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direito do consumidor

teoria finalista ou subjetiva: restringe a figura do consumidor como sendo aquele que adquire/utiliza
um produto para uso próprio ou de sua familia.

assim, o consumidor não pode ser um profissional

o CDC não dispõe sobre a vulnerabilidade de alguém que seja profissional. consumidores, então, seriam
fisicas ou juridicas não profissionais. somente para finalidades não profissionais.

pessoa juridica e profissionais não podem ser consumidores.

teoria maximalista ou objetiva: o codigo de defesa do consumidor seria um codigo geral para o
consumo, instituindo normas e regramentos para todos os agentes do mercado.

A definição do art. 2° deveria ser interpretada de forma mais ampla a finalidade.

então abrangia todas as empresas, até as que compram insumos etc.

teoria finalista aprofundada ou mitigada: por esta interpretação, o sujeito poderá ser considerado
consumidor se estiver em uma posição de vulnerabilidade.

a vulnerabilidade pode ser economica, tecnica (não compra para atividade - fim para atividade meio),
juridica, fática.

A vulnerabilidade é verificada casuisticamente, in concreto.

desta forma, profissionais (pessoas juridicas/ profissionais liberais etc). podem ser consumidores quando
estiverem em posição de vulnerabilidade.

desta forma, profissionais (pessoas juridicas/ profissionais liberais etc). podem ser consumidores quando
estiverem em posição de vulnerabilidade.

ex: loja de roupas (pessoa juridica) que compra um computador (fora da area de seu dominio, há
vulnerabilidade técnica).

decisão do STJ:

A jurisprudência do STJ, tomando por base o conceito de consumidor por equiparação previsto no art. 29
do CDC, tem evoluído para uma aplicação temperada da teoria finalista frente às pessoas jurídicas,
num processo que a doutrina vem denominando finalismo aprofundado, consistente em se admitir
que, em determinadas hipóteses, a pessoa jurídica adquirente de um produto ou serviço pode ser
equiparada à condição de consumidora, por apresentar frente ao fornecedor alguma vulnerabilidade,
que constitui o princípio-motor da política nacional das relações de consumo, premissa expressamente
fixada no art. 4°, I, do CDC, que legitima toda a proteção conferida ao consumidor. (REsp no
1.195.642/RJ – rel. Min. Nancy Andrighi – Terceira Turma – j. 13-11-2012).

então para que uma pessoa fisica ou juridica seja considerada consumidora, de acordo com a teoria
finalista aprofundada, faz -se necessario, em 1° lugar, que haja vulnerabilidade. em 2° lugar, é preciso
que os bens por ela adquiridos sejam bens de consumo e que na pessoa juridica esgotem a sua
destinação economica.

conceito de destinatario final de acordo com o CDC = é uma empresa ou profissional que adquire bens
ou serviços e os utiliza em beneficio proprio.

MUITO IMPORTANTE !!!!

insumo, matéria prima, peças pra produção etc, o entendimneto é de que esses produtos não são
disponibilizados aos destinatários finais, não sendo, assim, seus destinatários considerados
consumidores.

para simplificar, podemos fazer a seguinte associação:

PJ e profissional NÂO SÂO consumidores, já que adquirem podrutos/ serviços para uso
profissionalmente.

PJ e profissionais podem ser consumidores, se demosntrados a situação de vulnerabilidade a ser


analisada in concreto.

entre os tipos de vulnerabilidade, a mais comum é a vulnerabilidade técnica (fora do dominio de atuação
de pessoa juridica).

1.2. FORNECEDOR

art. 3° traz o conceito de fornecedo de acordo com o DIREITO DO CONSUMIDOR:

Lei no 8.078/1990

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem
como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.

§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive


as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.
1.2.1. Características do fornecedor

PF e PJ, publica ou privada, nacional, estrangeira, ente despersonalizado.

desenvolve atividade com habilçidade, como sendo o oficio, a profissão ou uma de suas profissões.

temos aqui ideias de atividades profissionais habituais e com finalidade economica.

importante lembrar que o fornecedor se enquadra como genero. Dessa froma, não somente o
fabricante, por exemplo, mas tbem transformadores, intervenientes e até comerciantes poderão ser
responsabilizados.

NÂO IMPORTA se é regularizado, se tem ou não CNPJ.

1.3. Produto

o produto pode ser bem móvel ou imaterial ( muito raro, já que, em geral, atrela-se ao conceito de
serviço).

TBM temos produtos de consumo duraveis (bens que não se extinguem após uso regular, ainda que
sofram desgastes, tais como carro, mesa, brinquedos etc).

produtos não duraveis (alimentos, remédios, cosmeticos, canetas,sabonetes etc).

1.4. Serviços

segundo o art. 3° § 2º do CDC, serviço é: qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,


mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e secundária, salvo as
decorrentes das relações de carater trabalhista.

assim, as atividades de serviço podem ser de natureza, financeira, ou intelectual, prestadas por
entidades públicas ou privadas, mediante remuneração.

IMPORTANTE !!!

o fornecedor de serviços tem um outro requisito (que não tem fornecedor de produtos):

remuneração.

a REMUNERAÇÂO pode ser direta ou indireta. há serviços que não são gratuitos ao consumidor.

assim, tanto faz a remuneração ser direta ou indireta.

AS cortes brasileiras aceitam o conceito de remneração indireta e entendem que os serviços "gratuitos"
são submetidos às regras do CDC, se houver remuneração indireta.

Assim, transporte de passageiros idosos de forma gratuita, lavagens de carro como brinde etc.,
ainda que não sejam onerosos para o consumidor, dão uma retribuição para o fornecedor, enquadrando-
se no CDC.

os serviços públicos são regidos pelo CDC ? depende.

conforme o art. 22 do CDC: " Os orgãos públicos, por si ou suas empreses, concessionarias,
permissionarias ou sob qualquer outra forma de empreendimento são obrigados a fornecer serviços
adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, continuos".

os serviços chamados de uti universi, tais como segurança pública, saúde pública etc., = não tem
apicação do CDC.

os serviços chamados uti singuli são passiveis de determinação, tais como telefonia, àgua e energia.
Nestes casos, há a aplicação do CDC.

no entanto, na matéria não é pacifica e há divergencias doutrinárias a respeito de quais serviços públios
seriam regulados ou não pelo CODIGO.

Cavalieri Filho: " os serviços publicos remunerados por tributos (impostos, taxas ou contribuição de
melhoria) não estão submetidos à incidencia do CDC, PQ tratava-se entre o POder PUBLICO e o
CONTRIBUINTE uma relação administrativa - tributária, conforme já ressaltado, disciplinada pelas regras
do direreito adm ( segurança pública, saúde pública, educação pública etc).

só estão sujeitos ás regras do CDC os serviços públicos remunerados por tarifa ou preço público".

SÂO Os serviços uti singuli. A relação é individualizada (energia elétrica, telefonica, internet, água e
esgoto etc).

Exemplo de serviços uti singuli e que têm aplicação do Código de Defesa do Consumidor:

só irei receber energia eletrica, se contratar.

só receberei água em minha casa, se contratar.

só terei transporte público, se pagar o valor da passagem (tanto faz ser empresaa pública de transporte
ou empresa privada que presta serviços ao ente público).

neste contexto, é possivel a interrupção do fornecimento de energia eletrica, por exemplo, caso o
consumidor esteja inadimplente?

resposta: SIM

de acordo com o posicionamento mais atual do STJ. é licito à concessionária interromper o fornecimento
de energia eletrica, se após aviso prévio, o consumidor de permanecer inadimplente no pagamento da
respectiva conta.

de qualquer forma, é necessario sempre que se pondere com principios como o da digndade da pessoa
humana, miserabilidade etc.

não se aplica o CDC:

* financiamento estudantil - FIES (ou seja, tipo de financiamento público).

* financiamento imobiliario (submetido às regras do SISTEMA FINANCEIRO de HABITAÇÂO - SFH, quando


há garantia do ESTADO em realação ao saldo devedor).

* prestação de serviços advocáticios (art. 133 da CF / 1988).

* Locação de imóveis Urbanos (Lei nº 8.245/1991).

* DPVAT.

* entre franqueador e franqueado.

* entre condomínio e condôminos.

Súmulas importantes:

Súm. no 297 do STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.

Súm. no 302 do STJ: É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação
hospitalar do segurado.

Súm. no 563 do STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência
complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas.

Súm. no 597 do STJ: A cláusula contratual de plano de saúde que prevê carência para utilização dos
serviços de assistência médica nas situações de emergência ou de urgência é considerada abusiva se
ultrapassado o prazo máximo de 24 horas contado da data da contratação.

Súm. no 608 do STJ: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo
os administrados por entidades de autogestão.

Súm. no 609 do STJ: A recusa de cobertura securitária, sob a alegação de doença preexistente, é ilícita se
não houve a exigência de exames médicos prévios à contratação ou a demonstração de má-fé do
segurado.

2. Direitos Básicos do Consumidor

2.1. Da Política Nacional das Relações de Consumo

na politica nacional das relações de COnsumo, temos vários principios norteadores do próprio CDC.
PARA muitos, o art. 4 º é um dos artigos mais importantes do Código, já que estabelece principios e
bases por meio de normas de ordem e de interesse social.

o CDC, assim, busca a igualdade material (real), por meio de uma disciplina voltada para o diferente, já
que é necessário que se trate desiguais de forma desigual.

2.2. Dos direitos básicos do consumidor

o art. 6 º do CDC traz um rol exemplificativo dos DIreitos BAsicos do CONSUmidor. tal dispositivo é
comparado a uma "introdução", um "sumário" já que traz diversos direitos consumeristas que são
tratados em capítulos e seções seguintes, dentro do CDC.

Lei no 8.078/1990

Art. 6o São direitos básicos do consumidor:

I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de
produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;

* Vide arts. 8o a 10 e 12 e ss.

II – a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a


liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;

* Vide art. 39.

III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de
quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os
riscos que apresentem;

* Vide art. 31; e art. 62 da Lei no 13.146/2015.

IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais,


bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;

* Vide art. 36 e ss.

V – a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão
em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;

* Vide art. 51.

VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;

* Vide art. 12 e ss.

VII – o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e
técnica aos necessitados;
VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiências;

IX – (VETADO)

X – a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral;

XI – a garantia de práticas de crédito responsável, de educação financeira e de prevenção e tratamento


de situações de superendividamento, preservado o mínimo existencial, nos termos da regulamentação,
por meio da revisão e da repactuação da dívida, entre outras medidas;

XII – a preservação do mínimo existencial, nos termos da regulamentação, na repactuação de dívidas e


na concessão de crédito;

XIII – a informação acerca dos preços dos produtos por unidade de medida, tal como por quilo, por litro,
por metro ou por outra unidade, conforme o caso.

Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa
com deficiência, observado o disposto em regulamento.

o art. 6º = somente pode ser usado em favor do consumidor.

o fornecedor não se pode utilizar dele.

o consumidor é titular de direitos fundamentais, já que sua propria proteção está inserida no art. 5º da
CF.

O consumidor foi assim identificado na CF como um sujeito que precisa de especial proteção.

o art. 6° do CDC traz inúmeros direitos básicos do consumidor. segundo a doutrina, o rol do artigo é um
rol exemplificativo:

a) O inciso I traz a proteção da incolumidade física do consumidor: vida, saúde e segurança. tal
proteção se consagra pela observancia aos principios da segurança e prevenção.

b) direito à educação para o consumo está no inciso II: ainda que o consumo seja, e sempre será, o
sujeito vulnerável nas relações de consumo, ele tbm tem direito a ter conhecimento para que possa
aumentar seu poder de pensamento sobre hábitos e direitos relacionados ao consumo.

c) o inciso III traz o direito à informação e principio da transparencia: como reflexo do principio da
transparencia, há o dever de informar do fornecedor.

A informação é uma conduta de boa- fé.

Direito à informação é um ponto que mitiga a desigualdade, já que o consumidor não tem conhecimento
da "expertise" do fornecedor.
o dever de informar é do fornecedor e o direito de informação pertence ao consumidor.

A informação deve estar presente em todos os momentos da relação de consumo, seja fase pré -
contratual, seja em fase pós - contratual.

EXige-se, assim um comportamento proativo do fornecedor.

para CAvalieri Filho, o fornecedor cumpre o dever de informar dever cumprir 3 requisitos:

* adequação ( meios de informação são compativeis com os riscos do produto):

* veracidade; e

* consentimento informado, já que sem informação clara e precisa, não há escolha consciente.

De qualquer forma, pergunta-se até onde se espera que vá o dever de informar do fornecedor.

O dever de informar deve compreender as informações necessárias e suficientes para que o consumidor
possa tomar a sua decisão.

Fatos notórios, assim, não constituem dever de informar.

Por exemplo, uma cirurgia eletiva que possa trazer consequencias para o paciente impõe a obrigação do
médico de informar cuidadosamente quais seriam as possiveis consequencias indesejadas do
procedimento. e então, o paciente, uma vez consciente e informado, decide pela celabração do contrato
ou não.

importante !!!

por falta de informação adequada, o fornecedor pode responder civilmente pelo " risco inerente". (riscos
de um produto toxico, de uma cirurgia médica etc.).

Regra: fornecedor não responde por riscos inerentes.

Exceção: fornecedor que deixa de informar ao consumidor, por exemplo, sobre produtos nocivos e
perigosos (agrotóxicos, alergenicos, etc)., poderá responder por isso.

d) O inciso IV do art. 6°, na sua primeira parte, trata do controle da publicidade. temos aqui o direito
básico de proteção contra a publicidade enganosa e/ou abusiva.

importa lembrar que o CDC obriga o fornecedor a fazer publicidade de produtos e serviços, desde que
seja suficientemente precisa e que veicule o que foi ofertado, fazendo parte do contrato eventualmente
celebrado.

e) proteção contra praticas e cláusulas abusivas estão na segunda parte do inciso IV: " praticas
abusivas" é uma expressão genérica e abrange tudo o que vá contra principios do CDC.

Um exemplo dado pela doutrina é o consumidor que recebe cartão em casa sem que tenha solicitado.
Não há necessidade de dano ao consumidor. o simples fato do envio já é pratica abusiva.

Súm. no 532 do STJ: Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e
expressa solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa
administrativa.

f) o inciso V trata de um tema muito importante: a possibilidade de ser revisadas cláusulas contratuais:
" V - A modificação das clausulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua
revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas".

temos no inciso V duas possiveis formas de modificações/revisão de um contrato:

1. LESÂO: no momento da celebração, temos o desequilibrio. A lesão estará configuradad pelo simples
fato de haver desequilibrio;

2. Causa superveniente: após a celebração, temos o desequilibrio, tornando o contrato execessivamente


oneroso para o consumidor.

esta possibildiade somente tem lugar nos chamados contratos de execução continuada de trato
sucessivo ou de execução diferida.

EXemplo: acontecimento politico, economico etc,: não pode ser visto como algo individual.

na causa superveniente, entende a doutrina ( ainda que não seja pacifico) que a posição adotada pelo
CDC foi a teoria da quebra da base Objetiva do NEGOCIO, em que se prcura olhar as razões pelas quais
celebram o contrato:

* moeda estável, juros baixos, fornecimento de insumos frequentes etc.

para que haja sua aplicação, questiona-se o passado.

ou seja se uma destas bases é modificada, um dos pilares pelo qual se fez o contrato mudou, então
estaria autorizada a modificação de clausula.

a teoria da base objetiva do negócio não solicita a imprevisão.

IIMPORTANTE:

o CDC não traz como requisito a imprevisão.

o fato superveniente não precisa ser imprevisivel para o Codigo. E, além disso, segundo o art. 51, § 2°,
tenta-se a manutenção do contrato, importante salientar que o consumidor pode pedir a decretação de
nulidade (art.51) ou revisão ou midificação da clausula, com base no art. 6°, V.

O inciso VI do art.6° trata da efetiva prevenção e reparação de danos para o consumidor.


moderno sistema de responsabilidade Civil, fundamentado em:

* Principio da prevenção (arts. 8°, 9° e 10 do CDC).

* Principio da Infromação (atrs. 8°, 9°, 10, 12 e 14 do CDC);

* Principio da segurança (arts.12, §1° e 14 § 1° do CDC);

* A indenização integral com reparação em danos materiais e morais, individuais, coletivos e difusos
( art. 81, par. uni,. I, II e III do CDC).

Acesso à justiça e à administração, conforme o inciso VII.

também consagrado no art. 5° por exemplo, a manutenção de assistencia juridica gratuita para o
consumidor hipossuficiente.

Extremamente importante é a possibilidade de inversão de ônus da prova, disposta no inciso VIII.

A inversão do ônus da prova pode se dar em decorrencia da LEI (arts. 12 § 3, 14 § 3° e 38) ou então em
decorrencia de determinação do JUIZ (art. 6°, VIII).

Inversão de ônus de prova judicial (art. 6°, VIII): segundo o STJ, o momento de inversão é no
saneamento (art. 357 do CPC e tal ato do julgador é uma decisão).

Assim, por exemplo, para VICIO, teremos a inversão do JUIZ, uma vez que configurados os requisitos.
FICA a critério do Juiz, portanto, durante um processo, a inversão do onus da prova, sempre em favor do
consumidor.

Requisitos: alegação do consumidor é verossimil ou quando for hipossuficiente.

inversão leagl ( arts. 12, § 3°, 14 § 3° e 38): na inversão legal, independe o momento, já que mesmo
antes da formação de um processo o fornecedor já sabe de sua obrigação, por força de LEI.

quando há inversão do onus da prova, não quer dizer que o consumidor não tem que provar o ocorrido.
ELE está dispensado de provar o proprio defeito do procuto ou serviço, mas não esta dispensando de
provar que ocorreu o acidente de consumo, por exemplo, ou então os danos causados.

Direito à prestação adequada e eficaz dos serviços públicos em geral, conforme o inciso X do art. 6°

Obs.:

Lei no 8.078/1990

Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer
outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e,
quanto aos essenciais, contínuos.

Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo,
serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista
neste código.

Direito a prevenção e tratamento do superendividamento, conforme os incisos XI e XII

em 2021, uma lei entra em vigor que é chamada de LEI DO SUPERENDIVIDAMENTO, que alterou diversos
artigos do CDC, institui, assim entre os direitos básicos do consumidor, a prevenção do
superendividamento. contudo, caso ocorra a situação de o consmidor ter se superendividado, a lei
também traz a possibilidade de tratamento, nos arts. 104 - A a 104 - C do CDC.

Direito à informação sobre preços de produtos e serviços por unidade de medida.

a lei do superendividamento inclui o inciso XIII ao art. 6° do CDC, nos direitos básicos do consumidor,
garantindo o direito à informação aos vulneráveis na relação de consumo, em especial aos valores de
produtos e serviços que forem vendidos por unidade ou por medida.

3. Responsabilidade Civil nas Relações de Consumo

3.1. Da responsabilidade pelo fato do produto e do serviço ou responsabilidade por acidente de


consumo (arts. 12 a 17 do CDC)

3.1.1. Pontos importantes com relação à responsabilidade civil no CDC

Ação direta do consumidor contra o fornecedor.

Não se fala aqui em responsabilidade contratual e extracontratual.

Regra de responsabilidade objetiva, exceto a dos profissionais liberais, que é a responsabildiade


subjetiva, por força do § 4 ° do art. 14.

havendo a ideia de danos ( materiais, morais etc), teremos o fato, que o legislador chama de defeito.

Havendo a ideia de substituição, conserto, temos a ideia de vicio.

O CDC traz a aplicação da teoria do risco proveito, na qual todo fornecedor deve responder por
eventuais vicios ou defeitos do bens e serviços fornecidos. A responsabilidade do CDC é dividida em:

* responsbilidade por fato de produto ou serviço ( defeitos de segurança):


* responsabilidade por vicio de produto e serviços ( vicios por inadequação).

Nos arts. 12 a 17 tratam do fato do produto/ serviço.

A palavra utilizada é defeito. = no fato o defeito é tão grave que provoca um acdente de consumo.

Ex: Jão compra um ferro de passar. O ferro explode, mas ninguém fica ferido. *** temos vicio do
procuto.

*** se alguem fica ferido, temos fato do produto.

encanador contratado para conserto em casa. O serviço não resolve o problema. = *** temos vicio no
serviço. o serviço prestado faz com que um cano exploda e cause danos na casa = ** temos fato de
serviço.

3.1.2. Fato do produto: segurança – defeito (arts. 12, 13 e 17)

acontecimento que causa dano material ou moral ao consumidor, mas que decorre de um defeito de
produto.

Lei no 8.078/1990

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem,


independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação,
apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou
inadequados sobre sua utilização e riscos.

O defeito pode ser de criação (projeto), de produção (montagen, fabricação) e de comercialização


(informações inadequadas).

O que seria o defeito ? O primeiro § do art. 12 nos informa: " o produto é defeituoso quando não oferece
a segurança que dele legitimamente se espera".

OBS.: è certo que não há produto 100 % seguro, por isso que a ideia de segurança é uma ideia dentro do
razoável. EXEMPLO: um shampoo que vai nos olhos, espera-se que não vá causar dano ao olho.
EEXEMPLO2: um bicho de pelucia que é colocado na boca, espera-se que não vá intoxicar. EXEMPLO 3:
um carro que não tenha sistema de freios ABS terá que, ainda assim, funcionar e frear.

quem são os responsaveis por dato de produto ?? como regra, será o fabricante, produtor, construtor e
importador ( art. 12, caput).

REGRA: ELES serão responsaveis ( fabricantes, produtor, construtor e importador);.


EXCEÇÂO: Não serão responsabilizados se provarem:

Art. 12, §3°. O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será


responsabilizado quando provar:

I – que não colocou o produto no mercado;

II – que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;

III – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros.

E o comerciante?

IMPPORTANTE!!!

O comerciante possui responsabilidade quando se fala de fato de produto.

Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior,


quando:

I – o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;

II – o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor,


construtor ou importador;

III – não conservar adequadamente os produtos perecíveis;

(...)

Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o


direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do
evento danoso.

Prazo prescricional: 5 (cinco) anos, a contar do conhecimento do dano e da autoria (art. 27).

3.1.3. Fato de serviço (arts. 14 e 17)

Consoante o caput do art. 14: "o fornecedor de serviços responde, independentemente da existencia
de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos
serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequados sobre sua fruição e riscos".

Tambem aqui temos como fundamento o dever de segurança e com responsabilidade objetiva.

O que seria serviço defeituoso, que terá um fato de serviço ? O primeiro paragrafo do art. 14 nos
responde :
Lei no 8.078/1990

Art. 14. (...)

§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o


consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as
circunstâncias relevantes, entre as quais:

I – o modo de seu fornecimento;

II – o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III – a época em que foi fornecido.

Também já nos fala o § 2° do art. 14 que o serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas
tecnicas.

Em decorrencia da dificuldade em se saber quem são os eventuais agentes da cadeira de fornecimento,


o Codigo fala em fornecedor. Assi, todos os participantes da cadeia de serviços são fornecidores e
poderão responder perante o consumidor. Além disso, todos respondem de forma solidária (( sendo
posição dominnate, mas não unanime)).

Segundo o STF, o art. 14 do CDC estabelece regra de responsabilidade solidária entre os fornecedores de
uma mesma cadeia de serviços, razão pela qual as "bandeiras" / Marcas de cartão de crédito respondem
solidáriamente com os bancos e as administradoras de cartão de crédito pelos danos decorrentes da má
prestação de serviços.

(AgRg no AREsp no 596.237/SP – 3ª Turma – rel. Min. Marco Aurélio Bellizze – j. 3-2-2015).

Exemplos de fato de serviço:

* cobrança indevida de um serviço que causa dano moral;

* danos causados por hospitais (não tem medicação ou instrumentos cirurgicos para cirurgia):

* Transporte de pessoas;

* falha no dever de informar quando vende passsagens aéreas ( não informar sonre a necessidade de
visto, p, exe.).

* tratamento indigno ao embarque de cadeirante:

* danos materiais / morais / esteticos decorrentes de falhas no fornecimento de energia


( concessionaria de energia elétrica - Relação de consumo).

No art. 14 § 3° temos a inversão legal do onus da prova, já que o fornecedor responde, como regra.
ele somente não responderá se provar que:

I - tendo prestado o serviço; o defeito inexiste;

II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros.

Ex: Consumidor que toma muita medicação.

Debate doutrinário: Para Cavalieri Filho, o fortuito interno e externo seria igual ao Código Civil, ou seja,
se for fortuito externo, rompe o nexo causal e, assim, não haveria responsabilidade. Há julgado do STJ
que diz que chuva de granizo em estacionamento seria caso fortuito externo e, então, não haveria
responsabilização. No entanto, é necessário haver a comparação com o risco do empreendimento
(segundo Tartuce) para, então, pensarmos em fortuito interno e fortuito externo.

3.1.4. Responsabilidade dos profissionais liberais

O art. 4§ do art. 14 dispõe: " A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante
a verificação de culpa". seria aquele que exerce uma profissão com autonomia, sem subordinação.

Ex: Medico, engenheiro eletricista, pintor etc.

Consoante o art. 17, todas as vitimas do acidente de consumoo são considerados consumidoras.

3.1.5. Direito de regresso

quem paga a indenização, se não for o unico causador do dano, poderá demandar regresso contra os
demais responsáveis. Consequencia da solidariedade passiva. Lembrando que o art. ** do CDC veda a
denuncia da LIde.

OBS: O prazo prescricinal é de 5 (cinco) anos ( art. 27 do CDC).

Lei no 8.078/1990

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos.

§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o


consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as
circunstâncias relevantes, entre as quais:

I – o modo de seu fornecimento;


II – o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III – a época em que foi fornecido.

§ 2° O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas


técnicas.

§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:

I – que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;

II – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros.

§ 4o A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada


mediante a verificação de culpa.

(...)

Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas
as vítimas do evento.

3.2. Da responsabilidade por vício do produto e do serviço (arts. 18 a 25 do CDC)

se a palavra para acidente de consumo é defeito, aqui a palavra necessária é vicio. A doutrina argumenta
que defeito seria um vicio maior, e a seção III do capitulo IV do Titulo I do CDC,que trta da
responsabilidade por vicio, considera vicio menor. A responsabilidade aqui trata de tal vício e não dos
danos causados pelo produto/ defeito ( seria então fato de produto / serviço).

O fato de produto / serviço a responsabilidade é objetiva.

os vicios do Codigo podem ser: ocultos ou aparentes. Não importa se o vicio é anterior, posterior, oculto
etc.

Tambem entende a doutrina que não se fala em responsabilização por outros danos materias, além do
valor da coisa. Assim, quando se fala em vicio, não se pode pedir além do prejuizo com o produto/
serviço.

Ex: Foi em show artistico e não ocorreu. Temos vicio. Foi em show artistico e houve briga, foram
arremessadas garrafas, e alguém se mechucou. temos fato;

3.2.1. Espécies de vício

3.2.1.1. Vício de produto (arts. 18 e 19)


art. 18 consagra dois tipos: qualidade e quantidade.

a) Vicio de qualidade do produto: improprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhe


diminuam o valor, assim como aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do
recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária ( art. 18). No § 6° há alguns exemplos do
que seria vicio de qualidade.

No caso de vício de qualidade de produto, quais seriam as soluções?

O fornecedor terá prazo de 30 (trinta) dias para sanar o vicio. este prazo é para sanar, quando for
possivél sanar. Ex: um troca de peça etc. Não refazer todo o bem.

Caso não seja sanado, poderá o consumidor exigir, a sua escolha (art. 18 § 1°):

* substituição do produto por outro da mesma especie; ou

* restituição da quantia paga (atualizada), podendo também pedir perdas e danos. ou

* abatimento proporcional do preço.

A doutrina recomenda que o consumidor exija por escrito, que o defeito seja sanado ( para fins de
comprovação de prazo). O consumidor somente poderá pleitear as demasi opções depois de feita a
exigencia ao fornecedor e ela não ter sido cumprida.

ao fornecedor somente tem uma possibilidade de correcção do vicio, que são os 30 (trinta) dias dados
pela lei. Tal prazo é decadencial. Se nesse prazo decadencial o producto " foi e voltou" várias vezes, não
há suspensão do prazo, ele está correndo desde a primeita vez.

Consumidor reclamou " Fornecedor tem 30 dias " Não ficou bom dentro deste prazo, já temos as
outras possibilidades do consumidor

Ex: consumidor reclamou no dia 18 - 9. tem o fornecedor até 18 -10 para arrumar. Apareceu problema
de novo no dia 10 - 10. O prazo continua até o dia 18 - 10. LEMBRANDO que são dias corridos.

Ha caso, no entanto, em que se pode fazer uso das opções do § 1° do art. 18, elencadas anteriormente:

Lei no 8.078/1990

Art. 18. (...)

(...)

§ 3o O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1o


deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das
partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o
valor ou se tratar de produto essencial.
Tal prazo também pode ser alterado. Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo,
não podendo ser inferior a 7 (sete) nem supeirior a 180 (cento e ooitenta) dias. Nos contratos de adesão,
a clausula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do
consumidor.

b) Vício de quantidade do produto: são aqueles decorrentes da disparidade com as indicações de


embalagem, da mensagem publicitária.

Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de


quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua
natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da
embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária.

Não há prazo de 30 (trinta) dias, troca etc., como no vício de qualidade de produto.

Ex.: Paguei por 1 kg de arroz e veio menos.

Em caso de vício de quantidade, o consumidor poderá exigir (art. 19):

* abatimento proporcional do preço:

* Complemento do peso ou medida;

* Substituição do produto por outro da mesma especie, marca ou modelo;

* Restituição imediata do produto por outro da mesma especie, marca ou modelo.

O § 6º do art. 18 traz uma lista exemplificativa de quais seriam os vicios de produto.

3.2.3. Vicio de serviço (arts 20 e 21)

o art. 20 do CC fala de vicio de serviço que também pode ser de quantidade. Não há prazo de 30 (trinta)
dias (há prazo de 30 dias no vicio de qualidade de produto).

a) vicio de serviço de qualidade: tomam o serviço improprio ao consumo ou lhe diminuem o valor.

Quais seriam as soluções ? ( art. 20 )

* A reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabivel;

* A Restituição imediata da qauntia paga, monetariamente atualizada, sem prejuizo de eventuais perdas
e danos;

* O abatimento proporcional do preço.


Observe que não há prazo para que o fornecedor corrija o vicio, como ocorre no vicio de qualidade de
produto, podendo o consumidor já exigir alguma das alternativas que a lei garante.

b) Vicio de serviço de quantidade: es´ta na segunda parte do art. 20: "aqueles decorrentes da
disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária".

* a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabivel:

* a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, semprejuizo de eventuais perdas e


danos;

* o batimento porporional do preço.

Ex: Mecanico que conserta o carro, mas não fica bom.

regra: fornecedores são solidários por vicio de produto, por vicio de serviço e por fato de serviço.

excessão: não teremos solidariedade no fato de produto (arts. 12, 13 e 17).

A responsabilidaed será do fabricante ou de quem o substitua nesse papel. O comerciante terá


responsabilidade subsidiária.

Art. 18. (...)

(...)

§ 5o No caso de fornecimento de produtos in natura, será


responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto
quando identificado claramente seu produtor.

Produto in natura. . não houve industrialização. então o responsável será o fornecedor imediato (exceto
quando identificado claramente o produtor).

Art. 19. (...)

(...)

§ 2o O fornecedor imediato será responsável quando fizer a


pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver
aferido segundo os padrões oficiais.

4. Decadência e Prescrição

4.1. Prazos para reclamar vícios de produto (quantidade ou qualidade) ou serviço (quantidade ou
qualidade) .
Os prazos são decadenciais (art. 26).

30 (trinta) dias = fornecimento de produtos não duraveis

90 (noventa) dias = produtos duráveis

a partir de quando começam a contar os prazos??

Vicio aparente: tradição - entrega do bem ao consumidor (tanto de bem duravel quando não durável).

Vicio oculto: A partir do momento em que ficar evidenciado o problema. Naquele dia (barulho no motor
do carro, p. ex.) começa a contar o prazo de 90 (noventa) dias para reclamar contra o fornecedor.

Importante dizer que o CDC não traz quais seriam os prazos de garantia para bens duráveis ou não
duráveis. Ele traz prazos para reclamação (30 dias ou 90 dias). Garantia legal é um dever de adequação,
que sempre existe. è um dever inerente. Independentemente de haver uma garantia contratual ou não,
sempre teremos uma garantia legal. éo que fala o art. 24.

Lei no 8.078/1990

Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço


independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual
do fornecedor.

Importa resslatar que também temos a garantia contratual, que é uma liberdade, dada pelo fornecedor.

Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será


conferida mediante termo escrito.

Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser


padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a
mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode
ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser- lhe entregue,
devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado
de manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem
didática, com ilustrações.

Os prazos de decadência podem ser obstados

Obstam a decadencia:

I – A reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor


perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta
negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma
inequívoca.
Ex: Em 6 - 11, o consumidor recebeu o produto, uma televisão, apresentando defeito e nesta mesma
data já formalizarm uma reclamação. Vicio aparente - prazo de 90 (noventa) dias. Terá o fornecedor até 6
- 12 para sanar o vicio. se for sanado OTIMO!! digamos que nhá resposta negativa do fornecedor
(alegação de mau uso pelo consumidor) no dia 16 - 11. Da resposta nagativa começa a contar o prazo
para que o consumidor possa ajuizar a ação. Qual é o prazo?? 90 dias E se o fornecedor nunca
respondeu ?? Então o prazo continua parado. E o consumidor poderá ajuizar a ação.

II – A instauração do inquérito civil.

OBS: Critériode vida ùtil.

Importa dizer que o STJ entende que o fornecedor não ficará para sempre responsávél. Deve ser levado
em conta o critério de "vida útil" do bem, mesmo que ultrapassado o prazo de garantia contratual.
Assim, por e3xemplo, caso o prazo de garantia contratual de um fogão seja de 1 (um) ano. e passados 14
meses, o fogão estrga, apresentando vicio, teremos, então, que no momento da evidencia do vício
começa a contar o prazo de 90 dias para reclamação. Isso porque um fogão tem vida útil maior que
somente 14 meses. Não se poderia fazer tal pedido depos de 10 (dez) anos, por exemplo, de uso do
fogão.

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil


constatação caduca em:

I – trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de


produtos não duráveis;

II – noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de


produtos duráveis.

§ 1o Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega


efetiva do produto ou do término da execução dos serviços.

§ 2o Obstam a decadência:

I – a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor


perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta
negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma
inequívoca;

II – (VETADO)

III – a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.

§ 3º Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no


momento em que ficar evidenciado o defeito.
Atenção! Desconsideração da personalidade jurídica.

Não necessita dos requisitos do art. 50 do CC. Com base n° § 5º do art. 18 , é possivel desconsiderar por
muito pouco. Esta é a teoria menor. Um exemplo seria o fato de o fornecedor estar insolvente. Então, já
teriamos a possibiliade de desconsideração, prevista no CPC. Para a teoria menor, do § 5° do art. 28 do
CDC, basta a constatação de insolvencia do fornecedor.

HIPOTESES:

* abuso de direito;

* excesso de poder (seria um desvio de finalidade);

* infração da lei ou pratica de ato ilicito;

* violação dos estatutos ou do contrato social;

* má administração (que leva a falencia, estado de insolvencia, encerramento ou inatividade);

* quando for obstaculo ou ressarcimento de prejuizos causados aos consumidores.

5. Práticas Comerciais

5.1. Oferta (arts. 30 a 35 do CDC).

como elementos formadores de um contrato temos: oferta e aceitação. A oferta na chamada fase pre-
contratual ,

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