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Livro Eletrônico

Aula 00

Conhecimentos Específicos (Legislação) p/ TRF-4 - Técnico Judiciário (Segurança e Transporte)

Professor: Alexandre Herculano


Legislação - TRF-4. Téc. Judiciário (Segurança e Transporte)
Parte Específica - Teoria e Exercícios
Prof. Alexandre Herculano Aula 00

Aula 00 (demonstrativa): Abuso de autoridade (Lei nº

4.898/1965).

SUMÁRIO PÁGINA

1. Apresentação 1

2. Cronograma 2

3. Abuso de autoridade (Lei nº 4.898/1965) 4

4. Questões comentadas 19

5. Questões propostas 33

6. Gabarito 40

Olá meus amigos (as) do Estratégia Concursos!!!

Meu nome é Alexandre Herculano e vamos iniciar o curso sobre

Legislação, que é o último item da parte específica p/ TRF-4 -

Técnico Judiciário (Segurança e Transporte), com base no recente

edital publicado.

Sou Analista, trabalho no Ministério da Justiça em Brasília. Além

desse, passei, também, para o TRT e TRF do Paraná, MPU, Polícia Civil

(Inspetor de Polícia e Oficial de Cartório) do Rio de Janeiro, Polícia

Rodoviária Federal – PRF, e outros. Sou formado em Administração e Pós-

Graduado em Gestão da Segurança Pública. Hoje, atuo, na SENASP, como

Coordenador de Programas e Projetos Especiais na área de Segurança

Pública.

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Como o conteúdo na parte específica ficou muito extenso, as aulas

serão bem objetivas, assim, acredito que o examinador não abordará

nada diferente do que veremos no curso.

E aí estão animados? Espero que sim, pois é o primado para o

sucesso nesta batalha. Quero dizer para vocês que estou nesta área

(concurso público) há 10 anos, e passei por muitas dificuldades no

estudo, pois tinha que conciliar com o trabalho, o qual tinha hora para

entrar, contudo, não tinha para sair, rsrs...Era gerente de um grande

banco, cito isso, já que sei que muitos têm que fazer o mesmo, logo, digo

para vocês que é possível, acreditem!!!

Então, com relação ao nosso curso selecionei algumas

questões dos últimos concursos da FCC e outras bancas para

treinarmos os conceitos. Sendo assim, não vamos perder tempo,

estudando bem essa parte vocês sairão na frente, já que muitos,

ainda, não iniciaram os estudos! Pessoal qualquer dúvida recorram ao

FÓRUM, será um prazer atendê-los, ok?

Este será o cronograma do nosso curso:

AULA CONTEÚDO DATA

Aula 0 Abuso de autoridade (Lei nº 4.898/1965). 18/05

Crimes contra a Administração pública:

Aula 1 resistência, desobediência e desacato. Crimes de 25/05

menor potencial ofensivo (Lei nº 9.099/1995).

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Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de

Aula 2 cor (Lei nº 7.716/1989). Lei nº 10.741/2003 04/06

(Estatuto do Idoso).

Apresentação e uso de documento de

identificação pessoal (Lei nº 5.553/1968). Lei nº

Aula 3 10.098/2000 (Lei referente às pessoas com 14/06

deficiência). Lei nº 10.048/2000 (Lei referente à

prioridade de atendimento).

Observação importante: este curso é protegido por direitos

autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera,

atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá

outras providências.

Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e

prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o

trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente

através do site Estratégia Concursos.

Então vamos começar. Mas antes percam seis minutinhos para

assistir esse vídeo, tenho certeza que muitos irão se animar.

http://www.youtube.com/watch?v=qZIPGfzhzvM

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Abuso de autoridade (Lei nº 4.898/1965)

Então meus amigos, o nosso país como uma nação democrática,

tem em sua Constituição Federal que:

"Art.5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de

qualquernatureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros

residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à

igualdade, à segurança e a propriedade."

Dessa forma, nenhuma forma de abuso de autoridade pode ser

aceito impunemente em um país defensor das garantias individuais como

o Brasil.

O Abuso de Autoridade é um crime que pode ser praticado por

praticamente todos os integrantes da Administração Pública, estando em

um cargo de autoridade ou não, desde que tenham poder funcional para

determinar alguma conduta. Assim, é um delito amplo, com grandes

possibilidades de punição aos autores das condutas típicas.

Apesar dessa amplitude, notamos que os abusos de autoridade

que ocorrem com mais frequência são os praticados pelas autoridades

policiais, principalmente os ligados à liberdade individual, como no caso

de buscas e apreensões, abordagens pessoais e operações policiais fora

dos parâmetros legais.

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O abuso será caracterizado quando a autoridade praticar, omitir

ou retardar ato, no exercício da função pública, para embaraçar ou

prejudicar os direitos fundamentais do cidadão garantidos na Constituição

Federal, como, por exemplo, a liberdade individual, a integridade física e

moral, a intimidade, a vida privada e a inviolabilidade do domicílio.

O direito de representação e o processo de

responsabilidade administrativa civil e penal, contra as autoridades

que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados pela

lei em questão.

O direito de representação será exercido por meio de

petição:

 dirigida à autoridade superior que tiver competência legal

para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a

respectiva sanção;

 dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência

para iniciar processo-crime contra a autoridade culpada.

Pessoal, o direito de representação contra o abuso de autoridade

pode ser exercido por qualquer pessoa. Além disso, não é necessária a

assistência de advogado.

Os elementos formais que devem estar presentes na

representação são os seguintes:

 Exposição do fato;

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 Qualificação do acusado;

 Rol de testemunhas, sendo aqui no máximo três.

A representação será feita em duas vias e conterá a

exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas

as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de testemunhas,

como disse acima.

Meus caros, os crimes de abuso de autoridade encontram-se

dispostos nos arts. 3° e 4° da lei nº 4.898/65. Esses crimes consumam-se

com o atentado aos direitos e às garantias fundamentais previstos no

art. 3º e por meio das ações ou omissões descritas pelo art. 4º,

bastando o perigo de dano. Com elenca o art. 3º dispõe que:

Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:

 à liberdade de locomoção;

 à inviolabilidade do domicílio;

 ao sigilo da correspondência;

 à liberdade de consciência e de crença;

 ao livre exercício do culto religioso;

 à liberdade de associação;

 aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do

voto;

 ao direito de reunião;

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 à incolumidade física do indivíduo;

 aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício

profissional.

A liberdade é um direito fundamental tutelado por diversos

dispositivos constitucionais, e pressupõe também princípio do nosso

Direito Processual Penal: o indivíduo apenas pode ser preso quando

praticar flagrante delito, mediante ordem judicial ou em hipóteses de

prisão administrativa aplicáveis apenas aos militares. A nossa

Constituição qualifica a casa como asilo inviolável do indivíduo e proíbe a

entrada sem o consentimento do morador, salvo em quatro hipóteses:

flagrante delito, desastre, para prestar socorro, durante o dia, por

determinação judicial. Assim, a Jurisprudência já tem afirmado que o

conceito de casa deve ser encarado de forma ampla, incluindo o local não

aberto ao público onde é exercida atividade profissional.

A liberdade de consciência e de crença também é considerada

inviolável pela Constituição. Essa visão já foi relativizada pela

Jurisprudência, pois, hoje, já é pacífico que as manifestações religiosas

não podem ofender outros direitos fundamentais, a exemplo do direito à

vida, à liberdade, etc. No caso do direito de associação, a Constituição

assegura, independentemente de autorização estatal. A exceção fica por

conta da proibição constitucional às associações de caráter paramilitar e

com fins ilícitos. Outra coisa, o direito de reunião também é assegurado,

desde que as pessoas reúnam-se de forma pacífica e sem armas, e não

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frustrem uma reunião anteriormente convocada para o mesmo local.

Apenas para fins de organização, é necessário comunicar, ao Poder

Público, previamente, a ocorrência de reunião.

Então, continuando, segundo o entendimento majoritário, em

caso de conflito aparente de normas, os tipos definidos no art. 4º

prevalecem sobre os do art. 3º, pois são considerados mais específicos,

assim, elenca o art. 4º - constitui também abuso de autoridade:

 ordenar ou executar medida privativa da liberdade

individual, sem as formalidades legais ou com abuso de

poder;

 submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a

constrangimento não autorizado em lei;

 deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a

prisão ou detenção de qualquer pessoa;

 deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou

detenção ilegal que lhe seja comunicada;

 levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a

prestar fiança, permitida em lei;

 cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial

carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra

despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer

quanto à espécie quer quanto ao seu valor;

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 recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo

de importância recebida a título de carceragem, custas,

emolumentos ou de qualquer outra despesa;

 o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou

jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou

sem competência legal;

 prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de

medida de segurança, deixando de expedir em tempo

oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade.

As sanções aplicadas aos crimes de abuso de autoridade são

determinadas em três esferas diferentes e autônomas, a civil, a

administrativa e a penal. Sendo assim, fica claro que um indivíduo

pode só sofrer uma sanção administrativa e não sofrer uma penal ou

mesmo ter aplicada apenas uma penalização civil em determinado caso.

Por esta razão, desde já é importante deixar claro que não se

trata a Lei que dispõe sobre o Abuso de Autoridade de um diploma

exclusivamente penal, mas predominantemente. Assim, a sanção

administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso

cometido e consistirá em:

 advertência;

 repreensão;

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 suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a

cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e

vantagens;

 destituição de função;

 demissão;

 demissão, a bem do serviço público.

Como está escrito no § 2º "A sanção civil, caso não seja possível

fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de uma indenização de

quinhentos a dez mil cruzeiros."

É claro que cruzeiros não existe mais, mas não é por isso que não

haverá sanção civil, ok?

Já a sanção penal será aplicada de acordo com as regras do

Código Penal e consistirá em:

 multa de cem a cinco mil cruzeiros;

 detenção por dez dias a seis meses;

 perda do cargo e a inabilitação para o exercício de

qualquer outra função pública por prazo até três

anos.

Pessoal, gravem bem esses itens, já que tem sido cobrado nos

concursos e as bancas gostam de misturar com as sanções

administrativas, e outra coisa, as penas previstas anteriormente poderão

ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.

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Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial,

civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena

autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer funções de

natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco

anos.

Recebida a representação, a autoridade competente irá baixar

portaria determinando a instauração de inquérito ou sindicância para

apurar o fato. Neste momento, será nomeada comissão que determinará

a citação do agente e aguardará a apresentação de defesa prévia.

O procedimento administrativo, por ser independente, não deverá

ser interrompido a fim de aguardar decisão judicial penal.

Assim, no caso de processo nos crimes que vimos acima, temos

que saber que recebida a representação em que for solicitada a

aplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou militar

competente determinará a instauração de inquérito para apurar o fato e o

inquérito administrativo obedecerá às normas estabelecidas nas leis

municipais, estaduais ou federais, civis ou militares, que estabeleçam o

respectivo processo.

O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim

de aguardar a decisão da ação penal ou civil.

A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade

civil ou militar. Simultaneamente com a representação dirigida à

autoridade administrativa ou independentemente dela, poderá ser

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promovida pela vítima do abuso, a responsabilidade civil ou penal

ou ambas, da autoridade culpada.

Meus amigos (as) como regra geral, os crimes de abuso de

autoridade são considerados de menor potencial ofensivo, sendo

processados perante os Juizados Especiais Criminais, por meio do

procedimento sumaríssimo, criado pela Lei nº 9.099/1995, a qual

estudaremos mais a frente. Nos casos em que o procedimento

sumaríssimo não é aplicável, a própria Lei do Abuso de Autoridade traz

procedimento próprio.

A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito

policial ou justificação por denúncia do Ministério Público, instruída com a

representação da vítima do abuso. Apresentada ao Ministério Público a

representação da vítima, aquele, no prazo de quarenta e oito horas,

denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso de

autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a designação

de audiência de instrução e julgamento. Além disso, a denúncia do

Ministério Público será apresentada em duas vias.

Quero deixar claro mais uma vez caro aluno, caso haja

representação da vítima, a denúncia deve ser apresentada no prazo de

48h. Essa regra demonstra a urgência conferida pela lei à apuração dos

crimes de abuso de autoridade. Perante a inércia do Ministério Público, a

própria lei permite a apresentação da ação penal privada subsidiária da

pública. O Ministério Público poderá, porém, aditar a queixa, repudiá-la e

oferecer denúncia substitutiva, além de intervir em todos os termos do

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processo, interpor recursos e, a todo tempo, no caso de negligência do

querelante, retomar a ação como parte principal.

Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver

deixado vestígios o ofendido ou o acusado poderá:

 promover a comprovação da existência de tais vestígios,

por meio de duas testemunhas qualificadas;

 requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da

audiência de instrução e julgamento, a designação de um

perito para fazer as verificações necessárias.

O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e prestarão

seus depoimentos verbalmente, ou o apresentarão por escrito,

querendo, na audiência de instrução e julgamento.

Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a

denúncia requerer o arquivamento da representação, o Juiz, no caso de

considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da

representação ao Procurador-Geral e este oferecerá a denúncia,

ou designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la ou

insistirá no arquivamento, ao qual só então deverá o Juiz atender.

Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de quarenta e

oito horas, proferirá despacho, recebendo ou rejeitando a denúncia. No

despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará, desde logo, dia e

hora para a audiência de instrução e julgamento, que deverá ser

realizada, improrrogavelmente dentro de cinco dias.

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Meus caros, a citação do réu para se ver processar, até

julgamento final e para comparecer à audiência de instrução e

julgamento, será feita por mandado sucinto que, será acompanhado da

segunda via da representação e da denúncia. As testemunhas de

acusação e defesa poderão ser apresentada em juízo, independentemente

de intimação.

A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos auditórios ou

o oficial de justiça declare aberta a audiência, apregoando em seguida o

réu, as testemunhas, o perito, o representante do Ministério Público ou o

advogado que tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor do réu.

A audiência somente deixará de realizar-se se ausente o Juiz.

Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não houver

comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar

do livro de termos de audiência.

A audiência de instrução e julgamento será pública, se

contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil, entre dez

(10) e dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, excepcionalmente, no

local que o Juiz designar. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o

interrogatório do réu, se estiver presente.

Não comparecendo o réu nem seu advogado, o Juiz nomeará

imediatamente defensor para funcionar na audiência e nos ulteriores

termos do processo.

Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz dará a

palavra sucessivamente, ao Ministério Público ou ao advogado que houver

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subscrito a queixa e ao advogado ou defensor do réu, pelo prazo de

quinze minutos para cada um, prorrogável por mais dez (10), a

critério do Juiz. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente a

sentença.

Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro próprio,

ditado pelo Juiz, termo que conterá, em resumo, os depoimentos e as

alegações da acusação e da defesa, os requerimentos e, por extenso, os

despachos e a sentença.

Subscreverão o termo o Juiz, o representante do Ministério

Público ou o advogado que houver subscrito a queixa, o advogado ou

defensor do réu e o escrivão.

Nas comarcas onde os meios de transporte forem difíceis e não

permitirem a observância dos prazos fixados nesta lei, o juiz poderá

aumentá-las, sempre motivadamente, até o dobro.

Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas do Código de

Processo Penal, sempre que compatíveis com o sistema de instrução e

julgamento regulado por esta lei. Das decisões, despachos e sentenças,

caberão os recursos e apelações previstas no Código de Processo Penal.

Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial,

civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena

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autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer funções de

natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a

cinco anos.

Não abrange as pessoas que trabalha para a empresa prestadora

de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica

da Administração Pública.

A representação não constitui condição de procedibilidade para a

ação penal, que é pública incondicionada, não podendo ser obstada pela

ausência de representação. Esta tem natureza de notícia do fato

criminoso. A Lei 5.249/67 foi editada com o único objetivo de esclarecer

que os crimes de abuso de autoridade são de ação penal pública

incondicionada.

O particular pode ser sujeito ativo do crime de abuso de

autoridade, desde pratique a conduta em concurso com a autoridade

pública.

No caso flagrante impróprio, em que autor de crime é preso em

perseguição, haverá crime de abuso de autoridade na conduta dos

policiais de ingressar dentro do domicílio do criminoso? Sim. No caso da

prisão em flagrante, leciona Guilherme de Souza Nucci, “deve o flagrante

ser próprio (art. 302, I e II, CPP), não nos parecendo correto ampliar a

possibilidade de invasão para as hipóteses de flagrante impróprio ou

presumido (art. 302, III – perseguido logo após; e IV – encontrado logo

depois, CPP).”

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O descumprimento de prazo em favor de adolescente privado de

liberdade, cumprindo medida de interdição pelo cometimento de ato

infracional, em face do princípio da especialidade, não configura crime de

abuso de autoridade, mas sim crime do ECA, previsto no art. 235 da lei

n.º 8.069/90.

Compete à Justiça Comum, Federal ou Estadual processar e

julgar o delito de abuso de autoridade. Caso a prática do delito cause

violação a alguns bens, interesse ou serviço da União Federal, suas

entidades autárquicas ou empresas públicas, a competência será da

Justiça Federal, na forma do art. 109, IV da CRFB/88, como na hipótese

de o abuso ser praticado dentro de uma Delegacia de Polícia Federal ou

dentro do INSS, Autarquia Federal. Caso contrário, a competência para

processo e julgamento será da Justiça Estadual. Deverão ser seguidas as

regras de competência do Código de Processo Penal, sendo, portanto o

local da consumação do crime o competente para processar e julgar a

autoridade pública autora do delito (art. 70).

Na hipótese de ser um militar o sujeito ativo do abuso, a

competência para processo e julgamento do delito continua sendo da

Justiça Comum, Federal ou Estadual. Não será deslocada para a Justiça

Militar, uma vez que se trata de um delito comum, e, não, militar, por não

estar previsto no Código Penal Militar (DL 1001/69). Nesse sentido, a

súmula 172 do STJ: “Compete a justiça comum processar e julgar militar

por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço.”

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Bem meus amigos (as), hoje, ficaremos por aqui. Vamos fazer

algumas questões.

Até a próxima aula. Grande abraço e bons estudos!

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Questões Comentadas

1) (FCC - 2011 - TCE-SE - Analista de Controle Externo -

Coordenadoria Jurídica) Para crimes de abuso de autoridade

previstos na Lei no 4.898, de 09/12/1965, NÃO há previsão de

aplicação da sanção penal de

A) detenção.

B) multa.

C) advertência.

D) a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública pelo

prazo até três anos.

E) perda do cargo.

Comentários:

Gabarito: C.

A FCC cobra muito a "Lei seca". A advertência, conforme

estudamos, é uma sanção administrativa, vejamos o art. 6º (...) § 3º:

"A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos

artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em:

a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;

b) detenção por dez dias a seis meses;

c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer

outra função pública por prazo até três anos"

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2) (FCC - 2012 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Juiz do Trabalho - Prova

TIPO 4) Para efeito de tipificação dos crimes de abuso de

autoridade, considera-se autoridade

A) somente quem exerce cargo de natureza militar não transitório.

B) quem exerce cargo de natureza civil, desde que remunerado.

C) apenas quem exerce cargo de natureza militar remunerado.

D) quem exerce emprego público de natureza civil, desde que não

transitório. ==0==

E) quem exerce função pública de natureza civil, ainda que não

remunerada.

Comentários:

Gabarito: E.

Vejamos o que diz a Lei:

"Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta

lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de

natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e

sem remuneração."

3) (FCC - 2011 - TRE-AP - Analista Judiciário - Área Judiciária) No

que concerne aos crimes de abuso de autoridade e a legislação

específica que rege a matéria é correto afirmar:

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A) Considera-se autoridade, para os efeitos da Lei no 4.898/65, quem

exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar,

ainda que transitoriamente, sempre mediante remuneração.

B) Não constitui abuso de autoridade o ato lesivo da honra de pessoa

natural ou jurídica, quando praticado com desvio de poder ou sem

competência legal.

C) Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou

militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena, autônoma ou

acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou

militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos.

D) Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele,

no prazo de cinco dias, denunciará o réu, desde que o fato narrado

constitua abuso de autoridade.

E) O processo administrativo poderá ser sobrestado para o fim de

aguardar a decisão da ação penal ou civil.

Comentários:

Gabarito: C.

Mais uma vez a "Lei Seca" típico da FCC, vejamos:

"art. 6º (...) § 5º Quando o abuso for cometido por

agente de autoridade policial, civil ou militar, de

qualquer categoria, poderá ser cominada a pena

autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer

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funções de natureza policial ou militar no município da

culpa, por prazo de um a cinco anos."

4) (CESPE - 2010 - Advogado - Caixa) A prática de crime de abuso de

autoridade acarreta para o agente a responsabilidade administrativa, civil

e penal. A perda da função pública e a inabilitação para o exercício de

qualquer função pública são efeitos automáticos da sentença penal

condenatória por esse delito.

Comentários:

Gabarito: E.

Vimos acima as decisões dos tribunais, além disso, segundo o

art. 6º, da lei, o abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção

administrativa civil e penal. A questão erra ao afirmar que a perda da

função pública e a inabilitação para o exercício de qualquer função pública

são efeitos automáticos da sentença penal condenatória por esse delito.

5) (CESPE -2010 - Defensor Público - DPU) Considere que um militar,

no exercício da função e dentro de unidade militar, tenha praticado crime

de abuso de autoridade, em detrimento de um civil. Nessa situação,

classifica-se a sua conduta como crime propriamente militar, porquanto

constitui violação de dever funcional havida em recinto sob administração

militar.

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Comentários:

Gabarito: E.

É pacífico na jurisprudência que compete à Justiça Comum

processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que

praticada em serviço. Assim é consolidado na súmula 172 do STJ.

6) (CESPE - 2010 - Auditor do Estado - SECONT-ES) Quanto ao crime

de abuso de autoridade, o atentado contra a incolumidade física do

indivíduo abrange qualquer forma de violência, incluindo a moral (grave

ameaça).

Comentários:

Gabarito: E.

Aqui nos temos uma "jurisprudência do CESPE", o qual

entende que atentar contra a incolumidade física abrange qualquer tipo

de violência (agredir alguém com instrumento contundente ou fazer a

vítima ingerir substância entorpecente), desde que física. Todavia, é um

tema controvertido na doutrina.

7) (CESPE - 2008 - Procurador - Pref. Natal) A lei nº 4.898/65

(abuso de autoridade) não traz a previsão de delito de atentado.

Comentários:

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Gabarito: E.

Vejamos o crimes do Art. 3:

"Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:

a) à liberdade de locomoção;

b) à inviolabilidade do domicílio;

c) ao sigilo da correspondência;

d) à liberdade de consciência e de crença;

e) ao livre exercício do culto religioso;

f) à liberdade de associação;

g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do

voto;

h) ao direito de reunião;

i) à incolumidade física do indivíduo;

j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício

profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79)"

8) (CESPE - 2008 - Procurador - Pref. de Natal) A pena privativa de

liberdade para todos os delitos previstos na lei nº 4.898/65 (abuso de

autoridade) varia de 10 dias a 6 meses, razão pela qual é cabível a

substituição por multa, uma vez que essa pena não pode ultrapassar um

ano.

Comentários:

Gabarito: E.

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Conforme o Código Penal, a pena privativa de liberdade, com a

duração não superior a seis meses, é substituível, em tese, tanto pela

aplicação de multa, como pela restrição de direitos. Sendo que, não é

cabível a citada substituição quando há, em lei especial, cominação

cumulativa de pena privativa de liberdade e pena pecuniária (STJ, Súmula

171).

9) (CESPE - 2008 Agente fiscal - Pref. Teresina-PI) O crime de

abuso de autoridade não pode ser praticado por fiscal de tributos, uma

vez que o conceito legal de autoridade inclui apenas os membros da

polícia militar e civil no regular exercício da função

Comentários:

Gabarito: E.

O fiscal de tributos poderá incidir no crime de abuso de

autoridade. O conceito de autoridade não abrange apenas policiais no

exercício da função, mas todos os que exercem cargo, emprego ou função

pública, de natureza civil ou militar, mesmo que transitoriamente e sem

remuneração

10) (CESPE - 2009 - Agente fiscal) Nos crimes de abuso de

autoridade, caso o órgão do MP não ofereça a denúncia no prazo fixado,

será admitida ação penal privada.

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Comentários:

Gabarito: C.

Isso mesmo, o art. 16, da lei nº 4.898/65, consagra a ação

penal privada subsidiária da pública ao determinar que se o órgão do

Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo fixado nesta lei, será

admitida ação privada. Ressalta, ainda, que o órgão do Ministério Público

poderá, porém, aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia

substitutiva e intervir em todos os termos do processo, interpor recursos

e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação

como parte principal.

11) (CESPE - 2007 - Juiz – TJ-AC) Com relação ao crime de abuso de

autoridade, inexiste condição de procedibilidade para a instauração da

ação penal correspondente.

Comentários:

Gabarito: C.

Sendo crime de ação penal pública incondicionada,

inexiste condição de procedibilidade para a instauração da ação penal

A Lei nº 4.898/65 regula o direito de representação e o

processo de responsabilidade administrativa, civil e penal, contra as

autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos.

"Art. 1 O direito de representação e o processo de

responsabilidade administrativa civil e penal, contra as

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autoridades que, no exercício de suas funções, come terem

abusos, são regulados pela presente Lei.

Art. 2 O direito de representação será exercido por

meio de petição:

a) dirigida à autoridade superior que tiver

competência legal para aplicar, à autoridade, civil ou militar

culpada, a respectiva sanção;

b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver

competência para iniciar processo-crime contra a autoridade

culpada.

Parágrafo único. A representação será feita em duas

vias e conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de

autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação

do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de três, se as

houver."

A falta de representação do ofendido, inscrita na dicção do art.

1º. da Lei 4898/65, entretanto, não tem natureza de condição de

procedibilidade, posto que, não impede o Ministério Publico, de promover

a ação penal pública. Nesse sentido, esclarecedor o posicionamento

jurisprudencial:

12) (CESPE - Juiz do trabalho - TRT 5ª Região) No que se refere ao

crime de abuso de autoridade, eventual falha na representação, ou sua

falta, não obsta a instauração da ação penal.

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Comentários:

Gabarito: C.

Segundo pacífico entendimento jurisprudencial, a falha na

representação, ou mesmo sua falta, não é suficiente para obstar a ação

penal.

13) (CESPE - Juiz do trabalho - TRT 5ª Região) No que se refere ao

crime de abuso de autoridade, compete à justiça militar processar e julgar

crime de abuso de autoridade praticado por policial militar em serviço.

Comentários:

Gabarito: E.

A questão vai de encontro com a súmula 172, do STJ:

"Compete à Justiça comum processar e julgar militar por

crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em

serviço."

14) (CESPE - Juiz do trabalho - TRT 5ª Região) No que se refere ao

crime de abuso de autoridade, a sanção penal por crime de abuso de

autoridade poderá consistir em perda de cargo e inabilitação para o

exercício de qualquer outra função pública, por prazo de até 10 anos.

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Comentários:

Gabarito: E.

A lei em seu art. 3º, menciona que dentre as diversas sanções

previstas, caberá a perda do cargo e a inabilitação para o exercício de

qualquer outra função pública pelo prazo de até três anos.

15) (CESPE - 2004 - Analista Judiciário - TJ-DF) É indispensável à

configuração do crime de abuso de autoridade que o agente exerça

função pública remunerada e de caráter não transitório.

Comentários:

Gabarito: E.

Considera-se autoridade quem exerce cargo, emprego ou

função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que

transitoriamente e sem remuneração.

16) (FUNCAB - 2013 - PC-ES - Perito em Telecomunicação)

Assinale a alternativa que NÃO contenha umas das hipóteses

legais de abuso de autoridade.

A) Levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar

fiança, inclusive quando se tratar de crime hediondo.

B) Deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou

detenção de qualquer pessoa.

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C) Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as

formalidades legais ou com abuso de poder.

D) Submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a

constrangimento não autorizado em lei.

E) Recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de

importância recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de

qualquer outra despesa.

Comentários:

Gabarito: A.

O erro do item está na parte final, pois a Lei diz quando

"permitida em Lei", pois nem sempre será!

17) (VUNESP - 2012 - SPTrans - Advogado Pleno - Cível) De

acordo com a Lei n.º 4.898/65 (Abuso de Autoridade), é correto

afirmar que

A) a pena administrativa mais grave é a destituição da função.

B) o processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de

aguardar a decisão da ação penal ou civil.

C) a sanções penais de multa, detenção e perda do cargo não podem ser

aplicadas cumulativamente.

D) é imprescindível a apuração dos fatos por inquérito policial para

ajuizamento da ação penal.

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E) não é admitida a ação privada, ainda que inerte o órgão do Ministério

Público no que tange ao ajuizamento de ação penal.

Comentários:

Gabarito: B.

No art. 7º da Lei 4.898/65, deixa claro que o processo

administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a

decisão da ação penal ou civil.

18) (FUNIVERSA - 2011 - SEPLAG-DF - Auditor Fiscal de

Atividades Urbanas - Transportes) A Lei n.º 4.898/1965 regula o

direito de representação e o processo de responsabilidade

administrativa, civil e penal, nos casos de abuso de autoridade. No

tocante à sanção administrativa, a pena será aplicada de acordo

com a gravidade do abuso cometido e não consistirá em

A) afastamento preventivo.

B) destituição de função.

C) advertência.

D) demissão, a bem do serviço.

E) repreensão.

Comentários:

Gabarito: A.

Vejamos o art. 6º § 1º:

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"Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção

administrativa civil e penal.

§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a

gravidade do abuso cometido e consistirá em:

A) advertência;

B) repreensão;

C) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a

cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens;

D) destituição de função;

E) demissão;

F) demissão, a bem do serviço público."

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Questões propostas

1) (FCC - 2011 - TCE-SE - Analista de Controle Externo -

Coordenadoria Jurídica) Para crimes de abuso de autoridade

previstos na Lei no 4.898, de 09/12/1965, NÃO há previsão de

aplicação da sanção penal de

A) detenção.

B) multa.

C) advertência.

D) a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública

pelo prazo até três anos.

E) perda do cargo.

2) (FCC - 2012 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Juiz do Trabalho - Prova

TIPO 4) Para efeito de tipificação dos crimes de abuso de

autoridade, considera-se autoridade

A) somente quem exerce cargo de natureza militar não

transitório.

B) quem exerce cargo de natureza civil, desde que remunerado.

C) apenas quem exerce cargo de natureza militar remunerado.

D) quem exerce emprego público de natureza civil, desde que não

transitório.

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E) quem exerce função pública de natureza civil, ainda que não

remunerada.

3) (FCC - 2011 - TRE-AP - Analista Judiciário - Área Judiciária) No

que concerne aos crimes de abuso de autoridade e a legislação

específica que rege a matéria é correto afirmar:

A) Considera-se autoridade, para os efeitos da Lei no 4.898/65,

quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil,

ou militar, ainda que transitoriamente, sempre mediante

remuneração.

B) Não constitui abuso de autoridade o ato lesivo da honra de

pessoa natural ou jurídica, quando praticado com desvio de poder

ou sem competência legal.

C) Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial,

civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a

pena, autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer

funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por

prazo de um a cinco anos.

D) Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima,

aquele, no prazo de cinco dias, denunciará o réu, desde que o fato

narrado constitua abuso de autoridade.

E) O processo administrativo poderá ser sobrestado para o fim de

aguardar a decisão da ação penal ou civil.

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4) (CESPE - 2010 - Advogado - Caixa) A prática de crime de abuso

de autoridade acarreta para o agente a responsabilidade

administrativa, civil e penal. A perda da função pública e a

inabilitação para o exercício de qualquer função pública são

efeitos automáticos da sentença penal condenatória por esse

delito.

5) (CESPE -2010 - Defensor Público - DPU) Considere que um

militar, no exercício da função e dentro de unidade militar, tenha

praticado crime de abuso de autoridade, em detrimento de um

civil. Nessa situação, classifica-se a sua conduta como crime

propriamente militar, porquanto constitui violação de dever

funcional havida em recinto sob administração militar.

6) (CESPE - 2010 - Auditor do Estado - SECONT-ES) Quanto ao

crime de abuso de autoridade, o atentado contra a incolumidade

física do indivíduo abrange qualquer forma de violência, incluindo

a moral (grave ameaça).

7) (CESPE - 2008 - Procurador - Pref. Natal) A lei nº 4.898/65

(abuso de autoridade) não traz a previsão de delito de atentado.

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8) (CESPE - 2008 - Procurador - Pref. de Natal) A pena privativa

de liberdade para todos os delitos previstos na lei nº 4.898/65

(abuso de autoridade) varia de 10 dias a 6 meses, razão pela qual

é cabível a substituição por multa, uma vez que essa pena não

pode ultrapassar um ano.

9) (CESPE - 2008 Agente fiscal - Pref. Teresina-PI) O crime de

abuso de autoridade não pode ser praticado por fiscal de tributos,

uma vez que o conceito legal de autoridade inclui apenas os

membros da polícia militar e civil no regular exercício da função

10) (CESPE - 2009 - Agente fiscal) Nos crimes de abuso de

autoridade, caso o órgão do MP não ofereça a denúncia no prazo

fixado, será admitida ação penal privada.

11) (CESPE - 2007 - Juiz – TJ-AC) Com relação ao crime de abuso

de autoridade, inexiste condição de procedibilidade para a

instauração da ação penal correspondente.

12) (CESPE - Juiz do trabalho - TRT 5ª Região) No que se refere

ao crime de abuso de autoridade, eventual falha na representação,

ou sua falta, não obsta a instauração da ação penal.

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13) (CESPE - Juiz do trabalho - TRT 5ª Região) No que se refere ao

crime de abuso de autoridade, compete à justiça militar processar

e julgar crime de abuso de autoridade praticado por policial

militar em serviço.

14) (CESPE - Juiz do trabalho - TRT 5ª Região) No que se refere

ao crime de abuso de autoridade, a sanção penal por crime de

abuso de autoridade poderá consistir em perda de cargo e

inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública, por

prazo de até 10 anos.

15) (CESPE - 2004 - Analista Judiciário - TJ-DF) É indispensável à

configuração do crime de abuso de autoridade que o agente

exerça função pública remunerada e de caráter não transitório.

16) (FUNCAB - 2013 - PC-ES - Perito em Telecomunicação)

Assinale a alternativa que NÃO contenha umas das hipóteses

legais de abuso de autoridade.

A) Levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a

prestar fiança, inclusive quando se tratar de crime hediondo.

B) Deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a

prisão ou detenção de qualquer pessoa.

C) Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual,

sem as formalidades legais ou com abuso de poder.

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D) Submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a

constrangimento não autorizado em lei.

E) Recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de

importância recebida a título de carceragem, custas, emolumentos

ou de qualquer outra despesa.

17) (VUNESP - 2012 - SPTrans - Advogado Pleno - Cível) De

acordo com a Lei n.º 4.898/65 (Abuso de Autoridade), é correto

afirmar que

A) a pena administrativa mais grave é a destituição da função.

B) o processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim

de aguardar a decisão da ação penal ou civil.

C) a sanções penais de multa, detenção e perda do cargo não

podem ser aplicadas cumulativamente.

D) é imprescindível a apuração dos fatos por inquérito policial

para ajuizamento da ação penal.

E) não é admitida a ação privada, ainda que inerte o órgão do

Ministério Público no que tange ao ajuizamento de ação penal.

18) (FUNIVERSA - 2011 - SEPLAG-DF - Auditor Fiscal de

Atividades Urbanas - Transportes) A Lei n.º 4.898/1965 regula o

direito de representação e o processo de responsabilidade

administrativa, civil e penal, nos casos de abuso de autoridade. No

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tocante à sanção administrativa, a pena será aplicada de acordo

com a gravidade do abuso cometido e não consistirá em

A) afastamento preventivo.

B) destituição de função.

C) advertência.

D) demissão, a bem do serviço.

E) repreensão.

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Gabarito

1-C 2-E 3-C 4-E 5-E 6-E

7-E 8-E 9-E 10-C 11-C 12-C

13-E 14-E 15-E 16-A 17-B 18-A

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