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O caso fortuito externo é aquele que não guarda nenhuma relação com a atividade do
fornecedor, sendo absolutamente estranho ao produto ou serviço, tendo ocorrido em
momento posterior ao de sua fabricação ou formulação e que, portanto, exime o fornecedor
de responsabilidade.
Assim, o fortuito interno não exclui a responsabilidade do agente, mas o externo sim.
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO
O prazo para reclamar pelos vício do produto está inscrito no artigo 26 do CDC. Vejamos:
(…)
O início da contagem do prazo ocorre a partir da tradição (entrega da coisa), no caso dos
vícios de fácil constatação, ou, no caso de vício oculto, a partir do aparecimento do vício.
§ 2° OBSTAM A DECADÊNCIA:
II - (VETADO).
Vejamos:
Ou seja, ocorrendo um Fato do Produto (defeito), o consumidor terá 5 anos para pleitear a
sua reparação, a partir do conhecimento do dano e de sua autoria (adoção, pelo CDC, da
teoria da actio nata subjetiva). O consumidor tem direito à reparação integral dos danos
sofridos (teoria da reparação integral).
§1°. (VETADO)
Segundo a teoria do desvio produtivo, a desnecessária perda de tempo útil imposta pelo
fornecedor para o reconhecimento do direito do consumidor configura abusividade e enseja
indenização por danos morais.
RESPONSABILIDADE CRIMINAL
No Código de Defesa do Consumidor as infrações penais estão previstas nos artigos 63 a 74,
protegendo a regularidade das relações de consumo e os interesses do consumidor. As penas
máximas não excedem a dois anos, sendo infrações de menor potencial ofensivo, às quais se
aplicam o art. 61 da lei 9.099/1995, que prevê a transação penal.
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu que a figura do consumidor
por equiparação (bystander) não se aplica às hipóteses de vício do produto ou do serviço
(artigos 18 a 25 do Código de Defesa do Consumidor – CDC).
O entendimento do STF é que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) deve prevalecer sobre
as normas de direito internacional.
OFERTA
Nos termos do artigo 30 do Código de Defesa do Consumidor, a oferta é toda informação ou
publicidade veiculada pelo fornecedor sobre produtos ou serviços que o obriga a cumpri-la e
integra o contrato que vier a ser celebrado.
PUBLICIDADE
Assim, a exposição do bem por meio publicitário se torna eficaz ao fornecedor e, de certa
forma, pode gerar riscos ao consumidor, pois a veiculação que não atende os preceitos
estabelecidos na norma de consumo pode ser considerada abusiva ou enganosa.
Entende-se como publicidade abusiva aquela que é tida como discriminatória, que incite à
violência, explore o medo ou a superstição, aproveite a deficiência de julgamento e
experiência da criança, desrespeite valores ambientais, ou, ainda, permita a indução do
indivíduo em comportamento prejudicial ou perigoso à saúde ou segurança. - Art. 37, § 2° do
CDC.
Ressalta-se que o uso da publicidade como um meio de divulgação de produtos e serviços não
é uma imposição legal, ao contrário, é uma faculdade do fornecedor. Porém, se este opta por
fazê-la, deve atender todos os dispositivos que a regulam.
Desta forma, para que sejam evitados excessos dos fornecedores, é preciso observar os
princípios que norteiam a prática publicitária de consumo. Vale destacar que os princípios
gerais de consumo são aplicáveis as questões publicitárias, pois orientam a interpretação da
lei.
No que diz respeito, aos princípios específicos, há o da veracidade que prima pela verdade do
produto ou do serviço apresentado pelo fornecedor. Não devem constar falsas impressões que
sugestionem interpretação diversa ou criem falsas expectativas pelo consumidor. A
publicidade deve ser realizada sem ampliar ou omitir informações sobre o que está
anunciando.
O princípio da identidade publicitária se presta para garantir que a publicidade não seja
veiculada com recursos indevidos, tais como, mensagens subliminares, clandestinas,
ofensivas.
- O CDC dispõe que toda informação ou publicidade, veiculada por qualquer forma ou meio
de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, desde que
suficientemente precisa e efetivamente conhecida pelos consumidores a que é destinada,
obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar, bem como integra o contrato que
vier a ser celebrado.
Vale destacar ainda que, o princípio da vinculação da publicidade foi aplicado em situação
decorrente de falência da empresa, imputando a responsabilidade à fornecedora do bem,
como pode ser vista da decisão do STJ que segue:
Embora pareçam complementares, há que se considerar que ao consumidor é tido pelo CDC
como vulnerável nesta relação, o que significa dizer mais frágil frente ao fornecedor.
Tomando isso, a norma consumerista visa o equilíbrio das relações entre as partes, não em
detrimento econômico, mas visando minimizar as incongruências que desestabilizam os
contratos que as partes firmam.
A publicidade é tida como influenciadora na aquisição de bens e serviços. Como a cada dia há
a intensificação do seu uso, é preciso que os envolvidos estejam atentos para que não sejam
cometidos abusos ou excessos para que não ocorram desequilíbrios. Assim, a atuação dos
órgãos de controle é relevante, bem como o questionamento daqueles que porventura foram
lesados.
PRÁTICAS ABUSIVAS
As práticas abusivas são aquelas ações feitas por empresas que violam os direitos e colocam
podem induzir o consumidor ao erro ou engano, quando ele adquire produtos e serviços por
pressão ou trapaça.
A lei 8.078 tratou especificamente de regular as práticas abusivas em três artigos: 39, 40 e
41. Mas apenas no art. 39 as práticas que se pretendem coibir, e que lá são elencadas
preços tabelados.
É claro que a não entrega do orçamento e a violação do sistema de preços controlados são
também consideradas práticas abusivas. Porém, a organização do texto não foi muito boa. A
rigor, as chamadas práticas abusivas previstas no art. 39 têm apenas um elenco mínimo ali
jurídica em caso de abuso do direito (art. 28), a cobrança constrangedora (que é regulada no
art. 42, c/c o art. 71), a "negativação" nos serviços de proteção ao crédito de maneira
indevida (que o art. 43 regulamenta), o anúncio abusivo e enganoso, previsto nos parágrafos
do art. 37 etc.
As chamadas "práticas abusivas" são ações e/ou condutas que, uma vez existentes,
fenomênico.
satisfeito por ter recebido em casa um cartão de crédito sem ter pedido, essa concreta
aceitação sua não elide a abusividade da prática (que está expressamente prevista no inciso
III do art. 39). A lei tacha a prática de abusiva, portanto, sem que, necessariamente, seja
próprio nome diz, surgem antes de firmar-se o contrato de consumo, como aquelas que
caso estão, por exemplo, a prática ilícita de condicionar o fornecimento de algum produto ou
segunda hipótese está, por exemplo, o envio do cartão de crédito sem que o consumidor
proteção ao crédito.
no art. 51 e a do inciso IX do art. 39, que dispõe como abusiva a não estipulação de prazo
ORÇAMENTO
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio
Bancos de dados são um conjunto de informações e registros sobre pessoas, lugares ou coisas,
fazendo com que o fornecedor tenha maior garantia na realização de seus negócios.
quando instituídos e mantidos por entidades oficiais (PROCONS, Bacen, Cadin), ou privados,
quando instituídos e mantidos por entidades particulares (SPCs e Serasa), mas TODOS são
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações
exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a
§ 6o Todas as informações de que trata o caput deste artigo devem ser disponibilizadas em
consumidor.
Súmula 550 STJ: A utilização de escore de crédito, método estatístico de avaliação de risco
que não constitui banco de dados, dispensa o consentimento do consumidor, que terá o
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por
pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de
proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da
I - o respeito à privacidade;
II - a autodeterminação informativa;
Súmula 323 STJ: A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de proteção
Súmula 359 STJ: Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação
Súmula 385 STJ: Da anotação irregular em Cadastro de Proteção ao Crédito, não cabe
indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao
cancelamento.
A simples inscrição irregular já é por si só suficiente para configurar o dano moral, não
havendo necessidade da prova do prejuízo sofrido (dano in re ipsa). Por outro lado, o dano
material, em decorrência da inscrição indevida, não pode ser apenas alegado, devendo estar
dívida, é do fornecedor.
Súmula 404 do STJ "é dispensável o Aviso de Recebimento (AR) na carta de comunicação ao