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Nova Lei de Abuso

Professor Fernando Cocito

60 QUESTÕES INÉDITAS -NOVA LEI DE ABUSO

1.( ) A nova Lei nº 13.869/19 passou a exigir, literalmente, autoridades: I - servidores públicos e militares ou
um dolo específico na conduta do agente. Nos pessoas a eles equiparadas; II - membros do Poder
termos da lei, somente haverá crime de abuso se Legislativo; III - membros do Poder Executivo; IV
o agente praticar a conduta buscando prejudicar - membros do Poder Judiciário; V - membros do
alguém ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro. Ministério Público; VI - membros dos tribunais ou
conselhos de contas.
2.( ) Tal qual a lei anterior (Lei nº 4.898/65), a Lei nº
13.869/19 garante a tríplice responsabilização 10.( )
O particular que atuar ao lado da autoridade,
do autor de crime de abuso, que é alcançado nas sabedor desta condição do aliado, também
esferas penal, civil e administrativa. Embora as responderá por abuso, necessariamente como
responsabilidades civil e administrativa sejam partícipe.
independentes da criminal, fará coisa julgada
no âmbito cível e administrativo-disciplinar a 11.( )
São efeitos da condenação por abuso de
sentença penal que reconhecer ter sido a conduta autoridade: I - tornar certa a obrigação de indenizar
praticada em estado de necessidade, legítima o dano causado pelo crime; II - a inabilitação para
defesa, estrito cumprimento de dever legal ou no o exercício de cargo, mandato ou função pública,
exercício regular de direito. pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos; III - a perda
do cargo, do mandato ou da função pública. Todos
3.( ) Todos os crimes de abuso de autoridade são de os efeitos são condicionados à ocorrência de
ação penal pública incondicionada. reincidência em crime de abuso de autoridade e
não são automáticos, devendo ser declarados
4.( ) A Lei nº 13.869/19 vedou expressamente a aplicação motivadamente na sentença.
das medidas despenalizadoras da Lei nº 9.099/95
aos crimes de abuso de autoridade. 12.( )
As penas restritivas de direitos substitutivas
das privativas de liberdade foram apontadas
5.( ) Sob a ótica da pena, todos os crimes de abuso pelo legislador na Lei nº 13.869/19 e podem ser
de autoridade admitem, em tese, a suspensão aplicadas autônoma ou cumulativamente. São
condicional do processo (art. 89 da Lei nº 9.099/95). elas: I - prestação de serviços à comunidade ou a
entidades públicas; II - suspensão do exercício do
6.( ) A competência para o processo e julgamento cargo, função mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6
dos crimes de abuso de autoridade de menor (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das
potencial ofensivo é do Juizado Especial Criminal vantagens.
Estadual (Lei nº 9.099/95). Havendo, porém, ofensa
a bens, serviços ou interesse da União, haverá 13.( )
Os delitos de abuso de autoridade possuem duas
processamento no Juizado Especial Criminal vítimas. A primeira, chamada de vítima direta ou
Federal (Lei nº 10.259/01). imediata, é o Estado; a segunda, conhecida como
vítima indireta, mediata ou permanente, é a pessoa
7.( ) Caso a autoridade seja detentora de foro por física ou jurídica sobre a qual recai a conduta da
prerrogativa de função, o abuso será processado autoridade.
e julgado no foro especial, que deverá afastar do
agente as medidas despenalizadoras da Lei nº 14.( )
A divergência na interpretação de lei ou na
9.099/95. avaliação de fatos e provas não configurará, por si
só, abuso de autoridade.
8.( ) Os crimes de abuso são próprios, praticados pela
autoridade. 15.( )
A decretação de prisão temporária na investigação
de delito não autorizado pela Lei nº 7.960/89
9.( ) Considera-se autoridade, para os efeitos da Lei configura abuso de autoridade.
nº 13.869/19, “qualquer agente público, servidor
ou não, da administração direta, indireta ou 16.( )
Haverá crime de abuso de autoridade na conduta do
fundacional de qualquer dos Poderes da União, Juiz que, dentro de prazo razoável, deixar de relaxar
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios a prisão manifestamente ilegal. Não se pune o Juiz,
e de Território” (art. 2º, “caput”). A lei ainda traz, porém, que deixar de conceder liberdade provisória,
no mesmo dispositivo, um rol exemplificativo de quando manifestamente cabível.

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17.( )
Nos termos da Nova Lei de Abuso de Autoridade (Lei mesmo não acompanhado de seu advogado. Isso
nº 13.869/19), a decretação da condução coercitiva é possível porque o inquérito policial é inquisitivo.
da testemunha que, devidamente intimada, não Todavia, caso o capturado opte por ser assistido
compareceu à audiência e tampouco justificou a por advogado e este não esteja presente, deve
ausência, configura abuso de autoridade. a autoridade policial encerrar o ato, sob pena
de abuso de autoridade e nulidade absoluta do
18.( )
A decretação da condução coercitiva do suspeito interrogatório e elementos decorrentes.
sem prévia intimação, para fins de interrogatório
simultâneo, configura abuso de autoridade. 26.( )
Configura crime de abuso de autoridade de
menor potencial ofensivo submeter o preso
19.( )
Configura abuso de autoridade a ausência de a interrogatório policial durante o período de
comunicação da prisão em flagrante, preventiva ou repouso noturno, salvo se capturado em flagrante
temporária, sem motivo justo, ao Juiz, à família e ao delito ou se ele, devidamente assistido, consentir
Ministério Público. em prestar declarações.

20.( )
Deixar de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte 27.( )
A Lei de Execução Penal (LEP) garante ao
e quatro) horas, a nota de culpa, assinada pela preso o direito de representação e petição a
autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do qualquer autoridade, em defesa de direito (art.
condutor e das testemunhas configura abuso de 41, inc. XIV). O agente público que retardar,
autoridade. injustificadamente, o envio de pleito de preso à
autoridade judiciária competente responde apenas
21.( )
Decorrido o prazo da prisão temporária, a administrativamente.
autoridade responsável pela custódia deverá,
independentemente de nova ordem da autoridade 28.( )
Nos termos da Lei nº 13.869/19, caracteriza crime
judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, de abuso de autoridade a negativa infundada do
salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação juiz em receber advogado, durante o expediente
da prisão temporária ou da decretação da prisão forense, quando este estivesse atuando na defesa
preventiva. de interesse de seu cliente.

22.( )
Responderão por crime de abuso de autoridade 29.( )
A manutenção de presos de ambos os sexos na
de menor potencial ofensivo policiais civis que, mesma cela ou espaço de confinamento, sem
após capturarem criminoso contumaz, apontarem motivo justo, ainda que por poucas horas, configura
armas de fogo contra ele e o obrigarem a caminhar abuso de autoridade.
pela cidade ao lado da viatura policial, exibindo-o à
curiosidade pública. 30.( )
A incursão policial na casa alheia após as 21h (vinte e
uma horas) ou antes das 5h (cinco horas) importará,
23.( )
Nenhuma autoridade pode obrigar o investigado ou necessariamente, em abuso de autoridade.
acusado, custodiado ou não, a fornecer qualquer
tipo de prova que o incrimine de forma direta ou 31.( )
Segundo os tribunais superiores, a incursão policial
indireta, especialmente quando o meio de prova na casa alheia estará autorizada quando houver
envolver método invasivo de sua integridade física fundadas razões que indiquem o crime permanente
ou moral. Assim, policiais que, após a abordagem no imóvel. Segundo o STJ, a denúncia anônima
de sujeito investigado pela prática de tráfico de somada à fuga do sujeito é sinônimo de fundadas
drogas, apontam armas de fogo contra ele e o razões e autoriza a entrada na casa.
obrigam a atender o telefone no “viva voz”, para
materializar uma negociação, respondem por 32.( )
Segundo o STJ, o cheiro de maconha aliado ao
abuso de autoridade. nervosismo do sujeito autoriza a entrada da polícia
na casa alheia.
24.( )
O investigado e o acusado, custodiados ou não, no
início do interrogatório policial ou judicial, serão 33.( )
Segundo o STJ, o imóvel desabitado e desvigiado não
informados sobre o direito de permanecerem é considerado casa e pode ser objeto de incursão
calados e de não responderem as perguntas que policial, não se exigindo, no caso, fundadas razões.
lhe forem formuladas (art. 5º, inc. LXIII da CF/88
e art. 186 do CPP). Caso opte pelo silêncio, deve o 34.( )
Não responde por crime de abuso de autoridade o
Delegado de Polícia apenas consignar as perguntas agente que obriga alguém, mediante violência ou
para o investigado, para as quais ele deve dizer grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel
“calado”. ou suas dependências.

25.( )
O capturado em flagrante pode optar por prestar 35.( )
Em legítima defesa, João, policial civil, disparou 9
informações no interrogatório do auto de prisão, (nove) vezes contra criminoso armado. Temendo

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ser responsabilizado por eventual excesso na advogado, retirou o último relatório de investigação
reação, João recolheu 3 (três) estojos de munição do inquérito, com o argumento de que se tratava
do chão, antes da chegada dos peritos. No caso, de peça que “indicava a realização de diligências
João praticou crime de menor potencial ofensivo. futuras”. No caso, o Delegado praticou crime de
abuso de autoridade.
36.( )
Após confronto em rodovia federal, policiais
rodoviários federais, querendo prejudicar a 44.( )
O sujeito que invoca a condição de agente público
investigação, conduziram o cadáver de um dos e apresenta a carteira funcional com a intenção de
criminosos ao hospital da cidade. Diante da recusa obter vantagem indevida, como de deixar de pagar
do médico em atendê-los, os policiais sacaram as o que consumiu em estabelecimento comercial,
armas de fogo e obrigaram o profissional a receber pratica delito de abuso de autoridade de menor
o cadáver. No caso, em tese, os policiais poderão potencial ofensivo.
ser beneficiados pela transação penal.
45.( )
O pedido de vista existe para que ministros e
37.( )
As provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em desembargadores, que ainda não formaram seu
violação a normas constitucionais ou legais, são posicionamento, tenham mais tempo para analisar
inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do o caso. Como o pedido de vista interrompe a
processo (art. 157 do CPP). Alinhado com o CPP, o deliberação, os regimentos internos dos tribunais,
legislador pune agora a produção e utilização da o CPC e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
prova ilícita, em procedimento de investigação ou apontam prazos para a devolução do processo
fiscalização. Na modalidade “utilizar”, contentou- e prosseguimento do julgamento. A demora
se o legislador com a aparência de ilicitude. excessiva e injustificada da autoridade judiciária
no exame de processo de que tenha requerido vista
38.( )
Responde por abuso de autoridade o Delegado de ofende o princípio da duração razoável do processo
Polícia que instaura procedimento investigatório e, necessariamente, caracteriza delito de abuso de
de infração penal em desfavor de alguém com base autoridade.
exclusivamente em denúncia anônima.
46.( )
Após a prisão temporária de roubador contumaz,
39.( )
Divulgar gravação ou trecho de gravação sem o Delegado responsável pelas investigações reúne
relação com a prova que se pretenda produzir, a imprensa e aponta o sujeito como autor dos
expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo últimos cinco assaltos da cidade, antes do término
a honra ou a imagem do investigado ou acusado, das investigações e formalizada a acusação. No
constitui crime de abuso de autoridade de médio caso, em tese, o Delegado poderá ser beneficiado
potencial ofensivo. pela transação penal.

40.( )
Aquele que presta informação falsa sobre 47.( )
Caso o abuso seja praticado por militar em serviço,
procedimento judicial, policial, fiscal ou a competência será da Justiça Militar, nos termos
administrativo com o fim de prejudicar interesse da nova redação do inc. II, do art. 9º, do Código
do investigado, pode ser beneficiado, em tese, pela Penal Militar.
transação penal.
48.( )
Ao militar não se aplicarão as medidas
41.( )
João foi investigado em inquérito por suposta despenalizadoras da transação penal e suspensão
prática de furto. Encerrada a investigação, o condicional do processo, dado o teor do art. 90-A
inquérito foi encaminhado ao Ministério Público. da Lei nº 9.099/95, que veda a aplicação desses
Mesmo percebendo que os elementos coligidos no benefícios à Justiça Militar.
inquérito eram frágeis, inseguros e contraditórios,
e notando que o sujeito era inocente, o Promotor 49.( )
São autoridades, nos termos da Lei nº 13.869/19, os
de Justiça oferece denúncia contra João, antigo membros dos tribunais ou conselhos de contas.
conhecido da polícia. No caso, o Delegado e o
Promotor de Justiça cometeram crimes de abuso 50.( )
A prisão em flagrante manifestamente ilegal tem
de autoridade. como objeto conduta atípica, que não encontra
amparo nas situações de flagrância trazidas pelo
42.( )
“Estender injustificadamente a investigação, CPP ou carente de indicação de autoria. É essa
procrastinando-a em prejuízo do investigado ou a prisão em flagrante que deve, de pronto, ser
fiscalizado” é crime de abuso de autoridade de relaxada pelo magistrado, sob pena de abuso de
menor potencial ofensivo. autoridade.

43.( )
João, advogado, compareceu à Delegacia e solicitou 51.( )
É pena restritiva de direitos trazida pela Lei nº
cópia integral de determinado inquérito policial. O 13.869/19 a suspensão do exercício do cargo, função
Delegado concordou com o pedido, mas, diante do ou mandato, pelo prazo de 1 (um) a 3 (seis) meses,

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com a perda dos vencimentos e das vantagens. GABARITO COMENTADO

52.( )
Nos termos do art. 218 e art. 260 do Código de 1.  ERRADO. A nova Lei nº 13.869/19 passou a exigir,
Processo Penal (CPP), a testemunha e o investigado literalmente, um dolo específico na conduta do agente.
que, intimados, não comparecerem perante a Nos termos da lei, somente haverá crime de abuso se o
autoridade e não justificarem a ausência, poderão agente praticar a conduta buscando prejudicar alguém
ser conduzidos coercitivamente. Essa medida ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro.
continua em vigor e não haverá abuso na sua
decretação, ainda que pela autoridade policial. 2.  CERTO. Tal qual a lei anterior (Lei nº 4.898/65), a Lei nº
13.869/19 garante a tríplice responsabilização do autor
53.( )
Ganhou espaço no Brasil, principalmente no de crime de abuso, que é alcançado nas esferas penal,
enfrentamento ao crime organizado, a expedição civil e administrativa. Embora as responsabilidades
de mandados de condução coercitiva, que vinham civil e administrativa sejam independentes da criminal,
em substituição à prisão temporária e tinham fará coisa julgada no âmbito cível e administrativo-
como objetivo o interrogatório simultâneo dos disciplinar a sentença penal que reconhecer ter sido a
investigados, sem prévia intimação. Essa condução conduta praticada em estado de necessidade, legítima
coercitiva foi tida como ofensiva à liberdade de defesa, estrito cumprimento de dever legal ou no
locomoção e declarada inconstitucional pelo exercício regular de direito.
plenário do STF, e, hoje, caracteriza abuso de
autoridade. 3.  CERTO. Todos os crimes de abuso de autoridade são de
ação penal pública incondicionada.
54.( )
A prisão, provisória ou definitiva, deve ser
comunicada imediatamente ao Juiz, ao Ministério 4.  ERRADO. A Lei nº 13.869/19 vedou expressamente
Público, à Defensoria Pública e à família do preso a aplicação das medidas despenalizadoras da Lei nº
ou à pessoa por ele indicada (art. 306 e §1º do CPP). 9.099/95 aos crimes de abuso de autoridade.
Todavia, somente haverá o crime na ausência de
comunicação ao Juiz. 5.  CERTO. Sob a ótica da pena, todos os crimes de abuso de
autoridade admitem, em tese, a suspensão condicional
55.( )
O emprego de algemas em desconformidade com a do processo (art. 89 da Lei nº 9.099/95).
Súmula Vinculante 11, por si só, não foi tipificado na
Nova Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869/19). 6.  CERTO. A competência para o processo e julgamento
dos crimes de abuso de autoridade de menor potencial
56.( )
Segundo o CPP, são proibidas de depor as pessoas ofensivo é do Juizado Especial Criminal Estadual (Lei nº
que, em razão de função, ministério, ofício ou 9.099/95). Havendo, porém, ofensa a bens, serviços ou
profissão, devam guardar segredo, a não ser que, interesse da União, haverá processamento no Juizado
desobrigadas pela parte interessada, queiram Especial Criminal Federal (Lei nº 10.259/01).
dar o seu testemunho (art. 207). Constranger a
depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão 7.  ERRADO. Caso a autoridade seja detentora de foro por
de função, ministério, ofício ou profissão, deva prerrogativa de função, o abuso será processado e
guardar segredo ou resguardar sigilo, é crime de julgado no foro especial, que deverá afastar do agente
abuso de autoridade de menor potencial ofensivo. as medidas despenalizadoras da Lei nº 9.099/95.

57.( )
O uso de balaclavas e capacetes foi incriminado 8.  CERTO. Os crimes de abuso são próprios, praticados
pela Nova Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº pela autoridade.
13.869/19).
9.  CERTO. Considera-se autoridade, para os efeitos da
58.( )
A Nova Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº Lei nº 13.869/19, “qualquer agente público, servidor ou
13.869/19) manda que os agentes públicos policiais não, da administração direta, indireta ou fundacional
se identifiquem ao preso no momento do seu de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
recolhimento ao cárcere. Distrito Federal, dos Municípios e de Território” (art. 2º,
“caput”). A lei ainda traz, no mesmo dispositivo, um rol
59.( )
Responde por abuso de autoridade o magistrado exemplificativo de autoridades: I - servidores públicos
que mantém o preso algemado em audiência, e militares ou pessoas a eles equiparadas; II - membros
sem questionar a escolta policial acerca de sua do Poder Legislativo; III - membros do Poder Executivo;
periculosidade. IV - membros do Poder Judiciário; V - membros do
Ministério Público; VI - membros dos tribunais ou
60.( )
O encarceramento mesclado de maior de dezoito conselhos de contas.
anos e adolescente tipifica crime de menor
potencial ofensivo. 10.  ERRADO. O particular que atuar ao lado da autoridade,
sabedor desta condição do aliado, também responderá

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por abuso, necessariamente como partícipe. do condutor e das testemunhas configura abuso de
autoridade.
11.  ERRADO. São efeitos da condenação por abuso de
autoridade: I - tornar certa a obrigação de indenizar 21.  CERTO. Decorrido o prazo da prisão temporária,
o dano causado pelo crime; II - a inabilitação para o a autoridade responsável pela custódia deverá,
exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo independentemente de nova ordem da autoridade
período de 1 (um) a 5 (cinco) anos; III - a perda do cargo, judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo
do mandato ou da função pública. Todos os efeitos são se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão
condicionados à ocorrência de reincidência em crime de temporária ou da decretação da prisão preventiva.
abuso de autoridade e não são automáticos, devendo
ser declarados motivadamente na sentença. 22.  ERRADO. Responderão por crime de abuso de
autoridade de menor potencial ofensivo policiais civis
12.  CERTO. As penas restritivas de direitos substitutivas que, após capturarem criminoso contumaz, apontarem
das privativas de liberdade foram apontadas pelo armas de fogo contra ele e o obrigarem a caminhar
legislador na Lei nº 13.869/19 e podem ser aplicadas pela cidade ao lado da viatura policial, exibindo-o à
autônoma ou cumulativamente. São elas: I - prestação curiosidade pública.
de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
II - suspensão do exercício do cargo, função mandato, 23.  CERTO. Nenhuma autoridade pode obrigar o
pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos investigado ou acusado, custodiado ou não, a fornecer
vencimentos e das vantagens. qualquer tipo de prova que o incrimine de forma direta
ou indireta, especialmente quando o meio de prova
13.  ERRADO. Os delitos de abuso de autoridade possuem envolver método invasivo de sua integridade física
duas vítimas. A primeira, chamada de vítima direta ou ou moral. Assim, policiais que, após a abordagem de
imediata, é o Estado; a segunda, conhecida como vítima sujeito investigado pela prática de tráfico de drogas,
indireta, mediata ou permanente, é a pessoa física ou apontam armas de fogo contra ele e o obrigam a
jurídica sobre a qual recai a conduta da autoridade. atender o telefone no “viva voz”, para materializar uma
negociação, respondem por abuso de autoridade.
14.  CERTO. A divergência na interpretação de lei ou na
avaliação de fatos e provas não configurará, por si só, 24.  ERRADO. O investigado e o acusado, custodiados ou
abuso de autoridade. não, no início do interrogatório policial ou judicial, serão
informados sobre o direito de permanecerem calados
15.  CERTO. A decretação de prisão temporária na e de não responderem as perguntas que lhe forem
investigação de delito não autorizado pela Lei nº formuladas (art. 5º, inc. LXIII da CF/88 e art. 186 do CPP).
7.960/89 configura abuso de autoridade. Caso opte pelo silêncio, deve o Delegado de Polícia
apenas consignar as perguntas para o investigado,
16.  ERRADO. Haverá crime de abuso de autoridade na para as quais ele deve dizer “calado”.
conduta do Juiz que, dentro de prazo razoável, deixar
de relaxar a prisão manifestamente ilegal. Não se 25.  CERTO. O capturado em flagrante pode optar por
pune o Juiz, porém, que deixar de conceder liberdade prestar informações no interrogatório do auto de
provisória, quando manifestamente cabível. prisão, mesmo não acompanhado de seu advogado.
Isso é possível porque o inquérito policial é inquisitivo.
17.  ERRADO. Nos termos da Nova Lei de Abuso de Todavia, caso o capturado opte por ser assistido por
Autoridade (Lei nº 13.869/19), a decretação da condução advogado e este não esteja presente, deve a autoridade
coercitiva da testemunha que, devidamente intimada, policial encerrar o ato, sob pena de abuso de autoridade
não compareceu à audiência e tampouco justificou a e nulidade absoluta do interrogatório e elementos
ausência, configura abuso de autoridade. decorrentes.

18.  CERTO. A decretação da condução coercitiva 26.  CERTO. Configura crime de abuso de autoridade
do suspeito sem prévia intimação, para fins de de menor potencial ofensivo submeter o preso a
interrogatório simultâneo, configura abuso de interrogatório policial durante o período de repouso
autoridade. noturno, salvo se capturado em flagrante delito ou
se ele, devidamente assistido, consentir em prestar
19.  ERRADO. Configura abuso de autoridade a ausência declarações.
de comunicação da prisão em flagrante, preventiva ou
temporária, sem motivo justo, ao Juiz, à família e ao 27.  ERRADO. A Lei de Execução Penal (LEP) garante ao
Ministério Público. preso o direito de representação e petição a qualquer
autoridade, em defesa de direito (art. 41, inc. XIV). O
20.  CERTO. Deixar de entregar ao preso, no prazo de agente público que retardar, injustificadamente, o envio
24 (vinte e quatro) horas, a nota de culpa, assinada de pleito de preso à autoridade judiciária competente
pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes responde apenas administrativamente.

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28.  ERRADO. Nos termos da Lei nº 13.869/19, caracteriza 38.  CERTO. Responde por abuso de autoridade o Delegado
crime de abuso de autoridade a negativa infundada de Polícia que instaura procedimento investigatório
do juiz em receber advogado, durante o expediente de infração penal em desfavor de alguém com base
forense, quando este estivesse atuando na defesa de exclusivamente em denúncia anônima.
interesse de seu cliente.
39.  CERTO. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem
29.  CERTO. A manutenção de presos de ambos os sexos relação com a prova que se pretenda produzir, expondo
na mesma cela ou espaço de confinamento, sem motivo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a
justo, ainda que por poucas horas, configura abuso de imagem do investigado ou acusado, constitui crime de
autoridade. abuso de autoridade de médio potencial ofensivo.

30.  ERRADO. A incursão policial na casa alheia após as 40.  CERTO. Aquele que presta informação falsa sobre
21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas) procedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo
importará, necessariamente, em abuso de autoridade. com o fim de prejudicar interesse do investigado, pode
ser beneficiado, em tese, pela transação penal.
31.  ERRADO. Segundo os tribunais superiores, a incursão
policial na casa alheia estará autorizada quando houver 41.  ERRADO. João foi investigado em inquérito por
fundadas razões que indiquem o crime permanente no suposta prática de furto. Encerrada a investigação, o
imóvel. Segundo o STJ, a denúncia anônima somada inquérito foi encaminhado ao Ministério Público. Mesmo
à fuga do sujeito é sinônimo de fundadas razões e percebendo que os elementos coligidos no inquérito
autoriza a entrada na casa. eram frágeis, inseguros e contraditórios, e notando que
o sujeito era inocente, o Promotor de Justiça oferece
32.  CERTO. Segundo o STJ, o cheiro de maconha aliado ao denúncia contra João, antigo conhecido da polícia. No
nervosismo do sujeito autoriza a entrada da polícia na caso, o Delegado e o Promotor de Justiça cometeram
casa alheia. crimes de abuso de autoridade.

33.  CERTO. Segundo o STJ, o imóvel desabitado e 42.  CERTO. “Estender injustificadamente a investigação,
desvigiado não é considerado casa e pode ser objeto procrastinando-a em prejuízo do investigado ou
de incursão policial, não se exigindo, no caso, fundadas fiscalizado” é crime de abuso de autoridade de menor
razões. potencial ofensivo.

34.  ERRADO. Não responde por crime de abuso de 43.  ERRADO. João, advogado, compareceu à Delegacia
autoridade o agente que obriga alguém, mediante e solicitou cópia integral de determinado inquérito
violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a policial. O Delegado concordou com o pedido, mas,
imóvel ou suas dependências. diante do advogado, retirou o último relatório de
investigação do inquérito, com o argumento de que se
35.  ERRADO. Em legítima defesa, João, policial civil, tratava de peça que “indicava a realização de diligências
disparou 9 (nove) vezes contra criminoso armado. futuras”. No caso, o Delegado praticou crime de abuso
Temendo ser responsabilizado por eventual excesso de autoridade.
na reação, João recolheu 3 (três) estojos de munição
do chão, antes da chegada dos peritos. No caso, João 44.  CERTO. O sujeito que invoca a condição de agente
praticou crime de menor potencial ofensivo. público e apresenta a carteira funcional com a intenção
de obter vantagem indevida, como de deixar de pagar
36.  ERRADO. Após confronto em rodovia federal, o que consumiu em estabelecimento comercial, pratica
policiais rodoviários federais, querendo prejudicar delito de abuso de autoridade de menor potencial
a investigação, conduziram o cadáver de um dos ofensivo.
criminosos ao hospital da cidade. Diante da recusa do
médico em atendê-los, os policiais sacaram as armas 45.  CERTO. O pedido de vista existe para que ministros
de fogo e obrigaram o profissional a receber o cadáver. e desembargadores, que ainda não formaram seu
No caso, em tese, os policiais poderão ser beneficiados posicionamento, tenham mais tempo para analisar o
pela transação penal. caso. Como o pedido de vista interrompe a deliberação,
os regimentos internos dos tribunais, o CPC e o
37.  ERRADO. As provas ilícitas, assim entendidas as Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontam prazos
obtidas em violação a normas constitucionais ou para a devolução do processo e prosseguimento do
legais, são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas julgamento. A demora excessiva e injustificada da
do processo (art. 157 do CPP). Alinhado com o CPP, o autoridade judiciária no exame de processo de que
legislador pune agora a produção e utilização da prova tenha requerido vista ofende o princípio da duração
ilícita, em procedimento de investigação ou fiscalização. razoável do processo e, necessariamente, caracteriza
Na modalidade “utilizar”, contentou-se o legislador com delito de abuso de autoridade.
a aparência de ilicitude.

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46.  CERTO. Após a prisão temporária de roubador 55.  CERTO. O emprego de algemas em desconformidade
contumaz, o Delegado responsável pelas investigações com a Súmula Vinculante 11, por si só, não foi tipificado
reúne a imprensa e aponta o sujeito como autor dos na Nova Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869/19).
últimos cinco assaltos da cidade, antes do término das
investigações e formalizada a acusação. No caso, em 56.  ERRADO. Segundo o CPP, são proibidas de depor as
tese, o Delegado poderá ser beneficiado pela transação pessoas que, em razão de função, ministério, ofício
penal. ou profissão, devam guardar segredo, a não ser que,
desobrigadas pela parte interessada, queiram dar o
47.  CERTO. Caso o abuso seja praticado por militar em seu testemunho (art. 207). Constranger a depor, sob
serviço, a competência será da Justiça Militar, nos ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função,
termos da nova redação do inc. II, do art. 9º, do Código ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo
Penal Militar. ou resguardar sigilo, é crime de abuso de autoridade de
menor potencial ofensivo.
48.  CERTO. Ao militar não se aplicarão as medidas
despenalizadoras da transação penal e suspensão 57.  ERRADO. O uso de balaclavas e capacetes foi
condicional do processo, dado o teor do art. 90-A da Lei incriminado pela Nova Lei de Abuso de Autoridade (Lei
nº 9.099/95, que veda a aplicação desses benefícios à nº 13.869/19).
Justiça Militar.
58.  ERRADO. A Nova Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº
49.  CERTO. São autoridades, nos termos da Lei nº 13.869/19) manda que os agentes públicos policiais se
13.869/19, os membros dos tribunais ou conselhos de identifiquem ao preso no momento do seu recolhimento
contas. ao cárcere.

50.  CERTO. A prisão em flagrante manifestamente ilegal 59.  ERRADO. Responde por abuso de autoridade o
tem como objeto conduta atípica, que não encontra magistrado que mantém o preso algemado em
amparo nas situações de flagrância trazidas pelo CPP audiência, sem questionar a escolta policial acerca de
ou carente de indicação de autoria. É essa a prisão sua periculosidade.
em flagrante que deve, de pronto, ser relaxada pelo
magistrado, sob pena de abuso de autoridade. 60.  ERRADO. O encarceramento mesclado de maior de
dezoito anos e adolescente tipifica crime de menor
51.  ERRADO. É pena restritiva de direitos trazida pela Lei potencial ofensivo.
nº 13.869/19 a suspensão do exercício do cargo, função
ou mandato, pelo prazo de 1 (um) a 3 (seis) meses, com a
perda dos vencimentos e das vantagens.

52.  CERTO. Nos termos do art. 218 e art. 260 do Código de


Processo Penal (CPP), a testemunha e o investigado que,
intimados, não comparecerem perante a autoridade e
não justificarem a ausência, poderão ser conduzidos
coercitivamente. Essa medida continua em vigor e
não haverá abuso na sua decretação, ainda que pela
autoridade policial.

53.  CERTO. Ganhou espaço no Brasil, principalmente


no enfrentamento ao crime organizado, a expedição
de mandados de condução coercitiva, que vinham
em substituição à prisão temporária e tinham como
objetivo o interrogatório simultâneo dos investigados,
sem prévia intimação. Essa condução coercitiva
foi tida como ofensiva à liberdade de locomoção e
declarada inconstitucional pelo plenário do STF, e, hoje,
caracteriza abuso de autoridade.

54.  ERRADO. A prisão, provisória ou definitiva, deve


ser comunicada imediatamente ao Juiz, ao Ministério
Público, à Defensoria Pública e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada (art. 306 e §1º do CPP). Todavia,
somente haverá o crime na ausência de comunicação ao
Juiz.

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