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Maputo, 2001
RESUMO
O presente estudo foi realizado numa amostra de 76 atletas, de ambos os sexos, com uma
média de idades de 18.2 ± 2.8 anos, sendo 38 praticantes da modalidade de Natação e 38
de Atletismo, participantes nos respectivos Campeonatos Nacionais referentes à época
desportiva de 2000/01. Teve como propósitos: (i) identificar a ansiedade estado pré-
competitiva em atletas Moçambicanos praticantes de Natação e Atletismo; (ii) analisar o
estado de ansiedade em função da modalidade praticada e (iii) comparar o estado de
ansiedade em função do sexo e da experiência competitiva. Para a recolha de dados
recorreu-se à administração de um Questionário de natureza multidimensional "CSAI-2",
que avalia as componentes cognitiva e somática da ansiedade estado pré-competitiva e
uma terceira componente que é a autoconfiança. Os dados foram tratados no programa
estatístico SPSS, e os procedimentos estatísticos consistiram no seguinte: (1) Análise
exploratória das diferentes distribuições; (2) Calculo das estatísticas descritivas mais
importantes, isto é, a média e o desvio padrão; (3) Análise comparativa das médias entre
os atletas dos dois sexos e das duas modalidades para todas as variáveis independentes
recorrendo ao teste t se Student, de medidas independentes; (4) Teste de correlação de
Pearson entre as dimensões em estudo. Os resultados do estudo revelam diferenças com
significância estatística entre as modalidades nas dimensões cognitiva (p=.011) e
autoconfiança (p=.01), enquanto que nas restantes variáveis os resultados evidenciam
uma nítida semelhança estatística. Relativamente à correlação entre as variáveis, os
resultados espelham uma correlação negativa entre a autoconfiança e a ansiedade
cognitiva (r=-.373) e entre a autoconfiança e ansiedade somática (r=-.208), enquanto que
entre a ansiedade cognitiva e somática verifica-se uma correlação positiva (r=.46). Dentro
dos limites conceptuais e metodológicos deste estudo e tomando em consideração os
resultados encontrados, sobressai o seguinte quadro de conclusões: (1) os atletas
praticantes de Natação possuem níveis de ansiedade estado pré-competitiva mais
elevados do que os de Atletismo e o seu rendimento é, comparativamente, mais baixo; (2)
os atletas de ambos os sexos não diferem entre si relativamente aos níveis de ansiedade
estado pré-competitiva e (3) em relação à experiência competitiva, os atletas praticantes
das duas modalidades não diferem entre si quanto aos seus níveis de ansiedade estado
pré-competitiva.
RESUME
Le présent étude est réalisé sur un échantillon de 76 athlètes des deux sexes, dont l'âge
moyenne est de 18.2 ± 2.8 ans. Cet échantillon se répartit en deux groupes semblables en
termes d'effectif, à savoir , 38 athlètes pour la natation, et les autres 38 pour l'athlétisme.
Les uns et les autres ont participé aux Championats Nationaux des modalités respectives
pendant la période sportive de 2000 à 2001.
Les objectifs du présent étude sont:
(i) Identifier l'anxiété des athlètes Mozambicains de Natation et d' Athlétisme avant
la compétition;
(ii) Analyser l'état d'anxiété en fonction de la modalité pratiquée;
(iii) Comparer l'état d'anxiété en fontion du sexe et de l'expérience competitive.
Pour le recueil des données, on a recoure à un questionnaire de nature
multidimensionnelle "CSAI-2", qui évalue les composantes Cognitive et Somatique de
l'anxiété avant la compétition ainsi que l'autoconfiance.
Les données ont été déponibles grâce au programme statistique dont les procédés nous
décrirons par la suite:
(1) Analyse exploratoire des différentes distributions;
(2) Calcul des statistiques descriptives plus importantes, c'est-à-dire, la moyenne et
l'écart par rapport au modèle;
(3) Test de corrélation r de Pierson, entre les variables étudiées.
Les résultats de l'étude révèlent des écarts statistiques significantifs entre les modalités
dans les variables cognitive (P=.011) et l'autoconfïance (P=.01), alors que les auutres
variables montrent une corrélation négative entre Tautoconfiance et l'anxiété somatique
(r=-.208); On observe pourtant une corrélation positive (r=.46) entre l'anxiété cognitive
et somatique.
Compte tenu des limites conceptuelles et méthodologiques de cet étude, ainsi que des
résultats obtenus, les conclusions sont les suivantes:
(1) Les athletes de natation possèdent des niveaux d'anxiété avant la compétition plus
élevés que ceux de l'Athlétisme et son rendiment se voit affecté.
(2) Si on tient compte du sexe, on constate qu'il n'y a pas de distintion entre les athlètes
des deux sexes en termes de niveau d'anxiété avant la compétition.
(3) Si on tient compte de l'expérience competitive, les athlètes des deux modalités ne se
distinguent pas non plus entre eux, par rapport à leurs niveaux d'anxiété avant la
compétition.
ABSTACT
The present research has been made from a sample of 76 athletes of both sex, between
18.2 ± 2.8 years of age in average. Within them, 38 were practicing swimming and 38
were practicing athletics. All of them were practicing in their respective National
Championship referring to the 2000/01 season. The purpose was (i) to identify pre-
competitive state of anxiety in Mozambican athletes practicing swimming and athletics;
(ii) to examine the state of anxiety in their specific modality; (iii) to compare the state of
anxiety, according to their sex and their competitive experience. In order to obtain this
information, we apply multidimensional questionnaire"CSAI-2", in order to evaluate the
cognitive and somatic component of pre-competitive state of anxiety. Then, the third
component is self-confidence. The data obtained was managed in SPSS statistic system,
and its statistics procedures of the following methodology: (1) exploratory analysis of
different distribution; (2) calculate the most important descriptive statistics, in other
words, the average and standard deviation; (3) to analyze the average comparative, within
both sex and the two modalities in all independent variables having resource to
independent samples t-test; (4) correlation test between the dimensions in study. The
result of the study, shows differences with statistic significance between the modalities in
the cognitive dimension (p=.011) and the self-confidence (p=.01), while in the remaining
variable the conclusion show a clear statistic similitude. In what concerns to the
correlation between the variables, the results reflect a negative correlation between self-
confidence and cognitive anxiety (r=-.373) and between self-confidence and somatic
anxiety (r=-.208). At the same time, the cognitive and somatic anxiety is seen a positive
correlation (r=.46). Within the conceptual limit, and methodological limit of this study,
and taking on oneself the found results, becomes visible the picture-frame of conclusions:
(1) The participant athletes in swimming modality, their anxiousness level is height than
ones who are athletics. (2) Even from both sex, they are not different on their level of
pre-competitive state of anxiety, and (3) concerning to the competitive experience, the
athletes who practicing the two modalities do not have any differences between their
level of pre-competitive state of anxiety.
AGRADECIMENTOS
Várias instituições e indivíduos singulares contribuíram para que este trabalho se tornasse
A Prof Dra. Ana Maria Duarte pelos seus valiosos ensinamentos e por aceitar colaborar
na orientação do trabalho;
Ao Dr. Leonardo Nhantumbo, pelo apoio dado na emissão de credenciais, nas várias
A Escola prática de Defesa Anti-aérea de Boquisso pelo grande apoio prestado durante os
Ao meu amigo dr. Salazar Picardo (Faísca) pelo apoio prestado na aplicação dos
Aos meus amigos da "guitarra" Buque e Sésar pelo apoio dado nas traduções de textos;
2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5
DESPORTIVO 17
Teoria do Drive 77
Teoria do U-Inveríido 18
RENDIMENTO" 24
3.1-OBJECTIVOS 39
3.2 - HIPÓTESES 39
3.3-VARIÁVEIS DO ESTUDO 41
4 - METODOLOGIA 43
4.1 - DEFINIÇÃO DA AMOSTRA 44
4.2-CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA 44
4.3 - INSTRUMENTO 46
4.5-PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS 46
5-RESULTADOS 48
6 - DISCUSSÃO DE RESULTADOS 56
6.1 -INTRODUÇÃO 57
6.4 - AUTO-CONFIANÇA 61
CONCLUSÕES 65
SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES 67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 69
ANEXOS 76
Lista de Quadros, Figuras e Gráficos Pág.
Fig.l Modelo de ansiedade competitiva (Adaptado por Martens, Vealey & Borton
(1990) 14
Quadro 3.1 Definições de Ansiedade 8
Quadro 3.2 Estudos internacionais 28
Quadro 4.2.1 Distribuição da amostra por modalidade 44
Quadro 4.2.2 Características da amostra (Idade e Experiência competitiva) 45
Quadro 4.2.3 Características demográficas da amostra (Experiência
competitiva/Escalão/Sexo) 45
Quadro 4.2.4 Distribuição da amostra (Experiência competitiva/Modalidade/Sexo— 45
Quadro 5.1 Valores médios e desvio padrão das dimensões do CSAI-2 49
Quadro 5.2 Estatística descritiva das variáveis psicológicas envolvidas no estudo— 49
Quadro 5.3 Resultados do teste t-Student em função da modalidade 50
Quadro 5.4 Resultados do teste t-Student em função do sexo 51
Quadro 5.5 Valores de t e p nas dimensões em estudo (diferenças em função da
modalidade) 53
Quadro 5.6 Coeficientes de correlação e significância entre a autoconfiança a
ansiedade cognitiva e ansiedade somática 54
Quadro 5.7 Rendimento na natação 55
Quadro 5.7 Rendimento no atletismo 55
Quadro 6.1 Comparação de valores médios e desvios padrão relativos às variáveis
do CSAI-2 dos estudos realizados por Jones & Suain (1995), Teixeira & Raposo
( 1995), Ferraz ( 1997), Lázaro ( 1998) e o nosso estudo 57
Gráfico 1-Valores do CSAI-2 (Comparação entre modalidades) 51
Gráfico 2-Valores do CSAI-2 (Comparação entre os sexos) 52
Gráfico 3-Valores do CSAI-2 (Comparação entre mais experientes e menos
experientes) 53
Lista de Abreviaturas
pressões de vária ordem (público, treinador, dirigentes, jornalistas, etc.) pondo, às vezes, em
causa o seu rendimento. Contudo, ele tem de ser capaz de ultrapassar os obstáculos impostos por
Foi com base nesta preocupação que nos sentimos interessados em abordar o tema do presente
estudo. De facto, a primeira razão desta escolha radica na nossa experiência, enquanto antigo
atleta (alta competição). Deparei-me, frequentemente, durante cerca de seis anos, com situações
de ansiedade, sem as ter conseguido superar, na maior parte das vezes. A segunda razão da
escolha deste tema é decorrente da grande necessidade sentida, então como atleta, agora como
treinador, de possuir informação acerca do impacto negativo que elevados níveis de ansiedade
pré-competitiva podem exercer no rendimento dos atletas, bem como acerca dos factores que
podem estar na sua origem, sendo, portanto, susceptíveis de serem influenciados favoravelmente.
da questão da relação entre especialidade desportiva e personalidade ter sido e continuar a ser
Krol (1970), citado por Cruz (1996) afirma que o êxito no desporto se relaciona necessariamente
ansiedade perante a competição desportiva, tendo por objectivo melhor compreender e predizer a
conduta e o rendimento dos atletas. Porém o conhecimento das características psicológicas dos
atletas não é suficiente para os apoiar psicologicamente na competição pois, cada um apresenta
o valor dos adversários, podem influenciar o rendimento do próprio atleta, existindo diferenças
interpessoais e intrapessoais.
De facto, muitos factores que antecedem e envolvem a competição são geradores de alterações
exaltações ("vamos ganhar, és o melhor, tens que trabalhar muito ") ou até insultos. Ainda é
e recorrem frequentemente aos curandeiros, mais conhecidos no meio desportivo por «vovós».
De entre as características psicológicas que podem afectar o rendimento dos atletas, os aspectos
mais intensamente estudados têm sido o traço e o estado da ansiedade pré-competitiva. De facto
estes construtos têm sido investigados por vários autores, concluindo existir uma forte relação
rendimento e na preparação desportiva, por um lado, e no bem estar físico e psicológico dos
atletas, por outro lado, pois, segundo Cruz (1996), Jones e Hardy (1990), Martens (1990), a alta
competição, pela sua própria natureza, objectivos e características tem o potencial de poder gerar
O facto de este problema não ter sido alvo de estudos rigorosos e sistematizados, em
constituir um contributo para a melhoria do conhecimento dos nossos atletas, do seu rendimento
174). É experimentada por muitos atletas, independentemente do sexo, idade, nível competitivo
ou modalidade desportiva e exerce, muitas vezes, efeitos negativos no rendimento dos atletas.
O estudo dos construtos psicológicos que podem estar relacionados com o rendimento no
Atendendo a que estes dois termos surgem na literatura, por vezes, de forma indiferenciada,
Ansiedade/Arousal
Um problema que habitualmente encontramos nos estudos sobre ansiedade está relacionado com
uma certa confusão semântica devida à utilização inconsistente de designações como arousal, e
ansiedade, os quais surgem por vezes, na literatura, utilizados de forma não diferenciada. Assim
sendo, tentaremos de forma resumida, abordar o termo "arousal " que julgamos ser uma noção
Arousal ou Activação traduz-se pela activação do organismo, o que para alguns autores é,
também, designado como "síndrome de activação geral", que ocorre quando o indivíduo tem de
com que a mente funciona (p.92) entendendo-o mais do que a activação fisiológica do organismo
mas envolvendo, também, a activação mental. Pode ser considerado como um construto
Diremos, então, que Arousal é a activação fisiológica e psicológica do organismo, a qual varia ao
Albernethy (1993) considera que um grande número de factores pode influenciar o estado de
características pessoais do atleta. Desportos que requerem precisão e o recurso a skills especiais
evidenciam melhores desempenhos sob baixos níveis de arousal, enquanto actividades que
arousal elevado para que o rendimento seja bom. Este autor considera, também, que as
diferenças individuais no traço de ansiedade também são conhecidas por influenciarem o nível
Quando pretendemos distinguir arousal de ansiedade, podemos dizer que esta é considerada
como o impacto emocional ou a dimensão cognitiva de arousal. Landers (1980) sugere que
autónomo, constituindo a ansiedade. Martens (1977) acrescenta, ainda, que a ansiedade pode ser
ou arousal do organismo.
Seguidamente, e após termos abordado a diferença entre estes dois construtos, propomo-nos
delimitar, de forma mais aprofundada, o conceito de ansiedade, uma vez que este se apresenta
Groen (1975), citado por Ansiedade deve ser entendida como um estado peculiar, desagradável
Serra (1980) caracterizado pela antecipação de um acontecimento ameaçador ou
perigoso que pode acontecer no futuro.
Krane (1982), citada por Ansiedade são as sensações de nervosismo e tensão associadas com a
Teixeira (1997) activação ou arousal do organismo.
Izard (1977), citado por Ansiedade é um conjunto complexo de emoções. È constituído pela
Carvalho (1995) emoção dominante do medo, à qual se associam outros, entre as quais
se podem apontar a amargura, a cólera, a vergonha, a culpa e o
interesse-excitação.
Serra (1980), citado por Distingue a grande e pequena ansiedade. Nas crises de grande
Carvalho (1995) ansiedade o doente sente-se ameaçado em várias frentes e esta
complexidade incapacita-o de reagir. "A sua existência é posta em
questão desenvolvendo a sensação de que vai morrer. O infortúnio, a
culpabilidade, o desespero, agitam-se por todo o lado. A ansiedade
assim vivenciada torna-se tão perturbadora que dá vida o sabor amargo
de um pesadelo. Na pequena ansiedade a situação é igualmente
perturbadora, mas menos grave. Nela transparece a hesitação, a
insegurança frente aos acontecimentos, o temor, a amargura, a
lamentação de não poder modificar o passado, a resignação temerosa
perante a catástrofe, a falta de coragem para reagir".
Hacfort e A ansiedade é vista como uma emoção disparada por uma relação de
Schuermezgh(1993), comunicação entre as pessoas e os seus envolvimentos.
citados por Carvalho
(1995)
Freud (1936), citado Por A Ansiedade é algo que se sente, um estado emocional desagradável,
Spielberger, (1983) que inclui componentes fisiológicas e comportamentais.
Devido à existência de várias definições não encontramos uma definição formal para o conceito
de Ansiedade pelo que, sem menosprezar as demais definições, inclinarmo-nos-íamos para a que
Estes autores referem que, de um modo geral, a ansiedade apresenta características definidas
Quando o psíquico não reúne as condições para lidar com as exigências externas (ameaça,
perigo, etc.), dá-se o objectivo estado de ansiedade (Freud, 1952 citado por Spielberger, 1979).
Este autor reconhece que esta teoria assenta as suas bases na repressão, afirmando ser a
ansiedade fruto da função dinâmica desta mesma, sendo mais explícito, a ansiedade funciona
Freud (1952), citado por Spielberger (1979), define que a ansiedade se deve essencialmente a
dois factores: (i) o mundo externo e (ii) os próprios impulsos do indivíduo; Daí a considerar-se,
Pelo contrário, quando os motivos causadores são de origem interna, as reacções de ansiedade
Hanin (1989), citado por Gould e Krane (1992), consideram que o envolvimento social é a fonte
duas situações que se constituem como mais relevantes que ocorrem no contexto desportivo:
A primeira situação advém da relação directa de um indivíduo com outro que pode ser colega,
desencadeada pela consciência do indivíduo como membro de um grupo ou equipa, que implica
para com os colegas e oposição dos adversários e responsabilidade individual nos resultados
Ambos os construtos se referem a reacções emocionais vividas por uma pessoa num dado
momento em função do seu contacto particular com um colega (S = A int.) ou com um membro
Spielberger (1972), distinguiu "traço de ansiedade" e "estado de ansiedade". Para este autor,
Ansiedade como estado é um estado emocional transitório que varia de intensidade e no tempo,
do sistema nervoso autónomo. Enquanto que a ansiedade como traço da personalidade, diz
diferenças na disposição para perceber como perigosas ou ameaçadoras uma vasta gama de
situações que objectivamente não são perigosas, e para responder a tais ameaças com reacções
Baseando-se nesta distinção, Martens (1977), definiu a ansiedade competitiva enquanto traço de
perceber as situações competitivas como ameaçadoras e para responder a tais situações com
reacções de estado de ansiedade com intensidade variável. Segundo este modelo unidimensional
da ansiedade, a competição desportiva apresenta-se como mais ameaçadora para os atletas com
níveis de ansiedade traço mais elevado, relativamente aos atletas com ansiedade traço mais
baixo, uma vez que, este modelo hipotetiza que, face a situações competitivas específicas, o traço
estado.
Este modelo conceptual de ansiedade competitiva, foi mais tarde revisto por Martens e cols.
representam poios opostos num continuum de avaliação cognitiva, sendo a autoconfiança vista
como a ausência de ansiedade cognitiva ou, inversamente, sendo a ansiedade cognitiva, vista
ansiedade competitiva conceptualizado inicialmente por Martens (1977). Como se pode ver na
figura 1, esta nova conceptualização engloba quatro relações essenciais. Na relação 1, onde se
com outros factores intra-pessoais (como o traço de ansiedade), criam uma nova percepção de
ameaça, que representa a situação competitiva subjectiva (SCS). Na relação 2, esta percepção de
resultados, rendimentos ou consequências. Por sua vez, a influência mútua dos resultados e do
rendimento nos factores intra-pessoais, representa a relação 4 com que se completa este ciclo.
como duas componentes da situação competitiva, que originam a percepção de ameaça e geram
estados de ansiedade competitiva. Assim, pressupõe-se que a ameaça é produto de uma relação
treinadores e atletas e preocupações com as lesões (Krall, 1980; Pierce, 1980; Passer, 1984;
Gould, 1991; Gould e cols., 1983, citados por Cruz, 1996). No entanto, ao nível dos jovens
atletas o medo de falhar (ou o medo de ter um rendimento inadequado) parece representar a
principal fonte de ansiedade competitiva, ainda que a avaliação do medo represente uma fonte de
ameaça (Passer, 1980, citado por Ferraz, 1997). Daí a razão de Gonçalves (1998) considerar,
numa linguagem menos técnica, o medo e a ansiedade como um mesmo elemento, em que as
reacções serão sinónimas entre si, pois tanto um como outro, têm em comum o facto de
Burton, 1990).
Factores
Situacionais
(SCP)
Respostas estado
(Ansiedade estado)
Rendimento
Fig. 1. Modelo de ansiedade competitiva (Adaptado por Martens, Vealey e Burton, 1990)
Tão mais salientes esses serão ao nível das emoções, quanto maior for a noção desse perigo
ansiedade cognitiva (Rushall, 1979; Harris e Harris, 1984; Martens, 1987; Hogg, 1995). A
Primeira deve ser vista como sintomas fisiológicos como: o aumento da frequência cardíaca,
subida da tensão arterial, respiração acelerada, aumento da tensão muscular. A segunda deve ser
analisada como uma série de preocupações negativas relativas ao rendimento que conduz uma
A alta competição, por tudo o que lhe está inerente, tem o potencial de poder gerar elevados
aumento da disposição para actuar (Rushall, 1979; Cratty e Hanin, 1980). Esta disposição
materializa-se no que Rushall (1979), Caberá (1996) e Gould e cols., (1996) designam por
síndroma de activação geral (S.A.G.) e por um aumento da actividade mental. O S.A.G. pode ser
(Ferraz, 1997). Os autores Soviéticos designam o S.A.G. como «febre de arranque» (Casal,
1996). Este fenómeno ocorre em "timings" diferentes em cada atleta. Em alguns atletas surge
cerca de duas semanas antes da competição, aparecendo noutros somente algumas horas antes da
Os atletas que precocemente sentem essas alterações ficam mais susceptíveis a influências de
factores distractivos do que aqueles que os sentem mais tarde (Ferraz, 1997).
É importante que a actividade mental que precede as competições seja controlada ao máximo,
quer pela limitação das tarefas requeridas quer pela harmonia do estado de excitação. As
rendimento prejudicado (Boby e Davison, 1970, citados por Rushall, 1979). Vários estudos
factores perturbadores no rendimento dos atletas. Segundo Nordell e Sime (1993), tal acontece
porque a competição nestes atletas é vista como uma ameaça à sua auto-estima. Na sua opinião,
os atletas que vêem as exigências situacionais da competição como um desafio e uma fonte de
excitação sentem a ansiedade como um estado que pode favorecer o seu rendimento.
Segundo Cruz (1996), a grande diferença entre atletas reside no facto de os atletas com maior
sucesso terem aprendido a regular, tolerar e utilizar a ansiedade de forma mais eficaz.
(i) Reduzida habilidade para usar as modificações num contexto competitivo. Logo
(iv) Demasiada ênfase dos erros competitivos e interpretação dos mesmos como mais sérios
Verifica-se que o estado de ansiedade pode prejudicar mais o rendimento do atleta do que o seu
Segundo o mesmo autor, pessoas com elevado nível de ansiedade distraem-se com muita
Existem procedimentos que podem reduzir a ansiedade e os pensamentos por ela provocados. De
Os atletas podem aprender a comportar-se e a pensar de forma que a ansiedade não interfira nos
resultados das competições, estando esta tarefa a cargo dos treinadores (Nordell e Sime, 1993).
relação ansiedade-rendimento seja bastante complexa. Com base no facto da tanto a ansiedade
têm sido formuladas para tentar explicar a relação entre a ansiedade e o rendimento.
A seguir apresentaremos os mais recentes modelos que procuram integrar os resultados das
diferentes investigações.
Teoria do Drive
Foi desenvolvida por Hull (1943) e modificada posteriormente por Spence e Spence (1966).
Cruz e Spence (1996), citados por Teixeira (1997) numa versão modificada desta teoria propõem
que o rendimento é uma função multiplicativa da força do hábito (H) e do drive (D) (R=HxD). O
conceito de drive tem sido utilizado na literatura como sinónimo de activação fisiológica.
activação do drive. O que significa que níveis elevados de activação facilitam o rendimento, no
respostas dominantes na hierarquia estão correctas. Por vezes as respostas dominantes são
Contudo, à medida que a competência (skill) se torna bem aprendida, aumentos de activação
facilitam o rendimento.
Teoria do U-Invertido
Surge como alternativa à teoria do drive e tenta explicar a relação entre arousal e performance,
De acordo com esta teoria, à medida que aumenta a activação assiste-se a um aumento no
rendimento até um ponto óptimo, a partir do qual, aumentos posteriores da activação geram
decréscimos do rendimento.
De acordo com diversos autores dos quais podemos salientar Martens et al.(1990) e Weinberg
(1990), existem alguns problemas nos estudos colocando em causa a sua viabilidade e
aplicabilidade.
Apesar de tudo, há duas razões essenciais que têm contribuído para a aceitação da teoria do U
invertido no contexto desportivo: (I o ) porque existe ao nível intuitivo uma certa «sedução» e
convicção por esta teoria, nomeadamente junto dos treinadores preocupados com o facto de os
relaxados para a competição que se vai iniciar; (2o) porque tem sido apresentado nos diversos
Muitos autores dos quais podemos referir Davidson e Morris (1967), citados por Teixeira (1997);
Martens (1990), Hardy e Fazey (1997), Smoll e Shultz (1990), citados por Cruz (1996), têm
sentimentais desagradáveis, tais como o nervosismo e a tensão (Morris et ai., citado por Cruz,
1996).
Para além destas componentes existe uma terceira dimensão adicional: a autoconfiança (Martens,
1990).
Uma das razões para distinguir a ansiedade somática da cognitiva reside no facto de elas terem
implicações, condições e antecedentes diferentes e, por isso, supõe-se que afectem o rendimento
A influência das várias componentes de ansiedade competitiva parece depender da natureza das
exigências momentâneas da tarefa, mas tendo também em conta até que ponto uma das
se alterem as expectativas de sucesso. Estudos realizados por Burton (1998) e por Jones e Cales
(1989) referenciados por Cruz (1990) parecem indicar diferenças sexuais no padrão temporal das
componentes de ansiedade: os atletas do sexo feminino parecem não obedecer este padrão.
Estudos realizados por autores como Deffenbacher (1980), Sarason (1984), Burton (1988),
Krane, (1990), citados por Cruz (1996), indicam que a ansiedade cognitiva e a ansiedade
Quando se estuda a relação ansiedade-rendimento, constatamos que alguns autores afirmam que:
(1) A ansiedade cognitiva relaciona-se de forma linear e negativa com o rendimento, ou seja, à
(2) a ansiedade somática relaciona-se de forma curvilínea (em U-invertido) com o rendimento;
É uma alternativa à teoria de U-Invertido e foi desenvolvida pelo psicólogo Soviético Yuri
Hanin.
Para esta teoria existe um estado de ansiedade óptimo (EAO) que é definido como o nível de
ansiedade-estado que permite a um determinado atleta render ao nível do seu melhor (Hanin,
1989, citado por Cruz, 1996). Segundo o referido autor, a ansiedade está relacionada com o
rendimento desportivo, mas ao nível individual: cada atleta possui um nível particular de
ansiedade onde o rendimento é maximizado ou optimizado, variando este nível de atleta para
Poderemos avaliar o nível óptimo de ansiedade de duas formas: (1) a avaliação sistemática dos
sucedida. A avaliação retrospectiva parece constituir uma boa alternativa para determinar o EAO
O estudo do nível óptimo de ansiedade pré-competitiva só tem razão de ser quando se trabalha
Foi com base deste pressuposto que se conceptualizou uma Zona Óptima de Funcionamento
(ZOF), onde o nível de ansiedade maximiza ou optimiza o rendimento e que foi operacionalizada
como «score» médio de ansiedade de um atleta antes de rendimentos bem sucedidos. Atletas
com estados de ansiedade dentro da ZOF têm melhores rendimentos que os atletas com estados
mesmo muito activos ou ansiosos podem alcançar elevadas performances, enquanto outros
podem necessitar de estar relaxados para atingir o seu rendimento máximo e outros há que
nível óptimo para uma determinada tarefa (Hanin, 1993; Raglin e Turner, 1993; Raglin e Morris,
Tal como na teoria do U-Invertido, encontramos, também nesta teoria, algumas dificuldades
evidência empírica para as predições postuladas pelas hipóteses teóricas; (3) dificuldades na
aumentos no estado de ansiedade podem facilitar o rendimento até um nível óptimo (Teixeira,
1997). Mas, enquanto a teoria do U-Invertido postula que aumentos adicionais na ansiedade
postula que depois de um atleta ter ultrapassado o topo do nível óptimo de ansiedade ocorrerá um
grande e dramático declínio no rendimento (Hardy e Hardy ,1998, citados por Cruz, 1996).
cusp.
Trata-se de um modelo tridimensional e não linear que procura explicar as relações entre duas
ambas.
Este modelo engloba um factor normal, um factor de divisão e uma variável dependente. O
factor normal (activação fisiológica) é a variável cujos aumentos estão associados ao aumento da
(ansiedade cognitiva) determina o efeito do factor normal na variável dependente (Cruz, 1996).
A ansiedade cognitiva determina qual será o efeito da activação fisiológica no dia de uma
é grande e catastrófico. Depois de atingir um nível óptimo, o rendimento baixa e assiste-se a uma
quebra dramática. Um nivel mais elevado de rendimento só poderá então ser atingido após se ter
Este modelo prediz as seguintes hipóteses: (1) a activação fisiológica não prejudica
elevados níveis de ansiedade cognitiva; (2) quando se verificarem elevados níveis de ansiedade
momentos; (3) quando se constatam elevados níveis de ansiedade cognitiva será pouco provável
a ocorrência de níveis médios de rendimento (Fazey e Hardy, 1987; Fazey e Hardy, 1988; Hardy,
A teoria da Ansiedade de Spielberger (1972) tem como aspecto fundamental a distinção entre
"traço" diz respeito a diferenças individuais, relativamente estáveis, que refletem a frequência e a
intensidade, como também, interpretam um vasto conjunto de situações que podem ser perigosas
ou ameaçadoras.
anos os questionários têm sido submetidos a várias revisões e a sua validade tem sido confirmada
Martens (1977) fez uma adaptação destes questionários para a psicologia do desporto e visou
particularmente as situações de competição. Martens parte da premissa que cada indivíduo reage
modelo específico de avaliação (Sport Competition Anxiety Test - SCAT). Mais recentemente,
Martens e cols., (1990) ao partirem das mesmas premissas, desenvolveram o Competition State
Anxiety Inventory (CSAI), que mede não só o estado somático e cognitivo da ansiedade, mas
também a autoconfiança.
Regra geral ao ser abordada a relação "Ansiedade-Rendimento", de entre outros aspectos, dois
são comuns em todos eles, referimo-nos "à natureza e características da tarefa e diferenças
motoras grossas, que envolvem força, endurance e velocidade" em termos gerais capacidades
físicas condicionais;
3. Para a realização de todas as tarefas motoras, é preferível um nível de activação, contudo este
Contudo, alguns investigadores referenciam o facto de não encontrarem grande mediação entre a
Porém, dentro da complexidade de toda esta relação, um facto parece comum, relaciona-se com
o traço de ansiedade competitiva, que é uma das variáveis da Personalidade em que muitos
Desta análise, conclui-se que, elevados traços de ansiedade têm tendências para apresentarem
níveis de estados de ansiedade mais intensos. Pelo contrário, baixos traços de ansiedade
demonstram regra geral, níveis de estado de ansiedade mais baixos ou moderadamente mais
competências psicológicas, referenciados por Cruz (1990), em que põe em destaque, o facto de
atletas de elite apresentarem níveis de controlo de ansiedade mais moderados, assim como níveis
estatuto inferior.
Pensa-se que é importante o factor "experiência" pelo facto da existência de uma aprendizagem
que permite tirar dividendos como "regular e controlar melhor sua ansiedade", Mahoney e
Por fim, é um facto reconhecido, o que se prende com a ansiedade, como reacção emocional que
só se evidencia quando o indivíduo "percepciona" uma ameaça que poderá pôr em causa o seu
"estatuto" ou "ego", isto feito através da "avaliação cognitiva das situações e capacidades dos
1996).
Foi elaborado por Martens e cols. (1990), tendo sido traduzido para Português e validado por
Raposo (1995).
Para quantificar a ansiedade cognitiva deveremos somar os itens 1, 4, 7, 10, 13, 16, 19, 22 e 25.
O valor da ansiedade somática é obtido pelo somatório dos itens 2, 5, 8, 11, 14, 17, 20, 23 e 26.
Finalmente a autoconfiança é obtida pela soma dos itens 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21,24 e 27.
Cada questão apresenta quatro hipóteses de resposta, estando cada uma delas quantificadas de 1
a 4 da seguinte forma: nunca, 1 (um); pouco, 2 (dois); moderado, 3 (três); muito, 4 (quatro). Esta
A pontuação que se pode obter varia entre 9 (nove), que corresponde ao valor mais baixo, e 36
(trinta e seis) que corresponde ao valor mais alto. As pontuações ou valores mais elevados em
cada escala reflectem os níveis mais elevados de ansiedade cognitiva, ansiedade somática e
Inicialmente era composto por 102 itens foi desenvovido na sua primeira versão "CSAI". Numa
avaliação e validade dos seus itens por um júri liderado por Martens, passou a ser composto de
79 itens constituindo assim a "versão A" do CSAI-2. Esta versão foi administrada a 106
itens por escala, análise factorial e descriminante formou-se a "versão B" composta por 36 itens
confiança e 2 itens relacionados com o medo ou receio (tendo sido eliminados com base na
análise descriminante).
A "versão C" composta por mais 6 itens de controlo e 12 de "controlo interno-externo local"
uma hora de competição a 80 atletas de ambos os sexos praticantes de natação, provas de corta
mato e luta livre. A correlação dos itens por variável, análise factorial e descriminante levou à
somática e auto-confiança contendo 9 itens cada variável o que implicou a formação da "versão
Concluiu-se que entre as variáveis cognitiva e somática havia uma palavra com forte impacto
social. A palavra "inquietação" foi trocada por "preocupação" em todos os itens da variável
cognitiva.
No quadro 3.2 estão apresentados alguns estudos Internacionais relacionados com a ansiedade
Moraes, (1990), realizou um estudo que teve como objectivos testar as técnicas regulatórias nos
Português do CSAI-2 foi usado para medir os níveis de ansiedade estado nas quatro etapas do
campeonato de voleibol da cidade de Belo Horizonte. Nos intervalos entre os testes foram
aplicadas técnicas de relaxamento progressivo, treino mental e autogéneo. Após encerradas estas
etapas foi atribuído o Questionário de Controlo do Stress (QCS) e cada atleta foi solicitado
relatar o seu comportamento psicológico observado em várias situações, antes, durante e após a
aplicação das técnicas regulatórias. Três ANOVAS-ONEWAY indicaram não haver nenhuma
diferença significativa (p<.05) entre os níveis de ansiedade do grupo. Após a aplicação das
Marques e cols., (1992), no seu estudo "Diferenças nas manifestações da ansiedade pé-
ansiedade, mediante a realização de uma análise descriminante. A sua amostra foi constituída por
atletas de ambos sexos divididos em três grupos de idades: (i) menores de 18 anos; (ii) de 18-21
anos e (iii) maiores de 21 anos. Cada grupo de idade foi sudividido em dois grupos de desportos
(individuais e colectivos). Como instrumento, usou uma bateria de três questionários relativos a
Bois, 1989; Vanden Anwele,1990, citados por Marques e cols., 1992) baseados no modelo
aspectos emocionais (de conducta), cognitiva e fisiológicos. Os resultados por ele encontrados
"distorções mentais e perda de concentração" e por outro, sugerem que nos atletas de desportos
enquanto que desenvolvem com menos frequência distorções mentais de perda de concentração.
Por seu turno Pons e cols., (1992), fez um estudo que teve como objectivo analizar as variáveis
Os resultados do seu estudo permitiram concluir que as variáveis relacionadas com a ansiedade
são:
i. Rendimento;
ii. Sexo;
v. Habilidade e experiência;
vi. Atenção.
(i) Rendimento
Rendimento tem um sentido negativo, quer dizer, para maior ansiedade haverá pior Rendimento.
Em relação à ansiedade traço, esta parece mostrar-se como um bom predictor do rendimento dos
desportistas (Williams; 1986; Rodrigo e cols., 1990, citados por Pons e cols., 1992). Se nos
centrarmos na ansiedade estado, pode-se concluir que, em geral, maior ansiedade implicará pior
rendimento.
distintos padrões de relação para cada uma das dimensões da ansiedade, os quais coincidem com
os encontrados por Morris (1981) citado por Pons e cols., (1992). A ansiedade cognitiva resulta
Quanto à relação entre a ansiedade somática e rendimento, é difícil tirar conclusões, já que os
resultados a esse respeito são controversos, mas parece que sua relação obedeceria às hipóteses
da teoria do U invertido.
Outro dos aspectos estudados acerca desta relação e em que se encontraram resultados mais
ansiedade diminui com o rendimento, embora os resultados obtidos pelos desportistas e seu nível
(ii) Sexo
Outra das questões estudadas é o do efeito do sexo dos sujeitos na ansiedade experimentada
pelos mesmos. Nos estudos efectuados nota-se que as mulheres tendem a mostrar-se mais
ansiosas e a verem-se mais afectadas que os homens por variáveis como a importância do êxito.
Diversos autores têm investigado a relação entre índices psicofisiológicos que se consideram
relação a isso, observa-se que a medida psicofísiológica mais utilizada é a do ritmo cardíaco,
manifestada através de auto-informes. Para o estudo destas variáveis, parece fundamental que as
fisiológicas se efectuem ao longo de toda a sessão (Rossi, 1985, citado por Pons et ai., 1992).
parece interessante a proposta de Hackfort (1989) citado por Pons e cols., (1992) acerca das
Quanto a esta variável o autor encontra como factores mais determinantes as expectativas de
êxito (Rayney, 1988), que outros autores chamam de oportunidades de ganhar (Lewthaite, 1990,
citado por Pons e cols., 1992), a ameaça de metas/fins importantes (Cooley, 1987), aspecto
(Jones e Cols, 1990). Estes resultados coincidem com os modelos de Lazarus (1966), citado por
Pons e cols., (1992) Spielberger (1970) e Martens (1977), que consideram que a ameaça seria o
Os resultados encontrados em relação à influência desta variável permite concluir que, atletas
mais experientes sofrem menos flutuações na sua ansiedade e consequentemente seu nível de
(vi) Atenção
ansiedade e atenção, ifluem no rendimento. No estudo de Albretch y Feltz (1987) citados por
Pons e cols., (1992), o qual segue a teoria sobre o estilo atencional de Nideffer, observa-se como
a ansiedade elevada produz uma redução atencional, e esta, por sua vez, prejudica o rendimento,
o qual poderia enquadrar-se dentro das teorias actuais da relação entre ansiedade e rendimento,
que considera a atenção como uma variável moduladora fundamental nesta relação.
desportivo onde analisaram, em situações competitivas com diferentes níveis de importância e/ou
bem como entre medidas do traço e do estado de ansiedade competitiva tendo encontrado
resultados que sugerem uma poderosa evidência para a natureza multidimensional da ansiedade
Raglin e cols., (1990), na sua investigação examinaram a habilidade das raparigas nadadoras do
ensino superior onde tentou enquadrar a ansiedade pré-competitiva na teoria da Zona Óptima de
pré-competitiva" (STAIC) vinte e quatro horas antes duma competição com baixo nível de
dificuldades e de outra com alto nível de dificuldades, as atletas deveriam responder o que
sentiam uma hora antes da competição. A correlação encontrada nos seus resultados foi de 0.77
nas competições difíceis e de 0.39 nas menos difíceis, tendo concluído que a ansiedade pré-
tiveram como objectivo verificar a hipótese acerca do papel da ansiedade e o receio do sucesso
nas crianças praticantes de desporto competitivo com idades compreendidas entre os 3 e 10 anos.
por algumas atitudes de atletas adultos. As espontâneas atitudes de corrida e o prazer de competir
Cruz (1996), fez um estudo que teve como objectivos: i) analisar as relações entre percepção de
e/ou variáveis psicológicas que melhor discriminam e diferenciam atletas com diferentes níveis
estudo 246 atletas de alta competição e de ambos os sexos das modalidades de andebol,
administrados a todos atletas os questionários "PSIS R-5", "SAS" e "EACC-PA". Este autor
i) Os atletas de elite (com maior sucesso desportivo) perecem caracterizar-se por um maior
competição; e
Objectivo principal
Objectivos secundários
autoconfiança.
3.2. Hipóteses
Com base nos objectivos que pretendemos alcançar e de acordo com os resultados de estudos
colectivas e, tendo em conta que o presente estudo compara apenas, atletas de modalidades
individuais, pensamos não encontrar diferenças entre os grupos de sujeitos pelo que propomos:
H02 - Não há diferenças, ao nível da ansiedade somática entre atletas de natação e atletismo;
Dos vários estudos efectuados nota-se que as mulheres tendem a mostrar-se mais ansiosas e a
verem-se mais afectadas que os homens por variáveis como a importância do êxito (Pons e cols.
H7 -Os atletas do sexo feminino apresentam níveis de ansiedade cognitiva mais elevados do que
os do sexo masculino;
H8 - Os atletas de sexo masculino apresentam níveis inferiores aos dos atletas do sexo feminino
Em relação á variável experiência competitiva vários estudos indicam que os atletas com maior
ansiedade e aumentar a autoconfiança. Acresce, ainda, o facto de, ao nível dos jovens atletas, o
H10 - Atletas mais experientes apresentam níveis de ansiedade cognitiva mais baixos do que os
menos experientes;
experientes.
Em conformidade com os objectivos que formulamos para este estudo e com as hipóteses daí
categorias. A categorização destas variáveis foi efectuada em função das informações fornecidas
pelos atletas.
Variáveis Dependentes
Obtidas através do somatório das cotações atribuídas aos itens que integram o CSAI-2. Este
questionário avalia o estado de ansiedade pré-competitiva, nas suas três dimensões. A média das
respostas dos atletas aos itens que integram cada uma delas, constituem as variáveis:
• Ansiedade cognitiva
• Ansiedade somática
• Autoconfiança.
De referir que o referido escalão está relacionado com os seguintes grupos de idades:
Embora esta variável fosse considerada para este estudo, depois de observado o reduzido número
de atletas em algumas das categorias desta variável (quadro 4.2.2.) optamos por não a utilizar no
estudo comparativo.
"mais experientes" todos aqueles que tenham participado em mais de cinco Campeonatos
Nacionais, tenham pelo menos cinco internacionalizações, tenham mais de cinco anos de
prática e tenham pelo menos cinco anos como atleta federado; E, atletas "menos experientes"
A nossa amostra foi constituída por todos os atletas Moçambicanos que participaram nos
neste estudo.
quatro quadros onde destacamos as várias características que se constituem como as variáveis
No quadro 4.2.2 estão também apresentadas características da amostra porém, segundo a idade e
categorias da experiência competitiva.
N AMPLITUDE MÉDIA ± Dp
Idade 76 14 - 27 18.2 ± 2 . 8
Campeonatos Nacionais 76 1 - 16 4.7 ± 3 . 4
referenciado, por ser o mais adequado para medir a ansiedade estado pré-competitiva e se
Antes de iniciar a colheita de dados, efectuamos um pré-teste durante dois dias com atletas com
problemas que nos viríamos a debater para, se necessário, revermos a metodologia e adequar o
O teste foi administrado tão proximamente quanto possível do início da competição. Depois,
num ambiente calmo e propício à concentração sobre a tarefa, foi preenchido o questionário num
Para a análise estatística dos dados utilizamos como meios auxiliares para elaboração deste
Utilizamos técnicas descritivas - média aritmética (M) e o desvio padrão (Dp), frequência
comparativas:
-Teste t de Student;
emparelhamentos seguintes:
Atletismo
Natação
Atletismo e Natação
Seguindo os mesmos critérios. Somente neste caso o emparelhamento foi feito por sexo. Cada
Neste quadro podemos verificar que o valor médio mais baixo apresentado pelos atletas
envolvidos no nosso estudo refere-se à dimensão Somática com 21.9; De seguida está a
dimensão Cognitiva com 22.5 e finalmente com valor médio mais elevado a dimensão
uadro 5.2 Estatísticas descritivas das variáveis psicológicas envolvidas no estudo (amostra total)
Ansiedade Ansiedade Auto-
Cognitiva Somática confiança
Modalidade Sexo N Média ± Dp Média ± Dp Média ± Dp
Natação Masculino 24 25.16 ±5.6 22.25 ± 5.0 24.8 ±4.5
Feminino 14 22.14 ±6.2 21.85 ±6.3 25.1 ±4.2
Atletismo Masculino 16 19.75 ±4.5 20.37 ±5.2 28.18 ±2.4
Feminino 22 21.81 ±4.0 22.72 ±4.7 26.72 ± 4.5
Como se pode ver no quadro acima existem ligeiras diferenças entre os níveis de ansiedade,
observando-se que os atletas que praticam natação são mais ansiosos e apresentam menor
masculinos.
No que respeita aos praticantes de atletismo observa-se uma situação inversa, sendo as atletas
No quadro 5.3 e gráfico 1 pode-se notar claramente a existência de diferenças significativas nas
praticantes de atletismo. Em relação à ansiedade somática os valores obtidos são muito próximos
1
20 d
■ Ansiedade Cognitiva
15
■ Ansiedade Somática
10 □ Autoconfiança
0 _
Natação Atlet.
Seguindo o exemplo do que foi feito na análise das possíveis diferenças entre as modalidades nas
dimensões da ansiedade, neste caso a análise incidirá sobre as diferenças encontradas em atletas
do sexo feminino e masculino. No quadro 5.4 apresentamos os valores dep e t nas dimensões em
estudo.
No gráfico 2 estão apresentados os valores médios obtidos por atletas do sexo feminino e do sexo
masculino.
Masc. Fem.
Como se pode ver existem ligeiras diferenças nas dimensões cognitiva e somática, porém, dos
resultados obtidos através do teste "t de Student", é possível concluir-se que em nenhum dos
próximos.
Tal como anteriormente faremos uma análise das dimensões da ansiedade porém, esta incidirá na
No quadro que se segue (5.5) estão apresentados os valores de t ep nas dimensões em estudo e a
■ Ansiedade Cognitiva
■ Ansiedade somática
D Autoconfiança
No quadro 5.5 e gráfico 3, pode-se notar que não existem diferenças significativas entre os
grupos, em todas as dimensões da ansiedade pré-competitiva, embora os atletas mais experientes
se apresentem ligeiramente menos ansiosos e mais autoconfiantes do que os menos experientes.
Quadro 5.6. Coeficientes d e correlação e nível de significância entre a autoconfiança a ansiedade cognitiva e
a ansiedade somática
Ansiedade cognitiva Ansiedade somática Autoconfiança
Ansiedade cognitiva .468** 373**
r de Pearson Ansiedade somática .468** ' — ~ ■ — .
-.208
Autoconfiança -.373** -.208 — —
Ansiedade cognitiva .000 .001
Valor de p Ansiedade somática .000 .071
Autoconfiança .001 .071
**Valor significativo para pO.01
No quadro acima, podemos observar que existe uma correlação negativa entre a autoconfiança e
as demais dimensões, com r = -.373 para a correlação com a ansiedade cognitiva e r=-.208 para a
autoconfiança não ser significativa (p-.071), as restantes correlações são significativas (p=.000)
autoconfiança, respectivamente.
dois indicadores do rendimento dos atletas nas modalidades de natação e atletismo. Estes são
traduzidos pela marca anterior (recorde pessoal) ao campeonato no qual se efectuou o nosso
Nesta modalidade é tão notória a diferença entre as duas marcas o que é verificado com o recurso
Tal como no quadro anterior as diferenças entre as duas marcas são significativas porém, há a
destacar o facto de, neste caso, a marca posterior ser inferior à anterior.
Atendendo à inúmera quantidade de variáveis que podem explicar os resultados que acabamos de
apresentar e, não tendo possibilidade de as identificar com rigor e precisão, não iremos
relacionar os resultados obtidos com os níveis de ansiedade estado pré-competitivo destes atletas.
Acresce ainda, o facto de não possuirmos dados anteriores relativos à ansiedade destes atletas,
pelo que qualquer relação encontrada não poderia ser devidamente explicada nem funamentada.
Face aos resultados encontrados após tratamento dos mesmos, iremos agora tentar compreendê-
los e explicá-los, procurando assim verificar a veracidade das hipóteses que formulamos para
este estudo.
No quadro 6.1 estão apresentados os resultados relativos a alguns estudos anteriores relacionados
Quadro 6.1 Valores médios e desvios padrão relativos às variáveis dos CSAI-2 dos estudos realizados por
Jones & Suain (1995), Teixeira & Raposo (1995), Ferraz (1997) Lázaro (1998) e o nosso estudo
Jones & Suain (1995) Teixeira & Ferraz Lázaro Presente
Raposo(1995) (1997) (1998) estudo
Não elite Elite Nadadores Nadadores Sal. Lanç. Nadad. Atlet.
Em relação ao estudo de Jones & Suain (1995), os resultados encontrados no nosso estudo são
ansiedade cognitiva. Quanto à autoconfiança a média apresentada pelos atletas do nosso estudo é
superior em 4.8 pontos, em relação à ansiedade somática a nossa amostra se situa em 3 pontos
acima, e, finalmente em relação a variável cognitiva a média dos nossos atletas encontra-se 0.4
pontos abaixo.
O facto de se observarem estas diferenças nas variáveis somática e autoconfiança pode estar
relacionado com o facto de, na amostra de Jones & Suain (1995) fazerem parte atletas de
Desporto colectivo (cricket), enquanto que na nossa amostra é constituída por atletas de
desportos individuais (natação e atletismo) e, segundo Martens (1987) e Cruz (1996) existem
Em relação às médias encontradas no estudo de Teixeira & Raposo (1995), as médias do nosso
Quanto os resultados do estudo de Ferraz (1997) os nossos valores são superiores nas vaiáveis
Em relação ao estudo de Lázaro (1998) os valores das médias dos nossos atletas são superiores,
por pequena diferença, nas variáveis autoconfiança (0.4 pontos) e na variável cognitiva a média
dos nossos atletas é inferior cerca de 1.6 pontos. Quanto à variável somática a média do nosso
A ansiedade cognitiva é vista como uma série de preocupações negativas relativas ao rendimento
como sejam a atenção, a concentração e a memória (Cratty, 1983; Backer, Whiting & Brug,
1993).
H2 - Os atletas de sexo feminino apresentam níveis de ansiedade cognitiva mais elevados do que
os do sexo masculino;
H3 - Atletas mais experientes apresentam níveis de ansiedade cognitiva mais baixos do que os
menos experientes.
Natação, de "21.94" para o sexo feminino e os "23.00" para o sexo masculino, de "22.11" para
os atletas mais experientes e "22.80" para os menos experientes numa escala que varia entre os 9
nas modalidades desportivas (p=.011) e, apesar de haver diferença entre os sexos, esta não é
significativa (.39).
sujeitos (p=.58).
Estes resultados levam-nos a rejeitar as hipóteses por nós apresentadas a este respeito.
As diferenças observadas, estão dependentes da forma como cada grupo encara a competição.
Assim, de um modo global parece que os atletas de ambos os sexos percepcionam a competição
de uma forma mais ou menos favorável porém, na análise comparativa entre as modalidades é de
pensar que tal possa ser devido a características dos próprios atletas. No entanto, ao observarmos
os resultados obtidos nesta competição verificamos serem mais negativos do que marcas
anteriormente conseguidos pelos mesmos atletas. É possível que, aspectos relacionados com as
preocupações mais negativas quanto ao seu desempenho e menor autoconfiança nas suas
A ansiedade somática deve ser vista como sintomas fisiológicos como: o aumento da frequência
cardíaca, subida da tensão arterial, respiração acelerada e aumento da tensão muscular. Esta
dimensão encontra-se fortemente correlacionada com a dimensão cogntiva, admite-se que o facto
H2 - Os atletas de sexo masculino apresentam níveis inferiores aos dos atletas de sexo feminino
Encontramos valores médios que variam entre os "21.50" e os "22.38" nos atletas do sexo
o Atletismo, de "21.91" para os atletas mais experientes e de "21.92" para os menos experientes.
Pensamos que o facto de existirem níveis bastante semelhantes nesta dimensão, leva-nos a crer
funcionamento. Por isto, somos levados a pensar que as alterações observadas a nível de quebra
Autoconfiança é a convicção que os indivíduos têm das suas capacidades para serem bem ou mal
Admite-se que o facto do atleta não ter confiança em si mesmo ou apresentar baixas expectativas
na obtenção de determinada marca ou resultado prejudica ou afecta o seu rendimento, mas se,
competição com sentimentos de competência, valor, orgulho e satisfação a sua autoconfiança sai
experientes.
certo distanciamento em média para valores mais elevados, numa amplitude que varia de "24.94"
para a modalidade de Natação e os "27.36" para o atletismo. Nas restantes variáveis encontramos
O facto de existirem estes valores elevados, pensamos que existe uma resposta lógica, que se
prende com o facto de nas restantes dimensões quanto mais baixo forem os scores, tanto melhor
será o grau de ansiedade, na Auto-confíança passa-se o contrário, quanto mais elevadas forem
sendo a primeira tida como a falta da segunda. Contudo os resultados encontrados no nosso
Autoconfiança tornar-nos-ía difícil deduzir se os Nadadores são menos ansiosos porque são mais
auto-confiantes ou vice-versa, pelo facto dos valores médios serem praticamente iguais. Mas,
Natação (p= .01), ausência de diferenças significativas entre os atletas homens e mulheres
Portanto, rejeitamos as hipóteses por nós apresentadas. Ainda nesta ordem de ideas, e apesar de
não haver diferenças entre os atletas segundo o sexo, se analisarmos de forma isolada
verificamos que os atltetas do sexo feminino são menos ansiosos que os do sexo masculino pelo
facto dos valores médios da dimensão cognitiva (21.94) serem mais baixos que os valores da
Esta constatação contraria, de certo modo, o que consta na literatura ao não evidenciar a
estudos (Cruz, 1996) sugerem que o esteriótipo social das mulheres não é concordante, nem as
(1994), atletas mais experientes apresentam níveis de controlo de ansiedade mais moderados,
circunstâncias com atletas de estatuto superior. O mesmo autor salienta que é importante o factor
"experiência" pelo facto da existência de uma aprendizagem que permite tirar dividendos de
como controlar e regular melhor a ansiedade, porém, no nosso estudo não encontramos
diferenças entre os atletas mais experientes e menos experientes, o que se poderá, talvez, à forma
.208) entre autoconfiança e ansiedade somática, leva-nos a constatar, sem no entanto possibilitar
a verificação de uma relação de causalidade que, quanto mais elevados forem os níveis de
ansiedade cognitiva e somática, menor será o nível de autoconfiança dos atletas ou que, quanto
mais autoconfiantes estiverem os atletas antes de uma competição menos sujeitos estão a
A correlação positiva observada entre a ansiedade somática e cognitiva (r = .46) indica-nos que
quanto mais elevados forem os níveis de ansiedade cognitiva maiores serão os níveis de
hipóteses por nós formuladas a esse respeito e, rejeitar a hipótese da correlação entre a
• Dos atletas observados, os praticantes de Natação possuem níveis de Ansiedade Estado pré-
competitiva mais elevados do que os de Atletismo, e o seu rendimento foi mais baixo. Os
• Os atletas do sexo masculino não se diferenciam dos do sexo feminino quanto aos níveis de
convicção das suas capacidades para serem bem ou mal sucedidos no Desporto está,
(Ansiedade Cognitiva).
factores determinantes do sucesso em Desporto, são cada vez mais, confrotado com o facto de
atletas que à partida reuniam todas as condições físicas e técnicas, para se qualificarem entre os
Desporto na multiplicidade das suas formas de intervir, tem procurado conhecer outros aspectos,
talves menos manifestos e, por essa razão, de mais difícil verificação que possam influenciar,
Propomos que este tipo de estudos se efectuem de forma longitudinal, implicando avaliações
contínuas e sistemáticas ao longo do tempo, pois só assim poderemos ter uma base sólida acerca
Um aspecto que nos desperta muita atenção prende-se com o facto de termos verificado que
níveis elevados de ansiedade estado pré-competitiva parecem afectar o rendimento dos atletas.
cognitivamente e menos autoconfiantes, facto secundado com o baixo rendimento por eles obtido
Psicologia do Desporto, pois assim, poderão desenvolver o conhecimento de aspectos que têm
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1 - NOME
3- DATA DE NASCIMENTO / /
4 - MODALIDADE DESPORTIVA
5- ESCALÃO
UMA DELAS?
PROVA RECORDE
INSTRUÇÕES: Abaixo estão algumas declarações de atletas sobre a forma como se sentem
quando vão participar em competições. Leia atentamente cada uma destas afirmações e marque
com uma cruz (X) no espaço que melhor indica a forma de como se sente. Não existem respostas
certas ou erradas. Escolhe a frase que melhor represente a forma de como se sente neste
momento.
Nunca Pouco Moderado Muito
01 3 2 4 3 4 3 4 3 4 3 1 4 2 3 3 4 4 2 3 3 3 4 2 2 4 3 3
02 2 3 2 2 1 4 1 2 3 3 2 2 2 1 3 3 3 3 3 2 3 1 2 3 2 2 1
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