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BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................... 81
PROFESSOR-AUTOR ............................................................................................................................. 83
MÓDULO I – CIÊNCIA ECONÔMICA E
ANÁLISE MICROECONÔMICA
Para tanto, este módulo inicial está divido em cinco unidades: 1 – Pressupostos básicos da
economia; 2 – Níveis da economia e análise microeconômica; 3 – Princípios da oferta, demanda e
elasticidade; 4 – Comportamento do consumidor e decisão econômica; e 5 – Produção, custos e
eficiência econômica.
Pressupostos básicos da economia
O homem e a sociedade vêm aprendendo e desenvolvendo diferentes formas de administrar
a produção e o consumo dos bens e materiais. Diferentemente do início da civilização, quando o
homem produzia na sua própria fazenda tudo o que consumia e não negociava o que era excedente
da sua produção, hoje, e já a um bom tempo, a economia e aqueles que são responsáveis por essa
área, estudam, planejam e executam planos e estratégias de como maximizar a produção, buscando
eficiência econômica de modo a satisfazer as necessidades de cada indivíduo e também da sociedade.
Pode-se entender a Economia por meio da sua definição clássica, que, segundo Mochón
(2007), é “a ciência que estuda a maneira como se administram os recursos escassos, com o objetivo
de produzir bens e serviços e distribuí-los para seu consumo entre os membros da sociedade”. Nessa
perspectiva, o conceito de economia, visto como a “alocação eficaz dos recursos escassos para
obtenção de um conjunto ordenado de objetivos” (MOCHÓN, 2007, p.1), apresenta-nos já os
princípios básicos da economia, relacionando-os com a escolha de como os recursos disponíveis na
sociedade serão utilizados; além disso, considerando que esses recursos são escassos (finitos), os
indivíduos estarão sempre preocupados com a oportunidade de melhor explorá-los e com o custo
da oportunidade em obtê-los.
O argumento constante sobre escassez de recursos dá ênfase à preocupação dos economistas
e de todos os agentes econômicos quanto à disponibilidade, na sociedade, de recursos como água,
alimento e energia bem como tempo e mão de obra, que, por serem “finitos”, precisam ser bem
administrados para que todos tenham acesso a curto, médio ou longo prazos.
Outra preocupação dos economistas é com relação ao processo de produção e de consumo,
ou seja, como serão produzidos esses bens (carros, casas e bens materiais) e o que leva os indivíduos
a consumirem e utilizarem determinados bens e serviços. Em outras palavras, é de interesse da
economia a análise dos fatores de produção – custo marginal, eficiência econômica de produção e
escalas de produção – bem como o comportamento do consumidor no que se refere à predição de
decisões de compra e ao monitoramento de oferta e demanda por bens e serviços.
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monarcas. Um exemplo disso é a Grã-Bretanha – Inglaterra, que era símbolo de poder e riqueza
para a Europa e para todo o mundo.
Nessa época, a riqueza dos países era simbolizada pelo número de posses e controle de recursos
preciosos, como pedras e metais, muito utilizados para manufatura (ferrovias, indústrias e grandes
construções); porém os países europeus possuem uma limitação geográfica e, por isso, a preocupação
em expandir os seus territórios sempre foi muito grande. Nesse sentido, esses governos realizaram
uma grande exploração nas suas colônias e em todos os territórios ainda não explorados. Um
exemplo disso foi a grande exploração realizada pelo reino português nas terras brasileiras, quando
grande parte dos recursos naturais brasileiros eram levados para a Europa, transformados e
negociados para gerar riqueza, o que valorizava a moeda de Portugal. Esse pensamento de
exploração do comércio e valorização da moeda local foi chamado de mercantilismo e é o marco
inicial da teoria e prática econômica, que, neste curso, chamaremos de marco 1 do pensamento
econômico.
Para os mercantilistas, os países deveriam preocuparem-se com uma produção suficiente,
utilizando o máximo possível dos seus recursos, principalmente o trabalho humano, que, nesta
época, ainda era representado por condições de trabalho análogas à escravidão. Nesse sistema, os
países-colônia forneciam recursos materiais (pedra, minério, madeira, etc.) para a metrópole e
somente no país principal é que a manufatura e o comércio se desenvolviam.
Ainda nesse mesmo período – próximo do século XVIII –, uma outra corrente econômica e
de pensamento de produção também se desenvolvia, a chamada fisiocracia. Nessa vertente, os bens
de produção e todo o funcionamento da sociedade eram baseados no excedente da produção
agrícola. Ou seja, diferente de antes, os produtores agrícolas e grandes latifundiários não deveriam
se importar apenas com a subsistência, e sim com o máximo de produção em determinada área
agrícola, para que, com os recursos gerados na sua terra (plantação, etc.), pudessem negociar com
outras regiões e países.
Naquele tempo, os fisiocratas – todos indivíduos que faziam parte do sistema –, acreditavam
que somente o trabalho agrícola apresentaria possíveis ganhos para sociedade e, por isso, grande
parte da organização do trabalho e de toda a comunidade se via em torno das fazendas. Desse modo,
definia-se, na sociedade, quem eram os proprietários de terra (os donos das fazendas, responsáveis
pela exploração da riqueza), a classe produtiva (que eram os arrendatários de terra, responsáveis pelo
cultivo, plantio e, até, pela negociação) e a classe estéril (que eram todos os outros artesões e
trabalhadores que não estavam vinculados à produção agrícola). Embora esse modo de pensar não
tenha durado muito tempo, essa forma de organização do trabalho e geração de riqueza para os
países, chamada de Fisiocracia, trouxe importantes contribuições para o pensamento atual da
Economia. Esse movimento ficou determinado como o marco 2 do pensamento econômico.
O marco 3 do pensamento econômico recebe o nome de Utilitarismo e representa um
momento histórico de disruptura no modo como a economia e a organização do trabalho deveriam
ser pensadas. Nesse período, os pensadores econômicos começaram a refletir sobre a utilidade do
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homem, se deveria limitar-se a gerar riqueza para o país ou a realizar o trabalho agrícola. Dessa
maneira, novas formas de trabalho e perspectivas de progresso econômico começaram a ser
discutidas, tendo uma maior preocupação sobre o bem-estar social, sobre o desenvolvimento das
cidades e sobre como o aumento da população poderia influenciar a diversificação do trabalho e a
geração de riqueza para a sociedade.
Dentro desse contexto de pensamento sobre o progresso econômico e sobre como os países e
as regiões poderiam desenvolverem-se social e economicamente, Adam Smith lança a sua
contribuição para o pensamento econômico, introduzindo a “Teoria da Mão Invisível” e a reflexão
sobre a atuação dos agentes econômicos e do Governo na geração de riqueza e equilíbrio social e
econômico dos países. É a partir desse momento que surge o marco 4 do pensamento econômico,
o qual começamos a chamar de Economia Clássica.
Para Smith, não deveria haver regulação do governo no mercado, uma vez que a dinâmica de
oferta e demanda seria a principal responsável pelo equilíbrio da economia e das negociações entre
os países. Nessa fase, o crescimento econômico já estaria pautado em três diferentes etapas: 1)
aumento da produtividade; 2) especialização da mão de obra e 3) acumulação de capital. Mas, para
conseguir esse crescimento econômico, dois fatores seriam preponderantes – o liberalismo e o
individualismo.
Na perspectiva da economia clássica, fundamentada pelos pensamentos de Adam Smith
(1723-1790) e David Ricardo (1772-1823), o sistema de livre comércio e produção de bens e
serviços passa a ter um caráter científico, enquanto os sistemas de produção baseados na eficiência
em custos, na vantagem comparativa entre países e regiões e nos princípios de tributação e
contabilidade são agregados às decisões sobre o funcionamento e regulação do mercado. Cabia,
contudo, ao Estado, a função de proteção e zelo das condições de equilíbrio do mercado, obras
públicas e administração e justiça social.
Outros importantes pensadores econômicos que têm influência até hoje na forma como
políticas públicas e decisões econômicas são tomadas são: (i) John Maynard Keynes (1883-1937),
autor da obra Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, publicada em 1936, cuja abordagem,
denominada keynesianismo, pressupõe a intervenção do Estado para o Bem-Estar social, em
oposição ao modelo liberalista econômico; e (ii) Milton Friedman (1912-2006), economista norte-
americano, ganhador do Prêmio Nobel em Economia em reconhecimento às significativas
contribuições para a modelagem de sistemas econômicos, considerado um dos principais
economistas modernos.
A partir desses 4 marcos do pensamento econômico, você pode entender a economia
neoclássica, que é a que mais se aproxima do panorama atual, cujos pressupostos debatem sobre a
organização da sociedade e atuação do Estado, os fatores de produção, os modelos de
monitoramento da oferta e demanda do mercado bem como a distribuição de renda e demais
modelos macroeconômicos emergentes deste milênio.
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Níveis da economia e análise microeconômica
A economia, assim como outras áreas de conhecimento, divide-se em diferentes abordagens,
dado o foco de análise e a intenção de aprofundamento. Os níveis da economia são representados
pela micro e macroeconomia. A microeconomia está direcionada a estudar as unidades econômicas
de forma individual, focalizando o comportamento das famílias e dos consumidores, e,
principalmente, os fatores de produção e o seu funcionamento no nível da firma, ou seja, analisa
como são tomadas as decisões; além disso, também se ocupa em calcular o custo de produção e os
demais atributos do processo produtivo.
Já a macroeconomia está direcionada para entender o funcionamento dos mercados e o
conjunto das unidades econômicas, observando, por exemplo, como o aumento do desemprego
pode ocasionar problemas na economia de um determinado país, ou como as negociações entre
diferentes blocos econômicos (União Europeia e Mercosul) podem influenciar a economia do
mercado asiático.
Enquanto a análise macroeconômica está preocupada com o comportamento agregado dos
agentes, a análise microeconômica preocupa-se com o comportamento individual dos agentes
econômicos. A análise microeconômica tem por objetivo analisar as unidades individuais do
mercado econômico. Nesse contexto, por unidades de análise, pode-se considerar o indivíduo –
consumidor, a empresa e até mesmo o mercado.
Partindo do pressuposto básico de que a economia deve gerenciar a escassez dos recursos, a
análise microeconômica se concentrará na decisão dos indivíduos perante esse problema de escassez.
Ou seja, analisará como se dá o comportamento de desejo e de compra de um determinado grupo
de indivíduos ante um bem ou serviço que não está disponível para todos.
A limitação que o agente econômico sofre é denominada “restrição orçamentária”. Essa
restrição simboliza o máximo dos seus recursos disponíveis contra o seu desejo de aquisição de bens
e serviços. Em outras palavras, considerando-se que uma família tem uma quantia X de renda
(somados os salários de cada membro da família), a soma de todas as despesas da casa (aluguel,
água, luz, gastos com mercado, farmácia e gastos gerais) não poderá ultrapassar esse valor X, visto
que ele representa a restrição orçamentária dessa família.
Assim como temos esse termo de restrição orçamentária para indivíduos/famílias, no caso das
empresas e do governo, utiliza-se o conceito de orçamento. Tanto as empresas como o governo
planejam o uso dos seus recursos e a aplicação correta dos seus investimentos, considerando o
orçamento disponível; caso contrário, o fechamento mensal/anual não irá acontecer, ou melhor,
acontecerá, mas a empresa/governo ficará em dívida pelo fato dos débitos serem maiores que o total
de receitas disponível (orçamento).
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Mercado e agentes econômicos
O funcionamento de um país e da sua economia se dá por meio das operações que acontecem no
seu mercado. Neste sentido, a palavra mercado figura como a instituição (física ou não) onde os fatores
produtivos são vendidos e comprados. A exemplo disso, temos o mercado imobiliário (venda e compra
de imóveis, casas, apartamentos), o mercado de bens de consumo (automóveis, eletrodomésticos,
móveis, lojas de vestuário, supermercados, materiais de consumo em geral), entre outros.
Conceitualmente, Mochón (2007) define como mercado toda instituição social na qual bens
e serviços assim como os fatores produtivos são trocados livremente. Para a economia, o
funcionamento do mercado é representado pelo conjunto de regras que estabelecem toda a ordem
de comercialização, produção e venda dos bens gerados no país. Por isso, geralmente, ouvimos falar
sobre como “anda” o mercado brasileiro ou, então, o mercado de determinado setor. Isso representa
o modo como a economia de determinado país ou setor está se comportando e reagindo às
influências externas e internas.
As influências externas e internas representam todos os fatos e acontecimentos que podem
interferir no funcionamento e na regulação do mercado. Influências internas podem ser ilustradas
de diferentes formas, por exemplo, pelo aumento do número de desemprego, pelas condições
ambientais dos países com chuva em excesso ou seca, pela melhoria nas condições sociais da
população, etc. Todos esses fatores podem acelerar a dinâmica do mercado ou enfraquecê-lo.
Já as influências externas no mercado econômico podem ser representadas, por exemplo, pela
oscilação de câmbio (dólar, libra, euro – moedas que afetam diretamente os preços de diversos
produtos no Brasil) ou pelos acordos políticos e econômicos em outros países, que podem afetar a
negociação de produtos brasileiros, entre vários outros acontecimentos de ordem externa ao Brasil,
mas que, de alguma forma, interferem no andamento do comércio interno e externo.
No contexto geral do mercado, identifica-se, pelo menos, três agentes econômicos que
influenciam e são influenciados pelas atividades econômicas. O agente 1 – empresa – representa
todos os atores envolvidos no processo de produção e comercialização dos bens e serviços. Para esse
agente econômico, os pressupostos da economia direcionam-se para buscar a maximização dos
lucros e as melhores decisões de produção, frente aos custos e investimentos necessários para tais
objetivos. A empresa é entendida como a entidade produtiva, seja indústria, seja comércio, seja
instituição social, que participa do mercado como agente motor, impulsionando os demais agentes
do mercado.
Um outro agente econômico – o agente 2 – é a família, que representa o conjunto de
indivíduos ou unidade familiar cujo comportamento de compra e cujas condições orçamentárias
são foco de análise para a economia. Esse agente é responsável tanto por fornecer capital intelectual,
mão de obra e trabalho para a empresa, como por demandá-la por meio da aquisição de recursos,
bens e serviços. Para a economia, analisar a restrição orçamentária, a decisão de consumo e o
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comportamento desses atores, é fundamental para melhor prever e explicar as condições econômicas
de uma determinada região ou país.
Já o agente econômico 3 – governo – representa a atuação do Estado nas atividades
econômicas, seja na sua esfera municipal, seja na estadual, seja na federal. Esse importante ator
assume, por vezes, o papel de produtor de bens e serviços, por meio de empresas públicas e de
economia mista, mas assume, também, o papel de regulador e intermediador das atividades
econômicas por meio do seu sistema político e econômico.
Por meio da atuação desses diferentes agentes econômicos e do funcionamento do mercado, é
que a economia, especificamente a microeconomia, analisa e desenha os modelos econométricos para
predição e compreensão da situação econômica bem como das condições da empresa e dos indivíduos
em satisfazer as suas necessidades, em função da restrição de recursos e do seu próprio orçamento.
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Demanda e oferta
A demanda de um determinado bem ou serviço refere-se à quantidade que um indivíduo
tem intenção de adquirir, em um determinado tempo, em razão do preço definido pelo mercado
para a sua aquisição (MOCHÓN, 2007).
Nesse sentido, a intenção de compra de um indivíduo está relacionada com o preço do
produto, ou seja, quanto maior o preço de um produto, menor será a quantidade que o consumidor
estará disposto a pagar. Sob as mesmas condições, quanto menor o preço do produto, maior será a
demanda pela sua aquisição, uma vez que mais consumidores terão acesso para compra.
A Lei da Demanda, como é denominada na economia, explica a relação inversa existente
entre o preço de um bem e a quantidade demandada, no sentido de que o aumento dos preços
diminui a quantidade demandada, e, em contrapartida, a diminuição do preço aumenta a
quantidade demandada.
Exemplificando:
Imagine um determinado produto, que você use todos os dias e que tem um valor médio
determinado pelo mercado – por exemplo, um calçado. A definição do preço do calçado é levada
em conta somando-se todos os seus custos de produção, distribuição e venda, além da margem de
lucro do operador de vendas. O aumento do custo na produção e, consecutivamente, do preço dos
calçados vai gerar uma demanda baixa pelo produto, uma vez que as pessoas terão menos chance
de adquirir o produto em função do seu valor alto.
Da mesma forma, quando o número de unidades produzidas aumenta e, com isso, o custo
é diluído, o preço de venda pode vir a diminuir. Nessa dinâmica, o produto custará menos e terá
uma oferta maior para os consumidores, gerando, desse modo, uma demanda menor de consumo
e uma oferta maior de produtos. Essa dinâmica de oferta e demanda pode ser aplicada a
praticamente todos os bens na sociedade, desde alimentos – laranja, feijão, tomate –, até bens de
alto valor agregado, como carros e imóveis.
Para analisar a tabela de demanda e a relação entre o preço de um determinado produto e
a quantidade demandada, utilizaremos o exemplo do lançamento de uma nova linha de calçados.
Atribuindo os fatores de produção, custos e mão de obra, esse produto é oferecido a um valor de
R$ 300,00 no mercado. Para tal, apenas 10 unidades são demandadas, uma vez que apenas 10
indivíduos têm a possibilidade de gastar essa quantia de valor por esse determinado produto.
Conforme a empresa maximiza a eficiência de produção desse produto, diluindo os seus custos, o
produto é oferecido a um preço mais baixo, chegando a custar até R$ 30,00. Nessas condições,
haveria uma procura de até 1 mil unidades, ou seja, considerando a compra de uma unidade por
consumidor, teríamos até mil consumidores dispostos a pagar esse valor pelo produto.
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Figura 1 – Tabela de demanda
R$ 180,00 50 unidades
R$ 300,00 10 unidades
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Curva da oferta
Seguindo o mesmo princípio da demanda, a curva da oferta estará intimamente relacionada
aos fatores de produção e à intenção dos produtores de determinado bem/produto/serviço em
oferecer no mercado uma quantidade desse item por uma quantia de valor. Aqui, a curva é analisada
sob a perspectiva do ofertante: o quanto ele estará disposto a vender e por qual preço, considerando
o seu custo marginal de produção, ou seja, o preço do produto a ser ofertado precisa ser superior
aos custos de produção, e essa decisão estará, ainda, condicionada à eficiência econômica e técnica
da produção.
Nesse contexto, a lei da oferta representa a relação entre o preço do produto e a quantidade
que está sendo ofertada, sendo que, quanto maior o preço, maior será a quantidade ofertada, uma
vez que os ofertantes buscarão um lucro maior frente ao aumento da oferta.
A curva de oferta também pode sofrer com deslocamento em razão de alguns aspectos, como
os preços dos fatores de produção e a tecnologia disponível. Quando ocorre uma melhoria nos
meios de fabricação de determinado bem, seja pelo uso de tecnologia ou não, e, por alguma razão,
o preço dos fatores de produção é reduzida, a curva de oferta é alterada uma vez que uma maior
quantidade de produtos estará disponível para venda.
Elasticidade no mercado
A curva de oferta e demanda pode sofrer alterações por uma série de fatores, e o reflexo dessa
alteração é o que se denomina na economia de elasticidade de oferta e demanda no mercado. Alguns
fatores podem interferir na curva de oferta e demanda, tais como: alteração do nível de renda dos
consumidores, mudanças do comportamento do consumidor com relação a gostos e preferências e
também alteração dos preços de outros bens relacionados, que podem substituir o item que está
sendo analisado.
Quando há um aumento na renda média da população, argumenta-se que a economia será
aquecida, uma vez que esses consumidores estarão dispostos a comprar mais bens/produtos; como
o seu poder de compra foi elevado, isso certamente movimentará a curva de demanda, sem que,
necessariamente, o valor do preço do item seja diminuído.
Vale ressaltar que alguns bens podem ser classificados como “bem normal” e outros como
“bem inferior”: a diferença básica entre eles é que a demanda por cada um tem uma dinâmica
diferente, conforme a renda do consumidor aumenta ou diminui. Exemplo: um alimento como
margarina – à medida que a renda é aumentada, a demanda pela sua procura poderá ser diminuída,
uma vez que o consumidor terá recursos para adquirir outros produtos que a substituem.
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Em ambos os casos, a economia irá se preocupar com a elasticidade da demanda dos
consumidores e a elasticidade da oferta dos produtores desses bens. Toda variação entre demanda e
oferta, busca e procura, pelos bens e serviços na sociedade pode ser explicada pelas diferentes
tipologias de elasticidade econômica.
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principal é a limitação das escolhas representada pela renda – restrição orçamentária, que é o limite
das combinações de consumo dos bens que o consumidor poderá adquirir.
Analisar as preferências e escolhas dos consumidores, envolve entender como se comporta a
linha orçamentária dos indivíduos, que está condicionada à sua renda média, observar as curvas de
indiferença, considerando-se a taxa marginal de substituição de produtos, assim como compreender
os efeitos das variações de preço nas decisões de consumo. Todos esses fatores influenciam a curva
de oferta e demanda, conforme mencionado na unidade anterior.
Para a abordagem econômica, duas premissas principais regem a teoria do consumo: a
maximização da utilidade e a minimização do gasto. Na maximização da utilidade, o consumidor é
limitado pela sua restrição orçamentária. Dessa forma, a escolha para o consumo de determinado
bem ou serviço está relacionada ao máximo de satisfação ou utilidade em adquirí-lo. Essa premissa
parte do princípio da racionalidade, ou seja, considera-se que o consumidor é racional, uma vez que
são analisados os benefícios da utilidade e do consumo, dadas as suas condições orçamentárias.
O pressuposto da racionalidade, nesse sentido, reforça o argumento de que os indivíduos e
a família, entre as diversas possibilidades de escolhas de produtos, optarão por aquele que trará
maior utilidade e bem-estar individual. É o que se chama de comportamento padrão, isto é, o
consumidor tem as suas escolhas e julga as suas preferências de modo a otimizar a decisão de
compra, sem incluir mais variáveis e viezes para a decisão. Sabe-se, contudo, que outras abordagens
teóricas, principalmente nas áreas de Marketing, Consumo e Economia Comportamental, analisam
o processo de compra e decisão de forma a abranger a sua complexidade, as suas heurísticas e os
seus viezes, porém sem ignorar o pressuposto básico, abordado pela economia, sobre a decisão
racional e econômica do indivíduo.
A segunda premissa da teoria do consumo pela abordagem econômica refere-se à intenção de
minimizar os gastos, ou seja, o consumidor irá escolher o número de mercadorias em face da sua
intenção de gastos, limitando-se, dessa maneira, a um nível de utilidade da compra. Esse ponto de
equilíbrio, entre a restrição orçamentária e a curva de indiferença, representa o quanto de um
determinado bem o consumidor está disposto a comprar em relação ao consumo de outro bem.
Quando se fala da teoria do consumidor, outros conceitos são apresentados e discutidos, tais
como: preferência, curva de indiferença, utilidade, taxa marginal de substituição e o próprio ponto
de equilíbrio.
A conceito de preferência refere-se ao fato de que, na diversidade de produtos, o
consumidor, tendo recursos para adquirí-los, irá ordenar, de acordo com a sua preferência, quais
produtos irá comprar/consumir. A representação disso se dá da seguinte forma: produto A é
preferido ao produto B; produto C não é preferido ao produto B; produto D é indiferente ao
produto E.
A análise econômica da preferência do consumidor irá considerar o seu desejo de compra,
uma vez que o consumo de cada indivíduo irá influenciar na curva de demanda, conforme já
discutimos anteriormente.
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Exemplificando:
A curva de indiferença surge exatamente para exemplificar os possíveis pontos e
momentos de decisão do consumidor em relação a querer comprar número x de produtos A e,
ao mesmo tempo, comprar número x-1 de produtos B. Em outras palavras, suponhamos
que um determinado consumidor tem a intenção de consumir até R$ 500,00 por mês em refeições
prontas. Para tanto, ele pode ir seis vezes a um restaurente e pedir duas vezes a entrega de refeição
na sua casa, ou o mesmo consumidor poderá pedir seis vezes a entrega de refeição em casa e ir
duas vezes a um restaurante. Considerando a diferença entre os valores e a restrição
orçamentária do indivíduo, esse consumidor terá de optar pela forma como irá usar os seus recursos.
No exemplo do mapa de preferências (figura seguinte), você poderá observar que o indivíduo
(ou a família) estará satisfeito com o consumo tanto no ponto “C” como no ponto “G” da curva de
indiferença. Ou seja, a curva ilustra as combinações de consumo que se mostram indiferentes, mas
ainda preferíveis pelo consumidor.
Nesse momento, cabe, ainda, analisar a taxa marginal de substituição, quer dizer, o custo pelo
qual o consumidor está disposto a pagar para adquirir mais de um bem em detrimento de outro. A
inclinação na curva de indiferença representa a taxa marginal de substituição, ou o quão disposto o
consumidor está para trocar as suas combinações de consumo.
Essa margem de substituição pode ser acentuada quando o consumidor é apresentado a bens
substitutos próximos, em que o benefício e a utilidade de determinado bem ou serviço é bem
parecido e análogo ao do produto a ser adquirido, como no caso de produtos similares cuja
diferenciação de dá pela marca. A menos que a compra pela marca tenha um apelo social – via
aceitação de grupo, status social ou outros atributos da marca, as demais características do produto
podem ser muito similares e, por isso, facilmente substituído. Além disso, o consumidor pode optar
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por bens complementares, ou seja, deixa de optar pelo produto A e B, em razão do produto C
atender todas as necessidades.
Acompanhar a tendência de consumo e as preferências dos consumidores, auxilia as decisões
de produção e funcionam como um termômetro do ambiente econômico, uma vez que essas
informações estão intrinsicamente relacionadas ao orçamento das famílias e indivíduos e, dessa
forma, à possibilidade de movimentação das curvas de oferta e demanda do mercado.
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Função e período da produção
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Figura 5 – Produto médio e produtividade
Rendimentos de escala remete aos rendimentos de produção, que podem ser de economias
de escala crescentes ou rendimentos constantes de escala. Para o primeiro tipo de rendimento de
escala, a proporção de utilização dos fatores de produção é a mesma em relação à quantidade que
será obtida de produtos. Nesse esquema de produção, se dobrarmos a quantidade de fatores,
obteremos o dobro de produtos produzidos. Já no rendimento constante de escala, à medida que a
utilização dos fatores de produção é aumentada, ocorre uma variação na quantidade de produção.
Eficiência técnica refere-se à maximização da produção diante do total de fatores de
produção disponíveis. Ou seja, empregando oito horas de trabalho com quatro funcionários, a
técnica de produção “A” entregará um produto. Enquanto isso, a técnica de produção “B”
despenderá 17 horas de trabalho com três funcionários. Na proporção final, a técnica B é mais
ineficiente, enquanto a técnica A é a mais eficiente.
Eficiência econômica: enquanto a eficiência técnica irá se preocupar com a quantidade de
produtos, entregues com determinado número de fatores de produção; a eficiência econômica avaliará
qual produção será mais eficiente economicamente, ou seja, qual permitirá produzir determinado
produto com o menor preço. Para esse fator, a escolha é feita pelos custos envolvidos nos fatores de
produção. Isso é utilizado, principalmente, quando se tem técnicas de produção similares, em que
ambas são eficientes, porém a diferenciação pode ocorrer por meio da eficiência econômica.
Custos da produção
Como atividade principal produtiva, as empresas estão, frequentemente, preocupadas com a
aplicação eficiente dos seus recursos e a diminuição dos seus custos. De fato, a própria alocação correta
e eficiente dos recursos já é uma forma de diminuição dos custos, mas há, também, uma série de
outras possibilidades de gerenciamento que vão afetar o processo produtivo e os custos da produção.
Para melhor discutir o processo de produção, a economia de custos se baseia em
diferentes funções de análise do custo, como os custos totais, custos fixos e outros, que serão
esclarecidos na sequência.
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Custos totais e custos médios
A quantidade de itens produzidos e a variação dos custos envolvidos no processo irão
determinar os custos totais da produção. Esse montante final de custo pode ser representado pela
soma dos custos fixos (todos os gastos com fatores fixos já programados, como instalação física,
trabalhadores, entre outros fatores que não dependem da quantidade de produtos que será
produzida) e também pelos custos variáveis (custos condicionados à quantidade de itens a serem
produzidos), de modo que, quanto maior o volume de produção, maior serão os custos variáveis.
Exemplificando:
No caso de uma indústria de calçados, os custos fixos da produção estão relacionados à
instalação física do imóvel, incluindo custos com o aluguel, a energia elétrica, os impostos da
propriedade, entre outros; também são custos fixos os salários dos funcionários e todos os outros
gastos que a empresa terá, operando na sua capacidade mínima ou máxima.
Já os custos variáveis estão relacionados com o volume da produção, logo, se a empresa
produzir 200 calçados no mês, será necessário um determinado volume de matéria prima, que gerará
um custo para a empresa. Mas, se a empresa produzir 400 calçados no mês, consecutivamente, a
empresa terá um custo maior por conta da compra de mais matéria-prima. Nesse sentido, os custos
variáveis estarão, proporcionalmente, relacionados ao volume de produção.
Outra forma de analisar os custos da produção é por meio do cálculo dos custos médios. Esse
valor representa o quanto os custos totais da produção estão diluídos em cada unidade produzida.
Para cálculo dos custos médios, deverão ser divididos os custos totais pelo total da quantidade de
unidades produzidas.
Na representação a seguir, temos um exemplo em que a produção de um único produto tem um
custo total de R$ 200,00; por ser uma produção única, o custo médio permanece o mesmo. Quando é
aumentado o número de unidades produzidas, o custo total aumenta, mas o custo médio diminui.
1 200 200
2 280 140
3 330 110
4 450 112,50
5 625 125
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O que é interessante notar é que o custo médio é representando por um valor que, após uma
determinada quantidade de produção, irá diminuindo até chegar a um ponto em que ele voltará a
aumentar. Desse modo, é possível identificar que o número de quantidades ideal para produção é
três, em que o custo médio da produção ficou menor, em R$ 110,00. A partir de três unidades, o
custo total da empresa ficará mais alto e o custo médio por unidade produzida deixará de diminuir,
o que pode representar uma menor margem de lucro.
Economias de escala
Cada empresa tem um fluxo produtivo e uma dinâmica de trabalho. Em alguns casos,
porém, as economias de escala são utilizadas como estratégia para a minimização dos custos e, dessa
forma, aumentar os lucros sobre a produção. A economia de escala nada mais é que encontrar o
ponto de equilíbrio entre a máxima produtividade e o melhor aproveitamento dos recursos
disponíveis e, com isso, um melhor custo médio por unidade produzida.
As economias de escala são representadas por curvas gráficas que simbolizam a quantidade
de unidades de produtos pelo valor dos custos médios a longo prazo. Dessa maneira, pode-se ter
dois tipos de curvas, crescente e decrescente, conforme é ilustrado na figura seguinte.
O que se pode observar é que o custo médio dos produtos vai diminuindo até certo ponto,
conforme a quantidade de unidades que são produzidas. Nesse movimento, a expansão da produção
está associada à redução do custo unitário do produto e, por isso, tem-se um rendimento crescente
ou uma economia de escala.
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Por outro lado, quando a produção é aumentada, os custos médios por unidade de produto
também aumentam e, então, os rendimentos serão decrescentes, resultando na curva de produção
que será chamada de deseconomia de escala. Nesse esquema de produção, a empresa precisa se
ajustar e repensar a utilização dos seus recursos – materiais, humanos e outros – para que o aumento
da produção não represente um aumento proporcional de custos médios, impedindo uma melhor
geração de lucro.
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MÓDULO II – ESTRUTURA DE MERCADO E
CONCORRÊNCIA
Para tanto, o conteúdo deste módulo está divido em quatro unidades: 1 – Elementos e
estrutura de mercados competitivos e não competitivos; 2 – Formação de preços e concorrência
perfeita; 3 – Monopólio, oligopólio e cartéis; 4 – Teoria dos Jogos para análise da concorrência.
Elementos e estrutura de mercados competitivos e não
competitivos
Ao longo desta disciplina, você vem sendo apresentado ao conceito e ao discurso sobre o
funcionamento das empresas e do mercado, segundo a perspectiva econômica. Agora, você irá
compreender quais as possíveis formas de estruturação desses mercados. Aqui, estruturas de
mercado se refere à organização das empresas que compõem determinado nicho de atuação em uma
determinada região.
Em outras palavras, o que diferencia o mercado de petróleo e combustível, no Brasil, do
mercado de vendas de automóveis? Possivelmente, uma das explicações mais elementares,
considerando-se a teoria sobre as estruturas de mercado, é que, nesses dois diferentes mercados, há
uma diferença entre os números de players, ou seja, de competidores, e uma regulação quanto a
quem está autorizado a comercializar e explorar determinado tipo de produto/recurso.
Nesse sentido, surgem as diversas estruturas de mercado, ou seja, os diferentes modelos de
competição que irão definir a variação de preços e o equilíbrio entre oferta e demanda do mercado.
As principais estruturas são denominadas concorrência perfeita, nas quais os produtos são idênticos
e o número de competidores é alto; concorrência monopolista, quando os produtos são
diferenciados, porém possuem muitos competidores; oligopólio, em que poucos vendedores
competem, e monopólio completo, quando há apenas um vendedor no mercado.
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antitruste, buscando equilibrar as forças das empresas no mercado, além de permitir uma
concorrência mais justa e um maior número de opções para os consumidores. Por vezes, esses
mecanismos podem ainda barrar a criação de cartéis e limitar o poder de decisão para um mesmo
conglomerado de empresas.
A regulação do mercado, como mecanismo do governo, pode configurar-se como regras e
condições de atuação das empresas em um determinado mercado. Essa regulação pode ocorrer por
ser um meio de definição de preços, especificações de qualidade do produto/serviço, condições de
competição entre os atores ofertantes bem como padrões esperados pelos consumidores.
A exemplo disso, no mercado de telecomunicações no Brasil, temos um histórico de ações e
mecanismos políticos e econômicos que favorece um comportamento pró-competitivo bem como
o desempenho do mercado como um todo. Para uma determinada empresa integrar o mercado de
telecomunicações, são necessários uma concessão e um compromisso de investimento e retorno
sobre o lucro recebido para benefício do próprio setor e dos consumidores. A atuação do governo,
nesse cenário, tem, como propósito, não só impulsionar o desenvolvimento tecnológico e
competitivo do país mas também trazer melhorias constantes na qualidade de serviços aos
consumidores. De fato, nem sempre a regulação imposta e as empresas que compõem esses
mercados correspondem às expectativas do consumidor, mas, ainda assim, é uma interferência do
governo buscando uma melhor configuração do mercado.
Há um debate sempre em voga no tocante à regulação do mercado, principalmente, quando
há atores estatais, como empresas públicas, envolvidos na discussão. A privatização de determinadas
empresas públicas, buscando um melhor equilíbrio de mercado ou buscando corrigir falhas no
mercado, não deixa de ser um mecanismo econômico e político que busca trazer mais rendimento ao
Estado e também melhorias ao consumidor, abrindo a concorrência para outros competidores. Tanto
a privatização de empresas públicas como a desregulação de mercado são decisões públicas cheias de
trade-offs e que, vez ou outra, é posta em discussão na mídia e pelos agentes políticos e econômicos.
Duas importantes teorias econômicas ajudam a explicar a demanda e oferta de regulação do
mercado – a teoria do interesse social e a teoria da captura da regulação. Para a teoria do interesse
social, a regulação é demandada por uma motivação de eficiência econômica na alocação dos
recursos e, com isso, por uma oferta de produto/serviço com preço mais competitivo e acessível ao
consumidor. Já a teoria da captura da regulação tem um posicionamento político ao assumir que as
regulações impostas aos atores envolvidos levarão a uma maior interferência do governo e, por isso,
a uma possível influência superior, se comparado com um mercado desregulado, ou seja, sem
interferência governamental.
A formação de preços e a maximização do nível de produção também são avaliadas pelos
mecanismos de regulação, não apenas quando há regulação de preço máximo mas também em
situações em que as empresas devem justificar o seu lucro e os seus retornos por meio de uma
regulação da taxa de retorno. Por meio desses instrumentos, o governo e as entidades reguladoras
acompanham de perto os custos e as receitas das empresas que fazem parte desse mercado,
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fiscalizando quando há um lucro excedente para o produtor sem que haja uma melhoria no produto
ou diminuição do preço para o consumidor.
A união de algumas empresas com o objetivo de controlar a produção e venda de determinado
bem, chamada de cartéis, também faz parte dos objetivos da regulação de mercado. Em tese, esse
acordo entre as empresas pode ser considerado ilegal em alguns países, uma vez que os próprios
membros atuam no controle da demanda, formação de preços e regulação dos demais membros do
mercado. Organizações como essas podem utilizar mecanismos legais ou até negociações não
igualitárias para buscar uma maximização dos lucros, com redução de riscos aos produtos, o que,
muitas vezes, prejudica os consumidores e lesa, inclusive, as entidades governamentais.
Legislação antitruste
O governo, na tentativa de regular o mercado, pode lançar mão de um mecanismo chamado
de antitruste para inibir comportamentos e práticas monopolistas, como a formação de cartéis, bem
como as fusões e aquisições que, de uma maneira geral, vão contra a competição perfeita no
mercado. Historicamente, as leis antitruste, originadas nos Estados Unidos, não foram motivadas,
especificamente, pela busca de controle do mercado e melhorias para o consumidor, mas para
ajustes necessários nas condições de concorrência entre os atores que disputavam no mercado.
Um caso recente de aplicação do mecanismo de antitruste foi executado pela Comissão
Econômica da União Europeia contra a empresa norte-americana Google. A empresa de tecnologia
foi autuada por mais de uma vez, nos anos de 2017 e 2018, por práticas de mercado que favorecem
o uso e a dominância dos próprios serviços, por exemplo, os serviços de busca e acordos com
desenvolvedores de software, o que prejudica ou até impossibilita o surgimento e crescimento de outras
empresas atuantes nesse segmento. Na ordem de 4,34 bilhões de euros pela multa de 2018 e 2,42
bilhões de euros pela multa de 2017, a Google é a empresa com maior representação nas práticas
anticomerciais e concorrenciais, cujo foco de fiscalização tem sido evidenciado pela União Europeia.
No Brasil, a entidade responsável pela regulação de mercado e aplicação da legislação
antitruste é o Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica –, uma autarquia da
administração pública federal. O Cade tem como propósito, entre outros, avaliar e aplicar sanções,
quando necessário, em vista da defesa da concorrência e das práticas ilegais de comércio. O órgão
brasileiro segue diretrizes internacionais, como as de origem da OCDE – Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico –, mas também faz cumprir legislações nacionais,
como a Lei de Defesa da Concorrência – LDC no12.529 de 2011, que tem por objetivo defender
o mercado econômico nacional contra condutas anticompetitivas.
Para os negócios, entender a legislação antitruste também pode ajudar nas decisões estratégicas,
principalmente as de vendas e comportamento concorrencial no mercado. A sustentação de preço de
venda em acordos, as vendas casadas (quando o comprador é limitado a adquirir um produto, sendo
necessário a aquisição de um outro, geralmente com preço maior) e os preços predatórios (quando o
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vendedor pratica valores abaixo do mercado, e, por vezes, abaixo do custo, para eliminar a
concorrência ou aumentar o seu ganho em escala) são algumas das práticas que, em determinados
segmentos ou situações, podem ser vistas como inadequadas ou ilegais, podendo levar a multas e
sanções, não só para o negócio mas também para o indivíduo – gestor da empresa.
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Formação de preços na concorrência perfeita
Inicialmente, vale considerar que a formação de um mercado de concorrência perfeita
acontece quando as empresas atuantes nele não produzem um bem ou produto com características
únicas; com isso, no processo de compra do consumidor, não há um custo pela substituição ou
escolha de um ofertante em detrimento de outro. Nesse cenário, empresas produtoras ou ofertantes
desse bem possuem uma escala mínima eficiente, ou seja, as empresas conseguem chegar a um custo
médio mais baixo sem grandes investimentos, possibilitando, portanto, a entrada de um alto
número de concorrentes.
Nessa estrutura, as empresas são denominadas “tomadoras de preços”, isto é, elas têm uma
parcela pequena na oferta de um bem ou produto no mercado e, por essa razão, não são capazes de
determinar o preço ou influenciar o mercado. Isso acontece, principalmente, em indústrias e
segmentos produtivos cuja proporção de vendas/produção é equilibrada entre o número de
ofertantes e os consumidores informados sobre o produto oferecido, que determinam o gasto
conforme a sua intenção de compra. Essas empresas sofrem alta influência não só da oferta e
demanda do mercado mas também do aumento da renda média e da melhoria na restrição
orçamentária das famílias.
Podemos ilustrar isso pela produção de grãos no Brasil. Ainda que o país seja um dos maiores
produtores e vendedores nesse segmento rural no mundo, a produção é pulverizada entre vários
produtores rurais, que têm pouco ou nenhum poder de barganha para determinar o seu preço de
venda no mercado. Nesse caso, a formação de preços considera mais os fatores de demanda pelo
produto no mercado regional, nacional ou mundial e sofre mais influências externas do que,
propriamente, influências de um único produtor. Essa limitação é chamada de restrição de mercado
para formação de preços na concorrência perfeita, em que os ofertantes têm pouca ou nenhuma
margem para formação de preços.
Uma característica na curva de demanda dessas empresas e indústrias em concorrência
perfeita é a horizontalidade ou elasticidade da curva, uma vez que o preço dos produtos é fixado
pelo mercado. Assim, o que vai determinar o crescimento da curva será a quantidade a ser ofertada
no mercado, decisão relevante para empresas que participam nessa estrutura de mercado.
A empresa e a indústria no cenário de concorrência perfeita deverão tomar decisões centradas
no curto e longo prazos. No curto prazo, as decisões referem-se à quantidade de produção, visando
à minimização de custos e potencialização dos lucros ante a escala de produção; já no longo prazo,
outros fatores podem ser considerados, como o surgimento de inovações tecnológicas, a melhoria e
ampliação de instalações produtivas e, até mesmo, a decisão de permanência ou não nessa indústria.
Há muitas empresas e indústrias que, buscando uma vantagem competitiva, decidem retirar o
negócio do segmento de concorrência perfeita e lançarem-se em outros mercados, com menos
competidores e menos clientes, mas buscando alcançar lucro e margens maiores.
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Nível de produção na concorrência perfeita
Considerando a limitação da formação de preços na concorrência perfeita, as empresas e
indústrias, nesse mercado, deverão buscar a maximização do lucro, e uma possível decisão é
encontrar o nível de produção maximizado do lucro econômico. Para tanto, a empresa deverá
analisar a sua receita e os custos totais e encontrar o ponto ideal da produção, onde a receita seja
excedente diante da quantidade produzida.
Na ilustração seguinte, considere a produção em uma indústria de calçados. O lucro
econômico será igual à receita total diminuída do custo total. Nesse sentido, pode-se observar no
eixo y do gráfico, que indica a quantidade de produção, que a produção inferior a quatro unidades
representa perda econômica, ou seja, os custos totais ainda excedem a receita. Já a produção de nove
unidades alcança o ponto ideal, chamado de quantidade maximizadora de lucro, sendo que, para
produzir nove unidades, a receita foi superior, sem que os custos fossem maximizados. A partir
desse ponto, os custos de produção aumentam, diluindo a receita total e, por essa razão, o lucro
econômico se apresenta em uma curva decrescente, chegando ao ponto em que os custos voltarão a
ser superiores à receita, aqui representado pela quantidade de 12 unidades, com o lucro total
negativo, ou seja, indicando um prejuízo para o negócio.
Muitos negócios operam, durante os primeiros anos, apenas com o lucro normal, em que o
total de receitas é igual ao custo total. Nesse primeiro momento, a maximização do lucro econômico
é impossibilitada em razão dos custos iniciais da produção e dos investimentos no negócio. Outra
possibilidade de maximização do lucro é analisar a receita marginal e o custo marginal na produção.
Nessa análise, é verificado se, a cada venda extra, gera-se um custo adicional para a produção, e, a
partir disso, é possível analisar o ponto da curva de produção no qual o lucro será maior, sem que
os custos da produção aumentem marginalmente.
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O equilíbrio de mercado e a eficiência econômica são dados pela intersecção entre a curva de
demanda e a curva de oferta, ou seja, quando o valor para os compradores deixa de ser maior que o
custo para os vendedores. No entanto, o valor para os compradores ainda é menor que o custo para
os vendedores, conforme ilustrado na Figura 9. Pela representação dada na figura seguinte, podemos
ver que é apresentado um ponto ótimo para a maximização no nível de produção, o que resulta em
mercados competitivos, uma pressão para as empresas buscarem o menor custo de produção e a
melhor alocação dos seus fatores produtivos, como mão de obra, equipamentos e outros, ou seja, a
melhor eficiência econômica.
Outra característica, nos mercados competitivos, é o livre acesso à entrada e saída de concorrentes
no mercado. Não há barreiras tecnológicas e legais para restringir o acesso a novos competidores, ou
seja, o custo não é alto para a entrada de um novo competidor, considerando-se a aquisição de materiais
e equipamentos tecnológicos, e também não há restrição governamental ou legal para participar do
mercado e competir por uma fatia do mercado. Ao passo que a entrada é facilitada, a saída do negócio
também enfrenta poucos problemas, uma vez que sempre terão novos interessados em entrar nesse
mercado. Um exemplo para isso é o mercado de refeições (bares e restaurantes): quando um restaurante
sai do mercado e deixa o seu ponto disponível, em pouco tempo, um novo empreendimento será
inaugurado e os consumidores terão uma nova opção de consumo.
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Mercados não competitivos, monopólio, oligopólio e cartéis
Mercados de concorrência imperfeita ou não competitivos são representados por empresas ou
indústrias que possuem um determinado poder de mercado, seja pela influência na formação de preços,
seja pela influência na oferta e quantidade de produtos disponíveis no mercado, seja pelo controle de
entrada de outros concorrentes. Estruturas de oligopólio e monopólio, com poucos concorrentes ou
com nenhum, assim como a formação de cartéis, são tipos de organização no mercado, totalmente
opostos à concorrência perfeita, em que as forças de concorrência são equilibradas e os preços são
determinados pelo próprio mercado, sem ter influência de um único competidor.
As causas de imperfeição dos mercados são representadas por diferenças nos custos de
produção e, principalmente, pelas barreiras à entrada de novos competidores. Isso significa dizer
que, quando poucas empresas conseguem obter economias de escala na produção, seja pela estrutura
de custos seja pela tecnologia, o número de empresas concorrentes será menor, pois o custo e
investimento de um pequeno ou novo competidor será elevado ou levará muito tempo para alcançar
a escala de produção já alcançada pela empresa líder.
Já as barreiras de entrada, consideradas como limitantes à entrada de novos concorrentes no
setor, podem-se manifestar, principalmente, por duas causas: (i) restrições legais e (ii) diferenciação
do produto/serviço. A primeira barreira, restrição legal, fundamenta-se pela existência de um
precedente institucional legal que proíbe a entrada de um concorrente ou restringe o acesso a poucos
competidores. O serviço público em geral é um exemplo de restrição de entrada de empresas, uma
vez que o serviço é regulamentado por legislação e apenas uma ou poucas empresas podem ser
licenciadas para fornecer determinado produto ou serviço.
Outra restrição de entrada são as patentes de produção, principalmente em indústrias de
ponta, a farmacêutica e a de inovação, por exemplo, em que os investimentos de pesquisa e
desenvolvimento (P&D) levam a uma patente de produção e comercialização de um determinado
bem; com isso, somente após um determinado tempo, outras empresas poderão apropriarem-se
dessa inovação e, então, começar a explorá-la no mercado.
A diferenciação de produtos pode ocorrer tanto pela inovatividade do produto ou serviço,
mesmo sem a patente de exclusividade de produção, quanto pelo poder de publicidade e influência
do produto/marca sobre os consumidores. Nesse caso, mesmo o produto oferecendo benefícios
similares aos dos concorrentes, uma empresa pode exercer esse poder e dominar algum segmento,
deixando, então, os custos altos para a entrada de novos concorrentes.
Monopólio
O monopólio se opõe à concorrência perfeita em quase todos os sentidos. Enquanto, na
concorrência perfeita, tem-se muitos produtores /competidores e a definição do preço se dá com relação
aos seus competidores e à maximização da redução dos custos, na estrutura monopolista, o competidor
é único e a definição dos preços se baseará nos seus custos de produção e na demanda de mercado.
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Nessa estrutura de mercado, podemos ter um monopólio privado, um monopólio estatal ou
um monopólio misto. A característica básica é a impossibilidade de barreiras de entrada de novos
concorrentes no mercado. Isso pode se explicar de diferentes formas: ou porque a produção desse
bem ou serviço é regulamentado pelo governo, isto é, somente uma empresa tem a licença e o direito
de comercializar aquele bem (ex.: fornecimento de água, luz, etc.) ou, também, em casos que
somente uma empresa tem o controle de determinada matéria-prima (como no caso da Petrobrás,
que durante muitos anos tinha o monopólio de extração e refino de petróleo no país).
Há, ainda, o caso de a empresa possuir uma patente sobre o produto ou o processo produtivo, de
modo que ela é a única a ter o direito e a propriedade de produzir e comercializar determinados bens.
Práticas monopolistas
Cartel é uma ação caracterizada pela formação de práticas conjuntas entre indústrias de um
mesmo setor para a definição de preços e o controle de oferta no mercado. Isso beneficia as empresas
integrantes, uma vez que os insumos, as matérias-primas e os demais fatores de produção podem
ser compartilhados bem como os riscos podem ser assumidos em conjunto. Nesses negócios,
algumas práticas comerciais que são adotadas podem influenciar a decisão do consumidor, seja pelo
preço a ser pago pelo produto ofertado, seja pela disponibilidade de acesso em praças e locais bem
definidos (como no controle de mercado por regiões), entre outros.
Truste é uma prática mais intensiva de união entre empresas para buscar ganhos em
determinados mercados, sem que tenha influência de outros concorrentes. Essa prática limita o
consumidor, obrigando-o a pagar o preço que está sendo oferecido, uma vez que as empresas
oferecem o produto/serviço na mesma condição e preço.
Holding tem por significado “controladora”, ou seja, uma única empresa é detentora de um
grupo, menor ou não, de empresas, chamadas de subsidiárias. Essa prática monopolista está
interligada com as decisões de maximização de capital e controle acionário de empresas, em que
uma empresa maior faz uma aquisição de outra, ou duas empresas se unem, formando um novo
conglomerado de empresas. Para o consumidor, muitas vezes, há uma falta de informação e falsa
percepção de que tem no mercado diversas possibilidades de consumo, quando, na verdade, o
controle de formação de preços e oferta é determinado por um único grupo – a holding.
Regulação do monopólio
Há ainda outra característica relevante para se entender na concorrência monopolista – a
influência do governo. Muitas empresas, por terem o controle estatal, exercem um duplo papel no
mercado, exercendo o controle de preços e também o controle da oferta em detrimento de
regulações de mercado. Além disso, mesmo com a abertura para entrada de novos concorrentes,
existem alguns aspectos que dificultam a concorrência e mantém a vantagem para a empresa que,
durante muito tempo, foi única no mercado.
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Um exemplo disso é a Petrobrás, Petróleo Brasileiro S.A, empresa de capital aberto, cujo
acionista majoritário é o Governo Federal do Brasil. Tendo sido fundada nos anos 1950 pelo
governo Getúlio Vargas, por mais de 40 anos, permaneceu sendo a única empresa a poder explorar,
extrair e refinar óleo e combustível no Brasil. Apenas em 1997, a exclusividade foi retirada,
permitindo que outras empresas pudessem entrar no mercado. Essa abertura no mercado
possibilitou que diversas outras empresas multinacionais, como a Britânica e Holandesa Shell, a
empresa norte americana ExonMobill, a chinesa Sinopec, entre várias outras, pudessem assumir
atividades de extração e produção em conjunto com a Petrobrás. No entanto, poucas empresas
conseguem, efetivamente, lançar concorrência à Petrobrás no contexto brasileiro; principalmente
pela empresa ser, ainda, uma empresa estatal, ou seja, controlada majoritariamente pelo governo;
esse histórico de poder de mercado acaba afastando investimentos estrangeiros ou nacionais para a
instalação de novas empresas no território nacional.
Oligopólio
Essa estrutura de mercado é representada por um número reduzido de empresas, que
competem entre si, mas que têm, de certa forma, preços fixos e uma margem alta de lucro. A entrada
de concorrentes é mais difícil, então, a lucratividade torna-se mais duradoura. Nesse modelo de
mercado, a concorrência não é representada pelo preço do produto, mas sim pela diferenciação do
que está sendo oferecido.
Um exemplo de oligopólio são as indústrias automobilísticas. No momento de decidir entre
comprar um automóvel, o consumidor irá escolher uma categoria, entre um grupo seleto de
montadoras (geralmente até 10) e, nessa mesma categoria, o nível de preços não terá uma grande
variação, mas o que irá definir a compra é o gosto e a pretensão do consumidor com relação à
compra de um carro A em comparação com os carros B, C e assim por diante.
Oligopólio puro é caracterizado por poucos competidores, oferecendo produtos homogêneos,
como a indústria de aço e minério. A indústria siderúrgica lida com produtos de commodities,
comercializados em grandes volumes e com baixa diferenciação para o consumidor. Nesse caso, a
competição se dá nas negociações de preço e nos demais acordos entre comprador e vendedor.
Oligopólio diferenciado é caracterizado por um grupo limitado de competidores, oferecendo
produtos com baixa diferenciação, como o segmento de telecomunicações, tanto no Brasil quanto
no mundo, em que há um grupo seleto de empresas que disponibilizam serviços de telefonia móvel,
fixa e internet, e consumidores que limitam as suas escolhas em função do preço do serviço e dos
benefícios de pacotes oferecidos por cada empresa.
Já o oligopólio por conglomerados assemelha-se com a estrutura de holding monopolista,
porém, nessa estrutura, temos a formação de empresas de diferentes setores sob o comando de uma
holding. Um exemplo disso, no Brasil, é a Unilever, empresa detentora de diversas marcas em
segmento de alimentos, como Hellmans, Ades e Kibon; segmento de limpeza, como Brilhante e
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Comfort, e segmento de higiene e cosméticos, como Lux, Rexona e Dove. Ao analisarmos sob a
perspectiva do consumidor, temos um grande número de opções para consumo, porém na visão do
mercado, há poucas empresas competindo.
Essas estruturas de mercado são as mais básicas, porém, ao olharmos para o mercado como
ele realmente é, veremos uma miscelânea de diferentes modelos e estruturas de mercado, seja na
condição de concorrência imperfeita e concorrência em oligopólios concentrados ou homogêneos,
seja na concorrência monopolista diferenciada e outras estruturas de competição que podem ser
observadas no campo real das empresas.
O governo, tanto em concorrência monopolista quanto em oligopolista, tem uma grande
influência na estruturação do mercado. Há inúmeras ações políticas e econômicas que estimulam o
desenvolvimento e crescimento de empresas líderes em segmento, em parte influenciando e
beneficiando o segmento, porém, em parte, também prejudicando o surgimento e desenvolvimento
de pequenos negócios concorrentes. Ações como essas têm reflexos diretos para o consumidor. Para
exemplificar, podemos lembrar da fusão entre Sadia e Perdigão, que deu origem à BRF S/A, empresa
de capital aberto, criada após a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(CADE), e que é líder absoluta de alimentos processados no Brasil, sendo responsável por até 90%
das vendas em alguns segmentos. A criação de uma grande empresa líder possibilita uma maior
concorrência no mercado internacional, porém limita as opções do consumidor, uma vez que os
portifólios de produtos são unificados ou simplificados.
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Teoria dos jogos para análise da concorrência
Entender como funciona o mercado pressupõe entender como os agentes que o compõem se
comportam. Dito isso, podemos considerar que um fator importante, antes de buscar entender
como atuam os agentes do mercado, aqui denominados de jogadores, é entender como são as regras
do jogo, ou seja, as regras do mercado em que a competição irá ocorrer. A análise da concorrência
na perspectiva da Teoria dos Jogos, parte do princípio de que, em determinados cenários, haverá
jogadores com forças equilibradas e, em outros, haverá um desequilíbrio entre eles. Então, como o
mercado ou os demais jogadores se comportam ao enxergar esses movimentos?
Para Brandengurger e Nalebuff (1995), a essência do sucesso dos negócios reside em ter
certeza de que os jogadores estão jogando o jogo correto. Justamente daí, emerge o problema: Como
se sabe se esse é o jogo correto? Para os autores, o problema pode ser olhado pela cooperação ou
competição nos mercados. É, de fato, importante saber se o jogo é de competição ou coopetição.
Mas, para um competidor ganhar, o outro precisa, necessariamente, perder? Qual a forma de haver
ganho para os dois lados ou como prever a perda para os dois lados? Quando temos forças
equiparadas entre os jogadores, temos um tipo de jogo, se as forças são distintas, temos outro tipo
de jogo.
Vários trabalhos abordando a aplicação da Teoria dos Jogos em situações de negócios podem
ser encontrados na literatura econômica e de gestão. Todavia, a questão “Qual o jogo que se deve
jogar em uma particular situação de conflito de interesses no mundo dos negócios?”, é sempre um
ponto fundamental que deve ser analisada pelo gestor. Essa questão, foi abordada por
Brandenburger e Nalebuff (1995), que propuseram o conceito coopetição e o modelo de Rede de
Valor, em que os jogadores podem assumir, além de uma postura individualista, também uma
postura de cooperação para equilíbrio das forças no mercado.
A Teoria dos Jogos pode ser muito útil como base conceitual e metodológica para uma
modelagem de posicionamento estratégico no mundo dos negócios. A literatura descreve situações
cooperativas e competitivas clássicas da Teoria dos Jogos e indica formas de se obter estratégias de
equilíbrio nesses tipos de jogos. Entre elas, as seguintes foram selecionadas para servirem de base
nessa unidade: (a) jogos de soma-zero, em que se aplica a estratégia de equilíbrio de mercado; (b)
jogos não-cooperativos de soma-variável, em que se aplica a estratégia de equilíbrio de Nash; (c)
jogos cooperativos de soma-variável, em que se aplica a estratégia de equilíbrio de Pareto; (d) jogos
hierárquicos, em que um jogador, geralmente mais forte, faz o seu lance estratégico e o anuncia aos
demais jogadores que, em seguida, selecionam as suas estratégias.
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A dimensão da postura concorrencial dos jogadores
Embora o conceito de conflito de interesses possa ser aplicado a quase todas as atividades
humanas – coletivas ou individuais –, tais como as políticas, militares, geopolíticas, sociais,
diplomáticas, ou familiares, no cenário econômico e de negócios, a sua aplicação tem um impacto
direto na forma como o mercado se estrutura e como os agentes econômicos podem-se comportar.
Uma questão básica que envolve situações de conflitos de interesses entre jogadores é a
maneira pela qual um jogador específico encara o seu oponente. Podemos supor três diferentes
comportamentos para postura concorrencial, sendo: (1) “Se for possível, quero destruir o meu
concorrente; se não for possível, quero enfraquecê-lo ao máximo, de forma que ele não me ofereça
qualquer ameaça no futuro”; (2) “Meu concorrente existe e está aí, mas há oportunidades para
todos; embora eu reconheça que haverá sempre conflito de interesses entre nós, vou agir de forma
a conquistar e manter meu espaço vital para sobreviver e crescer”; e (3) “Eu preciso sobreviver, mas
meu concorrente também precisa; assim, deve ser possível encontrar alguma maneira coordenada
de agir, de forma a que se possa achar uma solução conciliatória que seja a melhor para o todos”.
As posturas anteriormente caracterizadas são designadas por rival, individualista, e associativa,
respectivamente. Observe-se que psicólogos, administradores, psicanalistas, sociólogos, cientistas
políticos e filósofos continuam investigando as verdadeiras motivações pelas quais os indivíduos
tomam as suas decisões, optando, consciente ou inconscientemente, por (1), ou por (2), ou por (3),
antes enumeradas. Para efeito dessa análise, entretanto, basta reconhecer que essas três alternativas
existem de fato, e que elas condicionam profundamente a análise da situação de posicionamento
estratégico e das ações a tomar em cada situação de conflito.
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Detalhamento dos jogos competitivos para análise da concorrência
Jogo 1: Jogo competitivo – equilíbrio de Nash
O primeiro dos jogos estratégicos descritos é o chamado competitivo, que se aplica, por
exemplo, a situações ditas de ‘concorrência perfeita’ ou de ‘livre mercado’, com muitos
fornecedores, sem que nenhum deles tenha condições de dominar – ou ser dominado – pelos demais
concorrentes. Nos jogos não-cooperativos e não-hierárquicos, de soma variável, em que os jogadores
decidem assumir postura individualista, eles buscam a otimização das suas respectivas funções-
objetivo, desconhecendo o que os demais jogadores estejam fazendo ou pretendam fazer. Se essa
solução existir, ela será caracterizada pela situação em que nenhum dos jogadores consegue melhorar
os seus próprios resultados, mesmo se alterar, unilateralmente, a sua decisão. Tal solução é
conhecida como ponto de equilíbrio de Nash.
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Jogo 4: Jogo hierárquico líder-seguidor – equilíbrio de Stackelberg
Tome-se um jogo hierárquico entre um jogador L, chamado líder, e um jogador S, chamado
seguidor, com decisões estratégicas e funções-objetivo, referentes aos jogadores L e S,
respectivamente. Suponha-se também que, pela estrutura e pelas regras do jogo, o jogador L
seleciona, primeiramente, a sua decisão estratégica e, em seguida, o jogador S seleciona a sua decisão
estratégica, conhecendo, de antemão, a decisão de L. Para que se obtenha um ponto de equilíbrio
de Stackelberg, é necessário, entretanto, que o seguidor seja racional, tomando sempre decisões
ótimas. Esse par de estratégias – para líder e para seguidor – se aplica, tipicamente, a situações de
conflito de interesses entre um jogador mais forte e outro mais fraco, ambos com posturas
concorrenciais individualistas.
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MÓDULO III – ANÁLISE MACROECONÔMICA
E INDICADORES ECONÔMICOS
Você é surpreendido quase todos os dias por notícias de economia, principalmente, aquelas
sobre a situação macroeconômica do Brasil. Reportes e atualizações sobre o crescimento econômico,
previsões de alta ou retração do produto interno bruto, aumento dos níveis de desemprego e
preocupação dos economistas com a alta da inflação. Todas essas informações fazem parte do estudo
da política e da situação macroeconômica de um país.
A política macroeconômica e a situação do desenvolvimento econômico de um país são reflexos
de todas as variáveis e atividades compreendidas por todos os níveis da economia, tanto o macro
quanto o micro; portanto, entender e refletir sobre esses conceitos inerentes à macroeconomia são de
grande relevância. Neste módulo, você verá os pressupostos e objetivos da macroeconomia bem como
as aplicações desses conceitos na análise do crescimento econômico dos países.
Os objetivos de aprendizagem para este módulo são:
a) reconhecer o ambiente econômico e identificar os principais atores macroeconômicos;
b) descrever as causas e consequências de um descontrole da inflação;
c) reconhecer a importância do aumento da produtividade para o crescimento de um país
no longo prazo;
d) relacionar o percentual de investimento no PIB à taxa de crescimento de uma economia;
e) analisar a influência dos índices econômicos, da flutuação de juros e da moeda no
crescimento da economia e dos negócios e
f) reconhecer os impactos das políticas monetária e fiscal na estabilização da economia e os
seus efeitos sobre os mercados e as empresas.
Para tanto, o conteúdo deste módulo está divido em quatro unidades:1 – Análise e política
macroeconômica; 2 – Indicadores de mensuração e crescimento econômico; 3 – Controle do nível
de preços, inflação e desemprego, e 4 – Moeda, Banco Central e determinação da taxa de juros.
44
Outro fator determinante são as perturbações externas, ou seja, as alterações e influências de
ordem macroeconômicas, geradas por outros países ou blocos econômicos que poderão
impactar/influenciar a economia de um país específico.
Exemplificando:
Os Estados Unidos podem impor uma série de embargos e aumentar as taxas de tributação
sobre os produtos importados. O resultado disso pode ser a diminuição das vendas desses
determinados produtos pelo Brasil. Com esse cenário, o Brasil deverá exportar menos para os EUA,
afetando, consequentemente, a balança comercial brasileira, visto que mais produtos deverão ser
consumidos pelo mercado interno, o que poderá gerar uma retração na produção do mercado
brasileiro, podendo até interferir nas taxas de nível de emprego.
Assim como sofre as influências externas, a macroeconomia também é regida pelas políticas
macroeconômicas, que são os instrumentos utilizados pelo Governo ou Banco Central para tentar
intervir sobre a dinâmica econômica/política ou fiscal do país, e que também terão um impacto na
macroeconomia.
De maneira geral, a macroeconomia tem por objetivos: (1) o rápido crescimento da produção;
(2) um nível de emprego elevado e (3) a estabilidade do nível de preços. Além desses objetivos
principais, outros objetivos são também de interesse da macroeconomia, como o déficit público, o
déficit externo, as taxas de juros e as taxas de câmbio. Todos esses objetivos são interconectados de
certa forma, e os instrumentos utilizados pelo governo, chamados políticas macroeconômicas,
tentarão, de alguma forma, influenciar no controle desses objetivos.
Para demonstrar a interconexão entre os objetivos e os seus resultados, temos, por exemplo,
o nível de emprego ou desempenho – quanto menor o número de pessoas empregadas, menor será
a renda média e a demanda por produtos/serviços; consequentemente, se a demanda está em baixa,
a atividade econômica não será estimulada. Outra preocupação é com a inflação: se está subindo ou
já está alta, o poder de compra da população vai estar cada vez menor; isso representa que as pessoas
comprarão menos bens e demandarão menos serviços, prejudicando o crescimento econômico. Já
a preocupação com o baixo nível de crescimento do PIB, ou seja, a baixa produção nacional, tem
impacto direto nas negociações internacionais e pode afetar o nível de emprego, renda e demanda
no mercado, conforme já mencionado anteriormente.
Conflitos da macroeconomia
A política macroeconômica tem relação direta com as decisões políticas e governamentais,
nos três níveis – federal, estadual e municipal –, uma vez que as promessas políticas de manter
inflação, fazer o PIB crescer, aumentar o nível de emprego e melhorar o relacionamento com os
demais governos e países são fatores, estritamente, ligados aos objetivos da macroeconomia e,
portanto, importantes para entender o funcionamento dos países como um todo.
45
Alguns dilemas conhecidos da macroeconomia referem-se aos trade-offs e conflitos entre os
próprios objetivos macroeconômicos; em outras palavras, isso quer dizer que, raramente, em um
país, as políticas macroeconômicas conseguirão trabalhar de modo sinérgico com os quatro
objetivos. Os países, inicialmente, adotam um objetivo prioritário para meta econômica, ainda que,
indiretamente, influenciando os demais. Veremos, a seguir, alguns desses dilemas.
Dilema 1 – Crescimento do PIB versus manutenção do alto nível de emprego: considerando
a visão das empresas ao buscar competitividade e redução de custos, melhorar o processo de
produção, adquirir novas técnicas de produção e investir em inovação e tecnologia são ações que
podem levar a uma alteração no ambiente do trabalho, acarretando uma diminuição do nível de
emprego, ou seja, menos postos de trabalho ou alteração brusca das atividades laborais, o que pode
demorar um certo tempo para que o mercado desenvolva esses profissionais e preencha essas novas
vagas de trabalho.
Dilema 2 – Estabilidade de preços versus manutenção de alto nível de emprego: tendo em
vista que o nível de emprego tem reflexo no aumento de renda e na demanda, com o aumento da
produção e da demanda agregada, será necessário aumentar a utilização dos fatores de produção
(máquinas, investimentos, mão de obra); com isso, no entanto, pode ocorrer um aumento nos
custos de produção e, dessa forma, uma pressão de alta nos preços de bens e serviços, causando um
aumento na inflação. Então, para controlar a inflação, os governos adotam medidas que
desestimulam a demanda agregada. Tais medidas, ao desestimular a demanda, desestimulam
também o setor produtivo, de modo que a produção irá cair, e o nível emprego também.
46
Da mesma forma, a política monetária pode ter um viés expansionista, para o estímulo de
produção e emprego, ou pode ser mais restritiva, para a redução na oferta de moeda ou o aumento
das taxas de juros para controle da inflação.
2. Política fiscal
A política fiscal é executada pelo governo e vale-se de instrumentos fiscais, como o controle
de gastos do governo e a arrecadação de impostos, em um nível expansionista ou de restrição, ou
seja, estimulando ou desestimulando a demanda agregada e aumentando ou reduzindo a carga de
impostos.
A política fiscal tem por objetivo equilibrar os gastos públicos e controlar a captação e o
gerenciamento dos impostos pagos pelas empresas e pelos consumidores. Dessa forma, as regras
fiscais, os decretos fiscais e a política fiscal, de forma geral, terão influência sobre a renda e o
consumo dos indivíduos, podendo ou não oferecer incentivos a investimentos e outras decisões de
ordem empresarial.
Vale ressaltar que, na política fiscal, o principal instrumento de controle são os impostos,
visto que eles são uma forma de reduzir a renda dos indivíduos e incidir sobre os preços dos bens e
dos fatores de produção, podendo, portanto, acelerar ou diminuir o nível de consumo e a produção
do país. Nessa perspectiva, dois dos instrumentos de política macroeconômica – a política
monetária e a fiscal – têm relação direta com o crescimento da produção, ou seja, com o produto
interno bruto – PIB.
3. Política cambial
A política cambial também é executava pelo Banco Central e busca controlar a taxa de
câmbio, importações e exportações, além da entrada de capitais estrangeiros e investimentos diretos
do exterior. A política cambial pode atuar na desvalorização da moeda nacional em face das moedas
estrangeiras bem como buscar o protecionismo interno, desestimulando as importações, taxando os
produtos importados e estimulando as exportações e a competição interna.
4. Política de renda
Por fim, as políticas de renda são políticas complementares executadas pelo governo, que
buscam complementar os instrumentos de controle de preços, salários, aluguéis, juros e todas as
outras variáveis que podem afetar os custos por fatores de produção.
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Indicadores de mensuração e crescimento econômico – PIB
Produto interno bruto – PIB
O crescimento da produção de um país é um dos indicadores utilizados pela economia para
acompanhar o crescimento econômico, ou seja, para saber em que medida determinado país ou
região está sendo responsável por toda a produção de bens e serviços que são entregues para a
sociedade. Para avaliar esse crescimento, o principal indicador utilizado é o PIB – produto interno
bruto (em inglês GDP – gross domestic produtc) –, calculado e divulgado, no Brasil, pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mede toda a produção do país e faz as projeções
sobre o crescimento econômico com base nos históricos de desempenho e eventos que possam afetar
esse desempenho.
O PIB é um indicador do fluxo de novos bens e serviços finais, produzidos em um país
durante um dado período de tempo. Esse índice é determinado pela soma de valores adicionados
em todos os setores da economia, e essa soma equivale à adição de salários, lucros, juros e aluguéis
pagos na economia ao longo de determinado período. Para mensurar a produção do país, o PIB irá
considerar tudo aquilo que foi produzido (bens ou serviços) e que foi entregue para a sociedade,
sem considerar os intermediários da produção. Nesse sentido, o PIB potencial será caracterizado
como o nível máximo de produção que a economia pode alcançar mantendo a inflação estável.
Sob a ótica da oferta, o PIB é a soma das riquezas produzidas no país, incluindo empresas
nacionais e estrangeiras localizadas em território nacional. Aqui entra o resultado das três esferas de
produção de economia – indústria (de transformação, construção, eletricidade, água entre outras),
agropecuária (produção animal, agricultura e outras) e serviços (comércio, saúde, alimentação,
seguridade social, bancos, escolas). Já sob a ótica da demanda, o PIB está relacionado ao ponto de
vista daqueles que consumem os recursos, ou seja, remete à soma do consumo das famílias, do
consumo do governo, dos investimentos públicos e privados e das exportações líquidas (diferença
entre importação e exportação). Em tese, os resultados devem ser equivalentes para ambas as
fórmulas de cálculo.
A análise do crescimento econômico baseado no PIB leva a duas importantes reflexões. A
primeira refere-se ao aumento da produção de produtos, bens e serviços durante um determinado
período, caso o indicador tenha sido superior ao mesmo período no ano anterior; a segunda reflexão
refere-se ao aumento dos preços pagos para aquisições de bens e serviços durante o mesmo período
em comparação com o ano anterior. Ou seja, o aumento do PIB pode ser reflexo tanto do aumento
da produção, podendo representar uma melhora na qualidade de vida, quanto o aumento dos preços
pagos pelos bens e serviços finalizados, o que pode significar que o custo de vida está mais alto, mas
não necessariamente melhor.
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Metodologia de cálculo do PIB
No Brasil, a metodologia de cálculo do produto interno bruto fica a cargo do Sistema de
Contas Nacionais Trimestrais, vinculado ao IBGE. Inicialmente, o PIB era calculado pelo Centro
de Contas Nacionais da Fundação Getúlio Vargas, mas, a partir de 1986, passou a ser de
responsabilidade do próprio IBGE. A metodologia atual conta com um agregado de informações
e estatísticas macroeconômicas, e o seu cálculo e a sua publicação são feitos trimestralmente, ou
seja, são realizadas quatro divulgações no ano, geralmente, 60 dias após o fechamento das contas e
dos valores correntes.
As variáveis que compõem o cálculo são, principalmente: preços de mercado, impostos
sobre os produtos, valor relacionado a preços básicos, consumo pessoal, formação bruta de capital
fixo, exportações e importações (IBGE, 2020). Os valores representam um período de referência,
por exemplo, de 01/04/2020 a 30/06/2020, remetendo ao segundo trimestre do ano, e as previsões
e comparações consideram o acumulado até o trimestre atual em comparação com os quatro últimos
trimestres.
A divulgação do PIB pelo IBGE ocorre, então, trimestralmente, e a sua apresentação se dá,
principalmente, da seguinte forma: (i) os valores da taxa trimestral em relação ao mesmo período
do ano anterior (variação entre o trimestre 1 de 2020 e o trimestre 1 de 2019); (ii) taxa acumulada
ao longo do ano (em relação ao mesmo período do ano anterior), sendo esse o principal indicador,
uma vez que representa o crescimento anual do PIB (ou seja, a variação entre todos os trimestres de
2020 em comparação a 2019); (iii) taxa acumulada em quatro trimestres em relação ao mesmo
período do ano anterior, e (iv) taxa do trimestre contra o trimestre imediatamente anterior.
49
Analisando os últimos quatro trimestres reportados no quadro anterior, é possível inferir que
os resultados do 2o trimestre de 2020 representam uma queda de 11,7% em comparação ao 2o
trimestre de 2019 e uma queda de 9,7% em relação ao trimestre anterior – 1o trimestre de 2020. Já
a taxa acumulada ao longo do ano foi de -5,9%, representando uma das maiores quedas trimestrais
da série histórica do IBGE.
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Figura 11 – Gráfico de evolução do PIB brasileiro entre 1996 e 2020
2019 1,14%
2018 1,12%
2017 1,06%
2016 -3,31%
2015 -3,55$
2014 0,50%
2013 3,00%
2012 1,92%
2011 3,97%
2010 7,53%
2009 -0,13%
2008 5,09%
51
Ano PIB do Brasil (var. % anual)
2007 6,07%
2006 3,96%
2005 3,20%
2004 5,76%
2003 1,14%
2002 3,05%
2001 1,39%
2000 4,39%
1999 0,47%
A economia brasileira cresceu 1,1% em 2019, ou seja, o resultado do PIB para o ano de 2019
foi de R$ 7,3 trilhões, enquanto para o ano de 2018, foi de R$ 6,8 trilhões. Esse crescimento veio
dentro do esperado conforme expectativas econômicas do final de 2019, em razão das reformas
políticas e decisões tomadas durante aquele ano. Nos anos anteriores, o crescimento havia sido de
1,3% em 2017 e 2018, e um dos fatores que tiveram relação com esse baixo crescimento nos últimos
anos, e, consecutivamente, com o baixo crescimento do PIB foi o aumento dos gastos públicos,
estaduais e municipais. O setor privado cresceu, com destaque para o setor agropecuário e para o
de serviços, que cresceram 1,3% cada um; porém a indústria cresceu apenas 0,5%, e o governo,
mesmo reduzindo os seus gastos em 0,4%, não teve grandes investimentos públicos que pudessem
contribuir com o crescimento econômico e impacto no PIB da indústria e serviços, por exemplo,
tendo um desempenho do produto interno bruto para o ano de 2019 de apenas 1,1%.
No gráfico seguinte, podemos observar que as três esferas de produção da economia têm uma
participação diferente no desempenho do produto interno bruto. Na comparação dos últimos
trimestres, decompondo o PIB total em PIB_Agro (agropecuária), PIB_Ind (indústria) e PIB_Serv
(serviços), percebe-se que o agronegócio possui um peso na formação do PIB brasileiro, sendo
responsável, em alguns momentos, pelo crescimento e pela manutenção da economia nacional.
52
Figura 12 – Gráfico do ciclo de crescimento econômico pelo PIB agro, indústria e serviços
53
Figura 13 – Evolução do PIB – Brasil e as principais economias mundiais
54
Os principais índices para cálculo da inflação são:
i. IGP – Índice Geral de Preços (calculado pelo IBRE/FGV – Instituto Brasileiro de
Economia da Fundação Getúlio Vargas);
ii. IPC – Índice de Preços ao Consumidor (medido pela FIPE – Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas vinculado à Universidade de São Paulo);
iii. INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor (medido pelo IBGE) e
iv. IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo (também calculado pelo IBGE).
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Figura 14 – Evolução do índice de inflação IPCA e a meta de inflação do Brasil em 12 meses
Espera-se que a pontuação do IPCA fique o mais próximo possível da meta, o que significa
que os preços não estarão variando de maneira muito brusca, e sim acompanhando as alterações do
mercado. No entanto, conforme nota-se no gráfico, o comportamento da inflação, principalmente
em alguns períodos, tem uma dinamicidade grande.
A análise dos resultados da inflação pode ser feita, ainda, sob duas outras perspectivas: a
análise pela demanda e a análise pela oferta. A análise da inflação pela demanda ocorre quando se
tem um aumento na compra de um determinado produto, por exemplo, álcool em gel, ou seja, um
pico na demanda e na procura pelo produto faz com que os preços sejam elevados. A inflação de
ofertas é mais perceptível nos alimentos; ela não representa que a população esteja consumindo
menos no dia a dia, mas pode ocorrer quando a produção é afetada por algum motivo, o que faz
com que os preços finais dos consumidores sejam afetados.
Conforme vemos no levantamento apresentado no gráfico seguinte, a inflação que tem mais
variação ocorre na alimentação, que também é a mais percebida pela população, principalmente
a de baixa renda, se considerarmos os produtos que compõem a cesta básica, como o arroz, o
feijão e outros.
56
Figura 15 – Percentual de itens acima do teto da meta da inflação out/2020 – acumulado em
12 meses
Outro fator determinante na inflação é a oscilação cambial, uma vez que o câmbio tem
impactos diretos e indiretos na economia. Quando ocorre a desvalorização do real e o aumento do
dólar, isso favorece muito as exportações. Por um lado, essa variação favorece uma parte da
indústria, que será beneficiada pela venda de produtos ao comércio exterior, porém, por outro lado,
prejudica uma outra parte da indústria, principalmente, os setores que dependem da importação
para a produção de alguns produtos. Pode, ainda, causar um problema interno de oferta, uma vez
que a maior exportação de alguns bens/produtos pode gerar um desequilíbrio interno, baixando a
oferta e aumentando os preços e, com isso, também a inflação. A inflação tem, além disso, um
impacto direto no poder de compra dos indivíduos e, por essa razão, uma influência direta na
demanda por produtos e serviços.
57
produção econômica do país está sendo alta ou baixa. Por essas razões, o nível de emprego é a
variável macroeconômica mais visível.
Quando a economia está passando por momentos de reestruturação, os níveis de desemprego
aumentam, as indústrias fazem demissões e o comércio, geralmente, não se mostra propenso a fazer
novas contratações; por isso, o número de vagas que estão sendo fechadas e o aumento de pessoas
desempregadas têm um impacto grande na macroeconomia, tornando-se muito visível aos olhos
não só dos analistas econômicos, mas de toda a sociedade.
Para o cálculo do indicador da taxa de desemprego, são analisadas duas variáveis: a primeira
é o número de desempregos (ou seja, o número de pessoas que estão procurando emprego/trabalho,
sejam elas cadastradas em agências de trabalho ou não) e a segunda variável é o tamanho da
população economicamente ativa (ou seja, o total dos indivíduos que podem contribuir para a
economia do país – desde jovens de 14 anos até adultos que não se aposentaram).
58
Figura 16 – Gráfico da evolução da taxa de desemprego no Brasil
Podemos observar que, nos últimos trimestres, a taxa de desemprego tem sido elevada, o que
pode ser explicado, em parte, pela queda da população ocupada e redução do número de postos de
trabalhos. Para o período de agosto e setembro de 2020, houve um aumento de 4,1 milhões de
brasileiros à procura de emprego, chegando ao total de 14 milhões de desempregados, um número
histórico no país.
Os dados disponibilizados pela PNAD contínua apresentam, ainda, os números referentes à
taxa de crescimento de empregos formais e informais e à taxa de crescimento por setores, sendo
analisado, principalmente, os de serviços, indústria agregada, transformação e construção.
Em comparação com a taxa de ocupação e desemprego de outros países, ainda que a União
Europeia apresente uma média de 6% de desemprego, a taxa de desemprego dos Estados Unidos
alcançou, no 2o trimestre de 2020, uma das maiores variações nas últimas décadas, chegando a
13.3% em abril/2020, tendo sido fortemente impactada por conta da crise sanitária mundial de
Covid-19.
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Figura 17 – Tabela da série histórica da taxa de desemprego nos Estados Unidos
year Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec
2010 9.8 9.8 9.9 9.9 9.6 9.4 9.4 9.5 9.5 9.4 9.8 9.3
2011 9.1 9.0 9.0 9.1 9.0 9.1 9.0 9.0 9.0 8.8 8.6 8.5
2012 8.3 8.3 8.2 8.2 8.2 8.2 8.2 8.1 7.8 7.8 7.7 7.9
2013 8.0 7.7 7.5 7.6 7.5 7.5 7.3 7.2 7.2 7.2 6.9 6.7
2014 6.6 6.7 6.7 6.2 6.3 6.1 6.2 6.1 5.9 5.7 5.8 5.6
2015 5.7 5.5 5.4 5.4 5.6 5.3 5.2 5.1 5.0 5.0 5.1 5.0
2016 4.9 4.9 5.0 5.0 4.8 4.9 4.8 4.9 5.0 4.9 4.7 4.7
2017 4.7 4.6 4.4 4.4 4.4 4.3 4.3 4.4 4.2 4.1 4.2 4.1
2018 4.1 4.1 4.0 4.0 3.8 4.0 3.8 3.8 3.7 3.8 3.7 3.9
2019 4.0 3.8 3.8 3.6 3.6 3.7 3.7 3.7 3.5 3.6 3.5 3.5
2020 3.6 3.5 4.4 14.7 13.3 11.1 10.2 8.4 7.9 6.9
60
determinada quantia de valor para, futuramente, efetuar a transação. Porém, vale considerar que a
reserva de moeda, também, gera custos. Na economia, isso chama-se “custo de oportunidade de
manter a moeda”, em que os juros são sacrificados por manter a moeda, em vez de um ativo ou
investimento menos líquido ou mais arriscado.
Desse modo, surge o conceito de taxa de juros, que é uma porcentagem aplicada em cima
da sua moeda, para refletir seja o custo dela estar guardada no banco, seja o rendimento possível
que você poderá ter mantendo-a parada no banco.
Banco central
As autoridades econômicas, por meio dos bancos centrais, controlam a quantidade de
moeda em circulação e, com isso, influenciam todo o sistema econômico com relação ao nível de
produção e nível de empregos. Mas qual o objetivo do Banco Central?
O objetivo fundamental do Banco Central é buscar a estabilidade dos preços e, ao mesmo
tempo, propiciar um crescimento sustentado da produção e do emprego, em um contexto
financeiro organizado e eficiente.
Novamente, nesse contexto, você nota que o Banco Central tem grande relação com a
política macroeconômica, uma vez que as políticas monetárias e fiscais estarão sempre relacionadas
com decisões também do BC, e essas decisões têm grande influência na dinâmica do crescimento
econômico do país.
A organização do Banco Central gira em torno dos seus ativos e passivos. As principais
contas do ativo são as reservas de ouro e outras divisas, que são aqueles ativos que podem ser usados
para atender a demandas de divisas e criam crédito ao sistema bancário. Já o seu passivo é
61
representado pela moeda em espécie em mãos do público, as reservas bancárias, a moeda em espécie
em mãos do sistema creditício, os ativos de caixa ou reserva do sistema bancário e o capital e as
reservas do Banco Central.
62
Com o atual panorama da redução da Selic no Brasil, o que temos é uma persistente baixa da
taxa de crescimento econômico e um controle da inflação; além disso, com a reforma da
previdência, há uma possível resolução de um quadro de insolvência fiscal, que gera condições
favoráveis para o corte na taxa Selic, que foi fixada em 2% ao ano pelo Copom, o menor nível
histórico ao longo dos últimos 20 anos.
Quais são os impactos de uma taxa de juros menor? Essa diminuição da taxa de juros e,
consequentemente, um menor retorno das aplicações financeiras, principalmente de renda fixa,
fazem com que os consumidores tenham um menor estímulo para a poupança, dado o seu menor
retorno, de modo que, com isso, haverá um aumento nos gastos familiares. Um segundo aspecto é
a redução nos custos de empréstimos e financiamentos, pois as taxas de juros mais baixas fazem
com que as taxas de juros de empréstimos e financiamentos também se reduzam e,
consequentemente, consumidores e empresas aumentarão o volume de recursos tomados de
terceiros para expandir a capacidade produtiva, financiar investimentos ou até retomar projetos.
Um terceiro aspecto da taxa de juros menor é o aumento dos preços dos ativos. Em teoria, a
queda da taxa de juros torna os investimentos mais atrativos, elevando o valor dos ativos. Dessa forma,
por exemplo, uma habitação se torna muito mais atraente e o seu valor fica mais caro, ampliando,
consequentemente, a confiança dos consumidores e levando ao aumento dos seus gastos.
O quarto aspecto é a desvalorização da taxa de câmbio. Com uma taxa de juros menor,
podemos ter uma desvalorização do real em relação ao dólar, ou seja, o real perde o valor. Além
disso, os investidores internacionais começam a ver os investimentos em renda fixa, como no
tesouro direto, de forma menos atraente; de modo que a fuga de capital levará a uma redução na
oferta de dólar no mercado interno, causando uma desvalorização do real. Isso, porém, torna as
exportações mais competitivas e atrativas, ainda que as importações fiquem mais caras.
Por fim, o último efeito é uma redução da dívida do governo, uma vez que, com a redução
nos juros que são pagos nessa dívida, o governo consegue captar recursos com uma taxa de juros
menor, contribuindo com a pressão do orçamento e o controle da dívida pública.
A redução na taxa de juros, aplicados na perspectiva da oferta e demanda, causa um
deslocamento da demanda agregada. Desse modo, à medida que os consumidores têm estímulo
para aumentar os seus gastos, ocorre um aumento dos investimentos, o que pode levar a um
crescimento da economia e do PIB, mas pode causar um leve aumento da inflação
63
64
MÓDULO IV – CICLOS ECONÔMICOS,
CÂMBIO E ECONOMIA INTERNACIONAL
Para tanto, o conteúdo deste módulo está divido em quatro unidades: 1 – Ciclos econômicos
e fatores de crescimento econômico; 2 – Comércio e fluxo do mercado internacional; 3 –
Determinação de taxa de câmbio e política cambial; 4 – Estrutura e balanço de pagamentos.
Ciclos econômicos e fatores de crescimento econômico
Os ciclos econômicos representam a forma como a economia dos países se comporta,
considerando o seu crescimento ou a sua desaceleração. Nessa ótica do comportamento
macroeconômico, é possível analisar se um país (ou uma região) está em uma curva ascendente, ou
seja, com atividade econômica acelerada; se está parado ou, ainda, em desaceleração ou em uma
curva descendente. A teoria acerca dos ciclos econômicos busca explicar os movimentos e a
dinâmica da economia bem como o porquê de a economia de um país não ficar para sempre em
aceleração, estagnada ou sempre em desaceleração.
Nesse sentido, se analisarmos as variáveis macroeconômicas que compõem a economia dos
países, veremos que há uma tendência baseada na série histórica desses países, e que existem
variações sazonais nos fatores produtivos que levam a uma variação nos ciclos econômicos, ou seja,
uma flutuação em relação a um ano em comparação a outro ou, até mesmo, a longo prazo, de uma
década para outra.
A interferência do governo tem a intenção de suavizar os ciclos econômicos, tanto para
aceleração como para desaceleração. Quando a economia acelera de forma muito rápida, pode gerar
um aumento da inflação, uma vez que as pessoas irão consumir mais produtos, em uma velocidade
mais rápida do que eles são oferecidos e, por isso, os preços irão subir. Já quando ocorre uma rápida
desaceleração, surge o desemprego e a produção é afetada; por isso, o governo, em alguns
momentos, utiliza medidas fiscais para suavizar a subida e descida da curva de crescimento e
desenvolvimento econômico.
As fases principais do ciclo econômico, como mencionado anteriormente, representam a
economia em períodos de aceleração, estagnação e desaceleração, mas, também, há alguns pontos
dentro dos ciclos econômicos que despertam a atenção e merecem um maior detalhamento, em face
do impacto que têm nas famílias e nas decisões dos negócios. Conforme ilustrado na figura a seguir,
em uma economia em desaceleração, o período pelo qual o país passa é chamado de contração ou
retração da economia, ou seja, os cortes de investimentos e redução de custos são priorizados e as
políticas de governo são utilizadas para frear uma queda acelerada da produção e atividade econômica.
O período de inclinação da curva ascendente representa a expansão da economia e, até certo
ponto, a recuperação da atividade econômica; embora, nessa fase, os investimentos e a alocação dos
recursos sejam importantes, a maximização da produção dever ser priorizada. Também chamado
período de recuperação econômica, em que há uma aceleração da economia até o ponto de
prosperidade, esse é um momento em que o país consegue ter resultados positivos e significantes
ante o ciclo anterior, tendo por base a série histórica e comparando os últimos trimestres.
66
Figura 19 – Representação dos ciclos econômicos
67
Causas e consequências do baixo crescimento econômico
As duas principais causas do baixo crescimento econômico são, de um lado, a produtividade
estagnada, cujo efeito sobre a oferta é direto; e, de outro lado, uma demanda agregada estagnada.
Em 1938, Alvin Hansen, economista da Universidade de Harvard, cunhou o termo estagnação
secular para descrever a economia norte-americana após a grande depressão de 1929. Segundo o
economista, os Estados Unidos viveriam um período persistentemente longo de elevadas taxas de
desemprego e baixos níveis de crescimento, ou seja, um longo período de estagnação econômica,
indo além dos ciclos econômicos e situações já descritas de curto e médio prazos pela economia.
As causas e consequências do baixo crescimento e do desenvolvimento econômico mais lento
incluem, pelo menos, seis elementos: o primeiro é o aumento mais lento dos padrões de vida,
relembrando que o padrão de vida está diretamente associado ao crescimento econômico e que esse
efeito é mais sentido por quem tem a renda estagnada, ou seja, tem a percepção de deterioração da
renda, principalmente as classes mais baixas da população. O segundo elemento relevante é a
redução da arrecadação tributária, uma vez que um menor crescimento econômico leva a uma
menor arrecadação de tributos, em face do consumo dos indivíduos e dos investimentos das
empresas. Uma terceira causa pode ser o aumento das dívidas do governo, estando intimamente
ligada à menor arrecadação de tributos diante do baixo crescimento econômico, o que pode levar a
um maior endividamento público.
Temos, ainda, como consequência do baixo crescimento, um quarto elemento, o aumento da
taxa de desemprego, causado pela baixa demanda de mão de obra e investimento nos fatores
produtivos. Outra consequência, o quinto elemento, são as taxas de inflação mais baixas, uma vez que
as pressões internas no mercado não criam volatilidade dos preços, e o Banco Central precisa reduzir
as taxas de juros com o objetivo de retomar os investimentos. Por fim, como sexto elemento, há,
ainda, uma menor pressão sobre os recursos ambientais (emissão de gás carbônico, uso de
combustíveis fósseis), causada pela taxa de crescimento de produção industrial e nacional mais baixa.
68
pelo Covid-19, tendo como reflexo a redução do nível de produção das empresas, a redução do
contingente de trabalho e a falta de suprimentos. Os impactos foram para além do mercado formal
de trabalho, atingindo em massa os trabalhadores informais, os autônomos e principalmente os
subsetores da economia com menor regulamentação.
Antes de discutir os impactos da recessão, é preciso dizer que os efeitos de uma recessão
dependem de dois vetores. O primeiro vetor diz respeito ao tamanho e à profundidade da queda da
produção, ou seja, qual o seu tempo de duração e o quão profunda é a queda na produção. O
segundo vetor que determinará o impacto é o quão forte foi a atuação do governo para tentar
suavizar os impactos; por isso, quando se discute o impacto, avaliam-se esses dois vetores.
O primeiro impacto de uma recessão é dado pelo aumento na taxa de desemprego. Nesse
contexto, algumas empresas, em função da queda de produção, podem entrar em quadros de
falência ou ter de demitir os funcionários; outras empresas poderão cortar custos e, com isso,
também reduzir o quadro de funcionários. Já uma terceira situação com a produção menor ocorre
quando as empresas deixam de contratar novos colaboradores. Sendo assim, a recessão apresenta
um problema social e, rapidamente, observável, que é o aumento da taxa de desemprego.
O segundo impacto da recessão é a queda da renda média ou a redução dos salários. Ante essa
situação, as empresas tentarão reduzir os custos, e uma forma de fazer isso, para além da demissão,
é a redução da jornada dos colaboradores. Nesses casos, principalmente, os trabalhadores
terceirizados ou contratados temporariamente terão que fazer uma renegociação dos salários, ou,
então, ter uma diminuição da remuneração, levando a uma queda da renda média.
Um terceiro impacto da recessão econômica é o maior endividamento do governo. Em um
cenário em que as pessoas e empresas gastam menos, o governo irá reduzir a sua arrecadação
tributária, ou seja, por um lado, as empresas terão menos lucros, mas pagarão menos imposto de
renda e contribuição social sobre o lucro líquido; por outro, as pessoas terão uma redução na renda,
mas, também, pagarão menos impostos. Como consequência, tanto as empresas quanto as famílias
reduzirão o seu consumo. Com uma menor arrecadação tributária, há um aumento dos gastos dos
governos, o que resultará em um aumento do déficit do governo e do endividamento público, que
também pode surgir por uma política fiscal expansionista, na tentativa do governo se recuperar
perante a recessão econômica.
Por fim, um quarto possível impacto da recessão econômica é uma queda nos preços dos
ativos, causada, principalmente, pela queda abrupta dos preços de commodities, petróleo, ativos
imobiliários e índices da bolsa de valores, sendo este último um dos principais termômetros do
mercado de capitais. Nesse cenário de recessão, as empresas e o governo reduzem os investimentos,
o que levará a um crescimento baixo no futuro, ou seja, a recessão afeta diretamente a capacidade
produtiva e de crescimento também para os próximos anos.
69
Comércio e fluxo do mercado internacional
O fluxo de comércio entre os países e as regiões econômicas pelo mundo sempre despertou o
interesse dos economistas e estudiosos da sociedade. Desde a expansão da civilização, da colonização
e do mercantilismo, as trocas e os fluxos de bens e serviços, principalmente de produtos coloniais e
semi-industrializados, levaram os países a estabelecerem algumas regras e acordos com relação às
formas de pagamento e troca bem como às moedas utilizadas para os processos de compra e venda.
Com o passar do tempo, com o crescimento e desenvolvimento dos países, o comércio
internacional evoluiu e hoje é, certamente, um dos principais fluxos para o balanço de pagamento
e rendimento dos países. Conceitualmente, Mochón argumenta que o comércio internacional
consiste no intercâmbio de bens, serviços e capitais entre os diferentes países, permitindo que cada
um tire vantagens da sua posição, na medida em que ela o favorece na produção de certos bens.
Essa vantagem advinda da comercialização e produção dos bens tem fundamento na
explicação de que cada país tem vocação para a produção de determinados bens, e o comércio
internacional é que lhe permite tirar proveito disso. Nos primeiros pensamentos econômicos sobre
o comércio internacional, a tônica era o foco na especialização e na potencialização da produção e
venda dos excedentes dos produtos em que se especializou para o restante do mundo. As vantagens
derivadas da especialização estão, dessa maneira, na raiz do comércio internacional.
As razões pelas quais os países fazem a adesão ao comércio internacional são variadas, mas,
geralmente, quatro principais razões explicam as motivações para a comercialização do seu
excedente ou para o foco dado em cada país na produção de determinados bens ou serviços. Dessa
maneira, as principais razões do comércio internacional são:
i. diferenças de recursos produtivos;
ii. diferenças na capacidade tecnológica;
iii. vantagens comparativas nos custos de produção e
iv. diferenças nas preferências dos consumidores.
70
Outro pressuposto para o comércio internacional ressalta que o fluxo comercial entre os países
se dará em condições em que sejam favoráveis para os dois lados, em uma relação real de
intercâmbio. O valor final dessa relação dependerá das pressões dos demandantes sobre cada
produto em ambos os países.
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Figura 20 – Gráfico do grau de abertura ao exterior da economia brasileira
Medidas protecionistas
Para além dos benefícios e vantagens da abertura para o comércio internacional, os países
também se utilizam de mecanismos e medidas para proteção do seu mercado interno e controle da
competição com o mercado internacional. Essas medidas protecionistas representam, até certo
ponto, o grau de intervencionismo ou protecionismo de um país em relação a outros, ou, até
mesmo, aos blocos econômicos e de livre comércio de que participam.
As medidas protecionistas mais conhecidas seguem a lógica de proteção da indústria
nacional, principalmente, quando ela é estratégica e única para aquele país (a exemplo da indústria
de minerais ou recursos preciosos). Medidas protecionistas para evitar o uso excessivo de bens e
materiais importados, desestimulando o processo de produção interno, podem gerar desemprego
no país. Há, ainda, o estímulo para a criação de novas indústrias e o desenvolvimento de setores
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internos que, com a abertura total do comércio internacional, não teriam condições de competição;
e também há as medidas de intervenção para controle da balança comercial, com relação ao déficit
de exportações diante do número de importações realizadas em determinado período.
73
econômicos, pois, juntos, esses países representam 25% do PIB mundial e, aproximadamente, 750
milhões de pessoas. O acordo comercial constitui uma das maiores áreas de livre comércio do
mundo, indo em direção à ampliação da ideia de livre comércio e aumento de competitividade.
A importância desse acordo se dá pela sua abrangência, que contempla desde barreiras
sanitárias, fitossanitárias e compras governamentais, até questões ligadas à propriedade intelectual.
Ou seja, o acordo não se limita a barreiras tarifárias, contempla questões para além da fronteira. Em
2018, as exportações da União Europeia para os quatro países do Mercosul totalizaram 200 bilhões
de reais; por outro lado, as importações de produtos do Mercosul para a União Europeia, no mesmo
período, foi de quase 189 bilhões de reais. Dessa forma, podemos concluir que a União Europeia,
além de ter sido o principal parceiro de comércio internacional do Mercosul, também foi o seu
maior investidor internacional. De todo modo, essa colaboração ainda é substancial diante das
potencialidades entre os países que compõem os dois blocos.
Quando analisamos o fluxo de comércio entre os dois blocos econômicos, notamos um alto
número de exportações de produtos agrícolas do Mercosul para a União Europeia, representando
aproximadamente 43% de tudo o que foi exportado, ou seja, exportação de carne, fumo, soja, entre
outros produtos agrícolas. Por outro lado, a União Europeia exportou para o Mercosul,
principalmente, produtos industriais. Cerca de 95% de tudo o que foi exportado diz respeito a
produtos já manufaturados e com alto valor agregado. Todos esses dados deixam, ainda, em
discussão a necessidade de evolução do ambiente de negócios no mercado nacional para uma
produção e exportação de produtos de valor agregado.
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Unidos para calcular a taxa de câmbio do dólar. Já a taxa de câmbio real efetiva considera quanto
cada país contribui no âmbito das relações internacionais. Quando falamos de desvalorização
cambial, o valor do câmbio está aumentando, nesse caso, quer dizer que o real está em baixa e o
dólar em alta.
A taxa de câmbio real é calculada a partir do valor da taxa de câmbio nominal multiplicado
pelos índices de preços do país estrangeiro e dividido pelo índice de preços do mercado nacional,
nesse caso, a inflação do Brasil e Estados Unidos. Nesse sentido, a taxa de câmbio real é uma medida
de poder de compra de uma moeda em relação a outra, ou, em relação a uma cesta de bens e serviços.
Vale ressaltar que a taxa de câmbio real reflete a variação dos preços relativos entre as duas moedas,
além de mensurar a variação entre os preços internos das duas economias em análise.
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livre, a taxa de câmbio depende da oferta e da demanda. Nessas circunstâncias, a taxa de câmbio é
flexível ou flutuante, e essa variação pode gerar uma valorização ou desvalorização da moeda
nacional e estrangeira.
Outro indicador importante que reflete a estabilidade monetária do país é a flutuação
cambial – a taxa de câmbio. No Brasil, a taxa de câmbio se refere à quantidade de unidades
monetárias de real gasta para trocar por cada unidade de moeda estrangeira. Por exemplo, em
novembro de 2020, no Brasil, para se comprar 1 dólar, era necessário gastar R$ 5,37.
No Brasil, desde 1990, o Branco Central adotou o sistema cambial intitulado de “flutuação
suja”, uma tradução da expressão em inglês “dirty floating exchange rate” que representa a taxa de
câmbio do mercado. Ou seja, não há uma predeterminação ou regras sobre a flutuação da moeda,
ela segue as indicações do mercado.
Na evolução da taxa de câmbio, se compararmos a moeda nacional – real, com a moeda dos
Estados Unidos – dólar, no mês de janeiro de 2020, vemos que a moeda americana estava cotada
em R$ 4,00, enquanto, em novembro de 2020, o valor já era de R$ 5,37, ou seja, uma variação de,
aproximadamente 30%, o que representa um aumento muito alto se considerarmos a variação de
câmbio em outros mercados financeiros.
A cotação do dólar reflete, essencialmente, a diferença entre a oferta e demanda pela moeda.
A entrada de dólares, ou seja, a oferta, aumenta no período em que o Brasil apresenta superávit na
balança comercial, quando exporta mais do que importa. Esse superávit aconteceu de forma
contínua no período de 2003 a 2011, quando o Brasil vendeu muita soja e minério de ferro,
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principalmente, para a China, e o dólar chegou a custar até menos de R$ 2,00 reais. Nessa época,
com o dólar mais barato, a América Latina como um todo viu as suas moedas apreciarem.
Porém, a desaceleração da economia chinesa e a guerra comercial entre os Estados Unidos
e a China levaram a um aumento gradativo dos preços das matérias-primas; além do mais, com
uma compra menor nesses países, a entrada de moeda internacional diminuiu, afetando, pois, a
flutuação cambial.
Outro componente determinante para aumentar ou reduzir a oferta interna de dólares é o
comportamento dos investidores, ou seja, se estão dispostos a investir dinheiro no Brasil ou migrar
para outros mercados. Esse componente recebe a influência de fatores internos e externos, por
exemplo, a alteração nas taxas de juros internos nos Estados Unidos pode também causar uma
demandada de investidores internacionais do mercado brasileiro para investimento no mercado
americano. Já os fatores internos que influenciam essa alteração no fluxo de investimentos
internacionais levam em conta, principalmente, as turbulências políticas, sociais e institucionais que
podem afetar a expectativa de rendimentos e aumentar o ambiente de risco no mercado.
Política Cambial
A política cambial é um instrumento de administração das operações cambiais e tem por
objetivo, principalmente, manter a estabilidade do câmbio no mercado interno. Os governos
federais, no caso brasileiro representado pela figura do Banco Central, intervêm no mercado de
divisas por meio de ações de valorização e desvalorização cambial, principalmente, aumentando a
oferta de câmbio no mercado ou controlando a demanda. Diferentes políticas cambiais podem
afetar a estabilidade e especulação do câmbio assim como de taxas de juros, tendo impacto direto
na balança comercial, visto que tanto importações como exportações estão intimamente ligadas ao
câmbio, principalmente à moeda americana – dólar.
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Central reduz as suas reservas de divisas quando o balanço de pagamentos apresenta déficit e as
aumenta quando o balanço apresenta superávit.
As reservas de divisas referem-se às compras ou vendas de dólares realizadas pelo Banco
Central do Brasil no mercado de divisas, ou seja, operações de intervenção. O Banco Central
aumenta as suas reservas de moedas estrangeiras quando intervém no mercado de divisas para
controlar o valor do dólar no Brasil, o que será tratado com mais profundidade no próximo tópico.
Quando falamos de variáveis macroeconômicas e crescimento da economia de um país,
estamos referindo-nos a todas as transações que esse país fez durante o tempo a ser analisado. Até
mesmo em países com estrutura comercial muito fechada, as transações entre países representam
importantes parcelas dentro do desempenho econômico.
Ao focarmos no Brasil, temos uma balança de pagamentos que ora está voltada para a pauta
de importação de produtos estrangeiros, ora está voltada para a exportação dos produtos nacionais.
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Figura 23 – Saldo da balança comercial do Brasil de 2000 a 2018
79
secundárias, vindo, principalmente, de doações internacionais. Temos, portanto, que o saldo das
transações correntes da balança de pagamentos é a soma entre a balança comercial, a balança de
serviços e as rendas primárias e secundárias, podendo ser positiva ou negativa.
De um outro lado da estrutura do balanço de pagamentos, temos a conta capital,
representada por heranças e outros valores, e a conta financeira, que é composta por investimento
externo direto, investimentos em carteira, derivativos e outros investimentos, e que representa o
principal contraponto da balança. Há, ainda, na conta, um item de erros e omissões, e, por fim,
tem-se o saldo da balança de pagamentos representando pelo saldo das transações correntes mais a
conta de capital, conta financeira e erros e omissões.
Juntamente com o produto interno bruto (PIB), o saldo da balança de pagamentos é muito
importante para entender as relações econômicas internacionais de um país. Considerando a sua
estrutura e as informações disponíveis, é possível analisar se um país tem previsibilidade de
crescimento internacional, fluxo de investimentos no exterior ou recebimento no mercado interno
e equilíbrio da balança comercial entre exportações e importações, ressaltando, dessa forma, a sua
relevância para a análise macroeconômica.
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BIBLIOGRAFIA
BANCO CENTRAL DO BRASIL – Política Monetária do Governo Federal. Disponível em:
https://www.bcb.gov.br/controleinflacao Acesso em: 20/12/2020.
BRANDENBURGER, Adam M.; NALEBUFF, Barry J. The right game: use game theory to shape
strategy. Chicago: Harvard Business Review, 1995.
MOCHÓN, Francisco. Princípios de economia. São Paulo: Editora Pearson Prentice Hall. 2007.
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BIBLIOGRAFIA COMENTADA
PARKIN, Michael. Economia. 8. ed. São Paulo: Editora Pearson. 2008.
Nesta obra, já tradicional na área de economia, o renomado autor apresenta os princípios das
ciências econômicas e aprofunda o conteúdo, exemplificando como a ação econômica tem
impacto na vida cotidiana da população, no desenvolvimento e na decisão dos negócios bem
como no crescimento e desenvolvimento econômico dos países.
MOCHÓN, Francisco. Princípios de economia. São Paulo: Editora Pearson Prentice Hall. 2007.
Neste livro de Mochón, somos apresentados a toda a base conceitual da economia e também
temos a sua aplicação ferramental no contexto das empresas brasileiras, graças à contribuição
do professor Rogério Mori da FGV/EESP. Nesta obra, são aplicados e analisados os conceitos
de oferta e demanda em todos os aspectos da economia, além de ser apresentado o seu reflexo
tanto no viés macro quanto no microeconômico para a decisão dos países e das empresas.
ROTH, Alvin. Como funcionam os mercados: a nova economia das combinações e escolhas. São
Paulo: Portfolio Penguin, 2016.
Ganhador do prêmio Nobel de Economia em 2002, Roth apresenta, neste livro, os novos
desdobramentos do pensamento econômico, refletindo os atuais problemas de competição
entre os mercados e a organização das estruturas de mercado. Nesta obra, são discutidos,
ainda, conceitos econômicos clássicos, que têm grande impacto no cotidiano de qualquer
indivíduo, e também novas estruturas de negócios, com o surgimento de empresas baseadas
em alta tecnologia e criação de demanda em mercados até então não explorados.
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PROFESSOR-AUTOR
Fabricio Stocker é economista e administrador, tem
doutorado em Administração pela Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo –
FEA/USP, e Ph.D in Management pela Rotterdam School of
Management – Erasmus University Rotterdam. Possui experiência
profissional em cargos de gestão na indústria de alimentos,
tecnologia e inovação, na indústria farmacêutica e na de serviços.
Atua como professor em cursos de graduação e pós-graduação nas
áreas de economia, gestão e estratégia para negócios.
Como pesquisador, é autor de publicações em revistas científicas nacionais e internacionais,
como: Public Management Review, Corporate Social Responsibility and Environmental Management,
The Bottom Line, International Journal of Management and Decision Making, Brazilian Business
Review, entre outras. Recebeu destaque acadêmico e premiação de melhor pesquisa em 10 diferentes
categorias. Atua também como Editor Adjunto na revista científica Cadernos EBAPE.BR (FGV) e
Co-Editor-Chefe na revista Innovation & Management Review (USP).
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