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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO FACULDADE DE DIREITO SEMINÁRIO IV DE

DIREITO CIVIL Prof.ª Dr.ª Maria Helena Marques Braceiro Daneluzzi Monitores Luciano Miola e
Maurício Waibel

ALUNA – SABRINA EMANUELLE CRUZ RA00342396

MC1 - DIREITO

1) O que é uma relação jurídica? Cite seus elementos exemplificando-os.

Certamente, uma relação jurídica pode ser definida como um elo regulado pelo direito, estabelecido
entre duas ou mais partes. Essa conexão pode ser desmembrada em quatro elementos cruciais:

A. A PRESTAÇÃO AMPARADA POR NORMAS JURÍDICAS.


B. OBJETO DA RELAÇÃO.
C. SUJEITOS DA RELAÇÃO.
D. SITUAÇÃO QUE DARÁ ORIGEM PARA OS EFEITOS LEGAIS.

A-) A proteção jurídica diz respeito à garantia concedida ao sujeito ativo para obter a execução dos
direitos estabelecidos em lei, caso o sujeito passivo não cumpra as suas obrigações.

B-) O objeto da relação jurídica é o conteúdo em torno do qual a relação se estabelece. Esse objeto
pode variar consideravelmente, incluindo desde bens materiais até prestações de serviço, obrigações
financeiras e muito mais.

C-) os sujeitos da relação jurídica envolvem o sujeito ativo, detentor de um direito que busca a sua
realização em relação ao sujeito passivo, a parte com a obrigação de cumprir a sua prestação em favor
do sujeito ativo.

D-) O fato propulsor, por sua vez, é o acontecimento que desencadeia os efeitos jurídicos da relação.
Esse evento pode ser tanto resultado da vontade humana quanto um evento independente, mas
regulado por normas legais, com o poder de criar, modificar ou extinguir direitos.

EXEMPLO: Pedro e Sofia celebram um acordo de empréstimo de dinheiro (fato propulsor). Sofia, como
a mutuária (sujeito passivo), compromete-se a devolver o valor emprestado a Pedro, o credor (sujeito
ativo), de acordo com os termos acordados. Se Sofia não cumprir suas obrigações de reembolso, Pedro
tem o direito de buscar a proteção jurídica para fazer valer seus direitos legais em relação ao montante
devido.

2) Diferencie pessoa, personalidade e capacidade. No que consiste cada uma delas?

A principal diferença entre pessoa, personalidade e capacidade pode ser dívida em alguns “estágios”
na minha interpretação.

PESSOA = O termo "pessoa" é um conceito amplo que se refere a todo ser humano que nasce com
vida. É o ponto de partida da existência jurídica. Uma pessoa pode ser uma entidade única, um
indivíduo singular, e é o primeiro estágio na jornada de alguém dentro do sistema legal. Ela é, por
natureza, um sujeito em potencial, que, após o nascimento, está no caminho para adquirir
personalidade.
PERSONALIDADE = A personalidade é o próximo estágio na evolução jurídica de uma pessoa. É a
qualidade ou atributo inerente que uma pessoa adquire após o nascimento com vida. A personalidade
é o que capacita um indivíduo a ser reconhecido como um sujeito de direito, com o poder de titularizar
direitos e assumir obrigações. É a qualidade que torna o indivíduo parte integrante do complexo
sistema jurídico, permitindo-lhe participar de relações e transações legais.

CAPACIDADE = Por fim, a capacidade é a capacidade adquirida que habilita um indivíduo a tomar
decisões e agir na vida civil de forma independente. Ela está relacionada à habilidade de exercer seus
próprios direitos e cumprir obrigações sem depender da representação ou assistência de terceiros. A
capacidade é o que dá ao indivíduo a autonomia para tomar decisões legais e desempenhar papéis
em contratos e transações, dentro dos limites estabelecidos pela lei. Portanto, enquanto a
personalidade torna alguém um sujeito de direito, a capacidade define a extensão de sua capacidade
de agir como tal.

3) Disserte sobre a seguinte frase: “A personalidade não é um direito, de modo que seria errôneo
afirmar que o ser humano tem direito à personalidade”.

Com certeza, essa afirmação levanta uma questão fundamental sobre a natureza da personalidade no
contexto jurídico.

Dentro do campo legal, é importante compreender que a personalidade não é um direito que pode
ser atribuído ou retirado. Em vez disso, ela é uma qualidade intrínseca a todos os seres humanos no
momento de seu nascimento com vida, como expressamente declarado no artigo 2º do Código Civil.
A personalidade é, portanto, uma característica inata à existência de cada indivíduo, que não necessita
de reconhecimento legal para existir.

Portanto, dizer que os seres humanos têm um direito à personalidade não é preciso, uma vez que a
personalidade é uma característica natural e inerente à condição humana, não sujeita a concessões
legais. É mais apropriado afirmar que os indivíduos possuem a personalidade como um aspecto
inalienável de sua existência jurídica, que não pode ser negado ou revogado pelo sistema legal.

4) Considerando o artigo 2º do Código Civil, é correto afirmar que o Brasil qual das teorias de início
da personalidade jurídica?

No Brasil, a perspectiva da personalidade jurídica desde a concepção, conforme estabelecida no artigo


2º do Código Civil, destaca um princípio fundamental. Embora a personalidade civil completa seja
oficialmente reconhecida apenas após o nascimento com vida, os direitos do nascituro, ou seja, do ser
humano concebido, mas ainda não nascido, são protegidos desde o momento da concepção.

Isso significa que, antes mesmo de nascer, o indivíduo é reconhecido como sujeito de direitos,
abrangendo tanto questões patrimoniais quanto não patrimoniais. Essa abordagem legal enfatiza a
importância de salvaguardar a dignidade, a integridade e a vida do nascituro desde as primeiras fases
de sua existência, demonstrando um compromisso com a proteção dos interesses desse ser humano
em desenvolvimento.

Portanto, o Brasil segue uma abordagem que reconhece os direitos do nascituro desde a concepção,
garantindo-lhe proteção jurídica, independentemente do momento do nascimento, como parte de
sua visão jurídica.

5) Acerca dos direitos fundamentais, à luz do direito civilista, assinale a opção correta justifique sua
resposta.
a) De acordo com Código Civil Brasileiro, seja qual for a circunstância, cada pessoa tem a liberdade
para dispor do próprio corpo do modo que bem desejar, tanto por meio de mutilações quanto por
qualquer forma de diminuição permanente da integridade física.

b) Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são irrenunciáveis e poderão
ser transmitidos, caso o seu exercício sofra limitação voluntária

c) Os direitos da personalidade são direitos essenciais à dignidade e integridade e dependem da


capacidade civil da pessoa, podendo ser citados os direitos a vida, liberdade, privacidade e intimidade.

d) Abstratamente, os direitos fundamentais, entre os quais o direito da personalidade, sempre terão


grau de importância entre si, independentemente da análise do caso em concreto.

e) Ao tratar da proteção à integridade física e do direito ao próprio corpo, o Código Civil Brasileiro traz
a possibilidade de recusa em submeter-se a tratamento ou intervenção médica em situações em que
o procedimento demonstre risco à vida da pessoa.

ALTERNATIVA CORRETA: E

RESPOSTA

A opção E é apropriada, visto que está em consonância com o artigo 15 do Código Civil. Esse artigo
estabelece que ninguém pode ser coagido a se submeter a tratamento médico ou intervenção
cirúrgica mediante ameaças à vida. Isso reflete o princípio da autonomia da vontade, que garante que
a escolha de aceitar ou recusar tratamento médico seja respeitada, desde que a decisão seja tomada
de maneira informada. Essa proteção da autonomia é essencial para salvaguardar o direito à saúde e
para garantir o consentimento informado em procedimentos médicos, respeitando a capacidade das
pessoas de decidirem sobre sua própria saúde.

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