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AVALIAÇÃO CINÉTICO-FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA ANTES E

DEPOIS DE INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PARATLETAS DO

HANDEBOL DE UMA EQUIPE DO MUNICIPIO DE CRICIÚMA-SC

Ronan Duarte De Rose*


Lisiane Tuon Generoso Bitencourt **
Robson Pacheco**

* Fisioterapeuta Residente do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde

Coletiva e Atenção Básica/ Saúde da Família, Unidade Acadêmica de Ciências da

Saúde, Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma- SC. Brasil.

** Doutora em Ciências da Saúde; professora do curso de Fisioterapia da UNESC

Tutora do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva e Atenção

Básica/ Saúde da Família, Unidade Acadêmica de Ciências da Saúde, Universidade do

Extremo Sul Catarinense, Criciúma- SC. Brasil

** Doutor em Ciências da Saúde; professor do curso de Fisioterapia da UNESC; Tutor

do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva e Atenção Básica/

Saúde da Família, Unidade Acadêmica de Ciências da Saúde, Universidade do Extremo

Sul Catarinense, Criciúma- SC. Brasil

Universidade Do Extremo Sul Catarinense – UNESC. Criciúma – SC, Brasil.

Ronan Duarte De Rose – Rua Joao Paes – 41 Santa Augusta, Criciúma/ SC.

1
RESUMO - O handebol em cadeira de rodas (HCR) contempla a participação de atletas
com os mais variados tipos de deficiência. Tal como em outras modalidades acaba por
oferecer riscos de lesões em seus praticantes. Este trabalho teve como objetivo, avaliar
as principais alterações cinético funcionais e a qualidade de vida de paratletas da equipe
Judecri/ SATC do município de Criciúma/SC antes e depois da intervenção
fisioterapeutica. A população da pesquisa constou de paratletas com idade entre 20 e 44
anos, com amostra censitária, totalizando 12 atletas. Os instrumentos utilizados para a
realização da pesquisa foram: questionário sobre qualidade de vida SF-36, questionário
sócio-econômico, escala de auto estima de Rosemberg, uso da escala funcional UCLA,
goniometria e dinamometria do complexo do ombro. Os resultados mostraram que após
intervenção fisioterapeutica houve um ganho na maioria dos itens analisados nas
avaliações através dos instrumentos de pesquisa, mostrando a importância do trabalho
desse profissional junto ao esporte adaptado.

Palavras – Chaves: Handebol em Cadeira de Rodas, Deficiência, Fisioterapia.

ABSTRACT - Handball in wheelchairs (HCR) contemplates the participation of


athletes with the most varied types of disability. As in other modalities it ends up
offering risks of injuries to its practitioners. The objective of this study was to evaluate
the main functional kinetic changes and the quality of life of the Judecri / SATC team in
the city of Criciúma / SC before and after the physiotherapeutic intervention. The
population of the research consisted of parathletes aged between 20 and 44 years, with a
census sample, totaling 12 athletes. The instruments used to perform the research were:
quality of life questionnaire SF-36, socio-economic questionnaire, Rosemberg self-
esteem scale, use of UCLA functional scale, goniometry and dynamometry of the
shoulder complex. The results showed that after physical therapy intervention there was
a gain in most of the items analyzed in the evaluations through the research instruments,
showing the importance of the work of this professional with the adapted sport
Key Words: Handball in Wheelchair, Disability, Physiotherapy.

2
INTRODUÇÃO

O termo deficiência de acordo com a Classificação Internacional de

Doenças (CIF) refere-se a disfunções ou problemas na estrutura corporal, como, quando

se tem algum dano significativo (1). A CIF ainda nos traz um novo olhar sobre as

deficiências, não mais uma visão de invalidez do individuo, mas sim uma ênfase na sua

funcionalidade e modo de viver a vida (2).

Com relação ao esporte, ele passou a ser adaptado para pessoas com

deficiência logo após a II Guerra Mundial onde os soldados feridos na guerra, voltavam

aos seus países, para serem reintegrados na sociedade, fazendo com que houvesse uma

reavaliação de conceitos e da visão da população sobre a deficiência, sendo a criação do

esporte adaptado para esses soldados lesionados nas guerras, um importante mecanismo

usado em todo esse processo de reabilitação e integração (3).

No Brasil teve seu inicio em 1975 com a criação da ANDE - Associação

Nacional Desporto para Excepcional, que era composta por paratletas com qualquer tipo

de deficiência, e devido a grande procura e aumento de pessoas com deficiência na

prática esportiva, teve-se a criação de novas entidades no país para atender as

necessidades de todos (4).

No esporte, encontra-se um importante meio na reabilitação física, na

questão social e psicológica, contribuindo também na parte cognitiva e motora, desses

atletas com deficiência, dessa forma exaltando as suas potencialidades e capacidades.

(5).

Dentro do Handebol em cadeira de rodas (HCR) encontra-se paratletas

com os mais diversos tipos de deficiência, normalmente por causas traumáticas ou

congênitas. Dentre às causas traumáticas podemos citar a Lesão Medular, lesões por

3
arma de fogo ou arma branca, mergulho em águas rasas, e a amputação de membros

inferiores. Já as lesões congênitas compreendem a espinha bífida ou mielomeningocele.

Ainda pode-se encontrar as sequelas de Poliomielite e outras más formações (6).

Para que se tenha um maior equilíbrio e em uma tentativa de igualar

condições entre os atletas criou-se um sistema de classificação funcional, onde se

realiza uma avaliação da movimentação residual dos mesmos para além das limitações

devida à deficiência (6).

As maiores dificuldades para a disputa do HCR, não são as limitações

físicas de seus atletas, mas sim dificuldades tais como: locais adequados para realização

dos jogos, meio de transporte, adquirir equipamentos além de todo contexto social. (7).

Atualmente diversas áreas têm demonstrado interesse nos efeitos que a

atividade esportiva tem sobre indivíduos com deficiência física. Estudos psicológicos

demonstram que as participações nos esportes melhoram sua qualidade de vida, levando

a maior integração dentro da sua comunidade, além de grandes benefícios para alguns

transtornos como ansiedade e depressão (8).

Outra área que se mostra com grande interesse é a fisioterapia, já que se

sabe que as práticas esportivas de competição predispõem os atletas a um maior risco de

lesões, surgindo assim à necessidade da implementação de um programa

fisioterapêutico visando desde a prevenção, diminuindo assim o risco de lesões e

chegando até a reabilitação, para que o atleta restitua rapidamente sua plena capacidade

em nível competitivo (9).

Sabendo-se da importância da fisioterapia e de um trabalho

interdisciplinar com esses paratletas, esse estudo teve como objetivo geral avaliar as

principais alterações cinético funcionais e a qualidade de vida de paratletas da equipe

4
Judecri/ SATC do Município de Criciúma/SC antes e depois da intervenção

fisioterapeutica.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para a elaboração deste trabalho houve solicitação prévia de um pedido de

autorização para a diretora da Judecri e ao diretor da SATC. Após receber a autorização

dos mesmos e a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do

Extremo Sul Catarinense, foram agendados horários com os paratletas e nestes horários

esclarecidos todos os aspectos envolvidos na realização da pesquisa.

Após explanação referente a presente pesquisa, o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) previamente estruturado foi apresentado a

todos os pretensos sujeitos de pesquisa, sendo o mesmo documentado em duas vias e

assinado.

Em relação ao desenho do estudo, ele é de intervenção, quantitativo e

analítico, realizado com paratletas vinculados a equipe Judecri/SATC do município de

Criciúma / SC. As intervenções foram realizadas na quadra de treinamento da equipe de

handebol, localizada na SATC e na clinica de fisioterapia da Universidade do Extremo

Sul Catarinense (UNESC).

A população da pesquisa constou de paratletas com idade entre 20 e 44

anos. Foram coletadas informações de todos os indivíduos caracterizados na população

em estudo, tratando-se, portanto, de uma amostra censitária, totalizando 12 indivíduos.

Foi realizada avaliação cinético funcional junto aos paratletas, que

constou de goniometria do complexo do ombro, teste de força muscular com uso do

dinamômetro escapular e preensão palmar, questionário sobre qualidade de vida SF-36,

5
questionário sócio econômico, e para realização das avaliações funcionais do ombro, foi

utilizada a escala funcional UCLA.

Após essa primeira coleta de dados, foram realizados atendimentos

fisioterapêuticos 2x por semana, durante 20 sessões junto ao grupo de paratletas,

trabalhando na prevenção de lesões, sessões de alongamentos musculares em membros

superiores e exercícios musculares para fortalecimento, com uso do protocolo de

Rockwood. Também foram realizadas palestras motivacionais, com a participação de

uma psicóloga.

Após as 20 sessões, foi realizado uma reavaliação com cada paratleta,

para posterior análise dos resultados obtidos pela intervenção.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A amostra do presente estudo foi composta por 12 indivíduos do gênero

masculino. A média de idade foi de 34,25±9,04 (Tabela 1).

Tabela 1 – Idade da Amostra

Intervalo de Confiança 95%


Variáveis Média/DP
Inferior Superior
Idade 34,2500±9,03654 29,6688±4,50940 39,0833±12,25048
Método Estatístico Empregado: Não aplicado método estatístico. Utilizado análise de freqüências com
IC 95%.

Em relação à caracterização da amostra 83,3% (10 participantes) são da cor branca.

Sobre a escolaridade a maioria 41,7% (5 participantes) realizaram o Ensino Médio

Completo, seguido do Ensino Médio Incompleto 25,0% (3 participantes) e Ensino

Superior Completo 16,7% (2 participantes). Quanto ao local da residência 83,3% (10

participantes) residem na zona rural. No tocante que se refere à renda mensal 90,9% (10

participantes) possuem uma renda mensal com variação entre 3 a 4 salários mínimos

6
Tabela 2 – Variáveis de Caracterização da Amostra

Intervalo de Confiança 95%


Variáveis n %
Inferior Superior
Cor
1
Branca 83,3 58,3 100,0
0
0
Preta 8,3 0,00 25,0
1
0
Parda 8,3 0,00 25,0
1
Escolaridade
Ensino Fundamental Completo 1 8,3 0,00 25,0
Ensino Fundamental Incompleto 1 8,3 0,00 25,0
Ensino Médio Incompleto 3 25,0 0,00 50,0
Ensino Médio Completo 5 41,7 16,7 66,7
Ensino Superior Completo 2 16,7 0,00 41,7
Zona de Residência
0
Ignorado/Em Branco 8,3 0,00 25,0
1
1
Urbana 83,3 58,3 100,0
0
0
Rural e Urbana 8,3 0,00 25,0
1
Renda Mensal
0
1 Salário Mínimo 9,1 0,00 27,3
1
1
de 3 a 4 salários mínimos 90,9 72,7 100,0
0
Método Estatístico Empregado: Não aplicado método estatístico. Utilizado análise de freqüências com
IC 95%.

Sobre a avaliação da ADM através da goniometria (Tabela 3), pode-se observar um

aumento estatisticamente significativo após a intervenção nos seguintes movimentos: a

flexão de MSD na pré-intervenção era de 145,8333±19,40400 e passou a ser de

155,0000±21,42641 (p=0,000) (figura 1); a flexão de MSE na pré-intervenção era de

147,0000±17,48246 e aumentou para 155,8333±20,43096 (p=0,000) (figura 2). Já o

movimento de rotação interna houve um aumento de ADM, na pré-intervenção a média

era de 75,8333±11,44817 e após passou para 79,5833±16,98373 (p=0,027) (figura 3)

Tabela 3 – Avaliação da ADM - Goniometria


Intervalo de Confiança 95%
Variáveis Média/DP p
Inferior Superior

7
Flexão MSD Pré-
145,8333±19,40400 134,1667±7,63982 155,8333±27,59064
Intervenção
0,000*
Flexão MSD Pós-
155,0000±21,42641 142,5000±10,29927 165,8227±29,34380
Intervenção
Flexão MSE Pré-
147,0000±17,48246 137,1667±7,92656 155,6667±22,07915
Intervenção
0,000*
Flexão MSE Pós-
155,8333±20,43096 143,7500±11,57653 165,8333±25,50558
Intervenção
Extensão MSD Pré-
74,0833±11,40541 68,3333±6,45945 80,3249±14,59037
Intervenção
0,072
Extensão MSD Pós-
65,8333±13,28590 59,1667±6,78401 73,3333±17,51082
Intervenção
Extensão MSE Pré-
71,4167±10,24658 66,0000±6,38690 77,0833±12,49242
Intervenção
0,614
Extensão MSE Pós-
64,1667±9,25235 58,7606±5,27645 69,1667±11,64314
Intervenção
Abdução MSD Pré-
106,0000±22,60732 93,3333±14,37609 117,5000±27,94925
Intervenção
0,175
Abdução MSD Pós-
130,0000±26,88359 116,2500±14,74727 145,4061±35,37642
Intervenção
Abdução MSE Pré-
115,8333±21,30230 104,1667±14,84901 127,0727±25,23608
Intervenção
0,220
Abdução MSE Pós-
135,4167±23,68912 122,0833±13,37403 147,9061±28,36341
Intervenção
Adução MSD Pré-
46,6667±15,71527 37,9167±9,80034 55,4167±19,30615 0,042*
Intervenção
Adução MSD Pós-
43,4167±11,32542 37,5000±6,89512 49,7500±14,24595
Intervenção
Adução MSE Pré-
40,5833±12,00347 34,5000±6,56376 47,5000±15,27371
Intervenção
0,887
Adução MSE Pós-
37,5000±4,52267 35,0000±2,57464 40,0000±5,77350
Intervenção
Rotação Interna
MSD Pré- 80,8333±10,18763 74,5939±6,20056 86,2500±12,87266
Intervenção
1,000
Rotação Interna
MSD Pós- 90,0000±6,74200 86,2500±3,34279 93,3333±8,29069
Intervenção
Rotação Interna
MSE Pré- 75,8333±11,44817 69,5833±4,98102 81,6667±15,37208
Intervenção
0,027*
Rotação Interna
MSE Pós- 79,5833±16,98373 70,0000±6,51449 88,3333±20,83030
Intervenção
Rotação Externa
MSD Pré- 49,1667±22,54625 37,0833±13,05022 61,2500±28,40242
Intervenção 0,054
Rotação Externa
MSD Pós- 45,0000±17,18879 34,5833±9,56638 54,1561±22,30523
Intervenção
Rotação Externa
MSE Pré- 57,5000±18,27815 47,9167±10,54392 67,9167±23,24033
Intervenção
0,364
Rotação Externa
MSE Pós- 50,8333±9,49482 46,2500±3,96481 56,2500±13,53864
Intervenção
Método Estatístico Empregado: Teste t para amostras emparelhadas. Considerado como
estatisticamente significativo (p<0,05). Legenda: MSD: Membro Superior Direito; MSE: Membro
Superior Esquerdo

8
Figura 1 – Goniometria Pré e Pós-Intervenção de Flexão de MSD e MSE

Método Estatístico Empregado: Teste t para amostras emparelhadas. Considerado como


estatisticamente significativo (p<0,05). Legenda: MSD: Membro Superior Direito, MSE: Membro
Superior Esquerdo

Figura 2 – Goniometria Pré e Pós-Intervenção de Adução MSD

Método Estatístico Empregado: Teste t para amostras emparelhadas. Considerado como


estatisticamente significativo (p<0,05). Legenda: MSD: Membro Superior Direito.

Figura 3 – Goniometria Pré e Pós-Intervenção de Rotação Interna MSE

Método Estatístico Empregado: Teste t para amostras emparelhadas. Considerado como


estatisticamente significativo (p<0,05). Legenda: MSD: Membro Superior Direito; RI: Rotação Interna.

9
Observa-se que após a intervenção houve um aumento da amplitude de

movimento onde a média de flexão para ambos os membros ficou em torno de 155 o.

Quanto ao movimento de rotação interna e abdução também se notou aumento da ADM

na avaliação desses movimentos. Pode-se perceber por esse estudo que houve aumento

significativo na amplitude de alguns movimentos, assim como Dos Santos (10) que em

um trabalho interdisciplinar entre Fisioterapia e Educação Física com paratletas, dentre

outros ganhos como força e equilíbrio, também alcançou ganhos na ADM nos paratletas

do estudo.

Em relação à dinamometria escapular (tabela 3) observa-se que houve

um aumento na média após a intervenção na avaliação realizada: A medida na pré-

intervenção foi de 30,2083±13,19170 e após a intervenção passou a ser de

33,4167±10,79317. Não houve diferença estatisticamente significativa entre a pré e a

pós-intervenção.

Quanto à dinamometria palmar direita houve uma diminuição na média

da força. Inicialmente a média na 1ª medida foi de 110,2500±32,13360e a pós a

intervenção passou a ser de 107,7083±29,83779. Não houve diferença estatisticamente

significativa entre a pré e a pós-intervenção.

Quanto à dinamometria palmar esquerda observa-se um aumento na

média da força, inicialmente a média foi de 103,8333±22,43712 e após a intervenção

passou a ser de 107,6667±22,30505. Não houve diferença estatisticamente significativa

entre a pré e a pós-intervenção.

Analisando os resultados da preensão palmar eles vão de acordo com Da

Silva (10) que diz que a pratica de esporte traz benefícios físicos, entre eles ganho de

força muscular.

10
Tabela 4 – Dinamometria Escapular

Dinamometria Intervalo de Confiança 95%


Média/DP p
Escapular Inferior Superior
1ª Medida Pré-
30,2083±13,19170 23,2938±9,20643 37,5823±15,47638
Intervenção
0,093
1ª Medida Pós-
33,4167±10,79317 27,4167±5,99272 39,1250±13,39724
Intervenção
2ª Medida Pré-
32,2083±12,44161 25,7521±8,25469 39,1239±14,97515
Intervenção
0,347
2ª Medida Pós-
33,5000±11,39178 27,0844±5,54127 39,3323±14,04132
Intervenção
3ª Medida Pré-
33,2500±13,68891 26,0011±9,31700 40,6197±16,17478
Intervenção
0,848
3ª Medida Pós-
32,9583±11,03807 26,7521±6,12199 38,6667±13,58295
Intervenção
Método Estatístico Empregado: Teste t para amostras emparelhadas. Considerado como

estatisticamente significativo (p<0,05).

Tabela 5 – Dinamometria Palmar Direita

Dinamometria Palmar Intervalo de Confiança 95%


Média/DP p
Direita Inferior Superior
1ª Medida Pré-
110,2500±32,13360 92,0021±16,66021 127,3312±43,22530
Intervenção
0,763
1ª Medida Pós-
107,7083±29,83779 91,2500±15,79282 123,3333±38,44191
Intervenção
2ª Medida Pré-
109,6667±30,87904 90,7606±10,54479 124,4145±44,51658
Intervenção
0,853
2ª Medida Pós-
108,8750±27,08583 92,8365±13,72464 122,7083±36,92086
Intervenção
3ª Medida Pré-
110,1667±29,12928 93,2500±11,07997 124,9082±41,35685
Intervenção
0,173
3ª Medida Pós-
104,1667±26,31914 89,0042±13,15888 117,5000±35,66194
Intervenção
Método Estatístico Empregado: Teste t para amostras emparelhadas. Considerado como
estatisticamente significativo (p<0,05).

Em relação à Classificação na Escala de autoestima de Rosemberg

(tabela 6), observa-se que a média na pré-intervenção foi de 25,4167±2,93748 e após

manteve-se os mesmos valores. Na tabela 7, observa-se que os atletas que estavam com

classificação média mantiveram-se nesta classificação.

Tabela 6 - Classificação de Rosemberg

Classificação de Intervalo de Confiança 95%


Média/DP P
Rosemberg Inferior Superior
Pré-Intervenção 25,4167±2,93748 24,0000±0,99630 27,2479±4,16285
p=0,083
Pòs-Intervenção 25,4167±2,93748 24,0000±0,99630 27,2479±4,16285
Método Estatístico Empregado: Teste t para amostras emparelhadas. Considerado como
estatisticamente significativo (p<0,05).

11
O fato de a média manter-se igual, explica-se pelo fato de os paratletas já na

primeira avaliação terem alcançado um alto escore de autoestima, que se manteve na

segunda avaliação, segundo os mesmos, em parte devido a pratica do esporte. O que vai

de encontro aos estudos de DA SILVA (11), que concluiu que além dos benefícios

físicos, o esporte traz benefícios psicossociais, tais como, aumento da autoestima, alivio

do estresse, entre outros.

Em relação à avaliação funcional com a utilização da UCLA (TABELA 5),

observa-se que a média aumentou após a intervenção. Inicialmente a média era de

25,9167±4,64089 e após passou a ser de 27,0833±5,90005. Conforme a classificação do

teste tanto antes quanto depois os atletas ficaram classificados como razoável.

Tabela 7 - UCLA

Intervalo de Confiança 95%


UCLA Média/DP P
Inferior Superior
Pré- 28,1667±5,8900
25,9167±4,64089 23,2500±1,59545
Intervenção 2
p=0,498
Pòs- 23,4167±2,4438830,1667±8,40354
27,0833±5,90005
Intervenção
Método Estatístico Empregado: Teste t para amostras emparelhadas. Considerado como
estatisticamente significativo (p<0,05).

Quanto a capacidade funcional antes e após a intervenção, observa-se que um

atleta que estava classificado como bom passou para excelente, 57,1% (4 atletas)

mantiveram a classificação de bom após a intervenção. 42,9% (3 atletas) que estavam

inicialmente classificados como razoável passaram para bom e 66,7% (2 atletas) que

estavam classificados como ruim passou para razoável.

Em relação à qualidade de vida com uso do questionário de Qualidade de Vida -

SF 36 dos atletas, observa-se que o domínio 3 que refere-se a houve um aumento não

estatisticamente significativo (p=0,457) em relação a dor após a intervenção,

inicialmente a média foi de 51,8333±19,01116 e após de 55,1667±19,20148. Outro

achado foi referente à saúde mental no qual teve um aumento estatisticamente


12
significativo (p=0,000). Inicialmente a média foi de 53,0000±10,25139 e após de

68,3333±14,61838.

Tabela 8 – Avaliação da qualidade de vida

Intervalo de Confiança 95%


Variáveis Média/DP p
Inferior Superior
Capacidade Funcional
35,0000±12,96849 27,9273±7,78499 41,6667±41,6667
Pré-Intervenção
-
Capacidade Funcional
35,0000±12,96849 27,9273±7,78499 41,6667±41,6667
Pós-Intervenção
Limitação por Aspectos
41,6667±38,92495 22,9167±24,92650 62,5000±45,22670
Físicos Pré-Intervenção
-
Limitação por Aspectos
41,6667±38,92495 22,9167±24,92650 62,5000±45,22670
Físicos Pós-Intervenção
Dor Pré-Intervenção 51,8333±19,01116 41,3355±12,68042 62,3312±23,62754
p=0,457
Dor Pós-Intervenção 55,1667±19,20148 44,2521±12,00020 65,5833±23,86955
Estado Geral de Saúde
54,5833±15,87713 45,8333±7,82140 62,5000±20,27743
Pré-Intervenção
-
Estado Geral de Saúde
54,5833±15,87713 45,8333±7,82140 62,5000±20,27743
Pós-Intervenção
Vitalidade Pré-
65,0000±10,87115 59,5833±4,50640 70,8333±15,34946
Intervenção
-
Vitalidade Pós-
65,0000±10,87115 59,5833±4,50640 70,8333±15,34946
Intervenção
Aspectos Sociais Pré-
68,7500±16,42822 60,4167±8,35697 77,0833±21,62119
Intervenção
-
Aspectos Sociais Pós-
68,7500±16,42822 60,4167±8,35697 77,0833±21,62119
Intervenção
Aspectos Emocionais Pré-
61,1167±42,24667 36,1167±27,82438 83,3333±48,89520
Intervenção
-
Aspectos Emocionais Pós-
61,1167±42,24667 36,1167±27,82438 83,3333±48,89520
Intervenção
Saúde Mental Pré-
53,0000±10,25139 47,6667±6,02017 58,3333±12,98796
Intervenção
p=0,000*
Saúde Mental Pós-
68,3333±14,61838 60,6667±8,54932 76,0000±18,92251
Intervenção
Método Estatístico Empregado: Teste t para amostras emparelhadas. Considerado como
estatisticamente significativo (p<0,05). Legenda: MSD: Membro Superior Direito; MSE: Membro
Superior Esquerdo

O questionário Avaliação de Qualidade de Vida SF 36 é composto por 8

domínios: Capacidade Funcional; Limitação por Aspectos Físicos; Dor; Estado Geral de

Saúde; Vitalidade; Aspectos Sociais; Aspectos Emocionais e Saúde Mental.

Neste estudo tivemos um aumento da dor, devido aos fortes ritmos de treino, o

que consequentemente, acabou alterando a parte de saúde mental, alterando a qualidade

de vida dos paratletas de forma negativa, já que, segundo Da Silva (11) a qualidade de

13
vida vai além da visão sobre as incapacidades do individuo, pois engloba também a

parte física, aspectos emocionais, entre outros.

DISCUSSÃO

CONCLUSÃO

Diante dos resultados obtidos e analises dos objetivos, podemos concluir que

houve um ganho na maioria das avaliações realizadas, mesmo com o pouco tempo de

aplicação do protocolo, e ainda temos o fato de ser um estudo realizado junto à

paratletas que na sua maioria já convivem com algum tipo de dor, e ainda acrescentam-

se os treinamentos dentro do Handebol em Cadeira de Rodas, que devido aos

movimentos todos, principalmente de membros superiores ( deslocamento da cadeira de

rodas, arremesso, passe, bloqueio, condução) podem aumentar as dores e ate mesmo se

ter um risco maior de lesões.

Com relação à fisioterapia ela mostra-se de fundamental importância dentro não

só do esporte para andantes, mas também dentro do esporte adaptado, seja ele de

qualquer modalidade, ajudando desde a prevenção de lesões, até a reabilitação e volta

ao esporte destes paratletas.

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REFERENCIAS

1.DI NUBILA, Heloisa Brunow Ventura et al. O papel das Classificações da OMS-CID

e CIF nas definições de deficiência e incapacidade. Revista Brasileira de

Epidemiologia, v. 11, n. 2, p. 324-335, 2008.

2.GORGATTI, Márcia Greguol; COSTA, Roberto Fernades da. Atividade física

adaptada: Qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais. 2° Ed.

Barueri SP. ED. Manole 2008

15
3.BORELLA, Douglas Roberto et al. Incidência de Lesões Esportivas em Atletas com

Deficiência Física Praticantes de Handebol em Cadeira de Rodas. Revista da

Associação Brasileira de Atividade Motora Adaptada, v. 13, n. 1, 2012.

4.ITANI, Daniela Eiko; ARAÚJO, Paulo Ferreira de; ALMEIDA, José Júlio Gavião de.

Esporte adaptado construído a partir das possibilidades: handebol adaptado. Revista

Digital Buenos Aires, v. 10, p. 72, 2004.

5.CARDOSO, Vinícius Denardin et al. Avaliação da Aptidão Física Relacionada ao

Desempenho de Atletas de Handebol em Cadeira de Rodas. Revista da Associação

Brasileira de Atividade Motora Adaptada, v. 13, n. 1, 2012.

6.BORGES, Mariane et al. Handebol em cadeira de rodas: fundamentos da

modalidade. Conexões, v. 13, n. 3, p. 195-212, 2015.

7.MARTINS, Emerson Fachin. Atividade física e esporte adaptado nos transtornos

neurogênicos. Revista Neurociência, v. 9, p. 273-278, 2009.

8.HAWKESWOOD, J. P. et al. (2014). The preparticipation evaluation for athletes with

disability. International Journal of Sports Physical Therapy, 9(1), 103–115.

9.SILVA, Andressa et al. Queixas musculoesqueléticas e procedimentos

fisioterapêuticos na delegação brasileira paralímpica durante o mundial paralímpico de

atletismo em 2011. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 2013.

16
10.DOS SANTOS, Josenei Braga et al. Monitoramento da postura de atletas

paralímpicos da Seleção Brasileira de Natação. Revista Brasileira de Fisiologia do

Exercício - 2016 - volume 15 - número 2

11.DA SILVA, André Ribeiro et al. Qualidade de vida e independência funcional de

lesados medulares. Gestão e Saúde, v. 4, n. 2, p. 2151-2164, 2013.

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