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DIREITO PENAL E ECONÔMICO

Nesta série, analisaremos quatro temas fundamentais para o Direito Penal, o


Direito Processual Penal e o Direito Penal Econômico.

O direito ao silêncio e a presunção de inocência são temas basilares para que


possamos compreender a dinâmica do processo penal e das garantias
constitucionais. Já a lavagem de dinheiro e a evasão de divisas são temas
específicos e de extrema importância para o Direito Penal Econômico.

Esses temas estão, no entanto, interligados, pois a investigação de lavagem de


dinheiro e evasão de divisas segue a lógica do processo penal, com as suas
garantias constitucionais, inclusive a do direito ao silêncio e a da presunção de
inocência. A ideia é, portanto, não só compreender os temas mas também
analisar os aspectos relevantes e críticos que os correlacionam.

COMPETÊNCIAS

Conheça as competências que você deverá desenvolver ao longo deste objeto


de aprendizagem:

 identificar temas fundamentais do Direito Penal, do Direito Processual Penal


e do Direito Penal Econômico e
 analisar aspectos relevantes e críticos que se relacionam aos temas
fundamentais do Direito Penal.

BIBLIOGRAFIA

A seguir, você pode acessar a bibliografia recomendada pelo professor deste


objeto de aprendizagem.

Clique para acessar a bibliografia da disciplina.

BIBLIOGRAFIA
 JUNIOR, José Paulo. Crimes federais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009.
Esta obra tem o propósito de sistematizar o grande volume de informações a respeito
dos principais crimes da jurisdição federal, seja de competência exclusiva, seja
compartilhada com a Justiça Estadual, previstos tanto no Código Penal quanto nas leis
esparsas. O autor constrói uma completa análise dos crimes federais, à luz da
jurisprudência dos tribunais superiores e dos tribunais regionais federais, aliada a
indicações da doutrina específica.
 PRADO, Luiz Regis. Direito Penal Econômico. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2009; BALTAZAR
Esta obra examina os principais temas relacionados à matéria: ordem econômica,
relações de consumo, sistema financeiro, mercado de capitais, licitação, ordem
tributária, sistema previdenciário, lavagem de capitais e crime organizado.
 SILVA-SANCHEZ, Jesús Maria. A expansão do Direito Penal. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2002.
Nesta obra, o autor, um dos mais proeminentes penalistas da Espanha, examina as
principais causas e consequências da expansão do Direito Penal, apresentando um
retrato minucioso das transformações ocorridas na atualidade nessa área do Direito,
relacionando-o à criminalidade moderna e à globalização. Trata-se de um guia filosófico
capaz não somente de orientar aqueles que desejam aprofundar-se nos diversos temas
nele abordados como também serve como baliza extremamente útil àqueles que detêm o
poder de elaborar as leis penais e o dever de aplicá-las com isenção e justiça.

THIAGO BOTTINO

FORMAÇÃO ACADÊMICA

 Pós-Doutor pela Columbia Law School.


 Doutor (2008) e Mestre (2004) em Direito pela PUC-Rio.
 Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS

 Coordenador acadêmico da graduação e professor pesquisador adjunto da FGV


DIREITO RIO.
 Membro do corpo docente permanente da Pós-graduação Stricto Sensu da FGV
DIREITO RIO.
 Membro efetivo do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB).
 Integrante da Comissão Permanente de Direito Penal e da Comissão de Direitos
Humanos.
descriç

Unidade 1

DIREITO AO SILÊNCIO

Nesta unidade, analisaremos o direito ao silêncio, que assegura o direito de a


pessoa permanecer calada e de ser informada sobre esse fato pela autoridade.

Trataremos também do direito de a pessoa não produzir provas contra si, ou


seja, o direito de não se autoincriminar. Por fim, estudaremos a garantia à
assistência de um advogado.

OBJETIVOS

Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de:

 compreender o direito ao silêncio, a sua fundamentação e abrangência e


 analisar a jurisprudência referente aos direitos de silêncio e de não
autoincriminação.

1.1 O DIREITO AO SILÊNCIO E AS SUAS ESPECIFICIDADES

DIREITO AO SILÊNCIO

Na videoaula a seguir, abordaremos o direito ao silêncio, previsto no art. 5º,


inciso LXIII da Constituição. Observe a quem se destina esse direito.
Na videoaula, também é apresentada a interpretação do Supremo Tribunal
Federal. Observe a abrangência da garantia à assistência de um advogado.
DIREITO AO SILÊNCIO, ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS E
COLABORAÇÃO PREMIADA

A Lei nº 12.850/13 trata das organizações criminosas e, no seu artigo 4º, prevê
a possibilidade de haver colaboração premiada. No entanto, no parágrafo 14 do
mesmo artigo, a lei exige que o colaborador renuncie ao direito de silêncio,
devendo prestar o compromisso de dizer a verdade. Essa renúncia deve ser
feita na presença do seu advogado.

Nesse caso, resta a dúvida: o sujeito pode mesmo renunciar à garantia


constitucional do direito ao silêncio?

O sujeito não pode renunciar ao direito fundamental, mas, quando é


colaborador, pode optar por não o exercer.

LEITURA
Leia o texto a seguir para compreender a abrangência do direito ao silêncio quanto à
testemunha.

Clique para acessar o texto Violação do direito ao silêncio torna ilícito depoimento
de testemunha, afirma STJ.

https://www.conjur.com.br/2018-out-03/violacao-direito-silencio-torna-ilicito-
depoimento-testemunha

LEITURA
Leia o texto a seguir para compreender a abrangência do direito de não se
autoincriminar nas “blitz da Lei Seca”.

Clique para acessar o texto Motorista não pode ser multado por se recusar a

fazer o bafômetro , de Flávio Filizzola D’Urso.


https://www.migalhas.com.br/depeso/280167/motorista-nao-pode-ser-multado-por-se-
recusar-a-fazer-o-bafometro

VAMOS PRATICAR?
Uma testemunha assume o compromisso de dizer a verdade, sob as penas da
lei. Esse compromisso impede essa testemunha de exercer o direito de se
manter calada?

A testemunha poderá se manter calada, exercendo o seu direito ao silêncio,


para evitar a sua autoincriminação. O direito ao silêncio abrange não apenas o
preso mas também as pessoas em geral, inclusive, as testemunhas.

Unidade 2

PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA

Nesta unidade, analisaremos a garantia constitucional da presunção de


inocência. Essa garantia dispõe que ninguém será considerado culpado até o
trânsito em julgado da sentença penal condenatória.

OBJETIVO

Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de compreender a


presunção de inocência e os seus desdobramentos.

2.1 A PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA E OS SEUS DESDOBRAMENTOS

PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA

Na videoaula a seguir, analisaremos a garantia constitucional de que ninguém


será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal
condenatória.

Atente para a explicação sobre as três normas decorrentes da presunção de


inocência.

PRISÃO CAUTELAR
A prisão apenas deveria ocorrer com o trânsito em julgado da sentença
condenatória.

Em razão da regra de tratamento decorrente do princípio da presunção de


inocência, todo recurso penal tem efeito suspensivo, impedindo a execução
provisória da pena.

A lei não prevê efeito suspensivo para recurso extraordinário e especial, o que,
no entanto, não faria diferença, em razão da regra de tratamento que exigiria o
efeito suspensivo também nesses dois recursos. Nesse sentido, confira STF,
HC nº 84.078.
Ocorre que o Supremo mudou a sua posição, passando a entender que os
recursos extraordinário e especial não possuem efeito suspensivo e, portanto,
permitem a execução provisória da pena.

LEITURA
Leia o texto a seguir, para ver como o STF sumulou a regra de tratamento quanto ao uso
de algemas.

Clique para acessar o texto Súmula vinculante nº 11, do STF.

http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumario.asp?sumula=1220

Súmula Vinculante 11
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de
fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou
de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de
nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.

Acesse a área de pesquisa do site do STJ e busque a Súmula n° 347 para conhecer o
entendimento do Supremo acerca da presunção de inocência.

https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp#TIT1TEMA0

SÚMULA N. 347. O conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua


prisão. Referências: CF/1988, art. 5º, LIV e LV. CPP, arts.
Acesse a área de pesquisa do site do STJ e busque a Súmula n° 444, sobre a
utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-
base.
Súmula 444 - É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em
curso para agravar a pena-base. (Súmula 444, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
28/04/2010, DJe 13/05/2010)

LEITURA
Para saber mais sobre prisão cautelar, leia o texto a seguir e entenda a
problemática que envolve a discussão quanto à possibilidade ou não de prisão
após decisão condenatória de segunda instância, mas antes do trânsito em
julgado.
https://www.conjur.com.br/2018-fev-24/jose-jacomo-prisao-segunda-instancia-
nao-fere-constituicao

VAMOS PRATICAR?
Apresente os argumentos para a prisão após a condenação em segunda
instância, mas antes do trânsito em julgado da sentença penal, trabalhando a
relação com o conceito da presunção de inocência.
Segundo a Constituição, “LVII – ninguém será considerado culpado até o
trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Não se fala em inocência,
mas apenas em culpa. Portanto, melhor seria “princípio da não culpabilidade”,
ao invés de “princípio da presunção de inocência”. Ao não se presumir que a
pessoa seja inocente, é possível que haja prisões cautelares, investigações e
processamentos. Se a pessoa é considerada presumidamente inocente, seria
incoerente permitir a sua prisão cautelar, investigação e processamento.
Assim, não sendo presumidamente inocente antes do trânsito em julgado e já
com duas instâncias de julgamento transcorridas, é possível a prisão do sujeito
condenado, mesmo sem o trânsito em julgado da sentença condenatória.

Unidade 3

LAVAGEM DE DINHEIRO

Nesta unidade, entenderemos o que é lavagem de dinheiro e qual é a sua


dinâmica, passando por cada uma das suas fases, que são ocultação,
dissimulação e integração.

Por provir de infração penal, é importante discutir sobre a sua autonomia em


relação a essa infração, ou seja, se seria ou não possível condenar o sujeito
sem a análise da infração antecedente.
OBJETIVOS

Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de:

 entender o que é lavagem de dinheiro e qual é a sua dinâmica e


 analisar a autonomia da lavagem de dinheiro quanto à infração penal
antecedente.

3.1 A LAVAGEM DE DINHEIRO E AS SUAS FASES

LAVAGEM DE DINHEIRO

Na videoaula a seguir, trataremos do crime de lavagem de capitais, que


consiste na conduta de quem oculta ou dissimula a origem de bens, direitos ou
valores provenientes de infração penal.

Atente para a dinâmica do crime e as suas fases.

LEITURA
Leia o texto a seguir para compreender a ação controlada, mecanismo relevante de
investigação nos casos de crime de lavagem de dinheiro.

Clique para acessar o texto Em que consiste a ação controlada?, de Flávia Teixeira
Ortega.

https://draflaviaortega.jusbrasil.com.br/noticias/334547460/em-que-consiste-a-acao-
controlada

Leia o texto a seguir para saber a diferença entre lavagem de dinheiro e caixa dois.

https://brendaliciaalmeida.jusbrasil.com.br/artigos/572104046/operacao-lava-jato-quais-
foram-os-principais-crimes

VAMOS PRATICAR?
Parte superior do formulário
Leia atentamente o seguinte trecho do relatório de um acórdão do Superior
Tribuna de Justiça:
“(...) No presente [habeas corpus], alegam os impetrantes que o
constrangimento ilegal sofrido pelo paciente consiste na ausência de justa
causa para manter a condenação remanescente no delito de lavagem de
dinheiro, pois sustentam que o paciente não tinha ciência dos valores
ilícitos repassados à empresa da qual tinha participação societária, não
havendo, portanto, dolo em dissimular a origem do numerário. Ademais,
sustentam que diante da absolvição do paciente em relação ao crime
antecedente de peculato, não há como se entender configurado o crime
de lavagem”. (STJ. HC 309949 DF 2014/0309753-9, Relatora Ministra
Maria Thereza de Assis Moura, Data de Julgamento: 03/03/2015, Sexta
Turma, Data de publicação DJe 09/03/2015)
Diante desse caso, analise a necessidade de dolo do sujeito para a prática do
crime de lavagem de dinheiro e se esse crime é um delito acessório ou
autônomo.
Segundo a ementa do próprio julgado, aplicando as regras sobre o tema, “o
crime de lavagem de dinheiro tipifica-se desde que o agente saiba que o
montante pecuniário auferido, por meio de dissimulação, é produto de crime
antecedente. Não se exige que tenha o agente sido condenado,
especificamente, pelo ilícito penal que antecede a reciclagem dos valores”.

Unidade 4

EVASÃO DE DIVISAS

Nesta unidade, analisaremos a evasão de divisas, entendendo a origem da sua


tipificação no Brasil como ilícito penal, previsto no artigo 22, caput e parágrafo
único da Lei nº 7.492/86, que trata dos crimes contra o Sistema Financeiro
Nacional.

OBJETIVOS

Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de:

 compreender a evasão de divisas e as suas modalidades e


 identificar a evasão de divisas no cenário nacional.

4.1 A EVASÃO DE DIVISAS E AS SUAS MODALIDADES

A evasão de divisas se enquadra em diferentes modalidades. São elas:


 efetuar operação de câmbio não autorizada para promover evasão de
divisas do país;
 promover, sem autorização legal, a saída de moeda ou divisa para o exterior
e
 manter no exterior depósitos não declarados à repartição federal
competente.

EVASÃO DE DIVISAS

Na videoaula a seguir, analisaremos as diferentes modalidades da evasão de


divisas.

Atente para a dinâmica da operação dólar-cabo, que não se encaixa


exatamente nas modalidades anteriores, mas foi interpretada pelo judiciário
como sendo crime de evasão de divisas.

LEITURA
Leia o texto a seguir para saber mais sobre o Regime Especial de
Regularização Cambial e Tributária no Brasil.

Clique para acessar o texto É necessário desmistificar a "repatriação de


recursos", de Guilherme Cardoso Leite e Leonardo Pimentel Bueno.

https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/e-necessario-desmistificar-a-repatriacao-de-
recursos-24042017

VAMOS PRATICAR?
Observe o caso a seguir.
Um sujeito residente no Brasil praticou atos de corrupção e remeteu o dinheiro
para o exterior.

Em face do Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária existente


no Brasil, ele deseja buscar a anistia prevista para quem repatriar os recursos
não declarados em contas no exterior.

O sujeito do caso apresentado tem direito de repatriar os recursos com base no


referido Regime Especial?
O sujeito tem direito somente aos bens e direitos de origem lícita, entendidos
como aqueles adquiridos por meio de recursos oriundos de atividades
permitidas ou não proibidas pela lei, bem como objeto, produto ou proveito dos
crimes anistiados pela lei.

Nesta série, vimos aspectos relevantes e críticos acerca da relação entre os


seguintes temas: direito ao silêncio, presunção de inocência, lavagem de
dinheiro e evasão de divisas.

Esperamos que, com isso, você seja capaz de:

 identificar a extensão do direito ao silêncio;


 compreender a dinâmica da presunção de inocência, que permite algumas
medidas mesmo antes do trânsito em julgado da sentença condenatória;
 discutir sobre a lavagem de dinheiro e os seus aspectos legais e
 identificar os aspectos atuais da evasão de divisas, especialmente a
repatriação de recursos.
Boa jornada até o sucesso!

Questão 1

Questão 2
Questão 3

Questão 4
Questão 5

Questão 6
Questão 7

Questão 8

Questão 9
Questão 10
Obtive 80% de aproveitamento.

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