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Direito do Consumidor
Disciplina: Direito para a informática
Professora: Dra. Sabrina Olimpio Caldas de Castro Braga
INTRODUÇÃO

O Código de Defesa do Consumidor estabelece as normas de proteção e defesa do consumidor, de


ordem pública e interesse social.

O CDC permite a aplicação de outra lei que seja mais benéfica ao consumidor, consoante o
disposto em seu artigo 7°:

Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de tratados ou
convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de
regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que
derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e equidade.

O CDC estabelece a relação de consumo. Mas o que é esta relação?


RELAÇÃO DE CONSUMO

Relação de consumo é a relação existente entre o consumidor e o fornecedor na compra e


venda de um produto ou na prestação/utilização de um serviço.
RELAÇÃO DE CONSUMO

O CDC enuncia os elementos da relação de consumo:


→ Elementos subjetivos: sujeito
→ Elementos objetivos: objeto.
RELAÇÃO DE CONSUMO

Elementos subjetivos

a) Consumidor

O conceito de Consumidor está estampado no artigo 2º do CDC:

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final.

Sendo assim, o conceito de consumidor padrão é o que retira o produto do mercado, para seu
uso pessoal, para satisfazer sua necessidade e não para acoplá-lo a outro e mantê-lo na cadeia
econômica.
RELAÇÃO DE CONSUMO

Elementos subjetivos

a) Consumidor

A teoria maximalista ampliou o conceito informando que consumidor é aquele que adquire o
produto ou serviço como destinatário final sem fazer exceção.

Por exemplo, o advogado que instala o aparelho de ar condicionado no seu escritório, não sendo o
produto vendido, será considerado consumidor destinatário final.
RELAÇÃO DE CONSUMO

Elementos subjetivos

b) Consumidor Equiparado

São considerados consumidores por equiparação todos os que estejam inseridos na relação de
consumo por alguma maneira.

Na hipótese de acidente de consumo, aquele que não participa diretamente da relação, mas sofre
os efeitos do evento danoso. Exemplos:
→ Queda de avião que atinge a casa de uma pessoa;
→ O indivíduo entra no supermercado, não compra nada mas cai no piso molhado;
→ Propaganda enganosa que atinge a indeterminado número de consumidores (causa
coletiva para Fundo Público).
RELAÇÃO DE CONSUMO

Elementos subjetivos

c) Fornecedor

O conceito legal de fornecedor está no art. 3 do CDC:


Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
RELAÇÃO DE CONSUMO

Elementos subjetivos

c) Fornecedor

Vale lembrar que, em regra, fornecedor é aquele que coloca no mercado produto ou serviço de
forma onerosa e com habitualidade, sendo irrelevante se aferiu lucro ou não.

Assim, se um produto foi vendido casualmente, não integra o conceito de fornecedor. Este é o
caso, por exemplo, de um particular que vende um carro. Ora, este não tem o costume de vender
carro, tendo feito isto somente com o único que possuía. Esta relação, portanto, será regida pelo
Código Civil.

Por outro lado, para reclamar contra uma concessionária que vende carro todos os dias, devem ser
usadas as regras do CDC, pois esta tem habitualidade
RELAÇÃO DE CONSUMO

Elementos subjetivos

c) Fornecedor

Ademais, devemos ficar atento ao chamado onerosidade indireto, que ocorre, por exemplo,
quando um supermercado cria um estacionamento “grátis” na frente do seu estabelecimento.
Nesse caso, o mercado ganha de forma indireta. Este é também o caso de shopping que possui
estacionamento.

Ao contráriodo que se pensam, eles são sim responsáveis pelos danos sofridos pelos bens de seus
clientes enquanto estes estiverem no estacionamento, aplicando-se aqui a súmula 130 do STJ:

Súmula 130 - A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de danos ou furto de veículo
ocorridos em seu estacionamento.
RELAÇÃO DE CONSUMO

Elementos objetivos

a) Produto

Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

Nota: A onerosidade da relação jurídica não integra o conceito de produto- pode decorrer de uma
relação gratuita, o que se exige é que o bem seja apreciável economicamente – ex: fornecimento
de amostra grátis.
RELAÇÃO DE CONSUMO

Elementos objetivos

b) Serviços

Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive


as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária.

Notas: Os serviços públicos remunerados também podem ser considerados serviços de consumo,
consoante demonstra o próprio CDC.
FATO E VÍCIO DO PRODUTO/ SERVIÇO

Existe diferença entre fato e vício do produto ou do serviço.

Fato ocorre quando o problema apresentado atingir a segurança do consumidor. Caracteriza-se


como um acidente de consumo que vem a provocar um acidente com o consumidor, causando-lhe
dano material ou moral.

Por outro lado, o vício é o problema apresentado pelo produto ou pelo serviço, que atinge a
qualidade ou a quantidade do produto ou do serviço. Trata-se de uma impropriedade ou
inadequação que fere a expectativa do consumidor, seja em razão do produto ou do serviço.
FATO E VÍCIO DO PRODUTO/ SERVIÇO

Responsabilidade por fato do produto

Os responsáveis pelo fato do produto são: o fabricante (que lança no mercado produtos
manufaturados), o construtor (figura ligada à construção civil) ou o produtor (aquele que coloca
no mercado produtos agrícolas ou pastoris – responsável real); o importador (espécie de
fornecedor ficto; é aquele que se presume responsável porque importa o produto, lançando-o no
mercado interno – responsável presumido); ou o comerciante (responsável aparente).

Responde o comerciante quando:


I. Quando fabricante, produtor ou construtor não puder ser identificado;
II. Quando o produto for fornecido sem a identificação clara do fabricante, produtor ou construtor;
III. Quando o comerciante não conserva adequadamente produto.
FATO E VÍCIO DO PRODUTO/ SERVIÇO

Responsabilidade por fato do produto

O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando


provar:
I. Que não colocou o produto no mercado;
II. Que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
III. A culpa é exclusiva do consumidor ou de terceiros.

Havendo mais de um responsável pelo fato causador do dano, todos responderão solidariamente
pela reparação prevista.
FATO E VÍCIO DO PRODUTO/ SERVIÇO

Responsabilidade por fato do serviço

O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos


danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Não haverá responsabilidade do serviço quando o defeito não existir ou quando a culpa for
exclusiva do consumidor ou de terceiros.

O serviço também não será considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas no mercado.
FATO E VÍCIO DO PRODUTO/ SERVIÇO

Vicio de qualidade do produto

Há vicio quando torna o produto:


I. Impróprio ou inadequado ao fim a que se destina;
II. Reduz o valor do produto;
III. Disparidade com a oferta.

Tais hipóteses, quando verificadas, possibilitam ao fornecedor o prazo decadencial de 30 dias para
sanar o acontecido. Caso não o faça, nasce ao consumidor o direito protestativo de escolher
entre:
→ A substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso.
→ Caso inexista o produto, a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
→ O abatimento proporcional do preço
FATO E VÍCIO DO PRODUTO/ SERVIÇO

Vicio de quantidade do produto

Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que,


respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às
indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária,
podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
→ O abatimento proporcional do preço;
→ Complementação do peso ou medida;
→ A substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos
vícios;
→A restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos.
FATO E VÍCIO DO PRODUTO/ SERVIÇO

Vicio de qualidade do serviço

O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao


consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as
indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:

Diante da sua configuração, poderá pleitear o consumidor:


→ A reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível. Tal reexecução pode ser
confiada a terceiros capacitados pela conta e risco do fornecedor;
→ A restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;
→ O abatimento proporcional do preço.
FATO E VÍCIO DO PRODUTO/ SERVIÇO

OBSERVAÇÃO

O prazo para o consumidor exigir indenização pelos danos causados por fato do produto ou do
serviço extingue-se em 5 (cinco) anos a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
GARANTIA LEGAL

Tem como característica ser automática, não dependendo de qualquer termo expresso para que
seja efetivada.

O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:


I. Trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;

II. Noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.


GARANTIA CONTRATUAL OU ESTENDIDA

.A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito.

O prazo da garantia contratual apenas começa a correr após ultrapassado o prazo da garantia legal.
PUBLICIDADE
É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

A publicidade será enganosa quando o vendedor, por ação ou omissão, induz o consumidor a erro.

Por outro lado, a publicidade será abusiva quando manipula o consumidor sem que ele perceba a
fazer algo. Além disso, é abusiva a publicidade discriminatória de qualquer natureza.
PUBLICIDADE

A publicidade abusiva não se confunde com a publicidade enganosa:

→ Na publicidade abusiva não há, necessariamente, uma inverdade e nem sempre o


consumidor é induzido ao cometimento de erro. Ela pode até ser verdadeira, mas seu conteúdo
afronta a moral, a ética e os bons costumes.

→ Na publicidade enganosa, por outro lado, o conteúdo do anúncio sempre contém


inverdades ou alguma omissão que induza o consumidor ao erro.

O Código de Proteção e Defesa do Consumidor responsabiliza objetivamente o anunciante que


veiculou publicidade enganosa ou abusiva
PRÁTICAS E CLÁUSULAS ABUSIVAS

O CDC elenca as práticas abusivas nos artigos 39 e seguintes. Dentre as condutas tipificadas no
referido artigo, em seu inciso I encontra-se a de maior prática nos dias atuais que é a venda
casada.

O consumidor deve ter ampla liberdade de escolha quanto ao que deseja consumir, razão pela
qual não pode o fornecedor impor ao consumidor a aquisição de produtos ou serviços, nem
mesmo quando este esteja a adquirir outros produtos ou serviços do mesmo fornecedor.
PRÁTICAS E CLÁUSULAS ABUSIVAS

São exemplos de venda casada já proibidas pelo poder judiciário:


a. Seguro habitacional da mesma entidade que financia o imóvel ou por seguradora por ela
indicada;

b. Condicionar a concessão de cartões de crédito à contratação de seguros e títulos de


capitalização;

c. O STJ decidiu que os frequentadores de cinema não estão obrigados a consumir unicamente os
produtos da empresa vendidos na entrada das salas de projeções;

d. Um posto de gasolina não poderia vincular o pagamento a prazo da gasolina à aquisição de


refrigerante;
PRÁTICAS E CLÁUSULAS ABUSIVAS

e. Em 2010, o Tribunal determinou a reunião na Justiça Federal das ações civis públicas propostas
contra as redes de lanchonetes Bob’s, McDonald’s e Burger King, em razão da venda casada de
brinquedos e lanches fast-food;

f. O STJ tem decisões no sentido que, em caso de compra de passagens e contratação de hotel,
serviços de passeio e contrato de seguro de viagem vendidos de forma conjunta por operadora de
turismo, a agência responde pela má prestação de qualquer um desses serviços;

g. O STJ restituiu o entendimento de que nos condomínios em que o total de água consumida é
medido por um único hidrômetro, é ilegal a cobrança do valor do consumo mínimo multiplicado
pelo número de unidades residenciais.
REPETIÇÃO DE INDEBITO

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito,
por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros
legais, salvo hipótese de engano justificável.
REPETIÇÃO DE INDEBITO

Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao consumidor, deverão


constar o nome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedordo produto ou serviço
correspondente.

Acrescentou-se o artigo 42-A, com o fim de facilitar a identificação do fornecedor de produtos e


serviços, principalmente para demandas judiciais.
BANCO DE DADOS E CADASTRO DOS CONSUMIDORES

O tempo que o nome do consumidor pode ficar em cadastro negativo, que está disciplinado no art.
43, parágrafos 1° e 5°, que é de 05 anos.

Segundo a jurisprudência do STJ o termo inicial do prazo de cinco anos começa no momento da
inscrição do nome do consumidor no cadastro de inadimplentes.

Quando ocorre a inscrição indevida do nome do consumidor no cadastro de inadimplentes, é


pacífico nos Tribunais pátrios a configuração do dano moral.

Contudo, urge salientar que a súmula n° 385 do STJ determina que se o nome já estava inscrito
devidamente e ocorrer uma inscrição posterior indevidamente, não há mais que se falar em
indenização. Permanece, contudo, o direito ao cancelamento da inscrição indevida.
BANCO DE DADOS E CADASTRO DOS CONSUMIDORES

Além dos já conhecidos cadastros SPC e Serasa, existem outros bancos de dados e cadastro de
consumidores.

O Banco Central administra dois tipos de cadastros:


→ O CCF: cadastro de emitentes de cheque sem fundo.
→ SCR: cadastro em que consta a informação de qualquer concessão de empréstimo acima
de R$ 1.000,00, independentemente de inadimplemento ou não.
DIFERENCIAÇÃO NO PREÇO POR MÉTODO DE PAGAMENTO

Os estabelecimentos comerciais (e outros fornecedores de bens ou serviços) podem cobrar


mais caro pelo produto caso o consumidor opte por pagar com cartão de crédito ou com
cheque em vez de pagar com dinheiro?

Os fornecedores de bens e serviços podem dar descontos para quem paga no dinheiro?
DIFERENCIAÇÃO NO PREÇO POR MÉTODO DE PAGAMENTO

Os estabelecimentos comerciais (e outros fornecedores de bens ou serviços) podem cobrar mais


caro pelo produto caso o consumidor opte por pagar com cartão de crédito ou com cheque em vez
de pagar com dinheiro?

Os fornecedores de bens e serviços podem dar descontos para quem paga no dinheiro?

Ocorre que o art. 39 incisos V e X do CPC proibiam tal prática. Contudo, tais dispositivos foram
derrogados pela Lei nº 13.455/2017 e agora a interpretação a ser dada é a de que não mais é
proibida a diferenciação de preços de bens e serviços oferecidos ao público em função do prazo
ou do instrumento de pagamento utilizado.
DIFERENCIAÇÃO NO PREÇO POR MÉTODO DE PAGAMENTO

Do prazo.

→ Ex.: pagamentos à vista podem ser mais baratos que os realizados a prazo;

Do instrumento de pagamento utilizado.


→ Ex.: é permitido que o lojista cobre um preço mais caro se o consumidor optar por pagar
em cheque ou cartão em vez de dinheiro.

Esta diferenciação não é obrigatória, ou seja, o comerciante pode ter o mesmo preço para vendas a
vista e a prazo ou no cartão. Contudo, caso opte pela diferenciação, o preço deve estar exposto e
visível para o consumidor, que não pode ser pego de surpresa na hora do pagamento.
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR

Direito de arrependimento

Quando a aquisição de produto ocorrer fora do estabelecimento comercial (por telefone, em


domicílio, através de internet ou por outro meio similar) o consumidor tem o prazo de reflexão
de 7 (sete) dias corridos, a contar da data do recebimento do produto ou assinatura do contrato,
para desistência, de acordo com o artigo 49 do Código de Defesado Consumidor.

A contagem do prazo inicia-se a partir do dia imediatamente posterior à contratação ou


recebimento do produto e não é interrompida durante fins de semana ou feriados. Para exercer o
direito de arrependimento, o consumidor deve formalizar o pedido ao fornecedor.
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR

Estão previstos no art. 6 do CDC:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


I. A proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados
por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados
perigoso ou nocivos;

II. A educação e divulgação sobre o consumo adequado dos


produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a
igualdade nas contratações;
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR

III. A informação adequada e clara sobre os diferentes produtos


e serviços, com especificação correta de quantidade,
características, composição, qualidade, tributos incidentes e
preço, bem como sobre os riscos que apresentem;

IV. A proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos


comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e
cláusulas abusiva ou impostas no fornecimento de produtos e
serviços;

V. A modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam


prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR

VI. A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,


individuais, coletivos e difusos;

VII. O acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à


prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa
e técnica aos necessitados;

VIII. A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a


inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a
critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
IX. (Vetado);
X. A adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR

Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde
ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de
sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações
necessárias e adequadas a seu respeito.

Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestaras informações a


que se refere este artigo, através de impressos apropriados que devam acompanhar o produto.
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR

Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou


segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou
periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto.

Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou
deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.
Referências

BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Lei nº 8.078 de 11 de Setembro de 1990.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Presidência da República,


1988.

FERRAZ JUNIOR, Tercio Sampaio. Introdução ao estudo do direito : técnica, decisão,


dominação. 10. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2018.

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