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PONTOS DE OBSERVAÇÃO

Sumário
Código de Ética................................................................................................................................................ 2
ISSAI 100 - Princípios Fundamentais de Auditoria do Setor Público................................................................3
NBC TI 01 – Auditoria Interna.......................................................................................................................... 4
Controle Interno.............................................................................................................................................. 8
NBC T 11 – Normas de Auditoria Independente das DC’s (Revogada)...........................................................12
NBC TA 200 – Auditoria Independente.......................................................................................................... 13
NBC TA 230 – Documentação de Auditoria....................................................................................................17
NBC TA 240 (R1) – Responsabilidade do Auditor em Relação a Fraude.........................................................21
NBC TA 300 – Planejamento de Auditoria......................................................................................................23
NBC TA 315 (R1) - Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorção Relevante por meio do Entendimento
da Entidade e do seu Ambiente..................................................................................................................... 26
NBC TA 320 (R1) – Materialidade no Planejamento e na Execução da Auditoria..........................................29
NBC TA 500 – Evidências de Auditoria...........................................................................................................31
NBC TA 520 – Procedimentos Analíticos........................................................................................................37
NBC TA 530 – Amostragem em Auditoria...................................................................................................... 39
NBC TA 540 (R2) – Auditoria de Estimativas Contábeis e Divulgações Relacionadas.....................................42
NBC TA 550 – Transações com Partes Relacionadas......................................................................................45
NBC TA 560 (R1) – Eventos Subsequentes.....................................................................................................47
NBC TA 570 – Continuidade Operacional.......................................................................................................50
NBC TA 580 – Representações Formais......................................................................................................... 54
NBC TA 610 – Utilização do Trabalho de Auditoria Interna............................................................................58
NBC TA 620 - Utilização do Trabalho de Especialistas....................................................................................60
NBC TA 700 – Formação da Opinião e Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre as
Demonstrações Contábeis............................................................................................................................. 61
NBC TA 701 - Comunicação dos Principais Assuntos de Auditoria no Relatório do Auditor Independente.. .64
Procedimentos em Áreas Específicas das Demonstrações Contábeis............................................................65
NF-e e EFD...................................................................................................................................................... 75

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Código de Ética
O Código de Ética estabelece os princípios e expectativas que guiam o comportamento dos
indivíduos e organizações na condução da Auditoria Interna. Ele descreve os requisitos mínimos de conduta
e expectativas comportamentais, em vez de atividades específicas.
1. Integridade - Os auditores internos: 1.1 Devem executar seus trabalhos com honestidade,
diligência e responsabilidade. 1.2 Devem observar a lei e fazer as divulgações esperadas pela legislação e
pela profissão. 1.3 Não devem conscientemente fazer parte de qualquer atividade ilegal ou se envolver em
atos impróprios para a profissão de Auditoria Interna ou para a organização. 1.4 Devem respeitar e
contribuir para os objetivos legítimos e éticos da organização.
2.Objetividade - Os auditores internos: 2.1 Não devem participar de qualquer atividade ou
relacionamento que possa prejudicar ou que presumidamente prejudicaria sua avaliação imparcial. Esta
participação inclui aquelas atividades ou relacionamentos que possam estar em conflito com os interesses
da organização. 2.2 Não devem aceitar qualquer coisa que possa prejudicar ou que
presumidamente prejudicaria seu julgamento profissional. 2.3 Devem divulgar todos os fatos materiais
de seu conhecimento que, caso não sejam divulgados, possam distorcer o reporte sobre as atividades sob
revisão.
3. Confidencialidade - Os auditores internos: 3.1 Devem ser prudentes no uso e proteção das
informações obtidas no curso de suas funções. 3.2 Não devem utilizar informações para
qualquer vantagem pessoal ou de qualquer outra maneira contrária à lei ou em detrimento dos objetivos
legítimos e éticos da organização.
4. Competência - Os auditores internos: 4.1 Devem se envolver somente com aqueles serviços
para os quais possuam os necessários conhecimentos, habilidades e experiência. 4.2 Devem executar os
serviços de Auditoria Interna em conformidade com as Normas Internacionais para a Prática Profissional de
Auditoria Interna. 4.3 Devem melhorar continuamente sua proficiência, e a eficácia e qualidade de seus
serviços.

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ISSAI 100 - Princípios Fundamentais de Auditoria do Setor Público
OBJETIVO → referem-se àquilo que a auditoria pretende alcançar,
 determinará o tipo e a natureza da auditoria.
 condicionam a determinação do escopo e a metodologia a ser aplicada
ESCOPO → é a delimitação estabelecida para o trabalho,
 refere-se ao objeto e aos critérios que os auditores utilizarão para avaliar e relatar acerca do
objeto,
 e está diretamente relacionado com os objetivos.
ABORDAGEM → descreve a NATUREZA dos PROCEDIMENTOS a serem aplicados, para reunir evidências
de auditoria.
OBJETO → refere-se à informação, condição ou atividade que é mensurada ou avaliada de acordo
com certos critérios.

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NBC TI 01 – Auditoria Interna

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1. Testes Substantivos:
- Visam à obtenção de evidência quanto à Suficiência, Exatidão e Validade;
- Dos dados produzidos pelos sistemas de informação da entidade.

O erro tolerável é o erro monetário máximo no saldo de uma conta ou uma classe de transações.

2. Testes de Observância:
- Visam à obtenção de razoável segurança de que os controles internos estabelecidos pela administração
estão em efetivo funcionamento.

Na sua aplicação, devem ser considerados os seguintes procedimentos:


a) inspeção – verificação de registros, documentos e ativos tangíveis;
b) observação – acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução; e
c) investigação e confirmação – obtenção de informações perante pessoas físicas ou jurídicas
conhecedoras das operações, dentro ou fora da entidade.

O erro tolerável é a taxa máxima de desvio de um procedimento de controle estabelecido.

Características Essenciais da Auditoria Interna

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Diferenças entre Auditoria Interna e Auditoria

12.1.1.3 – A Auditoria Interna compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e


comprovações, metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade, adequação, eficácia,
eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de controles internos integrados
ao ambiente, e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administração da entidade no
cumprimento de seus objetivos.
12.1.1.4 – A atividade da Auditoria Interna está estruturada em procedimentos, com enfoque
técnico, objetivo, sistemático e disciplinado, e tem por finalidade agregar valor ao resultado da
organização, apresentando subsídios para o aperfeiçoamento dos processos, da gestão e dos controles
internos, por meio da recomendação de soluções para as não-conformidades apontadas nos relatórios.

12.1.2.2 – Os papéis de trabalho constituem documentos e registros dos fatos, informações e


provas, obtido no curso da auditoria, a fim de evidenciar os exames realizados e dar suporte à sua opinião,
críticas, sugestões e recomendações.

12.2.1.1 – O planejamento do trabalho da Auditoria Interna compreende os exames preliminares


das áreas, atividades, produtos e processos, para definir a amplitude e a época do trabalho a ser realizado,
de acordo com as diretrizes estabelecidas pela administração da entidade.
12.2.1.2 – O planejamento deve considerar os fatores relevantes na execução dos trabalhos,
especialmente os seguintes:
a) o conhecimento detalhado da política e dos instrumentos de gestão de riscos da entidade;
d) a existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas que estejam no âmbito dos
trabalhos da Auditoria Interna;
f) os riscos de auditoria, quer pelo volume ou pela complexidade das transações e operações;

12.2.1.4 – Os programas de trabalho (programa de auditoria) devem ser estruturados de forma a


servir como guia e meio de controle de execução do trabalho, devendo ser revisados e atualizados sempre
que as circunstâncias o exigirem.
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12.2.2.1 – A análise dos riscos da Auditoria Interna deve ser feita na fase de planejamento dos
trabalhos; estão relacionados à possibilidade de não se atingir, de forma satisfatória, o objetivo dos
trabalhos. Nesse sentido, devem ser considerados, principalmente, os seguintes aspectos:
a) a verificação e a comunicação de eventuais limitações ao alcance dos procedimentos da
Auditoria Interna, a serem aplicados, considerando o volume ou a complexidade das transações e das
operações;
b) a extensão da responsabilidade do auditor interno no uso dos trabalhos de especialistas.

12.2.3.4 – As informações que fundamentam os resultados da Auditoria Interna são denominadas


de “evidências”, que devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e úteis, de modo a fornecer base sólida
para as conclusões e recomendações à administração da entidade.

12.2.5.1 – A utilização de processamento eletrônico de dados pela entidade requer que exista, na
equipe da Auditoria Interna, profissional com conhecimento suficiente sobre a tecnologia da informação e
os sistemas de informação utilizados.

12.3.1 – O relatório é o documento pelo qual a Auditoria Interna apresenta o resultado dos seus
trabalhos, devendo ser redigido com objetividade e imparcialidade, de forma a expressar, claramente, suas
conclusões, recomendações e providências a serem tomadas pela administração da entidade.
12.3.2 – O relatório da Auditoria Interna deve abordar, no mínimo, os seguintes aspectos:
a) o objetivo e a extensão dos trabalhos;
b) a metodologia adotada;
c) os principais procedimentos de auditoria aplicados e sua extensão;
d) eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria;
e) a descrição dos fatos constatados e as evidências encontradas;
f) os riscos associados aos fatos constatados; e
g) as conclusões e as recomendações resultantes dos fatos constatados
12.3.3 – O relatório da Auditoria Interna deve ser apresentado a quem tenha solicitado o trabalho
ou a quem este autorizar, devendo ser preservada a confidencialidade do seu conteúdo.

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Controle Interno

Segundo a doutrina, o controle interno é baseado em nove princípios norteadores:


1. Custo x Benefício do Controle: o custo dos controles internos de uma entidade não deve ser
superior aos benefícios por eles gerados;
2. Atribuição de Responsabilidades: todos devem saber quais são suas responsabilidades – o que
podem e o que não podem fazer;
3.Definição Rotinas Internas: a empresa deve definir em seus manuais de organização todos os
seus processos, procedimentos e rotinas.
4.Limitação do Acesso aos Ativos: a empresa deve limitar o acesso de seus funcionários a seus
ativos e estabelecer controles físicos sobre eles.
5.Segregação de Funções: as operações da empresa precisam ser estruturadas de forma que
indivíduos não realizem funções incompatíveis, ou seja, estabelecer que uma mesma pessoa (ou setor) não
pode exercer atividades que gerem conflito de interesses.
6.Confronto dos Ativos como os Registros: a empresa deve estabelecer procedimentos de forma
que seus ativos, que estão sob a responsabilidade de algum funcionário, sejam periodicamente
confrontados com os registros da contabilidade.
7. Amarrações do Sistema: é necessário que o sistema esteja “amarrado”, ou seja, com
mecanismos robustos e capazes de confrontar os dados, inibindo fraudes e erros.
8.Auditoria Interna: é a atividade que permite que sejam verificadas se as normas internas estão
sendo seguidas e que avalia a necessidade de novas normas.; e
9. Limitações do Controle Interno: Custo x benefício, Conluio entre empregados e Eventos externos;

Segundo a NBC TA 265:


A6. Exemplos de assuntos que o auditor pode considerar ao determinar se a deficiência ou a
combinação de deficiências de controle interno constitui deficiência significativa incluem:
- a probabilidade das deficiências levarem a distorção relevante nas demonstrações contábeis no futuro;
- a susceptibilidade à perda ou à fraude do respectivo ativo ou passivo;
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- a subjetividade e a complexidade da determinação de valores estimados, como estimativas contábeis a
valor de mercado;
- os valores das demonstrações contábeis expostos às deficiências;
- o volume de atividade que ocorreu ou poderia ocorrer nos saldos contábeis ou na classe de transações
expostas à deficiência ou às deficiências;
- a importância dos controles para o processo de elaboração de demonstrações contábeis, por exemplo:
o controle de monitoramento geral (tais como supervisão da administração);
o controle sobre a prevenção e a detecção de fraude;
o controle sobre a seleção e a aplicação das principais práticas contábeis;
o controle sobre transações significativas com partes relacionadas;
o controle sobre transações significativas fora do curso normal dos negócios da entidade;
o controles sobre o processo de elaboração de demonstrações contábeis de final de período (tais
como controle sobre lançamentos não recorrentes ou não usuais);
- a causa e a frequência das exceções detectadas em decorrência das deficiências de controle;
- a interação da deficiência com outras deficiências do controle interno.

A7. Os indicadores de deficiência significativa do controle interno incluem, por exemplo:


- evidência de aspectos ineficazes do ambiente de controle;
- ausência de processo de avaliação de risco na entidade em que a existência desse processo seria
normalmente esperada;
- evidência de processo de avaliação de risco ineficaz, tais como falha da administração para identificar
risco de distorção relevante que o auditor esperaria que o processo de avaliação de risco tivesse
identificado;
- evidência de resposta ineficaz a riscos significativos identificados;
- distorção detectada pelos procedimentos do auditor que não foi prevenida ou detectada e corrigida, pelo
controle interno da entidade;
- reapresentação de demonstrações contábeis emitidas anteriormente para refletir a correção de distorção
relevante devido a erro ou a fraude;
- evidência da incapacidade da administração de supervisionar a elaboração das demonstrações contábeis.

A NBC T 16.8, especificamente item 4, classifica o controle interno nas seguintes categorias:

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(a) operacional – relacionado às ações que propiciam o alcance dos objetivos da entidade;
(b) contábil – relacionado à veracidade e à fidedignidade dos registros e das demonstrações contábeis;
(c) normativo – relacionado à observância da regulamentação pertinente.

O controle administrativo, como uma subdivisão do controle interno, compreende o plano de


organização, ou seja, são todos os métodos e os procedimentos referentes à eficiência operacional e à
obediência às diretrizes administrativas, que normalmente se relacionam apenas de forma indireta com os
registros contábeis. Assim, pode-se citar como exemplos de controle administrativo a verificação física e o
controle de contratos e convênios.

A NBC TA 315 prevê acerca desse tema:

A50. O entendimento do controle interno auxilia o auditor na identificação de tipos de distorções


potenciais e fatores que afetem os riscos de distorção relevante, bem como no planejamento da
natureza, da época e da extensão de procedimentos adicionais de auditoria.

A51. Aspectos sobre o controle interno são apresentados a seguir em quatro seções:
- natureza e características gerais do controle interno;
- controles relevantes para a auditoria;
- natureza e extensão do entendimento dos controles relevantes;
- componentes do controle interno.

A59. A divisão do controle interno nos cinco componentes a seguir, para fins das normas de
auditoria, fornece uma estrutura útil para que os auditores considerem como diferentes aspectos do
controle interno da entidade podem afetar a auditoria:
(a) o ambiente de controle;
(b) o processo de avaliação de risco da entidade;
(c) o sistema de informação, inclusive os processos relacionados de negócio relevantes para os relatórios
financeiros e a comunicação;
(d) as atividades de controle; e
(e) o monitoramento de controles

Crepaldi, 2016:
A avaliação do sistema contábil e de controles internos pelo auditor deve considerar os seguintes
aspectos:
 o ambiente de controle existente na entidade; e
 os procedimentos de controle adotados pela administração da entidade.

A avaliação do ambiente de controle existente deve considerar:


 a definição de funções de toda a administração;
 o processo decisório adotado na entidade;
 a estrutura organizacional da entidade e os métodos de delegação de autoridade e
responsabilidade;
 as políticas de pessoal e segregação de funções; e
 o sistema de controle da administração, incluindo as atribuições da auditoria interna, se existente.

A avaliação dos procedimentos de controle deve considerar:


 as normas para elaboração de demonstrações contábeis e quaisquer outros informes contábeis
e administrativos, para fins quer internos, quer externos;
 a elaboração, revisão e aprovação de conciliações de contas;

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 a sistemática revisão da exatidão aritmética dos registros;
 a adoção de sistemas de informação computadorizados e os controles adotados em sua
implantação, alteração, acesso a arquivos e geração de relatórios;
 os controles adotados sobre as contas que registram as principais transações da entidade;
 o sistema de aprovação e guarda de documentos;
 a comparação de dados internos com fontes externas de informação;
 os procedimentos de inspeções físicas periódicas em ativos da entidade;
 a limitação do acesso físico a ativos e registros; e
 a comparação dos dados realizados com os dados projetados

Segundo Interpretação Técnica NBC P1 – IT 02 (revogada):


DO CONTROLE INTERNO DO PESSOAL das Entidades de Auditoria Independente
9. As regras e procedimentos de controle interno devem mencionar ou contemplar:
a) o compromisso e conhecimento esperado quanto aos atributos citados;
b) os programas de treinamento relativos à supervisão e revisão de auditorias;
c) o sistema de informação, atualizado e disponibilizado para o pessoal, sobre clientes e outras
entidades às quais são aplicáveis as políticas de independência e sigilo;
d) o monitoramento quanto ao cumprimento, pelo pessoal, das políticas, normas e procedimentos
de independência, integridade, sigilo e comportamento ético e profissional;
e) e obrigatoriedade da declaração anual dos integrantes de todo o quadro técnico, confirmando
que conhecem e cumprem as políticas, regras e procedimentos de independência, integridade, sigilo e
comportamento ético e profissional.

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NBC T 11 – Normas de Auditoria Independente das DC’s (Revogada)
11.2.5 – ESTUDO E AVALIAÇÃO DO SISTEMA CONTÁBIL E DE CONTROLES INTERNOS

11.2.5.1 – O sistema contábil e de controles internos compreende o plano de organização e o


conjunto integrado de método e procedimentos adotados pela entidade na proteção do seu patrimônio,
promoção da confiabilidade e tempestividade dos seus registros e demonstrações contábeis, e da sua
eficácia operacional.

11.2.5.2 – O auditor deve efetuar o estudo e avaliação do sistema contábil e de controles internos
da entidade, como base para determinar a natureza, oportunidade e extensão da aplicação dos
procedimentos de auditoria, considerando:
a) o tamanho e complexidade das atividades da entidade;
b) os sistemas de informação contábil, para efeitos tanto internos quanto externos;
c) as áreas de risco de auditoria;
d) a natureza da documentação, em face dos sistemas de informatização adotados pela entidade;
e) o grau de descentralização de decisão adotado pela administração da entidade; e [Item III]
f) o grau de envolvimento da auditoria interna, se existente.

11.2.5.3 – O sistema contábil e de controles internos é de responsabilidade da administração da


entidade; porém o auditor deve efetuar sugestões objetivas para seu aprimoramento, decorrentes de
constatações feitas no decorrer do seu trabalho.

11.2.5.4 – A avaliação do sistema contábil e de controles internos pelo auditor deve considerar os
seguintes aspectos:
a) o ambiente de controle existente na entidade; e
b) os procedimentos de controle adotados pela administração da entidade.

11.3.9 – PARECER QUANDO DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE CONTROLADAS E/OU COLIGADAS


SÃO AUDITADAS POR OUTROS AUDITORES

11.3.9.1 – O auditor deve assegurar-se de que as demonstrações contábeis das controladas e/ou
coligadas, relevantes, utilizadas para fins de consolidação ou contabilização dos investimentos pelo valor
do patrimônio líquido na controladora e/ou investidora, estão de acordo com as disposições contidas no
item 11.1.1.1.

11.3.9.2 – Quando houver participação de outros auditores independentes no exame das


demonstrações contábeis das controladas e/ ou coligadas, relevantes, o auditor da controladora e/ou
investidora deve destacar esse fato no seu parecer.

11.3.9.3 – Nessas circunstâncias, o auditor da controladora e/ou investidora deve expressar sua
opinião sobre as demonstrações contábeis como um todo, baseando-se exclusivamente no parecer de
outro auditor com respeito às demonstrações contábeis de controladas e/ou coligadas. Esse fato deve ser
destacado no parecer, indicando os valores envolvidos.

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NBC TA 200 – Auditoria Independente
3. O objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por
parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as
demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com
uma estrutura de relatório financeiro aplicável. No caso da maioria das estruturas conceituais para fins
gerais, essa opinião expressa se as demonstrações contábeis estão apresentadas adequadamente, em
todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro.

Objetivo da Auditoria:
Aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é
alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis foram
elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro
aplicável.

Objetivos do Auditor:
(a) obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de
distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro, possibilitando assim que o
auditor expresse sua opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os
aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável; e
(b) apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e comunicar-se como exigido pelas NBC
TAs, em conformidade com as constatações do auditor.

Definições
13. Para fins das NBCs TA, os seguintes termos possuem os significados atribuídos a seguir:
(a) Estrutura de relatório financeiro aplicável é a estrutura de relatório financeiro adotada pela
administração e, quando apropriado, pelos responsáveis pela governança na elaboração das
demonstrações contábeis, que é aceitável em vista da natureza da entidade e do objetivo das
demonstrações contábeis ou que seja exigida por lei ou regulamento.

A expressão “estrutura de apresentação adequada” é utilizada para se referir a uma estrutura de


relatório financeiro que exige conformidade (COMPLIANCE) com as exigências dessa estrutura e:
(i) reconhece explícita ou implicitamente que, para conseguir a apresentação adequada das
demonstrações contábeis, pode ser necessário que a administração forneça divulgações além das
especificamente exigidas pela estrutura; ou
(ii) reconhece explicitamente que pode ser necessário que a administração se desvie de uma
exigência da estrutura para conseguir a apresentação adequada das demonstrações contábeis. Espera-se
que tais desvios sejam necessários apenas em circunstâncias extremamente raras.

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A expressão “estrutura de conformidade” (compliance) é utilizada para se referir a uma estrutura
de relatório financeiro que exija a conformidade com as exigências dessa estrutura, mas não reconhece
os aspectos contidos em (i) e (ii) acima.

A21. A manutenção do ceticismo profissional ao longo de toda a auditoria é necessária, por


exemplo, para que o auditor reduza os riscos de:
 ignorar circunstâncias não usuais;
 generalização excessiva ao tirar conclusões das observações de auditoria;
 uso inadequado de premissas ao determinar a natureza, a época e a extensão dos
procedimentos de auditoria e ao avaliar os resultados destes.

A25. O julgamento profissional é essencial para a condução apropriada da auditoria. Isso porque a
interpretação das exigências éticas e profissionais relevantes, das normas de auditoria e as decisões
informadas requeridas ao longo de toda a auditoria não podem ser feitas sem a aplicação do
conhecimento e experiência relevantes para os fatos e circunstâncias. O julgamento profissional
é necessário, em particular, nas decisões sobre:
 materialidade e risco de auditoria;
 a natureza, a época e a extensão dos procedimentos de auditoria aplicados para o cumprimento
das exigências das normas de auditoria e a coleta de evidências de auditoria;
 avaliar se foi obtida evidência de auditoria suficiente e apropriada (para reduzir o risco de
auditoria a um nível aceitável) e se algo mais precisa ser feito para que sejam cumpridos os
objetivos das NBCs TA e, com isso, os objetivos gerais do auditor;
 avaliação das opiniões da administração na aplicação da estrutura de relatório financeiro aplicável
da entidade;
 extração de conclusões baseadas nas evidências de auditoria obtidas, por exemplo, pela avaliação
da razoabilidade das estimativas feitas pela administração na elaboração das demonstrações
contábeis.
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Diferença entre Asseguração Razoável e Limitada:
a) Asseguração Razoável
- A conclusão é expressa de forma positiva;
- Com nível elevado de segurança;
- E risco menor do que na asseguração limitada.
É conseguida quando o auditor obtém evidência apropriada e suficiente para reduzir a um nível
aceitavelmente baixo o risco de auditoria.
b) Asseguração Limitada:
- A conclusão é expressa de forma negativa;
- E o risco é maior do que no trabalho de asseguração razoável.

Independência em Auditoria: (NBC PA 290 – R2)


a) ameaça de interesse próprio: é a ameaça de que interesse financeiro ou outro interesse
influenciará de forma não apropriada o julgamento do auditor.
b) ameaça de autorrevisão: é a ameaça de que o auditor não avaliará apropriadamente os
resultados de julgamento dado ou serviço prestado anteriormente por ele, ou por outra pessoa da firma
dele, nos quais o auditor confiará para formar um julgamento.
c) ameaça de defesa de interesse do cliente: é a ameaça de que o auditor defenderá a posição de
seu cliente a ponto em que a sua objetividade fique comprometida.
d) ameaça de familiaridade: é a ameaça de que, devido ao relacionamento longo ou próximo com
o cliente, o auditor tornar-se-á solidário aos interesses dele.
e) ameaça de intimidação: é a ameaça de que o auditor será dissuadido de agir objetivamente em
decorrência de pressões reais ou aparentes.

Cabe ressaltar que o interesse financeiro em cliente de auditoria pode criar ameaça de interesse
próprio. A existência e importância de qualquer ameaça criada depende:
(a) da função da pessoa que detém o interesse financeiro;
(b) se o interesse financeiro é direto ou indireto; e
(c) da materialidade do interesse financeiro.

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13 (b) Evidências de auditoria são as informações utilizadas pelo auditor para fundamentar suas
conclusões em que se baseia a sua opinião. As evidências de auditoria incluem informações contidas nos
registros contábeis subjacentes às demonstrações contábeis e outras informações. Para fins das NBCs TA:
(i) a suficiência das evidências de auditoria é a medida da quantidade da evidência de auditoria. A
quantidade necessária da evidência de auditoria é afetada pela avaliação do auditor dos riscos de
distorção relevante e também pela qualidade de tal evidência;
(ii) a adequação da evidência de auditoria é a medida da qualidade da evidência de auditoria; isto
é, sua relevância e confiabilidade no fornecimento de suporte às conclusões em que se baseia a opinião
do auditor.

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NBC TA 230 – Documentação de Auditoria
A2. A forma, o conteúdo e a extensão da documentação de auditoria dependem de fatores como:
(a) tamanho e complexidade da entidade;
(b) natureza dos procedimentos de auditoria a serem executados;
(c) riscos identificados de distorção relevante;
(d) importância da evidência de auditoria obtida;
(e) natureza e extensão das exceções identificadas;
(f) necessidade de documentar a conclusão ou a base da conclusão não prontamente determinável a partir
da documentação do trabalho executado ou da evidência de auditoria obtida;
(g) metodologia e as ferramentas de auditoria usadas.

Forma, conteúdo e extensão da documentação de auditoria


8. O auditor deve preparar documentação de auditoria que seja suficiente para permitir que um
auditor experiente, sem nenhum envolvimento anterior com a auditoria, entenda (ver itens A2 a A5 e A16
e A17):
(a) a natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria executados para cumprir com as
normas de auditoria e exigências legais e regulamentares aplicáveis (ver itens A6 e A7);
(b) os resultados dos procedimentos de auditoria executados e a evidência de auditoria obtida; e
(c) assuntos significativos identificados durante a auditoria, as conclusões obtidas a respeito deles e
os julgamentos profissionais significativos exercidos para chegar a essas conclusões (ver itens A8 a A11).

São finalidades da documentação de auditoria:


- Fornecer evidência da base do auditor para uma conclusão quanto ao cumprimento do objetivo global.
- Fornecer evidência de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas.
- Assistir a equipe de trabalho no planejamento e execução da auditoria.
- Assistir aos membros da equipe responsáveis pela direção, supervisão e revisão, com vistas ao controle
de qualidade da Auditoria.
- Permitir responsabilização da equipe de trabalho.
- Manter registro de assuntos recorrentes para auditorias futuras.
- Permitir a condução de inspeções externas.

Itens que devem ser documentados:


10. O auditor deve documentar discussões de assuntos significativos com a administração, os
responsáveis pela governança e outros, incluindo a natureza dos assuntos significativos discutidos e
quando e com quem as discussões ocorreram (ver item A14).
11. Se o auditor identificou informações referentes a um assunto significativo que são
inconsistentes com a sua conclusão final, ele deve documentar como tratou essa inconsistência (ver item
A15).
12. Se, em circunstâncias excepcionais, o auditor julgar necessário não atender um requisito
relevante de uma norma, ele deve documentar como os procedimentos alternativos de auditoria
executados cumprem a finalidade desse requisito, e as razões para o não atendimento (ver itens A18 e
A19).
13. Se, em circunstâncias excepcionais, o auditor executar procedimentos novos ou adicionais ou
chegar a outras conclusões após a data do relatório, o auditor deve documentar (ver item A20):
(a) as circunstâncias identificadas;
(b) os procedimentos novos ou adicionais executados, a evidência de auditoria obtida e as novas
conclusões alcançadas, e seu efeito sobre o relatório do auditor; e

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(c) quando e por quem as modificações resultantes da documentação de auditoria foram
executadas e revisadas.
16. Em outras circunstâncias, que não as contempladas no item 13, nas quais o auditor julgar
necessário modificar a documentação de auditoria existente ou acrescentar nova documentação de
auditoria após a montagem do arquivo final de auditoria, o auditor, independentemente da natureza das
modificações ou acréscimos, deve documentar (ver item A24):
(a) as razões específicas para fazê-los; e
(b) quando e por quem foram executados e revisados.

O auditor não precisa incluir na documentação de auditoria:


- versões superadas de papéis de trabalho e demonstrações contábeis;
- notas que reflitam entendimento incompleto ou preliminar;
- cópias anteriores de documentos corrigidos em decorrência de erros tipográficos (omissão ou repetição
de palavra); ou
- documentos em duplicata.

PROVA CESPE
Os papéis de trabalho da auditoria constituem a ferramenta de trabalho do auditor em que ele dá
evidência e transparência na execução da auditoria. Assim, elaborados em meio físico ou eletrônico, os
papéis de trabalho integram um processo organizado de coleta e armazenamento de informações, desde o
planejamento da auditoria até o registro dos resultados e das conclusões obtidas. Também faz parte do rol
de papéis de trabalho da auditoria a avaliação de riscos.
De forma sintética, são sete as principais características dos papéis de trabalho da auditoria: (i)
confidencialidade; (ii) clareza; (iii) precisão; (iv) adequação e completude do conteúdo; (v) revisão; (vi)
organização; e (vii) arquivamento.
Em relação à confidencialidade, é mister que os papéis de trabalho não são propriedade do auditor,
mas, sim, da organização. Dessa forma, o auditor é guardião responsável pelas informações e só pode
torná-las públicas ou divulgá-las com a autorização da administração. Do ponto de vista metodológico, as
informações registradas nos papéis de trabalho precisam estar dispostas em ordem lógica, para que não
haja dúvida ou duplicidade de interpretação, mas, sim, plena facilidade de entendimento do leitor.
Ademais, o documento deve ser claro o suficiente para que outro auditor, mesmo que sem participação no
trabalho, tenha completo entendimento dos achados encontrados.
Como a auditoria é baseada em evidências, o auditor deve ser preciso em seus registros, para evitar
contestação do que é afirmado. Nesse sentido, a adequação e completude dos papéis de trabalho
constituem boas práticas, de modo que os papéis de trabalho só devem registrar o que for coerente e
pertinente aos trabalhos da auditoria. Com efeito, os papéis de trabalho devem ser completos em relação
às informações e aos fatos e guardar relação direta com o escopo do trabalho e com a fonte das
informações obtidas. Devem, portanto, conter toda e qualquer informação que dê respaldo e suporte às
conclusões e aos comentários do auditor expressos em seu relatório. Além disso, os papéis de trabalho
registram a extensão e profundidade dos temas tratados, registram as técnicas adotadas e destacam a
legislação e as normas consultadas como suporte aos trabalhos realizados. Nesse sentido, antes de
concluir o seu trabalho, o auditor deve conferir se todos os pontos do relatório possuem adequado suporte
nos papéis de trabalho e se a omissão de alguma informação poderá trazer consequências a curto ou longo
prazo.
Por sua vez, a revisão é princípio fundamental de auditoria e sua evidência deve constar dos papéis
de trabalho. O auditor deve manter as observações do revisor e as alterações posteriores efetuadas para
possibilitar a rastreabilidade e o desenvolvimento do processo conclusivo. Outra característica importante
dos papéis de trabalho diz respeito à organização e à correta e coerente disposição das informações. Esse
procedimento é importante para permitir que consultas sejam efetuadas e assegurem a qualidade dos
trabalhos realizados.
21
Por fim, como os papéis de trabalho da auditoria são documentos da organização, eles devem ser
arquivados e mantidos à sua disposição, para futuras consultas. Para tanto, são dois os tipos de arquivos:
permanente e corrente. O permanente contém assuntos de interesse para consulta, e o corrente contém o
programa da auditoria, o registro dos exames feitos e as conclusões dos trabalhos.

Crepaldi:

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NBC TA 240 (R1) – Responsabilidade do Auditor em Relação a Fraude
A43. Ao identificar e selecionar lançamentos contábeis e outros ajustes para testar e determinar o
método apropriado de examinar o suporte subjacente para os itens selecionados, os seguintes assuntos são
relevantes:
[...]
Características dos lançamentos contábeis fraudulentos ou outros ajustes – lançamentos
contábeis inadequados ou outros ajustes, muitas vezes têm uma única característica de identificação.
Tais características podem incluir lançamentos
(a) feitos em contas não relacionadas, não usuais ou raramente usadas,
(b) feitos por indivíduos que geralmente não fazem lançamentos contábeis,
(c) registrados no fim do período ou como lançamento pós-fechamento, com pouca ou nenhuma
explicação ou descrição,
(d) feitos antes ou durante o processo de elaboração das demonstrações contábeis que não têm
números de conta, ou
(e) que contêm números redondos ou números com finais constantes.

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A NBC TA 240, sugere alguns procedimentos, quando há riscos de fraudes, na análise dos estoques:
-Examinar os registros de estoque da entidade para identificar locais que exijam atenção específica
durante ou após a contagem física do estoque.
-Observar contagens físicas de estoque em certas localidades sem anúncio prévio ou conduzir
contagens físicas de estoque em todos os locais na mesma data.
-Conduzir contagens de estoque no fim ou perto do fim do período de reporte para minimizar o
risco de manipulação inadequada durante o período entre a contagem e o fim do período sob exame.
-Executar procedimentos adicionais durante a observação da contagem física de estoques. Por
exemplo, examinar mais rigorosamente o conteúdo de itens encaixotados, a maneira como os itens são
empilhados (por exemplo, quadrados vazios) ou etiquetados e a qualidade (isto é, pureza, grau ou
concentração) de substâncias líquidas como perfumes ou substâncias químicas especiais. Usar o trabalho
de especialista pode ser útil neste aspecto.
-Comparar as quantidades para o período corrente com períodos anteriores por classe ou categoria
de estoque, local ou outros critérios, ou comparação de quantidades contadas com registros de estoques.
-Usar técnicas de auditoria assistidas por computador para testar adicionalmente a compilação das
contagens físicas dos estoques, por exemplo, organização por número de etiqueta para testar o controle
de etiquetas ou por número de série de item, para testar a possibilidade de omissão ou duplicação de
itens.

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NBC TA 300 – Planejamento de Auditoria
Atividades preliminares do trabalho de auditoria
6. O auditor deve realizar as seguintes atividades no início do trabalho de auditoria corrente:
(a) realizar os procedimentos exigidos pela NBC TA 220 – Controle de Qualidade da Auditoria de
Demonstrações Contábeis, itens 12 e 13;
(b) avaliação da conformidade com os requisitos éticos, inclusive independência, conforme exigido
pela NBC TA 220, itens 9 a 11; e
(c) estabelecimento do entendimento dos termos do trabalho, conforme exigido pela NBC TA 210 –
Concordância com os Termos do Trabalho de Auditoria, itens 9 a 13 (ver itens A5 a A7).

A3. O auditor pode optar por discutir esses elementos do planejamento com a administração da
entidade, de forma a facilitar a condução e o gerenciamento do trabalho de auditoria (por exemplo,
coordenar alguns dos procedimentos de auditoria planejados com o trabalho do pessoal da entidade).
Apesar de normalmente essas discussões ocorrerem, a estratégia global de auditoria e o plano de auditoria
continuam sendo de responsabilidade do auditor. Na discussão de temas incluídos na estratégia global de
auditoria ou no plano de auditoria deve-se atentar para não comprometer a eficácia dessa auditoria. Por
exemplo, a discussão com a administração da natureza e da época de procedimentos de auditoria
detalhados pode comprometer a eficácia da auditoria ao tornar tais procedimentos demasiadamente
previsíveis.

Considerações específicas para entidades de pequeno porte


A11. Em auditoria de entidade de pequeno porte, toda a auditoria pode ser conduzida por equipe
pequena de auditoria. Muitas auditorias de entidades de pequeno porte envolvem o sócio do trabalho
trabalhando com um membro da equipe de trabalho ou sozinho. Com uma equipe menor, a coordenação e
a comunicação entre membros da equipe ficam facilitadas. A definição da estratégia global para a
auditoria de entidade de pequeno porte não precisa ser complexa ou um exercício demorado, variando de
acordo com o tamanho da entidade, a complexidade da auditoria e o tamanho da equipe de trabalho. Por
exemplo, um memorando breve, elaborado na conclusão da auditoria anterior, baseado na revisão dos
papéis de trabalho e destacando assuntos identificados na auditoria que acabou de ser concluída,
atualizado no período corrente, com base em discussões com o proprietário ou administrador da
entidade, podem servir como documentação da estratégia de auditoria para o trabalho de auditoria
corrente, caso cubra os temas mencionados no item 8.

A NBC TA 500 elenca ainda uma série de procedimentos específicos (ou técnicas), que podem ser
utilizados tanto como procedimentos de avaliação de riscos, quanto como teste de controle
ou procedimento substantivo , dependendo do contexto em que sejam aplicados pelo auditor.

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NBC TA 315 (R1) - Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorção Relevante
por meio do Entendimento da Entidade e do seu Ambiente
4. Para fins das normas de auditoria, os termos têm os seguintes significados:
(a) Afirmações são declarações da administração, explícitas ou não, que estão incorporadas às
demonstrações contábeis, utilizadas pelo auditor para considerar os diferentes tipos de distorções
potenciais que possam ocorrer.

A129. As afirmações usadas pelo auditor para considerar os diferentes tipos de distorções
potenciais que possam ocorrer podem se enquadrar nas seguintes categorias:

(a) afirmações sobre classes de transações e eventos e divulgações relacionadas, para o período sob
auditoria:
(i) ocorrência – transações e eventos que foram registrados ou divulgados ocorreram e tais
transações e eventos são da entidade;
(ii) integralidade – todas as transações e eventos que deviam ser registrados foram
registrados; e todas as divulgações relacionadas que deveriam ter sido incluídas nas demonstrações
contábeis foram incluídas;
(iii) exatidão – valores e outros dados relacionados a transações e eventos registrados foram
registrados adequadamente, e respectivas divulgações foram apropriadamente mensuradas e descritas;
(iv) corte – as transações e eventos foram registrados no período contábil correto;
(v) classificação – as transações e eventos foram registrados nas contas corretas;
(vi) apresentação – transações e eventos estão apropriadamente agregados ou
desagregados e claramente descritos, e as respectivas divulgações são relevantes e compreensíveis no
contexto dos requisitos da estrutura de relatório financeiro aplicável;

b) afirmações sobre saldos de contas e divulgações relacionadas no fim do período:


(i) existência – ativos, passivos e elementos do patrimônio líquido existem;
(ii) direitos e obrigações – a entidade detém ou controla os direitos sobre ativos e os
passivos são obrigações da entidade;
(iii) integralidade – todos os ativos, passivos e patrimônio líquido que deviam ser registrados
foram registrados, e todas as divulgações relacionadas que deveriam ter sido incluídas nas demonstrações
contábeis foram incluídas;
(iv) exatidão, valorização e alocação – ativos, passivos e patrimônio líquido estão incluídos
nas demonstrações contábeis nos valores apropriados e quaisquer ajustes resultantes de valorização ou
alocação estão adequadamente registrados, e as respectivas divulgações estão apropriadamente
mensuradas e descritas;
(v)classificação – ativos, passivos e patrimônio líquido foram registrados nas contas
adequadas;
(vi) apresentação – ativos, passivos e patrimônio líquido estão adequadamente agregados
ou desagregados e claramente descritos, e respectivas divulgações são relevantes e compreensíveis no
contexto dos requisitos da estrutura de relatório financeiro aplicável.

c) afirmações sobre apresentação e divulgação.

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NBC TA 320 (R1) – Materialidade no Planejamento e na Execução da Auditoria

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NBC TA 500 – Evidências de Auditoria
Fonte de informações externa (ver item 5(d))
A1. As fontes de informações externas podem incluir serviços de precificação, organizações
governamentais, bancos centrais ou bolsas de valores reconhecidas. Exemplos de informações que podem
ser obtidas de fontes de informações externas incluem:
- preços e dados relacionados com precificação;
- dados macroeconômicos, como taxas de desemprego históricas e projetadas e taxas de
crescimento econômico, ou dados de censos;
- dados históricos de crédito;
- dados específicos de um setor, como, por exemplo, índice de custos de recuperação para
determinadas indústrias extrativistas, ou informações de audiência ou classificações utilizadas para
determinar receita de publicidade no setor de entretenimento; e
- tábuas de mortalidade utilizadas para determinar os passivos nos setores de seguro de vida e de
pensão.

A31. A relevância trata da ligação lógica ou influência sobre a finalidade do procedimento de


auditoria e, quando apropriado, a afirmação em consideração. A relevância das informações a serem
utilizadas como evidência de auditoria pode ser afetada pela direção do teste.
Por exemplo, se a finalidade de um procedimento de auditoria é testar para verificar se há
superavaliação na existência ou valorização das contas a pagar, testar as contas a pagar registradas pode
ser um procedimento de auditoria relevante. Por outro lado, para testar se há subavaliação na existência
ou valorização das contas a pagar, testar as contas a pagar registradas não seria relevante, mas testar
informações como desembolsos subsequentes, faturas não pagas, faturas de fornecedores e exceções
apontadas nos relatórios de recebimento de mercadorias podem ser relevantes.

Inconsistência ou dúvidas quanto à confiabilidade da evidência de auditoria


A57. A obtenção de evidência de auditoria de fontes diferentes ou de natureza diferente pode
indicar que um item individual da evidência de auditoria não é confiável, como quando a evidência de
auditoria obtida em uma fonte é incompatível com a evidência obtida em outra. Pode ser esse o caso, por
exemplo, quando respostas a indagações junto à administração, auditoria interna e outros são
inconsistentes ou quando respostas a indagações feitas aos responsáveis pela governança para corroborar
as respostas às indagações feitas à administração forem inconsistentes com a resposta da administração.

De acordo com Crepaldi (2016), temos os tipos de evidências mencionados a seguir:


- analíticas: comparações com expectativas desenvolvidas com base em experiência anterior,
orçamento, dados e conhecimento do auditado;
- documentárias: diversos tipos de documentos em poder do auditado que podem ser
inspecionados durante a auditoria;
- eletrônicas: informações produzidas e mantidas em meio eletrônico;
- confirmação: tipo especial de evidência documentária que envolve, por escrito, respostas diretas
a solicitações específicas;
- matemática: recálculo, do auditor, de valores utilizados na preparação das demonstrações
contábeis;
- física: evidência obtida em exame físico ou inspeções de ativos tangíveis;
- representação por escrito: declarações que abordam afirmações da administração, assinadas por
pessoas responsáveis e competentes.
- verbal: o auditor, muitas vezes, recebe evidência verbal em resposta às perguntas dirigidas a
executivos e funcionários.
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Entrevista é um método de coleta de informações que consiste em uma conversação, individual ou
em grupo, com pessoas selecionadas cuidadosamente, e cujo grau de pertinência, validade e confiabilidade
é analisado na perspectiva dos objetivos da coleta de informações (KETELE, 1999). Em resumo, uma
entrevista é uma sessão de perguntas e respostas para obter uma informação específica (ISSAI/ Apêndice
1, 2004).
TIPOS DE ENTREVISTA:
- não-estruturada: o entrevistador segue o ritmo livre do entrevistado, fazendo perguntas ocasionais para
ajustar o foco ou esclarecer aspectos não compreendidos, com base no guia elaborado pela equipe com os
principais pontos de interesse. Sua utilização é apropriada na fase inicial dos trabalhos, quando a equipe
necessita aprofundar o conhecimento do tema;
- semi-estruturada: o entrevistador segue o roteiro elaborado com perguntas fechadas e poucas
perguntas abertas. Esse tipo de entrevista procura incorporar as vantagens da estrevista estruturada,
deixando espaço para o entrevistado complementar informações ou manifestar livremente sua opinião
sobre o tema abordado. As perguntas aparentemente abertas são a que melhor se adéquam a este tipo de
entrevista.
- estruturada: o entrevistador segue roteiro fixo e padronizado de perguntas, também
denominado questionário, cuja ordem e redação permanece invariável para todos os entrevistados.
Geralmente empregada quando se quer obter informação de um grande número de entrevistados,
podendo ser realizada por telefone. A utilização de perguntas fechadas, isto é, com respostas-padrão pré-
elaboradas, facilita o tratamento estatístico das informações coletadas.

Análise de Contas: A técnica consiste no exame das transações que geraram lançamentos em
determinada conta contábil. O auditor, após escolher os lançamentos contábeis, passa a identificar e
investigar a existência, legalidade e pertinência dos fatos correspondentes. Dessa forma, utiliza-se a
contabilidade para detecção de achados.
Conciliação: Consiste no cotejo do registro da movimentação de contas bancárias ou contábeis
entre si, ou com elementos, fatos ou ocorrências que devam guardar correspondência com a
movimentação.
Segundo os Padrões de Auditoria de Conformidade vigentes no TCU, essa técnica objetiva verificar a
compatibilidade entre o saldo das contas sintéticas com aqueles das contas analíticas, ou ainda o confronto
dos registros mantidos pela entidade com elementos recebidos de fontes externas (BRASIL, 2010c).
Observa-se aí que a conciliação pode complementar a circularização.

Revisão Analítica: Consiste na utilização de inferências lógicas ou na estruturação de raciocínio que


permita chegar à determinada conclusão sobre o objeto auditado. Objetiva, ainda, verificar o
comportamento de valores significativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros
meios, com vistas à identificação de situações ou tendências atípicas (BRASIL, 2010c).
Cabe ressaltar que a Revisão Analítica é atualmente designada de Procedimentos Analíticos.
Segundo a NBC TA 520: “procedimento analítico significa avaliações de informações contábeis por meio de
análise das relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros. Procedimentos analíticos
compreendem, também, o exame necessário de flutuações ou relações identificadas que são
inconsistentes com outras informações relevantes ou que diferem significativamente dos valores
esperados.”, ou seja, eles são utilizados quando há atipicidades ou anormalidades. Isso é realizado por
meio da “verificação do comportamento de valores significativos, mediante índices, quocientes,
quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situação ou tendências atípicas”.

A circularização é uma técnica utilizada na obtenção de declaração formal e independente, de


fatos ligados às operações do órgão ou entidade auditada, obtida de pessoas não ligadas a este, seja

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por interesses comerciais ou afetivos. (...) Os pedidos de confirmação de dados ou circularização usados
pela auditoria podem ser positivos ou negativos.
(a) Positivo: utilizado quando há necessidade de resposta de quem se quer obter uma
confirmação formal. O pedido positivo possui duas variações:
- Branco: quando não se colocam valores nos pedidos de confirmação;
- Preto: quando utilizados saldos ou valores a serem confirmados na data-base indicada.
(b) Negativo: utilizado quando a resposta só for necessária em caso de discordância da pessoa de
quem se quer obter a confirmação, ou seja, na falta de confirmação, o auditor entende que a pessoa
concorda com os valores colocados no pedido de confirmação. Este tipo de pedido é geralmente usado
como complemento do pedido de confirmação positivo e deve ser expedido de forma a assegurar que a
pessoa de quem se quer obter a confirmação, efetivamente, recebeu tal pedido.

Consoante NBC TA 330 (R1):


A50. Procedimentos de confirmação externa são frequentemente relevantes quando cobrem as
afirmações relacionadas com os saldos das contas e seus elementos, mas não podem ser restritos a estes
itens. Por exemplo, o auditor pode solicitar confirmação externa de condições de acordos, contratos ou de
transações entre a entidade e outras partes. Procedimentos de confirmação externa também podem ser
executados para obter evidência sobre a ausência de certas condições. Por exemplo, uma solicitação pode
especificamente procurar confirmação de que um acordo paralelo (side agreeement) existe e pode ser
relevante para a afirmação de corte de receita da entidade. Outras situações em que os procedimentos de
confirmação externa podem fornecer evidência de auditoria relevante em resposta aos riscos identificados
de distorção relevante, incluem:
• saldos bancários e outras informações relevantes sobre relacionamentos bancários;
• saldos e prazos de contas a receber;
• estoques mantidos por terceiros em armazéns alfandegários para processamento ou em
consignação;
• títulos de propriedade mantidos por advogados ou financiadores para custódia ou garantia;
• investimentos mantidos em poder de terceiros ou adquiridos de corretores de bolsa, mas não
entregues na data do balanço;
• valores devidos a credores, incluindo condições relevantes de liquidação e cláusulas restritivas;
• saldos e prazos de contas a pagar

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NBC TA 520 – Procedimentos Analíticos
A4. Os procedimentos substantivos do auditor no nível de afirmações podem ser testes de detalhes,
procedimentos analíticos substantivos ou uma combinação dos dois. A decisão sobre quais procedimentos
de auditoria aplicar, incluindo a decisão sobre a utilização de procedimentos analíticos
substantivos, baseia-se no julgamento do auditor sobre a eficácia e a eficiência esperadas dos
procedimentos de auditoria disponíveis para reduzir o risco de auditoria no nível de afirmações a um nível
aceitavelmente baixo.

A6. Os procedimentos analíticos substantivos são geralmente mais aplicáveis a grandes volumes de
transações que tendem a ser previsíveis ao longo do tempo.

A10. Procedimentos analíticos substantivos específicos também podem ser


considerados adequados quando são realizados testes de detalhes para a mesma afirmação. Por exemplo,
ao obter evidência de auditoria referente à afirmação de avaliação para saldos de contas a receber, o
auditor pode aplicar procedimentos analíticos nas contas a receber classificadas por idade, além de
executar testes de detalhes nos recebimentos subsequentes para determinar a possibilidade de cobrança
das contas a receber.

4. Para fins das normas de auditoria, o termo procedimento analítico significa avaliações de
informações contábeis por meio de análise das relações plausíveis entre dados financeiros e não
financeiros. Procedimentos analíticos compreendem, também, o exame necessário de flutuações ou
relações identificadas que são inconsistentes com outras informações relevantes ou que diferem
significativamente dos valores esperados.

7. Se os procedimentos analíticos executados de acordo com esta Norma identificam flutuações ou


relações que são inconsistentes com outras informações relevantes ou que diferem dos valores esperados
de maneira significativa, o auditor deve examinar essas diferenças por meio de:
(a) indagação à administração e obtenção de evidência de auditoria apropriada e relevante para
as respostas da administração; e
(b) aplicação de outros procedimentos de auditoria conforme necessário nas circunstâncias.

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NBC TA 530 – Amostragem em Auditoria
11.11.2.5. Tamanho da Amostra

11.11.2.5.1. Ao determinar o tamanho da amostra, o auditor deve considerar o risco de amostragem, bem
como os erros toleráveis e os esperados.

11.11.2.5.2. Adicionalmente, fatores como a avaliação de risco de controle, a redução no risco de detecção
devido a outros testes executados relacionados com as mesmas asserções, número de itens da população
e valor envolvido, afetam o tamanho da amostra e devem ser levados em consideração pelo auditor.

11.11.2.6. Risco de Amostragem

11.11.2.6.1. O risco de amostragem surge da possibilidade de que a conclusão do auditor, com base em
uma amostra, possa ser diferente da conclusão que seria alcançada se toda a população estivesse sujeita
ao mesmo procedimento de auditoria.

11.11.2.6.2. O auditor está sujeito ao risco de amostragem nos testes de observância e testes substantivos,
sendo:

1) Testes de Observância:
a) Risco de subavaliação da confiabilidade: é o risco de que, embora o resultado da aplicação de
procedimentos de auditoria sobre a amostra não seja satisfatório, o restante da população possua menor
nível de erro do que aquele detectado na amostra.
b) Risco de superavaliação da confiabilidade: é o risco de que, embora o resultado da aplicação de
procedimentos de auditoria sobre a amostra seja satisfatório, o restante da população possua maior nível
de erro do que aquele detectado na amostra.

2) Testes Substantivos:
a) Risco de rejeição incorreta: é o risco de que, embora o resultado da aplicação de procedimentos
de auditoria sobre a amostra leve à conclusão de que o saldo de uma conta ou classe de transações
registradas está, relevantemente, distorcido, mas, efetivamente, não está;
b) Risco de aceitação incorreta: é o risco de que, embora o resultado da aplicação de
procedimentos de auditoria sobre a amostra leve à conclusão de que o saldo de uma conta ou classe de
transações registradas não está, relevantemente, distorcido, mas, efetivamente, está.

11.11.2.6.3. O risco de subavaliação da confiabilidade e o risco de rejeição incorreta afetam a eficiência da


auditoria, visto que, normalmente, conduziriam o auditor a realizar trabalhos adicionais, o que
estabeleceria que as conclusões iniciais eram incorretas. O risco de superavaliação da confiabilidade e o
risco de aceitação incorreta afetam a eficácia da auditoria e têm mais probabilidade de conduzir a uma
conclusão errônea sobre determinados controles, saldos de contas ou classe de transações do que o risco
de subavaliação da confiabilidade ou o risco de rejeição incorreta.

11.11.2.6.4. O tamanho da amostra é afetado pelo nível do risco de amostragem que o auditor está
disposto a aceitar dos resultados da amostra. Quanto mais baixo o risco que o auditor estiver disposto a
aceitar, maior deve ser o tamanho da amostra.

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Amostragem em auditoria é a aplicação de procedimentos de auditoria em menos de 100% dos
itens de população relevante para fins de auditoria, de maneira que todas as unidades de amostragem
tenham a mesma chance de serem selecionadas para proporcionar uma base razoável que possibilite o
auditor concluir sobre toda a população.
O tamanho da amostra a ser determinada pelo auditor deve considerar o risco de amostragem,
bem como os erros toleráveis e os esperados.
Risco de amostragem é o risco de que a conclusão do auditor, com base em amostra, pudesse ser
diferente se toda a população fosse sujeita ao mesmo procedimento de auditoria.
O risco de amostragem pode levar a dois tipos de conclusões errôneas: no caso de testes de
controle, em que os controles são considerados mais eficazes do que realmente são, ou no caso de testes
de detalhes, em que não seja identificada distorção relevante quando ela existe; no caso de testes de
controle, em que os controles são considerados menos eficazes do que realmente são; ou no caso de
testes de detalhes em que seja identificada distorção relevante quando ela não existe.
A não localização dos bens selecionados pela amostragem deveria ser tratados como desvios pelo
controle interno seguindo a premissa básica do ceticismo profissional. O auditor então deveria proceder
com confirmação externa para confirmar a localização de tais bens do ativo imobilizado do órgão X e
verificar se houve alguma ilegalidade.

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Fatores que Influenciam o Tamanho da Amostra
Para TESTES DE CONTROLE:

extensão da avaliação de risco = tamanho da amostra

taxa tolerável de desvio = tamanho da amostra

taxa esperada de desvio = tamanho da amostra

nível de segurança desejado = tamanho da amostra

quantidade de unidades de amostragem (tamanho da população) = efeito negligenciável


Para TESTES DE DETALHES:

avaliação do risco de distorção = tamanho da amostra

uso de procedimentos substantivos = tamanho da amostra

nível de segurança desejado = tamanho da amostra

distorção tolerável = tamanho da amostra

valor de distorção que auditor espera = tamanho da amostra

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quantidade de unidades de amostragem (tamanho da população) = efeito negligenciável

Estratificação da população = tamanho da amostra

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NBC TA 540 (R2) – Auditoria de Estimativas Contábeis e Divulgações
Relacionadas
Em relação às estimativas contábeis, o objetivo do auditor é obter evidência de auditoria
apropriada e suficiente sobre:

 se as estimativas contábeis registradas ou divulgadas nas DC’s são razoáveis; e


 se as respectivas divulgações são adequadas, no contexto da estrutura de relatório financeiro
aplicável - RFA.

A responsabilidade pela estimativa contábil é da Administração.


- O auditor avalia a razoabilidade dessa estimativa.

9. O auditor deve revisar o desfecho das estimativas contábeis incluídas nas demonstrações
contábeis do período anterior ou, quando aplicável, seus recálculos posteriores para o período corrente.

12. Para fins das normas de auditoria, os termos a seguir têm os seguintes significados:
(a) Estimativa contábil – Valor monetário para o qual a mensuração, de acordo com os requisitos
da estrutura de relatório financeiro aplicável, está sujeita à incerteza da estimativa.
(e) Estimativa pontual da administração – Valor selecionado pela administração para o
reconhecimento ou a divulgação nas demonstrações contábeis da estimativa contábil.

21. O auditor deve revisar os julgamentos e decisões feitas pela administração na elaboração de
estimativas contábeis para identificar se há indicadores de possível tendenciosidade da
administração. Indicadores de possível tendenciosidade da administração não constituem, por si só,
distorções para concluir sobre a razoabilidade de estimativas contábeis individuais.

A1. Exemplos de estimativas contábeis relacionadas com classes de transações, saldos contábeis e
divulgações incluem:
 obsolescência dos estoques;
 depreciação do imobilizado;
 avaliação dos ativos de infraestrutura;
 avaliação dos instrumentos financeiros;
 resultado de litígio pendente;
 provisão para perdas de crédito esperadas;
 avaliação de passivo de contrato de seguro;
 obrigações de garantia;
 passivo de benefícios de aposentadoria de empregados;
 pagamentos baseados em ações;
 valor justo de ativos ou passivos adquiridos na combinação de negócios, incluindo a determinação
de ágio e ativos intangíveis;
 perda por desvalorização de ativos não circulantes ou grupo de ativos mantidos para a venda;
 trocas não monetárias de ativos ou passivos entre partes independentes;
 receitas reconhecidas para contratos de longo prazo.

A2. Algumas estimativas contábeis envolvem relativamente pouca incerteza de estimativa e


podem gerar riscos mais baixos de distorção relevante, por exemplo:
46
[...]
· estimativa contábil do valor justo onde o método de mensuração determinado pela estrutura de
relatório financeiro aplicável é simples e facilmente aplicado ao ativo ou passivo que requer mensuração
do valor justo;
· estimativa contábil do valor justo onde o modelo usado para mensurar a estimativa contábil é
bem conhecido ou geralmente aceito, desde que as premissas ou dados no modelo sejam observáveis.
(NBC TA 540).

A3. Para algumas estimativas contábeis, entretanto, pode haver incerteza de estimativa
relativamente alta, especialmente quando elas são baseadas em premissas significativas, por exemplo:
(Antiga norma)
- estimativa contábil em relação ao desfecho de litígios;
- estimativas contábeis do valor justo para instrumentos financeiros derivativos não negociados em
bolsa (ex.: mercado de balcão);
- estimativas contábeis do valor justo para as quais é usado modelo altamente especializado desenvolvido
para a entidade ou existem premissas ou dados que não podem ser observados no mercado.

A9. [...] Tendenciosidade da administração não intencional e o potencial para tendenciosidade da


administração intencional são inerentes em decisões subjetivas que são muitas vezes necessárias na
elaboração de estimativa contábil.

Estimativas contábeis (ver item 12(a))


A14. As estimativas contábeis são valores monetários que podem estar relacionados com classes de
transações ou saldos contábeis reconhecidos ou divulgados nas demonstrações contábeis. As estimativas
contábeis também incluem valores monetários incluídos em divulgações ou utilizados na elaboração de
julgamentos sobre o reconhecimento ou na divulgação relacionada com uma classe de transações ou saldo
contábil.
Estimativa Pontual ou Intervalo do Auditor: Valor, ou intervalo de valores, desenvolvido pelo
auditor para avaliar a estimativa pontual da administração.

Estimativa pontual do auditor ou intervalo do auditor (ver item 12(b))


A15. A estimativa pontual ou intervalo do auditor pode ser utilizado para avaliar a estimativa
contábil de forma direta (por exemplo, a provisão para deterioração do valor justo dos diferentes tipos de
instrumentos financeiros), ou indireta (por exemplo, valor a ser utilizado como premissa significativa
para estimativa contábil). Uma abordagem semelhante pode ser feita pelo auditor no desenvolvimento de
valor ou intervalo de valores na avaliação de item não monetário de dados ou de premissa (por exemplo, a
vida útil estimada de ativo).

A44. Uma diferença entre o desfecho da estimativa contábil e o valor reconhecido nas
demonstrações contábeis do período anterior não representa necessariamente distorção das
demonstrações contábeis do período anterior.

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NBC TA 550 – Transações com Partes Relacionadas
São consideradas relacionadas se uma parte possuir o poder de controlar a outra parte ou exercer
influência significativa sobre a outra parte nas decisões financeiras e operacionais ou se elas estão
sujeitas ao controle comum.

✅ Parte Relacionada é a parte que é:


a) Uma parte relacionada, como definida na estrutura de relatório financeiro adequada; ou
b) Quando a estrutura de relatório financeiro aplicável não estabelece nenhuma exigência ou estabelece
exigências mínimas:
 Uma pessoa ou outra entidade que tem controle ou influência significativa, direta ou
indiretamente,
por meio de um ou mais intermediários, sobre a entidade que reporta;
 Outra entidade sobre a qual a entidade que reporta tem controle ou influência significativa, direta
ou indiretamente, por meio de um ou mais intermediários; ou
 Outra entidade que está sob controle comum juntamente com a entidade que reporta, por ter:
1. controlador comum;
2. proprietários que são parentes próximos; ou
3. administração-chave comum.

❌ Não são consideradas Partes Relacionadas


a) Entidades que estão sob o controle comum de um ente federativo, exceto se houver transações
significativas ou compartilhem recursos em medida significativa.
b) Entidades com participação na entidade auditada, mas que não possuem influência significativa ou
controle sobre esta.

A7. Em algumas circunstâncias, uma entidade de propósito específico (...) pode ser uma parte
relacionada da entidade, porque a entidade, em substância, pode controlá-la, mesmo se a entidade possuir
pouco ou nenhum capital dessa entidade de propósito específico.

A17. Ao cumprir o requisito da NBC TA 315, item 14, de obtenção de entendimento do ambiente de
controle, o auditor pode considerar características do ambiente de controle relevantes para mitigar os
riscos de distorção relevante associados aos relacionamentos e transações com partes relacionadas.

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NBC TA 560 (R1) – Eventos Subsequentes
1 - Eventos ocorridos entre a Data das Demonstrações Contábeis e a Data do Relatório do auditor
independente:
 O auditor independente deve executar procedimentos de auditoria para obter evidência de
auditoria apropriada e suficiente de que todos os eventos ocorridos foram identificados.
 Os procedimentos executados devem cobrir o período entre a data das DC’s e a data do seu
relatório, ou o mais próximo possível dessa data.
 Se, depois de realizar os procedimentos, o auditor identificar eventos que requerem ajuste ou
divulgação nas DC’s, o auditor independente deve determinar se cada um desses eventos está
refletido de maneira apropriada nas referidas DC’s de acordo com a estrutura conceitual aplicável.
 O auditor independente deve solicitar à administração e, quando apropriado, aos responsáveis pela
governança, uma representação formal de que todos os eventos subsequentes à data das DC’s e
que, segundo a estrutura de relatório financeiro aplicável, requerem ajuste ou divulgação, foram
ajustados ou divulgados.

2 - Fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente Após a data do seu relatório, mas
antes da data de divulgação das DC’s:

Em regra, o auditor independente não tem obrigação de executar nenhum procedimento de auditoria em
relação às DC’s após a data do seu relatório. No entanto…
 Se, após a data do seu relatório, mas antes da data de divulgação das DC’s, o auditor tomar
conhecimento de fato que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório, poderia ter levado
o auditor a alterar seu relatório, ele deve:
a) Discutir o assunto com a administração e, quando apropriado, com os responsáveis pela
governança;
b) Determinar se as DC’s precisam ser alteradas e, caso afirmativo;
c) Indagar como a administração pretende tratar o assunto nas DC’s.

 Caso a administração altere as DC’s, o auditor independente deve aplicar os procedimentos de


auditoria necessários nas circunstâncias da alteração.

3️ - Fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a divulgação das DC’s:

 Os destaques feitos para o cenário 2 também se aplicam aqui.


 O auditor independente deve incluir no seu relatório, novo ou reemitido, parágrafo de ênfase OU
de outros assuntos com referência à nota explicativa que esclarece mais detalhadamente a razão
da alteração das DC’s emitidas antes e do relatório anterior.

A9. Ao indagar a administração e, quando apropriado, os responsáveis pela governança, sobre a


ocorrência de algum evento subsequente que poderia afetar as demonstrações contábeis, o auditor
independente pode indagar sobre a situação atual de itens que foram contabilizados com base em dados
preliminares ou não conclusivos e pode fazer indagações específicas.

A19. Em alguns casos, as entidades do setor público podem ser proibidas pela legislação ou
regulamentação de alterar as demonstrações contábeis divulgadas. Nessas circunstâncias, o curso de ação
apropriado do auditor independente pode ser o de informar o órgão estatutário pertinente.

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NBC TA 570 – Continuidade Operacional
01) Os objetivos do auditor, sobre o tema, são:
(a) obter evidência da adequação do uso, pela ADM, do pressuposto de continuidade operacional na
elaboração das DC's;
(b) concluir sobre a existência de incerteza significativa em relação a eventos que podem levantar dúvida
quanto à continuidade; e
(c) determinar as implicações para o relatório.

02) Se no julgamento do auditor, o uso do pressuposto de continuidade utilizado pela ADM é


inapropriado,
 o auditor deve expressar uma opinião adversa.

03) Quando o auditor independente conclui que o uso do pressuposto de continuidade operacional é
apropriado, porém existe incerteza significativa, ele deve:
 verificar se as DC's descrevem adequadamente os principais eventos;
 divulgar que existe incerteza significativa relacionada à capacidade de continuidade operacional; e
 avaliar os planos da Adm. p/ ações futuras.

04) Se for feita, pela Adm., divulgação adequada sobre a existência de incerteza significativa nas DC's,
o auditor deve:
 expressar uma opinião sem ressalvas e
 incluir um parágrafo de ênfase.

05) Se não for feita divulgação adequada nas DC's, o auditor deve
 expressar uma opinião com ressalva ou adversa, conforme apropriado; e
 declarar, no seu relatório, que há uma incerteza significativa quanto à capacidade de continuidade
operacional da entidade.

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10. Na execução de procedimentos de avaliação de risco, conforme exigido pelo item 5 da NBC TA
315 – Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorção Relevante por meio do Entendimento da Entidade e
de seu Ambiente, o auditor deve verificar se existem eventos ou condições que possam levantar dúvida
significativa quanto à capacidade de continuidade operacional da entidade. Ao fazê-lo, o auditor deve
determinar se a administração já realizou uma avaliação preliminar da capacidade de continuidade
operacional da entidade e (ver item A3 a A6 – indicadores acima):
(a) se essa avaliação foi realizada, deve revisar e discuti-la com a administração e determinar se ela
identificou eventos ou condições que, individual ou coletivamente, podem levantar dúvida significativa
quanto à capacidade de continuidade operacional da entidade e, em caso afirmativo, os planos da
administração para tratá-los; ou
(b) se essa avaliação ainda não foi realizada, ele deve discutir com a administração a base para o
uso da base contábil de continuidade operacional e indagar à administração sobre a existência de eventos
ou condições que, individual ou coletivamente, possam levantar dúvida significativa quanto à capacidade
de continuidade operacional da entidade.

16. Se forem identificados eventos ou condições que possam levantar dúvida significativa quanto à
capacidade da entidade de manter sua continuidade operacional, o auditor deve obter evidência de
auditoria apropriada e suficiente para determinar se existe, ou não, incerteza relevante relacionada com
eventos ou condições que possam levantar dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade
operacional da entidade (doravante referida como “incerteza relevante”) por meio de procedimentos
adicionais de auditoria, incluindo a consideração de fatores atenuantes. Esses procedimentos devem
incluir (ver item A16):
(a) no caso em que a administração ainda não realizou a avaliação da capacidade de continuidade
operacional da entidade, solicitar que a administração faça essa avaliação;

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(b) avaliar os planos da administração para ações futuras em relação à avaliação da continuidade
operacional, se for provável que o resultado desses planos melhore a situação e se os planos da
administração forem viáveis nessas circunstâncias (ver item A17);
(c) no caso em que a entidade elaborou a previsão de fluxo de caixa e a análise da previsão for um
fator significativo na verificação do desfecho de eventos ou condições na avaliação dos planos da
administração para ações futuras (ver itens A18 e A19): (i) avaliar a confiabilidade dos dados de suporte
gerados para elaborar a previsão; e (ii) determinar se há suporte adequado para as premissas utilizadas na
previsão;
(d) verificar se algum fato ou informação adicional foi disponibilizado desde a data em que a
administração fez sua avaliação;
(e) solicitar representações formais da administração e, quando apropriado, dos responsáveis pela
governança, com relação a seus planos para ações futuras e a viabilidade desses planos (ver item A20).

A16. Procedimentos de auditoria que são relevantes para o cumprimento da exigência contida no item
16 podem incluir o seguinte:
1. análise e discussão do fluxo de caixa, lucro e outras previsões relevantes com a administração;
2. análise e discussão das últimas demonstrações contábeis intermediárias disponíveis da entidade;
3. leitura dos termos contratuais de debêntures e de empréstimos, considerando se houve
alguma violação;
4. leitura das atas das reuniões de acionistas, dos responsáveis pela governança e de comitês
relevantes, como referência para identificar a existência de dificuldades financeiras;
5. indagação aos consultores jurídicos da entidade sobre a existência de litígios e processos e se a
avaliação da administração sobre os resultados desses processos é razoável e se as implicações
financeiras foram adequadamente estimadas;
6. confirmação da existência, legalidade e exequibilidade de acordos com partes relacionadas e
terceiros para fornecimento ou manutenção de suporte financeiro, e avaliação da capacidade
financeira dessas partes de fornecer recursos adicionais;
7. avaliação dos planos da entidade para lidar com os pedidos de clientes não atendidos;
8. execução de procedimentos de auditoria em relação a eventos subsequentes para identificar
aqueles que reduzem ou, de outra forma, afetam a capacidade de continuidade operacional da
entidade;
9. confirmação da existência dos termos e da adequação de linhas de crédito;
10. obtenção e revisão de relatórios de ações regulatórias;
11. determinação da adequação de suporte para qualquer plano de venda de ativos.

22. Se for feita divulgação adequada da incerteza significativa nas demonstrações contábeis, o
auditor deve expressar uma opinião não modificada e o relatório do auditor deve incluir uma seção
separada sob o título “Incerteza significativa relacionada com a continuidade operacional” para:
(a) chamar a atenção para a nota explicativa às demonstrações contábeis que divulga os assuntos
especificados no item 19; e
(b) declarar que esses eventos ou condições indicam que existe incerteza significativa que pode
levantar dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional da entidade e que a opinião
do auditor não está ressalvada em relação a esse assunto.

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NBC TA 580 – Representações Formais
Representação Formal é a declaração escrita pela Administração, fornecida ao auditor, para
confirmar certos assuntos ou suportar outra evidência de auditoria; neste contexto, não incluem as
demonstrações contábeis (DC’s), as afirmações nelas contidas ou livros e registros comprobatórios.

- O auditor deve solicitar à Administração que forneça representação formal no sentido de que:
forneceu ao auditor todas as informações e permitiu os acessos necessários (IRRESTRITOS),
conforme termos do trabalho de auditoria; e todas as transações foram registradas e estão refletidas nas
DC’s.

- Representações formais podem ser consideradas evidências de auditoria. Atenção! Sozinhas, as


representações formais não fornecem evidência de auditoria apropriada e suficiente.

- A data das representações formais deve ser: tão próxima quanto praticável e não posterior à
data do relatório do auditor.

O auditor deve solicitar representação formal da Administração e dos responsáveis pela


governança sobre se acreditam que os efeitos de distorções não corrigidas são não relevantes,
individualmente e em conjunto, para as DC como um todo.

Antes da Aceitação do Trabalho:


Se houver limitação do trabalho que o auditor entenda que resultará em abstenção de opinião:
- O auditor não deve aceitar o trabalho (item 7, NBC TA 210).

6. Os objetivos do auditor são:


(a) obter representações formais da administração, e quando apropriado, dos responsáveis pela
governança, de que eles cumpriram com suas responsabilidades pela elaboração das demonstrações
contábeis e pela integridade das informações fornecidas ao auditor;
(b) dar suporte a outras evidências de auditoria relevantes para as demonstrações contábeis ou
para afirmações específicas nas demonstrações contábeis por meio de representações formais, se o auditor
determinar que estas são necessárias ou se forem exigidas por outras normas de auditoria; e
(c) reagir apropriadamente às representações formais fornecidas pela administração e (quando
apropriado dos responsáveis pela governança) ou se a administração (e quando apropriado, os
responsáveis pela governança) não fornecer as representações solicitadas pelo auditor.

11.17.1.2. A carta de responsabilidade da administração é o documento que deve ser emitido


pelos administradores da entidade, cujas Demonstrações Contábeis estão sendo auditadas. Essa carta é
endereçada ao auditor independente, confirmando as informações e os dados a ele fornecidos, assim como
as bases de preparação, apresentação e divulgação das Demonstrações Contábeis submetidas para exame
de acordo com as Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis.

11.17.2.1. O auditor deve obter evidência de que a administração reconhece sua responsabilidade
pela preparação e apresentação adequada, assim como pela aprovação das Demonstrações Contábeis de
acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil ou outro conjunto de normas contábeis que sejam
aplicáveis nas circunstâncias.

11.17.3.2. As declarações por escrito solicitadas da administração podem estar limitadas a assuntos
considerados, individual ou coletivamente, como significativos para as Demonstrações Contábeis. Com
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relação a certos itens, pode ser necessário que o auditor independente esclareça à administração da
entidade auditada o seu entendimento acerca de significância ou relevância desses itens em relação às
Demonstrações Contábeis tomadas em conjunto. (evidência)

11.17.5. ELEMENTOS BÁSICOS DA CARTA COM AS DECLARAÇÕES DE RESPONSABILIDADE DA


ADMINISTRAÇÃO

11.17.5.1. A Carta de Responsabilidade da Administração com as suas declarações deve ser


endereçada aos auditores independentes e deve conter, no mínimo, as seguintes informações específicas,
sempre que, a juízo destes, essas informações sejam significativas para formar opinião sobre as
Demonstrações Contábeis que estão auditando, a saber:

a) fazer referência às Demonstrações Contábeis cobertas pelo parecer de auditoria, incluindo seus
principais valores (ativo total, passivos, patrimônio líquido, lucro líquido ou outros julgados importantes
para a identificação);

b) mencionar que a administração está ciente de sua responsabilidade pela adequada preparação e
apresentação das Demonstrações Contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil (ou
outro conjunto de normas que seja aplicável), divulgando as principais bases de avaliação dos ativos e dos
passivos e de reconhecimento de receitas e despesas;

c) mencionar que a administração cumpriu com as normas e os regulamentos a que a entidade está
sujeita;

d) mencionar que o sistema contábil e de controle interno adotado pela entidade auditada é de
responsabilidade da administração e adequado ao seu tipo de atividade e volume de transações;
e) confirmar que todas as transações efetuadas no período coberto pelas Demonstrações Contábeis
foram devidamente registradas nos livros contábeis;

f) confirmar que as estimativas contábeis foram efetuadas sob responsabilidade da administração,


com base em dados consistentes e que os riscos e incertezas existentes foram divulgados nas
Demonstrações Contábeis;

g) confirmar que não existem contingências ambientais, fiscais, trabalhistas, previdenciárias ou de


outras naturezas que possam afetar, substancialmente, a situação patrimonial e financeira da entidade
auditada além daquelas que foram divulgadas nas Demonstrações Contábeis;

h) confirmar a relação de todos os consultores jurídicos externos que representaram ou


patrocinaram causas envolvendo a entidade auditada até a data da carta;

i) confirmar que não existe nenhum fato conhecido que possa impedir a continuidade normal das
atividades da entidade;

j) confirmar que todos os livros contábeis e os registros auxiliares, inclusive atas de reuniões de
acionistas ou sócios, diretores ou conselheiros e outros documentos comprobatórios, foram colocados à
disposição dos auditores, e que não existem outros além daqueles disponibilizados. Quanto mais específica
for a carta melhor será a sua utilidade. Portanto, o auditor independente deve considerar a hipótese de
serem listados as atas e os outros documentos que a seu julgamento sejam importantes;

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k) confirmar que a administração tem responsabilidade em manter controles que permitam
identificar os saldos e as transações com partes relacionadas, e que as Demonstrações Contábeis incluem
todas as divulgações requeridas para essas transações;

l) confirmar que:
l.1) a entidade auditada é proprietária dos ativos apresentados nas Demonstrações
Contábeis;
l.2) não existem quaisquer outros ativos que não tenham sido apresentados nessas
demonstrações;
l.3) a administração tem responsabilidade em manter controles que permitam identificar os
compromissos de compra e venda, os acordos para a recompra de ativos anteriormente vendidos ou
a revenda de ativos anteriormente comprados;
l.4) as garantias prestadas a terceiros, os ônus ou outros gravames existentes sobre os ativos
foram, adequadamente, divulgados;
l.5) as transações envolvendo instrumentos financeiros derivativos que possam não estar
registrados em contas patrimoniais foram, adequadamente, divulgadas nas Demonstrações
Contábeis;

m) confirmar que não existem planos ou intenções que possam afetar, substancialmente o valor ou
a classificação de ativos ou passivos constantes das Demonstrações Contábeis;

n) confirmar que não existem irregularidades, envolvendo a administração ou os empregados, que


possam ter efeito significativo sobre as Demonstrações Contábeis;

o) confirmar que a administração está ciente de sua responsabilidade quanto à elaboração e à


implementação de controles para prevenir e detectar fraudes, e que não tem conhecimento de qualquer
fraude ou suspeita de fraude que pudesse ter efeito significativo nas Demonstrações Contábeis;

p) confirmar que não são de conhecimento da administração quaisquer questões pendentes perante
os órgãos reguladores e fiscalizadores que pudessem ter efeito significativo sobre as Demonstrações
Contábeis;

q) confirmar que os seguros efetuados foram contratados de acordo com as necessidades


operacionais da entidade auditada;

r) confirmar que não são conhecidos conflitos de interesse envolvendo a administração ou os seus
empregados graduados;

s) confirmar que a administração não tem conhecimento de eventos ou circunstâncias ocorridos ou


esperados que levem a crer que os ativos, em particular o ativo imobilizado, possam estar apresentados
nas Demonstrações Contábeis por valores superiores ao seu valor de recuperação;

t) declarar que as eventuais distorções contábeis (ajustes) não- reconhecidas nas Demonstrações
Contábeis são irrelevantes, tanto individualmente quanto em agregado, em relação à essas Demonstrações
Contábeis tomadas em conjunto (a própria carta ou seu anexo, devidamente rubricado pela administração,
deve listar tais distorções);

u) confirmar que a administração é responsável pela destinação do lucro de acordo com o estatuto
social ou seu instrumento legal e pela observância da legislação societária que trata do assunto e que foi
dado cumprimento ao estabelecido;
60
v) informar os planos de pensão formais ou não-formais, detalhando os compromissos assumidos
pela entidade auditada;

x) confirmar que não existe qualquer evento subsequente que pudesse afetar de forma significativa
a posição patrimonial e financeira ou o resultado do período coberto pelas Demonstrações Contábeis.

Representações solicitadas e não fornecidas


19. Se a administração não fornecer uma ou mais das representações formais solicitadas, o auditor
deve:
(a) discutir o assunto com a administração;
(b) reavaliar a integridade da administração e avaliar o efeito que isso pode ter sobre a
confiabilidade das representações (verbais ou escritas) e da evidência de auditoria em geral; e
(c) tomar ações apropriadas, inclusive determinar o possível efeito sobre a sua opinião no relatório
de auditoria, em conformidade com a NBC TA 705 considerando a exigência do item 20 desta Norma.

Representações formais sobre as responsabilidades da administração


20. O auditor deve abster-se de emitir opinião no relatório sobre as demonstrações contábeis em
conformidade com a NBC TA 705 se (ver A26 e A27):
(a) o auditor concluir que há dúvida suficiente a respeito da integridade da administração, de tal
modo que as representações formais exigidas pelos itens 10 e 11 não sejam confiáveis; ou
(b) a administração não fornecer as representações formais exigidas pelos itens 10 e 11.

61
NBC TA 610 – Utilização do Trabalho de Auditoria Interna

13. Os objetivos do auditor independente, onde a entidade tenha a função de auditoria interna e
ele espera utilizar o trabalho dessa função para modificar a natureza, a época ou para reduzir a extensão
dos procedimentos de auditoria a serem diretamente executados pelo próprio auditor independente,
inclusive quando ele pretende obter assistência direta dos auditores internos são:
(a) determinar se o trabalho da auditoria interna ou se a assistência direta dos auditores internos
pode ser utilizado e, em caso positivo, em quais áreas e em que extensão;
(b) se utilizar o trabalho da auditoria interna, o auditor independente deve determinar que esse
trabalho é adequado para os fins da sua auditoria; e
(c) se utilizar os auditores internos para prestar assistência direta, o auditor independente deve
dirigir, supervisionar e revisar o trabalho executado pelos auditores internos de forma apropriada.

Atividades relacionadas à governança:


 A auditoria interna pode avaliar o processo de governança na concretização dos seus objetivos
éticos e valores, na gestão do desempenho e prestação de contas (ou accountability) da
administração, comunicação de risco e controle de informação para as áreas apropriadas da
organização e eficácia da comunicação entre os responsáveis pela governança, auditores internos,
auditores independentes e a administração.

Atividades relacionadas à gestão de risco:


 Pode auxiliar a entidade identificar e avaliar exposições significativas ao risco e contribuir no
aprimoramento da gestão de risco e do controle interno
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 Pode executar procedimentos para auxiliar a entidade na detecção de fraude.
Atividades relacionadas ao controle interno:
 Avaliação do controle interno.
 Análise da informação operacional e financeira.
 Revisão das atividades operacionais.
 Revisar a observância das legislações e regulamentações.

63
NBC TA 620 - Utilização do Trabalho de Especialistas
Especialista: pessoa ou organização com especialização em área que NÃO CONTABILIDADE OU
AUDITORIA, contratado pelo auditor, cujo trabalho nessa área é utilizado pelo auditor para ajudá-lo a
obter evidência de auditoria suficiente e apropriada.

O especialista do auditor pode ser interno ou externo.

Referência ao especialista do auditor no relatório do auditor independente:


- O auditor não deve fazer referência ao trabalho do especialista do auditor em seu relatório que
contenha opinião não modificada.
- Se o auditor fizer referência ao trabalho de especialista do auditor em seu relatório porque essa
referência é relevante para o entendimento de ressalva ou outra modificação na sua opinião, o auditor
deve indicar no relatório que essa referência não reduz a sua responsabilidade por essa opinião.

64
NBC TA 700 – Formação da Opinião e Emissão do Relatório do Auditor
Independente sobre as Demonstrações Contábeis

A seção “Opinião” do relatório do auditor deve:


i. Identificar a entidade cujas demonstrações contábeis foram auditadas.
ii. Afirmar que as demonstrações contábeis (“da entidade”) foram auditadas.
iii. Identificar o título de cada demonstração que compõe as demonstrações contábeis (“da
entidade”).
iv. Fazer referência às notas explicativas (“da entidade”), incluindo o resumo das principais
políticas contábeis (“da entidade”).

65
v. Especificar a data ou o período de cada demonstração que compõe as demonstrações contábeis
(“da entidade”).
O relatório do auditor deve incluir uma seção, logo após a seção Opinião, com o título “Base para
opinião”, que:
i. Declare que a auditoria foi conduzida (“pelo auditor”) em conformidade com as normas de
auditoria. (Pegadinha: não é normas internacionais)
ii. Referencie a seção que descreve as responsabilidades do auditor, segundo as normas de
auditoria.
iii. Inclua a declaração de que o auditor é independente da entidade de acordo com as exigências
éticas relevantes relacionadas com a auditoria e que ele atendeu às outras responsabilidades éticas do
auditor de acordo com essas exigências.
iv. Declare se o auditor acredita que a evidência de auditoria obtida por ele (“pelo auditor”) é
suficiente e apropriada para fundamentar sua opinião.

37. O relatório do auditor deve incluir uma seção com o título “Responsabilidades do auditor pela
auditoria das demonstrações contábeis”.
38. Essa seção do relatório do auditor deve declarar que (ver item A50):
(a) os objetivos do auditor são:
(i) obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis tomadas em
conjunto estão livres de distorção relevante, independentemente de se causada por fraude
ou erro; e
(ii) emitir um relatório que inclua a opinião do auditor (ver item A51);
(b) segurança razoável é um alto nível de segurança, mas não é uma garantia de que uma auditoria
conduzida, de acordo com as normas de auditoria sempre detectará uma distorção relevante, quando ela
existir; e
(c) as distorções podem decorrer de fraude ou erro, e:
(i) descrever que elas são consideradas relevantes se, individualmente ou em
conjunto, pudesse ser razoavelmente esperado que elas influenciassem as decisões
econômicas de usuários tomadas com base nas demonstrações contábeis (ver item 2 da NBC
TA 320 – Materialidade no Planejamento e na Execução da Auditoria); ou
(ii) fornecer uma definição ou descrição da materialidade de acordo com a estrutura
de relatório financeiro aplicável (ver item A52).

66
67
NBC TA 701 - Comunicação dos Principais Assuntos de Auditoria no Relatório
do Auditor Independente.
A9. O processo de decisão do auditor para determinar os principais assuntos de auditoria
visa selecionar um número menor de assuntos entre aqueles comunicados aos responsáveis pela
governança e tem por base o julgamento do auditor sobre quais assuntos foram os de maior
importância na auditoria das DC’s do período corrente.

A10. A determinação dos principais assuntos de auditoria pelo auditor se limita aos assuntos de
maior importância na auditoria das demonstrações contábeis do período corrente, mesmo quando são
apresentadas demonstrações contábeis comparativas e a opinião do auditor se refere a cada um dos
períodos para os quais foram apresentadas demonstrações contábeis (ver NBC TA 710 – Informações
Comparativas – Valores Correspondentes e Demonstrações Contábeis Comparativas).

A11. Não obstante o fato de que a determinação pelo auditor dos principais assuntos de auditoria
se refere às demonstrações contábeis do período corrente e de que esta norma não requer que o auditor
atualize os principais assuntos de auditoria constantes do relatório de auditoria do período anterior, pode
ser importante para o auditor avaliar se o assunto que era um principal assunto de auditoria na
auditoria das demonstrações contábeis do período anterior continua sendo na auditoria das
demonstrações contábeis do período corrente.

PRINCIPAIS ASSUNTOS DE AUDITORIA: + significativos com base no julgamento do auditor


 LIMITA-SE aos assuntos de maior importância do período corrente, mesmo quando são
apresentadas DC’s comparativas
 SELECIONA-SE menor número de assuntos entre aqueles comunicados aos responsáveis pela
governança, com base no julgamento do auditor
 PODE ser importante avaliar se o principal assunto das DC’s dos períodos anteriores continua
sendo na auditoria das DC’s do período corrente (mas não há obrigação do auditor atualizar os
assuntos do período anterior)
 Pode ajudar os usuários previstos das DC’s a entender a entidade e as áreas que envolveram
julgamento significativo da ADM nas DC’s auditadas.

4. A comunicação dos principais assuntos de auditoria no relatório do auditor ocorre no contexto em


que o auditor formou sua opinião sobre as demonstrações contábeis tomadas em conjunto. A comunicação
dos principais assuntos de auditoria no relatório do auditor:
(a) não substitui a divulgação, nas demonstrações contábeis, que a estrutura aplicável de relatórios
financeiros exige que a administração faça ou que são necessárias para atingir o objetivo de apresentação
adequada;
(b) não substitui a emissão de opinião modificada por parte do auditor, quando exigido nas
circunstâncias de trabalho de auditoria, de acordo com a NBC TA 705 – Modificações na Opinião do Auditor
Independente;
(c) não substitui a apresentação de relatório, de acordo com a NBC TA 570 – Continuidade Operacional,
itens 22 e 23, quando existe incerteza relevante em relação a fatos ou condições que podem levantar
dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional da entidade; ou
(d) não é uma opinião separada sobre os assuntos tomados individualmente (ver A5 a A8).

68
Procedimentos em Áreas Específicas das Demonstrações Contábeis
Testes para SUPERavaliação e para SUBavaliação
o Em regra, todas as contas devem ser testadas para superavaliação e para subavaliação.

⭐Quando se testam as contas devedoras para superavaliação, as contas credoras também


estão sendo testadas indiretamente nessa mesma direção. (isto é uma consequência
do Método das Partidas Dobradas!)

o Testes PRINCIPAIS
 SUPERavaliação
 Ativo
 Despesa

Nos testes de superavaliação, o auditor parte do razão geral para o documento da transação.
(SUPER: vai do MAIOR para o menor)

 SUBavaliação
 Passivo
 Receita

Nos testes de subavaliação, o auditor parte do documento da transação para o razão geral. (SUB:
vai do MENOR para o maior)

💡 Perceba que:
 A superavaliação de ativos e a subavaliação de passivos leva a um aumento
do PL, o que é interessante para atrair investidores.
 A superavaliação de despesas e a subavaliação de receitas leva a um lucro
menor, resultando em um montante menor de tributos a pagar.

o Testes SECUNDÁRIOS (dependem da análise de todo o contexto, mas os possíveis testes são
o inverso dos testes principais)
 Ativo - SUBavaliado
 Passivo - SUPERavaliado
 Despesa - SUBavaliado
 Receita – SUPERavaliado

69
💣 RASTREAMENTO x VOUCHING
 Rastreamento: A direção do teste é dos documentos para os registros contábeis, de forma a
verificar a INTEGRIDADE.
 Vouching: A direção do teste é dos registros contábeis para os documentos, de forma a verificar
a EXISTÊNCIA.

 Presunção de Omissão de Receitas:

o Saldo credor de caixa 💣


 Em condições normais, não pode a conta caixa apresentar saldo credor.
ex: o caso clássico é a não escrituração de receita de vendas, visando o não
pagamento de impostos.

o Ativos ocultos ou fictícios 💣


 Ativo oculto: Não é registrado, mas existe. ex: pode ser uma consequência do saldo
credor de caixa. Perceba que, se uma empresa não possui saldo em seu caixa, ela fica
impedida de, por exemplo, escriturar a compra de novas mercadorias, resultando no
ativo oculto.
 Ativo fictício: É registrado, mas não existe. ex: uma empresa pode registrar uma
máquina em seu Ativo Imobilizado para realizar o aproveitamento dos créditos, mas
o bem pode não existir ou já ter sido alienado.

o Passivos ocultos ou fictícios 💣


 Passivo oculto: Não é registrado, mas existe. ex: dívidas não registradas ou
registradas a um valor a menor.
 Passivo fictício: É registrado, mas não existe. ex: pode ser uma consequência do
saldo credor de caixa. Perceba que, por não escriturar a entrada de dinheiro, a
empresa fica impossibilitada de contabilizar o pagamento de fornecedores,
empréstimos. Assim, a empresa poderá cumprir com suas obrigações, mas mantê-las
em seus registros contábeis, resultado no passivo fictício.
o Suprimentos não comprovados
o Omissão do registro de pagamentos efetuados
o Desfalques de caixa
 Encobertos: São aqueles realizados por meio de um lançamento de
compensação nos registro contábeis.

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 Não encobertos: Não possui um lançamento contábil em sua contrapartida.
 Lapping: Geralmente ocorre por meio da cobrança de contas a receber e
consiste em atribuir o pagamento de um cliente para outro. Neste tipo de
desfalque, os recebimentos mais novos são utilizados para quitar as dívidas
mais antigas.
 Kiting: É um tipo de desfalque que se aproveita do tempo de compensação
dos cheques para encobrir eventuais faltas em razão de apropriação
indébita.

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Auditoria das Contas do Ativo

a) EXISTÊNCIA: A verificação do item do ativo deve ser o objetivo primordial da auditoria. Este objetivo
sugere um procedimento, principalmente no caso de ativos tangíveis; o exame do bem pelo auditor,
pessoalmente. A confirmação (averiguação por escrito) muitas vezes fornece provas da existência de um
bem, assim como o fazem a averiguação verbal e o exame de documentos. Em certos casos, é necessária
evidência qualitativa e quantitativa, para se estabelecer a existência de um bem. Nessas circunstâncias,
muitas vezes se exigem procedimentos especiais que deem ao auditor a necessária certeza. Esses
procedimentos podem envolver a contratação de um especialista para verificar a existência de bens. Os
aspectos qualitativos da existência de um bem relacionam-se estreitamente com o objetivo da avaliação.

b) AVALIAÇÃO: A determinação do valor dos ativos é outro objetivo primordial da auditoria, em que são
exigidos procedimentos específicos, com a finalidade de reunir provas referentes a seu valor. Dentre as
que se usam para obter provas do valor de um bem, citam-se:
b.1) consulta às cotações de mercado;
b.2) determinação de valor justo;
b.3) exame das listas de preços, catálogos e outros dados sobre custos, no caso de estoque;
b.4) classificação por vencimentos e confirmação, no caso de contas a receber;
b.5) cálculo do valor em uso, ou valor líquido de mercado (recuperabilidade de ativos);
b.6) cálculo de ajuste a valor presente de créditos e obrigações.

c) AUTORIZAÇÃO: O auditor tem de se certificar de que o ativo é constituído de bens adquiridos com
autorização. Esta autorização tem de ser expressa, como por exemplo: a política que determina que se
compre estoque apenas mediante requisição pelo departamento de produção e após concorrência para
escolha do melhor preço, pelo departamento de compras.
A autorização, no tocante a contas a receber, também tem caráter geral, normalmente, pelo fato
de a política de crédito para autorizar vendas a crédito a clientes que preencham determinadas exigências.
Em geral, exige-se autorização específica para a aquisição de itens muito importantes e para investimentos
em outras entidades. Nesses casos, a diretoria, ou até um comitê de investimentos nomeado pela
diretoria, vota para aprovar ou não as referidas aquisições. O auditor deve adotar a prática de examinar os
manuais de procedimentos da entidade e outros documentos, para conhecer sua política oficial, e de ler
atas de assembleias, reuniões de diretoria ou de outros grupos, para se cientificar das autorizações
específicas.

d) PROPRIEDADE: O auditor precisa, também, determinar a propriedade dos itens de ativo. Em muitos
casos, a posse de um bem, corroborada por uma nota ou fatura, é o bastante para comprovar a
propriedade, e isso vale, especialmente, no tocante a estoques, títulos, maquinário, etc. A posse de
veículos pode ser também evidenciada através de certificados de propriedade, documentos de registro e
recibos de impostos. A de um bem imóvel pode ser estabelecida examinando-se contratos, recibos, guias
de imposto predial.

e) RESTRIÇÕES: A determinação de um item de ativo é estreitamente ligada a outro objetivo, que é o de


ver se há ônus ou restrições de qualquer natureza sobre o bem em questão. Se houver, devem ser
divulgadas nas demonstrações financeiras. Por isso, é essencial que o auditor se empenhe em descobrir
eventuais restrições ou ônus.

f) EXATIDÃO DE VALORES: Um objetivo comum no exame de qualquer tipo de ativo é a verificação se os


valores apresentados são exatos. Esse objetivo está estreitamente ligado a determinação da existência
quantitativa do bem, mas concentra-se mais especificamente na exatidão matemática. Dentre os

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procedimentos empregados para atingir esse objetivo, estão a verificação física, como por exemplo,
contagem, confirmação e, também, exame e verificação dos registros contábeis e documentação hábil.

g) UTILIDADE: No caso de muitos itens de ativo, o objetivo de auditoria é tirar conclusões a respeito do uso
potencial da propriedade. Já se disse antes que no caso de ativo imobilizado, os valores de mercado são, na
maioria das vezes, os mais relevantes. É um dado muito importante para o auditor a indicação de que um
item é obsoleto ou de que é usado na fabricação de um produto que poderá ser tirado de linha. Além
disso, os estoques obsoletos ou invendáveis, por qualquer outro motivo, também são pouco úteis.

h) APRESENTAÇÃO NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: É o último, porém, crucial objetivo de auditoria. É


a verificação se os diversos itens de ativo são apresentados corretamente nas demonstrações contábeis. E
se atinge através de análise das características de cada bem e da aplicação judiciosa das regras de
classificação que compreendem, descrições bem-feitas, métodos de avaliação, divulgação entre parênteses
de valores alternativos, referências às notas explicativas e descrições de ônus e restrições. O auditor deve
estar consciente de que um erro de classificação ou descrição inadequada pode ser tão grave quanto um
erro de valor. Consequentemente, todo exame deve conter procedimentos que assegurem que as
demonstrações contábeis são fidedignamente apresentadas. Os ativos são divididos em dois grandes
grupos: ativo circulante e ativo não circulante. Deixou de existir a partir de 2008 a demonstração de grupo
“ativo permanente”.

Auditoria para o passivo circulante

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AUDITORIA PARA EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS CIRCULANTE E NÃO CIRCULANTE

O objetivo deste programa é determinar que:


1. as obrigações foram devidamente autorizadas e apropriadamente classificadas e descritas nas
demonstrações financeiras;
2. passivos são registrados corretamente;
3. os respectivos encargos são contabilizados de acordo com os Princípios da Contabilidade;
4. a contabilização dos encargos é consistentemente avaliada;
5. as demonstrações financeiras incluem informações adequadas sobre cláusulas restritivas, em
encargos, ativos caucionados, etc.
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NF-e e EFD

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Chave natural da NF-e:
 identificação única de uma nota fiscal para efeitos tributários.
 caso seja identificada duplicidade de Chave Natural: o Sistema de Autorização de Uso da SEFAZ
valida a existência de uma NF-e previamente autorizada e rejeita novos pedidos de autorização
para NF-e.
 composto por 6 itens:
1. UF
2. CNPJ ou CPF do Emitente
3. Série
4. Número da NF-e
5. modelo do documento fiscal eletrônico; e
6. ambiente de autorização (no NFC-e é o tipo de emissão - e não o ambiente de autorização)

Teste na NF-e

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Sobre o processamento assíncrono das mensagens de solicitação de serviços realizado pela
aplicação da NF-e a partir da fila de entrada de solicitações, considere:

81
82
Lista de tarefas referentes ao arquivo digital da EFD-ICMS/IPI:

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84
Testes na EFD

Nota Técnica 2021.001 do Manual de Orientação da Escrituração Fiscal Digital – EFD ICMS IPI.
2 - REFERÊNCIAS PARA O PREENCHIMENTO DO ARQUIVO

2.1 - DADOS TÉCNICOS DE GERAÇÃO DO ARQUIVO


2.1.1 - Características do arquivo digital:
(...)
f) O caractere delimitador "|" (Pipe) não deve ser incluído como parte integrante do conteúdo de quaisquer
campos numéricos ou alfanuméricos;
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2.2 - REGRAS GERAIS DE PREENCHIMENTO
2.2.4 - Regras de preenchimento dos campos com conteúdo numérico nos quais há indicação de casas
decimais:
a) Deverão ser preenchidos sem os separadores de milhar, sinais ou quaisquer outros caracteres (tais
como: "." "-" "%"), devendo a vírgula ser utilizada como separador decimal (Vírgula: caractere 44 da
Tabela ASCII);

Exemplo (valores monetários, quantidades, percentuais, etc):


$ 1.129.998,99 = |1129998,99|
1.255,42 = |1255,42|
234,567 = |234,567|
10.000 = |10000|
10.000,00 = |10000| ou |10000,00|

d) Preencher os valores percentuais desprezando-se o símbolo (%), sem nenhuma convenção matemática.
Exemplo (valores monetários, quantidades, percentuais, etc):
17,00 % = |17,00| ou |17|
18,50 % = |18,5| ou |18,50|

2.2.5 - Regras de preenchimento de campos numéricos (N) cujo conteúdo representa data:
Devem ser informados conforme o padrão "diamêsano" (ddmmaaaa), excluindo-se quaisquer caracteres de
separação (tais como: ".", "/", "-", etc);
Exemplos (data):
01 de Janeiro de 2005 = |01012005|
11.11.1911 = |11111911|
21-03-1999 = |21031999|
09/08/04 = |09082004|
campo vazio = ||
Atenção para as diferenças:
EFD: DDMMAAAA (Exemplo: 12062021)
NFe: AAAA-MM-DD (Exemplo: 2021-06-12)

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