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O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcos - 341.412.418-14, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
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PC-SP
Polícia Civil de São Paulo

Contabilidade
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PIRATARIA
É CRIME!
Todos os direitos autorais deste material são reservados e
protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial
ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por
escrito da Nova Concursos.

Pirataria é crime e está previsto no art. 184 do Código Penal,


com pena de até quatro anos de prisão, além do pagamento
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de multa. Já para aquele que compra o produto pirateado


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sabendo desta qualidade, pratica o delito de receptação, punido


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com pena de até um ano de prisão, além de multa (art. 180 do CP).
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Não seja prejudicado com essa prática.


Denuncie aqui: sac@novaconcursos.com.br
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SUMÁRIO

CONTABILIDADE....................................................................................................................5
CONTABILIDADE GERAL...................................................................................................................... 5

CONCEITO............................................................................................................................................................5

OBJETO ...............................................................................................................................................................5

FINALIDADE.........................................................................................................................................................5

PATRIMÔNIO......................................................................................................................................... 6

CONCEITO, ASPECTOS DO ATIVO, DO PASSIVO ..............................................................................................6

SITUAÇÃO LÍQUIDA.............................................................................................................................................8

ESCRITURAÇÃO.................................................................................................................................... 9

MÉTODOS E PROCESSOS DE ESCRITURAÇÃO, FORMALIDADES....................................................................9

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS OBRIGATÓRIAS........................................................................ 20

IMPOSTOS, TAXAS E TRIBUTOS....................................................................................................... 28

MATEMÁTICA FINANCEIRA............................................................................................................... 51
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CONTABILIDADE

CONTABILIDADE GERAL
CONCEITO

Estudar contabilidade necessita que o aluno enxergue o conteúdo por meio de uma ótica
totalmente nova. Talvez essa seja a grande dificuldade dos alunos que estudam essa matéria
pela primeira vez.
Portanto, vamos começar pelo conceito, dado no primeiro Congresso Brasileiro de con-
tabilistas realizado em 1924: “Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de
orientação, de controle e de registro relativas à administração econômica.”
A partir desse conceito precisamos destacar algumas expressões importantes para o estu-
do da contabilidade. Veja que ela tem um foco basicamente em orientar, controlar e registrar
eventos.
Muito bem, a partir desse momento você já deve entender que a contabilidade é uma ciên-
cia social e, portanto, não é ciência exata. Contabilidade não é técnica, não é procedimento.

OBJETO

Como toda ciência, a contabilidade também possui um objeto de estudo. Perceba, como
exemplo, que o direito estuda as normas jurídicas e sua aplicação no fato social. O objeto de
estudo da contabilidade é o patrimônio das entidades.
O patrimônio é composto por bens, direitos e obrigações. Para o conjunto de bens e direi-
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tos, damos o nome de ativo. Já as obrigações são chamadas de passivos. As obrigações são
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divididas em obrigações com terceiros, também chamadas de passivo exigível, e obriga-


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ções próprias ou com sócios, conhecidas como patrimônio líquido.


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FINALIDADE
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Surge para nós agora uma simples pergunta: com qual finalidade essa ciência contábil vai
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estudar o patrimônio?
A contabilidade possui uma finalidade, um objetivo simples: estudar e controlar o patri-
mônio com o objetivo de fornecer informações úteis e tempestivas para tomada de deci-
CONTABILIDADE

são. Fica claro que, por conta desse objetivo, a contabilidade é conhecida por ser uma
ciência informacional, ou seja, o profissional da contabilidade existe unicamente para con-
trolar, registrar e evidenciar as informações a respeito do patrimônio de uma entidade, com
o objetivo de divulgar essas informações para quem tiver interesse.
Importante destacar que essas informações serão fornecidas para quem tiver interesse, ou
seja, a contabilidade não é uma ciência que atende a determinado grupo de pessoas.

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CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE

Você leu até agora que a contabilidade estuda o patrimônio das entidades, mas é impor-
tante sabermos que tipo de entidades aplicam as técnicas da contabilidade para o estudo do
patrimônio. Contabilmente falando, o conjunto de entidades no campo de aplicação da con-
tabilidade é chamado de azienda.
Azienda é um termo italiano que corresponde à fazenda, sendo entidades econômico-ad-
ministrativas, ou seja, organizações que reúnem pessoas, patrimônio e capital com um obje-
tivo em comum.
Além disso, as entidades/aziendas podem ser classificadas de três formas:

z Aziendas sociais: são entidades que não possuem fins lucrativos. Existem vários exem-
plos, como as associações e clubes recreativos;
z Aziendas econômicas: aqui temos entidades que possuem fins lucrativos. Temos as enti-
dades comerciais de bens e serviços (mercado, farmácia, prestadores de serviço) e indús-
trias, por exemplo;
z Aziendas econômico-sociais: aqui são entidades que não possuem fins lucrativos para
enriquecimento do capital investidos, mas para que esse lucro gerado seja revertido em
bens e serviços aos seus integrantes. Como exemplo temos os institutos de pensão, aposen-
tadoria e previdência.

FUNÇÕES DA CONTABILIDADE

A contabilidade possui duas funções, a função econômica e a função administrativa:

z Função administrativa: ajuda no controle do patrimônio. Identifica os valores a rece-


ber, a pagar e os bens da entidade;
z Função econômica: envolve a apuração do lucro ou do prejuízo. Essa apuração é feita
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na demonstração do resultado do exercício (DRE) confrontando receitas e despesas. Quan-


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do a receita é maior que a despesa, temos lucro. Caso contrário, prejuízo.


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PATRIMÔNIO
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CONCEITO, ASPECTOS DO ATIVO, DO PASSIVO


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Como vimos anteriormente, já conhecemos o objeto da Contabilidade, que é: o patrimô-


nio das entidades econômico-administrativas. Apenas reforçando o conceito, patrimônio é
o conjunto de elementos necessários à existência de uma entidade, ou seja, bens, direitos e
obrigações. Vamos detalhar um pouco os componentes do patrimônio!

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COMPONENTES

Bens

São todos os objetos que uma empresa possui, seja para uso, troca ou consumo.
Os bens podem ser classificados de várias formas, porém, para a contabilidade, a classifi-
cação que mais interessa é a que os divide em corpóreos (materiais) e intangíveis. Bens tan-
gíveis são aqueles que possuem substância física, que você pode pegar. Temos diversos tipos
desses bens, mas podemos citar os estoques, caixa, imóveis, veículos, máquinas, móveis etc.
Já os bens intangíveis são caracterizados por não possuírem substância física, como as
marcas, patentes, logotipos, direitos de exploração econômica e o fundo de comércio.

Direitos

Constituem direitos todos os valores que a empresa tem a receber de terceiros.


Os direitos são formados por valores a receber (clientes, duplicatas a receber e promissó-
rias a receber), adiantamentos concedidos (adiantamentos a funcionários e a fornecedores)
e despesas antecipadas (aluguéis antecipados, seguros antecipados). Os direitos geralmente
aparecem registrados nos livros contábeis da empresa, com o nome do elemento representa-
tivo do direito, acompanhado da expressão “a receber”.

Obrigações

Constituem obrigações para a empresa todos os valores que ela tem a pagar para terceiros
e para os sócios.
As obrigações com terceiros (também chamadas de passivo exigível) de uma empresa
geralmente aparecem registradas nos livros contábeis das empresas com o nome do elemen-
to representativo da obrigação seguido da expressão “a pagar” ou “a recolher”.
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As obrigações com sócios (também conhecidas como capital próprio ou patrimônio líqui-
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do) representam valores gerados pela própria entidade (lucros e reservas), bem como pelo
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capital integralizado pelos sócios.


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EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO


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Uma premissa muito importante na contabilidade é que todo item no patrimônio pos-
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sui uma origem, ou seja, na contabilidade não existe geração espontânea de patrimônio!
Tudo tem uma origem. Partindo dessa premissa, devemos entender como ocorre a dinâmica
patrimonial. O capital total da empresa (ativo – bens e direitos) possuem uma origem. Não
CONTABILIDADE

podemos simplesmente acreditar que tudo o que a empresa possui veio do nada. Por isso,
podemos dizer que qualquer bem ou direito que a entidade possui veio do capital de tercei-
ros (passivo exigível) ou do capital próprio (sócios). Então temos a seguinte representação
gráfica do patrimônio:

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REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

BALANÇO PATRIMONIAL
APLICAÇÕES ORIGENS
Obrigações com terceiros
(Passivo Exigível)
Bens e direitos (Capital de terceiros)
(Ativo) Obrigações com sócios
(Capital total) (Passivo não exigível)
(Patrimônio líquido)
(Capital próprio)

Agora que você conseguiu visualizar como é um relatório que evidencia o patrimônio para
os usuários, podemos fazer a correlação de origem de recursos.
Dessa representação gráfica, podemos chegar na equação fundamental da contabilidade:

Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido

Essa equação resume o que estamos conversando: a origem de todos os recursos (ativo) é a
soma do capital de terceiros e o capital próprio da entidade, ou seja, se a entidade possui um
imóvel, um veículo, dinheiro no caixa ou mesmo estoque, isso se deve ao recurso de terceiro
(empréstimos, financiamentos e compras a prazo) ou ao capital próprio (os sócios que coloca-
ram esses recursos na entidade). Espero que você consiga entender dessa forma!
Podemos pegar essa equação e isolar o patrimônio líquido, dessa forma teremos:

Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo

Observem que a equação não foi modificada, apenas isolamos o valor do PL. Dessa forma,
podemos concluir que o PL pode assumir três situações: positivo, negativo ou nulo.
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SITUAÇÃO LÍQUIDA
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O PL positivo significa que o ativo é maior do que o passivo, ou seja, em uma situação de
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liquidação da entidade, haverá recursos para quitar as dívidas com terceiros e ainda vai
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sobrar para os sócios.


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Quando o PL for negativo, temos o que chamamos de passivo a descoberto, ou seja, os bens
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e direitos da entidade não são suficientes nem para quitar as dívidas com terceiros, quanto
mais pagar o capital próprio.
Já o PL nulo significa que o total de bens e direito (ativo) é suficiente apenas para o paga-
mento das dívidas com terceiros, não sobrando recursos para os sócios.
Então, resumindo, temos o seguinte:

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SITUAÇÃO DO PL O QUE SIGNIFICA CONSEQUÊNCIA
Recursos suficientes para pagamento das dívidas
Positivo Ativo > passivo
com terceiros e capital próprio
Recursos suficientes nem para pagamento das dí-
Negativo Passivo > ativo
vidas com terceiros (passivo a descoberto)
Recursos suficientes apenas para pagamento da
Nulo Ativo = passivo
dívida com terceiro

Dica
Bastante cuidado, pois PL positivo não significa, necessariamente, lucro. Da mesma for-
ma que o PL negativo não significa prejuízo.

ESCRITURAÇÃO
MÉTODOS E PROCESSOS DE ESCRITURAÇÃO, FORMALIDADES

Conceito

Escrituração é uma técnica contábil que consiste no processo de registro dos fatos contá-
beis de uma entidade. Esse processo é realizado segundo o método das partidas dobradas,
porém também existe o método das partidas simples.
O método da partida simples consiste no registro de operações específicas envolvendo o
controle de um só elemento.
Exemplo: No Livro Caixa, os eventos são registrados visando apenas ao controle do dinhei-
ro (entradas e saídas), sem controlar os outros elementos patrimoniais. Esse é um método
incompleto e deficiente, pois não permite o controle global do patrimônio.
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Já o método das partidas dobradas é um método usado universalmente, divulgado em 10


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de novembro de 1494 na cidade de Veneza, pelo frade franciscano Luca Pacioli e consiste em:
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“Não há devedor sem que haja credor e não há credor sem que haja devedor, sendo que
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a cada débito corresponde um crédito de igual valor.”


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Por esse método, os eventos são registrados inicialmente no Livro Diário e, posteriormen-
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te, no Livro Razão.


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LANÇAMENTOS CONTÁBEIS

O lançamento contábil consiste no meio pelo qual se processa a Escrituração. É a forma


CONTABILIDADE

contábil de se processar o registro dos fatos no Livro Diário e no Livro Razão.


Para que seja realizado o lançamento, ele deve ser constituído dos seguintes elementos:

z local e data;
z conta a ser debitada;
z conta a ser creditada;
z histórico;
z valor. 9
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Veja um exemplo de lançamento contábil:

Brasília, 01 de novembro de 2020.


D – Estoque de mercadorias
C – Caixa
Conforme Nota Fiscal nº 2.357 emitida pela empresa VN equipamentos eletrônicos LTDA no
valor de R$ 1.000,00.

Observe que existe débito e crédito no lançamento contábil. Aqui é o ponto de maiores
dúvidas de todos os estudantes de contabilidade.
Débito não é algo que diminui e crédito não é algo que aumenta. Eu sei que quando olha-
mos um extrato bancário, a primeira associação que fazemos é que uma compra a débito é
algo que irá diminuir o saldo da sua conta. Mas esse débito que está registrado no extrato
deve ser interpretado como um débito não do seu patrimônio, mas um débito do patrimô-
nio do banco.
Quando você faz um depósito em sua conta, o banco registra um crédito. Mas esse crédito
representa uma obrigação que o banco tem com você. Portanto, toda vez que você depositar
dinheiro na conta ou receber algum valor lá, essa conta bancária será creditada, pois a dívida
que o banco tem com você está aumentando!
O dinheiro que está em sua conta, é uma dívida do banco com você. Já quando você faz
um saque ou mesmo uma compra com cartão de débito, o valor da sua conta vai diminuir
e o banco vai dar baixa na dívida que tem com você. Então, o débito registrado no extrato
representa, na contabilidade, uma diminuição da dívida que o banco tem com você. Débito e
crédito no seu extrato bancário é em relação ao patrimônio do banco e não a sua conta ban-
cária. É muito importante ter em mente essa conceituação.
Pois bem, agora que você entende que débito e crédito não representam, necessariamente,
algo ruim ou bom, podemos entender a natureza das contas.
As contas, sejam patrimoniais ou de resultado, possuem natureza devedora ou credora.
Quando dizemos que a conta é devedora, o saldo dela é aumentado a crédito e reduzido a
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débito. Já a conta de natureza credora é o oposto, o saldo aumenta crédito e diminui débito.
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Veja esse quadro para facilitar o entendimento.


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TIPO DE CONTA NATUREZA


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Ativo Devedora
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Passivo Credora
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Patrimônio Líquido Credora


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Receita Credora
Despesa Devedora

Como vimos na tabela, as contas do ativo (bens e direitos) possuem natureza devedora, ou
seja, para aumentar o saldo do caixa, por exemplo, devemos debitar essa conta.
Lembre-se que todo ativo possui uma origem e será utilizado para algo na atividade da
entidade, seja para uso ou pagamento de obrigações. Pois bem, como todo ativo possui uma
origem, podemos dizer que todo ativo “deve a alguém”, seja capital próprio (PL) ou capital de
terceiros (passivo exigível).
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Como todo ativo deve a alguém, dizemos que os ativos são devedores ao capital de tercei-
ros e ao capital próprio que, por sua vez, são credores desses ativos.

Fórmulas de Lançamentos

z Os lançamentos de primeira fórmula (também chamados de lançamentos simples) pos-


suem apenas 1 débito e 1 crédito;
z Os lançamentos de segunda fórmula (também chamados de lançamentos compostos) pos-
suem 1 débito e 2 ou mais créditos;
z Os lançamentos de terceira fórmula (também chamados de lançamentos compostos) pos-
suem 2 ou mais débitos e 1 crédito;
z Os lançamentos de quarta fórmula (também chamados de lançamentos complexos) pos-
suem 2 ou mais débitos e créditos.

Para facilitar, veja essa tabela:

FÓRMULA DÉBITO CRÉDITO


Primeira 1 1
Segunda 1 2 ou +
Terceira 2 ou + 1
Quarta 2 ou + 2 ou +

OPERAÇÕES COMUNS

Aquisição à Vista de Bens (Veículos, Mercadoria, Móveis etc.)

Como foi visto anteriormente no tópico “Fatos contáveis”, registros devem ser feitos em
operações dessa natureza. A intenção aqui não é repetir a explicação, mas apenas mostrar
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como é feito o registro de débito e crédito nos livros contábeis.


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2.

+ Ativo – Veículos → 50.000


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- Ativo – Caixa → 50.000


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Veja que o ativo “veículos” está aumentando, enquanto o ativo “caixa” está diminuindo. O
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ativo, por ser conta de natureza devedora, deve aumentar o saldo a débito e diminuir a cré-
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dito. Então vamos substituir o + Ativo por D e o - Ativo por C, então o registro ficaria assim:

D – Veículos → 50.000
CONTABILIDADE

C – Caixa → 50.000

Veja que ao debitar veículo, significa, na linguagem contábil, que estamos aumentando o
saldo da conta veículos. Já ao creditar a conta caixa, representa uma diminuição do saldo do
caixa. Vamos para outros exemplos estudados na parte de fatos contábeis.

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Aquisição a Prazo por 15.000

Nesse exemplo, temos um aumento do ativo e de um passivo no mesmo valor. Portanto, o


efeito patrimonial é o seguinte:

+ Ativo – Mercadoria → 15.000


+ Passivo – Fornecedores → 15.000

Porém, no lançamento contábil, o aumento do ativo é feito por um registro a débito,


enquanto o aumento do passivo, por ser conta de natureza credora, ocorre com um registro
a crédito, portanto temos que substituir o + Ativo por D e o + Passivo por C, ficando o registro
assim:

D – Mercadoria → 15.000
C – Fornecedores → 15.000

Aquisição a Prazo de Veículo por 50.000, com 10.000 de Juros pré Fixados

Veja que temos juros embutidos na obrigação, porém não devem ser reconhecidos como
despesa, uma vez que despesa somente é registrada na contabilidade pelo regime de com-
petência, ou seja, devemos reconhecer as despesas quando incorridas (fato gerador ocorre).
Então temos o seguinte efeito patrimonial:

+ Ativo – Veículos → 50.000


+ Retificadora do – Juros Passivo a vencer → 10.000

Passivo

+ Passivo – Financiamentos → 60.000


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Observe que temos a conta retificadora do passivo “juros passivo a vencer”. Juros passivo é
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uma despesa, porém, nesse caso, está a vencer pois o fato gerador desses juros (o tempo) ain-
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da não ocorreu. Os juros são devidos pelo passar do tempo e não no momento da aquisição.
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Nesse caso, a conta retificadora do passivo possui natureza oposta da conta retificada, ou
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seja, se o passivo possui natureza credora, a conta retificadora do passivo possui natureza
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devedora. Então, devemos substituir + Ativo e o + Retificadora do Passivo por D, e o + Pas-


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sivo por C, então o registro ficaria assim:


M

D – Veículos → 50.000
D – Juros Passivo a vencer → 10.000
C – Financiamentos → 60.000

Observe a regra de integridade do lançamento contábil sendo respeitada. O saldo total de


contas debitadas (60.000) é exatamente igual ao saldo total de contas creditadas (60.000) e
deve ser igual mesmo, afinal, toda origem na contabilidade possui uma aplicação.

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Pagamento de Dívida com Fornecedor no Valor de 50.000

No pagamento de dívidas com fornecedor, devemos ter em mente que estamos reduzindo
um ativo e um passivo, ou seja, o efeito patrimonial é o seguinte:

- Passivo – Fornecedores → 50.000


- Ativo – Caixa → 50.000

Aqui, tenha em mente a natureza da conta. Como a natureza do passivo é credora, deve-
mos reduzir a débito. Já o ativo possui natureza devedora, portanto o saldo reduz a crédito.
Então o lançamento fica registrado da seguinte forma:

D – Fornecedores → 50.000
C – Caixa → 50.000

Apropriação de Despesa com Salários no Valor de 5.000

No fim do mês, a entidade deve apropriar a despesa com salários dos seus funcionários.
Diante desse fato, há o reconhecimento da despesa e o registro da obrigação de pagamento
do salário do funcionário. O efeito patrimonial dessa despesa é o seguinte:

+ Despesa – Salários → 5.000


+ Passivo – Salários a pagar → 5.000

Veja que o passivo está aumentando em decorrência de uma despesa incorrida. A despesa
é uma conta de natureza devedora e unilateral, ou seja, a despesa somente pode receber lan-
çamento a débito. Já o passivo possui natureza credora, ou seja, aumenta a crédito e reduz a
débito. Portanto, vamos substituir o + Despesa por D e o + Passivo por C.

D – Salários → 5.000
C - Salários a pagar → 5.000
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Depreciação Mensal de Veículos no Valor de 1.000


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Aqui a essência é praticamente a mesma de qualquer despesa. A despesa será debitada


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sempre, enquanto o crédito. Nesse exemplo, não é no passivo, uma vez que a depreciação
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não gera nenhuma obrigação de pagamento, mas em conta retificadora do ativo. Por ser reti-
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ficadora do ativo, a natureza da conta é oposta ao ativo, ou seja, se o ativo é devedor, a conta
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retificadora do ativo é credora, portanto, o lançamento é feito da seguinte forma:


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D – Depreciação → 5.000 → + Despesa


C – Depreciação acumulada → 5.000 → + Conta retificadora do ativo
CONTABILIDADE

Recebimento de Duplicatas (Vendas a Prazo) no Valor de 1.000

Duplicatas são títulos de crédito, assim como promissórias. Quando a venda é feita a pra-
zo, o vendedor emite uma duplicata para o comprador e esse assume o compromisso de
pagamento em determinado prazo acordado na venda, gerando um direito de receber para a
entidade. Quando o comprador faz o pagamento, temos o recebimento do valor e a baixa do
direito de receber, gerando um fato permutativo. Então o registro é feito da seguinte forma: 13
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D – Caixa/Banco → 1.000 → Entrada do $$
C – Duplicata a receber → 1.000 → Baixa do direito de receber

Adiantamentos Concedidos (a Fornecedores, a Funcionários etc.)

O registro de adiantamentos na contabilidade ocorre em decorrência do regime de compe-


tência. Segundo esse regime, os eventos devem ser registrados no momento em que ocorrem,
não dependendo do recebimento ou pagamento.
Veja que, no adiantamento a funcionários, o pagamento é feito antes do funcionário traba-
lhar, nesse caso, ou seja, entrega-se o dinheiro para ele e, em troca, ele ficará como devedor
do serviço. Então temos o seguinte registro:

D – Adiantamento a funcionário → 1.000 → Direito da entidade


C – Caixa/Banco → 1.000 → Entrega do $$

Despesas Antecipadas (Alugueis, Seguros, Assinatura de Periódicos)

Despesas antecipadas possuem, em essência, o mesmo efeito que adiantamentos conce-


didos. Porém, aqui estamos pagando, antecipadamente, uma despesa que será incorrida no
futuro. Por exemplo, a despesa com aluguel incorre no fim do mês, após a utilização do imó-
vel. A despesa com seguros, também incorre no fim do mês, depois que o bem ficar segurado.
O mesmo ocorre com a assinatura de periódicos (jornais e revistas).
Esse evento possui a seguinte partida dobrada:

D – Despesa antecipada → 1.000 → Direito do Decorrente


C – Caixa/Banco → 1.000 → Pagamento antecipado

Cuidado com o seguro antecipado, as vezes pode aparecer a conta “prêmio de segu-
ro a vencer”. O aluguel pode aparecer como “aluguel ativo a vencer” ou mesmo “alugueis
antecipados”.
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Apropriação de Despesas (Seguros, Alugueis, Salários etc.)


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A apropriação de despesas ocorre em decorrência do regime de competência. Por exem-


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plo, no fim do mês temos que apropriar (reconhecer) a despesa incorrida com salário do fun-
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cionário, já que ele trabalhou. O mesmo se aplica ao aluguel, seguros, depreciação, etc. Então
co

temos o seguinte lançamento:


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D – Prêmio de seguros → 1.000 → Despesa incorrida


C – Prêmio de seguros a vencer → 1.000 → Baixa no seguro pago antecipadamente

Adiantamentos Recebidos

Quando a entidade recebe um adiantamento de um cliente, por exemplo, estamos diante


de uma obrigação a ser cumprida, uma vez que recebeu o bem antes mesmo do pagamento.
Imagine que houve um pedido ao cliente para adiantar um valor para que fosse possível a
compra de matéria prima ou mesmo de maquinário. Nesse caso, a empresa fica com uma
dívida com o cliente.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Então, ao mesmo tempo que registramos o recebimento do adiantamento, temos que regis-
trar a obrigação decorrente desse recebimento, então temos o seguinte lançamento:

D – Caixa/Banco → 1.000 → Recebimento do valor


C – Adiantamentos recebidos → 1.000 → Obrigação registrada

Receita Antecipada

A receita antecipada possui, em essência, o mesmo efeito patrimonial do adiantamento


recebido. Então temos o seguinte lançamento:

D – Caixa/Banco → 1.000 → Recebimento do valor


C – Receita antecipada → 1.000 → Obrigação registrada

Constituição de uma Sociedade com 100.000 em Espécie

No momento da constituição de uma sociedade ou mesmo da entrada de um novo sócio,


o efeito patrimonial é o mesmo: aumento do capital social no patrimônio líquido e a entrada
do dinheiro no ativo. Então temos o seguinte lançamento:

D – Caixa/Banco → 100.000 → Entrada do dinheiro


C – Capital social → 100.000 → Aumento do PL

Pagamento de Duplicata com Desconto de 10%

O pagamento de duplicata com desconto gera, além da baixa da obrigação de pagamento,


uma receita, uma vez que você está pagando a obrigação por um valor menor do que deveria
em decorrência do desconto. Então temos o seguinte lançamento:

D – Duplicata a pagar → 100.000 → Baixa da duplicata


14
8-

C – Caixa/Banco → 90.000 → Saída do dinheiro


41

C – Desconto obtido → 10.000 → Receita decorrente do desconto


12.
.4
41

Pagamento de Duplicata com Juros de 10%


-3
s
co

O pagamento de duplicata com juros gera, além da baixa da obrigação de pagamento, uma
ar
M

despesa, uma vez que você está pagando a obrigação por um valor maior do que deveria em
decorrência dos juros. Então temos o seguinte lançamento:
CONTABILIDADE

D – Duplicata a pagar → 100.000 → Baixa da duplicata


D – Juros passivo → 10.000 → Despesa com juros
C – Caixa/Banco → 90.000 → Saída do dinheiro

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Recebimento de Duplicata com Desconto de 10%

Quando a entidade faz uma venda a prazo, emite a duplicata e fica a receber o valor da
venda. No momento do recebimento com desconto, observe que será um valor menor do que
deveria. A diferença do valor a receber e o valor recebido deve ser registrado como uma des-
pesa. Então temos o seguinte lançamento:

D – Caixa/Banco → 90.000 → Recebimento do valor


D – Desconto concedido → 10.000 → Despesa com juros
C – Duplicata a receber → 100.000 → Baixa da duplicata

Recebimento de Duplicata com Juros de 10%

O recebimento da duplicata com juros decorre de o credor realizar o pagamento em atra-


so. Por causa do atraso, a entidade vai receber, além do valor a receber, a entidade vai rece-
ber os juros decorrentes do atraso, sendo registrados como receita de juros.
Então temos o seguinte lançamento:

D – Caixa/Banco → 110.000 → Recebimento do valor


C – Juros ativo → 10.000 → Receita de juros
C – Duplicata a receber → 100.000 → Baixa da duplicata

FÓRMULAS DE LANÇAMENTO

As fórmulas de lançamento nada mais são do que uma convenção, são utilizadas para
identificar a quantidade de contas debitadas e/ou creditadas em um registro contábil
Existem quatro fórmulas:
14

Importante!
8-
41

Para identificar cada uma delas, recomendo decorar a seguinte sequência de débitos e
2.

créditos: 11, 12, 21, 22, para definir os respectivos lançamentos de 1ª, 2ª, 3ª e 4ª fórmula.
1
.4
41
-3

Vejamos um resumo desse assunto na tabela a seguir:


s
co
ar
M

FÓRMULAS DE LANÇAMENTO
1 (uma) conta debitada e 1 (uma) conta 11
1ª Fórmula
creditada 1D1C
1 (uma) conta debitada e 2 (duas ou mais) con- 12
2ª Fórmula
tas creditadas 1D2C
2 (duas ou mais) contas debitadas e 1 (uma) 21
3ª Fórmula
uma conta creditada 2D1C
2 (duas ou mais) contas debitadas e 2 (duas ou 22
4ª Fórmula
mais) contas creditadas 2D2C

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LIVROS DE ESCRITURAÇÃO

A escrituração contábil da entidade é realizada em livros contábeis. Diversos são os livros


usados na escrituração, a quantidade e a espécie variam em função do porte, a forma jurídica
e do ramo da atividade desenvolvida pela empresa.
Os principais livros são o Diário, o Razão, utilizados para o registro de todos os eventos
do dia a dia da empresa, o Caixa, o Contas Correntes e o Registro de Duplicatas, utilizados
para o registro de eventos específicos.
A lei das Sociedades por Ações em seu artigo 100 relaciona os livros obrigatórios, porém,
quase não são exigidos em prova:

Art. 100 A companhia deve ter, além dos livros obrigatórios para qualquer comerciante, os
seguintes, revestidos das mesmas formalidades legais:
I - o livro de Registro de Ações Nominativas, para inscrição, anotação ou averbação:
a) do nome do acionista e do número das suas ações;
b) das entradas ou prestações de capital realizado;
c) das conversões de ações, de uma em outra espécie ou classe;
d) do resgate, reembolso e amortização das ações, ou de sua aquisição pela companhia;
e) das mutações operadas pela alienação ou transferência de ações;
f) do penhor, usufruto, fideicomisso, da alienação fiduciária em garantia ou de qualquer ônus
que grave as ações ou obste sua negociação.
II - o livro de “Transferência de Ações Nominativas”, para lançamento dos termos de
transferência, que deverão ser assinados pelo cedente e pelo cessionário ou seus legítimos
representantes;
III - o livro de “Registro de Partes Beneficiárias Nominativas” e o de “Transferência de Partes
Beneficiárias Nominativas”, se tiverem sido emitidas, observando-se, em ambos, no que cou-
ber, o disposto nos números I e II deste artigo;
IV - o livro de Atas das Assembleias Gerais;
V - o livro de Presença dos Acionistas;
14

VI - os livros de Atas das Reuniões do Conselho de Administração, se houver, e de Atas das


8-
41

Reuniões de Diretoria;
2.

VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal.


1
.4
41
-3

Os livros contábeis apresentam diversas classificações pela doutrina. Vamos detalhar quais
s
co

as classificações mais adotadas. A primeira classificação é aquela que distingue os livros em


ar

obrigatório e facultativo. Essa obrigatoriedade decorre de lei.


M

Outra classificação identifica os livros como sendo comuns (exigidos para quaisquer tipos
de entidade) e os especiais (exigidos apenas para alguns tipos.
Temos também os livros principais e auxiliares. Os livros principais são aqueles que rece-
CONTABILIDADE

bem todos os registros contábeis. Já os livros auxiliares são objeto de registro de apenas
alguns elementos patrimoniais.
Existem também os livros cronológicos, ou seja, aqueles que registram os fatos contábeis
em rigorosa sequência cronológica, obedecendo dia, mês e ano. Por último temos os livros
sistemáticos, cujo foco da escrituração está em determinada conta.
Veremos os mais importantes a seguir.

17
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Livro Diário

O livro diário é o documento que recebe o registro de todas as transações de uma entida-
de. Todos os registros realizados nesse livro devem ter como suporte algum documento que
comprove a realização da transação contábil, geralmente a nota fiscal.
Como o nome sugere, o livro diário representa a memória da entidade. Segundo o art.
1.179 do Código Civil, o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um siste-
ma de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros,
em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço
patrimonial e o de resultado econômico.
O Código Civil deixa claro no art. 1.180 que, além dos demais livros exigidos por lei, é
indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração
mecanizada ou eletrônica.
Vale fazer uma ressalva: a obrigatoriedade do livro diário não se aplica ao pequeno empre-
sário (MEI).
Continuando, no Livro Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização
do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações rela-
tivas ao exercício da empresa, admitindo-se a escrituração resumida do Diário, com totais
que não excedam o período de trinta dias, relativamente a contas cujas operações
sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados
livros auxiliares regularmente autenticados, para registro individualizado, e conservados os
documentos que permitam a sua perfeita verificação.
No livro diário, deverão ser lançados o balanço patrimonial e o de resultado, devendo
ambos ser assinados por técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empre-
sário ou sociedade empresária.
Preste muita atenção: o empresário ou sociedade empresária que adotar o sistema de
fichas de lançamentos poderá substituir o livro Diário pelo livro Balancetes Diários e Balan-
ços, observadas as mesmas formalidades extrínsecas exigidas para aquele.
Além desses pontos, você deve levar para a prova quais as formalidades que devem ser
14
8-

respeitadas no livro diário. Essas formalidades podem ser classificadas em intrínsecas ou


41

extrínsecas. Vamos ver?


12.
.4
41

FORMALIDADES EXTRÍNSECAS FORMALIDADES INTRÍNSECAS


-3

Encadernado Escrituração em ordem cronológica


s
co

Não pode conter rasuras, borrões, sinais, li-


ar

Folhas numeradas nhas em branco, entrelinhas ou folhas em


M

branco
Autenticado pela Junta Comercial (Entidades
Mercantis) ou Registro Civil de Pessoas Jurídi- Escrituração em língua e moeda nacional
cas (demais entidades)
Termo de abertura e encerramento -

É importante dizer que, atualmente, essa escrituração é feita de modo eletrônico através
do SPED (Sistema Público de Escrituração Digital). Porém, essas formalidades ainda estão
previstas em lei, portanto devemos levar para a prova esse conhecimento.
Veja um exemplo de livro diário:
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LIVRO DIÁRIO
Empresa: Vinícius Nascimento Concursos Públicos
CPNJ: 12.345.678/0001-90
Data Conta a Débito Conta a Crédito
01/01/2020 Caixa Capital social
02/01/2020 Estoque Caixa
02/01/2020 Móveis e utensílios Fornecedores
03/02/2020 Banco Caixa
05/01/2020 Veículo Financiamentos

LIVRO DIÁRIO
Empresa: Vinícius Nascimento Concursos Públicos
CPNJ: 12.345.678/0001-90
Histórico Valor
Integralização de capital 10.000,00
Aquisição de mercadoria à vista 1.000,00
Aquisição de mobiliário a prazo 3.000,00
Depósito Bancário 500,00
Aquisição de veículo financiado 50.000,00

Livro Razão

O livro razão é um livro auxiliar, obrigatório pela legislação comercial. Neste livro os regis-
tros são demonstrados na ordem de contas, ou seja, utiliza-se a ordem cronológica de acon-
tecimentos dentro da mesma conta. Nele, aparecerão todas as contas que tiveram saldo ou
lançamentos no período.
Veja que o foco do livro razão é agrupar os registros contábeis dentro de cada conta. Ao
analisarmos o livro razão, vamos observar toda a movimentação contábil da entidade em
14

cada conta, facilitando bastante a verificação do saldo de cada conta ao final do exercício
8-
41

social. Ele é um livro facultativo em regra, mas obrigatório para empresas tributadas pelo
2.

lucro real. Também é classificado como livro principal e primordialmente sistemático, mas
1
.4

também é cronológico.
41
-3
s

LIVRO DIÁRIO
co

Empresa: Vinícius Nascimento Concursos Públicos


ar
M

CPNJ: 12.345.678/0001-90
Data Histórico
03/05/2020 Aquisição de mercadoria à vista
CONTABILIDADE

06/05/2020 Venda de mercadoria


09/05/2020 Devolução da venda do dia 06/05
10/05/2020 Aquisição de mercadoria a prazo

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LIVRO DIÁRIO
Empresa: Vinícius Nascimento Concursos Públicos
CPNJ: 12.345.678/0001-90
Débito Crédito Saldo
10.000,00 - 50.000,00
30.000,00 20.000,00
5.000,00 - 25.000,00
35.000,00 - 60.000,00

Observe que o exemplo apresenta o livro razão do estoque. O foco do livro razão é o saldo
de cada conta. Muitos livros e professores, inclusive, utilizam o razonete para fazer lança-
mentos contábeis.
Veja a coluna de débito e crédito. O razonete em “T” vai ser oriundo justamente desse
débito e crédito, portanto fica assim o razonete:

ESTOQUE
10.000
30.000
5.000
35.000

Veja que é o mesmo lançamento do livro razão, mas utilizando apenas o razonete para
ilustrar. É importante não esquecer que no razonete o lado esquerdo é débito e o direito
crédito.

Livro Caixa

O livro caixa é um livro facultativo (obrigatório apenas para as empresas do Simples


14

Nacional), auxiliar (controla apenas a conta caixa), comum e cronológico.


8-
41

O livro caixa não necessita ser autenticado e não observa a partida dobrada, ou seja, o
12.

registro nesse livro não é feito mediante débitos e créditos. O livro caixa é uma espécie de
.4
41

livro razão apenas da conta caixa, ou seja, o livro razão contém todas as contas utilizadas nos
-3

registros, já o livro caixa controla apenas o saldo da conta caixa.


s
co
ar
M

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS OBRIGATÓRIAS


O estudo deste tópico de Conjunto das Demonstrações Contábeis tem em vista analisar o
que dispõem o CPC 26 — Apresentação das Demonstrações Contábeis — e a Lei nº 6.404,
de 1976, sobre o conjunto das demonstrações contábeis, sua obrigatoriedade, apresentação
e elaboração.
Em relação ao CPC 26, neste tópico, não vamos nos aprofundar nos assuntos Demonstração
do Resultado do Exercício (DRE), Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) e Demons-
tração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). Feitas essas considerações iniciais, bons
20 estudos!
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CPC 26 — APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS1

Objetivo e Alcance

O objetivo do CPC 26 é definir a base para a apresentação das demonstrações contábeis,


para assegurar a comparabilidade tanto com as demonstrações contábeis de períodos ante-
riores da mesma entidade quanto com as demonstrações contábeis de outras entidades. Nesse
cenário, o Pronunciamento estabelece requisitos gerais para a apresentação das demonstra-
ções contábeis, diretrizes para a sua estrutura e os requisitos mínimos para seu conteúdo.
O Pronunciamento utiliza terminologia que é adequada às entidades com fins lucrativos,
incluindo entidades de negócios do setor público. Caso entidades sem fins lucrativos do setor
privado ou público venham a aplicar esse Pronunciamento, podem ter que retificar as des-
crições usadas para itens específicos das demonstrações contábeis e mesmo para as próprias
demonstrações contábeis.

Definições

Como é habitual no nosso estudo dos Pronunciamentos Técnicos, vamos estudar as defini-
ções trazidas pelo CPC 26, pois, como sabemos, podem ser objeto de questão em prova.
Demonstrações contábeis de propósito geral (referidas simplesmente como demonstra-
ções contábeis) são aquelas cujo propósito reside no atendimento das necessidades infor-
macionais de usuários externos que não se encontram em condições de requerer relatórios
especificamente planejados para atender às suas necessidades peculiares.
Aplicação impraticável – A aplicação de um requisito é impraticável quando a entidade
não pode aplicá-lo depois de ter feito todos os esforços razoáveis nesse sentido.
Práticas contábeis brasileiras compreendem a legislação societária brasileira, os
Pronunciamentos, as Interpretações e as Orientações emitidos pelo CPC homologados pelos
órgãos reguladores, e práticas adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, desde
14

que atendam ao Pronunciamento Conceitual Básico Estrutura Conceitual para Elaboração e


8-

Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro emitido pelo CPC e, por conseguinte, em conso-


41

nância com as normas contábeis internacionais.


12.
.4

Material – A informação é material se sua omissão, distorção ou obscuridade pode


41

influenciar, de modo razoável, decisões que os usuários primários das demonstrações con-
-3

tábeis de propósito geral tomam como base nessas demonstrações contábeis, que fornecem
s
co

informações financeiras sobre relatório específico da entidade. A materialidade depende da


ar
M

natureza ou magnitude da informação, ou de ambas. A entidade avalia se a informação,


individualmente ou em combinação com outra informação, é material no contexto das suas
demonstrações contábeis tomadas como um todo.
CONTABILIDADE

Notas explicativas contêm informação adicional em relação à apresentada nas demons-


trações contábeis. As notas explicativas oferecem descrições narrativas ou segregações e
aberturas de itens divulgados nessas demonstrações e informação acerca de itens que não
se enquadram nos critérios de reconhecimento nas demonstrações contábeis.

1 Informações retiradas do CPC 26 — Apresentação das Demonstrações Contábeis. Disponível em: http://static.
cpc.aatb.com.br/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2014.pdf. Acesso em: 25 nov. 2021. 21
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Outros resultados abrangentes compreendem itens de receita e despesa (incluindo ajus-
tes de reclassificação), que não são reconhecidos na demonstração do resultado como reque-
rido ou permitido pelos pronunciamentos, interpretações e orientações emitidos pelo CPC.
Proprietário é o detentor de instrumentos classificados como patrimoniais (de capital
próprio, no patrimônio líquido).
Resultado do período é o total das receitas deduzido das despesas, exceto os itens reco-
nhecidos como outros resultados abrangentes no patrimônio líquido.
Ajuste de reclassificação é o valor reclassificado para o resultado no período corrente
que foi inicialmente reconhecido como outros resultados abrangentes no período corrente
ou em período anterior.
Resultado abrangente é a mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um perío-
do que resulta de transações e outros eventos que não sejam derivados de transações com os
sócios na sua qualidade de proprietários.

Finalidade das Demonstrações Contábeis

As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial


e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o de
proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e
dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas ava-
liações e tomada de decisões econômicas.
As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da
administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos
que lhe foram confiados. Para satisfazer a esse objetivo, as demonstrações contábeis propor-
cionam informação da entidade acerca do seguinte:

z Ativos;
z Passivos;
z Patrimônio líquido;
14
8-

z Receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas;


41

z Alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a


12.
.4

eles;
41

z Fluxos de caixa.
-3
s
co

Essas informações, juntamente com outras informações constantes das notas explicativas,
ar
M

ajudam os usuários das demonstrações contábeis a prever os futuros fluxos de caixa da


entidade e, em particular, a época e o grau de certeza de sua geração.

DC
INFORMAÇÕES

Patrimônio Receitas e
Alterações no Fluxos de
Ativos Passivos Despesas /
Líquido Capital Próprio Caixa
Ganhos e Perdas

22
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Conjunto Completo de Demonstrações Contábeis

O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui:

z Balanço patrimonial ao final do período;


z Demonstração do resultado do período;
z Demonstração do resultado abrangente do período;
z Demonstração das mutações do patrimônio líquido do período;
z Demonstração dos fluxos de caixa do período;
z Notas explicativas, compreendendo as políticas contábeis significativas e outras infor-
mações elucidativas;
z Balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente apresentado,
quando a entidade aplicar uma política contábil retrospectivamente ou proceder à rea-
presentação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, ou quando proceder à
reclassificação de itens de suas demonstrações contábeis;
z Demonstração do valor adicionado do período;

A entidade pode usar outros títulos nas demonstrações em vez daqueles usados no Pro-
nunciamento Técnico, desde que não contrarie a legislação societária brasileira vigente.
Pode ainda, se permitido legalmente, apresentar uma única demonstração do resultado do
período e outros resultados abrangentes, com a demonstração do resultado e outros resul-
tados abrangentes apresentados em duas seções. As seções devem ser apresentadas juntas,
com o resultado do período apresentado em primeiro lugar seguido pela seção de outros
resultados abrangentes. A entidade pode apresentar a demonstração do resultado como uma
demonstração separada. Nesse caso, a demonstração separada do resultado do período pre-
cederá imediatamente a demonstração que apresenta o resultado abrangente, que se inicia
com o resultado do período.
14

BP
8-
41

DRE
2.
1
.4

DRA
41
rcCPC 26
-3

DMPL
os
DC

DFC
a
M

DVA

NE
CONTABILIDADE

Considerações Gerais

Apresentação apropriada e conformidade com as práticas contábeis brasileiras.

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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
As demonstrações contábeis devem representar apropriadamente a posição financeira
e patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade. Para apresentação adequa-
da, é necessária a representação fidedigna dos efeitos das transações, outros eventos e condi-
ções de acordo com as definições e critérios de reconhecimento para ativos, passivos, receitas
e despesas como estabelecidos no CPC 00 – Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.
Presume-se que a aplicação dos pronunciamentos técnicos, interpretações e orientações do
CPC, com divulgação adicional quando necessária, resulta em demonstrações contábeis que
se enquadram como representação apropriada.
Em praticamente todas as circunstâncias, a representação apropriada é obtida pela con-
formidade com os Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações do CPC aplicá-
veis. A representação apropriada também exige que a entidade:

z Selecione e aplique políticas contábeis de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 23


– Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro. Esse Pronunciamento
estabelece uma hierarquia na orientação que a administração deve seguir na ausência de
Pronunciamento Técnico, Interpretação e Orientação que se aplique especificamente a um
item;
z Apresente informação, incluindo suas políticas contábeis, de forma que proporcione
informação relevante, confiável, comparável e compreensível;
z Proporcione divulgações adicionais quando o cumprimento dos requisitos específicos
contidos nos Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações do CPC for insufi-
ciente para permitir que os usuários compreendam o impacto de determinadas transa-
ções, outros eventos e condições sobre a posição financeira e patrimonial e o desempenho
da entidade.

A entidade não pode retificar políticas contábeis inadequadas por meio da divulgação
das políticas contábeis utilizadas ou por meio de notas explicativas ou qualquer outra divul-
gação explicativa.
Quando a entidade não aplicar um requisito de pronunciamento técnico, interpretação
14
8-

ou orientação do CPC, deve divulgar:


41
12.
.4

z Que a administração concluiu que as demonstrações contábeis apresentam de forma apro-


41

priada a posição financeira e patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade;


-3

z Que aplicou os pronunciamentos técnicos, interpretações e orientações do CPC aplicáveis,


s
co

exceto pela não aplicação de requisito específico com o propósito de obter representação
ar
M

apropriada;
z O título do pronunciamento técnico, interpretação ou orientação do CPC que a entida-
de não aplicou, a natureza dessa exceção, incluindo o tratamento que o Pronunciamento
Técnico, Interpretação ou Orientação do CPC exigiria; a razão pela qual esse tratamento
seria tão enganoso que entraria em conflito com o objetivo das demonstrações contábeis,
estabelecido no CPC 00; e o tratamento efetivamente adotado;
z Para cada período apresentado, o impacto financeiro da não aplicação do pronunciamen-
to técnico, interpretação ou orientação do CPC vigente em cada item nas demonstrações
contábeis que teria sido informado, caso tivesse sido cumprido o requisito não aplicado.

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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A entidade deve elaborar as suas demonstrações contábeis, exceto para a demonstração
dos fluxos de caixa, utilizando-se do regime de competência.

Balanço Patrimonial

z Informação a Ser Apresentada no Balanço Patrimonial

O balanço patrimonial deve apresentar, respeitada a legislação, as seguintes contas:

a) caixa e equivalentes de caixa;


b) clientes e outros recebíveis;
c) estoques;
d) ativos financeiros (exceto os mencionados nas alíneas “a”, “b” e “g”);
e) total de ativos classificados como disponíveis para venda e ativos à disposição para venda de
acordo com o CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada;
f) ativos biológicos dentro do alcance do CPC 29;
g) investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial;
h) propriedades para investimento;
i) imobilizado;
j) intangível;
k) contas a pagar comerciais e outras;
l) provisões;
m) obrigações financeiras (exceto as referidas nas alíneas “k” e “l”);
n) obrigações e ativos relativos à tributação corrente, conforme definido no Pronunciamento
Técnico CPC 32 – Tributos sobre o Lucro;
o) impostos diferidos ativos e passivos, como definido no Pronunciamento Técnico CPC 32;
p) obrigações associadas a ativos à disposição para venda de acordo com o Pronunciamento
Técnico CPC 31;
q) participação de não controladores apresentada de forma destacada dentro do patrimônio
14

líquido; e
8-
41

r) capital integralizado e reservas e outras contas atribuíveis aos proprietários da entidade.


12.
.4
41

A entidade deve apresentar contas adicionais (pela desagregação de contas listadas no


-3

item 54), cabeçalhos e subtotais nos balanços patrimoniais sempre que sejam relevantes para
s
co

o entendimento da posição financeira e patrimonial da entidade.


ar

Na situação em que a entidade apresente separadamente seus ativos e passivos circulantes


M

e não circulantes, os impostos diferidos ativos (passivos) não devem ser classificados como
ativos circulantes (passivos circulantes).
CONTABILIDADE

z Distinção entre Circulante e Não Circulante

A entidade deve apresentar ativos circulantes e não circulantes, e passivos circulantes


e não circulantes, como grupos de contas separados no balanço patrimonial, exceto quando
uma apresentação baseada na liquidez proporcionar informação confiável e mais relevante.
Quando essa exceção for aplicável, todos os ativos e passivos devem ser apresentados por
ordem de liquidez.
25
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Qualquer que seja o método de apresentação adotado, a entidade deve divulgar o mon-
tante esperado a ser recuperado ou liquidado em até doze meses ou mais do que doze meses,
após o período de reporte, para cada item de ativo e passivo.

z Ativo Circulante

O ativo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes
critérios:

z Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no decurso
normal do ciclo operacional da entidade;
z Está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;
z Espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço;
z É caixa ou equivalente de caixa (conforme definido no Pronunciamento Técnico CPC
03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa), a menos que sua troca ou uso para liquidação de
passivo se encontre vedada durante pelo menos doze meses após a data do balanço.

Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulantes. O pronunciamento
utiliza o termo “não circulante” para incluir ativos tangíveis, intangíveis e ativos financeiros
de natureza de longo prazo. Não se proíbe o uso de descrições alternativas desde que seu
sentido seja claro.
O ativo não circulante deve ser subdividido em realizável a longo prazo, investimentos,
imobilizado e intangível.

z Passivo Circulante

O passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes
critérios:
14
8-

z Espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade;


41
2.

z Está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado;


1
.4

z Deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço;
41

z A entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo
-3
s

menos doze meses após a data do balanço (ver item 73). Os termos de um passivo que
co

podem, à opção da contraparte, resultar na sua liquidação por meio da emissão de instru-
ar
M

mentos patrimoniais não devem afetar a sua classificação.

Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes.


Outros passivos circulantes não são liquidados como parte do ciclo operacional normal,
mas está prevista a sua liquidação para o período de até doze meses após a data do balanço
ou estão essencialmente mantidos com a finalidade de serem negociados. Exemplos disso são
alguns passivos financeiros que atendem à definição de mantidos para negociação no CPC 48,
saldos bancários a descoberto e a parcela circulante de passivos financeiros não circulantes,
dividendos a pagar, imposto de renda e outras dívidas a pagar não comerciais.

26
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Os passivos financeiros, que proporcionem financiamento em longo prazo (ou seja, não
façam parte do capital circulante usado no ciclo operacional normal da entidade) e cuja liqui-
dação não esteja prevista para o período de até doze meses após a data do balanço, são pas-
sivos não circulantes.

z Informação a Ser Apresentada no Balanço Patrimonial ou em Notas Explicativas

A entidade deve divulgar o seguinte, seja no balanço patrimonial, seja na demonstração


das mutações do patrimônio líquido ou nas notas explicativas:

a) para cada classe de ações do capital:


I - a quantidade de ações autorizadas;
II - a quantidade de ações subscritas e inteiramente integralizadas, e subscritas mas não
integralizadas;
III - o valor nominal por ação, ou informar que as ações não têm valor nominal;
IV - a conciliação entre as quantidades de ações em circulação no início e no fim do período;
V - os direitos, preferências e restrições associados a essa classe de ações, incluindo restrições
na distribuição de dividendos e no reembolso de capital;
VI - ações ou quotas da entidade mantidas pela própria entidade (ações ou quotas em tesoura-
ria) ou por controladas ou coligadas; e
VII - ações reservadas para emissão em função de opções e contratos para a venda de ações,
incluindo os prazos e respectivos montantes; e
b) uma descrição da natureza e da finalidade de cada reserva dentro do patrimônio líquido.

LEI Nº 6.404, DE 19762

A Lei nº 6.404, de 1976, traz no seu art. 176 as disposições sobre as demonstrações contábeis:

Art. 176 Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração
14
8-

mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com


41

clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:


12.

I - balanço patrimonial;
.4
41

II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;


-3

III - demonstração do resultado do exercício; e


s
co

IV - demonstração dos fluxos de caixa; e


ar

V - se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.


M

O § 2º, do art. 186, diz que a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados (DLPA) deverá
CONTABILIDADE

indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demons-
tração das mutações do patrimônio líquido (DMPL), se elaborada e publicada pela companhia.
Podemos observar que o CPC 26 dispõe a DMPL como disposição obrigatória, não se preo-
cupando com a DLPA, que é uma demonstração mais restrita que a DMPL, que se preocupa
com as variações ocorridas em todas as contas do Patrimônio Líquido, e não apenas da
conta Lucros Acumulados, como é a DLPA.

2 BRASIL. Lei nº 6.404/76. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm.


Acesso em: 25 nov. 2021. 27
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DC LEI N°
6.404, de 1976

DVA
DP DLPA DRE DRF
(se SA)

Importante!
O conjunto de demonstração contábeis prevista pelo CPC 26 é mais abrangente do que
o previsto pela Lei nº 6.404, de 1976. Fique atento, pois isso pode ser objeto de questão
de prova

IMPOSTOS, TAXAS E TRIBUTOS


NOÇÕES DE TRIBUTOS E SEUS IMPACTOS NAS OPERAÇÕES DAS EMPRESAS

Neste material, estudaremos os principais tributos incidentes nas operações de uma


empresa e, também, os seus impactos na contabilidade dessa mesma empresa.
Por isso, é necessário que você saiba contabilizar corretamente os tributos e compreenda,
também, quais deles devem ser incluídos no custo do produto.
Neste tópico, não entraremos em assuntos específicos da disciplina de direito tributá-
rio. Falaremos, aqui, dos tributos ditos indiretos (incidentes sobre compras e vendas de
mercadorias).

INTRODUÇÃO

Compreende-se que o Estado é mantido, principalmente, pela arrecadação de tributos.


14

Desse modo, os tributos constituem a principal fonte de receitas financeiras do Estado, pois
8-

são um instrumento de arrecadação. Vale ressaltar que esse método de arrecadação deriva
41
2.

do poder impositivo do Estado em cobrar impostos, taxas e contribuições.


1
.4

Assim, os tributos são típicas receitas derivadas, ou seja, têm origem no patrimônio do
41

particular (meu, seu e de empresas — PJs). Eles integram a economia do Estado, tendo em
-3
s

vista que, por conta da sujeição ao regime jurídico de direito público, o governo pode reivin-
co

dicar essa arrecadação; logo, entende-se esse direito de exigência como uma forma de coagir
ar
M

a população. O direito de exigir o pagamento de tributos está fundamentado no poder de


império, levando em consideração os interesses da coletividade e sendo necessário para que
a arrecadação seja eficaz.
Desse modo, existe uma relação de proximidade entre o direito tributário e a contabilida-
de, mas pode variar de acordo com o padrão contábil adotado. Essa relação é especialmente
reforçada no caso do imposto de renda, dado que a determinação do resultado tributável tem
como ponto de partida o resultado contábil.
O conceito de tributo está definido no art. 3º, do Código Tributário Nacional (CTN), citado
a seguir:

28
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.

Cumpre observar que o art. 3º, do CTN, traz a definição de tributos exigida pela Constitui-
ção Federal, de 1988, na primeira parte, da alínea “a”, inciso III, art. 146, conforme vemos a
seguir:

Art. 146 Cabe à lei complementar: [...]


III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: defi-
nição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

Observe que o CTN foi recepcionado pela Constituição Federal, de 1988, com status de lei
complementar. Portanto, ele atende aos requisitos exigidos pela nossa Constituição, previstos
na alínea “a”, III, art. 146.
Sobre este tema, observe um exemplo de questão cobrada em concursos:

1. (CEBRASPE-CESPE — 2010) Acerca dos tributos e seus impactos nas operações das empresas,
julgue o próximo item.
O imposto é uma espécie de tributo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

De acordo com o art. 5º, do CTN, são tributos: impostos, taxas e contribuições de melhoria,
segundo a teoria tripartite adotada pelo Código Tributário Nacional. Veja: “Art. 5º Os tribu-
tos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.” Resposta: Certo.
14

Note que, ao analisarmos o art. 5º, do CTN, é possível observar que o legislador compreen-
8-

deu, em 1966 — ano de publicação do CTN, a corrente tripartida. Ou seja, a existência de


41
2.

apenas 3 tributos: impostos, taxas e contribuições de melhoria.


1
.4

Porém, após a promulgação da Constituição Federal, de 1988, compreende-se que existem


41

cinco espécies tributárias, surgindo a teoria pentapartida. Essa mudança ocorreu, pois
-3

a própria CF instituiu, no capítulo denominado Sistema Tributário Nacional, novas catego-


s
co

rias tributárias, cuja competência é da União: empréstimo compulsório e as contribuições


ar
M

especiais, incluindo as de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias


profissionais ou econômicas.
Atenção! À exceção da contribuição de melhoria, as outras formas de contribuição podem
CONTABILIDADE

ser classificadas na categoria “contribuições especiais”.


A cobrança dos tributos é ato administrativo vinculado, ou seja, não dá margem de esco-
lha ao agente público em cobrá-lo ou não. Todo tributo possui cobrança vinculada, pois o
fato gerador está relacionado, ou não, a uma atividade executa pelo Estado, concernente ao
contribuinte.

29
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OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

Veja o que diz Sérgio Adriano sobre o assunto:

As operações com mercadorias são transações de compras e vendas com tributação envolven-
do mercadorias, bem como os critérios de avaliação e controle dos estoques. [...] A atividade
operacional de uma empresa comercial é caracterizada pela compra e venda de mercado-
rias, sendo que quando uma empresa comercial realiza uma venda à vista ou a prazo, temos
o surgimento de uma receita, que é a venda bruta realizada, e uma despesa que corres-
ponde ao valor do custo da mercadoria vendida [...].3

O registro das vendas, desconsiderando os tributos, é:

z D Caixa (AC);
z C Vendas (Resultado);
z D CMV (Resultado);
z C Estoque/Mercadorias (AC).

IMPOSTO

Observe, de acordo com o CTN, como se dá a definição de imposto:

Art. 16 Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação indepen-
dente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Assim, os impostos são tributos não vinculados, pois estão associados a uma manifesta-
ção de riqueza do contribuinte. Isto é, cabe ao contribuinte apenas pagar os impostos, o que,
em contrapartida, não exige uma contraprestação por parte do Estado.
14
8-
41

Importante!
12.
.4

As pessoas, geralmente, referem-se a “imposto” como sinônimo de “tributo”. Contudo,


41

imposto é apenas uma entre as outras espécies de tributos. A partir de agora, atente-se a
-3

isso, principalmente em questões de provas!


s
co
ar
M

Vejamos, agora, a quem compete a instituição de cada tributo, segundo a Constituição


Federal, de 1988:

Art. 18 Compete:
I - à União, instituir, nos Territórios Federais, os impostos atribuídos aos Estados e, se aqueles
não forem divididos em Municípios, cumulativamente, os atribuídos a estes;
II - ao Distrito Federal e aos Estados não divididos em Municípios, instituir, cumulativamente,
os impostos atribuídos aos Estados e aos Municípios.
[...]

30 3 ADRIANO, S. Contabilidade Geral 3D. 3ª ed. Salvador: JusPodivm, 2016, p. 261.


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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 153 Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
[...]
Art. 155 Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de trans-
porte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as presta-
ções se iniciem no exterior
III - propriedade de veículos automotores.
[...]
Art. 156 Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza
ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar.

O tributo mais cobrado em provas de concursos é o ICMS, seguido pelo IPI, pelo PIS/COFINS
(esses dois possuem a mesma regra) e, por último, o ISS.
A seguir, observe uma lista com algumas siglas de impostos e contribuições e seus respec-
tivos significados:
14

z PIS: Programa de Integração Social;


8-
41

z COFINS: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social;


2.

z ISS: Imposto Sobre Serviços;


1
.4

z IPTU: Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana;


41
-3

z ITBI: Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis;


s

z ITCMD: Imposto sobre Transmissões Causa Mortis e Doações;


co
ar

z ICMS: Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços;


M

z IPVA: Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores;


z II: Imposto de Importação;
z IE: Imposto de Exportação;
CONTABILIDADE

z IR: Imposto de Renda;


z IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados;
z IOF: Imposto sobre Operações Financeiras;
z ITR: Imposto sobre a propriedade Territorial Rural;
z IGF: Imposto sobre Grandes Fortunas;
z IEG: Impostos Extraordinários de Guerra;
z Residuais: Impostos Residuais.
31
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Neste momento, só é necessário que você saiba que esses impostos existem e que o Distri-
to Federal pode instituir impostos estaduais e municipais. Isso é chamado de competência
cumulativa.
Observe o fluxograma a seguir para auxiliar na compreensão deste conteúdo:

DF E
ESTADOS
MUNICÍPIOS

ISS ICMS

IPTU ITCMD

ITBI IPVA

UNIÃO

II IE IR IPI IOF ITR IGF IEG IResid

Contudo, você não precisa se preocupar em entender todos eles. Para fins de concurso,
abordaremos apenas os tributos mais cobrados.
Estes são os principais tributos que incidem em uma operação com mercadorias:

z IPI;
z ICMS;
z PIS;
z COFINS.

Vejamos uma questão já cobrada sobre o tema:

1. (CEBRASPE-CESPE — 2010) Acerca dos tributos e seus impactos nas operações das empresas,
14
8-

julgue o próximo item:


41

A regulamentação e a cobrança do imposto sobre produtos industrializados (IPI) são de com-


2.
1

petência dos governos estaduais.


.4
41
-3

( ) CERTO ( ) ERRADO


s
co
ar

A cobrança e a regulamentação do IPI são de competência privativa da União, não dos esta-
M

dos. Trata-se de um imposto federal. Segundo o inciso IV, art. 153, da CF, de 1988: “Art. 153
Compete à União instituir impostos sobre: [...] IV - produtos industrializados […].” Resposta:
Errado.

Importante! A CF, de 1988, determina a adoção do princípio da não cumulatividade


para o IPI e para o ICMS. Estabelece, também, que os valores devidos em cada operação
serão compensados com o montante cobrado nas operações anteriores. Veja o que explica
Sérgio Adriano sobre o assunto:

32
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Além da previsão constitucional, ocorreu a implementação da não cumulatividade para o
PIS através da Lei nº 10.637/02 e para a COFINS [...] através da Lei nº 10.833/03. [...] se a
empresa for contribuinte do IPI, PIS Não Cumulativo, COFINS Não Cumulativo e ICMS, na
aquisição de mercadorias com a incidências desses tributos, a empresa recupera os referidos
tributos, que serão compensados quando da venda da mercadoria.4

IPI — Imposto sobre Produtos Industrializados

Acompanhe o trecho seguinte, acerca do IPI:

A arrecadação do IPI é a segunda maior entre os impostos federais (só é menor que a do IR),
o que demonstra que a finalidade fiscal ganhou grande relevância, justificando o pleito de que
se estendesse ao tributo alguma garantia que protegesse o contribuinte contra a elevação
repentina da carga do imposto.
Ao editar a Emenda Constitucional 42, de 2003, o legislador constituinte derivado atendeu aos
pleitos dos contribuintes, estendendo a noventena aos tributos em geral e não excetuando o
IPI. 5

Em síntese, no que concerne ao princípio da não surpresa, o IPI é exceção à anterioridade


do exercício financeiro, embora seja submetido à noventena, conforme predispõe o § 1º, art.
150, da CF, de 1988.

z Características do IPI:

„ Imposto federal;
„ Calculado “por fora”, ou seja, o valor da nota fiscal será o valor da mercadoria mais
o valor do IPI;
„ Devido pelas empresas industriais e pelas equiparadas às industriais;
„ Sua alíquota é variável (nas provas de contabilidade, caso seja necessário, a questão
14
8-

informa a alíquota do IPI);


41

„ Não Cumulativo.
12.
.4
41

z Base de Cálculo do IPI


-3
s
co

A base de cálculo é a grandeza econômica sobre a qual se aplica a alíquota para calcular
ar
M

a quantia a pagar.
Assim, a base de cálculo do IPI é o valor da operação de que decorre a saída dos produtos
industrializados, incluindo fretes e seguros efetuados/pagos pelo fornecedor.
CONTABILIDADE

Note que o IPI será recuperável ao comprador, se ele for contribuinte do IPI e comprar
a mercadoria para utilizar em seu processo de fabricação. Caso isso não ocorra (não for
empresa industrial e/ou a mercadoria for utilizada para consumo ou revenda), o IPI integra-
rá o custo da mercadoria (IPI não será recuperável).

4 ADRIANO, S. Contabilidade Geral 3D. 3ª ed. Salvador: JusPodivm, 2016, p. 291.


5 SILVA, E. C. A incidência do IPI sobre produtos importados. Revista de Doutrina da 4ª Região, Porto Alegre, n.
62, out. 2014. 33
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No IPI, teremos um saldo devedor ou credor do IPI que deverá ser apurado ao final do
período de apuração (Conta Corrente do IPI) e esse saldo será “Recuperado” ou “Recolhido”.
Obs.: Só incidirá IPI sobre um frete se a empresa responsável pelo frete for a mesma que
fornece a mercadoria. Se a questão não informar, considere que as empresas são diferentes.
Segundo o Regulamento do IPI (RIPI) — Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010 —, valor
da operação compreende o preço do produto, acrescido do valor do frete e das demais despe-
sas acessórias, cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador ou destinatário.

z Descontos Incondicionais

O § 3°, art. 190, do RIPI dispõe o seguinte: “não podem ser deduzidos do valor da operação
os descontos, diferenças ou abatimentos, concedidos a qualquer título, ainda que incondicional-
mente”. Pela lei, mesmo os descontos incondicionais (comerciais) devem integrar a base de
cálculo do IPI. Porém, o Supremo Tribunal Federal considerou por unanimidade que o valor
dos descontos incondicionais não integra a base de cálculo do Imposto sobre Produtos Indus-
trializados (IPI). De acordo com o STF, a redação citada é inconstitucional (somente quanto à
inclusão dos descontos incondicionais na base de cálculo do IPI).
Lembre-se do seguinte: descontos incondicionais não integram a base de cálculo do IPI.
Acompanhe um exemplo de incidência de IPI com alíquota de 10% sobre mercadorias de
R$ 100,00. A Nota Fiscal terá valor total de R$ 110,00:

MERCADORIAS R$ 100,00
+ IPI R$ 10,00
= VALOR DA NOTA FISCAL R$ 110,00 (valor faturado)

Um ponto que pode aparecer e dificultar a prova é quando a venda é sujeita à incidência
de IPI e ICMS. Nessas circunstâncias, precisamos saber a finalidade dada pelo comprador às
mercadorias adquiridas. Se as mercadorias forem destinadas à comercialização ou à indus-
trialização o IPI não fará parte da base de cálculo do ICMS. Já se forem destinadas ao ativo
14

fixo ou uso e consumo do comprador, o IPI fará parte da base de cálculo do ICMS.
8-
41

Vejamos uma questão de prova:


12.
.4

1. (CESGRANRIO — 2018) Uma sociedade de grande porte, tributada pelo lucro real, cujo ramo de
41
-3

negócio é a compra e venda de geladeiras, adquiriu duas geladeiras, diretamente da indústria,


nas condições abaixo descritas.
s
co
ar
M

z Geladeira para revender (comercializar) valor do custo 1.500,00 + IPI 150,00, total 1.650,00.
z Geladeira para uso próprio (imobilizado) valor do custo 1.500,00 + IPI 150,00, total 1.650,00.

Considerando-se a alíquota de 18% para o ICMS incidente sobre a aquisição dessas geladeiras,
o valor do ICMS, nessa operação, evidenciado na nota fiscal emitida pelo vendedor, em reais, é:

a) 486,00.
b) 513,00.
c) 540,00.
d) 567,00.
e) 594,00.
34
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Se a mercadoria se destinar à comercialização ou à industrialização, o IPI não fará parte da
base de cálculo do ICMS. Assim, em relação à geladeira destinada à comercialização, temos
a seguinte situação:
ICMS = 18% · R$ 1500 = R$ 270
Se a mercadoria se destinar ao ativo fixo ou uso e consumo do comprador, o IPI fará parte
da base de cálculo do ICMS. Assim, em relação à geladeira para uso próprio temos o seguinte
valor do ICMS:
ICMS = 18% · R$ 1650 = R$ 297
Com isso, o valor total do ICMS evidenciado na Nota Fiscal será de R$ 567, o que torna cor-
reta a alternativa D. Total: 270 + 297 = R$ 567,00. Resposta: Letra D.

Quanto ao Lucro Real, temos um novo Regulamento do IR publicado recentemente (Decre-


to Federal nº 9.580, de 2018), que define seu conceito:

Do conceito de lucro real6


Art. 258 O lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições,
exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas por este Regulamento.

Vejamos uma questão recente sobre o assunto:

1. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Quanto ao regime de lucro real, julgue o item subsequente.


Lucro real é o lucro líquido contábil, apurado nos termos da normatização comercial vigente,
ajustado pelas adições, exclusões e compensações previstas na legislação tributária.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A questão trata a respeito do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e das suas formas de apu-
ração, mais especificamente da apuração pelo Lucro Real. Para responder à questão, vamos
14

recorrer ao novo Regulamento do IR publicado recentemente (Decreto Federal nº 9.580, de


8-

2018): “Art. 210 A base de cálculo do imposto sobre a renda, determinada segundo a lei vigen-
41
2.

te à data de ocorrência do fato gerador, é o lucro real, presumido ou arbitrado, correspon-


1
.4

dente ao período de apuração.” Conceituando lucro real, o novo regulamento do imposto de


41

renda, em seu art. 258, determina exatamente como se dá sua apuração, conforme podemos
-3

visualizar a seguir: “Art. 258 O lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado
s
co

pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas por este Regulamento


ar
M

(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º, caput). § 1º A determinação do lucro real será precedi-
da da apuração do lucro líquido de cada período de apuração em observância às disposições
das leis comerciais (Lei nº 8.981, de 1995, art. 37, § 1º). § 2º Os valores que, por competirem
CONTABILIDADE

a outro período de apuração, forem, para efeito de determinação do lucro real, adicionados
ao lucro líquido do período de apuração, ou dele excluídos, serão, na determinação do lucro
real do período de apuração competente, excluídos do lucro líquido ou a ele adicionados,
respectivamente.” Resposta: Certo.

6 BRASIL. Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a tributação, a fiscalização, a


arrecadação e a administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9580.htm. Acesso em 29 abri. 2022. 35
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ICMS

O imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e serviços (ICMS)


é considerado um tributo não cumulativo. Isso porque assim determinou a Constituição
Federal, no inciso I, § 2º, art. 155, da CF, de 1988:

Art. 155 Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: [...]
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as pres-
tações se iniciem no exterior; [...]
§ 2º O imposto previsto no inciso II, atenderá ao seguinte:
I - será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circu-
lação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo
mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;

Você pode estar se perguntando: por que não cumulativo? Porque, ao ser não cumula-
tivo, evita-se o efeito “cascata”, que oneraria por demais os contribuintes, acabando por
inviabilizar a produção e/ou circulação de determinados produtos. De acordo com Ricardo
Alexandre:

A não cumulatividade é técnica que tem por objetivo limitar a incidência tributária
nas cadeias de produção e circulação mais extensas, fazendo com que, a cada etapa da
cadeia, o imposto somente incida sobre o valor adicionado nessa etapa. Assim, ao final da
cadeia, o tributo cobrado jamais será maior que o valor da maior alíquota, multiplicado pelo
valor final da mercadoria.
É justamente por isso que na maioria dos países do mundo o imposto é chamado de IVA
imposto sobre o valor agregado (ou adicionado). No Brasil, numa atécnica tentativa de
dividir renda, o IVA foi dividido em três pedaços, criando-se o IPI federal, o ICMS estadual e o
ISS municipal. Nos casos de incidência sobre circulação de bens (ICMS e IPI), a Constituição
14
8-

Federal determinou a não cumulatividade.7


41
12.

z Características do ICMS:
.4
41
-3

„ Imposto estadual;
s
co

„ É calculado “por dentro”, ou seja, ele está contido no preço da venda;


ar

„ É devido pelas empresas comerciais e industriais;


M

„ Sua alíquota é variável (nas provas de contabilidade, caso seja necessário, a questão
informa a alíquota do ICMS);
„ É um imposto não cumulativo, pois o montante devido em cada operação será com-
pensado com o cobrado anteriormente.

Atente-se ao seguinte:

7 ALEXANDRE, R. Direito tributário esquematizado. 10ª ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2016, p.
36 585-586
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„ A incidência Cumulativa é aquela em que o tributo vai incidindo de forma acumulada
em toda a cadeia produtiva (cada vez que se vende o produto o tributo é calculado e
cobrado sobre o novo valor do produto). Ele não é recuperável na compra e o valor do
tributo integra o custo da mercadoria;
„ A incidência Não Cumulativa é aquela em que o valor do tributo devido em cada ope-
ração é compensado com o montante cobrado na operação anterior. Ele é recuperável
na compra, não integrando o custo da mercadoria (deve-se reconhecer o tributo a
recuperar no ativo circulante).

Veja uma questão sobre o assunto:

1. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Acerca dos tributos e seus impactos nas operações das empresas,
julgue o item subsequente.
Os impostos recuperáveis incidentes sobre a compra de mercadorias para revenda não com-
põem o custo desses estoques e devem ser reconhecidos como direitos contra o fisco em conta
própria do ativo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Um tributo é considerado recuperável ou não cumulativo quando é possível compensar o


montante pago em uma operação com aquilo que é devido em outra. Isso representa um ati-
vo para a empresa, um direito contra o fisco. Resposta: Certo.

Agora veja como o comprador e o vendedor da mercadoria devem lançar o ICMS:

COMPRADOR VENDEDOR
Por ser um imposto não cumulativo, o ICMS
pago pelo comprador de uma mercadoria cor- Ao vender a mercadoria, a empresa passa a ter
responde a um direito da empresa (o imposto a obrigação de pagar o ICMS, nesse caso ela
14
8-

não integra o custo da mercadoria), logo, a em- deverá lançar no Passivo Circulante a conta
41

presa deverá lançar um direito no Ativo Circu- “ICMS a Recolher” (ou “ICMS a Pagar”)
2.

lante sob a conta “ICMS a Recuperar”


1
.4
41
-3

z Conta Corrente de ICMS:


s
co
ar

Uma empresa industrial ou comercial geralmente compra e vende diversas mercadorias


M

todos os meses, portanto, ela terá provavelmente saldo de Ativo Circulante (ICMS a Recu-
perar devido às compras) e de Passivo Circulante (ICMS a Recolher devido às vendas).
Nesse caso, ela deve fazer a diferença de uma conta pela outra para saber se terá um saldo
CONTABILIDADE

a Recuperar ou a Recolher (muitas empresas chamam essa diferença de “Conta Corrente de


ICMS”).
Exemplo:
A empresa Alfa possui a seguinte situação ao final do período de apuração:
ICMS a Recuperar = R$ 550.000,00
ICMS a Recolher = R$ 500.000,00

37
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Neste caso, ela não precisará pagar nada e ainda terá a recuperar R$ 50.000,00. Se fosse ao
contrário, ela teria que pagar apenas os R$ 50.000,00 e não teria nada a recuperar.
Veremos as disposições gerais do imposto.
A materialidade do ICMS é ampla, uma vez que este incide sobre:

„ Circulação de mercadorias;
„ Prestação de serviços de transporte interestadual;
„ Comunicação.

Veremos, em primeiro lugar, não apenas por se tratar da sequência acima apontada, o
caso de incidência do ICMS sobre as operações de circulação de mercadorias, já que
representa a maior parte das incidências do imposto.
As operações de circulação são aquelas em que ocorre transferência de titularidade da
mercadoria, como nos casos de venda e da troca (permuta) de mercadorias.
Vamos apresentar alguns aspectos para você entender melhor:
Por exemplo, as remessas de bens decorrentes de operações societárias não caracteri-
zam fato gerador do ICMS, como é o caso de negócios relativos à cisão, incorporação, fusão
e transformação e a integralização de bens em face da constituição de nova sociedade ou
aumento do capital social.
Do mesmo modo, as doações não podem ser tributadas pelo ICMS, já que implicam
ausência de transação mercantil.
Por outro lado, temos o ICMS-importação, decorrente da entrada de bem ou mercadoria
importada do exterior por pessoa física ou jurídica, qualquer que seja a sua finalidade. Nesse
caso, não interessa a destinação da coisa importada (industrialização, prestação de serviço,
uso particular), conforme restou decido no RE 461.968-7 pelo STF.
O conceito de mercadoria consiste no bem corpóreo oriundo de produtor, industrial ou
comerciante, voltado para colocação no mercado para consumo. Dessa forma, o chamado
ativo permanente ou ativo fixo não entra nesse conjunto.
Segundo disposição expressa constitucional (§ 3º, art. 155, da Constituição Federal), o ICMS
14
8-

incide também sobre operações com energia elétrica.


41

Também temos o ICMS sobre serviços de transportes interestadual e intermunicipal.


12.

Nesses casos, temos possibilidade de incidência do imposto sobre:


.4
41
-3

z Prestação de serviços de pessoas, bens, mercadorias e valores (tributação no local de início


s
co

do serviço);
ar
M

z Utilização por contribuinte, de serviço, cuja prestação se tenha iniciado em outro estado;
z Ato final do transporte iniciado no exterior, no caso de serviço prestado no exterior ou
cuja prestação se tenha iniciado no exterior.

Não se sujeitam ao imposto os serviços de transporte realizados dentro do município


(sujeitos ao ISS — Imposto sobre serviços) e os serviços de transporte para o exterior.
No que tange aos serviços de comunicação, temos que o ICMS incide sobre prestações
onerosas, inclusive a geração, emissão, recepção, transmissão, retransmissão, a repetição e
ampliação de comunicação de qualquer natureza.

38
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z Base de Cálculo do ICMS

Via de regra, a base de cálculo do ICMS é o valor da operação mercantil, ou seja, o preço
dos serviços de transporte e de comunicação.
Assim, segundo Sérgio Adriano:

A base de cálculo do ICMS é o valor da operação relativa à circulação de mercadorias,


incluindo os fretes e seguros efetuados por conta do fornecedor, excluídos os descontos
incondicionais concedidos (ou descontos comerciais concedidos).8

No caso da energia elétrica, a base de cálculo é o valor da tarifa de energia elétrica corres-
pondente à demanda de potência consumida (Súmula 391, do STJ).
A alíquota do ICMS é prevista, como regra, a partir da alíquota prevista pelo estado do
qual saiu a mercadoria (estado de origem) para o consumidor final.
Atente-se a um segundo ponto muito importante do ICMS: a não cumulatividade do
imposto. O princípio da não cumulatividade está aqui enunciado para o ICMS da mesma
forma como está para o IPI, sendo de observância obrigatória para os dois impostos.
Por fim, o ICMS é imposto calculado “por dentro”. Significa que o valor do imposto está
incluído no preço do produto, acarretando, assim, na inclusão do valor do próprio imposto
em sua base de cálculo — o IPI, diversamente, é calculado “por fora”, ou seja, o montante do
IPI não integra o preço do produto, não integrando, portanto, sua própria base de cálculo.
Agora, veja um aspecto relativamente recente sobre o assunto ICMS. Com a EC 87, de 2015,
reconhecida, vulgarmente, como Emenda do Comércio Eletrônico, houve importante altera-
ção formal na seção constitucional reservada ao ICMS (imposto de competência estadual
e distrital). Em certa medida, o legislador constituinte uniformizou o tratamento constitu-
cional às operações interestaduais, independentemente de o destinatário dos bens e servi-
ços ser ou não contribuinte do imposto.
Veja o texto atualizado da nossa Constituição:
14
8-

Art. 155 [...]


41

§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:


12.

[...]
.4
41

VII - nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contri-
-3

buinte ou não do imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota interesta-


s
co

dual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à diferença


ar

entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual; (Redação dada pela
M

Emenda Constitucional nº 87, de 2015) (Produção de efeito)


VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença entre
CONTABILIDADE

a alíquota interna e a interestadual de que trata o inciso VII será atribuída: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015) (Produção de efeito)
a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional nº 87, de 2015)
b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 87, de 2015)

8 ADRIANO, S. Contabilidade Geral 3D. 3ª ed. Salvador: JusPodivm, 2016, p. 268. 39


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Neste caso, perceba que o ICMS é cobrado duas vezes. Primeiro, com a saída do estabele-
cimento vendedor (incidência da alíquota interestadual, tributo de competência do Estado
de origem). Segundo, com a entrada no estado de destino (incidência da diferença entre as
alíquotas interna e interestadual, valores garantidos ao estado de destino).
Acompanhe algumas questões para elucidar melhor a teoria.

1. (CEBRASPE-CESPE — 2010) Acerca dos tributos e seus impactos nas operações das empresas,
julgue o próximo item.
O imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e serviços (ICMS) é conside-
rado um tributo não cumulativo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O ICMS é, de fato, tributo não cumulativo. Isso porque assim determinou a Constituição
Federal, no inciso I, § 2º, art. 155, da CF, de 1988: “§ 2º O imposto previsto no inciso II (ICMS),
atenderá ao seguinte: I - será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada ope-
ração relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobra-
do nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal”. Resposta: Certo.

2. (IBFC — 2014) Análise os dados abaixo de uma empresa comercial e responda.

z Preço das Mercadorias de $12.000,00


z IPI de $3.000,00
z ICMS destacado de $2.200,00

Analise os registros contábeis abaixo e assinale a alternativa correta:

I. Estoque de Mercadorias
14

a Fornecedores → $ 15.000,00
8-
41
2.

II. IPI a recuperar


1
.4

a Fornecedores → $ 3.000,00
41
-3
s

III. Diversos
co

ICMS a Recuperar → $ 2.200,00


ar
M

Estoques de Mercadorias → $ 12.800,00


a Fornecedores → $ 15.000,00

Estão corretos os registros

a) Todos estão corretos.


b) Apenas I e III estão corretos.
c) Apenas III está correto.
d) Todos estão incorretos.

40
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Primeiramente, quanto ao IPI, empresa comercial não recupera o valor do IPI. Logo, o item II
já está errado. Quanto aos demais itens: IPI é não recuperável, assim entra no custo do esto-
que (soma ao valor da mercadoria). Já o ICMS é recuperável, então deduz do valor do custo.
Estoque = R$ 12.000,00 + R$ 3.000,00 — R$ 2.200,00 = R$ 12.800,00

IPI é ICMS é
não recuperável
recuperável

Portanto, o item I está errado, uma vez que haverá uma contabilização a débito no valor de $
12.800 na conta Estoque de Mercadorias, não de $ 15.000. Portanto, constatamos que apenas
o item III é o correto. Logo, a contabilização fica assim:
D Estoque 12.800,00
D ICMS a recuperar 2.200,00
C Fornecedores 15.000,00
Resposta: Letra C.

PIS E COFINS

O PIS (Programa de Integração Social) e a COFINS (Contribuição para o Financiamento da


Seguridade Social) são tributos que possuem características muito semelhantes em relação à
contabilidade, por isso, estudamos os dois juntos. Se você souber a regra de um automatica-
mente, poderá aplicar ao outro (exceto quanto ao valor das alíquotas).

z Características do PIS e da COFINS:

„ Tributos federais;
„ Calculados “por dentro”, ou seja, eles estão contidos no preço da venda (similarmente
ao ICMS);
„ Podem ser cumulativos (ao contrário do ICMS e do IPI) ou não cumulativos, sendo que
apenas as empresas que apuram o Imposto de Renda pelo Lucro Real podem optar pela
opção “não cumulativa”.
14
8-
41

Para a sua prova, é muito importante a memorização das seguintes alíquotas:


2.
1
.4
41

CUMULATIVO NÃO CUMULATIVO


-3

CARACTERÍSTICA Não recuperável na compra. Valor Recuperável na compra. Deve-se


s
co

QUANTO À REGRA do tributo integra o custo da lançar o tributo a recuperar no


ar

DE INCIDÊNCIA mercadoria ativo circulante


M

ALÍQUOTA PIS
0,65% 1,65%
(REGRA)
ALÍQUOTA COFINS
CONTABILIDADE

3% 7,6%
(REGRA)

Das alíquotas dos tributos incidentes sobre vendas, as quatro acima são as únicas que é
interessante memorizar para a prova (apesar de haver exceções nas alíquotas citadas), pois
a questão da prova pode não fornecer essa alíquota solicitando o cálculo do valor do tributo.
Em outra situação, a prova pode fornecer a alíquota, mas exigir que o candidato saiba se o
valor do tributo deve ser considerado no custo da mercadoria (cumulativo) ou se não deve
ser considerado, lançando-se o Tributo a Recuperar (não cumulatividade). 41
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dica
Para não confundir as quatro alíquotas, é interessante lembrar que as alíquotas da COFINS
(3% e 7,6%) serão maiores do que as do PIS (0,65% e 1,65%) e os tributos não cumula-
tivos são maiores do que os Cumulativos, se considerarmos cada tributo isoladamente.

É importante notar que o Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do Recurso Extraordi-
nário 574.706, de 15 de março de 2017, decidiu que o ICMS não integra a base de cálculo do
PIS e da COFINS. No caso da empresa não optante pelo lucro real, o PIS e a COFINS seriam
cumulativos e não seriam recuperados.

z Base de Cálculo do PIS e da COFINS

A base de cálculo do PIS e da COFINS, segundo Sérgio Adriano, é assim definida:

A base de cálculo do PIS e da COFINS é o faturamento mensal, assim entendido o total das
receitas auferidas (ex: receita bruta de vendas) pela pessoa jurídica, independentemente de
sua denominação ou classificação contábil, excluídos o IPI no caso de contribuintes desse
imposto, os descontos incondicionais concedidos, as receitas decorrentes das vendas de bens
do Ativo não circulante, resultado positivo de equivalência patrimonial etc.9

z Contribuinte do PIS e COFINS Não Cumulativos

A empresa (Indústria e Comércio) só será contribuinte do PIS Não Cumulativo e da COFINS


Não Cumulativa quando tributada pelo Lucro Real, porque se a tributação do Imposto de
Renda com base no Lucro Presumido for sofrida pela empresa, então, estará sujeita à inci-
dência do PIS cumulativo e da COFINS cumulativa.
Não se preocupe em entender sobre Lucro Real ou Presumido. Para sua prova, basta enten-
der o seguinte:
14
8-
41

� Empresa tributada pelo Lucro Real = PIS e COFINS Não cumulativos;


2.

z Empresa tributada pelo Lucro Presumido = PIS e COFINS cumulativos.


1
.4
41
-3

Veja algumas questões sobre o assunto:


s
co
ar

1. (CEBRASPE-CESPE — 2010) Acerca dos tributos e seus impactos nas operações das empresas,
M

julgue o próximo item.


O tributo denominado programa de integração social (PIS) é considerado um imposto, e não,
uma contribuição social.

( ) CERTO ( ) ERRADO

42 9 ADRIANO, S. Contabilidade Geral 3D. 3ª ed. Salvador: JusPodivm, 2016, p. 268.


O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcos - 341.412.418-14, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Aqui vai um macete para você utilizar na sua prova: todo Imposto começa com I: ISS, ICMS,
IPVA, IOF etc. O Programa de Integração Social (PIS) tem natureza jurídica de contribuição
previdenciária, espécie de contribuição social. Diferencia-se de imposto por se destinar a
um fim específico, qual seja: custear o sistema de assistência social, como previsto no tex-
to da CF, de 1988: “Art. 195 A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições
sociais: [...]”. Resposta: Errado.

2. (VUNESP — 2021) Uma determinada empresa, que se encontra enquadrada sistema tributário
da não cumulatividade, apresentou, em dezembro de 2019, um total de receitas tributáveis de
R$ 750.000,00. Adicionalmente, sabe-se que, no mesmo mês, a empresa adquiriu insumos para
seus estoques, com direito a crédito da ordem de R$ 480.000,00. Com base nessas informa-
ções, assinale a alternativa que apresenta corretamente o valor, em Reais, do PIS e COFINS a
recolher referente às operações tributadas no mês de dezembro de 2019.

a) 11.205.
b) 15.930.
c) 18.900.
d) 22.950.
e) 24.975.

O percentual do PIS no regime de incidência não cumulativa é 1,65%. Atenção para não con-
fundir, pois o percentual do PIS no regime de incidência cumulativa que é 0,65%. Vejamos o
disposto na Lei 10.833, de 2003: “Art. 16 O disposto no art. 4º e no § 4º do art. 12 aplica-se, a
partir de 1º de janeiro de 2003, à contribuição para o PIS/PASEP não cumulativa, de que tra-
ta a Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, com observância das alíquotas de 1,65% (um
inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento) e de 0,65% (sessenta e cinco centésimos por
cento) em relação à apuração na forma dos referidos artigos, respectivamente.”
14
8-

Vamos calcular o PIS sobre vendas:


41

� Receita Bruta = 750.000,00


12.
.4

� Alíquota PIS = 1,65%


41

� PIS sobre vendas = 750.000 · 1,65 = R$ 12.375,00.


-3

Vamos calcular o PIS sobre compras:


s
co

� Receita Bruta = 480.000,00


ar
M

� Alíquota PIS = 1,65%


� PIS sobre vendas = 480.000 · 1,65 = R$ 7.920,00.
Assim, o valor do PIS a recolher é igual a: 12.375 – 7.920 = 4.455,00
CONTABILIDADE

O percentual da COFINS no regime de incidência não cumulativa é 7,6%. Atente-se para


não confundir, pois o percentual da COFINS no regime de incidência cumulativa que é 3%.
Vejamos o disposto na Lei 10.833, de 2003: “Art. 2º Para determinação do valor da COFINS
aplicar-se-á, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1º, a alíquota de
7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento).”
Vamos calcular a COFINS sobre vendas:
� Receita Bruta = 750.000,00
� Alíquota COFINS = 7,6% 43
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
� COFINS sobre vendas = 750.000 · 7,6 = R$ 57.000,00.
Vamos calcular o COFINS sobre compras:
� Receita Bruta = 480.000,00
� Alíquota COFINS = 7,6%
� COFINS sobre vendas = 480.000 · 7,6 = R$ 36.480,00.
Assim, o valor da COFINS a recolher é igual a: 57.000 – 36.480 = 20.520,00
O total do PIS e COFINS a recolher = 4.455 + 20.520 = 24.975,00.
Resposta: Letra E.

ISS (ou ISSQN) — Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza

Esse imposto não é muito cobrado em provas de concurso. Por isso, vejamos suas princi-
pais características e depois um paralelo com os demais tributos.

z Características do ISS:

„ Imposto municipal;
„ Incide sobre prestações de serviços, sendo devido normalmente por empresas
comerciais;
„ Calculado “por dentro”, ou seja, está contido no preço da venda (similar ao ICMS, PIS/
COFINS);
„ Sua alíquota é variável (nas provas de contabilidade, caso seja necessário, a questão
informa a alíquota do ISS).

Acompanhe a tabela de impostos a seguir:

IPI ICMS PIS COFINS ISS


DENTRO / FORA Fora Dentro Dentro Dentro Dentro
14

Cumulativo
Cumulativo (0,65%)
8-

CUMULATIVO / Não Não (3,00%) e não


41

e não cumulativo10 Não cumulativo


NÃO CUMULATIVO cumulativo cumulativo cumulativo11
2.

(1,65%)
(7,6%)
1
.4
41
-3

Resumindo os aspectos e diferenças mais importantes sobre os tributos vistos até aqui:
s
co
ar

COMÉRCIO COM- INDÚSTRIA COM- COMPRA


COMPRA PARA
M

PRANDO PARA PRANDO MATÉ- PARA USO OU


IMOBILIZADO
REVENDA RIA PRIMA CONSUMO
IPI RECUPERÁVEL? Não Sim Não Não

IPI NA BC DO ICMS? Não Não Sim Sim

IPI NA BC DO PIS/COFINS? Sim Não Sim Sim

ICMS RECUPERÁVEL? Sim Sim Não Sim

Depende do Depende do Depende do


PIS/COFINS RECUPERÁVEIS? Não
regime regime regime

10 Só para empresas que apuram IR pelo Lucro Real.


44 11 Idem.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcos - 341.412.418-14, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Atente-se às dicas a seguir:

z Note que, sempre que o regime for não recuperável, entrará na base de cálculo (BC) do PIS/
COFINS;
z Tudo que não for recuperável entra para o estoque;
z Tudo que for Recuperável fica como direito, no Ativo;
z Depende do regime: cumulativo = não recuperável / não cumulativo = recuperável.

EMPRESA COMERCIAL EMPRESA INDUSTRIAL


Compra destinada à comercialização → Con- Compra destinada à industrialização → Con-
tribuinte do ICMS → ICMS recuperável → ICMS tribuinte do ICMS e do IPI → ICMS e IPI recu-
não entra na base de cálculo do estoque, mas peráveis → ICMS e IPI não entram na base de
IPI entra cálculo do estoque

� Cálculo do Valor do IPI e ICMS:

Vejamos um exemplo: seja uma Nota Fiscal (NF) = R$ 100, IPI = 20%, ICMS 18%.

IPI ICMS
É um imposto calculado por fora É um imposto calculado por dentro
Preço de Venda + IPI = Valor da NF ICMS = Alíquota do ICMS x Preço de Venda
Preço de Venda + (20% · Preço de venda) ICMS = 18% · 83,33 = 15,00
=100
1,2 · Preço de venda = 100 Obs.: Perceba que devemos tirar o valor do IPI
Preço de Venda = 83,33 da Nota Fiscal para chegarmos ao valor do
IPI = 100 – 83,33 = 16,67 ICMS

Os tributos, quando cumulativos, não são recuperáveis, tornam-se custo da mercadoria,


entrando para o estoque em caso de compra para revenda.
14

Já os não cumulativos, quando houver operação posterior ou autorização legal, são recu-
8-

peráveis. Seu valor é separado do valor da mercadoria e fica em uma conta do ativo circulan-
41

te, representando um direito a recuperar.


12.
.4

Dica:
41
-3

„ Cumulativos: Não Recuperáveis;


s
co

„ Não cumulativos: Recuperáveis (ICMS e IPI possuem exceções).


ar
M

Acompanhe a seguir algumas questões sobre o tema:


CONTABILIDADE

1. (FGV — 2018) Uma entidade apresentava o seguinte balanço patrimonial, em 31/12/2016:

Caixa: R$ 250.000,00.
Capital Social: R$ 250.000,00.
No ano de 2017, aconteceram os seguintes fatos:
Compra à vista de R$ 200.000, em estoque.
Venda à vista de metade do estoque por R$ 160.000,00.
45
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Assinale a opção que indica o valor do saldo da conta patrimonial referente ao ICMS, em
31/12/2017, considerando alíquota do ICMS de 18%.

a) ICMS a recolher de R$ 7.200.


b) ICMS a recuperar de R$ 7.200.
c) ICMS a recolher de R 10.800.
d) ICMS a recuperar de R$ 10.800.
e) ICMS a recuperar de R$ 18.000.

A questão trouxe a sistemática da recuperabilidade do ICMS. Vejamos:


� Compra à vista de R$ 200.000,00
D Estoques (AC) → 164.000
D ICMS a recuperar (AC) → 36.000
C Disponibilidade (AC) → 200.000
� Venda à vista de metade do estoque por R$ 160.000,00
D Disponibilidade (AC) → 160.000
C Receita de vendas (Rec) → 160.000
D ICMS sobre vendas (Desp) →28.800
C ICMS a recolher (PC) → 28.800
D CMV (Desp) → 82.000
C Estoques (AC) → 82.000
� Apuração do ICMS ao final do período de apuração (geralmente é mensal):
Observe que o montante apurado no ICMS a recuperar é superior ao ICMS a recolher. Dessa
forma, saldo da conta patrimonial referente ao ICMS será de 7.200,00 a recuperar. Resposta:
Letra B.

2. (CEBRASPE-CESPE — 2016) Uma empresa tinha os seguintes saldos contábeis, em reais, no


início de janeiro de 2016.
14
8-

Banco → 25.000
41

Estoques → 35.000
12.
.4

ICMS a recuperar → 4.300


41

Fornecedores → 39.300
-3

Capital social → 25.000


s
co
ar
M

Considerando que, em janeiro de 2016, essa empresa tenha vendido todo o seu estoque, à vista,
por R$ 52.500, sendo o ICMS que integre o valor das vendas igual a R$ 6.400, assinale a opção
correta.

a) Se o reconhecimento da venda tiver sido feito de modo correto, então foi realizado o lançamento
de débito em contas a receber e crédito no estoque.
b) Após a apuração do ICMS, a conta ICMS a recuperar deve ter apresentado saldo credor.
c) O ICMS recolhido pela empresa foi superior a R$ 2.000.
d) O valor da despesa do custo das mercadorias vendidas deve ter sido registrado em conta
patrimonial.
46 e) O valor da receita líquida de vendas foi menor que R$ 45.000.
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Vamos analisar cada uma das alternativas:
a) Se o reconhecimento da venda tiver sido feito de modo correto, então foi realizado o lan-
çamento de débito em contas a receber e crédito no estoque = Errado.
O lançamento deve ser débito na conta Caixa, pois a venda foi à vista: “em janeiro de 2016,
essa empresa tenha vendido todo o seu estoque, à vista”, não em contas a receber.
b) Após a apuração do ICMS, a conta ICMS a recuperar deve ter apresentado saldo credor =
Errado.
A empresa possuía saldo de ICMS a recuperar de 4.300 e com a venda ICMS a recolher de
6.400. Assim sendo, o saldo é de 6.400 – 4.300 = R$ 2.100, credor, o que significa que a empre-
sa possui saldo de ICMS a recolher e não a recuperar.
c) O ICMS recolhido pela empresa foi superior a R$ 2.000 = Certo.
Conforme visto na explicação anterior, a empresa tem que recolher ao final do período o
valor de R$ 2.100, que é superior a R$ 2.000.
d) O valor da despesa do custo das mercadorias vendidas deve ter sido registrado em conta
patrimonial = Errado.
O lançamento que envolve o CMV deve ser feito assim:
D – CMV (conta de resultado) → R$35.000
C – Estoques → R$35.000
e) O valor da receita líquida de vendas foi menor que R$ 45.000 = Errado.
O valor da receita líquida de venda é 52.500 – 6.400 (ICMS s/vendas) = 46.100. Resposta: Letra
C.

IMPACTO DOS TRIBUTOS NAS OPERAÇÕES DAS EMPRESAS

Neste momento, aprenderemos como as empresas lidam com seus estoques de mercado-
rias com referência à contabilização, principalmente dos tributos. Vimos que, quando uma
venda é realizada, ocorre o surgimento de uma receita. Ao mesmo tempo, devemos dar baixa
no estoque vendido, que na verdade representa o custo dessas vendas. Mas qual o custo des-
sas vendas? Como devemos mensurar os estoques?
14
8-

O art. 183, da Lei nº 6.404, de 1976, disciplina que:


41
12.
.4

Art. 183 [...]


41

II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia,


-3

assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de


s
co

aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este
ar

for inferior;
M

[...]
§ 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo:
CONTABILIDADE

a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos,
mediante compra no mercado;
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda no
mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de
lucro; [...]

47
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É interessante comparar a mensuração dada pela Lei n° 6.404, de 1976, com a disposição
do Pronunciamento Técnico CPC 1612, que diz que os estoques devem ser mensurados pelo
valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor. Veja as seguintes disposi-
ções do CPC 16:

z Valor de Custo: deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como
outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais (10);
z Valor Realizável Líquido: é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios dedu-
zido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se
concretizar a venda (6).

Perceba, portanto, que enquanto a Lei n° 6.404, de 1976, fala em comparação do custo com
o “valor de mercado”, que nada mais é que o valor justo, o Pronunciamento Técnico CPC 16
fala em comparação com o “valor realizável líquido”, que é o “preço de mercado” deduzido
dos custos relacionados com esta venda.
Veja algumas disposições do CPC 16:

10. O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transfor-
mação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e locali-
zação atuais.
11. O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de impor-
tação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de trans-
porte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados,
materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser
deduzidos na determinação do custo de aquisição.

Assim, para os devidos cálculos, temos que:

z Custo de Aquisição dos Estoques: soma-se todos os custos de aquisição ou transforma-


14
8-

ção, mais os impostos não recuperáveis e outros custos para colocar o estoque em local
41

e condições de venda e retira-se os impostos recuperáveis, descontos incondicionais


12.

(comercial) concedidos e abatimentos;


.4
41

z Valor Realizável Líquido: é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios
-3

deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários
s
co

para se concretizar a venda.


ar
M

A seguir, preparamos uma tabela que pode ser utilizada sempre que houver dúvida quan-
to ao que entra ou não na contabilização do valor de custo do estoque e que ajuda muito
nesse primeiro momento de aprendizado e contabilização.

TABELA ATUALIZADA PARA CÁLCULO DE CUSTO DOS ESTOQUES


Custo de Aquisição de Estoques
(+) Valor da Mercadoria ou Compras Brutas

12 COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 16 – Estoques. Disponível em:


48 http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/243_CPC_16_R1_rev%2013.pdf. Acesso em: 29 abri. 2022.
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TABELA ATUALIZADA PARA CÁLCULO DE CUSTO DOS ESTOQUES
(+) Impostos/Tributos Não Recuperáveis
(+) Fretes pagos pelo comprador
(+) Seguros pagos pelo comprador
(+) Comissões pagas pelo comprador
(+) Gastos com manuseio
(+) outros custos p/ colocar o estoque em local e condições de venda
(-) Impostos/Tributos Recuperáveis (ICMS sempre; PIS; COFINS; IPI: só os não cumulativos)
(-) Devoluções
(-) Descontos Incondicionais (comerciais) obtidos
(-) Abatimentos
= Custo do Estoque

Atente-se ao fato de que seguros, fretes, despesas de armazenagem, material de embala-


gem, gastos para deixar o produto pronto para a venda possuem contabilização de acordo
com quem está pagando por eles. Ou seja:

z Pagos pelo vendedor: São contabilizados com despesa operacional na DRE do vendedor,
e não entra no cálculo do estoque do comprador;
z Pagos pelo comprador: Tornam-se custo e entra no cálculo do valor do estoque do
comprador.

Cálculo dos Tributos em relação a Frete e Seguro

Se o transporte (frete) e o seguro estiverem inclusos no valor da Nota Fiscal, sendo por
conta do fornecedor, esses valores vão integrar a base de cálculo do IPI e do ICMS.
14
8-

Porém, se o transporte e o seguro forem realizados por transportadora contratada pelo


41

cliente (comprador), esses valores não vão integrar a base de cálculo do IPI e do ICMS.
12.

É importante notar que quando o frete for de responsabilidade do comprador, esse valor
.4
41

comporá o valor dos estoques.


-3

Veja uma questão sobre Estoques (conta do Ativo) e como proceder à sua contabilização
s
co

em caso de sinistro:
ar
M

1. (FGV — 2021) Uma empresa teve todo o seu estoque destruído em um incêndio. O fato será
contabilizado nas demonstrações contábeis da empresa como
CONTABILIDADE

a) custo do estoque, na Demonstração do Resultado do Exercício.


b) redutora da receita, na Demonstração do Resultado do Exercício.
c) despesa, na Demonstração do Resultado do Exercício.
d) custo do estoque, no Balanço Patrimonial.
e) perdas com estoques, no Balanço Patrimonial.

49
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Houve um incêndio que destruiu todo o estoque (ativo da empresa). Nesse caso, o CPC 00
determina que a contabilização seja em contas de resultado (DRE), como uma despesa,
fazendo a respectiva baixa do estoque perdido no incêndio na conta do Ativo. O lançamento
contábil seria:
D Despesa com perdas por sinistro (aumenta a despesa a débito - DRE)
C Estoques (diminui o Estoque a crédito - AC)
Lembrando que Despesa é conta de resultado e faz parte da DRE —Demonstração do Resul-
tado do Exercício. Resposta: Letra C.

2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Uma empresa adquiriu R$ 220.000 de materiais para a produção,


sendo recuperáveis R$ 20.000 de IPI e R$ 24.000 de ICMS. Considerando essa situação hipo-
tética, julgue o seguinte item a respeito do tratamento contábil aplicável aos impostos e às
contribuições.
O lançamento contábil a ser realizado na data de aquisição dos materiais deverá ser o seguinte.

D – Estoque de matérias-primas → R$ 176.000


D – IPI a recuperar → R$ 20.000
D – ICMS a recuperar → R$ 24.000
C – Fornecedores → R$ 220.000

( ) CERTO ( ) ERRADO

O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importa-


ção e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de trans-
porte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados,
materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem
ser deduzidos na determinação do custo de aquisição. Assim:
Preço de Aquisição → 220.000
14

( – ) IPI a Recuperar → (20.000)


8-

( – ) ICMS a Recuperar →(24.000)


41

( = ) Custo de Aquisição 176.000


12.
.4

Com isso, o lançamento contábil da aquisição será o seguinte:


41

D – Estoque → R$ 176.000 (Ativo Circulante)


-3

D – IPI a recuperar → R$ 20.000 (Ativo Circulante)


s
co

D – ICMS a recuperar → R$ 24.000 (Ativo Circulante)


ar
M

C – Fornecedores → R$220.000 (Passivo Circulante)


Resposta: Certo.

Assim, finalizamos este tópico. Lembre-se de revisar tudo o que foi estudado, refazer as
questões e exemplos apresentados aqui e resolver questões de provas anteriores.

50
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MATEMÁTICA FINANCEIRA
AUMENTO E DESCONTO

Esse tipo de operação com porcentagens é muito usado no nosso dia a dia em muitas situa-
ções. Como clientes, buscamos negociar preços de mercadorias ou produtos, com a inten-
são de ganhar um desconto no valor final. Ou ainda, como empresário, querendo fazer um
movimento no comércio de seu estabelecimento você pode fazer inúmeras promoções com
desconto nos produtos oferecendo diversas taxas ou porcentagem de desconto. Em outra
situação, pode-se também ter a intenção de aumento, devido algum reajuste nos valores de
insumos utilizados para produção de seus produtos. Essas são algumas situações possíveis
para uso de métodos percentuais de correção numérica.
Vamos analisar as seguintes situações hipotéticas para melhor fixarmos a teoria:
Supondo que você, como empresário, precisa reajustar uma mercadoria que de acordo
com a inflação do período sofreu um reajuste de 11% e sua mercadoria atualmente tem um
custo para o cliente de R$500,00 reais, então o custo atual tem uma referência em porcen-
tagem de 100%. Se o ajuste será para aumentar o valor do produto em 11%, desta forma, o
novo valor do produto corresponderá em 100% + 11% = 111%, onde 111% = 111/100 = 1,11.
Assim, basta multiplicar o valor de referência da mercadoria por 1,11 e obtenha o valor dela
corrigida com um aumento de 11% inflacionário. Logo, R$500,00 * 1,11 = R$555,00, ou seja,
um aumento de R$55,00 reais.
Com o mesmo raciocínio podemos fazer a aplicação de um desconto nessa mercadoria, sen-
do agora o empresário fazendo uma promoção para alavancar as vendas desse produto, assim
dando um desconto de 10% no valor dessa mercadoria de R$500,00 reais, temos então que o
valor de referência dela continua sendo 100%. Se vai dar desconto, então a ideia agora não é
de soma, mas sim de subtração, fazendo a diferença temos, 100% - 10% = 90%, então o valor a
ser pago pelo produto é 90% do valor original, 90% = 90/100 = 0,90, assim basta multiplicar o
valor de referência da mercadoria por 0,90 e obtenha o valor dela corrigida com um desconto
de 10% promocional. Logo, R$500,00 * 0,90 = R$450,00, ou seja, um desconto de R$50,00 reais.
14
8-
41

JUROS SIMPLES
12.
.4

Alguns conceitos são importantes para o bom entendimento da Matemática Financeira.


41
-3

Assim, tem-se o conceito de juros (J) que é a remuneração do capital emprestado, podendo
s

ser entendido, de forma simplificada, como sendo o aluguel pago pelo uso do dinheiro, ou
co

seja, é o rendimento pelo uso do capital financeiro em um determinado tempo a uma dada
ar
M

taxa. Outro conceito é o de valor presente ou capital (PV) que é qualquer valor expresso
em moeda corrente e disponível em determinada época; valor atual, valor de aquisição, valor
na data zero, valor do empréstimo, valor financiado, capital, ou seja, valor do capital inicial.
CONTABILIDADE

Além dos juros, temos também a taxa de juros (i) que é a razão entre os juros recebidos
(ou pagos) no final de certo período de tempo e o valor inicialmente aplicado (ou empres-
tado). Estas se referem sempre a uma unidade de tempo (mês, semestre, ano, etc.). As taxas
podem ser representadas percentualmente ou em decimal (por exemplo: 10%=0,10). O tempo
– número de períodos, quantidade de prestações, é chamado de prazo (n) e deverá sempre
estar compatível com a periodicidade da taxa de juros. Assim, n=0 é a data atual (hoje) ou
início do 1º período, já n=1 é o final do 1º período. De modo geral, o mercado trabalha com o
ano comercial de 360 dias e o ano civil de 365 dias.
51
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O valor futuro ou montante (FV) é um valor nominal de um título, valor residual de um
bem, valor do capital acrescido de seus rendimentos. Ou seja, é o valor acumulado ao final de
n períodos de capitalização à taxa de juros i. O pagamento (PMT) é o valor de cada parcela,
prestação ou depósito. Normalmente é utilizado quando trabalhamos com série de pagamen-
tos. A data focal é a data que se considera como base de comparação para valores referidos
a datas diferentes.
O diagrama de fluxo de caixa, Figura 19, é de grande utilidade na Matemática Financei-
ra, permitindo que se visualize no tempo o que ocorre com o capital (PV). Fluxo de caixa são
movimentos monetários que são identificados temporalmente através de um conjunto de
entradas e saídas de caixa.

1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000

0 1
2 3 4 5 6 7 8 9 10

2000

3000

Figura 19. Exemplo de diagrama de fluxo de caixa.

Os critérios de capitalização de juros demonstram como os juros são formados e suces-


sivamente incorporados ao capital no decorrer do tempo. São dois os regimes: simples (ou
linear) e composto (ou exponencial). Começaremos a falar do Juro simples e posteriormente
do Juro Composto.
No regime de capitalização simples, os juros crescem de forma linear ao longo do tem-
po. Neste critério, os juros incidem somente sobre o capital inicial (PV) da operação, não se
registrando juros sobre o saldo dos juros acumulados. Na utilização da capitalização simples,
definimos os Juros (J) em função do valor presente (PV), da taxa de juro (i) e prazo (n):
14
8-

J = PV · i · n
41
12.

O valor futuro ou montante (FV) a ser pago então é dado pela soma do valor presente com
.4
41

o juro no período:
-3
s
co

FV = PV + J
ar
M

Substituindo J em FV temos:

FV = PV + J = PV + PV · i · n = PV · (1 + in)
FV = PV · (1 + in)

No caso do regime de capitalização simples, o cálculo dos juros é feito apenas sobre o
Principal. Neste caso os juros serão sempre constantes, pois são calculados sobre a mesma
base de cálculo (capital inicial ou Valor Presente). Assim, não há acúmulo de juros ao capital
para o cálculo dos novos juros dos períodos seguintes, por isso, dizemos que o crescimento
do capital é linear (Figura 20).
52
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Figura 20. Capitalização simples, com PV = R$2000,00 e i = 10% ao mês, por 10 meses.

Assim, para encontrar os resultados da Figura 20, utilizamos a fórmula do Montante (FV)
anterior e obtemos os valores mensais a serem pagos em cada mês à taxa de juros de 10%.

PV = 2000; i = 0,10; n = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}


FV = PV · (1 + in)
n = 0 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 0) = 2000 · 1 = 2000
n = 1 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 1) = 2000 · 1,1 = 2200
n = 2 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 2) = 2000 · 1,2 = 2400
n = 3 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 3) = 2000 · 1,3 = 2600
n = 4 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 4) = 2000 · 1,4 = 2800
n = 5 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 5) = 2000 · 1,5 = 3000
n = 6 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 6) = 2000 · 1,6 = 3200
n = 7 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 7) = 2000 · 1,7 = 3400
n = 8 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 8) = 2000 · 1,8 = 3600
14

n = 9 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 9) = 2000 · 1,9 = 3800


8-

n = 10 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 10) = 2000 · 2 = 4000


41
12.
.4

No juro simples o valor de incremento mensal referente à taxa de juro é constante, ou


41
-3

seja, mês a mês, o valor de aumento é o mesmo, basta fazer a diferença entre os montantes
s

de um mês com o anterior, FVj – FVj-1.


co

O regime de capitalização simples é muito utilizado por países com baixo índice de infla-
ar
M

ção. No entanto, em países com alto índice de inflação, a exemplo do Brasil, a sua utilização
só faz sentido para curto prazo.
CONTABILIDADE

JUROS COMPOSTO

O regime de juros compostos considera que os juros formados em cada período são acres-
cidos ao capital formando o montante (capital mais juros) do período. Este montante, por sua
vez, passará a render juros no período seguinte formando um novo montante (constituído do
capital inicial, dos juros acumulados e dos juros sobre os juros formados em períodos ante-
riores), e assim por diante.
53
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Na utilização da capitalização composta, devemos utilizar a seguinte fórmula para o valor
futuro:

FV = PV · (1 + i)n

1
Sendo (1 + i)n o fator de capitalização e o fator de atualização.
(1 + i)n
Neste caso, note que o crescimento da capitalização composta não é linear como na capita-
lização simples, como pode ser observado na Figura 21, o crescimento é exponencial.

Figura 21. Capitalização composta, com PV=R$2000,00 e i=10% ao mês, por 10 meses.

Assim, para encontrar os resultados da Figura 21, utilizamos a fórmula do Montante (FV)
anterior e obtemos os valores mensais a serem pagos em cada mês à taxa de juro de 10%, com
14

correção composta, ou seja, juro do tempo j em relação ao montante j – 1.


8-
41
2.

PV = 2000; i = 0,10; n = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}


1
.4

FV = PV · (1 + i)n
41
-3

n = 0 → FV = 2000 · (1 + 0,1)0 = 2000 · 1 = 2000


s
co

n = 1 → FV = 2000 · (1 + 0,1)1 = 2000 · 1,1 = 2200


ar

n = 2 → FV = 2000 · (1 + 0,1)2 = 2000 · 1,21 = 2420


M

n = 3 → FV = 2000 · (1 + 0,1)3 = 2000 · 1,331 = 2662


n = 4 → FV = 2000 · (1 + 0,1)4 = 2000 · 1,464 = 2928,2
n = 5 → FV = 2000 · (1 + 0,1)5 = 2000 · 1,6105 = 3221,02
n = 6 → FV = 2000 · (1 + 0,1)6 = 2000 · 1,7716 = 3543,122
n = 7 → FV = 2000 · (1 + 0,1)7 = 2000 · 1,9487 = 3897,434
n = 8 → FV = 2000 · (1 + 0,1)8 = 2000 · 2,1463 = 4287,178
n = 9 → FV = 2000 · (1 + 0,1)9 = 2000 · 2,3579 = 4715,895
n = 10 → FV = 2000 · (1 + 0,1)10 = 2000 · 2,5937 = 5187,485
54
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O regime de capitalização composta é amplamente adotado por todo mercado financeiro
e de capitais. Sua importância é fundamental para o entendimento de praticamente todas as
operações financeiras que são realizadas. Cabe destacar que, em comparação com o regime
de capitalização simples, para o primeiro período de capitalização indifere a escolha de juros
simples ou compostos, pois ambos os juros produzidos se igualam.

MONTANTE

Vejamos as fórmulas para o cálculo dos montantes de juros simples e de juros compostos.
Montante para juros simples:

M = FV = PV · (1 + in)

Montante para juros compostos:

M = FV = PV · (1 + i)n

HORA DE PRATICAR!
1. (VUNESP — 2022) Considere os dados a seguir, para responder à questão.
Uma companhia estatal portuária não dependente elaborou o seguinte balancete de verificação
contendo contas e saldos patrimoniais e de resultado para exercício findo de 2021, em milhares
de R$:

CONTAS SALDO (EM MILHARES DE R$)


Adiantamento para Futuro Aumento de Capi-
41.244,80
tal, patrimônio líquido
Aplicações Financeiras de liquidez imediata 100.000,00
14
8-

Bancos 113.597,50
41
2.

Caixa 10.000,00
1
.4

Capital Social 390.000,00


41
-3

Clientes, curto prazo 98.560,00


s
co

Clientes, longo prazo 20.000,00


ar
M

Custos dos Produtos e Serviços Prestados 74.257,28


Despesa Financeira 76.892,34
Despesas Administrativas 37.128,64
CONTABILIDADE

Direitos Contratuais - Outorgas de Terminais


198.067,50
Portuários, longo prazo
Encargos Sociais a Pagar, curto prazo 1.320,45
Imobilizado, líquido 528.180,00
Imposto de Renda e Contribuição Social
132.045,00
Diferidos
55
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CONTAS SALDO (EM MILHARES DE R$)
Intangível, líquido 120.000,00
Despesa com IR e CSLL 15.549,90
Outras Despesas Operacionais 7.980,00
Outras Receitas Operacionais 9.282,16
Prejuízo Acumulado 186.974,09
Provisão para 13º salário, curto prazo 19.806,75
Provisão para férias, curto prazo 13.204,50
Provisões Cíveis, curto prazo 215.670,00
Provisões Cíveis, longo prazo 413.675,00
Provisões Trabalhistas, curto prazo 14.567,00
Provisões Trabalhistas, longo prazo 90.456,00
Receita Diferida, longo prazo 250.885,50
Receita Financeira 47.067,89
Receita Líquida 185.643,20
Salários a pagar, curto prazo 26.409,00

O resultado do exercício totalizou, em milhares de R$:

a) 186.974,09.
b) 111.385,92.
c) 85.561,87.
d) 45.734,09.
e) 30.185,09.
14

2. (VUNESP — 2022) Com as informações a seguir, que foram extraídas do balancete de verifica-
8-
41

ção da empresa Coisa Certa Ltda., em 31 de dezembro de 2021, responda à questão.


12.
.4
41

BALANCETE CONTÁBIL EM 31.12.2021


-3

Descrição da conta contábil Reais


s
co

Lucros a destinar (12.500,00)


ar

Outras despesas operacionais 500,00


M

Receitas líquidas de vendas (249.000,00)


Bancos conta movimento 7.500,00
Adiantamento a fornecedores 5.000,00
Empréstimos e financiamentos (LP) (35.000,00)
Demais contas a receber 3.000,00
Fornecedores (20.000,00)
Empréstimos e financiamentos (20.000,00)
Estoques 30.000,00
Incentivos fiscais de LP 4.000,00
56
Investimentos 5.000,00
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BALANCETE CONTÁBIL EM 31.12.2021
Impostos a recolher (9.500,00)
Aplicações financeiras 25.000,00
IR e CSLL a pagar (5.500,00)
Contas a pagar de longo prazo (1.000,00)
Despesas administrativas, tributárias e gerais 28.000,00
Ativos intangíveis 7.500,00
Contingências trabalhistas de LP (11.500,00)
Ajuste de avaliação patrimonal (7.500,00)
Caixa 500,00
Custo dos produtos vendidos 175.000,00
Títulos a receber de LP 4.500,00
Despesas de vendas 12.000,00
Salários a pagar (6.000,00)
Capital (10.000,00)
Contas a receber de clientes 24.000,00
Imobilizado 60.000,00
Reservas de capital (5.000,00)
Despesas financeiras 2.750,00
Imposto de renda e contribuição social
10.250,00
correntes
Depreciação acumulada (12.000,00)

O Lucro antes do imposto de renda e da contribuição social, em reais, é:

a) 20.500.
b) 30.750.
c) 74.000.
14

d) 86.000.
8-
41

e) 249.000.
12.
.4

3. (VUNESP — 2022) Na Demonstração de Resultado do Exercício, deverão estar discriminados,


41
-3

entre outros:
s
co
ar

a) a receita líquida de vendas e o total de bens e direitos.


M

b) o lucro ou prejuízo operacional e o passivo circulante.


c) a receita líquida de vendas e o lucro ou prejuízo operacional.
d) a receita bruta de vendas, mas não a líquida.
CONTABILIDADE

e) as receitas com vendas, mas não as despesas.

4. (VUNESP — 2021) Considere os dados a seguir para responder à questão.

Uma entidade apresentou o seguinte balancete de verificação em 2020:

57
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R$
Ajuste de Avaliação Patrimonial 20.000,00
Amortização Acumulada 500,00
Aplicações Financeiras 300.000,00
Bancos 100.000,00
Caixa 20.000,00
Capital 407.700,00
CMV 256.000,00
Contas a Pagar 150.000,00
Contas a Receber – curto prazo 90.000,00
Depreciação Acumulada 25.000,00
Despesas gerais 135.000,00
Despesa com depreciação e amortização 5.250,00
Despesa com IR 173.213,00
Despesa com PECLD 300,00
Despesas com salários 189.000,00
Duplicatas Descontadas 250.000,00
Encargos Financeiros a apropriar 1.500,00
Estoques 130.000,00
Fornecedores 217.700,00
Ganho na valorização de propriedades 50.000,00
Investimentos em Coligadas 180.000,00
IR/CSLL a pagar 26.000,00
PECLD – curto prazo 2.300,00
Propriedades para investimento 450.000,00
Receita de Equivalência Patrimonial 45.000,00
Receita de Vendas 1.000.000,00
Reserva Legal 192.300,00
14

Salários a Pagar 230.000,00


8-
41

Softwares e Licenças 50.000,00


2.

Terrenos 100.000,00
1
.4
41

Veículos 100.000,00
-3
s
co

O Resultado Líquido da entidade em 2020 totalizou, em R$:


ar
M

a) 336.000,00.
b) 336.207,00.
c) 336.237,00.
d) 338.207,00.
e) 338.237,00.

58
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5. (VUNESP — 2021)

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO DO PERÍODO FINDO EM


REAIS
30.06.2021
Ativos e Passivos
Fornecedores 111.000,00
Despesas Antecipadas 30.000,00
Reserva Legal 20.000,00
Imobilizado 287.400,00
Contas a Pagar 98.000,00
Depreciação Acumulada 53.182,00
Caixa e Bancos 4.000,00
Capital Social 110.900,00
Lucros a Destinar 55.450,00
Empréstimos e Financiamentos 251.000,00
Duplicatas a Receber 215.724,00
Aplicações Financeiras 114.900,00
Resultado
Receitas Bruta de Vendas 750.000,00
Sobre a Movimentação dos Estoques no Período
Estoques iniciais – Saldos em 01.01.2021 195.000,00
Compras no Período 180.000,00
Estoques finais – Saldos em 30.06.2021 120.000,00
Despesas Comerciais e Com Vendas 136.700,00
14

Despesas Administrativas 75.840,00


8-
41

Demais Despesas 28.900,00


12.
.4
41

Informações adicionais a serem consideradas:


-3
s
co

Os impostos indiretos sobre a vendas correspondem a 20%. A taxa efetiva do IR e da CSLL é de


ar

30%. 29.
M

O lucro líquido, em reais, é de:


CONTABILIDADE

a) 63.532,00.
b) 72.492,00.
c) 75.450,00.
d) 79.654,00.
e) 80.584,00.

6. (VUNESP — 2021) Considere as informações fornecidas a seguir. Sobre as contas de resultado: 59


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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
� Receitas Bruta de Venda – R$ 400.000
� Impostos sobre vendas 20%.
� Despesas com salários – R$ 31.000.
� Despesas administrativas – R$ 12.000
� Despesas comerciais – R$ 35.000
� Despesas financeiras, líquidas R$ 7.000 Sobre a movimentação dos estoques:
� Estoques iniciais correspondem a R$ 130.000; Compras no período correspondem a R$ 50.000;
e Estoques finais correspondem a R$ 65.000. Sobre os impostos diretos:
� O Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o lucro líquido equivalem a 34%.

De acordo com os dados apresentados, o custo dos produtos vendidos do período e o lucro
líquido são, respectivamente, em Reais:

a) 115.000/79.200.
b) 50.000/122.100.
c) 65.000/79.200.
d) 85.000/99.000.
e) 115.000/66.000.

7. (VUNESP — 2021) Com base nos dados a seguir, responda à questão.

� Receitas sobre vendas de produtos e serviços - R$ 450.000,00.


� Impostos sobre vendas correspondem a 20%.
� Sobre a movimentação dos estoques no período:

� Estoques iniciais – R$ 250.000,00.


� Compras no período – R$ 125.000,00.
� Estoques finais – R$ 45.000,00.
14

� Despesas comerciais e com vendas – R$ 53.350,00.


8-
41

� Despesas operacionais – R$ 22.920,00.


2.

� Demais administrativas – R$ 14.550,00.


1
.4

� O imposto de renda (IR) e a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) equivalem a uma
41
-3

taxa efetiva de 34% sobre o lucro antes dos impostos sobre a renda.
s
co
ar

O resultado do período corresponde a


M

a) lucro de 269.180,00.
b) lucro de R$ 177.659,00.
c) prejuízo de 60.820,00.
d) prejuízo de 40.141,20.
e) prejuízo de 81.498,80.

8. (VUNESP — 2020) Assinale a alternativa correta.

60
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) A Demonstração do Resultado do Exercício realiza a confrontação das receitas com as despe-
sas do período.
b) As contas patrimoniais integram o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado do
Exercício e são encerradas ao fim de todo o exercício social.
c) As contas redutoras de ativo possuem natureza devedora e, por isso, diminuem o saldo do ativo
total.
d) Para o encerramento das contas de resultado utilizam -se partidas simples ao invés de partidas
dobradas.
e) Receitas antecipadas e receitas de vendas possuem o mesmo fato gerador de reconhecimento
e mensuração, ou seja, a entrega efetiva do produto ou serviço ao cliente.

9. (VUNESP — 2020) Utilize as informações do Balancete de Verificação a seguir, relativo ao exer-


cício encerrado em 31.12.2018, para responder a questão.

CONTAS SALDOS DEVEDORES SALDOS CREDORES


Disponível R$ 160.000,00
Recebíveis (CP) R$ 110.000,00
Perdas Estimadas em Recebíveis R$ 30.000,00
Estoques R$ 83.000,00
Despesas do Exercício Seguinte R$ 40.000,00
Fornecedores (CP) R$ 115.000,00
Impostos a Recolher (CP) R$ 76.500,00
Empréstimos a Longo Prazo R$ 140.000,00
Empréstimos a Coligadas R$ 50.000,00
Participação Societária – Cia. B R$ 100.000,00
Participação Societária – Cia. C R$ 80.000,00
Capital R$ 220.000,00
14
8-

Impostos a Recuperar (CP) R$ 8.200,00


41
2.

Imobilizado R$ 200.000,00
1
.4

Ativo Intangível R$ 150.000,00


41
-3

CSLL a Recolher R$ 11.500,00


s
co

IRPJ a Recolher R$ 19.200,00


ar
M

Depreciação Acumulada R$ 72.000,00


Reservas de Capital R$ 55.000,00
Reservas de Lucro R$ 95.000,00
CONTABILIDADE

Lucro Líquido do Exercício R$ 147.000,00


TOTAL R$ 981.200,00 R$ 981.200,00

Notas:

I. A sigla CP significa Curto Prazo.


II. As Participações Societárias em A e em C foram adquiridas com intenção de permanência. 61
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Na Demonstração de Resultado do Exercício, o valor do lucro da entidade, antes dos tributos
sobre a Renda, foi, em R$, igual a:

a) 177.700,00.
b) 162.350,00
c) 147.000,00.
d) 116.300,00.
e) 116.000,00.

10. (VUNESP — 2020) Considere as informações a seguir e responda a questão.

� Receitas líquidas de vendas: R$ 378.000,00.


� Impostos sobre vendas equivalem a 30%.
� Despesas com vendas: R$ 69.600,00.
� Despesas administrativas: R$ 51.600,00.
� Outras despesas operacionais: R$ 6.000,00.

� Para calcular o custo dos produtos vendidos, considerar a movimentação dos estoques, como
segue:

– Estoques iniciais – R$ 309.000,00.


– Compras no período – R$ 120.000,00.
– Estoques finais – R$ 318.000,00.

� O imposto de renda (IR) e a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) equivalem a uma
taxa efetiva de 30% sobre o lucro antes dos impostos sobre a renda.

Com base nos dados fornecidos, indique o lucro bruto, hipoteticamente, em 31.12.2019, da
14

Empresa, em Reais.
8-
41
2.

a) 264.600,00
1
.4

b) 267.000,00
41
-3

c) 288.000,00
s

d) 290.000,00
co

e) 305.500,00
ar
M

11. (VUNESP — 2020) Considere as informações a seguir e responda a questão.

� Receitas líquidas de vendas: R$ 378.000,00.


� Impostos sobre vendas equivalem a 30%.
� Despesas com vendas: R$ 69.600,00.
� Despesas administrativas: R$ 51.600,00.
� Outras despesas operacionais: R$ 6.000,00.

62
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
� Para calcular o custo dos produtos vendidos, considerar a movimentação dos estoques, como
segue:

– Estoques iniciais – R$ 309.000,00.


– Compras no período – R$ 120.000,00.
– Estoques finais – R$ 318.000,00.

� O imposto de renda (IR) e a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) equivalem a uma
taxa efetiva de 30% sobre o lucro antes dos impostos sobre a renda.

Assinale a alternativa que contenha o valor, em Reais, da despesa de IR e da CSLL calculados


de acordo com o enuniado.

a) Não há impacto do IR e CSLL.


b) 7.920,00
c) 35.400,00
d) 41.940,00
e) 44.350,00

12. (VUNESP — 2020)

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO EM R$
Bancos 50.000,00
Bens imóveis 150.000,00
Bens móveis 80.000,00
Caixa 10.000,00
Capital Social 460.000,00
14

Clientes a receber 56.000,00


8-
41

Custo da mercadoria vendida 120.000,00


12.

Depreciação acumulada 14.600,00


.4
41

Despesa com depreciação 4.600,00


-3
s

Despesa com PECLD 4.000,00


co
ar

Despesas administrativas 30.000,00


M

Despesas com impostos 9.000,00


Despesas com salários 50.000,00
CONTABILIDADE

Despesas financeiras 1.500,00


Duplicatas descontadas 15.000,00
Encargos financeiros a apropriar 850,00
Estoques 90.000,00
Fornecedores 230.000,00
ICMS sobre o faturamento 45.000,00
63
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BALANCETE DE VERIFICAÇÃO EM R$
Impostos federais a pagar 9.450,00
Instrumentos financeiros ativos 100.000,00
Licenças de software 60.000,00
Perda estimada de crédito de liquidação duvi- 3.400,00
dosa (PECLD) ativo
Propriedades para investimento 300.000,00
Provisões trabalhistas 68.600,00
Receita bruta 300.000,00
Receita financeira 2.000,00
Reservas de lucro 98.000,00
Salários a pagar 47.800,00
Terrenos 50.000,00

O resultado líquido do período totalizou, em R$:

a) 37.500,00.
b) 37.650,00.
c) 37.900,00.
d) 38.500,00.
e) 39.150,00

13. (VUNESP — 2020) Uma entidade comercial apresentou as seguintes informações:

EM R$
Estoque Inicial 10.000,00
14
8-

Estoque Final 20.000,00


41
2.

Saldo Inicial de Fornecedores 50.000,00


1
.4

Saldo Final de Fornecedores 60.000,00


41
-3

Compras 90.000,00
s
co
ar

O custo da mercadoria vendida no período totalizou, em R$:


M

a) 50.000,00.
b) 55.000,00.
c) 60.000,00.
d) 80.000,00.
e) 90.000,00.

14. (VUNESP — 2022) Os dados a seguir devem ser utilizados para responder à questão.

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Em 31.12.2020, o patrimônio líquido contábil de uma sociedade anônima tinha a seguinte
configuração:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO EM 31.12.2020 (EM MILHARES DE R$)


Capital Subscrito 1.500.000,00
Capital a Integralizar (200.000,00)
Ágio na emissão de ações 800.000,00
Reserva Legal 150.000,00
Reserva Estatutária 30.000,00
Total 2.280.000,00

Adicionalmente, foram retiradas do Estatuto Social da Companhia as seguintes informações:

� o valor nominal das referidas ações é de R$ 10,00.


� a Reserva Estatutária foi aprovada na última Assembleia de Acionistas e tem como finalidade
a compra de equipamentos modernos para dragagem de rios. Dessa forma, ficou estabelecido
que 10% do lucro a destinar de cada período seria destinado a essa reserva, até que ela atinja o
limite de R$ 300.000,00.
� em novembro de 2021, foram emitidas 15 000 novas ações pelo valor de R$ 35,00 em dinheiro.
� o lucro líquido do período totalizou R$ 3.000.000,00.

Considerando as informações disponibilizadas e os dispositivos da Lei no 6.404/76, no exercí-


cio de 2021, a entidade poderá constituir reserva legal até o valor de

a) 0,00.
b) 140.000,00.
c) 150.000,00.
14

d) 290.000,00.
8-
41

e) 300.000,00.
12.
.4
41

15. (VUNESP — 2022) Os dados a seguir devem ser utilizados para responder à questão.
-3
s
co

Em 31.12.2020, o patrimônio líquido contábil de uma sociedade anônima tinha a seguinte


ar

configuração:
M

PATRIMÔNIO LÍQUIDO EM 31.12.2020 (EM MILHARES DE R$)


CONTABILIDADE

Capital Subscrito 1.500.000,00


Capital a Integralizar (200.000,00)
Ágio na emissão de ações 800.000,00
Reserva Legal 150.000,00
Reserva Estatutária 30.000,00
Total 2.280.000,00
65
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Adicionalmente, foram retiradas do Estatuto Social da Companhia as seguintes informações:

� o valor nominal das referidas ações é de R$ 10,00.


� a Reserva Estatutária foi aprovada na última Assembleia de Acionistas e tem como finalidade
a compra de equipamentos modernos para dragagem de rios. Dessa forma, ficou estabelecido
que 10% do lucro a destinar de cada período seria destinado a essa reserva, até que ela atinja o
limite de R$ 300.000,00.
� em novembro de 2021, foram emitidas 15 000 novas ações pelo valor de R$ 35,00 em dinheiro.
� o lucro líquido do período totalizou R$ 3.000.000,00.

Em 2021, a entidade constituirá reserva estatutária no valor de R$:

a) 30.000,00.
b) 270.000,00.
c) 285.000,00.
d) 286.000,00.
e) 300.000,00.

16. (VUNESP — 2021) Assinale a alternativa que contém, em reais, o limite máximo, conforme legis-
lação societária, para constituição da reserva legal, considerando uma empresa que apresenta
um capital social totalmente integralizado de R$ 15.000.000,00.

a) 750.000,00
b) 1.500.000,00
c) 2.250.000,00
d) 3.000.000,00
e) 3.750.000,00
14

17. (VUNESP — 2021) Em uma empresa cujo capital social é de R$ 100.000,00, o valor limite da
8-

reserva legal, em reais, será de


41
12.
.4

a) 5.000,00.
41

b) 10.000,00.
-3
s

c) 15.000,00.
co

d) 20.000,00.
ar
M

e) 25.000,00.

18. (VUNESP — 2020) Uma entidade apresentou hipoteticamente as seguintes informações em


31/12/2018:

REAIS
Capital social 200.000,00
Reserva de capital –
Ágio na subscrição de ações 15.000,00
66
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REAIS
Reserva estatutária 25.000,00
Reserva legal 35.000,00
Reserva por retenção de lucros 50.000,00
Ajuste de avaliação patrimonial 150.000,00
Lucro líquido do exercício 240.000,00

Nesse caso, no encerramento do exercício de 2018, a empresa, no que tange à reserva legal,

a) procederá, de acordo com as normas contábeis legais vigentes, na constituição do valor de R$


5.000,00.
b) procederá, de acordo com as normas contábeis legais vigentes, na constituição do valor de R$
12.000,00.
c) procederá, de acordo com as normas contábeis legais vigentes, na constituição do valor de R$
20.000,00.
d) procederá, de acordo com as normas contábeis legais vigentes, na constituição do valor de R$
40.000,00.
e) deixará de constituir a reserva legal, conforme prerrogativa da Lei nº 6.404/76, art. 193.

19. (VUNESP — 2020) Assinale a alternativa que apresenta corretamente um exemplo de reserva de
capital.

a) Alienação de bônus de subscrição.


b) Gasto na emissão de ações.
c) Reserva de reavaliação.
d) Reserva estatutária.
e) Reserva legal.
14
8-
41

20. (VUNESP — 2020) Enquanto não computadas no resultado do exercício, em obediência ao


2.

regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a


1
.4
41

elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de mercado, serão


-3

consideradas
s
co
ar

a) como contas redutoras de ativos e passivos.


M

b) resultado abrangente no resultado.


c) ajustes de avaliação patrimonial no patrimônio líquido.
d) ajustes de resultado abrangente no patrimônio líquido.
CONTABILIDADE

e) outros resultados abrangentes.

67
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9 GABARITO

1 E

2 B

3 C

4 C

5 B

6 A

7 C

8 A

9 A

10 B

11 D

12 C

13 D

14 B

15 B

16 D

17 D

18 A

19 A

20 C

ANOTAÇÕES
14
8-
41
12.
.4
41
-3
s
co
ar
M

68
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