Você está na página 1de 96

CONTABILIDADE E RELATO FINANCEIRO I

Gestão de Empresas, 1ºano, I Semestre


2020/2021

Docente: Sónia Monteiro


smonteiro@ipca.pt, Gab. 8
CAP. 1 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS

1- A ATIVIDADE ECONÓMICA E A CONTABILIDADE

Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro


1.1 A empresa e o circuito económico
EMPRESA
Conjunto organizado de meios materiais e humanos orientados para a
produção de bens e serviços

A sua constituição, salvo raras exceções, é sempre por tempo


indeterminado. Apesar disso, podemos considerar que qualquer
empresa tem um ciclo de vida limitado e que normalmente se divide
em três fases:

1. Institucional 2. Funcionamento 3. Liquidação

Períodos
Económicos

Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro 3


1.1 A empresa e o circuito económico
FLUXOS DA EMPRESA
Fluxos Reais Fluxos Monetários

Despesa Pagamentos
Compras
Fornecedores
Gastos
Fornecedores

Produção
Caixa / Depósitos
Receita
Clientes Clientes
Vendas Rendimentos

Zona Interna Recebimentos

Ótica Financeira Ótica Económica Ótica de Tesouraria


4

Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro


1.1 A empresa e o circuito económico

OS FLUXOS PODEM SER AGRUPADOS EM 3 ÓPTICAS:

Ótica Financeira Ótica Económica Ótica de Tesouraria

Despesas Gastos Recebimentos

Receitas Rendimentos Pagamentos

Ótica relacionada com Ótica ligada à transformação Ótica que corresponde às


a remuneração dos e incorporação dos diversos entradas ou saídas
fatores e dos bens e materiais, mão-de-obra,
etc., até se atingir o produto monetárias da empresa
serviços vendidos
“bem ou serviço” final

5
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
1.2. A Contabilidade como sistema de informação
A Contabilidade surge como uma importante fonte de informação, para apoiar
a tomada de decisão na empresa

SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTABILISTICO


Entrada de Processamento Saída de
dados de dados Informação

A Contabilidade surge como um sistema de informação, onde os


dados (fatos contabilísticos) são processados com a finalidade de
fornecer, aos distintos utilizadores (internos ou externos),
informação de natureza financeira, sob a forma de demonstrações
financeiras (tais como o Balanço e a Demonstração dos

Resultados), que lhes permita apoiar a tomada de decisão.


6
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
1.2. A Contabilidade como sistema de informação

CONCEITO DE CONTABILIDADE
Em sentido restrito (escrituração), “a contabilidade é a técnica de registo e
de representação de todas as transformações sofridas pelo património de
qualquer entidade económica durante o exercício da sua actividade, de
modo a saber em qualquer momento a sua composição ou valor”.

Em sentido lato, “a contabilidade é a ciência dos processos descritivo-


quantitativos utilizados na análise, registo, interpretação e controlo dos
factos de gestão. Visa, portanto, quantificar tudo o que ocorre numa
unidade económica fornecendo, simultaneamente, dados para a tomada de
decisão de gestão”.

7
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
1.3. Conceito, objeto e divisões da contabilidade
Divisões da Contabilidade
1. Tendo em conta o seu alcance:

Privada Pública Nacional

2. Tendo em atenção o período de relevação dos factos :

Contabilidade Histórica Contabilidade Previsional

3. Tendo em atenção o objecto

Contabilidade Financeira Contabilidade de Custos

Sistema de Normalização
contabilística (SNC)

8
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
1.3. Conceito, objeto e divisões da contabilidade
Divisões da Contabilidade

ü Atendendo ao período de relevação dos factos:

Contabilidade histórica, à posteriori ou ex-post, dá a conhecer


o que efetivamente se fez e proporciona uma visão retrospetiva
da gestão. Mostra-nos até que ponto os objetivos fixados foram
alcançados. É de facto, uma contabilidade que reflete o
passado, sendo contudo fundamental para o estabelecimento e
controlo da contabilidade previsional.

Contabilidade previsional, orçamental, apriorista ou ex-ante, a


que exprime os resultados das previsões e permite a elaboração
de fundamentados planos de atividade e a formulação de regras
a que a ação se deve subordinar. Traduz a estrutura e a
atividade desejável no futuro;
9
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
1.3. Conceito, objeto e divisões da contabilidade
Divisões da Contabilidade
Ø Atendendo ao objeto:

Contabilidade financeira, também chamada contabilidade geral


ou contabilidade externa, que é o campo da contabilidade que se
debruça, sobretudo, sobre o relato financeiro para o exterior da
empresa incluindo a preparação e a apresentação das
Demonstrações Financeiras, assim como a acumulação de todos
os dados necessários para tal fim;

Contabilidade de custos, também conhecida por contabilidade


analítica de exploração ou contabilidade interna, que é o campo
da contabilidade que se debruça, essencialmente, sobre a
mensuração, acumulação e controlo dos custos, a fim de
determinar o custo dos produtos vendidos e dos serviços
prestados.
10
CAP. 1 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS

2- A SITUAÇÃO PATRIMONIAL/FINANCEIRA

Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro


2.1 Património

Conceito de Património:
Conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa, em
determinada data, devidamente valorado e utilizados para atingir
determinados objetivos.

Composição
Cada componente de um dado património denomina-se de elemento
patrimonial;

Massas Patrimoniais → Ativo: bens e direitos


→ Passivo: obrigações

12
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
2.1 Património
Elementos do Património

ATIVO

Compreende todos os bens e direitos da empresa, e com os quais


exerce a sua actividade, são valores positivos.

(Estrutura conceptual SNC:§49a; §52-58)

§ Recurso controlado pela entidade,

§ como resultado de acontecimentos passados, e

§ do qual se espera que fluam benefícios económicos futuros para


a entidade.

13
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
2.1 Património
Elementos do Património

PASSIVO

Compreende as obrigações: são valores negativos pois


representam compromissos assumidos.

(Estrutura conceptual SNC): §49b; §59-63

§ obrigação presente da entidade,

§ como resultado de acontecimentos passados,

§ da qual se espera um exfluxo de recursos que incorporem


benefícios económicos futuros,

14
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
2.1 Património
ATIVO
CONJUNTOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS

Meios financeiros Dinheiro em caixa, depósitos bancários e instrumentos financeiros (ex.


líquidos acções ou outros títulos), etc.

ATIVO Contas a receber Dívidas a receber de terceiros, como clientes, outros devedores, etc.
CORRENTE
Materiais que a empresa possui em armazém para utilizar na
Inventários fabricação (ex. matérias primas), bens que produz (ex. produtos
acabados) e/ou bens que adquire para vender (ex. mercadorias).

Bens e direitos adquiridos não para venda ou transformação, mas para:

- utilização de forma permanente na atividade da empresa: (a)


Ativos fixos tangíveis (edifícios, equipamentos fabris, viaturas e
equipamentos administrativos); (b) Ativos intangíveis (marcas,
ATIVO NÃO Investimentos trespasses, programas de computadores, patentes…)

CORRENTE - para controlo de outras empresas: Investimentos financeiros


(participações de capital noutras empresas)
- para obter rendimentos: Propriedades de Investimento (ex:
edifícios ou terrenos arrendados)

15
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
2.1 Património

PASSIVO

CONJUNTOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS

Dívidas a pagar com prazo inferior a um ano, por exemplo


Contas a pagar
a fornecedores, pessoal, outros credores, ao Estado e
(PASSIVO CORRENTE) outros entes públicos, etc.

Contas a pagar Dívidas a pagar com prazo superior a um ano, tais como
(PASSIVO NÃO financiamentos obtidos nos bancos.
CORRENTE )

16
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
2.1 Património
Valor do Património
“A quantia que seria preciso pagar para o obter, isto é, para receber em
troca todo o ativo, ficando ao mesmo tempo com o encargo de
pagar todo o passivo.”
A expressão numérica do valor do património chama-se SITUAÇÃO
LÍQUIDA, CAPITAL PRÓPRIO OU PATRIMÓNIO LÍQUIDO

Capital Próprio = Ativo – Passivo


Podem ocorrer três situações:
• Se Ativo > Passivo, então o Capital Próprio é positivo.
• Se Ativo < Passivo, então o Capital Próprio é negativo.
• Se Ativo = Passivo, então o Capital Próprio é nulo.

17
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
2.1 Património

Valor do Património

CAPITAL PROPRIO
CONJUNTOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS

Valor inicial com que se constitui a sociedade


Inicial (valor dos sócios/accionistas)
Adquirido e Resultados anteriores não distribuídos aos
Retido sócios/accionistas
Gerado no Resultados (lucro ou prejuízo) obtidos no
período próprio período contabilístico

18
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
Exemplo ICA : A empresa “ICA-Informática do Cávado e Ave,Lda”,
que se dedica à comercialização de prod. informáticos,
apresentava o seguinte património, a 1/1/N:
Dinheiro!em!caixa! 950!Є!

Depósito!à!ordem!no!B.T.A.! 6.000!Є!

Depósito!a!prazo!no!B.T.A.! 20.000!Є!

Dívida!do!cliente!Empresa!de!confeção!Lda.! 2.500!Є!

Dívida!do!cliente!António!&!Cª,!Lda.! 2.000!Є!

Computadores!e!impressoras!em!armazém! 42.800!Є!

Dívida!ao!fornecedor!Infologia,!S.A.! 7.500!Є!

Dívida!ao!fornecedor!Compaq,!S.A.! 8.000!Є!

Edifício! 150.000!Є!

Carrinha!Ford! 32.000!Є!

Mobiliário!de!escritório! 15.000!Є!

Dívida!ao!Centro!Regional!de!Segurança!Social! 2.000!Є!

Empréstimo!obtido!no!B.I.S.,!a!liquidar!em!15/12/n+2! 82.750!Є!

Quota!na!Sociedade!Iminho!]!Informática!do!Minho,!Lda.! 3.000!Є!

Trespasse!do!estabelecimento!(Goodwill)! 24.000!Є!

Ações!adquiridas!para!revenda! 2.000!Є!

Classifique
! os bens, direitos e obrigações e determine o valor do ativo, passivo e o valor
19
do património.
ATIVO (Bens e Direitos):
• Edifício
• Carrinha Ford Transit
• Mobiliário de escritório
• Goodwill (Trespasse)
• Quota na Sociedade Minho
• Computadores e impressoras em armazém
• Dívida do cliente Empresa de Confeção,
Lda.
Total do ativo 300.250 Є
• Dívida do cliente António & Cª, Lda.
• Ações adquiridas para revenda Total do passivo 100.250 Є
• Depósito a prazo no B.T.A.
• Depósito à ordem no B.T.A. Valor património (A-P) 200.000 Є
• Dinheiro em caixa

PASSIVO (Obrigações):
• Dívida à Infologia, S.A.
• Dívida ao fornecedor Compaq, S.A.
• Dívida ao Centro Regional de Segurança Social
• Empréstimo obtido no B.I.S.. a liquidar em 15/12/n.

20
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
2.2 Conta
Conceito

Conjunto de elementos patrimoniais com características


semelhantes, expresso em unidades monetárias

üRequisitos básicos da conta:

Homogeneidade - cada conta deve conter elementos que


obedeçam à característica comum que ela define.

Integralidade - todos os elementos que apresentam


características comuns devem fazer parte da mesma conta.

21
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
2.2 Conta

Partes Constitutivas
Título - É a expressão ou palavra por que se designa a conta.

O título é fixo e imutável (a cada titulo está associado um código)

Valor (extensão)- Representa a quantidade, expressa em valores


monetários, contida na conta no momento em que se analisa. A
extensão/valor é essencialmente variável.
Exemplo
A Conta 11 – “Caixa” apresenta um saldo devedor de 240 €.
- Título da Conta: “Caixa”
- Extensão: 240 €

Significa que a empresa possui na conta Caixa 240 €.

22
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
2.2 Conta Quadro de contas (SNC)
5 - Capital,
1 – Meios 3 – Inventários e
2 – Contas a reservas e
Financeiros Líquidos Activos 4 - Investimentos 6 - Gastos 7 - Rendimentos 8 - Resultados
Receber e a pagar resultados
Biológicos
transitados

11 - Caixa 21 - Clientes 31 - Compras 41 - Investimentos 51 - Capital 61 - C.M.V.M.C. 71 - Vendas 81-Resultado Líquido


financeiros do Período
12 - Depósitos à 22 - Fornecedores 32 - Mercadorias 42 – Propriedades 52 - Acções 62 – Fornecimentos 72 - Prestações de
ordem de (quotas) e Serviços serviços
Investimento próprias Externos

13 – Outros 23 - Pessoal 33 – Matérias- 43 – Activos Fixos 53 – Outros 63 – Gastos com o 73 – Variações nos
Depósitos primas, Tangíveis Instrumentos Pessoal inventários
bancários subsidiárias e de Capital da produção
de consumo Próprio
14 – Outros 24 - Estado e 34 – Produtos 44 – Activos 54 - Prémios de 64 – Gastos de 74 – Trabalhos
Instrumentos outros Entes acabados e Intangíveis emissão depreciação e para a
Financeiros públicos intermédios de própria
amortização entidade
25- Financiamentos 35 – Subprodutos, 45 – Investimentos 55 – Reservas 65 – Perdas por 75 – Subsídios à
Obtidos desperdícios, em Curso imparidade exploração
resíduos e refugos
26- Accionistas/ 36 – Produtos e 46 – Activos não 56 – Resultados 66– Perdas por 76 – Reversões
Sócios trabalhos em correntes transitados reduções de
curso detidos para justo valor
venda
27 – Outras contas 37 – Activos 57 – Ajustamentos 67 – Provisões do 77 – Ganhos por
a receber e a Biológicos em Activos período aumentos de
pagar Financeiros justo valor
28 - Diferimentos 38- Reclassificação 58 – Excedentes de 68 – Outros gastos e 78 – Outros
e regularização revalorização perdas rendimentos
de inventários de activos e ganhos
e activos fixos tangíveis
biológicos e intangíveis
29 – Provisões 39- Adiantamentos 59 – Outras 69 – Gastos e 79 – Juros, 89 - Dividendos
por conta de variações no perdas de dividendos e antecipados
compras capital próprio financiamento outros
rendimentos
similares

23
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
2.2 Conta Classificação das contas
São formadas pelas contas da mesma
Contas coletivas
natureza (ex: Clientes, Fornecedores,…)

Contas divisionárias ou
São divisões das contas coletivas.
subcontas
contêm um elemento, isto é, não se
Contas elementares podem subdividir noutras mais simples.

Exemplo: 21 Clientes / 211 Clientes c/c* / 2111 Clientes gerais / 2111 01C. Alves
½ ½ ½ ½
conta colectiva subconta subconta conta elementar

As primeiras são as que evidenciam direta e


Contas do 1º grau, 2º grau, imediatamente a decomposição do ativo, do Passivo e
do 3º grau, etc do Capital Próprio. As do 2º grau são as que resultam
do desdobramento das do 1º grau e assim
sucessivamente.
24 Estado O.E. Públicos/ 243 IVA/ 2432 IVA-Dedutível / 24321 Inventários
½ ½ ½ ½
conta 1ºgrau conta 2ºgrau conta 3ºgrau conta 4ºgrau 24
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
2.2 Conta
Classificação das contas

Reúnem elementos patrimoniais de natureza


Contas mistas diferente. Tanto podem ser de ativo como de
passivo “Outras contas a receber e a pagar”

Registam, provisoriamente, factos respeitantes a


Contas subsidiárias outra conta do mesmo grau, chamada conta
principal Por exemplo, a conta Compras, cujo
saldo deve ser transferido para a respectiva
conta de Inventários (ex. conta Mercadorias),
sendo esta a que figurará no Balanço.

25
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
Exemplo ICA – divisão em contas:
ATIVO:
Elementos Patrimoniais Título da Conta Observação
Edifício Ativos fixos tangíveis Integra itens tangíveis que sejam detidos por uma empresa
Carrinha Ford Transit para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços,
Mobiliário de escritório ou para fins administrativos, e se espera que sejam usados
durante mais do que um período.

Trespasse (Goodwill) Ativos intangíveis Integra ativos não monetários identificáveis sem substância
física.
Quota na Sociedade Minho - Informática Investimentos Financeiros Esta conta integra os investimentos financeiros (que
do Norte, Lda. representam participações de capital) detidos com
continuidade ou permanência
Computadores e impressoras em armazém Mercadorias Respeita aos inventários detidos para venda no decurso da
atividade empresarial, desde que não sejam objeto de
trabalho posterior de natureza industrial.
Dívida do cliente Empresa de Confeção, Clientes Regista os movimentos com os compradores de mercadorias,
Lda. de produtos e de serviços.
Dívida do cliente António & Cª, Lda.
Ações adquiridas para revenda Outros Instrumentos Inclui os ativos financeiros detidos para negociação adquirido
financeiros (detidos para principalmente para a finalidade de venda ou recompra num
negociação) prazo muito próximo
Depósito à ordem no B.T.A. Depósitos à Ordem Respeita aos meios de pagamento existentes em contas à
vista nas instituições de crédito.
Depósito a prazo no B.T.A. Outros depósitos bancários Respeita aos meios de pagamento existentes em contas a
prazo nas instituições de crédito.
Dinheiro em caixa Caixa Inclui os meio líquidos de pagamento de propriedade da
empresa, tais como notas de banco e moedas metálicas de
curso legal, cheques e vales postais, nacionais ou
estrangeiros. 26
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
Exemplo ICA – divisão em contas:
PASSIVO

Elementos Patrimoniais Título da Conta Observação


Dívida à infologia, S.A. Fornecedores
Regista os movimentos com os vendedores de
Dívida ao fornecedor Compaq, bens e de serviços com exceção dos
S.A. destinados aos investimentos da entidade
Dívida ao Centro Regional de Estado e Outros Nesta conta registam-se as relações com o
Segurança Social Entes Públicos Estado, autarquias locais e outros entes
públicos que tenham características de
impostos e taxas.
Empréstimo obtido no B.I.S.. a Financiamentos Registam-se nesta conta os financiamentos
liquidar em 15/12/n+2 obtidos obtidos.

27
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
2.3 Inventário

Conceito
É uma relação em determinada data, de elementos patrimoniais de uma empresa,
com a indicação do seu valor.

Fases do Inventário:

1. Identificação
2. Descrição e classificação
3. Valorização

28
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
Exemplo ICA Fase 1: Identificação
Dinheiro!em!caixa! 950!Є!

Depósito!à!ordem!no!B.T.A.! 6.000!Є!

Depósito!a!prazo!no!B.T.A.! 20.000!Є!

Dívida!do!cliente!Empresa!de!confeção!Lda.! 2.500!Є!

Dívida!do!cliente!António!&!Cª,!Lda.! 2.000!Є!

Computadores!e!impressoras!em!armazém! 42.800!Є!

Dívida!ao!fornecedor!Infologia,!S.A.! 7.500!Є!

Dívida!ao!fornecedor!Compaq,!S.A.! 8.000!Є!

Edifício! 150.000!Є!

Carrinha!Ford! 32.000!Є!

Mobiliário!de!escritório! 15.000!Є!

Dívida!ao!Centro!Regional!de!Segurança!Social! 2.000!Є!

Empréstimo!obtido!no!B.I.S.,!a!liquidar!em!15/12/n+2! 82.750!Є!

Quota!na!Sociedade!Iminho!]!Informática!do!Minho,!Lda.! 3.000!Є!

Trespasse!do!estabelecimento!(Goodwill)! 24.000!Є!

Ações!adquiridas!para!revenda! 2.000!Є!
29
!
Fase 2: Descrição e classificação
ATIVO
Elementos Patrimoniais Título da Conta
Edifício Ativos fixos tangíveis
Carrinha Ford Transit
Mobiliário de escritório

Goodwill Ativos intangíveis PASSIVO


Quota na Sociedade Minho - Investimentos Financeiros Elementos Patrimoniais Título da Conta
Informática do Norte, Lda.
Dívida à Infologia, S.A. Fornecedores
Dívida ao fornecedor Compaq,
Computadores e impressoras em Mercadorias
S.A.
armazém
Dívida ao Centro Regional de Estado e Outros Entes
Dívida do cliente Empresa de Clientes Segurança Social Públicos
Confeção, Lda.
Dívida do cliente António & Cª, Lda. Empréstimo obtido no B.I.S.. a Financiamentos
liquidar em 15/12/n+2 obtidos
Ações adquiridas para revenda Outros Instrumentos
financeiros (detidos para
negociação)
Depósito à ordem no B.T.A. Depósitos à Ordem Fase 3: Valorização
Depósito a prazo no B.T.A. Outros depósitos bancários A contabilidade dá-nos critérios (bases) de
mensuração para os elementos
Dinheiro em caixa Caixa
patrimoniais, como veremos em sessões
seguintes.

30
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
2.3 Inventário

Classificação:
üQuanto à disposição
Simples
Classificado

üQuanto ao âmbito
Gerais
Parciais

üQuanto à apresentação
Analítico
Sintético

31
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
Exemplo ICA

Inventário (classificado sintético) da Informática do Cávado e do


Ave, Lda. em 1/1/n (em euros)

Ativo
Ativos fixos tangíveis 197.000 Є
Ativos Intangíveis 24.000 Є
Investimentos financeiro 3.000 Є
Mercadorias 42.800 Є
Clientes 4.500 €
Outros Instrumentos financeiros 2.000 Є
Outros depósitos bancários 20.000 Є
Depósitos à Ordem 6.000 Є
Caixa 950 Є
TOTAL DO ATIVO 300.250 Є
Passivo
Financiamentos obtidos 82.750 Є
Fornecedores 15.500 €
Estado e Outros Entes Públicos 2.000 Є
TOTAL DO PASSIVO 100.250 Є

32
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
!

Inventário!(classificado!analítico)!da!Informática!do!Cávado!e!do!Ave,!Lda.!em!1/1/n!(em!euros)!

ATIVO
ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS!

! Edifício( 150.000(Є( (
! Carrinha(Ford((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((( 32.000(Є( (
! Mobiliário(de(escritório((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((( 15.000(Є(((((((((((((( 197.000(Є(
CTIVOS INTANGÍVEIS!

! Goodwill( ( 24.000(Є(
INVESTIMENTOS FINANCEIRO

! Quota(na(Sociedade(IminhoHInformática(Minho,(Lda.( ( 3.000(Є(
MERCADORIAS
! Computadores(e(impressoras(em(armazém(((((((((((((((((((((((((((((((( ( 42.800(Є(
CLIENTES
! Dívida(do(cliente(Empresa(de(Confeção,(Lda.((((((((((((((((( 2.500(Є( (
! Dívida(do(cliente(António(&(Cª,(Lda.(((((((((((((((((((((((((((((( 2.000(Є(((((((((((((((( 4.500(€(
OUTROS INSTRUMENTOS FINANCEIROS

! Ações(adquiridas(para(revenda( ( ((((((2.000(Є(
OUTROS DEPÓSITOS BANCÁRIOS

! Depósito(a(prazo(no(B.T.A.(((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((( ( 20.000(Є(
DEPÓSITOS À ORDEM
! Depósito(à(ordem(no(B.T.A.((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((( ( 6.000(Є(
CAIXA
! Dinheiro(em(caixa(((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((( ( 950(Є(
! TOTAL!DO!ATIVO! ( 300.250!Є!
PASSIVO

FINANCIAMENTOS OBTIDOS

! Empréstimo(obtido(no(B.I.S.,(a(liquidar(em(15/12/n((((((((((((((((((((((((( ( 82.750(Є(

FORNECEDORES
! Dívida(ao(fornecedor(Infologia,(S.A( 7.500(Є( (
! Dívida(ao(fornecedor(Compaq,(S.A( 8.000(Є(((((((((( 15.500(€(

ESTADO E OUTROS ENTES PÚBLICOS


! Dívida(ao(Centro(Regional(de(Segurança(Social(((((((((((((((((((((((((((((((((((( ( 2.000(Є( 33
! TOTAL!DO!PASSIVO! ( 100.250!Є!!
2.4 Balanço
Definição
“É a expressão da relação existente entre o Ativo, Passivo e a Situação
Líquida.”

“O documento que mostra em determinada data a composição e o valor


do património de acordo com determinados objetivos”.

“Igualdade entre dois membros, referida a uma determinada data,


referente a uma empresa e que nos represente o seu património quer em
composição quer em valor”
O Balanço acrescenta ao inventário o capital próprio
ou situação líquida, isto é, o valor do património.

34
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
Expressão geral do balanço
BALANÇO

2º membro Origens de
1º membro CAPITAL PRÓPRIO capital
Aplicações de (próprio e
capital ACTIVO E PASSIVO
alheio)

Expressão Geral do Balanço

Activo = Capital Próprio + Passivo

Três casos possíveis

35
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
2.4 Balanço
Representação do Balanço
O Sistema de Normalização Contabilística (SNC) apenas prevê a Disposição vertical, em
que se indica primeiro o Ativo que se tranca; a seguir indica-se o Capital Próprio e
Passivo , que depois de somado também se tranca.

Elementos de identificação (NCRF1, §8):

üNome da entidade que relata;


üIdentificar se se trata de um balanço individual ou consolidado (grupo);
üData do balanço ou o período coberto pelas DF´s;
üA moeda de relato e o nível de arredondamento (v.g. milhares de euros)

Período de relato (NCRF1, §9):


üO balanço deve ser apresentado pelo menos anualmente
36
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
2.4 Balanço
Modelo Vertical

CAPITAL
ATIVO
PRÓPRIO
Capital Próprio
Ativo Não
Corrente

PASSIVO
Passivo Não
Corrente
Ativo Corrente
Passivo Corrente

(ver NCRF 1 – Estrutura e conteúdo DF)

37
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
2.4 Balanço
A apresentação dos elementos no balanço de uma entidade é
classificada, de forma separada, como corrente ou não corrente
ATIVOS CORRENTES, NCRF1, §14-16 PASSIVOS CORRENTES, NCRF1:§17-24
§ Espera-se que seja realizado, ou pretende-se § Espera-se que seja liquidado no decurso do
que seja vendido ou consumido, no decurso ciclo operacional da entidade
do ciclo operacional da entidade.

§ Detido essencialmente para ser negociado. § Detido essencialmente para ser negociado

§ Espera-se que seja realizado num período § Espera-se que seja liquidado num período até
até 12 meses após a data do balanço. 12 meses após a data do balanço
§ For caixa ou equivalente de caixa. § A entidade não tenha um direito incondicional
de diferir a liquidação do passivo durante pelo
menos 12 meses após a data do balanço

ATIVOS NÃO CORRENTES, NCRF1, §14 PASSIVOS NÃO CORRENTES, NCRF1:§17


Todos os outros ativos são classificados como Todos os outros passivos são classificados como
não correntes não correntes

38
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
2.4 Balanço Data do
balanço
BALANÇO (INDIVIDUAL OU CONSOLIDADO) de XPTO, SA DE (DATA) EURO
RUBRICAS 31 DEZ N
Regras de seriação

ATIVO
Ativo não corrente -

Ativo

Ativo corrente Ordem crescente de


….
liquidez
+
Total do ativo

Cap. Próprio
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
Capital Próprio Formação histórica

Total do Capital Próprio
-
Passivo
Passivo
Passivo não corrente
… Ordem crescente de
exigibilidade
Passivo Corrente
… +
Total do Passivo
Total do Capital Próprio e Passivo

39
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
2.4 Balanço
Modelos de Balanço:
• Entidades sujeitas às NCRF (regime geral do SNC)

Modelo (Geral) de Balanço

• Pequenas entidades: que aplicam a NCRF-PE

Modelo Reduzido de Balanço

Para além destes modelos, existe ainda:


ü o modelo de balanço para as Entidades do setor não lucrativo; e,
ü o modelo de balanço para a microentidades.

40
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
42
EXEMPLO: ICA-Informática do Cávado e do Ave, Lda , lda

43
44
CAP. 1 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS

3. A DINÂMICA/DESEMPENHO EMPRESARIAL

Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro


3.1 Variações patrimoniais

Acontecimentos:
Ø Normais ou voluntários
Ø Extraordinários ou involuntários

FACTOS PATRIMONIAIS

• Factos permutativos ou qualitativos: provocam alteração na composição


do património mas não no seu valor (não alteram o Capital Próprio).

• Factos modificativos ou quantitativos: provocam alteração na composição


e no valor do património (alteram o Capital Próprio):
– Negativo: implica diminuição do valor do património
– Positivo: implica aumento do valor do património.

46
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.1 Variações patrimoniais

FACTOS PATRIMONIAIS MODIFICATIVOS

• A variação que ocorre no Capital Próprio vem reflectida no Balanço, no final


do período, na Rubrica “Resultado líquido do período (RLP)”.
• Este Resultado advém da diferença entre os Rendimentos e os Gastos, pelo
que, nas operações acima:
ü Quando referimos que há uma variação negativa no Capital Próprio, na
sequência de uma diminuição do Resultado líquido, é porque a empresa teve
um Gasto.
ü Quando referimos que há uma variação positiva no Capital Próprio, na
sequência de um aumento do Resultado líquido, é porque a empresa teve um
Rendimento.

47
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
Exemplo 1:
Consideremos o Balanço de inicio de atividade da empresa A, que presta serviços de
assistência técnica

Balanço inicial em 2/10/N


Ativo Capital Próprio e Passivo
Ativo não corrente Capital próprio
Ativos fixos tangíveis 50 000 Capital subscrito 50 000
50 000 Total capital próprio 50 000
Passivo
Ativo Corrente 1 000 Passivo corrente
Inventários (mercadorias) 7 000 Fornecedores 1 000
Clientes 2 000 Outras dívidas a pagar 9 000
Caixa e Depósitos bancários

10 000 10 000
Total passivo 10 000
Total do Ativo 60 000 Total Cap.Próp+Passivo 60 000

Nos 2 primeiros meses de atividade realizou, entre outras, as operações a seguir:

48
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.1 Variações patrimoniais

FACTOS PATRIMONIAIS PERMUTATIVOS

Operação 1
Recebimento de 1000€ dos clientes

Caixa: + 1 000 Facto patrimonial


Variação patrimonial no activo Clientes: -1 000 permutativo

Operação 2
Compra de mercadorias a prazo, no valor de 2000€ (Fatura do fornecedor)

Variação patrimonial no activo Mercadorias: +2 000 Facto patrimonial


permutativo
Variação patrimonial no passivo Fornecedores: + 2 000

49
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
Exemplo 1:
Após o reconhecimento das duas primeiras operações, o impacto no Balanço seria:
Balanço
Ativo Capital Próprio e Passivo
Ativo não corrente Capital próprio
Ativos fixos tangíveis 50 000 Capital subscrito 50 000
50 000 Total capital próprio 50 000
Passivo
Ativo Corrente Passivo corrente
Inventários (mercadorias) (+2000) 3 000 Fornecedores (+2000) 3 000
Clientes (-1000) 6 000 Outras dívidas a pagar 9 000
Caixa e Depósitos bancários (+1000) 3 000
12 000 12 000
Total passivo 12 000
Total do Ativo 62 000 Total Cap.Próp+Passivo 62 000

As duas operações anteriores somente alteram a composição do património, sem


alterar o valor do património (Capital próprio), pelo que se tratam de factos
patrimoniais permutativos
50
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.1 Variações patrimoniais
FACTOS PATRIMONIAIS MODIFICATIVOS

Operação 3

Factura-recibo da Tonerlap (pagamento a pronto), relativo a papel toner para


impressão e outros materiais de escritório, no valor de 1 000€)
Variação patrimonial no activo Caixa: -1000 Facto patrimonial
modificativo
Variação patrimonial no capital Capital próprio (resultado líquido): -1000
próprio
gasto
Operação 4
Fatura para o cliente A relativa à prestação serviços: 3 000€
Variação patrimonial no activo Clientes: +3 000 Facto patrimonial
modificativo
Variação patrimonial no capital Capital próprio (resultado líquido):
próprio +3 000
rendimento
51
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
Exemplo 1:
Após o reconhecimento das duas últimas operações, o impacto no Balanço seria:
Balanço
Ativo Capital Próprio e Passivo
Ativo não corrente Capital próprio
Ativos fixos tangíveis 50 000 Capital subscrito 50 000
Resultado Líquido Período 2 000
(-1000; + 3000)
50 000 Total capital próprio 52 000
Passivo
Ativo Corrente Passivo corrente
Inventários (mercadorias) 3 000 Fornecedores 3 000
Clientes (+3000) 9 000 Outras dívidas a pagar 9 000
Caixa e Depósitos bancários (-1000) 2 000
14 000 12 000
Total passivo 12 000
Total do Ativo 64 000 Total Cap.Próp+Passivo 64 000

As duas últimas operações alteram a composição e o valor do património (Capital


próprio), pelo que se tratam de factos patrimoniais modificativos.

52
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.1 Variações patrimoniais
Exemplo 2:
O património da empresa X é constituído pelos seguintes elementos:

ATIVO
Mobiliário diverso……………………………… 1.800€
Mercadorias……………………………………. 800€
Depósitos à ordem……………………………. 1.400€
Dinheiro em caixa……………………………... 500€
Total do Ativo------------------ ---------------4.500€

PASSIVO
Financiamentos Obtidos…………………… 400€
Fornecedores…………………………………….. 600€
Total do Passivo ----------------------------1.000€

CAPITAL PRÓPRIO Capital Próprio = Ativo – Passivo =


Capital subscrito...................................3.500€ =4.500€ - 1.000€ = 3.500€
(ou Situação Líquida ou Valor do
Património)
53
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
Consideremos os seguintes factos patrimoniais:
1º) Depósito no Banco de 200€ que estavam em Caixa
Caixa: -200€
Depósitos à ordem: +200€

Após esta operação o património passa a apresentar os seguintes valores:

ATIVO Facto
Mobiliário diverso……………………………… 1.800€ permutativo:
Mercadorias……………………………………. 800€
Depósitos à ordem…(1.400 + 200).……… 1.600€ - Altera a
Dinheiro em caixa…(500-200)..…………….. 300€ composição do
Total do Ativo------------------ ------------------ 4.500€ património (os
elementos
PASSIVO apresentam
Financiamentos Obtidos…………………...……… 400€ diferente extensão)
Fornecedores………………………………….......….. 600€
- O valor do
Total do Passivo ----------------------------------1.000€ património (CP) não
se altera.
CAPITAL PRÓPRIO
Capital subscrito..........................................3.500€ Ativo – Passivo = 4.500€ - 1.000€ = 3.500€
(Capital próprio ou Situação Líquida ou
54
Valor do Património)
2º) Venda de mercadorias a pronto pagamento, ao preço de venda de
300€, que haviam custado 250€.
PV = 300€ Caixa: + 300€
PC = 250€ Mercadorias: - 250€
Após esta operação o património passa a apresentar os seguintes valores:
ATIVO
Facto modificativo:
Mobiliário diverso……………………………… 1.800€ - Altera a
Mercadorias…(800 – 250)……………………. 550€ composição do
Depósitos à ordem……………………………..1.600€ património (os
elementos
Dinheiro em caixa…(300+300)..…………….. 600€
apresentam
Total do Ativo------------------ ---------------4.550€ diferente extensão)

PASSIVO - O valor do
património (CP)
Financiamentos Obtidos……………………..400€ também se altera.
Fornecedores…………………………………….. 600€
Total do Passivo -----------------------------1.000€ - Lucro bruto de 50€
= 300 - 250

CAPITAL PRÓPRIO
Capital subscrito...................................3.500€ Capital Próprio = Ativo – Passivo
Resultado líquido .....................................50€ = 4.550€ - 1.000€ = 3.550€
(ou Situação Líquida ou Valor do
3.550€
Património)
55
Na 2ª operação do exemplo anterior tínhamos uma venda de mercadorias:
PV = 300€
Caixa: +300€ benefício ou aumento do património

Rendimento (classe 7 do código de contas)


Vendas: +300€

PC = 250€
Mercadorias: - 250€ Sacrifício ou consumo do património

Gasto (classe 6 do código de contas)


Custo das Mercadorias Vendidas (CMV): +250€

Resultado bruto das Vendas = Vendas(PV) - Custo das Mercadorias Vendidas(PC)


= 300 – 250
= 50 €

56
3.1 Variações patrimoniais

Conclusões das variações patrimoniais:

• Se, por uma operação, são afetadas contas do mesmo membro do balanço,
a extensão de uma aumenta e a da outra diminui pelo mesmo valor (Explo,
quando levantamos dinheiro da conta à ordem para colocar no caixa de
empresa)

• Se, por uma operação, são afetadas contas de membros diferentes do


balanço, então as suas extensões sofrem variações do mesmo sinal e de
igual montante (Explo, quando pagamos uma dívida a um fornecedor)

• Se, por uma operação, são afetadas contas de resultados então o valor do
património sofrerá alterações (Explo, fatura da água)
57
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.2 Resultados

Contas de Resultados
CONTAS DE GASTOS CONTAS DE RENDIMENTOS
61-Custo das mercadorias vendidas e das 71-Vendas
matérias consumidas
62- Fornecimentos e serviços externos 72-Prestações de serviços
63-Gastos com pessoal 73-Variações nos inventários da produção
64-Gastos com depreciação e amortização 74-Trabalhos para a própria entidade
65-Perdas por imparidade 75-Subsídios à exploração
66-Perdas por reduções de justo valor 76-Reversões
67-Provisões do período 77-Ganhos por aumentos de justo valor
68-Outros gastos e perdas 78-Outros rendimentos e ganhos
69-Gastos e perdas de financiamento 79-Juros, dividendos e outros rendimentos
similares

58
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.2 Resultados
Gasto

Operações que provocam um consumo do património.


São diminuições nos benefícios económicos durante o período contabilístico na forma de
exfluxos ou deperecimentos de ativos ou na incorrência de passivos que resultem em
diminuições no capital próprio, que não sejam as relacionadas com distribuições aos
participantes no capital próprio (alínea b) do §69 da EC).

Gastos que implicam um exfluxo de ativos (ex. Gastos que implicam um


saída de Caixa ): deperecimento/diminuição no valor de
§Pagamento de bens e serviços (água, ativos (sem que exista um exfluxo
telefone, material de escritório, renda…); monetário):
§Pagamento de salários; §Depreciações de activos
§Juros suportados em financiamentos obtidos; §Perdas por imparidade
§Custo das mercadorias vendidas, etc.

59
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.2 Resultados
Rendimento

Operações que provocam uma recuperação ou aumento do património.


São aumentos dos benefícios económicos durante o período contabilístico na forma
de influxos ou aumentos de ativos ou diminuições de passivos que resultem em
aumentos no capital próprio, que não sejam os relacionados com as contribuições
dos participantes no capital próprio (alínea a) do §69 da EC).

Os Rendimentos na maioria dos casos implicam um influxo de ativos (ex. entrada de


Caixa ou em depósitos bancários) ou um aumento de ativos (ex. Clientes) e são
consequência de:
§Vendas de mercadorias e Prestações de serviços;
§Juros de depósitos bancários;
§Rendimentos de participações de capital (dividendos), etc.

60
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.2 Resultados

A Demonstração dos Resultados (por Natureza) diz-nos como se obtém o


resultado apurado:

üÉ um mapa composto pelos gastos suportados pela empresa e pelos


rendimentos obtidos

üPela diferença determinamos o resultado obtido em determinado momento

RESULTADO LÍQUIDO = Rendimentos (R) - Gastos (G)


(admitindo IRC = 0)

Rendimentos > Gastos => Lucro (RL +)

Rendimento = Gasto => Resultado nulo (RL 0)

Rendimento < Gasto => prejuízo (RL-)


61
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.2 Resultados
Modelo Vertical (interligado)
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR NATUREZAS
31 xx
Rendimentos e gastos
N

Rendimentos e gastos de natureza operacional


….. (+/-)
Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos
Gastos/reversões de depreciação/amortização (+/-)
Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos)

Juros (+/-)
Resultado antes de impostos
Imposto sobre o rendimento do período
Resultado líquido do período

62
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.2 Resultados
Modelos de Demonstração dos Resultados:
• Entidades sujeitas às NCRF (regime geral do SNC)

Modelo (Geral) de DR

• Pequenas entidades que aplicam a NCRF-PE

Modelo Reduzido de DR

Existem ainda os modelos de Demonstração dos Resultados para as


Entidades do Setor não Lucrativo e para as Microentidades.

Nota: Os itens a apresentar na DR deverão basear-se numa classificação que atenda à sua
natureza (Demonstração dos resultados por natureza), devendo, adicionalmente, ser
apresentada uma DR em que a classificação dos itens se baseie na sua função dentro da
entidade (Demonstração dos resultados por funções).
63
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.2 Resultados
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR NATUREZAS

64
3.2 Resultados
…….continuação…

Interesses que não controlam

65
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS
31 DEZ
Rendimentos e Gastos N

Rendimentos e gastos de natureza operacional


….. (+/-)
Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e BALANÇO
impostos RUBRICAS 31 DEZ
N
Gastos/reversões de depreciação/amortização (+/-)
ACTIVO
Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e Ativo não corrente
impostos) …
Juros (+/-)
Resultado antes de impostos Ativo corrente
….
Imposto sobre o rendimento do período
Total do ativo
Resultado líquido do período
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
Capital Próprio
Capital realizado

Resultado líquido do período
Equilíbrio patrimonial Total do Capital Próprio
Passivo
Passivo não corrente

O Balanço dá-nos uma visão estática do Passivo Corrente
Património. …
Total do Passivo
A Demonstração dos Resultados (por Total do Capital Próprio e Passivo
Natureza) dá-nos uma visão dinâmica,
evidenciando o Resultado Líquido do Período

66
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
Exemplo ICA Exercício: Considere o balanço da Entidade ICA Informática do Cávado e Ave Lda
BALANÇO INDIVIDUAL EM 1 DE JANEIRO DE N Unidade monetária (euro)
DATAS
RUBRICAS NOTAS
1 JAN N 1 JAN N-1
ATIVO
Ativo não corrente
Ativos fixos tangíveis 197.000
Goodwill 24.000
Outros investimentos financeiros 3.000
224.000
Ativo corrente
Inventários
42.800
Clientes 4.500
Ativos financeiros detidos para negociação 2.000
Caixa e depósitos bancários 26.950
76.250
Total do ativo 300.250

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO


Capital próprio
Capital subscrito 200.000
Total do capital próprio 200.000
Passivo
Passivo não corrente
Financiamentos obtidos 82.750
82.750
Passivo corrente
Fornecedores 15.500
Estado e outros entes públicos 2.000
17.500
Total do passivo 100.250
Total do capital próprio e do passivo 300.250
67
Operações:
1.Levantamento de 1.000Є do B.T.A.
2.Recebeu 1.000Є do cliente António & Cº, Lda. para pagamento
das suas dívidas.
3.Pagamento parcial ao fornecedor Compaq, S.A. com um cheque
sobre o B.T.A. no valor de 3.000Є
4.Compra a prazo de 5.000 Є de mercadorias.
5.A empresa vende a pronto pagamento 2.700Є de mercadorias
que lhe haviam custado 2.000Є.
6.A empresa pagou a dinheiro 350Є de renda por uma garagem
que alugou.
7.Pagou, de prémio de seguro de acidentes de trabalho, 200 Є em
dinheiro.
8.A empresa recebeu nesta data uma comunicação do B.T.A.,
informando-a que, na sua conta, foram creditados 400Є
respeitantes a juros de depósitos a prazo.
.
PEDIDO: Registo das operações e elaboração da Demonstração dos Resultados e
Balanço final da empresa
68
Resolução

1. Levantamento de 1.000€
Depósitos à ordem: - 1.000€ facto permutativo
Caixa: + 1.000€

2. Recebimento de clientes: 1.000€


Clientes: - 1.000€ facto permutativo
Caixa: + 1.000€

3. Pagamento a fornecedores: 3.000€


Fornecedores: - 3.000€ facto permutativo
Depósitos à Ordem: - 3.000€

4. Compra a prazo de mercadorias: 5.000€


Mercadorias: + 5.000€ facto permutativo
Fornecedores: + 5.000€
69
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
5. Venda de mercadorias a p.p. (pronto pagamento):
PV: Caixa: + 2.700€
Vendas: + 2.700€ facto modificativo
PC: Mercadorias: - 2.000€
Custo das mercadorias Vendidas (CMV): + 2.000€

6. Pagamento de Renda: 350€


Caixa: - 350€ facto modificativo
Fornecimentos e Serviços Externos: + 350€

7. Pagamento de seguro de acidentes de trabalho: 200€


Caixa: - 200€ facto modificativo
Gastos com o Pessoal: + 200€

8. Recebimento de juros de depósito: 400€


Depósitos à ordem: + 400€ facto modificativo
Juros, dividendos e outros rendimentos similares: + 400€

70
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
Em síntese

71
Sónia Monteiro
Entidade: ICA, Lda.
DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL) DOS RESULTADOS POR NATUREZAS
PERÍODO FINDO EM 31/12/N UNIDADE MONETÁRIA: Euro
PERÍODOS
RENDIMENTOS E GASTOS Notas
N N-1
Vendas e serviços prestados 2.700
Subsídios à exploração 0
Ganhos/perdas imputados de subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos 0
Variação nos inventários da produção 0
Trabalhos para a própria entidade 0
Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas - 2.000
Fornecimentos e serviços externos - 350
Gastos com o pessoal - 200
Imparidade de Inventários (perdas/reversões) 0
Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões) 0
Provisões (aumentos/reduções) 0
Imparidade de investimentos não depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões) 0
Aumentos/reduções de justo valor 0
Outros rendimentos 0
Outros gastos 0
Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos 150
Gastos/reversões de depreciação e de amortização 0
Imparidade de investimentos depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões) 0
Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos) 150
Juros e rendimentos similares obtidos 400
Juros e gastos similares suportados 0
Resultado antes de impostos 550
Imposto sobre o rendimento do período (assumindo IRC = 0) 0
Resultado líquido do período 550
72
BALANÇO INDIVIDUAL de ICA EM 31 DE Dezembro DE N Unidade monetária (euro)
DATAS
RUBRICAS NOTAS
31/12/N N-1N-1
ATIVO
Ativo não corrente
Ativos fixos tangíveis 197.000
Goodwill 24.000
Outros investimentos financeiros 3.000
224.000
Ativo corrente
Inventários
45.800
Clientes 3.500
Ativos financeiros detidos para negociação 2.000
Caixa e depósitos bancários 27.500
78.800
Total do ativo 302.800

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO


Capital próprio
Capital subscrito 200.000
Resultado Líquido do Período 550
Total do capital próprio 200.550
Passivo
Passivo não corrente
Financiamentos obtidos 82.750
82.750
Passivo corrente
Fornecedores 17.500
Estado e outros entes públicos 2.000
19.500
Total do passivo 102.250
Total do capital próprio e do passivo 302.800
73
3.3 Movimentação das Contas

Representação gráfica das Contas

Código - Título da Conta

1ª coluna 2ª coluna
Débitos Créditos

Saldo - diferença entre a soma dos débitos (D) e a soma dos créditos (C).

74
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.3 Movimentação das Contas

Movimentação das Contas do Ativo

D Conta do Ativo H
Extensão inicial Diminuições
e
Aumentos

Regra de movimentação:

As contas do Ativo são debitadas pela sua extensão inicial e pelos aumentos
de extensão e creditadas pelas diminuições de extensão.

75
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.3 Movimentação das Contas

Movimentação das contas do Capital Próprio e do


Passivo

D Contas do Passivo e CP H
Diminuições Extensão inicial
e
Aumentos

Regra de movimentação:

As contas do Capital Próprio e Passivo são debitadas pelas diminuições de extensão


e creditadas pela extensão inicial e pelo aumento de extensão.

76
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.3 Movimentação das Contas

Movimentação das Contas de Gastos

D Contas de Gastos H

Debitada pelos Gastos

Regra de movimentação:

As contas de gastos são movimentadas a débito, sempre que se


suporta um gasto.

77
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.3 Movimentação das Contas

Movimentação das contas de Rendimentos

D Conta de Rendimentos H

Creditada pelos
rendimentos

Regra de movimentação:

As contas de Rendimentos são movimentadas a crédito, sempre


que se obtém um rendimento.
78
3.3 Movimentação das Contas (RESUMO):

AUMENTO DIMINUIÇÃO
CONTAS DO…
(+) (-)
ATIVO DÉBITO CRÉDITO

GASTOS DÉBITO CRÉDITO

CAPITAL PRÓPRIO CRÉDITO DÉBITO

PASSIVO CRÉDITO DÉBITO

RENDIMENTOS CRÉDITO DÉBITO

79
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.3 Movimentação das Contas

Estas regras resultam do método de registo digráfico ou


Partida Dobrada

Características:

ü A um débito corresponde sempre um crédito de igual montante

ü Soma dos débitos = soma dos créditos

ü Saldos devedores = saldos credores

80
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.3 Movimentação das Contas

O saldo apurado será devedor (SD), quando a soma das importâncias registadas na
coluna do débito for maior que a soma das importâncias registadas na coluna do
crédito. Se D> C => SD C
D +
SD

O saldo será nulo se D = C => Snulo D C

O saldo será credor (SC), se a soma das importâncias registadas na coluna do débito
for menor que a soma das importâncias registadas na coluna do crédito. Se D < C =>
SC D C
+
SC

81
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
Exemplo ICA (registo das operações)

82
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.4 Lançamentos- Diário/Razão
Lançamentos:
Depois de verificadas as variações patrimoniais, estas vão ser registadas num
lançamento

Registo de um facto em dispositivo gráfico apropriado, obedecendo aos princípios da


digrafia (Luca Paccioli, Sec. xv), completado pela menção do documento e do
respectivo valor monetário.

Para se fazer um lançamento deve-se:


1 - Analisar o facto patrimonial (documento)
2 - Verificar as contas afetadas pelo respetivo facto
3 - Constatar dos aumentos e/ou diminuições nas contas
4 - Aplicar a regra para o movimento das contas

83
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.4 Lançamentos- Diário/Razão
Lançamentos
Um lançamento compõe-se de:
üData
üConta ou contas a debitar e creditar
üDescrição ou histórico; explicação sucinta do facto patrimonial
üValor correspondente às variações provocadas nas contas

Classificação segundo o n.º de contas movimentadas


Lançamento simples
ü1ª fórmula: um débito = um crédito
Lançamento complexo
ü2ª fórmula: um débito = vários créditos
ü3ª fórmula: vários débitos = um crédito
ü4ª fórmula: vários débitos = vários créditos
84
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.4 Lançamentos- Diário/Razão

Lançamentos

Segundo a natureza dos movimentos


ü Lançamentos de abertura
ü Lançamentos correntes
ü Lançamentos de regularização
ü Lançamentos de transferência ou apuramento de resultados
ü Lançamentos de encerramento ou fecho
ü Lançamentos de reabertura

85
3.4 Lançamentos- Diário/Razão

Um lançamento é feito nos dois livros básicos da contabilidade:

DIÁRIO - serve para fazer o registo cronológico, em assento


separado, de cada uma das operações que modificam o
património
(Registo cronológico - ordem de datas)

RAZÃO - serve para fazer o registo das operações do diário,


ordenadas a débito e crédito, em relação a cada uma das
respectivas contas para se conhecer o estado e a situação de
qualquer delas, sem necessidade de recorrer ao exame e
separação de todos os lançamentos cronologicamente
escriturados no diário.
(Registo sistemático – ordem de contas)

86
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.4 Lançamentos- Diário/Razão
Traçados do diário
n.º contas a valor a valor a
data descrição da operação
registo movimentar débito crédito

…….Ou…..
n.º contas a contas a
data descrição da operação valor
registo débito crédito

Traçados do razão
Código - Título da conta

data n.º registo descrição da operação Débito Crédito

87
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
Traçado do razão (modelo dispositivo bilateral)

Deve Título da Conta Haver


a) b) c) d) e) a) b) c) d)
e)

a) ano e mês
b) dia
c) preposição “a” (lado esquerdo) e “de”
(lado direito)
d) contrapartida da conta a movimentar
e) importância

88
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
Exemplo (Traçado do diário)
Dia 20/10 – compra de mercadorias a prazo, no valor de 1.000 Є
Dia 21/10 – venda a prazo de mercadorias no valor de 1.200Є que haviam
custado 750 €
contas a contas a
data descrição da operação valor
débito crédito
20 Factura n.º x de... 32 1 000 €
22 1 000 €
21 Factura n.º x para... 21 1 200 €
71 1 200 €
CMV 61 750 €
32 750 €

89
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
Exemplo (Traçado do razão)
04/01: Recebimento de clientes: 50.000 Є
18/01: Pagamento a fornecedores: 150.000 Є
Caixa
N 4 a Clientes 50.000 Є N 18 de Fornecedores 150.000Є
Jan Jan

Clientes
N 4 de Caixa 50.000
Jan

Fornecedores
N 18 a Caixa 150.000 Є
Jan

90
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.5 Balancete de verificação

Documento que resume todo o movimento efetuado no razão,


isto é, um resumo metódico do movimento a débito e a crédito
dos saldos das contas utilizadas pela empresa durante um
determinado período de tempo.
Dele constam:

üO nome de todas as contas utilizadas pela empresa no período;


üOs movimentos acumulados nas contas a débito e a crédito;
üOs saldos apresentados pelas contas utilizadas.

91
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.5 Balancete de verificação
Traçado do balancete
Chama-se de verificação porque:
§A soma de todas as importâncias nele registado a débito tem de ser
igual à soma de todas as importâncias nele registadas a crédito;
§A soma dos saldos devedores tem de ser igual à soma dos saldos
credores nele registados.
Saldos
Contas Débitos Créditos
Devedores Credores

Total Total débitos Total Créditos Total saldos Total saldos


devedores credores

92
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
Exemplo ICA– Balancete de Verificação a 31/12/N
(antes do apuramento dos resultados)

93
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro
3.6 Apuramento dos resultados
Apuramento dos Resultados

Contabilidade Financeira I 94
Sónia Monteiro
3.6 Apuramento dos resultados
Apuramento dos Resultados

§ Se RAI <0 possui saldo devedor, pelo que não é registada a estimativa de
imposto e apura-se o Resultado liquido do período (saldo da 818 é devedor)

8121 – Imposto 811 RAI 818 Resultado liquido


estimado

§ Se RAI >0 possui saldo credor, pelo que


A analisar com maior
a)é registada a estimativa de imposto (21%*RAI)
detalhe no capítulo 4
b) apura-se o Resultado liquido do período

241 Estado OEP – IRC 8121- 8121 – Imposto


Imposto estimado 818 Resultado liquido 811 RAI
estimado

a) b) b)

Contabilidade Financeira I 95
Sónia Monteiro
3.7 Organização contabilística até às DF’s
Os factos DOCUMENTOS
patrimoniais dão
origem a…. recibos, letras, facturas,
etc.

que são registados DIÁRIO


diariamente no….
por ordem de datas

RAZÃO
e no…..
por ordem de contas

Periodicamente, em BALANCETES
geral todos os meses
elaboram-se…. por contas e subcontas

que no fim do exercício


permitem a elaboração
de DF´s tais como o DEMONSTRAÇÃO DOS
BALANÇO
Balanço e DR (entre RESULTADOS
outras)
96
Contabilidade e Relato Financeiro I – Gestão de Empresas Sónia Monteiro

Você também pode gostar