essa discussão no primeiro capítulo deste trabalho. Crise esta que se identifica pela
deve ser subsidiada por reflexões teóricas. existência de preconceitos e discriminações, pela falta de respeito
Da discussão devem-se extrair os critérios que facilitem a ruptu- por pessoas de grupos diferentes e pela intolerância. Os pais não
ra com uma enturmação baseada apenas nos conteúdos já apren- sabem mais como educar os seus filhos, pois, se consideram ultra-
didos pelos alunos. Essa turma referência deverá ter um tempo de passados os valores transmitidos pela tradição, também se vêem
trabalho, talvez o tempo de duração do ciclo. Na passagem de um indecisos sobre quais valores empregar na educação dos filhos.
ciclo para outro, os alunos, deveriam ter oportunidades de vivenciar Geralmente, acabam entregando a educação dos filhos à escola es-
outras enturmações. Em Belo Horizonte, no Projeto de Educação de perando que ela os “liberte” dos maus modos.
Adultos - PET - vêm sendo realizadas várias formas de enturmação As crianças e adolescentes mostram-se pouco acostumados a
para grupos de trabalho diferenciados. Uma das formas é de os alu- vivenciarem e a respeitarem limites que visam assegurar a sobre-
nos se agruparem de acordo com seus objetivos ou os objetivos de vivência de si e a do grupo no qual estão inseridos, revelando-se
seus professores (e não por disciplina ou ano de escolaridade) e egoístas e insensíveis.
depois eles se reagrupam aleatoriamente: uma turma deve se cons- Professores não sabem o que fazer para estabelecer estes
truir com o mesmo número de mulheres e homens. Os alunos vão limites, pois as sanções que outrora utilizavam tornaram-se inefi-
procurando fazer essas turmas e, nesses subgrupos, desenvolvem o cientes. Nesse contexto, o estudo da ética e das questões de mor-
trabalho num modulo único de três horas, por exemplo. alidade na formação do indivíduo é essencial como propósito de
Um segundo aspecto que a escola precisa definir, como se pode trabalho da educação formal oferecida, principalmente, na escola.
perceber, é se o tempo de aulas será organizado em função das dis-
ciplinas ou será apenas em função da formação integral dos alunos. Em se tratando de ética, impossível é não citar o atemporal
Se a escola está vivendo uma transição nessa decisão, ela define Aristóteles e sua obra Ética a Nicômaco, quando menciona que
dias da semana para os tempos das disciplinas e outros dias para as ações do homem têm como objetivo alcançar um bem, e que
as oficinas. esse bem tem relação com o estado de felicidade, tão almejada
pelo homem através de uma vida virtuosa. Sendo essa virtude uma

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

escolha do próprio homem; considerada pelo filósofo grego como Percebe-se então a relação existente entre os temas, funda-
“uma disposição de caráter relacionada com a escolha de ações mentalmente tendo a educação como mola mestra desse me-
e paixões, e consistente numa mediania, isto é, a mediania reati- canismo que envolve a formação do caráter e valores éticos e do
va a nós, que é determinada por um princípio racional próprio do desenvolvimento pessoal da criança, expandindo sua percepção
homem dotado de sabedoria prática”. acerca das instituições responsáveis, família, escola e Estado, e a
Aristóteles ainda contribui com essa discussão dizendo que a interseção com o “ser cidadão”. Passa-se agora a explanar sobre rel-
ética está relacionada com a virtude oriunda do aprendizado do evantes aspectos jurídicos envoltos na educação.9
homem:
Não é, portanto, nem por natureza nem contrariamente à na-
tureza que as virtudes se geram em nós; antes devemos dizer que ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - ECA (LEI
a natureza nos dá a capacidade de recebê-las, e tal capacidade se 8.069, DE 13.07.1990)
aperfeiçoa com o hábito. [...] No entanto, com as virtudes dá-se ex-
atamente o oposto: adquirimo-las pelo exercício [...].
Conforme ensina o emérito Vásquez[10], acerca da ética, “[...] LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.
é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em so-
ciedade [...]”, é ainda “[...] ciência de forma específica de compor- Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá
tamento humano”. Destaca-se nos seus escritos o caráter científico outras providências.
da ética, seu objeto próprio, que é o setor da realidade humana
denominada moral, sua gênese na observação de “fatos”, de da- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso
dos empíricos e a não limitação a descrever ou registrar, mas tran- Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
scender com conceitos, hipóteses e teorias, aspirar à racionalidade
e objetividade, gerar conhecimentos sistemáticos, metódicos e no TÍTULO I
possível comprováveis. DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
De acordo com Zandonadi, é a ética que nos possibilita critérios
para definirmos o que é ser bom, correto ou moralmente certo e Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e
que nos fornece explicações para nosso senso de dever moral. E ao adolescente.
continua dizendo que: Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pes-
Uma das questões cruciais, hoje, quando discutimos a moral soa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela en-
ou a ética está aqui: acreditamos que existe uma tábua de valores tre doze e dezoito anos de idade.
pronta e acabada, mas falhamos, pois tais valores são construídos Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excep-
de acordo com a relação do homem com o mundo, e esta relação cionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um
pode ser aprimorada no ambiente escolar, quando podemos pro- anos de idade.
porcionar, à criança, situações para ela vivenciar a partilha, a coop- Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
eração, o respeito mútuo, exercer a cidadania e assim construir a fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da prote-
sua autonomia. ção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou
E a esse espaço de aprimoramento – escola – inclui-se a primei- por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de
ra instituição com a qual a criança se relaciona, que é a família nu- lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
clear, a qual se delimita espacialmente pelo ambiente familiar em social, em condições de liberdade e de dignidade.
si (o lar) e às suas extensões naturais como amigos e demais agre- Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se
gados. Inclusive, como preceituam Schimidt e Dieguez, algumas a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nasci-
atitudes que poderão afetar o desenvolvimento da criança, “são mento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião
intensificadas antes de seu ingresso na escola”, através de influên- ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e
cias adquiridas no âmbito familiar. Com isso, “a escola deve preocu- aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e
par-se em trabalhar o sujeito de forma integral, como sujeito em local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas,
constituição, com vivências subjetivas anteriores, atuais e futuras”. as famílias ou a comunidade em que vivem. (incluído pela Lei nº
Considerando a relação ética e educação, Coelho e Santos for- 13.257, de 2016)
nece alguns aspectos a serem considerados: Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em
A palavra ética, muito em voga no momento, é por sua etimo- geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a
logia grega, ethikos, que quer dizer hábitos e costumes, ou seja, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação,
maneira de se comportar. à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura,
Toda essa herança cultural e comportamental é adquirida pela à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
educação, seja ela escolar, familiar ou em qualquer relação estabe- comunitária.
lecida. Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
A educação é uma condução, um caminho, e envolve o ser a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer cir-
humano em toda a sua amplitude, suas mais variadas dimensões: cunstâncias;
social, cultural, física, sexual, familiar, religiosa, política, da saúde à b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de
artística... E trabalhando todos estes aspectos haverá a formação relevância pública;
de seres humanos dignos, íntegros, éticos, capazes de exercer sua
cidadania. 9 Fonte: www.kauelisio.jusbrasil.com.br/
www.educere.bruc.com.br
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

c) preferência na formulação e na execução das políticas so- § 8 o A gestante tem direito a acompanhamento saudável du-
ciais públicas; rante toda a gestação e a parto natural cuidadoso, estabelecendo-
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas rela- -se a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por
cionadas com a proteção à infância e à juventude. motivos médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qual- § 9 o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da ges-
quer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, tante que não iniciar ou que abandonar as consultas de pré-natal,
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, bem como da puérpera que não comparecer às consultas pós-par-
por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. to. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins § 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mu-
sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os di- lher com filho na primeira infância que se encontrem sob custódia
reitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às
criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para
o acolhimento do filho, em articulação com o sistema de ensino
TÍTULO II competente, visando ao desenvolvimento integral da criança. (In-
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS cluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da
CAPÍTULO I Gravidez na Adolescência, a ser realizada anualmente na semana
DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar
informações sobre medidas preventivas e educativas que contri-
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida buam para a redução da incidência da gravidez na adolescência.
e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no
em condições dignas de existência. caput deste artigo ficarão a cargo do poder público, em conjunto
Art. 8 o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos pro- com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas prioritaria-
gramas e às políticas de saúde da mulher e de planejamento re- mente ao público adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.798, de
produtivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humaniza- 2019)
da à gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores
perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saú- propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclu-
de. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) sive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liber-
§ 1 o O atendimento pré-natal será realizado por profissionais dade.
da atenção primária. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) § 1 o Os profissionais das unidades primárias de saúde de-
§ 2 o Os profissionais de saúde de referência da gestante ga- senvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas, visando
rantirão sua vinculação, no último trimestre da gestação, ao es- ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de pro-
tabelecimento em que será realizado o parto, garantido o direito moção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação
de opção da mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) complementar saudável, de forma contínua. (Incluído pela Lei nº
§ 3 o Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegu- 13.257, de 2016)
rarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar § 2 o Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal
responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta de
o acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação. leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à
§ 4 o Incumbe ao poder público proporcionar assistência psi- saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
cológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de
como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua im-
§ 5 o A assistência referida no § 4 o deste artigo deverá ser pressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem preju-
prestada também a gestantes e mães que manifestem interesse ízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa
em entregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e competente;
mães que se encontrem em situação de privação de liberdade. III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como
§ 6 o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acom- prestar orientação aos pais;
panhante de sua preferência durante o período do pré-natal, do IV - fornecer declaração de nascimento onde constem neces-
trabalho de parto e do pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº sariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do
13.257, de 2016) neonato;
§ 7 o A gestante deverá receber orientação sobre aleitamen- V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a
to materno, alimentação complementar saudável e crescimento permanência junto à mãe.
e desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer VI - acompanhar a prática do processo de amamentação,
a criação de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento prestando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a
integral da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo téc-
nico já existente. (Incluído pela Lei nº 13.436, de 2017) (Vigência)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º Os testes para o rastreamento de doenças no recém-nas- § 1 o A criança e o adolescente com deficiência serão atendi-
cido serão disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde, no âm- dos, sem discriminação ou segregação, em suas necessidades ge-
bito do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), na for- rais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação. (Redação
ma da regulamentação elaborada pelo Ministério da Saúde, com dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
implementação de forma escalonada, de acordo com a seguinte § 2 o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente,
ordem de progressão: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vi- àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses e ou-
gência tras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou
I – etapa 1: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência reabilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas
a) fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias; (Incluída de cuidado voltadas às suas necessidades específicas. (Redação
pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
b) hipotireoidismo congênito; (Incluída pela Lei nº 14.154, de § 3 o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou fre-
2021) Vigência quente de crianças na primeira infância receberão formação es-
c) doença falciforme e outras hemoglobinopatias; (Incluída pecífica e permanente para a detecção de sinais de risco para o
pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência desenvolvimento psíquico, bem como para o acompanhamento
d) fibrose cística; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) Vi- que se fizer necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
gência Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusi-
e) hiperplasia adrenal congênita; (Incluída pela Lei nº 14.154, ve as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados inter-
de 2021) Vigência mediários, deverão proporcionar condições para a permanência
f) deficiência de biotinidase; (Incluída pela Lei nº 14.154, de em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de
2021) Vigência internação de criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº
g) toxoplasmose congênita; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 13.257, de 2016)
2021) Vigência Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físi-
II – etapa 2: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência co, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra
a) galactosemias; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) Vi- criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao
gência Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras
b) aminoacidopatias; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) providências legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014)
Vigência § 1 o As gestantes ou mães que manifestem interesse em
c) distúrbios do ciclo da ureia; (Incluída pela Lei nº 14.154, de entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encami-
2021) Vigência nhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventu-
d) distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos; (Incluída de. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência § 2 o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entra-
III – etapa 3: doenças lisossômicas; (Incluído pela Lei nº da, os serviços de assistência social em seu componente especia-
14.154, de 2021) Vigência lizado, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social
IV – etapa 4: imunodeficiências primárias; (Incluído pela Lei (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da
nº 14.154, de 2021) Vigência Criança e do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao
V – etapa 5: atrofia muscular espinhal. (Incluído pela Lei nº atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância com
14.154, de 2021) Vigência suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, for-
§ 2º A delimitação de doenças a serem rastreadas pelo teste mulando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em
do pezinho, no âmbito do PNTN, será revisada periodicamente, rede e, se necessário, acompanhamento domiciliar. (Incluído pela
com base em evidências científicas, considerados os benefícios do Lei nº 13.257, de 2016)
rastreamento, do diagnóstico e do tratamento precoce, priorizan- Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de
do as doenças com maior prevalência no País, com protocolo de assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermi-
tratamento aprovado e com tratamento incorporado no Sistema dades que ordinariamente afetam a população infantil, e campa-
Único de Saúde. (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência nhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
§ 3º O rol de doenças constante do § 1º deste artigo poderá § 1 o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos reco-
ser expandido pelo poder público com base nos critérios estabe- mendados pelas autoridades sanitárias. (Renumerado do parágra-
lecidos no § 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) fo único pela Lei nº 13.257, de 2016)
Vigência § 2 o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde
§ 4º Durante os atendimentos de pré-natal e de puerpério bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, integral
imediato, os profissionais de saúde devem informar a gestante e e intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à
os acompanhantes sobre a importância do teste do pezinho e so- mulher e à criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
bre as eventuais diferenças existentes entre as modalidades ofe- § 3 o A atenção odontológica à criança terá função educativa
recidas no Sistema Único de Saúde e na rede privada de saúde. protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer,
(Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência por meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado sexto e no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre
voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do saúde bucal. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no § 4 o A criança com necessidade de cuidados odontológicos
acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde. (Incluído
da saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) pela Lei nº 13.257, de 2016)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 5 º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus rão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes
primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro instru- medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso:
mento construído com a finalidade de facilitar a detecção, em (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
consulta pediátrica de acompanhamento da criança, de risco para I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de
o seu desenvolvimento psíquico. (Incluído pela Lei nº 13.438, de proteção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
2017) (Vigência) II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátri-
co; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
CAPÍTULO II III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especia-
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao lizado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e so- VI - garantia de tratamento de saúde especializado à vítima.
ciais garantidos na Constituição e nas leis. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes as- Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão apli-
pectos: cadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitá- legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
rios, ressalvadas as restrições legais;
II - opinião e expressão; CAPÍTULO III
III - crença e culto religioso; DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discrimina- SEÇÃO I
ção; DISPOSIÇÕES GERAIS
VI - participar da vida política, na forma da lei;
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família
integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em
abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autono- ambiente que garanta seu desenvolvimento integral. (Redação
mia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do § 1 o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em
adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desuma- programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situa-
no, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. ção reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a au-
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser edu- toridade judiciária competente, com base em relatório elaborado
cados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma
cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, edu- fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou pela
cação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades
da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos previstas no art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509,
executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa de 2017)
encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. § 2 o A permanência da criança e do adolescente em progra-
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) ma de acolhimento institucional não se prolongará por mais de
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: (Incluído 18 (dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao
pela Lei nº 13.010, de 2014) seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autori-
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva apli- dade judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
cada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente § 3 o A manutenção ou a reintegração de criança ou adoles-
que resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) cente à sua família terá preferência em relação a qualquer outra
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) providência, caso em que será esta incluída em serviços e progra-
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) mas de proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1 o do art.
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do
de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: (Inclu- caput do art. 129 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
ído pela Lei nº 13.010, de 2014) 2016)
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) § 4 o Será garantida a convivência da criança e do adolescen-
b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de te com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas
2014) periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de aco-
c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) lhimento institucional, pela entidade responsável, independen-
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os res- temente de autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de
ponsáveis, os agentes públicos executores de medidas socioedu- 2014)
cativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de § 5 o Será garantida a convivência integral da criança com a
adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem mãe adolescente que estiver em acolhimento institucional. (Inclu-
castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de ído pela Lei nº 13.509, de 2017)
correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto esta-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 6 o A mãe adolescente será assistida por equipe especializa- § 1 o O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcio-
da multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) nar à criança e ao adolescente vínculos externos à instituição para
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em en- fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o
tregar seu filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo,
será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído educacional e financeiro. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
pela Lei nº 13.509, de 2017) § 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de
§ 1 o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interpro- 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de adoção, desde
fissional da Justiça da Infância e da Juventude, que apresentará que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadrinha-
relatório à autoridade judiciária, considerando inclusive os even- mento de que fazem parte. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
tuais efeitos do estado gestacional e puerperal. (Incluído pela Lei § 3 o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adoles-
nº 13.509, de 2017) cente a fim de colaborar para o seu desenvolvimento. (Incluído
§ 2 o De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá de- pela Lei nº 13.509, de 2017)
terminar o encaminhamento da gestante ou mãe, mediante sua § 4 o O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado
expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência so- será definido no âmbito de cada programa de apadrinhamento,
cial para atendimento especializado. (Incluído pela Lei nº 13.509, com prioridade para crianças ou adolescentes com remota pos-
de 2017) sibilidade de reinserção familiar ou colocação em família adotiva.
§ 3 o A busca à família extensa, conforme definida nos termos (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará o prazo máximo § 5 o Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados
de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período. (Incluído pela pela Justiça da Infância e da Juventude poderão ser executados
Lei nº 13.509, de 2017) por órgãos públicos ou por organizações da sociedade civil. (Inclu-
§ 4 o Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de ído pela Lei nº 13.509, de 2017)
não existir outro representante da família extensa apto a receber § 6 o Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os
a guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a responsáveis pelo programa e pelos serviços de acolhimento de-
extinção do poder familiar e determinar a colocação da criança verão imediatamente notificar a autoridade judiciária competen-
sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou te. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
de entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou
institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
§ 5 o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
ambos os genitores, se houver pai registral ou pai indicado, deve Art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido, em igual-
ser manifestada na audiência a que se refere o § 1 o do art. 166 dade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser
desta Lei, garantido o sigilo sobre a entrega. (Incluído pela Lei nº a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em
13.509, de 2017) caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o para a solução da divergência. (Expressão substituída pela Lei nº
genitor nem representante da família extensa para confirmar a 12.010, de 2009) Vigência
intenção de exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e
judiciária suspenderá o poder familiar da mãe, e a criança será educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse
colocada sob a guarda provisória de quem esteja habilitado a ado- destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações
tá-la. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) judiciais.
§ 7 o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quin- Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direi-
ze) dias para propor a ação de adoção, contado do dia seguinte à tos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cuida-
data do término do estágio de convivência. (Incluído pela Lei nº do e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito
13.509, de 2017) de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados
§ 8 o Na hipótese de desistência pelos genitores - manifes- os direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº
tada em audiência ou perante a equipe interprofissional - da en- 13.257, de 2016)
trega da criança após o nascimento, a criança será mantida com Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não cons-
os genitores, e será determinado pela Justiça da Infância e da Ju- titui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do pátrio po-
ventude o acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e der poder familiar . (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
oitenta) dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 2009) Vigência
§ 9 o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, § 1 o Não existindo outro motivo que por si só autorize a de-
respeitado o disposto no art. 48 desta Lei. (Incluído pela Lei nº cretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em
13.509, de 2017) sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crian- em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção.
ças acolhidas não procuradas por suas famílias no prazo de 30 (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
(trinta) dias, contado a partir do dia do acolhimento. (Incluído § 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a
pela Lei nº 13.509, de 2017) destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhi- por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igual-
mento institucional ou familiar poderão participar de programa mente titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou
de apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) outro descendente. (Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018)

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder familiar apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política munici-
serão decretadas judicialmente, em procedimento contraditório, pal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei
nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de nº 12.010, de 2009) Vigência
descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alu- § 6 o Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou
de o art. 22. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é ainda
Vigência obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social
SEÇÃO II e cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas institui-
DA FAMÍLIA NATURAL ções, desde que não sejam incompatíveis com os direitos funda-
mentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal;
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade forma- (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
da pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia; (Incluí-
aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal
criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e responsável pela política indigenista, no caso de crianças e adoles-
afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência centes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interpro-
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser re- fissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso. (Incluído
conhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou ou- Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a
tro documento público, qualquer que seja a origem da filiação. pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nasci- natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado.
mento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descen- Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá trans-
dentes. ferência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades go-
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito per- vernamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.
sonalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira cons-
contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observa- titui medida excepcional, somente admissível na modalidade de
do o segredo de Justiça. adoção.
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável pres-
SEÇÃO III tará compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo,
DA FAMÍLIA SUBSTITUTA mediante termo nos autos.

SUBSEÇÃO I SUBSEÇÃO II
DISPOSIÇÕES GERAIS DA GUARDA

Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material,
guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídi- moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu
ca da criança ou adolescente, nos termos desta Lei. detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. (Vide
§ 1 o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, poden-
estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as im- do ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos
plicações da medida, e terá sua opinião devidamente considera- de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.
da. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos
§ 2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir
necessário seu consentimento, colhido em audiência. (Redação a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência o direito de representação para a prática de atos determinados.
§ 3 o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição
parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive
evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida. (In- previdenciários.
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 4 o Salvo expressa e fundamentada determinação em con-
§ 4 o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela trário, da autoridade judiciária competente, ou quando a medida
ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guar-
existência de risco de abuso ou outra situação que justifique ple- da de criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício
namente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, do direito de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar
em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos alimentos, que serão objeto de regulamentação específica, a pe-
fraternais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dido do interessado ou do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº
§ 5 o A colocação da criança ou adolescente em família subs- 12.010, de 2009) Vigência
tituta será precedida de sua preparação gradativa e acompanha-
mento posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço
da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência § 1 o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se
jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manuten-
de guarda, de criança ou adolescente afastado do convívio fami- ção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na
liar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
§ 1 o A inclusão da criança ou adolescente em programas de 12.010, de 2009) Vigência
acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento institu- § 2 o É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei nº
cional, observado, em qualquer caso, o caráter temporário e ex- 12.010, de 2009) Vigência
cepcional da medida, nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº § 3 o Em caso de conflito entre direitos e interesses do ado-
12.010, de 2009) tando e de outras pessoas, inclusive seus pais biológicos, devem
§ 2 o Na hipótese do § 1 o deste artigo a pessoa ou casal prevalecer os direitos e os interesses do adotando. (Incluído pela
cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá receber Lei nº 13.509, de 2017)
a criança ou adolescente mediante guarda, observado o disposto Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito
nos arts. 28 a 33 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela
Vigência dos adotantes.
§ 3 o A União apoiará a implementação de serviços de aco- Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com
lhimento em família acolhedora como política pública, os quais os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o
deverão dispor de equipe que organize o acolhimento temporário de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos
de crianças e de adolescentes em residências de famílias selecio- matrimoniais.
nadas, capacitadas e acompanhadas que não estejam no cadastro § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do ou-
de adoção. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) tro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge
§ 4 o Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, dis- ou concubino do adotante e os respectivos parentes.
tritais e municipais para a manutenção dos serviços de acolhimen- § 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus
to em família acolhedora, facultando-se o repasse de recursos descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e co-
para a própria família acolhedora. (Incluído pela Lei nº 13.257, de laterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária.
2016) Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, inde-
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, me- pendentemente do estado civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
diante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público. de 2009) Vigência
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do ado-
SUBSEÇÃO III tando.
DA TUTELA § 2 o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes
sejam casados civilmente ou mantenham união estável, compro-
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa vada a estabilidade da família. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
de até 18 (dezoito) anos incompletos. (Redação dada pela Lei nº de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia velho do que o adotando.
decretação da perda ou suspensão do pátrio poder poder familiar § 4 o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-com-
e implica necessariamente o dever de guarda. (Expressão substi- panheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem
tuída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer do- convivência tenha sido iniciado na constância do período de con-
cumento autêntico, conforme previsto no parágrafo único do art. vivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afini-
1.729 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil , dade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justi-
deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão, fiquem a excepcionalidade da concessão. (Redação dada pela Lei
ingressar com pedido destinado ao controle judicial do ato, ob- nº 12.010, de 2009) Vigência
servando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei. § 5 o Nos casos do § 4 o deste artigo, desde que demonstra-
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência do efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda com-
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados partilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei n o 10.406, de
os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo 10 de janeiro de 2002 - Código Civil . (Redação dada pela Lei nº
deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última vonta- 12.010, de 2009) Vigência
de, se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando § 6 o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após
e que não existe outra pessoa em melhores condições de assumi- inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do
-la. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência procedimento, antes de prolatada a sentença. (Incluído pela Lei
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24. nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais van-
SUBSEÇÃO IV tagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos.
DA ADOÇÃO Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e sal-
dar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á se- ou o curatelado.
gundo o disposto nesta Lei. Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do
representante legal do adotando.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança § 5 o A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante
ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação
destituídos do pátrio poder poder familiar . (Expressão substituída do prenome. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 6 o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de ida- adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o dispos-
de, será também necessário o seu consentimento. to nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência 12.010, de 2009) Vigência
com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 (noventa) § 7 o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em
dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiari- julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no §
dades do caso. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) 6 o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à data do
§ 1 o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o óbito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante du- § 8 o O processo relativo à adoção assim como outros a ele
rante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniên- relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu arma-
cia da constituição do vínculo. (Redação dada pela Lei nº 12.010, zenamento em microfilme ou por outros meios, garantida a sua
de 2009) Vigência conservação para consulta a qualquer tempo. (Incluído pela Lei nº
§ 2 o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dis- 12.010, de 2009) Vigência
pensa da realização do estágio de convivência. (Redação dada § 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência em que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou
§ 2 o -A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo com doença crônica. (Incluído pela Lei nº 12.955, de 2014)
pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão fun- § 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será
damentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez por igual
de 2017) período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciá-
§ 3 o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou ria. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
domiciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no mí- Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem bioló-
nimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, gica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a
prorrogável por até igual período, uma única vez, mediante deci- medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar
são fundamentada da autoridade judiciária. (Redação dada pela 18 (dezoito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
Lei nº 13.509, de 2017) gência
§ 3 o -A. Ao final do prazo previsto no § 3 o deste artigo, deve- Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser
rá ser apresentado laudo fundamentado pela equipe mencionada também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu
no § 4 o deste artigo, que recomendará ou não o deferimento da pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica.
adoção à autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2017) Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o pátrio po-
§ 4 o O estágio de convivência será acompanhado pela equi- der poder familiar dos pais naturais. (Expressão substituída pela
pe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventu- Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou
execução da política de garantia do direito à convivência familiar, foro regional, um registro de crianças e adolescentes em condi-
que apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do ções de serem adotados e outro de pessoas interessadas na ado-
deferimento da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- ção. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
gência § 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta
§ 5 o O estágio de convivência será cumprido no território aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público.
nacional, preferencialmente na comarca de residência da criança § 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não sa-
ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respei- tisfizer os requisitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses
tada, em qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca previstas no art. 29.
de residência da criança. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 3 o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judi- um período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela
cial, que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferen-
não se fornecerá certidão. cialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (In-
bem como o nome de seus ascendentes. cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o re- § 4 o Sempre que possível e recomendável, a preparação
gistro original do adotado. referida no § 3 o deste artigo incluirá o contato com crianças e
§ 3 o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavra- adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em con-
do no Cartório do Registro Civil do Município de sua residência. dições de serem adotados, a ser realizado sob a orientação, su-
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da
§ 4 o Nenhuma observação sobre a origem do ato pode- Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa
rá constar nas certidões do registro. (Redação dada pela Lei nº de acolhimento e pela execução da política municipal de garantia
12.010, de 2009) Vigência do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 5 o Serão criados e implementados cadastros estaduais e § 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas inte-
nacional de crianças e adolescentes em condições de serem ado- ressadas em adotar criança ou adolescente com deficiência, com
tados e de pessoas ou casais habilitados à adoção. (Incluído pela doença crônica ou com necessidades específicas de saúde, além
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de grupo de irmãos. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 6 o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais resi- Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual
dentes fora do País, que somente serão consultados na inexistên- o pretendente possui residência habitual em país-parte da Con-
cia de postulantes nacionais habilitados nos cadastros menciona- venção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das
dos no § 5 o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional,
Vigência promulgada pelo Decreto n o 3.087, de 21 junho de 1999 , e de-
§ 7 o As autoridades estaduais e federais em matéria de ado- seja adotar criança em outro país-parte da Convenção. (Redação
ção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
de informações e a cooperação mútua, para melhoria do sistema. § 1 o A adoção internacional de criança ou adolescente bra-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar
§ 8 o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 comprovado: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada
em condições de serem adotados que não tiveram colocação fa- ao caso concreto; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
miliar na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram II - que foram esgotadas todas as possibilidades de coloca-
deferida sua habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacio- ção da criança ou adolescente em família adotiva brasileira, com
nal referidos no § 5 o deste artigo, sob pena de responsabilidade. a comprovação, certificada nos autos, da inexistência de adotan-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tes habilitados residentes no Brasil com perfil compatível com a
§ 9 o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manu- criança ou adolescente, após consulta aos cadastros mencionados
tenção e correta alimentação dos cadastros, com posterior comu- nesta Lei; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
nicação à Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluído pela Lei III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi
nº 12.010, de 2009) Vigência consultado, por meios adequados ao seu estágio de desenvolvi-
§ 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de pre- mento, e que se encontra preparado para a medida, mediante
tendentes habilitados residentes no País com perfil compatível e parecer elaborado por equipe interprofissional, observado o dis-
interesse manifesto pela adoção de criança ou adolescente ins- posto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluída pela Lei nº
crito nos cadastros existentes, será realizado o encaminhamento 12.010, de 2009) Vigência
da criança ou adolescente à adoção internacional. (Redação dada § 2 o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência
pela Lei nº 13.509, de 2017) aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de criança
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em ou adolescente brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e re- 2009) Vigência
comendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em § 3 o A adoção internacional pressupõe a intervenção das Au-
programa de acolhimento familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de toridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de adoção in-
2009) Vigência ternacional. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos § 4º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Público. Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes adapta-
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de can- ções: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
didato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar crian-
termos desta Lei quando: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) ça ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de habilita-
Vigência ção à adoção perante a Autoridade Central em matéria de adoção
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela Lei internacional no país de acolhida, assim entendido aquele onde
nº 12.010, de 2009) Vigência está situada sua residência habitual; (Incluída pela Lei nº 12.010,
II - for formulada por parente com o qual a criança ou ado- de 2009) Vigência
lescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; (Incluído II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar, emitirá um
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal relatório que contenha informações sobre a identidade, a capaci-
de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o dade jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua situ-
lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afi- ação pessoal, familiar e médica, seu meio social, os motivos que
nidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé os animam e sua aptidão para assumir uma adoção internacional;
ou qualquer das situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o rela-
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candida- tório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade
to deverá comprovar, no curso do procedimento, que preenche Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
os requisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei. Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV - o relatório será instruído com toda a documentação ne- I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e
cessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por equipe in- dentro dos limites fixados pelas autoridades competentes do país
terprofissional habilitada e cópia autenticada da legislação per- onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela Autoridade
tinente, acompanhada da respectiva prova de vigência; (Incluída Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Vigência
V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de
autenticados pela autoridade consular, observados os tratados e reconhecida idoneidade moral, com comprovada formação ou ex-
convenções internacionais, e acompanhados da respectiva tra- periência para atuar na área de adoção internacional, cadastradas
dução, por tradutor público juramentado; (Incluída pela Lei nº pelo Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela Autorida-
12.010, de 2009) Vigência de Central Federal Brasileira, mediante publicação de portaria do
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e órgão federal competente; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
solicitar complementação sobre o estudo psicossocial do postu- Vigência
lante estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida; (In- III - estar submetidos à supervisão das autoridades compe-
cluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tentes do país onde estiverem sediados e no país de acolhida, in-
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Cen- clusive quanto à sua composição, funcionamento e situação finan-
tral Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira com a ceira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nacional, além do preenchimento por parte dos postulantes à IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada
medida dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem como rela-
deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei como da legislação tório de acompanhamento das adoções internacionais efetuadas
do país de acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção no período, cuja cópia será encaminhada ao Departamento de Po-
internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; (In- lícia Federal; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será au- Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal
torizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da Infância Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do rela-
e da Juventude do local em que se encontra a criança ou adoles- tório será mantido até a juntada de cópia autenticada do registro
cente, conforme indicação efetuada pela Autoridade Central Esta- civil, estabelecendo a cidadania do país de acolhida para o adota-
dual. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência do; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1 o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os ado-
admite-se que os pedidos de habilitação à adoção internacional tantes encaminhem à Autoridade Central Federal Brasileira cópia
sejam intermediados por organismos credenciados. (Incluída pela da certidão de registro de nascimento estrangeira e do certificado
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos. (Incluída pela
§ 2 o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o cre- Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
denciamento de organismos nacionais e estrangeiros encarrega- § 5 o A não apresentação dos relatórios referidos no § 4 o
dos de intermediar pedidos de habilitação à adoção internacional, deste artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar a sus-
com posterior comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e pensão de seu credenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
publicação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio próprio da 2009) Vigência
internet. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 6 o O credenciamento de organismo nacional ou estrangei-
§ 3 o Somente será admissível o credenciamento de organis- ro encarregado de intermediar pedidos de adoção internacional
mos que: (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência terá validade de 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de 2009) Vigência
Haia e estejam devidamente credenciados pela Autoridade Cen- § 7 o A renovação do credenciamento poderá ser concedida
tral do país onde estiverem sediados e no país de acolhida do ado- mediante requerimento protocolado na Autoridade Central Fede-
tando para atuar em adoção internacional no Brasil; (Incluída pela ral Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao término do res-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pectivo prazo de validade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
II - satisfizerem as condições de integridade moral, compe- Vigência
tência profissional, experiência e responsabilidade exigidas pelos § 8 o Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu
países respectivos e pela Autoridade Central Federal Brasileira; a adoção internacional, não será permitida a saída do adotando
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência do território nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua forma- gência
ção e experiência para atuar na área de adoção internacional; (In- § 9 o Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária
cluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência determinará a expedição de alvará com autorização de viagem,
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento ju- bem como para obtenção de passaporte, constando, obrigato-
rídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela Autoridade riamente, as características da criança ou adolescente adotado,
Central Federal Brasileira. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, assim
Vigência como foto recente e a aposição da impressão digital do seu po-
§ 4 o Os organismos credenciados deverão ainda: (Incluído legar direito, instruindo o documento com cópia autenticada da
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência decisão e certidão de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qual- § 1 o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Pú-
quer momento, solicitar informações sobre a situação das crian- blico, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela decisão
ças e adolescentes adotados (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) se restar demonstrado que a adoção é manifestamente contrária
Vigência à ordem pública ou não atende ao interesse superior da criança
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos creden- ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ciados, que sejam considerados abusivos pela Autoridade Central § 2 o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista
Federal Brasileira e que não estejam devidamente comprovados, no § 1 o deste artigo, o Ministério Público deverá imediatamen-
é causa de seu descredenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, te requerer o que for de direito para resguardar os interesses da
de 2009) Vigência criança ou do adolescente, comunicando-se as providências à Au-
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser re- toridade Central Estadual, que fará a comunicação à Autoridade
presentados por mais de uma entidade credenciada para atuar na Central Federal Brasileira e à Autoridade Central do país de ori-
cooperação em adoção internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, gem. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país de
fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser origem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou,
renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o adoles-
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de orga- cente ser oriundo de país que não tenha aderido à Convenção re-
nismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de ferida, o processo de adoção seguirá as regras da adoção nacional.
programas de acolhimento institucional ou familiar, assim como (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
com crianças e adolescentes em condições de serem adotados,
sem a devida autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de CAPÍTULO IV
2009) Vigência DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar LAZER
ou suspender a concessão de novos credenciamentos sempre que
julgar necessário, mediante ato administrativo fundamentado. Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, vi-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e descre- exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, asseguran-
denciamento, o repasse de recursos provenientes de organismos do-se-lhes:
estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de adoção in- I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
ternacional a organismos nacionais ou a pessoas físicas. (Incluído escola;
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência II - direito de ser respeitado por seus educadores;
Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recor-
efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e rer às instâncias escolares superiores;
estarão sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Direi- IV - direito de organização e participação em entidades estu-
tos da Criança e do Adolescente (Incluído pela Lei nº 12.010, de dantis;
2009) Vigência V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua resi-
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em dência, garantindo-se vagas no mesmo estabelecimento a irmãos
país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação
tenha sido processado em conformidade com a legislação vigente básica. (Redação dada pela Lei nº 13.845, de 2019)
no país de residência e atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência
17 da referida Convenção, será automaticamente recepcionada do processo pedagógico, bem como participar da definição das
com o reingresso no Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) propostas educacionais.
Vigência Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e agremia-
§ 1 o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” ções recreativas e de estabelecimentos congêneres assegurar
do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença ser ho- medidas de conscientização, prevenção e enfrentamento ao uso
mologada pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº ou dependência de drogas ilícitas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de
12.010, de 2009) Vigência 2019)
§ 2 o O pretendente brasileiro residente no exterior em país Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adoles-
não ratificante da Convenção de Haia, uma vez reingressado no cente:
Brasil, deverá requerer a homologação da sentença estrangeira I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para
pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
2009) Vigência II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o ensino médio;
país de acolhida, a decisão da autoridade competente do país de III - atendimento educacional especializado aos portadores de
origem da criança ou do adolescente será conhecida pela Autori- deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
dade Central Estadual que tiver processado o pedido de habilita- IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero
ção dos pais adotivos, que comunicará o fato à Autoridade Central a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016)
Federal e determinará as providências necessárias à expedição V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e
do Certificado de Naturalização Provisório. (Incluído pela Lei nº da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
12.010, de 2009) Vigência
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime fa-
do adolescente trabalhador; miliar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade
VII - atendimento no ensino fundamental, através de progra- governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:
mas suplementares de material didático-escolar, transporte, ali- I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e
mentação e assistência à saúde. as cinco horas do dia seguinte;
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito públi- II - perigoso, insalubre ou penoso;
co subjetivo. III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da auto- IV - realizado em horários e locais que não permitam a fre-
ridade competente. qüência à escola.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho
ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais educativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou
ou responsável, pela freqüência à escola. não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao ado-
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular lescente que dele participe condições de capacitação para o exer-
seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. cício de atividade regular remunerada.
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino funda- § 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em
mental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pes-
I - maus-tratos envolvendo seus alunos; soal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, es- § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho
gotados os recursos escolares; efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho
III - elevados níveis de repetência. não desfigura o caráter educativo.
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à
novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo, meto- proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre
dologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e outros:
adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório. I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimen-
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores to;
culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da II - capacitação profissional adequada ao mercado de traba-
criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da lho.
criação e o acesso às fontes de cultura.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, TÍTULO III
estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para DA PREVENÇÃO
programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a in-
fância e a juventude. CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO V Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou


DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO violação dos direitos da criança e do adolescente.
TRABALHO Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
pios deverão atuar de forma articulada na elaboração de políticas
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de casti-
anos de idade, salvo na condição de aprendiz. (Vide Constituição go físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas
Federal) não violentas de educação de crianças e de adolescentes, tendo
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada como principais ações: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei. I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-pro- divulgação do direito da criança e do adolescente de serem edu-
fissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de cados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento
educação em vigor. cruel ou degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos se- humanos; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
guintes princípios: II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Mi-
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino re- nistério Público e da Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar,
gular; com os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e com
II - atividade compatível com o desenvolvimento do adoles- as entidades não governamentais que atuam na promoção, pro-
cente; teção e defesa dos direitos da criança e do adolescente; (Incluído
III - horário especial para o exercício das atividades. pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegu- III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais
rada bolsa de aprendizagem. de saúde, educação e assistência social e dos demais agentes que
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e
são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários. do adolescente para o desenvolvimento das competências neces-
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado
trabalho protegido.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sárias à prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com
ao enfrentamento de todas as formas de violência contra a crian- deficiência terão prioridade de atendimento nas ações e políticas
ça e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) públicas de prevenção e proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010,
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de de 2014)
conflitos que envolvam violência contra a criança e o adolescente; Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) áreas da saúde e da educação, além daquelas às quais se refere
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a o art. 71 desta Lei, entre outras, devem contar, em seus quadros,
garantir os direitos da criança e do adolescente, desde a atenção com pessoas capacitadas a reconhecer e a comunicar ao Conselho
pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o ob- Tutelar suspeitas ou casos de crimes praticados contra a criança
jetivo de promover a informação, a reflexão, o debate e a orien- e o adolescente. (Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022) Vi-
tação sobre alternativas ao uso de castigo físico ou de tratamento gência
cruel ou degradante no processo educativo; (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela comunica-
13.010, de 2014) ção de que trata este artigo, as pessoas encarregadas, por razão
VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a arti- de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou ocupação, do cui-
culação de ações e a elaboração de planos de atuação conjunta dado, assistência ou guarda de crianças e adolescentes, punível,
focados nas famílias em situação de violência, com participação na forma deste Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão,
de profissionais de saúde, de assistência social e de educação e de culposos ou dolosos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
órgãos de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação,
do adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e ser-
VII - a promoção de estudos e pesquisas, de estatísticas e de viços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desen-
outras informações relevantes às consequências e à frequência volvimento.
das formas de violência contra a criança e o adolescente para a Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da pre-
sistematização de dados nacionalmente unificados e a avaliação venção especial outras decorrentes dos princípios por ela adota-
periódica dos resultados das medidas adotadas; (Incluído pela Lei dos.
nº 14.344, de 2022) Vigência Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importa-
VIII - o respeito aos valores da dignidade da pessoa humana, rá em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos
de forma a coibir a violência, o tratamento cruel ou degradante e desta Lei.
as formas violentas de educação, correção ou disciplina; (Incluído
pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência CAPÍTULO II
IX - a promoção e a realização de campanhas educativas di- DA PREVENÇÃO ESPECIAL
recionadas ao público escolar e à sociedade em geral e a difusão
desta Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos SEÇÃO I
das crianças e dos adolescentes, incluídos os canais de denúncia DA INFORMAÇÃO, CULTURA, LAZER, ESPORTES, DIVERSÕES
existentes; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência E ESPETÁCULOS
X - a celebração de convênios, de protocolos, de ajustes, de
termos e de outros instrumentos de promoção de parceria entre Art. 74. O poder público, através do órgão competente, re-
órgãos governamentais ou entre estes e entidades não governa- gulará as diversões e espetáculos públicos, informando sobre a
mentais, com o objetivo de implementar programas de erradica- natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais
ção da violência, de tratamento cruel ou degradante e de formas e horários em que sua apresentação se mostre inadequada.
violentas de educação, correção ou disciplina; (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetácu-
14.344, de 2022) Vigência los públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à
XI - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natu-
Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros, dos profissionais nas reza do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de
escolas, dos Conselhos Tutelares e dos profissionais pertencentes classificação.
aos órgãos e às áreas referidos no inciso II deste caput, para que Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões
identifiquem situações em que crianças e adolescentes vivenciam e espetáculos públicos classificados como adequados à sua faixa
violência e agressões no âmbito familiar ou institucional; (Incluído etária.
pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente
XII - a promoção de programas educacionais que disseminem poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou
valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa huma- exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
na, bem como de programas de fortalecimento da parentalidade Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão,
positiva, da educação sem castigos físicos e de ações de preven- no horário recomendado para o público infanto juvenil, progra-
ção e enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mas com finalidades educativas, artísticas, culturais e informati-
criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) vas.
Vigência Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou
XIII - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua transmis-
de ensino, dos conteúdos relativos à prevenção, à identificação e são, apresentação ou exibição.
à resposta à violência doméstica e familiar. (Incluído pela Lei nº
14.344, de 2022) Vigência

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários 2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe
de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de progra- ou responsável.
mação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou res-
desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente. ponsável, conceder autorização válida por dois anos.
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exi- Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização
bir, no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa é dispensável, se a criança ou adolescente:
etária a que se destinam. I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
Art. 78. As revistas e publicações contendo material impró- II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressa-
prio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser co- mente pelo outro através de documento com firma reconhecida.
mercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma
conteúdo. criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado
contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegi- no exterior.
das com embalagem opaca.
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infan- PARTE ESPECIAL
to-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, TÍTULO I
crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e mu- DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO
nições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e
da família. CAPÍTULO I
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem DISPOSIÇÕES GERAIS
comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jo-
gos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que even- Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do
tualmente, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações
permanência de crianças e adolescentes no local, afixando aviso governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do
para orientação do público. Distrito Federal e dos municípios.
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:
SEÇÃO II I - políticas sociais básicas;
DOS PRODUTOS E SERVIÇOS II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência
social de garantia de proteção social e de prevenção e redução de
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de: violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências; (Reda-
I - armas, munições e explosivos; ção dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
II - bebidas alcoólicas; III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico
III - produtos cujos componentes possam causar dependência e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração,
física ou psíquica ainda que por utilização indevida; abuso, crueldade e opressão;
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável,
seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer crianças e adolescentes desaparecidos;
dano físico em caso de utilização indevida; V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direi-
V - revistas e publicações a que alude o art. 78; tos da criança e do adolescente.
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente período de afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo
em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se exercício do direito à convivência familiar de crianças e adolescen-
autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável. tes; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de
SEÇÃO III guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar
DA AUTORIZAÇÃO PARA VIAJAR e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou
de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com
Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (de- deficiências e de grupos de irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010,
zesseis) anos poderá viajar para fora da comarca onde reside de- de 2009) Vigência
sacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autori- Parágrafo único. A linha de ação da política de atendimento
zação judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019) a que se refere o inciso IV do caput deste artigo será executada
§ 1º A autorização não será exigida quando: em cooperação com o Cadastro Nacional de Pessoas Desapare-
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou cidas, criado pela Lei nº 13.812, de 16 de março de 2019, com
do adolescente menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma uni- o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos,
dade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana; criado pela Lei nº 12.127, de 17 de dezembro de 2009, e com os
(Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019) demais cadastros, sejam eles nacionais, estaduais ou municipais.
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos (Incluído pela Lei nº 14.548, de 2023)
estiver acompanhado: (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019) Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, com- I - municipalização do atendimento;
provado documentalmente o parentesco;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e con- 2012) (Vide)
troladores das ações em todos os níveis, assegurada a participa- VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
ção popular paritária por meio de organizações representativas, 2012) (Vide)
segundo leis federal, estaduais e municipais; VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
III - criação e manutenção de programas específicos, observa- § 1 o As entidades governamentais e não governamentais
da a descentralização político-administrativa; deverão proceder à inscrição de seus programas, especificando
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais os regimes de atendimento, na forma definida neste artigo, no
vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o
adolescente; qual manterá registro das inscrições e de suas alterações, do que
V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária.
Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social, pre- (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização do § 2 o Os recursos destinados à implementação e manutenção
atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de dos programas relacionados neste artigo serão previstos nas do-
ato infracional; tações orçamentárias dos órgãos públicos encarregados das áreas
VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério de Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, observan-
Público, Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execução do-se o princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescen-
das políticas sociais básicas e de assistência social, para efeito de te preconizado pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e
agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos pelo caput e parágrafo único do art. 4 o desta Lei. (Incluído pela
em programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
na sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução § 3 o Os programas em execução serão reavaliados pelo Con-
se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em família selho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no
substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para re-
desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência novação da autorização de funcionamento: (Incluído pela Lei nº
VII - mobilização da opinião pública para a indispensável par- 12.010, de 2009) Vigência
ticipação dos diversos segmentos da sociedade. (Incluído pela Lei I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como
nº 12.010, de 2009) Vigência às resoluções relativas à modalidade de atendimento prestado ex-
VIII - especialização e formação continuada dos profissionais pedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente,
que trabalham nas diferentes áreas da atenção à primeira infân- em todos os níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cia, incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atesta-
desenvolvimento infantil; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) das pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e pela Justiça
IX - formação profissional com abrangência dos diversos direi- da Infância e da Juventude; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
tos da criança e do adolescente que favoreça a intersetorialidade Vigência
no atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvi- III - em se tratando de programas de acolhimento institucio-
mento integral; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) nal ou familiar, serão considerados os índices de sucesso na rein-
X - realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvi- tegração familiar ou de adaptação à família substituta, conforme
mento infantil e sobre prevenção da violência. (Incluído pela Lei o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nº 13.257, de 2016) Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos con- funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos Direi-
selhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do ado- tos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro ao
lescente é considerada de interesse público relevante e não será Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localida-
remunerada. de.
§ 1 o Será negado o registro à entidade que: (Incluído pela Lei
CAPÍTULO II nº 12.010, de 2009) Vigência
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de
habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
SEÇÃO I b) não apresente plano de trabalho compatível com os prin-
DISPOSIÇÕES GERAIS cípios desta Lei;
c) esteja irregularmente constituída;
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
manutenção das próprias unidades, assim como pelo planeja- e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e deli-
mento e execução de programas de proteção e sócio-educativos berações relativas à modalidade de atendimento prestado expe-
destinados a crianças e adolescentes, em regime de: (Vide) didas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente,
I - orientação e apoio sócio-familiar; em todos os níveis. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - apoio sócio-educativo em meio aberto; § 2 o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, ca-
III - colocação familiar; bendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adoles-
IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº cente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação,
12.010, de 2009) Vigência observado o disposto no § 1 o deste artigo. (Incluído pela Lei nº
V - prestação de serviços à comunidade; (Redação dada pela 12.010, de 2009) Vigência
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhi- Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhi-
mento familiar ou institucional deverão adotar os seguintes prin- mento institucional poderão, em caráter excepcional e de urgên-
cípios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cia, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da rein- autoridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24
tegração familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena
gência de responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
II - integração em família substituta, quando esgotados os Vigência
recursos de manutenção na família natural ou extensa; (Redação Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judi-
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o apoio
III - atendimento personalizado e em pequenos grupos; do Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para
IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educa- promover a imediata reintegração familiar da criança ou do ado-
ção; lescente ou, se por qualquer razão não for isso possível ou reco-
V - não desmembramento de grupos de irmãos; mendável, para seu encaminhamento a programa de acolhimento
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras familiar, institucional ou a família substituta, observado o disposto
entidades de crianças e adolescentes abrigados; no § 2 o do art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
VII - participação na vida da comunidade local; 2009) Vigência
VIII - preparação gradativa para o desligamento; Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de interna-
IX - participação de pessoas da comunidade no processo edu- ção têm as seguintes obrigações, entre outras:
cativo. I - observar os direitos e garantias de que são titulares os ado-
§ 1 o O dirigente de entidade que desenvolve programa de lescentes;
acolhimento institucional é equiparado ao guardião, para todos os II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto
efeitos de direito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de restrição na decisão de internação;
§ 2 o Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unida-
de acolhimento familiar ou institucional remeterão à autoridade des e grupos reduzidos;
judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstan- IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e
ciado acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido dignidade ao adolescente;
e sua família, para fins da reavaliação prevista no § 1 o do art. 19 V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preserva-
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ção dos vínculos familiares;
§ 3 o Os entes federados, por intermédio dos Poderes Execu- VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os ca-
tivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a permanente qua- sos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento dos
lificação dos profissionais que atuam direta ou indiretamente em vínculos familiares;
programas de acolhimento institucional e destinados à colocação VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de
familiar de crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos ne-
Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar. (Incluído pela Lei cessários à higiene pessoal;
nº 12.010, de 2009) Vigência VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequa-
§ 4 o Salvo determinação em contrário da autoridade judi- dos à faixa etária dos adolescentes atendidos;
ciária competente, as entidades que desenvolvem programas de IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e
acolhimento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio farmacêuticos;
do Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimula- X - propiciar escolarização e profissionalização;
rão o contato da criança ou adolescente com seus pais e parentes, XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput deste XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência acordo com suas crenças;
§ 5 o As entidades que desenvolvem programas de acolhi- XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
mento familiar ou institucional somente poderão receber recur- XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo má-
sos públicos se comprovado o atendimento dos princípios, exigên- ximo de seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade
cias e finalidades desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) competente;
Vigência XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre
§ 6 o O descumprimento das disposições desta Lei pelo diri- sua situação processual;
gente de entidade que desenvolva programas de acolhimento fa- XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos
miliar ou institucional é causa de sua destituição, sem prejuízo da de adolescentes portadores de moléstias infecto-contagiosas;
apuração de sua responsabilidade administrativa, civil e criminal. XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adolescentes;
§ 7 o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanha-
em acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à atuação mento de egressos;
de educadores de referência estáveis e qualitativamente signifi- XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da
cativos, às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades cidadania àqueles que não os tiverem;
básicas, incluindo as de afeto como prioritárias. (Incluído pela Lei XX - manter arquivo de anotações onde constem data e cir-
nº 13.257, de 2016) cunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou
responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

da sua formação, relação de seus pertences e demais dados que TÍTULO II


possibilitem sua identificação e a individualização do atendimen- DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
to.
§ 1 o Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes CAPÍTULO I
deste artigo às entidades que mantêm programas de acolhimento DISPOSIÇÕES GERAIS
institucional e familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei fo-
as entidades utilizarão preferencialmente os recursos da comuni- rem ameaçados ou violados:
dade. I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
ou recepcionem crianças e adolescentes, ainda que em caráter III - em razão de sua conduta.
temporário, devem ter, em seus quadros, profissionais capaci-
tados a reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou CAPÍTULO II
ocorrências de maus-tratos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014) DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO

Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser apli-


SEÇÃO II cadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qual-
DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES quer tempo.
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as
Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao
referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Minis- fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
tério Público e pelos Conselhos Tutelares. Parágrafo único. São também princípios que regem a aplica-
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas se- ção das medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
rão apresentados ao estado ou ao município, conforme a origem I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de di-
das dotações orçamentárias. reitos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos pre-
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento vistos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal;
que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepos- II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação
tos: de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à
I - às entidades governamentais: proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças e ado-
a) advertência; lescentes são titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
b) afastamento provisório de seus dirigentes; gência
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a
d) fechamento de unidade ou interdição de programa. plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a adoles-
II - às entidades não-governamentais: centes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos
a) advertência; por esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade pri-
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas; mária e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da
c) interdição de unidades ou suspensão de programa; municipalização do atendimento e da possibilidade da execução
d) cassação do registro. de programas por entidades não governamentais; (Incluído pela
§ 1 o Em caso de reiteradas infrações cometidas por entida- Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
des de atendimento, que coloquem em risco os direitos assegu- IV - interesse superior da criança e do adolescente: a inter-
rados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Pú- venção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos
blico ou representado perante autoridade judiciária competente da criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que
para as providências cabíveis, inclusive suspensão das atividades for devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade
ou dissolução da entidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de dos interesses presentes no caso concreto; (Incluído pela Lei nº
2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
§ 2 o As pessoas jurídicas de direito público e as organizações V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da crian-
não governamentais responderão pelos danos que seus agentes ça e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimida-
causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o descum- de, direito à imagem e reserva da sua vida privada; (Incluído pela
primento dos princípios norteadores das atividades de proteção Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
específica. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades com-
petentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja co-
nhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida ex-
clusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja indis-
pensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança
e do adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser cedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao
a necessária e adequada à situação de perigo em que a criança responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa.
ou o adolescente se encontram no momento em que a decisão é (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tomada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 3 o Crianças e adolescentes somente poderão ser encami-
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efe- nhados às instituições que executam programas de acolhimento
tuada de modo que os pais assumam os seus deveres para com institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de
a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obriga-
Vigência toriamente constará, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010,
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na pro- de 2009) Vigência
teção da criança e do adolescente deve ser dada prevalência às I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou
medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural de seu responsável, se conhecidos; (Incluído pela Lei nº 12.010,
ou extensa ou, se isso não for possível, que promovam a sua inte- de 2009) Vigência
gração em família adotiva; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com
2017) pontos de referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescen- gência
te, respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em
compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados tê-los sob sua guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
dos seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e gência
da forma como esta se processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio
2009) Vigência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescen- § 4 o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do
te, em separado ou na companhia dos pais, de responsável ou de adolescente, a entidade responsável pelo programa de acolhimen-
pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, to institucional ou familiar elaborará um plano individual de aten-
têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição dimento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência
da medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua de ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade ju-
opinião devidamente considerada pela autoridade judiciária com- diciária competente, caso em que também deverá contemplar sua
petente, observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. colocação em família substituta, observadas as regras e princípios
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. § 5 o O plano individual será elaborado sob a responsabilida-
98, a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, de da equipe técnica do respectivo programa de atendimento e
as seguintes medidas: levará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo a oitiva dos pais ou do responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de responsabilidade; de 2009) Vigência
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; § 6 o Constarão do plano individual, dentre outros: (Incluído
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
oficial de ensino fundamental; I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído pela
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adoles- II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e
cente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiá- III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a
trico, em regime hospitalar ou ambulatorial; criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável,
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; expressa e fundamentada determinação judicial, as providências
VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº a serem tomadas para sua colocação em família substituta, sob
12.010, de 2009) Vigência direta supervisão da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Reda- 12.010, de 2009) Vigência
ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 7 o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local
IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº mais próximo à residência dos pais ou do responsável e, como
12.010, de 2009) Vigência parte do processo de reintegração familiar, sempre que identifica-
§ 1 o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar da a necessidade, a família de origem será incluída em programas
são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de oficiais de orientação, de apoio e de promoção social, sendo faci-
transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, litado e estimulado o contato com a criança ou com o adolescente
para colocação em família substituta, não implicando privação de acolhido. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 8 o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o res-
§ 2 o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para ponsável pelo programa de acolhimento familiar ou institucional
proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das providên- fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista
cias a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em
ou adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
da autoridade judiciária e importará na deflagração, a pedido do
Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de pro-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 9 o Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração TÍTULO III


da criança ou do adolescente à família de origem, após seu enca- DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL
minhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação,
apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado CAPÍTULO I
ao Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada DISPOSIÇÕES GERAIS
das providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita
pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da polí- Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita
tica municipal de garantia do direito à convivência familiar, para a como crime ou contravenção penal.
destituição do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda. Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoi-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência to anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considera-
de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de destituição do da a idade do adolescente à data do fato.
poder familiar, salvo se entender necessária a realização de estu- Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança correspon-
dos complementares ou de outras providências indispensáveis ao derão as medidas previstas no art. 101.
ajuizamento da demanda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
2017) CAPÍTULO II
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou DOS DIREITOS INDIVIDUAIS
foro regional, um cadastro contendo informações atualizadas so-
bre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade
e institucional sob sua responsabilidade, com informações por- senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fun-
menorizadas sobre a situação jurídica de cada um, bem como as damentada da autoridade judiciária competente.
providências tomadas para sua reintegração familiar ou colocação Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos
em família substituta, em qualquer das modalidades previstas no responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca
art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de seus direitos.
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Con- Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde
selho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autorida-
Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assis- de judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa
tência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação por ele indicada.
de políticas públicas que permitam reduzir o número de crianças Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de res-
e adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período ponsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.
de permanência em programa de acolhimento. (Incluído pela Lei Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determi-
nº 12.010, de 2009) Vigência nada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e base-
serão acompanhadas da regularização do registro civil. (Vide Lei ar-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demons-
nº 12.010, de 2009) Vigência trada a necessidade imperiosa da medida.
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será
nascimento da criança ou adolescente será feito à vista dos ele- submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de
mentos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária. proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo
§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de dúvida fundada.
que trata este artigo são isentos de multas, custas e emolumen-
tos, gozando de absoluta prioridade. CAPÍTULO III
§ 3 o Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado DAS GARANTIAS PROCESSUAIS
procedimento específico destinado à sua averiguação, conforme
previsto pela Lei n o 8.560, de 29 de dezembro de 1992. (Incluído Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sem o devido processo legal.
§ 4 o Nas hipóteses previstas no § 3 o deste artigo, é dispen- Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as
sável o ajuizamento de ação de investigação de paternidade pelo seguintes garantias:
Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracio-
suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for nal, mediante citação ou meio equivalente;
encaminhada para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se
Vigência com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias
§ 5 o Os registros e certidões necessários à inclusão, a qual- à sua defesa;
quer tempo, do nome do pai no assento de nascimento são isen- III - defesa técnica por advogado;
tos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta priori- IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados,
dade. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016) na forma da lei;
§ 6 o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade com-
do reconhecimento de paternidade no assento de nascimento e petente;
a certidão correspondente. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável
2016) em qualquer fase do procedimento.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO IV Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as ap-


DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS tidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada
máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feria-
SEÇÃO I dos ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à
DISPOSIÇÕES GERAIS escola ou à jornada normal de trabalho.

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade SEÇÃO V


competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: DA LIBERDADE ASSISTIDA
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano; Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se
III - prestação de serviços à comunidade; afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxi-
IV - liberdade assistida; liar e orientar o adolescente.
V - inserção em regime de semi-liberdade; § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acom-
VI - internação em estabelecimento educacional; panhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. programa de atendimento.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de
capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infra- seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada
ção. ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministé-
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida rio Público e o defensor.
a prestação de trabalho forçado. Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência da autoridade competente, a realização dos seguintes encargos,
mental receberão tratamento individual e especializado, em local entre outros:
adequado às suas condições. I - promover socialmente o adolescente e sua família, forne-
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e cendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em progra-
100. ma oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do
do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes da autoria adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;
e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de remissão, III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescen-
nos termos do art. 127. te e de sua inserção no mercado de trabalho;
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre IV - apresentar relatório do caso.
que houver prova da materialidade e indícios suficientes da au-
toria. SEÇÃO VI
DO REGIME DE SEMI-LIBERDADE
SEÇÃO II
DA ADVERTÊNCIA Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado
desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto,
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, possibilitada a realização de atividades externas, independente-
que será reduzida a termo e assinada. mente de autorização judicial.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização,
SEÇÃO III devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existen-
DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO tes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos pa- -se, no que couber, as disposições relativas à internação.
trimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o
adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, SEÇÃO VII
ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima. DA INTERNAÇÃO
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medi-
da poderá ser substituída por outra adequada. Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberda-
de, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respei-
SEÇÃO IV to à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE § 1º Será permitida a realização de atividades externas, a cri-
tério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na re- judicial em contrário.
alização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não § 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo
excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada,
escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em no máximo a cada seis meses.
programas comunitários ou governamentais. § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação
excederá a três anos.

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§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o § 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporaria-
adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semi-li- mente a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem mo-
berdade ou de liberdade assistida. tivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de ida- adolescente.
de. Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas
autorização judicial, ouvido o Ministério Público. de contenção e segurança.
§ 7 o A determinação judicial mencionada no § 1 o poderá ser
revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Incluído pela CAPÍTULO V
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) DA REMISSÃO
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada
quando: Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apu-
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ame- ração de ato infracional, o representante do Ministério Público
aça ou violência a pessoa; poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do pro-
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; cesso, atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida contexto social, bem como à personalidade do adolescente e sua
anteriormente imposta. maior ou menor participação no ato infracional.
§ 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste ar- Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da re-
tigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decre- missão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou ex-
tada judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada tinção do processo.
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhe-
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, ha- cimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece
vendo outra medida adequada. para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade ex- aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colo-
clusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao cação em regime de semi-liberdade e a internação.
abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, com- Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser
pleição física e gravidade da infração. revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expres-
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive so do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério
provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas. Público.
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade,
entre outros, os seguintes: TÍTULO IV
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Mi- DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEL
nistério Público;
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade; Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
III - avistar-se reservadamente com seu defensor; I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comu-
IV - ser informado de sua situação processual, sempre que nitários de proteção, apoio e promoção da família; (Redação dada
solicitada; dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
V - ser tratado com respeito e dignidade; II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável; III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátri-
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; co;
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pes- V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar
soal; sua freqüência e aproveitamento escolar;
X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tra-
salubridade; tamento especializado;
XI - receber escolarização e profissionalização; VII - advertência;
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: VIII - perda da guarda;
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social; IX - destituição da tutela;
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e X - suspensão ou destituição do pátrio poder poder familiar .
desde que assim o deseje; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos inci-
seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles por- sos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.
ventura depositados em poder da entidade; Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou
XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade ju-
pessoais indispensáveis à vida em sociedade. diciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade. do agressor da moradia comum.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação,
provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou o adoles- serviço social, previdência, trabalho e segurança;
cente dependentes do agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415, de b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de des-
2011) cumprimento injustificado de suas deliberações.
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que
TÍTULO V constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da
DO CONSELHO TUTELAR criança ou adolescente;
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua com-
CAPÍTULO I petência;
DISPOSIÇÕES GERAIS VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judi-
ciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autôno- autor de ato infracional;
mo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo VII - expedir notificações;
cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança
nesta Lei. ou adolescente quando necessário;
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da pro-
do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar posta orçamentária para planos e programas de atendimento dos
como órgão integrante da administração pública local, composto direitos da criança e do adolescente;
de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para man- X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a vio-
dato de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos proces- lação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Consti-
sos de escolha. (Redação dada pela Lei nº 13.824, de 2019) tuição Federal ;
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de
serão exigidos os seguintes requisitos: perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibi-
I - reconhecida idoneidade moral; lidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à fa-
II - idade superior a vinte e um anos; mília natural. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - residir no município. XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos pro-
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e fissionais, ações de divulgação e treinamento para o reconheci-
horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto à mento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes.
remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
direito a: (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012) XIII - adotar, na esfera de sua competência, ações articuladas
I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº 12.696, de e efetivas direcionadas à identificação da agressão, à agilidade
2012) no atendimento da criança e do adolescente vítima de violência
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 doméstica e familiar e à responsabilização do agressor; (Incluído
(um terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
12.696, de 2012) XIV - atender à criança e ao adolescente vítima ou testemu-
III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de nha de violência doméstica e familiar, ou submetido a tratamento
2012) cruel ou degradante ou a formas violentas de educação, correção
IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) ou disciplina, a seus familiares e a testemunhas, de forma a prover
V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) orientação e aconselhamento acerca de seus direitos e dos enca-
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da minhamentos necessários; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)
do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao funciona- Vigência
mento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continu- XV - representar à autoridade judicial ou policial para reque-
ada dos conselheiros tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696, rer o afastamento do agressor do lar, do domicílio ou do local de
de 2012) convivência com a vítima nos casos de violência doméstica e fami-
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro consti- liar contra a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 14.344,
tuirá serviço público relevante e estabelecerá presunção de ido- de 2022) Vigência
neidade moral. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012) XVI - representar à autoridade judicial para requerer a con-
cessão de medida protetiva de urgência à criança ou ao adoles-
CAPÍTULO II cente vítima ou testemunha de violência doméstica e familiar,
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO bem como a revisão daquelas já concedidas; (Incluído pela Lei nº
14.344, de 2022) Vigência
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar: XVII - representar ao Ministério Público para requerer a pro-
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas positura de ação cautelar de antecipação de produção de prova
nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I nas causas que envolvam violência contra a criança e o adolescen-
a VII; te; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as XVIII - tomar as providências cabíveis, na esfera de sua com-
medidas previstas no art. 129, I a VII; petência, ao receber comunicação da ocorrência de ação ou omis-
III - promover a execução de suas decisões, podendo para são, praticada em local público ou privado, que constitua violência
tanto: doméstica e familiar contra a criança e o adolescente; (Incluído
pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XIX - receber e encaminhar, quando for o caso, as informa- Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro,
ções reveladas por noticiantes ou denunciantes relativas à prática na forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao re-
de violência, ao uso de tratamento cruel ou degradante ou de for- presentante do Ministério Público com atuação na Justiça da In-
mas violentas de educação, correção ou disciplina contra a criança fância e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou
e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência distrital.
XX - representar à autoridade judicial ou ao Ministério Pú-
blico para requerer a concessão de medidas cautelares direta ou
indiretamente relacionada à eficácia da proteção de noticiante ou TÍTULO VI
denunciante de informações de crimes que envolvam violência DO ACESSO À JUSTIÇA
doméstica e familiar contra a criança e o adolescente. (Incluído
pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência CAPÍTULO I
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Con- DISPOSIÇÕES GERAIS
selho Tutelar entender necessário o afastamento do convívio fa-
miliar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, pres- Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente
tando-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e as à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário,
providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção por qualquer de seus órgãos.
social da família. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão dela necessitarem, através de defensor público ou advogado no-
ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha meado.
legítimo interesse. § 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância
e da Juventude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a
CAPÍTULO III hipótese de litigância de má-fé.
DA COMPETÊNCIA Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados
e os maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos assistidos
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competên- por seus pais, tutores ou curadores, na forma da legislação civil ou
cia constante do art. 147. processual.
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial
CAPÍTULO IV à criança ou adolescente, sempre que os interesses destes colidi-
DA ESCOLHA DOS CONSELHEIROS rem com os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de
representação ou assistência legal ainda que eventual.
Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conse- Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e
lho Tutelar será estabelecido em lei municipal e realizado sob a administrativos que digam respeito a crianças e adolescentes a
responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança que se atribua autoria de ato infracional.
e do Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público. (Redação Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não po-
dada pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991) derá identificar a criança ou adolescente, vedando-se fotografia,
§ 1 o O processo de escolha dos membros do Conselho Tu- referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, in-
telar ocorrerá em data unificada em todo o território nacional a clusive, iniciais do nome e sobrenome. (Redação dada pela Lei nº
cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do 10.764, de 12.11.2003)
ano subsequente ao da eleição presidencial. (Incluído pela Lei nº Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se
12.696, de 2012) refere o artigo anterior somente será deferida pela autoridade ju-
§ 2 o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 diciária competente, se demonstrado o interesse e justificada a
de janeiro do ano subsequente ao processo de escolha. (Incluído finalidade.
pela Lei nº 12.696, de 2012)
§ 3 o No processo de escolha dos membros do Conselho Tu- CAPÍTULO II
telar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou entre- DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE
gar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza,
inclusive brindes de pequeno valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, SEÇÃO I
de 2012) DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO V Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas


DOS IMPEDIMENTOS especializadas e exclusivas da infância e da juventude, cabendo ao
Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por número
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido de habitantes, dotá-las de infra-estrutura e dispor sobre o atendi-
e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, mento, inclusive em plantões.
irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto
ou madrasta e enteado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO II I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desa-


DO JUIZ companhado dos pais ou responsável, em:
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da In- b) bailes ou promoções dançantes;
fância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na forma c) boate ou congêneres;
da lei de organização judiciária local. d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
Art. 147. A competência será determinada: e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
I - pelo domicílio dos pais ou responsável; II - a participação de criança e adolescente em:
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à a) espetáculos públicos e seus ensaios;
falta dos pais ou responsável. b) certames de beleza.
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autori- § 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judici-
dade do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de cone- ária levará em conta, dentre outros fatores:
xão, continência e prevenção. a) os princípios desta Lei;
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autorida- b) as peculiaridades locais;
de competente da residência dos pais ou responsável, ou do local c) a existência de instalações adequadas;
onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente. d) o tipo de freqüência habitual ao local;
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão e) a adequação do ambiente a eventual participação ou fre-
simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comar- qüência de crianças e adolescentes;
ca, será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade f) a natureza do espetáculo.
judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a § 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo de-
sentença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras verão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as determinações
do respectivo estado. de caráter geral.
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente
para: SEÇÃO III
I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério DOS SERVIÇOS AUXILIARES
Público, para apuração de ato infracional atribuído a adolescente,
aplicando as medidas cabíveis; Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua pro-
II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extin- posta orçamentária, prever recursos para manutenção de equipe
ção do processo; interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da
III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes; Juventude.
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individu- Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras
ais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, obser- atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, forne-
vado o disposto no art. 209; cer subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na
V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em en- audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamen-
tidades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis; to, orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre
contra norma de proteção à criança ou adolescente; manifestação do ponto de vista técnico.
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de servidores
aplicando as medidas cabíveis. públicos integrantes do Poder Judiciário responsáveis pela reali-
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente zação dos estudos psicossociais ou de quaisquer outras espécies
nas hipóteses do art. 98, é também competente a Justiça da Infân- de avaliações técnicas exigidas por esta Lei ou por determinação
cia e da Juventude para o fim de: judicial, a autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela; perito, nos termos do art. 156 da Lei no 13.105, de 16 de março
b) conhecer de ações de destituição do pátrio poder poder de 2015 (Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei nº 13.509,
familiar , perda ou modificação da tutela ou guarda; (Expressão de 2017)
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento; CAPÍTULO III
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou DOS PROCEDIMENTOS
materna, em relação ao exercício do pátrio poder poder familiar ;
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência SEÇÃO I
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando DISPOSIÇÕES GERAIS
faltarem os pais;
f) designar curador especial em casos de apresentação de Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se
queixa ou representação, ou de outros procedimentos judiciais ou subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação proces-
extrajudiciais em que haja interesses de criança ou adolescente; sual pertinente.
g) conhecer de ações de alimentos; § 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento absoluta na tramitação dos processos e procedimentos previstos
dos registros de nascimento e óbito. nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências judiciais
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através a eles referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus § 4º Se houver indícios de ato de violação de direitos de crian-
procedimentos são contados em dias corridos, excluído o dia do ça ou de adolescente, o juiz comunicará o fato ao Ministério Pú-
começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo em dobro blico e encaminhará os documentos pertinentes. (Incluído pela Lei
para a Fazenda Pública e o Ministério Público. (Incluído pela Lei nº nº 14.340, de 2022)
13.509, de 2017) Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias,
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas
a procedimento previsto nesta ou em outra lei, a autoridade judi- e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos.
ciária poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as providên- § 1 o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os
cias necessárias, ouvido o Ministério Público. meios para sua realização. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para o § 2 o O requerido privado de liberdade deverá ser citado pes-
fim de afastamento da criança ou do adolescente de sua família soalmente. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
de origem e em outros procedimentos necessariamente conten- § 3 o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver
ciosos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encon-
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214. trar, deverá, havendo suspeita de ocultação, informar qualquer
pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho do dia útil em
SEÇÃO II que voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar, nos
DA PERDA E DA SUSPENSÃO DO PÁTRIO PODER PODER termos do art. 252 e seguintes da Lei n o 13.105, de 16 de março
FAMILIAR de 2015 (Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei nº 13.509,
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de 2017)
§ 4 o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local in-
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do pá- certo ou não sabido, serão citados por edital no prazo de 10 (dez)
trio poder poder familiar terá início por provocação do Ministério dias, em publicação única, dispensado o envio de ofícios para a
Público ou de quem tenha legítimo interesse. (Expressão substitu- localização. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
ída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir
Art. 156. A petição inicial indicará: advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, po-
I - a autoridade judiciária a que for dirigida; derá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do reque- incumbirá a apresentação de resposta, contando-se o prazo a par-
rente e do requerido, dispensada a qualificação em se tratando de tir da intimação do despacho de nomeação.
pedido formulado por representante do Ministério Público; Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liberda-
III - a exposição sumária do fato e o pedido; de, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento da citação
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor. (Incluído pela
o rol de testemunhas e documentos. Lei nº 12.962, de 2014)
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judici- Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará
ária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão do pátrio de qualquer repartição ou órgão público a apresentação de do-
poder poder familiar , liminar ou incidentalmente, até o julgamen- cumento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das
to definitivo da causa, ficando a criança ou adolescente confiado a partes ou do Ministério Público.
pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade. (Expressão Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido concluí-
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência do o estudo social ou a perícia realizada por equipe interprofissio-
§ 1 o Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária de- nal ou multidisciplinar, a autoridade judiciária dará vista dos autos
terminará, concomitantemente ao despacho de citação e inde- ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando este for o
pendentemente de requerimento do interessado, a realização de requerente, e decidirá em igual prazo. (Redação dada pela Lei nº
estudo social ou perícia por equipe interprofissional ou multidis- 13.509, de 2017)
ciplinar para comprovar a presença de uma das causas de suspen- § 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das
são ou destituição do poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 partes ou do Ministério Público, determinará a oitiva de testemu-
do art. 101 desta Lei, e observada a Lei n o 13.431, de 4 de abril de nhas que comprovem a presença de uma das causas de suspensão
2017 . (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) ou destituição do poder familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638
§ 2 o Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , ou no
é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe interprofissional art. 24 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
ou multidisciplinar referida no § 1 o deste artigo, de representan- § 2 o (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
tes do órgão federal responsável pela política indigenista, obser- § 3 o Se o pedido importar em modificação de guarda, será
vado o disposto no § 6 o do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou
13.509, de 2017) adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau
§ 3º A concessão da liminar será, preferencialmente, prece- de compreensão sobre as implicações da medida. (Incluído pela
dida de entrevista da criança ou do adolescente perante equipe Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
multidisciplinar e de oitiva da outra parte, nos termos da Lei nº § 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem
13.431, de 4 de abril de 2017. (Incluído pela Lei nº 14.340, de identificados e estiverem em local conhecido, ressalvados os ca-
2022) sos de não comparecimento perante a Justiça quando devidamen-
te citados. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 5 o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a ser formulado diretamente em cartório, em petição assinada pe-
autoridade judicial requisitará sua apresentação para a oitiva. (In- los próprios requerentes, dispensada a assistência de advogado.
cluído pela Lei nº 12.962, de 2014) (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará § 1 o Na hipótese de concordância dos pais, o juiz: (Redação
vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
este for o requerente, designando, desde logo, audiência de ins- I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, devi-
trução e julgamento. damente assistidas por advogado ou por defensor público, para
§ 1º (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) verificar sua concordância com a adoção, no prazo máximo de 10
§ 2 o Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, (dez) dias, contado da data do protocolo da petição ou da entrega
serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oralmente o parecer da criança em juízo, tomando por termo as declarações; e (Incluí-
técnico, salvo quando apresentado por escrito, manifestando-se do pela Lei nº 13.509, de 2017)
sucessivamente o requerente, o requerido e o Ministério Público, II - declarará a extinção do poder familiar. (Incluído pela Lei nº
pelo tempo de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável por mais 13.509, de 2017)
10 (dez) minutos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) § 2 o O consentimento dos titulares do poder familiar será
§ 3 o A decisão será proferida na audiência, podendo a autori- precedido de orientações e esclarecimentos prestados pela equi-
dade judiciária, excepcionalmente, designar data para sua leitura pe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, em es-
no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, pecial, no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida.
de 2017) (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4 o Quando o procedimento de destituição de poder fami- § 3 o São garantidos a livre manifestação de vontade dos de-
liar for iniciado pelo Ministério Público, não haverá necessidade tentores do poder familiar e o direito ao sigilo das informações.
de nomeação de curador especial em favor da criança ou adoles- (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
cente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 4 o O consentimento prestado por escrito não terá validade
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento se não for ratificado na audiência a que se refere o § 1 o deste
será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de notó- artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
ria inviabilidade de manutenção do poder familiar, dirigir esforços § 5 o O consentimento é retratável até a data da realização da
para preparar a criança ou o adolescente com vistas à colocação audiência especificada no § 1 o deste artigo, e os pais podem exer-
em família substituta. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) cer o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias, contado da data
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a sus- de prolação da sentença de extinção do poder familiar. (Redação
pensão do poder familiar será averbada à margem do registro de dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
nascimento da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº § 6 o O consentimento somente terá valor se for dado após
12.010, de 2009) Vigência o nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
SEÇÃO III § 7 o A família natural e a família substituta receberão a devi-
DA DESTITUIÇÃO DA TUTELA da orientação por intermédio de equipe técnica interprofissional
a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmen-
Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedi- te com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política
mento para a remoção de tutor previsto na lei processual civil e, municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Redação
no que couber, o disposto na seção anterior. dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento
SEÇÃO IV das partes ou do Ministério Público, determinará a realização de
DA COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA estudo social ou, se possível, perícia por equipe interprofissional,
decidindo sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colo- caso de adoção, sobre o estágio de convivência.
cação em família substituta: Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória
I - qualificação completa do requerente e de seu eventual ou do estágio de convivência, a criança ou o adolescente será en-
cônjuge, ou companheiro, com expressa anuência deste; tregue ao interessado, mediante termo de responsabilidade. (In-
II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente, especifi- Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e
cando se tem ou não parente vivo; ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-se-á
III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias,
pais, se conhecidos; decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, ane- Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a
xando, se possível, uma cópia da respectiva certidão; perda ou a suspensão do pátrio poder poder familiar constituir
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendi- pressuposto lógico da medida principal de colocação em família
mentos relativos à criança ou ao adolescente. substituta, será observado o procedimento contraditório previsto
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão nas Seções II e III deste Capítulo. (Expressão substituída pela Lei nº
também os requisitos específicos. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá
ou suspensos do poder familiar, ou houverem aderido expressa- ser decretada nos mesmos autos do procedimento, observado o
mente ao pedido de colocação em família substituta, este poderá disposto no art. 35.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o dis- Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indí-
posto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47. cios de participação de adolescente na prática de ato infracional,
Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob a a autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério
guarda de pessoa inscrita em programa de acolhimento familiar Público relatório das investigações e demais documentos.
será comunicada pela autoridade judiciária à entidade por este Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato in-
responsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei fracional não poderá ser conduzido ou transportado em compar-
nº 12.010, de 2009) Vigência timento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à
sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou
SEÇÃO V mental, sob pena de responsabilidade.
DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO A Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Mi-
ADOLESCENTE nistério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão,
boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autua-
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judi- dos pelo cartório judicial e com informação sobre os antecedentes
cial será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária. do adolescente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infra- e, em sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e teste-
cional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial com- munhas.
petente. Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o represen-
Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada tante do Ministério Público notificará os pais ou responsável para
para atendimento de adolescente e em se tratando de ato infra- apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das
cional praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribui- polícias civil e militar.
ção da repartição especializada, que, após as providências ne- Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo ante-
cessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição rior, o representante do Ministério Público poderá:
policial própria. I - promover o arquivamento dos autos;
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido II - conceder a remissão;
mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade po- III - representar à autoridade judiciária para aplicação de me-
licial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e dida sócio-educativa.
107, deverá: Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o ado- a remissão pelo representante do Ministério Público, mediante
lescente; termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos
II - apreender o produto e os instrumentos da infração; serão conclusos à autoridade judiciária para homologação.
III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprova- § 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autorida-
ção da materialidade e autoria da infração. de judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento da
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavra- medida.
tura do auto poderá ser substituída por boletim de ocorrência cir- § 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos
cunstanciada. autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fun-
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o damentado, e este oferecerá representação, designará outro
adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial, membro do Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o
sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresen- arquivamento ou a remissão, que só então estará a autoridade
tação ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, judiciária obrigada a homologar.
sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministé-
pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva rio Público não promover o arquivamento ou conceder a remis-
o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua são, oferecerá representação à autoridade judiciária, propondo a
segurança pessoal ou manutenção da ordem pública. instauração de procedimento para aplicação da medida sócio-e-
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial en- ducativa que se afigurar a mais adequada.
caminhará, desde logo, o adolescente ao representante do Mi- § 1º A representação será oferecida por petição, que conterá
nistério Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou o breve resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e,
boletim de ocorrência. quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.
policial encaminhará o adolescente à entidade de atendimento, § 2º A representação independe de prova pré-constituída da
que fará a apresentação ao representante do Ministério Público autoria e materialidade.
no prazo de vinte e quatro horas. Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendi- do procedimento, estando o adolescente internado provisoria-
mento, a apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta mente, será de quarenta e cinco dias.
de repartição policial especializada, o adolescente aguardará a Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária
apresentação em dependência separada da destinada a maiores, designará audiência de apresentação do adolescente, decidindo,
não podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo referido no desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, ob-
parágrafo anterior. servado o disposto no art. 108 e parágrafo.
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial § 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cienti-
encaminhará imediatamente ao representante do Ministério Pú- ficados do teor da representação, e notificados a comparecer à
blico cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência. audiência, acompanhados de advogado.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autori- § 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á uni-
dade judiciária dará curador especial ao adolescente. camente na pessoa do defensor.
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judi- § 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá
ciária expedirá mandado de busca e apreensão, determinando o este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença.
sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação.
§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua SEÇÃO V-A
apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsá- (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
vel. DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES DE POLÍCIA PARA A
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
judiciária, não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional. DE CRIANÇA E DE ADOLESCENTE”
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características
definidas no art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com
transferido para a localidade mais próxima. o fim de investigar os crimes previstos nos arts. 240 , 241 , 241-A
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescen- , 241-B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217-A , 218 ,
te aguardará sua remoção em repartição policial, desde que em 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não (Código Penal) , obedecerá às seguintes regras: (Incluído pela Lei
podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de nº 13.441, de 2017)
responsabilidade. I – será precedida de autorização judicial devidamente cir-
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou respon- cunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os limites da
sável, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, po- infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público;
dendo solicitar opinião de profissional qualificado. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou
ouvirá o representante do Ministério Público, proferindo decisão. representação de delegado de polícia e conterá a demonstração
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de de sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os nomes
internação ou colocação em regime de semi-liberdade, a auto- ou apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os da-
ridade judiciária, verificando que o adolescente não possui ad- dos de conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas
vogado constituído, nomeará defensor, designando, desde logo, pessoas; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
audiência em continuação, podendo determinar a realização de III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem
diligências e estudo do caso. prejuízo de eventuais renovações, desde que o total não exceda a
§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no pra- 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva ne-
zo de três dias contado da audiência de apresentação, oferecerá cessidade, a critério da autoridade judicial. (Incluído pela Lei nº
defesa prévia e rol de testemunhas. 13.441, de 2017)
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas § 1 º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão
arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as di- requisitar relatórios parciais da operação de infiltração antes do
ligências e juntado o relatório da equipe interprofissional, será término do prazo de que trata o inciso II do § 1 º deste artigo.
dada a palavra ao representante do Ministério Público e ao defen- (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
sor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, § 2 º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1 º deste artigo,
prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que consideram-se: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
em seguida proferirá decisão. I – dados de conexão: informações referentes a hora, data,
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não com- início, término, duração, endereço de Protocolo de Internet (IP)
parecer, injustificadamente à audiência de apresentação, a autori- utilizado e terminal de origem da conexão; (Incluído pela Lei nº
dade judiciária designará nova data, determinando sua condução 13.441, de 2017)
coercitiva. II – dados cadastrais: informações referentes a nome e ende-
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão reço de assinante ou de usuário registrado ou autenticado para a
do processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do procedi- conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário ou códi-
mento, antes da sentença. go de acesso tenha sido atribuído no momento da conexão.
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medi- § 3 º A infiltração de agentes de polícia na internet não será
da, desde que reconheça na sentença: admitida se a prova puder ser obtida por outros meios. (Incluído
I - estar provada a inexistência do fato; pela Lei nº 13.441, de 2017)
II - não haver prova da existência do fato; Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão
III - não constituir o fato ato infracional; encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela autorização
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o da medida, que zelará por seu sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.441,
ato infracional. de 2017)
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adoles- Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso
cente internado, será imediatamente colocado em liberdade. aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao de-
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de in- legado de polícia responsável pela operação, com o objetivo de
ternação ou regime de semi-liberdade será feita: garantir o sigilo das investigações. (Incluído pela Lei nº 13.441, de
I - ao adolescente e ao seu defensor; 2017)
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou
responsável, sem prejuízo do defensor.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua iden- § 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da
tidade para, por meio da internet, colher indícios de autoria e ma- entidade ou programa de atendimento.
terialidade dos crimes previstos nos arts. 240 , 241 , 241-A , 241-B
, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217-A , 218 , 218-A e SEÇÃO VII
218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código DA APURAÇÃO DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA ÀS
Penal) . (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) NORMAS DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de ob-
servar a estrita finalidade da investigação responderá pelos exces- Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade ad-
sos praticados. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) ministrativa por infração às normas de proteção à criança e ao
Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão adolescente terá início por representação do Ministério Público,
incluir nos bancos de dados próprios, mediante procedimento si- ou do Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado por servi-
giloso e requisição da autoridade judicial, as informações neces- dor efetivo ou voluntário credenciado, e assinado por duas teste-
sárias à efetividade da identidade fictícia criada. (Incluído pela Lei munhas, se possível.
nº 13.441, de 2017) § 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, pode-
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta rão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a natureza e
Seção será numerado e tombado em livro específico. (Incluído as circunstâncias da infração.
pela Lei nº 13.441, de 2017) § 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-
Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos -á a lavratura do auto, certificando-se, em caso contrário, dos mo-
praticados durante a operação deverão ser registrados, gravados, tivos do retardamento.
armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresenta-
juntamente com relatório circunstanciado. (Incluído pela Lei nº ção de defesa, contado da data da intimação, que será feita:
13.441, de 2017) I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no presença do requerido;
caput deste artigo serão reunidos em autos apartados e apen- II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado,
sados ao processo criminal juntamente com o inquérito policial, que entregará cópia do auto ou da representação ao requerido,
assegurando-se a preservação da identidade do agente policial in- ou a seu representante legal, lavrando certidão;
filtrado e a intimidade das crianças e dos adolescentes envolvidos. III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for en-
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) contrado o requerido ou seu representante legal;
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não
SEÇÃO VI sabido o paradeiro do requerido ou de seu representante legal.
DA APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES EM ENTIDADE DE Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a
ATENDIMENTO autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministério Público,
por cinco dias, decidindo em igual prazo.
Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária pro-
entidade governamental e não-governamental terá início median- cederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo necessário,
te portaria da autoridade judiciária ou representação do Ministé- designará audiência de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei
rio Público ou do Conselho Tutelar, onde conste, necessariamen- nº 12.010, de 2009) Vigência
te, resumo dos fatos. Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão su-
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade cessivamente o Ministério Público e o procurador do requerido,
judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais
afastamento provisório do dirigente da entidade, mediante deci- dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá
são fundamentada. sentença.
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo
de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documen- SEÇÃO VIII
tos e indicar as provas a produzir. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, DA HABILITAÇÃO DE PRETENDENTES À ADOÇÃO
a autoridade judiciária designará audiência de instrução e julga-
mento, intimando as partes. Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil,
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministé- apresentarão petição inicial na qual conste: (Incluído pela Lei nº
rio Público terão cinco dias para oferecer alegações finais, decidin- 12.010, de 2009) Vigência
do a autoridade judiciária em igual prazo. I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo 2009) Vigência
de dirigente de entidade governamental, a autoridade judiciária II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
oficiará à autoridade administrativa imediatamente superior ao Vigência
afastado, marcando prazo para a substituição. III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casa-
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade mento, ou declaração relativa ao período de união estável; (Inclu-
judiciária poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro
julgamento de mérito. de Pessoas Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou
12.010, de 2009) Vigência sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária determinará a
VI - atestados de sanidade física e mental (Incluído pela Lei nº juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos
12.010, de 2009) Vigência ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.
VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluído pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito
VIII - certidão negativa de distribuição cível. (Incluído pela Lei nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua convo-
nº 12.010, de 2009) Vigência cação para a adoção feita de acordo com ordem cronológica de
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta habilitação e conforme a disponibilidade de crianças ou adoles-
e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério Público, que no centes adotáveis. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
prazo de 5 (cinco) dias poderá: (Incluído pela Lei nº 12.010, de § 1 o A ordem cronológica das habilitações somente poderá
2009) Vigência deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas hipóteses
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe in- previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado ser
terprofissional encarregada de elaborar o estudo técnico a que essa a melhor solução no interesse do adotando. (Incluído pela Lei
se refere o art. 197-C desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.010, de nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência § 2 o A habilitação à adoção deverá ser renovada no míni-
II - requerer a designação de audiência para oitiva dos pos- mo trienalmente mediante avaliação por equipe interprofissional.
tulantes em juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
2009) Vigência § 3 o Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção,
III - requerer a juntada de documentos complementares e a será dispensável a renovação da habilitação, bastando a avaliação
realização de outras diligências que entender necessárias. (Incluí- por equipe interprofissional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 4 o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe inter- adoção de crianças ou adolescentes indicados dentro do perfil
profissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, que escolhido, haverá reavaliação da habilitação concedida. (Incluído
deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá subsídios que pela Lei nº 13.509, de 2017)
permitam aferir a capacidade e o preparo dos postulantes para o § 5 o A desistência do pretendente em relação à guarda para
exercício de uma paternidade ou maternidade responsável, à luz fins de adoção ou a devolução da criança ou do adolescente de-
dos requisitos e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, pois do trânsito em julgado da sentença de adoção importará na
de 2009) Vigência sua exclusão dos cadastros de adoção e na vedação de renovação
§ 1 o É obrigatória a participação dos postulantes em progra- da habilitação, salvo decisão judicial fundamentada, sem prejuízo
ma oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude, preferen- das demais sanções previstas na legislação vigente. (Incluído pela
cialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da Lei nº 13.509, de 2017)
política municipal de garantia do direito à convivência familiar e Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação à
dos grupos de apoio à adoção devidamente habilitados perante a adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável por igual pe-
Justiça da Infância e da Juventude, que inclua preparação psicoló- ríodo, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.
gica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
adolescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com ne-
cessidades específicas de saúde, e de grupos de irmãos. (Redação CAPÍTULO IV
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) DOS RECURSOS
§ 2 o Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigató-
ria da preparação referida no § 1 o deste artigo incluirá o contato Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da
com crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas socioe-
ou institucional, a ser realizado sob orientação, supervisão e ava- ducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11
liação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude e de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) , com as seguintes
dos grupos de apoio à adoção, com apoio dos técnicos responsá- adaptações: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
veis pelo programa de acolhimento familiar e institucional e pela I - os recursos serão interpostos independentemente de pre-
execução da política municipal de garantia do direito à convivên- paro;
cia familiar. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração,
§ 3 o É recomendável que as crianças e os adolescentes aco- o prazo para o Ministério Público e para a defesa será sempre de
lhidos institucionalmente ou por família acolhedora sejam prepa- 10 (dez) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
rados por equipe interprofissional antes da inclusão em família III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensa-
adotiva. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) rão revisor;
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participa- IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ção no programa referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá acerca VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
das diligências requeridas pelo Ministério Público e determinará VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior ins-
a juntada do estudo psicossocial, designando, conforme o caso, tância, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso de agra-
audiência de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, vo, a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado,
de 2009) Vigência mantendo ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão re- VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-
meterá os autos ou o instrumento à superior instância dentro de -los:
vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido do re- a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclareci-
corrente; se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pe- mentos e, em caso de não comparecimento injustificado, requisi-
dido expresso da parte interessada ou do Ministério Público, no tar condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou militar;
prazo de cinco dias, contados da intimação. b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 autoridades municipais, estaduais e federais, da administração
caberá recurso de apelação. direta ou indireta, bem como promover inspeções e diligências
Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito investigatórias;
desde logo, embora sujeita a apelação, que será recebida exclu- c) requisitar informações e documentos a particulares e ins-
sivamente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção in- tituições privadas;
ternacional ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigató-
reparação ao adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- rias e determinar a instauração de inquérito policial, para apura-
gência ção de ilícitos ou infrações às normas de proteção à infância e à
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos juventude;
genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que deverá ser VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais
recebida apenas no efeito devolutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010, assegurados às crianças e adolescentes, promovendo as medidas
de 2009) Vigência judiciais e extrajudiciais cabíveis;
Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas
destituição de poder familiar, em face da relevância das questões, corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa dos
serão processados com prioridade absoluta, devendo ser imedia- interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à criança e ao
tamente distribuídos, ficando vedado que aguardem, em qual- adolescente;
quer situação, oportuna distribuição, e serão colocados em mesa X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por
para julgamento sem revisão e com parecer urgente do Ministério infrações cometidas contra as normas de proteção à infância e à
Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade civil e
Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para penal do infrator, quando cabível;
julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de aten-
sua conclusão. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dimento e os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto
Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de
do julgamento e poderá na sessão, se entender necessário, apre- irregularidades porventura verificadas;
sentar oralmente seu parecer. (Incluído pela Lei nº 12.010, de XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos ser-
2009) Vigência viços médicos, hospitalares, educacionais e de assistência social,
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instaura- públicos ou privados, para o desempenho de suas atribuições.
ção de procedimento para apuração de responsabilidades se cons- XIII - intervir, quando não for parte, nas causas cíveis e crimi-
tatar o descumprimento das providências e do prazo previstos nos nais decorrentes de violência doméstica e familiar contra a criança
artigos anteriores. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência e o adolescente. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis
CAPÍTULO V previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hi-
DO MINISTÉRIO PÚBLICO póteses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei.
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem ou-
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei tras, desde que compatíveis com a finalidade do Ministério Pú-
serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica. blico.
Art. 201. Compete ao Ministério Público: § 3º O representante do Ministério Público, no exercício de
I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo; suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre crian-
II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às in- ça ou adolescente.
frações atribuídas a adolescentes; § 4º O representante do Ministério Público será responsável
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os pro- pelo uso indevido das informações e documentos que requisitar,
cedimentos de suspensão e destituição do pátrio poder poder fa- nas hipóteses legais de sigilo.
miliar , nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, § 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII
bem como oficiar em todos os demais procedimentos da compe- deste artigo, poderá o representante do Ministério Público:
tência da Justiça da Infância e da Juventude; (Expressão substituí- a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando
da pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência o competente procedimento, sob sua presidência;
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade re-
especialização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação de con- clamada, em dia, local e horário previamente notificados ou acer-
tas dos tutores, curadores e quaisquer administradores de bens tados;
de crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98; c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a pro- públicos e de relevância pública afetos à criança e ao adolescente,
teção dos interesses individuais, difusos ou coletivos relativos à fixando prazo razoável para sua perfeita adequação.
infância e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º
inciso II, da Constituição Federal ;
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Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for par- VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes
te, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos privados de liberdade.
direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que terá IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e
vista dos autos depois das partes, podendo juntar documentos e promoção social de famílias e destinados ao pleno exercício do di-
requerer diligências, usando os recursos cabíveis. reito à convivência familiar por crianças e adolescentes. (Incluído
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
caso, será feita pessoalmente. X - de programas de atendimento para a execução das medi-
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta das socioeducativas e aplicação de medidas de proteção. (Incluído
a nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
requerimento de qualquer interessado. XI - de políticas e programas integrados de atendimento à
Art. 205. As manifestações processuais do representante do criança e ao adolescente vítima ou testemunha de violência. (In-
Ministério Público deverão ser fundamentadas. cluído pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência)
§ 1 o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da pro-
CAPÍTULO VI teção judicial outros interesses individuais, difusos ou coletivos,
DO ADVOGADO próprios da infância e da adolescência, protegidos pela Cons-
tituição e pela Lei. (Renumerado do Parágrafo único pela Lei nº
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsá- 11.259, de 2005)
vel, e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse na solução § 2 o A investigação do desaparecimento de crianças ou
da lide poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei, adolescentes será realizada imediatamente após notificação aos
através de advogado, o qual será intimado para todos os atos, órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos portos,
pessoalmente ou por publicação oficial, respeitado o segredo de aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de transporte inte-
justiça. restaduais e internacionais, fornecendo-lhes todos os dados ne-
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e cessários à identificação do desaparecido. (Incluído pela Lei nº
gratuita àqueles que dela necessitarem. 11.259, de 2005)
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de § 3º A notificação a que se refere o § 2º deste artigo será
ato infracional, ainda que ausente ou foragido, será processado imediatamente comunicada ao Cadastro Nacional de Pessoas De-
sem defensor. saparecidas e ao Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado Desaparecidos, que deverão ser prontamente atualizados a cada
pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro nova informação. (Incluído pela Lei nº 14.548, de 2023)
de sua preferência. Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão,
nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear substituto, ainda cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, res-
que provisoriamente, ou para o só efeito do ato. salvadas a competência da Justiça Federal e a competência origi-
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar nária dos tribunais superiores.
de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido indicado por Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coleti-
ocasião de ato formal com a presença da autoridade judiciária. vos ou difusos, consideram-se legitimados concorrentemente:
I - o Ministério Público;
CAPÍTULO VII II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os
DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS, territórios;
DIFUSOS E COLETIVOS III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um
ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos inte-
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de resses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a autorização
responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e da assembléia, se houver prévia autorização estatutária.
ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregu- § 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministé-
lar: rios Públicos da União e dos estados na defesa dos interesses e
I - do ensino obrigatório; direitos de que cuida esta Lei.
II - de atendimento educacional especializado aos portadores § 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associa-
de deficiência; ção legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado poderá
III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de assumir a titularidade ativa.
zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos
2016) interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exi-
IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do gências legais, o qual terá eficácia de título executivo extrajudicial.
educando; Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por
V - de programas suplementares de oferta de material didá- esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes.
tico-escolar, transporte e assistência à saúde do educando do en- § 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas
sino fundamental; do Código de Processo Civil.
VI - de serviço de assistência social visando à proteção à fa-
mília, à maternidade, à infância e à adolescência, bem como ao
amparo às crianças e adolescentes que dele necessitem;
VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder pú- requerer às autoridades competentes as certidões e informações
blico, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de quinze
ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do manda- dias.
do de segurança. Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua pre-
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de sidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, orga-
obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela especí- nismo público ou particular, certidões, informações, exames ou
fica da obrigação ou determinará providências que assegurem o perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a
resultado prático equivalente ao do adimplemento. dez dias úteis.
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo § 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz diligências, se convencer da inexistência de fundamento para a
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citan- propositura da ação cível, promoverá o arquivamento dos autos
do o réu. do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamen-
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na tadamente.
sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pe- § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação ar-
dido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, quivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave,
fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito. no prazo de três dias, ao Conselho Superior do Ministério Público.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado § 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de
da sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em arquivamento, em sessão do Conselho Superior do Ministério pú-
que se houver configurado o descumprimento. blico, poderão as associações legitimadas apresentar razões escri-
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido tas ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou
pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do res- anexados às peças de informação.
pectivo município. § 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito deliberação do Conselho Superior do Ministério Público, confor-
em julgado da decisão serão exigidas através de execução promo- me dispuser o seu regimento.
vida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual § 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção
iniciativa aos demais legitimados. de arquivamento, designará, desde logo, outro órgão do Ministé-
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro fi- rio Público para o ajuizamento da ação.
cará depositado em estabelecimento oficial de crédito, em conta Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as dis-
com correção monetária. posições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985 .
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recur-
sos, para evitar dano irreparável à parte. TÍTULO VII
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser con- DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
denação ao poder público, o juiz determinará a remessa de peças
à autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil CAPÍTULO I
e administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão. DOS CRIMES
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da
sentença condenatória sem que a associação autora lhe promova SEÇÃO I
a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual ini- DISPOSIÇÕES GERAIS
ciativa aos demais legitimados.
Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra
os honorários advocatícios arbitrados na conformidade do § 4º a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do
do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de disposto na legislação penal.
Processo Civil) , quando reconhecer que a pretensão é manifesta- Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas
mente infundada. da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as perti-
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação nentes ao Código de Processo Penal.
autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão § 1º Aos crimes cometidos contra a criança e o adolescen-
solidariamente condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo te, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº
de responsabilidade por perdas e danos. 9.099, de 26 de setembro de 1995. (Incluído pela Lei nº 14.344,
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá de 2022) Vigência
adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e § 2º Nos casos de violência doméstica e familiar contra a
quaisquer outras despesas. criança e o adolescente, é vedada a aplicação de penas de cesta
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá básica ou de outras de prestação pecuniária, bem como a substi-
provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informa- tuição de pena que implique o pagamento isolado de multa. (In-
ções sobre fatos que constituam objeto de ação civil, e indicando- cluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
-lhe os elementos de convicção. Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais incondicionada.
tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do
de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as pro- caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
vidências cabíveis. 1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

por servidores públicos com abuso de autoridade, são condicio- Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
nados à ocorrência de reincidência. (Incluído pela Lei nº 13.869. Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou
de 2019) efetiva a paga ou recompensa.
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado
nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência. (Inclu- ao envio de criança ou adolescente para o exterior com inobser-
ído pela Lei nº 13.869. de 2019) vância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
SEÇÃO II Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça
DOS CRIMES EM ESPÉCIE ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena cor-
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de respondente à violência.
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter re- Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou re-
gistro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no gistrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica,
art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº
responsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimen- 11.829, de 2008)
to, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimen- Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda-
to do neonato: ção dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos. § 1 o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, re-
Parágrafo único. Se o crime é culposo: cruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo,
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabe- ou ainda quem com esses contracena. (Redação dada pela Lei nº
lecimento de atenção à saúde de gestante de identificar correta- 11.829, de 2008)
mente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como § 2 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente come-
deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei: te o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos. I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de
Parágrafo único. Se o crime é culposo: exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infra- III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüí-
cional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária com- neo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador,
petente: preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro
Pena - detenção de seis meses a dois anos. título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
apreensão sem observância das formalidades legais. Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou ou-
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apre- tro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
ensão de criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº
autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à 11.829, de 2008)
pessoa por ele indicada: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda-
Pena - detenção de seis meses a dois anos. ção dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autorida- Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distri-
de, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: buir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio
Pena - detenção de seis meses a dois anos. de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou ou-
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 : tro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829,
de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão de 2008)
logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão: Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído
Pena - detenção de seis meses a dois anos. pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta § 1 o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº
Lei em benefício de adolescente privado de liberdade: 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos. I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciá- fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo;
ria, membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Público no exercício de função prevista nesta Lei: II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de com-
Pena - detenção de seis meses a dois anos. putadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim § 2 o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste
de colocação em lar substituto: artigo são puníveis quando o responsável legal pela prestação do
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa. serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela
terceiro, mediante paga ou recompensa: Lei nº 11.829, de 2008)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre-
meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição
cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou ou explosivo:
adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluí- Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
do pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda
§ 1 o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescen-
pequena quantidade o material a que se refere o caput deste arti- te, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos
go. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) componentes possam causar dependência física ou psíquica: (Re-
§ 2 o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a dação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
finalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o
das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, fato não constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº
quando a comunicação for feita por: (Incluído pela Lei nº 11.829, 13.106, de 2015)
de 2008) Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre-
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estam-
Lei nº 11.829, de 2008) pido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido poten-
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, cial, sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de
entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o processa- utilização indevida:
mento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais defi-
III – representante legal e funcionários responsáveis de pro- nidos no caput do art. 2 o desta Lei, à prostituição ou à exploração
vedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de compu- sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
tadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da per-
autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário. da de bens e valores utilizados na prática criminosa em favor do
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da Fe-
§ 3 o As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão deração (Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime,
manter sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei nº ressalvado o direito de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei
11.829, de 2008) nº 13.440, de 2017)
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente § 1 o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente
em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adultera- ou o responsável pelo local em que se verifique a submissão de
ção, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo.
outra forma de representação visual: (Incluído pela Lei nº 11.829, (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
de 2008) § 2 o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.
pela Lei nº 11.829, de 2008) (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, ex- Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de
põe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qual- 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzin-
quer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na do-o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qual- nº 12.015, de 2009)
quer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar § 1 o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem
ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. (In-
pela Lei nº 11.829, de 2008) cluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído § 2 o As penas previstas no caput deste artigo são aumenta-
pela Lei nº 11.829, de 2008) das de um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo incluída no rol do art. 1 o da Lei n o 8.072, de 25 de julho de 1990
cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela prati- . (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
car ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o CAPÍTULO II
fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexual- DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
mente explícita. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a ex- Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por esta-
pressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende belecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-es-
qualquer situação que envolva criança ou adolescente em ativida- cola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos
des sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação
genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente de maus-tratos contra criança ou adolescente:
sexuais. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
-se o dobro em caso de reincidência.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo
de atendimento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classifica-
III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei: ção: (Expressão declarada inconstitucional pela ADI 2.404).
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada
-se o dobro em caso de reincidência. em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determi-
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização de- nar a suspensão da programação da emissora por até dois dias.
vida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documen- Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere
to de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a classificado pelo órgão competente como inadequado às crianças
criança ou adolescente a que se atribua ato infracional: ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na rein-
-se o dobro em caso de reincidência. cidência, a autoridade poderá determinar a suspensão do espe-
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmen- táculo ou o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
te, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracio- Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de pro-
nal, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos gramação em vídeo, em desacordo com a classificação atribuída
que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, pelo órgão competente:
direta ou indiretamente. Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emis- reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha-
sora de rádio ou televisão, além da pena prevista neste artigo, a mento do estabelecimento por até quinze dias.
autoridade judiciária poderá determinar a apreensão da publica- Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79
ção ou a suspensão da programação da emissora até por dois dias, desta Lei:
bem como da publicação do periódico até por dois números. (Ex- Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplican-
pressão declarada inconstitucional pela ADIN 869). do-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão
Art. 248. (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência) da revista ou publicação.
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o
inerentes ao pátrio poder poder familiar ou decorrente de tutela empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de
ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua parti-
Conselho Tutelar: (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de cipação no espetáculo:
2009) Vigência Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha-
-se o dobro em caso de reincidência. mento do estabelecimento por até quinze dias.
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar
dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da a instalação e operacionalização dos cadastros previstos no art.
autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere: (Re- 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
dação dada pela Lei nº 12.038, de 2009). 2009) Vigência
Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009). Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil
§ 1 º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do esta- Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que
belecimento por até 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº 12.038, deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de adolescentes
de 2009). em condições de serem adotadas, de pessoas ou casais habilita-
§ 2 º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 dos à adoção e de crianças e adolescentes em regime de acolhi-
(trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente fechado e mento institucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
terá sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009). 2009) Vigência
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de esta-
meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta belecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato
Lei: encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que tenha
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- conhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu
-se o dobro em caso de reincidência. filho para adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo pú- Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil
blico de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de exibição, informação destacada sobre a natureza da diversão Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de
ou espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de clas- programa oficial ou comunitário destinado à garantia do direito
sificação: à convivência familiar que deixa de efetuar a comunicação refe-
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- rida no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
-se o dobro em caso de reincidência. Vigência
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer repre- Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II
sentações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade a que do art. 81: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
não se recomendem: Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada (dez mil reais); (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa de es-
petáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Medida Administrativa - interdição do estabelecimento co- Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de
mercial até o recolhimento da multa aplicada. (Redação dada pela 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que trata o in-
Lei nº 13.106, de 2015) ciso II do caput do art. 260 diretamente em sua Declaração de
Ajuste Anual. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 1 o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até
Disposições Finais e Transitórias os seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apurado na
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da pu- declaração: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
blicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo sobre I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da política de II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
atendimento fixadas no art. 88 e ao que estabelece o Título V do III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012. (Incluído
Livro II. pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promove- § 2 o A dedução de que trata o caput : (Incluído pela Lei nº
rem a adaptação de seus órgãos e programas às diretrizes e princí- 12.594, de 2012) (Vide)
pios estabelecidos nesta Lei. I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fun- sobre a renda apurado na declaração de que trata o inciso II do
dos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, caput do art. 260; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
estaduais ou municipais, devidamente comprovadas, sendo essas II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei nº
integralmente deduzidas do imposto de renda, obedecidos os se- 12.594, de 2012) (Vide)
guintes limites: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei nº
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apu- 12.594, de 2012) (Vide)
rado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real; e b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído pela Lei
(Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela Lei nº
pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual, observado o 12.594, de 2012) (Vide)
disposto no art. 22 da Lei n o 9.532, de 10 de dezembro de 1997 . III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído pela Lei nº
(Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
§ 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em
efeito) vigor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 1 o -A. Na definição das prioridades a serem atendidas com § 3 o O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de
os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais e munici- vencimento da primeira quota ou quota única do imposto, obser-
pais dos direitos da criança e do adolescente, serão consideradas vadas instruções específicas da Secretaria da Receita Federal do
as disposições do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Co- § 4 o O não pagamento da doação no prazo estabelecido no
munitária e as do Plano Nacional pela Primeira Infância. (Redação § 3 o implica a glosa definitiva desta parcela de dedução, ficando
dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016) a pessoa física obrigada ao recolhimento da diferença de imposto
§ 2 o Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direi- devido apurado na Declaração de Ajuste Anual com os acrésci-
tos da criança e do adolescente fixarão critérios de utilização, por mos legais previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e demais 2012) (Vide)
receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao § 5 o A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na
acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e adolescentes e Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo ano-
para programas de atenção integral à primeira infância em áreas -calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos
de maior carência socioeconômica e em situações de calamidade. da Criança e do Adolescente municipais, distrital, estaduais e na-
(Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016) cional concomitantemente com a opção de que trata o caput ,
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da respeitado o limite previsto no inciso II do art. 260. (Incluído pela
Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a comprova- Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
ção das doações feitas aos fundos, nos termos deste artigo. (Inclu- Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá
ído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991) ser deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a for- I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas
ma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos Direitos que apuram o imposto trimestralmente; e (Incluído pela Lei nº
da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais referidos neste 12.594, de 2012) (Vide)
artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991) II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para
§ 5 o Observado o disposto no § 4 o do art. 3 o da Lei n o as pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente. (Incluído
9.249, de 26 de dezembro de 1995 , a dedução de que trata o in- pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
ciso I do caput : (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do pe-
I - será considerada isoladamente, não se submetendo a limi- ríodo a que se refere a apuração do imposto. (Incluído pela Lei nº
te em conjunto com outras deduções do imposto; e (Incluído pela 12.594, de 2012) (Vide)
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei po-
II - não poderá ser computada como despesa operacional dem ser efetuadas em espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº
na apuração do lucro real. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) 12.594, de 2012) (Vide)
(Vide)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do
depositadas em conta específica, em instituição financeira públi- Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os seguintes
ca, vinculadas aos respectivos fundos de que trata o art. 260. (In- dados por doador: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
cluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das (Vide)
contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na- b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou
cional, estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo em fa- em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
vor do doador, assinado por pessoa competente e pelo presidente Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações pre-
do Conselho correspondente, especificando: (Incluído pela Lei nº vistas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do Brasil dará
12.594, de 2012) (Vide) conhecimento do fato ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº
I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) 12.594, de 2012) (Vide)
(Vide) Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adoles-
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e en- cente nacional, estaduais, distrital e municipais divulgarão ampla-
dereço do emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) mente à comunidade: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doa- I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei nº 12.594,
dor; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) de 2012) (Vide)
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e (Incluído II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de aten-
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) dimento à criança e ao adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.594,
V - ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído pela Lei de 2012) (Vide)
nº 12.594, de 2012) (Vide) III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem be-
§ 1 o O comprovante de que trata o caput deste artigo pode neficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do
ser emitido anualmente, desde que discrimine os valores doados Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais; (Incluído
mês a mês. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 2 o No caso de doação em bens, o comprovante deve conter IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário
a identificação dos bens, mediante descrição em campo próprio e o valor dos recursos previstos para implementação das ações,
ou em relação anexa ao comprovante, informando também se por projeto; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
houve avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos avaliado- V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação,
res. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) por projeto atendido, inclusive com cadastramento na base de da-
Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador deverá: dos do Sistema de Informações sobre a Infância e a Adolescência;
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante documenta- VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com
ção hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos, nacional, estaduais, distrital e municipais. (Incluído pela Lei nº
quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso de 12.594, de 2012) (Vide)
pessoa jurídica; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Comar-
III - considerar como valor dos bens doados: (Incluído pela Lei ca, a forma de fiscalização da aplicação dos incentivos fiscais refe-
nº 12.594, de 2012) (Vide) ridos no art. 260 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declara- (Vide)
ção do imposto de renda, desde que não exceda o valor de merca- Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts.
do; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por ação judicial
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. (Incluí- proposta pelo Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a re-
do pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) querimento ou representação de qualquer cidadão. (Incluído pela
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
considerado na determinação do valor dos bens doados, exceto se Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
o leilão for determinado por autoridade judiciária. (Incluído pela da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita Fede-
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) ral do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo eletrônico
Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D contendo a relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança
e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo de e do Adolescente nacional, distrital, estaduais e municipais, com
5 (cinco) anos para fins de comprovação da dedução perante a a indicação dos respectivos números de inscrição no CNPJ e das
Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) contas bancárias específicas mantidas em instituições financeiras
(Vide) públicas, destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fun-
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das dos. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na- Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá
cional, estaduais, distrital e municipais devem: (Incluído pela Lei as instruções necessárias à aplicação do disposto nos arts. 260 a
nº 12.594, de 2012) (Vide) 260-K. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - manter conta bancária específica destinada exclusivamen- Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da
te a gerir os recursos do Fundo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de criança e do adolescente, os registros, inscrições e alterações a
2012) (Vide) que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão
II - manter controle das doações recebidas; e (Incluído pela efetuados perante a autoridade judiciária da comarca a que per-
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) tencer a entidade.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos es-


tados e municípios, e os estados aos municípios, os recursos re- NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS
ferentes aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão logo
estejam criados os conselhos dos direitos da criança e do adoles-
cente nos seus respectivos níveis. Acidentes na Escola
10

Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as Os acidentes são causa crescente de mortalidade e invalidez
atribuições a eles conferidas serão exercidas pela autoridade ju- na infância e adolescência e importante fonte de preocupação, por
diciária. constituírem o grupo predominante de causas de morte a partir de
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 um ano de idade, chegando a atingir percentuais superiores a 70%
(Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações: em adolescentes de 10 a 14 anos, quando se analisam as mortes
1) Art. 121 ............................................................ decorrentes de causas externas (acidentes e violências).
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, Os acidentes ocasionam, a cada ano, no grupo com idade in-
se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, ferior a 14 anos, quase 6.000 mortes e mais de 140.000 admissões
arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à hospitalares, somente na rede pública de saúde.
vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge O conceito errôneo dos acidentes, como eventos incontro-
para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena láveis, inesperados, imprevistos e repentinos, que simplesmente
é aumentada de um terço, se o crime é praticado contra pessoa acontecem, por serem obra do destino e casuais, impede o seu con-
menor de catorze anos. trole. Em geral não costumam ter maiores consequências e chegam
2) Art. 129 ............................................................... a ser encarados como “normais” no processo de desenvolvimento
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das da criança. Entretanto, isto não é verdade; de normal estes eventos
hipóteses do art. 121, § 4º. traumáticos não têm nada.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. O acidente possui causa, origem e determinantes epidemioló-
3) Art. 136................................................................. gicos como qualquer outra doença e, em consequência, pode ser
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado evitado e controlado.
contra pessoa menor de catorze anos. Quando sua importância é reconhecida, os programas específi-
4) Art. 213 .................................................................. cos voltados para a segurança e não direcionados para o tratamento
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos: das lesões como, por exemplo, treinamentos em primeiros socor-
Pena - reclusão de quatro a dez anos. ros, atingirão os alvos corretos na cadeia das causas dos acidentes.
5) Art. 214................................................................... Todo acidente (injúria não intencional) é causado por um agen-
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos: te externo, ao lado de um desequilíbrio que ocorre entre o indi-
Pena - reclusão de três a nove anos.» víduo e o seu ambiente, o que permite que certa quantidade de
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de energia seja transferida do ambiente para o indivíduo, capaz de
1973 , fica acrescido do seguinte item: causar dano. A energia transferida pode ser mecânica (quedas e
“Art. 102 .................................................................... trombadas), térmica (queimaduras), elétrica (choques) ou química
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. “ (envenenamentos).
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da A ciência atual do controle dos acidentes, embasada na epide-
administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e miologia, biomecânica e comportamento, explica como e porque
mantidas pelo poder público federal promoverão edição popular cada tipo de injúria não intencional ocorre.
do texto integral deste Estatuto, que será posto à disposição das Hoje já se conta com estratégias preventivas muito mais efeti-
escolas e das entidades de atendimento e de defesa dos direitos vas que, reconhecendo os riscos inerentes à imaturidade ou à falta
da criança e do adolescente. de conhecimento dos riscos que cercam as crianças, são capazes
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla divul- de combater a desinformação, a imprevisão e a falta de cuidado.
gação dos direitos da criança e do adolescente nos meios de co- Ao mesmo tempo, tratam de promover a segurança no âmbito da
municação social. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) comunidade.
Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será vei- Para aplicar essas estratégias é essencial entender, com um mí-
culada em linguagem clara, compreensível e adequada a crianças nimo de clareza, porque as crianças sofrem acidentes, porque os
e adolescentes, especialmente às crianças com idade inferior a 6 traumatismos que deles resultam frequentemente são mais sérios
(seis) anos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) do que deveriam e até que ponto as lesões não intencionais (aci-
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publi- dentes) podem se confundir com violências e maus-tratos.
cação. As crianças e adolescentes sofrem acidentes porque a comu-
Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser nidade em que vivem não lhes propicia um entorno protetor. Dois
promovidas atividades e campanhas de divulgação e esclareci- fatores do chamado macroambiente são decisivos para a proteção
mentos acerca do disposto nesta Lei. dos indivíduos: legislação efetiva voltada para a segurança e envol-
Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964 , e 6.697, de vimento ativo e amplo de toda a comunidade em ações de controle
10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e as demais dispo- de acidentes e violências.
sições em contrário.

10 SÃO PAULO (Cidade). Secretaria da Saúde Manual de


prevenção de acidentes e primeiros socorros nas escolas.
CODEPPS. São Paulo: SMS, 2007.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

No ambiente escolar, diferentes tipos de acidentes ocorrem de qualquer equipamento, além de providenciar de imediato todos os
acordo com a idade e estágio de desenvolvimento físico e psíquico reparos necessários para a manutenção da segurança das crianças
das crianças e adolescentes. e adolescentes.
Sabe-se que a criança apresenta interesse em explorar situa-
ções novas, para as quais nem sempre está preparada, o que facilita Segurança em Playground
a ocorrência de acidentes. Torna-se, portanto, importante o conhe- Sobre a segurança em parque infantil (playground), é impor-
cimento dos acidentes mais frequentes em cada faixa etária, para o tante atentar para que o dimensionamento das áreas de recreação
direcionamento das medidas a serem adotadas para sua prevenção. garanta, no mínimo, um terço da área do espaço coberto. Consi-
Outra situação importante que ocorre dentro ou no entor- dera-se relevante destacar resumidamente as recomendações para
no da escola é a agressividade entre alunos que, por vezes, pode segurança neste local:
causar ferimentos ou outras lesões físicas na vítima. Esse quadro, 1. Designar a idade apropriada para o uso de cada brinquedo
identificado por atitudes agressivas, físicas ou verbais, intencionais do parque infantil. O brinquedo deve possuir identificações que de-
e repetidas, executadas por um ou mais estudantes contra outro(s), terminem a qual faixa etária é destinado.
baseado em relação de poder do agressor sobre a vítima, é denomi- 2. Instalar superfícies apropriadas embaixo e ao redor dos brin-
nado Bullying e deve receber atenção de professores, funcionários quedos.
e diretores da escola. Essas superfícies devem absorver o impacto e não causar abra-
O escolar já aprende noções de segurança, mas como ainda são ou laceração da pele (borracha, produtos de cortiça e de madei-
não lida muito bem com coisas concretas, não é capaz de fazer jul- ra, areia e cascalho fino).
gamentos precisos sobre velocidade e distância. Além disso, seu 3. Recomendar supervisão adequada para crianças nos par-
comportamento e os riscos a que se expõe começam a ser forte- ques infantis.
mente influenciados pelos amigos, gerando atitudes de desafio a As crianças devem ser sempre supervisionadas, principalmente
regras. As suas habilidades motoras (por exemplo: acender fogo quando estão subindo, balançando e escorregando nos brinquedos.
ou ligar um automóvel) estão bem além do seu julgamento críti- 4. Realizar adequada manutenção dos parques infantis. Sugere-
co. Entretanto, ele muitas vezes já sai de casa sem a supervisão de -se que haja inspeção periódica. Os problemas observados devem
adultos, tendo que lidar com situações complexas como o trânsito. ser comunicados imediatamente aos responsáveis pelo parque e, se
Os atropelamentos, quedas de bicicletas, quedas de lugares altos, necessário, ele deve ser interditado.
ferimentos com armas de fogo e lacerações são riscos típicos desta
idade. Na escola, predominam as quedas, cortes e traumatismos Segurança nas Práticas Esportivas
dentários por brincadeiras agressivas durante o recreio. Quanto às práticas esportivas, é fundamental respeitar e se-
Estima-se que pelo menos 90% dessas lesões possam ser pre- guir as regras do esporte para se evitar lesões e incentivar o uso
venidas, através de ações educativas, modificações no meio am- dos equipamentos de segurança adequados e apropriados a cada
biente, modificações de engenharia e através de legislação e regu- esporte, como por exemplo, o uso de caneleiras e chuteiras no fute-
lamentações efetivas e que sejam efetivamente cumpridas. bol, além de roupas e calçados adequados. Soma-se a estes aspec-
tos a necessidade de promover a segurança ambiental, evitando-se
Aspectos Gerais de Segurança na Escola desníveis nas quadras, garantindo que a superfície seja confeccio-
Considerando-se que os acidentes são eventos previsíveis e nada de materiais que absorvam o impacto no momento das que-
preveníveis, é fundamental o reconhecimento dos fatores envolvi- das, protegendo colunas e estruturas arquitetônicas que possam
dos na sua ocorrência no ambiente escolar, para que se possa atuar oferecer risco durante esta prática, não esquecendo, ainda, de edu-
de forma preventiva e eficaz, evitando-se os transtornos e lesões car as crianças com relação ao respeito aos outros competidores e
causadas por esses agravos. ao trabalho em equipe.
Os profissionais que atuam nos equipamentos escolares ou de
educação infantil devem estar aptos a identificar as situações de Segurança de Brinquedos
risco e garantir ambientes seguros para as crianças e adolescen- A segurança dos brinquedos também merece destaque, princi-
tes que frequentam esses espaços. Além disso, esses profissionais palmente para crianças com menos de cinco anos, que são o grupo
têm papel fundamental na educação para aumentar a percepção mais vulnerável a este tipo de acidente. Para isso, a escolha correta
dos alunos quanto às situações de risco decorrentes das condições dos brinquedos é de responsabilidade da instituição. Recomenda-
ambientais e dos hábitos de vida, incentivando constantemente a -se obedecer às normas do fabricante quanto à faixa etária e forma
adoção de comportamentos e atitudes seguras e saudáveis e con- de utilização. Nas creches e pré-escolas deve-se evitar brinquedos
tribuindo de forma significativa para a conscientização e a mobiliza- pequenos, aqueles que destacam partes ou componentes, que pos-
ção da escola e da comunidade para a construção de ambientes e suem cordas, cordões ou correntes, ou ainda, bordas cortantes ou
situações de proteção. afiadas. É importante o controle dos brinquedos que façam baru-
Uma importante estratégia para conseguir estes objetivos é a lhos estridentes ou altos e a escolha de brinquedos de material ató-
criação de COMISSÕES INTERNAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES xico. Devem ser guardados em locais seguros e ventilados, evitando
E VIOLÊNCIA ESCOLAR (CIPAVE), formadas por representantes dos caixas ou baús com tampas.
alunos, professores, familiares e por profissionais da saúde, estes Recomenda-se optar por brinquedos que encorajem a criati-
provenientes das Unidades Básicas de Saúde de referência. Essa vidade, não esquecendo de dispor de livros e revistas apropriados
Comissão (ou, na sua ausência, uma pessoa ou equipe responsá- para cada faixa etária.
vel) deve avaliar de forma frequente e regular todos os espaços Cartazes sobre segurança e prevenção são aconselháveis e de-
frequentados pelos alunos (salas de aula, quadras, playground, es- vem estar localizados em áreas de destaque.
paço do recreio, etc.), detectando situações de risco e ou danos em
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Segurança do Ambiente Físico A educação para o trânsito representa, acima de tudo, um


Recomenda-se que o ambiente escolar seja livre de buracos, exercício de cidadania, ao contribuir para melhorar a vida em so-
madeiras, materiais de construção abandonados (comuns após ciedade, na medida em que pode evitar futuras transgressões às
construções/reformas), mato (dentro ou ao redor do espaço da cre- leis de trânsito, as quais podem acarretar acidentes que afetam não
che/escola), arame farpado, etc. As portas devem sempre abrir para apenas o infrator, mas colocam em risco a vida de outros cidadãos.
fora, para facilitar a saída em situações de pânico. Acrescenta-se, Como medidas para evitar acidentes de trânsito no seu entor-
neste contexto, a utilização de dispositivos que fechem as portas de no, a escola deve solicitar aos órgãos competentes as seguintes pro-
forma lenta, para evitar os ferimentos, principalmente envolvendo vidências:
os dedos das mãos. A proteção das janelas e as barreiras físicas de - Construção de calçadas em todo o entorno da escola;
acesso às escadas devem ser consideradas. - Faixas para travessia de pedestres nas ruas de acesso à escola;
Chama-se atenção também para que os objetos de uso escolar, - Presença de profissionais que orientem a saída dos alunos,
como réguas, apontadores, estojos, dentre outros, sejam livres de assim como a travessia dos mesmos nas ruas de acesso à escola,
“armadilhas”, isto é, que não sejam objetos pontiagudos ou cortan- diariamente;
tes, pois estes favorecem sobremaneira a ocorrência de lesões. - Quando necessário, a colocação de semáforo para travessia
As escolas e creches devem ser providas de banheiros desti- de pedestres nas ruas de acesso à escola.
nados às crianças e aos funcionários, separadamente, em condi-
ções de conservação e limpeza adequadas. Os vasos sanitários e A prevenção de acidentes começa com a educação no trânsi-
os lavatórios devem estar dimensionados em função do tamanho e to. O bom exemplo deve partir dos pais, educadores, professores e
da idade das crianças, além de serem proporcionais ao número de todos os profissionais que trabalham com crianças. Neste sentido,
frequentadores: um vaso sanitário para cada vinte e cinco crianças, deve-se adotar e incentivar comportamentos de segurança para pe-
um mictório e um lavatório para cada quarenta alunos; chuveiros destres, como:
na proporção de, no mínimo, um para cada quarenta crianças. Os - Atravessar sempre na faixa de pedestre; caso esta não exista,
reservatórios de água deverão conter cinquenta litros por criança, procurar uma passarela ou o local mais seguro para atravessar;
além da capacidade exigida para combate a incêndio. - Olhar várias vezes para os dois lados e atravessar a rua em
Quanto aos locais de preparo de alimentos, estes deverão con- linha reta;
ter pia com duas cubas e pelo menos uma torneira de água quente. - Nunca atravessar a rua correndo;
O fogão deverá ser provido de proteção lateral, de tal modo que im- - Crianças de até 10 anos só devem atravessar a rua acompa-
peça o contato direto com panelas quentes ou chama. Caso exista nhadas por um adulto;
forno, este deve ser provido de trava de segurança. - Sempre tentar manter contato visual com o motorista;
Deverá haver barreira física que impeça a entrada de crianças - Nunca atravessar se o farol estiver aberto para os carros;
na cozinha. Os utensílios deverão ser de fácil lavagem e inquebrá- - Sempre caminhar nas calçadas; se não houver calçada, andar
veis, evitando ferimentos. no sentido contrário ao dos veículos;
O mobiliário deve ser ergonômico, de contornos arredonda- - Não atravessar a rua por trás de ônibus, carros, árvores e pos-
dos, sem risco de quedas, adequado ao tamanho e à faixa etária tes, de onde os condutores dos veículos em movimento não pos-
das crianças. Evitar brinquedos, objetos pequenos e sacolas plás- sam vê-lo;
ticas nos berços, mantendo-os afastados de cortinas (risco de su- - Não descer de um ônibus fora do ponto. Se não for possível
focação). evitar, antes de descer olhar bem se nenhum carro ou moto está
Vale destacar o estado de conservação da construção, por meio vindo em sua direção;
de vistorias periódicas, avaliando rachaduras no reboco, estado da - Esperar que o veículo pare totalmente e aguardar que ele se
pintura, vazamentos de água ou esgoto, estado da fiação elétrica, afaste para atravessar a rua;
exposição de fios ou acesso de crianças a tomadas desprotegidas e - Em dias chuvosos ou à noite deve-se usar roupas claras;
irregularidades nos pisos. - Nunca passar correndo na frente de uma garagem; parar e
Cabe, ainda, chamar a atenção para como se dá o relaciona- olhar se não está saindo algum carro;
mento pessoal na creche/escola com diretores, funcionários, moni- - Nunca abrir a porta ou descer de um carro estacionado, sem
tores, pais, crianças e a comunidade local. Essas relações são muito primeiro olhar se estão passando pedestres ou veículos;
importantes na prevenção de questões afetivas e emocionais que - Nunca correr em locais de trânsito; o motorista pode não es-
possam prejudicar o desenvolvimento das crianças e as relações de tar atento e não conseguir frear bruscamente.
trabalho dentro da instituição; outrossim, são também relevantes Outro aspecto importante para a prevenção de acidentes é ga-
para o desenvolvimento e implementação de programas educati- rantir que as peruas escolares e os automóveis particulares estacio-
vos. nem de modo que a criança ou adolescente possa entrar e sair do
veículo sempre pelo lado da calçada e sempre supervisionado pelo
Segurança no Trânsito responsável pelo veículo.
É extremamente importante que as escolas desenvolvam Ressalta-se, ainda, que as crianças com até dez anos de idade
projetos de Educação para o Trânsito. Estes programas podem devem ser transportadas no banco traseiro dos veículos, usando ca-
contribuir para formar pedestres, passageiros e futuros condutores deiras adequadas para a idade e cintos de segurança. Para aquelas
de veículos mais conscientes da importância de comportamentos com até um ano de idade, a cadeira deve ser posicionada de costas
adequados no trânsito. É importante abordar com os alunos a para o banco dianteiro.
questão do respeito às leis, como a obrigatoriedade do uso do cinto
de segurança e do capacete, o transporte de crianças no banco
traseiro, a segurança de pedestres, dentre outros.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Primeiros Socorros ATENÇÃO: sempre que a cena do acidente oferecer


Primeiros socorros podem ser definidos como os cuidados de riscos o socorrista deve manter-se afastado e acionar
emergência dispensados a qualquer pessoa que tenha sofrido um imediatamente o SAMU 192, descrevendo a situação,
acidente ou mal súbito (intercorrência clínica), até que esta possa para que a central de emergência 192 providencie o
receber o tratamento médico adequado e definitivo. acionamento de equipes adequadas para o resgate da
vítima com segurança.
Princípios Básicos de primeiros socorros
Ao prestar os primeiros socorros a uma pessoa que sofreu aci- Outro item fundamental de segurança é a proteção do socor-
dente ou uma intercorrência clínica, deve-se observar os seguintes rista contra doenças transmissíveis, devido ao contato com sangue
princípios básicos: e secreções da vítima.
- Manter a calma: a tranquilidade facilita o raciocínio e a avalia- Para tanto, sempre que for abordar uma vítima de acidente ou
ção da situação da vítima e dos cuidados necessários; intercorrência clínica, o socorrista deverá usar os equipamentos de
- Avaliar a cena: quem vai socorrer uma vítima de acidente proteção individual (EPI): aventais, luvas, máscaras e óculos de pro-
deve certificar-se de que o local onde este ocorreu esteja seguro, teção.
antes de aproximar-se dele. A vítima só deverá ser abordada se a
cena do acidente estiver segura e os socorristas não correrem o ris- Mecanismo do Trauma
co de também sofrerem algum tipo de acidente; a primeira respon- Trauma pode ser definido como a lesão caracterizada por al-
sabilidade do socorrista é garantir a sua segurança; terações estruturais ou desequilíbrio fisiológico causada pela ex-
- Não permitir que outras pessoas se tornem vítimas: a segun- posição aguda a diferentes formas de energia: mecânica, térmica,
da responsabilidade do socorrista é garantir a segurança das pes- elétrica, química e irradiações, podendo afetar superficialmente o
soas ao redor; corpo ou lesar estruturas nobres e profundas do organismo.
- Solicitar ajuda imediatamente, caso o acesso à vítima não seja Ao prestar assistência a uma vítima de trauma deve-se levar
possível (se houver riscos para o socorrista): acionar o Serviço de em consideração as implicações das leis da Física no corpo humano,
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), relatando as condi- avaliando, através do Mecanismo do Trauma, se houve aplicação de
ções do local do acidente; força excessiva, que possa ter causado lesões graves.
- Abordar a vítima: se a cena estiver segura, realizar a avaliação Em Física, a energia cinética é a energia do movimento. O efeito
da pessoa que sofreu acidente ou intercorrência clínica, procurando desta energia e suas transformações nas estruturas do corpo hu-
detectar as condições em que a mesma se encontra para decisão mano baseiam-se na primeira Lei de Newton, que afirma que: “um
quanto aos cuidados necessários; corpo em repouso permanece em repouso e um corpo em movi-
- Solicitar ajuda: sempre que as condições da vítima exigirem, mento permanece em movimento, a menos que uma força externa
ligar para a Central 192 (SAMU 192) e solicitar ajuda, relatando a atue sobre ele”. Dessa forma, o início ou a parada súbita de um
ocorrência e as condições da vítima; movimento pode produzir trauma, muitas vezes com lesões graves,
- Tomar decisões: algumas situações de acidentes, que serão quando encontra uma barreira.
apresentadas neste Manual, necessitam que os cuidados à vítima Para detectar o efeito traumático é necessário avaliar a intensi-
sejam instituídos por profissionais da saúde. Nestes casos, não in- dade da força que atuou sobre o corpo, chamada de força de impac-
tervir de imediato, aguardando a chegada do SAMU 192, pode ser to. A Física calcula com precisão essa força e a medicina diagnostica
a melhor conduta; e trata as lesões relacionadas a ela.
- Manter o número do telefone da Central de Emergência (192) As lesões corporais podem ser resultado de qualquer tipo de
em local de fácil acesso e de conhecimento de todos os funcionários impacto. No ambiente escolar são comuns, por exemplo, as lesões
da escola. por quedas e colisões de alunos durante práticas esportivas ou brin-
cadeiras. Embora o observador do acontecimento não possa cal-
Avaliação da Cena cular com precisão a intensidade da força de impacto, este poderá
É fundamental que a pessoa que vai socorrer vítimas de ajudar muito com suas observações sobre variáveis de relevância
acidentes certifique-se de que o local do acidente esteja seguro para estabelecer o Mecanismo do Trauma e sugerir as possíveis le-
antes de aproxima-se dele e que este não ofereça riscos aos sões.
socorristas, para evitar que os mesmos se transformem em novas Constituem observações importantes:
vítimas. - De que altura o escolar caiu;
O socorrista não deve tentar realizar um salvamento para o - Como essa distância relaciona-se com a estatura do escolar
qual não tenha sido treinado, se este salvamento oferecer riscos à (queda de altura que corresponda a 3 vezes ou mais a estatura da
sua integridade física. Se a cena estiver insegura, o socorrista deve vítima é potencialmente mais grave);
manter-se afastado até que equipes apropriadas tenham garantido - Sobre qual superfície o escolar caiu (cimento, grama, etc.);
a segurança da mesma. - Sinais do impacto (som da batida contra o solo, etc.);
Dessa forma, a cena do acidente deve ser rapidamente avalia- - Qual parte do corpo da vítima sofreu a primeira colisão (cabe-
da, procurando detectar a presença de situações que possam ofe- ça, pé, braço, etc.);
recer riscos ao socorrista, como por exemplo: fogo, fumaças tóxicas, - Movimentos produtores de lesões (corrida, colisão, queda,
fios elétricos caídos, explosivos, materiais perigosos, inundações, etc.);
armas (brancas ou de fogo) e outros. - Lesões aparentes (sangramentos, cortes na pele, inchaços,
etc.).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O mecanismo do trauma é indicador fundamental para a ava- Vítima inconsciente: a pessoa inconsciente perde o tônus mus-
liação de lesões graves que podem ocorrer no ambiente escolar e cular (toda a musculatura relaxa), o que faz com que a entrada da
as informações precisas podem contribuir muito para descrever e via aérea seja obstruída pela própria língua. A cavidade oral deve
suspeitar desse mecanismo e das possíveis lesões dele resultantes. ser inspecionada, observando a presença de vômitos ou outras se-
creções e de corpos estranhos.
ATENÇÃO: o mecanismo do trauma é fator deter- A manobra para abertura das vias aéreas nas vítimas incons-
minante para a suspeita de lesões graves. cientes consiste de:
Manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo:
Avaliação Inicial da Vítima de Trauma - Colocar uma das mãos na testa da vítima e os dedos indicador
A avaliação inicial da vítima de trauma, também chamada de e médio da outra mão sob a parte óssea da mandíbula, perto da
Abordagem ABCDE, envolve as seguintes etapas: ponta do queixo, e empurrar levemente a mandíbula para cima e
para fora, inclinando a cabeça gentilmente para trás; o pescoço é
A) ligeiramente estendido;
- ESTABILIZAR MANUALMENTE A COLUNA CERVICAL - Ter cuidado para não fechar a boca ou empurrar os tecidos
- AVALIAR A CONSCIÊNCIA E moles abaixo do queixo, pois esta manobra pode obstruir mais do
- REALIZAR A ABERTURA DAS VIAS AÉREAS que abrir as vias aéreas;
- Se um corpo estranho, vômito ou outras secreções estiverem
Estabilização manual da coluna cervical visíveis na cavidade oral, estes devem ser cuidadosamente remo-
Para realizar esta manobra é necessária a presença de uma se- vidos.
gunda pessoa, além daquela que irá prestar os primeiros socorros.
Dessa forma, o segundo socorrista deverá permanecer próximo da B) VERIFICAR A RESPIRAÇÃO
cabeça da vítima e posicionar suas mãos nas laterais da cabeça para Observar se a vítima está respirando. Esta análise deve ser feita
manter a estabilização manual da coluna cervical, procurando evi- em até 5 a 10 segundos. Para isso, deve-se aproximar bem a orelha
tar que a vítima realize qualquer movimentação do pescoço. da face da vítima e, olhando na direção do tórax, executar a técnica
Esta pessoa não deve abandonar essa posição até o término do do Ver, Ouvir e Sentir, da seguinte forma:
atendimento ou até ser substituída por um profissional da saúde. Ver se há expansão do tórax e abdome;
A manobra de estabilização manual da coluna cervical deve ser Ouvir se existe ruído do ar exalado pela boca ou nariz e;
realizada em todas as vítimas com mecanismo de trauma sugestivo Sentir o fluxo de ar exalado pela boca ou nariz.
de possível lesão na coluna vertebral (ver capítulo “Trauma Raqui- Caso a vítima não esteja respirando, devem ser aplicadas duas
medular”) e em todas as vítimas inconscientes. ventilações de resgate (que são ventilações que o socorrista oferece
a outra pessoa, por meio da transferência do ar dos seus pulmões
Avaliação da Consciência para os pulmões da vítima), conforme descrito no capítulo de “Pa-
Realizar da seguinte forma: rada Respiratória e Cardiorrespiratória”.
- Aproximar-se da vítima;
- Estabilizar manualmente a coluna cervical; Para que seja possível a aplicação das ventilações de resgate
- Tocar a vítima no ombro sem movimentá-la, chamando-a, se se faz necessário: posicionar a vítima, colocá-la em decúbito dorsal
possível pelo nome, por pelo menos três vezes; (deitada de costas), caso encontre-se em outra posição. Para mudar
- Solicitar para que a vítima consciente não movimente a ca- o decúbito (ou posição) da vítima de trauma com suspeita de lesão
beça; na coluna vertebral, é necessário rolá-la em bloco, de acordo com a
- Perguntar se ela está bem (no caso de crianças maiores e ado- técnica descrita no Capítulo de “Trauma Raquimedular”.
lescentes);
- Caso não haja resposta, caracteriza-se o estado de inconsciên- C) CIRCULAÇÃO
cia; Se persistir a ausência de respiração espontânea após a aplica-
- Se o escolar estiver inconsciente, solicitar para que uma pes- ção das duas primeiras ventilações de resgate, o socorrista deve ini-
soa próxima acione imediatamente o Sistema de Atendimento Mó- ciar imediatamente as manobras de ressuscitação cardiopulmonar,
vel de Urgência (SAMU 192); descritas no capítulo de “Parada Respiratória e Cardiorrespiratória”.
- Agir de maneira cuidadosa, evitando causar mais trauma à Estas manobras devem ser mantidas ininterruptamente até
vítima; que a vítima comece a se movimentar espontaneamente ou até que
o SAMU 192 chegue e assuma o atendimento.
Abertura das Vias Aéreas Hemorragias externas devem ser controladas por meio de com-
Vítima consciente: a vítima que está consciente e falando, cer- pressão do local do sangramento (ver capítulo sobre “Ferimentos”).
tamente está respirando. Deve-se inspecionar visualmente a cavi-
dade oral, observando a presença de vômitos ou outras secreções D) AVALIAR DISFUNÇÕES NEUROLÓGICAS
e de corpos estranhos que, se visíveis, devem ser removidos com Envolve a rápida avaliação das funções neurológicas, podendo-
muito cuidado, para garantir que as vias aéreas permaneçam de- -se utilizar a Escala AVDN, em que:
sobstruídas. A = vítima encontra-se Alerta
V = responde a estímulos Verbais
D = responde a estímulos Dolorosos
N = Não responde.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

E) EXPOSIÇÃO E CONTROLE DO AMBIENTE Grave: a vítima não consegue respirar, falar, chorar ou tossir e
Realizar a exposição do corpo da vítima quando for indispen- apresenta parada respiratória. Os sinais característicos são: tosse
sável para identificar possíveis lesões, procurando expor apenas as silenciosa (sem som); aumento da dificuldade respiratória, acom-
regiões onde houver suspeita de lesões. As roupas que estiverem panhada de ruído respiratório rude e de alta tonalidade; desen-
sobre esses locais devem ser cortadas com tesoura sem ponta. volvimento de coloração arroxeada dos lábios; sinal universal de
Evitar um tempo demasiado de exposição para não provocar engasgo; ansiedade e certa confusão mental ou agitação; evolução
hipotermia (queda da temperatura corporal) e cobrir a vítima assim para perda da consciência. Se não for socorrida rapidamente, pode
que possível. evoluir para a morte.

ATENÇÃO: não movimentar a vítima com suspeita Procedimentos de primeiros socorros


de trauma na coluna vertebral, exceto nas condições Quando as condições da vítima e a idade do escolar permiti-
e conforme as orientações de acordo com o “trauma rem, o socorrista deve fazer a seguinte pergunta: “Você está engas-
raquimedular”. gado?”. Se a vítima responder ou sinalizar afirmativamente com a
IMPORTANTE: em caso de acidente com aluno dentro cabeça, proceder de acordo com o grau de obstrução da via aérea.
ou no entorno da escola, deve ser providenciada a comuni- - Obstrução leve: a vítima consciente, com obstrução leve, deve
cação dos seus pais ou responsáveis imediatamente. ser acalmada e incentivada a tossir vigorosamente, pois a tosse for-
te é o meio mais efetivo para remover um corpo estranho. A ví-
Engasgo: Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho tima deve ser observada atenta e constantemente, pois o quadro
(Ovace) pode agravar-se repentinamente, evoluindo para obstrução grave
A obstrução das vias aéreas por corpo estranho promove o blo- das vias aéreas. Se a obstrução se mantiver leve, porém persistente,
queio da passagem do ar, o que impede a vítima de respirar, poden- apesar da tosse vigorosa, encaminhar rapidamente o escolar para o
do levar à morte. Pronto Socorro de referência.
Mais de 90% dos casos de morte por OVACE ocorrem em crian- - Obstrução grave: o socorrista deve intervir para tentar a deso-
ças menores de cinco anos de idade, sendo 65% até os dois anos. Os bstrução das vias aéreas por meio das manobras descritas abaixo.
líquidos, especialmente o leite, constituem a causa mais frequente O SAMU 192 deve ser acionado imediatamente por um segundo
de obstrução das vias aéreas em bebês. socorrista ou qualquer pessoa próxima.
Com o desenvolvimento dos padrões de segurança dos pro-
dutos de consumo, regulando o tamanho mínimo de brinquedos Convulsão
para crianças pequenas, a incidência de aspiração de corpo estra- A convulsão, ou crise convulsiva, caracteriza-se pela ocorrência
nho diminuiu. Entretanto, brinquedos, tampinhas, moedas e outros de uma série de contrações rápidas e involuntárias dos músculos,
pequenos objetos, além de alimentos (por ex., pedaço de carne, ocasionando movimentos desordenados, geralmente acompanha-
cachorro quente, balas, castanhas, etc.) e secreções nas vias áreas da de perda da consciência.
superiores, quando aspirados, podem causar obstrução das vias aé- Decorre de alterações elétricas no cérebro e pode ter várias
reas. causas, entre elas: epilepsia (principal causa), infecções, tumores
cerebrais, abuso de drogas ou álcool, traumas na cabeça, febre em
Como Reconhecer a Ovace crianças pequenas, etc.
Deve-se suspeitar de obstrução da via aérea por corpo estra- Na convulsão generalizada, a mais comum, ocorre perda da
nho quando ocorrer: consciência, contrações repetidas e violentas dos músculos dos bra-
- Início súbito de dificuldade respiratória, acompanhada de: ços e pernas, com movimentos abruptos e desordenados, dificulda-
- Tosse; de respiratória, salivação excessiva e perda do controle de esfíncte-
- Náuseas (enjôos); res (principalmente com perda de urina). Ao final das contrações,
- Ruídos respiratórios incomuns; ocorre relaxamento da musculatura e um período de inconsciência
- Descoloração da pele (palidez); de duração variável. Quando recupera a consciência, a vítima geral-
- Coloração arroxeada dos lábios; mente está cansada, confusa e sonolenta.
- Dificuldade ou até incapacidade para falar ou chorar; As crises que se repetem seguidamente, sem a recuperação to-
- Aumento da dificuldade para respirar, com sofrimento; tal da consciência entre uma crise e outra, caracterizam o estado de
mal epiléptico, que constitui situação grave, levando a sérios danos
- Sinal universal de engasgo: a vítima, na tentativa de indicar cerebrais devido à falta de oxigenação adequada.
um problema nas vias aéreas, segurará seu pescoço; É importante lembrar que a saliva eliminada pela vítima não é
- Ausência de expansibilidade do tórax: na pessoa encontrada contagiosa.
inconsciente e sem respiração espontânea, na qual foram aplicadas Esta crendice popular não tem fundamento científico.
ventilações de resgate, após abertura das vias aéreas, e não ocorreu
a expansão do tórax. Procedimentos Durante a Crise
O que fazer:
A Obstrução da Via Aérea Pode Ser - Acionar o SAMU 192;
Leve: a vítima ainda consegue respirar, tossir e emitir alguns - Se possível, proteger a vítima da queda;
sons ou falar; - Afastar objetos que possam causar ferimentos (móveis, pe-
dras, etc.);
- Proteger a cabeça contra pancadas no chão;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Procurar manter a cabeça lateralizada, para evitar que a víti- - Não oferecer álcool ou amoníaco para cheirar;
ma engasgue com a saliva; não realizar este procedimento se hou- - Não sacudir o escolar;
ver suspeita de trauma na coluna cervical; - Não tentar dar água ou outros líquidos enquanto o escolar
- Afrouxar as roupas e retirar óculos; estiver inconsciente;
- Manter a tranquilidade e procurar afastar os curiosos, garan- - Não colocar sal na boca;
tindo a privacidade do escolar; - Não tentar “acordar” o escolar com tapas no rosto.
- Cobrir a vítima, se necessário.
ATENÇÃO: se o escolar sabidamente diabético apresentar mal-
O que não fazer: -estar, palidez, suor frio, confusão mental, com ou sem desmaio,
- Não tentar segurar a vítima; este pode estar manifestando um quadro de hipoglicemia (ou seja,
- Não tentar impedir os movimentos da vítima; queda dos níveis de açúcar do sangue) e deve ser imediatamente
- Não jogar água ou bater no rosto da vítima na tentativa de encaminhado à UBS ou pronto socorro de referência, o que for mais
acabar com a crise; próximo. Na impossibilidade de encaminhamento imediato do es-
- Não tentar abrir a boca da vítima, mesmo que apresente san- colar, acionar o SAMU 192.
gramento (geralmente devido ao fato de morder a língua);
- Não colocar qualquer objeto ou tecido entre os dentes ou Trauma Ocular
dentro da boca da vítima; O trauma ocular que ocorre com mais frequência nas escolas
- Não tentar oferecer líquidos ou medicamentos pela boca, é a presença de corpo estranho no olho, como areia, fragmentos
mesmo na fase de relaxamento; trazidos pelo vento, etc.
- Não transportar a vítima durante a crise. São menos frequentes as lesões decorrentes de queimaduras
térmicas ou químicas, as contusões por bolas ou brigas e as perfu-
Procedimentos Após Cessar a Crise rações oculares ou ferimentos de pálpebras provocadas por objetos
- Aguardar a chegada do SAMU 192; pontiagudos e cortantes.
- Não deixar o escolar sozinho; Os procedimentos de primeiros socorros em cada caso devem
- Na fase de relaxamento, colocar o escolar em decúbito late- ser:
ral, para facilitar a drenagem das secreções da boca, se não houver
traumas associados; Corpo estranho no olho
- Cuidar de eventuais ferimentos; - Não permitir que a criança esfregue os olhos;
- Avaliar o ABC da reanimação repetidas vezes e, se necessário, - Pingar algumas gotas de soro fisiológico no olho acometido,
iniciar as manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP). na tentativa de retirar o corpo estranho;
- Se o corpo estranho não sair, não insistir.
Desmaio Fazer um tampão ocular (cobrir preferencialmente os dois
Desmaio é o episódio breve de perda da consciência, que rara- olhos) com gaze seca, sem uso de pomadas ou colírios, e encami-
mente ultrapassa dois minutos, não acompanhado de outras ma- nhar o escolar para o serviço oftalmológico de referência;
nifestações. A principal causa é a diminuição rápida e reversível da - Nunca tentar retirar objetos encravados no olho com pinças,
circulação sanguínea no cérebro. agulhas ou cotonetes, pois pode agravar o quadro.
Pode ocorrer como resultado de dor, medo, excitação, fadiga,
longos períodos em pé em ambientes quentes, nervosismo e exer- Queimaduras térmicas ou com substâncias químicas
cícios físicos prolongados. - Irrigar imediatamente com água corrente limpa (de torneira,
O desmaio geralmente é precedido de mal-estar, embaçamen- bebedouro, mangueira ou outros), por cerca de 30 minutos;
to ou escurecimento da visão e tonturas. Durante o episódio ocorre - Manter as pálpebras abertas durante a lavagem com auxílio
relaxamento dos músculos dos braços e pernas e a vítima fica muito de um pano limpo ou gaze;
pálida e suando frio. A recuperação é rápida, com retorno completo - Se necessário, as mãos do escolar deverão ser contidas duran-
da lucidez, sem a ocorrência de desorientação após o evento. te a lavagem ocular;
- Cuidar para que o outro olho não seja atingido pelo líquido da
Procedimentos de primeiros socorros irrigação (realizar a lavagem do canto nasal do olho para o canto do
- Avaliar o ABC da reanimação; lado da orelha);
- Manter a tranquilidade e afastar os curiosos; - Nas lesões com cal ou cimento, realizar a limpeza das conjun-
- Colocar o escolar deitado de costas no chão, com as pernas tivas e pálpebras com lenço, gaze ou algodão antes (para retirar o
mais elevadas do que o corpo; excesso do produto) e durante a lavagem com água corrente;
- Afrouxar as roupas; - Cobrir os dois olhos com gaze umedecida com soro fisiológico;
- Depois que o escolar recuperar a consciência, deixá-lo deitado - Transportar o escolar para o serviço de emergência oftalmoló-
por 5 minutos e depois mais 5 minutos sentado, pois, caso levante- gica de referência, o mais rápido possível (após a lavagem);
-se de forma rápida, poderá ocorrer novo desmaio; - Se possível, levar amostra da substância que provocou a quei-
- Encaminhar o escolar para o Pronto Socorro ou UBS de refe- madura.
rência.
Contusões Oculares
O que não fazer O escolar que sofrer um golpe direto no olho, por um objeto
- Não jogar água na vítima; rombo (bola, rolha, bastão) ou cotovelada, soco, etc., deve ser le-
- Não esfregar os pulsos com álcool; vado imediatamente ao serviço de oftalmologia de referência, mes-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mo que o aspecto do olho esteja normal, pois este tipo de trauma - Se a vítima vomitar, virá-la em bloco (ver orientações no capí-
pode acarretar agravos imediatos ou posteriores, tais como desco- tulo de “Trauma Raquimedular”) para um dos lados (preferencial-
lamento de retina e catarata, que necessitam de acompanhamento mente o esquerdo), estabilizando a coluna cervical, para evitar que
médico. o conteúdo do vômito seja aspirado e atinja as vias aéreas;
- Controlar eventuais hemorragias do couro cabeludo: cobrir
Ferimentos nas Pálpebras com gazes ou pano limpo se houver ferimentos; não comprimir ou
O escolar que sofrer este tipo de trauma deve ser encaminhado apertar os ossos da caixa craniana (pois, se houver fraturas, os os-
ao serviço de oftalmologia de referência o mais breve possível. sos poderão penetrar no cérebro);
Os ferimentos abertos nas pálpebras necessitam de restaura- - Não retirar objetos encravados no crânio;
ção, principalmente se ocorrerem no canto do olho próximo do na- - Não tentar impedir a saída de líquidos pela orelha ou pelo
riz, pois pode haver comprometimento dos canais lacrimais. Muitos nariz, mas apenas cobrir com gaze para absorver o fluxo;
desses ferimentos são acompanhados de perfuração ocular. - Se a vítima apresentar parada respiratória ou cardiorrespira-
tória, iniciar imediatamente as manobras de suporte básico de vida
Perfurações Oculares para ressuscitação cardiopulmonar (ver Capítulo “Parada Respira-
Os olhos podem ser perfurados por objetos pontiagudos, como tória e Cardiorrespiratória”), mantendo-as ininterruptamente até a
tesouras, facas, canivetes, fragmentos de vidros, arames, pontas de chegada do SAMU 192.
lápis ou canetas, etc.
Diante desse tipo de ocorrência, os procedimentos de primei- Procedimentos nos Traumas Leves
ros socorros devem ser: Considerar como trauma leve os casos em que o mecanismo
- Nunca tentar retirar objetos que estiverem perfurando o olho; de trauma sugerir que ocorreu um impacto leve na cabeça, mesmo
- Não realizar lavagem no olho acometido; que tenha provocado pequenos ferimentos (abertos ou fechados)
- Se o escolar que sofreu o trauma estiver sentindo dor e não no couro cabeludo, sem história ou sinais de outras lesões asso-
conseguir abrir o olho, não exercer pressão direta nas pálpebras ciadas, cuja vítima não apresente qualquer das alterações descritas
para forçar a abertura; acima. Nestes casos:
- Não usar pomadas ou colírios; - Realizar a avaliação inicial da vítima;
- Proteger o olho acometido com copo plástico descartável; - Cuidar dos ferimentos encontrados (ver capítulo “Ferimen-
- Transportar o escolar imediatamente para o serviço de emer- tos”);
gência oftalmológica de referência. - Encaminhar o escolar para o Pronto Socorro de referência.

ATENÇÃO: nos casos de traumas oculares, a vítima deve ser ATENÇÃO: todo escolar que sofrer TCE deve ser encaminhado
sempre encaminhada ao serviço de emergência oftalmológica de para avaliação médica no pronto socorro de referência.
referência.
Trauma Raquimedular
Trauma Cranioencefálico O trauma raquimedular (TRM) compreende o trauma da coluna
O trauma cranioencefálico (TCE) compreende desde as lesões vertebral (parte óssea) e da medula espinhal (parte nervosa). Se não
do couro cabeludo até aquelas da caixa craniana (ossos do crânio) for reconhecido e atendido adequadamente no local do acidente, o
ou do seu conteúdo (o encéfalo). TRM pode resultar em lesão irreparável e causar deficiências neuro-
No ambiente escolar, as principais causas de TCE são as que- lógicas definitivas (como paralisias), pois não ocorre a regeneração
das, especialmente de lugares altos e as pancadas na cabeça, que do tecido nervoso e a medula lesada não pode ser recuperada.
podem ocorrer quando o escolar bate a cabeça em móveis, brin- Algumas vítimas podem sofrer um trauma que não lese de
quedos do playground, parede ou porta, ou mesmo durante brinca- imediato as fibras nervosas da medula; entretanto, a lesão pode
deiras ou atividades esportivas. surgir posteriormente, em consequência do movimento da coluna.
Algumas lesões medulares ocorrem por manipulação inadequada
Procedimentos de primeiros socorros na cena do acidente ou durante o transporte. Daí a importância do
- Avaliar a cena do acidente; correto atendimento no local.
- Acionar o SAMU 192;
- Realizar a avaliação inicial da vítima; Principais causas de TRM
- Cuidar das alterações que ameacem a vida; - Nas crianças: quedas de lugares altos (geralmente 2 a 3 vezes
- Considerar a possibilidade de lesão da coluna cervical; a altura da criança), quedas de triciclo ou bicicleta, atropelamento
- Manter a estabilização manual da cabeça e do pescoço; por veículo motor.
- Manter a vítima em observação constante até a chegada do - Nos adolescentes: colisões de veículos, mergulhos em lugares
SAMU 192; rasos, trauma direto no ápice da cabeça, acidentes com motocicle-
- Estar atento para detectar sinais de deterioração das condi- ta, quedas, ferimentos penetrantes, agressões físicas e lesões por
ções neurológicas: alterações da consciência (por exemplo, estava esportes (principalmente os esportes radicais).
consciente e passa a ficar sonolenta ou evolui para inconsciência),
agitação, agressividade, confusão mental ou outras alterações de Mecanismos de trauma que sugerem TRM
comportamento, além de convulsão e vômitos; - Impacto violento na cabeça, pescoço, tronco ou quadril: como
nas agressões físicas, nos desabamentos de escombros ou objetos
pesados sobre pessoas;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Incidentes que produzam aceleração ou desaceleração re- Movimentação da vítima com suspeita de TRM
pentina, ou ainda rotações e/ou inclinação lateral do pescoço ou Diante da suspeita de TRM, somente movimentar a vítima (mu-
tronco: como nas situações de colisões de veículos motorizados em dá-la de posição) nos casos em que houver:
velocidade moderada ou alta, atropelamentos por veículos, envol- - Comprometimento da permeabilidade das vias aéreas por vô-
vimento em explosões; mitos, sangue ou obstrução por objetos, língua, etc.;
- Quedas em geral; - Parada respiratória ou cardiorrespiratória;
- Ejeção ou queda de veículo motorizado ou de qualquer outro - Na ausência destas duas situações, a vítima deverá ser manti-
meio de transporte (patinetes, skates, bicicletas, veículos de recrea- da na posição em que foi encontrada, realizando-se os procedimen-
ção); tos necessários sem mudá-la de posição.
- Mergulhos em águas rasas;
- Ferimentos penetrantes na região da coluna vertebral: obje- Como movimentar a vítima com suspeita de TRM
tos penetrantes (como armas brancas ou de fogo) causam lesões - Nas situações descritas acima, a vítima deverá ser colocada
no caminho da penetração, podendo ferir diretamente a medula em decúbito dorsal, ou seja, deitada de costas (caso encontre-se
nervosa. em outra posição), tendo-se o cuidado de virá-la em bloco, manten-
do a estabilização manual da cabeça e do pescoço.
Suspeitar de lesão raquimedular quando houver - A manobra de “rolar em bloco” deve ser realizada por 3 pes-
- Mecanismo de trauma sugestivo; soas, das quais uma permanecerá na manutenção da estabilização
- Alterações do nível de consciência: perda da consciência manual da cabeça e do pescoço;
(mesmo que temporária), alterações de comportamento (agitação, - O segundo socorrista deve ajoelhar-se em frente ao tórax da
agressividade, confusão mental); vítima e o terceiro deve ajoelhar-se na altura dos joelhos da mes-
- Presença de sinais e sintomas de lesão na coluna; ma. Estes irão sustentar o tronco e as extremidades, para manter o
- Mecanismo de trauma sugestivo, sem sintomas de lesão de alinhamento de toda a coluna;
coluna, porém com presença de lesões muito dolorosas em outras - Os braços da vítima são esticados e colocados junto ao corpo,
regiões, que possam desviar a atenção da vítima e impedi-la de dar com as palmas das mãos voltadas para o tronco, enquanto as per-
respostas confiáveis durante a avaliação: como nas fraturas de fê- nas são colocadas em posição neutra alinhada;
mur ou queimaduras extensas; - A vítima deve ser pega pelos ombros e quadril, de forma que
- Mecanismo de trauma sugestivo associado a impedimentos seja mantida a posição neutra alinhada das extremidades inferiores;
de comunicação com a vítima: por exemplo, por surdez, pouca ida- - Ao comando de quem está estabilizando a cabeça e o pes-
de, etc. coço, os três socorristas movimentam a vítima ao mesmo tempo,
rolando-a em bloco;
Sinais e sintomas de lesão na coluna - A cada comando, a vítima deve sofrer uma rotação de 90°;
- Dor no pescoço ou nas costas; - Se, quando em decúbito dorsal, a vítima apresentar vômitos,
- Dor ao movimentar o pescoço ou as costas; deve-se virá-la em bloco para a posição de decúbito lateral, man-
- Dor ao tocar a região posterior do pescoço ou a linha média tendo toda a coluna alinhada, e sustentá-la nessa posição até cessar
das costas; o episódio de vômito. A seguir, retorná-la ao decúbito dorsal, sem-
- Deformidade da coluna; pre movimentando-a em bloco.
- Posição de defesa para evitar dor na região da coluna;
- Presença de paralisia de membros, bilateral ou parcial; ATENÇÃO: o socorrista que assumir a posição para estabiliza-
- Sensação de dormência, fraqueza, formigamento ou cócegas ção manual da cabeça e pescoço, não deverá deixá-la até a chegada
nas pernas ou braços; do SAMU 192.
- Ereção contínua do pênis nos meninos.
Trauma de Tórax
ATENÇÃO: a ausência desses sinais e sintomas não exclui a exis- Os traumas do tórax podem prejudicar a ventilação pulmonar e
tência de lesão na coluna. produzir diminuição da oxigenação dos tecidos do corpo, devido à
oferta inadequada de sangue oxigenado para as células, acarretan-
Procedimentos de primeiros socorros do graves consequências para o organismo.
- Avaliar a cena do acidente; Traumas torácicos podem ser decorrentes de colisões de veícu-
- Acionar o SAMU 192; los a motor, quedas, atropelamentos, lesões por prática de espor-
- Realizar a avaliação inicial da vítima; tes, ferimentos por objetos pontiagudos, lesões por esmagamento,
- Manter a estabilização manual da cabeça e do pescoço (esta- maus tratos em crianças, entre outros.
bilização manual da coluna cervical);
- Cuidar das alterações que ameacem a vida; Sinais e sintomas de trauma torácico
- Manter a vítima em observação constante até a chegada do - Falta de ar;
SAMU 192, com atenção especialmente voltada para alterações da - Respiração rápida;
respiração e da consciência; - Dor torácica;
- Manter a vítima calma e aquecida; - Respiração superficial: por causa da dor, a vítima pode tentar
- Se for necessário mudar a posição da vítima, esta deve ser limitar a movimentação do tórax;
mobilizada em bloco. - Presença de ferimentos abertos (com sangramento externo),
equimoses (manchas roxas) ou manchas avermelhadas na parede
do tórax;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Presença de deformidades na caixa torácica (parte óssea). - Objetos encravados (penetrados no abdome) ou empalados
(penetrados pela região anal) nunca devem ser movidos ou retira-
Procedimentos de primeiros socorros dos;
- Avaliar a cena do acidente; - Se ocorrer sangramento ao redor do objeto encravado, fazer
- Realizar a avaliação inicial da vítima; pressão direta sobre o ferimento com a palma da mão sobre gazes,
- Acionar o SAMU 192; com cuidado para não movimentar o objeto e, a seguir, estabilizar
- Cuidar das alterações que ameacem a vida; esse objeto com curativo espesso ao redor do mesmo, para evitar
- Avaliar a possibilidade de outros traumas associados, espe- que ele se movimente durante o transporte da vítima;
cialmente os da coluna vertebral; - Manter a vítima aquecida, cobrindo-a com manta metálica.
- Não palpar a região do tórax com suspeita de lesão;
- Encorajar a respiração normal, apesar da dor; Trauma Músculoesquelético
- Não enfaixar o tórax, ou seja, não envolver o tórax com faixas Traumas no sistema musculoesquelético podem provocar dife-
ou ataduras, para não impedir a movimentação normal da caixa to- rentes tipos de lesões, como: fratura (quando o osso se quebra),
rácica. luxação (quando ocorre deslocamento do osso de uma articulação),
Na presença de ferimentos abertos na parede torácica: fratura-luxação (as duas lesões estão associadas), contusão (incha-
- Cobrir rapidamente o ferimento de forma oclusiva, com plás- ço e rompimento de vasos sanguíneos no local de uma pancada),
tico limpo ou folha de alumínio, com 3 pontos de fixação, conforme entorse (torção de uma articulação), distensão ou estiramento
demonstrado na Figura. É importante que um dos lados fique aber- (quando os músculos são excessivamente esticados), amputação
to para permitir a saída do ar que escapar pelo ferimento. (perda de parte de um membro) ou laceração (perda de tecidos
moles).
Trauma Abdominal As principais causas de trauma no sistema musculoesquelético
O abdome é a região do corpo onde é mais difícil detectar le- são: acidentes de trânsito, quedas em geral, quedas de bicicleta,
sões decorrentes de trauma e estas, se não forem reconhecidas e patinetes ou skate, trauma durante atividades esportivas e agres-
tratadas rapidamente, podem levar à morte. sões físicas.
O índice de suspeita de lesão no interior do abdome deve ser As fraturas podem ser fechadas, quando o osso quebra e não
baseado no mecanismo do trauma e nos achados da avaliação da perfura a pele, ou abertas, quando há rompimento da pele, com
vítima; entretanto, a ausência de sinais e sintomas locais não afasta ferimento que permite ou não a visualização do osso. As fraturas
a possibilidade de trauma abdominal fechado. podem ser também incompletas (o osso racha, sem perder a conti-
nuidade) ou completas (os fragmentos ósseos perdem a continuida-
Suspeitar de trauma abdominal quando de, se separam, ficando desviados ou não).
- Houver qualquer impacto direto sobre o abdome, indepen- No local onde ocorre uma fratura pode haver também lesão de
dentemente da causa; vários tecidos próximos ao osso, como músculos, ligamentos, vasos
- Existirem sinais e sintomas sugestivos de lesão abdominal; sanguíneos, nervos, tendões e pele (nas fraturas abertas).
- Ocorrer perfuração da parede abdominal por objetos. Exceto nos casos de amputações e de fraturas abertas com
visualização do osso quebrado, geralmente é difícil diferenciar as
Sinais e sintomas de lesão abdominal lesões musculoesqueléticas no local do acidente.
- Sinais externos: presença de manchas roxas, vermelhidão,
escoriações (arranhaduras) e outras lesões na parede abdominal; Suspeitar de lesões musculoesqueléticas quando houver
- Ferimentos na parede abdominal, mesmo que superficiais, - Mecanismo de trauma sugestivo;
dependendo do mecanismo do trauma, podem sugerir lesões in- - Dor aguda no local da lesão, que se acentua com o movimen-
ternas; to (evitar movimento do membro) ou a palpação do local afetado;
- Dor abdominal. - Presença de inchaço ou manchas roxas no local;
- Impossibilidade de movimentar o membro e/ou movimentos
ATENÇÃO: se a vítima apresentar dor intensa em outras lesões, anormais, com dor local;
que desvie a atenção, como fraturas de extremidades, pode não
referir dor abdominal. Suspeitar de fratura completa quando houver
- Presença dos itens descritos anteriormente, associados a:
Procedimentos de primeiros socorros - Presença de deformidade (perda da forma e contorno habi-
- Avaliar a cena do acidente; tuais) e/ou instabilidade (mobilidade anormal, com incapacidade
- Realizar a avaliação inicial da vítima; de uma extremidade se sustentar) no membro afetado;
- Acionar o SAMU 192 sempre que houver suspeita de trauma - Crepitação (sensação de raspar uma parte do osso quebrado
abdominal; na outra parte ou sensação de palpar um saco de pedras) ao tocar
- Cuidar das alterações que ameacem a vida; o membro afetado;
- Avaliar a possibilidade de ocorrência de outros traumas; - Encurtamento de membro (em comparação com o membro
- Cobrir os ferimentos com gazes ou pano limpo; contralateral);
- Se ocorrer a saída de órgãos intra-abdominais através de uma - Exposição de fragmento ósseo.
ferida na parede abdominal (evisceração), não tentar recolocar os
órgãos para dentro da cavidade. Cobri-los com gazes estéreis ume- Procedimentos de primeiros socorros
decidas com soro fisiológico e um plástico limpo (ou um curativo - Avaliar a cena do acidente;
seco) por cima das gazes umedecidas; - Realizar a avaliação inicial da vítima;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Cuidar inicialmente das alterações que ameacem a vida; - Não apertar excessivamente as tiras que amarram as talas e
- Não movimentar o membro que apresentar suspeita de lesão não fixá-las exatamente sobre o local da lesão;
músculoesquelética; - Amarrar as bandagens ou tiras de tecido sempre na direção
- Nunca tentar colocar o osso no lugar, para evitar que vasos da porção mais distal para a mais proximal do membro, ou seja, de
sanguíneos e nervos sejam lesados; baixo para cima;
- Manter o membro com suspeita de lesão na posição em que - Manter as pontas dos pés e das mãos descobertas para avaliar
foi encontrado, principalmente se a lesão for na articulação; a circulação (cor e temperatura);
- Quando possível, retirar adornos como anéis, pulseiras, etc. - Encaminhar imediatamente a vítima para o Pronto Socorro
do membro lesado; de referência.
- Se houver ferimentos, cortar as roupas que estejam sobre a
região afetada e colocar gazes estéreis sobre o ferimento para pro- ATENÇÃO: a imobilização adequada diminui a dor e reduz o
tegê-lo de contaminação; risco de agravamento da lesão, além de diminuir o sangramento
- Se houver sangramento abundante tentar comprimir (com a interno. Sempre cuidar inicialmente das alterações que ameacem a
mão sobre as gazes) um pouco acima ou abaixo da lesão; vida, identificadas na avaliação inicial, para depois cuidar da lesão
- Se a lesão for no pé, retirar o calçado cuidadosamente, cor- musculoesquelética que não apresente sangramento abundante.
tando-o com tesoura, evitando movimentar o membro lesado.
Ferimentos
Quando acionar o SAMU 192
- Se houver suspeita de fratura aberta; Definição
- Se houver suspeita de fratura fechada completa; São lesões em que ocorre destruição de tecidos, em diferentes
- Na presença de mais de uma região com lesão musculoes- profundidades, podendo atingir somente a pele ou camadas mais
quelética ou de outros traumas associados, especialmente trauma profundas, como musculatura, vasos sanguíneos, nervos e até ór-
raquimedular; gãos internos. Quando ocorrem, os ferimentos causam dor e po-
- Se houver queixa de dor excessiva no local da lesão, não per- dem produzir sangramento abundante.
mitindo a abordagem; Em todo ferimento devem ser considerados o risco de infecção
- Se houver diferença significativa de cor e temperatura ao e a proteção contra o tétano, através da vacinação atualizada, que
comparar-se o membro lesado com o membro contralateral, indi- deve ser acompanhada pela escola. O aluno deve ser encaminhado
cando possível lesão de vasos sanguíneos; para a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência para verificação
- Na suspeita de fraturas ou outras lesões musculoesqueléticas da situação vacinal.
na região do tórax, ombro, úmero (osso do braço, entre o ombro e Os ferimentos podem ser abertos ou fechados, superficiais ou
o cotovelo), fêmur (osso da coxa) e/ou quadril. profundos.

Quando imobilizar e transportar a vítima para o hospital Procedimentos gerais em casos de ferimentos
- Se houver lesões fechadas, sem sinais sugestivos de fratura Em qualquer tipo de ferimento deve-se remover as roupas que
completa; estejam sobre o mesmo, com o mínimo de movimento possível,
- Se não houver outros traumas associados; para que se possa visualizar a área lesada. As roupas devem ser cor-
- Se as lesões estiverem localizadas nas porções mais distais dos tadas ao invés de tentar-se retirá-las inteiras, para evitar piorar as
membros, ou seja, abaixo dos joelhos e dos cotovelos; lesões já existentes e não provocar maior contaminação da lesão.
- Se não houver sinais sugestivos de lesão de vasos sanguíneos
(alterações de cor e temperatura do membro afetado). Ferimentos Abertos
O ferimento aberto é aquele no qual existe perda de continui-
ATENÇÃO: em caso de dúvida, não tentar imobilizar o membro dade da superfície da pele, ou seja, a pele é rompida.
afetado e acionar o SAMU 192, mantendo o membro imóvel. Os ferimentos abertos podem ser superficiais ou profundos.

Regras gerais para realizar a imobilização de membros Ferimentos Abertos Superficiais


- Manter o membro afetado na posição encontrada e imobilizar Nos ferimentos superficiais, somente a camada mais externa
com talas moldáveis ou rígidas; da pele é lesada. Vão desde arranhões até esfoladuras (escoriações)
- Solicitar ajuda para realizar a imobilização do membro lesado, de qualquer extensão.
orientando previamente como cada auxiliar deverá atuar; A vítima pode sentir grande dor, independentemente da exten-
- Somente iniciar a imobilização após providenciar todo o ma- são da lesão e o risco de infecção é grande, pois a superfície causa-
terial e a ajuda necessários; dora geralmente é suja.
- As talas para imobilização deverão ter comprimento suficien-
te para ultrapassar uma articulação acima e uma abaixo da lesão, Procedimentos de primeiros socorros
imobilizando também essas articulações; - Lesões pequenas: podem receber cuidados no local da ocor-
- Na falta de talas moldáveis, qualquer material rígido poderá rência;
ser utilizado para substituí-las (como por exemplo, tábuas, papelão, - Lavar as mãos com água e sabão e calçar luvas;
revistas), desde que seja leve, largo e de comprimento adequado; - Realizar a limpeza imediata com água corrente e sabão;
- As talas devem ser amarradas com bandagens triangulares ou - Cobrir as lesões com gazes;
tiras de pano largas, para não garrotear;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Lesões extensas (aquelas que atingem grandes áreas da pele): Ferimentos Fechados
encaminhar imediatamente o escolar para a UBS ou Pronto Socorro No ferimento fechado, a lesão de tecidos ocorre abaixo da pele,
de referência. sem que esta se rompa, não havendo comunicação entre o meio
externo e o interno.
Ferimentos Abertos Profundos O ferimento fechado, também conhecido por contusão, é de-
Atingem as camadas mais profundas da pele e até outros teci- corrente do impacto de objetos, pancadas, chutes, etc, contra o
dos mais profundos, podendo ocorrer perda de pele ou de outros corpo, com rompimento de vasos sanguíneos e inchaço no local, de
tecidos. forma que o sangue acumulado sob a pele forma um hematoma,
De acordo com a profundidade e extensão, esses ferimentos que pode ser imediato ou tardio. Quando o sangue infiltra-se entre
podem atingir vasos sanguíneos maiores (artérias, veias), ocorren- os tecidos denomina-se equimose (mancha roxa). No couro cabelu-
do sangramentos graves. do formam-se hematomas, popularmente chamados “galos”.
Os ferimentos profundos podem ser causados por vidros, fa-
cas, canivetes, hélices de máquinas (como ventiladores), impacto Procedimentos de primeiros socorros
com objetos rombudos, mordedura de animais, quedas de alturas - Aplicar compressas frias ou saco de gelo no local da contusão
e outros. até que a dor e o inchaço diminuam;
- Os sacos de gelo devem ser sempre envolvidos em tecidos
Procedimentos de primeiros socorros como toalhas: nunca aplicá-los diretamente sobre a pele, pois po-
- Lavar as mãos com água e sabão e calçar luvas; dem causar queimaduras;
- Não tentar lavar a lesão; - Se após a ocorrência do trauma houver choro persistente, li-
- Cobrir o ferimento com gazes estéreis; mitação de movimento do membro afetado ou dor intensa no local,
- Se houver sangramento importante, realizar compressão do imobilizar e encaminhar ao Pronto Socorro de referência, pois pode
local, colocando a mão sobre as gazes estéreis; a seguir, enfaixar de ter ocorrido lesão musculoesquelética não evidente, especialmente
forma a manter a compressão, porém com cuidado para não garro- nas crianças pequenas (ver capítulo sobre “Trauma Musculoesque-
tear, se o ferimento localizar-se em um membro; lético”).
- Se houver algum objeto encravado no local do ferimento, se-
guir as orientações descritas abaixo; Ferimentos Especiais
- Encaminhar imediatamente para o Pronto Socorro de referên- Ferimentos na Cabeça
cia. Os ferimentos na cabeça, com exceção dos mais superficiais
(cortes pequenos no couro cabeludo) e com mecanismo de trauma
ATENÇÃO: ferimentos com sangramento abundante podem le- não sugestivo de gravidade, são potencialmente perigosos porque
var a complicações graves. Após os primeiros socorros, encaminhar podem indicar lesão do cérebro e da coluna cervical. Quando a con-
imediatamente estes casos ao pronto socorro de referência. tusão ocorre na cabeça, geralmente produz ferimento porque en-
tre o crânio e o couro cabeludo há pouco tecido. O sangramento é
Objetos pontiagudos podem perfurar a pele ou outras estru- abundante e muitas vezes desproporcional ao tipo de ferimento. Se
turas, sendo transfixantes ou não (é transfixante quando o objeto não houver rompimento do couro cabeludo, formar-se-á um hema-
provoca uma lesão de entrada e outra de saída). Pode não haver toma, bem delimitado (“galo”) ou um inchaço difuso.
sangramento externo importante, porém, o sangramento interno
pode ser grave. A vítima deve ser rapidamente encaminhada ao Procedimentos de primeiros socorros
Pronto Socorro de referência, após os procedimentos de primeiros - Aplicar compressas frias ou saco de gelo no local da contusão
socorros descritos acima. até que a dor e o inchaço diminuam;
- Os sacos de gelo devem ser sempre envolvidos em tecidos
Objetos encravados no ferimento: como toalhas: nunca aplicá-los diretamente sobre a pele, pois po-
- Caso o objeto (lascas de madeira, pedaços de vidro, ferragens, dem causar queimaduras;
etc.) permaneça encravado no local do ferimento, colocar várias ca- - Se após a ocorrência do trauma houver choro persistente, li-
madas de gaze sobrepostas ou panos limpos ao redor do mesmo, mitação de movimento do membro afetado ou dor intensa no local,
para estabilização do objeto, fixando com esparadrapo. imobilizar e encaminhar ao Pronto Socorro de referência, pois pode
- Jamais remover um objeto encravado. ter ocorrido lesão musculoesquelética não evidente, especialmente
- Encaminhar imediatamente ao Pronto Socorro de referência. nas crianças pequenas.

Quando acionar o Samu 192 ATENÇÃO: sempre que for identificado ferimento na cabeça,
- Se o objeto permanecer encravado em uma região do corpo considerar a possibilidade de TCE e de lesão da coluna cervical. Fe-
onde potencialmente possa ter lesado estruturas ou órgãos impor- rimentos de couro cabeludo em crianças podem provocar hemorra-
tantes (como por exemplo, em crânio, pescoço, tórax, abdome); gias graves, com risco à vida da vítima.
- Caso a vítima permaneça presa a um objeto que não permita
sua locomoção, como por exemplo, em lança de grade de portão Procedimentos de primeiros socorros
ou muro, acionar imediatamente o SAMU 192, comunicando a si- - Não comprimir os ferimentos abertos no couro cabeludo, pois
tuação. existe risco de perfuração da massa encefálica por fragmentos ós-
seos da caixa craniana ou objetos estranhos na superfície do feri-
mento;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Cobrir a lesão com gazes, com posterior enfaixamento da ca- Procedimentos de primeiros socorros nas queimaduras térmi-
beça; cas (por calor)
- Não tentar impedir a saída de líquidos pela orelha ou pelo - Avaliar a segurança da cena;
nariz, mas apenas cobrir com gaze para absorver o fluxo; - Afastar a vítima do agente causador ou o agente da vítima, se
- Encaminhar o escolar para o hospital de referência ou acio- a cena estiver segura;
nar o SAMU 192, conforme orientações do Capítulo sobre “Trauma - Se houver fogo nas roupas, apagar as chamas usando um co-
Cranioencefálico”. bertor ou qualquer tecido grosso;
- Resfriar a área queimada colocando-a sob água corrente fria
Ferimentos na Face por cerca de 10 minutos (ou utilizar compressas com gazes estéreis
Ferimentos na face são importantes devido à permeabilidade umedecidas com água fria ou soro fisiológico, caso a vítima tenha
das vias aéreas, que pode ser comprometida principalmente pela sofrido outros traumas e não possa ser mobilizada);
presença de hemorragia. - CUIDADO com os bebês e crianças pequenas, pois a exposição
Esses ferimentos geralmente são decorrentes de acidentes au- exagerada à água fria pode causar queda da temperatura do corpo
tomobilísticos (sem uso de cinto de segurança, com colisão da face todo (hipotermia);
contra o painel ou parabrisa), queda de bicicleta, agressões, objetos - Expor a área queimada cortando as roupas que não estejam
pontiagudos ou práticas esportivas. aderidas;
- Retirar objetos como anéis, brincos, pulseiras, relógio, etc.
Procedimentos de primeiros socorros desde que não estejam aderidos à pele;
- Não palpar a face se houver trauma local; - Não perfurar bolhas;
- Controlar hemorragias com leve compressão; - Não aplicar qualquer substância (pomadas, cremes, pasta de
- Cobrir os ferimentos com gazes umedecidas com soro fisio- dente, óleos, clara de ovo, etc.) sobre a área queimada;
lógico; - Se houver sangramento ativo, comprimir a área e cuidar das
- Fixar os curativos com bandagens ou faixas envolvendo a outras lesões associadas antes de cobrir a queimadura;
mandíbula e o crânio; - Após o resfriamento, cobrir a área queimada com gazes esté-
- Não tentar retirar objetos de dentro do nariz; reis secas e enfaixar;
- Atenção para a ocorrência de sangramentos ou presença de - Manter o calor corporal com cobertor leve ou manta;
objetos estranhos na boca que possam obstruir as vias aéreas; - Queimaduras de pequenas áreas do corpo: encaminhar o es-
- Objetos encravados na boca e bochecha somente devem ser colar para o Pronto Socorro de referência após os procedimentos
retirados se estiverem causando dificuldade respiratória; descritos acima;
- Encaminhar imediatamente ao Pronto Socorro de referência; - Queimaduras em mãos, pés, face, tórax, região genital e pes-
- Se houver hemorragias importantes ou comprometimento coço: acionar o SAMU 192 e resfriar a área queimada com água fria;
das vias aéreas, ou outros traumas associados, acionar o SAMU 192. - Queimaduras extensas: acionar o SAMU 192 e resfriar com
água fria.
Ferimentos no pescoço
Ferimentos no pescoço podem obstruir total ou parcialmente Queimadura associada a Outros Traumas
as vias aéreas, pela compressão da laringe ou traqueia contra a co- - Acionar o SAMU 192;
luna cervical. - Avaliar a segurança da cena;
- Realizar avaliação inicial da vítima;
Procedimentos de primeiros socorros - Priorizar o atendimento de acordo com o ABCDE: cuidar pri-
- Manter a cabeça fixa; meiro das alterações que ameacem a vida;
- Os ferimentos sangrantes precisam ser controlados por com- - Resfriar a área queimada com compressas frias de gaze estéril,
pressão direta do local. É importante lembrar que a pressão não embebidas em soro fisiológico ou água, para não mobilizar a vítima.
pode ser feita ao mesmo tempo dos dois lados do pescoço, para
não comprometer a circulação do sangue; Queimadura por Produtos Químicos
- Acionar imediatamente o SAMU 192. - Acionar o SAMU 192;
- Avaliar a segurança da cena;
Queimaduras - Realizar a avaliação inicial da vítima;
As queimaduras podem ser classificadas em três graus, de acor- - Cuidar das alterações que ameacem a vida;
do com a profundidade das lesões. As queimaduras de 1º grau são - Tentar identificar o tipo de agente químico e informar a equi-
superficiais e apresentam apenas vermelhidão da pele e dor local. pe do SAMU 192; se possível, o frasco do produto deve ser levado
As de 2º grau caracterizam-se pela formação de bolhas e são muito ao hospital;
dolorosas, enquanto as de 3º grau atingem camadas profundas da - Lavar imediatamente o local da queimadura com grandes vo-
pele e até mesmo outros tecidos mais profundos e caracterizam-se lumes de água corrente; não utilizar neutralizantes para a lavagem
pela coloração esbranquiçada ou enegrecida e por serem indolores. (podem provocar queimaduras adicionais);
A gravidade de uma queimadura é determinada pela extensão - A lavagem deve ser iniciada imediatamente, mantida ininter-
da área atingida, pela profundidade da lesão e pela sua localização, ruptamente até a chegada do SAMU 192 e continuada durante o
além da idade da criança. trajeto, até a chegada ao hospital;
- Os produtos em pó (como cal) devem ser escovados e total-
mente removidos antes da lavagem;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Retirar roupas e sapatos que foram atingidos pelo produto Procedimentos de Primeiros Socorros
ou caso haja possibilidade da água com produto químico atingi-los
durante a lavagem, exceto se estiverem aderidos à pele. Procedimentos Gerais
- Retirar a vítima rapidamente da água, preferencialmente em
Queimadura por Inalação posição vertical (a cabeça deve estar sempre acima do nível do cor-
Pode ocorrer por inalação de fumaça ou de gases ou vapores po);
aquecidos. - Removê-la para um lugar seco;
Esses produtos podem provocar lesões nas vias aéreas, cau- - Avaliar o nível de consciência;
sando dificuldade respiratória, tosse, rouquidão e até a morte da - Avaliar o padrão respiratório: dificuldade para respirar, pre-
vítima. sença de tosse, presença de espuma na boca ou nariz, ausência de
respiração;
Procedimentos de primeiros socorros - Aquecer a vítima.
- Acionar o SAMU 192;
- Avaliar a segurança da cena; Vítima Consciente
- Se a cena estiver segura, retirar rapidamente a vítima do am- - Se a vítima estiver consciente, colocá-la inicialmente deitada
biente e colocá-la em local arejado; de costas, com a cabeça elevada;
- Realizar a avaliação inicial da vítima; - Se estiver respirando normalmente, sem dificuldades, virá-la
- Cuidar das alterações que ameacem a vida; de lado (preferencialmente do lado esquerdo), pois poderão ocor-
- Para a vítima consciente, sem outros traumas associados, pre- rer vômitos;
ferir a posição sentada; - Encaminhar imediatamente para o hospital de referência todo
- Aquecer a vítima. escolar que for vítima de submersão, mesmo que esteja consciente;
- Se houver suspeita de trauma raquimedular, estabilizar a co-
Afogamento luna.
Afogamento é definido como a morte decorrente de sufocação
por imersão na água. ATENÇÃO: não devem ser realizadas manobras de compressão
A prevenção constitui a mais poderosa intervenção para evitar abdominal como tentativa de retirar água dos pulmões, pois estas,
a maior parte dessas ocorrências. Crianças devem estar sob super- além de ineficazes, aumentam muito os riscos de lesões e de
visão constante de adultos quando estiverem próximas ou dentro ocorrência de vômitos.
das piscinas nas escolas e não deve ser permitido que crianças ou
adolescentes mergulhem nas piscinas. Vítima Inconsciente
O afogamento pode ser um evento secundário, decorrente de - Acionar o SAMU 192;
outro tipo de ocorrência, como por exemplo: o mergulho em água - Realizar a abertura das vias aéreas;
de pouca profundidade pode causar trauma de crânio ou da coluna - Checar a respiração: VER, OUVIR e SENTIR;
cervical, podendo levar à perda da consciência dentro da água e ao - Se respiração ausente: oferecer 2 ventilações de resgate efeti-
afogamento; a ocorrência de uma convulsão dentro da água pode vas (que elevem o tórax);
provocar a perda da consciência e afogamento. - Se não voltar a respirar espontaneamente, iniciar compres-
Estatisticamente é mais comum a ocorrência de afogamentos sões torácicas;
em crianças de até quatro anos, no sexo masculino e nos portado- - Realizar ciclos de compressões torácicas e ventilações;
res de convulsões. - Manter as manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP)
até a chegada do SAMU 192 ou até que a vítima apresente movi-
Reconhecimento da Situação mentos espontâneos.
A vítima que está se afogando encontra-se tipicamente em po-
sição vertical, com os braços estendidos lateralmente, batendo-se Intoxicações
dentro da água. Pode submergir e emergir a cabeça diversas vezes, As intoxicações podem ocorrer principalmente por ingestão de
enquanto está lutando para manter-se acima da superfície da água. produtos de limpeza, medicamentos ou plantas, pelo contato com
A criança geralmente resiste por 10 a 20 segundos nesta luta, en- gases tóxicos ou fumaça, ou pelo contato da pele com produtos quí-
quanto os adolescentes podem resistir por até 60 segundos, até a micos tóxicos.
imersão total. A vítima geralmente é incapaz de gritar por socorro Deve-se sempre procurar identificar qual foi o produto ingerido
pois, instintivamente, respirar é sua prioridade. ou que entrou em contato com a pele, a quantidade de produto in-
Deve-se ter cuidado para não confundir esta situação com uma gerido, o horário da ocorrência e as reações que a vítima está apre-
brincadeira do escolar dentro da água e deixar de reconhecer pre- sentando (vômito, diarreia, dores abdominais, etc.).
cocemente sua gravidade.
Na criança o afogamento pode ser silencioso, ou seja, não apre- ATENÇÃO: toda criança ou adolescente vítima de intoxicação
sentar o cenário típico descrito acima. É comum a descrição de uma deve ser imediatamente encaminhada ao pronto socorro de refe-
criança que está flutuando e subitamente fica imóvel ou daquela rência.
que está nadando na superfície, mergulha na água e não retorna
à superfície, sem apresentar qualquer sinal de luta dentro d’água. Procedimentos de primeiros socorros
- Avaliar a segurança da cena do acidente;
- Realizar a avaliação inicial da vítima;
- Cuidar das alterações que ameacem a vida;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Proceder de acordo com o tipo de acidente, conforme descri- ATENÇÃO: ao socorrer uma vítima de choque elétrico é impor-
ção abaixo: tante a avaliação prévia da cena do acidente, para que a pessoa que
vai socorrer não se transforme em outra vítima.
Ingestão de produtos químicos, plantas ou medicamentos
- Não dar alimentos ou líquidos (inclusive leite) para a criança; Dessa forma, devem ser rigorosamente observadas as REGRAS
- Não tentar provocar vômito; DE SEGURANÇA:
- Encaminhar imediatamente ao Pronto Socorro de referência; - Certificar-se de que a vítima esteja fora da corrente elétrica
- Se possível, levar o produto ingerido ao Pronto Socorro; antes de iniciar o atendimento;
- Se não houver possibilidade de remover o escolar rapidamen- - Não tocar na vítima até que esta esteja separada da corrente
te para o Pronto Socorro, acionar o SAMU 192, comunicando o pro- elétrica;
duto ingerido. - Se a vítima ainda estiver em contato com a corrente elétrica
(fio ou tomada), desligar a chave geral ou retirar o fio da tomada;
Inalação de gases tóxicos ou fumaça - No entorno da escola, se a vítima estiver em contato ou pró-
- Avaliar a segurança da cena; xima dos fios de alta tensão, não se aproximar e acionar imediata-
- Se não houver risco para o socorrista, retirar imediatamente mente a Eletropaulo para as providências de interrupção da corren-
o escolar do ambiente contaminado e colocá-lo em local arejado; te elétrica.
- Realizar a avaliação inicial da vítima;
- Se possível, retirar as roupas do escolar, pois frequentemente Procedimentos de Primeiros Socorros
estas estão contaminadas; - Imediatamente após a interrupção da corrente elétrica, iniciar
- Encaminhar imediatamente ao Pronto Socorro de referência o atendimento da vítima;
se o escolar estiver consciente; - Realizar a avaliação inicial de acordo com o ABCDE;
- Se o escolar estiver inconsciente ou não houver possibilidade - Manter a permeabilidade das vias aéreas;
de removê-lo rapidamente para o Pronto Socorro, acionar o SAMU - Cuidar das situações que ameacem a vida;
192; - Cuidar das queimaduras: procurar pelas queimaduras das re-
- Estar preparado para iniciar manobras de Ressuscitação Car- giões de entrada e de saída da corrente elétrica;
diopulmonar (RCP) se necessário. - Se o choque ocorreu em tomadas ou fios de baixa tensão e
a vítima estiver consciente e com respiração normal, encaminhá-
Contato de produtos químicos tóxicos com a pele -la imediatamente ao Pronto Socorro de referência para avaliação
- Avaliar a segurança da cena; médica;
- Realizar a avaliação inicial da vítima; - Se a vítima apresentar alterações da respiração ou do estado
- Retirar roupas e sapatos que foram atingidos pelo produto de consciência, acionar imediatamente o SAMU 192;
químico ou que possam ser atingidos durante a lavagem;
- Lavar imediatamente o local em água corrente, com grandes ATENÇÃO: todo escolar que sofreu choque elétrico deve ser
volumes de água, por pelo menos 20 minutos; não utilizar neutrali- encaminhado ao pronto socorro de referência.
zantes para a lavagem, pois estes podem provocar lesões adicionais;
- Os produtos em pó devem ser escovados antes da lavagem; Choques com fios de alta tensão
- Encaminhar, imediatamente após a lavagem, ao Pronto Socor- - Avaliar a segurança da cena;
ro de referência; - Acionar o SAMU 192;
- Se não houver possibilidade de remover o escolar rapidamen- - Iniciar o atendimento da vítima somente quando a cena esti-
te para o Pronto Socorro, acionar o SAMU 192 enquanto é realizada ver segura;
a lavagem; - Neste tipo de choque elétrico pode ocorrer parada cardiorres-
piratória e queimaduras graves;
Choque Elétrico - Se necessário, iniciar as manobras RCP;
Acidentes relacionados à corrente elétrica são potencialmente - Cuidar das queimaduras: procurar pelas queimaduras das re-
graves, podendo provocar queimaduras graves, alterações do fun- giões de entrada e de saída da corrente elétrica;
cionamento do coração (até parada cardíaca), além de alterações - Atenção para possíveis traumas associados no caso da víti-
pulmonares, neurológicas, musculoesqueléticas e outras. ma ter sido arremessada à distância – estabilizar manualmente a
São mais frequentes as queimaduras resultantes do contato coluna.
direto com a fonte de eletricidade. A vítima que recebe a descarga
elétrica pode apresentar lesão externa mínima, superficial; entre- ATENÇÃO: devem ser colocados protetores em todas as toma-
tanto, pode sofrer danos internos extensos, decorrentes das altas das elétricas, especialmente nas creches.
temperaturas provocadas pela corrente elétrica, que queima os ór-
gãos e tecidos que estiverem no seu trajeto. Acidentes com Animais
Choques elétricos com fios de alta tensão são extremamen- Os principais acidentes relacionados a animais são as mordedu-
te graves e frequentemente fatais. Ocorrem geralmente quando ras ou arranhaduras de animais domésticos e silvestres e as picadas
a criança ou adolescente sobe em muros ou lajes para pegar uma e outros acidentes por animais peçonhentos (aranhas, escorpiões,
pipa enroscada nos fios ou se esses fios se rompem e caem ao chão. marimbondos, abelhas, formigas, lagartas e cobras).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

As mordeduras, tanto por animais domésticos (cães, gatos) - Não tentar retirar o veneno e não realizar sucção do ferimen-
como silvestres (raposas, morcegos, gambás, etc.) podem transmi- to;
tir a raiva e, além disso, os ferimentos decorrentes podem infec- - No caso de picadas por mais de dez abelhas ou marimbondos,
tar-se pelos microorganismos próprios da flora bacteriana da boca encaminhar o escolar para o Pronto Socorro de referência;
desses animais causando infecções na pele. - No caso de picada por abelhas, formigas ou marimbondos,
Além da mordedura, as arranhaduras e a saliva, embora com mesmo que seja única, em que o escolar apresente tosse, chiado
frequência muito menor, também podem transmitir a raiva. A arra- no peito, rouquidão, olhos inchados ou dificuldade respiratória, en-
nhadura do gato pode ainda transmitir outras doenças (doença da caminhá-lo imediatamente ao Pronto Socorro de referência, pois
arranhadura do gato). pode estar apresentando uma reação alérgica grave;
- Nos acidentes com cobras, aranhas e escorpiões, procurar não
Procedimentos de Primeiros Socorros perder tempo com a lavagem dos ferimentos ou outras medidas e
remover a vítima imediatamente para o Pronto Socorro de referên-
Mordedura de animais cia;
- Avaliar a segurança da cena; - Não garrotear o membro afetado;
- Realizar a avaliação inicial da vítima; - Tentar saber qual foi o animal causador do acidente;
- Cuidar inicialmente das situações que ameacem a vida; - Se houver uma pessoa que saiba como fazer com seguran-
- Realizar a lavagem imediata e abundante dos ferimentos com ça e sem riscos, tentar capturar o animal (colocando-o em frasco
água corrente e sabão; lacrado) para levá-lo ao Pronto Socorro para o qual a vítima foi en-
- Cobrir os ferimentos com gazes (ou, na falta destas, com pa- caminhada.
nos limpos) e enfaixar;
- Se houver sangramento abundante, comprimir o local e, a Urgências Odontológicas
seguir, enfaixar com compressão, com cuidado para não garrotear; As urgências odontológicas caracterizam-se por dor espontâ-
- Nos casos de ferimentos pequenos, superficiais, com pouco nea e intensa.
sangramento, encaminhar o escolar para a Unidade Básica de Saú- Podem ser acompanhadas de inchaço na face, como conse-
de de referência para avaliação médica; quência de processos infecciosos (abscesso ou fístula). Outra si-
- Em casos de ferimentos extensos, profundos ou com sangra- tuação caracterizada como urgência odontológica é a hemorragia
mento profuso, encaminhar o escolar para o Pronto Socorro de re- pós-cirúrgica ou consequente a trauma. Nestas situações, deve-se
ferência; procurar transmitir segurança e acalmar o escolar para que se recu-
- Atenção para a situação vacinal do escolar contra o tétano: pere do susto.
verificar juntamente com a UBS de referência;
- Colaborar com as equipes de saúde no sentido de orientar os Procedimentos de primeiros socorros
donos do animal que o mesmo deve ser mantido confinado e em Os procedimentos de primeiros socorros nas principais urgên-
observação por 10 dias e de checar a situação vacinal do animal cias odontológicas são:
contra raiva;
- Caso a escola tenha conhecimento de que não foi possível a Dor de dente
manutenção da observação do animal por 10 dias, deve comunicar - Enxaguar a boca;
a UBS de referência. - Passar o fio dental para remover restos alimentares entre os
dentes;
Arranhaduras - Não aplicar nada quente no dente ou bochecha e não colocar
- Realizar a lavagem imediata e abundante dos ferimentos com qualquer remédio no dente ou na gengiva;
água corrente e sabão; - Encaminhar imediatamente ao cirurgião dentista da UBS ou
- Cobrir os ferimentos com gazes (ou, na falta destas, com pa- do Pronto Socorro de referência.
nos limpos) e enfaixar - ver orientações do Capítulo “Ferimentos”;
- Encaminhar o escolar para a Unidade Básica de Saúde de refe- Objeto preso entre os dentes
rência para avaliação médica; - Tentar remover o objeto com o fio dental;
- Atenção para a situação vacinal do escolar contra o tétano: - Guiar o fio dental com muito cuidado para evitar que a gengi-
verificar juntamente com a UBS de referência; va seja machucada;
- Colaborar com as equipes de saúde no sentido de orientar os - Não tentar remover o objeto com faca, palito ou outro instru-
donos do animal que o mesmo deve ser mantido confinado e em mento pontiagudo;
observação por 10 dias e de checar a situação vacinal do animal - Se não conseguir remover, levar ao cirurgião dentista da UBS
contra raiva; ou Pronto Socorro de referência.
- Caso a escola tenha conhecimento de que não foi possível a
manutenção da observação do animal por 10 dias, deve comunicar Perda do dente de leite (dente decíduo) por trauma
a UBS de referência. O acolhimento é essencial para acalmar a criança do susto. O
dente decíduo ou dente de leite nunca deverá ser reimplantado.
Picadas de animais peçonhentos
- Avaliar a segurança da cena; Procedimentos de primeiros socorros
- Realizar a avaliação inicial da vítima; - Limpar a região afetada com água ou soro fisiológico;
- Cuidar das situações que ameacem a vida; - Orientar a criança a morder um rolete de gaze;
- Realizar a lavagem dos ferimentos com água corrente e sabão; - Aplicar compressa com gelo se houver inchaço;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Encaminhar imediatamente ao cirurgião dentista da UBS ou Procedimentos de primeiros socorros


do Pronto Socorro de referência. - Examinar os dentes para avaliar se foram afetados/ abalados;
- Aplicar compressa com gelo sobre o local;
Perda do dente permanente por trauma - Orientar quanto ao cuidado com os movimentos da língua no
- Tentar localizar o dente; sentido de não abalar ainda mais os dentes afetados;
- Se o dente for encontrado, segure-o pela coroa, nunca pela - Encaminhar imediatamente ao cirurgião dentista da UBS ou
raiz; do Pronto Socorro de referência.
- Se necessário, lave o dente com soro fisiológico ou em água
corrente, para remover a presença de corpos estranhos e bactérias. Presença de abscesso ou fístula
Não esfregue a raiz durante a limpeza e não utilize qualquer agente O escolar com inchaço na face ou na região interna da cavidade
de limpeza (sabão, detergente, etc.), o que pode comprometer o bucal, sobre a gengiva, necessita de pronto atendimento.
sucesso do reimplante;
- Se possível, reponha o dente no local (reimplante-o) imedia- Procedimentos de primeiros socorros
tamente, introduzindo-o na cavidade, observando a posição correta - Orientar bochechos com água morna;
em relação aos outros dentes e sem fazer muita pressão; - Não fazer compressa quente;
- Se não for possível reimplantar, colocar e manter o dente em - Evitar aquecimento local externo;
frasco com água, soro fisiológico ou leite, até o momento do reim- - Evitar exposição ao sol;
plante; - Encaminhar imediatamente ao cirurgião dentista da UBS ou
- Se o dente não for recuperado no local do acidente, orientar do Pronto Socorro de referência.
para alguém retornar e procurar o dente. Quando for encontrado,
proceder como descrito anteriormente para a implantação do mes- Fratura de dente por trauma
mo; - Colocar o fragmento do dente em soro fisiológico ou água e
- Quanto mais rápido ocorrer o reimplante, maior a possibili- levar ao cirurgião dentista;
dade de êxito; - Se houve trauma de mucosa, fazer imediatamente compressa
- Aplicar compressa com gelo se houver inchaço; com gelo;
- Verificar a vacinação contra o tétano; - Encaminhar imediatamente ao cirurgião dentista da UBS ou
- Encaminhar imediatamente ao cirurgião dentista da UBS ou do Pronto Socorro de referência.
do Pronto Socorro de referência.
Presença de hemorragia pós-cirúrgica ou traumática
Deslocamento do dente por trauma - Fazer compressão com gaze;
O deslocamento pode ser lateral, para dentro do alvéolo (afun- - Fazer compressa com gelo se houver inchaço;
damento do dente) ou para fora do alvéolo sem, contudo, sair to- - Encaminhar imediatamente ao cirurgião dentista da UBS ou
talmente. do Pronto Socorro de referência.

Procedimentos de primeiros socorros ATENÇÃO: ao realizar as compressas com gelo, sempre envol-
- deslocamento lateral: com uma gaze fazer o realinhamento ver o saco de gelo em tecidos, não permitindo o contato direto do
imediato para evitar a formação de coágulo; mesmo com a pele, para evitar queimaduras.
- deslocamento para fora do alvéolo: fazer o realinhamento
imediato;
- deslocamento para dentro do alvéolo: não deve ser feito ne- QUESTÕES
nhum procedimento no sentido de reposicionar o dente.

EM TODAS AS SITUAÇÕES ACIMA, APLICAR COMPRESSA DE 1. (IESES/2015 - IFC-SC) O período que marca a Educação In-
GELO SE HOUVER INCHAÇO E ENCAMINHAR IMEDIATAMENTE PARA fantil é de extrema importância para o desenvolvimento dos as-
O CIRURGIÃO DENTISTA DA UBS OU DO PRONTO SOCORRO DE RE- pectos cognitivo, afetivo, social e motor da criança. Neste sentido,
FERÊNCIA. marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas:
( ) Nesse período, é necessário ver a criança como um ser
Corte de Lábio / Língua / Mucosa Oral fragmentado que se desenvolve mediante a capacidade de arma-
O ferimento é acompanhado de sangramento abundante, le- zenar e acumular informações.
vando à necessidade de maior atenção. ( ) Na infância, se faz necessário o envolvimento da criança
com as atividades envolvendo o movimento, o viver o brinquedo,
Procedimentos de primeiros socorros sentir as emoções do jogar, arriscar-se, experimentar e conseguir.
- Limpar o local com água ou soro fisiológico; ( ) Na Educação Infantil, as possibilidades de trabalho do pro-
- Aplicar compressa de gelo e comprimir (apertar) bastante; fessor devem estar voltadas para a vinculação do movimento com
- Encaminhar imediatamente ao Pronto Socorro de referência intenções, raciocínio e planos de ações elaborados, em que são
utilizadas atividades com significado, com o concreto, com o real,
Contusão na face com repercussão nos dentes com o interesse daquele que é o foco do trabalho, ou seja, o alu-
Deve-se acalmar o escolar do susto e avaliar a extensão do no.
trauma.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

( ) Na Educação Infantil, os jogos devem ser um passatempo 5. Os momentos das refeições constituem uma prática social
para a criança e não uma rotina, pois é necessário nos primeiros e cultural que precisa ser aprendida e realizada com autonomia
anos da infância, a aquisição de comportamentos relativos à roti- pelas crianças. Na pré-escola, são práticas pedagógicas importan-
na rígida. tes a serem desenvolvidas no momento das refeições, EXCETO:
A sequência correta é: (A) Utilizar o alimento como prêmio, distração ou recompensa,
(A) F, F, V, F. forçando a criança, quando se recusar a comer.
(B) V, V, V, V. (B) Permitir que a criança se alimente sozinha, orientando-a
(C) F, V, V, F. como fazer e não a reprimindo quando derramar ou espalhar
(D) F, F, F, F. os alimentos.
(C) Propiciar que a criança socialize através do ato de alimen-
2. (CESPE/2018- ABIN) A questão não é mais discutir a inser- tar-se.
ção ou não de tecnologias da informação e comunicação na edu- (D) Respeitar o ritmo alimentar, estimulando a mastigar bem
cação, mas a sua apropriação pelos sujeitos pedagógicos (alunos os alimentos.
e professores), para contribuir com a melhoria da qualidade dos
processos educativos e, consequentemente, da aprendizagem. 6. Sobre desenvolvimento e aprendizagem nos primeiros
Com relação a esse assunto, julgue o item que se segue. anos de vida tem-se as seguintes afirmações:
Iniciativas educacionais e culturais têm procurado minimizar a I. Para entender as aquisições que os meninos e as meninas
discrepância no acesso às tecnologias da informação e comunica- podem fazer no decorrer dos anos da educação infantil, convém
ção por meio da utilização das mídias nos processos educacionais. definir como consideramos o processo de aprendizagem das
( ) CERTO crianças e, também, as relações que podemos verificar entre a
( ) ERRADO aprendizagem e o desenvolvimento.
II. O desenvolvimento refere-se ao crescimento que corres-
3. (CETAP/2016 - Prefeitura de São João de Pirabas/PA) Anali- ponderia basicamente aos aspectos biológicos, físicos e evoluti-
se as duas asserções a respeito da brincadeira na Educação Infan- vos das pessoas, ou seja, às mudanças quantitativas como alonga-
til e marque a alternativa CORRETA. mento dos ossos e aumento de peso corporal.
Uma atividade irrelevante para a criança de 0 a 5 anos é a III. Crescimento, maturação e desenvolvimento são conceitos
brincadeira. ligados às mudanças nos componentes físicos, mental, emocional
PORQUE e social do indivíduo que influenciam a aprendizagem
Brincar dá à criança oportunidade para- imitar o conhecido e IV. A aprendizagem se refere aos processos mediante os quais
para construir o novo, conforme ela reconstrói o cenário necessá- mudamos condutas, maneiras de agir e de responder, incorpora-
rio para que sua fantasia se aproxime ou se distancie da realidade mos novos conhecimentos, valores e habilidades que são próprias
vivida, assumindo personagens e transformando objetos pelo uso da cultura e da sociedade em que vivemos.
que deles faz. Analisando as afirmações apresentadas, é correto afirmar
(A) A primeira é uma asserção falsa e a segunda é verdadeira. que:
(B) A primeira é uma asserção verdadeira e a segunda é falsa. (A) Apenas I, III e IV estão corretas
(C) As duas são asserções falsas, ainda que apresentem temá- (B) Apenas I e II estão corretas
tica semelhante. (C) Apenas III e IV estão corretas
(D) As duas são proposições verdadeiras e a segunda é uma (D) Apenas II e III estão corretas
justificativa correta da primeira.
(E) As duas são proposições verdadeiras, mas a segunda não é 7. Assinale a alternativa com o que não é correto afirmar so-
uma justificativa da primeira. bre a rotina na organização do tempo pedagógico na Educação
Infantil.
4. (SHDIAS/2015 - Prefeitura de São Manuel/SP) Sobre o ato (A) A rotina representa a estrutura sobre a qual será organizado
de brincar não podemos afirmar: o tempo didático.
(A) À criança estará resolvendo conflitos e hipóteses de conhe- (B) O tempo educativo deve seguir uma sequência fixa de ativi-
cimento e, ao mesmo tempo, desenvolvendo a capacidade de dades padronizadas.
compreender pontos de vista diferentes, de fazer-se entender (C) A rotina proporciona antecipações e organiza o dia a dia da
e de demonstrar sua opinião em relação aos outros. : criança e do educador.
(B) É importante perceber e incentivar a capacidade criadora (D) A rotina deve envolver os cuidados, as brincadeiras e as si-
das crianças, pois esta se constitui numa das formas de rela- tuações de aprendizagens.
cionamento e recriação do mundo, na perspectiva da lógica (E) A organização do cotidiano deve se estruturar em função
infantil. das necessidades da criança.
(C) Faz parte de uma aprendizagem prazerosa não sendo so-
mente lazer, mas sim, um ato de aprendizagem. 8. (FUNDATEC - Agente de Apoio - Prefeitura de Foz do Igua-
(D) Proporciona a criança estabelecer regras constituídas por çu/PR) Segundo a Organização Mundial de Saúde (OSM), a saúde é
si e em grupo, contribuindo na não integração do indivíduo na entendida como um estado de:
sociedade. (A) Normalidade do funcionamento do organismo humano.
(B) Paz e segurança.
(C) Completo bem-estar, isso significa estar bem nos aspectos
físico, mental e social.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

(D) Bem-estar, no aspecto físico. IV. Se a criança for mordida por um cão, deve-se lavar o local
(E) Ausência de doença ou enfermidade. com água e sabão, conter o sangue e cobrir com gaze. Em seguida,
encaminhar a criança ao posto de saúde para avaliação da neces-
9. . (FUNDATEC - Agente de Apoio - Prefeitura de Foz do sidade de tomar vacina contra tétano e profilaxia contra raiva.
Iguaçu/PR) As ações que praticamos para manter a saúde física e Estão corretos os procedimentos
mental e prevenir doenças formam, em seu conjunto, aquilo que, (A) I, II, III e IV.
de modo simplificado, se pode chamar de higiene. Com base nessa (B) I e II, apenas.
informação, analise as seguintes assertivas em relação ao que (C) I, II e IV, apenas.
devemos fazer para manter nossa higiene em dia: (D) I, III e IV, apenas.
I. Usar sempre roupas limpas. (E) II, III e IV, apenas.
II. Usar calçados adequados.
III. Manter as mãos sempre limpas e as unhas curtas. 12. (UFES - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO) EM RELA-
IV. Tomar banho diariamente. ÇÃO AO TRABALHO EM EQUIPE E ÀS RELAÇÕES INTERPES-
Quais estão corretas? SOAIS, É INCORRETO AFIRMAR:
(A) Apenas I. (A) O desenvolvimento de equipes é um processo contínuo, po-
(B) Apenas III. dendo ser necessário enfatizá-lo em determinados momentos.
(C) Apenas II e IV. (B) A coesão da equipe e a motivação de seus integrantes são
(D) Apenas I, II e IV. duas forças estreitamente correlacionadas.
(E) I, II, III e IV. (C) A primeira condição para a eficácia no trabalho de um grupo
é a comunicação.
10. O trabalho pedagógico com a Ética na sala de aula visa o (D) Em um grupo de alto desempenho, clareza de objetivos,
desenvolvimento da autonomia moral, fundamental para que os coesão, organização e comunicação são os principais fatores
alunos possam compreender e atuar de maneira crítica diante dos críticos de desempenho.
valores e regras sociais, conhecendo e elegendo princípios, e pau- (E) A principal característica de uma equipe eficaz é a sinergia, a
tando-se por eles. Esse tipo de trabalho deve ter como objetivo: capacidade de seus integrantes de trabalharem coletivamente,
(A) Perceber a importância de um ambiente de escuta para que produzindo um resultado maior que a simples soma de suas
nenhum aluno converse e todos fiquem atentos. contribuições individuais.
(B) O reconhecimento de que as atitudes das pessoas precisam
ser pautadas por princípios de respeito, justiça, solidariedade 13. (CS/UFG - Assistente de Alunos - IF/GO) Em caso de aci-
e diálogo, que devem estar expressos na ação cotidiana da es- dente envolvendo aluno, as ações de primeiros socorros devem
cola. priorizar os sinais vitais com base na observação das seguintes al-
(C) Ensinar bons modos e fazer um discurso sobre as regras pu- terações:
nitivas da escola. (A) falta de respiração, falta de circulação (pulso ausente), he-
(D) Ensinar aos alunos uma lista de preceitos morais e um con- morragia abundante; perda dos sentidos (ausência de consci-
junto de proibições. ência).
(B) lesão na pele, hemorragia, sangramento periférico, perda
11. Os primeiros socorros para as crianças de 0 a 5 anos de dos sentidos (audição e tato).
idade se relacionam com os acidentes comuns nessa fase. O so- (C) dilatação da pupila, perda dos sentidos (ausência de consci-
corro de emergência não é um tratamento médico, mas sim uma ência), palidez, sudorese inferior.
ação de tomada de decisão que melhor se aplica à criança aci- (D) sangramento periférico, respiração ofegante, falta de circu-
dentada. Para que o tratamento de emergência seja eficiente, o lação (pulso ausente), cefaleia.
primeiro passo é o professor manter a calma e assumir o controle
da situação, tranquilizando a criança e afastando-a da fonte de 14. (FUNIVERSA - Assistente de Alunos - IF/AP) Considerando
perigo, caso essa remoção não ofereça maiores danos à criança os primeiros socorros em ambiente escolar, assinale a alternativa
acidentada. Acerca do exposto, analise cada uma das situações que apresenta os quatro sinais vitais que informam a respeito do
apresentadas e os procedimentos adotados quanto aos primeiros estado da vítima.
socorros. (A) pulsação, glicemia, pressão e temperatura
I. Se a criança apresentar um corte superficial na perna deve- (B) pressão, consciência, glicemia e pulsação
-se levantar o membro ferido, fazer uma pequena pressão no local (C) glicemia, consciência, respiração e coloração da pele
com um gaze e quando o sangue estiver contido, pode-se lavar o (D) respiração, pulsação, temperatura e consciência
local com água e sabão. (E) pressão, glicemia, respiração e coloração da pele
II. Se a criança sofrer uma queda deve-se colocar gelo no local
para evitar o inchaço ou formação de hematomas. É importante 15. (FUNIVERSA - Assistente de Alunos - IF/AP) Com relação
observar se o local apresenta inchaço ou se a criança queixa-se de aos casos de traumatismo dentário, assinale a alternativa correta.
dores para avaliar a necessidade de encaminhamento ao posto (A) Quando o dente apresentar movimento, deve-se enxaguar
de saúde. a boca com água morna para remover o sangue ou outro tipo
III. Se a criança for picada por escorpião, deve-se retirar o fer- de sujeira e colocar uma gaze enrolada no local.
rão, lavar o local com água e sabão ficar atento ao local da ferroa- (B) Quando o dente estiver quebrado, deve-se levar o pedaço
da, pois pode provocar alergia e coceira na criança. do dente até o dentista.
(C) Quando o dente estiver quebrado, deve-se colocar o peda-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ço do dente dentro de um copo com água fria. ______________________________________________________


(D) Quando o dente cair, deve-se enxaguar a boca, sem friccio-
nar, com água e sabão. ______________________________________________________
(E) Quando o dente cair, deve-se morder uma gaze com firmeza
para manter o dente na cavidade e procurar imediatamente o ______________________________________________________
dentista.
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GABARITO
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1 C
2 CERTO ______________________________________________________
3 A ______________________________________________________
4 D
______________________________________________________
5 A
6 A ______________________________________________________

7 B ______________________________________________________
8 C
______________________________________________________
9 E
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10 B
11 C ______________________________________________________
12 C ______________________________________________________
13 A
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14 D
15 B ______________________________________________________

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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

SISTEMA OPERACIONAL MICROSOFT WINDOWS

WINDOWS XP

O Windows XP é um sistema operacional desenvolvido pela Microsoft. Sua primeira versão foi lançada em 2001, podendo ser
encontrado na versão Home (para uso doméstico) ou Professional (mais recursos voltados ao ambiente corporativo).
A função do XP consiste em comandar todo o trabalho do computador através de vários aplicativos que ele traz consigo, oferecendo
uma interface de interação com o usuário bastante rica e eficiente.
O XP embute uma porção de acessórios muito úteis como: editor de textos, programas para desenho, programas de entretenimento
(jogos, música e vídeos), acesso â internet e gerenciamento de arquivos.

Inicialização do Windows XP.

Ao iniciar o Windows XP a primeira tela que temos é tela de logon, nela, selecionamos o usuário que irá utilizar o computador1.

Tela de Logon.
1 https://docente.ifrn.edu.br/moisessouto/disciplinas/informatica-basica-1/apostilas/apostila-windows-xp/view
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ao entrarmos com o nome do usuário, o Windows efetuará o Logon (entrada no sistema) e nos apresentará a área de trabalho
Área de Trabalho

Área de trabalho do Windows XP.

Na Área de trabalho encontramos os seguintes itens:

Ícones
Figuras que representam recursos do computador, um ícone pode representar um texto, música, programa, fotos e etc. você
pode adicionar ícones na área de trabalho, assim como pode excluir. Alguns ícones são padrão do Windows: Meu Computador, Meus
Documentos, Meus Locais de Rede, Internet Explorer.

Alguns ícones de aplicativos no Windows XP.

Barra de tarefas
A barra de tarefas mostra quais as janelas estão abertas neste momento, mesmo que algumas estejam minimizadas ou ocultas sob
outra janela, permitindo assim, alternar entre estas janelas ou entre programas com rapidez e facilidade.
A barra de tarefas é muito útil no dia a dia. Imagine que você esteja criando um texto em um editor de texto e um de seus colegas lhe
pede para você imprimir uma determinada planilha que está em seu micro. Você não precisa fechar o editor de textos.
Apenas salve o arquivo que está trabalhando, abra a planilha e mande imprimir, enquanto imprime você não precisa esperar que a
planilha seja totalmente impressa, deixe a impressora trabalhando e volte para o editor de textos, dando um clique no botão correspondente
na Barra de tarefas e volte a trabalhar.

Barra de tarefas do Windows XP.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Botão Iniciar
É o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá acesso ao Menu Iniciar, de onde se pode acessar outros menus que, por sua vez,
acionam programas do Windows. Ao ser acionado, o botão Iniciar mostra um menu vertical com várias opções.

Botão Iniciar.

Alguns comandos do menu Iniciar têm uma seta para a direita, significando que há opções adicionais disponíveis em um menu
secundário. Se você posicionar o ponteiro sobre um item com uma seta, será exibido outro menu.
O botão Iniciar é a maneira mais fácil de iniciar um programa que estiver instalado no computador, ou fazer alterações nas configurações
do computador, localizar um arquivo, abrir um documento.

Menu Iniciar

Menu Iniciar.

O botão iniciar pode ser configurado. No Windows XP, você pode optar por trabalhar com o novo menu Iniciar ou, se preferir, configurar
o menu Iniciar para que tenha a aparência das versões anteriores do Windows (95/98/Me). Clique na barra de tarefas com o botão direito
do mouse e selecione propriedades e então clique na guia menu Iniciar.
Esta guia tem duas opções:
• Menu iniciar: oferece a você acesso mais rápido a e-mail e Internet, seus documentos, imagens e música e aos programas usados
recentemente, pois estas opções são exibidas ao se clicar no botão Iniciar. Esta configuração é uma novidade do Windows XP
• Menu Iniciar Clássico: Deixa o menu Iniciar com a aparência das versões antigas do Windows, como o Windows ME, 98 e 95.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Propriedades de Barra de tarefas e do Menu Iniciar.

Todos os programas
O menu Todos os Programas, ativa automaticamente outro submenu, no qual aparecem todas as opções de programas. Para entrar
neste submenu, arraste o mouse em linha reta para a direção em que o submenu foi aberto. Assim, você poderá selecionar o aplicativo
desejado. Para executar, por exemplo, o desfragmentador de disco, basta posicionar o ponteiro do mouse sobre a opção Acessórios. O
submenu Acessórios será aberto. Então aponte para Ferramentas de Sistemas e depois para Desfragmentador de disco.

Todos os programas.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Desligando o Windows XP

Clicando-se em Iniciar, desligar, teremos uma janela onde é possível escolher entre três opções:
• Hibernar: clicando neste botão, o Windows salvará o estado da área de trabalho no disco rígido e depois desligará o computador.
Desta forma, quando ele for ligado novamente, a área de trabalho se apresentará exatamente como você deixou, com os programas e
arquivos que você estava usando, abertos.
• Desativar: desliga o Windows, fechando todos os programas abertos para que você possa desligar o computador com segurança.
- Reiniciar: encerra o Windows e o reinicia.
Acessórios do Windows
O Windows XP inclui muitos programas e acessórios úteis. São ferramentas para edição de texto, criação de imagens, jogos, ferramentas
para melhorar a performance do computador, calculadora e etc.

Acessórios Windows XP.

Meu Computador
No Windows XP, tudo o que você tem dentro do computador – programas, documentos, arquivos de dados e unidades de disco, por
exemplo – torna-se acessível em um só local chamado Meu Computador.
O Meu computador é a porta de entrada para o usuário navegar pelas unidades de disco (rígido, flexíveis e CD-ROM).

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Tela exibida ao clicar no ícone Meu Computador.

Windows Explorer
O Windows Explorer tem a mesma função do Meu Computador: Organizar o disco e possibilitar trabalhar com os arquivos fazendo,
por exemplo, cópia, exclusão e mudança no local dos arquivos.
Podemos criar pastas para organizar o disco de uma empresa ou casa, copiar arquivos para disquete, apagar arquivos indesejáveis e
muito mais.
No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das pastas em seu computador e todos os arquivos e pastas localizados em cada
pasta selecionada. Ele é especialmente útil para copiar e mover arquivos.
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis: O painel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquizada que mostra todas
as unidades de disco, a Lixeira, a área de trabalho ou Desktop (também tratada como uma pasta); O painel da direita exibe o conteúdo do
item selecionado à esquerda e funciona de maneira idêntica às janelas do Meu Computador (no Meu Computador, como padrão ele traz
a janela sem divisão, as é possível dividi-la também clicando no ícone Pastas na Barra de Ferramentas).

Tela do Windows Explorer.


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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para abrir o Windows Explorer, clique no botão Iniciar, vá a opção Todos os Programas/Acessórios e clique sobre Windows Explorer ou
clique sob o botão iniciar com o botão direito do mouse e selecione a opção Explorar.
Na figura, o painel da esquerda todas as pastas com um sinal de + (mais) indicam que contêm outras pastas. As pastas que contêm um
sinal de – (menos) indicam que já foram expandidas (ou já estamos visualizando as subpastas).

Lixeira
A Lixeira é uma pasta especial do Windows e ela se encontra na Área de trabalho, mas pode ser acessada através do Windows Explorer.

Ícone Lixeira.

WordPad

O Windows traz junto dele um programa para edição de textos. O WordPad. Com o WordPad é possível digitar textos, deixando-os
com uma boa aparência.
O WordPad é um editor de textos que nos auxiliará na criação de vários tipos de documentos. Mas poderíamos dizer que o Wordpad
é uma versão muito simplificada do Word, pois tem um número menor de recursos.

Janela do WordPad.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Paint
O Paint é um acessório do Windows que permite o tratamento de imagens e a criação de vários tipos de desenhos para nossos
trabalhos.
Através deste acessório, podemos criar logomarcas, papel de parede, copiar imagens, capturar telas do Windows e usa-las em
documentos de textos.
Para abrir o Paint, siga até os Acessórios do Windows. A seguinte janela será apresentada:

Janela do Paint.

WINDOWS 7

O Windows 7 é um dos sistemas operacionais mais populares desenvolvido pela Microsoft2.


Visualmente o Windows 7 é semelhante ao seu antecessor, o Windows Vista, porém a interface é muito mais rica e intuitiva.
É Sistema Operacional multitarefa e para múltiplos usuários. O novo sistema operacional da Microsoft trouxe, além dos recursos do
Windows 7, muitos recursos que tornam a utilização do computador mais amigável.
Algumas características não mudam, inclusive porque os elementos que constroem a interface são os mesmos.

Edições do Windows 7
– Windows 7 Starter;
– Windows 7 Home Premium;
– Windows 7 Professional;
– Windows 7 Ultimate.

Área de Trabalho

Área de Trabalho do Windows 7.3

2 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/AulaDemo-4147.pdf
3 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2012/05/como-ocultar-lixeira-da-area-de-trabalho-do-windows.html
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A Área de trabalho é composta pela maior parte de sua tela, em que ficam dispostos alguns ícones. Uma das novidades do Windows
7 é a interface mais limpa, com menos ícones e maior ênfase às imagens do plano de fundo da tela. Com isso você desfruta uma área de
trabalho suave. A barra de tarefas que fica na parte inferior também sofreu mudanças significativas.
Barra de tarefas
– Avisar quais são os aplicativos em uso, pois é mostrado um retângulo pequeno com a descrição do(s) aplicativo(s) que está(ão)
ativo(s) no momento, mesmo que algumas estejam minimizadas ou ocultas sob outra janela, permitindo assim, alternar entre estas janelas
ou entre programas.

Alternar entre janelas.4

– A barra de tarefas também possui o menu Iniciar, barra de inicialização rápida e a área de notificação, onde você verá o relógio.
– É organizada, consolidando os botões quando há muitos acumulados, ou seja, são agrupados automaticamente em um único botão.
– Outra característica muito interessante é a pré-visualização das janelas ao passar a seta do mouse sobre os botões na barra de
tarefas.

Pré-visualização de janela.5

4 Fonte: https://pplware.sapo.pt/tutoriais/windows-7-flip-3d
5 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2010/12/como-aumentar-o-tamanho-das-miniaturas-da-taskbar-do-windows-7.
html
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Botão Iniciar

Botão Iniciar6

O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá acesso ao Menu Iniciar, de onde se podem acessar outros menus que,
por sua vez, acionam programas do Windows. Ao ser acionado, o botão Iniciar mostra um menu vertical com várias opções.

Menu Iniciar.7

Desligando o computador
O novo conjunto de comandos permite Desligar o computador, Bloquear o computador, Fazer Logoff, Trocar Usuário, Reiniciar,
Suspender ou Hibernar.

Ícones
Representação gráfica de um arquivo, pasta ou programa. Você pode adicionar ícones na área de trabalho, assim como pode excluir.
Alguns ícones são padrões do Windows: Computador, Painel de Controle, Rede, Lixeira e a Pasta do usuário.

Windows Explorer
No computador, para que tudo fique organizado, existe o Windows Explorer. Ele é um programa que já vem instalado com o Windows
e pode ser aberto através do Botão Iniciar ou do seu ícone na barra de tarefas.

6 Fonte: https://br.ign.com/tech/47262/news/suporte-oficial-ao-windows-vista-acaba-em-11-de-abril
7 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/2019/04/como-deixar-a-interface-do-windows-10-parecida-com-o-windows-7.ghtml
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Este é um dos principais utilitários encontrados no Windows 7. Permite ao usuário enxergar de forma interessante a divisão organizada
do disco (em pastas e arquivos), criar outras pastas, movê-las, copiá-las e até mesmo apagá-las.
Com relação aos arquivos, permite protegê-los, copiá-los e movê-los entre pastas e/ou unidades de disco, inclusive apagá-los e
também renomeá-los. Em suma, é este o programa que disponibiliza ao usuário a possibilidade de gerenciar todos os seus dados gravados.

Uma das novidades do Windows 7 são as Bibliotecas. Por padrão já consta uma na qual você pode armazenar todos os seus arquivos
e documentos pessoais/trabalho, bem como arquivos de músicas, imagens e vídeos. Também é possível criar outra biblioteca para que
você organize da forma como desejar.

Bibliotecas no Windows 7.9

Aplicativos de Windows 7
O Windows 7 inclui muitos programas e acessórios úteis. São ferramentas para edição de texto, criação de imagens, jogos, ferramentas
para melhorar o desempenho do computador, calculadora e etc.
A pasta Acessórios é acessível dando-se um clique no botão Iniciar na Barra de tarefas, escolhendo a opção Todos os Programas e no
submenu, que aparece, escolha Acessórios.

Bloco de Notas
Aplicativo de edição de textos (não oferece nenhum recurso de formatação) usado para criar ou modificar arquivos de texto. Utilizado
normalmente para editar arquivos que podem ser usados pelo sistema da sua máquina.
O Bloco de Notas serve para criar ou editar arquivos de texto que não exijam formatação e não ultrapassem 64KB. Ele cria arquivos
com extensões .INI, .SYS e .BAT, pois abre e salva texto somente no formato ASCII (somente texto).

8 Fonte: https://www.softdownload.com.br/adicione-guias-windows-explorer-clover-2.html
9 Fonte: https://www.tecmundo.com.br/musica/3612-dicas-do-windows-7-aprenda-a-usar-o-recurso-bibliotecas.htm
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Bloco de Notas.

WordPad
Editor de texto com formatação do Windows. Pode conter imagens, tabelas e outros objetos. A formatação é limitada se comparado
com o Word. A extensão padrão gerada pelo WordPad é a RTF. Por meio do programa WordPad podemos salvar um arquivo com a
extensão DOC entre outras.

WordPad.10

10 Fonte: https://www.nextofwindows.com/windows-7-gives-wordpad-a-new-life
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Paint
Editor simples de imagens do Windows. A extensão padrão é a BMP. Permite manipular arquivos de imagens com as extensões: JPG
ou JPEG, GIF, TIFF, PNG, ICO entre outras.

Paint.11

• Calculadora
Pode ser exibida de quatro maneiras: padrão, científica, programador e estatística.

11 Fonte: https://www.techtudo.com.br/listas/noticia/2017/03/microsoft-paint-todas-versoes-do-famoso-editor-de-fotos-do-windows.html
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Painel de Controle
O Painel de controle fornece um conjunto de ferramentas administrativas com finalidades especiais que podem ser usadas para
configurar o Windows, aplicativos e ambiente de serviços. O Painel de Controle inclui itens padrão que podem ser usados para tarefas
comuns (por exemplo, Vídeo, Sistemas, Teclado, Mouse e Adicionar hardware). Os aplicativos e os serviços instalados pelo usuário também
podem inserir ícones no Painel de controle.

Painel de Controle.12

Novidades do Windows 7

Ajustar: o recurso Ajustar permite o redimensionamento rápido e simétrico das janelas abertas, basta arrastar a janela para as bordas
pré-definidas e o sistema a ajustará às grades.
Aero Peek: exclusivo das versões Home Premium, Professional e Ultimate, o Aero Peek permite que o usuário visualize as janelas que
ficam ocultadas pela janela principal.
Nova Barra de Tarefas: o usuário pode ter uma prévia do que está sendo rodado, apenas passando o mouse sobre o item minimizado.
Alternância de Tarefas: a barra de alternância de tarefas do Windows 7 foi reformulada e agora é interativa. Permite a fixação de
ícones em determinado local, a reorganização de ícones para facilitar o acesso e também a visualização de miniaturas na própria barra.
Gadgets: diferentemente do Windows Vista, que prendia as gadgets na barra lateral do sistema. O Windows 7 permite que o usuário
redimensione, arraste e deixe as gadgets onde quiser, não dependendo de grades determinadas.
Windows Media Center: o novo Windows Media Center tem compatibilidade com mais formatos de áudio e vídeo, além do suporte a
TVs on-line de várias qualidades, incluindo HD. Também conta com um serviço de busca mais dinâmico nas bibliotecas locais, o TurboScroll.
Windows Backup: além do já conhecido Ponto de Restauração, o Windows 7 vem também com o Windows Backup, que permite a
restauração de documentos e arquivos pessoais, não somente os programas e configurações.
Windows Touch: uma das inovações mais esperadas do novo OS da Microsoft, a compatibilidade total com a tecnologia do toque na
tela, o que inclui o acesso a pastas, redimensionamento de janelas e a interação com aplicativos.
Windows Defender: livre-se de spywares e outras pragas virtuais com o Windows Defender do Windows 7, agora mais limpo e mais
simples de ser configurado e usado.
Windows Firewall: para proteção contra crackers e programas mal-intencionados, o Firewall do Windows. Agora com configuração de
perfis alternáveis, muito útil para uso da rede em ambientes variados, como shoppings com Wi-Fi pública ou conexões residências.
Flip 3D: Flip 3D é um feature padrão do Windows Vista que ficou muito funcional também no Windows 7. No Windows 7 ele ficou com
realismo para cada janela e melhorou no reconhecimento de screens atualizadas.

12 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2016/06/como-mudar-o-idioma-do-windows-7.html
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208
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

WINDOWS 8

Novidades no Windows 8
Lançado em 2012, o Windows 8 passou por sua transformação mais radical. Ele trouxe uma interface totalmente nova, projetada
principalmente para uso em telas sensíveis ao toque.

• Tela Inicial
A tela de início é uma das características mais marcantes do Windows 813. Trata-se de um espaço que reúne em um único lugar blocos
retangulares ou quadrados que dão acesso a aplicativos, à lista de contatos, a informações sobre o clima, aos próximos compromissos da
agenda, entre outros. Na prática, este é o recurso que substitui o tradicional menu Iniciar do Windows, que por padrão não está disponível
na versão 8. É por este motivo que é possível alternar entre a tela inicial e a área de trabalho (bastante semelhante ao desktop do Windows
7, por sinal) utilizando os botões Windows do teclado.
Obs.: gerou uma certa insatisfação por parte dos usuários que sentiram falta do botão Iniciar, na versão. No Windows 8.1 e Windows
10, o botão Iniciar volta.
Se o espaço na tela não for suficiente para exibir todos eles, ela pode ser rolada horizontalmente. A nova interface era inicialmente
chamada de Metro, mas a Microsoft abandonou esse nome e, agora, se refere a ela como Modern (moderna).

Interface Metro do Windows 8.14

• Tempo de Inicialização
Uma das vantagens que mais marcou o Windows 8 foi o tempo de inicialização de apenas 18 segundos, mostrando uma boa diferença
se comparado com o Windows 7, que leva 10 segundos a mais para iniciar15.
O encerramento também ficou mais rápido, tudo isso por conta da otimização de recursos do sistema operacional e também do baixo
consumo que o Windows 8 utiliza do processador.

• Os botões de acesso da lateral direita (Charms Bar)


Outra característica marcante do Windows 8 é a barra com botões de acesso rápido que a Microsoft chamada de Charms Bar. Eles
ficam ocultos, na verdade, mas é possível visualizá-los facilmente. Se estiver usando um mouse, basta mover o cursor até o canto direito
superior ou inferior. Em um tablet ou outro dispositivo com tela sensível ao toque, basta mover o dedo à mesma região. Com o teclado,
pressione Windows + C simultaneamente.
Em todas as formas, você verá uma barra surgir à direita com cinco botões:
– Busca: nesta opção, você pode localizar facilmente aplicativos ou arquivos presentes em seu computador, assim como conteúdo
armazenado nas nuvens, como fotos, notícias, etc. Para isso, basta escolher uma das opções mostradas abaixo do campo de busca para
filtrar a sua pesquisa;
– Compartilhar: neste botão, é possível compartilhar informações em redes sociais, transferir arquivos para outros computadores,
entre outros;

13 https://www.infowester.com/
14 https://www.tecwhite.net/2015/01/tutorial-visualizador-de-fotos-do.html
15 https://www.professordeodatoneto.com.br/
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Iniciar: outra forma de acessar a tela inicial. Pode parecer irrelevante se você estiver usando um teclado que tenha botões Windows,
mas em tablets é uma importante forma de acesso;
– Dispositivos: com este botão, você pode configurar ou ter acesso rápido aos dispositivos conectados, como HDs externos, impressoras
e outros;
– Configuração: é por aqui que você pode personalizar o sistema, gerenciar usuários, mudar a sua senha, verificar atualizações, ajustar
conexões Wi-Fi, entrar no Painel de Controle e até mesmo acessar opções de configuração de outros programas.

• Login com Microsoft Account


O Windows 8 é a versão da família Windows que mais se integra às nuvens, razão pela qual agora o usuário precisa informar sua
Microsoft Account (ou Windows Live ID) para se logar no sistema. Com isso, a pessoa conseguirá acessar facilmente seus arquivos no
SkyDrive e compartilhar dados com seus contatos, por exemplo. É claro que esta característica não é uma exigência: o usuário que preferir
poderá utilizar o esquema tradicional de login, onde seu nome e senha existem só no computador, não havendo integração com as nuvens.
Também é importante frisar que, quem preferir o login com Microsoft Account, poderá acessar o computador mesmo quando não houver
acesso à internet.

• Senha com imagem


Outra novidade do Windows 8 em relação à autenticação de usuários é a funcionalidade de senha com imagem. A ideia é simples: em
vez de digitar uma combinação de caracteres, o usuário deve escolher uma imagem – uma foto, por exemplo – e fazer um desenho com
três gestos em uma parte dela. A partir daí, toda vez que for necessário realizar login, a imagem em questão será exibida e o usuário terá
que repetir o movimento que criou.
É possível utilizar esta opção com mouse, mas ela é particularmente interessante para login rápido em tablets, por causa da ausência
de teclado para digitação de senha.

• Windows Store (Loja)


Seguindo o exemplo de plataformas como Android e iOS, o Windows 8 passou a contar com uma loja oficial de aplicativos. A maioria
dos programas existentes ali são gratuitos, mas o usuário também poderá adquirir softwares pagos também.

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210
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

É válido destacar que o Windows 8 é compatível com programas feitos para os Windows XP, Vista e 7 – pelo menos a maioria deles.
Além disso, o usuário não é obrigado a utilizar a loja para obter softwares, já que o velho esquema de instalar programas distribuídos
diretamente pelo desenvolvedor ou por sites de download, por exemplo, continua valendo.

• Notificações
A Microsoft também deu especial atenção às notificações no Windows 8. E não só notificações do sistema, que avisam, por exemplo,
quando há atualizações disponíveis: também há notificações de aplicativos, de forma que você possa saber da chegada de e-mails ou de
um compromisso em sua agenda por meio de uma pequena nota que aparece mesmo quando outro programa estiver ocupando toda a
tela.

• Gestos e atalhos
Apesar de diferente, o Windows 8 não é um sistema operacional de difícil utilização. Você pode levar algum tempo para se acostumar
a ele, mas muito provavelmente chegará lá. Um jeito de acelerar este processo e ao mesmo tempo aproveitar melhor o sistema é
aprendendo a utilizar gestos (para telas sensíveis ao toque), movimentos para o mouse ou mesmo atalhos para teclado. Eis alguns:
– Para voltar à janela anterior: leve o cursor do mouse até o canto superior esquerdo (bem no canto mesmo). Uma miniatura da
janela será exibida. Clique nela. No caso de toques, arraste o seu dedo do canto esquerdo superior até o centro da janela;
– Para fechar um aplicativo sem o botão de encerramento: com mouse ou com toque, clique na barra superior do programa e a
arraste até a parte inferior da tela;
– Para desinstalar um aplicativo: na tela inicial, clique com o botão direito do mouse no bloco de um aplicativo. Aparecerão ali várias
opções, sendo uma delas a que permite desinstalar o software. No caso de telas sensíveis ao toque, posicione o dedo bloco e o mova para
cima;
– Para alternar entre as janelas abertas usando teclado: a velha e boa combinação – pressione as teclas Alt e Tab ao mesmo tempo;

– Para ativar a pesquisa automaticamente na tela inicial: se você estiver na tela inicial e quiser iniciar um aplicativo ou abrir um
arquivo, por exemplo, basta simplesmente começar a digitar o seu nome. Ao fazer isso, o sistema operacional automaticamente iniciará a
busca para localizá-lo.

Versões do Windows 8
– Windows RT: versão para dispositivos baseados na arquitetura ARM. Pode ocorrer incompatibilidade com determinados aplicativos
criados para a plataforma x86. Somente será possível encontrar esta versão de maneira pré-instalada em tablets e afins;
– Windows 8: trata-se da versão mais comum, direcionada aos usuários domésticos, a ambientes de escritório e assim por diante.
Pode ser encontrada tanto em 32-bit quanto em 64-bit;
– Windows 8 Pro: é a versão mais completa, consistindo, essencialmente, no Windows 8 acrescido de determinados recursos,
especialmente para o segmento corporativo, como virtualização e gerenciamento de domínios. Também permite a instalação gratuita do
Windows Media Center.

Área de Trabalho
A Microsoft optou por deixar a famosa área de trabalho no novo Windows, possuindo as mesmas funções das versões anteriores, mas
com uma pequena diferença, o botão iniciar não existe mais, pois, como dito anteriormente, foi substituído pela nova interface Metro.

Área de trabalho do Windows 8.16


16 https://www.crn.com.au/news/windows-8-show-us-your-real-face-289865
Editora
211
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para acessar a área de trabalho no Windows 8, basta entrar na tela inicial e procurar pelo ícone correspondente.

Extrair arquivos mais rápidos


O Windows 8 possui uma vantagem significativa na compactação e extração de arquivos, assim como também na transferência de
dados e no tempo para abrir algum software.

Windows Store
Outra novidade do Windows 8, é a nova ferramenta de compras de aplicativos, chamada de Windows Store.
Podemos dizer de que se trata de uma loja virtual criada pela Microsoft em busca de aproximar o usuário de novas descobertas de
aplicativos criados exclusivamente para o sistema operacional.
A ferramenta pode ser acessada da mesma maneira que as outras. Ela é encontrada na tela inicial (Interface Metro) e basta dar apenas
um clique para abrir a página com os aplicativos em destaques.

Nuvem e vínculo fácil com as redes sociais


Mais uma novidade, entre diversas outras do novo sistema operacional da Microsoft, é o armazenamento na nuvem, ou seja, o
Windows 8 também utiliza computação em nuvem para guardar seus dados, podendo o usuário acessá-los em outros computadores.
As integrações sociais também foi outro diferencial. Todas as redes favoritas podem ser usadas, como Twitter, Facebook, Google Plus,
entre outras, sem precisar acessá-las, tudo é mostrado na tela inicial, na forma de notificações.

Tela Sensível – Touch


Por últimos, mas não menos importante, é a tecnologia touch que o Windows 8 suporta. Essa tecnologia faz com que o usuário possa
usar as ferramentas do sistema operacional apenas com as mãos, sem o uso de mouse.

Acessórios do Windows
O Windows traz consigo alguns acessórios (pequenos programas) muito úteis para executar algumas tarefas básicas do dia-a-dia,
vejamos alguns desses acessórios:

Calculadora
A calculadora do Windows vem em dois formatos distintos (a Padrão e a Científica). Ela permite colar seus resultados em outros
programas ou copiar no seu visor (display) um número copiado de outro aplicativo.

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212
212
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Bloco de Notas
É um pequeno editor de textos que acompanha o Windows porque permite uma forma bem simples de edição. Os tipos de formatação
existentes no bloco de notas são: fontes, estilo e tamanho. É muito utilizado por programadores para criar programas de computador.

WordPad
É como se fosse um Word reduzido. Pode ser classificado como um editor de textos, porque possui recursos de formatação.

Editora
213
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Paint
Programa muito utilizado por iniciantes em informática. O Paint é um pequeno programa criado para desenhar e cria arquivos no
formato bitmap que são imagens formadas para pequenos pontos. Ele não trabalha com imagens vetoriais (desenhos feitos através de
cálculos matemáticos), ele apenas permite a pintura de pequenos pontos para formar a imagem que se quer. Seus arquivos normalmente
são salvos no formato BMP, mas o programa também permite salvar os desenhos com os formatos JPG e GIF.

Lixeira
Lixeira na área de trabalho é um local de armazenamento temporário para arquivos excluídos. Quando você exclui um arquivo ou pasta
em seu computador (HD ou SSD), ele não é excluído imediatamente, mas vai para a Lixeira.

Cotas do Usuário
Recurso que foi herdado do Windows Vista é o gerenciamento de cotas de espaço em disco para usuários, algo muito interessante em
um PC usado por várias pessoas. Assim é possível delimitar quanto do disco rígido pode ser utilizado no máximo por cada um que utiliza
o computador.
Se você possui status de administrador do Windows pode realizar essa ação de modo rápido e simples seguindo as instruções.

Restauração do Sistema
É um recurso do Windows em que o computador literalmente volta para um estado (hora e data) no passado. É útil quando programas
que o usuário instalou comprometem o funcionamento do sistema e o usuário deseja que o computador volte para um estado anterior à
instalação do programa.

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214
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Windows Explorer
É o programa que acompanha o Windows e tem por função gerenciar os objetos gravados nas unidades de disco, ou seja, todo e
qualquer arquivo que esteja gravado em seu computador e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer.,

Painel de Controle

É o programa que acompanha o Windows e permite ajustar todas as configurações do sistema operacional, desde ajustar a hora do
computador, até coisas mais técnicas como ajustar o endereço virtual das interrupções utilizadas pela porta do mouse.
O painel de controle é, na verdade, uma janela que possui vários ícones, e cada um desses ícones é responsável por um ajuste
diferente no Windows.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Bitlocker
É um dos recursos Windows, aprimorado nas versões Ultimate e Enterprise do Windows 7, 8 e 10.
Este recurso tem como vocação a proteção de seus dados. Qualquer arquivo é protegido, salvo em uma unidade criptografada pelo
recurso. A operação se desenvolve automaticamente após a ativação.

WINDOWS 10

Lançado em 2015, O Windows 10 chega ao mercado com a proposta ousada, juntar todos os produtos da Microsoft em uma única
plataforma. Além de desktops e notebooks, essa nova versão equipará smartphones, tablets, sistemas embarcados, o console Xbox One e
produtos exclusivos, como o Surface Hub e os óculos de realidade aumentada HoloLens17.

Versões do Windows 10

– Windows 10 Home: edição do sistema operacional voltada para os consumidores domésticos que utilizam PCs (desktop e notebook),
tablets e os dispositivos “2 em 1”.
– Windows 10 Pro: o Windows 10 Pro também é voltado para PCs (desktop e notebook), tablets e dispositivos “2 em 1”, mas traz
algumas funcionalidades extras em relação ao Windows 10 Home, os quais fazem com que essa edição seja ideal para uso em pequenas
empresas, apresentando recursos para segurança digital, suporte remoto, produtividade e uso de sistemas baseados na nuvem.
– Windows 10 Enterprise: construído sobre o Windows 10 Pro, o Windows 10 Enterprise é voltado para o mercado corporativo. Os
alvos dessa edição são as empresas de médio e grande porte, e o Sistema apresenta capacidades que focam especialmente em tecnologias
desenvolvidas no campo da segurança digital e produtividade.
– Windows 10 Education: Construída a partir do Windows 10 Enterprise, essa edição foi desenvolvida para atender as necessidades
do meio escolar.
– Windows 10 Mobile: o Windows 10 Mobile é voltado para os dispositivos de tela pequena cujo uso é centrado no touchscreen,
como smartphones e tablets
– Windows 10 Mobile Enterprise: também voltado para smartphones e pequenos tablets, o Windows 10 Mobile Enterprise tem como
objetivo entregar a melhor experiência para os consumidores que usam esses dispositivos para trabalho.
– Windows 10 IoT: edição para dispositivos como caixas eletrônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento para
o varejo e robôs industriais – todas baseadas no Windows 10 Enterprise e Windows 10 Mobile Enterprise.
– Windows 10 S: edição otimizada em termos de segurança e desempenho, funcionando exclusivamente com aplicações da Loja
Microsoft.
– Windows 10 Pro – Workstation: como o nome sugere, o Windows 10 Pro for Workstations é voltado principalmente para uso
profissional mais avançado em máquinas poderosas com vários processadores e grande quantidade de RAM.

Área de Trabalho (pacote aero)


Aero é o nome dado a recursos e efeitos visuais introduzidos no Windows a partir da versão 7.

Área de Trabalho do Windows 10.18


17 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/SlideDemo-4147.pdf
18 https://edu.gcfglobal.org/pt/tudo-sobre-o-windows-10/sobre-a-area-de-trabalho-do-windows-10/1/
Editora
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216
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Aero Glass (Efeito Vidro)


Recurso que deixa janelas, barras e menus transparentes, parecendo um vidro.

Efeito Aero Glass.19

Aero Flip (Alt+Tab)


Permite a alternância das janelas na área de trabalho, organizando-as de acordo com a preferência de uso.

Efeito Aero Flip.


19 https://www.tecmundo.com.br/windows-10/64159-efeito-aero-glass-lancado-mod-windows-10.htm
Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Aero Shake (Win+Home)


Ferramenta útil para quem usa o computador com multitarefas. Ao trabalhar com várias janelas abertas, basta “sacudir” a janela
ativa, clicando na sua barra de título, que todas as outras serão minimizadas, poupando tempo e trabalho. E, simplesmente, basta sacudir
novamente e todas as janelas serão restauradas.

Efeito Aero Shake (Win+Home)

Aero Snap (Win + Setas de direção do teclado)


Recurso que permite melhor gerenciamento e organização das janelas abertas.
Basta arrastar uma janela para o topo da tela e a mesma é maximizada, ou arrastando para uma das laterais a janela é dividida de
modo a ocupar metade do monitor.

Efeito Aero Snap.


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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Aero Peek (Win+Vírgula – Transparência / Win+D – Minimizar Tudo)


O Aero Peek (ou “Espiar área de trabalho”) permite que o usuário possa ver rapidamente o desktop. O recurso pode ser útil quando
você precisar ver algo na área de trabalho, mas a tela está cheia de janelas abertas. Ao usar o Aero Peek, o usuário consegue ver o que
precisa, sem precisar fechar ou minimizar qualquer janela. Recurso pode ser acessado por meio do botão Mostrar área de trabalho (parte
inferior direita do Desktop). Ao posicionar o mouse sobre o referido botão, as janelas ficam com um aspecto transparente. Ao clicar sobre
ele, as janelas serão minimizadas.

Efeito Aero Peek.

Menu Iniciar
Algo que deixou descontente grande parte dos usuários do Windows 8 foi o sumiço do Menu Iniciar.
O novo Windows veio com a missão de retornar com o Menu Iniciar, o que aconteceu de fato. Ele é dividido em duas partes: na direita,
temos o padrão já visto nos Windows anteriores, como XP, Vista e 7, com a organização em lista dos programas. Já na direita temos uma
versão compacta da Modern UI, lembrando muito os azulejos do Windows Phone 8.

Menu Iniciar no Windows 10.20


20 https://pplware.sapo.pt/microsoft/windows/windows-10-5-dicas-usar-melhor-menu-iniciar
Editora
219
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Nova Central de Ações


A Central de Ações é a nova central de notificações do Windows 10. Ele funciona de forma similar à Central de Ações das versões
anteriores e também oferece acesso rápido a recursos como modo Tablet, Bloqueio de Rotação, Luz noturna e VPN.

Central de ações do Windows 10.21

Paint 3D
O novo App de desenhos tem recursos mais avançados, especialmente para criar objetos em três dimensões. As ferramentas antigas
de formas, linhas e pintura ainda estão lá, mas o design mudou e há uma seleção extensa de funções que prometem deixar o programa
mais versátil.
Para abrir o Paint 3D clique no botão Iniciar ou procure por Paint 3D na caixa de pesquisa na barra de tarefas.

Paint 3D.

Cortana
Cortana é um/a assistente virtual inteligente do sistema operacional Windows 10.
Além de estar integrada com o próprio sistema operacional, a Cortana poderá atuar em alguns aplicativos específicos. Esse é o caso
do Microsoft Edge, o navegador padrão do Windows 10, que vai trazer a assistente pessoal como uma de suas funcionalidades nativas.
O assistente pessoal inteligente que entende quem você é, onde você está e o que está fazendo. O Cortana pode ajudar quando for
solicitado, por meio de informações-chave, sugestões e até mesmo executá-las para você com as devidas permissões.
Para abrir a Cortana selecionando a opção na Barra de Tarefas. Podendo teclar ou falar o tema
que deseja.

21 Fonte: https://support.microsoft.com/pt-br/help/4026791/windows-how-to-open-action-center
Editora
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220
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Cortana no Windows 10.22

Microsot Edge
O novo navegador do Windows 10 veio para substituir o Internet Explorer como o browser-padrão do sistema operacional da Microsoft.
O programa tem como características a leveza, a rapidez e o layout baseado em padrões da web, além da remoção de suporte a tecnologias
antigas, como o ActiveX e o Browser Helper Objects.
Dos destaques, podemos mencionar a integração com serviços da Microsoft, como a assistente de voz Cortana e o serviço de
armazenamento na nuvem OneDrive, além do suporte a ferramentas de anotação e modo de leitura.
O Microsoft Edge é o primeiro navegador que permite fazer anotações, escrever, rabiscar e realçar diretamente em páginas da Web. Use
a lista de leitura para salvar seus artigos favoritos para mais tarde e lê-los no modo de leitura . Focalize guias abertas para visuali-
zá-las e leve seus favoritos e sua lista de leitura com você quando usar o Microsoft Edge em outro dispositivo.
O Internet Explorer 11, ainda vem como acessório do Windows 10. Devendo ser descontinuado nas próximas atualizações.
Para abrir o Edge clique no botão Iniciar , Microsoft Edge ou clique no ícone na barra de tarefas.

Microsoft Edge no Windows 10.

Windows Hello
O Windows Hello funciona com uma tecnologia de credencial chamada Microsoft Passport, mais fácil, mais prática e mais segura do
que usar uma senha, porque ela usa autenticação biométrica. O usuário faz logon usando face, íris, impressão digital, PIN, bluetooth do
celular e senha com imagem.
Para acessar o Windows Hello, clique no botão , selecione Configurações > Contas > Opções de entrada. Ou procure por Hello
ou Configurações de entrada na barra de pesquisa.

22 https://www.tecmundo.com.br/cortana/76638-cortana-ganhar-novo-visual-windows-10-rumor.htm
Editora
221
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Windows Hello.

Bibliotecas
As Bibliotecas são um recurso do Windows 10 que permite a exibição consolidada de arquivos relacionados em um só local. Você pode
pesquisar nas Bibliotecas para localizar os arquivos certos rapidamente, até mesmo quando esses arquivos estão em pastas, unidades
ou em sistemas diferentes (quando as pastas são indexadas nos sistemas remotos ou armazenadas em cache localmente com Arquivos
Offline).

Tela Bibliotecas no Windows 10.23


23 https://agorafunciona.wordpress.com/2017/02/12/como-remover-as-pastas-imagens-da-camera-e-imagens-salvas
Editora
222
222
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

One Drive
O OneDrive é serviço um de armazenamento e compartilhamento de arquivos da Microsoft. Com o Microsoft OneDrive você pode
acessar seus arquivos em qualquer lugar e em qualquer dispositivo.
O OneDrive é um armazenamento on-line gratuito que vem com a sua conta da Microsoft. É como um disco rígido extra que está
disponível para todos os dispositivos que você usar.

OneDivre.24

Manipulação de Arquivos
É um conjunto de informações nomeadas, armazenadas e organizadas em uma mídia de armazenamento de dados. O arquivo está
disponível para um ou mais programas de computador, sendo essa relação estabelecida pelo tipo de arquivo, identificado pela extensão
recebida no ato de sua criação ou alteração.
Há arquivos de vários tipos, identificáveis por um nome, seguido de um ponto e um sufixo com três (DOC, XLS, PPT) ou quatro letras
(DOCX, XLSX), denominado extensão. Assim, cada arquivo recebe uma denominação do tipo arquivo.extensão. Os tipos mais comuns são
arquivos de programas (executavel.exe), de texto (texto.docx), de imagens (imagem.bmp, eu.jpg), planilhas eletrônicas (tabela.xlsx) e
apresentações (monografia.pptx).

Pasta
As pastas ou diretórios: não contém informação propriamente dita e sim arquivos ou mais pastas. A função de uma pasta é organizar
tudo o que está dentro das unidades.
O Windows utiliza as pastas do computador para agrupar documentos, imagens, músicas, aplicações, e todos os demais tipos de
arquivos existentes.
Para visualizar a estrutura de pastas do disco rígido, bem como os arquivos nela armazenados, utiliza-se o Explorador de Arquivos.

Manipulação de arquivos e/ou pastas (Recortar/Copiar/Colar)


Existem diversas maneiras de manipular arquivos e/ou pastas.
1. Através dos botões RECORTAR, COPIAR E COLAR. (Mostrados na imagem acima – Explorador de arquivos).
2. Botão direito do mouse.
3. Selecionando e arrastando com o uso do mouse (Atenção com a letra da unidade e origem e destino).

24 Fonte: https://tecnoblog.net/286284/como-alterar-o-local-da-pasta-do-onedrive-no-windows-10
Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Central de Segurança do Windows Defender


A Central de Segurança do Windows Defender fornece a área de proteção contra vírus e ameaças.
Para acessar a Central de Segurança do Windows Defender, clique no botão , selecione Configurações > Atualização e segurança >
Windows Defender. Ou procure por Windows Defender na barra de pesquisa.

Windows Defender.25

Lixeira
A Lixeira armazena temporariamente arquivos e/ou pastas excluídos das unidades internas do computador (c:\).
Para enviar arquivo para a lixeira:
- Seleciona-lo e pressionar a tecla DEL.
- Arrasta-lo para a lixeira.
- Botão direito do mouse sobre o arquivo, opção excluir.
- Seleciona-lo e pressionar CTRL+D.

Arquivos apagados permanentemente:


- Arquivos de unidades de rede.
- Arquivos de unidades removíveis (pen drive, ssd card...).
- Arquivos maiores do que a lixeira. (Tamanho da lixeira é mostrado em MB (megabytes) e pode variar de acordo com o tamanho do
HD (disco rígido) do computador).
- Deletar pressionando a tecla SHIFT.
- Desabilitar a lixeira (Propriedades).

Para acessar a Lixeira, clique no ícone correspondente na área de trabalho do Windows 10.

Outros Acessórios do Windows 10

Existem outros, outros poderão ser lançados e incrementados, mas os relacionados a seguir são os mais populares:
– Alarmes e relógio.
– Assistência Rápida.
– Bloco de Notas.
– Calculadora.
– Calendário.
– Clima.
– E-mail.

25 Fonte: https://answers.microsoft.com/pt-br/protect/forum/all/central-de-seguran%C3%A7a-do-windows-defender/9ae1b77e-de-
7c-4ee7-b90f-4bf76ad529b1
Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Facilidade de acesso (ferramenta destinada a deficientes tons pastéis. O icônico menu Iniciar também se move para o centro
físicos). da tela junto com a barra de tarefas. Mas você pode movê-los de
– Ferramenta de Captura. volta para a esquerda, onde estão no Windows 10, se preferir.
– Gravador de passos.
– Internet Explorer. -Integração de aplicativos Android
– Mapas. O Windows 11 finalmente permite que você baixe aplicativos
– Mapa de Caracteres. Android para o seu PC. Os aplicativos Android agora estão dispo-
– Paint. níveis para Windows 11 por meio da Microsoft Store, por meio da
– Windows Explorer. Amazon Appstore. (Havia algumas maneiras de acessar aplicativos
– WordPad. Android no Windows 10, inclusive se você tivesse um telefone Sam-
– Xbox. sung Galaxy, mas isso o tornará nativo.) Isso é algo que os usuários
do Windows esperam há anos e marca outro movimento em dire-
Principais teclas de atalho ção à fusão. de dispositivos móveis e laptops.
CTRL + F4: fechar o documento ativo.
CTRL + R ou F5: atualizar a janela. -Melhor suporte para área de trabalho virtual
CTRL + Y: refazer. Você achará mais fácil criar e alternar entre diferentes áreas de
CTRL + ESC: abrir o menu iniciar. trabalho virtuais no Windows 11 do que no Windows 10. O Win-
CTRL + SHIFT + ESC: gerenciador de tarefas. dows 11 permite configurar áreas de trabalho virtuais de maneira
WIN + A: central de ações. semelhante a um Mac. Ele permite que você alterne entre vários
WIN + C: cortana. desktops ao mesmo tempo para uso pessoal, profissional, escolar
WIN + E: explorador de arquivos. ou para jogos. No Windows 10, esse recurso era mais difícil de con-
WIN + H: compartilhar. figurar e usar.
WIN + I: configurações.
WIN + L: bloquear/trocar conta. -Transição mais fácil do monitor para o laptop
WIN + M: minimizar as janelas. É mais fácil agrupar diferentes conjuntos de janelas e aplica-
WIN + R: executar. tivos e alternar entre uma área de trabalho e um monitor graças
WIN + S: pesquisar. aos Snap Layouts e Snap Groups. O novo sistema operacional inclui
WIN + “,”: aero peek. recursos chamados Snap Groups e Snap Layouts - coleções de apli-
WIN + SHIFT + M: restaurar as janelas. cativos que você está usando ao mesmo tempo que ficam na barra
WIN + TAB: task view (visão de tarefas). de tarefas e podem aparecer ou ser minimizados ao mesmo tempo
WIN + HOME: aero shake. para facilitar a troca de tarefas. Eles também permitem que você
ALT + TAB: alternar entre janelas. conecte e desconecte de um monitor facilmente, sem perder a lo-
WIN + X: menu de acesso rápido. calização das janelas abertas.
F1: ajuda.
-Microsoft Teams adicionado à barra de tarefas
WINDOWS 11 O Microsoft Teams está integrado diretamente na Barra de
Tarefas do Windows 11 para facilitar as videochamadas. O Teams
Os sistemas operacionais Windows 11 e Windows 10 compar- recebeu uma reformulação e agora está integrado diretamente à
tilham muitas semelhanças, mas existem algumas grandes diferen- barra de tarefas do Windows 11, facilitando o acesso (e um pouco
ças. A versão mais recente oferece uma estética mais parecida com mais parecido com o FaceTime da Apple). Você pode acessar o Te-
o Mac e mais recursos de produtividade – além da chance de final- ams no Windows, Mac, Android ou iOS.
mente usar aplicativos Android em seu computador com Windows
11. Widgets (bem, mais ou menos)
Vamos nos aprofundar nas grandes mudanças que a Microsoft Inicie widgets na barra de tarefas do Windows 11 para ver in-
fez e o que realmente mudou. E certifique-se de verificar nossos formações rápidas, como clima, notícias e ações. Embora eles já
recursos favoritos do Windows 11 e como usá-los, tudo o que que- existam há algum tempo (lembra dos gadgets de área de trabalho
ríamos no Windows 11, mas não obtivemos e como definir seu me- no Windows Vista?), incluindo em uma atualização recente do Win-
canismo de pesquisa padrão. Quando estiver pronto, mostraremos dows 10, agora você pode acessar os widgets diretamente da barra
como baixar o novo sistema operacional. de tarefas e personalizá-los para ver o que quiser.

Windows 10 vs. Windows 11: todas as grandes diferenças no Tela sensível ao toque aprimorada, suporte para voz e caneta
sistema operacional A Microsoft tornou o Windows 11 mais fácil de usar em tablets
do que o Windows 10. Para tablets, a Microsoft buscou melhorar
-Design e interface a experiência de toque, com mais espaço entre os ícones na barra
O Windows 11 apresenta um novo design com um menu Iniciar de tarefas e suporte para gestos. O Windows 11 também adiciona
centralizado e uma barra de tarefas. O Windows 11 traz uma in- haptics à sua caneta digital, para que você possa ouvir e sentir as
terface totalmente nova, mais parecida com o Mac, para o sistema vibrações ao usá-la para fazer anotações ou desenhar. Por fim, o
operacional. Possui um design clean com cantos arredondados e sistema operacional apresenta digitação por voz e comandos em
todo o sistema.

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225
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Tecnologia do Xbox para melhorar os jogos


O Windows 11 traz algumas adições de tecnologia do Xbox para melhorar os jogos. O Windows 11 terá alguns recursos encontrados
nos consoles Xbox, como Auto HDR e DirectStorage, para melhorar os jogos em seu PC com Windows. Isso marca outro movimento em
direção à integração de PCs e consoles Xbox para a Microsoft.

O Windows 11 vale a atualização para a maioria das pessoas. Ele vem com uma ampla gama de novos recursos, melhorias de desem-
penho e alterações de design. Como o sistema operacional Windows mais recente, ele também recebe mais atenção do que o Windows
10.
Também não há muito risco em atualizar para o Windows 11. Com algum planejamento, você pode facilmente desinstalar o Windows
11 e voltar para o Windows 10. E com a atualização mais recente disponível, nunca fez tanto sentido tentar.

MICROSOFT OFFICE: EDITOR DE TEXTOS WORD E PLANILHA EXCEL; MICROSOFT OFFICE (VERSÕES 2010, 2013 E/OU 2016)

WORD 2010

O Word faz parte da suíte de aplicativos Office, e é considerado um dos principais produtos da Microsoft sendo a suíte que domina o
mercado de suítes de escritório.
Word é um processador de textos versátil com recursos avançados de editoração eletrônica capaz de criar textos, elementos gráficos,
cartas, relatórios, páginas da Internet e e-mail26.
A versão 2010 trouxe muitos novos recursos úteis para o programa, junto com alterações importantes na interface do usuário que foi
projetada para aprimorar o acesso a toda a ampla variedade de recursos do Word.
A interface do Word 2010 é bem diferente da versão 2003 e bem parecida com o Word 2007. Dentre as vantagens oferecidas pelo
aplicativo, podemos destacar: efeitos de formatação como preenchimentos de gradiente e reflexos, diretamente no texto do documento,
aplicar ao texto e às formas, muitos dos mesmos efeitos que talvez já use para imagens, gráficos e elementos gráficos SmartArt, uso do
Painel de Navegação que facilita a pesquisa e até a reorganização do conteúdo do documento em poucos cliques, além de ferramentas
para trabalhos em rede.

Interface do Word 2010.

26 Monteiro, E. Microsoft Word 2007.


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226
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1. Barra de título: exibe o nome de arquivo do documento que Criando documentos no Word
está sendo editado e o nome do software que você está usando27. O texto padrão criado no Word é chamado de documento,
Ele também inclui a minimizar padrão, restauração, botões e fechar. quando salvos no computador, este documento recebe o nome
2. Ferramentas de acesso rápido: comandos que costumam definido pelo usuário e a extensão .DOCX (ponto DOCX).
ser usados, como Salvar, Desfazer, e Refazer estão localizados aqui. Ao salvar um documento do Word, você também poderá criar
No final da barra de ferramentas de acesso rápido é um menu seus próprios modelos no Word. Bastando para isso informar que o
suspenso onde você pode adicionar outros comumente usados ou arquivo será salvo no formato Modelo de documento, na janela do
necessários comumente comandos. comando Arquivo/Salvar como...
3. Guia de arquivo: clique neste botão para localizar comandos Neste caso, a extensão adotada pelo arquivo será .DOTX e
que atuam no documento, em vez do conteúdo do documento, serão gravados em uma pasta específica, ao invés da extensão para
como o Novo, Abrir, Salvar como, Imprimir e Fechar. documentos comuns .DOCX. Também é possível usar o comando
4. A faixa de opções: comandos necessários para o seu Arquivo/Salvar como para salvar seu documento em diferentes
trabalho estão localizados aqui. A aparência da faixa de opções formatos como .HTM, .PDF, .ODT e .DOC utilizado pelas versões
será alterada dependendo do tamanho do seu monitor. O Word irá mais antigas do Word.
compactar a faixa de opções alterando a organização dos controles
para acomodar monitores menores. Editar e formatar texto
5. Janela de editar: mostra o conteúdo do documento que Antes de editar ou formatar texto, primeiro selecione o texto.
você está editando. Siga as etapas abaixo para selecionar o texto.
6. Barra de rolagem: permite a você alterar a posição de 1. Coloque o cursor no início do texto que você gostaria de
exibição do documento que você está editando. editar ou formatar e, em seguida, pressione o botão esquerdo do
7. Barra de status: exibe informações sobre o documento que mouse.
você está editando. 2. Ao manter pressionado o botão esquerdo do mouse, movê-la
8. Botões de exibição: permite a você alterar o modo de para a direita (chamada de “arrastar”) para selecionar o texto. Uma
exibição do documento que você está editando para atender às cor de plano de fundo é adicionada no local do texto selecionado
suas necessidades. para indicar que o intervalo de seleção.
9. Controle de slide de zoom: permite que você alterar as A maioria das ferramentas de formatação de texto são
configurações de zoom do documento que você está editando. encontrados clicando na guia página inicial e, em seguida,
escolhendo no grupo fonte.
Salvar a abrir um documento
No Word, você deve salvar seu documento para que você
pode sair do programa sem perder seu trabalho. Quando você
salva o documento, ele é armazenado como um arquivo em seu
computador. Posteriormente, você pode abrir o arquivo, alterá-lo
e imprimi-lo.
Para salvar um documento, faça o seguinte:
1. Clique no botão Salvar na barra de ferramentas de acesso
rápido.
2. Especifique o local onde deseja salvar o documento na caixa
Salvar em. Na primeira vez em que você salvar o documento, a
primeira linha de texto no documento é previamente preenchida
como nome do arquivo na caixa nome do arquivo. Para alterar o
nome do arquivo, digite um novo nome de arquivo.
3. Clique em Salvar.
4. O documento é salvo como um arquivo. O nome do arquivo 1. Esta é a guia página inicial.
na barra de título é alterado para refletir o nome de arquivo salvo. 2. Este é o grupo fonte na guia página inicial.
3. Este é o botão negrito. Consulte a tabela abaixo para os
É possível abrir um documento do Word para continuar seu nomes e funções de todos os botões no grupo fonte.
trabalho. Para abrir um documento, faça o seguinte:
1. Clique no botão Iniciar e, em seguida, clique em documentos.
2. Navegue até o local onde você armazenou o arquivo e clique
duas vezes no arquivo. Aparece a tela de inicialização do Word e,
em seguida, o documento é exibido.
É possível também abrir um documento a partir do Word
clicando na guia arquivo e, em seguida, clicando em Abrir. Para abrir
um documento que salvo recentemente, clique em recentes.

27 https://support.microsoft.com/pt-br/office/word-para-novos-usu%C3%A1rios-ca-
ce0fd8-eed9-4aa2-b3c6-07d39895886c#ID0EAABAAA=Office_2010
Editora
227
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ícones e teclas de atalho

Novo (Ctrl + O): exibe um novo documento em branco.

Ctrl + A (Abrir): abre documentos anteriormente salvos.

Ctrl + B (Salvar): grava o arquivo.

Ctrl + P (Imprimir): imprime o documento.

Visualizar a impressão.

Verificar Ortografia e Gramática F7

Ctrl+U (Substituir): permite substituir um texto no documento.

Ctrl + X (Copiar): copia dados para a Área de Transferência sem deixar de exibir a imagem na tela.

Ctrl + C (Copiar): copia dados para a Área de Transferência sem deixar de exibir a imagem na tela.

Ctrl + V (Colar): recupera dados enviados para a Área de Transferência.

Ctrl+Shift+C e Ctrl+Shift+V (Pincel): copia e cola formatações de texto.

Ctrl + Z (Desfazer): desfazer a última ação.

Ctrl + R (Refazer): retorno ao estado antes de ter acionado o Desfazer.

F4 (Repetir): repete a última ação.

Ctrl + K (Inserir Hiperlink): insere links de parágrafos, arquivos ou Web.

Desenhar Tabela: permite ao usuário inserir uma tabela, desenhando linhas.

Colunas: formata o texto em colunas.

Desenho: exibe ou oculta a Barra de Ferramentas Desenho.

Ctrl + *: exibe ou oculta caracteres não imprimíveis.

Efeito de Texto: atribui um efeito visual (brilho, sombra ou reflexo) ao texto selecionado.

Editora
228
228
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Shift + F3 (Maiúsculas e Minúsculas): alterna a capitalização do texto.

F1: Ajuda do Word

Alterar Estilos: exibe o painel de formatação de estilo.

Ctrl+Shift+F (Fonte): apresenta uma lista de opções para modificar a tipografia da fonte (letra).

Ctrl+Shift+P (Tamanho da Fonte): apresenta uma lista de opções para modificar o tamanho da
fonte.

Ctrl+> ou Ctrl+]: aumentar fonte.

Ctrl+< ou Ctrl+[: diminuir fonte.

Limpar Formatação.

Ctrl+N: negrito.

Ctrl+I: itálico.

Ctrl+S: sublinhado.

Tachado.

Texto Subscrito.

Ctrl+Shift++: texto sobrescrito.

Shift+F3: alternar entre maiúsculas e minúsculas.

Funciona como uma caneta marca-texto.

Cor-da-fonte.

Marcadores: aplica marcadores aos parágrafos selecionados.

Numeração: formata como lista numerada os parágrafos selecionados.

Tab (para descer um nível) e Shift+Tab (para subir um nível): numeração de Vários Níveis: formata
os parágrafos com lista numerada em vários níveis.

Diminuir recuo: avança o texto em direção à margem esquerda.

Editora
229
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Aumentar recuo: distancia o texto da margem esquerda.

Classificar: coloca em ordem alfabética parágrafos iniciados por textos ou números.

Ctrl+Shift+* (Mostrar Tudo): exibe/Oculta caracteres não imprimíveis

Ctrl+Q: alinhar à esquerda.

Ctrl+E: centralizar.

Alinhar à Direita.

Ctrl+J: justificar

Ctrl+1 (Espaçamento Simples), Ctrl+2 (Espaçamento Duplo) e Ctrl+5 (1,5 linhas): espaçamento
entrelinhas

Sombreamento: preenche com cor o plano de fundo.

Bordas: opções de bordas para o texto selecionado.

Editora
230
230
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

WORD 2013

Conhecido como o mais popular editor de textos do mercado, a versão 2013 do Microsoft Word traz tudo o que é necessário para
editar textos simples ou enriquecidos com imagens, links, gráficos e tabelas, entre outros elementos28.
A compatibilidade entre todos os componentes da família Office 2013 é outro dos pontos fortes do Microsoft Word 2013. É possível
exportar texto e importar outros elementos para o Excel, o PowerPoint ou qualquer outro dos programas incluídos no Office.
Outra das novidades do Microsoft Word 2013 é a possibilidade de guardar os documentos na nuvem usando o serviço SkyDrive. Dessa
forma, é possível acessar documentos do Office de qualquer computador e ainda compartilhá-los com outras pessoas.

Os menus e as barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções (Guias e Comandos) e pelo modo de exibição Backstage
(área de gerenciamento de arquivo)29.

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido


Esta barra permite acesso rápido para alguns comandos que são executados com frequência: como iniciar um novo arquivo, salvar um
documento, desfazer e refazer uma ação, entre outros.

28 https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4685295/mod_resource/content/1/Apostila%20de%20Word.pdf
29 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/20/word-2013-estrutura-basica-dos-documentos/
Editora
231
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Na parte superior do Word 2013 você encontra uma faixa de opções, que também é organizada por guias. Cada guia tem várias faixas
de opções diferentes. Estas faixas de são formadas por grupos e estes grupos têm vários comandos. O comando é um botão, uma caixa
para inserir informações ou um menu.

Botão Arquivo
Ao clicar sobre ele será exibido opções como Informações, Novo, Abrir, Salvar, Salvar como, Imprimir, etc. Portanto, clique sobre ele e
visualize essas opções.

Página inicial
Área de transferência, Fonte, Parágrafo, Estilo e Edição.

Inserir
Páginas, Tabelas, Ilustrações, Aplicativos, Links, comentários, Cabeçalho e Rodapé, Texto e Símbolos.

Design
Formatação do documento.

Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Layout da Página
Configurar Página, Parágrafo e Organizar.

Referências
Sumário, Notas de Rodapé, Citações e Bibliografia, Legendas e Índice.

Correspondências
Criar, Iniciar Mala Direta, Gravar e Inserir Campos, Visualizar Resultados e Concluir.

Exibição
Modo de Exibição, Mostrar, Zoom, Janela e Macros.

Formatos de arquivos Word 2013


Formatos de arquivo suportados e suas extensões30:
.doc: documento do Word 97-2003
.docm: documento para macro do Word. Baseado em XML par macro do Word 2019, 2016, 2013 2010 e 2007
.docx: padrão Word 2019, 2016, 2013, 2010 e 2007 e Documento Strict de Open XML
.htm e .html: página da Web Página da Web, Filtrado
.mht e .mhtml: página da Web de Arquivo Único
.odt: texto do OpenDocument. Este é a extensão do LibreOffice, mas o Word dá suporte para que os arquivos salvos do Word 2019,
2016 e 2013 possam ser abertos no Writer do LibreOffice e arquivos do Writer possam ser abertos no Word 2019, 2016 e 2013, mas
atenção, a formatação do documento pode ser perdida.
.dot: modelo do Word 97-2003
.dotm: modelo habilitado para macro do Word
.dotx: modelo do Word
.pdf: arquivos que usam o formato de arquivo PDF podem ser visualizados, editados e salvos em .docx ou .pdf usando o Word 2019,
o Word 2016 e o Word 2013. Atenção: Os arquivos PDF podem não ter uma correspondência perfeita de página para paginação com o
original.
.rtf: formato Rich Text . Formato para ser multiplataforma. Os documentos criados em diferentes sistemas operacionais e aplicativos
de software podem ser utilizados entre eles.
.txt: texto simples. Quando o documento é salvo perde sua formatação. É o formato do bloco de notas e WordPad.
.xml: documento XML do Word 2003 e Word 2019, 2016, 2013 e 2007 (Open XML). É também chamado de MetaFile e arquivo de
MetaDados (arquivos com informações extras).
.xps: XML Paper Specification, um formato de arquivo que preserva a formatação do documento e habilita o compartilhamento de
arquivos.

30 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/17/word-2013-formatos-de-arquivos/
Editora
233
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

.wps: documento Works 6-9. Este é o formato de arquivo padrão do Microsoft Works, versões 6.0 a 9.0.

Criando um documento
Ao criar um documento no Word 2013, é possível começar com um documento em branco ou deixar que um modelo faça a maior
parte do trabalho31.

Iniciando um documento
A maioria das pessoas costuma criar um documento a partir de uma página em branco, apesar de o Word ter vários modelos com
temas e estilos pré-definidos, assim só é preciso adicionar conteúdo.

Abrir um documento
Ao iniciar o Word, aparece uma galeria de modelo separado por categorias. É só clicar em uma delas e escolher um modelo que atenda
melhor seu objetivo.
Aparecerá do lado esquerdo (ver imagem anterior) uma lista com os documentos recentes que você usou.
É só clicar em uma delas e escolher um modelo que atenda melhor seu objetivo.
Caso queira outro documento que não está nesta lista você verá bem abaixo desta coluna a opção abrir outros documentos.

Se já estiver trabalhando no Word e quiser abrir um arquivo é só ir na Barra de Opções e clicar em Arquivo > Abrir e navegar até o local
onde se encontra o arquivo.
Caso você esteja abrindo um documento criado em versões anteriores do Word, você verá Modo de Compatibilidade na barra de título
da janela do documento. Você pode trabalhar no modo de compatibilidade ou atualizar o documento e usar os recursos do Word 2013.
Ctrl + O: atalho para abrir um documento novo documento.
Ctrl + A: atalho para abrir um documento já existente.

31 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/21/edicao-e-formatacao-de-textos-word-2013/
Editora
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234
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Salvando e Fechando o Arquivo


Para salvar um documento digitado, clique na guia Arquivo.

Em seguida, clique na opção Salvar como.

Após o clique, a caixa de diálogo Salvar como será aberta, onde devemos informar o nome do arquivo e o local onde será salvo.
É possível também salvar na nuvem (on-line) clicando em OneDrive e assim podendo compartilhar o arquivo em vários dispositivos
como no celular ou outros computadores.
O Word já salva automaticamente o arquivo no formato .docx mas caso queira salvar em outro formato, logo abaixo do nome do
arquivo tem uma lista de tipos de arquivos suportados pelo Word 2013.

No Word tem uma barra de acesso rápido no topo do editor na qual o documento pode ir sendo salvo
conforme se vai trabalhando nele.
Ctrl + B: atalho para salvar documento.

Funções básicas em um editor de texto


Ctrl + C (Copiar): é quando copiar um texto para repetir no mesmo texto ou colar em outro lugar. Selecione o texto e clique com direito
do mouse e clique em Copiar.
Ctrl + X (Recortar): recurso para tirar o texto selecionado e colar em outro lugar. Selecione o texto e clique com botão direito do mouse
e selecione Recortar. Este arquivo copiado ou recortado irá para a área de transferência.
Área de transferência: área separada do sistema operacional para guardar uma pequena quantidade de dados.
Ctrl + V (Colar): recurso para colar o texto que foi copiado ou recortado. Selecione o local que quer colar e clique no botão direito do
mouse e selecione o tipo de colagem.

Cabeçalho e rodapé
Para colocar números das páginas, título ou data em todas as páginas de seu documento, você deve adicionar um cabeçalho ou
rodapé32.
Basta clicar na aba Inserir e em adicionar Cabeçalho ou rodapé.
Seleciona o formato clicando no modelo de seu interesse. Abrirá o cabeçalho para editar a parte interna dele.

32 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/28/cabecalho-e-rodape-word-2013/
Editora
235
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Digite o Título e feche o cabeçalho.

Todas as páginas do documento terão o mesmo cabeçalho.

Parágrafos
No Word 2013 tem dois lugares em que encontramos funções para formatarmos parágrafos33.

Guia Página Inicial

Guia Layout de Páginas

33 https://centraldefavoritos.com.br/2019/10/28/paragrafos-word-2013/
Editora
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236
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A formatação propriamente dita é feita na página inicial.

Alinhamento de parágrafos

Alinhar à esquerda (Ctrl+Q): alinha todo parágrafo na margem esquerda do documento.


Centralizar (Ctrl+E): centraliza o texto no centro da página, dando ao documento uma aparência mais formal
Alinhar à direita (Ctrl+G): alinha o conteúdo à margem direita do documento.
Justificar (Ctrl+J): distribui o texto uniformemente entre as margens

Espaçamento de linhas e parágrafos

Escolhe o espaçamento entre linha ou parágrafos.


Clicando na seta de opções tem os valores de espaçamento. Quanto maior o número maior o espaçamento.

Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Sombreamento de parágrafo Classificar

Nesta opção, pode-se classificar itens selecionado em ordem


alfabética ou numérica.
Ex.: Lista de animais
Vaca
Elefante
Porco
Girafa

Ao selecionar a lista e clica na opção ela fica em ordem


Para realçar o texto, parágrafo ou célula de tabela selecionada. alfabética; Na janela que abrir, pode-se colocar a lista em ordem
Ele simplesmente muda a cor atrás dando maior destaque. crescente ou decrescente.
Recuos
Bordas
Além do sombreamento, você pode dar um destaque a um
texto colocando uma borda. E clicando na seta você poderá alterar
o estilo da borda.

A primeira opção o parágrafo vai para mais perto da margem


(DIMINUIR RECUO)
A segunda opção o parágrafo vai para mais longe da margem
(AUMENTAR RECUO)
É só selecionar o parágrafo e clicar na opção. Cada clicada ele
salta 1,25 cm.

Mostrar tudo (Ctrl+*)

Mostra as marcas de parágrafo e outros símbolos de formatação


ocultos. É útil para formatação de layouts avançados.

Para colocar a borda basta selecionar o texto ou parágrafo e


clica na borda desejada.
Editora
238
238
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Guia Inserir (Grupo Tabelas)

Tabela: permite inserir e trabalhar com tabelas no


documento34. Ao clicar na setinha logo abaixo do botão
Tabela, abre-se um menu com opções.

Neste quadro é possível configurar o número de colunas e o


número de linhas da tabela, além de largura de coluna fixa, ajustada
automaticamente.

WORD 2016

Essa versão de edição de textos vem com novas ferramentas


e novos recursos para que o usuário crie, edite e compartilhe
documentos de maneira fácil e prática35.
O Word 2016 está com um visual moderno, mas ao mesmo
Selecionando-se uma sequência de quadradinhos, é possível tempo simples e prático, possui muitas melhorias, modelos
inserir uma tabela automaticamente, após soltar o mouse. de documentos e estilos de formatações predefinidos para
Exemplo: Na figura abaixo, é possível notar a seleção de alguns agilizar e dar um toque de requinte aos trabalhos desenvolvidos.
quadradinhos e a indicação Tabela 3x2, o que significa que ao soltar Trouxe pouquíssimas novidades, seguiu as tendências atuais da
o botão do mouse, será inserida no documento uma tabela com 3 computação, permitindo o compartilhamento de documentos e
colunas e 2 linhas. possuindo integração direta com vários outros serviços da web,
como Facebook, Flickr, Youtube, Onedrive, Twitter, entre outros.

Novidades no Word 2016


– Diga-me o que você deseja fazer: facilita a localização e a
realização das tarefas de forma intuitiva, essa nova versão possui a
caixa Diga-me o que deseja fazer, onde é possível digitar um termo
ou palavra correspondente a ferramenta ou configurações que
procurar.

Inserir Tabela: permite inserir


uma tabela na posição do cursor. Note
que a opção tem reticências no final,
o que significa que será aberta uma
janela de opções, para que sejam
feitas as configurações da tabela que
será inserida no documento.

34 https://bit.ly/2BH2KiN 35 http://www.popescolas.com.br/eb/info/word.pdf
Editora
239
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Trabalhando em grupo, em tempo real: permite que vários usuários trabalhem no mesmo documento de forma simultânea.

Ao armazenar um documento on-line no OneDrive ou no SharePoint e compartilhá-lo com colegas que usam o Word 2016 ou Word
On-line, vocês podem ver as alterações uns dos outros no documento durante a edição. Após salvar o documento on-line, clique em
Compartilhar para gerar um link ou enviar um convite por e-mail. Quando seus colegas abrem o documento e concordam em compartilhar
automaticamente as alterações, você vê o trabalho em tempo real.

– Pesquisa inteligente: integra o Bing, serviço de buscas da Microsoft, ao Word 2016. Ao clicar com o botão do mouse sobre qualquer
palavra do texto e no menu exibido, clique sobre a função Pesquisa Inteligente, um painel é exibido ao lado esquerdo da tela do programa
e lista todas as entradas na internet relacionadas com a palavra digitada.
– Equações à tinta: se utilizar um dispositivo com tela sensível ao toque é possível desenhar equações matemáticas, utilizando o dedo
ou uma caneta de toque, e o programa será capaz de reconhecer e incluir a fórmula ou equação ao documento.

– Histórico de versões melhorado: vá até Arquivo > Histórico para conferir uma lista completa de alterações feitas a um documento
e para acessar versões anteriores.
Editora
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240
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Compartilhamento mais simples: clique em Compartilhar para compartilhar seu documento com outras pessoas no SharePoint, no
OneDrive ou no OneDrive for Business ou para enviar um PDF ou uma cópia como um anexo de e-mail diretamente do Word.

– Formatação de formas mais rápida: quando você insere formas da Galeria de Formas, é possível escolher entre uma coleção de
preenchimentos predefinidos e cores de tema para aplicar rapidamente o visual desejado.
– Guia Layout: o nome da Guia Layout da Página na versão 2010/2013 do Microsoft Word mudou para apenas Layout36.

Interface Gráfica

Navegação gráfica

Atalho de barra de status

36 CARVALHO, D. e COSTA, Renato. Livro Eletrônico.


Editora
241
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Faixas de opções e modo de exibição

Guia de Início Rápido.37

Ao clicar em Documento em branco surgirá a tela principal do Word 201638.

Área de trabalho do Word 2016.

37 https://www.udesc.br/arquivos/udesc/id_cpmenu/5297/Guia_de_Inicio_Rapido___Word_2016_14952206861576.pdf
38 Melo, F. INFORMÁTICA. MS-Word 2016.
Editora
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242
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido


Permite adicionar atalhos, de funções comumente utilizadas no trabalho com documentos que podem ser personalizados de acordo
com a necessidade do usuário.

Faixa de Opções
Faixa de Opções é o local onde estão os principais comandos do Word, todas organizadas em grupos e distribuídas por meio de guias,
que permitem fácil localização e acesso. As faixas de Opções são separadas por nove guias: Arquivos; Página Inicial, Inserir, Design, Layout,
Referências, Correspondências, Revisão e Exibir.

– Arquivos: possui diversas funcionalidades, dentre algumas:


– Novo: abrir um Novo documento ou um modelo (.dotx) pré-formatado.
– Abrir: opções para abrir documentos já salvos tanto no computador como no sistema de armazenamento em nuvem da Microsoft,
One Drive. Além de exibir um histórico dos últimos arquivos abertos.
– Salvar/Salvar como: a primeira vez que irá salvar o documento as duas opções levam ao mesmo lugar. Apenas a partir da segunda
vez em diante que o Salvar apenas atualiza o documento e o Salvar como exibe a janela abaixo. Contém os locais onde serão armazenados
os arquivos. Opções locais como na nuvem (OneDrive).
– Imprimir: opções de impressão do documento em edição. Desde a opção da impressora até as páginas desejadas. O usuário tanto
pode imprimir páginas sequenciais como páginas alternadas.

Editora
243
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Página Inicial: possui ferramentas básicas para formatação de texto, como tamanho e cor da fonte, estilos de marcador, alinhamento
de texto, entre outras.

Grupo Área de Transferência


Para acessá-la basta clicar no pequeno ícone de uma setinha para baixo no canto inferior direito, logo à frente de Área de Transferência.
Colar (CTRL + V): cola um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) copiado ou recortado.
Recortar (CTRL + X): recorta um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) armazenando-o temporariamente na Área de Transferência
para em seguida ser colado no local desejado.
Copiar (CTRL+C): copia o item selecionado (cria uma cópia na Área de Transferência).
Pincel de Formatação (CTRL+SHIFT+C / CTRL+SHIFT+V): esse recurso (principalmente o ícone) cai em vários concursos. Ele permite
copiar a formatação de um item e aplicar em outro.

Grupo Fonte

Fonte: permite que selecionar uma fonte, ou seja, um tipo de letra a ser exibido em seu texto. Em cada texto pode
haver mais de um tipo de fontes diferentes.

Tamanho da fonte: é o tamanho da letra do texto. Permite escolher entre diferentes tamanhos de fonte na lista ou
que digite um tamanho manualmente.

Negrito: aplica o formato negrito (escuro) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará toda
em negrito. Se a seleção ou a palavra já estiver em negrito, a formatação será removida.

Itálico: aplica o formato itálico (deitado) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará toda
em itálico. Se a seleção ou palavra já estiver em itálico, a formatação será removida.

Sublinhado: sublinha, ou seja, insere ou remove uma linha embaixo do texto selecionado. Se o cursor não está em
uma palavra, o novo texto inserido será sublinhado.

Tachado: risca uma linha, uma palavra ou apenas uma letra no texto selecionado ou, se o cursor somente estiver
sobre uma palavra, esta palavra ficará riscada.

Subscrito: coloca a palavra abaixo das demais.

Sobrescrito: coloca a palavra acima das demais.

Cor do realce do texto: aplica um destaque colorido sobre a palavra, assim como uma caneta marca texto.

Cor da fonte: permite alterar a cor da fonte (letra).

Editora
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244
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Grupo Parágrafo

Marcadores: permite criar uma lista com diferentes marcadores.

Numeração: permite criar uma lista numerada.

Lista de vários itens: permite criar uma lista numerada em níveis.

Diminuir Recuo: diminui o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Aumentar Recuo: aumenta o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Classificar: organiza a seleção atual em ordem alfabética ou numérica.

Mostrar tudo: mostra marcas de parágrafos e outros símbolos de formatação ocultos.

Alinhar a esquerda: alinha o conteúdo com a margem esquerda.

Centralizar: centraliza seu conteúdo na página.

Alinhar à direita: alinha o conteúdo à margem direita.

Justificar: distribui o texto uniformemente entre as margens esquerda e direita.

Espaçamento de linha e parágrafo: escolhe o espaçamento entre as linhas do texto ou entre parágrafos.

Sombreamento: aplica uma cor de fundo no parágrafo onde o cursor está posicionado.

Bordas: permite aplicar ou retirar bordas no trecho selecionado.

Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Grupo Estilo
Possui vários estilos pré-definidos que permite salvar configurações relativas ao tamanho e cor da fonte, espaçamento entre linhas
do parágrafo.

Grupo Edição

CTRL+L: ao clicar nesse ícone é aberta a janela lateral, denominada navegação, onde é possível localizar um
uma palavra ou trecho dentro do texto.

CTRL+U: pesquisa no documento a palavra ou parte do texto que você quer mudar e o substitui por outro
de seu desejo.

Seleciona o texto ou objetos no documento.

Inserir: a guia inserir permite a inclusão de elementos ao texto, como: imagens, gráficos, formas, configurações de quebra de página,
equações, entre outras.

Adiciona uma folha inicial em seu documento, parecido como uma capa.

Adiciona uma página em branco em qualquer lugar de seu documento.

Uma seção divide um documento em partes determinadas pelo usuário para que sejam aplicados diferentes
estilos de formatação na mesma ou facilitar a numeração das páginas dentro dela.

Permite inserir uma tabela, uma planilha do Excel, desenhar uma tabela, tabelas rápidas ou converter o texto em tabela e
vice-versa.

Design: esta guia agrupa todos os estilos e formatações disponíveis para aplicar ao layout do documento.

Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Layout: a guia layout define configurações características ao formato da página, como tamanho, orientação, recuo, entre outras.

Referências: é utilizada para configurações de itens como sumário, notas de rodapé, legendas entre outros itens relacionados a
identificação de conteúdo.

Correspondências: possui configuração para edição de cartas, mala direta, envelopes e etiquetas.

Revisão: agrupa ferramentas úteis para realização de revisão de conteúdo do texto, como ortografia e gramática, dicionário de
sinônimos, entre outras.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Exibir: altera as configurações de exibição do documento.

Formatos de arquivos
Veja abaixo alguns formatos de arquivos suportados pelo Word 2016:
.docx: formato xml.
.doc: formato da versão 2003 e anteriores.
.docm: formato que contém macro (vba).
.dot: formato de modelo (carta, currículo...) de documento da versão 2003 e anteriores.
.dotx: formato de modelo (carta, currículo...) com o padrão xml.
.odt: formato de arquivo do Libre Office Writer.
.rtf: formato de arquivos do WordPad.
.xml: formato de arquivos para Web.
.html: formato de arquivos para Web.
.pdf: arquivos portáteis.

MICROSOFT EXCEL 2010

O Microsoft Excel 2010 é um programa de planilha eletrônica de cálculos, em que as informações são digitadas em pequenos
quadrados chamadas de células.
É um programa voltado para construção de tabelas simples até as mais complexas. Ao abrir o aplicativo, o que se visualiza é uma folha
composta de colunas e linhas formando células.

Tela inicial do Excel 2010.

Editora
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248
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Nessa versão temos uma maior quantidade de linhas e colunas, sendo especificamente, 1.048.576 linhas e 16.384 colunas.

As cinco principais funções do Excel são39:


– Planilhas: você pode armazenar manipular, calcular e analisar dados tais como números, textos e fórmulas. Pode acrescentar gráfico
diretamente em sua planilha, elementos gráficos, tais como retângulos, linhas, caixas de texto e botões. É possível utilizar formatos pré-
definidos em tabelas.
– Bancos de dados: você pode classificar pesquisar e administrar facilmente uma grande quantidade de informações utilizando
operações de bancos de dados padronizadas.
– Gráficos: você pode rapidamente apresentar de forma visual seus dados. Além de escolher tipos pré-definidos de gráficos, você
pode personalizar qualquer gráfico da maneira desejada.
– Apresentações: Você pode usar estilos de células, ferramentas de desenho, galeria de gráficos e formatos de tabela para criar
apresentações de alta qualidade.
– Macros: as tarefas que são frequentemente utilizadas podem ser automatizadas pela criação e armazenamento de suas próprias
macros.

Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos de
cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos,
imprimir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.

Barra de ferramentas de acesso rápido


Essa barra localizada na parte superior esquerdo, ajudar a deixar mais perto os comandos mais utilizados, sendo que ela pode ser
personalizada. Um bom exemplo é o comando de visualização de impressão que podemos inserir nesta barra de acesso rápido.

Barra de ferramentas de acesso rápido.

39 http://www.prolinfo.com.br
Editora
249
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula podendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos
melhor a sua utilidade.

Barra de Fórmulas.

Guia de Planilhas
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráficos,
tabelas dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por padrão encontramos apenas uma planilha.

Guia de Planilhas.

– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical.


– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal.
– Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figura abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um endereço
que é o resultado do cruzamento da linha 2 e a coluna B, então a célula será chamada B2, como mostra na caixa de nome logo acima da
planilha.

Células.
Faixa de opções do Excel (Antigo Menu)
A “faixa de opções introduzida pela primeira vez no Excel 2007, foi aprimorada na versão 2010 e possui algumas diferenças que estão
listadas:

A volta do “Arquivo”: o botão “Arquivo”, que ficou amplamente divulgado nas versões anteriores à versão 2007 retorna na versão
2010. Na versão 2007 este botão havia sido substituído pelo “Botão do Office”, mas na versão 2010, ele voltou a ser chamado de “Arquivo”,
que ao receber o clique, ingressará no “modo de exibição do Microsoft Office Backstage”.
A faixa de opções está organizada em guias/grupos e comandos. Nas versões anteriores ao MS Excel 2007 a faixa de opções era
conhecida como menu.
1. Guias: existem sete guias na parte superior. Cada uma representa tarefas principais executadas no Excel.
2. Grupos: cada guia tem grupos que mostram itens relacionados reunidos.
3. Comandos: um comando é um botão, uma caixa para inserir informações ou um menu.

Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm, xltx
ou xlsb.
Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes.

– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel onde
procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.

OPERADOR ARITMÉTICO SIGNIFICADO EXEMPLO


+ (Sinal de Adição) Adição 3+3
- (Sinal de Subtração) Subtração 3-1
* (Sinal de Multiplicação) Multiplicação 3*3
/ (Sinal de Divisão) Divisão 10/2
% (Símbolo de Percentagem) Percentagem 15%
^ (Sinal de Exponenciação) Exponenciação 3^4

OPERADOR DE COMPARAÇÃO SIGNIFICADO EXEMPLO


> (Sinal de Maior que) Maior do que B2 > V2
< (Sinal de Menor que) Menor do que C8 < G7
>= (Sinal de Maior ou igual a) Maior ou igual a B2 >= V2
=< (Sinal de Menor ou igual a) Menor ou igual a C8 =< G7
<> (Sinal de Diferente) Diferente J10 <> W7

OPERADOR DE REFERÊNCIA SIGNIFICADO EXEMPLO


: (Dois pontos) Operador de intervalo sem exceção B5 : J6
; (Ponto e Vírgula) Operador de intervalo intercalado B8; B7 ; G4

– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.

Níveis de Prioridade de Cálculo


Quando o Excel cria fórmulas múltiplas, ou seja, misturar mais de uma operação matemática diferente dentro de uma mesma fórmula,
ele obedece a níveis de prioridade.
Os Níveis de Prioridade de Cálculo são os seguintes:
Prioridade 1: Exponenciação e Radiciação (vice-versa).
Prioridade 2: Multiplicação e Divisão (vice-versa).
Prioridade 3: Adição e Subtração (vice-versa).

Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados
parênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.

Criando uma fórmula


Para criar uma fórmula simples como uma soma, tendo como referência os conteúdos que estão em duas células da planilha, digite
o seguinte:

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Copiar Fórmula para células adjacentes


Copiar uma fórmula para células vizinhas representa ganho de tempo ao trabalhar com planilhas.
Para isso, podemos usar a alça de preenchimento. Sua manipulação permite copiar rapidamente conteúdo de uma célula para outra,
inclusive fórmulas.

Alça de Preenchimento.
Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:

Estrutura da função.

NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.

Função MÁXIMO e MÍNIMO


Essas funções dado um intervalo de células retorna o maior e menor número respectivamente.

Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.
Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)

Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde que
atenda a uma condição especificada:

Sintaxe
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.

Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.


Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter texto
neste intervalo.

Exemplo:
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gênero. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores.

Função CONT.SE
Esta função conta quantas células se atender ao critério solicitado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado e o
critério para ser verificado.

Sintaxe
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.

Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.

Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos contar a quantidade de homens e mulheres.
Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE (B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

MICROSOFT EXCEL 2013

É o principal software de planilhas eletrônicas entre as empresas quando se trata de operações financeiras e contabilísticas40.
O Microsoft Excel 2013 tem um aspeto diferente das versões anteriores.

Tela inicial do Excel 2013.

As cinco principais funções do Excel são:


– Planilhas: Você pode armazenar manipular, calcular e analisar dados tais como números, textos e fórmulas. Pode acrescentar gráfico
diretamente em sua planilha, elementos gráficos, tais como retângulos, linhas, caixas de texto e botões. É possível utilizar formatos pré-
definidos em tabelas.
– Bancos de dados: você pode classificar pesquisar e administrar facilmente uma grande quantidade de informações utilizando
operações de bancos de dados padronizadas.
– Gráficos: você pode rapidamente apresentar de forma visual seus dados. Além de escolher tipos pré-definidos de gráficos, você
pode personalizar qualquer gráfico da maneira desejada.
– Apresentações: Você pode usar estilos de células, ferramentas de desenho, galeria de gráficos e formatos de tabela para criar
apresentações de alta qualidade.
– Macros: as tarefas que são frequentemente utilizadas podem ser automatizadas pela criação e armazenamento de suas próprias
macros.

Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos de
cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos,
imprimir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.

40 http://www.prolinfo.com.br
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Barra de ferramentas de acesso rápido


Essa barra localizada na parte superior esquerdo, ajudar a
deixar mais perto os comandos mais utilizados, sendo que ela pode
ser personalizada. Um bom exemplo é o comando de visualização
de impressão que podemos inserir nesta barra de acesso rápido.

Linhas e colunas.
– Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na
figura abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um
endereço que é o resultado do cruzamento da linha 4 e a coluna
B, então a célula será chamada B4, como mostra na caixa de nome
logo acima da planilha.

Barra de ferramentas de acesso rápido.

Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula
podendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante
mostraremos melhor a sua utilidade.
Células.

Faixa de opções do Excel (Antigo Menu)


Como na versão anterior o MS Excel 2013 a faixa de opções está
Barra de Fórmulas. organizada em guias/grupos e comandos. Nas versões anteriores ao
MS Excel 2007 a faixa de opções era conhecida como menu.
Guia de Planilhas Guias: existem sete guias na parte superior. Cada uma
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos representa tarefas principais executadas no Excel.
abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráficos, Grupos: cada guia tem grupos que mostram itens relacionados
tabelas dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada reunidos.
item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um. Comandos: um comando é um botão, uma caixa para inserir
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por informações ou um menu.
padrão encontramos apenas uma planilha.
Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel.
Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm,
xltx ou xlsb.

Fórmulas
Guia de Planilhas. Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores
na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical. As Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções,
colunas do Excel são representadas em letras de acordo com a referências, operadores e constantes.
ordem alfabética crescente sendo que a ordem vai de “A” até “XFD”,
e tem no total de 16.384 colunas em cada planilha.
– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal. As
linhas de uma planilha são representadas em números, formam
um total de 1.048.576 linhas e estão localizadas na parte vertical
esquerda da planilha.

– Referências: uma referência identifica uma célula ou um


intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel
onde procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.

OPERADOR ARITMÉTICO SIGNIFICADO EXEMPLO


+ (Sinal de Adição) Adição 3+3
- (Sinal de Subtração) Subtração 3-1
* (Sinal de Multiplicação) Multiplicação 3*3
/ (Sinal de Divisão) Divisão 10/2
% (Símbolo de Percentagem) Percentagem 15%
^ (Sinal de Exponenciação) Exponenciação 3^4

OPERADOR DE COMPARAÇÃO SIGNIFICADO EXEMPLO


> (Sinal de Maior que) Maior do que B2 > V2
< (Sinal de Menor que) Menor do que C8 < G7
>= (Sinal de Maior ou igual a) Maior ou igual a B2 >= V2
=< (Sinal de Menor ou igual a) Menor ou igual a C8 =< G7
<> (Sinal de Diferente) Diferente J10 <> W7

OPERADOR DE REFERÊNCIA SIGNIFICADO EXEMPLO


: (Dois pontos) Operador de intervalo sem exceção B5 : J6
; (Ponto e Vírgula) Operador de intervalo intercalado B8; B7 ; G4

– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.

Níveis de prioridade de cálculo


Quando o Excel cria fórmulas múltiplas, ou seja, misturar mais de uma operação matemática diferente dentro de uma mesma fórmula,
ele obedece a níveis de prioridade.
Os Níveis de Prioridade de Cálculo são os seguintes:
Prioridade 1: Exponenciação e Radiciação (vice-versa).
Prioridade 2: Multiplicação e Divisão (vice-versa).
Prioridade 3: Adição e Subtração (vice-versa).
Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados
parênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.

Criando uma fórmula


Para criar uma fórmula simples como uma soma, tendo como referência os conteúdos que estão em duas células da planilha, digite
o seguinte:

Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Estrutura da função.

NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.

Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Função MÁXIMO e MÍNIMO


Essas funções dado um intervalo de células retorna o maior e menor número respectivamente.

• Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.

Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)

Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:

Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde que
atenda a uma condição especificada:

Sintaxe
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter texto
neste intervalo.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Exemplo:
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gênero. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores.

Função CONT.SE
Esta função conta quantas células se atender ao critério solicitado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado e o
critério para ser verificado.

Sintaxe
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.

Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos contar a quantidade de homens e mulheres.
Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE (B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.

MICROSOFT EXCEL 2016

O Microsoft Excel 2016 é um software para criação e manutenção de Planilhas Eletrônicas.


A grande mudança de interface do aplicativo ocorreu a partir do Excel 2007 (e de todos os aplicativos do Office 2007 em relação as
versões anteriores). A interface do Excel, a partir da versão 2007, é muito diferente em relação as versões anteriores (até o Excel 2003). O
Excel 2016 introduziu novas mudanças, para corrigir problemas e inconsistências relatadas pelos usuários do Excel 2010 e 2013.
Na versão 2016, temos uma maior quantidade de linhas e colunas, sendo um total de 1.048.576 linhas por 16.384 colunas.
O Excel 2016 manteve as funcionalidades e recursos que já estamos acostumados, além de implementar alguns novos, como41:
- 6 tipos novos de gráficos: Cascata, Gráfico Estatístico, Histograma, Pareto e Caixa e Caixa Estreita.
- Pesquise, encontra e reúna os dados necessários em um único local utilizando “Obter e Transformar Dados” (nas versões anteriores
era Power Query disponível como suplemento.
- Utilize Mapas 3D (em versões anteriores com Power Map disponível como suplemento) para mostrar histórias junto com seus dados.

Especificamente sobre o Excel 2016, seu diferencial é a criação e edição de planilhas a partir de dispositivos móveis de forma mais fácil
e intuitivo, vendo que atualmente, os usuários ainda não utilizam de forma intensa o Excel em dispositivos móveis.

41 https://ninjadoexcel.com.br/microsoft-excel-2016/
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Tela Inicial do Excel 2016.

Ao abrir uma planilha em branco ou uma planilha, é exibida a área de trabalho do Excel 2016 com todas as ferramentas necessárias
para criar e editar planilhas42.

42 https://juliobattisti.com.br/downloads/livros/excel_2016_basint_degusta.pdf
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

As cinco principais funções do Excel são43:


– Planilhas: Você pode armazenar manipular, calcular e analisar dados tais como números, textos e fórmulas. Pode acrescentar gráfico
diretamente em sua planilha, elementos gráficos, tais como retângulos, linhas, caixas de texto e botões. É possível utilizar formatos pré-
definidos em tabelas.
– Bancos de dados: você pode classificar pesquisar e administrar facilmente uma grande quantidade de informações utilizando
operações de bancos de dados padronizadas.
– Gráficos: você pode rapidamente apresentar de forma visual seus dados. Além de escolher tipos pré-definidos de gráficos, você
pode personalizar qualquer gráfico da maneira desejada.
– Apresentações: Você pode usar estilos de células, ferramentas de desenho, galeria de gráficos e formatos de tabela para criar
apresentações de alta qualidade.
– Macros: as tarefas que são frequentemente utilizadas podem ser automatizadas pela criação e armazenamento de suas próprias
macros.

Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos de
cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos,
imprimir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.

Barra de ferramentas de acesso rápido


Essa barra localizada na parte superior esquerdo, ajudar a deixar mais perto os comandos mais utilizados, sendo que ela pode ser
personalizada. Um bom exemplo é o comando de visualização de impressão que podemos inserir nesta barra de acesso rápido.

Barra de ferramentas de acesso rápido.

Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula podendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos
melhor a sua utilidade.

Barra de Fórmulas.

Guia de Planilhas
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráficos,
tabelas dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por padrão encontramos apenas uma planilha.

Guia de Planilhas.
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– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical. As colunas do Excel são representadas em letras de acordo com a ordem
alfabética crescente sendo que a ordem vai de “A” até “XFD”, e tem no total de 16.384 colunas em cada planilha.
– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal. As linhas de uma planilha são representadas em números, formam um total
de 1.048.576 linhas e estão localizadas na parte vertical esquerda da planilha.

Linhas e colunas.

Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figura abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um endereço
que é o resultado do cruzamento da linha 4 e a coluna B, então a célula será chamada B4, como mostra na caixa de nome logo acima da
planilha.

Células.

Faixa de opções do Excel (Antigo Menu)


Como na versão anterior o MS Excel 2013 a faixa de opções está organizada em guias/grupos e comandos. Nas versões anteriores ao
MS Excel 2007 a faixa de opções era conhecida como menu.
Guias: existem sete guias na parte superior. Cada uma representa tarefas principais executadas no Excel.
Grupos: cada guia tem grupos que mostram itens relacionados reunidos.
Comandos: um comando é um botão, uma caixa para inserir informações ou um menu.

Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm, xltx
ou xlsb.

Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes.

– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel onde
procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.

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OPERADOR ARITMÉTICO SIGNIFICADO EXEMPLO


+ (Sinal de Adição) Adição 3+3
- (Sinal de Subtração) Subtração 3-1
* (Sinal de Multiplicação) Multiplicação 3*3
/ (Sinal de Divisão) Divisão 10/2
% (Símbolo de Percentagem) Percentagem 15%
^ (Sinal de Exponenciação) Exponenciação 3^4

OPERADOR DE COMPARAÇÃO SIGNIFICADO EXEMPLO


> (Sinal de Maior que) Maior do que B2 > V2
< (Sinal de Menor que) Menor do que C8 < G7
>= (Sinal de Maior ou igual a) Maior ou igual a B2 >= V2
=< (Sinal de Menor ou igual a) Menor ou igual a C8 =< G7
<> (Sinal de Diferente) Diferente J10 <> W7

OPERADOR DE REFERÊNCIA SIGNIFICADO EXEMPLO


: (Dois pontos) Operador de intervalo sem exceção B5 : J6
; (Ponto e Vírgula) Operador de intervalo intercalado B8; B7 ; G4

– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.

Níveis de Prioridade de Cálculo


Quando o Excel cria fórmulas múltiplas, ou seja, misturar mais de uma operação matemática diferente dentro de uma mesma fórmula,
ele obedece a níveis de prioridade.
Os Níveis de Prioridade de Cálculo são os seguintes:
Prioridade 1: Exponenciação e Radiciação (vice-versa).
Prioridade 2: Multiplicação e Divisão (vice-versa).
Prioridade 3: Adição e Subtração (vice-versa).
Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados
parênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.

Criando uma fórmula


Para criar uma fórmula simples como uma soma, tendo como referência os conteúdos que estão em duas células da planilha, digite
o seguinte:

Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:

Estrutura da função.

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NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.

Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.

Função MÁXIMO e MÍNIMO


Essas funções dado um intervalo de células retorna o maior e menor número respectivamente.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.

Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)

Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:

Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde que
atenda a uma condição especificada:
Sintaxe
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter texto
neste intervalo.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

número de adesões foi crescendo continuamente. Como nesta


época, o computador era extremamente difícil de lidar, somente
algumas instituições possuíam internet.
No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada
vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a
participar da rede. O grande atrativo da internet era a possibilidade
de se trocar e compartilhar ideias, estudos e informações com
outras pessoas que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente.

Conectando-se à Internet
Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma
rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor
Exemplo:
de acesso à internet. Assim, para se conectar você liga o seu
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gênero.
computador à rede do provedor de acesso à Internet; isto é feito
Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função
por meio de um conjunto como modem, roteadores e redes de
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores.
acesso (linha telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.).
Função CONT.SE
World Wide Web
Esta função conta quantas células se atender ao critério
A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu
solicitado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser
criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma
analisado e o critério para ser verificado.
linguagem que serviria para interligar computadores do laboratório
e outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de
Sintaxe
forma simples e fácil de acessar.
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da World
Onde:
Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interligados por
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai
meio de palavras-chave, tornando a navegação simples e agradável.
analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no
Protocolo de comunicação
intervalo a ser analisado.
Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de
protocolos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores
de uma rede possam trocar informações entre si é necessário que
todos os computadores adotem as mesmas regras para o envio e o
recebimento de informações. Este conjunto de regras é conhecido
como Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação
estão definidas todas as regras necessárias para que o computador
de destino, “entenda” as informações no formato que foram
enviadas pelo computador de origem.
Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria das
redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado também na
Internet.
O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive
Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos
para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje tem
contar a quantidade de homens e mulheres.
acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também o acesso
Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE
externo.
(B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.
TCP / IP
INTERNET E FERRAMENTAS Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol
(Protocolo de Controle de Transmissão/Protocolo Internet).
Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece
nas literaturas como sendo:
Internet - O protocolo principal da Internet;
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados - O protocolo padrão da Internet;
através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas, - O protocolo principal da família de protocolos que dá suporte
cabos submarinos, canais de satélite, etc44. Ela nasceu em 1969, nos ao funcionamento da Internet e seus serviços.
Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa
e se chamava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency). Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que:
Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede foi tendo, o A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é
responsável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o
44 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20 transporte dos pacotes).
Avan%E7ado.pdf
Editora
267
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Domínio
Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos acessar um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu endereço IP.
Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés de você digitar www.google.com você teria que digitar um número IP – 74.125.234.180.
É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é possível associar um endereço de um site a um número IP na rede. O
formato mais comum de um endereço na Internet é algo como http://www.empresa.com.br, em que:
www: (World Wide Web): convenção que indica que o endereço pertence à web.
empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o serviço.
com: indica que é comercial.
br: indica que o endereço é no Brasil.

URL
Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Localizador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um arquivo, uma
impressora etc.), disponível em uma rede; seja a Internet, ou uma rede corporativa, uma intranet.
Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/caminho/recurso.

HTTP
É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e respostas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os endereços web
sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext Transfer Protocol, Protocolo de transferência hipertexto).

Hipertexto
São textos ou figuras que possuem endereços vinculados a eles. Essa é a maneira mais comum de navegar pela web.

Navegadores
Um navegador de internet é um programa que mostra informações da internet na tela do computador do usuário.
Além de também serem conhecidos como browser ou web browser, eles funcionam em computadores, notebooks, dispositivos
móveis, aparelhos portáteis, videogames e televisores conectados à internet.
Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo
internauta.
Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo, um jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo servidor. Ou
seja, o navegador é o meio que permite o acesso a qualquer página ou site na rede.
Para funcionar, um navegador de internet se comunica com servidores hospedados na internet usando diversos tipos de protocolos
de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP, que transfere dados binários na comunicação entre a máquina, o navegador e os
servidores.

Funcionalidades de um Navegador de Internet


A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o usuário uma tela de exibição através de uma janela do navegador.
Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta.
Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solicitada através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação na tela do
computador. É assim que o usuário consegue acessar qualquer site na internet.
O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser
interpretado pelos navegadores.
Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF, imagens e outros tipos de dados.
Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos na parte
superior dos navegadores para entrarmos numa determinada página.
Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet:
– Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica localizado no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve digitar a URL
(ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer página na web.
– Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis básicos que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do
navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte.
– Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência do usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses endereços
nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade limite de links. É muito útil para quando você quer acessar as páginas mais recorrentes
da sua rotina diária de tarefas.
– Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta naquele momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve para mostrar
possíveis edições, correções e até melhorias de estrutura no visual de um site. Em alguns casos, é necessário limpar o cache para mostrar
as atualizações.
– Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do usuário usando determinado navegador. É muito útil para recuperar links,
páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser apagado, caso o usuário queira.
– Gerenciador de Downloads: permite administrar os downloads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pausar por
tempo indeterminado. É um maior controle na usabilidade do navegador de internet.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem


um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins com
novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre
outros.
– Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada
do navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também
existam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas
no navegador. Outras características do Edge são:
– Experiência de navegação com alto desempenho.
Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera – Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de
são alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Também qualquer lugar conectado à internet.
conhecidos como web browsers ou, simplesmente, browsers, – Funciona com a assistente de navegação Cortana.
os navegadores são uma espécie de ponte entre o usuário e o – Disponível em desktops e mobile com Windows 10.
conteúdo virtual da Internet. – Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos.
Internet Explorer
Lançado em 1995, vem junto com o Windows, está sendo Firefox
substituído pelo Microsoft Edge, mas ainda está disponível como Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é
segundo navegador, pois ainda existem usuários que necessitam de conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média.
algumas tecnologias que estão no Internet Explorer e não foram Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído
atualizadas no Edge. gratuitamente para usuários dos principais sistemas operacionais.
Já foi o mais navegador mais utilizado do mundo, mas hoje Ou seja, mesmo que o usuário possua uma versão defasada do
perdeu a posição para o Google Chrome e o Mozilla Firefox. sistema instalado no PC, ele poderá ser instalado.

Principais recursos do Internet Explorer:


– Transformar a página num aplicativo na área de trabalho, Algumas características de destaque do Firefox são:
permitindo que o usuário defina sites como se fossem aplicativos – Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente.
instalados no PC. Através dessa configuração, ao invés de apenas – Não exige um hardware poderoso para rodar.
manter os sites nos favoritos, eles ficarão acessíveis mais facilmente – Grande quantidade de extensões para adicionar novos
através de ícones. recursos.
– Gerenciador de downloads integrado. – Interface simplificada facilita o entendimento do usuário.
– Mais estabilidade e segurança. – Atualizações frequentes para melhorias de segurança e
– Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma privacidade.
navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos – Disponível em desktop e mobile.
implementados nos sites mais modernos.
– Com a possibilidade de adicionar complementos, o navegador Google Chorme
já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do
possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e sistema operacional Windows e também no Linux e Mac.
oferecem funcionalidades adicionais. O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo.
– One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior
Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer. compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante
Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a convidativo à navegação simplificada.
palavra-chave digitando-a na barra de endereços.

Microsoft Edge
Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer45.
O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.
Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário
convertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para
leitura.
45 https://bit.ly/2WITu4N
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Principais recursos do Google Chrome: – Tem uma tecnologia anti-rastreio capaz de impedir o
– Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha recursos direcionamento de anúncios com base no comportamento do
RAM suficientes. usuário.
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas – Modo de navegação privada não guarda os dados das páginas
funcionalidades. visitadas, inclusive histórico e preenchimento automático de
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar campos de informação.
conteúdos otimizados. – Compatível também com sistemas operacionais que não seja
– Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL da Apple (Windows e Linux).
(HTTPS). – Disponível em desktops e mobile.
– Disponível em desktop e mobile.
Intranet
Opera A intranet é uma rede de computadores privada que assenta
Um dos primeiros navegadores existentes, o Opera segue sobre a suíte de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de
evoluindo como um dos melhores navegadores de internet. um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa,
Ele entrega uma interface limpa, intuitiva e agradável de usar. que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou colaboradores
Além disso, a ferramenta também é leve e não prejudica a qualidade internos46.
da experiência do usuário. Pelo fato, a sua aplicação a todos os conceitos emprega-se à
intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para
tal, a gama de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação
situa-se entre 192.168.0.0 até 192.168.255.255.
Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem
alguma informação que pode ser trocada com os demais setores,
podendo cada sessão ter uma forma direta de se comunicar com as
demais, o que se assemelha muito com a conexão LAN (Local Area
Network), que, porém, não emprega restrições de acesso.
A intranet é um dos principais veículos de comunicação
em corporações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de
Outros pontos de destaques do Opera são:
documentos, formulários, notícias da empresa, etc.) é constante,
– Alto desempenho com baixo consumo de recursos e de
pretendendo reduzir os custos e ganhar velocidade na divulgação e
energia.
distribuição de informações.
– Recurso Turbo Opera filtra o tráfego recebido, aumentando a
Apesar do seu uso interno, acessando aos dados corporativos,
velocidade de conexões de baixo desempenho.
a intranet permite que computadores localizados numa filial, se
– Poupa a quantidade de dados usados em conexões móveis
conectados à internet com uma senha, acessem conteúdos que
(3G ou 4G).
estejam na sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto
– Impede armazenamento de dados sigilosos, sobretudo em
entre a empresa e os seus funcionários/colaboradores, tendo um
páginas bancárias e de vendas on-line.
ganho significativo em termos de segurança.
– Quantidade moderada de plug-ins para implementar novas
funções, além de um bloqueador de publicidade integrado.
– Disponível em desktop e mobile. QUESTÕES
Safari
O Safari é o navegador oficial dos dispositivos da Apple. Pela
sua otimização focada nos aparelhos da gigante de tecnologia, ele 1. (PREFEITURA DE SENTINELA DO SUL/RS - FISCAL - OBJETI-
é um dos navegadores de internet mais leves, rápidos, seguros e VA/2020) Considerando-se o Internet Explorer 11, marcar C para as
confiáveis para usar. afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa
que apresenta a sequência CORRETA:
(---) No Windows 10, é necessário instalar o aplicativo do Inter-
net Explorer.
(---) É possível fixar o aplicativo do Internet Explorer na barra de
tarefas do Windows 10.
(A) C - C.
(B) C - E.
(C) E - E.
(D) E – C

O Safari também se destaca em:


– Sincronização de dados e informações em qualquer
dispositivo Apple (iOS). 46 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos-
-ferramentas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-par-
te-2/
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

2. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE SOCIAL Estão CORRETOS:


- COTEC/2020) Um usuário de computador realiza comumente um (A) Somente os itens I, II e III.
conjunto de atividades como copiar, recortar e colar arquivos uti- (B) Somente os itens I, III e IV.
lizando o Windows Explorer. Dessa forma, existe um conjunto de (C) Somente os itens II, III e IV
ações de usuários, como realizar cliques com o mouse e utilizar-se (D) Todos os itens.
de atalhos de teclado, que deve ser seguido com o fim de realizar
o trabalho desejado. Assim, para mover um arquivo entre partições 5. (PREFEITURA DE PORTO XAVIER/RS - TÉCNICO EM ENFER-
diferentes do sistema operacional Windows 10, é possível adotar o MAGEM - FUNDATEC/2018) A tecla de atalho Ctrl+A, no sistema
seguinte conjunto de ações: operacional Microsoft Windows 10, possui a função de:
(A) Clicar sobre o arquivo com o botão direito do mouse, man- (A) Selecionar tudo.
tendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de des- (B) Imprimir.
tino e escolher a ação de colar. (C) Renomear uma pasta.
(B) Clicar sobre o arquivo com o botão esquerdo do mouse, (D) Finalizar o programa.
mantendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de (E) Colocar em negrito.
destino. Por fim soltar o botão do mouse.
(C) Clicar sobre o arquivo com o botão direito do mouse, man- 6. (PREFEITURA DE AREAL - RJ - TÉCNICO EM INFORMÁTICA -
tendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de des- GUALIMP/2020) São características exclusivas da Intranet:
tino. Por fim soltar o botão do mouse. (A) Acesso restrito e Rede Local (LAN).
(D) Clicar uma vez sobre o arquivo com o botão direito do mou- (B) Rede Local (LAN) e Compartilhamento de impressoras.
se e mover o arquivo para a partição de destino. (C) Comunicação externa e Compartilhamento de Dados.
(E) Clicar sobre o arquivo com o botão direito do mouse, man- (D) Compartilhamento de impressoras e Acesso restrito.
tendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de des-
tino e escolher a ação de mover. 7. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE ADMI-
NISTRATIVO - COTEC/2020) Os termos internet e World Wide Web
3. (PREFEITURA DE BRASÍLIA DE MINAS/MG - ENGENHEIRO (WWW) são frequentemente usados como sinônimos na linguagem
AMBIENTAL - COTEC/2020) Sobre organização e gerenciamento corrente, e não são porque
de informações, arquivos, pastas e programas, analise as seguintes (A) a internet é uma coleção de documentos interligados (pági-
afirmações e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas. nas web) e outros recursos, enquanto a WWW é um serviço de
( ) - Arquivos ocultos são arquivos que normalmente são rela- acesso a um computador.
cionados ao sistema. Eles ficam ocultos, pois alterações podem (B) a internet é um conjunto de serviços que permitem a co-
danificar o Sistema Operacional. nexão de vários computadores, enquanto WWW é um serviço
( ) - Existem vários tipos de arquivos, como arquivos de textos, especial de acesso ao Google.
arquivos de som, imagem, planilhas, sendo que o arquivo .rtf (C) a internet é uma rede mundial de computadores especial,
só é aberto com o WordPad. enquanto a WWW é apenas um dos muitos serviços que fun-
( ) - Nas versões Vista, 7, 8 e 10 do Windows, é possível usar cionam dentro da internet.
criptografia para proteger todos os arquivos que estejam arma- (D) a internet possibilita uma comunicação entre vários com-
zenados na unidade em que o Windows esteja instalado. putadores, enquanto a WWW, o acesso a um endereço eletrô-
( ) - O Windows Explorer é um gerenciador de informações, nico.
arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows (E) a internet é uma coleção de endereços eletrônicos, enquan-
da Microsoft. to a WWW é uma rede mundial de computadores com acesso
( ) - São bibliotecas padrão do Windows: Programas, Documen- especial ao Google.
tos, Imagens, Músicas, Vídeos.
A sequência CORRETA das afirmações é: 8. (PREFEITURA DE PINTO BANDEIRA/RS - AUXILIAR DE SER-
(A) F, V, V, F, F. VIÇOS GERAIS - OBJETIVA/2019) Sobre a navegação na internet,
(B) V, F, V, V, F. analisar a sentença abaixo:
(C) V, F, F, V, V. Os acessos a sites de pesquisa e de notícias são geralmente re-
(D) F, V, F, F, V. alizados pelo protocolo HTTP, onde as informações trafegam com
(E) V, V, F, V, F. o uso de criptografia (1ª parte). O protocolo HTTP não garante que
os dados não possam ser interceptados (2ª parte). A sentença está:
4. (PREFEITURA DE PORTÃO/RS - ASSISTENTE SOCIAL - OBJETI- (A) Totalmente correta.
VA/2019) Em relação ao sistema operacional Windows 10, analisar (B) Correta somente em sua 1ª parte.
os itens abaixo: (C) Correta somente em sua 2ª parte.
I. Possibilita o gerenciamento do tempo de tela. (D) Totalmente incorreta.
II. Disponibiliza somente uma atualização de segurança por
ano.
III. Possibilita a conexão de contas da Microsoft entre usuários.
IV. Possui recursos de segurança integrados, incluindo firewall
e proteção de internet para ajudar a proteger contra vírus, malware
e ransomware.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

9. (CRN - 3ª REGIÃO (SP E MS) - OPERADOR DE CALL CENTER - 13. (CÂMARA DE MONTES CLAROS/MG - AGENTE DO LEGISLA-
IADES/2019) A navegação na internet e intranet ocorre de diversas TIVO - COTEC/2020) Dado o recorte de tabela a seguir, as fórmulas
formas, e uma delas é por meio de navegadores. Quanto às funções necessárias para se obter a quantidade de alunos aprovados, con-
dos navegadores, assinale a alternativa correta. forme exposto na célula B16 e a média de notas da Prova 1, dispos-
(A) Na internet, a navegação privada ou anônima do navegador ta na célula B13, estão na alternativa:
Firefox se assemelha funcionalmente à do Chrome.
(B) O acesso à internet com a rede off-line é uma das vantagens
do navegador Firefox.
(C) A função Atualizar recupera as informações perdidas quan-
do uma página é fechada incorretamente.
(D) A navegação privada do navegador Chrome só funciona na
intranet.
(E) Os cookies, em regra, não são salvos pelos navegadores
quando estão em uma rede da internet.

10. (PREFEITURA DE SÃO JOAQUIM DO/PE - AUDITOR DE CON-


TROLE INTERNO - ADM&TEC/2018) Leia as afirmativas a seguir:
I. As funções “OU” e “SE”, no Microsoft Excel, são funções ló-
gicas.
II. A dinâmica de transmissão de informação na internet não
(A) B16=CONT.APROVADO (F2:F11) e B13=MÉDIA (B2:B11).
permite que as ações se sucedam concomitantemente. (B) B16=SOMA (APROVADO) e B13=MÉDIA (B2:B11).
Marque a alternativa CORRETA: (C) B16=CONT.APROVADO (F2:F11) e B13=MED (B13).
(A) As duas afirmativas são verdadeiras. (D) B16=CONT.SE (F2:F11;”APROVADO”) e B13=MÉDIA
(B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa. (B2:B11).
(C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa. (E) B16=SOMA (F2:F11) –(F4+F5+F6+F7) e B13=MED(B13).
(D) As duas afirmativas são falsas.
14. (TJ/RN - TÉCNICO DE SUPORTE SÊNIOR - COMPERVE/2020)
11. (TJ/DFT - ESTÁGIO - CIEE/2019) Toda função do Excel deve- Um técnico de suporte recebeu uma planilha elaborada no Micro-
rá ser iniciada com o seguinte sinal: soft Excel, com os quantitativos de equipamentos em 3 setores di-
(A) Igual.
ferentes e o valor unitário em reais de cada equipamento, conforme
(B) Soma.
imagem abaixo.
(C) Média.
(D) Menor.

12. (GHC/RS - CONTADOR -: MS CONCURSOS/2018) O Excel


possui a utilização de macros. Dentre as alternativas, assinale a que
corretamente explica o que vem a ser “macro”.
(A) Uma sequência de comandos utilizados em linguagem de
máquina que corrigem as células.
(B) Uma programação cuja função é gerenciar os recursos do
sistema Excel, fornecendo uma interface entre o computador
e o usuário.
(C) Um programa do Excel que tem por objetivo ajudar o seu
usuário a desempenhar uma tarefa específica, em geral ligada
à editoração dos dados.
(D) Um programa que executa o cruzamento de uma linha com
uma coluna e nela são inseridas as informações necessárias do Para que uma célula mostre o valor em reais do somatório dos
seu documento. valores de todos os equipamentos do departamento de informáti-
(E) Uma sequência de comandos, que podem ser cliques, to- ca, seria necessário utilizar a fórmula:
ques no teclado ou até mesmo pequenas linhas de códigos com (A) =SOMA(B3:B8 + C3:C8)
funções mais avançadas. Essas sequências são gravadas em um (B) =SOMA(B3:B8 * C3:C8)
módulo VBA e são executadas sempre que forem necessárias. (C) =SOMA(B3:B8 * D3:D8)
(D) =SOMA(B3:B8 + D3:D8)

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

15. (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP - MÉDICO - INSTITUTO (B) Somente o item IV.
EXCELÊNCIA/2018) Tendo por base o programa Microsoft Excel na (C) Somente os itens I, II e IV.
sua configuração padrão e versão mais recente, responda: Qual (D) Somente os itens II, III e IV.
operador aritmético é utilizado quando for preciso inserir uma po-
tenciação? 20. (PREFEITURA DE AVELINÓPOLIS/GO - TÉCNICO EM ENFER-
(A) ! MAGEM - ITAME/2019) No Microsoft Word 2010 ao selecionar um
(B) $ texto e pressionar CTRL + G o que ocorre:
(C) * (A) O texto é alinhado à direita.
(D) @ (B) O texto é copiado para área de transferência
(E) ^ (C) O texto recebe o comando go-back.
(D) O texto fica com a fonte grande.
16. (PREFEITURA DE JAHU/SP - AUXILIAR DE DESENVOLVI-
MENTO INFANTIL - OBJETIVA/2019) Considerando-se o Word 2007,
analisar os itens abaixo: GABARITO
I. O botão “Formatar Pincel”, na guia “Início”, copia a formata-
ção de um local para aplicá-lo a outro.
II. Na guia “Exibição”, além da opção “Régua”, são opções que 1 D
podem ser habilitadas: “Linhas de Grade”, “Mapa do Documento”,
“Miniaturas”. 2 E
III. O botão “Dividir”, na guia “Exibição”, exibe dois documentos 3 B
distintos do Word lado a lado para poder comparar os respectivos 4 B
conteúdos.
Estão CORRETOS: 5 A
(A) Somente os itens I e II. 6 B
(B) Somente os itens I e III.
7 C
(C) Somente os itens II e III.
(D) Todos os itens. 8 C
9 A
17. (TJ/DFT - ESTÁGIO - CIEE/2018) A tecla de atalho Ctrl+I, no
Word 2007, serve para aplicar: 10 B
(A) Subscrito. 11 A
(B) Itálico 12 E
(C) Sobrescrito.
(D) Tachado. 13 D
14 B
18. (PREFEITURA DE ARUANÃ/GO - PROFESSOR - ITAME/2018)
15 E
A opção de salvar o documento é algo comum para quem trabalha
com o pacote Office. Podemos executar atalhos via teclado para fa- 16 A
cilitar a utilização do software. Em relação ao Microsoft Word 2007, 17 B
qual atalho abaixo é utilizado para salvar o documento:
18 B
(A) CRTL + S
(B) CRTL + B 19 B
(C) CRTL + A 20 A
(D) CRTL + E

19. (PREFEITURA DE PORTÃO/RS - MÉDICO - OBJETIVA/2019) ANOTAÇÕES


Em relação aos comandos utilizados no Word 2010, analisar os itens
abaixo:
I. O comando Ctrl + S é utilizado para deletar o conteúdo sele- ______________________________________________________
cionado.
II. Ao utilizar o comando Ctrl + U, o conteúdo selecionado será ______________________________________________________
sublinhado. ______________________________________________________
III. O comando Ctrl + I é utilizado para a impressão rápida do
conteúdo selecionado. ______________________________________________________
IV. O comando Ctrl + Z é utilizado para desfazer a última ação
realizada. ______________________________________________________
Está(ão) CORRETO(S):
(A) Somente o item III. ______________________________________________________

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