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As matérias subsidiárias não são incorporadas nos produtos, contudo, sendo necessárias
à sua fabricação, estão presentes no processo de transformação.
Assim, são consideradas matérias subsidiárias determinados materiais que se aplicam
em máquinas industriais e cuja necessidade de substituição é bastante frequente. Por
exemplo, as agulhas para as máquinas de costura na indústria de confeção.
Do ponto de vista da utilização, há matérias que podem ser consumidas como primas ou
como subsidiárias. Por exemplo, a madeira na indústria do mobiliário é utilizada como
matéria-prima, porque é incorporada no produto. No entanto, será uma matéria
subsidiária quando for utilizada como combustível (desperdícios ou quebras da indústria
do mobiliário).
Sob o ponto de vista contabilístico, isto é, quanto ao modo de atribuição dos respetivos
objetos de custo, mas matérias classificam-se como diretas ou indiretas consoante
podem ou não identificar-se com os respetivos objetos de custo.
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No âmbito do estudo do fator matérias é oportuno abordar o tema do planeamento dos
consumos na produção, dado que, no atual contexto empresarial as organizações
produzem uma gama diversificada de produtos e estes, por sua vez, utilizam várias
componentes e partes de componentes que implicam especial atenção.
Por isso, as dificuldades do planeamento da produção, do consumo de fatores e a sua
gestão na indústria transformadora são complexos e obrigam a uma gestão cuidada do
ciclo produtivo.
A empresa pode determinar o nível ótimo do investimento em stocks, mas vai deparar--se
com duas exigências contraditórias.
Nesta perspetiva, para controlar o nível de stocks utilizava--se uma técnica de gestão,
denominada “Método ABC” (baseada na lei Pareto), que consiste em fazer um
levantamento sobre o número de artigos (matérias-primas ou produtos fabricados), que
devem permanecer em armazém, o custo unitário e a quantidade utilizada, num
determinado período.
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O “método ABC” ou gestão por exceção, tradicionalmente referido na literatura, utilizado
para o controlo de stocks, estabelece uma relação entre o investimento necessário e o
consumo de fator para o produto. Então, permite obter uma hierarquia que relaciona o
investimento em determinada matéria, a importância desta para o processo produtivo e o
seu consumo.
2.2.Mão-de-obra direta
O segundo elemento ou componente da estrutura do custo de produção que importa
abordar é o fator trabalho direto. Para um bom desempenho da atividade industrial é
necessário o recurso às pessoas para que realizem as diversas tarefas da organização.
Nas empresas que utilizam tecnologias avançadas (capital intensivo) o fator trabalho
tem um peso, na estrutura do custo final do produto, pouco significativo.
Contudo, em determinadas empresas, particularmente no sector dos serviços onde o
capital conhecimento é fundamental, aquele fator é mesmo o elemento mais importante
da estrutura do custo do bem ou do serviço prestado.
As remunerações das pessoas ligadas ao sector produtivo e todos os gastos associados
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às remunerações, suportados pela empresa, têm um peso significativo nos custos
globais do fator trabalho e, por isso, e necessário analisar o conjunto destes custos com
objetivos de gestão.
Por exemplo, o salário de um diretor fabril, geralmente integrado nos gastos gerais de
fabrico (GGF), entra na classificação de gastos indiretos porque é comum a diversos
objetos e, como não é fácil nem economicamente conveniente a sua identificação com o
produto, a sua atribuição será indireta ao produto.
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O tempo processado representa as horas efetivamente pagas que compreendem as
ausências remuneradas, especialmente no caso de doença ou frequência de cursos de
formação.
A informação sobre este tempo obtém--se nos registos das folhas de ordenados e
salários, ou ainda das fichas individuais de cada trabalhador, geradas automaticamente
pelos sistemas informáticos.
Os tempos mortos são devidos a faltas de trabalho temporárias, avarias nas máquinas e
outros factos que podem ocorrer durante o processo de produção. O seu custo deve ser
atribuído às situações que os originaram.
Os tempos mortos podem também ser causados por mau planeamento da produção e
por falta de materiais. Neste caso, outros ou todos os trabalhos serão atingidos, por isso,
defende-se que o custo dos tempos mortos deve ser atribuído a todos os trabalhos.
Do ponto de vista da gestão e do controlo convém analisar os tempos mortos que se
apuram durante o período, porque é conveniente minimizá-los e atenuar o seu impacto
nos custos. Assim, a análise dos tempos mortos incide sobre a necessidade ou não da
sua ocorrência.
Os tempos mortos dizem-se inevitáveis se apresentam um carácter de permanência e,
portanto, não há possibilidade de serem prevenidos. Dizem-se evitáveis quando são
inesperados e do ponto de vista económico constituem desperdícios.
Devem-se especialmente a avarias mecânicas ou de “alimentação”, isto é, interrupções
do fluxo de circulação de peças ou matérias no caso de uma avaria dum posto de
trabalho ou função a montante.
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Analiticamente também pode ser obtido pela expressão:
Tempo de atividade = Tempo produtivo + Tempo de atividades não atribuíveis
Os subsídios recebidos pelos trabalhadores, férias e 13º mês, são considerados custos
diretos, e por isso, devem ser atribuídos aos portadores de custo em duodécimos
mensais, através da taxa horária, para que os custos do TDP não fiquem sobreavaliados
nos meses em que os referidos subsídios são pagos.
Portanto, o custo total do TDP é dado pelo somatório de todos os gastos, relativos ao
fator trabalho, que a empresa suporta com a produção.
Para as empresas, a melhor forma de atribuir os salários e outros gastos suportados com
os seus trabalhadores é calcular a taxa horária ou custo horário. Esta taxa obtém-se
dividindo o custo total do trabalho pelo número de horas produtivas ou tempo produtivo.
Este procedimento é comum para um regime de produção contínua e custos
determinados por processos, mas existem outros sistemas remuneratórios como, por
exemplo, o trabalho à peça e à tarefa que adiante se referem.
O trabalho extraordinário também faz parte dos custos de produção, no entanto, não
deve ser objeto de atribuição direta porque, se esse custo for atribuído diretamente aos
produtos, sendo estes os objetos de custo, os seus custos serão mais elevados do que
os dos produtos fabricados no horário normal de funcionamento da fábrica.
Os gastos com o trabalho extraordinário ou com o subsídio noturno, para as unidades
industriais que funcionam durante vinte e quatro horas por dia, são normalmente
originados pela necessidade de aumentar o nível de produção e não por trabalhos
específicos.
Assim, os produtos fabricados durante as horas extraordinárias ou no turno noturno, não
devem ter custos diferentes dos produtos fabricados no horário de funcionamento diurno.
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Além disso, estes trabalha dores recebem um valor mínimo por semana, com base nas
horas trabalhadas, independentemente do nível de produção atingido no período em
causa.
Sendo conhecidos os tempos produtivos, assim como o seu destino, é necessário
determinar o custo da hora produtiva para que se fique em condições de imputar a cada
produto ou encomenda o seu custo de TDP.
No entanto, o custo horário é difícil de determinar por duas razões fundamentais. Em
primeiro lugar, nas empresas existem diferentes taxas de remuneração correspondentes
às diversas categorias ou qualificações do pessoal. Em segundo lugar, no custo do TDP
existem elementos para além de remuneração propriamente dita.
A partir do custo total do TDP calcula--se categoria por categoria ou qualificação por
qualificação o custo horário que é o custo por hora de produção. Com base no custo
horário é possível atribuir aos produtos ou encomendas o tempo produtivo que
“consumiram” ou utilizaram.
Esta fórmula é utilizada porque tem a vantagem de afetar o custo do TDP à produção
(produtos ou encomendas).
No entanto, é preferível calcular o custo horário dividindo o custo total do TDP pelo
número de horas de presença ou mesmo pelo número de horas processadas porque,
aplicando a relação anterior, corre-se o risco de sobreavaliar o custo da produção em
termos de TDP.
Porém, estas duas fórmulas têm o inconveniente de subavaliar o custo do TDP dos
produtos ou das encomendas e, portanto, uma parte do custo total não será atribuído.
Este método é preferível sempre que a contabilidade de gestão é aplicada numa ótica de
controlo de gestão, que é naturalmente previsional num duplo sentido.
Por um lado, implica a referência a uma norma, a taxa preestabelecida, com a qual se
comparam as realizações, por outro, quando as diferenças entre as realizações e as
previsões são significativas, impõe que se analise e que sejam retiradas as
consequências e, se for o caso, que a taxa de rendimento seja revista ou corrigida.
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A determinação do coeficiente de utilização do trabalho e o cálculo da produtividade são
importantes do ponto de vista da informação que proporcionam.
A gestão do trabalho de produção implica, por um lado, que a sua contabilização seja
correcta para se obter informação relevante para a tomada de decisão.
Por outro, obriga à análise dos diferentes centros de responsabilidade ou de actividade
sendo necessário um acompanhamento e um controlo quase permanente das relações
entre diferentes grandezas, em particular a taxa de emprego ou taxa de actividade que
relaciona o tempo produtivo com o tempo de actividade e que deve ser analisada e
controlada de modo que tenda para a unidade.
Quando a gestão é eficaz este objetivo é atingido e significa que o tempo de actividades
não imputáveis tende para zero:
As indústrias que calculam o custo do TDP com base no tempo produtivo de cada
empregado obtêm esse tempo através dos documentos atrás referidos desde que
valorizem a obtenção de informação relevante.
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Se o trabalhador permanecer desocupado durante algum tempo, devido a avarias nas
máquinas, esse tempo de espera é considerado tempo de inatividade (tempos mortos).
Semanalmente é determinado o tempo de trabalho e os tempos mortos correspondentes,
em todos os departamentos, e procede-se ao registo das horas de TDP.
O objetivo do cálculo das horas de atividade é registar o tempo total aplicado (relativo a
todos os trabalhadores) nas diversas atividades e depois proceder à sua valorização,
através do custo unitário do TDP, para que seja possível o seu registo na contabilidade.
Depois de calculado, o custo do trabalho direto de produção deve ser contabilizado
analiticamente, o que significa atribuir esse custo aos respetivos objetivos de custo de
acordo com as especificações técnicas de cada unidade do produto, ou seja,
considerando as unidades físicas, do fator trabalho, necessárias para fabricar uma
unidade de produto.
No que respeita a certas categorias de trabalho que não se relacionam com as atividades
de produção, por exemplo os supervisores, não é possível calcular o tempo utilizado em
cada atividade.
2.3.Gastos gerais de fabrico
Os Gastos Gerais de Fabrico (GGF) são o terceiro e último elemento da estrutura do
custo de produção que convém mencionar.
Trata-se de todos os gastos suportados na produção, para além dos gastos com as
matérias-primas e com o trabalho direto de produção (TDP). Sinteticamente, consideram-
se GGF os custos do sector fabril não incluídos no custo primário.
O cálculo do custo de produção, devido às suas funções de controlo, tomada de decisões
e valorimetria, implica o conhecimento dos consumos de bens e serviços envolvidos no
processo produtivo e a sua correspondente expressão em termos monetários, com
referência aos diferentes objetos de custo.
Considerando o exposto no parágrafo anterior e dada a heterogeneidade das rubricas
que integram os GGF, não é fácil, e tornar-se-ia muito dispendiosa, a sua identificação
com os objetos de custo. Então, o procedimento mais correto, do ponto de vista da
decisão, é a sua reclassificação e posterior atribuição para que o custo de produção seja
determinado.
A identificação dos GGF e a sua atribuição aos bens e serviços enfrenta dois problemas
distintos. O primeiro diz respeito à dificuldade de repartir no tempo determinadas
categorias de GGF. O segundo relaciona--se com a atribuição dos GGF aos objetos de
custo.
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No entanto, a maioria dos GGF não suscitam dúvidas quanto ao período a que respeitam.
Apresentam--se a seguir os GGF que atestam esta afirmação:
As amortizações e as rendas podem ser atribuídas facilmente ao período a que dizem
respeito. Mesmo que sejam calculadas pelo método das quotas constantes será
atribuído a cada mês o respetivo duodécimo. Relativamente às rendas, geralmente
são mensais mas, no caso de serem anuais, o procedimento é semelhante pelo que
serão atribuídas por duodécimos.
Os gastos gerais de fabrico, cujo período não coincide com o ano civil, como por
exemplo os seguros, podem ser atribuídos a cada mês por duodécimos, desde que
seja conhecida com precisão a data em que se iniciam e terminam os contratos.
Trata--se de custos antecipados ou suspensos que são pagos anualmente em data
fixa e que devem ser afetados todos os meses ao custo da produção.
Porém, os gastos de montantes incertos e que ocorrem com regularidade, por exemplo
gastos com reparação de máquinas e edifícios, não permitem definir corretamente a sua
projeção nos diferentes períodos.
Estes gastos constituem custos fixos na medida em que, embora de montante variável,
são independentes da variação do volume de produção e, de facto, não pertencem
apenas ao período em que são realizados, por isso devem repercutir--se nos custos de
produção de vários períodos. A dificuldade está em definir quais e quantos são esses
períodos.
A resolução destes problemas obriga à definição de critérios que possibilitem a
identificação e atribuição destes gatos ao longo do ano ou, alternativamente, decidir não
os afetar ao custo de produção. Assim, os gastos assumem um carácter de custo
postcipado e não gasto geral de fabrico.
Contudo, se a identificação e a atribuição dos GGF por períodos não são bem definidas a
solução pode ser encontrada adotando os seguintes critérios:
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Se a tendência é para o crescimento o resultado da relação anterior é superior à unidade.
Se, pelo contrário, a tendência é para o decrescimento o resultado dessa relação é
inferior à unidade.
b) O segundo problema refere-se à atribuição dos GGF aos objetos de custo. Esta
situação prende-se com o facto de que, normalmente, os GGF não se identificam com os
objetos de custo.
Portanto, é necessário encontrar coeficientes ou quotas de imputação através dos quais
se determina uma relação proporcional entre os GGF e o valor ou quantidade que se
admite como base.
Os coeficientes de imputação dizem-se reais se são baseados na atividade real e nos
gastos efetivos ou reais do período considerado, e teóricos se têm por base a atividade e
os gastos estimados ou previstos para o mesmo período.
No critério dos coeficientes ou quotas reais a distribuição dos GGF é efetuada com base
em determinados elementos, através de uma repartição proporcional.
Os elementos de proporcionalidade mais aplicados são, entre outros, as matérias, o
trabalho direto de produção, a energia elétrica consumida, o peso dos produtos, o
número de unidades produzidas, a área dos edifícios (tratando--se de imputação por
secções ou centros de responsabilidade) e o preço de venda dos bens no mercado de
concorrência.
Como exemplo de quotas teóricas têm particular relevo as chamadas quotas normais,
porque são de fácil utilização pelas empresas. As quotas normais correspondem a
condições normais de preço e funcionamento e apresentam ainda outra vantagem porque
permitem calcular o custo de cada tarefa ou encomenda logo após a sua conclusão.
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valores reais e se houver necessidade de regularizações, as diferenças são registadas
em “resultados analíticos”.
Finalmente, as operações de transferência dos GGF são efetuadas, entre os centros de
custo e os produtos ou serviços prestados, segundo chaves de repartição adequadas e
na proporção das unidades dos fatores consumidas por cada centro.
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