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PC/SP

Perito Criminal

12.1. Contabilidade Geral: conceito, objeto e finalidade ...................................................................... 1

12.2. Patrimônio: conceito, aspectos do ativo, do passivo e da situação líquida ................................. 3

12.3. Escrituração: métodos e processos de escrituração, formalidades .......................................... 14

12.4. Demonstrações financeiras obrigatórias .................................................................................. 24

12.5. Contabilidade industrial e comercial: conceitos e campo de aplicação ..................................... 62

12.6. Impostos, taxas e tributos ........................................................................................................ 70

12.7. Matemática financeira.. ............................................................................................................. 83

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Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14
12.1. Contabilidade Geral: conceito, objeto e finalidade

Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
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A contabilidade não é uma ciência exata. Ela é uma ciência social, pois é a ação humana que gera e
modifica o fenômeno patrimonial. A contabilidade estuda e mensura atos e fatos quantitativos (matemática
e estatística) e qualitativos em relação ao patrimônio das entidades que são apresentados por meio de
registros e demonstrações contábeis.

O artigo de Pereira e Pinto1 apresenta as definições de contabilidade de forma muito clara, vejamos:

A Contabilidade é o processo cujas metas são registrar, resumir, classificar e comunicar as


informações financeiras. [...] A Contabilidade é um sistema de informação e avaliação destinado a prover
seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade
no que tange à entidade objeto da contabilização
A Contabilidade é um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com
demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade no que tange à
entidade objeto da contabilização (SZUSTER, 2013, p. 15).
[...] o papel a ser exercido pela contabilidade: mensurar, comunicar e constituir-se em um sistema de
informações gerenciais úteis e confiáveis, respeitando as características específicas das pequenas
empresas e pautando-se, portanto na elaboração de relatórios, pela simplicidade, facilidade de obtenção
das informações, relevância, atualidade, que possibilita ao gestor efetuar simulações e manipular as
informações de forma simples. A Contabilidade está inserida em praticamente tudo que diz respeito as
empresas.

Objetivos2
O objetivo da Contabilidade pode ser estabelecido como o de fornecer informação estruturada de
natureza econômica, financeira e, subsidiariamente, física, de produtividade e social, aos usuários
internos e externos à entidade objeto da Contabilidade relativo ao seu Patrimônio.
Examinemos melhor essa definição: informação estruturada significa que a Contabilidade não
fornece dados e informações de forma dispersa e apenas seguindo as solicitações imediatas dos
interessados, mas sim que faz de maneira estruturada dentro de um esquema de planejamento contábil
em que um sistema de informação é desenhado, colocando em funcionamento e periodicamente revisto,
tendo em vista parâmetros próprios.
Assim, as operações da entidade à qual se está aplicando a contabilidade são estudadas
minunciosamente, sendo então desenhado o Plano de manual de contas para a contabilização
sistemática das operações rotineiras da entidade, ao mesmo tempo em que são delineados os principais
tipos de relatórios (demonstrações) que devem sair do processo contábil.

Finalidade3
A contabilidade tem por finalidade registrar os fatos e produzir informações que possibilitem ao titular
do patrimônio o planejamento e o controle de sua ação.
Planejar significa decidir, entre diversas alternativas que se apresentam, qual curso tomar para atingir
com mais eficiência e eficácia o objetivo almejado.
Controlar, do ponto de vista as ciências administrativas, significa certificar-se de que a organização
está atuando de acordo com os planos e políticas traçados pela administração.

Campo de Aplicação e Áreas de Especialização da Contabilidade


As áreas de Especialização da Contabilidade abrangem:

1 Fernanda Aparecida Santos Pereira. Rafael Silva Pinto. A CONTABILIDADE COMERCIAL: o papel do contador no gerenciamento da
empresa. Revista Saber Eletrônico On-line, Jussara, n. 02, p. 24-42, ago./dez, 2014.
2 MARIO, J. C.Teoria da Contabilidade. Campinas, SP. Editora Alínea, Edição Especial, p.190, 2011.
3 GONÇALVES, E. C.; BAPTISTA, A. E. Contabilidade geral. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1998.

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- Contabilidade financeira;
- Contabilidade de Custos; e
- Contabilidade Gerencial.

A Contabilidade também abrange as áreas de:


- Auditoria;
- Análise Financeiro;
- Perícia Contábil;
- Consultoria Contábil;
- Docência em Contabilidade; e
- Pesquisa Contábil.

Sistema de Informações Contábeis4


O sistema Contábil, é a estrutura de informações para identificação, mensuração, avaliação, registro,
controle e evidenciação dos atos e dos fatos da gestão do patrimônio público, com o objetivo de orientar
o processo de decisão, a prestação de contas e a instrumentalização do controle social.

A normalização dos procedimentos dos eventos patrimoniais Por tratar-se de um subsistema contábil
e para facilitar um enfoque mais apurado dos elementos envolvidos, o controle patrimonial está
diretamente relacionado com os ativos classificados no ativo permanente de uma organização.
Conforme Padoveze os principais objetivos do subsistema de controle patrimonial são:
- Assegurar o controle físico e escritural de todos os itens considerados como ativos permanentes
dentro da empresa;
- Permitir o processo de valorização contábil fiscal e gerencial do ativo permanente da empresa;
- Permitir o processo de planejamento e controle dos recursos permanentes à disposição da empresa;
- Armazenar todas as informações necessárias para todas as gestões relacionadas com o ativo
permanente da empresa;
- Permitir o processo de segurança e responsabilidade dos bens e direitos à disposição dos
funcionários da empresa.
- Portanto, os objetivos acima classificados confirmam que o controle do subsistema patrimonial
permite acompanhar com mais segurança toda a movimentação gerencial e fiscal dos ativos patrimoniais
e facilita a uma análise mais detalhada dos itens contabilizados, favorecendo um planejamento cauteloso
da permanência, transferência e aquisição de novos bens

Questões

01. (Petrobras - Técnico de Suprimentos de Bens e Serviços Júnior – Administração –


CESGRANRIO/2012) A Contabilidade é reconhecida como a linguagem dos negócios e seu objetivo está
concentrado em
(A) evidenciar informações referentes à situação patrimonial, econômica e financeira da empresa
(B) elaborar relatórios que satisfaçam as exigências do fisco.
(C) apresentar resultados relacionados aos ativos não circulantes e ao patrimônio líquido.
(D) justificar a movimentação financeira.
(E) registrar as ações que envolvam os atos administrativas da empresa.

02. (SEFAZ-PE - Auditor Fiscal do Tesouro Estadual – UPENET/2009) A contabilidade é uma


ciência, que utiliza algumas técnicas para atingir seu objetivo. São elas:
(A) meios eletrônicos, informações, análise das demonstrações contábeis e auditoria.
(B) processamento de dados, auditoria, análise e matemática.
(C) escrituração, demonstração, análise e auditoria.
(D) a eletrônica, a matemática, a história e os princípios contábeis geralmente aceitos.
(E) leis, eletrônica, escrituração e demonstração.

03. (CASAN - Técnico de Contabilidade – FEPESE/2011) No sentido mais amplo de ciência social,
o objeto da contabilidade é:
(A) O patrimônio das entidades.

4 Augusto César Oliveira Camelo Edevaldo Roberto Gasparello Hamilton Luiz Favero. SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL E A SUA
IMPORTÂNCIA PARA O CONTROLE DOS BENS PERMANENTES DO SETOR PÚBLICO.
http://www.dcc.uem.br/enfoque/new/enfoque/data/1180136954.pdf

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(B) A transferência de propriedades.
(C) A avaliação dos componentes pelo valor original.
(D) A apuração do lucro ou prejuízo da entidade.
(E) Os registros contábeis.

04. (INMETRO - Assistente Executivo em Metrologia e Qualidade – Administração -


IDECAN/2015) “Estudo e controle do patrimônio e de suas variações, para fornecer aos usuários o
máximo possível de informações de natureza econômica, financeira e patrimonial, que sejam úteis para
a tomada de decisões econômicas.” O conceito se refere ao
(A) plano de contas contábil.
(B) objetivo da contabilidade.
(C) usuário da informação contábil.
(D) objeto de estudo da contabilidade.
(E) campo de aplicação da contabilidade.
Respostas

01. Reposta: A.
A contabilidade tem por finalidade registrar os fatos e produzir informações que possibilitem ao titular
do patrimônio o planejamento e o controle de sua ação, sendo seu objetivo fornecer informação
estruturada de natureza econômica, financeira e, subsidiariamente, física, de produtividade e social, aos
usuários internos e externos à entidade objeto da Contabilidade.

02. Resposta: C.
Como diz a própria questão essas são algumas das técnicas que a Contabilidade utiliza:
A Escrituração: para efetuar os registros contábeis;
As Demonstrações: para apresentar aos usuários das informações;
As Análises: para verificar a liquidez, rentabilidade, grau de endividamento, entre outras questões
relacionadas a questão financeira e a tomada de decisão.
A Auditoria: também para verificar a situação da empresa, nesse caso com o objetivo de garantir o
cumprimento dos princípios e normas contábeis.

03. Resposta. A.
O objetivo da Contabilidade pode ser estabelecido como o de fornecer informação estruturada de
natureza econômica, financeira e, subsidiariamente, física, de produtividade e social, aos usuários
internos e externos à entidade objeto da Contabilidade relativo ao seu Patrimônio.

04. Resposta: B.
O objetivo da Contabilidade pode ser estabelecido como o de fornecer informação estruturada de
natureza econômica, financeira e, subsidiariamente, física, de produtividade e social, aos usuários
internos e externos à entidade objeto da Contabilidade relativo ao seu Patrimônio.

12.2. Patrimônio: conceito, aspectos do ativo, do passivo e da situação líquida

PATRIMÔNIO: COMPONENTES, EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO, SITUAÇÃO


LÍQUIDA, REPRESENTAÇÃO GRÁFICA.

PATRIMÔNIO5

PATRIMÔNIO significa, a princípio, o conjunto de bens pertencentes a uma pessoa ou a uma empresa.
Compõe-se também de VALORES A RECEBER, ou CONTAS A RECEBER. Por isso, na
CONTABILIDADE esses VALORES A RECEBER são denominados DIREITOS A RECEBER ou,
simplesmente, DIREITOS.
Relacionando-se, todavia, apenas bens e direitos, não se pode identificar a verdadeira situação de
uma pessoa ou empresa. É necessário evidenciar as OBRIGAÇÕES (dívidas) referentes aos bens e
direitos. Por exemplo, se você disser que tem como patrimônio um apartamento e não fizer referência à

5 5 FAHL; C, A. MARION; C, J. Contabilidade Financeira. 2ª Edição. Valinhos: anhanguera Publicações Ltda, 2013. 280p.

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dívida com o banco financiador (em caso de ter sido adquirido por meio desse sistema de crédito), sua
informação será incompleta e pouco esclarecedora sobre esse patrimônio.
Em contabilidade, portanto, a palavra PATRIMÔNIO tem sentido amplo: por um lado, significa o
conjunto de bens e direitos pertencentes a uma pessoa ou empresa; por outro, inclui as obrigações a
serem pagas.

COMPONENTES

Bens, Direitos e Obrigações

Bens

Entende-se por BENS as coisas úteis, capazes de satisfazer as necessidades das pessoas e das
empresas.

Esses bens podem ser:


TANGÍVEIS – têm forma física, são palpáveis: veículos, imóveis, estoques de mercadorias, dinheiro,
móveis e utensílios (móveis de escritório), ferramentas, etc.
INTANGÍVEIS – bens incorpóreos, isto é, não palpáveis, não constituídos de matéria (as marcas NIKE,
COCA COLA, etc.), as patentes de invenção (documentos pelos quais o Estado garante a uma pessoa
ou empresa o direito exclusivo de explorar uma invenção).

Os bens, além de tangíveis e intangíveis, podem ser divididos em:


IMÓVEIS – são aqueles vinculados ao solo, que não podem ser retirados sem destruição ou danos:
edifícios, construções, árvores, etc.
MÓVEIS – são aqueles que podem ser removidos por si próprios ou por outras pessoas: animais,
máquinas, equipamentos, estoques de mercadorias, etc.

Imaginemos que a Cia. Tijuca tenha os seguintes bens:

Cia. Tijuca (Em milhares de reais)


Bens Valor
Edifícios 180
Móveis e Utensílios 90
Veículos 110
Máquinas 400
Terrenos 900
Marcas e patentes 150
Total 1.830

Esses bens podem ser classificados da seguinte maneira:

Cia. Tijuca (Em milhares de reais)


Valor
Bens Tangíveis Intangíveis Móveis Imóveis
Edifícios 180 - - 180
Móveis e 90 - 90 -
Utensílios
Veículos 110 - 110 -
Máquinas 400 - 400 -
Terrenos 900 - - 900
Marcas e - 150 150 -
Patentes
Totais 1.680 150 750 1.080
1.830 1.830

Vamos admitir que você tivesse que avaliar seu lar, sua casa. Seria fácil somar o valor dos
eletrodomésticos, dos utensílios, dos móveis, dos bens tangíveis, enfim. Entretanto, algo muito precioso,

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talvez o mais importante, você não pode avaliar monetariamente: o amor, a comunhão entre os membros
de sua família. Estes são os bens intangíveis.

Direitos

Entende-se por DIREITOS ou DIREITOS A RECEBER o poder de exigir alguma coisa de terceiros.
Após um mês de trabalho, desde que o pagamento estabelecido seja mensal, você, que trabalhou,
tem o direito de receber seu salário. Assim, SALÁRIO A RECEBER é um direito seu, enquanto que o
dinheiro que já está (ou estava) no seu bolso, no CAIXA, é um BEM.
Em relação a uma empresa, o seu direito a receber mais comum é resultado das suas vendas a prazo,
ou seja, quando ela vende mercadorias a outras empresas, governos, às pessoas e o comprador não
efetua o pagamento no ato, mas se compromete a fazê-lo numa data futura. Neste caso, a empresa
emitirá uma DUPLICATA como documento comprobatório dessa operação de venda.
Os DIREITOS originados de VENDAS A PRAZO com a emissão de uma ou mais DUPLICATAS que
lhe correspondam configuram, contabilmente, as DUPLICATAS A RECEBER.
Como exemplo de outros direitos podem ser citados as PROMISSÓRIAS A RECEBER, as AÇÕES A
RECEBER, os JUROS A RECEBER, os ALUGUÉIS A RECEBER, etc.
Relação de direitos da Cia. Tijuca:

Cia. Tijuca (Em milhares de reais)


Itens Valor
Faturas de Exportação a Receber 680
Duplicatas a Receber 1.320
Títulos a Receber (Notas Promissórias) 500
Aluguéis a Receber 300
Total 2.800

Obrigações

As OBRIGAÇÕES são as dívidas que se têm com terceiros. Na CONTABILIDADE, tais dívidas são
denominadas OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS, isto é, compromissos que serão reclamados e cujo o
pagamento será exigido na data do vencimento.
No caso de um empréstimo bancário, você ou a empresa ficará devendo ao banco um EMPRESTIMO
A PAGAR. Se esta dívida não for liquidada na data do seu vencimento, o banco EXIGIRÁ o pagamento.
Uma obrigação exigível bastante comum na empresa é aquela resultante da compra de mercadorias
(ou contratação de serviços) a prazo: ao comprar a prazo, a empresa ficará devendo para o fornecedor
da mercadoria (ou serviços). Essas obrigações correspondem, na contabilidade das empresa, às
DUPLICATAS A PAGAR (elas são exatamente o contrário de DUPLICATAS A RECEBER), sendo
comumente denominadas também, e simplesmente, de FORNECEDORES.
Outra obrigações exigíveis são:
- com funcionários: SALÁRIOS A PAGAR;
- com os governos: IMPOSTOS A PAGAR;
- com as financeiras: FINANCIMENTOS A PAGAR;
- com a Previdência Social e FGTS: ENCARGOS SOCIAIS A PAGAR;
- com o locador do prédio: ALUGUÉIS A PAGAR;
- outros tipos de contas, como as de luz, água, gás, etc.: CONTAS A PAGAR
Obrigações exigíveis da Cia. Tijuca:

Cia. Tijuca (Em milhares de reais)


Itens Valor
Fornecedores (dívidas com fornecedores de mercadorias) 800
Empréstimos Bancários a Pagar 400
Salários a Pagar 350
Encargos Sociais a Pagar (FGTS, INSS) 450
Impostos a Pagar (ou a Recolher) 900
Financiamentos (Empréstimos a Pagar a Longo Prazo) 1.100
Contas a Pagar (Diversos) 500
Total 4500

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Síntese

Pelo que foi visto até aqui, podemos descrever o patrimônio como mostrado abaixo:

Cia. Tijuca
Bens + Direitos Obrigações Exigíveis
Bens Obrigações
Dinheiro Empréstimos a Pagar
Bancos (Depósitos) Salários a Pagar
Mercadorias em Estoque Fornecedores (Duplicatas a
Pagar)
Veículos Financiamentos
Imóveis Impostos a Pagar
Máquinas Encargos Sociais a Pagar
Ferramentas Aluguéis a Pagar
Móveis e Utensílios Títulos a Pagar
Marcas e Patentes Promissórias a Pagar
Direitos Contas a Pagar
Duplicatas a Receber
Títulos a Receber
Aluguéis a Receber
Ações

Nesta descrição, colocamos do lado esquerdo os bens e os direitos e no lado direito as obrigações
exigíveis. Isso ocorre, porém, por mera convenção. Psicologicamente, parece interessante colocar
primeiro aquilo que é positivo (bens + direitos) para em seguida apresentar aquilo que é negativo
(obrigações exigíveis). Alguns países, todavia, mostram primeiro as obrigações e depois os bens e
direitos.
Na CONTABILIDADE, o lado esquerdo do quadro - BENS + DIREITOS - é chamado de ATIVO; o lado
direito – OBRIGAÇÕES -, PASSIVO.
Como veremos, a diferença entre os valores totais do ATIVO e do PASSIVO, como a que se pode
calcular no exemplo abaixo, é conhecida como SITUAÇÃO LÍQUIDA ou PATRIMÔNIO LÍQUIDO – PL.

Ativo Passivo
Bens + Direitos Valor Obrigações Exigíveis Valor
Bens 1.830 Obrigações 4.500
Direitos 2.800

Ativo

ATIVO é o conjunto de bens e direitos à disposição das empresas ou, dito de outra maneira, conjunto
de bens e direitos sobre os quais a empresa tem CONTROLE. Por exemplo, o ESTOQUE, que engloba
os bens de propriedade da empresa, faz parte do seu ATIVO.
Por outro lado, um empregado, embora seja visto como um bem na empresa, não pode ser classificado
como fazendo parte do seu ATIVO, porque não é sua propriedade, ao contrário do que acontecia no
tempo da escravatura, quando os escravos eram contabilizados como parte do ATIVO em razão de
pertencerem à fazenda, ao seu SENHOR.
Já o gado de uma fazenda dedicada a uma atividade agropecuária, como faz parte, de fato, do seu
PATRIMÔNIO, deve ser relacionado no seu ATIVO.
Uma máquina, sendo um bem de propriedade da empresa, faz parte do ATIVO. No entanto, se a
máquina for alugada ou for objeto de processo de arrendamento mercantil ou LEASING, poderá ou não
ser também relacionada no ATIVO.
De acordo com o COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC) PRONUNCIAMENTO
TÉCNICO CPC 06 “Arrendamento mercantil é um acordo pelo qual o arrendador transmite ao arrendatário
em troca de um pagamento ou série de pagamentos o direito de usar um ativo por um período de tempo
acordado”.
A partir da LEI N.º 11.638/07, o LEASING passou a ser tratado como ATIVO, pois a empresa tem o
controle do bem arrendado. A mesma coisa não ocorre quando a empresa está estabelecida num prédio

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alugado: esse imóvel não deve ser considerado ATIVO, pois não é de propriedade da empresa – esta
não tem controle sobre ele.
As DUPLICATAS A RECEBER, os TÍTULOS A RECEBER, etc. são DIREITOS DE PROPRIEDADE
da empresa; por isso, pertencem ao ATIVO.
Para o bom discernimento da pertinência de DIREITOS e OBRIGAÇÕES, é importante ter em mente
os conceitos de POSSE e de PROPRIEDADE:
Posse – ter a posse significa desfrutar de alguma coisa que está em seu poder, como, por exemplo,
morar numa casa alugada, utilizar um carro alugado sem, no entanto, ser o proprietário.
Propriedade – aquilo que é privativo.
Proprietário – de um BEM (“o senhor dos bens”) é aquele que pode fazer uso dele sem restrições.
Proprietários têm o poder de gozar e usar seus bens (uma casa, um automóvel ou qualquer outro bem)
sem limites.
Como foi dito, conforme as normas contábeis, ainda que uma empresa disponha de bens que não são
de sua propriedade poderá eventualmente contabilizá-los como pertencentes ao ATIVO, como no caso
dos bens sob leasing.
Dentro do critério de propriedade e posse é possível encontrar as situações:
Propriedade e Posse
Exemplo: quando você é o proprietário e mora na sua própria casa;
Propriedade sem Posse
Exemplo: uma casa de sua propriedade que está alugada;
Posse sem Propriedade
Exemplo: quando você mora numa casa alugada.

De maneira geral, um item do ativo é registrado pelo seu preço de aquisição ou fabricação, ou seja,
pelo CUSTO HISTÓRICO ou VALOR ORIGINAL.

ATIVO PASSIVO
Bens
Máquinas ?
Veículos PATRIMÔNIO
Estoque LÍQUIDO
Dinheiro
?
Direitos
Títulos a Receber
Depósitos Compulsórios

Passivo

O PASSIVO corresponde às obrigações exigíveis da empresa, isto é, às dívidas que serão cobradas,
reclamadas pelos seus credores (terceiros) a partir da data de seu vencimento.
O PASSIVO EXIGÍVEL é conhecido no mercado financeiro como DÍVIDAS COM TERCEIROS,
RECURSOS (DINHEIRO) DE TERCEIROS, ou ainda CAPITAL DE TERCEIROS. O termo TERCEIRO
refere-se a pessoas estranhas ao PATRIMÔNIO quanto ao aspecto da propriedade e abrange as
PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS com quem a empresa tem dívidas, porque esses terceiros financiaram
a aquisição dos bens e direitos que estão relacionados no ATIVO.
O crescimento de forma desmedida do passivo poderá levar a empresa a uma situação de dificuldade
financeira, momentaneamente insustentável, que em certas situações poderá gerar a necessidade de ser
solicitada à Justiça a sua “recuperação judicial”. Nesse caso, se confirmada a má administração, poderá
ser decretada a sua falência.

ATIVO PASSIVO
Bens Exigível
Máquinas Fornecedores
Veículos Salários a Pagar
Estoque Empréstimos
Dinheiro Bancários
Impostos a Pagar
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Direitos
Títulos a Receber PATRIMÔNIO
Depósitos Compulsórios LÍQUIDO

EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO E SITUAÇÃO LÍQUIDA

Patrimônio Líquido ou Situação Líquida

O PATRIMÔNIO, como já vimos, envolve também as obrigações. A empresa poderá estar a um passo
da falência ou totalmente endividada apesar de apresentar números elevados no seu patrimônio.
Por exemplo: imagine que um amigo seu tem um grande apartamento, carro novo e outros bens de
alto valor. Esse patrimônio elevado não significa necessariamente grandes vantagens: pode ser que ele
tenha dívidas representadas por muitas prestações ao banco financiador, que o seu carro e os outros
bens também tenham sido financiados, enfim, que a sua dívida seja consideravelmente grande.
Na verdade, é necessário conhecer a riqueza líquida da pessoa ou da empresa. Da soma dos bens e
dos direitos, subtraem-se as obrigações, cujo resultado é a RIQUEZA LÍQUIDA, ou seja, a parte que
sobra do PATRIMÔNIO para a pessoa ou para a empresa. Esse sobra do PATRIMÔNIO é denominada
PATRIMÔNIO LÍQUIDO – PL, ou SITUAÇÃO LÍQUIDA.
Dessa maneira, o PATRIMÔNIO LÍQUIDO é a medida eficiente da verdadeira riqueza, e sua equação
pode ser ilustrada conforme abaixo:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO = BENS + DIREITOS - OBRIGAÇÕES

Ou simplesmente,

PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO – PASSIVO

Observe que há situações em que o PATRIMÔNIO é grande, mas as obrigações superam os bens e
os direitos; nesse caso, o PATRIMÔNIO LÍQUIDO É NEGATIVO, isto é, NÃO HÁ RIQUEZA, a situação
da empresa é péssima, como no exemplo abaixo, com dados que mostram um PATRIMÔNIO de porte
para a CIA. TIJUCA:

Cia. Tijuca............................................(Em milhares de reais)


Ativo Passivo
Bens 650 Obrigações 980
Direitos 250 Patrimônio Líquido (80)

No entanto, apesar do porte do PATRIMÔNIO, neste exemplo a RIQUEZA LÍQUIDA É NEGATIVA:

PL = ATIVO (BENS + DIREITOS) – PASSIVO EXIGÍVEL (OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS)


(80) = 900 - 980

Em outras situações, ainda que positivo, o PL de uma empresa é pouco significativo em relação ao
seu PATRIMÔNIO.
Por exemplo:

Cia. Tijuca............................................(Em milhares de reais)


Ativo Passivo
Bens 1.830 Obrigações 4.50
0
Direitos 2.800 Patrimônio Líquido 130

A análise dos dados mostra que se a Cia. Tijuca recebesse todos os seus direitos e vendesse todos
os seus bens, daria para pagar a dívida mas sobraria um montante irrelevante.

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PL = ATIVO (BENS + DIREITOS) – PASSIVO EXIGÍVEL (OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS)
130 = 4.630 – 4.500

No entanto, é um dado fundamental que o PATRIMÔNIO LÍQUIDO, os R$130 mil da Cia. Tijuca,
significa exatamente quanto os seus proprietários (donos, sócios) nela investiram.
Toda empresa necessita de uma quantia inicial de recursos (normalmente dinheiro) para efetuar suas
primeiras aquisições, seus primeiros pagamentos e outras obrigações. Os proprietários, então, aplicam
suas poupanças pessoais com o objetivo de proporcionar à empresa os meios necessários ao início do
negócio. Essa quantia inicial concedida pelos proprietários denomina-se, contabilmente, CAPITAL
SOCIAL, que poderá, a qualquer momento, ser aumentado.
Por exemplo, a Cia. Beta, constituída por dois sócios, inicialmente contabiliza um CAPITAL SOCIAL
(correspondente aos investimentos dos sócios) de R$500 mil. Com este recurso, a Cia. Beta compra um
prédio para sua sede e compra ainda R$200 mil de mercadorias, a prazo, para pagar em 60 dias. A
contabilidade mostrará a seguinte situação:

Cia. Beta............................................(Em milhares de reais)


Ativo Passivo
Mercadoria 200 Fornecedores 200
Prédio 500 Capital Social 500

PL = ATIVO (BENS + DIREITOS) – PASSIVO EXIGÍVEL (OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS)


500 = 700 – 200

Outras Situações Patrimoniais:

1 – ATIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO. Esta equação retrata a melhor situação para as empresas, pois
não há nenhuma obrigação com terceiros e o seu PASSIVO é igual a zero. Na prática, dificilmente
encontraremos empresas nesta situação.

2 – ATIVO = PASSIVO. Nesta situação, o PATRIMÔNIO LÍQUIDO é igual a zero; a empresa não tem
recursos próprios (CAPITAL PRÓPRIO). Considerando que, legalmente, todas as empresas têm
CAPITAL SOCIAL, presume-se que esta situação é difícil de ocorrer.

3 – ATIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO = PASSIVO. Nesta situação, o PATRIMÔNIO LÍQUIDO é


deficitário; os PREJUÍZOS tornaram o PATRIMÔNIO LÍQUIDO negativo. Num jargão popular dizemos,
nessa situação, que a empresa está com seu PASSIVO A DESCOBERTO.

4 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO = PASSIVO. Nesta situação, o ATIVO é igual a zero, existem somente
OBRIGAÇÕES. Uma situação impossível, pois se há ORIGENS deve haver APLICAÇÕES.

5 – ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO. Esta situação é chamada EQUAÇÃO DO


EQUILÍBRIO PATRIMONIAL e é nesta que se encontra a maioria das empresas.

Origens X Aplicações

Todos os RECURSOS que entram em uma empresa passam pelo PASSIVO e pelo PATRIMÔNIO
LÍQUIDO. Esses recursos (financeiros ou materiais) são ORIGINÁRIOS dos proprietários (por meio do
CAPITAL SOCIAL com que dão início à empresa e que nesse momento equivale ao PL), fornecedores,
governo, bancos, financeiras, etc., que representam ORIGENS (fontes) de recursos.
O ATIVO, por sua vez, evidencia todas as APLICAÇÕES de recursos: aplicação no CAIXA, em
ESTOQUE, em MÁQUINAS, em MÓVEIS, etc.
A empresa só pode aplicar, isto é, incorporar algo ao seu Ativo, por meio de valores originados no
PASSIVO e no PL. Evidentemente, havendo originalmente, por exemplo, R$2,96 milhões à disposição da
empresa, a aplicação deve ser de R$ 2,96 milhões.
Dessa forma, fica bastante simples entender porque o ATIVO é sempre igual ao PASSIVO + PL.

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Por exemplo, se a soma total do PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO for R$294.321,00, qual deve ser
o valor total do ATIVO?
Neste exemplo, o total do ativo deve ser R$294.321,00, porque, uma vez tendo havido um aporte
ORIGINAL de R$294.321,00 só se pode aplicar a quantia de R$294.321,00 - nem um centavo a mais ou
a menos.
Nesta situação, os dois lados do diagrama (representação gráfica do patrimônio) terão sempre o
mesmo valor. Isto significa uma situação de EQUILÍBRIO, cujo símbolo tradicionalmente é uma BALANÇA
DE DOIS PRATOS - como a que simboliza, no DIREITO, A JUSTIÇA.

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

Como o ATIVO e PASSIVO consistem o PATRIMÔNIO (BENS, DIREITOS e OBRIGAÇÕES), a


seguinte REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO é conhecida como BALANÇO PATRIMONIAL:

Balanço Patrimonial
ATIVO (APLICAÇÕES) PASSIVO (ORIGENS)
-------------------------- XXXXX -------------------------- XXXXX
-------------------------- XXXXX PATRIMÔNIO LÍQUIDO (ORIGENS)
-------------------------- XXXXX -------------------------- XXXXX
Total XXXXX Total XXXXX

Origens de Recursos

Depois do CAPITAL SOCIAL, a segunda principal ORIGEM (fonte) de recurso para as empresas, sem
dúvida nenhuma, é o lucro obtido no negócio.
É importante esclarecer, de forma inequívoca, que o lucro obtido pela empresa não pertence a ela,
mas a seus proprietários (sócios ou acionistas), pois são eles que passaram a correr os riscos de negócio
- ao nele investirem seus recursos particulares.
Se a empresa tiver prejuízo, quem perde são os proprietários. As pessoas físicas dos sócios ou
acionistas é que representam o ENTE ABSTRATO chamado empresa.
O LUCRO é remuneração do capital investido na empresa por seus sócios proprietários.
A lógica subjacente a esta afirmação é a mesma de quando se aplica em caderneta de poupança.
Nesse tipo de aplicação, os valores auferidos por intermédio dos JUROS também pertencem ao
investidor, e não à SOCIEDADE DE POUPANÇA. Na empresa ocorre o mesmo: todo lucro é adicionado
à conta do(s) seu(s) proprietário(s), ou seja, ao PATRIMÔNIO LÍQUIDO.
O montante do lucro apurado que é distribuído ao(s) sócio(s), e que equivale à remuneração do seu
capital, é chamado de DIVIDENDOS - no caso das SOCIEDADES POR AÇÕES - e de DISTRIBUIÇÃO
DE LUCROS - no caso das EMPRESAS LIMITADAS.
Evidentemente, porque distribuído, o montante do lucro não é acumulado no PATRIMÔNIO LÍQUIDO.
O complemento desse procedimento é que apenas o LUCRO RETIDO, isto é, aquele não foi
distribuído, fica acumulado no PATRIMÔNIO LÍQUIDO. Então, o LUCRO RETIDO, ao acumular-se no
PATRIMÔNIO LÍQUIDO, aumenta seu valor, significando também a valorização do investimento realizado
pelo(s) proprietário(s). Neste caso, existe a possibilidade de ocorrer reinvestimento, propiciando, assim,
a expansão do negócio.
A título de ilustração, comparem-se dois cenários de investimentos, dado um período após o qual o
rendimento é calculado e observando-se a natureza dos valores financeiros neles envolvidos:

(Em milhares de reais)


Investimento Inicial Rendimento Acumulado
Caderneta Aplicação 10 Juros 5 Resultado 15
de Poupança
Empresa Capital 15 Lucro 7 PL 22

Capital - definição dos vários termos empregados em contabilidade

De maneira geral, o termo CAPITAL significa “recursos” e pode ser adjetivado de várias maneiras,
dependendo de como se configura:

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Capital Próprio – são os recursos (financeiros ou materiais) dos proprietários (sócios ou acionistas)
aplicados na empresa.
Capital de Terceiros – são os recursos (financeiros ou materiais) de outras pessoas, estranhas à
empresa (física ou jurídicas), aplicados na empresa.
Capital Nominal ou Capital Declarado – contabilmente, são os recursos que os proprietários
investem inicialmente na empresa.
Capital Subscrito – são os recursos que os sócios (ou acionistas) se comprometem a investir na
empresa (aquilo que foi assinado, comprometido). Este compromisso surge no papel, no contrato social
(no BOLETIM DE SUBSCRIÇÃO) assinado pelos sócios (ou acionistas).
Capital Integralizado ou Capital Realizado – quando os sócios (ou acionistas) cumprem o contrato
firmado (no ato da subscrição), fornecendo dinheiro ou outros bens à empresa, ou seja, realizam o capital.
Capital a Integralizar ou Capital a Realizar – é a parte (ou parcela) do capital comprometido
(subscrito) ainda não realizado, ou seja, os sócios (ou acionistas) ainda não entregaram os bens
prometidos para a empresa.
Capital Autorizado – limite previsto em estatuto para futuras subscrições de capital sem que haja a
necessidade de alteração estatutária, para as empresas cujo capital é constituído por ações (sociedades
por ações, impropriamente chamadas de sociedades anônimas).
Capital Total à Disposição da Empresa – é a soma do CAPITAL próprio com o CAPITAL DE
TERCEIROS. Também conhecido como RECURSOS TOTAIS.
Capital Aplicado – corresponde ao ATIVO TOTAL. É o LADO ESQUERDO DO BALANÇO (as
APLICAÇÕES dos recursos).
Capital Imobilizado – corresponde ao ATIVO PERMANENTE IMOBILIZADO.
São os recursos destinados a manter a atividade operacional da empresa.
Capital Fixo – corresponde ao ATIVO PERMANENTE TOTAL (que não se destina à venda). São os
recursos investidos para garantir a atividade operacional, portanto, não sujeitos a movimentações
frequentes, como a compra de mercadorias para revenda, etc.

Questões

01. (TJ-MT - Analista Judiciário - Ciências Contábeis - UFMT/2016) Patrimônio Bruto é o mesmo
que
(A) Capital Aplicado.
(B) Capital Fixo.
(C) Capital Próprio.
(D) Capital de Terceiros.

02. (Prefeitura de Natal – RN – Administrador - IDECAN/2016) “O Patrimônio Líquido é apurado


através do(a):
(A) Ativo.
(B) Passivo.
(C) Capital social.
(D) Diferença entre o ativo e o passivo.

03. (Prefeitura de Rio Branco – AC – Contador - IBADE/2016) Uma das alternativas abaixo
apresenta o elemento diretamente relacionado à mensuração patrimonial e financeira de uma entidade,
cuja definição é: “Representa o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os
passivos”. Identifique-o.
(A) Ativo Líquido
(B) Patrimônio Líquido
(C) Patrimônio
(D) Passivo
(E) Patrimônio Social

04 (Prefeitura de Juiz de Fora – MG – Contador - AOCP/2016) O objeto de estudo da contabilidade


é o Patrimônio das Entidades. Considerando essa afirmação, assinale a alternativa que apresenta o
conceito de Patrimônio.
(A) Conjunto de Bens e Direitos das Entidades.
(B) Conjunto de Bens, Direitos e Obrigações das Entidades.
(C) Conjunto de Bens e Direitos menos as Obrigações das Entidades.

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(D) Conjunto de Ativos menos Passivos e Patrimônio Líquido das Entidades.
(E) Bens Tangíveis e Intangíveis da Entidade.

05. (Prefeitura de Natal – RN – Administrador - IDECAN/2016) Uma determinada empresa


apresenta o seguinte registro patrimonial:
• Bens = $ 1.300.
• Direitos = $ 500.
• Obrigações = $ 1.760.
O Patrimônio Líquido revela que essa empresa
(A) está em situação pré-falimentar.
(B) é definida pelos seus bens e direitos.
(C) é definida unicamente pelos seus bens.
(D) apresenta uma situação que se recebesse todos os seus direitos e vendesse todos os seus bens
daria para pagar a dívida, mas sobraria um montante irrelevante.

06 (TRE-MG - Técnico Judiciário - Contabilidade – CONSULPLAN/2015) As demonstrações


contábeis são mais comumente elaboradas segundo modelo baseado no custo histórico recuperável e no
conceito da manutenção do capital financeiro nacional. Como parte dos relatórios contábil- -
financeiros, as demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e
financeira e do desempenho da entidade. É correto afirmar que os componentes relacionados diretamente
à representação estruturada da posição patrimonial e financeira são apenas
(A) Ativo e Receitas.
(B) Receitas e Despesas.
(C) Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.
(D) Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido, Receitas e Despesas.

07. (COBRA Tecnologia S/A (BB) - Técnico Administrativo – Quadrix/2014) Leia, com atenção, os
conceitos a seguir.
I. Uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que
resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.
II. O interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.
III. Um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que
fluam futuros benefícios econômicos para a entidade.
Eles definem, respectivamente:
(A) Patrimônio Líquido, Passivo e Ativo.
(B) Passivo, Patrimônio Líquido e Ativo.
(C) Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.
(D) Passivo, Ativo e Patrimônio Líquido
(E) Patrimônio Líquido, Ativo e Passivo.

08. (FUB - Técnico em Contabilidade – CESPE/2014) Julgue os itens a seguir, acerca de patrimônio
e conceitos correlatos.
A situação líquida de uma organização, que resulta da diferença entre seus ativos e seus passivos, é
afetada negativamente pelas despesas da organização e positivamente pelo reconhecimento de receitas
e investimentos feitos por seus acionistas.
( ) Certo Errado( )

09. (MEC - Analista Contábil – CESPE/2014) Em relação ao patrimônio líquido, julgue o item seguinte.
De acordo com a estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro, a
definição de patrimônio líquido corresponde à equação fundamental do patrimônio, ou seja, representa o
valor das contas patrimoniais devedoras, deduzidos os valores das contas patrimoniais credoras.
( ) Certo Errado( )

10. (CAU-RJ - Assistente Administrativo Ano – IADES/2014) O patrimônio de uma empresa é


formado por bens, direitos e obrigações. Em relação ao tema patrimônio, assinale a alternativa correta.
(A) Os bens constituem o passivo.
(B) O patrimônio bruto é um dos componentes do passivo.
(C) Os recursos de terceiros são um dos elementos do ativo.

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(D) O capital investido constitui o passivo.
(E) Os direitos compõem o ativo.

11. (FHEMIG - Analista de Gestão e Assistência à Saúde - Ciências Contábeis – FUNDEP) As


contas componentes do Patrimônio Líquido representam
(A) o Capital Autorizado.
(B) o Capital Circulante Líquido.
(C) o Capital Social.
(D) o Capital Próprio

Respostas

01. Resposta: A.
ATIVO (SINÔNIMOS)
* Patrimônio Bruto;
* Capital Aplicado;
* Recurso Aplicado;
* Capital Investido;
* Recurso Investido.

02. Resposta: D.
Patrimônio Líquido (PL) = Ativo - Passivo

03. Resposta: B.
CPC 00
4.4. Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial e financeira
são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido. Estes são definidos como segue:
(a) ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se
espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade;
(b) passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se
espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos;
(c) patrimônio líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos
os seus passivos.

04. Resposta: B.
A identificação dos elementos que compõem o patrimônio (bens, direitos e obrigações) diz respeito ao
seu aspecto qualitativo. Já a mensuração desses elementos, a sua identificação em valores monetários,
é relativa ao aspecto quantitativo. A Contabilidade se ocupa dos dois aspectos: da identificação dos
elementos patrimoniais (aspecto qualitativo) e da mensuração, da indicação do valor em moeda desses
elementos (aspecto quantitativo).

05. Resposta: D.
PL = bem + direitos - obrigações
PL = 1.300 + 500 - 1.760
PL = 40

Ou seja, ela ainda tem PL disponível, errada a letra A.


Patrimônio líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus
passivos, bem e direitos representam o Ativo, incorretas a alternativa B e C.
A alternativa correta (letra D), apresenta uma informação verdadeira, já que a empresa só tem 2,2%
aproximadamente da origem dos recursos em forma de capital próprio.

06. Resposta: C.
O Patrimônio é composto pelo Ativo e Passivo e Patrimônio Líquido, sendo assim representados na
estrutura do Balanço Patrimonial.

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07. Resposta: B.
Afirmativa I: Trata do PASSIVO, pois este corresponde às obrigações exigíveis da empresa, isto é,
às dívidas que serão cobradas, reclamadas pelos seus credores (terceiros) a partir da data de seu
vencimento.
Afirmativa II: Refere-se ao PATRIMÔNIO LÍQUIDO, resultado do ATIVO – PASSIVO.
Afirmativa II: Aborda o aspecto relativo ao ATIVO, devido a este ser formado pelo conjunto de bens e
direitos à disposição das empresas ou, dito de outra maneira, conjunto de bens e direitos sobre os quais
a empresa tem CONTROLE.

08. Resposta: CERTO.


A situação líquida é a diferença entre o ativo e o passivo. Sendo alterada positivamente, quando as
receitas forem superiores às despesas, e reduzida quando ocorrer o contrário.

09. Resposta: ERRADO.


O patrimônio líquido corresponde à equação fundamental do patrimônio, ou seja, representa o valor
DO ATIVO (BENS E DIREITOS), deduzidos os valores DO PASSIVO (OBRIGAÇÕES).

10. Resposta: E.
ATIVO é o conjunto de bens e direitos à disposição das empresas ou, dito de outra maneira, conjunto
de bens e direitos sobre os quais a empresa tem CONTROLE.

11. Resposta. D.
Capital Próprio – são os recursos (financeiros ou materiais) dos proprietários (sócios ou acionistas)
aplicados na empresa.
Dica: NO BALANÇO PATRIMONIAL CHAMAMOS DE PATRIMÔNIO LÍQUIDO.

12.3. Escrituração: métodos e processos de escrituração, formalidades

CONTAS

O patrimônio é uma realidade econômica formada de bens, direitos e obrigações de variada natureza.
Cada um desses elementos constitui uma individualidade que precisa ser representada graficamente.
Porém, como representar graficamente um elemento patrimonial?
Adotamos nomes para representarem os elementos patrimoniais e as mutações sofridas pelo
patrimônio ao longo do tempo.
À essa representação damos o nome de conta:

Conta é o nome através do qual representamos um ou mais elementos do Patrimônio. Por outro
lado, Conta também é o nome com o qual designamos as alterações (e suas causas) por que passa
a riqueza efetiva da empresa, seu Patrimônio Líquido.

FUNÇÃO6
A função da conta é representar a variação patrimonial que um fato promove no patrimônio da
empresa. Todo fato mensurável em dinheiro é representado por uma conta.

É através das contas que a contabilidade consegue exercer o seu papel. Todos os acontecimentos
que ocorrem diariamente na empresa (como compras, vendas, pagamentos e recebimentos) são
registrados pela contabilidade em contas próprias.

TEORIA DAS CONTAS7

Ao longo da história da Contabilidade, a classificação das contas tem dividido os doutrinadores entre
várias respostas, resultando em formas diferentes de classificação e interpretação das contas. Isto fez

6 http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/contas2.php
7 Idem

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


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com que aparecessem várias escolas defensoras de seus princípios para justificar os critérios adotados
para classificação das contas. Entre as teorias apresentadas pelas escolas, três delas se tornaram as
mais importantes: Teoria personalista, Teoria materialista e Teoria patrimonialista.

Teoria Personalista
Para a escola personalista, as contas (elementos patrimoniais) podem ser representadas por pessoas
com as quais são mantidas relações jurídicas, ou seja, que se relacionam com a entidade em termos de
débito e crédito. Todos os débitos efetuados nas contas dessas pessoas representam suas
responsabilidades, enquanto todos os créditos representam seus direitos em relação ao titular do
Patrimônio.
Por essa teoria, as contas são classificadas segundo a natureza da relação jurídica que essas pessoas
mantêm com o titular do Patrimônio.
Na Teoria personalista, temos três tipos de contas (pessoas):

a) Proprietários: consiste nos responsáveis pelas contas do patrimônio líquido e suas variações, como
receitas e despesas. São, portanto, contas dos proprietários: Capital social, Receita de vendas, Custo da
mercadoria vendida (CMV), ICMS sobre vendas, Devoluções de vendas, Receitas financeiras, Reserva
legal, etc.
b) Agentes consignatários: consiste nas pessoas (contas) a quem a entidade confia a guarda os bens
(Ativo), ou seja, que representam os bens. São, portanto, contas dos agentes consignatários: Caixa,
Banco, Veículos, Móveis, Terrenos, etc.
c) Agentes correspondentes: consiste nas pessoas que representam as contas de direitos (Ativo) ou
obrigações (Passivo). São terceiros, que se situam na posição de devedor ou credor da entidade. São,
portanto, contas dos agentes correspondentes as contas em que a entidade mantém esse tipo de relação
jurídica, como por exemplo, Clientes e Fornecedores. Os clientes devem à empresa o valor
correspondente a suas compras a prazo e os fornecedores são credores da empresa em relação às
vendas a prazo que a esta foram feitas. Daí resulta que Clientes é conta devedora e Fornecedores é
conta credora.

Teoria Materialista
A escola materialista se opôs a teoria personalista, defendendo que as contas representam entradas
e saídas de valores e não simples relações de débito e crédito entre pessoas (excluídas as relações com
terceiros).

Esta é uma visão mais econômica do que vem a ser a conta, a relação entre as contas e a entidade é
uma relação material e não pessoal, de sorte que a conta só deve existir enquanto houver também o
elemento material por ela representado.
As contas dividem-se em:

a) Integrais (ou Elementares): são as representativas dos bens, dos direitos e das obrigações da
entidade, ou seja, Ativo e Passivo Exigível.
b) Diferenciais (ou Derivadas): são as representativas do Patrimônio Líquido, das receitas e das
despesas da entidade.

Teoria Patrimonialista
É a teoria usualmente adotada no Brasil. Segundo ela, criada por Vincenzo Masi, o objeto de estudo
da ciência contábil é o Patrimônio de uma entidade. A contabilidade tem como finalidade controlar este
patrimônio e apurar o resultado das empresas.
Estas contas se classificam da seguinte forma:

a) Contas Patrimoniais: são as contas representativas dos bens e dos direitos (Ativo), das obrigações
(Passivo) e do Patrimônio Líquido (PL) da entidade.
b) Contas de Resultado: são as contas que representam as receitas e as despesas da entidade.

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CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS8
Em consequência da Teoria Patrimonialista, atualmente mais usada e aceita como a mais adequada
entre os contadores, as contas são classificadas em dois grandes grupos: as contas patrimoniais e as
contas de resultado.

Contas Patrimoniais
São aquelas contas que representam o Ativo (indica a existência de Bens e Direitos) e o Passivo (indica
a existência de Obrigações e Patrimônio Líquido da entidade, formado pelo capital social, as reservas e
os prejuízos acumulados). São essas contas que representam o Patrimônio da empresa, através do
Balanço Patrimonial.

Contas de Resultado
São as Receitas e as Despesas do período, que devem ser encerradas no final do exercício para que
se apure o resultado do exercício. Este resultado, lucro ou prejuízo, será incorporado ao Patrimônio
através da conta Prejuízos acumulados (quando o resultado for negativo), ou Reserva de lucros (quando
o resultado for positivo).

São acontecimentos que modificam a situação líquida da empresa e representam variações no


Patrimônio da entidade. Estas contas não fazem parte do Balanço Patrimonial, mas permitem que o
resultado do exercício seja apurado.

Classificação das Contas quanto ao Funcionamento do Mecanismo Débito e Crédito


Quanto a sua funcionalidade, as contas se dividem em:

Contas Unilaterais - são aquelas que sofrem variações somente em um sentido (registro a débito ou
registro a crédito). Ex: as contas de receitas serão via de regra creditadas e as de despesas debitadas.

Contas Bilaterais - São aquelas que sofrem variações nos dois sentidos, aceitando tanto registro de
débito quanto de crédito. Ex: Caixa, Banco Conta Movimento, Duplicatas a receber, etc. Elas podem
apresentar tanto saldo devedor quanto saldo credor. Quando apresenta saldo devedor, é chamada de
Conta bilateral ativa e quando apresenta saldo credor, é chamada de Conta bilateral passiva.

Contas de compensação
Conforme ITG 2000 (R1) – ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL, As contas de compensação constituem
sistema próprio para controle e registro dos fatos relevantes que resultam em assunção de direitos e
obrigações da entidade cujos efeitos materializar-se-ão no futuro e que possam se traduzir em
modificações no patrimônio da entidade.
Exceto quando de uso mandatório por ato de órgão regulador, a escrituração das contas de
compensação não é obrigatória. Nos casos em que não forem utilizadas, a entidade deve assegurar-se
que possui outros mecanismos que permitam acumular as informações que de outra maneira estariam
controladas nas contas de compensação.

Para Fixar!!!

Contas de Débito: são as Contas Patrimoniais do Ativo e as Contas de Resultados das Despesas.

Contas de Crédito: são as Contas Patrimoniais do Passivo e as Contas de Resultado das Receitas.

ESCRITURAÇÃO
As mutações do Patrimônio, seja no aspecto qualitativo, seja no aspecto quantitativo, precisam ser
acompanhadas através de um sistema lógico de anotações; um sistema que não apenas “registre” o fato,
a mutação mas que, ao mesmo tempo, “produza” informações que orientem o administrador na tomada
de decisões. O registro de um fato contábil recebe o nome de Lançamento ou Partida.
A técnica de se fazer esse registro para dele extrair informações é que constitui a escrituração.

8 http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/contas2.php

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Escrituração é a técnica de se manter sob registros escritos – a que chamamos de lançamentos ou
partidas – o controle dos elementos que compõem um Patrimônio.

Para que essa escrituração aconteça é necessário:


a) existência de símbolos escritos que representem os diversos componentes patrimoniais;
b) livros adaptados à Técnica Contábil;
c) utilização de método e linguagem próprios;
d) observância a princípios e convenções usualmente aceitos;
e) documentação legal que comprove a ocorrência do fato objeto de registro.

Métodos de Escrituração
O método de escrituração é o meio pelo qual procedemos ai registro de fatos contábeis.
Embora os fatos contábeis possam ser escriturados de diversas maneiras distintas, todas elas derivam
de dois métodos fundamentais: o das Partidas Simples e o das Partidas Dobradas.

Método das Partidas Simples9


Por ser incompleto e deficiente, este método encontra-se em desuso. Nele, é registrado somente as
operações realizadas com pessoas, excluindo o registro de elementos do patrimônio e do resultado.
As únicas contas controladas contabilmente são Caixa e as representativas dos agentes
correspondentes (terceiros com os quais mantemos relações de débito e crédito). Todos os itens do
patrimônio e do resultado (mercadorias, imóveis, máquinas, despesas, receitas, etc.) são controlados
extracontabilmente. Apenas uma das operações débito (D) ou crédito (C) é contabilizada nele.

Como exemplo desse método, suponha-se um pequeno agricultor, sem muita preocupação em
controlar efetivamente os seus haveres, realiza os seguinte lançamentos:

- Venda a vista de sua produção – lança uma entrada de dinheiro, isto é, debita o caixa.
- Compra à vista de sementes – lança uma saída de dinheiro, isto é, credita o caixa.
- Vai ao Banco X e toma algum dinheiro emprestado – lança uma dívida, isto é, credita o Banco X;
- Vende a prazo para a Cooperativa Y – lança como valor a receber, isto é, debita a Cooperativa Y.
Embora até se perceba alguns dos valores transacionados, verifica-se que o método das partidas
simples imperfeito, pois ele não revela dados suficientes para tomadas de decisão racionais.
Essa é a razão por que tal método não é utilizado.

Partidas Dobradas10
Este método foi desenvolvido pelo frade veneziano Luca Pacioli, na Itália do século XV – e hoje
universalmente aceito -, deu início a uma nova fase para a contabilidade como disciplina adulta.
A propagação deste método, àquela época, fez desabrochar a assim chamada Escola Contábil Italiana,
que dominou o cenário das práticas contábeis até o início do século XX.
É também conhecido como método da causa e efeito ou método da origem e aplicação. É o método
utilizado na contabilidade para a elaboração das demonstrações contábeis.
Esse método consiste no fato de que um débito efetuado em uma ou mais contas deve corresponder
a um crédito equivalente em uma ou mais contas, de maneira que a soma dos valores dos débitos seja
igual à soma dos valores dos créditos, ou seja, não há devedor sem credor correspondente. A todo débito
corresponde um crédito de igual valor e vice-versa. Se aumentar de um lado, deve consequentemente
aumentar do outro lado também.

O Sistema de Partidas Dobradas fundamenta-se no princípio de que não há devedor sem credor
correspondente. Ou, em outras palavras, “a todo débito corresponde um crédito de igual valor”.

O Balancete de verificação é uma planilha onde são feitos todos os lançamentos a débito e crédito,
para então fazer a verificação se os totais lançados a débito e crédito são iguais. É a regra da partida

9 GONÇALVES, E. C.; BAPTISTA, A. E. Contabilidade geral. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
10 GONÇALVES, E. C.; BAPTISTA, A. E. Contabilidade geral. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1998.

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dobrada, onde não pode haver lançamento a débito sem crédito correspondente e vice-versa. Assim,
sempre deverá ser igual o valor lançado a débito e o valor lançado a crédito no saldo final.
Após fazer os lançamentos nos Razonetes, deve-se apurar o saldo final da contas e fazer a verificação
para saber se os lançamentos estão corretos. Uma forma de fazer esta verificação é através do Balancete
de Verificação.

Débito Crédito

As contas do ATIVO, quando debitadas, aumentam de valor e, quando creditadas, diminuem de valor.

ATIVO
Débito Crédito

+ –

As contas do PASSIVO e Patrimônio Líquido, quando debitadas, diminuem de valor e, quando


creditadas, aumentam de valor.

PASSIVO
Débito Crédito

– +

Exemplo:

a)
Débito na conta Caixa .............................. 50,00
Crédito na conta Capital ........................... 50,00

b)
Débito na conta Mercadorias .................... 10,00
Débito na conta Equipamentos ................. 10,00 20,00
Crédito na conta Caixa ............................. 20,00

c)
Débito na conta Equipamentos ................. 20,00
Crédito na conta Caixa ............................. 10,00
Crédito na conta Fornecedores ................ 10,00 20,00

d)
Débito na conta Mercadorias .................... 10,00
Débito na conta Equipamentos ................. 10,00 30,00
Débito na conta Mercadorias .................... 10,00
Crédito na conta Caixa ............................. 20,00
Crédito na conta Fornecedores ................ 10,00 30,00

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Capital Caixa Mercadorias
Débito Crédito Débito Crédito Débito Crédito

50,00 20,00 10,00


50,00 10,00 10,00
Total = 50 20,00 10,00

Total = 0 Total = 30

Equipamentos Fornecedores
Débito Crédito Débito Crédito

10,00 10,00
20,00 10,00
10,00
Total = 20
Total = 40

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO (Em


reais)
Movimento Saldo
Contas Débito Crédito Débito Crédito
Caixa 50,00 50,00
Mercadorias 30,00 30,00
Equipamentos 40,00 40,00
Fornecedores 20,00 20,00
Capital 50,00 50,00
Totais 120,00 120,00 70,00 70,00

No método das partidas dobradas, um débito efetuado em uma ou mais contas deve corresponder a
um crédito equivalente em uma ou mais contas, de maneira que a soma dos valores dos débitos seja
igual à soma dos valores dos créditos.

Portanto, como corolários do método das partidas dobradas temos os seguintes:


a) a soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos;
b) a soma dos saldos devedores é sempre igual à soma dos saldos credores;
c) as aplicações de capital, registradas a débito das contas ativas, são sempre iguais à soma dos
capitais fornecidos ao patrimônio, creditados nas contas passivas, donde ser o Ativo sempre igual ao
Passivo;
d) a diferença entre a soma dos bens e dos direitos (parte positiva do patrimônio) e a soma das
obrigações (parte negativa) indica a substancia líquida patrimonial, que representa o crédito do titular, e
se chama patrimônio líquido;
e) as despesas sempre debitadas, contribuem para a redução do patrimônio líquido; e
f) as receitas, sempre creditadas, contribuem para o aumento do patrimônio líquido.

Processos de Escrituração
Processo é a maneira pela qual se realiza uma operação, segundo determinadas normas.
Os processos de escrituração dividem-se em manual, maquinizado, mecanizado e eletrônico.
O processo maquinizado consiste em registrar as operações contábeis em máquinas datilográficas
comuns, como carbono dupla face. As folhas datilografadas são copiadas por decalque no Livro Diário.
O processo mecanizado ou mecanográfico consiste na utilização de máquinas especialmente
fabricadas para registrar lançamentos contábeis. Tais equipamentos conjugam as características de
máquinas de escrever e calcular, possuindo somadores de débitos e de créditos para facilitar os controles
das partidas e contrapartidas e ainda somares de saldos para registrar automaticamente os saldo das
contas nas folhas do Razão.
O processo eletrônico (utilizado atualmente) utiliza a memória do computador para armazenar todas
as informações contábeis anteriores, devidamente sistematizadas através das contas próprias. Os novos

 Afirmação deduzida de uma verdade já demonstrada

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lançamentos são introduzidos por digitação e processados pela máquina, que poderá, a qualquer tempo,
fornecer o saldo e a movimentação de cada conta, o Balancete de Verificação, o Balanço Patrimonial e a
Demonstração do Resultado do Exercício.

Formalidades de escrituração
Para abordarmos sobre as formalidades no processo de escrituração, veremos a seguir a Resolução
CFC n.º 1.330/2011 que rege as normas para que a escrituração seja corretamente efetuada.

RESOLUÇÃO CFC N.º 1.330/2011


DOU de 22.03.2011

Aprova a ITG 2000 – Escrituração Contábil.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,


e com fundamento no disposto na alínea “f” do art. 6º do Decreto-Lei n.º 9.295/46, alterado pela Lei n.º
12.249/10,

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a ITG 2000 – Escrituração Contábil.

Art. 2º Revogar as Resoluções CFC n.ºs 563/83, 596/85, 597/85, 612/85, 684/90, 685/90, 790/95,
848/99 e 1.115/07, publicadas no D.O.U., Seção 1, de 30/12/83, 29/7/85, 29/7/85, 21/1/86, 27/8/91,
27/8/91, 18/12/95, 12/7/99 e 19/12/07, respectivamente.

Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 18 de março de 2011.


Contador Juarez Domingues Carneiro
Presidente
Ata CFC n.º 948

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE


ITG 2000 – ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

Objetivo

1. Esta Interpretação estabelece critérios e procedimentos a serem adotados pela entidade para a
escrituração contábil de seus fatos patrimoniais, por meio de qualquer processo, bem como a guarda e a
manutenção da documentação e de arquivos contábeis e a responsabilidade do profissional da
contabilidade.

Alcance

2. Esta Interpretação deve ser adotada por todas as entidades, independente da natureza e do porte,
na elaboração da escrituração contábil, observadas as exigências da legislação e de outras normas
aplicáveis, se houver.

Formalidades da escrituração contábil

3. A escrituração contábil deve ser realizada com observância aos Princípios de Contabilidade.

4. O nível de detalhamento da escrituração contábil deve estar alinhado às necessidades de


informação de seus usuários. Nesse sentido, esta Interpretação não estabelece o nível de detalhe ou
mesmo sugere um plano de contas a ser observado. O detalhamento dos registros contábeis é
diretamente proporcional à complexidade das operações da entidade e dos requisitos de informação a
ela aplicáveis e, exceto nos casos em que uma autoridade reguladora assim o requeira, não devem
necessariamente observar um padrão pré-definido.

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5. A escrituração contábil deve ser executada:
a) em idioma e em moeda corrente nacionais;
b) em forma contábil;
c) em ordem cronológica de dia, mês e ano;
d) com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou emendas; e
e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que
comprovem ou evidenciem fatos contábeis.

6. A escrituração em forma contábil de que trata o item 5 deve conter, no mínimo:


a) data do registro contábil, ou seja, a data em que o fato contábil ocorreu;
b) conta devedora;
c) conta credora;
d) histórico que represente a essência econômica da transação ou o código de histórico padronizado,
neste caso baseado em tabela auxiliar inclusa em livro próprio;
e) valor do registro contábil;
f) informação que permita identificar, de forma unívoca, todos os registros que integram um mesmo
lançamento contábil.

7. O registro contábil deve conter o número de identificação do lançamento em ordem sequencial


relacionado ao respectivo documento de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que
comprovem ou evidenciem fatos contábeis.

8. A terminologia utilizada no registro contábil deve expressar a essência econômica da transação.

9. Os livros contábeis obrigatórios, entre eles o Livro Diário e o Livro Razão, em forma não digital,
devem revestir-se de formalidades extrínsecas, tais como: serem encadernados; terem suas folhas
numeradas sequencialmente; conterem termo de abertura e de encerramento assinados pelo titular ou
representante legal da entidade e pelo profissional da contabilidade regularmente habilitado no Conselho
Regional de Contabilidade.

10. Os livros contábeis obrigatórios, entre eles o Livro Diário e o Livro Razão, em forma digital, devem
revestir-se de formalidades extrínsecas, tais como: serem assinados digitalmente pela entidade e pelo
profissional da contabilidade regularmente habilitado; serem autenticados no registro público competente.

11. Admite-se o uso de códigos e/ou abreviaturas, nos históricos dos lançamentos, desde que
permanentes e uniformes, devendo constar o significado dos códigos e/ou abreviaturas no Livro Diário ou
em registro especial revestido das formalidades extrínsecas de que tratam os itens 9 e 10.

12. A escrituração contábil e a emissão de relatórios, peças, análises, demonstrativos e demonstrações


contábeis são de atribuição e de responsabilidade exclusivas do profissional da contabilidade legalmente
habilitado.

13. As demonstrações contábeis devem ser transcritas no Livro Diário, completando-se com as
assinaturas do titular ou de representante legal da entidade e do profissional da contabilidade legalmente
habilitado.

Livro diário e livro razão

14. No Livro Diário devem ser lançadas, em ordem cronológica, com individualização, clareza e
referência ao documento probante, todas as operações ocorridas, e quaisquer outros fatos que
provoquem variações patrimoniais.

15. Quando o Livro Diário e o Livro Razão forem gerados por processo que utilize fichas ou folhas
soltas, deve ser adotado o registro “Balancetes Diários e Balanços”.

16. No caso da entidade adotar processo eletrônico ou mecanizado para a sua escrituração contábil,
os formulários de folhas soltas, devem ser numerados mecânica ou tipograficamente e encadernados em
forma de livro.

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17. Em caso de escrituração contábil em forma digital, não há necessidade de impressão e
encadernação em forma de livro, porém o arquivo magnético autenticado pelo registro público competente
deve ser mantido pela entidade.

18. Os registros auxiliares, quando adotados, devem obedecer aos preceitos gerais da escrituração
contábil.

19. A entidade é responsável pelo registro público de livros contábeis em órgão competente e por
averbações exigidas pela legislação de recuperação judicial, sendo atribuição do profissional de
contabilidade a comunicação formal dessas exigências à entidade.

Escrituração contábil de filial – descentralizada

20. A entidade que tiver unidade operacional ou de negócios, quer como filial, agência, sucursal ou
assemelhada, e que optar por sistema de escrituração descentralizado, deve ter registros contábeis que
permitam a identificação das transações de cada uma dessas unidades.

21. A escrituração de todas as unidades deve integrar um único sistema contábil.

22. A opção por escrituração descentralizada fica a critério da entidade.

23. Na escrituração descentralizada, deve ser observado o mesmo grau de detalhamento dos registros
contábeis da matriz.

24. As contas recíprocas relativas às transações entre matriz e unidades, bem como entre estas,
devem ser eliminadas quando da elaboração das demonstrações contábeis da entidade.

25. As despesas e as receitas que não possam ser atribuídas às unidades devem ser registradas na
matriz e distribuídas para as unidades de acordo com critérios da administração da entidade.

Documentação contábil

26. Documentação contábil é aquela que comprova os fatos que originam lançamentos na escrituração
da entidade e compreende todos os documentos, livros, papéis, registros e outras peças, de origem
interna ou externa, que apoiam ou componham a escrituração.

27. A documentação contábil é hábil quando revestida das características intrínsecas ou extrínsecas
essenciais, definidas na legislação, na técnica-contábil ou aceitas pelos “usos e costumes”.

28. Os documentos em papel podem ser digitalizados e armazenados em meio magnético, desde que
assinados pelo responsável pela entidade e pelo profissional da contabilidade regularmente habilitado,
devendo ser submetidos ao registro público competente.

Contas de compensação

29. Contas de compensação constituem sistema próprio para controle e registro dos fatos relevantes
que resultam em assunção de direitos e obrigações da entidade cujos efeitos materializar-se-ão no futuro
e que possam se traduzir em modificações no patrimônio da entidade.

30. Exceto quando de uso mandatório por ato de órgão regulador, a escrituração das contas de
compensação não é obrigatória. Nos casos em que não forem utilizadas, a entidade deve assegurar-se
que possui outros mecanismos que permitam acumular as informações que de outra maneira estariam
controladas nas contas de compensação.

Retificação de lançamento contábil

31. Retificação de lançamento é o processo técnico de correção de registro realizado com erro na
escrituração contábil da entidade e pode ser feito por meio de:
a) estorno;

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b) transferência; e
c) complementação.

32. Em qualquer das formas citadas no item 31, o histórico do lançamento deve precisar o motivo da
retificação, a data e a localização do lançamento de origem.

33. O estorno consiste em lançamento inverso àquele feito erroneamente, anulando-o totalmente.

34. Lançamento de transferência é aquele que promove a regularização de conta indevidamente


debitada ou creditada, por meio da transposição do registro para a conta adequada.

35. Lançamento de complementação é aquele que vem posteriormente complementar, aumentando


ou reduzindo o valor anteriormente registrado.

36. Os lançamentos realizados fora da época devida devem consignar, nos seus históricos, as datas
efetivas das ocorrências e a razão do registro extemporâneo.

JUAREZ DOMINGUES CARNEIRO - Presidente do Conselho

Questões

01. (BR Distribuidora - Técnico de Contabilidade Júnior – CESGRANRIO/2013) Observe o conceito


a seguir.
Técnica contábil que consiste em registrar, nos livros próprios, todos os acontecimentos que ocorrem
na empresa e que modifiquem ou possam vir a modificar a situação patrimonial.
Tal conceito define a técnica contábil da(o)
(A) Auditoria
(B) Escrituração
(C) Lançamento Razonete
(D) Razonete
(E) Sistema contábil

02 (U-RJ - Analista Financeiro – IADES/2014) Assinale a alternativa que classifica corretamente as


contas contábeis quanto à natureza do saldo.
(A) Contas patrimoniais: duplicatas a pagar; duplicatas a receber; móveis e equipamentos.
(B) Contas de resultado: receita de vendas; custo das mercadorias vendidas; Patrimônio Líquido.
(C) Contas devedoras: contas do Ativo; contas de despesa; contas de receita.
(D) Contas credoras: contas do Passivo Exigível; contas do Patrimônio Líquido; contas de receita.
(E) Contas patrimoniais: contas do Ativo; contas do Passivo; contas do Patrimônio Líquido.

Respostas

01. Resposta: B.
Escrituração é a técnica de se manter sob registros escritos – a que chamamos de lançamentos ou
partidas – o controle dos elementos que compõem um Patrimônio.

02. Resposta: D.
Contas de Débito: são as Contas Patrimoniais do Ativo e as Contas de Resultados das Despesas.
Contas de Crédito: são as Contas Patrimoniais do Passivo e as Contas de Resultado das Receitas.

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. 23
12.4. Demonstrações financeiras obrigatórias

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS OBRIGATÓRIAS11

As Demonstrações Contábeis são também usualmente denominadas "demonstrações financeiras", de


acordo com as normas regulamentares dos órgãos normativos. Conforme CPC 26 (R1), elas são uma
representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade em um
determinado período de tempo. O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação
acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade, sendo útil
a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas; também
objetivam apresentar os resultados da atuação da administração em face de seus deveres e
responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados. Para atender a esse objetivo,
as demonstrações contábeis proporcionam informação da entidade acerca do seguinte:

(a) ativos;
(b) passivos;
(c) patrimônio líquido;
(d) receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas;
(e) alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles; e
(f) fluxos de caixa.

Essas informações, juntamente com outras constantes nas notas explicativas, ajudam os usuários das
demonstrações contábeis a prever os futuros fluxos de caixa da entidade e, em particular, a época e o
grau de certeza de sua geração.

Regime de competência

A entidade deve elaborar as suas demonstrações contábeis, exceto para a demonstração dos fluxos
de caixa, utilizando-se do regime de competência. Quando este é utilizado, os itens são reconhecidos
como ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas (os elementos das demonstrações
contábeis) ao satisfazerem as definições e os critérios de reconhecimento para esses elementos contidos
na Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil- -Financeiro.

Elaboração e publicação obrigatória

De acordo com a Lei 6.404/76 - conhecida como a Leis das S. As. - e conforme as alterações das Leis
11.638/07 e 11.941/09, as sociedades por ações são obrigadas a elaborar e publicar as seguintes
demonstrações financeiras:
- Demonstração do Resultado do Exercício;
- Balanço Patrimonial;
- Demonstração do Fluxo de Caixa;
- Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados; e
- Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado.

Conforme Instrução da Comissão de Valores Mobiliários - CVM 059/86 - que dispõe sobre a
obrigatoriedade da elaboração e publicação da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido pelas
companhias abertas, em seu Art. 1.º, determina elaborar e publicar, como parte integrante de suas
demonstrações financeiras, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

Dica: Conforme o § 6o do art. 177 da Lei 6.404/76, as companhias fechadas poderão optar por
observar as normas sobre demonstrações financeiras expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários para as companhias abertas. (Incluído pela Lei n.º 11.638, de 2007).

11 ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 2009.
AZEVEDO, M. C. Estrutura e Análise das Demonstrações Financeiras. São Paulo: Alínea, 2015.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 10ª ed. São Paulo: Addison-Wesley, 2005.
MARIO, J. C. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Alínea, 2011

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Vale Ressaltar que o CPC 26 (R1) - Apresentação das Demonstrações Contábeis - traz em seu
contexto o conjunto das Demonstrações Contábeis exigidas pela Lei 6.404/76 e Instrução da
Comissão de Valores Mobiliários – CVM 05/86, solicitando, ainda, a Demonstração do Resultado
Abrangente.

Sociedades Limitadas

Pela legislação do Imposto de Renda (no que tange às demonstrações financeiras), as sociedades por
quotas de responsabilidade limitada deverão seguir parte dos dispositivos da Lei das Sociedades por
Ações – Lei 6.404/76 com alterações das Leis 11.638/07 e 11.941/09. Embora não seja necessária a
publicação das Demonstrações Financeiras, as “limitadas” deverão estruturar suas demonstrações nos
moldes da Lei das Sociedades por Ações, para melhor atenderem às exigências do Imposto de Renda.
Se for uma limitada de grande porte deverá estar sujeita à escrituração e elaboração das
Demonstrações Financeiras conforme a lei das S.A. Deverão, ainda, ter parecer da Auditoria Externa.
As empresas “limitadas” e outros tipos societários deverão apresentar ao Imposto de Renda três
demonstrações financeiras (para as que não se enquadram na categoria de Grande Porte):
- Balanço Patrimonial;
- Demonstração de Resultados do Exercício;
- Demonstrações de Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Complementação às Demonstrações Financeiras

No momento da publicação das Demonstrações Financeiras, as Sociedades por Ações deverão


informar aos usuários desses relatórios os seguintes dados adicionais:
- Relatório da diretoria (ou administração) e
- Mudanças futuras previstas.

Relatório da diretoria (ou administração)

Após a identificação da empresa, na publicação das Demonstrações Financeiras, destaca-se, em


primeiro plano, o Relatório da Administração, em que a diretoria dará ênfase às informações normalmente
de caráter não financeiro (não monetário). As principais informações são:
- dados estatísticos diversos;
- indicadores de produtividade;
- desenvolvimento tecnológico;
- a empresa no contexto socioeconômico;
- políticas diversas: recursos humanos, exportação, etc.;
- expectativas com relação ao futuro;
- dados do orçamento de capital;
- projetos de expansão;
- desempenho em relação aos concorrentes, etc.

Mudanças futuras previstas

Os administradores da companhia aberta são obrigados a comunicar imediatamente à Bolsa de


Valores e a divulgar pela imprensa qualquer deliberação da assembleia geral ou dos órgãos de
administração da companhia ou qualquer outro fato relevante ocorrido em seus negócios, que possa influir
de modo ponderável na decisão dos investidores.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), conforme art. 187 da Seção V da Lei 6.404/76 e
as alterações das Leis 11.638/07 e 11.941/09, discriminará:

SEÇÃO V

Demonstração do Resultado do Exercício

Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:

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I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os
impostos;
II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o
lucro bruto;
III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas
gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada
pela Lei n.º 11.941, de 2009)
V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;
VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias,
mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou
previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº
11.941, de 2009)
VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.
§ 1.º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em
moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas
receitas e rendimentos.
§ 2.º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de
2007)

A DRE é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período (12
meses). É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e,
em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo).

Sentido
Receita
vertical
(–) Despesa
Lucro ou
(Dedutivo)
Prejuízo

A DRE pode ser simples para micro ou pequenas empresas que não requeiram dados pormenorizados
para a tomada de decisão, como é o caso de bares, farmácias ou mercearias. Deve evidenciar o total de
despesa deduzido da receita, apurando-se, assim, o lucro, sem destacar os principais grupos de
despesas.
A DRE completa, exigida por lei, fornece minúcias para a tomada de decisão: grupo de despesas,
vários tipos de lucro, destaque dos impostos, etc.

DRE (simples) DRE (completa)


V V Receita
E E (–) Deduções
Receita R R (–) Custos
(–) Despesa T T (–) Despesas
I I (–) ________
Lucro ou Prejuízo
C C ________
A A
L L Lucro ou Prejuízo

Abaixo temos a estrutura completa da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, com suas
contas e respectivos grupos de contas.

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Demonstração do Resultado do Exercício – DRE

Receita Operacional Bruta


(-) Deduções da Receita Bruta
Devolução de Vendas
Abatimentos
Impostos sobre Vendas
(=) Receita Líquida
(-) Custos
Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)
Serviços Prestados (CSP)
Custo dos Produtos Vendidos (CPV)
(=) Lucro Bruto / Resultado Bruto
(-) Despesas Operacionais
Despesas com Vendas
Despesas Administrativas
(+ / -) Outras Receitas e Despesas Operacionais
Resultado da Equivalência Patrimonial
Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
(-) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
(=) Resultado Operacional Antes do Imposto de Renda e CSL (Lucro ou Prejuízo)
(-) Provisão para Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ)
(-) Provisão para Contribuição Social s/ Lucro Líquido (CSLL)
(=) Resultado Líquido Antes das Participações
(-) Participações e Contribuições
(=) Resultado Líquido Do Exercício (Lucro Ou Prejuízo)

RECEITA OPERACIONAL BRUTA

A Receita Bruta de uma empresa é a somatória de todas as vendas ou serviços que foram efetuados
e que tenham sido faturados, ou seja, que tenham gerado a emissão de uma nota fiscal em determinado
período, obedecendo ao princípio da competência.

DEDUÇÃO DA RECEITA BRUTA

As Deduções da Receita Bruta são representadas pelas contas de devolução (vendas canceladas),
abatimentos, descontos comerciais e impostos incidentes sobre venda de produtos ou serviços. Para
efeito de análise, as receitas não são demonstradas de forma líquida, ou seja, registram-se as receitas
na forma bruta e, em separado, suas respectivas deduções.

- Devolução ou vendas canceladas - correspondem à anulação de valores registrados como receita,


decorrentes do cancelamento de vendas, devoluções totais ou parciais, quebras ou avarias na mercadoria
vendida, pela não concretização da entrega dos produtos ou pela má qualidade na prestação de serviços.

- Abatimentos - também conhecidos como descontos incondicionais, são concedidos aos clientes
quando, após a entrega do produto, este apresenta defeitos de qualidade, caracterizados por quebras ou
avarias, por exemplo. Esses descontos não podem ser confundidos com descontos financeiros, nem
tampouco com descontos de preço de venda (promoções).

- Impostos incidentes sobre vendas de produtos e prestação de serviços - também serão


deduzidos da receita bruta, pois são os que guardam proporcionalidade com o preço da venda efetuada
ou do serviço prestado. São exemplos de impostos incidentes sobre o faturamento:
IPI - Imposto sobre produtos Industrializados (União);
PIS - Programa de Integração Social (União);
COFINS - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (União);
ICMS - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal, de Comunicação e Energia Elétrica (Estado);
ISSQN - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (Município).

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RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA

Constitui a base de cálculo para a análise das receitas efetivamente realizadas pela empresa em
determinado período. Evidencia o valor da venda líquida de bens e serviços, oriundos da atividade da
empresa, subtraindo as deduções incidentes sobre a receita bruta (faturamento).

CUSTOS

Os custos a serem atribuídos como CMV, CSP ou CPV no exercício devem ser correspondentes às
receitas de vendas dos produtos e serviços reconhecidos como tal no mesmo período, obedecendo ao
princípio da competência.

Cálculo do Custo da Mercadoria Vendida – CMV

Estoque Inicial de Mercadorias (Ei)


(+) Compras Líquidas no Período (C)*
(-) Estoque Final de Mercadorias no período (Ef)
(=) Custo da Mercadoria Vendida (CMV)
CMV = Ei + C - Ef
*Compras deduzidas dos impostos, das devoluções de compra e abatimentos.

Cálculo do Custo do Produto Vendido - CPV

CPV = CIP + CPP - CPA


Onde:
Custos Incorridos na Produção (CIP)
(+) Matéria-prima Direta
(+) Mão de obra Direta
(+) Custo Indireto de Produção

Custo de Produção no Período (CPP)

(+) Ei de Produtos em Elaboração (-) Ef de Produtos em Elaboração

Custo da Produção Acabada no Período (CPA)

(+) Ei Produtos Acabados


(-) Ef Produtos Acabados

LUCRO BRUTO OU RESULTADO BRUTO

De acordo com o artigo 187, item II, da Lei nº 6.404/76, deve ser computado na DRE o custo das
mercadorias e serviços vendidos ou prestados no exercício, que deduzido das receitas correspondentes,
gera o Lucro Bruto.

DESPESAS OPERACIONAIS

Segundo a Lei das S.As., as despesas operacionais correspondem ao esforço financeiro necessário
para que a empresa possa funcionar, ou seja, financiar suas atividades de vendas, produção e prestação
de serviços. Constituem as despesas pagas ou incorridas no período (princípio da competência). Não
estão relacionadas a elas aquelas alocadas na fabricação de produtos ou na prestação dos serviços, pois
estas compõem os custos das mercadorias ou dos serviços.

Despesas de Vendas

Têm a função de registrar as despesas com a comercialização dos produtos, mercadorias ou serviços
para atender aos objetivos da empresa.

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São alguns exemplos de despesas com vendas:
- despesas com pessoal de vendas,
- marketing,
- distribuição,
- administrativo interno de vendas,
- comissões sobre vendas,
- propaganda e publicidade,
- garantia de produtos,
- despesas com estimativas de perdas com duplicatas derivadas de vendas a prazo (provisão para
devedores duvidosos), etc.

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

Representam os gastos pagos ou incorridos necessários para arcar com despesas para a gestão ou
direção da empresa. Sua função é registrar, em cada conta específica, as despesas com a administração
do negócio para atender aos objetivos da empresa.

Dentre as despesas administrativas mais comuns, temos;


- honorários da administração,
- salários e encargos do pessoal administrativo,
- despesas legais e judiciais,
- material de escritório,
- depreciação de móveis e utensílios,
- seguro do escritório,
- energia elétrica,
- telefone, etc.

RESULTADOS FINANCEIROS LÍQUIDOS

O art. 187 da Lei 6.404/76 define como despesas operacionais as despesas financeiras deduzidas das
receitas, ou seja, as receitas financeiras deverão ser compensadas das despesas financeiras.

(=) Resultados Financeiros Líquidos


(+) Receitas Financeiras
(-) Despesas Financeiras

Receitas Financeiras
São receitas geradas em função de:
- Descontos obtidos;
- Juros recebidos;
- Rendimentos de aplicações financeiras (fundos de investimentos, por exemplo).

Despesas Financeiras
São caracterizadas por serem despesas decorrentes da necessidade de Capital de Giro ou do
financiamento do Ativo:
- Juros pagos;
- Descontos concedidos;
- Despesas bancárias, tais como: IOF, manutenção da conta corrente, dentre outras.

Outras Receitas e Despesas Operacionais

São as chamadas atividades acessórias do objetivo social da empresa. Compõem-se de itens que não
são provenientes da atividade fim da empresa, tais como:
- Participação nos resultados de coligadas e controladas pelo método de equivalência patrimonial;
- Dividendos e rendimentos de outros investimentos;
- Amortização de ágio ou deságio de investimentos;
- Vendas diversas que não correspondem à atividade fim da empresa (venda de sucatas).

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RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E CSL (LUCRO OU PREJUÍZO)

O resultado obtido até este ponto na DRE constitui base de cálculo da Provisão para Imposto de Renda
e da Provisão para Contribuição Social. Caso o resultado obtido seja negativo, caracterizando prejuízo
em sua movimentação, não haverá incidência de IR e CSL.
Para o cálculo do imposto de renda a pagar, que deverá ser recolhido pela empresa, a base de cálculo
(lucro tributável) é denominada Lucro Real, que será obtido mediante a escrituração do livro fiscal
denominado LALUR - Livro de apuração do Lucro Real. Nesse livro, registram-se os ajustes necessários
(adições e exclusões ou compensações) de acordo com a legislação vigente.

Participações e Contribuições

Após a apuração do "Resultado depois do Imposto de Renda e CSL", deve-se calcular e deduzir outras
participações do resultado, tais como dos empregados, administradores e de assistência ou previdência
do empregado. Essas participações normalmente estão previstas no estatuto da empresa.

RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (LUCRO OU PREJUÍZO)

O Resultado Líquido corresponde ao resultado final do exercício "à disposição" dos proprietários
(sócios ou acionistas) que, apoiados em determinações legais e estatutárias, determinam a forma como
será feita a sua distribuição. O saldo remanescente integrará o Patrimônio Líquido da empresa nas contas
Reservas de Lucros - caso ocorra lucro - e Prejuízos Acumulados - caso ocorra prejuízo.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE (DRA)1213

A Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) foi introduzida nas normas brasileiras pelo CPC a
partir do pronunciamento técnico CPC 26 (R1). Essa demonstração contábil não consta na Lei das
Sociedades por Ações. As entidades deverão elaborá-la a partir de 2010.

O pronunciamento técnico CPC 26 (R1) dispõe que resultado abrangente é a mutação que
ocorre no patrimônio líquido durante um período que resulta de transações e outros eventos que
não derivados de transações com os sócios na sua qualidade de proprietários.

Portanto, todas as mutações patrimoniais, que não as transações de capital com os sócios, integram
a demonstração do resultado abrangente; ou seja, a mutação do patrimônio líquido é formada por apenas
dois conjuntos de valores:

- transações de capital com os sócios;


- resultado abrangente total.

Por sua vez, o resultado abrangente total é formado de três componentes:

- resultado líquido do período;


- outros resultados abrangentes;
- efeito de reclassificação dos outros resultados abrangentes para o resultado do período (ajustes de
reclassificação).

A demonstração do resultado abrangente do período inicia com o resultado líquido, isto é, o valor final
da demonstração do resultado do período (exercício) e inclui os outros resultados abrangentes e ajustes
de reclassificação.

Outros resultados abrangentes compreendem itens de receita e despesa (incluindo ajustes de


reclassificação) que não são reconhecidos na demonstração do resultado como requerido ou permitido
pelos Pronunciamentos, Interpretações e Orientações emitidos pelo CPC. Os componentes dos outros
resultados abrangentes incluem:

12 SANTOS, J. L. [et al.]. Manual de Práticas Contábeis: Aspectos Societários e Tributários: 2.ª Ed. Atualizada pela Lei n° 11.941/09 e
pelas normas do CPC. São Paulo: Atlas, 2011.
13 Conteúdo na Íntegra. LUNELLI, R. L. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE. Disponível em:
<http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/demonstracaoresultadoabrangente.htm>. Acesso em: 17 out 2015.

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a- variações na reserva de reavaliação, quando permitidas legalmente (ver Pronunciamentos Técnicos
CPC 27 – Ativo Imobilizado e CPC 04 – Ativo Intangível);
b- ganhos e perdas atuariais em planos de pensão com benefício definido reconhecidos conforme item
93A do Pronunciamento Técnico CPC 33 – Benefícios a Empregados;
c- ganhos e perdas derivados de conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior
(ver Pronunciamento Técnico CPC 02 – Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de
Demonstrações Contábeis);
d- ganhos e perdas na remensuração de ativos financeiros disponíveis para venda (ver
Pronunciamento Técnico CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração);
e- parcela efetiva de ganhos ou perdas advindos de instrumentos de hedge em operação de hedge de
fluxo de caixa (ver Pronunciamento Técnico CPC 38).

Na prática, o resultado abrangente visa apresentar os ajustes efetuados no Patrimônio Líquido como
se fosse um lucro da empresa. Por exemplo, a conta ajuste da avaliação patrimonial registra as
modificações de ativos e passivos a valor justo, que pelo princípio da competência não entram na DRE;
no entanto, no lucro abrangente estas variações serão computadas, a fim de apresentar o lucro o mais
próximo da realidade econômica da empresa.
Segundo o pronunciamento do CPC, a apresentação do resultado abrangente deve ser feita separada
da DRE. Todavia, considerando que no Brasil a demonstração das mutações do patrimônio líquido é
obrigatória para as companhias abertas, existe ainda a possibilidade da apresentação da demonstração
do resultado abrangente aparecer como parte da DMPL. Entretanto, a entidade deve divulgar o montante
do efeito tributário relativo a cada componente dos outros resultados abrangentes, incluindo os ajustes
de reclassificação na demonstração do resultado abrangente ou nas notas explicativas.

Assim, os componentes dos outros resultados abrangentes podem ser apresentados:

- Líquidos dos seus respectivos efeitos tributários; ou


- Antes dos seus respectivos efeitos tributários, sendo apresentados em montante único o efeito
tributário total relativo a esses componentes.
A entidade deve divulgar em notas explicativas os ajustes de reclassificação relativos aos
componentes dos outros resultados abrangentes.

Observação:
Lembrar que agora é vedada a apresentação da Demonstração do Resultado Abrangente
apenas na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, ou seja, por mais que a DRA seja
incluída na DMPLC, deve ocorrer a apresentação da DRA separadamente.

ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE (DRA)


Resultado Líquido do Exercício
(+/-) Outros Resultados Abrangentes:
1 – Reservas de Reavaliação:
(-) Realização de Reserva de Reavaliação
(+) Tributos Sobre Realização da Reserva de Reavaliação
2 – Plano de Pensão – Benefícios a Empregados
(+/-) Ganhos e Perdas Atuariais em Planos de Previdência Complementar
(+/-) Tributos Sobre Ganhos e Perdas Atuariais
3 – Ajustes de Conversão das Demonstrações Contábeis
(+/-) Ganhos e Perdas de conversão das Demonstrações Contábeis para o Exterior
(+/-) Tributos Sobre Ajustes de Conversão das Demonstrações Contábeis para o Exterior
4 – Ajustes de Avaliação Patrimonial – Ativos Financeiros
(+/-) Ganhos e Perdas na Remuneração de Ativos Financeiros Disponíveis para Venda
(+/-) Tributos Sobre Ajustes de Instrumentos Financeiros
5 – Ajustes de Avaliação Patrimonial – Instrumentos de Hedge
(+/-) Resultado Abrangente de Empresas Investidas Reconhecidas pelo Método da
Equivalência Patrimonial
(=) Resultado Abrangente do Período
Parcela dos Sócios da Controladora
Parcela dos Sócios não Controladores

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OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES

Conforme evidenciado anteriormente, o resultado abrangente total é composto do resultado líquido do


exercício, dos outros resultados abrangentes e dos ajustes de reclassificação. Portanto, todas as
modificações do patrimônio líquido não provenientes de transações de capital com os sócios são
consideradas outros resultados abrangentes, exceto o resultado líquido do exercício e os ajustes de
reclassificação.

Conforme item 82A do CPC 26 (R1) os outros resultados abrangentes devem apresentar rubricas para
valores de outros resultados abrangentes no período, classificadas por natureza (incluindo a parcela de
outros resultados abrangentes de coligadas e empreendimentos controlados em conjunto, contabilizada
utilizando o método da equivalência patrimonial) e agrupadas naquelas que, de acordo com outros
Pronunciamentos do CPC:
(a) não serão reclassificadas subsequentemente para o resultado do período; e
(b) serão reclassificadas subsequentemente para o resultado do período quando condições
específicas forem atendidas. (Alterado pela Revisão CPC 03)

Assim, resumidamente, compõem os outros resultados abrangentes:


- Reserva de reavaliação (item 41 do CPC 27 e item 87 do CPC 04 (R1));
- Ganhos e perdas na conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior (item 41 do
CPC 02 (R2));
- Ganhos e perdas atuariais em planos de pensão (item 41 do CPC 02 (R2));
- Ajustes de avaliação patrimonial na mensuração a valor justo de ativos financeiros disponíveis para
venda (CPC 38);
- ajustes de avaliação patrimonial referente à efetiva parcela de ganhos ou perdas de instrumentos de
hedge em hedge de fluxo de caixa (CPC 38).

As mutações de reservas de reavaliação, ou seja, a realização da reserva de reavaliação, segundo o


item 41 do pronunciamento técnico CPC 27 em relação ao imobilizado e item 87 do pronunciamento
técnico CPC 04 em relação ao ativo intangível, é transferida para conta de lucros ou prejuízo acumulados
à medida que o ativo é utilizado (depreciação, amortização ou exaustão) ou quando é baixado.
É importante enfatizar que, em relação às variações na reserva reavaliação, elas devem ser incluídas
nos outros resultados abrangentes por força do disposto no item 96 do pronunciamento técnico CPC 26
(R1).
Em relação às variações cambiais na conversão de demonstrações contábeis de operações no
exterior, essa determinação será expressa no item 41 do pronunciamento técnico CPC 02 (R2), segundo
o qual o montante acumulado das variações cambiais deve ser apresentado em conta específica
separada do patrimônio líquido, intitulada Ajustes de conversão acumulados, até que ocorra a baixa da
entidade no exterior, quando, então, será reclassificada para o resultado do exercício.
Já em relação aos ganhos e perdas atuariais em planos de pensão, segundo o item 93A combinado
com o item 93D do pronunciamento técnico CPC 33, os ganhos e perdas atuariais de planos de benefício
de empregados são registrados em conta específica de outros resultados abrangentes, intitulada Ganhos
e perdas atuariais em planos de pensão, e transferidos diretamente para conta de lucros ou prejuízos
acumulados no período em que ocorrem os ganhos ou perdas.
O item 90 do CPC 26 (R1) determina que a entidade divulgue o montante do efeito tributário relativo a
cada componente dos outros resultados abrangentes, incluindo os ajustes de reclassificação, na
demonstração do resultado abrangente ou nas notas explicativas.
Portanto, os componentes dos outros resultados abrangentes podem ser apresentados, segundo o
item 91 do CPC 26 (R1):

- líquidos dos seus respectivos efeitos tributários; ou


- antes dos seus respectivos efeitos tributários, sendo apresentado em montante único o efeito
tributário total relativo a esses componentes.
De acordo com o item 92 do pronunciamento técnico CPC 26 (R1), a entidade deve divulgar ajustes
de reclassificação relativos aos componentes dos outros resultados abrangentes.
Nesse sentido, consideram-se ajustes de reclassificação, de acordo com o item 93 do pronunciamento
técnico CPC 26 (R1), itens anteriormente registrados como outros resultados abrangentes, isto é, itens
registrados anteriormente na conta de ajustes de avaliação patrimonial, reclassificados para o resultado
do exercício. Exemplos dessa situação ocorrem:

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- na baixa de investimentos em entidades no exterior, conforme dispõe a alínea b do item 41 do
pronunciamento técnico CPC 02 (R2);
- no desconhecimento (baixa) de ativos financeiros disponíveis para venda, de acordo com a alínea b
item 55 do pronunciamento técnico CPC 38;
- quando a transação sujeita a hedge de fluxo de caixa afeta o resultado líquido do período (a exemplo
da venda projetada ocorrer), conforme preceitua o item 100 do pronunciamento técnico CPC 38.

De acordo com o item 93 do pronunciamento técnico CPC 26 (R1), tais ajustes de reclassificação são
incluídos no respectivo componente dos outros resultados abrangentes no período em que o ajuste é
reclassificado para o resultado líquido do período.
Nesse sentido, é importante destacar que não são considerados ajustes de reclassificação, nos termos
do item 96 do pronunciamento técnico CPC 26 (R1), as mutações da reserva de reavaliação patrimonial,
e, posteriormente, são reclassificados para conta de lucros ou prejuízos acumulados, portanto, não são
reclassificados para o resultado do exercício.
Esse ajuste de reclassificação é necessário para evitar dupla contagem quando a entidade registra o
ganho ou perda realizada no resultado do exercício quando da baixa dos ativos correspondentes.

BALANÇO PATRIMONIAL

O Balanço Patrimonial (BP) reflete a posição financeira em determinado momento (normalmente no


fim do ano) de uma empresa. É uma demonstração muito utilizada por usuários externos à empresa:
bancos, governo, fornecedores, sindicatos e até mesmo os donos da empresa (sócios ou acionistas).
Normalmente, esses usuários não precisam ser especialistas em contabilidade. Por isso o Balanço
Patrimonial é uma demonstração simples e fácil de ser entendida, pois visa mostrar a situação econômico-
financeira da empresa para todos, inclusive leigos.

Para elaboração do Balanço Patrimonial, a Lei 6.404/76, com as alterações das Leis 11.941/09 e
11.638/07, desce ao detalhamento de especificar as maneiras de como, nele, as Contas devem ser
arranjadas:

SEÇÃO III
Balanço Patrimonial
Grupo de Contas

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que
registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da
companhia.
§ 1.º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos
elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:
I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado
e intangível. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 2.º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:
I – passivo circulante; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
II – passivo não circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação
patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. (Incluído pela Lei nº
11.941, de 2009)
§ 3.º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão
classificados separadamente.

O Balanço Patrimonial é um instrumento importantíssimo para a gestão de uma empresa, apesar de


fornecer apenas os saldos das contas. Como citado anteriormente, evidencia de forma clara e simples as
origens e aplicação dos recursos obtidos pela empresa, bem como a riqueza gerada pelo seu ciclo operacional.
Os recursos são originários do Passivo e do Patrimônio Líquido, sobretudo quando atribuídos a
recursos de terceiros a curto prazo (fornecedores, salários a pagar, impostos a recolher) e a longo prazo
(financiamentos, empréstimos bancários), assim como os recursos advindos especialmente do Capital Social,
quando da constituição da empresa ou aumento deste, e de lucros apurados no período. As aplicações dos
recursos são distribuídas no Ativo, tanto no circulante quanto no não circulante, sendo este último

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


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normalmente oriundo dos recursos de terceiros obtidos a longo prazo.
De acordo com o art. 178 da Lei 6.404/76 (lei das S/A), as contas serão classificadas segundo os
elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da
situação financeira da entidade.
Essa demonstração deve ser estruturada de acordo com os preceitos da Lei n.º 6.404/76 e alterações das
Leis 11.941/09 e 11.638/07 e segundo os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras
de contabilidade, dividindo o Balanço Patrimonial em três grandes grupos de contas: o Ativo, o Passivo e
o Patrimônio Líquido, assim, deverá demonstrar, também, os seus respectivos subgrupos.
Na prática, a forma de apresentação mais comum é a apresentada a seguir:

ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL


Vigente a partir de 31/12/2010
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Disponibilidades Passivo Não Circulante
Direitos realizáveis
Despesas do exercício seguinte
Ativo Não Circulante PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Realizável a Longo Prazo Capital social
Investimento Reservas de capital
Ativo Imobilizado Ajustes de avaliação patrimonial
Ativo Intangível Reservas de lucros
Ações em tesouraria
Prejuízos acumulados

Total do Ativo Total do Passivo


Balanço patrimonial nas normas brasileiras pela legislação societária

Nas normas do CPC, não existe uma definição do formato do balanço patrimonial, apenas a
especificação dos grupos e subgrupos que o compõem. Entretanto, a forma de apresentação mais comum
é a utilização do formato de contas a seguir:

ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL


Vigente a partir de 31/12/2010
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Caixa e equivalentes de caixa Contas a pagar comerciais e outras
Estoques Outras provisões
Clientes e outros recebíveis Provisões para benefícios dos empregados
Ativos financeiros mensurados a valor Obrigações financeiras
justo Obrigações relativas à tributação
Ativos financeiros disponíveis para venda Obrigações associadas a ativo à disposição para
Ativo não circulante mantido para venda venda
Pagamentos antecipados
Passivo Não Circulante
Ativo Não Circulante Provisões*
Obrigações associadas a ativos à disposição para
Realizável a Longo Prazo venda
Impostos diferidos Impostos diferidos
Investimento Receitas recebidas antecipadamente
Investimentos avaliados por EP
Propriedades para investimento PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Ativo Imobilizado Capital
Ativos biológicos Reservas (com indicação da natureza)
Ativo Intangível Prejuízos acumulados

Participações de não controladores


Total do Ativo Total do Passivo e Patrimônio Líquido

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*exceto provisões para benefícios de empregados e outros custos operacionais.
Balanço patrimonial nas normas brasileiras pelo CPC

A apresentação dos valores de cada conta do Balanço Patrimonial poderá ser feita em milhares de reais, e
em duas colunas: a primeira com os valores do ano a que se refere a publicação e a segunda com os
saldos do ano imediatamente anterior. Essa técnica de estruturação tem a função de facilitar a visualização
da evolução das contas de um período para o outro, auxiliando os usuários da contabilidade na interpretação
comparativa.

Partindo do Ativo apresentamos a definição das contas, exemplificadas, que compõem o Balanço Patrimonial.

A Lei 6.404/79, alterada pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09, em seu art. 179 classifica as contas pertencentes
ao grupo do Ativo:

Ativo

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:


I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social
subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;
II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte,
assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou
controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não
constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia;
III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de
qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da
atividade da companhia ou da empresa;
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade,
inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e
controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007)
V – (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à
manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio
adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007)
Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que
o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.

ATIVO

Dentro do Balanço Patrimonial, o grupo de contas do Ativo apresenta todos os bens e direitos mensuráveis
monetariamente pertencentes a uma entidade. São caracterizados por agrupar os investimentos feitos na
empresa pelos proprietários (vindos do capital inicial e dos lucros) e de terceiros.

É dividido em dois grandes grupos de contas: Ativo Circulante e Ativo não Circulante.

ATIVO CIRCULANTE

O que se deve entender por Ativo Circulante?

Podemos visualizar graficamente o conceito de Ativo Circulante assim:

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Ciclo Operacional

FIM INÍCIO
Caixa/
Bancos

Dupl. a CIRCULANTE Fornecedor


Receber

3 2

Mercadorias

Ciclo Operacional

E, fazendo uma análise da trajetória do ciclo operacional:


• Com o dinheiro em caixa ou em bancos, paga-se o fornecedor.
• O fornecedor entrega as mercadorias.
• As mercadorias são vendidas e trocadas por um direito a receber.
• Na data do vencimento, troca-se o direito a receber por dinheiro, que retornará ao caixa ou bancos.
• Com dinheiro em caixa ou em bancos, é reiniciado o ciclo.

Esse ciclo que se inicia e termina no caixa ou bancos é o que se denomina ciclo operacional. Quando
este completa sua trajetória em 12 meses, todos os recursos envolvidos são classificados como de curto
prazo.
Exemplos de recursos com estas características:
• o dinheiro em Caixa e em Bancos;
• os Créditos a Receber;
• as Mercadorias para Revenda;
• as Matérias-Primas Brutas que aguardam para serem transformadas em produtos;
• as Aplicações de Recursos em despesas que beneficiarão o exercício seguido e outros
assemelhados.

O Ativo Circulante, para efeito de análise do Balanço, corresponde ao Capital de Giro (ou Capital em
Giro ou Capital Circulante).

Disponíveis:
- Caixa - dinheiro disponível;
- Bancos - conta corrente ou movimento;
- Aplicações Financeiras.

Clientes:
- Duplicatas a receber;
- Adiantamento a fornecedores.
- Adiantamento a empregados.

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- Imposto a recuperar.

Estoques:
- Mercadorias;
- Matérias-primas;
- Produtos acabados.

Despesas de exercícios seguintes:


- Prêmios de seguros a apropriar; - Juros passivos a apropriar.

ATIVO NÃO CIRCULANTE

O Ativo não Circulante, conta introduzida pela nova legislação, tem por finalidade evidenciar os grupos
de contas que representam todos os bens e direitos de permanência duradoura, destinados ao
funcionamento normal da sociedade ou adquiridos para este fim.

Realizável a Longo Prazo

As contas pertencentes a este subgrupo são caracterizadas por se realizarem depois de findo o
exercício financeiro, ou seja, serão convertidas em dinheiro após 360 dias (ou mais) da realização do
balanço.
Podemos definir que são bens e direitos que, apesar de fazerem parte do ciclo operacional da empresa,
possuem vencimentos cuja conversão em moeda corrente se dará após um ano, contado da data do
encerramento do balanço. São exemplos de contas pertencentes a esse subgrupo:

- empréstimos a sócios;
- investimentos temporários a longo prazo;
- despesas antecipadas;
- outras contas a receber;
- depósitos judiciais.

Investimentos

Neste subgrupo, estão escriturados todos os bens e direitos adquiridos pela empresa, com a intensão
de obter algum tipo de rentabilidade (receita), mas fora de sua atividade normal. Caracteriza-se por ser
uma aplicação de capital permanente e não especulativa. Assim, temos como exemplo:

- Participações permanentes em outras empresas;


- Participação em fundos de investimentos;
- Outros investimentos.

Imobilizado

É constituído por bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da empresa ou exercidos
com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios,
riscos e controle desses bens. É caracterizado por estar voltado ao processamento das atividades da
empresa, gerando produtos ou serviços que serão comercializados por ela. Temos como exemplos:

- Imóveis;
- Móveis e utensílios;
- Maquinários;
- Veículos;
- Equipamentos;
- Instalações;
- Terrenos;
- Depreciação/amortização/exaustão acumulada (conta redutora do Ativo)

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Intangível

Neste subgrupo, serão classificados os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à
manutenção da companhia ou exercício com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.
Como exemplo, temos:

- Marcas;
- Patentes;
- Outros bens incorpóreos;
- Amortização acumulada (conta redutora do Ativo).

PASSIVO

Os grupos que compõem o Passivo representam as obrigações assumidas pela entidade com terceiro
(fornecedores, salários, duplicatas a pagar) que poderão ser vencíveis a curto ou longo prazo.

O Passivo - também chamado de Passivo Exigível - é tratado no art. 180 da Lei 6.404/76 alterada
pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09, onde são classificadas as obrigações da empresa:
Passivo Exigível
Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do
ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício
seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o
disposto no parágrafo único do art. 179 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
O Passivo é dividido em dois grandes grupos de contas: Passivo Circulante e Passivo não
Circulante.

PASSIVO CIRCULANTE

Neste grupo, são classificadas as obrigações que a empresa tem com terceiros, vencíveis a curto
prazo, ou seja, dentro do exercício financeiro da empresa. Sua classificação em relação ao vencimento é
decrescente. Como exemplo, temos:

- Fornecedores;
- Duplicatas descontadas;
- Contas a pagar;
- Obrigações fiscais;
- Obrigações sociais;
- Obrigações trabalhistas;
- Obrigações financeiras;
- Outras contas a pagar.

Atenção:
De acordo com a publicação do Pronunciamento Técnico do CPC nº 38, a conta Duplicatas
Descontadas, que antes figurava como Conta Redutora do Ativo, passou a integrar o Passivo
Circulante, devido a sua característica de Instrumento Financeiro.

PASSIVO NÃO CIRCULANTE

Neste grupo de contas, são classificadas as obrigações com terceiros que deverão ser liquidadas após
o exercício financeiro, ou seja, são exigibilidades com vencimento acima de 360 dias após o Balanço
Patrimonial ser elaborado.

Exigível a Longo Prazo

O Exigível a Longo Prazo representa um subgrupo de contas que tem como foco os vencimentos de
dívidas com terceiros que, apesar de terem sido adquiridas no próprio exercício ou em exercícios
anteriores, terão seus vencimentos fixados após o exercício financeiro subsequente à elaboração do
Balanço Patrimonial. Como exemplo de contas pertencentes a este subgrupo, temos:

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- Obrigações comerciais;
- Obrigações financeiras;
- Financiamentos;
- Obrigações diversas.

Patrimônio Líquido

O Patrimônio Líquido representa os valores contábeis que os sócios ou acionistas possuem na


empresa em um determinado momento. Apesar de estar localizado no Passivo, caracteriza-se por não
representar exigibilidade com terceiros, como foram os mencionados anteriormente.
O valor contábil que representa o Patrimônio Líquido é obtido pela diferença entre os valores do Ativo
e do Passivo.
São parte integrante do Patrimônio Líquido as seguintes contas:
- Capital social;
- Reservas de Capital;
- Ajustes de avaliação patrimonial;
- Reservas de lucros;
- Ações em tesouraria;
- Prejuízos acumulados.

Observação:
A conta conhecida como Lucros ou Prejuízos Acumulados passa a ter outra conotação com a
nova legislação, passando a demonstrar tão somente os Prejuízos Acumulados. Isto não significa
que a conta "Lucros Acumulados" deixou de existir; por ser uma conta de natureza transitória,
deverá ser totalmente utilizada e distribuída como contrapartida às reversões das reservas de
lucros e às destinações deste.

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA – DFC

A partir de janeiro de 2008, quando entrou em vigor a Lei 11.638/07, a Demonstração dos Fluxos de
Caixa (DFC) substituiu a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR). A DFC mostra
os recebimentos e os pagamentos efetuados pela empresa em caixa, bem como suas atividades de
investimentos e financiamentos.
A DFC indicará o que ocorreu no período em termos de entradas e saídas de dinheiro do caixa. Assim
como a Demonstração de Resultados, a DFC é uma demonstração dinâmica e também está contida no
Balanço Patrimonial, que é uma demonstração estática. Ela propiciará ao gestor financeiro uma melhor
visão para um planejamento financeiro eficiente.

A DFC classifica os fluxos de caixa em três categorias:

- Fluxo de Caixa das Operações: é relacionado à produção e entrega de bens e serviços. As entradas
de caixa incluem o recebimento à vista de bens e serviços e das contas a receber, quando existirem, além
de outros recebimentos, como juros de aplicações e demais itens que não sejam originários de atividades
de investimentos e/ou financiamentos; as saídas de caixa envolvem os pagamentos efetuados a
fornecedores, matéria-prima, salários, serviços, impostos, taxas, juros de empréstimos e financiamentos.
Também é possível classificar os juros como atividades de financiamento.

Dica: Conforme Pronunciamento Técnico do CPC 03, a entidade pode manter títulos e empréstimos
para fins de negociação imediata ou futura (dealing or trading purposes), os quais, no caso, são
semelhantes a estoques adquiridos especificamente para revenda. Dessa forma, os fluxos de caixa
advindos da compra e venda desses títulos são classificados como atividades operacionais. Da mesma
forma, as antecipações de caixa e os empréstimos feitos por instituições financeiras são comumente
classificados como atividades operacionais, uma vez que se referem à principal atividade geradora de
receita dessas entidades.

- Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento: são as atividades referentes a empréstimos e


financiamentos. Incluem os recebimentos de empréstimos e demais entradas de recursos financeiros, e

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como saída consideram-se pagamentos de dividendos, amortizações e bens adquiridos.

- Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento: são as atividades referentes a investimentos


relacionados ao aumento ou diminuição dos ativos de longo prazo utilizados na produção de bens e
serviços.

As transações como depreciação, amortização e exaustão são meras reduções de ativos e por isso
não afetam o caixa, não entrando na DFC. Também não entram na DFC eventuais estimativas de perdas
prováveis com recebimento de clientes.

Pode-se elaborar a DFC pelos seguintes métodos:

- Método direto: elabora a DFC a partir da movimentação direta ocorrida no caixa da empresa,
demonstrando todos os itens que tenham provocado entrada ou saída de caixa;

- Método indireto: elabora a DFC a partir do resultado, isto é, lucro ou prejuízo de forma semelhante
à DOAR.

ATENÇÃO CANDIDATO(A)!

De acordo com o §6.° do art. 176 da Lei n° 11.638/07, a companhia fechada com patrimônio
líquido, na data do balanço, não superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será
obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa.

A seguir, tem-se uma estrutura resumida da DFC pelos dois métodos:

MÉTODO DIRETO MÉTODO INDIRETO

Atividades Operacionais Atividades Operacionais


(+) Recebimento de clientes Lucro líquido do Exercício
(-) Pagamento de contas (+) Depreciação
(-) Pagamento de despesas operacionais (+/-) Variação no Circulante (Capital de Giro)
(-) Pagamento de Impostos Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais
Fluxo de Caixa das Atividades
Operacionais
Atividades de Financiamento
Atividades de Financiamento (+/-) Novos empréstimos de curto e longo prazos
(+/-) Novos empréstimos de curto e longo (+) Aumento de capital
prazos (-) Despesas financeiras
(+) Aumento de capital (-) Pagamentos de dividendos
(-) Despesas financeiras Fluxo de Caixa das Atividades de
(-) Pagamentos de Dividendos Financiamento
Fluxo de Caixa das Atividades de
Financiamento
Atividades de Investimentos
Atividades de Investimentos (+/-) Aquisição de Imobilizado
(+/-) Aquisição de Imobilizado (+/-) Outros Investimentos
(+/-) Outros Investimentos Fluxo de Caixa das Atividades de
Fluxo de Caixa das Atividades de Investimentos
Investimentos

(+/-) Caixa inicial


(+/-) Caixa inicial Resultado do Caixa Final
Resultado do Caixa Final

Por substituir a DOAR, a DFC, no seu método indireto, possui a característica de evidenciar, em
determinado período, as modificações que deram origem às variações no Capital de Giro Líquido - CGL
da empresa. Assim, a DFC também visa identificar as modificações ocorridas na posição financeira de
curto prazo da empresa, oriundas do ingresso de novos recursos - além dos gerados pelas suas próprias

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


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operações - e a forma como estes foram aplicados, cujo excesso ou insuficiência refletirá no aumento ou
diminuição do CGL. Normalmente a DFC utiliza a nomenclatura CCL – Capital Circulante Líquido, que é
sinônimo de CGL.
Abaixo segue um comparativo da estrutura de uma DOAR e uma DFC - hipotéticas:

Demonstração das Origens e Aplicações dos Demonstração dos Fluxos de Caixa


Resultados (DOAR) de Caixa (DFC)

ORIGENS DE RECURSOS MÉTODO INDIRETO

Das Operacionais Atividades Operacionais


Lucro líquido do Exercício 120 Lucro líquido do Exercício 120
(+) Depreciação 30 (+) Depreciação 30
(-) Participação no lucro da (40) 110 (-) Participação no lucro da (40)
controlada controlada
Dos acionistas Fluxo de Caixa das
Integralização de capital 80 Atividades Operacionais 110
De terceiros
Ingresso de novos empréstimos 70 Atividades de Financiamento
Total das Origens 260 (+) Novos empréstimos de curto 70
e longo prazos 80
APLICAÇÃO DE RECURSOS (+) Aumento de capital
(+) Aquisição de Imobilizado 60 Fluxo de Caixa das
Integralização de novos Atividades de Financiamento 260
investimentos 10
Dividendos propostos e pagos 20 Atividades de Investimentos
Total das Aplicações 90 (+) Aquisição de Imobilizado
(+) Outros Investimentos 60
AUMENTO NO CAPITAL Integralização de novos
CIRCULANTE LÍQUIDO 170 investimentos 10
Dividendos propostos e pagos
Fluxo de Caixa das 20
Atividades de Investimentos 90

Resultado do Caixa Final 170

DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS – DLPA

Considerando que a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados é parte integrante da


Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, esta será a primeira demonstração a ser estruturada
e estudada.
A estrutura da DLPA limita-se a analisar o fluxo do lucro ajustado ao Patrimônio Líquido por meio das
destinações para as reservas e suas reversões, até a evidenciação dos dividendos a serem distribuídos aos
acionistas.
De acordo com as determinações do art. 186 da lei 6.404/76, a estrutura da Demonstração dos Lucros
e Prejuízos Acumulados discriminará:

SEÇÃO IV

Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados

Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:


I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo
inicial;
II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo

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ao fim do período.
§ 1.º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da
mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que
não possam ser atribuídos a fatos subsequentes.
§ 2.º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por
ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se
elaborada e publicada pela companhia.

ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DOS


LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS – DLPA

Saldo Inicial (31/12/Exercício Anterior)


(+/ -) Ajustes de exercícios anteriores
Efeitos na mudança de critérios contábeis
Retificação de erro de exercícios anteriores
(=) Saldo inicial ajustado e corrigido
(+) Reversão de reservas
(+) Lucro ou prejuízo do exercício
(=) Saldo à disposição dos proprietários
(-) Destinação do exercício
Reserva legal
Reserva estatutária
Reserva de contingência
Reservas de Lucros a realizar
Dividendos obrigatórios
(=) Saldo Final (31/12/Exercício atual)

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO - DMPL


RESERVAS DE LUCROS
Capital Reservas Reserva Reserva Reserva Reserva Lucros
Histórico Realizado de Capital Para Estatutária Legal de Acumulad Total
Contingên Lucros a os
cia Realizar
Saldo em
31.12.
Exercício
Anterior
Ajustes de
Exercícios
Anteriores:
Efeitos de
mudança de
critérios
contábeis
Retificação de
erros de
exercícios
anteriores
Aumento de
Capital:
Com lucros e
reservas
Por subscrição
realizada
Reversões de
Reservas:
De
contingências
De lucros a
realizar

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Lucro Líquido
do Exercício:
Proposta de
Destinação do
Exercício:
Reserva para
contingência
Reserva legal
Reserva
estatutária
Reserva de
lucros para
expansão
Reserva de
lucros a
realizar
Outras
reservas
Dividendos a
distribuir (R$
por ação)
Saldo em
31.12.Exercíci
o Anterior

Saldo do Início do Período

Saldo de todas as contas do patrimônio líquido ao final do exercício anterior.

Ajustes de Exercícios Anteriores

- Mudança de critério contábil: O § 1.º do art. 177 da Lei nº 6.404/76, estabelece: As demonstrações
financeiras do exercício em que houver modificação de métodos ou critérios contábeis, de efeitos
relevantes, deverão indicá-la em nota e ressaltar esses efeitos. As alterações citadas pela lei poderão
modificar, ou não, o resultado do lucro do exercício, com a alteração, por exemplo, do critério de apuração
dos estoques, que poderia ter migrado de PEPS (Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai) para o método
de média ponderada, afetando diretamente o resultado do custo da mercadoria vendida – CMV, refletindo
na apuração do Lucro Líquido.

- Retificação de Erro: Os erros a serem retificados são aqueles caracterizados por não terem sido
cometidos para lesar o patrimônio da empresa ou cofres públicos; são erros corriqueiros, como: inversão
de números, contabilização para maior ou para menor de alguma provisão (I.R., CSLL, férias).

Aumento de Capital, Discriminando sua Natureza

Reversões de Reservas

Quando da apuração da DRE, verifica-se o Lucro ou Prejuízo Líquido do período, que é transferido
para a conta de Lucros Acumulados (Razão). Após a apuração do montante disponível (acumulado) do
Lucro Líquido do período. Essa destinação se caracteriza pela transferência de percentuais deste
resultado e é imposta pela legislação ou determinada pelo estatuto da empresa.

Podemos destacar as seguintes destinações:


- Reserva legal;
- Reserva estatutária;
- Reserva para contingência;
- Reserva orçamentária;
- Reserva de lucros a realizar.

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Reserva legal: Tem a finalidade de garantir a integridade do Capital Social e somente poderá ser
utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o Capital. Do Lucro Líquido do Exercício, 5% serão
aplicados, antes de qualquer destinação, na constituição da Reserva legal, que não excederá 20% do
Capital Social.
A companhia poderá deixar de constituir reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva,
acrescido do montante das reservas de capital, exceder 30% do Capital Social.

Reservas estatutárias: São criadas pelo estatuto da empresa e possuem regras claras, que indicam,
de modo preciso e completo, a sua finalidade (destino) e fixam os critérios que determinam a parcela
anual dos lucros líquidos a serem destinados à sua constituição. O estatuto também determina o limite
máximo da reserva.

Reserva para contingência: A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos da administração,
destinar parte do Lucro Líquido à formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício
futuro, a administração do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado.
Como exemplo, temos: geadas ou secas, cheias ou inundações, etc.
A constituição da Reserva é opcional, e a proposta da administração deverá indicar a causa da perda
prevista e justificar, com as razões de prudência, a sua constituição.
Essa Reserva deixará de ser constituída e será revertida no exercício em que deixarem de existir as
razões que justificaram a sua constituição.

Reserva orçamentária: Também conhecida como Reserva para Expansão, tem a finalidade de
garantir o investimento em expansão da empresa quando previsto no orçamento de capital; deverá ser
aprovada em Assembleia geral.

Reserva de lucros a realizar: No exercício em que os lucros a realizar ultrapassarem o total deduzido
dos valores destinados às Reservas legal, estatutária, contingência e orçamentária, a Assembleia geral
poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar o excesso à constituição de Reserva de
lucros a realizar.

Resultado Líquido do Exercício (atual): Resultado Líquido do Exercício apurado na DRE do


exercício.

Proposta de destinação do lucro do período: A destinação do resultado do exercício atual nas


reservas.

Saldo Final do Período


Saldo de todas as contas do patrimônio líquido ao final do exercício atual.

A estrutura da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é bastante simples, pois, ao passo
que a DLPA demonstra o fluxo da movimentação do PL, a DMPL incrementará essas informações
evidenciando quais as modificações ocorridas em todas as contas que compõem o Patrimônio Líquido de
um período para o outro, demonstrando a evolução, para mais ou menos, de cada uma delas.
Observa-se que a DLPA está inserida em parte da estrutura da DMPL, evidenciando a importância da
última.

Atenção:
Vale lembrar que a DMPL é obrigatória somente para as companhias abertas, conforme
Instrução CVM 059/86.

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO – DVA

Destacamos o trecho do art. 188 da Lei 6.404/76, alterada pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09, que
define o mínimo a ser demonstrado na DVA:

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SEÇÃO VI

Demonstrações dos Fluxos de Caixa e do Valor Adicionado


(Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007)

Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei indicarão,
no mínimo: (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) (...)
(...) II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua
distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como
empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não
distribuída. (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) (...)

Para trazer maior clareza ao entendimento da estrutura e contas da Demonstração do Valor


Adicionado, o conteúdo a seguir está em conformidade com o Pronunciamento Técnico CPC 09, que trata
exclusivamente da DVA. Portanto, segue abaixo o modelo de estrutura da Demonstração do Valor
Adicionado para empresas em geral e o seu detalhamento, conforme Pronunciamento Técnico CPC 09.

Estrutura da Demonstração do Valor Adicionado – DVA


1 – RECEITAS
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2) Outras receitas
1.3) Receitas Relativas à construção de ativos próprios
1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão/(Constituição)
2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS
(inclui os valores de impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS)
2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos
2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.3) Perda/Recuperação de valores ativos
2.4) Outras (especificar)
3- VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)
4- DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
5- VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)
6- VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
6.2) Receitas financeiras
6.3) Outras
7- VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)
8- DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)
8.1) Pessoal
8.1.1- Remuneração direta
8.1.2- Benefícios
8.1.3- FGTS
8.2) Impostos, taxas e contribuições
8.2.1- Federais
8.2.2- Estaduais
8.2.3- Municipais
8.3) Remuneração de capitais de terceiros
8.3.1- Juros
8.3.2- Aluguéis
8.3.3- Outras
8.4) Remuneração de Capitais Próprios
8.4.1- Juros sobre o Capital Próprio
8.4.2- Dividendos
8.4.3- Lucros retidos/Prejuízo do exercício
8.4.4- Participação dos não controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação)
(*) O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7.

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Características das informações da DVA

A DVA está fundamentada em conceitos macroeconômicos, buscando apresentar - eliminados os


valores que representam dupla-contagem - a parcela de contribuição que a entidade tem na formação do
Produto Interno Bruto (PIB). Essa demonstração apresenta o quanto a entidade agrega de valor aos
insumos adquiridos de terceiros e que são vendidos ou consumidos durante determinado período.
Existem, todavia, diferenças temporais entre os modelos contábil e econômico no cálculo do valor
adicionado. A ciência econômica, para cálculo do PIB, baseia-se na produção, enquanto a contabilidade
utiliza o conceito contábil da realização da receita, isto é, baseia-se no regime contábil de competência.
Como os momentos de realização da produção e das vendas são normalmente diferentes, os valores
calculados para o PIB por meio dos conceitos oriundos da Economia e os da Contabilidade são
naturalmente diferentes em cada período. Essas diferenças serão tanto menores quanto menores forem
as diferenças entre os estoques inicial e final para o período considerado. Em outras palavras, admitindo-
se a inexistência de estoques inicial e final, os valores encontrados com a utilização de conceitos
econômicos e contábeis convergirão.
Para os investidores e outros usuários, essa demonstração proporciona o conhecimento de
informações de natureza econômica e social e oferece a possibilidade de melhor avaliação das atividades
da entidade dentro da sociedade na qual está inserida. A decisão de recebimento por uma comunidade
(Município, Estado e a própria Federação) de investimento pode ter nessa demonstração um instrumento
de extrema utilidade e com informações que, por exemplo, a demonstração de resultados por si só não é
capaz de oferecer.
A DVA elaborada por segmento (tipo de clientes, atividades, produtos, área geográfica e outros) pode
representar informações ainda mais valiosas no auxílio da formulação de predições e, enquanto não
houver um pronunciamento específico do CPC sobre segmentos, sua divulgação é incentivada.

Formação da riqueza

Riqueza criada pela própria entidade.


A DVA, em sua primeira parte, deve apresentar de forma detalhada a riqueza criada pela entidade. Os
principais componentes da riqueza criada estão apresentados a seguir nos seguintes itens:

Receitas

Venda de mercadorias, produtos e serviços - inclui os valores dos tributos incidentes sobre essas
receitas (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), ou seja, corresponde ao ingresso bruto ou faturamento
bruto, mesmo quando na demonstração do resultado tais tributos estejam fora do cômputo dessas
receitas.
Outras receitas - da mesma forma que o item anterior, inclui os tributos incidentes sobre essas
receitas.
Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Constituição/Reversão - inclui os valores relativos
à constituição e reversão dessa provisão.

Insumos adquiridos de terceiros

Custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos - inclui os valores das matérias-
-primas adquiridas junto a terceiros e contidas no custo do produto vendido, das mercadorias e dos
serviços vendidos adquiridos de terceiros; não inclui gastos com pessoal próprio.
Materiais, energia, serviços de terceiros e outros - inclui valores relativos às despesas originadas
da utilização desses bens, utilidades e serviços adquiridos junto a terceiros.

Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, serviços, energia, etc.
consumidos, devem ser considerados os tributos incluídos no momento das compras (por
exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), recuperáveis ou não. Esse procedimento é diferente das
práticas utilizadas na demonstração do resultado.

Perda e recuperação de valores ativos - inclui valores relativos a ajustes por avaliação a valor de
mercado de estoques, imobilizados, investimentos, etc. Também devem ser incluídos os valores
reconhecidos no resultado do período, tanto na constituição quanto na reversão de provisão para perdas
por desvalorização de ativos, conforme aplicação do CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos

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(se no período o valor líquido for positivo, deve ser somado).
Depreciação, amortização e exaustão - inclui a despesa ou o custo contabilizado no período.
Valor adicionado recebido em transferência
Resultado de equivalência patrimonial - o resultado da equivalência pode representar receita ou
despesa; se despesa, deve ser considerado como redução ou valor negativo.
Receitas financeiras - inclui todas as receitas financeiras, inclusive as variações cambiais ativas,
independentemente de sua origem.
Outras receitas - inclui os dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo, aluguéis, direitos
de franquia, etc.

Distribuição da riqueza

A segunda parte da DVA deve apresentar de, forma detalhada, como a riqueza obtida pela entidade
foi distribuída. Os principais componentes dessa distribuição estão apresentados a seguir:

Pessoal – valores apropriados ao custo e ao resultado do exercício na forma de:


- Remuneração direta: representada pelos valores relativos a salários, 13.º salário, honorários da
administração (inclusive os pagamentos baseados em ações), férias, comissões, horas extras,
participação de empregados nos resultados, etc.
- Benefícios: representados pelos valores relativos à assistência médica, alimentação, transporte,
planos de aposentadoria, etc.
- FGTS: representado pelos valores depositados em conta vinculada dos empregados. Impostos, taxas
e contribuições - valores relativos ao imposto de renda, contribuição social sobre o lucro, contribuições
aos INSS (incluídos aqui os valores do Seguro de Acidentes do Trabalho) que sejam ônus do empregador,
bem como os demais impostos e contribuições a que a empresa esteja sujeita. Para os impostos
compensáveis, tais como ICMS, IPI, PIS e COFINS, devem ser considerados apenas os valores devidos
ou já recolhidos, e representam a diferença entre os impostos e contribuições incidentes sobre as receitas
e os respectivos valores incidentes sobre os itens considerados como “insumos adquiridos de terceiros”.
- Federais: inclui os tributos devidos à União, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em
parte aos Estados, Municípios, Autarquias etc., tais como: IRPJ, CSSL, IPI, CIDE, PIS, COFINS. Inclui
também a contribuição sindical patronal.
- Estaduais: inclui os tributos devidos aos Estados, inclusive aqueles que são repassados no todo ou
em parte aos Municípios, Autarquias etc., tais como o ICMS e o IPVA.
- Municipais: inclui os tributos devidos aos Municípios, inclusive aqueles que são repassados no todo
ou em parte às Autarquias, ou quaisquer outras entidades, tais como o ISS e o IPTU.
- Remuneração de capitais de terceiros: valores pagos ou creditados aos financiadores externos de
capital.
- Juros: inclui as despesas financeiras, inclusive as variações cambiais passivas, relativas a quaisquer
tipos de empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras, empresas do grupo ou outras
formas de obtenção de recursos. Inclui os valores que tenham sido capitalizados no período.
- Aluguéis: inclui os aluguéis (inclusive as despesas com arrendamento operacional) pagos ou
creditados a terceiros, inclusive os acrescidos aos ativos.
- Outras: inclui outras remunerações que configurem transferência de riqueza a terceiros, mesmo que
originadas em capital intelectual, tais como royalties, franquia, direitos autorais, etc.
- Remuneração de capitais próprios: valores relativos à remuneração atribuída aos sócios e acionistas.
- Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos: inclui os valores pagos ou creditados aos sócios e
acionistas por conta do resultado do período, ressalvando-se os valores dos JCP transferidos para conta
de reserva de lucros. Devem ser incluídos apenas os valores distribuídos com base no resultado do
próprio exercício, desconsiderando-se os dividendos distribuídos com base em lucros acumulados de
exercícios anteriores, uma vez que já foram tratados como “lucros retidos” no exercício em que foram
gerados.
- Lucros retidos e prejuízos do exercício: inclui os valores relativos ao lucro do exercício destinados às
reservas, inclusive os JCP quando tiverem esse tratamento; nos casos de prejuízo, esse valor deve ser
incluído com sinal negativo.
- As quantias destinadas aos sócios e acionistas na forma de Juros sobre o Capital Próprio: JCP,
independentemente de serem registrados como passivo (JCP a pagar) ou como reserva de lucros, devem
ter o mesmo tratamento dado aos dividendos no que diz respeito ao exercício a que devem ser imputados.
- Casos especiais: alguns exemplos:
Depreciação de itens reavaliados ou avaliados ao valor justo (fair value).

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A reavaliação de ativos e a avaliação de ativos ao seu valor justo provocam alterações na estrutura
patrimonial da empresa e, por isso, normalmente requerem o registro contábil dos seus efeitos tributários.
Os resultados da empresa são afetados sempre que houver a realização dos respectivos ativos
reavaliados ou avaliados ao valor justo. Quando a realização de determinado ativo ocorrer pelo processo
normal de depreciação, por consequência, a DVA também é afetada. Assim, no momento da realização
da reavaliação ou da avaliação ao valor justo, deve-se incluir esse valor como “outras receitas” na DVA,
bem como se reconhecem os respectivos tributos na linha própria de impostos, taxas e contribuições.

Ajustes de exercícios anteriores

Os ajustes de exercícios anteriores, decorrentes de efeitos provocados por erro imputável a exercício
anterior ou da mudança de critérios contábeis que vinham sendo utilizados pela entidade, devem ser
adaptados na demonstração de valor adicionado relativa ao período mais antigo apresentado para fins
de comparação, bem como os demais valores comparativos apresentados, como se a nova prática
contábil estivesse sempre em uso ou o erro fosse corrigido.

Ativos construídos pela empresa para uso próprio

A construção de ativos dentro da própria empresa para seu próprio uso é procedimento comum. Nessa
construção diversos fatores de produção são utilizados, inclusive a contratação de recursos externos (por
exemplo, materiais e mão de obra terceirizada) e a utilização de fatores internos como mão de obra, com
os consequentes custos que essa contratação e utilização provocam. Para elaboração da DVA, essa
construção equivale à produção vendida para a própria empresa, e por isso seu valor contábil integral
precisa ser considerado como receita. A mão de obra própria alocada é considerada como distribuição
dessa riqueza criada, e eventuais juros ativados e tributos também recebem esse mesmo tratamento. Os
gastos com serviços de terceiros e materiais são apropriados como insumos.
À medida que tais ativos entram em operação, a geração de resultados deles recebe tratamento
idêntico aos resultados gerados por qualquer outro ativo adquirido de terceiros; portanto, sua depreciação
também deve receber igual tratamento.
Para evitar o desmembramento das despesas de depreciação, na elaboração da DVA, entre os
componentes que serviram de base para o respectivo registro do ativo construído internamente (materiais
diversos, mão de obra, impostos, aluguéis e juros), os valores gastos nessa construção devem, no período
da construção, ser tratados como Receitas relativas à construção de ativos próprios. Da mesma forma,
os componentes de seu custo devem ser alocados na DVA seguindo-se suas respectivas naturezas.
Referido procedimento de reconhecimento dos valores gastos no período como outras receitas, além
de aproximar do conceito econômico de valor adicionado, evita controles complexos adicionais, que
podem ser custosos, durante toda a vida útil econômica do ativo.

Distribuição de lucros relativos a exercícios anteriores

A Demonstração do Valor Adicionado está estruturada para ser elaborada a partir da Demonstração
do Resultado do período. Assim, há uma estreita vinculação entre essas duas demonstrações, a qual
deve servir para sustentação da consistência entre elas. Mas ela tem também uma interface com a
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados na parte em que movimentações nesta conta dizem
respeito à distribuição do resultado do exercício apurado na demonstração própria.
A entidade é livre, dentro dos limites legais, para distribuir seus lucros acumulados, sejam eles oriundos
do próprio exercício ou de exercícios anteriores. Porém, pela vinculação referida no item anterior, os
dividendos que compõem a riqueza distribuída pela entidade devem se restringir exclusivamente à
parcela relativa aos resultados do próprio período; os relativos a lucros de períodos anteriores não são
considerados, pois já figuraram como lucros retidos naqueles respectivos períodos.

Substituição tributária

A legislação brasileira, por meio de dispositivos legais próprios, permite a transferência de


responsabilidade tributária a um terceiro, desde que vinculado ao fato gerador do tributo. Essa
transferência de responsabilidade, que pode ser total ou parcial e tem como finalidade precípua a garantia
de recolhimento do tributo, é efetivada de duas formas: progressiva e regressiva.
A substituição tributária progressiva ocorre com a antecipação do pagamento do tributo que só será
devido na operação seguinte. Do ponto de vista do substituto tributário (normalmente fabricante ou

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importador), deve-se incluir o valor do “imposto antecipado” no faturamento bruto e depois apresentá-lo
como dedução desse faturamento para se chegar à receita bruta.
No caso da substituição tributária regressiva, por exemplo, quando o comerciante realiza operação
com produtor rural e é responsável pelo recolhimento do tributo, podem ocorrer duas situações: no caso
de o comerciante ter direito ao crédito na operação seguinte, quando o valor do tributo recolhido deve ser
tratado como impostos a recuperar, na DVA o valor dos impostos incidentes sobre as vendas deve ser
considerado pelo valor total, uma vez que foi recolhido pelo próprio comerciante; se este não fizer jus ao
crédito do tributo, o valor recolhido deve ser tratado como custo dos estoques.

NOTAS EXPLICATIVAS14

Normas brasileiras pela legislação societária

De acordo com o § 4.° do art. 176 da Lei das Sociedades por Ações, as demonstrações serão
complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis
necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. Conforme o § 5.°
do art. 176 da Lei 11.941/09, as notas explicativas devem:

I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das


práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos;
(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não
estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; (Incluído pela Lei
nº 11.941, de 2009)
III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e
consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de
2009)
IV – indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos
cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou
riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo;
(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, parágrafo único);
(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art. 182, § 3o );
(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e
outras responsabilidades eventuais ou contingentes; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; (Incluído
pela Lei nº 11.941, de 2009)
f) o número, espécies e classes das ações do capital social; (Incluído pela Lei nº 11.941, de
2009)
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; (Incluído pela Lei nº
11.941, de 2009)
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a
ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. (Incluído
pela Lei nº 11.941, de 2009).

NÃO ESQUEÇA!
De acordo com o § 6.° do art. 176 da Lei n° 11.638/07, a companhia fechada, com patrimônio
líquido, na data do balanço, não superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será
obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa.

14 SANTOS, J. L. [et al.]. Manual de Práticas Contábeis: aspectos societários e tributários: 2.ª Ed. Atualizada pela Lei n° 11.941/09 e pelas
Normas do CPC. São Paulo: Atlas, 2011.

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Normas brasileiras pelo CPC

As notas explicativas, de acordo com a alínea g do item 10 do Pronunciamento técnico CPC 26 (R1),
fazem parte de um conjunto completo de demonstrações contábeis e compreendem um resumo das
políticas contábeis significativas e outras informações explanatórias. Além disso, elas contêm informações
adicionais àquelas apresentadas no balanço patrimonial, na demonstração do resultado do período, na
demonstração do resultado abrangente do período, na demonstração da mutação do patrimônio líquido
do período, da demonstração dos fluxos do período e da demonstração do valor adicionado do período.

Estrutura das Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis

A estrutura das notas explicativas às demonstrações contábeis está descrita no Pronunciamento


técnico CPC 16 (R1) nos itens 112 a 116, segundo os quais as notas explicativas às demonstrações
contábeis de uma entidade devem:

a. apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações contábeis e das políticas
contábeis específicas utilizadas;
b. divulgar as informações exigidas pelos pronunciamentos, orientações e interpretações que não
estejam apresentadas em nenhum outro lugar das demonstrações contábeis;
c. fornecer informações adicionais que não são indicadas nas próprias demonstrações contábeis
consideradas relevantes para sua compreensão.

As notas explicativas às demonstrações contábeis, nos termos do item 113 do pronunciamento técnico
CPC 26 (R1), devem ser apresentadas de maneira sistemática. Cada rubrica constante do próprio balanço
patrimonial e das demonstrações do resultado, da demonstração do resultado abrangente, das mutações
no patrimônio líquido, dos fluxos de caixa e da demonstração do valor adicionado deve ter referência
cruzada com qualquer informação relacionada nas notas explicativas. Além disso, estas são,
normalmente, apresentadas na seguinte ordem, tendo em vista auxiliar os usuários da contabilidade no
entendimento das demonstrações contábeis e na comparação com as de outra entidade:

a. declaração de conformidade com os pronunciamentos, orientações e interpretações do Comitê de


Pronunciamentos Contábeis;
b. resumo das políticas contábeis significativas;
c. informações de suporte de itens apresentados nas demonstrações contábeis pela ordem em que
cada demonstração e cada rubrica sejam apresentadas; e
d. outras divulgações, incluindo:
i. passivos contingentes (CPC 25) e compromissos contratuais não reconhecidos; e
ii. divulgação não financeira, tais como riscos financeiros da entidade, as correspondentes políticas e
os objetivos da administração (CPC 40).

Em algumas circunstâncias, segundo o item 115 do Pronunciamento técnico CPC 26 (R1), pode ser
necessário ou desejável modificar a sequência de itens específicos dentro das notas explicativas. Por
exemplo, informações sobre variações no valor justo reconhecidas no resultado podem ser divulgadas
juntamente com informações sobre vencimento de instrumentos financeiros, apesar de os primeiros
serem divulgações de demonstrações do resultado e os últimos se referirem ao balanço patrimonial. Não
obstante, uma estrutura sistemática para notas explicativas deve ser mantida sempre que praticável.
As informações a serem divulgadas nas notas explicativas em relação às políticas contábeis estão
descritas nos itens 117 a 124 do Pronunciamento técnico CPC 26 (R1). Nessa seção, deve ser divulgado
um resumo de políticas contábeis significativas que contenha:

a. as bases de mensuração utilizadas na preparação das demonstrações contábeis; e


b. outras políticas contábeis utilizadas que sejam relevantes para um entendimento adequado das
demonstrações contábeis.

Além das práticas contábeis específicas utilizadas nas demonstrações contábeis, é importante para os
usuários terem conhecimento das bases de avaliação usadas (custo histórico, custo corrigido, valor de
realização, valor justo ou valor recuperável), porque elas formam a base sobre a qual as demonstrações
contábeis estão preparadas. Quantdo mais de uma base de avaliação é usada nas demonstrações
contábeis, como, por exemplo, quando determinadas classes de ativos são reavaliadas (se permitido

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legalmente), é suficiente fornecer uma indicação das categorias de ativos ou passivos às quais cada base
de mensuração se aplica.
Ademais, ao decidir se uma prática contábil deve ser divulgada, a administração deve considerar se a
divulgação proporcionará aos usuários compreender a maneira pela qual as transações e os eventos são
demonstrados nos relatórios contábeis apresentados. A divulgação de determinadas políticas contábeis
é especialmente útil para os usuários quando elas são selecionadas entre opções permitidas em
pronunciamentos, interpretação e orientação. Alguns destes exigem, especificamente, a divulgação de
determinadas políticas contábeis, incluindo escolhas feitas pela administração entre diferentes políticas
permitidas. Por exemplo, o Pronunciamento técnico CPC 27 requer a divulgação das bases de
mensuração utilizadas para as classes do ativo imobilizado.
Além disso, nos termos do item 120 do Pronunciamento técnico CPC 26 (R1), cada entidade deve
considerar a natureza de suas operações e as políticas que o usuário espera que sejam divulgadas para
esse tipo de entidade. Por exemplo, todas as entidades com fins lucrativos deveriam divulgar a prática
contábil para reconhecimento de tributos sobre a renda, incluindo tributos diferidos e ativos fiscais.
Quando uma entidade tem operações significativas no exterior ou transações em moedas estrangeiras,
deve haver divulgação de políticas contábeis relacionadas ao reconhecimento de ganhos e perdas
cambiais.
Nos termos do item 121 do Pronunciamento técnico CPC 26 (R1), uma política contábil pode ser
importante devido à natureza das operações da entidade, mesmo que os valores associados ao período
atual e ao anterior não sejam significativos.
A entidade deve divulgar, no resumo das políticas contábeis ou em outra nota explicativa, de acordo
com o item 22 do CPC 26 (R1), os critérios e julgamento adotados na seleção de políticas contábeis e
que têm efeito mais significativo nos montantes reconhecidos nas demonstrações contábeis. Essas
divulgações descritas acerca de julgamentos específicos feitos pela administração no processo de
aplicação das políticas contábeis da entidade, segundo o item 132 do referido pronunciamento, não se
relacionam com as divulgações das principais fontes de incerteza das estimativas, as quais devem ser
divulgadas em item específico das notas explicativas (item 125 do CPC 26 (R1)).
No processo de aplicação das políticas contábeis da entidade, a administração exerce diversos
julgamentos, com a exceção dos que envolvem estimativas, que podem afetar significativamente os
montantes reconhecidos nas demonstrações contábeis. Por exemplo, a administração exerce julgamento
ao definir:

a. se os ativos financeiros são instrumentos mantidos até o vencimento;


b. quando substancialmente os riscos e benefícios significativos da propriedade de ativos financeiros
e de ativo locados são transferidos para outras entidades;
c. se, em essência da relação entre a entidade e uma sociedade de propósito específico indica que
essa sociedade é controlada pela entidade.

Algumas divulgações feitas de acordo com o item 122 do CPC (R1) são requeridas por outros
pronunciamentos, orientações e interpretações. Por exemplo, o Pronunciamento técnico CPC 36 (R2)
requer que a entidade divulgue as razões pelas quais determinada participação societária em sociedade
investida não constitui controle, ainda que mais de metade do poder de voto ou potencial poder de voto
seja de sua propriedade, direta ou indiretamente; também requer a divulgação dos critérios utilizados pela
entidade para distinguir a propriedade do investimento da propriedade mantida para venda no curso
ordinário da atividade empresarial, nas situações em que a classificação das propriedades é difícil.

Principais Fontes de Incerteza das Estimativas

A entidade deve divulgar nas notas explicativas, segundo o item 125 do Pronunciamento CPC (R1),
informações acerca dos principais pressupostos relativos ao futuro e outras fontes principais da incerteza
das estimativas à data do balanço, que tenham risco significativo de provocar modificação material nos
valores contábeis de ativos e passivos durante o próximo.
Com respeito a esses ativos e passivos, as notas explicativas devem incluir detalhes informativos
acerca:

a. da sua natureza; e
d. do seu valor contábil à data do balanço patrimonial.

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Nesse sentido, o item 13 do Pronunciamento técnico CPC 26 (R1) não requer a divulgação de
previsões ou orçamentos ao fazer essas divulgações.
A entidade, nos termos do item 126 do Pronunciamento técnico CPC 26 (R1), observa que definir os
montantes de alguns ativos e passivos exige a estimativa dos feitos de eventos futuros incertos nesses
ativos e passivos à data do balanço. Por exemplo, na ausência de preços de mercado recentemente
observados, passam a ser necessárias estimativas orientadas para o futuro para mensurar o valor
recuperável de ativos imobilizado, o feito da obsolescência tecnológica nos estoques, provisões sujeitas
ao futuro resultado de litígio em curso e passivos de longo prazo de benefícios a empregados tais como
obrigações de pensão.
Essas estimativas requerem pressupostos sobre esses assuntos, como o risco associado aos fluxos
de caixa ou taxas de desconto, futuras alterações nos preços que afetam outros custos.
Os principais pressupostos e outras principais fontes da incerteza das estimativas divulgadas se
relacionam com as estimativas cujos julgamentos são os mais difíceis, subjetivos ou complexos a serem
exercidos pela administração. À medida que o número de variáveis e pressupostos que afetam a possível
futura solução de incertezas aumenta, esses julgamentos se tornam mais subjetivos e complexos,
aumentando, consequentemente, a probabilidade de ajuste nos valores contábeis de ativos e passivos.
As divulgações descritas anteriormente não são requeridas para ativos e passivos que tenham risco
significativo de que seus valores contábeis possam sofrer alteração significativa no próximo período se,
à data do balanço, forem mensurados pelo valor justo com base em preços de mercado recentemente
observados. Nesse caso, os valores justos podem se alterar materialmente no próximo período, mas
essas alterações não serão fruto de pressuposto ou de outras fontes da incerteza das estimativas à data
do balanço.
Além disso, segundo o item 129 do Pronunciamento técnico CPC 26 (R1), essas divulgações são
apresentadas de forma a ajudar os usuários das demonstrações contábeis a compreenderem os
julgamentos que a administração fez acerca do futuro e sobre outras principais fontes de incerteza das
estimativas. A natureza e a extensão da informação a ser divulgada variam de acordo com a natureza
dos pressupostos e outras circunstâncias. Exemplos de tipos de divulgação são:

a. a natureza dos pressupostos ou de outras incertezas nas estimativas;


d. a sensibilidade dos valores contábeis aos métodos, pressupostos e estimativas subjacentes ao
respectivo cálculo, incluindo as razões para essa sensibilidade;
c. a solução esperada de incerteza e a variedade de desfechos razoavelmente possíveis durante o
próximo período em relação aos valores contábeis dos ativos e passivos impactados; e
d. uma explicação de alterações feitas nos pressupostos adotados no passado no tocante a esses
ativos e passivos, caso a incerteza continue pendente de solução.

Quando for impraticável divulgar a extensão dos possíveis efeitos de pressuposto ou de outra fonte
principal de incerteza das estimativas à data do balanço, de acordo com o item 131 do Pronunciamento
técnico CPC26 (R1), a entidade deve divulgar que é razoavelmente possível, com base no conhecimento
existente, que os valores dos respectivos ativos ou passivos no próximo período tenham que sofrer
ajustes materiais em razão da materialização de realidade distinta em relação àqueles pressupostos
assumidos. Em todos os casos, a entidade divulga a natureza e o valor contábil do ativo ou passivo
específico (ou classe de ativos ou passivos) afetado por esses pressupostos.
Ademais, a divulgação de alguns dos principais pressupostos, de acordo com o item 125 do
Pronunciamento técnico CPC 26 (R1), é requerida por outros pronunciamentos, interpretações ou
orientações. Por exemplo, o Pronunciamento técnico CPC25 requer a divulgação, em circunstâncias
específicas, de pressupostos importantes relativos a futuros eventos que afetem determinadas provisões;
o CPC 40 requer a divulgação de pressupostos significativos aplicados na estimativa de valores justos de
ativos financeiros e de passivos financeiros que sejam avaliados pelo valor justo; o CPC 27 requer a
divulgação de pressupostos significativos aplicados na estimativa de valores justos de itens reavaliados
do ativo imobilizado, quando permitida legalmente a reavaliação.

Capital

Segundo o item 134 do Pronunciamento técnico CPC 26 (R1), as entidades devem divulgar
informações que permitam aos usuários das demonstrações contábeis avaliarem seus objetivos, políticas
e processos de gestão de capital. Nesse sentido, a entidade deve divulgar as seguintes informações:

a. informações qualitativas sobre os seus objetivos, políticas e processos de gestão do capital,

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incluindo, sem a elas se limitar as seguintes:
i. descrição dos elementos abrangidos pela gestão do capital;
ii. caso a entidade esteja sujeita a requisitos de capital impostos externamente, a natureza desses
requisitos na gestão de capital; e
iii. como está cumprindo os seus objetivos em matéria de gestão de capital;

b. dados quantitativos sintéticos sobre os elementos incluídos na gestão do capital. Algumas entidades
consideram alguns passivos financeiros (como, por exemplo, algumas formas de empréstimos
subordinados) como fazendo parte de capital, enquanto outras consideram que devem ser excluídos do
capital alguns componentes do capital próprio (como, por exemplo, os componentes associados a
operações de proteção de fluxo de caixa);
c. quaisquer alterações dos elementos referidos nas alíneas a e b em relação ao período precedente;
d. indicação do cumprimento ou não, durante o período, dos eventuais requisitos de capital impostos
externamente a que a entidade estiver eu esteve sujeita;
e. caso a entidade não tenha atendido a esses requisitos externos de capital, as consequência dessa
não observância. Essas informações devem se basear nas informações prestadas internamente aos
principais dirigentes da entidade.

As entidades podem gerir o seu capital de várias formas e estarem sujeitas a diferentes requisitos no
que diz respeito ao seu capital. Por exemplo, um conglomerado pode incluir entidades que exercem a
atividade de seguro em paralelo com outras que exercem a atividade bancária, e essas entidades podem
desenvolver a sua atividade em vários países diferentes.
Caso a divulgação agregada dos requisitos de capital e da forma como este é gerido não proporcione
uma informação adequada ou contribua para distorcer o entendimento acerca dos recursos de capital da
entidade pelos usuários das demonstrações contábeis, a entidade deve divulgar informações distintas
relativamente a cada requerimento de capital a que está sujeita.

Instrumentos Financeiros com Opção de Venda Classificados no Patrimônio Líquido

No caso de instrumentos financeiros com opção de venda (puttable) classificados como instrumentos
patrimoniais, segundo o item 136.º do Pronunciamento técnico CPC 26 (R1), a entidade deve divulgar (na
extensão em que não tiver divulgado em outro lugar nas demonstrações contábeis):

a. dados quantitativos resumidos sobre os valores classificados no patrimônio líquido;


b. seus objetivos, políticas e os processos de gerenciamento de sua obrigação de recompra ou resgate
dos instrumentos quanto requerido a fazer pelos seus detentores desses instrumentos, incluindo
quaisquer alterações em relação a período anterior;
c. o fluxo de caixa de saída esperado na recompra ou resgate dessa classe de instrumentos
financeiros; e
d. informações sobre como esse fluxo de caixa foi determinado.

Outras Divulgações

A entidade deve divulgar nas notas explicativas, segundo o item 137 do Pronunciamento técnico CPC
26 (R1):

a. o montante de dividendos propostos ou declarados antes da data em que as demonstrações


contábeis foram autorizadas para serem emitidas e não reconhecido como uma distribuição aos
proprietários durante o período abrangido pelas demonstrações contábeis, bem como o respectivo valor
por ação ou equivalente;
b. a quantia de qualquer dividendo preferencial cumulativo não reconhecido.

Além disso, nos termos do item 138 do Pronunciamento técnico CPC 26 (R1), a entidade deve divulgar,
caso não for divulgado em outro local entre as informações publicadas com as demonstrações contábeis,
as seguintes informações:

a. o domicílio e a forma jurídica da entidade, o seu país de registro e o endereço da sede registradas
(ou o local principal dos negócios, se diferente da sede registrada);
b. a descrição da natureza das operações da entidade e das suas principais atividades;

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c. o nome da entidade controladora e a entidade controladora do grupo em última instância;
d. se uma entidade constituída por tempo determinado, informações a respeito do tempo de duração.

Lembre-se:
Notas explicativas não são demonstrações, mas informações obrigatórias para esclarecimentos das
publicações das demonstrações (parágrafo 4.º do Art. 176 da Lei das S.A.s)

Questões

01. (TJ-ES - Analista Judiciário – Contabilidade – CESPE/2011) As notas explicativas que


complementam as demonstrações financeiras compreendem não só as informações obrigatórias não
contidas nas próprias demonstrações, como também informações adicionais quando o conteúdo das
demonstrações for insuficiente.
(.....) Certo (......) Errado

02. (FUB - Secretário Executivo – CESPEÓ/2011)


As demonstrações financeiras, ou contábeis, apresentam a situação da empresa em determinado
período de tempo.
(.....) Certo (......) Errado

3. (CEMIG-TELECOM - Analista Contábil Júnior – FUMARC/2010) As notas explicativas, que


complementam as demonstrações financeiras das sociedades anônimas, deverão indicar:
(A) os principais fornecedores de insumos e/ou mercadorias.
(B) os ônus reais constituídos sobre elementos do Passivo e as garantias recebidas de terceiros.
(C) as operações de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício.
(D) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a curto prazo.

04. (INSS - Analista Previdenciário – Contabilidade – CESGRANRIO/2005) Durante o processo


denominado “Padronização das Demonstrações Financeiras”, cujo objetivo é preparar as demonstrações
para a análise, a conta “Duplicatas Descontadas”, se existir, deverá ser:
(A) reduzida do montante de Duplicatas a Receber, figurando apenas o valor líquido.
(B) somada à Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa, e o total, reduzido de Duplicatas a
Receber.
(C) alocada no grupo do Patrimônio Líquido, porém com sinal trocado, representando uma conta
redutora.
(D) transferida para o Realizável a Longo Prazo, para não prejudicar a pureza dos índices de liquidez.
(E) transferida para o Passivo Circulante.

05. (IF-PR - Auditor - CETRO/2014) De acordo com a Lei Federal nº 6.404/1976 (Lei das S/As), sobre
a apresentação de demonstrações financeiras, assinale a alternativa correta.
(A) As sociedades anônimas podem realizar suas demonstrações financeiras apenas com base nos
princípios geralmente aceitos.
(B) Todas as exigências legais referentes à contabilidade de demonstrações financeiras estão contidas
na Lei das S/As, não havendo a necessidade de complementação legal.
(C) As sociedades empresárias de responsabilidade limitada, indistintamente do porte, também são
obrigadas a observar normas sobre demonstrações financeiras expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários (CVM).
(D) Às companhias de capital fechado é facultada a possibilidade de observar as normas sobre
demonstrações financeiras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
(E) As normas contábeis da CVM devem ser elaboradas somente com base no definido na
contabilidade brasileira.

06. (FUB - Secretário Executivo - CESPE/2011) Balanço patrimonial, demonstração das origens e
aplicações de recursos e livros contábeis constituem exemplos de demonstrações financeiras.
(.....) Certo (......) Errado

07. (MAPA - Contador - FDC/2010) Com o advento da Lei 11.638/07, foram alteradas as
demonstrações financeiras obrigatórias para as empresas. A demonstração financeira obrigatória apenas
para as Companhias Abertas é o(a):

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(A) Balanço Patrimonial;
(B) Balanço IFRS;
(C) Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados;
(D) Demonstração do Valor Adicionado;
(E) Demonstração dos Fluxos de Caixa.

08. (MDA - Complexidade Intelectual - Ciências Contábeis – FUNCAB/2014) De acordo com o


CPC-03, as informações dos fluxos de caixa de uma entidade são úteis para proporcionar aos usuários
das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e
equivalentes de caixa, bem como suas necessidades de liquidez. Uma entidade pode ter títulos e
empréstimos para fins de intermediação que sejam semelhantes a estoques adquiridos especificamente
para revenda. Portanto, na apuração da DFC, os fluxos de caixa decorrentes da compra e venda desses
títulos são classificados como sendo atividades:
(A) atípicas.
(B) financeiras.
(C) de imobilização de capital de giro.
(D) de investimento.
(E) operacionais.

09. (Receita Federal – Auditor Fiscal da Receita Federal – ESAF/2012) A Demonstração do


Resultado Abrangente deve evidenciar
(A) somente as parcelas dos resultados líquidos apurados que afetem os acionistas não controladores.
(B) parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas, reconhecida por meio do
método de equivalência patrimonial.
(C) ajustes de instrumentos financeiros de participações societárias avaliadas pelo método de custo.
(D) o resultado líquido após tributos das operações descontinuadas das entidades controladas.
(E) o resultado antes do imposto sobre a renda e contribuições apuradas no período.

10. (BANPARÁ – Contador – PAC/2014) São receitas e despesas que correspondem a outros
resultados abrangentes, exceto:
(A) Ganhos na remensuração do valor líquido do passivo de plano de benefício definido.
(B) Perdas por desvalorização de uma unidade geradora de caixa da empresa.
(C) Perdas no valor de títulos disponíveis para venda em coligadas e controladas.
(D) Ganhos na conversão de empréstimos e financiamentos em moeda estrangeira.
(E) Ganhos efetivos de hegde em operações de hedge de fluxos de caixa.

11. (AGEHAB - Analista Técnico – Contador - FUNDAÇÃO SOUSÂNDRADE/2010)

Contas/Saldos (R$) – extraídos no exercício findo


Bancos 231.500,00
Impostos Incidentes s/ Vendas 48.000,00
Capital Social 350.000,00
Custos das Mercadorias Vendidas 180.000,00
Descontos Incondicionais s/ Vendas 10.000,00
Receitas de Aluguel 1.000,00
Despesas Financeiras 12.900,00
Duplicatas a Receber 52.500,00
Estoques 24.000,00
Fornecedores 37.200,00
Provisão para o IRPJ 70.000,00
Imobilizado 469.400,00
Receita Bruta de Vendas 551.200,0
Vendas Canceladas 1.200,00
Contribuição Social s/Lucro 20.100,00

O Lucro Operacional Líquido do período foi de


(A) R$210.000,00.
(B) R$313.000,00.

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(C) R$300.100,00.
(D) R$280.000,00.
(E) R$230.100,00.

12. (CNMP- Analista do CNMP - Controle Interno – FCC/2015) Considere que a Cia. Imobiliária S.A.
seja proprietária de três imóveis com as seguintes características:
− Imóvel 1 – destinado para ser utilizado nas atividades da empresa.
− Imóvel 2 – mantido pela empresa sem a intenção de venda, mas não utilizado em suas atividades.
− Imóvel 3 – mantido pela empresa para futura expansão da fábrica.
Na divulgação do seu Balanço Patrimonial, a empresa deve evidenciar o Imóvel 1, o Imóvel 2 e o
Imóvel 3, respectivamente, no grupo do ativo,
(A) Imobilizado, Imobilizado e Imobilizado.
(B) Imobilizado, Investimentos e Investimentos.
(C) Imobilizado, Investimentos e Imobilizado.
(D) Investimentos, Investimentos e Realizável no Longo Prazo.
(E) Investimentos, Imobilizado e Realizável no Longo Prazo.

13. (MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Contabilidade – FCC/2015) Considere os elementos


patrimoniais de uma sociedade anônima de capital aberto em 31/12/2014:
I. Direito de uso de uma marca por um período de 10 anos.
II. Participação permanente em outras empresas, sem detenção do controle acionário e sem influência
significativa na administração.
III. Equipamentos adquiridos para revenda em conformidade com suas atividades e ciclo operacionais.
IV. Imóvel onde funciona o setor administrativo da empresa.
Os itens I, II, III e IV devem ser evidenciados no Balanço Patrimonial de 31/12/2014, respectivamente,
no ativo
(A) intangível, investimentos, imobilizado e imobilizado.
(B) realizável a longo prazo, investimentos, circulante e imobilizado.
(C) intangível, realizável a longo prazo, circulante e imobilizado.
(D) realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e imobilizado.
(E) intangível, investimentos, circulante e imobilizado.

14. (AGERIO - Analista de Desenvolvimento – FDC/2015) Assinale a alternativa que apresenta as


três características fundamentais do Ativo Permanente Imobilizado:
(A) Natureza relativamente permanente, não se destina à venda, não é utilizado no negócio;
(B) Natureza relativamente permanente, destina-se à venda, não é utilizado no negócio;
(C) Natureza relativamente permanente, não se destina à venda, é utilizado no negócio;
(D) Natureza relativamente permanente, destina-se à venda, é utilizado no negócio;
(E) Natureza relativamente permanente, raramente destina-se à venda, raramente utilizado no
negócio.

15. (TJ-MS - Juiz Substituto – VUNESP/2015) Considerando-se o Balanço Patrimonial e a


classificação das contas do ativo nas Sociedades por Ações, é correto afirmar que as disponibilidades,
os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas
do exercício seguinte, serão classificadas
(A) em investimentos.
(B) no intangível.
(C) no ativo circulante.
(D) no ativo imobilizado.
(E) no ativo realizável.

16. (TJ-SP - Contador Judiciário – VUNESP/2015) A Lei no 6.404/76, ao disciplinar o Balanço


Patrimonial, estabelece a classificação das contas do Ativo. Observadas as disposições legais, nesse
sentido, as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não
classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da
empresa, serão classificadas
(A) no intangível.
(B) no ativo imobilizado.
(C) em participações.

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(D) no ativo realizável a longo prazo.
(E) em investimentos.

17. (SEGEP-MA - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Administração Tributária - FCC/2016) A


Demonstração do Resultado do ano de 2015 da empresa Produtos de Segurança Porta Aberta S.A. é
apresentada a seguir:

As seguintes informações adicionais são conhecidas:


− A empresa não tinha saldo a receber de vendas no início de 2015.
− Do total das vendas efetuadas em 2015, 20% foram vendidos a prazo e serão recebidos em 2016.
− Todas as mercadorias vendidas foram adquiridas e pagas em 2015 e não havia estoques iniciais de
mercadorias.
− No início do período, a empresa não tinha dívidas com fornecedores. − Todas as outras despesas
operacionais foram pagas no próprio ano de 2015.
− Do total de Despesas Financeiras, a empresa pagou 80% no próprio ano de 2015. A empresa
classifica as Despesas Financeiras no grupo das atividades operacionais.
− O Imposto de Renda será pago em 2016.
Desconsiderando os tributos sobre vendas e sobre compras, o valor correspondente ao Caixa das
Atividades Operacionais do ano de 2015 foi, em reais:
(A) 48.400 (positivo).
(B) 20.400 (positivo).
(C) 127.200 (negativo).
(D) 40.000 (positivo).
(E) 123.200 (negativo).

18. (FUNAI - Contador – ESAF/2016) A Cia. de Comércio Marítimo S.A. apresentou as seguintes
demonstrações contábeis:

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De acordo com as demonstrações contábeis acima e sabendo-se que os juros não foram pagos, o
fluxo de caixa gerado pelas Atividades Operacionais no ano de 2015 foi, em reais, de
(A) 129.000,00.
(B) 174.000,00.
(C) 105.000,00.
(D) 120.000,00.
(E) 139.000.00.
Respostas

01. Certo.
O parágrafo 5.º do art. 176 da Lei 6.404/76, alterada pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09 trata do
conteúdo a ser esclarecido pelas Notas Explicativas:

(...)§ 5.º As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das
práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos;
(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não
estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; (Incluído pela Lei
nº 11.941, de 2009)
III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e
consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de
2009)

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02. Resposta: CERTO.
As Demonstrações Contábeis são também, usualmente, denominadas "demonstrações financeiras"
de acordo com as normas regulamentares dos órgãos normativos. Conforme CPC 26, elas são uma
representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade em um
determinado período de tempo.

03. Resposta: C.
O parágrafo 5.º do art. 176 da Lei 6.404/76, alterada pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09 trata do
conteúdo a ser esclarecido pelas Notas Explicativas:

(...) § 5.º As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas
contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos; (Incluído pela Lei
nº 11.941, de 2009)
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam
apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; (Incluído pela Lei nº 11.941, de
2009)
III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e
consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
IV – indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos
cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos,
e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; (Incluído pela Lei nº
11.941, de 2009)
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, parágrafo único); (Incluído
pela Lei nº 11.941, de 2009)
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art. 182, § 3.º); (Incluído
pela Lei nº 11.941, de 2009)
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras
responsabilidades eventuais ou contingentes; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; (Incluído pela
Lei nº 11.941, de 2009)
f) o número, espécies e classes das ações do capital social; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; (Incluído pela Lei nº
11.941, de 2009)
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1.º); e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter,
efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. (Incluído pela Lei nº
11.941, de 2009).

04. Resposta E.
De acordo com a publicação do Pronunciamento Técnico do CPC nº 38, a conta Duplicatas
Descontadas, que antes figurava como Conta Redutora do Ativo, passou a integrar o Passivo Circulante,
devido a sua característica de Instrumento Financeiro.

05. Resposta. D.
Conforme o § 6o do art. 177 da Lei 6.404/76, as companhias fechadas poderão optar por observar as
normas sobre demonstrações financeiras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para as
companhias abertas. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007).

06. Errado.
De acordo com a Lei 6.404/76 conhecida como a Lei das S.As. e conforme as alterações das Leis
11.638/07 e 11.941/09 as sociedades por ações são obrigadas a elaborar e publicar as seguintes
demonstrações financeiras:
- Demonstração do Resultado do Exercício
- Balanço Patrimonial;
- Demonstração do Fluxo de Caixa;
- Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados; e
- Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado.

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Conforme Instrução CVM 059/86, que dispões sobre a obrigatoriedade da elaboração e publicação da
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido pelas companhias abertas, em seu Art. 1.º determina
elaborar e publicar, como parte integrante de suas demonstrações financeiras, a Demonstração das
Mutações do Patrimônio Líquido.
Desta forma observa-se que livros contábeis não são demonstrações financeiras.
Vale ressaltar que a DOAR é uma demonstração financeira, no entanto não mais obrigatória,
pois foi substituída pela Demonstração dos Fluxos de Caixa - DFC

07. Resposta: D.
De acordo com a Lei 6.404/76 conhecida como a Lei das S. As. e conforme as alterações das Leis
11.638/07 e 11.941/09 as sociedades por ações são obrigadas a elaborar e publicar as seguintes
demonstrações financeiras:
- Demonstração do Resultado do Exercício;
- Balanço Patrimonial;
- Demonstração do Fluxo de Caixa;
- Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados; e
- Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado.

8. Resposta: E.
Conforme Pronunciamento Técnico do CPC 03, a entidade pode manter títulos e empréstimos para
fins de negociação imediata ou futura (dealing or trading purposes), os quais, no caso, são semelhantes
a estoques adquiridos especificamente para revenda. Dessa forma, os fluxos de caixa advindos da
compra e venda desses títulos são classificados como atividades operacionais. Da mesma forma, as
antecipações de caixa e os empréstimos feitos por instituições financeiras são comumente classificados
como atividades operacionais, uma vez que se referem à principal atividade geradora de receita dessas
entidades.

09. Resposta: B.
Conforme item 82A do CPC 26 (R1), os outros resultados abrangentes devem apresentar rubricas para
valores de outros resultados abrangentes no período, classificadas por natureza (incluindo a parcela de
outros resultados abrangentes de coligadas e empreendimentos controlados em conjunto
contabilizada utilizando o método da equivalência patrimonial) e agrupadas naquelas que, de acordo
com outros Pronunciamentos do CPC:
(a) não serão reclassificadas subsequentemente para o resultado do período; e
(b) serão reclassificadas subsequentemente para o resultado do período quando condições
específicas forem atendidas. (Alterado pela Revisão CPC 03)

10. Resposta: B.
Outros resultados abrangentes compreendem itens de receita e despesa (incluindo ajustes de
reclassificação) que não são reconhecidos na demonstração do resultado como requerido ou permitido
pelos Pronunciamentos, Interpretações e Orientações emitidos pelo CPC. Os componentes dos outros
resultados abrangentes incluem:
a- variações na reserva de reavaliação, quando permitidas legalmente (ver Pronunciamentos Técnicos
CPC 27 – Ativo Imobilizado e CPC 04 – Ativo Intangível);
b- ganhos e perdas atuariais em planos de pensão com benefício definido reconhecidos conforme item
93A do Pronunciamento Técnico CPC 33 – Benefícios a Empregados;
c- ganhos e perdas derivados de conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior
(ver Pronunciamento Técnico CPC 02 – Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de
Demonstrações Contábeis);
d- ganhos e perdas na remensuração de ativos financeiros disponíveis para venda (ver
Pronunciamento Técnico CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração);
e- parcela efetiva de ganhos ou perdas advindos de instrumentos de hedge em operação de hedge de
fluxo de caixa (ver Pronunciamento Técnico CPC 38).
Portanto a alternativa que não está presente como componente dos outros resultados
abrangentes é a alternativa B - Perdas por desvalorização de uma unidade geradora de caixa da
empresa.

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11. Resposta: C.
551.200,00 RECEITA BRUTA
- 1.200,00 VENDAS CANCELADAS
- 10.000,00 DESCONTOS INCONDICIONAIS
- 48.000,00 IMPOSTOS
492.000,00 RECEITA LÍQUIDA
-180.000,00 CMV
312.000,00 LUCRO BRUTO
- 12.900,00 DESPESAS FINANCEIRAS
+ 1.000,00 RECEITAS DE ALUGUEL
300.100,00 LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO

12. Resposta: B.
Conforme a Lei n° 6.404/76, art. 179, inciso IV, no ativo imobilizado se classificam os direitos que
tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da
empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à
companhia os benefícios, riscos e controle desses bens.
Já os imóveis fora de uso e os destinados à locação ou à futura expansão são classificados como
investimentos permanentes.

13. Resposta: E.
I. Direito de uso de uma marca por um período de 10 anos. (Marcas e Patentes compõem o
Intangível).
II. Participação permanente em outras empresas, sem detenção do controle acionário e sem influência
significativa na administração. (As Participações Societárias são classificadas no Investimento).
III. Equipamentos adquiridos para revenda em conformidade com suas atividades e ciclo operacionais.
(Equipamentos para revenda compõem o Estoque de Mercadorias para revenda no Ativo
Circulante).
IV. Imóvel onde funciona o setor administrativo da empresa. (Imóveis destinados à manutenção das
atividades fazem parte do Imobilizado).

14. Resposta: C.
Possui Natureza Relativamente Permanente e Não se destinam à venda, pois são bens que a empresa
não tem intenção de vender. É utilizado no negócio, pois se destinam à manutenção das atividades da
empresa.

15. Resposta: C.
Conforme a Lei 6404, Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social
subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.

16. Resposta: E.
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
(...)
III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer
natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da
companhia ou da empresa.

17. Resposta: E.
Método indireto
36.400
(28.000) lucro na venda de imóvel (INV)
(12.000) Equivalência patrimonial (INV)
24.000 Depreciação (INV)
20.400 LL ajustado

Ajustes do BP
AC:
Aumento de clientes (163.200)

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PC:
Aumento de Desp financeira a pagar 4.000
Aumento de IR/CSLL a pagar 15.600

TOTAL: 20.400-163.200+4.000+15.600 = -123.200

18. Resposta: D.
Método Direto
Vendas 735.000 - clientes 10.000 = 725.000
Impostos (45.000) + IR e CSLL a pagar (10.000) = (55.000)
CPV (404.000) - estoque (15.000) + fornecedores (49.000) - Despesas Operacionais (112.000) =
(550.000)
= 725.000 - 55.000 - 550.000 = 120.000

12.5. Contabilidade industrial e comercial: conceitos e campo de aplicação

Caro(a) Candidato(a) a Contabilidade Comercial, popularmente conhecida como Contabilidade


Geral foi apresentada no tópico 12.1. CONTABILIDADE GERAL: CONCEITO, OBJETO E
FINALIDADE.

CONTABILIDADE INDUSTRIAL15

A Contabilidade Industrial, comumente conhecida como Contabilidade de Custos, teve sua origem da
Contabilidade Financeira, pois, até a Revolução Industrial (século XVIII), quase só existia a Contabilidade
Financeira (ou Geral), que, desenvolvia na Era Mercantilista, estava bem estruturada para servir as
empresas comerciais.
Para a apuração do resultado de cada período, bem como para o levantamento do Balanço em seu
final, bastava o levantamento dos estoques em termos físico, já que sua medida em valores monetários
era extremamente simples: o Contador verificava o montante pago por item estocado, e dessa maneira
valorava as mercadorias. Fazendo o cálculo basicamente por diferença, computando o quanto possuía
de estoques iniciais, adicionando as compras do período e comparando com o que ainda restava, apurava
o valor de aquisição das mercadorias vendidas, na clássica disposição:

Estoques Iniciais
(+) Compras
(-) Estoques Finais
(=) Custo das Mercadorias Vendidas

Confrontando esse montante com as receitas líquidas obtidas na venda desses bens chegava-se ao
lucro bruto, do qual bastava deduzir as despesas necessárias à manutenção da entidade durante o
período, à venda dos bens e ao financiamento de suas atividades. Daí o aparecimento da também
clássica Demonstração de Resultados da empresa comercial – a Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE).
Com o advento das indústrias tornou-se mais complexa a função do Contador que, para levantamento
do balanço e apuração do resultado, não dispunha agora tão facilmente dos dados para poder atribuir
valor aos estoques; seu valor de “Compras” na empresa comercial estava agora substituído por uma série
de valores pagos pelos fatores de produção utilizados.
Nada mais razoável, para a solução desse problema, do que vermos o Contador tentando adaptar à
empresa industrial os mesmos critérios utilizados na comercial. Nesta, no balanço final, permaneciam
como estoques no Ativo apenas os valores sacrificados pela compra dos bens. Nenhum outro valor
relativo a juros e outros encargos financeiros, a honorários dos proprietários e administradores, a salários
e comissões de vendedores etc. era ativado. Todos estes gastos eram automaticamente apropriados
como despesas do período, independentemente da venda ou não de mercadorias.

15 15 MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 10 Edição. São Paulo: Atlas, 2010.

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. 62
Princípios Básicos
O valor do Estoque dos produtos existentes na empresa, fabricados por ela, deveriam então
corresponder ao montante que seria equivalente ao valor de “Compras” na empresa comercial. Portanto,
passaram a compor o custo do produto os valores dos fatores de produção utilizados para sua obtenção,
deixando-se de atribuir aqueles outros que na empresa comercial já eram considerados como despesas
no período de sua inocorrência: despesas administrativas, de vendas e financeiras.
Esta forma de avaliação tem sido seguida ao longo dos anos em quase todos os países, continuando
em vigor com a mesma estrutura principalmente por duas razões:

Primeira: Com o desenvolvimento do Mercado de Capitais nos EUA e em alguns países europeus,
fazendo com que milhares de pessoas se tornassem acionistas de grandes empresas interessadas agora
na análise de seus balanços e resultados, e também com o aumento da complexidade do sistema
bancário e distanciamento do banqueiro com relação à pessoa do proprietário ou administrador da
companhia necessitada do crédito, surgiu a figura da Auditoria Independente. E esta, no desempenho de
seu papel, acabou por afirmar e às vezes criar princípios básicos de Contabilidade de tal modo que
pudesse ter critérios relativamente homogêneos para comparar as demonstrações contábeis de
empresas diferentes (além de compara os da mesma empresa, feitos em datas diferentes). Ao deparar a
Auditoria Independente (ou Externa) com essa forma de avaliação de estoques, em que o valor de compra
é substituído pelo valor de fabricação, acabou por consagrá-la, já que atendia a diversas outros princípios
mais genéricos, tais como: Custo como Base de Valor, Conservadorismo (ou Prudência), Realização etc.

Essa consagração por parte dos auditores Externos foi a responsável, então, pela manutenção dos
princípios básicos da Contabilidade de Custos até hoje, no que diz respeito a sua finalidade de avaliação
de estoques.

Segunda: Com o advento do Imposto de Renda, provavelmente em função da influência dos próprios
princípios de Contabilidade já então disseminados, houve a adoção do mesmo critério fundamental para
a medida do lucro tributável; no cálculo do resultado de cada período, os estoques industrializados
deveriam ser avaliados sob aquelas regras. Apesar de algumas pequenas alterações e opções, na grande
maioria os países o Fisco tem adotado essa tradicional forma de mensuração (há exceções, como
Holanda, por exemplo).

CAMPO DE APLICAÇÃO16

A Contabilidade Industrial/Custos possuí um vasto campo de aplicação devida a necessidade de


mensuração e controle dos custos para diversos ramos de atividade.

Na indústria irá determinar:

O custo dos produtos vendidos


O estoque de produtos em elaboração (também chamado de “produtos em fabricação”)
O estoque de produtos acabados (ou prontos)
O estoque de insumos (matérias-primas, materiais de embalagem, almoxarifado, etc.)

No comércio:

Aplica-se a Contabilidade de Custos no comércio?

Sim, pois suas premissas básicas são aplicáveis á formação do custo de mercadorias vendidas.
Apesar de uma aplicação mais simples, “direta”, sem as complexidades advindas das operações
industriais ou de serviços, a Contabilidade de Custos no comércio irá determinar:

O custo das mercadorias vendidas


O estoque de mercadorias
O estoque de bens não destinados á revenda (como materiais de consumo, etc.)

16 http://www.maph.com.br/artigos.php?id_artigo=328

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. 63
Nas prestadoras de serviços:

O custo dos serviços vendidos


O estoque de serviços em andamento
O custo de materiais adquiridos e não incorporados a serviços em andamento

Nas empresas extrativistas de produção primária (minerais, florestais, pesqueiras,


agropastoris, etc.):

O custo dos produtos extraídos/explorados


O estoque dos produtos extraídos ou de produção primária
O estoque de materiais ainda não utilizados na extração ou produção primária.

Terminologias E Classificações17

“Despesas com Matéria-prima” ou “Custos de Matéria-prima”?


“Gastos” ou “Despesas de Fabricação”?
“Gastos” ou “Custos de Materiais Diretos”?
“Despesas” ou “Gastos com Imobilização”?
“Custos” ou “Despesas de Depreciação”?

Gastos, Custos e Despesas são três palavras sinônimas ou dizem respeito a conceitos diferentes?
Confundem-se com Desembolso? E Investimento tem alguma similaridade com elas? Perda se
confunde com algum desses grupos?

No meio desse emaranhado todo de nomes e ideias, normalmente o principiante se vê perdido, e às


vezes o experiente, embaraçado; por isso, passamos a utilizar a seguinte nomenclatura:

a) Gasto — Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade
(desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente
dinheiro).
Conceito extremamente amplo e que se aplica a todos os bens e serviços adquiridos; assim, temos
Gastos com a compra de matérias-primas, Gastos com mão-de-obra, tanto na produção como na
distribuição, Gastos com honorários da diretoria, Gastos na compra de um imobilizado etc. Só existe gasto
no ato da passagem para a propriedade da empresa do bem ou serviço, ou seja, no momento em que
existe o reconhecimento contábil da dívida assumida ou da redução do ativo dado em pagamento.
Não estão aqui incluídos todos os sacrifícios com que a entidade acaba por arcar, já que não são
incluídos o custo de oportunidade ou os juros sobre o capital próprio, uma vez que estes não implicam a
entrega de ativos.
Note que o gasto implica desembolso, mas são conceitos distintos.

b) Desembolso — Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço.

Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada Ou não do
momento do gasto.

c) Investimento — Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s)
período(s).

Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são “estocados” nos
Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu
desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente chamados de investimentos.
Podem ser de diversas naturezas e de períodos de ativação variados: a matéria-prima é um gasto
contabilizado temporariamente como investimento circulante; a máquina é um gasto que se transforma
num investimento permanente; as ações adquiridas de outras empresas são gastos classificados como
investimentos circulantes ou permanentes, dependendo da intenção que levou a sociedade à aquisição.

17 MARTIS, E. Contabilidade Custos. Atlas. 2010.

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. 64
d) Custo — Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços.

O Custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da
utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de
um serviço.
Exemplos: a matéria-prima foi um gasto em sua aquisição que imediatamente se tornou investimento,
e assim ficou durante o tempo de sua Estocagem; no momento de sua utilização na fabricação de um
bem, surge o Custo da matéria-prima como parte integrante do bem elaborado. Este, por sua vez, é de
novo um investimento, já que fica ativado até sua venda.
A energia elétrica é um gasto, no ato da aquisição, que passa imediatamente para custo (por sua
utilização) sem transitar pela fase de investimento. A máquina provocou um gasto em sua entrada,
tornado investimento (ativo) e parceladamente transformado em custo, via Depreciação, à medida que é
utilizada no processo de produção de utilidades.

e) Despesa — Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas.

A comissão do vendedor, por exemplo, é um gasto que se torna imediatamente uma despesa.
O equipamento usado na fábrica, que fora gasto transformado em investimento e posteriormente
considerado parcialmente como custo, torna-se, na venda do produto feito, uma despesa. O
microcomputador da secretária do diretor financeiro, que fora transformado em investimento, tem uma
parcela reconhecida como despesa (depreciação), sem transitar por custo.
As despesas são itens que reduzem o Patrimônio Líquido e que têm essa característica de representar
sacrifícios no processo de obtenção de receitas.
Todo produto vendido e todo serviço ou utilidade transferidos provocam despesa. Costumamos chamá-
lo Custo do Produto Vendido e assim fazemo-lo aparecer na Demonstração de Resultados; o significado
mais correto seria: Despesa que é o somatório dos itens que compuseram o custo de fabricação do
produto ora vendido. Cada componente que fora custo no processo de produção agora, na baixa, toma-
se despesa. (No Resultado existem Receitas e Despesas — às vezes Ganhos e Perdas — mas não
Custos.) A mercadoria adquirida pela loja comercial provoca um gasto (genericamente), um investimento
(especificamente), que se transforma numa despesa no momento do reconhecimento da receita trazida
pela venda, sem passar pela fase de custo. Logo, o nome Custo das Mercadorias Vendidas não é, em
termos técnicos, rigorosa- mente correto.
Logo, todas as despesas são ou foram gastas. Porém, alguns gastos muitas vezes não se transformam
em despesas (por exemplo, terrenos, que não são depreciados) ou só se transformam quando de sua
venda.
Todos os custos que são ou foram gastos se transformam em despesas quando da entrega dos bens
ou serviços a que se referem. Muitos gastos são automaticamente transformados em despesas, outros
passam primeiro pela fase de custos e outros ainda fazem a via-sacra completa, passando por
investimento, custo e despesa.

f) Perda — Bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária.

Não se confunde com a despesa (muito menos com o custo), exatamente por sua característica de
anormalidade e involuntariedade; não é um sacrifício feito com intenção de obtenção de receita. Exemplos
comuns: perdas com incêndios, obsoletismo de estoques etc.
São itens que vão diretamente à conta de Resultado, assim como as despesas, mas não representam
sacrifícios normais ou derivados de forma voluntária das atividades destinadas à obtenção da receita. E
muito comum o uso da expressão Perdas de material na produção de inúmeros bens e serviços;
entretanto, a quase totalidade dessas “perdas” é, na realidade, um custo, já que são valores sacrificados
de maneira normal no processo de produção, fazendo parte de um sacrifício já conhecido até por
antecipação para a obtenção do produto ou serviço e da receita almejada.
O gasto com mão-de-obra durante um período de greve, por exemplo, é uma perda, não um custo de
produção. O material deteriorado por um defeito anormal e raro de um equipamento provoca uma perda,
e não um custo; aliás, não haveria mesmo lógica em apropriar-se como custo essas anormalidades e,
portanto, acabar por ativar um valor dessa natureza.
Cabe aqui ressaltar que inúmeras perdas de pequeníssimo valor são, na prática, comumente
consideradas dentro dos custos ou das despesas, sem sua separação; e isso é permitido devido à
irrelevância do valor envolvido. No caso de montantes apreciáveis, esse tratamento não é correto.

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A Terminologia Em Entidades Não Industriais

Pela própria definição de custo, podemos entender, ainda mais sabendo da origem histórica, por que
se generalizou a ideia de que Contabilidade de Custos se volta predominantemente para a indústria. É aí
que existe a produção de bens e onde a necessidade de seu custeamento se toma presença obrigatória.
Em inúmeras empresas de serviços, todavia, passou-se a utilizar seus princípios e suas técnicas de
maneira apropriada em função da absoluta similaridade de situação, principalmente nas entidades em
que se trabalha por projeto (empresas de engenharia, escritórios de auditoria, de planejamento etc.).
Já em muitas outras empresas, tais como as entidades comerciais e financeiras, utiliza-se a mesma
expressão
Contabilidade de Custos, quando, à primeira vista, só existem despesas. Mas é fácil entender que a
generalização dessa terminologia se deve não só ao uso das técnicas daquela disciplina, como talvez
principalmente à ideia de que tais entidades são produtoras de utilidades, e assim possuem custos. São
custos que imediatamente se transformam em despesas, sem que haja a fase de Estocagem, como no
caso da indústria de bens, mas de qualquer forma não deixa de ser apropriada a terminologia.
Portanto, é perfeitamente idêntica a terminologia nessas empresas. Por exemplo, o serviço de câmbio
de um Banco faz aparecer gastos que se transformam em custo de um serviço que se torna
imediatamente uma despesa.
Assim, há nessas situações certa sofisticação e refinamento na separação das diversas fases. A
palavra custo também significa o preço original de aquisição de qualquer bem ou serviço, inclusive
leigamente; daí se falar em “custo de uma obra”, “custo de um automóvel adquirido”, “custo de uma
consulta” etc.
Contudo, quando se fala em “Contabilidade de Custos”, estamos nos referindo apenas aos bens ou
serviços utilizados na produção de outros bens e serviços.

CUSTOS DESPESAS

VARIÁVEIS FIXAS VARIÁVEIS

ESTOQUE
DE
PRODUTOS

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
RECEITA LÍQUIDA
VENDA CVPV
DV
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
CDF
LUCRO OPERACIONAL

ATENÇÃO!!
Custo e Despesa não são sinônimos; têm sentido próprio, assim como Investimento, Gasto e
Perda. A utilização de uma terminologia homogênea simplifica o entendimento e a comunicação.
Neste livro, Custo só se refere a sacrifício na produção, salvo quando expressamente alertada a
modificação da terminologia utilizada. Logo, temos Custos de Produção e Despesas de
Administração, de Vendas e Financeiras.

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Classificação Dos Custos Em Diretos E Indiretos

Suponhamos que os seguintes Custos de Produção de determinado Período precisem ser alocados
aos quatro diferentes produtos elaborados pela empresa:

Matéria-prima $ 2.500,00
Embalagens $ 600.000
Materiais de Consumo $ 100.000
Mão-de-obra $ 1.000.000
Salários da Supervisão $ 400.000
Depreciação das Máquinas $ 300.000
Energia Elétrica $ 500.000
Aluguel do Prédio $ 200.000
Total $ 5.600.000

O responsável por Custos faz os levantamentos e as análises necessárias e verifica o seguinte:


Matéria-prima e Embalagens: podem ser apropriadas perfeita e diretamente aos quatro produtos, já
que foi possível identificar quanto cada um consumiu.
Materiais de Consumo: alguns são lubrificantes de máquinas, e não há como associá-los a cada
produto diretamente, e outros são de tão pequeno valor que ninguém se preocupou em associá-los a
cada produto.

Mão-de-obra: é possível associar parte dela diretamente com cada produto, pois houve uma medição
de quanto cada operário trabalhou em cada um e quanto custa cada operário para a empresa. Mas parte
dela refere-se aos chefes de equipes de produção, e não há possibilidade de se verificar quanto atribuir
diretamente aos produtos ($200.000 dos $1.000.000).

Salários da Supervisão: muito mais difícil ainda de se alocar por meio de uma verificação direta e
objetiva do que a mão-de-obra dos chefes de equipes de produção, já que essa supervisão é a geral da
fábrica. Representa esse custo o gasto da supervisão dos chefes de equipes e, por isso mesmo, muito
mais difícil é a alocação aos produtos.

Depreciação das Máquinas: a empresa deprecia linearmente em valores iguais por período, e não
por produto. Haveria possibilidade de apropriar diretamente a cada produto se a depreciação fosse
contabilizada de outra forma.

Energia Elétrica: parte dela é possível alocar a três dos quatro produtos, já que a máquina que mais
consome força possui um medidor próprio, e a empresa faz verificações de quanto consome para cada
item elaborado. Porém, o resto da energia só é medido globalmente, e não há forma direta de alocação
($350.000 são alocáveis e $150.000 não).

Aluguel do Prédio: impossível de se medir diretamente quanto pertence a cada produto. Após essas
análises, podemos verificar que alguns custos podem ser diretamente apropriados aos produtos,
bastando haver uma medida de consumo (quilogramas de materiais consumidos, embalagens uti1izadas,
horas de mão-de-obra utilizadas e até quantidade de força consumida). São os Custos Diretos com
relação aos produtos.

Outros realmente não oferecem condição de uma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação
tem de ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária (como o aluguel, a supervisão, as chefias
etc.). São os Custos Indiretos com relação aos produtos.
Portanto, a classificação de Direto e Indireto que estamos fazendo é com relação ao produto feito ou
serviço prestado, e não à produção no sentido geral ou aos departamentos dentro da empresa. Alguns
custos têm características especiais. Por exemplo, vimos que parte dos Materiais de Consumo poderia
ser apropriada diretamente, mas, dada sua irrelevância, verificou-se não valer a pena esse trabalho;
muitas vezes a relação “custo-benefício” é desfavorável para itens de pequena importância.
Outros, como a Depreciação, poderiam também ser apropriados de maneira mais direta, porém, pela
própria natureza do custo, não é na maior parte das vezes considerado útil tal procedimento. O próprio
valor da depreciação como um todo é tão estimado e arbitrariamente fixado que chega a ser pouco útil a
alocação direta.

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Finalmente, certos custos, como a Energia Elétrica, podem ser relevantes, mas não tratados como
diretos, já que para tanto seria necessária a existência de um sistema de mensuração do quanto é
aplicado a cada produto. Por ser caro esse sistema ou de difícil aplicação, ou ainda por não ser muito
diferente o valor assim obtido daquele que se calcularia com base na potência de cada máquina e no
volume de sua utilização, prefere-se fazer a apropriação de forma indireta.
Cada vez que é necessário utilizar qualquer fator de rateio para a apropriação ou cada vez que há o
uso de estimativas e não de medição direta, fica o custo incluído como indireto.
Logo, o rol dos Custos Indiretos inclui Custos Indiretos propriamente ditos e Custos Diretos (por
natureza), mas que são tratados como Indiretos em função de sua irrelevância ou da dificuldade de sua
medição, ou até do interesse da empresa em ser mais ou menos rigorosa em suas informações.
Pode-se inclusive dizer também que, entre os Indiretos, existem os menos Indiretos (quase Diretos),
como
Material de Consumo, e os mais Indiretos, como Supervisão de fábrica, Imposto Predial ou Corpo de
Segurança.
Com respeito especificamente à mão-de-obra, entendemos então o que seja Direta e Indireta; aquela
diz respeito ao gasto com pessoal que trabalha e atua diretamente sobre o produto que está sendo
elaborado; a outra, a Indireta, é a relativa ao pessoal de chefia, supervisão ou ainda atividades que,
apesar de vinculadas à produção, nada têm de aplicação direta sobre o produto: manutenção, prevenção
de acidentes, Contabilidade de Custos, programação e controle da produção etc.

OUTRA CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS: FIXOS E VARIAVEIS


Além de seu agrupamento em Diretos e Indiretos, os custos podem ser classificados de outras formas
diferentes.
Outra classificação usual (e mais importante que todas as demais) é a que leva em consideração a
relação entre o valor total de um custo e o volume de atividade numa unidade de tempo. Divide
basicamente os Custos em Fixos e Variáveis.
Por exemplo, o valor global de consumo dos materiais diretos por mês depende diretamente do volume
de produção. Quanto maior a quantidade fabricada, maior seu consumo. Dentro, portanto, de uma
unidade de tempo (mês, nesse exemplo), o valor do custo com tais materiais varia de acordo com o
volume de produção; logo, materiais diretos são Custos Variáveis.
Por outro lado, o aluguel da fábrica em certo mês é de determinado valor, independentemente de
aumentos ou diminuições naquele mês do volume elaborado de produtos. Por isso, o aluguel é um Custo
Fixo.
É de grande importância notar que a classificação em Fixos e Variáveis leva em consideração a
unidade de tempo, o valor total de custos com um item nessa unidade de tempo e o volume de atividade.
Não se trata, como no caso da classificação de Diretos e Indiretos, de um relacionamento com a unidade
produzida. Por exemplo, a matéria-prima é um Custo Variável, já que, por mês, seu valor total consumido
depende da quantidade de bens fabricados. Entretanto, por unidade elaborada a quantidade de matéria-
prima é provavelmente a mesma; mas isso não lhe tira a característica de Variável; pelo contrário, reforça-
a.
A divisão em Fixos e Variáveis também tem outra característica importante: considerando a relação
entre período e volume de atividade, não se está comparando um período com outro. Esse fato é de
extrema importância na prática para não se confundir Custo Fixo com custo recorrente (repetitivo). Por
exemplo, se a empresa adota um sistema de depreciação com base em quotas decrescentes e com isso
atribui para cada ano um valor diferente desse custo, continua tendo na depreciação um Custo Fixo,
mesmo que a cada período ele seja de montante diferente. Também, se o aluguel é reajustado
mensalmente em função de qualquer índice e nunca é igual em dois períodos subsequentes, não deixa
de ser um Custo Fixo, já que em cada período seu valor é definido e independe do volume produzido.
Outros exemplos dessa natureza: mão-de-obra indireta — normalmente, é um gasto que, apesar de
poder variar de período para período, é um Custo Fixo, pois, por mês, tem seu montante definido não em
função do volume de produção; Conta dos Telefones da fábrica — pode ter seu valor diferente em cada
mês, mas não é um Custo Variável, pois seu montante não está variando em função do volume de
produtos feitos.
Podem-se subclassificar os Custos Fixos em Repetitivos e Não-repetitivos em valor, isto é, custos que
se repetem em vários períodos seguintes na mesma importância (caso comum do pessoal da chefia da
fábrica, das depreciações etc.) e custos que são diferentes em cada período (manutenção, energia etc.).
Outro aspecto dos Custos Fixos é que eles não são, mesmo os repetitivos, eternamente do mesmo
valor.

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Sempre há pelo menos duas causas para sua modificação: mudança em função de variação de preços,
de expansão da empresa ou de mudança de tecnologia. Por exemplo, o valor da Mão-de-obra Indireta
pode subir em determinado mês em função de um dissídio; o aluguel pode crescer em virtude da adição
de mais um imóvel; e a depreciação pode também aumentar pela substituição de uma máquina velha por
outra moderna e mais cara. Todos esses itens são Custos Fixos sempre, apesar de seus valores se
modificarem, já que seu montante em cada período é independente do volume de produção.
Alguns tipos de custos têm componentes das duas naturezas. A Energia Elétrica é um exemplo, já que
possui uma parcela que é fixa e outra variável; aquela independe de volume de produção, e é definida
em função do potencial de consumo instalado, e esta depende diretamente do consumo efetivo. Custos
dessa natureza são chamados, às vezes, semivariáveis ou semifixos (outras acepções existem para
essas expressões), mas preferiremos, neste livro, dizer sempre que são Custos com parte Fixa e parte
Variável.
Necessário se torna aqui mencionar que a classificação em Fixos e Variáveis tem outra distinção com
relação à classificação em Diretos e Indiretos. Esta última só se aplica a Custos propriamente ditos. Mas
aquela também se aplica às Despesas. Assim, podemos ter Despesas de Vendas Fixas (propaganda,
salários da administração das vendas, parte fixa da remuneração dos vendedores etc.) e Variáveis
(comissão de vendedores, despesas de entrega etc.). Aliás, a propaganda é um bom exemplo de Despesa
Fixa não necessariamente repetitiva, já que a empresa pode arcar com um gasto dessa natureza num
mês e não em outro; apesar dessa sua oscilação, é um valor fixo por período, isto é, definido não em
função do volume de atividade (o volume de atividade, para essa despesa, são as vendas e não a
produção).
Existem Despesas Financeiras Fixas (juros e encargos de empréstimos) e também podem existir as
Variáveis (descontos de duplicatas, se a empresa tem por norma a utilização dessa forma de
financiamento). As Despesas de Administração são quase todas fixas, com raríssimas exceções.
Todos os custos podem ser classificados em Fixos ou Variáveis e em Diretos ou Indiretos ao mesmo
tempo. Assim, a matéria-prima é um custo Variável e Direto; o seguro é Fixo e Indireto e assim por diante.
Os custos variáveis são sempre diretos por natureza, embora possam, às vezes, ser tratados como
indiretos por razões de economia.

OUTRAS NOMENCLATURAS DE CUSTOS


Outras expressões e terminologias são costumeiramente utilizadas em Custos. Vamos aqui apenas
relacionar duas, sem a intenção de esgotar o assunto.

Custos Primários: soma de matéria-prima com mão-de-obra direta. Não são a mesma coisa que
Custos Diretos, já que nos Primários só estão incluídos aqueles dois itens. Assim, a embalagem é um
Custo Direto, mas não Primário.

Custos de Transformação: soma de todos os Custos de Produção, exceto os relativos a matérias-


primas e outros eventuais adquiridos e empregados sem nenhuma modificação pela empresa
(componentes adquiridos prontos, embalagens compradas etc.). Representam esses Custos de
Transformação o valor do esforço da própria empresa no processo de elaboração de um determinado
item (mão-de-obra direta e indireta, energia, materiais de consumo industrial etc.).

ATENÇÃO!!!
São conceitos diferentes: Custos de Produção do Período, Custo da Produção Acabada e Custo
da
Produção Vendida. Pode um ser maior que o outro em cada período, conforme as
circunstâncias.
Conceitos também importantes: Custos Diretos, Indiretos, Fixos e Variáveis. Diretos e Indiretos
dizem respeito ao relacionamento entre o custo e o produto feito: os primeiros são fácil, objetiva
e diretamente apropriáveis ao produto feito, e os Indiretos precisam de esquemas especiais para
a alocação, tais como bases de rateio, estimativas etc. Custos Fixos e Variáveis são uma
classificação que não leva em consideração o produto, e sim o relacionamento entre o valor total
do custo num período e o volume de produção. Fixos são os que num período têm seu montante
fixado não em função de oscilações na atividade, e Variáveis os que têm seu valor determinado
em função dessa oscilação.
Fixos e Variáveis são uma classificação aplicável também às Despesas, enquanto Diretos e
Indiretos são uma classificação aplicável só a Custos.

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Questões

01. (TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – Contabilidade – CESPE/2016) Com relação à
terminologia de custos, julgue o seguinte item.
A matéria-prima é considerada um investimento no momento de sua aquisição, e torna-se custo ao ser
utilizada para a geração do produto.
( ) Certo ( ) Errado

02. (TCE-RN – Auditor – CESPE/2015) Acerca da terminologia de custos utilizada em entidades não
industriais, julgue o item a seguir.
Situação hipotética: A empresa Alfa desenvolve soluções de tecnologia da informação e, para atender
a demanda de um cliente, subcontratou serviços da empresa Beta. O pagamento da empresa Alfa para
a empresa Beta foi realizado em três parcelas. Assertiva: Nessa situação, ocorreu desembolso, em função
dos pagamentos, e investimento, considerando-se os benefícios atribuíveis a futuros períodos.
( ) Certo ( ) Errado

Respostas

01. Resposta: Certo.


A matéria-prima foi um gasto em sua aquisição que imediatamente se tornou investimento, e assim
ficou durante o tempo de sua Estocagem; no momento de sua utilização na fabricação de um bem, surge
o Custo da matéria-prima como parte integrante do bem elaborado. Este, por sua vez, é de novo um
investimento, já que fica ativado até sua venda.

02. Resposta: Errado.


Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são "estocados" nos
Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu
desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente chamados de investimento.

12.6. Impostos, taxas e tributos

TRIBUTOS

Tributo vem conceituado no art. 3º do CTN:

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.

A primeira palavra utilizada para descrever tributo foi “prestação” e isso é da mais extrema importância,
haja vista que toda obrigação jurídica tem por objeto uma prestação, seja ela de dar, de fazer, de não
fazer, etc. Logo, vê-se que o tributo tem natureza jurídica obrigacional.
Essa prestação é pecuniária, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir o que significa que
é uma obrigação mensurável economicamente, que deve ser cumprida, em regra, em dinheiro,
especificamente na moeda corrente no País, o que exclui o pagamento do tributo por meio do recebimento
de coisas ou através da prestação de serviços.
Existe, contudo, uma exceção que é a dação em pagamento, prevista no art. 156, IX, CTN. Por esse
instituto é possível que o devedor entregue para a Fazenda Pública um bem imóvel a fim de extinguir o
crédito tributário.
O tributo é ainda uma prestação compulsória ou seja, na relação jurídico-tributária, diferentemente
da relação contratual cível, não cabe manifestação de vontade das partes. Assim, a prestação é
obrigatória porque decorrente da vontade da lei, não cabendo disposição de vontade das partes. O sujeito
deve cumprir com a obrigação tributária não porque quer, mas porque realizou o fato gerador e, portanto,
incidiu em hipótese que a lei determina o cumprimento de obrigação, qual seja, o pagamento.
O tributo não deve constituir sanção de ato ilícito. Essa característica deve ser analisada sob dois
ângulos.

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Primeiro, tributo não é sanção, não é penalidade, não é castigo, logo, ele não é instituído para punir o
cidadão, ao contrário, o instrumento sancionatório é a multa.
O segundo ângulo diz que não se pode tributar ato ilícito, ou seja, não se pode ter por fato gerador de
um tributo um ato ilícito. Isso não significa que a renda e os bens que são obtidos por meios ilícitos não
estejam sujeitos à tributação.
Veja: não se pode ter um tributo cujo fato gerador seja o tráfico de substância entorpecentes (ato ilícito)
mas, se determinado traficante compra uma casa, ela será tributada pelo IPTU. Isso porque para o Direito
Tributário não importa de onde veio o recurso, importa somente que o sujeito realizou o fato gerador. É o
princípio segundo o qual o dinheiro não tem cheiro.
Todo tributo é uma prestação instituída em lei, em decorrência do princípio da legalidade e do
princípio democrático. Logo, somente a lei pode criar um tributo.
De acordo com o princípio da legalidade previsto no art.5º, II da Constituição Federal, somente a lei
pode obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Ora, se o tributo implica em obrigação, ele
somente pode ser instituído mediante lei.
Deve ainda o tributo ser cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, o que
significa que o agente público não exerce nenhum juízo de discricionariedade no que reporta à cobrança.
Não se pode escolher entre cobrar ou não o tributo, ao contrário, deve-se total obediência à lei e se é a
lei quem determina a cobrança, o agente obedece.
Para ser considerado tributo se faz necessário a presença de todos esses cinco elementos.

Aspecto Material

O aspecto material do tributo, segundo ensinamento de Paulo de Barros Carvalho18 é o critério que
faz referência a um comportamento seja ele de pessoas físicas ou jurídicas, de forma a designar o fazer,
o não fazer, o dar e o ser. Logo, percebe-se que o critério material está sempre ligado a um verbo. Ex:
circular mercadorias, ser proprietário de veículo automotor, etc.
De acordo com Geraldo Ataliba19, o aspecto material é o mais complexo aspecto da hipótese de
incidência, visto que contém a designação de todos os dados de ordem objetiva, que descreve os
aspectos que lhe são substanciais, que lhe dão suporte, ou seja, é a própria consistência material do fato.
A alíquota e a base de cálculo são dados que compõem o aspecto quantitativo do tributo, que é aquele
que reporta ao valor, ao quantum será pago a título de tributo. São, portanto, os parâmetros utilizados
para o cálculo do valor.
A base de cálculo, como o próprio nome indica é o elemento sobre o qual a alíquota será aplicada para
se descobrir o valor da obrigação tributária. Ex: valor venal do imóvel.
A alíquota pode ser:
Específica: é aquela em que o valor a ser pago se dá de acordo com unidade de quantificação, ex:
Suponha-se que para determinada mercadoria a alíquota específica seja de trinta reais para cada cem
unidades. Se o sujeito importou mil unidades, deverá pagar 300 reais a título de imposto de importação.
Ad valorem: é aquele percentual que é aplicado sobre a base de cálculo para se saber qual o valor do
tributo. Ex: imagine que a alíquota que incide sobre sua casa é de 2% e que a base de cálculo seja o
valor venal do imóvel. Se sua casa possui o valor venal de R$ 200.000,00, você deverá pagar, a título de
IPTU R$ 4.000,00.

Os tributos são classificados em:

- Quanto à Discriminação das Rendas por Competência:


Federais: são os tributos de competência da União;
Estaduais: os tributos de competência dos estados e Distrito Federal;
Municipais: tributos de competência dos Municípios e Distrito Federal.
Pelo fato de o Distrito Federal ter competência para instituir os tributos estaduais e municipais, a
doutrina classifica sua competência como cumulativa.

- Quanto ao Exercício da Competência Impositiva:


Privativos: aqueles cuja competência a Constituição conferiu somente a determinado ente. Ex: IPVA,
somente os estados podem instituí-lo, por isso é um tributo de competência privativa dos estados.
Comuns: são aqueles que a Constituição disse ser de competência de todos os entes. Ex: taxas

18 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2007
19 ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. São Paulo: Malheiros, 1999.

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Residual: reportam à criação dos impostos previstos no art. 154, I, CF e das contribuições sociais para
a seguridade social previstas no art. 195, § 4° também da Constituição.

- Quanto à Finalidade:
Fiscais: são aqueles cuja principal função é arrecadar recursos para os cofres públicos.
Extrafiscais: a principal função é intervir no domínio econômico ou em uma situação social. Ex: Imposto
de Importação e ITR.
Parafiscais: são os tributos que se destinam a custear os serviços públicos de competência do Estado
mas, que são desenvolvidos por outra pessoa jurídica.

- Quanto à Hipótese de Incidência:


Vinculados: são os tributos em que há uma contraprestação específica por conta do Estado. Ex: taxa
de coleta de lixo. Ela é paga porque existe o serviço de coleta de lixo, logo o sujeito paga o tributo para
receber ou após receber uma contraprestação específica.
Não Vinculados: são aqueles tributos em que inexiste a contraprestação específica. Assim, o sujeito
deve pagá-los porque realizou o fato gerador. É o caso dos impostos. O valor arrecadado com os impostos
são aplicados nas mais diversas áreas de atuação do Estado, logo, o cidadão receberá uma
contraprestação mas, em forma de serviços públicos, nada específico.

-Quanto ao Destino da Arrecadação:


Vinculada: quando todo o dinheiro arrecadado dever ser empregado em determinada(s) atividade(s).
Ex: Empréstimo Compulsório, todo o valor arrecadado deve ser empregado na situação que deu origem
à instituição do referido tributo.
Não Vinculada: o Estado escolhe onde empregar o dinheiro arrecadado. Ex: impostos.

-Quanto à Possibilidade de Repercussão do Encargo Econômico-Financeiro:


Diretos: são os tributos em que o sujeito passivo da relação jurídico-tributária é quem deve suportar os
encargos financeiros do tributo, não tendo possibilidade de repassar a outrem.
Indiretos: são os tributos em que há um contribuinte de direito (aquele que realiza o fato gerador) e um
contribuinte de fato (aquele que suporta o encargo econômico). Ex: ICMS: o contribuinte de direito é o
estabelecimento que realiza a saída da mercadoria mas, quem suporta o encargo financeiro é o
consumidor (contribuinte de fato).

-Quanto aos Aspectos Objetivos e Subjetivos do Fato Gerador:


Reais: são aqueles que incidem sobre bens, sobre coisas. Ex: IPVA: incide sobre o veículo automotor,
sem se importar com a pessoa que é seu proprietário.
Pessoais: levam em consideração as características pessoais do sujeito passivo. Ex: Imposto de
Renda: preocupa-se com os dependentes, os gastos em determinadas áreas, etc.

-Quanto às bases econômicas de incidência:


Sobre o comércio exterior: Imposto de Importação e Imposto de Exportação.
Sobre o patrimônio ou a renda: Imposto de Renda, ITR, IGV, IPVA, ITCMD, IPTU e ITBI.
Impostos extraordinários: Imposto Extraordinário de Guerra.

Natureza Jurídica

A NATUREZA JURÍDICA dos tributos é regulamentada pelo art. 4º do Código Tributário Nacional:

Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.

Vê-se que o fato gerador é o elemento que define a natureza jurídica do tributo, não importando o
nome que a ele foi atribuído e nem mesmo o destino da arrecadação.
Para o estudo do fato gerador é preciso distinguir os tributos vinculados dos não vinculados. Os
primeiros são aqueles em que há uma contraprestação específica por parte do Estado. Ex: taxa, toda vez
que uma pessoa paga uma taxa, ela recebe algo do Estado. Paga-se a taxa de coleta de lixo e tem-se o
serviço de coleta de lixo, ou seja, o contribuinte paga o tributo para receber algo em troca do Estado.

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Já nos tributos não vinculados, o contribuinte tem o dever de pagar o tributo porque realizou o fato
gerador mas, não receberá nada específico por parte do Estado a exemplo dos impostos.
Logo, para se saber a natureza jurídica do tributo deve-se analisar seus elementos e verificar em qual
espécie tributária ele se enquadra. Conhecendo isso é possível descobrir a natureza jurídica do tributo.
Em concursos públicos, em regra, é cobrada a literalidade do art. 4º, acima transcrito.
O Código Tributário Nacional adotou a teoria tripartida, pela qual a natureza jurídica do tributo vinculado
é de imposto e dos não vinculados de taxa ou contribuição de melhoria.

Espécies.

Existem três principais correntes sobre as espécies de tributos:


a) Teoria dualista: são espécies tributárias apenas as taxas e os impostos;
b) Teoria tripartida: adotada pelo CTN, são espécies as taxas, os impostos e as contribuições de
melhoria;
c) Teoria pentapartida ou quinquipartida: adotada pelo STF, são espécies os impostos, as taxas, os
empréstimos compulsórios, as contribuições de melhoria e as contribuições especiais.

São cinco as ESPÉCIES DE TRIBUTO:

Impostos: são tributos não vinculados que tem incidência sobre as manifestações de riqueza por isso,
diz-se que os impostos promovem a solidariedade social, afinal, aquele que, de alguma forma manifesta
riqueza se obriga a fornecer recursos para o Estado cumprir com suas obrigações e objetivos.
Alguns doutrinadores preferem dizer que os impostos incidem sobre fatores econômicos como a renda,
a produção e a propriedade.
Ambas as posições são harmônicas, haja vista que os fatos econômicos nada mais são do que
manifestações de riqueza. Veja-se a definição do art. 16 do CTN:

Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Percebe-se que o próprio conceito de imposto afirma ser esse um tributo não vinculado. Suas
receitas, em regra, também não são vinculadas, cabendo ao administrador público, utilizando os critérios
de conveniência e oportunidade, decidir pela melhor destinação.
Dizer que o imposto é um tributo não vinculado significa que o cidadão deve pagá-lo, mas não receberá
do Estado nenhuma prestação específica. O dever de pagar o imposto decorre unicamente da lei.
Embora não se receba contraprestação direta e específica, os contribuintes de todos os impostos são
beneficiados pela renda arrecadada pelos mesmos, haja vista que essas financiam vários serviços
públicos como segurança, saúde, educação.
Imagine que uma pessoa compre um automóvel. Nesse ato ela realiza o fato gerador do IPVA e deverá
pagá-lo, contudo, não irá e não terá o direito de receber, em contrapartida, estradas e vias melhores
porque o IPVA é um imposto e, como tal, é não vinculado.
O dinheiro arrecadado pelo IPVA poderá ser aplicado no financiamento de outros serviços públicos
que não a manutenção e conservação de vias e estradas públicas.

De acordo com o art. 145, § 1º da Constituição Federal sempre que for possível os impostos devem
respeitar a capacidade contributiva, leia-se:

§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos
da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

Impostos de caráter pessoal são aqueles que incidem de forma subjetiva, ou seja que considera os
aspectos pessoais do contribuinte. Ex: Imposto de Renda: esse considera aspectos subjetivos como a
quantidade de dependentes, os gastos com educação, saúde e previdência, etc. Já os impostos de
caráter real são aqueles que desconsideram os aspectos subjetivos e incidem sobre uma determinada
base econômica.
Assim, pelo princípio da capacidade contributiva, o legislador deve considerar a possibilidade de
instituir impostos de caráter pessoal e, se isso for possível, deve fazê-lo.

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Taxas:

São tributos vinculados e de competência comum pois, podem ser instituídos por todos os entes da
Federação, desde que prestem o serviço ou exerçam o poder de polícia. Sua definição está no art. 145,
II da Constituição Federal e 77 do Código Tributário Nacional.

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
[...]
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;

Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de
polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.

Dos dispositivos acima pode-se concluir que a taxa possui dois fatos geradores, quais sejam o
exercício regular do poder de polícia e a prestação de serviço público específico e divisível, efetivo ou
posto à disposição do contribuinte.
Poder de Polícia: é uma atividade administrativa fundamentada no princípio da supremacia do
interesse público. O art. 78 do CTN o define:

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão
de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou
autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado
pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-
se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

Pelo poder de polícia os interesses individuais são restringidos de forma que o bem coletivo seja
preservado. É exercido pela polícia administrativa. Ex: fiscalização. Imagine que João tenha um
restaurante e que atenda diariamente uma média de 300 pessoas. Certo dia a vigilância sanitária bate às
portas do estabelecimento comercial de João a fim de verificar se o mesmo segue todas as normas
referentes à higiene.
A fiscalização estará exercendo o poder de polícia e João deve submeter-se a esse procedimento, ou
seja, o direito de propriedade e direito à livre iniciativa de João estão sendo restringidos em prol do bem
comum: saúde dos consumidores.
O mesmo ocorre com a inspeção veicular, com a expedição de alvarás, etc.

Serviços Públicos Específicos e Divisíveis, Efetivos ou Potenciais: os serviços públicos são


específicos quando o contribuinte sabe o que está pagando. Assim, se desejo retirar um passaporte, pago
a taxa sabendo que é para a utilização do serviço de emissão desse documento.
Para ser divisível é preciso que se possa identificar os usuários daquele serviço, que se possa
mensurar quem e quanto cada um utilizou daquele serviço. Foi justamente por faltar a divisibilidade que
o custeio do serviço de iluminação pública não pode ser cobrado mediante taxa, afinal, não é possível
identificar todos os seus beneficiários. Veja-se Súmula a esse respeito:

STF – Súmula 670 – O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

O serviço efetivo é aquele efetivamente prestado ao contribuinte, a exemplo do serviço de coleta de


lixo. Já o serviço potencial é aquele posto à disposição do contribuinte, como o serviço de combate a
incêndio. O contribuinte não o utiliza cotidianamente mas, se precisar, ele está disponível.

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As taxas não podem ter a mesma base de cálculo ou o mesmo fato gerador dos impostos, contudo, a
adoção de um ou alguns elementos da base de cálculo é permitida. Esse é o entendimento do STF,
esposado na Súmula Vinculante nº 29, veja-se:

STF – Súmula Vinculante 29 – é constitucional a adoção no cálculo do valor de taxa de um ou


mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral
identidade entre uma base e outra.

Sobre os serviços dispõe o CTN:

Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:


I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição
mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de
utilidade, ou de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus
usuários.

Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito
das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que,
segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito
Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas
pessoas de direito público.

Empréstimos Compulsórios: nessa espécie tributária, o contribuinte é obrigado a emprestar dinheiro


para o Estado sempre que realizar o fato gerador. Veja-se a definição constante do art. 148 da
Constituição:

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será
vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

A primeira consideração a se fazer é que os empréstimos compulsórios são tributos de competência


privativa da União, portanto, somente ela pode instituí-los. Para fazer isso, deve utilizar de lei
complementar, sob pena de inconstitucionalidade formal.
O empréstimo compulsório somente pode ser instituído quando ocorrerem os motivos descritos nos
incisos do artigo supra e todos os recursos angariados com essa espécie devem ser aplicados na situação
que motivou sua instituição, logo, são classificados como tributos de receita vinculada.
Assim, se a União institui empréstimo compulsório para atender a despesas extraordinárias na área
da saúde, toda a receita deve ser destinada para a área da saúde. Qualquer desvio, implica em crime de
responsabilidade.
Importante notar que, em regra, o empréstimo compulsório é exceção ao princípio da anterioridade,
seja do exercício financeiro seguinte, seja nonagesimal, porém, se o motivo que ensejou sua instituição
for o descrito no inciso II deve-se obedecer o princípio da anterioridade do exercício financeiro seguinte.
A lei que institui tal tributo deve conter especificações quanto à forma e o prazo para a devolução dos
valores emprestados.

Contribuições Especiais: assim diz a Constituição Federal:

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no


domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento
de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
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§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus
servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40,
cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da
União.
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste
artigo:
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços;
III - poderão ter alíquotas:
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso
de importação, o valor aduaneiro.
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa
jurídica, na forma da lei.
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez.

Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art.
150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de
consumo de energia elétrica.

Da leitura dos dispositivos supra, extrai-se que a União é a única competente para instituir as
contribuições sociais, as contribuições de intervenção no domínio econômico e as contribuições de
interesse de categorias profissionais ou econômicas. As únicas exceções constam do § 1º do mesmo
artigo e no art. 149-A.
O § 2º declara que as receitas decorrentes da exportação são imunes às contribuições sociais e às
contribuições de intervenção no domínio econômico. Logo, os exportadores estão imunes ao pagamento
do PIS, da COFINS e de qualquer outra contribuição que incida sobre a receita originária da exportação.
As contribuições sociais dividem-se em contribuições de seguridade social, contribuições sociais
gerais e outras contribuições sociais.
As contribuições sociais para o financiamento da seguridade social são reguladas pelo art. 195 da
Constituição, veja-se:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta,
nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título,
à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição
sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o
art. 201;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade
social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos
órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas
e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de
seus recursos.
§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em
lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios.
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da
seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.

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§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou
estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos
noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes
aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como
os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem
empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma
alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos
da lei.
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas
ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de
mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e
ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos
Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os
incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar.
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes
na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas.
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial,
da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento.

Essas contribuições não se sujeitam ao princípio da anterioridade do exercício financeiro


seguinte, assim podem ser cobradas no mesmo exercício financeiro em que foram instituídas ou
majoradas. Contudo, devem respeitar ao princípio da anterioridade nonagesimal.

O Supremo Tribunal Federal classifica como contribuições sociais gerais aquelas que são destinadas
para outras áreas de atuação da União, como por exemplo, o salário-educação.
Ainda pertencem a essa categoria as contribuições para financiar os serviços sociais autônomos, como
o SESI e o SENAI.
As contribuições para intervenção no domínio econômico possuem natureza extrafiscal, pois sua
principal função é a intervenção no domínio econômico por meio da destinação da arrecadação para uma
determinada atividade, configurando assim, um incentivo.
As contribuições corporativas tem natureza parafiscal, visto que sua função é a arrecadação de
recursos para financiar atividades de interesses de instituições que representam e fiscalizam as
categorias profissionais e econômicas.
A contribuição sindical encontra amparo no art. 8º, IV da Constituição. É obrigatória para todos os
aqueles que exercem atividade dentro de uma categoria econômica ou profissional, bem como para os
profissionais liberais. É destinada aos sindicados ou às federações sindicais, na ausência dos primeiros.
Somente estão dispensados do pagamento desse tributo os aposentados.
A contribuição para o custeio da iluminação pública – COSIP – encontra previsão no art. 149-A da CF,
o qual atribui competência para os Municípios e o Distrito Federal institui-la.
A própria Constituição vinculou o valor arrecadado à sua finalidade, ou seja, ao custeio da iluminação
pública, de sorte que é defeso ao administrador utilizar esse recurso para outra finalidade.

Contribuição de Melhoria: é um tributo de competência comum, assim, todo o ente que fizer a obra
pública que valorizar imóveis, é competente para a sua cobrança. Está descrita no art. 145, III da
Constituição Federal:

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
[...]
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

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O fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização imobiliária decorrente de obra pública.
Assim, se uma obra pública valorizar sua casa, você deve pagar esse tributo, haja vista ser proibido o
enriquecimento sem causa no ordenamento jurídico brasileiro.
Perceba-se então que, são dois os requisitos da contribuição de melhoria: obra pública e valorização
imobiliária.
A contribuição de melhoria possui dois limites, quais sejam: o individual (o contribuinte não pode pagar
valor maior que o quantum da valorização experimentada) e geral (a soma das contribuições não pode
ultrapassar o valor total da obra).
Imagine que foi construída uma escola pública municipal no seu bairro. O custo total da escola foi de
um milhão de reais.
Antes da construção, sua casa valia R$ 100.000, 00. Após a obra passou a valer R$ 150.00,00, ou
seja, houve uma valorização de R$ 50.000,00.
De acordo com esse exemplo, você poderá pagar até R$ 50.000,00 a título de contribuição de melhoria
(limite individual) e o município não poderá receber mais de um milhão de reais, somando-se os valores
pagos por todos os contribuintes (limite geral).

Veja-se a regulamentação do Código Tributário:

Contribuição de Melhoria
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo
de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa
realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel
beneficiado.

Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada
uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de
qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a
que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da
obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função
dos respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante
da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o
respectivo cálculo.

Progressividade, Regressividade e Neutralidade Dos Tributos

A progressividade ocorre quando o impacto do aumento na tributação é proporcional ao


aumento da renda e ou da riqueza, dessa forma, aqueles que tem mais poder econômico pagariam
mais, ou seja, arcariam com parcela maior da carga tributária. Há doutrinadores que afirmam que
a progressividade estaria em plena consonância com o princípio da capacidade contributiva.
Nos dizeres de Eduardo Sabbag20: “O princípio da capacidade contributiva impõe, na esteira da
justiça distributiva, que aqueles cidadãos dotados de maior poder aquisitivo devem pagar impostos com
alíquotas maiores, de forma que o sacrifício econômico por eles sentido seja proporcionalmente maior do
que o suportado pelos contribuintes mais economicamente vulneráveis.
A regressividade, por sua vez, ocorre quando o impacto no aumento na tributação é menor em
relação ao aumento na renda ou na riqueza, ou seja, quanto maior a renda da pessoa, menor
impacto da tributação sofrida. Assim, aqueles que detém maior poder econômico arcariam com a

20 Sabbag, Eduardo. Manual de direito tributário – 6. ed. – São Paulo: Saraiva, 2014. Item 3.4.3.

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menor parcela da carga tributária o que, via de consequência, oneraria sobremaneira a população
com menor poder aquisitivo.
“Quanto21 à distorção conhecida por “regressividade”, diz-se que o sistema tributário brasileiro encerra
evidente paradoxo: o dilema de conciliar a ação afirmativa do Estado na distribuição equitativa da riqueza
social com a impossibilidade de expansão da incidência tributária para além das fronteiras do mínimo vital
e do não confisco. Tal paradoxo tem sido, lamentavelmente, solvido pela indesejável opção da tributação
regressiva, que onera mais gravosamente as famílias com menor poder aquisitivo, amplificando a
concentração de renda e as desigualdades sociais.
O princípio da neutralidade tributária orienta no sentido de que a tributação não deve causar
distorções no setor econômico, donde a receita tributária é extraída. A tributação deve ser dosada
a ponto de não provocar desequilíbrio na livre concorrência empresarial, de forma que nenhum
setor deve ser favorecido ou desfavorecido. Deve ser neutra. A ideia subjacente é que o legislador,
ao se utilizar do poder de tributar que a Constituição lhe confere, deve fazê-lo de forma razoável e
moderada, sem que a tributação tenha por efeito impedir o exercício de atividades lícitas pelo contribuinte,
dificultar o suprimento de suas necessidades vitais básicas ou comprometer seu direito a uma existência
digna.
A neutralidade tributária deve ser observada para que o tributo não se torne um elemento fundamental
nas decisões adotadas pelos agentes econômicos no que tange à alocação de investimentos, ou se
traduza em um fator de desequilíbrio para o sistema econômico.

Proporcionalidade

O Princípio da Capacidade Contributiva, para alguns autores, numa fase inicial, ou seja, logo que o
texto constitucional foi promulgado estaria a impor progressividade de alíquotas em qualquer caso, porque
quando o constituinte diz que as alíquotas serão graduadas segundo a capacidade econômica do
contribuinte, certo seguimento doutrinário passou a dizer que as alíquotas tinham que aumentar à medida
que aumentasse a base de cálculo, porque a base de cálculo é a expressão econômico do fato gerador.
A expressão econômica do fato gerador é através da base de cálculo. Quanto maior é a base de
cálculo, maior é a expressão econômica de riqueza do cidadão, então, maior deveria ser a alíquota.
Alguns autores defendem essa tese, como o Roque Carrazza. Essa tese, no entanto, foi repelida pela
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o qual adotou a posição de que a proporcionalidade
tributária, que se faz com alíquotas fixas, permite a graduação, segundo a capacidade contributiva. É uma
questão lógica de matemática:
O tributo está graduado segundo a capacidade contributiva, isso se chama tributação proporcional
que se faz com alíquotas fixas, de maneira que o resultado tributário, o tributo a pagar expresso em
numerário, em termos absolutos, vai ser proporcional à base de cálculo, à expressão econômica. Está
havendo aqui uma graduação, segundo a capacidade econômica do contribuinte.

Questões

01. (TCM/GO - Auditor Controle Externo – Jurídica – FCC/2015) A Constituição Federal atribui
competência à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para instituir impostos, taxas e
contribuições de melhoria. Essas pessoas jurídicas de direito público também têm competência para
instituir contribuições.
De acordo com a Constituição Federal, os Municípios podem instituir contribuições:
(A) 1. cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário
estatutário; e 2. para o custeio do serviço de iluminação pública, na forma das respectivas leis.
(B) 1. para o custeio do serviço de iluminação pública, na forma das respectivas leis,2. sociais e 3.
cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário estatutário.
(C) 1. para o custeio do serviço de iluminação pública, na forma das respectivas leis, 2. cobrada de
seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário estatutário e 3. de
intervenção no domínio econômico.
(D) 1. de intervenção no domínio econômico e 2. de interesse das categorias profissionais ou
econômicas.
(E) 1. de intervenção no domínio econômico, 2. sociais e 3. de interesse das categorias profissionais
ou econômicas.

21 Idem. Item 3.4.4 e 3.4.4.1

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02. (SEFAZ/MT - AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO DA RECEITA MUNICIPAL – FGV/2014) Assinale
a opção que apresenta elemento estranho ao conceito legal de tributo.
(A) Prestação compulsória
(B) Prestação pecuniária
(C) Prestação com natureza de sanção
(D) Prestação cobrada mediante atividade administrativa vinculada
(E) Prestação instituída em lei

03. (MANAUSPREV – Procurador Autárquico – FCC/2015) De acordo com o que estabelece o


Código Tributário Nacional, a contribuição de melhoria é um tributo que pode ser cobrado
(A) em decorrência da valorização de imóvel de propriedade da pessoa jurídica de direito público que
nele realizou benfeitorias.
(B) como consequência do aumento do faturamento dos estabelecimentos comerciais próximos ao
local em que foi realizada a obra pública que atraiu a freguesia.
(C) como resultado da melhoria do fluxo viário de determinada região, em razão de obra pública
realizada em suas cercanias.
(D) em decorrência da melhoria da qualidade de vida de uma região, com o consequente aumento do
valor dos imóveis ali localizados, ocasionada pela remoção das indústrias poluentes daquela área.
(E) de sujeito passivo que teve seu imóvel valorizado em decorrência da realização de obra pública.

04. (SEFAZ/PI – Auditor Fiscal da Fazenda Estadual – FCC/2015) O caput do art. 77 do Código
Tributário Nacional estabelece que as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular
do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado
ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Para fins de aplicação da norma acima transcrita,
I. consideram-se serviços públicos divisíveis, os que podem ser prestados em parceria formada por
duas ou mais pessoas jurídicas de direito público.
II. consideram-se serviços públicos efetivamente utilizados pelo contribuinte, aqueles por ele
usufruídos a qualquer título.
III. consideram-se serviços públicos específicos, os que constam expressamente de contratos firmados
entre a pessoa jurídica de direito público e o contribuinte utente do serviço.
IV. consideram-se serviços públicos potencialmente utilizados pelo contribuinte, aqueles prestados por
pessoa jurídica de direito público diversa da que instituiu a taxa.
V. considera-se regular o exercício do poder de polícia, quando desempenhado pelo órgão
competente, nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade
que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

Está correto o que se afirma APENAS em


(A) II e V.
(B) IV e V.
(C) I, II e V.
(D) I, III e IV.
(E) II, III e IV

05. (SEFAZ/BA – Agente Fiscal de Tributos Estaduais – FCC/2014) Sobre as contribuições


relacionadas na Constituição Federal, é correto afirmar que
(A) as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas
decorrentes de exportação.
(B) os recursos arrecadados com a contribuição de intervenção no domínio econômico serão
destinados, exclusivamente, para ações e serviços públicos de saúde e para a manutenção e
desenvolvimento do ensino.
(C) a União tem competência privativa para instituir contribuição previdenciária dos servidores dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos
servidores titulares de cargos efetivos da União.
(D) às contribuições sociais aplicam-se os princípios constitucionais da anterioridade (ano-calendário)
e da anterioridade nonagesimal (noventena), cumulativamente.
(E) todas as contribuições relacionadas na Constituição Federal são denominadas “contribuições
parafiscais”, porque ocorre o fenômeno denominado “parafiscalidade”.

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


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06. (SEFAZ/PE – Auditor Fiscal do Tesouro Estadual – FCC/2014) De acordo com a Constituição
Federal,
(A) a União poderá instituir, mediante lei ordinária, na iminência ou no caso de guerra externa, impostos
extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos,
gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
(B) a União poderá instituir, mediante lei ordinária, impostos não compreendidos em sua competência
tributária, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados na Constituição Federal.
(C) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição de melhoria,
decorrente de obra pública, ainda que não haja valorização imobiliária dela decorrente.
(D) a União poderá instituir empréstimos compulsórios, mediante medida provisória, no caso de
investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
(E) os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública.

07. (SEFAZ/PE – Auditor Fiscal do Tesouro Estadual – FCC/2014) O Município de Caruaru-PE,


mediante a edição da Lei no 5.658/2014, instituiu a cobrança de TLP - Taxa de Limpeza Pública, que tem
como fato gerador os serviços de conservação e limpeza de logradouros públicos pelo referido município.
Na situação hipotética, a cobrança desse tributo é
(A) ilegítima, pois a competência para estabelecer cobrança de taxa sobre serviços de conservação e
limpeza de logradouros públicos é do Estado.
(B) ilegítima, pois o fato gerador corresponde a serviço público universal e indivisível, que não
possibilita a individualização dos respectivos usuários.
(C) legítima, pois visa a custear a prestação de serviços públicos específicos e divisíveis, ostentando
o caráter retributivo inerente às taxas.
(D) legítima, pois o fato gerador corresponde a serviço público universal e indivisível, prescindindo da
individualização dos respectivos usuários.
(E) ilegítima, pois o fato gerador, próprio de imposto, deve ser custeado pelas receitas decorrentes de
sua exigência.

08. (LIQUIGAZ – Profissional Junior – CESGRANRIO/2014) Na organização constitucional das


competências tributárias, existem tributos exclusivos da União.
Nessa categoria, encontra-se a(o)
(A) contribuição social
(B) taxa sobre serviços de água
(C) contribuição de iluminação pública
(D) imposto sobre doações
(E) imposto sobre serviços

09. (Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal - ESAF) Afirma-se que o conceito de tributo,
de forma resumida, é sempre um pagamento compulsório em moeda, forma normal de extinção da
obrigação tributária. No tocante ao conceito de tributo, no Brasil, aponte a única opção falsa.
(A) O imposto é de competência privativa, atribuída pela Constituição Federal.
(B) A taxa tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou sua utilização efetiva ou
potencial de serviço público, específico e divisível, prestado ou colocado à disposição do contribuinte.
(C) O imposto é considerado uma receita corrente e se origina da obrigação social dos cidadãos de
contribuírem para a manutenção da coisa pública.
(D) A receita tributária é composta, exclusivamente, por impostos e taxas.
(E) A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos ao do imposto, nem ser calculada
em função do capital das empresas.

10. (Receita Federal - Técnico Administrativo - ESAF) A determinação da natureza jurídica


específica do tributo, de acordo com o Código Tributário Nacional, decorre, especificamente:
(A) do fato gerador da respectiva obrigação.
(B) da destinação legal do produto da arrecadação.
(C) da denominação.
(D) da fixação do agente arrecadador.
(E) das peculiaridades dos sujeitos ativo e passivo da obrigação.

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


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Respostas

01. Resposta: A
De acordo com a Constituição Federal, especificamente no § 1º do art. 149, os municípios são
competentes para instituir contribuição a ser cobrada de seus servidores, para custeio, em benefício
destes, do regime previdenciário. Já o art. 149-A autoriza os municípios a instituírem contribuição para o
custeio do serviço de iluminação pública. Logo, somente essas são de competência do município.

02. Resposta: C
O art. 3º do CTN traz a definição de tributo e dela é possível se extrair seus elementos, veja-se:

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Logo, a única alternativa incorreta é a que afirma que o tributo é prestação com natureza de sanção.
Em direito tributário, a multa tem natureza sancionatório, não o tributo, conforme já explicado
anteriormente.

03. Resposta: E
O fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização imobiliária decorrente de obra pública.
Assim, todo aquele que tem seu imóvel valorizado por causa de uma obra pública deve pagar o tributo.

04. Resposta: A
Serviços públicos divisíveis são aqueles que se pode identificar o usuário portando, a assertiva I está
incorreta.
Serviços públicos específicos são aqueles que o contribuinte identifica, ou seja, sabe para que está
pagando portanto, errada também a assertiva III.
Os serviços públicos potenciais são aqueles postos à disposição do contribuinte, podendo ele usufruir
dos mesmos a qualquer momento logo, a assertiva IV está errada.
Assim, somente estão corretas as assertivas II e V.

05. Resposta: A
Essa alternativa traz a imunidade prevista no art. 149, § 2º, I da Constituição Federal.

06. Resposta: A
O art. 154, em seu inciso I, exige a utilização de lei complementar para a instituição dos chamados
impostos residuais, contudo, no que reporta aos impostos extraordinários (II) não há nenhuma exigência,
logo, pode a União valer-se de lei ordinária para institui-los.

07. Resposta: B
O município de Caruaru não pode cobrar a taxa de limpeza pública pois, esse é um serviço não divisível
uma vez que não se pode identificar os usuários. Taxa é tributo que tem como fato gerador a prestação
de serviço público específico e divisível, potencial ou efetivo. Logo, a TLP é ilegítima.

08. Resposta: A
De acordo com o art. 149 da Constituição Federal, as contribuições sociais são tributos de competência
exclusiva da União.

09. Resposta: D.
Conforme lição de Eduardo Sabbag “tributo é receita derivada, instituída pelas entidades de direito
público, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições, nos termos da Constituição e das leis
vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou
específicas exercidas por essas entidades”22.
A alternativa está errada porque não reconhece as contribuições como receita tributária.

22 Manual de Direito Tributário. 2014. Saraiva.

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


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10. Resposta: A.
O que determina a natureza jurídica de um tributo é o seu fato gerador. O nome adotado em lei e a
destinação do produto de sua arrecadação são irrelevantes para tal finalidade.
Veja o que dispõe o art. 4º do CTN.

Art. 4º CTN A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.

12.7. Matemática financeira.

JUROS SIMPLES23

Em regime de juros simples (ou capitalização simples), o juro é determinado tomando como base
de cálculo o capital da operação, e o total do juro é devido ao credor (aquele que empresta) no final da
operação. As operações aqui são de curtíssimo prazo, exemplo: desconto simples de duplicata, entre
outros.
No juros simples o juro de cada intervalo de tempo sempre é calculado sobre o capital inicial
emprestado ou aplicado.

- Os juros são representados pela letra J.


- O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos de capital e é representado pela letra C
(capital) ou P(principal) ou VP ou PV (valor presente) *.
- O tempo de depósito ou de empréstimo é representado pela letra t ou n.*
- A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre um capital durante certo tempo. É representado
pela letra i e utilizada para calcular juros.

*Varia de acordo com a literatura estudada.

Chamamos de simples os juros que são somados ao capital inicial no final da aplicação.

Devemos sempre relacionar taxa e tempo numa mesma unidade:


Taxa anual Tempo em anos
Taxa mensal Tempo em meses
Taxa diária Tempo em dias
E assim sucessivamente

Exemplo:

1) Uma pessoa empresta a outra, a juros simples, a quantia de R$ 4. 000,00, pelo prazo de 5 meses,
à taxa de 3% ao mês. Quanto deverá ser pago de juros?

Resolução:
- Capital aplicado (C): R$ 4.000,00
- Tempo de aplicação (t): 5 meses
- Taxa (i): 3% ou 0,03 a.m. (= ao mês)

Fazendo o cálculo, mês a mês:


- No final do 1º período (1 mês), os juros serão: 0,03 x R$ 4.000,00 = R$ 120,00
- No final do 2º período (2 meses), os juros serão: R$ 120,00 + R$ 120,00 = R$ 240,00
- No final do 3º período (3 meses), os juros serão: R$ 240,00 + R$ 120,00 = R$ 360,00
- No final do 4º período (4 meses), os juros serão: R$ 360,00 + R$ 120,00 = R$ 480,00
- No final do 5º período (5 meses), os juros serão: R$ 480,00 + R$ 120,00 = R$ 600,00

Desse modo, no final da aplicação, deverão ser pagos R$ 600,00 de juros.

23 MARIANO, Fabrício – Matemática Financeira para Concursos – 3ª Edição – Rio de Janeiro: Elsevier,2013.

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


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Juros a serem Pagos
700,00 600,00
600,00 480,00
500,00
360,00

Juros(J)
400,00
240,00
300,00
200,00 120,00
100,00
0,00
1 2 3 4 5
Meses(t)

Fazendo o cálculo, período a período:


- No final do 1º período, os juros serão: i.C
- No final do 2º período, os juros serão: i.C + i.C
- No final do 3º período, os juros serão: i.C + i.C + i.C
------------------------------------------------------------------------------
- No final do período t, os juros serão: i.C + i.C + i.C + ... + i.C

Portanto, temos:

J=C.i.t

1) O capital cresce linearmente com o tempo;


2) O capital cresce a uma progressão aritmética de razão: J=C.i
3) A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma unidade.
4) Nessa fórmula, a taxa i deve ser expressa na forma decimal.
5) Chamamos de montante (M) ou FV (valor futuro) a soma do capital com os juros, ou seja:
Na fórmula J= C . i . t, temos quatro variáveis. Se três delas forem valores conhecidos, podemos
calcular o 4º valor.

M = C + J  M = C.(1+i.t)

Exemplos:

1) A que taxa esteve empregado o capital de R$ 25.000,00 para render, em 3 anos, R$ 45.000,00 de
juros? (Observação: Como o tempo está em anos devemos ter uma taxa anual.)

C = R$ 25.000,00
t = 3 anos
j = R$ 45.000,00
i = ? (ao ano)
C.i.t
j=
100
25000.i.3
45 000 =
100
45 000 = 750 . i
45.000
i=
750
i = 60
Resposta: 60% ao ano.

2) Qual o valor dos juros correspondentes a um empréstimo de R$ 10.000,00, pelo prazo de 15 meses,
sabendo-se que a taxa cobrada é de 3% a m.?

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


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Dados: Solução:
PV = 10.000,00 j = PV . i . n
n = 15 meses j = 10.000,00 x 0,03 x 15
i = 3% a m. j= 4.500,00
j =?

Quando o prazo informado for em dias, a taxa resultante dos cálculos será diária; se o prazo for
em meses, a taxa será mensal; se for em trimestre, a taxa será trimestral, e assim sucessivamente.

JUROS COMPOSTOS

O capital inicial (principal) pode crescer, como já sabemos, devido aos juros, segundo duas
modalidades, a saber:

Juros simples (capitalização simples) – a taxa de juros incide sempre sobre o capital inicial.
Juros compostos (capitalização composta) – a taxa de juros incide sobre o capital de cada período.
Também conhecido como "juros sobre juros".

Na prática, as empresas, órgãos governamentais e investidores particulares costumam reinvestir as


quantias geradas pelas aplicações financeiras, o que justifica o emprego mais comum de juros compostos
na Economia. Na verdade, o uso de juros simples não se justifica em estudos econômicos.

Exemplo:

Considere o capital inicial (C) $1500,00 aplicado a uma taxa mensal de juros compostos (i) de 10% (i
= 10% a.m.). Vamos calcular os montantes (capital + juros), mês a mês:
Após o 1º mês, teremos: M1 = 1500 x 1,1 = 1650 = 1500(1 + 0,1)
Após o 2º mês, teremos: M2 = 1650 x 1,1 = 1815 = 1500(1 + 0,1)2
Após o 3º mês, teremos: M3 = 1815 x 1,1 = 1996,5 = 1500(1 + 0,1)3
.....................................................................................................
Após o nº (enésimo) mês, sendo M o montante, teremos evidentemente: M = 1500(1 + 0,1)t
De uma forma genérica, teremos para um capital C, aplicado a uma taxa de juros compostos (i) durante
o período (t):
M = C (1 + i)t

Onde:
M = montante,
C = capital,
i = taxa de juros e
t = número de períodos que o capital C (capital inicial) foi aplicado.
(1+i)t ou (1+i)n = fator de acumulação de capital

Na fórmula acima, as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i) e do período (t), tem de
ser necessariamente iguais. Este é um detalhe importantíssimo, que não pode ser esquecido!
Assim, por exemplo, se a taxa for 2% ao mês e o período 3 anos, deveremos considerar 2% ao mês
durante 3x12=36 meses.

Graficamente temos, que o crescimento do principal(capital) segundo juros simples é LINEAR,


CONSTANTE enquanto que o crescimento segundo juros compostos é EXPONENCIAL, GEOMÉTRICO
e, portanto tem um crescimento muito mais "rápido".

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


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- O montante após 1º tempo é igual tanto para o regime de juros simples como para juros
compostos;
- Antes do 1º tempo o montante seria maior no regime de juros simples;
- Depois do 1º tempo o montante seria maior no regime de juros compostos.

 Juros Compostos e Logaritmos

Para resolução de algumas questões que envolvam juros compostos, precisamos ter conhecimento de
conceitos de logaritmos, principalmente aquelas as quais precisamos achar o tempo/prazo. É muito
comum ver em provas o valor dado do logaritmo para que possamos achar a resolução da questão.

Exemplos:

1) Expresse o número de períodos t de uma aplicação, em função do montante M e da taxa de


aplicação i por período.

Solução:
Temos M = C(1+i)t
Logo, M/C = (1+i)t
Pelo que já conhecemos de logaritmos, poderemos escrever:
t = log (1+ i ) (M/C) . Portanto, usando logaritmo decimal (base 10), vem:

𝐥𝐨𝐠⁡⟨𝑴|𝑪⟩ 𝐥𝐨𝐠 𝑴 − 𝐥𝐨𝐠 𝑪


𝒕= =
𝐥𝐨𝐠⁡(𝟏 + 𝒊) 𝐥𝐨𝐠⁡(𝟏 + 𝒊)

Temos também da expressão acima que: t.log(1 + i) = logM – logC

Deste exemplo, dá para perceber que o estudo dos juros compostos é uma aplicação prática do estudo
dos logaritmos.

2) Um capital é aplicado em regime de juros compostos a uma taxa mensal de 2% (2% a.m.). Depois
de quanto tempo este capital estará duplicado?

Solução:
Sabemos que M = C (1 + i)t. Quando o capital inicial estiver duplicado, teremos M = 2C.
Substituindo, vem: 2C = C(1+0,02)t [Obs: 0,02 = 2/100 = 2%]
Simplificando, fica:
2 = 1,02t , que é uma equação exponencial simples.
Teremos então: t = log1,022 = log2 /log1,02 = 0,30103 / 0,00860 = 35

Nota: log2 = 0,30103 e log1,02 = 0,00860; estes valores podem ser obtidos rapidamente em máquinas
calculadoras científicas. Caso uma questão assim caia no vestibular ou concurso, o examinador teria de
informar os valores dos logaritmos necessários, ou então permitir o uso de calculadora na prova, o que
não é comum no Brasil.

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


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Portanto, o capital estaria duplicado após 35 meses (observe que a taxa de juros do problema é
mensal), o que equivale a 2 anos e 11 meses.
Resposta: 2 anos e 11 meses.

- Em juros simples quando a taxa de juros(i) estiver em unidade diferente do tempo(t), pode-se
colocar na mesma unidade de (i) ou (t).

- Em juros compostos é preferível colocar o (t) na mesma unidade da taxa (i).

FORMULAS:
Juros Simples Juros Compostos

J= C.i.t J= C.[(1+i)t -1]

M= C.(1+i.t) M= C.(1+i)t

Questões

01. (PRODAM/AM – Assistente – FUNCAB/ 2014) Qual é o capital que, investido no sistema de juros
simples e à taxa mensal de 2,5 %, produzirá um montante de R$ 3.900,00 em oito meses?
(A) R$ 1.650,00
(B) R$ 2.225,00
(C) R$ 3.250,00
(D) R$ 3.460,00
(E) R$ 3.500,00

02. (FUNDUNESP – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2014) Por um empréstimo com período de


45 dias foram pagos R$ 18,75 de juros. Se o capital emprestado foi de R$ 1.500,00, então é verdade que
a taxa anual correspondente de juros simples cobrada foi de
(A) 8,35%.
(B) 9,0%.
(C) 9,5%.
(D) 10%.
(E) 10,37%.

03. (UNIFESP – Engenheiro Mecânico – VUNESP/2014) Certo capital C foi aplicado a juros simples,
a uma taxa de 9,6% ao ano, e o montante resgatado, ao final da aplicação, foi igual a 1,12 C. Esse capital
permaneceu aplicado durante
(A) 1 ano e 2 meses.
(B) 1 ano e 3 meses.
(C) 1 ano e 4 meses.
(D) 1 ano e 5 meses.
(E) 1 ano e meio.

04. (Instituto de Pesquisas Tecnológicas – Secretária – VUNESP/2014) Considere um empréstimo


de certo valor por 5 meses, contraído no sistema de juro simples, a uma taxa de 14,4% ao ano. Sabendo-
se que o montante a ser pago na data de vencimento do empréstimo será igual a R$ 5.300,00, pode-se
afirmar, corretamente, que o valor emprestado foi de
(A) R$ 4.900,00.
(B) R$ 4.950,00.
(C) R$ 5.000,00.
(D) R$ 5.050,00.
(E) R$ 5.100,00.

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


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05. (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) Polícia autua 16 condutores durante blitz da
Lei Seca

No dia 27 de novembro, uma equipe da Companhia de Polícia de Trânsito(CPTran) da Polícia Militar


do Estado de Sergipe realizou blitz da Lei Seca na Avenida Beira Mar. Durante a ação, a polícia autuou
16 condutores.
Segundo o capitão Fábio <achado, comandante da CPTran, 12 pessoas foram notificadas por
infrações diversas e quatro por desobediência à Lei Seca[...].
O quarteto detido foi multado em R$1.910,54 cada e teve a Carteira Nacional de Trânsito (CNH)
suspensa por um ano.
(Fonte: PM/SE 28/11/13, modificada)
Investindo um capital inicial no valor total das quatros mulas durante um período de dez meses, com
juros de 5% ao mês, no sistema de juros simples, o total de juros obtidos será:
(A) R$2.768,15
(B) R$1.595,27
(C) R$3.821,08
(D) R$9.552,70
(E) R$1.910,54

06. (Pref. Guarujá/SP – SEDUC – Professor de Matemática – CAIPIMES/2014) Um capital foi


aplicado por um período de 3 anos, com taxa de juros compostos de 10% ao ano. É correto afirmar que
essa aplicação rendeu juros que corresponderam a, exatamente:
(A) 30% do capital aplicado.
(B) 31,20% do capital aplicado.
(C) 32% do capital aplicado.
(D) 33,10% do capital aplicado.

07. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC/2014) José Luiz aplicou
R$60.000,00 num fundo de investimento, em regime de juros compostos, com taxa de 2% ao mês. Após
3 meses, o montante que José Luiz poderá sacar é
(A) R$63.600,00.
(B) R$63.672,48.
(C) R$63.854,58.
(D) R$62.425,00.
(E) R$62.400,00.

08. (PM/SP – OFICIAL – VUNESP/2013) Pretendendo aplicar em um fundo que rende juros
compostos, um investidor fez uma simulação. Na simulação feita, se ele aplicar hoje R$ 10.000,00 e R$
20.000,00 daqui a um ano, e não fizer nenhuma retirada, o saldo daqui a dois anos será de R$ 38.400,00.
Desse modo, é correto afirmar que a taxa anual de juros considerada nessa simulação foi de
(A) 12%.
(B) 15%.
(C) 18%.
(D) 20%.
(E) 21%.

09. (Câmara de São Paulo/SP – Técnico Administrativo – FCC/2014) José Luiz aplicou R$60.000,00
num fundo de investimento, em regime de juros compostos, com taxa de 2% ao mês.
Após 3 meses, o montante que José Luiz poderá sacar é
(A) R$63.600,00.
(B) R$63.672,48.
(C) R$63.854,58.
(D) R$62.425,00.
(E) R$62.400,00.

10. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRANRIO/2012) João tomou um empréstimo de


R$900,00 a juros compostos de 10% ao mês. Dois meses depois, João pagou R$600,00 e, um mês após
esse pagamento, liquidou o empréstimo.
O valor desse último pagamento foi, em reais, aproximadamente,

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


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(A) 240,00
(B) 330,00
(C) 429,00
(D) 489,00
(E) 538,00

11. (FGV-SP) Uma aplicação financeira rende juros de 10% ao ano, compostos anualmente. Utilizando
para cálculos a aproximação de log 1,1 = 0,04, pode-se estimar que uma aplicação de R$ 1.000,00 seria
resgatada no montante de R$ 1.000.000,00 após:
(A) Mais de um século.
(B) 1 século
(C) 4/5 de século
(D) 2/3 de século
(E) ¾ de século

12. (COLÉGIO MILITAR DE BELO HORIZONTE/MG – PROFESSOR DE MATEMÁTICA –


EXÉRCITO BRASILEIRO/2013) Determine o tempo necessário para que um capital aplicado a 20 % a.
m. no regime de juros compostos dobre de valor. Considerando que log 2 = 0,3 e log 1,2 = 0,08.
(A) 3,75 meses.
(B) 3,5 meses.
(C) 2,7 meses.
(D) 3 meses.
(E) 4 meses.

13. (Banco do Brasil – Escriturário – FCC/2011) Saulo aplicou R$ 45 000,00 em um fundo de


investimento que rende 20% ao ano. Seu objetivo é usar o montante dessa aplicação para comprar uma
casa que, na data da aplicação, custava R$ 135 000,00 e se valoriza à taxa anual de 8%. Nessas
condições, a partir da data da aplicação, quantos anos serão decorridos até que Saulo consiga comprar
tal casa?
Dado: (Use a aproximação: log 3 = 0,48)
(A) 15
(B) 12
(C) 10
(D) 9
(E) 6

14. (CESGRANRIO) Um investimento de R$1.000,00 foi feito sob taxa de juros compostos de 3% ao
mês. Após um período t, em meses, o montante foi de R$1.159,27. Qual o valor de t? (Dados: ln(1.000)
= 6,91; ln(1.159,27) = 7,06 ; ln(1,03) = 0,03)

Respostas

01. Resposta: C.
Montante = Capital + juros, ou seja: j = M – C , que fica: j = 3900 – C ( I )
Agora, é só substituir ( I ) na fórmula do juros simples:

𝐶.𝑖.𝑡
𝑗 = ⁡ 100

𝐶.2,5.8
3900 − 𝐶 = ⁡ 100
390000 – 100.C = 2,5 . 8 . C
– 100.C – 20.C = – 390000 . (– 1)
120.C = 390000
C = 390000 / 120
C = R$ 3250,00

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


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02. Resposta: D.
𝐶.𝑖.𝑡
𝑗 = ⁡ 100

1500⁡.𝑖⁡.45 1875
18,75 = ⁡ 1500.45. 𝑖 = 18,75⁡. 100 𝑖= = 0,0278 (ao dia)
100 67500

Ao ano: 0,0278 . 365 = 10,1%

03. Resposta: B.
M = C + j , ou seja, 1,12.C = C + j, que fica 1,12.C – C = j
j = 0,12.C

𝐶⁡.𝑖⁡.𝑡
𝑗 =⁡ 100
𝐶⁡.9,6⁡.𝑡
0,12. 𝐶 = ⁡
100
9,6⁡. 𝑡⁡. 𝐶 = 0,12⁡. 𝐶⁡. 100
t = 12 / 9,6
t = 1,25 ano = 1 ano + 0,25 de ano
0,25 . 12 = 3 meses
Portanto, t = 1 ano e 3 meses

04. Resposta: C.
Para fazer os cálculos, devemos trabalhar com meses. Assim:
14,4% a.a. / 12 = 1,2% a.m.
* Montante: 𝑴 = 𝑪 + 𝒋
5300 = C + j , ou seja, j = 5300 – C ( I )
𝑪⁡.𝒊⁡.⁡⁡𝒕
𝒋 = ⁡ 𝟏𝟎𝟎 ( II )
Vamos substituir a equação ( I ) na equação ( II ):
𝑪⁡.⁡⁡𝟏,𝟐⁡.⁡⁡𝟓⁡
𝟓𝟑𝟎𝟎 − 𝑪 = ⁡ 𝟏𝟎𝟎
6.C = 100 . (5300 – C)
6.C = 530000 – 100.C
6.C + 100.C = 530000
106.C = 530000
C = 530000 / 106
C = R$ 5000,00

05. Resposta: C.
𝐶 = 1910,54 ∙ 4 = 7642,16⁡⁡⁡⁡; 𝑖 = 5%𝑎. 𝑚 = 0,05⁡; 𝑡 = 10𝑚
𝐽 = 𝐶. 𝑖. 𝑡
𝐽 = 7642,16 ∙ 0,05 ∙ 10 = 3821,08
O juros obtido será R$3.821,08.

06. Resposta: D.
10% = 0,1
𝑀 = 𝐶⁡. (1 + 𝑖)𝑡
𝑀 = 𝐶⁡. (1 + 0,1)3
𝑀 = 𝐶⁡. (1,1)3
𝑀 = 1,331. 𝐶
Como, M = C + j , ou seja , j = M – C , temos:
j = 1,331.C – C = 0,331 . C
0,331 = 33,10 / 100 = 33,10%

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


. 90
07. Resposta: B.
C=60.000 ; i = 2% a.m = 0,02 ; t = 3m
𝑀 = 𝐶(1 + 𝑖)𝑡 ⇒ 𝑀 = 60000(1 + 0,02)3 ⁡ ⇒ 𝑀 = 60000(1,02)3⁡ ⇒ 𝑀 = 63672,48

O montante a ser sacado será de R$ 63.672,48.

08. Resposta: D.
C1º ano = 10.000 ; C2º ano = 20.000
𝑀1 = 𝐶(1 + 𝑖)𝑡
𝑀1 = 10000(1 + 𝑖)2 𝑀2 = 20000(1 + 𝑖)1
M1+M2 = 384000
38400 = 10000(1 + 𝑖)2 ⁡ + 20000(1 + 𝑖)⁡(: 400)
96 = 25(1 + 2𝑖 + 𝑖 2 ) + 50 + 50𝑖
96 = 25 + 50𝑖 + 25𝑖 2 + 50 + 50𝑖
25𝑖 2 + 100𝑖 − 21 = 0
Têm se uma equação do segundo grau, usa-se então a fórmula de Bháskara:
∆= 1002 − 4 ∙ 25 ∙ (−21) = 12100
−100±110
𝑖= 50
−100+110 10
⁡𝑖1 = 50
= 50 = 0,2
−100−110
𝑖2 = = −4,4⁡⁡(𝑛ã𝑜⁡𝑐𝑜𝑛𝑣é𝑚)
50

É correto afirmar que a taxa é de 20%

09. Resposta: B.
𝑀 = 𝐶(1 + 𝑖)𝑡
𝑀 = 60000(1 + 0,02)3
𝑀 = 60000(1,02)3 =63672,48

10. Resposta: E.
C = 900 ; i = 10% a.m=0,10 ; t = 2m ; pagou 2 meses depois R$ 600,00 e liquidou após 1 mês
𝑀 = 𝐶(1 + 𝑖)𝑡
𝑀 = 900(1 + 0,1)2 → 𝑀 = 1089,00
Depois de dois meses João pagou R$ 600,00.
1089-600=489
𝑀 = 489(1 + 0,1)1 = 537,90

11. Resposta: E.
A fórmula de juros compostos é M = C(1 + i)t e do enunciado temos que M = 1.000.000, C = 1.000, i
= 10% = 0,1:

1.000.000 = 1.000(1 + 0,1)t


1.000.000
= (1,1)𝑡
1.000

(1,1)𝑡 = 1.000 (agora para calcular t temos que usar logaritmo no dois lados da equação para pode
utilizar a propriedade log 𝑎 𝑁 𝑚 = 𝑚. log 𝑎 𝑁, o expoente m passa multiplicando)

log(1,1)𝑡 = log 1.000

t.log 1,1 = log 103 (lembrando que 1000 = 103 e que o logaritmo é de base 10)

t.0,04 = 3
3 3 3
t = 0,04 = 4.10−2 = 4 . 102

3
t = 4 . 100 anos, portanto, ¾ de século.

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. 91
12. Resposta: A.
M=C(1+i)t
2C=C(1+0,2)t
2=1,2t

Log2=log1,2t
Log2=t.log1,2
0,3=0,08t
T=3,75 meses

13. Resposta: B.
M = C. (1 + i)t
C = 45.000
i = 0,02
--------------------
C = 135.000
i= 0,08
45.000 (1+ i)t = 135.000 (1 + i)t
45.000 (1 + 0,2)t = 135.000 (1 + 0,08)t
45.000 (1,2)t = 135.000 (1,08)t
135.000/45.000 = (1,2/1,08)t
3 = (10/9)t
log3 = t.log (10/9)
0,48 = (log10 - log9).t
0,48 = (1 - 2log3).t
0,48 = (1 - 2.0,48).t
0,48 = (1 - 0,96).t
0,48 = 0,04.t
t = 0,48/0,04
t = 12

14. Resposta: 05.


M = C (1 + i) t
1159,27 = 1000 ( 1 + 0,03)t
1159,27 = 1000.1,03t
ln 1159,27 = ln (1000 . 1,03t)
7,06 = ln1000 + ln 1,03t
7,06 = 6,91 + t . ln 1,03
0,15 = t . 0,03
t=5

DESCONTOS SIMPLES E COMPOSTOS24

Quando temos um título, seja ele uma duplicata, uma nota promissória, letra de câmbio etc, e temos a
necessidade de obtermos o seu valor antes da data de vencimento, as instituições financeiras cobram
por esta antecipação uma taxa administrativa que incide sobre o valor do título (valor nominal).

24 http://matematicafinanceira.webnode.com.br

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


. 92
Exemplo:

Fonte: https://centraldefavoritos.wordpress.com/2012/05/30/titulos-de-credito/

Ao resgatar uma duplicata dois meses, antes da data do vencimento (04/03/2005), o credor José da
Silva (aquele que receber o valor da mesma) recebe uma quantia de R$ 460,00.
A essa diferença entre o valor título (valor nominal) e o valor recebido (valor atual) damos o nome
de desconto.

D=N–A
Onde:
D = desconto
N = valor nominal
A = valor atual

O desconto concedido pelo banco, para o resgate de um título antes do vencimento é maior, resultando
num resgate de menor valor para o proprietário do título. O desconto é o contrário da capitalização.

Comparando com o regime de juros, observamos que:

- o Valor Atual, ou valor futuro (valor do resgate) nos dá ideia de Montante;


- o Valor Nominal, nome do título (valor que resgatei) nos dá ideia de Capital;
- e o Desconto nos dá ideia de Juros.

Os descontos são nomeados simples ou compostos em função do cálculo dos mesmos terem sido
no regime de juros simples ou compostos, respectivamente. Os descontos (simples ou compostos)
podem ser divididos em:

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Racional
Simples {
Comercial

Racional
Composto {
Comercial

DESCONTO SIMPLES

- Desconto Racional Simples (por dentro)

O desconto racional nos passa a ideia de “honesto”, pois todas a taxas são cobradas em cima do valor
atual (A) do título.

Associando com o juros simples teremos:

Onde:

DRS = Desconto Racional Simples


A = Valor Atual
i = taxa
t = tempo ou período

Onde:

N = Valor Nominal
A = Valor Atual
i = taxa
t = tempo ou período

Das fórmulas acimas podemos escrever também uma outra:


DRS = A.i.t e
N
𝐴 = 1+i.t , então
𝐍. 𝐢. 𝐭
𝐃𝐑𝐒⁡ =
𝟏 + 𝐢. 𝐭

Caso na hora da prova você não lembre a fórmula acima, basta lembrar as de juros simples e fazer as
respectivamente as associações.

Exemplo:

(ASSAF NETO, 2001). Seja um título de valor nominal de R$ 4.000,00 vencível em um ano, que está
sendo liquidado 3 meses antes de seu vencimento. Sendo de 42% a.a. a taxa nominal de juros corrente,
pede-se calcular o desconto e o valor descontado desta operação.
N = 4 000
t = 3 meses
i = 42% a.a = 42 / 12 = 3,5% a.m = 0,035
D=?
Vd = ?

N. i. t 4000.0,035.3 420
DRS⁡ = = = = 380,10
1 + i. t 1 + 0,035.3 1,105

Vd = 4 000 – 380,10 = 3 619,90

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- Desconto Comercial Simples (por fora)

O desconto comercial ou bancário nos passa a ideia de que alguém está “levando” um por fora, pois
todas as taxas são cobradas em cima do valor nominal (N) do título. O valor nominal é sempre maior
e é justamente onde eles querem ganhar.

Como associamos as fórmulas a juros simples, escrevemos a mesma como fizemos com desconto
racional, alterando o valor atual pelo nominal.

Onde:

DCS = Desconto Comercial Simples


N = Valor Nominal
i = taxa
t = tempo ou período

Exemplo:

Um comerciante poderá escolher uma das opções abaixo para descontar, hoje, um título que vence
daqui a 45 dias.
I. Banco A: a uma taxa de 2% ao mês, segundo uma operação de desconto comercial simples,
recebendo no ato o valor de R$ 28.178,50.
II. Banco B: a uma taxa de 2,5% ao mês, segundo uma operação de desconto racional simples.
Utilizando a convenção do ano comercial, caso opte por descontar o título no Banco B, o comerciante
receberá no ato do desconto o valor de:
(A) R$ 27.200,00
(B) R$ 27.800,00
(C) R$ 28.000,00
(D) R$ 28.160,00
(E) R$ 28.401,60

Observe que todas as taxas estão no mesmo período.


Banco A (desconto comercial simples)
i = 2% a.m = 0,02
A = 28 178,50
N=?

Dcs = N.i.t ; D = N – A , vamos igualar os descontos:


N – A = N.i.t  N – 28 178,5 = N.0,02.1,5  N – 0,03.N = 28 178,5  0,97N = 28 178,5 
N = 28 178,5 / 0,97  N = 29 050.

Banco B (desconto racional simples)


i = 2,5% a.m = 0,025
t = 1,5 meses
A =?
N = A.(1 + i.t)
29 050 = A.(1 + 0,025.1,5)  29 050 = A .1,0375  A = 29 050 / 1,0375  A = 28 000
Resposta: C.

- Desconto comercial (bancário) acrescido de uma taxa pré-fixada

Em alguns casos teremos acréscimos de taxas pré-fixadas aos títulos, que são as taxas de despesas
bancárias/administrativas (comissões, taxas de serviços, ...) cobradas sobre o valor nominal (N). Quando
as mesmas aparecem nos enunciados, devemos soma-la a taxa de juros, conforme a fórmula abaixo:

Dc = N. (i.t + h)

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Onde:
Dc = desconto comercial ou bancário
N = valor nominal
i = taxa de juros cobrada
t = tempo ou período
h = taxa de despesas administrativas ou bancárias.

- Relação entre Desconto Comercial (Dc) e Desconto Racional (Dr)

Algumas questões propõem a utilização dessa relação para sabermos o valor do desconto caso fosse
utilizado o desconto comercial e precisássemos saber o desconto racional e vice-versa.
A relação é dada por:

Dc = Dr . (1 + i.t)

DESCONTO COMPOSTOS

- Desconto Racional Composto (por dentro)

As fórmulas estão associando com os juros compostos, assim teremos:

Onde:

D = Desconto Racional Composto


A = Valor Atual
i = taxa
t = tempo ou período

Onde:

N = Valor Nominal
A = Valor Atual
i = taxa
t = tempo ou período

- Desconto Comercial Composto (por fora)

Como a taxa incide sobre o Valor Nominal (maior valor), trocamos na fórmula o N pelo A e vice versa,
mudando o sinal da taxa (de positivo para negativo).

Onde:

N = Valor Nominal
A = Valor Atual
i = taxa
t = tempo ou período

Observações:

Algumas literaturas representam o tempo pela letra n ao invés de t, para o tempo, S ou FN (VN) ao
invés de N para o valor nominal e C ao invés de A ou FA (VA) para o valor atual, d ao invés de i para

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a taxa de juros, entre outras. Essas convenções literárias não alteram os cálculos, só precisamos saber
o que cada letra representa dentro do contexto e aplica-los.

Questões

01. Um banco ao descontar notas promissórias, utiliza o desconto comercial a uma taxa de juros
simples de 12% a.m.. O banco cobra, simultaneamente uma comissão de 4% sobre o valor nominal da
promissória. Um cliente do banco recebe R$ 300.000,00 líquidos, ao descontar uma promissória vencível
em três meses. O valor da comissão é de:

02. (MPE/RN – Analista Administração - FCC/2012) Dois títulos são descontados em um banco 4
meses antes de seus vencimentos com uma taxa de desconto, em ambos os casos, de 2% ao mês. O
valor atual do primeiro título foi igual a R$ 29.440,00 e foi utilizada a operação de desconto comercial
simples. O valor atual do segundo título foi igual a R$ 20.000,00 e foi utilizada a operação de desconto
racional simples. A soma dos valores nominais destes dois títulos é igual a
(A) R$ 53.600,00.
(B) R$ 54.200,00.
(C) R$ 55.400,00.
(D) R$ 56.000,00.
(E) R$ 56.400,00.

03. O desconto simples comercial de um título é de R$ 860,00, a uma taxa de juros de 60% a.a.. O
valor do desconto simples racional do mesmo título é de R$ 781,82, mantendo-se a taxa de juros e o
tempo. Nesse as condições, o valor nominal do rótulo é de:

04. (MPE/PE – Analista Ministerial – Ciências Contábeis - FCC/2012) Dois títulos de valores
nominais iguais são descontados, na data de hoje, com uma taxa de desconto de 2% ao mês. O primeiro
título foi descontado 4 meses antes de seu vencimento segundo uma operação de desconto comercial
simples. O segundo título foi descontado 3 meses antes de seu vencimento segundo uma operação de
desconto racional simples. Se o valor presente do segundo título apresentou um valor de R$ 20.000,00,
então a soma dos valores dos descontos dos dois títulos é igual a
(A) R$ 2.400,00.
(B) R$ 2.896,00.
(C) R$ 3.100,00.
(D) R$ 3.304,00.
(E) R$ 3.392,00.

05. (MPE/PE – Técnico Ministerial – Contabilidade - FCC/2012) Um título de valor nominal igual a
R$ 35.000,00 é descontado em um banco e o valor presente foi igual a R$ 31.850,00. A operação utilizada
foi a do desconto comercial simples com uma taxa anual de desconto de 18%. O número de meses em
que este título foi descontado antes de seu vencimento foi
(A) 7.
(B) 4.
(C) 5.
(D) 6.
(E) 3.

06. (PREF.MUNICIPAL DE SÃO PAULO – Auditor Fiscal Tributário Municipal – FCC/2012) Dois
títulos, um com vencimento daqui a 30 dias e outro com vencimento daqui a 60 dias, foram descontados
hoje, com desconto racional composto, à taxa de 5% ao mês. Sabe-se que a soma de seus valores
nominais é R$ 5.418,00 e a soma dos valores líquidos recebidos é R$ 5.005,00. O maior dos valores
nominais supera o menor deles em
(A) R$ 1.195,00.
(B) R$ 1.215,50.
(C) R$ 1.417,50.
(D) R$ 1.484,00.
(E) R$ 1.502,50.

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07. (TCU – Auditor Federal de Controle Esterno – CESPE /2013) Na contração de determinada
empresa por certo órgão público, ficou acordado que o administrador pagaria R$ 200.000,00 para a
contração do serviço, mais quatro parcelas iguais no valor de R$ 132.000,00 cada a serem pagas,
respectivamente, no final do primeiro, segundo, terceiro e quarto anos consecutivos à assinatura do
contrato. Considere que a empresa tenha concluído satisfatoriamente o serviço dois anos após a
contração e que tenha sido negociada a antecipação das duas últimas parcelas para serem pagas
juntamente com a segunda parcela.

Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.

Se para o pagamento for utilizado desconto racional composto, a uma taxa de 10% ao ano, na
antecipação das parcelas, o desconto obtido com o valor da terceira parcela será o mesmo que seria
obtido se fosse utilizado desconto racional simples.
( ) Certo ( ) Errado

08. (TCE/PR – Analista de Controle – Área Atuarial - FCC/2011) O valor do desconto de um título
de valor nominal igual a R$ 15.961,25, resgatado 2 anos antes de seu vencimento e segundo o critério
do desconto composto real, é igual a R$ 3.461,25. A taxa anual de desconto utilizada foi de
(A) 11%.
(B) 13%.
(C) 14%.
(D) 15%.
(E) 16%.

09. Um título é descontado por R$ 4.400,00, quatro meses antes do seu vencimento. Obtenha o valor
de face do título, considerando que foi aplicado um desconto racional composto a uma taxa de 3% a.m.
(despreze os centavos, se houver).

10. (Prefeitura de São Paulo/SP - Auditor Fiscal Municipal – CETRO/2014) Com adiantamento de
dois meses do vencimento, um título de valor nominal de R$30.000,00 é descontado a uma taxa composta
de 10% a.m.. A diferença entre o desconto racional composto e o desconto comercial composto será de:
(A) R$246,59.
(B) R$366,89.
(C) R$493,39.
(D) R$576,29.
(E) R$606,49.

Respostas

01. Resposta: 200 000.


h = 0,04
t=3
iB = 0,12 . 3
AB = N . [1 - (iB + h)]
300 000 = N . [1 - (0,12.3 + 0,04)]
300 000 = N . [1 – 0,4]
N = 500 000
Vc = 0,04 . N
Vc = 0,04 . 500 000
Vc = 20 000

02. Resposta: A.
1º título - Dcs
t = 4 meses
i = 2% a.m
A = 29440
N1 = ?
D=N–A

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Dcs = N.i.t  N – A = N.i.t  N – 29440 = N.0,02.4  N – 29440 = N.0,08  N – 0,08N = 29440 
0,02N = 29440  N = 29440 / 0,02  N = 32000

2º título - Drs
t = 4 meses
i = 2% a.m
A = 20000
N2 = ?
N = A (1 + i.t)  N = 20000 (1 + 0,02.4)  N = 20000 (1 + 0,08)  N = 20000.1,08  N = 21600
Como o enunciado da questão pede a soma dos valores nominais, então teremos:
N1 + N2  32000 + 21600 = 53600.

03. Resposta: 8600,22.


Dc = 860
Dr = 781,82
Usando N = (Dc . Dr) / (Dc – Dr),
N = (860 . 781,82) / (860 – 781,82) = 672365,2 / 78,18 = 8600,22

04. Resposta: B.
N1 = N2 ; D1 + D2 = ?
2º título – Drs – vamos calcular primeiro o valor deste título pois é o único que foi informado o valor do
Atual.
i = 2% a.m = 0,02
t=3m
A = 20000
N = A (1+i.t)  N = 20000 (1 + 0,02.3)  N = 21200 , o desconto é dado por:
D = N – A  D = 21200 – 20000  D = 1200

1º título – Dcs
i = 2% a.m = 0,02
t = 4 meses
Dcs = N.i.t  Dcs = 21200.0,02.4  Dcs = 1696
Como queremos saber as somas dos descontos então: Dcs + Drs = 1696 + 1200 = 2896.

05. Resposta: D.
Pelo enunciado temos:
N = 35000
A = 31850
i = 18% a.a = 18/12 = 1,5% a. m = 0,015
t=?
Como trata-se de desconto comercial simples (Dcs).
Sabemos que D = N – A → D = 35000 – 31850 = 3150
Dcs = N.i.t → 3150 = 35000. 0,015. t → 3150 = 525t → t = 3150/525 → t = 6 meses

06. Resposta: C.
t = 30 dias = 1 mês (1º título) e 60d = 2 meses(2º título)
Drc
i = 5% a.m = 0,05
N1 + N2 = 5418
A1 + A2 = 5005  A1 = 5005 – A2
Temos que o Drc é dado por :
N = A (1 + i)t  N1 = A1 (1 + 0,05)1 e N2 = A2 (1,05)2 N2 = A2.(1,1025)
N1 + N2 = 5418 , substituindo teremos:
A1 (1,05) + A2(1,1025) = 5418 , como temos que A1 = 5005 – A2 :
(5005 – A2).(1,05) + A2(1,1025) = 5418  5255,25 – 1,05 A2 + 1,1025 A2 = 5418 
0,0525 A2 = 5418 – 5255,25  0,0525 A2 = 162,75  A2 = 3100 e A1 = 5005 – 3100 = 1905
N1 = 1,05 .1905 = 2000,25 e N2 = 1,1025. 3100 = 3417,75
O maior é N2 e o menor N1 , assim faremos N2 – N1 = 3417,75 – 2000,25 = 1417,5

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. 99
07. Resposta: CERTO.
Como ele pede para saber se antecipássemos o valor da 3º parcela em um 1 ano, termos:
N = 132.000
t=1
i = 10% a.a = 0,10
- Para o Desconto Racional Composto: A = N / (1 + i)t
A = 132.000 / (1 + 0,1)¹  A = 132.000 / 1,1
- Fazendo no Desconto Racional Simples: A = N / (1 + i.t)
A = 132.000 / (1 + 0,1.1)
A = 132.000 / 1,1
Ao anteciparmos 3° parcela em um ano, o desconto obtido com o valor desta parcela será o mesmo
que seria obtido se fosse utilizado desconto racional simples.

08. Resposta: B.
O termo real faz referência a racional.
N = 15961,25
t = 2 anos
Drc = 3461,25
i=?
D = N – A  3461,25 = 15961,25 – A  A = 15961,25 – 3461,25  A = 12500
N = A (1 + i)t  15961,25 = 12500.(1 + i)2  (1 + i)2 = 15961,25 / 12500  (1 + i)2 = 1,2769  1 + i =
√ 1,279  1,13 = 1 + i  i = 1,13 – 1  i = 0,13  i = 13%

09. Resposta: 4952,23.


A = 4400
t = 4 meses
i = 0,03 a.m.
A = N – Drc
A + Drc = N
Drc = N . [1 - (1 / (1 + i)t)]
(1 + i)t = 1,12550881
Drc = N . 0,12550881 / 1,12550881
Drc = (A + Drc) . 0.12550881 / 1,12550881
Drc = (4400 + Drc) . 0,12550881 / 1,12550881
Drc = (4400 + Drc) . 0,12550881 / 1,12550881
Drc = 490,657 + Drc . 0,12550881 / 1,12550881
Drc – Drc . 0,12550881 / 1,12550881 = 490,657
Drc . (1 – 0.12550881 / 1,12550881) = 490,657
Drc . 0,888487048 = 490,657
Drc = 552.23
N = A + Drc
N = 4400 + 552,23
N = 4952,23

10. Resposta: C
N = 30000
t = 2 meses
i = 10% am = 0,10
Vamos utilizar a formula do Drc:
N = A(1 + i)t  30.000= A (1+ 0,1)2  30000 = A (1,1)2  30000 = A.1,21  A = 30000 / 1,21 =
24793,39
Como D = N – A  D = 30000 – 24793,39
Drc = 30.000 - 24.793,39 = 5206,61
Para o desconto comercial composto (lembre-se que a taxa recaí sobre o nominal, então trocamos na
formula o A pelo N e vice e versa e mudamos o sinal), temos:
A = N.(1 - i)t  A = 30000 . (1 - 0,1)2  A = 30000 . 0,81  A = 24300
Como D = N – A  D = 30000 – 24300 = 5700, que é o desconto comercial composto
A diferença será dada pelo módulo, uma vez que sabemos que o Desconto Comercial é maior que o
racional: |Drc - Dcc|  |5.206,61 - 5.700 | = 493,39

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


. 100
TAXAS DE JUROS: NOMINAL, EFETIVA, EQUIVALENTES, PROPORCIONAIS, REAL E
APARENTE25

As taxas de juros são índices fundamentais no estudo da matemática financeira. Os rendimentos


financeiros são responsáveis pela correção de capitais investidos perante uma determinada taxa de juros.
As taxas serão incorporadas sempre ao capital.

 Taxa Efetiva

São aquelas onde a taxa da unidade de tempo coincide com a unidade de tempo do período de
capitalização(valorização). Utilizado muito em caderneta de poupança.

Exemplos:

- Uma taxa de 75% ao ano com capitalização anual.


- Uma taxa de 11% ao trimestre com capitalização trimestral.

Quando no enunciado não estiver citando o período de capitalização, a mesma vai coincidir com
unidade da taxa. Em outras palavras iremos trabalhar com taxa efetiva!!!

 Taxa Nominal

São aquelas cujas unidade de tempo NÂO coincide com as unidades de tempo do período de
capitalização.
Exemplos:

- 5% ao trimestre com capitalização semestral.


- 15% ao semestre com capitalização bimestral.

Para resolução de questões com taxas nominais devemos primeiramente descobri a taxa efetiva
(multiplicando ou dividindo a taxa)

Exemplo:

25 MARIANO, Fabrício – Matemática Financeira para Concursos – 3ª Edição – Rio de Janeiro: Elsevier,2013.
http://www.mundoeducacao.com/matematica/taxa-efetiva-taxa-real.htm

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


. 101
Como são 12 meses que existem no ano, então dividimos a taxa por 12, trazendo a taxa para o mesmo
período da capitalização, tendo assim a taxa efetiva da operação.

Toda taxa nominal traz implícita uma taxa efetiva que deve ser calculada proporcionalmente.

 Taxas Proporcionais ou Lineares (regime de juros simples)


São taxas em unidade de tempo diferente que aplicadas sobre o mesmo capital ao mesmo período de
tempo irão gerar o mesmo montante.

Exemplos:

- 2% a.s é proporcional quantos % a.a?


Como 1 ano tem 2 semestre 2%. 2(semestres) = 4% a.a
- Uma taxa de 60% a.a geraria as seguintes taxas: 5% a.m (60%/12 meses);10% a.b (60%/6
bimestres); 20% a.q(60%/3quadrimestres) ....

 Taxas Equivalentes (regime de juros compostos)


As taxas de juros se expressam também em função do tempo da operação, porém não de forma
proporcional, mas de forma exponencial, ou seja, as taxas são ditas equivalentes.

Exemplos:

- 24% a.a é equivalente a %a.m?


Vamos aplicar o conceito acima, para resolução deste exemplo:
(1+ia)=(1+im)12 (expoente na menor unidade de tempo) (1+0,24) = (1+im)12  1,24 = (1+im)12  Para
12
retirar o expoente, basta fazermos a operação inversa da potenciação  12√1,24⁡ = √(1 + 𝑖𝑚 )12
1
12
√1,24⁡ = 1 + 𝑖𝑚 ⁡ → ⁡ 𝑖𝑚 = 1,2412 − 1⁡
Algumas bancas informam o valor da raiz, outras deixam como está.
𝒎
𝒏
√𝒂𝒎 = 𝒂 𝒏

 Taxa Real, Aparente e Inflação


Taxa Real (ir) = taxa que considera os efeitos da inflação e seus ganhos.
Taxa Aparente (ia) = taxa que não considera os efeitos da inflação (são as taxas efetivas/nominais).
Taxa de Inflação (ii) = a inflação representa a perda do poder de compra.

Podemos escrever todas essas taxas em função uma das outras:

(1+ia) = (1+ir).(1+ii)
𝑀
Onde: (1 + 𝑖𝑎 ) = 𝐶
, independe da quantidade de períodos e do regime de juros.

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


. 102
Exemplos:

1) Uma aplicação no mercado financeiro forneceu as seguintes informações:


− Valor aplicado no início do período: R$ 50.000,00.
− Período de aplicação: um ano.
− Taxa de inflação no período de aplicação: 5%.
− Taxa real de juros da aplicação referente ao período: 2%.
Se o correspondente montante foi resgatado no final do período da aplicação, então o seu valor é
(A) R$ 53.550,00.
(B) R$ 53.500,00.
(C) R$ 53.000,00.
(D) R$ 52.500,00.
(E) R$ 51.500,00.

Observe que o período de aplicação é de 1 ano, então tanto faz utilizar o regime de juros simples ou
compostos.
C = R$ 50.000,00
t= 1 ano
ii = 5% = 0,05
ir = 2% = 0,02
M=?

(1+ia) = (1+ir).(1+ii)  (1+ia) = (1+0,02).(1+0,05i)  (1+ia) = 1,02 . 1,05  (1+ia) = 1,071 


ia = 1,071-1  ia = 0,071(taxa efetiva da operação)
Aplicando a fórmula do montante: M = C.(1+i)t  M= 50 000.(1+0,071)1  50 000. 1,071 
M= 53.550,00
Resposta: A.

2) Uma pessoa investiu R$ 1.000,00 por 2 meses, recebendo ao final desse prazo o montante de R$
1.060,00. Se, nesse período, a taxa real de juros foi de 4%, então a taxa de inflação desse bimestre foi
de aproximadamente
(A) 1,92.
(B) 1,90.
(C) 1,88.
(D) 1,86.
(E) 1,84.
Neste exemplo, está nos faltando saber o valor da taxa de juros aparente, mas com as outras
informações do enunciado podemos chegar ao seu valor:
C = 1.000,00
M = 1.060,00
t = 2 meses
ir = 4% = 0,04
ii= ?
𝑀 1060
(1 + 𝑖𝑎 ) = ⇒ (1 + 𝑖𝑎 ) = ⁡ ⇒ (1 + 𝑖𝑎 ) = 1,06
𝐶 1000
1,06
(1 + 𝑖𝑎 ) = (1 + 𝑖𝑟 ). (1 + 𝑖𝑖 ) ⇒ 1,06 = (1 + 0,04). (1 + 𝑖𝑖 ) ⇒ (1 + 𝑖𝑖 ) = ⇒ (1 + 𝑖𝑖 ) = 1,0192 ⇒
1,04

𝑖𝑖 = 1,0192 − 1⁡ ⇒ ⁡ 𝑖𝑖 = 0,0192⁡ ⇒ 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑚𝑜𝑠⁡𝑝𝑜𝑟⁡100(𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙) ⇒ 1,92⁡

Questões

01. (Pref. Guarujá/SP – SEDUC – Professor de Matemática – CAIPIMES/2014) Considere as


seguintes situações:
I- Carlos comprou um produto que à vista custava R$ 1.000,00. Como ele não tinha todo esse valor,
ele fez um plano de pagamento com 12 prestações iguais, de R$ 100,00 cada uma, sem entrada.

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


. 103
II- Ana comprou o mesmo produto que Carlos, na mesma loja e com o mesmo preço à vista, mas fez
o seguinte plano de pagamento: uma entrada de R$ 100,00 e mais 11 prestações de R$ 100,00 cada
uma.

Com base nessas situações, é possível afirmar corretamente que:


(A) a taxa de juros do plano de Ana foi menor que a taxa de juros do plano de Carlos.
(B) a taxa de juros do plano de Ana foi igual à taxa de juros do plano de Carlos.
(C) a taxa de juros do plano de Ana foi maior que a taxa de juros do plano de Carlos.
(D) não há como comparar as taxas de juros dos planos de Ana e de Carlos.

02. (TJ/PE- ANALISTA JUDICIÁRIO-CONTADOR-FCC/2012) Uma taxa de juros nominal de 21% ao


trimestre, com juros capitalizados mensalmente, apresenta uma taxa de juros efetiva, trimestral de,
aproximadamente,
(A) 21,7%.
(B) 22,5%.
(C) 24,8%.
(D) 32,4%.
(E) 33,7%.

03. (Pref. Florianópolis/SC – Auditor Fiscal – FEPESE/2014) A taxa de juros simples mensais de
4,25% equivalente à taxa de:
(A) 12,5% trimestral.
(B) 16% quadrimestral.
(C) 25,5% semestral.
(D) 36,0% anual.
(E) 52% anual.

Respostas

01. Resposta: C.
I. Carlos: 12 . 100 = 1200
II. Ana: 100 + 11 . 100 = 100 + 1100 = 1200
Os valores são iguais, porém Carlos não deu entrada e Ana sim. Por isso, a taxa de juros do plano de
Ana foi maior que a de Carlos.

02. Resposta: B.
21% a. t capitalizados mensalmente (taxa nominai), como um trimestre tem 3 meses, 21/3 = 7%
a.m(taxa efetiva).
im = taxa ao mês
it= taxa ao trimestre.
(1+im)3 = (1+it)  (1+0,07)3 = 1+it  (1,07)3 = 1+it  1,225043 = 1+it  it= 1,225043-1  it =
0,225043 x 100  it= 22,5043%

03. Resposta: C.
Sabemos que taxas a juros simples são ditas taxas proporcionais ou lineares. Para resolução das
questões vamos avaliar item a item para sabermos se está certo ou errado:
4,25% a.m
Trimestral = 4,25 .3 = 12,75 (errada)
Quadrimestral = 4,25 . 4 = 17% (errada)
Semestral= 4,25 . 6 = 25,5 % (correta)
Anual = 4,25.12 = 51% (errada)

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO

Muito utilizado hoje quando se faz um empréstimo/financiamento, transações de pagamentos de


compra de imóveis, entre outros, transações feitas a longo prazo.

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. 104
- Alguns conceitos:

Amortização (A)  é um processo que extingue dívidas através de pagamentos periódicos, é


a extinção de uma dívida através da quitação da mesma. Parte da prestação que não incide juros.

Prestação (P)  É a amortização acrescida de juros.

P=A+J

Juros (J)  Taxa que incide sobre o saldo devedor do período anterior ( note que quando trabalhamos
com sistemas de amortização, estamos trabalhando com o regime de juros compostos).

Postecipadas Algo que será realizado posteriormente. Em outras palavras você irá usar e depois
pagar.

Antecipadas O contrário de postecipada.

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)

Exemplo:
Para um empréstimo de R$ 10.000,00, a uma taxa de 5% ao mês , qual será a sua tabela de
amortização sabendo que serão pagas em 4 parcelas.

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0 10.000 - - -
1
2
3
4

1º Passo: Determinar o valor da cota de amortização:

𝐸 10000
𝐴= ⟹ = 2500
𝑛 4

Em um sistema de amortização constante, as amortizações são iguais para todos os períodos:

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0 10.000 - - -
1 10.000 – 2.500= 7.500 2500
2 7.500 – 2.500 = 5.000 2500
3 5.000 -2.500 = 2.500 2500
4 2.500 -2.500 = 0 2500
O período 0(zero), é o do valor do empréstimo/financiamento.
Com a cota de amortização, podemos calcular o Saldo Devedor para todos os períodos. Observe que
no período 4 o saldo é 0(zero), é onde temos a quitação total da dívida.

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


. 105
2º Passo: Calcular o Juros para cada período. (Atenção: o Juros sempre irá incidir sobre o
Capital/Saldo Devedor do período anterior.)

Período 1 J = C.i.t (t=1)  J= 10000 . 0,05 .1  J = 500 ∴ Observe que o juros incidiu sobre o
capital do Período 0(período anterior) e não do Período 1.

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0 10.000 - - -
1 7.500 2.500 500
2 5.000 2.500
3 2.500 2.500
4 0 2.500

3º Passo: Calcular o valor da prestação para cada período. Lembrando que P= A+J

Período 1 P = 2500+500  P = 3000

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0 10.000 - - -
1 7.500 2.500 500 3.000
2 5.000 2.500
3 2.500 2.500
4 0 2.500

4º Passo: Calcular o Juros para o Período 2.

Período 2  J = C.i.t (t = 1)  J = 7500 . 0,05 .1  J = 375 ∴ Observe que o juros incidiu sobre o
capital do Período 1 (período anterior) e não do Período 2.

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0 10.000 - - -
1 7.500 2.500 500 3.000
2 5.000 2.500 375
3 2.500 2.500
4 0 2.500

5º Passo: Calcular o valor da prestação para cada período. Lembrando que P = A + J

Período 2 P = 2500+375  P = 2875

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0 10.000 - - -
1 7.500 2.500 500 3.000
2 5.000 2.500 375 2.875
3 2.500 2.500
4 0 2.500

E vamos fazendo assim para cada período, temos:

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0 10.000 - - -
1 7.500 2.500 500 3.000
2 5.000 2.500 375 2.875
3 2.500 2.500 250 2.750
4 0 2.500 125 2.625

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


. 106
Principais características:
- As cotas de amortização são iguais;
- As prestações são decrescentes;
- Os juros são decrescentes;
- As amortizações serão sempre constantes.
- Nas colunas dos Juros e das Prestações observa-se de uma PA (Progressão Aritmética) de razão
decrescente.

Fórmulas do Cálculo da Prestação (Séries Postecipadas)

Utilizando o Capital Utilizando o Montante


(1 + 𝑖)𝑛 . 𝑖 𝑖
𝑃 = 𝐶. ( ) 𝑃 = 𝑀. ( )
𝑛
(1 − 𝑖) − 𝑖 (1 − 𝑖)𝑛 − 𝑖
Caso o expoente seja negativo, utiliza-se:
𝑖 (1 + 𝑖)−𝑛 . 𝑖
𝑃 = 𝐶. ( ) 𝑃 = 𝑀. ( )
1 − (1 + 𝑖)−𝑛 (1 − 𝑖)𝑛 − 𝑖

𝟏
Para séries antecipadas (com entrada), basta multiplicar o valor da prestação por (𝟏+𝐢).

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS OU TABELA PRICE (SAF)

Exemplo:
Para um empréstimo de R$ 8.660,00 a uma taxa de 5% ao mês, qual será a sua tabela de amortização
sabendo que serão pagas em 5 parcelas. Dado que FRC = 0,231.

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0 8.660 - - -
1
2
3
4
5

1º Passo: Determinar o valor da prestação

Em um sistema de amortização francês, as prestações são iguais para todos os períodos, e é possível
acha-la através da fórmula:

1
Com isso podemos reescrever da seguinte forma, sabendo que 𝐹𝑉𝐴 = 𝐹𝑅𝐶 :

𝟏 𝑷
𝑬 = 𝑷. → 𝑬. 𝑭𝑹𝑪 = 𝑷⁡ → 𝑭𝑹𝑪 =
𝑭𝑹𝑪 𝑬

Aplicando ao exemplo:
1
E = P . FVA  𝐸 = 𝑃. 𝐹𝑅𝐶 ⁡  E .FRC= P  8660 . 0,231 = P  P = 2000,46 (vamos arredondar para
2000.)

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


. 107
Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação
0 8.660 - - -
1 2.000
2.000
3 2.000
4 2.000
5 2.000

2º Passo: Calcular o Juros para cada período. (Atenção: o Juros sempre irá incidir sobre o
Capital/Saldo Devedor do período anterior.)

Período 1 J = C.i.t (t = 1)  J = 8660 . 0,05 .1  J = 433 ∴ Observe que o juros incidiu sobre o
capital do Período 0 (período anterior) e não do Período 1.

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0 8.660 - - -
1 433 2.000
2 2.000
3 2.000
4 2.000
5 2.000

3º Passo: Calcular o valor da amortização para cada período. Lembrando que P= A+J, logo A = P - J

Período 1 A = 2000 - 433  A = 1567


Com a Amortização já podemos descobrir o Saldo Devedor do Período 1.

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0 8.660 - - -
1 8.660 – 1.567 = 7.093 2.000 - 433 = 1.567 433 2.000
2 2.000
3 2.000
4 2.000
5 2.000

4º Passo: Calcular o Juros para cada período.

Período 2 J = C.i.t (t=1)  J= 7093. 0,05 .1  J = 354,65 ∴ Observe que o juros incidiu sobre o
capital do Período 1(período anterior) e não do Período 2.

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0 8.660 - - -
1 7.093 1.567 433 2.000
2 354,65 2.000
3 2.000
4 2.000
5 2.000

5º Passo: Calcular o valor da amortização para cada período.


Período 2 A = 2000 – 354,65  A = 1645,35
Com a Amortização já podemos descobrir o Saldo Devedor do Período 2.

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0 8.660 - - -
1 7.093 1.567 433 2.000
2 7.093-1.645,35 = 5.447,65 2.000-354,65 =1.645,35 354,65 2.000
3 2.000
4 2.000
5 2.000
Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14
. 108
E vamos fazendo assim para cada período, temos:

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0 8.660 - - -
1 7.093 1.567 433 2.000
2 5.447,65 1.645,35 354,65 2.000
3 3.720,03 1.727,62 272,38 2.000
4 1.906,03 1.814,00 186,00 2.000
5 0 1.904,70 95,30 2.000

Obs.: Por estarmos trabalhando com números com vírgulas, podem ocorrer erros de aproximação,
fazendo com que na coluna do Saldo Devedor ainda reste algum valor.

Principais características:
- As prestações são constantes;
- Juros decrescentes;
- Amortizações crescentes.
- Na coluna Juros, temos uma PG (Progressão geométrica) de razão descrente.

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO (SAM).

Principais características:
- A prestação é a média entre a do SAC e a do Sistema Francês.

Para efetuar os cálculos basta utilizar todo os conceitos aprendidos acima.

Questões

01. (Banco do Brasil – Técnico bancário – FCC/2013) Um empréstimo de R$ 800.000,00 deve ser
devolvido em 5 prestações semestrais pelo Sistema de Amortizações Constantes (SAC) à taxa de 4% ao
semestre. O quadro demonstrativo abaixo contém, em cada instante do tempo (semestre), informações
sobre o saldo devedor (SD), a amortização (A), o juro (J) e a prestação (P) referentes a esse empréstimo.
Observe que o quadro apresenta dois valores ilegíveis.

Se o quadro estivesse com todos os valores legíveis, o valor correto da prestação P, no último campo
à direita, na linha correspondente ao semestre 5, da tabela, seria de
(A) 170.300,00.
(B) 167.500,00.
(C) 166.400,00.
(D) 162.600,00.
(E) 168.100,00.

02. (TRT 6ª REGIÃO- ANALISTA JUDICIÁRIO-CONTABILIDADE - FCC/2012) Um empréstimo foi


obtido com taxas de juros simples de 18% a.a., para pagamento em 12 prestações mensais, consecutivas,
vencendo a primeira 30 dias após a obtenção do empréstimo. Sabendo-se que foi adotado, neste caso,
o sistema de amortização constante (SAC) e que o valor principal do empréstimo era R$ 120.000,00, o
valor da 8a parcela foi
(A) R$ 9.750,00
(B) R$ 10.600,00
(C) R$ 10.750,00

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. 109
(D) R$ 12.000,00
(E) R$ 11.250,00

03. (UFGD – Analista Administrativo – Economia – AOCP/2014) O sistema que consiste no plano
de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes, em progressão
aritmética, denomina-se
(A) Sistema de Amortização Misto.
(B) Sistema Price.
(C) Sistema de Amortização Constante.
(D) Sistema Americano com fundo de amortização.
(E) Sistema Alemão.

04. (BNDES – Profissional Básico – Ciências Contábeis – CESGRARIO/2013) Um cliente solicitará


um empréstimo bancário e, para tirar suas dúvidas, antes de ir ao banco, contratou um consultor
particular. Ele informou ao consultor que gostaria de que o empréstimo fosse nas seguintes condições:
na prestação calculada, já estivesse incluída parte da amortização da dívida e que, no final da operação,
tivesse pagado a menor quantidade de juros possível. Ele não tem restrições quanto ao valor das
prestações.
Baseando-se nas informações do seu cliente, qual sistema de amortização o consultor deve indicar?
(A) Americano
(B) Alemão
(C) Francês (PRICE)
(D) SAC (Amortização Constante)
(E) SAM (Amortização Misto)

05. (UFRB – Economista – FUNRIO/2015) Sobre o sistema de amortização constante (SAC) e o


sistema de amortização francês (SAF), é correto afirmar que:
(A) no SAC as parcelas são decrescentes.
(B) no SAF as parcelas são crescentes.
(C) os juros são calculados sobre o valor da amortização em ambos os sistemas.
(D) o pagamento total de juros é igual em ambos os sistemas.
(E) o saldo devedor após o pagamento da primeira parcela é maior no SAC do que no SAF.

06. (Pref. Florianópolis/SC – Auditor Fiscal de Tributos Municipais – FEPESE/2014) Uma pessoa
financiou 100% de um imóvel no valor de R$ 216.000,00 em 9 anos. O pagamento será em prestações
mensais e o sistema de amortização é o sistema de amortização constante (SAC).
Sabendo que o valor da terceira prestação é de R$2.848,00, a taxa de juros mensal cobrada é de:
(A) 0,2%.
(B) 0,4%.
(C) 0,5%.
(D) 0,6%.
(E) 0,8%.

Respostas

01. Resposta: C.
Parcela 5 = Amortização 5 + Juros 5
Juros 5 = Saldo devedor 4 x taxa de juros
Juros 5 = 160.000 x 0,04 = 6.400,00
P5 = 160.000 + 6.400 = 166.400,00

02. Resposta: D.
SAC = P e J decrescente.
i = 18% a.a /12 = 1,5% a.m. = 0,015
A = E/n  120 000/12 = 10 000
Vamos utilizar a fórmula do termo geral da PA
Pn = P1 + (n - 1).r  P8 = P1 + 7.r ,
Onde: J1= 0,015 . 120 000 = 1800
P1 = A + J = 10 000 + 1800 = 11 800

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. 110
r = - i.A = - 0,015 x 10 000 = - 150
P8= 11 800 + 7.(- 150)  P8= 11 800 – 1050  P8 = 10 750,00

03. Resposta: C.
Como vimos no estudo dos tipos de Amortização, a única que apresenta esta característica é o Sistema
de Amortização Constante (SAC).

04. Resposta: D.
Principais características:
- As cotas de amortização são iguais;
- As prestações são decrescentes;
- Os juros são decrescentes;
- As amortizações serão sempre constantes.
- Nas colunas dos Juros e das Prestações observa-se de uma PA (Progressão Aritmética) de razão
decrescente.

05. Resposta: A.
(A) correto
(B) as parcelas são constantes
(C) vimos que no SAC as amortizações são constantes.
(D) Cada sistema tem um pagamento de juros diferentes. No SAC é em progressão aritmética e no
SAF é em progressão geométrica.
(E) Na verdade no SAF o saldo devedor após o pagamento da primeira parcela é maior que no SAC,
pois a amortização é crescente o que torna o saldo devedor menor a cada pagamento.

06. Resposta: B.
Sabemos que no SAC Amortizações são constantes:
Sabemos que E = 216.000
n = 9 anos x 12(mensal) = 108 parcelas
A=?
𝐸 216000
𝐴= = = 2000
𝑛 108

Com a cota de amortização, podemos calcular o Saldo Devedor para todos os períodos:

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0 216.000 - - -
1 216.000 – 2.000 = 214.000 2.000
2 214.000 – 2.000 = 212.000 2.000
3 212.000 – 2.000 = 210.000 2.000
...

Sabemos a prestação do período 3 que é R$ 2.848,00. Lembrando que P = A + J, temos que para o
período 3:
P = A + J  2 848 = 2 000 + J  J = 2 848 – 2 000 = 848. O juros incide sobre o capital do período
anterior que neste caso é o 2.O tempo é 1
J = C.i.t  848 = 212 000.i.1  i = 848 / 212 000  i = 0,004 x 100%  i = 0,4%

FLUXO DE CAIXA

Um fluxo de caixa representa uma série de pagamentos ou de recebimentos que se estima ocorrer em
determinado intervalo de tempo. É bastante comum, na prática, defrontar-se com operações financeiras
que se representam por um fluxo de caixa. Por exemplo, empréstimos e financiamentos de diferentes
tipos costumam envolver uma sequência de desembolsos periódicos de caixa. De maneira idêntica, têm-
se os fluxos de pagamentos/recebimentos de aluguéis, de prestações oriundas de compras a prazo, de
investimentos empresariais, de dividendos etc.
Os fluxos de caixa podem ser verificados das mais variadas formas e tipos em termos de períodos de
ocorrência (postecipados, antecipados ou diferidos), de periodicidade (períodos iguais entre si ou
diferentes), de duração (limitados ou indeferidos) e de valores (constantes ou variáveis). Os termos dos

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


. 111
fluxos de caixa são genericamente simbolizados por PMT, sendo para as demais variáveis empregada a
mesma simbologia adotada em capítulos anteriores (PV, FV n, i).

Modelo Padrão

Os fluxos de caixa podem ser representados sob diferentes formas e tipos, exigindo cada um deles
um tratamento específico em termos de formulações. Esquematicamente, os fluxos de caixa são
identificados com base na seguinte classificação:

𝑃𝑜𝑠𝑡𝑒𝑐𝑖𝑝𝑎𝑑𝑜𝑠
1. Período de Ocorrência { 𝐴𝑛𝑡𝑒𝑐𝑖𝑝𝑎𝑑𝑜𝑠
𝐷𝑖𝑓𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜𝑠

𝑃𝑒𝑟𝑖ó𝑑𝑖𝑐𝑜𝑠
2. Periodicidade {
𝑁ã𝑜⁡𝑃𝑒𝑟𝑖ó𝑑𝑖𝑐𝑜𝑠

𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠⁡(𝐹𝑖𝑛𝑖𝑡𝑜𝑠)
3. Duração { 𝐼𝑛𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜𝑠
(𝐼𝑛𝑑𝑒𝑓𝑖𝑛𝑖𝑑𝑜𝑠)

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠
4. Valores {
𝑉𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠

O modelo-padrão de um fluxo de caixa, conforme grifado no esquema acima, é verificado quando os


termos de uma sucessão de pagamentos ou recebimentos apresentam, ao mesmo tempo, as seguintes
classificações:

Postecipados - indica que os fluxos de pagamentos ou recebimentos começam a ocorrer ao final do


primeiro intervalo de tempo. Por exemplo, não havendo carência, a prestação inicial de um financiamento
é paga ao final do primeiro período do prazo contratado, vencendo as demais em intervalos sequenciais.

Limitados - o prazo total do fluxo de caixa é conhecido a priori, sendo finito o número de termos
(pagamentos e recebimentos). Por exemplo, um financiamento por 2 anos envolve desembolsos neste
intervalo fixo de tempo sendo, consequentemente, limitado o número de termos do fluxo (prestações do
financiamento).

Constantes - indica que os valores dos termos que compõem o fluxo de caixa são iguais entre si.

Periódicos - é quando os intervalos entre os termos do fluxo são idênticos entre si. Ou seja, o tempo
entre um fluxo e outro é constante.

Graficamente, o fluxo de caixa uniforme (padrão) é representado da forma seguinte:

PMT PMT PMT PMT PMT

0 1 2 3 n–1 n (tempo)

Observe que a estrutura desse fluxo obedece à classificação-padrão apresentada anteriormente:


- o PMT inicial ocorre em n = 1: postecipado;
- a diferença entre a data de um termo e outro é constante: periódico;
- o prazo do fluxo é preestabelecido (fixo), apresentando n períodos: limitado ou finito;
- os valores PMT são uniformes (iguais): constantes.

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. 112
Valor presente e fator de valor presente

O valor presente de um fluxo de caixa uniforme, conforme discutido no item precedente, para uma taxa
periódica de juros, é determinado pelo somatório dos valores presentes de cada um de seus valores.
Reportando-se à representação gráfica do fluxo-padrão apresentado, tem-se:

PV PMT PMT PMT PMT PMT

0 1 2 3 n–1 n (tempo)

Logo:

𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇


𝑃𝑉 = ⁡ +⁡ +⁡ + ⋯+ 𝑛−1
+⁡
(1 + 𝑖) (1 + 1)² (1 + 𝑖)³ (1 + 𝑖) (1 + 𝑖)𝑛

Colocando-se em evidência:

1 1 1 1 1
𝑃𝑉 = PMT⁡ [ +⁡ +⁡ 3
+ ⋯ +⁡ 𝑛−1
+⁡ ]
(1 + 𝑖) (1 + 𝑖)² (1 + 𝑖) (1 + 𝑖) (1 + 𝑖)𝑛

𝑃𝑉 = PMT⁡[(1 + 𝑖)−1 + ⁡ (1 + 𝑖)−2 + ⁡ (1 + 𝑖)−3 + ⋯ + ⁡ (1 + 𝑖)−𝑛+1 + ⁡ (1 + 𝑖)−𝑛 ]


FPV
A expressão entre colchetes é denominada de Fator de Valor Presente, sendo representada pela
Matemática Financeira da forma seguinte:

FPV (i, n)

Com isso, a formulação genérica do valor presente assume a expressão:

PV = PMT x FPV (i,n)

Observe que FPV, conforme é apresentado na formulação anterior entre colchetes, equipara-se à
soma de uma progressão geométrica (PG) DE n termos, sendo o primeiro termo (a1) e a razão (q) igual a
(1 + i)-1, e o n-ésimo termo (an) igual a (1 + i)-n.

A fórmula de cálculo da soma de uma PG é dada por:

𝑎1 − 𝑎𝑛 ⁡ × 𝑞⁡
𝑆𝑛 = 𝐹𝑃𝑉⁡(𝑖, 𝑛) = ⁡
1−𝑞

Substituindo-se os valores da expressão na soma dos termos de uma PG, tem-se:

(1 + 𝑖)−1 − ⁡ (1 + 𝑖)−𝑛 ⁡ × ⁡ (1 + 𝑖)−1


𝐹𝑃𝑉(𝑖, 𝑛) = ⁡
1 − (1 − 𝑖)−1

Seguindo-se a sequência de dedução adotada por Mathias e Gomes26 multiplica-se o numerador e o


denominador por (1 + i), obtendo-se:

[(1 + 𝑖)−1 − ⁡ (1 + 𝑖)−𝑛 ⁡ × ⁡ (1 + 𝑖)−1 ]⁡ × (1 + 𝑖)


𝐹𝑃𝑉⁡(𝑖, 𝑛) = ⁡
[1 − (1 + 𝑖)−1 ]⁡ × (1 + 𝑖)

(1 + 𝑖)−1 ⁡ × (1 + 𝑖) − ⁡ (1 + 𝑖)−𝑛 ⁡ × ⁡ (1 + 𝑖)−1 ⁡ × (1 + 𝑖)


𝐹𝑃𝑉⁡(𝑖, 𝑛) = ⁡
(1 + 𝑖) − (1 + 𝑖)−1 ⁡ × (1 + 𝑖)

26 MATHIAS, N. Franco; GOMES, J. Maria. Matemática financeira. 2ed.. São Paulo: Atlas, 1998. p. 242.

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. 113
(1 + 𝑖)−1+1 − ⁡ (1 + 𝑖)−𝑛 ⁡ × ⁡ (1 + 𝑖)−1+1
𝐹𝑃𝑉⁡(𝑖, 𝑛) = ⁡
(1 + 𝑖) − (1 + 𝑖)−1+1

1 − (1 + 𝑖)−𝑛
𝐹𝑃𝑉⁡(𝑖, 𝑛) = ⁡
1+𝑖−1

1 − ⁡ (1 + 𝑖)−𝑛
𝐹𝑃𝑉⁡(𝑖, 𝑛) = ⁡
𝑖

Essa expressão é muitas vezes representada da maneira seguinte:


1
1 −⁡
(1 + 𝑖)𝑛
𝐹𝑃𝑉⁡(𝑖, 𝑛) = ⁡
𝑖

(1 + 𝑖)𝑛⁡⁡ − 1

(1 + 𝑖)𝑛
𝐹𝑃𝑉⁡(𝑖, 𝑛) = ⁡
𝑖

⁡(1 + 𝑖)𝑛 − 1
𝐹𝑃𝑉⁡(𝑖, 𝑛) = ⁡
(1 + 𝑖)𝑛⁡ 𝑥⁡𝑖

Mediante o FPV, a fórmula do valor presente de um fluxo de caixa uniforme é apresentada da maneira
seguinte:

1⁡−⁡(1+𝑖)−𝑛
PV = PMT x
𝑖

ou

PV = PMT x FPV (i,n)

Exemplo:

Determinar o valor presente de um fluxo de 12 pagamentos trimestrais, iguais e sucessivos de $ 700,00


sendo a taxa de juros igual a 1,7% a.m.

Solução:

PMT = $ 700,00
n = 12 pagamentos trimestrais
i = 1,7% a.m. ou:⁡(1,017)3 - 1 = 5,19% a.t.
PV = PMT x FPV (i, n)
PV = $ 700,00 x FPV (5,19%, 12)
PV = $ 700,00 x 8,769034
PV = $ 6.138,30

Valor futuro e fator de valor futuro

O valor futuro, para determinada taxa de juros por período, é a soma dos momentos de cada um dos
termos da série de pagamentos/recebimentos. Graficamente, tem-se a seguinte representação:

PMT PMT PMT PMT PMT

FV

0 1 2 3 n–1 n (tempo)

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. 114
O valor futuro pelo padrão ocorre junto com o último termo do fluxo de caixa. Capitalizando-se cada
um dos valores da série, apura-se a seguinte expressão:

FV = PMT + PMT x (1 + i) + PMT x (1 + 𝑖)2 +


PMT x (1 + 𝑖)3 + ... + PMT x (1 + 𝑖)𝑛 - 1

Colocando-se PMT em evidência:

FV = PMT [1 + (1 + i) + (1 + i)2 + (1 + i)3 + ... + (1 + i)n-1]

FFV

Identicamente, a expressão entre colchetes é definida por Fator de Valor Futuro e representada por:

FFV (i,n)

A formulação genérica do valor futuro de um fluxo de caixa uniforme é expressa da forma seguinte:

FV = PMT x FFV (i, n)

Da mesma maneira em relação ao desenvolvimento da fórmula do valor presente, observe que a


expressão do FFV representa a soma dos termos de uma progressão geométrica, onde 𝑎1 = 1; q = (1 +
i) e 𝑎𝑛 = (1 + 𝑖)𝑛−1 . Pela mesma equação de cálculo da soma dos valores de uma PG, tem-se:
𝑎1 −⁡𝑎𝑛 ⁡𝑥⁡𝑞
𝑆𝑛 = FFV x (i,n) = 1−𝑞

Promovendo os mesmos ajustes e simplificações desenvolvidos na identidade do valor presente,


chega-se a:

(1+𝑖)𝑛
FFV (i, n) = 𝑖

Assim, a partir do FFV pode-se elaborar a expressão de cálculo do valor futuro (montante) de um fluxo
de caixa uniforme, ou seja:

(1+𝑖)𝑛 −1
FV = PMT x
𝑖

Ou

FV = PMT x FFV (i,n)

Exemplo:

Calcular o montante acumulado ao final do 7º mês de uma sequência de 7 depósitos mensais e


sucessivos, no valor de $ 800,00 cada, numa conta de poupança que remunera a uma taxa de juros de
2,1% a.m.

Solução:

800,00 800,00 800,00 800,00 800,00 800,00 800,00

0 1 2 3 4 5 6 7(meses)

O valor futuro pode ser calculado pela soma do montante de cada depósito, isto é:

FV = 800,00 + 800,00 (1,021) + 800,00 (1,021)2


+ 800,00 (1,021)3 + ... + 800,00 (1,021)6

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FV = $ 5.965,41

Aplicando-se a fórmula-padrão de apuração do valor futuro, tem-se, de forma abreviada, o mesmo


resultado:

FV = PMT x FFV (i,n)

(1+𝑖)𝑛 −1
FV = PMT x 𝑖

(1,021)7−1
FV = 800,00 x
0,021

FV = 800,00 x 7,456763 = $ 5.965,41

Equivalência financeira e fluxos de caixa

Deve ser ressaltado também no estudo do fluxo de caixa o conceito de equivalência financeira. Esse
raciocínio é de fundamental importância para a Matemática Financeira, permitindo o correto entendimento
e uso de seus resultados. A equivalência financeira encontra extensas aplicações práticas, estando
presente na tomada de decisões financeiras, na seleção de planos de empréstimos e financiamentos
mais atraentes, em propostas de refinanciamento e reescalonamento de dívidas etc.
De acordo com o que foi desenvolvido anteriormente, diz-se que dois ou mais fluxos de caixa (capitais)
são equivalentes quando produzem idênticos valores presentes num mesmo momento, convencionando-
se determinada taxa de juros.
Por exemplo, os 4 fluxos de caixa ilustrados a seguir são equivalentes para uma taxa de juros de 5%
ao mês, pois geram, para uma mesma taxa e juros, valores iguais em qualquer data focal escolhida.

$ 190,00 $ 220,00 $ 267,00 $ 414,00

0 2 5 9 18 (meses)

Definindo-se 𝑡0 (momento presente como data focal):


190,00 220,00 267,00 414,00
(1,05)2
= (1,05)5 = (1,05)9 = (1,05)18

Registre-se, uma vez mais, que a equivalência financeira no regime de juros compostos, para dada
taxa de juros, pode ser verificada em qualquer momento tomado como referência (data focal). Por
exemplo, se a data for definida em 𝑡18 , tem-se:

414,00 = 267,00 (1,05)9 = 220,00 (1,05)13


= 190,00 (1,05)16

e assim por diante.

A equivalência de dois ou mais capitais, para determinada taxa de juros, ocorre em qualquer data
tomada como referência. Alterando-se a taxa, a equivalência evidentemente deixa de existir, dado que o
conceito depende da taxa de juros. Algumas ilustrações práticas evidenciando o uso do conceito de
equivalência financeira são desenvolvidas a seguir.

Exemplo:

Admita que uma empresa esteja avaliando quatro planos de pagamentos de um financiamento de $
300.000,00 conforme apresentados a seguir. A taxa de juros considerada nas propostas é de 7% a.m.
Qual a opção de pagamento economicamente mais atraente?

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Mês Plano I ($) Plano II ($) Plano III ($) Plano IV ($)
1 42.713,25 - - -
2 42.713,25 - 105.026,60 -
3 42.713,25 148.033,10 105.026,60 -
4 42.713,25 - - -
5 42.713,25 - - 82.499,85
6 42.713,25 148.033,10 - 82.499,85
7 42.713,25 - 105.026,60 82.499,85
8 42.713,25 - - 82.499,85
9 42.713,25 148.033,10 105.026,60 82.499,85
10 42.713,25 - - 82.499,85
Total 427.132,50 444.099,30 420.106,40 494.999,10

Solução:

Os planos de pagamento formulados apresentam o mesmo valor presente (data zero) quando
descontados à taxa de juros de 7% a.m. O resultado atualizado continua igual, mesmo se definida outra
data focal. Logo, conclui-se que os fluxos de pagamento do financiamento são equivalentes,
apresentando o mesmo custo.
Assim, em termos estritamente econômicos de atratividade, torna-se indiferente (equivalente) a
escolha de uma ou outra forma de pagamento. Mesmo que a soma das prestações seja diferente em
cada proposta, o fundamental na avaliação econômica é a comparação entre valores expressos em uma
mesma unidade de tempo.
A decisão, dessa forma, deve ser tomada levando em conta o aspecto financeiro do desembolso, pois
os fluxos de caixa são diferentes em cada plano em termos de valores e data de ocorrência. A forma de
pagamento escolhida deve, evidentemente, adequar-se à capacidade financeira do tomador de recursos
e ao comportamento das taxas de juros de mercado.

Fluxos de caixa não convencionais

Os fluxos definidos no denominado modelo-padrão foram amplamente estudados no início do capítulo.


Esta parte dedica-se, mais especificamente, aos demais tipos de caixa, não considerados no modelo-
padrão. A seguir são desenvolvidos as várias classificações não convencionais dos fluxos de caixa.

Período de ocorrência

Com relação ao período em que a ocorrer, o fluxo de caixa pode ser identificado como postecipado,
antecipado e diferido.

- Postecipado

PMT PMT PMT PMT PMT

0 1 2 3 4 n (tempo)

No tipo postecipado, a série de pagamentos/recebimentos começa a acorrer exatamente ao final do


primeiro período, de acordo com a ilustração gráfica acima. Esse fluxo enquadra-se no modelo-padrão
detalhado inicialmente, não havendo nada mais a acrescentar.

- Antecipado

PMT PMT PMT PMT PMT

0 1 2 3 n–1 n (tempo)
Antecipado
Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14
. 117
O fluxo de caixa antecipado indica que a série de valores começa a ocorrer antes do final do primeiro
período, conforme é representado graficamente acima. Por exemplo, um aluguel pago no início do período
de competência (geralmente no início do mês) enquadra-se como um fluxo de caixa antecipado por um
período (mês). Se dois aluguéis forem adiantados ao locador, a antecipação é de dois períodos, e assim
por diante.
A determinação do valor presente e montante de um fluxo de caixa antecipado não apresenta maiores
novidades. Além de ter-se sempre a opção de atualizar ou corrigir os seus termos individualmente, pode-
se também utilizar a fórmula do modelo-padrão para a parte convencional do fluxo, e adicionar os termos
antecipados (corrigidos) a esse resultado.
Por exemplo, admita o seguinte fluxo de caixa com antecipação de dois períodos:

70,00 70,00 70,00 70,00 70,00 70,00 70,00 70,00 70,00 70,00

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 (tempo)

Antecipado Modelo básico

Para uma taxa de juros de 4% por período, tem-se:


PV = [70,00 × FPV (4%, 8)] + 70,00 + 70,00 × (1,04)
PV = (70,00 × 6,732745) + 70,00 + 72,80
PV = 471,29 + 70,00 + 72,80 = $614,09
FV = [70,00 × FPV (4%, 8) + 70,00(1,04)8 ] + 70,00 (1,04)9
FV = (70,00 × 9,214226) + 95,80 + 99,63
FV = 645,00 + 95,80 + 99,63 = $ 840,43

- Diferido (Carência)

PMT PMT PMT PMT PMT PMT PMT

0 1 2 3 4 5 6 n (tempo)

Carência

O diferimento indica que os termos da série começam a ocorrer após o final do primeiro período,
conforme ilustrado no gráfico anterior.
Nessa ilustração, a série inicia-se no período imediatamente após o final do primeiro intervalo de
tempo, indicando consequentemente uma carência de um período. Se a série começar a ocorrer no
momento 3 do gráfico, a carência atinge dois períodos: no momento 4 tem-se uma carência de 3 períodos;
e assim por diante.
Em suma, a base de comparação para se definir uma carência é o final do primeiro período. Para a
matemática financeira, a carência existe quando o primeiro fluxo de caixa se verificar após o final do
primeiro período, ou seja, após ter decorrido c períodos de tempo.
A determinação do montante de um fluxo de caixa com carência segue a formulação desenvolvida do
modelo-padrão. Deve ser ressaltado, uma vez mais, que nesse caso n representa o número de termos
da série, e não o seu prazo total.
A formulação do valor presente, no entanto, requer um pequeno ajuste, de forma a ser expresso na
data zero, ou seja:

PV = PMT x FPV (i, n) x FAC (i, c)

Onde:
c = número de períodos de carência.
FAC = Fator de Atualização de Capital (valor presente).
FAC = 1/ (1 + i)n

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


. 118
Por exemplo, admita o seguinte fluxo de caixa diferido por 2 períodos:
- Diferido (Carência)

100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 (tempo)

Carência (C = 2)

Observe que o fluxo de caixa apresenta um prazo total de 9 períodos, sendo o número determos igual
a 7 (n = 7), e a carência de 2 períodos (c = 2).
Para uma taxa de juros de 2,2% por período, têm-se os seguintes resultados:
PV = 100,00 x FPV (2,2%, 7) x FAC (2,2%, 2)
PV = 100,00 x 6,422524 x 0,957410 = $ 614,90
FV = 100,00 x FFV (2,2%, 7)
FV = 100,00 x 7,479318 = $747,93

Periodicidade:
A periodicidade reflete os intervalos de tempo em que os fluxos de caixa ocorrem. Se esses intervalos
forem sempre iguais, diz-se que os fluxos são periódicos, enquadrando-se no modelo-padrão
apresentado. Se, por outro lado, os termos se verificarem em intervalos irregulares (diferentes entre si),
tem-se o que se denomina de fluxos de caixa não periódicos. O gráfico a seguir ilustra um fluxo de caixa
não periódico, onde os valores não se verificam uniformemente em termos de sua periodicidade.

PMT PMT PMT PMT

0 1 4 6 10(tempo)

3 períodos 2 períodos 4 períodos

Tanto o cálculo do valor presente, como o do valor futuro, devem ser processados, respectivamente,
pelo somatório da atualização e capitalização de cada um dos termos.
Genericamente, têm-se as seguintes expressões:
𝑛

𝑃𝑉 = ⁡ ∑ 𝑃𝑀𝑇𝑗⁡ ⁡/⁡(1 + 𝑖)𝑗


𝑗=0

𝑃𝑉 = ⁡ ∑ 𝑃𝑀𝑇𝑗 ⁡/⁡(1 + 𝑖)𝑛−𝑗


𝑗=0

Ilustrativamente, admita o seguinte fluxo de caixa não periódico:

100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

3 4 8 15 (tempo)

Para uma taxa de juros de 1,9% a.m., tem-se:


𝟏𝟎𝟎,𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎,𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎,𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎,𝟎𝟎
PV = 100,00 + (𝟏,𝟎𝟏𝟗)𝟑 + (𝟏,𝟎𝟏𝟗)𝟒 + (𝟏,𝟎𝟏𝟗)𝟖 + (𝟏,𝟎𝟏𝟗)𝟏𝟓

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


. 119
PV= 100,00 + 94,51 + 92,75 + 86,02 + 75,40

PV = $ 448,68

FV = 100,00 + 100,00 (1,019)7 + 100,00 (1,019)11 + 100,00 (1,019)12 + 100,00 (1,019)15

FV = 100,00 + 114,08 + 123,00 + 125,34 + 132,62

FV = $ 595,04 ou FV = 448,68 x (1,019)15 = $ 595,04.

Duração:

A duração de um fluxo de caixa pode ser finita, característica do modelo-padrão, ou indeterminada


(indefinida), quando o prazo não é conhecido previamente. No caso de uma série infinita, determina-se
unicamente o seu valor presente. Para algumas situações específicas podem ser atribuídas
probabilidades para se definir a duração de um fluxo, como é o caso da atividade de seguros. No entanto,
este tipo de situação não será tratada aqui, ficando mais restrito estudo da Matemática Atuarial.
A representação gráfica de uma série indefinida pode ser ilustrada da forma seguinte:

1 2 3 4

O cálculo do valor presente é efetuado pelo somatório do valor atualizado de cada um de seus termos,
isto é:

𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇


𝑃𝑉 = ⁡ +⁡ 2
+⁡ 3
+ ⋯ +⁡
(1 + 𝑖) (1 + 𝑖) (1 + 𝑖) (1 + 𝑖)∞

Genericamente:

𝑃𝑀𝑇𝑗
𝑃𝑉 = ⁡ ∑
(1 + 𝑖)𝑗
𝑗=1

Detalhando a formulação:

𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇


𝑃𝑉 = ⁡ +⁡ + ⁡ + ⁡ + ⋯ + ⁡
(1 + 𝑖) (1 + 𝑖)2 (1 + 𝑖)3 (1 + 𝑖)4 (1 + 𝑖)∞

1 1 1 1 1
𝑃𝑉 = 𝑃𝑀𝑇⁡ [ +⁡ + ⁡ + ⁡ + ⋯ + ⁡ ]
(1 + 𝑖) (1 + 𝑖)2 (1 + 𝑖)3 (1 + 𝑖)4 (1 + 𝑖)∞

Os valores entre colchetes representam a soma dos termos de uma progressão geométrica indefinida,
cuja razão é menor que 1. Aplicando-se o teorema de limite na fórmula da soma dos termos, tem-se:
𝑎1 +⁡𝑎𝑛 ×𝑞
𝐹𝑃𝑉 = ⁡ lim 1−𝑞
𝑛→∞

Processando-se as deduções e simplificações pertinentes a partir dessa expressão, chega-se ao valor


presente de um fluxo de caixa igual, constante, periódico e indeterminado, ou seja:
𝑃𝑀𝑇
PV =
𝑖

Em outras palavras, o valor presente desse fluxo é determinado pela relação entre o
pagamento/recebimento periódico, igual e sucessivo, e a taxa de juros considerada. As séries
indeterminadas encontram aplicações práticas principalmente em avaliações de imóveis efetuadas com
base nos rendimentos de aluguéis, na apuração do preço de mercado de uma ação a partir do fluxo

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


. 120
previsto de dividendos etc. Com o intuito de proceder a uma aplicação prática do cálculo do valor presente
de um fluxo indeterminado, admita que um imóvel esteja rendendo $ 2.000,00 de aluguel mensalmente.
Sendo de 2% a.m.o custo de oportunidade de mercado (ganho da melhor alternativa de aplicação
disponível), pode-se avaliar preliminarmente que o valor deste imóvel atinge $ 100.000,00, isto é:
2.000,00
𝑃𝑉 = ⁡ 0,02
= $⁡100.000,00

O valor de referência do imóvel, válido para uma avaliação inicial, é o valor presente do fluxo de
rendimentos mensais (aluguéis) previsto por um prazo indeterminado, descontado a um custo de
oportunidade.

Valores:

No que se refere aos valores, os termos de caixa podem ser constantes, se os fluxos de caixa
apresentarem-se sempre iguais, ou variáveis, se os fluxos não forem sempre iguais entre si. Se os valores
de caixa forem constantes, o fluxo identifica-se com o modelo-padrão estudado. No entanto, se os valores
de caixa apresentarem-se desiguais (variáveis), o valor presente é calculado pela soma dos valores
atualizados de cada um de seus termos. O valor futuro, por seu lado, é determinado pelo somatório dos
montantes de cada um dois termos ou, ainda, capitalizando-se o valor presente para a data futura.
Identicamente aos fluxos de caixa não periódicos, têm-se as seguintes generalizações:
𝑛

𝑃𝑉 = ⁡ ∑ 𝑃𝑀𝑇𝑗 ⁡/⁡(1 + 𝑖) 𝑗
𝑗=0

𝐹𝑉 = ⁡ ∑ 𝑃𝑀𝑇𝑗⁡ × ⁡ (1 + 𝑖)𝑗
𝑗=0
Ou

𝐹𝑉 = 𝑃𝑉⁡ × ⁡ (1 + 𝑖)𝑛

Por exemplo, admita um fluxo de caixa com os seguintes valores, ocorrendo respectivamente ao final
de cada um dos próximos 5 anos: $ 80,00, $ 126,00, $ 194,00, $ 340,00 e $ 570,00. Para uma taxa de
juros de 4% a.a., têm-se os seguintes resultados:

80,00 126,00 194,00 340,00 570,00

0 1 2 3 4 5 (anos)

𝟖𝟎, 𝟎𝟎 𝟏𝟐𝟔, 𝟎𝟎 𝟏𝟗𝟒, 𝟎𝟎 𝟑𝟒𝟎, 𝟎𝟎 𝟓𝟕𝟎, 𝟎𝟎


𝑷𝑽 = ⁡ +⁡ 𝟐
+⁡ 𝟑
+⁡ 𝟒
+⁡
(𝟏, 𝟎𝟒) (𝟏, 𝟎𝟒) (𝟏, 𝟎𝟒) (𝟏, 𝟎𝟒) (𝟏, 𝟎𝟒)𝟓

𝑃𝑉 = 76,92 + 116,49 + 172,46 + 290,63 + 468,50

𝑃𝑉 = $1.125,00

FV = 570,00 + 340,00 (1,04) + 194 (1,04)2 126,00 (1,04)3 + 80,00 (1,04)4

⁡𝑭𝑽 = 𝟓𝟕𝟎, 𝟎𝟎 + 𝟑𝟓𝟑, 𝟔𝟎 + 𝟐𝟎𝟗, 𝟖𝟑 + 𝟏𝟒𝟏, 𝟕𝟑 + 𝟗𝟑, 𝟓𝟗

𝐹𝑉 = $⁡1.368,80
Ou

𝐹𝑉 = 1.125,00⁡ × ⁡ (1,04)5 = $⁡1.368,80

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. 121
Referências

FARIA, Rogério Gomes de. Matemática Comercial e Financeira. 5 ed. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2000.
FRANCISCO, Walter De. Matemática Financeira. 7 ed. São Paulo: Atlas, 1991.
NETO, Alexandre Assaf. Matemática Financeira e suas Aplicações.12 ed. São Paulo: Atlas, 2012.
NETTO, Scipione Di Pierro; TEIXEIRA, James. Matemática Financeira. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 1998.

Questões

01. Uma mercadoria é vendida a prazo em 5 pagamentos mensais de $ 700,00. Sendo de 3,5% a.m.
a taxa de juros, determinar o seu preço à vista admitindo que:
a) o primeiro pagamento é efetuado no ato da compra;
b) o primeiro pagamento é efetuado ao final do primeiro mês;
c) o primeiro pagamento é efetuado ao final do segundo mês.

02. Uma pessoa irá necessitar de $ 7.000,00 daqui a 10 meses. Quanto deverá ela depositar
mensalmente num fundo de poupança que rende 1,7% a.m. de juros?

03. Um veículo, cujo preço à vista é de $ 30.000,00, está sendo vendido nas seguintes condições:
a) entrada = 30%
b) saldo em 6 prestações mensais, iguais e sucessivas, vencendo a primeira daqui a dois meses.
Determinar o valor de cada prestação, admitindo uma taxa de juros de 2% a.m.

04. Determinado produto está sendo vendido por $ 1.800,00 a vista, ou em 3 pagamento mensais e
iguais de $ 650,00. Estando atualmente em 3,3% a.m. as taxas de juros de mercado, pede-se avaliar a
melhor alternativa de compra.

05. Determinada mercadoria é vendida por $ 2.500,00 a vista ou por 20% de entrada mais prestações
mensais de $ 309,00. Sendo de 2% a.m. a taxa corrente de juros, determinar o número de prestações.

06. Determinado bem é vendido em 7 pagamentos mensais, iguais e consecutivos de $ 4.000,00. Para
uma taxa de juros de 2,6% a.m., até que preço compensa adquirir o aparelho à vista?

07. Um veículo novo está sendo vendido por $ 4.000,00 de entrada mais 6 pagamentos mensais, iguais
e consecutivos de $ 3.000,00. Sabendo-se que a taxa de juros de mercado é de 5,5% a.m., determinar
até que o preço interessa comprar o veículo a vista.

08. Determinado veículo é vendido por $ 1.000,00 a vista, ou em dois pagamentos mensais, iguais ou
sucessivos de $ 520,00 cada, vencendo o primeiro de hoje a 30 dias. Determinar o custo mensal da
compra a prazo.

09. Determinar o valor presente (PV) de cada fluxo de caixa identificando a seguir. Admita uma taxa
de juros de 2,9% ao mês.
a) 36 prestações mensais, iguais e sucessivas de R$ 1.650,00;
b) 24 prestações mensais, iguais e sucessivas de $ 850,00 cada, vencendo a primeira ao final do 3º
mês;
c) 10 prestações trimestrais, iguais e sucessivas de $ 2.800,00 cada;
d) 05 prestações bimestrais e sucessivas de, respectivamente, $ 7.700,00; $ 10.900,00 e $ 15.000,00;
e) 06 prestações iguais de $ 1.200,00 cada, com vencimentos, respectivamente, no 3º mês, 7º mês,
25º mês, 28º mês e 33º mês.

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Respostas

01.
a)
700,00 700,00 700,00 700,00 700,00

0 1 2 3 4 (meses)

PV = 700,00 + [700,00 x FPV (3,5%, 4)]


PV = 700,00 + (700,00 x 3,673079)
PV = $ 3.271,16

b)
700,00 700,00 700,00 700,00 700,00 700,00

0 1 2 3 4 5 (meses)

PV = 700,00 x FPV (3,5%, 5)


PV = 700,00 + 4,515052
PV = $ 3,160,54

c)
700,00 700,00 700,00 700,00 700,00

0 1 2 3 4 5 6 (meses)

Carência

PV = 700,00 x [FPV (3,5%,5)] x [FAC (3,5%, 1)]


PV = 700,00 x 4,515052 x 0,966184
PV = $3.053,66

02.
FV = 7.000,00

PMT PMT PMT PMT PMT

0 1 2 3 4 10 (meses)

FV = PMT x FFV (i, n)


7.000,00 = PMT x FFV (1,7%, 10)
7.000,00 = PMT x 10,800733
7.000,00
PMT = 10,800733 = $⁡648,10

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. 123
03.
30.000,00

1 2 3 4 5 6 7 (meses)

Entrada PMT PMT PMT PMT PMT PMT


9.000,00

Valor a financiar = 30.000,00 - 9.000,00 = $ 21.000,00


PV = PMT x FPV (2%, 6) x FAC (2%, 1)

1−⁡(1,02)−6
21.000,00 = PMT x 0,02
x (1,02)-1

21.000,00 = PMT x 5,601431 x 0,980392


21.000,00 = pmt X 5.491598
21.000,00
PMT = 5,491598
= $ 3.824,02

04. A indicação da alternativa de compra mais interessante pode ser obtida pelo valor presente das
duas propostas (escolhe-se evidentemente aquela de menor PV), ou pela determinação do custo mensal
da venda a prazo (o percentual apurado é comparado com a taxa de mercado).
PV (a vista) = $ 1.800,00
PV = (a prazo) = 650,00 x FPV (3,3%, 3)
650,000 x 2,812375
= $ 1.828,04

A venda a prazo, por apresentar um PV maior que o valor a vista, indica um custo maior que a taxa de
mercado (3,3% a.m.). Interessa a compra à vista.
O custo mensal da compra a prazo é calculado:

PV = PMT x FPV (i, n)

1−⁡(1+𝑖)−3
1.800,00 = 650,00 x
𝑖
i = 4,11% a.m.
Confirma-se um custo embutido na venda a prazo de 4,11% a.m. maior que os juros de mercado (3,3%
a.m.).

05. Valor a financiar: 2.500,00 - 20% = $ 2.000,00


PV = PMT + FPV (i, n)
2.000,00 = 309,00 x FPV (2,0%, n)
2.000,00
309,00
x 0,02 = 1 - (1,02)-n

0,129450 = 1 - (1,02)-n
(1,02)-n = 0,870550

Aplicando-se a propriedade de logaritmo:


- n x log 1,02 = log 0,870550

log 0,870550
n=- log 1,02

−⁡0,060206
n=- 0,008600
= 7 meses (prestações mensais)

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. 124
06.
PMT = $ 4.000,00 PV= ?
𝑖 = 2,6⁡%⁡𝑎. 𝑚.
𝑛=7

1−⁡(1+𝑖)−𝑛
𝑃𝑉 = 𝑃𝑀𝑇⁡ × ⁡ 𝑖

Ou

𝑃𝑉 = 𝑃𝑀𝑇⁡ × 𝐹𝑃𝑉⁡(𝑖, 𝑛)

1−⁡(1,026)−7
𝑃𝑉 = 4.000,00⁡ × ⁡ 0,026

𝑃𝑉 = 4.000,0⁡ × 6,325294 = $⁡25.301,18.

O valor presente pode também ser calculado pela atualização de cada uma dos termos do fluxo, ou
seja:
4.000,00 4.000,00 4.000,00 4.000,00
𝑃𝑉 = ⁡ (1,026)
+ ⁡ (1,026)2 + (1,026)3 + ... + (1,026)7

Resolvendo-se a expressão chega-se, evidentemente, ao mesmo resultado: PV = $ 25.301,18.

07.

4.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00

0 1 2 3 4 5 6 (meses)
O preço à vista é formado pela entrada de $ 4.000,00 mais a soma dos valores atuais das prestações
de $ 3.000,00 cada, ou seja:
PV = Entrada + [PMT x FPV (i,n)]
PV = 4.000,00 + 3.000,00 x FPV (5,5%, 6)
PV = 4.000,00 + 3.000,00 x 4,995530
PV = 18.986,59

08. O preço à vista na data atual é de $ 1.000,00. O custo da venda a prazo é a taxa de juros que torna
equivalentes essas duas alternativas de pagamento. Assim, descontando-se os pagamentos mensais a
determinada taxa de juros i, de forma que o PV seja igual ao preço à vista, tem-se o custo mensal, ou
seja:
PV = 1.000,00
PMT = 520,00
N=2
I=?

1.000,00

1 2
i = ?
520,00 520,00

1.000,00 = 520,00 x FPV (i,2)


520,00 520,00
1.000,00 = (1+𝑖)
+ (1+𝑖)2

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. 125
Resolvendo-se:
I = 2,66% a.m.

09.
a) $ 36.566,78
b) $ 13.742,87
c) $ 18.005,30
d) $ 35.122,27
e) $ 4.553,30

AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS

Conceitos:
Do ponto de vista da análise econômico-financeira, um projeto de investimento é qualquer atividade
produtiva de vida limitada, que implique na mobilização de alguns recursos na forma de bens de produção,
em determinado momento, na expectativa de gerar recursos futuros oriundos da produção. Esse tipo de
conceituação pressupõe a possibilidade de quantificação monetária dos insumos e produtos associados
ao projeto (NORONHA e DUARTE, 1995).

Para Gitman (2001) na análise de qualquer projeto se faz necessário uma abordagem de viabilidade
econômico-financeira. Para isso, se faz importante o entendimento do timing dos fluxos de caixa destes,
ou seja, o valor do dinheiro no tempo, que é baseado na ideia deque uma unidade monetária hoje vale
mais do que uma outra que será recebida em uma data futura. Isso explica porque deseja-se receber o
quanto antes e pagar o mais tarde possível uma determinada quantia que não será reajustada ao longo
do tempo.

A análise e avaliação de projetos de investimento está intimamente ligada a gestão financeira que tem
como principal objetivo a maximizar o valor do empreendimento, ou seja maximização da riqueza dos
proprietários, que depende da distribuição no tempo dos fluxos de caixa de seus investimentos.

Técnicas de Análise e Avaliação de Projetos de Investimento


Existem diversas técnicas (também conhecidos como métodos) para realizar análise e avaliação de
projetos de investimentos que consideram o valor do dinheiro no tempo e a verificação de oportunidades
de obter resultados positivos por meio da avaliação dos fluxos de caixa. Por existirem várias áreas na
avaliação existe também espaço para discórdia, entre estas: a estimativa dos fluxos de caixa e do custo
de oportunidade. Ou seja, mesmo que os modelos de avaliação sejam quantitativos, a avaliação possui
aspectos subjetivos. Isso faz com que, por exemplo, dois analistas possam através da utilização das
mesmas técnicas chegar a conclusões diferentes com relação à avaliação de um projeto de investimento.
As abordagens mais comuns envolvem a interação de procedimentos de valor do dinheiro no tempo,
considerações quanto ao risco e retorno e conceitos de avaliação para selecionar a riqueza dos
proprietários, onde se destacam três principais técnicas:

Período de Recuperação do Investimento (payback);


Valor Presente Líquido (VPL);
Taxa Interna de Retorno (TIR).

Período de Recuperação do Investimento (Payback)


Os períodos de payback são normalmente usados para avaliar propostas de investimento de capital.
O período de payback é o tempo necessário para que a empresa recupere o investimento inicial em um
projeto, calculado a partir das entradas de caixa. Quanto mais rápido o retorno, menor o payback e melhor
o projeto. Assim, o payback sempre deve ser mensurado em tempo – dias, semanas, meses, anos -,
quanto menor o tempo de retorno, mais interessante será o investimento. Essa técnica é bastante
conhecida, sendo até repetida popularmente – “o tempo para recuperar o investimento” -, exatamente a
ideia do payback.
Empresas de grande porte costumam usar o período de payback para avaliar projetos de baixo valor,
enquanto as pequenas costumam utilizá-lo para a maioria de seus projetos. A popularidade do método
resulta da simplicidade de cálculo e do apelo intuitivo. Também é interessante por considerar os fluxos
de caixa, e não o lucro contábil.

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. 126
Critérios de decisão do Payback
Quando usamos o período de payback para tomar decisões de aceita-rejeição, aplicam-se os
seguintes critérios de decisão:
• Se o período de payback for menor do que o período máximo aceitável de payback, aceitar o projeto.
• Se o período de payback for maior do que o período máximo aceitável de payback, rejeitar o projeto.

A duração do período máximo aceitável é fixado subjetivamente, com base em uma série de fatores,
inclusive o tipo do projeto (expansão, substituição, renovação ou outros), percepção do risco do projeto e
relação percebida entre o período de payback e o valor da ação. Trata-se, simplesmente, de um valor
que se acredita que, em média, resultará em decisões de investimento geradoras de valor.
O critério de decisão com o payback pode ser aplicado tanto a projetos únicos quanto a projetos
concorrentes.

- Projeto único: deve-se definir um tempo máximo aceitável. Após definido esse tempo, se o projeto
tiver um payback inferior ao máximo aceitável, aceita-se o projeto, senão, rejeita-se.

- Projetos Correntes: com dois ou mais projetos que são excludentes, deve-se escolher apenas o
melhor, ou seja, o que tem menor payback, tendo, portanto, o retorno mais rápido.

Atenção Candidato(a)
Para que você possa compreender da melhor forma a aplicação da técnica de Payback, utilizaremos
a aplicação no fluxo de caixa do Projeto A a seguir

Fluxo de Caixa – Projeto A:


Investimento Inicial (data zero) R$ 400.000,00
Entradas de Caixa Operacionais:
Ano 1: R$ 100.000,00
Ano 2: R$ 150.000,00
Ano 3: R$ 150.000,00
Ano 4: R$ 250.000,00
Ano 5: R$ 350.000,00

Período máximo: O período máximo estipulado para o retorno do Projeto A é de 4 anos.

Para facilitar o entendimento do Payback foi construída a tabela abaixo com o valor do investimento
inicial, os períodos, o fluxo de cada período (as entradas ou saídas operacionais) e o valor acumulado
dos fluxos de caixa.

Projeto A Acumulado
Investimento Inicial (400.000,00) (400.000,00)
Ano Entradas de Caixa Acumulado
1 100.000,00 100.000,00
2 150.000,00 250.000,00
3 150.000,00 400.000,00
4 250.000,00 650.000,00
5 350.000,00 1.000.000

No momento em que o valor acumulado dos fluxos de caixa atingir o valor do investimento inicial,
atingiu-se o payback, ou seja, o investimento retornou os recursos utilizados, ou ainda, “recuperou-se o
capital investido”.
O payback do projeto é de três anos, pois esse é o tempo necessário para retornar o valor do
investimento inicial de R$ 400.000,00, sendo inferior ao período máximo estipulado. Com base nesse
resultado o projeto A deve ser aprovado com base na técnica de payback.

Principais falhas do payback:


Como principais falhas do Payback, podemos apontar:
• Despreza o custo do dinheiro, ou seja, não compara o investimento realizado com possíveis ganhos
em outros investimentos, tais como aplicações financeiras, podendo levar o investidor a escolher projetos
de retorno muito mais longos do que seria necessário.

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. 127
• O payback considera que todos os investimentos analisados possuem o mesmo risco, desprezando
a análise de risco de cada um. Assim, um investidor, utilizando o payback, pode escolher um projeto muito
mais arriscado que outro, sem ter uma recompensa significativa no retorno por esse risco adicional, ou
seja, ele não foi levado a fazer a escolha mais racional possível.
• Não considera os fluxos de caixa após o período de payback, pois ele só analisa o investimento até
este ser recuperado pelo investidor, ou seja, ao atingir-se o tempo de payback, cessa-se a análise,
desprezando todos os fluxos de caixa posteriores.

Taxa Mínima De Atratividade (Tma)


Para a aplicação das técnicas de análise e avaliação de projetos de investimentos VPL e TIR é
necessária a utilização de uma taxa de juros.

Qual deve ser a Taxa Mínima de Atratividade (TMA)?


Existem algumas possibilidades bastante úteis para a definida:
Taxa de retorno da aplicação financeira: supõe que o custo de oportunidade seja o de deixar os
recursos aplicados em investimentos de baixo risco (renda fixa);
Taxa de captação de empréstimos: supõe que a empresa não possua os recursos para investir e,
assim, será obrigada a captar um empréstimo. Considera o custo de oportunidade de forma mais
conservadora que a taxa de aplicação.

Valor Presente Líquido (VPL)27


O valor presente líquido, também conhecido pela terminologia Valor Atual, caracteriza-se,
essencialmente, pela transferência para o instante presente de todas as variações de caixa esperadas,
descontadas à taxa mínima de atratividade. Em outras palavras, seria o transporte para a data zero de
um diagrama de fluxos de caixa, de todos os recebimentos e desembolsos esperados, descontados à
taxa de juros considerada.
Se o valor presente for positivo, a proposta de investimento é atrativa, e quanto maior o valor positivo,
mais atrativa é a proposta.

n
FCt
VPL    I0
t 1 (1  k )t
Onde:
𝐹𝐶𝑡 – valor presente das entradas de caixa;
𝐼0 – investimento inicial;
𝑘 – taxa de desconto (igual ao custo de capital de empresa);
𝑡 – tempo de desconto de cada entrada de caixa;
𝑛 - tempo de desconto do último fluxo de caixa.

EXEMPLO .1- Numa análise realizada em determinada empresa, foram detectados custos
operacionais excessivamente elevados numa linha de produção, em decorrência da utilização de
equipamentos velhos e obsoletos.
Os engenheiros responsáveis pelo problema propuseram à gerência duas soluções alternativas. A
primeira consistindo numa reforma geral da linha, exigindo investimentos estimados em $ 10.000, cujo
resultado será uma redução anual de custos igual a $ 2.000 durante 10 anos, após os quais os
equipamentos seriam sucatados sem nenhum valor residual. A segunda proposição foi a aquisição de
uma nova linha de produção no valor de $ 35.000 para substituir os equipamentos existentes, cujo valor
líquido de revenda foi estimado a $ 5.000. Esta alternativa deverá proporcionar ganhos de $ 4.700 por
ano, apresentando ainda um valor residual de $ 10.705 após dez anos.
Sendo a TMA para a empresa igual a 8% ao ano, qual das alternativas deve ser preferida pela
gerência?

1º Projeto - reforma geral da linha


- Investimentos estimados em $ 10.000
- Resultado será uma redução anual de custos igual a $ 2.000 durante 10 anos,
- Os equipamentos seriam sucatados sem nenhum valor residual.

27 http://www.iepg.unifei.edu.br/edson/download/Engecon2/CAP3EEA.pdf

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


. 128
2º Projeto - aquisição de uma nova linha de produção
- Investimentos no valor de $ 35.000- para substituir os equipamentos existentes
- ganhos de $ 4.700 por ano,
- Valor residual de $ 15.705 após dez anos.
- TMA para a empresa igual a 8% ao ano,

1º Projeto – reforma geral da linha

Data Valores R$ Item Fator Calculo VP Saldos R$


0 -10.000,00 Investimento 1 -10.000,00 - 10.000,00
1 2.000,00 Redução custo 1,08 1.851,85 - 8.148,15
2 2.000,00 Redução custo 1,1664 1.714,68 - 6.433,47
3 2.000,00 Redução custo 1,259712 1.587,66 - 4.845,81
4 2.000,00 Redução custo 1,36048896 1.470,06 - 3.375,75
5 2.000,00 Redução custo 1,469328077 1.361,17 - 2.014,58
6 2.000,00 Redução custo 1,586874323 1.260,34 - 754,24
7 2.000,00 Redução custo 1,713824269 1.166,98 412,74
8 2.000,00 Redução custo 1,85093021 1.080,54 1.493,28
9 2.000,00 Redução custo 1,999004627 1.000,50 2.493,78
10 2.000,00 Redução custo 2,158924997 926,39 3.420,16

Portanto o VALOR PRESENTE LIQUIDO É DE R$ 3.420,16, este valor é considerado o Benefício


líquido do projeto, pois já descontamos o valor do investimento total que foi de dez mil reais, e ainda o
investidor terá uma TMA a 8% ao ano.

Explicações da tabela:

Coluna 1 –Datas - data zero em economia consideramos a data do Valor presente.


As outras datas são exatamente a vida útil do projeto (maquinários e outros bens relacionados),

Coluna 2 – Valores R$ - R$ 10.000,00 é o investimento – valor negativo para representar que este
dinheiro sairá do caixa da empresa para o projeto.
Os outros valores R$ 2.000,00 do ano 1 ao ano 10 é exatamente os valores de redução de custo se o
projeto for implantado.

Coluna 3 – Item – são a nomenclatura respectivas de investimentos e redução de custo – neste caso
podemos também lançar como retorno dependendo do caso.

Coluna 4 – Fator De Calculo - o fator de cálculo utilizado para análise de investimento é baseado
na metodologia de JURO COMPOSTO, lembra-se?
É claro que esta formula é do montante, mas em nosso caso, neste item vamos usar somente o fator.
VF  VP (1 i)
n

Então o que é fator de cálculo a juro composto? É exatamente - uma mais taxa elevado ao período
respectivo, como segue:

(1 i)
n

Para que serve então o fator de cálculo? Serve para “trazer para a data presente um valor que está no
futuro”!
É evidente que se dividirmos um valor pelo seu respectivo fator teremos como resulta o valor presente.
Se multiplicarmos teremos o respectivo valor futuro. Entendeu? Grande dica para concursos.

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


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Coluna 5 - VP – valor presente respectivo de cada ano, ou seja estamos calculando aqueles valores
que a empresa terá no futuro, verificando qual será seu respectivo valor na data zero- valor presente,
..ok.?
VF
VP 
(1 i)
n

Coluno 6 – Saldos R$ – calculamos o respectivo saldo em cada ano. Ou seja, teremos que “pagar os
investimentos efetuados pela empresa”, então temos que ir pagando de acordo com as entradas de caixa
ou neste caso será a redução de custos, entendeu?
Quando o saldo se transforma em positivo é sinal que conseguimos cobrir o valor dos investimentos,
portanto fique alerta neste período temos a viabilidade do projeto.
Podemos também utilizar a formula do valor presente líquido para cálculo direto:

n
2.000 2.000 2.000 2.000 2.000
VPL       ....n  10.000
t 1 1,081 1,082 1,083 1,084 1,085
n
2.000 2.000 2.000 2.000 2.000
VPL       .....n  10.000
t 1 1,08 1,166 1,259 1,36 1,469

VPL  13.420,16  10.000  3.420,16


2º Projeto - aquisição de uma nova linha de produção

Data Valores R$ Item Fator Cálculo VP R$ Saldos R$


0 - 35.000,00 Investimento 1 - 35.000,00 - 35.000,00
1 4.700,00 Redução custo 1,08 4.351,85 - 30.648,15
2 4.700,00 Redução custo 1,1664 4.029,49 - 26.618,66
3 4.700,00 Redução custo 1,259712 3.731,01 - 22.887,64
4 4.700,00 Redução custo 1,36048896 3.454,64 - 19.433,00
5 4.700,00 Redução custo 1,469328077 3.198,74 - 16.234,26
6 4.700,00 Redução custo 1,586874323 2.961,80 - 13.272,47
7 4.700,00 Redução custo 1,713824269 2.742,40 - 10.530,06
8 4.700,00 Redução custo 1,85093021 2.539,26 - 7.990,80
9 4.700,00 Redução custo 1,999004627 2.351,17 - 5.639,63
10 4.700,00 Redução custo 2,158924997 2.177,01 - 3.462,62
10 15.705,00 Valor residual 2,158924997 7.274,45 3.811,84

Portanto o VALOR PRESENTE LIQUIDO É DE R$ 3.811,84, este valor é considerado o Benefício


líquido do projeto, pois já descontamos o valor do investimento total que foi de dez mil reais, e ainda o
investidor terá uma TMA a 8% ao ano.

n
4.700 4.700 4.700 4.700 4.700
VPL       ....n  35.000
t 1 1,081 1,082 1,083 1,084 1,085
n
4.700 4.700 4.700 4.700 4.700
VPL       .....n  35.000
t 1 1,08 1,166 1,259 1,36 1,469

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VPL  38.811,24  35000  3.811,84
Taxa Interna de Retorno - TIR
A Taxa Interna de Retorno, ou TIR, é uma medida bastante utilizada no orçamento de capital. A TIR é
uma medida da taxa de rentabilidade. Por definição, a TIR é uma taxa de desconto que iguala o valor
presente dos fluxos de caixa futuros ao investimento inicial. Simplificando, a TIR é uma taxa de desconto
que torna o VPL igual à zero.
A TIR é um método similar ao VPL, ou seja, utiliza a mesma lógica de cálculo, contudo, apresenta os
resultados em porcentagem, e não em valores monetários. Dessa forma, é bastante popular, uma vez
que muitos investidores preferem mensurar retornos em porcentagens, e não em valores absolutos. Esse
método também é conhecido por seu nome em inglês, ou seja, Internal Rate of Return, cuja sigla utilizada
é IRR.

Critérios de decisão da TIR


A TIR encontrada no cálculo não é o suficiente para definir se um investimento deve ser aceito ou não,
já que essa taxa pode ser alta ou baixa, dependendo do referencial adotado.
Assim, da mesma forma que o VPL, faz-se necessário utilizar a TMA, taxa mínima de atratividade,
parâmetro de comparação para aceitar ou não um projeto de investimento. Dessa forma, se:
TIR > TMA – aceita-se o projeto;
TIR < TMA – rejeita-se o projeto.

A TIR deve ser usada em relação aos tipos de projetos, ou seja, projetos únicos ou projetos
concorrentes, da seguinte forma:
Projeto único: estabelecer uma taxa mínima de atratividade. Se a TIR for maior que a taxa mínima
de atratividade, aceitar o projeto, se for menor, rejeitá-lo.
Projetos concorrentes: calcular a TIR de cada projeto e escolher a maior, mas estabelecendo, da
mesma forma que no projeto único, uma taxa mínima de atratividade. Caso as TIRs dos dois projetos
sejam menores que essa taxa, o dois projetos devem ser rejeitados.

De acordo com Hoji (2006), a TIR é uma taxa de juros implícita numa série de pagamentos (saídas) e
recebimentos (entradas), que tem a função de descontar um valor futuro ou aplicar o fator de juros sobre
um valor presente, conforme o caso, para trazer ou levar cada valor do fluxo de caixa para uma data focal
(data base de comparação de valores correntes de diversas datas). Geralmente, adota-se a data de início
da operação – momento zero – como a data focal de comparação dos fluxos de caixa (NETO, 2006). A
soma das saídas deve ser igual à soma das entradas, em valor da data focal, para se anularem (HOJI,
2006).

A taxa interna de retorno, apesar de ser consideravelmente mais difícil de calcular à mão do que o VPL
(Valor Presente Líquido – outro método de análise de investimentos) é possivelmente a técnica sofisticada
mais usada para a avaliação de alternativas de investimentos. Como a TIR é a taxa de desconto que faz
com que o VPL de uma oportunidade de investimento iguale-se a zero (já que o valor presente das
entradas de caixa é igual ao investimento inicial), matematicamente, a TIR é obtida resolvendo-se a
Equação 1 para o valor de k que torne o VPL igual a zero (GITMAN, 2002).
n
FC t
VPL    I0 (01)
t 1 (1  k ) t
n
FCt
0  I0 (02)
t 1 (1  TIR)t
Onde: FCt – valor presente das entradas de caixa;
𝐼0 – investimento inicial;
𝑘 –taxa de desconto (igual ao custo de capital de empresa), será utilizada a 𝑇𝐼𝑅 – Taxa Interna de
Retorno.
𝑡 – tempo de desconto de cada entrada de caixa;
𝑛 - tempo de desconto do último fluxo de caixa.

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


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Para realização do cálculo da TIR iremos utilizar os seguintes dados:

Fluxo de Caixa do Projeto:


Investimento Inicial (data zero) R$ 145.000,00
Entradas de Caixa Operacionais:
Ano 1: R$ 71.000,00
Ano 2: R$ 74.000,00
Ano 3: R$ 80.000,00
Ano 4: R$ 50.000,00

Nessa situação, o investimento requer somente um desembolso de caixa no momento inicial, e o


cálculo da IRR é desenvolvido no momento inicial, e o cálculo da TIR é desenvolvido da seguinte maneira:

71.000,00 74.000,00 80.000,00 50.000,00


145 = ⁡ +⁡ +⁡ +⁡
(1 + 𝑘)1 (1 + 𝑘)2 (1 + 𝑘)3 (1 + 𝑘)4

𝑇𝐼𝑅⁡(𝑘) = 33,09%⁡𝑎. 𝑎.

Desta forma, a taxa interna de retorno calculada é de 33,09% ao ano. Isto significa que, ao se descontar
os vários fluxos previstos de caixa por esta TIR, o resultado atualizado será exatamente igual ao montante
do investimento (R$ 145.000,00), denotando se por conseguinte, a rentabilidade do projeto.

A TIR e a Distribuição dos Fluxos de Caixa no Tempo


Se o investimento em ilustração fosse realizado em duas parcelas (R$ 100.000,00 no ato e R$
45.000,00 no ano seguinte) e os benefícios de caixa começassem a ocorrer a partir do próximo ano, a
taxa interna de retorno seria reduzida para 23,91% ao ano.

A formulação para o cálculo da TIR apresenta-se:

45.000,00 71.000,00 74.000,00 80.000,00 50.000,00


100 + ⁡ = ⁡ +⁡ +⁡ +⁡
(1 + 𝑘)1 (1 + 𝑘)2 (1 + 𝑘)3 (1 + 𝑘)4 (1 + 𝑘)5

𝑇𝐼𝑅⁡(𝑘) = 23,87%⁡𝑎. 𝑎.

Observa-se que a taxa interna de retorno decresce comparativamente à situação anterior devido ao
diferimento mais que proporcional dos benefícios de caixa em relação ao padrão de dispêndio de capital.
A taxa de desconto que produz um NPV = R$ 0 é a IRR do investimento.

Atenção Candidato(a):
O cálculo manual da TIR a partir da equação envolve uma técnica complexa de tentativa e erro que
testa, logicamente, diversas taxas de desconto, até encontrar aquela que faz com que o valor presente
das entradas de caixa do projeto seja idêntico ao investimento inicial (ou seja, VPL igual a R$ 0,00). Sendo
assim você deverá substituir (𝑘) por um possível valor percentual da TIR até que seja de fato encontrado
o correto, essa situação ocorre tanto para o cálculo da TIR com um único investimento inicial no fluxo de
caixa, quanto para duas ou mais parcelas de investimentos como apresentado acima (A TIR e a
Distribuição dos Fluxos de Caixa no Tempo).

Questão

01. (TRT 6ª REGIÃO – Analista Judiciário Contabilidade - FCC/2012) Para comprar um carro, Maria
realiza uma pesquisa em 3 Instituições Financeiras e obtém as seguintes propostas de financiamento:
Instituição A: Entrada de R$ 7.900,00 + 1 prestação de R$ 8.240,00 para 30 dias após a entrada.
Instituição B: Entrada de R$ 7.800,00 + 1 prestação de R$ 8.487,20 para 60 dias após a entrada.
Instituição C: Entrada de R$ 7.652,80 + 2 prestações de R$ 4.243,60 para 30 e 60 dias após a entrada.
Sabendo que a taxa de juros compostos é de 3% ao mês, a proposta de financiamento
(A) da instituição A é a melhor.
(B) da instituição B é a melhor.
(C) da instituição C é a melhor.

Apostila gerada especialmente para: Marcos Rogerio Moreira 341.412.418-14


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(D) das instituições A e C são equivalentes.
(E) das instituições A, B e C são equivalentes.

02. (TRT 6ª REGIÃO – Analista Judiciário Contabilidade - FCC/2012) Uma empresa está avaliando
a compra de uma nova máquina por R$ 320.000,00 à vista. Estima-se que a vida útil da máquina seja de
3 anos, que o valor residual de revenda no final do terceiro ano seja de R$ 50.578,00 e que os fluxos
líquidos de caixa gerados por esta máquina ao final de cada ano sejam de R$ 99.000,00, R$ 150.040,00
e R$ 99.825,00, respectivamente. Sabendo que a taxa mínima de atratividade é de 10%a.a., a compra
da nova máquina.
(A) apresenta valor presente líquido positivo.
(B) apresenta valor presente líquido negativo.
(C) apresenta valor presente líquido igual a zero.
(D) apresenta taxa interna de retorno igual à taxa mínima de atratividade.
(E) é economicamente inviável à taxa mínima de atratividade de 10%a.a.

03. (IF-SC - Professor – Administração - IF-SC/2015) Em se tratando das técnicas mais conhecidas
de orçamento de capital, correlacione as colunas a seguir.
(1) Técnica obtida subtraindo-se o investimento inicial de um projeto do valor presente de suas
entradas de caixa, descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da empresa.
(2) Técnica que indica o tempo necessário para que a empresa recupere seu investimento inicial em
um projeto, calculado com suas entradas de caixa; é considerada pouco sofisticada porque não leva em
consideração explicitamente o valor do dinheiro no tempo.
(3) Técnica que permite à empresa mensurar o percentual de retorno anual se concretizasse um
projeto e se recebesse as entradas de caixa previstas; considerada uma técnica sofisticada de orçamento
de capital, porque leva explicitamente em consideração o valor do dinheiro no tempo.
( ) Payback.
( ) Taxa interna de retorno.
( ) Valor presente líquido.
Assinale a alternativa que contém a ordem CORRETA de correlação, de cima para baixo
(A) 3, 1, 2
(B) 1, 3, 2
(C) 2, 1, 3
(D) 3, 2, 1
(E) 2, 3, 1

Respostas

01. Resposta: C.
A questão se refere a VPL

8240
7900 + = 7900 + 8000 → 𝑉𝑃𝐿𝑎 = 15900
1 + 0,03

8487,20 8487,20
7800 + = 7800 + = 7800 + 8000 → 𝑉𝑃𝐿𝑏 = 15800
(1 + 0,03)2 1,0609

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4243,60 4243,60
7652,80 + + = 7652,80 + 4120 + 4000 → 𝑉𝑃𝐿𝑐 = 15772,80
1 + 0,03 (1 + 0,03)2

02. Resposta: A.

Entradas – Saídas = Data 0 = VPL


Na data 0:
9900 150040 150403
+ 2
+ − 32000 = 90000 + 124000 + 113000 − 320000 = 𝑉𝑃𝐿 = 7000
1 + 0,1 (1 + 0,1) (1 + 0,1)3

VPL > 0 , o investimento é viável

03. Resposta: E.
(1) Técnica obtida subtraindo-se o investimento inicial de um projeto do valor presente de suas
entradas de caixa, descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da empresa. VPL
(2) Técnica que indica o tempo necessário para que a empresa recupere seu investimento inicial em
um projeto, calculado com suas entradas de caixa; é considerada pouco sofisticada porque não leva em
consideração explicitamente o valor do dinheiro no tempo. PAYBACK
(3) Técnica que permite à empresa mensurar o percentual de retorno anual se concretizasse um
projeto e se recebesse as entradas de caixa previstas; considerada uma técnica sofisticada de orçamento
de capital, porque leva explicitamente em consideração o valor do dinheiro no tempo. TIR

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