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ENCERRAMENTO DAS
DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS
BRUNO FIALEK
2020
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PARTICIPE DA NOSSA PESQUISA DE SATISFAÇÃO
A SUA RESPOSTA É MUITO IMPORTANTE PARA A MELHORIA DOS SERVIÇOS PRESTADOS BEM
COMO A TEMÁTICA OFERCIDA E PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS NO PROCESSO.
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3
Exercício ..................................................................................................... 9
Exercício ................................................................................................... 17
Reconhecimento ......................................................................................... 19
Depreciação ................................................................................................ 20
Exercício ................................................................................................... 21
Divulgação N.E ............................................................................................ 21
Exemplo .................................................................................................... 26
Exemplo ....................................................................................................... 28
Divulgação N.E............................................................................................ 35
Provisões..................................................................................................... 36
Divulgação N.E............................................................................................ 37
Brindes ........................................................................................................ 42
JUROS CAPITAL PRÓPRIO ............................................................................ 43
Um ponto que deixa alguns profissionais da contabilidade com dúvidas é: qual norma
devo utilizar? Qual norma elenca as tratativas de mensuração deste e daquele negócio? A seguir,
vamos tratar resumidamente os principais aspectos que diferenciam as normas. Na sequência
do material, abordaremos com mais detalhes cada uma.
NBC ITG 1000
A Interpretação técnica geral - ITG 1000 Modelo Contábil para Microempresa e Empresa
de Pequeno Porte, é a norma brasileira de contabilidade aplicável às Microempresas e Empresas
de Pequeno Porte. No Brasil, se estabelece que Micro e Pequena empresa é aquela que fatura
até R$ 360.000,00 (Trezentos e sessenta mil reais) e R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e
oitocentos mil reais), receita bruta anual previstos nos incisos I e II do Art. 3º da Lei
Complementar n.º 123/06.
A NBC TG 1000 (R1) é a norma aplicável a sociedades fechadas e sociedades que não
sejam requeridas a fazer prestação pública de suas contas. É importante ressaltar, que foi
objetivo do conselho federal, a compilação de aspectos elementares à elaboração e
apresentação das demonstrações contábeis de forma organizada e centralizada.
A entidade que fizer jus à utilização desta norma, fará a sua escrituração amparada nas
disposições desta. Por ocasião da falta de explicações ou elementos que deem subsídio ao
entendimento da situação, a entidade pode fazer uso de norma mais completa. O item 10.6 da
norma destaca: “a administração pode considerar, também, as exigências e orientações das
normas completas, lidando com questões semelhantes e relacionadas”. Ressaltamos que o
presente material usou essa métrica para ser elaborado.
Grande parte das entidades brasileiras que não são consideradas Micro empresas e
empresas de pequeno porte, ou que sejam obrigadas a normas específicas, devem utilizar a NBC
TG 1000.
O conjunto completo das normas deverá ser aplicado, obrigatoriamente pelas grandes
empresas. Por exclusão à NBC ITG e TG 1000, adotam as normas completas:
A entidade deve observar ainda se possui alguma norma específica a ser seguida, de
modo a atender os modelos contábeis e técnicas de mensuração aplicáveis.
Exercício
a) CPC 27
b) NBC TG 1000
c) NBC ITG 1000
d) OTG 1000
e) ITG 2002
o Balanço Patrimonial;
o Demonstrativo do Resultado;
o Notas Explicativas;
Balanço Patrimonial
Demonstração do Resultado
Pode ser
Dem. Resultado Abrangente Obrigatório Obrigatório Substituída pela
DLPA
Pode ser Pode ser
Dem. de Lucros e Prejuízos Acumulados substituída pela substituída pela Facultativo
DMPL DMPL
Pode ser
Dem. das Mutações do Patrimônio
Obrigatório Obrigatório Substituída pela
Líquido
DLPA
A NBC TG 16 (R2) – Estoques, é a norma contábil brasileira que tem por objetivo o
estabelecimento do tratamento contábil para os estoques. A NBC destaca a principal
problemática envolvendo tais ativos: “A questão fundamental na contabilização dos estoques é
quanto ao valor do custo a ser reconhecido como ativo e mantido nos registros até que as
respectivas receitas sejam reconhecidas” Griffo nosso.
A norma define estoque como ativo:
Custo do estoque
A entidade precisará aplicar um método para valoração dos estoques. Aplicado o PEPS
– Primeiro que entra, primeiro que sai, entende-se que a entidade pega os primeiros produtos
produzidos para efetuar a comercialização/venda primeiro; o efeito é o de deixar os que em tese
foram produzidos/adquiridos por último no estoque. A entidade pode ainda fazer uso do critério
de custo médio ponderado, neste, o custo de cada item é determinado a partir da média
ponderada do custo de itens semelhantes no começo de um período e do custo dos mesmos
itens comprados ou produzidos durante o período. A média pode ser determinada em base
periódica ou à medida que cada lote seja recebido, dependendo das circunstâncias da entidade.
Há casos que os estoques podem não ter mais seu valor recuperável. Pode-se listar:
danificados, obsoletos, preços de venda diminuídos etc. O ideal é que a empresa possa distinguir
item a item de seu estoque se o valor é recuperável. Em alguns casos, pode ser necessário ou
viável agrupar itens semelhantes.
A aplicação do critério do valor realizável líquido, precisa ser baseado nas evidências
mais confiáveis disponíveis no momento em que são feitas as estimativas de valor dos estoques.
A cada período subsequente deve ser feita uma nova avaliação do valor realizável
líquido. Quando as circunstâncias que anteriormente provocaram a redução dos estoques
abaixo do custo deixarem de existir ou quando houver uma clara evidência de um aumento no
valor realizável líquido devido à alteração nas circunstâncias econômicas, a quantia da redução
deve ser revertida.
Reconhecimento no resultado
Quando os estoques são vendidos, o custo escriturado desses itens deve ser
reconhecido como despesa (custo) do período em que a respectiva receita é reconhecida. A
quantia de qualquer redução dos estoques para o valor realizável líquido e todas as perdas de
estoques devem ser reconhecidas como despesa do período em que a redução ou a perda
ocorrerem. A quantia de toda reversão de redução de estoques, proveniente de aumento no
valor realizável líquido, deve ser registrada como redução do item em que for reconhecida a
despesa ou a perda, no período em que a reversão ocorrer.
Alguns itens de estoques podem ser transferidos para outras contas do ativo, como, por
exemplo, estoques usados como componentes de ativos imobilizados de construção própria. Os
estoques alocados ao custo de outro ativo, devem ser reconhecidos como despesa durante a
vida útil e na proporção da baixa desse ativo.
Exercício
Divulgação N.E
Legislação fiscal
A legislação fiscal que trata a matéria, estabelece no art. 307 do regulamento do imposto
de renda que “O valor dos bens existentes no encerramento do período de apuração poderá ser
o custo médio ou o custo dos bens adquiridos ou produzidos mais recentemente, admitida,
ainda, a avaliação com base no preço de venda, subtraída a margem de lucro.“ Desta forma,
uma questionamento poder ser feito: o que deve ser feito com eventual estoque avaliado a valor
realizável líquido? Pois bem, o ajuste deve ser feito diretamente na prestação da informação de
apuração dos tributos, em regra, na ECF do contribuinte.
Destaque-se que no Brasil a norma fiscal e a norma contábil procuram atuar com
neutralidade tributária, não cabendo a apuração do tributo sobre o lucro a dedutibilidade dos
ajustes, em especial, os decorrentes de valoração do estoque.
A NBC TG 27 (R4) – Ativo Imobilizado, é a norma contábil brasileira que tem por objetivo
o estabelecimento do tratamento contábil para ativos imobilizados. A NBC destaca os principais
pontos a serem considerados na contabilização do ativo imobilizado: seu reconhecimento como
ativo, a determinação dos seus valores contábeis e os valores de depreciação e perdas por
desvalorização a serem reconhecidas em relação aos mesmos.
Algumas definições se fazem importantes, assim, poderemos seguir com
a análise dos elementos de avaliação dos ativos imobilizados.
Reconhecimento
Importante destacar que a norma não define em seu teor o que deve ou
não ser classificado como ativo imobilizado. A entidade deve avaliar se
determinada aquisição deve ser alocado a este ou aquele grupo. As
características para classificação precisam ser observadas de modo a não haver
classificação e valoração erradas.
Peças de reposição, itens de conexão, itens que individualmente podem
ser insignificantes, podem ser ativados e avaliados pelo conjunto.
O ativo imobilizado deverá ser reconhecido primariamente pelo seu custo.
Os itens de custo compreendem:
Depreciação
Métodos de depreciação
Exercício
a) R$ 750,00
b) R$ 333,33
c) R$ 533,33
d) R$ 468,75
Divulgação N.E
As demonstrações contábeis devem divulgar, para cada classe de ativo
imobilizado:
a) os critérios de mensuração utilizados para determinar o valor contábil
bruto;
b) os métodos de depreciação utilizados;
c) as vidas úteis ou as taxas de depreciação utilizadas;
d) o valor contábil bruto e a depreciação acumulada (mais as perdas por
redução ao valor recuperável acumuladas) no início e no final do
período; e
e) a conciliação do valor contábil no início e no final do período
demonstrando:
a. adições;
b. ativos classificados como mantidos para venda ou incluídos em
um grupo classificados como mantidos para venda de acordo com
a NBC TG 31 e outras baixas;
c. aquisições por meio de combinações de negócios;
d. aumentos ou reduções decorrentes de reavaliações nos termos
dos itens 31, 39 e 40 e perdas por redução ao valor recuperável
de ativos reconhecidas ou revertidas diretamente no patrimônio
líquido de acordo com a NBC TG 01;
e. provisões para perdas de ativos, reconhecidas no resultado, de
acordo com a NBC TG 01;
f. reversão de perda por redução ao valor recuperável de ativos,
apropriada no resultado, de acordo com a NBC TG 01;
g. depreciações;
h. variações cambiais líquidas geradas pela conversão das
demonstrações contábeis da moeda funcional para a moeda de
apresentação, incluindo a conversão de uma operação
estrangeira para a moeda de apresentação da entidade; e
i. outras alterações.
f) a existência e os valores contábeis de ativos cuja titularidade é restrita,
como os ativos imobilizados formalmente ou na essência oferecidos
como garantia de obrigações e os adquiridos mediante operação de
leasing conforme a NBC TG 06;
g) o valor dos gastos reconhecidos no valor contábil de um item do ativo
imobilizado durante a sua construção;
h) o valor dos compromissos contratuais advindos da aquisição de ativos
imobilizados; e
i) se não for divulgada separadamente no corpo da demonstração do
resultado, o valor das indenizações de terceiros por itens do ativo
imobilizado que tenham sido desvalorizados, perdidos ou abandonados,
incluído no resultado.
Legislação fiscal
A entidade deverá fazer a avaliação ao final de cada período de reporte para saber se há
indicativos de desvalorização; havendo indícios de desvalorização, deverá ser feito o
reconhecimento de perda.
As principais fontes de dados para avaliar se há perdas por não recuperação, advém de
fontes internas ou externas a entidade. Fontes externas indicarão uma redução significativa de
valor de mercado, mudanças no ambiente tecnológico, econômico ou legal no qual a entidade
atua ou que o ativo é utilizado; mudanças nas taxas de juros. A entidade deve observar ainda os
indícios gerados por informações internas, entre eles: evidência disponível de obsolescência ou
dano físico, mudanças na forma de uso de um ativo, evidência interna que o desempenho do
ativo não alcançará o desempenho econômico esperado.
Para testar o ativo por valor justo líquido, deverá ser descontado os
valores de gastos na venda e, a empresa dependerá das informações do
mercado. Deverá ser observado em ordem:
Exemplo
Máquina
Valor de aquisição 150.000,00
(-) Valor de depreciação 24.990,00
Valor em uso 125.010,00
São projetados os fluxos de caixa a serem gerados, trazidos a valor presente a uma taxa
de risco/retorno de 10% a.a. Temos que:
Divulgação N.E
Legislação fiscal
A NBC TG 12 – Ajuste a Valor Presente, é a norma contábil brasileira que tem por
objetivo estabelecer os requisitos básicos a serem observados quando da apuração do Ajuste a
Valor Presente de elementos do ativo e do passivo quando da elaboração de demonstrações
contábeis.
A norma não trata pormenorizadamente quais os ativos ou passivos deverão
representar o ajuste a valor presente, entretanto, ela traz indicadores que balizam a matéria.
Em regra, estarão sujeitos ao ajuste a valor presente;
Exemplo
Tomemos como exemplo uma venda feita pela entidade na ordem de R$ R$ 310.000,00,
para recebimento em 6 meses e aplicação de taxa de juros embutida na operação de 1% ao mês.
Assim, temos que:
Datas Valor Presente Mês Juros
01/04/2019 292.034,02 Abril 2.920,34
01/05/2019 294.954,36 Maio 2.949,54
01/06/2019 297.903,91 Junho 2.979,04
01/07/2019 300.882,95 Julho 3.008,83
01/08/2019 303.891,78 Agosto 3.038,92
01/09/2019 306.930,69 Setembro 3.069,31
Até o mês de recebimento final, teremos juros acumulados de R$ 17.965,98 que será
apropriado quando do recebimento.
QUANDO DA VENDA
D – CLIENTES R$ 310.000,00
C – RECEITAS COM VENDAS R$ 310.000,00
BALANÇO:
CLIENTES R$ 310.000,00
(-) AJUSTE A VALOR PRESENTE A APROPRIAR R$ 17.965,98
__________________________
R$ 292.034,02
RESULTADO
PELA APROPRIAÇÃO
Divulgação N.E
Legislação fiscal
A legislação fiscal busca aplicar a neutralidade tributária no que tange o ajuste a valor
presente. O ajuste a valor presente é computado na norma tributária, mas, a partir dos controles
efetuados pelo contribuinte, esse valor não gera impactos fiscais. Tomemos por base o artigo
26 da IN 1.700:
A receita bruta compreende:
O controle a ser feito pelo contribuinte está relacionado aos controles no Lalur e Lacs,
estes entregues no SPED ECF. O alto grau de subjetividade da taxa de desconto a ser aplicado,
deixa de fora da tributação do ajuste a valor presente.
Cabe ainda, para perfazer a análise, a distinção daquela propriedade que é mantida, mas
para uso, portanto ocupada pelo proprietário. Esta é a propriedade mantida para uso na
produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades administrativas.
Divulgação – N.E
Ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância física. Tal ativo é
identificável quando for separável, isto é, puder ser dividido ou separado da entidade e vendido,
transferido, licenciado, alugado ou trocado, individualmente ou junto com contrato relacionado,
ativo ou passivo ou for proveniente de direitos contratuais ou outros direitos legais,
independentemente de tais direitos serem transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros
direitos e obrigações.
A entidade deverá reconhecer o ativo intangível se for provável que benefícios
econômicos futuros esperados atribuíveis ao ativo fluirão para a entidade; o custo ou o valor do
ativo puder ser mensurado de maneira confiável; o ativo não resultar de gastos incorridos
internamente em item intangível.
A entidade deve avaliar a probabilidade de ativo intangível gerar benefícios econômicos
futuros utilizando premissas razoáveis e comprováveis que representem a melhor estimativa da
administração acerca das condições econômicas que existirão ao longo da vida útil do ativo.
Uma entidade poderá ter o reconhecimento de ativos intangíveis, desde que
qualificados para tal, através da identificação do ativo e expectativa de geração de benefícios
econômicos futuros e a mensuração do custo com confiabilidade.
Para avaliar se um ativo intangível gerado internamente atende aos critérios de
reconhecimento, a entidade deve classificar a geração do ativo:
O valor amortizável de ativo com vida útil definida deve ser determinado após a dedução
de seu valor residual. O valor residual diferente de zero implica que a entidade espera a
alienação do ativo intangível antes do final de sua vida econômica. Há de se destacar que Ativo
intangível com vida útil indefinida não deve ser amortizado.
O ativo intangível deve ser baixado por ocasião de sua alienação ou quando não são
esperados benefícios econômicos futuros com a sua utilização ou alienação.
Divulgação N.E
Provisões
A norma contábil trata a provisão como passivo de prazo ou valor incertos, uma vez que
há incerteza sobre o prazo ou o valor do desembolso futuro necessário para a sua liquidação.
Uma provisão deve ser reconhecida quando:
(a) a entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como
resultado de evento passado;
(b) seja provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam
benefícios econômicos para liquidar a obrigação; e
(c) possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação. Se essas
condições não forem satisfeitas, nenhuma provisão deve ser reconhecida.
São reconhecidas como provisão apenas as obrigações que surgem de eventos passados
que existam independentemente de ações futuras da entidade (isto é, a conduta futura dos seus
negócios).
O processo de reconhecimento de provisão usa de estimativas confiáveis avaliadas pela
entidade. Esta, analisará quais os desfechos possíveis e reconhecerá a provisão no resultado. Em
casos muito específicos, se não for possível chegar a nenhum valor de estimativa confiável, o
passivo não poderá ser reconhecido.
As provisões devem ser reavaliadas em cada data de balanço e ajustadas para refletir a
melhor estimativa corrente. Se já não for mais provável que seja necessária uma saída de
recursos que incorporam benefícios econômicos futuros para liquidar a obrigação, a provisão
deve ser revertida.
Divulgação N.E
Para cada classe de provisão, a entidade deve divulgar: (a) o valor contábil no início e no
fim do período; (b) provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões
existentes; (c) valores utilizados (ou seja, incorridos e baixados contra a provisão) durante o
período; (d) valores não utilizados revertidos durante o período; e (e) o aumento durante o
período no valor descontado a valor presente proveniente da passagem do tempo e o efeito de
qualquer mudança na taxa de desconto. Não é exigida informação comparativa.
A entidade deve divulgar, para cada classe de provisão: (a) uma breve descrição da
natureza da obrigação e o cronograma esperado de quaisquer saídas de benefícios econômicos
resultantes; (b) uma indicação das incertezas sobre o valor ou o cronograma dessas saídas.
Sempre que necessário para fornecer informações adequadas, a entidade deve divulgar as
principais premissas adotadas em relação a eventos futuros, conforme tratado no item 48; e (c)
o valor de qualquer reembolso esperado, declarando o valor de qualquer ativo que tenha sido
reconhecido por conta desse reembolso esperado.
Retificação de erros
Um erro de período anterior deve ser corrigido por reapresentação retrospectiva, salvo
quando for impraticável determinar os efeitos específicos do período ou o efeito cumulativo do
erro.
Divulgação N.E
RESERVAS NO ENCERRAMENTO
A lei 6.404/76, atribui a necessidade de dividendos obrigatórios aos acionistas quando
remanescer saldo não destinado às reservas. O Artigo 202 da referida lei, em seu parágrafo
sexto, apresenta:
“§ 6o Os lucros não destinados nos termos dos arts. 193 a 197 deverão ser distribuídos
como dividendos.”
Há de se destacar que é impraticável a uma entidade distribuir todo o valor gerado sem
existir, a partir da administração, segurança para o desenvolvimento das atividades normais do
negócio. Assim, a legislação atribui cinco tipos de reservas, a saber: Reserva Legal, Reserva
Estatutária, Reserva para Contingências, Reserva de Lucros a Realizar, Reserva de Lucros para
Expansão e Reserva de Incentivos Fiscais.
A reserva legal, tem por definição, destinar do lucro líquido do exercício,
5% (cinco por cento), antes de qualquer outra destinação, na constituição da
reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social. A
companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o
saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de capital de que trata
o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento) do capital social. A reserva
legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser
utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital.
As reservas estatutárias são constituídas por determinação do estatuto da
companhia, como destinação de uma parcela dos lucros do exercício, e não
podem restringir o pagamento do dividendo obrigatório.
A reserva de contingência receberá destinação quando, por proposta dos
órgãos da administração, perceber-se a necessidade de destinar parte do lucro
líquido à formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício
futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor
possa ser estimado.
A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração,
destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente
de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser
excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório.
No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do
estatuto ou do art. 202, ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a
assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à
constituição de reserva de lucros a realizar.
Se ocorrer de o resultado do exercício ser negativo (prejuízo), este será
obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva
legal, nessa ordem.
A empresa não enquadrada como S.A, não faz juz à obrigatoriedade de destinação de
todo o lucro gerado/acumulado no exercício (por força dos dividendos obrigatórios gerados pela
não destinação), desta forma, poderá manter em seu balanço saldo de lucros acumulados.
A lista não é exaustiva. Cada empresa pode demandar de processo específico em função
da demanda dos interessados nas demonstrações contábeis. Relatórios extras à administração
podem ser requeridos; a norma não restringe a composição de relatórios e análises gerenciais,
apenas não exige que todos sejam publicados.
REVISÃO DESPESAS
MULTAS DEDUTÍVEIS
Brindes
Lei 9.249/95, em seu artigo 9°, estabelece em sua redação a possibilidade de deduzir
para fins de apuração do lucro real os juros pagos ou creditados individualizadamente a titular,
sócios, ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do
patrimônio líquido e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP.
O efetivo pagamento ou crédito dos juros fica condicionado à existência de lucros, computados
antes da dedução dos juros, ou de lucros acumulados e reservas de lucros, em montante igual
ou superior ao valor de duas vezes os juros a serem pagos ou creditados.
Os valores pagos a título de juros sob capital próprio sofrem a incidência de quinze por
cento de imposto de renda retido na fonte. Para fins de cálculo dos juros, serão consideradas as
seguintes contas:
I - capital social;
II - reservas de capital;
IV - ações em tesouraria; e
V - prejuízos acumulados.
A conta capital social, prevista no inciso I, inclui todas as espécies de ações previstas no
art. 15 da Lei nº 6.404, de 1976, ainda que classificadas em contas de passivo na escrituração
comercial da pessoa jurídica.
O montante dos juros remuneratórios passível de dedução nos termos do caput não
poderá exceder o maior entre os seguintes valores:
Deve ser observado o tratamento a ser dado ao imposto retido na fonte de que trata a
legislação:
Empresas que aferirem lucros a partir de suas operações poderão deliberar a respeito
da destinação/distribuição destes resultados.
A lei 6.404/76 traz em sua redação um importante esclarecimento sobre o tema:
BRASIL. Lei 12.973/2014 – Altera a legislação tributária federal relativa ao Imposto sobre a
Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ, à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, à
Contribuição para o PIS/Pasep e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social –
Cofins e dá outras providências – Diário Oficial da União, Brasília, 13 Maio 2014. Disponível
em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12973.htm>. Acesso 08
de Outubro de 2019.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE – CFC. NBC ITG 1.000 - Modelo Contábil para
Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, aprovada pela Resolução CFC n° 1.418/12.
Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2012/001418
> Acesso em 14/10/2019.