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CONTABILIDADE
GERAL
Ruy Lopes Cardoso
IESDE BRASIL
2020
© 2020 – IESDE BRASIL S/A.
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detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: Yipianesia/ENVATO ELEMENTS
1. Contabilidade. I. Título.
CDD: 657
19-61980
CDU: 657
2 Balanço Patrimonial 30
2.1 Estrutura do patrimônio da empresa – investimentos
e financiamentos 30
2.2 Princípios e Convenções 33
2.3 Estrutura e contas dos ativos 38
2.4 Estrutura e contas dos passivos 41
3 Demonstração de Resultados 49
3.1 Princípios básicos para a Demonstração de Resultados 49
3.2 Estrutura e composição das contas da DRE 57
3.3 Depreciação 61
3.4 Modelo para análise 64
Tabela 1
Contabilidade individual (Manuel).
Aluguel 1.000,00
Condomínio 300,00
BANCO Central do Brasil. Caderno de Educação Financeira – Gestão de Finanças Pessoais. Brasília: BCB, 2013.
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/pre/pef/port/caderno_cidadania_financeira.pdf. Acesso em: 23 dez.
2019.
10 Contabilidade Geral
Nesse sentido, é importante ter em mente
que o foco desta obra é que você compreenda
a disciplina, independentemente de ser para
uso pessoal ou profissional.
Artigo
portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/contabilidade/utilizando-a-tecnologia-da-informacao-na-contabilidade/50966
Gráfico 1
Crescimento do PIB – Brasil (2000 a 2018)
7,5
7 6,1
5,7
5,5 4,3 5,1
4 4
4 3,2 3
2,7
1,9
PIB %
2006
2001
2002
2008
2007
2009
2010
2000
2012
2011
2013
2014
2016
2018
2015
2017
-2
Ano - 3,5 - 3,3
- 3,5
12 Contabilidade Geral
1.3 Tipos de empresas
Vídeo A palavra empresa tem o significado de tarefa, realização, empreen-
dimento ou, ainda, projeto. E, em economia, uma organização com ob-
jetivo de lucros com a produção de bens ou serviços. Classificamos
essas empresas como empresa individual, quando pertencente a uma
só pessoa, e empresa societária, quando são dois, ou mais, os proprietá-
rios. Seja individual ou societária, toda empresa precisa considerar sua
função econômica na sociedade, respeitar todos os aspectos jurídicos,
ser bem administrada e garantir seu sucesso.
Exemplo 1
Tabela 2
Balanço Patrimonial
14 Contabilidade Geral
O destino denominamos como Ativo, pelo fato de ser um valor que
possibilitará gerar atividade para a empresa. E a origem denomina-
mos como Passivo, representando a oposição ao Ativo e Passível de
liquidação, por ser uma obrigação da empresa a quem lhe originou os
recursos. Cabe agora outra observação, o proprietário disponibiliza e
transfere seus recursos na expectativa de a empresa ter uma atividade
que ele acredita ser viável, da qual ele é o responsável, caso contrário
poderá perder seu capital.
Tabela 3
Balanço Patrimonial em 01/01/20X0
Tabela 4
Balanço Patrimonial em 02/01/20X0
Exemplo 3
16 Contabilidade Geral
balanço. Posteriormente, será possível criar uma condição melhor, ao
conhecer a dinâmica das atividades comerciais, em que a cada momen-
to diário, semanal, mensal, o volume poderá crescer. A demonstração
patrimonial, nesse caso, ficaria como o exposto na Tabela 5.
Tabela 5
Balanço Patrimonial em 03/01/20X0
Recapitulando
Tabela 6
Demonstração de Resultados de 03/01/20X0
Tabela 7
Balanço Patrimonial em 03/01/20X0
Passivo 0,00
Exemplo 4:
18 Contabilidade Geral
Tabela 8
Demonstração de Resultados do período de 01 a 07/01/20X0
Tabela 9
Balanço Patrimonial em 07/01/20X0
Outras despesas ZZ
Resultado ou Lucro WW
Tabela 11
Modelo do Balanço Patrimonial encerrado na data DD/MM/AAAA
Passivo (obrigações)
Bens e Direitos
Patrimônio Líquido (capital e resultados)
Atividade 1
Observe os fatos ocorridos na Livraria ABC e, seguindo os exemplos dados anteriormente, prepare a DRE de
01/02/20X1 a 07/02/20X1 dessa empresa.
1. Dia 01/02/20X1, o Sr. Antonio transferiu um total de R$ 10.000,00 em dinheiro para a formação da empresa que
tinha como objetivo comprar e vender livros.
2. No dia 02/02/20X1, alugou uma casa para a primeira loja da Livraria ABC, por um valor semanal de
R$ 400,00, a pagar todo primeiro dia da semana seguinte.
3. No mesmo dia adquiriu e recebeu o primeiro lote de livros, a pagar no dia 07 do referido mês, no valor total de
R$ 2.000,00.
4. No dia 04/02/20X1, vendeu parte de seu estoque de livros, pelo preço de venda total de R$ 500,00 e recebeu a
vista. O custo desses livros foi de R$ 300,00.
(Continua)
20 Contabilidade Geral
5. No dia 06/02/20X1, comprou e pagou móveis para o escritório, no valor de R$ 5.000,00.
6. No dia 07/02/20X1, vendeu, a prazo, mais livros por R$ 1.200,00, e pagou os livros comprados no dia 02. O saldo
de livros em estoque é de R$ 700,00.
Atividade 2
Em seguida, feche o Balanço Patrimonial encerrado em 07/01/20X1.
Tabela 12
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
Lucros ou
Capital Reservas Reservas
DMPL* (R$ 0,00) Prejuízos Total
Social de Capital de Lucros
Acumulados
Dividendos
Aumento de Capital
Reversões de reservas
Destinação do Lucro
Tabela 13
Demonstração dos Fluxos de Caixa
22 Contabilidade Geral
Tabela 14
Demonstração dos Fluxos de Caixa.
Tabela 15
Demonstração do Valor Adicionado
Contas R$
3 Retidos 10,00
(Continua)
7 Funcionários 15,00
8 Acionistas 10,00
10 Governo 15,00
24 Contabilidade Geral
tituição de seus produtos é um fator de sucesso e contribui para
sua continuidade do relacionamento.
•• Clientes devem avaliar a garantia de fornecimento e prazo de
entrega de seus pedidos. Certamente têm preocupação com a
capacidade instalada, projetos de expansão e alterações futuras
da empresa. Clientes com conhecimento da rede de fornecedo-
res podem tentar diminuir a dependência de cada um deles, as-
sim como estabelecer critérios de escolha, permitindo opções de
compras.
•• Os concorrentes podem ampliar seus conhecimentos por meio
da comparação de receitas, custos e despesas, participação nos
mercados em que atuam e traçar estratégias para manter ou me-
lhorar seus posicionamentos.
•• As instituições financeiras, como outros financiadores de ca-
pital mostram suas preocupações com análise de risco, para se
resguardar de surpresas, permitir a concessão, manutenção e re-
novação de empréstimos, seja a curto ou longo prazos.
•• O governo, seja federal, estadual ou municipal, tem como função,
acompanhar e analisar a empresa, seu desempenho, capacitação,
e situação econômico-financeira, observando os processos de
concorrência pública, para a formulação de políticas econômicas.
1.6.3 Resultados
Os relatórios de resultados representam o total de ganhos e gastos
incorridos na atividade da empresa, durante um certo período, e são
registrados na DRE. No exemplo, os resultados de ganhos, ou receitas
de vendas, são confrontados com os gastos, ou custos dos produtos
adquiridos que foram vendidos, e qualquer outra despesa incorrida no
período referente à atividade da empresa.
26 Contabilidade Geral
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Fazer a contabilidade de uma empresa exige disciplina e metodologia,
para a obtenção e apresentação dos dados. Os usuários devem ter à
disposição as informações necessárias para a tomada de decisões; os
gestores para acompanhamento e eventual revisão de suas decisões;
os fornecedores de produtos e serviços para garantir o crédito à em-
presa; os clientes para o atendimento contínuo de suas necessidades;
os financiadores de capital para garantir o retorno dos recursos em-
prestados; os empregados para manutenção de seus rendimentos e
desenvolvimento profissional; e o governo para a formulação de polí-
ticas públicas.
O esquema abaixo ilustra o significado das duas principais demons-
trações financeiras estudadas até o momento: o Balanço Patrimonial e a
Demonstração de Resultados.
Investimentos e Investimentos e
Resultados do
Financiamentos Financiamentos
período 1
início do momento 1 final do momento 1
GABARITO
1. O registro dos Resultados do Exercício de 01/02/20X1 a 07/02/20X1 da Livraria ABC é:
*Disponível = (10.000,00 – 2.000,00 (estoque) – 5.000,00 (móveis) + 500,00 (venda dos livros)
28 Contabilidade Geral
3. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido em 07/01/20X1.
Lucros ou
Capital Reservas de Reservas de
DMPL* (R$ 0,00) Prejuízos Total
Social Capital Lucros
Acumulados
Dividendos
Aumento de Capital
Reversões de reservas
Destinação do Lucro
30 Contabilidade Geral
produtos (origem) a prazo (destino) e reconheceu o aluguel semanal
(destino) a pagar no futuro (origem).
Tabela 1
Contas iniciais com o crédito do capital e o débito no caixa
5.000,00 5.000,00
Tabela 2
Balanço inicial da empresa
Balanço Patrimonial 31
O que se pretende, com a demonstração patrimonial, é estarmos
sempre atentos aos investimentos feitos e como estão sendo financia-
dos. A notação contábil de Ativos e passivos pode, por vezes, ser es-
quecida, mas deve auxiliar o administrador na avaliação dos recursos
financeiros aplicados nos investimentos e a identificação das origens
dos financiamentos.
32 Contabilidade Geral
prazo como Passivos Circulantes e os outros, com vencimentos acima de
um ano, como Passivos Não Circulantes.
Tabela 3
Balanço inicial da empresa X
Passivo 0,00
Disponível 5.000,00
Capital Social 5.000,00
Balanço Patrimonial 33
(SUMÁRIO, 2019). No entanto, podemos seguir, para fins didáticos, a
apresentação de alguns princípios, independente de ordem, e sem
prejuízo dos conceitos que dirigem a estrutura da elaboração e apre-
sentação das demonstrações contábeis. A grande diferença reside na
prioridade da essência sobre a forma.
Tabela 4
Balanço Patrimonial da Empresa X
Disponível 3.000,00
Capital Social 5.000,00
Estoque 2.000,00
34 Contabilidade Geral
Nesse caso, ocorre a troca de um Ativo por outro. Os recursos dis-
poníveis ou em caixa passam a ser recursos em produtos ou estoque.
Uma origem na disponibilidade e um destino em estoque pelo custo de
aquisição ou histórico.
Tabela 6
Resultados apurados no período contábil
Balanço Patrimonial 35
Tabela 7
Balanço após um período de atividades
Passivo 0,00
Tabela 8
Demonstração de Resultados da semana 01 a 07/01/20X0
Observe que as receitas, custos e despesas seguem o Regime de Competência e são registradas
de acordo com a ocorrência.
Fonte: Elaborada pelo autor.
36 Contabilidade Geral
Seguindo com o mesmo princípio, o resultado deve ser apurado ao Importante
final do período contábil, para podermos fechar o Balanço Patrimonial No Balanço Patrimonial, todas
as contas dos ativos são regis-
e avaliar as atividades que afetaram o patrimônio.
tradas com os valores dos seus
Tabela 9 bens ou direitos. Já as contas
Balanço encerrado após uma semana de atividades dos passivos com os valores das
obrigações e o Patrimônio Líqui-
do têm como valor a diferença
Balanço Patrimonial da empresa X em 07/01/20X0 – (R$ 0,00) entre ativos e passivos, com-
posto basicamente pelo capital
ATIVO PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO dos proprietários ou sócios e os
resultados acumulados após os
Aluguel a pagar 200,00 períodos de atividades.
____________________________________________
Disponível 3.300,00 Passivo 200,00
Contas a receber 1.200,00 Capital Social 5.000,00
Estoque 1.000,00 Lucros Acumulados 300,00
Patrimônio Líquido 5.300,00
Isso, contudo, não é uma análise, pois, para sê-lo, outros indicadores
deveriam ser considerados. Trata-se, portanto, de uma observação
sem entrar no mérito de desempenho.
Balanço Patrimonial 37
essência sobre a forma. Por exemplo: a contabilização nos Ativos
imobilizados de bens, que mesmo não sendo de propriedade da
empresa, estão sob seu controle, gerando benefícios e riscos.
É o caso dos arrendamentos de equipamentos. Portanto, novos
entendimentos devem ser cumpridos, como a atualização dos
valores, ou seja, os Ativos no Balanço Patrimonial devem ser
atualizados pelo valor justo aceito pelo mercado. Serve tanto para
direitos (valores a receber), como para obrigações (juros e impostos
atualizados). No caso de Ativos Imobilizados, como equipamentos
ou construções, eles deverão ser analisados sob o ponto de vista
de sua recuperação, conhecido como teste de imparidade.
d. A materialidade, ou ordem de grandeza dos valores,
significa poder registrar valores consumíveis em Ativos ou
Despesas, dependendo de sua representatividade na empresa.
Suponhamos, por exemplo, que uma grande empresa irá adquirir
papéis para impressoras para serem usados no escritório no
valor de R$ 1.000,00. Seguindo o regime de competência, tal valor
será contabilizado como Ativo – estoques de papéis de escritório.
No entanto, podemos considerá-lo como despesa administrativa
antes do seu uso, uma vez que será consumido em curto espaço
de tempo e terá um valor não significativo (pouca materialidade).
e. O princípio de continuidade pressupõe a existência da empresa
sem limite para terminar, isto é, por um longo período de
existência.
f. O princípio do conservadorismo é associado ao já citado custo
de aquisição, sem a preocupação de supervalorizar os Ativos ou
de subvalorizar os passivos. Em outras palavras, não devemos
mostrar bens acima ou dívidas abaixo de seus reais valores.
38 Contabilidade Geral
a classificação básica dos Ativos se dá conforme a natureza de sua rea-
lização e obedecem a ordem decrescente de liquidez.
+ Saiba mais
A Lei n. 6.404 , Lei das sociedades por ações, estabelece em seu artigo 178 que: “No balanço, as contas serão
classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento
e a análise da situação financeira da companhia.
No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos
seguintes grupos:
I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei n. 11.941 , de 2009).
II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.
(Incluído pela Lei n. 11.941, de 2009)” (BRASIL, 1976).
Balanço Patrimonial 39
+ Saiba mais f. Adiantamentos: valores antecipados a fornecedores, muitas
Liquidez é entendida como a vezes com a intenção de garantir o suprimento futuro de materiais
facilidade de conversão de um
para produção. Podem ser especificados como adiantamento a
bem em dinheiro. Por exemplo:
um imóvel perderá liquidez caso fornecedores, ou outros tipos de antecipação, como despesas
não exista pessoas interessadas de viagens, salários, 13º, férias etc. O título é genérico, pode ser
em comprá-lo.
desmembrado em vários subitens.
g. Contas a receber ou Duplicatas a receber: valores ou títulos
oriundos de vendas a prazo, comumente denominadas de
duplicatas, cujo nome é em razão da repetição dos dados de uma
nota fiscal para um título de cobrança.
h. Outros créditos a receber: por vezes, a empresa pode ter
emprestado recursos a terceiros, ou ter dividendos com direito
de receber no futuro.
i. Impostos e tributos a recuperar: no Brasil, a tributação é
complexa e alguns impostos podem ser compensados para
pagamento de outros.
40 Contabilidade Geral
c. Despesas antecipadas: a soma de todos os pagamentos feitos
antecipados e que representam despesas de exercícios futuros,
como o caso de prêmios de seguros.
d. Outros Investimentos: as empresas controladoras de outras,
denominadas coligadas ou não, representam investimentos 1
efetuados em operações de um grupo empresarial. Esse teste permite avaliar os
e. Imobilizado: Terrenos, obras, instalações, máquinas, equipamen- ativos frente aos seus valores
recuperáveis. Suponha, por
tos, veículos, móveis, benfeitorias, construções etc. constituem exemplo, um veículo adquirido
o grupo de Ativos imobilizados, que também são denominados por R$30.000,00. Após um
tangíveis, isto é, bens corpóreos, com forma física e com possibili- acidente e uma análise, é
reconhecida uma perda de
dade de troca. Após a Lei n. 11.638/2007, alguns itens podem ser R$10.000,00 no seu valor.
1
mais detalhados, e até exigidos do teste de imparidade . Nesse caso, o valor deverá ser
contabilizado com essa perda,
f. Intangível: são Ativos sem forma física, em oposição aos Ativos
ou seja, o teste permitirá reduzir
imobilizados, tais como marcas, softwares, direitos autorais, ao valor recuperável do ativo.
patentes, entre outros.
Balanço Patrimonial 41
para a fabricação, produtos para revenda, adiantamentos recebidos
para futuras entregas, salários, comissões, aluguéis, arrendamentos,
despesas ainda não pagas, impostos, contribuições, empréstimos, en-
tre outras dívidas, vencidas ou não, com vencimentos até o final do
próximo exercício social, ou que a liquidação deverá ocorrer em até
doze meses após a data do balanço.
42 Contabilidade Geral
c. Lucros Acumulados: é o resultado da conta que pode ser usada
apenas por empresas não classificadas como sociedades por ações.
d. Prejuízos Acumulados: são representações do saldo de
resultados negativos acumulados até o fechamento do Balanço
Patrimonial.
e. Reservas de Capital: são os valores recebidos e não contabili-
zados na Demonstração de Resultados, derivados de negócios
de capital dos acionistas. Por exemplo, o lucro recebido pela
venda de ações da empresa não é contabilizado na Demons- 3
tração de Resultados, mas sim no grupo do Patrimônio Líquido, Por exemplo, se um equipamen-
to adquirido por R$100.000,00
como reservas de capital.
perder valor por algum
f. Ajustes de Avaliação Patrimonial: é a situação em que a acidente, e passar a valer apenas
contrapartida do aumento ou redução de alguma conta do R$80.000,00, essa diferença irá
reduzir os ativos e consequen-
Ativo ou do Passivo pode ser feita diretamente no aumento ou temente a perda irá reduzir o
redução dos lucros ou prejuízos da empresa. É o caso de alguma Patrimônio Líquido.
3
reavaliação de um bem do Ativo .
g. Ações em Tesouraria: são o saldo de ações adquiridas pela
própria empresa, seja do mercado de capitais, seja de acionistas.
Estudo de caso
Elaboração e análise do Balanço
Patrimonial da empresa X
Balanço Patrimonial 43
I Ativos
b) Caixa ou disponível: recebeu R$ 5.000 do proprietário, pagou
R$ 2.000,00 na compra de produtos, recebeu R$ 300,00 pela
venda de produtos e terminou com o saldo disponível de
R$ 3.300,00.
c) Estoque: recebeu 100 produtos para revenda por R$ 2.000,00
(100 x R$ 20,00), diminuiu os estoques em R$ 200,00
(10 x R$ 20,00) pela venda de parte dos produtos, diminuiu
mais R$ 800,00 nos estoques (40 x R$ 20,00) pela segunda
venda. Terminou o período com R$ 1.000,00 em estoques,
(50 x R$ 20,00).
d) Contas a receber: os clientes compraram a prazo 40 produtos
ao preço de R$ 20,00 cada, ficando a empresa com direito de
receber R$ 1.200,00 no vencimento, sendo, portanto, esse
saldo direito da empresa.
II Passivos
a) Aluguel: reconheceu ao final, no período semanal, despesas
com o aluguel no valor de R$ 200,00.
Atenção
III Resultados
Observe que os valores vendi-
dos, tanto à vista, como a prazo, a) Receita de vendas: reconheceu R$ 1.500,00 em receita do
são lançados e reconhecidos período semanal (10 + 40 produtos vendidos a R$ 30,00 cada).
no período em que ocorrem as
vendas. Obedecem, portanto, ao b) Custo dos produtos vendidos: reconheceu os custos dos
regime de competência, ou seja, produtos vendidos no valor de R$ 1.000,00 (10 + 40 ao custo
o fato gerador da venda provoca de R$ 20,00 cada).
o registro da receita, e não o
regime de caixa. c) Despesas com aluguel: reconheceu a despesa com o aluguel do
período contábil (semanal), no valor de R$ 200,00, para apurar
os resultados do período semanal antes de fechar o balanço.
d) Lucro: teve como resultado R$ 300,00 (R$ 1.500,00 – R$ 1.000,00
– R$ 200,00) ao final da primeira semana de atividades da
empresa.
IV Patrimônio Líquido
e) Capital: não houve nenhuma alteração no Capital dos Sócios.
f) Lucros Acumulados: reconheceu R$ 300,00 como resultado
favorável à empresa, em razão dos lucros obtidos durante o
primeiro período contábil.
44 Contabilidade Geral
e a situação patrimonial em 07/01/20X0, conforme podemos observar
nas Tabelas 10 e 11.
Tabela 10
Demonstração de Resultados da primeira semana de atividades
Tabela 11
Balanço Patrimonial encerrado ao final da primeira semana
V Breve análise
Atividade 4
Embora seja um período curto, e com pouca movimentação, pode-
De acordo com os fatos citados
mos destacar os seguintes fatos e consequências para o patrimônio,
nas atividades 1, 2 e 3, suponha
objeto de estudo da contabilidade: que, antes de terminar o mês,
José tenha efetuado uma nova
a) A empresa recebeu recursos do proprietário para suas
compra de R$ 1.000,00 em
atividades. roupas e pagou à vista, e em
b) Iniciou um negócio de compra e venda de produtos ao mercado seguida fez uma venda de todas
as peças, a prazo, no valor de
e obteve algum sucesso. R$ 1.500,00. Qual é o resultado
c) Concedeu crédito a clientes, assim como recebeu crédito do e como ficaria seu Balanço
Patrimonial?
proprietário da loja, pelo aluguel.
d) Obteve, em apenas uma semana, um acréscimo em 10% no
seu patrimônio inicial.
Balanço Patrimonial 45
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Balanço Patrimonial representa o patrimônio da empresa, com o
seu conjunto de bens e direitos como Ativos, suas obrigações com tercei-
ros como passivos e a diferença entre ambos, que resulta no Patrimônio
Líquido dos sócios ou proprietários.
Neste capítulo, pudemos observar que Ativo Circulante é um conjunto
de investimentos com realização a curto prazo, valorizado pelo seu custo,
enquanto o Ativo Não Circulante se refere a realizações a longo prazo.
Além disso, o Passivo Circulante é composto de obrigações ou dívidas com
vencimento a curto prazo, enquanto o Passivo Não Circulante com venci-
mento a longo prazo. Ambos compõem o capital de terceiros à empresa
com o objetivo de financiar o Ativo.
O Patrimônio Líquido representa o capital próprio da empresa, com-
posto de recursos aportados pelos seus proprietários e de resultados au-
feridos com a atividade dos negócios. Já a Demonstração de Resultados
compõe os ganhos e gastos de um determinado período de atividades,
contribuindo, no caso de resultados positivos, para o aumento do Patri-
mônio Líquido da empresa. Enquanto a Demonstração de Resultados é
um relatório periódico, o Balanço Patrimonial apresenta os saldos dos in-
vestimentos e financiamentos em uma determinada data.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
Brasília, DF, 28 dez. 2007. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso em: 18 dez. 2019.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/
L6404consol.htm. Acesso em: 18 dez. 2019.
SUMÁRIO do pronunciamento conceitual básico. Comitê de pronunciamentos contábeis.
Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/456_CPC00%20Sumario.pdf
Acesso em: 10 jan. 2020.
GABARITO
1. Quando o José resolveu transferir sua casa desocupada para formar uma loja de
roupas usadas, o imóvel passou a pertencer à empresa Brechó do Zé, no valor de
R$ 150.000,00. O capital do proprietário passou a ser da loja, não em dinheiro, mas
em bem.
46 Contabilidade Geral
Balanço Patrimonial – Brechó do Zé (01/03/20X0) (R$ 0,00)
Balanço Patrimonial 47
Balanço Patrimonial – Brechó do Zé (31/03/20X0) (R$ 0,00)
ATIVO PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Roupas a pagar 500,00
Caixa 0,00 ___________________________________________
Estoque 0,00 Passivo Circulante 500,00
Contas a receber 1.500,00
_____________________________________________
Ativo Circulante 1.500,00 Capital Social 150.000,00
Casa 150.000,00 Lucros Acumulados 1.000,00
______________________________________________ ___________________________________________
Ativo Não Circulante 150.000,00
Patrimônio Líquido 151.000,00
TOTAL 151.500,00 TOTAL 151.500,00
48 Contabilidade Geral
3
Demonstração de Resultados
Neste capítulo, conheceremos a fundo os elementos que com-
põem uma Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) e a
estrutura de apresentação, com receitas, custos e despesas incorri-
dos durante as atividades do negócio em um determinado período.
Os registros ou lançamentos decorrentes das atividades da
empresa são efetuados, a princípio, com base nos fatos geradores
das ocorrências, proporcionando resultado positivo ou negativo
na DRE e, em seguida, são transferidos para contas do Patrimônio
Líquido no Balanço. Também, neste capítulo:
a. em primeiro lugar, conheceremos os princípios básicos
que regem essa demonstração;
b. em seguida, apresentaremos sua estrutura e a composição
das contas, de acordo com a Lei das Sociedades por Ações;
c. em terceiro lugar, mostraremos um modelo para análise
dos resultados e o seu impacto no patrimônio da empresa;
d. por fim, elaboraremos uma DRE para uma empresa
exemplo.
Demonstração de Resultados 49
Assim, os custos e as despesas referentes às receitas também seguem o
mesmo princípio, registrando seus valores, independentemente de te-
rem sido pagos, de acordo com a Lei das Sociedades por ações (BRASIL,
1976) – que é uma legislação para as empresas de grande porte e capital
aberto com negociação de ações em bolsas de valores. Pequenas empre-
sas, no entanto, podem usar o regime de caixa, pois não têm a obrigação
de publicar os seus demonstrativos contábeis. Vejamos, a seguir, alguns
exemplos da diferença entre seguir o regime de competência e o regime
de caixa para compreendermos melhor esse assunto.
Exemplo 1
Tabela 1
Demonstração de Resultados comparativa
Tabela 2
Balanço Patrimonial
50 Contabilidade Geral
Suponhamos que toda a venda tivesse sido à vista, os relatórios,
então, seriam:
Tabela 3
Demonstração de Resultados comparativa
Tabela 4
Balanço Patrimonial
Fornecedores 1.000,00
Caixa 1.200,00
Passivo 1.000,00
Estoque 0,00
Capital Social 50.000,00
Contas a receber 0,00
Lucros Acumulados 200,00
Imóvel 50.000,00
Patrimônio Líquido 50.200,00
Tabela 5
Demonstração de Resultados comparativa
Demonstração de Resultados 51
Tabela 6
Balanço Patrimonial
Fornecedores 1.000,00
Caixa 0,00
Passivo 1.000,00
Estoque 0,00
Capital Social 50.000,00
Contas a receber 1.200,00
Lucros Acumulados 200,00
Imóvel 50.000,00
Patrimônio Líquido 50.200,00
Exemplo 2
Tabela 7
Demonstração de Resultados comparativa
52 Contabilidade Geral
Tabela 8
Balanço Patrimonial
Tabela 9
Demonstração de Resultados comparativa
Tabela 10
Balanço Patrimonial
Demonstração de Resultados 53
Ao supor que toda venda fosse feita a prazo, os relatórios seriam:
Tabela 11
Demonstração de Resultados comparativa
Tabela 12
Balanço Patrimonial
Exemplo 3
Atenção
No dia 01/01/20X0, Bernardo transferiu em dinheiro R$ 20.000,00,
Observe, no terceiro exemplo,
a conta Estoques no Balanço parte de seus recursos financeiros, para formar uma empresa comercial
Patrimonial. Essa conta possui de sacos de papel. Com disponibilidade de caixa na empresa, comprou
os valores de custo dos produtos
os produtos para revenda, pagando à vista R$ 2.000,00. A empresa de
adquiridos e disponíveis para
venda. Cada vez que ocorre uma Bernardo espera vender parte desses produtos prevendo outros custos
venda, os valores de custo são no primeiro mês de atividade. Contratou um funcionário combinando
baixados ou retirados dessa con-
ta e passados para a DRE como um salário de R$ 1.200,00 a pagar no quinto dia útil do próximo mês. Alu-
Custo dos Produtos Vendidos. A gou uma loja pelo valor mensal de R$ 3.000,00, a pagar no primeiro dia
diferença entre valor da venda e útil do mês seguinte. Durante esse primeiro mês de atividade, a empresa
custo é o Lucro Bruto.
vendeu metade de seu estoque à vista, pelo preço de R$ 1.500,00. A se-
guir, veja a DRE comparativa dos regimes e o balanço encerrado ao final.
54 Contabilidade Geral
Tabela 13
Demonstração de Resultados comparativa
Tabela 14
Balanço Patrimonial
Tabela 15
Demonstração de Resultados comparativa
Demonstração de Resultados 55
Tabela 16
Balanço Patrimonial
Tabela 17
Demonstração de Resultados comparativa
Tabela 18
Balanço Patrimonial
56 Contabilidade Geral
Com o regime de competência, o resultado, lucro ou prejuízo é
referente ao período da atividade, não afeta necessariamente a dis-
ponibilidade de caixa. No Balanço, as contas do Ativo mostram o
produto das receitas das vendas, se à vista, em caixa, e se a prazo,
em contas a receber dos clientes. Ao encerrar o período contábil
dos resultados, estes são transferidos para as contas do Patrimônio
Líquido do Balanço.
Demonstração de Resultados 57
Tabela 19
Demonstração de Resultados do Exercício
58 Contabilidade Geral
Tabela 20
Modelo completo de uma DRE
Demonstração de Resultados 59
c. Abatimentos e devoluções: são registrados os casos em que algum
produto ou mercadoria, já faturado, deva ser devolvido, por defeito ou
mesmo por algum abatimento devido a outras razões, por exemplo.
d. Receita operacional líquida: é a receita bruta reduzida dos
impostos, dos abatimentos e das devoluções das vendas.
e. Custo dos produtos ou serviços vendidos: são as despesas
necessárias para fabricação de um determinado produto,
denominadas custos da venda.
f. Lucro Bruto: é a apresentação de resultados da empresa antes
das outras despesas e gastos envolvidos na gestão dos seus
negócios. Isso ocorre após a redução dos custos dos produtos
vendidos ou dos custos dos serviços prestados.
g. Despesas de vendas: são todos os gastos incorridos na promoção,
distribuição e venda de produtos, incluindo os salários, as
comissões e os encargos com os vendedores.
h. Despesas administrativas: são os gastos efetuados na gestão
administrativa, como salários, encargos, telefones, internet, isto é,
tudo o que compreende os gastos com o escritório da administração.
i. Despesas e Receitas Financeiras Líquida: são as despesas finan-
ceiras provenientes de financiamentos, empréstimos, pagamentos
em atraso ou, ainda, por descontos concedidos a clientes e receitas
financeiras provenientes de juros sobre aplicações financeiras, ou
descontos por pagamentos antecipados.
j. Lucro operacional: é o resultado exclusivamente dos negócios das
atividades da empresa, não apresenta outras eventuais receitas e
despesas que não estão ligadas às suas atividades básicas.
k. Outras receitas e despesas: compõem receitas não provenientes
do objetivo da atividade da empresa, como venda de algum
equipamento sem mais utilidade, ou alguma despesa não
relacionada ao grupo de vendas, administrativas e financeiras,
isto é, sem referência com as atividades operacionais da empresa.
Receitas e Despesas Não Operacionais.
l. Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social: são
calculados com base no lucro real, presumido ou arbitrado de
acordo com a legislação vigente à época.
m. Participações e outras contribuições: são as participações de
empregados, administradores e títulos negociáveis, criados pela
empresa sem relação com o capital social, e que correspondem à
parcela do lucro destinada a não acionistas.
60 Contabilidade Geral
Portanto, podemos observar a abrangência dos detalhes de uma
demonstração completa de resultados para um período contábil, in-
cluindo a possível distribuição parcial de lucros a funcionários e a títu-
los de dívida sem relação com o capital social, emitidos por sociedades
anônimas de capital fechado, denominadas Participação de Partes Be-
neficiárias. Exemplo: uma empresa que necessita de mais recursos, en-
contra investidores que desejam aplicar seus recursos e participar dos
lucros dela, sem vínculo como acionista ou proprietário, ou seja, sem
participação no capital social.
3.3 Depreciação
Vídeo Apresentaremos, aqui, um novo tópico, normalmente discutido em
cursos de contabilidade de custos, no entanto é importante mencioná-
-lo neste capítulo, pois é algo que afeta os resultados das empresas.
Demonstração de Resultados 61
Devemos também lembrar de que todo consumo de um Ativo re-
presenta despesa para a empresa, pois o Ativo é sua propriedade, e
quando utilizado (consumido) implica reconhecimento de um gasto ou
despesa. No caso de um produto para revenda, seu uso representa
custo do produto vendido, no caso de um Ativo imobilizado, seu consu-
mo representa uma despesa de depreciação. Utilizar um equipamento
não significa perdê-lo, mas sua depreciação representa o reconheci-
mento de seu uso que contribui para a geração de ganhos da empresa.
Exemplo
62 Contabilidade Geral
Os lançamentos em contas de razão (T) serão:
25.000,00 25.000,00
800,00 800,00
Tabela 21
DRE (exemplo 1 em R$)
Lucro Bruto LB
Despesas (D)
Lucro do exercício L
É comum encontrarmos as despesas de depreciação inclusas no Custo dos Produtos Vendidos
(CPV) ou nas despesas da operação, dependendo da função.
Fonte: Elaborada pelo autor.
Demonstração de Resultados 63
Saiba mais
Desse modo, nosso Balanço irá mostrar, no Ativo, os valores his-
O artigo 183 da Lei
n. 6.404/76 traz uma
tóricos ou de aquisição dos edifícios e computador, e como redução
explicação completa sobre pelo uso, os valores depreciados (Depreciação Acumulada) até a data
Depreciação, Exaustão e
Amortização. Como vimos, a
de encerramento.
Depreciação corresponde à
perda no valor dos bens fí-
Tabela 22
sicos, ao sofrerem desgaste Balanço Patrimonial (exemplo 1)
pelo uso. A Exaustão corres-
ponde à perda de valor em Ativos R$ Passivos R$
razão da exploração de re-
cursos minerais e florestais. Caixa X Fornecedores Y
Por exemplo, empresas que
recebem concessão para Contas a receber X Outros Y
exploração de minério. Já a
Amortização corresponde à Ativos Circulantes X Passivos Circulantes Y
perda de valor de proprie-
dade industrial ou mesmo Edifícios 500.000,00
comercial com duração
limitada no tempo, como Máquinas 2.000,00
ativos intangíveis (marcas,
patentes, entre outros). (Depreciação acumula-
(25.000,00) Capital Y
da do edifício)
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de
dezembro de 1976. Diário Oficial da (Depreciação acumulada
(800,00) Reservas Y
União, Poder Executivo, Brasília, DF, da máquina)
17 dez. 1976. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ Ativos Não Circulantes 476.200,00 Patrimônio Líquido Y
l6404consol.htm. Acesso em:
3 jan. 2020.
TOTAL Xxx TOTAL Xxx
64 Contabilidade Geral
Tabela 23
Demonstrações de Resultados (com variação)
Gráfico 1
Análise Horizontal
116
110
105
100
1 2
Demonstração de Resultados 65
Tabela 24
Demonstrações de Resultados (com relações)
Gráfico 2
Análise Vertical
58,3 57,7
16,7 15,9
Custo dos Custo dos
produtos produtos
vendidos vendidos
66 Contabilidade Geral
Com essa metodologia de análises horizontal e vertical mais detalhes
podem ser obtidos, no caso de detalhamento de cada conta. Por exem-
plo, podemos procurar as causas de um crescimento de apenas 5% nos
custos versus o crescimento de 10% nas receitas em 20X1 sobre 20X0.
Que razões levaram as receitas a crescer acima de seus custos? Aumen-
to nos preços de venda? Mudança nos custos dos produtos, como novas
tecnologias de produção barateando os custos, ou menos gastos com
matérias-primas? Ganhos de escala econômica por maior demanda dos
produtos, aumentando a produção e reduzindo custos unitários de fa-
bricação? Enfim, procurar as causas para essas variações exige um deta-
lhamento das contas do ano. E é importante saber que nem sempre os
resultados apresentarão essas variações ao longo dos períodos.
Atividade 1
Observe as informações dadas nos quadros a seguir e faça os lançamentos contábeis, a DRE e feche o Balanço
Patrimonial da empresa T nos dias 31/01/20X1, 28/01/20X1 e 31/03/20X1.
Janeiro
Dia Histórico
Luiz transfere para a empresa T sua casa no valor de R$ 100.000,00
1/1
e R$ 20.000,00 em dinheiro.
Fevereiro
Dia Histórico
Compra mais materiais para o escritório por R$ 700,00 a pagar em
1/2
um mês.
Vende todo estoque de taxinhas por R$ 4.500,00 metade à vista e
3/2
metade para pagamento em 30 dias.
10/2 Compra mais taxinhas por R$ 2.200,00 para pagar no próximo mês.
(Continua)
Demonstração de Resultados 67
15/2 Paga a segunda parcela de R$ 200,00 do computador.
Março
Dia Histórico
1/3 Paga R$ 700,00 dos materiais de escritório.
Estudo de caso
Elaboração de uma DRE para
uma empresa exemplo
A empresa BIJU, criada para comercializar bijuterias, recebeu re-
cursos financeiros no valor de R$ 14.500,00 de seu proprietário em
01/01/20X0 para o início de suas atividades. Assim, seu patrimônio se
apresenta da seguinte forma:
Tabela 25
Balanço Patrimonial em 01/01/20X0 (R$)
68 Contabilidade Geral
Geraldo, proprietário da BIJU, apresentou as seguintes informações
para o primeiro mês de atividades:
•• Comprou produtos para revenda por R$ 3.000,00 à vista.
•• Vendeu produtos por R$ 2.000,00 (R$ 1.000,00 a receber em 05/02).
•• Custo dos produtos vendidos – R$ 1.500,00.
•• Despesas com salários – R$ 500,00 (pago no mês).
•• Despesas com aluguel – R$ 875,00 (a pagar em 05/02).
•• Despesas com propaganda – R$ 850,00 (a pagar em 10/02).
•• Comprou um computador por R$ 3.000,00 pagando à vista.
Tabela 26
Demonstração de Resultados da BIJU
Tabela 27
Balanço Patrimonial da BIJU em 31/01/20X0 (R$)
Demonstração de Resultados 69
Atividade 2
De acordo com as seguintes informações da empresa BIJU, prepare a DRE para o mês de fevereiro e, em seguida,
feche o Balanço Patrimonial em 28/02/20X0.
Recebido R$ 1.000,00 dos clientes do mês anterior.
Pagos o aluguel e a propaganda gerada no mês anterior.
Atenção
Receitas de vendas – R$ 2.000,00 (R$ 1.000,00 a receber em 05/03).
Para fechar o Balanço, acumule Custo dos Produtos Vendidos no mês – R$ 1.000,00.
os resultados obtidos até a data
Despesas com salários – R$ 1.100,00 (pagos no mês).
do Balanço na conta “Lucros
Acumulados”, no grupo do Despesas com propaganda – R$ 950,00 (a pagar em 05/03).
Patrimônio Líquido. Despesas com aluguel – R$ 875,00 (a pagar em 05/03).
Atividade 3
Ainda sobre a empresa BIJU, prepare a DRE para o mês de março e, em seguida, feche o Balanço Patrimonial em
31/03/20X0, de acordo com as informações a seguir.
Compra mais R$ 3.500,00 em produtos para revenda (a pagar em 10/04).
Recebe R$ 1.000,00 dos clientes e paga as dívidas do mês anterior.
Receitas de vendas – R$ 5.000 (metade à vista).
Custo dos Produtos Vendidos – R$ 3.500,00.
Despesas com salários – R$ 1.100,00 (pagas no mês).
Despesas com propaganda – R$ 1000,00 (pagas no mês).
Despesas com aluguel – R$ 875,00 (a pagar em 11/4).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A DRE compõe os ganhos e gastos de um determinado período de ati-
vidades, contribuindo, no caso de resultados positivos, para o aumento do
Patrimônio Líquido da empresa. Poder observar os detalhes dos ganhos e
gastos e compará-los para avaliar o resultado, como consequência, tanto
no período quanto na sequência de vários períodos, é a maior contribui-
ção desse relatório contábil.
Entretanto, é importante lembrar da diferença entre a DRE e o Balanço
Patrimonial. Enquanto aquele é um relatório periódico, isto é, com valores
acumulados no período, este apresenta apenas os saldos dos investimen-
tos e financiamentos em uma determinada data.
70 Contabilidade Geral
REFERÊNCIAS
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro. 11. ed.
São Paulo: Atlas, 2015.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l6404consol.htm. Acesso em: 3 jan. 2020.
IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. C. Curso de Contabilidade para não contadores. 6. ed. São Paulo:
Atlas, 2009.
GABARITO
1.
Despesas aluguel
Despesas juros
Despesas salários
Demonstração de Resultados 71
Observe a conta de Lucros Acumulados no grupo do Patrimônio Lí-
quido. Ao longo dos períodos, soma-se o lucro de um período encerra-
do, com os valores anteriores.
2.
Demonstração de Resultados da BIJU:
3.
72 Contabilidade Geral
Balanço Patrimonial da BIJU em 31/03/20X0 (R$):
Demonstração de Resultados 73
4
Demonstração das
Mutações do Patrimônio
Líquido – DMPL
Neste capítulo, veremos como encontrar as causas das altera-
ções sofridas no Patrimônio Líquido após um período de atividades.
Quando a empresa apresenta resultados positivos, é esperado um
acréscimo de recursos para financiar seus Ativos, que, por serem
oriundos de suas atividades, deverão, naturalmente, fazer parte
dos recursos próprios dela, ou seja, devem ser incorporados ao
seu Patrimônio Líquido. Entretanto, nem sempre isso deve ocor-
rer, e nesse caso, portanto, se torna necessário fazer, antes, uma
demonstração para conhecer o destino dado a esses resultados. E
é disso que trataremos neste capítulo.
74 Contabilidade Geral
Antes de avançarmos nesse tópico, devemos compreender o signi-
ficado, para a empresa, dos lucros ou prejuízos auferidos na Demons-
tração de Resultados. O artigo 186, da Lei das sociedades por ações
(BRASIL, 1976), estabelece a necessidade de transferir os resultados
obtidos em determinado período para um novo relatório denominado
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. As razões são prove-
nientes da continuidade das operações da empresa (em que lucros ou
prejuízos de um período contábil podem se acumular após novos resul-
tados nos períodos subsequentes), assim como das decisões dos pro-
prietários em reter ou distribuir os resultados ao final de cada período,
ou após vários deles. A distribuição de lucros, decidida pelos proprietá-
rios acionistas da empresa, é denominada de Dividendos.
Tabela 1
Demonstração dos Resultados de 20X0 e 20X1
Tabela 2
DLPA da empresa A ao final de 20X1
76 Contabilidade Geral
Tabela 3
Balanço Patrimonial em 31/12/20X0 e 31/12/20X1
segundo ano deveria mostrar o resultado da soma dos lucros dos dois Iudícibus e Marion (2009)
questiona o que se deve fazer
anos seguidos, ou seja, R$ 400,00 (R$ 100,00 + R$ 300,00). Contudo, apre-
com o lucro. Caso a empresa
senta R$ 325,00, R$ 75,00 a menos. Logo, precisamos de uma nova de- possa distribuir uma parcela
monstração que explique essa diferença no saldo dessa conta. do lucro aos proprietários ou
acionistas, como remuneração
Vamos examinar, a seguir, um modelo completo da DLPA, utilizado financeira ao seu capital inves-
nas pequenas e médias empresas com observações e explicações para tido, esta será conhecida como
Dividendos. Assim, o saldo não
eventuais correções e destino dos resultados. distribuído, denominado Lucros
Acumulados ou Lucros Retidos,
Tabela 4
fica na empresa para aumentar o
DLA ao final de 20X1, com 7 observações.
Patrimônio Líquido.
78 Contabilidade Geral
empresa B, caso B tenha contabilizado lucros, mas não
realizado financeiramente, e A tenha reconhecido tal valor
em sua demonstração, denominada Equivalência Patrimonial,
A pode criar essa reserva com a intenção de não distribuir
lucros sobre as parcelas ainda não realizadas.
g. Dividendos – Os proprietários, ou acionistas da empresa, podem
receber parte dos lucros. O estatuto da empresa pode estabelecer
uma percentagem, mas quando omisso, os acionistas terão direito
à metade do lucro ajustado, isto é, o lucro líquido do exercício
reduzido da Reserva Legal e da Reserva para Contingências.
Tabela 5
DLA ao final de 20X1, com 7 observações.
Ajustes
Aumento de capital
Reserva Estatutária
Reservas p/ Contingências
Dividendos (75,00)
Total (300,00)
Balanço Patrimonial
Ativos 31/12/20X0 31/12/20X1 Passivo e PL 31/12/20X0 31/12/20X1
Ativo Passivo
100,00 100,00 100,00 75,00
Circulante Circulante
Passivo Não
200,00 200,00
Circulante
Ativo Não
900,00 1.100,00
Circulante
Capital Social 600,00 600,00
Reserva Legal 15,00
Reserva
210,00
Orçamentária
Reserva de
100,00 100,00
Lucros
Patrimônio
700,00 925,00
Líquido
TOTAL 1.000,00 1.200,00 TOTAL 1.000,00 1.200,00
Estudo de caso
Elaboração da DMPL da Empresa A
80 Contabilidade Geral
Tabela 7
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido da Empresa A
81
Observações:
a. A empresa constituiu uma Reserva Legal de 5% sobre o lucro do
ano. Esse valor poderá, no futuro, ser transferido como aumento
de capital, ou absorver eventuais prejuízos.
b. A Reserva Orçamentária constituiu 70% sobre o lucro do ano para
uma expansão da empresa prevista pelos proprietários.
c. A distribuição dos dividendos é uma remuneração financeira aos
sócios, ou proprietários da empresa.
Tabela 8
DRE da B (1º e 2º anos)
82 Contabilidade Geral
Tabela 9
Demonstração de Lucros Acumulados.
DLA – Empresa B R$
Saldo em 31/12/20X0 320,00
(+/) Ajustes de exercícios anteriores 0,00
(+) Lucro Líquido do exercício de 20X1 1.000,00
(=) Lucro Disponível 1.320,00
(–) Proposta para distribuição do Lucro
a) Reserva Legal 50,00
b) Reserva Estatutária 0,00
c) Reserva para Contingências 0,00
d) Reserva Orçamentária 300,00
e) Reserva de Lucros a Realizar 0,00
(–) Dividendos 250,00
(=) Saldo de Lucros Acumulados em 31/12/X1 720,00
Tabela 10
Balanço Patrimonial da Empresa B
Tabela 11
Modelo de uma DMPL da Empresa B com a DLA inclusa
Aumento de
0,00
capital
Reversões de
0,00
reservas
Lucro Líquido
1.000,00 1.000,00
do exercício
Reserva
0,00
Estatutária
Reserva
300,00 (300,00) 0,00
Orçamentária
(Continua)
84 Contabilidade Geral
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – Empresa B (em R$)
Atividade 1
A empresa C iniciou suas atividades no ano de 20X0. A DRE, a DLA e o Balanço
Patrimonial da empresa C do primeiro ano estão apresentados a seguir. Com as infor-
mações das ocorrências do ano de 20X1, prepare a DRE, a DLA, a DMPL e o Balanço
Patrimonial ao final de 20X1.
(Continua)
86 Contabilidade Geral
Atividade 2
A seguir, observe a DRE da Empresa D para o ano de 20X1, o Balanço Patrimonial da
Empresa D, encerrado em 31/12/20X0, e as informações (todas em R$ mil) das ativida-
des do ano de 20X1. Prepare a DLA, a DMPL, e o Balanço Patrimonial em 31/12/20X1.
DRE da Empresa D (em R$ mil) 31/12/20X1
Receitas das vendas 1.400,00
Custo dos produtos vendidos (800,00)
Lucro Bruto 600,00
Despesas Administrativas (100,00)
Despesas Comerciais (100,00)
Despesas Financeiras (40,00)
Lucro antes dos impostos 360,00
Impostos (100,00)
Lucro Líquido 260,00
(Continua)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, observamos o que é a DMPL, que considera uma
completa distribuição dos resultados, seja para os sócios por meio dos
dividendos, ou para o futuro da empresa. Isso corre por meio de plane-
jamento e direcionamento da incorporação dos resultados acumulados,
criando reservas para manutenção do capital, expansão dos investimen-
tos e contingências para eventuais resultados não esperados no futuro.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l6404consol.htm. Acesso em: 17 mar. 2020.
BRASIL. Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
Brasília, DF, 28 dez. 2007. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso em: 17 mar. 2020.
IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. C. Curso de Contabilidade para não contadores. 6. ed. São Paulo:
Atlas, 2009.
88 Contabilidade Geral
GABARITO
1.
Contabilidade Geral
Capital Outras Lucros
Movimentações Ágio na Total
Realizado reservas Acumulados
emissão de Legal Estatutária Contingências Orçamentária
de
ações
capital
Saldos em
9.000,00 46,00 92,00 555,00 9.693,00
31/12/20X0
Ajustes de
0,00
exercícios
Aumento de
0,00 0,00
capital
Reversões de
0,00
reservas
Lucro Líquido
891,00 891,00
do exercício
Reserva Legal 44,55 (44,55)
Reserva
Estatutária
Reserva
89,10 (89,10) 0,00
Orçamentária
Reservas p/
0,00
Contingências
Reservas
de Lucros a 0,00
Realizar
Dividendos (222,75) (222,75)
Saldos em
9.000,00 0,00 0,00 90,55 0,00 0,00 181,10 1.089,60 10.361,25
31/12/20X1
Balanço Patrimonial da Empresa C (em R$).
ATIVO 31/12/20X0 31/12/20X1 PASSIVO 31/12/20X0 31/12/20X1
Caixa 600,00 650,00 Empréstimos 400,00 866,00
Aplicações
500,00 550,00 Fornecedores 676,00 950,00
financeiras
Duplicatas a
800,00 1.000,00 Dividendos 231,00 222,75
receber
Passivo
Estoques 600,00 900,00 1.307,00 2.038,75
Circulante
Ativo Financiamento
2.500,00 3.100,00 1.500,00 800,00
Circulante a longo prazo
Passivo Não
1.500,00 800,00
Circulante
Capital social 9.000,00 9.000,00
Reserva Legal 46,00 90,55
Reserva
Imobilizado 9.000,00 9.100,00 92,00 181,10
Orçamentária
Reservas de
Intangível 1.000,00 1.000,00 555,00 1.089,60
lucros
Ativo Não Patrimônio
10.000,00 10.100,00 9.693,00 10.361,25
Circulante Líquido
TOTAL 12.500,00 13.200,00 TOTAL 12.500,00 13.200,00
2.
DLA da Empresa D (em R$ mil) 20X1
Reserva de Lucros em 31/12/20X0 70,00
Lucro do ano 260,00
Saldo final 330,00
Aumento de capital 15,00
Reserva Legal - 13,00
Reserva Estatutária
Reserva Orçamentária - 26,00
Reservas p/ Contingências
Reservas de Lucros a Realizar
Dividendos - 65,00
Total - 104,00
Reservas de Lucros em 31/12/20X1 226,00
94 Contabilidade Geral
diferença entre Ativo e Passivo Circulante, para destacar todos os itens
que alteram o saldo de caixa da empresa em determinado período.
Exemplo
Tabela 1
Balanço Patrimonial da Empresa E (inicial, em R$)
96 Contabilidade Geral
período, portanto, vai fechar o Balanço Patrimonial em “Lucros Acumula-
dos” com o Patrimônio Líquido.
Tabela 2
Demonstração de Resultados do Exercício da Empresa E
Tabela 3
Balanços Patrimoniais (antes e após a atividade do mês 1)
Observações:
1. No fluxo das atividades operacionais, a empresa recebeu R$ 1.000,00
de seus clientes e pagou R$ 100,00 das despesas operacionais.
2. No fluxo dos investimentos, não houve alterações, tanto nos
valores de outros investimentos quanto do imobilizado.
3. No fluxo dos financiamentos, não ocorreu alteração no capital
social e distribuição de lucros (dividendos).
Tabela 5
Balanços Patrimoniais (antes e após a atividade do mês 1)
(Continua)
98 Contabilidade Geral
Balanços Patrimoniais da Empresa E (em R$) Ano de 20X0
Ativo Não Circulante 5.000,00 5.000,00 Patrimônio Líquido 5.000,00 5.100,00
TOTAL 7.000,00 6.100,00 TOTAL 7.000,00 6.100,00
Tabela 6
Demonstração dos Fluxos de Caixa da empresa E
Observações:
1. No fluxo das atividades operacionais, a empresa recebeu
R$ 2 mil de seus clientes, pagou R$ 1 mil aos fornecedores,
R$ 300,00 das despesas operacionais e R$100,00 dos impostos,
sobrando R$ 600,00 a mais em caixa.
2. No fluxo dos investimentos, não houve alterações, tanto nos
valores de outros investimentos quanto no de imobilizado.
3. No fluxo dos financiamentos, não ocorreu alteração no capital
social ou na distribuição de lucros (dividendos).
Exemplo 2 (empresa F)
Tabela 8
Demonstração de Resultados do Exercício da Empresa F
Tabela 9
Balanços Patrimoniais (antes e após a atividade do mês 1)
Financiamento de
xxxxxxxxx 0 0 3.000,00
equipamentos
Ativo Circulan-
11.000,00 11.000,00 Passivo Circulante 1.000,00 3.700,00
te
Outros investi-
0 0 Capital social 10.000,00 10.000,00
mentos
Imobilizado 0 3.000,00 Lucros Acumulados 0 300,00
Tabela 10
Demonstração dos Fluxos de Caixa da Empresa F
Observações:
1. No fluxo das atividades operacionais, a empresa pagou R$ 1 mil
aos fornecedores.
2. No fluxo dos investimentos, adquiriu equipamentos para a loja
no valor de R$ 3 mil, como imobilizado.
3. No fluxo dos financiamentos, financiou R$ 3 mil para os
equipamentos adquiridos. Não ocorreu alteração no capital
social, e não houve distribuição de lucros (dividendos).
Tabela 11
Balanços Patrimoniais (antes e após a atividade do mês 1)
Tabela 12
Nova Demonstração dos Fluxos de Caixa da empresa F
Observações:
1. No fluxo das atividades operacionais, a empresa aumentou R$ 1 mil
em estoque, usando o crédito de R$ 2 mil dos fornecedores, recebeu
R$ 1 mil de seus clientes, financiou R$ 1 mil aos fornecedores,
pagou R$ 500,00 de aluguel e R$ 200,00 de impostos.
Tabela 13
Demonstração de Resultados do Exercício da Empresa E
Tabela 14
Balanços Patrimoniais (antes e após a atividade do mês 1)
Tabela 15
Demonstração dos Fluxos de Caixa da Empresa E
DFC (em R$) – direto Mês 1 DFC (em R$) – indireto Mês 1
Recebido de clientes 1.000,00 Lucro 100,00
Pagamento a fornecedores 0 Variação em Contas a Receber (1.000,00)
Pagamento de despesas operacionais (100,00) Variação com Estoques 1.500,00
Pagamento de impostos 0 Variação com Fornecedores 0
xxxxxxxxx 0 Variação com despesas e impostos 300,00
Fluxo das atividades operacionais 900,00 Fluxo das atividades operacionais 900,00
Outros investimentos em longo prazo 0 Outros investimentos em longo prazo 0
Imobilizado 0 Imobilizado 0
Fluxo dos investimentos 0 Fluxo dos investimentos 0
Capital Social 0 Capital Social 0
Dividendos 0 Dividendos 0
Fluxo dos financiamentos 0 Fluxo dos financiamentos 0
VARIAÇÃO DE CAIXA 900,00 VARIAÇÃO DE CAIXA 900,00
Observações:
Exemplo 2 (empresa F)
Tabela 16
Demonstração de Resultados do Exercício da Empresa F
Tabela 17
Balanços Patrimoniais (antes e após a atividade do mês 1)
Tabela 18
Demonstração dos Fluxos de Caixa da Empresa F
DFC (em R$) – direto Mês 1 DFC (em R$) – indireto Mês 1
Recebido de clientes 0 Lucro 300,00,00
Pagamento a fornecedores (1.000,00) Variação em Contas a Receber (2.000,00)
Pagamento despesas opera-
0 Variação com Estoques 1.000,00
cionais
Pagamento de impostos 0 Variação com Fornecedores (1.000,00)
Variação com despesas e
xxxxxxxxx 0 700,00
impostos
Fluxo das atividades opera- Fluxo das atividades ope-
(1.000,00) (1.000,00)
cionais racionais
Outros investimentos em lon- Outros investimentos em
0 0
go prazo longo prazo
Imobilizado (3.000,00) Imobilizado (3.000,00)
Fluxo dos investimentos (3.000,00) Fluxo dos investimentos (3.000,00)
Financiamento de equipamentos 3.000,00 Financiamento de equipamentos 3.000,00
Capital Social 0 Capital Social 0
Dividendos 0 Dividendos 0
Fluxo dos financiamentos 3.000,00 Fluxo dos financiamentos 3.000,00
VARIAÇÃO DE CAIXA (1.000,00) VARIAÇÃO DE CAIXA (1.000,00)
Observações:
Estudo de caso
Elaboração da DFC da empresa X
Tabela 19
Demonstração de Resultados da Empresa X para 20X1
Tabela 20
Balanços Patrimoniais da Empresa X (em R$)
Financiamentos em longo
xxxxxxxxx 0 0 0 1.400,00
prazo
Outros investimentos 0 0 Passivo Não Circulante 0 1.400,00
Dividendos 0 Dividendos 0
Atividade 2
Tabela 22
Demonstração de Resultados da Empresa Y para 20X0
(Continua)
Atividade 3
Tabela 24
Demonstração dos Resultados da Empresa Y
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os modelos da demonstração dos fluxos de caixa, direto e indireto,
apresentam os fluxos de origem e destino dos recursos utilizados pela
empresa, seja para sua atividade básica, considerada como operacional,
seja para outros investimentos, tais como sua estrutura, no caso dos
equipamentos, construções, terrenos, veículos etc., seja para outros fi-
nanciamentos, tais como empréstimos bancários, aumento ou redução
de capital social e distribuição de dividendos.
Devemos lembrar a importância dessa demonstração, obedecendo o
regime de caixa, ao invés do regime de competência que regula outras de-
monstrações. A observação no dia a dia do gestor é da disponibilidade de
dinheiro para suas atividades imediatas, incluindo previsões no curto pra-
zo de recursos disponíveis ou necessários para as despesas, pagamentos
diversos ou mesmo aplicações. E, por essas razões, a expressão de fluxos
de caixa inclui a expressão quase caixa, isto é, as aplicações financeiras de
curto prazo, e em condições de liquidez imediata, também entram na con-
sideração para se avaliar as variações de “caixa”. Obedece, assim, o comitê
de pronunciamentos contábeis (CPC) que tem como objetivo emitir pa-
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial de União, Poder Executivo,
Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l6404consol.htm. Acesso em: 26 mar. 2020.
BRASIL. Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Diário Oficial de União, Poder Executivo,
Brasília, DF, 28 dez. 2007. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso em: 26 dez. 2020.
IUDÍCIBUS, S; MARION, J. C. Curso de Contabilidade para não contadores. 6. ed. São Paulo:
Atlas, 2009.
GABARITO
1.
3.
Tabela 1
Resultados das empresas em R$
Tabela 3
Percentagem do Valor Adicionado distribuído à sociedade
Tabela 4
Modelo de DVA
Tabela 5
Demonstração do Valor Adicionado – Alpargatas S.A. – (2018 e 2019).
Fonte: Elaborada pelo autor com base em Alpargatas, 2018 e Alpargatas, 2019.
Tabela 6
Valor e percentagem do Valor Adicionado da Alpargatas S.A. distribuído.
% de
Distribuição do Valor Adicionado 2019 2018
variação
Valor Adicionado (R$) 2.246.739,00 11,5% 2.015.174,00
1. Adicionado a pessoal 912.625,00 20,7% 758.805,00
2. Adicionado aos governos (impostos) 890.514,00 33,6% 666.305,00
3. Adicionado a juros (capitais de 3os) 184.265,00 (30,7%) 266.023,00
4. Adicionado aos proprietários
259.335,00 (20%) 324.041,00
(capital próprio)
Tabela 9
Valor e percentagem do Valor Adicionado da Weg distribuído.
Tabela 10
Variações no Valor Adicionado da Weg S.A.
Estudo de caso
Elaboração da Demonstração do Valor
Adicionado da Comercial X
A Comercial X foi aberta em 01/01/20X1 com um capital social de R$
5.000,00 em dinheiro. Ao final do primeiro ano de atividades, apresen-
tou sua DRE e seu Balanço Patrimonial. Observe a DVA que prepara-
mos, de acordo com as informações fornecidas a seguir.
Tabela 12
DRE da Comercial X
DRE 20X1
Receita Bruta 36.000,00
ICMS sobre vendas (18%) (6.480,00)
Receita Líquida 29.520,00
Custo dos produtos vendidos (16.400,00)
Lucro Bruto 13.120,00
Despesas comerciais (4.320,00)
Despesas administrativas (2.880,00)
Despesas financeiras (150,00)
Lucro antes do IR e CSLL 5.770,00
IR e CSLL (1.962,00)
Lucro Líquido 3.808,00
Tabela 13
Demonstração do Valor Adicionado da Comercial X
Tabela 14
Distribuição do Valor Adicionado da Comercial X comparado com o da empresa Mercantil
empregados desta têm maior participação nos resultados do Valor Adi- DE LUCA, M. M. M. et al. São Paulo:
Atlas, 2009.
cionado em relação aos proprietários.
Tabela 15
Percentuais distribuídos a pessoal e sócios das duas empresas
Atividade 1
Empresa Comercial
DRE 20X1
Receita Bruta 20.000,00
ICMS sobre vendas (18%) (3.600,00)
Receita Líquida 16.400,00
Custo dos produtos vendidos (11.480,00)
Lucro Bruto 4.920,00
Despesas comerciais (2.000,00)
Despesas administrativas (1.600,00)
Despesas financeiras (100,00)
Lucro antes do IR e CSLL 1.220,00
IR e CSLL (415,00)
Lucro Líquido 805,00
Prestação de Serviços
DRE da Consultoria Z
DRE 20X1
Receita Bruta 80.000,00
ISS sobre vendas (4.000,00)
Receita Líquida 76.000,00
(Continua)
Atividade 3
Indústria
DRE da Industrial T
DRE 20X1
Faturamento bruto 110.000,00
(IPI 10% da Receita bruta) (10.000,00)
Receita Bruta 100.000,00
ICMS (18.000,00)
Receita Líquida 82.000,00
Custo dos produtos vendidos (50.024,00)
Lucro Bruto 31.976,00
Despesas administrativas (8.000,00)
Despesas comerciais (12.000,00)
Despesas com aluguel (4.000,00)
Lucro antes do IR e CSLL 7.976,00
IR e CSLL (2.712,00)
Lucro Líquido 5.264,00
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A importância da DVA ainda não foi amplamente compreendida em nos-
so país. Caso fosse feita por todas as empresas, serviria para a formação
da produção nacional, ou o Produto Interno Bruto (PIB). Nesse sentido, o
Brasil evidencia ainda um certo hiato de informações estatísticas da riqueza
nacional, regional e setorial. Enquanto durar essa essa incompreensão da
importância da DVA, estaremos sempre aguardando o censo a ser realiza-
do pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para termos as
estimativas da produção ou riqueza produzida em nosso país.
REFERÊNCIAS
ALPARGATA. 2018. Divulgação de resultados. Disponível em: https://ri.alpargatas.com.br/
listresultados.aspx?idCanal=wiumvO4IPwrRa7r34jMcIw==. Acesso em: 5 maio 2020.
ALPARGATA. 2019. Divulgação de resultados. Disponível em: https://ri.alpargatas.com.br/
listresultados.aspx?idCanal=wiumvO4IPwrRa7r34jMcIw==. Acesso em: 5 maio 2020.
BRASIL. Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
Brasília, DF, 09 jan., 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso em: 5 maio 2020.
MONTORO FILHO, A. F. Contabilidade Social: uma introdução à macroeconomia. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 1994.
SIMONSEN, M. H. Macroeconomia. Rio de Janeiro: Apec, 1975.
WEG. Relações com investidores. 2018. Resultados do 1T20. Disponível em: https://ri.weg.
net/. Acesso em: 5 maio 2020
WEG. Relações com investidores. 2019. Resultados do 1T20. Disponível em: https://ri.weg.
net/. Acesso em: 5 maio 2020.
GABARITO
1.
2.
3.