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ANOTAÇÕES/TÓPICOS PARA AS AULAS DE DIREITO CIVIL I

PERÍODO 2022.2

1ª AULA

1. NOÇÕES:

1.1. ORIGEM DA PALAVRA DIREITO:

. Antigamente a pala DIREITO não era empregada no sentido em que hoje


empregamos.

. A palavra DIREITO vem do latim DIRECTUM – aquilo que é reto.

. Hoje, o DIREITO de forma ampla tem o sentido de conjunto de Leis e também a


Ciência que as tem por objeto.

. Percebe-se que o DIREITO, Ciência social que é, só pode ser imaginado em função do
homem vivendo em sociedade.

. Como conjunto de normas que é, determina o comportamento do homem no grupo


social.

. Paulo Nader afirma que “ a Lei foi feita para o homem e não o homem para a Lei “.

1.2. ACEPÇÕES DO DIREITO:

. Direito objetivo: é o conjunto das Leis, isto é, das regras jurídicas aplicáveis aos atos
humanos.

OBS.: Os atos humanos são omissivos (deixar de agir/fazer) e comissivos (fazer/desejar


ou assumir o risco do resultado).

OBS.: Exemplificar o caso dos Contratos e citar o artigo 112 do CC.

. Direito subjetivo: é a faculdade reconhecida ao indivíduo pela Lei e que lhe permite
levar a efeito determinados atos e invocar a norma em seu favor.

OBS.: Exemplificar o direito de testar, vender, doar e se defender em juízo.

OBS.: Falar dos direitos indisponíveis (incapazes).


2. DIREITO E MORAL:

2.1. O Direito e a Moral apresentam pontos de diferença, mas é certo de que a moral
influencia no direito.

a) A moral abrange a paz interior, enquanto o direito cuida da paz exterior.

b) O direito é amparado pela sanção estatal (jus puniendi), ao passo que amoral tem
como sanção a consciência do indivíduo.

c) A moral se projeta nas relações do homem consigo próprio, enquanto o direito se


projeta nas relações do homem com seus semelhantes.

2.2. LEI – Impõe uma conduta ao indivíduo e o não cumprimento sujeita o indivíduo a
uma pena.

2.3. MORAL – Bem imaterial, direito fundamental e, se afetado, sujeita o agressor a


reparar/satisfazer a vítima.

2.4. ETIQUETA – Para os que não a cumpre, apenas estão sujeitos a uma reação
humana (não cumprimentar).

3. FONTES: (fazer breve comentário sobre a necessidade do homem). Divise-se em:

3.1. MATERIAIS – São aquelas que determinam a formulação da norma jurídica. Têm
natureza sociológica, pois nascem de motivos sociais, políticos ou econômicos (ECA,
CDC, Código Eleitoral, Penal, Civil, Processual, Tributário).

3.2. FORMAIS – São aquelas que indicam os meios através dos quais o direito objetivo
se manifesta (Inquérito Policial, Denúncia, Sentença, Casamento, Adoção, etc.). Podem
ser:

a) PRIMÁRIAS, PRINCIPAIS OU IMEDIATAS – A Lei e os Costumes.

b) ACESSÓRIAS, SECUNDÁRIAS OU MEDIATAS – A analogia, os princípios gerais do


Direito, a jurisprudência, a doutrina e a equidade.

4. DEFINIÇÃO DE DIREITO – O Direito é a norma das ações humanas na vida social,


estabelecida por uma organização soberana e imposta coativamente à observância de
todos. (Ruggiero e Marai).

OBS.: Fazer uma breve reflexão sobre o artigo 1º do CC.


5. DA INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DA LEI: Segundo o jurisconsulto Paulo Nader (2012, p.
263), “interpretar o Direito é revelar o sentido e o alcance de suas expressões”.

5.1. CONCEITO: Interpretação é a operação que tem por fim fixar uma determinada
relação jurídica, mediante a percepção clara e exata da norma estabelecida pelo
legislador.

OBS.: A Lei não tem vida. Não fala. O homem dá vida a Lei, através de sua adequação
ao caso concreto e isso só acontece se a interpretarmos. Por força do hábito dizemos:
“ a Lei diz. O Código fala “.

5.2. REGRAS DE INTERPRETAÇÃO - Para Washington de Barros Monteiro, são vários os


critérios, dentre os quais destacamos:

a) na interpretação deve sempre preferir-se a inteligência que faz sentido à que não
faz.

b) deve ser afastada a interpretação que conduza ao vago, inexplicável, ao


contraditório e ao absurdo (falar dos embargos declaratórios).

c) onde a Lei não distingue, o intérprete não deve distinguir.

d) todas as Leis excepcionais ou especiais devem ser interpretadas restritivamente


(ECA, CDC).

OBS.: Alguns dispositivos legais – Artigos 126 e 127 do CPC, 423 e 112 do CC, 47 do
CDC e 6º do ECA.

E o porque de tudo isso: O Direito tem por ideal a JUSTIÇA. A consagração do Direito é
a JUSTIÇA, ou seja, o Direito não é a JUSTIÇA, é o seu fim, o que se busca.

5.3. CONCEITO DE HERMENÊUTICA – Tem por objetivo o estudo e a sistematização dos


processos aplicáveis para determinar o sentido e o alcance das expressões do Direito. É
a arte de interpretar.

a) Não se confunde com a interpretação, pois a hermenêutica é especulativa e a


interpretação é prática.

6. DA APLICAÇÃO DA LEI – O encargo de administrar a justiça, de fazer justiça, compete


ao Estado e é através de uma autoridade que esse encargo é exercido, o Juiz.

a) Através da aplicação da Lei, que o Juiz deve obedecer (respeitar) que a justiça
acontece.

OBS.: Falar do princípio da iniciativa da parte e do interesse público (ações


condicionadas e incondicionadas – Lei Maria da Penha).
b) O Juiz obedece (respeita) o princípio da imparcialidade, por excelência.

c) O Juiz tem a obrigação de julgar, salvo as exceções legais: suspeição (amizade,


inimizade, interesse e parentesco), jurisdição e competência).

7. DAS PESSOAS - Divide-se em:

7.1. NATURAIS – É todo ser a quem se atribuem direitos e obrigações (artigo 1º do


CC.).

a) Para que exerça direitos e assuma obrigações é necessário que a pessoa adquira
personalidade (artigo 2º do CC.).

b) Teorias: Natalista – Nascimento com vida.

Concepção – Direitos do nascituro. Ex.: Pré-natal (ECA), alimentos, danos


morais.

c) EC nº 45, inseriu o parágrafo 3º no artigo 5º da CF.

Pacto de São José da Costa Rica:

Artigo 4º: “ A vida e a personalidade estão protegidos desde a concepção”.

7.2. CAPACIDADE – É a aptidão de exercer direitos. Costuma-se dizer que a capacidade


é a medida da personalidade, pois, para alguns, ela é plena e, para outros, limitada.
Pode ser:

a) DE DIREITO/JURÍDICA OU DE GOZO, TAMBÉM DENOMINADA DE CAPACIDADE DE


AQUISIÇÃO DE DIREITOS – A que todos têm, e adquirem ao nascer com vida (artigo
1ºdo CC.).

b) DE FATO, TAMBÉM DENOMINADA DE CAPACIDADE DE EXERCÍCIO OU DE AÇÃO – É a


aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil. Acontece aos 18 anos ou pela
emancipação.

c) CAPACIDADE PLENA – De fato + De direito.

OBS.: Diferenciar CAPACIDADE de LEGITIMIDADE: Nem toda pessoa capaz plenamente


ou até limitadamente tem LEGITIMIDADE. Por exemplo, para pleitear herança do “de
cujus” (a pessoa que falece deixando herança), é necessário que o interessado prove
sua condição de herdeiro, tornando-se assim, depois de provado, legítimo.

OBS.: Falar das condições da ação: Interesse, Legitimidade/Capacidade e Possibilidade


jurídica do pedido.
7.3. INCAPACIDADE - É a inaptidão de exercer direitos. Pode ser:

a) ABSOLUTA – Impossibilidade de exercer por si só os seus direitos civis, só o podendo


através da representação (artigo 3º do CC.).

b) RELATIVA – Possibilidade de exercer direitos, desde que assistido (artigo 4º do CC.).

OBBS.: Ver artigos 166 e 171 do CC.

8. MAIORIDADE CIVIL – Significa a aquisição de poder exercer plenamente seus direitos


civis. Começa aos 18 anos completos (artigo 5º do CC.).

9. EMANCIPAÇÃO – É a aquisição da capacidade civil antes da idade estabelecida na Lei


(artigo 5º, parágrafo único do CC.).

2ª AULA
10. REGISTRO CIVIL – As pessoas naturais e as pessoas jurídicas estão sujeitas a um
registro público, que se denomina registro civil.

OBS.: Pessoas naturais: Lei 6015/1973. (ATENTAR PARA A LEI Nº 13.484/2017 e A LEI
Nº 13.811/2019 QUE ALTERARAM A LEI Nº 6.05/1973).

OBS.: Pessoas jurídicas: Código Comercial, Junta Comercial (NIRC), Receita Federal
CNPJ).

10.1. FINALIDADE – O registro civil destina-se a autenticar atos e fatos da vida das
pessoas, assinalando-lhes a condição jurídica e servindo de prova dos atos e fatos por
elas praticados (artigo 9º do CC.).

OBS.: Falar de que se não for registrada a pessoa natural não existe para o mundo do
direito e, portanto, não pode exercer direitos.

a) NASCIMENTO: Prazo de 15 dias, podendo chegar até três meses para as pessoas que
residem a pelo menos 30 quilômetros da sede do Cartório. Todo pessoa recebe o
Registro de Nascimento.

OBS.: Falar de: gratuidade para as pessoas pobres, quem pode requerer, o que nele
necessariamente deve conter (nome do pai, mãe, avós) e falar da questão de pai
ignorado.
b) CASAMENTO: Quando de sua celebração, após a devida habilitação (processo), será
registrado em Livro próprio e os casados recebem uma Certidão de Casamento
(substitui o Registro de Nascimento).

c) MORTE: Quando uma pessoa morre é registrado o seu óbito e a família recebe uma
Certidão de Óbito. Prazo de 30 dias. Necessita do Atestado de Óbito devidamente
assinado pelo médico, que consta o local onde ocorreu o óbito e a causa.

11. DO NOME:

11.1. DEFINIÇÃO: O nome da pessoa natural é o sinal que a individualiza no âmbito


familiar e no meio social. Falar do CPF, RE.

11.2. COMPOSIÇÃO: O nome compreende o prenome (que é o primeiro nome) e o


sobrenome ou patronímico (que é o nome da família).

11.3. APELIDO OU ALCUNHA: Se adquire pelo costume.

OBS.: Quando o apelido ou alcunha se torna do conhecimento público, a Lei faculta a


substituição do prenome por tal denominação, ou mesmo a incorporação de expressão
ao prenome existente, tornando-o composto.

EXEMPLO: Lula, Doca Gadelha, Xuxa

AMPARO LEGAL: Lei nº 9.708/1998 e 9.807/1999.

11.4. DIVÓRCIO: Pág. 78 de Antonio Elias.

11.5. DA TUTELA DO NOME: Artigos 11, 17 e 18 do CCC e 185 do CP.

11.6. CAUSAS QUE PODEM LEVAR À ALTERAÇÃO DO NOME:

a) NECESSÁRIAS – Decorrem da modificação do estado de filiação, como, por exemplo:


reconhecimento da paternidade, contestação de paternidade, adoção ou alteração do
próprio nome dos pais, retificação.

b) VOLUNTÁRIAS – Pressupõe a manifestação da vontade da pessoa (acrescer apelido


ou alcunha).

12. DIREITOS DA PERSONALIDADE: São aqueles que não podem ser destacados da
pessoa (artigos 11 e 21 do CC. e artigo 5º, Inciso X da CF).
13. ESTADO DA PESSOA: É a qualificação que distingue uma pessoa dentro do contento
político, familiar e individual.

13.1. CONTEXTO POLÍTICO:

a) Nacionais – Natos e Naturalizados.

b) Estrangeiras.

OBS.: Ver artigo 5º da CF.

13.2. CONTEXTO FAMILIAR:

a) Casada

b) Solteira

c) Viúva

d) Separada Judicialmente

e) Divorciada

OBS.: Ver artigo 227, parágrafo 6º da CF

OBS.: Ver o ECA que não permite discriminação quanto aos filhos.

13.3. CONTEXTO INDIVIDUAL: É o poder de agir das pessoas.

a) Idade

b) Sexo

c) Saúde

OBS.: Ver artigo 5º, Inciso I da CF.

13.4. CARACTERES:

a) INDIVISIBILIDADE – Ninguém pode ter, ao mesmo tempo, mais de um estado. Ex.:


casado e solteiro.

b) INDISPONIBILIDADE – Significa que o estado não pode ser objeto de convenção,


transação ou renúncia.

c) IMPRESCRITÍVEL – Pelo decurso do tempo, ninguém perde ou adquire o estado.

14. DA EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL: Conforme o artigo 6º do Código Civil, a


extinção da pessoa natural acontece com a morte, ou seja, com o desaparecimento do
indivíduo, cessam todos os direitos que lhe pertencem. Ressalte-se que uns se
extinguem inteiramente, enquanto outros se transmitem aos seus sucessores ou ficam
suspensos, a espera de herdeiros que venha recebê-los.

14.1. A morte pode ser: a) REAL, quando há a parada do sistema cardiorrespiratório,


cessando as funções vitais do organismo. Este tipo de morte deve sempre ser atestada
por profissional médico. Excepcionalmente e na ausência do médico, duastestemunhas
podem atestar e ser levado a Registro.

OBS.: JUSTIFICAÇÃO JUDICIAL DE ÓBITO, ocorre quando os familiares perdem o prazo


que a Lei estabelece e em casos de naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou
qualquer outra catástrofe, além de desaparecimento em campanha (ver artigo 86 e 88,
parágrafo único da Lei dos Registros Públicos 6.015.

b) PRESUMIDA, conforme artigo 7º do Código Civil.

14.2. DO AUSENTE, juridicamente falando, é aquele que, tendo desaparecido do seu


domicílio, sem que haja notícias, é declarado como tal por ato judicial – AÇÃO
DECLARATÓRIA DE AUSÊNCIA, que pode ser proposta pelo MP ou qualquer
interessado..

OBS.: Necessariamente deve ser nomeado curador para o ausente, que tem prazo de
01 ano e neste período o juiz mandará publicar editais, de dois em dois meses
chamando o ausente apara retomar os seus bens. Findo este prazo, nos termos do
artigo 1.163 do CPC, qualquer interessado pode requerer que se instaure a sucessão
provisória. Finalmente, a sucessão provisória se transforma em definitiva, nos termos
do artigo 1.167 do CPC.

15. DA COMORIÊNCIA, está prevista no artigo 8º do Código Civil.

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