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UFCD 6218 – GESTÃO DE

PRODUÇÃO

FORMADOR : Vera Morais

50 H O R A S
OBJETIVOS UFCD

◾ Identificar, analisar e contabilizar os


componentes dos custos de produção
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

◾ Componentes dos custos de produção


◾ Análise e apuramento do custo de
produção
- Matérias
- Mão de obra direta
- Gastos gerais de fabrico
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICO

◾ Conceito de produção?
◾ O que são os custos de produção?
◾ Quais são?
◾ Qual a importância destes custos nos funcionamento geral
da empresa?
◾ Qual o impacto destes custos nos gastos gerais da
empresa?
UFCD 6218 – MÓDULO
I

COMPONENTES DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO


DETERMINAÇÃO D O CIPA E D O CIPV

◾ No dia-a-dia é comum ouvir falar em custo do produto,


de fabricação, custo administrativo, direto, indireto…
◾ Ao falar de custo é indispensável saber:
- De que “coisa” se quer saber o custo (produto, ciclo,
centro…)
- Período de tempo a que o custo se refere, pois o mesmo pode
ser relativo ao passado (c. verificado) ou ao futuro (c. previsto)
DETERMINAÇÃO D O CIPA E D O CIPV

◾ A informação sobre custos é necessária para:


- Fins externos (elaboração de demonstrações financeiras)
- Fins internos – planeamento, controlo e tomada de decisões
(fixar PV, lançar novos produtos, gerir produção…)
◾ Diferentes informações – diferentes custos e classificações
◾ Custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis,
administrativos, financeiros, comerciais, de produto, de
fabricação, etc
DETERMINAÇÃO D O CIPA E D O CIPV

◾ O custo de determinado objeto é dado pela soma de vários custos


elementares, sendo necessário várias configurações nos diversos
níveis
◾ Um custo contabilístico é definido pelas suas componentes e pla
sua ordem numa estrutura de custos
◾ O Custo industrial de Produção (CIP) é constituído por três
componentes: Matéria-prima, Mão de obra direta e Gastos gerais
de fabrico
DETERMINAÇÃO D O CIPA E D O CIPV
◾ Matéria-Prima (MP): EiMP + (Compras + Custos de compras
– Devoluções – Descontos Comerciais) – EfMP
◾ Mão-de-Obra Direta (MOD): Salários dos Operários +
Custos Sociais
◾ Gastos Gerais de Fabrico (GGF): Ei Materiais Indiretos +
Compras Materiais Indiretos – Ef Materiais Indiretos + MOI +
Outros custos de produção indiretos (energia elétrica,
◾ amortizações dos equipamentos, das máquinas e do edifício
industriais, etc.) NOTA: Materiais Indiretos inclui Matérias
Subsidiárias e/ou Materiais Diversos
DETERMINAÇÃO D O CIPA E D O CIPV

◾ O Custo Industrial da Produção Acabada (CIPA)


corresponde aos custos industriais que ocorreram durante o
período (CIP), acrescentando o valor de produção não
acabada (PVF) existente no início do período e retirando o
valor de produção não acabada do fim do período.
◾ O Custo Complexivo obtém-se somando ao CIPV) os Custos
Não Industriais: Custos de Distribuição, Custos
Administrativos e Custos Financeiro
DETERMINAÇÃO D O CIPA E D O CIPV
OBJETIVO DA DETERMINAÇÃO DE
CUSTOS
◾ Ao determinar custos pretende-se:-
- cumprir objetivos estabelecidos
- Determinar preços de venda
- Apurar as existências
- Disponibilizar informação para a gestão da empresa
- Identificar e concretizar medidas para a redução dos
mesmos
DETERMINAÇÃO D O CIPA E D O
CIPV FORMAÇÃO DOS PREÇOS
◾ Diretamente ligada à noção de
custos

-
DETERMINAÇÃO D O CIPA E D O
CIPV FORMAÇÃO DOS PREÇOS
◾ A figura anterior apresentou os diversos custos assim como o
seu processo de construção
◾ Custos figurativos: remuneração do CP (custo de
oportunidade), salário da Direção/empresário )também CO) e
prémio de risco (depende da natureza da empresa e setor)
◾ Se o preço de venda real for superior ao preço de venda
normal, cobertos os custos de produção e figurativos, obtém-se
um lucro puro
DETERMINAÇÃO D O CIPA E D O
CIPV FORMAÇÃO DOS PREÇOS

◾ O custo é um elemento essencial na valorimetria dos


materiais necessários à produção
◾ Para as entradas a solução é simples, bastanto adotar o
preço de custo
◾ Para as saídas podem ser usados vários critérios: FIFO,
CMP, o valor corrente ou um custo padrão
DETERMINAÇÃO D O CIPA E D O
CIPV FORMAÇÃO DOS PREÇOS
◾ Exemplo:
◾ O armazém de uma determinada empresa recebe duas
encomendas de materiais. Na primeira são recebidas 100 unidades
físicas a um preço unitário de 10 u.m. e na segunda 50 unidades
físicas a 12 u.m. cada.
◾ Se uma determinada encomenda implicar a utilização de 120
unidades, o custo de matérias que lhe será atribuído será
diferente consoante o método utilizado
DETERMINAÇÃO D O CIPA E D O
CIPV FORMAÇÃO DOS PREÇOS
◾ Exemplo:
◾ Segundo o critério FIFO,
◾ O custo em matérias será de 1240 u.m.. As primeiras 100
unidades são valorizadas ao preço mais antigo e as restantes
20 são “retiradas” da segunda encomenda com um custo
unitário de 12 u.m. (100 x 10 + 20 x 12)
DETERMINAÇÃO D O CIPA E D O
CIPV FORMAÇÃO DOS PREÇOS
◾ Exemplo:
◾ Segundo o critério do custo médio ponderado
◾ Qualquer unidade que seja utilizada destas duas encomendas será
valorizada a 10,66 u.m. e a produção das 120 unidades implicaria
um custo em materiais de 1280 u.m..
◾ Critérios diferentes, custos diferentes
◾ No entanto o custo total (produção+existências) é igual em
ambos os critérios
DETERMINAÇÃO D O CIPA E D O
CIPV FORMAÇÃO DOS PREÇOS
◾ Exemplo

Critério Produção Existênci TOTAL


a s
FIFO 1260 360 1600
CMP 1280 320 1600
◾ Se no final do período Ef=0, foi realizada toda a produção e
os custos são iguais para qualquer critério
DETERMINAÇÃO D O CIPA E D O CIPV
INFORMA Ç Ã O PARA A GESTÃO DA
EMPRESA
◾ Fiscalizar os gastos efetivos
◾ Realizar gastos prospetivos
◾ Orçamentar
◾ Definir política de investimentos, vendas e
compras
◾ Regular produção
◾ Gestão das existências
DETERMINAÇÃO D O CIPA E D O CIPV
INFORMA Ç Ã O PARA A GESTÃO DA
EMPRESA
◾ Redução de custos – nível das MP e subsidiárias, M O e GGF
◾ O custo com matérias-primas e subsidiárias - escolha dos
materiais, otimização dos processos de fabrico, redução de
stocks, contenção de custos de aprovisionamento e aumento da
eficiência ao nível do consumo e aproveitamento dos resíduos
◾ Na M O - uma melhor seleção do pessoal, investindo na formação,
melhorando o planeamento do trabalho, criando incentivos à
produção, melhorando as ferramentas empregues, organizando
mais eficientemente os processos e fiscalizando e controlando o
trabalho
DETERMINAÇÃO D O CIPA E D O CIPV
INFORMA Ç Ã O PARA A GESTÃO DA
EMPRESA
◾ Medidas nos GGF - elaboração de orçamentos e de uma
maior discriminação dos gastos, realização de análises e
comparações, elaboração e acompanhamento das
informações estatísticas e um maior controlo e de uma
maior fiscalização
◾ A heterogeneidade dos GGF e a dificuldade de os imputar
diretamente a um objeto merece sempre grande atenção
por parte da empresa e da própria literatura respeitante
DETERMINAÇÃO D O CUSTO TOTAL E DOS RESULTADOS
◾ Podem ser atribuídos ao produto ou à atividade, segundo 3
sistemas de custo
◾ Custeio total
Os custos dos produtos são integralmente custos de produção
◾ Custeio direto ou variável
Apenas os CV são custos de produção, sendo CF custos do período
e como tal da atividade
DETERMINAÇÃO D O CUSTO TOTAL E DOS RESULTADOS

◾ Custeio racional
Os custos da produção são os custos variáveis e uma percentagem
dos fixos, dada em proporção entre proporção efetiva e normal
(quantidade de produto obtido na unidade industrial em condições
de normalidade)
DEMONSTRAÇÃO DE
RESULTADOS POR NATUREZA E
POR FUNÇÕES
◾ A DR tem como objetivo evidenciar resultados (lucro ou
prejuízo) obtidos pela empresa num determinado período
◾ Quadro alfanumérico que contém informação financeira,
reportado a um determinado período de tempo
◾ À semelhança do balanço, a norma também permite que
se adicionem itens, títulos e subtotais, ao próprio mapa
base, se tal for relevante para uma melhor compreensão do
desempenho financeiro da entidade
DEMONSTRAÇÃO DE
RESULTADOS POR NATUREZA E
POR FUNÇÕES
◾ Modelos de demonstrações financeiras previstos na Portaria
nº 220/2015 e de acordo com o SNC (DL nº 158/2009)
◾ Instrumento contabilísticos de caráter obrigatório para as
entidades coletivas sujeitas ao SNC
◾ Podem ser adicionados itens se relevante à compreensão do
estado financeiro da entidade e retirados se a quantia for nula
nesse período
DEMONSTRAÇÃO DE
RESULTADOS POR NATUREZA E
POR FUNÇÕES
◾ A contabilidade de gestão de uma empresa tem por objetivo
apurar os custos de cada centro, produto ou outro, para a
respetiva análise e tomada de decisões em conformidade
◾ A função produção é uma das funções principais e que se
reveste de um carácter operacional. O custo de produção de
um determinado produto encontra-se refletido na rubrica
nº 2 da D emonstração de resultados Funções onde o é
justamente Custo da produção
DEMONSTRAÇÃO DE
RESULTADOS POR NATUREZA E
POR FUNÇÕES
◾ Para obtermos o custo complexivo a partir da demonstração
de resultados por funções, teremos que somar as Rubrica nº
2, 5, 6, 9 e 11 onde ao custo das vendas e prestações de
serviços iremos adicionar os Custos de Distribuição e os C.
Financeiros e Administrativos.
◾ Importância da D.R. por funções - permite obter o
custo do produto nos diversos estados segundo a ótica
do custo.
CUSTOS OPERACIONAIS, FUNCIONAIS E
D O EXERCÍCIO/PERÍODO
◾ O RLP é um resultado de natureza financeira que
traduz a performance económico-financeira de uma
empresa no respetivo período em análise
◾ Período – 1 na, onde o trabalho da C G é
precisamente determinar o RLP
◾ O seu cálculo inicia-se com a identificação dos custos e
proveitos de diversas origens (operacionais,
financeiros e extraordinários)
CUSTOS OPERACIONAIS, FUNCIONAIS E
D O EXERCÍCIO/PERÍODO
Custos operacionais
◾ CMVMC
◾ FSEs (subcontratos, eletricidade, combustíveis, comunicação, seguros, etc.),
◾ Impostos de carácter operacional,
◾ Custos com pessoal
◾ Outros custos operacionais (onde são registados custos operacionais
não enquadráveis nas rubricas anteriores),
◾ Amortizações do exercício (custos genericamente associados à depreciação
ao longo do tempo dos elementos do ativo imobilizado) e
◾ Provisões do exercício (com vista à prevenção de eventuais encargos ou
perdas futuras)
CUSTOS OPERACIONAIS, FUNCIONAIS E
D O EXERCÍCIO/PERÍODO

Proveitos operacionais
◾ Vendas (mercadorias e
produtos)
◾ Prestação de serviços
◾ Proveitos suplementares
◾ Subsídios à exploração
◾ Trabalhos para a própria
empresa
CUSTOS OPERACIONAIS, FUNCIONAIS E
D O EXERCÍCIO/PERÍODO

Custos e perdas financeiros


◾ Juros suportados
◾ Diferenças de câmbio desfavorável
◾ Descontos de pronto pagamento
concedido
CUSTOS OPERACIONAIS, FUNCIONAIS E
D O EXERCÍCIO/PERÍODO

Proveitos e ganhos financeiros


◾ Juros obtidos
◾ Diferenças de câmbio favorável
◾ Descontos de pronto pagamento
obtidos
CUSTOS OPERACIONAIS, FUNCIONAIS E
D O EXERCÍCIO/PERÍODO
◾ A soma dos resultados operacionais e financeiros, que
concorrem para o cálculo do resultado líquido do exercício,
denomina-se resultados correntes, no sentido em que
resultam da atividade corrente da empresa
◾ O RLP corresponde à soma dos resultados operacionais,
financeiros e extraordinários obtidos por uma empresa num
determinado período, deduzida da previsão de Imposto sobre
o rendimento (ex.: IRC) a entregar ao Estado e que se
assume no fundo como um custo adicional.
UFCD 6218 – MÓDULO
II

A N Á LISE E A P U R A M E N TO D E C U S TO S D E PRO D U Ç Ã O
MATÉRIAS
◾ Merece particular atenção dada a importância na estrutura
de csutos da produção
◾ São os elementos materiais que as empresas consomem
para produzir os bens/serviços da atividade da empresa
◾ Embalagens, mercadorias,…
◾ Classificam-se como matérias-primas e matérias subsidiárias
◾ Matérias primas – principais e secundárias
◾ Matérias subsidiárias – combustíveis, lubrificantes,
acessórios…
MATÉRIAS
◾ As MP são indispensáveis à produção e, por definição, são
incorporadas nos produtos, fazendo parte integrante
deles
◾ As matérias subsidiárias não são incorporadas nos produtos,
contudo, sendo necessárias à sua fabricação, estão presentes
no processo de transformação
◾ A distinção entre estas deve atender à forma como ambas são
utilizadas no processo de fabrico e não à natureza das
próprias matérias
MATÉRIAS
◾ A distinção entre estas matérias deve atender à forma como
ambas são utilizadas no processo de fabrico e não à natureza das
próprias matérias
◾ Na ótica da utilização há matérias que poderão ser
consideradas como primas e subsidiárias
◾ Veja-se o exemplo da madeira. Será MP na indústria do mobiliário,
pois incorpora o produto, mas quando é utilizada como
combustível (desperdício) será subsidiária
MATÉRIAS
◾ Exemplo:
◾ Indústria da confeção – botões, fechos, linhas
◾ Indústria do mobiliário – dobradiças, fechaduras, puxadores
◾ Nestas indústrias, como podem ser classificados estes materiais?
◾ São matérias-primas, pois estão incluídos no produto final e
são indispensáveis à produção dos artigos
◾ Apesar de ser um custo direto para os produtos, normalmente são
atribuídos como custo indireto, dada a conveniência económica
(custo administrativo) e a informação necessária
MATÉRIAS
◾ Do ponto de vista contabilístico poderão assim ser classificados
como direto ou indireto, consoante podem ou não ser
identificados com os objetos de custo
◾ É também fundamental falar do planeamento das matérias, uma
vez que a indústria de transformação é complexa
◾ Uma fábrica pode produzir diversos objetos, que por sua vez
têm incorporadas várias matérias , o que dificulta a gestão da
produção
◾ É um setor que merece a sua atenção dada a dificuldade de
gestão a LP
MATÉRIAS
Objetivos da programação/planeamento industrial:
◾ Entrega dos produtos na data prevista
◾ Garantir o fornecimento de matérias ao setor fabril
◾ Repartição das necessidades de trabalho (maximiza a utilização
dos equipamentos e RH)
◾ Prevenção e previsão nas ruturas na produção
◾ Qualidade
◾ Impacto ambiental
MATÉRIAS

◾ A direção de uma empresa no setor de transformação deverá


ter consciência da interligação de diversos setores na produção
e de diversos fatores externos
◾ A ponderação dos objetivos da programação industrial e a sua
conjugação com a necessidade de afetar recursos financeiros
escassos obriga as empresas a utilizar métodos de gestão
eficientes durante o ciclo da vida dos seus produtos
MATÉRIAS
MODELO JIT (JUST IN TIME)
◾ Aumento da pressão para
uma solução
◾ Aumento de ações
preventivas
◾ Nível de
responsabilidade maior
para todos os
intervenientes
◾ Torna tudo mais
MATÉRIAS
MODELO JIT (JUST IN TIME)
◾ A empresa determina o nível ótimo de investimento em stock e
não há capital parado (a economia circula)
◾ No entanto pode haver 2 questões a ter em conta
- deve assegurar-se que a sua quantidade em armazém é
suficiente para responder às necessidades de produção e
de vendas
- deve evitar deter stocks em excesso, que são desnecessários
e que aumentam o risco de obsolescência
MATÉRIAS
MODELO TRADICIONAL
◾ Objetivos do controlo de stock tradicional
-Estabilizar e manter o nível ótimo de investimento, em cada um
dos artigos, de modo que estivesse assegurado que os stocks em
armazém eram suficientes para que não houvesse ruturas
-Evitar o excesso de stocks, para que a empresa não tivesse o
seu capital imobilizado neste tipo de ativos, libertando--o para
investimentos mais rendíveis
◾ É o chamado modelo ABC (lei de Pareto) – de acordo com
os consumos
MATÉRIAS
◾ Atualmente as empresas estão decididas a reduzir os tocks
até próximo de zero
◾ Uma proximidade maior com os fornecedores permite
entragas mais frequentes e em menores quantidades
◾ Os objetivos JIT introduzem na empresa tecnologia que
permite entrega nos tempos certos em que são necessárias e
no local da respetiva produção
◾ O JIT permite um desenvolvimento de cooperação entre empresa
e fornecedor, desde que sejam garantidas as entregas
MATÉRIAS
◾ As empresas que usam a filosofia JIT afirmam que reduzem os
seus investimentos em MP e PVF
◾ Outras vantagens do JIT: redução no tempo de negociação
com fornecedores, mais descontos, redução de custos em
ordens de compra, armazenamento e saídas de armazém
◾ Mais compras permitem uma proximidade entre os preços de
entrada e saída da matérias – o que torna quase
irrelevante as fórmulas de cálculo de custos como o FIFO
por exemplo
GASTOS GERAIS DE FABRICO

◾ Faz parte das estrutura de custos da produção


◾ Tudo além da MO D e matérias
◾ Custos fabris não incluídos no custo primitivo
◾ Devido ao controlo, tomada de decisão e valorimetria, implica
que para o cálculo do CIP seja necessário ter conhecimento
dos respetivos consumos de bens para cada objeto de custo
GASTOS GERAIS DE FABRICO

◾ Heterogeneidade dos GGF


◾ Não é fácil a sua determinação em valor para cada objeto e
seria dispendioso a sua identificação para o mesmo
◾ O procedimento mais correto, do ponto de vista da decisão, é a
sua reclassificação e posterior atribuição para que o custo de
produção seja determinado
GASTOS GERAIS DE FABRICO
◾ Custeio completo – sério problema para atribuição dos GGF
◾ Custeio variável – não se coloca problema, dada a preferência
de informação para a tomada de decisões
◾ Se o objetivo das empresas for o cálculo do custo de
produção completo devem encontrar soluções para integrar
no custo de produção os GGF
◾ Deve estar presente uma análise custo/benefício da informação,
para avaliar as vantagens ou os inconvenientes que a adoção
daquelas soluções podem vir a proporcionar
GASTOS GERAIS DE FABRICO

◾ Os GGF têm dois problemas distintos


- A identificação dos GGF e a sua atribuição aos bens e
serviços
- A atribuição dos GGF aos objetos de custo
GASTOS GERAIS DE
FABRICO O PRIMEIRO
PROBLEMA
◾ Surge sempre que for preciso distinguir gastos de montante
incerto e ocorrência aleatória, por um determinado período
◾ Dificuldade na definição do período
◾ Embora também há GGF que não suscitam esta dúvida
- Amortizações e rendas – fácil atribuição do período
respeitante (amortizações através das quotas constantes – igual
em todos os meses; rendas – período mensal geralmente)
GASTOS GERAIS DE
FABRICO O PRIMEIRO
PROBLEMA
◾ Embora também há GGF que não suscitam esta dúvida
- GGF que não coincidem com o ano civil (seguros) poderão
ser atribuídos por duodécimos desde que se conheça
concretamente inicio e fim (custos antecipados mas que
podem ser distribuídos mensalmente)
◾ No entanto, GGF como reparação de máquinas ou edifícios,
não têm uma projeção definida no tempo e/ou montantes
incertos
GASTOS GERAIS DE
FABRICO O PRIMEIRO
PROBLEMA
◾ Estes gastos constituem custos fixos na medida em que,
embora de montante variável, são independentes da variação
do volume de produção
◾ Não pertencem apenas ao período em que são realizados,
por isso devem repercutir--se nos custos de produção de
vários períodos
◾ Dificuldade – definir quais e quantos são os períodos
GASTOS GERAIS DE
FABRICO O PRIMEIRO
PROBLEMA
◾ A resolução destes problemas obriga à definição de
critérios que possibilitem a identificação e atribuição
destes gatos ao longo do ano ou, alternativamente, decidir
não os afetar ao custo de produção
◾ Custos de caráter postecipado (realizado o pagamento no fim
de cada período) e não GGF
◾ Mas, se a identificação e atribuição dos GGF por período não
são bem definidos, a solução pode passar por 3 critérios
GASTOS GERAIS DE
FABRICO O PRIMEIRO
PROBLEMA
Imputação dos G G F a custos efetivos
◾ Todos os GGf (incluindo os de monstante incerto e
ocorrência aleatória) são reportados ao período em que
ocorrem
◾ O problema do montante incerto e ocorrência aletória não
é resolvido satisfatoriamente, já que a totalidade do gasto
de produção é reportada no mês em que ocorre
◾ Custo de produção é sobrevalorizado e provoca enviesamento
da informação no período em análise
GASTOS GERAIS DE
FABRICO O PRIMEIRO
PROBLEMA

Imputação dos G G F a custos teóricos


◾ Minimiza inconveniente do critério anterior
◾ Contabilizam-se os custos à medida que vão surgindo e
são imputados aos portadores de custos no mês
◾ Calculado segundo uma quota teórica para cada duodécimo
do gasto total previsto
GASTOS GERAIS DE
FABRICO O PRIMEIRO
PROBLEMA
Imputação dos G GF a custos teóricos
◾ Se a tendência é para o crescimento o resultado da
relação anterior é superior à unidade
◾ Se, pelo contrário, a tendência é para o
decrescimento o resultado dessa relação é inferior
à unidade.
GASTOS GERAIS DE
FABRICO O PRIMEIRO
PROBLEMA

Imputação dos G GF a custos efetivos e teóricos


◾ Misto dos 2 critérios anteriores
◾ São atribuídos a custos efetivos, os GGF cuja periodicidade
não suscita dúvidas
◾ São atribuídos a custos teóricos, os GGF cujo período a que
devem ser reportados origina alguma problemática na
identificação
GASTOS GERAIS DE
FABRICO O SEGUNDO
PROBLEMA
◾Atribuição dos GGF aos objetos de custo
◾ Os GGF não se identificam com os respetivos objetos de custo
◾ É necessário encontrar coeficientes ou quotas de imputação através
dos quais se determina uma relação proporcional entre os GGF e
o valor ou quantidade que se admite como base
◾ Coeficiente de imputação real – baseados na atividade real e
gastos efetivos/reais do período considerado
◾ Coeficiente de imputação teórico – baseados na atividade e
nos gastos estimados para o respetivo período
GASTOS GERAIS DE
FABRICO O SEGUNDO
PROBLEMA
◾ No critério dos coeficientes ou quotas reais, a distribuição dos GGF
é determinada com base em determinados elementos, que promove
uma repartição proporcional
- Matérias
- Trabalho direto de produção
- Energia elétrica consumida
- Peso dos produtos
- Nº de unidades produzidas
- Área de edifício
- Preço de venda dos bens no mercado de concorrência
GASTOS GERAIS DE
FABRICO O SEGUNDO
PROBLEMA

◾ Este procedimento define coeficientes e, como tal, as


respetivas chaves de repartição
◾ A utilização de quotas reais o valor da imputação aos diferentes
centros de custos é igual ao total de custos suportados e
registados no respetivo período, o que faz com que no final do
exercício, o saldo das contas de GGF seja nulo
GASTOS GERAIS DE
FABRICO O SEGUNDO
PROBLEMA
◾ A utilização das quotas reais não é aconselhável para a tomada de
decisões, uma vez que só ao final do ano se conhece o valor
certo a distribuir por cada mês e centro de custo (existem
gastos que dizem respeito à produção e que só se conhecem no
final do ano)
◾ Para colmatar os inconvenientes do critério das quotas reais
utilizam-se coeficientes ou quotas técnicas, calculadas com
base na experiência de anos precedentes, que são
independentes dos gastos efetivamente suportados no mês
ao qual diz respeito a imputação aos objetos de custo
GASTOS GERAIS DE
FABRICO O SEGUNDO
PROBLEMA
◾ Exemplo de quotas teóricas – quotas normais
◾ Correspondem a condições normais de preço e
funcionamento
◾ Permitem calcular o custo de cada tarefa ou encomenda
logo após a sua conclusão
◾ Fácil utilização para as empresas
◾ Será sempre necessário comparar com os valores reais
posteriormente e se necessário ajustar a respetiva
diferença nos resultados analíticos
MÃO-DE-OBRA DIRETA
◾ Fator trabalho direto
◾ 2º componente da estrutura de custos de produção
◾ Recursos humanos – para o melhor desempenho
das organizações a nível industrial
◾ Na CG designa-se por M O D, embora atualmente
com o desenvolvimento tecnológico não faça muito
sentido
◾ Pode assim ser designado por capital intensivo nestas
industrias ou capital humano
MÃO-DE-OBRA DIRETA
◾ Nas empresas tecnologicamente avançadas, este fator
(capital intensivo) tem um peso pouco significativo na
estrutura de custos
◾ Já nas empresas do setor dos serviços este fator (capital
conhecimento) é fundamental, tendo um peso bem
acentuado na estrutura de custos
◾ As remunerações das pessoas associadas ao setor
produtivo, têm assim a sua importância a considerar,
devendo pois ser analisadas a nível de gestão
MÃO-DE-OBRA DIRETA

◾ A contabilidade financeira identifica o montante global associado


às remunerações das pessoas
◾ A contabilidade de gestão pretende analisar estes custos e
distribuí- los pelos diversos centros de
responsabilidade/custos/atividades
◾ Modo de atribuição do custos – direto ou indireto
◾ Direto - identificável imediatamente com os objetos de custo e
for conveniente do ponto de vista económico fazer essa
identificação.
MÃO-DE-OBRA DIRETA

◾ Indireto - não é fácil nem economicamente conveniente


identifica-lo com os objetos do custo
Exemplo – salário de um diretor fabril
◾ Integrado como custos indiretos nos GGF
◾ É comum a diversos objetos e, como não é fácil nem
economicamente conveniente a sua identificação com o
produto, a sua atribuição será indireta ao produto
MÃO-DE-OBRA DIRETA
◾ A atribuição de custos do trabalho indireto de produção (TIP) aos
objetos de custos é um procedimento habitual para a
determinação dos gastos indiretos totais
◾ Determinação e controlo dos tempo de trabalho – custo da
unidade de tempo de trabalho, tempo de trabalho e o destino
desse trabalho
◾ Este conhecimento destina-se unicamente aos custos diretos
de trabalho – aqueles custos que são diretamente
observáveis especificamente para um único objeto de custos
MÃO-DE-OBRA DIRETA

◾ No cálculo do TDP deve ser considerado apenas o


momento produtivo
◾ Tudo o que não incorporar estes custos serão imputados a
outras atividades
MÃO-DE-OBRA DIRETA

◾ Tempo processado - horas efetivamente pagas que


compreendem as ausências remuneradas também (doença
ou curso de formação)
◾ Informação deste tempo – registo das folhas de salários e
ordenados ou folhas individuais de cada trabalhador
geradas automaticamente pelo sistema informativo
MÃO-DE-OBRA DIRETA

Tempo processado = tempo de presença + Tempo


de ausência
◾ Tempo de presença – horas teoricamente disponíveis para
atividades produtivas (registadas manualmente, por cartão, e
biometria, dependendo da sofisticação do SI e da própria
empresa
Tempo de presença = Tempo de atividade + Tempo morto
MÃO-DE-OBRA DIRETA

◾ Tempos mortos – faltas de trabalho temporárias, avarias nas


máquinas ou outras ocorrências durante o processo
produtivo. Custo associado à sua origem
◾ Poderá ainda ser devido ao mau planeamento ou falta de
materiais
◾ A análise destes tempos incide sobre a necessidade ou não
dos mesmos (dizem-se evitáveis quando são inesperados e
são economicamente dispendiosos)
MÃO-DE-OBRA DIRETA

◾ Tempos de atividade – tempo realmente gasto na


atividade produtiva
◾ Resultado da diferença entre o tempo de presença e os
tempos mortos motivados especialmente por deslocações
dentro da empresa, pausas legais, tempo de delegação,…
Tempo de atividade = Tempo produtivo + Tempo de
atividade não atribuíveis
MÃO-DE-OBRA DIRETA
◾ O tempo de atividade raramente é de medição direta
◾ Como está relacionado com outros tempos convém ter
presente na sua definição todos os tempos de que depende
◾ Tempo produtivo – é o tempo realmente consagrado para
a atividade de produção propriamente dita
◾ Tempos de atividades não atribuíveis – reparação, limpeza
ou conservação
MÃO-DE-OBRA DIRETA

◾ Depois da determinação/controlo dos tempos, procede-se à


análise de custos do trabalho direto de produção
◾ Remunerações ilíquidas dos trabalhadores, custos sociais para
a empresa
◾ Subsídios, férias, 13º mês (deverão distribuídos mensalmente
em duodécimos em termos contabilísticos, para que os
meses de pagamento não sejam sobrevalorizados)
MÃO-DE-OBRA DIRETA

◾ CT TDP = somatório de todos os custos do fator trabalho


relativo à produção
◾ Melhor forma para as empresas é calcular a taxa/custo horário
◾ Comum para regimes contínuos e de custos determinados
◾ Outros regimes remuneratórios – à peça, à tarefa,…
MÃO-DE-OBRA DIRETA
◾ Trabalho extraordinário – também deve ser considerado mas
não como custo direto (fará o custo no horário normal de
funcionamento ser mais elevado)
◾ Gastos do trabalho extraordinário e subsídios noturnos são
originados pela necessidade de aumentar a produção (não
por trabalhos específicos)
◾ Nestes horários o custo de hora deverá ser diferente
que o trabalho no horário normal da indústria
MÃO-DE-OBRA DIRETA
◾ No caso em que estas situações decorre de uma
encomenda urgente, os custos extraordinários com os
TDP deverão ser atribuídos concretamente aquela
situação/encomenda
◾ Em termos contabilísticos estes gastos extraordinários deverão
ser analisados como centros de custos
◾ Nas indústrias transformadoras com contratos à peça deverá
ser atribuído um montante compensatório pelo cumprimento
dos objetivos fixados
◾ Além desta compensação haverá sempre um montante base
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◾ O custo da hora produtiva (após determinar tempos e centro


de responsabilidade)
◾ Dificil determinar por 2 razões
- Nas empresas existem diferentes taxas de remuneração
correspondentes às diversas categorias ou qualificações do
pessoal
- No custo do TDP existem elementos para além de
remuneração propriamente dita
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◾ A partir do custo total do TDP calcula--se categoria por
categoria ou qualificação por qualificação o custo horário que é
o custo por hora de produção
◾ Através do custo horário é possível atribuir aos produtos o
tempo que consomem na produção
◾ Sabendo o custo total do TDP:
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◾ Utilizando a fórmula anterior corre-se o risco de sobrevalorizar


o custo de produção em relação ao TDP
◾ Assim, é preferível usar a seguinte fórmula
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◾ Em todo o caso, estas duas fórmulas têm o inconveniente de
subavaliar o custo do TDP dos produtos ou das encomendas
e, portanto, uma parte do custo total não será atribuído
◾ Numa ótica previsional ou de controlo de gestão, os
inconvenientes das duas relações anteriores não existem desde
que, depois do cálculo do custo da hora de presença, lhe seja
aplicada a relação indicada a seguir e que se denomina taxa de
rendimento
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◾ Na prática é muitas vezes utilizada a taxa de rendimento
pré- estabelecida
◾ É utilizado pela CG sempre que a mesma assume um papel
de controlo de gestão, previsional em 2 sentidos
- Implica a referência a uma norma, a taxa preestabelecida, com a
qual se comparam as realizações
- Quando as diferenças entre as realizações e as previsões
são significativas, impõe que se analise e que sejam
retiradas as consequências (TR pode ser revista)
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◾ No ponto de vista informativo é também importante calcular
e analisar o coeficiente de utilização do trabalho e a
produtividade
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◾ A produtividade do factor trabalho deve ser
continuamente controlada e normalmente é
representada pela relação
MÃO-DE-OBRA DIRETA

◾ A gestão do trabalho de produção:


- Implica que a contabilização seja correta para obter
informações relevantes para a tomada de decisões
- Obriga a uma análise dos diferentes centros de
responsabilidade, com um acompanhamento permanente da
taxa de atividade ou emprego
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◾ Numa gestão eficaz em que o objetivo é atingido, a taxa


anterior tende para zero
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◾ Por último, o registo do TDP e das respetivas
remunerações, necessita de informações relativas aos
tempos de trabalho, absentismo, impostos, etc
◾ Estes cálculos e a emissão da respetiva documentação é
obviamente bastante facilitado através do uso do computador e
dos SI/software de gestão
◾ Objetivo do cálculo das horas de atividade: registar o tempo
total aplicado nas atividades, proceder à sua valorização, através
do seu custo unitário e fazer a contabilização do mesmo
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◾ Depois de calculado, o custo do TDP deve ser contabilizado


analiticamente, o que significa considerar as unidades físicas, do
fator trabalho, necessárias para fabricar uma unidade de produto
◾ Algumas tarefas como a supervisão não nos é possível calcular
com exatidão o tempo utilizado em cada atividade

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