Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SEGUNDO RESUMO:
ABUSO DO DIREITO
PALMAS DO TOCANTINS
2023
SUMÁRIO
Direito Civil I - Parte Geral
PALMAS DO TOCANTINS
2023
1. QUANDO SURGI O ABUSO DE DIREITO.
Há várias linhas racionais sobre a origem do Abuso de Direito. O conceito de
abuso de direito é uma concepção jurídica que evoluiu ao longo do tempo e tem as
suas raízes na tradição jurídica romana, ou seja, foi na Idade Média para a
Moderna que a concepção atual de abuso de direito surgiu, tanto com a
jurisprudência francesa, como também com o aparecimento de novas leis e
codificações que tratavam do tema. No entanto, a sua formulação moderna e o seu
reconhecimento como princípio jurídico substantivo surgiram principalmente no
século XIX, graças às contribuições significativas de juristas europeus. “Abuso de
direitos” refere-se ao uso inadequado ou excessivo de direitos que causa danos
injustos a terceiros. Este princípio é geralmente aplicável no direito civil e comercial
e é reconhecido em diversas jurisdições em todo o mundo. Vale a pena notar que a
interpretação e aplicação do conceito de abuso de direito pode variar de país para
país e pode ser afetada por leis e precedentes locais. Normalmente, este conceito
é utilizado para garantir um equilíbrio entre a proteção dos direitos individuais e a
prevenção de comportamentos prejudiciais ou antiéticos. Com isso, o Direito
moderno surgi com o código civil Francês de 1804 – código de Napoleão –,
segundo Francisco Amaral (1999), esse código foi elaborado no ápice do
absolutismo moderno, representando o triunfo do individualismo liberal expresso no
caráter absolutismo do direito de propriedade e no princípio da liberdade contratual
que afirma ser o contrato lei entre as partes, e surgi também com o código Alemão
de 1900 - Bürgerliches Gesetzbuch. Desta forma, o Abuso do Direito nasce com
renitência a esse individualismo, sendo as decisões da jurisprudência francesa,
proferidas no final no século XIX, de onde se inicia essa teoria.
Por último, com base no critério adotado, a noção de abuso do direito poderá
variar, ou seja, enquanto os objetivistas admitem o abuso do direito como um desvio
em seu exercício, pois nesse caso falta ao titular o interesse legítimo em exercê-lo;
para os subjetivistas, o abuso do direito consiste no seu uso com a intenção
deliberada de causar dano a outro indivíduo.
A teoria objetiva no abuso de direito ocorre quando este é exercido for de sua
normalidade, excedendo-se dentro de sua finalidade social, de boa-fé e bons
costumes e, com isso, exclui-se, portanto, a culpa em sua caracterização. Leva em
conta a intenção do agente manifestada por sua conduta, pouco importando se os
meios por ele empregados ou o objeto do crime eram ou não idôneos para a
produção do resultado e, assim, seja a inidoneidade absoluta ou relativa, em
qualquer hipótese haverá tentativa.
3.3. BOA-FÉ.
Desse modo, o Leonardo Greco afirma que: “bem aplicado, esse princípio (...)
serve com certeza mais adequadamente ao processo liberal”, pois serve à proteção
dos direitos subjetivos dos litigantes, “pois a eficácia das garantias fundamentais do
processo impõe um juiz tolerante e partes que se comportem com lealdade”.
Portanto, o Código Civil vigente adotou o princípio da eticidade, valorizando as
condutas guiadas pela boa-fé, principalmente no campo obrigacional.
Por último, o Código Civil de 2002 trouxe a fórmula expressa para definir a
ilicitude no modo do exercício do direito, com isso, de acordo com o art. 187,
“comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente
os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
costumes”.
5. REFERÊNCIAS.
STOCO, Rui. Abuso do direito e má-fé processual. São Paulo: Revista dos
Tribunais, p. 721-732, 2002.