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SEJA APROVADO COM O @OABAIVOUEU

ESTUDE COM DIREÇÃO E INTELIGÊNCIA


AS MELHORES DICAS PARA SUA APROVAÇÃO

LIVRO 02

@OABAIVOUEU - XXXVI EXAME DE ORDEM


01 DIA 08
13 DIA 09
19 DIA 10
DE CONTEÚDO
36 DIA 11
47 DIA 12
57 DIA 13

Nós, do OABaivouEU, após o sucesso ABSOLUTO do


"DICAS MATADORAS", nosso material de reta final,
elaboramos o nosso novíssimo material de DICAS
OABENÇOADAS para que você consiga obter o
máximo de resultado durante a sua preparação.

Com ele, você irá, dia após dia e sem enrolação,


aprender de forma prática e direta os conceitos e
institutos dos temas que mais caem na prova da
OAB!

Agora você pode estudar os temas diários propostos


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ÍNDICE

OABENÇOADAS, fato que, com certeza, turbinará o


seu aprendizado e te deixará ainda mais perto da
aprovação!
DICAS OABENÇOADAS
AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXIV
DIREITO DO CONSUMIDOR O CDC também é norma de interesse social, isso
porque são relevantes e importantes para todas
PRIMEIRA DICA DO DIA 08
as pessoas.
1. PRINCÍPIOS E DIREITOS BÁSICOS
ATENÇÃO: O CDC não deve ser aplicado aos
O QUE VOCÊ DEVE SABER
contratos pactuados antes de sua vigência,
Antes de mais nada, você deve saber que a exceto se a obrigação for de trato sucessivo.
Defesa do Consumidor tem proteção
O CDC não é aplicado em casos de contratos de
constitucional (Art. 5º, XXXII - o Estado
locação e também nas relações entre
promoverá, na forma da lei, a defesa do
condomínio e condôminos.
consumidor), portanto, trata-se de CLÁUSULA
PÉTREA. Na relação entre advogados e clientes também
não se aplica o CDC.
A defesa do consumidor também tem previsão
no artigo 170, V, da CF (PRINCÍPIO DA ORDEM E, também não se aplica o CDC: contratos entre
ECONÔMICA) e no artigo 48, da ADCT. postos e distribuidores de combustíveis,
aquisição de bem ou serviços por pessoa física
Portanto, o direito e a defesa do consumidor
ou jurídica para melhoria de sua atividade
SÃO DIREITOS FUNDAMENTAIS, isso quer dizer
comercial; relação entre representante
que o ESTADO deve intervir nas relações de
comercial e empresa; contador e condomínio;
consumo.
contrato de prestação de serviços entre os
O CDC surgiu, primordialmente, com o objetivo correios e empresa; cotista e clube de
de tutelar os desiguais, ou seja, tornar as investimento; beneficiários do INSS, crédito
relações entre os sujeitos da relação de educativo; serviços notoriais; locação predial
consumo mais justas. urbana (aqui há exceção: quando o contrato é
feito por administradora, por contrato de
O Código de Defesa do Consumidor é aplicável
adesão); lojistas e administradora de shopping
às instituições financeiras (súmula 297, STJ).
center.
Vale dizer, ainda, que por ser NORMA DE
ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO
ORDEM PÚBLICA, estas são cogentes
(coercitivas) e inderrogáveis (incontestáveis ou São os sujeitos da relação de consumo:
que podem ser alteradas) pela vontade ou CONSUMIDOR, FORNECEDOR, PRODUTO OU
ajuste das partes. SERVIÇO.
Em se tratando de norma de ordem pública, Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que
pode o Juiz, de ofício, atuar nas relações de adquire ou utiliza produto ou serviço como
consumo. Contudo, nos contratos bancários, é destinatário final.
vedado ao julgador reconhecer de ofício a
Portanto, consumidor pode ser PF ou PJ, desde
abusividade das cláusulas (súmula 381, STJ).
que adquira o produto como DESTINATÁRIO
FINAL.

1
A PESSOA JURÍDICA NÃO PODE USAR O BEM contudo, se uma agencia de carros faz a venda,
OU SERVIÇO COMO INSUMO PARA SER deve ser considerada como fornecedora, pois
CONSIDERADA CONSUMIDORA. presente a habitualidade e há fim comercial.
Quanto ao DESTINATÁRIO FINAL, é importante Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel,
você saber: material ou imaterial.
TEORIA MAXIMALISTA: Destinatário final é o Serviço é qualquer atividade fornecida no
destinatário FÁTICO, portanto, é aquele que mercado de consumo, mediante remuneração,
retira o produto do mercado de consumo para inclusive as de natureza bancária, financeira,
seu próprio uso. de crédito e securitária, salvo as decorrentes
das relações de caráter trabalhista.
TEORIA FINALISTA: Diz que além de o
consumidor destinatário final tirar o produto do PERCEBA, PARA SER CONSIDERADO SERVIÇO
mercado, NÃO DEVE usar o produto com vias de DEVE HAVER O REQUISITO DA REMUNERAÇÃO.
obtenção de lucro. EX: Se eu levo o produto (ex:
Passado isto, vamos, abaixo, ver quais são os
computador) para casa, eu sou consumidor,
princípios básicos do consumidor (são oriundos
contudo, se utilizo o produto na minha empresa,
dos direitos básicos no consumidor, com
se entrego para meus funcionários, não pode ser
previsão no artigo 6º, do CDC):
considerado consumidor.
1) PRINCÍPIO DA VUNERABILIDADE: Todo
Em casos de dúvida, deve-se apelar para a
consumidor é, pela sua natureza, vulnerável em
VULNERABILIDADE (técnica, jurídica,
relação ao fornecedor. Vale dizer que por tal
econômica ou informacional). Acaso
princípio, as cláusulas contratuais serão
demonstrada a vulnerabilidade deve ser
interpretadas de maneira mais favorável ao
aplicado o CDC.
consumidor (artigo 47, CDC); também que o
Consumidor por equiparação: Equipara-se a consumidor pode desistir do contrato, no prazo
consumidor a coletividade de pessoas, ainda de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de
que indetermináveis, que haja intervindo nas recebimento do produto ou serviço, sempre que
relações de consumo. Também é aquele a contratação de fornecimento de produtos e
previsto no art. 17, do CDC (CONSUMIDOR serviços ocorrer fora do estabelecimento
BYSTANDER = aquele que não participa comercial, especialmente por telefone ou a
diretamente da relação, mas sofre os efeitos do domicílio (artigo 49, CDC) e nos contratos de
evento danoso - vítima). compra e venda de móveis ou imóveis mediante
pagamento em prestações, bem como nas
Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica,
alienações fiduciárias em garantia, consideram-
pública ou privada, nacional ou estrangeira,
se nulas de pleno direito as cláusulas que
bem como os entes despersonalizados, que
estabeleçam a perda total das prestações pagas
desenvolvem atividade de produção,
em benefício do credor que, em razão do
montagem, criação, construção,
inadimplemento, pleitear a resolução do
transformação, importação, exportação,
contrato e a retomada do produto alienado
distribuição ou comercialização de produtos ou
(artigo 53, CDC).
prestação de serviços.
2) PRINCÍPIO DO DEVER GOVERNAMENTAL:
DETALHE: PARA SER CONSIDERADO
Deve-se, através de órgãos públicos, buscar
FORNECEDOR DEVE REALIZAR A ATIVIDADE
condições mais justas com vistas a garantir uma
COM HABITUALIDADE. Exemplo: Quando vendo
maior harmonia nas relações de consumo.
meu carro próprio não estou atuando como
fornecedor, pois ausente a habitualidade,

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3) PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO NAS RELAÇÕES DE Dentre eles, ressaltamos como principais:
CONSUMO: Deve haver uma busca real e proteção da vida, saúde e segurança contra os
incessante por relações de consumo mais justas riscos dos produtos e serviços; informação
e equilibradas. Tal fato também deve nortear o adequada e clara sobre os diferentes produtos e
julgador. Em razão de tal princípio também são serviços; proteção contra a publicidade
vedadas práticas abusivas e outras em enganosa e abusiva; prevenção e reparação de
detrimento do consumidor. danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos; a facilitação da defesa de
4) PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO: O fornecedor
seus direitos, inclusive com a inversão do ônus
deve sempre passar informações claras,
da prova, a seu favor.
objetivas e diretas sobre seus produtos e
serviços. É vedada a publicidade enganosa. ATENÇÃO: Tendo mais de um autor a ofensa,
todos responderão solidariamente pela
5) PRINCÍPIO DA FACILITAÇÃO DA DEFESA DO
reparação dos danos previstos nas normas de
DIREITO DO CONSUMIDOR: A defesa do
consumo (Responsabilidade solidária).
consumidor deve ser simplificada e facilitada
através de normas de direito material e EXCLUSÃO À RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA:
processual. Exemplo: inversão do ônus da prova, Art. 19, §2º: O fornecedor imediato será
responsabilidade objetiva do fornecedor, responsável quando fizer a pesagem ou a
assistência judiciária ao consumidor. medição e o instrumento utilizado não estiver
aferido segundo os padrões oficiais.
6) PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA: Tal
princípio deve nortear não apenas as relações Fique atento, ainda, que os produtos e serviços
de consumo como todas as relações jurídicas e colocados no mercado de consumo não
humanas. É extraída da ética e da moral. Devem acarretarão riscos à saúde ou segurança dos
as relações sempre se pautar por lealdade, consumidores, exceto os considerados normais
confiança e dever de informação, isso em todas e previsíveis em decorrência de sua natureza e
as fases do contrato, até mesmo após sua fruição, obrigando-se os fornecedores, em
extinção. qualquer hipótese, a dar as informações
necessárias e adequadas a seu respeito.
7) PRINCÍPIO DA REVISÃO: O consumidor tem
direito à modificação das cláusulas contratuais O fornecedor não poderá colocar no mercado
que estabeleçam prestações desproporcionais de consumo produto ou serviço que sabe ou
ou sua revisão em razão de fatos supervenientes deveria saber apresentar alto grau de
que as tornem excessivamente onerosas. nocividade ou periculosidade à saúde ou
segurança.
8) PRINCÍPIO DA REPARAÇÃO INTEGRAL: O
consumidor tem direito a efetiva prevenção e Vale ressaltar, também, que DEVE OCORRER
reparação de danos patrimoniais e morais, DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE
individuais, coletivos e difusos (Sobre o JURÍDICA, quando, em prejuízo do consumidor,
ressarcimento, vale olhar as seguintes súmulas, houver abuso de direito, excesso de poder,
do STJ: 37, 227, 281, 326, 362, 370, 385, 387, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação
388, 402). dos estatutos ou contrato social (Art. 28, CDC).
Compreendido os princípios, você deve A desconsideração também será efetivada
entender os direitos básicos de proteção ao quando houver falência, estado de insolvência,
consumidor estão previstos no artigo 6, do encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
CDC. provocados por má administração.

3
Sociedades integrantes dos grupos societários e consumidor pessoa
as sociedades controladas, são natural #novidadelegislativa
subsidiariamente responsáveis. VII - instituição de núcleos de conciliação e
mediação de conflitos oriundos de
Sociedades consorciadas são solidariamente superendividamento.
responsáveis.
#JURISPRUDÊNCIA
Sociedades coligadas só responderão por
culpa. Todo paciente possui, como expressão do
princípio da autonomia da vontade
#NOVIDADELEGISLATIVA
(autodeterminação), o direito de saber dos
Art. 4º A Política Nacional das Relações de possíveis riscos, benefícios e alternativas de um
Consumo tem por objetivo o atendimento das determinado procedimento médico,
necessidades dos consumidores, o respeito à possibilitando, assim, manifestar, de forma livre
sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de e consciente, o seu interesse ou não na
seus interesses econômicos, a melhoria da sua realização da terapêutica envolvida, por meio do
qualidade de vida, bem como a transparência e consentimento informado.
harmonia das relações de consumo, atendidos Esse dever de informação decorre do art. 22 do
os seguintes princípios: Código de Ética Médica e dos arts. 6º, III, e 14 do
IX - Fomento de ações direcionadas à educação CDC.
financeira e ambiental dos consumidores Além disso, o Código Civil também disciplinou
sobre o assunto no art. 15.
X- Prevenção e tratamento do Justamente por isso, é indispensável o
superendividamento como forma de evitar a consentimento informado do paciente acerca
exclusão social do consumidor. dos riscos inerentes ao procedimento cirúrgico.
O médico que deixa de informar o paciente
acerca dos riscos da cirurgia incorre em
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das negligência, e responde civilmente pelos danos
Relações de Consumo, contará o poder público
resultantes da operação.
com os seguintes instrumentos, entre outros:
Vale ressaltar, ainda, que a informação prestada
I - Manutenção de assistência jurídica,
integral e gratuita para o consumidor carente; pelo médico ao paciente, acerca dos riscos,
II - Instituição de Promotorias de Justiça de benefícios e alternativas ao procedimento
Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério indicado, deve ser clara e precisa, não bastando
Público; que o profissional de saúde informe, de maneira
III - criação de delegacias de polícia genérica ou com termos técnicos, as eventuais
especializadas no atendimento de repercussões no tratamento, o que
consumidores vítimas de infrações penais de comprometeria o consentimento informado do
consumo; paciente, considerando a deficiência no dever
IV - Criação de Juizados Especiais de
de informação.
Pequenas Causas e Varas Especializadas para a
Com efeito, não se admite o chamado “blanket
solução de litígios de consumo;
V - Concessão de estímulos à criação e consente”, isto é, o consentimento genérico, em
desenvolvimento das Associações de Defesa do que não há individualização das informações
Consumidor. prestadas ao paciente, dificultando, assim, o
VI - instituição de mecanismos de prevenção e exercício de seu direito fundamental à
tratamento extrajudicial e judicial do autodeterminação.
superendividamento e de proteção do STJ. 3ª Turma. REsp 1848862-RN, Rel. Min.

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Marco Aurélio Bellizze, julgado em 05/04/2022 ATENÇÃO: Tendo mais de um autor a ofensa,
(Info 733) todos responderão solidariamente pela
reparação dos danos previstos nas normas de
OBS.A venda de ingresso para um determinado
consumo (Responsabilidade solidária).
espetáculo cultural é parte típica do negócio.
Logo, trata-se de um risco da própria atividade EXCLUSÃO À RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA:
empresarial que visa ao lucro e que integra o Art. 19, §2º: O fornecedor imediato será
investimento do fornecedor, compondo, responsável quando fizer a pesagem ou a
portanto, o custo básico embutido no preço. medição e o instrumento utilizado não estiver
Desse modo, as sociedades empresárias que aferido segundo os padrões oficiais.
atuaram na organização e na administração da
São direitos básicos do consumidor, entre
festividade e da estrutura do local integram a outros:
mesma cadeia de fornecimento e, portanto, são XI - a garantia de práticas de crédito
solidariamente responsáveis pelos danos, em responsável, de educação financeira e de
virtude da falha na prestação do serviço, ao não prevenção e tratamento de situações de
prestar informação adequada, prévia e eficaz superendividamento, preservado o mínimo
acerca do cancelamento/adiamento do evento. existencial, nos termos da regulamentação, por
Os integrantes da cadeia de consumo, em ação meio da revisão e da repactuação da dívida,
indenizatória consumerista, também são entre outras medidas;
responsáveis pelos danos gerados ao
XII - a preservação do mínimo existencial, nos
consumidor, não cabendo a alegação de que o
termos da regulamentação, na repactuação de
dano foi gerado por culpa exclusiva de um dos dívidas e na concessão de crédito;
seus integrantes.
NÃO CONFUNDA XIII - a informação acerca dos preços dos
produtos por unidade de medida, tal como por
A empresa patrocinadora de evento, que não quilo, por litro, por metro ou por outra
participou da sua organização, não pode ser unidade, conforme o caso. #CAIMUITO
enquadrada no conceito de fornecedor para fins
de responsabilização por acidente de consumo 3. PROTEÇÃO CONTRATUAL- PRÁTICAS
ocorrido no local.STJ. 3ª Turma. REsp 1955083- ABUSIVAS
BA, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em O QUE VOCÊ DEVE SABER:
15/02/2022 (Info 727).
As práticas abusivas estão condicionadas junto
2.DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR ao artigo 39 do código consumerista.
Os direitos básicos de proteção ao consumidor Dentre as principais destacamos: condicionar o
estão previstos no artigo 6, do CDC. fornecimento de produto ou de serviço ao
Dentre eles, ressaltamos como principais: fornecimento de outro produto ou serviço,
proteção da vida, saúde e segurança contra os enviar ou entregar ao consumidor, sem
riscos dos produtos e serviços; informação solicitação prévia, qualquer produto, ou
adequada e clara sobre os diferentes produtos e fornecer qualquer serviço, exigir do consumidor
serviços; proteção contra a publicidade vantagem manifestamente excessiva, executar
enganosa e abusiva; prevenção e reparação de serviços sem a prévia elaboração de orçamento
danos patrimoniais e morais, individuais, e autorização expressa do consumidor,
coletivos e difusos; a facilitação da defesa de ressalvadas as decorrentes de práticas
seus direitos, inclusive com a inversão do ônus anteriores entre as partes, elevar sem justa
da prova, a seu favor. causa o preço de produtos ou serviços.

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O fornecedor de serviço será obrigado a A contratual é dada pelo próprio
entregar ao consumidor orçamento prévio fabricante/distribuidor/comerciante e não é
discriminando o valor da mão-de-obra, dos obrigatória e seu prazo pode ser estipulado por
materiais e equipamentos a serem empregados, quem à confere, contudo, acaso ofertada,
as condições de pagamento, bem como as datas torna-se vinculante. Vale dizer ainda que de
de início e término dos serviços. acordo com o artigo 74, do CDC, a não entrega
do termo de garantia contratual devidamente
O valor orçado terá validade pelo prazo de dez
preenchido constitui crime e a pena prevista é
dias, contado de seu recebimento pelo
de 1 a 6 meses de detenção, ou multa.
consumidor, salvo se estipulado o contrário
pelas partes. Já a garantia legal independe de termo escrito
e decorre da própria lei, além de ter prazos
Vale registrar, ainda, que na cobrança de
próprios, que são previstos no artigo 26, do
débitos, o consumidor inadimplente não será
CDC.
exposto a ridículo, nem será submetido a
qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. ATENÇÃO MÁXIMA: Na contagem, primeiro
será contada a garantia CONTRATUAL, após o
OBS: O consumidor cobrado em quantia
seu decurso, tem início a garantia LEGAL.
indevida tem direito à repetição do indébito, por
PORTANTO, AS GARANTIAS SE SOMAM!
valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
acrescido de correção monetária e juros legais, Sobre CLÁUSULA ABUSIVAS, você deve fazer a
salvo hipótese de engano justificável. leitura do artigo 51 e ss. do CDC. Sobre estas
é bom saber que SÃO NULAS DE PLENO
Vale também a leitura dos artigos abaixo
DIREITO.
transcritos:
Em razão da vedação às práticas abusivas, se faz
Art. 47: As cláusulas contratuais serão
imperioso você também ter conhecimento da
interpretadas de maneira mais favorável ao
SEÇÃO II, CAPÍTULO 5, DO CDC, QUE TRATA DA
consumidor.
OFERTA (Art. 30 ao 35) e SEÇÃO III,
Art. 49. O consumidor pode desistir do DAPUBLICIDADE (Art. 36 ao 38).
contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua
Vamos vê-las em sequência:
assinatura ou do ato de recebimento do
produto ou serviço, sempre que a contratação DA OFERTA (Art. 30 e ss., do CDC)
de fornecimento de produtos e serviços ocorrer
Toda informação ou publicidade,
fora do estabelecimento comercial,
suficientemente precisa, veiculada por qualquer
especialmente por telefone ou a domicílio.
forma ou meio de comunicação com relação a
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o produtos e serviços oferecidos ou apresentados,
direito de arrependimento previsto neste obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela
artigo, os valores eventualmente pagos, a se utilizar e integra o contrato que vier a ser
qualquer título, durante o prazo de reflexão, celebrado.
serão devolvidos, de imediato,
Portanto, A OFERTA FEITA VINCULA o
monetariamente atualizados.
fornecedor.
Art. 50. A garantia contratual é complementar
As ofertas devem possuir informações corretas,
à legal e será conferida mediante termo escrito.
claras, precisas, ser em língua portuguesa e
MELHOR EXPLICANDO: Existem DOIS TIPOS de
apresentar as características, qualidades,
garantia, a contratual (Art. 50, CDC) e a legal
quantidade, composição, preço, garantia,
(artigo 26, CDC).

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prazos de validade e origem, entre outros dados O ônus da prova da veracidade e correção da
que garantam a saúde do consumidor. informação ou comunicação publicitária cabe a
quem as patrocina
Fabricantes e importadores deverão assegurar a
oferta de componentes e peças de reposição
enquanto não cessar a fabricação ou
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
importação do produto (Cessadas a produção
ou importação, a oferta deverá ser mantida por SEGUNDA MATÉRIA DO DIA 08
período razoável de tempo).
1. ADOÇÃO
O fornecedor do produto ou serviço é O QUE VOCÊ DEVE SABER:
solidariamente responsável pelos atos de seus
Antes de iniciarmos o tema que será estudado
prepostos (e empregados) ou representantes
farei uma breve introdução sobre a proteção
autônomos.
integral da criança e do adolescente, para que
Se o fornecedor de produtos ou serviços vocês compreendam melhor o assunto. Tá
recusar cumprimento à oferta, apresentação certo?
ou publicidade, o consumidor poderá,
Vamos Lá!
alternativamente e à sua livre escolha:
SUJEITOS PROTEGIDOS
I - Exigir o cumprimento forçado da obrigação,
nos termos da oferta, apresentação ou Quem o ECA protege?
publicidade;
A criança e o adolescente são os sujeitos
II - Aceitar outro produto ou prestação de protegidos pelo ECA. O estatuto da criança e do
serviço equivalente; adolescente considera CRIANÇA a pessoa que
possua 12 anos de idade INCOMPLETOS. Por
III - rescindir o contrato, com direito à restituição
sua vez, o ADOLESCENTE está compreendido
de quantia eventualmente antecipada,
entre os maiores de 12 anos e os menores de 18
monetariamente atualizada, e a perdas e danos
anos.
PUBLICIDADE (Art. 36 e ss., do CDC)
CUIDADO: A CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS
É proibida toda publicidade enganosa ou DA CRIANÇA consideram criança todo menor de
abusiva. 18 anos, ou seja, para questões relacionadas a
É enganosa qualquer modalidade de Direitos Humanos e seu âmbito Internacional, o
informação ou comunicação de caráter qual não se confunde com o ECA (que é aplicado
publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, no nosso âmbito interno), deverá ser
por qualquer outro modo, mesmo por omissão, considerado criança toda pessoa menor de 18
capaz de induzir em erro o consumidor a anos.
respeito da natureza, características, qualidade, CUIDADO: O ECA se aplica apenas aos menos de
quantidade, propriedades, origem, preço e 18 anos? NÃO. Excepcionalmente, em casos
quaisquer outros dados sobre produtos e expressos em lei, o ECA poderá ser aplicado aos
serviços. menores de 21 anos.
A publicidade é enganosa por omissão quando Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos
deixar de informar sobre dado essencial do desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
produto ou serviço. incompletos, e adolescente aquela entre doze e
Perceba: NÃO É QUALQUER DADO, MAS DADO dezoito anos de idade.
ESSENCIAL!

7
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, dispuser a legislação civil, assegurado a
aplica-se excepcionalmente este Estatuto às qualquer deles o direito de, em caso de
pessoas entre dezoito e vinte e um anos de discordância, recorrer à autoridade judiciária
idade. competente para a solução da divergência.
Art. 3º A criança e ao adolescente gozam de Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda
todos os direitos fundamentais inerentes à e educação dos filhos menores, cabendo-lhes
pessoa humana, sem prejuízo da proteção ainda, no interesse destes, a obrigação de
integral de que trata esta Lei, assegurando-se cumprir e fazer cumprir as determinações
lhes, por lei ou por outros meios, todas as judiciais.
oportunidades e facilidades, a fim de lhes
A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos
facultar o desenvolvimento físico, mental,
iguais e deveres e responsabilidades
moral, espiritual e social, em condições de
compartilhados no cuidado e na educação da
liberdade e de dignidade.
criança, devendo ser resguardado o direito de
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta transmissão familiar de suas crenças e culturas,
Lei aplicam-se a todas as crianças e assegurados os direitos da criança e do
adolescentes, sem discriminação de adolescente.
nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça,
A falta ou a carência de recursos materiais não
etnia ou cor, religião ou crença, deficiência,
constitui motivo suficiente para a perda ou a
condição pessoal de desenvolvimento e
suspensão do poder familiar.
aprendizagem, condição econômica, ambiente
social, região e local de moradia ou outra
condição que diferencie as pessoas, as famílias DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR
ou a comunidade em que vivem.
A condenação criminal do pai ou da mãe, EM
E quem são os responsáveis por proteger REGRA GERAL, não implicará a destituição do
integralmente as crianças e os adolescentes? poder familiar
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da PRESTA ATENÇÃO: ESTAMOS FALANDO DE
sociedade em geral e do poder público CONDENAÇÃO E NÃO DE PROCESSSO/PRISÃO
assegurar, com absoluta prioridade, a TA?
efetivação dos direitos referentes à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, Contudo, caso o pai ou a mão da criança e do
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à adolescente venha a ser condenado (NÃO É
dignidade, ao respeito, à liberdade e à PROCESSADO) por crime doloso sujeito à pena
convivência familiar e comunitária. de reclusão contra outrem igualmente titular do
mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou
PODER FAMILIAR outro descendente.
O poder familiar é um tema de suma SUSPENSÃO E PERDA DO PODER FAMILIAR
importância, que devemos compreender
anteriormente ao estudo da nossa querida A perda e a suspensão do poder familiar serão
adoção. decretadas judicialmente, em procedimento
contraditório, nos casos previstos na legislação
Sendo assim, de forma breve farei pequenos civil, bem como na hipótese de descumprimento
comentários: injustificado dos deveres de sustento, guarda e
O poder familiar será exercido, em igualdade de educação dos filhos.
condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que

8
Art. 1.637do CC. Se o pai, ou a mãe, abusar de NÃO CONFUNDA AS CAUSAS DE SUSPENSÃO,
sua autoridade, faltando aos deveres a eles PERDA E EXTINÇÃO DO PODER FAMILIAR.
inerentes ou arruinando os bens dos filhos,
NOTE QUE QUALQUER CONDENAÇÃO
cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o
IRRECORRÍVEL ACIMA DE 2 ANOS É CAUSA DE
Ministério Público, adotar à medida que lhe
SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR.TODAVIA, A
pareça reclamada pela segurança do menor e
SENTENÇA CONDENATÓRIA (NÃO PRECISA SER
seus haveres, até suspendendo o poder
IRRECORRÍVEL) POR CRIME DOLOSO SUJEITO A
familiar, quando convenha.
PENA DE RECLUSÃO contra outrem igualmente
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o titular do mesmo poder familiar ou contra filho,
exercício do poder familiar ao pai ou à mãe filha ou outro descendente É CAUSA DE
condenados por sentença irrecorrível, em DESTITUIÇÃO.
virtude de crime cuja pena exceda a dois anos
FAMÍLIA NATURAL E FAMÍLIA EXTENSA
de prisão.
Conforme expresso pelo estatuto da criança e
Nas causas de suspensão do poder familiar a
do adolescente existe 3 definições de família: a
criança e o adolescente voltar a residir
natural, a extensa e a substituta.
novamente com os pais quando cessado o
motivo que levou a suspensão. Família natural- Entende-se por família natural
a comunidade formada pelos pais ou qualquer
Por sua vez, a perda do poder familiar é uma das
deles e seus descendentes
situações mais graves no âmbito familiar, a qual
gera a extinção do mesmo. Família extensa- Entende-se por família extensa
ou ampliada aquela que se estende para além da
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder
unidade pais e filhos ou da unidade do casal,
familiar o pai ou a mãe que:
formada por parentes próximos com os quais a
I - Castigar imoderadamente o filho; criança ou adolescente convive e mantém
vínculos de afinidade e afetividade
II - Deixar o filho em abandono;
E a substituta? É a originada por meio dos
III - praticar atos contrários à moral e aos bons
institutos jurídicos da Guarda, tutela e adoção.
costumes;
A colocação da criança ou adolescente em
IV - Incidir, reiteradamente, nas faltas previstas
família substituta será precedida de sua
no artigo antecedente.
preparação gradativa e acompanhamento
V - Entregar de forma irregular o filho a terceiros posterior, realizados pela equipe
para fins de adoção. interprofissional a serviço da Justiça da Infância
Art. 1.635 do CC- Extingue-se o poder familiar: e da Juventude, preferencialmente com o apoio
dos técnicos responsáveis pela execução da
I - Pela morte dos pais ou do filho; política municipal de garantia do direito à
II - Pela emancipação, convivência familiar.

III - pela maioridade; Em se tratando de criança ou adolescente


indígena ou proveniente de comunidade
IV - Pela adoção; remanescente de quilombo, é ainda
V - Por decisão judicial, na forma do artigo 1.638 obrigatório:
- o qual trata das causas de perda do poder I - Que sejam consideradas e respeitadas sua
familiar. identidade social e cultural, os seus costumes e
tradições, bem como suas instituições, desde

9
que não sejam incompatíveis com os direitos
fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela É vedada a adoção por procuração
Constituição Federal;
Em caso de conflito entre direitos e interesses
II - Que a colocação familiar ocorra do adotando e de outras pessoas, inclusive seus
prioritariamente no seio de sua comunidade ou pais biológicos, devem prevalecer os direitos e
junto a membros da mesma etnia; os interesses do adotando.
III - a intervenção e oitiva de representantes do
Art. 40. O adotando deve contar com, no
órgão federal responsável pela política máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo
indigenista, no caso de crianças e adolescentes se já estiver sob a guarda ou tutela dos
indígenas, e de antropólogos, perante a equipe adotantes.
interprofissional ou multidisciplinar que irá
acompanhar o caso. Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao
adotado, com os mesmos direitos e deveres,
Sempre que possível, a criança ou o adolescente inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer
será previamente ouvido por equipe vínculo com pais e parentes, salvo os
interprofissional, respeitado seu estágio de impedimentos matrimoniais.
desenvolvimento e grau de compreensão sobre § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o
as implicações da medida, e terá sua opinião filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação
devidamente considerada. entre o adotado e o cônjuge ou concubino do
adotante e os respectivos parentes.
Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de § 2º É recíproco o direito sucessório entre o
idade, será necessário seu consentimento, adotado, seus descendentes, o adotante, seus
colhido em audiência. ascendentes, descendentes e colaterais até o
4º grau, observada a ordem de vocação
Art. 29. Não se deferirá colocação em família
hereditária.
substituta a pessoa que revele, por qualquer
modo, incompatibilidade com a natureza da Art. 42. Podem adotar os maiores de 18
medida ou não ofereça ambiente familiar (dezoito) anos, independentemente do estado
adequado. civil.
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os
Art. 30. A colocação em família substituta não
irmãos do adotando.
admitirá transferência da criança ou § 2 o Para adoção conjunta, é indispensável que
adolescente a terceiros ou a entidades os adotantes sejam casados civilmente ou
governamentais ou não-governamentais, sem mantenham união estável, comprovada a
autorização judicial. estabilidade da família.
Art. 31. A colocação em família substituta
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos,
estrangeira constitui medida excepcional, dezesseis anos mais velho do que o adotando.
somente admissível na modalidade de adoção.
Agora, que vocês estão totalmente § 4 o Os divorciados, os judicialmente
separados e os ex-companheiros podem adotar
introduzidos ao tema, finalmente iremos
conjuntamente, contanto que acordem sobre a
estuda-lo!
guarda e o regime de visitas e desde que o
A adoção é medida excepcional e irrevogável, à estágio de convivência tenha sido iniciado na
qual se deve recorrer apenas quando esgotados constância do período de convivência e que
os recursos de manutenção da criança ou seja comprovada a existência de vínculos de
adolescente na família natural ou extensa, na afinidade e afetividade com aquele não
forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei.

10
detentor da guarda, que justifiquem a dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias,
excepcionalidade da concessão. prorrogável por até igual período, uma única
§ 5 o Nos casos do § 4 o deste artigo, desde que vez, mediante decisão fundamentada da
demonstrado efetivo benefício ao adotando, autoridade judiciária.
será assegurada a guarda compartilhada,
conforme previsto no art. 1.584 da Lei § 3 o -A. Ao final do prazo previsto no § 3 o deste
n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código artigo, deverá ser apresentado laudo
Civil . fundamentado pela equipe mencionada no §
§ 6 o A adoção poderá ser deferida ao adotante 4 o deste artigo, que recomendará ou não o
que, após inequívoca manifestação de vontade, deferimento da adoção à autoridade judiciária
vier a falecer no curso do procedimento, antes
de prolatada a sentença. § 5 o O estágio de convivência será cumprido no
território nacional, preferencialmente na
Art. 44. Enquanto não der conta de sua comarca de residência da criança ou
administração e saldar o seu alcance, não pode adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade
o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a
curatelado. competência do juízo da comarca de residência
da criança.
Art. 45. A adoção depende do consentimento Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por
dos pais ou do representante legal do adotando. sentença judicial, que será inscrita no registro
§ 1º. O consentimento será dispensado em civil mediante mandado do qual não se
relação à criança ou adolescente cujos pais fornecerá certidão.
sejam desconhecidos ou tenham sido § 1º A inscrição consignará o nome dos
destituídos do pátrio poder familiar . adotantes como pais, bem como o nome de seus
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze ascendentes.
anos de idade, será também necessário o seu § 2º O mandado judicial, que será arquivado,
consentimento. cancelará o registro original do adotado.
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de 3 o A pedido do adotante, o novo registro
convivência com a criança ou adolescente, pelo poderá ser lavrado no Cartório do Registro Civil
prazo máximo de 90 (noventa) dias, observadas do Município de sua residência
a idade da criança ou adolescente e as
peculiaridades do caso. 7 o A adoção produz seus efeitos a partir do
§ 1 o O estágio de convivência poderá ser trânsito em julgado da sentença constitutiva,
dispensado se o adotando já estiver sob a exceto na hipótese prevista no § 6 o do art. 42
tutela ou guarda legal do adotante durante desta Lei, caso em que terá força retroativa à
tempo suficiente para que seja possível avaliar a data do óbito.
conveniência da constituição do vínculo. § 10. O prazo máximo para conclusão da ação
de adoção será de 120 (cento e vinte) dias,
§ 2 o A simples guarda de fato não autoriza, por prorrogável uma única vez por igual período,
si só, a dispensa da realização do estágio de mediante decisão fundamentada da autoridade
convivência. SEMPRE CAI judiciária.

§ 2 o -A. O prazo máximo estabelecido


A gestante ou mãe que manifeste interesse em
no caput deste artigo pode ser prorrogado por
até igual período, mediante decisão entregar seu filho para adoção, antes ou logo
fundamentada da autoridade judiciária. após o nascimento, será encaminhada à Justiça
da Infância e da Juventude.
§ 3 o Em caso de adoção por pessoa ou casal
§ 1 o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe
residente ou domiciliado fora do País, o estágio
interprofissional da Justiça da Infância e da
de convivência será de, no mínimo, 30 (trinta)

11
Juventude, que apresentará relatório à algum programa de acolhimento ou irá
autoridade judiciária, considerando inclusive os determinar a guarda provisória da criança para
eventuais efeitos do estado gestacional e alguém que seja capaz de adotá-la.
puerperal. Agora, vamos imaginar que a criança já nasceu
e que ambos os pais queiram entrega-la para a
§ 2 o De posse do relatório, a autoridade adoção ou que a mãe queira entrega-la para
judiciária poderá determinar o adoção, porém a criança possui pai registral ou
encaminhamento da gestante ou mãe, que a mãe saiba quem é o pai e indicou. O que
mediante sua expressa concordância, à rede acontece? Neste caso será marcado uma
pública de saúde e assistência social para audiência para que os genitores expressem a sua
atendimento especializado. vontade de entregar a criança para a adoção. Na
§ 3 o A busca à família extensa, conforme hipótese de não comparecerem à audiência
definida nos termos do parágrafo único do art. nem o genitor nem representante da família
25 desta Lei, respeitará o prazo máximo de 90 extensa para confirmar a intenção de exercer o
(noventa) dias, prorrogável por igual período. poder familiar ou a guarda, a autoridade
judiciária SUSPENDERÁ o poder familiar da mãe,
§ 4 o Na hipótese de não haver a indicação do
e a criança será colocada sob a guarda provisória
genitor e de não existir outro representante da
de quem esteja habilitado a adotá-la.
família extensa apto a receber a guarda, a
autoridade judiciária competente deverá NÃO CONFUNDA. EM UMA SITUAÇÃO A
decretar a extinção do poder familiar e GENITORA TEM O SEU PODER FAMILIAR
determinar a colocação da criança sob a guarda EXTINTO E NA OUJTRA ELA TEM SUSPENSO.
provisória de quem estiver habilitado a adotá- § 7 o Os detentores da guarda possuem o prazo
la ou de entidade que desenvolva programa de de 15 (quinze) dias para propor a ação de
acolhimento familiar ou institucional. adoção, contado do dia seguinte à data do
§ 5 o Após o nascimento da criança, a vontade término do estágio de convivência.
da mãe ou de ambos os genitores, se houver pai § 8 o Na hipótese de desistência pelos genitores
registral ou pai indicado, deve ser manifestada - manifestada em audiência ou perante a
na audiência a que se refere o § 1 o do art. 166 equipe interprofissional - da entrega da criança
desta Lei, garantido o sigilo sobre a entrega. após o nascimento, a criança será mantida com
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à os genitores, e será determinado pela Justiça da
audiência nem o genitor nem representante da Infância e da Juventude o acompanhamento
família extensa para confirmar a intenção de familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta)
exercer o poder familiar ou a guarda, a dias.
autoridade judiciária suspenderá o poder
familiar da mãe, e a criança será colocada sob a § 9 o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre
guarda provisória de quem esteja habilitado a o nascimento, respeitado o disposto no art. 48
adotá-la. desta Lei.
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-
PRESTA ATENÇÃO: Vamos imaginar que a mãe
gestante queira colocar o filho que irá nascer ou nascidos e crianças acolhidas não procuradas
assim que ele nascer para adoção, CERTO? E por suas famílias no prazo de 30 (trinta) dias,
que neste caso a mãe não indicou quem era o contado a partir do dia do acolhimento.
pai e que a criança não possua ninguém para Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua
que fique responsável por sua guarda. O que origem biológica, bem como de obter acesso
acontece? Nesta situação o juiz irá EXTINGUIR o irrestrito ao processo no qual a medida foi
poder familiar da mãe e colocará a criança em

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aplicada e seus eventuais incidentes, após limitação do poder estatal por dogmas
completar 18 (dezoito) anos. religiosos, o que originou o Estado Teocrático.
Parágrafo único. O acesso ao processo de
adoção poderá ser também deferido ao Em um segundo momento, nas cidades-estados
adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu gregas (Carta Magna 1215), as constituições
pedido, assegurada orientação e assistência eram consuetudinárias, pois tinham como base
jurídica e psicológica. costumes e precedentes judiciais. Caracteriza-se
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece pela existência de direitos perante um monarca
o pátrio poder familiar dos pais naturais. limitando seu poder.

ADOÇÃO INTERNACIONAL CONSTITUCIONALISMO CLÁSSICO OU LIBERAL:


Inicia do fim do século XVIII e permanece até o
Considera-se adoção internacional aquela na fim da 1ª Guerra Mundial.
qual o pretendente possui residência habitual
Uma das suas principais características é o
em país-parte da Convenção de Haia, e deseja
adotar criança em outro país-parte da surgimento das constituições escritas.
Convenção. Momento em que surgiu a 1ª constituição dos
EUA (1787), na França surgiu com o liberalismo
PRESTA ATENÇÃO: ADOÇÃO INTERNACIONAL em 1789 (a primeira constituição escrita da
ESTÁ RELACIONADA COM A RESIDÊNCIA DA França foi em 1791) e com a Declaração dos
PESSOA QUE PRETENDE ADOTAR E NÃO COM A Direitos do Homem e do Cidadão.
SUA NACIONALIDADE.EX: Um brasileiro que
mora nos EUA e que pretende adotar uma A Declaração do Homem e do Cidadão traz as
criança brasileira é exemplo de uma adoção matérias que devem ser matéria expressa em
internacional. qualquer constituição, como a separação dos
poderes, direitos fundamentais e estrutura do
estado.
DIREITO CONSTITUCIONAL
No constitucionalismo Clássico, o Estado era
DICA DO DIA 09
Liberal/de Direito, o qual limitava os direitos
1. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO que o soberano tinha em seu poder.
O QUE VOCÊ DEVE SABER: Surgiu os direitos da Primeira geração, ou seja,
os direitos relacionados a liberdade (direitos
O constitucionalismo foi um movimento, que
civis e políticos).
tinha como objetivo limitar o poder do estado,
garantir os direitos fundamentais e buscar a CONSTITUCIONALISMO MODERNO OU SOCIAL:
separação dos poderes, em face do Inicia com o fim da 1ª Guerra Mundial e vai até
absolutismo. o fim da 2ª Guerra Mundial.
Tal movimento vai muito mais além do que Com a crise do liberalismo econômico, no final
conferir constituições aos estados, até porque do século XIX, os constitucionalistas modernos
estas já existiam materialmente, mas não deram ênfase a 2º geração dos direitos
possuíam força para garantir os direitos que a fundamentais, tendo como modelo a
sociedade precisava, assim como para separar Constituição do México de 1917 e a de Weimar
as funções estatais e romper com os ideais de 1919.
absolutistas da época.
Neste momento surge o ESTADO SOCIAL, o qual
CONSTITUCIONALISMO ANTIGO: Ocorreu entre se caracteriza pelo abandono de um estado
a idade clássica até o fim do século. XVII. No abstencionista e o surgimento de um estado
início do constitucionalismo antigo tinha-se a que implementa a igualdade e que intervém

13
em inúmeras questões que antes eram deixas a Neoconstitucionalismo: visa refundar o direito
livre iniciativa. constitucional com base em novas premissas,
como a difusão e o desenvolvimento da teoria
CONSTITUCIONALISMO CONTEMPORÂNEO:
dos direitos fundamentais e a força normativa
inicia com o fim da 2º Guerra Mundial.
da constituição
Tem como uma das suas características a
Sentidos da Constituição: Em regra, todo Estado
garantia jurisdicional da supremacia da
tem uma constituição, que a regulamentação e
Constituição, o surgimento da 3ª geração dos
a forma que o estado deve ser, deve ser
direitos fundamentais.
organizado.
No constitucionalismo Contemporâneo surge
SENTIDO SOCIOLÓGICO DA CONSTITUIÇÃO
duas concepções: o neoconstitucionalismo, e o
(FERDINAND LASSALLE):Para Lassalle a
pós-positivismo.
constituição deve ser puro reflexo da sociedade,
O neoconstitucionalismo tem como a qual adota. NÃO É FORMA DE DEVER SER,
fundamento a dignidade da pessoa humana. O MAS DE SER.
Estado constitucional de Direito é o seu marco
Os fatores reais do poder (a sociedade) é quem
histórico, a legalidade se subordina a
possui força ativa e eficaz de informar quais leis
constituição, é o chamado força normativa da
são necessárias, do contrário, as constituições
constituição.
escritas se tornaram ineficazes e passarão a ser
NEOCONSTITUCIONALISMO uma mera folha de papel.
Marco Histórico Estado de Direito SENTIDO POLÍTICO (CARL SCHIMITT): Para
Schimitt a constituição é uma decisão política
Marco Filosófico Pós-Positivismo
fundamental, ou seja, é um conjunto de normas
Marco Teórico Força Normativa da que disciplinam sobre o modo e a forma de
Constituição existência de um Estado. As outras normas que
formalmente estão inseridas neste conjunto,
mas que não tratam sobre esses temas, são leis
Diferença entre Constitucionalismo/ constitucionais e não constituição.
Jusnaturalismo X Positivismo X Pós-Positivismo
X Neoconstitucionalismo SENTIDO JURÍDICO (HANS KELSEN): Para Kelsen
a verdadeira constituição está dissociada de
Jusnaturalismo: Para o Jusnaturalismo, o direito qualquer fundamento político, filosófico ou
é algo natural e anterior ao ser humano, sociológico. A constituição é uma norma, ela
devendo seguir sempre aquilo que condiz aos descreve como as coisas DEVEM SER e não a
valores da humanidade (direito à vida, à maneira real de ser das coisas. (VEJA QUE
liberdade, à dignidade, etc) e ao ideal de justiça. DIFERE DO CONCEITO SOCIOLÓGICO)
O Jusnaturalismo ou direito natural é aquele que
o homem já nasce sendo este imutável. Para Kelsen, a Constituição posta, a constituição
em si, é a norma suprema (sentido jurídico-
Positivismo: Representa a ultra valorização da positivo), pois é dela que todas as outras leis
lei, além de separar o direito e a moral. devem tirar a sua validade. Contudo, além de
Pós-Positivismo: Surge para aperfeiçoar o uma constituição posta há ainda uma
positivismo e ponderar a relação entre direito e pressuposta (sentido lógico-jurídico), é a
ética com o intuito de dar aos princípios jurídicos verdadeira norma hipotética fundamental, é a
caráter normativo. norma que serve de fundamento de validade
para a própria constituição.

14
SENTIDO CULTURA (KONRAD HESSE E SEMIRÍGIDA uma parte é flexível e
HABERLE): A constituição é uma norma aberta outra é rígida.
em correlação aos fatos sociopolíticos, sempre RÍGIDA a sua alteração é mais
disposta a conectar a realidade com o texto rígida do que as leis
constitucional, para que este de fato possua inferiores
força normativa. SUPER-RÍGIDA uma parte é rígida e
outra é imutável, ou
Existe inúmeras formas de classificar as seja, não pode ser
constituições, vejamos algumas delas: modificada de modo
algum
QUANTO AO CONTEÚDO IMUTÁVEL : todo o texto é
imutável.
Conjunto de normas,
escritas ou
costumeiras, onde o
QUANTO Á ORIGEM
importante é o
OUTORGADA Imposta por
MATERIAL conteúdo delas, e
quem está com
não a fonte
detenção do
normativa em que
poder
veiculadas.
PROMULGADA Elaborada com
Conjunto de normas
participação
que,
popular
independentemente
do conteúdo, CESARISTA(BONAPATIST o soberano
FORMAL consideram-se A) elabora o texto
constitucionais, pois e,
estão inseridas em posteriormente
ato escrito dotados , o submete a
de hierarquia jurídica um referendo
superior popular.
PACTUADA(DUALISTA) elaborada POR
MEIO de um
pacto realizado
QUANTO A FORMA
entre os
formalizada em um detentores do
ESCRITA/DOGMÁTICA texto escrito. poder político.
não há texto único
centralizado. É
NÃO baseada, muitas QUANTO Á VOLUNTARIEDADE
ESCRITA/HISTÓRICA vezes, pelos HETERÔNOMA É elaborada por
costumes e um pais
jurisprudência do diferente de
país. onde será
executada
AUTÔNOMA É Elaborada pelo
QUANTO A ESTABILIDADE próprio país que
FLEXÍVEL é alterada da mesma será executada.
forma que as leis
inferiores.

15
QUANTO A DOGMÁTICA a maioridade, pela nacionalidade brasileira
ORTODOXA Formada por uma (Critério jus sanguinis + residência no Brasil +
só ideologia opção pela nacionalidade)
ECLÉTICA Formada por
várias ideologias. Nacionalidade Secundária (adquirida por
manifestação de vontade)
QUANTO À FINALIDADE
II - Naturalizados:
DIRIGENTE/ANALÍTICA Estabelece um
a) os que, na forma da lei, adquiram a
projeto de estado
nacionalidade brasileira, exigidas aos originários
para o futuro
de países de língua portuguesa apenas
GARANTIA Garante buscar a residência por um ano ininterrupto e idoneidade
liberdade e
moral (Secundária Ordinária)
limitar o poder. b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
BALANÇO descreve e residentes na República Federativa do Brasil há
registra a mais de quinze anos ininterruptos e sem
organização condenação penal, desde que requeiram a
política atual, nacionalidade brasileira (Secundária
estabelecida Extraordinária)

NÃO CONFUNDA: A cassação dos direitos


Podemos classificar a CF/88 em PRAFED(ê)
políticos não se confunde com a perda
Promulgada
dos direitos políticos. A cassação é
Rígida
expressamente vedada pela Constituição
Autônoma
Formal Federal, proibição estampada em seu Art. 15.
Escrita
Dogmática

2.NACIONALIDADE:
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
O QUE DEVO SABER:
DECORA: MP3.COM
Espécies de Nacionalidade:
Nacionalidade primária (adquirida por razão do
I - De Presidente e Vice-Presidente da República;
nascimento)
Art. 12. São brasileiros: P1
I - Natos: II - De Presidente da Câmara dos Deputados; P2
a) os nascidos na República Federativa do Brasil,
ainda que de pais estrangeiros, desde que estes III - de Presidente do Senado Federal; P3
não estejam a serviço de seu país (Critério
IV - De Ministro do Supremo Tribunal Federal;
territorial)
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro V - Da carreira diplomática;
ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do
Brasil (Critério sanguíneo) VI - De oficial das Forças Armadas.
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou
de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham VII - de Ministro de Estado da Defesa
a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida

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3. DIREITOS POLÍTICOS d) dezoito anos para Vereador.
O QUE DEVO SABER: § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os
analfabetos.
A soberania popular será exercida pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto, com § 5º O Presidente da República, os
valor igual para todos, e, nos termos da lei, Governadores de Estado e do Distrito Federal, os
mediante: Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
substituído no curso dos mandatos poderão ser
I - Plebiscito;
reeleitos para um único período
II - Referendo; subsequente.
III - iniciativa popular. § 6º Para concorrerem a outros cargos, o
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos
I - Obrigatórios para os maiores de dezoito devem renunciar aos respectivos mandatos até
anos; seis meses antes do pleito.
II - Facultativos para: OBS: Deputado federal, Deputado Estadual e
a) os analfabetos; Vereador não precisam renunciar. PRESTE
ATENÇÃO!
b) os maiores de setenta anos;
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito do titular, o cônjuge e os parentes
anos. consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os por adoção, do Presidente da República, de
estrangeiros e, durante o período do serviço Governador de Estado ou Território, do Distrito
militar obrigatório, os conscritos. Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma
pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e
da lei:
candidato à reeleição.
I - A nacionalidade brasileira;
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as
II - O pleno exercício dos direitos políticos; seguintes condições:
III - o alistamento eleitoral; I - Se contar menos de dez anos de serviço,
deverá afastar-se da atividade;
IV - O domicílio eleitoral na circunscrição;
II - Se contar mais de dez anos de serviço, será
V - A filiação partidária;
agregado pela autoridade superior e, se eleito,
VI - A idade mínima de: passará automaticamente, no ato da
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice- diplomação, para a inatividade.
Presidente da República e Senador; § 9º Lei complementar estabelecerá outros
b) trinta anos para Governador e Vice- casos de inelegibilidade e os prazos de sua
Governador de Estado e do Distrito Federal; cessação, a fim de proteger a probidade
administrativa, a moralidade para exercício de
c) vinte e um anos para Deputado Federal, mandato considerada vida pregressa do
Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice- candidato, e a normalidade e legitimidade das
Prefeito e juiz de paz; eleições contra a influência do poder econômico
ou o abuso do exercício de função, cargo ou

17
emprego na administração direta ou Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral
indireta. entrará em vigor na data de sua publicação, não
se aplicando à eleição que ocorra até um ano da
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado
data de sua vigência.
ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias
contados da diplomação, instruída a ação com OBS: ESSE ARTIGO MUDOU. ANTES ERA UM
provas de abuso do poder econômico, ANO DA SUA PROMULGAÇÃO E NÃO
corrupção ou fraude. (NÃO É APENAS COM PUBLICAÇÃO.
ABUSO DE PODER, MAS ABUSO DE PODER
CUIDADO! A FGV PODE QUERER TROCAR ESSAS
ECONÔMICO)
PALAVRINHAS.
OBS: Não são indícios, mas provas. PRESTE
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
ATENÇÃO
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e
§ 11 - A ação de impugnação de mandato
extinção de partidos políticos, resguardados a
tramitará em segredo de justiça, respondendo
soberania nacional, o regime democrático, o
o autor, na forma da lei, se temerária ou de
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da
manifesta má-fé.
pessoa humana e observados os seguintes
§ 12. Serão realizadas concomitantemente às preceitos
eleições municipais as consultas populares
I - Caráter nacional;
sobre questões locais aprovadas pelas Câmaras
Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral II - Proibição de recebimento de recursos
até 90 (noventa) dias antes da data das eleições, financeiros de entidade ou governo estrangeiros
observados os limites operacionais relativos ao ou de subordinação a estes;
número de quesitos III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
§ 13. As manifestações favoráveis e contrárias às IV - Funcionamento parlamentar de acordo com
questões submetidas às consultas populares nos a lei.
termos do § 12 ocorrerão durante as campanhas
eleitorais, sem a utilização de propaganda § 1º É assegurada aos partidos políticos
gratuita no rádio e na televisão autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e
Art. 15. É vedada a cassação de direitos duração de seus órgãos permanentes e
políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos provisórios e sobre sua organização e
casos de: funcionamento e para adotar os critérios de
I - Cancelamento da naturalização por sentença escolha e o regime de suas coligações nas
transitada em julgado; eleições majoritárias, vedada a sua celebração
nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade
II - Incapacidade civil absoluta;
de vinculação entre as candidaturas em âmbito
III - condenação criminal transitada em julgado, nacional, estadual, distrital ou municipal,
enquanto durarem seus efeitos; devendo seus estatutos estabelecer normas de
disciplina e fidelidade partidária
IV - Recusa de cumprir obrigação a todos
imposta ou prestação alternativa, nos termos do § 2º Os partidos políticos, após adquirirem
art. 5º, VIII; personalidade jurídica, na forma da lei civil,
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior
V - Improbidade administrativa, nos termos do
Eleitoral.
art. 37, § 4º.

18
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo com os interesses intrapartidários. (Incluído
partidário e acesso gratuito ao rádio e à pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022)
televisão, na forma da lei, os partidos políticos
§ 8º O montante do Fundo Especial de
que alternativamente (PRESTA ATENÇÃO! OS
Financiamento de Campanha e da parcela do
PARTIDOS POLÍTICOS NÃO SÃO OBRIGADOS A
fundo partidário destinada a campanhas
TEREM TODOS ESSES REQUISITOS, MAS UM OU
eleitorais, bem como o tempo de propaganda
OUTRO)
gratuita no rádio e na televisão a ser distribuído
I - Obtiverem, nas eleições para a Câmara dos pelos partidos às respectivas candidatas,
Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos deverão ser de no mínimo 30% (trinta por
votos válidos, distribuídos em pelo menos um cento), proporcional ao número de candidatas,
terço das unidades da Federação, com um e a distribuição deverá ser realizada conforme
mínimo de 2% (dois por cento) dos votos critérios definidos pelos respectivos órgãos de
válidos em cada uma delas; ou direção e pelas normas estatutárias,
considerados a autonomia e o interesse
II - Tiverem elegido pelo menos quinze
partidário.
Deputados Federais distribuídos em pelo menos
um terço das unidades da Federação
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos DIREITO TRIBUTÁRIO
políticos de organização paramilitar.
PRIMEIRA MATÉRIA DO DIA 10
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os
1. PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
requisitos previstos no § 3º deste artigo é
assegurado o mandato e facultada a filiação, O QUE DEVO SABER:
sem perda do mandato, a outro partido que os Princípio da Legalidade: Faz-se necessário uma
tenha atingido, não sendo essa filiação lei formal, para que haja a instituição ou
considerada para fins de distribuição dos aumento de um tributo.
recursos do fundo partidário e de acesso
gratuito ao tempo de rádio e de televisão. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Estaduais, os Deputados Distritais e os Municípios:
Vereadores que se desligarem do partido pelo
qual tenham sido eleitos perderão o mandato, I - Exigir ou aumentar tributo sem lei que o
salvo nos casos de anuência do partido ou de estabeleça;
outras hipóteses de justa causa estabelecidas Obs. Em regra, basta a lei ordinária para a
em lei, não computada, em qualquer caso, a criação de um tributo. Contudo, existem
migração de partido para fins de distribuição de tributos que só poderão ser criados mediante
recursos do fundo partidário ou de outros Lei complementar.
fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e
à televisão. As medidas provisórias, por possuírem força de
lei, podem tanto instituir como aumentar
§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no tributo, entretanto, não podem versar sobre
mínimo 5% (cinco por cento) dos recursos do matéria reservada a Lei complementar.
fundo partidário na criação e na manutenção de
programas de promoção e difusão da Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
participação política das mulheres, de acordo I - A instituição de tributos, ou a sua
extinção;

19
II - A majoração de tributos, ou sua redução, recompondo), prazo de recolhimento do tributo
ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e obrigações acessórias.
e 65;
As hipóteses de exceções ao princípio da
III - a definição do fato gerador da obrigação legalidade são diferentes das hipóteses de não
tributária principal, ressalvado o disposto no aplicação, por isso, preste atenção ao que a
inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito questão pede.
passivo; Exceções ao princípio da legalidade: As
alíquotas dos impostos, como regra, deverão ser
IV - A fixação de alíquota do tributo e da sua aumentadas por lei ou MP. Contudo, quanto ao
base de cálculo, ressalvado o disposto nos II, IE, IPI e IOF suas alíquotas poderão ser
artigos 21, 26, 39, 57 e 65; alteradas por meio de ato do poder executivo
V - A cominação de penalidades para as (decreto ou portaria).
ações ou omissões contrárias a seus Exceções: II, IE, IPI e IOF
dispositivos, ou para outras infrações nela Reduzir ou Restabelecer as alíquotas do CIDE
definidas; combustível;
ICMS monofásico incidente sobre combustíveis;
VI - As hipóteses de exclusão, suspensão e
Resolução do Senado Federal para fixar alíquota
extinção de créditos tributários, ou de dispensa do ICMS nas operações interestaduais
ou redução de penalidades (SEMPRE CAI UMA
QUESTÃO COM ESSE ARTIGO, ONDE A FGV Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito
AFIRMA QUE EXCLUSÃO, SUSPENSÃO OU Federal instituir impostos sobre:
EXTINÇÃO DO TRIBUTO SÃO MATÉRIA II - Operações relativas à circulação de
RESERVADA DE LEI COMPLEMENTAR) mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a comunicação, ainda que as operações e as
modificação da sua base de cálculo, que prestações se iniciem no exterior;
importe em torná-lo mais oneroso. § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao
seguinte:
§ 2º Não constitui majoração de tributo,
(...)
para os fins do disposto no inciso II deste artigo, X - Não incidirá:
a atualização do valor monetário da respectiva (...)
base de cálculo. b) sobre operações que destinem a outros
Estados petróleo, inclusive lubrificantes,
Regra: Os tributos são instituídos por LEI
combustíveis líquidos e gasosos dele
ORDINÁRIA.
derivados, e energia elétrica;
Exceção: Apenas 4 tributos são instituídos por
meio de LEI COMPLEMENTAR: CEGI
A norma prevista no art. 155, §2º, X, “b”, da
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS (art. 148);
CF/88, ao proibir a cobrança do ICMS pelo
IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS (art.
Estado produtor, teve por escopo beneficiar o
153, VII);
Estado de destino, e não o Estado de origem,
IMPOSTOS RESIDUAIS (art. 154, I);
tampouco o contribuinte do tributo.
NOVAS FONTES DE CUSTEIO DA SEGURIDADE
O objetivo foi fazer com que o Estado de destino
(art. 195, § 4º) – contribuições residuais
ficasse com toda a arrecadação do ICMS relativo
a essa operação. Esse é o entendimento
consolidado do STF.
Obs. Não se aplica ao princípio da legalidade:
Para atualização monetária (neste caso o poder Em suma: Segundo o art. 155, § 2º, X, “b”, da
público não está aumentando o valor, mas CF/88, cabe ao Estado de destino, em sua

20
totalidade, o ICMS sobre a operação deliberação dos Estados, por convênio
interestadual de fornecimento de energia celebrado no âmbito do CONFAZ.
elétrica a consumidor final, para emprego em
processo de industrialização, não podendo o Princípio da Isonomia: Vedação ao tratamento
Estado de origem cobrar o referido imposto. desigual entre contribuintes que estão em
STF. Plenário. RE 748543, Rel. Marco Aurélio, situação equivalentes.
Relator p/ Acórdão Alexandre de Moraes,
É INCONSTITUCIONAL lei estadual que concede
julgado em 05/08/2020 (Repercussão Geral –
isenção de ICMS para operações de aquisição de
Tema 689) (Info 990 – clipping)
automóveis por oficiais de justiça estaduais. STF.
Plenário. ADI 4276/MT, Rel. Min. Luiz Fux,
Obs. A competência do Poder Executivo é para
julgado em 20/8/2014 (Info 755).
“alterar/modificar” as alíquotas, e não para
instituir as alíquotas. A instituição de alíquotas é
Princípios que estão relacionados ao princípio
tema reservado exclusivamente ao legislador.
da isonomia:
a) Princípio da Uniformidade da tributação da
Obs. Em todos os casos a alteração por ato do
renda- É vedado a União tributar rendimento do
Executivo diz respeito somente às alíquotas (art.
ente federado que emitir dívida pública, mas
153, § 1º, da CF), nunca às bases de cálculo. Base
não a renda gerada pela operação (os juros
de cálculo é tema que, como regra, somente
sobre essa dívida, por exemplo)
pode ser disciplinado por meio de lei (art. 97, IV,
b) Princípio da liberdade de tráfego- é vedado
do CTN).
estabelecer limitações ao tráfego de pessoas,
por meio de tributos interestaduais ou
Art. 153. Compete à União instituir impostos
intermunicipais, salvo a cobrança de pedágio.
sobre:
Art. 150 da CF- Sem prejuízo de outras garantias
I - Importação de produtos estrangeiros;
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
II - Exportação, para o exterior, de produtos
aos Estados, ao Distrito Federal e aos
nacionais ou nacionalizados;
Municípios:
III - renda e proventos de qualquer natureza;
V - estabelecer limitações ao tráfego de
IV - Produtos industrializados;
pessoas ou bens, por meio de tributos
V - Operações de crédito, câmbio e seguro, ou
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a
relativas a títulos ou valores mobiliários;
cobrança de pedágio pela utilização de vias
VI - Propriedade territorial rural;
conservadas pelo Poder Público
VII - grandes fortunas, nos termos de lei
c) Princípio do não confisco- Art. 150 da CF- Sem
complementar.
prejuízo de outras garantias asseguradas ao
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
as condições e os limites estabelecidos em lei, Distrito Federal e aos Municípios:
alterar as alíquotas dos impostos enumerados IV - utilizar tributo com efeito de confisco; A
nos incisos I, II, IV e V. vedação à confiscabilidade proíbe a instituição
Em relação a CIDE-COMBUSTÍVEL a exceção é de quaisquer tributos com caráter de absorção
parcial, pois a redução ou restabelecimento da substancial da propriedade privada, sem a
alíquota poderá ser por ato infralegal (decreto), proporcionada indenização
mas para a instituição do tributo faz-se d)Princípio da capacidade contributiva-
necessário lei em sentido formal. -Art. 145. (...)
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão
Com relação ao ICMS monofásico, a Lei caráter pessoal e serão graduados segundo a
complementar irá prevê determinados capacidade econômica do contribuinte,
combustíveis sobres os quais incidirão o ICMS, facultado à administração tributária,
UMA ÚNICA VEZ, por isso monofásico. A especialmente para conferir efetividade a esses
alíquota neste caso, será dada através de objetivos, identificar, respeitados os direitos

21
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os exercício financeiro em que haja sido publicada
rendimentos e as atividades econômicas do a lei que os instituiu ou aumentou;
contribuinte. 2-Nonagesimal: Art. 150. Sem prejuízo de outras
garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado
A capacidade contributiva se manifesta por à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
meio da: Municípios, III - cobrar tributos: c) antes de
1-Progressividade´: técnica de incidência de decorridos noventa dias da data em que haja
alíquotas variadas, cujo aumento se dá na sido publicada a lei que os instituiu ou
medida em que se majora a base de cálculo do aumentou, observado o disposto na alínea b;
gravame. O critério refere-se ao aspecto
quantitativo, do qual decorre a progressividade Não confunda: O princípio da ANTERIORIDADE
fiscal e a extrafiscal. é a data da PUBLICAÇÃO DA LEI.
Conforme previsão expressa na CF, existe 3 O princípio da IRRETROATIVIDADE é a data da
impostos progressivos– Imposto de Renda (art. VIGÊNCIA DA LEI
153, § 2.º, I, da CF);IPTU (art. 156, § 1.º, I e II, da
CF c/c art. 182, § 4.º, II, da CF);ITR (art. 153, § Súmula Vinculante 50: norma legal que altera o
4.º, I, da CF) prazo de recolhimento da obrigação tributária
2-Proporcionalidade:As pessoas pagarão não se sujeita ao princípio da anterioridade.
conforme sua capacidade econômica.,mostra-se
pela técnica de incidência de alíquotas fixas, em É constitucional a previsão em lei ordinária que
razão de bases de cálculo variáveis. Dessa introduz a sistemática da não-cumulatividade a
forma, qualquer que seja a base de cálculo, a COFINS dado que observa os princípios da
alíquota sobre ela terá o mesmo percentual legalidade, isonomia, capacidade contributiva
c)Seletividade: técnica de incidência de global e não-confisco.
alíquotas que variam na razão inversa da STF. Plenário. RE 570122/RS, rel. orig. Min.
essencialidade do bem. Vale dizer, a técnica Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin,
permite gravar-se com uma maior alíquota o julgado em 2/9/2020 (Repercussão Geral –
bem mais não essencial. Tema 34) (Info 989).
Ex: O ICMS pode ser seletivo, enquanto o IPI
deve ser seletivo. Incide o IPI em importação de veículos
automotores por pessoa natural, ainda que não
PRINCÍPIO DA UNIDADE GEOGRÁFICA: Art. 151. desempenhe atividade empresarial, e o faça
É vedado à União: para uso próprio.
I - instituir tributo que não seja uniforme em STF. Plenário. RE 723651/PR, Rel. Min. Marco
todo o território nacional ou que implique Aurélio, julgado em 3 e 4/2/2016 (repercussão
distinção ou preferência em relação a Estado, ao geral – Tema 643) (Info 574).
Distrito Federal ou a Município, em detrimento
de outro, admitida a concessão de incentivos Incide IPI sobre veículo importado para uso
fiscais destinados a promover o equilíbrio do próprio, haja vista que tal cobrança não viola o
desenvolvimento socioeconômico entre as princípio da não cumulatividade nem configura
diferentes regiões do País; bitributação.
Este princípio está relacionado a UNIÃO. STJ. 1ª Seção. REsp 1396488-SC, Rel. Min.
Francisco Falcão, julgado em 25/09/2019
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE: (recurso repetitivo – revisão do Tema 695) (Info
Este princípio possui dois tipos de anterioridade, 657).
a anual e a nonagesimal.
1-Anual: Art. 150. Sem prejuízo de outras
garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, III - cobrar tributos: no mesmo

22
EXCEÇÕES DA ANTERIORIDADE Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Exceções Exceções Municípios: V - utilizar tributo com efeito de
anterioridade anterioridade confisco
anual nonagesimal
II, IE, IPI, IOF II, IE, IOF Confisco é a tomada compulsória da
Imposto Imposto propriedade privada pelo Estado, sem qualquer
extraordinário extraordinário guerra tipo de indenização, como também a cobrança
guerra excessiva de tributos de forma que fique
Empréstimo Empréstimo impossível para o contribuinte cumprir com sua
compulsório compulsório obrigação.
(guerra/calamidad (guerra/calamidade)
e) O STF declarou a inconstitucionalidade de Lei do
Contribuições IR Estado do Amapá, que instituiu a Taxa de
para Controle, Acompanhamento e Fiscalização das
financiamento da Atividades de Exploração e Aproveitamento de
seguridadesocial Recursos Hídricos (TFRH).
ICMS monofásico Base de cálculo IPTU A Corte entendeu que o valor cobrado é muito
combustível superior em relação ao custo da atividade
CIDE combustível Base de cálculo IPVA estatal relacionada (fiscalização das empresas
que exploram recursos hídricos). Logo, não há
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE: proporcionalidade entre o custo da atividade
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias estatal e o valor que será pago pelos particulares
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, pela taxa. Isso viola as características da taxa,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos que é um tributo orientado pelo princípio da
Municípios, III - cobrar tributos, a) em relação a retributividade e que possui caráter
fatos geradores ocorridos antes do início da contraprestacional e sinalagmático.
vigência da lei que os houver instituído ou Além disso, a lei previa que apenas 30% dos
aumentado; valores arrecadados com a taxa seriam
utilizados em atividades relacionadas com a
Exceções ao princípio da irretroatividade: política de recursos hídricos e os 70% restantes
Art. 106 do CTN A lei aplica-se a ato ou fato iriam para a conta única do Tesouro Estadual.
pretérito: Isso demonstra o caráter arrecadatório desta
I - Em qualquer caso, quando seja taxa.
expressamente interpretativa, excluída a Por fim, ao onerar excessivamente as empresas
aplicação de penalidade à infração dos que exploram recursos hídricos, a referida taxa
dispositivos interpretados; LEI INTERPRETATIVA adquiriu feições verdadeiramente
II - Tratando-se de ato não definitivamente confiscatórias, dificultando, ou mesmo
julgado: inviabilizando, o desenvolvimento da atividade
a) quando deixe de defini-lo como infração; econômica. Houve, portanto, violação ao que
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a prevê o art. 150, IV, da CF/88, que proíbe que os
qualquer exigência de ação ou omissão, desde tributos sejam utilizados com efeito
que não tenha sido fraudulento e não tenha de confisco.
implicado em falta de pagamento de tributo; STF. Plenário. ADI 6211/AP, Rel. Min. Marco
a) quando lhe comine penalidade menos Aurélio, julgado em 4/12/2019 (Info 962).
severa que a prevista na lei vigente ao
tempo da sua prática PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO
Princípio do não confisco: BASEADANA PROCDÊNCIA OU DESTINO:

23
Art. 152 DA CF- É vedado aos Estados, ao a acionistas privados nem ofereçam risco ao
Distrito Federal e aos Municípios estabelecer equilíbrio concorrencial, são beneficiárias da
diferença tributária entre bens e serviços, de imunidade tributária recíproca prevista no
qualquer natureza, em razão de sua procedência artigo 150, VI, a, da Constituição Federal,
ou destino. independentemente de cobrança de tarifa como
Este princípio não fala na UNIÃO. contraprestação do serviço. STF. Plenário. RE
1320054 RG, Rel. Ministro Presidente, julgado
2. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS em 06/05/2021 (Repercussão Geral – Tema
O QUE DEVO SABER: 1140)

As imunidades são localizadas exclusivamente PRESTA ATENÇÃO:


na Constituição Federal, enquanto as isenções A imunidade tributária recíproca (art. 150, VI,
são localizadas nas legislações “a”, da Constituição) impede que os entes
infraconstitucionais. públicos criem uns para os outros obrigações
Imunidades são vedações as tributações, o ente relacionadas à cobrança de impostos, mas não
sequer têm competência para instituir ou cobrar veda a imposição de obrigações acessórias. STF.
o tributo, por sua vez, nas isenções, o ente tem Plenário. ACO 1098, Rel. Roberto Barroso,
competência para cobrar e instituir o tributo, julgado em 11/05/2020 (Info 980 – clipping).
mas por políticas tributárias ou legislativas opta
por não tributar. A imunidade tributária gozada pela OAB é da
Já na Alíquota zero, o fato gerador ocorre, mas espécie recíproca (art. 150, VI, “a” da CF/88), na
o tributo não é pago porque a alíquota é zero. medida em que a OAB desempenha atividade
própria de Estado (defesa da Constituição, da
Imunidade= Ausência de competência ordem jurídica do Estado democrático de
Isenção= Causa de exclusão de crédito direito, dos direitos humanos, da justiça social,
tributário. bem como a seleção e controle disciplinar dos
advogados). STF. Plenário. RE 259976 AgR, Rel.
Súmula 649-STJ: Não incide ICMS sobre o Min. Joaquim Barbosa, julgado em 23/03/2010.
serviço de transporte interestadual de STF. Plenário. RE 405267, Rel. Min.Edson Fachin,
mercadorias destinadas ao exterior. julgado em 06/09/2018
• aprovada em 28/04/2021, DJe 03/05/2021.
Constituição estadual não pode prever
1-IMUNIDADE RECÍPROCA: imunidade tributária para tributos estaduais e
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias municipais incidente sobre os veículos de
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, radiodifusão.
aos Estados, ao Distrito Federal e aos STF. Plenário. ADI 773/RJ, Rel. Min. Gilmar
Municípios: Mendes, julgado em 20/8/2014 (Info 755)
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos Os veículos automotores pertencentes aos
outros; Correios são imunes à incidência do IPVA por
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às força da imunidade tributária recíproca (art.
autarquias e às fundações instituídas e 150, VI, “a”, da CF/88).
mantidas pelo Poder Público, no que se refere STF. Plenário. ACO 879/PB, Rel. Min. Marco
ao patrimônio, à renda e aos serviços, Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Roberto
vinculados a suas finalidades essenciais ou às Barroso, 26/11/2014 (Info 769)
delas decorrentes
Incide o IPTU, considerado imóvel de pessoa
As empresas públicas e as sociedades de jurídica de direito público cedido a pessoa
economia mista delegatárias de serviços jurídica de direito privado, devedora do tributo.
públicos essenciais, que não distribuam lucros Ex: a União celebrou contrato de concessão de

24
uso de imóvel com uma empresa privada por extensão da entidade religiosa. No caso
meio da qual esta última poderia explorar julgado, o cemitério analisado era uma extensão
comercialmente determinado imóvel da capela destinada ao culto da religião
pertencente ao patrimônio público federal. A anglicana, situada no mesmo imóvel.
empresa privada queria deixar de pagar IPTU STF. Plenário. RE 578562, Rel. Min. Eros Grau,
alegando que o imóvel gozaria julgado em 21/5/2008.
de imunidade tributária. O STF não aceitou a
tese e afirmou que não incide a imunidade neste 3-IMUNIDADES PARA PARTIDOS POLÍTICOS,
caso. ENTIDADES SINDICAIS DE TRABALHADORES,
STJ. 2ª Turma. AgRg-REsp 1.381.034/RJ, Rel. INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E ENTIDADES DE
Min. Francisco Falcao, julgado em 09/05/2019 ASSISTÊNCIA SOCIAL :
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias
Sociedade de economia mista, cuja
participação acionária é negociada em Bolsas asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
de Valores, e que, inequivocamente, está aos Estados, ao Distrito Federal e aos
voltada à remuneração do capital de seus Municípios:VI - instituir impostos sobre: c)
controladores ou acionistas, não está abrangida patrimônio, renda ou serviços dos partidos
pela regra de imunidade tributária prevista no políticos, inclusive suas fundações, das
art. 150, VI, “a”, da Constituição, unicamente em entidades sindicais dos trabalhadores, das
razão das atividades desempenhadas. instituições de educação e de assistência social,
STF. Plenário. RE 600867, Rel. Joaquim Barbosa, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da
Relator p/ Acórdão Luiz Fux, julgado em
lei;
29/06/2020 (Repercussão Geral – Tema 508)
(Info 993 – clipping). Esta imunidade deverá respeitar algumas
condições estabelecidas no CTN, sendo
2-IMUNIDADE RELIGIOSA: incluisive denominada,de imunidade
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias condicional.
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do
Municípios: artigo 9º é subordinado à observância dos
VI - instituir impostos sobre: seguintes requisitos pelas entidades nele
b) templos de qualquer culto; referidas:
– não distribuírem qualquer parcela de seu
A maçonaria goza da imunidade religiosa? patrimônio ou de suas rendas, a qualquer
NÃO. A 1ª Turma do STF decidiu que as título;
organizações maçônicas não estão incluídas no - aplicarem integralmente, no País, os seus
conceito de “templos de qualquer culto” ou de recursos na manutenção dos seus objetivos
institucionais;
“instituições de assistência social” para fins de
- manterem escrituração de suas receitas e
concessão da imunidade tributária prevista no
despesas em livros revestidos de formalidades
art. 150, VI, b e c, da CF. Segundo entendeu o capazes de assegurar sua exatidão.
STF, a maçonaria seria uma ideologia de vida e § 1º Na falta de cumprimento do disposto neste
não uma religião. Logo, as organizações artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade
maçônicas devem pagar IPTU e os demais competente pode suspender a aplicação do
impostos. STF. 1ª Turma. RE 562351/RS, rel. benefício.
Min. Ricardo Lewandowski, 4/9/2012. § 2º Os serviços a que se refere a alínea c do
inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os
A entidade religiosa goza de imunidade diretamente relacionados com os objetivos
tributária sobre o cemitério utilizado em suas institucionais das entidades de que trata este
celebrações, desde que estecemitério seja uma

25
artigo, previstos nos respectivos estatutos ou Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias
atos constitutivos. asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Somente as entidades fechadas de previdência Municípios:
social privada nas quais não há contribuição dos VI - instituir impostos sobre:
beneficiários gozam de imunidade tributária e) fonogramas e videofonogramas musicais
(Súmula 730 do STF). produzidos no Brasil contendo obras musicais
ou literomusicais de autores brasileiros e/ou
4-IMUNIDADE DE IMPRENSA: obras em geral interpretadas por artistas
brasileiros bem como os suportes materiais ou
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias
arquivos digitais que os contenham, salvo na
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, etapa de replicação industrial de mídias ópticas
aos Estados, ao Distrito Federal e aos
de leitura a laser.
Municípios:
VI - instituir impostos sobre: É inconstitucional lei estadual que isenta
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado entidades filantrópicas de recolher as taxas de
a sua impressão
retribuição autoral arrecadadas pelo ECAD.
A imunidade tributária constante do art. 150, VI,
A lei estadual que cria novas hipóteses de não
d, da CF/88 aplica-se à importação e recolhimento de direitos autorais não previstas
comercialização, no mercado interno, do livro na Lei federal usurpa a competência privativa
eletrônico (e-book) e dos suportes
da União para legislar sobre direito civil, direito
exclusivamente utilizados para fixá-los, como
de propriedade e para estabelecer regras de
leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda intervenção no domínio econômico (art. 22, I,
que possuam funcionalidades acessórias. STF.
da CF/88).
Plenário. Aprovada em 15/04/2020
Além disso, essa lei estadual retira dos autores
das obras musicais o seu direito exclusivo de
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é utilização, publicação ou reprodução das obras
firme no sentido de que a distribuição de
ou do reconhecimento por sua criação,
periódicos, revistas, publicações, jornais e livros
afrontando o art. 5º, XXII e XXVII, da CF/88.
não estão abrangidos pela imunidade tributária STF. Plenário. ADI 5800/AM, Rel. Min. Luiz Fux,
da alínea “d” do inciso VI do art. 150 da CF/88. julgado em 8/5/2019 (Info 939).
STF. 2ª Turma. RE 630462 AgR, Rel. Min. Ayres
Britto, julgado em 07/02/2012.
3. RESPONSABILIDADE
O papel utilizado para a impressão de livros, TRIBUTÁRIA/OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
jornais e periódicos também é imune.
Não importa o tipo e a qualidade do papel. Basta O QUE DEVO SABER:
que ele seja utilizado para a produção de livros,
jornais e periódicos. A obrigação tributária é relação jurídica do
Esta imunidade não alcança o barbante, a liga, a credor, no caso o estado, com o devedor, pessoa
cola e outros insumos utilizados na produção e física ou jurídica, responsável pelo pagamento
que não sejam papel. de uma obrigação de fazer ou não fazer.
STF. 1ª Turma. RE 504615 AgR, Rel. Min. Ricardo
As obrigações tributárias surgem com a
Lewandowski, julgado em 03/05/2011.
ocorrência do fato gerador. Praticado o fato
Súmula 657-STF: A imunidade prevista no art. gerador deverá o devedor pagar um tributo ou
150, VI, “d”, da Constituição Federal abrange os penalidade pecuniária.
filmes e papeis fotográficos necessários à
É o que denominamos de obrigação principal da
publicação de jornais e periódicos
relação tributária.
5-IMUNIDADE MUSICAL

26
Obrigação principal é sempre uma obrigação de I - Tratando-se de situação de fato, desde o
dar dinheiro ao fisco, seja por meio de momento em que o se verifiquem as
pagamento de tributo ou de penalidade. circunstâncias materiais necessárias a que
produza os efeitos que normalmente lhe são
Já a obrigação acessória é a que decorre da
próprios;
legislação tributária e tem por objeto prestações
positivas ou negativas. São as obrigações de II - Tratando-se de situação jurídica, desde o
fazer ou não fazer, diversas da de dar dinheiro. momento em que esteja definitivamente
constituída, nos termos de direito aplicável.
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou
acessória. Parágrafo único. A autoridade
administrativa poderá desconsiderar atos ou
§ 1º A obrigação principal surge com a
negócios jurídicos praticados com a finalidade
ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
de dissimular a ocorrência do fato gerador do
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária
tributo ou a natureza dos elementos
e extingue-se juntamente com o crédito dela
constitutivos da obrigação tributária,
decorrente.
observados os procedimentos a serem
§ 2º A obrigação acessória decorre da estabelecidos em lei ordinária.
legislação tributária e tem por objeto as
Outro ponto importante é a ocorrência do fato
prestações, positivas ou negativas, nela
gerador nas situações jurídicas condicionadas,
previstas no interesse da arrecadação ou da
ou seja, caso o negócio jurídico esteja sujeito a
fiscalização dos tributos.
uma condição suspensiva, somente será
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato considerado o fato gerador quando do
da sua inobservância, converte-se em obrigação implemento da condição e se esta condição dor
principal relativamente à penalidade pecuniária. resolutória, o fato gerador será considerado
SE LIGUE: Poderá existir obrigação acessória ocorrido desde a prática da celebração do ato ou
independentemente da existência da contrato.
obrigação principal. É DIFERENTE DO QUE Exemplo de uma condição suspensiva: faço a
OCORRE NO DIREITO CIVIL. doação de um apartamento e estabeleço que
EX: Uma pessoa imune ao ICMS, obrigação esta somente produzira efeitos se o donatário
principal, mas possui a obrigação de escriturar casar, o casamento está colocado como
os livros da sua empresa, obrigação acessória. condição suspensiva, pois de sua ocorrência fica
a depender a produção dos efeitos da doação,
Fato Gerador- logo, quando o donatário casar, este passará a
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a ser proprietário do imóvel e o fato gerador do
situação definida em lei como necessária e IPTU passará a ocorrer, vindo o donatário a ser
suficiente à sua ocorrência. responsável pelo pagamento do tributo.

Art. 115. Fato gerador da obrigação Ao contrário da condição suspensiva, nesta dita
acessória é qualquer situação que, na forma da resolutória, o fato futuro, quando ocorrido
legislação aplicável, impõe a prática ou a encerra o efeito do negócio, ou seja, ele perdura
abstenção de ato que não configure obrigação até que o evento previsto ocorra. Ex: o fim de
principal. um casamento desfazendo uma doação, a qual
foi feita sob a condição do donatário se casar.
Art. 116. Salvo disposição de lei em
contrário, considera-se ocorrido o fato gerador Nesta hipótese, o negócio estará aperfeiçoado
e existentes os seus efeitos: quando da prática do ato ou da celebração do

27
negócio, sendo este os momentos a partir dos seja menor. Em regra, ocorre ANTES do fato
quais incidirão os tributos pertinentes. gerador.
Enquanto, o donatário estiver casado, ELUSÃO: Já a elusão, é uma espécie de elisão
permanecerá a doação, bem como os deveres ilícita. Como assim? O sujeito utiliza de um
em termos de recolhimento dos eventuais negócio jurídico Lícito, para simular, iludir o fisco
tributos incidentes nessa relação, que se iniciam e não pagar o tributo.
com o evento casamento. Uma vez que ele não
Ex: A vende um apartamento para B e B vende
esteja mais casado, encerra o vínculo
um apartamento para A, com isso deveria ser
obrigacional, pois presente a condição
pago o ITBI, por ambos. Ocorre, que eles não
resolutória.
querem pagar. E ai?? Eles fazem um contrato de
Sujeito ativo e passivo da obrigação tributária- sociedade e integralizam os apartamentos como
parte do capital de cada um a fazer parte da
O sujeito ativo é a pessoa jurídica de direito
sociedade, posteriormente dissolvem a
público, titular de competência para exigir seu
sociedade e retiram os bens que colocaram para
cumprimento. Já o sujeito passivo poderá ser o
integralizar as contas, sem pagar qualquer
contribuinte, quando este tem relação pessoal e
tributo, pois tal ato faz parte de imunidade
direta com o sujeito ativo ou poderá ser o
empresarial.
responsável, quando sem revestir condição de
contribuinte, sua obrigação decorra de expressa Como gravei: EVASÃO= Lembra evadir, fugir....
disposição em lei, diferentemente do logo é algo ilícito.
contribuinte que possui uma obrigação pessoal
Elisão= lí DE LÍCITO.
e direta não sendo decorrente de expressa
disposição legal. ELUSÃO= lembra Ilusão, simulação.

Sabemos que o sujeito passivo da obrigação São solidárias as pessoas que possuem interesse
tributária sofre com os todos os tributos que em comum na situação que constitua o fato
tem para pagar né? Pois é, diante dos inúmeros gerador da obrigação.
encargos tributários, o sujeito passivo procura A solidariedade NÃO COMPORTA BENEFÍCIO
anular ou reduzir essa carga tributária a ele DE ORDEM.
imposta, seja de maneira lícita, como ilícita.
No direito Tributário NÃO EXISTE solidariedade
Esses meios são a evasão, elisão e elusão. ativa. Além disso, a solidariedade passiva não
EVASÃO: Ocorre quando o sujeito utiliza de pode resultar da vontade das partes, ela é
meios Ilícitos para fugir da carga tributária. Ele imposta por meio de lei.
tenta ocultar a ocorrência do fato gerador ou Art. 124. São solidariamente obrigadas:
utiliza de meios ilícitos para tornar menos
onerosa a obrigação tributária, sendo sua I - As pessoas que tenham interesse comum
ocorrência, em regra, APÓS a realização do fato na situação que constitua o fato gerador da
gerador. obrigação principal;

Ex: Quando o dono de um supermercado não II - As pessoas expressamente designadas


emite notas fiscais, afim de ocultar a ocorrência por lei.
do fato gerador do ICMS. Parágrafo único. A solidariedade referida
ELISÃO: Utiliza de meios LÍCITOS para que o fato neste artigo não comporta benefício de ordem.
gerador não ocorra ou que a onerosidade deste

28
Art. 125. Salvo disposição de lei em Art. 8º, CTN. O não-exercício da competência
contrário, são os seguintes os efeitos da tributária não a defere a pessoa jurídica de
solidariedade: direito público diversa daquela a que a
Constituição a tenha atribuído
I - O pagamento efetuado por um dos
obrigados aproveita aos demais; Já a capacidade tributária é uma função
administrativa, é possibilidade de arrecadar ou
II - A isenção ou remissão de crédito
cobrar tributo.
exonera todos os obrigados, salvo se outorgada
pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse
caso, a solidariedade quanto aos demais pelo COMPETÊNCIA CAPACIDADE TRIBUTÁRIA
saldo; TRIBUTÁRIA ATIVA
III - a interrupção da prescrição, em favor Aptidão para criar Aptidão, de natureza
tributos administrativa, de cobrar ou
ou contra um dos obrigados, favorece ou
arrecadar tributos aos
prejudica aos demais.
cofres públicos
#LINKMENTAL Exclusiva das Poderá haver a delegação
pessoas jurídicas legal da capacidade
ISENÇAO= DISPENSA LEGAL DO PAGAMENTO de direito público tributária ativa =
DO TRIBUTO. integrantes da PARAFISCALIDADE
Administração
REMISSÃO= PERDÃO DA DÍVIDA TRIBUTÁRIA,
Direta =
QUE NÃO OCORREU DE ATO ILÍCITO.
INDELEGÁVEL

#BÔNUS
#CASOQUEIRAESTUDARSETIVERTEMPO
ÉTICA
COMPETÊNCIA X CAPACIDADE TRIBUTÁRIA
SEGUNDA MATÉRIA DO DIA 10
Competência tributária é a capacidade que a
pessoa jurídica de direito público tem para criar 1. PROCESSO DISCIPLINAR
tributos. O QUE VOCÊ DEVE SABER:
Art. 7º, CTN A competência tributária é
indelegável, salvo atribuição das funções de O tema é muito cobrado e exige máxima
arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar atenção.
leis, serviços, atos ou decisões administrativas
em matéria tributária, conferida por uma pessoa Aqui, vamos começar com os artigos do EAOAB,
jurídica de direito público a outra, nos termos do artigos 68 ao 77, e os artigos 55 ao 69, do
§ 3º do artigo 18 da Constituição. CEDOAB.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os
ORDINARIAMENTE se aplica o processo
privilégios processuais que competem à pessoa
disciplinar, SUBSIDIRIAMENTE aplica-se as
jurídica de direito público que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer regras da legislação processual penal comum e,
tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de aos demais processos, as regras gerais do
direito público que a tenha conferido. procedimento administrativo comum e da
§ 3º Não constitui delegação de competência o legislação processual civil, nessa ordem.
cometimento, a pessoas de direito privado, do
PRAZO DE DEFESA E RECURSOS: Todos os prazos
encargo ou da função de arrecadar tributos.
necessários à manifestação de advogados,

29
estagiários e terceiros, nos processos em geral OCORREU O FATO), salvo se a falta for
da OAB, são de quinze dias. cometida perante o Conselho Federal.
Atenção: O prazo para defesa prévia pode ser O julgamento será realizado pelo Tribunal de
prorrogado por motivo relevante, a juízo do Ética e Disciplina, do Conselho Seccional
relator. competente.
Atenção: Se, após a defesa prévia, o relator Quando da decisão condenatória irrecorrível
se manifestar pelo indeferimento liminar da deve ser imediatamente comunicada ao
representação, este deve ser decidido pelo Conselho Seccional onde o representado
Presidente do Conselho Seccional, para tenha inscrição principal, para constar dos
determinar seu arquivamento. respectivos assentamentos.
Em casos de revelia ou quando o representado Quando da instauração do processo, o Tribunal
não for encontrado, o Presidente do Conselho de Ética e Disciplina do Conselho onde o
ou da Subseção deve designar-lhe defensor acusado tenha inscrição principal pode
dativo. suspendê-lo preventivamente.
CONTAGEM DE PRAZO: Quando isso pode ser feito?

1) Nos casos de comunicação por Em caso de repercussão prejudicial à dignidade


ofício reservado, ou de notificação da advocacia.
pessoal, o prazo se conta a partir do ATENÇÃO: É NECESSÁRIO OUVIR O
dia útil imediato ao da notificação REPRESENTADO EM SESSÃO ESPECIAL, PARA A
do recebimento. QUAL ESTE DEVE SER NOTIFICADO PARA
2) No caso de atos, notificações e COMPARECER.
decisões divulgados por meio do Neste caso, o processo disciplinar deve ser
Diário Eletrônico da Ordem dos concluído no prazo máximo de noventa dias.
Advogados do Brasil, o prazo terá
início no primeiro dia útil INCÍCIO DO PROCESSO: O processo disciplinar
instaura-se de ofício ou mediante
seguinte à publicação.
representação de qualquer autoridade ou
Fique ligado: EM CASO DE NOTIFICAÇÃO INICIAL pessoa interessada.
PARA APRESENTAÇÃO DA DEFESA PRÉVIA ou A instauração, de ofício, do processo disciplinar
manifestação em PAD (Processo administrativo) dar-se-á em função do conhecimento do fato,
que corre na OAB, esta notificação deve ser quando obtido por meio de fonte idônea ou em
realizada através de CORRESPONDÊNCIA virtude de comunicação da autoridade
ACOMPANHADA DE AR (AVISO DE competente (DENÚNCIA ANÔNIMA NÃO É
RECEBIMENTO), além de ser enviada para o FONTE IDÔNEA)!
endereço profissional ou residencial constante
do cadastro do Conselho Seccional. Quando se der mediante representação esta
será formulada ao Presidente do Conselho
O poder de punir disciplinarmente os inscritos Seccional ou ao Presidente da Subseção, por
na OAB compete exclusivamente ao Conselho escrito ou verbalmente (esta deve ser reduzida
Seccional em cuja base territorial tenha a termo).
ocorrido a infração (PRESTE ATENÇÃO: NÃO É O
CONSELHO SECCIONAL DE ORIGEM DO ATENÇÃO: A representação contra membros do
ADVOGADO, MAS SIM O DO LOCAL ONDE Conselho Federal e Presidentes de Conselhos
Seccionais é processada e julgada pelo

30
Conselho Federal. Já a representação contra Como já visto, via de regra, os prazos são de 15
dirigente de Subseção é processada e julgada dias, inclusive, compete ao relator do processo
pelo Conselho Seccional. disciplinar determinar a notificação dos
interessados para prestar esclarecimentos ou a
Parágrafo único. Nas Seccionais cujos
do representado para apresentar defesa prévia,
Regimentos Internos atribuírem competência
no prazo de 15 (quinze) dias, em qualquer caso.
ao Tribunal de Ética e Disciplina para instaurar
o processo ético disciplinar, a representação A notificação inicial será expedida para o
poderá ser dirigida ao seu Presidente ou será a endereço constante do cadastro de inscritos do
este encaminhada por qualquer dos dirigentes Conselho Seccional.
referidos no caput deste artigo que a houver
Também como já visto, se o representado não
recebido.
for encontrado ou ficar revel, o Presidente do
Os requisitos da representação estão no artigo Conselho competente ou, conforme o caso, o do
57, do CEDOAB. Tribunal de Ética e Disciplina designar-lhe-á
defensor dativo.
Recebida a representação deverá ser designado
RELATOR (por sorteio). Os atos de instrução Oferecida a defesa prévia, que deve ser
processual podem ser delegados ao Tribunal de acompanhada dos documentos que possam
Ética e Disciplina, se assim dispuser o regimento instruí-la e do rol de testemunhas, até o limite
interno da Seccional. de 5 (cinco), designada, se for o caso, audiência
para oitiva do representante, do representado
O relator, atendendo aos critérios de
e das testemunhas.
admissibilidade, emitirá parecer propondo a
instauração de processo disciplinar ou o DETALHE: Quem indica as testemunhas fica
arquivamento liminar da representação, no responsável comparecimento, salvo se ao
prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de apresentarem o respectivo rol, requererem, por
redistribuição do feito pelo Presidente do motivo justificado, que elas sejam notificadas a
Conselho Seccional ou da Subseção para outro comparecer à audiência de instrução do
relator, observando-se o mesmo prazo. processo.
O Presidente do Conselho competente ou, FIQUE ATENTO: O relator pode indeferir a
conforme o caso, o do Tribunal de Ética e produção de provas se estas forem tidas como
Disciplina, proferirá despacho declarando desnecessárias ou protelatórias, impertinentes
instaurado o processo disciplinar ou ou ilícitas. Deverá haver FUNDAMENTAÇÃO.
determinando o arquivamento da
Após a conclusão da instrução o relator deverá
representação, nos termos do parecer do
proferir parecer preliminar, que será submetido
relator ou segundo os fundamentos que adotar.
o Tribunal de ética.
ATENÇÃO: O processo disciplinar tramita em
O prazo para razões finais segue a regra de
sigilo, até o seu término, só tendo acesso às
quinze dias.
suas informações as partes, seus defensores e a
autoridade judiciária competente! O processo será incluído em pauta na primeira
sessão de julgamentos após a distribuição ao
Nos casos de infração ético-disciplinar punível
relator. O representante e o representado são
com censura, será admissível a celebração de
notificados pela Secretaria do Tribunal, com 15
termo de ajustamento de conduta
(quinze) dias de antecedência, para
(regulamentado em provimento do Conselho
comparecerem à sessão de julgamento.
Federal da OAB), se o fato apurado não tiver
gerado repercussão negativa à advocacia.

31
De acordo com o artigo 61, do CEDOAB, do COMO JÁ CAIU (2019):
julgamento do processo disciplinar lavrar-se-á
O Conselho Seccional X da OAB proferiu duas
acórdão (que sempre trará EMENTA), do qual
decisões, ambas unânimes e definitivas, em dois
constarão, quando procedente a
processos distintos. Acerca da matéria que é
representação, o enquadramento legal da
objeto do processo 1, há diversos julgados, em
infração, a sanção aplicada, o quórum de
sentido diametralmente oposto, proferidos pelo
instalação e o de deliberação, a indicação de
Conselho Seccional Y da OAB. Quanto ao
haver sido esta adotada com base no voto do
processo 2, há apenas uma decisão contrária,
relator ou em voto divergente, bem como as
outrora proferida pelo Conselho Federal da
circunstâncias agravantes ou atenuantes
OAB. De acordo com a situação narrada, assinale
consideradas e as razões determinantes de
a afirmativa correta.
eventual conversão da censura aplicada em
advertência sem registro nos assentamentos Alternativas
do inscrito. A) Cabe recurso da decisão proferida no
FIQUE LIGADO: Na hipótese prevista no art. 70, processo 1 ao Conselho Federal da OAB, com
§ 3º, do EAOAB (grave repercussão á dignidade fundamento na divergência com as decisões
da advocacia), em sessão especial designada emanadas do Conselho Seccional Y. Também
pelo Presidente do Tribunal, serão facultadas ao cabe recurso da decisão proferida no processo 2
representado ou ao seu defensor a ao Conselho Federal da OAB, com base na
apresentação de defesa, a produção de prova e divergência com a decisão anterior do Conselho
a sustentação oral. Federal.

Todos os recursos têm efeito suspensivo, B) Não cabe recurso da decisão proferida no
exceto quando tratarem de eleições (art.63 e processo 1 ao Conselho Federal da OAB, com
seguintes), de suspensão preventiva decidida fundamento na divergência com as decisões
pelo Tribunal de Ética e Disciplina, e de emanadas do Conselho Seccional Y. No entanto,
cancelamento da inscrição obtida com falsa cabe recurso da decisão proferida no processo 2
prova (art. 77, EAOAB). ao Conselho Federal da OAB, com base na
divergência com a decisão anterior do Conselho
CABIMENTO DO RECURSO: Cabe recurso ao
Federal.
Conselho Federal de todas as decisões
definitivas proferidas pelo Conselho Seccional, C) Cabe recurso da decisão proferida no
quando não tenham sido unânimes ou, sendo processo 1 ao Conselho Federal da OAB, com
unânimes, contrariem esta Lei, decisão do fundamento na divergência com as decisões
Conselho Federal ou de outro Conselho emanadas do Conselho Seccional Y. No entanto,
Seccional e, ainda, o Regulamento Geral, o não cabe recurso da decisão proferida no
Código de Ética e Disciplina e os Provimentos. processo 2 ao Conselho Federal da OAB, com
base na divergência com a decisão anterior do
Portanto, temos que:
Conselho Federal.
Cabe recurso ao CONSELHO FEDERAL de todas
D) Não cabem recursos das decisões proferidas
as decisões definitivas proferidas pela
no processo 1 e no processo 2, tendo em vista a
SECCIONAL, quando:
definitividade das decisões emanadas do
1) Não tenham sido unânimes Conselho Seccional.
2) Sendo unânimes, contrariem esta lei, decisão Fácil perceber, portanto, que certa é a LETRA A.
do Conselho Federal ou outro Conselho
Seccional, o CED ou o RGOAB.

32
Cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as exercício da advocacia e na vida social,
decisões proferidas por seu Presidente, pelo cumprindo à Secretaria do Conselho
Tribunal de Ética e Disciplina, ou pela diretoria competente certificar, nos autos, o efetivo
da Subseção ou da Caixa de Assistência dos cumprimento da sanção disciplinar pelo
Advogados. requerente.
REVISÃO DO PAD: É permitida a revisão do Nos casos em que o pedido não for
processo disciplinar QUANDO OCORRER: 1) por suficientemente instruído, o relator deverá
erro de julgamento 2) por condenação baseada designar prazo para a complementação da
em falsa prova. documentação. Contudo, acaso não cumprida a
determinação o pedido será liminarmente
Tem legitimidade para requerer a revisão o
arquivado.
advogado punido com a sanção disciplinar.
A competência para processar e julgar o
processo de revisão é do órgão de que emanou 2. PUBLICIDADE NA ADVOCACIA
a condenação final (Quando o órgão
O QUE VOCÊ DEVE SABER:
competente for o Conselho Federal, a revisão
processar-se-á perante a Segunda Câmara, O tema é previsto junto aos Art. 39 ao 47-A, do
reunida em sessão plenária). CEDOAB.
ATENÇÃO: O pedido de revisão terá autuação Como você já deve saber, a publicidade
própria, devendo os autos respectivos ser profissional do advogado deve ter caráter
apensados aos do processo disciplinar a que se meramente informativo e deve primar pela
refira. discrição e sobriedade, não podendo, JAMAIS,
configurar captação de clientela ou
MUITA ATENÇÃO: O pedido de revisão não
mercantilização da profissão.
suspende os efeitos da decisão condenatória,
salvo quando o relator, ante a relevância dos ATENÇÃO: O uso de publicidade de placas,
fundamentos e o risco de consequências outdoors, televisão, muros, veículos, paredes,
irreparáveis para o requerente, conceder tutela panfletos, oferecimento dos serviços de
cautelar para que se suspenda a execução. advocacia em conjunto com outras atividades,
dentre outros previstos no artigo 40, do EAOAB,
O advogado que tenha sofrido sanção disciplinar
são EXPRESSAMENTE VEDADOS.
poderá requerer reabilitação no prazo de um
ano após seu cumprimento, em face de provas ATENÇÃO: para fins de identificação dos
efetivas de bom comportamento. escritórios de advocacia (localização), é
permitida a utilização de placas, painéis
A competência para processar e julgar o pedido
luminosos e inscrições em suas fachadas, desde
de reabilitação é do Conselho Seccional em que
que respeitadas as diretrizes previstas acima.
tenha sido aplicada a sanção disciplinar. Nos
casos de competência originária do Conselho Tudo que se afigure como “captação de
Federal, perante este próprio se tramitará o clientela” é VEDADO!
pedido de reabilitação.
A telefonia e a internet podem ser usados
O pedido de reabilitação terá autuação própria, como veículo de publicidade, para o envio de
devendo os autos respectivos ser apensados mensagens a destinatários certos, desde que
aos do processo disciplinar a que se refira. estas não impliquem o oferecimento de serviços
ou representem forma de captação de clientela.
O pedido de reabilitação DEVERÁ ser instruído
com provas de bom comportamento, no

33
Em cartões de advogado e eventual outro tipo pagamento para que uma publicação seja vista
de publicidade, o advogado fará constar seu por um público mais amplo, atingindo mesmo
nome, nome social ou o da sociedade de aqueles que não curtem ou seguem a página.
advogados, o número ou os números de
Nesse sentido é o artigo 4, do provimento
inscrição na OAB.
acima citado:
Acaso queira, pode constar os títulos
No marketing de conteúdos jurídicos poderá ser
acadêmicos e as distinções honoríficas
utilizada a publicidade ativa ou passiva, desde
relacionadas à vida profissional, bem como as
que não esteja incutida a mercantilização, a
instituições jurídicas de que faça parte, e as
captação de clientela ou o emprego excessivo de
especialidades a que se dedicar, o endereço, e-
recursos financeiros, sendo admitida a utilização
mail, site, página eletrônica, QR code, logotipo
de anúncios, pagos ou não.
e a fotografia do escritório, o horário de
atendimento e os idiomas em que o cliente No mesmo sentido, o artigo 5:
poderá ser atendido. A publicidade profissional permite a utilização
É proibido o uso de fotografias pessoais ou de anúncios, pagos ou não, nos meios de
de terceiros nos cartões de visitas do comunicação não vedados pelo art. 40 do
advogado, bem como menção a qualquer Código de Ética e Disciplina.
emprego, cargo ou função ocupado, atual ou Vale saber a diferença entre publicidade ativa e
pretérito, em qualquer órgão ou instituição, passiva:
salvo o de professor universitário.
VI - Publicidade ativa: divulgação capaz de
São admissíveis como formas de publicidade o atingir número indeterminado de pessoas,
patrocínio de eventos ou publicações de caráter mesmo que elas não tenham buscado
científico ou cultural, assim como a divulgação informações acerca do anunciante ou dos temas
de boletins, por meio físico ou eletrônico,
sobre matéria cultural de interesse dos Anunciados; (Fica vedada, na publicidade ativa,
advogados, desde que sua circulação fique qualquer informação relativa às dimensões,
adstrita a clientes e a interessados do meio qualidades ou estrutura física do escritório,
jurídico. assim como a menção à promessa de resultados
ou a utilização de casos concretos para oferta de
Será admitida a celebração de termo de atuação profissional).
ajustamento de conduta (TAC) no âmbito dos
Conselhos Seccionais e do Conselho Federal VII - Publicidade passiva: divulgação capaz de
para fazer cessar a publicidade irregular atingir somente público certo que tenha
praticada por advogados e estagiários. buscado informações acerca do anunciante ou
dos temas anunciados, bem como por aqueles
É permitido o marketing jurídico, desde que que concordem previamente com o
exercido de forma compatível com os preceitos recebimento do anúncio. (Fica vedada em
éticos e respeitadas as limitações impostas pelo qualquer publicidade a ostentação de bens
Estatuto da Advocacia, Regulamento Geral, relativos ao exercício ou não da profissão, como
Código de Ética e Disciplina e por este uso de veículos, viagens, hospedagens e bens de
Provimento (Provimento 205/2021 – leia consumo, bem como a menção à promessa de
integralmente). resultados ou a utilização de casos concretos
Uma das inovações mais marcantes pelo para oferta de atuação profissional).
provimento foi a autorização do Ficou permitida a participação do advogado ou
impulsionamento de conteúdos, que consiste no da advogada em vídeos ao vivo ou gravados, na

34
internet ou nas redes sociais, assim como em nos assentamentos do inscrito, quando
debates e palestras virtuais, desde que presente circunstância atenuante.
observadas as regras dos arts. 42 e 43 do CED,
A suspensão é aplicável nos casos de infrações
sendo vedada a utilização de casos concretos ou
definidas nos incisos XVII a XXV do art. 34 e
apresentação de resultados.
reincidência em infração disciplinar.
Restou vedado o pagamento, patrocínio ou
A suspensão acarreta ao infrator a interdição
efetivação de qualquer outra despesa para
do exercício profissional, em todo o território
viabilizar aparição em rankings, prêmios ou
nacional, pelo prazo de trinta dias a doze
qualquer tipo de recebimento de honrarias em
meses.
eventos ou publicações, em qualquer mídia,
que vise destacar ou eleger profissionais como OBS: Nas hipóteses dos incisos XXI (recusar-se,
detentores de destaque. injustificadamente, a prestar contas ao cliente
de quantias recebidas dele ou de terceiros por
É permitida a utilização de logomarca e
conta dele) e XXIII (deixar de pagar as
imagens, inclusive fotos dos(as) advogados(as) e
contribuições, multas e preços de serviços
do escritório, assim como a identidade visual
devidos à OAB, depois de regularmente
nos meios de comunicação profissional, contudo
notificado a fazê-lo) do art. 34, a suspensão
é vedada a utilização de logomarca e símbolos
perdura até que satisfaça integralmente a
oficiais da Ordem dos Advogados do Brasil.
dívida, inclusive com a correção monetária.
Não é permitido vincular os serviços
Na hipótese do inciso XXIV (incidir em erros
advocatícios com outras atividades ou
reiterados que evidenciem inépcia profissional)
divulgação conjunta de tais atividades, salvo a
do art. 34, a suspensão perdura até que preste
de magistério, ainda que complementares ou
novas provas de habilitação.
afins.
A exclusão é a mais grave das penalidades e é
3. INFRAÇÕES E SANÇÕES aplicável nos casos de aplicação, por três vezes,
O QUE VOCÊ DEVE SABER: de suspensão e das infrações definidas nos
incisos XXVI a XXVIII do art. 34, do estatuto.
As Infrações Disciplinares são devidamente
elencadas no estatuto (art. 34 e seguintes), Para a aplicação de exclusão é necessária a
sendo aplicáveis apenas aos inscritos nos manifestação favorável de dois terços dos
quadros da OAB (advogados e estagiários). membros do Conselho Seccional competente.

As infrações são puníveis com censura, Com a exclusão o advogado tem a inscrição
suspensão ou exclusão dos quadros da OAB, cancelada.
além de multa (Art. 35). OBSERVALÇAO IMPORTANTE: Fica impedido
A censura tem natureza é uma infração do tipo de exercer o mandato o profissional a quem
leve, sendo cabível nos casos das infrações forem aplicadas as sanções disciplinares de
definidas nos incisos I a XVI e XXIX do art. 34; suspensão ou exclusão.
violação a preceito do Código de Ética e A multa é aplicável cumulativamente com a
Disciplina; violação a preceito do ESTATUTO, censura ou suspensão, em havendo
quando para a infração não se tenha circunstâncias agravantes.
estabelecido sanção mais grave.
O valor da multa é variável entre o mínimo
ATENÇÃO: A censura pode ser convertida em correspondente ao valor de uma anuidade e
advertência, em ofício reservado, sem registro o máximo de seu décuplo.

35
ATENÇÃO: É permitido ao que tenha sofrido TRT-1 - Recurso Ordinário Trabalhista RO
qualquer sanção disciplinar requerer, um ano 01007495720165010019 RJ (TRT-1)
após seu cumprimento, a reabilitação, em face
Jurisprudência•Data de publicação: 09/07/2019
de provas efetivas de bom comportamento.
COMPETÊNCIA TERRITORIAL. A competência
ATENÇÃO1: Quando a sanção disciplinar
territorial, na Justiça do Trabalho, é
resultar da prática de crime, o pedido de
determinada pela localidade onde o
reabilitação depende também da
empregado presta os serviços e, não sendo o
correspondente reabilitação criminal.
autor agente ou viajante comercial, tampouco a
PRESCRIÇÃO: A pretensão à punibilidade das ré realizando atividades fora do lugar do
infrações disciplinares prescreve em cinco contrato, prevalece a norma contida no caput
anos, contados da data da constatação oficial do art. 651 da CLT.
do fato.
Em se tratando de empregador que promova
PRESCRIÇAO INTERCORRENTE: Aplica-se a realização de atividades fora do lugar do
prescrição a todo processo disciplinar contrato de trabalho (EX: CIRCO), é assegurado
paralisado por mais de três anos, ao empregado apresentar reclamação no foro
pendente da celebração do contrato ou no da prestação
dos respectivos serviços.
Mas lembre-se sempre que a regra é que a ação
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
trabalhista deve ser ajuizada no local onde
DICA DO DIA 11 ocorreu a prestação de serviços, ainda que o
1. COMPETÊNCIA TRABALHISTA E empregado tenha sido contratado em outra
localidade ou no exterior.
INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL
Acaso o empregado entre com ação trabalhista
O QUE VOCÊ DEVE SABER:
em vara incompetente para julgamento, caberá
A competência na Justiça Trabalhista é EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DO
determinada pela localidade onde o LUGAR, cujo prazo é de 05 dias.
empregado, reclamante ou reclamado, prestar
O prazo de cinco dias deve ser contado da
serviços ao empregador, ainda que tenha sido
notificação e a deve ser própria.
contratado noutro local ou no estrangeiro.
Protocolada a petição de exceção de
Portanto, sempre lembre-se: A competência
incompetência, será suspenso o processo e não
para julgamento, via de regra, será determinada
se realizará a audiência a que se refere o art. 843
pela LOCALIDADE em que o empregado PRESTA
da CLT até que a Exceção seja decidida.
SERVIÇOS!
Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz,
Quando se tratar de demanda que envolva
que intimará o reclamante e, se existentes, os
agente ou viajante comercial, a competência
litisconsortes, para manifestação no prazo
será da Junta da localidade em que a empresa
comum de cinco dias.
tenha agência ou filial e a esta o empregado
esteja subordinado e, na falta, será Se entender necessária a produção de prova
competente a Junta da localização em que o oral, o juízo designará audiência, garantindo o
empregado tenha domicílio ou a localidade direito de o excipiente e de suas testemunhas
mais próxima. serem ouvidos, por carta precatória, no juízo
que este houver indicado como competente.
Vejamos o que diz a Jurisprudência:

36
Decidida a exceção de incompetência territorial, nos autos. Apresentada a exceção de suspeição,
o processo retomará seu curso, com a o juiz ou Tribunal designará audiência dentro de
designação de audiência, a apresentação de 48 (quarenta e oito) horas, para instrução e
defesa e a instrução processual perante o juízo julgamento da exceção.
competente.
Por fim, configurada a aceitação por parte dos
FIQUE MUITO ATENTO: A interposição de excipientes do juiz recusado, fulmina-se a
recurso ordinário somente é cabível quando a admissibilidade da exceção de suspeição.
exceção de incompetência compreender a
remessa dos autos a outro Tribunal (EXEMPLO:
DO TRT DE PERNAMBUCO PARA O DO RIO). VAMOS TESTAR SEU CONHECIMENTO:
Inteligência do art. 893, § 1º, da CLT e da súmula No que diz respeito à exceção de suspeição,
214, do TST. assinale a opção correta.
Não se admite o recurso contra decisão que Alternativas:
acolhe a exceção de incompetência territorial e
determina a remessa para uma das Varas do A) Em razão do princípio do juiz
Trabalho, pertencentes ao mesmo Tribunal natural, não cabe falar em
Regional. suspeição do juiz na justiça do
CASOS DE SUSPEIÇÃO DO JUIZ: trabalho.
B) Parentesco de terceiro grau civil,
a) inimizade pessoal; em relação à pessoa dos litigantes,
b) amizade íntima; não é motivo para o juiz dar-se por
c) parentesco por consanguinidade ou afinidade
suspeito.
até o terceiro grau civil; C) A suspeição será admitida se do
processo constar que o recusante
d) interesse particular na causa.
deixou de alegá-la anteriormente,
Verificada algumas das hipóteses acima, o Juiz é quando já a conhecia, ou que,
OBRIGADO a declarar-se SUSPEITO! depois de conhecida, aceitou o juiz
ATENÇÃO MÁXIMA: Se o recusante houver recusado ou, finalmente, se
praticado algum ato pelo qual haja consentido procurou, de propósito, o motivo
na pessoa do juiz, não mais poderá alegar de que ela se originou.
exceção de suspeição, salvo sobrevindo novo D) Das decisões sobre exceções de
motivo. suspeição, salvo, quanto a estas, se
A suspeição não será também admitida, se do terminativas do feito, não caberá
processo constar que o recusante deixou de recurso, podendo, no entanto, as
alegá-la anteriormente (PRECLUSÃO), quando partes alegá-las novamente no
já a conhecia, ou que, depois de conhecida, recurso que couber da decisão final.
aceitou o juiz recusado (PRECLUSÃO) ou,
finalmente, se procurou de propósito o motivo
de que ela se originou. 2. AÇÃO TRABALHISTA E AUDIÊNCIA
ATENÇÃO: A parte interessada deverá arguir o O QUE VOCÊ DEVE SABER:
impedimento ou a suspeição, em petição
fundamentada e devidamente instruída, na A reclamação poderá ser apresentada DE
primeira oportunidade em que Ihe couber falar FORMA ESCRITA OU VERBAL:

37
a) pelos empregados e empregadores, Trabalho , deve ser observado o interstício
pessoalmente, ou por seus representantes, e processual mínimo de cinco dias entre a
pelos sindicatos de classe; notificação do Réu e a realização da audiência,
sob pena de ser declarada a nulidade do
b) por intermédio das Procuradorias Regionais
processo.
da Justiça do Trabalho.
Lembre-se, ainda, que nos processos perante a
Em sendo ESCRITA, a reclamação deverá conter
Justiça do Trabalho, constituem privilégio da
a designação do juízo, a qualificação das partes,
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
a breve exposição dos fatos de que resulte o
Municípios e das autarquias ou fundações de
dissídio, o pedido, que deverá ser certo,
direito público federais, estaduais ou
determinado e com indicação de seu valor, a
municipais que não explorem atividade
data e a assinatura do reclamante ou de seu
econômica:
representante.
II - o quádruplo do prazo fixado no artigo 841
Acaso os pedidos propostos pelo empregado
(para contestar e comparecer à audiência);
não sejam nos moldes acima descrito eles serão
julgados extintos sem resolução do mérito. III - o prazo em dobro para recurso.
Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, Portanto, em se tratando dos entes acima
em duas vias datadas e assinadas pelo escrivão descritos, deve ser obedecido o interstício
ou secretário. mínimo de VINTE DIAS entre a notificação e a
audiência inaugural!
Recebida e protocolada a reclamação,
trabalhista o escrivão ou secretário, dentro de Nesse sentido:
48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda
TRT-11 - Recurso Ordinário RO
via da petição, ou do termo, ao reclamado,
00012354220175110012 (TRT-11)
notificando-o ao mesmo tempo, para
comparecer à audiência do julgamento, que Jurisprudência•Data de publicação: 16/04/2019
será a primeira desimpedida, depois de 5 RECURSO ORDINÁRIO. E.D.A. NULIDADE.
(cinco) dias. AUSÊNCIA DE INTERTÍSCIO MÍNIMO DE VINTE
Portanto, temos que a primeira audiência DIAS. NOTIFICAÇÃO E AUDIÊNCIA INAUGURAL.
deverá ser marcada respeitado, ao menos, 05 In casu, nos termos do art.841 da CLT c/c art. 1º
dias da notificação inicial! do Decreto Lei nº 779/69, verifica-se que não foi
obedecido o interstício mínimo entre a
Decore: o reclamado deve ser intimado com a
notificação e a audiência inaugural, conforme
antecedência mínima de 5 dias da audiência.
preconiza a legislação pertinente. Recurso
Nesse sentido: Ordinário provido para determinar a nulidade de
todos os atos a partir da realização da audiência
TRT-5 - Recurso Ordinário RecOrd
inaugural.
00135006320095050161 BA 0013500-
63.2009.5.05.0161 (TRT-5) A notificação inicial será feita em registro
postal com franquia.
Jurisprudência•Data de publicação: 19/12/2012
Acaso o reclamado criar embaraços ao seu
NULIDADE PROCESSUAL. INOBSERVÂNCIA DO
recebimento ou não for encontrado, far-se-á a
INTERSTÍCIO MÍNIMO DE CINCO DIAS ENTRE A
notificação por edital, inserto no jornal oficial
NOTIFICAÇÃO DO RÉU E A REALIZAÇÃO DA
ou no que publicar o expediente forense, ou, na
AUDIÊNCIA. Conforme disposição contida no
falta, afixado na sede da Junta ou Juízo.
caput do artigo 841 da Consolidação das Leis do

38
Oferecida a contestação, ainda que ATENÇÃO – SÚMULA 122, TST: A reclamada,
eletronicamente, o reclamante não poderá, ausente à audiência em que deveria apresentar
sem o consentimento do reclamado, desistir da defesa, é revel, ainda que presente seu
ação. advogado munido de procuração, podendo ser
ilidida a revelia mediante a apresentação de
Sendo várias as reclamações e havendo
atestado médico, que deverá declarar,
identidade de matéria, poderão ser acumuladas
expressamente, a impossibilidade de
num só processo, se se tratar de empregados da
locomoção do empregador ou do seu preposto
mesma empresa ou estabelecimento.
no dia da audiência.
Nas audiências trabalhistas deverão estar
ATENÇÃO – OJ 245, TST: Inexiste previsão legal
presentes o reclamante e o reclamado,
tolerando atraso no horário de
independentemente do comparecimento de
comparecimento da parte na audiência.
seus representantes salvo, nos casos de
Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Portanto: reclamante = arquivamento e
Cumprimento, quando os empregados poderão reclamado = revelia.
fazer-se representar pelo Sindicato de sua
Se o reclamante faltar terá que arcar com o
categoria.
pagamento de custas, ainda que beneficiário
O empregador pode se fazer substituiu por da justiça gratuita, salvo se comprovar, no
gerente, ou qualquer outro preposto que tenha prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu
conhecimento do fato, e cujas declarações por motivo legalmente justificável.
obrigarão o proponente.
Pagar as custas é condição para a propositura
O preposto NÃO PRECISA ser empregado. de nova demanda.
Se, até 15 (quinze) minutos após a hora Há vezes que a revelia não induz à confissão
marcada, o juiz ou presidente não houver ficta: 1) pluralidade de reclamados, algum deles
comparecido, os presentes poderão retirar-se, contestar a ação; 2) litígio versar sobre direitos
devendo o ocorrido constar do livro de registro indisponíveis; 3) a petição inicial não estiver
das audiências. acompanhada de instrumento que a lei
considere indispensável à prova do ato e 4) as
As audiências devem ocorrer em dias úteis
alegações de fato formuladas pelo reclamante
previamente fixados, entre 8 (oito) e 18
forem inverossímeis ou estiverem em
(dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5
contradição com prova constante dos autos.
(cinco) horas seguidas, salvo quando houver
matéria urgente. Se o réu não estiver presente, mas apresentou
defesa nos autos, serão aceitos a contestação e
Se o empregado não puder comparecer à
os documentos eventualmente apresentados.
audiência, poderá ser representado por outro
empregado que pertença à mesma profissão, A conciliação deve ser proposta pelo Juízo tanto
ou pelo seu sindicato, desde que comprove no início da audiência como ao final.
motivo de doença ou qualquer outro motivo
Se o réu for apresentar defesa de forma
poderoso e justificador.
VERBAL, o prazo será de VINTE MINUTOS.
O não-comparecimento do reclamante à
A defesa pode ser apresentada no PJE (processo
audiência importa o arquivamento da
judicial eletrônico) até a data da audiência.
reclamação, e o não-comparecimento do
reclamado importa revelia, além de confissão
quanto à matéria de fato.

39
Feito o interrogatório das partes, serão ouvidas conflito levado à Juízo (art. 765, da CLT e inciso
as testemunhas, os peritos e os técnicos, se LXXVIII, do artigo 5º da Constituição Federal). Os
houver. Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla
liberdade na direção do processo e velarão pelo
Terminada a instrução, poderão as partes
andamento rápido das causas, podendo
aduzir razões finais, em prazo não excedente
determinar qualquer diligência necessária ao
de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida,
esclarecimento delas.
o juiz ou presidente renovará a proposta de
conciliação 2) Princípio da inafastabilidade do controle
jurisdicional: Previsto no art. 5º, XXXV, da CF e
A ata de audiência será, pelo presidente ou juiz,
prevê que a Lei não excluirá da apreciação do
juntada ao processo, devidamente assinada, no
Judiciário lesão ou ameaça a direito.
prazo improrrogável de 48 (quarenta e oito)
horas. 3) Princípio da concentração dos atos
processuais: Importante princípio do processo
trabalhista. Leciona que, na medida do possível,
3. PROCESSO TRABALHISTA, ATOS E PRAZOS todos os atos processuais devem ser
PROCESSUAIS concentrados e decididos em um único
O QUE VOCÊ DEVE SABER: momento, representado pela audiência (a
audiência, em regra, é UNA). Tem o objetivo de
Disposições sobre o processo trabalhista são agrupar os atos de processo em eventos únicos,
encontradas no artigo 763 e seguintes da CLT. acelerando sua tramitação.
Processo (procedimento) é o conjunto de atos 4) Princípio da oralidade: Outro importante
coordenados que se efetivam em contraditório, princípio: O processo trabalhista é por sua
objetivando a decisão do conflito trabalhista. natureza um procedimento oral. A reclamação
Rito é a forma como o procedimento irá se pode ser apresentada de forma oral, a
desenvolver no processo (Pode ser ordinário, contestação, etc., tudo com vistas a dar
sumaríssimo ou sumário). celeridade ao processo.

Os atos processuais são praticados pelos 5) Princípio da conciliação: Importantíssimo! A


sujeitos da relação processual, com a finalidade conciliação constitui um dos elementos
única de obtenção da decisão de mérito, primordiais do processo do trabalho. Com ela se
extinguindo o conflito trabalhista. obtém paz social e diminuição de conflitos. A
conciliação trabalhista deve ser incentivada em
Vale ressaltar que no processo do trabalho, ao qualquer momento e qualquer grau de
contrário do cível, se busca, primordialmente, a jurisdição. O JUIZ É OBRIGADO A APRESENTAR
simplicidade, celeridade, oralidade, DUAS PROPOSTAS DE CONCILIAÇÃO, UMA NO
concentração dos atos processuais, INÍCIO DA AUDIÊNCIA (Art. 846, da CLT) E UMA
irrecorribilidade das decisões interlocutórias, ANTES DO SEU ENCERRAMENTO (Art. 850, da
conciliação, etc. CLT). Art. 764/CLT - Os dissídios individuais ou
Estes, portanto, são princípios do processo coletivos submetidos à apreciação da Justiça do
trabalhista. Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação.

Vamos ver o que há de mais importante em cada ATENÇÃO: O JUIZ NÃO É OBRIGADO A
um deles: HOMOLOGAR O ACORDO PROPOSTO PELAS
PARTES (Vide súmula 418, do TST, e artigos 855-
1) Princípio da celeridade: Direito de obter, no
B e seguintes, da CLT).
menor espaço de tempo, a apreciação ao

40
6) Princípio da simplicidade e informalidade: postulandi das partes, estabelecido no art. 791
São característicos do processo do trabalho os da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos
princípios da simplicidade e da informalidade, Tribunais Regionais do Trabalho, não
sendo certo que segundo o qual os rigores alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o
formais dos ritos processuais devem ser mandado de segurança e os recursos de
reduzidos a um mínimo indispensável para que competência do Tribunal Superior do
se atinja a finalidade do processo (realização do Trabalho).
direito material).
Passado o estudo dos princípios, vale ressaltar
7) Irrecorribilidade das decisões que a compensação, ou retenção de valores, só
interlocutórias: Assegurado junto ao artigo 893, poderá ser arguida como matéria de defesa, ou
§1º, da CLT e súmula 214, do C. TST. Os seja, se a compensação não for arguida na
incidentes do processo serão resolvidos pelo contestação, HAVERÁ PRECLUSÃO (Súmula 48
próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a e art. 767, da CLT).
apreciação do merecimento das decisões
Terá preferência em todas as fases processuais
interlocutórias somente em recursos de
o dissídio cuja decisão tiver de ser executada
decisões definitivas.
perante o Juízo da falência.
8) Princípio da Primazia da Realidade: Em uma
Nos casos omissos, o direito processual comum
relação de trabalho o que realmente importa é
(PROCESSO CIVIL) será fonte subsidiária do
o que acontece, os fatos, mesmo que eventual
direito processual do trabalho, exceto naquilo
documento indique o contrário. Em matéria
em que for incompatível com as normas de
trabalhista é mais importante o que ocorre na
processo trabalhista.
prática.
Os atos processuais serão públicos salvo
9) Princípio da Primazia da Realidade: Em uma
quando o contrário determinar o interesse
relação de trabalho o que realmente importa é
social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis)
o que acontece, os fatos, mesmo que eventual
às 20 (vinte) horas.
documento indique o contrário. Em matéria
trabalhista é mais importante o que ocorre na Os prazos trabalhistas serão contados em dias
prática. úteis, com exclusão do dia do começo e
inclusão do dia do vencimento.
10) Princípio da Publicidade: Em regra, os atos
processuais devem ser públicos. Os prazos podem ser alterados quando o juízo
entender necessário e em virtude de força
11) Princípio do devido processo legal:
maior, devidamente comprovada.
Ninguém será privado da liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal O Juízo pode dilatar os prazos processuais e
alterar a ordem de produção dos meios de
12) Princípio do contraditório e ampla defesa:
prova, adequando-os às necessidades do
Aos litigantes, em processo judicial ou
conflito de modo a conferir maior efetividade à
administrativo, e aos acusados em geral são
tutela do direito.
assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Prazos
peremptórios (aqueles que não podem ser
13) Princípio do JUS POSTULANDI: No processo
alterados pela liberalidade das partes, como os
trabalhista as partes possuem capacidade
prazos para os recursos) não podem ser, em
postulatória. No entanto, a súmula 425, do TST,
regra, modificados, vide 222, do CPC:
estabelece que tal capacidade somente pode ser
exercida nas INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS (O jus

41
Art. 222. Na comarca, seção ou subseção As nulidades no processo do trabalho somente
judiciária onde for difícil o transporte, o juiz serão declaradas mediante provocação das
poderá prorrogar os prazos por até 2 (dois) partes, as quais deverão argui-las à primeira
meses. vez em que tiverem de falar em audiência ou
nos autos (PRINCÍPIO DA CONVALIDAÇÃO OU
§ 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos
PRECLUSÃO).
peremptórios sem anuência das partes.
Se tal momento passar, estará PRECLUSA a
§ 2º Havendo calamidade pública, o limite
oportunidade de requerer a nulidade.
previsto no caput para prorrogação de prazos
EXCEÇÃO: NULIDADE ABSOLUTA, POIS O JUIZ
poderá ser excedido.
DEVE CONHECER DE OFÍCIO E NÃO HÁ
Portanto, prazos peremptórios não comportam PRECLUSÃO.
dilação, a não ser com a anuência expressa de
ATENÇÃO: A nulidade fundada em
todos os litigantes, em caso de calamidade
incompetência de foro (matéria ou
pública, ou tratando-se de locais onde for difícil
competência funcional) deve ser declarada de
o transporte.
oficio. Nesse caso, serão considerados nulos os
RECESSO TRABALHISTA: Suspende-se o curso atos decisórios.
do prazo processual nos dias compreendidos
A nulidade não será pronunciada: quando for
entre 20 de dezembro e 20 de janeiro (recesso).
possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato; ou
Durante a suspensão do prazo, não se
quando arguida por quem lhe tiver dado causa
realizarão audiências nem sessões de
(PRINCÍPIO DO INTERESSE).
julgamento.
A nulidade do ato não prejudicará senão os
Na Justiça do Trabalho, litisconsortes com
posteriores que dele dependam ou sejam
procuradores diferentes NÃO têm prazo em
consequência.
dobro, em razão de incompatibilidade com a
celeridade que lhe é inerente (OJ 310, TST).
Nos processos perante a Justiça do Trabalho, 5. SUCUMBÊNCIA, DAS PARTES E
constituem privilégio da União, dos Estados, do PROCURADORES, HONORÁRIOS E DANO
Distrito Federal, dos Municípios e das PROCESSUAL
autarquias ou fundações de direito público
O QUE VOCÊ DEVE SABER:
federais, estaduais ou municipais que não
explorem atividade econômica:
II - o quádruplo do prazo fixado no artigo 841 As disposições sobre os institutos acima
(para contestar e comparecer à audiência); mencionados encontram-se a partir do art. 790-
B, da CLT.
III - o prazo em dobro para recurso.
Autor é aquele que ocupa o polo ativo da
demanda, normalmente é o reclamante
4. NULIDADES PROCESSUAIS (empregado).
O QUE VOCÊ DEVE SABER: Réu é aquele que ocupa o polo passivo,
normalmente é o reclamado (empresa).
Vide artigos 794 de seguintes da CLT.
Os empregados e os empregadores poderão
Só haverá nulidade quando resultar manifesto
reclamar pessoalmente perante a Justiça do
prejuízo às partes litigantes (PRINCÍPIO DA
TRANSCENDÊNCIA OU DO PREJUÍZO).

42
Trabalho e acompanhar as suas reclamações até defesa dos direitos difusos e coletivos dos
o final (É o “jus postulandi” das partes). trabalhadores (art. 129, III, da CF).
Via de regra, todo aquele que tem HONORÁRIOS DE ADVOGADO: Ao advogado,
PERSONALIDADE JURÍDICA pode ser parte. ainda que atue em causa própria, serão devidos
honorários de sucumbência, fixados entre o
Para pessoas físicas, a capacidade de ser parte
mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de
extingue-se com a morte. Se isso ocorrer
15% (quinze por cento) sobre o valor que
durante o processo o feito será suspenso para
resultar da liquidação da sentença, do proveito
habilitação dos sucessores.
econômico obtido ou, não sendo possível
ATENÇÃO: A reclamação trabalhista do menor mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
de 18 anos será feita por seus representantes Os honorários também são devidos também nas
legais e, na falta destes, pela Procuradoria da ações contra a Fazenda Pública e nas ações em
Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo que a parte estiver assistida ou substituída pelo
Ministério Público estadual ou curador sindicato de sua categoria.
nomeado em juízo.
CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS: 1)
ATENÇÃO: A União, os estados e o DF são Grau de zelo do profissional; 2) lugar de
representados ativa e passivamente pelos seus prestação do serviço; 3) natureza e importância
Procuradores. O Município será representado de causa e 4) o trabalho realizado pelo advogado
pelo Prefeito ou Procuador. e o tempo exigido para o seu serviço.
IMPORTANTE – SÚMULA 426, TST: ATENÇÃO: Na hipótese de procedência parcial,
I - A União, Estados, Municípios e Distrito o juízo arbitrará honorários de sucumbência
Federal, suas autarquias e fundações públicas, recíproca, vedada a compensação entre os
quando representadas em juízo, ativa e honorários.
passivamente, por seus procuradores, estão BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA E
dispensadas da juntada de instrumento de HONORÁRIOS: Vencido o beneficiário da
mandato e de comprovação do ato de justiça gratuita, desde que não tenha obtido
nomeação. em juízo, ainda que em outro processo,
II - Para os efeitos do item anterior, é essencial créditos capazes de suportar a despesa, as
que o signatário ao menos declare-se exercente obrigações decorrentes de sua sucumbência
do cargo de procurador, não bastando a ficarão sob condição suspensiva de
indicação do número de inscrição na Ordem exigibilidade e somente poderão ser
dos Advogados do Brasil. executadas se, nos dois anos subsequentes ao
trânsito em julgado da decisão que as
Nos dissídios individuais os empregados e certificou, o credor demonstrar que deixou de
empregadores poderão fazer-se representar existir a situação de insuficiência de recursos
por intermédio do sindicato, advogado, que justificou a concessão de gratuidade,
solicitador, ou provisionado, inscrito na Ordem extinguindo-se, passado esse prazo, tais
dos Advogados do Brasil. obrigações do beneficiário.
Nos dissídios coletivos é facultada aos HONORÁRIOS NA RECONVENÇÃO: São devidos
interessados a assistência por advogado. honorários de sucumbência na reconvenção.
O Ministério Público do Trabalho tem HONORÁRIOS DE PERITO: A responsabilidade
legitimidade para ajuizar ações trabalhistas em pelo pagamento dos honorários periciais é da
parte sucumbente na pretensão objeto da

43
perícia, ainda que beneficiária da justiça 6. COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS
gratuita.
O QUE VOCÊ DEVE SABER:
Somente no caso em que o beneficiário da
justiça gratuita não tenha obtido em juízo A compensação, ou retenção, só poderá ser
créditos capazes de suportar a despesa referida arguida como matéria de defesa;
no caput, ainda que em outro processo, a União Portanto, fique atento: A reclamada deve
responderá pelo encargo. sempre requerer a compensação de CRÉDITOS
O juízo poderá deferir parcelamento dos TRABALHISTAS na contestação! Acaso assim não
honorários periciais. proceda estará precluso eventual futuro
requerimento.
O juízo não poderá exigir adiantamento de
valores para realização de perícias. Terá preferência em todas as fases processuais
o dissídio cuja decisão tiver de ser executada
NA JUSTIÇA DO TRABALHO, EXISTE A perante o Juízo da falência.
POSSIBILIDADE DE RESPONSABILIZAÇÃO POR
DANO PROCESSUAL? Nos casos omissos, o direito processual comum
será fonte subsidiária do direito processual do
Sim, e as causas são previstas nos artigos 793-A trabalho, exceto naquilo em que for
e seguintes, da CLT. incompatível com as normas deste Título.
Responde por perdas e danos aquele que litigar PRESTE MUITA ATENÇÃO: A compensação, na
de má-fé como reclamante, reclamado ou Justiça do Trabalho, está restrita a dívidas de
interveniente. natureza trabalhista (Súmula 18, TST).
Hipóteses da litigância de má-fé estão no art. PRESTE MUITA ATENÇÃO: A compensação só
793-B, da CLT. poderá ser arguida com a contestação. (Súmula
A pena pode ser aplicada de oficio ou a 48, TST).
requerimento da parte. FIQUE LIGADÍSSIMO (DISCUSSÃO NA OAB
A penalidade deverá ser superior a 1% (um por XXXIII): Na Justiça do Trabalho a compensação
cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor se restringe à matéria eminentemente
corrigido da causa, além dos honorários trabalhista, conforme sedimentado por meio da
advocatícios e todas as despesas efetuadas pelo Súmula 18 do C.TST, como exemplo, indicamos:
adverso. Adiantamento de salários e os danos causados
pelo empregado. Assim sendo, é vedada a
Quando forem dois ou mais os litigantes de má- compensação de empréstimo contraído pelo
fé, o juízo condenará cada um na proporção de empregado junto ao empregador, porquanto
seu respectivo interesse na causa ou débito de natureza civil.
solidariamente aqueles que se coligaram para
lesar a parte contrária. Nesse sentido:

A mesma multa acima é aplicada a testemunha TRT-24 - 00242293820135240046 (TRT-24)


que intencionalmente alterar a verdade dos Jurisprudência•Data de publicação: 07/08/2014
fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento
da causa. COMPENSAÇÃO. EMPRÉSTIMOS FEITOS
DURANTE O VÍNCULO. NATUREZA NÃO
A execução da multa ocorre nos próprios autos. TRABALHISTA. SÚMULA 18/TST. Não é permitida
a compensação de valores/dívidas que não
tenham natureza trabalhista, ainda que

44
contraídas durante o vínculo de emprego O QUE VOCÊ DEVE SABER:
(Súmula 18/TST). Recurso não provido.
O processo do trabalho se submete a dois
PRESTE ATENÇÃO AQUI: Embora a CLT restrinja procedimentos diversos, o COMUM e o
as hipóteses de descontos, o artigo 1º da Lei nº ESPECIAL.
10.820, de 2003, possibilita ao empregado
São espécies do procedimento COMUM: RITO
autorizar o desconto de empréstimo
ORDINÁRIO, SUMÁRIO E SUMARÍSSIMO.
consignado, inclusive, sobre as verbas
rescisórias devidas pelo empregador, se assim 1) RITO SUMÁRIO: Tem previsão no art. 2º, §§
previsto no respectivo contrato, até o limite de 3º e 4º da Lei nº 5.584/70.
35%. Aplicado em causas com valor de até 2 (dois)
Art. 1º Os empregados regidos pela salários mínimos vigente na data do
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, ajuizamento.
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de É dispensado o resumo dos depoimentos em
maio de 1943, poderão autorizar, de forma ata de audiência e não é cabível recursos nas
irrevogável e irretratável, o desconto em folha suas decisões.
de pagamento ou na sua remuneração
disponível dos valores referentes ao Só há necessidade de o Juiz registrar a
pagamento de empréstimos, financiamentos, conclusão quanto á matéria fática.
cartões de crédito e operações de ATENÇÃO: Somente cabe recurso em caso de
arrendamento mercantil concedidos por matéria de ordem CONSTITUCIONAL!
instituições financeiras e sociedades de
arrendamento mercantil, quando previsto nos Os embargos declaratórios podem ser
respectivos contratos. (Redação dada pela apresentados normalmente.
Lei nº 13.172, de 2015) 2) RITO SUMARÍSSIMO: Tem previsão nos arts.
§ 1º O desconto mencionado neste artigo 852-A a 852-I da CLT.
também poderá incidir sobre verbas rescisórias É um rito bem mais informal e célere que o
devidas pelo empregador, se assim previsto no ordinário.
respectivo contrato de empréstimo,
A apreciação da reclamação deverá ocorrer no
financiamento, cartão de crédito ou
prazo máximo de quinze dias do seu
arrendamento mercantil, até o limite de 35%
ajuizamento (Em que pesa na prática muitas
(trinta e cinco por cento), sendo 5% (cinco por
vezes o prazo ser desrespeitado, pelo alto
cento) destinados exclusivamente para:
volume de demandas existentes nas Varas).
(Redação dada pela Lei nº 13.172, de 2015)
As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão
I - a amortização de despesas contraídas por
instruídas e julgadas em audiência única.
meio de cartão de crédito; ou (Incluído pela
pela Lei nº 13.172, de 2015) Aplicado à causa cujo valor supere dois e não
ultrapasse 40 salários mínimos vigente na data
II - a utilização com a finalidade de saque por
do ajuizamento.
meio do cartão de crédito.
Aplicado aos dissídios individuais.
MAS FIQUE ATENTO: EMPRÉSTIMO DIRETO É
DIFERENTE DE EMPRÉSTIMO CONSIGNADO! Estão excluídas do procedimento sumaríssimo
as demandas em que é parte a Administração
Pública direta, autárquica e fundacional.
7. RITOS PROCESSUAIS

45
O pedido deve sempre ser certo e determinado, Nas causas sujeitas ao procedimento
com indicação do valor correlato. sumaríssimo, somente será admitido recurso de
revista por contrariedade a súmula de
Não cabe citação por edital.
jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do
Se não observado a correta indicação de valores Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo
do pedido e o endereço das partes, a Tribunal Federal e por violação direta da
reclamação será arquivada e o autor Constituição Federal.
condenado em custas.
ATENÇÃO: NÃO CABE RECURSO DE REVISTA NO
Todas as provas serão produzidas na audiência RITO SUMARÍSSIMO POR VIOLAÇÃO À
de instrução e julgamento, ainda que não ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DO TST
requeridas previamente. (Súmula 442, do TST).
Na ata de audiência serão registrados 3) RITO ORDINÁRIO: Tem previsão nos arts. 840
resumidamente os atos essenciais, as e seguintes da CLT.
afirmações fundamentais das partes e as
Tem previsão no art. 840 da CLT e é utilizado
informações úteis à solução da causa trazidas
quando o valor da causa estiver acima de 40
pela prova testemunhal.
salários mínimos vigentes na data do
02 (duas) testemunhas para cada parte no ajuizamento da ação.
máximo.
A notificação trabalhista será feita em registro
E se a testemunha convidada faltou? postal com franquia.
R: Só será deferida intimação de testemunha Presume-se recebida a notificação 48
que, comprovadamente convidada, deixou de (quarenta e oito) horas depois de sua
comparecer. Não comparecendo a testemunha postagem. O seu não-recebimento ou a entrega
intimada, o juiz poderá determinar sua imediata após o decurso desse prazo constitui ônus de
condução coercitiva. prova do destinatário (súmula 16 TST).
Portanto temos que em caso de testemunha Citação pode ocorrer por edital.
que foi comprovadamente convidada e deixou
Sendo escrita, a reclamação deverá conter a
de ir depor, o Juízo mandará intimá-la. Se ainda
designação do juízo, a qualificação das partes, a
assim não vier, determinará a condução
breve exposição dos fatos de que resulte o
coercitiva!
dissídio, o pedido, que deverá ser certo,
Audiência será UNA. determinado e com indicação de seu valor, a
Interrompida a audiência, o seu data e a assinatura do reclamante ou de seu
prosseguimento e a solução do processo dar-se- representante.
ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo Os pedidos que não atendam o acima disposto
relevante justificado nos autos pelo juiz da serão julgados extintos sem resolução do
causa. mérito.
Somente quando a prova do fato o exigir, ou for Atenção: Tanto a reclamação trabalhista como a
legalmente imposta, será deferida prova técnica contestação podem se dar de forma escrita ou
(portanto, cabe perícia). oral.
O prazo para manifestação sobre o laudo ATENÇÃO: a reclamação trabalhista e a
comum de cinco dias. contestação também pode ser escrita ou
verbal no rito sumaríssimo.
Na sentença é dispensado o relatório.

46
Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, EM SUMA: Ao contrário do rito sumaríssimo,
em duas vias datadas e assinadas pelo escrivão no procedimento ordinário, se a parte se
ou secretário. comprometeu a levar a testemunha à
audiência e a testemunha, por razões
Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão
desconhecidas da parte, não comparecer,
ou secretário, dentro de 48 (quarenta e oito)
descumprindo o combinado, deve o juiz
horas, remeterá a segunda via da petição, ou do
providenciar a sua intimação, sob pena de
termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo
cerceamento ao direito à ampla defesa. A
tempo, para comparecer à audiência do
exigência de comprovação do “convite” feito
julgamento, que será a primeira desimpedida,
à testemunha é específica das causas
depois de 5 (cinco) dias, OU SEJA, da notificação
submetidas ao procedimento sumaríssimo
para a audiência deve haver um interregno
(art. 852-H, §§ 3º e 4º).
mínimo de CINCO DIAS.
ATENÇÃO: Mesmo em se tratando de ação
processada sob o rito sumaríssimo é É espécie do procedimento ESPECIAL:
imprescindível que exista o interregno de 5 INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE
dias entre a citação e a apresentação de – QUE SERÁ ESTUDADO EM BREVE.
defesa nos termos do artigo 841 da CLT sob
pena de violação ao devido processo legal o
que se constitui em cerceamento de defesa.
DIREITO PENAL
IMPORTANTE: Oferecida a contestação, ainda
que eletronicamente, o reclamante não poderá, DICA DO DIA 12
sem o consentimento do reclamado, desistir da
1.TEORIA GERAL DO CRIME
ação.
O QUE VOCÊ DEVE SABER:
Relatório da sentença passa a ser obrigatório.
Conceito de crime: Doutrinariamente existe
No presente rito a audiência poderá ser una,
vários conceitos sobre o que venha a ser crime.
inicial ou de instrução.
Vejamos alguns dos principais conceitos:
Sendo várias as reclamações e havendo
a) Legal- Conceitua Crime como a infração penal,
identidade de matéria, poderão ser acumuladas
a qual a lei impõe pena de reclusão ou detenção.
num só processo, se se tratar de empregados da
mesma empresa ou estabelecimento. b) Material- Está relacionado ao conteúdo do
ilícito penal. Conceitua crime como o
Três (três) testemunhas para cada lado.
comportamento humano que causa lesão ou
E se a testemunha convidada faltou? perigo de lesão ao bem jurídico.
R: As que não comparecerem serão intimadas, c) Formal- Contradição ao ato descrito na norma
ex officio ou a requerimento da parte, ficando penal como crime
sujeitas a condução coercitiva, além das
d) Analítico- Enfoca elementos ou requisitos do
penalidades do art. 730, caso, sem motivo
crime.
justificado, não atendam à intimação.
Como regra, se utiliza o conceito tripartido da
Portanto temos que HÁ GRANDE DIFERENÇA
teoria analítica. Sendo crime o fato típico, ilícito
PARA O RITO SUMARÍSSIMO, caso em que é
e culpável.
EXIGIDO A COMPROVAÇÃO de que foi a
testemunha convidada para depor.

47
Para teoria Bipartida, crime é fato típico e ilícito, O crime é composto pelo fato típico + ilicitude +
sendo a culpabilidade um pressuposto de Culpabiliade.
aplicação da pena e não um elemento do crime.
O primeiro elemento do crime, o fato típico, não
Principais classificações doutrinárias dos crimes: deve se confundir com conduta. E por quê?
Porque tem crimes que necessariamente para se
a) Crime comum: O tipo penal não exige
consumarem faz-se necessário a conduta +
nenhuma qualidade específica do sujeito ativo
resultado naturalístico+ nexo causal
b) Crime Próprio: O tipo legal exige uma naturalístico (crimes materiais), assim como tem
qualificação especial do sujeito ativo Ex: O crime crimes que o fato só é composto pela conduta,
de peculato, que exige a qualidade de que é caso dos crimes formais e de mera
funcionário Público, conduta.
c) Crime de mão própria: O tipo penal, além de FATO = CONDUTA + NEXO CAUSAL + RESULTADO
exigir qualidade específica para o sujeito ativo, NATURALÍSITCO (crimes materiais)
somente ele pessoalmente poderá realizar a
FATO= CONDUTA (crimes formais e de mera
conduta, não admitindo coautoria.
conduta)
d) Crime comissivo: O tipo penal exige uma ação
TEORIAS DA CONDUTA
proibida.
1-TEORIA CAUSAL- NATURALISTICA: Para a
e) Crime omissivo próprio: O tipo penal descreve
teoria clássica o delito constitui-se de elementos
um não fazer para o agente. É uma norma penal
objetivos e subjetivos. Os elementos objetivos
mandamental
são o fato típico e a ilicitude, por sua vez o
f) Crime omissivo impróprio (comissivo por elemento subjetivo é a culpabilidade.
omissão) :o A gente deixa de evitar o resultado
A culpabilidade está relacionada ao querer
quando deveria e podia agir. É necessário que o
interno do agente, ou seja, ao dolo e a culpa.
agente tenha o dever legal de impedir o
Assim, o tipo para esta teoria é objetivo, pois se
resultado.
encontra ausente de elementos subjetivos.
g) Crime consumado: Quando a infração penal
A culpabilidade para esta teoria é psicológica.
possui todos os elementos de sua definição legal
2- TEORIA CAUSAL – NEOKANTISTA
h) Crime tentado: Quando iniciada a execução o
resultado não ocorre por circunstâncias alheias Para esta teoria, a culpabilidade para a ter
a sua vontade. elementos psicológicos e normativos (que
demandam um juízo de valor), vindo esta a ser a
i) Crime material: Para consumar o delito faz-se
culpabilidade psicológica-normativa.
necessário resultado naturalístico.
3- TEORIA FINALSITA- Wetzel
j) Crime formal: Para consumar o delito o
resultado naturalístico pode ou não acontecer. Para esta teoria o querer interno do agente (o
dolo e a culpa) está relacionado ao fato típico e
k) Crime de mera conduta: Para consumar o
não a culpabilidade. Com isso o dolo e a culpa
crime o resultado naturalístico não precisa
migram da culpabilidade para o fato típico. A
acontecer.
culpabilidade passa a ser normativa pura.
Obs.: Cuidado para não confundir os conceitos
Para esta teoria o dolo deixa de ser normativo e
de crime formal e de mera conduta.
passa a ser natural. O tipo passa a ser objetivo e
CONDUTA: subjetivo.

48
DOLO NATUTAL = CONSCIÊNCIA DA CONDUTA + consciência e vontade, logo, inexistência um
RESULTADO E NEXO CAUSAL desses elementos sequer a conduta irá existir e
não excluir. Como a conduta é um dos
DOLO NORMATIVO = CONSCIÊNCIA DA
elementos do fato típico, a ausência de um dos
ILICITUDE DO FATO + CONSCIÊNCIA DA
elementos da conduta incorre na atipicidade da
CONDUTA + RESULTADO + NEXO CAUSAL.
conduta.
Falou-se sobre as teorias da conduta, o que seria
a) Coação física irresistível: é você praticar uma
crime, seus conceitos, mas quais seriam as
conduta porque irresistivelmente você teve que
funções do Direito Penal?
utilizar a sua força física e não porque você teve
Existe duas teorias, que são as que predominam vontade de realizar realmente os seus
a doutrina penal.
movimentos (um dos elementos da conduta)
1-Funcionalismo Moderado/ teleológico de
Ex: Um lutador de sumô pegar a força a mão de
Roxin: O autor dessa teoria procura uma
uma criança e fazer com que ela assine, mesmo
reconstrução para o conceito de crime com base contra a sua vontade.
em critérios políticos-criminais. Ele acredita que
b) Inconsciência: é você praticar movimentos
as políticas- criminais podem ser exigidas
estando ausente da sua capacidade psíquica. Ex:
juridicamente para obtermos o socialmente
Sonambulismo, hipnose, crise de epilepsia.
correto.
RESULTADO: é um dos elementos do fato típico.
Roxin defende os princípios garantistas, a pena
Conforme a teoria naturalística, a prática da
possui finalidade preventiva e a culpabilidade é
conduta ocasiona modificação no mundo
o limite desta.
exterior, sendo exatamente resultado, esta
Para ele crime é composto pelo injusto + modificação.
responsabilidade.
Observe, que para os crimes de mera conduta
2-Funcionalismo sistêmico/radical de Gunther não irá existir modificação no mundo exterior,
Jakobs- Para o autor o Direito Penal deverá pois eles se consumam mesmo sem haver o
reafirmar o valor das normas violadas, assim resultado naturalístico. Ex: Porte ilegal de arma.
como fortalecer as expectativas dos É crime apenas o fato de você portar a arma,
destinatários que essas normas possuem valor e independentemente de você obter um
serão cumpridas. resultado naturalístico.
Para Jakobs praticar um crime é violar todo o No art. 13, Caput do CP, consta que “O
sistema, pois se viola a norma. A pena possui resultado, de que depende a existência do
função da prevenção integradora, ou seja, crime, somente é imputável a quem lhe deu
reafirma a força da norma viola e reforçando a causa”.
confiança da sociedade nesta.
Para Alguns doutrinadores, deve-se interpretar
Formas de conduta: Como já mencionado, duas restritivamente este artigo, do contrário
são as formas de conduta: As comissivas estaríamos excluindo os crimes de mera
(descreve uma ação proibida) e a omissivas conduta, afinal este não possuem resultado. Já
próprias (descrevem uma violação para outros doutrinadores, o artigo em questão
mandamental) está tratando do resultado NORMATIVO
Excludentes de Conduta: Na realidade o mais (jurídico), onde todo crime tem e não o
correto seria dizer, ausência de conduta, pois resultado naturalístico, o qual nem todo crime
para se caracterizar conduta faz-se necessária possui.

49
NEXO CAUSAL: Causa é a Logo, para o nexo intenção de matar, logo, A irá responder por
causal existir faz-se necessário uma ligação TENTATIVA de homicídio.
entre a conduta praticada e o resultado obtido.
Concomitante: A causa que produziu o
(TEORIA NATURALÍSTICA)
resultado surge no mesmo momento que a
Existem várias teorias sobre a relação de conduta do agente.
causalidade, as quais explicam quando uma
Ex: A esfaqueou B, que no mesmo momento foi
ação é causa ou não de um resultado.
baleado por C. C não sabia da existência de A. B
Destacam-se: faleceu devido ao disparo de C. A irá responder
por tentativa de homicídio ou por lesão
1-Teoria da causalidade adequada: Para esta
corporal, a depender da sua intenção, do seu
teoria causa é a condição mais adequada, mais
dolo.
idônea para produzir o resultado. Ela afasta
qualquer causa que acidentalmente contribua Superveniente: A causa que produziu o
para o resultado. resultado surgiu posteriormente a conduta do
agente.
2- Teoria da equivalência dos antecedentes
causais (conditio sine qua non): Esta é a teoria Ex: A coloca veneno na comida de B, mas antes
adotada pelo nosso Código Penal em seu artigo que o veneno venha a fazer efeito, B morre por
13, caput. Ela considera causa qualquer um disparo efetuado por C. A irá responder por
condição que contribua para a produção do Tentativa de Homicídio.
resultado.
2- Causa Realtivamente independente: O
Observa-se que esta teoria é muito extensa e agente constribui relativamente com a causa
pode levar o regresso ao infinito, afinal qualquer que produziu o resultado.
causa poderá ser considera uma condição para
Preexistente: Duas causas interligadas
o resultado, como exemplo, o dono do
produziram o resultado. Uma preexistente a
supermercado que vende veneno para ratos, e
conduta do agente e a conduta do agente.
que uma esposa o utilizou para matar o marido.
Ex: A esfaqueia B (hemofílico), que vem a morrer
Diante disto, é necessário impor limites a teoria
devido aos ferimentos aliados ao seu estado de
da equivalência dos antecedentes, como a
saúde. A responde por homicídio consumado.
presença ou não do dolo ou culpa, de forma a
afastar a responsabilidade objetiva. Obs: Alguns doutrinadores defendem que A só
irá responder pelo homicídio consumado, caso
Espécies de Causa:
soubesse do estado de saúde de B.
1-Causa absolutamente independente: Neste
Concomitante: Duas causas interligadas
de causa/concausa a conduta do agente não
produziram o resultado, uma concomitante a
possui relação como resultado. Ela pode ser:
conduta do agente.
Preexistente- A causa que produziu o resultado
Ex: A atira em B, no momento que este sofre um
existia antes da conduta do agente.
ataque cardíaco e vem a falecer pela
Ex: A desferiu 3 tiros contra B, porém B morreu contribuição do disparo feito por A. A responde
por envenenamento, devido a um suco que por homicídio consumado.
havia ingerido antes. A conduta de A não tem
Superveniente independente: Duas causas
causa com relação a morte de B, contudo, tem
interligadas produziram o resultado, uma
relevância para o direito penal, afinal ele tinha
superveniente e a conduta do agente. Esta pode
ser: Causa superveniente relativamente, que

50
NÃO por si só produziu o resultado e Causa superveniente relativamente que PRO SI SÓ
superveniente relativamente que por si só produziu o resultado. O agente responde pelo
produziu o resultado. crime tentado, pois fica excluído o nexo de
causalidade.
Superveniente que NÃO por si só produziu o
resultado: Uma causa posterior a conduta do TIPICIDADE: A tipicidade penal é composta pela
agente, que NÃO produziu o resultado sozinha. tipicidade objetiva e a tipicidade subjetiva.
Existe Nexo causal, ele não foi interrompido.
Tipicidade objetiva = Tipicidade formal +
Ex: A esfaqueia B. que veio a falecer no Hospital tipicidade material.
devido a uma broncopneumonia que pegou,
Tipicidade Formal = Conformidade do fato
enquanto estava internado devido as facadas. A
praticado ao tipo penal
responde pela morte de B.
Tipicidade material = Desvalor da conduta e do
Superveniente Independente que por si só
resultado.
produziu o resultado: O agente praticou uma
causa e posteriormente ocorreu outra causa, Tipicidade subjetiva = Realização do tipo
que por si só, produziu o resultado. subjetivo.

Superveniência de causa independente  Obs: A teoria adotada pelo nosso CP é a da


“ratio cognoscendi”, POIS OCORRENDO O FATO
Art. 13, § 1º do CP - A superveniência de causa
TÍPICO HÁ INDICIO QUE ELE TAMBÉM SEJA
relativamente independente exclui a
ILÍCITO, PODENDO A ILICITUDE SER AFASTADA
imputação quando, por si só, produziu o
CASO SEJA APRESENTADA ALGUMA CAUSA
resultado; os fatos anteriores, entretanto,
EXCLIDENTE DE ILICITUDE.
imputam-se a quem os praticou.
OBS: Tipicidade conglobante (Zaffaroni): Para
Ex: A esfaqueou B, que foi para o hospital e
Zaffaroni, a tipicidade comglobante é a
morreu decorrente a um desabamento. A
tipicidade legal + conglobante
responde por tentativa de homicídio e não pela
(antinormatividade)
morte de B.
Tipo Doloso: Dolo é a consciência e a vontade
Como que eu faço para saber se a causa
de realizar o fato típico.
superveniente relativamente por si só
produziria ou não o resultado? Se o resultado Teorias sobre o dolo:
obtido atingiu apenas a vítima, a causa por si só Teoria da Vontade- é à vontade e consciência de
não produziria o resultado, é causa da realizar o resultado. É a teoria adotada pelo CP,
broncopneumonia, que a vítima pegou no para o dolo direto.
hospital. Só a vítima pegou essa doença ou o
hospital todo pegou? Só a vítima. A causa da Teoria do assentimento ou consentimento- O a
morte da vítima, por mais que tenha relação gente tem a consciência e a previsão do
com a conduta do agente só atingiu a vítima e resultado, mas não necessariamente a vontade
mais ninguém. Por isso, que o agente responde de produzir o resultado. O agente prevê o
pelo crime consumado. resultado e assume o risco de que ele possa vir
a ocorrer. É a teoria utilizada pelo CP para o dolo
Agora, se o resultado atingiu além da vítima, o eventual
agente responde apenas pelos atos que
praticou. É o caso do desabamento. O #linkmental
desabamento atingiu só o a vítima ou o hospital Não confunda a teoria do assentimento com a
todo? O hospital todo! Logo, é uma causa culpa consciente, pois nesta o agente prevê o

51
resultado, mas NÃO assume o risco da sua o que ocorrer com a imprudência, negligência e
produção. imperícia.
Teoria da representação- É a vontade e a Previsibilidade: Em regra, no crime culposo não
previsão de produzir o resultado. há PREVISÃO, que é diferente de previsível. NÃO
CONFUNDA! FGV, AMA ISSO
Espécies de dolo:
Resultado naturalístico INVOLUNTÁRIO: A
Dolo direto: o AGENTE QUE A PRODUÇÃO DO
conduta é voluntária, mas o resultado é
RESULTADO. Ele pode ser de primeiro grau, que
involuntário. NÃO CONFUDA!
o fim em si mesmo, não causa qualquer efeito
colateral. Como também dolo direto de segundo Modalidades da culpa:
grau, que é previsão de efeitos colaterais pra
Imprudência: Imprudência é uma atitude
produzir seu resultado. Por ex: A quer matar B e
precipitada, sem ponderação. Ex: Dirigir em alta
decide colocar uma bomba no avião que ele vai
velocidade.
viajar, logo irá matar B e todas as pessoas que
estão no avião, pois os efeitos colaterais para o Negligência: Ausência de precaução. Ex: Deixar
resultado que A pretende é necessário. uma arma próximo a uma criança.

Dolo indireto: A vontade do agente não se Imperícia: Inaptidão para o exercício da arte ou
resume a um resultado determinado. Podendo profissão.
ser, dolo eventual, o agente arrisca a produção Espécies de Culpa:
do resultado previsível (Teoria do
Assentimento) ou dolo alternativo, o agente Culpa Consciente (ex lasciva): O agente prevê o
possui uma vontade dirigida a um ou outro resultado, mas não assume o risco de produzi-
resultado. lo.

Dolo eventual x Dolo de Segundo Grau: No dolo Culpa Inconsciente (ex ignorantia): O agente
eventual o resultado colateral é previsível, não prevê o resultado e nem assume o risco de
poderá ocorrer ou não. Já no dolo de segundo produzir. Deve ser previsível para o homem
grau, para que o agente consiga a sua finalidade médio.
NECESSARIAMENTE irá ocorrer uma Culpa Própria: O agente não prevê e nem
consequência colateral. (Teoria da assume o risco, mas pratica o resultado por
representação) imprudência, negligência ou imperícia.
Dolo direto x Dolo eventual: No direito o Culpa Impropria: Deriva do erro
resultado é previsto e pretendido, no eventual é evitável/inescusável ou do excesso nas
previsto e aceito. justificativas. O agente imagina que está diante
Tipo Culposo: No crime culposo, o agente não de uma causa excludente ou que pode agir
quer o resultado, mas assume o risco de excessivamente, que não será punido. Na
produzi-lo. verdade, é uma conduta dolosa, mas por
políticas criminais o tratam como crime
Elementos do tipo Culposo: culposo.
Voluntariedade: O agente possui vontade de #LINKMENTAL
praticar a conduta, contudo o resultado é
causado involuntariamente. Erro sobre elementos do tipo

Inobservância do dever objetivo de cuidado-


Nem sempre o dever de cuidado é observado, é

52
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do a) O direto é o erro sobre a ilicitude real do fato.
tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a É você achar que está fazendo algo que não é
punição por crime culposo, se previsto em lei. proibido
O erro de tipo é incidente sobre elementos b) O indireto está relacionado as discriminantes
OBJETIVOS da conduta. Neste caso há má putativas ou aos limites jurídicos da ilicitude. É
interpretação sobre os fatos, ele recai sobre você saber que está agindo ilicitamente, mas
elementos descritivo dos fatos, os quais ao que está amparado por uma causa excludente
desaparecer excluem o crime, pois o fato deixa de ilicitude ou achar que está agindo dentro dos
de ser típico. limites de uma causa excludente de ilicitude,
mas não está.
O erro de tipo pode ser ESCUSÁVEL
(desculpável) ou INESCUSÁVEL (indesculpável). § 1º - É isento de pena quem, por erro
Quando ele for escusável, ou seja, desculpável, plenamente justificado pelas circunstâncias,
exclui o dolo e quando ele for inescusável, o supõe situação de fato que, se existisse, tornaria
agente responderá a título de culpa, caso o a ação legítima. Não há isenção de pena quando
crime seja previsto também na modalidade o erro deriva de culpa e o fato é punível como
culposa. Essa culpa, a qual o artigo 20 do CP traz, crime culposo (erro de proibição INDIRETO)
é a culpa IMPRÓPRIA.
OBS: ERRO DE PROIBIÇÃO NÃO É CAUSA
Erro sobre a ilicitude do fato/ Erro de proibição EXCLUDENTE DE ILICITUDE. É ERRO SOBRE A
ILICITUDE DO FATO. NÃO CONFUNDA!
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável.
O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, OBS: Erro de proibição é erro sobre a ilicitude do
isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de fato, mas exclui a CULPABILIDADE e não a
um sexto a um terço.  (erro de proibição ilicitude. Até porque o fato é ilícito, o agente
DIRETO) apenas não sabia que era, logo não tem como
ser excluída a ilicitude “apenas” porque o
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se
agente não sabia, mas a sua culpabilidade sim.
o agente atua ou se omite sem a consciência da
ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas #VOCÊSQUELUTEM #TOMEMAISLINKMENTAL
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência =)
O erro de proibição é o erro sobre a ilicitude do CRIMEPRETERDOLOSO: O crime preterdoloso
fato. O agente sabe que o fato está ocorre quando o agente quer o resultado
acontecendo, mas ele não sabe que é ilícito. (dolo), mas causa um resultado além do
pretendido (culpa)
Diante do caso concreto, caso a consciência da
ilicitude seja INEVITÁVEL(DESCULPÁVEL) o ILICITUDE: Ilicitude é a contrariedade do fato
agente é isento de pena, caso seja EVITÁVEL, a com o ordenamento jurídico.
pena poderá ser diminuída de 1/6 a 1/3.
Discriminante = Causas de exclusão de ilicitude
Perceba, que diferentemente do erro de tipo, o
Causas legais de exclusão de Ilicitude:
erro de proibição diminui a pena caso seja
evitável, o erro de tipo pune o agente por crime (art. 23 do CP)
culposo, caso seja previsto. Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica
O erro de proibição pode ser Direto ou indireto: o fato:         
        I - Em estado de necessidade
        II - Em legítima defesa;        

53
        III - em estrito cumprimento de dever legal Súmula 711 STF - A lei penal mais grave aplica-
ou no exercício regular de direito se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à
Art. 24 - Considera-se em estado de
cessação da continuidade ou da permanência.
necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que não provocou por sua Formas de estado de necessidade:
vontade, nem podia de outro modo evitar,
Estado de necessidade próprio: Proteção de
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
direito próprio do agente
circunstâncias, não era razoável exigir-se.         
Estado de necessidade de terceiro: O agente
        § 1º - Não pode alegar estado de
protege direito de terceiro.
necessidade quem tinha o dever legal de
enfrentar o perigo.          Estado de necessidade agressivo: A conduta
recai sobre direito/bem de quem não concorreu
        § 2º - Embora seja razoável exigir-se o
para a produção da situação de perigo. A
sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá
conduta recai sobre o direito de terceiro alheio
ser reduzida de um a dois terço
a situação.
Obs: Não configura estado de necessidade se a
Estado de necessidade defensivo: A conduta
conduta lesiva for um crime permanente ou
lesiva recai sobre direito de quem provocou o
habitual, tendo em vista que não se terá o
perigo.
perigo ATUAL, tão pouco será INEVITÁVEL A
CONDUTA. Estado de necessidade Real: Existe uma
situação real de perigo acontecendo. É o próprio
#linkmentalmeupovo
artigo 24 do CP.
CRIME CONTINUADO E CRIME PERMANENTE
Estado de necessidade putativo: O agente
O crime continuado está previsto no art. 71 do imagina estar diante de um estado de
CP: necessidade real ou erra sobre os limites da
excludente, acreditando estar praticando um
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de
ato LICITO.
uma ação ou omissão, prática dois ou mais
crimes da mesma espécie e, pelas condições de Estado de necessidade justificante: Exclusão de
tempo, lugar, maneira de execução e outras Ilicitude
semelhantes, devem os subsequentes ser
Estado de necessidade exculpante: Excludente
havidos como continuação do primeiro,
de culpabilidade
aplicasse-lhe a pena de um só dos crimes, se
idênticas, ou a mais grave, se diversas, #PLUS
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a O estado de necessidade poderá ser uma causa
dois terços. exclusão de ilicitude, o justificante ou causa
Já o crime permanente é aquele em que a excludente de culpabilidade, o exculpante. Irá
consumação se prolonga/se protrai no tempo, depende de qual teoria será adotada.
pela vontade do agente. EX: Extorsão mediante Para a teoria diferenciadora, se o bem
sequestro, tráfico ilícito de drogas... protegido pelo agente for de valor superior ao
Tanto no crime permanente, como no crime bem sacrificado, ocorrerá a exclusão de ilicitude.
continuado será aplicado a súmula 711 do STF Ex: Para Salvar a vida e alguém, o agente danifica
sobre o momento em que o crime foi praticado. um patrimônio. Entretanto, caso o bem
protegido seja inferior ou igual ao bem

54
sacrificado, ocorrerá a exclusão da Contudo, o exercício não pode ser abusivo,
culpabilidade. ESTA TEORIA NÃO É ADOTADA deverá ser regular.
PELO CP
Ex: PRISÃO EM FLAGRANTE FEITA POR
Para teoria Unitária, O ESTADO DE PARTICULAR.
NECESSIDADE SEMPRE SERÁ CAUSA DE
Obs: Para a doutrina ofendículos constitui
EXCLUSÃO DE ILICITUDE.
exercício regular do direito. Ofendículos são
LEGÍTIMA DEFESA: mecanismo de defesa visíveis. EX: cacos de vidro
no muro de casa.
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem,
usando moderadamente dos meios CONSENTIMENTO DO OFENDIDO
necessários, repele injusta agressão, atual ou
O consentimento do ofendido é uma criação
iminente, a direito seu ou de outrem.        
doutrinária, pois não existe previsão legal.
        Parágrafo único. Observados os requisitos
Em determinados casos ele será exclusão da
previstos no caput deste artigo, considera-se
tipicidade, caso o consentimento seja um
também em legítima defesa o agente de
elementar do tipo, e em outros, uma causa
segurança pública que repele agressão ou risco
SUPRALEGAL (que está “fora” da lei)
de agressão a vítima mantida refém durante a
excludente de ilicitude.
prática de crimes (NOVIDADE LEGISLATIVA)
NÃO CONFUNDA COM EXERCÍCIO REGULAR DO As causas legais excludentes de ilicitude são
DIREITO. aquelas previstas no art. 23, do CP. Já causas
supralegais são aquelas que não estão previstas
Art. 23, Parágrafo único do CP - O agente, em
em lei, como, por exemplo, o consentimento do
qualquer das hipóteses deste artigo,
ofendido, logo, quando a ausência do
responderá pelo excesso doloso ou culposo.
consentimento for um requisito para que o
Obs: legítima defesa putativa: legítima defesa delito seja tipificado, a sua presença irá
imaginária. Poderá ocorrer no caso de erro de configurar a atipicidade da conduta, porém
tipo permissivo (art. 20, §1º do CP) ou erro de quando ela não for um elementar do tipo,
proibição indireto (art.21 do CP) poderá configurar uma causa supralegal de
exclusão da ilicitude.
LEGÍTIMA DEFESA REAL X LEGÍTIMA DEFESA
REAL = Não pode ocorrer CULPABILIDADE: A culpabilidade é o juízo de
reprovação do agente, devido este ter praticado
LEGÍTIMA DEFESA REAL x LEGÍTIMA DEFESA
um fato típico e ilícito.
PUTATIVA = Pode ocorrer, pois quem imagina
estar sob legítima defesa, pratica uma agressão O código penal adotou a teoria normativa pura
injusta. da culpabilidade, a qual a culpabilidade tem
como elementos a: imputabilidade, potencial
LEGÍTIMA DEFESA X ESTADO DE NECESSIDADE
consciência de ilicitude e exigibilidade de
= Não pode
conduta diversa.
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL-
A culpabilidade é composta por três elementos:
Não se aplica as obrigações sociais, morais, a imputabilidade, a potencial consciência da
culturais ou religiosas. ilicitude e inexigibilidade de conduta diversa
EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO- o que é Imputabilidade: é a capacidade que o agente
permitido não pode ao mesmo tempo ser ilícito. possui para ser responsabilizado criminalmente.
O CP adotou o sistema biopsicológico ou misto

55
para verificar a capacidade do agente. De acordo caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da
com Este sistema a anomalia psíquica o agente, ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
era, ao tempo da conduta, incapaz de entender entender o caráter ilícito do fato ou de
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de determinar-se de acordo com esse
acordo com esse. (art. 26 do CP). entendimento
A inimputabilidade é a falta da imputabilidade, Para que a embriaguez seja cause a
ou seja, é a falta de um dos elementos da inimputabilidade, ela precisa ser
culpabilidade. INVOLUNTÁRIA, PROVENIENTE DE CASO
FORTUITO OU FORÇA MAIOR, AO TEMPO DA
EXCLUDENTES DA CULPABILIDADE:
AÇÃO OU OMISSÃO, O AGENTE PRECISA ESTAR
Doença mental INTEIRAMENTE INCAPAZ. Caso o agente apenas
Art. 26 do CP - É isento de pena o agente que, não possuísse a plena capacidade no momento
por doença mental ou desenvolvimento mental da ação ou omissão será causa de diminuição de
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação pena e não de isenção.
ou da omissão, inteiramente incapaz de Art. 28, § 2º do CP - A pena pode ser reduzida de
entender o caráter ilícito do fato ou de um a dois terços, se o agente, por embriaguez,
determinar-se de acordo com esse proveniente de caso fortuito ou força maior, não
entendimento. possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de plena capacidade de entender o caráter ilícito
um a dois terços, se o agente, em virtude de do fato ou de determinar-se de acordo com esse
perturbação de saúde mental ou por entendimento
desenvolvimento mental incompleto ou A potencial. consciência da ilicitude, outro
retardado não era inteiramente capaz de elemento da culpabilidade, está relacionada ao
entender o caráter ilícito do fato ou de erro de proibição inevitável do art.21 do CP.
determinar-se de acordo com esse
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável.
entendimento
O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável,
MENORIDADE: isenta de pena; (erro de proibição/causa
Os menores de 18 anos são inimputáveis, não se excludente da culpabilidade)
sujeitam à Justiça Penal, respondem pela Por fim, a exigibilidade de conduta diversa,
sistemática do ECA. Em relação a menoridade o terceiro elemento da culpabilidade, se encontra
nosso código utiliza o sistema biológico. no art. 22 do CP
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação
penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às irresistível ou em estrita obediência a ordem,
normas estabelecidas na legislação especial. não manifestamente ilegal, de superior
Obs. A emancipação civil do menor de 18 anos hierárquico, só é punível o autor da coação ou
não alterada em nada a inimputabilidade da ordem (Coação MORAL irresistível e
penal. Desta forma, o menor de 18 anos é capaz obediência hierárquica/ causas excludentes da
para o Direito Civil, mas inimputável para o culpabilidade)
Direito Penal. 0bs. Ao INIMPUTÁVEL SERÁ PROLATADA UMA
Embriaguez SENTENÇA ABSOLUTÓRIA IMPRÓPRIA- Pois
absolve o réu (isenta-o de pena), mas impõe-lhe
Art. 28, § 1ºdo CP - É isento de pena o agente sanção penal (medida de segurança)
que, por embriaguez completa, proveniente de

56
Se a pena for de RECLUSÃO- Teremos a profissional ou por instrumento escrito e
internação suprida por todos os meios permitidos em
direito.
Se a pena for de DETENÇÃO- Tratamento
ambulatorial Cabe ao empregador definir o padrão de
vestimenta no meio ambiente laboral, sendo
NÃO CONFUNDA
lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da
COAÇÃO FÍSICA= EXCLUE A CONDUTA própria empresa ou de empresas parceiras e de
COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL= EXCLUDENTE outros itens de identificação relacionados à
DE CULPABILIDADE atividade desempenhada (ANTES DA REFORMA
ISSO NÃO ERA POSSÍVEL).
A higienização do uniforme é de
Exigibilidade de conduta diversa= Causa LEGAL responsabilidade do trabalhador, salvo nas
de exclusão de culpabilidade hipóteses em que forem necessários
INEGIBILIDADE de conduta diversa= Causa procedimentos ou produtos diferentes dos
SUPRALEGAL de exclusão de culpabilidade utilizados para a higienização das vestimentas
de uso comum.
#linkmental
O empregador não exigirá do candidato a
Súmula 443 do STJ: "O aumento na terceira fase emprego comprovação de experiência prévia
de aplicação da pena no crime de roubo por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo
circunstanciado exige fundamentação concreta, tipo de atividade.
não sendo suficiente para a sua exasperação a
mera indicação do número de majorantes." EM REGRA o contrato se dá de forma
indeterminada, ou seja, sem termo estipulado.
Súmula 617: “A ausência de suspensão ou
revogação do livramento condicional antes do Contrato por prazo determinado só será válido
término do período de prova enseja a extinção em se tratando: a) de serviço cuja natureza ou
da punibilidade pelo integral cumprimento da transitoriedade justifique a predeterminação do
pena prazo; b) de atividades empresariais de caráter
transitório e c) contrato de experiência.
ATENTAR: O contrato de trabalho por prazo
DIREITO DO TRABALHO determinado não poderá ser estipulado por
DICA DO DIA 13 mais de 2 (dois) anos.

1. CONTRATO DE TRABALHO ATENTAR: O contrato de experiência não


poderá exceder de 90 (noventa) dias.
O QUE VOCÊ DEVE SABER:
ATENTAR: Admite-se uma única renovação,
Contrato individual de trabalho nada mais é do
desde que não ultrapasse o limite (02 anos ou
que o acordo tácito ou expresso,
90 dias). Ultrapassado o limite ou renovado
correspondente à relação de emprego (Pode ser
mais de uma vez, passa a ser contrato por prazo
acordado tácita ou expressamente,
indeterminado.
verbalmente ou por escrito, por prazo
determinado ou indeterminado, ou para ATENTAR: No caso do DOMÉSTICO o contrato de
prestação de trabalho intermitente). experiência tem que ser por escrito e admite
uma única renovação (também desde que a
A prova do contrato individual do trabalho será
soma dos 2 (dois) períodos não ultrapasse 90
feita pelas anotações constantes da carteira
(noventa) dias).

57
Todo e qualquer contrato que se suceder, dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da
dentro de 6 (seis) meses, a outro contrato por remuneração que seria devida, permitida a
prazo determinado, deve ser tido como POR compensação em igual prazo.
PRAZO INDETERMIADO, salvo se a expiração
CONTRATO TEMPORÁRIO: É permitido em dois
deste dependeu da execução de serviços
casos: Necessidade de substituição temporária
especializados ou da realização de certos
de algum funcionário permanente (exemplo:
acontecimentos.
férias de funcionário) e demanda complementar
CONTRATO INTERMITENTE: Considera-se como de serviços (exemplo: fim de ano, páscoa, etc.).
intermitente o contrato de trabalho no qual a
O período máximo que um trabalhador
prestação de serviços, com subordinação, não é
temporário pode ficar à disposição da empresa
contínua, ocorrendo com alternância de
tomadora é de 270 dias ao total (180 dias,
períodos de prestação de serviços e de
prorrogáveis por mais de 90 dias).
inatividade, determinados em horas, dias ou
meses, independentemente do tipo de atividade Caso haja violação do prazo acima, estará
do empregado e do empregador, exceto para os configurado o vínculo empregatício
aeronautas, regidos por legislação própria. indeterminado com a empresa tomadora de
serviços.
ATENÇÃO: SE NÃO HOUVER COMPROVAÇÃO DA
DESCONTINUIDADE E DA INATIVIDADE O NÃO SE PODE CONTRATAR PESSOAL
CONTRATO SE CONVOLA EM INDETERMINADO! TEMPORÁRIO PARA SUBSTITUIR FUNCIONÁRIOS
EM GREVE!
Nesse sentido:
A responsabilidade do tomador de serviços, via
TRT-7 - Recurso Ordinário Rito Sumaríssimo
de regra, é subsidiária.
RO 00007995320195070003 CE (TRT-7)
Jurisprudência•Data de publicação: Em casos de falência da empresa prestadora ou
12/06/2020 intermediadora da mão de obra, a tomadora de
RECURSO DO RECLAMANTE. CONTRATO serviços deve responder de forma solidária.
INTERMITENTE. NULIDADE. O art. 443 e 452-
A da CLT definem o contrato intermitente. na
falta de um dos requisitos do contrato, esse 2. EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
se descaracteriza. no caso foi constatado a
falta do requisito da descontinuidade, e da O QUE VOCÊ DEVE SABER:
inatividade. O contrato passou a ser por
O contrato de trabalho pode ser rescindido ou
tempo indeterminado.
resolvido de diversas formas, dentre elas, para
O contrato intermitente DEVE SER
essas você deve ser atentar:
NECESSARIAMENTE ESCRITO (452-A, da CLT).
2.1 EXTINÇÃO DO CONTRATO POR INICIATIVA
O empregador deve convocar o empregado com
DO EMPREGADOR
pelo menos três dias corridos de antecedência.
Em casos de demissão sem justa causa são
Recebida a convocação, o empregado terá o
devidos: o saldo de salário (dias trabalhados
prazo de um dia útil para responder ao
pelo empregado), o aviso-prévio (trabalhado ou
chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa.
indenizado e proporcional ao tempo de serviço),
A recusa não descaracteriza a subordinação. férias vencidas e proporcionais acrescidas de
Aceita a oferta para o comparecimento ao 1/3, 13º salário, liberação dos valores
trabalho, a parte que descumprir, sem justo depositados no FGTS, multa de 40%, entrega das
motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta guias para solicitação do seguro-desemprego e

58
indenização adicional, quando a dispensa se Já a insubordinação está associada
consumar no trintídio anterior (data base da ao descumprimento de regras
categoria - artigo 9°, da Lei 7.238/1984). específicas (verbais ou escritas),
Em casos de demissão com justa causa são geralmente associada à recusa em
devidos: Depósito do FGTS referente ao mês da seguir ordens inerentes à atividade
rescisão, além de saldo de salários e férias de trabalho do profissional).
vencidas acrescidas do terço constitucional (pois 9. Abandono de emprego (ausentar-
tratam-se de direito adquirido). se do serviço pelo prazo mínimo de
As hipóteses de justa causa estão elencadas no 30 dias sem justificativa).
artigo 482, da CLT: 10. Ato lesivo da honra ou da boa fama
praticado no serviço contra
1. Ato de improbidade (gera prejuízo
qualquer pessoa, ou ofensas físicas,
patrimonial ao empregador).
nas mesmas condições, salvo em
2. Incontinência de conduta ou mau
caso de legítima defesa, própria ou
procedimento (Incontinência de
de outrem (TEM QUE SER NO
conduta é relativa à moral sexual.
AMBIENTE DE TRABALHO).
Mau procedimento tudo que é
11. Ato lesivo da honra ou da boa fama
contra as regras sociais e internas.
ou ofensas físicas praticadas contra
3. Negociação habitual por conta
o empregador e superiores
própria ou alheia sem permissão do
hierárquicos, salvo em caso de
empregador, e quando constituir
legítima defesa, própria ou de
ato de concorrência à empresa para
outrem; Prática constante de jogos
a qual trabalha o empregado, ou for
de azar (PODE SER EM QUALQUER
prejudicial ao serviço.
LUGAR).
4. Condenação criminal (transitada
12. Prática constante de jogos de azar.
em julgado - caso não tenha havido
13. Perda de habilitação ou requisitos
suspensão da execução da pena)
para exercício da profissão
5. Desídia no desempenho das
(Incluído pela reforma trabalhista
respectivas funções (negligencia,
– Deve decorrer de conduta dolosa
preguiça).
do empregado).
6. Embriaguez (habitual (quando for
14. Atentados à segurança nacional.
de forma repetida e fora do local
de trabalho) ou em serviço (no ATENÇÃO: A dispensa por justa causa é a pena
próprio local do trabalho)). máxima aplicada ao empregado, cujas
7. Violação de segredo da empresa consequências acompanhar-lhe-ão por toda sua
8. Ato de indisciplina ou de vida profissional. Por esse motivo deve ser
insubordinação (A indisciplina utilizada pelo empregador com todo o cuidado
necessário e mediante um ato faltoso de
acontece quando há o ato de
tamanha gravidade que impossibilite a
descumprimento de regras
continuidade da prestação dos serviços pelo
genéricas – aquelas que regem o
trabalhador, sendo necessária, ainda, a
comportamento de todos os observância dos requisitos essenciais para sua
funcionários dentro da empresa. aplicação, quais sejam, previsão legal,
gravidade do ato, nexo causal,

59
proporcionalidade e imediatidade na aplicação b) a indenização sobre o saldo do Fundo de
da pena. Garantia do Tempo de Serviço (MULTA DO FGTS
É DE 20%)
ATENÇÃO: O EMPREGADO NÃO PODE SER
PUNIDO DUAS VEZES PELO MESMO FATO. II - na integralidade, as demais verbas
EXEMPLO: SE SOFREU SUSPENSÃO NÃO trabalhistas (férias, 13º, saldo de salário)
PODERÁ SER PUNIDO COM A JUSTA CAUSA EM
§ 1o A extinção do contrato prevista no caput
RAZÃO DO MESMO FATO!
deste artigo permite a movimentação da conta
Nesse sentido: vinculada do trabalhador no Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do
TRT-24 - 00010073220115240007 (TRT-24)
art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990,
Jurisprudência•Data de publicação:
06/02/2013 limitada até 80% (oitenta por cento) do valor dos
JUSTA CAUSA - BIS IN IDEM. É ônus do depósitos. (EM RESUMO: O EMPREGADO PODE
empregador demonstrar o cometimento de MOVIMENTAR/SACAR 80% DO VALOR DE SUA
nova falta disciplinar pelo empregado entre a CONTA FUNDIÁRIA)
aplicação das penalidades de suspensão e
§ 2º. A extinção do contrato por acordo prevista
rescisão motivada, sob pena de incorrer em
no caput deste artigo não autoriza o ingresso no
bis in idem.
Programa de Seguro-Desemprego.

2.2 EXTINÇÃO DO CONTRATO POR INICIATIVA 2.4 RESCISÃO INDIRETA


DO EMPREGADO o EMPREGADOR dá causa à ruptura contratual,
Em tais casos o empregado quem deve OU SEJA, comente ATO FALTOSO.
conceder aviso prévio ao empregador e, acaso Tem previsão no artigo 483, da CLT.
não o faça serão feitos descontos relativos a
Nas hipóteses da alínea D (não cumprir o
esse período de aviso não dado.
empregador as obrigações do contrato) e G
Nos casos de pedido de demissão são devidos (Redução unilateral, pelo empregador, do
ao empregado: saldo de salário, férias vencidas trabalho do empregado, sendo este por peça
(se houver), proporcionais acrescidas de 1/3 e ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a
13º salário proporcional. importância dos salários) do artigo 483, o
Não tem direito ao saque do FGTS, multa empregado pode pleitear a rescisão indireta e
rescisórias e seguro desemprego. permanecer ou não no serviço até a final
decisão do processo!
2.3 EXTINÇÃO DO CONTRATO POR INICIATIVA
MÚTUA Nos casos em que ficar caraterizada a rescisão
indireta do contrato, são devidas as verbas
A ruptura contratual por iniciativa de ambas as típicas de uma dispensa SEM JUSTA CAUSA.
partes foi incluída pela reforma trabalhista e
está bem definida no artigo 484-A, da CLT. 2.4 MORTE DO EMPREGADO

Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser Nesses casos são devidas aos dependentes as
extinto por acordo entre empregado e seguintes verbas rescisórias: o saldo de salário
empregador, caso em que serão devidas as (dias trabalhados pelo empregado), férias
seguintes verbas trabalhistas: vencidas e proporcionais acrescidas de 1/3, 13º
salário, liberação dos valores depositados no
I - por metade FGTS.
a) o aviso prévio, se indenizado; e

60
No falecimento do empregado, serão pagas as No caso de culpa reciproca, as verbas rescisórias
parcelas do seguro-desemprego vencidas até a são devidas à razão de 50%, além de liberação
data do óbito, aos sucessores, mediante das guias de FGTS, multa fundiária de 20%.
apresentação de Alvará Judicial, conforme a
Súmula nº 14 do TST: Reconhecida a culpa
Resolução CODEFAT 665/2011.
recíproca na rescisão do contrato de trabalho
Não há direito ao aviso prévio e à multa de 40% (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a
sobre o FGTS. 50% (cinquenta por cento) do valor do aviso
prévio, do décimo terceiro salário e das férias
2.5 DECURSO DO PRAZO DO CONTRATO
proporcionais.
DETERMINADO
2.7 FORÇA MAIOR
Nos contratos de trabalho por prazo
determinado, sua extinção, em regra, se dará Antes de mais nada você precisa saber o que a
com o término do prazo estipulado no contrato. força maior é assim conceituada:
Acontecimento inevitável, alheio à vontade do
Em tal caso, o empregado terá direito as
empregador e sobre o qual este em nada
seguintes verbas: 13º salário proporcional;
interveio. Exemplo: Um meteoro que caiu em
férias proporcionais; e levantamento dos
cima da empresa e a destruiu completamente.
depósitos do FGTS (sem a multa do FGTS).
Sua caracterização exige a simultaneidade dos
Agora, acaso tenha a extinção corrida antes do
seguintes requisitos: que o empregador não
fim do prazo previsto em contrato (rescisão
tenha concorrido com sua vontade para o
antecipada), haverá de se levar em conta o que
evento; que o mesmo seja imprevisível; e que
segue:
abale a estrutura econômico-financeira da
A) Justa causa cometida pelo empregado, empresa de forma que impossibilite o
ele terá direito a somente os salários devidos no cumprimento de todas as suas obrigações
período; contratuais.
B) Sem justa causa, o empregado terá Na hipótese de força maior, serão devidas as
direito a: indenização correspondente ao valor seguintes verbas rescisórias, à saber:
da remuneração a que teria direito até o termo
I - sendo estável, nos termos dos arts. 477 e 478;
do contrato (art. 490, da CLT), além de: férias
acrescidas de 1/3, 13º salário e ao FGTS mais a II - não tendo direito à estabilidade, metade da
multa de 40%; que seria devida em caso de rescisão sem justa
causa;
C) Iniciativa do empregado, este deverá
indenizar o empregador no valor III - havendo contrato por prazo determinado,
correspondente ao que seria devido se a aquela a que se refere o art. 479 desta Lei,
rescisão tivesse sido causada por vontade do reduzida igualmente à metade.
empregador (artigo 480, §1º, da CLT).
O que se entende como FORÇA MAIOR tem
OBS: Se houver cláusula assecuratória do direito previsão nos artigos 501 e 502 da CLT.
recíproco de transferência (art. 481, da CLT), faz
Para a caraterização da força maior é necessário
jus o empregado às verbas rescisórias típicas dos
que fique comprovado a extinção da empresa
contratos por prazo indeterminado (acrescenta-
ou do estabelecimento que o funcionário
se, portanto, aviso prévio, multa fundiária).
trabalho.
2.6 CULPA RECÍPROCA
2.8 FALÊNCIA DA EMPRESA

61
A falência da empresa em nada prejudica o Na hipótese de fato do príncipe, serão devidas
direito do empregado ao percebimento de as seguintes verbas rescisórias, à saber: Saldo de
TODAS as verbas rescisórias devidas, como a salário, férias vencidas e proporcionais, décimo
dispensa sem justa causa fosse. terceiro salário, aviso prévio, saque de FGTS,
guias do seguro desemprego.
2.9 FATO DO PRÍNCIPE
A multa de 40% sobre o FGTS deve ficar a cargo
Decorre de ato do poder público.
da administração pública.
Situação jurídica imposta pelo Poder Público em
2.10 ATENÇÃO – DISPENSA DISCRIMINATÓRIA
decorrência de ato discricionário para
consecução de políticas públicas. O rompimento da relação de trabalho por ato
discriminatório, além do direito à reparação
ATENÇÃO MÁXIMA: A EMPRESA NÃO PODE
pelo dano moral, faculta ao empregado optar
ALEGAR FATO DO PRÍNCIPE EM RAZÃO DE
entre:
COVID 19:
I - a reintegração com ressarcimento integral de
TRT-6 - Recurso Ordinário Trabalhista RO
todo o período de afastamento, mediante
00005626020205060181 (TRT-6)
Jurisprudência•Data de publicação: pagamento das remunerações devidas,
19/05/2021 corrigidas monetariamente e acrescidas de juros
RECURSO ORDINÁRIO. FATO DO PRÍNCIPE. legais;
FORÇA MAIOR. NÃO CARACTERIZAÇÃO. A II - a percepção, em dobro, da remuneração do
pandemia ocasionada pela covid-19 não
período de afastamento, corrigida
guarda relação com a figura do fato do
monetariamente e acrescida dos juros legais.
príncipe, que, conforme definição do art. 486
da CLT , corresponde à situação jurídica FAIXA BÔNUS – IMPORTANTE!!!!
imposta pelo Poder Público em decorrência
de ato discricionário para consecução de ACORDO EXTRAJUDICIAL
políticas públicas. Em verdade, a restrição O Acordo extrajudicial é procedimento previsto
direcionada aos empresários em relação às
junto ao artigo 855-B e seguintes da CLT.
atividades ditas não essenciais no âmbito de
uma situação de calamidade, tratou-se de O processo de homologação de acordo
questão de saúde pública, não se extrajudicial terá início por petição conjunta das
confundindo, portanto, com o alegado fato partes, devendo estas estarem representadas
do príncipe. Além disso, a empresa poderia por ADVOGADOS.
ter aderido às hipóteses de flexibilização
previstas na Medida Provisória de nº 927 Os advogados das partes DEVEM SER
/2020, de 22 de março de 2020, antes de DISTINTOS!
proceder à dispensa da reclamante. De outro
lado, também não encontra amparo a tese de O trabalhador pode ser assistido pelo advogado
força maior, uma vez que sequer houve do sindicato de sua categoria.
comprovação de que houve extinção da No prazo de quinze dias a contar da distribuição
empresa ou de um dos estabelecimentos em
da petição, o juiz analisará o acordo, designará
que trabalhe a empregada, tal como
audiência se entender necessário e proferirá
determina o art. 502 da CLT . (Processo: ROT
- 0000562-60.2020.5.06.0181 , Redator: sentença.
Fabio Andre de Farias, Data de julgamento: A petição de homologação de acordo
19/05/2021, Segunda Turma, Data da extrajudicial suspende o prazo prescricional da
assinatura: 19/05/2021)
ação quanto aos direitos nela especificados
(FIQUE ATENTO: SUSPENDE O PRAZO, NÃO

62
INTERROMPE). O prazo prescricional voltará a respectivos sujeitos passivos (devedores) a esse
fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em cumprimento; e, por fim,
julgado da decisão que negar a homologação
3-À homologação (quitação) dos
do acordo.
correspondentes créditos tributários.
ATENÇÃO: O JUIZ NÃO É OBRIGADO A
Legislação tributária
HOMOLOGAR O ACORDO PROPOSTO PELAS
PARTES (Vide súmula 418, do TST, e artigos 855- A expressão legislação tributária compreende
B e seguintes, da CLT). não apenas as leis, mas os tratados, decretos,
convenções internacionais e as normas
complementares, que versem no todo ou em
DIREITO TRIBUTÁRIO parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles
pertinentes. Ademais, também se incluem na
SEGUNDA DICA DO DIA 13
expressão acima mencionada, os atos
1. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA normativos primários, como os secundários.
O QUE VOCÊ DEVE SABER: Por sua vez, a palavra “lei” está se referindo não
A Administração Tributária corresponde a uma apenas a lei em seu sentido estrito, mas todos
parcela da Administração Pública, na parte os atos normativos que possuem força de lei,
ligada a atividade financeira do Estado, ao tratar assim como: leis complementares, medidas
da receita tributária. provisórias, leis delegadas e decretos
legislativos.
É o Estado administrador que, agindo sob o
império da lei criada pelo Estado legislador, Vale ressaltar, que algumas matérias são de
exerce essa função administrativa, através das competência exclusiva da lei em sentido estrito
diversas pessoas jurídicas de direito público e outras de reserva da lei complementar.
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios, Vejamos:
bem como suas autarquias), cada qual com sua
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
competência, seus órgãos, suas repartições e
seus agentes (servidores públicos). I - A instituição de tributos, ou a sua extinção;
Assim, o Estado, através da Administração II - A majoração de tributos, ou sua redução,
Tributária, acompanha, controla e fiscaliza o ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57
cumprimento das normas tributárias, adotando, e 65;
sempre que necessário, medidas coercitivas à
III - a definição do fato gerador da obrigação
sua observância, tudo no interesse da
tributária principal, ressalvado o disposto no
arrecadação e gestão das receitas tributárias.
inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito
passivo;
A Administração Tributária é, assim, o conjunto IV - A fixação de alíquota do tributo e da sua base
de atos administrativos voltados para o controle de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21,
da receita tributária; é o procedimento 26, 39, 57 e 65;
destinado:
V - A cominação de penalidades para as ações ou
1-À verificação do cumprimento das obrigações omissões contrárias a seus dispositivos, ou para
tributárias outras infrações nela definidas;
2-À adoção de medidas necessárias (em geral,
pela aplicação de penalidades) para obrigar os

63
VI - As hipóteses de exclusão, suspensão e
extinção de créditos tributários, ou de dispensa
O STF já pacificou o entendimento de que
ou redução de penalidades.
poderá MP versar sobre matéria tributária,
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a desde que estas não estejam reservadas a lei
modificação da sua base de cálculo, que importe complementar.
em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os
Com relação aos tratados e convenções
fins do disposto no inciso II deste artigo, a
internacionais, estes revogam ou modificam a
atualização do valor monetário da respectiva
legislação tributária interna e serão observados
base de cálculo.
pela que lhes sobrevenha (art.98 do CTN).
ESSE É UM DOS ARTIGOS QUE MAIS É
Outro ponto importante é sobre as normas
COBRADO NA OAB.
complementares, as quais são:
Art. 146. Cabe à lei complementar:
Art. 100. São normas complementares das leis,
I - Dispor sobre conflitos de competência, em dos tratados e das convenções internacionais e
matéria tributária, entre a União, os Estados, o dos decretos:
Distrito Federal e os Municípios;
I - Os atos normativos expedidos pelas
II - Regular as limitações constitucionais ao autoridades administrativas;
poder de tributar;
II - As decisões dos órgãos singulares ou
III - estabelecer normas gerais em matéria de coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei
legislação tributária, especialmente sobre: atribua eficácia normativa;
a) definição de tributos e de suas espécies, bem III - as práticas reiteradamente observadas pelas
como, em relação aos impostos discriminados autoridades administrativas;
nesta Constituição, a dos respectivos fatos
IV - Os convênios que entre si celebrem a União,
geradores, bases de cálculo e contribuintes;
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e
Parágrafo único. A observância das normas
decadência tributários;
referidas neste artigo exclui a imposição de
c) adequado tratamento tributário ao ato penalidades, a cobrança de juros de mora e a
cooperativo praticado pelas sociedades atualização do valor monetário da base de
cooperativas. cálculo do tributo.
d) definição de tratamento diferenciado e Vigência da legislação tributária-
favorecido para as microempresas e para as
Existe dois tipos de vigência, a espacial, que é o
empresas de pequeno porte, inclusive regimes
espaço/território que a lei é criada e a temporal,
especiais ou simplificados no caso do imposto
o qual se refere ao momento que a lei é exigida.
previsto no art. 155, II, das contribuições
previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da Com relação a vigência espacial, esta é regia
contribuição a que se refere o art. 239 pelo princípio da territorialidade. O que quer
dizer que a legislação tributária terá vigência no
#linkmental#espéciestribuitárias
limite do ente político que a criou. EX: Uma
Tributos que são instituídos mediante Lei norma tributária de Pernambuco foi editada,
complementar: esta norma valerá em Pernambuco e não no Rio
de Janeiro.

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Contudo, excepcionalmente poderá ocorrer a PUBLICAÇÃO DA LEI, REFEFENTE A IMPOSTOS
extraterritorialidade da legislação tributária, SOBRE O PATRIMÔNIO OU RENDAS.
caso haja convênio ou lei de normas gerais CONTUDO, O STF ENTENDE QUE EM CASO DE
expedidas pela União. REVOGAÇÃO DA ISENÇÃO O IMPOSTO DEVE
SER EXIGIDO DE IMEDIATO. EX: JOÃO POSSUI
ISENÇÃO QUANDO AO PAGAMENTO DE IPTU
Por sua vez, a vigência temporal está DA SUA CASA, OCORRE QUE EM 2019 FOI
relacionada ao momento de vigência da lei, a PUBLICADA UMA LEI REVOGANDO ESSA
qual leciona os arts. 103 e 104 do CTN: ISENÇÃO.QUANDO JOÃO DEVERÁ PAGAR TAL
Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram IMPOSTO?
em vigor: SE NA QUESTÃO VIER PERGUNTANDO
I - Os atos administrativos a que se refere o CONFORME O CTN, A SUA RESPOSTA DEVERÁ
inciso I do artigo 100, na data da sua publicação; SER: JOÃO COMEÇARA A PAGAR O IPTU EM 01
DE JANEIRO DE 2020. AGORA SE NA QUESTÃO
II - As decisões a que se refere o inciso II do PERGUNTAR CONFORME ENTENDIMENTO DO
artigo 100 (- As decisões dos órgãos singulares STF, VC IRÁ RESPONDER QUE JOÃO IRÁ PAGAR
ou coletivos de jurisdição administrativa, a que DE IMEDIATO.
a lei atribua eficácia normativa), quanto a seus
efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data Aplicação da legislação tributária-
da sua publicação; A legislação tributária se aplica aos fatos futuros
III - os convênios a que se refere o inciso IV do e aos pendentes (aqueles que sua ocorrência
artigo 100 (Os convênios que entre si celebrem teve início, mas não está completa).
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Logo, entende-se que a legislação tributária tem
Municípios), na data neles prevista. aplicação imediata e prospectiva (para o futuro),
Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do excepcionalmente tendo aplicação retroativa.
exercício seguinte àquele em que ocorra a sua Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
publicação os dispositivos de lei, referentes a
I - Em qualquer caso, quando seja
impostos sobre o patrimônio ou a renda:
expressamente interpretativa, excluída a
I - Que instituem ou majoram tais impostos; aplicação de penalidade à infração dos
II - Que definem novas hipóteses de incidência; dispositivos interpretados;

III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo II - Tratando-se de ato não definitivamente
se a lei dispuser de maneira mais favorável ao julgado:
contribuinte, e observado o disposto no artigo a) quando deixe de defini-lo como infração;
178.
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a
Obs. A doutrina majoritária defende que os qualquer exigência de ação ou omissão, desde
incisos I e II do Art. 104 do CTN não foram que não tenha sido fraudulento e não tenha
recepcionados pela CF/88. implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa
OBS: O ART. 104, III DO CTN TRAZ A HIPÓTESE que a prevista na lei vigente ao tempo da sua
DE REVOGAÇÃO DA ISENÇÃO QUE ENTRARIA prática.
EM VIGOR NO PRIMEIRO DIA DO EXERCÍCIO DO
ANO SEGUINTE ÁQUELE EM QUE OCORRA A

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Obs. Lei interpretativa é aquela que apenas tributária utilizará sucessivamente, na ordem
declara algo, ela não modifica o ordenamento indicada:
jurídico.
I - A analogia;
Interpretação da lei tributária-
II - Os princípios gerais de direito tributário;
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a
III - os princípios gerais de direito público;
definição, o conteúdo e o alcance de institutos,
conceitos e formas de direito privado, utilizados, IV - a equidade.
expressa ou implicitamente, pela Constituição § 1º O emprego da analogia não poderá resultar
Federal, pelas Constituições dos Estados, ou na exigência de tributo não previsto em lei.
pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos
Municípios, para definir ou limitar competências § 2º O emprego da equidade não poderá
tributárias. resultar na dispensa do pagamento de tributo
devido.
Ex: Conceito de bens móveis. A lei tributária não
poderá alterar para limitar ou definir Integrar mediante a analogia é aplicar ao caso
competência tributária. concreto, um dispositivo de outra norma (afinal
não existe dispositivo para determinada
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação situação na legislação tributária) já aplicado em
tributária que disponha sobre: caso semelhante.
I - Suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II - Outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações
tributárias acessórias.
Ou seja, NÃO poderá haver interpretação
extensiva ou ampliativa sobre esses temas.
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou
lhe comina penalidades, interpreta-se da
maneira mais favorável ao acusado, em caso de
dúvida quanto:
I - À capitulação legal do fato;
II - À natureza ou às circunstâncias materiais do
fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III - à autoria, imputabilidade ou punibilidade;
IV - À natureza da penalidade aplicável, ou à sua
graduação
Integração da legislação tributária-
Integrar é diferente de interpretar. Integrar é
suprir, é preencher algo que não está completo.
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a
autoridade competente para aplicar a legislação

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