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26/09/2017

Direito do Consumidor
Retomando....

- Consumidor Padrão...
- Limitação quantidade produtos...

Limitação
quantidade produtos
Exemplo: Determinado
supermercadista anuncia
esponja de limpeza a R$ 0,50,
produto que, normalmente,
custa em média R$ 1,50 cada
unidade. Contudo, limita a
aquisição a 05 unidades/cliente.

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Limitação quantidade produtos


Essa prática é lícita ou contraria as disposições
do Código de Defesa do Consumidor?
O que diz o art. 39, I, do CDC:
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços,
dentre outras práticas abusivas:
I – condicionar o fornecimento de produto ou de serviço
ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como,
sem justa causa, a limites quantitativos;

Limitação quantidade produtos


A hipótese que cuida do condicionamento da
aquisição do produto ao limite imposto pelo
fornecedor está na parte final do inciso I.

Parcela da doutrina entende que essa proibição


é absoluta, não sendo possível em hipótese
alguma, que o fornecedor limite a aquisição.

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Limitação quantidade produtos


Outra corrente entende que essa proibição não
é absoluta, como nos revela o próprio
preceptivo, ao fazer a ressalva da “justa causa”.

- Princípio da dimensão coletiva!

Se um único consumidor se dirige até o estabelecimento


ofertante, e em razão de sua exclusiva vontade adquire todo
o estoque em promoção, estará prejudicando os demais
membros de sua comunidade!

Limitação quantidade produtos


Manifestação do STJ sobre o tema:

A falta de indicação de restrição quantitativa à oferta de


determinado produto, pelo fornecedor, não autoriza o
consumidor a exigir quantidade incompatível com o
consumo individual ou familiar, nem, tampouco, configura
dano ao seu patrimônio extramaterial (REsp. 595.734/RS,
Rel. originária Min. Nancy Andrighi, Rel. para o acórdão
Min. Castro Filho, DJ 28/11/2005).

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Limitação quantidade produtos


Outra justa causa para essa espécie de limitação é
suscitada por Rizzato Nunes, citado por Leonardo de
Medeiros Garcia, entende justificável a limitação em
épocas de crise (justa causa), de modo que a
população não deixe de ser devidamente abastecida,
evitando-se, assim, o prejuízo da coletividade de
consumidores.
(Direito do Consumidor: código comentado e
jurisprudência. 7ª ed. rev. amp. e atual. Niterói: Impetus,
2011, p. 282).

Direito do Consumidor

Consumidores Equiparados.

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CONSUMIDORES - EQUIPARADOS
A lei de defesa do consumidor protege, além do
consumidor em sentido próprio, outros sujeitos
que se encontram em posição de desigualdade
frente ao fornecedor.

Estes indivíduos, grupos ou sujeitos


indeterminados são equiparados a consumidor por
intervirem nas relações de consumo, sempre
ocupando uma posição de vulnerabilidade.

CONSUMIDORES - EQUIPARADOS

Dessa maneira, para efeitos de proteção


legal, o CDC equipara a consumidor:

a) coletividade de pessoas, ainda que


indetermináveis (art. 2º, § único, do CDC);

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CONSUMIDORES - EQUIPARADOS
a) coletividade de pessoas:

O art. 2º, parágrafo único, do CDC, equipara a


consumidor, a coletividade de pessoas, ainda que
indetermináveis que haja intervindo nas relações de
consumo.
Ex.: Defeito em veículos “recall” - todos os adquirentes do veículo
naquelas condições (indivisibilidade aí manifesta) não venham a
sofrer os mesmos danos; e a solução, na hipótese, será o recall.

CONSUMIDORES - EQUIPARADOS
Dessa maneira, para efeitos de proteção
legal, o CDC equipara a consumidor:

b) vítimas de acidente de consumo. (art. 17


do CDC);

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CONSUMIDORES - EQUIPARADOS
b) vítimas de acidente de consumo:

Os equiparados a consumidor por serem vitimados são


os que não tendo participado da relação de consumo
sofrem apenas suas consequências danosas.

Ex.: Alguém atropelado por um automóvel com defeito de


fabricação.
Abertura de uma conta corrente mediante fraude.

CONSUMIDORES - EQUIPARADOS
Dessa maneira, para efeitos de proteção
legal, o CDC equipara a consumidor:

c) pessoas expostas às práticas abusivas (art.


29 do CDC).

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CONSUMIDORES - EQUIPARADOS
c) pessoas expostas às práticas abusivas:

O art. 29 amplia o conceito de consumidor, aplicando as


regras dos capítulos cinco e seis do Código, referentes
respectivamente à proteção comercial e contratual, a
todos, inclusive profissionais, submetidos às práticas
abusivas.
Ex.: publicidade enganosa ou abusiva, cobrança abusiva, etc.

ELEMENTOS ESTRUTURAIS

Sujeitos: consumidor e fornecedor

Objeto: produto ou serviço.

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SUJEITOS DA RELAÇÂO

Outro aspecto da dimensão relacional,


além da vulnerabilidade (CONSUMIDOR),
é a presença de FORNECEDOR.

FORNECEDOR

Pois só haverá tutela legal, se


no outro polo da relação
houver um fornecedor, assim
definido no art. 3º, caput, do
CDC:

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FORNECEDOR
Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública
ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os
entes despersonalizados, que desenvolvem atividade
de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição
ou comercialização de produtos ou prestação de
serviços.

FORNECEDOR
Infere-se que o fornecedor pode ser pessoa
física, jurídica ou ente despersonalizado; ser
nacional ou estrangeiro; público ou privado ou,
ainda, ocupar as mais diversas posições na
cadeia de consumo.
No entanto, o critério definidor deste sujeito é a
profissionalidade.

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FORNECEDOR
Profissionalidade:
Esta se define alternativamente pela
habitualidade no exercício da atividade ou
na detenção de habilitação específica para
o exercício da profissão.

ELEMENTOS ESTRUTURAIS

Sujeitos: consumidor e fornecedor

Objeto: produto ou serviço.

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PRODUTOS E SERVIÇOS
O objeto de uma relação jurídica é
o elemento em razão do qual a
relação se constitui e sobre a qual
recai tanto a exigência do credor,
como a obrigação do devedor,
podendo ser tanto uma coisa quanto
uma prestação.

PRODUTOS E SERVIÇOS
Na relação de consumo, esse
objeto, é determinado pela
atividade humana de dar um
produto ou de realizar um
serviço por parte do
fornecedor.

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PRODUTOS
O § 1º do art. 3º do CDC
define:
“produto é qualquer bem,
móvel ou imóvel, material ou
imaterial.”

PRODUTOS
Por isso conclui-se que os produtos,
quer de natureza material ou
imaterial, quer móveis ou imóveis
serão objeto da relação de consumo,
bastando para isso que possuam
existência própria, e sejam dotados
de valor econômico.

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PRODUTOS
Estão excluídos, estão fora do
âmbito de aplicação do CDC, os
bens sem apreciação econômica,
tais como o nome, órgãos e
tecidos do corpo humano, etc.

PRODUTOS
Estão excluídos, estão fora do
âmbito de aplicação do CDC, os
bens sem apreciação econômica,
tais como o nome, órgãos e
tecidos do corpo humano, etc.

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PRODUTOS
ATENÇÃO!!!
A exigência é que o produto tenha
valor econômico, não
necessariamente que o
consumidor tenha pago por ele.
Ex.: Distribuição gratuita gera
responsabilidade do fornecedor.

SERVIÇOS
De acordo com o art. 3º, § 2º, do CDC:

Serviço é qualquer atividade fornecida no


mercado de consumo, mediante
remuneração, inclusive de natureza
bancária, financeira, de crédito e
securitária, salvo as decorrentes das
relações de caráter trabalhista.

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SERVIÇOS
Para efeitos de proteção do Código do
Consumidor os serviços devem ser
prestados no mercado de consumo,
mediante remuneração.
Afasta-se, pois, a incidência sobre os
serviços sociais e a título gratuito.

SERVIÇOS
Abrange certos serviços públicos,
somente os serviços públicos
impróprios, são serviços públicos sob a
égide do CDC.
Ex.: água, luz, telefonia e pedágio.

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SERVIÇOS
Aos serviços públicos impróprios, a lei
consumerista consagra dois dispositivos o art. 6,
X, e o art. 22 abaixo transcritos:
“Art. 6º São direitos básicos do consumidor(...)
X – a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em
geral.”
“Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de
empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados,
eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos”.

SERVIÇOS
Os serviços públicos próprios, aqueles
financiados através de impostos
gerais, não são objeto de relação de
consumo.
Ex. Segurança, educação, saúde.

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SERVIÇOS
Continuidade!
Os serviços públicos impróprios são remunerados
diretamente pelo usuário, logo o corte é permitido, desde que
haja comunicação prévia do inadimplemento.

Ação declaratória de inexistência de dívida. Fornecimento de


energia elétrica. Falta de pagamento. Corte do fornecimento.
Aviso prévio efetuado. (BRASIL. TJRJ. 16ª CC. Ap. Civ
2007.001.66429 rel. Carlos José Martins Gomes. J.
15/04/2008).

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