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FAM - Centro Universitário

Educação Física

Bruna de Lima Maciel


Bruno Balena
Diego Clemente Mendes
Emerson Mena
Guilherme Bernardes

AVALIAÇÃO FÍSICA COMO FERRAMENTA PARA O BASQUETE


DE CADEIRA DE RODAS

São Paulo
2023
1. INTRODUÇÃO

O esporte adaptado é muito importante na reabilitação das pessoas com


deficiência, por trazer inúmeros benefícios no âmbito motor, social e psicológico.
Pensando nisso, falaremos sobre o Basquetebol em cadeira de rodas (BCR), um
esporte que possui suas regras semelhantes ao convencional mas com adaptações
e que normalmente é praticado por indivíduos lesionados medulares, amputados, e
atletas com poliomielite.
A história do basquetebol em cadeira de rodas e as outras práticas esportivas
que envolvem o uso da cadeira, teve o seu início há mais de cinquenta anos. O seu
começo foi tímido e desenvolvido, primeiramente, em centros de reabilitação nos
Estados Unidos e Reino Unido. Há dados históricos que apontam que estes países
passaram a estimular a atividade esportiva como forma de complementar o
processo de reabilitação dos indivíduos com traumas provocados pelos confrontos
nos campos de batalha da II Guerra Mundial.
Não existe nenhum registro por escrito que confirme oficialmente a criação do
basquete em cadeira de rodas. O primeiro registro que se tem é de 6 de dezembro
de 1946, quando foi publicado um artigo em um jornal americano comentando sobre
os acontecimentos de uma partida.
No mesmo período surgia na Inglaterra o BCR como prática esportiva
terapêutica. O Dr. Guttmann foi o diretor do centro de lesados medulares no Hospital
Stoke Mandeville, e foi um defensor das práticas esportivas como atividade auxiliar
no processo de reabilitação. Posteriormente, este centro tornou-se reconhecido
mundialmente pelos trabalhos realizados com o esporte para pessoas com
necessidades especiais.
Sendo assim, qualquer portador de deficiência física está apto a praticar esta
modalidade, desde que as sequelas de sua lesão sejam compatíveis com os
critérios de avaliação do esporte. Entretanto, alguns autores como Fernanda
Moraes Rocco, 2006, afirmam que a prática do esporte adaptado implica em um
aumento das ocorrências de lesões desportivas.
Neste âmbito a avaliação física no esporte tem diferentes funções como;
acompanhar o desenvolvimento muscular do atleta, ganho de massa, simetria
muscular, e até mesmo rastrear a chance do atleta está próximo de se lesionar.
Segundo Marins & Giannichi (2003), os objetivos de uma avaliação física
nem sempre serão claros e entendidos, ou seja, nem sempre a avaliação será um
resultado final de um julgamento, pois é um processo que pode servir para vários
objetivos, como por exemplo: diagnosticar, verificar o progresso da pessoa,
classificar, selecionar indivíduos, manter padrões de performance física esperados
com o treinamento, motivar o indivíduo.

1.1 JUSTIFICATIVA

Com base nisso, torna-se importante analisar variáveis que podem identificar
fatores de risco para lesões, como a performance muscular e o controle postural.
Sendo dessa maneira inserido a avaliação física nesse estudo.
Cada esporte o padrão de desenvolvimento muscular varia muito, no caso do
basquetebol é comum o atleta desenvolver medidas maiores no membro superior
pelo o uso excessivo dos mesmos, seja por conta da condução da cadeira de rodas,
ou até mesmo pela a execução dos fundamentos do BCR, como arremessos,
bloqueios e marcações. Ocasionando alguns problemas gerados pela intensidade,
repetição dos movimentos e o contato direto por choque entre seus participantes,
mesmo que acidental, gerando assim, grande número de lesões por trauma direto.

2. OBJETIVO

Entender a importância da avaliação física como ferramenta para o


desenvolvimento do basquete de cadeira de rodas.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Para a elaboração deste estudo, foi utilizado o modo de pesquisa


bibliográfica de artigos e avaliações sobre o basquete de cadeira de rodas, a
abordagem da pesquisa foi de caráter quantitativo, para a partir de dados e
informações, adquirir embasamento e conteúdo sobre o assunto abordado.
Foram utilizados, basquete de cadeira de rodas, avaliação física e resultados
de testes como palavra chave, a busca foi feita por artigos informações e resultados
de avaliações físicas para cadeirantes que praticassem basquete, tentando evitar
artigos que não detalham os testes, como ferramenta de pesquisa foi utilizado o
“Google acadêmico” para buscar os artigos.

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O basquete de cadeira de rodas, assim como outros esportes, possui muitas


variáveis para avaliar um desempenho, como por exemplo, idade, peso, intenção ao
praticar, entre outras. Entretanto, nesse esporte existem outras variáveis mais
específicas, como suas capacidades físicas e seu tipo de lesão, que fazem parte de
seus desafios diários, mas também desenvolve fatores únicos por cada um viver um
contexto específico, assim como pessoas sem lesão, porém em desafios diferentes
e tudo isso é refletido no esporte. Segundo Manchur e Volski (2017) a não
obrigatoriedade do uso de cadeira de rodas no cotidiano, que podem por exemplo
utilizar de muletas para se locomover, podem influenciar na performance no esporte
devido a diferentes estímulos. Assim como também foi observado as diferenças de
que atletas amputados apresentam mais força, agilidade e potência aeróbica do que
atletas com lesão medular. (MANCHUR; VOLSKI, 2017).
É por isso que todos os dados necessitam de interpretação, há diversas
razões para existir uma diferença entre resultados coletivos e individuais, Manchur e
Volski (2017) realizaram um estudo com 16 atletas de basquete em cadeira de
rodas da equipe do Município de Guarapuava-PR, com média de 35,3 (±13,1) anos,
utilizaram o teste de arremesso de “medicine ball” para avaliar a força, teste que
consiste em arremessar a medicine ball com as duas mãos contra o peito logo
abaixo do queixo, com os cotovelos o mais próximo do tronco e como resultado a
média dos participantes se encaixam na categoria “Intermediário”, alcançando 4,14
metros (±1,19) de distância, que em comparação a jogadores de “Goalball”, com
média de 17 (± 1,2) anos alcançaram 3,32 (± 73) que na classificação fica abaixo da
média (GAMERO et al., s.d). É fato que os jogadores de basquete tiveram melhor
resultado, entretanto é preciso analisar os fatores que condicionaram essa situação,
como a variação de idade, tempo de prática, quantidade de avaliados e também tipo
de lesão, tudo isso impossibilita de afirmar que jogadores de basquete de cadeira de
rodas em geral possuem maior potência do que atletas de Goalball. No teste de 12
minutos, teste que consiste medir o VO2 a partir da maior distância que percorrer
em 12 minutos, a média de VO2 máx foi de 16,12 ml/kg/min para jogadores de
basquete de cadeira de rodas, segundo a American Heart Association (AHA), a
classificação seria muito abaixo do ideal, praticamente metade do previsto para
pessoas sem lesão, porém na classificação proposta por Franklin et al. (1990) o
time se encaixa no intermediário, por isso é injusto encaixar situações distintas
como se fossem a mesma, é de grande importância a execução de testes mas de
importância maior o que fazer com o resultado deles.

Métodos de Avaliação Física

O basquetebol é um esporte de resistência muscular e velocidade, e é


necessário avaliar a capacidade aeróbica e anaeróbica. São realizados testes de
avaliações físicas dentro e fora da quadra, sendo alguns deles:

● Fora de quadra

➔ Testes adaptados em ergômetros

Ergométrico em esteira: analisa o corpo durante uma situação de esforço


progressivo, avalia a capacidade física e eventuais doenças do sistema
cardiovascular.
Ergométrico de braço: avalia a potência aeróbia e capacidade física.

● Testes em quadra

➔ Vários especialistas realizaram pesquisas e trabalhos para aprimorar a


performance dos jogadores. Algumas das descobertas foram:
1. A potência da cadeira de rodas aumenta em função do aumento da
velocidade. Este estudo é importante para ser aplicado no momento
do treinamento técnico.

2. Os movimentos do ombro são características importantes na


determinação da classificação funcional.

3. Testes em quadra eram válidos para análises anaeróbicas e aeróbicas.

4. Os testes de quadra são mais vantajosos em relação aos testes


laboratoriais por serem fáceis de realizar e administrar, são
economicamente mais baratos e não precisam de técnicas
qualificadas ou equipamentos especializados. Eles são importantes
para mensurar o desenvolvimento de técnicas e treinamentos e
mensurar a capacidade física aeróbia e anaeróbia dos atletas.

No esporte adaptado existem riscos de lesões e é comum observar nesses


jogadores, lesões devido à sobrecarga dos músculos remanescentes utilizados
durante a prática esportiva. Nesses esportes as contusões, rupturas musculares,
estiramentos, tendinites e bursites são classificadas como lesões.
A reabilitação, antes e durante a realização do paradesporto, visa garantir ao
portador de deficiência a sua inserção social e profissional.

5. CONCLUSÃO

O esporte está constantemente em desenvolvimento, existe a procura por um


melhor espetáculo, beneficiando aquele que assiste, mas a melhora do produto
passa diretamente pelo maior cuidado com o atleta. O mundo esportivo tem muitas
ferramentas, existem testes e estudos tanto para evitar lesões quanto para descobrir
pontos a desenvolver no esportista, informações que não se imaginava ter, muito
menos para esportes adaptados que não possuem incentivo, mas que agora possui
o potencial para utilizar das novas ferramentas para desenvolver os esportes, os
atletas e o jogo. Para que isso aconteça é necessário investimento para que cubes
possam realizar testes frequentemente, para também existir mais pesquisas e maior
acessibilidade, é preciso que os números e resultados se transformem em atitudes
para o esporte progredir.

6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Ramos, Gabrielly Craveiro; Barros, Jônatas de França. Os diferentes tipos de


avaliação física no basquetebol em cadeira de rodas e suas implicações para o
crescimento deste esporte. Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 72 - Mayo
de 2004. Disponível em https://efdeportes.com/efd72/cadeira.htm

GAMERO, D. H. et al. A avaliação da potência de membros superiores no goalball:


teste de arremesso de medicine ball. Disponível em:
https://www.fef.unicamp.br/fef/sites/uploads/congressos/ccd2011/anais/3498156187
3.pdf . Acesso em: 14 nov. 2023.

MANCHUR, V. DE F.; VOLSKI, V. Avaliação de capacidades físicas de atletas de


basquetebol em cadeira de rodas. Disponível em:
https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/sobama/article/view/7632 . Acesso em: 14
nov. 2023.

TEIXEIRA, Ana Maria Fonseca; RIBEIRO, Sônia Maria. Basquetebol em cadeira de


rodas. Paraolímpicos Do Futuro, 2006. Disponível em
https://unigra.com.br/arquivos/basquetebol-em-cadeira-de-rodas-.pdf

ANTONIETTI, L. S.; COSTA, R. A.; GONDO, F. L. B.; OLIVEIRA, A. S. B.;


CHIARELLO, B. Avaliação comparativa em lesados medulares sedentários e
praticantes de basquetebol em cadeira de rodas. Revista Neurociências, [S. l.], v.
16, n. 2, p. 90–96, 2008. DOI: 10.34024/rnc.2008.v16.8643. Disponível em:
https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/8643

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