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DOCTUM

2022.2

DIREITO CIVIL I – PARTE GERAL

APS ESTUDO DIRIGIDO

RHIAN AGNER PEREIRA DO CARMO

Trabalho apresentado à Faculdade


DOCTUM como tarefas de fixação da
Disciplina de Direito Geral I – Parte
Geral da Graduação de Bacharel em
Direito.

Professora: Ângela Vitória Andrade G. da Silva

Manhuaçu
2022
APS - ESTUDO DIRIGIDO

1. Qual o conceito de Direito Civil?

O direito civil é um ramo do direito que abrange questões jurídicas de


pessoas naturais e físicas, ditando os regramentos das relações diversas
na esfera privada.

2. Disserte sobre a dicotomia entre direito público e privado, bem como os


motivos de sua superação.

No que tange a definição e as diferenças concernentes da dicotomia do


direito público e direito privado destaca-se que o direito público e um
conjunto de normas jurídicas que disciplinam o exercício das atividades
públicas já o direito privado, pode ser definido como, sendo o conjunto
de normas que disciplinam o exercício das atividades privadas todavia
por ser uma classificação insuficiente em virtude da constitucionalização
do direito civil,e exigir do estado dos particulares uma leitura humanista da
constituição,voltada ao bem comum alternando -se cerne valorativo do
sistema jurídico no , no qual há superação patrimonialista tendo como foco
da proteção jurídica o ser humano e como guia o princípio da solidariedade
sendo assim e nítida a superação da dicotomia do direito público e o
privado sendo utilizado a classificação para fins didáticos atualmente

3. Diferencie o papel do Direito Civil no Estado Liberal e no Estado


Democrático de Direito.

Estado democrático de direito transformação do direito das coisas em


direito das pessoas direito civil e o estado liberal de direito civil voltado a
proteção da propriedade e os direitos de 1ª geração, figurado estado com
papel negativo

4. Quais os princípios norteadores do Código Civil de 2002?

Sociabilidade prioriza a previdência de valores coletivo, eticidade prioriza


a equidade a boa fé a justa causa e demais critérios éticos, operabilidade
leva em consideração que o direito e feito para ser efetivado /executado.
5. Conceitue fontes do Direito, diferenciando-as em fontes formais –
primárias esecundárias, exemplificando através dos artigos da LINBD, e
não formais.

Quando ao conceito da fonte do Direito, podemos dizer que segundo a


doutrina, a palavra “fonte” pode ter dois sentidos principais: Origem (de
onde vem) e Manifestações Jurídicas (formas de expressão do Direito)

Fontes formais: meio pelo qual as normas jurídicas se exteriorizam,


tornam-se conhecidas -> canais por onde se manifestam as fontes
materiais.

Fontes primária: (Fonte direta) – lei.

Fontes segundarias: costumes, analogias, princípios gerais direito.

Fonte não Formais: não constam da lei de introdução. Ex.: doutrina,


jurisprudência, equidade.

- Imperativo, autorizante (autoriza ou não determinada conduta),


obrigatoriedade.

6. Diferencie subsunção e integração.

Subsunção é a ação ou efeito de subsumir , isto é, incluir alguma coisa em


algo maior.

Integração consiste em traduzir normas jurídicas em medidas ou


mecanismos concretos, que possibilitam seu cumprimento e adotam os
meios necessários para torná-las efetivas.


7. Sobre a aplicação da lei no tempo, responda:

7.1. A lei entra em vigor imediatamente após a publicação?

Não. Leva 45 dias após a sua publicação.


7.2. Defina o que é a ab-rogação e exemplifique.

É a revogação total de uma lei pela edição de uma


nova. Lê-se lei em sentido amplo, abrangendo os
decretos e demais regulamentos que também poderão
sofrer ab-rogação. É também considerado o ato de
tornar nulo ou sem efeito a norma jurídica anterior.

7.3. Defina: direito adquirido; ato jurídico perfeito e coisa julgada.

Direito adquirido: É o Direito incorporado ao patrimônio


da pessoa.

Ato Jurídico Perfeito: É a manifestação de vontade


lícita e consolidada.

Coisa Julgada: É uma decisão judicial que não cabe


mais recurso.

8. Conceitue capacidade de gozo (ou direito) e de exercício, diferenciando-


as a partir de exemplos no caso concreto.

 Capacidade de gozo (ou direito): aquela para ser sujeito de


direitos edeveres na ordem privada, e que todas as pessoas
têm sem distinção. Capacidade de direito ou de
gozo -> Todas as pessoas possuem sem distinção
-> capacidade para ser sujeito de direitos e deveres.

Ex.: Questionamento: o sujeito acabou de nascer e não


possui qualquer documento que o reconheça, ele possui
capacidade de direito?
R.: Sim, pois a pessoa humana tem automaticamente
capacidade de direito ou de gozo.

 Capacidade de Exercício: é a capacidade de fato ou de


exercício que é a aptidão de exercer por si os atos da vida
civil. Se tal capacidade é limitada, o indivíduo tem
capacidade de direito, como todo ser humano, mas sua
capacidade de exercício (de fato) resta moderada, assim,
quem não é plenamente capaz, necessita de outra pessoa
para exteriorizar sua vontade no campo jurídico, por isso
são chamados de "incapazes".
9. A personalidade civil é a essência da personalidade humana,
caracterizada como a soma de aptidões da pessoa, havendo
questionamentos acerca do momento que demarca seu início. Sobre o
início da personalidade, tem-se o art. 2º, CC, o qual é bastante polêmico
e diz que “a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com
vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Sobre o fato, descreva as sobre as teorias que abordam sobre a situação
jurídica do nascituro, demonstrando a escolha do legislador no Código
Civil.

A respeito da situação jurídica do nascituro, há três correntes


doutrinárias:

 TEORIA NATALISTA: para tal teoria, o nascituro não é pessoa humana,


pois a personalidade começa do nascimento com vida. Os autores Silvio
Rodrigues, Caio Mário da Silva Pereira e Santiago Dantas,defendiam esta
teoria.

 TEORIA DA PERSONALIDADE CONDICIONAL: na opinião do professor


Flávio Tartuce, essa teoria equivale à natalista. O nascituro é considerado
pessoa se nascer com vida. Os defensores dessa teoria são Washington
de Barros Monteiro, Serpa Lopes e Arnaldo Rizzardo.

 TEORIA CONCEPCIONISTA: o nascituro é pessoa humana, tendo


direitos da personalidade desde a concepção. Essa teoria é defendida
pelos professores Rodolfo Pamplona, Cristiano Chaves e Nelson
Rosenvald.

 Escolha do legislador do nosso Código Civil é a teoria


CONCEPCIONISTA.

10. Com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, expressado pela Lei n°


13.146/2015 “a pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao
exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as
demais pessoas” (art. 84). Somada a esta premissa, o art. 3° do Código
Civil prevê que são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente
os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. Dessa maneira,
considere o caso de Nathalia, 25 anos, portadora de deficiência, que a
impede de realizar algumas atividades cotidianas que se apaixona por
Max 35, também deficiente. Ambos se decidem casar, mas a mãe de
Nathalia, em razão da deficiência da filha e a grande diferença de idade,
impede o casamento. Avalie a conduta da mãe de Nathalia e justifique
seu posicionamento à luz da teoria das incapacidades.
1º. Nathalia é portadora de deficiência, mas só a impede de
realizar algumas atividades cotidianas, desta forma não
se adéqua a ela a Lei da Incapacidade, pois a mesma já
tem mais de 16 anos.

2º. A deficiência não afeta a plena capacidade civil da


pessoa para casar-se, pois a mesma goza dos direitos e
deveres na ordem civil. Deste modo, a mãe da Nathalia
não poderá impedi - lá de casar.

3º. Para se aplicar a Teoria da Incapacidade em relação à


Nathalia, teria que haver deficiência e interdição como
prescreve o Art. 4º do Código Civil Brasileiro.

Estatuto da Pessoa com Deficiência:

Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da


pessoa, inclusive para:

I – casar-se e constituir união estável;


II – exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III – exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e
de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e
planejamento familiar;
IV – conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização
compulsória;
V – exercer o direito à família e à convivência familiar e
comunitária; e
VI – exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à
adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas.

11. Alberto, adolescente, obteve autorização de seus pais para


casar-se aos dezesseis anos de idade com sua namorada
Gabriela. O casal viveu feliz nos primeiros meses de casamento,
mas, após certo tempo de convivência, começaram a terconstantes
desavenças. Após 06 meses, divorciaram-se. Muito frustrado,
Alberto adquiriu um pacote turístico para viajar pelo mundo e tentar
esquecer o ocorrido.
O contrato de Alberto com a empresa de turismo é válido?
Justifique.

 Válido, pois Alberto é plenamente capaz.

 Justificativa: O Código Civil disciplina as formas de


cessação da incapacidade, em seu art. 5º, sendo umadelas
o casamento. Como ele casou, mesmo após o divórcio
continua plenamente capaz.
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando
a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro,


mediante instrumento público, independentemente de
homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o
menor tiver dezesseis anos completos;

II – pelo casamento;

III – pelo exercício de emprego público efetivo;

IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;

V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de


relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com
dezesseis anos completos tenha economia própria.

12. Pedro, em dezembro de 2011, aos 16 anos se formou no


ensino médio. Em agosto de 2012, ainda com 16 anos, começou
estágio voluntário em uma companhia local. Em janeiro de 2013,
já com 17 anos, foi morar com sua namorada. Tendo em vista a
situação de Pedro, avalie se sua incapacidade cessou em algum
dos momentos informados acima.
 Sim, cessou em janeiro de 2013.
 Pois de acordo com o Código Civil Brasileiro, Art. 5º,
parágrafo único e incisos I, II. Falam de quando
cessará, para os menos, a incapacidade.

13. Os pais de José consideram que o rapaz, aos 16 anos, tem


maturidade e discernimento necessários para praticar os atos da
vida civil. Por isso, decidem conferir ao rapaz a sua emancipação
por instrumento particular. Após o procedimento é possível dizer
que houve a emancipação de José?

 Este procedimento é incorreto, pois a emancipação só é


feita em cartório, e não de maneira particular.
Obs.: a lei admite que certas pessoas, menores de
dezoito anos, adquiram a capacidade plena por meio da
emancipação de que trata o parágrafo único do art. 5º.

 Emancipação, pois, é o ato jurídico por meio do qual se


atribui capacidade jurídica plena a um menor. Se o
menor estiver sob tutela, a emancipação deve ser feita
pelo Juiz, se o menor tiver 16 anos, ouvido o tutor, com
a participação do Ministério Público.
14. Sobre o domicílio da pessoa natural, diferencie o domicílio
voluntário e o domicílio legal, ilustrando a diferença por exemplos
legais.

 O domicílio da pessoa Natural ou Voluntário é o lugar


onde ela estabelece a sua residência com ânimo
definitivo. Porém, se a pessoa natural tiver diversas
residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á
domicílio seu qualquer delas. Ter-se-á por domicílio da
pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar
onde for encontrada.

 Têm domicílio Necessário ou Legal o incapaz, oservidor


público, o militar, o marítimo e o preso. O domicílio do
incapaz é o do seu representante ou assistente; o do
servidor público, o lugar em que exercer
permanentemente suas funções; o do militar,onde servir,
e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do
comando a que se encontrar imediatamente subordinado;
o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do
preso, o lugar em que cumprir a sentença.

15. Diferencie a morte presumida com declaração de ausência,


descrevendo suas fases, e a morte presumida sem declaração de
ausência.

 Morte presumida com declaração de ausência:


- Se dar quando um individuo é declarado ausente.
Exemplo: uma pessoa que saiu de sua residência e some
sem que seus familiares saibam dizer onde o mesmo se
encontra e também não sabem se o ausente encontra-se
em risco de vida. A justiça após algum tempo decreta
então ausência do individuo e nomeia um curador para
cuidar de seus bens. Somente após dez anos é possível
uma sucessão definitiva e só assim é decretada a morte
presumida.

 Morte presumida sem declaração de ausência.

- Segundo o Art. 7º do Código Cívil, somente pode ser


decretada:

I se for extremamente provável a morte de quem estava em


perigo de vida;

II se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro,


não for encontrado até dois anos após o termino da guerra.
Parágrafo único: A declaração da morte presumida, nesses
casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as
buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data
provável do falecimento.

Ex.: uma tropa de soldados em guerra, pois existe um


risco iminente de vida.

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