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PROCESSO PENAL

AÇÃO PENAL

É o instrumento utilizado pelo estado para exercer seu poder-dever de punir (ius puniendi)

A classificação da ação penal se dá através da legitimidade ativa, na ação penal pública o legitimado
para propô-la é o ministério público, enquanto na ação penal privada o legitimado ativo é o
ofendido (ou seu representante legal, que seria o CADI).

Ação penal pública incondicionada – MP não depende de nenhuma condição para oferecer a
denúncia. É A REGRA. (ART 100)

Ação penal pública condicionada – MP depende da representação do ofendido ou representante


legal, ou de requisição do ministro da justiça. O INQUÉRITO, NOS CRIMES EM QUE A
AÇÃO PÚBLICA DEPENDER DE REPRESENTAÇÃO, NÃO PODERÁ SEM ELA SER
INICIADO, OU SEJA, NÃO PODE INSTAURAR DE OFÍCIO.

Ação penal pública subsidiária da pública= ocorre quando a inércia do MP da legitimidade para
outro membro do MP oferecer a denúncia.

Ação penal privada comum – é aquela em que a iniciativa compete a vítima ou seu representante
legal.

Ação penal privada personalíssima- É aquela em que a iniciativa compete somente a vítima, tanto
que se a vítima morrer a ação penal será extinta. (induzimento a erro essencial e ocultação de
impedimento no caso de casamento).

Ação penal privada subsidiária da pública- É aquela exercida pelo particular quando há inércia do
MP em oferecer a denúncia. A LEGITIMIDADE É CONCORRENTE.

A REPRESENTAÇÃO NÃO EXIGE FORMALIDADE, bastando que haja manifestação de


vontade da vítima ou representante legal, demonstrando a intenção de ver o autor do fato
delituoso sendo processado criminalmente. Decisão do STJ.

Após alteração do pacote anticrime é necessária a representação para o estelionato cuja denúncia já
foi oferecida.

Para a maior parte da doutrina e para o STJ NÃO.


A exigência de representação da vítima no crime de estelionato não retroage aos processos
cuja denúncia já foi oferecida.

O Direito de representação poderá ser exercido pessoalmente, ou por procurador com poderes
especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao mp ou aut policial.

No caso de morte, cônjuge ou companheiro, ascendente, descendente ou irmão.


Existe uma ordem de preferência CADI.
Se houver divergência entre os sucessores, prevalece a vontade de quem quer q a persecução penal
siga.
Decadência do direito de representação

Salvo disposição em contrário o direito decai em 6 meses a partir do conhecimento da autoria


delitiva.

O prazo tem natureza penal, inclui-se o dia do início e exclui o último dia. Improrrogável.
Exceção ao prazo decadencial, induzimento ao erro essencial e ocultação de impedimento, só pode
ser exercido depois de transitar em julgado a sentença que anule o casamento,

Como se apura o prazo decadencial no caso de crime permanente ou continuado ?


No crime continuado considera individualmente.

No crime permanente tem duas correntes, a regra geral do momento da autoria delitiva, e a da
cessação da permanência que faz mais sentido.

E no caso de menor de 18 anos ou mentalmente incapaz?


Entende-se que o prazo corre apenas para o seu representante lega, ou seja, esgotando o prazo decai
para o representante, mas para o menor o prazo só começa a contar do momento que completa 18
anos, ou de quando cessa a enfermidade.

É cabível a retratação da retratação?


SIM, até o oferecimento da denúncia.

É cabível a retração no rito da lei maria da penha? SIM, ANTES DO RECEBIMENTO DA


DENÚNCIA, contudo a retratação deverá ser feita perante o juiz em audiência designada para esse
fim, ouvido o MP. Ainda que a ofendida vá na vara e diga q quer se retratar, a audiência
deverá ocorrer. STJ

REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA


São aqueles nos quais o exercício da ação penal está relacionada à conveniência política em vê-los
apurados ou não.
Como exemplo: Crimes contra a honra do presidente da república e contra chefe de governo
estrangeiro.
Não se sujeita ao prazo decadencial, apenas a prescrição, a requisição deve ser direcionada ao chefe
do MP, ou seja, PGJ ou PGR e o MP não é obrigado a oferecer a denúncia no caso de requisição do
ministro da justiça.
É possível a retratação pelo Ministro da justiça até o oferecimento da denúncia.

Princípios da ação penal pública.

Obrigatoriedade: Afirma que havendo indícios de autoria e materialidade e ausente causas extintivas
de punibilidade, o MP não pode deixar de ajuizar a ação penal, porém não veda que em alegações
finais o MP se manifeste pela absolvição do reú.

Exceções: Transação penal, acordo de não persecução penal, colaboração premiada, acordo de
leniência.
Jecrim, obrigatoriedade mitigada ou discricionariedade regrada.

INDISPONIBILIDADE= MP não pode desistir da ação penal.


No mesmo contexto, O MP não é obrigado a recorrer da decisão judicial, mas caso o faça não
poderá desistir do recurso.
DIVISIBILIDADE= O MP pode oferecer denúncia contra apenas parte dos investigados, sem
prejuízo de, futuramente, propor ação penal quanto aos demais.

OFICIALIDADE= Órgão oficial preside a persecução penal.

AÇÃO PENAL PRIVADA.

Só é cabível quando a lei expressamente autorizar, por exemplo nos crimes contra a honra.
O estado transfere a titularidade para o ofendido, em tal ação penal é instrumentalizada pela queixa-
crime e ela depende de advogado com procuração com poderes especiais que deve conter o nome
do querelado (autor do crime) e a menção do fato criminoso, mas um eventual vício é sanável desde
que seja feito dentro do prazo decadencial.

AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA. ART 29° ler todo vez q revisar. Tem
previsão constitucional.

Inércia do MP em oferecer a denúncia, logo o ofendido passa a ter legitimidade para propor queixa-
crime substitutiva. Cabendo ao MP aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva,
intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo
tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.

Legitimidade concorrente.
É necessário um ofendido determinado, ou seja, tipos penais que não apontam uma vítima
determinada não admitem a ação substitutiva, como por exemplo, crimes de perigo abstrato como
porte ilegal de arma de fogo, ou tráfico de drogas. Tem exceções, cdc e falências.

O prazo decadencial de 6 meses, começa de quando acaba o prazo do MP de oferecer a denúncia.


É um prazo decadencial impróprio, pois não extingue a punibilidade caso nenhum dos dois
ofereçam no prazo.

O pedido de arquivamento pelo MP não autoriza a ação penal privada subsidiária da pública.

O pedido de diligências pelo MP obsta a appsp?


Se forem diligências imprescindíveis obsta, mas se forem meramente protelatórias não obsta e o
ofendido poderá ajuizar a queixa-crime substitutiva.

Quando o MP retoma a ação penal pública por por negligência do querelante não importa
perempção, contudo autorizou o MP retomar como parte principal, a este fenômeno dar-se o nome
de ação penal indireta.

PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PRIVADA

OPORTUNIDADE: cabe a vítima decidir sobre a conveniência de propor a ação penal privada.
É também aplicável a ação penal pública condicionada.

DISPONIBILIDADE: perdão do ofendido ( deve ser aceito) e perempção.

INDIVISIBILIDADE: entra contra todo mundo, ou não entra contra ninguém.


Caso a omissão seja involuntária, o MP deverá intimar o querelante para que procedo o
aditamento da queixa-crime para incluir os demais autores, caso não o faça, será declarada a
extinção de punibilidade de todos os envolvidos na infração penal. STJ

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