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Pedacinhos de letras
quarta-feira
CURSO: DIREITO
Manoel, brasileiro, foi preso em flagrante delito, vendendo substância entorpecente. Em sua
defesa alega que não deve ser submetido ao procedimento previsto na Lei de Entorpecentes
– 11.343/06, haja vista que não concorda com a criminalização de sua atitude e que é uma
pessoa de “mente aberta diferente do restante da coletividade”. É acertada a “defesa” feita
por Joaquim? JUSTIFIQUE baseando-se na característica da heteronomia das normas
jurídicas.
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02/01/2024, 16:55 Pedacinhos de letras: Exercício sobre fontes do Direito e Norma Jurídica com Gabarito
“De acordo com a lógica de funcionamento do Estado de Direito, no momento em que uma
norma se torna jurídica qualquer que tenha sido sua origem remota (e.g.: a religião, a moral
ou a economia) seu cumprimento passa a ser obrigatório para todos – inclusive para o Poder
Público – o que requer um aparato estatal capaz de impor essa obediência, direta ou
indiretamente, caso ela não seja obtida de forma voluntária”. (BARCELLOS, Ana Paula de.
A Eficácia Jurídica dos Princípios Constitucionais – O Princípio da Dignidade da Pessoa
Humana – Rio de Janeiro: Renovar, 2002, p. 33).
Crime teria ocorrido durante briga familiar; vítima levou um tiro na cabeça e assassino foi
baleado.
Uma tragédia familiar causou comoção ontem nos moradores de um prédio de classe média
do Leblon. 0 contador (...) matou com um tiro na cabeça a única filha de 30 anos. O motivo
do crime teria sido um desentendimento entre pai e filha, que era usuária de drogas – fato
que já teria causado há cerca de três anos o suicídio da mãe (...)
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“A ‘paz’ produzida pelo Direito apenas pode ser ‘relativa’. ‘Relativa’ porque, se entende por
paz a ‘ausência de força’; como o Direito precisa de força para conter os impulsos
agressivos, a paz que promove não é absoluta. O Direito combate a força arbitrária,
substituindo-a pela força regulada por normas e parafraseada em pressupostos, requisitos e
ritos de aplicação”. (KELSEN, Hans. Apud SGARBI, Adrian. Hans Kelsen, Ensaios
introdutórios, 2001-2005. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p. 4).
O trecho acima cuida de uma das características da norma jurídica. Identifique, explique-a e
comente acerca da necessidade da utilização da força na aplicação do Direito.
Resposta: A característica evidenciada no texto de Hans Kelsen é a coerção entendida como uma
reserva de força a serviço do Direito. A coerção se faz necessária no momento do cumprimento da
norma jurídica pelo seu destinatário e quando de sua aplicação pelo operador do direito, exercendo a
força necessária no momento para o seu cumprimento.
Questão Objetiva
Luiza namorava Antonio, e terminou seu relacionamento para casar com Caio, ex-melhor
amigo de Antonio. Certo dia, Antonio encontra o casal na rua e tem o ímpeto de matá-los,
todavia, vem à sua mente a previsão do Código Penal acerca do homicídio: reclusão de seis a
vinte anos. Apesar da enorme raiva que sente, não pretende passar anos encarcerado em um
presídio e, por tal razão, desiste de levar a efeito a sua ideia de matá-los. O sentimento de
Antônio liga-se a uma das etapas do processo de aplicação das sanções em caso de violação
das normas jurídicas. Qual?
a) Coação.
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b) Sanção.
c) Coerção.
d) Premeditação.
e) Imperatividade.
Resposta: Letra “b”. A sanção descrita na norma jurídica relativa ao tipo penal do homicídio atua no
sentido pedagógico de desencorajamento do comportamento homicida.
Julieta, com 14 anos de idade, grávida, casou-se, às escondidas, com Romeu, também com
14 anos de idade. Quando as famílias descobriram o casamento, buscaram auxílio de um
advogado para informarem-se acerca da possibilidade de anulação do referido casamento. O
advogado, então, mostrou-lhes os seguintes artigos do Código Civil:
Art. 1517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização
de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
(...)
Art. 1520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a
maioridade núbil para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de
gravidez.
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(...)
Art. 1551. Não se anulará por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez.
Resposta: Norma imperfeita. Pois não invalida o ato, nem estabelece sanção ao
transgressor. Tal procedimento justifica-se, por razões relevantes, de natureza
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social e ética.
Questões Discursivas
Resposta: Norma jurídica perfeita. Se violada, resultará na nulidade do negócio jurídico realizado.
2) Prevê o artigo 195 da Constituição da República que: “A seguridade social será financiada
por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais: (...)”. Classifique essa norma jurídica quanto ao critério
da aplicabilidade e estabeleça a diferença entre as normas jurídicas auto-aplicáveis,
dependentes de complementação e as dependentes de regulamentação.
Resposta: O processo legislativo tem por objeto as espécies normativas arroladas no art. 59 da CF,
que serão examinadas segundo sua natureza e o processo de sua elaboração.
As leis complementares não são tipificadas pela CF segundo critério ontológico. Caracterizam-se
pelos assuntos que a Carta lhes reservar e pelo quorum de aprovação. Assim, aquelas matérias
indicadas na CF como próprias de lei complementar não podem ser tratadas pelas leis ordinárias,
que não têm força para modificar preceitos nela contidos, salvo se cuidares de assunto de lei
ordinária.
As leis ordinárias apresentam o mesmo processo de elaboração das leis comuns que respeitam as
seguintes fases: a iniciativa, com a apresentação do projeto, que a seguir será objeto de discussão
nas comissões técnicas, sendo submetido à votação e aprovação pelas Casas Legislativas. Uma vez
aprovado será apresentado ao chefe do Poder Executivo para sanção ou veto. Após sanção, o
projeto segue para promulgação e publicação na Imprensa Oficial.
As medidas provisórias estão previstas no art. 62 da CF, nos seguintes termos: em caso de
relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de
lei, devendo submetê-las, de imediato ao Congresso Nacional.
Os decretos legislativos são ”as leis que a CF não exige a remessa ao Presidente da República para
sanção (promulgação ou veto)” – Pontes de Miranda. Para José Afonso da Silva, decretos legislativos
são “ atos destinados a regular matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49 da
CF) que tenham efeitos externos a ele; independem de sanção e de veto”.
Questão Objetiva
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a) Congresso Nacional.
c) Senado Federal.
A revista Veja, na edição de 14 de junho de 2006, publicou uma notícia cujo teor é: “É lei,
mas ninguém cumpre. Uma lei de 1997 determina que os documentos de identificação (RG,
CPF, carteira de trabalho, entre outros) sejam substituídos por um registro único até 2007.
Como o governo não criou o registro, a lei é mais uma daquelas que não pegaram. Outras
leis que não pegaram:
- Viagem facilitada: empresas de ônibus interestaduais deveriam dar assentos gratuitos para dois
idosos em cada veículo e oferecer desconto de 50% para os outros passageiros com mais de
60 anos. A lei existe desde 2003.
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Resposta: As normas jurídicas para serem vigentes precisam ser publicadas no Diário Oficial e
cumprir o prazo da vacatio legis, caso haja. Neste quesito, todas as normas citadas na reportagem
são vigentes. Sob o ponto de vista da validade formal, as normas citadas também são válidas, uma
vez que o processo legislativo foi obedecido, e duas delas estão previstas em normas de grande
relevância, quais sejam: o Estatuto do Idoso e o Estatuto do Torcedor. Todavia, não se pode dizer
que são socialmente válidas, uma vez que não são capazes de produzir efeitos práticos perceptíveis
na sociedade. Assim, as normas citadas na reportagem carecem de validade social, que nos dizeres
de Tércio Sampaio Ferraz Jr., “a eficácia é uma qualidade da norma que se refere à sua adequação
em vista da produção concreta de efeitos. A norma será eficaz se tiver condições fáticas de atuar, por
ser adequada à realidade (eficácia semântica) e condições técnicas de atuação (eficácia sintática),
por estarem presentes os elementos normativos para adequá-la à produção de efeitos concretos”.
União Estável. Direito. Herança. Lei n°8.971/94. Lei n° 9278/96. O art. 2°, III da Lei
n°8.971/94 não foi revogado pela Lei n° 9278/96. É certo que os dois diplomas regulavam
a união estável, porém a nova regra não abrangeu a totalidade das matérias tratadas na lei
anterior. Destarte, o direito da companheira supérstite ao total da herança, quando inexistir
ascendente ou descendente do de cujus, restou incólume visto que a nova lei tocou somente
o direito real de habitação quanto ao imóvel destinado à residência familiar. Resta, então,
que não há incompatibilidade, mas sim integração. Note-se, por fim, que a hipótese é
anterior ao novo Código Civil. (REsp. n°747.619-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
07/06/05).
Resposta: No caso a Lei n° 9278/96 derrogou – revogou parcialmente a Lei n° 8971/94, uma
vez que somente parte dos temas tratados por esta foram regulados de modo diverso por
aquela. Além disso, ocorreu revogação tácita, já que a Lei n° 9278/96 determina a revogação
das disposições em contrário. Assim, todas as normas que cuidam de assuntos diversos dos
tratados por esta deverão ser mantidas. Percebe-se, então, que ambas cuidam do mesmo
tema genérico: união estável, pois tratam de assuntos diversos no que tange aos temas
Questão Objetiva
I – a lei perde a eficácia desde que comprovado o seu desuso por um período de tempo
superior a dez anos;
II – denomina-se repristinação o fenômeno pelo qual a lei revogada é restaurada quando a lei
que revogou perdeu a vigência;
III – a lei ordinária só pode ser revogada, de modo parcial (derrogada) ou total (ab-rogada),
por outra lei de natureza e hierarquia superiores;
IV – quando um preceito de uma lei contraria uma nova ordem constitucional falta-lhe
fundamento de existência e validade e, por isso, diz-se que ele não foi recepcionado;
a) II e IV;
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b) III e IV;
c) I e III;
d) I e V;
e) II e V;
Resposta: Letra “a”. O item “I” está incorreto, pois a lei somente é revogada por outra lei. O item “III”
está errado pois a lei pode ser revogada também por lei de igual hierarquia. O item “V” está errado
porque na aplicação da lei o juiz deverá levar em consideração os fins sociais a que ela se destina e
o bem comum.
Marcos foi condenado, em 31 de janeiro de 2005, a cumprir pena de seis meses de detenção
pela prática do crime de adultério. Seus familiares, entretanto procuram você, advogado, no
dia 29 de março de 2005, questionando-lhe acerca da possibilidade de Marcos ser libertado,
face à publicação da Lei n°11.106, de 28 de março de 2005, que entrou em vigor na data da
sua publicação.
Pergunta-se:
c) Quais os limites para que a norma jurídica tenha efeitos retroativos? Explique-os.
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02/01/2024, 16:55 Pedacinhos de letras: Exercício sobre fontes do Direito e Norma Jurídica com Gabarito
Resposta: Não. Já existe sentença transitada em julgado, que põem fim à lide judicial.
Resposta: Não. Em nosso sistema jurídico não é permitida a retroatividade das leis
como regra absoluta, somente excepcionalmente, nos casos previstos em lei, e, desde
que, sejam respeitados os princípios constitucionais do ato jurídico perfeito, da coisa
julgada e do direito adquirido, em razão da segurança nas relações jurídicas.
c) Quais os limites para que a norma jurídica tenha efeitos retroativos? Explique-os.
Em 1995, Alfredo ingressa com ação judicial pretendendo a restituição dos valores gastos
com os exames e o marca-passo não cobertos por seu plano de assistência, mais danos
morais, em razão da recusa ao fornecimento do material, que ele reputa injusta.
Você é o juiz que decidirá a questão, dê a sentença amparada na questão dos limites à
retroatividade das normas jurídicas.
Resposta: A sentença deverá negar o pedido de Alfredo, posto que, o contrato fora
celebrado sob a égide da legislação que vigorava à época de sua celebração. Portanto,
não será possível a retroatividade da CF e do CDC, pois deverá ser respeitado o ato
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02/01/2024, 16:55 Pedacinhos de letras: Exercício sobre fontes do Direito e Norma Jurídica com Gabarito
jurídico perfeito como garantia do princípio da segurança nas relações jurídicas, pois a
manutenção da segurança se constitui numa das finalidades do Direito.
Questões Objetivas
Antônio tem 31 anos de serviço público. Suponha que exista uma lei à época, que concede
direito à aposentadoria aos 30 anos de serviço. Suponha, ainda, que se edite lei nova que só
admite aposentadoria aos 35 anos de serviço público. Nesse caso, Antônio:
b) tem direito de aposentar-se e pode exercer esse direito sob a vigência da lei nova, com
fundamento na lei antiga;
c) não tem direito de aposentar-se, porque não exerceu esse direito sob a vigência da lei
antiga;
Resposta: Letra “b”. Antônio adquiriu o direito na vigência da lei anterior, independentemente de não
tê-lo exercido. Portanto, a lei nova não o alcança, a teor do que determinam os artigos 6o, da LICC e
5o, XXXVI, CF.
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02/01/2024, 16:55 Pedacinhos de letras: Exercício sobre fontes do Direito e Norma Jurídica com Gabarito
Resposta: Letra “c”. A antinomia pode ser conceituada como um conflito aparente de
normas jurídicas.
Resposta: O naturismo não pode ser entendido como costume, por não reunir os dois
elementos essenciais, quais sejam: objetivo – prática reiterada da conduta e subjetivo –
convicção da obrigatoriedade. Assim, o naturismo pode até ser entendido como um costume
social dependendo da moral social, mas não jurídico.
Resposta: Costume contra legem, uma vez que sua prática viola preceito do artigo 233 do
Código Penal. Sua admissibilidade dá-se em razão do reconhecimento de pessoas com
estilos de vida diferentes, que também precisam ser tutelados, desde que tais
comportamentos não violem a ordem pública, daí a delimitação de um espaço para que tal
prática seja realizada.
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02/01/2024, 16:55 Pedacinhos de letras: Exercício sobre fontes do Direito e Norma Jurídica com Gabarito
c. O artigo 233 do Código Penal foi revogado pelo costume? E pela decisão do STJ?
Resposta: Não. Os costumes contra legem não podem revogar lei. Uma lei somente pode ser
revogada por outra lei, conforme preceitua o artigo 2° da LICC. Pela decisão do STJ também
não, pois decisão judicial não revoga lei, somente as declaratórias de inconstitucionalidade.
a) Qual a espécie de costume invocado pelo magistrado, no voto vencido acima citado?
Resposta: Para fundamentar sua decisão, ou seja, o seu voto, o Desembargador afirmou que
as expressões utilizadas pelo jornalista fazem parte do costume e da prática usual da crítica
esportiva, um costume social peculiar ao futebol.
b) Quais os requisitos para que o costume possa ser fonte formal do Direito? O costume
invocado preenche tais requisitos? Justifique.
Resposta: O costume apresenta um elemento objetivo representado pela práxis social, isto é,
pela reiteração da conduta; e apresenta, ainda, um elemento subjetivo representado pela
necessidade e certeza da utilidade decorrentes da própria reiteração de conduta social,
residindo nela a sujeição do comportamento naquela direção. Os requisitos para que o
costume seja considerado fonte formal do direito, são os acima mencionados. O costume
invocado pelo Desembargador em seu voto, não p0reenche os requisitos necessários.
Resposta: Levando em consideração o fato do nosso direito apresentar uma origem romano-
germânica, caracterizando o sistema legalista, temos que nosso o primado é da lei. Neste
sentido a LICC, no seu art. 2º, estabelece que uma lei só pode ser revogada por outra.
caminho ou meio idôneo para ação humana obter um certo efeito. Não possuem
obrigatoriedade, nem coercibilidade. Devem ser adotadas somente àqueles que desejarem
obter os fins almejados, de acordo com a consciência que possam ter de sua necessidade e
utilidade.
II- A mídia, como formadora de opinião, constitui fonte formal secundária do direito,
porquanto influi na interpretação da legislação e em seu cumprimento.
Resposta: Falsa. As normas de direito são postas pelo legislador, pelos juízes, pelos usos e
costumes, podendo coincidir ou não os seus mandamentos com as convicções que a mídia
tem sobre o assunto. Pode-se criticar as leis, mas deve-se agir de conformidade com elas,
mesmo sem lhes dar adesão de nosso espírito. As manifestações de opinião veiculadas na
mídia carecerão sempre do poder de expressar o dever ser de conduta na ordem social-
jurídica. Isto significa que elas valem objetivamente, independentemente, e a despeito da
opinião e do querer dos obrigados. Essa validade objetiva e transpessoal das normas
jurídicas, as quais se põem acima das pretensões dos sujeitos de uma relação, superando-as
na estrutura de um querer irredutível ao querer dos destinatários, é o que se denomina
heteronomia. Foi Kant o primeiro pensador a trazer à luz essa norma diferenciadora,
afirmando ser a moral autônoma e o direito heterônomo. O direito é heterônomo, visto ser
posto por terceiros aquilo que juridicamente somos obrigados a cumprir. (Miguel Reale,
Lições Preliminares do Direito, p. 48/49).
Resposta: Verdadeiro. Há fontes do direito que estão acima do Estado, ou seja, fontes supra-
estatais do direito, independentes do consentimento do Estado, como por exemplo, os
costumes internacionais e fontes dependentes desse consentimento, como os tratados e
convenções internacionais. (Paulo Dourado de Gusmão, p. 133).
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02/01/2024, 16:55 Pedacinhos de letras: Exercício sobre fontes do Direito e Norma Jurídica com Gabarito
Resposta: Falso. Como leciona Miguel Reale, ao contrário do que pode parecer à primeira
vista, as divergências que surgem entre as sentenças, relativas às mesmas questões de fato e
de direito, longe de revelarem a fragilidade da jurisprudência, demonstram que o ato de
julgar não se reduz a uma atitude passiva, diante dos textos legais, mas implica notável
margem de poder criador. E este poder criador é que possibilita superar o descompasso
existente entre a norma legal e o fato social, dando dinâmica ao ordenamento jurídico, em
prol da justiça social.
Resposta: Letra “d”. A doutrina é considerada como fonte formal secundária do direito,
resultante da produção interpretativa e crítica dos doutos. Através da doutrina os operadores
do direito em geral podem extrair das obras, das teses, lições para a melhor compreensão,
entendimento e aplicação do direito.
Sugestão de gabarito: Discorrendo sobre tal instituto, o saudoso Mestre e Ministro aposentado do STF
Alfredo Buzaid deixou prelecionado in litteris:
“Uma coisa é a lei; outra, a súmula. A lei emana do Poder Legislativo. A súmula é uma apreciação do Poder
Judiciário, que interpreta a lei em sua aplicação aos casos concretos. Por isso, a súmula pressupõe sempre a
existência da lei e a diversidade de sua exegese. A lei tem caráter obrigatório; a súmula revela-lhe o seu
alcance, o sentido e o significado, quando ao seu respeito se manifestam simultaneamente dois ou mais
entendimentos. Ambas têm caráter geral. Mas o que distingue a lei da súmula é que esta tem caráter
jurisdicional e interpretativo. É jurisdicional, porque emana do Poder Judiciário; é interpretativo, porque
revela o sentido da lei. A súmula não cria, não inova, não elabora lei: cinge-se a aplicá-la, o que significa que
é a própria voz do legislador.
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02/01/2024, 16:55 Pedacinhos de letras: Exercício sobre fontes do Direito e Norma Jurídica com Gabarito
Se não entender assim, se a interpretação refugir ao sentido real da lei, cabe ao legislador dar-lhe
interpretação autêntica.
A súmula não comporta interpretação analógica” (in Anais do 17 Encontro dos Tribunais de Alçada do Estado
de Minas Gerais – BH, 31 de maio a 3 de junho de 1983). (Revista Jurídica Consulex – Ano VI – nº 136 – 15
de setembro de 2002, p. 46).
Sugestão de gabarito:
a) “As fontes materiais, ou fontes no sentido sociológico, são aquelas que determinam a
formação do direito objetivo, melhor dizendo, as causas que determinam a formulação da
norma jurídica, os seus motivos sociais, éticos ou econômicos. Por exemplo, saber por que o
legislador da Lei 9.278/96 estabeleceu dever alimentar e sucessório entre companheiros,
aqueles que vivem em união estável, é procurar as fontes materiais dessa
norma.”(Introdução ao Direito, J. M. Leoni Lopes de Oliveira, pag. 165)
b) “Fontes formais são os meios de expressão do Direito, as formas pelas quais as normas
jurídicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas.” (Introdução ao Estudo do Direito, Paulo
Nader, pag. 138)
c) Tendo como base o caso concreto acima, podemos dizer que as fontes materiais são os
erros cometidos pelos médicos e hospitais, geradores de danos a terceiros prejudicados. Já as
fontes formais são os Códigos Civil e de Defesa do Consumidor, que prevêem que tanto os
médicos quanto os hospitais devem indenizar pelos danos materiais, morais e estéticos que
venham a causar.
6 comentários:
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02/01/2024, 16:55 Pedacinhos de letras: Exercício sobre fontes do Direito e Norma Jurídica com Gabarito
otimo as explicação que pena que tem gente que usa para fins escolares ,quando na verdade copia e colar,
""intelignecia"" ééé´critica , qunado na vdd ´´e para explarecer as
informações...kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Responder
Adorei! Vou estudar pra prova desse semestre com varias questões dessas! Obg!
Responder
otima, ja respondi varias questões de uma prova minha antiga com essa explicações , ajudou muito
obrigaaadaaaaaaaaaa
Responder
Adorei ein!!Otimoo
Responder
muito obrigada , vou poder estudar para prova deste semestre por aqui, suas respostas são claras e
objetivas . Obrigada.
Responder
A questão sobre a irretroatividade da lei está incorreta. No Direito Penal ela pode retroagir para
beneficiar o réu... Trata-se de uma das duas únicas exceções da regra geral.
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Ezilda Melo
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02/01/2024, 16:55 Pedacinhos de letras: Exercício sobre fontes do Direito e Norma Jurídica com Gabarito
Alma poética e filosófica que vê arte em tudo. Feminista, Sertaneja, Advogada, Historiadora,
Professora Universitária, Pesquisadora, Mãe. No meu Lattes tem o registro das minhas
atividades acadêmicas. Escrevo, cuido das minhas crianças e amo. Neste blog, há anotações
sobre alguns interesses e ideias. Parece uma colcha de retalhos porque não trata sobre um
assunto específico. Cada postagem, nesse lugarzinho cibernético, tem um pouco de mim.
Sugestões e comentários são bem-vindos. Escreva-me, ficarei feliz com seu carinho na escrita:
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02/01/2024, 16:55 Pedacinhos de letras: Exercício sobre fontes do Direito e Norma Jurídica com Gabarito
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