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LICENCIATURA EM GESTÃO DE EMPRESAS

Fiscalidade Empresarial
Ana Arromba Dinis
2020/2021
Imposto sobre Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30 de

o Rendimento novembro*

*Última atualização:
das Pessoas Lei 75-B/2020, de 31 de dezembro

Singulares (IRS)

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Caracterização do IRS
Enquadramento constitucional:
A reforma da tributação do rendimento apresentou-se também como um
imperativo constitucional, uma vez que, face ao disposto no art. 104º, n.º 1 da
CRP:

“O imposto sobre o rendimento pessoal visa a diminuição das desigualdades e


será único e progressivo, tendo em conta as necessidades e os rendimentos do
agregado familiar”.

Assim, a reformulação do sistema de tributação do rendimento, concretizada ao


nível das pessoas físicas pelo IRS, constituiu uma verdadeira recondução do nosso
sistema fiscal às directrizes emanadas pela Lei Fundamental.

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Caracterização do IRS
Objetivos da reforma (preâmbulo)

•  EQUIDADE: Tributação adequada à capacidade contributiva de cada indivíduo


(ou de cada agregado familiar) com vista a uma repartição equitativa da carga
fiscal, alargando-se as garantias dos contribuintes;

•  EFICIÊNCIA: Imposto não deve constituir um entrave ao desenvolvimento


económico, propiciando a necessária receita fiscal sem afetar a abertura do país à
competição internacional num contexto de adesão à então CEE;

•  SIMPLICIDADE: Maior comodidade para os contribuintes, restringindo-se as


obrigações acessórias dos contribuintes e facilitando-se o cumprimento dessas
obrigações.

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Caracterização do IRS

Tendo em conta as respectivas características e modo de funcionamento,


pode dizer-se que o IRS, tendencialmente, é um imposto:

• Sobre o rendimento
• Directo
• Pessoal
• Estadual
• Periódico
• Global (Único)
• Progressivo
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Caracterização do IRS

Algumas características em particular:

• Sobre o rendimento, pois incide sobre o rendimento auferido pelas


pessoas singulares (pessoas físicas) – diferente dos impostos sobre o
património (IMI, IMT e IS) e dos impostos sobre a despesa ou sobre o
consumo (IVA, IEC’s, IA);

• Pessoal, dado que tem em conta as características dos contribuintes,


nomeadamente, a situação pessoal e familiar: n.º de filhos,
casamento/união de facto, deficiência, aposentação, despesas de saúde e
de educação, mínimo de existência, entre outras – o IRC é real pois tem
em conta apenas a matéria colectável;

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Caracterização do IRS
Algumas características em particular:

• Directo, pois incide sobre manifestações directas da capacidade


contributiva como é o caso do rendimento – por oposição aos impostos
indirectos (sobre o consumo)

• Global (Único), pois sobre a globalidade dos rendimentos incide apenas


um único imposto e uma única tabela de taxas, embora os rendimentos
sejam tratados analiticamente de acordo com as especificidades próprias
de cada categoria de rendimentos

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Caracterização do IRS
Algumas características em particular:

• Progressivo, em geral, na medida em que a colecta aumenta mais do que


proporcionalmente à matéria colectável, adoptando-se uma estrutura
progressiva de taxas, consoante o nível de rendimentos, fazendo com que
o “esforço” efectuado pelos contribuintes aumente à medida que
aumentam os rendimentos. A progressividade justifica-se pela
necessidade (imperativo constitucional) de corrigir, através do sistema
fiscal, a distribuição do rendimento (efeito redistributivo).

O IRS é, no entanto, um imposto quase proporcional a partir de um


determinado nível de rendimentos e mesmo proporcional no caso de
rendimentos tributados a taxas especiais e liberatórias.

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Caracterização do IRS

Processo de determinação do IRS

• Fase analítica

• Fase sintética

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Caracterização do IRS
➢ A vertente analítica, manifesta-se na autonomização das diferentes
categorias de rendimentos (seis), no apuramento do rendimento líquido por
categoria e nas regras de comunicabilidade de perdas (resquícios inevitáveis
da tributação parcelar…)

A B E F G H
T r a b a l h o E m p r e s a r i a i s e Capitais Prediais Incrementos Pensões
dependente p r o f i s s i o n a i s Patrimoniais
Art.º 5º
Art.º 2º Art.º 3º e 4º Art.º 8º Art.º 9º e 10º Art.º 11º
a 7º

10
Caracterização do IRS
➢ A vertente sintética, traduz-se no percurso que se inicia com a determinação
do rendimento líquido global e termina com a liquidação e a determinação de
uma só dívida de imposto.

É na vertente sintética que o IRS passa de um simples imposto sobre o


rendimento para um imposto pessoal sobre o rendimento mediante a
consagração de elementos de pessoalização no imposto.

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ESQUEMA GERAL DO IRS – PROCESSO DE LIQUIDAÇÃO

CATEGORIAS DE RENDIMENTOS

B E F G H
A Empresariais e profissionais Capitais Prediais Incrementos Pensões
Trabalho Patrimoniais
dependente
Rendimentos Art.º 9º e
Art.º 2º Art.º 3º e 4º Art.º 5º a 7º Art.º 8º Art.º 11º
brutos 10º
Deduções Inexistentes
25º a 27º 28º a 39º 41º 42º a 52º 53º
específicas 40º e 40.º-A

RENDIMENTO LÍQUIDO TOTAL

* TAXAS (GERAIS E ESPECIAIS) Coleta Total


RENDIMENTO COLECTÁVEL ART.º 68.º/72.º
DEDUÇÕES À COLECTA – ART.º 78º
COLETA LÍQUIDA/ IMPOSTO APURADO

Retenções na fonte Pagamentos por conta


IMPOSTO A PAGAR IMPOSTO A RECUPERAR

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Caracterização do IRS
Deduções Específicas versus Deduções à Colecta
• As deduções específicas de cada categoria são constituídas, em princípio, pelas
despesas e encargos que o contribuinte tem de pagar para obter o rendimento. Nos
termos da Lei de Autorização Legislativa n.º 106/88 de 17/9, entendia-se que as
deduções específicas «deverão corresponder aos custos e encargos efectivos e
comprováveis para obtenção do rendimento». Assim, as deduções específicas estão
ligadas à origem e receção de cada espécie de rendimento, sendo aplicadas no plano
analítico do imposto.

• Conceito diferente é o de Deduções à Colecta. Estas operam como factores de


‘síntese’ do imposto, sendo irrelevante a proveniência dos rendimentos, prendendo-
se com a personalidade e reflectindo elementos de carácter pessoal e directamente
relacionados com a situação pessoal e familiar do SP.
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IRS - Distribuição por Categorias de Rendimentos

Valores em Milhões de
Euros

Categorias 2016 % 2017 % 2018 % Var 16-17 Var 17-18


A 54 444 63,13% 57 366 63,44% 60 802 63,66% 5,37% 5,99%
B 4 393 5,09% 4 728 5,23% 5 010 5,25% 7,63% 5,97%
E 131 0,15% 161 0,18% 226 0,24% 23,09% 40,63%
F 1 775 2,06% 1 939 2,14% 2 194 2,30% 9,20% 13,16%
G 861 1,00% 1 275 1,41% 1 672 1,75% 48,08% 31,14%
H 24 637 28,57% 24 961 27,60% 25 612 26,81% 1,32% 2,61%
TOTAL: 86 243 100,00% 90 430 100,00% 95 517 100,00% 4,86% 5,62%

Fonte: AT
Data:11/2019

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Incidência Pessoal

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Incidência Pessoal
(art.º 13.º CIRS, n.º1)
Ficam sujeitas a IRS, as pessoas singulares que residam em território
português e as que, nele não residindo, aqui obtenham rendimentos
➢RESIDENTES

⚫ O imposto incide sobre a totalidade dos seus rendimentos, ainda que


obtidos fora do território nacional. (art.º 15.º n.º 1)
➢NÃO RESIDENTES

⚫ A incidência é mais restrita, sujeitando apenas os rendimentos obtidos


em território português. (art.º 15.º n.º 2)
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Incidência Pessoal
Residentes/Não residentes
O conceito de Residência é essencial para definir o âmbito da sujeição a
imposto (art.º 15.º CIRS)

Residentes Princípio da universalidade

Imposto incide sobre a totalidade dos rendimentos, incluindo os obtidos fora do


território português
Não residentes Princípio da territorialidade/fonte

Imposto incide unicamente sobre os rendimentos obtidos em território português


(art.º 18.º CIRS)
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Incidência Pessoal
CONCEITO DE RESIDÊNCIA
(art.º 16.º CIRS)

São residentes em território português os sujeitos passivos que :


a) Hajam permanecido em TN mais de 183 dias seguidos ou interpolados em qualquer
período de 12 meses com início ou fim no ano em causa;

b) Se menos tempo, cá disponham, de habitação em condições que façam supor a


intenção de a manter e ocupar como residência habitual
Após cumprimento dos pressupostos:
Tornam-se residentes desde o primeiro dia do período de permanência
Dia de presença: qualquer dia completo ou parcial, que inclua dormida.

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Incidência Pessoal
CONCEITO DE RESIDÊNCIA
(art.º 16.º CIRS)
c) Em 31 de dezembro, sejam tripulantes de navios ou aeronaves, desde que aqueles estejam
ao serviço de entidades com residência, sede ou direção efetiva nesse território;

d) Desempenhem no estrangeiro funções ou comissões de carácter público, ao serviço do


Estado Português.

Abrange o exercício de funções de deputado ao Parlamento Europeu ( n.º 13)

19
Incidência Pessoal
CONCEITO DE RESIDÊNCIA
(art.º 16.º CIRS)
São ainda considerados residentes em território português sujeitos passivos de
nacionalidade portuguesa que deslocalizem residência para país, território ou região,
sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável

(Portaria n.º 150/2004, de 13-02, alterada pela Portaria n.º 292/2011, de 08-11)

No ano da transferência e nos quatro anos subsequentes salvo se provar que mudança se
deve a razões atendíveis (ex. exercício de atividade temporária).

Cessa a presente regra, quando sujeito passivo se torne fiscalmente residente noutro
território ou região sem regime fiscal claramente mais favorável

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Incidência Pessoal
Residência nas Regiões Autónomas (art.º 17.º CIRS)
CRITÉRIOS PARA OBTER RESIDÊNCIA numa Região Autónoma :

Permanência por mais de 183 dias naquele território aferida através:


✓Residência habitual; REGIME REGRA
✓Registo para efeitos fiscais.

Não sendo possível aferir a permanência,


São considerados residentes no território de
uma RA os residentes em território
português que ali tenham o seu
Principal centro de interesses
21
Incidência Pessoal
Residência nas Regiões Autónomas (art.º 17.º CIRS)
São residentes no território de uma RA as pessoas que constituem o agregado familiar,
desde que aí se situe o principal centro de interesses, considerando-se como tal o local
onde se obtenha a maior parte da base tributável, determinada nos seguintes termos:
❑ CAT. A  Consideram-se obtidos no local onde é
prestada a atividade;
❑ CAT. B  local do estabelecimento estável ou do
exercício habitual da profissão;
❑ CAT. E  local do estabelecimento estável a que deva
imputar-se o pagamento;
❑ CAT. F e G (imóveis)  local onde estes se situam;
❑ CAT. H  local onde são pagas ou colocadas à
disposição. 22
Incidência Pessoal
NÃO RESIDENTES

Os residentes na União
Europeia ou EEE sem
nomeação de representante,
devem indicar no campo 06 o
código do país da residência

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Incidência Pessoal
NÃO RESIDENTES
TRIBUTAÇÃO PELO REGIME GERAL

- Categorias A, B, E e H

Por declaração

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Incidência Pessoal
NÃO RESIDENTES
Residentes noutro Estado membro da União Europeia (EU) ou
do Espaço Económico Europeu (EEE)

Podem optar pela tributação nos termos das regras aplicáveis aos sujeitos
passivos não casados, residentes em território português.

Quando rendimentos obtidos em território português representem pelo


menos 90% do total dos rendimentos obtidos no ano em causa, incluindo os de
fonte estrangeira.
(art.º 17.º-A CIRS)

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Incidência Pessoal
NÃO RESIDENTES
Residentes noutro Estado membro da EU ou do EEE
Sujeitos passivos casados e não separados de pessoas e bens ou unidos de facto
podem optar pela tributação nos termos das regras aplicáveis aos sujeitos passivos
casados e não separados judicialmente de pessoas e bens residentes em território
português.

✓ Ambos tenham residência num Estado membro da UE ou do EEE;


✓ Quando rendimentos obtidos em território português representem pelo menos 90%
do total dos rendimentos do agregado familiar;
✓ Opção seja formulada por ambos os sujeitos passivos ou pelos respetivos
representantes fiscais.

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Incidência Pessoal
Residência Parcial
Conceito de residência parcial

Pode um SP, num mesmo ano, ser residente em parte


dele e não residente na parte restante

Sempre que, no mesmo ano, o sujeito passivo tenha dois estatutos fiscais de residência
(residente e não residente) pode proceder à entrega de uma declaração de
rendimentos relativa a cada um deles, sem prejuízo da possibilidade de dispensa nos
termos gerais (n.º 6 do artigo 57.º do Código do IRS)
Neste quadro deve indicar o período a que respeita o estatuto, mencionado no quadro
8A ou 8B ( residente ou não residente)
27
Incidência Pessoal
Domicílio Fiscal – Lei Geral Tributária – art.º 19.º
1 - O domicílio fiscal do sujeito passivo é, salvo disposição em contrário:

a) Para as pessoas singulares, o local da residência habitual;


b) Para as pessoas colectivas, o local da sede ou direção efetiva ou, na falta destas, do seu estabelecimento estável em Portugal.

2 - O domicílio fiscal integra ainda o domicílio fiscal eletrónico, que inclui o serviço público de notificações eletrónicas associado à
morada única digital, bem como a caixa postal eletrónica, nos termos previstos no serviço público de notificações eletrónicas
associado à morada única digital e no serviço público de caixa postal eletrónica.

3 - É obrigatória, nos termos da lei, a comunicação do domicílio do sujeito passivo à administração tributária.

4 - É ineficaz a mudança de domicílio enquanto não for comunicada à administração tributária.

5 - Sempre que se altere o estatuto de residência de um sujeito passivo, este deve comunicar, no prazo de 60 dias, tal alteração à
administração tributária.

6 - Os sujeitos passivos residentes no estrangeiro, bem como os que, embora residentes no território nacional, se ausentem deste
por período superior a seis meses, bem como as pessoas colectivas e outras entidades legalmente equiparadas que cessem a
atividade, devem, para efeitos tributários, designar um representante com residência em território nacional.

28
Incidência Pessoal
(n.º 2 e 3 do artigo 13º CIRS)

Regime regra Tributação Separada


o imposto é apurado individualmente em
relação a cada cônjuge ou unido de facto, sem
prejuízo disposto no CIRS qto. aos dependentes

Regime Facultativo Opção pela Tributação Conjunta


o imposto é devido pela soma dos rendimentos
das pessoas que compõem agregado familiar, sendo
S.P aqueles que têm a sua direção (art. 1671/n.º 2 CC)

29
Incidência Pessoal
(n.º 4 do artigo 13º CIRS)

Constituição do agregado familiar:

30
Incidência Pessoal
(n.º 5 do artigo 13º CIRS)

CONSIDERAM-SE DEPENDENTES:
Os filhos, adotados e enteados, menores não emancipados e menores sob tutela

Os filhos, adotados, enteados e ex-tutelados, maiores, que não tenham mais de 25 anos
nem aufiram anualmente rendimentos superiores ao valor da retribuição mínima
mensal garantida ( € 8 120)

Os filhos, adotados, enteados e tutelados, maiores, inaptos para o trabalho e para


angariar meios de subsistência
Os afilhados civis.
31
Incidência Pessoal
DEPENDENTES FISCAIS
Se devidamente identificados pelo NIF na declaração de rendimentos

Sem prejuízo do disposto no n.º 8 do artigo 22.º, no n.º 1 do artigo 59.º e nos n.os 9 e 10 do artigo 78.º, os
dependentes não podem, simultaneamente, fazer parte de mais do que um agregado familiar nem, integrando um
agregado familiar, serem considerados sujeitos passivos autónomos, devendo a situação familiar reportar-se a 31 de
dezembro do ano a que respeita o imposto
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Incidência Pessoal
EXERCÍCIO CONJUNTO DAS RESPONSABILIDADES PARENTAIS
Quando as responsabilidades parentais são exercidas em comum por mais do que um sujeito passivo, sem
que estes estejam integrados no mesmo agregado familiar, os dependentes são considerados como
integrando:
a)O agregado do sujeito passivo a que corresponder a residência determinada no âmbito da regulação do
exercício das responsabilidades parentais;
b) O agregado do sujeito passivo com o qual o dependente tenha identidade de domicílio fiscal no último
dia do ano a que o imposto respeite, quando, no âmbito da regulação do exercício das responsabilidades
parentais, não tiver sido determinada a sua residência ou não seja possível apurar a sua residência habitual

Os rendimentos do dependente
serão declarados na M3 do
progenitor em cujo agregado, o
mesmo se integra
33
Incidência Pessoal
DEPENDENTES GUARDA CONJUNTA
Apesar de os dependentes em guarda conjunta apenas poderem integrar o
agregado familiar de um dos sujeitos passivos que exercem em comum as
responsabilidades parentais, podem ser incluídos na declaração de cada um
dos sujeitos passivos, para efeitos de imputação dos rendimentos e deduções
relativas a esses dependentes

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Incidência Pessoal
DEPENDENTES GUARDA CONJUNTA

Deve ser identificado Deve ser indicado qual o Indicar se o dependente


o elemento do agregado familiar em que o em guarda conjunta
agregado familiar que dependente em guarda vive em residência
exerce as conjunta se integra alternada com ambos
responsabilidades os sujeitos passivos
parentais do
dependente em Percentagem comunicada à AT que corresponda à
partilha de despesas estabelecida no Acordo de
guarda conjunta
Regulação do exercício em comum das
responsabilidades parentais
35
Incidência Pessoal
DEPENDENTES GUARDA CONJUNTA
RESIDÊNCIA ALTERNADA
• Os rendimentos dos DGC serão divididos em cada uma das
declarações de ambos os SP que exercem em comum as
responsabilidades parentais, desde que:
Exista Residência Alternada do DGC estabelecida
em Acordo de Regulação do Exercício em Comum
das Responsabilidades Parentais

E seja comunicada no Portal das Finanças até 15


de fevereiro do ano seguinte àquele a que o
imposto respeita

36
Incidência Pessoal
DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS
❑ CASADOS E UNIDOS DE FACTO (Art. 59º CIRS):
TRIBUTAÇÃO SEPARADA (n.º 1)
IMPLICAÇÕES:

✓ Cada um dos cônjuges ou unidos de facto entregue uma declaração com


os rendimentos de que é titular;
✓ 50% dos rendimentos dos dependentes ;
✓ Os valores das deduções pessoais fixas por dependente e/ou
ascendente, são reduzidas em 50%
✓ Os valores das deduções à coleta que são determinadas por referência
ao agregado familiar, são reduzidas em 50%

37
Incidência Pessoal
DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS
❑CASADOS E UNIDOS DE FACTO (Art. 59º CIRS):

TRIBUTAÇÃO CONJUNTA (n.º 2):


✓ Declaração com a totalidade dos rendimentos obtidos por todos os membros
integrantes do agregado familiar (al. a))
✓ Ambos os cônjuges ou unidos de facto exercem a opção na declaração de
rendimentos, sendo válida para o ano em questão (als. b) e c))
✓ As deduções à coleta previstas no Código do IRS são determinadas por referência
ao agregado familiar.

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Incidência Pessoal
DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS
AGREGADO FAMILIAR (Art. 63º CIRS):
➢ Constituição, dissolução por declaração de nulidade ou anulação
casamento, divórcio ou separação judicial pessoas e bens
✓ Tributação de acordo com o estado civil em 31/12 (n.º 2)

➢ Divorciados ou separados judicialmente de pessoas e bens, declaram


rendimentos próprios e a sua parte nos rendimentos comuns e rendimentos dos dependentes
a seu cargo ou 50% dos rendimentos dos dependentes em guarda conjunta com residência
alternada
➢ Casados, não separados judicialmente de pessoas e bens e unidos de facto,
se optarem pela tributação conjunta, declaram rendimentos próprios de cada um, os
rendimentos comuns, e os rendimentos dos seus dependentes (al. b))

39
Incidência Pessoal
DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS
FALECIMENTO (Art. 63º CIRS):
Entre 01 de Janeiro e a data do óbito
Falecido no estado civil de Casado
Cônjuge sobrevivo, não separado de facto, cumpre com as obrigações declarativas de cada um
deles, podendo optar pela tributação conjunta, salvo se voltar a casar no mesmo ano, caso
em que pode optar pela tributação conjunta com novo cônjuge (n.º 1)

Falecido no estado civil de Não Casado


Incumbe ao administrador da herança apresentar a declaração rendimentos, relativamente ao
período de 01 de Janeiro até à data do óbito, sem prejuízo do Art. 63º (Art. 57º/2 CIRS)

Entre a data do óbito e 31 dezembro


No período posterior ao óbito são considerados em nome das pessoas que os passaram a
auferir, na falta de partilha até ao fim do ano, imputados aos sucessores e ao cônjuge
sobrevivo, segundo a quota ideal nos bens (Art. 64º CIRS)
40
Incidência Pessoal
Contitularidade de rendimentos – art. 19.º
Situações de rendimentos pertencentes, em comum, a várias
pessoas.

Alguns casos especiais de contitularidade:


• herança indivisa
• condóminos de um edifício em regime de propriedade
horizontal comproprietários das partes comuns - deverão
tais rendimentos ser-lhes imputados na proporção do valor
relativo das respectivas fracções autónomas (percentagem ou
permilagem)
• contas conjuntas

41
Incidência Real
e
Determinação do
Rendimento
Coletável

42
Incidência Real
Art. 1º - Base do imposto

Sujeição dos rendimentos:

• Mesmo quando provenientes de actos ilícitos;


• Quer em dinheiro quer em espécie;
• Seja qual for o local onde se obtenham, a moeda e a forma por que sejam
auferidos.

• “Deduções” – Deduções específicas existentes em todas as categorias à


excepção da Categoria E (Categoria G, apenas nas mais-valias)

43
Incidência Real
DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS
REGRA GERAL (Art. 57º CIRS) - Entrega Declaração Oficial (Mod. 3 - Rosto) + Anexos e documentos nela mencionados (n.º
1), se dois estatutos de residência, vigora a entrega para cada um deles, sem prejuízo da dispensa nos termos gerais (n.º
6)
o Anexo A - Rendimentos Trabalho Dependente/Pensões/Deduções
o Anexo B - Rendimentos Catg B/Regime Simplificado/Ato Isolado
o Anexo C - Rendimentos Catg B/Regime Contabilidade
o Anexo D - Transparência Fiscal/Herança Indivisa/Imputação
o Anexo E - Rendimentos Capitais
o Anexo F - Rendimentos Prediais
o Anexo G - Mais Valias/Outros Incrementos Patrimoniais
o Anexo G1 - Mais-Valias Não Tributadas
o Anexo H - Benefícios Fiscais e Deduções
o Anexo I - Rendimentos Herança Indivisa
o Anexo J - Rendimentos Obtidos no Estrangeiro
o Anexo L - Residentes Não Habituais
44
Anexo A

CATEGORIA A
Rendimentos do Trabalho
Dependente

CATEGORIA H
Rendimentos de Pensões

45
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

Consideram-se rendimentos do trabalho dependente todas as remunerações pagas ou colocadas à


disposição do seu titular provenientes de (art.º 2.º n.º 1):

Trabalho prestado em função de contrato individual de trabalho ou equiparado

Trabalho prestado ao abrigo de contrato de aquisição de serviços ou outro de


idêntica natureza, sob a autoridade e a direção da pessoa ou entidade que ocupa
a posição de sujeito ativo na relação jurídica dele resultante

Exercício de função, serviço ou cargo público

Atribuição a título de pré-reforma, pré-aposentação ou reserva, com ou sem


prestação de trabalho, bem como de prestações atribuídas, não importa a que
título, antes de verificados os requisitos exigidos nos regimes obrigatórios de SS
aplicáveis para a passagem à situação de reforma

46
Categoria A RENDIMENTOS SUJEITOS
Rendimentos do trabalho dependente
(art.º 2.º CIRS)
A classificação como trabalho dependente e a consequente
tributação na Categoria A, pressupõe a existência de rendimentos
reais e efectivos (pagos ou postos à disposição) emergentes duma
situação de trabalho subordinado.
Consideram-se remunerações, nomeadamente (art.º 2.º n.º 2):

Ordenados Salários Vencimentos

Gratificações Percentagens Comissões

Participações Subsídios (Prémios) Senhas de Presença

Outras remunerações acessórias, ainda que periódicas, fixas ou


variáveis, de natureza contratual ou não.

47
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

➢ Caso particular das bolsas de investigação

48
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

➢ Caso particular dos subsídios/bolsas de estágio/ formação e


estágios profissionais

49
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

➢ Caso particular dos subsídios/bolsas de estágio/ formação e


estágios profissionais

50
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

São ainda rendimentos do trabalho dependente:

➢ Remunerações dos membros dos órgãos estatutários (c/ excepção


dos ROC’s)

➢ Abonos de família e respectivas prestações complementares (na


parte em que excedam os limites legais estabelecidos)

➢ O subsídio de refeição, na parte em que exceder (art. 2º, n.º 3,


al. b), ponto 2)):
• O limite legal estabelecido para os servidores do Estado: €4,77
[Desde 2017]
(limite para 2021).
• Em 60% o limite legal estabelecido, quando atribuído em vales de
refeição: € 4,77 x 1,6 = € 7,63 (limite para 2021)

51
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente
São ainda rendimentos do trabalho dependente:

➢ Importâncias despendidas pela Ent. Patronal c/ seguros e


operações do ramo “Vida”, contribuições para fundos de pensões,
fundos de poupança-reforma ou quaisquer regimes
complementares de Segurança Social:

Quando constituam direitos adquiridos e individualizados:

• são consideradas rendimento da categoria A e ficam sujeitas a


tributação no ano em que as importâncias são despendidas
(tributação “à entrada”)

• poderão ficar isentos nos termos do n.º 1 do art. 18º do EBF

52
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

São ainda rendimentos do trabalho dependente:


➢ Importâncias despendidas pela Ent. Patronal c/ seguros e
operações do ramo “Vida” (…):

Quando não constituam direitos adquiridos


A sujeição a imposto desloca-se para o momento do recebimento de
benefício pelo trabalhador quando:

• Aquelas operações sejam objeto de resgate, adiantamento, remição


ou qualquer outra forma de antecipação;

• Neste caso, o rendimento beneficia de isenção de 1/3 das


importâncias pagas, com limite de € 11.704,70 (isenção prevista no n.º 3 do
art.º 18º, nº 3, do EBF. Esta isenção não prejudica o englobamento dos rendimentos isentos
para efeitos de determinação da taxa a aplicar aos restantes rendimentos).

53
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

São ainda rendimentos do trabalho dependente:


➢ Importâncias despendidas pela Ent. Patronal c/ seguros e operações
do ramo “Vida” (…):

• Estas contribuições referidas neste ponto 3 constituem rendimento da


categoria A quando não anteriormente sujeitas a tributação, quando ocorra
recebimento em capital, mesmo que estejam reunidos os requisitos exigidos
pelos sistemas de segurança social obrigatórios, aplicáveis para a passagem à
situação de reforma ou esta se tiver verificado (art. 2º, n.º 3, al. b), ponto
11).

54
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente
São ainda rendimentos do trabalho dependente:
➢ Subsídios de residência ou equivalente ou a utilização de casa de habitação
fornecida pela entidade patronal (art. 2º, n.º 3, al. b), ponto 4)):

• No caso dos subsídios em dinheiro, destinados a subsidiar despesas de


residência, todo o subsídio é sujeito a tributação e na sua plenitude.

• Quanto à utilização de casa de habitação fornecida pela entidade patronal -


rendimento em espécie - art. 24º n.º 2:

Rendimento sujeito a IRS = Valor do Uso - valor pago pelo beneficiário

Valor do uso corresponde a:


•Renda suportada em substituição do beneficiário;
•Não havendo renda, o valor do uso é igual ao valor da renda condicionada (…)
•Quando para a situação em causa estiver fixado por lei subsídio de residência ou
equivalente o valor de uso não pode exceder, em qualquer caso, esse montante.

55
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

São ainda rendimentos do trabalho dependente:

➢ Benefícios resultantes de empréstimos sem juro ou a taxa de juro


inferior, concedidos ou suportados pela entidade patronal (art. 2º,
n.º 3, al. b), ponto 5))

• Exclui-se, no entanto, a redução de juros na aquisição de habitação


própria permanente de valor não superior a € 180.426,40 e cuja taxa
não seja inferior a 70% da taxa mínima de proposta aplicável às
operações principais de refinanciamento pelo Banco Central Europeu,
ou de outra taxa legalmente fixada como equivalente.

56
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente
São ainda rendimentos do trabalho dependente:
➢ Benefícios resultantes de empréstimos sem juro ou a taxa de juro inferior,
concedidos ou suportados pela entidade patronal (art. 2º, n.º 3, al. b), ponto
5))

• Rendimento sujeito - art. 24º n.º 3:


empréstimos concedidos pela entidade patronal sem juros ou a taxa de juro reduzida =
[capital em dívida x Taxa de juro de referência para o tipo de operação em causa, publicada
anualmente por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças; ou, na falta de
publicação da portaria referida, 70% da taxa mínima de proposta aplicável às operações principais de
refinanciamento pelo Banco Central Europeu, ou de outra taxa legalmente fixada como equivalente, do
primeiro dia útil do ano a que respeitam os rendimentos] – [capital em dívida x taxa de juro que
eventualmente seja suportada pelo beneficiário];

empréstimos concedidos ao trabalhador por outras entidades = valor correspondente à parte


dos juros suportada pela entidade patronal

57
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

São ainda rendimentos do trabalho dependente:

➢ Viagens e estadas de turismo e similares não conexas com as


funções exercidas pelo trabalhador ao serviço da mesma entidade
(art. 2º, n.º 3, al. b), ponto 6))

➢ Ganhos resultantes de acordos de opções sobre acções, ou outros


valores mobiliários, celebrados com a entidade patronal,
relativamente à subscrição, à venda ou à renúncia onerosa e à
recompra pela entidade patronal, na parte em que revistam
carácter remuneratório (art. 2º, n.º 3, al. b), pontos 7) e 8)).

58
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

São ainda rendimentos do trabalho dependente:

➢ Utilização, pelo trabalhador ou membro de órgão social, de viatura


automóvel que gere encargos para a entidade patronal, quando
exista acordo escrito entre o trabalhador ou membro do órgão
social e a entidade patronal sobre a imputação àquele da referida
viatura (art. 2º, n.º 3, al. b), ponto 9))

valor sujeito a IRS (art. 24º n.º 5)


=
0,75% x valor de mercado, reportado a 1 de janeiro do
ano em causa
x n.º de meses de utilização no ano
• Valor de mercado = diferença entre o valor de aquisição e o produto desse valor pelo coeficiente de
desvalorização (Portaria n.º 383/2003, de 14/5)

59
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

São ainda rendimentos do trabalho dependente:

➢ Aquisição, pelo trabalhador ou membro de órgão social (ou membro do


agregado familiar ou pessoa por ele indicada), por preço inferior ao valor
de mercado, de qualquer viatura automóvel que gere encargos para a
entidade patronal (art. 2º, n.º 3, al. b), ponto 10)).

valor sujeito a IRS (art. 24º n.º 6)


diferença
=
positiva entre o valor de mercadoe o
somatório dos rendimentos anuais tributados como
rendimentos da atribuição do uso com a importância
paga pela aquisição

Valor de mercado = diferença entre o valor de aquisição e o


produto desse valor pelo coeficiente de desvalorização (Portaria n.º
383/2003, de 14/5)

60
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

São ainda rendimentos do trabalho dependente:

➢ Os abonos para falhas devidos a quem, no seu trabalho, tenha


que movimentar numerário, na parte em que exceder (art. 2º
n.º 3 al. c)):

5% x 14 x remuneração fixa (sem diuturnidades)


12

61
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

São ainda rendimentos do trabalho dependente:

➢ As importâncias auferidas, ainda que a título de indemnização, pela mudança


de local de trabalho e, ainda, as que resultem da constituição, extinção ou
modificação da relação jurídica que origine remunerações de trabalho ou de
incumprimento das condições contratuais (art. 2º n.º 3 al. e))

➢ Não se consideram rendimentos do trabalho dependente as importâncias


suportadas pelas entidades patronais com encargos, indemnizações ou
compensações, pagos no ano da deslocação, em dinheiro ou em espécie,
devidos pela mudança do local de trabalho, quando este passe a situar-se a
uma distância superior a 100 km do local de trabalho anterior, na parte que
não exceda 10% da remuneração anual, com o limite de € 4.200 por ano -
artigo 2.º-A, n.º 1, al. f) do CIRS.

➢ No entanto, cada sujeito passivo apenas pode aproveitar esta exclusão uma
vez em cada período de três anos.
62
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

São ainda rendimentos do trabalho dependente:

➢ A quota-parte acrescida dos descontos para a segurança social


que constituam encargos do beneficiário, devido a título de
participação em campanhas de pesca aos pescadores que limitem
a sua actuação à prestação de trabalho (art. 2º n.º 3 al. f));

➢ As gratificações auferidas pela prestação ou em razão da


prestação de trabalho, quando não atribuídas pela entidade
patronal nem por entidade que com esta mantenha relações de
grupo, domínio ou simples participação. Aqui se incluem as
chamadas ‘gorjetas’.
• Estas gratificações ficam sujeitas a tributação autónoma à
taxa especial de 10%, conforme dispõe o n.º 7 do art. 72º

63
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

São ainda rendimentos do trabalho dependente:

➢ As ajudas de custo e as importâncias auferidas pela utilização de


automóvel próprio em serviço da entidade patronal, na parte em
que excedam os limites legais ou quando não sejam observados
os pressupostos da sua atribuição aos servidores do Estado, e as
verbas para despesas de deslocação, viagens ou representação de
que não tenham sido prestadas contas até ao termo do exercício.
(art. 2º n.º 3 al. d))
• condições de atribuição - DL n.º 106/98, de 24/04

• limites para 2021 - Portaria n.º 1553-D/2008, de 31/12, com as alterações


introduzidas pelo DL 137/2010 de 28/12 e pelo artigo 42.º da Lei do OE para
2013 (Lei n.º 66-B/2012, de 31/12) e são os seguintes:

64
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

➢ Limites ajudas de custo e compensação (…)

• Transporte em automóvel próprio: € 0,36/km

• Ajudas de Custo

65
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

São ainda rendimentos do trabalho dependente:

➢ Caso particular das importâncias emergentes da cessação do


vínculo gerador do rendimento – art. 2.º, n.º 4: importâncias
recebidas e emergentes da cessação, por qualquer forma dos
contratos subjacentes às situações previstas nas alíneas a), b) e
c) do n.º 1 do art. 2º, ou da cessação das funções de gestor
público, administrador ou gerente de pessoa colectiva, bem como
de representante de estabelecimento estável de entidade não
residente.

66
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

➢ Caso particular das importâncias emergentes da cessação do


vínculo gerador do rendimento – art. 2.º, n.º 4

Estas importâncias ficam sujeitas a tributação:

Pela totalidade, na parte que corresponda ao exercício de funções de gestor público,


administrador ou gerente de pessoa coletiva, bem como de representante de estabelecimento
estável de entidade não residente (al. a, n.º 4

Nos demais casos, na parte em que excedam:

valor médio das remunerações regulares com carácter de retribuição sujeitas a imposto, auferidas
nos últimos 12 meses
x
n.º de anos ou fracção de antiguidade ou de exercício de funções na entidade pagadora

67
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

➢ Caso particular das importâncias emergentes da cessação do


vínculo gerador do rendimento – art. 2.º, n.º 4

• A exclusão não se aplica às importâncias relativas aos direitos vencidos durante os contratos
ou situações (remunerações por trabalho prestado, férias, subsídio de férias e de Natal), nº 6

• Não haverá, no entanto, a exclusão prevista na parte final da al. b) do n.º 4, sendo a
indemnização tributada pela totalidade, sempre que:
− O trabalhador dependente estabeleça nos 24 meses seguintes novo vínculo profissional ou empresarial
com a mesma entidade ou com outra que com ela esteja em relação de domínio ou de grupo (art. 2º n.º
4, al. b) in fine).
− Para este efeito, considera-se criado novo vínculo empresarial quando sejam estabelecidas relações
comerciais ou de prestação de serviços por sociedade ou outra entidade em que, pelo menos, 50% do
seu capital seja detido pelo beneficiário em conjunto com membros do agregado familiar e outros
beneficiários, excepto se essas relações representarem menos de 50% do volume de negócios (art. 2º
n.º 5).

68
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

Exclusões de tributação (rendimentos não sujeitos) - art. 2.º-A


• Subsídio de desemprego (não encontra previsão na norma de incidência);
• Subsídio de doença, apenas na parte que é atribuída pela Segurança Social (“baixa
médica”) (não encontra previsão na norma de incidência);
• Subsídio de maternidade (não encontra previsão na norma de incidência);
• Indemnização por incapacidade temporária ou permanente em resultado de acidente
de trabalho (não encontra previsão na norma de incidência);
• As prestações efetuadas pelas entidades patronais para regimes obrigatórios de
segurança social, mesmo que de natureza privada, que visem assegurar exclusivamente
benefícios em caso de reforma, invalidez ou sobrevivência (art. 2.º-A, n.º 1, al. a)).
• Os benefícios imputáveis à utilização e fruição de realizações de utilidade social e de
lazer mantidas pela entidade patronal, desde que observados os critérios estabelecidos
no artigo 43.º do Código do IRC e os 'vales infância' emitidos e atribuídos nas condições
previstas no Decreto-Lei n.º 26/99, de 28 de janeiro

69
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

Exclusões de tributação (rendimentos não sujeitos) - art. 2.º-A

• Prestações relacionadas exclusivamente com acções de formação profissional dos


trabalhadores, quer estas sejam ministradas pela entidade patronal, quer por organismos de
direito público ou entidade reconhecida como tendo competência nos domínios da formação
e reabilitação profissionais pelos ministérios competentes (art. 2.º-A, n.º 1, al. c)).

70
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

Exclusões de tributação (rendimentos não sujeitos)


• Importâncias suportadas pelas entidades patronais com a aquisição de passes sociais a favor
dos seus trabalhadores desde que a atribuição dos mesmos tenha carácter geral (art. 2.º-A,
n.º 1, al. d)).
• As importâncias suportadas pelas entidades patronais com seguros de saúde ou doença em
benefício dos seus trabalhadores ou respetivos familiares desde que a atribuição dos
mesmos tenha caráter geral (art. 2.º-A, n.º 1, al. e)).
• As importâncias suportadas pelas entidades patronais com encargos, indemnizações ou
compensações, pagos no ano da deslocação, em dinheiro ou em espécie, devidos pela
mudança do local de trabalho, quando este passe a situar -se a uma distância superior a 100
km do local de trabalho anterior, na parte que não exceda 10% da remuneração anual, com o
limite de € 4 200 por ano (art. 2.º-A, n.º 1, al. f)) (cada SP apenas pode aproveitar desta exclusão uma vez
em cada período de três anos – art. 2.º-A, n.º 3).

71
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

Isenção de rendimentos da categoria A - art. 2.º-B – “IRS jovem” Em que consiste?

• Isenção parcial dos rendimentos da categoria A nos 3 primeiros anos de


obtenção de rendimentos após o ano de conclusão de ciclo de estudos igual
ou superior ao nível 4 do Quadro Nacional de Qualificações (QNQ).

72
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

Isenção de rendimentos da categoria A - art. 2.º-B – “IRS jovem”

Requisitos
1) Idade entre os 18 e os 26 anos
2) Não ser considerado dependente
3)Concluir um nível de estudos igual ou superior ao nível 4 do Quadro Nacional
de Qualificações
4) O primeiro ano de obtenção de rendimentos após a
conclusão do referido nível de estudos seja 2020 ou posterior
5) Rendimento coletável (incluindo isento) até € 25 075 - Limite superior do quarto
escalão do n.º 1 do artigo 68.º do CIRS - a que correspondem Rendimentos
Brutos Anuais (incluindo os isentos), até € 29 179.
6) Realizar a opção na Modelo 3
73
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

Isenção de rendimentos da categoria A - art. 2.º-B – “IRS jovem”


A isenção processar-se-á
nos termos seguintes:
Percentagem de Limite máximo Valor do rendimento anual
Anos rendimento isento do rendimento isento até ao qual tem benefício
1.º 30% 7,5 x IAS = € 3 291,08 € 10 970,27
2.º 20% 5,0 x IAS = € 2 194,05 € 10 970,25
3.º 10% 2,5 x IAS = € 1 097,03 € 10 970,30
(Portaria n.º 27/2020, de 31 de janeiro: IAS a partir de 2020: € 438,81)

74
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

Isenção de rendimentos da categoria A - art. 2.º-B – “IRS jovem”

✓ Implica o englobamento dos rendimentos isentos para efeitos de


determinação da taxa (n.º 4 do artigo 22.º)
✓ A isenção só pode ser utilizada uma vez pelo mesmo sujeito passivo
✓ A identificação fiscal dos sujeitos passivos que concluam em cada
ano um dos níveis de estudos referidos será comunicada à AT

75
Categoria A Os rendimentos brutos da
Rendimentos do trabalho dependente
categoria A auferidos por
sujeitos passivos com
Não sujeição relativa a pessoas com deficiência deficiência são considerados,
para efeitos de IRS apenas
Artigo 56.º-A CIRS por 85%.

Desde 2017 15% € 2.500

76
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

Rendimentos de anos anteriores - artigo 74º CIRS

• Estando devidamente identificados na declaração de rendimentos aqueles que


foram produzidos em anos anteriores, esse valor será dividido pelo número de
anos a que respeitam, incluindo o ano do recebimento, aplicando-se à globalidade
Regime dos rendimentos a taxa que corresponder à soma daquele quociente com os
alternativo de rendimentos produzidos no ano da declaração.
tributação de
rendimentos • Esta faculdade não pode ser exercida relativamente aos rendimentos previstos no
(nº 3) n.º 3 da al. b) do n.º 3 do art. 2º (importâncias despendidas pela entidade patronal com seguros
e operações do ramo ‘Vida’, contribuições para fundos de pensões, de poupança-reforma,…).

Sempre que seja possível imputar os rendimentos a que se refere o n.º 1 As entidades processadoras
a anos anteriores em concreto, pode o sujeito passivo, em alternativa, dos pagamentos devem
proceder à entrega de declarações de substituição relativamente aos efetuar a discriminação dos
anos em causa, com o limite do quinto ano imediatamente anterior ao do montantes respeitantes a
pagamento ou colocação à disposição dos rendimentos . cada um dos anos (nº 5).

77
Categoria A DEDUÇÕES ESPECÍFICAS – CATEGORIA A
Rendimentos do trabalho dependente (art.º 25.º CIRS)
Aos Rendimentos Brutos da Categoria A deduzem-se por cada titular que os tenha auferido, e até à sua
concorrência, os seguintes montantes [n.º 1 al. a)]:
*O IAS ou Indexante dos Apoios Sociais 2021, é o valor de referência para a definição dos apoios
€ 4 104 sociais concedidos pelo Estado. Foi introduzido em 2006, através da Lei n.º 53-B, de 29 de
Dezembro, e veio substituir a Retribuição Mínima Mensal Garantida (RMMG) que se encontrava em
vigor até então . Este indexante era popularmente conhecido como “salário mínimo“.

Esta dedução pode ser elevada até 75% de 12 vezes a RmN 2010, desde que a diferença resulte de:
[n.º 4]:
Elevação face ao 1º limite
OU
Quotizações para ordens profissionais suportadas pelo próprio S.P.
€ 4 275 e indispensáveis ao exercício da actividade por conta de outrem

Se, porém, as contribuições obrigatórias para regimes de protecção social e para subsistemas legais
de saúde excederem o limite fixado, aquela dedução é pelo montante total dessas contribuições [n.º
2]:

78
Categoria A DEDUÇÕES ESPECÍFICAS – CATEGORIA A
Rendimentos do trabalho dependente
(art.º 25.º CIRS)

OU 2º limite

Outras deduções [n.º 1 al. b) e c)]:

Indemnizações pagas pelo trabalhador à sua entidade patronal por


rescisão unilateral do contrato individual de trabalho sem aviso prévio
em resultado de sentença judicial ou de acordo judicialmente
homologado

Quotizações sindicais, na parte em que não constituam contrapartida


de benefícios de saúde, educação, apoio à terceira idade, habitação,
seguros ou segurança social e desde que não excedam, em relação a
cada sujeito passivo, 1% do rendimento bruto desta categoria, sendo
acrescidas de 50%

79
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

Retenções na fonte - art. 98º a 100º e 119º do CIRS

• Tratando-se de trabalhadores com remunerações mensais fixas ou fixas e variáveis,


a retenção na fonte é efectuada sobre as remunerações mensalmente pagas ou
postas à disposição dos seus titulares, mediante a aplicação das taxas que lhes
correspondam, constantes da respectiva tabela – art. 99.º-C, n.º 1).

• Para 2021 as tabelas de retenção foram aprovadas pelo Despacho n.º


11886-A/2020

80
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

Retenções na fonte - art. 98º a 100º e 119º do CIRS

• Nos termos do art. 99.º-C, n.º 5, excluem-se da regra anterior os subsídios


de Natal e de férias que são sempre objeto de retenção autónoma, não
podendo, para o cálculo do imposto a reter, ser adicionados às
remunerações dos meses em que são pagos ou colocados à disposição.

• Quando os subsídios de férias e de Natal forem pagos fracionadamente


(por exemplo em duodécimos), deve ser retido, em cada pagamento, a
parte proporcional do imposto calculado nos termos referidos - art. 99.º-
C, n.º 6.

81
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

Retenções na fonte - art. 98º a 100º e 119º do CIRS

• Nos termos do artigo 99.º, n.º 1, al. a) não há lugar a retenção sobre os
rendimentos em espécie nem sobre as gratificações não atribuídas pela entidade
patronal (artigo 2.º, n.º 3, al. g)).

• Dispensa de retenção na fonte (exceto quando esta deva ser efetuada mediante
taxas liberatórias) - rendimentos da categoria A de atividades exercidas no
estrangeiro por residentes em território português, sempre que tais rendimentos
sejam sujeitos a tributação efetiva no país da fonte em imposto similar ou idêntico
ao IRS.

82
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

Retenções na fonte - art. 98º a 100º e 119º do CIRS

Tabelas de retenção na fonte – “IRS Jovem”

Artigo 99.º-F
Regime de isenção parcial do artigo 2.º-B
• As entidades que procedam à retenção na fonte dos rendimentos previstos no artigo 2.º-B devem
aplicar a taxa de retenção para a totalidade dos rendimentos, incluindo os isentos, apenas à
parte dos rendimentos que não esteja isenta.
• Para isso, os sujeitos passivos devem invocar, junto das entidades devedoras, a possibilidade de
beneficiar do regime previsto no artigo 2.º-B, através da comprovação da conclusão de um ciclo de
estudos.

83
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

Retenções na fonte - art. 98º a 100º e 119º do CIRS

Remunerações Variáveis – SP residentes (art. 100º do CIRS)

• Se o trabalhador por conta de outrem auferir remunerações que compreendam


exclusivamente montantes variáveis, o imposto a reter, no momento do seu
pagamento, será determinado em harmonia com as taxas previstas na tabela que
consta do art. 100º do CIRS

84
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

Retenções na fonte - art. 98º a 100º e 119º do CIRS

Retenção na fonte sobre rendimentos do trabalho pagos a não residente

Tratando-se de não residentes, a retenção na fonte será efectuada à taxa


liberatória de 25% tendo natureza definitiva (art. 71º n.º 4 al. a))

Não é aplicada qualquer retenção na fonte até ao valor da retribuição mínima mensal garantida, quando os
rendimentos resultem de trabalho ou serviços prestados a uma única entidade, aplicando-se a taxa prevista à parte que
exceda esse valor, e desde que o titular dos rendimentos comunique à entidade devedora, através de declaração escrita,
que não auferiu ou aufere o mesmo tipo de rendimentos de outras entidades residentes em território português ou de
estabelecimentos estáveis de entidades não residentes neste território.

85
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

Retenções na fonte - art. 98º a 100º e 119º do CIRS

natureza das retenções na fonte e sua entrega ao Estado


• As retenções na fonte de IRS sobre rendimentos do trabalho dependente efetuadas a
residentes em território nacional têm sempre a natureza de imposto por conta devido a final.
• No caso de sujeitos passivos não residentes, as retenções na fonte têm natureza definitiva.
• As importâncias retidas, em qualquer dos casos, deverão ser entregues (pela entidade
responsável pela retenção, ou seja, o substituto tributário) até ao dia 20 do mês seguinte
àquele em que foram deduzidas (art. 98º n.º 3).
• Sendo, no entanto, necessárias guias de pagamento separadas: uma para as retenções na
fonte relativas a SP residentes e outra para as retenções na fonte relativas a SP não
residentes.

86
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

Retenções na fonte - art. 98º a 100º e 119º do CIRS

➢ Obrigação de comunicação das retenções efetuadas:

• as entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente estão obrigadas a


comunicar mensalmente à AT, por transmissão eletrónica de dados, as
importâncias pagas ou colocadas à disposição e respetivas retenções de imposto,
de contribuições obrigatórias para regimes de proteção social e subsistemas legais
de saúde, bem como de quotizações sindicais.

• A Declaração Mensal de Remunerações deve ser apresentada até ao dia 10 do mês


seguinte ao do pagamento ou colocação à disposição dos rendimentos do trabalho
dependente, exclusivamente por transmissão eletrónica de dados.

87
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente
Retenções na fonte - art. 98º a 100º e 119º do CIRS

➢ Obrigação de comunicação das retenções efectuadas:

• A Declaração Mensal de Remunerações deve ser apresentada pelas pessoas ou


entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS, ainda
que dele isentos, bem como pelas entidades devedoras dos rendimentos previstos
nos n.º 4), 5), 7), 9) e 10) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º e dos rendimentos não
sujeitos, total ou parcialmente, previstos nos artigos 2.º e 2.º-A e nos n.º 2, 4 e 5
do artigo 12.º.

88
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente

Pagamentos por conta - art. 102.º, n.º 8 do CIRS

• Possibilidade de os titulares de rendimentos da categoria A, cujas entidades


devedoras dos rendimentos não se encontrem abrangidas pela obrigação de
retenção na fonte prevista no artigo 99.º, poderem, querendo, efetuar
pagamentos por conta do imposto devido a final, desde que o montante de cada
entrega seja igual ou superior a € 50.

89
Delimitação negativa da
incidência
Rendimentos não sujeitos a IRS – art. 12.º

➢ Indemnizações
• Indemnizações devidas em consequência de lesão corporal, doença ou morte, pagas ou atribuídas, nelas
se incluindo as pensões e indemnizações auferidas em resultado do cumprimento do serviço militar e as
atribuídas ao abrigo do artigo 127.º do Estatuto da Aposentação, aprovado pelo DL n.º 498/72, de 9/12, e
as pensões de preço de sangue, bem como a transmissão ao cônjuge ou unido de facto sobrevivo de
pensão de deficiente militar auferida ao abrigo do artigo 8.º do DL n.º 240/98, de 7/8:

‒ Pelo Estado, regiões autónomas ou autarquias locais, bem como qualquer dos seus serviços,
estabelecimentos ou organismos, ainda que personalizados, incluindo os institutos públicos e os
fundos públicos; ou

‒ Ao abrigo de contrato de seguro, decisão judicial ou acordo homologado judicialmente;

‒ Pelas associações mutualistas

90
Delimitação negativa da incidência
Rendimentos não sujeitos a IRS – art. 12.º

➢ Prémios atribuídos a praticantes de alta competição e respectivos treinadores:


• bolsas atribuídas aos praticantes de alto rendimento desportivo pelo Comité Olímpico de
Portugal ou pelo Comité Paralímpico de Portugal, no âmbito do contrato-programa de
preparação para os Jogos Olímpicos, Paralímpicos ou Surdolímpicos (…);
• bolsas de formação desportiva, como tal reconhecidas por despacho dos membros do
Governo (…), atribuídas pela respetiva federação titular do estatuto de utilidade pública
desportiva aos agentes desportivos não profissionais, nomeadamente praticantes, juízes e
árbitros, até ao montante máximo anual correspondente a € 2 375;
• Os prémios em reconhecimento do valor e mérito de êxitos desportivos, nos termos do DL
n.º 272/2009, de 1/10, e da Portaria n.º 103/2014, de 15/5

91
Delimitação negativa da incidência
Rendimentos não sujeitos a IRS – art. 12.º

➢ Subsídios para manutenção, montantes para cobertura de despesas de saúde e


educação:

• Estas importâncias estão excluídas quando pagas ou atribuídas pelos Centros Regionais de
Segurança Social e pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ou pelas Instituições
Particulares de Solidariedade Social, no âmbito da prestação de ações sociais (acolhimento
familiar, apoio a idosos, deficientes, crianças e jovens) não constituindo custos para efeitos da
categoria B os correspondentes encargos.

92
Delimitação negativa da incidência
Rendimentos não sujeitos a IRS – art. 12.º

➢ compensações e subsídios referentes à atividade dos bombeiros voluntários


• O IRS não incide sobre as compensações e subsídios, referentes à atividade voluntária, postos
à disposição dos bombeiros pela Autoridade Nacional de Proteção Civil e pagos pelas
respetivas entidades detentoras de corpos de bombeiros, no âmbito do dispositivo especial
de combate a incêndios florestais e nos termos do respetivo enquadramento legal.

93
Delimitação negativa da incidência
Rendimentos não sujeitos a IRS – art. 12.º

➢ Rendimentos auferidos por estudantes considerados dependentes

a) Que frequentem estabelecimento de ensino integrado no sistema nacional de educação ou


reconhecido como tendo fins análogos pelos ministérios competentes;

b) Que se enquadrem na categoria A ou na categoria B como prestações de serviços, incluindo


atos isolados

A exclusão de tributação opera até ao limite anual global de 5 x IAS.


Tendo o IAS sido fixado em € 438,81 para o ano de 2020 (mantendo-se para 2021), através da Portaria
n.º 27/2020, de 31 de janeiro, o limite para a exclusão da tributação será de: 5 x € 438,81 = € 2 194,05

✓ Para acederem ao benefício em apreço, têm os sujeitos passivos que submeter através do Portal das Finanças, até
ao dia 15 de fevereiro do ano seguinte àquele a que o imposto respeita, documento comprovativo da frequência 94
de estabelecimento de ensino oficial ou autorizado.

94
Regime fiscal aplicável a ex-residentes
art. 12.º-A

➢ Rendimentos auferidos por estudantes considerados dependentes

São excluídos de tributação 50% dos rendimentos do trabalho dependente e dos


rendimentos empresariais e profissionais dos sujeitos passivos que, tornando-se
fiscalmente residentes nos termos dos n.ºs 1 e 2 do artigo 16.º em 2019 ou 2020 [ e
não sejam considerados residentes não habituais]:

a) Não tenham sido considerados residentes em território português em qualquer


dos três anos anteriores;

b) Tenham sido residentes em território português antes de 31 de dezembro de


2015;

c) Tenham a sua situação tributária regularizada.


95

95
Categoria H
Pensões

Consideram-se pensões (artigo 11.º):

Pensões de aposentação ou de reforma, velhice, invalidez


ou sobrevivência, e ainda as pensões de alimentos

Prestações a cargo de companhia de seguros, fundos de


pensões, ou quaisquer outras entidades, devidas no
âmbito de regimes complementares de Segurança Social

Pensões e subvenções não compreendidas anteriormente

Pensões temporárias ou vitalícias

96
DEDUÇÕES ESPECÍFICAS – CATEGORIA H
Categoria H (art.º 53.º CIRS)
Pensões

Se Rendimento Bruto Cat. H  € 4 104,00


Dedução até à sua concorrência da totalidade do seu
quantitativo por cada titular que os tenha auferido

Se Rendimento Bruto Cat. H > € 4104,00


Dedução de € 4 104,00

Contribuições obrigatórias para regimes proteção social e para subsistemas legais


de saúde, quando superiores á dedução supra ( €4 104,00)
+
Quotizações sindicais

Dedução c/ limite de 1% RBH acrescidas de 50%


97
Categoria H Os rendimentos brutos da
Pensões
categoria H auferidos por
sujeitos passivos com
Não sujeição relativa a pessoas com deficiência deficiência são considerados,
para efeitos de IRS apenas
por 90%.
Artigo 56.º-A CIRS

Desde 2017 10% € 2.500

98
Categoria H
Pensões

Rendimentos de anos anteriores - artigo 74º CIRS

• Estando devidamente identificados na declaração de rendimentos aqueles que


Regime foram produzidos em anos anteriores, esse valor será dividido pelo número de
alternativo de anos a que respeitam, incluindo o ano do recebimento, aplicando-se à globalidade
tributação de dos rendimentos a taxa que corresponder à soma daquele quociente com os
rendimentos rendimentos produzidos no ano da declaração.
(nº 3)

Sempre que seja possível imputar os rendimentos a que se refere o n.º 1 As entidades processadoras
a anos anteriores em concreto, pode o sujeito passivo, em alternativa, dos pagamentos devem
proceder à entrega de declarações de substituição relativamente aos efetuar a discriminação dos
anos em causa, com o limite do quinto ano imediatamente anterior ao do montantes respeitantes a
pagamento ou colocação à disposição dos rendimentos . cada um dos anos (nº 5).

99
Categoria H
Pensões

Retenção na Fonte - art. 98º a 100º e 119º do CIRS

• Art. 99.º, n.º 1, al. b) - as entidades devedoras de pensões (excluídas as pensões


de alimentos) são obrigadas a reter o imposto no momento do seu pagamento ou
colocação à disposição dos respectivos titulares.

• A retenção na fonte far-se-á de sobre o montante das pensões mensalmente


pagas ou postas à disposição dos seus titulares, mediante a aplicação das taxas
que lhes correspondam, constantes da respectiva tabela – art. 99.º-D, n.º 1.

• Para 2021 as tabelas de retenção foram aprovadas pelo Despacho n.º 11886-
A/2020

100
Categoria H
Pensões

Retenção na Fonte - art. 98º a 100º e 119º do CIRS e DL n.º 42/91, de 22/01
• A retenção na fonte far-se-á de sobre o montante das pensões mensalmente pagas
ou postas à disposição dos seus titulares, mediante a aplicação das taxas que lhes
correspondam, constantes da respetiva tabela – art. 99.º-D, n.º 1.
• Art. 99.º-D, n.º 4 - as prestações adicionais correspondentes ao 13.º e ao 14.º
meses são sempre objeto de retenção autónoma, não podendo, para o cálculo do
imposto a reter, ser adicionados às remunerações dos meses em que são pagos ou
colocados à disposição.
• Quando as prestações adicionais correspondentes ao 13.º e 14.º meses forem
pagas fracionadamente, deve ser retido, em cada pagamento, a parte proporcional
do imposto calculado nos termos do número anterior - art. 99.º-D, n.º 5.

101
Categoria H
Pensões

Retenção na Fonte - art. 98º a 100º e 119º do CIRS e DL n.º 42/91, de 22/01

• As retenções na fonte de IRS sobre rendimentos de pensões efectuadas a


residentes em território nacional têm sempre a natureza de imposto por conta
devido a final (a apurar pelos serviços centrais da Autoridade Tributária).

• As importâncias retidas, em qualquer dos casos (residentes e não residentes),


deverão ser entregues (pela entidade responsável pela retenção, ou seja, o
substituto tributário) até ao dia 20 do mês seguinte àquele em que foram
deduzidas (art. 98º n.º 3).

102
Categoria H
Pensões

Retenção na Fonte - art. 98º a 100º e 119º do CIRS e DL n.º 42/91, de 22/01

Retenção na fonte sobre rendimentos pagos a não residente e natureza das


retenções na fonte:

• Tratando-se de não residentes, a retenção na fonte será efectuada à taxa


liberatória de 25%, tendo natureza definitiva (art. 71º n.º 4, al. c)).

103
Categoria H
Pensões

Pagamentos por conta - art. 102.º, n.º 8 do CIRS

• Possibilidade de os titulares de rendimentos da categoria H, cujas entidades


devedoras dos rendimentos não se encontrem abrangidas pela obrigação de
retenção na fonte prevista no artigo 99.º, poderem, querendo, efetuar
pagamentos por conta do imposto devido a final, desde que o montante de cada
entrega seja igual ou superior a € 50.

104
ANEXOS B e C

CATEGORIA B
Rendimentos
Empresariais e
Profissionais

105
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais

RENDIMENTOS SUJEITOS
(art.º 3.º e 4.º CIRS)
Consideram-se rendimentos empresariais e profissionais (art.º 3.º n.º 1):

Atividade comercial, industrial, agrícola,


silvícola ou pecuária

Atividade de prestação de serviços por conta própria

Propriedade intelectual / industrial e prestação de


informações adquiridas (sector industrial, comercial ou
científico), auferidos pelo seu titular originário (Know-
how)

Consideram-se provenientes da propriedade


intelectual os direitos de autor e direitos conexos
(n.º5 do art.º 3.º)

106 106
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais RENDIMENTOS SUJEITOS
(art.º 3.º e 4.º CIRS)

Consideram-se ainda rendimentos empresariais e profissionais (art.º 3.º n.º 2):

Os rendimentos prediais, de capitais e mais-valias


imputáveis a rendimentos empresariais e profissionais
As indemnizações conexas com a actividade (redução,
suspensão, cessação e mudança de local de trabalho)
Cessão temporária de exploração de estabelecimento

Subsídios ou subvenções – actividades comerciais,


industriais, agrícolas, silvícolas e pecuárias

Prática de actos isolados

Rendimentos que não resultem de uma prática previsível ou


reiterada ( n.º 3 art. 3.º)
107
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais RENDIMENTOS SUJEITOS
(art.º 3.º e 4.º CIRS)

Consideram-se actividades comerciais e industriais (art.º 4.º n.º 1):


Compra e venda Fabricação Pesca
Expl. mineira / Ind. extractivas Transportes Construção civil
Urbanísticas e exploração de loteamentos Arrendamento

Atividades hoteleiras e similares, restauração e bebidas, bem como a


venda ou exploração do direito real de habitação periódica

Agências de viagens e de turismo Artesanato

Atividades agrícolas e pecuárias não conexas c/ a exploração da terra ou c/ carácter manifestamente


acessório

Exploração da terra com carácter acessório:


 custos directos < 25% custos directos totais ( n.º 2 art. 4.º)
Atividades agrícolas, silvícolas e pecuárias integradas noutras de natureza comercial ou industrial
Cujos produtos se destinem a ser utilizados em mais de 60% do seu
valor naquelas actividades
108
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais RENDIMENTOS SUJEITOS
(art.º 3.º e 4.º CIRS)

Consideram-se actividades agrícolas, silvícolas e pecuárias (art.º 4.º n.º 4):

As comerciais ou industriais, meramente acessórias ou


complementares daquelas, que utilizem, de forma exclusiva,
os produtos das próprias explorações agrícolas, silvícolas ou
pecuárias

Caça e a exploração de pastos naturais, água e outros


produtos espontâneos, explorados diretamente ou por
terceiros
Explorações de marinhas de sal

Explorações apícolas

Investigação e obtenção de novas variedades animais e


vegetais dependentes daquelas actividades

109
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais RENDIMENTOS DE ACTIVIDADES
AGRÍCOLAS, SILVÍCOLAS E PECUÁRIAS
Estão excluídos de tributação os rendimentos das atividades agrícolas, silvícolas e pecuárias, quando (art.º
3.º n.º 4 do CIRS):

Valor dos proveitos ou das receitas (isoladamente ou em cumulação com os


restantes rendimentos ilíquidos sujeitos do agregado familiar)
Não exceda 5 vezes o valor anual da RMN

2008 5 x 14 x 426,00 = 29 820,00


Não 2009 5 x 14 x 450,00 = 31 500,00
desobriga da 2010 5 x 14 x 475,00 = 33 250,00
indicação 2011 5 x 14 x 485,00 = 33 950,00
destes Não exceda 4,5 vezes o valor anual da IAS
rendimentos
2019 4,5 x 12 x 435,76 (IAS) = 23 531,04
na Modelo 3
Desde 2020 4,5 x 12 x 438,81 (IAS) = 23 695,74

110
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais

Caso particular: transferência para o património particular dos


empresários de quaisquer bens afetos ao ativo da empresa*
[exceto bens imóveis*]
Mais-valias: artigo 3.º e artigo 10.º CIRS

Os empresários em nome individual e os trabalhadores independentes são titulares de dois


patrimónios: o empresarial ou profissional, que se acha afeto à atividade que exercem, e o
particular ou pessoal, que nada terá que ver com essa atividade
Enquadramento das transferências entre património:
Categoria G
Artigo 10.º/1/a)

AFETAÇÃO
Património Património
pessoal empresarial
ou particular TRANSFERÊNCIA ou profissional
Categoria B
Artigo 3.º/1/c)
111
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais

Caso particular: transferência para o património particular dos


empresários de quaisquer bens afetos ao ativo da empresa*
[exceto bens imóveis*]

Mais-valias

Artigo 10.º

Se um sujeito afetar quaisquer bens do património particular a atividade empresarial e


profissional exercida em nome individual pelo seu proprietário, não obstante inexistir uma
transmissão jurídica, haverá uma transmissão ficcionada para efeitos de IRS.

O valor dos bens corresponde ao valor de mercado dos mesmos à data da AFETAÇÃO,
podendo a AT efetuar as correções que fundadamente considere que divergem do que
seria praticado entre pessoas independentes.

112
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais

Caso particular: transferência para o património particular dos


empresários de quaisquer bens afetos ao ativo da empresa*
[exceto bens imóveis*]

Rendimento da categoria B

Artigo 3.º
Se um empresário transferir um bem do ativo do património empresarial para o seu
património particular, não obstante inexistir uma transmissão jurídica, haverá uma
transmissão ficcionada para efeitos de IRS.
O valor dos bens corresponde ao valor de mercado dos mesmos à data da TRANSFERÊNCIA,
podendo a AT efetuar as correções que fundadamente considere que divergem do que seria
praticado entre pessoas independentes.

113
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais

Caso particular: transferência para o património particular dos


empresários de quaisquer bens afetos ao ativo da empresa*
[exceto bens imóveis*]

Mais-valias

Artigo 10.º e artigo 3.º

No ano da transferência do bem do ativo do património empresarial para o seu património particular, tributam-se as duas
mais valias: a obtida na categoria B e a que estava suspensa na categoria G.

Categoria G Categoria B

Aquisição Artigo 10.º/1/a) Artigo 3.º/1/c)

Património Património Património


pessoal empresarial pessoal

Artigo 29.º/2
Valor de Valor de mercado Valor de mercado à
aquisição à data da afetação data da transferência
114
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais

Caso particular: transferência para o património particular dos


empresários de quaisquer bens afetos ao ativo da empresa*

Transferência de imóveis entre o património pessoal e empresarial/profissional


Rendimento da
categoria B

Património
Património
empresarial/
pessoal
profissional

Quando o imóvel for transferido para o património particular do empresário, no caso em que os rendimentos tenham
sido determinados com base na contabilidade, e quando tenham sido praticadas depreciações ou imparidades, os
correspondentes gastos fiscalmente aceites devem ser acrescidos, em frações iguais, ao rendimento do ano em
que ocorra a transferência e em cada um dos 3 anos seguintes.

115
Categoria B MOMENTO DA SUJEIÇÃO A
Rendimentos Empresariais e Profissionais
TRIBUTAÇÃO
(art.º 3.º n.º 6 CIRS)
Os rendimentos da Categoria B ficam sujeitos a tributação:

Desde o momento em que para efeitos de IVA seja


obrigatória a emissão de fatura-recibo, fatura simplificada ou
fatura
Inclui SP Regime Normal e Isenção art 53.º CIVA

Não sendo obrigatória a sua emissão, desde o momento do pagamento


ou colocação à disposição dos respetivos titulares, sem prejuízo do
art.º 18.º do CIRC, sempre que o rendimento seja determinado com
SP Regime base na contabilidade
Isenção art.º 9
116
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais
Determinação do rendimento tributável - art. 28º a 39º
• Aplicação das regras decorrentes do Regime Simplificado (RS) de tributação

• Com base na contabilidade (RC). ATENÇÃO!

CIRS
+

+ CIRC

Portaria 467/2010, de 7 de julho, alterada pela Lei nº 82-D/2014, de 31 de dezembro

117
Categoria B REGIME SIMPLIFICADO DE
Rendimentos Empresariais e Profissionais

TRIBUTAÇÃO
SUJEITOS PASSIVOS ABRANGIDOS (art.º 28.º n.º 2):

Obtenham rendimentos empresariais ou profissionais

Não tenham optado pelo regime de contabilidade organizada

Não tenham atingido um valor ilíquido de rendimentos desta


Categoria, superior a:
€ 200 000,00

OPÇÃO PELA CONTABILIDADE ORGANIZADA (art.º 28.º n.º 4):

Declaração de início de actividade

Declaração de alterações – Opção pela alteração da forma


de determinação do rendimento (em Março)

118
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais

Regime simplificado (RS)


• O contribuinte tem a possibilidade de alterar todos os anos, se assim desejar, o regime
em que se enquadra.
• Assim, a opção pelo Regime de Contabilidade mantém-se válida até que o sujeito
passivo proceda à entrega de declaração de alterações, a qual produz efeitos a partir do
próprio ano em que é entregue, desde que seja efetuada até ao final do mês de março.
• Apenas cessa obrigatoriamente a aplicação do regime simplificado quando o limite
atrás referido for ultrapassado durante dois períodos consecutivos OU se num só
período for ultrapassado em montante superior a 25% (ou seja, montante anual ilíquido
de rendimentos > a € 250.000) (art. 28º n.º 6).

119
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais
Regime simplificado - Cálculo do rendimento líquido – aplicação de coeficientes - art. 31º

Rendimento Coef.
vendas de mercadorias e produtos, bem como das prestações de serviços efectuadas no âmbito de atividades 0,15
hoteleiras e similares, restauração e bebidas (exeção alojamento local, em que se aplica o coeficiente de 0,50 (h)) (a)
rendimentos das atividades profissionais especificamente constantes da tabela a que se refere o artigo 151.º do CIRS 0,75
(b)
rendimentos de prestações de serviços não previstos nas alíneas anteriores (c) 0,35
rendimentos provenientes de contratos que tenham por objecto a cessão ou utilização temporária da propriedade 0,95
intelectual ou industrial ou a prestação de informações (…), rendimentos de capitais imputáveis a atividades
geradoras de rendimentos empresariais e profissionais, ao resultado positivo de rendimentos prediais, ao saldo
positivo das mais e menos-valias e aos restantes incrementos patrimoniais (d)
subsídios ou subvenções não destinados à exploração (e) 0,30
subsídios destinados à exploração e restantes rendimentos da cat. B (f) 0,10
rendimentos decorrentes de prestações de serviços efetuadas: pelo sócio a uma sociedade abrangida pelo regime da 1
transparência fiscal + sócio com participação direta ou indireta de pelo menos 5% + participação conjunta sujeito
passivo, cônjuge ou unido de facto e ascendes e descendentes de pelo menos 25% (g)
Os sujeitos passivos que obtenham os rendimentos previstos nas alíneas b) e c), após aplicação dos coeficientes aí previstos, podem deduzir, até à
concorrência do rendimento líquido assim obtido, os montantes comprovadamente suportados com contribuições obrigatórias para regimes de
proteção social, conexas com as atividades em causa, na parte em que excedam 10% dos rendimentos brutos, quando não tenham sido deduzidas a
outro título.

120
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais

Regime simplificado (RS) - art.º 31.º, nº 10

• Os coeficientes aplicáveis às prestações de serviços e aos subsídios destinados à


exploração e restantes rendimentos da categoria B - redução no período de
tributação do início da atividade e no período de tributação seguinte desde que,
nesses períodos, o sujeito passivo não aufira rendimentos das categorias A ou H e
não tenha ocorrido cessação de atividade há menos de cinco anos.

• As reduções são as seguintes:


➢ 50% no período de tributação do início da atividade;
➢ 25% no período de tributação seguinte

121
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais

Regime simplificado (RS)

• Os subsídios não destinados à exploração são considerados, em frações iguais,


durante 5 exercícios, sendo o primeiro o do seu recebimento. No último ano de
aplicação do regime simplificado, será de considerar a totalidade do valor ainda
não tributado (art. 31º n.º 8).

Cessando a aplicação do regime simplificado, as frações de subsídios ainda não tributadas serão imputadas,
para efeitos de tributação, ao último exercício de aplicação daquele regime.

• Na transmissão de bens afetos à atividade, desprezam-se as menos-valias, sendo


de considerar apenas as mais-valias, às quais é de aplicar o coeficiente 0,95 [saldo
positivo].
122
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais

Regime simplificado (RS)


• As mais-valias fiscais determinam-se da seguinte forma:

MVF= VR – (VA - depreciações)

em que,
MVF= mais-valia fiscal
VR= Valor de realização
VA= Valor de aquisição
Depreciações = quotas mínimas nos anos em que teve aplicação o regime simplificado (n.º 9, art. 31.º) +
depreciações praticadas nos anos em que teve aplicação o regime de contabilidade.

123
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais

Regime simplificado (RS)

• Arrendamento –opção de tributação no âmbito da categoria B (em detrimento da


categoria F)

• o resultado positivo dos rendimentos prediais corresponde ao rendimento líquido


da categoria F, determinado nos termos do artigo 41.º. Ou seja, nestes casos, será
aplicado o regime de determinação do rendimento líquido aplicável no âmbito da
categoria F para determinar o resultado positivo. A este resultado positivo será
depois aplicado o coeficiente de 0,95, conforme decorre do artigo 31.º, n.º 1, al.
d).

124
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais Regime Simplificado – Determinação do
Rendimento tributável
(art. 31º n.º 13)
Ao rendimento tributável apurado com base na aplicação dos coeficientes ( 0,75 e 0,35) no âmbito do
regime simplificado, deve acrescer a diferença positiva, entre 15 % dos rendimentos brutos das
prestações de serviços e o somatório das seguintes importâncias:
a) O montante de € 4.104 (valor da dedução específica dos rendimentos do trabalho dependente) ou,
quando superior, os montantes comprovadamente suportados com contribuições obrigatórias para
regimes de proteção social, que não sejam já dedutíveis no âmbito deste regime;
b) Despesas com pessoal e encargos a título de remunerações, ordenados ou salários, comunicados pelo
sujeito passivo à AT;
c) Rendas de imóveis afetas à atividade empresarial ou profissional que constem de faturas e outros
documentos, comunicados à AT;
d) 1,5% do valor patrimonial tributário dos imóveis afetos à atividade empresarial ou profissional ou,
quanto aos imóveis afetos a atividades hoteleiras ou de alojamento local, 4% do respetivo valor
patrimonial tributário, de que o sujeito passivo seja o proprietário, usufrutuário ou superficiário;
e) Outras despesas com a aquisição de bens e prestações de serviços relacionadas com a
atividade,(eletricidade, água, transportes e comunicações, rendas, contencioso, seguros, rendas de locação
financeira) que constem de faturas comunicadas à AT ou emitidas no Portal das Finanças;
f) Importações ou aquisições intracomunitárias de bens e serviços relacionados com a atividade.
125
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais Regime Simplificado – Determinação do
Rendimento tributável
(art. 31º n.º 13)

As despesas e encargos previstos nas alíneas c), d) e e) do quando apenas parcialmente


afetos à atividade empresarial e profissional são considerados em apenas 25 %.

c. Rendas de imóveis afetas à atividade empresarial ou profissional que constem de faturas e outros
documentos, comunicados à AT;
d. 1,5% do valor patrimonial tributário dos imóveis afetos à atividade empresarial ou profissional ou,
quanto aos imóveis afetos a atividades hoteleiras ou de alojamento local, 4% do respetivo valor
patrimonial tributário, de que o sujeito passivo seja o proprietário, usufrutuário ou superficiário;
e. Outras despesas com a aquisição de bens e prestações de serviços relacionadas com a
atividade,(eletricidade, água, transportes e comunicações, rendas, contencioso, seguros, rendas de locação
financeira) que constem de faturas comunicadas à AT ou emitidas no Portal das Finanças;

126
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais Regime Simplificado – Determinação do
Rendimento tributável
(art. 31º n.º 13)

• Para efeitos da afetação à atividade empresarial ou profissional das despesas e


encargos o sujeito passivo deve identificar:
a) As faturas e outros documentos que titulam despesas e encargos relacionados exclusiva
ou parcialmente com a sua atividade empresarial ou profissional, através do Portal das
Finanças;
b) Os imóveis afetos exclusiva ou parcialmente à sua atividade empresarial ou profissional
e, de entre estas, a afetação a atividades hoteleiras ou de alojamento local, através do
Portal das Finanças;
c) As importações e aquisições intracomunitárias de bens efetuadas, específica e
exclusivamente, no âmbito da sua atividade empresarial ou profissional são indicadas na
declaração de rendimentos.

127
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais

Identificação das faturas no Portal das Finanças

128
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais

Regime de Contabilidade

• Ficam nele enquadrados os sujeitos passivos que não reúnam os requisitos de


enquadramento no regime simplificado e aqueles que, mesmo reunindo, optem
pelo regime de contabilidade.

• A opção pelo Regime de Contabilidade mantém-se válida até que o sujeito passivo
proceda à entrega de declaração de alterações, a qual produz efeitos a partir do
próprio ano em que é entregue, desde que seja efetuada até ao final do mês de
março – art. 28.º, n.º 5.

129
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais
Regime de Contabilidade

Apuramento do rendimento líquido

• Para a determinação do rendimento do sujeito passivo com contabilidade


organizada, o legislador remete para as regras do Código do IRC, ressalvando a
especificidade da tributação das pessoas singulares – art. 32.º.

• Ou seja, tributação sobre o lucro tributável, calculado partindo do RLP apurado na


contabilidade, considerando ainda as variações patrimoniais positivas e negativas e
corrigido nos termos do CIRC.

130
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais
Portaria 467/2010, de 7 de julho, alterada pela Lei nº 82-D/2014, de 31 de dezembro (nos termos do art.º 34.º,
nº 1, al. e) CIRC

Não são aceites como gastos as depreciações das viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, na parte
correspondente ao custo de aquisição ou ao valor de reavaliação excedente a:
€ 29.927,87, para veículos adquiridos em períodos anteriores a 1 de janeiro de 2010;

€ 40.000 para veículos adquiridos durante o exercício de 2010;

€30.000 para veículos adquiridos durante o exercício de 2011 (relativamente a veículos movidos exclusivamente
a energia elétrica o limite a considerar é de € 45.000);
€ 25.000 para veículos adquiridos nos períodos de tributação que se iniciem em 1 de janeiro de 2012 ou após
essa data
Relativamente a veículos movidos exclusivamente a energia elétrica o limite a considerar é de € 50.000;
Para viaturas adquiridas em períodos de tributação que se iniciem em 1 de janeiro de 2015 ou após essa data,
são aplicáveis os seguintes limites:
. € 62.500, para veículos movidos exclusivamente a energia elétrica;
. € 50.000, para veículos híbridos plug-in;
. € 37.500, para veículos movidos a GPL ou GNV

131
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais

Regime de Contabilidade
Apuramento do rendimento líquido
• Para além das limitações decorrentes do CIRC, temos ainda que não são dedutíveis (art. 33.º
CIRS)

As remunerações dos titulares de rendimentos da categoria B, assim como outras prestações a título de ajudas de
custo, utilização de viatura própria ao serviço da atividade, subsídios de refeição e outras prestações de natureza
remuneratória, não são dedutíveis para efeitos de determinação do rendimento da referida categoria (art. 33º n.º 1);

Os encargos com viaturas, na parte em que ultrapassem uma unidade (viatura) por titular e por trabalhador ao seu
serviço (ou por sócio, no caso das sociedades de profissionais sujeitas ao regime da transparência fiscal), excepto
relativamente aos de cilindrada inferior a 125 cm3, tendo, em qualquer dos casos, que ser comprovada a
indispensabilidade do custo (art. 33º n.º 2); Portaria n.º 1041/2001, de 28 de Agosto
Quando o SP afectar à sua actividade parte do imóvel destinado à sua habitação, os encargos com ela conexos,
relativos a depreciações ou rendas, electricidade, água e telefone, na parte que excederem 25% das respectivas
despesas (e devem ser devidamente comprovadas) (art. 33º n.º 5).

132
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais ATOS ISOLADOS

DETERMINAÇÃO DO RENDIMENTO TRIBUTÁVEL (art.º 30.º):

Rendimentos que não resultam de uma prática previsível ou


reiterada (n.º 3 art.3.º).

Decorrentes de actividades comerciais,


industriais, agrícolas, silvícolas ou pecuárias e de
prestações de serviços exercidas por conta
própria

A determinação do rendimento tributável dos actos isolados está


sujeita ao regime simplificado ou de contabilidade organizada:
Rendimentos inferiores a € 200 000 – Coeficientes
Rendimentos superiores a € 200 000 = Regime contabilidade

133
Categoria B OPÇÃO PELA
Rendimentos Empresariais e Profissionais
APLICAÇÃO DAS
REGRAS DA
CONDIÇÕES (art.º 28.º n.º 8): CATEGORIA A
Se os rendimentos auferidos resultarem de serviços prestados a uma
única entidade

O S.P pode optar pela tributação de acordo com as regras


estabelecidas para a Categoria A:

Esta opção é formalizada na Declaração M3 de IRS

Não retira ao S.P. a qualidade de titular de rendimentos da Categoria B,


designadamente para efeitos declarativos (declarações cadastrais e anual) e
para efeitos de IVA
134
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais

Opção pela tributação segundo as regras da categoria A

• Feita esta opção, o rendimento líquido será apurado segundo as regras da


categoria A, ou seja, aplicando as deduções específicas previstas no art. 25.º. O
rendimento não deixa, contudo, de ser um rendimento da categoria B,
nomeadamente para efeitos de retenção na fonte.

Exemplo: Valor de indiferença (montante em que a dedução específica da categoria A Opção pela
é sempre superior ao rendimento não considerado no regime simplificado) Categoria A
Aplicação Coeficiente art.º 31 CIRS 0,75
Dedução Específica Categoria A €4.104
Valor de indiferença – (Valor de indiferença*0,75) = €4.104 (dedução específica €16.416
categoria A)

135
Categoria B Os rendimentos brutos da
Rendimentos Empresariais e Profissionais
categoria B auferidos por
sujeitos passivos com
Não sujeição relativa a pessoas com deficiência deficiência são considerados,
para efeitos de IRS apenas
por 85%.
Artigo 56.º-A CIRS

Desde 2017 15% € 2.500

136
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais

Rendimentos de anos anteriores - artigo 74º CIRS

• Estando devidamente identificados na declaração de rendimentos aqueles que


foram produzidos em anos anteriores, esse valor será dividido pelo número de
Regime
anos a que respeitam, incluindo o ano do recebimento, aplicando-se à globalidade
alternativo de
dos rendimentos a taxa que corresponder à soma daquele quociente com os
tributação de
rendimentos produzidos no ano da declaração.
rendimentos
(nº 3)

Sempre que seja possível imputar os rendimentos a que se refere o n.º 1 As entidades processadoras
a anos anteriores em concreto, pode o sujeito passivo, em alternativa, dos pagamentos devem
proceder à entrega de declarações de substituição relativamente aos efetuar a discriminação dos
anos em causa, com o limite do quinto ano imediatamente anterior ao do montantes respeitantes a
pagamento ou colocação à disposição dos rendimentos . cada um dos anos (nº 5).

137
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais

Retenções na fonte - art. 101º n.º 1 CIRS

➢ Sujeitos passivos residentes


• A taxa é aplicada ao rendimento ilíquido sujeito a retenção, antes da liquidação do IVA a
que, sendo caso disso, deva proceder-se.
• A retenção é efectuada no momento do respectivo pagamento ou colocação à disposição.
• As importâncias retidas deverão ser entregues (pela entidade responsável pela retenção,
ou seja, o substituto tributário) até ao dia 20 do mês seguinte àquele em que foram
deduzidas (art. 98º n.º 3).
• As retenções na fonte efectuadas a titulares residentes em território nacional têm
sempre a natureza de imposto por conta (art. 98.º, n.º 1, CIRS), pelo que serão deduzidas
à colecta, para determinação do IRS a pagar ou a recuperar.

138
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais
Retenções na fonte - art. 101º n.º 1 CIRS
➢ Sujeitos passivos residentes
• As entidades que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada são obrigadas a reter
o imposto, mediante a aplicação, aos rendimentos ilíquidos de que sejam devedoras, das
seguintes taxas:
Rendimentos taxa
rendimentos da categoria B referidos no art. 3º, n.º 1 al. c), CIRS (propriedade intelectual ou 16,5%
industrial)
rendimentos decorrentes das actividades profissionais especificamente previstas na lista a que se 25%
refere o art. 151º, CIRS
rendimentos da categoria B referidos no art. 3º, n.º 1 al. b), CIRS (prestações de serviços por conta 11,5%
própria) e art. 3º, nº 2 als. g) e i), CIRS (subsídios ou actos isolados, no âmbito de prestações de
serviços por conta própria), não compreendidos na alínea anterior
tratando-se de rendimentos da categoria B auferidos em atividades de elevado valor acrescentado, 20%
com carácter científico, artístico ou técnico - RRNH

139
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais

Retenções na fonte - art. 101º n.º 1 CIRS

➢ Sujeitos passivos não residentes

• A retenção ocorre sempre no momento do pagamento ou colocação à disposição,


independentemente do devedor ter ou não contabilidade organizada;
• A retenção incide sobre o valor ilíquido;
• A retenção tem natureza definitiva;
• A taxa a aplicar será de 25% sobre todos os rendimentos empresariais e profissionais,
incluindo atos isolados (art. 71.º, n.º 4, al.a)).

Não é aplicada qualquer retenção na fonte até ao valor da retribuição mínima mensal garantida, quando os
rendimentos resultem de trabalho ou serviços prestados a uma única entidade, aplicando-se a taxa prevista à parte que
exceda esse valor, e desde que o titular dos rendimentos comunique à entidade devedora, através de declaração escrita,
que não auferiu ou aufere o mesmo tipo de rendimentos de outras entidades residentes em território português ou de
estabelecimentos estáveis de entidades não residentes neste território.

140
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais
Retenções na fonte

➢ Dispensa de retenção na fonte (exceto quando esta deva ser efectuada mediante taxas
liberatórias) – art. 101.º-B

• Os rendimentos da categoria B (exceto comissões por intermediação), quando o respetivo


titular preveja auferir um montante anual inferior ao fixado no art. 53º, nº 1, CIVA (€ 12.500);
• Os rendimentos da categoria B que respeitem a reembolso de despesas efectuadas em nome
e por conta do cliente ou a reembolso de despesas de deslocação e estada (…);

• Dispensa facultativa, devendo os titulares que dela queiram aproveitar exercer o direito mediante
aposição nos recibos de quitação da seguinte menção: “Sem retenção, nos termos n.º 1 do artigo 101.º-B
do Código do IRS” (art. 101.º-B n.º 2)”.

141
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais
Retenções na fonte

➢ Dispensa de retenção na fonte (excepto quando esta deva ser efectuada mediante taxas
liberatórias) – art. 101.º-B

• Não pode ser exercida a dispensa por titulares que, no ano anterior, tenham auferido
rendimentos de montante igual ou superior ao limite ali estabelecido;

• Cessa a dispensa no mês seguinte àquele em que tiver sido atingido o limite nela fixado
(diferente do que acontece em IVA, no âmbito do Regime Especial de Isenção – passa para o
regime normal a partir de 1 de Fevereiro do ano seguinte – art. 58.º, n.º 2, al. a) e n.º 5 do
CIVA).

142
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais
Pagamentos por conta – art. 102.º

• A titularidade de rendimentos da categoria B determina para os respetivos sujeitos passivos,


a obrigatoriedade de efetuarem três pagamentos por conta do imposto devido a final, até ao
dia 20 de cada um dos meses de: Julho, Setembro e Dezembro.
• A totalidade dos pagamentos por conta é igual a 76,5% do montante calculado com base na
seguinte fórmula:

143
Categoria B
Rendimentos Empresariais e Profissionais

Pagamentos por conta

Pagamentos por conta – art. 102.º

O valor de cada pagamento por conta, arredondado por excesso para euros, é comunicado aos sujeitos passivos através
de nota demonstrativa da liquidação do imposto respeitante ao penúltimo ano, sem prejuízo do envio do documento de
pagamento, no mês anterior ao do termo do respetivo prazo, não sendo exigível se for inferior a € 50.

Cessa a obrigatoriedade de serem efetuados os pagamentos por conta quando:


a) Os sujeitos passivos verifiquem, pelos elementos de que disponham, que os montantes das retenções que lhes
tenham sido efetuadas sobre os rendimentos da categoria B, acrescidos dos pagamentos por conta
eventualmente já efetuados e relativos ao próprio ano, sejam iguais ou superiores ao imposto total que será
devido;
b) Deixem de ser auferidos rendimentos da categoria B.

144
ANEXO E

CATEGORIA E
Rendimentos de
Capitais

145
Categoria E RENDIMENTOS SUJEITOS
Rendimentos de Capitais
(art.º 5.º CIRS)
Consideram-se rendimentos de capitais (art.º 5.º n.º 1):
Os frutos e demais vantagens económicas

Qualquer que seja a sua natureza ou denominação

Sejam pecuniários ou em espécie

Procedentes, directa ou indirectamente, de elementos


patrimoniais, bens, direitos ou situações jurídicas, de
natureza mobiliária

Bem como da respectiva modificação, transmissão ou


Distribuição de cessão, com excepção dos ganhos e outros rendimentos
dividendos vs tributados noutras categorias
Rendimento
Pagamento de Essencialmente: JUROS e LUCROS líquido por
dividendos natureza.
NÃO HÁ DEDUÇÕES ESPECÍFICAS
146
Categoria E
Rendimentos de Capitais

Momento relevante para efeitos da sujeição a tributação – art. 7.º

➢ No momento do vencimento:
Os juros e outras formas de remuneração de contratos de mútuo … (art. 5º n.º 2 al. a)), os
Os juros e outras formas de remuneração de depósitos à ordem ou a prazo (…) (art. 5º n.º
2 al. b))
➢No momento da colocação à disposição:
Os lucros (…) incluindo adiantamentos por conta de lucros (art.
5º n.º 2 al. h);
➢No momento do apuramento do respetivo quantitativo:
Outros rendimentos de juros não incluídos anteriormente…

➢No momento da liquidação da operação:


O ganho decorrente de operações de swaps de taxa de juro
(art. 5º n.º 2 al. q))

147
Categoria E
Rendimentos de Capitais

Momento relevante para efeitos da sujeição a tributação – art. 7.º

➢ No momento da colocação dos rendimentos à disposição dos seus titulares ou o


apuramento do respectivo quantitativo, quando o titular do direito aos rendimentos
opte por recebê-los sob a forma de renda, os seguintes rendimentos (art. 7º n.º 3 al.
b):

• Os rendimentos de seguros e operações do ramo ‘Vida’, de fundos de pensões ou de outros


regimes complementares de segurança social, sem prejuízo das exclusões parciais de
tributação legalmente previstas (art. 5º n.º 3).

148
Categoria E
Rendimentos de Capitais

149
Categoria E
Rendimentos de Capitais

Retenção na fonte sobre rendimentos de capitais / englobamento


➢ Os rendimentos referidos no diapositivo anterior, obtidos por SP residentes:

• a regra é que não são englobados, para efeitos de tributação – art. 22º n.º 3
• há possibilidade de opção por englobamento de todos esses rendimentos (art. 22.º, n.º 3 e art.
71.º, n.º 6) mas apenas quando se encontrem reunidas as seguintes condições:
‒ Os titulares dos rendimentos sejam residentes em território nacional;
‒ Os rendimentos em causa sejam obtidos fora do âmbito do exercício de actividades
empresariais e profissionais

• caso o SP exerça a opção pelo englobamento, fica obrigado a englobar a totalidade dos
rendimentos da mesma categoria - art. 22.º, n.º 5
• Feita a opção pelo englobamento – a retenção na fonte deixa de ter carácter definitivo e passa a
retenção com natureza provisória / de pagamento por conta - art. 71º n.º 9

150
Categoria E
Rendimentos de Capitais

Dupla tributação económica - art. 40º-A

Consagra mecanismo de atenuação da dupla tributação económica

os lucros recebidos são considerados em apenas 50% do seu valor, caso o SP


opte pelo englobamento destes rendimentos
este mecanismo aplica-se:
• se a entidade devedora dos lucros tiver sede ou direcção efectiva em território
nacional e os beneficiários residirem também nesse território; e
• aos lucros distribuídos por entidade residente noutro Estado-Membro da União
Europeia ou do Espaço Económico Europeu que preencha os requisitos e condições estabelecidos no art. 2º da
Directiva n.º 2011/96/UE, de 30 de Novembro

151
Disposições
Comuns

152
Disposições Comuns
Englobamento – resumo – art. 22.º
➢ Regra: englobamento de todos os rendimentos

➢ Excepções (rendimentos não englobados):


• Rendimentos obtidos por não residentes [sem prejuízo do disposto nos n.ºs 13 e 14 do art.
72.º ]
• Rendimentos obtidos por residentes e sujeitos a tributação através de taxa liberatória (art.
71.º) ou de taxa especial (art. 72.º)

Estes são, no entanto, objecto de englobamento facultativo, por opção do SP (quer para
residentes em TN quer para residentes noutro Estado-Membro da União Europeia ou do
Espaço Económico Europeu, desde que, neste último caso, exista intercâmbio de informações
em matéria fiscal) – alguns rendimentos no caso destes últimos

153
Disposições Comuns
Dedução de perdas – resumo – art. 55.º

➢ Nas categorias A e H - as deduções específicas são efectuadas apenas até à


concorrência dos rendimentos brutos - apenas poderemos ter rendimento nulo e
nunca negativo.

➢ Na categoria E não há deduções específicas, pelo que os rendimentos são sempre


positivos.
Nas restantes categorias, relativamente a cada titular de rendimentos, o resultado
líquido negativo apurado em qualquer categoria só é dedutível aos seus resultados
líquidos positivos da mesma categoria, nos seguintes termos:
Nota: A dedução é efetuada relativamente a cada titular de rendimentos o que significa que as perdas
apuradas por um titular não são comunicáveis aos rendimentos positivos de outro titular, mesmo nos
casos de opção pela tributação conjunta

154
Disposições Comuns
Dedução de perdas – resumo – art. 55.º

➢ Categoria B: art. 55.º, n.º 1, al. a) - o resultado líquido negativo apurado na


categoria B só pode ser reportado, de harmonia com a parte aplicável do artigo
52.º do CIRC, aos 12 anos seguintes àquele a que respeita; a dedução a efetuar em
cada um dos períodos de tributação não pode exceder o montante
correspondente a 70% do respetivo lucro tributável, não ficando, porém,
prejudicada a dedução da parte desses prejuízos que não tenham sido deduzidos,
nas mesmas condições e até ao final do respetivo período de dedução (cfr. resulta
do art. 52.º, n.º 2 do CIRC, aplicável por força do previsto no art. 55.º, n.º a, al. a)
do CIRS)). Ao rendimento tributável, determinado no âmbito do regime
simplificado, podem ser deduzidos os prejuízos fiscais apurados em períodos
anteriores àquele (n.º 4).

155
Disposições Comuns
Taxas

➢ Normais: as constantes da tabela do art. 68.º (progressivas)


As taxas normais são progressivas, aumentando à medida que aumenta a matéria
colectável. A progressividade funciona por escalões e aproxima o imposto da sua
finalidade redistributiva (equidade).

➢ Especiais: as constantes dos art. 71.º e 72.º (proporcionais)


As taxas especiais são proporcionais, dado manterem-se constantes,
independentemente do montante da matéria colectável.

156
Disposições Comuns
Taxas gerais - art. 68.º

157
Disposições Comuns
Taxas gerais - art. 68.º

Na aplicação da tabela tem que se atender às seguintes regras:

• O quantitativo do rendimento coletável, quando superior a 7112 €, é dividido em


duas partes, nos seguintes termos: uma, igual ao limite do maior dos escalões que
nele couber, à qual se aplica a taxa da coluna B correspondente a esse escalão;
outra, igual ao excedente, a que se aplica a taxa da coluna A respeitante ao escalão
imediatamente superior.

158
Disposições Comuns
Taxa adicional de solidariedade – art. 68.º-A

• ao quantitativo do rendimento coletável superior a € 80.000 incidem as taxas


adicionais de solidariedade constantes da tabela seguinte:

No caso de tributação conjunta, o procedimento referido nos números


anteriores aplica-se a metade do rendimento coletável, sendo a coleta obtida
pela multiplicação do resultado dessa operação por dois. [Redação dada pela
Lei n.º 7-A/2016, de 30 de março]
159
Disposições Comuns
Mínimo de existência – art. 70.º

• Da aplicação das taxas estabelecidas no artigo 68.º não pode resultar, para os
titulares de rendimentos predominantemente originados em trabalho
dependente, em atividades previstas na tabela aprovada no anexo à Portaria n.º
1011/2001, de 21 de agosto, com exceção do código 15 [lista anexa CIRS], ou em
pensões, a disponibilidade de um rendimento líquido de imposto inferior a 1,5 x
14 x (valor do IAS). [Redação dada pela Lei n.º 114/2017, de 29 de dezembro]
• Nos termos do artigo 70.º, n.º 2, não são aplicadas as taxas estabelecidas no artigo 68.º:
IAS 2021
€438,81
– Ao rendimento coletável do agregado familiar com três ou quatro dependentes cujo montante seja igual ou inferior a
€ 11 320;
– Ao rendimento coletável do agregado familiar com cinco ou mais dependentes cujo montante seja igual ou inferior a
€ 15 560.
• Nos casados e unidos de facto, caso não optem pela tributação conjunta, os valores referidos são reduzidos para metade,
por sujeito passivo.

• O valor de rendimento líquido de imposto a que se refere o n.º 1 não pode, por
titular, ser inferior ao valor anual da retribuição mínima mensal. [Aditado pela Lei
n.º 114/2017, de 29 de dezembro] RMG 2021
€665
160
Disposições Comuns

Declaração de rendimentos

IRS – imposto periódico - para melhor se identificarem as datas que delimitam os


períodos tributários.

Ano fiscal = ano civil


Art. 143.º

161
Disposições Comuns

Declaração de rendimentos

• O n.º 1 do art. 57º determina que

«Os sujeitos passivos devem apresentar anualmente uma declaração de modelo oficial relativa
aos rendimentos do ano anterior...»

Declaração Modelo 3

162
DISPENSA DA APRESENTAÇÃO DA DM3
(art.º 58.º CIRS)
Sem prejuízo opção pela entrega (n.º 4), ficam dispensados da entrega M3,os SP que aufiram isolada
ou cumulativamente
Rendimentos tributados pelas taxas previstas no artigo 71.º, e não optem, quando legalmente
permitido, pelo seu englobamento;
Rendimentos trabalho dependente ou pensões, de montante total ≤ a € 8.500,00, não
sujeitos a RF, não sujeitos a RF
Pensões alimentos de valor superior ≤ a € 4.104,00 al. d) n.º 3

Subsídios ou subvenções no âmbito da PAC de montante anual inferior a 4 x IAS* (4x


438,81=1.755,24), em simultâneo com rendimentos tributados pelas taxas art. 71º CIRS
(Taxas liberatórias) e, bem assim, rendimentos trabalho dependente ou pensões que não
exceda, isolada ou cumulativamente, € 4.104,00, ou (n.º 2 al. a))

Realizem atos isolados de montante anual inferior a 4x 438,81 (1.755,24), desde que não
aufiram outros rendimentos ou apenas aufiram rendimentos tributados pelas taxas art. 71º
CIRS (n.º 2 al. b))
163
DISPENSA DA APRESENTAÇÃO DA DM3
(art.º 58.º CIRS)

NÃO ABRANGIDOS PELA DISPENSA OS SUJEITOS PASSIVOS QUE (n.º 3)


✓ Optem pela tributação conjunta (cf. art. 13º/2 CIRS) (a))
✓ Aufiram rendas temporárias e vitalícias que não se destinem ao pagamento de pensões
enquadráveis nas als. a), b) ou c) do n.º 1 do art. 11º CIRS
✓ Obtenham rendimentos em espécie
✓ Obtenham rendimentos de pensões de alimentos (n.º 5 art. 72º CIRS) de valor superior a €4.104,00

OPÇÃO DA NÃO ENTREGA


AT certifica a pedido do sujeito passivo, sem qualquer encargo para este, montante, natureza do
rendimentos comunicados em cada ano, valor IRS suportado (Art. 58º/5 CIRS) -
A dispensa prevista no art.58.º não impede a apresentação da declaração de, querendo ( art.º
117.º da Lei 82-B/ 2014 OE 2015)

164
DISPENSA ENTREGA DECLARAÇÃO
OPÇÃO DA NÃO ENTREGA
• AT certifica a pedido do sujeito passivo, sem qualquer encargo para este, montante,
natureza do rendimentos comunicados em cada ano, valor IRS suportado (Art. 58º/5
CIRS…

Disponibilização da certidão : Depois do final do prazo da


entrega da declaração Serviços de finanças e Portal

165
Disposições Comuns
Declaração de rendimentos - Declaração automática de rendimentos (art. 58º-A CIRS)

Decreto Regulamentar n.º 1/2019

Fixa o universo dos sujeitos passivos de imposto


sobre o rendimento das pessoas singulares abrangidos
pela declaração automática de rendimentos
(condições cumulativas):

- apenas tenham auferido rendimentos do trabalho dependente ou de pensões, com exclusão


de rendimentos de pensões de alimentos, bem como de rendimentos tributados pelas taxas
previstas no artigo 71.º do Código do IRS e não pretendam, quando legalmente permitido,
optar pelo seu englobamento;
- obtenham rendimentos apenas em território português;
- residentes não abrangidos pelo RRNH;
- não usufruam de benefícios fiscais (…)

166
PRAZO DE ENTREGA (art.º 60.º CIRS)
DECLARAÇÃO RENDIMENTOS PRAZO DE ENTREGA – REGRA GERAL
Declaração Modelo 3, com qualquer anexo De 1 de abril a 30 de junho
Prazos especiais:
Por ocorrência de facto que determine a alteração de rendimentos
já declarados ou implique a obrigação de os declarar Nos 30 dias imediatos à ocorrência do facto

Por determinação do valor definitivo de imóveis superior ao


declarado, se já tiver decorrido o prazo de entrega (Rendimentos Durante o mês de Janeiro do ano seguinte
Empresariais)
Por determinação do valor definitivo de imóveis diferente do
declarado, se já tiver decorrido o prazo de entrega, (Mais valias – Durante o mês de Janeiro do ano seguinte
Categoria G)

Rendimentos de fonte estrangeira quando haja direito a crédito


de imposto por dupla tributação internacional, e o montante do
Até 31 de Dezembro
imposto pago no estrangeiro não esteja determinado no Estado
da fonte até ao termo do prazo entrega ( sujeito a comunicação prévia á AT)

167
Fiscalidade
Empresarial

Ana Arromba Dinis

adinis@ipca.pt

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