Você está na página 1de 42

DHESSICA CRISTINE LOPES LIMA

AUDITORIA INTERNA:
UM INSTRUMENTO FUNDAMENTAL PARA TOMADA DE
DECISÃO EMPRESARIAL

BRASÍLIA
2020
DHESSICA CRISTINE LOPES LIMA

AUDITORIA INTERNA:
UM INSTRUMENTO FUNDAMENTAL PARA TOMADA DE
DECISÃO EMPRESARIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Anhanguera, como requisito parcial para a
obtenção do título de graduado em Ciências
Contábeis.

Orientador: Marcelo Cerconi

BRASÍLIA
2020
DHESSICA CRISTINE LOPES LIMA

AUDITORIA INTERNA:

UM INSTRUMENTO FUNDAMENTAL PARA TOMADA DE DECISÃO


EMPRESARIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Anhanguera, como requisito parcial para a
obtenção do título de graduado em Ciências
Contábeis.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Brasília, 09 de Junho de 2020


LIMA, Dhessica Cristine Lopes. Auditoria Interna: Um Instrumento Fundamental
para Tomada de Decisão Empresarial. 2020. 42 paginas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Ciências Contábeis) – Faculdade Anhanguera, Brasília, 2020.

RESUMO

O objetivo deste trabalho compreender benefícios e contribuições da auditoria


interna, na tomada de decisão das gestões empresariais. A metodologia utilizada
nesta pesquisa foi a revisão bibliográfica, no qual foi realizada consulta a livros,
dissertações e artigo científicos selecionado através de busca de dados (livros, sites
de bancos de dados, etc.) Auditoria interna, controle interno e tomada de decisões.
O período dos artigos pesquisado foram os trabalhos publicados nos últimos 20
anos. A auditoria interna passou a ser um instrumento amplo de controle para os
administradores, para verificação sistemática da eficácia e eficiência das atividades
operacionais e identificação de todos os processos internos e políticas definidas pela
companhia, assim como de sistemas contábeis e de controle interno, estão sendo
efetivamente seguidos e que as transações realizadas estão refletidas contabilmente
em concordância com os critérios previamente definidos.

Palavras-Chave: Auditoria interna, Controle interno e tomada de decisões.


LIMA, Dhessica Cristine Lopes. Internal Audit: A Fundamental Instrument for
Business Decision Making.2020. 42 paginas. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Ciências Contábeis) – Faculdade Anhanguera, Brasília, 2020.

ABSTRACT

The objective of this work is to understand the benefits and contributions of the
internal audit, in the decision-making of business management. The methodology
used in this research was the bibliographic review, in which books, dissertations and
scientific articles were selected through data search (books, database sites, etc.).
Internal audit, internal control and decision making. The period of articles researched
was the works published in the last 20 years. Internal auditing has become a
comprehensive control tool for managers, for systematic verification of the
effectiveness and efficiency of operating activities and identification of all internal
processes and policies defined by the company, as well as accounting and internal
control systems, which are effectively being followed and that the transactions carried
out are reflected in the accounts in accordance with the previously defined criteria.

Keywords: Internal Audit, Internal Control, Decision Making.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1– Etapas da Auditoria Interna.......................................................................22


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AICPA American Institute of Certified Public Accountants


APB Accounting Principles Board
ARB Accounting Research Bulletins
AUDIBRA Instituto dos Auditores Internos do Brasil
BACEN Banco Central do Brasil
CFC Conselho Federal de Contabilidade
CGU Controladoria Geral da União
CRC Conselho Regional de Contabilidade
CVM Comissão de Valores Mobiliários
EPA Environmental Protection Agency
FASB Financial Accounting Standards Board
GAO General Accounting Office
IBAI Instituto Brasileiro de Auditores Independentes
IBRACON Instituto Brasileiro de Contadores
ICPB Instituto dos Contadores Públicos do Brasil
IIA Institute of Internal Auditors
SEC Security and Exchang Comission
SFAS Statements of Financial Accounting Standards
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO--------------------------------------------------------------------------------------09

2. AUDITORIA-----------------------------------------------------------------------------------------11
2.1 HISTÓRICO----------------------------------------------------------------------------------------11
2.2 CONCEITO-----------------------------------------------------------------------------------------15
2.3 TIPOS DE AUDITORIA-------------------------------------------------------------------------16
2.3.1 Auditoria Externa-------------------------------------------------------------------------------16
2.3.2 Auditoria Governamental---------------------------------------------------------------------17
2.3.3 Auditoria Ambiental----------------------------------------------------------------------------17
2.3.4 Auditoria Interna--------------------------------------------------------------------------------19

3. AUDITORIA INTERNA---------------------------------------------------------------------------20
3.1 OBJETIVOS DA AUDITORIA INTERNA---------------------------------------------------20
3.2 A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA---------------------------------------------20
3.3 PLANEJAMENTO DA AUDITORIA INTERNA--------------------------------------------21
3.4 FUNÇÕES DA AUDITORIA INTERNA------------------------------------------------------22
3.5 FASES DO PROCESSO DE AUDITORIA INTERNA-----------------------------------24

4. AUDITORIA INTERNA E O PROCESSO DECISÓRIO----------------------------------28


4.1 PROCESSO DECISÓRIO----------------------------------------------------------------------28
4.2 TIPOS DE DECISÃO----------------------------------------------------------------------------29
4.2.1 Decisões Programadas e Não Programadas-------------------------------------------29
4.2.2 Decisões Centralizadas e Descentralizadas--------------------------------------------30
4.3 AUDITORIA INTERNA NA TOMADA DE DECISÃO NA ORGANIZAÇÃO--------31
4.4 VANTAGENS DA AUDITORIA INTERNA--------------------------------------------------36

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS---------------------------------------------------------------------39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS-------------------------------------------------------------41
9

1. INTRODUÇÃO

A auditoria interna é de extrema importância para a organizações uma


atividade que procura avaliar as ameaças e oportunidades, evidenciando seus
pontos fracos e fortes, para garantir melhorias corretivas, procedimentos como
definir diretrizes estratégicas voltada para a gestão de negócios. Com a
globalização, e a concorrência como parte da vida diária das organizações uma
continua e progressiva ‘necessidade de informação atempada e útil, é cada vez mais
imprescindível para a tomada de decisão, a auditoria interna, passou assumir um
processo muito relevante nas organizações, uma função de apoio as gestões com
amplas atribuições e responsabilidade em uma gestão eficaz.
O estudo justificou-se para que pudesse contribuir com a comunidade
acadêmica, assim apresentando material para fonte de pesquisas futuras. Para a
sociedade mostrando a importância e a contribuição de uma auditoria interna dentro
das empresas, uma atividade fundamental para identificar desvios que afetam o bom
funcionamento, a garantia de bons resultados, sendo uma função de apoio.
Compreendendo assim que toda e qualquer organização que presa em
manter um controle interno das suas atividades e procedimentos, deveria avaliar
periodicamente e detalhadamente cada setor, departamento, serviço e operação de
suporte às suas atividades, sendo necessário a existência da função auditoria
interna a função é contínua, atuando numa organização para garantir e preservar a
“saúde”, somente com exames periódicos e sucessivos poderá ser possível
apresentar um parecer ou relatório confiável, seguro, completo, com uma visão geral
da organização, suportado por uma autonomia adequada de atuação, livre acesso a
todas as áreas e departamentos, com planejamentos estratégicos e operacionais,
com constante controle e supervisão, fornecendo dados e informações seguras para
colaboração nos processos decisórios da organização. Desta forma, a problemática
deste estudo foi mostrar qual é a contribuição da auditoria interna para tomada de
decisão empresarial?
Este estudo teve como objetivo geral compreender benefícios e contribuições
da auditoria interna, na tomada de decisão das gestões empresariais. E como seus
objetivos específicos: Conceituar auditoria interna, Descrever o planejamento,
10

etapas de uma auditoria interna, Ressaltar a importância da auditoria interna nas


organizações, destacando a relevância para a tomada de decisão.
A metodologia utilizada nesta pesquisa foi a revisão bibliográfica, no qual foi
realizada consulta a livros, dissertações e artigo científicos selecionado através de
busca de dados (livros, sites de bancos de dados, etc.) Auditoria interna, controle
interno e tomada de decisões. O período dos artigos pesquisado foramos trabalhos
publicados nos últimos 20 anos. As palavras-chave utilizadas foi: Auditoria interna,
Controle interno e tomada de decisões.
11

2. AUDITORIA

2.1 HISTÓRICO

É muito difícil dizer com exatidão a data em que foi feito o primeiro procedido
de auditoria no Brasil, mas em um século exatamente, o balanço da São Paulo
Tramway Light & Power Co., relativo ao período compreendido entre junho de 1899
e 31 de dezembro de 1902, foi certificado pela empresa canadense de Auditoria
Clarkson & Cross – atualmente Ernst & Young.
A palavra (auditing) é inglesa e deriva do termo auditor, no que corresponde
a “aquele que ouve”. Falava-se que quando um emissário era mandado pelo
rei tinha a finalidade de notificar algum súdito sobre alguma divida nessa
época o papel e a imprensa não era utilizada ainda, assim acompanhava
uma pessoa que tinha como missão comprovar súdito estaria ciente da sua
situação, desta forma esse era o auditor. Infere-se que a palavra deste tem
fé publica servi de prova perante terceiros levando posteriormente a
aplicação de uma nomenclatura para que o profissional passasse a atuar no
exame de contas, assim seu testemunho podendo ser utilizado em juízo.
(PINHO, 2007, p. 5-6)

Nos fins do Século XIII a auditoria passou a ser exercida por associações
profissionais na Europa: o Tribunal de Contas de Paris, o Collegio dei Raxonati e a
Academia dei Ragionieri na Itália, ou nos Conselhos Londrinos.
Em 1314, o cargo de Auditor foi criado na Inglaterra. Em fins do Século XV,
expedições marítimas em forma de joint ventures era financiadas por príncipes,
empresários, reis e bancários de Portugal, Inglaterra, França, Espanha e Holanda,
necessitando de prestar contas das receitas e das despesas das expedições às
Índias, Ásia e Américas.
Em 1756 na Inglaterra houve a Revolução Industrial e expansão do
capitalismo, deu um impulso maior para a profissão, pelo fato do surgimento das
primeiras fábricas com o uso intensivo de capital, geograficamente fora da jurisdição
dos proprietários, tendo assim necessidade de uma delegação de funções e
atividades e atribuições de responsabilidades quanto ao uso dos recursos produtivos
e comerciais.
No ano de 1880, foi criada a Associação dos Controladores Públicos
Certificados na Inglaterra (Institute of Chartered Accountants in England and Wales).
12

Em 1886, cria-se nos Estados Unidos a Associação dos Controladores


Públicos Certificados. E em 1894, é criado na Holanda o Instituto Holandês de
Contabilidade Pública.
No início do século XX, surgiu as grandes corporações americanas (Ford,
DuPont) e uma rápida expansão do mercado de capitais nos Estados Unidos.
Crash da bolsa em 1929, devido à grande depressão econômica nos
Estados Unidos, é criado o Comitê May, um grupo de trabalho instituído
com a finalidade de estabelecer regras de auditoria e contabilidade para as
empresas que tivessem suas ações negociadas em Bolsa de Valores,
tornando obrigatória a auditoria contábil independente das demonstrações
contábeis. (OLIVEIRA, 2008, p.3).

Em 1930 o surgimento do American Institute of Certified Public Accountants


(AICPA), que teve importância decisiva para o desenvolvimento das práticas
contábeis e de auditoria.
Criação em 1934 da Security and Exchang Comission (SEC), nos Estados
Unidos, que aumentou a importância da profissão do auditor como guardião da
adequacidade e transparência das informações contábeis das organizações e sua
divulgação para o mercado de capitais e toda a sociedade.
O American Institute of Certified Public Accountants (AICPA) era o órgão
responsável para estabelecer normas contábeis e de auditoria. De 1938 até 1959, o
Comitê de Procedimentos Contábeis do AICPA publicou 51 boletins sobre pesquisas
contábeis sob o título de Accounting Research Bulletins (ARB). A partir de 1959, tais
tarefas passaram a ser executadas pela Accounting Principles Board (APB) – Junta
de Princípios Contábeis, que emitiu mais de 31 pronunciamentos até 1973. Financial
Accounting Standards Board (FASB) – Junta de Normas de Contabilidade Financeira
– criada em 1º de junho de 1973, com o objetivo de determinar e aperfeiçoar os
procedimentos, conceitos e normas contábeis.
É composta de sete membros indicados pelo AICPA; é um órgão
independente, reconhecido pelo Securitiesand Exchange Commissions (SEC). Até
dezembro de 1998, a FASB havia emitido 134 pronunciamentos, sob o título de
Statementsof Financial Accountings Standards (SFAS).
Em 1947, foi criada a Declaração de Responsabilidade do Auditor Interno. No
Brasil, a evolução da profissão foi pelo fato da grande presença de subsidiárias e
filiais de multinacionais, principalmente dos Estados Unidos, Japão, França.
Alemanha, Inglaterra, Suécia e Suíça.
13

No início e mais recentemente, da Coréia e Espanha. O Fisco e Legislação


Tributária, conforme alguns autores, o fisco foi o responsáveis pela evolução das
práticas contábeis e de auditoria no Brasil.
Em 1971 foi criado o Instituto Brasileiro de Contadores (Ibracon), com a união
de dois institutos até então existentes: o Instituto dos Contadores Públicos do Brasil
(ICPB), fundado em 26 de março de 1957, e o Instituto Brasileiro de Auditores
Independentes (IBAI), fundado em 2 de janeiro de 1968.
No ano de 1972 o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), por meio da
Resolução nº.321/72, que se pronunciou sobre os princípios que seriam
seguidos sobre os procedimentos do trabalho do auditor, assim foi definido
as normas relativas à pessoa do auditor, à execução dos trabalhos e
também ao parecer da auditoria. (OLIVEIRA, 2008, p.4)

Aspectos éticos, tais como a independência e confidencialidade dos papéis de


trabalhos e assuntos relativos aos clientes, também são objetos dessa Resolução de
1972.
Em dezembro de 1976, com a Lei nº.6.404 – Lei das Sociedades por Ações,
houve a normatização das práticas e dos relatórios contábeis, o que contribuiu
enormemente com o disciplinamento do mercado de capitais. Foi criada a Comissão
de Valores Mobiliários (CVM), Lei nº.6.385/76, com a responsabilidade de normatizar
as normas contábeis e os trabalhos de auditoria das empresas de capital aberto,
além de exercer as funções de fiscalização, semelhante à SEC norte-americana.
Em 1985, foi emitida pelo Banco Central do Brasil a Resolução nº.1007 –
Normas Gerais de Auditoria, com o auxílio do Instituto Brasileiro dos
Contadores (Ibracon) e do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
(OLIVEIRA, 2008, p.4).

Segundo Almeida (2008, p.31), os órgãos mais relacionados com os auditores


são: A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), criada pela Lei nº.6.385/76, é uma
entidade autárquica e vinculada ao Ministério da Fazenda. Funciona como um órgão
fiscalizador do mercado de capitais no Brasil. O auditor externo, exerce atividades
no mercado de valores mobiliários (companhias abertas e instituições, sociedades
ou empresas que integram o sistema de distribuição e intermediação de valores
mobiliários, está sujeito a prévio registro na CVM.
O Instituto de Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), foi fundado em
13/12/1971. O Ibracon é uma pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos.
Os principais objetivos desse Instituto são os seguintes: fixar princípios de
14

contabilidade, elaborar normas e procedimentos relacionados com auditoria (externa


e interna) e perícias contábeis.
O Conselho Federal de Contabilidade e os Conselhos Regionais de
Contabilidade (CFC e CRC), foram criados pelo Decreto-lei nº.9.295 de 27/5/1946.
Esses conselhos representam entidades de classe dos contadores, ou seja, é o local
onde o aluno, após concluir o curso de Ciências Contábeis na universidade, presta
um exame de suficiência e registra-se na categoria de contador. A finalidade
principal desses conselhos é o registro e a fiscalização do exercício da profissão de
contabilista.
O Instituto dos Auditores Internos do Brasil (Audibra), fundado em 20/11/1960,
é uma sociedade civil de direito privado e não tem fins lucrativos. O principal objetivo
do Audibra é promover o desenvolvimento da auditoria interna, mediante o
intercâmbio de idéias, reuniões, conferências, intercâmbio com outras instituições,
congressos, publicações de livros e revistas e divulgação da importância da auditoria
interna junto a terceiros.
O Banco Central do Brasil (BACEN), regula e fiscaliza as instituições
financeiras e outras entidades pertencentes ao Sistema Financeiro Nacional,
submetendo-os também à auditoria independente.
O Brasil ainda não criou organismos para desenvolver normas específicas no
âmbito do setor público, a exemplo do GAO (General Accounting Office) nos
Estados Unidos.
Contudo as orientações e instruções da Controladoria Geral da União
(CGU), órgão de normatização e supervisão do Sistema de Controle Interno
no Brasil e dos Tribunais de Contas, auxiliares do Sistema de Controle
Externo, formam, no conjunto, a regulamentação aplicável ao setor.
(PINHO, 2007, p.10).

No âmbito das leis, somente em 1965, pela primeira vez, foi introduzida a
figura do Auditor Independente em um diploma legal. Esse foi um marco de enorme
importância para a evolução da profissão e das práticas contábeis.
Desde então, tanto as práticas de Auditoria quanto seu ensino acadêmico se
consolidaram no país, de forma a atender seu principal objetivo: opinar a respeito da
adequação das demonstrações contábeis publicadas, no que diz respeito aos seus
aspectos mais relevantes.
No ambiente acadêmico, a disciplina auditoria, inicialmente denominada
Revisão e Perícia Contábil, foi introduzida oficialmente nos currículos dos Cursos
15

Superiores de Ciências Contábeis, a partir de 1945, reconhecendo a necessidade de


transmitir aos alunos uma atividade que o mercado vinha praticando, há algum
tempo, ainda que de forma tímida e não regulamentada.

2.2 CONCEITO

A Auditoria ficou mais presente no Brasil há, mais ou menos um século, mas
a função das características legalistas do país, só foi regulamentada a partir de
1965. Assim antecipou uma tendência que viria a se consolidar nos anos seguintes,
profissionais de contabilidade e acadêmicos, começaram a publicar os primeiros
ensaios sobre o assunto, desde 1928.
Segundo Crepaldi (2007, p.3), defini auditoria como o levantamento, estudo e
avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas e das
demonstrações financeiras de uma entidade.
A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de
procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre sua
adequação, consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e pertinente à
legislação específica.
Desta forma se consiste em controlar as áreas mais importantes nas
empresas com o propósito de evitar situações que propiciem fraudes, desfalques e
subornos, através de testes regulares nos controles internos específicos de cada
organização.
O objetivo do exame das demonstrações financeiras é expressar a opinião da
propriedade das mesmas e assegurar que elas representem adequadamente a
posição patrimonial e financeira, o resultado de suas operações e as origens e
aplicações de recursos correspondentes aos períodos em exame, de acordo com os
princípios fundamentais da contabilidade, aplicados com uniformidade durante os
períodos.
O exame de auditoria deve ser efetuado de acordo com as normas usuais de
auditoria, inclusive quanto às provas nos registros contábeis e aos procedimentos de
auditoria julgados necessários nas circunstâncias.
Auditoria, segundo o Audibra (1991, p.33), é uma atividade de avaliação
independente e de assessoramento da administração, voltada para o exame e
16

avaliação da adequação e eficácia dos sistemas de controle, bem como da


qualidade do desempenho das áreas em relação às atribuições e aos planos, metas,
objetivos e políticas definidos para as mesmas.
Em um conceito adaptado da American Accounting Association, a auditoria
pode ser entendida como o campo do saber voltado para o desenvolvimento e para
o aperfeiçoamento do processo sistemático de obtenção de evidências que visa
aquilatar o grau de conformidade das práticas e afirmações frente aos padrões
estabelecidos e à comunicação dos resultados aos diversos interessados. (PINHO,
2007, p.3).

2.3 TIPOS DE AUDITORIA

2.3.1 Auditoria Externa

A administração da empresa, com a expansão dos negócios, sentiu a


necessidade de dar maior ênfase às normas ou aos procedimentos internos, devido
ao fato de que o administrador, ou em alguns casos o proprietário da empresa, não
poderia supervisionar pessoalmente todas as atividades.
Entretanto, de nada valia a implantação desses procedimentos internos sem
que houvesse um acompanhamento, no sentido de verificar se estes estavam sendo
seguidos pelos empregados da empresa.
Adicionalmente, o auditor externo ou independente, além de sua opinião ou
parecer sobre as demonstrações contábeis, passou a emitir um relatório
comentário, no qual apresentava sugestões para solucionar os problemas
da empresa, que chegaram a seu conhecimento no curso normal de seu
trabalho de auditoria. (ALMEIDA, 2008, p.29).

Entretanto, o auditor externo passava um período de tempo muito curto na


empresa e seu trabalho estava totalmente direcionado para o exame das
demonstrações contábeis. Para atender à administração da empresa, seria
necessária uma auditoria mais periódica, com maior grau de profundidade e visando
também às outras áreas não relacionadas com contabilidade (sistema de controle de
qualidade, administração de pessoal, entre outras).
Portanto, surgiu o auditor interno como uma ramificação da profissão de
auditor externo e, consequentemente, do contador. O auditor interno é um
empregado da empresa, e dentro de uma organização ele não deve estar
17

subordinado àqueles cujo trabalho examina. Além disso, o auditor interno não deve
desenvolver atividades que ele possa vir um dia a examinar, para que não interfira
em sua independência.
Importa informar que, em alguns grupos de companhias, os auditores internos
são subordinados diretamente à sociedade holding. Nesse caso, apenas a
administração de empresa investidora pode admitir ou demitir auditores internos de
sociedades controladas e coligadas.

2.3.2 Auditoria Governamental

A auditoria governamental é a atividade independente e objetiva que, por


meio da aplicação de procedimentos específicos, tem a finalidade de emitir opinião
sobre a adequação das contas governamentais, assim como, apresentar
comentários sobre o desempenho organizacional e o resultado dos programas de
governo.
Objetivos Operacionais da Auditoria Governamental são examinar a
regularidade e avaliar a eficiência da gestão administrativa e dos resultados
alcançados; apresentar subsídios para o aperfeiçoamento dos
procedimentos administrativos e controles internos das unidades da
administração direta e entidades supervisionadas. (GAO, 2003, p.68).

Portanto, segundo o autor a auditoria governamental tem como objetivo


principal verificar a observância da gestão administrativa de forma oferecer
resultados satisfatórios nas questões relativas à auditoria governamental.

2.3.3 Auditoria Ambiental

A auditoria ambiental teve sua origem nos Estados Unidos, através da


realização de auditorias voluntárias na década de 1970. A exigência de revelação de
questões ambientais por parte da Securitiesand Exchange Comission (SEC) também
teve um peso considerável no desenvolvimento da auditoria como uma técnica de
apoio gerencial. Essas auditorias consistiam em análises críticas do desempenho
ambiental ou auditorias para verificação de conformidade, uma vez que se
destinavam a reduzir os riscos dos investidores às ações legais que pudessem
resultar das ações da empresa. Além disso, o órgão americano de proteção ao meio
18

ambiente, Environmental Protection Agency (EPA), serviu de instrumento para tornar


as auditorias ambientais compulsórias em alguns setores industriais.
Desde o final de 1980, os auditores ambientais se tornaram uma ferramenta
gerencial muito comum nos países desenvolvidos e vem sendo cada vez mais
aplicada nos países em desenvolvimento, tanto pelas empresas estrangeiras que
neles operam como em empresas locais.
A auditoria ambiental, segundo La Rovere et al. (2001), pode ser definida
como uma ferramenta que possibilita um “retrato” instantâneo do processo produtivo.
Com esta ferramenta passa a ser possível identificar os pontos “fortes e fracos” da
organização com relação ao meio ambiente.
Kuhre (1996), outro estudioso do assunto, conceitua auditoria ambiental como
um processo sistemático para obter, avaliar e reportar fatos de conformidade ou
não-conformidades ambientais de acordo com algum critério definido previamente.
Destaca-se, baseado nos autores citados, que a auditoria ambiental é um
processo sistemático, que deve ser sempre documentado e que visa avaliar
evidências encontradas, com intuito de concluir se estas evidências constituem
conformidade ou não conformidades em relação ao padrão adotado como
referência.
Entre os principais benefícios advindos das auditorias ambientais, podem ser
citados os seguintes: identificação dos passivos ambientais, existentes ou
potenciais, em relação às leis aplicáveis, redução de conflitos com os órgãos
públicos responsáveis pelo controle ambiental, redução de conflitos e harmonização
de relações com a comunidade e partes interessadas.
A auditoria ambiental é uma poderosa avaliação do desempenho e da
gestão ambiental de uma empresa. Esta avaliação, de amplo espectro de
abrangência, pode ser implementada nas mais diversas ações industriais,
comerciais, de extração mineral, vegetal, bem como em órgãos públicos.
(CAMPOS, 2009, p.78).

É importante ressaltar que existe uma vasta gama de possibilidades de tipos


de programas de auditoria ambiental, variando de empresa para empresa. Os
programas de auditorias ambientais são geralmente desenvolvidos para atender às
necessidades específicas, à cultura e à disponibilidade de recursos de cada
empresa. Entretanto, existem conteúdos e tópicos que geralmente estão presentes
em qualquer auditoria ambiental, como: objetivo, escopo, métodos e técnicas,
19

organização e preparo do programa, relatório da auditoria, confidencialidade e


acompanhamento.

2.3.4 Auditoria Interna

Existem várias formas de conceituar Auditoria Interna, sendo evidenciados


por grandes autores principais definições de acordo com necessidade de pesquisa.
Attie (2006,p.25) define a auditoria como uma especialização contábil
voltada a testar a eficiência e eficácia do controle patrimonial implantado
com o objetivo de expressar uma opinião sobre determinado dado”.

Mello (2008, p.1-2), por sua vez, define Auditoria Interna como:
A Auditoria Interna é uma atividade de avaliação independente e de
assessoramento da administração, voltada para o exame e avaliação da
adequação, eficiência eeficácia dos sistemas de controle, bem como da
qualidade de desempenho das áreasem relação às atribuições e aos
planos, metas, objetivos e políticas definidas para asmesmas.

Analisando estudiosos da área, auditoria interna,é uma especialização


contábil, independente mesmo sendo assessorada a administração, continua sendo
independente, tem papel essencial dentro da empresa. Voltada a avaliação,
adequação, eficiência e eficácia dos sistemas de controle, como qualidade de
desempenhos as áreas com atribuições definidas para as mesmas.
Procurando detectar falhas nos processos, corrigi-las a fim de melhorar as
operações e averiguar se objetivos e metas, estão sendo alcançados.
20

3. AUDITORIA INTERNA

3.1 OBJETIVOS DA AUDITORIA INTERNA

A auditoria interna, para Attie, tem uma objetividade para cada setor da
empresa, para administração, fiscalizar a eficiência e eficácia dos controles internos
e gestores, aponta falhas, oferecendo melhores adequações. Para investidores,
demonstra a real situação econômica, patrimonial e financeira da empresa. Para o
fisco, a exatidão das demonstrações contábeis e situação geral da empresa. Para
sociedade da credibilidade e assegura a veracidade das informações, garantindo
empregos.
Para Attie (1992, p.29), a Auditoria Interna tem por objetivo:
· examinar a integridade e fidedignidade das informações financeiras e
operacionais e os meios utilizados para auferir, localizar, classificar e
comunicar essas informações;
· examinar os sistemas estabelecidos, para certificar a observância às
políticas, planos, leis e regulamentos que tenham, ou possam ter, impacto
sobre operaçõese relatórios, e determinar se a organização está em
conformidade com asdiretrizes;
· examinar os meios usados para a proteção dos ativos e, se necessário,
comprovar sua existência real;
· verificar se os recursos são empregados de maneira eficiente e
econômica;
· examinar operações e programas e verificar se os resultados são
compatíveis com os planos e se essas operações e esses programas são
executados de acordocom o que foi planejado; e
· comunicar o resultado do trabalho de auditoria e certificar que foram
tomadas as providências necessárias a respeito de suas descobertas.

Baseando-se, em autores da área, auditoria interna não é apenas observar


como nos controles internos, mas também averiguar e examinar as informações que
estão sendo utilizadas, sendo colocada em prática adequadamente torna-se um
instrumento de excelência, transmite confiabilidade, redução de erros e fraudes,
consequentemente auxilia no processo de tomada de decisão.

3.2 A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA

Com o constante desenvolvimento e expansão das atividades financeira, e


avanços tecnológico, sentiu- se necessário da ênfase as normas e procedimentos
internos. De acordo com o crescimento da organização o administrador e
21

proprietário não tem condições de supervisionar as etapas das atividades dos seus
negócios.
O Auditor externo, também pode emitir um relatório com soluções, para as
atividades da empresa, mas como se passe pouco tempo dentro da empresa. É
necessário um auditor a conhecer melhor as atividades e se aprofundar as diversas
áreas e atividades da organização.
Para Crepaldi (2013, pág. 66) a auditoria interna é importante para a entidade
principalmente no que tange:
à aplicabilidade e adequação de controles internos, financeiros e
operacionais; revisando e avaliando a correção, adequando e aplicando os
controles contábeis, financeiros e outros de natureza operacional,
propiciando controles eficazes a um custo razoável;
 à extensão do cumprimento das diretrizes, planos e procedimentos;
determinando o grau de atendimento;
à salvaguarda dos ativos quanto à estruturação, guarda e perdas de todas
as espécies; determinando o grau de controle dos ativos da empresa quanto
à proteção contra perdas de qualquer tipo;
à avaliação da qualidade e desempenho na execução das
responsabilidades delegadas determinando a fidelidade dos dados
administrativos originados na empresa;
 à recomendação de melhorias operacionais.

Desta forma, pode se constatar que Auditoria interna, é uma ferramenta de


controle, que serve de auxilio, ao administrador e proprietário a tomada de decisão.
Entretanto a Auditoria interna, será sempre necessária para contribuir com o bom
desempenho e crescimento da empresa.

3.3 PLANEJAMENTO DA AUDITORIA INTERNA

A Auditoria Interna é uma parte da auditoria, que controla busca desenvolver


e avaliar sistemas gerenciais da empresa, auxiliar a administração e sócios a
cumprir suas responsabilidades e tomar decisão. É fundamental para o
desenvolvimento da empresa melhorando seus processos e adquirindo
confiabilidade a sua marca e credibilidade a seus clientes. Para alcançar seu
objetivo, o auditor deve planejar adequadamente seu trabalho. O planejamento da
auditoria interna, divide em cinco etapas:
22

Figura 1:Etapas da Auditoria Interna

Fonte: Adaptado pelo Autor

Segundo NBTC 300, os objetivos básicos do planejamento são:


 Identificar os problemas da entidade;
 Definir os exames adequados para execução dos trabalhos em tempo
hábil;
 Garantir a uniformidade dos levantamentos, exames e avaliações a
serem realizados pela equipe;
 Dividir as tarefas, para evitar sobrecarga de trabalho.
O planejamento é fundamental para o bom resultado, o trabalho do auditor
interno, no mesmo é feito a análise dos riscos, a possibilidade de não ser obedecido
o prazo, como a possibilidade de não se atingir a finalidade no qual o trabalho de
auditoria se destina. Deve ser feito alguns levantamentos prévios com limitação de
comunicação.

3.4 FUNÇÕES DA AUDITORIA INTERNA

Conforme o Institute of Internal Auditors (IIA), mostra a auditoria interna como


uma atividade independente, com uma garantia objetiva e de consultoria, sendo
destinada a acrescentar valor e assim melhorando as operações de uma
organização. Desta forma, a auditoria interna ajuda as organizações a alcançar os
23

seus objetivos, dando uma abordagem sistemática e disciplinada, assim avaliando e


melhorando os processos da gestão de risco, de controle e Governance.
A auditoria é uma função contínua, completa e independente, desenvolvida na
entidade, por pessoal deste ou não, baseada na avaliação do risco, que verifica a
existência, o comprimento, a eficácia e otimização dos controles internos e dos
processos de Governance, ajudando-a no cumprimento dos seus objetivos.
Asatividades atribuídas a Auditoria Interna, são:
I. Examinar e apreciar a razoabilidade, a suficiência e aplicação dos controles
financeiros, contabilisticos, operacionais, processos e de gestão, promovendo um
controlo eficaz a um custo razoável- relação custo/beneficio, com base na avaliação
do risco;
II. Verificar ate que ponto os ativos da entidade estão justificados e livres de
ónus e se os processos de Governance são adequados;
III. Avaliar a qualidade e eficácia do trabalho desenvolvido pelos
trabalhadores;
IV. Recomendar melhorias no sistema;
As funções da auditoria interna, são:
Função de Apoio a Direção: A auditoria interna em apoio ao Órgão de Gestão,
só tem razão de ser quando a Direção reconhece utilidade, a posiciona ao alto nível
hierárquico e define no seu estatuto as suas atribuições. Ou seja quando reconhece
que esta atividade acrescenta valor a entidade.
Função de Vigilância do Sistema de Controle: A atividade de auditoria interna
deve proporcionar informação a Direção com o objetivo de controlo. O auditor
interno converte-se num elemento chave de feedback da entidade.
A atividade de auditoria interna é desenvolvida ao longo de todo o ano. A sua
principal responsabilidade é dotar a Direção de uma ferramenta de controlo,
mediante a identificação dos pontos fracos da entidade, emitindo um relatório de
diagnósticos. O auditor mede e avalia, comparando com as normas estabelecidas, o
estado do sistema de controlo, concluindo se é ou não aceitável. Não sendo
aceitável tenta encontrar as causas. Dependendo dos resultados obtidos no
diagnóstico, a Direção pode transformar um sistema de controlo inaceitável ou débil,
mediante adoção das necessárias ações corretivas, num sistema de controlo
aceitável.
24

Função de Apoio a Gestão de Risco e Processo de Governance: O auditor


interno devera verificar se a metodologia adotada para implementar o processo da
gestão de risco é entendida pelo conselho de administração, Comissão de Auditoria,
entre outros envolvidos no Governance da entidade. Embora seja tarefa da gestão
conceber uma metodologia da gestão de risco, cabe ao auditor interno auxiliar a
entidade na sua identificação e avaliação.

3.5 FASES DO PROCESSO DE AUDITORIA INTERNA

A equipe de Auditoria Interna deverá compreender e avaliar os controles


internos existentes em cada área a auditar, com o objetivo de assegurar uma
razoável confiança nos mesmos, podendo determinar o alcance, limitando os
procedimentos Auditoria Interna.
No processo de Auditoria interna se deve considerar alguns verbos de ação,
como: planear, identificar, examinar, verificar, confirmar, interpretar, valorizar, refletir,
opinar, recomendar, acompanhar e avaliar.
De acordo Georgina & Martins (2007), as seguintes fases do processo de
Auditoria Interna, são:
1ª Fase: O Planejamento: É necessário planear as diferentes avaliações o
controlo interno, gestão e risco e Governancea realizar ao longo do ano, determinar
a amplitude, alcance e frequência, para não deixar que a realização de Auditorias
fique a mercê da ocorrência e algum acontecimento que seja necessário investigar.
Os objetivos do planejamento são estabelecer prioridades face as áreas ou
operações a auditar, rendibilizar os processos, determinar a profundidade os testes
e identificar os recursos necessários e adequados.
É necessário elaborar um plano anual a fim de permitir a realização de
exames adequados e eficientes que facilitem a concretização dos objetivos da
atividade de Auditoria Interna, em tempo razoável, independentemente de
acontecimentos imprevisíveis.
É difícil estabelecer um plano padrão de Auditorias, em virtude das diferentes
estruturas organizacionais e estilos de gestão. No entanto, podem-se estabelecer os
requisitos mínimos a ter em conta, a quando da elaboração de planos, entre os
quais se estacam:
25

 A Dimensão da entidade;
 O sector de atividade a que pertence;
 O correto tratamento das informações;
 A filosofia de gestão quanto as políticas gerais (proativas ou
não);
 A situação econômica- financeira da entidade;
 A identificação das funções mais relevantes dentro da entidade e
os problemas críticos (riscos) que possam afetar.
2ª Fase: Preparação da Auditoria: A preparação da Auditoria inclui um
programa de trabalho que é um plano detalhado de práticas comuns de Auditoria e
avaliação prévia do controlo interno e da gestão de risco, baseada nas normas e
políticas estabelecidas pela entidade e nas normas internacionais de auditoria
interna geralmente aceites.
O programa de auditoria é uma orientação, um guia para a consecução do
trabalho da atividade de Auditoria Interna. A sua aplicação não assenta em critérios
rígidos, podendo a equipa de Auditoria usá-lo com uma razoável flexibilidade,
ajustando-o aos fatos ocorridos.
O programa de trabalho recolhe as linhas gerais de atuação da atividade de
Auditoria Interna, em função do tipo de auditoria, como por exemplo:
 Programa de trabalho para Auditoria contabilístico-financeiro –
esta intimamente relacionado com o objetivo de controlo, risco e fiabilidade
das demonstrações financeiras;
 Programa de trabalho para Auditoria operacional – visa medir e
avaliar a economia, a eficiência e a eficácia da gestão das diferentes áreas,
processos ou atividades funcionais da entidade.
3ª Fase: Exame Preliminar: A fim de conhecer bem a entidade ou área sujeita
a Auditoria, o auditor interno tem necessidade de efetuar as deslocações,
observações, reuniões, recolha documental, etc., que lhe permita obter a descrição
preliminar do sistema, da atividade ou do processo, e acordo com o trabalho a
realizar. Pode efetuar uma revisão analítica se considerar necessário.
A primeira reunião deve ser com o responsável a área sujeita a auditoria e no
local a auditar, a fim de poder efetuar o primeiro esboço do trabalho a executar.
Deve também efetuar a recolha e verificação dos documentos básicos que lhe
26

permitam conhecer e escrever o sistema, bem como a adequação e eficácia do


processo de gestão de risco.
4ª Fase: Exame e Avaliação da Informação: Após se ter avaliado o controlo
interno, reavaliado o risco e reajustado o Programa Preliminar de Auditoria, procede-
se a execução do exame propriamente dito, incluindo todo o tipo de testes. O auditor
interno efetua uma revisão detalhada das operações e, ou, processos e respectivo
sistema de controlo interno e gestão de risco, recorrendo a testes de conformidade
que permitam avaliar a concessão e eficácia do sistema.
5ª Fase: Conclusões e Recomendações: Após ter efetuado o exame e a
avaliação, estando na posse da prova suficiente e adequada, incluindo a eficácia
dos controles internos e de risco, o auditor interno esta em condições de elaborar as
conclusões e efetuar recomendações. As recomendações são o resultado da
auditoria e baseiam-se nas observações e conclusões obtidas durante a realização
do trabalho.
6ª Fase: A Comunicação dos Resultados: A comunicação dos resultados é
uma declaração formal da reflexão do auditor, consequência direta da sua base de
dados, isto é da prova, sendo não satisfatória, bem como os riscos associados.
O relatório representa um dos documentos mais relevantes do auditor interno,
dado que é por este meio que comunica aos diferentes destinatários as conclusões
de seu trabalho.
Os objetivos do relatório são:
 Reportar a informações necessária e relevante que permita
conduzir as recomendações susceptíveis de ajudar na tomada de decisão;
 Fornecer um relato permanente, global e coerente de uma
investigação trabalho, estudo ou pesquisa;
 Identificar com clareza as melhorias necessárias a entidade;
 “Vender” convictamente o trabalho a atividade de Auditoria
Interna;
7º Fase – Follow-up: O sucesso exige a execução completa de um projeto ou,
no caso de uma Auditoria Interna, de um Follow-up. A Auditoria considera-se bem-
sucedida quando as suas Recomendações são efetivamente e avaliada a sua
eficácia.
27

Assim o Follow-up é um processo através da qual os auditores internos


avaliam a adequação, a eficácia e oportunidade das medidas tomadas pelo Órgão
de Gestão em relação as observações e recomendações relatadas, incluindo as
efetuadas pelos auditores externos e outros.
Os auditores internos elaboram um relatório dos resultados da revisão de
Follow-up que será entregue ao responsável que recebeu o relatório de Auditoria
Original.
Nesta fase são efetuadas testes de Follow-up a fim de avaliar as ações
corretivas decididas pelos Órgãos de Gestão. O ponto-chave do Follow-up deve
centrar-se nos resultados e na resolução de problemas e não necessariamente nas
recomendações específicas de Auditoria.
8º Fase Avaliação da Auditoria:A última fase do processo de Auditoria é a
avaliação, apreciação da Auditoria na sua globalidade. Estas avaliações ajudam a
manter o controlo de qualidade eficaz, acrescentando valor. É importante que a
avaliação seja feita enquanto a Auditoria Interna ainda esta bem presente na equipe
de trabalho. A avaliação de uma Auditoria é geralmente realizada durante uma
reunião entre os auditores envolvidos no trabalho realizado, supervisor, designado
para a Auditoria e o responsável a auditoria.
28

4. AUDITORIA INTERNA E O PROCESSO DECISÓRIO

4.1 PROCESSO DECISÓRIO

Uma decisão acarreta uma alternativa de ação dentre as disponíveis. A


melhor decisão é aquela que contempla de forma clara e precisa as limitações e as
vantagens essenciais a qualquer entidade, ou seja, a que proporciona a otimização
dos resultados. Ela deve ser uma parte natural da gestão das organizações e,
nessecontexto, os gerentes assumem o papel principal, proporcionalmente à
estrutura organizacional da empresa e da sua posição hierárquica. (DRUCKER,
1997, p.124)
Conforme o IOB – Caderno Temático Contábil e Balanços (Bol. 9/2002: 2),
considera-se o processo de tomada de decisão:
“[...] como um método com uma consequência lógica de eventos que pode
ser tratado cientificamente como segue: reconhecimento de um problema ou
necessidade de uma decisão; definição de todas as alternativas de solução
do problema; reunião de todas as informações relevantes às soluções
alternativas; avaliação e classificação dos méritos das soluções alternativas;
seleção da melhor solução alternativa; validação da decisão pela
realimentação da informação.

A tomada de decisão é um processo constante que passa por toda a atividade


organizacional. Em qualquer organização, toda pessoa acaba tomando decisões.
Um colaborador que para o seu serviço para ir fumar, também faz parte do sistema
decisório da empresa, do mesmo jeito que os diretores que resolvem erguer uma
fábrica com elevado custo. A tomada destas decisões terão consequências que
variam em relação ao impacto sobre os objetivos de toda a empresa. E devido aos
resultados pelas decisões executadas, muitos colaboradores, diretores e presidentes
a consideram como uma tarefa difícil. (TREWTHA; NEWPORT, 1982)
A tomada de decisão é fundamental para a empresa, tanto que nenhuma
função de administração pode ser realizada sem ela, as decisões são de extrema
importância para o planejamento, organização, atuação e controle.
Na visão gerencial, pode-se obter melhor conhecimento das funções de
administração pelo entendimento do processo decisório. Desta forma, se
compreende os caminhos na tomada de decisão, e assim podemos desenvolver
maior consciência das técnicas específicas que podem contribuir para a prática
eficaz de administração. (BRAGA, 1987, p. 34)
29

Consequentemente, a tomada de decisão implica em escolher dentre dois ou


mais caminhos alternativos de ação, sendo que a escolha deste caminho se não
estivermos tentando solucionar um problema, na realidade não estaremos em
situação de tomar decisão.
O processo decisório pode ser definido como o processo de pensamento e
ação que culminará com uma escolha. Esta consiste em selecionar dentre
cursosalternativos de ação ou mesmo aceitar ou rejeitar uma ação específica.
(BRAGA, 1987, p. 34)

4.2 TIPOS DE DECISÃO

Os administradores, em função dos diversos tipos de decisão e das


circunstâncias contextuais, adotam comportamentos não uniformes diante da
tomada de decisão. Como por exemplo, temos o seguinte fato, em uma decisão de
construir ou não uma nova ala para o prédio da administração ou uma nova fábrica,
é preciso buscar novas ideias para se tiver alternativas e o exame de outras
considerações. A decisão do combinado a ser pago a um novo funcionário, por outro
lado, precisa de uma análise menos ampla. (STONER, 1984)

4.2.1 Decisões Programadas e Não Programadas

Os administradores ajustam suas maneiras de efetuar certas ações com


relação à tomada de decisões, variando de acordo com a situação. É bom fazer a
diferença entre situações que exigem decisões programadas e aquelas em que é
preciso tomar decisões não programadas. (STONER, 1984)
Decisões programadas são as decisões executadas de acordo com a prática
ou regra. Toda organização tem politicas por escrito ou não, que deixam de forma
simples as decisões em situações frequentes, limitando ou excluindo alternativas.
(STONER, 1984)
Os problemas que ocorrem de forma comum não são necessariamente
simples; usam decisões programadas para assuntos complexos e simples. Se um
problema se repetir e se os elementos que o compõem puderem ser definidos,
previstos e analisados, ele poderá ser um candidato à decisão programada.
30

Até certo ponto, as decisões programadas inibem a liberdade, pois é mais


organizada, e a pessoa acaba não decidindo o que fazer. No entanto, as mesmas
tendem a ser liberadoras. As regras ou procedimentos pelos quais se tomam
decisões fazem com que se diminua o tempo para se pensar em novos
caminhospara todos os problemas, e assim facilita a aumentar o foco em outras
atividades com maior grau de dificuldade.
As decisões não programadas são as que decorrem de problemas incomuns
ou especiais. Se um problema não ocorre com certa frequência para merecer uma
politica, ou se for tão importante que mereça tratamento especial, terá que ser
solucionado por uma decisão não programada (STONER, 1984).
Na maioria das vezes, os programas de treinamento administrativo procuram
aumentar a capacidade do administrador de tomar decisões não programadas, com
o objetivo de ensiná-lo a tomar decisões de modo plausível. Podemos verificar que
as maiorias dos problemas enfrentados pelo administrador levam a serem resolvidos
por meio de decisões não programadas.

4.2.2 Decisões Centralizadas e Descentralizadas

Segue ótima definição para a centralização quanto à distribuição de poder nas


organizações:
O lócus de decisão que determina a autoridade dentro de uma organização.
Quando a maioria das decisões é tomada hierarquicamente, uma unidade
organizacional é considerada centralizada é considerada centralizada; uma
unidade descentralizada geralmente implica que a fonte principal do
processo decisório foi delegada pelos gerentes de linha para o pessoal
subalterno. (HALL, 1984, p.81)

Não existe uma certeza quanto identificar uma organização centralizada de


uma descentralizada, porém podemos dizer que o grau de descentralização de uma
organização será tanto maior: quanto maior for o número de decisões tomadas na
parte inferior da hierarquia administrativa; quanto mais importantes forem as
decisões tomadas na parte inferior da hierarquia administrativa; quanto maior o
número de funções tiverem as decisões tomadas na parte inferior da hierarquia;
quanto menor supervisão for exigida sobre a decisão. (MOTTA e PEREIRA, 1991)
Temos também a vantagem e as desvantagens de centralização e da
descentralização, lembrando que a vantagem de uma é a desvantagem da outra.
31

Segue as vantagens da centralização: as decisões mais importantes são tomadas


por pessoas mais capazes; há necessidades de menor número de
administradoresde alto nível; há uniformidade de diretrizes e normas; a coordenação
torna-se mais fácil; aproveita-se mais o trabalho dos especialistas; torna a
identificação dos administradores de nível médio com a organização menos
decisiva; possibilita a realização de compras em larga escala. (MOTTA E PEREIRA,
1991).
Já as vantagens da descentralização são as seguintes: despersonalização,
tamanho da organização e moral; concentra a atenção do administrador nos
resultados; estimula a iniciativa dos administradores de nível médio; facilita a
identificação do administrador com os objetivos da organização; é um meio de
treinamento dos administradores; é um meio de testar administradores; alivia a
carga de trabalho dos administradores de cúpula; facilita a concorrência interna.
(MOTTA E PEREIRA, 1991).

4.3 AUDITORIA INTERNA NA TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES

Observando o atual momento que se passa a função de auditoria interna nas


organizações em todo o lugar, apesar de ser uma área implantada recentemente,
podemos questionar a sua real importância para as organizações atuais, como uma
área que venha agregar valor ao negócio e assim proporcione beneficio e segurança
sobre as operações aos acionistas.
E trazer valor é uma soma de interesses internos e externos que venham
facilitar um ganho, não só em dinheiro, mas também para uma boa gestão e
organização para toda a empresa.
Outro assunto essencial para a auditoria interna é os pensamento dos
funcionários da organização onde a auditoria interna é aplicada, os mesmo têm que
entender que a aplicação da auditoria serve como um auxílio no desempenho das
tarefas dentro da ideologia da empresa, e não como um empecilho ou um inimigo
que só é utilizado para apontar erros, ela tem que ser vista como parceira na procura
da “batida perfeita”, ou seja, os dois tem que andar juntos para o bem da
organização, essa é a nova cultura de auditoria interna.
32

Os profissionais de auditoria interna estão recebendo uma série de exigências


quanto a conhecimentos variados para o bom desempenho das suas atividades
como: relações humanas, contabilidade, aptidão nas técnicas de gestão, marketing,
qualidade total, organização e métodos, informática, planejamento estratégico e
muitos outros.
A auditoria interna é de extrema importância para a eficaz do sistema de
gestão interna, pois a mesma faz com que suas avaliações, sejam úteis e essenciais
na execução de uma adequada gestão de recursos. Sua opinião e visão detalhista
dos processos serão embasadas em evidências que informem aos gestores a
correta valoração das técnicas utilizadas na gestão de negócio, onde o
consentimento para as mudanças por parte da gestão acaba sendo influenciada pela
forma como é transmitida essa opinião.
O grande sucesso da auditoria interna passa por um processo de mistura,
incorporando auditores profissionalmente qualificados, e que estão motivados
ecomprometidos em atingir os objetivos e metas da empresa que estão inseridos,
com a responsabilidade de ajudar na manutenção de um controle interno sadio e
dentro dos principais objetivos estratégicos da empresa.
Neste novo âmbito da auditoria interna, teremos um centro de excelência para
obter informações altamente qualificadas, para assim garantir um sistema de
controle interno muito eficaz no antro da empresa e com atitudes éticas sem
questionamentos.
Indo para este lado, a auditoria interna será uma atividade com visão ampla e
proativa, procurando se antecipar aos fatos, fazendo com que sua opinião seja de
suma importância para o crescimento da empresa, e da mesma forma, estará atenta
a novas ideias do mercado em que sua organização atua.
Nestes dias, as características do órgão de gestão que dispõe de uma função
de auditoria interna irão possibilitar aos profissionais que a executam uma
autonomia nas tomadas de decisões, permitindo o acesso a dados e informações
atuais da estratégia da organização para que os mesmos venham a assumir este
novo papel na empresa.
No dia a dia da empresa, as escolhas são feitas a todo o momento, e as
informações para uma decisão correta é de extrema importância, pois a mesma
deve ser fiel e apropriada, fazendo com que as metas planejadas pela gestão sejam
33

alcançadas, pois atingindo estes objetivos estará efetuando a melhor decisão para a
empresa.
A informação é uma ferramenta essencial para o procedimento de tomada de
decisão, uma vez que a mesma é responsável pelas alterações implementadas pela
gestão.
Para o processo de tomada de decisão, o órgão de gestor, pode usar
modelos de decisão, como ferramentas de gestão, utilizados para encontrar o curso
de ações futuras. Também são utilizados, para descrever ou representar os dados
necessários de um processo e as suas inter-relações.
A partir da escolha de um grupo de variáveis e uma especificação das suas
inter-relações, projetadas para representar um processo ou sistema real, total ou
parcialmente, um modelo é a descrição do funcionamento de um sistema,
representando uma construção em particular, utilizando-se da teoria, a qual lhe
serve como suporte comercial. (BEUREN, 2000, p.17).
Desta forma, um modelo deve ser desenhado de uma forma que, apresente a
sua estrutura da melhor maneira possível, mostrando cada detalhe da operação
para que o seu auxílio, venha a ser utilizado de maneira eficiente e eficaz, não
confundindo com o processo de tomada de decisão.
O modelo de decisão é uma forma para se atingir os objetivos, já o processo
decisório é bem mais amplo, pois tem etapas definidas e necessárias em níveis
administrativos diferentes.
A maior dificuldade na tomada de decisão, é a incerteza quanto ao futuro,
mas esta incerteza pode ser diminuída com um bom modelo de decisão, que capture
informações fieis, adequadas e oportunas, para assim oferecer dados favoráveis e
aceitáveis acerca de uma decisão, a auditoria interna é quem vai auxiliar na captura
destes dados.
A concepção de um sistema de informações que auxilie o gestor a melhorar
as suas decisões não depende apenas da identificação dos modelos decisórios dos
gestores e das necessidades informativas. Muitas vezes, torna-se necessário
repensar o próprio modelo de decisão, além de utilizar informação adicional para
determinar a probabilidade de ocorrência de cada estado da natureza, a fim de
reduzir o problema da incerteza. (BEUREN, 2000, p.21).
34

A auditoria interna deve estar a par do modelo de gestão utilizado pelo órgão
de gestão da organização, passando aos mesmos informações úteis para o objetivo
traçado, para que com estas informações a tomada de decisão seja executada pela
gestão de forma eficaz. Se aproveitando de que a auditoria interna é conhecedora
dos fatos ocorridos no passado de uma organização, pode presumir o efeito com a
escolha de determinada decisão e, portanto, cabe à auditoria interna desempenhar
de forma eficaz as suas responsabilidades no processo de tomada de decisão,
auxiliando os gestores com as informações disponíveis, sejam quantitativas ou
qualitativas.
Podemos concluir que a atividade de auditoria interna na questão da
assessoria à gestão, vendo a execução das suas normas, vem ajudando de muitas
formas a concretizar os resultados das organizações, tornando possível a redução
dos riscos a que as empresas estão expostas no atual cenário empresarial,
agregando valor.
Gestão de Risco é: um processo desenvolvido pela administração, gestão e
outras pessoas, aplicado na definição estratégica ao longo da organização,
desenhado para identificar potenciais eventos que podem afetar a entidade, e gerir
os riscos para níveis aceitáveis, fornecendo uma garantia razoável de que os
objetivos da organização serão alcançados. (COSO, 2004, p.4)
Os riscos nas organizações crescem cada vez mais, visto que temos
ambientes instáveis e muito competitivos com tecnologias sofisticadas e com ciclos
de vida cada vez mais curto, e com acesso á informação global generalizado.
Devido a estes acontecimentos, temos a necessidade de um controle
moderno que beneficie o desempenho e a competição, em divergência com os
controles de conformidade do passado, sendo o seu foco principal assegurar à
economia e a boa utilização dos recursos e a eficácia das organizações.
Mas se valorizam outras perspectivas do controle interno, a auditoria interna,
como atividade de supervisão, também sente a necessidade de novos
desenvolvimentos e novas perspectivas, para responder eficazmente às novas
atividades de controle e a um aumento de risco generalizado nas organizações, que
põe em causa nomeadamente o próprio principio going concern. (COSO, 2004, p.20)
35

Nestes últimos anos, estamos observando as várias novas exigências de


regulamentação neste tema, nos passando esta tendência mundial de fortalecimento
das estruturas de controle.
Com a inserção de tantas regulamentações, a organização têm que estar
atenta e com uma postura de “auto controle”, e para isso a mesma tem que criar ou
no mínimo aprimorar uma estrutura efetiva de controle de riscos, e a auditoria
interna reforça o seu papel e a sua importância nesse quesito.
Desta forma, para corresponder a essa nova realidade, as estruturas de
auditoria interna tiveram que passar por um processo de transformações que caem
sobre o alcance de suas ações e forma de atuar, o estabelecimento de uma politica
efetiva de auditoria interna passou a representar a base da estrutura de governança
e gestão de riscos da organização.
Com estas novas responsabilidades têm implicações na prevenção de perdas
e na identificação de ferramentas de melhoria da gestão, influenciando
positivamente no valor das operações e na organização em geral.
O aumento do novo papel e do alcance da auditoria interna na gestão de
riscos começa a aumentar cada vez mais, e assim passa a ser reconhecido que
nãoé mais possível planejar uma ótima gestão de riscos empresariais sem
considerar, de alguma forma, o envolvimento desta função como instrumento de
identificação de vulnerabilidades e, até mesmo, de auxilio à implementação de
processos de correção e melhoria, contribuindo para o alcance dos objetivos e
metas e assim contribuir para a melhoria da competitividade nas organizações.
Neste mundo duvidoso, onde ocorrem inúmeras mudanças, as organizações
têm de estar cada vez mais atentas ao seu meio envolvente, analisar a evolução dos
mercados e encontrar ameaças e oportunidades, identificar os seus pontos fortes e
fracos, definir os seus objetivos estratégicos, as suas estratégias e políticas globais
e também analisar de forma cuidadosa os resultados a médio e longo prazo.
Para se obter uma posição competitiva, vantajosa e até para se manter no
mercado, as organizações precisam ser administradas com eficácia, de modo a que
os objetivos propostos sejam alcançados, e para isso concretizar, a auditoria interna,
possui extrema influência, pois a mesma tem o registro dos conhecimentos deste
domínio. Rego (2001, p.10) considera que a auditoria interna preocupa-se também
com a melhor rentabilidade dos recursos disponíveis assim como o cumprimento dos
36

objetivos previamente fixados, servindo as organizações na sua globalidade e não


apenas os seus gestores.
Segundo o autor, é importante frisar que a auditoria assume papel importante
no contexto da organização, visto que o mesmo verifica a veracidade e
confiabilidade das informações contábeis da empresa, favorecendo de forma
positiva na gestão e tomada de decisões acertas.
A função do auditor interno é fazer aquilo que a direção gostaria de fazer se
tivesse tempo para fazer e soubesse como faze-lo. (SAWYER, 1988, p.7)
Desta forma, as atividades de auditoria interna deverão ser planejadas,
programadas e desenvolvidas tendo em conta as preocupações e prioridades da
gestão e acordo com os objetivos, estratégias e políticas globais definidas,
possibilitando o alcance de uma gestão eficaz, tornando-se uma atividade super
valorizada para o domínio da gestão e da organização em geral com
responsabilidade social. (SAWYER, 1988)
Com estes acontecimentos as empresas passam a necessitar de alguém que
lhe passe segurança quanto aos controles e rotinas de trabalho, para que os
mesmos sejam executados de forma eficiente, e que os dados sejam confiáveis,
poisos mesmos devem retratar a realidade econômica e financeira da empresa. (SÁ,
2001, p.48)
Cabe à auditoria interna convencer a alta administração e seus executivos
que podem auxilia-los na melhoria dos negócios, identificando áreas problemáticas
sugerindo correções para obter destes o apoio necessário ao desenvolvimento de
prestação de serviços a toda empresa. (LISBOA, 1997)

4.4 VANTAGENS DA AUDITORIA INTERNA

A auditoria interna fornece um importante número de serviços para a gestão


da empresa. Estes incluem detecção e prevenção de fraudes, testando controle
interno e verificação da conformidade com a política da empresa e regulamentação
do governo.
Entre outras atribuições, a auditoria interna avalia a eficácia dos controles
internos de uma empresa. A manutenção de um sistema eficaz de controles internos
é vital para atingir os objetivos de negócios da empresa, a obtenção de informação
37

financeira confiável sobre suas operações, prevenção da fraude e apropriação


indevida de seus ativos, e minimizar seu custo de capital. Ambos os auditores,
internos e externos, contribuem para o sistema de auditoria de uma empresa de
diferentes, mas importantes maneiras.
Crepaldi (2013, pág. 11) relaciona as seguintes vantagens que a auditoria
interna proporciona à administração da empresa:
 fiscaliza a eficiência dos controles internos;
 assegura maior correção dos registros contábeis;
 opina sobre a adequação das demonstrações contábeis;
 dificulta desvios de bens patrimoniais e pagamentos indevidos de despesas;
 possibilita apuração de omissões no registro das receitas, na realização
oportuna de créditos ou na liquidação oportuna de débitos;
 contribui para obtenção de melhores informações sobre a real situação
econômica, patrimonial e financeira das empresas;
 aponta falhas na organização administrativa da empresa e nos controles
internos.
Podemos perceber como ter um sistema de auditoria eficaz é importante para
uma empresa, porque lhe permite buscar e atingir seus vários objetivos corporativos.
O processo negocial precisa de várias formas de controle interno para facilitar a
supervisão e o monitoramento, a prevenção de detecção de operações irregulares e
para medir o desempenho em curso, promovendo a produtividade operacional.
Os auditores internos fazem a revisão dos controles internos e propõem
melhorias, documentando quaisquer irregularidades materiais para permitir uma
investigação mais aprofundada pela administração, se for necessário.
Sem um sistema de auditoria, a empresa não seria capaz de criar relatórios
financeiros confiáveis para fins internos ou externos. Dessa forma, não seria capaz
de determinar como alocar seus recursos, bem como qual dos seus segmentos ou
linhas de produtos são rentáveis e quais não são. Um sistema de auditoria é
fundamental na prevenção de distorções nos registros e relatórios da empresa,
fazendo com que esses reproduzam a veracidade das informações, garantindo um
real exame da situação patrimonial da mesma.
Um importante papel da auditoria interna para as empresas é a prevenção de
fraudes. As recorrentes análises das operações de uma empresa e a manutenção
38

de sistemas rigorosos de controle interno podem prevenir e detectar várias formas


de fraude e outras irregularidades contábeis. Os profissionais de auditoria auxiliam
no projeto e modificação do sistema de controles internos, objetivando a prevenção
de fraudes.
Crepaldi (2013, págs. 11-12) também cita vantagens que a auditoria interna
traz para os investidores (titulares do capital) e para o Fisco:
 contribui para maior exatidão das demonstrações contábeis;
 possibilita melhores informações sobre a real situação econômica,
patrimonial e financeira das empresas;
 assegura maior exatidão dos resultados apurados;
 permite maior exatidão das demonstrações e resultados contábeis;
 assegura maior exatidão dos resultados apurados;
 contribui para maior observância das leis fiscais.
Vemos que sistemas de auditoria fortes podem reduzir várias formas de risco
de uma empresa, incluindo o seu risco de informação (risco de distorção relevante
nas demonstrações financeiras), o risco de fraude e apropriação indevida de ativos,
bem como o risco de gestão ineficaz, devido à informação insuficiente sobre suas
operações.
Uma auditoria interna eficaz ajuda as empresas a atingir metas e objetivos
através da medição do desempenho e da produtividade, protegendo-as de
distorções financeiras e apresentando uma imagem confiável da empresa para o
mercado. A proteção contra fraudes é um benefício que a auditoria traz, alcançado
por meio de controles internos que previnem e detectam irregularidades contábeis. A
principal vantagem da auditoria interna é proporcionar e oferecer informações
fidedignas a respeito da real situação da entidade e o seu desempenho diante do
mercado empresarial.
39

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Hoje, os ambientes empresariais estão cada vez mais competitivos, o


mercado exige que as entidades busquem meios para viabilizar os possíveis
desafios, para isso é necessário o conhecimento das práticas de auditoria interna, é
um dos principais requisitos para quem tem uma entidade e procura melhorias em
seu negócio, sua implantação passou a ser uma prática bastante usual, é a melhor
forma de melhoria contínua nos processos decisórios das entidades, pois minimiza
os riscos decorrentes das falhas proporcionadas pelas atividades operacionais.
Portanto, o ideal é que toda entidade tenha a visão ampla e instale o departamento
de auditoria interna, para que esse departamento atue com a prevenção de
potenciais problemas, de modo a contribuir com a administração com informações
tempestivas e fidedignas.
Neste trabalho pode-se observar como a auditoria interna vem se
consolidando como uma das principais bases da estrutura de administração das
organizações, a mesma vive um momento único na sua história e vem se
desenvolvendo cada vez mais. A sua função mais ampla se posicionando no
contexto de gestão, nos processos de gestão de risco, auxiliando na prevenção de
perdas e na identificação de oportunidades de melhoria nas ferramentas de gestão e
controle das operações, tem produzido resultados positivos.
Desta forma, a auditoria interna é importante para as organizações e como
ela vêm sendo utilizada cada vez mais na tomada de decisão, visto que a mesma
tem muitas informações e dados sobre os processos da empresa, e estes dados são
muito úteis para a gestão. A auditoria interna passa maior confiabilidade nas
informações, e vem se modernizando cada vez mais, para atender as necessidades
das organizações e da sociedade em geral.O processo de auditoria está sendo
direcionados para que as demonstrações contábeis sejam confiáveis e mostradas de
acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos.
40

Na organização moderna, o auditor interno deve ser pró-ativo, com atitudes


e ideais voltadas para alavancar resultados, e não somente ser visto como chato por
apontar os erros e falhas na organização, ele está para facilitar e ajudar a vida de
todos no meio corporativo e da sociedade. Ele tem que estar sempre se atualizando,
para se adequar as novidades do mercado.
Logo se conclui todos os objetivos foram atingidos e que a auditoria interna é
uma atividade que facilita e muito á gestão da empresa, fazendo com que os seus
processos e suas rotinas de trabalho sejam executadas de maneira eficiente, com
dados confiáveis, e com posicionamento coerentes para o gestor efetuar a sua
tomada de decisão. Desta forma a pesquisa pode ser utilizada em futuras pesquisas
sobre a auditoria interna e como e eficaz na tomada de decisão.
41

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um curso moderno e completo. 6. ed. São


Paulo:Atlas, 2008.

ATTIE, William. Auditoria – Conceitos e aplicações. 1992.

BEUREN, I. M. Gerenciamento da Informação: um recurso estratégico no


processo de gestão empresaria”, 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2000.

BRAGA, N. O processo decisório em organizações brasileiras. Revista de


Administração Pública, Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, v. 21, nº 3, p.
35-57, jul./set. 1987.

BOLETIM IOB. Temática Contábil e Balanços, nº9, 2002.

CAMPOS, Lucila Maria de Souza. Auditoria ambiental: uma ferramenta de gestão.


São Paulo: Atlas, 2009.

COSO – Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission.


Enterprise Risk Management: Integrated Framework, 2004.

CREPALDI,Silvio Aparecido, Auditoria Contábil – Teoria e prática. 2013.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2007.

GEORGINA & MARTINS, Isabel. Auditoria Interna: Função e processo, (3ª ed.).
Lisboa: Áreas. 2007.

HALL. R.H. Organizações: estrutura e processos. 3.ed. Rio de Janeiro: Prentice


Hall, 1984.

IIA – Enquadramento Internacional de Práticas Profissionais de Auditoria Interna

LISBOA, L.P. Ética Geral e Profissional em Contabilidade. 2ed. FIPECAFI, USP.


São Paulo: Atlas, 1997.
42

MOTTA, F. C. P.; BRESSER-PEREIRA, L. C. Introdução à organização


burocrática. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991.

OLIVEIRA, L. M. et alCurso básico de auditoria. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2008.

PINHO, Ruth Carvalho de Santana. Fundamentos da auditoria: auditoria


contábil: outras aplicações de auditoria. São Paulo: Atlas, 2007.

REGO, F. C. A natureza da auditoria interna e as questões subjacentes


à extensão do seu âmbito. Revista de Auditoria Interna, nº 6, Jan-Março, 2001.

SÁ, A.L. Ética Profissional. 4 ed. rev. e ampliada. São Paulo: Atlas, 2001.

SAWYER, L. B. Sawyer Internal Auditing. Altamonte Springs: Florida, The Institute


of Internal Auditors. 1988.

SILVA, Erlon Rodrigo. A Importância da Auditoria Interna Na Gestão dos


Recursos Financeiros: Um Estudo de Caso Em Uma Rede Concessionárias de
Veículos. Florianópolis 2008, p.58 Monografia (Graduação em Ciências Contábeis).
Universidade Federal de Santa Catarina, 2008.

STONER, J. A. F. Administração. Rio de Janeiro: Prentice Hall, 1984.

Você também pode gostar