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1. O art. 1º da lei cita o direito de representação da vítima, que deverá ser exercido através de
petição.
2. A petição não pode ser anônima (Apócrifa) mesmo que narre fato grave contra uma autoridade.
3. Se alguma denúncia anônima for feita contra um servidor público, ela não poderá ser aceita como
se fosse uma petição.
4. A Representação deverá ser encaminhada à autoridade superior àquela acusada de ter cometido o
abuso, ou seja, se for um juiz que abusou de seu poder, a representação deverá ser encaminhada à
Corregedoria Geral de Justiça, se for um Promotor de Justiça, deverá ser encaminhada a Corregedoria
Própria, sendo um delegado de polícia, deverá ser encaminhada a Delegacia Geral de Polícia Civil.
5. O servidor público que cometer crime de Abuso de Autoridade estará sujeito as sanções penais,
administrativas e cíveis.
DISTRIBUIÇÃO DA REPRESENTAÇÃO
1. Ministério Público
2. Juiz
3. Delegado de Polícia
1. A Representação não é condição de procedibilidade para a ação penal por crime de abuso de
autoridade.
2. O ofendido com cópia do Processo Administrativo poderá representar o acusado no Ministério
Público.
3. A mera descrição dos fatos, contendo à individualização do acusado e do rol de testemunhas é
insuficiente para o início da ação penal.
1. A liberdade de locomoção
2. O domicílio de outrem (salvo nos casos permitidos na CF)
3. O sigilo de Correspondência
4. A liberdade de consciência e de crença
5. Ao livre exercício do culto religioso
6. À liberdade de associação
7. Ao direito de reunião
8. À incolumidade física do indivíduo
9. Aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional
OBS1: Segundo Guilherme de Sousa Nucci, todos os atos que violam os direitos acima mencionados,
devem merecer interpretação restritiva.
1. O servidor público deverá abusar do poder que o mesmo detém em nome do Estado, ou seja,
deverá agir com dolo específico.
2. Como exemplos podemos citar servido público: mesário eleitoral, perito nomeado, jurados. Já
houve quem considerasse sujeito ativo de abuso de autoridade o guarda noturno ou o vigia noturno,
porque ele exerce uma função pública de segurança.
3. Não há crime culposo no crime de abuso de autoridade.
4. Qualquer pessoa física capaz e incapaz, estrangeiro e nacional podem ser vítimas do abuso de
autoridade, ou seja, sujeitos imediatos.
NOTA
A força do Estado representada por seus Agentes Públicos, deve ser utilizada para a garantia da ordem e da
segurança de todos, com imparcialidade, com respeito as regras legais, e sempre voltada ao bem-estar
comum e não defendendo interesses particulares, de outrem e de quem detém o poder.
NOTA
Quando o Agente público estiver fora do exercício de sua função, os crimes do Art. 3º da Lei 4.898/65, por
ele cometido, não se enquadrará como abuso de autoridade, e sim, em outros tipos penais, como por
exemplo, Sequestro ou Cárcere Privado, Lesão Corporal e outros.
NOTA - Se o crime for praticado contra criança, será apurado com base no ECA, em virtude do Princípio da
Especialidade.
NOTA Se o crime for praticado contra idoso tem que verificar se o crime não caracteriza alguma das
hipóteses do Estatuto do Idoso.
1. Forma Comissiva – ocorre por ação, abrange quase todos os tipos penais da Lei em análise.
1. Forma Omissiva - (por omissão) – os crimes previstos nas alíneas “c”, “d”, “g” e “i” do art. 4° só
podem ser praticados por omissão. São crimes omissivos puros ou próprios.
(...)
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada;
(...)
(...)
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
1. Tentativa - Os crimes do art. 3° não admitem tentativa porque são crimes de atentado. O CP já
pune o simples atentado. Os crimes das alíneas “c”, “d”, “g” e “i” do art. 4° também não admitem tentativa
porque são crimes omissivos puros ou próprios.
AÇÃO PENAL
1. A Lei 4898/65 estabelece sanções para os agentes públicos que praticam atos com abuso de poder.
2. O agente público deve pautar seus atos no princípio da legalidade. Ele não pode agir fora dos
limites das suas atribuições legais.
NOTA
Portanto, podemos dizer que, além do abuso de poder ser infração administrativa, também é utilizado no
âmbito penal para caracterizar algumas condutas de abuso de autoridade, sendo que, essas são muito
mais amplas do que o simples abuso de poder (excesso ou desvio de poder), eis que abarcam outras
condutas ilegais do agente público, o que nos leva a concluir que o abuso de autoridade abrange o abuso
de poder que, por sua vez, se desdobra em excesso e desvio de poder ou de finalidade
NOTA
Se a agressão física da autoridade desencadear uma lesão corporal grave (art. 129 § 1 CP) ou gravíssima
(art. 129, § 2º, CP) é evidente que estas formas devem prevalecer sobre o mero crime de atentado à
incolumidade física do indivíduo. Há pois, concurso formal de infrações penais.
NOTA
O Desembargador Guilherme de Sousa Nucci, não coaduna com o pensamento de que a pessoa
embriagada pode ser detida até à superação do seu estado de embriaguez. A prisão prolongada só será
possível se a pessoa for presa em flagrante delito ou por ordem judicial.
NOTA
A inserção do preso de Justiça no RDD ( Regime Disciplinar Diferenciado) sem a devida autorização judicial,
caracteriza crime de abuso de autoridade.
NOTA
Nos crimes de abuso de autoridade admite-se a coautoria e a participação. Um policial, juntamente com
outra pessoa, não pertencente aos quadros da administração pública, que efetuem uma prisão ilegal,
responderão ambos por abuso de autoridade. Ressalvando-se que: é preciso que o indivíduo que age com
o policial tenha conhecimento da sua condição de autoridade.
1 – ADMINISTATIVA
Advertência
Repreensão
Suspensão do cargo, função ou posto pelo prazo de 5 a 180 dias, com perda de vencimento e
vantagens.
Destituição de função
Demissão
Demissão, a bem do serviço público
2 – CIVIL
Constitui em pagamento de indenização, após a vítima ajuizar ação civil de reparação de danos
contra o Estado.
3 – PENAL
Multa
Detenção por 10 dias a 06 meses
Perda do cargo e inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo de até 3
anos.
NOTA - As penas sujeitas a cima pelo servidor público, poderão ser aplicadas autônomas ou
cumulativamente.
NOTA - Quando a pena autônoma ou acessória for aplicada, a autoridade policial civil ou militar, não
poderão exercer suas funções no município da culpa pelo prazo de 1 a 5 anos.
NOTA – As infrações mais leves serão apenadas com advertências; as mais graves com a demissão a bem
do serviço público. As médias devem variar entre a repreensão, suspensão, destituição da função e
demissão.
PRESCRIÇÃO
1. O crime de abuso de autoridade como tem pena máxima de 06 meses, a sua prescrição ocorre em 3
anos.
PROCEDIMENTOS
OBS1: O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação
penal ou civil.
OBS2: A sanção aplicada ao servidor público será anotada em sua ficha funcional.
OBS3: A ação penal será iniciada, independentemente da abertura de Inquérito Policial ou justificação por
denúncia do MP, instruída com a representação da vítima do abuso.
OBS5: Se a vítima apresentar vestígio do abuso, ela ou o autor do abuso poderão provar através de duas
testemunhas, ou requerer ao Juiz em até 72 horas antes da audiência de instrução e julgamento, a
designação de um perito para fazer o Laudo de Exame de Corpo de Delito.
OBS6: Se o MP não oferecer denúncia por que pediu arquivamento do procedimento, o Juiz se não
concordar, encaminhará os autos ao Procurador-Geral, e este oferecerá denúncia ou designará outro
membro do MP para oferece-la ou insistir no arquivamento, ao qual só então deverá o juiz atender.
OBS8: Após o recebimento dos autos, o Juiz dentro de 48 horas proferirá despacho, recebendo ou
rejeitando a denúncia. Recebida a denúncia a audiência se realizará em 5 dias, A citação do réu será feita
através de mandado.
OBS10: S e o réu e seu Advogado não comparecerem a audiência, o Juiz lhe nomeará defensor para
funcionar na audiência.
1. Testemunhas e Peritos
2. MP e Advogado da vítima (pelo prazo de 15 Min, prorrogável por mais 10 Min)
3. Defensor do réu (pelo prazo de 15 Min, prorrogável por mais 10 Min)
1. Recurso em Sentido estrito se a denúncia for rejeitada. Se for recebida não cabe recurso, mas a
impetração de habeas corpus.
Referência Bibliográfica:
LEI 12.850/2013
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
1. Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente
ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta
ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas
máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.
AUMENTO DA PENA
1. Será afastado cautelarmente do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando
a medida se fizer necessária à investigação ou instrução processual.
2. Sendo condenado após o trânsito em julgado da sentença, o servidor sofrerá a perda do cargo,
função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo
de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena.
3. Se houver indícios de participação de servidor policial nos crimes de que trata esta Lei, a
Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que designará
membro para acompanhar o feito até a sua conclusão.
1. Colaboração premiada;
2. Captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos;
3. Ação controlada;
4. Acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de
dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais;
5. Interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas;
6. Afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal;
7. Infiltração, por policiais, em atividade de investigação;
8. Cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e municipais na busca de
provas e informações de interesse da investigação ou da instrução criminal.
NOTA – Quando houver necessidade de manter sigilo sobre a capacidade investigatória, poderá
ser dispensada licitação para contratação de serviços técnicos especializados, aquisição ou locação de
equipamentos destinados à polícia judiciária para o rastreamento e obtenção de provas.
PERDÃO JUDICIAL
§ 2o Poderá ser concedido pelo juiz, a pedido do Ministério Público e do delegado de polícia.
PRAZO PROCESSUAL
NOTA - Se a colaboração surgir depois da sentença, a pena poderá ser reduzida até a metade ou será
admitida a progressão de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos.
NOTA - O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para a formalização do acordo de
colaboração. Depois de realizado o acordo, será o mesmo homologado
NOTA – Poderá ocorrer retratação das partes, se as provas auto incriminadoras produzidas pelo
colaborador não forem utilizadas exclusivamente em seu desfavor.
NOTA – O colaborador em seu depoimento renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio
e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade.
NOTA – O juiz não proferirá sentença condenatória com fundamento apenas nas declarações de agente
colaborador.
1. Foi criada um tipo penal de calúnia específico, com pena bastante superior a calúnia prevista no art.
138 do Código Penal.
2. Este crime direciona-se àquele que imputar falsamente infração penal a pessoa que sabe ser
inocente ou passar informações inverídicas de organização criminosa.
3. Apenas na forma comissiva, sendo impossível a realização da conduta de forma omissiva.
4. Buscou-se aqui punir a conduta daqueles criminosos que na expectativa de se livrarem da acusação
ou buscar receber o benefício da colaboração imputam falsamente condutas a terceiros e apresentam
informações inverídicas da organização criminosa.
5. Não há previsão de exceção em razão do tipo já possuir o conceito normativo de informação falsa,
evidente que se o sujeito provar a informação ser verdadeira, não haverá mais adequação típica.
6. Por ser crime formal, admite-se a tentativa na modalidade escrita. Não se admite a modalidade
culposa.
7. Não exige qualquer atribuição do sujeito ativo, ou seja, não precisa ser colaborador para incidir
neste típico específico. O sujeito passivo também é comum, podendo ser qualquer pessoa.
8. As duas condutas previstas no tipo penal exigem o dolo direto, posto que o sujeito deve saber que
terceiro é inocente ou que as informações são inverídicas.
9. Trata-se de um crime de médio potencial ofensivo, podendo ser ofertada a suspensão condicional
do processo. A pena de multa é cumulativa, não podendo a pena privativa de liberdade ser substituída pela
multa nos termos da súmula 171 do STJ.
NOTA - As informações transcritas da colaboração serão dirigidas diretamente ao juiz a que recair a
distribuição, que decidirá no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.
NOTA – Somente terão acesso aos autos o juiz, o Ministério Público o delegado de polícia, e o defensor, no
interesse do representado, preservando os elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito
de defesa.
DA AÇÃO CONTROLADA
É aquela praticada por policial, que consiste em retardar a operação praticada contra organização
criminosa ou a ela vinculada, desenvolvendo método de observação e acompanhamento dos atos
criminosos, para que a execução da medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de
provas e obtenção de informações.
NOTA – Após o encerramento dos trabalhos policiais, onde deverá ser elaborado um Auto Circunstanciado
sobre a operação controlada, os autos serão disponibilizados restritamente ao juiz, ao Ministério Público e
ao delegado de polícia, e conforme disposição legal ao Advogado do acusado.
1. A infiltração dos policiais na empreitada criminosa com o fim de desenvolverem suas investigações,
depois de constatado todos os indícios, deverá ser representada pelo delegado de polícia ou requerida
pelo Ministério Público.
2. O tempo de duração da infiltração será de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais
renovações, desde que comprovada sua necessidade, e após o seu término, deverá ser elaborado
relatório circunstanciado que será apresentado ao juiz competente, o qual dará vistas ao MP.
3. A lei 12.850/13 regulamentou o instituto e pôs fim a celeuma doutrinária que dizia respeito das
punições das condutas criminosas realizados pelos agentes infiltrados.
4. As condutas criminosas realizadas pelos agentes infiltrados não serão punidas (portanto há o
crime, mas o mesmo não é punido), salvo EXCESSO, hipótese que o agente responderá.
5. A infiltração é cabível apenas se for IMPRESCINDÍVEL para as investigações.
6. Possível apenas nos crimes perpetrados por organização criminosa (cumprir os requisitos do art. 1º
da lei).
7. Apenas com decisão judicial. Que será sigilosa e precederá de manifestação técnica do delegado
quando no curso da investigação policial, ou se representada por este, o juiz mandará ouvirá o MP.
8. Prazo de 6 (seis) meses, podendo ser porá várias vezes renovado.
9. O INFILTRADO pode a qualquer tempo recusar ou cessar a atuação; ter sua identidade alterada e
receber as medidas de proteção a testemunha.
NOTA – Haverá distribuição sigilosa do pedido de infiltração, onde não poderá ser identificado membros
das forças policiais nem o conteúdo da operação contra a organização criminosa.
1. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador, sem sua prévia autorização por escrito:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
2. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a
pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe
inverídicas: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
4. Trata-se de um crime de mera conduta, visto que não exige e nem prevê um resultado. Admite-se a
tentativa nas três condutas. Exemplo: O sujeito que envia o nome do colaborador pelo correio e essa carta
é interceptada pelo delegado; ou o sujeito que se prepara para fotografar o colaborador mesmo depois de
alertado e ainda assim inicia os atos de fotografia ou filmagem. Múltiplas condutas punidas, bastando uma
para consumação do delito. Sujeito ativo comum. Qualquer pessoa pode cometer o crime. Já o sujeito
passivo é próprio, pois apenas o COLABORADOR pode ser vítima.
1. Possível a consumação do delito tanto na forma comissiva como omissiva, este último no caso
daqueles que possuem o dever de guardar a informação ou impedir a divulgação das imagens. Não se
admite a modalidade culposa.
2. Trata-se de um crime de médio potencial ofensivo, podendo ser ofertada a suspensão condicional
do processo. A pena de multa é cumulativa, não podendo a pena privativa de liberdade ser substituída pela
multa nos termos da súmula 171 do STJ.
NOTA - Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e informações requisitadas pelo juiz,
Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de investigação ou do processo: Pena - reclusão, de 6
(seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Incorrendo nas mesmas penas quem de forma indevida, se apossa,
propala, divulga ou faz uso dos dados cadastrais.
1. Os crimes previstos na Lei de Organização Criminosa e nas infrações penais conexas serão apurados
mediante procedimento ordinário.
2. A instrução criminal deverá ser encerrada em prazo razoável, o qual não poderá exceder a 120 dias
quando o réu estiver preso, prorrogáveis em até igual período, por decisão fundamentada, devidamente
motivada pela complexidade da causa ou por fato procrastinatório atribuível ao réu.
3. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade judicial competente, para garantia da
celeridade e da eficácia das diligências investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse do
representado, amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa,
devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os referentes às diligências em andamento.
OBS: Atenção a Súmula 14 do STF.
4. Depois de ter sido tomado o depoimento do investigado, seu defensor terá assegurada a prévia
vista dos autos, ainda que classificados como sigilosos, no prazo mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao
ato, podendo ser ampliado, a critério da autoridade responsável pela investigação.
5. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e informações requisitadas pelo juiz,
Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de investigação ou do processo.
6. Art. 21 - Este artigo visa punir a conduta daqueles que obrigados a fornecer dados e informações as
autoridades se recusa ou omite a fornecê-las. Exemplo seria o diretor de uma empresa de telefonia que se
recusa a passar o endereço de um suspeito ao promotor.
7. Evidente que deve haver o dolo de recusa ou omissão, não se exigindo o dolo específico de auxiliar
a organização criminosa.
8. Trata-se de crime de mera conduta, bastando a mera recusa ou omissão para consumação do
crime. Admite-se a tentativa.
1. Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: Pena -
reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
1. Houve revogação tácita do art. 2º da lei 12.694, o qual tem nova definição para o crime
de organização criminosa, e inseriu alguns requisitos para que o autor seja considerado como membro
executor ou partícipe daquela organização. Destacamos os seguintes requisitos:
1. Tem que ser praticado por Quatro Pessoas ou mais (antes era exigido apenas três pessoas).
1. A organização criminosa pratica crime com a finalidade de ganhos financeiros, e sua prática
criminosa não fica restrita apenas a um país.
1. A nova Lei derrogou o art. 288 do CPP, alterou seu nome para ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA, acabando
de vez por todas com aquela celeuma a respeito da diferença entre quadrilha ou bando).
3. Anteriormente era necessário quatro criminosos para tipificação do crime, hoje é necessário
apenas 3.
DIFERENÇAS BÁSICAS
participação de criança
Conexão com outra organização criminosa independente;
ou adolescente.
transnacionalidade do delito.
Não há previsão específica de
Previsão específica de AGRAVANTE para o líder da organização.
AGRAVANTE.
1. O juiz poderá decidir de forma discricionária, podendo conceder o perdão judicial, diminuir a pena
em 2/3 ou substituir por pena restritiva de direitos, onde poderá levar em consideração a:
1. Personalidade do colaborador
2. Natureza do crime
3. Circunstância do crime
4. Gravidade do crime
6. A eficácia da colaboração.
Comentário sobre o artigo que em tese pode ser considerado inconstitucional, art. 4º, §14:
“§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu defensor, ao direito
ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade.”
É inconstitucional tanto por explicitamente ir de encontro ao inciso LVIII do art. 5º da CF, como
implicitamente retirar o direito à ampla defesa. Ademais, nada impede que colaborador venha a ser
prejudicado pelo que possa dizer durante sua colaboração, citemos dispositivo da própria lei: “Art. 4º, §
10: 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas auto incriminatórias produzidas
pelo colaborador não poderão ser utilizadas exclusivamente em seu desfavor”. Um exemplo seria o
investigado deletar todos os comparsas e se auto incriminar nesse conjunto. Todavia, tempo depois vem o
MP, ou o próprio colaborador (só imaginar a hipótese de ameaça a sua família obrigando-o a retirar a
delação) e retrata-se do pedido de colaboração. Ora, nesse caso o que o antigo colaborador falou pode
muito bem ser utilizado contra ele, mesmo que não exclusivamente, vindo a prejudicá-lo.
Evidente que a intenção do legislador foi evitar que o colaborador venha a criar mentiras e confundo
e possa atrapalhar toda a investigação, todavia, não entendemos ser razoável preencher essa lacuna
através de uma norma flagrantemente inconstitucional.
Lei nº 9.807/1999
2. O legislador exigiu que a vítima ou testemunha esteja coagida ou exposta a grave ameaça, caso
contrário não será inserida no programa de proteção.
7. A exclusão da pessoa atendida pelo serviço de proteção poderá ocorrer a qualquer tempo,
mediante sua solicitação expressa ou de seu representante legal, por decisão da autoridade policial
responsável pelo serviço de proteção ou por deliberação do conselho.
1. Próprio interessado;
2. Ministério Público;
3. Delegado de Polícia;
4. Juiz competente;
NOTA: Toda vez que alguém for admitido ou excluído do programa de proteção de testemunha, o MP
deverá ser consultado, e em sequência, haverá comunicação ao delegado de polícia e ao Juiz.
1. O conselho é composto por membros designados pelo Ministro de Estado da Justiça, com mandato
de 2anos, SENDO PERMITIDA A RECONDUÇÃO;
NOTA: As deliberações do conselho serão tomadas por maioria absoluta de seus membros e sua execução
ficará sujeita à disponibilidade orçamentária.
4. Encaminhar pessoas que devem ser atendidas pelo serviço de Proteção ao depoente Especial;
NOTA: Parece que o MP está obrigado a dirigir-se ao Juiz, pleiteando a concessão de medidas cautelares,
uma vez que a aferição da necessidade da medida cautelar compete ao Conselho Deliberativo Federal.
NOTA: A substituição do prenome será ainda admitida em razão de fundada coação ou ameaça decorrente
da colaboração com a apuração de crime, por determinação, em sentença, de juiz competente, ouvido o
MP.
NOTA: A proteção oferecida pelo programa terá a duração máxima de 2 anos, podendo ser prorrogada.
8. A delação premiada versa sobre as informações que o réu fornece a identificação dos demais
coautores ou partícipes do crime, na localização da vítima com vida e na recuperação total ou parcial do
produto do crime.
10. Basta que o delator identifique um dos coautores ou partícipes, não sendo necessária a
identificação de todos.
11. Estando sob prisão temporária, preventiva ou em decorrência de flagrante delito, o colaborador
será custodiado em dependência separada dos demais presos.
12. No caso de cumprimento da pena em regime fechado, poderá o Juiz criminal determinar medidas
especiais que proporcionem a segurança do colaborador em relação aos demais apenados.
Referência Bibliográfica: