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NOÇÕES DE DIREITO

✓a) conceituar Direito e Sociedade (Cn);


Noções de Direito ✓b) descrever aspectos do Direito Público e do
Direito Privado (Cn);
✓c) empregar os princípios gerais que regem o
Objetivos Direito (Ap);
✓d) descrever os princípios básicos da atual
Constituição da República Federativa do Brasil
PUD – (Cp);
Plano de ✓e) interpretar os princípios, direitos e garantias
que regem o Direito Constitucional (Cp);
Unidades ✓f) interpretar os princípios que regem o Direito
Didáticas Administrativo (Cp); e
✓g) explicar os princípios da Lei nº 8.666/93 e Lei
10.520. (Cn).
Subunidade 4.1.1 Direito e Sociedade

Conceito de Direito

Direito e Moral

Direito e Sociedade
Conceito de Direito: Localização da matéria

– Teoria do Direito //
Introdução ao Estudo
Pré-requisitos:
do Direito // Teoria da
Norma
2 – compreensão da
estruturação lógico-racional
do Direito como
1 - compreensão do Instrumento essencial para
fenômeno jurídico e a configuração do Estado
do Direito na Moderno/Contemporâneo e
Contemporaneidade. para todas os modos de
produção, reprodução e
sustentação do Estado
Moderno/Contemporâneo.

3 – Contraponto com o
“Direito” pré-moderno
• O Direito é um fenômeno histórico: ele só pode ser
compreendido em sua manifestação histórica. (1)
• Somente na Contemporaneidade é que as relações sociais
serão majoritariamente reguladas pelo Direito. (1)
• Nas sociedades antigas, medievais e modernas as formas de
regulação (domínio) eram exercidas de forma direta:
escravidão, servidão. (1)
• Força direta e bruta (guerras, dominação, escravidão) x
relação jurídica (incidental, contratual). (1)
Como é o Direito?
• Assim, já no século XIX, o jurista Von Jhering, em 1877, em seu Der Zweck
im Recht (A finalidade no direito), afirmava:

“A definição usual de direito reza: direito é o conjunto de


normas coercitivas válidas num Estado, e essa definição a
meu ver atingiu perfeitamente o essencial. Os dois fatores
que ela inclui são o da norma e o da realização por meio
de coerção... O conteúdo da norma é um pensamento, uma
proposição (proposição jurídica), mas uma proposição de
natureza prática, isto é, uma orientação para a ação
humana; a norma é, portanto, uma regra conforme a qual
nos devemos guiar.’’ (2)
ELEMENTOS
CARACTERÍSTICOS DO
DIREITO CONTEMPORÂNEO

Normas Estatais
(≠ normas morais e ≠
normas religiosas)
ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS DO DIREITO
CONTEMPORÂNEO

NORMAS ESCRITAS NORMAS VALIDADE EM UM ORIENTAÇÃO PARA


COERCITIVAS ESTADO A AÇÃO HUMANA
(JURISDIÇÃO)
OUTRAS CARACTERÍSTICAS DO DIREITO
CONTEMPORÂNEO

• Sistematização das normas


• Objeto de Conhecimento (Ciência Social Aplicada)
• Hierarquização do Ordenamento Normativo: as normas são
hierquizadas.
OUTRAS CARACTERÍSTICAS DO DIREITO
CONTEMPORÂNEO

Ordenamento jurídico (Norberto Bobbio):

• Único (dentro de cada País)


• Coerente
• Completo
A norma jurídica pode
ser resumida na Se A é, B deve ser
fórmula:

Sendo A a conduta
ESTRUTURA DA que gera a sanção B;
o dever é justamente Dever = não A
NORMA a conduta que não
(segundo Hans Kelsen) leva a sanção A.

Tal lógica se aplica a


situações típicas,
como as do Direito
Penal, por exemplo.
Relação entre o Direito e a Moral

“Só ao homem é dado realizar o justo. O


vínculo entre a moral e o direito é a Justiça.
Através da Justiça ligam-se um ao outro os
dois grandes domínios do agir humano: o
moral (interior) e o jurídico (exterior).” (4)
Moral Direito

Orienta o agir humano. (Orientação interna) Orienta o agir humano. (Orientação externa)

É considerada uma fonte do Direito. É antecedido também pela moral.

Manifesta-se por normas (geralmente implícitas ou Manifesta-se por normas (majoritariamente ESCRITAS)
transmitidas oralmente/tradições) dotadas de dotadas de imperatividade.
imperatividade.

São impostas socialmente. São impostas pelo Estado.

Visa a coesão social. Visa a coesão social.

Consequências do descumprimento (culpa, remorso, Consequências do descumprimento (sanções jurídicas:


punições sociais, censura do grupo, reprovação social...) multa, restrição de direitos, privação de liberdade,
indenização)

Consequências são impostas e realizadas pelo próprio Consequências são impostas e executadas pelo Estado.
indivíduo ou pela sociedade.
A dimensão valorativa no Direito

Normas: Princípios e
Regras
Gênero Espécies
Princípios: são os mandamentos fundamentais de um
sistema normativo. São juízos abstratos de valor que
orientam a interpretação e a aplicação do Direito.
Os princípios são de observância obrigatória e definem a
Princípios e lógica e a racionalidade de um Sistema Normativo.
Regras Um conflito entre princípios se resolve na dimensão do
valor (Prevalência de um ou outro no caso concreto).
Regras:
Diferença qualitativa,
fundada no modo de As regras devem ser cumpridas na forma prescrita. “Se uma
resolução de choque entre regra é válida, então há de se fazer exatamente o que ela
normas exige, nem mais, nem menos.” (ALEXY, p. 144) (8)

Conflito entre regras se resolve na dimensão da validade.


(lógica do tudo ou nada).
Instrução do Comando da Aeronáutica ICA 111-2/2017
(Sindicância) aprovada pela Portaria 1.015/2017

ICA 111-2/2017
PREFÁCIO
O Comando da Aeronáutica (COMAER), no uso de suas atribuições, altera a ICA 111-2, de
2006, em razão da própria dinâmica do Direito e das inovações legislativas, buscando
adequar o procedimento investigativo aos princípios constitucionais e legais vigentes.
O objetivo da presente norma é padronizar e orientar os procedimentos relativos a
sindicâncias, como também adequar os procedimentos aos preceitos mais atuais no
Direito.
A presente instrução contou com a colaboração de várias Organizações Militares do
COMAER, em especial EMAER e CENCIAR, e é dedicada a todos aqueles que prezam pela
retidão no caráter e pelo amor à Pátria.
1 – Sindicância (Já demonstrado)

2 – Comissão de apuração de Irregularidades contratos


CIAAR (PORTARIA DIREF Nº 4/2020 - Manual de
Contratações Públicas COMAER)// Fiscalização.

Exemplos 3 – ICA 174-1 Auditoria Interna

4 – Atentar-se para situações que envolvam


desdobramentos jurídicos internos/consequências
jurídicas.

5 – Fiscalização de contratos
Subunidade 4.3.1
Princípios Gerais que
regem o Direito
• A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro prevê (em caso de
omissão da lei):
“Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.”
• Analogia;
• Costumes e;
• Os Princípios gerais de Direito.
1. Princípio do Devido Processo Legal

• Constituição Federal/88 = princípio fundamental no art. 5º, LIV, que


dispõe que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal”.
• O princípio possui aspecto substancial (Proteção ao Direito material) e
aspecto processual pois tutela esses direitos por meio do processo judicial
e administrativo.
1. Princípio do Devido Processo Legal

• Artigo 5º , LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;
O Devido processo legal engloba, pelo menos as garantias de:
✓ direito de ação ou inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXXV - CF/88),
✓juiz natural// autoridade competente (art. 5º, LIII – CF/88),
✓contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV - CF/88),
✓proibição de provas ilícitas (art. 5º, LVI - CF/88),
✓publicidade dos atos processuais (art. 5º, LX - CF/88),
✓duração razoável do processo (art. 5º, LXXVIII - CF/88) e
✓fundamentação das decisões (art. 93, IX - CF/88) (*importância de relatórios bem
redigidos e fundamentados)
2. Princípio do Direito de Ação

• O Princípio do Direito de Ação está inserido como direito fundamental


na nossa constituição com a seguinte redação:

“A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a


direito.” (CF/1988, art 5º, XXXV)

• Pode-se dizer que tal princípio é uma derivação do princípio anterior.


Possui um grau menor de generalidade, mas tem como destinatário
principal o legislador.
2. Princípio do Direito de Ação
• Com a atual Carta Constitucional, é garantido a todos o acesso à
justiça para postular tutela jurisdicional preventiva ou reparatória no
que diz respeito a algum direito.

• O Princípio do Direito de Ação é também chamado de Princípio da


Inafastabilidade do Poder Judiciário e Princípio do Acesso à Justiça.
3. Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa

Entre os princípios gerais do direito, este confere às partes o direito


de utilizar todos os meios necessários para se defenderem de
processos judiciais e administrativos.

Também foi designado como princípio fundamental de nossa atual


Constituição:

“Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos


acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes;” (CF/88- Art. 5º, LV)
Subunidade 4.2.1 Direito
Público e Direito Privado
Direito Público (7) Direito Privado (7)
Conjunto de normas jurídicas que se referem às atividades Conjunto de normas jurídicas relativas às atividades privadas.
públicas.

Atividades públicas são aquelas assim definidas na ordem Atividades privadas são aquelas assim definidas na ordem
jurídico-positiva. jurídico-positiva

Todas as atividades públicas são funcionalizadas, ou seja, A funcionalização é exceção, a exemplo do que ocorre em
incidem sobre as funções públicas (legislativa, jurisdicional, relação à propriedade. Assim, as pessoas têm o direito de
administrativa e de governo) usar, fruir, gozar e dispor de seus bens tendo em vista a sua
função social. (Art. 5º, XXII - é garantido o direito de
propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função
social;) CF/88.

Não havendo contraposição com tal função, haverá liberdade


no exercício do direito de propriedade.

Princípio da supremacia do interesse público sobre o Não há supremacia de um interesse privado sobre outro
privado. interesse privado.
Direito Público (7) Direito Privado (7)

Princípio da Indisponibilidade do interesse público: não As pessoas podem livremente (desde que não haja
há livre negociação sobre o Interesse Público, mas disposição em contrário) contratar com outras pessoas,
somente o que a lei prevê. determinar o objeto do contrato, suas formas e seus
efeitos. Disponibilidade do interesse privado.
Princípio de competência: as atividades públicas são As pessoas podem executar as atividades que assim
somente aquelas fixadas na ordem jurídica. desejarem, desde que não haja lei em sentido contrário
(art. 5º, II, da Constituição). Não havendo na lei nada
em contrário, há a permissão.

Princípio da estrita legalidade. Princípio da autonomia da vontade e da liberdade de


escolha da forma dos contratos (prevista ou não
proibida em lei) e do objeto (lícito).
Disciplina o sujeito que exerce a atividade pública Disciplina os sujeitos que exercem as atividades ou
(organização político-administrativa e exercício de relações jurídicas privadas.
funções públicas por entes privados).

Disciplina os meios técnico-jurídicos por ele utilizados Disciplina os meios técnico-jurídicos por ele utilizados
(leis, atos administrativos, processo etc.) (contratos, acordos, etc.)

Dever de realização de fins públicos Liberdade de estabelecer as finalidades das relações


jurídicas, desde que não ofendam o ordenamento
jurídico.
Conteúdo abordado –
PUD EAOF 2020
✓4.1.1 CONCEITO DE DIREITO E SOCIEDADE

✓4.2.1 DIREITO PÚBLICO E PRIVADO

✓4.3.1 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO


BRASILEIRO
Referências Bibliográficas

• (1) Mascaro, Alysson Leandro. Introdução ao Estudo do Direito. São Paulo: Atlas. 2014.
• (2) Jhering, Von. A finalidade no direito. 1916 (p. 256)
• (3)Pantoja, Othon. O que é o common law, as diferenças e semelhanças com o civil law. Disponível em:
https://www.aurum.com.br/blog/common-law/.
• (4) Machado, Edgar da Mata. Elementos de Teoria Geral do Direito. Introdução ao Direito. Belo Horizonte:
Editora UFMG. 1995. (p.38)
• (5) Ferraz Jr., Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito: Técnica, Decisão, Dominação. 2007. (p. 16 –
p.24)
• (6) Sandel, Michael. Justiça: O que é fazer a coisa certa. Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira. 2019.
• (7) Freire, André Luiz. Direito público e direito privado. In: Tomo Teoria Geral e Filosofia do Direito, Edição 1,
Abril de 2017. Acesso em 28 de setembro de 2020. Disponível em:
https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/133/edicao-1/direito-publico-e-direito-privado
• (8) Alexy, Robert. Sistema jurídico, principios jurídicos y razón practica. p. 139-151 Revista DOXA n. 05; 1988.
Acesso em: 27 de setembro de 2020. Disponível em
http://www.cervantesvirtual.com/portal/DOXA/cuadernos.shtml.

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