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INTRODUÇÃO AO

DIREITO EMPRESARIAL
I
Noções Fundamentais de
Direito
1. Conceito de Direito

Direito objetivo – “conjunto de normas”

ex: art.º 37º da C.R.P.

As várias aceções do termo de Direito


Direito subjetivo – “poderes ou faculdades
conferidos por essas normas”

ex: António tem o direito de expor os


quadros por si pintados.

O Direito subjetivo pressupõe sempre a existência do correspondente Direito objetivo.


2. Origem, formação e necessidade do Direito
Homem é ser social
Necessidades materiais
tem
ex: alimentação, vestuário, etc.
necessidades
Necessidades espirituais
ex: o Homem quer conhecer, cultivar-se, formar-
se, distrair-se, aperfeiçoar-se, etc.

O Homem revelou-se incapaz de alcançar a satisfação de um conjunto de


necessidades por si só. É na associação com os outros homens através da
vida social que ele busca conseguir e tem conseguido a adequada satisfação
das suas necessidades.
2. Origem, formação e necessidade do Direito
Essa vida social estabelece entre os homens vínculos de solidariedade.

Solidariedade por semelhança (ex: necessidade de defesa) e solidariedade


orgânica (ex: quando em ordem ou um melhor aproveitamento das aptidões
individuais a divisão de trabalho coloca o Homem na dependência mais
estreita do seu próximo).

Não pode existir uma sociedade sem organização, sem regras que
disciplinem a atividade dos seus membros.

É que na vida social, não há apenas relações de solidariedade, comunhão de


interesses, harmonia entre os homens.
2. Origem, formação e necessidade do Direito
As necessidades humanas são ilimitadas e crescentes, e pressupõem a
existência de bens. E estes, aos contrário daquelas, são escassos.

Bastará que dois homens tenham interesse pelo mesmo bem (interesse é a
tendência que o Homem manifesta pelos bens; do latim quod inter est = “o
que está entre o Homem e os bens”) para que surja um conflito de
interesses.

O Direito existe para resolver esses conflitos, indicando o interesse que o


deve proteger e o modo de o tutelar, ou seja, definindo e impondo regras de
conduta. Eis o Direito como sistema de regras.
3. A teoria geral da norma jurídica As mais importantes de todas visto que
regulam os aspetos mais importantes da
vida em sociedade e são passíveis de
3.1. As normas de conduta social aplicação de sanções coativas.

Normas morais Normas religiosas Normas de cortesia Normas jurídicas

3.2. Caraterísticas das normas jurídicas

Imperatividade Generalidade e abstração Coercibilidade

É a caraterística mais importante das


normas jurídicas que as distingue das
restantes normas de conduta social que
se traduz na aplicação de sanções pelo
Estado, se necessário for, recorrendo ao
uso da força.
4. Classificação das normas
jurídicas
4.1. Normas Injuntivas ou Imperativas e normas
Facultativas
Normas Normas Preceptivas(impõe um ação) ex: art.º 875º C.C.
Injuntivas ou
Imperativas Normas Proibitivas (impõe uma omissão). ex: artº 892º C.C., artº 877º C.C. ,
as normas que proíbem a prática de crimes

Normas Normas Dispositivas. ex: artº1698º C.C. e artº 2188º C.C.


Facultativas Normas Interpretativas. ex: artº 2227º C.C.
Normas Supletivas. ex: artª772º C.C. e artº878º C.C.
4.2. Normas gerais, normas excecionais e normas especiais

Normas Gerais Normas excecionais Normas especiais

Regime-regra ex: artº 1143º C.C., Ex: artº 463º C.COM


ex: artº 219º C.C. artº 875º C.C.,
Artº 947º C.C.
4.3. Normas Universais, Regionais e Locais

ex: C.R.P., Código Civil, Código Comercial, Código Penal,


Normas Universais Código das Sociedades Comerciais, etc.

Normas Regionais ex: Decretos Legislativos Regionais dos Açores e da Madeira

Normas Locais ex: Regulamentos Municipais


5. Direito Positivo, Direito Vigente e Direito
Natural

Direito Positivo Direito Natural

Direito anterior e superior à Lei


fundado na Natureza Humana
Direito Histórico Direito Vigente que vincula os órgãos criadores do
ex: Código Civil de 1867, ex: Constituição da República Direito.
Código Comercial de 1833, Portuguesa de 1976, ex: Direito à Vida, Direito à Honra,
Constituição de 1911, Código Civil de 1966, Direito à Intimidade da Vida Privada,
Constituição de 1933, Código das Sociedades Comerciais, Direito à Inviolabilidade da
Código de Contribuição Industrial Código do IRS, Correspondência,
Código do IRC, Direito a uma Administração Equitativa
Código do IVA, etc. da Justiça,
Principio “in dúbio pro reo” etc.
6. Ramos do Direito
6.1. “A Magna Divisio do Direito”
Direito Público/Direito Privado

6.2. Subdivisões do Direito Público e do Direito Privado


1. Direito Constitucional
2. Direito Administrativo
3. Direito Económico, Direito Financeiro, Direito Tributário, Direito do Ambiente,
Direito Fiscal, Direito Urbanístico (autonomizações do Direito Administrativo)
Ramos do Direito Público 4. Direito Penal ou Criminal
5. Direitos Processuais (Civil, Penal, Administrativo, Trabalho, Fiscal)
6. Direito dos Registos e do Notariado
7. Direito Internacional Público
1.1. Direito das Obrigações

1. Direito Civil 1.2. Direito das Coisas

1.3. Direito da Família

Direito Privado 1.4. Direito das Sucessões


Comum,
Direito Base, 1.5. Direito de Autor e Direito de Conexos
Ramos do Direito Regra
Direito Privado
2. Direito Comercial
Direito Privado Especial
3. Direito do Trabalho

4. Direito Internacional Privado


6.3. Novos Ramos
• Autonomizações do Direito Comercial  Direito Cooperativo, Direito
Bancário, Direito Industrial, Direito dos Seguros
• Autonomizações do Direito do Trabalho  Direito da Segurança Social
• Novas autonomizações: Direito dos Transportes, Direito Agrário, Direito
da Comunicação, Direito da Internet

6.4. Direito Canónico – Direito transnacional e antiquíssimo que vigora na nossa


ordem jurídica por força da concordata entre Portugal e a Santa Sé (revista há
relativamente poucos anos)

6.5. O Direito da União Europeia como Ramo Autónomo do Direito


• Direito primário ou originário – os tratados
• Direito derivado ou secundário – regulamentos, diretivas, recomendações e decisões
7. Fontes de Direito
7.1. Noção
7.2. Sentidos da expressão «Fontes de Direito»
7.2.1. Fontes de Direito em sentido sociológico
7.2.2. Fontes de Direito em sentido histórico ou instrumental
7.2.3. Fontes de Direito em sentido político ou orgânico
7.2.4. Fontes de Direito em sentido técnico-jurídico
7. Fontes de Direito
7.3. Fontes de Direito em sentido técnico-jurídico

a)A Lei – art.º 1º n.º 1 do C.C. – Fonte imediata de Direito; Segundo o


artº1º n.º2 do C.C. “Consideram-se leis todas as disposições genéricas
provindas dos órgãos estaduais competentes”

b)Normas corporativas – fonte imediata de direito artº 1º nº 2 – 2ª parte

c)Costume – representou na formação histórica do Direito a sua primeira


e principal fonte. É um direito não escrito. Atualmente não é Fonte de
Direito no nosso sistema jurídico.
7. Fontes de Direito
7.3. Fontes de Direito em sentido técnico-jurídico

Costume – é constituído por dois elementos:

Corpus – prática constante. Animus – consciência ou convicção da sua


obrigatoriedade jurídica por parte da opinião comum.

Os usos são simples práticas sociais repetidas e não acompanhadas


Costume ≠ Uso do sentimento ou convicção da sua obrigatoriedade por parte da
opinião comum (art.º 3º nº 1 do C.C.)
7. Fontes de Direito

d) Jurisprudência

Conjunto das decisões proferidas pelos Tribunais sobre as


causas submetidas à sua apreciação. Em face do nosso
sistema jurídico, a jurisprudência não é considerada uma
Fonte de Direito.
7. Fontes de Direito
e) Doutrina

É constituída pelos estudos dos jurisconsultos que, através da análise


dos problemas ligados à vida jurídica, vão formando e emitindo
opiniões sobre a melhor resolução das diversas relações sociais.

Não é fonte de direito no sentido rigoroso do termo, mas tem uma


influência muito grande na interpretação e aplicação do Direito.
7. Fontes de Direito
f)Equidade
O nosso ordenamento jurídico estabelece como princípio geral o dever de
obediência à Lei por parte dos juízes, o qual não pode ser afastado de ser
injusto ou imoral o conteúdo do preceito legislativo (art.º 8º do C.C.).
O juiz deve aplicar a Lei tal como ela é, mesmo quando lhe pareça que esta não
convém ao caso específico.
Todavia, este princípio é excecionalmente afastado relativamente a um número
restrito de casos pelo art.º 4º do C.C. que se refere ao valor da equidade.
A equidade só é considerada Fonte de Direito (Fonte mediata) nos casos
previstos no art.º 4º do C.C.
8. Hierarquia das Leis
8.1. Constituição

Lei do Tribunal Constitucional

Leis Orgânicas Lei da Nacionalidade

Estatuto dos Deputados


8. Hierarquia das Leis
8.2. Leis Ordinárias

De reserva absoluta da A.R. (art.º 164º CRP)

Leis (A.R.)

De reserva relativa da A.R. (art.º 165º CRP)

Lei de Bases / D.L. de Desenvolvimento (Governo)


8. Hierarquia das Leis
8.2. Leis Ordinárias

Art.º 112º CRP


-Decretos Leis – Governo
Leis e Decretos Leis têm igual valor jurídico.

Leis Orgânicas

Exceções: Leis de Autorização Legislativa

Leis de Bases
8. Hierarquia das Leis
8.3. Regulamentos

→ Regulamentos do Governo no exercício da sua função


administrativa (Decretos-Regulamentares, Portarias, Despachos
Normativos) (art.º 199º CRP)
→ Regulamentos das Regiões Autónomas (Açores e Madeira)
(art.º 231º CRP)
→ Regulamentos das Autarquias Locais (art.º 241º CRP)
9. Inicio e Termo da Vigência da Lei
9.1. Começo da Vigência da Lei
- Entrada em vigor – Publicação no D.R. artº 5º C.C.
9.2. Cessação da Vigência da Lei Formas - artº 7º C.C.
Leis Temporárias

Caducidade Leis afetas à realização de determinado fim

Leis transitórias

Revogação – processo normal de cessação da vigência da lei

Quanto à forma Expressa


Tácita
Quanto à extensão ou alcance Total
Parcial
10. Interpretação da Lei
10.1. Interpretação da Lei – sentido

10.2. Interpretação da Lei – conceito

10.3. Interpretação da Lei – formas

Interpretação autêntica – pelo Legislador

Interpretação doutrinal – pelos Jurisconsultos e pelos


Tribunais.
10. Interpretação da Lei
10.4. Interpretação subjetivista e Interpretação objetivista
Vontade real do legislador histórico Letra, palavras da Lei.

Análise do art.º 9º do C.C.

10.5. Elementos Elementos Literal ou Gramatical “A Letra da Lei”

da Elemento racional ou
teleológico

interpretação Elemento Lógico “O espírito da Lei”


Elemento sistemático

Elemento histórico
10. Interpretação da Lei
10.6. Interpretação da Lei-Resultado

Espécies de - interpretação declarativa

Interpretação - interpretação extensiva

quanto ao - interpretação restritiva

resultado - interpretação enunciativa


11. Integração das lacunas da lei
11.1. Determinação

Lacuna ≠ situação extra-jurídica

Artº 8 c.c. – Proibição de denegação da justiça (o dever de integrar

as lacunas)
11. Integração das lacunas da lei
11.2. Preenchimento/Integração
Duas vias de integração
A) Principal– O recurso à analogia – Artº 10 nº1 C.C.
B) Subsidiária – elaboração de uma norma “ad hoc” pelo julgador
dentro do espirito do sistema. – Artº 10 nº3 C.C.

•Criação de uma norma ( = regra geral e abstracta)


•e “ad hoc” só tem validade para aquele caso
12. Aplicação das Leis no Tempo
Sucessão de Leis: Qual o âmbito da L.A. e da L.N.?
 Disposições transitórias
 Na sua falta:
 Artº 12º nº1 – Principio geral da não retroactividade da lei – a só vigora para o futuro devendo deixar intacto o passado

 Artº12º nº2
1ª PARTE – Leis reguladoras de factos – aplicam-se aos
factos novos – não são retroactivas

2ª PARTEintegram-se
 Artº 13º – Leis Interpretativas - Leis reguladoras do conteúdo
nas leis interpretadas das relações
formando com elas um todo -
jurídicas (direitos e são
obrigações)
retroactivas– são rectroactivas
13. Relação Jurídica
13.1. Conceito de Relação Jurídica
13.2. Elementos da Relação Jurídica
Ativo – o titular do direito subjetivo
1. Sujeitos Passivo – o que sofre a correspondente vinculação jurídica (dever jurídico ou sujeição)

Pessoas – Direitos da Personalidade, Direitos pessoais de Família (Ex. Responsabilidades parentais


2. Objeto artº1879, 1881 e 1884)
Coisas – Direitos Reais- Ex.: Direito de Propriedade
Prestações – o objeto é um acto ou conduta humana Direitos de crédito

3. Facto Jurídico Constitutivos


Modificativos
Extintivos

4. Garantia – Suscetibilidade de proteção coativa do poder de que é titular o sujeito ativo da relação
13. Relação Jurídica
13.3. Estrutura da Relação Jurídica O seu conteúdo, o seu cerne

Relação da vida social disciplinada pelo direito

A B

Sujeito ativo Sujeito Passivo

Direito Subjetivo Vinculação Jurídica


1.Direito Subjetivo propriamente dito 1.Dever jurídico (violável)
2.Direito potestativo 2.Sujeição (inviolável)
II
Direito das Obrigações
1. Considerações Prévias
Em sentido muito amplo desprovido do rigor técnico jurídico, obrigações designa o lado passivo
da relação jurídica, ou seja, de qualquer relação da vida social regulada e titulada pelo Direito.
Abrange o dever jurídico, por força do qual uma pessoa se encontra vinculada a observar certa
conduta no interesse de outra ou outras1, e o estado de sujeição, que se traduz na submissão aos
efeitos jurídicos produzidos por iniciativa alheia, no exercício de um direito potestativo 2.
Em sentido restrito e próprio, a obrigação é uma categoria especifica bem individualizada, que se
contrapõem a outras categoria: a sujeição e o ônus.
Tem como caraterística achar que determinada pessoa fica adstrita a fazer ou a não fazer algo no
interesse de outra, também determinada ou determinável. Este algo designa-se tecnicamente
por prestação.
Daí definir a lei obrigação como “o vinculo jurídico por virtude do qual uma pessoa fica adstrita
para com outra `a realização de uma prestação (artº 397º C.C.)

*1 - Ex.: as pessoas em geral têm o dever de respeitar a propriedade alheia.


*2 - Ex.: O cônjuge que viola culposamente os deveres conjugais, comprometendo a possibilidade da vida em comum está sujeito
a ver dissolvido o matrimonio a pedido do outro cônjuge.
2. Elementos das Obrigações
1- Sujeitos
Sujeito activo  creador
Sujeito passivo  Devedor

2. Objecto: Modalidades
a)Objecto imediato  conteúdo do vinculo, ou sejam os poderes e deveres em que se analisa: o crédito e
o débito
Objecto mediato é a prestação devida: a conduta a que o devedor se encontra adstrito no
interesse do credor
b) A prestação pode ser de coisa ou de facto
Prestação de coisa (“dare”)  consiste na entrega de um objecto
A prestação de facto “facere” consiste numa conduta do devedor, diversa da entrega da coisa
2. Elementos das Obrigações
c) Segundo outro critério, a prestação distingue-se em fungível e não fungível.
 Diz-se fungível, quando pode ser realizada pelo devedor com por 3º sem prejuízo para o credor;
 Não fungível, quando tem necessariamente de ser realizada pelo devedor

d) Ainda segundo outro critério, as prestações distinguem-se em instantâneas, continuas e periódicas


- A prestação é instantânea quando consiste num acto isolado, não se protelando no tempo, com a
entrega da coisa pelo vendedor ou restituição do capital pelo mutuário.
- A prestação continuada, traduz-se numa conduta que se prolonga pelo espaço de tempo mais ou
menos longo, como a do senhorio, do administrador de um património, a do depositário.
- A prestação periódica, resolvem-se em actos sucessivos,, coo intervalos regulares ou irregulares, como
a obrigação dos inclinos de pagar as rendas ou a do fornecedor de fazer entregas à medida que forem
solicitadas.
e) A prestação pode recair sobre coisa futura sempre que a lei não o proíba coisas futuras (artº211C.C.)
3. Objecto: Requisitos
3.1. A prestação debitória deve obedecer aos seguintes requisitos:

- ter um conteúdo digno de proteção jurídica


- ser determinada ou determinável
4. Facto Jurídico

Constitutivos
Facto Jurídico Modificativos
Extintos
5. Garantia
Garantias Pessoais: Fiança e Aval
Fiança – A fiança é uma garantia pessoal das obrigações, através da qual um terceiro assegura a
realização de uma obrigação do devedor, responsabilizando-se pessoalmente com o seu património
por esse cumprimento perante o credor.
A fiança abrange todo o património do fiador, embora possa, por limitação convencional ser
restringida a alguns dos seus bens

Aval – Garantia pessoal de pagamento, de um titulo de crédito, dado por um terceiro.


É a declaração campeal através da qual uma pessoa (avalista), se torna responsável pelo
pagamento de um titulo de crédito nas mesmas condições do seus avalizado.
É uma garantia pessoal autónoma e solidária (independente) destinada a garantir títulos de crédito.
5. Garantia
Garantias Reais

Penhor – Bens Móveis e Direitos


Garantias Reais Hipoteca – Bens imoveis e moveis sujeitos a
registo

Penhor – É o direito real de garantia vinculado a uma coisa móvel.


Genericamente o penhor é qualquer objeto que garante o direito imaterial.
Exemplo de bens penhoráveis: o recheio de uma moradia, uma quota social, um deposito bancário, um
direito a propriedade industrial etc.
Hipoteca – É uma garantia real extrajudicial que incide sobre bens, imóveis ou equiparados que pertençam
ao devedor ou a terceiros.
Bens sujeitos a hipoteca: imóveis, navios, e aeronaves
6. Obrigações naturais
Obrigações naturais ≠ Obrigações civis

Obrigações civis – são deveres cujo cumprimento é judicialmente exigível

Obrigações naturais – São deveres cujo cumprimento não é judicialmente exigível mas estão em
principio sujeito ao regime das obrigações civis em tudo que não se relacione com a realização
coativa da prestação.
III
DIREITO DOS
CONTRATOS
1. Conceito de Contrato – Negócio Jurídico Bilateral
Nos contratos ou negócios jurídicos bilaterais há duas ou mais
declarações de vontade, de conteúdo oposto mas convergente,
ajustando-se na sua pretensão de produzir um resultado jurídico
unitário, embora com um significado para cada parte. Há assim uma
oferta ou proposta e a aceitação, que se conciliam num consenso. É o
caso paradigmático da compra e venda.

2. Regulamentação Legal dos Contratos


3. Liberdade Contratual – ARTº405 do C.C.
Típicos : Exemplo: Contrato de compra e venda
4. Espécies de Contratos
Atípicos: são aqueles que as partes podem celebrar
quanto à sua Regulamentação fora do previsto da lei e nos limites da mesma

Mistos: São aqueles que reúnem regras de 2 ou mais


contratos previstos na lei. Exemplo: Contrato de
arrendamento e aluguer.

5. Espécie de contratos quanto ao seu modo de formação


Contratos formais ou solenes são aqueles para os quais a lei prescreve a necessidade de observância
de determinada forma, o acatamento de determinado formalismo ou de determinadas solenidades.
Exemplos: compra e venda de bens e imóveis (artº 875 C.C.), doação de imóveis (artº 947 C.C.) e
contrato de mútuo (artº 1143 C.C.).
Contratos consensuais ou não solenes são os que podem ser celebrados por quaisquer meios
declarativos aptos a exteriorizar a vontade negocial, exemplo, a compra de um telemóvel(artº 219º
C.C.).

6 . Espécie de Contrato quanto aos seus efeitos


Segundo este critério, há a fazer no âmbito patrimonial a distinção entre contratos obrigacionais e contratos
reais, consoante os efeitos produzidos se situam no domínio dos direitos creditórios ou os direitos sobre coisas
(direito reais)
IV
O CONTRATO DE
TRABALHO EM ESPECIAL
1. Noção
“O contrato de trabalho é aquele pelo qual uma pessoa singular se
obriga, mediante retribuição, a prestar a sua atividade a outra ou a outras
pessoas, no âmbito da organização e sob autoridade destas.
Sujeitos: Trabalhador e Entidade
Patronal

Objeto: O exercício de uma atividade

Retribuição: Contrapartida que a


entidade patronal concede ao
2. Elementos Essenciais do Contrato de trabalhador pelo facto de colocar a sua
força de trabalho na sua disponibilidade
Trabalho
Subordinação Jurídica: o trabalhador no
exercício da sua atividade profissional
esta sujeito às ordens, instruções ou
diretrizes emanadas da entidade
patronal
Contrato sinalagmático e oneroso

Contrato Patrimonial e obrigacional


3. Características do contrato de trabalho Contrato de adesão

Contrato duradouro

4. Delimitação de figuras afins: o contrato de trabalho e


contrato de prestação de serviços
Contrato de trabalho, ver artº 1152 C.C.
Contrato de prestação de serviços, ver artº 1154 C.C.
5. Modalidades de contrato de trabalho
5.1. Por tempo Indeterminado
5.2. A termo certo
5.3. A termo incerto
5.4. A comissão de Serviço
5.5. O teletrabalho
5.6. O trabalho intermitente

6. A cessação do contrato de trabalho


6.1. Noções gerais
6.2. Formas de cessação do contrato de trabalho

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