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SEMEF Manaus-AM

Auditor Fiscal de Tributos Municipais

Conceitos de auditoria e sobre a pessoa do auditor............................................................................. 1


Planejamento de auditoria. .................................................................................................................. 3
Riscos de auditoria. ............................................................................................................................. 7
Materialidade e relevância. ................................................................................................................ 11
Laudo e parecer pericial contábil. ...................................................................................................... 14
Documentação de auditoria. .............................................................................................................. 19
Ética profissional e conflito de interesses. .......................................................................................... 26
Fraudes e responsabilidade do auditor. ............................................................................................. 33
Procedimentos analíticos. Confirmações Externas. Amostragem. ..................................................... 37
Evidenciação. .................................................................................................................................... 43
Avaliação de distorções identificadas................................................................................................. 56
Controle externo e controle interno. ................................................................................................... 57
Normas Vigentes de Auditoria Emanadas pelo Conselho Federal de Contabilidade: NBC PA, NBC PP,
NBC TA, NBC TI e NBC TP.................................................................................................................... 67

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Bons estudos!

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Conceitos de auditoria e sobre a pessoa do auditor.

Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br

AUDITORIA

A auditoria1 pode ser entendida como a atividade de revisão das demonstrações financeiras, sistema
financeiro, seus registros, suas transações e operações de uma entidade, efetuada por profissionais da
contabilidade contadores, com a finalidade de assegurar a fidelidade dos registros e proporcionar
credibilidade às demonstrações financeiras.

Conceito

A palavra auditoria origina-se do latim audire (ouvir). Foi usada incialmente pelos ingleses para
assegurar o conjunto de procedimentos técnicos utilizados para a revisão da escrituração e evidenciação
dos registros contábeis. Atualmente seu significado é mais abrangente.
A auditoria é o processo de confrontação entre uma situação encontrada e um determinado crédito,
ou, em outras palavras é a comparação entre o fato efetivamente ocorrido e o que deveria ocorrer.
Podemos também afirmar que a auditoria é o conjunto de procedimentos e técnicas aplicados de forma
independente sobre uma relação que envolve a obrigação de responder por uma responsabilidade
conferida, objetivando emitir um informe de como essa obrigação está sendo cumprida.
Segundo a INTOSAI2, auditoria é o exame das operações, atividades e sistemas de determinada
entidade, com a função de verificar se são executadas ou funcionam em conformidade com determinados
objetivos, orçamentos, regras e normas.

Objetivos

O objetivo da auditoria3 é o exame de documentos, livros contábeis, registros, além de realização de


inspeções e obtenção de informações de fontes internas e externas, tudo relacionado com o controle do
patrimônio da entidade auditada.
Tem ainda como objetivo averiguar a exatidão dos registros contábeis e das demonstrações contábeis
no que se refere aos eventos que alteram o patrimônio e a representação desse patrimônio, sendo assim
resume-se no conjunto de elementos de controle do patrimônio, quais sejam os registros contábeis,
documentos que comprovem esses registros e os atos administrativos.
Fatos não registrados documentalmente também são objeto da auditoria uma vez que tais fatos podem
ser relatados por indivíduos que executam atividades relacionadas ao patrimônio auditado.

Campo de Atuação

A auditoria, de acordo com o ambiente onde será aplicada poderá ser dividida em:
a) Auditoria Governamental: onde atua diretamente sobre a administração do setor público. Está
diretamente relacionada ao acompanhamento das ações dos órgãos e entidades que compõe a
administração direta e indireta, nas três esferas de governo. Segundo o Regimento Interno do TCU
(Tribunal de Contas da União)4 a auditoria governamental está definida da seguinte forma:
Art. 239. Auditoria é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para:
I – Examinar a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos a sua
jurisdição, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial;

1
Auditoria Contábil: Enfoque teórico, normativo e prático. Inaldo da Paixão Araújo, Daniel Gomes Arruda, Pedro Humberto Teixeira Barretto, São Paulo, Saraiva-
2008.
2
Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores
3
http://www.crc-ce.org.br/fiscalizacao/informacoes-importantes/auditoria-contabil/
4
https://portal.tcu.gov.br/normativos/regimentos-internos/

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II – Avaliar o desempenho dos órgãos e entidades jurisdicionados, assim como dos sistemas,
programas, projetos e atividades governamentais, quanto aos aspectos de economicidade, eficiência e
eficácia dos atos praticados;
III – Subsidiar a apreciação dos atos sujeitos a registro.

b) Auditoria Privada: aquela que atua na iniciativa privada, ou seja, nas empresas que objetivam
lucro. Por ser realizada por auditores internos e externos.

I - Auditores Internos: quando é realizada por profissionais empregados pela própria empresa
auditada, ou seja, parcialmente independente, que além de trabalhar com as informações contábeis e
financeiras, se dedica também aos aspectos operacionais da organização.
Segundo Guzman5 “auditoria interna é a atividade independente de avaliação de uma organização,
mediante a revisão de sua contabilidade, finanças e outras operações que servem de base à
administração da empresa. Também se pode dizer que é o controle gerencial que funciona medindo e
avaliando a eficácia dos outros controles”.
Compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e comprovações metodologicamente
estruturados para avaliação da integridade, adequação e eficácia dos processos, dos sistemas de
informação e dos controles internos integrados ambiente e de gerenciamento de risco, com objetivo de
auxiliar à administração da organização ao cumprimento de seus objetivos.

II - Auditores Externos: é a auditoria realizada por profissionais independentes, na área contábil,


como em outras diversas áreas.
Segundo Everard e Wolter6, “é a auditoria realizada por um organismo externo e independente da
entidade controlada, tendo por objetivo, por um lado, emitir parecer sobre as contas e a situação
financeira, a regularidade e a legalidade das operações e/ou sobre a gestão financeira e, por outro,
elaborar relatórios correspondentes”.
Um dos seus principais objetivos é emitir uma opinião independente, com base em normas técnicas
sobre a adequação ou não das demonstrações contábeis, assim como em certos casos, emitir um
relatório sobre o cumprimento de cláusulas contratuais, sobre a regularidade das operações ou resultado
da gestão financeira e administrava das organizações auditadas.

Sobre o Auditor

Os auditores devem evitar quaisquer condutas que possam comprometer a confiança em relação ao
seu trabalho e renunciar a quaisquer práticas ilegais ou que possam desacreditar a sua função, ainda
devem ser capazes de lidar de forma adequada com pressões ou situações que ameacem seus princípios
éticos ou que possam resultar em ganhos pessoais ou organizacionais inadequados, mantendo conduta
íntegra e irreparável.
Os auditores devem atuar de forma imparcial e isenta, evitando situações de conflito de interesses ou
quaisquer outras que afetem sua objetividade, de fato ou na aparência, ou comprometam seu julgamento
profissional

O auditor deve manter sigilo e agir com cuidado em relação a dados e informações obtidos em
decorrência do exercício de suas funções. Ao longo da execução dos trabalhos, o sigilo deve ser mantido
mesmo que as informações não estejam diretamente relacionadas ao escopo do trabalho, não deve
também divulgar informações relativas aos trabalhos desenvolvidos ou a serem realizados ou repassá-
las a terceiros sem prévia anuência da autoridade competente.

O zelo profissional se refere à atitude esperada do auditor na condução dos trabalhos e nos resultados
obtidos. Deve também deter as habilidades necessárias e adotar o cuidado esperado de um profissional
prudente e competente, mantendo postura de ceticismo profissional na forma de:
- Agir com atenção;
- Demonstrar diligência e responsabilidade no desempenho das tarefas a ele atribuídas, de modo a
reduzir ao mínimo a possibilidade de erros;
- Buscar atuar de maneira precipuamente preventiva.
O zelo profissional se aplica a todas as etapas dos trabalhos de avaliação e de consultoria.

5
Guzman, Genaro Soriano. La auditoria interna en el processo administrativo. Republica Dominicana. Editorial CENAPEC, 1991
6
Everard Patrick, Wolter Diane. Seleções de termos e expressões utilizadas em matéria de auditoria externa das finanças públicas. Sydney. INTOSAI, 1989

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Questões

01. (TJ/PI - Analista Judiciário - FGV) A auditoria consiste no levantamento, exame e avaliação de
procedimentos, operações, rotinas e demonstrações contábeis de uma entidade. A partir da compreensão
conceitual, é correto dizer que o objeto do trabalho de auditoria se circunscreve:
(A) A fatos não registrados documentalmente;
(B) Ao conjunto de elementos de controle do patrimônio administrado;
(C) Aos papéis de trabalho;
(D) Aos registros contábeis;
(E) Ao relatório com a opinião de auditor.

Com relação aos conceitos gerais sobre auditoria, julgue os itens subsequentes.
A auditoria para apuração do valor real do patrimônio líquido de uma empresa é essencial em
circunstâncias tais como a transferência de seu controle acionário. Nessa ocasião, devem ser
considerados não apenas os valores patrimoniais contabilizados, mas também os intangíveis.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito

01.B/ 02.Certo

Comentários
01. Resposta: B
O objetivo é o exame de documentos, livros contábeis, registros, além de realização de inspeções e
obtenção de informações de fontes internas e externas, tudo relacionado com o controle do patrimônio
da entidade auditada

02. Resposta: Certo


A auditoria é uma atividade de revisão com a finalidade de assegurar a fidelidade dos registros. Sendo
assim para apuração do valor do PL de uma empresa, devem ser considerados todos os valores
registrados, sendo eles tangíveis e intangíveis.

Planejamento de auditoria.

Entender o fluxo de uma auditoria7 é essencial para eliminar algumas alternativas de questões que
não fazem o menor sentido.

7
BRITO; Claudinei. FONTENELLE; Rodrigo. Auditoria Privada e Governamental: Teoria de forma objetiva e mais de 400 Questões Comentadas. – Niterói,
RJ: Impetus, 2015.

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O planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente quais os objetivos a serem
atingidos e como se deve fazer para alcança-los. Ele define onde se pretende chegar, o que deve ser
feito, quando, como e em que sequência.
É uma etapa fundamental para o sucesso da fiscalização, sendo imprescindível que seja alocado o
tempo adequado para sua realização. A tentativa de reduzir o tempo destinado ao planejamento muitas
vezes redunda em problema na execução da fiscalização, que poderão provocar acréscimo no tempo
total de realização, além de repercussões negativas em sua qualidade.
Todo trabalho de auditoria deve ser planejado, com o detalhamento que for possível, de acordo com o
tempo disponível e com o objetivo determinado.
Um planejamento incompleto, além de normalmente aumentar o custo do trabalho, dificulta sua
execução, pois gera problemas operacionais e administrativos para os auditores, que acabam por
descobrir, na prática, que diversas atividades poderiam ter sido realizada na sede, em vez de ocuparem
o precioso tempo de campo da equipe.
Ou seja, planejar é pensar o modo se realizar a auditoria, de acordo com os meio disponíveis, em
tempo, pessoal, recursos financeiros, a fim de se alcançarem os objetivos definidos para o trabalho.
Em suma, na fase de planejamento, a equipe de auditoria deve realizar os seguintes procedimento:
- Obter detalhamento sobre a auditoria, atendendo ao princípio do custo-benefício;
- Obter o máximo de informações sobre a empresa a ser auditada;
- Discutir o escopo, os procedimentos e as técnicas;
- Testar a documentação a ser utilizada.

Não se pode auditar com eficiência aquilo que não se conhece. Conhecer o objetivo da auditoria é um
dos passos mais importantes do processo, a fim de se definir o escopo da auditoria e os procedimentos
e técnicas a serem utilizados.

Importante: escopo é a profundidade e amplitude do trabalho para alcançar o objetivo da auditoria, e


é definido em função do tempo e dos recursos humanos e materiais disponíveis.
O escopo da auditoria deve ser estabelecido de modo suficiente a satisfazer os objetivos do trabalho.
Outro ponto interessante é a discussão entre os membros da equipe e com o supervisor. O
planejamento é um trabalho em equipe, pois se cada auditor utilizar sua experiência e se sentir parte do
processo, as chances de sucesso serão sempre maiores.
E para isso algumas considerações iniciais sobre o planejamento se faz necessária:
1) É a primeira fase de um trabalho de auditoria;
2) Não se encerra com o início dos trabalhos de campo;
3) É flexível.

Etapas do Planejamento de Auditoria

Estratégia Global
O processo de definição da estratégia global auxilia o auditor a determinar, dependendo da conclusão
dos procedimentos de avaliação de risco, temas como:
- Os recursos a serem alocados em áreas de auditoria específicas, tais como membros da equipe com
experiência adequada para áreas de alto riacho ou o envolvimento de especialistas em temas complexos;
- O recursos a alocar a área de auditoria específicas, tais como o número de membros da equipe
alocados para observar as contagens de estoque em locais relevantes, a extensão da revisão do trabalho
de outros auditores no caso de auditoria de grupo de empresas ou o orçamento de horas de auditoria a
serem alocadas nas áreas de alto risco;
- Quando esses recursos devem ser alocados, por exemplo, se em etapa intermediária de auditoria ou
em determinada data-base de corte;
- Como esses recursos são gerenciados, direcionados e supervisionados, por exemplo, para quando
estão previstas as reuniões preparatórias e de atualização, em campo ou fora dele) e se devem ser
realizadas revisões de controle de qualidade do trabalho.
Uma vez definida a estratégia global de auditoria, pode ser desenvolvido plano de auditoria para tratar
dos diversos temas identificados na estratégia global de auditoria, levando-se em conta a necessidade
de atingir os objetivos da auditoria por meio do uso eficiente dos recursos do auditor.
A definição da estratégia global de auditoria e o plano de auditoria detalhado não são necessariamente
processo isolados ou sequenciais, estando intimamente relacionados, uma vez que as mudanças em um
podem resultar em mudanças no outro.

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Plano de Auditoria
O plano de auditoria é mais detalhado que a estratégia global de auditoria, visto que inclui a natureza,
a época e a extensão dos procedimentos de auditoria a serem realizados pelos membros da equipe de
trabalho.
O planejamento desses procedimentos ocorre no decurso da auditoria, à medida que o plano de
auditoria para o trabalho é desenvolvido.
O auditor pode iniciar a execução de procedimentos adicionais para alguns tipos de operações, saldos
de conta e divulgação antes de planejar todos os procedimentos.

Mudanças nas Decisões de Planejamento durante o Processo de Auditoria


Em decorrência de imprevistos, mudanças nas condições ou na evidência de auditora obtida na
aplicação de procedimentos, o auditor pode ter de modificar a estratégia global e o plano de auditoria e,
portanto, a natureza, a época e a extensão dos procedimentos, considerando a revisão dos riscos
avaliados.
Pode ser o caso de informação identificada pelo auditor que difere significativamente da informação
disponível quando o auditor planejou os procedimentos de auditoria.
Por exemplo, evidência de auditoria obtida por meio da aplicação de procedimentos substantivos
(sobre o sistema contábil) pode ser contraditória à evidência de auditoria obtida por meio de testes de
controle (sobre os controles internos).

Direcionamento, Supervisão e Revisão


A natureza, a época e a extensão do direcionamento e da supervisão dos membros da equipe e a
revisão do seu trabalho podem variar dependendo de diversos fatores, incluindo:
- o porte e a complexidade da entidade;
- a área da auditoria;
- os riscos de distorções relevantes (por exemplo, um aumento no risco de distorções para um dada
área de auditoria costuma exigir um correspondente aumento na extensão e no direcionamento e
supervisão tempestiva por parte dos membros da equipe e uma revisão mais detalhada do seu trabalho);
- a capacidade e a competência dos membros da equipe de auditoria.

Programa de Auditoria
O programa de auditoria constitui-se no desenvolvimento do Plano de Auditoria, executado
previamente aos trabalhos de campo, embasado em objetivos definidos e nas informações disponíveis
sobre as atividades da entidade auditada. É o plano de ação detalhado, destinado a orientar
adequadamente o trabalho do auditor, permitindo-lhe, ainda, complementá-lo quando circunstâncias
imprevistas o recomendarem.
O programa de auditoria deverá contemplar todas as informações disponíveis e necessárias ao
desenvolvimento de cada trabalho a ser realizado, com vistas a determinar a extensão e a profundidade
deste, considerando a legislação específica, o resultado das auditorias anteriores, normas próprias da
entidade a ser auditada etc. Deverá ser estruturado de forma a que possa ser:

- Específico: preparado, para cada trabalho de auditoria, quando as atividades apresentarem


frequentes alterações de objetivos, procedimentos ou controles internos; e
- Padronizado: destinado à aplicação em trabalhos locais ou em épocas diferentes, com pequenas
alterações, prestando-se a atividades que não se alterem ao longo do tempo, ou a situações que
contenham dados e informações similares. Objetiva padronizar os procedimentos da auditoria de uma
mesma unidade.

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Ou seja, deve ser desenvolvido e documentado um plano para cada trabalho de auditoria, que
evidenciará o objetivo, o escopo, o prazo e a alocação de recursos. Os auditores devem desenvolver
programas de auditoria que alcancem os objetivos de auditoria e tais programas, e seus eventuais ajustes,
devem ser registrados e aprovados antes do início da execução.
Os programas de auditoria devem estabelecer os procedimentos para identificar, analisar, avaliar e
registrar informações durante o desenvolvimento dos trabalhos de auditoria e devem ser executados de
modo suficiente para alcançara os objetivos da auditoria.

Questões

01. (TCE/PI - FCC) O planejamento da auditoria é a fase na qual são fixadas as ações a serem
executadas no trabalho de campo. Entre os principais conceitos sobre os quais está fundamentada esta
atividade figura a:
(A) objetividade;
(B) publicidade;
(C) legalidade;
(D) relevância;
(E) impessoalidade.

02. (ASLEPE - FCC) Em relação ao Planejamento de Auditoria, considere.


I. No início dos seus trabalhos, o auditor deve considerar se existe uniformidade nas práticas contábeis
adotas pela entidade.
II. Na determinação dos fatos relevantes que serão examinados, não cabe ao auditor determinar a
partir de que valor estes fatos serão considerados.
III. o Planejamento da Auditoria é um processo que se inicia logo após a contratação dos serviços.

Está correto o que se afirma APENS em:


(A) I e III;
(B) III;
(C) II e III;
(D) I;
(E) II.

03. (CVM - ESAF) A respeito de planejamento na realização de auditoria é correto afirmar:


(A) é a fase inicial dos trabalhos e deve ser concluída antes que as equipes específicas e/ou
especializadas iniciem suas avaliações.
(B) constitui-se nos trabalhos iniciais de coleta de informações a respeito da entidade a ser auditada e
dos mecanismos de controle existentes;
(C) não é uma fase isolada da auditoria, mas um processo contínuo e iterativo, que muitas vezes
começa logo após (ou em conexão com) a conclusão da auditoria anterior, continuando até a conclusão
do trabalho de auditoria atual;
(D) a fase em que participa, além da equipe de auditoria, toda a área de gestão e governança da
entidade, em especial, a área responsável pela elaboração das demonstrações contábeis;
(E) consiste em definir as estratégias gerais e o plano de trabalho antes do início de qualquer atividade
de avaliação e revisão das demonstrações.

Gabarito

01 D / 02.D / 03.C

Comentários

01. Resposta: D
O auditor independente trabalha com aspectos relevantes. Dessa forma, a única alternativa plausível
seria a letra D.
Cuidado para não confundir com os princípios éticos que devem ser seguidos pelo auditor. Nesse
caso, objetividade estaria correto.
O auditor deve ser impessoal e trabalhar dentro da legalidade, obviamente, mas essas não são
características do planejamento de auditoria.

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Por fim, o planejamento de auditoria é um documento reservado, que no caso da auditoria
independente só diz respeito ao próprio auditor.

02. Resposta: D
Item I – A verificação da uniformidade nas práticas contábeis é um dos pontos relevantes a serem
verificados no início dos trabalhos de auditoria, para garantir a comparabilidade das informações.
Item II – Está errado apenas devido à palavra NÂO. Cabe sim ao auditor essa determinação.
Item III – Considera-se que o planejamento de auditoria é iniciado no primeiro contato com o cliente,
antes mesmo da assinatura do contrato, quando são executadas as atividades preliminares.

03. Resposta: C
O planejamento em auditoria não é imutável e muito menos uma fase isolada. Trata-se de um processo
contínuo e iterativo, que pode começar logo após a conclusão da auditoria anterior e se estender até a
conclusão do trabalho de auditoria atual.
As letras A e E são falsas, pois como vimos, o planejamento não se encerra na fase inicial dos
trabalhos. A letra B restringe planejamento à fase inicial de coleta de informações e, por isso está
incorreta. A alternativa D está errada, já que o responsável pelo planejamento é o auditor.

Riscos de auditoria.

Risco de Distorção Relevante (Risco Inerente e Risco de Controle) e Risco de Detecção

Franco e Marra (2011) esclarecem que a auditoria é um trabalho complexo, que envolve a aplicação
de sofisticados procedimentos, o que torna inevitável que haja um certo grau de risco de que erros ou
irregularidades existentes possam não ser detectados durante o processo.
O auditor não é obrigado a identificar a totalidade dos erros existentes nas atividades auditadas,
mesmo porque sabemos que seu trabalho sofre limitações quanto aos recursos disponíveis, em
comparação com a gama de atribuições a que é submetido. Nunca é demais lembrar que o auditor
trabalha por amostragem, razão pela qual terá sempre uma segurança razoável, e não absoluta, acerca
do objeto auditado.
Quando os erros não são significativos, não há tanto problema. Entretanto, quando forem relevantes
e não tenham sido descobertos, esse fato pode prejudicar a confiabilidade em seu trabalho. Assim, faz-
se necessário o conhecimento das diversas variáveis envolvidas no risco de auditoria, para que se possa
minimizar seus efeitos.
A NBC TA 200 define risco de auditoria como sendo o “risco de que o auditor expresse uma opinião
de auditoria inadequada quando as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante. O risco de
auditoria é uma função dos riscos de distorção relevante e do risco de detecção.”

DICA: O risco de o auditor considerar que há distorções relevantes nas demonstrações contábeis
quando na verdade elas não existem é segundo a mesma norma, insignificante.

Tipos de Risco

Risco de Detecção
É o risco de que os procedimentos executados pelo auditor para reduzir o risco de auditoria a um nível
aceitavelmente baixo não detectem uma distorção existente que possa ser relevante, individualmente ou
em conjunto com outras distorções.

Risco de Distorções Relevantes


O risco de que as demonstrações contenham distorção relevante antes da auditoria. Consiste em dois
componentes, descritos a seguir no nível das afirmações:
- Risco Inerente é a suscetibilidade de uma afirmação a respeito de uma transação, saldo contábil ou
divulgação, a uma distorção que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras
distorções, antes da consideração de quaisquer controles relacionados.
- Risco de Controle é o risco de que uma distorção que possa ocorrer em uma afirmação sobre uma
classe de transação, saldo contábil ou divulgação e que possa ser relevante, individualmente ou em

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conjunto com outras distorções não seja prevenida, detectada e corrigida tempestivamente pelo controle
interno da entidade.
Em outras palavras, o risco inerente não depende da atuação do controle interno ou da auditoria. Ele
vai existir pela simples existência do processo ou entidade a ser auditada. Nesse ponto, não se considera
a existência dos controles ou do trabalho do auditor, ou seja, não estamos falando em controle em controle
e auditoria.
O risco do controle diz respeito ao trabalho do controle interno. É o riso de que, mesmo que os controles
sejam efetivos, não consigam evitar ou detectar um erro ou fraude no processo. Como exemplo, vamos
citar um processo de compras no qual, ainda que haja a devida segregação de funções entre os
responsáveis (um dos princípios do controles interno), pode envolver fraude não detectada, elaborada
por meio de conluio entre dois ou mais funcionários.
Por fim, o risco de detecção está diretamente relacionado ao trabalho do auditor. Como já vimas, haja
vista as limitações naturais a que um trabalho de auditoria está submetido, é possível que o auditor não
detecte erros e fraudes no processo, ainda que pareçam graves.

A possibilidade de ocorrência de tais riscos deve ser analisada e avaliada por ocasião do planejamento
da auditoria, para que sejam incluídos, nos programas, procedimento específicos a fim de detectá-los.
Quanto maior for o grau de adequação dos controles internos administrativos, menor será a
vulnerabilidade dos riscos inerentes à gestão propriamente dita.

DICA:
Risco de Detecção: É o risco do auditor!
Riscos de Controle e Inerente: Existem independente do auditor. Quando há um controle, mas ele
falha, temos o Risco de Controle. Quando falamos do risco independente da presença do controle, temos
o Risco Inerente.

Há uma relação inversa entre o risco de detecção e risco de distorção relevante (inerente e controle).
Quanto maior o risco de distorção relevante, menores os riscos de detecção a serem aceitos pelo auditor.
Para ilustrar. Observemos o quadro a seguir.

A Avaliação do Risco de Controle pelo Auditor é:

Alto (2) Médio Baixo


A Avaliação do Risco Alto (3) Menor (1) Menor Médio
Inerente pelo Auditor é:
Médio Menor Médio Maior
Baixo Médio Maior Maior

Obs: os números (1), (2) e (3) são apenas para fins de explicação.

Explicando o quadro anterior. Dos quadrantes mais claros, vamos nos concentrar no número (1). Se a
avaliação, pelo auditor, do risco de controle, é alta (2), assim como a do risco inerente (3), o auditor irá
aceitar um menor risco de detecção. Lembrem-se de que o auditor só pode influenciar o risco de detecção;
os outros existem independentemente de sua presença.
Há também uma relação inversa entre o risco de auditoria e o nível estabelecido de relevância, isto é,
quanto menor for o nível estabelecido de relevância, maior será o risco de auditoria e vice-versa. Como
assim?

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Se o auditor considera um item da demonstração financeira auditada relevante, ele aplicará mais testes
de auditoria, reduzindo, dessa forma, o risco de detecção que, como sabemos, é o riso do auditor. Como
o risco de auditoria é função do risco de detecção relevante, se um desses riscos diminui (e o outro fica
constante), o risco de auditoria também diminuirá. Portanto, quanto maior a relevância, menor o risco de
auditoria.

Plano de Auditoria Baseado no Risco

De acordo com Castro (2009 apud BRITO e RODRIGO, 2015), a Auditoria baseada no risco busca
direcionar o foco do trabalho, a fim de avaliar as tendências e as condições que a entidade possui para
atingir seus resultados.
Para estabelecer o grua d priorização dos trabalhos da auditoria, utilizando a filosofia do risco,
devemos analisar os seguintes fatores: materialidade, relevância e criticidade.
A materialidade ($$$) está relacionada ao montante de recursos financeiros envolvidos em
determinada operação da entidade.
A relevância significa a importância relativa ou papel desempenhado por uma determinada questão,
situação ou unidade, existentes em um dado contexto, e deve ser considerada pelo auditor quando
determinar a natureza, a extensão e oportunidade dos procedimentos de auditoria.
Sobre criticidade, trata de certa fragilidade identificada nos controles internos que pode ser
considerada como riscos. Os demais conceitos serão tratados em tópico específico.

Após a relação e classificação dos fatores de risco, devem ser estabelecidos o grau de impacto e a
probabilidade da ocorrência, elaborando-se uma matriz de probabilidade e impacto, que é um dos
instrumentos mais utilizados em gestão de riscos, na análise qualitativa, priorizando os riscos.

Seguem dois exemplos de matriz de probabilidade e impacto:

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ALTO

MÉDIO

BAIXO

Como podem perceber, a avaliação da probabilidade e do impacto de um risco é uma tarefa subjetiva.
Lembre-se que risco é evento negativo, futuro e incerto (ou seja, ainda não ocorreu e nem sabemos se
vai mesmo ocorrer). Dessa forma, não é fácil estabelecer uma forma mais objetiva de se priorizarem as
atividades de auditoria baseada no risco; tem de ser por estimativa mesmo.

DICA: RISCO é evento negativo, futuro e incerto (ou seja, ainda não ocorreu e nem sabemos se vai
mesmo ocorrer). Se na questão de prova constar um evento que já tenha ocorrido, não estamos mais
falando de risco.

Isso tudo serve para priorizar os riscos mais significativos possibilitando o foco nas áreas a serem
auditadas.
Há um ponto que deve ser ressaltado: a identificação dos riscos é de responsabilidade da
administração da entidade e não dos auditores internos. O papel da auditoria interna, nesse caso, é
garantir que os riscos identificados estejam sendo adequadamente controlados.
De acordo com a NBC TA 325 – Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante -, o auditor
deve identificar e avaliar os riscos de distorção relevante:
(a) não nível das demonstrações contábeis;
(b) no nível de afirmação para classe de transações, saldos de conta e divulgações, de modo a fornecer
uma base para a concepção e a execução de procedimentos adicionais de auditoria.

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DICA: Afirmações são declarações da administração, explícitas ou não, que estão incorporadas às
demonstrações contábeis, utilizadas p elo auditor para considerar aos diferentes tipos de distorções
potenciais que possam ocorrer.

Para este propósito, o auditor deve:


- identificar riscos ao longo de todo o processo de obtenção do entendimento da entidade e do seu
ambiente;
- avaliar os riscos identificados e se eles se relacionam de forma generalizada Às demonstrações
contábeis como um todo;
- relacionar os riscos identificados aos controles relevantes que o auditor pretende testar;
Considerar a probabilidade de distorção e se é de magnitude que possa resultar em distorção
relevante.

Materialidade e relevância.

De acordo com a NBC TA 320 (R1)8 - Materialidade no Planejamento e na Execução da Auditoria9,


que trata da responsabilidade do auditor independente de aplicar o conceito de materialidade no
planejamento e na execução de auditoria de demonstrações contábeis, definindo que o objetivo do auditor
é aplicar o conceito de materialidade adequadamente.
A estrutura de relatório financeiros, frequentemente, discute o conceito de materialidade no contexto
da elaboração e apresentação de demonstrações contábeis, explicando que:
- Distorções são relevantes quando for esperado que possam influenciar as decisões econômicas de
usuários;
- Julgamentos sobre materialidade são feitos à luz das circunstâncias envolvidas;
- Julgamentos sobre quais assuntos são relevantes para usuários são baseados em considerações
sobre as necessidade de informações financeiras comuns a usuários como um grupo.

A determinação de materialidade pelo auditor é questão de julgamento profissional e é afetada pela


percepção das necessidades informações financeiras dos usuários.
A determinação de materialidade no planejamento da auditoria não estabelece necessariamente um
valor abaixo do qual as distorções não corrigidas serão sempre avaliadas como não relevantes, pois as
circunstâncias relacionadas a algumas distorções não corrigidas serão sempre avaliadas como não
relevantes, pois as circunstância relacionadas a algumas distorções podem levar o auditor a avalia-las
como relevantes mesmo que estejam abaixo do limite de materialidade.
De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), materialidade para execução da auditoria
significa o valor ou valores fixados pelo auditor, inferiores ao considerado relevantes às demonstrações
como um todo, para adequadamente reduzir a um nível baixo a probabilidade de que as distorções não
corrigidas e não detectadas excedam a materialidade nas demonstrações como um todo.
Materialidade para execução da auditoria se refere também ao valor ou valores, fixados pelo auditor,
inferiores ao nível ou níveis de materialidade para classes específicas de transações, saldos contábeis e
divulgações.

Exemplificando, vamos admitir o seguinte balanço patrimonial:


Balanço Patrimonial (em RS)
Ativo Circulante 30.000 Passivo Circulante e não circulante 50.000
Ativo não Circulante 70.000 PL 50.000
Ativo Total 100.000 Passivo Total 100.000

A partir do seu julgamento profissional, o auditor pode definir, por exemplo, que o valor irá considerar
material para uma conta será de 1% do Ativo Total. Dessa forma, valores inferiores a R$ 1.000,00 serão
considerados não materiais, reduzindo a um nível baixo a probabilidade de que distorções não detectadas
nessas contas influenciem nas demonstrações como um todo.

8
http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?codigo=2016/NBCTA320(R1)
9
BRITO; Claudinei. FONTENELLE; Rodrigo. Auditoria Privada e Governamental: Teoria de forma objetiva e mais de 400 Questões Comentadas. – Niterói,
RJ: Impetus, 2015.

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Outros Elementos da Materialidade
- Determinação da Materialidade no Planejamento e para Execução da Auditoria: ao estabelecer
a estratégia global de auditoria durante o planejamento, o auditor deve determinar a materialidade para
as demonstrações contábeis.

- Revisão no Decorrer da Auditoria: o auditor deve revisar a materialidade para as demonstrações


contábeis como um todo (e, se aplicável, o nível ou níveis de materialidade para classes específicas de
transações, saldos contábeis ou divulgação) no caso de tomar conhecimento de informações que o teriam
levado a determinar um valor diferente.

Dica: a materialidade, assim como o planejamento do auditor, não é imutável e pode ser revista ao
longo da execução da auditoria. Se o auditor concluir que é apropriada a materialidade mais baixa para
as demonstrações do que incialmente determinado, deve verificar se é necessário revisar a materialidade
e se a natureza, a época e a extensão dos procedimentos continuam apropriados.

Questões

01. (Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal - ESAF) A determinação de materialidade
para execução detestes:
(A) não é um cálculo mecânico simples e envolve o exercício de julgamento profissional. É afetado
pelo entendimento que o auditor possui sobre a entidade, atualizado durante a execução dos
procedimentos de avaliação de risco, e pela natureza e extensão de distorções identificadas em auditorias
anteriores e, dessa maneira, pelas expectativas do auditor em relação a distorções no período corrente.
(B) é um cálculo mecânico simples e envolve o exercício de julgamento profissional. É afetado pelo
entendimento que o auditor possui sobre a entidade, atualizado durante a execução dos procedimentos
de avaliação de risco, e pela natureza e extensão de distorções identificadas em auditorias anteriores e,
dessa maneira, pelas expectativas do auditor em relação a distorções no período corrente.
(C) não é um cálculo mecânico simples e envolve o exercício de julgamento profissional. Não deve ser
afetado pelo entendimento que o auditor possui sobre a entidade, atualizado durante a execução dos
procedimentos de avaliação de risco, e pela natureza e extensão de distorções identificadas em auditorias
anteriores e, dessa maneira, pelas expectativas do auditor em relação a distorções no período corrente e
subsequentes.
(D) é um cálculo mecânico simples e envolve o exercício de julgamento profissional. Não deve ser
afetado pelo entendimento que o auditor possui sobre a entidade, atualizado durante a execução dos
procedimentos de avaliação de risco, e pela natureza e extensão de distorções identificadas em auditorias
anteriores e, dessa maneira, pelas expectativas do auditor em relação a distorções no período corrente.
(E) não é um cálculo mecânico simples e envolve o exercício de julgamento profissional. Não deve ser
afetado pelo entendimento que o auditor possui sobre a entidade, não deve ser atualizado durante a
execução dos procedimentos de avaliação de risco, e pela natureza e extensão de distorções
identificadas em auditorias anteriores e, dessa maneira, pelas expectativas do auditor em relação a
distorções em períodos subsequentes.

02. (CGE/MA - Auditor - FGV) O auditor, ao realizar uma auditoria, exerce julgamento sobre a
magnitude das distorções que são consideradas relevantes.
Esses julgamentos fornecem a base para
(A) determinar a natureza, a época e a extensão de procedimentos de avaliação de risco.
(B) identificar e avaliar os riscos de distorção irrelevante.
(C) determinar a natureza, a época e a extensão de procedimentos operacionais de relevância.
(D) tomar decisões econômicas razoáveis com base nas informações das demonstrações contábeis.
(E) entender que as demonstrações contábeis são elaboradas, apresentadas e auditadas
considerando níveis de materialidade.

03. (CGE/MA - Auditor - FGV) A determinação da materialidade para o planejamento envolve o


exercício de julgamento profissional. Aplica-se frequentemente uma porcentagem a um referencial
selecionado como ponto de partida para determinar a materialidade para as demonstrações contábeis
como um todo.
Os fatores que podem afetar a identificação de referencial apropriado incluem
(A) os elementos das notas explicativas.

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(B) os itens que tendem a inibir a atenção dos usuários das demonstrações contábeis da entidade
específica.
(C) a natureza da entidade, a fase do seu ciclo de vida, o seu setor e o ambiente econômico em que
atua.
(D) a estrutura societária da entidade e como ela é determinada.
(E) a volatilidade relativa do capital.

04. (SEFAZ/SP - Agente Fiscal de Rendas - FCC) Uma demonstração contábil apresenta distorções
relevantes, quando o valor de distorções
(A) corrigidas não foi divulgado nas notas explicativas e supera a materialidade global estabelecida
pelo auditor.
(B) corrigidas, individualmente ou em conjunto, é maior que a materialidade global estabelecida para
o trabalho.
(C) não corrigidas, individualmente, é menor que a materialidade global.
(D) não corrigidas, individualmente ou em conjunto, é maior que a materialidade global estabelecida
para o trabalho.
(E) não corrigidas, individualmente ou em conjunto, supera o valor de R$ 10.000.000,00.

Gabarito

01.A / 02.A / 03.C / 04.D

Comentários

01. Resposta: A
Segundo o item A 12 da NBC TA 320, a determinação de materialidade para execução de testes não
é um cálculo mecânico simples e envolve o exercício de julgamento profissional. É afetado pelo
entendimento que o auditor possui sobre a entidade, atualizado durante a execução dos procedimentos
de avaliação de risco, e pela natureza e extensão da distorções identificadas em auditorias anteriores e,
dessa maneira, pelas expectativas do auditor em relação a distorções no período corrente.

02. Resposta: A
O auditor define a materialidade (na questão, definhada como magnitude das distorções) para
determinar a natureza, a época e a extensão de procedimentos de avaliação de risco.

03. Resposta: C
Segundo a NBC TA 320, “os fatores que podem afetar a identificação de referencial apropriado
incluem:
- os elementos das demonstrações contábeis (por exemplo, ativo, passivo, patrimônio líquido,
receita, despesa);
- se há itens que tendem a atrair a atenção dos usuários das demonstrações contábeis da entidade
específica (por exemplo, com o objetivo de avaliar o desempenho das operações, os usuários tendem a
focar sua atenção em lucro, receita ou patrimônio líquido);
- a natureza da entidade, a fase do seu ciclo de vida, o seu setor e o ambiente econômico em que
atua;
- a estrutura societária da entidade e como ela é financiada (por exemplo, se a entidade é financiada
somente por dívida em vez de capital próprio, os usuários dão mais importância a informações sobre os
ativos, e processos que os envolvam, do resultados da entidade); e
- a volatilidade relativa do referencial.

04. Resposta: D
O auditor estabelece, quando do seu planejamento de auditoria, a materialidade global para aquele
trabalho, dependendo do porte da empresa e sempre levando em conta seu julgamento profissional.
Dessa forma, ele irá considerar uma distorção relevante quando encontrar uma distorção, ao longo do
processo de auditoria, e essa distorção, além de não ser corrigida pela administração, for superior àquele
valor estabelecido pelo auditor inicialmente.

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Laudo e parecer pericial contábil.

Segundo Ribeiro10, o Relatório ou Parecer de Auditoria11 é: “Um documento por meio do qual o auditor
expressa, claramente, por escrito, sua opinião sobre as demonstrações contábeis com base na avaliação
das conclusões atingidas pela evidência de auditoria".

Nele, é descrito, também, a base que o auditor utilizou para emitir sua opinião.
A NBC TA 20 estabelece que são objetivos gerais do auditor, ao conduzir a auditoria de demonstrações
contábeis:
- Obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de
distorções relevantes, independentemente de se causadas por fraude ou erro, possibilitando assim que
o auditor expresse sua opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os
aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável;
- Apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e comunicar-se como exigido pelas NBC TAs,
em conformidade com as constatações do auditor.
Ou seja, a NBC TA 200 exige que o auditor obtenha segurança razoável de que as demonstrações
contábeis como um todo estão livres de distorção relevante independentemente de se causadas por
fraude ou erro, e que apresente relatório sobre essas demonstrações.

Asseguração razoável é um nível elevado de segurança. Esse nível é conseguido quando o auditor
obtém evidência apropriada e suficiente para reduzi a um nível aceitavelmente baixo o risco de auditoria
(isto é, o risco que o auditor expressa uma opinião inadequada quando as demonstrações contábeis
contiverem distorções relevante).

As seguintes normas são relevantes no estudo dos relatórios do auditor independente, porque tratam
de como a forma e o conteúdo do relatório de auditoria são afetados quando o auditor expressa uma
opinião modificada ou inclui um parágrafo de ênfase ou de outros assuntos:
- NBC TA 700: formação de opinião e emissão do relatório do auditor independente sobre as
demonstrações contábeis;
- NBC TA 705: modificações na opinião do auditor independente;
- NBC TA 706: parágrafo de ênfase e parágrafo de outros assuntos no relatório do auditor
independente.

A observância da principal delas, a NBC TA 700, propicia a consistência no relatório do auditor


independente e credibilidade no mercado global. Os objetivos do auditor na elaboração de seu relatório
são:
- Formar uma opinião sobre as demonstrações contábeis com base na avaliação das conclusões
atingidas pela evidência de auditoria obtida;
- Expressar claramente essa opinião por meio de relatório de auditoria por escrito que também
descreve a base a referida opinião.

A opinião do auditor deve informar se as demonstrações contábeis são elaboradas, em todo os


aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Essa avaliação deve
incluir a consideração dos aspectos qualitativos das práticas contábeis da entidade, incluindo indicadores
de possível tendenciosidade nos julgamentos da administração.
Para formar essa opinião, o auditor deve concluir se obteve segurança razoável sobre se as
demonstrações contábeis tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes,
independentemente de se causadas por fraude ou erro.
Essa opinião deve levar em consideração:
a) A conclusão do auditor sobre se foi obtida evidência de auditoria apropriada e suficiente;
b) A conclusão do auditor sobre se as distorções não corrigidas são relevantes, individualmente ou em
conjunto.

10
RIBEIRO, Izaque Vieira. Conteúdo Informacional dos Relatórios Modificados da Auditoria Independente no Brasil. Dissertação de Mestrado, FUCAPE, 2013.
11
BRITO; Claudinei. FONTENELLE; Rodrigo. Auditoria Privada e Governamental: Teoria de forma objetiva e mais de 400 Questões Comentadas. – Niterói, RJ:
Impetus, 2015.

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O auditor deve avaliar se as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos
relevantes, de acordo com os requisitos da estrutura de relatório financeiro aplicável.
O auditor, especificamente, deve avaliar se:
- As demonstrações contábeis divulgam adequadamente as práticas contábeis selecionadas e
aplicadas;
- As práticas contábeis selecionas e aplicadas são consistentes com a estrutura de relatório financeiro
aplicável e são apropriadas;
- As estimativas contábeis feitas pela administração são razoáveis;
- As informações apresentadas nas demonstrações contábeis são relevantes, confiáveis, comparáveis
e compreensíveis;
- As demonstrações fornecem divulgação adequadas para permitir que os usuários entendam o efeito
de transações e eventos relevantes;
- A terminologia usada nas demonstrações contábeis, incluindo o título de cada demonstração, é
apropriada.

A avaliação do auditor sobre se as demonstrações contábeis propiciam uma apresentação adequada


deve incluir considerações sobre:
- A apresentação geral, a estrutura e o conteúdo das demonstrações contábeis;
- Se as demonstrações contábeis, incluindo as notas explicativas, representam transações e eventos
subjacentes de modo a alcançar uma apresentação adequada.

Tipos de Relatórios

Como consequência das situações encontradas nos trabalhos de auditoria, o auditor independente
poderá expressar os seguintes tipos de opinião:
- Opinião sem ressalva;
- Opinião com ressalva;
- Opinião adversa;
- Opinião com abstenção de opinião.

Neste ponto, cabe destacar uma diferença entre as formas de opinião do auditor independente e o
governamental. Aquele emita uma opinião sem ressalvas, com ressalvas ou irregular. Não há o que se
falar em abstenção de opinião no certificado de auditoria governamental, nem em opinião irregular no
caso de auditoria independente.

Opinião sem Ressalva (Não Modificada)


O auditor deve expressar uma opinião não modificada quando concluir que as demonstrações
contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório
financeiro aplicável, e que essas demonstrações, tomadas em conjunto, estão livres de distorções
relevantes, não importando se causadas por fraude ou erro.
De acordo com a NBC TA 705, que trata da opinião modificada do auditor independente, o relatório do
auditor que contém opinião sem ressalva (sem modificações) é considerado relatório “limpo”.
O auditor deve modificar a opinião no seu relatório de auditoria se:
a) Concluir, com base em evidência de auditoria obtida, que as demonstrações contábeis tomadas em
conjunto apresentam distorções relevantes; ou
b) Não conseguir obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir se as
demonstrações contábeis tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes.
Se as demonstrações contábeis elaboradas de acordo com os requisitos de uma estrutura de
apresentação adequada não atingem uma apresentação adequada, o auditor deve discutir o assunto com
a administração e, dependendo dos requisitos da estrutura de relatório financeiro aplicável e como o
assunto é resolvido deve determinar se é necessário modificar a opinião no seu relatório de auditoria.
Emitir uma opinião modificada significa emitir uma opinião diferente daquela que normalmente é
apresentada em um relatório considerado “limpo”, ou seja, emitir uma opinião com ressalva, uma opinião
adversa ou uma opinião com abstenção de opinião.

Opinião com Ressalva


A opinião com ressalva é, segundo a NBC TA 705, expressa quando:
a) O auditor, tendo obtido evidência de auditoria e suficiente, conclui que as distorções, individualmente
ou em conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações contábeis; ou

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b) O auditor não consegue obter evidência apropriada e suficiente da auditoria para suportar sua
opinião, mas conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as
demonstrações contábeis, poderiam ser relevantes, mas não generalizados.
Ou seja, é o tipo de opinião apropriada nos casos em que o auditor obteve evidência e constata a
existência de distorção relevante nas demonstrações contábeis (embora não generalizadas), ou quando
há impossibilidade do auditor em obter evidência de auditoria suficiente e adequada.
Generalizando é o termo usado, no contexto de distorções, para descrever os efeitos disseminados de
distorções sobre as demonstrações contábeis ou os possíveis efeitos de distorções sobre as
demonstrações contábeis que não são detectados, se houver, devido à impossibilidade de obter evidência
de auditoria apropriada e suficiente.
Efeitos generalizados sobre as demonstrações contábeis são aqueles que, no julgamento do auditor:
a) Não estão restritos aos elementos, contas ou itens específicos das demonstrações contábeis;
b) Se estivem restritos, representam ou poderiam representar uma parcela substancial das
demonstrações contábeis pelos usuários.

Exemplo de opinião com ressalva, na NBC TA 705:


Em nossa opinião, exceto pelos efeitos do assunto descrito no parágrafo Base para opinião com
ressalva, as demonstrações contábeis referidas apresentam adequadamente, em todo os aspectos
relevantes, a posição patrimonial e financeira adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a
posição patrimonial e financeira da Companhia ABC em 31 de dezembro de 20X1, o desempenho de
suas operações e seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas
contábeis adotadas no Brasil.

Opinião Adversa
Opinião apropriada quando o auditor encontra distorções relevantes nas demonstrações contábeis, e
essas distorções são consideradas generalizadas.
Segundo a NBC TA 705:
“O auditor deve expressar uma opinião adversa quando, tendo obtido evidência de auditoria apropriada
e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas
para as demonstrações contábeis.”

Exemplo de Opinião adversa, na NBC TA 705


Em nossa opinião, devido à importância do assunto discutido no parágrafo Base para opinião adversa,
as demonstrações contábeis consolidadas não apresentam adequadamente a posição patrimonial e
financeira consolidada da Companhia ABC e suas controladas em 31 de dezembro de 20X1, o
desempenho consolidado das suas operações e os fluxos de caixa consolidados para o exercício findo
em 31 de dezembro de 20x1 d acordo com as normas internacionais de relatório financeiro.

Abstenção de Opinião
Segundo a NBC TA 705, o auditor deve abster-se de expressar uma opinião quando são consegue
obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para suportar sua opinião e ele concluir que os
possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam
ser relevantes e generalizados.
Outro motivo para a abstenção d opinião ocorre quando, em circunstâncias extremamente raras
envolve diversas incertezas, o auditor conclui que, cada uma das incertezas, não é possível expressar
uma opinião sobre as demonstrações contábeis devido à possível interação das incertezas e seu possível
efeito cumulativo sobre essas demonstrações contábeis.
Em relação a limitações ao trabalho do auditor, a NBC TA 705 prescreve que se depois de aceitar o
trabalho, o auditor tomar conhecimento de que a administração impôs uma limitação ao alcance da
auditoria que tem, segundo ele, probabilidade d resultar na necessidade de expressar uma opinião com
ressalva ou abster-se de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis, o auditor deve
solicitar que a administração retire a limitação.
No caso de a administração se recursar a retirar a imitação, o auditor deve comunicar o assunto aos
responsáveis pela governança, a menos que todos aqueles responsáveis pela governança estejam
envolvidos na administração da entidade, assim como determinar se é possível executar procedimentos
alternativos para obter evidência d auditoria apropriada e suficiente.
Se o auditor não conseguir obter evidência apropriada e suficiente de auditoria, deve determinar as
implicações como segue:

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a) Se concluir que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as
demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados, o auditor deve emitir uma
opinião com ressalva; ou
b) Se concluir que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as
demonstrações contábeis poderiam ser relevantes e generalizados de modo que uma ressalva na opinião
seria não adequada para comunicar gravidade da situação, o auditor deve:
- Renunciar ao trabalho de auditoria, quando possível, de acordo com as leis ou regulamentos
aplicáveis; ou
- Se a renúncia ao trabalho de auditoria antes da emissão do seu relatório de auditoria independente
não for possível, abster-se de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis.

Exemplo de Abstenção de opinião, na NBC TA 705


Devido à relevância do assunto descrito no parágrafo Base para abstenção de opinião, não nos foi
possível obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar nossa opinião de auditoria.
Consequentemente, não expressamos uma opinião sobre as demonstrações contábeis referidas.

Opinião com Parágrafo de Ênfase12


Parágrafo de ênfase é o parágrafo incluído no relatório do auditor referente a um assunto
apropriadamente apresentado ou divulgado nas demonstrações contábeis que, de acordo com o
julgamento do auditor, é de tal importância que é fundamental para o entendimento pelos usuários das
demonstrações contábeis.
Já o parágrafo de outros assuntos é o parágrafo incluído no relatório do auditor que se refere a um
assunto não apresentado ou não divulgado nas demonstrações contábeis e que, de acordo com o
julgamento do auditor, é relevante para os usuários entenderem a auditoria, as responsabilidades do
auditor ou o seu relatório.
O objetivo do auditor, depois de ter formado opinião sobre as demonstrações contábeis, é chamar a
atenção dos usuários, quando necessário, de acordo com o seu julgamento, por meio de comunicação
adicional clara no relatório, para um assunto que, apesar de apropriadamente apresentado ou divulgado
nas demonstrações contábeis, tem tal importância que é fundamental para o entendimento das
demonstrações contábeis pelos usuários ou quando apropriado, qualquer outro assunto que seja
relevante para os usuários entenderem a auditoria, as responsabilidades do auditor ou o seu relatório.
Se o auditor considera necessário chamar a atenção dos usuários para um assunto apresentado ou
divulgado nas demonstrações contábeis que, segundo seu julgamento, é de tal importância que é
fundamental para o entendimento pelos usuários das demonstrações contábeis, ele deve incluir parágrafo
de ênfase no seu relatório, desde que:
a) Existência de incerteza relativa ao desfecho futuro de litígio excepcional ou ação regulatória;
b) Evento subsequente significativo ocorrido entre a data das demonstrações contábeis e a data do
relatório do auditor;
c) Aplicação antecipada (quando permitida) de nova norma contábil com efeito relevante sobre as
demonstrações contábeis;
d) Grande catástrofe que tenha tido, ou continue a ter, efeito significativo sobre a posição patrimonial
e financeira da entidade.

Entretanto, o uso generalizado de parágrafos de ênfase diminui a eficácia da comunicação de tais


assuntos pelo auditor.

Questões

01. (Copergás - Analista Contador - FCC) Na auditoria independente das demonstrações contábeis
do exercício de 2015 de determinada empresa estatal do Governo do Estado, o auditor constatou que na
conta de “Duplicatas a Receber”, há uma diferença de R$ 2.596.000,00 a maior no saldo contábil. A
diferença refere-se a duas duplicatas pagas, mediante cheques, por determinado cliente no mês de
dezembro e depositado no mês fevereiro do ano subsequente. Em seu julgamento o Auditor considerou
que as demonstrações contábeis apresentam distorções relevantes, mas não generalizadas. Assim,
segundo as NBC 705, deve o Auditor

12
http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTA706.pdf

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. 17
(A) emitir uma opinião adversa.
(B) abster-se de emitir uma opinião.
(C) emitir uma opinião pela regularidade, com recomendação.
(D) emitir uma opinião com ressalva.
(E) considerar o saldo da conta “Duplicatas a Receber” irregular no exercício de 2015.

2- (IPERON/RO - Analista de Previdência - IBADE) De acordo com a NBC TA 705, quando o auditor
obtém evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir que as distorções, individualmente ou
em conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações contábeis, o seu relatório deve
conter um parecer de:
(A) Negativa de opinião.
(B) Opinião adversa.
(C) Abstenção de opinião.
(D) Opinião com ressalva.
(E) Ausência de modificação de opinião.

Gabarito

01.D / 02.D

Comentários

01. Resposta: D
Com base na NBC TA 705
Opinião sem ressalva/ não modificada:
Com ou sem evidência
Sem distorção relevante
Opinião com ressalva:
Com ou sem evidência
Com distorção relevante
Sem efeito generalizado
Opinião adversa:
Com evidência
Com distorção relevante
Com efeito generalizado
Opinião com abstenção de opinião:
Sem evidência
Com distorção relevante
Com efeito generalizado

02. Resposta: D
A opinião com ressalva é, segundo a NBC TA 705, expressa quando:
a) o auditor, tendo obtido evidência de auditoria e suficiente, conclui que as distorções, individualmente
ou em conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações contábeis; ou
b) o auditor não consegue obter evidência apropriada e suficiente d auditoria para suportar sua opinião,
mas conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações
contábeis, poderiam ser relevantes, mas não generalizados.
Ou seja, é o tipo de opinião apropriada nos casos em que o auditor obteve evidência e constata a
existência de distorção relevante nas demonstrações contábeis (embora não generalizadas), ou quando
há impossibilidade do auditor em obter evidência de auditoria suficiente e adequada.
Generalizando é o termo usado, no contexto de distorções, para descrever os efeitos disseminados de
distorções sobre as demonstrações contábeis ou os possíveis efeitos de distorções sobre as
demonstrações contábeis que não são detectados, se houver, devido à impossibilidade de obter evidência
de auditoria apropriada e suficiente.

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. 18
Documentação de auditoria.

Os papéis de trabalho13 representam o conjunto de documentos ou apontamentos, elaborados ou


colhidos pelo auditor durante o processo de auditoria, contendo informações e provas, preparados de
forma a fundamentar a sua opinião.
Os papéis de trabalho podem ser de planejamento ou de execução. Neste item serão apresentados
conceitos e exemplos de papeis das diversas fases do trabalho do auditor, de acordo com a orientação
da International Standard on Auditing (ISA) 230 – “Audit Documentation”, elaborada pelo International
Auditing and Assurance Standards Board (IAASB) do International Federation of Accountants (IFAC) e do
Government Accountability Office (GAO), bem como com a NBC TA230 do Conselho Federal de
Contabilidade (CFC).

De acordo com a NBC TA 230 – Documentação de Auditoria, aprovada pela Resolução CFC nº 1.206,
de 27 de novembro de 2009, o registro dos procedimentos de auditoria executados, da evidência de
auditoria relevante obtida e das conclusões alcançadas pelo auditor constitui a documentação da
auditoria, usualmente denominada pela expressão papéis de trabalho.
Papéis de trabalho, portanto, são os documentos relevantes coletados e gerados durante a auditoria.
Devem ser suficientemente completos e detalhados para permitir que um auditor experiente, que não teve
contato prévio com a auditoria, seja capaz de entender, a partir da documentação, a natureza e os
resultados da auditoria realizada, os procedimentos adotados, a evidências obtidas e as conclusões
alcançadas.
Ainda, de acordo com o CFC, entende-se como auditor experiente um indivíduo (interno ou externo de
auditoria) que possua experiência prática e conhecimento razoável de processos de auditoria; das normas
de auditoria e exigências legais e regulamentares aplicáveis; do ambiente de negócios em que opera a
entidade; e dos assuntos de auditoria relevantes ao setor de atividade da entidade.

Papéis de Trabalho de Planejamento

Papeis de trabalho de planejamento são utilizados para o registro e documentação dos objetivos e
metas de um trabalho de auditoria. Pela sua natureza antecipadora e preliminar os trabalhos de campo,
referem-se a fase de organização. Constituem a base da comprovação das diretrizes do trabalho podendo
servir para comprovar o desempenho da equipe de auditoria e conferir a compatibilização de suas ações
com o que foi previamente definido pelos superiores. Os principais papéis de trabalho utilizados no
planejamento das atividades de auditoria são:
a) programação das atividades (anuais, semestrais etc);
b) matriz de planejamento;
c) plano de auditoria;
d) programa de auditoria, contendo objetivo, escopo, cronograma e metodologia do trabalho;
e) instrumentos de coleta de dados;
f) solicitações de auditoria prévias;
g) sugestões obtidas nos grupos de referência.

Vale salientar que os principais papéis de trabalho dessa fase da auditoria são o plano e o programa
de auditoria.

Papéis de Execução

Os papéis de trabalho de execução são documentos em que se registram todos os achados, servindo
como comprovação do trabalho efetuado, tendo como característica principal a tempestividade.
Os papeis de trabalho de execução têm como finalidade:
a) Auxiliar na execução dos exames;
b) evidenciar o trabalho feito e as conclusões emitidas;
c) servir de suporte aos relatórios;

13
Peter, M. G. Arrais; Machado, M. V. V. Manual de Auditoria Governamental. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 2014.

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d) constituir um registro que possibilite consultas posteriores, a fim de obter detalhes relacionados com
a auditoria;
e) fornecer um meio de revisão por superiores, para:
i. determinar se o trabalho foi feito de forma adequada e eficaz, bem como julgar a solidez das
conclusões emitidas;
ii. considerar possíveis modificações nos procedimentos de auditoria adotados, bem como no
programa de trabalho para futuras auditorias.

A elaboração dos papéis de trabalho de execução representa o mais importante momento de


documentação dos trabalhos de auditoria. A seguir, estão relacionados os principais:
a) avaliação dos controles internos;
b) revisão contábil;
c) registro de verificação ou achados:
i. registro de verificação ou achados com impactos;
ii. registro de verificações ou achados sem impactos;
d) folha mestra – síntese da área;
e) dados complementares;
f) folha – síntese da gestão;
g) folha – pendências relevantes.

Além dos papéis de trabalho citados, todos os documentos obtidos pelo auditor como evidência de um
achado de auditoria são considerados parte da documentação dos trabalhos de auditoria, inclusive CD’s
víeos, fotografias, DVD’s e outros.

Avaliação dos Controles Internos

A avaliação dos controles internos é representada por uma folha que deve indicar a área cujos
controles estão sendo avaliados, englobando três aspectos de avaliação: eficácia, adequação e eficiência.
As avaliações de eficácia e eficiência servem, basicamente, para subsidiar, complementando ou
contrabalançando, o grau de adequação e, principalmente, contribuindo para a definição técnica de
escopos e amostragem dos exames a serem realizados na entidade auditada.

Eficácia dos Controles Internos


A avaliação da eficácia dos controles internos deve registrar a mensuração do grau de efetiva aplicação
das normas e determinações existentes, avaliando a eficácia desses determinações. O documento de
avaliação deve ser preenchido, provisoriamente, no início dos trabalhos e conferido, para opinião
definitiva, no encerramento dos trabalhos de campo. O grau de aplicação das normas e determinações
existentes pode adotar a seguinte escala:
Grau 4: extremamente eficaz.
Grau 3: eficaz.
Grau 2: pouco eficaz.
Grau 1: ineficaz.
Grau 0: sem normatização.

Eficiência dos Controles Internos


A avaliação da eficiência dos controles internos registra a mensuração realizada sobre a realização
custos versus benefício dos controles, definindo sua eficiência, podendo ser adotada a seguinte escala:
Grau 4: extremamente eficiente.
Grau 3: eficiente.
Grau 2: pouco eficiente.
Grau 1: ineficiente
Grau 0: sem normatização.

Grau de Adequação dos Controles Internos


A avaliação do grau de adequação dos controles internos registra a mensuração do grau de aderência
aos princípios de controle interno, estabelecendo sua adequabilidade, podendo ser adotada a seguinte
escala:
Grau 4: adequado.
Grau 3: adequado, porém aprimorável.

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Grau 2: adequado com fraquezas.
Grau 1: inadequado.
Grau 0: sem normatização.

Revisão Contábil

Os formulários de revisão contábil destinam-se à conferência dos valores registrados nos


demonstrativos contábeis e financeiros dos programas ou entidades, utilizados, exclusivamente, em
auditores do tipo contábil.

Registro de Verificação ou Achados

As folhas de registros de verificação ou achados são utilizadas para registrar as divergências ou


anormalidades, identificadas e evidenciadas durante os exames. O processo de preenchimento deste
papel de trabalho envolve módulos gerais e específicos.
Os módulos gerais referem-se aos campos iniciais e finais dos registros de achados, compreendendo
os módulos de identificação (sistema ou área a ser auditada, subárea, função) e de administração da
realização dos exames (tempo utilizado, extensão e profundidade, técnica aplicadas, justificativa da
suficiência e oportunidade de recomendação).
Os módulos específicos referem-se à natureza dos registro, compreendendo os dados do achado ou
da evidenciação da irregularidade.

Registro de Verificação com Achados

A folha de registro dos achados consiste no papel de trabalho de campo fundamental para a elaboração
do relatório de auditoria. É o registro dos exames definidos no Programa de Auditoria que redundaram na
identificação dos achados e dos impactos resultantes, dos atos ou omissões dos gestores de uma
determinada entidade ou programa auditado, observando em uma medida temporal específica, podendo
tais impactos terem ocorridos de modo efetivo ou potencial. Deve conter os seguintes elementos:
- tipificação do achado;
- descrição da evidência do achado;
- tipo de técnica de auditoria aplicada;
- descrição e evidenciação da causa;
- escopo do exame;
- materialidade ou relevância do impacto;
- natureza do impacto.

Tipificação do Achado
Os principais dados a serem registrados sobre o achado são:
Responsável: identificação do profissional responsável pela evidenciação do achado e de seu registro;
Tempo: tempo utilizado no processo de evidenciação do achado;
Impacto: essência da verificação, referindo-se aos efeitos de atos ou fatos identificados ou as
consequências de atitudes ou omissões;
Fato: registro do fato consumado, ocorrência iguais ou repetidas decorrente de um achado;
Atitude dos gestores: registro da postura dos gestores diante da situação identificada e descrita,
consistindo nas atitudes geradoras dos achados, consumadas ou não;
Causa: registro da origem efetiva do impacto positivo ou negativo, decisivo na elaboração das
recomendações para a apresentação de soluções oportunas e suficientes.

Descrição da Evidência do Achado


A folha de registro das evidências consiste na descrição da comprovação inequívoca dos dados
factuais ou das atitudes geradoras, confirmando a afirmação dos auditores. Refere-se à descrição da
prova de que o impacto ocorreu ou poderá ocorrer, ou ainda, da existência de efetiva irregularidade. O
impacto do achado registra o respectivo efeito ou consequência. Os achados podem ter a seguinte
classificação:
01: Melhorias.
02. Economias.
03: Falhas.
04: Gastos evitáveis.

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05: Excessos ou desperdícios.
06: Prejuízos.
07: Desvios ou fraudes.

Técnica de Auditoria Aplicada


Compreende o registro da técnica utilizada, que tenha contribuído, de forma efetiva, para evidenciar a
situação encontrada.

Descrição e Evidenciação da Causa


A correta descrição da causa dos impactos decorrentes dos achados de auditoria é fundamental para
evitar que a situação considerada deficiente volte a ocorrer no futuro, bem como para facilitar a
identificação dos responsáveis, que seja por ação ou por omissão.
Corresponde ao fato que deu origem à condição deficiente.

Escopo do Exame
Refere-se à informação sobre a extensão, a profundidade e a abrangência dos exames.

Materialidade ou Relevância do Impacto


A materialidade refere-se ao registro do montante orçamentário ou financeiro, envolvido na situação
levantada, seja positiva ou negativa. Quanto à relevância, esta tem relação com o registro da importância
de uma situação identificada, seja positiva ou negativa. Quando melhoria, é estratégica, gerencial ou
operacional. Quando falha, é formal, média ou grave.

Natureza do Impacto
Refere-se ao registro da condição ou natureza do impacto para compor a conclusão do relatório de
auditoria e do parecer, podendo ser:
01: Extremamente negativo ou positivo.
02: Bastante negativo ou positivo.
03: Levemente negativo ou positivo.

Registro de Verificação sem Achados

O registro de verificação sem achados trata do registro das normalidades quando os exames não
redundam na identificação de impactos. Pressupõe-se que, quanto maior for o número de folhas de
registro preenchidas sem impactos durante um trabalho de auditoria, menos a eficiência do programa, ou
o processo de seleção de técnicas e procedimentos foi ineficiente, ou existem vulnerabilidades no
processo de pré-auditoria.

Folha Mestra – Síntese da Área


A folha mestra – síntese da área compreende a recomendações ou propostas de solução das situações
deficientes identificadas (achados), sintetizando o trabalho referente à área auditada, abordando os
seguintes pontos:
a) Proposição: propostas e sugestões de equipe de auditoria.
b) Suficiência ou oportunidade: registro dos argumentos do auditor quanto à convicção da suficiências
e à oportunidade de recomendação efetuada.

Dados Complementares
Os dados complementares consistem em outros documentos necessários ao completo registro e
evidenciação dos achados, podendo ser:
Os dados complementares consistem em outro documentos necessários ao completo registro e
evidenciação dos achados, podendo ser:
a) Solicitação de auditoria: identificação da solicitação de auditoria utilizada no processo de
evidenciação, podendo ser prévia ou de campo.
b) Base normativa: registro do fundamento legal ou regulamentar quando houver.
c) Justificar formal: registra a existência de justificativa formal, quando houver.
d) Status: informa o status da questão abordada, se sanada ou não.
e) P/ relatório: indica se o registro vai para o relatório ou se fica apenas nos papéis internos.

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Folha - Síntese da Gestão
A folha – síntese da gestão trata de justificativa apresentada pela gestão da entidade ou programa
auditado, ou seja, é o registro de manifestação dos gestores sobre a questão tratada, requerida por meio
de “Solicitação de auditoria” durante a execução dos trabalhos de campo.

Folha – Pendências Relevantes


A folha – pendências relevantes apresenta o quadro de situações que se acumulam sem solução,
registrando também situações identificadas em campo, cujo exame não estava previsto no programa de
auditoria. Deve conter as seguintes informações:
a) descrição da pendência relevante;
b) registro da comprovação inequívoca dos dados factuais da pendência relevante;
c) registro dos elementos motivadores da pendência;
d) registro das providências assumidas da pendência;
e) tempo que o problema está pendente de solução;
f) registro da natureza da pendência identificada.

As pendências classificam-se em três tipos:


a) Fora do objetivo ou do escopo da auditoria: refere-se à situações críticas identificadas em campo,
cujo exame não estava previsto no programa de auditoria. Pode ser aproveitada no relatório.
b) De resolução interno: situações pendentes que podem ter solução na própria entidade e que vêm
ocasionando impacto negativos.
c) De resolução externa: situações pendentes cuja solução é externa à entidade e que vêm
ocasionando impactos negativos.

Organização dos Papéis Correntes


Papéis de trabalho são aqueles utilizados durante o trabalho de campo. Para a organização destes, é
aconselhável o uso de pastas individuais de pequeno volume, facilitando o manuseio. Os papeis devem
ser distribuídos em tantas pastas quantas forem necessárias, dependendo da dimensão do trabalho, e
sua sequência deve ser relativamente uniforme para todos os trabalhos, possibilitando a montagem do
arquivo final da auditoria.
De acordo com a ISA 230 e NBC TA 230, o auditor deve organizar a documentação em arquivo de
auditoria e completar o processor administrativo de montagem do arquivo final de modo tempestivo, após
a data do relatório do auditor. Quando concluída a montagem do arquivo final de auditoria, o auditor não
deve apagar nem descartar nenhuma documentação de auditoria, qualquer que seja a natureza desta,
antes do fim do período de guarda desse documentação. Esse prazo, conforme item 23 da NBC TA 230,
não deve ser inferior a cinco anos a contar da data do relatório de auditoria.
Quando houver uma circunstância em que o auditor julgue necessário modificar a documentação de
auditoria existente ou acrescentar nova documentação após a montagem do arquivo final de auditoria,
independentemente da natureza das modificações ou acréscimos, as razões específicas que o levaram
a fazer tais modificações ou acréscimos, bem como quando e por quem foram executadas e revisadas,
devem ser documentadas.
A figura a seguir sugere uma ordem lógica para o arquivamento dos papéis de auditoria, por entidade
auditada.

Representação gráfica da organização dos papéis de trabalho, por entidade auditada.

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Fonte: Peter, M. G. Arrais; Machado, M. V. V. Manual de Auditoria Governamental. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 2014.

O esquema apresentado na figura acima descreve os principais papéis de trabalho utilizados nas
diversas fases da auditoria, compreendendo papéis relacionados com o planejamento e com a execução,
para subsidiar o auditor na elaboração do relatório de auditoria.

Questões

01. (TCE/AM - Analista Técnico de Controle Externo - FCC) No contexto dos procedimentos e
métodos de auditoria, os papéis de trabalho são
(A) documentos que comprovam a realização de trabalhos de auditoria e não se confundem com a
documentação de auditoria.
(B) um retrato fiel da fiscalização, contendo a documentação de todas as questões que a auditoria
aborde em seu relatório.
(C) preparados pelo auditado e conferidos pelo auditor, que tem o dever de atestar a regularidade dos
atos.
(D) registros de procedimentos de auditoria executados, de evidências relevantes obtidas e de
conclusões alcançadas pelo auditor.
(E) documentos físicos e não eletrônicos, uma vez que têm que ser assinados pelo auditor.

02. (TCE/RS - Todos os Cargos Ano - FMP) Os papéis de trabalho devem ser elaborados de forma
tal que se entenda aonde o auditor pretenda chegar. Essa característica pode ser definida como sendo
relacionada ao seguinte atributo:
(A) concisão.
(B) limpeza.
(C) lógica.
(D) objetividade.
(E) completos.
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03. (TRE/AC - Analista Judiciário - Área Contabilidade – AOCP) Preencha a lacuna e assinale a
alternativa correta.
“______________ representam um conjunto de documentos ou apontamentos, elaborados ou colhidos
pelo auditor durante o processo de auditoria, contendo informações e provas, preparados de forma a
fundamentar a sua opinião”.
(A) Pareceres da auditoria
(B) Papéis de trabalho
(C) Planejamentos da auditoria
(D) Certificados da auditoria
(E) Relatórios da auditoria

04. (DPE/RS - Analista Contabilidade – FCC) No âmbito do Sistema de Controle Interno do setor
público federal, os documentos que fundamentam as informações obtidas nos trabalhos de auditoria e
fiscalização denominam-se:
(A) anotações de auditoria.
(B) relatórios de auditoria.
(C) papéis de trabalho.
(D) pareceres de auditoria.
(E) registros das constatações.

05. (MPE/PI - Analista Ministerial - CESPE) Com referência a papéis de trabalho e relatórios de
auditoria, julgue o item a seguir.
Os papéis de trabalho devem ser suficientemente abrangentes para compreender a documentação do
planejamento, a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria, bem como o
julgamento exercido pelo auditor e as conclusões alcançadas.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito

01.D / 02.D / 03.B / 04.C / 05.Certo

Comentários

01. Resposta: D
De acordo com a NBC TA 230 – Documentação de Auditoria, aprovada pela Resolução CFC nº 1.206,
de 27 de novembro de 2009, o registro dos procedimentos de auditoria executados, da evidência de
auditoria relevante obtida e das conclusões alcançadas pelo auditor constitui a documentação da
auditoria, usualmente denominada pela expressão papéis de trabalho.

02. Resposta: D
Os principais papéis de trabalho utilizados no planejamento das atividades de auditoria são:
a) programação das atividades (anuais, semestrais etc);
b) matriz de planejamento;
c) plano de auditoria;
d) programa de auditoria, contendo objetivo, escopo, cronograma e metodologia do trabalho;
e) instrumentos de coleta de dados;
f) solicitações de auditoria prévias;
g) sugestões obtidas nos grupos de referência.

03. Resposta: B
Os papéis de trabalho representam o conjunto de documentos ou apontamentos, elaborados ou
colhidos pelo auditor durante o processo de auditoria, contendo informações e provas, preparados de
forma a fundamentar a sua opinião.

04. Resposta: C
Papéis de trabalho, portanto, são os documentos relevantes coletados e gerados durante a auditoria.

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05. Resposta: CERTO
De acordo com a NBC TA 230 – Documentação de Auditoria, aprovada pela Resolução CFC nº 1.206,
de 27 de novembro de 2009, o registro dos procedimentos de auditoria executados, da evidência de
auditoria relevante obtida e das conclusões alcançadas pelo auditor constitui a documentação da
auditoria, usualmente denominada pela expressão papéis de trabalho.
Papéis de trabalho, portanto, são os documentos relevantes coletados e gerados durante a auditoria.
Devem ser suficientemente completos e detalhados para permitir que um auditor experiente, que não teve
contato prévio com a auditoria, seja capaz de entender, a partir da documentação, a natureza e os
resultados da auditoria realizada, os procedimentos adotados, a evidências obtidas e as conclusões
alcançadas.

Ética profissional e conflito de interesses.

A Resolução CFC nº 803/96 aprovou o Código de ética Profissional do Contador14 (CEPC) que tem
por objetivo fixar a forma pela qual se devem conduzir os profissionais da Contabilidade, quando no
exercício profissional e nos assuntos relacionados à profissão e à classe.
De acordo com o referido Código, são deveres do profissional da Contabilidade, e consequentemente
do auditor independente, dentre outros:
a) Zelo, Integridade e Competência: respectivos a exercer a profissão com zelo, diligência,
honestidade e capacidade técnica. Observando toda a legislação vigente, em especial os Princípios de
Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade, e resguardados os interesses de seus clientes
e/ou empregados, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais;
b) Confidencialidade: respectivo a guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício
profissional lícito, inclusive no âmbito do serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou quando
solicitado por autoridades competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade;
c) Eficiência: respectivo a inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre
qualquer caso;
d) Credibilidade: respectivo a renunciar as funções que exerce, logo que se positive falta de confiança
por parte do cliente ou empregado, a quem deverá notificar com 30 dias de antecedência, zelando,
contudo, para que os interesses dos mesmos não sejam prejudicados, evitando declarações públicas
sobre os motivos da renúncia;
e) Qualidade: cumprir os Programas Obrigatórios de Educação Continuada estabelecidos pelo CFC.

Código de Ética do Contador

Segundo o Código de Ética, o Contador na função de perito, assistente técnico, auditor ou árbitro,
deverá:
- Recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da especialização
requerida;
- Abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto de perícia, mantendo
absoluta independência moral e técnica na elaboração do respectivo laudo;
- Abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção pessoal sobre os direitos de
quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa em que estiver servindo, mantendo seu laudo
no âmbito técnico e limitado aos quesitos propostos;
- Considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido à sua apreciação;
- Mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de exercer efeito sobre peças
contábeis objeto de seu trabalho;
- Abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente informado e munido de
documentos;
- Assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne à aplicação dos Princípios de
Contabilidade e NBC editadas pelo CFC;
- Considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peças contábeis, observando
as restrições das NBC editadas pelo CFC;

14
BRITO; Claudinei. FONTENELLE; Rodrigo. Auditoria Privada e Governamental: Teoria de forma objetiva e mais de 400 Questões Comentadas. – Niterói,
RJ: Impetus, 2015.

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- Atender à Fiscalizações dos Conselhos Regionais de Contabilidade e Conselho Federal de
Contabilidade no sentido de colocar à disposição destes, sempre que solicitado, papéis de trabalho,
relatórios e outros documentos que deram origem e orientaram a execução do seu trabalho.

A função de auditoria deve ser exercida em caráter de entendimento, e o trabalho deve merecer toda
a credibilidade possível, não podendo existir qualquer sombra de dúvida quanto à honestidade e aos
padrões morais do auditor. Para o auditor, a profissão de auditoria exige a obediência aos princípios éticos
profissionais, que fundamentalmente se apoiam em independência, integridade, eficiência e
confidencialidade.
Já a NBC TA 200 (R1)15 - Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em
Conformidade com Normas de Auditoria, informa que os princípios fundamentais de ética profissional
relevantes para o auditor, quando da condução de auditoria de demonstrações contábeis, estão implícitos
no Código de Ética Profissional do Contabilista e na NBC PA 0116 - Controle de Qualidade para Firmas
(Pessoas Jurídicas e Físicas) de Auditores Independentes, que trata do controle de qualidade. Esses
princípios estão alinhados aos princípios do Código de Ética do IFAC, cujo cumprimento exigido dos
auditores são os seguintes:

Independência
A Resolução CFC nº 1.311/1017 trata da Independência do auditor, no qual aborda requisitos e métodos
para o cumprimento do profissional nos trabalhos de auditoria. Conforme a esta norma podemos observar
que são aplicados aos auditores:
- Identificar ameaças à independência;
- Avaliar a importância das ameaças identificadas;
- Aplicar salvaguardas, quando necessário, para eliminar as ameaças ou reduzi-las a um nível
aceitável.

Podemos dizer que a Independência é a capacidade que o auditor tem de julgar e atuar com
integridade e objetividade. Garantindo a ele a emissão de relatórios com imparcialidade em relação à
organização auditada, seus sócios, acionistas ou demais interessados.

Integridade
O auditor deve ser íntegro em todos os seus compromissos, que envolvam:
- A empresa auditada quanto às suas exposições e opiniões, exercício de seu trabalho e os serviços
e honorários profissionais;
- O público em geral e pessoas interessadas na opinião emitida pelo auditor independente, transmitindo
validade e certificando a veracidade das informações contidas nas demonstrações contábeis ou de
exposições quando não refletida a realidade em tais demonstrações;
- A entidade de classe à qual pertença, sendo leal quanto a concorrência dos serviços junto a terceiros,
não concessão de benefícios financeiros ou aviltando honorários, colocando em risco os objetivos do
trabalho.

A integridade constitui o valor central da ética do auditor obrigando a cumprir normas elevadas de
conduta de honestidade e imparcialidade durante seu trabalho e em suas relações com o pessoal das
entidades auditadas. A percepção dessa integridade dos auditores é que faz com que a confiança da
sociedade seja preservada, e pode ser medida em função do que é correto e justo, exigindo que os
auditores se ajustem tanto à forma quanto ao espírito das normas de auditoria e de ética. Exige também
que os auditores observem os princípios de objetividade (ou imparcialidade) e independência, mantendo
normas acertadas de conduta profissional e tomando decisões de acordo com o Interesse Público, com
critérios de honestidade absoluta na realização de seu trabalho.

Eficiência
Em relação à ética profissional, a eficiência é considerada como o atributo segundo o qual o serviço
de auditoria independente precisa ser estabelecido conforme padrões técnicos adequados. O auditor
deve se inteirar de todas as circunstâncias que envolvam seu trabalho, antes de emitir opinião sobre
qualquer caso visando principalmente à manutenção de credibilidade por parte dos usuários da
informação produzida. Seus relatórios e pareceres devem atender aos objetivos da auditoria.

15
http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA200(R1)
16
http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2009/001201
17
http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2010/001311&arquivo=Res_1311.doc

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Confidencialidade
Este item sofreu uma modificação em 25 de março de 2014, quando a NBC PG 10018 - Aplicação Geral
aos Profissionais da Contabilidade, revogou a NBC P1 - IT 02 e NBC P 1.6, normas que tratavam do sigilo
da profissão de auditor. Essa nova norma é geral, aplicada não apenas a contadores que exercem a
função de auditor, e seus principais da contabilidade a obrigação de abster-se de:
a) Divulgar fora da firma ou da organização empregadora informações sigilosas obtidas em decorrência
de relacionamentos profissionais e comerciais, sem estar prévia especificamente autorizado pelo cliente,
por escrito, a menos que haja um direto ou dever legal ou profissional de divulgação; e
b) Usar, para si ou para outrem, informações obtidas em decorrência de relacionamentos profissionais
e comerciais para obtenção de vantagem pessoal.

O profissional da contabilidade deve manter sigilo das informações divulgadas por cliente potencial ou
empregado e das informações dentro da firma ou organização empregadora.
O profissional da contabilidade deve tomar as providências adequadas para assegurar que o pessoal
da sua equipe de trabalho, assim como as pessoas das quais são obtidas assessoria e assistência,
também, respeitem o dever de sigilo do profissional da contabilidade.
Segundo essa nova norma, a necessidade de cumprir o princípio do sigilo profissional permanece
mesmo após o término das relações entre o profissional da contabilidade e seu cliente ou empregador.
Quando o profissional da contabilidade mudar de emprego ou obtiver novo cliente, ele pode usar sua
experiência da anterior. Contudo, ele não deve usar ou divulgar nenhuma informação confidencial obtida
ou recebida em decorrência de relacionamento profissional ou comercial.
A seguir, são apresentadas as circunstâncias nas quais os profissionais da contabilidade são ou podem
ser solicitados a divulgar informações confidenciais ou nas quais essa divulgação pode ser apropriada:
a) A divulgação é permitida por lei e autorizada pelo cliente ou empregador, por escrito;
b) A divulgação é exigida por lei;
c) Há dever ou direito profissional de divulgação, quando não proibido por lei.

O auditor independente, quando solicitado, por escrito e fundamentadamente, pelo Conselho Federal
de contabilidade e Conselhos Regionais de Contabilidade, deve exibir as informações obtidas durante o
seu trabalho, incluindo a fase de pré-contratação dos serviços, a documentação, os papéis de trabalho e
os relatórios.
Ao decidir sobre a divulgação de informações sigilosas, os fatores pertinentes a serem considerados
incluem:
a) Se os interesses de terceiros, incluindo partes cujos interesses podem ser afetados, podem ser
prejudicados se o cliente ou empregador consentir com a divulgação das informações pelo profissional
da contabilidade;
b) Se todas as informações relevantes são conhecidas e comprovadas, na medida praticável. Quando
a situação envolver fatos não comprovados, informações incompletas ou conclusões não comprovadas
deve ser usado o julgamento profissional para avaliar o tipo de divulgação que deve ser feita, caso seja
feita;
c) Se as partes para quem a comunicação é dirigida são as pessoas apropriadas para recebe-la.

DICA: Como regra, o auditor não pode divulgar as informações obtidas durante o seu trabalho na
entidade auditada, a não ser que:
- Tenha autorização expressa da entidade auditada;
- Haja obrigações legais que o obriguem a fazê-lo, incluindo o atendimento ao CFC e CRC.

Abaixo, trazemos na íntegra o Código de Ética do Profissional Contábil, a Resolução CFC 803/96.

RESOLUÇÃO CFC Nº 803/9619

Aprova o Código de Ética Profissional do Contador – CEPC

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e


regimentais,
CONSIDERANDO que o Código de Ética Profissional do Profissional da Contabilidade, aprovado em
1970, representou o alcance de uma meta que se tornou marcante no campo do exercício profissional;
18
http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2014/NBCPG100
19
http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=1996/000803&arquivo=Res_803.doc

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CONSIDERANDO que, decorridos 26 (vinte e seis) anos de vigência do Código de Ética Profissional
do Profissional da Contabilidade, a intensificação do relacionamento do Profissional da Contabilidade com
a sociedade e com o próprio grupo profissional exige uma atualização dos conceitos éticos na área da
atividade contábil;
CONSIDERANDO que, nos últimos 5 (cinco) anos, o Conselho Federal de Contabilidade vem colhendo
sugestões dos diversos segmentos da comunidade contábil a fim de aprimorar os princípios do Código
de Ética Profissional do Profissional da Contabilidade – CEPC;
CONSIDERANDO que os integrantes da Câmara de Ética do Conselho Federal de Contabilidade, após
um profundo estudo de todas as sugestões remetidas ao órgão federal, apresentou uma redação final,

RESOLVE:
Art. 1º Fica aprovado o anexo Código de Ética Profissional do Contador.

Art. 2º Fica revogada a Resolução CFC nº 290/70.

Art. 3º A presente Resolução entra em vigor na data de sua aprovação.

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO CONTADOR


CAPÍTULO I
DO OBJETIVO

Art. 1º Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem conduzir os
Profissionais da Contabilidade, quando no exercício profissional e nos assuntos relacionados à profissão
e à classe.

CAPÍTULO II
DOS DEVERES E DAS PROIBIÇÕES

Art. 2º São deveres do Profissional da Contabilidade:


I – exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, observada toda a
legislação vigente, em especial aos Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade,
e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e
independência profissionais;
II – guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, inclusive no âmbito do
serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por autoridades competentes,
entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade;
III – zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos serviços a seu cargo;
IV – comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento reservado, eventual
circunstância adversa que possa influir na decisão daquele que lhe formular consulta ou lhe confiar
trabalho, estendendo-se a obrigação a sócios e executores;
V – inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre qualquer caso;
VI – renunciar às funções que exerce, logo que se positive falta de confiança por parte do cliente ou
empregador, a quem deverá notificar com trinta dias de antecedência, zelando, contudo, para que os
interesse dos mesmos não sejam prejudicados, evitando declarações públicas sobre os motivos da
renúncia;
VII – se substituído em suas funções, informar ao substituto sobre fatos que devam chegar ao
conhecimento desse, a fim de habilitá-lo para o bom desempenho das funções a serem exercidas;
VIII – manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para o exercício da profissão;
IX – ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja propugnando por
remuneração condigna, seja zelando por condições de trabalho compatíveis com o exercício ético-
profissional da Contabilidade e seu aprimoramento técnico.
X – cumprir os Programas Obrigatórios de Educação Continuada estabelecidos pelo CFC;
XI – comunicar, ao CRC, a mudança de seu domicílio ou endereço e da organização contábil de sua
responsabilidade, bem como a ocorrência de outros fatos necessários ao controle e fiscalização
profissional.
XII – auxiliar a fiscalização do exercício profissional.

Art. 3º No desempenho de suas funções, é vedado ao Profissional da Contabilidade:

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I – anunciar, em qualquer modalidade ou veículo de comunicação, conteúdo que resulte na diminuição
do colega, da Organização Contábil ou da classe, em detrimento aos demais, sendo sempre admitida a
indicação de títulos, especializações, serviços oferecidos, trabalhos realizados e relação de clientes;
II – assumir, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com prejuízo moral ou
desprestígio para a classe;
III – auferir qualquer provento em função do exercício profissional que não decorra exclusivamente de
sua prática lícita;
IV – assinar documentos ou peças contábeis elaborados por outrem, alheio à sua orientação,
supervisão e fiscalização;
V – exercer a profissão, quando impedido, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não
habilitados ou impedidos;
VI – manter Organização Contábil sob forma não autorizada pela legislação pertinente;
VII – valer-se de agenciador de serviços, mediante participação desse nos honorários a receber;
VIII – concorrer para a realização de ato contrário à legislação ou destinado a fraudá-la ou praticar, no
exercício da profissão, ato definido como crime ou contravenção;
IX – solicitar ou receber do cliente ou empregador qualquer vantagem que saiba para aplicação ilícita;
X – prejudicar, culposa ou dolosamente, interesse confiado a sua responsabilidade profissional;
XI – recusar-se a prestar contas de quantias que lhe forem, comprovadamente, confiadas;
XII – reter abusivamente livros, papéis ou documentos, comprovadamente confiados à sua guarda;
XIII – aconselhar o cliente ou o empregador contra disposições expressas em lei ou contra os Princípios
de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de
Contabilidade;
XIV – exercer atividade ou ligar o seu nome a empreendimentos com finalidades ilícitas;
XV – revelar negociação confidenciada pelo cliente ou empregador para acordo ou transação que,
comprovadamente, tenha tido conhecimento;
XVI – emitir referência que identifique o cliente ou empregador, com quebra de sigilo profissional, em
publicação em que haja menção a trabalho que tenha realizado ou orientado, salvo quando autorizado
por eles;
XVII – iludir ou tentar iludir a boa-fé de cliente, empregador ou de terceiros, alterando ou deturpando o
exato teor de documentos, bem como fornecendo falsas informações ou elaborando peças contábeis
inidôneas;
XVIII – não cumprir, no prazo estabelecido, determinação dos Conselhos Regionais de Contabilidade,
depois de regularmente notificado;
XIX – intitular-se com categoria profissional que não possua, na profissão contábil;
XX – executar trabalhos técnicos contábeis sem observância dos Princípios de Contabilidade e das
Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade;
XXI – renunciar à liberdade profissional, devendo evitar quaisquer restrições ou imposições que
possam prejudicar a eficácia e correção de seu trabalho;
XXII – publicar ou distribuir, em seu nome, trabalho científico ou técnico do qual não tenha participado;
XXIII – Apropriar-se indevidamente de valores confiados a sua guarda;
XXIV – Exercer a profissão demonstrando comprovada incapacidade técnica.
XXV – Deixar de apresentar documentos e informações quando solicitado pela fiscalização dos
Conselhos Regionais.

Art. 4º O Profissional da Contabilidade poderá publicar relatório, parecer ou trabalho técnico-


profissional, assinado e sob sua responsabilidade.

Art. 5º O Contador, quando perito, assistente técnico, auditor ou árbitro, deverá;


I – recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da especialização
requerida;
II – abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto de perícia, mantendo
absoluta independência moral e técnica na elaboração do respectivo laudo;
III – abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção pessoal sobre os direitos de
quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa em que estiver servindo, mantendo seu laudo
no âmbito técnico e limitado aos quesitos propostos;
IV – considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido à sua apreciação;
V – mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de exercer efeito sobre
peças contábeis objeto de seu trabalho, respeitado o disposto no inciso II do art. 2º;

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VI – abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente informado e munido de
documentos;
VII – assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne à aplicação dos Princípios
de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo CFC;
VIII – considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peças contábeis,
observando as restrições contidas nas Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho
Federal de Contabilidade;
IX – atender à Fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e Conselho Federal de
Contabilidade no sentido de colocar à disposição desses, sempre que solicitado, papéis de trabalho,
relatórios e outros documentos que deram origem e orientaram a execução do seu trabalho.

CAPÍTULO III
DO VALOR DOS SERVIÇOS PROFISSIONAIS

Art. 6º O Profissional da Contabilidade deve fixar previamente o valor dos serviços, por contrato escrito,
considerados os elementos seguintes:
I – a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade do serviço a executar;
II – o tempo que será consumido para a realização do trabalho;
III – a possibilidade de ficar impedido da realização de outros serviços;
IV – o resultado lícito favorável que para o contratante advirá com o serviço prestado;
V – a peculiaridade de tratar-se de cliente eventual, habitual ou permanente;
VI – o local em que o serviço será prestado.

Art. 7º O Profissional da Contabilidade poderá transferir o contrato de serviços a seu cargo a outro
profissional, com a anuência do cliente, sempre por escrito, de acordo com as normas expedidas pelo
Conselho Federal de Contabilidade.
Parágrafo único. O Profissional da Contabilidade poderá transferir parcialmente a execução dos
serviços a seu cargo a outro profissional, mantendo sempre como sua a responsabilidade técnica.

Art. 8º É vedado ao Profissional da Contabilidade oferecer ou disputar serviços profissionais mediante


aviltamento de honorários ou em concorrência desleal.

CAPÍTULO IV
DOS DEVERES EM RELAÇÃO AOS COLEGAS E À CLASSE

Art. 9º A conduta do Profissional da Contabilidade com relação aos colegas deve ser pautada nos
princípios de consideração, respeito, apreço e solidariedade, em consonância com os postulados de
harmonia da classe.
Parágrafo único. O espírito de solidariedade, mesmo na condição de empregado, não induz nem
justifica a participação ou conivência com o erro ou com os atos infringentes de normas éticas ou legais
que regem o exercício da profissão.

Art. 10 O Profissional da Contabilidade deve, em relação aos colegas, observar as seguintes normas
de conduta:
I – abster-se de fazer referências prejudiciais ou de qualquer modo desabonadoras;
II – abster-se da aceitação de encargo profissional em substituição a colega que dele tenha desistido
para preservar a dignidade ou os interesses da profissão ou da classe, desde que permaneçam as
mesmas condições que ditaram o referido procedimento;
III – jamais apropriar-se de trabalhos, iniciativas ou de soluções encontradas por colegas, que deles
não tenha participado, apresentando-os como próprios;
IV – evitar desentendimentos com o colega a que vier a substituir no exercício profissional.

Art. 11 O Profissional da Contabilidade deve, com relação à classe, observar as seguintes normas de
conduta:
I – prestar seu concurso moral, intelectual e material, salvo circunstâncias especiais que justifiquem a
sua recusa;
II – zelar pelo prestígio da classe, pela dignidade profissional e pelo aperfeiçoamento de suas
instituições;
III – aceitar o desempenho de cargo de dirigente nas entidades de classe, admitindo-se a justa recusa;

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IV – acatar as resoluções votadas pela classe contábil, inclusive quanto a honorários profissionais;
V – zelar pelo cumprimento deste Código;
VI – não formular juízos depreciativos sobre a classe contábil;
VII – representar perante os órgãos competentes sobre irregularidades comprovadamente ocorridas
na administração de entidade da classe contábil;
VIII – jamais utilizar-se de posição ocupada na direção de entidades de classe em benefício próprio ou
para proveito pessoal.

CAPÍTULO V
DAS PENALIDADES

Art. 12 A transgressão de preceito deste Código constitui infração ética, sancionada, segundo a
gravidade, com a aplicação de uma das seguintes penalidades:
I – advertência reservada;
II – censura reservada;
III – censura pública.
§ 1º Na aplicação das sanções éticas, podem ser consideradas como atenuantes:
I – ação desenvolvida em defesa de prerrogativa profissional;
II – ausência de punição ética anterior;
III – prestação de relevantes serviços à Contabilidade.
§ 2º Na aplicação das sanções éticas, podem ser consideradas como agravantes:
I – Ação cometida que resulte em ato que denigra publicamente a imagem do Profissional da
Contabilidade;
II – punição ética anterior transitada em julgado.

Art. 13 O julgamento das questões relacionadas à transgressão de preceitos do Código de Ética


incumbe, originariamente, aos Conselhos Regionais de Contabilidade, que funcionarão como Tribunais
Regionais de Ética e Disciplina, facultado recurso dotado de efeito suspensivo, interposto no prazo de
quinze dias para o Conselho Federal de Contabilidade em sua condição de Tribunal Superior de Ética e
Disciplina.
§ 1º O recurso voluntário somente será encaminhado ao Tribunal Superior de Ética e Disciplina se o
Tribunal Regional de Ética e Disciplina respectivo mantiver ou reformar parcialmente a decisão.
§ 2º Na hipótese do inciso III do art. 12, o Tribunal Regional de Ética e Disciplina deverá recorrer ex
officio de sua própria decisão (aplicação de pena de Censura Pública).
§ 3º Quando se tratar de denúncia, o Conselho Regional de Contabilidade comunicará ao denunciante
a instauração do processo até trinta dias após esgotado o prazo de defesa.

Art. 14 O Profissional da Contabilidade poderá requerer desagravo público ao Conselho Regional de


Contabilidade, quando atingido, pública e injustamente, no exercício de sua profissão.

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 15 Este Código de Ética Profissional se aplica aos Contadores e Técnicos em Contabilidade
regidos pelo Decreto-Lei nº. 9.295/46, alterado pela Lei nº. 12.249/10.

Questões

01. O Profissional de Contabilidade pode divulgar informações confidenciais se a divulgação for


permitida por lei e autorizada pelo cliente ou empregador, sempre por escrito.
( ) Certo ( ) Errado

02. Em relação aos deveres do Profissional da Contabilidade, podemos afirmar que jamais deve-se
recusar uma indicação mesmo quando reconheça não se achar capacitado em face da especialização
requerida
( ) Certo ( ) Errado

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Gabarito

01.Certo / 02.Errado

Comentários

01. Resposta: CERTO


O profissional da contabilidade pode divulgar informações confidenciais ou nas quais essa divulgação
pode ser apropriada quando:
(a) a divulgação é permitida por lei e autorizada pelo cliente ou empregador, por escrito;
(b) a divulgação é exigida por lei;
(c) há dever ou direito profissional de divulgação, quando não proibido por lei.

02. Resposta: ERRADO


São deveres do profissional da Contabilidade, e consequentemente do auditor independente, dentre
outros:
[...]
Recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da especialização
requerida

Fraudes e responsabilidade do auditor.

Em regra, as normas de auditoria20 costumam referir-se a erros e fraudes, cuja distinção fundamental
se baseia no caráter involuntário ou não de um e de outro, vejamos:

- Erro: entende-se por erro o ato não voluntário, não intencional resultante de omissão,
desconhecimento, imperícia, imprudência, desatenção ou má interpretação de fatos na elaboração de
documentos, registros ou demonstrações. Neste caso existe apenas culpa, pois não há intenção de
causar dano.
- Fraude: já o termo fraude, por sua vez refere-se a ato voluntário, intencional, resultante de omissão
ou manipulação de transações, adulteração de documentos, informações, registros e demonstrações.
Neste caso existe dolo, pois há intenção de causar algum tipo de dano.

A fraude pode ser caracterizada, por exemplo pelas seguintes práticas:


a) Manipulação, falsificação ou alteração, em todo ou em parte, de documentos, registros e transações;
b) Supressão ou omissão de documentos, registros e transações;
c) Acréscimo de documentos, registros e transações sem comprovação; e
d) Aplicação de práticas indevidas.

A Norma Brasileira de Contabilidade de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica -


NBC TA 240 (R1)21 - Responsabilidade do Auditor em Relação a Fraude, no Contexto da Auditoria de
Demonstrações Contábeis, é a norma que trata, atualmente da responsabilidade do auditor em relação à
fraude, no contexto da auditoria de demonstrações contábeis. E segundo esta norma, as distorções nas
demonstrações contábeis podem originar-se de fraude ou erro.
O fator distintivo entre fraude e erro, como vimos, está no fato de ser intencional ou não intencional a
ação subjacente que resulta em distorção.
Dois tipos de distorções intencionais (fraudes) são pertinentes para o auditor - distorções decorrentes
de informações contábeis fraudulentas e da apropriação indébita de ativos.

A fraude e a responsabilidade dos Administradores x Auditores

A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela governança
e administração da entidade ou empresa, não dos auditores.

20
BRITO; Claudinei. FONTENELLE; Rodrigo. Auditoria Privada e Governamental: Teoria de forma objetiva e mais de 400 Questões Comentadas. – Niterói,
RJ: Impetus, 2015.
21
http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA240(R1)

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É importante que a administração, com a supervisão geral dos responsáveis pela governança, enfatize
a prevenção da fraude, reduzindo assim as oportunidades de sua ocorrência a dissuasão da fraude e a
persuasão dos indivíduos a não realizarem, devido a probabilidade de detecção e punição.
Isso envolve um compromisso de criar uma cultura de honestidade e comportamento ético, que pode
ser reforçado por supervisão ativa dos responsáveis pela governança.
O auditor, por sua vez, é responsável por obter a segurança razoável de que as demonstrações
contábeis, como um todo, não contêm distorções relevantes, causadas por fraude ou erro.
Como descrito na NBC TA 200 (R1)22 - Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da
Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria, o risco de não ser detectada uma distorção
relevante decorrente de fraude é mais alto que o risco de não ser detectada uma fraude decorrente de
erro. Isso porque a fraude pode envolver esquemas sofisticados e cuidadosamente organizados,
destinados a ocultá-la.
O conluio entre duas ou mais pessoas pode levar o auditor a acreditar que a evidência é persuasiva,
quando, na verdade, ela é falsa.
A capacidade do auditor de detectar uma fraude depende de alguns fatores, tais como habilidade do
fraudador, frequência e extensão da manipulação, grau de conluio, dimensão relativa dos valores
manipulados e posição dos indivíduos envolvidos.
Embora o auditor possa ser capaz de identificar oportunidades potenciais de perpetração de fraude, é
difícil para ele determinar se as distorções foram causadas por fraude e erro.
Na obtenção de segurança razoável, o auditor tem a responsabilidade de manter atitude de ceticismo
profissional durante a auditoria, considerando o potencial de burlar os controles pela administração.

Objetivos do Auditor

Os principais objetivos do auditor são:


- Identificar e avaliar os riscos de distorção relevantes decorrente de fraude;
- Obter evidências suficientes e apropriadas sobre esses riscos; e
- Responder adequadamente face à suspeita de fraude.

Assim, segundo a NBC TA 240 (R1), fraude é o ato intencional de um ou mais indivíduos da
administração, dos responsáveis pela governança, empregados ou terceiros, que envolva dolo
para obtenção de vantagem injusta ou ilegal.

Os fatores de risco de fraude são classificados com base em três condições, que geralmente estão
presentes em uma fraude:
- Incentivo ou pressão para perpetrar fraude;
- Oportunidade percebida de cometer fraude; e
- Capacidade de racionalizar a ação fraudulenta.

Comunicação de Fraude aos Responsáveis

Abaixo podemos observar a quem se reportar em caso de detecção de fraude, vejamos:


- Em caso de detecção de fraudes, mesmo que
A administração
irrelevantes.
- Caso haja a participação da administração e/ou
de funcionários-chave da organização nas
Aos responsáveis pela governança
fraudes.
- Em caso de fraudes relevantes.
- Nos casos de exigências legais. Como por
exemplo em caso de fraudes em instituições
Aos órgãos reguladores e de controle financeiras comunica-se ao Banco Central do
Brasil (também conhecido por BC, BACEN ou
BCB)

Em relação à comunicação do auditor com os responsáveis pela governança, cabe ressaltar que pode
ser feita verbalmente ou por escrito. Devido à natureza e sensibilidade da fraude que envolve a alta

22
http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA200(R1)

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administração, ou da fraude que resulta em distorção relevante nas demonstrações contábeis, o auditor
relata tais assuntos tempestivamente e pode considerar necessário também relatá-los por escrito.

Questões

01. (Cage/RS - Fundatec) de acordo com a NBC TA 240 - Responsabilidade do Auditor em Relação
à Fraude no Contexto da Auditoria de Demonstrações Contábeis considere as assertivas abaixo:
I. Auditor independente.
II. Auditor interno.
III. Administração
IV. Responsável pela governança.
V Conselho Fiscal.

De quem é a responsabilidade primária na prevenção e detecção de fraude?


(A) Apenas I.
(B) Apenas V.
(C) Apenas II e III.
(D) apenas III e IV.
(E) Apenas III, IV e V.

02. (SEFAZ/SP - APOFP - ESAF) por ser um ato não intencional na elaboração de registros e
demonstrações contábeis, é correto afirmar que se trata de um erro:
(A) a alteração de documentos visando modificar os registros de ativos, passivos e resultados;
(B) a apropriação indébita de ativos;
(C) a supressão ou omissão de transações nos registros contábeis;
(D) o registro de transações sem comprovação;
(E) a aplicação incorreta das normas contábeis.

03. (TCE/SE - Analista de Controle Externo - Coordenadorias Técnicas - FCC) Segundo a NBC
TA 240, que trata da responsabilidade do auditor em relação à fraude, no contexto da auditoria de
Demonstrações Contábeis,
(A) o fator distintivo entre fraude e erro está no fato de que a ação subjacente que resulta em distorção
nas demonstrações contábeis é não intencional no primeiro caso e intencional no segundo.
(B) o auditor independente é responsável por estabelecer juridicamente se realmente ocorreu fraude.
(C) a principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela
governança da entidade e da sua administração.
(D) o planejamento adequado da auditoria independente elimina qualquer risco de que algumas
distorções relevantes das demonstrações contábeis possam não ser detectadas.
(E) o risco de o auditor não detectar uma distorção relevante decorrente de fraude da administração é
menor do que no caso de fraude cometida por empregados, já que estes últimos tem maiores
possibilidades de manipular os dados contábeis da entidade.

04. (SUSEP - Analista Técnico - ESAF) O auditor interno, ao realizar seus procedimentos e testes de
auditoria, quanto à identificação de fraudes e erros, evidencia três fatos:
I. O departamento fiscal da empresa, com o objetivo de reduzir o volume de impostos a recolher,
cadastrou no sistema de faturamento, a alíquota do IPI que deveria ser de 11%, com o percentual de 5%.
II. Ao analisar a folha de pagamentos, evidenciou funcionários demitidos, constando do cálculo da
folha, sendo que a conta a ser creditado o pagamento, destes funcionários, pertencia a outro colaborador
do departamento pessoal.
III. O contador da empresa, ao definir a vida útil da máquina que foi introduzida em linha de produção
nova, estabeleceu alíquota, estimando a produção de um milhão de unidades, nos próximos 5 anos. O
projeto foi revisto e se reestimou para 10 anos.

Assinale a opção correta, levando em consideração os fatos acima narrados.


(A) Fraude, fraude e erro.
(B) Erro, erro e erro.
(C) Erro, fraude e erro.
(D) Fraude, fraude e fraude.
(E) Fraude, erro e erro.

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05. (SEFAZ/RJ - Fiscal de Rendas - FGV) Analise as afirmativas a seguir:
I. A prevenção e detecção da fraude é de responsabilidade da governança da entidade e da sua
administração.
II. Apesar de o auditor poder suspeitar ou, em raros casos, identificar a ocorrência de fraude, ele pode
estabelecer juridicamente se realmente ocorreu fraude.
III. O auditor que realiza auditoria de acordo com as normas é responsável por obter segurança
razoável de que as demonstrações contábeis, como um todo, não contém distorções relevantes,
causadas por fraude ou erro.

Assinale:
(A) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se somente a afirmativa III estiver correta.
(E) se somente a afirmativa II estiver correta.

Gabarito

01.D / 02.E / 03.C / 04.A / 05.A

Comentários
01. Resposta: D
A NBC TA 240 é bem clara nesse aspecto. A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da
fraude é dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração.

02. Resposta: E
Para responder questões relacionadas a fraude e erro, devemos ter em mente as definições das
normas.
Segundo a NBC TA 240, Fraude é o ato intencional de um ou mais indivíduos da administração, dos
responsáveis pela governança, empregados ou terceiros, que envolvam dolo para obtenção de vantagem
injusta ou ilegal.
Já o termo “erro” aplica-se a ato não intencional de omissão, desatenção, desconhecimento ou má
interpretação de fatos na elaboração de registros, informações e demonstrações contábeis, bem como
de transações e operações da entidade, tanto em termos físicos quanto monetários. (NBC TI 01).
Dessa forma, a única alternativa que apresenta uma situação que pode ser interpretada como
desconhecimento ou má aplicação das normas é a letra E.
Na alternativa A fica claro que houve um objetivo ao se alterarem os documentos, sendo dessa forma
um ato intencional, caracterizado como fraude. A letra B também desse ser considerada fraude, pois
houve uma apropriação irregular de ativos. Por fim, as assertivas C e D também apresentam
características de fraude, pois são atos intencionais.

03. Resposta: C
Segundo o item 4 da NBC TA 240 “a principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude
é dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração”. Portanto, a alternativa correta
é a leta C.
A letra A trocou a intencionalidade do erra e da fraude. Conforme já vimos, o erro é não intencional, e
a fraude, intencional.
A alternativa B está errada, pois, segundo o item 3 da supracitada norma, apesar de o auditor poder
suspeitar ou, em raros casos, identificar a ocorrência de fraude, ele não estabelece juridicamente se
realmente ocorreu fraude.
A letra D também está incorreta, porque, devido às limitações inerentes à auditoria, há um risco
inevitável de que algumas distorções relevantes das demonstrações contábeis possam não ser
detectadas, apesar de a auditoria ser devidamente planejada e realizada de acordo com as normas de
auditoria.
Por fim, a alternativa E está errada porque o risco de não ser detectada uma distorção relevante
decorrente de fraude é mais alto do que o risco de não ser detectada uma fraude decorrente de
erro. Isso porque a fraude pode envolver esquemas sofisticados e cuidadosamente organizados,
destinados a ocultá-la, tais como falsificação, omissão deliberada no registro de operações ou prestação
intencional de falsas representações ao auditor.

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04. Resposta: A
Questão simples da Esaf, em que o candidato deve apenas identificar quais dessas situações foram
intencionais (fraude) e quais não foram (erro).
O item I deixa claro que a diminuição da alíquota do IPI, de 11% para 5%, foi um ato intencional,
objetivando pagar menos impostos. Portanto, fraude.
Já o item II demonstra outra atitude intencional, pois há um desvio, por parte de um colaborador do
departamento de pessoal, do pagamento de funcionários que já nem estão mais na empresa. Mais uma
vez, fraude.
Por fim, no item III é apresentada uma situação em que o contador da empresa tinha definido um
período para depreciação de uma máquina de acordo com uma produção prevista de unidades de
determinado produto. Entretanto, houve uma revisão no projeto da empresa e a vida útil da máquina foi
reestimada. Dessa forma, não há ato intencional nem má-fé na atitude do contador, devendo essa
situação ser caracterizada como erro.

05. Resposta: A
O item I é exatamente o que afirma a NBC TA 240. “A principal responsabilidade pela prevenção e
detecção da fraude é dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração”.
A mesma norma estabelece que embora a fraude constitua um conceito jurídico amplo, para efeitos
das normas de auditoria, o auditor está preocupado com a fraude que causa distorções relevantes nas
demonstrações contábeis. Apesar de o auditor poder suspeitar ou, sem raros caso, identificar a ocorrência
de fraude, ele não estabelece juridicamente se realmente ocorreu. Dessa forma o item II está errado.
Por fim, o item III está correto, pois foi retirado de maneira literal do item 5 da norma supracitada.

Procedimentos analíticos. Confirmações Externas. Amostragem.

Procedimentos analíticos Objetivam23 verificar o comportamento de valores significativos, mediante


índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situações ou
tendências atípicas. Nas aplicação dos procedimento de revisão analítica, o auditor deve considerar:
a) o objetivo dos procedimentos e o grau de confiabilidade dos resultados alcançáveis;
b) a natureza do órgão/entidade e o conhecimento adquirido em fiscalizações anteriores;
c) a disponibilidade de informações, sua relevância, confiabilidade e comparabilidade.

Para a NBC TA 500 (R1), os procedimentos analíticos consistem em avaliação das informações feitas
por meio de estudos das relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros. Os procedimentos
analíticos incluem também a investigação de flutuações e relações identificadas que sejam inconsistente
com outras informações relevantes ou que se desviem significativamente dos valores previstos.

Explicando...
Você, como auditor, sabendo de que há uma relação entre as despesas com salários e recolhimento
do FGTS, pode decidir fazer uma correspondência entre essas duas contas, buscando alguma
inconsistência como, por exemplo, um percentual recolhido de FGTS muito baixo do que seria esperado,
se considerados os salários pagos aos funcionários.
Outra possível verificação seria a comparação entre os valores pagos a funcionários (dado financeiro)
com o número de funcionários d empresa (dado não financeiro).

CONFIRMAÇÕES24

Segundo a NBC TI 01, esta técnica é utilizada na obtenção de informações perante pessoas físicas ou
jurídicas conhecedoras das transações e das operações, dentro ou fora da entidade. Ressalta-se que
essa norma trata de auditoria interna.

23
Brito; Claudinei. Fontenelle; Rodrigo. Auditoria Privada e Governamental: Teoria de forma objetiva e mais de 400 Questões Comentadas. – Niterói, RJ:
Impetus, 2015.
24
Brito; Claudinei. Fontenelle; Rodrigo. Auditoria Privada e Governamental: Teoria de forma objetiva e mais de 400 Questões Comentadas. – Niterói, RJ:
Impetus, 2015.

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Confirmação Externa (Circularização)

Consiste na confirmação, junto a terceiros, de fato alegados pela entidade. No planejamento dos
trabalhos, a equipe deve considerar as partes externas que podem ser circularizadas e os objetivos de
fiscalização que poderão ser satisfeitos pela circularização.
Esse procedimento só tem validade para comprovação de auditoria quando o gestor/dirigente, ligado
ao assunto a comprovar, tem participação no processo, porém ficam a remessa e a obtenção das
respostas aos pedidos circularizados sob controle do auditor.
A primeira condição deve-se ao fato de o auditor não ter poderes para assinar ou solicitar pedido de
confirmação pelo órgão/entidade. A segunda é para evitar que haja influência ou modificação, por parte
de auditado, dos dados ou respostas dos itens objetos do processo de circularização.
Há dois tipos de pedidos de confirmação de dados usados pela auditoria: positivo e negativo.
O primeiro é utilizado quando há necessidade de resposta da pessoa de quem se quer obter uma
confirmação formal. Pode ser usado de duas formas:
- branco: quando não se colocam os valores os pedidos de confirmação;
- preto: quando utilizados saldos ou valores a serem confirmados na data-base indicada.

Exemplificando: o auditor, ao verificar o saldo da conta Bancos – Banco do Brasil, constante no


Balanço Patrimonial da Petrobras, observa que, segundo a empresa auditada (Petrobras), havia naquela
conta, em 31/12/2012 a quantia de R$ 50.000,00. Objetivando confirmar esse valor, o auditor requer à
Petrobras que assine uma solicitação ao Banco do Brasil (quem solicita a informação e a empresa
auditada), que deverá ser devolvida diretamente ao auditor. O texto dessa circularização pode constar a
necessidade de resposta, por parte do Banco, ao auditor independente da concordância ou não com os
valores. Nesse caso temos a confirmação positiva. A confirmação desses saldo pode ser feita a partir
de uma das duas formas a seguir:
(a) Em 31/12/2012, a Petrobras tinha em sua conta corrente no Banco do Brasil R$ 50.000,00? Como
a pergunta menciona o valor, temos a confirmação positiva em preto.
(b) Qual o saldo em conta corrente no banco do Brasil a Petrobras possuía em 31/12/2012? Nesse
caso, como não foi mencionado o valor, temos a confirmação positiva em branco.
O pedido de confirmação negativo é utilizado quando a resposta for necessária em caso de
discordância da pessoa de quem se quer obter a confirmação, ou seja, na falta de confirmação, o auditor
requer que a pessoa concorda com os valores colocados no pedido de confirmação.
Esse tipo de pedido é geralmente usado como complemento do pedido de confirmação positivo e deve
ser expedido de forma a assegurar que a pessoa de quem se quer obter a confirmação, efetivamente,
recebeu tal pedido.
Conforme a NBC TA 500, uma confirmação externa representa evidência de auditoria obtida pelo
auditor como resposta escrita de terceiro (aparte que confirma) ao auditor, em forma escrita, eletrônica
ou em outra mídia.

Esquema do Processo de Circularização25

25
Peter, M. G. A. Machado, M. V. V. Manual de auditoria Governamental. 2ª Ed. – são Paulo: Atlas, 2014.

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Observa-se, pelo exposta na figura acima, que não há contato direto do auditor com o detentor da
informação, devendo o processo de solicitação ser devidamente formalizado, preservando os aspectos
de independência e imparcialidade da informação, preservando os aspectos de independência e
imparcialidade da informação, tanto no que diz respeito ao órgão auditado, quanto ao auditor que fez a
solicitação.
Os procedimentos de confirmação externa frequentemente são relevantes no tratamento de
afirmações associadas a certos saldos contábeis e seus elementos, principalmente para verificação das
contas Fornecedores, Clientes e Bancos. Contudo, as confirmações externas não precisam se restringir
apenas a saldos contábeis.
Por exemplo, o auditor pode solicitar confirmação de termos de contratos ou transações da entidade
com terceiros; a solicitação de confirmação pode ser planejada para perguntar se foram efetuadas
quaisquer modificações no contrato e, em caso afirmativos, quais são os detalhes relevantes.

AMOSTRAGEM EM AUDITORIA26

A Norma do Conselho Federal de Contabilidade - CFC que trata do tema é a NBC TA 530 -
Amostragem em Auditoria27. A literatura disponível quanto ao assunto é bastante farta, tendo em vista
que a maioria dos autores dedica um ponto de suas obras ao tema. Diante disso, apresentaremos os
principais pontos geralmente explorados pelas bancas de maneira bem objetiva.

Conceito e Definição

A amostragem tem como objetivo conhecer as características de interesse de uma determinada


população a partir de uma parcela representativa.
É um método utilizado quando se necessita obter informações sobre um ou mais aspectos de um grupo
de elementos (população) considerando grande ou numeroso, observando apenas uma parte do mesmo
(amostra). As informações obtidas dessa parte somente poderão ser utilizadas de forma a concluir algo
a respeito do grupo como um todo caso esta seja representativa.
É aplicada também como forma de viabilizar a realização de auditorias em situações onde objeto alvo
da ação se apresenta em grandes quantidades ou se distribui de maneira bastante pulverizada. A
amostragem é também aplicada em função da necessidade de obtenção de informações em tempo hábil,
em caso em que a ação na sua totalidade se torne impraticável.
A representatividade é uma característica fundamental para a amostragem, que depende da forma de
seleção e do tamanho da amostra. Potencialmente, a amostra obtém essa característica quando ela é
tomada ao acaso.
Para uma amostra ser considerada representativa de uma população, deve possuir as características
de todos os elementos da mesma, bem como ser conhecida a probabilidade de ocorrência de cada
elemento na sua seleção.
Existem várias razões que justificam a utilização de amostragem em levantamentos de grandes
populações. Uma dessas razões é a economicidade dos meios, no qual os recursos humanos e materiais
são escassos, a amostragem se torna imprescindível, tornando o trabalho do auditor bem mais fácil e
adequado. Outro fator de grande importância é o tempo, pois onde as informações das quais se necessita
são valiosas e tempestivas, o uso de amostra também se justifica. Junto ao fato de que com a utilização
da amostragem e confiabilidade dos dados é maior, devido ao número reduzido de elementos, pode-se
dar mais atenção aos caso individuais, evitando erros nas respostas.
Além disso, a operacionalidade em pequena escala torna mais fácil o controle do processo com o um
todo.

DICA: As razões para utilização da amostragem - economicidade de recursos, tempo e confiabilidade


podem ser maior na análise dos dados, porém, existem casos em que não se recomenda a utilização de
amostragem, tais como:
- Quando a população é considera muito pequena e a sua amostra fica relativamente grande;
- Quando as características da população são de fácil mensuração, mesmo que a população não seja
pequena;
- Quando há necessidade de alta precisão recomenda-se fazer censo, que nada mais é do que o
exame da totalidade da população.

26
BRITO; Claudinei. Fontenelle; Rodrigo. Auditoria Privada e Governamental: Teoria de forma objetiva e mais de 400 Questões Comentadas. – Niterói, RJ:
Impetus, 2015.
27
http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2009/001222

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População pequena
Amostragem não
Características de fácil mensuração
recomendada
Necessidade de alta precisão

Divisão do Método de Amostragem


O método de amostragem se subdivide em dois tipos:
- Amostra Estatística: aquela em que a amostra é selecionada cientificamente com a finalidade de
que os resultados obtidos possam ser estendidos ao conjunto de acordo com a teoria da probabilidade
ou as regras estatística, sendo seu uso recomendável quando os itens da população apresentam
características homogêneas.
Tem como característica fundamental o fato de poder ser submetido a tratamento estatístico, sendo,
portanto, os resultados obtidos na amostra generalizáveis para a população.

- Amostragem não Estatística ou (por julgamento): aquela em que a amostra é determinada pelo
auditor utilizando sua experiência, critério e conhecimento da entidade.
A principal característica do método de amostragem não estatístico é que este se baseia,
principalmente, na experiência do auditor. Sendo assim, a aplicação de tratamento estatístico a seus
resultados se torna inviável, bem como a generalização dos resultados obtidos através da amostra para
a população.
Essa limitação faz com que o método não sirva de suporte para uma argumentação, visto que a
extrapolação dos resultados não é passível de demonstrações, segundo as normas de cálculo existentes.
Contudo, é inegável a sua utilidade dentro de determinados contextos, tal como, na busca exploratória
de informações ou sondagem, quando se deseja obter informações detalhadas sobre questões
particulares, durante um espaço de tempo específico. Assim, seus resultados podem ser considerados
em pareceres e relatórios, em algumas circunstâncias.

Aplicação da Amostragem em Auditoria

A NBC TA 530 - Amostragem em Auditoria, se aplica quando o auditor independente decide usar a
amostragem na Execução de procedimentos de auditoria, que trata do uso de amostragem estatística e
não estatística na definição e seleção da amostra de auditoria, na execução de testes de controles e de
detalhes e na avaliação dos resultados da amostra.
Segundo o CFC, a NBC TA 530 complementa a NBC TA 500 (R1)28 - Evidência de Auditoria que trata
da responsabilidade do auditor na definição e execução de procedimentos de auditoria a fim de obter
evidência de auditoria apropriada e suficiente para chegar a conclusão razoáveis que fundamentem sua
opinião de auditoria.
A NBC TA 500 (R1) fornece orientação sobre os meios disponíveis para o auditor selecionar os itens
para teste, dos quais a amostragem de auditoria é um deles.
Par afins das normas de auditoria do CFC, os termos a seguir têm os seguintes significados (e têm
sido cobrados literalmente nas provas):

- Amostragem em auditoria é a aplicação de procedimentos de auditoria em menos de 100% dos


itens de população relevante para fins de auditoria (ou seja, em partes do universo), de maneira que todas
as unidades de amostragem tenham a mesma chance de serem selecionadas para proporcionar uma
base razoável que possibilite ao auditor concluir sobre toda a população.

- População é o conjunto completo de dados sobre o qual a amostra é selecionada e sobre o qual o
auditor deseja concluir.

- Risco de amostragem: é o risco de que a conclusão do auditor, com base em amostra, pudesse ser
diferente se toda a população fosse sujeita ao mesmo procedimento de auditoria. O risco de amostragem
pode levar a dois tipos de conclusões errôneas:
a) No caso de teste de controles, em que os controles são considerados mais eficazes do que
realmente são, ou no caso de testes de detalhes, em que não seja identificada distorção relevante,
quando, na verdade, ela existe. O auditor está preocupado com esse tipo de conclusão errônea porque
ela afeta a eficácia da auditoria e é provável que leve a uma opinião de auditoria não apropriada.

28
http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA500(R1)

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. 40
b) No caso de teste de controles, em que os controles são considerados menos eficazes do que
realmente são ou no caso de teste de detalhes, em que seja identificada distorção relevante, quando, na
verdade, ela não existe. Esse tipo de conclusão errônea afeta a eficiência da auditoria porque ela
normalmente levaria a um trabalho adicional para estabelecer que as conclusões iniciais estavam
incorretas.

De forma a ilustrar melhor o risco de amostragem, observe a comparação a seguir:

Afeta a Eficácia Afeta a Eficiência


Controles são considerados mais eficazes do que Controles são considerados menos eficazes do
realmente são. que realmente são.
Riscos de Supervalorização de Confiabilidade. Risco de subavaliação de Confiabilidade.
Não se detectou distorção relevante, mas ela Detectou-se distorção relevante, mas ela não
existe. existe.
Risco de aceitação Incorreta. Risco de rejeitos incorreta.

- Risco não resultante da amostragem: é o risco de que o auditor chegue a uma conclusão errônea
por qualquer outra razão que não relacionada ao risco de amostragem.
Os exemplos de risco não resultante da amostragem incluem o uso de procedimentos de auditoria não
apropriados ou a interpretação errônea da evidência de auditoria e não reconhecimento de uma distorção
ou de um desvio.

- Anomalia: é a distorção ou o desvio que é comprovadamente não representativo em uma população.

- Unidade amostragem: é cada um dos itens individuais que constituem uma população. As unidades
de amostragem podem ser itens físicos (por exemplo, cheques relacionados em comprovante de
depósito, lançamentos de crédito em estratos bancários, faturas de venda ou saldos de devedores) ou
unidades monetárias.

- Amostra estatística: é uma abordagem da amostragem com as seguintes características:


a) Seleção aleatória dos itens da amostra;
b) O uso da teoria das probabilidades para avaliar os resultados das amostras, incluindo a mensuração
do risco de amostragem.
A abordagem de amostragem que não tem as características (a) e (b) é considerada uma amostragem
não estatística.

- Estratificação: é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada uma sendo um grupo
de unidades de amostragem com características semelhantes (geralmente valor monetário).

- Distorção tolerável: é um valor monetário definido pelo auditor para obter um nível apropriado de
segurança de que esse valor não seja excedido pela distorção real no população.
Ao definir uma amostra, o auditor determina a distorção tolerável para avaliar o risco de que o conjunto
de distorções individualmente irrelevantes possa fazer com que as demonstrações contábeis apresentem
distorções relevantes e forneça margem para possíveis não detectadas. Ou seja, a distorção que o auditor
aceita, a fim de que as pequenas distorções, no conjunto, não se tornem grandes distorções.
A distorção tolerável é aplicada da materialidade na execução da auditoria, em procedimentos de
amostragem específicos. A distorção tolerável pode ter o mesmo valor ou menos do que a da
materialidade na execução da auditoria.

- Taxa tolerável de desvio: é a taxa de desvio dos procedimentos de controles internos previstos,
definida pelo auditor para obter um nível apropriado de segurança de que essa taxa de desvio não
excedida pela taxa real de desvio na população.

Questões

01. (TCE/RS - Auditor Público Externo - FCC) A amostragem é uma técnica que tem por finalidade
determinar a extensão de um teste de auditoria ou método de seleção de itens a serem testados. Nos
termos da Resolução CFC 986/2003, a amostra selecionada deve proporcionar uma informação de
auditoria
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(A) efetiva e padronizada.
(B) realística e relevante.
(C) material e útil.
(D) formal e mensurável.
(E) suficiente e apropriada.

02. (TCE/RS - Auditor Público Externo - FCC) Segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade
técnicas de Auditoria – NBC TA, a amostragem em auditoria destina-se a possibilitar conclusões a serem
tiradas de uma população inteira com base no teste de amostragem dela extraída (NBC TA 500). Existem
muitos métodos para selecionar amostras (NBC TA 530), entre os principais citados nas normas. Aquela
em que a quantidade de unidades de amostragem na população é dividida pelo tamanho da amostra para
dar um intervalo de amostragem é a seleção:
(A) em bloco;
(B) estatística;
(C) aleatória;
(D) ao acaso;
(E) sistemática.

03. (Prefeitura de Recife/PE - Auditor do Tesouro Municipal - FGV) A respeito de uma amostra de
auditoria, analise as afirmativas a seguir.
I. Ao definir uma amostra de auditoria, o auditor deve considerar a finalidade do procedimento de
auditoria e as características da população da qual será retirada a amostra.
II. O auditor deve selecionar itens para a amostragem de forma que cada unidade de amostragem da
população tenha a mesma chance de ser selecionada.
III. Ao definir uma amostra de auditoria, o auditor deve considerar os fins específicos a serem
alcançados e a combinação de procedimentos de auditoria que devem alcançar esses fins.

Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

04. (ACI - Recife - FGV) A respeito da amostragem de auditoria, analise os itens a seguir:
I. O nível de risco de amostragem que o auditor está disposto a aceitar afeta o tamanho exigido da
amostra.
II. Quanto menor o risco que o auditor está disposto a aceitar, menor deve ser o tamanho da amostra.
III. Ao definir uma amostra de auditoria, o auditor deve considerar a finalidade do procedimento de
auditoria e as características da população da qual será retirada a amostra.
IV. O auditor deve selecionar itens para a amostragem, de forma que cada unidade de amostragem
da população tenha a mesma chance de ser selecionada.

Assinale:
(A) se somente os itens I, II e II estiverem corretos;
(B) se somente os itens II, III e IV estiverem corretos;
(C) se somente os itens I, III e IV estiverem corretos;
(D) se somente os itens I, II e IV estiverem corretos;
(E) se todos os itens estiverem corretos.

Gabarito

01.E / 02.E / 03.E / 04.C

Comentários
01. Resposta: E
Segundo o item 12.2.4.2 da NBC TI 01, ao usar método de amostragem, estatística ou não, deve ser
projetada e selecionada uma amostra que possa proporcionar evidência de auditoria suficiente e
apropriada.

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02. Resposta: E
Segundo o Apêndice 4 da NBC TA 530, seleção sistemática é aquela em que a quantidade de
unidades de amostragem na população é dividida pelo tamanho da amostra para dar um intervalo de
amostragem como, por exemplo, 50, e após determinar um ponto de início dentro das primeiras 50, toda
50ª unidade de amostragem seguinte é selecionada.

03. Resposta: E
Todos os itens foram retirados de maneira literal da NBC TA 530, que trata de amostragem.

04. Resposta: C
O único item errado é o II, já que quanto menor o risco que o auditor está disposto a aceitar, MAIOR
deve ser o tamanho da amostra.
Todos os outros itens são transcrição literal da NBC TA 350, que trata de amostragem.

Evidenciação.

Evidência, em auditoria29, é a convicção razoável de que todos os dados contábeis expressados nas
contas anuais estão suportados no tempo e contidos pelos fatos econômicos e circunstâncias realmente
ocorridas. Ou seja, a opinião emitida por profissional capacitado deve ser fundamentada em evidência
correspondente e que sirva como base apropriada para a mesma.
A palavra evidência descreve o espaço completo das coisas, tais como documentos, informações,
suposições, conclusões e cálculos sobre os quais o auditor avalia se as contas mostram a imagem fiel do
patrimônio. Isto é, a evidência é o conjunto de fatores apresentados ao conhecimento de uma pessoa
com o propósito de lhe permitir decidir sobre uma questão que esteja em discussão. Importante dizer que
Técnica de Auditoria é o conjunto de processos e ferramentas operacionais de que se serve o controle
para a obtenção de evidências, as quais devem ser suficientes, adequadas, relevantes e úteis para
conclusão dos trabalhos.

Qualidade da Evidência

Qualidade da Evidência de acordo com o conceito considera que esta deve ser “Relevante e de boa
Qualidade” e estar condicionada fundamentalmente pelas circunstâncias em que foi obtida, como por
exemplo:
- Fontes externas proporcionam maior confiança que as internas, um extrato bancário. Por ser emitido
por banco, fonte externa, é mais confiável que o razão da empresa.
- Aquela evidência surgida de sistema com controle interno confiável, é melhor que a que surge de
outro não confiável, ou não analisado.
- Aquele conhecimento obtido de forma pessoal e direto, tais como exames físicos, inspeções,
cálculos, é mais persuasivo que aquele obtido de forma indireta.

A qualidade da evidência é também condicionada pela proximidade entre a evidência e aquilo que está
sendo evidenciado, sendo que por este critério, podemos classificá-la em:
a) Evidência natural: que é definida como a coisa ou o fato em si mesmo. A sua força de
convencimento radica na facilidade de compreensão de existência das coisas pela percepção dos
sentidos. As técnicas de inspeção e observação obtêm este tipo de evidência.
b) Evidência criada: que é aquela que não existe no mundo real e é necessária uma ação mental
mais elaborada para ser obtida; elas descrevem o fato, mas não é o fato em si mesmo; como exemplo
deste tipo de evidência podemos citar a evidência de entrega de materiais vendidos obtida através da
análise de uma nota de entrega.
c) Evidência derivada de argumentação racional: que é aquela obtida mediante análise aplicada à
evidência natural ou criada, com a finalidade de obter conclusões sobre os fatos; as observações de fatos
lógicos e verdadeiros ajudam através de interpretação adequada a chegar a certas conclusões.
Amostragens estatísticas produzem este tipo de evidência, sendo que este tipo de evidência é majoritária
na base da opinião do auditor.

29
http://www.portaldeauditoria.com.br/sobreauditoria/teoria-da-evidencia-e-da-importancia-da-auditoria.asp

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Outro fator condicionante da qualidade da evidência é a direção (ou trajetória) da correspondência
entre a evidência e o que está sendo evidenciado podendo ser considerados três tipos, a saber:
1) Evidência direta, considerada primária quando implique em exame exaustivo de todos os fatos
contábeis. De modo geral substitui a evidência natural quando esta não está disponível, e é considerada
a maior evidência que existe, porém está limitada pelo tempo e por seu custo, assim como pela dificuldade
de se obter evidência física de muitos fatos que já ocorreram, e secundária nos demais casos tais como
copias de documentos, recibos bancários etc.

2) Evidência indireta ou circunstancial, que se apresenta quando não há suporte direto para um fato
e sua existência deve ser provada mediante outros fatos, como por exemplo, se o sistema de controle
interno é considerado bom, então a informação corrente emanada desse sistema também é boa.

3) Classificação conjunta: o auditor frequentemente escolherá evidências naturais primarias e de


fontes sob seu controle. Conclui-se que a evidência criada consubstancia grande parte da opinião do
auditor e, portanto implica em importante grau de dedução.

Por outro lado a fonte geradora da evidência também contribui para a sua confiabilidade, desta feita
temos que existem aqueles processos que em grande medida estão sob controle do auditor, dando a este
uma alta possibilidade de avaliação e contendo uma baixa probabilidade de manipulação; aqueles
processos que estão em grande medida sob controle dos diretores, naturalmente apresentam alta
probabilidade de manipulação e média possibilidade de avaliação por parte do auditor; existem também
aqueles processos que estão sob controle de terceiros que possuem probabilidade média de manipulação
e baixa possibilidade de avaliação por auditor.

Evidência Suficiente

A evidência que se pretende obter, não pode ser absoluta, mas suficiente e adequada. Ou seja, os
elementos que consubstanciam a opinião do auditor devem ser certos, claros e fornecer-lhe material
suficiente para que a evidência seja suficiente, isto é, que como resultante da prova, o auditor adquira a
“certeza moral” da comprovação dos fatos que estão sendo analisados.
Na decisão sobre a quantidade de evidência a ser obtida, devem ser consideradas algumas
circunstâncias, a saber:
O custo: isto pressupõe avaliação da utilidade que seria obtida com a obtenção de determinada
evidência;
A importância relativa (ou relevância): que se refere ao grau de influência do fato no grupo em que
está classificado, bem como no total da informação;
Risco provável: que supõe a avaliação do erro possível inerente à análise de um fato e à obtenção
de evidência deficiente e incompleta;
Autenticidade: quando é verdadeira em todas suas características;
Verificável: ou seja, que permite que dois ou mais auditores concluam a mesma coisa separadamente;
Neutralidade: isto é, que esteja livre de prejuízos.

Achados de Auditoria e Caracterização

Durante a execução30 da auditoria, as situações encontradas são comparadas com os critérios,


previamente selecionados e identificados pelos auditores. As diferenças observadas são os achados de
auditoria. Após caracterizar o achado de auditoria, os auditores devem identificar as causas e os efeitos
do desempenho observado. Em geral, esses procedimentos são concluídos ao final do trabalho de campo

Matriz de Achados de Auditoria

São as constatações e informações obtidas durante a execução da auditoria, incluindo também as


propostas de conclusões, recomendações e determinações.
A matriz de achados é instrumento útil para dar suporte e conduzir a elaboração do relatório de
auditoria, pois permite reunir, de forma estruturada, os principais elementos que constituirão os capítulos
centrais do relatório. A matriz propicia compreensão homogênea dos achados e seus elementos
constitutivos pelos integrantes da equipe de auditoria e demais interessados.

30
Manual de Auditoria Operacional - TCU - 2010

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Matriz de Responsabilização

É uma ferramenta31 útil para identificar os responsáveis por irregularidades, especificar as condutas
impugnadas, estabelecer as relações de causa e efeito e, finalmente, aferir a culpabilidade.

Apresentarmos abaixo a Resolução que trata da norma específica sobre a Evidência de Auditoria –
NBC TA 500 (R1)

NBC TA 500 (R1) - Evidência de Auditoria32

Introdução

Alcance
1. Esta Norma define o que constitui evidência de auditoria na auditoria de demonstrações contábeis
e trata da responsabilidade do auditor na definição e execução de procedimentos de auditoria para a
obtenção de evidência de auditoria apropriada e suficiente que permita a obtenção de conclusões
razoáveis para fundamentar a opinião do auditor.

2. Esta Norma é aplicável a toda evidência de auditoria obtida durante a auditoria. Outras normas de
auditoria tratam de:
a) aspectos específicos da auditoria como na NBC TA 315;
b) evidência de auditoria a ser obtida em relação a um tópico específico (NBC TA 570);
c) procedimentos específicos para a obtenção de evidência de auditoria (NBC TA 520); e
d) a avaliação se foi obtida evidência de auditoria apropriada e suficiente (NBC TA 200 e NBC TA 330).

Data de vigência
3. Esta Norma é aplicável a auditoria de demonstrações contábeis para períodos iniciados em ou após
1º de janeiro de 2010.

Objetivo
4. O objetivo do auditor é definir e executar procedimentos de auditoria que permitam ao auditor
conseguir evidência de auditoria apropriada e suficiente que lhe possibilitem obter conclusões razoáveis
para fundamentar a sua opinião.

Definições
5. Para os fins das normas de auditoria, os termos a seguir têm os significados atribuídos abaixo:
a) Registros contábeis compreendem os registros de lançamentos contábeis e sua documentação-
suporte (cheques e registros de transferências eletrônicas de fundos, faturas, contratos); os livros diário,
razões geral e auxiliares, as reclassificações nas demonstrações contábeis não refletidas no diário e as
planilhas de trabalho, que suportem as alocações de custos, cálculos, conciliações e divulgações.
b) Adequação da evidência de auditoria é a medida da qualidade da evidência de auditoria, isto é, a
sua relevância e confiabilidade para suportar as conclusões em que se fundamenta a opinião do auditor.
c) Evidência de auditoria compreende as informações utilizadas pelo auditor para chegar às
conclusões em que se fundamentam a sua opinião. A evidência de auditoria inclui as informações contidas
nos registros contábeis que suportam as demonstrações contábeis e informações obtidas de outras
fontes. (Alterado pela NBC TA 500 (R1))
d) Especialista da administração é uma pessoa ou organização com especialização em uma área, que
não contabilidade ou auditoria, cujo trabalho naquela área de especialização é utilizado pela entidade
para ajudá-la na elaboração das demonstrações contábeis.
e) Suficiência da evidência de auditoria é a medida da quantidade da evidência de auditoria. A
quantidade necessária da evidência de auditoria é afetada pela avaliação do auditor dos riscos de
distorção relevante e também pela qualidade da evidência de auditoria.

31
TCU – Tribunal de Contas da União – Responsabilização de Agentes Segundo a Jurisprudência do TCU – Uma abordagem a partir de Licitações e Contratos
- 2013
32
http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA500(R1)

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Requisitos

Evidência de auditoria apropriada e suficiente


6. O auditor deve definir e executar procedimentos de auditoria que sejam apropriados às
circunstâncias com o objetivo de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente (ver itens A1 a A25).

Informações a serem utilizadas como evidência de auditoria


7. Ao estabelecer e executar procedimentos de auditoria, o auditor deve considerar a relevância e
confiabilidade das informações a serem utilizadas como evidência de auditoria (ver itens A26 a A33).

8. Se as informações a serem utilizadas como evidência de auditoria forem elaboradas com a utilização
de um especialista da administração, o auditor deve, na medida necessária, levando em conta a
importância do trabalho desse especialista para os propósitos do auditor (ver itens A34 a A36):
a) avaliar a competência, habilidades e objetividade do especialista (ver itens A37 a A43);
b) obter entendimento do trabalho do especialista (ver itens A44 a A47); e
c) avaliar a adequação do trabalho desse especialista como evidência de auditoria para a afirmação
relevante (ver item A48).

9. Ao usar informações apresentadas pela entidade, o auditor deve avaliar se as informações são
suficientemente confiáveis para os seus propósitos, incluindo, como necessário nas circunstâncias:
a) obter evidência de auditoria sobre a exatidão e integridade das informações (ver itens A49 e A50);
e
b) avaliar se as informações são suficientemente precisas e detalhadas para os fins da auditoria (ver
item A51).

Seleção dos itens para testes para obtenção da evidência de auditoria


10. Ao definir os testes de controles e os testes de detalhes, o auditor deve determinar meios para
selecionar itens a serem testados que sejam eficazes para o cumprimento dos procedimentos de auditoria
(ver itens A52 a A56).

Inconsistência ou dúvidas quanto à confiabilidade da evidência de auditoria


11. Se:
a) a evidência de auditoria obtida em uma fonte é inconsistente com a obtida em outra; ou
b) o auditor tem dúvidas quanto à confiabilidade das informações a serem utilizadas como evidência
de auditoria, ele deve determinar quais modificações ou acréscimos aos procedimentos de auditoria são
necessários para solucionar o assunto e deve considerar o efeito desse assunto, se houver, sobre outros
aspectos da auditoria.

Aplicação e outros materiais explicativos

Evidência de auditoria apropriada e suficiente


A1. A evidência de auditoria é necessária para fundamentar a opinião e o relatório do auditor. Ela tem
natureza cumulativa e é obtida principalmente a partir dos procedimentos de auditoria realizados durante
o curso do trabalho. Contudo, ela também pode incluir informações obtidas de outras fontes, como
auditorias anteriores (contanto que o auditor tenha determinado se ocorreram mudanças desde a auditoria
anterior que possam afetar sua relevância para a atual auditoria – ver NBC TA 315, item 9) ou
procedimentos de controle de qualidade da firma de auditoria para aceitação e continuidade de clientes.
Além de outras fontes, dentro e fora da entidade, os seus registros contábeis são importantes fontes de
evidência de auditoria. Além disso, informações que podem ser utilizadas como evidência de auditoria
podem ter sido elaboradas com a utilização do trabalho de especialista da administração. A evidência de
auditoria abrange informações que suportam e corroboram as afirmações da administração e qualquer
informação que contradiga tais afirmações. Além disso, em alguns casos, a ausência de informações (por
exemplo, a recusa da administração em fornecer uma representação solicitada) é utilizada pelo auditor e,
portanto, também constitui evidência de auditoria.

A2. A maior parte do trabalho do auditor para formar sua opinião consiste na obtenção e avaliação da
evidência de auditoria. Os procedimentos de auditoria para obter evidência de auditoria podem incluir a
inspeção, observação, confirmação, recálculo, reexecução e procedimentos analíticos, muitas vezes em
combinação, além da indagação. Embora a indagação possa fornecer importante evidência de auditoria

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e possa produzir evidência de distorção, a indagação, sozinha, geralmente não fornece evidência de
auditoria suficiente da ausência de distorção relevante no nível da afirmação nem da eficácia operacional
dos controles.

A3. Como explicado na NBC TA 200, item 5, obtém-se segurança razoável quando o auditor obtiver
evidência de auditoria apropriada e suficiente para a redução do risco de auditoria (isto é, o risco de que
o auditor expresse uma opinião não apropriada quando as demonstrações contábeis apresentam
distorção relevante) a um nível aceitavelmente baixo.

A4. A suficiência e adequação da evidência de auditoria estão inter-relacionadas. A suficiência é a


medida da quantidade de evidência de auditoria. A quantidade da evidência de auditoria necessária é
afetada pela avaliação do auditor dos riscos de distorção (quanto mais elevados os riscos avaliados,
maior a probabilidade de que seja exigida mais evidência de auditoria) e também pela qualidade de tal
evidência de auditoria (quanto maior a qualidade, menos evidência pode ser exigida). A obtenção de mais
evidência de auditoria, porém, não compensa a sua má qualidade.

A5. Adequação é a medida da qualidade da evidência de auditoria, isto é, sua relevância e sua
confiabilidade para fornecer suporte às conclusões em que se fundamenta a opinião do auditor. A
confiabilidade da evidência é influenciada pela sua fonte e sua natureza e depende das circunstâncias
individuais em que é obtida.

A6. A NBC TA 330, item 28, exige que o auditor conclua se foi obtida evidência de auditoria apropriada
e suficiente. É questão de julgamento profissional determinar se foi obtida evidência de auditoria
apropriada e suficiente para reduzir o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo e, com isso,
possibilitar ao auditor atingir conclusões razoáveis que fundamentem sua opinião. A NBC TA 200 contém
a discussão de assuntos, como a natureza dos procedimentos de auditoria, a tempestividade dos
relatórios financeiros e a relação entre benefício e custo, que são fatores relevantes quando o auditor
exerce o julgamento profissional e determina se foi obtida evidência de auditoria apropriada e suficiente.

Fontes da evidência de auditoria


A7. Alguma evidência de auditoria é obtida pela execução de procedimentos de auditoria para testar
os registros contábeis, por exemplo, por meio de análise e revisão, re-execução dos procedimentos
seguidos no processo de elaboração das demonstrações contábeis e conciliação de tipos e aplicações
relacionadas das mesmas informações. Pela execução de tais procedimentos de auditoria, o auditor pode
determinar que os registros contábeis são internamente consistentes e estão de acordo com as
demonstrações contábeis.

A8. Geralmente obtém-se mais segurança com evidência de auditoria consistente obtida a partir de
fontes diferentes ou de natureza diferente do que a partir de itens de evidência de auditoria considerados
individualmente. Por exemplo, informações corroborativas obtidas de uma fonte independente da
entidade podem aumentar a segurança que o auditor obtém da evidência de auditoria gerada
internamente, tais como a evidência existente em registros contábeis, minutas de reuniões ou
representação da administração.

A9. Entre as informações de fontes independentes da entidade que o auditor pode usar como
evidência de auditoria podem estar confirmações de terceiros, relatórios de analistas e dados
comparáveis sobre concorrentes (dados referenciais para benchmarking).

Procedimentos de auditoria para obtenção de evidência de auditoria


A10. Como exigido e explicado adicionalmente pela NBC TA 315 e pela NBC TA 330, a evidência de
auditoria para a obtenção de conclusões para fundamentar a opinião do auditor é conseguida pela
execução de:
a) procedimentos de avaliação de riscos; e
b) procedimentos adicionais de auditoria, que abrangem:
I. testes de controles, quando exigidos pelas normas de auditoria ou quando o auditor assim escolheu;
e
II. procedimentos substantivos, inclusive testes de detalhes e procedimentos analíticos substantivos.

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A11. Os procedimentos de auditoria descritos nos itens A14 a A25 abaixo podem ser utilizados como
procedimentos de avaliação de riscos, testes de controles ou procedimentos substantivos, dependendo
do contexto em que sejam aplicados pelo auditor. Como explicado na NBC TA 330, item A35, a evidência
de auditoria obtida de auditorias anteriores pode, em certas circunstâncias, fornecer evidência de auditoria
apropriada quando o auditor executa procedimentos de auditoria para estabelecer que a evidência de
auditoria continue relevante.

A12. A natureza e a época dos procedimentos de auditoria a serem utilizados podem ser afetadas pelo
fato de que alguns dados contábeis e outras informações podem estar disponíveis apenas em forma
eletrônica ou apenas em certos pontos ou períodos no tempo. Por exemplo, documentos de fonte, tais
como ordens de compra e faturas, podem existir apenas em forma eletrônica quando a entidade utiliza
comércio eletrônico ou podem ser descartados após a leitura ótica quando a entidade utiliza sistemas de
processamento de imagem para facilitar o armazenamento e referência.

A13. Certas informações eletrônicas podem não ser recuperáveis após um período de tempo
especificado, por exemplo, se os arquivos forem modificados e se não houver cópias de segurança
(backup). Portanto, o auditor pode julgar necessário, como resultado das políticas de retenção de
informação da entidade, solicitar a retenção de algumas informações para sua revisão ou executar
procedimentos de auditoria em um tempo em que a informação esteja disponível.

Inspeção
A14. A inspeção envolve o exame de registros ou documentos, internos ou externos, em forma de
papel, em forma eletrônica ou em outras mídias, ou o exame físico de um ativo. A inspeção de registros
e documentos fornece evidência de auditoria com graus variáveis de confiabilidade, dependendo de sua
natureza e fonte e, no caso de registros internos e documentos, da eficácia dos controles sobre a sua
produção. Um exemplo de inspeção utilizada como teste é a inspeção de registros em busca de evidência
de autorização.

A15. Alguns documentos representam evidência de auditoria direta da existência de um ativo, por
exemplo, um documento que constitui um instrumento financeiro, como uma ação ou título. A inspeção
de tais documentos pode não fornecer necessariamente evidência de auditoria sobre propriedade ou
valor. Além disso, a inspeção de um contrato executado pode fornecer evidência de auditoria relevante
para a aplicação de políticas contábeis da entidade, tais como reconhecimento de receita.

A16. A inspeção de ativos tangíveis pode fornecer evidência de auditoria confiável quanto à sua
existência, mas não necessariamente quanto aos direitos e obrigações da entidade ou à avaliação dos
ativos. A inspeção de itens individuais do estoque pode acompanhar a observação da contagem do
estoque.

Observação
A17. A observação consiste no exame de processo ou procedimento executado por outros, por
exemplo, a observação pelo auditor da contagem do estoque pelos empregados da entidade ou da
execução de atividades de controle. A observação fornece evidência de auditoria a respeito da execução
de processo ou procedimento, mas é limitada ao ponto no tempo em que a observação ocorre e pelo fato
de que o ato de ser observado pode afetar a maneira como o processo ou procedimento é executado.
Ver NBC TA 501 – Evidência de Auditoria – Considerações Específicas para Itens Selecionados para
orientação adicional sobre a observação da contagem de estoque.

Confirmação externa
A18. Uma confirmação externa representa evidência de auditoria obtida pelo auditor como resposta
escrita de terceiro (a parte que confirma) ao auditor, em forma escrita, eletrônica ou em outra mídia. Os
procedimentos de confirmação externa frequentemente são relevantes no tratamento de afirmações
associadas a certos saldos contábeis e seus elementos. Contudo, as confirmações externas não precisam
se restringir apenas a saldos contábeis. Por exemplo, o auditor pode solicitar confirmação de termos de
contratos ou transações da entidade com terceiros; a solicitação de confirmação pode ser planejada para
perguntar se foram efetuadas quaisquer modificações no contrato e, em caso afirmativo, quais são os
detalhes relevantes. Os procedimentos de confirmação externa também são utilizados para a obtenção
de evidência de auditoria a respeito da ausência de certas condições, por exemplo, a ausência de acordo

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paralelo (side agreement) que possa influenciar o reconhecimento da receita. Ver NBC TA 505 para
orientação adicional.

Recálculo
A19. O recálculo consiste na verificação da exatidão matemática de documentos ou registros. O
recálculo pode ser realizado manual ou eletronicamente.

Reexecução
A20. A reexecução envolve a execução independente pelo auditor de procedimentos ou controles que
foram originalmente realizados como parte do controle interno da entidade.

Procedimentos analíticos
A21. Os procedimentos analíticos consistem em avaliação das informações feitas por meio de estudo
das relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros. Os procedimentos analíticos incluem
também a investigação de flutuações e relações identificadas que sejam inconsistentes com outras
informações relevantes ou que se desviem significativamente dos valores previstos. Ver NBC TA 520
para orientação adicional.

Indagação
A22. A indagação consiste na busca de informações junto a pessoas com conhecimento, financeiro e
não financeiro, dentro ou fora da entidade. A indagação é utilizada extensamente em toda a auditoria,
além de outros procedimentos de auditoria. As indagações podem incluir desde indagações escritas
formais até indagações orais informais. A avaliação das respostas às indagações é parte integral do
processo de indagação.

A23. As respostas às indagações podem fornecer ao auditor informações não obtidas anteriormente
ou evidência de auditoria comprobatória. Alternativamente, as respostas podem fornecer informações
significativamente divergentes das informações que o auditor obteve, por exemplo, informações
referentes à possibilidade da administração burlar os controles. Em alguns casos, as respostas às
indagações fornecem uma base para que o auditor modifique ou realize procedimentos de auditoria
adicionais.

A24. Embora a corroboração da evidência obtida por meio da indagação muitas vezes seja de
particular importância, no caso de indagações sobre a intenção da administração, a informação disponível
para suportar a intenção da administração pode ser limitada. Nesses casos, o entendimento do histórico
da administração na realização de intenções por ela formuladas, das razões por ela alegadas para
escolher determinado curso de ação, e sua capacidade de seguir um curso de ação específico, podem
fornecer informações relevantes para corroborar a evidência obtida por meio de indagação.

A25. No que diz respeito a alguns assuntos, o auditor pode considerar necessário obter representações
formais da administração e, quando apropriado, dos responsáveis pela governança, para confirmar
respostas a indagações verbais. Ver NBC TA 580 para orientação adicional.

Informações a serem utilizadas como evidência de auditoria

Relevância e confiabilidade (ver item 7)


A26. Como observado no item A1, embora a evidência de auditoria seja principalmente obtida a partir
de procedimentos de auditoria realizados durante o curso do trabalho, ela também pode incluir
informações obtidas de outras fontes, por exemplo, auditorias anteriores, em certas circunstâncias, e
procedimentos de controle de qualidade da firma de auditoria para aceitação e continuidade de clientes.
A qualidade de toda evidência de auditoria é afetada pela relevância e confiabilidade das informações em
que ela se baseia.

Relevância
A27. A relevância trata da ligação lógica ou influência sobre a finalidade do procedimento de auditoria
e, quando apropriado, a afirmação em consideração. A relevância das informações a serem utilizadas
como evidência de auditoria pode ser afetada pela direção do teste. Por exemplo, se a finalidade de um
procedimento de auditoria é testar para verificar se há superavaliação na existência ou valorização das
contas a pagar, testar as contas a pagar registradas pode ser um procedimento de auditoria relevante.

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Por outro lado, para testar se há subavaliação na existência ou valorização das contas a pagar, testar as
contas a pagar registradas não seria relevante, mas testar informações como desembolsos
subsequentes, faturas não pagas, faturas de fornecedores e exceções apontadas nos relatórios de
recebimento de mercadorias podem ser relevantes.

A28. Um dado conjunto de procedimentos de auditoria pode fornecer evidência relevante para certas
afirmações, mas não para outras. Por exemplo, a inspeção de documentos relacionados com a cobrança
de contas a receber após o fim do período pode fornecer evidência de auditoria referente à existência e
valorização, mas não necessariamente ao corte. Similarmente, a obtenção de evidência de auditoria
referente a uma afirmação específica, por exemplo, a existência de estoque, não substitui a obtenção de
evidência de auditoria referente a outra afirmação, por exemplo, a valorização desse estoque. Por outro
lado, evidência de auditoria de diferentes fontes ou de diferente natureza pode ser relevante para a
mesma afirmação.

A29. Os testes de controle são definidos para avaliar a eficácia operacional dos controles na
prevenção, detecção e correção de distorções relevantes no nível da afirmação. A definição de testes de
controles para obtenção de evidência de auditoria inclui a identificação de condições (características ou
atributos) que indiquem a realização de controle, e condições de desvio que indiquem desvios da
execução apropriada. A presença ou ausência dessas condições pode então ser testada pelo auditor.

A30. Os procedimentos são definidos para detectar distorções relevantes no nível da afirmação. Eles
compreendem testes de detalhes e procedimentos analíticos substantivos. A definição de procedimentos
substantivos inclui a identificação de condições relevantes para o propósito do teste que constituem uma
distorção na afirmação relevante.

Confiabilidade
A31. A confiabilidade das informações a serem utilizadas como evidência de auditoria e, portanto, da
própria auditoria, é influenciada pela sua fonte e sua natureza, e as circunstâncias nas quais são obtidas,
incluindo os controles sobre sua elaboração e manutenção, quando relevante. Portanto, generalizações
sobre a confiabilidade de vários tipos de evidência de auditoria estão sujeitas a importantes exceções.
Mesmo quando as informações a serem utilizadas como evidência de auditoria são obtidas de fontes
externas à entidade, podem existir circunstâncias que podem afetar a sua confiabilidade. Por exemplo,
informações obtidas de fonte externa independente podem não ser confiáveis se a fonte não tiver
conhecimento ou se for possível que especialista da administração não tenha objetividade. Embora
reconhecendo que podem existir exceções, as seguintes generalizações sobre a confiabilidade da
evidência de auditoria podem ser úteis:
- a confiabilidade da evidência de auditoria é maior quando ela é obtida de fontes independentes fora
da entidade;
- a confiabilidade da evidência de auditoria gerada internamente é maior quando os controles
relacionados, incluindo os controles sobre sua elaboração e manutenção, impostos pela entidade, são
efetivos;
- a evidência de auditoria obtida diretamente pelo auditor (por exemplo, a observação da aplicação de
um controle) é mais confiável do que a evidência de auditoria obtida indiretamente ou por inferência (por
exemplo, indagação a respeito da aplicação de controle);
- a evidência de auditoria em forma de documentos, em papel, mídia eletrônica ou de outro tipo, é mais
confiável do que a evidência obtida verbalmente (por exemplo, uma ata de reunião elaborada
tempestivamente é mais confiável do que uma representação verbal subsequente dos assuntos
discutidos);
- a evidência de auditoria fornecida por documentos originais é mais confiável do que a evidência de
auditoria fornecida por fotocópias ou fac-símiles ou por documentos que foram filmados, digitalizados ou
transpostos de outra maneira para forma eletrônica, cuja confiabilidade pode depender dos controles
sobre sua elaboração e manutenção.

A32. A NBC TA 520, item 5 (a), fornece orientação adicional sobre a confiabilidade dos dados utilizados
para fins de definição de procedimentos analíticos como procedimentos substantivos.

A33. A NBC TA 240, item 13, trata das circunstâncias em que o auditor tem razão para crer que um
documento pode não ser autêntico ou pode ter sido modificado sem que essa modificação tenha sido
divulgada ao auditor.

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Confiabilidade das informações apresentadas por especialista da administração (ver item 8)
A34. A elaboração das demonstrações contábeis da entidade pode exigir conhecimento especializado
em outro campo que não a contabilidade ou a auditoria, como cálculos atuariais, avaliações ou dados de
engenharia. A entidade pode empregar ou contratar especialistas desses campos para obter o
conhecimento especializado necessário para a elaboração das demonstrações contábeis. Deixar de fazê-
lo quando tal conhecimento especializado é necessário aumenta os riscos de distorção relevante.

A35. Quando as informações a serem utilizadas como evidência de auditoria foram elaboradas com o
uso do trabalho do especialista da administração, aplica-se a exigência do item 8 desta Norma. Por
exemplo, um indivíduo ou organização pode possuir conhecimento especializado na aplicação de
modelos para estimar o valor justo de títulos mobiliários para os quais não há mercado observável. Se o
indivíduo ou organização aplica esse conhecimento especializado em uma estimativa que a entidade
utiliza na elaboração das suas demonstrações contábeis, o indivíduo ou organização é um especialista
da administração e aplica-se o item 8. Se, por outro lado, esse indivíduo ou organização meramente
fornece dados de preço referentes a transações privadas não disponíveis de outra maneira para a
entidade e que esta utiliza nos seus métodos de estimativa, tais informações, se utilizadas como evidência
de auditoria, estão sujeitas ao item 7 desta Norma, mas não se trata de uso, pela entidade, de especialista
da administração.

A36. A natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria em relação à exigência do item 8
desta Norma, podem ser afetados por assuntos como:
- a natureza e complexidade do assunto relacionado ao especialista da administração;
- os riscos de distorção relevante no assunto;
- a disponibilidade de fontes alternativas de evidência de auditoria;
- a natureza, alcance e objetivos do trabalho do especialista da administração;
- se o especialista da administração é empregado pela entidade ou é parte contratada por ela para
fornecer serviços relevantes;
- a extensão em que a administração pode exercer controle ou influência sobre o trabalho do
especialista da administração;
- se o especialista da administração está sujeito a padrões de desempenho técnico ou outras
exigências profissionais ou da indústria;
- a natureza e extensão de quaisquer controles dentro da entidade sobre o trabalho do especialista da
administração;
- o conhecimento e experiência do auditor sobre a área de atuação do especialista da administração;
- a experiência prévia do auditor com o trabalho desse especialista.

Competência, habilidade e objetividade de um especialista da administração (ver item 8(a))


A37. A competência relaciona-se com a natureza e nível de conhecimento na área de atuação do
especialista da administração. As habilidades relacionam-se com a capacidade do especialista da
administração para exercer essa competência nas circunstâncias. Fatores que influenciam as habilidades
podem incluir, por exemplo, o local geográfico e a disponibilidade de tempo e recursos. A objetividade
relaciona-se com os possíveis efeitos que tendenciosidades, conflitos de interesse ou influência que
outros possam ter sobre o julgamento profissional ou de negócios do especialista da administração. A
competência, habilidades e objetividade de especialista da administração e quaisquer controles da
entidade sobre o trabalho desse especialista são fatores importantes em relação à confiabilidade de
qualquer informação apresentada por um especialista da administração.

A38. Informações referentes à competência, habilidades e objetividade de um especialista da


administração podem vir de uma variedade de fontes, como:
- experiência pessoal com trabalho anterior do especialista;
- discussões com esse especialista;
- discussões com outros que estejam familiarizados com o trabalho desse especialista;
- conhecimento das qualificações desse especialista, filiação a qual órgão profissional ou associação
de classe, licença para a prática ou outras formas de reconhecimento externo;
- dissertações publicadas ou livros escritos por esse especialista;
- um especialista do auditor, se aplicável, que auxilie o auditor na obtenção de evidência de auditoria
apropriada e suficiente referente às informações apresentadas pelo especialista da administração.

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A39. Assuntos relevantes para a avaliação da competência, habilidades e objetividade de um
especialista da administração incluem determinar se o trabalho desse especialista está sujeito a padrões
de desempenho técnico, outros requisitos profissionais ou de indústria, por exemplo, padrões éticos e
outros requisitos de filiação a órgão profissional ou associação de classe, padrões de credenciamento de
órgão licenciador, assim como, exigências impostas por lei ou regulamento.

A40. Outros assuntos que podem ser relevantes incluem:


- a relevância da competência do especialista da administração para o assunto para o qual o trabalho
desse especialista será utilizado, incluindo áreas de especialização no campo desse especialista. Por
exemplo, um atuário específico pode se especializar em seguros de propriedade e acidentes, mas ter
conhecimento especializado limitado no que se refere a cálculos de pensão;
- a competência do especialista da administração no que se refere a exigências contábeis relevantes,
por exemplo, conhecimento de premissas e métodos, inclusive modelos, quando aplicável, que sejam
compatíveis com a estrutura de relatório financeiro aplicável;
- se eventos inesperados, mudanças nas condições ou a evidência de auditoria obtida dos resultados
dos procedimentos de auditoria indicam que pode ser necessário reconsiderar a avaliação inicial da
competência, habilidades e objetividade do especialista da administração à medida que a auditoria
avança.

A41. Uma ampla gama de situações pode ameaçar a objetividade, por exemplo, ameaças de interesse
próprio, de defesa dos interesses da entidade, de familiaridade, de auto-revisão e de intimidação.
Salvaguardas podem reduzir tais ameaças e podem ser criadas por estruturas externas (por exemplo, a
profissão do especialista da administração, legislação ou regulamentação) ou pelo ambiente de trabalho
do especialista da administração (por exemplo, políticas e procedimentos de controle de qualidade).

A42. Embora salvaguardas não possam eliminar todas as ameaças à objetividade do especialista da
administração, ameaças como a de intimidação podem ter menos importância para um especialista
contratado pela entidade do que para um especialista empregado pela entidade, e a eficácia de
salvaguardas como políticas e procedimentos de controle pode ser maior. Como a ameaça à objetividade
criada pelo fato de ser empregado da entidade sempre estará presente, normalmente não se pode
considerar mais provável que um especialista empregado pela entidade seja mais objetivo do que outros
empregados da entidade.

A43. Na avaliação da objetividade de especialista contratado pela entidade, pode ser relevante discutir
com a administração e o especialista, quaisquer interesses e relacionamentos que possam criar ameaças
à objetividade do especialista e quaisquer salvaguardas aplicáveis, inclusive quaisquer exigências
profissionais que se apliquem ao especialista e avaliar se as salvaguardas são apropriadas. Interesses e
relacionamentos criadores de ameaças podem incluir:
- interesses financeiros;
- relacionamentos comerciais e pessoais;
- prestação de outros serviços.

Obtenção de entendimento do trabalho do especialista da administração (ver item 8(b))


A44. O entendimento do trabalho do especialista da administração inclui o entendimento da área de
especialização relevante. O entendimento da área de especialização relevante pode ser obtido em
conjunto com a determinação de se o auditor possui conhecimento especializado para avaliar o trabalho
do especialista da administração ou se o auditor precisa de especialista para essa finalidade (ver NBC
TA 620).

A45. Aspectos da área de atuação do especialista da administração relevantes para o entendimento


do auditor podem incluir:
- se a área do especialista tem setores de especialização que sejam relevantes para a auditoria;
- se são aplicáveis padrões profissionais ou de outro tipo e exigências regulatórias ou jurídicas;
- quais premissas e métodos são utilizados pelo especialista da administração e se eles são
geralmente aceitos na área do especialista e apropriados para fins de demonstrações contábeis;
- a natureza dos dados internos e externos ou das informações que o especialista do auditor utiliza.

A46. No caso de especialista da administração contratado pela entidade, geralmente há uma carta de
contratação ou outra forma escrita de acordo entre a entidade e esse especialista. A avaliação desse

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acordo durante a obtenção do entendimento do trabalho do especialista da administração pode ajudar o
auditor a determinar, para fins de auditoria, a adequação dos seguintes aspectos:
- a natureza, alcance e objetivos do trabalho desse especialista;
- as respectivas funções e responsabilidades da administração e desse especialista; e
- a natureza, época e extensão da comunicação entre a administração e esse especialista, inclusive a
forma de qualquer relatório a ser fornecido por esse especialista.

A47. No caso de especialista da administração empregado pela entidade, é menos provável que exista
um acordo escrito desse tipo. As indagações junto ao especialista e outros membros da administração
podem ser a forma mais apropriada de obtenção do entendimento necessário ao auditor.

Avaliação da adequação do trabalho do especialista da administração (ver item 8(c))


A48. Considerações durante a avaliação do trabalho do especialista da administração como evidência
de auditoria para a afirmação relevante podem incluir:
- a relevância e razoabilidade das constatações ou conclusões desse especialista, sua consistência
com outras evidências de auditoria, e se elas foram apropriadamente refletidas nas demonstrações
contábeis;
- se o trabalho desse especialista envolve a utilização de premissas e métodos significativos, a
relevância e razoabilidade dessas premissas e métodos; e
- se o trabalho desse especialista envolve uso significativo de dados-fonte, a relevância, integridade e
exatidão desses dados-fonte.

Informações apresentadas pela entidade e utilizadas para as finalidades do auditor (ver item
9(a) e (b))
A49. Para que o auditor obtenha evidência de auditoria confiável, as informações apresentadas pela
entidade que sejam utilizadas para a execução dos procedimentos de auditoria precisam ser
suficientemente completas e exatas. Por exemplo, a eficácia de auditar a receita pela aplicação de preços-
padrão a registros de volume de vendas é afetada pela exatidão da informação de preços e a integridade
e exatidão dos dados de volume de vendas. Similarmente, se o auditor pretende testar uma população
(por exemplo, pagamentos) para verificar certa característica (por exemplo, autorização), os resultados
do teste serão menos confiáveis se a população, na qual os itens selecionados para teste, não estiver
completa.

A50. A obtenção de evidência de auditoria a respeito da exatidão e integridade de tais informações


pode ser realizada conjuntamente com o procedimento efetivo de auditoria aplicado às informações,
quando a obtenção de tal evidência for parte integrante do procedimento de auditoria em si. Em outras
situações, o auditor pode ter obtido evidência de auditoria da exatidão e integridade de tais informações
testando controles sobre a elaboração e manutenção de tais informações. Em algumas situações, porém,
o auditor pode determinar que procedimentos adicionais de auditoria são necessários.

A51. Em alguns casos, o auditor pode pretender utilizar informações apresentadas pela entidade para
outros fins de auditoria. Por exemplo, o auditor pode pretender utilizar medidas de desempenho da
entidade para fins de procedimentos analíticos ou utilizar informações da entidade apresentadas para
atividades de monitoramento, tais como relatório de auditoria interna. Em tais casos, a adequação da
evidência de auditoria obtida é afetada pelo fato de as informações serem ou não suficientemente precisas
ou detalhadas para as finalidades do auditor. Por exemplo, medidas de desempenho utilizadas pela
administração podem não ser precisas o suficiente para a detecção de distorções relevantes.

Seleção de itens para testes para obtenção de evidência de auditoria (ver item 10)
A52. Um teste eficaz fornece evidência de auditoria apropriada na medida em que, considerada com
outra evidência de auditoria obtida ou a ser obtida, será suficiente para as finalidades do auditor. Ao
selecionar itens a serem testados, o item 7 exige que o auditor determine a relevância e confiabilidade
das informações a serem utilizadas como evidência de auditoria; outro aspecto da eficácia (suficiência) é
uma consideração importante na seleção de itens a serem testados. Os meios à disposição do auditor
para a seleção de itens a serem testados são:
a) seleção de todos os itens (exame de 100%);
b) seleção de itens específicos; e
c) amostragem de auditoria.

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A aplicação de qualquer um desses meios ou de uma combinação deles pode ser apropriada
dependendo das circunstâncias específicas, por exemplo, os riscos de distorção relevante relacionados
à afirmação que está sendo testada, e a praticidade e eficiência dos diferentes meios.

Seleção de todos os itens


A53. O auditor pode decidir que será mais apropriado examinar toda a população de itens que
constituem uma classe de transações ou saldo contábil (ou um estrato dentro dessa população). É
improvável um exame de 100% no caso de testes de controles; contudo, é mais comum para testes de
detalhes. Um exame de 100% pode ser apropriado quando, por exemplo:
- a população constitui um número pequeno de itens de grande valor;
- há um risco significativo e outros meios não fornecem evidência de auditoria apropriada e suficiente;
ou
- a natureza repetitiva de um cálculo ou outro processo executado automaticamente por sistema de
informação torna um exame de 100% eficiente quanto aos custos.

Seleção de itens específicos


A54. O auditor pode decidir selecionar itens específicos de uma população. Ao tomar essa decisão,
fatores que podem ser relevantes incluem o entendimento da entidade pelo auditor, os riscos avaliados
de distorção relevante e as características da população que está sendo testada. A seleção com base em
julgamento de itens específicos está sujeita ao risco de não amostragem. Itens específicos selecionados
podem incluir:
- valor alto ou itens-chave. O auditor pode decidir selecionar itens específicos dentro de uma população
porque eles têm valor elevado ou exibem alguma característica, por exemplo, itens suspeitos, não usuais,
particularmente propensos a risco ou que tenham histórico de erro;
- todos os itens acima de certo valor. O auditor pode decidir examinar itens cujos valores registrados
excedam certo valor, de modo a verificar uma grande proporção do valor total de uma classe de
transações ou saldo contábil;
- itens para obtenção de informação. O auditor pode examinar itens para obter informações sobre
assuntos como a natureza da entidade ou a natureza de transações.

A55. Embora o exame seletivo de itens específicos de uma classe de transações ou saldo contábil
frequentemente seja um meio eficiente de obter evidência de auditoria, não constitui amostragem em
auditoria. Os resultados de procedimentos de auditoria aplicados a itens selecionados dessa maneira não
podem ser projetados para a população inteira; portanto, o exame seletivo de itens específicos não
fornece evidência de auditoria referente ao restante da população.

Amostragem em auditoria
A56. A amostragem em auditoria destina-se a possibilitar conclusões a serem tiradas de uma
população inteira com base no teste de amostragem extraída dela. A amostragem em auditoria é discutida
na NBC TA 530.

Inconsistência ou dúvidas quanto à confiabilidade da evidência de auditoria (ver item 11)


A57. A obtenção de evidência de auditoria de fontes diferentes ou de natureza diferente pode indicar
que um item individual da evidência de auditoria não é confiável, como quando a evidência de auditoria
obtida em uma fonte é incompatível com a evidência obtida em outra. Pode ser esse o caso, por exemplo,
quando respostas a indagações junto à administração, auditoria interna e outros são inconsistentes ou
quando respostas a indagações feitas aos responsáveis pela governança para corroborar as respostas
às indagações feitas à administração forem inconsistentes com a resposta da administração. A NBC TA
230, item 11, inclui uma exigência de documentação específica se o auditor identificou informação que
seja incompatível com a conclusão final do auditor referente a um assunto significativo

Questões

01. (TCE/CE - Analista de Controle Externo - FCC) Os elementos de convicção dos trabalhos
efetuados pelo profissional de auditoria governamental, devidamente documentados, e que devem ser
adequados, relevantes e razoáveis para fundamentar a opinião e as conclusões, segundo as Normas de
Auditoria − aplicáveis ao controle externo, são denominados de

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(A) relatórios de auditoria.
(B) achados de auditoria.
(C) procedimentos de auditoria.
(D) evidências de auditoria.
(E) certificados de auditoria.

02. (TCE/PI - Auditor Fiscal de Controle Externo - FCC) Em relação às evidências de auditoria é
correto afirmar que
(A) a suficiência da evidência é a medida da sua qualidade.
(B) a adequação da evidência é a medida da sua quantidade.
(C) a adequação da evidência é a medida da sua qualidade.
(D) evidências obtidas de fontes externas e internas são igualmente confiáveis.
(E) evidências documentais e orais são igualmente confiáveis.

03. (Copergás/PE - Analista Contador - FCC) Na auditoria realizada nas demonstrações contábeis
da Companhia de Abastecimento de Alimentos Sólidos do Estado, referente ao exercício de 2015, o
Auditor independente utilizou informações para fundamentar suas conclusões. Segundo as Normas
Brasileiras de Contabilidade relacionadas à Auditoria – NBC TAs, tais informações são denominadas de
(A) testes de observância.
(B) parecer de auditoria.
(C) achados de auditoria.
(D) evidências de auditoria.
(E) papéis de trabalho.

04. (DPER/SP - Analista - FCC) Para obtenção de evidências, as quais devem ser suficientes,
adequadas, relevantes e úteis para conclusão dos trabalhos, o sistema de Controle Interno Federal se
serve de um conjunto de processos e ferramentas operacionais denominado de
(A) técnicas de auditoria.
(B) normas de auditoria.
(C) programas de auditoria.
(D) princípios de auditoria.
(E) certificados de auditoria.

05. (AL/AM - Analista - ISAE) A respeito das evidências de auditoria, assinale a afirmativa incorreta.
(A) Compreendem as informações utilizadas pelo auditor para fundamentar as conclusões em que se
baseia a sua opinião.
(B) Incluem informações contidas nos registros contábeis subjacentes às demonstrações contábeis e
outras informações.
(C) Abrangem informações que sustentam e corroboram as afirmações da administração e
informações que contradizem tais afirmações.
(D) Comprovam que a confiabilidade da evidência é influenciada pela sua fonte e sua natureza e
depende das circunstâncias individuais em que é obtida.
(E) Correspondem ao risco de que o auditor expresse uma opinião inadequada quando as
demonstrações contábeis contiverem distorção relevante.

Gabaritos

01.D / 02.C / 03.D / 04.A / 05.E

Comentários

01. Resposta: D
Evidências de Auditoria são elementos de convicção dos trabalhos efetuados pelo profissional de
auditoria governamental, devidamente documentados, e que devem ser adequadas, relevantes e
razoáveis para fundamentar a opinião e as conclusões.

02. Resposta: C
Segunda a NBC TA 200, item 42. Suficiência é a medida da QUANTIDADE da evidência. Adequação
é a medida da QUALIDADE da evidência; isto é, a sua relevância e a sua confiabilidade.

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03. Resposta: D
De acordo com a NBC TA 500 – 5. Evidência de auditoria compreende as informações utilizadas pelo
auditor para chegar às conclusões em que se fundamentam a sua opinião. A evidência de auditoria inclui
as informações contidas nos registros contábeis que suportam as demonstrações contábeis e outras
informações.

04. Resposta: A
Técnica de Auditoria é o conjunto de processos e ferramentas operacionais de que se serve o controle
para a obtenção de evidências, as quais devem ser suficientes, adequadas, relevantes e úteis para
conclusão dos trabalhos.

05. Resposta: E
De acordo com NBC TA 200, os seguintes termos possuem os significados atribuídos a seguir:
Evidências de auditoria são as informações utilizadas pelo auditor para fundamentar suas conclusões
em que se baseia a sua opinião. As evidências de auditoria incluem informações contidas nos registros
contábeis subjacentes às demonstrações contábeis e outras informações.
Risco de auditoria é o risco de que o auditor expresse uma opinião de auditoria inadequada quando
as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante. O risco de auditoria é uma função dos riscos
de distorção relevante e do risco de detecção.

Avaliação de distorções identificadas.

Distorção é a diferença33 entre o que é relatado e o que é exigido para que o item esteja de acordo
com a estrutura de relatório financeiro aplicável, e pode se originar de erro ou fraude.
Já a Distorção Relevante é aquela que, individualmente ou em conjunto, influencia as decisões
econômicas dos usuários, tomadas com base nas demonstrações contábeis.

Risco de Distorção Relevante

É o risco de que as demonstrações contábeis contenham distorções relevantes antes da auditoria.


Consiste em dois componentes, descritos a seguir no nível das afirmações:

- Risco Inerente: é a suscetibilidade de uma afirmação a respeito de uma transação, saldo contábil
ou divulgação, a uma distorção que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras
distorções, antes da consideração de quaisquer controles relacionados.

- Risco de Controle: é o risco de que uma distorção que possa ocorrer em uma afirmação sobre uma
classe de transação, saldo contábil ou divulgação e que possa ser relevante, individualmente ou em
conjunto com outras distorções não seja prevenida, detectada e corrigida tempestivamente pelo controle
interno da entidade.

Opinião Adversa

Opinião apropriada quando o auditor encontra distorções relevantes nas demonstrações contábeis, e
essas distorções, e essas distorções são consideradas generalizadas.
Segundo a NBC TA 705: “O auditor deve expressar uma opinião adversa quando, tendo obtido
evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto,
são relevantes e generalizadas para as demonstrações contábeis.”

Questões

01. (SEFAZ-PE - Auditor Fiscal do Tesouro Estadual - FCC) Bartolomeu Guimarães, auditor
independente, na realização de auditoria das demonstrações contábeis da empresa Baratão do Norte
S/A, tendo obtido evidências de auditoria apropriadas e suficientes, concluiu que as distorções
33
Brito; Claudinei. Fontenelle; Rodrigo. Auditoria Privada e Governamental: Teoria de forma objetiva e mais de 400 Questões Comentadas. – Niterói, RJ:
Impetus, 2015.

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detectadas, individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas para as demonstrações
contábeis. Nestas condições, o auditor deve
(A) abster-se de opinar.
(B) emitir uma opinião pela irregularidade.
(C) emitir uma opinião adversa.
(D) emitir uma opinião sem ressalva.
(E) emitir uma opinião com ressalvas.

02. (TCE/SP - FCC) Segundo a NBC TA 705, que trata da opinião do auditor independente, caso as
demonstrações contábeis apresentem distorções relevantes que, no julgamento do auditor, estão
disseminadas em vários elementos, contas ou itens das demonstrações financeiras, esse profissional
deve emitir um relatório:
(A) padrão;
(B) com ressalva;
(C) com opinião adversa;
(D) com abstenção de opinião;
(E) sem ressalva.

Gabarito

01.C / 02.C

Comentários

01. Resposta: C
A NBC TA 705 é bem clara, e não podemos errar questões como esta.
Se o auditor encontrou distorções e entende que elas, além de relevantes, também estão disseminadas
(generalizadas) nas demonstrações contábeis, pode emitir uma opinião adversa.

02. Resposta: C
Segundo a NBC TA 705, o auditor deve expressas uma opinião adversa quando, tendo obtido
evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui quando, tendo obtido evidência de auditoria
apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes e
generalizadas para as demonstrações contábeis. Portanto, questão de transcrição quase literal da FCC.

Controle externo e controle interno.

O controle externo da Administração Pública relaciona-se com o controle parlamentar direto, o controle
pelo Tribunal de Contas e o controle jurisdicional. Estes são órgãos externos que realizam a função de
fiscalizar as ações da Administração Pública e o seu funcionamento.
Dentre essa parte introdutória para que fique mais específico vamos abordar o que diz o Princípio da
Proporcionalidade e da Discricionariedade.

Princípio da Proporcionalidade

Representa, em verdade, uma das vertentes do princípio da razoabilidade. Isso porque a razoabilidade
exige, entre outros aspectos, que haja proporcionalidade entre os meios utilizados pelo administrador
público e os fins que ele pretende alcançar.
Se o ato administrativo não guarda uma proporção adequada entre os meios empregados e o fim
almejado, será um ato desproporcional, excessivo em relação a essa finalidade.
Segundo o princípio da proporcionalidade, a Administração não deve restringir os direitos do particular
além do que caberia, do que seria necessário, pois impor medidas com intensidade ou extensão
supérfluas, desnecessárias induz à ilegalidade do ato, por abuso de poder.
Esse princípio fundamenta-se na ideia de que ninguém está obrigado a suportar restrições em sua
liberdade ou propriedade que não sejam indispensáveis, imprescindíveis à satisfação do interesse
público.

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A discricionariedade, por sua vez é uma margem de liberdade conferida ao administrador para que
possa cumprir o dever de integrar com sua vontade ou juízo a norma jurídica, de acordo com seus critérios
subjetivos. A lei pode deixar margem de liberdade quanto ao momento da prática, à forma, ao motivo, à
finalidade e ao conteúdo. Não cabe ao controle externo revisar os atos que foram tomados pela
discricionariedade da instituição componente da administração pública, entretanto atos produzidos de
forma a ofender os meios legais podem ser invalidados pelo controle externo, não podendo-se invocar o
princípio da discricionariedade em situações em que a lei venha a ser descumprida pela administração
pública.

São palavras de Marçal Justen Filho “O controle-fiscalização envolve, portanto, a verificação do


exercício regular da competência atribuida pela lei”.

Quanto à posição do órgão de controle, este pode ser vinculado ao Judiciário, Executivo ou Legislativo.
Várias são as doutrinas a respeito da vinculação. Aos que defendem se tratar de vinculação com o Poder
Judiciário, deve-se entender que o órgão de controle passará a integrar o corpo da Magistratura, e dessa
forma irá constituir uma justiça especializada.
Já a vinculação ao Poder Executivo é a posição menos adotada para os dias atuais, pois alguns desses
órgãos originam-se no Executivo, o que acontece comumente em países ditatoriais. O entendimento de
grande parte da doutrina entende que a posição de controle do órgão vincula-se ao Legislativo. O Tribunal
de Contas exerce seu controle externo buscando auxílio com o Congresso Nacional, à Assembleia
Legislativa Estadual ou Câmara de Vereadores, como órgão dotado de competência fixada pela
Constituição, sem que haja subordinação ao Parlamento.
O Brasil adota o sistema misto, onde parte dos membros são indicados pelo próprio Legislativo, e por
ele aprovada, e parte constitui-se de indicações do Executivo, com a aprovação do Legislativo. Poder-se-
ia questionar tal forma de investidura que na sua forma pura, poderia ser escorreita, todavia, foi
desvirtuada, pois os pretensos representantes do povo nomeiam os Ministros e Conselheiros ao seu
talante e da forma mais conveniente.34
Quanto as garantias, os membros do controle usufruirão das mesmas inerentes ao Poder Judiciário,
ou seja, as observadas no artigo 95, I a III da Carta Magna, quais sejam: vitaliciedade, inamovibilidade e
irredutibilidade de subsídio. No que concerne às vedações são igualmente adotadas as aplicadas aos
Magistrados.

Eis que um dos grandes desafios enfrentados pelo Controle Externo é adequar-se a um novo modelo
de Estado, as dificuldades encaradas para fiscalizar a boa aplicação dos recursos do orçamento público,
com um padrão de avaliação elevado, que satisfaça os interesses da sociedade. Com o atual momento
de crise que nosso país está passando não há que se observar apenas a legalidade dos atos praticados,
mas também a sua economicidade. Desta feita, os órgãos de controle são de grande valia, não apenas
em relação ao dinheiro público aplicado, mas também com a manutenção da ordem jurídica imposta pelo
Estado de Direito.

O Controle Externo e o Controle Interno

Antes de adentrarmos as especificidades sobre esses controles vamos a algumas considerações


iniciais:

Controle é uma forma de manter o equilíbrio na relação existente entre Estado e Sociedade, fazendo
surgir daquele as funções que lhe são próprias, exercidas por meio dos seus órgãos, sejam estes ligados
ao Executivo, Legislativo ou Judiciário.
Em decorrência dos princípios da eficiência administrativa e da eficácia dos seus atos, o Estado se vê
cercado de mecanismos de controle das atividades estatais, gerados pela necessidade de se resguardar
a própria administração pública, bem como os direitos e garantias coletivos.

Assim, foram criados dois tipos de mecanismos previstos pela CF/88:


- o CONTROLE INTERNO, realizado pelos próprios órgãos do Estado, e
- o CONTROLE EXTERNO, realizado pelo Poder Legislativo que é auxiliado pelo Tribunal de Contas.

34
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2023/O-controle-da-administracao-publica-no-Estado-de-Direito

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Controle Interno

Ao que denominou-se Controle Interno, o art. 74 da CF/88 é taxativo ao dispor que os três poderes
devem mantê-lo, de forma integrada, com a finalidade de: avaliar o cumprimento de metas do plano
plurianual e a execução dos orçamentos públicos; comprovar a legalidade e avaliar os resultados, sob os
aspectos de eficiência e eficácia, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos e entidades
da administração; exercer o controle das operações de crédito; e, apoiar o controle externo.
Quanto ao Controle Externo, mencionado no art. 71 da CF/88, firme-se que é um controle político de
legalidade contábil e financeira e a ele cabe averiguar: probidade dos atos da administração; regularidade
dos gastos públicos e do emprego de bens, valores e dinheiros públicos e fiel execução do orçamento.
Mesmo que as atividades desempenhadas por esses dois mecanismos apresentem alguma
similaridade, mostra-se necessário e oportuno registrar suas diferenças, uma vez que são distintos.
O mecanismo de Controle Interno faz parte da Administração, subordina-se ao Administrador, tendo
por função acompanhar a execução dos atos e apontar, em caráter sugestivo, preventivo ou
corretivamente, as ações a serem desempenhadas com vistas ao atendimento da legislação pertinente.
Com relação ao Controle Externo, caracteriza-se por ser exercido por órgão autônomo e independente
da Administração, cabendo-lhe, entre as atribuições indicadas pela CF/88, exercer fiscalização. Mediante
tal função, os Tribunais de Contas devem verificar se os atos praticados pela Administração estão em
conformidade com as normas vigentes, observando-se as questões contábeis, financeiras,
orçamentárias, operacionais e patrimoniais.
O Controle Interno integra a estrutura organizacional da Administração, tendo por função acompanhar
a execução dos atos e apontar, em caráter sugestivo, preventivo ou corretivamente, as ações a serem
desempenhadas. Além disso, note-se o caráter opinativo do Controle Interno, haja vista que o gestor pode
ou não atender à proposta que lhe seja indicada, sendo dele a responsabilidade e risco dos atos
praticados.

Constituição Federal de 1988


Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de
governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres
da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou
ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da
lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

De acordo com a Organização Internacional das Entidades Fiscalizadoras Superiores – INTOSAI,


controle interno é um processo integrado efetuado pela direção e corpo de funcionários, e é estruturado
para enfrentar os riscos e fornecer razoável segurança de que na consecução da missão da entidade os
seguintes objetivos gerais serão alcançados:
- Execução ordenada, ética, econômica, eficiente e eficaz das operações;
- Cumprimento das obrigações de accountability;
- Cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis;
- Salvaguarda dos recursos para evitar perdas, mau uso e danos.

Controle interno, e sistema ou estrutura de controle(s) interno(s) são expressões sinônimas, utilizadas
para referir-se ao processo composto pelas regras de estrutura organizacional e pelo conjunto de políticas
e procedimentos adotados por uma organização para a vigilância, fiscalização e verificação, que permite
prever, observar, dirigir ou governar os eventos que possam impactar na consecução de seus objetivos.
É, pois, um processo organizacional de responsabilidade da própria gestão, adotado com o intuito de
assegurar uma razoável margem de garantia de que os objetivos da organização sejam atingidos.35

35
http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2053986.PDF - Carvalho Neto e Silva (2009, p. 4).

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O Surgimento do Controle Interno relaciona-se ao Processo de Evolução do Controle das
Contas Públicas.
Controle interno, controles internos e sistema ou estrutura de controle(s) interno(s) são expressões
sinônimas, utilizadas para referir-se ao processo composto pelas regras de estrutura organizacional e
pelo conjunto de políticas e procedimentos adotados por uma organização para a vigilância, fiscalização
e verificação, que permite prever, observar, dirigir ou governar os eventos que possam impactar na
consecução de seus objetivos. É, pois, um processo organizacional de responsabilidade da própria
gestão, adotado com o intuito de assegurar uma razoável margem de garantia de que os objetivos da
organização sejam atingidos.

Importante esclarecer que o sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal é regulamentado
pelo decreto 3.591 de 06 de setembro de 2000 e suas alterações, tendo sua base legal firmada na Lei
10.180 de 06 de fevereiro de 2001 e alterações. O Decreto 3.591 por sua vez, estabelece as
competências, a estrutura, a organização, as atividades e as finalidades por meio das quais será realizada
a avaliação da ação governamental e da gestão dos administradores públicos, revelando o caráter
avaliativo do Controle Interno.
Controle interno ou controle administrativo é o exercido pela Administração Pública em relação a seus
próprios atos. Ao contrário do controle judicial que segue a inércia do Poder Judiciário, pode ser exercido
de ofício e também mediante provocação. Conforme definição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro:
Controle administrativo é o poder de fiscalização e correção que a Administração Pública (em sentido
amplo) exerce sobre sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e mérito, por iniciativa própria
ou mediante provocação.

No que tange aos tipos de Controle Interno, podemos citar:


- Controles Contábeis dizem respeito aos métodos e procedimentos utilizados na salvaguarda do
patrimônio e nas informações contábeis em relação à veracidade e confiabilidade dessas informações.
- Controles Administrativos métodos e procedimentos utilizados na elaboração de planos para atingir
a eficiência operacional e adesão à política traçada pela organização.
- Controles Operacionais: planejamento, orçamento, contabilização e sistemas de informação,
documentação, autorização, políticas, procedimentos e métodos.
- Controles para gestão dos recursos humanos: recrutamento e seleção, orientação, formação,
desenvolvimento e supervisão.
- Controles de revisão e análise: avaliação do desempenho, análise interna das operações e
programas, revisões externas, e outros.
- Controle das instalações e equipamentos: Verificação das instalações e equipamentos.

O controle interno é exercido pelas entidades da Administração Pública como um todo, sejam
integrantes da Administração Pública Direta ou da Administração Pública Indireta.
Suas rotinas devem ser determinadas de modo que uma área controle a outra.
O controle interno é mais amplo que o controle judicial. Enquanto o controle judicial se limita a questão
da legalidade, o controle administrativo analisa a legalidade e pode ainda adentrar ao mérito
administrativo. Tal posicionamento é confirmado pela Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal:

A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Consoante explanado, o controle interno é aquele feito por órgãos da própria Administração Pública,
podendo ser hierárquico ou tutelar.
1) O controle hierárquico é feito dentro de uma estrutura administrativa hierarquizada, portanto,
pressupõe, via de regra, desconcentração administrativa. Ex.: controle de ato de um departamento por
uma secretaria.
2) O controle tutelar, também chamado de Supervisão Ministerial, é feito também em âmbito
administrativo, todavia, por outra pessoa jurídica distinta daquela donde precede o ato.

Em verdade, não é um controle hierárquico, pois não há hierarquia entre as pessoas jurídicas distintas
(União Federal e Autarquia Federal, por exemplo), mas apenas um controle finalístico da controlada.
Por isso, quando cabível recurso da pessoa controlada para a controladora, o mesmo é chamado de
recurso hierárquico impróprio.

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O controle interno é derivado do poder de autotutela da Administração Pública sobre seus atos e seus
servidores. Esse controle é exercido normalmente pelo poder hierárquico, que por sua vez se divide em
controle hierárquico próprio e impróprio. O controle hierárquico próprio é exercido por um órgão
hierarquicamente superior que controla e fiscaliza um órgão de hierarquia inferior, e o controle hierárquico
impróprio é aquele que é exercido com auxílio de órgãos específicos de controle, mas que integrantes da
Administração Pública, vez que o controle hierárquico é espécie de controle interno, sendo exercido então
somente por órgãos do Poder Executivo.
O controle interno ou administrativo se manifesta de três formas diferentes denominadas pela doutrina
como meios quais sejam: fiscalização hierárquica, supervisão ministerial e recursos administrativos.
A fiscalização hierárquica é a manifestação do controle hierárquico próprio. É o controle exercido por
órgãos superiores sobre órgãos inferiores da mesma Administração.

Conforme salienta Hely Lopes Meirelles: “A fiscalização hierárquica é exercida pelos órgãos superiores
sobre os inferiores da mesma da mesma Administração, visando ordenar, coordenar, orientar e corrigir
suas atividades e agentes. É inerente ao poder hierárquico, em que se baseia a organização
administrativa, e, por isso mesmo, há de estar presente em todos os órgãos do Executivo”.
O órgão superior analisa a forma de elaboração de atos administrativos, todos os aspectos pertinentes
a legalidade, além de avaliar o mérito administrativo. Analisa a observância a regulamentos próprios como
estatutos ou regimentos internos da entidade, com uma maior precisão por ser integrante do mesmo
sistema de regulação.

São aspectos fundamentais dos controles internos:

- Relação Custo-Benefício: a redução do risco de falhas quanto ao cumprimento dos objetivos e


metas de uma atividade é o fundamento para o benefício de um controle. O conceito de custo-benefício
traz que o custo de um controle não deve exceder os benefícios que ele possa proporcionar.
Frise-se que apesar da determinação da relação custo-benefício em alguns casos ser de fácil
avaliação, o administrador deve, na medida do possível, efetuar estimativas e/ ou exercer um julgamento
próprio a respeito.

- Definição de Responsabilidades e Autoridade: o dever de todo pessoal dentro de uma


organização deve ser fixado e limitados de forma precisa, bem como a autoridade decorrente, atribuída
a cada uma das funções. Deste modo, é necessária a existência de:
a) Procedimentos claramente determinados que levem em conta as funções de todos os setores da
organização, propiciando a integração das informações dentro do sistema;
b) Um organograma adequado onde a linha de autoridade e a consequente responsabilidade sejam
definidas entre os diversos departamentos, chefes, encarregados de setores, etc.
A descrição de funções ou atividades embora possa ser informal, deve preferivelmente ser definida
em manuais de procedimentos, visto que estes propiciam a eficiência do sistema e evitam erros.

- Segregação de Funções
Entende-se que um sistema de controle adequado é aquele que elimina a possibilidade de
dissimulação de erros ou irregularidades. Deste modo, os procedimentos destinados a detectar
determinados erros ou irregularidades, devem ser executados por pessoas que não estejam em posição
de praticá-los, isto é, deve haver uma adequada segregação de funções.
Assim, o sistema de controle interno, deve prever segregação entre as funções de aprovação de
operações, execução e controle das mesmas, de modo que nenhuma pessoa possa ter completa
autoridade sobre uma parcela significativa de qualquer transação.

- Acesso aos Ativos


O acesso aos ativos de uma unidade deve ser limitado ao pessoal autorizado para atingir um grau de
segurança adequado. O termo “acesso aos ativos”, inclui acesso físico direto e acesso indireto através
de preparação ou processamento de documentos que autorizem o uso ou disposição desses ativos.
Destarte, durante o curso normal das operações de unidade, o acesso aos ativos é indispensável. A
limitação desse acesso pessoal autorizado constitui, no entanto, um meio de controle eficaz para a
segurança dos mesmos. O número e o nível das pessoas a quem o acesso deve ser autorizado depende
da natureza do ativo e de sua suscetibilidade a perdas através de erros e irregularidades.

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- Estabelecimento de Comprovações e Provas Independentes
Os procedimentos referentes a determinada atividade, devem prever processos de comprovações
rotineiras e aquisição independente de informações de controle.
Os inúmeros registros preparados por um órgão para informar sobre o resultado de suas atividades,
em geral constituem meios de controle eficazes, todavia somente quando produzidos por um sistema
adequado. Assim, é considerado como um sistema adequado, aquele que permite assegurar a qualidade
das informações através de registros produzidos por fontes independentes os quais podem ser
comparados/conciliados.

Controle Externo36

O controle externo da administração pública abrange primeiramente o controle parlamentar direto, o


controle pelo tribunal de contas e por fim o controle jurisdicional. São órgãos externos que fiscalizam as
ações da administração pública e o seu funcionamento.
É importante esclarecer que, os atos da administração pública quando não regulados por lei, são
realizados por discricionariedade, ou seja, aquele praticado com liberdade de escolha de seu conteúdo,
do seu destinatário, tendo em vista a conveniência e a oportunidade de sua realização. Esses atos,
todavia, devem adotar o princípio da proporcionalidade, ou seja, serem corretos e na medida em que
foram requisitados.
Frise-se portanto que o controle externo não revisa os atos realizados por discricionariedade da
instituição parte da administração pública, contudo, os atos realizados que infringirem os meios legais
podem ser invalidados pelo controle externo, não podendo assim, o princípio da discricionariedade ser
invocado em situações em que a lei venha a ser descumprida pela administração pública.

Segundo a redação do artigo 70 da Constituição, é o Poder Legislativo o responsável pela realização


do controle externo. Essa atribuição se dará com o auxílio do Tribunal de Contas, cujas funções estão
delineadas no artigo 71 da Constituição e serão estudadas em tópico separado. Antes disso, cumpre
mencionar que o Poder Legislativo, independentemente do Tribunal de Contas, irá exercer, por si, a
fiscalização das contas públicas.

Essa fiscalização se dará por uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados,
constituída para, nos termos do artigo 166, § 1º, da Constituição, examinar e emitir pareceres:
- Sobre os projetos das leis orçamentárias e as contas apresentadas pelo Presidente da República e,
também;
- Acerca dos planos e programas previstos na Constituição, com acompanhamento e fiscalização das
gestões orçamentárias respectivas.

No exercício de suas atividades, essa Comissão poderá verificar indícios de despesas não autorizadas
e, diante disso, de acordo com o artigo 72, caput, da Constituição, poderá solicitar esclarecimentos à
autoridade responsável.

Na hipótese de os esclarecimentos não serem prestados, ou serem considerados insuficientes, a


Comissão encaminhará o caso para o Tribunal de Contas, a quem será solicitado que, no prazo de 30
dias, se pronuncie conclusivamente sobre o assunto (artigo 72, § 1º). Caso o Tribunal entenda que a
despesa é irregular, a Comissão poderá propor ao Congresso Nacional sua sustação, desde que possa
causar “dano irreparável ou grave lesão à economia pública” (artigo 72, § 2º).
Trata-se, portanto, de uma forma de controle externo, em que se verifica uma atuação subsidiária do
Tribunal de Contas, cuja função, nesse caso, é a de apresentar um parecer sobre uma dada despesa,
mediante a provocação do Legislativo. Essa possibilidade demonstra, de forma clara, que limitar o estudo
do controle externo apenas na figura do Tribunal de Contas se mostra equivocada e apresenta uma
versão parcial da disciplina constitucional.
Tendo-se feito essa ressalva, passemos à análise das atribuições, características e disciplina do
Tribunal de Contas, sem, contudo, esquecer a possibilidade de fiscalização da gestão de dinheiro público
pelas vias até então estudadas.

Os Tribunais de Contas amparados por suas competências constitucionais, desempenham, dentre


outras as seguintes atividades principais37:
36
Piscitelli, Tathiane. Direito financeiro esquematizado – 4. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro : Forense, São Paulo : MÉTODO, 2014
37
O CONTROLE EXTERNO DAS CONTAS PÚBLICAS: TENDÊNCIAS ATUAIS. Disponível em: http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2055730.PDF

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- Auxiliam o Poder Legislativo em suas atribuições de efetuar o julgamento político do agente titular de
cada poder, emitindo parecer prévio recomendando a aprovação ou rejeição de suas contas;
- Julgam, eles próprios, as contas dos ordenadores de despesa e demais responsáveis por dinheiros,
bens e valores públicos da administração direta e indireta, e as contas daqueles que derem causa a
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário. Assim o fazem emitindo decisão
reprovando ou aprovando, com ou sem ressalvas, as contas prestadas ou tomadas de tais responsáveis;
- Procedem, por iniciativa própria ou por solicitação das casas legislativas, à fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos poderes das respectivas esferas de governo e das
demais entidades referidas no item anterior;
- Apreciam, para fins de registro, mediante a emissão de acórdão, a legalidade dos atos de admissão
de pessoal, na administração direta e indireta, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas
e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
Da atribuição de julgador conferido aos Tribunais de Contas pelo texto constitucional, resulta, em
consequência, a competência sancionadora de imputar débito ou multa a cuja decisão a Constituição
Federal em seu art. 71, § 3º, conferiu a eficácia de título executivo, que é aquele que goza de liquidez e
certeza.
Questões

01. (TJ/DFT - Juiz - CESPE) No que se refere ao tema controle interno e externo e seus respectivos
órgãos estatais, assinale a opção correta.
(A) Qualquer cidadão ou sindicato é parte legítima para denunciar irregularidades ou ilicitudes ao
tribunal de contas.
(B) O controle da atividade administrativa exercido pelo CNJ sujeita todos os órgãos do Poder
Judiciário Nacional.
(C) O TCU, mediante controle externo que lhe cabe por competência exclusiva, exerce a fiscalização
da atividade contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União.
(D) Nos processos perante o TCU, em que há apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, é prescindível assegurar-se o contraditório e a ampla defesa, a despeito do decurso de
qualquer lapso temporal.
(E) No que tange ao controle interno da administração, é lícito condicionar a admissibilidade de recurso
administrativo a prévio depósito.

02. (TCM/RJ - Procurador da Procuradoria Especial - FCC) Sobre os Controles Externo e Interno
no Brasil, tem-se que
(A) o Tribunal de Contas da União e o Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro são
integrados, respectivamente, por 7 e 9 Conselheiros.
(B) não abrangem a aplicação de subvenções ao terceiro setor, tendo em vista o caráter social desse
tipo de repasse.
(C) os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário devem manter um sistema de controle interno
integrado.
(D) o exercício do controle das operações de crédito compete ao Controle Externo, mas não ao
Controle Interno.
(E) sua área de atuação se limita às pessoas físicas e jurídicas públicas.

03. (TCE/RN - Conhecimentos Básicos para o Cargo 1 - CESPE) A respeito das entidades
fiscalizadoras superiores e dos sistemas de controle na administração pública brasileira, julgue o item a
seguir.

O Tribunal de Contas da União (TCU) não exerce uma função jurisdicional em relação às contas do
presidente da República, pois aquele não julga pessoas, mas contas, e suas decisões não fazem coisa
julgada, visto que são de cunho administrativo. Na função de órgão auxiliar do Poder Legislativo, o TCU
apenas emite parecer técnico a respeito das contas.
( ) Certo ( ) Errado

04. (TCE/RS - Auditor Público Externo - FCC) No exercício de suas atribuições funcionais, servidores
responsáveis pelo controle interno dos órgãos do Poder Executivo de determinado Município deparam-
se com elementos de que teriam sido repassados a menor, à Câmara dos Vereadores, os percentuais da
receita municipal que lhe são assegurados constitucionalmente para cobertura da despesa do Legislativo
municipal. Nesta situação, considerada a disciplina constitucional da matéria,

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I. embora seja medida de eficiência e transparência administrativa, a existência de órgãos de controle
interno no âmbito do Poder Executivo municipal não é prevista constitucionalmente.
II. está-se diante de hipótese que configura crime de responsabilidade do Prefeito do Município, por
expressa previsão constitucional.
III. os responsáveis pelo controle interno deverão dar ciência de seus achados ao Tribunal de Contas
a cuja jurisdição se submetam os órgãos e entes da Administração municipal, sob pena de
responsabilidade solidária.

Está correto o que se afirma APENAS em


(A) I e II.
(B) II e III.
(C) I e III.
(D) I.
(E) II.

05. (TRF/4ª REGIÃO - Técnico Judiciário - FCC) Determinada entidade da Administração pública
federal mantém, em sua estrutura, órgão de controle interno, com a finalidade, entre outras, de comprovar
a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e
patrimonial da entidade. No exercício de suas atribuições, os integrantes do referido órgão de controle
deparam-se com irregularidade na execução de um contrato específico de prestação de serviços, da qual
é dada ciência ao Tribunal de Contas da União - TCU, que, a seu turno, determina, de imediato, a sustação
da execução contratual. Nesta hipótese, considerada a disciplina constitucional da matéria,
(A) o órgão de controle interno poderia, efetivamente, possuir atribuição de avaliação de atos e
contratos quanto à legalidade e eficiência, conforme expressa previsão constitucional, mas seus
integrantes não possuem legitimidade para dar ciência de eventuais irregularidades ao TCU.
(B) o órgão de controle interno não poderia possuir atribuição de avaliação de atos e contratos quanto
à legalidade e eficiência, por se tratar de critérios restritos ao sistema de controle externo, exercido pelo
Congresso Nacional, com o auxílio do TCU.
(C) os integrantes do órgão de controle interno não poderiam ter dado ciência da irregularidade ao
TCU, dado que somente possuem legitimidade para tanto partido político, associação ou sindicato.
(D) o TCU não poderia ter determinado a sustação da execução contratual, por se tratar de ato de
competência do Congresso Nacional, a quem compete, ademais, solicitar, de imediato, ao Poder
Executivo as medidas cabíveis.
(E) os integrantes do órgão de controle interno deveriam, efetivamente, ter dado ciência da
irregularidade ao TCU, sob pena de responsabilidade solidária, possuindo, de fato, o TCU competência
para determinar de imediato a sustação da execução contratual.

06. (PC/TO - Delegado de Polícia - Aroeira) O controle exercido pelo Ministério Público sobre a polícia
é do tipo:
(A) hierárquico.
(B) interno.
(C) finalístico.
(D) externo.

07. (CGE/MA - Auditor - FGV) Assinale a alternativa que apresenta uma finalidade do controle interno.
(A) Planejar o cumprimento das metas estabelecidas no plano plurianual, a execução dos programas
de governo e dos orçamentos do Estado.
(B) Estabelecer a legalidade e cumprir os resultados quanto à eficácia e à eficiência da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial, nos órgãos e entidades da administração estadual, bem como da
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado.
(C) Executar ações para obtenção das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos
e haveres do Estado.
(D) Apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
(E) Emitir parecer prévio sobre as prestações de contas consolidadas da gestão.

08. (TJ/MT - Juiz - FMPRS) Com relação ao controle da Administração Pública, assinale a opção
correta.

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(A) No exercício do controle externo, é possível tanto a revogação quanto a invalidação dos atos
administrativos.
(B) No exercício de suas funções, a Administração Pública sujeita-se a controle por parte do Poder
Legislativo e Poder Judiciário, além de exercer, ela mesma, o controle sobre os próprios atos.
(C) O controle exercido pelo Poder Legislativo está restrito às hipóteses previstas na Constituição
Federal e somente pode ocorrer no âmbito da Administração Pública Direta, Autarquias e Fundações
Públicas.
(D) O controle exercido pelo Poder Judiciário deverá ser precedido do esgotamento das vias
administrativas.
(E) O controle exercido pelo Poder Judiciário tanto pode revogar quanto invalidar os atos
administrativos; quanto aos efeitos, no primeiro caso, não retroage; no segundo, retroage.

09. (SEFAZ/ES - Auditor Fiscal da Receita Estadual - CESPE) O controle exercido por determinado
órgão público sobre os seus departamentos denomina-se controle.
(A) interno.
(B) de legalidade.
(C) externo.
(D) concomitante.
(E) provocado.

10. (ANTT - Especialista em Regulação de Serviços de Transportes Terrestres - CESPE). Acerca


de controle interno e externo, e do controle parlamentar, julgue os itens subsequentes.
O controle parlamentar alcança os órgãos do Poder Executivo, as entidades da administração indireta,
bem como o próprio Poder Judiciário, quando este executa função administrativa.
( ) Certo ( ) Errado

11. (TCU - Auditor Federal de Controle Externo - CESPE) O controle externo da administração
pública é função concorrente dos Poderes Judiciário e Legislativo. Na esfera federal, esse controle é
exercido privativamente pelo Senado Federal, auxiliado pelo TCU.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito

01.A / 02.C / 03.Certo / 04.B / 05.D / 06.D / 07.D / 08.B / 09.A / 10.Certo / 11.Errado

Comentários
01. Resposta: A
Constituição Federal
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno com a finalidade de:
( )
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

02. Resposta: C
Constituição Federal
Art. 74, Constituição Federal. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de ( )

03. Resposta: Certo


A Competência do TCU consiste, basicamente, na elaboração de parecer prévio sobre as contas
prestadas anualmente do Presidente da República (CF, art. 71, I)
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio
que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

CF, art. 71, I. [...] apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante
parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento

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04. Resposta: B
I está incorreto porque o controle interno no âmbito do Executivo Municipal é exercido (artigo 31, CF);
II está correto nos moldes do artigo 29-A, §2º, CF; III está correto porque a legislação constitucional e de
responsabilidade fiscal asseguram a solidariedade entre os agentes que cometeram a violação e os
responsáveis pelo controle interno que não a denunciarem. Logo, somente II e III estão corretos.

05. Resposta: D
As atribuições do Tribunal de Contas da União estão descritas no artigo 71 da Constituição Federal,
sendo que a competência de sustação imediata de contrato não está prevista no rol, cabendo, no máximo,
como se extrai do inciso X, “sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a
decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal”. Cabe ao Congresso Nacional, nos termos do
artigo 49, V, CF: “sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou
dos limites de delegação legislativa”.

06. Resposta: D
Complementando as explicações dos nobres colegas, a resposta da referida questão pode ser extraída
do artigo 129, VII da CF, vejamos:
Art. 129- São funções institucionais do Ministério Público:
[...]
VII- Exercer o controle EXTERNO da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no
artigo anterior;

07. Resposta: D
Conforme dita a Constituição Federal de 1.988:
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno com a finalidade de:
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
a) Fiscalizar o cumprimento, e não planejar.
c) Exerce o controle, e não executa as ações.

08. Resposta: B
A Administração Pública sujeita-se a controle por parte do Poder Legislativo e Poder Judiciário,
podendo exercer o controle sobre os próprios atos o qual é denominado controle interno, realizado no
exercício de suas funções.

09. Resposta: A
Conforme leciona Alexandre Mazza em seu livro "Manual de Direito Administrativo - Completo Para
Concursos- 4ª Ed. 2014", o controle administrativo quanto à extensão, pode ser dividido em controle
externo e controle interno, senão vejamos:
a) controle interno: realizado por um Poder sobre seus próprios órgãos e agentes. Exemplo: controle
exercido pelas chefias sobre seus subordinados;
b) controle externo: quando o órgão fiscalizador se situa fora do âmbito do Poder controlado. Exemplo:
anulação judicial de ato da Administração.

10. Resposta: Certo


Art. 38, Lei 8443/1992. Compete, ainda, ao Tribunal:
I - realizar por iniciativa da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de comissão técnica ou de
inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e nas entidades da
administração indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público
federal.

11. Resposta: Errado


O controle externo é função do poder Legislativo, e não concorrente junto ao Judiciário. Outrossim,
conforme estabelecido em Lei, o Controle é exercido pelo Congresso Nacional com auxílio do TCU e não
apenas Senado Federal.

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Normas Vigentes de Auditoria Emanadas pelo Conselho Federal de
Contabilidade: NBC PA, NBC PP, NBC TA, NBC TI e NBC TP.

As Normas38 Brasileiras de Contabilidade (NBC)39 constituem-se num conjunto de regras e


procedimentos de conduta que devem ser observados como requisitos para o exercício da profissão
contábil, bem como os conceitos doutrinários, princípios, estrutura técnica e procedimentos a serem
aplicados na realização dos trabalhos previstos nas normas aprovadas por resolução emitidas pelo CFC.
As NBCs editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) devem seguir os mesmos padrões
de elaboração e estilo utilizados nas normas internacionais e compreendem as Normas propriamente
ditas, as Interpretações Técnicas e os Comunicados Técnicos.
As normas classificam-se em Profissionais e Técnicas e estabelecem preceitos de conduta profissional
e padrões e procedimentos técnicos necessários para o adequado exercício profissional.

As Normas foram renumeradas, de acordo com a Resolução do CFC nº. 1.329/11, para se ajustarem
a nova estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCs) na forma aprovada pela Resolução
CFC nº. 1.328/11. As Normas cuja numeração ainda obedecem a Resolução CFC nº. 751/93 (NBC P ou
NBC T), serão revisadas e reeditadas adotando-se a nova estrutura de numeração das NBCs.

Caro(a) Candidato(a), o material de Normas Brasileiras de Contabilidade é extenso e aqui trouxemos


apenas as normas de forma resumida. Todas as normas aqui citadas estão disponíveis com a resolução
completa no site do Conselho Federal de Contabilidade - www.cfc.org.br.

Normas Profissionais

NBC PA – do Auditor Independente


Correlação
NBC Resolução CFC Nome da Norma IFAC IBRACON
Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas
NBC PA 01 1.201/09 Jurídicas e Físicas) de Auditores ISQC 1 não há
Independentes
NBC PA 290 Independência – Trabalhos de Auditoria e CODE
DOU 26/05/17 não há
(R2) Revisão 290
NBC PA 291 Independência – Outros Trabalhos de CODE
DOU 26/05/17 não há
(R2) Asseguração 291
NBC PA 11 DOU 13/12/17 Revisão Externa de Qualidade pelos Pares não há não há
NBC PA 13
DOU 02/09/15 Exame de Qualificação Técnica não há não há
(R2)
Cadastro Nacional de Auditores
1.019/05 não há não há
Independentes (CNAI)

NBC PP – do Perito
NBC Resolução CFC Nome da Norma
NBC PP 01 DOU 19/03/15 Perito Contábil
NBC PP 02 DOU 28/10/16 Exame de Qualificação Técnica para Perito Contábil

As Normas Técnicas estabelecem conceitos doutrinários, regras e procedimentos aplicados de


Contabilidade e classificam-se em:

38
http://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/
39
http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/normascontabilidade.htm

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. 67
Normas Técnicas

NBC TA – de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica


Correlação
Resolução
NBC Nome da Norma IFAC IBRACON
CFC
ESTRUTURA Estrutura Conceitual para Trabalhos de
DOU 25/11/15 Framework não há
CONCEITUAL Asseguração
Objetivos Gerais do Auditor Independente e
NBC TA 200
DOU 05/09/16 a Condução da Auditoria em Conformidade ISA 200 não há
(R1)
com Normas de Auditoria
NBC TA 210 Concordância com os Termos do Trabalho
DOU 05/09/16 ISA 210 não há
(R1) de Auditoria
NBC TA Controle de Qualidade da Auditoria de
DOU 05/09/16 ISA 220 não há
220(R2) Demonstrações Contábeis
NBC TA 230
DOU 05/09/16 Documentação de Auditoria ISA 230 não há
(R1)
Responsabilidade do Auditor em Relação a
NBC TA 240
DOU 05/09/16 Fraude, no Contexto da Auditoria de ISA 240 não há
(R1)
Demonstrações Contábeis
Consideração de Leis e Regulamentos na
NBC TA 250 1.208/09 ISA 250 não há
Auditoria de Demonstrações Contábeis
NBC TA Comunicação com os Responsáveis pela
DOU 04/07/16 ISA 260 não há
260(R2) Governança
Comunicação de Deficiências de Controle
NBC TA 265 1.210/09 ISA 265 não há
Interno
NBC TA 300 Planejamento da Auditoria de
DOU 05/09/16 ISA 300 não há
(R1) Demonstrações Contábeis
Identificação e Avaliação dos Riscos de
NBC TA 315 Distorção Relevante por meio do
DOU 05/09/16 ISA 315 não há
(R1) Entendimento da Entidade e do seu
Ambiente
NBC TA 320 Materialidade no Planejamento e na
DOU 05/09/16 ISA 320 não há
(R1) Execução da Auditoria
NBC TA 330
DOU 05/09/16 Resposta do Auditor aos Riscos Avaliados ISA 330 não há
(R1)
Considerações de Auditoria para a Entidade
NBC TA 402 1.215/09 que Utiliza Organização Prestadora de ISA 402 não há
Serviços
NBC TA 450 Avaliação das Distorções Identificadas
DOU 05/09/16 ISA 450 não há
(R1) durante a Auditoria
NBC TA 500
DOU 05/09/16 Evidência de Auditoria ISA 500 não há
(R1)
Evidência de Auditoria – Considerações
NBC TA 501 1.218/09 ISA 501 não há
Específicas para Itens Selecionados
NBC TA 505 1.219/09 Confirmações Externas ISA 505 não há
NBC TA 510
DOU 05/09/16 Trabalhos Iniciais – Saldos Iniciais ISA 510 não há
(R1)
NBC TA 520 1.221/09 Procedimentos Analíticos ISA 520 não há
NBC TA 530 1.222/09 Amostragem em Auditoria ISA 530 não há
NBC TA 540 Auditoria de Estimativas Contábeis, Inclusive
DOU 05/09/16 ISA 540 não há
(R1) do Valor Justo, e Divulgações Relacionadas
NBC TA 550 1.224/09 Partes Relacionadas ISA 550 não há
NBC TA 560
DOU 05/09/16 Eventos Subsequentes ISA 560 não há
(R1)
NBC TA 570 DOU 04/07/16 Continuidade Operacional ISA 570 não há
NBC TA 580
DOU 05/09/16 Representações Formais ISA 580 não há
(R1)
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Considerações Especiais – Auditorias de
NBC TA 600 Demonstrações Contábeis de Grupos,
DOU 05/09/16 ISA 600 não há
(R1) Incluindo o Trabalho dos Auditores dos
Componentes
NBC TA 610 DOU 29/01/14 Utilização do Trabalho de Auditoria Interna ISA 610 não há
NBC TA 620 1.230/09 Utilização do Trabalho de Especialistas ISA 620 não há
Formação da Opinião e Emissão do
NBC TA 700 DOU 04/07/16 Relatório do Auditor Independente sobre as ISA 700 não há
Demonstrações Contábeis
Comunicação dos Principais Assuntos de
NBC TA 701 DOU 04/07/16 Auditoria no Relatório do Auditor ISA 701 não há
Independente.
Modificações na Opinião do Auditor
NBC TA 705 DOU 04/07/16 ISA 705 não há
Independente
Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de
NBC TA 706 DOU 04/07/16 Outros Assuntos no Relatório do Auditor ISA 706 não há
Independente
Informações Comparativas – Valores
NBC TA 710
DOU 05/09/16 Correspondentes e Demonstrações ISA 710 não há
(R1)
Contábeis Comparativas
Responsabilidade do Auditor em Relação a
NBC TA 720 DOU 05/09/16 ISA 720 não há
Outras Informações
Considerações Especiais – Auditorias de
Demonstrações Contábeis Elaboradas de
NBC TA 800 DOU 22/02/17 ISA 800 não há
Acordo com Estruturas Conceituais de
Contabilidade para Propósitos Especiais
Considerações Especiais – Auditoria de
Quadros Isolados das Demonstrações
NBC TA 805 DOU 22/02/17 ISA 805 não há
Contábeis e de Elementos, Contas ou Itens
Específicos das Demonstrações Contábeis
Trabalhos para a Emissão de Relatório
NBC TA 810 DOU 22/02/17 sobre Demonstrações Contábeis ISA 810 não há
Condensadas

Nova Resolução
Nome do Comunicado IFAC IBRACON
Numeração CFC
Emissão do Relatório do Auditor Independente
DOU CT 04/10
CTA 02 sobre Demonstrações Contábeis Individuais e não há
09/03/15 (R2)
Consolidadas
Emissão do Relatório do Auditor Independente
sobre Demonstrações Contábeis Individuais e
CTA 03 1.321/11 Consolidadas de Instituições Financeiras e não há CT 05/10
Demais Instituições Autorizadas a Funcionar pelo
Banco Central do Brasil (BCB)
Emissão do Relatório do Auditor Independente
sobre Demonstrações Contábeis Individuais e
CTA 04 1.322/11 não há CT 06/10
Consolidadas de Entidades Supervisionadas pela
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)
Emissão do Relatório do Auditor Independente
CTA 05 1.331/11 sobre Demonstrações Contábeis de Fundos de não há CT 01/11
Investimento
Emissão do Relatório do Auditor Independente
sobre Demonstrações Contábeis de Companhias
CTA 06 1.332/11 não há CT 02/11
Abertas, conforme facultado pela Deliberação
CVM n.º 656/11
Emissão do Relatório do Auditor Independente
CTA 07 1.333/11 não há CT 03/11
sobre Demonstrações Contábeis Individuais e

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. 69
Consolidadas de Entidades Supervisionadas pela
ANS
Emissão do Relatório do Auditor Independente
DOU
CTA 08 sobre Demonstrações Contábeis das Entidades não há CT 02/13
31/07/13
Fechadas de Previdência Complementar (EFPC)
Emissão do Relatório do Auditor Independente
CTA 09 1.335/11 sobre Demonstrações Contábeis de Entidades de não há CT 05/11
Incorporação Imobiliária
Emissão de Relatórios de Revisão das
CTA 11 1.338/11 não há CT 07/11
Informações Trimestrais do ano de 2010
Relatório do Auditor Independente sobre as CT 01/12
CTA 12 DOU 29/6/18 não há
Demonstrações Contábeis de Grupo Econômico (R1)
Emissão do Relatório do Auditor Independente
sobre as Demonstrações Contábeis Individuais e
CTA 13 1.388/12 não há CT 02/12
Consolidadas de Entidades Supervisionadas pela
ANS
Emissão do Relatório do Auditor Independente
sobre Demonstrações Contábeis de Instituições
CTA 14 1.393/12 Autorizadas a Funcionar pelo BCB, em não há CT 03/12
decorrência da opção facultada para diferimento
do resultado líquido negativo
Emissão de Relatório de Auditoria sobre as
Demonstrações Contábeis Intermediárias
CTA 15 1.405/12 Individuais de Entidades Supervisionadas pela não há CT 06/12
SUSEP, referentes ao semestre findo em 30 de
junho de 2012
Emissão de Relatório de Auditoria sobre a Base
de Contribuições dos Agentes Financeiros ao
CTA 16 1.410/12 não há CT 09/12
Fundo de Compensação de Variações Salariais
(FCVS)
Emissão do Relatório do Auditor Independente
sobre as Demonstrações Contábeis Individuais e
DOU
CTA 17 Consolidadas em decorrência de alterações não há CT 01/13
31/07/13
introduzidas para o Teste de Adequação de
Passivos pela SUSEP
Emissão do Relatório do Auditor Independente e
DOU procedimentos de auditoria requeridos quando da
CTA 18 não há CT 03/13
31/07/13 reapresentação de demonstrações contábeis ou
informações intermediárias
Orientação aos auditores independentes sobre o
entendimento a respeito dos procedimentos
DOU
CTA 19 adotados, ou a serem adotados, pela não há CT 02/14
25/02/14
administração das entidades na avaliação dos
assuntos contidos na Medida Provisória 627/13
Orientação aos auditores independentes sobre os
padrões técnicos e profissionais a serem
CTA DOU observados para emissão de laudo de avaliação CT
não há
20(R1) 03/10/14 dos ativos líquidos a valor contábil ou dos ativos 03/14(R1)
líquidos contábeis ajustados a preços de
mercado.
Orientação para emissão de relatório do auditor
independente sobre as Demonstrações
Contábeis Consolidadas do Conglomerado
DOU Prudencial das instituições financeiras e demais
CTA 21 não há CT 04/14
11/06/14 instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
Central do Brasil, exceto cooperativas de crédito,
a que se refere a Resolução n.º 4.280 do
Conselho Monetário Nacional (CMN), de 31 de

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outubro de 2013 e regulamentações
complementares
DOU Procedimentos de auditoria a serem
CTA 22 não há CT 05/14
28/01/15 considerados para aplicação do CTG 08
Dispõe sobre procedimentos que devem ser
observados quando o auditor independente for
DOU
CTA 23 contratado para emitir Carta-Conforto em não há CT 01/15
22/05/15
conexão com processo de oferta de títulos e
valores mobiliários
Emissão de relatório de auditoria sobre as
DOU Demonstrações Contábeis Regulatórias (DCRs),
CTA 24 não há CT 02/16
28/10/16 elaboradas de acordo com o Manual de
Contabilidade do Setor Elétrico (MCSE).
DOU Orientação para a Emissão do Novo Modelo de
CTA 25 não há CT 01/1
22/02/17 Relatório do Auditor Independente
Relatório dos Auditores Independentes sobre o
DOU
CTA 26 Demonstrativo do Direcionamento dos Recursos Não há CT 05/18
05/12/18
de Poupança

NBC TI – de Auditoria Interna


Antiga
NBC Resolução CFC Nome da Norma
Numeração
NBC TI 01 NBC T 12 986/03 Da Auditoria Interna

NBC TP – de Perícia
NBC Resolução CFC Nome da Norma
NBC TP 01 DOU 19/03/15 Perícia Contábil

Normas Internacionais de Auditoria40

As Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Superiores (ISSAI), desenvolvidos pela


Organização Internacional das Entidades Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI), visam promover a
realização de auditorias independentes e eficazes pelas Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS).
As ISSAI abrangem os requisitos da auditoria do setor público no nível organizacional (EFS), enquanto
no nível dos trabalhos de auditoria, visam apoiar os membros da INTOSAI no desenvolvimento de suas
próprias abordagens profissionais, de acordo com seus mandatos e com leis e regulamentos nacionais.
O marco referencial de Normas Profissionais da INTOSAI tem quatro níveis.
O nível 1 contém os princípios fundamentais da estrutura. O nível 2 (ISSAI 10-99) estabelece pré-
requisitos para o funcionamento adequado e a conduta profissional das EFS, como independência,
transparência e accountability, ética e controle de qualidade, que são relevantes para todas as auditorias
das EFS. Os níveis 3 e 4 tratam da realização de cada tipo de auditoria e incluem princípios profissionais
geralmente reconhecidos que dão suporte a auditoria eficaz e independente das entidades do setor
público.
Os Princípios Fundamentais de Auditoria no nível 3 (ISSAI 100-999) decorrem e foram elaborados a
partir da ISSAI 1 – A Declaração de Lima e das ISSAI de nível 2, e fornecem uma estrutura normativa de
referência internacional definindo a auditoria do setor público.
O nível 4 traduz os Princípios Fundamentais de Auditoria em diretrizes operacionais mais específicas
e detalhadas que podem ser usadas diariamente na realização de auditorias e também como normas de
auditoria, quando normas nacionais de auditoria não tenham sido desenvolvidas. Este nível engloba as
Diretrizes Gerais de Auditoria (ISSAI 1000- 4999), que estabelecem os requisitos para auditorias
financeiras, operacionais e de conformidade.

Nível 1
ISSAI 1 - Declaração de Lima

40
https://portal.tcu.gov.br/fiscalizacao-e-controle/auditoria/normas-internacionais/

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Nível 2
ISSAI 10 - Declaração do México sobre Independência das EFS
ISSAI 11 - Diretrizes e Boas Práticas da INTOSAI relacionadas com a independência das EFS
ISSAI 12 - Valor e Benefício das EFS
ISSAI 20 - Princípios de Transparência e Accountability
ISSAI 21 - Princípios de Transparência e Accontability - Boas Práticas
ISSAI 30 - Código de Ética
ISSAI 40 - Controle de qualidade para as EFS

Nível 3
ISSAI 100 - Princípios Fundamentais de Auditoria do Setor Público
ISSAI 200 - Princípios Fundamentais de Auditoria Financeira
ISSAI 300 - Princípios Fundamentais de Auditoria Operacional
ISSAI 400 - Princípios Fundamentais de Auditoria de Conformidade

Nível 4
ISSAI 3000 - Norma para Auditoria Operacional
ISSAI 3100 - Orientações sobre Conceitos Centrais para Auditoria Operacional
ISSAI 4000 - Norma para Auditoria de Conformidade

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