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Manual

UFCD 6215 – Código de Contas e


Normas Contabilísticas
(50h)

Formador: Mário Quintas

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Código de Contas e Normas Contabilísticas

1. Introdução

Com adopção do SNC, houve alterações significativas na


contabilização das contas e na forma como se faz contabilidade. É muito
importante que um técnico de contabilidade esteja preparado para este
novo cenário.

Assim, os formandos, no final do módulo, deverão ser capazes de:

Identificar e movimentar as contas das classes 1 a 8 do Sistema


de Normalização
Contabilística (SNC);

Executar lançamentos contabilísticos.

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2. Análise de Normas Contabilísticas

2.1 – Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF)

Antes, a contabilidade servia essencialmente para prestar contas


ao fisco, agora é vista como uma ferramenta de análise de desempenho
das organizações, daí que seja muito importante a interpretação das
normas contabilísticas.

NCRF 1 ‐ Estrutura e Conteúdo das Demonstrações Financeiras:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever as bases quanto à estrutura e conteúdo do balanço, da
demonstração dos resultados, da demonstração das alterações no
capital próprio e do anexo;

NCRF 2 ‐ Demonstração de Fluxos de Caixa:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de exigir informação acerca das alterações históricas de caixa e seus
equivalentes de uma entidade por meio de uma demonstração de fluxos
de caixa que classifique os fluxos de caixa durante o período em
operacionais, de investimento e de financiamento;

NCRF 3 ‐ Adopção pela primeira vez das NCRF:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é


assegurar que as primeiras demonstrações financeiras de uma entidade
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de acordo com as Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro


(NCRF) contenham informação que seja transparente para os utentes e
comparável em todos os períodos apresentados;

NCRF 4 ‐ Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas


Contabilísticas e Erros:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever os critérios para a selecção e alteração das políticas
contabilísticas, bem como o tratamento contabilístico e divulgação das
alterações nas políticas contabilísticas e correcções de erros. A Norma
destina -se a melhorar a relevância e a fiabilidade das demonstrações
financeiras de uma entidade, e a sua comparabilidade ao longo do
tempo com as demonstrações financeiras de outras entidades;

NCRF 5 ‐ Divulgações de Partes Relacionadas:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever que, nas demonstrações financeiras de uma entidade, se
incluam as divulgações necessárias para chamar a atenção para a
possibilidade de que a sua posição financeira e resultados possam ter
sido afectados pela existência de partes relacionadas e por transacções
e saldos pendentes com as mesmas;

NCRF 6 ‐ Activos Intangíveis:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever o tratamento de activos intangíveis que não sejam
especificamente tratados noutras Normas. Esta Norma exige que uma
entidade reconheça um activo intangível se, e apenas se, critérios

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especificados forem satisfeitos. A Norma também especifica como


mensurar a quantia escriturada de activos intangíveis e exige
divulgações especificadas acerca de activos intangíveis;

NCRF 7 ‐ Activos Fixos Tangíveis:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever o tratamento contabilístico para activos fixos tangíveis,
para que os utentes das demonstrações financeiras possam discernir a
informação acerca do investimento de uma entidade nos seus activos
fixos tangíveis, bem como as alterações nesse investimento. Os
principais aspectos a considerar na contabilização dos activos fixos
tangíveis sã o seu reconhecimento e mensuração;

NCRF 8 - Activos não Correntes Detidos para Venda e Unidades


Operacionais Descontinuadas

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever a contabilização de activos detidos para venda e a
apresentação e divulgação de unidades operacionais descontinuadas.
Em particular, esta Norma exige que os activos que satisfaçam os
critérios de classificação como detidos para venda: (a) Sejam
mensurados pelo menor valor de entre a quantia escriturada e o justo
valor menos os custos de vender, devendo a sua depreciação cessar; e
(b) Sejam apresentados separadamente na face do balanço, sendo os
resultados das unidades operacionais descontinuadas apresentados
separadamente na demonstração dos resultados;

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NCRF 9 – Locações:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever, para locatários e locadores, as políticas contabilística e
divulgações apropriadas a aplicar em relação a locações financeiras e
operacionais;

NCRF 10 - Custos de Empréstimos Obtidos:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever o tratamento dos custos de empréstimos obtidos. Esta
Norma exige que, de uma forma geral, eles sejam imediatamente
considerados como gastos do período, excepto quanto aos custos de
empréstimos obtidos que sejam directamente atribuíveis à aquisição,
construção ou produção de um activo que se qualifica, caso em que é
permitida a sua capitalização;

NCRF 11 - Propriedades de Investimento:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever o tratamento contabilístico de propriedades de
investimento e respetivos requisitos de divulgação;

NCRF 12 - Imparidade de Activos:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever os procedimentos que uma entidade deve aplicar para
assegurar que os seus activos sejam escriturados por não mais do que a
sua quantia recuperável. Um activo é escriturado por mais do que a sua
quantia recuperável se a sua quantia escriturada exceder a quantia a ser
recuperada através do uso ou venda do activo. Se este for o caso, o
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activo é descrito como estando com imparidade e a Norma exige que a


entidade reconheça uma perda por imparidade. A Norma também
especifica as circunstâncias em que uma entidade deve reverter uma
perda por imparidade e prescreve divulgações;

NCRF 13 - Interesses em Empreendimentos Conjuntos e


Investimentos em Associadas:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever o tratamento para os interesses em empreendimentos
conjuntos, independentemente da forma jurídica que possam revestir
(como, por exemplo: agrupamentos complementares de empresas,
consórcios, agrupamentos europeus de interesse económico e
associações em participação) e para os investimentos em associadas.
Esta Norma proporciona orientação prática para o reconhecimento,
mensuração e divulgação dos interesses em empreendimentos
conjuntos e dos investimentos em associadas. Também proporciona
orientação no que concerne às formas que podem assumir os
empreendimentos conjuntos e à determinação da existência de
influência significativa;

NCRF 14 - Concentrações de Actividades Empresariais:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever o tratamento, por parte de uma entidade, quando esta
empreende uma concentração de actividades empresariais. Em
particular, a norma estabelece que todas as concentrações de
actividades empresariais devem ser contabilizadas pela aplicação do
método de compra. Por isso, a adquirente reconhece os activos,
passivos e passivos contingentes identificáveis da adquirida pelos seus
justos valores à data de aquisição, e reconhece também o goodwill, que
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é posteriormente testado quanto à imparidade, não sendo assim


amortizado;

NCRF 15 - Investimentos em Subsidiárias e Consolidação:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever o tratamento para os investimentos em subsidiárias e
proporcionar orientação prática quanto aos procedimentos de
consolidação;

NCRF 16 - Exploração e Avaliação de Recursos Minerais:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever o tratamento da exploração e avaliação de recursos
minerais tal como definido na presente Norma. Em particular, a Norma
exige: (a) Melhorias limitadas a práticas contabilísticas existentes
relacionadas com dispêndios de exploração e avaliação; (b) Que as
entidades que reconheçam activos de exploração e avaliação apreciem
esses activos quanto a imparidade de acordo com esta Norma e
mensurem qualquer imparidade de acordo com a NCRF 12 —
Imparidade de Activos; (c) Divulgações que identifiquem e expliquem as
quantias nas demonstrações financeiras da entidade que resultem da
exploração e avaliação de recursos minerais e ajudem os utentes dessas
demonstrações financeiras a compreender a quantia, tempestividade e
certeza de fluxos de caixa futuros de quaisquer activos de exploração e
avaliação reconhecidos;

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NCRF 17 – Agricultura:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever o tratamento contabilístico, a apresentação de
demonstrações financeiras e as divulgações relativas à actividade
agrícola;

NCRF 18 – Inventários:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever o tratamento para os inventários. Um aspecto primordial
na contabilização dos inventários é a quantia do custo a ser reconhecida
como um activo e a ser escriturada até que os réditos relacionados
sejam reconhecidos. Esta Norma proporciona orientação prática na
determinação do custo e no seu subsequente reconhecimento como
gasto, incluindo qualquer ajustamento para o valor realizável líquido.
Também proporciona orientação nas fórmulas de custeio que sejam
usadas para atribuir custos aos inventários;

NCRF 19 - Contratos de Construção:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever o tratamento contabilístico de réditos e custos associados
a contratos de construção. Por força da natureza da actividade
subjacente aos contratos de construção, a data em que a actividade do
contrato é iniciada e a data em que a actividade é concluída caem
geralmente em períodos contabilísticos diferentes. Por isso, o assunto
primordial na contabilização dos contratos de construção é a imputação
do rédito do contrato e dos custos do contrato aos períodos
contabilísticos em que o trabalho de construção seja executado. Esta
Norma usa os critérios de reconhecimento estabelecidos na Estrutura

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Conceptual para determinar quando os réditos do contrato e os custos


do contrato devam ser reconhecidos como réditos e gastos na
demonstração dos resultados. Também proporciona indicação prática
sobre a aplicação destes critérios;

NCRF 20 – Rédito:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever o tratamento contabilístico de réditos, entendidos como os
rendimentos que surgem no decurso das actividades ordinárias de uma
entidade, como, por exemplo, vendas, honorários, juros, dividendos e
royalties. A questão primordial na contabilização do rédito é a de
determinar quando reconhecer o mesmo. O rédito é reconhecido quando
for provável que benefícios económicos futuros fluirão para a
entidade e esses benefícios possam ser fielmente mensurados. Esta
Norma identifica as circunstâncias em que estes critérios serão
satisfeitos e, por isso, o rédito será reconhecido. Ela também
proporciona orientação prática na aplicação destes critérios;

NCRF 21 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos


Contingentes:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever critérios de reconhecimento e bases de mensuração
apropriados a provisões, passivos contingentes e activos contingentes e
que seja divulgada informação suficiente nas notas às demonstrações
financeiras de modo a permitir aos utentes compreender a sua natureza,
tempestividade e quantia;

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NCRF 22 - Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação


de Apoios do Governo:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever os procedimentos que uma entidade deve aplicar na
contabilização e divulgação de subsídios e apoios do Governo;

NCRF 23 - Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever como se devem incluir transacções em moeda estrangeira
e unidades operacionais estrangeiras nas demonstrações financeiras de
uma entidade e como se deve transpor demonstrações financeiras para
uma moeda de apresentação. Uma entidade pode levar a efeito
actividades no estrangeiro de duas maneiras: (a) Pode ter transacções
em moeda estrangeira, ou (b) Pode ter unidades operacionais no
estrangeiro. Além disso, uma entidade pode apresentar as suas
demonstrações financeiras numa moeda estrangeira;

NCRF 24 - Acontecimentos Após a data do Balanço:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de estabelecer:

1. Quando uma entidade deve ajustar as suas demonstrações


financeiras quanto a acontecimentos após a data do balanço.

2. As divulgações que uma entidade deve fornecer:

a) Quanto à data em que as demonstrações financeiras foram


autorizadas para emissão;

b) Quanto a acontecimentos após a data do balanço.

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A Norma também exige que uma entidade não deve preparar as suas
demonstrações financeiras numa base de continuidade se os
acontecimentos após a data do balanço indicarem que o pressuposto da
continuidade não é apropriado;

NCRF 25 - Impostos Sobre o Rendimento:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever o tratamento contabilístico dos impostos sobre o
rendimento e em especial no que respeita a:

1. Recuperação futura (liquidação) da quantia escriturada de activos


(passivos) que sejam reconhecidos no balanço de uma entidade;

2. Transacções e outros acontecimentos do período corrente que sejam


reconhecidos nas demonstrações financeiras de uma entidade. Está
inerente no reconhecimento de um activo ou passivo que a entidade que
relata espera recuperar ou liquidar a quantia escriturada do activo ou
passivo. Se for provável que a recuperação ou liquidação dessa quantia
escriturada fizer com que os pagamentos futuros de impostos sejam
maiores (menores) do que seriam se tais recuperações ou liquidações
não tivessem consequências fiscais, esta Norma exige que uma
entidade reconheça um passivo por impostos diferidos (activo por
impostos diferidos), com certas excepções limitadas. Esta Norma exige
que uma entidade contabilize as consequências fiscais de transacções e
de outros acontecimentos da mesma forma que contabiliza as próprias
transacções e outros acontecimentos. Assim, relativamente, a
transacções e outros acontecimentos reconhecidos nos resultados,
qualquer efeito fiscal relacionado também é reconhecido nos resultados.
No que diz respeito a transacções e outros acontecimentos reconhecidos
directamente no capital próprio, qualquer efeito fiscal relacionado
também é reconhecido directamente no capital próprio. Do mesmo

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modo, o reconhecimento de activos e passivos por impostos diferidos


numa concentração de actividades empresariais afecta a quantia de
goodwill resultante dessa concentração de actividades empresariais ou a
quantia de qualquer excesso do interesse da adquirente no justo valor
líquido de activos, passivos e passivos contingentes identificáveis da
adquirida do custo da concentração. Esta Norma trata também do
reconhecimento dos activos por impostos diferidos provenientes de
perdas fiscais não usadas ou de créditos fiscais não usados, da
apresentação de impostos sobre o rendimento nas demonstrações
financeiras e da divulgação da informação relacionada com impostos
sobre o rendimento;

NCRF 26 - Matérias Ambientais:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever os critérios para o reconhecimento, mensuração e
divulgação relativos aos dispêndios de carácter ambiental, aos passivos
e riscos ambientais e aos activos com eles relacionados resultantes de
transacções e acontecimentos que afectem, ou sejam susceptíveis de
afectar, a posição financeira e os resultados da entidade relatada. Esta
Norma identifica também o tipo de informação ambiental que é
apropriado divulgar, relativamente à atitude da entidade face às matérias
ambientais e ao comportamento ambiental da entidade, na medida em
que possam ter consequências para a sua posição financeira;

NCRF 27 - Instrumentos:

O objectivo desta Norma é o de prescrever o tratamento


contabilístico dos instrumentos financeiros e respectivos requisitos de
apresentação e divulgação;

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NCRF 28 - Benefícios dos Empregados:

O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o


de prescrever a contabilização e a divulgação dos benefícios dos
empregados.

A Norma requer que uma entidade reconheça:

1. Um passivo quando um empregado tiver prestado serviços em troca


de benefícios de empregados a serem pagos no futuro;

2. Um gasto quando a entidade consumir o benefício económico


proveniente do serviço proporcionado por um empregado em troca dos
benefícios do empregado.

2.2 – Normas contabilísticas e de relato financeiro para


as pequenas entidades (NCRF – PE)

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem como


objectivo estabelecer os aspectos de reconhecimento, mensuração e
divulgação extraídos das correspondentes NCRF, tidos como os
requisitos mínimos aplicáveis às pequenas entidades tal como são
definidas pelo decreto -lei que instituiu o SNC, adiante designadas por
pequenas entidades. Esta Norma deve ser aplicada pelas entidades que
cumpram os requisitos sobre pequenas entidades, desde que não optem
por aplicar o conjunto completo das Normas Contabilísticas e de Relato
Financeiro.

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Uma pequena entidade, é segundo o artigo 9º do Decreto-Lei nº


158/2009, de 13 de Julho, uma entidade que não ultrapasse dois dos
três limites seguintes, salvo quando por razoes legais ou estatutárias
tenham as suas demonstrações financeiras sujeitas a certificação legal
das contas:

a) Total do balanço: € 500 000;

b) Total de vendas líquidas e outros rendimentos: € 1 000 000;

c) Número de trabalhadores empregados em média durante o


exercício: 20.

As pequenas entidades estão sujeitas a um regime mais simples:

No que diz respeito às demonstrações financeiras estão obrigadas a


apresentar:

Balanço;

Demonstração dos resultados por naturezas;

Anexo.

Para além disso estas entidades podem optar por apresentar


modelos reduzidos de balanço, demonstração dos resultados por
naturezas e anexo.

As pequenas entidades ficam dispensadas da apresentação da


demonstração das alterações no capital próprio e da demonstração dos
fluxos de caixa, demonstrações essas que fazem parte do conjunto

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completo de demonstrações financeiras exigidas às entidades do


chamado regime geral.

No que diz respeito ao Código de contas, não existe nenhuma


diferença entre pequenas entidades e as restantes, desta forma todas as
entidades ficam obrigadas à adopção do código aprovado pela Portaria
nº 1.011/2009, de 9 de Setembro.

Estas entidades são também obrigadas a adopção do sistema de


inventário permanente, face ao exposto pelo n.º 1 do art.º 12º do
Decreto-Lei nº 158/2009, de 13 de Julho. Daí que tenham a obrigação
de:

1. Proceder às contagens físicas dos inventários com referência ao


final do exercício, ou, ao longo do exercício, de forma rotativa, de modo
a que cada bem seja contado, pelo menos, uma vez em cada exercício;

2. Identificar os bens quanto à sua natureza, quantidade e custos


unitários e globais, por forma a permitir a verificação, a todo o momento,
da correspondência entre as contagens físicas e os respectivos registos
contabilísticos.

2.3 – Normas Interpretativas

As normas interpretativas foram criadas para esclarecimentos e


orientação sobre o conteúdo dos restantes instrumentos integrantes do
SNC. Existem duas normas interpretativas. A norma interpretativa 1
relativa à Consolidação - Entidades de Finalidades Especiais e a norma
interpretativa 2 relativa ao Uso de Técnicas de Valor Presente para
mensurar o Valor de Uso.

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3. Código de Contas

A Portaria n.º 1011/2009, de 9 de Setembro, aprovou o código das


contas constituído pelas seguintes componentes:

1) Quadro síntese de contas;

2) Código de Contas;

3) Notas de enquadramento.

Este novo código trás algumas diferenças (sobretudo de semântica) em


relação ao anterior:

Agora Antes

Activos Biológicos (animais e


plantas) Existências

Activos Intangíveis Imobilizado incorpóreo

Activos Fixos Tangíveis Imobilizado corpóreo

Ajustamentos Provisões (Activo)

Depreciação Reintegração e Amortização

Gastos Custos e Perdas

Imparidade Não Aplicável

Inventários Existências

Mensuração Valorização/Valorimetria
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Reconhecimento (Desconhecimento) Registo

Rédito Proveito

Rendimento Proveito e Ganho

Revalorização Reavaliação

Reversões de Ajustamentos Reposições de Provisões (Activo)

Valor Presente Valor Actual

Alguns destes novos conceitos necessitam de ser explorados, daí


que, à semelhança do que já acontecia com o POC, também o SNC
contempla notas de enquadramento, que mais não são do que
explicações para a utilização das contas.

Classe 1 - Meios financeiros líquidos

Esta classe destina -se a registar os meios financeiros líquidos,


que incluem quer o dinheiro e depósitos bancários quer todos os activos
ou passivos financeiros mensurados ao justo valor, cujas alterações
sejam reconhecidas na demonstração de resultados.

14 - Outros Instrumentos financeiros

Esta conta visa reconhecer todos os instrumentos


financeiros que não sejam caixa (conta 11) ou depósitos bancários que
não incluam derivados (contas 12 e 13) que sejam mensurados ao justo
valor, cujas alterações sejam reconhecidas na demonstração de
resultados. Consequentemente, excluem -se desta conta os restantes
instrumentos financeiros que devam ser mensurados ao custo, custo
amortizado ou método da equivalência patrimonial.

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Classe 2 – Contas a Receber e a Pagar

Esta classe destina -se a registar as operações relacionadas com


clientes, fornecedores, pessoal, Estado e outros entes públicos,
financiadores, accionistas, bem como outras operações com terceiros
que não tenham cabimento nas contas anteriores ou noutras classes
específicas. Incluem -se ainda nesta classe os diferimentos (para
permitir o registo dos gastos e dos rendimentos nos períodos a que
respeitam) e as provisões.

21 - Clientes

Regista os movimentos com os compradores de mercadorias, de


produtos e de serviços.

218 - Adiantamentos de clientes

Esta conta regista as entregas feitas à entidade relativas a


fornecimentos, sem preço fixado, a efectuar a terceiros. Pela emissão da
factura, estas verbas serão transferidas para as respectivas subcontas
da rubrica 211 - Clientes c/c.

219, 229, 239, 269 e 279 - Perdas por imparidade acumuladas

Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as


quantias registadas e as que resultem da aplicação dos critérios de
mensuração dos correspondentes activos incluídos na classe 2, podendo
ser subdivididas a fim de facilitar o controlo e possibilitar a apresentação
em balanço das quantias líquidas. As perdas por imparidade anuais
serão registadas nas contas 651 - Perdas por imparidade - Em dívidas a
receber, e as suas reversões (quando deixarem de existir as situações
que originaram as perdas) são registadas nas contas 7621 - Reversões

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de perdas por imparidade - Em dívidas a receber. Quando se verificar o


desreconhecimento dos activos a que respeitem as imparidades, as
contas em epígrafe serão debitadas por contrapartida das
correspondentes contas da classe 2.

22 — Fornecedores

Regista os movimentos com os vendedores de bens e de


serviços, com excepção dos destinados aos investimentos da entidade.

225 — Fornecedores

Facturas em recepção e conferência - Respeita às compras


cujas facturas, recebidas ou não, estão por lançar nas subcontas da
conta 221 por não terem chegado à entidade até essa datam ou não
terem sido ainda conferidas. Será debitada por crédito da conta 221,
aquando da contabilização definitiva da factura.

228 - Adiantamento a fornecedores

Regista as entregas feitas pela entidade relativas a fornecimentos


(sem preço fixado) a efectuar por terceiros. Pela recepção da factura,
estas verbas serão transferidas para as respectivas subcontas da conta
221.

231 - Remunerações a pagar

O movimento desta conta insere -se no seguinte esquema


normalizado:

1.ª Fase - pelo processamento dos ordenados, salários e outras


remunerações, dentro do mês a que respeitem: débito, das respectivas
subcontas de 63 - Gastos com o pessoal, por crédito de 231, pelas
quantias líquidas apuradas no processamento e normalmente das
contas 24 - Estado e outros entes públicos (nas respectivas
subcontas), 232 - Adiantamentos e 278 - Outros devedores e credores,

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relativamente aos sindicatos, consoante as entidades credoras dos


descontos efectuados (parte do pessoal);

2.ª Fase - pelo processamento dos encargos sobre remunerações


(parte patronal), dentro do mês a que respeitem: débito da respectiva
rubrica em 635 - Gastos com o pessoal - Encargos sobre remunerações,
por crédito das subcontas de 24 - Estado e outros entes públicos a que
respeitem as contribuições patronais;

3.ª Fase - Pelos pagamentos ao pessoal e às outras entidades:


debitam -se as contas 231, 24 e 278, por contrapartida das contas da
classe 1.

24 - Estado e outros entes públicos

Nesta conta registam -se as relações com o Estado, Autarquias Locais e


outros entes públicos que tenham características de impostos e taxas.

241 - Imposto sobre o rendimento

Esta conta é debitada pelos pagamentos efectuados e pelas


retenções na fonte a que alguns dos rendimentos da entidade estiverem
sujeitos. No fim do período será calculada, com base na matéria
colectável estimada, a quantia do respectivo imposto, a qual se registará
a crédito desta conta por débito de 812 - Imposto estimado para o
período.

242 - Retenção de impostos sobre rendimentos

Esta conta movimenta a crédito o imposto que tenha sido retido


na fonte relativamente a rendimentos pagos a sujeitos passivos de IRC
ou de IRS, podendo ser subdividida de acordo com a natureza dos
rendimentos.

243 - Imposto sobre o Valor acrescentado (IVA)

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Esta conta destina -se a registar as situações decorrentes da


aplicação do Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado.

2521 - Empréstimos por obrigações

Regista os empréstimos por obrigações, sem prejuízo do referido


na nota à conta 53.

261 - Accionistas c/subscrição e 262 - Quotas não liberadas

Para efeitos de elaboração do Balanço, os saldos destas contas


são deduzidos ao Capital nos termos da NCRF 27 — Instrumentos
financeiros (§ 8).

271 – Fornecedores de investimentos

Regista os movimentos com vendedores de bens e serviços com


destino aos investimentos da entidade.

2712 – Facturas em recepção e conferência

Respeita às aquisições cujas facturas, recebidas ou não, estejam


por lançar na conta 2711 - Fornecedores de investimentos - contas
gerais por não terem chegado à entidade até essa data ou não terem
sido ainda conferidas. Será debitada por crédito da conta 2711, aquando
da contabilização definitiva da factura.

2713 - Adiantamentos a fornecedores de investimentos

Regista as entregas feitas pela entidade relativas a fornecimentos,


sem preço fixado, de investimentos a efectuar por terceiros. Pela
recepção da factura, estas verbas serão transferidas para as respectivas
contas na rubrica 2711 - Fornecedores de investimentos - contas gerais.

272 - Devedores e credores por acréscimos

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Estas contas registam a contrapartida dos rendimentos e dos


gastos que devam ser reconhecidos no próprio período, ainda que não
tenham documentação vinculativa, cuja receita ou despesa só venha a
ocorrer em período ou períodos posteriores.

273 - Benefícios pós emprego

Regista as responsabilidades da entidade perante os seus


trabalhadores ou perante a sociedade gestora de um fundo autónomo.

274 - Impostos diferidos

São registados nesta conta os activos por impostos diferidos que


sejam reconhecidos para as diferenças temporárias dedutíveis e os
passivos por impostos diferidos que sejam reconhecidos para as
diferenças temporárias tributáveis, nos termos estabelecidos na NCRF
25 - Impostos sobre o Rendimento.

275 - Credores por subscrições não liberadas

Credita -se pelo valor total da subscrição de quotas, acções,


obrigações e outros títulos, por contrapartida das respectivas contas de
investimentos financeiros.

276 - Adiantamentos por conta de vendas

Regista as entregas feitas à entidade com relação a


fornecimentos de bens e serviços cujo preço esteja previamente fixado.
Pela emissão da factura, estas verbas serão transferidas para as
respectivas contas da rubrica 211- Clientes c/c.

28 - Diferimentos

Compreende os gastos e os rendimentos que devam ser


reconhecidos nos períodos seguintes.

29 – Provisões

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Código de Contas e Normas Contabilísticas

Esta conta serve para registar as responsabilidades cuja natureza


esteja claramente definida e que à data do balanço sejam de ocorrência
provável ou certa, mas incertas quanto ao seu valor ou data de
ocorrência (vide NCRF 21 - Provisões, passivos contingentes e activos
contingentes e NCRF 26 - Matérias ambientais). As suas subcontas
devem ser utilizadas directamente pelos dispêndios para que foram
reconhecidas, sem prejuízo das reversões a que haja lugar.

Classe 3 - Inventários e activos biológicos

Esta classe inclui os inventários (existências): Detidos para venda


no decurso da actividade empresarial; No processo de produção para
essa venda; Na forma de materiais consumíveis a serem aplicados no
processo de produção ou na prestação de serviços. Integra, também, os
activos biológicos (animais e plantas vivos), no âmbito da actividade
agrícola, quer consumíveis no decurso do ciclo normal da actividade,
quer de produção ou regeneração. Os produtos agrícolas colhidos são
incluídos nas apropriadas contas de inventários. As quantias
escrituradas nas contas desta classe terão em atenção o que em matéria
de mensuração se estabelece na NCRF 18 — Inventários, pelo que
serão corrigidas de quaisquer ajustamentos a que haja lugar, e na NCRF
17 — Agricultura.

387 - Activos biológicos

Serão registadas nesta conta, designadamente, as


reclassificações de activos biológicos para inventários. As variações de
justo valor são reconhecidas nas contas 664 e 774.

39 - Adiantamentos por conta de compras


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Regista as entregas feitas pela entidade relativas a compras cujo


preço esteja previamente fixado. Pela recepção da factura, estas verbas
devem ser transferidas para a conta 221 — Fornecedores c/c.

Classe 4 – Investimentos

Esta classe inclui os bens detidos com continuidade ou


permanência e que não se destinem a ser vendidos ou transformados no
decurso normal das operações da entidade, quer sejam de sua
propriedade, quer estejam em regime de locação financeira.
Compreende os investimentos financeiros, as propriedades de
investimento, os activos fixos tangíveis, os activos intangíveis, os
investimentos em curso e os activos não correntes detidos para venda.
No caso de ser utilizado o modelo de revalorização nos activos fixos
tangíveis e activos intangíveis, poderão ser utilizadas subcontas que
evidenciem o custo de aquisição/produção e as revalorizações (positivas
ou negativas). Se a revalorização originar uma diminuição do valor do
activo essa diminuição deve ser reconhecida em conta apropriada de
gastos (subcontas da conta 65) na parte em que seja superior ao
excedente de revalorização que porventura exista. Se originar um
aumento do valor do activo esse aumento é creditado directamente na
conta apropriada do capital próprio (58 — Excedentes de revalorização
de activos fixos tangíveis e intangíveis). Contudo esse aumento será
reconhecido em resultados (subcontas da conta 762) até ao ponto que
compense um decréscimo de revalorização anteriormente registado em
gastos.

419, 429, 439, 449, 459 e 469 - Perdas por imparidade


acumuladas

Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as


quantias registadas e as que resultem da aplicação dos critérios de

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mensuração dos correspondentes activos incluídos na classe 4, podendo


ser subdivididas a fim de facilitar o controlo e possibilitar a apresentação
em balanço das quantias líquidas. As perdas por imparidade anuais
serão registadas nas subcontas da conta 65, e as suas reversões
(quando deixarem de existir as situações que originaram as perdas) são
registadas nas subcontas da conta 762. Quando se verificar o
desreconhecimento dos activos a que respeitem as imparidades, as
contas em epígrafe serão debitadas por contrapartida das
correspondentes contas da classe 4. Estas contas poderão ser
subdivididas em função das contas respectivas.

436 - Equipamentos biológicos

Serão registados nesta conta os animais e plantas vivos que


reúnam os requisitos de reconhecimento como investimento e que não
se enquadrem na NCRF 17 — Agricultura.

442 - Projectos de desenvolvimento

Serão registados nesta contam os dispêndios que, nos termos do


parágrafo 57 da NCRF 6 - Activos intangíveis, reúnam as condições para
se qualificarem como activos intangíveis.

46 - Activos não correntes detidos para venda

Esta conta destina -se a registar os activos a que se refere a


NCRF 8 -Activos não correntes detidos para venda e unidades
operacionais descontinuadas. Os passivos associados a activos não
correntes detidos para venda mantêm a sua mensuração e apenas
deverão ser identificados para efeitos de divulgação.

454 - Adiantamentos por conta de investimentos

Regista as entregas feitas pela entidade por conta de


investimentos cujo preço esteja previamente fixado. Pela recepção

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da factura, estas verbas devem ser transferidas para a conta 2711 -


Fornecedores de investimentos -contas gerais.

Classe 5 - Capital, reservas e resultados transitados.

51 –Capital

Esta conta evidencia o capital subscrito, devendo ser deduzido,


para efeitos de elaboração do Balanço, o eventual saldo da conta 261 -
Accionistas c/subscrição ou 262- Quotas não liberadas.

52 - Acções (quotas) próprias

A conta 521 - Valor nominal é debitada pelo valor nominal das


acções ou quotas próprias adquiridas. Ainda na fase de aquisição, a
conta 522 - Descontos e prémios é movimentada pela diferença entre o
custo de aquisição e o valor nominal. Quando se proceder à venda das
acções ou quotas próprias, para além de se efectuar o respectivo crédito
na conta 521, movimentar -se -á a conta 522 pela diferença entre o
preço de venda e o valor nominal. Simultaneamente, a conta 522 deverá
ser regularizada por contrapartida da conta 599 - Outras variações no
capital próprio - Outras, de forma a manter os descontos e prémios
correspondentes às acções (quotas) próprias em carteira.

53 - Outros instrumentos de capital próprio

Esta conta será utilizada para reconhecer as prestações


suplementares ou quaisquer outros instrumentos financeiros (ou as suas
componentes) que não se enquadrem. Na definição de passivo
financeiro. Nas situações em que os instrumentos financeiros (ou as
suas componentes) se identifiquem com passivos financeiros, deve

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utilizar – se rubrica apropriada das contas 25 - Financiamentos obtidos


ou 26 - Accionistas/sócios.

57- Ajustamentos em activos financeiros

Evidencia os ajustamentos decorrentes, designadamente, da


utilização do método da equivalência patrimonial em subsidiárias,
associadas e entidades conjuntamente controladas.

5711 - Ajustamentos em activos financeiros Relacionados


com o método da equivalência patrimonial - Ajustamentos de
transição

Quando da transição para a aplicação do método da equivalência


patrimonial, esta conta regista a diferença entre as quantias atribuídas às
partes de capital, correspondentes à fracção dos capitais próprios que
representavam no início do período, e as quantias por que se
encontravam expressas.

5712 - Ajustamentos em activos financeiros

Relacionados com o método da equivalência patrimonial - Lucros


não atribuídos - Esta conta será creditada pela diferença entre os lucros
imputáveis às participações e os lucros que lhes forem atribuídos
(dividendos), movimentando -se em contrapartida a conta 56 —
Resultados transitados.

5713 - Ajustamentos em activos financeiros

Relacionados com o método da equivalência patrimonial


Decorrentes de outras variações nos capitais próprios - Esta conta
acolherá, por contrapartida das contas 411 a 413 os valores imputáveis à
participante na variação dos capitais próprios das participadas, que não
respeitem a resultados.

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58 - Excedentes de revalorização de activos fixos tangíveis e


intangíveis

Esta conta é creditada em consequência da revalorização dos


activos fixos e vai sendo debitada por contrapartida da conta 56 -
Resultados transitados, em função da realização da revalorização. Essa
realização ocorre pela depreciação, abate ou venda do bem. As
diminuições de um activo por revalorização serão debitadas na conta em
epígrafe até ao montante do saldo existente. A parcela da diminuição
que ultrapasse o saldo existente será considerada gasto do período
(subconta apropriada da conta 65), conforme NCRF 6 e 7. Se a
revalorização do bem originar a reversão de uma perda reconhecida em
períodos anteriores, essa reversão será levada aos rendimentos do
período (subcontas da conta 762). Relativamente a reavaliações, após o
registo na conta 5811 do valor do aumento do imobilizado líquido, a
conta 5812 será debitada por contrapartida da conta 2742 - Passivos por
impostos diferidos pelo montante do imposto correspondente à fracção
do excedente de reavaliação não relevante para a tributação. Aquando
da realização do excedente de reavaliação, a subconta 5812 será
creditada pela correspondente fracção do imposto sobre o rendimento,
por contrapartida da conta 56 - Resultados transitados.
Simultaneamente, a conta 2742 - Passivos por impostos diferidos será
debitada por contrapartida da conta 241 - Imposto sobre o rendimento.
Para efeitos de apresentação em balanço, a quantia (saldo devedor) da
conta 5812 - Impostos diferidos, será abatida ao saldo da conta 5811-
Antes de impostos.

591 - Diferenças de conversão de demonstrações financeiras

Inclui as diferenças de câmbio derivadas da transposição de uma


unidade operacional estrangeira (nos termos da NCRF 23 — Os efeitos
de alterações em taxas de câmbio)
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593 – Subsídios

Inclui os subsídios associados com activos, que deverão Ser


transferidos, numa base sistemática, para a conta 7883 — Imputação de
subsídios para investimentos, à medida que forem contabilizadas as
depreciações/ amortizações do investimento a que respeitem.

Classe 6 - Gastos - Esta classe inclui os gastos e as perdas


respeitantes ao período.

613 - Activos biológicos (compras)

Recolhe as aquisições de activos biológicos efectuadas durante o


ano, transferidas da conta 313 - Activos biológicos.

6331 - Prémios para pensões

Respeita aos prémios da natureza em epígrafe destinados a


entidades externas, a fim de que estas venham a suportar
oportunamente os encargos com o pagamento de pensões ao pessoal.

67 - Provisões do período

Esta conta regista os gastos no período decorrentes das


responsabilidades cuja natureza esteja claramente definida e que à data
do balanço sejam de ocorrência provável ou certa, mas incertas quanto
ao seu valor ou data de ocorrência.

683 - Dívidas incobráveis

Apenas regista, por contrapartida da correspondente conta da


classe 2, as dívidas cuja incobrabilidade se verifique. No período e que
não tivessem sido consideradas anteriormente em situação de
imparidade.
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684 - Perdas em inventários

Apenas regista, por contrapartida da correspondente conta da


classe 3, as perdas que se verificarem no período e que não tivessem
sido consideradas anteriormente em situação de imparidade.

6852 - Gastos e perdas em subsidiárias, associadas e


empreendimentos conjuntos Aplicação do método da equivalência
patrimonial

Esta conta regista os gastos e perdas relativos às participações


de capital, derivados da aplicação do método da equivalência
patrimonial, sendo considerados para o efeito apenas os resultados
dessas entidades.

686 - Gastos e perdas nos restantes investimentos


financeiros

Respeita aos gastos e perdas relacionados com os investimentos


financeiros contabilizados nas contas 414 e 415.

6886 - Perdas em instrumentos financeiros

Regista as perdas relacionadas com a conta 14 - Instrumentos


financeiros.

Classe 7 - Rendimentos Inclui os rendimentos e os ganhos


respeitantes ao período.

71 – Vendas

As vendas, representadas pela facturação, devem ser deduzidas


do IVA e de outros impostos e incidências nos casos em que nela
estejam incluídos.
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72 - Prestações de serviços

Esta conta respeita aos trabalhos e serviços prestados que sejam


próprios dos objectivos ou finalidades principais da entidade. Poderá
integrar os materiais aplicados, no caso de estes não serem facturados
separadamente. A contabilização a efectuar deve basear -se em
facturação emitida ou em documentação externa (caso das comissões
obtidas), não deixando de registar os réditos relativamente aos quais não
se tenham ainda recebido os correspondentes comprovantes externos.

73 - Variações nos inventários da produção

No caso de ser adoptado o sistema de inventário permanente


consideram-se conveniente subdividir cada uma das suas contas
divisionárias em rubricas de “Produção” e de “Custo das vendas”, as
quais serão movimentadas por contrapartida das respectivas contas da
classe 3.

75 - Subsídios à exploração

Esta conta inclui os subsídios relacionados com o rendimento,


conforme estabelecido na NCRF 22 - Contabilização dos Subsídios do
Governo e Divulgação de Apoios do Governo.

7851 - Rendimentos e ganhos em subsidiárias, associadas e


empreendimentos conjuntos Aplicação do método da equivalência
patrimonial

Esta conta regista os rendimentos e ganhos relativos às


participações de capital derivados da aplicação do método da
equivalência patrimonial, sendo considerados para o efeito apenas os
resultados dessas entidades.

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7884 - Ganhos em outros instrumentos financeiros

Regista os ganhos relacionados com a conta 14 - Outros


instrumentos financeiros.

Classe 8 – Resultados

Esta classe destina-se a apurar o resultado líquido do período,


podendo ser utilizada para auxiliar à determinação do resultado
extensivo, tal como consta na Demonstração das Alterações no Capital
Próprio.

811 - Resultado antes de impostos

Destina -se a concentrar, no fim do período, os gastos e


rendimentos registados, respectivamente, nas contas das classes 6 e 7.

8121 - Imposto estimado para o período

Considera-se nesta conta a quantia estimada para o imposto que


incidirá sobre os resultados corrigidos para efeitos fiscais, por
contrapartida da conta 241 - Estado e outros entes públicos - Imposto
sobre o rendimento.

3.1 – Algumas particularidades

Rendimentos

Os Rendimentos são os aumentos nos benefícios económicos


durante o Período contabilístico na forma de: Influxos ou Aumentos de
activos, ou Diminuições de passivos que resultem em aumentos no
capital próprio, que não sejam os relacionados com as contribuições dos
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participantes no capital próprio. Estes rendimentos podem ser


provenientes do decurso de actividades correntes ou ordinárias, ou de
outras actividades tomando designações diferentes assim:

Réditos – são os rendimentos que resultam de aumentos de


Activos ou diminuições de passivos (ou mesmo uma Combinação dos
dois), durante um período, como consequência da actividade principal da
entidade. Estão aqui incluídos os rendimentos obtidos com vendas,
honorários, dividendos, royalties e rendas.

Ganhos - representam os aumentos no património líquido, não


sendo por isso de natureza diferente do rédito, contudo inclui outros
aumentos como por exemplo os que provêm da alienação de activos não
correntes. Se estes ganhos já se encontram realizados, outros apesar de
ainda não realizados são igualmente integrantes dos rendimentos,
nomeadamente os que provêm de revalorização de títulos negociáveis e
os que resultem de aumentos na quantia escriturada de activos a longo
prazo.

Gastos

Os gastos são diminuições nos benefícios económicos durante o


período contabilístico na forma de: exfluxos, ou deperecimento de
activos, ou incorrência de passivos que resultem em diminuições do
capital próprio, que não sejam relacionadas com as distribuições aos
participantes no capital próprio. A definição de Gastos engloba duas
realidades, de acordo com a sua ligação ou não à actividade estatutária
da entidade de relato:

Os Gastos que resultam de diminuições de activos ou aumentos


de passivos (ou mesmo uma combinação dos dois) durante um período,

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como consequência da actividade principal da entidade. Neste caso


estão, por exemplo, o custo das vendas, os salários, as amortizações e
as depreciações.

As Perdas representam outros itens que sejam igualmente


diminuições no património líquido, por isso são da mesma natureza dos
Gastos, representando alienações de activos não correntes,
acontecimentos fora das operações normais da entidade de relato,
incêndios, inundações. As perdas podem já ter sido realizadas ou não,
estando neste caso diferenças de câmbio desfavoráveis.

4. Lançamentos Contabilísticos

Todas as operações realizadas por uma empresa provocam


alterações na composição do património (factos patrimoniais), e esses
factos patrimoniais podem ser:

Factos permutativos – provocam uma alteração na composição


do património mas não no seu valor.

Factos modificativos – aqueles que alteram a composição e o


valor do património. Estão neste caso todas as operações que originem
um lucro ou prejuízo (rendimentos ou gastos).

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4.1 – Movimentação das Contas

Activo

Débito Crédito

Aumentos Diminuições

Passivo e Capital Próprio

Débito Crédito

Diminuições Aumentos

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Gastos

Débito Crédito

Diminuições Aumentos

Rendimentos

Débito Crédito

Diminuições Aumentos

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11 – CAIXA

11 – Caixa

(Saldo inicial)

Recebimentos Pagamentos

Nota: o saldo desta conta é sempre devedor.

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