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O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcos - 341.412.418-14, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
PC-SP
Polícia Civil de São Paulo
Língua Portuguesa
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PIRATARIA
É CRIME!
Todos os direitos autorais deste material são reservados e
protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial
ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por
escrito da Nova Concursos.
com pena de até um ano de prisão, além de multa (art. 180 do CP).
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LÍNGUA PORTUGUESA.......................................................................................................5
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO
LITERÁRIOS).......................................................................................................................................... 5
SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS............................................................................................................... 10
PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 11
CLASSES DE PALAVRAS.................................................................................................................... 17
COLOCAÇÃO PRONOMINAL.............................................................................................................. 73
CRASE.................................................................................................................................................. 74
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LÍNGUA PORTUGUESA
claro neste material, ainda que existam relações de sinonímia entre palavras do nosso voca-
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bulário, a opção do autor por um termo ao invés de outro reflete um sentido que deve ser
2.
interpretado no texto, uma vez que a interpretação realiza ligações com o texto a partir das
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uma palavra ou uma expressão, e apresenta mais relações semânticas e sintáticas. A com-
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das palavras e, por isso, envolve uma forte ligação com a semântica.
LÍNGUA PORTUGUESA
Sabendo disso, é importante separarmos os conteúdos que tenham mais apelo interpre-
tativo ou compreensivo.
Esses assuntos completam o estudo basilar de semântica com foco em provas e concur-
sos, sempre de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos você a estudar com afinco e
dedicação, sem esquecer de praticar seus conhecimentos realizando a seleção de exercícios
finais, selecionados especialmente para que este material cumpra o propósito de alcançar
sua aprovação.
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INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO
A inferência é uma relação de sentido conhecida desde a Grécia Antiga e que embasa as
teorias sobre interpretação de texto.
Dica
Interpretar é buscar ideias e pistas do autor do texto nas linhas apresentadas.
Apesar de parecer algo subjetivo, existem “regras” para se buscar essas pistas.
A primeira e mais importante delas é identificar a orientação do pensamento do autor
do texto, que fica perceptível quando identificamos como o raciocínio dele foi exposto, se de
maneira mais racional, a partir da análise de dados, informações com fontes confiáveis ou se
de maneira mais empirista, partindo dos efeitos, das consequências, a fim de se identificar
as causas.
Por isso, é preciso compreender como podemos interpretar um texto mediante estratégias
de leitura. Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema, que é intrigante e de gran-
de profundidade acadêmica; neste material, selecionamos as estratégias mais eficazes que
podem contribuir para sua aprovação em seleções que avaliam a competência leitora dos
candidatos.
A partir disso, apresentamos estratégias de leitura que focam nas formas de inferência
sobre um texto. Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre o processo de infe-
rência, que se dá por dedução ou por indução. Para entender melhor, veja esse exemplo:
O marido da minha chefe parou de beber.
Observe que é possível inferir várias informações a partir dessa frase. A primeira é que a
chefe do enunciador é casada (informação comprovada pela expressão “marido”), a segunda
é que o enunciador está trabalhando (informação comprovada pela expressão “minha che-
fe”) e a terceira é que o marido da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada pela
expressão “parou de beber”). Note que há pistas contextuais do próprio texto que induzem o
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por indução, partem de uma certeza prévia para a concepção de uma interpretação, construí-
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da pelas pistas oferecidas no texto junto da articulação com as informações acessadas pelo
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leitor do texto.
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processos:
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INFERÊNCIA
INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no
tempo em que estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar.
São em geral de uma lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, só capa-
zes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, curvados aos fortes e às
ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados por concei-
tos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. (BARRETO, 2010, p. 21)
PROCURE A propriedade vocabular leva o cérebro a aproximar as palavras que têm maior
SINÔNIMOS associação com o tema do texto
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A DEDUÇÃO
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A leitura de um texto envolve a análise de diversos aspectos que o autor pode colocar
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Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo temas, e ao testá-las ele estará depreendendo
o tema; ele estará também postulando uma possível estrutura textual; na predição ele estará
ativando seu conhecimento prévio, e na testagem ele estará enriquecendo, refinando, checan-
do esse conhecimento. (KLEIMAN, 2016, p. 47) 7
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Fique atento a essa informação, pois é uma das primeiras estratégias de leitura para uma
boa interpretação textual: formular hipóteses, a partir da macroestrutura textual; ou seja,
antes da leitura inicial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual ao qual o texto per-
tence, a fonte da leitura, o ano, entre outras informações que podem vir como “acessórios”
do texto e, então, formular hipóteses sobre a leitura que deverá se seguir. Uma outra dica
importante é ler as questões da prova antes de ler o texto, pois, assim, suas hipóteses já esta-
rão agindo conforme um objetivo mais definido.
O processo de interpretação por estratégias de dedução envolve a articulação de três tipos
de conhecimento:
z Conhecimento Linguístico;
z Conhecimento Textual;
z Conhecimento de Mundo.
Conhecimento Linguístico
rio e regras da língua, chegando até o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
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é o texto a seguir:
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Conhecimento Textual
Conhecimento de Mundo
O uso dos conhecimentos prévios é fundamental para a boa interpretação textual, por
isso, é sempre importante que o candidato a cargos públicos reserve um tempo para ampliar
sua biblioteca e buscar fontes de informações fidedignas, para, dessa forma, aumentar seu
conhecimento de mundo.
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso conhecimento de mundo que é rele-
vante para a compreensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso cérebro associar
informações, a fim de compreender o novo texto que está em processo de interpretação.
A esse respeito, a autora propõe o seguinte exercício para atestarmos a importância da
ativação do conhecimento de mundo em um processo de interpretação. Leia o texto a seguir
e faça o que se pede:
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Como gemas para financiá-lo, nosso herói desafiou valentemente todos os risos desdenhosos
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que tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enganam” disse ele, “um ovo e não uma
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2.
mesa tipificam corretamente esse planeta inexplorado.” Então as três irmãs fortes e resolutas
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saíram à procura de provas, abrindo caminho, às vezes através de imensidões tranquilas, mas
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Antonímia
A relação de sentido estabelecida na tirinha é construída a partir dos sentidos opostos das
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CONOTAÇÃO
PONTUAÇÃO
Um tópico que gera dúvidas é a pontuação. Veremos a seguir as regras sobre seus usos.
USO DE VÍRGULA
A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três funções básicas: marcar as pausas e as
inflexões da voz na leitura; enfatizar e/ou separar expressões e orações; e esclarecer o signi-
ficado da frase, afastando qualquer ambiguidade.
Quando se trata de separar termos de uma mesma oração, deve-se usar a vírgula nos
seguintes casos:
Ex.: Pontes, edifícios, caminhões, árvores... tudo foi arrastado pelo tsunami;
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� Para indicar a elipse (omissão de uma palavra que já apareceu na frase) do verbo
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A vírgula também é facultativa quando o termo que exprime ideia de tempo, modo e lugar
não for uma locução adverbial, mas um advérbio. Exemplos:
Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar.
Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço em casa.
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Ontem choveu o esperado para o mês todo. / Ontem, choveu o esperado para o mês todo.
o Procurador-Geral da República;
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DOIS-PONTOS
Marcam uma supressão de voz em frase que ainda não foi concluída. Servem para:
TRAVESSÃO
PARÊNTESES
Têm função semelhante à dos travessões e das vírgulas no sentido que colocam em relevo
certos termos, expressões ou orações.
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Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca) vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
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Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos jantar. (oração intercalada)
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PONTO-FINAL
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Dica
Símbolos do sistema métrico decimal e elementos químicos não vêm com ponto final:
Exemplos: km, m, cm, He, K, C
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PONTO DE INTERROGAÇÃO
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
RETICÊNCIAS
― Pode dizer...
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Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois desceu as escadas apressadamente. (Tam-
co
bém pode ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois desceu as escadas
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apressadamente.)
� Para sugerir prolongamento da fala:
Ex.: ― O que vocês vão fazer nas férias?
― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar...
� Para indicar hesitação:
Ex.: ― Eu não a beijava porque... porque... tinha vergonha.
� Para realçar uma palavra ou expressão, normalmente com outras intenções:
Ex.: ― Ela é linda...! Você nem sabe como...!
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USO DAS ASPAS
São usadas em citações ou em algum termo que precisa ser destacado no texto. Podem ser
substituídas por itálico ou negrito, que têm a mesma função de destaque.
Usam-se nos seguintes casos:
COLCHETES
Representam uma variante dos parênteses, porém têm uso mais restrito.
Usam-se nos seguintes casos:
Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro alugado.” (Machado de Assis);
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Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois desceu as escadas apressadamente.
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Na hora em que entrou no quarto [...] e depois desceu as escadas apressadamente. (caso
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LÍNGUA PORTUGUESA
ASTERISCO
� É colocado à direita e no canto superior de uma palavra do trecho para se fazer uma cita-
ção ou comentário qualquer sobre o termo em uma nota de rodapé:
Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo triste acrescido do sufixo -eza*.
*-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjetivo, o que origina um novo substantivo;
� Quando repetido três vezes, indica uma omissão ou lacuna em um texto, principalmente
em substituição a um substantivo próprio:
Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encaminhado aos responsáveis;
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� Quando colocado antes e no alto da palavra, representa o vocábulo como uma forma hipo-
tética, isto é, cuja existência é provável, mas não comprovada:
Ex.: Parecer, do latim *parescere;
� Antes de uma frase para indicar que ela é agramatical, ou seja, uma frase que não respeita
as regras da gramática.
* Edifício elaborou projeto o engenheiro.
USO DA BARRA
� Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser substituída pela conjunção “ou”:
Ex.: Poderemos optar por: carne/peixe/dieta.
Poderemos optar por: carne, peixe ou dieta;
� Para indicar inclusão, quando utilizada na separação das conjunções e/ou.
Ex.: Os alunos poderão apresentar trabalhos orais e/ou escritos;
� Para indicar itens que possuem algum tipo de relação entre si.
Ex.: A palavra será classificada quanto ao número (plural/singular).
O carro atingiu os 220 km/h;
� Para separar os versos de poesias, quando escritos seguidamente na mesma linha. São
utilizadas duas barras para indicar a separação das estrofes.
Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que passa perto,/meu peito é puro deserto./
Subo monte, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noite./Mas a estrela é minha.”
Cecília Meireles;
� Na escrita abreviada, para indicar que a palavra não foi escrita na sua totalidade:
Ex.: a/c = aos cuidados de;
s/ = sem;
� Para separar o numerador do denominador nos números fracionários, substituindo a bar-
ra da fração:
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8-
� Nas datas:
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Ex.: 31/03/1983
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� Nos endereços:
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Embora não existam regras muito definidas sobre a existência de espaços antes e depois
da barra oblíqua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singular, masculino/feminino,
sinônimo/antônimo.
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CLASSES DE PALAVRAS
SUBSTANTIVO, ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO E
CONJUNÇÃO: EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES QUE ESTABELECEM
A palavra morfologia refere-se ao estudo das formas. Por isso, o termo é utilizado por lin-
guistas e também por médicos, que estudam as formas dos órgãos e suas funções.
Analogamente, para compreender bem as funções de uma forma, seja ela uma palavra,
seja um órgão, precisamos conhecer como essa forma se classifica e como se organiza.
Por isso, em língua portuguesa, estudamos as formas das palavras na morfologia, que
organiza as classes das palavras em dez categorias. A seguir, estudaremos detalhadamente
cada uma delas e também veremos um “bônus” para seus estudos: as palavras denotativas,
atualmente, muito cobradas por bancas exigentes.
ARTIGOS
Os artigos devem concordar em gênero e número com os substantivos. São, por isso, con-
siderados determinantes dos substantivos.
Essa classe está dividida em artigos definidos e artigos indefinidos. Os definidos funcio-
nam como determinantes objetivos, individualizando a palavra, já os indefinidos funcionam
como determinantes imprecisos.
O artigo definido — o — e o artigo indefinido — um —variam em gênero e número, tor-
nando-se “os, a, as”, para os definidos, e “uns, uma, umas”, para os indefinidos. Assim, temos:
z em + a = na;
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z a + o = ao;
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z a + a = à;
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z de + a = da.
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Dica
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Toda palavra determinada por um artigo torna-se um substantivo. Ex.: O não, o porquê, o
cuidar etc.
NUMERAIS
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z Cardinais: indicam quantidade em si. Ex.: Dois potes de sorvete; zero coisas a comprar;
ambos os meninos eram bons em português;
z Ordinais: indicam a ordem de sucessão de uma série. Ex.: Foi o segundo colocado do con-
curso; chegou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar;
z Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual determinada quantidade é multi-
plicada. Ex.: Ele ganha o triplo no novo emprego;
z Fracionários: indicam frações, divisões ou diminuições proporcionais em quantidade. Ex.:
Tomou um terço de vinho; o copo estava meio cheio; ele recebeu metade do pagamento.
Na primeira frase, podemos substituir o termo um por uma, realizando as devidas alte-
rações sintáticas, e o sentido será mantido, pois o que se pretende defender é que a espécie
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do indivíduo que se posicionou contra o projeto é um deputado e não uma deputada, por
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exemplo.
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2.
pois o que se pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por UM deputado, marcando a
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quantidade.
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Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos atentos com a aparição das expressões
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adverbiais, o que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral.
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z A forma 14 por extenso apresenta duas formas aceitas pela norma gramatical: catorze e
quatorze.
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SUBSTANTIVOS
Tipos de Substantivos
Flexão de Gênero
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Porém, alguns deles admitem apenas uma forma para os dois gêneros. São, por isso, cha-
co
LÍNGUA PORTUGUESA
Gênero e Significação
Alguns substantivos uniformes podem aparecer com marcação de gênero diferente, oca-
sionando uma modificação no sentido. Veja, por exemplo:
Algumas formas que não apresentam, necessariamente, relação com o gênero, são admi-
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Flexão de Número
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Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem plural com o acréscimo do -s ou pelo
acréscimo de -es. Ex.: capelães, capitães, escrivães.
Contudo, há substantivos que admitem até três formas de plural, como os seguintes:
Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas que terminam em -ão o acréscimo do -s.
Ex.: órgão / órgãos; órfão / órfãos.
Os substantivos compostos são aqueles formados por justaposição. O plural dessas formas
obedece às seguintes regras:
verbo + advérbio
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Variação de Grau
LÍNGUA PORTUGUESA
A flexão de grau dos substantivos exprime a variação de tamanho dos seres, indicando um
aumento ou uma diminuição.
O novo acordo ortográfico estabelece novas regras para o uso de substantivos próprios,
exigindo o uso da inicial maiúscula.
Dessa forma, devemos usar com letra maiúscula as inicias das palavras que designam:
quando utilizados indicando uma direção, devem ser escritos com minúsculas. Ex.: Correu
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z Siglas, símbolos ou abreviaturas. Ex.: ONU, INSS, Unesco, Sr., S (Sul), K (Potássio).
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Atente-se: Em palavras com hífen, pode-se optar pelo uso de maiúsculas ou minúsculas.
s
é preciso manter a mesma forma em todo o texto. Já nomes próprios compostos por hífen
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ADJETIVOS
É importante destacar que, mais do que “decorar” formas adjetivas e suas respectivas
locuções, é fundamental reconhecer as principais características de uma locução adjetiva:
caracterizar o substantivo e apresentar valor de posse.
Ex.: Viu o crime pela abertura da porta;
A abertura de conta pode ser realizada on-line.
Quando a locução adjetiva é composta pela preposição “de”, pode ser confundida com a
locução adverbial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importante perceber que a locução adje-
tiva apresenta valor de posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para ver “o crime”,
indicado na frase, foi pela abertura da porta. Além disso, a locução destacada está caracteri-
zando o substantivo “abertura”.
Já na segunda frase, a locução destacada é adverbial, pois quem sofre a “ação” de ser
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aberta é a “conta”, o que indica o valor de passividade da locução, demonstrando seu caráter
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adverbial.
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Adjetivo de Relação
Variação de Grau
O adjetivo pode variar em dois graus: comparativo ou superlativo. Cada um deles apre-
senta suas respectivas categorias.
adjetivo).
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z Primitivos: adjetivos que não derivam de outras palavras. A partir deles, é possível for-
mar novos termos. Ex.: Útil, forte, bom, triste, mau etc.;
z Derivados: são palavras que derivam de verbos ou substantivos. Ex.: Bondade, lealdade,
mulherengo etc.;
z Simples: apresentam um único radical. Ex.: Português, escuro, honesto etc.;
z Compostos: formados a partir da união de dois ou mais radicais. Ex.: Verde-escuro, luso-
-brasileiro, amarelo-ouro etc.
Dica
O plural dos adjetivos simples é realizado da mesma forma que o plural dos substantivos.
z Invariável:
Adjetivos Pátrios
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LÍNGUA PORTUGUESA
z Curiosidade: o adjetivo pátrio “brasileiro” é formado com o sufixo -eiro, que é costumei-
ramente usado para designar profissões. O gentílico que designa nossa nacionalidade teve
origem com as pessoas que comercializavam o pau-brasil; esse ofício dava-lhes a alcunha
de “brasileiros”, termo que passou a indicar os nascidos em nosso país.
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Veja a seguir alguns dos adjetivos pátrios de nosso país:
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ADVÉRBIOS
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Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, adjetivo ou outro advér-
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bio. Em alguns casos, os advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando
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circunstância.
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As gramáticas da língua portuguesa apresentam listas extensas com as funções dos advér-
bios. Porém, decorar as funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado
esperado na resolução de questões de concurso.
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas aos advér-
bios para, a partir delas, conseguir interpretar a função exercida nos enunciados das ques-
tões que tratem dessa classe de palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo
advérbio:
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z Dúvida: talvez, caso, porventura, quiçá etc.;
z Intensidade: bastante, bem, mais, pouco etc.;
z Lugar: ali, aqui, atrás, lá etc.;
z Tempo: jamais, nunca, agora etc.;
z Modo: assim, depressa, devagar etc.
Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração.
Como dissemos, essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio, por
isso, para identificar com mais propriedade a função denotada pelos advérbios, é preciso
perguntar: Como? Onde? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locu-
ções adverbiais ou orações adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:
z O homem morreu... de fome (causa) com sua família (companhia) em casa (lugar) enver-
gonhado (modo);
z A criança comeu... demais (intensidade) ontem (tempo) com garfo e faca (instrumento)
às claras (modo).
Locuções Adverbiais
Conjunto de duas ou mais palavras que pode desempenhar a função de advérbio, alteran-
do o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio.
A maioria das locuções adverbiais é formada por uma preposição e um substantivo. Há
também as que são formadas por preposição + adjetivos ou advérbios. Veja alguns exemplos:
z Preposição + substantivo: de novo. Ex.: Você poderia me explicar de novo? (de novo =
novamente);
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z Preposição + adjetivo: em breve. Ex.: Em breve, o filme estará em cartaz (em breve =
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brevemente);
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2.
z Preposição + advérbio: por ali. Ex.: Acho que ele foi por ali.
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As locuções adverbiais são bem semelhantes às locuções adjetivas. É importante saber que
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Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passivida-
LÍNGUA PORTUGUESA
de, ou seja, se invertemos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá
seu sentido. Veja:
Ex.: Colapso foi ameaçado.
Essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destacada
anteriormente é adverbial.
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”,
o termo destacado não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo
com essa função:
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Nação foi característica*. Essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portugue-
sa, que não admite voz passiva em termos com função de posse (caso das locuções adjeti-
vas). Isso torna tal estrutura agramatical; por isso, inserimos um asterisco para indicar essa
característica.
Dica
Locuções adverbiais apresentam valor passivo
Locuções adjetivas apresentam valor de posse
Com essas dicas, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em ques-
tões. Buscamos desenvolver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu tempo
decorando listas de locuções adverbiais. Lembre-se: o sentido está no texto.
Advérbios Interrogativos
Grau do Advérbio
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Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e
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superlativo.
12.
IGUALDA-
NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE
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Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio
verbal.
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ABSOLUTO ABSOLUTO
NORMAL RELATIVO
SINTÉTICO ANALÍTICO
Inferioridade
Bem Otimamente Muito bem
-
GRAU SU- Superioridade
Mal Pessimamente Muito mal
PERLATIVO -
Superioridade: o
Muito Muitíssimo -
mais
Superioridade: o
Pouco Pouquíssimo -
menos
Advérbios e Adjetivos
O adjetivo é uma classe de palavras variável. Porém, quando se refere a um verbo, ele fica
invariável, confundindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é a classe da palavra, basta tentar colocá-la no femi-
nino ou no plural; caso a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
Ex.: O homem respondeu feliz à esposa.
Os homens responderam felizes às esposas.
Como “feliz” aceitou a flexão para o plural, trata-se de um adjetivo.
Agora, acompanhe o seguinte exemplo:
Ex.: A cerveja que desce redondo.
As cervejas que descem redondo.
Nesse caso, como a palavra continua invariável, trata-se de um advérbio.
Palavras Denotativas
São termos que apresentam semelhança com os advérbios; em alguns casos, são até clas-
sificados como tal, mas não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
14
8-
LÍNGUA PORTUGUESA
Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente for-
madas pela forma ser + que (é que). A principal característica dessas palavras é que elas
podem ser retiradas sem causar prejuízo sintático ou semântico à frase.
Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.
29
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Algumas Observações Interessantes
z O adjunto adverbial sempre deve vir posicionado após o verbo ou complemento verbal.
Caso venha deslocado, em geral, separamos por vírgulas. Ex.: Na reunião de ontem, o
pedido foi aprovado (O pedido foi aprovado na reunião de ontem);
z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último ele-
mento recebe a terminação destacada. Ex.: A questão precisa ser pensada política e
socialmente.
PRONOMES
Pronomes Pessoais
PRONOMES DO CASO
PESSOAS PRONOMES DO CASO RETO
OBLÍQUO
1ª pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2ª pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
14
8-
o, a, lhe
1 2.
z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: o, a, os, as, me, te, se, nos, vos.
Ex.: Informei-o sobre todas as questões;
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – comple-
30
mentados por preposição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele).
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Lembre-se de que todos os pronomes pessoais são pronomes substantivos.
Além disso, é importante saber que “eu” e “tu” não podem ser regidos por preposição e
que os pronomes “ele(s)”, “ela(s)”, “nós” e “vós” podem ser retos ou oblíquos, dependendo da
função que exercem.
Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição e costumam ter função de
complemento:
Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em
“mate ele”. Contudo, o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do
caso reto como complemento verbal, desde que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”,
“apenas” ou “numeral”.
Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei apenas ela na festa.
Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade, devemos usar os pronomes
oblíquos tônicos.
Ex.: Entre mim e ele não há segredos.
Pronomes de Tratamento
Os pronomes de tratamento são formas que expressam uma hierarquia social institucio-
nalizada linguisticamente. As formas de pronomes de tratamento apresentam algumas pecu-
liaridades importantes:
z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo à 2ª pessoa). Apesar disso, os verbos rela-
cionados a esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa do singular.
14
noite.
41
-3
partir das formas usadas, podemos reconhecer o nível de discurso e o tipo de poder instituí-
ar
M
Por isso, alguns pronomes de tratamento só devem ser utilizados em contextos cujos inter-
locutores sejam reconhecidos socialmente por suas funções, como juízes, reis, clérigos, entre
outras.
Dessa forma, apresentamos alguns pronomes de tratamento, seguidos de sua abreviatura
e das funções sociais que designam:
z Vossa Alteza (V. A.): príncipes, duques, arquiduques e seus respectivos femininos;
z Vossa Eminência (V. Ema.): cardeais;
31
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z Vossa Excelência (V. Exa.): autoridades do governo e das Forças Armadas membros do
alto escalão;
z Vossa Majestade (V. M.): reis, imperadores e seus respectivos femininos;
z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): sacerdotes;
z Vossa Senhoria (V. Sa.): funcionários públicos graduados, oficiais até o posto de coronel,
tratamento cerimonioso a comerciantes importantes;
z Vossa Santidade (V. S.): papa;
z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.): bispos.
z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tratamento é importante destacar que o plural
de algumas abreviaturas é feito com letras dobradas, como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA.
Porém, na maioria das abreviaturas terminadas com a letra a, o plural é feito com o acrés-
cimo do s: V. Exa. / V. Exas.; V. Ema. / V.Emas.;
z O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meritíssimo Juiz;
z O tratamento dispensado ao Presidente da República nunca deve ser abreviado.
Pronomes Indefinidos
Os pronomes indefinidos indicam quantidade de maneira vaga e sempre devem ser utili-
zados na 3ª pessoa do discurso. Os pronomes indefinidos podem variar e podem ser invariá-
veis. Observe a seguinte tabela:
PRONOMES INDEFINIDOS1
14
8-
Variáveis Invariáveis
41
Pronomes Demonstrativos
Ex.: Esta semana começarei a dieta. Neste mês, pagarei a última prestação da casa.
41
Ex.: Encontrei Joana e Carla no shopping; esta procurava um presente para o marido (o
s
co
LÍNGUA PORTUGUESA
Este artigo científico pretende analisar... (o pronome “este” refere-se ao próprio texto).
Usamos esse, essa, isso para indicar:
Dica
O pronome “mesmo” não pode ser usado em função demonstrativa referencial. Veja:
Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo esqueceu de preencher o gabarito.
Correto: O candidato fez a prova, porém esqueceu de preencher o gabarito.
Pronomes Relativos
Uma das classes de pronomes mais complexas, os pronomes relativos têm função muito
importante na língua, refletida em assuntos de grande relevância em concursos, como a aná-
lise sintática. Dessa forma, é essencial conhecer adequadamente a função desses elementos,
a fim de saber utilizá-los corretamente.
Os pronomes relativos referem-se a um substantivo ou a um pronome substantivo men-
cionado anteriormente. A esse nome (substantivo ou pronome mencionado anteriormente)
14
chamamos de antecedente.
8-
z Variáveis: O qual, os quais, cujo, cujos, quanto, quantos / A qual, as quais, cuja, cujas,
41
-3
quanta, quantas;
s
z Emprego do pronome relativo que: pode ser associado a pessoas, coisas ou objetos.
ar
M
Ex.: Encontrei o homem que desapareceu. O cachorro que estava doente morreu. A caneta
que emprestei nunca recebi de volta;
� Em alguns casos, há a omissão do antecedente do relativo “que”.
Ex.: Não teve que dizer (não teve nada que dizer);
� Emprego do relativo quem: seu antecedente deve ser uma pessoa ou objeto personificado.
Ex.: Fomos nós quem fizemos o bolo;
� O pronome relativo quem pode fazer referência a algo subentendido: Quem cala consente
(aquele que cala);
� Emprego do relativo quanto: seu antecedente deve ser um pronome indefinido ou demons-
trativo; pode sofrer flexões.
34 Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado. Perdi tudo quanto poupei a vida inteira;
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� Emprego do relativo cujo: deve ser empregado para indicar posse e aparecer relacionan-
do dois termos que devem ser um possuidor e uma coisa possuída.
Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua portuguesa — o relativo cuja está ligando aula
(possuidor) à matéria (coisa possuída).
Pronomes Interrogativos
8-
41
2.
Quem?).
-3
Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade? Quantos anos tem seu pai?
s
co
O ponto de interrogação só é usado nas interrogativas diretas. Nas indiretas, aparece ape-
ar
M
nas a intenção interrogativa, indicada por verbos como perguntar, indagar etc. Ex.: Indaguei
LÍNGUA PORTUGUESA
Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos) também podem atribuir
valor possessivo a uma coisa.
Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ainda que o pronome esteja ligado ao verbo pelo
hífen, a relação do pronome é com o objeto da posse.
Outras funções dos pronomes possessivos:
VERBOS
Os verbos são palavras variáveis que se flexionam em número, pessoa, modo e tempo,
41
2.
z Número-pessoal: indicando se o verbo está no singular ou plural, bem como em qual pes-
s
co
Modos
Indica a atitude da ação/do sujeito frente a uma relação enunciada pelo verbo.
Tempos
O tempo designa o recorte temporal em que a ação verbal foi realizada. Basicamente,
podemos indicar o tempo dessa ação no passado, presente ou futuro. Existem, entretanto,
ramificações específicas. Observe a seguir:
z Presente:
Pode expressar não apenas um fato atual, como também uma ação habitual. Ex.: Estudo
todos os dias no mesmo horário.
Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei).
z Passado:
z Futuro:
8-
41
2.
Futuro do presente: indica um fato que deve ser realizado em um momento vindouro.
1
.4
A partir dessas informações, podemos também identificar os verbos conjugados nos tem-
LÍNGUA PORTUGUESA
pos simples e nos tempos compostos. Os tempos verbais simples são formados por uma úni-
ca palavra, ou verbo, conjugado no presente, passado ou futuro.
Já os tempos compostos são formados por dois verbos, um auxiliar e um principal; nesse
caso, o verbo auxiliar é o único a sofrer flexões.
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais dos tempos simples e compostos,
respectivamente:
37
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Flexões Modo-Temporais — Tempos Simples
z Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (presente do indicativo) + verbo princi-
pal particípio.
Ex.: Tenho estudado.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do indi-
cativo) + verbo principal no particípio.
Ex.: Tinha passado.
� Futuro composto: verbo auxiliar: Ter (futuro do indicativo) + verbo principal no particípio.
Ex.: Terei saído.
� Futuro do pretérito composto: verbo auxiliar: Ter (futuro do pretérito simples) + verbo
principal no particípio.
Ex.: Teria estudado.
14
� Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (presente do subjuntivo) + verbo princi-
.4
41
pal particípio.
-3
As formas nominais do verbo são as formas no infinitivo, particípio e gerúndio que eles
assumem em determinados contextos. São chamadas nominais pois funcionam como subs-
38
tantivos, adjetivo ou advérbios.
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z Gerúndio: marcado pela terminação -ndo. Seu valor indica duração de uma ação e, por
vezes, pode funcionar como um advérbio ou um adjetivo.
Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se compadeceu.
z Particípio: marcado pelas terminações mais comuns -ado, -ido, podendo terminar tam-
bém em -do, -to, -go, -so, -gue. Corresponde nominalmente ao adjetivo; pode flexionar-se,
em alguns casos, em número e gênero.
Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
Quando cheguei, ela já tinha partido.
Ele tinha aberto a janela.
Ela tinha pago a conta.
z Infinitivo: forma verbal que indica a própria ação do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenô-
meno designado. Pode ser pessoal ou impessoal:
Pessoal: o infinitivo pessoal é passível de conjugação, pois está ligado às pessoas do dis-
curso. É usado na formação de orações reduzidas. Ex.: Comer eu. Comermos nós. É para
aprenderem que ele ensina;
Impessoal: não é passível de flexão. É o nome do verbo, servindo para indicar apenas a
conjugação. Ex.: Estudar - 1ª conjugação; Comer - 2ª conjugação; Partir - 3ª conjugação.
Dica
Não confunda locuções verbais com tempos compostos. O particípio formador de tempo
composto na voz ativa não se flexiona. Ex.: O homem teria realizado sua missão.
14
Os verbos são classificados quanto a sua forma de conjugação e podem ser divididos em:
1
.4
41
soais e auxiliares, além das formas nominais. Vamos conhecer as particularidades de cada
s
co
um a seguir:
ar
M
z Regulares: Os verbos regulares são os mais fáceis de compreender, pois apresentam regu-
LÍNGUA PORTUGUESA
laridade no uso das desinências, ou seja, das terminações verbais. Da mesma forma, os
verbos regulares mantêm o paradigma morfológico com o radical, que permanece inalte-
rado. Ex.: Verbo cantar:
Perceba a seguir como ocorre uma sutil diferença na conjugação do verbo estar, que uti-
lizamos como exemplo. Isso é importante para não confundir os verbos irregulares com os
verbos anômalos. Ex.: Verbo estar:
Eu sou Fui
8-
41
Tu és Foste
12.
Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresentam uma forma específica de irregu-
laridade que ocasiona uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são classificados como
anômalos.
z Abundantes: são formas verbais abundantes os verbos que apresentam mais de uma for-
ma de particípio aceitas pela norma culta gramatical. Geralmente, apresentam uma forma
de particípio regular e outra irregular. Vejamos alguns verbos abundantes:
40
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INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
Absolver Absolvido Absolto
Abstrair Abstraído Abstrato
Aceitar Aceitado Aceito
Benzer Benzido Bento
Cobrir Cobrido Coberto
Completar Completado Completo
Confundir Confundido Confuso
Demitir Demitido Demisso
Despertar Despertado Desperto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Encher Enchido Cheio
Entregar Entregado Entregue
Morrer Morrido Morto
Expelir Expelido Expulso
Enxugar Enxugado Enxuto
Findar Findado Findo
Fritar Fritado Frito
Ganhar Ganhado Ganho
Gastar Gastado Gasto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Isentar Isentado Isento
Juntar Juntado Junto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Omitir Omitido Omisso
14
41
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INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
Tinha enxugado a louça quando o progra-
Enxugar A roupa está enxuta
ma começou
Findar Depois de ter findado o trabalho, descansou Trabalho findo!
Imprimir Se tivesse imprimido tínhamos como provar Onde está o documento impresso?
Limpar Eu tinha limpado a casa Que casa tão limpa!
Dados importantes tinham sido omitidos
Omitir Informações estavam omissas
por ela
Após ter submergido os legumes, reparou Deixe os legumes submersos por al-
Submergir
no amigo guns minutos
Suspender Nunca tinha suspendido ninguém Você está suspenso!
z Defectivos: são verbos que não apresentam algumas pessoas conjugadas em suas formas,
gerando um “defeito” na conjugação (por isso, o nome). Alguns exemplos de defectivos são
os verbos colorir, precaver, reaver etc.
Esses verbos não são conjugados na primeira pessoa do singular do presente do indicativo,
bem como: aturdir, exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder, fulgir, delinquir, demolir,
puir, ruir, computar, colorir, carpir, banir, brandir, bramir, soer.
Verbos que expressam onomatopeias ou fenômenos temporais também apresentam essa
característica, como latir, bramir, chover.
z Pronominais: esses verbos apresentam um pronome oblíquo átono integrando sua forma
verbal. É importante lembrar que esses pronomes não apresentam função sintática. Pre-
dominantemente, os verbos pronominas apresentam transitividade indireta, ou seja, são
VTI. Ex.: Sentar-se.
Tu te sentas Sentaste-te
41
z Reflexivos: verbos que apresentam pronome oblíquo átono reflexivo, funcionando sinta-
ticamente como objeto direto ou indireto. Nesses verbos, o sujeito sofre e pratica a ação
verbal ao mesmo tempo. Ex.: Ela se veste mal. Nós nos cumprimentamos friamente;
z Impessoais: verbos que designam fenômenos da natureza, como chover, trovejar, nevar
etc.
O verbo haver, com sentido de existir ou marcando tempo decorrido, também será
impessoal. Ex.: Havia muitos candidatos e poucas vagas. Há dois anos, fui aprovado em
concurso público;
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Os verbos ser e estar também são verbos impessoais quando designam fenômeno cli-
mático ou tempo. Ex.: Está muito quente! / Era tarde quando chegamos;
O verbo ser para indicar hora, distância ou data concorda com esses elementos;
O verbo fazer também poderá ser impessoal, quando indicar tempo decorrido ou tem-
po climático. Ex.: Faz anos que estudo pintura. Aqui faz muito calor;
Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sintaticamente, classifica-se como sujei-
to inexistente;
O verbo ser será impessoal quando o espaço sintático ocupado pelo sujeito não estiver
preenchido: “Já é natal”. Segue o mesmo paradigma do verbo fazer, podendo ser impes-
soal, também, o verbo ir: “Vai uns bons anos que não vejo Mariana”.
z Auxiliares: os verbos auxiliares são empregados nas formas compostas dos verbos e tam-
bém nas locuções verbais. Os principais verbos auxiliares dos tempos compostos são ter
e haver.
z Formas Nominais: na língua portuguesa, usamos três formas nominais dos verbos:
A norma culta gramatical recomenda o uso do particípio regular com os verbos “ter” e
8-
policiais.
41
-3
Dica
O verbo “pôr” corresponde à segunda conjugação, pois origina-se do verbo “poer”.
O mesmo acontece com verbos que deste derivam.
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Vozes Verbais
A voz passiva é realizada a partir da troca de funções entre sujeito e objeto da voz ativa.
Só podemos transformar uma frase da voz ativa para a voz passiva se o verbo for transitivo
direto ou transitivo direto e indireto. Logo, só há voz passiva com a presença do objeto direto.
Importante! Não confunda os verbos pronominais com as vozes verbais. Os verbos pro-
nominais que indicam sentimentos, como arrepender-se, queixar-se, dignar-se, entre outros,
acompanham um pronome que faz parte integrante do seu significado, diferentemente das
vozes verbais, que acompanham o pronome “se” com função sintática própria.
Como vimos, o “se” pode funcionar como item essencial na voz passiva. Além dessa fun-
41
2.
z Partícula apassivadora: a voz passiva sintética é feita com verbos transitivos direto (TD)
-3
ou transitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos o “se” junto ao verbo, por isso, o
s
co
Atenção: na voz passiva nunca haverá objeto direto (OD), pois ele se transforma em sujei-
to paciente.
44
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z Índice de indeterminação do sujeito: o “se” funcionará nessa condição quando não for
possível identificar o sujeito explícito ou subentendido. Além disso, não podemos confun-
dir essa função do “se” com a de apassivador, já que, para ser índice de indeterminação do
sujeito, a oração precisa estar na voz ativa.
z Parte integrante do verbo: nesses casos, o “se” será parte integrante dos verbos pronomi-
nais, acompanhando-o em todas as suas flexões. Quando o “se” exerce essa função, jamais
terá uma função sintática. Além disso, o sujeito da frase poderá estar explícito ou implícito.
Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da mãe, quando olhou a filha.
z Partícula de realce: será partícula de realce o “se” que puder ser retirado do contexto sem
prejuízo no sentido e na compreensão global do texto. A partícula de realce não exerce
função sintática, pois é desnecessária.
Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos.
14
z Conjunção: o “se” será conjunção condicional quando sugerir a ideia de condição. A con-
8-
junção “se” exerce função de conjunção integrante, apenas ligando as orações, e poderá
41
2.
Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele estudar, será aprovado).
41
-3
Verbo derivado é aquele que deriva de um verbo primitivo; para trabalhar a conjugação
LÍNGUA PORTUGUESA
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Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjugação apresenta paradigma derivado,
auxiliando a compreensão dessas conjugações verbais.
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e
todos os demais que terminam em -iar. Os verbos com essa terminação são, predominante-
mente, regulares.
PRESENTE — INDICATIVO
Eu Crio
Tu Crias
Ele/Você Cria
Nós Criamos
Vós Criais
Eles/Vocês Criam
Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geralmente são irregulares e apresentam algu-
ma modificação no radical ou nas desinências. Acompanhe a conjugação do verbo “passear”:
PRESENTE — INDICATIVO
Eu Passeio
Tu Passeias
Ele/Você Passeia
Nós Passeamos
Vós Passeais
Eles/Vocês Passeiam
Vamos agora conhecer algumas conjugações de verbos irregulares importantes, que sem-
14
PRESENTE — INDICATIVO
41
-3
Eu Adiro
s
Tu Aderes
co
Ele/Você Adere
ar
M
Nós Aderimos
Vós Aderis
Eles/Vocês Aderem
46
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PRESENTE — INDICATIVO
Eu Ponho
Tu Pões
Ele/Você Põe
Nós Pomos
Vós Pondes
Eles/Vocês Põem
PREPOSIÇÕES
Conceito
São palavras invariáveis que ligam orações ou outras palavras. As preposições apresen-
tam funções importantes tanto no aspecto semântico quanto no aspecto sintático, pois com-
plementam o sentido de verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado sem a presença
da preposição, modificando a transitividade verbal e colaborando para o preenchimento de
sentido de palavras deverbais3.
As preposições essenciais são: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para,
per, perante, por, sem, sob, trás.
Existem, ainda, as preposições acidentais, assim chamadas pois pertencem a outras clas-
ses gramaticais, mas funcionam, ocasionalmente, como preposições. Eis algumas: afora, con-
forme (quando equivaler a “de acordo com”), consoante, durante, exceto, salvo, segundo,
senão, mediante, que, visto (quando equivaler a “por causa de”).
Acompanhe a seguir algumas preposições e exemplos de uso em diferentes situações:
“A”
3 Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com
o qual mantêm relação. Exemplo: a filmagem, o pagamento, a falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são
acompanhados por preposições e, sintaticamente, o termo que completa o sentido desses nomes é conhecido
como complemento nominal. 47
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“Após”
“Com”
“Contra”
“De”
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“Desde”
“Em”
“Entre”
“Para”
14
z Consequência: Você deve ser muito esperto para não cair em armadilhas;
8-
z Proporção: As baleias estão para os peixes assim como nós estamos para as galinhas;
41
LÍNGUA PORTUGUESA
“Perante”
“Por”
“Sem”
“Sob”
“Sobre”
Locuções Prepositivas
Ex.: Falei sobre o tema da prova. (preposição) / Falei acerca do tema da prova. (locução
8-
prepositiva)
41
2.
locuções prepositivas sempre terminam em uma preposição (há apenas uma exceção: a locu-
41
-3
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Outros exemplos de locuções prepositivas: Abaixo de; acerca de; acima de; devido a; a
despeito de; adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de; junto de; perto de; por entre;
por trás de; quanto a; a fim de; por meio de; em virtude de.
Importante!
Algumas locuções prepositivas apresentam semelhanças morfológicas, mas significa-
dos completamente diferentes. Observe estes exemplos4:
A opinião dos diretores vai ao encontro do planejamento inicial = Concordância.
As decisões do público foram de encontro à proposta do programa = Discordância.
Em vez de comer lanches gordurosos, coma frutas = Substituição.
Ao invés de chegar molhado, chegou cedo = Oposição.
Combinações e Contrações
As preposições podem se ligar a outras palavras de outras classes gramaticais por meio de
dois processos: combinação e contração.
Veja a lista a seguir5, que apresenta as preposições que se contraem e suas devidas formas:
z Preposição “a”:
a + a= à
8-
41
a + as= às
12.
a + aquele = àquele
-3
a + aqueles = àqueles
s
co
a + aquela = àquela
ar
a + aquelas = àquelas
M
a + aquilo = àquilo
LÍNGUA PORTUGUESA
z Preposição “de”:
z Preposição “em”:
em + isso = nisso
ar
52
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z Preposição “per”:
Antes de entrarmos neste assunto, vale relembrar o que significa Semântica. Semântica é
a área do conhecimento que relaciona o significado da palavra ao seu contexto.
É importante ressaltar que as preposições podem apresentar valor relacional ou podem
atribuir um valor nocional.
As preposições que apresentam um valor relacional cumprem uma relação sintática
com verbos ou substantivos, que, em alguns casos, são chamados deverbais, conforme já
mencionamos. Essa mesma relação sintática pode ocorrer com adjetivos e advérbios, os
quais também apresentarão função deverbal.
Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida pela regência do verbo concordar).
Tenho medo da queda (preposição exigida pelo complemento nominal).
Estou desconfiado do funcionário (preposição exigida pelo adjetivo).
Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo advérbio).
Em todos esses casos, a preposição mantém uma relação sintática com a classe de palavras
a qual se liga, sendo, portanto, obrigatória a sua presença na sentença.
De modo oposto, as preposições cujo valor nocional é preponderante apresentam uma
14
modificação no sentido da palavra à qual se liga. Elas não são componentes obrigatórios
8-
41
de valor nocional estabelecem uma noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo etc.
1
.4
41
53
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CONJUNÇÕES
Conjunções Coordenativas
As conjunções coordenativas são aquelas que ligam orações coordenadas, ou seja, orações
que não fazem parte de uma outra; em alguns casos, ainda, essas conjunções ligam núcleos
de um mesmo termo da oração. As conjunções coordenadas podem ser:
z Aditivas: somam informações. E, nem, bem como, não só, mas também, não apenas, como
ainda, senão (após não só).
Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei.
O gato era o preferido, não só da filha, senão de toda família.
z Adversativas: colocam informações em oposição, contradição. Mas, porém, contudo,
todavia, entretanto, não obstante, senão (equivalente a mas).
Ex.: Não tenho um filho, mas dois.
A culpa não foi a população, senão dos vereadores (equivale a “mas sim”).
z Alternativas: ligam orações com ideias que não acontecem simultaneamente, que se
excluem. Ou, ou...ou, quer...quer, seja...seja, ora...ora, já...já.
Ex.: Estude ou vá para a festa.
Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la.
14
8-
41
Importante! A palavra “senão” pode funcionar como conjunção alternativa: Saia agora,
2.
z Explicativas: ligam orações, de forma que em uma delas explica-se o que a outra afirma.
s
Importante! “Pois” com sentido explicativo inicia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte,
pois sinto saudades.
“Pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar
voltará, pois, a subir.
z Conclusivas: ligam duas ideias, de forma que a segunda conclui o que foi dito na primeira.
Logo, portanto, então, por isso, assim, por conseguinte, destarte, pois (deslocado na frase).
Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui aprovado.
54 Está na hora da decolagem; deve, então, apressar-se.
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Dica
As conjunções “e”, “nem” não devem ser empregadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que
ambas indicam a mesma relação aditiva, o uso concomitante acarreta em redundância.
Conjunções Subordinativas
� Causal: iniciam a oração dando ideia de causa. Haja vista, que, porque, pois, porquanto,
visto que, uma vez que, como (equivale a porque) etc.
Ex.: Como não choveu, a represa secou.
� Consecutiva: iniciam a oração expressando ideia de consequência. Que (depois de tal,
tanto, tão), de modo que, de forma que, de sorte que etc.
Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça.
� Comparativa: iniciam orações comparando ações e, em geral, o verbo fica subtendido.
Como, que nem, que (depois de mais, menos, melhor, pior, maior), tanto... quanto etc.
Ex.: Corria como um touro.
Ela dança tanto quanto Carlos.
� Conformativa: expressam a conformidade de uma ideia com a da oração principal. Con-
forme, como, segundo, de acordo com, consoante etc.
Ex.: Tudo ocorreu conforme o planejado.
Amanhã chove, segundo informa a previsão do tempo.
� Concessiva: iniciam uma oração com uma ideia contrária à da oração principal. Embora,
conquanto, ainda que, mesmo que, em que pese, posto que etc.
Ex.: Teve que aceitar a crítica, conquanto não tivesse gostado.
14
� Condicional: iniciam uma oração com ideia de hipótese, condição. Se, caso, desde que,
2.
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Importante!
Os valores semânticos das conjunções não se prendem às formas morfológicas desses
elementos. O valor das conjunções é construído contextualmente, por isso, é fundamen-
tal estar atento aos sentidos estabelecidos no texto.
Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não a procura? (Se = causal = já que)
Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto ar puro no campo? (Quando = causal
= já que).
Conjunções Integrantes
As conjunções integrantes fazem parte das orações subordinadas; na realidade, elas ape-
nas integram uma oração principal à outra, subordinada. Existem apenas dois tipos de con-
junções integrantes: “que” e “se”.
� Quando é possível substituir o “que” pelo pronome “isso”, estamos diante de uma conjun-
ção integrante.
Ex.: Quero que a prova esteja fácil. (Quero. O quê? Isso).
� Sempre haverá conjunção integrante em orações substantivas e, consequentemente, em
períodos compostos.
Ex.: Perguntei se ele estava em casa. (Perguntei. O quê? Isso).
� Nunca devemos inserir uma vírgula entre um verbo e uma conjunção integrante.
Ex.: Sabe-se, que o Brasil é um país desigual (errado).
Sabe-se que o Brasil é um país desigual (certo).
INTERJEIÇÕES
As interjeições também fazem parte do grupo de palavras invariáveis, tal como as prepo-
sições e as conjunções. Sua função é expressar estado de espírito e emoções; por isso, apre-
14
8-
sentam forte conotação semântica. Uma interjeição sozinha pode equivaler a uma frase. Ex.:
41
Tchau!
12.
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É salutar lembrar que o sentido exato de cada interjeição só poderá ser apreendido diante
do contexto. Por isso, em questões que abordem essa classe de palavras, o candidato deve
reler o trecho em que a interjeição aparece, a fim de se certificar do sentido expresso no texto.
Isso acontece pois qualquer expressão exclamativa que expresse sentimento ou emoção
pode funcionar como uma interjeição. Lembre-se dos palavrões, por exemplo, que são inter-
jeições por excelência, mas que, dependendo do contexto, podem ter seu sentido alterado.
Antes de concluirmos, é importante ressaltar o papel das locuções interjetivas, conjunto
de palavras que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus! Ora bolas! Valha-me Deus!
Concordância Verbal
É a adaptação em número – singular ou plural – e pessoa que ocorre entre o verbo e seu
14
respectivo sujeito.
8-
Ex.: De todos os povos mais plurais culturalmente, o Brasil, mesmo diante de opiniões
41
2.
contrárias, as quais insistem em desmentir que nosso país é cheio de ‘brasis’ – digamos assim
1
.4
–, ganha disparando dos outros, pois houve influências de todos os povos aqui: europeus,
41
asiáticos e africanos.
-3
s
são apenas “[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predicado verbal.
Veja um caso de uso de verbo bitransitivo:
Ex.: Prefiro natação a futebol.
Verbo bitransitivo: Prefiro
Objeto direto: natação
Objeto indireto: a futebol
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Concordância Verbal com o Sujeito Simples
z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de sentido coletivo, o verbo fica no singular.
Ex.: A multidão gritou entusiasmada;
z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o verbo posterior ao pronome relativo con-
corda com o antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do Brasil que se situam mais
próximos do Meridiano?;
z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.:
Fomos nós quem resolveu a questão;
Por questão de ênfase, o verbo pode também concordar com o pronome reto antecedente.
Ex.: Fomos nós quem resolvemos a questão.
Importante!
14
8-
z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais de um, cerca de, perto de, menos de,
s
coisa de, obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.: Mais de um aluno compare-
co
ar
ceu à aula.
M
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z Quando o sujeito é formado por um número percentual ou fracionário, o verbo concor-
da com o numerado ou com o número inteiro, mas pode concordar com o especificador
dele. Se o numeral vier precedido de um determinante, o verbo concordará apenas com o
numeral. Ex.: Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabe o que é viver bem.
� Os verbos bater, dar e soar concordam com o número de horas ou vezes, exceto se o sujei-
to for a palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não chegou (Duas horas deram...).
Bateu o sino duas vezes (O sino bateu).
Soaram dez badaladas no relógio da sala (Dez badaladas soaram).
Soou dez badaladas o relógio da escola (O relógio da escola soou dez badaladas).
z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o verbo concorda com o sujeito paciente.
Ex.: Vendem-se casas de veraneio aqui.
Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão interessada;
z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por
que Vossa Majestade está preocupada?
Suas Excelências precisam de algo?
z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou exclamativas. Ex.: Vivam os campeões!
Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve manter o espírito esportivo;
12.
.4
singular);
LÍNGUA PORTUGUESA
te, mais, menos etc. junto a especificações de preço, peso, quantidade, distância, e tam-
8-
� Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da oração não aparecer entre o verbo ser e o
co
que, o ser ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o verbo concordará com o ter-
ar
M
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CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL
Concordância do Infinitivo
Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo no plural, usa-se tanto o infinitivo pes-
soal quanto o impessoal. “Mandei os garotos sair/saírem”.
Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo com valor genérico)
São casos difíceis de solucionar. (infinitivo precedido de preposição de ou para)
Soldados, recuar! (infinitivo com valor de imperativo)
plural)
8-
Eles parecem estudar bastante. (locução verbal, logo o infinitivo será impessoal);
41
São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica sempre na 3ª pessoa do singular.
41
Casos Facultativos
62
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z Silepse de número: usa-se um termo discordando do número da palavra referente, para
concordar com o sentido semântico que ela tem. Ex.: Flor tem vida muito curta, logo mur-
cham. (ideia de pluralidade: todas as flores);
z Silepse de pessoa: o autor da frase participa do processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa
do plural. Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos de diversas etnias, somos multiculturais.
Concordância Nominal
Define-se como a adaptação em gênero e número que ocorre entre o substantivo (ou equi-
valente, como o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes, adjetivos, numerais).
O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em gênero e número com o nome a que se
referem.
Ex.: Parede alta. / Paredes altas.
Muro alto. / Muros altos.
z Com função de adjunto adnominal: quando o adjetivo funcionar como adjunto adno-
minal e estiver após os substantivos, poderá concordar com as somas desses ou com o
elemento mais próximo.
Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. / Encontrei colégios e faculdades ótimos.
Há casos em que o adjetivo concordará apenas com o nome mais próximo, quando a qua-
lidade pertencer somente a este.
Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira.
Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho
Quando o adjetivo funcionar como adjunto adnominal e estiver antes dos substantivos,
poderá concordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.: Existem complicadas regras e
14
conceitos.
8-
Quando houver apenas um substantivo qualificado por dois ou mais adjetivos pode-se:
41
2.
Colocar o substantivo no plural e enumerar o adjetivo no singular. Ex.: Ele estuda as lín-
1
.4
por um artigo a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda a língua inglesa, a francesa
s
co
e a alemã.
ar
M
LÍNGUA PORTUGUESA
Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará com a soma dos elementos.
Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados.
Com o verbo antes do sujeito o predicativo do sujeito acompanhará a concordância do
verbo, que por sua vez concordará tanto com a soma dos elementos quanto com o nome mais
próximo.
Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Estavam abandonados a casa e o quintal.
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Como saber quando o adjetivo tem valor de adjunto adnominal ou predicativo do sujeito?
Substitua os substantivos por um pronome:
Ex.: Existem conceitos e regras complicados. (substitui-se por “eles”)
Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles existem complicados”.
Como o adjetivo desapareceu com a substituição, então é um adjunto adnominal.
Recomenda-se concordar com a soma dos substantivos, embora alguns estudiosos admi-
tam a concordância com o termo mais próximo.
Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados.
Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e seus subordinados.
Algumas Convenções
Dica
O termo mesmo no sentido de “realmente” será invariável.
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação.
z Só / sós
Variáveis quando significarem “sozinho” / “sozinhos”.
Invariáveis quando significarem “apenas, somente”.
Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas apenas queriam ficar sozinhas.)
14
� Meio
Quando significar “metade”: concordará com o elemento referente.
Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa.
Quando significar “um pouco”: será invariável.
Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora);
� Grama
Quando significar “vegetação”, é feminino; quando significar unidade de medida, é
masculino.
Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha.
“A grama do vizinho sempre é mais verde.”;
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� É proibido entrada / É proibida a entrada
Se o sujeito vier determinado, a concordância do verbo e do predicativo do sujeito será
regular, ou seja, tanto o verbo quanto o predicativo concordarão com o determinante.
Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta caminhada está boa.
É proibido entrada de crianças. / É proibida a entrada de crianças.
Pimenta é bom? / A pimenta é boa?;
� Menos / pseudo
São invariáveis.
Ex.: Havia menos violência antigamente.
Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumento é pseudo-objetivo;
� Muito / bastante
Quando modificam o substantivo: concordam com ele.
Quando modificam o verbo: invariáveis.
Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito irritados.
Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bastante irritados.
Se ambos os termos puderem ser substituídos por “vários”, ficarão no plural. Se puderem
ser substituídos por “bem”, ficarão invariáveis;
� Tal qual
Tal concorda com o substantivo anterior; qual, com o substantivo posterior.
Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os pais.
Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais quais os pais.
z Silepse (também chamada concordância figurada)
É a que se opera não com o termo expresso, mas o que está subentendido.
Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é linda!)
Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos com o estabelecimento aberto no final
de semana.)
Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasileiros, estamos esperançosos.);
� Possível
Concordará com o artigo, em gênero e número, em frases enfáticas com o “mais”, o
14
8-
“menos”, o “pior”.
41
Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. / Conheci crianças as mais belas possíveis.
12.
.4
41
PLURAL DE COMPOSTOS
-3
s
co
Substantivos
ar
M
LÍNGUA PORTUGUESA
Adjetivos
Quando houver adjetivo composto, apenas o último elemento concordará com o substan-
tivo referente. 65
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Os demais ficarão na forma masculina singular.
Se um dos elementos for originalmente um substantivo, todo o adjetivo composto ficará
invariável.
Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde-musgo.
No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o plural, pois ambos são adjetivos.
No termo “verde-musgo”, “musgo” permanece no singular, assim como “verde”, por ser
substantivo. Nesse caso, o termo composto não concorda com o plural do substantivo refe-
rente, “folhas”.
Ex.: Calças rosa-claro e camisas verde-mar.
O termo “claro” fica invariável porque “rosa” também pode ser um substantivo.
O termo “mar” fica invariável por seguir a mesma lógica de “musgo” do exemplo anterior.
Dica
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adjetivo composto iniciado por “cor-
-de” são sempre invariáveis.
O adjetivo composto pele-vermelha tem os dois elementos flexionados no plural
(peles-vermelhas).
corre-corre – corres-corres;
8-
41
pisca-pisca – piscas-piscas;
2.
pula-pula – pulas-pulas.
1
.4
� Nos substantivos compostos formados por tema verbal ou palavra invariável + subs-
tantivo ou adjetivo:
bate-papo – bate-papos;
quebra-cabeça – quebra-cabeças;
arranha-céu – arranha-céus;
ex-namorado – ex-namorados;
vice-presidente – vice-presidentes;
� Nos substantivos compostos em que há repetição do primeiro elemento:
zum-zum – zum-zuns;
tico-tico – tico-ticos;
lufa-lufa – lufa-lufas;
reco-reco – reco-recos;
� Nos substantivos compostos grafados ligadamente, sem hífen:
girassol – girassóis;
pontapé – pontapés;
mandachuva – mandachuvas;
fidalgo – fidalgos;
� Nos substantivos compostos formados com grão, grã e bel:
grão-duque – grão-duques;
grã-fino – grã-finos;
bel-prazer – bel-prazeres.
Não flexão dos elementos;
14
8-
� Em alguns casos, não ocorre a flexão dos elementos formadores, que se mantêm invariá-
41
o cola-tudo – os cola-tudo.
ar
M
LÍNGUA PORTUGUESA
FUNÇÕES DO SE
Embora já tenhamos abordado esse tema anteriormente, deixamos aqui uma síntese das
funções mais cobradas desse vocábulo.
Funções Morfológicas
z Pronome;
z Conjunção.
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Funções Sintáticas
FUNÇÕES DO QUE
Funções Morfológicas
14
8-
z Pronome;
41
z Substantivo;
12.
.4
z Preposição;
41
z Advérbio;
-3
z Interjeição;
s
co
z Conjunção.
ar
M
Funções Sintáticas
� Conjunção consecutiva
12.
� Conjunção aditiva
-3
� Conjunção explicativa
ar
LÍNGUA PORTUGUESA
Regência Verbal
Relação de dependência entre um verbo e seu complemento. As relações podem ser dire-
tas ou indiretas, isto é, com ou sem preposição.
Há verbos que admitem mais de uma regência sem que o sentido seja alterado.
Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos.
14
V. T. D: esquecia
8-
V. T. I.: se esquecia
41
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� Abraçar: transitivo direto
Ex.: Abraçou a namorada com ternura.
O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço;
� Agradar: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo direto com sentido de “acariciar”)
A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto no sentido de “ser agradável a”);
� Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto; transitivo direto e indireto
Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não personificado)
Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto personificado)
Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indireto: refere-se a coisas e pessoas);
� Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da preposição a, rege indiferentemente
objeto direto e objeto indireto.
Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto)
Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo indireto)
Se o infinitivo preposicionado for intransitivo, rege apenas objeto direto:
Ajudaram o ladrão a fugir.
Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto direto:
Ajudei-o muito à noite;
� Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (transitivo direto com sentido de “angustiar”)
Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com sentido de “desejar muito” – não admite
“lhe” como complemento);
� Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transitivo direto com sentido de “respirar”)
Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo indireto no sentido de “desejar”);
� Assistir: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: - Transitivo direto ou indireto no sentido de “prestar assistência”
O médico assistia os acidentados.
14
8-
LÍNGUA PORTUGUESA
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Regência Nominal
demissão, demitido de
41
encerrado em
12.
enfiado em
.4
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instalação, instalado em
s
co
interessado, interesse em
ar
supremacia sobre
LÍNGUA PORTUGUESA
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
COLOCAÇÃO
z Próclise: pronome posicionado antes do verbo. Casos que atraem o pronome para próclise: 73
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Palavras negativas: nunca, jamais, não. Ex.: Não me submeto a essas condições.
Pronomes indefinidos, demonstrativos, relativos. Ex: Foi ela que me colocou nesse
papel.
Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se apresente como um rico investidor, ele
nada tem.
Gerúndio, precedido da preposição em. Ex: Em se tratando de futebol, Maradona foi
um ídolo.
Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Na esperança de sermos ouvidos, muito lhe
agradecemos.
Orações interrogativas, exclamativas, optativas (exprimem desejo). Ex.: Como te
iludes!
z Mesóclise: pronome posicionado no meio do verbo. Casos que atraem o pronome para
mesóclise:
Os pronomes devem ficar no meio dos verbos que estejam conjugados no futuro, caso
não haja nenhum motivo para uso da próclise. Ex.: Dar-te-ei meus beijos agora... / Orgu-
lhar-me-ei dos nossos estudantes.
z Ênclise: pronome posicionado após o verbo. Casos que atraem o pronome para ênclise:
Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me muito honrada com esse título.
Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por favor.
Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o quanto sou importante.
Casos proibidos:
Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lembrou de nada (errado) / Falou pouco;
8-
(correto).
41
-3
s
co
ar
CRASE
M
USO DA CRASE
Outro assunto que causa grande dúvida é o uso da crase, fenômeno gramatical que corres-
ponde à junção da preposição a + artigo feminino definido a, ou da junção da preposição a +
os pronomes relativos aquele, aquela ou aquilo. Representa-se graficamente pela marcação
(`) + (a) = (à).
Ex.: Entregue o relatório à diretoria.
Refiro-me àquele vestido que está na vitrine.
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Regra geral: haverá crase sempre que o termo antecedente exija a preposição a e o termo
consequente aceite o artigo a.
Ex.: Fui à cidade (a + a = preposição + artigo)
Conheço a cidade (verbo transitivo direto: não exige preposição).
Vou a Brasília (verbo que exige preposição a + palavra que não aceita artigo).
Essas dicas são facilitadoras quanto à orientação no uso da crase, mas existem especifici-
dades que ajudam no momento de identificação:
Casos Convencionados
Referimo-nos à de preto;
1
.4
Casos Proibitivos
LÍNGUA PORTUGUESA
Em resumo, seguem-se as dicas abaixo para melhor orientação de quando não usar a crase.
Crase Facultativa
Nestes casos, podemos escrever as palavras das duas formas: utilizando ou não a crase.
Para entender detalhadamente, observe as seguintes dicas:
Casos Especiais
Macetes
z Haverá crase quando o “à” puder ser substituído por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre
a, contra a, com a, à moda de, durante a;
z Quando o de ocorre paralelo ao a, não há crase. Quando o da ocorre paralelo ao à, há
14
crase;
8-
z Na indicação de horas, quando o “à uma” puder ser substituído por às duas, há crase.
41
2.
z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àquilo quando tais pronomes puderem ser
41
z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e nomes de cidades quando esses termos esti-
s
co
montanha.
LÍNGUA PORTUGUESA
A compreensão da crase vai muito além da estética gramatical, pois serve também para
evitar ambiguidades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão.
Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”, pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto,
não exige preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações como “Pintura feita à mão”, já que
“à mão” seria o advérbio de instrumento da ação de pintar.
77
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HORA DE PRATICAR!
1. (VUNESP — 2020) Para responder à questão, assinale, em cada questão, a alternativa que com-
pleta corretamente a fala do personagem dos quadrinhos.
NÃO PASSO DE
UMA ESCRAVA NESTA
CASA !
a) um
b) uns
c) uma
d) umas
O desafio
Vou desafiar meus leitores e minhas leitoras. É um convite a uma posição mais científica na
formulação de opiniões. O pensamento científico tenta enfrentar o que for “preconceito”. Dentre
14
muitos sentidos, a palavra indica um conceito surgido antes da experiência, algo que está na
8-
41
cabeça sem observação da realidade. Como na parábola dos cegos que apalpam um elefante,
12.
uns imaginam que a forma do mamífero seja de uma espada por tocarem no marfim, outro afir-
.4
41
ma ser uma parede por tocar seu abdômen e um terceiro garante que é uma mangueira por ter
-3
nados da obra do recifense [Paulo Freire]. Encontro bem menos leitores. Lanço o desafio cheio
ar
de esperança no centenário dele: antes de defender ou atacar Paulo Freire, leia dois livros dele
M
ao menos. Depois de ler e examinar a obra, (...) emita sua sagrada opinião, agora com certo
embasamento. Educação é algo muito sério. Paulo Freire encarou o gravíssimo drama do anal-
fabetismo. Hoje vivemos outro tipo de drama: pessoas que possuem a capacidade de ler e se
recusam a fazê-lo.
Assinale a alternativa cujo termo em destaque forma o plural em —ões, assim como no termo
em destaque do trecho — ...formulação de opiniões.
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a) É preciso manifestar o desejo de ser doador de órgão.
b) A Constituição garante o direito do cidadão.
c) O carnaval tem sido aguardado pelo folião.
d) É preciso saber partilhar o pão.
e) Nem sempre o nosso irmão é de sangue.
O nobre das águas gélidas está sendo desbancado pelo mais plebeu dos espécimes que habi-
tam os oceanos. A virada do jogo tem a ver com a poluição ambiental. O salmão, até pelo porte,
é um peixe que come outros peixes. Já a sardinha, que caberia na palma da mão, não tem tama-
nho para comer de tudo – é totalmente vegana.
É preciso desmistificar a ideia de que o alimento mais saudável é sempre o mais caro. Preço
salgado e qualidade nutricional não andam necessariamente lado a lado. Alguns itens pouco
prestigiados estão justamente entre os mais nutritivos. É o caso do amendoim, que, sendo o
primo pobre das castanhas, é o mais rico em proteínas.
Considere, portanto, se não é hora de puxar a sardinha para a sua brasa.
De acordo com a gramática, adjetivo é a palavra que modifica um substantivo, com ele concor-
dando em gênero e número.
4. (VUNESP — 2021)
s
co
ar
M
De cedo, aprendi a subir ladeira e a pegar bonde andando. Posso dizer, com humildade orgulho-
sa, que tive morros e bondes no meu tempo de menino.
Eu conheci, lá longe, o sol de montanha no morro da Geada, lá pelos lados do Jaguaré, de onde
se avistava, mais à direita, um ponto meio preto, quase azulado, tão vistoso – o pico do Jaraguá.
Ah, tempos... o rio Tietê, como o Pinheiros, dava peixe, a gente atravessava os dois de balsa ou
de bote, que enchiam o coração das velhas de medo e o deste aqui de um tropel.
Nossa pobreza não era envergonhada. Ainda não fora substituída pela miséria nos morros
pobres, como o da Geada. Tínhamos um par de sapatos para o domingo. Só. A semana tocada
de tamancos ou de pés no chão. 79
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Não há lembrança que me chegue sem os gostos. Será difícil esquecer, lá no morro, o gosto de
fel do chá para os rins, chá de carquejo empurrado goela abaixo pelas mãos da minha bisavó
Júlia.
Mas, se o chá de carquejo me descia brabo pela goela, como me é difícil esquecer o gosto bom
do leite quente na caneca esmaltada estirada, amorosamente, pelas mãos da minha avó Nair.
Sou, assim, homem de sorte. De pequeno, paparicado por avó, bisavó e doze tios e tias-avós.
Muita sorte, inda agora tenho avó viva. É Nair, dona Nair, a que sabe fazer, até hoje, aos oitenta e
três anos, uns olhos azuis e sararás tão femininos e bons fora da conta viajarem para os netos.
Nenhum de nós sabia dizer a palavra solidariedade. Mas, na casa de outro tio, o nosso tio Otací-
lio, criavam-se até filhos dos outros, e estou certo de que nosso coração era simples, espicha-
do e melhor. Não desandávamos a reclamar da vida, não nos hostilizávamos feito possessos,
tocávamos a pé pra baixo e pra cima e, quando um se encontrava com o outro, a gente não dizia:
“Oi!”. A gente se saudava, largo e profundo:
– Ô, batuta!
(João Antônio. Boa companhia: crônicas. Organização, introdução e notas Humberto Werneck. São Paulo:
Companhia das letras, 2005. Adaptado)
Imagine um endereço onde, quase todos os dias, a partir de 1935, podiam ser vistos Carlos
Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Marques Rebelo
e tantos outros, quem sabe ao mesmo tempo e a fim da mesma raridade. Esse endereço era a
Livraria São José, um reduto de livros novos e usados tomando três números, 38, 40 e 42, da rua
São José, no Centro do Rio, ela própria uma rua tão velha quanto a cidade e já com esse nome
desde 1600. Nenhuma rua tão adequada para uma livraria como a São José.
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Adolescente, tive a felicidade de pegá-la ainda nos três números, antes que se mudasse para
o 70 da mesma rua São José, em 1967, e depois, em sucessão, para o 71 da rua do Carmo em
1975 e para o 37 da rua 1o de Março em 2004 – sempre desalojada pela ganância imobiliária.
Nos primeiros endereços, tive também a sorte de ver passar entre as bancadas Carlos Ribeiro,
seu lendário fundador. Muitos escritores lhe deviam tudo, até a carreira. Nenhum jamais o visi-
tou na clínica geriátrica na ilha do Governador, onde morreria, em 1993, aos 85 anos.
Carlos Ribeiro começou a morrer em 1979, quando, cansado, repassou a livraria para os fun-
cionários mais queridos, um deles, José Germano, que a levaria até o fim. Este fim se deu em
fevereiro último quando, espremida numa sala comercial na rua da Quitanda, a São José já se
reduzira a um lampejo na memória de seus antigos clientes.
Assim como Carlos Ribeiro, a São José morre também aos 85 anos. É mais um pedaço da nossa
história que se vai.
Mas olho hoje para minhas prateleiras e ainda vejo dezenas de livros que comprei nela. É como
se continuasse viva em cada um deles.
... espremida numa sala comercial na rua da Quitanda, a São José já se reduzira a um lampejo
na memória de seus antigos clientes.
A forma verbal “se reduzira”, em destaque, pode ser adequadamente substituída, sem prejuízo
de sentido ao texto, pela forma composta
a) tinha se reduzido.
b) terá se reduzido.
c) tendo se reduzido.
14
d) teria se reduzido.
8-
41
e) tem se reduzido.
12.
.4
41
6. (VUNESP — 2020) Para responder à questão, assinale, em cada questão, a alternativa que com-
-3
LÍNGUA PORTUGUESA
81
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a) eu
b) nós
c) eles
d) você
Escritório
Aluguei um escritório. Minha senhoria é a Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Peni-
tência – o que quer dizer que começo bem, sob a égide de um santo de minha particular devo-
ção. Espero que ele me assista nesta grave emergência.
Grave, porque assumi compromisso, com contrato registrado e sacramentado, de cumprir fiel-
mente o regulamento do prédio na minha nova condição de inquilino. Não posso, por exemplo,
colocar pregos que danifiquem as paredes.
Mas escritório de quê? Advocacia? A tanto não ousaria, sendo certo que minha qualidade de
bacharel nunca me animou sequer a ir buscar o diploma na Faculdade (onde, confio, esteja ain-
da bem guardado à minha espera, se dele precisar para qualquer eventualidade: a de ser ines-
peradamente convocado à vida pública, por exemplo, com uma honrosa nomeação, sacrifício
a que seria difícil esquivar-me). Pelo que, não ousariam a esta altura da minha vida, iniciar-me
na profissão a que o dito diploma presumivelmente me habilita. Além do mais, eu não poderia
mesmo colocar o prego para dependurá-lo na parede.
Fica sendo então escritório, tão-somente. Nem mesmo de literatura: apenas um local onde pos-
sa acender diariamente o forno (no sentido figurado, apresso-me a tranquilizar o condomínio)
desta padaria literária de cujo produto cotidiano, fresco ou requentado, vou vivendo como São
Francisco é servido. Levo para o meu novo covil uma mesa, uma cadeira, a máquina de escrever
– e me instalo, à espera de meus costumeiros clientes.
Estranhos clientes estes, que entram pela janela, pelas paredes, pelo teto, trazidos pelas vozes
de antigamente, vindos numa página de jornal, ou num simples ruído familiar: projeção de mim
14
8-
mesmo, ecos de pensamento, fantasmas que se movem apenas na lembrança, figuras feitas de
41
ar e imaginação.
12.
.4
41
Hoje em dia, quase não se escuta alguém falando “Esse realmente é um homem de palavra”. A
82 verdade é que os homens e as mulheres de palavra são bastante raros.
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Muita gente afirma que para sobreviver nesse mundo competitivo é preciso mentir, dizer meias
verdades, desrespeitar acordos e deixar as pessoas esperando. Não dão muita importância ao
cumprimento da palavra, pois desde que inventaram as desculpas, muitas pessoas acabam se
saindo bem, mesmo que indo contra princípios e valores éticos.
Contudo, os que agem dessa maneira têm uma forma de pensar um tanto limitada. A longo pra-
zo, esses hábitos fazem essas pessoas ganharem a reputação de irresponsáveis, insensíveis e
complicadas. E a verdade é que isso não as ajudará em nenhuma área da vida, seja profissional,
familiar ou social.
No trecho – A verdade é que os homens e as mulheres de palavra são bastante raros. – a pala-
vra destacada estabelece circunstância de
a) intensidade.
b) lugar.
c) tempo.
d) dúvida.
e) modo.
9. (VUNESP — 2020)
Beijos proibidos
Manier Sael, um imigrante haitiano em São Paulo, por meio de tocante entrevista ao jornal, con-
tou que, ao chegar ao Brasil, e ao começar a namorar a brasileira que se tornaria sua mulher e
mãe de sua filha, disse-lhe que tinha um desejo: beijá-la em público, na rua. “No Haiti, isso não
existe”, ele explicou. “É uma coisa que eu nunca tinha visto na vida real, só na televisão. Ela falou
que tudo bem. Como eu me senti nessa hora [ao beijá-la]? Me senti brasileiro”.
14
É interessante como, às vezes, precisamos de que alguém de fora venha nos revelar quem somos
8-
41
ou como somos. Haverá coisa mais corriqueira no Brasil do que beijar em público? Pelo menos,
2.
é o que pensamos e – considerando quantas vezes fizemos isso sem o menor problema – será
1
.4
41
preciso um exercício intelectual para nos lembrar de que pode ter havido exceções à regra.
-3
Duas cidades do interior de São Paulo já tiveram juízes que proibiram beijos em praça pública.
s
E isso não foi no século 19, mas nos anos loucos de 1980 e 1981. Até a proibição ser revogada
co
ar
Um dos restaurantes mais antigos do Rio, a Adega Flor de Coimbra, até hoje ostenta na parede
LÍNGUA PORTUGUESA
um quadro dos velhos tempos: “Proibido beijos ousados”. O quadro continua lá pelo folclore,
claro – mesmo porque, tendo pedido sua farta e deliciosa feijoada à Souza Pinto, quem pensará
em dar beijos, mesmo ousados?
E uma querida senhora que conheci, ao ver um casal se beijando na novela da TV, deu um pro-
fundo suspiro e, do alto de seus 90 anos, exclamou, talvez sem se dar conta de que todos na
sala podiam escutá-la: “Eu nunca fui beijada!”.
Ali, naquele momento, todos nos conscientizamos da nossa tremenda fragilidade.
a) Manier Sael, um imigrante haitiano em São Paulo, por meio de tocante entrevista ao jornal,
contou...
b) ... considerando quantas vezes fizemos isso sem o menor problema – será preciso um exercício
intelectual para nos lembrar...
c) Até a proibição ser revogada por ridícula, vários casais foram parar na cadeia.
d) Um dos restaurantes mais antigos do Rio, a Adega Flor de Coimbra, até hoje ostenta na parede
um quadro dos velhos tempos: “Proibido beijos ousados”.
e) ... do alto de seus 90 anos, exclamou, talvez sem se dar conta de que todos na sala podiam
escutá-la...
Crônica tem essa vantagem: não obriga ao paletó-e-gravata do editorialista, forçado a definir
uma posição correta diante dos grandes problemas; não exige de quem a faz o nervosismo sal-
titante do repórter, responsável pela apuração do fato na hora mesma em que ele acontece; dis-
pensa a especialização suada em economia, finanças, política nacional e internacional, esporte,
religião e o mais que imaginar se possa. Sei bem que existem o cronista político, o esportivo,
o religioso, o econômico etc., mas a crônica de que estou falando é aquela que não precisa
entender de nada ao falar de tudo. Não se exige do cronista geral a informação ou comentários
precisos que cobramos dos outros. O que lhe pedimos é uma espécie de loucura mansa, que
desenvolva determinado ponto de vista não ortodoxo e não trivial e desperte em nós a inclina-
ção para o jogo da fantasia, o absurdo e a vadiação de espírito. Claro que ele deve ser um cara
confiável, ainda na divagação. Não se compreende, ou não compreendo, cronista faccioso, que
sirva a interesse pessoal ou de grupo, porque a crônica é território livre da imaginação, empe-
nhada em circular entre os acontecimentos do dia, sem procurar influir neles. Fazer mais do
que isso seria pretensão descabida de sua parte. Ele sabe que seu prazo de atuação é limitado:
14
8-
* Ciao foi publicada no dia 29 de setembro de 1984, no Caderno B do Jornal do Brasil. Era a despedida de
.4
41
10. (VUNESP — 2021) Assinale a alternativa com a conjunção que poderia unir as orações abaixo
M
a) Conquanto
b) Portanto
c) Contudo
d) Pois
84 e) Todavia
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11. (VUNESP — 2021) Na frase – ...desenvolva determinado ponto de vista não ortodoxo e não
trivial... –, o termo em destaque é antônimo de
a) insólito.
b) prescindível.
c) ordinal.
d) prolixo.
e) venal.
No contexto em que estão empregadas, as frases “Ah é?” (1º quadrinho) e “Ué! Cadê ele?” (2º
12.
a) o sargento está com dúvidas quanto a pegar o bolo do soldado; o soldado ficou triste com o
s
co
sumiço do bolo.
ar
M
b) o sargento está desafiando o soldado a lhe entregar o bolo; o soldado já esperava que o bolo
LÍNGUA PORTUGUESA
sumisse.
c) o sargento está disposto a confrontar o soldado e obter o bolo; o soldado está surpreso com o
sumiço do bolo.
d) o sargento está tentando intimidar o soldado para conseguir o bolo; o soldado acredita que o
bolo não sumiu.
e) o sargento está pensando em pedir o bolo ao soldado; o soldado fica irritado com o sumiço do
seu bolo.
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13. (VUNESP — 2022) Leia o texto para responder à questão.
Dias de frio intenso castigam, e isso não é surpresa. Para quem trabalha com pessoas vulnerá-
veis, o aviso de frente fria – ou melhor, de uma massa polar que pode levar o país a temperatu-
ras negativas –, liga o alerta. É preciso agir.
Na noite em que a cidade de São Paulo registrou 7,9°C, e a sensação térmica foi de apenas 2ºC,
muitos grupos que assistem a população de rua tentaram sanar, ainda que superficialmente,
o frio. Tentaram enxugar o gelo, que é a questão da população em situação de rua na cidade.
Uma questão que envolve desigualdade social, planejamento urbano, saúde e administração
pública.
(Mariana Agunzi, “Solidariedade aflora no frio congelante, mas é preciso avançar”.Folha de S.Paulo, 19.05.2022.
Adaptado)
Lições de vida
Em 2009, um avião pousou de emergência no rio Hudson. O piloto era Sully Sullenberger e as
155 pessoas a bordo foram salvas por uma manobra impossível, perigosa, milagrosa. Sully
virou herói e a lenda estava criada.
14
Em 2016, no filme “Sully, o herói do rio Hudson”, Clint Eastwood revisitou a lenda para contar
8-
41
o que aconteceu depois do milagre: uma séria investigação às competências do capitão Sully
12.
Sullenberger. Ele salvara 155 pessoas, ninguém contestava. Mas foi mesmo necessário pou-
.4
41
sar no Hudson? Ou o gesto revelou uma imprudência criminosa, sobretudo quando existiam
-3
Foram feitas simulações de computador. E a máquina deu o seu veredicto: era possível ter evi-
ar
tado as águas do rio e pousar em LaGuardia ou Teterboro. O próprio Sully começou a duvidar
M
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Oakeshott argumentava que o conhecimento humano depende sempre de um conhecimento
técnico e prático, mesmo que os ensinamentos da prática não possam ser apresentados com
rigor cartesiano.
Clint Eastwood revisita a mesma dicotomia de Oakeshott para contar a história de Sullenberger.
O avião perde os seus motores na colisão com aves; o copiloto, sintomaticamente, procura a
resposta no manual de instruções; mas é Sully quem, conhecendo o manual, entende que ele
não basta para salvar o dia.
E, se os computadores dizem que ele está errado, ele sabe que não está – uma sabedoria que
não se encontra em nenhum livro já que a experiência humana não é uma equação matemática.
As máquinas são ideais para lidar com situações ideais. Infelizmente, o mundo comum é per-
petuamente devassado por contingências, ambiguidades, angústias, mas também súbitas ilu-
minações que só os seres humanos, e não as máquinas, são capazes de entender.
Quando li Oakeshott, encontrei um filósofo que, contra toda a arrogância da modernidade, mos-
trava como a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma forma de salvação. O ensaio era, para-
doxalmente, uma lição de humildade e uma apologia da grandeza humana. Eastwood, aos 86
anos, traduziu essas imagens.
Clint Eastwood revisitou a lenda para contar o que aconteceu depois do milagre: uma séria
investigação às competências do capitão Sully Sullenberger. (2º parágrafo)
Por “racionalismo”, entenda-se: uma crença na razão dos homens como guia único, supremo,
da conduta humana. (4º parágrafo)
a) a ressalva de que a história real foi adaptada para o cinema; uma crítica à postura racionalista
41
e conservadora.
12.
presente na frase.
-3
já mencionado no texto.
ar
d) o parecer do jornalista sobre o pouso no rio Hudson; a explicação filosófica do que significa
M
LÍNGUA PORTUGUESA
racionalismo.
e) o tema central do filme de Clint Eastwood; a reprodução literal de trecho da obra de Oakeshott.
Bullying não é brincadeira nem gozação. Se adultos têm dificuldades de lidar com críticas e
ofensas, imagine crianças e adolescentes, muito mais carentes de aceitação social.
Aquele que diz que bullying sempre existiu e que é um ato inofensivo não entende do que está falando. 87
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A violência psicológica e física é hoje potencializada pelas redes sociais, a ponto de não dar
descanso às suas vítimas, de não permitir uma trégua no sofrimento e na perseguição.
Eu sofri bullying na passagem dos anos 70 para 80. Entre várias humilhações, fui agredido
em corredor polonês, tive as merendas roubadas e fui ridicularizado na escola com os piores
apelidos.
Mas resisti, pois acabava a escola e eu ainda resgatava o amor da família para compensar.
Não havia internet, celular, aplicativos. Eu tomava fôlego antes de retornar ao ambiente deses-
perador. Podia respirar um pouco, livre daquela vida de impropérios.
Durante a tarde e a noite, ficava off-line aos ataques. A residência funcionava como esconderi-
jo, como ferrolho. Existia um espaço para recuperar a coragem e enfrentar novamente a turma
no dia seguinte.
Se eu fosse criança atualmente, não sei se sobreviveria. Porque atualmente o aluno oprimido não
tem mais um minuto de proteção e de segurança. Com Facebook, Instagram e WhatsApp, é bom-
bardeado vinte e quatro horas com ameaças e insinuações. Não é apenas excluído das rodinhas
presenciais, mas de todos os grupos virtuais. Não há quem se blinde contra tanta crueldade.
Trata-se de uma enxurrada imprevisível de fake news que ultrapassa diques familiares e barri-
cadas terapêuticas.
É como viver num deserto emocional. Não tem como se curar de uma dor que lá vem outra e
outra e outra... Não se conta nem com um pouco de paz para desabafar.
O bullying é epidêmico, não é mais um problema educacional, é caso de saúde pública.
� ... imagine crianças e adolescentes, muito mais carentes de aceitação social. (1º parágrafo)
� Não há quem se blinde contra tanta crueldade. (8º parágrafo)
14
8-
(Trecho de entrevista de Pablo d’Ors, escritor, padre e discípulo zen – Maria Fernanda Rodrigues. O Estado de
S.Paulo, 07 de outubro de 2021)
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As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com:
a) à … nascem … às … à … à
b) a … nasce … as … à … a
c) a … nascem … às … à … à
d) à … nasce … as … a … à
e) a … nascem … as … a … à
Tive dois anos e três meses de invencibilidade, comecei até a desconfiar que eu fosse, de algu-
8-
ma forma, especial. Adivinha só: não sou. Aqui estou eu, com o corpo entregue à doença, que
41
2.
Brincadeiras à parte, desenvolvi sintomas leves da covid, graças às três doses de vacina.
41
O coronavírus não é o date ideal – muito pelo contrário, cabe-lhe perfeitamente a expressão
-3
s
“antes só do que mal acompanhado”. Enxotá-lo da minha vida não é uma opção, infelizmente.
co
negociar uma convivência possível com o intruso. Levando-se em conta que ele sempre tem
LÍNGUA PORTUGUESA
razão.
O vírus vetou terminantemente o vinho que eu pretendia tomar neste fim de semana. Nossos
jantares serão à base de água, muita água.
Febril, tentei convencê-lo de que o fondue seria uma boa ideia, afinal tenho uns queijos baca-
nudos dando mole na geladeira. Mas o vírus me devolveu à razão. Nada de fondue. Ele exigiu
sopa. Sopa o vírus terá.
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Segundo Koch (1991), num sentido amplo, a intertextualidade é uma “condição de existência
do próprio discurso” e pode equivaler à noção de interdiscursividade ou heterogeneidade. Um
discurso remete a outro e tudo se dá como se o que se tem a dizer trouxesse pelo menos em
parte um já dito.
(Marcuschi, 2008)
14
8-
41
12.
.4
41
-3
a) o livro pesquisado não discutir o assunto para o qual ele buscava possibilidades de resposta.
b) as orientações do livro levarem-no a dar uma resposta equivocada à pergunta da menina.
c) a questão levantada pela menina inviabilizar uma resposta nos moldes que ele planejava.
d) o questionamento feito pela menina revelar que ela ainda não confiava nas respostas dele.
e) a observação da menina atestar que estava preparado para lhe responder com segurança.
90 Vocação: cronista
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A crônica é um gênero muito colado ao autor. É diferente do romance, que pode ter persona-
gens como um assassino, uma nuvem, um pé-de-meia, que não têm nada a ver com o escritor
no sentido mais óbvio. Escrevo narrativas em primeira pessoa e falo de coisas que se parecem
com as que acontecem na minha vida. Então, quando falo com o público, ele já tem conheci-
mento de quem eu sou. Claro que o narrador da crônica não sou exatamente eu, e o que acon-
tece na crônica na maioria das vezes não aconteceu comigo. Considero crônica um gênero de
ficção. Se digo “eu fui à padaria” não significa que eu tenha ido à padaria. Não. Eu estava em
casa escrevendo uma crônica em que o narrador foi à padaria. Mas é próximo de mim.
9 GABARITO
1 C
2 C
3 A
4 A
5 A
6 D
7 A
14
8 A
8-
41
9 C
12.
10 D
.4
41
11 a
-3
12 c
s
co
13 e
ar
M
14 C
LÍNGUA PORTUGUESA
15 B
16 C
17 C
18 A
19 C
20 E
91
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcos - 341.412.418-14, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ANOTAÇÕES
14
8-
41
12.
.4
41
-3
s
co
ar
M
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