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Foi durante o período axial da História que a ideia de uma igualdade essencial entre

todos os homens surgiu, mas somente vinte e cinco séculos após é que a primeira
organização internacional englobou quase a totalidade dos povos da Terra, ao aludir
na abertura de uma Declaração Universal de Direitos Humanos, que "todos os homens
nascem livres e iguais em dignidade e direitos“ (COMPARATO, 2015).
Foi a partir da Declaração Universal de 1948 que se iniciou o desenvolvimento do
Direito Internacional dos Direitos Humanos, por meio da adoção de inúmeros tratados
internacionais que tinham como finalidade a proteção de direitos fundamentais,
formando-se o sistema normativo global de proteção dos direitos humanos, no âmbito
das Nações Unidas (PIOVESAN, 2018).
No artigo 1º, a Declaração proclama os três princípios axiológicos fundamentais em
matéria de direitos humanos: a liberdade, a igualdade e a fraternidade.
A Carta Magna de 1988, como marco jurídico da transição ao regime democrático,
alargou o campo dos direitos e garantias fundamentais ao se colocar entre as
Constituições mais avançadas do mundo no que diz respeito à matéria.
“A Carta de 1988 institucionaliza a instauração de um regime político democrático no
Brasil. Introduz também indiscutível avanço na consolidação legislativa das garantias e
direitos fundamentais e na proteção de setores vulneráveis da sociedade brasileira. A
partir dela, os direitos humanos ganham relevo extraordinário, situando-se a Carta de
1988 como o documento mais abrangente e pormenorizado sobre os direitos humanos
jamais adotado no Brasil.” (PIOVESAN, 2018, p. 84).

Frisa-se, ainda, que a Constituição de 1988 prevê, além dos direitos individuais, os
direitos coletivos e difusos – aqueles pertinentes a determinada classe ou categoria
socialApesar das diferenças em relação ao conteúdo, os direitos humanos têm em
comum quatro ideias-chave ou marcas distintivas, citem-se a universalidade,
essencialidade, superioridade normativa e reciprocidade., pertinentes a todos e a cada
um.

Direito-pretensão
Consiste na busca de algo, gerando a contrapartida de outrem do dever de
prestar, determinando-se que o indivíduo tem direito a algo, se outrem (Estado
ou mesmo outro particular) tem o dever de realizar uma conduta que não viole
esse direito, conforme dispõe o Art. 208, inciso I, da CF/88).

Direito-liberdade
Consiste na faculdade de agir que gera a ausência de direito de qualquer outro
ente ou pessoa, tendo disposição constitucional nos casos em que, por
exemplo, uma pessoa tem a liberdade de credo (Art. 5º, inciso VI, da CF/88),
não possuindo o Estado (ou terceiros) nenhum direito (ausência de direito) de
exigir que essa pessoa tenha determinada religião.
Direito-poder
Implica uma relação de poder de uma pessoa de exigir determinada sujeição
do Estado ou de outra pessoa, cite-se, como exemplo, o caso de uma pessoa
ter o poder de, ao ser presa, requerer a assistência da família e de advogado, o
que sujeita a autoridade pública a providenciar tais contatos (Art. 5º, Inciso
LXIII, da CF/88).

Direito-imunidade
Consiste na autorização dada por uma norma a uma determinada pessoa,
impedindo que outra interfira de qualquer modo.

 direitos humanos: matriz internacional, sem maior força vinculante;


 direitos fundamentais: matriz constitucional, com força vinculante gerada
pelo acesso ao Poder Judiciário.

A Constituição de 1988 dividiu os direitos humanos, com base no seu Título II


“Dos Direitos e Garantias Fundamentais”, em cinco categorias:

i) direitos e deveres individuais e coletivos;

ii) direitos sociais;

iii) direitos de nacionalidade;

iv) direitos políticos; e

v) partidos políticos.

 o jusnaturalismo é uma corrente do pensamento jurídico, tratando-se de um


conjunto de normas vinculantes anterior e superior ao sistema de normas
fixadas pelo Estado (Direito posto).

Os iluministas, em especial Locke e Rousseau, fundam a corrente do


jusnaturalismo contratualista, que aprofunda o racionalismo e o individualismo.

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