Você está na página 1de 210

Guia para as

Demonstrações
Contábeis

2006-2007
BDO TREVISAN

Guia para as Demonstrações


Contábeis 2006-2007

COMITÊ DE QUALIDADE E TÉCNICA DA BDO – CQT

2007

1
GUIA BDO TREVISAN 2006 – 2007

EQUIPE RESPONSÁVEL:
Sócio-diretor responsável pelo projeto: Orlando Octávio de Freitas Jr.

Corpo de Sócios: Estefan George Haddad, José Luiz de Souza Gurgel, Antonio de Pádua Soares Pelicarpo e
Marcos Venicio Sanches (Coordenadores), Alexandre Ralf Slavic, Daniel Gomes Maranhão Jr., Eduardo Vieira
Cipullo, Esmir de Oliveira, Jorge Alberto da Cunha Moreira, Klaas Christian Johnsen, Mateus de Lima Soares,
Mauro de Almeida Ambrósio, Márcio Serpejante Peppe e Paulo Ricardo Pinto Alaniz.
Corpo Gerencial: Henrique Herbel de Melo Campos e Elizabeth Campos (Coordenadores), Carlos Alberto
da Silva Vieira, Dario Vieira de Lima, Eduardo Luiz Rota, Eduardo Povoa, Eliardo Araújo Lopes Vieira,
Fernanda Lima da Cruz Bezerra, Luciano Bordon Martello, Luiz Carlos Soares da Silva, Marcelo Pereira
Gonçalves, Maria Isabel Simões Souza, Mariana Macedo Leme Carissio, Patrícia Prevente Teodoro de
Oliveira, Patrícia Isabel Soares da Silva Centeno, Phelipe Gouveia Dias, Ribas Gomes Simões, Ronaldo
Reimberg Lima, Ricardo Bonfá de Jesus, Robinson Meira, Robson Nunes Moura, Sinval Barbosa da Silva.
Equipe de apoio: Bruno Marques Brandão, Carlos de Moraes Júnior, Carolina Hidalgo Castelane, Daniel
Motta de Araújo, Elaine Marques, Josilene Virginia de Faria, Luciene dos Anjos Gonçalves Perez, Sandra de
Almeida Soares, Vanessa Carbone.
Colaborações: Professor Alcides Domingues Leite Jr. (Trevisan Escola de Negócios), Reinaldo Gomes e
Silvia Nougués Wargaftig (Ricardo Viveiros Oficina de Comunicação).

REVISÃO E APROVAÇÃO TÉCNICA = COMITÊ DE QUALIDADE E TÉCNICA - CQT


Trevisan Editora Universitária
Editor - Antonio Carlos Porto Araujo (antonio.araujo@trevisan.com.br)
Direção de arte - Cristiana Serpa
Assistentes de arte - Américo Buono Filho, Antonio Bacci Neto, Gabriel Marques e Fabio Amancio
Revisão de texto - André Mesquita, Carolina Hidalgo Castelani, Luciene dos Anjos Gonçalves Perez,
Maruca Andrade e Sandra de Almeida Soares
Projeto gráfico e capa - CG Studio

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Guia para as demonstrações contábeis : 2006-2007 / Comitê de Qualidade e


Técnica da BDO-CQT. Orlando Octávio de Freitas Jr. Organizador.
São Paulo : Trevisan Editora Universitária, 2007.

ISBN: 978-85.99519-13-4

1. Demonstrações contábeis I. Comitê de Qualidade e Técnica


da BDO-CQT

07-0510 CDD-657.3

Índice para catálogo sistemático:


1. Demonstrações contábeis : Elaboração : Contabilidade 657.3

Direitos reservados desta edição impressa à Trevisan Editora Universitária


r. Álvaro Rodrigues 152, conj. 22, CEP 04582 000
São Paulo, SP
tel. e fax: (11) 5042-3169
e-mail: editora@trevisan.com.br
home page: www.trevisaneditora.com.br

© BDO Trevisan, 2007


Guia para as
Demonstrações
Contábeis

2006-2007

A BDO International é uma rede mundial de empresas de auditoria, denomina-


da Firmas-Membro BDO, com presença em 105 países e 621 escritórios. Cada
firma-membro é uma entidade juridicamente independente em seu próprio
país. A BDO Trevisan é firma membro da rede BDO International desde 2004.
6
Apresentação

Mais uma vez temos o brasileiro, podemos citar o nosso acompa-


orgulho de prover aos nos- nhamento efetivo do projeto de atualização
sos clientes e à comuni- da Lei das Sociedades Anônimas e da alte-
dade em geral o nosso ração da lei que rege nossa profissão, visan-
Guia para as Demons- do apresentar a toda sociedade brasileira,
trações Contábeis de marcos importantes para o desenvolvimento
2006-2007, com os pon- sustentável do Brasil. Em suma, temos como
tos mais relevantes a se- missão não apenas agregar conhecimento,
rem observados. O objetivo deste Guia é sinteti- mas, acima de tudo, produzi-lo, com o obje-
zar os principais tópicos pertinentes a assuntos to permanente de contribuir com a comuni-
macroeconômicos, contábeis e tributários, emi- dade em geral.
tidos até 31 de dezembro de 2006. Ressaltamos, porém, que este material
Ano este de 2006 muito especial para a não pretende substituir, e não substitui, as
BDO Trevisan, continuamos a ser a 3a empre- pesquisas, leituras e conclusões a serem
sa de auditoria mais admirada pela comuni- efetuadas, pois nossa responsabilidade
dade empresarial brasileira, bem como a 3a relativa a conclusões somente pode ser
no ranking da CVM (rumo à liderança !!!) e a obtida após consultas oficiais que nos são
BDO Stoy Hayward na Inglaterra foi conside- encaminhadas. Assim, assuntos pontuais
rada a mais admirada pela comunidade em- devem ser analisados de forma detalhada.
presarial inglesa e também foi considerada Nossos especialistas em todo o mundo es-
uma das melhores empresas para se traba- tão à sua plena disposição.
lhar. Isto mostra que estamos semeando todo
o nosso esforço em prestar serviços com cada Boa leitura!
vez mais qualidade, excedendo as expectati-
vas de nossos clientes, com a plena confian- Atenciosamente,
ça da comunidade empresarial.
Adicionalmente a fim de exemplificar Eduardo Augusto Rocha POCETTI
nossa vanguarda no tratamento de questões Sócio-diretor
que terão forte impacto no setor empresarial Janeiro de 2007
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

8
BDO TREVISAN

Sumário

BDO TREVISAN EM 2006 ............................................................................................ 11

Perspectivas Econômicas de 2007 ....................................................................... 13


por Luiz Nelson Porto Araujo

Mercado de Ações e o Financiamento da Produção, ........................................... .21


por Alfried Karl Plöger

Aspectos Contábeis
Assuntos Nacionais ..................................................................................................... 25
Órgãos de Classe ................................................................................................... 25
Ibracon .............................................................................................................. 25
CFC .................................................................................................................... 28
Orgãos Reguladores ............................................................................................... 29
CVM ................................................................................................................... 29
Bacen ................................................................................................................. 33
CVM - Fundos de Investimento ........................................................................ 36
SRF .................................................................................................................... 39
Susep ................................................................................................................. 41
SPC .................................................................................................................... 47
ANS .................................................................................................................... 51
Assuntos Internacionais .............................................................................................. 61
Sarbanes-Oxley Act ................................................................................................ 61
USGAAP .................................................................................................................. 64
IFRS ............................................................................................................................... 90
Principais itens a serem atentados na preparação das Demonstrações Contábeis ..... 105

Responsabilidade Social ..................................................................................... 133


Aspectos Tributários ............................................................................................ 139
Resumo dos Indicadores Financeiros ........................................................................... 203
9
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

10
BDO TREVISAN

BDO TREVISAN EM 2006

BDO TREVISAN BDO INTERNATIONAL

A BDO Trevisan é uma empresa de au- Em 2006 as receitas totais de todas as


ditoria, advisory service e tributos com 23 Firmas-Membro da BDO totalizaram US$
anos de experiência no mercado brasileiro, 3,911.1 milhões – um crescimento na casa
com mais de 800 profissionais e a maior dos dois dígitos. O número de escritórios
presença no País, com 16 escritórios. no mundo cresceu para 621 e o número de
Por meio da estrutura internacional nos- sócios e funcionários aumentou para apro-
sos profissionais utilizam informações com- ximadamente 30 mil. Isto após pouco mais
partilhadas globalmente, aumentando o de 40 anos de fundação.
grau de segurança e transparência nas ope-
rações e oferecendo o conhecimento glo- Decididamente, a posição de 5 a no
bal com a experiência local para agregar ranking mundial foi mantida, muito à fren-
valor ao seu negócio. te de nossos competidores mais próximos.
Mostrando claramente que fazemos parte
do grupo das grandes redes de auditoria, e
que somos verdadeiramente um concor-
rente sem igual das chamadas “Big 4”, com
capacidade global para atender clientes
internacionais, onde quer que eles estejam
localizados no mundo.

11
BDO TREVISAN

Perspectivas Econômicas
de 2007 Luiz Nelson Porto Araujo*

Para muitos países em desenvolvimen- sinais de continuidade. De fato, nas Améri-


to, os anos 80 e 90 ficaram conhecidos cas, a continuidade da política econômica
como a década perdida; de fato, em muitos em países tão distintos quanto Canadá,
casos, foi um década de crescimento eco- Chile, Cuba e Estados Unidos é digna de
nômico negativo. Ao longo daquele perío- nota - seja ela qual for. No Brasil, consegui-
do, crises internas e choques externos aca- mos, depois de muito suor e críticas - mui-
baram por levar a uma situação de tama- tas delas desinformadas e sem fundamen-
nha insustentabilidade que a política eco- tos - manter uma mesma política por 12
nômica desses países concentrou-se na bus- anos. Essa conquista não deve ser subesti-
ca de ajustes estruturais, numa combina- mada: ela implica no reconhecimento de
ção de medidas de estabilização macroeco- que a estabilidade macroeconômica é con-
nômica para restabelecer o equilíbrio in- dição necessária para o crescimento. Aque-
terno e externo, e mudanças estruturais nas les economistas que não a conseguem es-
instituições, objetivando maior eficiência tão sujeitos aos custos de crises internas e
e, em conseqüência, crescimento. externas, nas quais as classes sociais me-
O Brasil foi um desses países. Os diversos nos favorecidas são ainda mais prejudica-
Planos de Estabilização adotados a partir de das. Para assegurar essa estabilidade é ne-
1986, e até 1994, indicam a busca frenética cessário, principalmente, controle sobre a
por um ajuste estrutural que demorou dez inflação, disciplina fiscal e monetária e
anos para ser conseguido. Ao mesmo tempo, uma gestão pública eficiente. O Brasil bus-
as inúmeras propostas de alteração ca cumprir essa agenda.
institucional - desde reformas ministeriais até Em conseqüência, as perspectivas de
as de cunho administrativo - objetivavam, de retomada do crescimento do País com re-
fato, alcançar maior eficiência. No entanto, dução das taxas de juros e controle do pro-
os resultados nesse caso foram, no mínimo, cesso inflacionário, apesar de ainda não
pífios quando comparados às propostas for- serem aquelas que todos desejam, ao me-
muladas e às promessas feitas. nos é sustentável e, com uma pequena mas
Entretanto, a partir de 1994 a situação relevante correção de rota, pode-se esperar
começou a mudar para melhor e apresenta um sucesso ainda maior.

13
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

CENÁRIO INTERNACIONAL China também se tornou um dos países mais


importantes do comércio internacional: é o
Na última década, o crescimento mun- terceiro maior importador e exportador de
dial foi alavancado pelo comportamento das bens e serviços, respondendo por aproxima-
economias americana e chinesa. Desde o damente 7% do fluxo total. Em 2006, mais
início da década de 90 os Estados Unidos de 40% do total das exportações chinesas
apresentam taxas de crescimento bastante foram destinadas aos Estados Unidos. A ex-
elevadas, apesar do fantasma sempre pre- pectativa é de que o crescimento permane-
sente dos déficits gêmeos (público e em ça forte para o próximo período, assim como
transações correntes). Depois de um longo o comportamento da balança comercial.
período com taxas de crescimento superio-
res a 3% ao ano, espera-se taxas um pouco CRESCIMENTO
inferiores para os próximos anos, sustenta-
das particularmente pelo consumo das fa- A taxa de crescimento da economia bra-
mílias. A inflação nesse país também sileira é uma das mais baixas entre todos
deve permanecer um pouco superior a 2% os países em desenvolvimento. Na Améri-
a.a. Em conseqüência, espera-se uma ca Latina, essa taxa situa-se acima, ape-
desaceleração econômica controlada, sem nas, da taxa estimada para o Haiti e muito
riscos de um processo recessivo, o que deve inferior à da Argentina, Chile e Venezuela.
manter a estabilidade da taxa de juros bá- Em relação à Rússia, Índia e China - que jun-
sica aproximada de 5% ao ano. tamente com o Brasil definem as economi-
O crescimento sustentado da China, mé- as emergentes com maior potencial de
dia de 9,0% ao ano, tem contribuído forte- crescimento – a taxa brasileira está abai-
mente - de forma direta e indireta - para o xo de um terço da taxa média. Em termos
crescimento das demais economias, dentre absolutos e relativos, o País tem perdido po-
elas, o Brasil. Este crescimento tem sido sições relevantes no ranking mundial.
baseado em grandes investimentos em infra- Desde 2000 a taxa de crescimento osci-
estrutura, o que tem implicado em uma de- lou entre 0,5% (em 2003) e 4,9% (em 2004).
manda bastante forte por matérias-primas Em 2006 a estimativa é de que tenha sido
(em particular, petróleo, minério de ferro, de aproximadamente 2,7%. Essa taxa é in-
carvão, cimento e alumínio). Além disso, a ferior à média histórica dos últimos 60 anos

14
BDO TREVISAN

(ou seja, desde que o País começou a apu- mite um crescimento mais acelerado sem
rar as contas nacionais). Nesse período, os pressões inflacionárias.
principais responsáveis pelo crescimento Desde o início da década passada, o in-
foram as exportações e os investimentos. vestimento como proporção do PIB corren-
Esses componentes da demanda devem te situou-se no intervalo entre 18 e 21%,
continuar a ter papel importante no futuro sendo que o menor valor da série foi obser-
próximo: não se esperam grandes ajustes vado em 2003. Desde então, esse percentual
positivos no consumo das famílias e o con- tem aumentado e a expectativa é de que
sumo do governo tem tido participação cada tenha sido muito próximo ao limite superi-
vez menos relevante na composição da de- or no ano de 2006: desde 2003 o investi-
manda agregada. mento aumentou à uma taxa aproximada a
As limitações na infra-estrutura conti- 5% ao ano, superior à taxa de crescimento
nuam a ser o maior obstáculo ao crescimen- do PIB. A decomposição dessa taxa mostra
to mais acelerado do PIB, seguidas da ele- a relevância cada vez maior do investimen-
vada e distorciva carga tributária, da péssi- to privado e a incapacidade do Estado de
ma distribuição da renda e do baixo nível investir.
de escolaridade da população economica- A expectativa é de que a participação
mente ativa. A expectativa é de que o PIB da iniciativa privada como financiadora e
real cresça em torno de 3,5% em 2007, sem executora da infra-estrutura necessária para
pressões sobre a taxa de inflação. A partir o desenvolvimento seja cada vez mais im-
de então, e superados alguns desafios es- portante, apesar da intenção manifestada
truturais, é possível imaginar um crescimen- do governo em aumentar os investimentos
to sustentado um pouco mais elevado. públicos.
Desde 2003, o País tem sido beneficia-
INVESTIMENTO do pelo aumento dos investimentos diretos
estrangeiros: de US$ 10 bilhões naquele
A formação bruta de capital fixo (investi- ano para algo próximo à US$ 17 bilhões em
mento bruto) é um dos principais componen- 2006. O Brasil ainda é um dos principais
tes da demanda. Um dos principais efeitos receptores de investimentos estrangeiros,
positivos do investimento é aumentar a ca- mas gargalos diversos (tributação,
pacidade instalada da economia, o que per- regulação da infra-estrutura, oportunidades

15
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

de investimento e custo de transação) têm tas é um governo que perdeu o controle so-
atuado como uma forte barreira à entrada bre o sistema. Nesse caso, é provável que
de novos recursos. todo o potencial de crescimento não esteja
No período recente, o Brasil subiu pata- sendo efetivado, com implicações
mares na classificação internacional de ris- distributivas importantes, principalmente
co - medida pelas três principais agências, em uma economia como a brasileira, na
S&P, Moody’s e Fitch - e deve atingir o grau qual o grau de pobreza de uma parcela bas-
de investimento até o final de 2008, manti- tante grande da população ainda é muito
dos os atuais cenários doméstico e interna- elevado.
cional. Essa classificação deve ter efeitos Depois de inúmeras fantasias heterodo-
importantes sobre o custo financeiro das xas, o Brasil conseguiu reduzir e estabilizar
operações de empréstimo internacional e a taxa de inflação. A partir da mudança do
o volume de recursos internados, com im- regime cambial em janeiro de 1999, e da
pactos muito positivos sobre a introdução do regime de metas de inflação
competitividade das empresas brasileiras. nesse mesmo ano, o comportamento dos
índices de inflação tem sido fantástico. Es-
INFLAÇÃO E JUROS pecialmente no período mais recente, mes-
mo depois de um choque adverso significa-
Um processo de crescimento econômi- tivo (eleições em 2002), a convergência do
co sustentado pressupõe a manutenção de IPCA para a meta foi muito rápida. A expec-
condições, senão ideais, ao menos não pre- tativa é que o IPCA fique abaixo de 3,2% em
judiciais. Dentre estas últimas, ressalta-se 2007, muito abaixo da meta de 4,5%, e pró-
a manutenção de patamares inflacionários ximo ao valor estimado para 2006.
elevados, conjugado com uma volatilidade A taxa Selic deve continuar a sua traje-
relevante na própria taxa. Além disso, a taxa tória de queda em 2007, como aconteceu
de inflação também é um indicador da com- ao longo de 2006. No entanto, a velocidade
petência do governo em administrar a eco- dessa redução deve ser menos acentuada,
nomia. Como não existe, na teoria econô- dadas as incertezas sobre a magnitude dos
mica, qualquer argumento plausível para efeitos do relaxamento monetário sobre a
que a taxa de inflação seja elevada, um demanda. A defasagem da política mone-
governo que induza taxas inflacionárias al- tária (período entre a redução da taxa e o

16
BDO TREVISAN

impacto final sobre os preços) é longa, de se como um empecilho ao crescimento eco-


no mínimo seis meses, o que leva o Banco nômico.
Central a esperar por maiores informações
antes de continuar a trajetória de queda na COMÉRCIO EXTERIOR E CÂMBIO
mesma intensidade. A expectativa é de que
a taxa esteja em 10,5% ao final de 2007, Desde 2003, o Brasil apresenta superá-
caso o cenário de pequena variação da taxa vit na balança comercial após amargar
de câmbio não seja muito alterado. déficits importantes nos anos após a intro-
Por outro lado, a taxa Selic poderia cair dução do Real. Esse resultado está
mais rápido caso a situação das contas pú- correlacionado com o forte crescimento das
blicas (inclusive a previdência) não estives- exportações a partir daquele ano: de US$ 73
se tão ruim. Em outras palavras, a parcela bilhões, para quase US$ 140 bilhões em
mais importante do comportamento da po- 2006. No mesmo período as importações
lítica monetária mais apertada está as- cresceram de US$ 48 bilhões para aproxi-
sociada ao comportamento mais frouxo da madamente US$ 93 bilhões. A expectativa
política fiscal. Apesar dos ganhos relevan- é de que o superávit comercial em 2007 fi-
tes obtidos com a Lei de Responsabilidade que em torno de US$ 38 bilhões, um pouco
Fiscal, a situação ainda exige muito cuida- inferior ao observado no ano anterior, em
do e atenção para se evitar uma deteriora- razão do crescimento mais rápido das im-
ção que possa comprometer, ainda mais, o portações (principalmente volume) e da
crescimento sustentado do País. menor expansão das exportações (preço e
A carga tributária é extremamente ele- volume).
vada enviesada contra o sistema produtivo, A conta de serviços deve manter o seu
o que reduz a competitividade das empre- déficit estrutural, dadas as despesas com o
sas brasileiras no mercado internacional. pagamento de empréstimos externos, a
Além disso, também onera sobremaneira a manutenção das remessas de lucros e divi-
renda disponível dos agentes econômicos, dendos (em função do estoque de capital
diminuindo a capacidade de investimento estrangeiro e da taxa cambial abaixo da
e o poder de compra. Apesar dessa alta car- paridade real média), o turismo (em função
ga, a razão dívida pública/PIB não tem di- do câmbio baixo) e os fretes e seguros (em
minuído de forma mais rápida, colocando- razão do crescimento mais rápido em 2007).

17
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A partir de 2002, com a geração de PERSPECTIVAS E DESAFIOS


superávits comerciais cada vez maiores,
as reservas internacionais do Brasil cres- Para 2007, com a manutenção da políti-
ceram bastante: de US$ 32,8 bilhões na- ca macroeconômica e na ausência de cho-
quele ano para aproximadamente US$ 85 ques externos, pode-se esperar um cresci-
bilhões ao final de 2006. A expectativa é mento do PIB aproximado de 3,5% e uma
de que cheguem a US$ 115 bilhões em taxa de inflação abaixo da meta de 4,5%.
dezembro de 2007, sendo que as princi- Além disso, espera-se que as contas públi-
pais fontes de divisas devem ser o supe- cas sejam mantidas equilibradas, com um
rávit comercial, o investimento direto es- superávit fiscal próximo ao dos últimos
trangeiro e o investimento em carteira. anos (supondo que os novos projetos de in-
Apesar dessa evolução, as reservas bra- vestimento do governo não superem o 0,5%
sileiras ainda são relativamente meno- do PIB). É provável que a produtividade das
res do que aquelas de outros países em empresas aumente, assim como sua
desenvolvimento (como China, Rússia e competitividade. O ganho da agilidade do
Índia). Estado e a diminuição das desigualdades
O comportamento da balança comerci- sociais também devem ser sentidas no pró-
al teve impacto importante sobre a taxa de ximo ano. No âmbito empresarial, o cená-
câmbio nos últimos três anos e deve conti- rio é favorável, principalmente em alguns
nuar a ter em 2007. O saldo líquido de re- setores, como Petroquímica, Mineração,
cursos na conta comercial e de capital deve Telecomunicações, Bancos, Papel e Varejo
manter a taxa de câmbio vis-à-vis o dólar em geral.
americano em torno de R$ 2,16. Apenas em Apesar dos avanços significativos nas
um cenário de choques adversos pode-se áreas econômica e social nos últimos anos,
esperar uma desvalorização mais acentua- ainda restam alguns ajustes estruturais fun-
da do real. Espera-se, também, uma redu- damentais para assegurar o crescimento
ção marginal da volatilidade da taxa, sem sustentado – à taxas superiores a 5% ao ano,
efeitos relevantes sobre o câmbio médio com inflação baixa e distribuição de renda,
do período. quais sejam:

18
BDO TREVISAN

• redução do estoque da dívida pública breza e o foco efetivo do governo em ações


em relação ao PIB. e projetos de cunho social.
• aumento das exportações e do saldo Assim, nesse contexto, com ou sem ajus-
da balança comercial. tes, resta aos investidores compreenderem
• choque de gestão pública. que, em qualquer cenário, o potencial de cres-
• reformas fiscal e previdenciária. cimento é grande. O mercado consumidor
• definição de política industrial e de brasileiro é, com certeza, um dos maiores do
competitividade. mundo, juntamente com os da China, Índia
• fortalecimento das agências regula- e Rússia. A possibilidade de se desenvolve-
doras. rem parcerias e acordos de empresas estran-
• manutenção, otimizada particular- geiras com grupos nacionais é também ex-
mente dos investimentos sociais, em pressiva. O governo tem feito, em certa me-
educação, saúde e segurança. dida, a gradativa redução das barreiras de
importação e exportação buscando uma mai-
Concretizados, esses ajustes poderão or inserção comercial do País em mercados
representar ao País, de imediato, um cres- internacionais já estabelecidos e também
cimento mais forte do PIB e da renda per em novas fronteiras. Cabe às empresas apro-
capita, e da distribuição da renda, a partir veitarem as oportunidades abertas.
de 2008. A médio e longo prazos, os ajustes
também podem significar uma melhoria da * Luiz Nelson Porto Araujo é Diretor da BDO
mão-de-obra disponível, a redução da po- Trevisan

19
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

20
BDO TREVISAN

Mercado de Ações
e o Financiamento da Produção Alfried Karl Plöger*

O fato de a Bolsa de Valores ter sido o está crescendo menos do que seus vizinhos
investimento de maior rentabilidade no Bra- sul-americanos, os emergentes e a média
sil em 2006 suscita interessante reflexão mundial.
na análise das perspectivas do País em Há vários indicadores desse desempe-
2007. Refiro-me ao processo de desenvol- nho econômico aquém das reais poten-
vimento e consolidação do mercado mobi- cialidades do País. Um exemplo real: a
liário, criando-se uma efetiva cultura de performance da indústria gráfica em 2006,
aplicação de recursos em ações, sem dúvi- exercício no qual o setor cresceu abaixo de
da uma das bases da consistência econô- 3%, ratificando sua vocação de “termôme-
mica das nações ricas. Mais do que outros tro” da economia, cujo ritmo pode ser medi-
países, o Brasil, com sua fabulosa dívida do nas encomendas de notas fiscais, em-
pública de um trilhão de reais, carece de balagens, talões de cheques, cartões de
poupança não atrelada a esse impagável crédito e débito, manuais de automóveis e
débito. Esta âncora para financiar a produ- equipamentos eletrônicos.
ção, com menos suscetibilidades às intem- Dessa maneira, é inexorável promover
péries e turbulências, encontra-se justa- o crescimento, ativar a produção e o con-
mente no mercado mobiliário. sumo e criar milhões de postos de traba-
Desde o Governo Fernando Henrique lho. Nesse sentido, paralelamente às me-
Cardoso, é verdade, instituiu-se uma blin- didas sugeridas em uníssono pela socie-
dagem monetária para a dívida, estratégia dade, como redução dos juros e dos gastos
mantida no primeiro mandato do presiden- do governo, ajuste do câmbio e realização
te Luiz Inácio Lula da Silva. Claro que res- das reformas previdenciária, tributária e
ponsabilidade fiscal, controle da inflação e trabalhista, é importante o desenvolvimen-
serviço pontual da dívida são essenciais, to de uma cultura de ações, derrubando
mas não bastam! Prova disto é que o Brasil alguns mitos e preconceitos. Tal avanço
tem crescente credibilidade internacional, significaria, em termos práticos, deslocar
o mais baixo risco-país de sua história, su- o eixo do financiamento produtivo ao mer-
perávit orçamentário primário no setor pú- cado de capitais, como ocorre nas princi-
blico e recorde na balança comercial, mas pais economias.

21
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Em numerosos países, como Estados arem em setores ligados à inovação


Unidos, Japão e potências européias, há tecnológica; eles não têm produtos em
plenas condições e consagrada tradição de comercialização, mas seus investimentos
geração de recursos para investimentos das capitalizam as companhias, pois são um
empresas de capital aberto, por meio de poderoso meio de financiamento.
pessoas físicas e investidores institucionais, É inegável o avanço verificado nos últi-
como seguradoras e fundos de pensão, via mos anos no mercado mobiliário brasilei-
emissão de ações, debêntures e commercial ro. Contudo, é preciso evoluir mais, pois
papers. Esse dinheiro, desvinculado da dívi- uma nação com desafios superlativos como
da pública, engorda a poupança interna. a nossa não pode prescindir desse contem-
Além disso, constitui fundos para a aposen- porâneo, civilizado e eficaz meio de promo-
tadoria dos trabalhadores, que têm segu- ção do desenvolvimento.
rança no gesto de investir em ações.
Cria-se um círculo virtuoso, a ser insti-
tuído com muito empenho no Brasil, onde * Alfried Karl Plöger é presidente da Abrasca; Associação
apenas pouco mais de 2% dos investidores Brasileira das Companhias Abertas, Abigraf - Associação
aplicam em ações, contra índice de 60% nos Brasileira da Indústria Gráfica, e Coordenador de relações
Estados Unidos. Os norte-americanos com- institucionais do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, CPC.
pram papéis até de empresas que, por atu-

22
BDO TREVISAN

Aspectos
Contábeis

23
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

24
BDO TREVISAN

ASSUNTOS
NACIONAIS

ÓRGÃOS DE CLASSE tos relevantes com manutenção de bens


do ativo imobilizado. Conforme a Interpre-
tação Técnica 1 de 2006 do Ibracon, as
empresas deverão deixar de constituir essa
INSTITUTO DOS AUDITORES provisão. O custo de substituição de pe-
INDEPENDENTES DO BRASIL, IBRACON ças, partes ou serviços em itens do ativo
imobilizado não deverá ser provisionado
MANUTENÇÕES RELEVANTES porque, na data do balanço, nenhuma obri-
gação de substituir partes, peças e de con-
Os componentes principais de alguns tratar serviços existia. A eventual reversão
bens do imobilizado podem precisar de re- de provisão de manutenção já existente
posição a intervalos regulares. Esses com- deverá ser tratada como mudança de prá-
ponentes devem ser contabilizados como tica contábil. Seus efeitos, portanto, devem
ativos individuais e separados porque têm ser registrados diretamente em lucros e
vidas úteis diferentes daquelas dos bens do prejuízos acumulados.
imobilizado aos quais se relacionam. (Interpretação Técnica 1, de 16 de fevereiro de 2006)
Dessa forma, os custos implícitos rela-
cionados a determinado ativo imobilizado Registro da contingência relativa ao PIS
deveriam ser segregados do todo na época e à Cofins
da compra ou construção do ativo, desde
que estimados com segurança e deprecia- Diante da materialidade dos valores
dos entre a data da instalação e a data da envolvidos, da complexidade do assunto e
parada programada. Desse modo, os gastos da peculiaridade de cada processo, o
relevantes com manutenções programadas Ibracon optou por se pronunciar a respeito
são incluídos como componente do imobi- das decisões do Poder Judiciário quanto
lizado e depreciado até a parada seguinte. ao alargamento da base de cálculo do PIS
A prática contábil que prevalecia no e da Cofins.
Brasil era a de constituir provisão para gas- O Ibracon destaca que o fato de algu-

25
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

mas sociedades terem seus recursos jul- correspondências quando da solicitação da


gados de forma final e irrecorrível não dá emissão de carta-conforto.
às demais sociedades o mesmo direito. Em (NPA 12, de 7 de março de 2006)
suma, estes montantes deverão ser trata-
dos de forma específica para cada proces- Planos de benefícios de entidades fe-
so e cada sociedade, com a utilização dos chadas de previdência complementar –
princípios da prudência e conservadorismo. Procedimentos de Auditoria
(Comunicado Técnico 2, de 23 de janeiro de 2006)
Através da Resolução CFC 1023/05 foi
Emissão de carta-conforto (comfort aprovada a NBC P 1.8 – Utilização de Traba-
letter) lhos de Especialistas – a qual determinou
que a partir de 1o de janeiro de 2007, o Au-
Considerando o aumento dos riscos que ditor Independente não poderá mais fazer
os auditores têm tido em seus trabalhos e o referência, em seu parecer, ao trabalho de
crescente número de entidades brasileiras especialista. Nesta situação encontra-se o
que buscam a captação de recursos no Bra- Atuário responsável pela avaliação atuarial
sil e no exterior por meio da emissão de títu- nas Entidades Fechadas de Previdência
los e valores mobiliários, bem como a con- Complementar, EFPC.
seqüente solicitação pelo coordenador da Assim, o objetivo da NPA 13 é definir
oferta (underwriter) para que os auditores in- procedimentos mínimos, portanto não res-
dependentes forneçam cartas-conforto como tritivos, que devem ser aplicados pelos Au-
parte do processo de investigação profissio- ditores Independentes para obter seguran-
nal (due diligence), o Ibracon estabeleceu nor- ça necessária relacionada ao trabalho do
mas que devem ser adotadas pelo auditor Atuário responsável pela avaliação atuarial
independente para emissão de carta-confor- quando da auditoria das demonstrações
to em captações de recursos efetuadas por contábeis das EFPC.
entidades brasileiras no Brasil (emissões
brasileiras) ou no exterior (emissões inter- Cabe ressaltar que as normas brasi-
nacionais), esclarecendo e/ou detalhando leiras de auditoria, anteriormente vigen-
quanto aos procedimentos e ao formato das tes, não previam a aplicação dos procedi-

26
BDO TREVISAN

mentos descritos na NPA 13. Dessa for- avaliação atuarial da Entidade, descre-
ma, no primeiro ano de aplicação desta vendo em parágrafo adicional o exame
NPA, o Auditor emitirá o parecer de audi- efetuado nas demonstrações contábeis do
toria somente sobre as demonstrações do exercício anterior.
exercício atual, sem fazer referência aos
trabalhos do Atuário responsável pela (NPA 13, de 21 de dezembro de 2006)

27
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

CONSELHO FEDERAL DE Educação Profissional Continuada


para os Auditores Independentes
CONTABILIDADE, CFC
Em 2002, o CFC expediu normas espe-
Exame de Qualificação Técnica para cíficas no intuito de que os auditores inde-
Registro no Cadastro Nacional de Audi- pendentes preenchessem uma carga ho-
tores Independentes, CNAI do Conselho rária mínima de educação profissional a
Federal de Contabilidade, CFC cada exercício, com o objetivo de mante-
rem-se atualizados em relação às deman-
Com o intuito de aperfeiçoar o exame das impostas pela comunidade financeira
de qualificação técnica e ética dos audito- internacional.
res independentes e zelar pela profissão Para aprimorar essas normas, o CFC al-
por meio de novos procedimentos a serem terou a redação da NBC P 4, que dispõe so-
executados para que os auditores sejam in- bre a Norma da Educação Profissional Con-
cluídos no CNAI, o CFC alterou a redação tinuada. Por esta alteração, os auditores,
da NBC P 5, que dispõe sobre a Norma So- bem como os demais contadores que com-
bre o Exame de Qualificação Técnica para põem o seu quadro funcional técnico, de-
registro no CNAI do CFC. vem cumprir 96 pontos de Educação Profis-
Por meio da Resolução 1.080, de 20 de sional Continuada por triênio calendário, o
outubro de 2006, foram incluídos os critéri- primeiro triênio foi definido para o período
os aplicáveis aos contadores que preten- de 2006 a 2008. Contudo, é obrigatória a
dam atuar como Auditores Independentes comprovação de, no mínimo, 20 pontos em
nas Entidades supervisionadas pela Supe- cada ano do triênio.
rintendência de Seguros Privados - Susep. (Resolução 1.074, de 23 de junho de 2006)
(Resolução 1.077, de 25 de agosto de 2006)

28
BDO TREVISAN

ÓRGÃOS – Criação do subgrupo de intangível no


grupo Ativo Permanente no Balanço

REGULADORES Patrimonial.
– Alteração nos subgrupos do patrimônio
líquido.
– Consideração de arrendamento mer-
COMISSÃO DE VALORES cantil financeiro como componente do Ati-
MOBILIÁRIOS, CVM vo Permanente Imobilizado.

Outro tópico importante a ser destaca-


Projeto de alteração da Lei das Socie-
do é que as sociedades de grande porte que,
dades Anônimas (PL 3741/00)
apesar de possuírem estruturas societárias
diferentes das sociedades anônimas, deve-
Tramita no Congresso Nacional o Proje-
rão seguir algumas determinações dessa
to de Lei 3.741, cujo relator é o Deputado
Federal Armando Monteiro (PTB - PE), que lei. De acordo com o projeto, serão consi-
também preside a Confederação Nacional deradas sociedades de grande porte as com-
da Indústria, CNI e que tem como objetivo panhias com ativo total superior a R$ 240
atualizar e harmonizar a Lei 6.404/76, para milhões ou receita bruta anual superior a
aspectos internacionais de governança R$ 300 milhões.
corporativa. (Projeto de Lei 3.741, publicado no Diário Ofi-
Os principais tópicos abordados no Pro- cial em 10 de novembro de 2000)
jeto de Lei referem-se a:
Alteração nas normas e apresentação
– Criação do Comitê de Pronunciamen- das demonstrações contábeis
tos Contábeis, CPC.
– Mudança da publicação da Demonstração Por meio da Deliberação 496, de janei-
das Origens e Aplicações de Recursos, Doar, para ro de 2006, a CVM prorrogou a aplicação da
Demonstração dos Fluxos de Caixa, DFC. Deliberação CVM 488 para o exercício ini-
– Inclusão da Demonstração do Valor ciado a partir de 1º de janeiro de 2006.
Adicionado, DVA na publicação de compa- Essa Deliberação busca a harmonização
nhias abertas. de algumas práticas contábeis adotadas no

29
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Brasil com as Normas Internacionais de normatizar os procedimentos para o re-


Contabilidade. As principais alterações re- gistro contábil de provisão para contin-
ferem-se a: gências, bem como contingências ativas.
– Nomenclatura de algumas rubricas Para estas, passou a ser considerada a pro-
contábeis. babilidade de ganho “praticamente cer-
– Estrutura básica do Balanço ta”, que se refere a eventos cujo futuro é
Patrimonial. certo, apesar de não ocorrido, e que de-
– Uso de práticas contábeis adotadas pendam exclusivamente da Companhia
pela CVM para as demais sociedades. para realizar o valor. Para esses casos não
– Criação do subgrupo de Ativo Intangí- deve haver possibilidade de nenhum tipo
vel, no Balanço Patrimonial. de recurso judicial.
– Ampliação das informações constan- Com o objetivo de esclarecer a NPC 22,
tes nas notas explicativas. o Ibracon editou a Interpretação Técnica 2
– Maior detalhamento na apresentação de 2006, definindo o conceito de obrigação
das práticas contábeis. legal, que conforme descrito nessa inter-
– Sugestão de inclusão da Demonstração pretação, é aquela que deriva de um con-
de Fluxo de Caixa,DFC, e Demonstração de trato (por meio de termos explícitos ou im-
Valor Agregado, DVA, nas peças contábeis. plícitos), de uma lei ou de outro instrumen-
Ademais, a CVM tornou obrigatória a to fundamentado em lei.
adoção dessas práticas para fins de com- Dessa maneira, para que ocorra a obri-
paração, nas demonstrações de 2005 em gação tributária, a Entidade tem de praticar
relação às de 2006. o ato previsto em lei para sua ocorrência. A
(Deliberação 488, de 3 de outubro de 2005, e incerteza sobre a prática do ato, na decisão
496, de 3 de janeiro de 2006, que aprovam o sobre o registro contábil, não dependerá
pronunciamento do Ibracon – Normas e Procedi- somente do entendimento da Administra-
mentos de Contabilidade, NPC 27) ção mas da interpretação e opinião de es-
pecialista tributário.
Contingências (Deliberação 489, de 3 de outubro de 2005,
que aprova o pronunciamento do Ibracon- Normas e
A CVM, em conjunto com o Ibracon, ex- Procedimentos de Contabilidade, NPC 22, Interpre-
pediu pronunciamento com o intuito de tação Técnica 2, de 30 de novembro de 2006)

30
BDO TREVISAN

Eventos subseqüentes à data do ba- Práticas contábeis, mudanças nas es-


lanço patrimonial timativas contábeis e correção de erros

Em sua Deliberação 505, em conjunto No processo de convergência das nor-


com o Ibracon (NPC 10), a CVM aprovou pro- mas contábeis brasileiras para as normas
cedimentos a serem adotados em relação a internacionais de contabilidade, a CVM
eventos subseqüentes à data do balanço aprovou, em conjunto com o Ibracon, de-
patrimonial; os procedimentos destacados liberação sobre práticas contábeis, mu-
estão correlacionados com as Normas Inter- danças nas estimativas contábeis e cor-
nacionais de Contabilidade, IAS 10, e devem reção de erros, com o objetivo de esta-
ser considerados segundo sua natureza: belecer os critérios para a seleção das
práticas contábeis, bem como o trata-
- Eventos subseqüentes à data do ba- mento contábil e a divulgação de mudan-
lanço que originam ajustes. ças em práticas contábeis, mudanças em
- Eventos subseqüentes à data do ba- estimativas contábeis e a correção de
lanço que não originam ajustes. erros, de modo que todas as entidades
elaborem e apresentem suas demonstra-
A Entidade deverá aplicar a NPC 10 às ções contábeis em bases uniformes. Com
demonstrações contábeis referentes a exer- isso, pretende-se melhorar a relevância,
cícios que se iniciam em 1º de janeiro de a confiança nas demonstrações contábeis
2007, ou após essa data. A adoção dessa e a comparabilidade, tanto com as pró-
NPC antes dessa data é recomendável. Se a prias demonstrações contábeis de perí-
Entidade aplicar essa NPC às demonstra- odos anteriores, como com as de outras
ções contábeis referentes a exercícios que entidades.
se iniciam antes de 1º de janeiro de 2007,
deverá divulgar o fato. A Entidade deverá aplicar esses proce-
(Deliberação 505 de 19 de junho de 2006, dimentos às demonstrações contábeis re-
que aprova o pronunciamento do Ibracon – ferentes a exercícios que se iniciam em 1º
Normas e Procedimentos de Contabilidade, NPC de janeiro de 2007, ou após essa data. A
10, em consonância com as Normas Internacio- adoção dessa NPC antes dessa data é reco-
nais de Contabilidade, IAS 10) mendável. Se a adoção antecipada causar

31
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

efeitos nas demonstrações contábeis a en- A referida instrução deve ser aplicada
tidade deverá divulgar o fato. aos exercícios sociais iniciados a partir de
(Deliberação 506, de 19 de junho de 2006, 1º de janeiro de 2007.
que aprova o pronunciamento do Ibracon – (Instrução 438, de 12 de julho de 2006, data
Normas e Procedimentos de Contabilidade, NPC de aplicabilidade alterada pela Instrução 439, de
12, em consonância com as Normas Internacio- 22 de agosto de 2006)
nais de Contabilidade, IAS 8)
Consolidação dos principais itens a
serem analisados nas demonstrações
Fundos de investimento
contábeis de sociedades anônimas de ca-
pital aberto
Por meio de sua Instrução 438, a CVM
aprovou o Plano Contábil dos Fundos de
Anualmente, a CVM organiza em forma
Investimentos, Cofi, dispondo sobre as
de ofício circular uma consolidação de to-
normas de escrituração, avaliação de ati-
dos os seus pronunciamentos referentes
vos, reconhecimento de receitas, apropri-
aos itens a serem analisados de forma obri-
ação de despesas e elaboração das de-
gatória nas Demonstrações Contábeis. Ape-
monstrações contábeis dos Fundos de In-
sar da extensão do ofício, ele é extrema-
vestimento e Fundos de Investimento em
mente rico, como check list dos itens a serem
Cotas de Fundo de Investimento, dos Fun-
atentados na produção dessas Demonstra-
dos Mútuos de Privatização, dos Fundos
ções Contábeis.
Mútuos de Privatização – Carteira Livre, e
(Ofício Circular CVM/SNC/SEP/ 01/2006,
dos Fundos de Aposentadoria Programa-
de 22 de fevereiro de 2006)
da Individual.

32
BDO TREVISAN

BANCO CENTRAL O Bacen emitiu normativo alterando a


Resolução 3.059/02, que dispõe sobre o re-
DO BRASIL, BACEN gistro contábil de créditos tributários das
instituições financeiras e demais institui-
Convergência para as normas internacio- ções autorizadas a funcionar pelo Banco
nais de contabilidade e de auditoria Central do Brasil.
A principal alteração foi com relação à
O Bacen emitiu comunicado sobre pro- mudança no prazo de realização dos crédi-
cedimentos para a convergência das nor- tos tributários, que passou de cinco para dez
mas de contabilidade e auditoria aplicáveis anos, considerando que exista expectativa
às instituições financeiras e às demais ins- de geração de lucros ou receitas tributáveis
tituições autorizadas a funcionar pelo futuras, com base em estudo técnico.
Bacen com as normas internacionais pro- A probabilidade de realização dos crédi-
mulgadas pelo International Accounting tos tributários deve ser criteriosamente avali-
Standards Board, IASB e pela International ada, no mínimo, quando da elaboração dos
Federation of Accountants, IFAC. balanços semestrais e anuais.
Deve-se determinar, no âmbito do (Resolução 3.355, de 31 de março de 2006)
Bacen, o desenvolvimento de ação especí-
fica a ser concluída até 31 de dezembro de Implementação de estrutura de
2006 (diagnóstico). gerenciamento do risco operacional
A edição de normativos objetiva a ado-
ção de procedimentos para a elaboração e O Bacen determinou às instituições fi-
publicação de demonstrações contábeis con- nanceiras e às demais instituições autori-
solidadas a partir de 31 de dezembro de 2010. zadas a funcionar por ele, a implantação de
(Comunicado Técnico 14.259, de 10 de março estrutura de gerenciamento do risco
de 2006) operacional compatível com a natureza e a
complexidade dos produtos, dos serviços,
Registro contábil de créditos tributá- das atividades, dos processos e dos siste-
rios das instituições financeiras e demais mas da Instituição.
instituições autorizadas a funcionar pelo Define-se como risco operacional a pos-
Banco Central do Brasil sibilidade de ocorrência de perdas resul-

33
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

tantes de falha, deficiência ou inadequação Dispõe sobre a realização de emprés-


de processos internos, pessoas e sistemas, timos e financiamentos pelas companhi-
ou de eventos externos, incluindo o risco as hipotecárias
legal associado à inadequação ou defici-
ência em contratos firmados pela Institui- Alteração do Artigo 3º da Resolução
ção, bem como a sanções em razão de 2.122 de 30 de novembro de 1994, com re-
descumprimento de dispositivos legais e a lação ao objeto social das companhias hi-
indenizações por danos a terceiros, decor- potecárias, incluindo a possibilidade de
rentes das atividades desenvolvidas pela conceder empréstimos e financiamentos,
Instituição. garantidos por hipoteca ou pela alienação
A estrutura de gerenciamento do risco fiduciária de bens imóveis, com destinação
operacional deverá ser implementada até diversa do que se refere o inciso 1º desse
31 de dezembro de 2007, com a observân- Artigo, que é a concessão de financiamen-
cia do seguinte cronograma: tos destinados à aquisição, produção, re-
forma ou comercialização de imóveis
I - até 31 de dezembro de 2006: indi- residenciais ou comerciais e lotes urbanos.
cação do diretor responsável e definição da (Resolução 3.425, de 21 de dezembro de 2006)
estrutura organizacional que tornará efeti-
va sua implementação. Constituição de Bancos de Câmbio

II - até 30 de junho de 2007: definição Facultada a Constituição de bancos de


da política institucional, dos processos, dos câmbio, instituições financeiras especia-
procedimentos e dos sistemas necessários lizadas na realização entre outras operações,
à sua efetiva implementação. de compra e venda de moeda estrangeira; trans-
ferências de recursos do/ e para o exterior; fi-
III - até 31 de dezembro de 2007: efeti- nanciamento de importação e de exportação;
va implementação da estrutura de adiantamento sobre contratos de câmbio, etc,
gerenciamento de risco operacional. inclusive de prestação de serviços, previstas
(Resolução 3.380, de 29 de junho de 2006) na regulamentação do mercado de câmbio.

34
BDO TREVISAN

Aplicam-se aos bancos de câmbio as atividades e de priorização de suas ações de


mesmas condições de constituição e de fun- regulação e fiscalização, capazes de permi-
cionamento aplicáveis às demais institui- tir a identificação, o dimensionamento, a
ções financeiras. mitigação, o controle e o monitoramento dos
(Resolução 3.426, de 21 de dezembro de 2006) riscos que possam afetar a implementação
de seus mandatos legais.
Estabelecimento de política a ser ob- A norma contempla a exigência de ela-
servada no mercado de valores mobiliá- boração e envio para conhecimento do Con-
rios, visando a adoção de um modelo de selho Monetário Nacional e publicação por
regulação e supervisão baseado em ris- parte da CVM, a cada dois anos, de um Pla-
co, com a implantação de um Sistema no Bienal de Supervisão, sendo o primeiro
de Supervisão Baseada em Risco do a ser aprovado até 31 de dezembro de 2007
mercado de valores mobiliários, SBR e a elaboração e envio para conhecimento
do Conselho Monetário Nacional e publi-
A Comissão de Valores Mobiliários, CVM, cação por parte da CVM, a cada seis meses,
deverá implantar um Sistema de Supervisão de um Relatório Semestral de
Baseada em Risco, SBR, adotando mecanis- Monitoramento de Riscos.
mos institucionais de organização de suas (Resolução 3.427, de 21 de dezembro de 2006)

35
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

CVM – FUNDOS DE Carteira Livre - FMP-FGTS-CL, regidos pela


Instrução 279/98.
INVESTIMENTO
• Fundos de Aposentadoria Programa-
IMOBILIÁRIO da Individual, Fapi, instituídos pela Lei
9.477/97.
A Comissão de Valores Mobiliários,
CVM, editou a Instrução CVM 432, de 1º de Um dos objetivos da Instrução 438/06 é
junho de 2006, que dispõe sobre a consti- consolidar as normas e procedimentos
tuição, a administração, o funcionamento contábeis, assim como padronizar as de-
dos fundos de investimento destinados à monstrações contábeis aplicáveis aos fun-
garantia de locação imobiliária e à cessão dos de investimento acima mencionados.
fiduciária, em garantia de locação imobili- Dentre outras alterações, a nova regra pre-
ária, de cotas de emissão de outros fundos vê algumas novas contas, necessárias à
de investimento. compreensão das demonstrações contábeis
(Instrução 432, da CVM, de 1.º de junho dos fundos de investimento.
de 2006) Sua vigência é de 30 dias a partir da data
de publicação, 13 de julho de 2006, apli-
Plano de Contas cando-se aos exercícios sociais iniciados
após a sua vigência.
A CVM editou, em 12 de julho de 2006, a A referida instrução revoga as Instruções
instrução CVM 438, aprovando o Plano 305/99, 340/00, 365/02 e 375/02.
Contábil dos Fundos de Investimento, Cofi, Em 22 de agosto de 2006, o presiden-
aplicável aos fundos: te da CVM assinou a Instrução CVM 439,
alterando o prazo de adaptação dos fun-
• Fundos de Investimento e Fundos de In- dos de investimentos referidos no artigo
vestimento em Cotas de Fundo de Investi- 1º da Instrução CVM 438 de 12 de julho
mento, regidos pela Instrução 409/04. de 2006, vigente a partir de 24 de agosto
de 2006.
• Fundos Mútuos de Privatização, FMP, A presente Instrução prorroga para 1º
FGTS e Fundos Mútuos de Privatização - de janeiro de 2007 a aplicabilidade do

36
BDO TREVISAN

referido Plano Contábil, sendo facultada relevantes, assim como seus representan-
a adoção de suas disposições antecipa- tes, familiares e outras pessoas de seu re-
damente a esta data. Para os Fundos que lacionamento próximo, conforme definido
não adotarem as disposições do Cofi, apli- pela Estratégia Nacional de Combate à La-
cam-se as regras previstas no Cosif, bem vagem de Dinheiro, Encla.
como nas Instruções 305/99, 340/00, 365/ Recomenda-se ainda a adoção de um
02 e 375/02, essas últimas revogadas sistema de gestão de riscos dos clientes,
pelo Cofi. conforme item II do artigo 2º da referida
(Instruções 438, da CVM, de 12 de julho de Deliberação:
2006 e 439, de 22 de agosto de 2006) II - no âmbito da Comissão de Valores
Mobiliários, os subscritores ou adquirentes
Deliberação 2, da CVM, de 1.º de de- de títulos e valores mobiliários e os cotistas
zembro de 2006 – (DOU de 22 de dezem- de fundos de investimento de qualquer na-
bro de 2006) tureza.

Comitê de Regulação e Fiscalização dos Instrução 442, da CVM, de 8 de de-


Mercados Financeiro, de Capitais, de Segu- zembro de 2006 - (DOU de 11 de dezem-
ros, de Previdência e Capitalização, Coremec. bro de 2006)
Estabelece orientação a respeito da edi-
ção, no âmbito das respectivas competên- Altera as Instruções 356, de 17 de de-
cias, de normas relativas ao cumprimento, zembro de 2001 e 400, de 29 de dezembro
pelas instituições supervisionadas, das re- de 2003, que regulam a constituição e o fun-
gras preventivas relacionadas com a vigi- cionamento de fundos de investimentos em
lância reforçada do relacionamento de Pes- direitos creditórios e de fundos de investi-
soas Politicamente Expostas. mentos em cotas de fundo de investimen-
Consideram-se pessoas politicamente tos creditórios e dispõe sobre as ofertas
expostas os agentes públicos que desem- públicas de distribuição de valores mobili-
penham ou tenham desempenhado, nos ários, nos mercados primário ou secundá-
cinco anos anteriores, no Brasil ou em paí- rio, respectivamente.
ses, territórios e dependências estrangei- As alterações abordam aspectos relacio-
ras, cargos, empregos ou funções públicas nados ao registro, distribuição e aquisição

37
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

de direitos creditórios, pedido de aprovação Finor e Funres e estabelece que as de-


do regulamento e elaboração do prospecto. monstrações contábeis dos Fundos de In-
vestimentos regidos por esta Instrução
Instrução 444, da CVM, de 8 de de- devem ser auditadas anualmente por au-
zembro de 2006 - (DOU de 11 de dezem- ditor independente registrado na CVM, ob-
bro de 2006) servadas as normas que disciplinam o
exercício dessa atividade e entra em vi-
Trata-se do funcionamento de Fundos de gor na data de sua publicação no Diário
Investimentos em Direitos Creditórios Não- Oficial da União, aplicando-se aos exer-
Padronizados, FIDC-NP, considerados aque- cícios sociais iniciados a partir de 1º de
les fundos cuja política de investimento per- janeiro de 2007.
mita a realização de aplicações, em quais-
quer percentuais de seu patrimônio líquido, Instrução 446, da CVM, de 19 de de-
em direitos creditórios conforme os critérios zembro de 2006 - (DOU de 21 de dezem-
estabelecidos na referida instrução. bro de 2006)
A constituição e o funcionamento do
FIDC-NP reger-se-á pelo disposto na Instru- Altera a Instrução CVM 356, de 17 de
ção CVM 356/01, observadas as disposições dezembro de 2001, e a Instrução CVM 414,
da presente Instrução e, aquele destinado de 30 de dezembro de 2004 (Certificados
à aplicação em direitos creditórios que se de Recebíveis Imobiliários, CRI).
enquadrem em quaisquer das característi- Caso o administrador do fundo não seja
cas relacionadas no artigo 2º, deverá con- credenciado na CVM para a prestação do
ter em sua denominação a expressão “Di- serviço de custódia, deve-se contratar ins-
reitos Creditórios Não-Padronizados” . tituição credenciada para essa atividade.
No que tange à manutenção, após 90 dias
Instrução 445, da CVM, de 14 de de- do início das atividades do fundo, de 50%
zembro de 2006 - (DOU de 21 de dezem- de seu patrimônio líquido em direitos
bro de 2006) creditórios, estabelece que o percentual
deverá ser cumprido diari0amente, com
Aprova o Plano Contábil dos Fundos base no patrimônio líquido do fundo do dia
de Investimentos Regionais, Cofir, Finam, útil imediatamente anterior.

38
BDO TREVISAN

SECRETARIA DA RECEITA Dessa forma, com a recente alteração


FEDERAL, SRF na tributação do capital estrangeiro
especulativo, o governo tenta continuar
Imposto de renda e CPMF atraindo esse tipo de capital, esquecendo-
se de dar o devido estímulo ao capital es-
Com o advento da Lei 11.312, de 27 de trangeiro destinado ao investimento direto
junho de 2006, o capital estrangeiro em empresas e projetos, e por definição,
especulativo, assim entendido como os investimentos de longo prazo.
recursos advindos do exterior, que se des- A Secretaria da Receita Federal, SRF
tinam ao investimento no mercado finan- editou, em 19 de setembro de 2006, a Ins-
ceiro e de capitais brasileiro, ganhou mais trução Normativa 678, que dispõe sobre o
um benefício fiscal de alíquota zero de resgate, liquidação, cessão ou repactuação
Imposto de Renda Retido na Fonte, inci- das aplicações financeiras a partir de 1º de
dente sobre os rendimentos produzidos outubro de 2006:
por títulos públicos, adquiridos a partir de
16 de fevereiro de 2006, exceção feita aos a) os dividendos provenientes das ações
recursos provenientes de países que não integrantes das carteiras dos Fundos
tributem a renda, ou a tributem em e Clubes de Investimento, quando re-
alíquota inferior a 20%, os chamados pa- passados diretamente aos cotistas,
raísos fiscais. cujas cotas tenham sido adquiridas
A lei em análise também dispôs acerca até 30 de setembro de 2004, poderão
da redução para zero da alíquota da CPMF ser creditados em conta corrente de
para os casos de lançamento a débito feito depósito para investimento.
em conta corrente de depósito de
titularidade de residente e domiciliado no b) O resgate de cotas de Fundos e Clu-
Brasil ou no exterior, quando proveniente bes de Investimento de aplicações
da liquidação de operações de aquisição existentes em 30 de setembro de
de ações em oferta pública, registrada na 2004 poderá ser efetivado em conta
CVM, feita fora de bolsa, desde que a com- corrente de depósito para investi-
panhia emissora seja autorizada a efetuar mento, ainda que a solicitação de
esse tipo de negociação. resgate seja efetuada em data ante-

39
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

rior a 1º de outubro de 2006, desde seguradoras, as entidades de previdência


que a liquidação financeira ocorra a complementar, as sociedades de capitali-
partir dessa data. zação, a pessoa jurídica que, atuando por
conta e ordem de cliente, intermediar re-
Declaração de Imposto de Renda Re- cursos para aplicações em fundos de in-
tido na Fonte, DIRF vestimento administrados por outra pes-
soa jurídica e as demais fontes pagado-
As instituições administradoras ou ras, deverão fornecer a seus clientes, pes-
intermediadoras de fundos ou clubes de in- soas físicas e jurídicas, Informe de Rendi-
vestimentos as quais tenham pago ou cre- mentos Financeiros, conforme o disposto
ditado rendimentos e sofrido retenção do nesta Instrução Normativa.
imposto de renda na fonte, ainda que em (Instrução Normativa SRF 698, de 20 de
um único mês do ano-calendário a que se dezembro de 2006)
referir a declaração, estão obrigadas a en-
tregar esta declaração acessória. CONSELHO MONETÁRIO
(Instrução Normativa SRF 670, de 21 de NACIONAL
agosto de 2006)
Resolução 3.425, de 21 de dezembro
de 2006 – (DOU de 26 de dezembro de
Normas para emissão de comprovan- 2006)
tes de rendimentos pagos ou creditados
a pessoas físicas e jurídicas decorrentes Dispõe sobre a realização de emprésti-
de aplicações financeiras mos e financiamentos pelas companhias
hipotecárias e define, dentre outros, que o
As instituições financeiras, as socieda- objeto social das referidas companhias é
des corretoras de títulos e valores mobili- administrar fundos de investimento imobi-
ários, as sociedades distribuidoras de tí- liário, desde que autorizada pela Comissão
tulos e valores mobiliários, as sociedades de Valores Mobiliários, CVM.

40
BDO TREVISAN

SUPERINTENDÊNCIA DE constituição da provisão de insuficiência de


contribuição; taxa de juros, utilizadas como
SEGUROS PRIVADOS, SUSEP parâmetro para constituição da provisão para
oscilação financeira e, se for o caso, a razão
Altera práticas contábeis de socieda- para a não constituição destas provisões.
des seguradoras, resseguradoras, socie-
dades de capitalização e entidades aber- IV. No que se refere à constituição e trata-
tas de previdência complementar, insti- mento a ser dado nos casos de Contingênci-
tuídas pela resolução CNSP 86/2002 as Passivas, aplicar-se-ão integralmente os
critérios dispostos na NCP 22 do Ibracon, para
Com efeito prático a partir de janeiro de todas as reclamações judiciais que não se-
2006, esta circular revogou a Circular 295/ jam abrangidas pela cobertura de seguros.
04. Como novidades esta circular trouxe em (Circular Susep 314, de 27 de Dezembro
seu texto o seguinte: de 2005)

I. O artigo 2º estabelece que as dispo- Aprova e aplica o Comunicado Técni-


sições e critérios definidos na NPC 22 do co 1 de 2006 do Ibracon, no que se refe-
Ibracon, adotados para vigência em 2006, re à Circular 280/04.
poderão ser utilizados em 2005, quando os
efeitos decorrentes de sua aplicação cau- Trata de procedimentos mínimos a se-
sarem impactos relevantes nas demonstra- rem observados no relatório circunstanci-
ções contábeis. ado sobre a adequação dos controles in-
ternos e também sobre o descumprimento
II. O fato gerador da receita, para o mer- de dispositivos legais e regulamentares,
cado de seguros, passa a ser a vigência do que são produzidos quando da auditoria
risco e não mais a emissão da apólice. das sociedades seguradoras, capitalização
e entidades abertas de previdência com-
III. As notas explicativas deverão divul- plementar.
gar as tábuas biométricas utilizadas para (Carta-circular Decon, de 2 de fevereiro de 2006)

41
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Altera artigo 3º da Circular Susep 310/ II. O prazo de amortização só é superi-


2005 or a 36 meses nos casos em que houvesse
a contratação de seguro de crédito interno
Esta Circular trata de alterações dispos- para garantia das assistências financeiras
tas nos incisos II e IV do artigo 3º da Circular concedidas. A Circular 320/06 introduziu a
Susep 310/05, especificamente para socie- informação de que o prazo também pode-
dades seguradoras que comercializem ga- rá ser superior quando as contraprestações
rantias similares em contratos de seguros. periódicas da assistência financeira forem
(Circular Susep 318, de 2 de fevereiro de 2006) quitadas por meio de consignação em fo-
lha de pagamento.
Dispõe sobre a concessão, de assis- Revoga a Circular Susep 315, de 29 de
tência financeira ao participante de pla- dezembro de 2005.
no de benefício de previdência comple- (Circular Susep 320, de 2 de março de 2006)
mentar aberta e ao segurado de seguro
de pessoas, respectivamente pelas enti- Altera o artigo 6º da Resolução CNSP
dades abertas de previdência complemen- 134, de 24 de novembro de 2005.
tar e sociedades seguradoras, sobre a atu-
ação dessas empresas como correspon- A principal alteração diz respeito ao pra-
dente no País de instituições financeiras. zo que as sociedades seguradoras têm para
o registro da diferença do montante neces-
O artigo 6 º define as disposições a se- sário em garantias para a provisão de IBNR
rem observadas no que se refere à assistên- de cada convênio.
cia financeira para os planos de previdência A partir desta Resolução, o registro
complementar aberta, estruturados no regi- da diferença poderá ser feito em uma
me financeiro de repartição. Identificamos única parcela ou em 12 parcelas men-
as alterações introduzidas por esta Circular: sais capitalizadas no período compreen-
dido entre 31 de janeiro e 31 de dezem-
I. O termo “desconto em folha de pa- bro de 2006.
gamento” foi alterado por “consignação em (Resolução CNSP 144, de 30 de março
folha de pagamento”. de 2006)

42
BDO TREVISAN

Estabelece critérios para contabilização das Provisões Técnicas e para contabilização


referente às operações das sociedades seguradoras na modalidade extensão de garan-
tia do seguro de garantia estendida.

Esta circular traz as seguintes definições:

I. O início da vigência para os efeitos legais do contrato será considerada a data de


recepção da proposta, conjuntamente com o valor para o futuro pagamento parcial ou total do
prêmio da sociedade seguradora.

II. O início da vigência da cobertura do risco será o exato momento do término da garantia
original de fábrica com conseqüente início da cobertura.

A constituição de “Outras Provisões Técnicas”, na modalidade “extensão de garantia do seguro


garantia estendida”, será mensal, e o seu cálculo deverá ser efetuado durante o prazo compreen-
dido entre a data de contratação do seguro e a data de início de vigência da cobertura do risco,
sendo que o valor a ser constituído deverá ser a seguinte fórmula:

Outras Provisões Técnicas = (pre_com_ret) – (pre_desp_com)

A Provisão de Prêmios Não Ganhos, PPNG, na modalidade “extensão de garantia do segu-


ro garantia estendida”, será mensal, e o seu cálculo deverá ser efetuado a partir do início de
vigência da cobertura do risco, sendo que o valor a ser constituído deverá ser o do dia em que
a sociedade seguradora estiver sujeita à maior incidência de risco no mês de constituição, de
acordo com a seguinte fórmula:

PPNG = (pre_com_ret-pre_desp_com) x (data_fim_cob-data_base)


(data_fim_cob-data_ini_cob)

A Provisão de Sinistros a Liquidar e a Provisão de Sinistros Ocorridos e Não Avisados


(IBNR) serão constituídas em conformidade com a Resolução CNSP 120/04, ou a Norma que
vier a sucedê-la.

43
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Especificamente quanto aos critérios de VI. O saldo da conta de “Outras Provi-


contabilização das provisões técnicas, esta sões”, 21.619 ou 22.319, deverá ser
Circular define: reclassificado para a conta de “PPNG”, con-
forme disposto no artigo 5º, de acordo com
I. Durante o prazo compreendido entre o prazo de exigibilidade.
a data de início de vigência para os efeitos
legais do contrato e a data de início de vi- VII.As contas de “PPNG” e de “Outros
gência de cobertura do risco, os “Prêmios Débitos Operacionais” devem ser diferidas
Ganhos” e as “Despesas de Comer- simultaneamente contra a conta de “Varia-
cialização” terão efeito nulo no resultado. ção das Provisões Técnicas”, de acordo com
a vigência do risco.
II. A contrapartida do registro na conta
de “Variação das Provisões Técnicas” deve- (Circular Susep, 323 de 19 de abril de 2006)
rá ser feita de forma desdobrada.
Dispõe sobre os controles internos es-
III. A parcela referente ao prêmio comerci- pecíficos para o tratamento das situa-
al retido deve ser registrada na conta de “Ou- ções relacionadas à pratica de crimes
tras Provisões Técnicas”, 21.619 ou 22.319, de previstos na Lei 9.613, de 3 de março
acordo com o prazo de exigibilidade. de 1998, ou que com eles possam rela-
cionar-se, a comunicação de operações
IV. A parcela referente ao carregamen- suspeitas e a responsabilidade adminis-
to do prêmio comercial retido, referente às trativa que trata a lei.
despesas de comercialização, deve ser re-
gistrada na conta de “Outros Débitos As Sociedades Seguradoras de Previdên-
Operacionais”, 2.128 ou 2.225, de acordo cia aberta e de Capitalização terão até 1º
com o prazo de exigibilidade. de janeiro de 2007 para enquadrarem-se no
disposto desta Circular.
V. A partir do início de vigência de
cobertura de risco, deverá se iniciar o I. As sociedades deverão elaborar es-
diferimento dos “Prêmios Ganhos” e das tudo que considerem o risco de serem en-
“Despesas de Comercialização”. volvidas em situações relacionadas a prá-

44
BDO TREVISAN

ticas de lavagem de dinheiro, principalmen- nesse caso, aos prestadores de ser-


te em relação aos produtos relacionados às viços, principalmente em relação aos
suas práticas comerciais. Este estudo de- produtos comercializados e suas prá-
verá ser validado semestralmente pela au- ticas operacionais.
ditoria interna. 4 Elaboração e execução de programa
de auditoria interna que verifique o
II. Deverá ser implementada uma es- cumprimento dos procedimentos
trutura de controles internos com base nos descritos anteriormente.
riscos identificados neste estudo.
O rigor nos critérios definidos no pro-
III. A estrutura desenvolvida por cada uma cesso de identificação dos clientes deverá
das sociedades deverá conter, no mínimo: ser proporcional aos riscos que a socieda-
de esteja exposta.
1 Estabelecimento de uma política de Esta Circular institui mais um relatório
prevenção contra lavagem de dinhei- circunstanciado, a ser elaborado por audito-
ro que inclua diretrizes sobre a ava- res independentes, sobre os critérios adotados
liação de riscos na contratação de para avaliação da exposição a riscos.
funcionários e no desenvolvimento A sociedades terão o prazo de 24 horas
de produtos. para comunicar a Susep sobre operações
2 Elaboração de critérios e implanta- suspeitas, relacionadas à Lei 9.613/98.
ção de procedimentos de identifica- (Circular Susep 327, de 29 de maio de 2006)
ção de clientes e de manutenção de
registros referentes a produtos e pro- Ratifica a necessidade de enqua-
cedimentos expostos ao risco de ser- dramento das Sociedades de Seguros,
virem à lavagem de dinheiro. Previdência Aberta e Capitalização ao
3 Manualizacão e implementação dos cumprimento integral do disposto na NPC
procedimentos de monitoração; 22 do Ibracon
identificação e comunicação de ope-
rações que possam caracterizar in- Nesta Carta-Circular, a Susep reintera a
dícios do cometimento do crime de necessidade de que as sociedades, por ela
lavagem de dinheiro, estendendo, regulada, sigam integralmente as premis-

45
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

sas estabelecidas pela NPC 22 e na hipóte- Institui regras e procedimentos para


se da Administração entender que deve-se a constituição das Provisões Técnicas das
manter um tratamento diferenciado, socie- Sociedades Seguradoras, Entidades Aber-
dades deverão informar previamente a pu- tas de Previdência Complementar e So-
blicação do balanço à Susep. ciedades de Capitalização
O texto ainda sugere que o descum-
primento desta norma deverá ser tratado Da mesma forma e estrutura da Resolu-
como objeto de ressalva por parte dos audi- ção CNSP 120, esta nova Resolução é divi-
tores independentes. dida em capítulos:
(Carta–Circular Susep/Decon/Gab/013, de
23 de junho de 2006) Capítulo I: trata do Seguro de Danos,
Seguro de Vida em Grupo e Seguro de Ren-
Dispor sobre a constituição das pro- da de Eventos Aleatórios e a Provisão Com-
visões técnicas do seguro obrigatório de plementar de Prêmios, PCP.
danos pessoais causados por veículos O cálculo da PCP deve ser efetuado “pro
automotores de via terrestre, ou por sua rata die”, tomando por base as datas de iní-
carga, a pessoas transportadas ou não - cio e fim de vigência do risco e o do prêmio
seguro DPVAT. comercial retido, seu valor será a diferença,
se positiva, entre a média da soma dos valo-
Estabelece critérios para constituição de: res apurados diariamente no mês de consti-
tuição e a PPNG constituída, considerando
I. Provisão de Sinistros Ocorridos Mas todos os riscos vigentes, emitidos ou não.
Não Avisados – IBNR. A PCP deverá ser estimada mensalmen-
II. Provisão de Sinistro a Liquidar. te, por ramo, e seu montante deverá ser uti-
III. Provisão das Despesas Administra- lizado somente para fins de cobertura por
tivas. ativos garantidores e como fator de redu-
IV. Aplicação de recursos dessas provi- ção no cálculo do patrimônio líquido ajus-
sões. tado. As sociedades seguradoras terão pra-
(Resolução CNSP 153, de 8 de dezembro zo até 31 de dezembro de 2007 para consti-
de 2006) tuir integralmente a PCP.

46
BDO TREVISAN

Capítulo II: Planos Previdenciários Priva- SECRETARIA DE


dos, Seguros de Vida Individual e Seguros
de Vida com Cobertura por Sobrevivência.
PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR, SPC
Capítulo III: Planos de Capitalização.
Substituição e recontratação do audi-
Passa a vigorar a partir de 1º de janeiro de tor independente
2007 e revoga a Resolução CNSP 120/04.
(Resolução CNSP 162, de 26 de dezembro Esta Resolução vem alterar o item IV,
de 2006) 43, do anexo E da resolução MPAS/CGPC 5,
de 30 de janeiro de 2002, que trata da subs-
tituição e da recontratação do auditor inde-
pendente pelas entidades de previdência
complementar, antes definida como subs-
tituição do auditor independente contrata-
do depois de decorrido o prazo máximo de
quatro exercícios sociais auditados, para
cinco exercícios sociais decorridos a partir
do exercício de 2002, conforme ofício 2.563
SPC Depat, de 12 de junho de 2006.
(Resolução CGPC 17, de 28 de março de 2006)

Determinação de novos parâmetros


técnico-atuariais para reestruturação de
planos de benefícios

As Entidades Fechadas de Previdência


Complementar, EFPC, deverão observar, na
estruturação de planos de benefícios de
caráter previdenciário, os parâmetros téc-
nico-atuariais com fins específicos de as-

47
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

segurar a transparência, solvência, liquidez nidos entre benefício definido e contri-


e o equilíbrio econômico, financeiro e buição definida). Além da alteração da
atuarial. forma de benefício, foram atribuídos os
(Resolução CGPC 18, de 28 de março de 2006) parágrafos: 1º– o plano de benefícios será
custeado pelo participante; podendo,
Alteração da Resolução CGPC 6, de 30 também, receber aportes de terceiros; 2º–
de outubro de 2002, que dispõe sobre os o benefício de renda programada deverá
institutos do benefício proporcional defini- ser pago pela EFPC, mensalmente, por
do, portabilidade, resgates e autopatrocínio prazo determinado, ou ser equivalente a
um percentual do saldo de conta; §3º– o
Esta Resolução, que entra em vigor a plano de benefícios não poderá oferecer
partir de 1º de janeiro de 2007, veio ade- garantia mínima de rentabilidade; 4º–
quar a Resolução (CGPC) 6, que trata sobre em adição ao disposto no 1º, os empre-
os institutos do benefício proporcional di- gadores ou instituidores poderão, respec-
ferido, portabilidade, resgate e au- tivamente, em relação aos seus empre-
topatrocínio em planos de entidade fecha- gados ou membros e associados vincula-
da de previdência complementar. Essa Re- dos ao plano de benefícios de que trata
solução veio adequar e dar maior entendi- esta Resolução, efetuar contribuições
mento à outra resolução, facilitando, assim, previdenciárias para o referido plano, con-
a operacionalização para as entidades fe- dicionadas à prévia celebração de instru-
chadas de previdência complementar. mento contratual específico.
(Resolução CGPC 19, de 25 de setembro de 2006) (Resolução CGPC 20, de 25 de setembro de 2006)

Alteração do artigo 10º da resolução Operações de compra ou venda de tí-


CGPC 12, de 17 de fevereiro de 2002 tulos e valores mobiliários do segmento
de renda fixa
Esta alteração definiu que os planos
de benefícios passariam a ser Nas operações de que trata o artigo 1º,
estruturados na modalidade de contribui- realizadas em mercado de balcão por meio
ção definida (anteriormente, eram defi- de carteira própria, carteira administrada ou

48
BDO TREVISAN

fundos de investimento exclusivos, as Altera as Resoluções CGPC 4, de 30


EFPCs devem observar, ou determinar que de janeiro de 2002, CGPC 5, de 30 de
sejam observados, critérios de apuração do janeiro de 2002, e CGPC 7, de 4 de de-
valor de mercado ou intervalo referencial zembro de 2003, e dá outras providên-
de preços máximos e mínimos dos ativos cias
financeiros, estabelecidos com base em
metodologia publicada por instituições de A CGPC, no uso de suas atribuições, al-
reconhecido mérito no mercado financeiro terou o artigo 2º reforçando o critério de
ou com base em sistemas eletrônicos de avaliação de títulos e valores mobiliários
negociação e de registro, ou nos casos de classificados em títulos para negociação,
comprovada inexistência desses definindo que devem ser ajustados a valor
parâmetros; com base, no mínimo, em três de mercado, no mínimo, por conta dos fe-
fontes secundárias. chamentos de balancetes mensais, balan-
ços e demonstrativos de investimentos.
Em relação às operações de compra ou
venda de títulos e valores mobiliários do Outra alteração foi referente à letra “d”
segmento de renda fixa realizadas pela do subtítulo 1.2.4.2.01.01 – Mercado de
EFPC por meio de plataformas eletrônicas Ações – À Vista, do título 1.2.4.2 – Renda
de negociação administradas por entidades Variável, do item V – Normas Específicas,
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do anexo E – Normas e Procedimentos
do Brasil ou pela Comissão de Valores Mo- Contábeis, ao definir critérios de avaliação
biliários, nas suas respectivas áreas de com- para as ações negociadas em Bolsa de Va-
petência, fica dispensada a elaboração do lores ou em Mercado de Balcão organiza-
relatório semestral de controles internos do, por período superior a 6 meses, deven-
elaborados pelo Conselho Fiscal mencio- do ser avaliadas pelo método de custo ou
nado no artigo 4º desta Resolução. pelo último valor patrimonial publicado, dos
dois o menor, ou caso seja avaliada pelo
Esta Resolução entrará em vigor a partir valor econômico determinado por empresa
de 1º de janeiro de 2007. independente especializada, para a avalia-
(Resolução CGPC 21, de 25 de setembro de 2006) ção dos valores mobiliários de renda variá-

49
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

vel de companhias sem mercado de ativo co de Investimentos e Enquadramento das


em bolsa de valores ou em mercado de bal- Aplicações, Daiea, para Demonstrativo de
cão organizado, sendo necessária a evidên- Investimento, DI, e alguns procedimentos
cia por meio de notas explicativas. para o preenchimento, o envio e a divulga-
(Resolução CGPC 22, de 25 de setembro de 2006) ção do demonstrativo de investimentos
dos planos de benefícios administrados
Aplicações de recursos financeiros pelas entidades fechadas de previdência
dos planos de benefícios complementar.
(Instrução SCP 10, de 28 de março de 2006)
Ficaram alterados os artigos 24, 25 e 64
da Resolução 3.121/03, que trata dos critéri- Procedimentos de auditoria indepen-
os pertinentes à aplicação dos recursos dos dente dos dados dos participantes e das
planos de benefícios das entidades fecha- obrigações de planos de benefícios de
das de previdência complementar. A princi- EFPC
pal mudança foi a inclusão de aplicações de
recursos nos moldes do Bovespa Mais e a O Conselho Federal de Contabilidade,
estipulação, como limite de aplicação de através da Resolução 1.023/05, de 15 de
recursos, em 40% (quarenta por cento), no abril de 2005, reeditou a NBC P 1.8 - Utiliza-
caso, e ações de emissão de companhias ção de Trabalhos de Especialistas, anteri-
que, em função de adesão aos padrões de ormente definida através da Resolução CFC
governança corporativas, sejam admitidas 980, de 24 de outubro de 2003, determinan-
à negociação em seguimento especial defi- do que a partir de 1o de janeiro de 2007 o
nidos nos moldes do Bovespa Mais. auditor independente não poderá mais fa-
(Resolução CMN 3.357, de 31 de março de zer referência em seu parecer ao trabalho
2006) de especialista. Nesta situação encontra-
se o atuário responsável pela avaliação
Alteração de procedimentos e nomen- atuarial da EFPC.
clatura do Daiea Em conseqüência da NBC P 1.8, o audi-
tor independente deve avaliar seus efeitos
Durante o exercício de 2006, foram al- no planejamento de seus trabalhos, consi-
terados o nome do Demonstrativo Analíti- derando a relevância e avaliação de riscos

50
BDO TREVISAN

específicos para os planos de benefícios de AGÊNCIA NACIONAL DE


cada EFPC.
O Instituto Brasileiro dos Auditores, SAÚDE SUPLEMENTAR, ANS
Ibracon, veio se pronunciar sobre a unifor-
mização dos procedimentos necessários Dispõe sobre a dispensa de constitui-
para opinarmos sobre a determinação de ção e exigência, cobrança administrati-
montantes que requeiram técnicas ou mé- va e cobrança judicial dos créditos da
todos especializados nas avaliações ANS de valores irrisórios cuja cobrança
atuariais, referentes a provisões matemáti- não justifique o custo respectivo
cas registradas nas demonstrações
contábeis das entidades fechadas de previ- Com efeito prático a partir de 23 janeiro
dência complementar. de 2006, esta RN trouxe as seguintes novi-
(NPA 13 - Normas e Procedimentos de dades em seu texto:
Auditoria, de 21 de dezembro de 2006)
I. O artigo 3o estabelece que as dispo-
sições ficam dispensados de constituição,
exigência e cobrança administrativa os cré-
ditos da ANS, bem como aqueles cuja co-
brança seja por lei atribuída a esta
autarquia, cujo valor consolidado seja igual
ou inferior a R$ 100,00, relativamente a um
mesmo devedor;

II. O artigo 4o estabelece que ficam can-


celados os créditos da ANS, já lançados ou
constituídos, cujo valor total consolidado
em face de um mesmo devedor seja igual
ou inferior a R$ 100,00.
(RN 123, de 23 de janeiro de 2006)

51
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Comunica a publicação de retificação teira deverão ser registrados em contas


da Resolução Normativa, RN 124, de 30 de destacadas.
março de 2006, publicada no DOU 64, em 3 II. O valor da aquisição estabelecido no
de abril de 2006, seção 1, página 67: no contrato será lançado no Ativo Diferido, de-
inciso II dos artigos 9º e 10º, onde se lê duzido do saldo da conta que registrará a
“20.000 (dez mil)”, leia-se “20.000 (vinte sua amortização.
mil)”; no inciso III dos artigos 9º e 10, onde (RN 126, de 11 de maio de 2006)
se lê “20.001 (dez mil e um)”, leia-se “20.001
(vinte mil e um)”; e, no § 2º do artigo 17, Esta resolução altera o caput do art.
onde se lê “no Capítulo II desta Resolu- 1º e os §§ 1º e 3º do artigo 5º da Resolu-
ção”, leia-se “no Capítulo II do Título II ção Normativa, RN 114, de 26 de outubro
desta Resolução”. A mesma dispõe sobre de 2005
a aplicação de penalidade para as infra-
ções legislação dos planos privados de A principal alteração diz respeito ao pra-
assistência à saúde. zo para a implantação do padrão de conteú-
(RN 124, de 31 de março de 2006) do e estrutura – guias, demonstrativos de
pagamento e o resumo do demonstrativo de
Dispõe sobre os critérios para amor- pagamento – e para o padrão de representa-
tização de valores aplicados em aquisi- ção dos conceitos de saúde para as operado-
ção de carteiras de planos privados de ras de plano privado de assistência à saúde
assistência à saúde e prestadores de serviços de saúde.
Trata também dos prazos para a implan-
Nesta Resolução, o artigo 3o define que tação do padrão Tiss de comunicação – en-
as operadoras de planos de assistência à tre operadoras de plano privado de assis-
saúde deverão apropriar cada aquisição de tência à saúde e prestadores de serviços de
carteira de planos privados de assistência saúde. Esta Resolução entra em vigor a par-
à saúde obedecendo os seguintes critérios tir da data de sua publicação.
básicos: (RN 127, de 11 de maio de 2006)

I. Todos os direitos e obrigações re- Nesta Resolução são estabelecidos os


cebidos em função da aquisição da car- critérios para aplicação de reajuste das

52
BDO TREVISAN

contraprestações pecuniárias dos planos privados de assistência suplementar à saú-


privados de assistência suplementar à de exclusivamente odontológicos, contra-
saúde médico-hospitalares com ou sem tados por pessoas físicas ou jurídicas.
cobertura odontológica, contratados por (RN 129, de 18 de maio 2006)
pessoas físicas ou jurídicas. Identifica-
mos os principais pontos a seguir: Alteram o Regimento Interno da
Agência Nacional de Saúde Suplemen-
I. Por período de referência para apli- tar, ANS
cação de reajuste entende-se o período de
12 meses ao longo do qual poderão ser rea- Estas resoluções trazem as seguintes
justados os contratos da operadora nas suas definições:
respectivas datas de aniversário. I. Ficam transformados, sem aumento
de despesa, um Cargo Comissionado Téc-
II. A não aplicação do reajuste autori- nico, símbolo CCT-V, da Presidência, e qua-
zado no período de referência impede sua tro Cargos Comissionados Técnicos, dois
posterior aplicação. símbolos CCT-V e dois símbolos CCT-IV, am-
bos da Diretoria de Gestão, em quatro Car-
III. O reajuste máximo a ser autorizado gos Comissionados de Assessor, símbolo
pela ANS, para o período de que trata esta CA-III, que acrescem à estrutura da Direto-
Resolução, será de 8,89%, para os planos ria de Gestão.
que apresentem uma ou algumas das II. Fica revogado o artigo 2 o da Resolu-
segmentações referência, ambulatorial e ção Normativa 130, de 24 de maio de 2006.
hospitalar com ou sem obstetrícia, com ou III. Fica distribuído o Cargo em Comis-
sem cobertura odontológica, conforme o são de Coordenador, símbolo CGE-IV,
previsto nos incisos I a IV, do artigo 12, da lotado na Gerência-Geral de Administra-
Lei 9.656, de 1998. ção, para a estrutura da Gerência-Geral de
(RN 128, de 18 de maio de 2006) Acompanhamento Institucional da Direto-
ria de Gestão.
Esta Resolução estabelece critérios IV. Ficam transformados, sem aumento
para aplicação de reajustes das de despesa, três Cargos Comissionados
contraprestações pecuniárias dos planos Técnicos, símbolo CCT-V, dois Cargos

53
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Comissionados Técnicos, símbolo CCT-IV, tos efetuados na estrutura padrão de


e um Cargo Comissionado Técnico, símbo- formulários determinada através da RN
lo CCT-I, da Diretoria de Fiscalização, em 114 de 2005; adicionalmente com a al-
um cargo comissionado de Coordenador, teração do artigo 1º da citada Resolu-
símbolo CGE-IV, um cargo comissionado de ção Normativa, ficaram sujeitas à im-
Assessor, símbolo CA-III, e dois Cargos plantação da Troca de Informações em
Comissionados Técnicos, símbolo CCT-III, Saúde Suplementar, Tiss, também, as
a serem acrescidos à estrutura da Diretoria operadoras classificadas com adminis-
de Fiscalização. tradoras de planos.
(RN 130, de 24 de maio 2006; RN 132, de (RN 136, de 31 de outubro de 2006)
14 de junho de 2006; RN 133, de 3 de julho de
2006, e RN 134, de 13 de julho de 2006) Esta Resolução altera as Resoluções -
RN 27, de 3 de abril de 2003 e RN 28, de
Esta Resolução dispõe sobre a Tabe- 3 de abril de 2003.
la Única Nacional de Equivalência de A principal alteração diz respeito à im-
Procedimentos, Tunep, para fins de res- plantação da nova versão do Plano de Con-
sarcimento dos atendimentos prestados tas Padrão da ANS, a ser adotado, obrigato-
aos beneficiários de planos privados de riamente, pelas operadoras de Planos de
assistência à saúde, por instituições pú- Assistência à Saúde a partir de 1° de janei-
blicas ou privadas, integrantes do Siste- ro de 2007.
ma Único de Saúde, SUS. (RN 137, de 14 de novembro de 2006)
(RN 131, de 6 de junho de 2006)
Dispõe sobre as entidades de
Altera o caput do artigo 1º, o § 1º do autogestão no âmbito do sistema de saú-
artigo 2º, o artigo 3º e o artigo 5º da Re- de suplementar.
solução Normativa, RN 114, de 26 de ou-
tubro de 2005. Nesta Resolução, o artigo 2º define
como as operadoras de planos privados de
As alterações promovidas pela RN135 assistência à saúde, na modalidade de
referem-se basicamente a complemen- autogestão, se enquadram:

54
BDO TREVISAN

I. A pessoa jurídica de direito priva- Esta Resolução apresenta as formas


do que, por intermédio de seu Departa- como o padrão Troca de Informações em
mento de Recursos Humanos ou órgão as- Saúde Suplementar, Tiss, será adotado,
semelhado, opera plano de assistência à de maneira gradual, no qual o parágra-
saúde exclusivamente aos seguintes fo 3° define os prazos de implantação
beneficiários: sócios, administradores e desse padrão de comunicação, obede-
ex-administradores, empregados ativos e cendo a três grupos:
inativos, ex-empregados, pensionistas e
grupos familiares dos beneficiários des- Grupo 1:
critos nas alíneas anteriores, limitado ao Hospital geral; hospital especializado;
terceiro grau de parentesco, consangüí- hospital/dia - isolado; pronto socorro especi-
neo ou afim. alizado; pronto socorro geral; clínica especi-
alizada/ambulatório de especialidade; unida-
II. A pessoa jurídica de direito priva- de de apoio à diagnose e terapia (SADT isola-
do sem finalidades lucrativas que, vincu- do); unidade móvel de nível pré-hospitalar -
lada ou não à entidade pública ou priva- urgência/emergência; unidade móvel fluvial;
da, opera plano de assistência à saúde ex- unidade móvel terrestre e policlínica.
clusivamente aos seguintes beneficiários:
empregados e servidores públicos ativos, Grupo 2:
empregados e servidores públicos inati- Consultório isolado; profissional de saú-
vos, ex-empregados e ex-servidores pú- de ou pessoa jurídica que presta serviços
blicos, sócios, administradores e ex-ad- em consultórios; consultório odontológico
ministradores (quando for o caso), empre- isolado; odontólogo ou pessoa jurídica da
gados ativos e inativos, pensionistas e ex- área odontológica que presta serviços em
empregados da própria pessoa jurídica e consultórios.
grupos familiares dos beneficiários des-
critos nos incisos anteriores, limitado ao Grupo 3:
terceiro grau de parentesco, consangüí- Clínica odontológica.
neo ou afim. Os prazos serão aplicados da seguinte
(RN 138, de 21 de novembro de 2006) forma:

55
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

I - Entre operadoras de plano privado de I - Qualidade.


assistência à saúde e prestadores de servi- II - Integralidade.
ços de saúde do grupo 1: até o dia 31 de III - Resolutividade.
maio de 2007.
Instruções Normativas – ANS
II - Entre operadoras de plano privado
de assistência à saúde e prestadores de Dispõe sobre o estatuto do Comitê de
serviços de saúde do grupo 2: até o dia do Padronização das Informações em Saúde
30 de novembro de 2008. Suplementar, Copiss.

III - Entre operadoras de plano privado A Instrução Normativa está estruturada


de assistência à saúde e prestadores de da forma que segue:
serviços de saúde do Grupo 3: até o dia 30
de novembro de 2007. (NR) O Copiss, criado pela Resolução
(RN 139, de 24 de novembro de 2006) Normativa - RN 114, de 26 de outubro de
2005, é uma instância colegiada consulti-
Esta Resolução institui o Programa de va, sob a coordenação da Diretoria de De-
Qualificação da Saúde Suplementar no senvolvimento Setorial, Dides, da ANS.
âmbito desse sistema, como parte inte-
grante da política de qualificação da saú- Capítulo I - Finalidade e atribuição
de suplementar da ANS.
Tem a finalidade de promover o desen-
Nesta Resolução, o artigo 2º descreve volvimento e o aperfeiçoamento do padrão
que a política de qualificação de saúde su- Troca de Informações em Saúde Suplemen-
plementar visa constituir um mercado cujo tar, Tiss, e da troca eletrônica de informa-
principal interesse seja a produção da saú- ções entre as operadoras de planos de saú-
de, com a realização de ações de promoção de, os prestadores de serviços de saúde e a
à saúde e prevenção de doenças, embasada ANS, por meio de processo participativo e
na Lei 9.656 de 3 de junho de 1998 e nos democrático de construção e busca de con-
seguintes princípios: senso entre os diversos atores envolvidos

56
BDO TREVISAN

na saúde suplementar, sempre na defesa da informação em saúde.


do interesse público.
Capítulo II – Da organização do Copiss
Atribuições:
Capítulo III – Do funcionamento do ór-
I – Supervisionar, coordenar, estabele- gão deliberativo do Copiss
cer prioridades e propor modificações e
melhorias no padrão Tiss. Capítulo IV – Das disposições finais
II – Estabelecer e promover metodologia
de divulgação das informações do padrão Os casos omissos e as dúvidas surgidas
Tiss. na aplicação do presente Estatuto serão di-
III – Revisar e aprovar termos e classifi- rimidos pela Dides.
cações utilizados no padrão Tiss.
IV – Promover, fomentar e recomendar A atuação dos membros efetivos e su-
estudos relacionados à padronização das plentes do órgão deliberativo máximo do
informações em saúde suplementar, bem Copiss, do coordenador, dos membros dos
como à troca eletrônica de informações em grupos de trabalho, da secretária técnica,
saúde suplementar, com base nos padrões dos consultores, convidados, membros “ad
nacionais e internacionais. hoc”, e de qualquer um que venha a colabo-
V – Identificar, propor e coordenar modi- rar com o Copiss não será remunerada.
ficações necessárias aos sistemas de in- Caberá ao Copiss, no prazo de 60 dias
formação da saúde suplementar, sob coor- após sua instalação, a elaboração de seu
denação da ANS, para adequação aos pa- Regimento Interno.
drões consensuados e aos sistemas de in- Fica revogada a Instrução Normativa IN
formações de saúde do MS. Dides 19, de 22 de fevereiro de 2006.
VI – Propor padrões e metodologias para (IN-Dides 20, de 27 de março de 2006)
proteger e melhorar a confidencialidade,
disponibilidade e integridade da informa- Define os procedimentos da comuni-
ção em saúde suplementar, bem como as cação dos reajustes das contraprestações
boas práticas para gerenciamento seguro pecuniárias dos planos privados de as-

57
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

sistência suplementar à saúde, contrata- operadora, não podendo estar acima


dos por pessoa jurídica, independente de ou abaixo do aplicado.
sua segmentação e da data de IV. Deverá ser comunicada qualquer va-
contratação, previstos nas Resoluções riação positiva, negativa, ou nula, do
Normativas, RN 128 e RN 129, de 19 de valor da contraprestação pecuniária,
maio de 2006 seja decorrente de reajuste, revisão
ou sua manutenção.
Os procedimentos para comunicação
de reajustes e revisões de planos coleti- A operadora deverá observar adicional-
vos médico-hospitalares, com ou sem co- mente as regras contidas no Anexo II des-
bertura odontológica, e dos exclusiva- ta Instrução Normativa, nas seguintes hi-
mente odontológicos, de que tratam os póteses:
artigos 8º a 10o da Resolução Normativa I. Quando a negociação anual tenha
– RN 128, de 2006, e os artigos 7º a 9º da ultrapassado o mês de aniversário
Resolução Normativa 129, de 2006, inde- do contrato.
pendente da data da celebração do con- II. Quando a definição do percentual de
trato, deverão observar o disposto nesta reajuste e do período de aplicação
Instrução Normativa. de um mesmo plano e contrato for
I. Os reajustes aplicados aos planos diferenciada em função da data de
coletivos deverão ser informados à adesão de seus beneficiários.
ANS pela Internet, por meio do III. Quando a contraprestação pecuniária
aplicativo RPC, em até 30 dias após a for cobrada por meio de um
sua aplicação. percentual fixo da renda percebida.
II. Para cada período de 12 meses de- IV. Quando o reajuste for aplicado de
verá haver ao menos uma comuni- forma parcelada.
cação de reajuste, revisão ou manu- V. Para retificar ou cancelar comunica-
tenção da contraprestação dos de reajuste.
pecuniária. Somente serão considerados, para fins
III. Os percentuais de reajuste e revisão de cumprimento dessa Instrução Normativa,
informados à ANS devem refletir o os comunicados que forem incorporados à
reajuste efetivamente praticado pela base de dados da ANS, sendo de inteira res-

58
BDO TREVISAN

ponsabilidade da operadora a verificação de saúde deverão obrigatoriamente adotar


da incorporação dos respectivos dados. os padrões de conteúdo e estrutura de gui-
Para a incorporação de que trata o caput as e demonstrativos de pagamento e de
deste artigo, os comunicados deverão ser análise de contas médicas descritas no ane-
gerados e enviados na versão do aplicativo xo I. disponível para consulta no endereço
disponível na data da transmissão. eletrônico da ANS.
(Vide texto na íntegra na IN – Dipro13, de (Vide texto IN – Dides 21, de 11 de agosto de 2006)
21 de julho de 2006)
Define as formas de cumprimento das
Dispõe sobre a instituição da versão etapas preliminares, tal como descrito no
2.0 do Padrão Tiss para a troca de infor- artigo 32, § 1º, da Resolução Normativa
mações entre operadoras de plano priva- 100, de 3 de junho de 2005
do de assistência à saúde e prestadores
de serviços de saúde sobre os eventos Esta Instrução Normativa trata sobre a
assistenciais realizados aos seus definição das formas de cumprimento das
beneficiários etapas preliminares, aptas a autorizar a
ANS a dispensar a apresentação, pelas
Fica instituída a versão 2.0 do Padrão Tiss Operadoras que possuíam Registro Provi-
para troca de informações entre operadoras sório, de algum dos documentos descritos
de plano privado de assistência à saúde e no Anexo IV, da RN 100, de 2005, para fins
prestadores de serviços de saúde sobre os de regularização para obtenção de autori-
eventos assistenciais realizados aos seus zação de funcionamento.
beneficiários, estabelecido pela Resolução E define o processo de obtenção de auto-
- RN 114, de 26 de outubro de 2005. rização de funcionamento das Operadoras que
As operadoras de plano privado de as- já possuíam Registro Provisório.
sistência à saúde e prestadores de serviços (IN – Diope 7, de 18 de agosto de 2006)

59
BDO TREVISAN

ASSUNTOS
INTERNACIONAIS

SARBABNES-OXLEY ACT leiras já enquadradas no artigo 404 da SOX


foram encontradas falhas nos seus contro-
les internos.
SOX – 2006 O ANO DOS AJUSTES
FINAIS CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS E
PRAZOS PARA CERTIFICAÇÃO DOS
As 33 empresas brasileiras listadas na CONTROLES INTERNOS
Bolsa de Nova York (Nyse), como todas as
1,2 mil companhias não-americanas que Conforme exigências da SEC, para fins
têm ações ali, se preparam para cumprir classificatórios, as empresas devem indi-
mais uma - e última - exigência da Lei car no 20-F se são Large Accelerated, Accelerated
Sarbanes-Oxley, SOX: a criação de meca- ou Non-Accelerated Filers, de acordo com seu
nismos para avaliar, documentar e testar Valor Agregado de Mercado (Aggregate
os controles internos que respaldam os Worldwide Market Value). De acordo com o con-
demonstrativos financeiros (seção 404). ceito Aggregate Worldwide Market Value, 18
As empresas domésticas, isto é, as ame- empresas brasileiras qualificam-se como
ricanas, pelo mesmo capítulo da lei, co- Large Accelerated Filers, seis como Accelerated Filers
meçaram a certificar seus controles inter- e três como Non-Accelerated Filers. As seis em-
nos já no exercício encerrado em 31 de presas restantes ainda não divulgaram as
dezembro de 2004. Três companhias bra- suas classificações.
sileiras - a Braskem, o Itaú e a Gol - ante- Essa classificação impacta diretamente
ciparam-se e divulgaram a certificação de nos prazos em que tais empresas deverão
seus controles internos em dezembro de certificar os seus controles internos de acor-
2005, cumprindo todos os requisitos da do com a SOX 404 (Management’s Assessment of
lei norte-americana. Internal Controls), bem como o período em que
Em nenhuma das três empresas brasi- a auditoria externa irá examiná-los (Auditor’s

61
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Attestation on ICOFR). Em agosto de 2006, a as datas de prorrogação, conforme indicado


SEC havia proposto a extensão destes pra- no quadro abaixo:
zos e em 15 de dezembro de 2006 confirmou
Mesmo com a alteração dos prazos por
Classificação Management’s Assessment Auditors Attestation
of Internal Controls
Non-Accelerated Filers 15 de dezembro de 2007 15 de dezembro de 2008
(regra proposta)
(até US$75 milhões)** 15 de Dezembro de 2008

Accelerated Filers 15 de julho de 2006 15 de julho de 2007


(de US$ 75 milhões a
US$700 milhões)**

Large Accelerated Filers 15 de julho de 2006 15 de julho de 2006


(acima de US$700
milhões)**
IPO’s Ano subsequente ao da Ano subsequente ao da
(regra proposta) abertura de capital abertura de capital
** Valor de ações em circulação no mercado.

parte da SEC, grande parte das empresas monstrativos financeiros (seção 404). As
brasileiras já iniciou a avaliação de seus principais propostas são as seguintes:
controles, devendo, aparentemente, não
alterar significativamente o cronograma 1 direcionar a atenção do auditor para
original estabelecido para a certificação da os controles mais importantes e
SOX 404. enfatizar a importância da avaliação
Em 19 de dezembro de 2006, o PCAOB de risco;
votou propostas para flexibilizar os meca- 2 revisar as definições de “significant
nismos para avaliar, documentar e testar os deficiency” e “material weakness”,
controles internos que respaldam os de- como também fortes indicadores de

62
BDO TREVISAN

“material weakness”; presas ao artigo 404, em 2004, variou entre


3 explicar o papel da materialidade, US$ 1 milhão e US$ 15 milhões. Em 2005,
incluindo a materialidade conside- no segundo ano de vigência do artigo 404,
rada para as demonstrações finan- os custos caíram entre 20% e 45%.
ceiras de “ínterim”; No Brasil, não existem estatísticas so-
4 mudar o foco dos requisitos de teste bre essas despesas.
multilocais para risco, em vez de co- As empresas brasileiras, no entanto, le-
bertura; vam vantagem em relação às norte-ameri-
5 reforçar os requisitos de “walkthrough”; canas: no Brasil se faz apenas a formalização
6 estimular maior uso do trabalho de dos controles internos, enquanto nos Esta-
terceiros, a fim de reduzir os testes dos Unidos, muitas companhias tiveram de
de auditoria; e investir para instalar os controles.
7 prover um quadro (“framework”) para
o uso do trabalho de terceiros base- Auditorias Independentes
ado na avaliação do auditor, da com-
petência e objetividade de terceiros Para obter o status de certificadora, a lei
e o ponto identificado a ser testado. exige que as auditorias, tanto as que ope-
ram nos Estados Unidos como as que atuam
Essas propostas ainda não foram apro- fora do país, se registrem no Public Company
vadas pela SEC até a data da publicação Accounting Oversight Board, PCAOB, entida-
deste artigo. de criada pela própria SOX com a finalidade
de fiscalizar a atuação dessas empresas. Para
Custos conceder o registro, o PCAOB avalia a estru-
tura de administração de risco das empre-
A certificação dos controles internos é um sas, a estrutura de treinamento, a qualifica-
dos procedimentos mais caros previstos pela ção dos profissionais, a independência da
SOX. Dados de institutos norte-americanos empresa, entre outros requisitos. No Brasil,
especializados em compilar informações seis empresas já se credenciaram no orga-
públicas dão conta de que, nos Estados Uni- nismo norte-americano (BDO Trevisan, PWC,
dos, os investimentos para adequar as em- OTT, E&Y, KPMG, TGT).

63
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

UNITED STATES OF mentos financeiros híbridos. Normalmen-


te, um híbrido é um instrumento financeiro
AMERICA GENERALLY que consiste de uma dívida ou instrumento
ACCEPTED ACCOUNTING patrimonial principal com um derivativo
embutido. Por exemplo, a Companhia A in-
PRINCIPLES, USGAAP veste num título resgatável pelo valor no-
minal, acrescido de uma quantia derivada
Contabilização de Valor Justo:
de um índice em ações (tal como a restitui-
Pronunciamento FASB 155 e Outros De-
ção média no índice S&P 500). Ou a Com-
senvolvimentos do início do ano
panhia B emite dívidas conversíveis não
convencionais para as quais as Edições
Em anos recentes, o FASB concordou que
EITF 05-2 e 00-19 requerem que a opção de
o valor justo é a melhor maneira de
conversão seja bifurcada.
contabilizar instrumentos financeiros. As
respectivas normas emitidas, propostas ou Respostas a perguntas comuns:
esperadas em 2006 incluem o Pronuncia-
mento FASB 155, Contabilização para Certos • Quais híbridos são qualificados para
Instrumentos Híbridos, um Exposure Draft so- a opção? A opção pode ser feita para qual-
bre uma opção de valor justo para outros quer híbrido que possa requerer bifurcação
ativos financeiros e uma norma futura so- conforme o Pronunciamento 133,
bre Mensurações pelo Valor Justo. Contabilização para Instrumentos Derivati-
vos e Atividades de Hedging. Esses híbridos
1) Pronunciamento FASB 155: Op- incluiriam tanto ativos quanto passivos.
ção de Valor Justo para Instrumentos Hí- Exclusões: A opção não poderá ser feita
bridos se o derivativo estiver embutido nos tipos
de instrumentos descritos no parágrafo 8
O FASB emitiu o Pronunciamento 155 do Pronunciamento 107, Divulgações sobre
em fevereiro de 2006. Entre outras coisas, o Valor Justo de Instrumentos Financeiros (por
Pronunciamento abre as portas para um exemplo opção de compra de ações e pla-
maior uso de valores justos, estabelecendo nos de compra de ações, contratos de ar-
a escolha de valor justo para certos instru- rendamento e planos de aposentadoria).

64
BDO TREVISAN

• Quando a opção deve ser feita? A menos complexo, com as alterações de


opção poderá ser feita somente quando um valor não realizadas reportadas nos resul-
instrumento financeiro híbrido for registra- tados. Sem a opção, a companhia neces-
do inicialmente ou quando certos eventos sitaria bifurcar o derivativo do contrato
ocorrerem (p.ex.: fusões e incorporações, principal, remarcá-lo a mercado a cada
modificação significativa da dívida, confor- período contábil, e contabilizá-lo separa-
me definida na Edição EITF 96-19, damente de acordo com o Pronunciamen-
“Contabilização do Devedor para uma Mo- to 133. Fatores a serem considerados con-
dificação de Troca de Instrumentos de Dívi- tra a vantagem da simplicidade incluem
da” ou outro evento designado na literatura a impossibilidade de designar o híbrido
contábil que exija que um instrumento fi- como um instrumento de hedge, menos
nanceiro seja recalculado pelo valor justo comparabilidade com outras companhi-
na época do evento). Além disso, uma op- as (que poderiam diferir em sua aplica-
ção antiga é permitida com a adoção de ção de valores justos) e a necessidade de
instrumentos financeiros híbridos existen- comunicações claras, para que usuários
tes na época da adoção. de demonstrações contábeis não tirem
• Como a opção deve ser feita? A op- conclusões erradas.
ção é feita numa base instrumento por
instrumento. Uma vez feita, a opção é As companhias podem começar a fazer
irrevogável e a companhia não poderá de- suas opções agora. O Pronunciamento 155
signar o híbrido como instrumento de pode ser adotado antecipadamente, no iní-
hedge conforme o Pronunciamento 133. cio do exercício fiscal da companhia,
A documentação de uma opção é contanto que não tenham sido emitidas
requerida simultaneamente à época da demonstrações contábeis para qualquer
opção, ou antes da mesma, na época em período intermediário daquele ano. Se não
que a companhia estabelecer uma políti- for adotado antecipadamente, o Pronuncia-
ca para escolha automática. mento tem efeito para instrumentos finan-
• Por que a opção deve ser feita? A ceiros adquiridos, emitidos ou sujeitos a
maior vantagem de escolher o valor justo uma nova mensuração ocorrida após o iní-
é que contabilizar um instrumento em sua cio do primeiro ano fiscal que comece após
totalidade pelo valor justo é considerado 15 de setembro de 2006.

65
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

2) Exposure Draft: Opção de Valor Jus- executar. Caso contrário, as vantagens e


to para Outros Ativos e Passivos Finan- desvantagens de fazer a opção são simila-
ceiros res àquelas para instrumentos híbridos.
Para ajudar a melhorar as comunicações,
Em janeiro de 2006, o FASB emitiu um o ED propõe que os ativos e passivos finan-
Exposure Draft, ED, de um Pronunciamento ceiros mensurados pelo valor justo sejam
proposto sobre A Opção de Valor Justo para apresentados separadamente de outros
Ativos e Passivos Financeiros. Esse ED abri- mensurados por atributos diferentes.
ria as portas a um maior uso de valores jus- A data de efetivação proposta é o início
tos para ativos e passivos financeiros, além do primeiro exercício fiscal que começa
dos instrumentos híbridos abordados no após 15 de dezembro de 2006, sendo per-
Pronunciamento 155. mitida a adoção antecipada para um exer-
Conforme o ED proposto, as companhias cício fiscal anterior que comece após a
teriam permissão de escolher o valor justo emissão do Pronunciamento. O Pronuncia-
para mensurações iniciais e subseqüentes, mento necessitaria ser adotado no início
com lucros e perdas não realizados sendo de um exercício fiscal.
reportados no resultado. As opções disponí- O Board planeja abordar a mensuração
veis para as companhias conforme o ED são pelo valor justo para certos ativos e passi-
similares às opções no Pronunciamento 155 vos não financeiros, bem como quaisquer
no que se refere a instrumentos ou contratos ativos e passivos financeiros excluídos do
individuais. A opção do Pronunciamento 155 escopo do ED, numa segunda fase de seu
é aplicada na base de instrumento por ins- projeto para opção de valor justo.
trumento para instrumentos híbridos; a op-
ção do ED para usar valor justo seria aplica- 3) Futuro Pronunciamento sobre Men-
da na base de contrato por contrato. surações pelo Valor Justo
Uma vantagem comumente citada é
que a contabilização pelo valor justo sim- Mais tarde, ainda no início de 2007, o
plifica a contabilização para instrumentos Fasb espera emitir um Pronunciamento fi-
em que a contabilização de hedge confor- nal sobre Mensurações pelo Valor Justo.
me o Pronunciamento 133 seja difícil de Esta norma não irá alterar a orientação exis-

66
BDO TREVISAN

tente sobre a mensuração de ativos e pas- ções contábeis, e deixou muitas companhi-
sivos pelo valor justo. Mas irá fornecer uma as imaginando até onde o Fasb pretende ir
definição consistente de valor justo e uma nesta direção.
hierarquia de metodologias para determi-
nação de valor justo. Também irá exigir di- A resposta do Fasb ao relatório da SEC
vulgações ampliadas sobre ativos e passi- sobre contratos não registrados nos balan-
vos mensurados pelo valor justo. ços fornece algumas indicações antecipa-
das de como a noção de valores justos po-
A expectativa do Board é que os requisi- derá ser fortalecida na literatura contábil.
tos de divulgação tornem-se efetivos para A resposta do Fasb indica que o Board pre-
exercícios com encerramento após 15 de tende continuar a mover os instrumentos
dezembro de 2006 (demonstrações financeiros para o valor justo.
contábeis de 2006 para companhias que
seguem o ano-calendário). Espera-se que Fasb Issues FIN 48 sobre Contabilização
outras partes do Pronunciamento tornem- de Incerteza em Posições de Impostos
se efetivas para demonstrações contábeis
de exercícios com início após 15 de dezem- Em 13 de julho de 2006, o Fasb emitiu
bro de 2006 e períodos intermediários den- Interpretação Fasb 48, Contabilização de In-
tro desses anos fiscais (demonstrações certeza em Imposto de Renda. A Interpreta-
contábeis de 2007 para companhias que ção não terá efeito até 2007, mas optamos
seguem o ano-calendário). por discuti-la agora, pelas seguintes razões:
• A data de efetivação é o início de
Quo Vadis, Fasb? exercícios fiscais começando depois de
15 de dezembro de 2006. A computação
O efeito combinado desses pronuncia- do ajuste requerido do efeito cumulativo
mentos mostra uma marcha contínua de nessa data pode exigir uma carga consi-
longo prazo em direção a um maior uso de derável de trabalho.
valores justos em relatórios financeiros. • Companhias públicas devem divul-
Esta tendência é controversa, especialmen- gar a existência e o impacto esperado da
te entre aqueles que preparam demonstra- Interpretação 48 nas demonstrações

67
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

contábeis, incluindo demonstrações • Uma companhia deve reconhecer


contábeis trimestrais, emitidas após 30 de um benefício fiscal para uma posição in-
junho de 2006. certa de impostos e, caso afirmativo, por
• Ela introduz um novo e mais quanto?
abrangente modelo de contabilização e pre- • O que uma companhia deve divul-
paração de relatórios para muitos tipos de gar a respeito de suas posições incertas de
posições de impostos, rotineiramente con- impostos?
sideradas em declarações de impostos.
• Ela afeta uma área – imposto de ren- 2. O que é uma posição incerta de im-
da – que é geralmente material para as de- postos?
monstrações contábeis de uma companhia e
freqüentemente considerada como área de Se uma companhia toma uma posição, tal
auditoria de alto risco e principal motivo de como uma dedução ou um crédito, sobre uma
pontos fracos e reajustes materiais. declaração de imposto de renda e há uma pos-
sibilidade de que a posição acabe não tendo
Respostas às Principais Perguntas so- sustentação, então essa posição é considerada
bre a Interpretação 48 incerta. Neste contexto, não é necessário que a
posição da companhia não seja um item refleti-
A série de perguntas e respostas a se- do numa declaração de imposto. Também pode
guir pode auxiliar no entendimento da In- ser uma decisão sobre fazer ou não uma decla-
terpretação: ração de imposto de renda numa certa jurisdi-
1. Quais são as principais questões ção, como alocar renda entre jurisdições ou
contábeis abordadas nessa Interpretação? como estabelecer preços de transferência.

A Interpretação 48 aplica-se a todas 3. Se as leis não são claras, a companhia


as posições de impostos contabilizadas pode considerar a probabilidade de eventos fu-
de acordo com o Pronunciamento Fasb turos?
109, Contabilização de Imposto de Ren- É comum que leis ou regulamentos fis-
da. De fato, a Interpretação responde a cais não sejam claros em certos assuntos.
essas questões: Enfrentando tal ambigüidade, uma compa-

68
BDO TREVISAN

nhia pode tomar uma posição que resulte devam ser capitalizados e depreciados con-
num menor pagamento de imposto. A Inter- forme a legislação fiscal).
pretação esclarece que as diretrizes seguin-
tes se aplicam na época do reconhecimen- 4. Qual montante de benefício deve ser
to inicial: reconhecido, quando uma posição é mais
• Uma companhia somente deve re- provável que improvável?
conhecer o benefício de uma posição incer-
ta de impostos em suas demonstrações Uma vez determinado que um benefício
contábeis, se for mais provável que impro- para uma posição de impostos poderá ser
vável que a posição venha a ter sustenta- reconhecido porque alcança o limite de re-
ção com base em seus méritos técnicos. conhecimento “mais provável”, o montante
• Ao fazer a determinação da probabi- de benefício a ser reconhecido nas demons-
lidade, uma companhia deve presumir que trações contábeis é mensurado. Esse mon-
a posição será examinada pelas autorida- tante é o maior montante de benefício com
des fiscais. Ou seja, uma companhia não mais de 50% de probabilidade de ser reali-
poderá levar em conta as chances de que a zado com a liquidação final da posição.
declaração não será auditada pelas autori-
dades fiscais ou de que a posição incerta Por exemplo, se uma companhia ameri-
de impostos possa escapar de ser desco- cana reivindicar um crédito fiscal de pes-
berta numa auditoria fiscal. quisa e desenvolvimento, podem existir in-
• Uma exceção é feita para práticas certezas se certos projetos e custos
administrativas e precedentes que estabe- alocados estarão qualificados para o crédi-
leçam claramente que uma autoridade fis- to. A companhia avaliaria o maior montan-
cal não fará objeção a uma posição tecni- te de crédito com mais de 50% de probabili-
camente inválida. Por exemplo, uma auto- dade de ser realizado com a liquidação fi-
ridade fiscal pode ter uma política nal. Ao fazer esta avaliação, deve conside-
estabelecida de permitir que companhias rar tanto os méritos técnicos dessa posição
façam dedução do custo de todos os ativos quanto a maneira como normalmente solu-
fixos abaixo de uma certa quantia em dólar ciona as questões com o Internal Revenue
no ano de aquisição (ainda que esses itens Service, IRS. Se a companhia acredita que

69
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

sua posição seria sustentada com litígio, com base em fatos, circunstâncias e infor-
mas faz normalmente os pagamentos com mações disponíveis na data do relatório.
o IRS para evitar o custo e risco do litígio, Contudo, mudanças subseqüentes nesse
ela registraria o maior montante do bene- julgamento que levam a alterações no re-
fício com mais de 50% de probabilidade conhecimento, não-reconhecimento e
de ser realizado após liquidação com o IRS. mensuração devem resultar da avaliação
de novas informações e não de uma nova
5. Quais são os requisitos contábeis em avaliação ou interpretação das mesmas in-
anos subseqüentes? formações que estavam disponíveis em
períodos anteriores. Se uma companhia al-
A Interpretação requer avaliação contí- terar seu julgamento sem quaisquer novas
nua das posições de impostos. Essas posi- informações, isso indicaria um erro contábil
ções que anteriormente deixaram de alcan- ocorrido no período anterior.
çar o limite da maior probabilidade de re-
conhecimento devem ser reconhecidas no 6. Como a Interpretação afeta a
primeiro período do relatório financeiro contabilização de juros e multas?
subseqüente ao período em que o limite é
alcançado. Em alguns casos, o limite pode Uma companhia deve provisionar juros
ser alcançado quando a autoridade fiscal sobre passivos com posições de impostos
completa seu exame da declaração de im- que não são reconhecidas porque não al-
posto do ano ou quando expira o prazo de cançam o limite de maior probabilidade ou
prescrição. Quaisquer posições de impos- não estão de acordo com a orientação so-
tos previamente reconhecidas que não bre mensuração. Além disso, uma compa-
mais alcancem o limite da maior probabili- nhia deve provisionar multas se uma posi-
dade de reconhecimento devem deixar de ção de impostos não atingir o limite
ser reconhecidas no primeiro período do estatutário para evitá-las. Cada companhia
relatório financeiro subseqüente ao perío- deve tomar uma decisão sobre a prática
do em que o limite não for mais alcançado. contábil de registrar juros e multas na pro-
Reconhecimento, não-reconhecimento visão para imposto de renda ou como juros
subseqüentes e mensuração são baseados e outras despesas, respectivamente.
no melhor julgamento da administração, 7. Qual é este novo requisito de divulga-

70
BDO TREVISAN

ção “roll-forward” e ele fornece um cami- forward” tabular do conjunto de benefícios


nho para as autoridades fiscais? fiscais não reconhecidos para todos os anos
fiscais em aberto e para todas as jurisdi-
A Interpretação 48 exige um “roll- ções. Um exemplo pode ser o seguinte:

Benefícios fiscais não reconhecidos, saldo de abertura $ xx


Aumentos – posições de impostos tomadas em período anterior xx
Diminuições – posições de impostos tomadas em período anterior (xx)
Posições de impostos do período atual xx
Pagamentos (xx)
Lapso do prazo de prescrições (xx)
Benefícios fiscais não reconhecidos, saldo de fechamento $ xx

As divulgações de mudanças devidas a companhias devem divulgar o impacto des-


pagamentos e lapsos de estatutos de prescri- ses itens sobre a alíquota fiscal efetiva, se
ções são requeridas pela Interpretação. Em- forem reconhecidos, bem como sua prática
bora muitos dos que responderam ao contábil para a classificação de juros e
Exposure Draft tenham expressado a preocu- multas e o montante total de juros e multas
pação de que divulgações realçadas possam reconhecidos na demonstração de resulta-
propiciar um caminho às autoridades fiscais, dos e balanço patrimonial.
a Interpretação abrandou um pouco esta críti- A Interpretação também requer divulga-
ca requerendo as divulgações somente em ção de todos os anos fiscais em aberto pela
conjunto para todas as autoridades fiscais, jurisdição fiscal principal, bem como divul-
em vez de jurisdição por jurisdição. gação de posições de impostos para as
quais é razoavelmente possível que o mon-
8. Quais outras novas divulgações são tante de benefícios fiscais não reconheci-
requeridas? dos aumente ou diminua significativamen-
te dentro de 12 meses da data do relatório.
Além da análise de roll-forward tabular 9. Quais divulgações são requeridas de
de benefícios fiscais não reconhecidos, as acordo com SAB 74 (Tópico 11-M)?

71
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

O SAB Tópico 11-M exige que compa- 10. Como a companhia poderá estimar
nhias públicas divulguem a Interpretação a quantidade de esforço requerido para
48 em todas as demonstrações contábeis, cumprir a Interpretação?
incluindo demonstrações contábeis trimes-
trais, entregues após 30 de junho de 2006. Há uma série de variáveis importantes
A SEC espera as seguintes divulgações: que irão afetar a facilidade de uma compa-
nhia para cumprir a Interpretação. Incluem
• Uma breve descrição da Interpreta- a natureza de sua prática contábil atual, o
ção 48, a data em que a adoção é requerida número de suas posições incertas de im-
e a data em que o registrante planeja ado- postos, o número de jurisdições fiscais em
tar, caso seja antecipada. que opera e o número de anos fiscais que
• Uma divulgação de que a Interpreta- ainda estão abertos para revisão. De modo
ção 48 será adotada, ajustando passivos fis- geral, quanto maior a diferença entre sua
cais e lucros acumulados na data da adoção. atual prática contábil e FIN 48, mais agres-
• Uma discussão do impacto espe- sivas serão as posições de impostos da
rado que a adoção da Interpretação tenha companhia, e quanto maior o número de
sobre as demonstrações contábeis, a me- jurisdições fiscais ou anos em aberto, mai-
nos que não seja conhecido ou não possa or será o nível de esforço requerido.
ser estimado de forma razoável. Neste
caso, pode ser feita uma declaração so- 11. Quais os passos que as companhias
bre esse efeito. devem tomar agora?

O órgão encoraja a divulgação do im- Companhias que informam resultados


pacto potencial de outras questões signifi- trimestrais precisarão refletir a mudança na
cativas que um registrante acredita que contabilidade no primeiro trimestre do ano
possam resultar da adoção da Interpreta- da adoção. Essas companhias deverão
ção (tais como violações técnicas de cláu- inventariar rapidamente as posições de
sulas contratuais de dívida, mudanças pla- impostos tomadas em todos os anos em
nejadas ou pretendidas nas práticas comer- aberto. Também necessitarão avaliar quais
ciais, etc.). posições irão requerer análise significati-

72
BDO TREVISAN

va. Uma análise poderá ser necessária para Abaixo discutimos duas questões de
confirmar o nível da confiança de que uma implementação com relação ao Pronuncia-
posição terá sustentação e para medir o mento Fasb 123(R), Pagamento com base em Ações:
benefício que será registrado para posições
consideradas mais prováveis de terem sus- Cláusulas Antidiluição em Gratificações
tentação. com base em Ações

Muitas companhias podem achar que De acordo com o Pronunciamento


mudanças em seus processos de controle 123(R), se uma gratificação em ações for
interno são necessárias, à medida que fa- modificada após a data de concessão, a
zem a identificação, avaliação e documen- despesa da remuneração com incremento
tação de posições incertas de impostos, deverá ser reconhecida, se o valor justo da
como parte integral de sua estrutura de con- gratificação modificada exceder o valor jus-
trole interno. Companhias públicas necessi- to da gratificação original imediatamente
tarão decidir se essas mudanças em contro- antes da alteração. Qualquer despesa da
les devem ser reportadas de acordo com as remuneração com incremento é reconheci-
regras da SEC. Muitas companhias também da durante o período de serviço remanes-
irão considerar que sua análise e documen- cente. Alterações nos termos dos instru-
tação fiscais existentes são insuficientes mentos patrimoniais em conjunto com uma
para avaliar as consequências dessa Inter- reestruturação patrimonial são considera-
pretação proposta à luz do GAAP. Em compa- das modificações para os propósitos do Pro-
nhias maiores operando em múltiplas juris- nunciamento.
dições fiscais, o volume abrupto de posições Houve recentemente discussões sobre
a serem avaliadas poderá requerer julgamen- uma implicação pouco observada no pas-
to considerável ao determinar o quanto de sado dessa parte do Pronunciamento 123(R).
documentação é suficiente. Ajustes antidiluição de opções de ações ou
gratificações restritas de ações em cone-
Cláusulas Anti-diluição em Gratifica- xão com um evento de reestruturação
ções com base em Ações; Contabilização patrimonial, como desmembramento de
para Opções Repactuadas ações, dividendo de ação, dividendo em

73
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

dinheiro não recorrente, segregação parci- o preço de realização por opção em 50% e
al de sociedade ou recapitalização, podem dobraria o número de opções. Se o plano da
causar o registro de despesa significativa companhia estabelece um ajuste obrigatório
de remuneração. de opções no evento de um desmembramento
Resumidamente, um ajuste de uma gra- de ações, então um ajuste de acordo com os
tificação em ações para preservar seu valor termos não alteraria o valor justo de uma op-
subseqüente a um evento de reestruturação ção e nenhuma remuneração adicional seria
– isto é, um ajuste antidiluição – é conside- registrada. O valor justo não muda porque o
rado uma modificação de acordo com o Pro- valor justo da gratificação original é estima-
nunciamento 123(R), requerendo o registro do com base no preço das ações pré-
da despesa de remuneração igual a qual- desmembramento, e o valor justo da gratifi-
quer aumento no valor justo da gratificação cação modificada é estimado com base no
causado pela modificação. Se a gratifica- preço de ações pós-desmembramento. Por
ção (a) incluir uma cláusula antidiluição ar- comparação, se o plano não menciona ajuste
bitrária ou (b) não trouxer uma cláusula anti- de opções no evento de um desmembramento
diluição, a modificação terá probabilidade de ações ou afirma que um ajuste fica a
de aumentar significativamente o valor jus- critério da Junta de Diretores, então os va-
to da gratificação. Por outro lado, se a gratifi- lores justos tanto das opções originais e não
cação incluir uma cláusula antidiluição obri- ajustadas quanto das opções ajustadas são
gatória com a intenção de manter o valor da estimados com base no preço das ações
gratificação e a gratificação for ajustada de pós-desmembramento. A diferença no va-
acordo com essa cláusula, então a mudança lor justo é registrada como despesa adicio-
no valor justo deve ser zero ou insignifican- nal de remuneração durante o período de
te, havendo pouca ou nenhuma despesa de serviço remanescente.
remuneração a registrar. As companhias devem revisar suas gra-
Por exemplo, se uma companhia declarar tificações com base em ações, a fim de de-
um desmembramento de ações ‘dois por um’, terminar se existe uma cláusula
o preço da ação cairá normalmente em 50%. antidiluição e, no caso de não existir ou
Para manter a integralidade de um proprietá- existir de forma arbitrária, considerar uma
rio de opção existente, a companhia reduziria mudança no plano para incluir uma cláusu-

74
BDO TREVISAN

la antidiluição obrigatória. Embora a adi- tes em opções para manter integridade de


ção de uma cláusula antidiluição obrigató- empregados não eram considerados modifi-
ria seja considerada uma modificação, ela cações, não provocando despesas de remu-
não altera de forma significativa o valor jus- neração. De acordo com o Pronunciamento
to das opções ou provoca uma despesa adi- 123(R), a contabilização depende se o docu-
cional de remuneração, a menos que a adi- mento do plano aborda de forma explícita
ção ocorra em virtude de reestruturação esses ajustes. Se o documento não menciona
patrimonial planejada. Alterar um plano ou permite livre decisão, a despesa de remu-
ou gratificações existentes para adicionar neração deve ser registrada, enquanto que,
tal cláusula em consideração a um evento se a integridade dos funcionários for obriga-
de reestruturação, geralmente será consi- tória conforme o documento, a despesa de
derada como uma modificação e irá reque- remuneração não será registrada.
rer o registro de despesa adicional de re- Deve-se ressaltar que as mudanças
muneração. O Pronunciamento 123(R) não em gratificações por ações têm conse-
explica o que significa “em consideração”. qüências além daquelas relacionadas
O exemplo no Pronunciamento 123(R) é de com a contabilização. Por exemplo, uma
uma modificação após o anúncio de uma mudança ou uma adição de uma cláusu-
reestruturação. Se a adição de uma cláusu- la antidiluição pode requerer aprovação
la antidiluição obrigatória preceder ao do acionista ou proprietário da gratifica-
anúncio de uma reestruturação patrimonial ção. Além disso, uma mudança ou adi-
por um período curto (digamos, seis meses ção de uma cláusula antidiluição pode
ou menos), um julgamento será requerido. ser considerada como uma “modificação
Alguns podem considerar que a material”, conforme o Código de Recei-
contabilização precedente de acordo com a tas Internas, Seção 422 (opções incenti-
APB Opinion 25 (APB 25), tal como interpreta- vadas de ações). Se as opções tiverem
do pela Interpretação Fasb 44 (FIN 44) e Edi- muito dinheiro na época da mudança ou
ção EITF 00-23, fornecia um resultado mais adição, a modificação poderá
sensato para cláusulas antidiluição. De acor- desqualificar opções incentivadas de
do com a APB 25, não importando se o docu- ações, fazendo com que se tornem op-
mento do plano abordou tal cláusula, os ajus- ções em ações não qualificadas.

75
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Contabilização para Opções Repactuadas contabilização variável de acordo com o FIN


44 para opções repactuadas. Se as opções
Uma questão freqüente quanto ao Pro- repactuadas ainda não forem integralmen-
nunciamento 123(R) é o tratamento contábil te investidas na época em que o Pronuncia-
pelas companhias públicas das opções mento 123(R) for adotado, então este Pro-
repactuadas que foram tratadas como gra- nunciamento requer que a companhia amor-
tificações variáveis conforme FIN 44 (FIN tize o restante da remuneração mensurada
44 foi substituída simultaneamente com a de acordo com o Pronunciamento 123, du-
emissão do Pronunciamento 123(R).) rante o período de direito remanescente, no
Uma repactuação é um tipo comum de lugar da remuneração conforme APB 25/FIN
modificação que reduz a realização ou o pre- 44. Se as opções repactuadas forem inte-
ço de exercício de uma opção, que se segue gralmente investidas na época em que o
normalmente a uma diminuição significati- Pronunciamento 123(R) for adotado, nenhu-
va no preço das ações. As companhias ma despesa de remuneração será registra-
freqüentemente fazem repactuação para res- da após a adoção deste Pronunciamento.
taurar o valor de incentivo de opções após Para opções repactuadas que não forem
uma tal diminuição no preço da ação. Se- integralmente investidas na época em que
gundo o FIN 44, as companhias deviam efe- o Pronunciamento 123(R) foi adotado, al-
tuar contabilização variável para opções gumas companhias perguntaram se podem
repactuadas e ajustar a remuneração a cada registrar o restante da compensação calcu-
período até o exercício ou expiração, com base no lada de acordo com o Pronunciamento 123,
valor atual das ações. Segundo o método de se elas cancelarem a opção. A resposta é
valor justo do Pronunciamento 123(R), a não. O cancelamento da opção, a exemplo
exemplo do Pronunciamento 123, uma da aceleração da investidura, acelera o re-
repactuação é uma modificação que provo- gistro do restante da remuneração. A única
ca uma despesa adicional de remuneração situação em que a remuneração não é re-
para o aumento no valor justo da gratifica- gistrada é a cessação do vínculo
ção, mas não contabilização variável. empregatício antes da investidura, isto é,
Quando uma companhia pública adota uma perda de direito do empregado.
o Pronunciamento 123(R), ela pára de apli- Companhias fechadas irão adotar futura-
car APB 25. Portanto, cessa qualquer mente o Pronunciamento 123(R) somente

76
BDO TREVISAN

para novas gratificações. Companhias fecha- mento Fasb 87 para planos de aposentado-
das continuam a aplicar APB 25 e FIN 44 para ria com benefício definido e Pronunciamen-
opções, incluindo opções repactuadas, to Fasb 106 para outros planos de benefíci-
gratificadas antes da adoção do Pronuncia- os pós-aposentadoria, tais como planos de
mento 123(R). saúde para aposentados), o ativo pago an-
tecipadamente ou passivo provisionado no
Pronunciamento Fasb 158 coloca balanço patrimonial do empregador repre-
déficits no financiamento de planos de apo- senta a diferença cumulativa entre a des-
sentadoria nos balanços patrimoniais pesa de acordo com GAAP e os desembol-
sos de caixa para financiar um plano ou
Em setembro, o Fasb emitiu o Pronuncia- pagar benefícios. O status efetivo financia-
mento 158 sobre Contabilização pelos Em- do de um plano – a diferença entre ativos
pregadores de Planos de Aposentadoria com do plano e a obrigação de benefício do pla-
Benefícios Definidos e Outros Planos de Pós- no – geralmente é diferente do montante
Aposentadoria. O Pronunciamento 158 move no balanço patrimonial do empregador.
déficits ou superávits de financiamento de Devido ao modo como a despesa é com-
planos de aposentadoria, das notas para a putada conforme os Pronunciamentos 87 e
frente do balanço patrimonial do emprega- 106, a diferença entre a posição financiada
dor. As mudanças entram em vigor para com- e o montante no balanço patrimonial é com-
panhias públicas no final de 2006, e divulga- posta de três itens:
ções dos efeitos esperados do Pronunciamen-
to 158 são requeridas nas demonstrações • Lucros e perdas não reconhecidas
contábeis do terceiro trimestre de 2006 en- (diferidas) da experiência, diferentes de su-
tregues à SEC. Companhias fechadas e sem posições e de mudanças nas suposições.
fins lucrativos devem adotar o Pronunciamen- • Custo prévio de serviço não reco-
to, o mais tardar, para exercícios fiscais com nhecido de aditivos ao plano, que dão aos
encerramento após 15 de junho de 2007. participantes crédito retroativo para anos
anteriores de serviço do empregado.
Background • Quantias de transição não reco-
nhecidas da adoção do Pronunciamento
Segundo normas existentes (Pronuncia- 87 ou 106.

77
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Efetivamente, esses três itens são liga- do como a diferença entre o valor justo dos
dos com a posição financiada no montante ativos do plano e da obrigação de benefíci-
do balanço patrimonial. Atualmente, as os do plano.
companhias são requeridas a divulgar nas - Para planos de aposentadoria, a
notas explicativas às demonstrações obrigação de benefício usada nos cálculos
contábeis, uma reconciliação da posição fi- é a obrigação projetada de benefício, PBO.
nanciada com o montante no balanço Para outros planos de benefícios pós-apo-
patrimonial. sentadoria, a obrigação é o valor do benefí-
cio pós-aposentadoria acumulado, APBO.
Agora o FASB decidiu, com base em in-
formações de usuários de demonstrações • Análise de impacto potencial:
contábeis, que um empregador deve refle- - Muitas companhias possuem planos
tir a posição financiada de um plano no de benefício subfinanciados ou não finan-
balanço patrimonial, como ativo ou passi- ciados. Essas companhias irão reportar pas-
vo, com os três itens não reconhecidos mos- sivos líquidos conforme o Pronunciamento
trados no balanço como ajustes ao 158. Contanto que uma companhia esteja
patrimônio líquido (outros lucros reportando um passivo menor ou um ativo
abrangentes acumulados ou AOCI). líquido, o ajuste irá aumentar o passivo e
reduzir o patrimônio líquido. Em alguns ca-
Sumário de Requisitos sos, o ajuste pode ser significativo, poden-
do até resultar num patrimônio líquido ne-
1) O Pronunciamento 158 exige que gativo. Adicionalmente, embora possa soar
as companhias com planos de aposentado- contra-intuitivo, mesmo companhias com
ria de benefício definido ou outros planos planos integralmente financiados ou
de benefícios pós-aposentadoria patrocina- superfinanciados podem sofrer reduções no
dos por um único empregador reconheçam patrimônio líquido, pois podem necessitar
a posição financiada de seus planos como reduzir seu ativo no balanço patrimonial
ativo ou passivo líquido. compensando com uma redução no
patrimônio líquido.
• Pontos de controle:
- O ativo ou passivo líquido é calcula- 2) Companhias com múltiplos planos

78
BDO TREVISAN

de aposentadoria com benefício definido ou 3) Companhias que apresentam ba-


outros planos de benefício pós-aposentado- lanços patrimoniais classificados (ativos e
ria necessitarão calcular seus ativos e pas- passivos circulante e de longo prazo) irão
sivos líquidos numa base plano por plano. segregar todos os ativos líquidos do plano
como realizáveis a longo prazo, mas algu-
• Pontos de controle: mas partes do passivo líquido do plano po-
- Uma companhia não poderá com- derão ser classificados como circulante.
pensar os ativos líquidos de um plano com Para determinar a porção circulante, as com-
os passivos líquidos de outro plano. panhias necessitarão considerar suas ex-
- Em seu lugar, um único ativo líquido pectativas de pagamento de benefícios du-
é reportado para o conjunto de todos os pla- rante o próximo ano.
nos superfinanciados, e um único passivo lí-
quido é registrado para o conjunto de todos • Pontos de controle:
os planos subfinanciados ou não financiados. - Para um plano superfinanciado, o
ativo líquido é a longo prazo. Um reembol-
• Análise de impacto potencial: so antecipado do plano no próximo ano se-
- O requisito de calcular ativos e pas- ria divulgado mas não classificado como
sivos líquidos numa base plano por plano ativo circulante.
significa que algumas companhias podem - Para um plano não financiado, a
terminar tanto com um ativo líquido quanto porção do passivo que representa as expec-
com um passivo líquido em seus balanços tativas de pagamento de benefícios duran-
patrimoniais. Por exemplo, um plano de te o próximo ano é classificada como pas-
aposentadoria de uma companhia pode ser sivo circulante.
integralmente financiado, enquanto seu - Para um plano subfinanciado, o
plano de saúde para aposentados não é fi- passivo é de longo prazo, a menos que as
nanciado. Uma vez que a companhia não expectativas de pagamento de benefícios
pode contrabalançar os dois, o status de seu durante o próximo ano excedam os ativos
plano de saúde para aposentados (não fi- do plano. Nesse caso incomum, o excesso
nanciado) terá um efeito adverso no é um passivo circulante.
patrimônio líquido.
• Análise de impacto potencial:

79
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

As novas diretrizes podem afetar o lucros e perdas não reconhecidas, e ainda o


capital circulante de uma companhia. custo prévio de serviço, são apresentadas
no balanço, mas não altera o modo como
4) Com início não posterior a 2008, as obrigações e ativos do plano são
companhias devem usar a data do balanço mensurados, nem muda a orientação sobre
como a data de mensuração para os ativos quando incluir lucros e perdas atuariais ou
e obrigações do plano. custo prévio de serviços nas despesas.

• Pontos de controle: • Análise de impacto potencial:


- De acordo com as normas existen- - As disposições que tratam da data
tes, as companhias têm permissão de es- de mensuração irão afetar o lucro líquido
colher e aplicar de forma consistente uma para companhias que necessitam alterar
data de mensuração de até três meses an- sua data de mensuração, mas os efeitos são
tes do final de seu exercício. Essas compa- imprevisíveis, com probabilidade de serem
nhias devem começar a usar sua data de relativamente pequenos.
balanço como data de mensuração no exer- - O Fasb tem outro projeto em sua
cício ou antes de 15 de dezembro de 2008. agenda para reconsiderar de forma
abrangente a contabilização para planos de
• Análise de impacto potencial: aposentadoria com benefício definido e pla-
Companhias públicas podem ter menos nos de pós-aposentadoria. O projeto, que
tempo para finalizar seus cálculos atuariais levará vários anos para ser concluído, po-
antes de entregar suas demonstrações derá alterar a computação da despesa anu-
contábeis. al para planos com benefício definido.

5) As disposições do Pronunciamen- 6) O ativo ou passivo do plano de be-


to que tratam da apresentação no balanço nefícios refletido, no balanço patrimonial,
patrimonial não afetam o lucro líquido. A conforme o GAAP, representa uma diferen-
despesa anual continua a ser computada ça temporária de acordo com o Pronuncia-
com base na orientação dos Pronunciamen- mento Fasb 109 (normalmente o balanço
tos Fasb 87 e 106. O Pronunciamento 158 que serve de base para tributação não tem
altera a forma como obrigações do plano, e ativo ou passivo comparável, porque so-

80
BDO TREVISAN

mente os desembolsos de caixa são que é um resultado direto da adoção do Pro-


dedutíveis para efeitos do imposto de ren- nunciamento 158, é adicionado no AOCI,
da nos Estados Unidos). O Pronunciamento embora uma provisão para avaliação que
158 irá alterar o ativo ou passivo do balan- resulte de uma alteração de julgamento em
ço e o montante da diferença temporária. anos subseqüentes à adoção seja reconhe-
As companhias irão produzir imposto de cida nas despesas de imposto de renda.
renda diferido na mudança. Uma vez que a - Se o efeito do Pronunciamento 158 for
alteração no ativo ou passivo afeta o AOCI registrar um significativo ativo de imposto
em vez do lucro líquido, os efeitos do im- diferido, avaliar a provável realização des-
posto diferido também são classificados no se ativo pode ser desafiante. Na maioria
AOCI e não afetam o lucro líquido, exceto dos casos, a reversão da diferença tempo-
quanto às observações abaixo. rária está distante no futuro, sendo difícil
sua previsão. Para uma companhia que te-
• Pontos de controle: nha sido consistentemente lucrativa, a pro-
- Uma Companhia deve computar o vável realização geralmente não será um
efeito fiscal do ajuste no ativo ou passivo do problema. Mas para companhias que te-
balanço, com um ajuste de Compensação nham alternado lucratividade com perdas
no AOCI. Por exemplo, se a Companhia re- consistentes, a provável realização será
gistra um passivo adicional de $100 e tem mais duvidosa. Pode ser aconselhável con-
uma alíquota de imposto de 40%, ela irá re- sultar o sócio de tributos designado para o
gistrar um ativo de imposto diferido de $40 e trabalho para entender melhor as comple-
um crédito no AOCI de $40. O Apêndice A xidades de se avaliar a provável realização.
apresenta um exemplo mais completo. Análise de impacto potencial se o ativo de
- Como qualquer outro ativo de imposto imposto diferido é realizável, o impacto no
diferido, um ativo de imposto diferido re- patrimônio líquido tem efeito nos impos-
sultante do Pronunciamento 158 será ava- tos. No exemplo acima, um aumento de
liado como realizável. Se algum ou todos $100 no passivo reduziria o patrimônio lí-
esses ativos não são mais prováveis do que quido em $60.
improváveis de serem realizados, uma pro-
visão para avaliação deve ser constituída. • Análise de impacto potencial:
Observe que uma provisão para avaliação, - Se o ativo de imposto diferido é reali-

81
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

zável, o impacto no patrimônio líquido tem tante que será amortizado no próximo exer-
efeito nos impostos. No exemplo acima, cício).
um aumento de $100 no passivo reduziria o - No caso incomum em que uma com-
patrimônio líquido em $60. panhia tenha expectativa de retirar ativos
7) As disposições transitórias não per- de um plano de benefício de aposentadoria
mitem a aplicação retroativa dos requisi- no ano seguinte, ela deve divulgar o mon-
tos do balanço. Em seu lugar, o Pronuncia- tante.
mento 158 requer divulgações adicionais
que abordem os efeitos no balanço • Análise de impacto potencial:
patrimonial do ano de adoção e forneçam - Todas essas informações devem es-
outras informações suplementares. tar disponíveis a partir de relatórios
atuariais preparados, de acordo com os re-
• Pontos de controle: quisitos existentes. Para a implementação
- Para cada período em que uma de- inicial, as companhias necessitarão deci-
monstração de resultado é apresentada, as dir quais informações serão apresentadas
companhias divulgam em suas demonstra- nas próprias demonstrações contábeis e
ções contábeis, em separado para planos nas notas. Além disso, as companhias de-
de aposentadoria e outros planos de pós- vem considerar como irão explicar as alte-
aposentadoria, as variações em outros lu- rações no balanço para investidores e em-
cros abrangentes (OCI) que resultaram da pregados devido à falta de comparabilidade
aplicação do Pronunciamento. de ano para ano, bem como de companhia
- Para cada período em que um balan- para companhia. A não comparabilidade de
ço patrimonial é apresentado, as compa- companhia para companhia irá ocorrer
nhias divulgam em suas demonstrações como resultado das datas de efetivação que
contábeis as variações no AOCI que resul- diferem para companhias públicas e fecha-
taram da aplicação do Pronunciamento. das e das disposições transitórias e exce-
- Para o balanço patrimonial mais re- ções para datas de mensuração.
cente, as companhias divulgam os montan-
tes no AOCI que serão reconhecidos como 8) O Pronunciamento 158 aplica-se a
um componente da despesa de benefício organizações sem fins lucrativos e empre-
no próximo exercício fiscal (isto é, o mon- sas comerciais, mas as organizações sem

82
BDO TREVISAN

fins lucrativos não apresentam OCI ou AOCI. vos que patrocina um plano de benefícios
O Pronunciamento exige que uma organi- está sujeita a imposto de renda, os itens não
zação sem fins lucrativos reflita em seu reconhecidos devem ter efeitos tributários.
balanço o status financiado de seus planos
de aposentadoria, com a compensação nos Questões para Discussão
ativos líquidos não restritos. No demons-
trativo de atividades, os itens não reconhe- Os efeitos do Pronunciamento 158 irão
cidos (lucros e perdas, custo prévio de ser- variar por setor. Os setores mais atingidos
viço e montantes transitórios) que uma com- serão, provavelmente, os setores sindicali-
panhia apresentaria como OCI devem ser zados como automotivo, siderúrgico, teleco-
apresentados como um item separado das municações, aeroespacial, defesa e linhas
despesas. O Pronunciamento não especifi- aéreas. Mas mesmo as companhias menos
ca se esse item separado deve ser incluído severamente afetadas poderão ter dúvidas,
ou excluído de uma medição de operações por isso, seguem algumas questões para dis-
ou desempenho que uma organização apre- cussão:
senta de forma voluntária, exceto para as • A administração considerou os pos-
organizações de assistência médica. Uma síveis efeitos da apresentação do balanço
vez que as organizações de assistência patrimonial em sua estrutura de capital e
médica possuem uma medição requerida cumprimento de requisitos contratuais?
de desempenho, que é o equivalente de lu-
cros de operações contínuas, o item sepa- Algumas companhias podem necessi-
rado deve ser excluído dessa medição. tar lidar com efeitos adversos nas cláusu-
las contidas em contratos de empréstimos
• Pontos de controle: ou outros financiamentos, tais como requi-
- Diferentemente das organizações de sitos de obrigações e patrimônio mínimo
assistência médica, as organizações sem para serem qualificadas em licitações com
fins lucrativos têm flexibilidade no modo o governo ou outros contratos. Assim, é pru-
de apresentar os itens não reconhecidos, dente checar antes do tempo para ver se a
devendo considerar qual apresentação se- companhia tem disposições por escrito em
ria a mais compreensível. seus contratos de empréstimo para preve-
- Se uma organização sem fins lucrati- nir que essas cláusulas sejam violadas so-

83
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

mente com mudanças na contabilização. Como observado anteriormente, o Pro-


Companhias fechadas que tenham acordos nunciamento 158 não requer nenhuma in-
de remuneração ou de recompra de ações formação nova dos atuários. Para aqueles
atreladas ao valor contábil podem desejar empregadores que usam atualmente uma
alterar os acordos para excluir o impacto do data anterior de mensuração, a parte do Pro-
Pronunciamento 158. nunciamento 158 que requer que a data de
mensuração seja a mesma do balanço irá
• A administração considerou os exigir mudanças nas datas para atuários e
possíveis efeitos da alteração contábil administradores de investimento. Seria
em suas classificações de dívida ou pre- bom planejar com antecedência, especial-
ço de ações? mente se for uma companhia com apenas
60 dias para entregar suas demonstrações
Não está claro como os mercados finan- contábeis anuais. Companhias como essas
ceiros irão reagir aos novos requisitos podem acabar competindo com muitas ou-
contábeis. Logicamente não deveria haver tras companhias pelo tempo de seus atuá-
nenhuma reação à alteração contábil, pois rios e administradores de investimento ex-
todas as informações sobre o status finan- ternos, quando estiverem enfrentando pres-
ciado dos planos estiveram amplamente sões de prazos. Para evitar estresse e pres-
disponíveis nas notas às demonstrações são desnecessários, as companhias devem
contábeis. Uma das maiores agências clas- tomar as devidas precauções para garantir
sificadoras de dívida declara que a altera- que todas as informações necessárias es-
ção não terá impacto nas classificações de tejam disponíveis para preparar e entregar
dívida, porque elas já consideram o status em tempo hábil as demonstrações
financiado nas análises. No entanto, sem contábeis anuais.
uma bola de cristal, ninguém poderá estar
certo de como os mercados irão reagir e é • A administração analisou o impacto
melhor estar preparado. do Pension Protection Act de 2006?

• A administração discutiu mudanças O Presidente Bush assinou a promulga-


nos requisitos de datas com seus atuários e ção do Pension Protection Act de 2006, em
administradores de investimento? agosto de 2006. Não está relacionado com

84
BDO TREVISAN

o Pronunciamento 158, mas é uma coinci- amento 158 no balanço patrimonial?


dência interessante que uma nova legisla-
ção e novos requisitos contábeis tenham Obviamente, congelar ou cessar planos
sido aprovados quase na mesma época. A de aposentadoria é uma forma de adminis-
nova legislação entra em vigor para anos trar o tamanho do passivo. Mas há outras
iniciando em 2008. Aumentará os requisi- técnicas que podem ser úteis, especialmen-
tos de financiamento de aposentadoria para te em vista da direção que o Fasb parece ter
muitas companhias e diminuirá a flexibili- tomado com relação a alterações adicio-
dade que elas tinham para financiar seus nais na contabilização de aposentadorias.
planos de aposentadoria. Também irá ali- Por exemplo, as companhias poderiam con-
nhar mais de perto as contribuições anuais siderar mudanças nas estratégias de inves-
requeridas com o status financiado do pla- timento usadas para financiar seus planos,
no de aposentadoria, reduzindo muitos dos colocando uma porção maior dos ativos do
mecanismos de regularização atualmente plano em títulos de renda fixa. O objetivo
em operação. Companhias que patrocinam seria ajudar a reduzir a volatilidade do status
os tipos de planos de aposentadoria cober- financiado, porque os ativos e obrigações
tos pelo Act poderão desejar revisar seus do plano responderiam de forma similar às
planos existentes para fins de compliance e mudanças nas taxas de juros. O aspecto
considerar mudanças no projeto do plano negativo de tal mudança é que os títulos de
para mitigar quaisquer impactos adversos renda fixa normalmente têm taxas mais
em seus fluxos de caixa. baixas de retorno do que ações.

Mercados financeiros podem reagir de • A administração está preparada para


forma mais intensa às alterações discutir com investidores e/ou empregados
legislativas do que aos novos requisitos quaisquer possíveis áreas de não
contábeis. A maior agência classificadora comparabilidade com benchmarks ou médi-
de dívida antes referida observou que o Act as do setor que possam ser confusas?
poderia afetar classificações de dívida.
Por exemplo, uma companhia pode re-
• A administração considerou formas portar uma maior redução no patrimônio do
de mitigar os efeitos adversos do Pronunci- que alguns de seus competidores, mesmo

85
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

que seus planos sejam mais financiados. ores do Pronunciamento 87, as Companhias
Isso pode ocorrer porque as outras compa- A e B teriam tido um passivo provisionado de
nhias, com plano mais severamente aposentadoria no valor de $45 mil em 31 de
subfinanciado, já podem ter sido requeridas dezembro de 2006, para o excesso de despe-
a reconhecer um passivo mínimo de aposen- sas passadas acumuladas de aposentadoria
tadoria e uma redução no patrimônio líqui- sobre as contribuições passadas acumuladas
do de acordo com o Pronunciamento 87. O para os planos. Contudo, a Companhia B se-
Apêndice A ilustra como o efeito do Pronun- ria requerida a registrar um passivo mínimo
ciamento 158 pode ser comparado com o de acordo com o Pronunciamento 87, enquan-
efeito do requisito mínimo de passivo do to a Companhia A não seria.
Pronunciamento 87 anterior. O status financiado dos planos e os mon-
tantes não reconhecidos em 31 de dezem-
APÊNDICE A bro de 2006 para as duas Companhias seri-
am: suponha que a alíquota de imposto de
renda seja 40% e que seja mais provável que
Comparação dos Requisitos do Pronunci-
improvável as duas companhias realizarem
amento 158 com os Requisitos de Passivo
os ativos de imposto diferido associados
Mínimo do Pronunciamento 87 anterior.
com seus planos de aposentadoria.
Essa comparação é adaptada do Exem-
Comparação dos Requisitos do Pronun-
plo 1 no Apêndice A do Pronunciamento 158.
ciamento 158 com os Requisitos de Passi-
Companhias A e B patrocinam cada uma
vo Mínimo do Pronunciamento 87 anterior.
um plano de aposentadoria com benefício de-
Como observado acima, de acordo com
finido. De acordo com as disposições anteri-

86
BDO TREVISAN

Companhia A* Companhia B*

Obrigação de benefício acumulada $(1,525) $(2,425)

Obrigação de benefício projetada (2,525) (2,525)


Ativos do plano pelo valor justo 1,625 1,625
Status financiado do plano $(900) $(900)

Itens ainda não reconhecidos como parte


da despesa de aposentadoria
Obrigação transitória não reconhecida $40 $40
Custo prévio de serviço não reconhecido 375 375
Prejuízo não reconhecido 440 440
Total de itens não reconhecidos $855 $855
* em milhas

87
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

o Pronunciamento 87, as Companhias A e Como resultado do Pronunciamento


B teriam registrado um passivo 158, a Companhia A deve registrar um pas-
provisionado de aposentadoria de $45 mil. sivo de aposentadoria de $ 900.000, repre-
A diferença entre esse passivo sentando o total subfinanciado de seu pla-
provisionado de $ 45 mil e o status no de aposentadoria. O lançamento
subfinanciado de $ 900.000 é constituída contábil necessário para ajustar o balanço
dos três itens não reconhecidos, patrimonial com a adoção é o seguinte:
totalizando $ 855.000.

AOCI $ 855.000
Ativo de imposto diferido 342.000
Benefício de imposto diferido - AOCI $ 342.000
Passivo provisionado de aposentadoria 855.000

O plano de aposentadoria da Companhia ção de benefício acumulada subfinanciada.


B está subfinanciado tanto em sua obriga- O passivo provisionado de aposentadoria
ção de benefício projetada quanto em sua da Companhia B, antes da consideração dos
obrigação de benefício acumulada. Como requisitos de passivo mínimo, era $ 45.000.
resultado, o Pronunciamento 87 exige que Portanto, o lançamento contábil para regis-
a Companhia B registre um passivo míni- trar o passivo mínimo de aposentadoria te-
mo de $ 800.000, representando a obriga- ria sido o seguinte:

AOCI $340.000
Ativo intangível 415.000
Ativo de imposto diferido 136.000
Ativo de imposto diferido - AOCI $136.000
Passivo provisionado de aposentadoria 755.000

88
BDO TREVISAN

De acordo com o Pronunciamento 87, a representa uma diferença temporária.


compensação do passivo adicional de apo- O lançamento contábil do incremento
sentadoria é um ativo intangível na exten- que a Companhia B precisa registrar para
são do custo prévio de serviço, mais a obri- adotar o Pronunciamento 158, em compa-
gação transitória, e um ajuste no AOCI para ração com o que ela teria registrado de acor-
o restante. Somente o componente do AOCI do com o Pronunciamento 87, é o seguinte:

AOCI $515.000
Ativo de imposto diferido 206.000
Ativo de imposto diferido - AOCI $206.000
Passivo provisionado de aposentadoria 100.000
Ativo intangível 415.000

Observe que as duas Companhias têm a sivo mínimo para registrar de acordo com o
mesma apresentação de balanço patrimonial Pronunciamento 87 e a Companhia A, não, o
após a adoção do Pronunciamento 158. En- Pronunciamento 158 tem um efeito maior no
tretanto, porque a Companhia B tinha um pas- balanço da Companhia A.

89
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

INTERNATIONAL FINANCIAL ceiros: Divulgações, cuja data de aplicação deve


ser a partir de janeiro de 2007.
REPORTING STANDARDS,
IFRS IFRS 7 – Instrumentos Financeiros:
divulgações.
De acordo com a legislação da União
Européia, todas as companhias listadas em Data de aplicação: a partir de 1o de Ja-
mercados regulamentados na citada loca- neiro de 2007 (a adoção antecipada foi en-
lidade são requeridas a adotar os corajada).
International Financial Reporting
Standards, IFRS, em suas Demonstrações O IASB emitiu o IFRS 7, que introduz
Contábeis para períodos a partir de/ou após novos requerimentos de divulgação e subs-
1o de janeiro de 2005. titui o IAS 30 (Divulgações nas Demonstra-
ções Contábeis de Bancos e Instituições
A seguir, estão resumidas novas normas, Financeiras Similares) e alguns dos reque-
aditivos de normas e novas interpretações rimentos do IAS 32 (Instrumentos Financei-
emitidas durante o ano de 2006. ros: Divulgação e Apresentação).O objeti-
vo do IFRS 7 é estabelecer divulgações que
RESUMO DE NOVAS NORMAS IFRS, capacitem os usuários das Demonstrações
NOVAS IAS, PROPOSTAS DE ALTERAÇÃO Contábeis a avaliar:
DAS IAS E INTERPRETAÇÕES TÉCNICAS –
IFRIC’S • A importância dos instrumentos
financeiros para a posição financeira e de-
Novas IFRS sempenho da Entidade.
• A natureza e extensão dos riscos
Durante o ano de 2006 foi emitida ape- originados por instrumentos financeiros aos
nas o IFRS, de número 8. O IFRS 8 trata de quais a entidade está exposta durante o pe-
Segmentos Operacionais, e foi emitida em ríodo e na data de reporte e como a entida-
30 novembro de 2006, com data de aplica- de gerencia esses riscos.
ção a partir de janeiro de 2009. A norma O escopo do IFRS é abrangente e cobre
anterior trata da IFRS 7 – Instrumentos Finan- todos os riscos que surgem de todos os ins-

90
BDO TREVISAN

trumentos financeiros, reconhecidos no ba- surgem dos instrumentos financeiros.


lanço patrimonial ou não, com exceções li- Assim, são requeridas divulgações qua-
mitadas. Aqueles não reconhecidos no ba- litativas e quantitativas para permitir aos
lanço patrimonial incluem, por exemplo, usuários das Demonstrações Contábeis
compromissos de empréstimos e de con- avaliar a natureza e extensão da exposição
tratos de arrendamentos operacionais. As da entidade aos instrumentos financeiros,
exceções incluem: incluindo (sem limitar-se a isto) risco de
crédito, risco de liquidez e risco de merca-
• Participações em subsidiárias, asso- do, bem como a divulgação de qualquer
ciadas e joint ventures. mudança nesses fatores e na forma de
• Contratos para parcela contingente administrá-los em comparação com o perí-
em uma combinação de empresas. odo de reporte anterior.
• Planos de benefícios a empregados.
• Pagamentos com base em ações. IFRS 8 – Segmentos Operacionais
• Contratos de seguros.
O IFRS 8 define como uma empresa deve
O IFRS 7 é aplicável a todas as entida- reportar os seus segmentos de operação
des, independentemente do tamanho ou nas Demonstrações Contábeis anuais, e
complexidade. Isso significa que, para al- requer que determinadas informações se-
gumas companhias, em que os únicos ins- jam apresentadas nos relatórios das De-
trumentos financeiros são o contas a rece- monstrações Contábeis interinas.
ber, o contas a pagar e caixa e bancos, as Ele substitui o IAS 14 – Segment Reporting, e
divulgações serão simples e breves. Para sua elaboração decorreu da comparação com
outras entidades, as divulgações podem ser o SFAS 131 - Disclosures about Segments of an
extensivas. Enterprise and Related Information, emitido pelo
As divulgações requeridas abrangem Financial Accounting Standard Board, Fasb.
duas seções principais: As mudanças em relação ao IAS 14 di-
• A importância dos instrumentos fi- zem respeito aos seguintes itens:
nanceiros para a posição e desempenho fi-
nanceiros. • Identificação dos segmentos.
• A natureza e extensão dos riscos que • Sua mensuração.

91
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Apresentação nas Demonstrações As alterações adicionam requerimen-


Contábeis. tos para:

O IFRS 8 está alinhado ao IAS 34, que • Objetivos, políticas e processos para
trata de informações contábeis interinas, administração do capital.
bem como está em consonância com a pre- • Informação quantitativa sobre o que é
paração do Management’s Discussion & Analysis considerado capital.
of financial condition and results of operation, • Verificação do cumprimento das exi-
MD&A, que é elaborado pela administra- gências de capital.
ção visando mostrar as condições financei- • As conseqüências originadas por qual-
ras e resultados operacionais da empresa. quer não-cumprimento.
Essa norma trata como segmentos
operacionais aqueles cujas informações in- As divulgações podem incluir qual-
dividualizadas são importantes para toma- quer imposição externa a requerimentos
da de decisão pela administração. O IAS 14 de capital e informação sumarizada so-
tratava a segmentação apenas para produ- bre o que é considerado capital. Essa úl-
tos, serviços e áreas geográficas. tima divulgação pode ser requerida quan-
Adicionalmente, o IFRS 8 exige informa- do, por exemplo, determinados passivos
ções sobre: apuração de resultado, ativos financeiros são considerados parte inte-
tangíveis e intangíveis, geração de caixa e grante do capital da entidade, bem como
fluxo de caixa. quando alguns componentes não poderão
ser considerados integrantes do capital,
Alterações de IAS por exemplo, os originados de hedges de
fluxos de caixa.
IAS 1 – Apresentação das Demonstra-
ções Contábeis Assim, companhias e outras entidades
que reportam, ou planejam reportar, de acor-
Destacamos as alterações da IAS 1 – Apre- do com IFRS, devem revisar os novos re-
sentação das Demonstrações Contábeis, que foi emi- querimentos e garantir que estão prepara-
tida antes de 2006, e que têm data de aplica- das para as divulgações adicionais. En-
ção a partir de 1º de Janeiro de 2007, a saber: quanto a data efetiva se refere aos perío-

92
BDO TREVISAN

dos contábeis a partir de 1º de janeiro de IAS 27 – Demonstrações contábeis


2007, informação comparativa (tanto numé- Consolidadas e Separadas - Definição de
rica quanto descritiva) será requerida para Controle
determinadas divulgações.
Data de aplicação: imediata
IAS 21 – Os Efeitos de Alterações em
Taxas Cambiais – Investimento Líquido O IAS 27 - Demonstrações Contábeis Con-
numa Operação Estrangeira solidadas e Separadas inclui orientações
para a identificação de subsidiárias que, su-
Data de aplicação: a partir de Janeiro de jeitas a certas isenções na norma, devem
2006 (aplicação retroativa encorajada). ser incluídas nas Demonstrações Contábeis
de uma entidade. Uma subsidiária é defini-
A alteração do IAS 21 trata de como os da como uma entidade que é controlada por
empréstimos que são parte integrante do outra entidade (conhecida como a
valor de investimento em subsidiárias de- controladora). Controle é definido como: ‘O
veriam ser: poder de governar as políticas financeiras e
operacionais de uma entidade, a fim de ob-
• limitados àqueles diretamente relaci- ter benefício de suas atividades’.
onados ao investidor e investida. O parágrafo 13 da norma observa que pre-
• se deveriam, conforme o IAS 21, ser sumimos que exista controle quando a
tratados em moeda funcional da parte rela- controladora é detentora, direta ou indireta-
cionada ou da operação estrangeira. mente através de subsidiárias, de mais de
50% dos direitos votantes de uma entidade,
A alteração do IAS 21 confirma que to- a não ser em circunstâncias excepcionais
dos os empréstimos de qualquer subsidiá- que possam demonstrar claramente que tal
ria dentro do grupo consolidado devem ser direito de propriedade não constitui contro-
parte do investimento líquido do grupo. le. Também existe controle quando há:
Essa alteração deve afetar a contabilização
de investimentos líquidos em operações es- • Poder sobre mais da metade dos direi-
trangeiras nas Demonstrações Contábeis tos a voto, por força de um acordo com ou-
Consolidadas. tros investidores.

93
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

• Poder para governar as políticas finan- controla outra está muito mais baseada
ceiras e operacionais da entidade, segun- numa análise de direitos contratuais (e,
do um estatuto ou contrato; portanto, na forma legal) do que numa aná-
• Poder para nomear ou remover a mai- lise de controle substantivo, não contratual.
oria dos membros do quadro de diretores
ou corpo diretivo equivalente da entidade, Exemplo:
sendo que o controle da entidade é exerci-
do por esse quadro ou corpo; A Companhia A possui 48% dos direitos
• Poder de dar a maioria de votos em a voto da Companhia B. Os outros 52% dos
reuniões do quadro de diretores ou corpo direitos a voto da Companhia B são de pro-
diretivo equivalente, sendo que o contro- priedade de um grande número de indiví-
le da entidade é exercido por esse qua- duos, mas nenhum deles detém uma pro-
dro ou corpo. porção significativa. Em assembléias ge-
rais anteriores da Companhia B, não mais
Deve-se considerar também potenciais do que 30% de direitos a voto daqueles ou-
direitos a voto que podem afetar a análise tros acionistas estiveram representados.
de duas formas: Não há acordos estabelecidos que resultem
na concessão de poder à Companhia A so-
• Quando uma entidade detém atual- bre as políticas financeiras e operacionais
mente 50% ou menos dos direitos a voto de da Companhia B, nem a Companhia A tem
outra entidade, mas tem condições de ad- capacidade de nomear ou remover a maio-
quirir direitos adicionais e aumentar sua ria dos membros do Conselho.
participação para mais de 50%; Uma análise segundo a IAS 27 indica
• Quando outra parte tem condições de que a Companhia A não controla a Compa-
reduzir a porcentagem de direitos a voto de nhia B e, em conseqüência, a Companhia
uma entidade para menos de 50%. B não é sua subsidiária. Isso é devido ao
tamanho de sua participação (48%) e à fal-
A IAS 27 inclui orientação de imple- ta de: quaisquer opções para adquirir di-
mentação para auxiliar na determinação do reitos a voto; ou quaisquer acordos com
impacto de potenciais direitos a voto. Es- outros acionistas que transfiram formal-
tes indicam que a questão se uma entidade mente o controle.

94
BDO TREVISAN

Mesmo se na prática a Companhia A pretações contábeis, isso não é extensivo


exercer grande parte da administração co- ao suporte a declarações públicas que o IASB
tidiana da Companhia B (na teoria), seria possa fazer. Além disso, embora a IAS 8 in-
possível que outros acionistas se reunissem clua uma hierarquia de orientação a ser
para bloquear quaisquer decisões que não considerada quando IFRS não inclui orien-
têm seu apoio. Embora possa ser argumen- tação específica, o status de uma declara-
tado que a Companhia A, devido à sua par- ção do IASB que não foi submetida a qual-
ticipação societária, teria controle na práti- quer forma de processo próprio não está cla-
ca (ou controle de fato), se os demais acio- ro. Em contrapartida, diretrizes de auditoria
nistas, como esperado, não combinassem americanas incluem uma hierarquia de cin-
seus direitos a voto no caso de objeção às co níveis oficiais a ser seguida na aplica-
decisões da Companhia A, a análise indica ção de US GAAP. O nível de maior autorida-
que a Companhia A não teria o poder de de é composto das diretrizes contábeis US
controle devido à possibilidade dos demais GAAP emitidas; o quarto e quinto níveis
acionistas exercerem esse controle, se as- consistem, respectivamente, de perguntas
sim desejarem. e respostas publicadas pela equipe do FASB
e outras literaturas contábeis como livros
Declaração do IASB de texto e artigos. Na ausência de qualquer
orientação específica abordando a IAS 27,
A declaração do IASB introduz uma in- alguns órgãos reguladores poderiam bus-
certeza sobre a abordagem contábil apro- car aplicar uma interpretação específica em
priada que deveria ser adotada quando uma sua jurisdição.
entidade possui 50% ou menos dos direitos
a voto de outra entidade, mas a estrutura Impacto e ação requerida
das demais participações e o comportamen-
to dos acionistas possibilitam que o con- A consolidação onde exista controle de
trole de fato exista. fato é consistente com os requisitos de uma
Questões podem ser levantadas sobre a série de GAAPs nacionais e com o critério
autoridade de uma declaração pelo IASB. de ‘influência dominante’ que está incluí-
Embora o IASB tenha um processo formal do na 7ª Diretiva da CEE (Comunidade Eco-
próprio para a emissão de diretrizes e inter- nômica Européia). Estes deveriam estar

95
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

entre os fatores, considerados pela admi- dente, seria difícil dar suporte à alteração
nistração ao avaliar a existência de contro- subseqüente nos princípios contábeis, an-
le. É importante observar que o IASB não tes que o IASB tenha completado seu proje-
alterou o IAS 27; em vez disso, simplesmen- to sobre controle e antes de qualquer aditivo
te enfatizou que é necessário julgamento ao IAS 27 ou de sua substituição. Será im-
para determinar se existe ou não controle portante, particularmente, para os que ado-
de fato. Não foi fornecida orientação adici- tarem pela primeira vez as IFRS, considerar
onal com o IASB, simplesmente reconhe- ainda os pontos de vista de quaisquer ór-
cendo que, na prática, podem ocorrer dife- gãos regulatórios primários ou secundári-
renças na interpretação. Conseqüentemen- os ao concluírem sobre a prática contábil a
te, é possível que grupos idênticos em ou- ser adotada.
tros aspectos incluam diferentes subsidiá-
rias em suas Demonstrações Contábeis Entidades que já usam IFRSs
Consolidadas.
Em vista da inconsistência na aborda- Tendo em vista a declaração do IASB que
gem, que pode ocorrer na prática, quando a a determinação de controle pode incluir
questão for relevante na análise de contro- mais do que o direito de propriedade legal
le, conforme a IAS 27, uma entidade deve de ações e potenciais direitos a voto, as
desenvolver uma política contábil clara, entidades podem desejar revisar suas prá-
estabelecendo a abordagem a ser seguida ticas contábeis que definem subsidiárias,
de forma consistente em relação ao contro- em particular como o controle é avaliado.
le de fato, devendo divulgar essa política Quando se conclui que subsidiárias adi-
em suas Demonstrações Contábeis. cionais devem ser consolidadas, a contabi-
Quando uma entidade considera que lidade deve ser aplicada numa forma total-
possui controle de fato sobre outra, seria mente retroativa até a data na qual o con-
apropriado prestar informações adicionais trole foi obtido, conforme requisito do IAS 8
nas notas explicativas às Demonstrações – Práticas contábeis, mudanças de estima-
Contábeis, indicando as razões para se con- tivas contábeis e erros, juntamente com di-
siderar a existência do controle de fato. Na vulgações relacionadas e a aplicação das
ausência de outros desenvolvimentos so- diretrizes previstas na IFRS 3 – Combina-
bre a questão e de orientação correspon- ção de negócios.

96
BDO TREVISAN

Entidades que adotam IFRS pela pri- do IFRS, pode desejar tirar vantagem da
meira vez isenção em IFRS 1 do requisito de reajustar
combinações de empresas realizadas an-
De forma similar tanto aos que já prepa- tes da data de transição para IFRS.
ram Demonstrações Contábeis em IFRS e os
que adotam pela primeira vez, podem rever Interpretações das Normas Internaci-
sua prática contábil sobre consolidação. onais de Contabilidade, IFRIC, emitidas
Muitos que adotam IFRS pela primeira em 2006
vez para períodos contábeis iniciando em/
após 1º de janeiro de 2005, já terão publi- As IFRIC são as interpretações do
cado demonstrações contábeis intermedi- International Accounting Standard Board,
árias e balanços de abertura, ajustados para IASB sobre as normas contábeis do IFRS e
o impacto de IFRS. Contudo, uma decisão visam fornecer esclarecimentos sobre as
que é tomada agora para consolidar uma mesmas.
subsidiária com base em controle de fato
não representaria uma mudança na prática Em 2006 foram emitidas cinco IFRIC, a
contábil, uma vez que essa prática contábil saber:
será aplicada pela primeira vez nas próxi-
mas Demonstrações Contábeis anuais em IFRIC 8 – Escopo da IFRS 2
IFRS. Essas serão as primeiras Demonstra-
ções Contábeis nas quais será apresentada Referências:
uma declaração explícita e sem restrições
de compliance, como previsto no IFRS 1 (pará- • IAS 8 – Práticas Contábeis, Mudanças nas
grafo 3). Os números comparativos na de- Estimativas Contábeis e Erros;
monstração intermediária do ano seguinte • IFRS 2 – Pagamento Baseado em
precisariam ser ajustados para a alteração Ações.
na prática contábil.
Uma empresa que adota pela primeira Escopo:
vez, a qual não consolidou previamente uma
subsidiária onde exista controle de fato, A IFRS 2 aplica-se a transações nas
mas irá consolidar essa subsidiária segun- quais uma entidade ou acionistas de uma

97
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

entidade concederam instrumentos de IFRIC 9 – Reavaliação de Derivativos


patrimônio ou incorreram em passivos Embutidos
para transferir numerário ou outros ativos
por quantias que estão baseadas no pre- Referências:
ço (ou valor) das ações da entidade ou ou-
tros instrumentos de patrimônio da enti- • IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reco-
dade. Essa Interpretação é aplicada nas nhecimento e Mensuração;
transações quando a remuneração • IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez de
identificável recebida (ou a ser recebida) IFRS;
pela entidade, incluindo numerário e o va- • IFRS 3 – Combinações de Empresas.
lor justo de remuneração identificável
que não for em espécie (se houver), pare- Escopo:
ce ser menor do que o valor justo de ins-
trumentos em ações de capital concedi- Essa interpretação:
dos, ou passivo incorrido. Contudo, essa
Interpretação não se aplica a transações • é aplicada a todos os derivativos em-
excluídas do escopo de IFRS 2, conforme butidos dentro do escopo da IAS 39.
parágrafos 3-6 dessa IFRS. • não aborda questões de remensuração
Essa interpretação tem como objetivo resultantes de uma reavaliação de deriva-
esclarecer que a IFRS 2 se aplica a transa- tivos embutidos.
ções nas quais a entidade não pode identi- • não aborda a aquisição de contratos
ficar especificamente alguns ou todos os com derivativos embutidos numa combina-
bens ou serviços recebidos. ção de empresas, nem sua possível
Data de aplicação e transição: as em- reavaliação na data de aquisição.
presas devem aplicar essa interpretação
para períodos anuais iniciando em/ou após Essa interpretação tem como objetivo
1o de maio de 2006. A aplicação antecipa- requerer que uma Entidade, ao tornar-se
da é encorajada. Se uma empresa aplicar pela primeira vez parte de um contrato, ava-
essa interpretação em um período iniciado lie se quaisquer derivativos embutidos con-
antes de 1º de maio de 2006, deve divulgar tidos no contrato devem ser separados do
esse fato. contrato principal e contabilizados como de-

98
BDO TREVISAN

rivativos, conforme a diretriz. Essa interpre- • IAS 39 – Instrumentos Financeiros:


tação aborda as seguintes questões: Reconhecimento e Mensuração.

• A IAS 39 requer que essa avaliação Escopo:


seja feita somente quando a entidade tor-
na-se pela primeira vez parte do contrato, Essa interpretação dá orientações sobre
ou a avaliação deveria ser reconsiderada se o impairment registrado em relatórios in-
ao longo da duração do contrato? termediários pode ou não ser revertido den-
• Aquele que adota IFRS pela primeira tro do respectivo exercício social.
vez faz sua avaliação com base nas condi- A IAS 34 exige que uma entidade apli-
ções que existiam quando a entidade tor- que em suas demonstrações contábeis in-
nou-se pela primeira vez uma parte do con- termediárias as mesmas práticas contábeis
trato ou com base nas condições predomi- adotadas em suas demonstrações
nantes quando a entidade adota IFRS pela contábeis anuais. Também estabelece que
primeira vez? ‘a freqüência de emissão de relatórios de
uma entidade (anual, semestral ou trimes-
Data de aplicação e transição: as empre- tral) não deve afetar a mensuração de seus
sas devem aplicar essa interpretação para resultados anuais; mensurações para pro-
períodos anuais iniciados em/ou após 1o de pósitos de relatórios intermediários devem
junho de 2006. A aplicação antecipada é ser feitas numa base de 1o de janeiro até a
encorajada. Se uma empresa aplicar a inter- respectiva data’.
pretação num período iniciado antes de 1º A IAS 36 estabelece que a perda por
de junho de 2006, deve divulgar esse fato. impairment reconhecida para ágio não
deve ser revertida em período subse-
IFRIC 10 – Relatório Financeiro Inter- qüente.
mediário e Impairment A IAS 39 estabelece que ‘Perdas com
impairment’ reconhecidas no resultado para
Referências: um investimento em instrumentos em
ações de capital classificados como dispo-
• IAS 34 – Relatório Financeiro Intermediário; níveis para venda não devem ser revertidas
• IAS 36 – Impairment de Ativos; através do resultado, e exige que perdas

99
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

com impairment para ativos financeiros lan- acordos de remuneração baseados em


çados ao custo (tais como perda por ações devem ser reconhecidos nas demons-
impairment em um instrumento em ação de trações contábeis das empresas.
capital não cotado em bolsa e que não é
lançado ao valor justo porque este não pode Os objetos dessa interpretação são como
ser mensurado de forma confiável) não de- segue:
vem ser revertidas.
Data de aplicação e transição: as em- • Determinadas transações devem ser
presas devem aplicar essa interpretação registradas como tendo sido liquidadas em
para períodos anuais iniciados em/ou após espécie ou em ações. Conforme os requisi-
1o de novembro de 2006. A aplicação ante- tos do IFRS 2, uma entidade concede a seus
cipada é estimulada. Se uma empresa apli- empregados direitos a instrumentos em
car essa interpretação para um período com ações de capital da entidade e decide, ou é
início antes de 1o de novembro de 2006, ela obrigada a comprar tais instrumentos (isto
deve divulgar esse fato. é, ações mantidas em tesouraria) de outra
parte, a fim de cumprir sua obrigação pe-
IFRIC 11 – Transações de Grupo e rante os empregados; e
Ações Mantidas em Tesouraria • A compra de instrumentos comentada
acima se refere a acordos de remuneração
Referências: baseada em ações que envolvem duas ou
mais entidades dentro do mesmo grupo. Por
• IAS 8 – Práticas Contábeis, Mudanças nas exemplo, aos empregados de uma subsidi-
Estimativas Contábeis e Erros; ária são concedidos direitos a instrumen-
• IAS 32 – Instrumentos Financeiros: tos em ações de capital de sua matriz, como
Apresentação; remuneração pelos serviços prestados à
• IFRS 2 – Remuneração Baseada em subsidiária.
Ações.
O parágrafo 3 da IFRS 2 estabelece que
Escopo: transferências de instrumentos em ações
de capital de uma entidade por seus acio-
Essa interpretação esclarece como os nistas às partes que forneceram bens ou

100
BDO TREVISAN

serviços à entidade (incluindo empregados) do IFRS;


são transações de remuneração com base • IFRS 7 – Instrumentos Financeiros:
em ações, a menos que a transferência seja Divulgações;
claramente para uma finalidade diferente • IAS 8 – Práticas Contábeis, Mudanças
do pagamento de bens ou serviços forneci- nas Estimativas Contábeis e Erros;
dos à entidade. Isso também se aplica a • IAS 11 – Contratos de Construção;
transferências de instrumentos em ações • IAS 16 – Imobilizado;
de capital da matriz da entidade ou de ou- • IAS 17 – Arrendamentos;
tra entidade do mesmo grupo, a partes que • IAS 18 – Receita;
forneceram produtos ou serviços. • IAS 20 – Concessões Governamentais;
Entretanto, o IFRS 2 não fornece orien- • IAS 23 – Custos de Empréstimos;
tação sobre como registrar essas transações • IAS 32 – Instrumentos Financeiros:
nas Demonstrações Contábeis individuais Apresentação;
ou separadas de cada entidade do grupo. • IAS 36 – Impairment de Ativos;
Data de aplicação e transição: as em- • IAS 37 – Provisões, Ativo e Passivo
presas devem aplicar essa interpretação Contingente;
para períodos anuais iniciados em/ou após • IAS 38 – Ativos Intangíveis;
1o de março de 2007. Sua aplicação anteci- • IAS 39 – Instrumentos Financeiros:
pada é permitida. Se uma empresa aplicar Reconhecimento e Mensuração;
essa Interpretação para um período com • IFRIC 4 – Determinando se um Acordo
início antes de 1o de março de 2007, ela contém um Arrendamento; e
deverá divulgar esse fato. • SIC-29 – Divulgação: Acordos de Con-
cessão de Serviços.
IFRIC 12 – Acordos de Concessão de
Serviços Escopo:

Referências: Essa interpretação fornece orientação


sobre a contabilização de acordos de con-
• Estrutura para a Preparação e Apre- cessão de serviços públicos para entidades
sentação de Demonstrações Contábeis; privadas pelas suas operadoras.
• IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez Essa interpretação é aplicada a acordos

101
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

de concessão de serviços públicos para en- • Itens fornecidos à operadora pela


tidades privadas, se: concessora.

• A concessora controla ou regula quais Data de aplicação e transição: as em-


serviços a operadora deve fornecer com a presas devem aplicar essa interpretação
infraestrutura, a quem deve fornecer e a que para períodos anuais iniciados em/ou após
preço. 1o de janeiro de 2008. Sua aplicação ante-
• A concessora controla – através de pro- cipada é permitida. Se uma empresa apli-
priedade, habilitação de benefício ou outro car essa interpretação para um período ini-
meio – qualquer participação residual sig- ciado antes de 1o de janeiro de 2008, ela
nificativa na infra-estrutura ao final do pra- deve divulgar esse fato.
zo do acordo. As mudanças nas práticas contábeis
Essa interpretação estabelece princípi- devem ser registradas de acordo com a IAS
os gerais sobre reconhecimento e men- 8, ou seja, de forma retroativa.
suração de obrigações e direitos correlatos Se, para um acordo de serviços em par-
em acordos de concessão de serviços. Os ticular, for impraticável para a operadora
requisitos para divulgação de informações aplicar essa interpretação de forma retroa-
sobre acordos de concessão de serviços são tiva no início do primeiro período apresen-
apresentados na SIC 29 – Acordos de Con- tado, ela deve:
cessão de Serviços: Divulgações. Os assun- • Reconhecer ativos financeiros e ati-
tos abordados nessa interpretação são: vos intangíveis que existiam no início do
primeiro período apresentado.
• Tratamento de direitos da operadora • Usar os valores contábeis anteriores
sobre a infraestrutura. desses ativos financeiros e intangíveis (mas
• Reconhecimento e mensuração de re- previamente classificados) como seus va-
muneração do acordo. lores contábeis naquela data.
• Construção ou atualização de serviços; • Testar o impairment de ativos financei-
• Serviços de operação. ros e intangíveis reconhecidos naquela data,
• Custos de empréstimos. a menos que isso seja impraticável; nesse
• Tratamento contábil subseqüente de caso, o teste de impairment desses valores
um ativo financeiro e um ativo intangível. deve ser feito no início do período corrente.

102
BDO TREVISAN

ASSUNTOS EM DESTAQUE requisitos locais para IFRS emitidos pelo


IASB.
EM 2006
Editado em 2002, o regulamento pela
Transição para aplicação dos IFRS CEE que afeta mais de sete mil companhias
listadas, exigindo que elas apliquem IFRS.
O principal assunto em destaque no ano Companhias não listadas na CEE poderão
de 2006 foi a adoção das IFRS pela primei- optar por IFRS a partir da mesma data ou,
ra vez. Em todo o mundo, companhias es- em alguns casos, podem ser requeridas a
tão enfrentando mudanças radicais na con- aplicar IFRS (sujeitas à legislação indivi-
tabilidade quando pensam em passar dos dual do estado-membro).

Todas as compa- Estados-Membro po- Estados-Membro têm opção de


nhias listadas da dem permitir ou requerer isentar certas Companhias até
União Européia de- IFRS da União Européia 2007:
vem aplicar IFRS da
União Européia em § Para Companhias § que já estão usando princípi-
balanços consolida- não listadas os geralmente aceitos (p.ex.: US
dos até 2005. § Em relatórios indivi- GAAP) como base primária para
duais serem listadas fora da União Eu-
ropéia

§ somente listadas com títulos


representativos de dívida

Como resultado, IFRS estão se tornando • O cronograma e abordagem adotados


diretrizes universais numa base mundial. para administrar a mudança.
Companhias que estão mudando para • As implicações em auditorias futuras.
IFRS devem estabelecer:

103
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Possíveis benefícios em mudar para e sistemas de mensuração de desempenho.


o IFRS § Futuro lançamento de ações em
bolsa e outras oportunidades de financi-
Companhias não afetadas pelo regula- amento.
mento ainda podem desejar considerar as § Acesso ao mercad o internacional
IFRS pelas seguintes razões: de dívida.
§ Impacto no crescimento futuro e es-
§ Oportunidades de harmonizar rela- tratégias de aquisição.
tórios do grupo. § Criação de maior transparência para
§ Melhoria de informações gerenciais acionistas.

104
BDO TREVISAN

PRINCIPAIS ITENS A SEREM ATENTADOS NA PREPARAÇÃO DAS


DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

DESCRIÇÃO REFERÊNCIAS
1 -– DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
a) As demonstrações contábeis foram elaboradas e estão S.A. (Art. 176)
sendo apresentadas de forma comparativa dos valores Ibracon (NPC 27)
correspondentes aos do exercício anterior e incluem: Balanço CVM (Delib. 488)
Patrimonial, Demonstrações do Resultado, Demonstrações das
Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstrações das Origens
e Aplicações de Recursos e notas explicativas.
a.1) A CVM encoraja a divulgação de informações CVM (Delib. 488 e
suplementares como: Demonstração do Fluxo de Caixa, OC (01/2006)
Demonstração do Valor Adicionado e LAJIDA/EBTIDA.
b) Para cada grupamento do Balanço Patrimonial deverá ser S.A. (Art.176)
obedecido o limite de um décimo do valor para o
agrupamento das contas semelhantes, desde que indicada
sua natureza.
c) Não podem ser utilizadas designações genéricas, como S.A. (Art.176)
“diversas contas” ou “contas correntes”, para indicar a
natureza dos valores.
d) As contas deverão ser classificadas de acordo com a sua S.A. (Art.176)
essência econômica, respeitando-se a segregação entre curto
e longo prazo.
e) As contas deverão ser classificadas de acordo em grau
decrescente de liquidez, nos seguintes grupamentos:
1. Ativo ou Passivo Corrente;
2. Ativo ou Passivo não Corrente;

105
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

3. Ativo Permanente: Investimentos, Imobilizado e Diferido;


4. Resultado de exercícios futuros;
5. Minoritários;
6. Patrimônio Líquido.
f. O grupamento Patrimônio Líquido, seus componentes estão
adequadamente segregados nos seguintes grupos:
- Capital social;
- Reservas de capital;
- Reservas de reavaliação;
- Reservas de lucros;
- Lucros ou prejuízos acumulados.
Deve ser informado e demonstrado a destinação do lucro S.A. (Art.. 176 e 192)
do exercício.
g) Os saldos devedores e credores a que a Companhia
não tiver o direito de compensar estão classificados
separadamente.
h) Nas demonstrações do resultado estão divulgadas S.A. (Art. 187) NBC (T-3)
as seguintes informações: Ibracon (NPC 27) e
CVM (Delib. 488)
- A receita bruta das vendas e dos serviços, as deduções
das vendas, os abatimentos e os impostos;
- A receita líquida das vendas e dos serviços, o custo
das mercadorias e dos serviços vendidos e o lucro bruto;
- As despesas com vendas, as despesas financeiras,
deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas,
e outras despesas operacionais;
- O lucro ou prejuízo operacional, as receitas e as despesas
não operacionais;
- O resultado do exercício antes da provisão para o imposto
de renda e contribuição social sobre o lucro;

106
BDO TREVISAN

- As participações de debêntures, empregados,


administradores e partes beneficiárias nos lucros, bem como
as contribuições para instituições ou fundos de assistência
ou previdência de empregados;
- O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante
por ação do capital social;
- A remuneração paga aos administradores (é obrigatória CVM (PO 04/79)
a divulgação pelas Companhias abertas na demonstração
do resultado ou em nota explicativa).
i) Nas demonstrações das mutações do patrimônio S.A. (Art.. 186),
líquido estão divulgadas as seguintes informações: CFC (NBC T-35) e
CVM (Inst. 59)
- Os saldos no início do período;
- Os ajustes de exercícios anteriores;
- As reversões, realizações e transferências de reservas
constituídas anteriormente;
- A redução ou aumento de capital, com a descrição da
sua natureza;
- O lucro (prejuízo) líquido do período, e em caso de lucro
sua destinação;
- O montante do dividendo e/ou juros sobre o capital próprio
por ação, por espécie e classe das ações, pagos e/ou propostos
nos exercícios.
j) As demonstrações das origens e aplicações de S.A. (Art. 188) NBC (T-
recursos indicarão as modificações na posição 36) CVM e CVM
financeira da Companhia. E foram divulgadas as (PO 15/87)
seguintes informações:
- As origens de recursos das operações estão representadas,
se positivas, pelo lucro líquido do exercício acrescido pelas
despesas ou reduzido pelas receitas que não afetam o capital
circulante líquido, tais como despesa de depreciação,

107
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

amortização, exaustão, resultado de equivalência patrimonial


e dos resultados de exercícios futuros;
- As origens de recursos de acionistas representadas por
aumento de capital e contribuições para reservas de capital;
- As origens de recursos de terceiros representadas por
aumento do passivo exigível a longo prazo, redução do ativo
realizável a longo prazo e alienação de investimentos e de
bens e direitos do ativo imobilizado;
- Caso tenha sido apurado prejuízo líquido do exercício, verificar
se esse foi apresentado no grupo de aplicações de recursos;
- As aplicações de recursos representadas por dividendos e/ou
juros sobre capital próprio distribuídos, aquisição de bem
do ativo imobilizado, aumento do ativo realizável a longo
prazo, dos investimentos e do ativo diferido, redução do
passivo exigível a longo prazo;
- Variação do capital circulante líquido apurado pela diferença
entre os totais das origens e das aplicações de recursos, sendo
o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às
aplicações, representando aumento ou redução do capital
circulante líquido;
- Demonstração da variação do capital circulante líquido, com a
apresentação dos saldos, no início e no fim do exercício, do ativo
e passivo circulantes, o montante do capital circulante líquido e
o seu aumento ou redução durante o exercício.
k) As notas explicativas às Demonstrações Contábeis S.A. (Art.176)
e, demonstrativos incluem informações necessárias (NPC 27) NBC (T 6.2)
para o esclarecimento da situação patrimonial e financeira e CVM (Delib. 488)
dos resultados do exercício da Companhia, e indicam
claramente as seguintes informações:
- Contexto operacional da Companhia;
- Base de preparação das Demonstrações Contábeis;

108
BDO TREVISAN

- Sumário das principais práticas contábeis relativas a:


- Critérios dos cálculos de provisões para cobrir prováveis
perdas na realização de ativos;
- Investimentos em outras sociedades, quando relevantes; S.A. (Art. 247)
- Ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as
garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades
eventuais ou contingentes;
- Taxa de juros, datas de vencimento e garantias das obrigações
de longo prazo;
- Número, espécies e classes das ações do capital social;
- Opções de compras de ações outorgadas exercidas e
canceladas nos últimos dois exercícios.

2 – EVENTOS SUBSEQÜENTES
Foram divulgados os eventos subseqüentes ao S.A. (Art. 176)
encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a e CVM (Delib. 505)
ter, efeitos relevantes sobre a situação patrimonial e
financeira e os resultados futuros da Companhia (inclui
Consolidado, se aplicável).

3 – CONTINUIDADE NORMAL DOS NEGÓCIOS


Quando identificada situação de risco iminente de paralisação Ibracon (NPC 27)
total ou parcial dos negócios da Companhia, foram divulgados e CVM (Delib. 488)
em nota explicativa às Demonstrações Contábeis
mais detalhes sobre os planos e as possibilidades
de sua recuperação.

4 – RELATÓRIO POR SEGMENTO


Foram divulgadas as informações financeiras por segmento de CVM (OC. 01/2006)
negócio da Companhia?

109
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

5 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS


a) Foram elaboradas e estão sendo apresentadas, com suas S.A. (Arts. 249 e 250)
Demonstrações Contábeis individuais, Demonstrações CVM (Insts: 247 e 285)
Contábeis consolidadas para a companhia aberta NBC (T 8)
que possuir investimentos em sociedades controladas
e/ou controladas em conjunto, e/ou para a sociedade de
comando que inclua companhia aberta.
b) As notas explicativas às Demonstrações Contábeis
consolidadas indicam claramente as seguintes informações:
- Critérios adotados para a consolidação das
Demonstrações Contábeis e as razões pela exclusão
de determinada controlada;
- Sociedades controladas incluídas na consolidação e
respectivos percentuais de participação direta e indireta;
- As características principais das Entidades controladas
incluídas na consolidação;
- Conciliação entre o patrimônio líquido e o lucro e/ou prejuízo
dos exercícios da controladora em confronto com os
correspondentes montantes do patrimônio líquido e
lucro/prejuízo líquido consolidado, incluindo os efeitos
tributários;
- Razão pela qual os componentes patrimoniais de uma ou mais
controladas não foram avaliados pelos mesmos critérios
utilizados pela controladora;
- Montante dos principais grupos do ativo, passivo e resultado
das sociedades controladas em conjunto, incluídos nas
Demonstrações Contábeis consolidadas;
- Montantes referentes às transações entre partes
relacionadas que não são eliminados na consolidação;
- A Companhia aberta, filiada de grupo de sociedade, indicou S.A. (Art. 275)
em nota às suas Demonstrações Contábeis, o veículo de

110
BDO TREVISAN

comunicação e a data em que foram publicadas as


Demonstrações Contábeis consolidadas do grupo a
que pertencer;
- A base e o fundamento para a amortização do ágio ou
deságio não absorvido na consolidação;
- O efeito da variação de percentual de participação da
controladora na controlada dentro de um mesmo exercício.
c) Foram incluídas as Entidades de Propósito Específico, EPE, CVM (Inst. 408)
controladas direta ou indiretamente, individualmente ou
em conjunto, independentemente de haver participação
societária pela Companhia, caso aplicável.
d) As participações societárias em EPE incluídas na CVM (Inst. 247)
Consolidação foram avaliadas pelo método da equivalência
patrimonial.
e) Foram divulgadas, em notas explicativas, as seguintes
informações:
- Para as EPEs, que não possuam indicadores de controle pela
Companhia, portanto não incluídas nas Demonstrações
Contábeis consolidadas, foram divulgados com detalhes
os motivos pela não consolidação.

6 – DISPONIBILIDADES E TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS


a) As aplicações financeiras foram avaliadas pelo custo S.A. (Art.183)
de aquisição, acrescido dos rendimentos, mas e Ibracon (NPC 01)
até o limite do valor de mercado? As notas explicativas
evidenciam tal prática.
b) O valor de mercado foi considerado como parâmetro S.A. (Art.183) Ibracon
para avaliação de títulos e valores mobiliários. (Pron 1) CVM
c) Os valores bloqueados ou dados em reciprocidade Ibracon (Pron 1)
foram reclassificados para outro grupo de contas.

111
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

7 – CONTAS A RECEBER DE CLIENTES S.A. (Art. 183) e


Ibracon (NPC 01)
a) Foi feita a classificação dos saldos entre:
- Clientes (terceiros);
- Clientes (partes relacionadas);
- Outras contas a receber.
b) Foram divulgados os montantes das contas a receber
de clientes dados em garantia.
c) Foram divulgados, em nota explicativa às Demonstrações
Contábeis, os critérios adotados para constituição da
provisão para créditos de liquidação duvidosa, bem
como qualquer alteração no critério ou na forma de
sua aplicação que havia no exercício anterior.
d) Foram constituídas, quando relevantes, provisões
para devoluções, abatimentos ou descontos. Os
critérios adotados estão divulgados em nota explicativa
às Demonstrações Contábeis.

8 – ESTOQUES
a) Foram adotados como critérios de avaliação aqueles S.A. (Art. 183) Ibracon
estabelecidos no artigo 183 da Lei 6.404/76, ou seja: (NPC 2)
- Custo de aquisição ou produção;
- Constituição de provisão para ajuste ao valor de
mercado, quando este for inferior ao custo de aquisição
ou produção.
b) Foram divulgadas em nota explicativa às
Demonstrações Contábeis as seguintes informações:
- Segregação dos montantes dos estoques pelas principais
classes (matérias-primas, produtos acabados, produtos em
processo, etc.);

112
BDO TREVISAN

- Critérios de avaliação dos estoques ou mudanças nos


critérios de avaliação que tenham efeito significativo no
exercício corrente, ou que possam ter efeitos significativos
em exercícios subseqüentes;
- Na existência de capacidade ociosa, recessão econômica,
novo concorrente, etc., os custos fixos referentes a essa
ociosidade anormal foram reconhecidos diretamente como
despesa não operacional, classificados como item
extraordinário.
- Em caso de alteração significativa dos níveis de estocagem,
foi divulgada em nota explicativa o esclarecimento do fato.
c) As importações em andamento e os adiantamentos para
fornecedores de mercadorias ou matérias-primas foram
classificados no estoque.

9 – IMOBILIZADO
a) Foram adotados como critérios de avaliação aqueles S.A. (Art. 183) e
estabelecidos na Lei 6.404/76, ou seja, custo de aquisição Ibracon (NPC 7)
ou construção deduzido do saldo da respectiva conta de
depreciação, amortização ou exaustão acumuladas.
b) Foram classificados no ativo imobilizado apenas S.A. (Art. 179) Ibracon
os direitos que tenham por objeto bens destinados à (NPC 7)
manutenção das atividades da Companhia ou exercidos
com essa finalidade, inclusive os de propriedade
industrial ou comercial.
c) As importações em andamento e os adiantamentos
para fornecedores de bens destinados ao ativo imobilizado
foram classificados no ativo imobilizado.
d) Foram divulgadas no balanço patrimonial ou em nota Ibracon (NPC7)
explicativa às Demonstrações Contábeis as seguintes
informações:

113
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

- Segregação dos montantes do ativo imobilizado pelas


principais classes;
- Critérios de avaliação do ativo imobilizado e taxas e
prazos de depreciação, amortização e/ou exaustão dos bens,
inclusive o método adotado (linear, exparencial, unidades
produzidas, etc.).
e) Na existência de capacidade ociosa, em virtude de CVM
recessão econômica, novo concorrente, etc., os custos fixos
relativos à depreciação, amortização e/ou exaustão dos bens
correspondentes a essa ociosidade anormal foram
reconhecidos diretamente em despesa não operacional,
a título de item extraordinário.
f) Foram capitalizados juros durante o período de construção CVM (Delib. 193)
e/ou formação de bens do ativo imobilizado; e, em caso
afirmativo, esta prática e os respectivos montantes
capitalizados foram divulgados em nota explicativa às
Demonstrações Contábeis.
g) Foi avaliada a necessidade e constituída provisão para Ibracon (NPC 7)
redução no valor recuperável para bens ou grupo de bens que
não apresentam perspectivas de recuperação futura e o fato
foi divulgado em nota explicativa.
h) A Companhia adota o procedimento de avaliar determinado CVM (Delib. 165, 183,
conjunto de bens do ativo imobilizado a valor de mercado 206 e 288) Ibracon
(reavaliação)? Caso afirmativo, a Companhia efetuou o (NPC 24)
procedimento de reavaliar esses mesmos bens, nos prazos
máximos de: Anualmente – para as contas ou grupos de
contas cujos valores de mercado variarem significativamente
em relação aos valores anteriores – A cada quatro
anos – para os ativos cuja oscilação de preço de mercado
não seja relevante, incluindo os bens adquiridos

114
BDO TREVISAN

após a última reavaliação.


i) Não é aceitável a existência de ativos de uma mesma CVM (Delibs. 165, 183,
natureza ou da mesma conta, avaliados ao custo e outras 206 e 288) e
contas avaliados a valor de mercado, exceto reavaliação. Ibracon (NPC 24)
j) Quando aplicável, a reserva de reavaliação foi revertida CVM (Delibs. 165,183
no caso de descontinuidade dos bens reavaliados ou em caso e 288)
de decisão pela alienação ou inutilização.

10 – INVESTIMENTOS
a) Foram adotados como critérios de avaliação: S.A. (Art. 183) CVM
(Ins. 247, 269 e 285)
Ibracon (Pron. VI)
- Investimento relevante em sociedades coligadas e S.A. (Arts. 247 e 248)
controladas (no caso de Companhia aberta, a relevância
só é considerada em relação às coligadas) pelo método
da equivalência patrimonial;
- Demais investimentos em outras sociedades pelo
método de custo de aquisição deduzido de provisão
para perdas prováveis na realização de seu valor, quando
de natureza permanente;
- Outros investimentos pelo custo de aquisição deduzido
de provisão para perdas prováveis na realização de seu
valor ou para redução do custo de aquisição ao valor de
mercado, quando este for inferior.
b) Foram divulgadas em nota explicativa às Demonstrações S.A. (Art. 247) CVM
Contábeis as informações precisas sobre os investimentos (Ins. 247, 269 e 285)
relevantes em sociedades coligadas e controladas avaliados
pelo método da equivalência patrimonial, indicando:
- Denominação da sociedade, seu capital social e
Patrimônio Líquido;
- Número, espécies e classes de ações ou cotas de

115
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

propriedade da Companhia e o preço de mercado das ações;


- Percentual de participação no capital social e no
capital votante;
- Patrimônio líquido, lucro ou prejuízo líquido do exercício;
- Dividendos distribuídos e/ou propostos no exercício;
- Resultado da equivalência patrimonial no exercício;
- Montante dos lucros não realizados, se houver.
c) O patrimônio líquido da investida foi determinado S.A. (Art. 248)
com base em Demonstrações Contábeis levantadas
na mesma data ou até no máximo 60 dias antes da
data do balanço patrimonial da investidora?
d) O ganho ou a perda, por variação da porcentagem de CVM (Ins. 247)
participação, foi classificado no resultado não operacional.
e) Para os investimentos societários no exterior foram CVM ( Delib. 28 e Inst.
observados os seguintes procedimentos: 247 Ib (Pron XXV)
- Foi adotado o método de tradução da “taxa corrente”
para os investimentos em coligadas e controladas em países
de moeda forte e estável ou que tenham sistemas adequados
da correção monetária das suas Demonstrações Contábeis.
Caso contrário, foi utilizado o método de tradução
da “taxa histórica”;
- Foram mencionados, no sumário das práticas contábeis, os
critérios de apuração das Demonstrações Contábeis
das investidas no exterior, bem como os critérios de
conversão para a moeda nacional;
- Foram constituídas provisões para imposto de renda e
contribuição social relativos aos lucros auferidos pelos
investimentos societários no exterior, a partir de 1996.
f) Com referência ao ágio e/ou deságio apurado na aquisição CVM (Ins. 147, 269,
de investimentos relevantes em sociedades coligadas e 285, 319, 320 e 349)
controladas, foram observados os seguintes procedimentos:

116
BDO TREVISAN

- O ágio não justificado, ou seja, que não possua fundamento


econômico, foi reconhecido imediatamente como perda, no
resultado do exercício, esclarecendo-se em nota explicativa as
razões da sua criação;
- O deságio fundamentado em razões intangíveis está sendo
amortizado com base na alienação ou perecimento do
investimento;
- O ágio decorrente de rentabilidade futura, vinculado a direito
de exploração ou concessões delegado pelo Poder Público,
está sendo amortizado no prazo dessas concessões;
- Foi divulgada em nota explicativa às Demonstrações
Contábeis a razão econômica que fundamenta o ágio/deságio,
além dos critérios estabelecidos para amortização.

11 - DIFERIDO
a) Foram classificadas no ativo diferido apenas as aplicações S.A.( Art. 179) e
de recursos em despesas que contribuirão para a formação Ibracon (Pron. VIII)
do resultado de mais de um exercício social, inclusive os juros
pagos ou creditados aos acionistas durante o período que
anteceder o início das operações sociais.
b) Foram adotados como critérios de avaliação o valor do S.A. (Art. 183) Ibracon
capital aplicado deduzido do saldo das contas que (Pron. VIII)
registrem sua amortização acumulada.
c) Foram divulgados em nota explicativa às Demonstrações Ibracon (Pron. VIII)
Contábeis a composição (natureza das principais contas) e
os critérios de amortização do ativo diferido.
d) Os recursos aplicados no ativo diferido são S.A. (Art. 183) Ibracon
amortizados periodicamente, em prazo não superior a dez anos, (Pron. VIII)
a partir do início da operação normal ou do exercício em
que passaram a ser usufruídos os benefícios deles decorrentes.

117
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

e) Os recursos aplicados no ativo diferido foram registrados S.A. (Art. 183) Ibracon
como perda de capital quando abandonados os (Pron. VIII)
empreendimentos ou atividades a que se destinavam
ou comprovado que essas atividades não poderão produzir
resultados suficientes para amortizá-los e o fato foi
divulgado em notas explicativas às Demonstrações
Contábeis?
f) Caso a Companhia possua empreendimentos em CVM
fase pré-operacional, em decorrência de projetos de
expansão, reorganização ou modernização, para atendimento
ao princípio da confrontação da receita com a despesa,
foi observado se:
- Tais empreendimentos, enquanto não estiveram em
operação, não produziram efeitos nos resultados apurados
contabilmente pela Companhia;
- As despesas incorridas no período antecedente ao do início
das operações de um empreendimento em implantação foram
agregadas ao ativo diferido;
- Todos os efeitos de receitas e despesas financeiras e de
atualizações monetárias ativas e passivas atribuíveis a
empreendimentos em fase de implantação foram agregados
ao ativo diferido.
g) As Companhias pertencentes aos setores cujos produtos CVM
apresentem alto grau de obsolescência (por exemplo,
o eletrônico e o de informática), adotaram critérios de
amortização condizentes com a expectativa do prazo de
obtenção de receita proveniente dos produtos desenvolvidos.

12 – ATIVOS CONTINGENTES
a) As contingências ativas ou os ganhos contingentes CVM (Delib.489)
registrados têm efetivamente sua obtenção ou recuperação Ibracon (IT 03/02)

118
BDO TREVISAN

assegurada por decisão definitiva favorável transitada


em julgado.
b) Caso a Companhia tenha reconhecido a receita envolvendo CVM (Delib. 489)
ativo em litígio, a provisão para perdas na proporção do valor Ibracon (IT 03/02)
contingente foi constituída.

13 – ARRENDAMENTO MERCANTIL
a) No caso de a Companhia ser arrendatária, foram
divulgadas:
- Valor do ativo e passivo, se configurado o arrendamento
como compra financiada;
- Saldo, valor e número de prestações, juros embutidos,
variação monetária;
- Demais informações relativas a contratos de longo prazo.
b) No caso de a Companhia ser arrendadora, foram divulgadas
em notas explicativas:
- Os critérios atualmente utilizados para a contabilização das
suas operações, incluindo os que provocam a necessidade de
ajustes a valor presente;
- Os ajustes a valor presente dos fluxos futuros das carteiras de ar-
rendamento mercantil, evidenciando o efeito no Imposto de Renda.

14 – ATIVO NÃO CORRENTE


a) Foram classificados no ativo realizável a longo prazo S.A. (Art.179) Ibracon
os direitos realizáveis após 12 meses seguintes à data (Pron. IV) CVM (Delib.
do balanço. 488)
b) Foram constituídas, quando relevantes, provisões para S.A. (Art.183)
perdas na realização desses créditos e/ou ativos, e os critérios
adotados estão divulgados em nota explicativa às
Demonstrações Contábeis.

119
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

15 – PASSIVOS E PERDAS ESPERADAS COM ATIVOS


a) Foram registradas, pelo regime de competência, todas as S.A. (Art. 184) CVM
obrigações conhecidas e calculáveis até a data do (PO 18/90)
encerramento do balanço.
b) As perdas previstas com ativos, até a data do encerramento S.A. (Art. 183 )
do balanço, foram estimadas com base nas informações
objetivas então disponíveis e foram constituídas as devidas
provisões, tendo como base o regime de competência.

16 – ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA
a) Todos os direitos e obrigações, legal ou contratualmente S.A. (Arts. 183 e 184)
sujeitos a atualizações monetárias, foram registrados pelos
seus valores atualizados na data do encerramento do balanço,
atendendo ao critério pro rata dia.

17 – VARIAÇÃO CAMBIAL
Foram divulgados, em nota explicativa, quando relevantes: CVM (Delibs. 294, 404,
409 e 488)
- Os montantes dos ativos e passivos em moeda estrangeira
e os riscos envolvidos;
- O grau de exposição a esses riscos;
- As políticas e os instrumentos financeiros adotados para
diminuição do risco;
No caso do registro, no ativo diferido, o resultado líquido
negativo derivado do ajuste dos valores em reais de obrigações
e créditos foram divulgados;
- O montante das despesas e das receitas decorrentes da
variação cambial;
- As bases de amortização e os valores amortizados em
cada período.

120
BDO TREVISAN

18 – INSTRUMENTOS FINANCEIROS
Foram divulgadas nas notas explicativas às Demonstrações CVM (OC. 01/2006)
Contábeis, as seguintes informações:
- Valor de mercado de todos os instrumentos financeiros,
reconhecidos ou não como ativo/passivo, e seu balanço
patrimonial;
- Os critérios e premissas adotados para determinação
desse valor;
- As políticas de atuação e de controle das operações nos
mercados derivativos e os riscos envolvidos.

19 – TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS


Foram divulgadas, em notas explicativas às Demonstrações CVM (Delib. 26)
Contábeis, quando relevantes, as seguintes informações: Ibracon (Pron. XXIII)
NBC (T- 17)
- Transações (compras, vendas, alienação e/ou transferência
de bens, empréstimos concedidos e/ou obtidos, prestação ou
aquisição de serviços, etc.) com pessoas físicas ou jurídicas,
com as quais a Companhia tenha possibilidade de contratar
em condições que não sejam de independência.
- Saldos e transações inseridos no contexto operacional
habitual das Companhias devem ser classificados com
saldos e transações da mesma natureza.
- Saldos e transações não inseridos no contexto
operacional habitual da Empresa devem ser classificados
em itens separados.
- Condições em que foram realizadas essas transações,
especialmente quanto a preços, prazos e encargos, e se
foram realizadas em condições semelhantes às que seriam
aplicáveis às partes não relacionadas, bem como os efeitos
presentes e futuros na situação financeira e nos resultados
das companhias.

121
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

20 – OPERAÇÕES EM DESCONTINUIDADE
Foram divulgadas em nota explicativa às CVM (OC. 01/2006)
Demonstrações Contábeis as seguintes informações:
- Descrição da operação em descontinuidade;
- Segmento de negócio ou segmento geográfico do qual faz
parte;
- Data e natureza do evento, inicialmente divulgado;
- Data e período que se espera que a descontinuidade esteja
completada, se conhecida ou determinável;
- Valores acumulados, na data do balanço, dos ativos e
passivos totais a serem alienados ou liquidados;
- O preço de venda líquido daqueles ativos pelos quais a
Companhia assinou acordos de venda, o
tempo esperado para recebimento desses fluxos de
caixa e o valor contábil desses ativos líquidos.

21 – SEGUROS
Foram divulgadas em nota explicativa às Demonstrações CVM (OC. 01/2006)
Contábeis as informações relativas aos ativos, as
responsabilidades ou os interesses cobertos por seguros
e os respectivos montantes, especificados por modalidade.

22 – IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL


a) Foram, quando relevantes, evidenciadas e/ou divulgadas S.A (Art. 187) CVM
nas Demonstrações Contábeis e/ou nas notas explicativas às Delib. 273 e Ins.371
Demonstrações Contábeis as seguintes informações: Ibracon (NPC 25)
- Montante dos impostos corrente e diferido registrado no
resultado, patrimônio líquido, ativo e passivo;
- Natureza, fundamento e expectativa de prazo para a
realização de cada ativo e obrigação fiscais diferidos;

122
BDO TREVISAN

- Efeitos no ativo, passivo, resultado e patrimônio líquido,


decorrentes de ajustes por alteração de alíquotas ou por
mudança na expectativa de realização ou liquidação dos
ativos ou passivos diferidos;
- Montante das diferenças temporárias e dos prejuízos fiscais
não utilizados, para os quais não se reconheceu contabilmente
um ativo fiscal diferido, com a indicação do valor dos tributos
que não se qualificaram para esse reconhecimento;
- Conciliação entre o valor debitado ou creditado ao resultado
de imposto de renda e contribuição social e o produto do
resultado contábil antes do imposto de renda multiplicado
pelas alíquotas aplicáveis, divulgando-se também essas
alíquotas e suas bases de cálculo;
- Natureza e montante de ativos, cuja base fiscal seja
inferior a seu valor contábil;
- Estimativa das parcelas de realização do ativo fiscal
diferido, discriminadas ano a ano para os primeiros cinco
anos e, a partir daí, agrupadas em períodos máximos
de três anos, inclusive para a parcela do ativo fiscal
diferido não registrada que ultrapassar o prazo de
realização de dez anos;
- Efeitos decorrentes de eventual alteração na expectativa de
realização do ativo fiscal diferido e respectivos fundamentos;
- No caso de Companhias recém-constituídas, ou
em processo de reestruturação operacional ou
reorganização societária, descrição das ações
administrativas que contribuirão para a realização
futura do ativo fiscal diferido.
b) Somente foi reconhecido o crédito do imposto de
renda e da contribuição social nos casos em que sua
realização seja provável.

123
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

c) Foram atendidas cumulativamente as seguintes condições CVM (Inst. 371)


para constituição de imposto de renda e contribuição social
diferidos decorrentes de diferenças temporárias e de prejuízos
fiscais e bases negativas de contribuição social:
- A Companhia apresenta histórico de rentabilidade,
apresentou lucro tributável em, pelo menos, três dos cinco
últimos exercícios;
- A Companhia apresenta expectativa de geração de lucros
tributáveis futuros, fundamentada em estudo técnico de
viabilidade, que permitam a realização do ativo fiscal diferido
em um prazo máximo de dez anos;
- Esse estudo técnico foi examinado pelo conselho fiscal e
aprovado pelos órgãos da administração da Companhia;
- Esse estudo técnico foi revisado para esse exercício social
e o valor do ativo fiscal diferido foi ajustado no caso de
alteração na expectativa da sua realização;
- Os lucros tributávies futuros estimados no estudo técnico
foram trazidos a valor presente com base no total estimado
para sua realização.

23 – EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS
a) Foram observados os critérios de classificação entre o S.A. (Art. 80)Ibracon
passivo circulante e o exigível a longo prazo. (Pron. IX)
b) Foi divulgada em nota explicativa às Demonstrações Contábeis
as cláusulas restritivas dos contratos de Financiamento e se
a Companhia encontrava-se adimplente ou inadimplente em
relação a essas cláusulas.
c) Os empréstimos e financiamentos indexados em moeda
estrangeira, com cláusula de paridade cambial, estão
convertidos em moeda nacional à taxa de câmbio em
vigor na data do balanço.

124
BDO TREVISAN

d) As obrigações sujeitas à correção monetária estão


atualizadas até a data do balanço.

24 – PROGRAMA ESPECIAL DE PARCELAMENTO –


FEDERAL
Foram divulgadas em nota explicativa às CVM (Ins. 346)
Demonstrações Contábeis as seguintes informações:
- O montante das dívidas incluídas no Refis, segregado
por tipo de tributo e natureza (principal, multa e juros);
- O valor presente das dívidas sujeitas à liquidação com
base na receita bruta, bem como os valores, prazos, taxas
e demais premissas utilizadas para determinação desse
valor presente;
- O montante dos créditos fiscais, incluindo aqueles
decorrentes de prejuízos fiscais e de bases negativas de
contribuição social, utilizado para liquidação de juros e
multas;
- O montante pago no período para amortização das dívidas
sujeitas à liquidação com base na receita bruta;
- As garantias prestadas ou os bens arrolados e respectivos
montantes.

25 – DEBÊNTURES
a) Foram divulgadas no balanço patrimonial e/ou em S.A. (Art. 55), CVM
nota explicativa às Demonstrações Contábeis as (Delib. 488) e
seguintes informações: Ibracon(Pron. XI)
- Os termos, inclusive indicando a existência de cláusula
de opção de repactuação e os períodos em que devem
ocorrer as repactuações;
- Aquisições de debêntures de sua própria emissão, a ser
divulgado no relatório da administração.

125
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

b) As debêntures readquiridas pela emissora foram


classificadas no balanço como conta redutora da
exigibilidade, enquanto não recolocadas no mercado.

26 – BENEFÍCIOS A EMPREGADOS
a) Para os Planos de aposentadoria e pensão, foram CVM (Delib. 371)
divulgadas as seguintes informações da Entidade Ibracon (NPC 26 e
patrocinadora: NPC 13)
• A política contábil adotada pela Companhia no
reconhecimento de ganhos e perdas atuariais;
• Descrição geral das características do plano;
• Conciliação dos ativos e passivos reconhecidos no
balanço patrimonial, demonstrando no mínimo:
O valor presente, na data do balanço, das obrigações
atuariais que estejam totalmente descobertas.
O valor presente na data do balanço, das obrigações
atuariais que estejam total ou parcialmente descobertas.
O valor justo dos ativos do plano na data do balanço.
O valor líquido dos ganhos ou perdas atuarias não
reconhecido no balanço.
O valor do custo do serviço passado ainda não
reconhecido no balanço.
Qualquer valor não reconhecido como ativo.
b) Um demonstrativo da movimentação do passivo
(ativo) atuarial líquido, no período.
• O total de despesa reconhecida na demonstração
do resultado para os seguintes itens:
O custo do serviço corrente.
O custo dos juros.
O rendimento efetivo e o esperado sobre os ativos
do plano.

126
BDO TREVISAN

As perdas e ganhos atuariais.


O custo do serviço passado amortizado.
O efeito de qualquer aumento, redução ou liquidação
antecipada do plano.
• As principais premissas atuariais utilizadas na data do
balanço, incluindo, quando aplicável:
As taxas utilizadas para o desconto a valor presente
da obrigação atuarial.
As taxas de rendimento esperadas sobre os ativos do plano.
Os índices de aumentos salariais estimados.
4 - Qualquer outra premissa relevante.
• Foram divulgados em nota explicativa às Demonstrações
Contábeis os demais benefícios a empregados, tais
como: seguro de vida, plano de assistência médica e/ou
odontológica, planos de demissão voluntária, indenizações
ou prêmios por aposentadoria, etc.

27 – RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS


• Foram classificadas neste grupo as receitas líquidas CVM (Delib. 488
recebidas, mas ainda não realizadas contabilmente em e OC. 01/2006)
função do atendimento ao regime de competência de exercícios,
para as quais não haja qualquer tipo de obrigação de devolução,
seja pela entrega de ativos ou prestação de serviços:
Deságio não eliminado na consolidação, quando aplicável.

28 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO
a) Foram divulgadas em nota explicativa às Demonstrações S.A. (Arts. 176 a 200)
CVM (Delib. 488 e OC.
01/2006) e Ibracon
(NPC 27)

127
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

• O número, espécies e classes de ações que compõem o


capital social, e para cada espécie e classe a respectiva
quantidade e, se houver, o valor nominal e as vantagens e
preferências conferidas às diversas classes de ações,
conforme norma estatutária;
• Quando aplicável, o limite de aumento autorizado no
estatuto para o capital social, em valor do capital e em
número de ações, e as espécies e classes que
poderão ser emitidas;
• O órgão competente para deliberar sobre as emissões
(assembléia geral ou conselho de administração);
• As condições a que estiverem sujeitas as emissões;
• Os casos ou as condições em que os acionistas terão
direito de preferência para subscrição ou de inexistência
desse direito;
• Opção de compra de ações, se houver, para seus
administradores, empregados ou pessoas naturais que
prestem serviços à Companhia ou sociedade sob seu controle.
b) Foram divulgadas em nota explicativa às Demonstrações
Contábeis as subdivisões das reservas, quando sua
evidenciação na demonstração das mutações do patrimônio
líquido se tornou muito extensa para efeito de publicação.
c) Foram revertidos da conta de reserva de reavaliação para a
conta de lucros ou prejuízos acumulados, apenas os montantes
realizados no exercício relativos à depreciação, amortização,
exaustão e demais formas de realização dos ativos
imobilizados reavaliados.
d) A retenção de lucros poderá apresentar-se com diversas
denominações, tais como reserva para expansão, para
reinvestimento, etc., podendo ainda estar compreendida na
conta de lucros acumulados. Em qualquer circunstância, sua

128
BDO TREVISAN

constituição, manutenção e fundamento legal foram


divulgados, bem como as principais linhas do orçamento de
capital que suporta a retenção. Ressaltamos que lucros não
destinados, mesmo que mantidos em lucros acumulados,
caracterizam-se como retenção de lucros.
e) A reserva para contingências, se houver, foi constituída
apenas para contemplar fenômenos naturais ou cíclicos
(geadas, secas, inundações, etc.), negócios que operam
com períodos de grande lucratividade seguidos de exercícios
sociais de baixa lucratividade ou prejuízos e suspensão
temporária (anormal ou extraordinária) de produção.
f) Os cálculos da constituição da reserva de lucros a realizar e
de sua realização foram divulgados, esclarecendo os
parâmetros utilizados pela Companhia, em virtude da natureza
dos itens componentes dos lucros a realizar, o montante
realizado e o efeito futuro nos dividendos.
g) Do lucro líquido do exercício foram deduzidos, antes de
qualquer participação, os prejuízos acumulados.
h) O prejuízo do exercício foi obrigatoriamente absorvido pelos
lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva
legal, nessa ordem.
i) Do lucro líquido do exercício, 5% foram aplicados, antes de
qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal,
que não excede a 20% do capital social.
j) Na constituição de reservas estatutárias ou de retenção de
lucros foi observado que estas não podem ser aprovadas em
prejuízo do dividendo obrigatório.
k) Foi constituída reserva especial para dividendos nos casos
em que os órgãos de administração informaram à assembléia
geral ordinária ser o pagamento do dividendo mínimo obrigatório
incompatível com a situação financeira da companhia.

129
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

l) As ações em tesouraria destacadas no balanço patrimonial


como redução da conta do patrimônio líquido, por conseguinte
que registrou a origem dos recursos aplicados na sua aquisição,
com todos os detalhes relativos a estas operações.
m) Foram divulgadas na demonstração das mutações do
patrimônio líquido e/ou em nota explicativa às Demonstrações
Contábeis as seguintes informações:
• O cálculo do dividendo proposto pela administração e a
política de pagamentos;
• O montante do dividendo por ação do capital social, dividido
por espécie e classe das ações, observando-se as diferentes
vantagens e a existência de ações em tesouraria;
• Os critérios utilizados para determinação dos juros sobre o
capital próprio, as políticas adotadas para sua distribuição, o
montante do imposto de renda incidente e, quando aplicável,
os seus efeitos sobre os dividendos obrigatórios;
• Os dividendos antecipados foram classificados em conta
retificadora do patrimônio líquido;
• Os dividendos antecipados, distribuídos por sociedade
coligada ou controlada e cujo investimento é avaliado pelo
método de equivalência patrimonial, foram registrados em
conta redutora de investimentos.

29 - RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO
a) Foi elaborado e está sendo apresentado, com as S.A. (Art. 133) e
demonstrações contábeis, o relatório da administração sobre CVM (OC. 01/2006)
os negócios sociais e os principais fatos administrativos do
exercício findo, o qual contempla claramente, quando aplicável,
as seguintes informações:

130
BDO TREVISAN

• Política de reinvestimento de lucros e distribuição de


dividendos constantes de acordo de acionistas arquivados na
Companhia;
• Negócios sociais e principais fatos administrativos no
exercício findo;
• Relação dos investimentos em sociedades coligadas e/ou
controladas evidenciando as modificações ocorridas durante
o exercício;
• Descrição dos negócios, produtos e serviços e descrição e
análise por segmento ou linha de produto, quando relevantes
para a sua compreensão e avaliação;
• Comentários sobre a conjuntura econômica geral relacionada
à Entidade: concorrência nos mercados, atos governamentais
e outros fatores exógenos materiais sobre o desempenho da
Companhia;
• Informações sobre Recursos Humanos, como por exemplo:
número de empregados no término dos dois últimos exercícios
e “turnover” nos dois últimos anos, nível educacional ,
investimento em treinamento, fundos de seguridade e outros
planos sociais;
• Descrição dos principais investimentos realizados no
exercício, qual sua finalidade, montantes e origens dos
recursos alocados;
• Pesquisa e desenvolvimento em novos produtos e serviços:
descrição sucinta dos projetos, descrição dos novos produtos,
recursos alocados, montantes aplicados e situação dos projetos
e expectativas futuras;
• Reformulações administrativas: descrição das mudanças
administrativas, reorganizações societárias e programas de
racionalização.

131
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

• Direitos dos acionistas, os quais incluem valor patrimonial


da ação, valor de cotação em Bolsa de Valores e política de
distribuição de dividendos;
• Perspectivas e planos para o exercício em curso e os futuros;
• Descrição dos fatores principais e influências que determinam
o desempenho, incluindo mudanças no ambiente no qual a
Entidade opera, a resposta da Entidade às mudanças e seu
efeito, à sua política de investimento para manter ou melhorar
o desempenho;
• Foram descritos as fontes de obtenção de recursos da Entidade.
b) As informações, os dados, as análises, etc. divulgados
no relatório da administração estão consistentes com as
respectivas demonstrações contábeis.
c) Foram divulgadas as informações sobre a prestação de
serviços pelo Auditor Independente ou por Partes Relacionadas
com o Auditor Independente de outros serviços que sejam de
auditoria e representem mais de 5% dos honorários de auditoria.

132
BDO TREVISAN

Responsabilidade Social

Existem várias definições para “Respon- conhecerem e avaliarem os riscos e as pro-


sabilidade Social”, mas uma das mais uti- jeções de uma Empresa.
lizadas é a do Instituto Ethos, para o qual
“Responsabilidade Social é uma forma de Elaborar e publicar o Relatório de Res-
conduzir os negócios de tal maneira que ponsabilidade ou de Sustentabilidade So-
torna a Empresa parceira e co-responsável cial distingue as Empresas atentas à satis-
pelo desenvolvimento social. A empresa fação e ao bem-estar dos clientes e funcio-
socialmente responsável é aquela que pos- nários, aumentando o seu diferencial com-
sui a capacidade de ouvir os interesses das petitivo e influenciando nas decisões de
diferentes partes (acionistas, funcionários, investidores e consumidores do Brasil e do
prestadores de serviço, fornecedores, con- mundo.
sumidores, comunidade, governo e meio
ambiente) e conseguir incorporá-los no pla- Benefícios da publicação do Relatório
nejamento de suas atividades, buscando Social:
atender às demandas de todos e não ape-
nas dos acionistas ou proprietários”. • Continuidade/sustentabilidade dos
negócios.
Relatório de Responsabilidade Social • Melhora do desempenho financeiro.
ou de Sustentabilidade • Melhora da reputação e da imagem
da marca.
O Relatório de Responsabilidade ou de • Aumento da satisfação dos empre-
Sustentabilidade Social é um valioso ins- gados e da capacidade de atrair e reter ta-
trumento de gestão e divulgação do exercí- lentos.
cio da responsabilidade social em seus • Aumento das vendas.
empreendimentos e na sua relação com a • Vantagem e maior facilidade dos
comunidade. Além disso, os órgãos de fi- processos de abertura de capital/IPO.
nanciamento, como BNDES, BID, IFC, en- • Obtenção de taxas menores de em-
tre outros, já incluem o Relatório Social na préstimos e financiamentos de organismos
lista dos documentos necessários para se financeiros nacionais e internacionais.

133
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

• Redução de riscos. • Junho 2004 – ISO decide pela


• Redução dos custos. normatização.
• Melhoria do rating e obtenção de me- • Janeiro 2005 – Início dos trabalhos
nores taxas de financiamento. do grupo de trabalho de Responsabilidade
Social da ISO: ABNT/SIS.
ISO 26000 • Março 2005 – I Reunião Internacio-
nal em Salvador, Brasil.
Está sendo desenvolvida a futura nor- • Setembro 2005 – II Reunião Interna-
ma de responsabilidade social – ISO cional em Bangkok, Tailândia.
26000, a qual deverá estar pronta em ou- • Maio 2006 – III Reunião Internacio-
tubro de 2008. nal em Lisboa, Portugal.

O processo de construção dessa norma A reunião realizada o ano passado em


é inovador, pois une a ISO e a sociedade, Lisboa, Portugal, teve como objetivo discutir
visto que o objetivo é a construção coleti- o conteúdo desenvolvido pelos grupos-tare-
va do conhecimento e a participação fas desde a reunião em Bangkok, bem como
multistakeholder. o aprimoramento do processo da norma.

A liderança está sendo feita por um país Operadoras do Setor de Saúde Suple-
em desenvolvimento, representado pelo mentar
Brasil, e por um país desenvolvido, repre-
sentado pela Suécia. Em 10 de julho de 2006, a Agência Naci-
onal de Saúde Suplementar, ANS, por meio
de ofício circular, solicitou às Operadoras
Cronograma de construção da Norma que enviassem diversas informações admi-
ISO 26000 nistrativas, econômicas, financeiras e soci-
ais com vistas ao levantamento de indica-
• Setembro 2002 – Conselho da ISO dores de responsabilidade social corporativa
cria Strategic Advisory Group, SAC. do mercado de saúde suplementar.

134
BDO TREVISAN

A coleta dessas informações visa a pro- cional de Relatório de Responsabilidade


mover programa de apoio e orientação às Social ou de Sustentabilidade (econômi-
Operadoras para desenvolvimento da Res- co, social e ambiental).
ponsabilidade Social Corporativa e da ela-
boração de Balanço Social, de forma a con- Em outubro de 2006, em Amsterdã,
tribuir para as melhores práticas de Holanda, na abertura da conferência inter-
governança corporativa. Além disso, obje- nacional “Relatório: uma medida de
tiva estimular o debate com o mercado de Sustentabilidade”, foi lançada a nova ver-
saúde suplementar, a respeito do significa- são do G3. Esse novo modelo para a elabo-
do da Responsabilidade Social Corporativa ração de relatórios sociais aperfeiçoa as
como forma de condução dos negócios, de diretrizes lançadas em 2002, porque as
acordo com os respectivos interesses das empresas, além de anunciarem publica-
Operadoras e decorrentes de sua cadeia de mente seus compromissos, precisam tam-
relacionamentos. bém comunicar os resultados.

Global Reporting Initiative, GRI, lança Global Reporting Initiative, GRI e os


o G3, a terceira geração de diretrizes para Princípios do Equador, PE
relatórios de sustentabilidade
A idéia é que as instituições financeiras
O Global Reporting Initiative, GRI foi cria- utilizem o modelo GRI, mais precisamente
do em 1997 e é uma instituição internaci- os suplementos setoriais, como o principal
onal independente que conta com o apoio veículo para relatar a implementação dos
da ONU e dele participam organizações princípios e números de transações. Os ban-
não-governamentais, empresas, organiza- cos signatários dos Princípios do Equador
ções governamentais, sociedade civil, au- utilizam critérios socioambientais na aná-
ditorias, consultorias, técnicos, entre ou- lise de crédito para projetos de financia-
tros. O GRI possui o único modelo interna- mento acima de US$10 milhões.

135
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

136
BDO TREVISAN

Aspectos
Tributários

137
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

138
BDO TREVISAN

Lúcio Abrahão Monteiro Bastos


Aspectos Tributários Sócio-diretor

INTRODUÇÃO carga tributária elevada não traz retorno


para a sociedade na mesma proporção em
Tentamos aliar duas qualidades muitas que pese parte desse aumento de arreca-
vezes inconciliáveis quando nos damos a dação ser conseqüência da melhora cons-
falar sobre tributos: estar vinculado ao mo- tante dos controles da máquina adminis-
mento atual e resistir à releitura no tempo trativa.
futuro. Certamente, não teremos como aten- Logo, é claro que questões básicas,
der a esta segunda preocupação básica. De cruciais, continuam sem solução e é difícil
qualquer forma, ao rever os eventos quoti- de imaginar um quadro que não seja radi-
dianos para selecioná-los para esta intro- cal para que elas possam ser implantadas.
dução, tivemos algumas boas surpresas. Isto porque é naturalmente difícil para
O novo estatuto da Microempresa e da a população entender de bate-pronto as
Empresa de Pequeno Porte, que custou mui- mudanças na política econômica. Vários
tas críticas e incompreensões na época de fatores concorrem para isso. Primeiro, a fal-
sua elaboração, revelou-se quase ta de informação generalizada de amplos
premonitório ao discutir a burocracia e o com- segmentos da sociedade que ainda são
plexo sistema com inúmeras exigências fis- mantidos em níveis de alfabetização e es-
cais que elevam o custo de conformidade colaridade insuficientes. Segundo porque,
para os pequenos (maioria em volume de só para citar um exemplo, no caso dos tri-
empresas e conseqüente empregabilidade). butos indiretos, como o ICMS, opera-se a
Da mesma forma, a Nota Fiscal Eletrô- chamada ‘anestesia fiscal‘. Em outras pa-
nica (em específico, no Município de São lavras isso significa que o contribuinte, na
Paulo) antecipou a instituição do Sistema qualidade de consumidor final de determi-
Público de Escrituração Digital, bem como nado produto, suporta toda a carga tributá-
previu as dificuldades de sua implantação. ria dos produtos e da indústria através do
Só que todas essas mudanças ainda consumo. E isso sem falar no efeito casca-
pertencem a um terreno com dólar baixo e ta do PIS e da Cofins que, além de perma-
crescimento econômico pífio. E o aumento necer para alguns segmentos, contradiz ao
de arrecadação em 2006 é prova de que uma seu próprio discurso de criação voltado à

139
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

possibilidade de crédito amplo e irrestrito. Vários traços marcam o modelo fiscal


Por isso, fica sempre a lição de que o brasileiro, que parece ter chegado ao esgo-
melhor é empregar mais tempo elaboran- tamento de sua fórmula, sendo fato que
do as leis com precisão, do que ter que entramos no novo ano sem um pacote fis-
despender ainda mais tempo, depois, na cal forte - aqui ressalvadas as alterações
tentativa inútil de remendá-las. O que há pontuais e de última hora trazidas pela MP
de concreto é que, como alguém um dia dis- 340 (alterações no IRPF, desconto de crédi-
se, o próprio tempo já é um tributo, quando to da CSLL, CPMF, Prouni, e outros mais seg-
o contribuinte o tem contra si. mentados) -, mesmo sabendo que ele virá
Senão, confusões tributárias do passa- em 2007 conforme anunciado pelos meios
do e do presente continuarão a ser fonte de comunicação. Se por um lado isso pode
constante de indignação, de escárnio, de demonstrar um sinal de maturidade, por
deboche do contribuinte, bem como permi- outro pode gerar dúvidas se as mudanças
tirão que se avance na criação de teses tri- imaginadas vão fazer diferença ou, até mes-
butárias, como o caso do crédito-prêmio do mo, se elas foram desenhadas. Ocorre que
IPI criado em 1969, e que representa hoje o universo político, a gestão da coisa públi-
um bilionário problema para a União. E ca, não é um território tão franqueado à ori-
outra interdição que logo será sentida é a, ginalidade e à surpresa como deve ocorrer
já bem mais recente, tese da exclusão do com, por exemplo, o mundo artístico... Ao
ICMS da base de cálculo da Cofins. aproximá-los, teremos as conseqüências,
E perseverantemente, com tantas te- correndo o risco de repetir a história.
ses tributárias no mercado, tivemos do Por isso, ficam ao empreendedor algu-
Ibracon, em dezembro de 2006 a NPC 22 mas sugestões colhidas aqui e ali junto ao
que avança, sem estardalhaço mas com mercado que, se não resolvem essa lacuna
determinação, em questões básicas para (pois na verdade a questão é mais profun-
efeito de provisões, passivos, contingên- da), ao menos amenizam o caráter retrógra-
cias passivas e ativas, segregando o que do da nossa legislação:
é exigência legal (em que pesem ques- • manter-se informado sobre a área
tões de constitucionalidade) daquilo que fiscal do seu negócio.
é, nitidamente, duvidoso quanto a sua exi- • atualizar tecnicamente seus funcio-
gência. nários.

140
BDO TREVISAN

• promover simulações anuais para Por fim, fazemos uma última sugestão:
identificar mudanças benéficas no parafraseando aqueles que diziam que as
seu regime de tributação, bem como únicas coisas inevitáveis na vida são a morte
revisar o contrato social da sua em- e os tributos, um slogan que melhor substitui-
presa, para verificar se não há estru- ria esse seria o dos que diziam que quando
turas societárias que otimizem o seu recolhiam tributos, compravam civilização.
negócio. Talvez assim saiamos da selvageria fiscal na
• entender ao máximo os softwares qual nos encontramos em que poucos pagam
que permitem cumprir com as exi- muito, muitos sonegam bastante e a imensa
gências fiscais. maioria não consegue nem ter renda para
• não usar métodos ilegais para con- participar do processo de civilização que é o
tornar o Fisco e a burocracia. que, enfim, nos caracteriza como uma nação.

141
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

142
BDO TREVISAN

Aspectos Tributários

TRIBUTOS DIRETOS

LEGISLAÇÃO

IRPF – Carnê

A partir de 1º de fevereiro do ano-calen- demais rendimentos recebidos por pesso-


dário de 2006, o imposto de renda a ser des- as físicas, que não estejam sujeitos à tribu-
contado na fonte sobre os rendimentos do tação exclusiva na fonte ou definitiva, pa-
trabalho assalariado, inclusive a gratifica- gos por pessoas jurídicas, será calculado
ção natalina (13º salário), pagos por pesso- mediante a utilização da seguinte tabela
as físicas ou jurídicas, bem como sobre os progressiva mensal:

Base de Cálculo em R$ Alíquota% Parcela a Deduzir do


Imposto em R$
Até 1.257,12 - -
De 1.257,13 até 2.512,08 15 188,57
Acima de 2.512,08 27,5 502,58

O recolhimento mensal obrigatório Parcelamento de débitos – Refis III


(carnê-leão) das pessoas físicas, relativo aos
rendimentos recebidos a partir de 1º de feve- O Refis é um programa de
reiro do ano-calendário de 2006, de outras refinanciamento das dívidas fiscais dos
pessoas físicas ou de fontes situadas no ex- contribuintes para com a Receita Federal e
terior, será calculado com base nos valores o Instituto Nacional do Seguro Social, INSS.
da tabela progressiva mensal acima exposta. A presente Medida Provisória instituiu
(Lei 11.311, de 13 de junho de 2006 e Instrução o Refis III, segundo o qual os débitos de
Normativa Secretário da Receita Federal, SRF 627, pessoas jurídicas junto à Secretaria da Re-
de 24 de fevereiro 2006) ceita Federal, SRF, à Procuradoria-Geral da

143
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Fazenda Nacional, PGFN, e ao Instituto Na- 290, de 31 de outubro de 1997, que dispõe
cional do Seguro Social, INSS, com venci- sobre parcelamento de débitos administra-
mento até 28 de fevereiro de 2003, poderão dos pela Secretaria da Receita Federal e
ser, excepcionalmente, parcelados em até pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacio-
130 prestações mensais e sucessivas, na nal, em relação ao valor mínimo de cada
forma e condições previstas. parcela.
Os contribuintes, para exercerem a ade- Com a alteração, o valor mínimo de cada
são ao referido programa, deverão optar parcela passa a ser:
por nele incluir todas suas dívidas fiscais, I - R$ 50,00 quando o devedor for pessoa
com exceção daquelas que tiverem sido física, ainda que o parcelamento seja de
objeto de decisão judicial favorável ao responsabilidade de pessoa jurídica.
contribuinte ou ainda estiverem em trâmi- II - R$ 200,00 quando o devedor for pes-
te na fase administrativa. Sequer os pro- soa jurídica, ainda que o parcelamento seja
cessos garantidos por depósito judicial ou de responsabilidade de pessoa física. A
por penhora podem ser afastados do arro- Portaria MF 185 foi retificada no DOU de 1º
lamento universal determinado. Nestes, o de agosto de 2006.
contribuinte deverá desistir da demanda e (Portaria Ministro de Estado da Fazenda - MF
recolher o que tiver depositado aos cofres 185, de 24 de julho de 2006)
públicos, ficando responsável pelo paga-
mento de eventual saldo. Novo Refis
É requisito para ingresso no Refis III que
a empresa esteja em dia com o pagamento A Portaria SRF 2 regulamenta o
dos tributos recolhidos na fonte - imposto parcelamento de débitos junto à Secretaria
de renda e a parte do empregado da contri- da Receita Federal, SRF, ou à Procuradoria
buição previdenciária. Caso existam débi- Geral da Fazenda Nacional, PGFN, também
tos desse tipo pendentes de pagamento, o conhecido como “Novo Refis”. Essa Porta-
prazo para sua quitação integral é de 30 dias ria abordou os seguintes tópicos:
após a opção, sob pena de exclusão sumá- a) pagamento à vista ou parcelamento
ria do programa. com redução.
(Medida Provisória 303 de 29 de junho de 2006) b) parcelamento em 130 meses.
c) vedações ao parcelamento.
A Portaria MF 185 altera a Portaria MF
144
BDO TREVISAN

d) pedido de parcelamento. f) do pedido, que deve ser requerido pela


e) consolidação e pagamento. internet a partir de 1º de setembro de 2006.
f) prestações e pagamento. g) de disposições acerca do pagamento.
g) rescisão do parcelamento. h) da concessão do benefício.
h) parcelamento em 120 meses. i) da rescisão do parcelamento.
i) disposições gerais. j) das demais condições e possibilida-
(Portaria Conjunta Procurador-Geral da des de pagamento nas formas tratadas na
Fazenda Nacional, PGFN/Secretário da Receita IN SRF 663 de 2006.
Federal, SRF 2, de 20 de julho de 2006) k) da entrega de declarações, inclusive
retificadoras.
Os débitos de pessoas jurídicas perante l) do caso de existência de garantias (de-
a SRF, com vencimento até 28 de fevereiro pósito administrativo ou judicial).
de 2003, poderão ser pagos até o dia 15 de m) dos pedidos de parcelamento no
setembro de 2006, observando-se as demais âmbito da SRF em 130 e 120 meses (arti-
especificações constantes na Instrução gos 2º e 8º da Portaria Conjunta PGFN/SRF
Normativa SRF 663 de 2006, com as seguin- 2), que poderão ser efetuados na internet a
tes reduções: partir de 14 de agosto de 2006. Essas dis-
I - 30% sobre o valor consolidado dos posições produzem efeitos a partir de 1º de
juros de mora, incorridos até o mês do pa- agosto de 2006.
gamento. (Instrução Normativa Secretário da Receita
II - 80% por cento sobre o valor das mul- Federal, SRF 663, de 21 de julho de 2006)
tas de mora e de ofício. A IN 663 tratou ainda:
a) da impossibilidade de acumulação Pesquisa tecnológica
das reduções acima dispostas com outras
reduções previstas em lei. A pessoa jurídica, relativamente às ati-
b) da forma de pagamento. vidades de pesquisa tecnológica e desen-
c) do parcelamento em seis parcelas volvimento de inovação tecnológica, pode-
com as reduções. rá utilizar-se de incentivos fiscais, confor-
d) dos débitos que podem ser parcelados. me disciplinado neste Decreto.
e) da observância das normas dispostas Os benefícios variam de redução
na Portaria Conjunta PGFN/SRF 2 de 2006. de 50% do Imposto sobre Produtos Industri-

145
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

alizados, IPI, incidente sobre equipamen- do mês, entre as variações das taxas, dos
tos, máquinas, aparelhos e instrumentos preços ou dos índices contratados (diferen-
destinados à pesquisa e ao desenvolvimen- ça de curvas), sendo o saldo apurado por
to tecnológico, até dedução, para efeito de ocasião da liquidação do contrato, inclusi-
apuração do lucro líquido, de valor corres- ve por meio da cessão ou do encerramento
pondente à soma dos dispêndios realiza- antecipado da posição.
dos no período de apuração com pesquisa b) o resultado da soma algébrica dos
tecnológica e desenvolvimento de inova- ajustes apurados mensalmente cujos ati-
ção tecnológica, classificáveis como des- vos subjacentes aos contratos sejam mer-
pesas operacionais pela legislação do Im- cadorias, moedas, ativos de renda variável,
posto sobre a Renda da Pessoa Jurídica. O taxas de juros a termo ou qualquer outro
Decreto também define pesquisa ativo ou variável econômica para os quais
tecnológica e desenvolvimento de inova- não seja possível adotar o critério previsto
ção tecnológica. no referido inciso.
(Decreto 5.798 de 7 de junho de 2006) c) o resultado apurado na liquidação do
contrato, inclusive através da cessão ou do
Operações realizadas em mercados encerramento antecipado da posição, no
de liquidação futura caso de opções e demais derivativos.
(Instrução Normativa Secretário da Receita
Para efeito de determinação da base de Federal, SRF 633, de 22 de março de 2006)
cálculo da Contribuição para o PIS (Pasep), da
Contribuição para o Financiamento da Darf
Seguridade Social, Cofins, do Imposto de Ren-
da das Pessoas Jurídicas, IRPJ, e da Contribui- A instituição financeira integrante da Rede
ção Social sobre o Lucro Líquido, CSLL, as Arrecadadora de Receitas Federais, Rarf, fica
instituições financeiras e as demais institui- autorizada a receber Darf e Darf-Simples, por
ções autorizadas a funcionar pelo Banco Cen- meio de leitura de código de barras, desde
tral do Brasil devem computar como receitas que atendidas às seguintes exigências:
ou despesas incorridas nas operações reali- a) apresentar carta de adesão à Coorde-
zadas em mercados de liquidação futura: nação-Geral de Administração Tributária,
a) a diferença, apurada no último dia útil Corat, declarando que se encontra em con-

146
BDO TREVISAN

dições de receber Darf e Darf-Simples, com jurídica. O contribuinte deverá apresentar


código de barras. com o pedido a cópia do Darf ou Darf-Sim-
b) prestar contas dessas arrecadações e ples ou comprovante equivalente.
promover crítica no código de barras, inclu- A IN 672 dispõe, ainda, sobre a forma de
sive em seu campo livre, conforme orienta- preenchimento da Redarf, a retificação por
ções aprovadas pela Corat e pela Coordena- meio eletrônico, a documentação que deve
ção-Geral de Tecnologia e Segurança da In- ser anexada ao pedido e os casos de
formação, Cotec. indeferimento do pedido.
c) apresentar comprovante de pagamen- (Instrução Normativa Secretário da Receita
to na forma do modelo aprovado pela Corat Federal, SRF 672, de 30 de agosto de 2006)
e pela Cotec.
(Instrução Normativa Secretário da Receita Certidão da dívida ativa da união
Federal, SRF 631, de 15 de março de 2006.
Altera a Instrução Normativa SRF 96, de 27 de As Certidões de Dívida Ativa da União,
novembro de 2001) especialmente aquelas cujos valores não ul-
trapassem o limite estabelecido pela Porta-
Retificação de Darf ria MF 49, de 1º de abril de 2004, de R$ 10
mil, poderão ser levadas a protesto, antes
Nos pedidos de retificação de erros co- do ajuizamento da ação de execução fiscal.
metidos no preenchimento de Documento A Coordenação-Geral da Dívida Ativa
de Arrecadação de Receitas Federais, Darf e da União expedirá as orientações
de Documento de Arrecadação do Sistema concernentes a esta disposição.
Integrado de Pagamento de Impostos e Con- (Portaria Procurador-Geral da Fazenda
tribuições das Microempresas e das Empre- Nacional, PGFN 321, de 6 de abril de 2006)
sas de Pequeno Porte, Darf-Simples, o Redarf
deverá ser apresentado à unidade da SRF Regularidade cadastral
em duas vias, ambas assinadas pelo contri-
buinte pessoa física, pelo seu representante A Portaria prorroga a regularidade
legal ou procurador, ou pelo representante cadastral das empresas ou entidades cujas
legal ou procurador do contribuinte pessoa certidões relativas aos tributos e contribui-
ções federais e às contribuições previden-

147
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

ciárias, INSS, estejam com o prazo de vali- do a seu serviço e a parcela a seu cargo,
dade vencido ou venham a vencer no perío- relativas à competência novembro, até o
do de seu cadastramento, recadastramento dia 20 de dezembro, juntamente com a
ou reativação cadastral na Suframa. contribuição referente ao 13º salário, uti-
(Portaria Superintendência da Zona Franca de lizando-se de um único documento de ar-
Manaus, Suframa 225, de 6 de junho de 2006) recadação.
b) vedou ao empregador doméstico efe-
IR – Dedução de contribuições tuar descontos no salário do empregado por
previdenciárias pagas pelos emprega- fornecimento de alimentação, vestuário, hi-
dores giene ou moradia, observadas as suas
especificações.
A Lei 11.324/06 permite, até o exercício c) dispôs que o empregado doméstico
de 2012, ano-calendário de 2011, a dedução terá direito a férias anuais remuneradas de
da contribuição patronal paga à Previdência 30 dias com, pelo menos, um terço a mais
Social pelo empregador doméstico inciden- que o salário normal, após cada período de
te sobre o valor da remuneração do empre- 12 meses de trabalho, prestado à mesma
gado, na declaração de ajuste anual da pes- pessoa ou família.
soa física. Essa dedução está limitada: d) proibiu a dispensa arbitrária ou sem
a) a um empregado doméstico por de- justa causa da empregada doméstica ges-
claração, inclusive no caso da declaração tante desde a confirmação da gravidez até
em conjunto. cinco meses após o parto.
b) ao valor recolhido no ano-calendário Foram vetados pelo presidente da Repú-
a que se referir à declaração. Somente po- blica os seguintes dispositivos introduzidos
derá aproveitar da dedução o contribuinte pelo Congresso Nacional:
que utilizar o modelo completo de Declara- a) referente ao salário-família dos do-
ção de Ajuste Anual, observados os requisi- mésticos.
tos e limites especificados. b) que dispunha sobre o pagamento do
A Lei 11.324 ainda: FGTS aos domésticos.
a) alterou a legislação previdenciária, c) relativo à redução da alíquota do imposto
de forma a permitir ao empregador reco- de renda nas operações relacionadas a arrenda-
lher a contribuição do segurado emprega- mento mercantil de aeronaves e seus motores.

148
BDO TREVISAN

d) referente à prorrogação ou à Débitos referentes a IRRF deverão ser


repactuação de dívidas oriundas de opera- declarados na DCTF e DCOMP
ções de crédito rural relativas a empreendi-
mentos localizados na área de atuação da Os débitos relativos ao Imposto de Ren-
Agência de Desenvolvimento do Nordeste, da Retido na Fonte, incidentes sobre os ju-
Adene. Essas disposições aplicam-se a par- ros e comissões correspondentes à parcela
tir da publicação da lei, produzindo efeitos dos créditos, não aplicada no financiamen-
em relação às contribuições patronais pa- to de exportações, recolhidos à Receita Fe-
gas a partir do mês de janeiro de 2006, dife- deral sob o código de Receita 5.299, deve-
rentemente da MP 284, que previa a dedu- rão ser informados na Declaração de Débi-
ção a partir de abril de 2006. tos e Crédito Tributários Federais, DCTF,
(Lei 11.324, de 19 de julho de 2006) mensal ou semestral, e na Declaração de
Compensação, DCOMP. Deverá ser utiliza-
Antecipação do prazo para entrega da do o código de Receita 5.299/02 nas referi-
Dirf das declarações. Os fatos geradores ocorri-
dos no período de 25 a 30 de junho de 2006
A Instrução Normativa 577, de 5 de de- deverão ser informados na DCTF do mês de
zembro de 2006, que disciplinava a Declara- junho de 2006.
ção do Imposto de Renda Retido na Fonte, (Ato Declaratório Executivo Coordenação-Geral
Dirf, foi revogada pela Receita Federal. A de Administração Tributária 58,
principal modificação da nova norma de 3 de agosto de 2006)
disciplinadora foi a alteração da data-limite
para a entrega da Declaração. Nos anos an- Revogação do Decreto que instituiu o
teriores, a Dirf era entregue até o final do Cadin
mês de fevereiro. Com a nova disciplina, o
prazo foi antecipado. Agora, o contribuinte, Revoga o Decreto 1.006 de 9 de dezem-
obrigado a apresentar a Dirf no ano-calen- bro de 1993, que instituiu o Cadastro Infor-
dário 2006 terá até as 20h do dia 31 de janei- mativo, Cadin.
ro de 2007 para enviá-la à Receita Federal. O Cadin tinha por finalidade tornar dis-
(Instrução Normativa Receita Federal 670, de 21 poníveis à Administração Pública Federal e
de outubro de 2006) entidades por ela controladas informações

149
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

sobre créditos não quitados para com o setor repactuação deverão ser creditados em
público, permitindo a análise dos riscos de conta corrente de depósito.
crédito, assim como uniformizar a conduta Os valores referentes ao resgate, liqui-
dessas entidades, com vistas à administra- dação, cessão ou repactuação das opera-
ção seletiva dos recursos existentes para o ções que tenham por objeto os valores mo-
atendimento das operações de crédito, con- biliários referidos, adquiridos a partir de 1º
siderada a efetiva situação do interessado. de outubro de 2004, serão creditados em
(Decreto 5.913, de 27 de setembro de 2006) conta corrente de depósito, se adquiridos
por intermédio de lançamento a débito des-
Fundos de Investimento sa mesma conta, ou em conta corrente de
depósito para investimento, se adquiridos
A partir de 1º de outubro de 2006, os va- por intermédio de lançamento a débito des-
lores de resgate, liquidação, cessão ou sa mesma conta.
repactuação das aplicações financeiras (Instrução Normativa Secretário da Receita
existentes em 30 de setembro de 2004, Federal, SRF 678, de 19 de setembro de 2006)
exceto em contas de depósito de poupan-
ça, poderão ser creditados diretamente ao Acordos Internacionais para evitar a
beneficiário, em conta corrente de depósi- dupla tributação
to para investimento.
Esta disposição se aplica aos investi- A Fazenda pronunciou-se com o intuito
mentos em ações ou contratos refe- de definir os métodos de aplicação da Con-
renciados em ações ou índices de ações, venção destinada a evitar a dupla tributa-
negociados nos mercados de bolsas de ção e a prevenir a evasão fiscal em rela-
valores, de mercadorias e de futuros, e em ção ao Imposto sobre a renda, assinada
mercado de balcão organizado, adquiridos pela República Federativa do Brasil com o
até 12 de julho de 2002. Não se aplica, Estado de Israel.
entretanto, às operações que tenham por (Portaria Ministro de Estado da Fazenda, MF 1
objeto os valores mobiliários acima refe- de 4 de janeiro de 2006)
ridos, adquiridos entre 13 de julho de 2002
e 30 de setembro de 2004, cujos valores O Governo brasileiro promulgou a con-
de resgate, liquidação, cessão ou venção celebrada com o governo da Ucrânia

150
BDO TREVISAN

a fim de evitar a dupla tributação e prevenir processamento de áudio digital, mesas de


a evasão fiscal em matéria de Impostos so- comutação de sinais de vídeo e monitores
bre a Renda. de forma de onda para monitoramento ne-
(Decreto 5.799 de 7 de julho de 2006) cessário à produção de vídeo digital de alta
definição.
Declaração simplificada – importação e Havendo divergências entre as alíquotas
exportação do Imposto de Importação desses produtos
e aquelas fixadas no cronograma de conver-
A Secretaria da Receita Federal regula- gência que vier a ser estabelecido pelos ór-
mentou a elaboração, instrução e registro gãos decisórios do Mercosul em função do
da Declaração Simplificada de Importação, disposto na Decisão CMC 39/05, serão apli-
DSI e definiu o momento de pagamento dos cadas as menores alíquotas dentre as pre-
impostos incidentes na importação. Os des- vistas nos referidos atos.
pachos aduaneiros de importação e de ex- (Resolução Câmara de Comércio Exterior 3, de 22
portação, nas situações estabelecidas nes- de fevereiro de 2006)
ta Instrução Normativa, poderão ser proces-
sados com base em declaração Altera para 2%, até 30 de junho de 2008,
simplificada. as alíquotas ad valorem do Imposto de Im-
(Instrução Normativa do Secretário da Receita portação incidentes sobre os Bens de
Federal, SRF 611, de 18 de janeiro de 2006) Informática e Telecomunicações e os com-
ponentes de Sistemas Integrados, tais como
Imposto de importação - informática e equipamentos para monitoração de áudio e
telecomunicações dados digitais e processadores de áudio para
rádio digital, na condição de ex-tarifários.
Ficam alteradas para 2%, até 31 de de- (Resolução Câmara de Comércio Exterior 8, de 4
zembro de 2007, as alíquotas ad valorem de maio de 2006)
do Imposto de Importação incidentes sobre
os bens de Informática e Telecomunicações, Altera para 2%, até 30 de junho de 2008,
na condição de ex-tarifários. Os produtos as alíquotas ad valorem do Imposto de Im-
citados são monitores de vídeo para estú- portação incidentes sobre os Bens de
dios de TV, aparelhos de mixagem e Informática e Telecomunicações, na condi-

151
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

ção de ex-tarifários, tais como unidades ele- de papel e celulose, empilhadeiras de cai-
trônicas de controle para uso em veículos xas de papelão e torres porta ferramentas.
com motores de ignição. Também altera a (Resolução Câmara de Comércio Exterior 6, de 16
Resolução Camex 3: no item 8528.21.10, de março de 2006)
onde se lê “existentes”, leia-se “externas”.
(Resolução Câmara de Comércio Exterior 12, de 8 Altera para 2%, até 30 de junho de 2008,
de junho de 2006) as alíquotas ad valorem do Imposto de Im-
portação incidentes sobre diversos Bens de
Imposto de importação – bens de Capital, na condição de ex-tarifários. Os
capital bens descritos na Resolução referem-se a
maquinário industrial, tais como equipa-
Ficam alteradas para 2%, até 31 de de- mento para dosagem de nitrogênio líquido,
zembro de 2007, as alíquotas ad valorem do fotoplotadoras a laser e fresadoras automá-
Imposto de Importação incidentes sobre di- ticas de comando numérico.
versos Bens de Capital, na condição de ex- (Resolução Câmara de Comércio Exterior 9, de 4
tarifários. Os bens descritos na Resolução re- de maio de 2006)
ferem-se a maquinário industrial, tais como
máquinas automáticas para fabricação de Altera para 2%, até 30 de junho de 2008,
parafusos, tesouras com controle lógico as alíquotas ad valorem do Imposto de Im-
programável, serras circulares múltiplas, etc. portação incidentes sobre diversos Bens de
Capital, na condição de ex-tarifários. Os
(Resolução Câmara de Comércio Exterior 2, de 22 bens descritos na Resolução referem-se a
de fevereiro de 2006) maquinário industrial, tais como rolos de
fibra de carbono e tornos horizontais de co-
Altera para 2%, até 31 de dezembro de mando numérico computadorizado.
2007, as alíquotas ad valorem do Imposto (Resolução Câmara de Comércio Exterior 11, de 8
de Importação incidentes sobre diversos de junho de 2006)
Bens de Capital, na condição de ex-
tarifários. Os bens descritos na Resolução Importação – suspensão de pagamen-
referem-se a maquinário industrial, tais to das obrigações fiscais
como prensas para máquinas de fabricação

152
BDO TREVISAN

O prazo de suspensão do pagamento das (Resolução Câmara de Comércio Exterior 15, de


obrigações fiscais pela aplicação dos regi- 29 de junho de 2006)
mes aduaneiros especiais, na importação,
poderá ser prorrogado por período superior a Importações nas operações de revenda
5 anos, quando se tratar de bens utilizados
no desenvolvimento de outros produtos. O registro da Declaração de Importa-
Os bens são protótipos ou unidades pré- ção, DI, fica condicionado à prévia
séries, adaptados em decorrência dos en- vinculação do importador por encomenda
saios e testes para o desenvolvimento de ao encomendante, no Sistema Integrado
outros produtos, conforme exigido no pro- de Comércio Exterior, Siscomex. Para fins
grama de certificação e que não farão parte desta vinculação, o encomendante deverá
dos produtos seriados. apresentar à unidade da Secretaria da Re-
A dilação do prazo de suspensão das obri- ceita Federal, SRF de fiscalização adua-
gações fiscais somente será autorizada ao neira com jurisdição sobre o seu estabele-
desenvolvimento de produtos para os quais cimento matriz, requerimento indicando o
a comercialização requeira certificação por nome empresarial e número de inscrição
instituição especializada, de reconhecida do importador no Cadastro Nacional de
capacidade técnica, e o desenvolvimento Pessoas Jurídicas, CNPJ, além do prazo ou
demande alterações de engenharia, inova- operações para os quais o importador foi
ções e atualizações tecnológicas igualmen- contratado.
te sujeitas à nova certificação. (Instrução Normativa Secretário da Receita
(Portaria Ministro de Estado da Fazenda, MF 33, Federal, SRF 634, de 24 de março de 2006)
de 16 de fevereiro de 2006)
Exportação de serviços de tecnologia
Imposto de importação
O Regime Especial de Tributação para a
Ficam alteradas a Nomenclatura Comum Plataforma de Exportação de Serviços de
do Mercosul, NCM e as alíquotas do Imposto Tecnologia da Informação, Repes, suspende
de Importação que compõem a Tarifa Externa a exigência da Contribuição para o PIS/Pasep
Comum, TEC, estabelecidas pela Resolução e da Contribuição para o Financiamento da
Camex 42, de 26 de dezembro de 2001. Seguridade Social, Cofins, incidentes sobre

153
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

a receita bruta decorrente da venda de bens em Declaração de Importação, DI ou De-


novos, quando adquiridos por pessoa jurídica claração de Exportação, DE, conforme o
beneficiária do regime para incorporação ao caso, registradas no Sistema Integrado de
seu ativo imobilizado, e auferida pela Comércio Exterior, Siscomex. Somente po-
prestadora de serviços, quando prestados a derão importar ou exportar energia elétrica
pessoas jurídicas beneficiárias do regime. as empresas devidamente autorizadas pelo
Também suspende a exigência tanto da Con- Poder Concedente.
tribuição para o PIS/Pasep-Importação quan- A base de cálculo do imposto de im-
to da Cofins-Importação incidentes sobre portação é o valor aduaneiro apurado se-
bens novos, quando importados diretamente gundo as normas do artigo 7º do Acordo
por pessoa jurídica beneficiária do regime Geral sobre Tarifas e Comércio, GATT,
para incorporação ao seu ativo imobilizado, e 1994, conforme disposto no artigo 75 do
serviços, quando importados diretamente Decreto 4.543, de 26 de dezembro de 2002.
por pessoa jurídica beneficiária do regime. A base de cálculo do imposto de exporta-
A Instrução Normativa 630 também es- ção observará o disposto no artigo 214 do
tabelece a forma de aplicação do regime Decreto 4.543, de 2002.
especial, além de definir os procedimentos (Instrução Normativa Secretário da Receita
para a habilitação. Federal, SRF 649, de 28 de abril de 2006)
(Instrução Normativa Secretário da Receita
Federal, SRF 630, de 15 de março de 2006) Operações de exportação – carne
bovina in natura
Procedimentos para importação e expor-
tação de energia elétrica Altera a Portaria SCE 15, de 17 de
novembro de 2004, que consolida as
Os despachos aduaneiros de importa- disposições regulamentares das opera-
ção e de exportação de energia elétrica se- ções de exportação.
rão processados na unidade da Secretaria Determina os requisitos que as empre-
da Receita Federal, SRF, com jurisdição, para sas de exportação devem atender para par-
fins de fiscalização dos tributos relativos ticipar da distribuição dos contingentes ex-
ao comércio exterior, sobre o estabeleci- portáveis de carne bovina in natura, conce-
mento importador ou exportador, com base didos pela União Européia ao Brasil.

154
BDO TREVISAN

(Portaria Secretaria de Comércio Exterior, do ria MF 244, de 2004.


Ministério do Ddesenvolvimento, Indústria e (Instrução Normativa Secretário da Receita
Comércio Exterior 13, de 28 de julho de 2006) Federal, SRF 610, de 17 de janeiro de 2006)

CPMF A prestação de informações referentes


à Contribuição Provisória sobre a Movimen-
Fica reduzida a zero a alíquota do impos- tação ou Transmissão de Valores e de Cré-
to de renda incidente sobre os rendimentos ditos e Direitos de Natureza Financeira,
definidos nos termos do artigo 81, parágrafo CPMF, não retida e não recolhida pelas ins-
2°, alínea “a”, da Lei 8.981/95, produzidos tituições especificadas na Lei 9.311/96, por
por títulos públicos adquiridos a partir de 16 força de liminar em mandado de segurança
de fevereiro de 2006, quando pagos, credita- ou em ação cautelar, de tutela antecipada
dos, entregues ou remetidos a beneficiário em ação de outra natureza, ou de decisão
residente ou domiciliado no exterior, exceto de mérito, na hipótese de revogação des-
em país que não tribute a renda ou que a sas decisões, na Declaração de Débitos e
tribute à alíquota máxima inferior a 20%. Créditos Tributários Federais, DCTF, nas
Esta isenção aplica-se exclusivamente versões “DCTF Mensal 1.3” e “DCTF Semes-
às operações realizadas de acordo com as tral 1.2”, deverá ser efetuada pelas referi-
normas e condições estabelecidas pelo das instituições observando-se os seguin-
Conselho Monetário Nacional e às cotas de tes procedimentos:
fundos de investimentos exclusivos para I – relativamente às liminares em man-
investidores não-residentes que possuam dado de segurança ou em ação cautelar,
no mínimo 98% de títulos públicos. Não se tutelas antecipadas em ação de outra natu-
aplica a títulos adquiridos com compromis- reza, ou decisões de mérito revogadas, cujos
so de revenda assumido pelo comprador. prazos para efetivação do débito em conta
(Lei 11.312, de 27 de junho de 2006) ocorrerem a partir de 1º de março de 2006,
os valores retidos em um mesmo decêndio
A CPMF deverá ser recolhida ao Tesouro deverão ser totalizados e informados na
Nacional até o quinto dia útil subseqüente DCTF relativa ao mês ou semestre que con-
ao decêndio de ocorrência dos fatos gera- tenha o decêndio de ocorrência do débito
dores estabelecidos no artigo 1º da Porta- em conta.

155
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

II – o período de apuração a ser informa- Regime Especial de Tributação para


do será o decêndio de ocorrência do débito a Plataforma e Exportação de Serviços
em conta. de Tecnologia de Informação, Repes
III – o código de receita a ser utilizado
para informação dos débitos relativos aos O Decreto 5.713, de 3 de março de
valores retidos será 8.536/02. 2006, trouxe novidades ao Regime Espe-
(Ato Declaratório Executivo Coordenação-Geral de cial de Tributação para a Plataforma de
Administração Tributária, Corat 15, de 21 de Exportação de Serviços de Tecnologia da
fevereiro de 2006) Informação – Repes, instituído pela Lei
11.196 de 21 de novembro de 2005, ao
Foi aprovado o Programa Gerador da De- determinar os bens e serviços cobertos
claração da Contribuição Provisória sobre a pelos benefícios fiscais que visam impul-
Movimentação ou Transmissão de Valores e sionar as exportações do setor de
de Créditos e Direitos de Natureza Financei- tecnologia da informação.
ra, versão 2.0 (CPMF Trimestral 2.0), bem Os bens abrangidos pela suspensão da
como as instruções para preenchimento da Contribuição para o PIS/Pasep, da Contri-
Declaração e o leiaute dos registros do ar- buição para o Financiamento da Seguridade
quivo, constantes do “ajuda do programa”. Social, Cofins, e do Imposto sobre Produtos
Industrializados, IPI, são:
Este Programa destina-se à entrega da a) Máquinas automáticas para
Declaração Trimestral da CPMF, original ou processamento de dados e suas unidades;
retificadora, relativa a fatos geradores ocor- leitores magnéticos ou ópticos; máquinas
ridos a partir do 4º trimestre-calendário de para registrar dados em suporte sob forma
2006. A Declaração da CPMF Trimestral 2.0 codificada e máquinas para processamento
deverá ser entregue até o quinto dia útil do desses dados.
segundo mês subseqüente ao trimestre-ca- b) Partes e acessórios das máquinas da
lendário de ocorrência dos fatos geradores. posição 84.71.
(Instrução Normativa Secretário da Receita c) Aparelhos elétricos para telefonia ou
Federal, SRF 674, de 8 de setembro de 2006) telegrafia, por fio, incluídos os aparelhos

156
BDO TREVISAN

telefônicos por fio conjugado com apare- cumulativamente ou não, e que, por oca-
lho telefônico portátil sem fio e os apare- sião da sua opção pelo Repes, assuma com-
lhos de telecomunicação por corrente por- promisso de exportação igual ou superior a
tadora ou de telecomunicação digital; 80% de sua receita bruta anual, decorrente
videofones. de vendas de bens ou serviços.
Não poderão optar pelo Repes as pes-
A suspensão da Contribuição para o PIS/ soas jurídicas que tenham suas receitas,
Pasep e da Cofins compreende os seguin- no todo ou em parte, submetidas ao regi-
tes serviços: me de incidência cumulativa da Contribui-
a) Armazenagem, gerenciamento, ção para o PIS/Pasep e da Cofins; a optante
processamento e transmissão de dados. pelo Sistema Integrado de Pagamento de
b) Desenvolvimento de software. Impostos e Contribuições das Micro-
c) Suporte técnico em equipamentos de empresas e das Empresas de Pequeno Por-
informática, sistemas de comunicação e te - Simples; ou que esteja em situação
softwares. irregular em relação aos tributos e contri-
d) Assessoria e consultoria em sistemas buições administrados pela SRF.
de comunicação e tecnologia da informação.
e) Manutenção e atualização de equi- (Decreto 5.713, de 2 de março de 2006 e
pamentos de informática, sistemas de co- Instrução Normativa SRF 630,
municação e softwares. de 15 de março de 2006)
f) Certificação digital.
g) Administração de redes. Alíquota zero do PIS/Pasep e da Cofins

Pode gozar dos benefícios do Repes a Foram reduzidas a zero as alíquotas da


pessoa jurídica, previamente habilitada Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins,
pela Secretaria da Receita Federal, SRF, que incidentes sobre a receita decorrente de
exerça exclusivamente as atividades de de- venda no mercado interno, e da Contribui-
senvolvimento de software ou de prestação ção para o PIS/Pasep-Importação e da
de serviços de tecnologia da informação, Cofins-Importação, incidentes sobre a ope-

157
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

ração de importação, de produtos químicos Lei 11.916, de 2005.


destinados ao uso em laboratórios. Aplica-se a suspensão de exigibilidade
A redução das alíquotas abrange os pro- das citadas contribuições na venda ou na
dutos químicos e os produtos químicos in- importação de máquinas utilizadas na fa-
termediários de síntese, classificados no bricação de papéis destinados à impressão
Capítulo 29 da Tabela de Incidência do IPI de jornais e periódicos, classificados nos
– Tipi, no caso de serem vendidos a pessoa códigos 4801.00.10, 4801.00.90,
jurídica industrial, ou importados, para se- 4802.61.91, 4802.61.99, 4810.19.89 e
rem utilizados na fabricação de outros pro- 4810.22.90, todos da Tipi, quando:
dutos constantes no Anexo I do Decreto
5.821, os produtos destinados ao uso em a) os referidos bens forem adquiridos por
laboratório de anatomia patológica, pessoa jurídica industrial habilitada ao re-
citológica ou de análises clínicas, classifi- gime, para incorporação ao seu ativo imo-
cados nas posições 30.02, 30.06, 39.26, bilizado.
40.15 e 90.18, da Tipi. b) os referidos bens forem importados
A redução a zero das alíquotas da Con- por pessoa jurídica industrial habilitada ao
tribuição para o PIS/Pasep-Importação e da regime, para incorporação ao seu ativo imo-
Cofins-Importação atinge também outros bilizado.
produtos farmacêuticos constantes no arti-
go 2° do referido Decreto. Somente a pessoa jurídica previamen-
(Decreto 5.821, de 29 de junho de 2006) te habilitada pela SRF é beneficiária do
regime de suspensão de que trata a Ins-
Regime especial de suspensão tribu- trução Normativa 675, de 14 de setembro
tária na aquisição de máquinas para a de 2006.
indústria gráfica O regime de suspensão não se aplica:

A SRF divulgou os procedimentos para a) às receitas, no todo ou em parte, sub-


a habilitação no regime de suspensão tri- metidas ao regime de incidência cumulati-
butária da Contribuição para o PIS/Pasep e va da Contribuição para o PIS/Pasep e da
da Cofins, na aquisição de máquinas para Cofins;
produzir papéis, instituído pelo artigo 55 da b) às pessoas jurídicas pelo Sistema In-

158
BDO TREVISAN

tegrado de Pagamento de Impostos e Con- cia da Contribuição para o PIS/Pasep-Impor-


tribuições das Microempresas e das Empre- tação e da Cofins-Importação.
sas de Pequeno Porte (Simples). Para ter direito ao benefício fiscal, a
c) em situação irregular em relação aos pessoa jurídica importadora deverá apro-
tributos e contribuições administrados var projeto junto ao Conselho de Adminis-
pela SRF. tração da Superintendência da Zona Franca
de Manaus (Suframa). Os bens abrangidos
A suspensão da exigibilidade das con- pela suspensão constam no Anexo I do De-
tribuições converte-se à alíquota 0%, desde creto 5.692, de 3 de fevereiro de 2006.
que seja atingido o percentual de 80% nas (Decreto 5.691, de 3 de fevereiro de 2006)
vendas de papéis destinados à impressão
de jornais e periódicos. Caso não seja al- Incentivo fiscal às empresas
cançado o percentual, incidirá multa, de automotivas – Alteração
mora ou de ofício, proporcionalmente à di-
ferença entre o percentual exigido e o efeti- O Decreto 5.710, de 2006, alterou o De-
vamente alcançado. creto 3.893, de 2001, que trata dos incenti-
(Instrução Normativa SRF 675, de 14 de vos às empresas do setor automotivo insta-
setembro de 2006) ladas ou que venham a se instalar nas regi-
ões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, para
Suspensão da Contribuição para o PIS/ acrescentar o tratamento que as empresas
Pasep-Importação e da Cofins-Importação sujeitas à incidência do regime não-cumu-
para empresas industriais situadas na Zona lativo da Contribuição do PIS/Pasep e da
Franca de Manaus, ZFM. Cofins devem adotar para o cálculo dos cré-
ditos presumidos do IPI. Pela nova medida,
A pessoa jurídica estabelecida na ZFM, o montante dos créditos corresponderá ao
que importe bens novos destinados à incor- dobro do valor das contribuições efetiva-
poração do seu ativo imobilizado para pro- mente devidas, em cada mês, no regime de
dução de matérias-primas, produtos interme- não-cumulatividade, decorrentes das ven-
diários e materiais de embalagem destina- das no mercado interno, considerando-se
dos ao emprego em processo de industriali- os débitos e os créditos referentes a essas
zação, pode gozar da suspensão da exigên- operações de venda.

159
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

O contribuinte deverá, entretanto, apu- sas incorridas nas operações realizadas em


rar separadamente os créditos decorrentes mercados de liquidação futura:
dos custos, despesas e encargos vincula- a) diferença, apurada no último dia útil
dos às receitas auferidas com a venda no do mês, entre as variações das taxas, dos
mercado interno e os créditos decorrentes preços ou dos índices contratados (diferen-
dos custos, despesas e encargos vincula- ça de curvas), sendo o saldo apurado por
dos às receitas de exportações, observados ocasião da liquidação do contrato, inclusi-
os métodos de apropriação de créditos pre- ve por meio da cessão ou do encerramento
vistos nos §§ 8º e 9º do artigo 3º da Lei antecipado da posição, nos casos de:
10.637, de 30 de dezembro de 2002, e nos
§§ 8º e 9º do artigo 3º da Lei 10.833, de 29 • Swap e a termo.
de dezembro de 2003. • futuro e outros derivativos com ajus-
(Decreto 5.710, de 24 de fevereiro de 2006) tes financeiros diários ou periódicos de po-
sições cujos ativos subjacentes aos contra-
Instituições financeiras – Regime Fis- tos sejam taxas de juro spot ou instrumen-
cal nas operações em mercados de liqui- tos de renda fixa.
dação futura
b) o resultado da soma algébrica dos
Nas operações realizadas em mercados ajustes apurados mensalmente, para os
de liquidação futura, as instituições finan- mercados cujos ativos subjacentes aos con-
ceiras e demais instituições autorizadas a tratos sejam mercadorias, moedas, ativos
operar pelo Banco Central - Bacen, deve- de renda variável, taxas de juros a termo ou
rão, para efeito de determinação da base qualquer outro ativo ou variável econômica
de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep, para os quais não seja possível adotar o
da Cofins, do Imposto de Renda das Pesso- critério previsto no referido inciso.
as Jurídicas, IRPJ e da Contribuição Social c) o resultado apurado na liquidação do
sobre o Lucro Líquido, CSLL, adotar o regi- contrato, inclusive através da cessão ou do
me fiscal disciplinado pela Instrução encerramento antecipado da posição, no
Normativa 633, de 2006, da SRF. caso de opções e demais derivativos.
Pela referida norma, essas instituições Além disso, o referido normativo esta-
devem computar como receitas ou despe- beleceu o tratamento a ser adotado nas

160
BDO TREVISAN

operações realizadas em mercados de li- observância das normas e condições por ele
quidação futura para cálculo da Contribui- estabelecidas.
ção para o PIS/Pasep e da Cofins, vedando, (Instrução Normativa – Secretaria da Receita
a partir dos fatos geradores ocorridos no Federal 633, de 22 de março de 2006)
mês-calendário de março de 2006, o reco-
nhecimento de despesas ou de perdas apu- Declaração de Compensação, DCOMP,
radas em operações realizadas em merca- Divulgados códigos de receita
dos fora de bolsa no exterior, no caso das
pessoas jurídicas relacionadas no inciso I A SRF divulgou os códigos de receita a
do § 6º do artigo 3º da Lei 9.718, de 27 de serem informados no preenchimento da De-
novembro de 1998, independentemente da claração de Compensação, DCOMP, gerada
data da contratação. pelo programa PER/DCOMP 2.2.
Em relação ao IRPJ e à CSLL, poderão Os códigos anunciados referem-se:
ser computados na determinação da base
de cálculo os resultados líquidos, positivos a) à Contribuição para o PIS/Pasep e a
ou negativos, obtidos em operações de co- Cofins das Sociedades em Conta de Partici-
bertura (hedge) realizadas em mercados de pação, SCP.
liquidação futura, diretamente pela empre- b) à retenção da Contribuição para o PIS/
sa brasileira, em bolsas no exterior. Pasep e da Cofins do setor automotivo.
Os prejuízos e perdas decorrentes das c) à CSLL das entidades financeiras e
demais operações realizadas no exterior equiparadas.
somente poderão ser deduzidos até o limi-
te dos ganhos auferidos no exterior, não Os códigos deverão ser incluídos na ta-
podendo ser compensados com lucros e bela do programa PER/DCOMP 2.2 median-
ganhos auferidos no Brasil, sendo admiti- te a utilização da opção “Manutenção da
da, até 31 de dezembro de 2004, no caso do Tabela de Códigos” do menu “Ferramentas”.
IRPJ, a dedução de prejuízos e perdas nas (Ato Declaratório Executivo – Corat 21 de 8 de
operações de cobertura de riscos realiza- março de 2006)
das em outros mercados futuros, no exteri-
or, além de bolsas, desde que admitidas
pelo Conselho Monetário Nacional e com

161
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Regime Especial de Aquisição de Bens (Decreto 5.789, de 25 de maio de 2006)


de Capital para Empresas Exportadoras,
Recap – Nova Regulamentação Incentivos Fiscais – Setor Agropecuário

O Regime Especial de Aquisição de Bens A comercialização dos produtos


de Capital para Empresas Exportadoras – agropecuários, na forma dos artigos 8°, 9° e
Recap, aprovado pela Lei 11.196 de 21 de 15º da Lei 10.925, de 2004, foi disciplinada
novembro de 2005, sofreu nova regulamen- pela Instrução Normativa SRF 660, de 17 de
tação. julho de 2006.
A nova orientação estabelece que, no A referida Lei Federal dispõe sobre os
caso de venda ou de importação de bens de benefícios aplicáveis à comercialização de
capital, novos, classificados nos códigos da produtos agropecuários, a saber:
Tabela de Incidência do Imposto sobre Pro-
dutos Industrializados, Tipi, relacionados a) Suspensão da Exigibilidade das Con-
no Anexo ao Decreto 5.789 de 2006, fica tribuições.
suspensa a exigência:
a) da Contribuição para o PIS/Pasep e Fica suspensa a exigibilidade da Con-
da Cofins incidentes sobre a receita bruta tribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, inci-
da venda no mercado interno, quando os dentes sobre a receita bruta decorrente da
referidos bens forem adquiridos por pessoa venda de produtos in natura de origem ve-
jurídica beneficiária do Regime Especial de getal, de leite in natura, de produto in natura
Aquisição de Bens de Capital para Empre- de origem vegetal destinado à elaboração
sas Exportadoras, Recap, para incorporação de mercadorias e de produtos
ao seu ativo imobilizado; e agropecuários a serem utilizados como
b) da Contribuição para o PIS/Pasep, insumo na fabricação dos produtos da pes-
Importação e da Cofins-Importação, quan- soa jurídica que exerça atividade
do os referidos bens forem importados di- agroindustrial e apure a Contribuição para
retamente por pessoa jurídica beneficiária o PIS/Pasep e da Cofins pelo regime de não-
do Recap para incorporação ao seu ativo cumulatividade.
imobilizado.
b) Desconto de Créditos Presumidos.

162
BDO TREVISAN

A pessoa jurídica que exerça atividade Central do Brasil.


agroindustrial, na determinação do valor da b) contrato com prazo superior a 1 ano,
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins a de construção por empreitada ou de forne-
pagar, no regime de não-cumulatividade, cimento, a preço predeterminado, de bens
pode descontar créditos presumidos calcu- ou serviços.
lados sobre o valor dos produtos c) contrato de construção por emprei-
agropecuários utilizados como insumos na tada ou de fornecimento, a preço predeter-
fabricação de produtos e relacionados no minado, de bens ou serviços contratados
referido normativo. com pessoa jurídica de direito público,
(Instrução Normativa SRF 660, empresa pública, sociedade de economia
de 17 de julho de 2006) mista ou suas subsidiárias, bem como os
contratos posteriormente firmados decor-
Contratos firmados anteriormente a 31 rentes de propostas apresentadas em pro-
de outubro de 2003 – Regime de Tributação cesso licitatório até aquela data.
d) contrato com prazo superior a um
A tributação das receitas oriundas de con- ano, de revenda de imóveis, desmem-
tratos firmados anteriormente a 31 de outu- bramento ou loteamento de terrenos, incor-
bro de 2003 sofreu nova regulamentação. poração imobiliária e construção de prédio
De acordo com Instrução Normativa 658, destinado à venda.
de 2006, as pessoas jurídicas, mesmo que Os custos, despesas e encargos vincu-
sujeitas à incidência não-cumulativa, de- lados às receitas dos contratos que perma-
vem tributar suas receitas, oriundas dos necerem no regime de cumulatividade não
contratos firmados anteriormente a 31 de geram direitos a desconto de crédito na
outubro de 2003, pelo regime de apuração das contribuições no regime de
cumulatividade da Contribuição do PIS/ não-cumulatividade.
Pasep e da Cofins, nos casos de: (Instrução Normativa SRF 658,
de 4 de julho de 2006)
a) contrato com prazo superior a um
ano, de administradoras de planos de con- Regime Especial de Aquisição de Bens
sórcios de bens móveis e imóveis, regular- de Capital para Empresas Exportadoras,
mente autorizadas a funcionar pelo Banco Recap, Estaleiro Naval

163
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Foi regulamentado o artigo 13 da Lei SUPERSIMPLES


11.196 de 2006, que dispõe, entre outras
matérias, dos benefícios fiscais na aquisi- A Lei Geral das Micros e Pequenas Em-
ção de bens do ativo imobilizado por esta- presas, uma espécie de reforma tributária
leiros navais. para o setor, foi sancionada em 14 de de-
Portanto, está suspensa a exigibilidade zembro de 2006 pelo presidente Luiz Inácio
das contribuições: Lula da Silva e entrará em vigor em 1º de
julho de 2007. Sua maior inovação é a subs-
a) para o PIS/Pasep e da Cofins, inci- tituição de oito tributos – seis federais (Im-
dentes sobre a receita bruta da venda no posto de Renda, Contribuição Previ-
mercado interno quando os referidos bens denciária, Cofins, PIS, IPI e CSLL), um esta-
forem adquiridos por estaleiro naval brasi- dual (ICMS) e um municipal (ISS) - por um
leiro beneficiário do Regime Especial de único, batizado de Supersimples.
Aquisição de Bens de Capital para Empre- Estão excluídos do benefício os setores
sas Exportadoras, Recap. para incorporação de decoração e paisagismo, de comunica-
ao seu ativo imobilizado. ção, de energia elétrica, de transportes in-
b) para o PIS/Pasep-Importação e da terestaduais e intermunicipais de passagei-
Cofins-Importação, quando os referidos ros, de fogos de artifício, de representação
bens forem importados por estaleiro naval comercial e corretagem de seguros, de
brasileiro beneficiário do Recap para incor- consultoria entre outros.
poração ao seu ativo imobilizado. Ainda, não poderão se beneficiar do
Supersimples as empresas que tenham só-
A suspensão, porém, aplica-se somen- cios no exterior, que possuam débitos com
te quando os referidos bens forem desti- o Instituto Nacional do Seguro Social, INSS,
nados às atividades de construção, conser- ou com as Fazendas Públicas Federal, Es-
vação, modernização, conversão e reparo tadual ou Municipal, cuja exigibilidade não
de embarcações pré-registradas ou esteja suspensa.
registradas no Registro Especial Brasilei- O Supersimples valerá para empresas
ro (REB), instituído pela Lei 9.432, de 8 de com renda bruta anual de até R$ 2,4 mi-
janeiro de 1997. lhões, o mesmo teto do Simples. A opção
(Decreto nº 5.788, de 26 de maio de 2006) deverá ser feita até o último dia útil do mês

164
BDO TREVISAN

de janeiro, produzindo efeitos a partir do tos provenientes de aposentadoria e pen-


primeiro dia do ano-calendário da opção. são, transferência para a reserva remunera-
A opção pelo Simples Nacional será da ou reforma, pagos pela Previdência So-
irretratável pra todo o ano-calendário. cial da União, dos Estados, do Distrito Fe-
A LC 123 tratou ainda sobre: deral e dos Municípios, por qualquer pes-
a) a inscrição e baixa. soa jurídica de direito público interno, ou
b) pontos da lei que ainda serão regula- por entidade de previdência privada, a par-
mentados pelo Comitê Gestor. tir do mês em que o contribuinte completar
c) o acesso aos mercados. 65 anos de idade.
d) a simplificação das relações de trabalho. b) da dedução por dependentes.
e) a fiscalização orientador. c) do limite para dedução de despesas
f) o associativismo. com educação.
g) o estímulo ao crédito e à capitalização. d) do limite do desconto simplificado.
h) o estímulo à inovação. A Tabela Progressiva Mensal para o ano-
i) as regras civis e empresariais. calendário de 2007 é a seguinte:
j) o acesso à justiça.
k) o apoio e a representação. A presente Medida, dentre outros assun-
l) o parcelamento de débitos tributários tos, tratou ainda sobre os créditos de 25% so-
constantes no Simples Nacional em até 120 bre a depreciação, para a CSLL (Lei 11.051/
meses. 04); a comprovação da regularidade quanto
(Lei Complementar 123, aos débitos tributários federais, para fins de
de 14 de dezembro de 2006) adesão ao Prouni (Lei 11.128 de 2005); a re-
dução da alíquota da CPMF a 0% nos casos
Imposto de renda - nova tabela pro- tratados, destacando-se os lançamentos a dé-
gressiva bito em conta especial destinada ao registro
e controle do fluxo de recursos, aberta exclu-
A Medida Provisória 340/06 determinou a sivamente para pagamento de salários,
tabela progressiva do imposto de renda da proventos, saldos, vencimentos, aposentado-
pessoa física, para os anos de 2007, 2008, 2009 rias, pensões e similares, decorrente de trans-
e 2010. Também foram corrigidos os valores: ferência para conta corrente de depósito de
a) da parcela isenta relativa a rendimen- titularidade do mesmo beneficiário; a Lei

165
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

8.248 de 23 de outubro de 1991, que trata so- ples no ano-calendário de 2006, em rela-
bre a capacitação e competitividade do setor ção ao período anterior à exclusão. A De-
de informática e automação, etc. claração Simplificada da Pessoa Jurídica -
(Medida Provisória 340, Simples deverá ser entregue no período de
de 29 de dezembro de 2006) 2 de janeiro a 31 de maio de 2007.
(Instrução Normativa Secretaria da Receita Federal
Declaração simplificada da pessoa 692, de 30 de novembro de 2006)
jurídica
IOF – alíquota zero
Foram aprovados o programa gerador e
as instruções de preenchimento da Decla- A operação de crédito realizada por uma
ração Simplificada da Pessoa Jurídica - Sim- instituição financeira para cobertura de saldo
ples 2007, a ser apresentada, obrigatoria- devedor em outra instituição financeira, até o
mente, pelas pessoas jurídicas optantes montante do valor portado e desde que não
pelo Sistema Integrado de Pagamento de haja substituição do devedor, sujeita-se à in-
Impostos e Contribuições das cidência do Imposto sobre Operações de Cré-
Microempresas e das Empresas de Peque- dito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos e
no Porte (Simples), relativa ao ano-calen- Valores Mobiliários (IOF) à alíquota zero.
dário de 2006, exercício de 2007. O progra- A alíquota zero não será aplicável nas
ma deve ser utilizado também pelas pesso- hipóteses de prorrogação, renovação,
as jurídicas que forem extintas, cindidas novação, composição, consolidação, confis-
parcialmente, cindidas totalmente, são de dívidas e negócios assemelhados, de
fusionadas ou incorporadas durante o ano- operação de crédito em que haja ou não subs-
calendário de 2007 ou excluídas do Sim- tituição do devedor, ou de quaisquer outras

Base de Cálculo em R$ Alíquota % Parcela a Deduzir do Imposto em R$

Até 1.313,69 – –
De 1.313,70 até 2.625,12 15 197,05
Acima de 2.625,12 27,5 525,19

166
BDO TREVISAN

alterações contratuais, exceto taxas, hipó- jeto aprovado para instalação, ampliação, mo-
teses em que o imposto complementar dernização ou diversificação, enquadrados em
deverá ser cobrado à alíquota vigente na setores da economia, considerados prioritários
data da operação inicial nos termos do para o desenvolvimento regional em
Decreto 4.494/02. microrregiões menos desenvolvidas localiza-
(Portaria MF 301, de 10 de outubro de 2006) das nas áreas de atuação das extintas Sudene
e Sudam, terão direito, para bens adquiridos
Compensação da Cide-Combustíveis de 1° de janeiro de 2006 a 31 de dezembro de
2013, à depreciação acelerada incentivada,
A pessoa jurídica, que adquirir no mer- para efeito de cálculo do imposto sobre a ren-
cado interno ou importar hidrocarbonetos da, e ao desconto, no prazo de doze meses
líquidos, poderá compensar, com tributos e contado da aquisição, dos créditos da Contri-
contribuições administrados pela Secreta- buição para o PIS/Pasep e da Contribuição para
ria da Receita Federal, o valor da Cide-Com- o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
bustíveis pago pela pessoa jurídica de que tratam o artigo 3°, §1°, inciso III, da Lei
vendedora, no caso de aquisição no mer- 10.637/02, o artigo 3o, § 1o, inciso III, da Lei
cado interno, ou pago diretamente, no caso 10.833/03 e o artigo 15, § 4º, da Lei 10.865/04
de importação. na hipótese de aquisição de máquinas, apa-
O direito à compensação só existirá nos relhos, instrumentos e equipamentos novos,
casos de aquisições no mercado interno e destinados à incorporação ao ativo imobiliza-
importações de hidrocarboneto líquidos que do.
não sejam destinados à produção de gaso- (Decreto 5.988, de 19 de dezembro de 2006)
lina ou diesel e que sejam utilizados, pela
pessoa jurídica importadora ou adquirente IR – Rendimentos recebidos do exteri-
no mercado interno, como insumo para a or – cotação do dólar – janeiro de 2007
fabricação de outros produtos.
(Decreto 5.987, de 19 de dezembro de 2006) Para efeito da apuração da base de cál-
culo do Imposto de Renda, no caso de ren-
IR e depreciação acelerada dimentos recebidos de fontes situadas no
exterior: I - os rendimentos em moeda es-
As pessoas jurídicas que tenham pro- trangeira que forem recebidos no mês de

167
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

janeiro de 2007, bem assim o imposto ção de Ajuste Anual pela pessoa física, ou
pago no exterior, serão convertidos em re- em cada período de apuração, trimestral
ais mediante a utilização do valor do dó- ou anual, pela pessoa jurídica tributada
lar dos Estados Unidos da América fixado com base no lucro real os valores
para compra no dia 15 de dezembro de despendidos a título de patrocínio ou doa-
2006, cujo valor corresponde a R$ 2,1462; ção, no apoio direto a projetos desportivos
II - as deduções que serão permitidas no e paradesportivos previamente aprovados
mês de janeiro de 2007 (incisos II, IV e V pelo Ministério do Esporte.
do artigo 4° da Lei 9.250/95) serão con- Essas deduções ficam limitadas:
vertidas em reais mediante a utilização I - relativamente à pessoa jurídica, a 1%
do valor do dólar dos Estados Unidos da do imposto devido, observado o disposto
América fixado para venda no dia 15 de no § 4º do artigo 3º da Lei 9.249 de 1995,
dezembro de 2006, cujo valor corresponde em cada período de apuração.
a R$ 2,1470. II - relativamente à pessoa física, a
(Ato Declaratório Executivo Coordenador-Geral do 6% do imposto devido na Declaração de
Sistema de Tributação, Cosit 37 de 20 de Ajuste Anual, conjuntamente com as de-
dezembro de 2006) duções de que trata o artigo 22 da Lei
9.532 de 1997.
IMPOSTO DE RENDA - ATIVIDADES (Lei 11.438, de 29 de dezembro de 2006)
DESPORTIVAS - INCENTIVOS E BENEFÍ-
CIOS Informe de rendimentos financeiros -
normas para emissão
A Lei 11.438, de 29 de dezembro de
2006, instituiu incentivos e benefícios fis- As instituições financeiras, as socieda-
cais para fomentar as atividades de cará- des corretoras e distribuidoras de títulos e
ter desportivo. Referida Lei foi alterada valores mobiliários, as sociedades segura-
pela MP 342 de 2006 (DOU de 2 de janeiro doras, as entidades de previdência comple-
de 2007). Assim, a partir do ano-calendá- mentar, as sociedades de capitalização, a
rio de 2007, até o ano-calendário de 2015, pessoa jurídica que, atuando por conta e or-
inclusive, poderão ser deduzidos do Impos- dem de cliente, intermediar recursos para
to de Renda devido, apurado na Declara- aplicações em fundos de investimento ad-

168
BDO TREVISAN

ministrados por outra pessoa jurídica e as (Instrução Normativa Secretário da Receita


demais fontes pagadoras deverão fornecer Federal, SRF 698, de 20 de dezembro de 2006)
a seus clientes, pessoas físicas e jurídicas,
Informe de Rendimentos Financeiros, con- DIPJ 2007 – disposições
forme o disposto na Instrução Normativa SRF
698 de 2006. O Informe de Rendimentos Fi- As pessoas jurídicas tributadas com
nanceiros deverá ser: I - no caso de base no lucro real, presumido ou arbitrado,
beneficiário pessoa física, relativo ao ano- bem como as imunes ou isentas do Impos-
calendário e fornecido, em uma única via, to de Renda, deverão apresentar a Declara-
até o último dia útil do mês de fevereiro do ção de Informações Econômico-Fiscais da
ano-calendário subseqüente; II - no caso de Pessoa Jurídica relativa ao exercício de 2007
beneficiário pessoa jurídica, relativo a cada (DIPJ 2007), conforme disposto na Instru-
trimestre do ano-calendário e fornecido, em ção Normativa SRF 696 de 2006. Para a trans-
uma única via, até o último dia útil do se- missão da Declaração, a assinatura digital
gundo decêndio subseqüente a cada trimes- da Declaração, mediante a utilização de
tre do ano-calendário. certificado digital válido, é:
A IN SRF 698 tratou ainda: I - obrigatória, para as pessoas jurídicas
a) da disponibilização dos informes por tributadas, em pelo menos um período de
meio eletrônico. apuração durante o ano-calendário, com
b) dos casos de dispensa de fornecimen- base no lucro real ou arbitrado.
to dos informes. II - facultativa, para as demais pessoas
c) do prazo para entrega no caso de en- jurídicas.
cerramento de espólio, saída definitiva do Também foram tratados os seguintes as-
país, e fusão, cisão, incorporação ou encer- suntos:
ramento de atividades. a) prazo de entrega (até 29 de junho de
d) das penalidades. 2007).
e) do modelo do Informe de Rendimen- b) multas.
tos Financeiros. (Instrução Normativa Secretário da Receita Federal -
f) das instruções para preenchimento. Por SRF 696, de 14 de dezembro de 2006)
fim, foi revogada a IN SRF 578 de 2005, que
tratava desse assunto.

169
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

DCTF – NOVA DISCIPLINA as isentas, cujo valor mensal de impostos e


contribuições a declarar seja inferior a R$ 10
As normas disciplinadoras da Declaração mil, e pelas autarquias, e as fundações públi-
de Débitos e Créditos Tributários Federais, cas e os órgãos públicos da administração
DCTF, relativa a fatos geradores que ocorre- direta dos Estados, do Distrito Federal e dos
ram a partir de 1º de janeiro de 2006, são as Municípios.
estabelecidas pela Instrução Normativa SRF (Instrução Normativa Secretário da Receita Federal,
695 de 2006. A IN SRF 583 de 2005, que ora SRF 695, de 14 de dezembro de 2006)
tratava desse assunto, foi revogada. Foram
tratados os seguintes aspectos: a) apresenta- IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO: ALTERA-
ção da DTCF (mensal ou semestral); b) ÇÕES NA TEC
obrigatoriedade de apresentação; c) opção
pela DCTF Mensal; d) dispensa de apresenta- A Nomenclatura Comum do Mercosul,
ção; e) forma de apresentação; f) prazo; g) NCM, e as alíquotas do Imposto de Impor-
impostos e contribuições declarados na DTCF; tação que compõem a Tarifa Externa Co-
h) penalidades; i) tratamento dos dados infor- mum, TEC, passam a vigorar na forma do
mados; j) retificação; k) disposições finais. Anexo I à Resolução 43 de 2006. Também
Dentre as novidades trazidas pela IN SRF 695, foram alteradas: a) a Lista de Exceções à
podemos citar: a) a obrigatoriedade de entre- Tarifa Externa Comum; e b) a Lista de Exce-
ga da DCTF Mensal nos anos posteriores, uma ções de Bens de Informática e de Teleco-
vez enquadrada nas hipóteses de sua municações. A Resolução 43 tratou ainda
obrigatoriedade a partir do ano de 2005 (in- da vigência das reduções das alíquotas do
dependentemente da alteração dos Imposto de Importação concedidas na con-
parâmetros posteriormente); b) a dição de Ex-tarifários para Bens de Capital
obrigatoriedade de entrega da DCTF Semes- e para Sistemas Integrados, na forma e pra-
tral pelas autarquias e fundações públicas e zos indicados nas Resoluções da Camex que
órgãos públicos da administração direta dos os deferiram; bem como da vigência das
Estados, Distrito Federal e Municípios; c) a preferências e consolidações tarifárias de-
entrega até o quinto dia útil do mês de abril correntes de compromissos assumidos pelo
de 2007, das DCTF relativas ao 1º e 2º semes- Brasil, no âmbito de negociações tarifárias
tre de 2006, pelas pessoas jurídicas imunes e internacionais. Essas disposições entram

170
BDO TREVISAN

em vigor em 1º de janeiro de 2007. diatamente seguinte àquele em que a Con-


(Resolução Câmara de Comércio Exterior 43, de 22 venção entrar em vigor; b.2) no que concerne
de dezembro de 2006) aos outros impostos de que trata a Conven-
ção, no ano fiscal que comece no primeiro
Acordo para evitar a dupla tributação: dia de janeiro, inclusive, do ano calendário
Brasil e México imediatamente seguinte àquele em que a
Convenção entrar em vigor.
A Convenção entre os Governos da Repú- (Decreto 6.000, de 26 de dezembro de 2006)
blica Federativa do Brasil e dos Estados
Unidos Mexicanos Destinada a Evitar a Du- ICMS – Créditos sobre material de uso
pla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em e consumo
Relação aos Impostos sobre a Renda, cele-
brada na Cidade do México, em 25 de se- A Lei Complementar 122 alterou o arti-
tembro de 2003, apensa por cópia ao Decre- go 33 da Lei Complementar 87/96, que dis-
to 6.000 de 2006, será executada e cumprida põe sobre as operações relativas à circula-
tão inteiramente como nela se contém. São ção de mercadorias, e sobre prestações de
sujeitos à aprovação do Congresso Nacio- serviços de transporte interestadual e
nal quaisquer atos que possam resultar em intermunicipal, e de comunicação dos Es-
revisão da referida Convenção, assim como tados e Distrito Federal. De acordo com a
quaisquer ajustes complementares que, nos Lei Complementar, o prazo para apropria-
termos do artigo 49, inciso I, da Constitui- ção do crédito de ICMS referente a aquisi-
ção, acarretem encargos ou compromissos ção de mercadorias destinadas ao uso ou
gravosos ao patrimônio nacional. consumo do estabelecimento somente será
A Convenção produzirá efeitos: a) no possível a partir de 1º de janeiro de 2011. A
caso do México, a partir do primeiro dia do data anteriormente estabelecida era 1º de
mês de janeiro do ano calendário seguinte janeiro de 2007.
à data em que entre em vigor; b) no caso do (Lei Complementar 122,
Brasil: b.1) no que concerne aos impostos de 12 de dezembro de 2006).
retidos na fonte, às importâncias pagas ou
creditadas no ou depois do primeiro dia de Convênios de ICMS
janeiro, inclusive, do ano calendário ime-

171
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

O Secretário Executivo do Conselho Na- viços – Lançamento de Ofício.


cional de Política Fazendária - Confaz, de- II - 0434 - Cofins - Importação de Servi-
clarou ratificados os Convênios ICMS a se- ços – Lançamento de Ofício.
guir identificados, celebrados na 98ª reu- (Ato Declaratório Executivo Corat 85, de 21 de
nião extraordinária do Confaz: novembro de 2006)
Convênio ICMS 122/06 - Prorroga as dis-
posições do Convênio ICMS 115/06, que
autoriza o Estado do Paraná a parcelar cré- ICMS – SP: Ratificação de convênios
ditos tributários do ICMS em até 60 parce-
las na forma que especifica. Foram ratificados os Convênios ICMS
Convênio ICMS 123/06 - Dispõe sobre a 126 e 127/2006, que autorizam o Estado de
adesão do Estado de Pernambuco ao Con- São Paulo a prorrogar os prazos relativos ao
vênio ICMS 72/06, autorizando os Estados recolhimento de débitos correspondentes a
que menciona a não exigirem os créditos serviços de comunicação e à liquidação de
tributários relacionados com o ICMS inci- débitos com redução. O Decreto 51.362/2006
dente sobre as prestações de serviços de promoveu alterações no RICMS para: a) cor-
comunicação. rigir a redação do § 3º do artigo 44 do Anexo
Convênio ICMS 124/06 - Autoriza o Es- II, determinando que não se exigirá o estorno
tado de São Paulo a prorrogar o prazo fixa- proporcional do crédito do imposto relativo
do no Convênio ICMS 50/06, autorizando às prestações de serviços de call center; b) re-
os Estados que menciona a dispensar ju- vogar a partir de 1º de janeiro de 2007 o inciso
ros e multas relacionados com débitos fis- II do artigo 148, que prevê a emissão de Nota
cais do ICMS. Fiscal de Serviço de Transporte por transpor-
(Ato Declaratório Conselho Nacional de Política tador ferroviário de cargas, para englobar, em
Fazendária, Confaz 17 de 15 relação a cada tomador de serviço, as pres-
de dezembro de 2006) tações executadas no período de apuração
do imposto.
PIS/Pasep e Cofins: códigos de receita (Decreto do Estado de São Paulo 51.362, de 13
O Ato Declaratório Executivo – Corat 85/ de dezembro de 2006)
06, institui os seguintes códigos de receita:
I - 0449 - PIS/Pasep - Importação de Ser-

172
BDO TREVISAN

Cofins – construção civil xos devido à consideração da doutrina e


Com a alteração do inciso XX, do artigo jurisprudência como salário in natura.
10 da Lei 10.833/03, foi prorrogado o prazo (Medida Provisória 280,
para até 31 de dezembro de 2008 para as de 15 de fevereiro de 2006)
receitas decorrentes da execução por ad-
ministração, empreitada ou subempreitada Redução das alíquotas do RAT
de obras de construção civil permanecerem
sujeitas a legislação da Cofins, vigentes, A presente Resolução teve por intuito
anteriormente, a Lei 10.833/03. dar nova redação ao anexo Técnico
(Lei 11.434, de 28 de dezembro de 2006) Epidemiológico Previdenciário da Resolu-
ção 1.236/04, que dispõe sobre a
Obrigações trabalhistas e flexibilização das alíquotas de contribui-
encargos previdenciários ção destinadas ao financiamento do be-
nefício especial e daqueles concedidos em
Legislação razão do grau de incidência de incapaci-
dade laborativa decorrente dos riscos
Pagamento de Vale-Transporte em Di- ambientais do trabalho.
nheiro O objetivo do novo texto foi conferir es-
A Medida Provisória alterou a redação tímulo ao desenvolvimento econômico, via
da Lei 7.418/85, que institui o Vale Trans- redução de custos e fomento ao trabalho
porte, determinando que o mesmo tam- saudável e a necessidade de aperfeiçoa-
bém pode ser pago em pecúnia, desde que mento da metodologia de concessão do be-
haja participação do empregado e defini- nefício de redução da alíquota do RAT ao
ção do trajeto. Importa ao empregador a contribuinte que investir na segurança e
aquisição do Vale Transporte ou o paga- medicina do trabalho.
mento em pecúnia no montante necessá- Nos casos de alta incidência de doen-
rio ao deslocamento do empregado do ças relacionadas ao trabalho, poderá haver
percurso residência-trabalho e trabalho- um acréscimo na alíquota da contribuição
residência. destinada ao custeio dos Riscos Ambientais
Tal alteração eliminou as discussões do Trabalho, RAT, de até 100%. O emprega-
quanto à incidência de INSS/FGTS e refle- dor que se preocupa com a saúde de seus

173
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

funcionários também será recompensado, fende a aplicação da alíquota de acordo


pois o desconto poderá chegar a 50% nos com o grau de risco da atividade preponde-
casos de baixa incidência. rante exercida pela Empresa como um todo,
(Resolução 1.269, de 15 de fevereiro de 2006 – independente das atividades desenvolvi-
Conselho Nacional de Previdência Social) das por seus estabelecimentos, e os contri-
buintes, que defendem a aplicação das
Único grau risco para todos os esta- alíquotas de acordo com a atividade
belecimentos da Empresa para cálculo exercida por cada estabelecimento.
do RAT (Medida Provisória 316,
de 11 de agosto de 2006)
A MP 316/06, em meio a outras disposi-
ções, definiu que se aplicará um único grau Revisão de Benefícios que superam o
de risco para todos os estabelecimentos da teto constitucional
Empresa quando efetuarem o cálculo para
pagamento do Riscos Ambientais do Tra- A Instrução Normativa INSS 07/2006 tem
balho, RAT, antigo Seguro Acidente de Tra- por objetivo a revisão de todos os benefícios
balho, SAT. pagos pelo INSS a qualquer título e que es-
Referida contribuição, devida pelas tejam em manutenção com valores superio-
empresas, é destinada ao financiamento da res ao teto remuneratório constitucional, sem
aposentadoria especial e dos benefícios prejuízo à revisão dos demais, de forma que
concedidos em razão do grau de incidência nenhum benefício previdenciário tenha va-
de incapacidade laborativa. lores maiores do que estabelecido no artigo
Os graus de risco são classificados como 37, XI combinado com o artigo 248 da Cons-
leve, médio ou grave e implicam na aplica- tituição Federal de 1988, e artigo 8º da Emen-
ção das alíquotas de 1%, 2% ou 3%, respec- da Constitucional 41 de 2003.
tivamente, de acordo com a atividade pre- O limite remuneratório constitucional é
ponderante da Empresa, que por sua vez é auto-aplicável e incide sobre as prestações
definida de acordo com a atividade exercida previdenciárias, não admitindo invocação a
pela maioria de seus empregados. direito adquirido ou percepção de excesso a
A MP veio tentar colocar um ponto final qualquer título, conforme disposto no artigo
no impasse existente entre o INSS, que de- 17 dos Atos das Disposições Constitucionais

174
BDO TREVISAN

Transitórias da Constituição Federal/1988. empregador


O processamento dessa revisão deve O Decreto 5.699/06 teve por objetivo,
observar os valores do teto constitucional, acrescer o artigo 76-A ao Regulamento da
de acordo com o período correspondente, Previdência Social (Decreto 3.048/99), que
atribuídos à remuneração de Ministro do definiu a faculdade das empresas em pro-
Supremo Tribunal Federal, como segue: tocolar requerimento de auxílio doença a
seu empregado ou de contribuinte indivi-
A partir de 1º de janeiro de 2004 – dual, ou a seu serviço, na forma determina-
R $19.115,19; da pelo INSS, tendo, nesse caso, acesso às
A partir de 1º de janeiro de 2005 – decisões administrativas relativas ao fun-
R $21.500,00 e cionário.
A partir de 1º de janeiro de 2006 – O benefício, até então, deveria ser pro-
R $24.500,00. cessado de ofício pelo INSS, quando a Pre-
vidência tivesse ciência da incapacidade
Os beneficiários deverão ser notificados do trabalhador, ainda que este não tivesse
da redução, mediante Ofício de Defesa. Caso requerido o auxílio-doença.
não apresentem defesa, ou se apresentada, O Decreto ainda alterou disposições do
tenha sido julgada insatisfatória, será apli- Regulamento da Previdência Social, tais
cado o teto constitucional ao valor do bene- como: a) atualização de valores recebidos
fício, por meio da Atualização Especial de por beneficiários, de forma indevida, nos
Benefícios, AEB, devendo ser apuradas as casos de dolo, fraude ou má-fé,
diferenças devidas a contar de janeiro de comprovadamente; b) substituição de ins-
2004 e lançado o valor encontrado como con- tituição financeira pagadora do benefício
signação. As diferenças apuradas em con- por outra, mediante crédito em conta cor-
signação deverão ser restituídas. rente; c) autorização do titular do benefício
(Instrução Normativa 7, de 20 de junho de 2006, de aposentadoria para pagamento do be-
do Presidente do Instituto Nacional do Seguro nefício, mediante crédito em conta corren-
Social, INSS) te; d) da restrição da responsabilidade do
INSS quanto aos débitos contratados pelos
Requerimento de auxílio-doença pelo segurados, estabelecendo a sua responsa-

175
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

bilidade; e) notificação pela previdência Reajuste de Benefícios do INSS


social, para que o beneficiário apresente
defesa nos casos de indícios de irregulari- O reajuste dos benefícios mantidos pela
dade na concessão ou manutenção do be- Previdência Social, a partir de 1º de abril de
nefício, no caso de impossibilidade de no- 2006 foi de 5%. O último reajuste ocorreu há
tificação do beneficiário, o benefício será mais de cinco anos, em 24 de agosto de 2001,
suspenso até o comparecimento do com a Medida Provisória 2.187-13/01.
beneficiário; f) o funcionamento de unida- Os benefícios concedidos após 1º de
des descentralizadas do Conselho Nacio- maio de 2005 serão reajustados de acordo
nal de Previdência Social; g) a Instituição com os percentuais estabelecidos no Ane-
dos Conselhos de Previdência Social. xo I da Portaria, quais sejam:
(Decreto 5.699, de 6 de maio de 1999)

DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO REAJUSTE

até maio de 2005 5,00%


em junho de 2005 4,270%
em julho de 2005 4,385%
em agosto de 2005 4,354%
em setembro de 2005 4,354%
em outubro de 2005 4,198%
em novembro de 2005 3,597%
em dezembro de 2005 3,040%
em janeiro de 2006 2,630%
em fevereiro de 2006 2,241%
em março de 2006 2,007%

(Portaria 119, de 18 de março de 2006 – Ministro de Estado da Previdência Social)

176
BDO TREVISAN

MANAD – ARQUIVOS DIGITAIS E SUA b) Informações Contábeis


VALIDAÇÃO I – lançamentos contábeis.
II – demonstrações contábeis.
A Secretaria da Receita Previdenciária,
com o intuito de facilitar o envio de docu- c) Informações Patrimoniais
mentos e de arquivos digitais, aprova por I – controle de estoque e registro de
meio da Instrução Normativa SRP 12/06, o inventário.
Manual Normativo de Arquivos Digitais e o II – controle patrimonial.
Sistema de Validação e Autenticação de Ar- d) Informações dos Trabalhadores
quivos Digitais, e disponibilizou em endere- I – segurados empregados.
ço de Internet (www.mps.gov.br). II – contribuintes individuais e avulsos.
O Normativo relaciona empresas cons- (Instrução Normativa 12, de 20 de junho de
tantes do artigo 1º da Portaria MPS/SRP 58, 2006, do Secretário da Receita Previdenciária)
de 28 de janeiro de 2005, que deverão sub-
meter previamente os seus arquivos digitais INSS - Parcelamento Excepcional de
ao Sistema de Validação e Autenticação de Débitos - Novo Refis
Arquivos Digitais, SVA, antes de fornecê-lo
ao auditor fiscal requisitante. Isso serve para O objetivo da Instrução Normativa foi
que seja possível verificar se os arquivos estabelecer os procedimentos a serem apli-
estão em conformidade com o estabelecido cados para o pagamento, à vista, de débitos
no Manad, para que, se for o caso, corrija previdenciários e a formalização dos
todos os erros e eventuais divergências apon- parcelamentos instituídos pela Medida Pro-
tadas pelo referido sistema. visória 303, de 29 de junho de 2006.
Serão apresentadas em meio magnéti- Observadas as condições fixadas, as pes-
co as seguintes informações: soas jurídicas puderam parcelar, junto à Se-
cretaria da Receita Previdenciária, SRP, os
a) Informações Fiscais débitos devidos ao Instituto Nacional do
I – fornecedores e clientes. Seguro Social, INSS, com vencimento até 28
II – documentos fiscais. de fevereiro de 2003, em até 130 prestações
III – comércio exterior. mensais e consecutivas, desde que requeri-
IV – relação insumo/produto.

177
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

do até 15 de setembro de 2006. de Recolhimento do Fundo de Garantia por


Puderam ser parcelados, de acordo com Tempo de Serviço e Informações à Previ-
o artigo 4º dessa Instrução Normativa, os dência Social.
débitos oriundos de contribuições patro- (x) contribuições lançadas em Notifica-
nais, quais sejam: ção Fiscal de Lançamento de Débito, Noti-
ficação para Pagamento, Lançamento de
(i) contribuições devidas pela Empresa. Débito Confessado em GFIP e valores de
(ii) contribuições auferidas indireta- multas lançadas em Auto de Infração.
mente, inclusive as apuradas mediante Avi- (xi) valores não retidos por Empresas
so para Regularização de Obra, ARO, relati- contratantes de serviços mediante cessão
vas à obra de construção civil sob respon- de mão-de-obra ou empreitada.
sabilidade de pessoa jurídica. Os pedidos de parcelamento deveriam
(iii) contribuições apuradas com base ser formulados por pessoa jurídica e
em decisões proferidas em processos de re- protocolados na Unidade de Atendimento
clamações trabalhistas. da Receita Previdenciária.
(iv) contribuições não descontadas dos Esse pedido de parcelamento poderá ser
segurados empregados e trabalhadores indeferido em duas hipóteses: (i) deixar de
avulsos. atender quaisquer dos requisitos previstos
(v) contribuições descontadas dos na Instrução Normativa. (ii) deixar de reco-
segurados empregados e trabalhadores lher mensalmente as prestações mínimas.
avulsos, até a competência de junho de O parcelamento também poderá ser res-
1991, inclusive. cindido quando:
(vi) contribuições não descontadas dos
segurados contribuintes individuais a ser- (i) verificada a inadimplência do sujei-
viço da empresa. to passivo por dois meses consecutivos ou
(vii) contribuições incidentes sobre a alternados.
comercialização de produtos rurais, descon- (ii) constatada a existência de débitos
tadas do sujeito passivo; mantidos, pelo sujeito passivo, sob discus-
(viii) contribuições incidentes sobre a são administrativa ou judicial.
comercialização de produtos rurais. (iii) verificado o não recolhimento das
(ix) contribuições declaradas em Guia contribuições previdenciárias retidas ou

178
BDO TREVISAN

descontadas de terceiros no prazo de trinta disciplina os procedimentos a serem


dias da data de opção ou, havendo decisão adotados pela área de Benefícios.
judicial suspendendo a exigibilidade, da Dispõe sobre as diversas categorias de
data em que transitar em julgado a decisão segurados, determina quem são seus de-
que a reformar. ou pendentes, trata das prestações e benefíci-
(iv) verificada a existência de débitos os em geral, estabelece novas regras para
do sujeito passivo para com o Fundo de o rito processual dos recursos nas Juntas do
Garantia do Tempo de Serviço, FGTS, ins- Conselho de Recursos da Previdência Soci-
critos em Dívida Ativa da União. al e enumera os países com os quais o Bra-
sil mantém acordo de Previdência Social.
Os débitos ainda não constituídos so- (Instrução Normativa do Instituto Nacional do
mente poderiam participar do parce- Seguro Social/PR 11, de 20 de setembro de 2006)
lamento, de que trata essa Instrução
Normativa, se precedidos de Lançamento RELAÇÃO ANUAL DE INFORMAÇÕES
de Débito Confessado. SOCIAIS
É importante observar que o interessa-
do deveria declarar a inexistência de A Portaria 205 de 22 de dezembro de
impugnação, recurso ou embargo judicial 2006 aprovou as instruções para a decla-
que tenha por objeto a discussão de débi- ração da Relação Anual de Informações
tos incluídos neste parcelamento. Sociais, Rais, instituída pelo Decreto
Por fim, enquanto houver um parcela- 76.900, de 23 de dezembro de 1975, bem
mento, o contribuinte não poderá participar como o Manual de Orientação da RAIS, re-
de nenhum outro parcelamento. lativos ao ano-base 2006.
(Instrução Normativa 13, de 21 de julho de Estão obrigados a declarar a Rais:
2006, da Secretaria da Receita Previdenciária) a) empregadores urbanos e rurais, con-
forme definido no artigo 2º da Consolidação
Novas regras para os processos de das Leis do Trabalho, CLT, e no artigo 3º da
reconhecimento, manutenção e revisão Lei 5.889 de 1973, respectivamente.
de direitos dos beneficiários da Previ- b) filiais, agências, sucursais, represen-
dência Social tações ou quaisquer outras formas de enti-
A Instrução Normativa do INSS/PR 11 dades vinculadas à pessoa jurídica

179
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

domiciliada no exterior. incapacidade, pela perícia médica do INSS,


c) autônomos ou profissionais liberais que à dispensa de multa decorrente de falta de
tenham mantido empregados no ano-base. comunicação do acidente de trabalho à Pre-
d) órgãos e entidades da administração vidência, ao reajuste dos benefícios em
direta, autárquica e fundacional dos gover- manutenção.
nos federal, estadual, do Distrito Federal e Foram revogados:
municipal. a) o artigo 41 da Lei 8.213/1991.
e) conselhos profissionais, criados por b) os artigos 3º e 4º da Lei 8.444/1992.
lei, com atribuições de fiscalização do exer- c) o artigo 4º da Medida Provisória 2.187-
cício profissional, e as entidades para- 13/2001, no ponto em que determina nova
estatais. redação ao artigo 41 da Lei 8.213, de 24 de
f) condomínios e sociedades civis. julho de 1991.
g) cartórios extrajudiciais e consórcios d) a Lei 10.699/03 que trata sobre o sa-
de empresas. lário mínimo.
O estabelecimento inscrito no Cadastro (Lei 11.430, de 26 de dezembro de 2006)
Nacional de Pessoa Jurídica, CNPJ, que não
manteve empregados ou que permaneceu Guia de recolhimento rescisório do
inativo no ano-base está obrigado a entre- FGTS – versão 1.2
gar a Rais Negativa - preenchendo apenas
os dados a ela pertinentes. Essas disposi- Divulga o aplicativo GRRF, versão 1.2,
ções entram em vigor no dia de 10 de janei- desenvolvido pela Caixa, a fim de que os
ro de 2007. empregadores atendam à sistemática de
(Portaria Ministro de Estado do Trabalho e recolhimento rescisório do FGTS instituída
Emprego 205, de 21 de dezembro de 2006) pela Lei 9.491/97, e ainda, ao recolhimento
da Contribuição Social, instituída pela Lei
Alterações sobre planos de benefícios Complementar 110/2001, quando devida,
possibilitando a geração da Guia de Reco-
Foram alteradas as disposições que tra- lhimento Rescisório do FGTS, GRRF.
tam sobre os Planos de Benefícios da Previ- Para maiores informações, quanto a
dência Social (Lei 8213/91), relativamente operacionalização e preenchimento dos da-
à caracterização da natureza acidentária da dos de acordo com a legislação estão dis-

180
BDO TREVISAN

postos no site da Caixa (www.caixa.gov.br), de contestação, e da interposição de re-


manuais que poderão ser visualizados após cursos e autoriza a desistência dos já in-
a instalação do aplicativo na área de terpostos, desde que inexista outro funda-
dowload/FGTs/GRRF. Para instalação do mento relevante, nas ações judiciais que
aplicativo a Empresa deve estar certificada visem obter a declaração de inconsti-
para uso da Conectividade Social. tucionalidade da exigência no exercício
(Circular Diretor da Caixa Econômica Federal, CEF financeiro de 2001 das contribuições soci-
394, de 29 de novembro de 2006) ais instituídas pelos artigos 1º e 2º da Lei
Complementar 110/01.
Incentivos para liquidação de dívidas (Ato Declaratório Procurador - Geral da Fazenda
do FGTS Nacional, PGFN 1, de 16 de novembro de 2006)

Foram estabelecidas condições de in- Aposentadoria espontânea e afasta-


centivo para a liquidação, renegociação de mento do empregado
dívidas e regularização de atrasos para os
créditos de pessoas físicas de titularidade Foi alterada a Ementa 2 da Portaria 1,
do FGTS. Tais créditos podem encontrar- de 25 de maio de 2006, que aprovou Emen-
se ativos e contar ou não com a cobertura tas Normativas da Secretaria de Relações
do Fundo de Compensação de Variações do Trabalho. Tal Ementa trata da assistên-
Salariais, FCVS. Podem, ainda, ser inati- cia do respectivo Sindicato ou perante a
vos com dívidas, propiciando a melhora do autoridade do Ministério do Trabalho, no
fluxo de retorno. caso de aposentadoria espontânea acom-
(Resolução Conselho Curador do Fundo de panhada do afastamento do empregado.
Garantia do Tempo de Serviço 517, de 7 de Também foram revogadas as Ementas 15
novembro de 2006) e 30 que tratam sobre a multa de 40% do
FGTS na rescisão de contrato de trabalho
Apresentação de contestação, inter- de empregado que continuou na Empresa
posição e desistência de recursos – con- após a aposentadoria espontânea; partici-
siderações pação de sindicatos nas negociações co-
Trata-se da dispensa da apresentação letivas de trabalho.

181
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

(Portaria Secretário de Relações do Trabalho – vou as alterações no Manual da GFIP/Sefip


SRT 3, de 9 de novembro de 2006) para usuários do Sefip 8. A GFIP será preen-
chida utilizando o Sistema Empresa de Reco-
Extinção de débito, restituição e res- lhimento do FGTS e Informações à Previdên-
sarcimento na previdência social cia Social, Sefip, versão 8.3, também aprova-
do pela referida Instrução Normativa. O Ma-
Foi alterada a Instrução Normativa 629 nual da GFIP/Sefip e o programa Sefip estão
de 10 de março de 2006 nos procedimentos disponíveis nos endereços eletrônicos
necessários à extinção de ofício de débito www.previdencia.gov.br e www.caixa.gov.br. O
relativo às seguintes contribuições sociais: Sefip versão 8.3 destina-se, inclusive, à retifi-
a) das empresas, incidentes sobre a re- cação de GFIP relativa às competências a
muneração paga ou creditada aos segura- partir de janeiro de 1999.
dos a seu serviço. (Instrução Normativa Secretário da Receita
b) dos empregadores domésticos. Previdenciária, SRP 19,
c) dos trabalhadores, incidentes sobre o de 26 de dezembro de 2006)
seu salário-de-contribuição (alíneas “a”, “b”
e “c” do parágrafo único do artigo 11 da Lei Divulgação da versão atualizada do
8.212, de 24 de julho de 1991). manual do Sefip
d) contribuições instituídas a título de
substituição e em relação à Dívida Ativa do Foi divulgada a versão atualizada do
Instituto Nacional do Seguro Social. Manual do Sefip que contém informações
(Instrução Normativa Conjunta Secretários da sobre o que deve ser informado pelo em-
Receita Federal e da Receita Previdenciária, SRF/ pregador/contribuinte no aplicativo, versão
SRP 686, de 20 de outubro de 2006) 8.3, de acordo com a legislação e os pa-
drões estabelecidos pela Caixa e pela Pre-
vidência Social. O referido Manual está dis-
Manual da GFIP/Sefip para usuários ponível no site da Caixa (www.caixa.gov.br)
do Sefip 8 e da Previdência (www.previdencia.gov.br).
(Circular Diretor da Caixa Econômica Federal,
O Anexo da Instrução Normativa 19 apro- CEF 395, de 27 dezembro de 2006)

182
BDO TREVISAN

Levantamento por arbitramento, con- especificadas.


traditório e ampla defesa d) ao pedido de demissão do emprega-
do estável ou amparado por garantia provi-
A Resolução 6 do Conselho de Recursos sória de emprego.
da Previdência Social edita o enunciado 29: e) à hipótese de o empregado ser ado-
“nos casos de levantamento por lescente ou não alfabetizado.
arbitramento, a existência do fundamento f) ao prazo para pagamento das parce-
legal que ampara tal procedimento, seja no las devidas na rescisão contratual.
relatório Fundamentos Legais do Débito, g) aos documentos necessários.
FLD ou no Relatório Fiscal, Refisc, garante o h) aos impedimentos à rescisão.
pleno exercício do contraditório e da ampla i) à vedação da homologação de resci-
defesa, não gerando a nulidade do lança- são contratual sem pagamento de verbas
mento”. rescisórias devidas, que vise, tão-somente,
(Resolução Conselho de Recursos de Previdência ao saque de FGTS e a habilitação ao Segu-
Social 6, de 13 de dezembro de 2006) ro-Desemprego.
j) ao pagamento das verbas salariais e
Alterações rescisão contratual indenizatórias constantes do TRCT.
k) aos procedimentos no caso de insufi-
A Instrução Normativa 4 altera as dispo- ciência documental, incorreção ou omissão
sições da Instrução Normativa 3, de 21 de de parcela devida. Por fim, foi revogada a
junho de 2002, que trata sobre procedimen- disposição que previa a obrigatoriedade de
tos para assistência ao empregado na resci- homologação da rescisão, quando eram
são de contrato de trabalho, no âmbito do apresentados todos os documentos referi-
Ministério do Trabalho e Emprego. As alte- dos, e quando havia a concordância do em-
rações referem-se: pregado.
a) a casos em que não é devida a assis- (Instrução Normativa Secretário de Relações do
tência. Trabalho, SRT 4, de 8 de dezembro de 2006)
b) à assistência no caso de morte do
empregado. Proteção individual
c) à competência no caso de falta das
entidades sindicais ou autoridades A Portaria 191 de 4 de dezembro de 2006

183
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

inclui o subitem E.2 no anexo I na Norma FNDE. Contribuintes do salário-educação


Regulamentadora 6 que trata sobre Equi- são as empresas em geral e as entidades
pamento de Proteção Individual, EPI. O item públicas e privadas vinculadas ao Regime
incluído corresponde ao colete à prova de Geral da Previdência Social, entendendo-
balas de uso permitido para vigilantes que se como tais, para fins desta incidência,
trabalhem portando arma de fogo, para pro- qualquer firma individual ou sociedade que
teção do tronco contra riscos de origem tenha o risco de atividade econômica, ur-
mecânica. bana ou rural, com fins lucrativos ou não,
Com relação às obrigações de aquisição, como a Sociedade de economia mista, a
fornecimento e uso do equipamento de pro- Empresa pública e demais sociedades ins-
teção individual definido acima, nos postos tituídas e mantidas pelo Poder Público, nos
de trabalho serão exigidas na proporção de termos do artigo 173, § 2º, da Constituição.
10% a cada semestre, totalizando cinco anos (Decreto 6.003, de 28 de dezembro de 2006)
contados da publicação desta portaria.
(Portaria Secretaria de Inspeção do Trabalho/ Imposto sobre a Renda de Pessoa
Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho Jurídica, IRPJ
191, de 4 de dezembro de 2006)
A pessoa jurídica, sujeita aos controles
Arrecadação, fiscalização e cobrança de preços de transferência, que importa bens
do salário-educação de empresas vinculadas e procede, previa-
mente à sua comercialização no País, à
O salário-educação, que se refere à con- aposição da marca, bem assim ao acondici-
tribuição social, obedecerá aos mesmos onamento e rotulagem, voltados ao atendi-
prazos, condições, sanções e privilégios re- mento de determinações legais brasileiras,
lativos às contribuições sociais e outras im- deve, caso opte por calcular o preço
portâncias devidas à Seguridade Social, parâmetro, com base no método Preço de
sendo aplicado, no que for cabível, as devi- Revenda menos Lucro, PRL, utilizar a
das disposições legais e atos normativos metodologia atinente à margem de 60%,
referentes às contribuições previdenciárias, uma vez que as atividades por ela empreen-
ressalvada a competência do Fundo Nacio- didas representam agregação de valor aos
nal de Desenvolvimento da Educação, bens.

184
BDO TREVISAN

(Solução de Consulta Cosit 5, STF, ao julgar o RE 150755/PE (DJU de 26 de


de 1º de setembro de 2006) novembro de 1992), ressalvara as institui-
ções financeiras e as sociedades segurado-
Omissão de Receita - IRPJ ras. Entendeu-se que a agravante não seria
Acórdão: REsp 646927 sociedade seguradora, mas sim corretora de
Relator: Ministro Castro Meira seguros, ou seja, sociedade civil constituída
Data: 4 de abril de 2006 pela reunião de pessoas físicas habilitadas
O Decreto-Lei 2.065/83 não revogou o como corretoras de seguro na forma da le-
artigo 400, § 6º, do RIR/90. gislação. Salientou-se, ainda, que, no julga-
Esse egrégio sodalício, na linha do que mento do RE 150764/PE (DJU de 2 de abril
já vinha sendo decidido pelo extinto Tribu- de 1993), proclamara-se a inconstitucio-
nal Federal de Recursos, firmou que, “haven- nalidade do artigo 9º da Lei 7.689/88, bem
do omissão de receita, para efeito de impos- como das normas que lhe acresceram a
to de renda, será considerado lucro líquido o alíquota (Lei 7.787/89, artigo 7º; Lei 7.894/
correspondente a 50% dos valores omitidos”. 89, artigo 1º e Lei 8.147/90, artigo 1º), e que,
posteriormente, no RE 187436/RS (DJU de
Finsocial e Corretora de Seguros 31 de outubro de 1997), declarara-se a
Acórdão: RE 475370 ED/RJ constitucionalidade das aludidas normas, no
Relator: Ministro Gilmar Mendes tocante às empresas, exclusivamente
Data: 23 de maio de 2006 prestadoras de serviços. Embargos de De-
claração recebidos como agravo regimental,
A Turma manteve decisão monocrática a que se negou provimento.
do Ministro Gilmar Mendes, relator, que, ten-
do em conta tratar-se de empresa exclusiva- Imposto de Renda sobre gratificação
mente prestadora de serviços, aplicara ori- especial de empregado
entação firmada pelo Supremo, para ser cons- Acórdão: EAG 586.583-RJ
titucional o aumento das alíquotas do Relator: Ministro José Delgado
Finsocial devido por essas empresas. Ale- Data: 24 de maio de 2006
gava-se, na espécie, que a agravante estaria
excluída do recolhimento do mencionado tri- A verba relativa a férias proporcionais
buto, com alíquota majorada, porquanto o não se sujeita à cobrança do Imposto de

185
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Renda, pois está abrangida na regra de isen- go 39, XX, do Regulamento do Imposto de
ção referente à indenização paga por des- Renda, aprovado pelo Decreto 3000/99.
pedida ou rescisão de contrato de trabalho, A conversão em pecúnia das férias de-
prevista no artigo 6°, V, da Lei 7713/88 e vidas tem natureza indenizatória, portan-
repetida no artigo 39, XX, do Regulamento to, não é passível de incidência do Impos-
do Imposto de Renda, aprovado pelo De- to de Renda.
creto 3000/99.
A conversão em pecúnia das férias devi- Refis. Prazos: janeiro e março de
das tem natureza indenizatória, portanto não é 2000. LEI 9.430/96.
passível de incidência do Imposto de Renda.
Acórdão: REsp 799.132-SC
Refis. Prazos: janeiro e março de 2000. Relator: Ministro Castro Meira
LEI 9.430/96. Data: 1º de junho de 2006

Acórdão: REsp 799.132-SC A Turma proveu o recurso por enten-


Relator: Ministro Castro Meira der cabível a inclusão no programa de
Data: 1º de junho de 2006 parcelamento dos débitos de contribuin-
te optante pelo Refis com prazo para
Imposto de Renda sobre gratificação pagamento até 31 de março de 2000
especial de empregado (artigo 6, § 1º, I, da Lei 9.430/96), tendo
em vista que, embora a data de paga-
Acórdão: EAG 586.583-RJ mento extrapole o prazo para a inclusão
Relator: Ministro José Delgado (29 de fevereiro de 2000), refere-se a
Data: 24 de maio de 2006 débito vencido em 31 de janeiro de
2000, com a cobrança de juros de mora
A verba relativa a férias proporcionais não a contar de 1º de fevereiro seguinte,
se sujeita à cobrança do Imposto de Renda, porquanto há que se distinguir entre
pois está abrangida na regra de isenção refe- data de vencimento e data de pagamen-
rente à indenização paga por despedida ou to. Também, não há como se afastar o
rescisão de contrato de trabalho, prevista no vencimento do imposto da data imedia-
artigo 6°, V, da Lei 7713/88 e repetida no arti- tamente anterior ao termo inicial para a

186
BDO TREVISAN

contagem dos juros de mora. A legisla- relação às contribuições vertidas à entida-


ção do Refis estabelece que apenas os de de previdência privada, no período com-
débitos vencidos até 29 de fevereiro de preendido entre janeiro de1989 e dezem-
2000 poderiam ser inscritos para bro de1995.
parcelamento no referido programa de
recuperação fiscal, o que abrangeria as Competência do STF para julgar con-
hipóteses do supracitado artigo. flito entre Lei Complementar e Lei Ordi-
nária
Isenção de Imposto de Renda de Pes-
soa Física, IRPF, na Aposentadoria Com- Acórdão: AgRg no REsp. 752.345 – RS
plementar Relator: Ministro Francisco Falcão
Data: 15 de agosto de 2006
Acórdão: REsp 702.008 - MG.
Relator: Ministro Humberto Martins O Superior Tribunal de Justiça pacificou
Data: 23 de agosto de 2006. entendimento no sentido da inapli-
cabilidade do artigo 56 da Lei 9.430/96, di-
A Lei 7.713/88 concedia isenção em re- ante do conflito de hierarquia normativa
lação aos resgates e recebimentos da com o artigo 6º, II, da Lei Complementar
complementação de aposentadoria pelas 70/91 que declarou isentas de Cofins as
entidades de previdência privada, uma vez sociedades civis de que trata o artigo 1º do
que já tributados no momento do recolhi- Decreto-Lei 2.397, de 21 de dezembro de
mento da contribuição pelo beneficiário. 1987.
Contudo, com a edição da Lei 9.250/95 Não obstante, o Supremo Tribunal Fe-
modificou-se essa sistemática para fazer deral, em vários pronunciamentos, tem de-
incidir imposto de renda sobre a clarado, acerca do tema, que o conflito en-
complementação de aposentadoria, a par- tre lei complementar e lei ordinária não é
tir de janeiro de 1996, no momento do rece- resolvido pelo princípio da hierarquia, mas
bimento do benefício. sim, em função da reserva de competência,
Inexiste, na espécie, qualquer óbice ao concluindo que a Cofins poderia ser disci-
reconhecimento da isenção do imposto de plinada por lei ordinária (RE 451.988-AgR,
renda para os beneficiários da entidade em

187
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Relator e Ministro Sepúlveda Pertence, DJ sobre Contribuição mensal de associado


de 17 de março de 2006 e ADC 1, Relator e
Ministro Moreira Alves, RTJ 156/721). Acórdão: REsp 421.187 – RN
Tal matéria mereceu enfrentamento pela Relator: Ministro João Otávio de Noronha
Primeira Seção, no julgamento do AgRg no Data: 15 de agosto de 2006.
REsp 728.754/SP, de relatoria da Ministra
Eliana Calmon. Naquela oportunidade res- Considerando que, na vigência da Lei
tou, definido, que este Sodalício não conhe- 7.713/88, o Imposto de Renda era recolhido
ceria dos recursos quando o acórdão recorri- na fonte e incidia sobre os rendimentos bru-
do tivesse centrado fundamentação na tese tos do empregado (incluindo a parcela de
da revogação da lei complementar por lei contribuição à previdência privada), não se
ordinária, uma vez que se estaria usurpando afigura viável, sob pena de ofensa ao postu-
a competência do STF. Precedentes: AgRg lado do non bis in idem, haver novo recolhi-
no REsp 668.821/RS, Relatora e Ministra mento de Imposto de Renda sobre os valo-
Eliana Calmon, DJ de 29 de junho de 2006 e res nominais das complementações dos
REsp 833.974/BA, Relator e Ministro Teori proventos de aposentadoria do beneficiário
Albino Zavascki, DJ de 30 de junho de 2006. da previdência privada.
O acórdão recorrido, ao decidir a ques- É ilegal a incidência de Imposto de Ren-
tão, louvou-se em decisões do STF para de- da sobre a devolução da parcela da contri-
cidir pela constitucionalidade do artigo 56 buição mensal que coube ao associado. Pre-
da Lei 9.430/1996, para revogar isenção cedente: REsp 449.845/RS, relatora Ministra
conferida em lei complementar. Assim, apre- Eliana Calmon, DJ de 15 de março de 2004.
sentada a questão como uma daquelas situ- Na vigência da Lei 9.250/1995, como o
ações definidas pelo Supremo Tribunal Fe- participante passou a deduzir da base de
deral como de sua competência, tem-se como cálculo – consistente nos seus rendimentos
inviabilizada a apreciação da matéria por brutos – as contribuições recolhidas à previ-
este Superior Tribunal de Justiça, sob pena dência privada, deixou de haver incidência
de usurpação da competência do excelso na fonte.
Pretório.
ISS. Não-incidência. Instituições
Não incidência de Imposto de Renda Financeiras

188
BDO TREVISAN

RE 361.829/RJ - STF gente à época do ajuizamento da ação (Leis


Relator: Ministro Carlos Velloso 8.383/91 e 9.430/96), não sendo possível a
Data: 13 de dezembro de 2005 aplicação de legislação superveniente, res-
salvando-se o direito da parte autora de pro-
O Supremo Tribunal Federal, STF, afas- ceder à compensação dos créditos pela via
tou a aplicabilidade da Lei Municipal 2.277/ administrativa, em conformidade com as
94, que regulamenta a cobrança do ISS no normas posteriores, desde que atendidos
Município do Rio de Janeiro, para o proces- os requisitos próprios.
so em questão, por entender que o imposto Precedentes citados: EREsp 434.143-BA,
sobre serviços não deve incidir sobre servi- e EREsp 488.992-MG, DJ de 7 de junho de
ços praticados (itens 44, 46 e 48) por insti- 2004.
tuições financeiras autorizadas a funcionar
pelo Banco Central. IPI. Creditamento. Energia Elétrica.
Precedentes citados: RE 236604/PR (DJU
de 6 de agosto de 1999) e RE 116121/SP Acórdão: REsp 710.997/RS - STJ
(DJU de 29 de maio de 2001). Relator: Ministro Castro Meira
. Data: 6 de abril de 2006
PIS. Compensação
A energia elétrica não pode ser con-
REsp 695.301/MG - SJT siderada insumo, para fins de aproveita-
Relator originário: Ministro José Delgado mento de crédito gerado pela sua aqui-
Relator para acórdão: Ministro Castro sição, a ser descontado do valor apurado
Meira na operação de saída do produto indus-
Data: 8 de fevereiro de 2006 trializado.

Cuida-se de acórdão que admitiu a com- Precedentes: REsp 482.435-RS, Rel. Min.
pensação do PIS tão-somente com parce- Eliana Calmon, DJ de 4 de agosto de 2003;
las vencidas ou vincendas dessa contribui- RESP 518.656-RS, Relatora e Ministra
ção social, uma vez que, no entendimento Eliana Calmon, DJ de 31 de maio de 2004;
do relator do acórdão, deve ser observada, AgRg no AG 623105-RJ, Relator e Ministro
para fins de compensação, a legislação vi- Castro Meira, DJ de 21 de março de 2005;

189
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

REsp 638745/SC, Rel. Min. Luix Fux, DJ 26 Acórdão: REsp 422.168/AM - STJ
de setembro de 2005. Relator: Ministro João Otávio de Noronha
Data: 1º de junho de 2006
IPI. Crédito-Prêmio
No mencionado julgamento prevaleceu
Precedentes: REsp 752.550/RS, 1ª T., o entendimento de que as empresas de cons-
Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 19 de se- trução civil não estão sujeitas ao diferenci-
tembro de 2005; EDcl no REsp 225.359/DF, al de alíquotas do ICMS ao adquirir merca-
2ª T., Min. Castro Meira, DJ de 3 de outubro dorias em operações interestaduais com o
de 2005; REsp 661.300/RS, 2ª T., Min. Eliana escopo de empregar nas próprias obras que
Calmon, DJ de 20 de fevereiro de 2006. Re- executam.
curso especial ao qual se nega provimento.
Precedentes citados: EREsp 149.946-
PIS na inexistência de empregados MS, DJ de 20 de março de 2000; REsp
Acórdão: REsp 493.001/RS - STJ 613.213-DF, DJ de 30 de maio de 2005; REsp
Relator: Ministro João Otávio de Noronha 557.040-MT, DJ de 28 de março de 2005;
Data: 23 de maio de 2006 REsp 438.942-BA, DJ de 9 de agosto de 2004,
e REsp 595.773-MT, DJ de 5 de abril de 2004.
A contribuição para o PIS tem como fun-
damento para sua Instituição a admissão Não incidência do INSS sobre o terço
de empregados pela Empresa. Inexistindo, constitucional de férias
ocasionalmente, empregados, não é devi-
da a exação em debate. Acórdão: REsp 786.988-DF
Relator: Ministro Castro Meira
Precedentes citados: EDcl no AgRg no Data: 28 de março de 2006
CC 26.808-RJ, DJ de 10 de junho de 2002, e
REsp 639.105-RS, DJ de 6 de março de 2006. Uma vez que, a partir da Lei 9.527/97, os
valores pagos a título de função
ICMS. Operações interestaduais. Di- comissionada não se incorporam aos
ferencial. Alíquotas. Empresa. Construção proventos da aposentadoria, não devem
Civil. incidir contribuições previdenciárias sobre

190
BDO TREVISAN

eles. Também não incidem as referidas con- Acórdão: REsp. 600.215-0 – RJ


tribuições sobre valores percebidos a título Relator: Ministro Teori Albino Zavascki
do terço de férias, conforme artigo 7º, XVII, Data: 9 de maio de 2006
da CF/1988.
A remuneração percebida pelo corretor
Auxílio-alimentação em pecúnia – in- pela venda do seguro configura a prestação
clusão na base de Cálculo do INSS de serviço autônomo, fato gerador da hipó-
tese de incidência prevista no artigo 1º da
Acórdão: AgRg Ag 730362 – PR Lei Complementar 84/96.
Relatora: Ministra Denise Arruda A referida legislação complementar, ao
Data: 5 de outubro de 2006 prever que INSS é devido pelas empre-
sas pelos serviços prestados por pessoas fí-
O Superior Tribunal de Justiça assentou sicas, sem vínculo empregatício, não impôs,
o entendimento de que o pagamento in como requisito para hipótese de incidência
natura do auxílio-alimentação, ou seja, quan- da exação, que houvesse vínculo contratual
do a própria alimentação é fornecida pela entre as partes. No caso da corretagem de
Empresa, não tem natureza salarial e, como seguros, ainda que o corretor não esteja vin-
tal, não integra a base de cálculo da contri- culado à seguradora, a sua função é a de
buição previdenciária. Pela mesma razão, intermediar o segurado e a seguradora, con-
não integra a base de cálculo das contribui- tribuindo para a obtenção do resultado eco-
ções para o FGTS, igualmente assentado no nômico pretendido pela Empresa, a qual, em
conceito de “remuneração”, esteja o empre- contraprestação ao serviço que lhe foi efeti-
gador inscrito ou não no Programa de Ali- vamente prestado, remunera o corretor me-
mentação do Trabalhador, PAT. diante o pagamento de uma comissão, arbi-
No entanto, o auxílio alimentação pago trada com base em percentagem do contra-
em espécie e com habitualidade integra o to celebrado. Assim, não há como deixar de
salário e como tal sofre a incidência do INSS. reconhecer que as seguradoras utilizam a
intermediação do corretor para a consecu-
Incidência de INSS sobre comissão de ção de seus objetivos sociais, situação que
corretores de seguros não se desfigura em razão da vedação do
artigos 17, b, da Lei 4.594/1964 e 125, b, do

191
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Decreto-Lei 73/66. ça de contribuição previdenciária de notá-


Menor sob guarda – considerado de- rio, registrador ou escrivão em carteira de
pendente para cálculo do INSS previdência complementar, portanto priva-
da, é obrigatória ou meramente facultativa.
Acórdão: REsp. 642.915 – RS A faculdade do usuário de aderir à previdên-
Relatora: Ministra Laurita Vaz cia privada emana do próprio texto constitu-
Data: 22 de agosto de 2006 cional, no artigo 202, o qual foi reproduzido
pelo artigo 1º da Lei Complementar 109/01.
A Lei 9.528/1997, dando nova redação Ninguém pode ser compelido a permanecer
ao artigo 16 da Lei de Benefícios da Previ- filiado a um regime de previdência privada
dência Social, suprimiu o menor sob guar- que a própria CF/1988 estabelece facultati-
da do rol de dependentes do segurado. En- vo. Há que se ter em consideração, nesse
tretanto, o STJ entendeu que a questão refe- particular, que o direito de livre associação é
rente ao menor sob guarda deve ser anali- cláusula pétrea da CF/1988, o que não auto-
sada segundo as regras da legislação de riza a edição de qualquer lei, seja estadual
proteção ao menor: a Constituição Federal seja federal, que imponha a filiação a qual-
– dever do poder público e da sociedade na quer entidade associativa sob pena de que-
proteção da criança e do adolescente (arti- bra de princípio erigido constitucionalmen-
go 227, caput, e § 3º, inciso II) – e o Estatuto te como intocável.
da Criança e do Adolescente – “é conferido ao A Ministra e Relatora considerou ainda
menor sob guarda a condição de dependente para ser indiscutível que o filiado que se desliga
todos os efeitos, inclusive previdenciários” (artigo 33, do regime de previdência privada comple-
§ 3º, Lei 8.069/1990). mentar terá direito ao resgate das parcelas
recolhidas (Súmula 289 do STJ). Pode o
Cobrança Facultativa da Contribuição filiado defender-se para não ser forçado a
Previdenciária Complementar. permanecer nessa condição ad aeternum,
tampouco obrigado a recolher compulsori-
Acórdão: REsp. 615.088 - RS amente as contribuições à carteira
Relatora: Ministra Nancy Andrighi
Data: 15 de agosto de 2006 Aposentadoria espontânea - arbitrari-
A matéria consiste em saber se a cobran- edade da rescisão contratual

192
BDO TREVISAN

ro gerido por este.


Acórdão: ADI 1721 – DF Aposentadoria espontânea - readmissão
Relator: Ministro Carlos Britto de empregados de empresas públicas
Data: 11 de outubro de 2006
Acórdão: ADI 1770 – DF
O Supremo Tribunal Federal julgou pro- Relator: Ministro Joaquim Barbosa
cedente o pedido formulado em ação dire- Data: 11 de outubro de 2006
ta ajuizada pelo Partido dos Trabalhadores,
PT, pelo Partido Democrático Trabalhista, O Supremo Tribunal Federal julgou pro-
PDT, e pelo Partido Comunista do Brasil, PC cedente pedido formulado em ação direta
do B, para declarar a inconstitucionalidade ajuizada pelo Partido Democrático Traba-
do § 2º do artigo 453 da CLT — adicionado lhista, PDT, e pelo Partido Comunista do Bra-
pelo artigo 3º da Medida Provisória 1.596- sil, PC do B, para declarar a inconsti-
14/97, convertida na Lei 9.528/97 —, que tucionalidade do § 1º do artigo 453 da Con-
estabelece que o ato de concessão de be- solidação das Leis do Trabalho, CLT, que
nefício de aposentadoria a empregado que estabelece que, na aposentadoria espontâ-
não tiver completado trinta e cinco anos de nea de empregados das empresas públicas
serviço, se homem, ou trinta, se mulher, e sociedades de economia mista, é permi-
importa em extinção do vínculo tida sua readmissão, desde que atendidos
empregatício. Entendeu-se que a norma aos requisitos constantes do artigo 37, XVI,
impugnada é inconstitucional por instituir da CF, e condicionada à prestação de con-
modalidade de despedida arbitrária ou sem curso público. Na linha do que decidido no
justa causa, sem indenização (CF, artigo 7º, julgamento da cautelar, entendeu-se que o
I), desconsiderando a própria eventual von- dispositivo impugnado é inconstitucional,
tade do empregador de permanecer com seu sob o ponto de vista de qualquer das duas
empregado, bem como o fato de que o di- posições adotadas acerca do alcance da
reito à aposentadoria previdenciária, uma vedação de acumulação de proventos e de
vez objetivamente constituído, se dá na re- vencimentos: em relação ao qual sustenta
lação jurídica entre o segurado do Sistema que a referida vedação abrange, também,
Geral de Previdência e o INSS, portanto, às os empregados aposentados de empresas
expensas de um sistema atuarial-financei-

193
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

públicas e sociedades de economia mista, de auxílio-doença, é a data da juntada do


por permitir, sem restrição, a readmissão laudo pericial em juízo.
destes por concurso público, com a acumu-
lação de remuneração de aposentadoria e Competência da Justiça do Trabalho –
salários em qualquer caso; e quanto a que processos em andamento
exclui esses empregados dessa vedação,
por pressupor a extinção do vínculo Acórdão: CC 56.593 - SP
empregatício como conseqüência da apo- Relatora: Ministra Eliana Calmon
sentadoria espontânea, ensejando, dessa Data: 27 de setembro de 2006
forma, a despedida arbitrária ou sem justa Trata-se de conflito de competência em
causa, sem indenização. que se discute qual o juízo competente para
processar e julgar execução fiscal do FGTS
Auxílio-acidente – concessão após a promulgação da EC 45/04. A Minis-
incondicionada à irreversibilidade de tra e Relatora destacou que à Companha a
moléstia nova posição do STF (CC 7.204-MG, DJ 9/
12/2005) e da Segunda Seção do Superior
Acórdão: Ag Rg no REsp. 799.749-0/SP Tribunal de Justiça no sentido de que a al-
Relatora: Ministra Laurita Vaz teração superveniente de competência, ain-
Data: 21 de março de 2006 da que ditada por norma constitucional, não
afeta a validade da sentença proferida an-
O Superior Tribunal de Justiça entendeu teriormente à citada norma.
que a irreversibilidade da moléstia não Sendo assim, somente os feitos penden-
constitui requisito legal para a concessão tes de julgamento de mérito na data da en-
de auxílio-acidente. Assim, comprovada a trada em vigor da referida MP hão de ser
existência do nexo causal e da redução da remetidos para a Justiça do Trabalho no
capacidade laborativa do segurado, há de Estado em que se encontram, com total
ser concedido o aludido benefício. O termo aproveitamento dos atos já praticados.
inicial do benefício de auxílio-acidente,
quando inexistente nos autos requerimen- Competência da Justiça do Trabalho –
to em âmbito administrativo ou concessão Comodato em Relação Trabalhista

194
BDO TREVISAN

Acórdão: CC 57.524 - PR Omissão de receita – pagamento não


Relator: Ministro Carlos Alberto Menezes contabilizado
Direito
Data: 27 de setembro de 2006 Acórdão: 108-08.514
Compete à Justiça do Trabalho apreciar Órgão: Primeiro conselho de contribuin-
e julgar a controvérsia sobre a reintegra- tes / 8ª câmara
ção do empregador na posse de imóvel Relator: Margil Mourão Gil Nunes
dado em comodato ao empregado para sua Data: 20 de outubro de 2006
moradia durante o contrato de trabalho. Isso
se deve às alterações promovidas pela EC Verificado erro material no lançamento
45/04 no artigo 114, VI, da CF/1988. da escrita da contribuinte há que se consi-
derar contabilizado o pagamento efetuado
Recolhimento antecipado de IR e CSLL e afastada a hipótese de omissão de recei-
e inaplicabilidade da taxa Selic ta quanto ao item. Por outro lado, não com-
provado o efetivo lançamento, há que se
Acórdão: REsp n. 529.570 / SC abater os valores não contabilizados como
Relator: Ministro João Otávio de Noronha custos anulando-se o resultado quanto à tri-
Data: 26 de outubro de 2006 butação do IRPJ e CSLL, mantidas, no en-
tanto, a tributação do PIS e da Cofins.
De acordo com o entendimento do Supe-
rior Tribunal de Justiça, o regime de anteci- IRPJ – Decadência – ausência de reco-
pação mensal é opção do contribuinte, que lhimento – lançamento por homologação
pode apurar o lucro real, base de cálculo do
IRPJ e da CSSL, por estimativa, e antecipar o Acórdão: 108-08.536
pagamento dos tributos, segundo a faculda- Órgão: Primeiro conselho de contribuin-
de prevista no artigo 2° da Lei 9430/96. tes / 8ª câmara
A antecipação do pagamento dos tribu- Relator: José Henrique Longo
tos não configura pagamento indevido à Data: 21 de outubro de 2006
Fazenda Pública que justifique a incidên-
cia da taxa Selic. A classificação do lançamento, se por

195
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

homologação e, portanto, com o prazo de alguma intercorrência.


decadência fixado pelo artigo 150, §4º, do Não-incidência de imposto de renda
CTN, não depende do recolhimento do tri- sobre rescisão do contrato de trabalho
buto. Tributo sujeito por homologação é
aquele em que a lei estabelece ao contri- Acórdão: REsp 883.410-SP - STJ
buinte o dever de apurar e recolher o tributo Relator: Ministro João Otávio de Noronha
independentemente de ato administrativo Data: 14 de novembro de 2006
prévio. A quantia percebida em razão de resci-
são sem justa causa de contrato de traba-
IR – Lucro presumido – hemodinâmi- lho por iniciativa do empregador denomi-
ca – atividade hospitalar. nada “gratificação especial” tem natureza
de reposição ou compensação pela perda
Acórdão: STJ do emprego, assim possui nítido caráter
Relator: Ministro José Delgado indenizatório e não sofre incidência do im-
Data: 21 de novembro de 2006 posto de renda, pois não há acréscimo
As empresas prestadoras de serviço de patrimonial algum.
hemodinâmica (serviços de diagnóstico,
exames e intervenções terapêuticas, Contribuição – lucros. IR prestadora –
endovasculares, cardiológicas, neurológi- serviços hospitalares.
cas e vasculares periféricas) enquadram-se
no conceito de “serviços hospitalares” dis- Acórdão: REsp 807.312-RS
posto no artigo 15, § 1º, III, a segunda parte, Relator: Ministra Eliana Calmon
da Lei 9.249/95 e, por conseguinte, sujeitos Data: 7 de novembro de 2006
à alíquota de 8% sobre a receita bruta men-
sal a título de imposto de renda de pessoa O STJ entende que os serviços presta-
jurídica. Para exercerem suas atividades, dos por sociedades civis na área de oftal-
necessário que suas instalações estejam mologia classificam-se como hospitalares.
em um hospital ou tenham equipamentos Assim elas têm direito à alíquota reduzida
similares no seu interior, pois envolvem do imposto de renda e da contribuição soci-
procedimentos médicos de alto risco que al sobre o lucro líquido nos termos da Lei
exigem recursos emergenciais caso haja 9.249/95. Na espécie, o Tribunal a quo afir-

196
BDO TREVISAN

mou que a clínica recorrida exerce ativida- cassete, não se caracteriza, para fins de in-
de hospitalar. Destacou a Ministra e cidência do ISS a entrega do serviço ou do
Relatora que a Primeira Seção enfrentou seu produto e não com sua oferta ao públi-
essa controvérsia, mas deixou aberta a co consumidor.
questão para ser decidida caso a caso, a
depender do conteúdo da base fática apu- ISS – Serviços Laboratoriais
rado nas instâncias ordinárias.
Acórdão: REsp 834.268-SC
ICMS: Incidência sobre comer- Relator: Ministro Teori Albino Zavascki
cialização de fitas de vídeo Data: 7 de dezembro de 2006
Conforme o entendimento do Superior
Acórdão: RE 191454 / SP - São Paulo Tribunal de Justiça, a prestação de serviços
Relator: Ministro Sepúlveda Pertence laboratoriais não se insere no conceito de
Data: 22 de novembro de 2006 serviços hospitalares para fins de ISS, não
se lhe aplicando, por analogia tributária, a
O STF pacificou o entendimento de que alíquota reduzida prevista no artigo 15, § 1º,
incide ICMS sobre a comercialização, me- III, a, da Lei 9.249/95 c/c o artigo 111 do CTN.
diante oferta ao público, de fitas para
videocassete gravadas em série. Tal como ICMS – Estorno de Lançamento
ocorre com os programas de computador ou
software (cf. RE 176626, Pertence, 11 de Acórdão: REsp 598.936-RS
dezembro de 1998), a fita de vídeo pode ser Relator: Ministro Castro Meira
o exemplar de uma obra oferecido ao públi- Data: 21 de novembro de 2006
co em geral (e nesse caso não seria lícito
negar-lhe o qualificativo de mercadoria), ou Na hipótese, o contribuinte escriturou
o produto final de um serviço realizado sob créditos de ICMS de 1995 a 1998 em razão
encomenda, para atender à necessidade es- da aquisição de mercadorias tributadas
pecífica de determinado consumidor, hipó- pelo referido imposto e fez o pagamento
tese em que se sujeita à competência tri- levando em conta o aproveitamento des-
butária dos municípios. Se há de fato, ses valores em sua escrita fiscal. Posterior-
comercialização de filmes para video- mente, teve seus créditos glosados e foi

197
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

notificado para pagar a diferença, já que a ta pelo artigo 2º, § 2º, da IN 23/97, que deter-
operação que havia gerado os créditos foi mina que o benefício do crédito presumido
declarada isenta por decisão judicial tran- do IPI, para ressarcimento de PIS/Pasep e
sitada em julgado. Embora entendesse o Cofins, somente será cabível em relação às
Fisco, à época da escrituração dos créditos, aquisições de pessoas jurídicas. O Ministro
que as operações com embalagens perso- e Relator entende que uma norma subalter-
nalizadas eram tributadas pelo imposto, na, qual seja, instrução normativa, não tem
esse fato, por si só, não retira daquele o o condão de restringir o alcance de um texto
direito de recusar homologação ao paga- de lei por ofender o princípio da legalidade,
mento antecipado pelo contribuinte, ainda inserto no artigo 150, I, da CF/88. A jurispru-
que a mudança de entendimento tenha sido dência do Superior Tribunal de Justiça
forçada por decisão judicial posterior à es- posiciona-se no sentido da ilegalidade do
crituração dos créditos e seu conseqüente artigo 2º, § 2º, da IN 23/97.
aproveitamento. No presente Acórdão, o
Superior Tribunal de Justiça entendeu que Cofins Isenção – Sociedades Civis e
é viável o estorno dos créditos, assim como Prestação de Serviços.
o lançamento de ofício da diferença apura-
da realizado no prazo de cinco anos de que Acórdão: REsp 811.576-SP
dispunha o Fisco para homologar o paga- Relator: Ministro Teori Albino Zavascki
mento antecipado pelo contribuinte, em Data: 7 de novembro de 2006
estrita observância ao artigo 150, caput e § Trata-se de recurso contra acórdão que,
4° do Código Tributário Nacional. em demanda visando à declaração de
inexigibilidade do recolhimento da Cofins
IPI Crédito Presumido – Ressarcimen- de sociedades civis prestadoras de servi-
to PIS/Cofins. ços de profissão regulamentada, em razão
da isenção prevista no artigo 6º, II, da Lei
Acórdão: REsp 494.281-CE Complementar 70/91, decidiu que foi legí-
Relator: Ministro Humberto Martins tima a revogação da isenção operada pela
Data: 21 de novembro de 2006 Lei 9.430/96, inexistindo qualquer ofensa
Há controvérsia sobre a limitação da in- ao princípio da hierarquia entre as normas.
cidência do artigo 1º da Lei 9.363/96 impos- No caso, a recorrente aponta negativa de

198
BDO TREVISAN

vigência ao artigo 6º, II, da Lei Complemen-


tar 70/91 e à legislação de regência, pois a A segunda Turma do Superior Tribunal de
referida Lei Complementar confere-lhe o Justiça entendeu que o auxílio-transporte
direito à isenção da Cofins, e a Lei 9.430/ pago em pecúnia deve ser incluído no salá-
96, por ser ordinária, não poderia derrogar rio de contribuição para efeito de incidência
prescrição legal constante de lei comple- da contribuição previdenciária do FGTS. Ape-
mentar. O STJ, ao prosseguir o julgamento, nas quando “concedido na forma da legisla-
não conheceu do recurso. Entendeu que a ção própria”, conforme disposto no artigo 2º
controvérsia a respeito da incompatibilida- da Lei 7.418/85 e artigo 28, § 9º, “f”, da Lei
de de lei ordinária em face de lei comple- 8.212/91, ou seja, em forma de vale, é que
mentar é de natureza constitucional, já que estará isento de tal contribuição.
a invasão, por lei ordinária, da esfera de Assim, o poder jurídico pacificou o en-
competência reservada constitucionalmen- tendimento de que, no caso de pagamento
te à lei complementar acarreta a sua do benefício de forma contínua, incide a
inconstitucionalidade, e não a sua ilegali- contribuição previdenciária.
dade. Assim, a discussão sobre a Lei Com-
plementar 70/91 ser materialmente ordiná- Incidência sobre receita bruta da
ria e sobre a Lei 9.430/96 revogar seu artigo comercialização da produção no Funrural
6º, II, tem índole constitucional, sendo ve- - Lei 8.540/92
dada sua apreciação em recurso especial.
Conforme acórdão, inadequada a aprecia- RE 363.852/MG
ção da matéria em sede de recurso especi- Relator: Ministro Marco Aurélio
al, pois configuraria usurpação da compe- Data: 30 de novembro de 2006
tência do STF.
Trata-se de recurso extraordinário em
Incidência para pagamento de vale- que se discute a constitucionalidade do ar-
transporte em pecúnia tigo 1º da Lei 8.540/92, que cuida da contri-
buição do empregador rural para a
Acórdão: REsp 806.374 - RJ seguridade social – Funrural, alterando dis-
Relator: Ministro Castro Meira positivos da Lei 8.212/91 (artigos 12, V e
Data: 10 de outubro de 2006 VII, 25, I e II; 30, IV).

199
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Os recorrentes, empresas adquirentes de


bovinos de produtores rurais, impugnam
acórdão do TRF da 1ª Região que, com base
na referida lei, fundamenta serem eles res-
ponsáveis, por substituição tributária, pela
retenção e recolhimento das contribuições
sociais dos empregados rurais, pessoas na-
turais, incidentes sobre a receita bruta da
comercialização dos produtos.

Vínculo empregatício do corretor de


seguros

REsp 413.825 – PR
Relator: Ministro Francisco Falcão
Data: 14 de novembro de 2006

Trata-se de Recurso Especial, em cujo


julgamento, a Primeira Turma do Superior
Tribunal de Justiça decidiu pela incidência
da contribuição previdenciária sobre a fo-
lha de salário devida pelo empregador nos
serviços prestados por pessoa física, no caso
de corretor de seguros sem vínculo
empregatício com a empresa seguradora.
(LC 84/96).

200
BDO TREVISAN

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

Salário mínimo fator 0,8 até o limite do inciso anterior e, no


que exceder, o fator 0,5. O valor da parcela
A Medida Provisória reajusta o valor do será a soma desses dois valores;
salário mínimo para R$ 350,00 após aplica- III – Para a média salarial superior a R$
ção do percentual correspondente à varia- 963,04, o valor da parcela será igual a R$
ção do Índice Nacional de Preços ao Consu- 654,85, não podendo ultrapassar esse valor.
midor – INPC, ocorrido de 1º de maio de (Resolução 479, de 31 de março de 2006 –
2005 a 31 de março de 2006, sobre o valor Codefat).
de R$ 300,00.
Diante disso, o valor diário do salário Reajuste da tabela de INSS - Segurados
mínimo passou a ser R$ 11,67 e o seu valor
horário correspondeu a R$ 1,59. O Anexo II da presente Portaria trouxe a
(Medida Provisória 288, de 30 de março de 2006) Tabela de Contribuição dos Segurados Em-
pregado, Empregado Doméstico e Trabalha-
Reajuste do valor do benefício do Se- dor Avulso, para pagamento a partir de 1º
guro Desemprego de abril de 2006.

A presente Resolução alterou o


percentual da base de cálculo do valor do
benefício do Seguro-Desemprego para
16,6667%, devendo ser obedecidas as se-
guintes regras:
I – Para a média salarial até R$ 577,77,
obtida por meio da soma dos três últimos
salários anteriores à dispensa, o valor da
parcela será o resultado da aplicação do fator
0,8;
II – Para a média salarial compreendida
entre R$ 577,78 até R$ 963,04, aplicar-se-á o

201
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO


INSS (%)
até 840,47 7,65
de 840,48 até 1.050,00 8,65
de 1.050,01 até 1.400,77 9,00
de 1.400,78 até 2.801,56 11,00

202
BDO TREVISAN

Resumo dos Indicadores Financeiros

INDICADORES 2005 2006


PIB Crescimento Real - % 2,3 2,9*
Inflação (IPCA / IBGE) - % 5,69 3,14
Inflação (IGPM / FGV) - % 4,98 1,90
Taxa de Câmbio Média (R$ / US$) 2,433 2,176
Taxa de Câmbio Final (R$ / US$) 2,341 2,137
Saldo em Conta Corrente (US$ bi) 14,2 13,75*
Saldo Comercial (US$ bi) 44,7 46,1
Taxa de Juros Nominal Final do Ano (Selic) - % 18,00 13,25
Taxa Nominal de Juros (taxa média)** - % 19,14 15,33
Taxa Real de Juros (selic desinflacionada pelo IPCA) - % 12,13 11,95*
Dívida Pública Líquida (% do PIB) 51,49 49,30*
Resultado Nominal do Setor Público (% do PIB) -3,29 -2,66*
Resultado Primário do Setor Público (% do PIB) 4,83 5,09*
* resultados preliminares (não informados oficialmente até a emissão deste material)

203
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A BDO Trevisan é uma empresa de auditoria e consultoria com 24 anos de experiência no
mercado brasileiro e integra a rede internacional da BDO, uma das maiores empresas do mun-
do nesse segmento. Compartilhamos a segurança, a metodologia, a experiência, a capacitação
e as políticas utilizadas em 105 países para o melhor atendimento a nossos clientes.
São mais de mil profissionais especializados, distribuídos em unidades de negócios que
atuam de forma integrada para garantir ao cliente, além da proximidade geográfica, um
padrão único de qualidade.

Como entender balanços Como participar do Como comercializar


4º edição mercado de capitais créditos de carbono
Essa obra, com uma 3º edição 4º edição
abordagem simples e De forma clara e resumi- O objetivo deste livro é
descomplicada, possibilita da, este livro traz ao mostrar como
aos leitores um aprendiza- leitor os passos essenci- comercializar os créditos
do rápido e eficiente, ais quando a decisão é de carbono e participar
do comércio mundial,
trazendo as principais abrir o capital. Na forma
quemovimenta bilhões de
questões relativas ao de perguntas e respos-
dólares e reduz a poluição
entendimento de balan- tas, aborda as principais e o efeito estufa. A
ços contábeis. dúvidas sobre o assunto, comercialização de
as vantagens, os custos e créditos de carbono foi a
o tempo necessário para saída apontada pelo
cumprir as etapas que Protocolo de Kyoto para
levam a organização a diminuir a emissão de
abrir o capital e lançar gases poluentes, ofere-
ações na bolsa de cendo oportunidades
valores. para que países como o
Brasil possam lucrar com
mercados globais de
crédito de carbono.

204
BDO TREVISAN
O debate da conjuntura político-econômica e a análise das oportunidades das empresas
brasileiras sempre foram uma tradição na BDO Trevisan e na Trevisan Escola de Negócios.
Por essa razão, a empresa e a escola criaram a Trevisan Editora Universitária, uma editora
disposta a mesclar o know-how prático da empresa com o embasamento teórico dos melhores
professores, consultores e analistas de política e economia.

Como entender a lei de Como implementar um O Novo Acordo da


recuperação de comitê de Auditoria Basiléia
empresas - Uma visão Um Comitê de Auditoria Este livro aborda um
econômica competente assume o importante passo no
Este livro explica de forma controle das operações sentido de padronizar os
clara e objetiva e do liderando discussões com procedimentos de
ponto de vista econômi-
a gerência e os auditores segurança, dado o alto
co, como entender o
alcance da Lei 11.101, de internos e externos, sendo grau de complexidade das
9 de fevereiro de 2005, ao de enorme utilidade na operações do mercado
solucionar essas situações governança corporativa. financeiro mundial.
que ninguém quer que Aprenda em poucas lições Traz ao leitor os principais
aconteçam.
como implantar e condu- aspectos e características
A Lei de Recuperação de
Empresas, como ficou zir as reuniões de um desse Acordo, bem como
conhecida, introduz Comitê de Auditoria. suas interações com nosso
mecanismos para garantir sistema bancário,
a continuidade do abordando, por meio de
negócio, os empregos e
uma leitura fácil, as
os ativos mais importan-
tes, ainda que dificulda- oportunidades que dele
des financeiras tenham podem se extrair em
levado a empresa a uma nosso país.
crise muito séria.

205
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

206
BDO TREVISAN

CADASTRO PARA MALA-DIRETA DA TREVISAN EDITORA UNIVERSITÁRIA

Preenchendo este cadastro, você estará sempre atualizado sobre nossos


lançamentos e sobre os eventos da Trevisan Editora Universitária.

Por gentileza, envie um fax para 55 11 5042 3169 preenchendo os dados abaixo:

Nome completo:__________________________________________________

Área de interesse:_________________________________________________

Ocupação/Profissão:_______________________________________________

Data de nascimento: _____________________ Sexo: ____________________

Endereço:__________________________________________________________________

Telefone:______________________________________________________________

Bairro______________CEP: __________________Cidade - UF:____________

e-mail:__________________________________________________________

Concordo em receber mensagens e informativos eletrônicos da Trevisan


Editora Universitária em minha caixa de e-mails, podendo cancelar o serviço a
qualquer momento.

Caro Leitor, Atenção! Se você possui algum tipo de sistema anti-spam (como
UOL), cadastre o e-mail editora@trevisan.com.br

Os endereços que não nos incluírem na lista de envio AUTORIZADO serão


excluídos de nossa lista de envio.

207
GUIA PARA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
BDO no Mundo:
África do Sul Finlândia Moçambique
Alemanha França Namíbia
Antilhas Holandesas Gibraltar Nigéria
Arábia Saudita Grécia Noruega
Argélia Guatemala Nova Zelândia
Argentina Guernsey Omã
Austrália Holanda Paquistão
Áustria Hong Kong Paraguai
Bahamas Hungria Peru
Bahrein Ilha de Man Polônia
Bélgica Ilhas Caymans Portugal
Botsuana Ilhas Fiji Qatar
Brasil Ilhas Maurício Reino Unido
Bulgária Ilhas Virgens Britânicas República Dominicana
Cabo Verde Índia República Tcheca
Canadá Indonésia Romênia
Cazaquistão Irlanda Rússia
Chile Israel Senegal
China Itália Sérvia & Montenegro
Chipre Jamaica Sri Lanka
Cingapura Japão Suécia
Colômbia Jersey Suíça
Coréia Jordânia Tailândia
Dinamarca Kuwait Taiwan
Egito Letônia Tunísia
Emirados Árabes Unidos Líbano Turcomenistão
Equador Liechtenstein Turquia
Eslováquia Lituânia Ucrânia
Eslovênia Luxemburgo Uruguai
Espanha Malásia Vanuatu
Estados Unidos da América Malta Venezuela
Estônia Marrocos Vietnã
Filipinas México Zâmbia
Zimbábue

BDO Internacional:
Boulevard de la Woluwe 60 Telefone: (32) 2-778-0130 bdo-intl@bdo-intl.com
B - 1200 Brussels - Bélgica Telefax: (32) 2-771-4443 www.bdointernational.com.br

BDO no Brasil:
Belém • PA Curitiba • PR Recife • PE
Belo Horizonte • MG Florianópolis • SC Ribeirão Preto • SP
Brasília • DF Fortaleza • CE Rio de Janeiro • RJ
Campinas • SP Goiânia • GO Salvador • BA
Campo Grande • MS Porto Alegre • RS São José dos Campos • SP
São Paulo • SP

BDO Trevisan:
Rua Bela Cintra, 934 Telefone: (11) 3138 5000 relacionamento@bdotrevisan.com.br
01415 000 - São Paulo, SP Fax: (11) 3138 5227 www.bdotrevisan.com.br

208

Você também pode gostar