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CIVIL
1º CONTEÚDO DA II UNIDADE
O Código Brasileiro de Defesa do Consumidor consagra como regra a
responsabilidade objetiva e solidária dos fornecedores de produtos e prestadores de serviços,
frente aos consumidores.
Objetivo: facilitar a tutela dos direitos dos consumidores, em prol da reparação integral dos
danos, constituindo um aspecto material do acesso à justiça.
IMPORTANTE!
É diferente quando se trata de hospitais, grupos de saúde, empresas de consultoria e
engenharia.
Neste caso a responsabilidade será OBJETIVA.
Tipos de Responsabilidade:
• RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DO PRODUTO
Presente quando existe um problema oculto ou aparente no bem de consumo, que o
torna impróprio para uso ou diminui o seu valor, tido como um vício por inadequação.
A responsabilização do fornecedor somente alcança o valor do bem, não ocorrendo
indenizações por outros danos materiais (reparação), morais (indenização) ou estéticos.
RITO SUMÁRIO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E
MORAIS. OSCILAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA FORNECIDA A IMÓVEL. LAUDO PERICIAL CONSTATOU QUE OS
DANOS NO EQUIPAMENTO DO CONSUMIDOR FORAM CAUSADOS EM DECORRÊNCIA DA OSCILAÇÃO DE
TENSÃO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA DEVIDAMENTE CONFIGURADA.
SENTENÇA JULGOU PROCEDENTE O PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAL E IMPROCEDENTE EM
RELAÇÃO AOS DANOS MORAIS. REFORMA QUE SE IMPÕE. DANO MORAL CONFIGURADO, EM RAZÃO DA PERDA
DO TEMPO LIVRE. PROVIMENTO AO RECURSO, NA FORMA DO ARTIGO 557, § 1-A,DO CPC. AGRAVO INTERNO.
NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO. QUINTA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA APELAÇÃO CÍVEL Nº
0002488-38.2010.8.19.0206 2ª VARA CÍVEL REGIONAL DE SANTA CRUZ - TJRJ) 17/04/2012
Vício de quantidade:
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto
sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for
inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem
publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - o abatimento proporcional do preço;
II - complementação do peso ou medida;
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os
aludidos vícios;
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos.
• RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DO PRODUTO
MODALIDADES:
Exceções:
Art. 18, §5º do CDC- nos casos de fornecimento de produtos in natura, será
responsável perante o consumidor o fornecedor imediato (comerciante), exceto
quando identificado claramente seu produtor.
Art. 19, §2º do CDC - diz ser o fornecedor imediato (comerciante) responsável quando
fizer a pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo
os padrões oficiais.
Responsabilidade solidária.
• RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO
Quando ocorre um problema que transpõe os limites do produto
ocasionando prejuízos colaterais, como danos materiais, morais e
estéticos, não oferecendo a segurança esperada.
Sendo estes de responsabilidade objetiva do fornecedor.
Cuidado, pois nele está expresso que se trata de prazo aplicável a danos causados pelo fato
do produto ou do serviço, isto é, para aqueles casos em que haja um acidente de
consumo(defeito).
• RESPONSABILIDADE PELO FATO DO SERVIÇO
Haverá fato do serviço sempre que o defeito, além de atingir a incolumidade econômica do
consumidor, atinge sua incolumidade física ou psíquica.
Quando o serviço não oferece a SEGURANÇA esperada, ou não traz as informações
suficientes.
Deve-se levar em consideração:
1. O modo do fornecimento;
2. O resultado;
3. O risco que razoavelmente se esperava à época que foi fornecido.
ATENÇÃO!
Art. 14, § 2º CDC O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas
técnicas.
A responsabilidade entre os fornecedores será SOLIDÁRIA.
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
INCLUIDO PELA DOUTRINA MAJORITÁRIA : EM CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR.
O nexo de causalidade pode ser atingido pela excludente de responsabilidade, elidindo, assim, o
dever de indenizar, ante a imprevisibilidade dos efeitos do fato. Havendo comprovação de que os
prejuízos foram resultantes de caso fortuito ou força maior, fica afastada a responsabilidade do
devedor.
Alguns doutrinadores, como Jorge Alberto Quadros de Carvalho Silva, consideram caso fortuito e
força maior como excludentes, como pode ser observado a seguir:
“O fornecedor pode eximir-se da responsabilidade pela reparação dos danos se provar: 1)que não
colocou o produto no mercado (ou que o produto foi colocado contra a sua vontade); 2) que,
embora tivesse posto, o defeito inexistia; 3) que a culpa é exclusiva do consumidor ou de terceiro;
ou 4) a existência de caso fortuito e força maior (art. 393 do CC/2002), manifestados após a
introdução do produto no mercado de consumo, a despeito dessas duas excludentes não
constarem expressamente do CDC. (SILVA, 2008, p. 81)”
• RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DO SERVIÇO
Haverá vício quando o “defeito” atingir meramente a incolumidade econômica do
consumidor, causando-lhe tão somente um prejuízo patrimonial.
São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente
deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de
prestabilidade. (art. 20, § 2º CDC)
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou
lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da
oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e
danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 1º A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do
fornecedor.
ATENÇÃO!
É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a
obrigação de indenizar, prevista nesta e nas seções anteriores. (art. 25 CDC)