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Procedimentos especiais

Rito dos crimes contra a Administração Pública


cometidos por funcionário público 1

 Crimes de responsabilidade: infrações político-administrativas, normalmente


julgadas por órgãos políticos, como o Senado Federal, a Assembleia do Estado
ou a Câmara Municipal.
 Competência para legislar sobre crimes de responsabilidade: Súmula 722 STF.
 Leis 1.079/50, Lei n. 7.106/83 e Dec. Lei 201/67.
 Foro por prerrogativa de função: Lei n. 8.038/90 (para ações penais originárias
no STF e STJ) (ver Lei n. 8.658/93 – que revogou os artigos 556 a 562 do CPP e
manda aplicar os procedimentos previstos na Lei. 8.038/90 para os Tribunais de
Justiça dos estados e do DF e dos TRFs)
 Atos de improbidade administrativa: Lei n. 8.429/92 – crime: art. 19.
 O rito que vamos estudar está previsto nos arts. 513 e 518 CPP
 - O termo correto, in casu, é crimes funcionais – arts 312 a 326 do CP.
 - O art. 3º da Lei n. 8.137/90 também é classificado como crime funcional (I e II
inafiançáveis e III afiançável) e, portanto, o rito adequado é o do CPP (por falta
de previsão legal de outro). Obs. O conceito de crime afiançável mudou.
 Há outros tipos penais previstos em lei. Ex. Crimes ambientais – Lei n. 9.605/98
arts. 66 e 67. (o rito será o do CPP)
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 Crimes funcionais próprios – praticados apenas


por aquele que ostenta a qualidade de
funcionário público. Não há correspondência com
outro crime, no CP. Ex. prevaricação, corrupção
passiva e abandono de função.
 Crimes funcionais impróprios – praticados por
funcionário público, mas que encontra
correspondência com outro que não exija esta
qualidade do agente. Ex. peculato.
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 Definição de funcionário público: art. 327 do CP.


 O Rito Especial consiste em conceder uma oportunidade de defesa
preliminar, nos crimes afiançáveis, para a qual o juiz, antes de receber
a denúncia ou a queixa subsidiária, mandará notificar o réu para que
apresente sua resposta no prazo de 15 dias. Neste ato, o réu pode
juntar documentos ou fazer justificação – oitiva antecipada de
testemunha (sem o crivo do contraditório).
 Tal benefício existe com o intuito de preservar os interesses da
Administração Pública, pois o processo penal enseja graves
conseqüências e transtornos ao desenvolvimento das atividades
administrativas e o intuito é evitar que o funcionário seja surpreendido
pelo oferecimento da denúncia.
 Peculiaridades
 - Concurso de agentes – art. 30 CP, desde que o particular tenha
conhecimento desta condição.
 Tal procedimento especial não se estende ao co-autor ou partícipe que
não seja funcionário público.
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 O simples fato de se tratar de réu que ostente a condição de


funcionário público não atrai a incidência do art. 514 do Código
de Processo Penal, pois, em verdade, faz-se necessário que o
ilícito penal a ele atribuído seja próprio (STJ), funcional, na qual
a condição de funcionário público é inerente à prática do crime.

 Ver também a Súmula n. 330 STJ.

- IP dispensável, como em qualquer hipótese em que o MP tenha


elementos suficientes para denunciar e, neste caso, a denúncia
pode ser oferecida sem IP, desde que acompanhada de
documentos ou qualquer outro elemento que torne justificável a
ação penal. STJ – sem IP, necessidade de cumprir o disposto no
art. 514 CPP; com IP não há que se falar em defesa preliminar)
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 Procedimento para os crimes inafiançáveis: idêntico ao do rito


ordinário. Eram inafiançáveis somente os arts 316 § 1º e 318
CP. (ver art. 323, I CPP). Com a Lei n. 12.403/11, todos os
crimes cometidos por funcionários públicos passaram a ser
afiançáveis.
 Procedimento para os crimes afiançáveis: (adaptações à Lei n.
11.719/08)
 1º - Art. 514 CPP
 2º - Art. 516 CPP - recebimento ou rejeição da denúncia;
 3º - recebimento: citação do réu para oferecer a resposta à
acusação.
 Demais atos idênticos ao rito ordinário
 Rito especial e exercício da função:
 Cessado o exercício da função, não se aplica o rito especial ao
agente

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