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11/03/2022

Direito Penal 4 – Prof. Wanda Lima

Crimes contra a administração pública (Título XI do CP – art. 312 e seguintes)

Dominus Littis – dono da ação;


Mpunus público – cargo atribuído por lai a pessoas (tutor, curador, inventariador de
massa falida, etc).

Rito comum
MP oferece denúncia;
Juiz rejeita ou recebe denuncia
Caso receba, cita a acusada (agora na condição de réu) a apresentar resposta;

Rito especial
MP oferece denúncia;
Juiz notificará o funcionário público a apresentar defesa preliminar;
Juiz rejeita ou recebe denuncia
Caso receba, cita a acusada apresentar resposta;

Apropriação indébita (art. 168)


Posse inicialmente era lícita
Ex.: tomou emprestado um computador, mas não quis devolver depois.

Furto (art. 155)


Posse ilícita

No peculato furto, a pessoa não tinha posse da coisa.

Continua no art. 313-A...


18MAR2022
Todos os crimes do Cap. 1 do Título XI, o autor é funcionário público.
Art. 313 – Alguns doutrinadores chamam o crime de peculato estelionato.
Similiar ao crime do art. 169 (apropriação...), a diferença é que no 313 o crime é
cometido por um funcionário público, tendo como objeto jurídico a administração
pública. Objeto material (sobre quem recai a conduta) é o dinheiro e qualquer outra
utilizade econômica, qualquer bem patrimonial.
O crime precisa que a entrega do bem patrimonial precisa ser espontânea (au
acredito estar pagando uma dívida que não tenho). Se for induzo a pagar a dívida
por outrem, o crime será estelionato (art. 171).
É um crime plurissubsistente é o crime que pode ser fracionado.

Facilitação de contrabando ou descaminho


Art. 318
Se a facilitação de contrabando e tráfico internacional for arma de fogo, pelo
princípio da especialidade, o autor responderá pelo art. 18, da do Estatuto do
Armemento (Lei. 10.826/03)

Continua no art. 319 (prevaricação).


25/03/2022
Prevaricação (art. 319 CP)
Infidelidade ao dever de ofício do funcionário público; para a configuração do
crime, não basta afirmar a transgressão da moralidade, que é o bem jurídico
tutelado, mas também indicar qual o dispositivo de lei infringido por esta ação/não
ação, com o sentimento ou interesse pessoal (elemento subjetivo específico). É um
delito especial próprio – admite participação e não admite coautoria. Importante
salientar que não pode agir/não agir por interesse econômico, porque se assim for,
será o crime de corrupção passiva. Portanto deve-se observar a motivação para a
qualificação do crime contra a administração pública (elemento subjetivo específico).
Dolo genérico: retardar ou deixar de praticar indevidamente ato de ofício ou
praticá-lo contra disposição expressa de lei.
Sujeitos: O Estado (passivo) e funcionário público que tinha a incumbência
da pratica do ato de ofício (ativo).
Classificação: Crime de mão própria – conduta infungível – (atuação
pessoal), ou seja, não pode ser delegado a outra pessoa; admite participação e não
admite coautoria;
Prevaricação própria: art. 319, caput.
Prevaricação imprópria: art. 319-A.

Condescendência criminosa (art. 320, CP) (omissão indulgente)


Indulgencia é a piedade, clemencia, tolerância.
Duas formas de
Objeto material: é a infração penal que não foi punida / comunicada.

Advocacia Administrativa (art. 321, CP)


Patrocinar = proteger, beneficiar, defender – ≠ interesse patrimonial –
interesse privado perante a administração púbica.
Em outras palavras, é como se um funcionário estivesse pedindo favor a outro
funcionário público para interesse privado.
Se difere de prevaricação; No delito de advocacia administrativo o indivíduo
não tem competência para a realização do feito, e, por isso, pede a outrem para
praticar tal conduta.

Exercício funcional ilegalmente antecipado (art. 324, CP)


O autor do crime já é funcionário público (já foi nomeado), porém, por não ter
cumpridos todas as etapas previstas legalmente, ainda não pode exercer a função,
ou foi removido da função, porém ainda permanece exendo-a.
Exoneração = perda do cargo;
Remoção = mudança do funcionário de um posto para outro.
Substituição = colocação de outro funcionário para exercer a função; e
Suspensão = sansão disciplinar na qual o funcionário público é afastado
temporariamente das suas funções / cargo.
Capítulo II
Dos crimes praticados por particular contra a
Administração Pública
Crime cometido por particular

Usurpação de função pública (art. 328)


Não basta apenas fingir que é o funcionário público; tem que praticar a ação
atinente ao funcionário público.

Resistência (art. 329, CP) (Resistência ativa)


Opor-se a execução de ato legal, mediante violência ou ameaça. Objetiva
impedir o funcionário de executar sua função.
Figura qualificada: se. Em decorrência da grave ameaça o funcionário público
não conseguir exercer sua função.
Se for praticada contra um bem, uma viatura por exemplo, não se caracteriza
resistência, e sim, dano. Necessariamente precisa ser contra o agente para se
configurar a resistência.
Continua no art. 330
01/04/2022
A1/APS1 – 04MAI a 10MAI

Desobediência (art. 330, CP) (Resistência Passiva)


Não há, contra o funcionário público, violência ou ameaça. O objeto material,
neste caso, é a ordem legal não cumprida.

Classificação
É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa; é um delito
formal, que se consuma momento da desobediência, independente de trazer
prejuízo ou não.
Desacato (art. 331, CP) (VAI CAIR EM PROVA)
Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela.
Realizar conduta objetivamente capaz de menosprezar o funcionário público.

Para se configurar é necessário:

 conduta tem que ser feita na presença do funcionário público (não existe
por carta, email, etc. – basta que ele escute a ofensa);
 No exercício da função (independe da ofensa) ou a ofensa desrespeita a
função que ele exerce (quando não estiver exercendo a função, porém a
ofensa versa sobre a função a qual exerce);

Tráfico de Influência (art. 332, CP)


Particular que diz que tem influência com um funcionário público.

Corrupção Ativa (art. 333, CP)


Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício.

Descaminho (art. 334, CP)


Objetiva iludir no todo, ou em parte, o imposto devido.

Contrabando (art. 334-A, CP)


Importar ou exportar mercadoria proibida.
Capítulo III
Dos crimes contra a Administração da Justiça
Pode ser cometido tanto por particular, quanto por funcionário público.

Denunciação Caluniosa (art. 339) (IMPRIMIR O NOVO TEXTO)


Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório
criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil
ou de ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime,
infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente.
Provocar a jurisdição sabendo que o fato não é verdade.

§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de


contravenção.
Obs: Sujeitos do delito: podem ser qualquer pessoa, inclusive o funcionário
publico. (Verificar os artigos 27 e 30 da lei 13.869/2019 – Lei dos Crimes de Abuso
de Autoridade).
Art. 27.  Requisitar instauração (MP) ou instaurar procedimento investigatório de infração

penal ou administrativa (Delegado de polícia), em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício


da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa.
Parágrafo único.  Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar
sumária, devidamente justificada.
Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa
fundamentada ou contra quem sabe inocente.
Continua...
08/04/2022
PIC – Procedimento Investigativo Criminal;
Infração penal (gênero)

 Crime / delito
 Contravenção
Comunicação falsa de crime ou de contravenção (art. 340)
Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de
contravenção que sabe não se ter verificado. Pena - detenção, de um a seis meses,
ou multa.
Famoso trote. Não há acusação a ninguém, apenas a comunicação de um
crime que não aconteceu, que pode ser exteriorizada de qualquer forma (forma de
execução livre).

Autoacusação falsa (art. 341)


Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por
outrem. Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Assumir autoria de um crime para salvaguardar outrem. O fato precisa ser um
crime, e não contravenção. Ex.: Um pai assume a autoria de um crime para
salvaguardar seu filho.

Falso testemunho ou falsa perícia (art. 342)


Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito,
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito
policial, ou em juízo arbitral. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
A testemunha não pode se calar mediante pergunta efetuada, sob pena de
falso testemunho. Quem poderá ficar em silencio é o Réu, a testemunha não.
Art. 206 (CPP). A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor.
Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em
linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho
adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou
integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
Art. 207 (CPP). São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função,
ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela
parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.
Nesta situação, as pessoas que em razão da função, deverem salvaguardar
segredo, será somente nos casos da execução propriamente dito, no caso de
confessionario do padre. Porém, se o padre estiver passando e observar um crime,
poderá ser testemunha.
 § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado
mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir
efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da
administração pública direta ou indireta.
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.

Exercício arbitrário das próprias razões (art. 345)


Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite. Pena - detenção, de quinze dias a um mês,
ou multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede
mediante queixa.
Fazer justiça com as próprias mãos. Emprestei um objeto e o outro não
devolveu. Então fui até a casa, invadi, bati e retomei o objeto.

29/04/2022

Dos crimes contra a Administração da Justiça


1.1 Fraude Processual – Art. 347
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar,
de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não
iniciado, as penas aplicam-se em dobro.

Pessoas que tentam modificar a cena do crime; limpar a cena do crime; o


policial que coloca a arma na mão do morto; só se configura se tiver um processo
administrativo ou civil iniciado; se for o caso de processo penal, não precisa ter
inicial.
Obs.: ver art. 23, da L13869 – Lei de Abuso de Autoridade.

1.2 Favorecimento Pessoal – Art. 348


Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena
de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica
isento de pena.
Alguém praticou um roubo (o crime tiver pena de reclusão, responde pelo cáput; se
não for pena de reclusão, responde pelo §1e acolhe-se ele na sua casa; quem o
acolheu não sabia que ele ia cometer o crime.
só se responde pelo crime se o teu dolo for superveniente ao crime. A conduta de
quem o acolheu precisa se superveniente. O favorecendo, caso não saiba da prática
d crime, não responde. PROTEGE O CRIMINOSO

1.3 Favorecimento Real – art. 349


 Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a
tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
PROTEGE O BEM ATACADO.

1.4 Exploração de Prestígio – art. 357


Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado,
órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro
ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.
O autor do crime se diz influente, porém não é verdade.

Lei dos crimes Hediondos – Lei 8.072/1990


1- Introdução

1.5 2- Definição de crime hediondo: o que é crime hediondo?


É o que está no art. 1º, PU da L8072.

a) Sistema legal – hediondo é o que está na lei; (SISTEMA ADOTADO NO


BRASIL) (e o rapaz de 18 anos q tem relação com a namorada de 13.
Também é tratado como estupro de vulnerável)
b) Sistema judicial – é o que o juiz entende, no caso concreto, como hediondo
ou não; (gera insegurança jurídica)
c) Sistema misto – o juiz encontra outros crimes e amplia o rol e aplica
analogamente

3- Fundamento constitucional – art. 5º, XLIII, CF/88


(3 T: Tortura, Tráfico e Terrorismo – equiparados a crimes hediondos)
Não pode coexistir porque com porque.
O crime do 121 pode ser privilegiado e qualificado, desde que seja um motivo
e o modo de execução, porém o entendimento é que não será encarado como crime
hediondo, tendo em vista que o caráter subjetivo (motivos) prevalece sob o caráter
objetivo (modus operantis)

13/05/2022
1.6 4- Rol dos Crimes Hediondos – art. 1º e PU, da Lei 8072/90

1.7 5- Dos crimes equiparados – art. 2º


3 TTT : Tortura / Tráfico / Terrorismo

1.8 6- Das consequências dos crimes hediondos = art. 2º


1.9 7- Regime inicial fechado – art. 2º, §1º
1.10 8- Da prisão preventiva – art. 2º, §3º
1.11 9- Da prisão temporária – art. 2º, §4º

Marcar consumados e tentados art. 1, lei dos crimes hediondos


Ler 112 LEP
art. 1º LEP – anistia (pelo congresso nacional), graça (pelo presidente a uma
pessoa) indulto (pelo presidente a um grupo de pessoas. Ex.: indulto
20/05/2022
1.12 Livramento condincional (art. 83, CP)
Para penas acima de 2 anos, por ocasião da pena inferior a 2 anos ser
suscetível a sursis penal, art. 77, CP.
Exceção: LEP, art. 112, VI, a.
Marcar. Art. 8, L8072
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal,
quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins ou terrorismo.
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou
quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.
Se a associação for pra crimes comuns, será o 288. Ser for crime hediondo,
será o 35 da L11343/06. E se for associação para o tráfico será o...

A associação criminosa do art. 288 exige prática de crimes, ou seja, mais de


um crime. Se for um crime só, como por exemplo, estelionato, será concurso de
pessoas para prática do Estelionato.

Um dia multa – art. 39, CP


A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia
fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no
máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa.
1;30

Lei de Drogas – L11.343/06


 Evolução Legislativa
1. “Droga” em vez de substancia “entorpecente”; - droga é tudo que estiver na
Portaria do SVS/MS 344.
2. Corrigiu o princípio da Proporcionalidade – Antes todos tinham a mesma
pena para condutas distintas. (contrario a individualização da pena).
Hodiernamente, condutas distintas terão penas distintas.
3. Ineremento das multas;
4. Porte de drogas para uso próprio;

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar será submetido às seguintes penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;


II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe
plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar
dependência física ou psíquica.

§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à


quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às
circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo
de 5 (cinco) meses.

§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão
aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.

§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades


educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins
lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de
usuários e dependentes de drogas.

§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e
III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:

I - admoestação verbal;

II - multa.

Natureza jurídica do art. 28 (usuário) –


1º corrente (STF) – é crime; (MAJORITÁRIA)
2º corrente – suis gênero;
3º infração penal.
AS condutas previstas nesse artigo tem como bem jurídico tutelado a saúde
coletiva. Necessita estar com a substancia, caso contrário ele não poderá oferecer.
Portanto, usar, não se encaixa, sendo uma conduta átipica.
É a quantidade que vai determinar se é usuário ou traficante? Não. Todas as
circunstancias do §2º, do art. 28.
Não há reincidência no crime do art. 28, segundo entendimento de uma
reunião dos magistrados .

5. Tráfico de drogas;
5.1 Tráfico propriamente dito. – art. 33, caput
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a
consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa.
 Crime plurinuclear ou tipo misto alternativo ou de conteúdo variado por
ter mais de um núcleo de tipo (verbo)
 Objeto jurídico (bem jurídico tutelado) – saúde pública
 Prescrever – só quem pode praticar é o médico e o dentista;
 Objeto material – droga ilícita
 Princípio da especialidade – ECA, art. 234 – se for pra criança ou
adolescente. (droga lícita);
 Se a droga for ilícita, será o L11.343, tráfico de drogas, com aumento de pena
por ser em desfavor de criança ou adolescente.
 Não admite excludente de ilicitude;
 Não admite princípio da insignificância;
 Exceção da opnião do delegado:
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia
judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à
classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto
apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as
circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou
 Crime permanente – uma única conduta (ex.: cárcere privado, durante 5 anos;
o mesmo crime vai se consumando durante o tempo)
o Prescrição começa a contar no fim da permanência
o Prisão em flagrante a qualquer momento
o
 Crime continuado – várias condutas (mesmas circunstancias; mesmo modus
operandi) (ex.: uma pessoa se disfarça de aluno pra furtar telefones; faz isso
em várias faculdades)
 Crime de perigo abstrato – Não precisa de comprovação. Ex.: o tráfico somente
precisa da posse do ilícito.
 Crime de perigo concreto – precisa de comprovação. Ex.: dirigir sem carteira
exige a pratica da direção. Se não estiver dirigindo, responde
administrativamente.
5.2 Formas especiais de tráfico - 33, §1º
5.3 Formas especiais de trafico – 33, §2º
5.4 Tráfico de menor potencial ofensivo (sentimental) – art. 33, §3º
§ 3º Oferecer droga (cessão gratuita), eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu
relacionamento (não necessariamente namorado; qualquer vínculo), para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
Pessoa de seu relacionamento (contato pessoal, físico) ≠ conhecido em festa;
pessoa conhecida na internet; NÃO É DO SEU RELACIONAMENTO (SERÁ
TRÁFICO)
Quem ofereceu responde pelo art. 33, §3º;
Quem recebeu: se já usou, e não tem mais a posse da substancia, não responde
por nada;
5.5 Tráfico privilegiado - art. 33, §4º

27/05/2022
Quando o crime possui legislação específica, e dentro da lei, tiver o capítulo “DO
PROCEDIMENTO”, este crime terá rito especial.
OBS.: Nem todo crime que possui lei específica terá rito especial. Ex.: CTB. (não
possui o capítulo DO PROCEDIMENTO).

 VER RITO SUMÁRIO, SUMARÍSSIMO, ORDINÁRIO.

1.13 Lei de Drogas - 11.343/06


Art. 33 - Tráfico propriamente dito – estar de posse da droga;
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a
consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa.

Art. 33, §1º, I – Tráfico por equiparação - Pune os atos preparatórios para a
prática do crime do caput do 33 (matéria prima, insumo ou produto químico
destinado a produção de drogas); não contem as substancias da portaria do MS,
mas será utilizado para produzir a droga. A diferença para o art. 33 caput esta n
objeto material.
Art. 33, § 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em
depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico
destinado à preparação de drogas;

Art. 33, §1º, II – Tráfico de plantas - plantas destinadas a produção de drogas;


II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;

Art. 33, §1º, III – Utilizar local ou bem – deixar que outra pessoa utilize seu imóvel
para o tráfico de drogas.
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração,
guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas
(SUBLINHAR NO CÓDIGO).
Ex.: Pedir o segurança pra vender droga na faculdade.

Art. 33, §1º, IV – Agente policial disfarçado; (SUM 145 do STF)


IV - Vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação
de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente
policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente. 
Quando o Policial disfarçado vai comprar a droga, e o cidadão não está de posse,
mas diz que vai buscar em casa, e o policial o prende antes.
Necessariamente precisa que exista indício preexistente ao flagrante preparado,
caso nçao tenha, de acordo com a sumula 145 STF exclui a ilicitude da conduta.

Art. 33, §2º - Participação para uso – deixar que outra pessoa utilize; Ex.: Pedir o
segurança pra usar droga no ambiente.
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar (qualquer conduta que não seja a entrega da droga) alguém ao uso
indevido de droga:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
Na marcha da maconha não se configura como induzimento ao uso da maconha e
sim, fomentação para criação de previsão legal para comercialização.

Art. 33, §3º - Tráfico de menor potencial ofensivo – 4 requisitos cumulativos. Se


faltar um dos requisitos, incidirá no tráfico propriamente dito do art. 33, caput.
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para
juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

Art. 33, §4º - Tráfico Privilegiado;


§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um
sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às
atividades criminosas nem integre organização criminosa.
Primário, bons antecedentes, não se dedica a atividades criminosas, não integra
nenhuma atividade criminosa, porém estava com a droga.
Resolução 5/2012 do STF –
Art. 1º É suspensa a execução da expressão "vedada a conversão em penas restritivas de direitos"

Art. 34 – Tráfico de maquinário;


Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título,
possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer
objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois
mil) dias-multa.
Ex.: na Boca de fumo, não foi encontrado droga, nem matéria prima, porém foi
encontrada balança de precisão, tubo de ensaio e um caderno de anotações, se
enquadraria nesse artigo.
Art. 35 – Associação para o Tráfico;
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer
dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e
duzentos) dias-multa.
Parecido com associação criminosa. Porém lá são 3 pessoas, aqui são 2. Lá é para
pratica de crimes, aqui é pra praticar tráfico. Exige estabilidade e permanencia, onde
as pessoas fazem parte do movimento. NÃO É UM CRIME SUBSIDIÁRIO E SIM
AUTÔNOMO.

Art. 35, PU – Associação para o financiamento ao tráfico;


Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática
reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
2 PESSOAS.

Art. 36 – Financiamento ao tráfico;


Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e
34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000
(quatro mil) dias-multa.

Art. 37 – Agente colaborador;


Art. 37. Colaborar, como informante (alguém que não trabalha para o tráfico, mas contribui passando
informações privilegiadas, recebendo vantagem financeira ou não), com grupo, organização ou
associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34
desta Lei:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-
multa.

03/06/2022
Art. 38 – Crime culposo;
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-
lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos)
dias-multa.

Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a


que pertença o agente.

Art. 39 – Conduzir embarcação após uso da droga;


Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a
incolumidade de outrem (SUBLINHAR NO CÓDIGO):
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da
habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade
aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4
(quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido
no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros (SÓ SE TROUXER RISCO A
COLETIVIDADE, SENÃO SERÁ CONDUTA ATIPICA).

Art. 40 – Causas de aumento de pena;


Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços,
se:
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato
evidenciarem a transnacionalidade do delito; (ANTIGO TRÁFICOT INTERNACIONAL) competência
da Justiça Federal
DIREITO PENAL - APLICAÇÃO DA PENA
A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei n. 11.343/2006) configura-se com a
prova da destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a transposição de
fronteiras. (SÚMULA 607, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 11/04/2018, DJe 17/04/2018)
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública (policial) ou no desempenho de
missão de educação (professor) , poder familiar, guarda ou vigilância (guarda de hospital);
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais,
de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas,
esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos
ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de
reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer
processo de intimidação difusa ou coletiva (toque de recolher, mandar fechar as lojas);
V - Caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal; ≠ crime
transcontinental; aqui, quem investiga é a policia federal, mas quem julga é a Justiça Estadual.
VI - Sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer
motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime. ≠ art. 33; aqui ele só financiou uma vez,
diferente do art 33 que financiou varias vezes;

Art. 41 – Causas de diminuição de pena.


Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o
processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na recuperação
total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois
terços.

Art. 44 – Consequências penais e processuais


Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e
insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas
penas em restritivas de direitos.
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após
o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.

Lei de Tortura – Lei 9.455/1997


1.14 Noções gerais e análises do tipo penal
É o único direito absoluto: o de não ser torturado
O que é tortura?
Se consuma independente da finalidade quando constitui sofrimento físico ou
mental para a vítima.

1.15 Crimes em espécie


2.1 Tortura prova – art. 1º, I, a
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico
ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;

2.2 Tortura para a prática de crime - art. 1º, I, b


Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
2.3 Tortura discriminatória – art. 1º, I, c
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

2.4 Tortura castigo – art. 1º, II


Art. 1º Constitui crime de tortura:
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

2.5 Tortura de preso ou de pessoa sujeita a medida de segurança – art. 1º, II,
§1º
Art. 1º Constitui crime de tortura:
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de
medida legal.

   SABER DIFERENCIAR: HOMICIDIO QUALIFICADO POR TORTURA, 121, §2º, III ≠


TORTURA COM RESULTADO MORTE  

2.6 Tortura omissão – art. 1º, II, §2º


Art. 1º Constitui crime de tortura:
II - Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever (agente garantidor) de
evitá-las (omissão própria) ou apurá-las (omissão imprópria), incorre na pena de detenção de um a
quatro anos.
10/06/2022
2.7 Formas qualificadoras – art. 1º, II, §3º (é qualificadora porque modifica a
pena)
Art. 1º Constitui crime de tortura:
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez
anos; se resulta morte (tem que ser a título de culpa), a reclusão é de oito a dezesseis anos.

2.8 Causas de aumento de pena – art. 1º, II, §4º


Art. 1º Constitui crime de tortura:
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
I - se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de
60 (sessenta) anos;
III - se o crime é cometido mediante sequestro.

2.9 Efeitos da sentença condenatória – art. 1º, II, §5º


Art. 1º Constitui crime de tortura:
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo.
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu
exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.

2.10 Aspectos processuais e penais – art. 1º, II, §6º


Art. 1º Constitui crime de tortura:
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.

2.11 Regime inicial da penal – art. 1º, II, §7º


Art. 1º Constitui crime de tortura:
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da
pena em regime fechado.

2.12 Extraterritorialidade da lei – art 2º


Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.

Crimes de Trânsito – Lei 9.503/97


1 Considerações Preliminares
Art. 291 a 312A. (parte criminal). Os crimes antes de 1998 eram tratados
apenas pelo Código Penal, como homicídio, por exemplo.
Apesar de ser lei especial, não possui procedimento especial.
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam-
se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser
de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.
§ 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88
da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; (o
agente perde o direito dos benefícios da lei 9099)
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou
demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade
competente;
III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta
quilômetros por hora).

Regra:
art. 74 – composição civil dos danos
art. 76 – transação penal
art. 88 – representação como condição de admissibilidade.

Exceção:
Se incidir os incisos I, II ou III, perderá os benefícios da lei 9099, bem como a ação
será pública incondicionada.

Cabe perdão judicial no crimes de trânsito?


Sim, a luz do art. 291, que autoriza a aplicação do perdão judicial do CP;
1.1 Procedimento

1.2 Conceito de veículo automotor e via pública


VEÍCULO AUTOMOTOR - todo veículo a motor de propulsão que circule por seus
próprios meios, e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e
coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para o transporte de pessoas e
coisas.
NOTA: pra ser crime do CTB, o agente precisa estar na condução do veículo. Se
atropelar uma pessoa, empurrando o carro, responderá pelo Código Penal.
Via pública de circulação é uma superfície por onde podem transitar, em grupo ou
isoladamente: Veículos; Pessoas; Animais.

1.3 Permissão ou habilitação para dirigir veículo


Permissão é o documento provisório para conduzir e habilitação é o definitivo.

1.4 Suspenção ou proibição da permissão ou habilitação


 Art. 293, § 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação
para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal,
estiver recolhido a estabelecimento prisional.

1.5 Multa reparatória (somente para dano material – aquele que se pode
comprovar)
Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor pode ser imposta isolada ou cumulativamente com outras penalidades.
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a garantia
da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério
Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a
suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua
obtenção.
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou da que indeferir o
requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo.

Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se obter a permissão ou a
habilitação será sempre comunicada pela autoridade judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito -
CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for domiciliado ou residente.

1.6 Prisão em flagrante

1.7 Agravantes genéricas


 Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o
condutor do veículo cometido a infração:
I - Com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano patrimonial a
terceiros;
II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas; (responderá por este se não foi
ele quem adulterou; se foi ele quem fez a adulteração, responderá pelo 311 do CP)
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; (não se aplica pra homicídio – 302,
lesão corporal – 303 – e o crime de falta de habilitação ou permissão – 309)
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo;
V - Quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros
ou de carga; (motorista remunerado, mesmo de férias, é profissional do trânsito)
VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características que afetem a
sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos nas
especificações do fabricante; (motores envenenados, frente rebaixadas)
VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.

2 Dos crimes em espécie


2.1 Homicídio culposo – art. 302
  Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor.
NOTA: Não exige que esteja em via pública. E exige que se esteja na direção do
veículo; se estiver empurrando, responde pelo CP.
NOTA: crime culposo não admite prisão preventiva.

2.2 Lesão corporal culposa – art. 303


Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1o do
art. 302.
§ 2o   A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das outras
penas previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada em
razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência, e se do
crime resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima.
NOTA: Todas as causas de aumento de pena se aplicam aqui também. Se exige a
representação da vítima.
Ex.: Se uma pessoa sem habilitação atropelar alguém, e esta pessoa não quiser
representar, o MP não poderá representar apenas pelo crime de falta de habilitação
ou permissão, por entender que a falta de habilitação é um acessório da causa
principal, e como a pessoa não quis representar, o MP também não poderá ajuizar a
ação.
Continua...
2.3 Omissão de socorro – art. 304
É para quem se envolveu (passa a ser agente garantidor) no acidente, mas não
deu causa.
Ex.: Wanda atropelou uma pessoa e fugiu: responderá pelo art. 302, §1º, III,
CTB. Leonardo, que também participou do acidente, mas não foi quem deu causa, e
também não prestou socorro: responderá pelo art. 304, CTB; E o vendedor de água,
que estava próximo, olhando e também não fez nada, responderá pelo 135, CP.
2.4 Fuga do local do acidente – art. 305
2.5 Embriaguez ao volante – art. 306
2.6 Violação da suspenção ou proibição – art. 307
2.7 Competição em corrida não autorizada – art. 308
2.8 Falta de habilitação ou permissão – art. 309
2.9 Entregar veículo automotor a pessoa não autorizada – art. 310
2.10 Velocidade incompatível – art. 311
2.11 Fraude processual

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